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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4896 • Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 10 PATACAS PUB Pág. 8 Pág. 9 Festival de curtas-metragens da “Creative” teve adesão “muito positiva” do público Milhares celebraram encontro de culturas no desfile da “Cidade Latina” FOTO JTM Lançada em Portugal certificação chinesa para hotéis e restaurantes Pág. 15 Questão da língua marca Colóquio dos Macaenses DIOGO TEIXEIRA, PROFESSOR DA USJ, EM ENTREVISTA AO JTM “Macau tem sido gerida sempre no curto prazo” Págs . 2 a 4 Pág. 12 Maratona sob o signo europeu Centrais As questões linguísticas e a adaptação da comunidade à realidade da RAEM foram alguns dos pontos chaves abordados na terceira edição do Colóquio dos Macaen- ses. Uma das conclusões assentou na consciência de que a comunidade despertou tardiamente para a necessidade de discutir as suas especificidades. Ainda assim, Miguel de Senna Fernandes acredita que a iniciativa motivou um debate “como não se via antigamente”. FOTO GCS JTM volta às bancas na quarta-feira Devido ao feriado da Festa da Ima- culada Conceição, o JORNAL TRI- BUNA DE MACAU não se publica amanhã, regressando às bancas na quarta-feira, dia 9 de Dezembro. Aproveitamos a ocasião para dese- jar um bom feriado aos nossos lei- tores, colaboradores e anunciantes. Leonel Alves propõe instituição vocacionada para ensino do Português Pág. 7 Falta de rotas longas não esmorece confiança no futuro do Aeroporto Pág. 6 Polytec vai contestar “chumbo” à extensão do prazo do Pearl Horizon Pág. 5

Administrador 4896 10 PATACAS Questão da língua marca … · 2017. 3. 28. · Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4896 • Segunda-feira, 07 de Dezembro

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4896 • Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 10 PATACAS

PUB

Pág. 8 Pág. 9

Festival de curtas-metragens da “Creative” teve adesão “muito positiva” do público

Milhares celebraram encontro de culturas no desfile da “Cidade Latina”

FOTO

JTM

Lançada em Portugalcertificação chinesa parahotéis e restaurantes Pág. 15

Questão da língua marcaColóquio dos Macaenses

DIOGO TEIXEIRA, PROFESSOR DA USJ, EM ENTREVISTA AO JTM

“Macau tem sido gerida sempre

no curto prazo” Págs. 2 a 4 Pág. 12

Maratona sob o signo europeu

Centrais

As questões linguísticas e a adaptação da comunidade à realidade da RAEM foram alguns dos pontos chaves abordados na terceira edição do Colóquio dos Macaen-ses. Uma das conclusões assentou na consciência de que

a comunidade despertou tardiamente para a necessidade de discutir as suas especificidades. Ainda assim, Miguel de Senna Fernandes acredita que a iniciativa motivou um debate “como não se via antigamente”.

FOTO

GCS

JTM volta às bancasna quarta-feira

Devido ao feriado da Festa da Ima-culada Conceição, o JORNAL TRI-BUNA DE MACAU não se publica amanhã, regressando às bancas na quarta-feira, dia 9 de Dezembro. Aproveitamos a ocasião para dese-jar um bom feriado aos nossos lei-tores, colaboradores e anunciantes.

Leonel Alves propõeinstituição vocacionada para ensino do Português Pág. 7

Falta de rotas longasnão esmorece confiança no futuro do Aeroporto Pág. 6

Polytec vai contestar“chumbo” à extensão do prazo do Pearl Horizon Pág. 5

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02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

DIOGO TEIXEIRA, PROFESSOR DA USJ, EM ENTREVISTA AO JTM

“Há uma histeria da iconicidade” no COTAIMacau tem necessidade de um plano director específico que oriente o seu desenvolvimento. A ideia é defendida em entrevista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU por Diogo Teixeira, professor do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Indústrias Criativas da Universidade de São José, que alerta ainda para o facto de haver uma certa falta de ligação entre os planos para os Novos Aterros e as infra-estruturas existentes na Península e defende uma arquitectura “mais ligada ao espírito do lugar”, em oposição ao que está a acontecer no COTAI, onde “há uma espécie de histeria da iconicidade”. Numa análise aos problemas de trânsito, o docente aponta o Metro Ligeiro como uma boa solução

Como vê o desenvolvimento de Macau nos últimos anos?- Macau tem uma tradição de

crescimento e de grande expansão des-de tempos pré-coloniais. Desde então até 2010, pelos dados que temos, cres-ceu quase 10 vezes em termos de ter-ritório. O que vemos nos últimos anos é que essa expansão está a ser mais rápida e não tem sido acompanha-da por instrumentos adequados para uma gestão eficaz do território. Não há o planeamento necessário, ou quando há, às vezes, é ultrapassado por outros interesses. Portanto, como qualquer outro cidadão de Macau, vejo isto com alguma preocupação também porque Macau não é uma ilha, no sentido em que não está isolada. Está localizada junto a uma Província da China que é a que mais cresceu nos últimos anos, mesmo em comparação com outras re-giões do mundo. Portanto, há um cres-cimento urbano muito acelerado e, por isso, há que pensar nas consequências que isso tem. - Que género de consequências?- Não só em termos de infra-estru-turas, porque há que dar resposta às necessidades de transporte, comuni-cações, energias, habitação, mas tam-bém às necessidades existenciais de cada um em particular.- Acha que essa ligação a Guangdong tem afectado em grande medida o desenvolvimento de Macau?- Tem criado alguma pressão sobre Ma-cau e as autoridades locais tentam res-ponder à criação de outros pontos de interesse aqui à volta, às vezes de uma forma muito imediatista, sem uma vi-são de longo prazo. E tentam responder criando “slogans” ou argumentos que depois vê-se que não fazem muito sen-tido. Por exemplo, o grande “slogan” actual é Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer, que é uma defini-ção muito vaga, praticamente abrange quase tudo, não é algo definido, não tem uma identidade própria, não tem carácter e, por isso, não tem uma for-ça que leve a que seja implementado. É neste tipo de respostas ao que sucede no mundo, e nesta região em particu-lar, que não se vêem as concretizações necessárias. - Isso está relacionado com o facto de não existir um plano director especí-fico para Macau?- Macau tem essa carência que tem a ver com o planeamento urbanístico a dois níveis: um é estratégico, portan-to, pensar o que realmente queremos deste território, o que vai acontecer, não só daqui a 35 anos quando for

Inês Almeida

reintegrado na China, mas, para além disso, não há ou, pelo menos, não é do conhecimento público, uma visão estratégica. Depois faltam também instrumentos tácticos. Pedindo em-prestado algum vocabulário militar, uma coisa é aquilo que os generais dizem e querem, outra é o que acon-tece no campo de batalha. No campo de batalha há muitos imprevistos e, para lidar com eles, é preciso muita flexibilidade e dar capacidade, neste caso aos cidadãos, para eles próprios

criarem e gerirem a sua própria cida-de. As cidades são assim mesmo, são fenómenos que têm muito de auto--organização. Portanto, por um lado é preciso uma estratégia que dê sinais e indicações num determinado sentido e, por outro, é preciso alguma flexibi-lidade para que nos momentos certos as coisas se concretizem. - Onde é que se nota mais a falta de uma estratégia específica?- Um dos aspectos importantes é a questão da relação com a água. Ma-

cau nasceu tendo uma relação privile-giada com a água mas, com o tempo, foi virando costas à água. E, hoje em dia, não há praticamente nenhum lo-cal onde as pessoas possam usufruir dessa presença da água que acaba por ser muito importante, já que dá movimento à cidade que de outro modo não acontece. Isto tem a ver fundamentalmente com duas coisas. Primeiro, a questão da expansão, esta ideia dos aterros que vão sendo feitos ao longo do tempo. Eles são feitos e

O Metro é uma solução que vai ajudar de certeza a controlar o problema de trânsito que existe em Macau porque

vai criar um meio de transporte público que é bastante eficiente, não perturbado pelo trânsito automóvel

FOTO

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 JTM | LOCAL 03

demoram 20 ou 30 anos a consolidar e a serem ocupados. Durante esses 20 ou 30 anos criam uma faixa de terreno que afasta a cidade da água e depois, quando são reaproximados, já se estão a fazer novos aterros, por isso, a água está sempre longe. Outra questão é a do risco de catástrofe. Há uma grande preocupação com as catástrofes asso-ciadas à água e o que acontece é que também isso é gerido de um modo, em certa medida, excessivo, porque a relação com a água é fluída, por isso, as respostas que se dão à presença da água têm que também ser fluídas ou de alguma forma sazonais ou flutuan-tes. - Essa preocupação tem sido uma constante?- Essa relação com o risco de catás-trofe já foi mais flexível, em tempos. Lembro-me de ver fotografias de Ma-cau antiga em que apareciam cenas da Avenida Cinco de Outubro inundada e as pessoas arregaçavam as calças e iam à sua vida. Perdeu-se um pouco essa simplicidade e tentou-se conter a água, só que isso também a afas-tou. No fundo, estamos a afastar per-manentemente uma cidade da água como consequência de fenómenos que podem acontecer muito pontual-mente, de 50 em 50 ou de 25 em 25 anos. Até que ponto é que faz sentido fazer isso por algo que pode acontecer tão pontualmente? E esse afastamento da água continua a não resolver nada. Macau continua a ter cheias e o que se vê nessa altura é que há um proble-ma de drenagem que tem a ver com a forma como o território foi ocupado e impermeabilizado. - Agora estão ser planeados os Novos Aterros. Como encara o desenvolvi-mento desses projectos?

- Parecem-me ter sido pensados com algumas preocupações do ponto de vista ambiental e de concepção ur-banística, mas há uma certa falta de ligação com o que já existe. Não há um diálogo com a cidade existente, não há uma procura de continuidade. Eles são uma espécie de ilhas que se

adicionam ao que existe, não são con-tinuações orgânicas mas apenas uma espécie de enxertos. Deveria haver um maior cuidado. Para já, o que exis-te é um plano geral, chamado “mas-terplan” que dá indicações quanto às volumetrias e densidades em cada um dos Novos Aterros. Penso que o que

deverá acontecer no futuro é cada um dos aterros ser sujeito a um planea-mento de pormenor e ter um maior cuidado no âmbito do diálogo com o tecido urbano existente.- Como é que esse “diálogo” poderia ser concretizado?- Através da realização de concursos que envolvessem profissionais locais no desenho das propostas. Tem que ser feito com base num estudo pro-fundo da realidade de Macau e, a partir daí, com o conhecimento dessa realidade, surgem as pistas que levam ao desenho dessas novas zonas. - Isso afectaria de alguma forma a estrutura ou a funcionalidade dos aterros?- Nesta fase acho que isso já está de-finido, de certa forma. A preocupação seria perceber como é que essas fun-cionalidades se podem concretizar de forma orgânica, em diálogo com a cidade existente e sem pôr em causa valores que já existiam, sem por em causa valores pré-existentes. - Como o Património?- Por exemplo, sim, na relação com o Património. Esse é um dos valores importantes de Macau. Em relação a outras cidades, quer na China, quer noutros sítios, Macau tem de facto um Património singular, que não é só chi-nês e português mas passa pela rela-ção com outras culturas, por exemplo, a lusofonia. A arquitectura de Macau tem muita influência do que se fazia na altura em Goa porque Macau dependia da província de Goa. Os arquitectos que trabalhavam sobre Macau tinham uma experiência forte do trabalho em Goa, para além de outras populações

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 201504 JTM | LOCAL

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que aqui passaram. Macau tem sempre sido um território de passagem e de miscigenação, o que acaba por gerar um território que está sempre em crise de identidade. Há sempre uma discus-são em torno do que é a identidade de Macau. Isso constrói-se, quer com es-ses tais planos e o diálogo da cidade existente com os Novos Aterros, quer na forma como as pessoas utilizam essa cidade. Hoje vivemos numa socie-dade de grande aceleração, global, de grande mobilidade e de grande conec-tividade virtual que leva a que as pes-soas se desliguem um bocadinho da realidade física. O que acontece é que, por isso, as pessoas no seu dia-a-dia, na cidade, sentem-se um bocadinho deslocadas, perdidas às vezes. Se pas-sar a vida num mundo virtual quan-do olham para a realidade, não sabem exactamente onde estão. É essa utili-zação da cidade que estava a dizer. A minha identidade é feita dia-a-dia, na forma como eu vivo a cidade e o que faço. Numa cidade que não dá lugar a esse tipo de apropriação, as pessoas ficam cada vez mais perdidas. E acaba por ser uma cidade sem identidade. - De que forma é que se poderia criar uma maior ligação entre os Novos Aterros e a cidade já existente?- Através do modo como a cidade é organizada, com a criação de eixos de visibilidade, de perspectivas, a pró-pria forma como a ligação se faz. O trânsito de bicicletas ou pedonal para a Taipa, por exemplo, não existe. É um problema que eu próprio sinto. Eu ando muito de bicicleta. Na Península ando perfeitamente mas se quiser ir à Taipa nenhuma das pontes permi-te tráfego de bicicleta, algo que seria muito fácil de resolver, mas pelos vis-tos não há vontade de o fazer, talvez por a bicicleta ainda ser considerada um objecto do passado, com uma ima-gem negativa. A Ponte de Sai Van tem um túnel para dias de tufão que está fechado 360 dias por ano, portanto, bastaria utilizá-lo para a circulação de bicicletas. É uma solução rápida e fá-cil e unia dois circuitos muito utiliza-dos pelos ciclistas que é em volta dos lagos e, do outro lado, as pistas de bi-cicletas criadas pelo Governo.

- O Governo tem apostado em me-didas para controlo do aumento do número de veículos em circulação. A criação de ciclovias devia ser uma delas?- Podia ser uma maneira de dar um si-nal de mudança e de criação de uma nova ideia de mobilidade. Há falta de estacionamento, e os lugares já custam mais por metro quadrado do que as ca-sas, só aumentar o preço não vai fazer com que as pessoas deixem andar de carro. Isso aconteceria se arranjassem outros modos de transporte alternati-vo. Um deles será o futuro Metro, que certamente fará alguma diferença. - O Metro é uma boa solução para controlar o problema do trânsito em Macau?- O Metro é uma solução que vai aju-dar de certeza a controlar o problema de trânsito que existe em Macau por-que vai criar um meio de transporte público que é bastante eficiente, não perturbado pelo trânsito automóvel. Creio que se poderia pensar noutras alternativas. Em tempos fizemos uma proposta, de algum modo comple-mentar: teleféricos para ligar os pon-tos mais altos de Macau, por exem-plo. Fizemos isto num concurso para a Penha. O percurso estava ligado a um circuito turístico. Começava em A-Má, subia à Penha, e depois ligava à Fortaleza do Monte e a Guia. Seria um complemento, para determinados circuitos, mais virado para o turismo, mas hoje em dia o turismo tem um grande peso no sistema de transportes de Macau. Aí está outra questão: não havendo resposta das companhias de transportes públicos, os casinos cria-ram os seus próprios meios de trans-porte e isso levou a uma triplicação ou mais do número de autocarros na estrada. Se este sistema fosse melhor organizado e gerido de uma forma optimizada tenho a certeza que não precisávamos desse número de au-tocarros. Se calhar bastaria um terço, com todas as consequências que isso traz quer de trânsito quer de poluição. - O desenvolvimento de Macau tem sido sustentável?- Macau tem sido gerida sempre no curto prazo, de uma forma imediatis-ta, mais pelo que acontece no dia-a-dia e pelo que é dito pelo Governo Cen-tral do que propriamente para fazer

face aos problemas de fundo. Deveria haver uma maior preocupação com a sustentabilidade porque estamos a fa-lar de uma cidade que tem graves pro-blemas quer de qualidade do ar, quer da água, que são dois elementos fun-damentais para a vida e não se vêem medidas concretas para corrigir ne-nhum destes problemas. Um planea-mento que não responde a estas duas preocupações precisa claramente de rever a sua sustentabilidade.- A protecção do ambiente tem sido deixada para segundo plano?- Não vejo nada a acontecer, não vejo preocupações que acho essenciais numa cidade cosmopolita que quer ser um Centro Mundial de Turismo. Como é que um centro mundial de turismo pode ter regularmente índices de po-luição que são três ou quatro vezes su-periores ao máximo definido pela Or-ganização Mundial de Saúde? Quem é que quer fazer turismo num sítio des-tes? Além das consequências que isso tem para a população residente, como é que isto se justifica num Governo que quer criar um Centro Mundial de Turismo e Lazer? Até do ponto de vis-ta económico isto é absolutamente fun-damental. Sei que estes problemas não são de origem local, é algo mais com-plexo, que tem a ver com a economia desta região, o facto de ser a grande área de produção industrial da China, mas algo tem que ser feito e quanto mais depressa, melhor. Ao Governo de Macau cabe tomar estas iniciativas nesse sentido. - A construção em grande escala as-sociada ao progresso da RAEM tem sido sustentável?- Em relação a isso há dois aspectos a considerar, ainda numa ligação à questão do planeamento. Veja-se aquilo que foi feito na zona do CO-TAI. Uma área que foi planeada para ser uma cidade é transformada numa zona de casinos. Logo aí coloca-nos algumas questões em relação aos pro-cessos de planeamento urbanístico de Macau. Depois, também não podemos chamar ao que ali se fez arquitectura. É uma recriação de outras realidades e que não traz nada de novo ao mun-do da arquitectura. Agora parece-me estar a haver um esforço por parte das operadoras de jogo em apostar em arquitectos com algum reconheci-

mento internacional, mas espero que isso resulte também em obras que se-jam significativas para Macau. O que me parece que acontece é que há uma espécie de histeria da iconicidade. Todos os edifícios construídos que-rem ser edifícios de referência, mas os marcos, por norma, são excepções numa paisagem. São elementos que facilmente se visualizam. Se estiver-mos numa paisagem só de marcos, os edifícios de referência deixam de fun-cionar como tal. Passam a ser ruído. Em Macau faz falta uma arquitectura fraca, mais discreta, mais contextua-lizada, mais ligada ao espírito do lu-gar. Essa arquitectura, por um lado, é menos imposta aos cidadãos, que não resulta tanto de uma expressão mas antes de uma impressão, portanto é mais amável para os cidadãos. Por outro lado, pode ser uma arquitectura que sublinhe alguns aspectos da iden-tidade da cidade. Como não necessi-ta de se afirmar pela excepção, acaba por ir buscar à própria cidade a sua razão de ser. Isso era uma das coisas que o arquitecto Manuel Vicente fazia na sua obra em Macau. Ele procura-va elementos na própria cidade que levassem a desenhar novos edifícios. Na verdade, esses edifícios agora es-tão muito bem enquadrados na cida-de e acabam por ter uma identidade ao mesmo tempo que fazer parte de uma espécie de família. Hoje em dia faz falta essa arquitectura. - Como antevê o futuro?- Se nada for feito, vejo um futuro pós-apocalíptico (risos) em que as águas invadem Macau e a RAEM é abandonada porque o jogo deixa de ser importante e não há alternativa, por isso, a cidade torna-se uma es-pécie de “squatter” da Província de Guangdong. Se for feita alguma coi-sa para melhorar esta realidade, creio que Macau tem um potencial enorme e argumentos suficientes para se tor-nar num território único e de referên-cia nesta região. Não é comparável a Hong Kong, a Shenzhen ou mesmo a Zhuhai. Será algo particular, que não depende da quantidade, com uma di-mensão que não tem o peso de outras aqui à volta, mas com um carácter muito próprio. E, se ele for sublinha-do, acarinhado, pode gerar algo mui-to especial para esta zona do planeta.

Como é que um Centro Mundial de Turismo pode ter regularmente

índices de poluição que são trêsou quatro vezes superiores ao

máximo definido pelaOrganização Mundial de Saúde?Quem é que quer fazer turismo

num sítio destes?

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 JTM | LOCAL 05

Viviana Chan

O Governo da RAEM rejeitou o pedido apresentado pelo grupo Polytec com vista ao prolonga-

mento até 25 de Dezembro de 2020 do prazo de aproveitamento do terreno onde está a ser erguido o complexo resi-dencial “Pearl Horizon”, cuja concessão expira este mês. O anúncio foi feito pela própria empresa, num comunicado en-viado na sexta-feira à Bolsa de Valores de Hong Kong onde revela também a in-tenção de contestar a decisão do Governo junto do Tribunal Administrativo.

Insistindo que “o atraso na conclusão do projecto foi causado pela demora do Governo da RAEM na emissão das apro-vações e licenças necessárias” para o de-senvolvimento da empreitada, a empresa acredita que tem argumentos suficientes para defender os seus interesses.

Nesse sentido, e garantindo que já possui um parecer jurídico sobre o pro-cesso, a Polytec refere, no mesmo comu-nicado, que “tem motivos suficientes” para interpor recurso da decisão, passo que será dado “logo que possível”, por forma a poder “continuar e concluir o projecto”.

“A companhia continuará a tomar to-das as medidas necessárias e adequadas para proteger os seus interesses”, subli-nha a Polytec.

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ARQ

UIVO

GOVERNO REJEITOU ALARGAMENTO DO PRAZO DE APROVEITAMENTO DO TERRENO

Polytec leva caso Pearl Horizon à JustiçaO grupo Polytec anunciou que vai apresentar “em breve”, junto do Tribunal Administrativo, um recurso contestando a decisão do Governo de indeferir o pedido de extensão do prazo de aproveitamento do terreno onde está a ser construído o complexo “Pearl Horizon”

O anúncio teve impacto no preço das acções da Polytec, ao ponto de atingir o nível mais baixo em três anos. Na sexta--feira, cada acção de Polytec valia 0,87 dólares de Hong Kong, traduzindo uma queda de 6,45% face à sessão anterior.

Durante o debate das Linhas de Ac-ção Governativa (LAG), o Chefe do Exe-cutivo, Chui Sai On, garantiu que seria tomada uma decisão, e eventual solução, sobre o caso do Pearl Horizon antes de 10 de Dezembro, ou seja na próxima quinta-

-feira. Recorde-se que o Secretário para os Transportes e Obras Públicas irá apresen-tar as LAG para a sua tutela precisamente na quarta e quinta-feira.

O lote do “Pearl Horizon” situa-se na Areia Preta e ocupa uma área com 68.001 metros quadrados, tendo a empresa pla-neado construir um total de 18 torres habitacionais com mais de 50 pisos. Se-gundo a Polytec, no projecto foi ainda incluído o “maior centro comercial” em Macau.

Ao abrigo da actual concessão, o pra-zo de aproveitamento do terreno termi-nará no próximo 26 de Dezembro, no entanto, o facto das obras se encontrarem muito atrasadas tem motivado vários protestos daqueles que compraram an-tecipadamente fracções no complexo. No mais recente protesto, a 28 de Novembro, cerca de três centenas proprietários de Pearl Horizon manifestaram-se em frente da sede da companhia, sendo que alguns chegaram mesmo a forçar a entrada nas instalações, queixando-se novamente do atraso da construção do condomínio e exigindo uma solução para o problema.

Alguns dias depois, a Polytec publi-cou um anúncio no jornal “Ou Mun”, condenando a “invasão” às suas insta-lações, incidente que diz ter causado al-guns dados materiais. A companhia ad-vertiu que terá “tolerância zero” para tais comportamentos e comunicou o caso às autoridades policiais.

Concessão do lote do Pearl Horizon termina este mês

O Tribunal Judicial de Base condenou a uma pena suspensa de dois anos

uma residente de 27 anos, de ape-lido Kam, por ter partilhado no Facebook um vídeo que mostrava dois agentes da polícia a passar uma multa de estacionamento ao automóvel do seu marido, acom-panhado de injúrias dirigidas às autoridades. A suspeita terá que pagar uma multa avaliada em 7.000 patacas no prazo de um mês a ambos os polícias como indem-nização.

De acordo com o jornal “Ou Mun”, o Tribunal classificou o comportamento da arguida como “muito grave” pelo facto de não serem aceitáveis as injúrias usa-das.

Embora a mulher tenha pedido desculpa a ambos os visados mais tarde, a sua atitude prejudicou os agentes ao tê-los desafiado, o que poderá até ter impacto na imagem

das forças de segurança de Macau, concluiu o Tribunal.

O juiz Sio Wai Chi salientou ainda que a polícia deve ser res-peitada, pelo facto de proteger a segurança dos cidadãos, e descre-veu como “uma situação péssima” as circunstâncias em que os resi-dentes entram em confrontos com as autoridades.

O caso em questão aconteceu a 30 de Julho de 2013, dia em que o marido da arguida foi multado por estacionamento ilegal perto de Hotel “Holiday Inn”. O descon-tentamento face ao facto de a po-lícia ter multado o esposo deve ter estado na origem das filmagens e da publicação do vídeo que foi visto e partilhados por muitos ci-bernautas antes de ter sido retira-do pela mulher. Esta acabou por se entregar às autoridades, apelando para que as imagens deixassem de ser partilhadas.

V.C.

Condenada por filmar multae injuriar polícias onlineUma residente de Macau foi condenada a dois anos de pena suspensa por filmar dois polícias a multar o carro do marido, colocando em seguida o vídeo na internet, acompanhado de injúrias. O Tribunal classificou o comportamento da mulher como “muito grave”

A Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau fez um inquéri-to sobre a capacidade dos jovens do

ensino não superior para suportar pressões. Os resultados mostram que mais de metade dos inquiridos disseram ter confiança na sua capacidade de enfrentar adversidades, sen-do que 30% acreditam que a pressão pode motivar ainda mais os estudantes a ultra-passar as suas dificuldades.O estudo resul-tou da recolha de 751 opiniões de estudantes entre o 7º e o 12º anos de escolaridade de 14 estabelecimentos de ensino.

Mais de 50% dos inquiridos disseram ter enfrentado algumas situações difíceis nos últimos seis meses, sendo que a maio-ria delas está relacionada com os estudos. A relação com membros da família, amigos e relações amorosas foram outros motivos apontados pelos estudantes.

O director do centro de estudos da as-sociação, Erico Yuen, explicou que “quan-do os alunos sentem pressão nos estudos não querem falar com assistentes sociais da escola, preferem falar com colegas ou ami-gos” por considerarem que os profissionais

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JTM

/ARQ

UIVO

Alunos querem mais apoiopara lidar com pressõesUm estudo feito pela Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau mostra que mais de 50% dos estudantes enfrentaram “grandes dificuldades” nos últimos seis meses. Assim, a associação defende que as escolas devem reforçar a educação no âmbito das ferramentas necessárias para lidar com pressões

“não vão apoiá-los”. A associação sugere, por isso, que as

instituições de ensino reforcem a educação ao nível dos meios para lidar com pressões além de os pais comunicarem com os filhos para estreitar os laços familiares.

A Associação Geral de Estudantes Chong Wa considera ainda que o pensa-mento negativo por parte dos estudantes é um problema que merece a atenção tanto da família como das escolas, sendo que a educação sobre meios de lidar com as pres-sões deve ser um esforço global. V.C.

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 201506 JTM | LOCAL

Nenhuma transportadora irá operar voos de longo curso se não tiver lucros, frisa António Barros, director do Aeroporto de Macau, assumindo que é difícil concretizar a vontade de atrair esse tipo de rotas. Ainda assim, especialistas acreditam que a infra-estrutura continuará a crescer e é fundamental para a afirmação de Macau como cidade turística e com identidade própria

LIMITAÇÕES DE MERCADO NÃO RETIRAM OPTIMISMO A ESPECIALISTAS

Aeroporto “essencial” mesmo sem rotas longas

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ARQ

UIVO

Duas décadas após a inauguração do aero-porto de Macau, só a

TAP realizou voos de longo curso de e para o território, mas apenas durante 30 meses, uma realidade que o director da infraestrutura disse ser di-fícil inverter.

“Quisemos atrair voos inter-nacionais [de longo curso] mas é muito difícil, normalmente [as companhias] têm tendência para procurar ‘placas girató-rias’ regionais capazes de gerar tráfico para rentabilizar as ro-tas. Não é o nosso caso, somos um aeroporto muito pequeno. Os voos de longo curso são bem-vindos, mas não temos tido grande sucesso”, disse o director do Aeroporto Interna-cional de Macau, António Bar-ros, em entrevista à Lusa.

“Já houve e tem havido contactos com vários destinos e agências, estudos de mer-cado, mas o transporte aéreo é um negócio e ninguém vai operar se não tiver lucros”, acrescentou.

Ainda assim, o director do aeroporto, inaugurado a 8 de Dezembro de 1995, disse acreditar que “com um bom estudo de mercado e uma boa política de marketing” seria possível a TAP regressar à re-gião, onde operou até 1998, abandonando a rota por falta de rentabilidade.

Nos anos 1990, quando Por-tugal projectava a sua grande obra e o legado que deixaria antes da transferência de Ma-cau para a China, eram muitas as expectativas, mas também as dúvidas. Acreditava-se que o aeroporto seria indispensável para assegurar uma certa auto-nomia de Macau e, além desse valor estratégico, era apresen-tado como uma alternativa a Hong Kong, onde o aeroporto Kai Tak estava saturado – o

novo, o Chek Lap Kok, só foi inaugurado em 1998.

Mas também havia cépti-cos e, em 1992, companhias aéreas regionais mostravam--se pessimistas quanto à viabi-lidade do aeroporto, tendo em conta, além de Hong Kong, a existência do aeroporto de Cantão e de outro projectado para Shenzhen, a que mais tarde se juntou o de Zhuhai.

Para António Barros, a realidade veio contradizer as duas leituras. Com o terminal do aeroporto prestes a atingir o seu limite de seis milhões de passageiros, o director não tem dúvidas de que foi “uma aposta acertada”. “Quando cheguei a Macau havia mui-ta gente céptica sobre o aero-porto. Penso que todos os que acharam que ia ser viável acer-taram na previsão”, defendeu.

No entanto, Hong Kong não é, nem nunca foi, visto como concorrência: “Algumas ‘low cost’ preferem operar em Macau, mas Hong Kong é uma plataforma giratória, um ‘hub’ internacional. Temos um posicionamento diferente no mercado”, afirmou.

António Barros admitiu que o aeroporto de Macau tem hoje, sobretudo, um foco regional, mas rejeitou o en-tendimento do antigo direc-tor José Carlos Angeja de que acabaria por desaparecer com o avançar da integração regio-nal, ideia que defendeu numa entrevista à Lusa em 2011. “O tráfego e o crescimento que o aeroporto tem tido dizem precisamente o contrário, que este aeroporto é um bem pú-blico muito importante para a economia de Macau e é pos-sível que chegue a operar 15 milhões de passageiros num futuro próximo, em cerca de 15 anos”, afirmou.

“Como sabemos que va-

mos atingir os seis milhões [de passageiros] e o aeroporto vai ficar muito congestionado, começou-se o projecto de ex-pansão do terminal e espera--se que as obras terminem em 2017. Vai permitir aumentar a capacidade para 7,4 a 7,8 mi-lhões”, explicou.

O director do aeroporto prevê que este ano a estrutura volte a atingir o valor recorde de passageiros que conseguiu em 2007: 5,5 milhões. Isto sig-nifica que Macau demorou oito anos a recuperar do início dos voos directos entre a Chi-na e Taiwan, ferindo o grande mercado da cidade. Segundo Barros, em 2008, ano em que essa ligação começou, o aero-porto sofreu uma quebra de 7,3% no volume de passagei-ros. Em 2009 a descida foi de 16,6%, em 2010 baixou para 4% e em 2011 foi 0,8%. Desde então, tem subido.

Para o director, foi a intro-dução das companhias de bai-xo custo, em 2004, que impediu que o golpe fosse mais duro.

Agora, o aeroporto, que conta com duas dezenas de li-gações à China, três a Taiwan e 16 ao sudeste asiático, depois de já ter até tido ligações à Co-reia do Norte, olha para os voos de médio curso, para destinos como a Indonésia ou a Índia.

Turismo e “identidade” são trunfos para o futuroOs 5,5 milhões de passa-

geiros que o aeroporto de Macau espera voltar a atingir este ano são um número, ain-da assim, muito inferior aos 31 milhões de turistas que a cidade recebe anualmente. A maioria dos visitantes conti-nua a chegar a Macau por ter-ra, mas isso não impede os es-pecialistas de concordarem na importância da existência de um aeroporto que, acreditam,

deverá continuar a crescer.“Estou convencido de que,

com o desenrolar dos anos, muitos [turistas] virão tam-bém pelo ar”, disse à Lusa o antigo director do aeroporto (1999 - 2007) Carlos Seruca Salgado, a propósito do 20º aniversário da inauguração da infraestrutura.

“É fundamental ter um aeroporto”, sublinhou o ex--director, hoje na administra-ção da Autoridade Nacional da Aviação Civil portuguesa (ANAC), considerando a es-trutura essencial para o de-senvolvimento económico de Macau, que se deseja afirmar como uma cidade turística.

“É fundamental apostar nos congressos, nas grandes apresentações mundiais. Não esperemos de Macau aquilo que era antes, com as suas fa-briquetas de têxteis e pequena indústria. Esse modelo esgo-tou-se”, defendeu.

Mas, acredita, há também um motivo identitário: “Ma-cau tem uma identidade pró-pria, uma atractividade pró-pria. [Devemos] tornar Macau numa entidade completamen-te distinta de tudo aquilo que está à volta dela. Hong Kong, Zhuhai, Shenzhen são coisas muito diferentes”, disse, refe-rindo-se a cidades circundan-tes, todas com aeroportos.

Esta ideia remete para as expectativas dos anos 1990, quando o próprio governador de Macau Rocha Vieira pro-movia o aeroporto como um instrumento para uma maior autonomia do território, que ficaria assim, esperava, menos dependente de Hong Kong. “A origem da construção foi criar uma porta para Macau, uma porta via aérea. Portu-gal e China acharam que seria proveitoso ter um aeroporto que fosse uma porta de entra-

da”, recordou Seruca Salgado.Em termos de carga, o aero-

porto passou de 25 mil tonela-das para 220 mil em 2006, mas, a partir daí, houve uma desci-da acentuada devido à melho-ria das operações logísticas na China, que deixaram de depen-der de Macau para transportar mercadorias. Juntou-se, em 2008, o início das ligações di-rectas entre a China e Taiwan, com Macau a perder o seu pa-pel de intermediário. Em 2014, o aeroporto registou menos de 29 mil toneladas de carga.

Para Jacky So, director da Faculdade de Gestão de Em-presas da Universidade de Ma-cau, o aeroporto vai continuar a ser “essencial”, tendo em conta o desígnio da cidade de se transformar num Centro In-ternacional de Turismo e Lazer.

O académico rejeita a ideia de Macau tentar competir com Hong Kong, tanto por motivos de custo como de escassez de terrenos, mas considerou im-portante que o aeroporto se lance nas ligações de longo cur-so de forma estratégica: poucos países, com frequência mode-rada, mas escolhidos a dedo.

“Precisamos de mais turis-tas internacionais, da Europa, Estados Unidos, Índia. Nas Linhas de Acção Governativa [para 2016], o Chefe do Exe-cutivo voltou a falar da plata-forma com os países de língua portuguesa. Macau era muito próxima de Portugal e defen-do que alguns voos devessem ser disponibilizados [para Portugal], talvez uma vez por semana”, sugeriu.

Quanto ao resto do mundo lusófono, dependeria da pro-cura e rentabilidade: “O Brasil é muito longe. Portugal devia ser o primeiro e depois, tal-vez, um dos países africanos, defendeu.

JTM com Lusa

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 JTM | LOCAL 07

Liane Ferreira

Quase a fechar o segundo dia de debate das Linhas de Ac-ção Governativa da tutela dos

Assuntos Sociais e Cultura, Leonel Alves protagonizou uma intervenção bastante crítica da postura da Univer-sidade de Macau (UM) em relação ao ensino da língua portuguesa. “O ale-gado desinvestimento da UM no en-sino do Português leva a reflectir so-bre o que se passou nos últimos anos e parece que há uma falta de sintonia entre a teoria e a prática, entre o pro-grama politico e a execução do mes-mo”, afirmou.

“É urgente haver uma clarificação política sobre o que se pretende com o ensino da língua portuguesa”, disse o deputado, lamentando a “aparente falta de sintonia entre o que se preten-de politicamente no Governo e aquilo que a autonomia da universidade o autoriza a fazer”.

Embora reconhecendo que “a au-tonomia da UM deve ser preservada”, frisou que “a universidade também é nossa, é de Macau e não é por acaso que o seu dirigente máximo está aqui na Assembleia”.

Contrapondo com o Instituto Poli-técnico (IPM), que na sua opinião tem “feito um trabalho brilhantíssimo”, porque o “dirigente é bilingue e isto também tem a ver com alguma sen-sibilidade das pessoas”, Leonel Alves sugeriu uma aposta “numa instituição

GAES vai ter mais competências

O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) e a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) não vão fundir-se, apesar da política de racionalização de quadros da Administração Pública, garantiu o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Alexis Tam recordou, aliás, que a revisão da Lei do Ensino Superior propõe, inclusive, um aumento dos poderes atribuídos ao GAES, no sentido de elaborar mais regulamentos.

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CRÍTICAS DE LEONEL ALVES E LAMENTOS DE ALEXIS TAM SOBRE CASOS “MENOS FELIZES” NA UM

Pedida “clarificação política” sobre PortuguêsApontando para “uma falta de sintonia” entre a estratégia governamental e a sua execução, tendo em conta o aparente desinvestimento da Universidade de Macau na língua portuguesa, Leonel Alves pediu uma “clarificação política” sobre essa questão e sugeriu a criação de uma instituição de ensino dedicada à língua de Camões. Já Alexis Tam reiterou que o Português é uma “mais valia” e exortou a Universidade a melhorar nesta área

de ensino vocacionada para o ensino de Português para formar tradutores, professores” e outras áreas do saber ligadas à língua.

“Também é uma realidade cons-tatável alguma desmoralização dos dirigentes que trabalham com esta matéria, basta ler os jornais”, disse, advertindo que “alguns até tencio-nam desistir da trajectória que têm vindo a desenvolver”. Por isso, o de-putado entende que se torna necessá-rio “moralizar os dirigentes”, “melho-rar as estruturas de funcionamento” e “incentivar cada vez mais os jovens na aprendizagem desta língua”.

Ainda sobre a questão da língua, lembrou o caso do curso de Direito

O Centro Comercial da Praça do Tap Seac (mais conhecido por “Casa de Vidro”) será sujeito a obras de remodelação em 2016. “A Casa de

Vidro do Tap Seac teve muitos problemas de infiltra-ções que já foram resolvidos. E agora, as Obras Públicas vão proceder a algumas obras de electricidade, abas-tecimento de água e teremos de reconstruir a Casa”, afirmou o presidente do Instituto Cultural (IC), escla-recendo que as obras vão arrancar em Janeiro e prolon-gar-se-ão durante o ano.

Segundo indicou Ung Vai Meng no debate secto-rial das Linhas de Acção Governativa, aquele espaço será usado para exposições e acolher obras do “Macau Ideas”, ficando também aberto a actividades de escolas e outras entidades.

Ainda na área cultural, brevemente será reaberto o concurso para a Biblioteca Central, que vai funcionar

no edifício do Antigo Tribunal, na Avenida da Praia Grande. “É um projecto muito importante para elevar a literacia dos residentes e será um novo ex-líbris de Ma-cau com 11 andares e 23 mil metros quadrados”, frisou.

Em relação à Biblioteca do Patane, Ung Vai Meng explicou que registaram-se problemas com o solo, com as colunas base do edifício, tendo sido um “trabalho di-fícil”, mas o projecto estará pronto em 2016.

Questionado por Mak Soi Kun sobre as obras no Quartel de São Francisco, o presidente do IC recordou que o edifício faz parte da lista do património classi-ficado, pelo que foi emitido um parecer de protecção da estrutura e espaços exteriores em redor. “Há partes que vamos demolir mas têm de ser reconstruídas com o aspecto anterior. O importante era preservar o que era antigo”, afirmou.

Em resposta ao deputado Chan Chak Mo, que ti-

nha defendido a transferência do Fundo das Indústrias Culturais para a tutela da Economia e Finanças, Ung Vai Meng sublinhou que as lojas de indústrias criativas aumentaram mais de 50% e os jovens conhecem agora mais sobre o sector, tendo sido já conquistados diversos prémios na área.

Durante o debate, o Governo anunciou a intenção de criar em Seac Pai Van um centro de recursos para o ensino técnico e profissional para formar tradutores, designers de moda e profissionais das indústrias cria-tivas.

Por outro lado, face às críticas motivadas por uma recente sondagem que concluiu que 30% dos alunos do secundário desconhecem o património cultural de Macau, o presidente do IC prometeu reforçar o traba-lho de sensibilização e divulgação, juntamente com os Serviços de Educação e Juventude. L.F.

“Casa de Vidro” em obras a partir de JaneiroA “Casa de Vidro” na Praça do Tap Seac será alvo de obras a partir de Janeiro, após enfrentado problemas com infiltrações, indicou o presidente do Instituto Cultural

em português da UM que deixou de ser reconhecido automaticamente por Portugal. “Essa mais valia desapare-ceu porquê? Mais importante do que o porquê, é saber o que a universida-de e a sua autonomia podem fazer para alterar isto”, declarou.

Alexis Tam lamenta assuntos “menos felizes” na UM

Em resposta, Alexis Tam conside-rou lamentável a polémica em rela-ção ao ensino do Português na UM, mencionando mesmo que Fernanda Gil, directora do Departamento de Português, já manifestou a intenção de se demitir da Subcomissão da Lín-gua Portuguesa e Educação, grupo de trabalho da Comissão Mista Macau--Portugal. “Não deve haver contradi-ções com as políticas consagradas nas Linhas de Acção Governativa”, refe-riu, ao notar que “recentemente acon-teceram assuntos menos felizes com a UM, mas sabemos que não podemos reduzir os recursos investidos na lín-gua portuguesa”.

“A UM tem uma certa autonomia

financeira e administrativa e não po-demos interferir. Nós podemos super-visionar, lançar instruções”, afirmou, acrescentando que espera que a “UM possa melhorar neste aspecto [ensino de Português]”.

Além disso, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura deseja “que a UM aplique o mecanismo que tinha para que os cursos feitos na Fa-culdade de Direito de Macau conti-nuem a ter o reconhecimento de Por-tugal”.

Destacando que, à excepção das “situações infelizes” da UM, o “en-sino de Português tem andado bem” com o trabalho do IPM a “continuar a ser muito bom”, Alexis Tam avan-çou que acedeu a um pedido do pre-sidente do Politécnico para aumentar os recursos.

“O Português é língua oficial de Macau e todos sabem que esta é uma vantagem para Macau porque temos uma ligação mais íntima com os paí-ses de língua portuguesa e somos uma plataforma entre a China e os países lusófonos. É uma vantagem e mais valia”, realçou Alexis Tam, realçando ainda que a comunidade portuguesa muito tem “contribuído para Macau em várias áreas, como a jurídica” e que o objectivo é tornar a RAEM numa “base de formação” do Português.

Também na área cultural, Leonel Alves apontou ainda para uma certa desmoralização entre profissionais que lidam com a história e persona-lidades de Macau. “O Governo deve procurar ser mais proactivo na produ-ção de mais trabalhos científicos sobre a história de Macau. São de primor-dial importância”, afirmou.

O deputado defendeu também a criação de protocolos com Portugal na área da medicina, para ajudar o terri-tório a colmatar as dificuldades com recursos humanos dessa área.

Alexis Tam espera que a UM “possa melhorar” no ensino do Português

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M• • • BREVES

Air Macau aumenta voos para Taipé em FevereiroA Air Macau vai reforçar a frequência de voos para o aeroporto de Taoyuan, em Taipé, a partir de 5 de Fevereiro de 2016, passando a oferecer um total de 36 ligações semanais. Actualmente, a com-panhia opera 28 voos por semana entre o território e a capital de Taiwan.

DSEJ alerta para os perigos da educação sexual na web A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) está a organizar a sexta edição da “Actividade Promotora da Educação Sexual na Comunidade”. O tema deste ano pretende alertar para as “armadilhas” da internet e, para isso, vão participar 16 instituições de ensi-no com actividades direccionadas para alunos e encarregados de educação. A iniciativa é organizada pelo Centro de Educação Moral da DSEJ, em colabora-ção com 10 associações locais.

Severino Cabral em palestrana Fundação Rui CunhaNa quarta-feira, a partir das 18:30, o auditório da Fundação Rui Cunha vai receber a conferência “A Nova Mun-dialidade e a emergência do mundo meridional” proferida pelo professor da Universidade de Cândido Mendes, Se-verino Cabral. Na sessão será feito um balanço do VII Seminário sobre o Papel de Macau no intercâmbio sino-luso-bra-sileiro. No dia seguinte, à mesma hora, será apresentada a obra “Manual de lo-gística formal” escrita por José Miguel Figueiredo e António Manuel Abrantes.

Henrique Nunes é o novo treinador do Benfica de MacauDe acordo com a “Rádio Renascença” (RR), o técnico Henrique Nunes vai assumir os comandos do Benfica de Macau. Aos 60 anos, Henrique Nunes prepara-se para a sua primeira aven-tura fora de Portugal. Em declarações ao programa “Bola Branca” da RR, o técnico referiu que será uma forma de “terminar a carreira em beleza”. Com 28 anos de carreira, Henrique Nunes con-siderou que “apesar de ser um futebol amador, vou para transmitir a minha experiência como jogador e treinador”.

Aniversário da ATFPM reuniu mais de 2.500 sócios A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) ce-lebrou, no sábado, o seu 28º aniversário e o 16º da RAEM, num evento que con-tou com a presença do Chefe do Execu-tivo e reuniu mais de 2500 sócios e ami-gos. A presidente da Assembleia Geral, Rita Santos, frisou que vão continuar a ser defendidos “os interesses dos sócios e dos cidadãos, pelo aumento dos salá-rios e dos subsídios de trabalho extraor-dinário, bem como a eliminação dos di-ferentes tipos de contratos de trabalho”, informando que, em 2015, a associação “atendeu mais de 5 mil sócios para a resolução dos problemas de várias na-turezas”.

O concurso “Sound and Image Challenge” conheceu no sábado as cinco melhores curtas-metragens. O título de melhor filme de ficção foi atribuído “The Wall”, produzido pela francesa Andra Tévy, que também levou para casa o prémio do público. “Sleepwalker”, produzido por Ao Ieng Weng Fong, brilhou no concurso “Volume”

O primeiro Festival de Curtas-Metragens organizado pela “Creative Macau” distinguiu, no sábado, os pri-meiros vencedores das cinco categorias incluídas no

concurso “Sound and Image Challenge”. Na categoria de ficção, o filme “The Wall” consagrou-se o

vencedor. Além disso, a realizadora francesa Andra Tévy le-vou para casa o prémio “Favorito do Público”.

“Come the light”, de Chao Koi Wang, venceu o concurso na categoria “Identidade Cultural de Macau”. O realizador lo-cal subiu duas vezes ao palco do Teatro D. Pedro V dado que também recebeu o prémio patrocinado pela Fundação Oriente (“Best Local Entry”), no valor de 10 mil patacas.

A melhor curta de animação foi para Julien Dykmans com “The Mechanical Waltz”, que também valeu à realizadora francesa a distinção de “Best in Event”, patrocinada pelo BNU, no valor de 20 mil patacas.

Já a realizadora belga Naya Kuu assinou o melhor docu-mentário, com “A Journey”. Na última categoria, venceu “AD REM” do polaco Bartosz Kruhlik considerada a melhor curta--metragem de “Publicidade”.

Em relação ao concurso “Volume”, que distinguiu os me-lhores videoclips, o produtor local “Ao Ieng Weng Fong” foi o grande vencedor com a música “Sleepwalker”.

De acordo com Lúcia Lemos, directora do evento e coorde-nadora da “Creative”, o “balanço foi muito positivo”.

“O teatro foi um espaço bem escolhido porque veio muita gente. Chineses, japoneses, coreanos, e estrangeiros foram lá para ver o edifício e muitos ficaram para a ver as sessões e votar. Foi uma interacção mesmo muito interessante”, consi-derou Lúcia Lemos ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

O Centro de Estudos dos Países de Língua Portuguesa da Univer-sidade de Economia e Negócios

Internacionais, em Pequim, organizou o sétimo seminário “Macau e o Intercâm-bio sino-luso-brasileiro”. De acordo com a edição online do “Diário do Povo”, através da estratégia “Uma Faixa, Uma Rota”, Macau tem agora a oportunidade de inovar as suas estratégias enquanto plataforma de cooperação, desempe-nhando um papel mais relevante en-quanto “elo de ligação entre a terra de Confúcio e o mundo de Camões”.

Presente no evento, o presidente do Instituto Internacional de Macau, re-cordou a necessidade de reafirmar o papel de Macau como Centro Mundial

de Turismo e Lazer, com especial desta-que para os casinos, além de fortalecer a RAEM enquanto centro de formação avançada na China e plataforma de ne-gócios e cooperação entre a China e os países lusófonos.

Jorge Rangel recordou ainda que o território tem desempenhado um papel importante na formação de quadros, administração pública, turismo, saúde, recursos humanos, ciência e tecnologia, cinema, televisão e rádio, entre outras áreas.

Para Jorge Rangel, o facto de Macau ter o Português como uma das suas lín-guas oficiais gera oportunidades únicas para o conhecimento entre a China e os países lusófonos, favorecendo a execu-

ção da política “Um país, dois sistemas”. Durante a iniciativa, Severino Ca-

bral, um dos maiores especialistas bra-sileiros em assuntos relacionados com a China, destacou a importância de uma maior inovação nas políticas de Macau para acompanhar as mudanças no mun-do, mas, sobretudo, aquelas em curso na China e no Brasil. “A nova realidade chinesa exigem um modelo pautado na inovação, abertura e cooperação”, frisou o professor brasileiro.

Augusto César Batista de Castro, Primeiro Secretário da Embaixada do Brasil na China também reconheceu a importância “fundamental” da RAEM enquanto ligação entre a China e os paí-ses lusófonos.

“Plataforma” na rota da inovaçãoO papel de Macau e o intercâmbio sino-luso-brasileiro estiveram em destaque num seminário organizado em Pequim pelo Centro de Estudos dos Países de Língua Portuguesa da Universidade de Economia e Negócios Internacionais

CINEMA ALEGRIA RECEBE HOJE ÚLTIMA SÉRIE DE EXIBIÇÕES

Festival de curtas conquistou muito público

A directora do evento admitiu mesmo que não estava à espera de um feedback tão positivo. “Gostei mesmo muito. Até pensei que não ia haver muito público mas toda a equipa ficou impressionada. Demos vida ao espaço e foi bom para todos”, teceu.

O Cinema Alegria exibirá hoje os filmes finalistas nas cate-gorias de “Documentário” e “Identidade Cultural de Macau”, depois de ontem terem sido apresentados, pela primeira vez no mesmo espaço, as curtas-metragens das restantes três cate-gorias. C.A.

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DESFILE POR MACAU, CIDADE LATINA

Multiculturalidade festejada por milharesDas Ruínas de São Paulo à Praça do Tap Seac, o “Desfile por Macau, Cidade Latina” atraiu, segundo a organização, 100 mil visitantes numa tarde com muita cor, animação e música

Cultura e Património numa “viagem de luz”Foi ontem inaugurado o primeiro Festival de Luz de Macau que vai destacar 11 pontos turísticos. Alexis Tam frisou que a iniciativa reflecte “de forma abrangente” as características do encontro entre culturas e o “charme” do património

Decorreu ontem a inauguração oficial do Festi-val de Luz de Macau que inclui espectáculos de vídeo mapping a 3D, instalações lumino-

sas e jogos interactivos em 11 pontos turísticos. O festival funciona das 19:00 às 22:00, até 31 de De-zembro.

O espectáculo familiar de vídeo “mapping” a 3D projecta quatro famosos monumentos históricos, de-monstrando “o ambiente cultural chinês e ocidental de Macau”.

Foram instalados ainda cinco jogos interactivos com o objectivo de tornar mais “alegre” a experiên-cia dos visitantes. Na Santa Casa da Misericórdia está a “Corrida de Bicicleta” e “Domar a Rena Ru-

doplph”. No templo de Á-Má surge o “Pedido de Benção na Noite Estrelada”, onde os turistas ou resi-dentes podem escolher votos de bênção e introduzir o seu nome, que serão depois projectados na fachada do tempo. No jogo “Dança Pequena fada!”, no Largo de Santo Agostinho, os visitantes podem-se disfar-çar-se de uma borboleta que sai do casulo.

Na cerimónia de inauguração, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura referiu que “independen-temente da escala, da forma de exibição e do progra-ma dos eventos, eles reflectem de forma abrangente as características do encontro das culturas oriental e ocidental e o charme do Património Mundial, desen-volvendo, assim, uma maior sinergia”.

O “Desfile Por Macau, Cidade Latina” decorreu ontem com “casa cheia”. As ruas do terri-

tório encheram-se de visitantes curio-sos para verem desfilar as mais de 50 associações, coros musicais e grupos de dança locais, da China Continen-tal, da América Latina e da Europa que espalharam, ao longo de todo o percurso, muita animação e música.

O tema deste ano “Paz, Amor e Integração Cultural” materializou--se no guarda-roupa dos grupos, sem esquecer o “cunho” cultural caracte-rístico do país ou região que estavam a representar, através de uma expe-riência que reuniu mais de 1.500 par-ticipantes oriundos de vários países e regiões.

Como o Instituto Cultural (IC) já tinha informado, o desfile deste ano incluiu, nalguns pontos-chave do per-curso, a instalação de figuras conce-bidas por três designers locais e que conferiram um ambiente diferente ao evento. As Ruínas de S. Paulo repro-duziram um cenário que remeteu para os Descobrimentos, com a presença de barcos desenhados pelo designer Erik Fok, enquanto que o amor este-ve patente na Travessa da Paixão com as figuras do “Senhor Kiss” pensadas pelo artista Un Chi Wai. Próximo da recta final, a Calçada da Igreja de S. Lázaro foi invadida pelas “bactérias loucas” que despoletaram pequenas actuações de dança e música.

Durante todo o desfile, Macau re-velou as suas características culturais únicas ao mesmo tempo que foi o pal-co para a mostra de uma multicultu-ralidade além-fronteiras, sustentada na dança e na música.

De acordo com o presidente do Instituto Cultural (IC), Ung Vai Meng, trata-se de “um dia muito especial porque é uma celebração muito im-portante e o objectivo é acolher cada vez mais público”.

Numa experiência de partilha e troca cultural, Ung Vai Meng conside-rou, no final do Desfile, que “este de-safio é importante também para pro-mover o Centro Histórico de Macau a todo o mundo”.

A segunda novidade deste ano

envolveu a colocação de bancadas na praça do Tap Seac onde o público teve a oportunidade de ver todos os grupos performativos subirem ao pal-co. O grupo francês Herbert’s Dream criou uma atmosfera mágica com lâmpadas gigantes a quatro metros de altura e os “Plasticiens Volants”, trou-xeram os seus balões gigantes com o tema “Sonho das crianças”.

Com o mesmo orçamento (16 mi-lhões de patacas) do ano passado, a

parada latina sofreu algumas altera-ções e melhorias. O presidente do IC indicou que a organização optou por cortar na recepção para os convidados VIP’s e, por outro lado, enriquecer o espectáculo.

“Cortámos no interior para não termos de cortar no orçamento do espectáculo”, isto é, “no ano passado pedimos a um hotel para se encarre-gar do ‘catering’ mas, este ano, deci-dimos cortar nessa despesa”, explicou

Ung Vai Meng. Aos jornalistas, o presidente do

IC garantiu que este é “com certeza” um evento para continuar seguindo a mesma dimensão e o mesmo modelo. “Macau é pequeno, tem 600 mil habi-tantes, mas Macau tem quatro séculos de intercâmbio, não só com Portugal, mas com o mundo ocidental. Macau é uma chave que abre muitas portas, entre a China e a Europa”, afirmou.

C.A. FO

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 201510 JTM | LOCAL

Inês Almeida

TRANSFERÊNCIA DE SOBERANIA NA ORIGEM DA MUDANÇA

A preocupação “tardia” com a identidade macaenseO despertar para a necessidade de discutir as especificidades da comunidade foi tardio. Foi esta uma das conclusões do debate sobre a identidade macaense que decorreu ontem à tarde no Instituto Politécnico de Macau. Para Miguel de Senna Fernandes, na origem do problema está o facto de a consciência da importância da preservação da identidade ter surgido apenas após o estabelecimento da RAEM

A questão foi levantada por Gilberto Camacho, mas pairava na mente de mui-

tos dos participantes do III Co-lóquio dos Macaenses - “O tes-temunho para o futuro”: Se não tivesse acontecido a transferência da soberania de Macau de Portu-gal para a China, haveria a neces-sidade de discutir o que caracteri-za a identidade macaense?

“Muito provavelmente não porque isto é uma manifestação da nossa ligação à portugalidade. O facto de Macau já não estar sob administração portuguesa deixa--nos à mercê de nós próprios”, res-pondeu Miguel de Senna Fernan-des, em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Deste modo, explicou o pre-sidente da Associação dos Ma-caenses (ADM), organizadora do colóquio, “a comunidade tem que saber usar os seus meios para fa-zer valer pontos de vista e ama-durecer em termos de atitude comunitária”. “Se, no passado, mais ou menos nos ancorávamos a Portugal, hoje estamos por nossa conta e temos que nos fazer valer. Isto demonstra inequivocamente consciência da maturidade desta comunidade”.

Esta preocupação “tardia” foi mencionada por diversos inter-venientes na sessão, incluindo Beatriz Basto da Silva. “Estamos a começar a fazer isto com muito atraso e porque estamos em perigo de perder o nosso espaço de mani-festação da cultura”, frisou.

Para que tal não aconteça, su-geriu, “temos de nos identificar, conhecermo-nos uns aos outros e, para isso, são importantes es-tes eventos. Pena é que não esteja mais participado. Critico a ausên-cia de muitos macaenses que são capazes de concordar connosco na rua, até são capazes de se exaltar por não haver uma identidade, mas nestes momentos não apare-cem”, lamentou a investigadora.

Beatriz Silva considera, por isso, que “não há uma falta de preocupação com as questões [da identidade], há indiferença, por-que as pessoas ainda não se cons-ciencializaram de que a sua condi-ção de macaenses está em perigo”.

O mesmo reparo foi feito por Marta Silva. “Há pouca gente a aderir a estes eventos e à discus-são sobre estas matérias”.

Apesar disso, Miguel de Senna Fernandes faz um balanço “extre-mamente positivo” da iniciativa por ter sido despoletado um deba-te “como não se via antigamente”, sobretudo em torno do uso da lín-gua. “Há muitos mitos ligados à língua portuguesa que queríamos desmistificar”, nomeadamente, o facto de a língua já não ser utili-zada.

“Isso é mentira. O Português pode não ser língua útil, a língua de trabalho para muitos macaen-ses mas está sempre lá. Tem um estatuto muito engraçado, ineren-

te a todos os macaenses”, explicou o presidente da ADM, acrescen-tando que um macaense que não fale português tem consciência da necessidade de aprender a língua.

Nesse âmbito, Anabela Ritchie,

que aos 50 anos começou a apren-der a ler e escrever chinês, fez referência à importância de es-tudar as línguas. “Por mais ocu-pados que estejamos, temos que

reservar um bocadinho do nosso tempo para o estudo, porque só estudando podemos conhecer as coisas e isto aplica-se às línguas”.

A antiga presidente da Assem-bleia Legislativa afirmou ainda

que “muitas vezes ouve-se que o macaense fala português, inglês e chinês, mas eu digo que fala, ponto e vírgula, porque o que acontece é que vamos adquirindo

vocabulário mas às vezes estrutu-ralmente somos muito pobres”.

José Basto da Silva fez referên-cia à mesma questão apontando que “o trilinguismo é essencial porque, com as três línguas, es-

tão criadas as condições para ab-sorver a cultura macaense na sua plenitude”.

O afastamentodos jovens

Com o tema “O testemunho para o futuro”, o colóquio cen-trou-se muito na transmissão do que significa ser macaense para os mais jovens que não estiveram muito presentes no encontro.

Elisabela Larrea deu o seu tes-temunho, afirmando que recente-mente tinha estado num chá gor-do onde parecia ser a pessoa mais jovem. “Não havia jovens ne-nhuns. Isso é preocupante. Acho que temos que pensar em como este conhecimento da cultura para os mais jovens”.

A mesma opinião foi mani-festada por Violeta Couto do Ro-sário. “Há falta de interesse dos mais novos. Podia divulgar-se mais este género de actividades e podiam haver outras em chinês também. Talvez alguns jovens te-nham problemas em expressar-se em português, mas o problema, se calhar, está no facto de os jovens não sentirem necessidade de se identificar como macaenses”.

António Monteiro partilha da mesma opinião, afirmando que “os jovens deviam saber mais sobe a cultura. Precisam de ver, nave-gar, conversar com os mais velhos, porque é neles que está a história. As associações de jovens podem fazer muito por isso”, sugeriu.

Fazendo o contraponto da su-posta falta de interesse das ge-rações mais novas pela cultura macaense, Mariana Pereira, uma das jovens presentes, afirmou que “nem todos os jovens estão desin-teressados. Penso que é importan-te perceber como está a nossa co-munidade”.

No entanto, criticou, “a comu-nidade mais velha é muito fecha-da”. “Tentei integrar várias asso-ciações e não me deixaram. Além disso, gostaria de aprender patuá e não encontro ninguém disponí-vel para ensinar”, apontou.

Miguel de Senna Fernandes diz ter feito a sua parte. “Desde que as minhas filhas são pequenas, sem-pre ouviram falar sobre a comuni-dade macaense”. A questão agora, frisou, “é saber o que as minhas filhas vão fazer com os filhos de-las. Este problema não é só para a nossa geração, é para a que vem a seguir. A pertinência está mesmo aí. Como é que os jovens pais vão discutir isto com os filhos?”.

Ontem foram ainda apresen-tados os resultados provisórios do inquérito relativo à percepção que a comunidade macaense tem da sua própria identidade. Até ontem à tarde tinham sido obtidas 413 respostas vindas de 23 países e regiões. O questionário lançado em português, chinês e inglês vai continuar a ser feito até dia 15.

Miguel de Senna Fernandes e José Basto da Silva

Anabela Ritchie

Beatriz Basto da Silva

António Monteiro Gilberto Camacho

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 JTM | LOCAL 11

TRANSFERÊNCIA DE SOBERANIA NA ORIGEM DA MUDANÇA

A preocupação “tardia” com a identidade macaenseO despertar para a necessidade de discutir as especificidades da comunidade foi tardio. Foi esta uma das conclusões do debate sobre a identidade macaense que decorreu ontem à tarde no Instituto Politécnico de Macau. Para Miguel de Senna Fernandes, na origem do problema está o facto de a consciência da importância da preservação da identidade ter surgido apenas após o estabelecimento da RAEM

ASSOCIAÇÃO DOS MACAENSES ORGANIZOU A TERCEIRA EDIÇÃO ANUAL DO COLÓQUIO

Inovar e reinventar numa nova realidadeDiscutir a identidade é uma perda de tempo? Quais são os ideais da essência macaense que serão transmitidos às gerações futuras? As questões linguísticas e a adaptação da comunidade num território também ele diferente foram alguns dos pontos chaves abordados durante a terceira edição do Colóquio dos Macaenses

A terceira edição do Colóquio dos Macaenses visou, acima de tudo, discutir a identidade da comunidade e, através dela, per-ceber as actuais condições e estratégias que poderão ser postas

em prática para garantir a continuidade das gerações. No entanto, foi neste ponto que se ouviram opiniões diversas na me-

dida em que a “comunidade macaense depara-se com vários desafios porque a própria vida em Macau diversificou-se”, considerou Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses (ADM), e responsável pela organização do colóquio que decorreu no sábado e ontem no Auditório do Instituto Politécnico de Macau (IPM).

No seguimento de uma apresentação em que traçou uma perspec-tiva futura recorrendo aos antepassados da comunidade, Gilberto Ca-macho, filho da terra licenciado em Engenharia Informática, defendeu a tese que “a cultura macaense só consegue sobreviver se a soubermos alimentar, cuidar e não cortar a ligação com o português”.

Porém, sublinhou que a união é fundamental para que a juventude tenha as ferramentas necessárias para passar a mensagem. “O macaen-se carece de união. Deveria ser mais unido e apoiar mais o outro, ao contrário de desconfiar ou achar que não é capaz”, considerou.

Trabalhar nesse sentido e aceitar as mutações da civilização e da própria essência macaense foram alguns dos pontos focados pela rea-lizadora Elisabela Larrea, que subiu ao púlpito para apresentar estra-tégias sustentadas na inovação e renovação da cultura com base na in-tegração. A chave para a manutenção da comunidade está na mutação da mesma e, por isso, chegou o tempo “de pensar nas fronteiras”, de-fendeu.

“Falamos em unidade mas referimo-nos aos macaenses de cá e aos macaenses de lá fora. Falamos em continuidade mas recusamos a evo-lução. Falamos em elevar a nossa comunidade mas mantemos estáti-cos. Para elevar a nossa identidade precisamos de inovar e reinventar a nossa cultura”, disse Elisabela Larrea, alertando para o risco de “ex-tinção” se as actuais gerações não tiverem a noção de que as condições alteraram-se.

“Estipulamos que, para a nossa comunidade sobreviver e para as novas gerações continuarem, têm de falar português. Se jovens macaen-ses querem manter a sua identidade ou traçar o seu próprio caminho porque não apoiá-los, ao invés de colocar obstáculos? Vamos caminhar para a extinção se não aceitarmos que os tempos mudaram”, finalizou.

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Definição em “constante mutação”

André Ritchie considera que a discussão sobre a questão da identidade macaense é positiva desde logo pela necessidade de “renovar ideias”. “É uma discussão que nunca tem respostas mas que faz parte da natureza da definição de ser macaense, até porque, sempre que alguém tenta definir encontra-se algum exemplo que poderá pôr em causa a definição”, referiu ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, acrescentando que “ainda bem que é assim porque há muita diversidade, ou seja, não há homogeneidade cultural”. “É uma definição que está em constante mutação. Costumo dizer que o que era ser macaense no tempo dos meus avós não é o mesmo que é nos dias de hoje”, afirmou, ao salientar que “a visão é diferente” porque a paisagem humana e urbana também muda. Para Maria Helena, participar no colóquio foi importante por se “discutir uma situação muito delicada”. “Nós, macaenses, estamos a desaparecer. É uma realidade que temos de enfrentar”, disse a macaense que saiu do território há 30 anos e vive actualmente em Monte Real.

Carlos Marreiros

Por outro lado, a aposta na aquisição de conhecimentos da história da cultura macaense foi igualmente considerada como uma estratégia a seguir e um elo fundamental para as futuras gerações. Manter a iden-tidade macaense não está só na “compreensão da nossa cultura para poder ser transmitida às gerações futuras”, defendeu José Luís Pedruco Achiam, um dos oradores do colóquio, ao citar um estudo no qual se baseou para apresentar o seu ponto de vista.

“Para garantir a continuidade de uma geração é necessário que cada casal tenha, pelo menos, dois filhos. Com menos, a cultura cairá. À me-dida que a população diminui, a cultura segue o mesmo ritmo. É im-portante considerarmos que, se nos focarmos só em transmitir a nossa linguagem, modo de vida ou gastronomia para as próximas gerações a quem iremos passar se não trabalharmos para isso?”, questionou.

Sem vergonha de usar várias línguas

No outro lado da balança pesou também a importância de abraçar a introdução de outros idiomas para além do português entre a comu-nidade macaense. “A juventude enfrenta problemas linguísticos”, e “a língua passou a ser um problema que as pessoas decidiram ignorar”, indicou Miguel Senna Fernandes.

Já o arquitecto Carlos Marreiros, que esteve na audiência, destacou que “o ensino é fundamental mas tem de ser descomplexado”, isto é, “há que ter em conta a realidade de Macau”.

“Vocês [oradores] estão a falar várias línguas de forma desinibida e isso para mim é fundamental. (...) Fiquei feliz pelo facto de não falarem só em português, mas antes utilizarem várias línguas. Não podemos ser saudosistas. A realidade é esta e as pessoas têm que entender. Mesmo que os macaenses não utilizem o português como língua, Portugal é, entre outros, uma referência civilizacional e sentido de liberdade - até para muitos chineses de Macau -, entre outros”, sustentou.

Nesta linha, Carlos Marreiros concluiu que a sobrevivência dos ma-caenses como um todo deve-se também por serem bilingues ou trilin-gues. “A comunidade macaense teve sempre um sentido de adaptabili-dade para resolver o problema que é característico de uma comunidade crioula, digamos, mas inserida numa sociedade forte. Claro que somos orgulhosos e que também existe a tal falta de união mas, uma das razões pelas quais conseguimos sobreviver é porque utilizamos várias línguas. Não tenhamos vergonha”, apontou.

tão criadas as condições para ab-sorver a cultura macaense na sua plenitude”.

O afastamentodos jovens

Com o tema “O testemunho para o futuro”, o colóquio cen-trou-se muito na transmissão do que significa ser macaense para os mais jovens que não estiveram muito presentes no encontro.

Elisabela Larrea deu o seu tes-temunho, afirmando que recente-mente tinha estado num chá gor-do onde parecia ser a pessoa mais jovem. “Não havia jovens ne-nhuns. Isso é preocupante. Acho que temos que pensar em como este conhecimento da cultura para os mais jovens”.

A mesma opinião foi mani-festada por Violeta Couto do Ro-sário. “Há falta de interesse dos mais novos. Podia divulgar-se mais este género de actividades e podiam haver outras em chinês também. Talvez alguns jovens te-nham problemas em expressar-se em português, mas o problema, se calhar, está no facto de os jovens não sentirem necessidade de se identificar como macaenses”.

António Monteiro partilha da mesma opinião, afirmando que “os jovens deviam saber mais sobe a cultura. Precisam de ver, nave-gar, conversar com os mais velhos, porque é neles que está a história. As associações de jovens podem fazer muito por isso”, sugeriu.

Fazendo o contraponto da su-posta falta de interesse das ge-rações mais novas pela cultura macaense, Mariana Pereira, uma das jovens presentes, afirmou que “nem todos os jovens estão desin-teressados. Penso que é importan-te perceber como está a nossa co-munidade”.

No entanto, criticou, “a comu-nidade mais velha é muito fecha-da”. “Tentei integrar várias asso-ciações e não me deixaram. Além disso, gostaria de aprender patuá e não encontro ninguém disponí-vel para ensinar”, apontou.

Miguel de Senna Fernandes diz ter feito a sua parte. “Desde que as minhas filhas são pequenas, sem-pre ouviram falar sobre a comuni-dade macaense”. A questão agora, frisou, “é saber o que as minhas filhas vão fazer com os filhos de-las. Este problema não é só para a nossa geração, é para a que vem a seguir. A pertinência está mesmo aí. Como é que os jovens pais vão discutir isto com os filhos?”.

Ontem foram ainda apresen-tados os resultados provisórios do inquérito relativo à percepção que a comunidade macaense tem da sua própria identidade. Até ontem à tarde tinham sido obtidas 413 respostas vindas de 23 países e regiões. O questionário lançado em português, chinês e inglês vai continuar a ser feito até dia 15.

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 201512 JTM | LOCAL

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SHAFAR E SHURKHNO GANHARAM A MARATONA

Ucranianos “gelaram” africanosOs atletas da Ucrânia ganharam à vontade as duas principais corridas da Maratona Internacional de Macau, deixando em segundo plano os africanos. Países lusófonos deram nas vistas na Meia

O tempo que se fez sentir na manhã de ontem, com uma temperatura de cerca de 13

graus e vento forte e frio, terá deitado por terra a provável estratégia africa-na para mais uma Maratona Interna-cional de Macau.

Os representantes dos países de África, mais concretamente quenia-nos e etíopes, já não perdiam a com-petição masculina da RAEM desde 2010 e tudo apontava para que, nos tempos mais próximos, fosse muito difícil parar a armada africana.

Mas a surpresa aconteceu, com os dois atletas convidados da Ucrânia a dominaram as duas corridas, mascu-lina e feminina, acabando por não ter sequer grande oposição por parte dos principais adversários, que parece te-rem “congelado” em virtude do frio que se fazia sentir na madrugada de sábado para domingo.

Assim, Vitaliy Shafar e Olena Shurkhno, agradeceram o frio e foram lá para a frente desde os primeiros quilómetros.

No que diz respeito à categoria masculina, Vitaliy Shafar trazia um excelente tempo pessoal (2.09.53), tendo acelerado bem cedo na mara-tona, o que terá surpreendido o con-tingente africano, desfalcado do ven-cedor das duas edições anteriores, o queniano Julius Kiplimo Maisei. Até a própria organização ficou surpreen-dida pela ausência do queniano, uma vez que a sua inscrição estava feita e o atleta era esperado na largada do Es-tádio da Taipa.

Kiplimo não apareceu, por razões não totalmente esclarecidas, tendo o seu agente informado a organização já na partida e tentado “impingir” um outro atleta queniano, que não se en-contrava inscrito, entretanto rejeitado pelos responsáveis da prova.

Enquanto isto, lá estava na largada o segundo classificado de 2014, tam-bém do Quénia, Domionic Kangor, que passava assim a ser o “alvo a aba-ter” por parte dos restantes principais candidatos, assim como o terceiro, o compatriota Duncan Koeche.

Aos poucos, quilómetro a quiló-metro, Vitaliy Shafar foi-se desenven-cilhando dos rivais e foi precisamente Dominic Kangor o que acompanhou durante mais tempo o ucraniano.

A passada de Vitaliy dava a en-tender que poderia haver surpresa na maratona deste ano e isso aconteceu mesmo à chegada ao estádio, com o fundista que veio do frio a cortar a meta com um minuto e um segundo de diferença em relação a Kangor, o que diz bem da superioridade de Vi-taliy Shafar, que fechou a prova com o tempo de duas horas, 14 minutos e 44 segundos, ficando a dois minutos e um segundo do recorde do percurso.

Dominic Kangor ainda tentou ace-lerar nos derradeiros quilómetros, mas o ucraniano “manteve-se fresco” até ao fim.

O queniano registou 2.15.45, ape-nas menos um segundo do que o ter-

ceiro posicionado, o etíope Abraraw Misganaw.

Seguiram-se quatro homens do Quénia, de quem se esperava, à prio-ri, que integrassem também o lote dos principais protagonistas da Maratona.

No final da corrida, Vitaliy Shafar estava satisfeito por conseguir a se-gunda vitória da carreira, desde que decidiu enveredar pelas provas de fundo: “Estou muito contente com este título em Macau, que é o meu se-gundo, depois da vitória em Varsóvia em 2006”.

O ucraniano alinhou pela primeira vez em Macau e gostou do percurso: “É muito bonito, com as pontes e os locais à sua volta. Claro que as pon-tes e os túneis fazem a diferença no final, mas Boston, por exemplo, tem subidas bem mais complicadas. O pior hoje (ontem) foram as condições climatéricas. Mesmo assim arranquei rápido e desde cedo deixei de contar com vários adversários, que poderiam ter-me acompanhado mais tempo e ajudado a impor o ritmo. Há muitas curvas e perde-se a velocidade, mas consegui ganhar.”

Boa corrida fizeram os estrean-tes vindos de Portugal, Tiago Silva e Miguel Quaresma, que não se larga-ram até aos derradeiros metros, tendo sido Tiago a cortar primeiro a linha de meta, em oitavo, com 2.28.58, logo seguido pelo compatriota, que perdeu algum terreno na parte final, fechan-do com 2.29.18.

O melhor atleta de Macau foi Kuok Chi Wai, em 11º (2.37.49).

Olena dominadora

Na prova destinada às senhoras, a Ucrânia deu igualmente nas vistas, e

com Olena Shurkhno a conseguir uma maior diferença do que o seu compa-triota da corrida masculina, isto em relação à segunda classificada, a que-niana Ruth Wanjiru Kuria, quarta em 2014, que cortou a linha de meta com 2.36.13, contra 2.33.24 da primeira classificada.

A terceira veio da Etiópia, Ayelu Abebe Hordofa (2.36.49), à frente de duas norte-coreanas, kum Hui Rim e Un Ok Jo.

No final, Olena Shurkhno reco-nhecia que as emoções eram muitas: “Estou muito contente e com emoções várias pelo facto de ter sido campeã aqui em Macau. A prova correu-me bem e o percurso não é fácil. É um de-safio por causa das pontes e por baixo delas. O tempo esteve difícil, estava frio e vento, mas de uma forma geral correu tudo bem”.

A única atleta de Portugal, Luisa Manuela Oliveira, também ela uma estreante nestas andanças asiáticas, terminou em 12º (2.56.10), enquanto que Hoi Long, de Macau, se cotava como a 15ª (3.00.36).

Países da lusofonia

destacam-se na MeiaOs atletas lusófonos estiveram

entretanto em grande plano na Meia Maratona, ocupando os quatro pri-meiros lugares.

O título pertenceu à portuguesa Carla Gabriela Martinho, com a marca de 1.18.56, seguida por Crisolita Ro-drigues Silva, de Cabo Verde (1.29.50), Djamila Correia Tavares, de São Tomé e Príncipe (1.32.34) e Natércia Xime-nes Maia, de Timor Leste (1.32.58).

A atleta de Macau, Yang Yang Wu foi quinta (1.33.19).

Nos homens o mais rápido foi o queniano Joseph Ngare (1.05.19), à frente do cabo-verdiano Nelson Ne-ves da Cruz (1.07.56), de outro atleta do Quénia, David Mutai (1.08.06) e do português Bruno Ramos da Silva (1.08.24).

Também uma referência à Mini, integrada por “gente famosa”, desde logo a portuguesa Rosa Mota, antiga campeã olímpica, que correu ao lado do Secretário Alexis Tam (deu o exem-plo da necessidade de se fazer exercí-cio físico…), de Alex Wong, presiden-te do IACM e José Tavares, presidente do Instituto de Desporto.

José Tavares considerou que a Ma-ratona deste ano trouxe boas surpre-sas: “Não se esperava que os atletas da Ucrânia pudessem bater os africa-nos. Talvez se o vencedor do ano pas-sado tivesse comparecido a luta tives-se sido diferente. Para os ucranianos foi bom, vitórias destas têm outro sa-bor. Talvez a chuva que caiu no início tenha condicionado a corrida”.

De referir que a Maratona Interna-cional do território, há vários anos pa-trocinada pela Galaxy, teve desta feita algumas alterações no percurso, pas-sando pelo Campus da Universidade, na Ilha da Montanha e pelo Templo de A-Má, aqui celebrando o aniversário do reconhecimento, pela UNESCO, da inscrição do Centro Histórico de Macau como Património Mundial.

Relativamente aos prémios, os vencedores da maratona, Vitaliy Sha-far e Olena Shurkhno, arrecadaram cheques de 25 mil dólares americanos cada um, 20 mil pelo triunfo e mais 5 mil de bónus, por terem feito tempos inferiores, respectivamente, a 2.16 e 2.35.

Vítor Rebelo

Olena Shurkhno e Vitaliy Shafar conseguiram dupla vitória para a Ucrânia

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 JTM | DESPORTO 13

LIGA PORTUGUESA

Porto e Sporting passaram dificuldadesSetúbal pesca farta no Restelo, “Dragão” apanha um susto com Paços e Sporting passa à tangente na Madeira

Esta décima segunda jornada, embora com apenas quatro jo-gos realizados até ao momento,

já deu algum “pano para mangas”, principalmente pela grossa pescaria do Setúbal no Restelo (três golos sem resposta o que provocou de imediato a contestação a Sá Pinto…) e o susto que os “dragões” apanharam no seu redu-to, ao ver um Paços de Ferreira emper-tigado chegar à vantagem logo aos 8 minutos de jogo e ter de esperar 21 mi-nutos para festejar o golo da igualdade apontado por Corona.

Viu-se que o FC Porto, pese todo o caudal de jogo ofensivo que posa produzir, todas as “variantes” que Lo-petegui possa introduzir no esquema táctico, é lento nos processos de jogo, previsível no que vai fazer e não tem o homem com o feeling do golo, passada que parece estar a fase alta de Abou-bakar.

Na verdade, o processo de finali-zação do Porto é fraco e quando o seu meio campo não acelera, não produz, os riscos dos “sustos” são maiores. Não se esperava outra coisa que não fosse um Paços de Ferreira bem arrumado no seu meio campo e à espreita do contra--ataque. Cumpriu essa missão e quase no final, ia provocando o “mini-escân-dalo”, com Bruno Moreira a chegar tar-de a um cruzamento.

Inegável o muito maior número de

Costa Santos Sr.*Exclusivo para o JTM

FUTEBOL EUROPEU

Mourinho soma oitava derrota

ataques dos donos da casa, mas não menos inegável o elevado grau de pon-taria desafinada. Por isso, valeu a gran-de penalidade assinalada ao minuto 62, graças a um erro hilariante entre Ma-rafona e Marco Baixinho, com Layún a não falhar.

Contam os três pontos, mas há quem não tenha saído satisfeito do Dragão.

Para fechar a noite, o Sporting con-seguiu, nos Barreiros, a sua sexta vitó-ria consecutiva e, mais uma vez, sem sofrer golos.

Foi uma partida algo complicada para os leões – sem Slimani, a cumprir castigo e Teo Gutierrez lesionado – que só se fixou aos 54 m, numa jogada de

ataque bem urdida pelo flanco direito, por João Mário e passe atrasado para Adrien que não errou o alvo. A reacção do Marítimo aconteceu mas, apenas por uma vez Rui Patrício foi chamado a intervir - grande defesa, note-se - para suster um remate de Dyego Souza.

Mantida, desta maneira e em terre-no difícil, a vantagem leonina sobre o FC Porto e Benfica.

No Restelo, a teoria não apontava para nada do que aconteceu, graças à exibição (embora estritamente defensi-va) dos “azuis”, em Alvalade.

Desta vez, o Belenenses atacou mui-to, teve muito mais posse de bola, mas em tudo o que fez superior ao adver-

sário, foi em quantidade e nunca em qualidade.

Carlos Martins, apesar de conti-nuar a ser o “motor” da equipa, já não tem a “leveza” de outros tempos”, o discernimento da há uns anos e, cla-ro, a frescura física que lhe permitia durar todo o tempo de jogo e se tem um adversário com dois ou três ele-mentos que fazem da velocidade a sua arma, compreender-se-à que Suk tenha marcado logo ao quarto de hora de jogo e aos 18 minutos André Horta aumentasse a vantagem. Pronto: com dois golos sofridos, o Belenenses fi-cou “condenado”. O segundo tempo confirmou isso mesmo e voltou a ser Tuk – aos 60 minutos – a dar maior volume à diferença.

Na sexta-feira, a abrir a jornada, na Luz, o Benfica não teve grande difi-culdade em “despachar” a Académica com três golos sem resposta – os dois primeiros de grande penalidade, com a primeira a deixar enormes dúvidas - e a selar com um grande golo do “miúdo” Renato Sanchez.

A debilidade total – física, técnica e táctica – dos estudantes estava confir-mada no seu “plano de jogo” : defender bem, muito bem, e ir adiando o mais possível a vantagem do adversário. Só que não terá contado com os erros de-fensivos que provocaram grandes pe-nalidades e a partir do momento que o Benfica a conquistou, nada nem nin-guém acreditava em milagres.

*Jornalista Desportivo em Portugal

Um golo nos Barreiros deu mais três pontos

O Leicester assumiu a liderança isolada da Liga inglesa, ao vencer por 3-0 no campo do Swansea e beneficiando da derrota do Man-

chester City diante do Stoke City e do empate do United em casa frente ao West Ham. Isto num dia em que o Chelsea somou a oitava derrota da época.

O argelino Mahrez foi o herói do Leicester, ao apontar os três golos da vitória. O clube orientado por Claudio Ranieri ficou isolado na liderança tam-bém à custa dos desaires dos rivais de Manchester. O City perdeu por 2-0 na deslocação ao campo do Stoke City, enquanto o United não foi além de um empate caseiro na recepção ao West Ham. Já o Ar-senal venceu o Sunderland por 3-1 e subiu ao se-gundo lugar.

O Chelsea de José Mourinho, que ia dando si-nais de retoma nos últimos tempos, voltou a desilu-dir, desta vez derrotado em pleno Stamford Bridge pelo Bournemouth (golo de Glenn Murray aos 82’), num jogo em que mais uma vez Diego Costa co-meçou no banco de suplentes e só entrou após o intervalo em substituição de Oscar.

Esta foi a oitava derrota dos blues, que deixam a equipa num modesto 14.º lugar. “É um proble-ma se os nossos jogadores não são capazes de dar o máximo todos os dias. Se analisarmos jogo a jogo, percebemos que alguns sentem dificuldades em ser consistentes. Antes deste jogo era realis-ta pensar que tínhamos qualidade para lutarmos pelo quarto lugar, agora talvez devamos pen-

sar num lugar entre os seis primeiros”, admitiu Mourinho.

CR7 marca Em Espanha, e depois da polémica eliminação

na Taça do Rei por utilização indevida de Chery-shev, o Real Madrid não teve dificuldades em go-lear o Getafe por 4-1, numa partida em que houve cânticos a pedir a demissão de Florentino Pérez e Rafa Benítez. Cristiano Ronaldo contribuiu com um golo e uma assistência, num jogo onde Benzema foi o grande herói ao bisar. Gareth Bale também assi-nou um golo.

O Barcelona manteve a liderança, mas empatou a um golo na deslocação a Valência (Gary Neville, que rendeu o português Nuno Espírito Santo, viu o jogo na bancada; a equipa foi orientada pelo adjun-to Voro). Suárez colocou os catalães em vantagem aos 59’, mas já muito perto do final Santi Mina fez a igualdade.

Na liga alemã, o Bayern sofreu a primeira der-rota da época no campeonato, ao perder por 3-1 no terreno do B. Moenchengladbach. O sueco Oscar Wendt inaugurou o marcador aos 54’, Stindl au-mentou a vantagem aos 66’ e dois minutos depois Fabian Johson fez o 3-0.

Os tricampeões alemães, que somavam 13 vitó-rias e um empate, reduziram aos 81’, por Frank Ri-béry, que entrou aos 75 minutos, pondo fim a uma ausência de quase nove meses devido a lesão.

Leicester treinado por Claudio Ranieri venceu e beneficiou dos desaires dos clubes de Manchester para se isolar na “Premier League”. Chelsea voltou a perder

Diego Costa lutou muito mas sem resultado

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Tel: (853)28373266 Fax: (853)28356483

CONVOCATÓRIANos termos do Artigo 17º dos Estatutos do LABORATÓRIO DE ENGENHARIA CIVIL DE MACAU - LECM, convoca-se a Assembleia Geral para uma reunião ordinária na sede do LECM, na Av. Wai Long Nº 185, Taipa, Macau, pelas 10:30 horas do dia 14 de Dezembro de 2015 (Segunda-feira), com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto um: Discussão e Votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2016

Ponto dois: Discussão e Votação do ajuste das remunerações dos membros dos Corpos Sociais do LECM

Ponto três: Eleição dos Órgãos Estatutários do LECM para o triénio 2016 - 2018

Ponto quatro: Sugestão Temporária

Em caso de falta de quorum, a Assembleia Geral reúne-se 30 minutos depois (11:00 a.m.), em segunda convocatória, nos termos do nº 2 do Artigo 18º, considerando-se validamente constituída qualquer que seja o número de associados presentes e o património associativo representado.

Macau, 18 de Novembro de 2015

A DirecçãoAo Peng KongLau Veng SengTam Lap Mou

CONVOCATÓRIANos termos do artigo 18º dos Estatutos do Clube Náutico de Macau, é convocada a Assembleia Geral ordinária, a realizar no próximo dia 19 de Dezembro de 2015, pelas 15:30 horas na Marina da Doca de Lamau, sita na Avenida Marginal do Lamau, com a seguinte ordem de trabalho: • Apreciação de relatórios e contas da Direcção e parecer do Conselho Fiscal, relativos ao exercício de 2013-2014; • Apreciação e resolução de propostas formuladas pelos Corpos Sociais, apresentadas ao Presidente da Assembleia Geral até à hora de início dos trabalhos.

Se à hora marcada não se encontrar no local o número de sócios a que se refere o nº1 do artigo 21º dos Estatutos, a sessão ora convocada, terá lugar pelas 16:00 horas com qualquer número de sócios presentes, de acordo com o nº2 do mesmo artigo.

Clube Náutico de Macau, aos dia 7 de Dezembro de 2015.

O Presidente da Assembleia Geral,O Man Seng

VENTOS DO NORTE

Jovem com nádegas “generosas”vira sensação na internetRecentemente, Jiang Liming, uma jovem chi-nesa atlética, tem feito furor na internet, não apenas pelas feições atractivas, como pelo seu físico curvilíneo e definido, em especial as suas nádegas, algo “generosas”. Este facto conferi-ram-lhe o estatuto de ser “a única mulher chi-nesa com aptidão para participar no concurso brasileiro Miss Bumbum”. Jiang Liming foi a vencedora do grupo C da competição nacional de biquínis. É também a mulher com melhores atributos de beleza para representar a China a nível internacional. De acordo com a versão portuguesa do “Diário do Povo”, o seu lema não é fácil de traduzir directamente da língua chinesa, mas seria algo como: “A minha bele-za é suficiente, mas faço questão de cuidar do corpo para ser imbatível”. Jiang, fanática do exercício físico, diz querer fazer com que as mu-lheres chinesas obtenham o re-c o n h e c i m e n t o do mundo. Diz o jornal que “no que diz respeito às competições, não sabemos se ela pode ou não participar, mas de uma coisa estamos certos: Jiang está plena-mente confiante em relação à sua silhueta escultu-ral. Prova deste narcisismo pe-culiar (porven-tura justificado), são as inúmeras “selfies” com enfoque na área mais protube-rante da sua compleição físi-ca.”

Detidos três líderes de trabalhadoresNos últimos dias, a polícia chinesa prendeu três líderes dos trabalhadores numa altura em que cresce a agitação laboral no sul da China, um dos centros de produção mais importantes do mundo, revelou no sábado a imprensa de Hong Kong. Zeng Feiyang, director do Centro dos Tra-balhadores de Panyu, foi detido na sexta-feira sob a acu-sação de “reunir uma multidão para perturbar a ordem social”, revelou a “China Labor Bulletin” adiantando que na mesma altura foram detidos Zhu Xiaomei, uma orga-nizadora de trabalho, e He Xiaobo, que dirige um grupo em Foshan que ajuda os trabalhadores acidentados. A notícia ainda não foi confirmada oficialmente.

Contra medidas ‘antidumping’ aos painéisA China pediu à União Europeia para pôr fim às medidas ‘antidumping’ às importações de painéis solares, numa altura em que o bloco vai estudar se as mantêm, dado que expiram, dentro de dias, após dois anos em vigor. O Ministério do Comércio indica que prorrogar a vigência das referidas medidas “prejudicaria os interesses de am-bas as partes”, pelo que espera que a UE acabe com estas políticas “o mais breve possível” para melhorar a relação económica bilateral. “Os painéis solares e os componen-tes relacionados são importantes para o desenvolvimen-to de energias ‘limpas’ e ajudarão os países a cumprir os seus objetivos de redução de emissões na luta contra as alterações climáticas”, afirmou o ministério. A Comissão Europeia (CE) anunciou, este sábado, uma avaliação in-tercalar parcial das medidas aplicáveis às importações de módulos fotovoltaicos de silício cristalino e de células ori-ginárias ou procedentes da China.

Demite-se presidente do terceiro maior bancoZhang Yun, presidente do Banco Agrícola da China, o terceiro maior do país, apresentou a sua demissão por “razões pessoais” apenas um mês depois do anúncio de que as autoridades o investigam por suspeitas de corrup-ção. A demissão de Zhang Yun foi anunciada na noite de

sexta-feira em comunicado, no qual a instituição finan-ceira detalha que o presidente do conselho Liu Shiyu vai ocupar temporariamente o cargo. O Banco Agrícola, que Zhang presidia desde 2009, é um dos “quatro grandes” da segunda economia mundial, a par com o Banco In-dustrial e Comercial (ICBC), o Banco de Construção e o Banco da China, todos estatais.

O cinema é o que está a dar...As receitas do cinema na China bateram este ano um novo recorde ao alcançar, até agora, 40 mil milhões de yuan, um aumento superior a 48%, em comparação com o mesmo período do ano passado. “Trata-se do número mais alto de sempre alcançado pelas bilheteiras nacio-nais”, salientou a agência Xinhua, citando números da Administração Estatal da Imprensa, Publicações, Rádio, Cinema e Televisão. Entre os dez filmes mais vistos cons-ta a produção chinesa “Monster Hunt”, uma comédia de acção e fantasia realizada por Raman Hui, co-director de “Shrek the Third”, que no verão passado se converteu na produção nacional com mais sucesso comercial. Da mes-ma lista fazem parte “Monkey King: Hero is Back”, outra produção chinesa, e filmes estrangeiros como “Furious 7”, “Avengers: Age of Ultron”, “Jurassic World” e “Mission: Impossible-Rogue Nation”.

Iniciada construção do maior parque eólicoA China começou a construir o maior parque eólico do país na ilha de Nanri, na província de Fujian (sudeste), que se prevê que terá uma potência instalada de 400 MW, anunciaram as autoridades locais. Com conclusão prevista para 2018, a estrutura produzirá em torno de 1,4 milhões de quilowatts-hora (kWh), o equivalente a queimar 450 mil toneladas de carvão, segundo números divulgados pela agência Xinhua. Segundo fontes oci-dentais, o “gigante” asiático investiu 89 mil milhões de dólares em energia limpa em 2014, o maior volume entre as nações em desenvolvimento, mas cerca de dois terços da energia consumida no país continuam a assentar no carvão.

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 JTM | ACTUAL 15

GRÉCIAO Parlamento da Grécia aprovou na madrugada de domingo o Orçamento Geral de 2016, o pri-meiro planeado pelo governo de Alexis Tsipras e que após a assinatura do terceiro resgate se cen-trou em impor poupança e cortes, sobretudo em matéria de previdência. A lei seguiu adiante unica-mente com os votos da coligação governamental, formada pelo Syriza e pelos nacionalistas de direi-ta Gregos Independentes, tendo contado com a rejeição de toda a oposição.

VENEZUELAA ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, recebeu no sábado seis ex-presi-dentes de países latino-americanos convidados a acompanhar as eleições legislativas pela oposição, que expuseram na reunião suas inquietações so-bre o pleito que se encontra em curso. Andrés Pas-trana (Colômbia) Jorge Quiroga (Bolívia), Mireya Moscoso (Panamá), Luis Alberto Lacalle (Uruguai) e Laura Chinchilla e Miguel Ángel Rodríguez, am-bos da Costa Rica, reuniram-se com a chanceler venezuelana em Caracas.

ESTADO ISLÂMICOOs Estados Unidos e seus aliados realizaram mais 12 ataques contra alvos do grupo Estado Islâmico no Iraque e 11 na Síria, informaram os militares norte-americanos. Dos ataques no Iraque, sete atingiram cinco unidades táticas do Estado Islâmi-co, 12 edificações e um stock de armas perto de Ramadi, de acordo com um comunicado emitido no sábado.

REINO UNIDOUm homem com uma faca atacou no sábado pelo menos três pessoas no Metropolitano de Londres e feriu gravemente uma delas, informou a Polícia de Londres (MET), que investiga o caso como “um acto terrorista”. Durante o fato, registado na esta-ção de Leytonstone e que foi gravado em vídeo e divulgado na internet, o autor parece gritar “isto é pela Síria”, antes de ser detido pela Polícia.

JAPÃO-IA empresa japonesa Kyocera Korp vai lançar na próxima semana no mercado o primeiro telefone inteligente (‘smartphone’) que pode ser lavado com água e sabonete, anunciou o fabricante. O aparelho, baptizado “Digno Rafre”, será posto à venda a 11 deste mês e integra uma capa imper-meável dentro e fora do “smartphone”, permitindo que se possa lavar à mão.

JAPÃO-IIO Governo japonês anunciou a criação de um de-partamento especial de inteligência antiterrorista destinado a reforçar a segurança do país, com os olhos postos nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. A iniciativa faz parte de uma estratégia do Governo para “aumentar os esforços na prevenção de terrorismo”, esclareceu o ministro porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga, que vai dirigir a nova unidade.

AUSTRÁLIAUm sismo de 7,1 na escala de Richter foi registado nas proximidades das ilhas Heard e McDonald, a oeste da Austrália, no Oceano Índico, informou o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS). Horas depois do abalo não tinham sido reportada a ocorrência de vítimas ou danos materiais nem foi activado o alerta de tsunami na zona, uma das mais propensas a movimentos telúricos.

COREIA DO SULA Coreia do Sul anunciou ontem planos para de-senvolver um avião não tripulado e indetectável por radar destinado a combater os sistemas mó-veis de lançamento de mísseis de médio alcance e de artilharia da Coreia do Norte. O ‘drone’ é um dos 31 projetos de investigação e desenvolvimen-to que o Exército sul-coreano prevê levar a cabo no próximo ano e terminar entre 2017 e 2019, in-formou um porta-voz da Defesa à agência Yonhap.

VOLTA AOMUND

INE cancela estatísticas por falta de pessoal

PORTUGAL

Hotéis e restaurantes certificadospara receber turistas chinesesFoi oficialmente lançada em Portugal a certificação Welcome Chinese, que estabelece regras para hotéis, restaurantes, museus ou lojas poderem acolher melhor os chineses. Foi o Governo da China que criou esta certificação, uma vez que os empresários e turistas chineses não se sentiam bem acolhidos face às diferenças culturais

Luís Reis Ribeiro

Na semana passada, o INE revelou que o inquérito de 2015 à utilização de tecnologias da informação e da comunicação na hotelaria, cujos resultados

seriam divulgados a 3 de Dezembro, teve de ser “cance-lado”. Motivo: “operação suspensa devido a escassez de recursos humanos”.

Com um orçamento de 30,4 milhões de euros neste ano (antes da crise financeira, em 2006, chegou a quase 35 milhões), o INE emprega 639 pessoas (efectivos). Em 2006, apesar de o número de quadros já estar em queda, tinha ao serviço 754 trabalhadores. Menos 16%.

Sem concursos para admitir pessoal, sobretudo mais qualificado, devido à política de garrote nas admissões no sector público dos últimos anos, o INE perdeu 35 traba-lhadores em 2014 (cinco por reforma, 22 por rescisão).

Mas, numa óptica de tesouraria, o INE não agrava o défice público. Pelo contrário, no ano passado teve um ex-cedente de 779 mil euros. O seu orçamento (despesa) foi mais do que compensado por receitas de 31,1 milhões de euros (28,6 milhões vêm do OE das Finanças, 2,5 milhões são receitas próprias).

Apesar da forte contenção orçamental dos últimos

Há estatísticas oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE) a serem canceladas por falta de pessoal, em parte pelo efeito dos cortes orçamentais dos últimos anos.

Aqui há alguns anos (na reali-dade não muitos) uns empre-sários de Macau de origem

chinesa fizeram o “chek in” na recep-ção de um hotel boutique do centro de Lisboa, mas quando chegaram aos quadros voltaram, rapidamente, para trás.

É que, segundo se queixaram, o nú-mero do quarto estava escrito no chão, o que fazia do quarto, um lugar de ce-mitério, logo com um péssimo “feng shui” para a tarefa que ali os trazia de estabelecer contactos, ou mesmo al-guns negócios com os produtores por-tugueses presentes numa grande Feira de produtos agro-alimentares.

Depois de muito conversados, os empresários lá acabaram por entrar nos quartos e, segundo consta, nada lhes sucedeu de mal, antes pelo con-trários até garantiram aos jornalistas terem feito bons negócios.

Mas ficou o exemplo da necessida-de do “receptivo” português, se quiser fazer negócios rendosos, se adaptar a outras culturas.

Outros exemplos, mais banais se-rão a necessidade dos hotéis ter um pequeno-almoço chinês, chaleiras pró-prias para aquecer água para o chá, ou mesmo um canal de televisão em mandarim.

Ora estes foram alguns dos requi-sitos estabelecidos para os hotéis para serem certificados, pela empresa Wel-come Chinese, que em Portugal é coor-denada pela Edeluc, e que foi apresen-tada em Portugal no fim de semana.

Para este evento, de Pequim veio Dai Bin, presidente da China Tourism Academy, entidade que regula o turis-

mo, que falando na cerimónia salien-tou que “Portugal tem uma longa his-tória de relações com a China e hoje é um destino muito popular entre os chineses”, mas enfatizou que “é fun-damental compreender o gosto dos chineses e a indústria turística deve focar-se nos pormenores”.

No mesmo evento, João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, disse que até Setembro, os turistas chineses em Portugal au-mentaram 38%, totalizando 119 mil, e até ao final de 2015 deverão ascender a 150 mil.

“O mercado chinês é de enorme potencial para Portugal e queremos que esteja no top 10 dos mais relevan-tes nos próximos dois anos”, adian-tou o responsável, frisando que o mercado chinês “deverá ser trabalha-do pelas entidades públicas, mas em primeiro lugar pelo sector privado”.

Cotrim de Figueiredo lembrou que o Turismo de Portugal abriu uma delegação em Xangai e lançou uma campanha junto dos dez prin-cipais operadores turísticos chineses, com Cristiano Ronaldo a dar a cara.

“Union Pay” em “teste”Também em bom caminho pa-

rece estar a possibilidade da Unicre portuguesa aceitar os pagamentos dos cartões Union Pay . Desde Julho que foi assinado um acordo com a China Union Pay, no sentido de acei-tar em Portugal pagamentos com o cartão Visa chinês, e Luís Flores, presidente da Unicre, adiantou que “o projecto está em fase “piloto” e o Union Pay já é aceite em “algumas lojas de Lisboa e nuns 15 a 20 hotéis”, mas a perspectiva é “estender, em breve, estas transacções a todos os 70 mil pontos de venda da Unicre”, o que deverá ocorrer em 2016.

A verdade é que os chineses, ca-racterizam-se pelos elevados consu-mos quando viajam no exterior (em Portugal gastaram em média 935 eu-ros cada, em 2014).

Já mais complicado é a solução para o enorme problema de não ha-ver ligações aéreas directas entre Pe-quim, Xangai ou mesmo Guanzhou e Lisboa. O presidente do Turismo de Portugal, disse que “trabalhamos todos os dias para poder, num futu-ro próximo, haver uma ligação aérea directa entre Portugal e a China”, de-claração que tem sido constante em mais de uma década, porém, sem qualquer resultado.

JTM com agências

Dai Bin foi a Lisboa lançara certificação turística

anos, que teve o seu ponto mais duro em 2012, quando o orçamento anual foi cortado para 28,9 milhões de euros, o INE tem continuado a expandir a produção estatística em coordenação com o Eurostat e está muito presente na vida dos portugueses.

Inflacção, défice público oficial (em contabilidade na-cional), taxa de desemprego, crescimento do produto in-terno bruto (PIB) e suas componentes, coeficiente de atua-lização das rendas de casa, esperança média de vida aos 65 anos (usada para calcular o valor das pensões de reforma, censos populacionais, taxa de pobreza, nível de desigual-dade [índice de Gini]) são algumas das estatísticas mais populares e mediáticas que fazem parte do quotidiano dos cidadãos.

Apesar dessa importância, o INE está a adiar algumas operações. Fonte oficial começa por referir que “a insu-ficiência de técnicos superiores que, como é do conheci-mento público, o INE enfrenta, pode reflectir-se negativa-mente, a qualquer momento, na produção e difusão das estatísticas oficiais”.

Ainda assim, “vem desenvolvendo, até agora com sucesso, todos os esforços para que esses reflexos se não repercutam na produção e difusão das estatísticas euro-peias”.

JTM/DN

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 201516 JTM | OPINIÃO

Os jovens e os idosos na políticaLAURENT

CHAN

CARTA DE HONG KONG

Em 22 de Novembro deste ano de 2015, o dia das eleições distritais de Hong Kong andei a “viver” o

acto eleitoral.Fiz a minha base no círculo Lok

Chui de Tuen Mun, com famosos can-didatos tal como Albert Ho (Partido Democrático/PD), Junius Ho Kwan--yiu (pró-Pequim) e Cheng Chung-tai (Civic Passion/CP).

As posições politicas do Partido Democrático e do Civic Passion são muito diferentes. O PD propõe mais negociações com Pequim, e os elemen-tos do CP pensam que não é útil con-tinuar em negociações, portanto, pre-ferem utilizar manifestações de rua e assim esperam mudar a sociedade.

Após ter sido anunciado o resulta-do, houve alguns jornalistas a ques-tionarem Cheng: “não acha que está a desviar votos de Albert Ho?”

Cheng respondeu: “Acho que o pú-blico tem de respeitar as opiniões dos meus eleitores.”

Finalmente, Cheng Chung-tai ob-teve 391 votos, Albert Ho, teve 1.736 votos e Junius Ho, ganhou com 2.013 votos.

É certo que se juntarmos os votos

dos sectores anti Pequim - PD e CP (391 + 1.736 = 2.127) justificava-se a queixa de alguns dos apoiantes do Partido Democrático que condenavam o CP por “desviar votos de Albert Ho” e assim dar a vitória ao partido pró--Pequim que dizem opor.

Os apoiantes de CP explicam que não podem votar no candidato do Par-tido Democrático, Albert Ho, porque eles não concordam com a plataforma do PD. Albert Ho já tem 64 anos, e foi eleito durante duas décadas por esse distrito, embora não seja ali residente. Albert Ho, por seu turno, não com-

preende por que os eleitores jovens o abandonaram devido a esse localismo.

Agora outro assunto: no norte de Hong Kong, como no bairro Iao Hon, em Macau, há muitos comerciantes que fazem a sua vida através da econo-mia paralela.

Leung Kam-shing, um jovem can-didato que regularmente aparece a apoiar o comércio paralelo, também se candidatou às eleições distritais, desta vez contra So Sai Chi do DAB- “The Democratic Alliance for the Betterment and Progress of Hong Kong”.

No final, So Sai-chi obteve 2.481 vo-

tos enquanto Leung ficou a 506 votos (1.975) do primeiro lugar.

Pessoalmente, senti pena que tan-tos eleitores tenham ainda votado no DAB, porque não conseguiu fazer na nossa comunidade, um lugar melhor. Com a concorrência a partir das gera-ções mais jovens, essas “pessoas ido-sas” deverão esforçar-se mais a avan-çarem em projectos comunitários.

As eleições devem ser o caminho para tornar a nossa comunidade me-lhor, não é?*Escritor e tradutor de Hong Kong. Passa a escrever neste espaço às segundas-feiras.

Albert Ho já tem 64 anos, e foi eleito durante duas décadas no círculo Lok Chui de Tuen Mun, embora não seja ali residente

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[ N.º 201512-1 ]

Torna-se público que, nos termos do artigo 29.º do Regulamento Administrativo n.º 5/2014 (Regulamentação da Lei do planeamento urbanístico), a DSSOPT vai proceder-se à recolha de opiniões dos interessados e da população respeitantes aos projectos de Planta de Condições Urbanísticas (PCU) elaborados para as zonas não abrangidas por plano de pormenor mas inseridas nos lotes abaixo indicados:

– Processo N.º: 92A182, Pátio da Pedra nº 13 – Macau;– Processo N.º: 95A056, Terreno junto à Rua de Ferreira do Amaral – Macau;– Processo N.º: 96A050, Terreno junto à Avenida do Comendador Ho Yin (Subestação Macau Norte) – Macau;– Processo N.º: 2004A044, Terreno junto à Avenida do Coronel Mesquita – Macau;– Processo N.º: 2008A072, Terrenos junto à Rua Oito do Bairro Iao Hon – Macau,– Processo N.º: 2010A052, Rua do Caetano nºs 43-43A – Coloane,– Processo N.º: 2015A015, Rua do Retiro nºs 25-27 – Taipa,– Processo N.º: 2015A021, Travessa dos Mercadores nº 46 – Macau,– Processo N.º: 2015A052, Travessa da Porta nº 11 – Macau.

Para efeitos de referência, os projectos de PCU para as zonas dos lotes supracitados que não estão abrangidas por plano de pormenor já estão disponíveis para consulta no Departamento de Planeamento Urbanístico, situado na Estrada de D. Maria II n.º 33, 19º andar, Macau, e encontram-se afixados na Rede de Informação de Planeamento Urbanístico desta Direcção de Serviços (http://urbanplanning.dssopt.gov.mo).

O período de recolha de opiniões tem a duração de 15 dias e decorre entre 9 de Dezembro de 2015 e 23 de Dezembro de 2015.

Caso os interessados e a população queiram apresentar as opiniões sobre os referidos projectos de PCU de zona do território não abrangida por plano de pormenor, deverão preencher o formulário O011,o qual pode ser descarregado nos websites http://urbanplanning.dssopt.gov.mo ou www.dssopt.gov.mo, ou levantado nesta Direcção de Serviços (Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau), podendo submetê-lo no período de recolha de opiniões através dos seguintes meios:

– Comparecendo pessoalmente: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau, durante o horário de expediente nos dias úteis– Correio: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau

(o prazo limite de entrega é contado a partir da data de envio indicada no carimbo do correio)– Fax: 2834 0019– Email: [email protected]

Serão consideradas as opiniões respeitantes aos projectos de PCU de zona do território não abrangida por plano de pormenor elaborados para os lotes, quando forem apresentadas de acordo com as exigências acima indicadas. Para mais informações podem pesquisar o website http://urbanplanning.dssopt.gov.mo e para qualquer informação adicional queiram contactar o Centro de Contacto desta Direcção de Serviços (8590 3800).

Macau, aos 26 de 11 de 2015

O Director da DSSOPT,Li Canfeng

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 JTM | OPINIÃO 17

“A pessoa que está em melhores condições para passar à segunda volta e para assegurar uma vitória contra o candidato da direita sou eu própria”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

07/12/1995

GRUPO DE LIGAÇÃOFALOU DE MUITA COISAO Grupo de Ligação Conjunto (GLC) luso-chinês chegou a acordo sobre a apli-cação a Macau de convenções interna-cionais de aeronáutica civil. Os tratados internacionais de aeronáutica civil apli-cados a Macau, que abarcam matérias como a prevenção e punição de actos de pirataria aérea, são as convenções de Tó-quio, de 1963, de Haia, de 1970, de Mon-treal, de 1971, e de Chicago, de 1994. Em comunicado, O GLC afirma que na sua 24ª reunião plenária foram abordados os “temas da nacionalidade, das pensões de aposentação e sobrevivência dos funcio-nários públicos, dos contratos de conces-são com validade para além de 1999 e da transferência de arquivos”. Sublinhando que aqueles temas são “matérias relevan-tes para a transição suave e o desenvolvi-mento de Macau”, o comunicado refere que as “duas partes continuaram as con-sultas sobre a manutenção de uma escola de língua veicular portuguesa”, no ter-ritório após 1999, “dentro do espírito da conversa havida entre os Presidentes dos dois países”. Durante a reunião, “ambas as partes chegaram também a consenso e assinaram acta de conversa sobre o acor-do de transporte aéreo entre Macau e os Emirados Árabes Unidos”. As duas dele-gações congratularam-se com a inaugura-ção do Aeroporto Internacional de Macau (AIM), que consideraram como um “fac-tor de desenvolvimento da maior im-portância”, lê-se no comunicado. O GLC considera também que o AIM “constitui símbolo da amizade, cooperação e bom entendimento entre Portugal e a RPC” e sublinha que a inauguração do empreen-dimento “fica assinalada pela presença do Presidente da República Portuguesa e do vice-presidente da República Popular da China”. O comunicado conjunto afirma ainda que “ambas as partes chegaram a consenso e assinaram actas de conversa” sobre a adesão de Macau à “World Savin-gs Bank Institute”, “International Textiles anf Clothing Bureau”e “Eastern Regional Organizations for Public Administration”. “Ambas as partes analisaram atentamen-te os progressos no respeitante à locali-zação de quadros, ao estatuto oficial da língua chinesa e à tradução e localização da legislação”, tendo ainda perspectivado os futuros trabalhos no âmbito daquelas “três grandes questões”.

Foshan – um exemplo de cooperação estratégica para o desenvolvimento

Maria de Belém Roseira,candidata à presidência da República em Portugal

Dito

“A Zona dá corpo à visão que o governo da cidade tem para o futuro – não mais um agrupamento de chaminés de fábricas, mas sim um

parque espaçoso e verde que obtém os seus proveitos através do trabalho de pessoas altamente qualificadas em centros de pesquisa e

desenvolvimento e de empresas de serviços.”

Foshan, cidade do Delta do Rio das Pérolas situada mui-to próxima de Cantão e mantendo com esta capital provincial uma estreita relação de complementaridade,

destacou-se, nos últimos dois séculos, pela sua capacidade produtiva e pelas crescentes relações comerciais que soube estabelecer com o exterior. Depois de um período de estagna-ção, dos anos 50 a 70 do século passado, retomou determina-damente a sua vocação de grande centro de produção, abra-çando corajosamente as novas tecnologias. No artigo anterior, vimos os sucessos por ela alcançados na indústria automóvel, tendo conseguido que uma das quatro fábricas da Volkswa-gen na China tivesse ficado ali instalada.

Zona sino-alemãA colaboração com empresas alemãs ganhou dimensão

também em outros domínios, conseguindo-se transferências de tecnologias de óbvio benefício mútuo:

“A Zona de Serviços Industriais Sino-Alemã está dividida numa área central com 5,76 quilómetros quadrados e numa outra reservada a desenvolvimento. Em Agosto de 2012, foi indicado no comunicado conjunto emitido pelo Ministério do Comércio da China e pelo Mi-nistério Federal da Economia e Tecnologia da Alemanha como sendo uma plataforma que merece todo o apoio ao mais alto nível dos dois governos. A Zona alberga a sede para a Ásia-Pacífico da Osram, a sede para o sul da China da companhia de seguros Allianz, a Funda-ção Steinbeis e a sede no sul da China da TUV Rheinland. A Zona vai albergar de futuro um instituto politécnico sino-alemão.

O jornal oficial diário China Daily afirmou que a Zona preten-de ser ‘uma cidade inteligente amiga do ambiente com serviços bem desenvolvidos de transportes, comunicações, comerciais, financei-ros e de apoio a negócios’. Nela ficarão reunidos serviços ligados à indústria de elevada qualidade de pesquisa e desenvolvimento, de realização de testes e certificação, novas tecnologias de informação, energias renováveis, convenções e exposições e formação profissional. A Zona pretende dar resposta à transformação industrial em curso em Foshan e na região do Delta do Rio das Pérolas.

A Zona virá a ocupar 88 quilómetros quadrados e acolher não só projectos industriais da Europa, muito em particular da Alema-nha, como pessoal com elevado nível de formação e conhecedores das regras e práticas internacionais. Stefan Gallon, cônsul-geral da Ale-manha em Cantão, disse há algum tempo que, ‘graças à nova Zona, as empresas alemãs podem aprofundar a cooperação económica com a China, permitindo-lhes, além disso, ter acesso a um mercado em crescimento’.

A página electrónica da Zona descreve este lugar como sendo muito apetecível para instalar sedes de empresas que desejam operar na China, nomeadamente nesta região. O grupo Steinberger Hotel está a construir no local um hospital internacional e um hotel de cinco estrelas, pretendendo os responsáveis da Zona criar uma at-mosfera atractiva não apenas para os negócios, mas também para as pessoas que lá residem, tanto chineses como estrangeiros. A Zona dispõe de um parque, árvores de cerejeiras, um ringue de patinagem e uma zona húmida destinada a atrair pássaros. No parque existe

JORGE A.H.RANGEL*

FALAR DE NÓS

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O JTM felicita o jornal “Ponto Final” pela passagem do seu 24º aniversá-rio. Ao seu director, Marco Carvalho, e a todos quantos trabalham na-quele jornal, endereçamos votos de sucesso futuro.

Parabéns ao “Ponto Final”

uma praia artificial e um lago, ambos abertos ao público, onde cerca de duas mil pessoas podem banhar-se. A informação constante da página electrónica promete que irá haver uma zona cultural, um museu de arte, uma biblioteca, uma zona cultural e de desportos internacionais e um centro desportivo.”

Zona de Serviços FinanceirosA área de serviços financeiros (banca, seguros e agências

de fomento e investimento) foi outra das apostas bem suce-didas de Foshan:

“Outra Zona, que a cidade entende como sendo importante para assegurar o futuro, fica localizada na zona oriental, estando ligada a Cantão por metropolitano. Trata-se da Zona de Serviços de Alta Tecnologia para as Instituições Financeiras de Guangdong, estabe-lecida em Julho de 2007. Esta Zona fornece serviços de arquivo de segurança à semelhança daqueles que New Jersey e Dublin fornecem a Nova Iorque e a Londres, respectivamente. A Zona cobre uma área de 18 km² no bairro Nanhai, apresentando como vantagens o custo de terrenos e da mão-de-obra mais baixos do que em Cantão.

A Zona atraiu inúmeras empresas financeiras, que nela instala-ram as suas operações, casos da American International Assurance (AIA), a base no sul do país da Companhia Popular de Seguros da China e o grupo Sun Kung Fai Financial de Hong Kong. Igualmen-te presentes na Zona estão a Fujitsu Technology Group, o centro subcontratado de processamento de negócios do grupo francês Ca-pgemini, bem como um centro similar da IBM e o centro financeiro do Banco de Desenvolvimento de Guangdong. O HSBC também está presente na Zona, com o centro global de processamento de ope-rações, garantindo serviços bancários e financeiros, incluindo car-tões de crédito, empréstimos, seguros e gestão de recursos humanos.

A AIA está a despender entre 70 a 80 milhões de dólares num edifício para albergar as vendas por telefone, o centro de formação e os serviços de apoio para as operações no sul da China. O banco Standard Chartered assinou já um acordo para abrir uma agência no parque, a primeira de uma instituição financeira estrangeira na cidade.

A Zona dá corpo à visão que o governo da cidade tem para o fu-turo – não mais um agrupamento de chaminés de fábricas, mas sim um parque espaçoso e verde que obtém os seus proveitos através do trabalho de pessoas altamente qualificadas em centros de pesquisa e desenvolvimento e de empresas de serviços.”

Moda de grande rotaçãoAs condições foram criadas também para a atracção de

grandes empresas estrangeiras produtoras de “pronto-a-ves-tir”: “A Agência de Promoção do Investimento de Foshan (FIPA, na sigla em inglês) afirma que a cidade é ideal para as empresas de moda estrangeiras de grande rotação de stocks, tais como a espanhola Zara e a sueca H&M. ‘Em 2010, 16,9% da população da província de Guangdong tinha menos de 14 anos’, afirmava a agência num fo-lheto para distribuição. ‘Em 2014, o alvo principal para produtos de moda de grande rotação era o grupo etário constituído por jovens profissionais e consumidores na casa dos 20 anos. Desde o ano 2000, que o rendimento disponível per capita em Guangdong tem estado a crescer de forma sustentada. Foshan surge na oitava posição no conjunto das cidades chinesas e os seus consumidores são em nú-mero elevado e estão predispostos a consumir’. No mesmo folheto afirmava-se que a indústria do vestuário de grande rotação tinha um futuro brilhante em Foshan, uma vez que havia muitas propostas para a construção de centros comerciais nos cinco bairros da cidade.”

Toda esta informação, bastante actualizada, está contida no 7.º volume da série de livros produzidos pela MacauLink, com o apoio da Fundação Macau e do Instituto Internacional de Macau com o enfoque no desenvolvimento do Delta do Rio das Pérolas.

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço às 2.ªs feiras..

JTM/DN

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Imagens de Madonna pré-famaem exibição amanhã em ParisAs fotos têm quase 40 anos. Foram tiradas em Nova Iorque em 1979, quando a “Material Girl” ainda não cantava. Agora, por ocasião do início de uma tournée internacional que a trará a Macau em 2016, Madonna abre amanhã uma exposição das fotografias intitulada “Lost Nudes”, em Paris onde fará o primeiro concerto. São fotos de Martin H.M. Schreiber quando de Madonna ao 20 anos de idade, em que ser revela uma modelo com grande confiança no seu corpo.

Segunda-feira, 07 de Dezembro de 201518 JTM | LAZER

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

Sérvia quer Steven Seagal a treinar as forças especiaisO astro de Hollywood, de 63 anos, foi convidado a ensinar a arte marcial japonesa Aikido, de que é cinturão negro, às forças especiais da polícia da Sérvia, revelou o “Daily Star”, depois do actor norte-americano ter feito uma visita de três dias à capital do país, Belgrado, onde se reuniu com o primeiro-ministro Aleksandar Vucic, com o presidente Tomislav Nikolic e com Sinisa Mali, presidente da câmara de Belgrado.

E ainda

Um dia felizDepois de três anos e meio de namoro, Yoko e Jaidyn

finalmente “deram o nó”, numa pequena cerimónia que reuniu os familiares e amigos mais próximos, na região

vizinha de Hong Kong. Na fotografia surgem os pombinhos, acompanhados de Mavis, a irmã da noiva.

Veteranos de Squash

Na fotografia estão alguns dos jogadores que participaram no

Campeonato de Squash de Macau 2015 na categoria

de Veteranos. Da esquerda para a direita, Andrew Chao, Philip Leung e José Amante.

Jantarde

reencontroAlexandre Monteiro

partilhou com o GENTE GIRA uma fotografia de um jantar convívio, de boas-vindas a Mimi. Ex-colega da Escola

Comercial, veio de Espanha e pôde assim reencontrar os colegas para meter a

conversa em dia.

A musa do

CanadáKim Cloutier é uma modelo canadiana que viu a sua vida facilitada por o pai ser um conhecido

fotógrafo de moda. Kim confessa gostar

do que faz, mas que para ela todas

as viagem para chegar aos postos

de trabalho e o estar sozinha, por si só, são

a parte mais difícil desta actividade.

Lady Gaga reage a ter sido considerado “mulher do ano”A cantora norte-americana faz a capa da última edição da Billboard - revista dedicada à música, - falado álbum de jazz “Cheek to Cheek”, lançado em Setembro de 2014, com a colaboração de Tony Bennett, e confessou que “ser reconhecida como a mulher do ano tem um significado especial. Este foi o ano em que fiz o que queria, em vez de tentar fazer o que pensava que os outros queriam de mim”. A nomeação surge também depois de Lady Gaga ter ganho destaque com o seu trabalho como actriz, em 2015, ao participar na série norte-americana “American Horror Story”, com o papel de Condessa.

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Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 JTM | ROTEIRO 19

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 Liga Nos: Marítimo - Sporting (Repetição) 15:55 Cerimónia de Imposição de Medalhas e Títulos Honoríficos do ano 2015 (Directo) 16:50 Zig Zag 17:30 Amor à Vida (Rastros de Mentiras) - Repetição 18:20 Con-traponto (Repetição) 19:30 Paixões Proibidas 20:30 Telejornal 21:00 TDM Desporto 22:10 Amor à Vida (Rastros de Mentiras) 23:00 TDM News 23:30 Magazine Liga dos Campeões 2015/2016 00:05 Telejornal (Repetição)00:40 RTPi Directo

30 FOX SPORTS12:00 Bundesliga 2015-16 Wolfsburg vs Dortmund 14:00 Goals! 14:30 Sport Confidential 15:00 The Ultimate Fighter 22 16:00 (LIVE) International Premier Tennis League 2015 Indian Aces vs UAE Royals 19:00 Football Asia 2015-16 19:30 (LIVE) International Premier Tennis League 2015 Japan Warriors vs Philippine Mavericks 22:30 (LIVE) FOX SPORTS Central 23:00 The Ultimate Fighter 22

31 FOX SPORTS 213:00 Champions League Tennis 2015 Final 14:00 FOX College Bas-ketball 2015-16 Syracuse vs Georgetown 15:30 World Series of Darts 2015 Highlights 17:00 P1 Aquacross UK 18:00 Dream TV package Plusnet Yorkshire Marathron 19:00 Spirit of Yachting Rolex Middle Sea Race 19:30 Pro Bull Riders 20:30 FOX SPORTS FC 21:30 FOX College Basketball 2015-16 Syracuse vs Georgetown 23:00 World Series of Darts 2015 Highlights 00:30 Mass Participation Nice-Cannes Triathlon

40 FOX MOVIES13:00 Birdman 15:00 Dawn Of The Planet Of The Apes 17:15 The Maze Runner 19:15 Love, Rosie 21:00 22 Jump Street 22:55 The Monuments Men

41 HBO13:00 The Spectacular Now 14:35 Call Me Claus 16:05 Surf’S Up 17:35 Nanny Mcphee 19:10 My Sister’S Keeper 21:00 The Leftovers S210 22:00 Getting On S305 22:30 As Above So Below 00:00 Knocked Up

42 CINEMAX12:10 Lords Of Dogtown 13:55 The Expendables 3 16:00 Dinosaurus! 17:25 Page Eight 19:05 Hollywood On Set 626 19:30 The Firm 22:00 Judge Dredd 23:35 Oz The Great And Powerful

50 DISCOVERY12:30 Predators Up Close With Joel Lambert 13:25 Auction Hunters 18:00 Naked And Afraid XL 19:00 Incredible Engineering Blunders: Fixed 20:00 You Have Been Warned 21:00 Egypt’s Mystery Chamber 22:00 Racing Extinction 00:00 Egypt’s Mystery Chamber 00:55 Body Bizarre

51 NGC12:30 Man V. Viral Vacuum Cleaner Spiderman 13:25 The Numbers Game 14:20 World’s Toughest Fixes 15:15 Breakthrough The Age of Aging 16:10 Time Scanners Petra 17:05 Yukon Gold 18:00 The Num-bers Game 19:00 Brain Games 20:00 Ultimate Airport Dubai 21:00 Breakthrough Energy On The Edge 22:00 Taiwan: Island of Fish 00:00 Cosmos: A Spacetime Odyssey The Lost Worlds of Planet Earth

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Last Days Of The Nazis 15:00 Hidden Cities 16:00 United Stuff Of America 17:00 In Search Of Aliens 18:00 Ancient Discoveries 19:00 American Eats 20:00 Storage Wars 20:30 Storage Wars: Canada 21:00 Pawn Stars 22:00 Lost In Transmission 23:00 Kings Of Restoration 00:00 Pawn Stars

62 AXN12:05 Sherlock 13:50 Alias 14:45 Csi: Crime Scene Investigation 15:40 Leverage 16:35 Wipeout 17:25 American Ninja Warrior 18:15 Csi: Cyber 19:10 Total Blackout 20:10 Caught On Camera 21:05 Csi: Cyber 22:00 Quantico 22:55 12 Monkeys 23:50 Quantico 00:45 Exit

63 STAR WORLD12:35 Benched 13:30 Masterchef Junior US 14:25 Crazy Ex-Girlfriend I’m So Happy That Josh is So Happy! 15:20 Crazy Ex-Girlfriend Crazy Ex-Girlfriend, 8 16:15 It’s a Brad, Brad World Broken Promises 17:10 Suburgatory 18:05 Kevin From Work All About Work From Work 18:30 Kevin From Work Roommates From Work 19:00 Welcome to Sweden 20:00 Melissa & Joey 21:00 Kevin From Work All About Work From Work 21:25 Kevin From Work Roommates From Work 21:55 Welcome to Sweden 22:50 Melissa & Joey 23:45 Suburgatory 00:40 Mistresses

82 RTPI14:30 A Praça - Compacto 15:30 Agora Nós - Compacto 16:34 À Porta da História (Microprogramas) - Moses Bensabat Amzalak 16:49 Poplusa - Basset Hounds 17:45 Hora dos Portugueses (Diário) 18:00 3 às 10 - Directo 18:30 Decisão Nacional - Ascensão da Extrema Direita na Europa 19:01 Nelo & Idália 19:36 Bem-vindos a Beirais 20:17 Os Nossos Dias 21:00 Jornal da Tarde - Directo 22:11 Hora dos Portugueses (Diário) (R/) 22:26 Sociedade Recreativa - Tony Carreira 23:20 Tech 3 23:34 As Horas Extraordinárias 23:50 Palcos Agora - Richard Wagner 00:19 Bem-vindos a Beirais (R/) 01:01 Os Nossos Dias (R/) 01:45 Hora dos Portugueses (Diário) (R/) 02:00 Portugal em DiretoDireto 02:58 Network Negócios 2015 03:41 Zig Zag 04:00 Telejornal - Directo

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

140C/200C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.93 8.03EURO 8.64 8.74YUAN (RPC) 1.230 1.255

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 08/12

• • • HOJE 07/12120C/170C

WWW.SMG.GOV.MO

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

CINETEATROS1 Point Break (2D/3D)14:30 • 16:30 • 19:30 (3D) • 21:30

S2 The Hunger Games: Mockingjay Part 219:00

TORRE DE MACAUKeeper of Darkness (2D & 3D)14:30 • 16:30 • 19:30 • 21.30

GALAXYPoint Break (3D)16:20 • 18:35 • 21:00 • 23:20

In the Heart of the Sea14:15 • 16:30 • 18:45 • 20:45 • 23:00

The Hunger Games: Mockingjay Part 2 (2D & 3D)13:50 • 16:50 • 22:55 • 23:00 (3D)

Viktor Frankenstein12:30 • 23:00

Keeper of Darkness13:00 • 15:00 • 17:00 • 19:00 • 21:00 • 23:10

Spectre13:20 • 16:20 • 20:40

22:55

CANAL MACAU

Magazine Liga dos Campeões 2014/15

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20 JTM | ÚLTIMA Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2015 • Fecho da Edição • 01:00 horas

Trabalhadores do sector do jogo apelam a aumentos salariaisA associação “Gaming Employees Advance” apelou ao Executivo para pressionar as operadoras de jogo no sentido de aumentar os salários dos trabalhadores. A reivindicação foi entregue ontem, na Sede do Governo, através de uma petição em que a associação apelava as operadoras a pa-garem 14 meses por ano, todos os anos. O presidente da associação, Wi-llis Chen, defendeu que o aumento salarial nas empresas de jogo deve ser pelo menos igual ao dos funcionários públicos, cuja actualização para 2016 foi fixada em 2,5%. Segundo Willis Chen, o nível salarial dos trabalhadores de jogo está próximo das 20 mil patacas mensais.

Novos parques temáticos em Hengqin vão custar 50 mil milhões de renminbisO Grupo Chimelong assinou um acordo com o Governo de Zhuhai para a imple-mentação de novos projectos de construção. Assim, serão investidos mais de 50 mil milhões de renminbis para a construção de quatro parques temáticos e hotéis na Ilha da Montanha. Segundo o jornal “Ou Mun”, o plano vai disponibilizar mais de 20 mil quartos de hotel e parques direccionados para a ciência, protecção animal, espectáculos e exibição de filmes, com a expectativa de atrair anualmente mais de 50 milhões de visitantes. Actualmente, o Grupo Chimelong detém o par-que “Ocean Kingdom” com cinco mil quartos e que, só no ano passado, recebeu cerca de 20 milhões visitantes. A mesma empresa é a responsável pela empreitada de construção de um parque temático em Qingyuan, avaliado em 30 mil milhões de renminbis, no âmbito de um acordo assinado no mês passado.

Li Fei, secretário-geral do Comité Permanente da Assembleia Po-pular Nacional da China, chefiou

uma delegação que visitou a ilha da Madeira, na semana passada, onde foi recebida por representantes da Repúbli-ca Portuguesa para a Região Autónoma e pelo presidente da Assembleia Legis-lativa Regional para descobrir de que forma é que as regiões autónomas por-tuguesas, que elegem os seus próprios parlamentos, trabalham com o governo de Lisboa, refere o “South China Mor-ning Post”.

A visita reveste-se de particular signi-ficado, atendendo a que Li preside à Co-missão de Lei Básica de Hong Kong e de Macau.

O presidente da Assembleia Legisla-tiva da Madeira, José Tranquada Gomes, afirmou ao mesmo diário que foram le-vantadas questões sobre “a lei eleitoral, a responsabilidade eleitoral do governo em relação ao parlamento, a capacidade legislativa do governo e a sua situação

FOTO

ARQ

UIVO

ANP foi conhecer democracia na Madeira“Pequim vê como portugueses fazem democracia” foi a manchete de ontem do South China Morning Post, destacando a visita de um alto dirigente da China, com a “pasta” de Hong Kong e Macau, à ilha da Madeira

administrativa”.O mesmo responsável adiantou que o

sufrágio universal também foi um tema de conversa durante a reunião, que du-rou quase duas horas, e decorreu em mandarim e em português, comentando

a existência de algumas semelhanças en-tre a Madeira e as duas Regiões Adminis-trativas Especiais chinesas. “Em termos de política externa, Macau e Hong Kong, tal como a Madeira, não têm poderes específicos (…) mas a Madeira não tem

tanta autonomia como Macau ou Hong Kong”, disse, concretizando: “Ao contrá-rio destas regiões, nós não temos os nos-sos tribunais ou o nosso dinheiro”.

Segundo o representante da Repúbli-ca para a Região Autónoma da Madeira, Ireneu Cabral Barreto, a delegação, com-posta por seis elementos, mostrou par-ticular interesse no seu papel. Também relativamente à relação entre a Assem-bleia Legislativa e o governo regional e as diferentes etapas do processo legislativo regional.

A delegação chinesa também mante-ve encontros com as autoridades em Lis-boa e no Porto.

Wang Yu, professor do Centro de In-vestigação ‘Um País, dois sistemas’, do Instituto Politécnico de Macau, descre-veu a visita de Li Fei à Madeira como um sinal da vontade de Pequim em aprender com a experiência das regiões autónomas de outros países, sobretudo numa altura em que o sistema político de Hong Kong tem experienciado “alguns problemas”.

Defendidas “soluções africanas” para problemas africanos”Os países de África e a China apelaram, numa cimeira conjunta em Joanesburgo, à resolução dos conflitos no continente pelos próprios africanos e denunciaram aberta-mente as ingerências externas, excluindo, porém, Pequim. Na declaração final da II Cimeira África-China, as duas partes afir-maram-se “determinadas” em procurar for-mas pacíficas para resolver os conflitos no continente, que passarão sobretudo pela base de “soluções africanas para problemas africanos”. O Presidente da África do Sul e anfitrião da cimeira, Jacob Zuma, saudou o “apoio forte e sem ambiguidade” do homó-logo chinês, Xi Jinping, em relação à posi-ção da União Africana (UA) sobre a ques-tão da segurança, que passa pelas soluções africanas. O Presidente chinês defendeu o reforço da cooperação entre os dois blocos e anunciou o empenhamento de Pequim em conceder 60 mil milhões de dólares em empréstimos e ajuda ao continente africano para os próximos três. O facto de a cimeira se realizar pela primeira vez em África - a primeira decorreu em 2006 em Pequim - foi destacado durante os trabalhos, que junta-ram 48 chefes de Estado ou de Governo em Joanesburgo, entre eles os Presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, e de Mo-çambique, Filipe Nyusi.

Papa Francisco confessa que às vezes dorme enquanto rezaNo prefácio de uma Bíblia direccionada para jovens, o Papa Francisco confessou que, por vezes, chega a adormecer enquanto reza sentado. “Rezo sentado porque faz-me mal ficar de joelhos. Às vezes, quando es-tou a orar, até adormeço, mas não há problema, sou como um filho pró-ximo do seu pai, e isso é o que importa”, disse, de acordo com um texto divulgado pela revista “La Civiltà Cattolica”, editada pela Companhia de Jesus, ordem à qual pertence o Sumo Pontífice. O Papa revelou ainda que a sua Bíblia é “velha e desgastada”, mas não a trocaria por nada no mundo, “nem por uma de mil euros”. “Amo a minha velha Bíblia, que me acompanhou durante metade da vida. Viu a minha alegria, foi banha-da pelas minhas lágrimas: é o meu inestimável tesouro”, acrescentou.