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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4668 • Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014 10 PATACAS PUB Novo Macau acusa Governo de discriminar homossexuais Pág. 10 Págs . 2 a 9 Xi Jinping quer maior controlo ideológico nas universidades Pág. 16 Detectados destroços e corpos de vítimas do voo da AirAsia Pág. 17 O roteiro das melhores festas para entrar em 2015 Pág. 13 “Tolerância zero” para indisciplina nas Forças de Segurança Pág. 11 JTM volta às bancas na segunda-feira Devido às comemorações da passagem de ano, o JORNAL TRIBUNA DE MACAU não sairá para as bancas nos próximos dias, regressando ao convívio dos leitores a 5 de Janeiro, segunda-feira. A todos os nossos leitores, colabora- dores e anunciantes dese- jamos um Feliz e Próspero Ano Novo. 2014 EM REVISTA

Administrador José Rocha Dinis Sérgio Terra 4668 • Quarta ... · Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4668 • Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014

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Administrador José Rocha Dinis • Director Sérgio Terra • Nº 4668 • Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014 10 PATACAS

PUB

Novo Macau acusa Governo de discriminarhomossexuais

Pág. 10

Págs. 2 a 9

Xi Jinping quer maiorcontrolo ideológico nas universidades

Pág. 16

Detectados destroços e corpos de vítimas do voo da AirAsia

Pág. 17

O roteiro das melhores festas para entrar em 2015

Pág. 13

“Tolerância zero” para indisciplina nas Forças de Segurança

Pág. 11

JTM volta às bancas na segunda-feira

Devido às comemorações da passagem de ano, o JORNAL TRIBUNA DE MACAU não sairá para as bancas nos próximos dias, regressando ao convívio dos leitores a 5 de Janeiro, segunda-feira. A todos os nossos leitores, colabora-dores e anunciantes dese-jamos um Feliz e Próspero Ano Novo.

2014 EM REVISTA

JANEIROA Saúde entrou com o pé direito em 2014 com a As-

sembleia Legislativa (AL) a prometer tolerância zero para os atrasos do Governo nesta área. Logo no tercei-ro dia do ano os deputados atacaram ainda os “com-padrios” do Executivo avistando já as mudanças do Governo que apenas se concretizariam no final deste ano que nos deixa. Menos motivos para sorrir teve o deputado Pereira Coutinho com 17 dos seus colegas a chumbarem, no Hemiciclo, o projecto de lei para fixar limites às rendas. Ironia do destino, no mesmo dia sabia--se que o projecto cultural desenvolvido na Casa Ama-rela podia mesmo ter os dias contados já que o espaço característico, propriedade de uma empresa liderada pelo deputado Chan Chak Mo, seria ocupado por um grupo americano em troca de uma renda astronómica. Enquanto isso, o Governo continuava a segurar nas suas mãos a gestão da falida Reolian, depois de no seu dis-curso de Ano Novo, Chui Sai On ter apelado à solida-riedade. O mês ficou mais triste com a morte de Eusébio que foi homenageado por todo o mundo, enquanto que em Macau a Santa Casa tentava dar esperança a mais fa-

mílias ao alargar o número de candidatos na Loja Social, até porque a meio do mês a inflação dava mostras de se agravar. Já em prol da Segurança a Polícia Judiciária (PJ) mostrava a tecnologia como uma das suas armas anti-crime. A Língua Portuguesa também mereceu destaque com o anúncio de que o núcleo de professores para o curso bilingue em Direito estaria pronto em Setembro. Na liderança do Jogo, a Sands colava-se à Sociedade de Jogos de Macau (SJM) ao nível das receitas obtidas em Dezembro de 2013, mas o dinheiro que se facturava no território não resolvia todos os conflitos. A “disputa” pe-las vagas de trabalho começou a dar que falar logo no início do ano, com Leong Veng Chai a acusar os moto-ristas do Continente chinês de tirarem o ganha pão dos locais. No Venetian, a luta era outra com o combate de gigantes entre o sul-coreano Kim Dong Hyun e o britâ-nico John Hathaway para delírio do público. A habita-ção também continuava a dar que falar com os consu-midores a perderem a confiança no sector imobiliário. Os jovens sentiam-se pressionados por não conseguirem comprar casa, mas não só. O facto dos pais trabalharem

02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Dinis • Director: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: André Jegundo e Pedro André Santos (Editores), Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

Um ano recheado de protestos e mudanças Nos últimos 12 meses as críticas de vários sectores marcaram o compasso de uma sociedade que não se inibiu de sair à rua. Ao longo de 2014 foram os trabalhadores da indústria do Jogo que mais vezes percorreram as artérias ou ameaçaram cercar os casinos para contestar as condições salariais ou condenar políticas que representassem perigo para os seus postos de trabalho. Mas o protesto mais numeroso de que há memória, pelo menos desde 1999, reuniu todos os quadrantes da população contra uma proposta de lei que concederia regalias aos titulares dos principais cargos públicos. Face à pressão, no sol ardente de Maio, o Governo recuou. Já depois da brisa de Outono o tempo foi de renovação. Chui Sai On foi reeleito, em Agosto, como Chefe do Executivo mas, em Dezembro, anunciou cinco novas caras para as suas Secretarias. O líder do Governo optou pela novidade no final de um ano em que as folhas do calendário foram caindo com quebras nas receitas do Jogo, queixas contra os transportes e a lentidão da justiça. Os grupos sociais também tiveram de esperar até à última semana do ano pela apresentação da proposta de lei contra a violência doméstica. No 15º aniversário da RAEM, o Presidente chinês, Xi Jinping, de visita a Macau, avisou que é preciso resolver os “riscos” do futuro. Pelo território foram passando outros líderes políticos como o Presidente da República Portuguesa, numa época em que a língua de Camões também mereceu destaque

Fátima Almeida numa indústria que gera vícios levava a que, segundo um estudo, 16,4% dos jovens adquirissem hábitos de jogo. Enquanto se começavam a iluminar as ruas para receber o Ano do Cavalo, os habitantes de Ká Hó acu-savam a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) de nada fazer para travar a poluição. Embora as notícias dos resultados do Jogo se mantivessem anima-doras, na outra face da moeda, mais de 40 pessoas tive-ram de ser acolhidas no abrigo da Caritas, enquanto que outras viviam mesmo na rua.

FEVEREIROFevereiro deu-nos as boas vindas, carregadas de

simbolismo. Com a chegada a galope do Cavalo passa-ram pelo território 1,1 milhões de visitantes, entupindo as suas artérias. Não fosse assim o Jogo ter motivos de alegria só com as receitas do COTAI a subirem três ve-zes mais do que na Península. Apesar do reboliço das ruas, dos preços das habitações continuarem a encarecer cerca de 38 por cento, Chui Sai On, no seu discurso de Ano Novo Lunar, dizia que estamos “sempre prepara-

dos para as eventualidades”, com uma Função Pública a crescer ainda 10 por cento este ano. Passos Coelhos, o Primeiro-Ministro português, também não esqueceu as festividades da RAEM e enviou uma mensagem as-sinalando que a comunidade portuguesa “é um activo estratégico”. Outros, como os colhereiros-de-cara-preta, afastavam-se da confusão da cidade e procuravam o

verde das zonas ecológicas chegando em número recor-de ao território, mas sem enfrentar o trânsito de ruas que recebiam, em média, 1.000 novos veículos por mês. Pior estiveram os transeuntes que, para fugir à confusão ou por preguiça, atravessavam as vias ilegalmente quatro vezes mais. Apanhar um táxi também continuava a ser tarefa difícil, uma vez que a companhia dos táxis amare-los não se comprometia com as exigências que lhe esta-vam imputadas. Ao mesmo tempo a Direcção dos Servi-ços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) dava conta que só dispunha de oito fiscais a tempo inteiro. Terminadas as férias do Ano Novo Chinês várias lojas começavam a abrir as portas depois de terem encerrado não só por causa da tradição, mas também devido ao pagamento extra de feriados para os funcionários. Ainda a comemo-rar a entrada do Ano Novo Chinês, durante um almoço, o Presidente do Hemiciclo reconhecia a falta de conheci-mentos jurídicos por parte dos deputados. Dias depois confirmava-se que Manuel Pires ia estar à frente dos destinos da TDM. Já a Associação Novo Macau temia, logo no arranque do ano, que a liberdade de expressão estivesse em “perigo”. O Ano do Cavalo trouxe o frio e, com as temperaturas a descerem rigorosamente, o Cen-tro de Abrigo do Instituto de Acção Social (IAS) recebeu uma enchente de pessoas enquanto que noutra franja da sociedade eram rejeitados cerca de 20% dos candidatos a T1 económicos. Mas as luzes dos casinos voltam a ser o foco na sociedade com a SJM a anunciar requinte para o seu “Lisboa Palace” no COTAI que prevê empregar 8.000 pessoas. No capítulo legislativo, a Anima apelava ao bom senso dos deputados para que se comprome-tessem a avançar com um diploma para protecção dos animais, sem sucesso uma vez que o projecto de lei de Coutinho foi rejeitado na AL. No desporto, a nova torre de controlo do Grande Prémio estava envolta em polé-

mica. Nas notícias também entraram nomes portugue-ses com trabalho reconhecido: o engenheiro Henrique Novais Ferreira foi distinguido, em Macau, com a Or-dem de Mérito pela República Portuguesa e Rodrigo de Matos venceu o prémio Press Cartoon Europe com um trabalho sobre a crise económica portuguesa.

MARÇOO Ano do Cavalo trouxe mais convulsões do que as

esperadas, pelo menos por parte dos adivinhos. Os fun-cionários de casinos saíram à rua para contestar a impor-

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tação de mão-de-obra. A organização con-tabilizava 3.000 manifestantes enquanto que a polícia revia o número por baixo e apontava para 1.300. Certo é que muitos gritavam “hoje são os trabalhadores dos casinos, amanhã todos perdem o empre-go”. Em apuros continuava a Associação para o Desenvolvimento Infantil que não conseguia apoio do Governo para reto-mar em pleno os serviços de terapia às crianças com dificuldades de aprendiza-gem, ao mesmo tempo que a Santa Casa contabilizava o dobro das inscrições na sua creche, ao registar 2.723 candidatu-ras. A habitação voltava a ser o centro de atenções com a Associação de Cons-trutores Civis a pedir mais qualidade na edificação de casas públicas. Enquanto a ruptura de um esgoto junto do Edifício Banco Luso ameaçava a saúde pública, o glamour entrava em cena com os pre-miados dos Óscares a serem conhecidos. Na Assembleia Legislativa era dado o alerta aos deputados sobre o aumen-to dos problemas nas interpelações. Já Chui Sai On deslocava-se a Pequim para participar na Assembleia Nacional Po-pular (ANP). O Carnaval aliava a pres-são do mês com os alunos da Escola Por-tuguesa de Macau a disfarçarem-se com máscaras amigas do ambiente. Mas, com a chegada dos representantes de Macau à capital chine-sa, o Primeiro-Ministro da China, Li Keqiang pedia mais competiti-vidade às RAE’s. Em Macau, os residentes falavam sobre a possí-vel reeleição de Chui Sai On como Chefe do Executivo, manifes-tando dúvidas quanto a um líder considera-do distante. Enquanto chovia lama na Rua das Mariazinhas, com uma obra a deixar escapar aquele material para a estrada, o Conselho do Património Cultu-ral dava a conhecer os seus membros, com alguns a considerarem a tarefa deste núcleo como árdua mas essen-cial para lutar pela pre-servação do Patrimó-nio sobretudo numa altura em que era em-bargada uma obra ilegal por ameaçar o Património. À medida que iam pas-sando os dias de estadia dos líderes de Macau em Pequim, o presidente da ANP pedia também uma maior aposta na Lu-sofonia. Na área da Justiça foi reaberto o caso Luis Amorim - o julgamento teve início em Portugal e várias testemunhas foram ouvidas. A meio do mês a cultura voltava a entrar em cena com um ciclo de seminários para assinalar o primeiro aniversário da morte de Manuel Vicente. Obras de Picasso Matisse e Renoir tam-bém chegaram ao Museu de Arte. Já nas ruas a fé dava uma nova mostra de vi-

talidade: centenas de pessoas reuniram--se para a Procissão de Bom Jesus dos Passos. As empresas de Jogo e entrete-nimento também apresentaram os seus projectos com o City of Dreams a dar a conhecer os planos para sua nova torre e o empresário David Chow a divulgar a sua praça de estilo manuelino para a Ilha da Montanha concebida por Carlos Marreiros. Isto tudo num mês em que dávamos a conhecer que os hotéis enca-receram 77 por cento desde 2008. Já sem contas feitas continuava o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) no que diz respeito ao custo das obras do Metro Ligeiro. O Governo teve ain-da que fazer face à crise das aves, depois de em Macau ter sido detectado o vírus H7N9 numa amostra de 1.000 galinhas. Os mercados de venda de carne viva foram obrigados a esvaziar as bancas durante alguns dias. Mas, a verdadeira tensão chegou no final do mês quando Chui Sai On foi chamado a sair à rua pelos moradores do edifício Sin Fong Garden para dialogar. Quem resolveu este impasse - os habitantes tinham blo-queado a rua - foi Alexis Tam, então chefe de Gabinete do Chefe do Executivo, ao deslocar-se à zona do protesto para falar pessoalmente com os moradores.

ABRILA Primavera já tinha caído com pre-

núncios de menos chuva e mais calor, mas os trabalhadores dos casinos ti-nham poucos motivos para se alegrar com o bom tempo: um estudo relevava que os índices de confiança, nomeada-mente entre “croupiers”, estava muito baixo em contraste com o das outras profissões que tinham subido. O tom negativo também continuava a imperar entre as associações que se queixavam da possibilidade do Governo contra-

tar terapeutas no exterior. Já a CAM e a CEM encontravam razões para fes-tejar ao registarem lucros. Também o presidente da Air Macau se mostrava

confiante quanto ao futuro “sólido” da companhia de bandeira do território, em entrevista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. Foi neste mês que se vol-tou a confirmar que em Macau os alu-nos são bons a matemática e a solucio-nar problemas, tal como indicavam os resultados do PISA de 2012, mas apesar das boas notas, o estado da Educação gerava dúvidas à deputada Kwan Tsui Hang que considerava que o Governo devia dar mais apoios às escolas priva-das, seguindo uma política equilibrada. Na Justiça, os advogados de Macau ad-mitiam retomar o protocolo com Portu-gal, reunindo-se à procura de consenso. O encontro culminou com Macau a pro-por à Ordem dos Advogados de Portu-gal um exame prévio e um exame com condições para que os seus causídicos pudessem vir a exercer no território. Apesar da Universidade da Cidade de Macau lutar por um curso superior na Língua de Camões, o seu plano acabou por não ser submetido ao Gabinete de Apoio ao Ensino Superior para aprova-ção. Mesmo assim, a Língua Portugue-sa tornou-se um dos temas dominan-tes neste mês com a chegada de Nuno Crato, ministro português da Educação e da Ciência, que visitou a Escola Por-

tuguesa notando que a instituição esta-va a caminho de uma nova fase, depois da confirmação de que se manterá nas actuais instalações, fechando assim um longo processo. Também na Educação havia boas notícias para a Caritas, pois estava à vista uma solução para a sua escola de ensino especial que carecia de um espaço face à subida das rendas. Abril tornou-se um mês ainda mais especial com as comemorações dos 40 anos da Revolução de 25 de Abril que

também decorreram em Macau com várias iniciativas. Rui Veloso, na músi-ca, António Reis, na História, assinala-ram na RAEM esta data marcante para Portugal e para a Liberdade. Dias antes celebrou-se a Páscoa com uma demons-tração de fé através da participação de centenas de fiéis nas comemorações pascais. O Bispo de Macau, D. José Lai, assinalava o número crescente de católicos no território. Os meses conti-nuavam, contudo, a ser penosos para as PME’s, com o vice-presidente da As-sociação da Promoção das Pequenas e Médias Empresas a afirmar a este jornal que 30 por cento daquelas companhias podiam fechar. Sem razões para sorrir estavam ainda os moradores do Sin Fong Garden que voltaram a sair à rua obrigando a intervenção da polícia. En-quanto, isso o líder do Governo, Chui Sai On, começava a prometer mudan-ças na estrutura no Executivo perspec-tivando a sua reeleição.

MAIOMaio, inevitavelmente, arrancou

com vozes críticas. Várias manifesta-ções saíram à rua assinalando o Dia do Trabalhador com os problemas que pairavam na cidade. A polícia estimou que 1.000 pessoas marcharam por dife-rentes causas em demonstrações onde as faixas dos trabalhadores dos casinos predominavam em defesa do empre-go dos residentes. Enquanto muitos desfilavam pelas artérias de Macau, muitos outros preferiram dirigir-se a Hac Sá para o início da época balnear. Mas o sol ardente também não impe-diria que, no final do mês, ainda mais pessoas saíssem à rua, deixando até a praia, para se juntar àquela que seria a maior manifestação de que há memó-ria desde 1999: cerca de 10.000 pessoas. O protesto levou o Governo a retirar da AL o regime de garantias dos titulares dos principais cargos. Depois de des-filarem numa tarde de domingo, cerca de 7.000 pessoas voltaram a reunir-se, na mesma semana, em frente à Assem-bleia Legislativa, quando decorria um Plenário durante o qual foi aprovada a

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2014 em revista

suspensão daquele diploma. A popu-lação pedia, contudo, que o Executivo desistisse completamente da proposta que iria beneficiar membros da equi-pa governativa. Entretanto os Dóci Papiaçám já tinham intensificado os ensaios para subir ao palco do Cen-tro Cultural, no âmbito do Festival de Artes, com uma peça – “Vivo na Únde

(Casa de Sonho) - cheia de humor para mostrar um grave problema de Macau, a habitação. O tema não podia ser mais ac-tual. Também se dava conta que a maio-ria dos senhorios não cumpriam a lei uma vez que - pelos dados de 2012 - apenas estavam registados 27.000 contratos. Em baixo encontravam-se os níveis da quali-dade do ar e da água, mas ainda assim, numa entrevista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o presidente da Associação de Ecologia, Ho Wai Tim dizia que os ac-tivistas ambientais devem aprender mais antes de protestar. Na área social, os nú-meros, disponibilizados pelo IAS, indica-vam que o apoio social cresceu mais do triplo da inflação, com a maior fatia a ser atribuída às associações que trabalham com crianças, jovens, idosos e reabilita-ção. No Jogo, a SJM voltava ao topo com uma ajuda da Galaxy, face à desacelera-ção da Sands China no mês anterior.

Jason Chao também regressava à ac-ção desta vez para acusar o Governo de mentir à ONU devido à entrega de várias imprecisões ao Comité sobre a Lei con-tra a Violência Doméstica. Uma chuvada abate-se sobre Macau, ao ponto de em 11 dias ter chovido mais do que os padrões normais considerados para este mês. Po-rém, o clima instável não impediu que os fiéis saíssem para desfilar com Nossa Senhora de Fátima naquela que é conhe-cida pela procissão das velas. Poucos dias depois, e vindo de Xangai e Pequim onde se encontrou com Xi Jinping, o Pre-sidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, chegou a Macau deixando a mensagem que cada um dos portu-gueses tem que ser embaixador do país, considerando que a EPM é muito espe-cial. Durante a sua visita, Cavaco Silva atribui a Grã-Cruz da Ordem do Mérito a Chui Sai On. Maio também foi mês de dar enfâse à Lusofonia desta vez através de uma visita do director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM

ao Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, onde insistiu que Macau necessi-ta de mais bilingues para reforçar o seu papel de plataforma sino-lusófona. No cruzamento de culturas, Ng Fok foi enal-tecido pelo cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, pelo apoio dado na renovação da residência consular. Macau despediu-se ainda de Nuno de Senna Fernandes que morreu aos 90 anos, relembrado para sempre como um músico exímio.

JUNHOEm Macau o mês de Junho nascia com

a admissão de “culpas no cartório” por parte de Lau Si Io. O Secretário para os Transportes e Obras Públicas reconhecia falhas no controlo do imobiliário garan-tindo que o Governo estava empenhado em “reprimir a especulação excessiva”, face à subida contínua dos preços das habitações. Enquanto isso, o Instituto de Habitação detectava casos de arrenda-mento ilegal nas moradias públicas de Seac Pai Van. Entretanto, várias persona-lidades do território, incluindo o Chefe do Executivo, reuniram-se para prestar homenagem ao empresário antigo vice--presidente da Conferência Consultiva

Política do Povo Ma Man Kei que fa-leceu. A História voltou às primeiras páginas dos jornais com o Massacre de Tiananmen de 1989. Se por um lado o Governo Central não tinha na agenda reavaliar o “4 de Junho”, por outro, este dia trágico foi recordado por milhares de pessoas com várias homenagens às vítimas. Apesar das dificuldades em ob-ter autorização para realizar a vigília no Largo do Senado, a União para o Desen-volvimento Democrático não desistia da iniciativa estimando a presença de cerca de 1.000 pessoas. O grupo acabou por ser surpreendido com mais do dobro de participantes que cobriram o Senado com velas em homenagem às vitimas. Ainda na política foram eleitos os 400 membros para colégio eleitoral que ele-ge o Chefe do Executivo: 4.505 pessoas de um universo de 5448 representantes participaram no acto eleitoral. Os trans-portes foram sendo um tema quente nos

jornais com o anúncio, depois de algum suspense, que a Nova Era iria assegurar o lugar deixado vago pela falida Reolian. A empresa foi criada pelo grupo estatal Nam Kwong. Mas era para o desporto que começavam a despertar as atenções já que o Mundial de Futebol, no Brasil, iria fazer vibrar milhões de pessoas. Em Macau as expectativas também eram al-tas, mas a desilusão foi maior pelo menos para os que apoiavam Portugal. A selec-ção das quinas não foi além da fase de grupos e sofreu ainda uma goleada. Os portugueses celebraram, contudo, o seu patriotismo com o 10 de Junho. Em Ma-cau este dia serviu não só para oferecer uma camisola de Cristiano Ronaldo ao Chefe do Executivo como também para condecorar Alexis Tam, chefe do Gabi-

nete do Chefe do Executivo. As possibi-lidades de voos directos entre Portugal e China continuavam em cima da mesa. Dos cofres da RAEM saíam boas notícias já que Macau tendia a superar os Estados Unidos nas receitas turísticas. Com tanta facturação era tempo para aumentos na Educação com o anúncio que os educa-dores de infância poderiam sofrer um in-cremento de sete por cento nos salários. No final de mês, apesar dos nervos dos alunos da EPM com os exames nacionais, o clima acabou por ser de festa. Não só porque os estudantes se mostravam con-fiantes quanto aos resultados mas tam-bém porque se preparava a festa de São João, cheia de tradição em São Lázaro. Mas ainda na área da Educação os âni-mos não se acalmaram, sendo que um aluno empunhou um cartaz durante uma cerimónia de graduação na Universidade de Macau contestando a falta de liberda-de académica. Mais tarde, o Chefe do Executivo comentou este caso rejeitando alegadas limitações à liberdade. Neste incidente alguns jornalistas foram ainda barrados quando tentavam fazer a cober-tura. Ao mesmo tempo confirmava-se a saída de Eric Sautedé da Universidade de São José por comentários políticos. A vio-lência doméstica era outro dos temas na ordem do dia, ao ser criado um novo gru-po de apoio às vítimas. O auxílio era uma grande necessidade, uma vez que um in-quérito desenvolvido pela Associação de Luta Contra os Maus Tratos às Crianças e pelo Instituto Politécnico de Macau indi-cava que 10 por cento dos adolescentes já foram vítimas de abuso sexual.

JULHO

Depois de se ter dado a conhecer como a sucessora da Reolian, a Nova Era anunciava mais novos 26 autocar-ros para reforçar a frota. Com muitos capítulos escritos e várias polémicas, o salário mínimo também acabou por ser aprovado. Foram muitas as críti-cas com alguns deputados temendo despedimentos e a considerarem que a medida é desajustada à realidade. Mas numa reportagem do JORNAL TRI-BUNA DE MACAU, os destinatários desta primeira fase do salário mínimo – trabalhadores da limpeza e porteiros - não mostravam receios quanto ao fu-turo, depositando até esperanças neste novo modelo de pagamento. A espe-rança em mais algumas patacas devia--se sobretudo às exigências cada vez maiores das rendas das casas. Muitas dúvidas foram sendo levantadas sobre o sector imobiliário e a Jones Lang La Salle confirmava as suspeitas. Segundo uma avaliação da empresa de consul-

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tadoria, que analisou 102 mercados, Macau era um dos menos transpa-rentes, sendo que apenas 25 países e regiões ficaram atrás da RAEM. Para acalmar os ânimos, já quase a meio do mês, o Governo anunciava a construção de 32.000 casas na zona dos Novos Aterros, sendo que 80 por cento são públicas, garantindo que as promessas não eram propaganda. Chui Sai On não demoraria muito a formalizar a sua candidatura frisan-do que a habitação seria uma das questões mais importantes e prome-tendo uma mudança “relativamente radical” na sua equipa de Secretários após a reeleição. Noutro capítulo sobre alegada pressão no ensino su-perior, Jason Chao, da Consciência de Macau, pedia ao Governo que criasse uma comissão para investigar as restrições à liberdade académica, recordando casos de professo-res como Bill Chao, que enfrentava um processo na Universidade de Macau, e Eric Sautedé que foi des-pedido da Universidade de São José por comentários políticos. Na Associação Novo Macau, da qual Jason Chao também era presidente, o tempo foi de renova-ção com a liderança em mudança: Sou Ka Hou regres-sado de Taiwan assumiu o lugar de líder. Porém, nem tudo foram rosas, uma vez que as mudanças vieram abrir feridas internas, com alguns dos membros mais antigos a temerem que o estilo moderado da Novo Macau pudesse desaparecer. Com as eleições para o Chefe do Executivo quase à porta, várias associações, algumas presididas por aqueles jovens activistas, uniram-se para organizar aquilo que denominaram como “referendo” na tentativa de dar voz à popula-ção para dizer o que pensa sobre o processo de elei-ção para o líder de Macau. Esta iniciativa foi criticada pelo Gabinete do Chefe do Executivo que a conside-rou “ilegal”. Mais tarde, o presidente da Associação dos Advogados questionou também a legitimidade da iniciativa mas afirmou que esta não violava a Lei Básica. O IACM acabaria, contudo, por proibir quais-quer actividades designadas de referendo, mesmo a sua publicitação. A organização levou o caso ao Tri-bunal de Última Instância. O Metro Ligeiro também estava em foco com o Governo a chamar arquitectos portugueses para encontrar soluções para a passagem daquele transporte na Areia Preta e em frente à Es-tátua de Kun Iam. Desdobrando-se em explicações, o GIT prometia ainda que o Metro irá fazer barulho mínimo na península bem como será amigo do am-biente depois de concluído em pleno em 2022. Neste mês, Macau despede-se também do Padre Albino que acabaria por falecer em Portugal, mas continuaria a ser recordado por cá como uma pessoa “de coração à frente de tudo”. Depois dos nervos dos exames, nacio-nais os alunos podiam respirar de alívio pois a EPM voltava a superar a média nacional. Com o Verão à porta também regressaram a Macau alunos dos vários países e regiões da Ásia para aprender mais sobre a Língua de Camões. As crianças do ensino especial de língua portuguesa não tinham tanta sorte, pois a DSEJ continuava sem conseguir contratar uma professora que falasse aquele idioma. O Jogo começava a enfren-tar más notícias não só pelo segmento VIP ter caído 5,8 por cento no primeiro semestre como pelo facto da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes ter embargado, por obras ilegais, a cons-trução do Parisian desenvolvido pela Sands no CO-TAI. No final do mês, a empresa enfrentaria ainda mais problemas com os trabalhadores a cumprirem a promessa de cercar o Venetian contrariados com a política salarial e de progressão na carreia. A vitória maior foi para o ex-presidente do Instituto para os

Assuntos Cívicos e Municipais e mais três funcio-nários do organismo quando no final deste mês se viram absolvidos do crime de prevaricação no caso das 10 campas perpétuas após mais de meio ano de julgamento.

AGOSTOO calor de Agosto não conseguiu esconder que os

preços das casas voltavam a encarecer cerca de 20 por cento, pelo que o director geral da imobiliária Jones La-Salle Macau incentivava a recuperação dos edifícios não industriais para acolher não residentes. Macau tentava dar cartas na medicina tradicional chinesa ao criar-se uma joint-venture entre uma farmacêutica local e duas empresas dos EUA e Taiwan. As crianças eram as que conseguiam usufruir mais do Verão com o jardim de infância D. José da Costa Nunes a receber uma adesão recorde em actividades de férias. Mas na Educação nem tudo era alegria já que as universidades da RAEM fi-cavam de fora das 200 melhores da Ásia. O Jogo con-tinuava a arrefecer o bafo de Agosto ao registar-se uma quebra generalizada nas receitas, com excepção feita à Wynn nos resultados do mês anterior. Com o passar dos dias, o cenário continuava a piorar já que os trabalhado-

res da indústria não desistiam das manifestações, desta vez com mais de 600 pessoas a saíram à rua contra as condições salariais na Galaxy. Melhores notícias para os apreciadores de pão, com a chegada de uma padaria portuguesa à Barra. As investidas nos grandes negócios não paravam ao saber-se que, por exemplo, o deputado Chan Chak Mo iria arrancar com um empreendimento comercial na Ilha da Montanha com 50 restaurantes e lojas. Mas as pequenas e médias empresas não conse-guiam vislumbrar melhorias pedindo por isso uma “via verde” para recrutar trabalhadores não residentes. En-quanto a RAEM ostentava riqueza, a Cruz Vermelha lo-cal tinha angariado mais de 100 milhões para as vítimas de um sismo em Yunnan, fundo que aumentaria de va-lor para fazer face às perdas das pessoas que sofreram a tragédia. Entretanto, começava a contagem decrescente para as eleições do Chefe do Executivo e com isso alguns comentários de académicos. Lou Shenghua do Instituto Politécnico de Macau (IPM) garantia que era necessária uma “reforma decisiva” no sistema de nomeação dos al-tos cargos do Governo para combater a ineficiência da Administração. À procura de um segundo mandato, o líder do Governo não desistia de tentar dar mais boas

novas à população ao afirmar que queria uma renovação dos órgãos consultivos. Contudo, Chui Sai On não con-seguia convencer a todos: na Areia Preta foi recebido por um mar de reivindicações com pessoas que tinham exi-gências diferentes. Também o empresário David Chow

deixava a sua opinião vincada ao referiu que todos os Secretários eram “incompetentes” e por isso deviam ser substituídos. Quem não se resignava com a decisão do TUI era a organização do “referendo civil” que se deci-diu pelo voto era electrónico para levar a iniciativa em frente. Contudo, cinco elementos acabaram detidos e surgiram queixas de violação aos direitos humanos. A magia subia, contudo, aos palcos de Macau através do espetáculo de Franz Haracy e das acrobacias arrojadas dos Travis Pastranas Nitro Circus nas suas bicicletas. O desporto continuou a dar cartas com mais uma edição do Grande Prémio Mundial de Voleibol Feminino a pas-sar pela RAEM, colocando frente a frente equipas como a China, Coreia do Sul, Japão e Sérvia. Mas os jovens adultos de Macau continuavam cabisbaixo já que de acordo com o Índice de Felicidade Jovem da Ásia eram considerados os mais infelizes. O descontentamento era também evidente nas ruas de Macau, com os croupiers a saírem novamente à rua, desta vez com queixas contra a SJM. Nas artes era anunciado que Siza Vieira viria remo-delar o Hotel Sun Sun, tal com o JORNAL TRIBUNA DE MACAU avançou. As lendas de Hollywood também animavam as multidões com Schwarzenegger e Stallone a pisarem o território.

SETEMBROAs páginas de Setembro ficaram marcadas pela ree-

leição de Chui Sai On, votado pelo Colégio Eleitoral, na última noite de Agosto. Logo no arranque do novo man-dato, o Chefe do Executivo enfatizava a reforma da Ad-

ministração, mas recusava-se a comentar as detenções de activistas ligados à organização do denominado “re-ferendo civil” não oficial que pretendia saber a opinião da população sobre o método de eleições para o líder do Governo. Apesar dos incidentes à margem do processo eleitoral, Neto Valente, membro do colégio eleitoral e presidente da Associação dos Advogados, afirmava que

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 201406 JTM | LOCAL

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2014 em revista

a eleição – em que 380 dos 400 membros votaram em Chui Sai On - seguiu “as regras do jogo”. Os dados do referendo levado a cabo pelas três associações - Cons-ciência de Macau, Juventude Dinâmica e Sociedade Aberta - revelavam que 95 por cento dos 8.688 partici-pantes mostravam-se favoráveis ao sufrágio universal, facto que o Chefe do Executivo não deveria ignorar, mesmo que não quisesse validar a iniciativa. Mais tar-de a mesma organização revelou dados que apontavam que 7.762 não confiavam em Chui Sai On. Por causa das detenções, Jason Chao decidiu apresentar queixa ao Ministério Público contra o Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais. As ruas voltavam a inundar-se com vozes de protesto. De um lado, centenas contra os pre-ços da habitação do outro mais de 600 trabalhadores da SJM que decidiram pedir dispensa laboral em forma de contestação, já mesmo depois da operadora ter anuncia-do o reforço dos benefícios. Já ao nível dos transportes, os taxistas não se conformavam com as tarifas propos-tas pelo Governo considerando-as baixas. Apanhar um autocarro também parecia uma tarefa impossível na Ilha da Montanha com os veículos sempre apinhados. Apesar das confusões do tráfego, Siza Vieira chega ao território para uma visita e inauguração de uma mos-tra com fotografias de obras suas. O arquitecto, que vai trabalhar na remodelação do Hotel Sun Sun, notou que “ninguém podia imaginar este desenvolvimento enor-me” de Macau. Enquanto o Instituto Cultural avançava que pretendia vir a restringir a altura dos edifícios na Praia Grande para manter um “equilíbrio desigual”, o Instituto de Acção Social prometia mais uma vez a Lei dos Idosos para o final do ano. O ano lectivo também ar-rancou com as creches abrir as portas com algumas boas surpresas: o Costa Nunes registou um número inédito de alunos chineses. Na Escola Portuguesa o ano tam-bém arrancou com novos projectos, como uma Rádio para os estudantes. Apesar da azáfama do regresso às aulas, o mês oferecia uma pausa para festejar o Festival da Lua: havia bolos lunares com sabores da tradição ou mais modernos. Na Justiça também se retomava o tra-balho depois das férias e num relatório, elaborado pelo Gabinete do Tribunal de Última Instância, era sugerido ao Governo que alterasse a Lei de Bases da Organização Judiciária para o Tribunal de Última Instância poder jul-gar casos que envolvam titulares de principais cargos. As quebras no Jogo continuavam a ser notícia, mas este não era um sinal negativo para todos, uma vez que a As-sociação Comercial Federal Geral das PME’s considerou que tal aliviava as dificuldades das pequenas empresas. A meio do mês, o tufão Kalmaegi provocou inundações e levou aos habituais abusos de taxistas. Enquanto isso,

o IPOR celebrava 25 anos com novos projectos para dar mais enfâse à Língua de Camões. Já no seio da Novo Macau continuavam a encontrar-se fissuras com os gabi-netes dos deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong a iniciarem uma gestão de forma autónoma da associação. Quem não parou foram os trabalhadores do sector do jogo que ameaçavam com mais protestos sem medo das intimidações da polícia. Os ecos dos protestos chegavam a Pequim onde Chui Sai On se encontrava com o Presi-dente chinês. Xi Jinping alertou o Chefe do Executivo de Macau para a necessidade de antecipar problemas face às grandes mudanças. Chui Sai On continuava, contu-do, a acreditar que os avisos de Xi Jinping não tinham origem nas manifestações. A Lei do Património já estava a fazer efeito ao travar meia centena de obras que po-diam afectar a História. Porém, era esperado um edifício alto para o Ramal dos Mouros com mudança de finali-dade do terreno para construção de habitação. No cair do mês, Hong Kong começou a dominar as páginas do mundo quando estudantes e membros do movimento “Occupy” transformaram a zona de Central num cam-po de batalha pela Democracia.

OUTUBRODurante a pausa da semana dourada, que voltou a

entupir as ruas de Macau com turistas, os estudantes em Hong Kong continuavam com o movimento “Oc-cupy Central” nos principais pontos da região vizinha, acampados, à espera de cedências por parte do Gover-no. Exigiam que, em 2017, o Chefe do Executivo fosse

eleito por sufrágio universal, sem interferências de Pe-quim. Na RAEM a reforma política também marcava a actualidade com o Chefe do Executivo de Macau a refor-çar, por ocasião da recepção do Dia Nacional da China, que a decisão da ANP é cumprida “rigorosamente”. A saga dos moradores do Sin Fong Garden estava longe de terminar já que voltaram a marcar um protesto desta vez pacífico para assinalar os dois anos longe das suas casas em risco de ruir. Dois anos de angústia, segundo contaram ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU. Enquan-to os moradores se sentiam ignorados, o Governo dava ouvidos a vários deputados e associações ao prometer incluir na revisão do Código Penal a questão do assédio sexual. O Instituto Cultural também se esforçava para cumprir os prazos da UNESCO, mas sem sucesso, uma vez que não iria conseguir entregar o plano de gestão do Centro Histórico dentro do prazo, enviando apenas um esboço dos trabalhos realizados. O nível de dificuldade na execução também chegava aos exames da Função Pú-blica, nos quais em 500 participantes apenas um passou no teste de admissão. Chumbos que obrigaram os SAFP a reabrir os concursos para técnicos jurídicos. Já as esco-las do ensino geral resistiam a aceitar alunos do ensino especial para manterem as suas médias, denunciava a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude. Para fa-zer face a alguns problemas sociais, a Caritas criava um grupo de combate ao suicídio. No capítulo da Natureza, os golfinhos brancos procuravam refúgio nas águas de Macau. Mas a qualidade de vida no território degrada-va-se com os números a mostrarem que os níveis de po-luição eram seis vezes superiores ao recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Em meados do mês ar-rancava o Ano Judiciário, ao notar-se que a justiça estava “lenta” e também de “pior qualidade”, enquanto que na Associação Novo Macau as divergências entre gerações eram cada vez mais evidentes. Os deputados da Novo Macau ameaçarem reduzir o apoio financeiro à associa-ção. A Festa da Lusofonia, que sempre se adivinha ale-

gre, começou com o “caldo entornado” uma vez que o Governo decidiu inaugurar o certame mais cedo do que aquilo que estava previsto. Contudo, a alegria acabou por imperar nas Casas-Museu da Taipa com muita mú-sica e boa gastronomia. Mesmo longe do território, em Toronto, fundou-se uma Aliança Internacional Macaen-se que reuniu 10 associações de macaenses do Canadá, Estados Unidos, RAEM. Contudo, várias personalida-des locais preferiram demarcar-se desta nova entidade. A arte também dominou depois da entrada do Outono. A dança e o teatro chegaram, assim, à Rua da Felicida-de para a 14ª edição do Fringe. O Venetian voltou a ser palco da Feira Internacional de Macau que juntou 70 empresas portuguesas. O Fado de Coimbra também

chegou à RAEM pelas mãos do JORNAL TRIBUNA DE MACAU oferecendo vários concertos. O mês começava a cair a pique com as notícias de que tanto a SJM como a Melco Crown já tinham sinal “vermelho nas receitas”. Sinal negativo também para a Educação ao registar-se que Macau liderava novamente o ranking dos chumbos escolares de acordo com o relatório do programa PISA, cuja comparação é feita com países da OCDE. No final do mês, Macau deu ainda as boas vindas ao presidente da Câmara do Porto que veio reactivar laços de amiza-de e agarrar oportunidade de cooperação. O JORNAL TRIBUNA DE MACAU estava preparado para entrar no seu 33º ano de publicação.

NOVEMBRO

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014 JTM | LOCAL 07

A chuva de críticas à gestão dos táxis aumentou de intensidade logo no romper deste mês com o Gover-no a anunciar a não renovação das licenças dos 100 táxis amarelos. Se-gundo o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Wong Wan, a decisão deveu-se à ausência de um acordo em relação ao valor de uma nova taxa de serviço. Porém, a com-panhia Vang Iek queixava-se das re-gras de gestão demasiado exigentes. Esta polémica adormecia um pouco com o roncar de outros motores na cidade. O mês era de Grande Prémio no Circuito da Guia. Durante um fim--de-semana, várias corridas voltaram a realizar-se com sucesso na RAEM. E na prova rainha, o sueco Felix Ro-senqvist garantiu a vitória depois de há dois anos ter ficado atrás do piloto português Félix da Costa. Nos Lagos Nan Vam o desporto era outro com muitas pessoas a jogarem a sua sor-te em várias actividades recreativas que tinham como objectivo ajudar a Caritas, através do seu bazar anual. A política era outro dos temas dominan-tes com as expectativas em alta para se conhecer o Governo que Chui Sai On iria nomear. Antes da apresenta-ção oficial dos titulares dos princi-pais cargos, o JORNAL TRIBUNA DE MACAU avançava que o empresário Lionel Leong iria substituir Francis Tam na pasta da Economia e Finanças e Wong Sio Chak passaria a liderar a pasta da Segurança ocupando o lu-gar de Cheong Kuoc Vá. Chui Sai On deslocou-se à Assembleia Legislativa para fazer um balanço dos trabalhos depois da sua reeleição, ficando adia-da para Março a apresentação das Li-nhas de Acção Governativa. Durante a apresentação, Chui Sai On classifi-cou a actuação do Governo como sa-tisfatória, embora tenha reconhecido a existência de “certas insuficiências”. Para o futuro, referiu que se deve atribuir “maior importância à distri-buição justa da riqueza” e ao “equi-líbrio entre o desenvolvimento social e económico”. Porém, funcionários públicos foram os que tiveram mais motivos para sorrir com o anúncio de um aumento salarial de 6,8 por cento a partir de Janeiro. Também os gru-pos da defesa das vitimas de violên-cia doméstica podiam respirar de alí-vio com o anúncio de que este crime iria ser tipificado como público para quase todas as relações conjugais, à excepção dos homossexuais. Contu-do, mais tarde, o Executivo voltava a baralhar o jogo ao afirmar que só as ofensas que resultam em consequên-cias graves para as vítimas iriam ser consideradas como actos de violência doméstica. A proposta acabaria por ser apresentada pelo Conselho Exe-cutivo na última semana do ano. No capítulo da democracia, a Associação Novo Macau voltava a mostrar-se in-satisfeita com o Governo temendo in-timidações aos activistas. Apesar do balanço positivo de Chui Sai On, na perspectiva da antiga presidente da Assembleia Legislativa, Susana Chou, a sobreposição de competências atin-giu um nível “muito grave” na Admi-nistração. Segundo um inquérito do Gabinete de Estudo das Políticas do Governo - que fez um levantamento das mais de 120 mil opiniões recolhi-das durante os 14 dias de campanha eleitoral do Chefe do Executivo - o Governo deveria dar mais atenção às questões relacionadas com o tráfego, a habitação e saúde, uma vez que são as que mais preocupam a população. O investimento na Educação também não deveria ficar esquecido: na região

da Ásia Pacífico, Macau tem um dos mais baixos níveis de despesa pública no sector da Educação em percenta-gem do Produto Interno Bruto (PIB). O alerta soou também sobre a neces-sidade de uma maior preservação do Património com Richard Engelhardt, antigo conselheiro da UNESCO na re-gião da Ásia Pacífico, a considerar que a “originalidade” do conjunto históri-co do território corre mesmo o risco de se perder” devido à falta de pers-pectiva de futuro nesta área. Durante este mês, Macau também se despediu de Lei Pang Chu, vice-presidente do jornal Ou Mun, que faleceu, em Hong Kong, sendo homenageado na RAEM por várias personalidades, incluindo o Chefe do Executivo. Um incêndio numa loja de pronto a vestir vitimou ainda mortalmente quatro pessoas, não residentes. No circuito das estre-las registava-se a notícia que um filme de Hollywood onde entra Jackie Chan seria filmado em Macau. Enquanto se anunciava que a fronteira do COTAI viria a ser aberta 24 horas por dia, o Governo continuava sem saber qual o orçamento para o novo posto fron-teiriço a construir junto ao Canal dos Patos, estimando apenas um valor “astronómico” para a empreitada. No capitulo social, o mês encerrou com

a Santa Casa da Misericórdia a assi-nar vários acordos com a homologa do Porto e a União das Misericórdias Portuguesas para formar mais qua-dros qualificados na área da Saúde e da Educação, promovendo um reen-contro com a sua própria história.

DEZEMBRO

O ano terminou em ambiente de renovação: formou-se completamente um Governo. Chui Sai On apresentou os novos rostos para as cinco tutelas do Executivo, deixando de fora todos os Se-cretários que há anos vinham ocupando os cargos. O Governo tomou posse a 20 de Dezembro numa data não só especial

pelo número que se assinalava - 15 anos da criação da RAEM - como também pela presença do líder máximo da China em Macau, Xi Jinping, no momento solene de juramento do novo Executivo. Chui Sai On prometeu, em frente ao Presidente chinês, ter como prioridade o bem-estar da população e mostrou-se consciente sobre as exigências da “Pátria”. A região que factura milhões com o Jogo não po-derá chegar à idade adulta dependendo apenas das mesas e máquinas dos casi-nos. Diversificação foi uma das palavras de ordem dos discursos. Xi Jinping che-gou a Macau e visitou Seac Pai Van, falou para mais de 150 personalidades ilustres dos diferentes ramos da sociedade e dei-xou uma mensagem clara: que a RAEM cresça preparada para “os riscos” futuros bem como incentivando a unidade e es-pírito solidário entre a nova geração para que não se abram fissuras muito fundas no “Amor à Pátria”. Xi Jinping chegou a Macau depois de Chui Sai On já se ter deslocado a Pequim para inaugurar uma exposição que pretendia mostrar o desenvolvimento dos 15 anos da RAEM “aos compatriotas” do Interior da China. Num ano que ficou marcado por várias manifestações, a visita de Xi Jinping mo-tivou mais um protesto. Depois do IACM ter vetado a passagem da manifestação pelo Jardim da Penha e o Centro Recreati-vo do Lago Nam Van, a Associação Novo Macau não desistiu do protesto e desde a Praça do Tap Seac até à Praça da Amiza-de marcharam cerca de duas centenas de pessoas reivindicando a eleição do Chefe do Executivo por sufrágio universal, em

2019, e o aumento do número de depu-tados eleitos de forma directa. O vice se-cretário-geral do Comité Permanente do Assembleia Nacional Popular, Li Fei, che-gou a admitir a possibilidade de haver uma alteração da Lei Básica para mudar a forma de eleição do Chefe do Executi-vo. Alertou, no entanto, que a mudança

tem que ser feita com grande cuidado e que a RAEM não deve simplesmente co-piar modelos políticos ocidentais. Tam-bém no domínio político, o Comissariado Contra a Corrupção defendeu a revisão o mais rápido possível da Lei Eleitoral da Assembleia Legislativa de forma a evitar os problemas que ocorreram nas últimas eleições em que se verificaram “mais situações de angariação desones-ta de votos”. Mas nem só de política se alimentavam as reivindicações. Cerca de 130 pessoas também participaram numa marcha em nome dos direitos das mu-lheres, nomeadamente para pedir apoio suficiente para as que as sofrem de vio-lência doméstica. As boas novas para a Economia também não eram as melhores já que os especialistas de Macau davam como certo que a RAEM deveria entrar em recessão técnica no final do ano face à descida constante do PIB. Os prenúncios devem manter-se até a meados de 2015, segundo as estimativas. Nem tudo é um mau agoiro: esta descida pode ajudar a estabilizar os preços do imobiliário. Na Saúde as notícias não eram, de todo, ani-madoras já que o número de enfermeiros por cada 1.000 habitantes continuava a descer face ao número da OCDE. 76 por cento dos trabalhadores do sector do Jogo queixavam-se ainda que o seu bem estar psicológico piorou depois de terem co-meçado a trabalhar nesta indústria. Com o desenvolvimento da cidade, continua-va também a agravar-se as condições ambientais: a qualidade do ar era uma das principais preocupações ambientais da população. A falta de espaço de um território que cresceu além das medidas também obrigou a Sociedade Protectora dos Animais a ponderar o transporte de cães para Portugal. Uma nota ainda para o estado dos Direitos Humanos, com as associações locais a enviar às Nações Unidas um relatório no qual Jason Chao classificou o ano de 2014 “severo”, desta-cando até a violação do direito à habita-ção. Mas a RAEM também dava mostra da sua solidariedade com 45 mil pessoas a juntarem-se à Marcha de Caridade or-ganizada pela Associação de Beneficên-cia dos Leitores do Jornal Ou Mun anga-riando 16 milhões de patacas para os que mais precisam.

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 201408 JTM | LOCAL

REVISTA DO ANO DO DESPORTO LOCAL

Wushu falhou ouro nos Jogos Asiáticose Pacquiao lutou duas vezes em MacauA presença de atletas nos Jogos de Incheon foi um dos destaques do ano no desporto da RAEM, regressando a casa com sete medalhas. O pugilista Pacquiao obteve dois títulos mundiais na Arena do Venetian. Benfica ganhou tudo no futebol

Com o ano de 2014 a “dar as úl-timas” é tempo de recordar os grandes acontecimentos despor-

tivos de Macau, que fizeram as prin-cipais notícias na comunicação social local e concretamente no JORNAL TRI-BUNA DE MACAU.

A prioridade vai para a presença de delegações da RAEM no exterior, na participação em competições interna-cionais de prestígio.

Os Jogos Asiáticos, que se realizam de quatro em quatro anos, têm sempre uma elevada importância, porque mar-cam ciclos de evolução dos atletas e das modalidades. Desta feita as provas de-correram na Coreia do Sul, cidade de Incheon, com a comitiva do território a depositar grandes esperanças numa medalha de ouro, principalmente atra-vés do wushu, mas sem o conseguir.

O desporto que mais títulos indivi-duais tem trazido para Macau, voltou mesmo assim a confirmar o talento dos seus executantes, monopolizando as medalhas de prata da delegação. Tudo graças à actuação de Huang Junhua (Nanquan/Nangun, masculino), Li Yi (Jianshu/Qiangshu, feminino) e Jia Rui (Changquan masculino).

Jia Rui é o único atleta da história do desporto de Macau, que já chegou à medalha de ouro em Jogos Asiáticos, tendo cometido a proeza na edição de 2010 em Cantão (China).

De resto, as provas de Incheon, efec-tuadas em Setembro, proporcionaram mais quatro bronzes, dois no karaté (Paula Carion e Cheung Pui Si) e dois no taekwondo (Liu Qing e Wang Junnan).

Mais Wushu em Goae Hóquei domina Ásia

Mais cedo, em Janeiro, 140 atletas representaram Macau em nove moda-lidades dos Jogos da Lusofonia, que tiveram por palco a antiga colónia por-tuguesa de Goa (Índia). No balanço, um monte de medalhas (38) e um terceiro lugar no quadro final dos Jogos, atrás de Portugal (50) e da Índia (92).

O wushu deu nas vistas, com 20 me-dalhas, sendo 11 de ouro, enquanto que taekwondo, judo e atletismo igualmen-te foram ao pódio.

Macau enviou uma pequena comi-tiva aos Jogos Asiáticos de Praia, em Phuket (Tailândia), tendo conseguido uma medalha de prata na especialida-de de duatlo feminino, através de Hoi Long, que só perdeu por 26 segundos para a campeã, a japonesa Ueda Ai.

E por falar em competições asiáti-cas, mais uma vez o hóquei em patins mostrou a sua superioridade, ganhan-do todos os desafios do campeonato, que teve lugar na cidade chinesa de Haining.

A equipa orientada por Alberto Lis-boa, um veterano que continua a acu-mular as funções de treinador e joga-dor, derrotou na final Taiwan por 13-3, somando assim o nono título.

A formação de hóquei patinado es-taria depois, em Novembro, no Mun-dial do Grupo B, em Cannelones (Uru-

guai), fechando em sexto.

Vedeta Pacquiao na ArenaNo que diz respeito aos eventos in-

ternacionais realizados entre portas, em maior evidência esteve o boxe, com Ma-cau e o Venetian a apostarem forte nesta modalidade e a trazerem pugilistas de renome.

Houve vários espectáculos ao longo do ano, incluindo UFC e Muay Thai.

Na especialidade tailandesa brilhou o português João Fernandes Ramos, que promete outros feitos no futuro.

No boxe tradicional, aqui se deslo-caram vedetas como o chinês Zhou Shi-ming e o filipino Manny Pacquiao, com este último a “arrastar multidões”.

Os seus combates encheram a Arena do COTAI e foram dois, para gáudio dos adeptos. Em ambos Pacquiao, de 35 anos, não deu hipóteses aos seus ad-versários, derrotando na segunda pas-sagem por Macau, na discussão do tí-tulo de meio médios, o norte-americano Chris Algieri, por pontos.

Beckham vê jovens a jogar

No mesmo mês de Novembro, des-

locação ao território de uma antiga ve-deta do futebol internacional, o britâni-co David Beckham.

Foi a segunda vez que Beckham veio a Macau, agora para cumprir uma série de compromissos promocionais do Ve-netian.

A visita foi aproveitada para um en-contro com jovens jogadores da Asso-ciação de Futebol de Macau, selecções de Sub-16 e Sub-18, que evoluíram num pequeno campo improvisado na Arena, perante a atenção de Beckham.

O ex-Manchester United, Real Ma-drid, Los Angeles Galaxy, actualmente “senhor de muitos negócios” e Em-baixador de Boa Vontade da UNICEF, distribuiu alguns autógrafos e no final elegeu um jogador de cada uma daque-las selecções, a quem ofereceu alguns exemplares do livro com a sua biogra-fia.

Vólei para as japonesas,Rosenqvist conquista F3

O Verão tem trazido há vários anos a Macau quatro formações de voleibol feminino para a habitual “poule” do Grande Prémio e em 2014 os amantes

da modalidade tiveram a oportunidade de ver em acção China, Japão, Coreia do Sul e Sérvia. O triunfo pertenceu com grande surpresa às nipónicas, que na derradeira ronda superaram as chi-nesas por 3-1.

Um outro Grande Prémio, o das ve-locidades no Circuito da Guia, já tem uma história bem mais antiga. Em 2014 foi a edição 61, com a corrida principal, Fórmula 3, a ter como vencedor o sueco Felix Rosenqvist, na sua quinta presen-ça em Macau. Rosenqvist, de 22 anos, deixou nos lugares imediatos, o aus-tríaco Lucas Auer e o neozelandês Nick Cassidy.

Na derradeira jornada do WTCC, os mais rápidos nas duas mangas realiza-das, foram o argentino José Maria Lo-pez (Citroen) e o britânico Robert Huff (Lada). Lopez veio a Macau já com o tí-tulo assegurado no Mundial de Carros de Turismo.

O português Tiago Monteiro, teve uma das suas maiores desilusões, ao ver fugir o triunfo na segunda manga, em virtude de problemas mecânicos no seu Honda.

Nas motos, luta habitual entre pi-lotos britânicos, desta feita com vitória para Stuart Easton, que impediu assim Michael Rutter de ganhar pela nona vez no circuito da Guia.

Nas restantes corridas do programa, títulos para Andy Yan de Hong Kong na CTM Cup, Wong Wan Long de Ma-cau na Road Sport Challenge, Samuel Hsieh de Hong Kong na Corrida Chi-nesa e o alemão Maro Engel na Taça GT, na qual André Couto foi décimo tercei-ro e Rodolfo Ávila trigésimo.

Couto perde na secretaria

João Afonso ganha kartingJá depois das provas da RAEM,

Couto disputou a derradeira jornada do campeonato Audi e por pouco não ganhava. Venceu a penúltima manga em Abu Dhabi e só necessitava de ser segundo ou terceiro na segunda corri-da, no dia seguinte, mas uma penaliza-ção atirou-o para sexto. O malaio Alex Yoong foi o vencedor da temporada.

No karting, a pista de Coloane re-cebeu karts de várias classes para uma das jornadas do Asiático. Um piloto lo-cal, João Carlos Afonso, surpreendeu os seus adversários, ganhando em Fór-mula 125 Sénior Open, com o Filipino Robert Domingo em segundo.

João Afonso sagrou-se também vencedor absoluto no campeonato de Macau, com várias rondas ao longo da época.

Quenianos imbatíveis

A correr pelas estradas de Macau estiveram cerca de seis mil entusiastas das provas de fundo em atletismo, dan-do corpo à trigésima terceira edição da Maratona de Macau, mil na distância maior (42.195 quilómetros), dois mil na Meia (21.0975) e três mil na Mini (4.2).

Apesar da competição não oferecer prémios de presença ou incentivos aos atletas convidados (detentores das me-

Li Yi conquistou prata nos Jogos Asiáticos

Pacquiao obteve dois títulos mundiais na Arena do Venetian

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014 JTM | LOCAL 09

lhores marcas), continuam a alinhar maratonistas com razoáveis tempos, tentando lançar-se no continente asiático, isto apesar do percurso ain-da não estar estabilizado por causa das obras do metro ligeiro.

Como sempre tem acontecido, foi grande o contingente africano, concretamente os representantes do Quénia, que fizeram jus às suas cre-denciais e ocuparam os oito primei-ro lugares.

Triunfo para Julius Kiplimo Mai-sei, com o registo de 2 horas, 14 minutos e 45 segundos, repetindo o êxito de 2013, mas aí com tempo recorde (2.12.43). Classificaram-se logo a seguir, Dominic Kimwetich (2.14.47) e Duncan Cheruiyot Koech (2.14.48). Melhor de Macau, Chong Ip Chan, em décimo quarto (2.41.45).

No sector feminino, também ganhou uma queniana, Filomena Chepchirchir Chumba (2.33.24), à frente da compatriota Hellen Wan-jiku Mugo (2.33.35) e da chinesa Li Hua gong (2.33.41). Hoi Long foi a mais rápida entre as atletas do ter-ritório, ocupando o décimo posto (3.06.50).

Na meia maratona houve título português, através de Daniel Pinhei-ro (1.07.43), com um cabo-verdiano em segundo, Ruben Sanca, inte-grado na comitiva de fundistas da ACOLOP.

Nas mulheres, a queniana Edi-nah Koech venceu, com a marca de 1.20.50, seguida da portuguesa Cláudia Pereira e de Crisolita Silva de Cabo Verde.

Indiano em foco no golfe

Os “Opens” continuaram a preencher o panorama desportivo de Macau, dando assim continuida-de aos projectos iniciados anos atrás.

O golfe permanece no relvado do Macau Golf & Country Club e teve este ano como vencedor o indiano Anirban Lahiri, totalizando 267 pan-cadas, 17 abaixo do par do campo, deixando na segunda posição o aus-traliano Scott Hend (campeão no ano passado), ex-aequo com o tai-landês Prom Meesawat.

O credenciado sul-africano, Er-nie Els, antigo número um do mun-do, quedou-se num lugar modesto, vigésimo sexto, com 281 pancadas.

Por falar de golfe, igualmente a referência ao Torneio Internacional dos “Special Olympics”, que trouxe a Macau, pela mão da Associação dos Leitores da Revista Macau Busi-ness, representantes de 11 países ou territórios de vários continentes.

Este ano, segundo o principal elemento da organização, Paulo Azevedo, foram investidos mais de dois milhões de patacas.

Chinês surpreende no badminton,

egípcio vence no squashNo Open de badminton, sem

gente famosa no Pavilhão do Tap Seac, ganhou, em singulares mas-culinos, o chinês Song Xue, que era o décimo primeiro cabeça-de-série. Superou na final Vincent Wong, de Hong Kong, por 2-1.

Nas senhoras, a melhor seria a Indiana Sindhu, que bateu na dis-cussão do título a sul-coreana Kim Myo Min por 2-0. Nas restantes ca-tegorias, vitórias para Singapura, China e Indonésia.

No Open de squash, que come-çou no Complexo do COTAI e ter-minou num corte de vidro no Espa-ço Sintra, título para o egípcio Tarik

Momen, décimo primeiro jogador do ranking mundial. Venceu na final o compatriota Omar Mosad por 3-2.

No quadro feminino, triunfo da malaia Nicol David, no confronto com a egípcia Raneem El-Weleily, por 3-0.

Barcos e Culturismoem ano de Asiático

Os Barcos Dragão têm todos os anos a sua festa nas águas dos Lagos Sai Van, mas 2014 recebeu o Asiático. A China deu nas vistas, confirman-do o seu prestígio na modalidade, arrecadando oito medalhas de ouro, à frente de Tailândia (duas), Indoné-sia, Filipinas e Taiwan, uma cada.

Macau também organizou o Asiático de culturismo e ficou com o título masculino de 70 quilos, graças aos músculos de Iao Chong Wa.

Uma referência ao râguebi, que mesmo sem um espaço digno para treinar, lá vai sobrevivendo e cha-mando quase 200 miúdos aos trei-nos de mini-râguebi, uma das gran-des novidades em 2014.

Nas provas internas deste des-porto de bola oval, os “Silverback” de Hong Kong ganharam o Torneio Ten’s no Canídromo, onde parti-cipou pela primeira vez uma for-mação de Sub-16 de Macau. Outra equipa da RAEKH triunfou no Tor-neio de Praia, em Hac Sá, no qual evoluíram este ano 12 conjuntos.

Benfica monopoliza

época do futebolDeixámos para o fim a página

dedicada ao futebol, começando por dar destaque à selecção, que, não obstante o seu baixo ranking, co-meteu a proeza de empatar a duas bolas com a congénere de Singapu-ra, em desafio amigável realizado no Estádio da Taipa. A equipa de Leung Sui Wing esteve a perder por 2-0, mas empatou na segunda meta-de com golos de Leong Ka Hang e Nicholas Torrão.

A nível interno de clubes, o ano só deu Benfica, com as “águias” a conquistarem tudo o que havia para ganhar, Liga de Elite, Taça e Cam-peonato de Bolinha.

Bruno Álvares foi o treinador do sucesso, ele que só chegou (regres-sou) ao território, já a época tinha começado, depois das “chicotadas psicológicas” de Paulo Bento e Dani.

Na Liga de Elite os “encarnados” tiveram no Sporting (segundo, à frente do Monte Carlo), o principal rival, com a última jornada a decidir o campeão e o Benfica a ganhar por 2-1.

Na final da Taça, o clube de Leo-nel e Duarte Alves superou o Monte Carlo.Estas duas equipas voltaram a encontrar-se mais tarde, no sintético do D. Bosco, para a discussão do tí-tulo na Bolinha, e seria o Benfica a ganhar de novo.

De realçar ainda a boa tempora-da da Casa de Portugal, que triun-fou na II Divisão e subiu ao escalão principal.

Fechamos com os veteranos e o Torneio da Soberania, com mais um título da Coreia do Sul, o quinto con-secutivo. Vitória na final diante de Hong Kong por 2-0. Macau foi sexto no ano de aniversário (15 anos) da Associação dos Veteranos de Fute-bol de Macau.

De realçar ainda a boa tempora-da da Casa de Portugal, que triun-fou na II Divisão e subiu ao escalão principal.

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 201410 JTM | LOCAL

Viviana Chan

NOVO MACAU CRITICA LEI CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Exclusão de homossexuais é “lamentável”A Associação Novo Macau considera lamentável que o Governo tenha decidido não incluir parceiros do mesmo sexo no âmbito da protecção da violência doméstica. A académica Cecília Ho alertou também para o facto do diploma não contemplar situações de negligência em relação a menores. Já a directora do Centro Bom Pastor, Juliana Devoy, tem reservas em relação ao mecanismo de suspensão do processo contra os agressores

A Associação Novo Macau (ANM) entregou ontem uma carta aberta na sede do Governo criticando

a proposta de lei contra a violência do-méstica por excluir os casais do mesmo sexo. O grupo considera que o Governo está a adoptar um tratamento “discrimi-natório” em relação às pessoas com uma orientação sexual distinta.

Na carta aberta, a ANM refere que embora o Governo tenha decidido clas-sificar os casos de violência doméstica como crime público para poder proteger melhor a vítima, “é lamentável que os parceiros do mesmo sexo tenham sido excluídos do diploma”, mencionou.

A Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) tem alegado que a in-clusão dos parceiros do mesmo sexo não é possível uma vez que o Código Civil só reconhece casamentos e uniões de facto entre pessoas de sexo diferente. A ANM alerta, no entanto, que em Hong Kong e Taiwan, sociedades com valores familia-res “semelhantes ao de Macau”, existem diplomas para proteger estas camadas da população. Isto apesar de em ambos os territórios não existir legislação que lega-lize o casamento entre pessoas do mesmo

sexo. A Associação Novo Macau lembra

também que em Portugal, no qual o siste-ma jurídico de Macau se baseia, a legisla-ção criada em 2007 para combater o fenó-meno da violência doméstica já incluía a protecção para homossexuais, ainda que na altura não existisse ainda uma lei que permitisse o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Na opinião da ANM, o Governo não devia por isso tratar a legalização do ca-samento entre as pessoas do mesmo sexo como uma condição para a protecção de parceiros homossexuais envolvidos em casos de violência doméstica.

Ao mesmo tempo, a académica do Instituto Politécnico de Macau Cecília Ho alertou também para os problemas que a definição de violência doméstica prevista na proposta de lei poderá originar, con-siderando que falta clareza. Em declara-ções ao “All About Macau”, Cecília Ho destacou sobretudo a definição de ofen-sas com consequências “não leves” como o aspecto que poderá maior confusão na aplicação da lei.

Em relação à exclusão dos parceiros do mesmo sexo do âmbito de protecção do diploma, a académica indicou que em Macau existem muitos casais homos-sexuais que vieram de outro país e que

até já casaram noutros países onde o ca-samento entre as pessoas do mesmo sexo é permitido. Nesse sentido, a professora universitária prevê a actual lei não vai proteger o interesse deste grupo de pes-soas.

Além disso, Cecília Ho lamentou ainda que a proposta não tenha previs-to situações de negligência em relações a crianças, garantindo que o grupo vai apresentar opiniões durante a discussão do diploma na Assembleia Legislativa.

Av. de Sidónio Pais, Nº 49B, r/c, Edf. China Plaza, Macau.Tel: 28788813 Fax: 28788223

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A APOMAC

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à população de Macau

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Cívicos e Municipais

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www.iacm.gov.mo

Novo Macau entregou uma carta aberta na sede do Governo

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NOV

O M

ACAU

JTM | LOCAL 11 Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014

WONG SIO CHAK PROMETE MAIS FISCALIZAÇÕES INTERNAS

Secretário garante “tolerância zero” a indisciplina nas Forças de SegurançaO Secretário para a Segurança revelou que já foi instaurado um processo disciplinar contra o polícia suspeito de violação e abuso sexual de criança. Para além disso, assegurou que não vai tolerar casos de violação dos códigos disciplinares e da lei. Segundo o jornal “Apple Daily”, o suspeito pertence à Unidade Táctica de Intervenção da Polícia de Segurança Pública

Viviana Chan

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UIVONo rescaldo do anúncio

público da detenção de um agente das Forças

de Segurança, suspeito de abu-so sexual de criança, violação e coacção sexual, o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, veio a terreiro declarar tolerância zero perante casos de violação da lei e dos códigos de disciplina dentro das Forças de Segurança.

Avançando que o serviço onde o suspeito trabalhava já instaurou um processo discipli-nar, Wong Sio Chak afirmou que vão ser efectuadas investigações justas e rigorosas nos termos le-gais. “No caso de se verificar a existência de violação de lei e de disciplina interna, [a tutela] vai, absolutamente, tratar o caso a sério”.

As autoridades locais não especificaram a corporação a que pertence o suspeito, mas de acordo com o jornal “Apple Dai-ly”, de Hong Kong, o indivíduo integra a Unidade Táctica de In-tervenção da Polícia de Seguran-ça Pública.

Wong Sio Chak, antigo direc-tor da Polícia Judiciária, alertou ainda os dirigentes da sua tutela para tomarem o caso como refe-rência e darem “mais importân-cia aos trabalhos de gestão da disciplina dos trabalhadores, re-forçar a fiscalização interna, e to-mar, nos termos legais, medidas rigorosas contra os infractores”.

Mãe de vítima desconhecia o caso

Já a mãe de uma das alega-das vítimas ligou ontem de ma-nhã para a emissão programa radiofónico da TDM, “Plaza de Oumun”, que tinha no seu estú-dio a presidente da Associação de Educação da China e Juliana Devoy, directora do Centro do Bom Pastor para discutir o caso.

Declarando que apenas sou-be do caso quando foi contacta-da pela PJ, a progenitora alegou ter dificuldades de comunica-ção com a filha, que nunca lhe contou o que se passou. A mãe acrescentou ainda que a própria filha só soube que era vítima

neste caso controverso depois de ter sido contactada pela polícia.

A presidente da Associação de Educação da China defendeu que as escolas precisam de refor-çar a formação em educação se-xual e o uso apropriado da inter-net. Para além disso, não deixou de relembrar que os pais devem encontrar tempo para estar com os filhos.

Juliana Devoy, directora do Centro do Bom Pastor desta-cou que as escolas e as famílias devem criar nas crianças uma mentalidade de auto-respeito e valorização do seu corpo. No computador do suspeito foram encontradas fotografias e vídeos de 161 mulheres locais, das quais 78 eram menores de 18 anos.

O detido utilizava fotografias sem roupa das jovens para as chantagear a terem actos ou rela-ções sexuais com ele. Uma menor de 14 anos alega ter tido relações sexuais com o detido e outra com idade entre os 14 e 16 anos terá sido vítima de violação.

L.F.Wong Sio Chak (à direita) promete investigação justa e rigorosa

CHAN MENG KAM PEDE REFORÇO DA FISCALIZAÇÃO

22 multas por publicidade ilegal ao jogoAs violações da legislação por publicidade ao Jogo preocupam Chan Meng Kam, mas numa resposta a uma interpelação escrita do deputado o Governo assegurou que já reforçou a fiscalização nos pontos turísticos em Macau. Os serviços governamentais revelaram também que mais de duas dezenas de casos foram alvo de multas. Porém, o valor total das multas ascendem apenas a 30 mil patacas, algo que se deve ao facto de a lei datar dos anos 80

Desde o início do ano passado, registaram-se 22 casos de multas relacionadas com publicidades ilegais ao jogo em Macau. Numa resposta ao

deputado Chan Meng Kam, o Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas mencionou que, para combater irregularidade a Direcção dos Serviços de Economia (DSE), também tem realizado inspecção das publicidades colocadas ao ar livre.

Desde 2013, foram iniciados 18 processos de investi-gações, enquanto o Governo aplicou 22 multas cujo va-lor global supera apenas 30 mil patacas. De acordo com a resposta dos serviços governamentais, os trabalhos de fiscalização são levados a cabo de acordo com o código que foi aprovado em 1989.

Ao mesmo tempo, a DSE refere que reforçou a patru-lha nos pontos turísticos, como nas Ruínas de São Paulo, Terminal Marítimo, Portas do Cerco para verificar a exis-tência de publicidades ilícitas relacionadas com o jogo. Além disso, os carros em circulação também são objectos de inspecção.

Segundo as queixas do deputado Chan Meng Kam, até nos autocarros turísticos existem publicidades ao jogo online. A Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) e a Polícia realizaram várias operações conjuntas para desmantelar grupos criminais, retirando emissores de sinais para emitir as publicida-

des de jogo via mensagens de telemóveis a todos os que passam pela zonas das Portas do Certo. A polícia tam-bém deteve vários suspeitos envolvidos nestes casos.

Na interpelação escrita de Chan Meng Kam, o depu-tado mencionou que as publicidades de jogo, sobretu-do ao jogo online, já estão invadir a vida quotidiana das pessoas de Macau, achando que esta situação é contra-ditória com o princípio de evitar que locais ou publici-dades ao jogo possam invadir os bairros habitacionais.

Chan Meng Kam acha que o Governo deve avançar com a revisão da legislação para poder regular o acto de jogo online, que se encontra numa situação incontrolá-vel devido à generalização da Internet e à utilização dos telemóveis. O deputado pede às autoridades que pres-tem mais atenção a este fenómeno.

O Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas acrescentou que para fazer face ao jogo online, qualquer fornecedor do serviço de Internet tem que seguir o regime de acesso e exercício da actividade de prestação de serviços do sector e o regime geral da acti-vidade publicitária. O Governo não avançou no entanto qualquer calendário para concretizar a revisão da legis-lação aprovada no final da década de 1980.

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12 JTM | PUBLICIDADE Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014

JTM | LOCAL 13 Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014

GUIA DA ANIMAÇÃO PARA ENTRAR COM O PÉ DIREITO EM 2015

Festas para todos os gostos no Ano NovoSob o céu estrelado ou em espaços fechados, muitas são as ofertas para ouvir as 12 badaladas e deixar 2014 para trás. Com música latina, K-Pop ou Canto-Pop, jantares e festas de gala existem festas de passagem de ano um pouco por todo o território e para todo o público, já que numa noite destas ninguém deve ficar de fora

É chegada a altura para os grandes balanços e o delinear de estraté-gias e perspectivas para o ano que

agora chega, daí que nada melhor do que arrancar 2015 com muita alegria e animação, deixando para trás das cos-tas os “solavancos” de 2014. Para quem gosta de fogo de artifício e de espaços exteriores estão disponíveis espectácu-los gratuitos e para quem prefere algo mais requintado, ambientes latinos ou com música electrónica existem também diversas opções à escolha.

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais volta a presentear os resi-dentes com o fogo de artifício na Torre de Macau à passagem da meia noite.

Para quem estiver interessado neste espectáculo, poderá chegar à Praça do Lago Sai Van a partir das 20:00 e assis-tir ao concerto de Passagem de Ano que conta com a participação dos artistas de Hong Kong Andy Hui e Fiona Sit, bem como dos locais Angel Fg, Lino, Viviana Lo, Ken So, Germa Ku, Kevin Cheang, Kyla Ma e Kane & Vanus.

Nas Casas-Museu da Taipa a festa começa às 20:30 com os expositores de comida de comunidades locais da Aus-trália, Filipinas, França, Índia, Indoné-sia, Japão, Myanmar e Tailândia. Pelas 21:30 arrancam os espectáculos com Elisa Chan de Hong Kong e um con-junto de cinco artistas locais: Hyper Lo, Kayaku Sou, Aj, Josie, Pinheas Cheong e Scamper.

Do outro lado dos mangais, o hotel--casino “Venetian” vai levar a cabo na sua praça exterior a contagem decres-cente com música ao vivo, bailarinos, espectáculo de bateria com luzes LED e ainda a projecção 3-D na fachada do ho-tel, com direito a espectáculo pirotécnico ao bater da meia-noite.

Det Dik e Hunter Z, conhecidos artis-tas de Hong Kong, vão actuar na praça do Grand Lisboa, numa festa que terá como mestre de cerimónias outra estrela da região vizinha, King Kong.

Uma animação especial será exibida

na cúpula do Grand Lisboa, que ficará com todo o edifício iluminado, sendo que a contagem decrescente voltará a ser visível na Taipa.

Também o hotel Sofitel da Ponte 16 organiza este ano um concerto de passa-gem de ano sob o tema “K-Pop”, na sua praça externa. A “boysband” coreana

N-Sonic é a cabeça de cartaz, que conta ainda com a participação do grupo fe-minino “As One”, do cantor Siu Fay, de Vivian Chan e Jasmine.

Para quem gastar mais de 200 pata-cas nas superfícies comerciais do Sofitel até hoje, tem a possibilidade de entrar no sorteio de dois bilhetes de avião para a

Coreia do Sul, com direito à estadia de três noites em Seoul.

Já o City of Dreams aponta para outros públicos com a festa “Rock La Rumba”, no Hard Rock Café, que promete muita salsa, samba, “zouk” e outros ritmos lati-nos para aquecer o corpo e a alma.

O Club Cubic vai apresentar o DJ Da-nic, número 30 na lista de melhores 100 DJ’s pela DJ Mag. Como é quarta-feira, a “ladies night” mantém-se e as senhoras podem entrar gratuitamente até à 1:00.

No MGM, a festa faz-se no Lion’s Bar com o DJ Ted, a banda Soul Republic e cocktails especiais para que esta seja uma noite memorável.

Para quem prefere passar o ano em estilo, o “Venetian” vai realizar a fes-ta gala de passagem de ano sob o tema “Light Up 2015”. Durante o jantar com quatro pratos, poderá assistir-se à ac-tuação do grupo norte-americano, KC and the Sunshine, conhecido pelo géne-ro musical dos anos 70, disco, e o mega hit “That’s the way (I like it)”. Para além disso, Zhang Bichen, vencedor da tercei-ra edição do concurso “The Voice of Chi-na” e Mo Haijing, concorrente da mes-ma edição também vão marcar presença na gala.

Com a mesma pompa e circunstân-cia, o bar “China Rouge” no Galaxy pro-mete uma noite repleta de extravagância e da decadência da realeza parisiense do século XVIII. Com direito a uma ba-nheira dourada da marca de champanhe Moet, balões dourados e artistas vesti-dos a rigor, esta celebração já tem todas as mesas reservadas, podendo os inte-ressados ficar em lista de espera.

Na Praça Oriental do mesmo hotel--casino vai decorrer a “Festa Dourada” com a DJ Miss Yellow e o grupo de dan-ça e DJ’s coreanos The Flit.

Na Arena do COTAI, irá realizar--se pela terceira vez o concerto ao vivo do programa de televisão “The Voice of China 3”. Ao longo de quatro horas, os 18 cantores deste programa irão compe-tir com outros quatro artistas do “Sing My Song”, numa noite recheada de mú-sica e transmitida no canal televisivo Dragon Tv.

Liane Ferreira

Fiona Sit actua na Praça do Lago Sai Van, pela mão do IACM

Det Kit vai estar com a girls band “Hunter Z” na praça do Grand Lisboa No “China Rouge” o tema da festa é a Paris do século XVIII

Os N-Sonic vêm da Coreia do Sul para animar o público na Ponte 16

KC and the Sunshine levam música disco ao jantar de gala do Venetian

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 201414 JTM | LOCAL

SÉRIE “HISTÓRIAS DE MACAU 3” REÚNE DIRECTORES DE MACAU

Um “labirinto” em perspectiva cinematográficaTrês pontos de vista diferentes sobre Macau, num “thriller” de 107 minutos, assinalam a terceira produção da série “Histórias de Macau”. Com a maioria do trabalho desenvolvido por artistas e técnicos locais, a edição deste ano ajuda a consolidar o desenvolvimento da indústria cinematográfica local

Depois do sucesso da “Histórias de Macau 2- Amor na Cidade”

com o alargamento do núme-ro de sessões, devido à forte resposta e reconhecimento do público, a Associação Áudio--Visual CUT organiza a 29 de Janeiro o lançamento da tercei-ra série de curtas-metragens. Sob o tema “Cidade Labirin-to” e o ambiente mais pesado do “thriller” cinematográfico, Doug Chan, António Caetano de Faria e Chao Koi Wang con-tam três histórias com o territó-rio como pano de fundo.

O “Rugido da Mãe” dirigi-do por Doug Chan, conta a ter-rível história de uma mãe, que tenta descobrir a verdade sobre a morte inexplicável da filha. Este realizador ganhou o “Gol-den Award Digital”no Festival Internacional de Cinema de Hong Kong.

Por seu lado, o director português António Caetano de Faria, galardoado por duas vezes com o Prémio do Júri no Festival Internacional de Cine-ma e Vídeo de Macau, aborda a questão das drogas na curta--metragem “Ina”. Nesta pro-dução, uma jovem de famílias ricas, que acaba no mundo da droga, por influência do namo-rado, começa a ter alucinações com o espírito da morte.

Entre a sorte e o azar, o amor e o dinheiro, é a história de Wei, uma relações públicas de um casino que tem de es-

colher entre as duas opções. “Venha, a luz” é dirigida por Chao Koi Wang, vencedor do primeiro prémio na categoria de competição internacional do “Bangalore International Short Film Festival”.

Num género cinematográfi-co que não é comum no terri-tório, as três curtas metragens reunidas em 107 minutos de filme contaram ainda com a participação de profissionais locais, como Tu Du-Chi nos efeitos sonoros e de artistas como Kenji Wong, Eliz, Lao I Kum, Kate Leong, Ieong Pan, Hui Koc Kun e Chan Sai Peng.

Com o apoio do Instituto Cultural de Macau e da Funda-ção Macau e patrocinada pelo grupo Galaxy Entertainment, a série “Histórias de Macau” permite aos realizadores locais explorar temas da sua terra, mas apresentá-los com quali-dade de nível do padrão indus-trial cinematográfico.

Para além de ser lançada a 29 de Janeiro nos cinemas da Galaxy UA e no Cinema Ale-gria, no dia seguinte, as “Histó-rias de Macau” também estarão disponíveis em Hong Kong e Taiwan. Deste modo, pretende--se potencializar as oportuni-dades de desenvolvimento da indústria de filmes comerciais em Macau, sendo que simul-taneamente se cria uma base sólida para o crescimento das longas-metragens locais.

L.F.

“Ina”, de António Caetano de Faria

Chao Koi Wang realizou “Venha, a luz”

“Rugido da Mãe” é dirigido por Doug Chan

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JTM | LOCAL 15 Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014

RENDIMENTO NACIONAL BRUTO SUBIU 19% EM 2013

Riqueza que fica em Macau equivale a 84% do PIBO valor do rendimento nacional bruto aumentou mais de 18,9% por cento em 2013, sendo inferior ao PIB em cerca de 15 pontos percentuais. As estatísticas mostram que os valores da riqueza que fica em Macau e da que é transferida para o exterior são sensivelmente idênticos aos de anos anteriores

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JTMCalculado a preços correntes, o ren-

dimento nacional bruto (RNB) de 2013 ascendeu a 347,78 mil milhões

de patacas, de acordo com dados da Di-recção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Por outras palavras, o valor da riqueza criada anualmente que fica em Macau aumentou 18,9%, em termos reais, face ao ano anterior.

Em 2013, o valor do RNB correspon-deu assim a cerca de 84,1% do Produto Interno Bruto (PIB), que foi estimado em 413,47 mil milhões de patacas. Ou seja, os dados estatísticos mostram que 15,9% da riqueza criada em Macau – e traduzida no PIB - foi transferida para o exterior.

Por outro lado, o RNB per capita si-tuou-se em 586.681 patacas em 2013, mais 14,2% em termos anuais enquanto o PIB per capita correspondeu a 697.502 patacas, aumentando 15,6%, informam os Serviços de Estatística e Censos.

“Quando comparado com o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 a preços cor-rentes (), o RNB foi inferior em 65,69 mil milhões de patacas, o que significa que se registou o mesmo valor das saídas líqui-das no saldo dos rendimentos de factores externos, equivalentes a 15,9% do PIB”,

nota a DSEC. O organismo sublinha que as saídas

totais dos rendimentos de factores exter-nos, que se referem aos rendimentos obti-dos pelas empresas e investidores não re-sidentes no Território, atingiram 87,70 mil milhões de patacas em 2013, aumentando 26,2%, em termos anuais. O aumento de 30,2% dos rendimentos do investimento directo (78,96 mil milhões) duma parte das empresas e investidores não residentes no Território foi o principal factor que esteve na origem da subida. Por seu turno, os rendimentos da carteira de investimento (373 milhões) e os rendimentos de outros investimentos (7,21 mil milhões) também cresceram 82,9% e 0,4%, respectivamente.

Quanto aos rendimentos obtidos pe-las empresas e investidores residentes no exterior atingiram os 22,01 mil milhões de patacas, ou seja, um crescimento de 18,6%, em termos anuais, devido sobretudo à subida dos rendimentos da carteira de in-vestimento (6,56 mil milhões) e dos rendi-mentos de outros investimentos (13,94 mil milhões).

Pelo contrário, os rendimentos do investimento directo desceram “signi-ficativamente” 79,4%. Além disso, os

rendimentos de activos de reserva (1,20 mil milhões) cresceram 7,5% em termos anuais.

O RNB do território tem em conta o rendimento total que os residentes obtêm por realizarem actividades económicas

dentro ou fora da RAEM. O valor do RNB é calculado com base na soma do PIB com o factor de rendimento obtido por residen-tes no exterior, subtraindo-se depois pelo rendimento obtido pelos não residentes no território. A.J.

15,9% da riqueza criada em 2013 na RAEM – e traduzida no PIB - foi transferida para o exterior

• • • BREVESSistema de monitorização digital arranca no 1º trimestre de 2015Realizou-se ontem a abertura de propostas para o Sis-tema de Monitorização Digital da Cidade, que prevê a instalação da rede de fibra óptica, destinada à transmis-são e distribuição de sinais de vídeo. Após a avaliação e selecção das propostas, os trabalhos de instalação das 219 câmaras de filmagem devem ser iniciados no 1º trimestre de 2015. Estes trabalhos correspondem à primeira fase do plano do sistema, que se concentra nos oito postos fron-teiriços distribuídos em Macau, Taipa e Coloane, com a exigência do prazo máximo de instalação de 360 dias.

Oito empresas concorrem às obras do talude de ColoaneNo seguimento da derrocada de um talude, localizado na Estrada do Altinho de Coloane, devido às chuvas dos últimos anos, a DSSOPT concluiu ontem a recepção de propostas para o reordenamento desse espaço. As oito empresas concorrentes apresentaram propostas que va-riaram entre as 4,5 e 7,7 milhões de patacas, com um pra-zo de execução de 210 dias. O comunicado da DSSOPT não avança uma data para o início das obras.

Candidaturas para subsídiocomplementar até 2 de FevereiroA partir da próxima sexta-feira e até 2 de Fevereiro, to-dos os interessados podem requerer a atribuição do sub-sídio complementar aos rendimentos do trabalho. Entre os critérios necessários destacam-se o facto de ter de ser residente permanente com 40 anos ou mais, inscritos no Fundo de Segurança Social, que trabalhem, por conta de outrem, um mínimo de 152 horas mensais. No caso de trabalharem na indústria têxtil são necessárias 128 horas mensais. Em ambos os casos, os trabalhadores devem auferir um salário inferior a 15.000 patacas.

CRESCIMENTO DE 4% EM RELAÇÃO A 2013

Ocupação hoteleira quase nos 90%Até Novembro deste ano, a taxa de ocupação média dos hotéis foi de 87%, mais quatro por cento do que em igual período de 2013

Nos 11 primeiros meses do ano alojaram-se 9.8 milhões de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros, mais 1%, face ao período homólo-

go do ano transacto, revelam dados dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A taxa de ocupação mé-dia foi de 87%, mais 4 pontos percentuais, em termos anuais.

Já em Novembro, a taxa de ocupação média dos estabelecimentos hoteleiros correspondeu a 90%, mais 2 pontos percentuais do que em igual período do ano passado.

Os hotéis e pensões hospedaram 902.000 indiví-duos no mês em análise, mais 2% em termos anuais. Os hóspedes provenientes da China Continental (590.000) cresceram 14%, em relação a Novembro de 2013. Em contrapartida, os hóspedes oriundos de Hong Kong (99.000) diminuíram 22%, em termos anuais. A perma-nência média dos hóspedes situou-se nas 1,4 noites e foi idêntica à do mesmo mês de 2013. Destaca-se que a taxa de ocupação dos hotéis de 4 estrelas atingiu 92%.

A DSEC revelou ainda que em Novembro chega-ram a Macau em excursões 1,2 milhões de visitantes, mais 51% em comparação com o mês homólogo de 2013. O crescimento de 71% no número de visitantes da China Continental está na base do aumento.

O número de visitantes que entraram em excursão, provenientes de Taiwan também subiu 9%, enquanto que o número de visitantes oriundos da Coreia do Sul

e de Hong Kong diminuiu 1% e 6%, respectivamente. Nos 11 primeiros meses de 2014 chegaram a Macau em excursões 11.152.000 visitantes, mais 25%, em termos anuais, indicaram os Serviços de Estatística e Censos.

No mês de referência 129.000 residentes viajaram para o exterior com recurso a serviços de agências de viagens, traduzindo um acréscimo de 5%, em termos anuais. Refira-se que 47.000 destes indivíduos viajaram em excursões. As principais preferências dos residen-tes foram: a China Continental (76% do total), Taiwan (6%), Hong Kong (5%) e a República da Coreia (5%).

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Quarta-feira, 31 de Dezembro de 201416 JTM | ACTUAL

CHINA

Xi Jinping pede às universidades maior controlo ideológicoO Presidente Chinês quer que as autoridades reforcem a “liderança e a orientação” do partido nas universidades e também “fortaleçam e melhorem o trabalho ideológico e político”

O Presidente chinês Xi Jinping pe-diu maior “direcção ideológica” nas universidades chinesas e exi-

giu o estudo do marxismo, avançaram os media estatais, numa altura em que o país aperta o controle aos valores po-líticos ocidentais. Os comentários de Xi são o último sinal de uma agenda polí-tica conservadora e que tem sido acom-panhada por uma maior controlo da im-prensa, dos dissidentes e da Internet.

Xi Jinping disse que as universidades têm que cultivar o “dever de aprender e pesquisar a disseminação do Marxismo”, disse a agência estatal Xinhua. O Pre-sidente chinês quer que as autoridades aumentem a “liderança e a orientação” do partido nas universidades e também “fortaleçam e melhorem o trabalho ideo-lógico e político”. Os alunos, sustenta-se, devem “cultivar e praticar os valores ori-ginais do socialismo em seus ensinamen-tos”, disse Xi.

Os conteúdos curriculares e o dis-curso nas universidades são altamente controlados pelo Governo, embora os es-tudantes tenham por vezes pressionado os limites. Um jornal influente do Partido Comunista disse em Setembro que uma das principais universidades chinesas, a Universidade de Pequim, pediu que

os estudantes “combatam” as críticas ao partido. No ano passado, um economista chinês liberal, abertamente crítico ao PC, foi expulso da Universidade de Pequim depois de pedir reformas democráticas.

Xi Jinping adoptou o Maoísmo antigo à medida que busca o apoio de elementos conservadores poderosos no partido. O Presidente Chinês parece seguir a crença enraizada em muitos líderes chineses de que se o partido perder o poder que de-tém isso levará à ruína e ao caos.

De acordo com a agência Reuters, a nova liderança chinesa tem adopta-do uma forte repressão aos dissidentes e à liberdade de expressão que muitos activistas de direitos civis dizem ser a mais severa em muitos anos. No sema-na passada, a imprensa chinesa noticiou que uma universidade no noroeste da China proibiu o Natal, chamando-o de uma celebração estrangeira “kitsch” que prejudica as tradições próprias do país, ordenando que os estudantes assistissem a filmes de propaganda política.

Também o município de Wenzhou emitiu uma circular determinando que “nenhuma escola de ensino médio, fun-damental ou creche pode celebrar acti-vidades ou comemorações relacionadas com o Natal” e advertindo que seriam

realizadas inspecções para comprovar o cumprimento dessa ordem.

A província de Zhejiang alberga uma das maiores comunidades de cristãos da China, principalmente protestantes, ten-do ocorrido este ano tensões entre as au-toridades e fiéis em cidades dessa região, depois da demolição de várias igrejas e da remoção de cruzes e crucifixos de al-guns edifícios.

A proibição de celebrar o Natal nos

centros de ensino teve por objectivo “re-duzir a obsessão das escolas com as festas ocidentais, em detrimento das chinesas”, justificou o responsável de educação de Wenzhou, Zheng Shangzhong.

Zheng frisou que as escolas têm a res-ponsabilidade de transmitir aos alunos o significado de festividades tradicionais do país, tais como o Festival da Lanterna, o Festival do Barco Dragão e o Ano Novo Lunar.

JTM | ACTUAL 17 Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014

Avião da AirAsia saiu da pista ao aterrar nas Filipinas

Um avião da AirAsia ultrapassou ontem a pista de aterragem em Kalibo, nas Filipinas, num incidente que não causou vítimas, avançou uma repórter do site Rappler.com, que viajava no voo Z2-272. Através do Twitter, a jornalista publicou fotos que mostram o momento em que os passageiros eram resgatados através da rampa insuflável, após a aeronave ter saído da pista de aterragem. Segundo o “Rappler”, uma comissária de bordo afirmou que o problema na aterragem foi motivado pelos ventos fortes na região. O voo já tinha partido de Manila, capital das Filipinas, com duas horas de atraso devido ao mau tempo na região. Durante o voo, o piloto chegou a iniciar uma manobra para regressar à cidade, mas o controle de tráfego autorizou a aterragem em Kalibo.

INDONÉSIA

Corpos e destroços do voo QZ8501começaram a ser resgatadosDezenas de corpos e destroços do avião da AirAsia começaram ontem a ser recolhidos pelas equipas de buscas, a dez quilómetros do local da última comunicação do voo QZ8501. O objectivo é agora chegar à fuselagem do avião que se acredita estar no fundo do mar

Ao terceiro dia de buscas, foram encontrados os primeiros destroços do avião da AirAsia que se despenhou no mar de Java no domingo. Uma

“sombra” no fundo do mar com a forma do avião foi também detectada na mesma zona, revelou o responsá-vel pela operação. Ao longo do dia de ontem cerca de 40 corpos já terão sido detectados, e alguns resgatados do mar, número que deverá continuar a crescer à medida que seguem as buscas.

Foi a sul da ilha de Bornéu, a dez quilómetros do lo-cal da última comunicação do voo QZ8501, que foram detectados os primeiros destroços.

As primeiras imagens televisivas mostraram objectos pintados de vermelho e branco - as cores da companhia aérea - mas a confirmação veio apenas algum tempo de-pois. “Neste momento podemos confirmar que se trata do avião da AirAsia”, disse à AFP o chefe da aviação ci-vil indonésia, Djoko Murjatmodjo. Antes, o porta-voz da Basarnas (Agência Nacional de Buscas e Salvamentos), Yusuf Latif já tinha afirmado que “esta é a descoberta mais significativa”.

O responsável explicou que todos os meios dispo-nibilizados vão ser direccionados para o local onde se encontraram os objectos. Foram mobilizados cerca de 30 navios, 15 aviões e sete helicópteros para o segundo dia de buscas. “Com base na observação feita pelo pessoal de busca e resgate, foram encontrados itens significa-tivos como uma porta de passageiros e uma de carga. Estão no mar, a 100 milhas (160 quilómetros) a sudoeste de Pangkalan Bun”, no centro de Kalimantan, na ilha do Bornéu, explicou o mesmo responsável.

Ontem, a Agência Nacional de Busca e Resgate (Ba-sarnas) da Indonésia estendeu a missão a 13 sectores que incluem as águas do norte do mar de Java, o estreito de Karimata e o norte da ilha de Bangka e, em terra, a ilha de Belitung e o sudoeste do Bornéu.

Nas operações de busca participam vários países como a Malásia, Singapura, Austrália, Coreia do Sul, Tailândia, Estados Unidos e China. O Ministério da De-fesa da China anunciou ontem o destacamento de um avião e de um navio do exército para ajudar nas opera-ções de busca pelo aparelho da AirAsia.

Pequim decidiu enviar uma das suas fragatas que pa-trulha o Mar da China Meridional para as águas, onde se acredita estar o avião da AirAsia, estando, em paralelo, a ultimar os preparativos para a partida de uma aeronave da Força Aérea. “Depois de consultar o Governo indo-nésio, a China decidiu enviar um avião e um navio para a busca pelo avião desaparecido”, disse o Ministério da Defesa, em comunicado citado pela agência Xinhua.

Controladores aéreos negaram pedido do piloto Meios de comunicação indonésios informaram on-

tem que os controladores aéreos negaram o pedido do piloto do avião da AirAsia, para elevar o Airbus de 32.000 para 38.000 pés de altitude uma vez que um outro aparelho voava a essa altura.

Contudo, segundo a última conversa entre o coman-dante da aeronave e os controladores aéreos a torre de controlo aceitou ainda assim uma subida até aos 34.000 pés, mas já não chegou a obter qualquer resposta. O avião da companhia aérea de baixo custo não emitiu qualquer sinal de socorro.

Dois minutos antes, às 06:12 locais, o comandante Iriyanto pediu autorização para desviar o avião para a esquerda com o objectivo de evitar uma tempestade, um pedido aprovado de imediato.

O avião da AirAsia, com o número de voo QZ8501,

descolou da cidade indonésia de Surabaia, no domingo, com destino a Singapura, onde deveria ter aterrado cer-ca de duas horas depois. A bordo seguiam 162 pessoas, das quais 155 passageiros e sete membros da tripulação.

A imprensa local adianta que Tony Fernandes, o presidente da companhia aérea AirAsia, já lamentou no Twitter os recentes desenvolvimentos, dizendo que o seu coração está “cheio de tristeza” por todas as famílias envolvidas no desastre do voo QZ 8501, endereçando as suas condolências em nome da AirAsia. “Vou o mais rápido possível para Surabaya. Vamos fazer o impossí-vel”, escreveu o dono da empresa no “Twitter”.

Até agora, a companhia aérea de baixo custo, uma das mais bem-sucedidas do mundo, tinha um histórico sem acidentes.

Televisões muito criticadaspor mostrarem imagens dos corposAlgumas televisões estão a ser alvo de críticas por divulgarem imagens, em direto, dos corpos das vítimas do avião da AirAsia a flutuarem no mar de Java. No “centro de crise” que alberga os familiares dos passageiros do voo QZ8501, houve um choque total quando os seis plasmas espalhados pela sala começaram a divulgar planos apertados dos corpos a boiarem na água. Incrédulos, os familiares que aguardavam há três dias por um milagre, assistiram a tudo, com planos muito próximos, sendo que uma mulher acabou mesmo por desmaiar. A TVOne da Indonésia fez duplex, dividindo o ecrã em dois, para mostrar a reacção dos familiares de um lado e as imagens dos corpos do outro. Outros canais asiáticos difundiram o sinal desta televisão. Foi o caso da ChannelAsia que acabou por pedir desculpas.

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 201418 JTM | ACTUAL

CHINAUm antigo oficial chinês da polícia de Hong Kong acusado de espiar a favor do governo de Pequim no tempo da guerra fria, John Tsang Chao-ko, morreu em Cantão com 91 anos, disse a imprensa local. Líderes chineses, incluindo o Presidente Xi Jinping, prestaram homenagem a John Tsang Chao-ko numa cerimónia realizada na segunda-feira, disse o Diário de Cantão, citado pelo South China Morning Post. Conhecido como “o primeiro espião de Hong Kong”, John Tsang Chao-ko foi preso e deportado para a China em 1961.

JAPÃO - IAs autoridades japonesas ordenaram o abate de 37.000 frangos, após a confirmação de um terceiro surto de gripe das aves no país em menos de um mês. Testes genéticos confir-maram a presença de uma estirpe H5 do ví-rus numa quinta na prefeitura de Yamaguchi, no sudoeste da ilha principal de Honshu, de-pois de o proprietário ter reportado a morte repentina de cerca de vinte aves de capoeira.

JAPÃO - IIUm grupo de investigadores japoneses de-senvolveu o primeiro aparelho portátil que calcula o teor de gordura do pescado e que tem um custo dez vezes inferior aos detec-tores do tipo que existem no mercado, infor-mou a imprensa nipónica. O “analisador de pescado” – como foi baptizado o produto – é capaz de determinar o nível de lípidos de um exemplar em apenas dez segundos.

FILIPINASPelo menos 30 pessoas morreram na sequên-cia das inundações, e consequentes desliza-mentos de terras, provocados pela tempesta-de tropical Jangmi que atinge o sul e o centro das Filipinas, com fortes chuvas pelo segun-do dia, informaram as autoridades. Dez voos com partida ou chegada nas zonas afectadas previstos para ontem foram cancelados, indi-cou a autoridade do aeroporto de Manila. SÍRIAO grupo extremista Estado Islâmico (EI) publicou uma fotografia do piloto jordano Muaz Kasasbeh em cativeiro, depois de este ter sido preso pelos radicais na semana pas-sada, no mais recente número da sua revista Dabiq, divulgada ontem na Internet. Na ima-gem, Kasasbeh surge como uma túnica de cor laranja, semelhante à de outros seques-trados pelo EI, diante de um fundo negro. O avião do piloto jordano despenhou-se no dia 24 na província síria de Al Raqa, quando participava nos bombardeamentos levados a cabo pela coligação internacional.

ESPANHACerca de 70 imigrantes, de origem subsa-riana, conseguiram entrar ontem na cidade espanhola de Melilla, depois de saltarem a fronteira com Marrocos, informaram fontes policiais à agência Efe. A tentativa de assal-to em grupo ocorreu pouco antes das 07:00 (14:00 em Macau), numa zona próxima do Bairro Chinês, onde três dezenas de imi-grantes continuam empoleirados no muro.

ESTADOS UNIDOSOs Estados Unidos impuseram sanções a mais quatro cidadãos russos ao abrigo da “lei Magnitsky”, a qual, em dois anos de vigência, puniu as violações aos direitos humanos cometidas por 34 indivíduos. O anúncio foi feito pelo Departamento de Estado norte-americano, após enviar ao Congresso o relatório anual da aplicação da lei.

VOLTA AOMUND

A reabertura do caminho-de--ferro de Benguela, em 2014, ficará como obra emblemá-

tica da China em Angola, mas tam-bém como símbolo de um ano em que a relação entre a China e os paí-ses de língua portuguesa continuou a ganhar velocidade.

Os laços chineses com Angola, Moçambique ou Cabo Verde passam por Macau e por Portugal, que em 2014 viu elevar a 10 mil milhões de euros o investimento chinês no país, com vários novos negócios em pers-pectiva para 2015, agora no sector financeiro.

No início, as empresas chinesas investiram na energia – EDP – Ener-gias de Portugal, activos da EDP Renováveis e Redes Energéticas Na-cionais – mas em 2014 o foco foram os serviços – a maior seguradora portuguesa, a Fidelidade, por 1635 milhões de euros, e, através desta, a Espírito Santo Saúde (agora Luz Saúde), por 478,5 milhões de euros.

Agora, as atenções estão concen-tradas no sector financeiro: o BES In-vestimento (BESI) foi comprado pelo banco de investimento Haitong e o Novo Banco, a instituição financeira que ficou com os activos “sãos” do Banco Espírito Santo, deverá receber uma proposta de compra por 3500 milhões de euros da Fosun Interna-tional, diz a imprensa portuguesa.

A China Three Gorges, que deu o “tiro de partida” investindo 5,7 mil milhões de euros na EDP, começa a ter os frutos da parceria: investi-mentos conjuntos a iniciarem-se em África e América Latina, em particu-lar barragens no Brasil e Peru.

Mas também a nível “micro” Portugal vai beneficiando do in-vestimento chinês: de acordo com a imprensa, a concessão de vistos dou-rados a cidadãos representou em en-caixe de 900 milhões de euros para o imobiliário, sobretudo de luxo.

Em Angola, os tempos são de contenção orçamental, devido à que-da do preço do petróleo, e o ano que agora começa será de dificuldades.

Certamente amenizando-as, o Banco de Desenvolvimento da Chi-na vai conceder um empréstimo de 2 mil milhões de dólares à Socie-dade Nacional de Combustíveis de Angola, podendo seguir-se outros “financiamentos de longo prazo”, atendendo aos planos futuros da pe-trolífera, que incluem a construção da refinaria do Lobito.

Desde 2002, o total de financia-mento concedido pela China a An-gola ronda 14,5 mil milhões de dó-lares, segundo cálculos da Reuters.

Entre os projectos empresariais, destaque para o da empresa estatal chinesa CITIC Construction Co. que vai investir 5 mil milhões de dólares em 2015 numa exploração agrícola em Angola, para produção de milho, soja e trigo.

CHINA

Negócios com países lusófonos continuam a ganhar velocidadeAngola, Moçambique e Cabo Verde foram alguns dos alvos predilectos do investimento da China no ano passado, mas também em Portugal a presença de empresas chinesas é cada vez maior alastrando ao sector dos serviços. O ano ficou também marcado pela visita do Presidente Xi Jinping a Macau, onde reiterou o papel do território como plataforma com os países de língua portuguesa

Emblemática foi a conclusão das obras de reconstrução dos 1344 qui-lómetros do caminho-de-ferro de Benguela, ao fim de 10 anos, que segundo a Economist Intelligence Unit vai ter um efeito multiplicador na economia, através do estímulo a sectores como a extracção de dia-mantes e agrícola no centro do país.

Também marcante em 2014 foi o primeiro veículo saído da linha de produção da Matchedje Motor, a única empresa de montagem de automóveis de Moçambique, um in-vestimento da empresa China Tong Jian Investment Co., Ltd.

O ano que agora começa deve-rá trazer novidades no reforço da posição chinesa na produção de gás natural em Moçambique, ten-do um dos cinco primeiros contra-tos de fornecimento a longo prazo sido fechado com a China National Offshore Oil Corp, de acordo com a Reuters.

O interesse de petrolíferas chine-sas no gás natural de Moçambique tinha já resultado na compra pela Sinopec à petrolífera italiana ENI de uma participação de 20% na Área 4, vizinha da explorada pela Anada-rko Petroleum, por 4,2 mil milhões de dólares.

Em Cabo Verde, 2014 fica como o ano da inauguração do Estádio Nacional, a maior infra-estrutura desportiva do arquipélago que foi financiada pela China, enquanto na vizinha Guiné-Bissau foi lançada a

primeira pedra do futuro Palácio da Justiça.

Até a relação de Pequim com São Tomé e Príncipe tornou-se menos distante no ano que agora termina, com a visita de Manuel Pinto da Costa, a primeira de um presidente são-tomense à China em quase vinte anos, ainda que a título privado.

Quanto ao Brasil, o ano foi de vi-sita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, que foi desbloquear dois dos principais problemas brasilei-ros no mercado chinês: o embargo da carne brasileira e a produção de aviões pela Embraer.

Também em 2014, o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portugue-sa aprovou dois projectos: um em Angola, ligado à iluminação públi-ca através de energia solar, e outro em Moçambique, no sector agrícola, numa altura em que estão em aná-lise 50 projectos do Brasil, Guiné--Bissau, Timor-Leste, Moçambique e Angola.

O ano terminou com a visita a Macau do Presidente da China, Xi Jinping que aproveitou a deslocação para lembrar as oportunidades tra-zidas pelas reformas na China, para transformar Macau num centro mundial de turismo e lazer e numa plataforma de serviços na coopera-ção económica e comercial entre a China e os países de língua portu-guesa.

JTM/Macauhub

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Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014 JTM | DESPORTO 19

TAÇA DA LIGA DE PORTUGAL

“Leõezinhos” à prova de polémicasA viver uma situação interna conturbada, o Sporting surpreendeu em Guimarães ao vencer com uma equipa assumidamente de “segunda linha”

O Sporting venceu o Vitória, em Guimarães, por 2-0 e assumiu a liderança do grupo C da Taça da

Liga de futebol, num jogo em que apre-sentou segundas linhas e jogadores da equipa B.

Alguns “reforços” de Bruno de Carva-lho mostraram serviço, tendo sobressaí-do um: o defesa central Tobias Figueire-do, de apenas 20 anos e jogador habitual na equipa B, que fez uma exibição quase imaculada.

O Vitória que bateu o Sporting há quase dois meses por um expressivo 3-0, partida que terá marcado o início do “azedar” de relações entre o presidente e o treinador “leoninos” depois das críticas públicas de Bruno de Carvalho, esteve desta vez desaparecido, sendo que não vence há um mês e não marca um golo há quatro jogos.

Com uma equipa formada por joga-dores menos utilizados da equipa prin-cipal e alguns da equipa B, e depois de uma semana turbulenta, em que a saída de Marco Silva chegou a ser ventilada, o Sporting mostrou carácter e empenho e, sem fazer uma grande exibição, fez por merecer a vitória.

A primeira parte foi jogada a um rit-mo baixo por ambas as equipas, tendo o primeiro lance de perigo pertencido ao Vitória, com Hernâni a rematar com muito perigo, após falha de Sarr. Mas, no minuto seguinte, o Sporting inaugurou

o marcador por Heldon, que aproveitou da melhor maneira um bom passe de Es-gaio. O avançado cabo-verdiano festejou de forma efusiva, correndo para o banco “leonino” para abraçar o roupeiro Pauli-nho.

O Vitória teve quase de seguida dois bons remates, por Gui e Bernard, mas o guarda-redes Marcelo Boeck esteve bem na baliza contrária.

Rui Vitória tirou o apagado Bernard ao intervalo, entrando Alex para o seu lugar, e o Vitória melhorou, empurrando o Sporting para o seu último reduto. Aos 56 minutos, Ricardo Gomes e Josué falha-ram por pouco o desvio e, dois minutos depois, só um corte providencial de Es-gaio impediu males maiores.

Sete minutos depois, numa fase já mais equilibrada do jogo, o Sporting es-teve perto do segundo, com um livre di-recto de Tanaka para uma boa defesa de Douglas, tendo respondido o Vitória ape-nas aos 80, mas o cabeceamento de An-dré André, após canto de Alex da direita, saiu a centímetros do poste da baliza de Marcelo Boeck.

Na última jogada do desafio, Dramé aproveitou o muito espaço concedido e rematou com êxito, após rápido contra--ataque.

Marco Silva rejeita“a história do sisudo”

Após o jogo, Marco Silva sublinhou

que é mais importante pensar no jogo e não nos problemas em redor, rejeitando a ideia de que esteja descontente com a situação no clube. “Está mais do que na altura, até pela dimensão do clube e da sua grande massa adepta, de pararmos com essa história de que o treinador está sisudo e que não se ri. Há tanta coisa para se ver num jogo de futebol, não me parece o mais importante, até quando dois gran-des clubes se defrontam”, disse o treina-dor leonino em declarações à TVI.

“Há decisões que não sou eu que tomo. Da mesma forma que entrei neste grande clube, é como trabalho neste mo-mento e como me sinto”, acrescentou, frisando que o apoio que os adeptos lhe têm dado é “muito importante”. “Desde o primeiro dia que entrei no Sporting que têm sido fantásticos no apoio que têm dado, mesmo num ou noutro mo-mento mais difícil, nunca nos deixaram, senti sempre um grande apoio deles, tan-to quanto apoio os meus atletas”, disse.

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 201420 JTM | OPINIÃO

Os pilares da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa - 15 anos depois

UM ARTIGOFrancisco José Leandro*

Macau celebrou 15 anos de existência enquanto Região Administrativa Especial da

República Popular da China (RPC). As celebrações contaram, como todos sabemos, com a distinta presença de sua Excelência o Presidente Xi Jin-ping.

Este aniversário celebrou também, entre outros aspectos, o sucesso de uma transição que resultou de um longo processo de aproximação entre um império em construção na Ásia e uma pequena potência Ocidental, ou-trora detentora de um dos mais pro-missores impérios da História. Uma aproximação que culminou na resolu-ção de um conflito que opunha duas concepções do mesmo problema, apa-rentemente inconciliáveis. Por um lado, a concepção do fim do império ultramarino português em que Macau sempre figurou, pelo menos a partir da Constituição Portuguesa de 1822 (facto reiterado pela Constituição Portuguesa de 1933), como um terri-tório sob o exclusivo domínio sobera-no português. Por outro lado, o Impé-rio do Meio em crescendo, para o qual Portugal era apenas reconhecido, por vicissitudes históricas, como detentor de um mero poder de administração sobre Macau, poder esse que resulta-va, no essencial, de um longo proces-so de presença consentida.

Estamos em crer todavia que o momento é propício para salientar o mais importante. De facto, e apesar de entre 1949 e 1979 a República Popular da China e a República Portuguesa não terem tido relações diplomáti-cas, há três pilares que se constituem como catalisadores da aproximação

político-diplomática entre estas duas entidades soberanas. O primeiro, foi o voto a favor de Portugal, apesar do apoio da RPC aos movimentos arma-dos de autodeterminação africana, na votação da Declaração 2758, aprova-da pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1971, reconhecendo a Re-pública Popular da China como a úni-ca entidade soberana legitimada para representar a “China”, facto que le-vou como sabemos, à retirada dos re-presentantes de Chiang Kai-Shek nas Nações Unidas. O segundo, logo no ano seguinte em 1972, foi a retirada de Macau da lista dos “non-self-go-verning territories” (artigo 73º Carta das Nações Unidas) a pedido da Re-pública Popular da China, com a con-cordância de Portugal, ainda que, em cada um dos casos, os motivos fossem bem diferentes. O terceiro e creio que o mais decisivo, foi o reconhecimento pela Constituição Portuguesa de 1976 do facto de que a República Portugue-sa exercia apenas direitos de natureza administrativa sobre o território de Macau e não direitos soberanos, como havia sido inscrito nos textos consti-tucionais precedentes.

São este os factos históricos, que se constituem como verdadeiros pilares, que suportaram uma aproximação substancial entre República Popular

da China e a República Portuguesa e que, se traduziram mais tarde, nas condições políticas conducentes à Declaração Sino-Portuguesa de 1987 sobre a questão de Macau. Mas a De-claração Conjunta de 1987 tem ainda um outro mérito inegável para lá do resolver uma disputa soberana entre duas entidades políticas, através de uma negociação internacional. Aquilo que hoje verdadeiramente merece ser celebrado é a vontade demonstrada por ambas as partes em criar condi-ções não só para que fosse possível o exercício legítimo dos direitos de soberania sobre Macau por parte da República Popular da China, como também, se criasse uma nova entida-de jurídica-económica-social-cultural, com um potencial único de continui-dade e desenvolvimento, que permi-tisse a perenidade do legado socio--comunitário que representava Macau em 1987. A RAEM é hoje um território

não autónomo dotado de personali-dade jurídica internacional sui gene-ris, que surge como um verdadeiro soft power, diferente de todos os ou-tros poderes, no contexto do grande Império do Meio.

Eu acredito que a presença do mais alto dignatário da República Popular da China no 15º Aniversário do Es-tabelecimento da RAEM deve, por tudo isto, ser encarada como um in-centivo essencial ao legítimo exercício dos poderes públicos pelo Governo da RAEM, no sentido de realizar em pleno esta novíssima entidade sui ge-neris, em torno da qual, todos nos de-veremos congregar, aperfeiçoando as oportunidade oferecidas pelo modelo “um país, dois sistemas”, pelo menos, até 2049.

* Docente da Universidade de São José. Escreve neste espaço bimensalmente às

quartas-feiras.

Eu acredito que a presença do mais alto dignatário da República Popular da China no 15º Aniversário do Estabelecimento da RAEM deve, por tudo isto, ser encarada como um incentivo essencial ao legí-timo exercício dos poderes públicos pelo Governo

da RAEM, no sentido de realizar em pleno esta novíssima entidade sui generis, em torno da qual, todos nos deveremos congregar, aperfeiçoando

as oportunidade oferecidas pelo modelo “um país, dois sistemas”, pelo menos, até 2049.

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Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014 JTM | OPINIÃO 21

Dito

(...) “Não há forma de assinalar o 15º aniversário da RAEM de forma mais brilhante do que com a grande mani-festação de Maio contra o regime de garantias. Poucos terão antecipado tão forte oposição pública a uma pro-posta legislativa sem impacto directo naqueles que se manifestaram” (...)

• • • HÁ 20 ANOS

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 31/12/1994

ROCHA VIEIRA NO REGRESSO: ÍNDIA MOSTROU INTERESSE EM INVESTIR EM MACAUA Índia está interessada em esta-belecer em Macau maiores laços de cooperação nas áreas do turis-mo, cultura e aviação civil, disse o Governador. “Ficou acordado que começamos em Fevereiro as negociações sobre o acordo de tráfego aéreo Macau-Índia e as autoridades indianas manifes-taram também o desejo de que seja estabelecida uma ligação ao nível do turismo”, salientou Ro-cha Vieira, ao regressar ao terri-tório de uma deslocação à União Indiana vem seguindo desde há três anos uma política de aberta e de liberalização económica, na sequência do desmoronamento do bloco soviético, com o qual mantinha relações comerciais privilegiadas. “Uma das áreas com que a Índia está a procurar ter contactos mais estreitos é a da Ásia-Pacífico em que a China não pode ser esquecida”, subli-nhou, referindo que o território tem condições para ser utilizado pelas autoridades indianas para um maior investimento no mer-cado chinês. “Surpreendeu-me a grande receptividade, o interesse e o conhecimento que as autori-dades indianas, que a nível cen-tral, quer a nível dos estados de Maharastra e de Goa, têm sobre Macau, sobre o seu processo de transição e sobre a área em que está inserido geograficamente”, disse. “Fui fundamentalmente dizer que Macau situa-se numa zona de grandes oportunidades, que temos uma política de lon-go prazo, de continuidade e de boa cooperação com a China e que estamos dispostos a apoiar as iniciativas, se for do interesse das autoridades indianas virem para Macau para aqui trabalha-rem e terem contactos com a Chi-na”, referiu. “Julgo que as auto-ridades indianas perceberam que Macau é uma boa oportunidade para trabalhar com a China”, su-blinhou. Rocha Vieira destacou ainda em particular, o interesse das autoridades do estado de Goa em que sejam reforçadas as ligações com Macau, dados os la-ços que historicamente existiram entre os dois territórios.

Todos gostámos da simpatia e do conhecimento concreto da reali-dade de Macau que o Presidente

da R.P.C. demonstrou na sua recente visita. Depois dela e das recomenda-ções explícitas e firmes que publica-mente anunciou, o novo Executivo não pode falhar sob pena de provocar grandes desapontamentos.

O Senhor Xi veio a Macau para pre-sidir aos festejos das comemorações que, ao que vimos pelos noticiários, foram muito bem organizadas. Só foi pena que se tivessem limitado às mais altas entidades oficiais e a população não tivesse podido participar nas ceri-mónias. Não obstante e embora curta a visita foi altamente responsabilizado-ra. Quem teve - e continua a ter - ouvi-dos para ouvir...

Curiosamente, no próprio sábado dia 20, meia hora depois de ter assis-tido pela televisão à partida do Pre-sidente chinês e da sua encantadora mulher de regresso a Pequim, comecei a ligar para as três companhias de tá-xis cujos números conheço. Não podia perder tempo pois não queria faltar à festinha dos dois anos duma afilhada muito querida. Liguei incessantemen-te para todos minutos sem fim. A certa altura, a mãe da menina telefonou--me a pedir que não demorasse pois só estavam à minha espera para abrir as prendas e cantar os parabéns. Tran-quilizei-a (embora não estivesse nada tranquilo...) dizendo-lhe que era só o tempo de o táxi chegar. E continuei a telefonar por mais meia hora até que, preocupado com o meu involuntário atraso, liguei para lá a pedir que me não esperassem pois iria assim que pu-desse. E lá continuei a não conseguir táxi – “moa moa”, “sorry no táxi” por outra meia hora. Até que, já com re-ceio de não chegar a ir, liguei para um amigo que estava na festa a pedir-lhe o favor de me vir buscar no seu carro. Veio imediatamente mas, quando, lá cheguei estavam a sair os dois últimos convidados. Tive pena. E fiquei a pen-sar no que teria acontecido se, em vez de ter perdido uma festinha querida, eu estivesse a chamar um táxi para ir

Um Sonho de Natal

ao hospital ou ao aeroporto apanhar um avião...Isto admite-se? Terá al-guém explicado a situação ao Senhor Xi Jinping?

Ao mesmo tempo de ter de enfren-tar - estudar e resolver - os diversos problemas ligados à área da habitação - à desgraçada área da habitação - o novo Secretário vai ter de meter na or-dem o gang dos transportes públicos, designadamente taxistas e das suas associações, sem esquecer aqueles que, no Governo anterior tiveram essa res-ponsabilidade e por razões misterio-sas, nada fizeram. Será assim tão di-fícil? Mas, em cidades 10 ou 20 vezes maiores que Macau o problema nem sequer existe! Questão de competência ou de falta de vontade?

Voltando à habitação. Hoje não vou falar da construção de novos enlatados para a construção pública ou económi-ca, dos preços da compra de casa pró-pria - que só interessa a poucos - nem da contínua subida assassina das rendas. Falarei dos outros, daqueles a que se re-feriu a jornalista Sandra Azevedo na sua reportagem “Viver com pouco”, aqueles - e são muitos - que nem quási ganham para comer quanto mais para saírem dos cubículos degradantes em que se empi-lham: “ Hoje, tinha fome quando à noite cheguei a casa - chama-lhe casa... – pro-curei mas, não encontrei nada; paciên-cia - como amanha em casa da minha patroa”. Isto admite-se? Saberá disto o Senhor Presidente da R.P.C?

Dias antes, quatro jovens morado-res duma sobreloja exígua (pela qual cada um pagava 700 patacas por mês!) em cima da lojeca em que trabalha-vam, não tendo conseguido sair de lá a tempo morreram carbonizados. Isto, em Macau, 15 anos - já 15 anos - depois da transferência de poder.

A TDM teve a ideia inteligente de entrevistar (com a competência da jornalista Ana Isabel Dias) cinco per-sonalidades que tomaram parte nas negociações da Transferência. Dois an-tigos Governadores, dois Embaixado-res e o actual representante da R.P.C. em Lisboa. No final da sua entrevista, o antigo Governador Garcia Leandro afirmou não conseguir entender como, tendo a RAEM uma situação financei-ra tão desafogada, continua a haver na Areia Preta centenas de famílias a vi-verem em situação infra-humana.

Não entende o Governador e nin-guém entende. Com a agravante, que todos conhecemos, de que não é só na Areia Preta que tamanha injustiça so-cial permanece mas, em toda a cidade. Porquê?

Quando Jacinto, viu pessoalmente a miséria em que viviam os seus casei-ros e ordenou ao feitor que remediasse imediatamente aquela vergonha, gas-tasse ele o que gastasse, o seu amigo Zé Fernandes disse-lhe com gravida-de: até agora conheceste a fartura e os encantos da Serra, hoje viste as suas chagas. Respondeu-lhe o Senhor de Tormes: “Mas estas são chagas que eu posso sarar”. E sarou. Muito como acontece em Macau, onde fascinados pelo luxo e a espetacularidade dos seus hotéis, dos seus casinos e das suas galerias de lojas, os seus visitantes - incluindo, possivelmente, o Senhor Presidente da R.P.C. - não lhe vêem as chagas que, se os seus Governantes quisessem, podiam facilmente sarar.

***Sonhos de Natal...Não aqueles que

se fazem com abóbora, açúcar, canela e alguns pozinhos de ternura. Os ou-tros, os que muitas vezes comandam a nossa vida e são capazes de tornar o mundo numa bola colorida...É só ha-ver consciência da responsabilidade que obriga o governo a melhorar a vida de toda a população – de toda – especialmente dos mais pobres e mais desprotegidos.

*Docente. Anterior presidente do Instituto Politécnico de Macau.

POSTAIS DAS ILHASLuiz Oliveira Dias*

Xurdamos com basqueiro portuguesesA Porto Editora volta a promover a palavra do ano.

Com a falta de jeito que temos para a palavra certa, podia ser uma campanha útil. Honrar as palavras é

preciso. Basta lembrar aquele indivíduo que proclamou de “qua-

tredra” (assim mesmo, entre a cátedra do concorrente que ele tenta imitar e as patas que ele próprio assenta noutro estúdio de televisão) que todos os accionistas do BES eram culpados.

“Culpado” seria uma das palavras a pôr a claro neste ano - gostaria de ver definida a culpa que tem um accionista de mil euros, num banco em que os administradores de mi-lhares de milhões dizem não saber de nada.

Mas não, “culpado” não está na lista de palavras de 2014. Aliás, um “culpado” de 2014 em Portugal é só para ser julgado lá para 2017.

Já “banco” está, quando a palavra perdeu tanto que só lá vai acompanhada por mau ou bom.

Duas palavras, bom e mau, não estão na lista nem con-seguiram empurrar outra mais adequada para lá: “assim-

-assim”, advérbio que nos cai como uma luva. A lista é sem imaginação, está lá “corrupção”, uma nor-

malidade intemporal. A lista é anacrónica, está lá “selfie”, que explodiu no en-

terro de Mandela (2013), e tem “jihadismo” e não tem “de-gola”.

A lista é estúpida, está lá “gamificação”, os vendedores de dicionários nem souberam criar uma palavra que não nos faça tropeçar no falar inglês.

Felizmente a lista tem “xurdir”, fazer pela vida, e tem “basqueiro”, estardalhaço, palavras autênticas e sonoras..

JTM/DN

Jason Chao, activista e líder do grupo Consciência de Macau, in “Ponto Final”

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 201422 JTM | ROTEIRO

30 FOX SPORTS12:30 International Motorsports News 2014 13:30 Perfection 14:00 Wimbledon 2014 - Best Match of the Day Women’s Singles Final 15:30 Wimbledon 2014 - Best Match of the Day Men’s Singles Final 17:30 Wimbledon Official Films 2014 18:30 Perfection 19:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 19:30 Perfection 20:00 Dutch Eredivisie Highlights 22:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 22:30 UFC Fighter Profile Anthony Pettis 23:30 Perfection

31 FOX SPORTS 211:00 (LIVE) College Football San Francisco Bowl 14:30 Sea Master Sailing 2014 15:00 Badminton Unlimited 15:30 FOX College Basketball NJIT at Villanova 17:00 College Football St Petersburg Bowl 2014 18:30 Asian Fishing Championships 2014 19:30 Spartan Race 2014 20:30 FOX SPORTS Central 21:00 Volvo Ocean Race 21:30 Oneasia Tours 2014 Highlights 22:30 Sea Master Sailing 2014 23:00 2014 Beach Sports Network PDGA 23:30 FOX SPORTS Central

40 FOX MOVIES11:10 Need For Speed 13:25 Ender’S Game 15:25 Last Vegas 17:15 Robocop 19:15 A Long Way Down 21:00 Babylon A.D. 22:35 The Mortal Instruments: City Of Bones

41 HBO11:50 47 Ronin 13:50 Spider-Man 2 16:00 Mission Impossible 17:50 Mission: Impossible II 19:50 Fast & Furious 6 22:00 Cuban Fury 23:45

One Direction: This Is Us

42 CINEMAX11:40 The Sum Of All Fears 13:45 The Matrix 16:00 The Wild Bunch 18:20 Witchblade 19:55 Real Steel 22:00 Riddick 00:00 Resident Evil: Retribution

50 DISCOVERY13:00 Tethered Year 1 14:00 Yukon Men 15:00 Ice Lake Rebels 16:00 River Monsters 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Dual Survival 19:00 Jungle Gold 20:00 What Happened Next? 20:30 Time Warp 21:00 Strip The City 22:00 Codes And Conspira-cies 23:00 World’s Top 5 00:00 What Happened Next? 00:30 Time Warp:Stuntmen

51 NGC12:30 Live Free Or Die 13:25 Taiwan to the World 4: Trash To Treasure 14:20 Incredibly Small World 15:15 Crowd Control 16:10 Beyond Magic with DMC 17:05 Science of Stupid 18:00 Taiwan to the World 4: Taiwan’s Amazing Creatures 19:00 Live Free Or Die 20:00 Monster Fish 21:00 Crowd Control 22:00 Beyond Magic with DMC 23:00 The ‘90s: The Decade That Connected Us

13:00 The Pickers 14:00 Storage Wars: Canada 15:00 Storage Wars 16:00 Monumental Challenge 17:00 Pawnography 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Storage Wars: Texas 20:30 Storage Wars: Canada 21:00 The Pickers 22:00 In Search Of Aliens 23:00 Ancient Aliens 00:00 Stan Lee’s Superhumans

55 FYI13:00 Sell This House: Extreme 14:00 Bondi Vet 15:00 Travels With The Bondi Vet 16:00 Strangers In Danger 17:00 The Coolest Places On Earth 18:00 Rowhouse Showdown 20:00 Travels With The Bondi Vet 21:00 Strangers In Danger 22:00 The Coolest Places On Earth 00:00 Rowhouse Showdown

62 AXN13:00 The Hero 13:55 Ncis: Los Angeles 14:50 Caught On Camera 15:45 72 Hours 16:40 American Ninja Warrior 17:30 Csi: Crime Scene Investigation 18:20 Caught On Camera 19:15 Cyril: Rio Magic 20:10 Cyril’S Family Vacation: Hawaii Edition 21:05 72 Hours 22:00 The Karate Kid 00:35 Cyril: Rio Magic

63 STAR WORLD12:55 DC Cupcakes 13:45 Million Dollar Listing 14:35 Glee 15:25 Mistresses 16:15 Carrie Diaries 17:05 Masterchef US 18:00 Devious Maids 18:55 Masterchef Junior US 20:45 America’s Next Top Model 22:35 Million Dollar Listing 23:30 Masterchef Junior US

82 RTPI14:30 Telejornal Madeira 15:00 Bom Dia Portugal Directo 16:01 Os Nossos Dias 16:32 Intermédio 18:13 Bem-vindos a Beirais 19:00 Telejornal Ásia Directo 19:32 2014: Tudo Foi Notícia (Revista do Ano) 20:17 Mísia - Delikatessen Café Concerto 20:29 Água de Mar 21:00 Jornal da Tarde Directo 22:10 Adeus 2014 Directo 02:00 Portugal em Directo 02:54 Portugal Selvagem 03:21 Nos Passos De Fernão Mendes Pinto 03:26 Água de Mar 04:00 Telejornal

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • TEMPO

100C/170C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 9.66 9.78YUAN (RPC) 1.272 1.296

• • • AMANHÃ 01/01

• • • HOJE 31/12100C/200C

WWW.SMG.GOV.MO

CINETEATROS1 Night at the Museum: Secret of the Tomb (2D)14:15 • 18:00 • 19:45 • 21:30

S2 Seventh Son14:30 • 19:30

TORRE DE MACAUThe Hobbit: The Battle of the Five Armies (3D)14:00 • 16:30 • 19:00 • 21.30

GALAXYThe Hobbit : The Battle of the Five Armies (3D)10:00 • 11:00 • 12:35 • 13:40 • 16:20 • 17:15 • 19:00 • 21:40 • 00:35

The Crossing I (2D)13:15 • 15:35 • 19:50 • 01:35

Paddington15:35 • 19:55 • 23:40 • 00:10

Big Hero 6 15:10 • 16:00 • 21:50 • 23:30

Exodus: Gods and Kings (3D)12:45 • 18: 00

Night at the Museum: Secret of the Tomb (2D) - 13:15 • 15:15 • 16:10 • 17:10 • 18:05 • 19:05 • 20:00 • 21:00 • 22:20 • 23:00 • 00:55

Thomas and Friends : Tale of the Brave14:10

The Theory of Everything17:30 • 01:30

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

21:00FOX MOVIES

Babylon A.D.

Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014 JTM | LAZER 23

Nasceu o segundo filhode Alicia KeysJá nasceu o segundo filho de Alicia Keys. Genesis Ali Dean nasceu a 27 de Dezembro, com 2.860 gramas, anunciou a cantora no Instagram, juntamente com uma impressão dos pés do menino. Este é o segundo filho da cantora e do marido, Swizz Beatz, que já são pais de Egypt Daoud Dean, de quatro anos.

Thatianasó gosta de

“cavalheiros”“Um homem que quer conquistar uma

mulher deve investir, em primeiro lugar, na sua educação”. A tese é defendida pela modelo paulista

Thatiana Fanucchi que, em entrevista à revista VIP, lamentou ainda que

alguns homens se esqueçam que “um acto de cavalheirismo faz a diferença”, e não o estatuto profissional ou aquilo

que vestem. Numa mensagem para todos os casais, a jovem de 26 anos

salientou que “uma viagem inesperada ou mesmo uma carta escrita à mão

podem surpreender, já que vivemos na era do telemóveis e da Internet”. De resto, deixa mesmo um conselho para

viagens de casais: “deixem de lado o telemóvel, Facebook, Instagram e

WhatsApp e aproveitem a companhia um do outro”.

Jennifer Lawrence é a actriz mais rentável de HollywoodJennifer Lawrence, de 24 anos, lidera o “ranking” da revista “Forbes” das estrelas mais lucrativas de Hollywood em 2014. Chris Pratt e Scarlett Johansson completam o pódio da lista. No “top 10” surgem ainda Mark Wahlberg, Chris Evans, Emma Stone, Angelina Jolie, James McAvoy, Michael Fassbender e Hugh Jackman. Já Adam Slander foi considerado o actor menos lucrativo, seguido por Johnny Depp e Ben Stiller, noutra lista divulgada anteriormente.

Susan Boyle namora com médico americanoEm entrevista ao jornal “The Sun”, Susan Boyle revelou que, aos 53 anos, está a viver uma relação com um médico americano que tem uma idade próxima à sua. A vencedora do programa “Britain’s Got Talent” acrescentou que conheceu o namorado num hotel no qual ficou hospedada durante uma recente digressão. Os dois tiveram um jantar romântico, durante o qual ele foi “o cavalheiro perfeito”. A relação ainda está no início, mas o homem já tem planos para visitar Susan em Wes Lothian, na Escócia.

Helena Bonham Cartere Tim Burton terminam13 anos de casamentoHelena Bonham Carter e Tim Burton separaram-se, pondo assim fim a 13 anos de casamento. Segundo amigos próximos, a actriz britânica, que já confirmou a separação, está devastada com o fracasso do casamento com o realizador, com quem tem dois filhos, Billy, de 11 anos, e Nell, de sete. Um amigo da actriz indicou que a separação deve-se ao facto de “Tim estar a atravessar uma crise de meia idade”. Helena Bonham Carter e Tim Burton tinham um casamento pouco convencional pois viviam em duas casas geminadas unidas por uma sala comum. A separação ocorre um ano depois do realizador ter sido fotografado com uma mulher em Londres, o que acendeu rumores de traição e mal estar no casamento.

Michael Fassbenderserá Steve Jobsem nova biografiaOs estúdios “Universal Pictures” confirmaram que o actor Michael Fassbender, nascido na Alemanha, protagonizará o novo filme sobre Steve Jobs. A “Universal Pictures” assumiu a produção poucos dias após a “Sony Pictures” abandonar os planos para uma longa-metragem sobre a vida de Steve Jobs, baseada na biografia escrita por Walter Isaacson, de 2011. Segundo a revista “Hollywood Reporter”, a actriz Natalie Portman também estará a negociar uma participação no filme.

Jennifer Lopez sensual em nova campanhaPoucos meses depois do lançamento da nova linha de jóias “Jennifer Lopez by Endless Jewelry”, a cantora surge mais sensual do que nunca na nova campanha da marca. Com um vestido branco e algumas pulseiras da sua colecção, J-Lo revela toda a sua beleza, carisma e glamour. Dona de uma beleza e silhueta invejáveis, a cantora de 45 anos está novamente solteira, depois do fim do namoro de quase três anos com o bailarino Casper Smart.

24 JTM | ÚLTIMA Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2014 • Fecho da Edição • 23:40 horas

Receitas do Jogo devem cair mais de 30% em DezembroOs casinos de Macau vão fechar o mês de Dezembro com quedas homólogas entre 30 e 32% e um resultado anual também em que-da de cerca de 2,5%, indicam dados dos operadores recolhidos pela agência Lusa. De acordo com os mesmos dados, numa projecção feita a partir da receita arrecadada pela Sands China e pela Galaxy Resorts entre 1 e 26 de Dezembro, os casinos terão arrecadado uma receita bruta de cerca de 18.800 milhões de patacas, o que permite projectar uma receita a variar entre 22.700 milhões de patacas e 23.300 milhões de patacas. Caso se confirmem estas previsões, a Sands China e a Galaxy Resorts vão terminar 2014 com quebras entre 2,7 e 2,5% face ao ano anterior, variando entre 350.900 e 351.500 milhões. Os operadores de jogo contactados pela Lusa esperam que as quebras nas receitas brutas con-tinuem até Maio de 2015, tendo em conta os bons resultados obtidos durante os cinco primeiros meses de 2014.

Como facilmente se poderá comprovar na habitual resenha de acontecimentos que publicamos na última edição do ano, 2014 deu continuidade a um ciclo de intensa actividade em Macau, cada vez mais distante da pacatez de outros tempos. Nos últimos 12 meses, tornaram-se também mais notórias as “dores de cresci-mento” subjacentes a um processo de desenvolvimen-to que se, por um lado, colocou a Região num patamar elevado no contexto regional e até internacional, por outro, também abriu fissuras no seu tecido socioeco-nómico.

Paralelamente à persistência ou agravamento de alguns problemas, nomeadamente ligados à inflação, habitação e transportes, entre outras áreas, Macau vi-veu um ano marcado por tensões nas ruas. Em muitos casos, a contestação teve como principais protagonis-tas trabalhadores do sector do jogo, mas foram outros os motivos que levaram os protestos a atingir o auge no calor de Maio, quando a maior manifestação desde a criação da RAEM obrigou o Governo a retirar a pro-posta do regime de garantias dos titulares de cargos políticos.

Nessa altura percebeu-se que algo tinha mudado em Macau e 2014 não seria um ano fácil, sobretudo para um Governo que, aqui e ali, dava sinais de já ter accionado o “botão” de fim de mandato. E o momento menos bom nem sequer poupou o Jogo, verdadeiro “abono de fa-mília” dos cofres públicos, com as receitas dos casinos a entrarem em queda livre a partir de Junho.

Apesar de envoltos por uma aura de esperança, os ventos de mudança produzidos pela profunda renova-ção governamental concretizada este mês não são su-ficientes para afastar a ideia de que, definitivamente, este não foi o melhor dos anos.

Ainda assim, 2014 não é um ano para esquecer. Pelo contrário, deve ser recordado como um exemplo de erros e lacunas que urge suprimir, por forma a con-duzir Macau para um novo ciclo de desenvolvimento, equilibrado, sustentável e socialmente mais equitativo. Esse será, afinal, o grande desejo dos residentes de Ma-cau para 2015.

ENPASSANTSérgio Terra

Um ano para recordar

Empresário usou homens com SIDA para expulsar moradores em NanyangUm empresário chinês da construção contratou seis homens portadores do vírus da SIDA para perseguir e obrigar moradores a deixarem as suas casas, num complexo residencial que deveria ser demolido na cidade de Nanyang, noticiou a agência AFP. Denunciado numa reportagem da rede de televisão estatal chinesa CCTV, o caso está a provocar forte indignação nas redes sociais e constitui o mais recente episódio sobre a discriminação generalizada na China contra as pessoas infectadas com o vírus HIV. Por outro lado, o caso está a ser apontado como mais um exemplo da falta de escrúpulos de algumas empresas imobiliárias e funcionários, que expulsam moradores das suas casas num país onde a revenda de terras pode garantir elevados dividendos aos governos locais. Li Gejun, vice-chefe de propaganda do distrito de Wolong, na província de Nanyang, disse à CCTV que a “Yi’an Real Estate Company” contratou os pacientes “a fim de alcançar sua meta de demolição rápida”. Imagens divulgadas pela emissora mostraram as palavras “Equipa de demolição SIDA” pintadas em muitos muros do complexo residencial. Os homens contratados também detonaram fogos de artifício, perseguiram moradores e arremessaram bolas de aço contra as janelas das casas, segundo a agência de notícias oficial Xinhua. Quatro funcionários foram advertidos e cinco suspeitos detidos no âmbito do caso, referiu a Xinhua, acrescentando que a demolição do complexo residencial foi decidida no âmbito de um plano do governo.

Violência contra as mulheres com “factura” elevada na UEUm novo estudo do Instituto Europeu da Igualdade de Género (EIGE, na sigla inglesa) vem mostrar que, além do seu custo humano, a violência de género tem tam-bém um elevado impacto económico na União Euro-peia, estimando que os países-membros gastem mais de 109 mil milhões de euros por ano em custos rela-cionados com aquele fenómeno. Os custos monetários da violência contra as mulheres passam por cuidados médicos, serviços sociais, processos judiciais e mesmo perdas económicas directamente derivadas da violên-cia de género que, segundo o EIGE, “afectam a vítima, a sua família imediata, a sociedade e a economia a tal nível que chegam a abrandar o seu funcionamento nor-mal”, conforme se lê no comunicado que acompanha o estudo. Os resultados surgem no “Estudo para estimar os custos da violência de género na União Europeia” e requerem, segundo a directora do EIGE, acção ime-diata para melhor compreender e combater a violência contra as mulheres. Os 109 mil milhões de euros por ano em custos com a violência contra as mulheres, que representam cerca de 0,8% do PIB da União Europeia, serão uma “estimativa conservadora”, assegura, cita-da pelo El País, a autora principal do estudo. “Neste relatório não incluímos, por exemplo, os custos para os filhos das vítimas ou para as suas famílias”, refere Sylbia Walby, da Universidade de Lancaster.

Sócrates quer ser assistente para poder consultar processoA defesa do ex-primeiro-ministro português José Sócrates anunciou que o argui-do quer ser assistente no processo e anunciou que vai entregar requerimento con-tra a alegada violação do segredo de justiça. A apresentação do requerimento foi divulgada por Pedro Delille, advogado que acompanha a defesa de José Sócrates, juntamente com João Araújo, depois de reunir com o antigo líder socialista no Es-tabelecimento Prisional de Évora. Segundo Pedro Delille, “neste caso houve uma violação do segredo de justiça evidente”. “Tornou-se também evidente que ela só pode ter vindo do tribunal ou do Ministério Público, não pode ter vindo de nenhum dos advogados”, afirmou. De acordo com o advogado, José Sócrates “está muito preocupado com esta possibilidade que há do tribunal ou Ministério Público directa-mente facultarem elementos em segredo de justiça antes dos próprios advogados dos arguidos terem conhe-cimento deles”. O advogado disse, por outro lado, que “ainda não teve resposta” um requerimento feito “há mais de 15 dias” para o ex-primeiro-ministro ser ouvido de novo. Sócrates é arguido no processo da Operação Marquês por suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal agravada. Está detido desde 21 de Novembro e preso preventivamente desde o dia 24.

Venda de Enzo Pérez ao Valência rende 25 milhões de euros ao BenficaO futebolista argentino Enzo Pérez, que se transferiu na segunda-feira do Benfica para o Valência, realizou ontem o primeiro treino com a formação espanhola, orientada pelo português Nuno Espírito Santo. O médio argen-tino, que chegou a Valência ontem de madrugada, rendeu ao Benfica 25 milhões de euros e assinou um contrato válido por quatro temporadas. O treinador pretende que o jogador argentino se integre rapidamente na equipa, que tem vários compromissos importantes em Janeiro, o primei-ro dos quais no domingo frente ao Real Madrid. O internacional argentino, de 29 anos, tinha sido contratado em 2011 pelo Benfica ao Estudiantes, da Argentina, tendo regressado ao clube (por lesão) no “mercado de Inverno” da mesma época. Na época de 2012/2013 regressou em definitivo ao Benfica, assumindo-se como um elemento chave do meio campo da equipa “encarnada”. O Valência ocupa atualmente a quarta posição da liga espanhola, com 31 pontos em 16 jogos, e está nos oitavos de final da Taça do Rei de Espanha.