Adolf Hitler Mein Kampf Minha Luta (PT)

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    Minha Luta

    (Mein Kampf)

    Adolf Hitler

    SUMRIO

    APRESENTAO

    Prefcio

    Dedicatria

    PRIMEIRA PARTE

    I - Na casa paterna

    II - Anos de aprendizado e de sofrimento em Viena

    III - Reflexes gerais sobre a poltica da poca de minha estadia em Viena

    IV - Munique

    V - A Guerra Mundial

    VI - A propaganda da guerra

    VII - A Revoluo

    VIII - Comeo de minha atividade poltica

    IX - O Partido Trabalhista Alemo

    X - Causas primrias do colapso

    XI - Povo e raa

    XII - O primeiro perodo de desenvolvimento do Partido Nacional Socialista dosTrabalhadores Alemes

    SEGUNDA PARTE

    I - Doutrina e partido

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    II - O Estado

    III - Cidados e "sditos" do Estado

    IV - Personalidade e concepo do Estado Nacional

    V - Concepo do mundo e organizao

    VI - A luta nos primeiros tempos - A importncia da oratria

    VII - A luta com a frente vermelha

    VIII - O forte mais forte sozinho

    IX - Idias fundamentais sobre o fim e a organizao dos trabalhadores socialistas

    X - A mscara do federalismoXI - Propaganda e organizao

    XII - A questo sindical

    XIII - Poltica de aliana da Alemanha aps a Guerra

    XIV - Orientao para leste ou poltica de leste

    XV - O direito de defesa

    Posfcio

    APRESENTAO

    Nlson Jahr Garcia

    Minha Luta (Mein Kampf) foi a melhor obra j escrita contra o nazismo. J se

    escreveram livros, artigos, crnicas; fizeram-se filmes, peas de teatro. Por mais quedemonstrassem o totalitarismo, a crueldade e a desfaatez daquele regime, nada conseguiusuperar o original.

    A comunidade judaica, pelo menos alguns de seus setores, batalham por proibir adivulgao do livro. No entendo. Quanto mais se conhecer, maior se tornar o repdio eaverso.

    certo que os filhos de Israel foram perseguidos, mas no s. Tambm o foram osnegros, os eslavos, membros das "Resistncias", maons, todos originrios de qualquer raa

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    que no fossem considerados "arianos". Em suma, perseguiu-se tantos quanto se opuseramaos planos megalomanacos do pequeno austraco que resolveu tornar-se rei do universo.

    Certa vez perguntei a um ex-capito do exrcito mecanizado nazista: "Como foi possvelque um dos povos mais cultos da Europa apoiasse um projeto neurtico e genocida como odos nazis?" Respondeu-me, com certa simplicidade: "Perdramos a I Grande Guerra,

    engenheiros, mdicos e tantos reviravam latas de lixo para encontrar comida, os judeus,comerciantes em sua maioria, expunham suas mercadorias sugerindo serem beneficiadospela situao, era solo frtil para as pregaes anti-semitas".

    Quanto ao anti-semitismo, alm da postura racista inquestionvel e confessa, havia umaestratgia de propaganda. Hitler entendia que qualquer movimento precisava de inimigospara fortalecer-se. Subestimando a capacidade intelectual do povo, afirmavaexplicitamente, que as massas tinham dificuldades de entendimento e compreenso. Da anecessidade de reduzir os vrios adversrios a um inimigo nico: os judeus. As crticas daimprensa eram escritas por judeus, que tambm dominavam a literatura, as artes e o teatro.Frana e Inglaterra estavam controladas pelo capitalismo judaico. Os judeus levavamimigrantes negros para contaminar as raas europias. Os marxistas e revolucionriosrussos eram judeus. A maonaria era controlada por judeus. Uma generalizao absurdaque, infelizmente, funcionou.

    Penso que "Minha Luta" deva ser amplamente conhecido, um texto preconceituoso,presunoso e que traz embutidos neuroses e psicoses indiscutveis, conhec-lo talvez seja amelhor forma de impedir que aquelas idias ressuscitem. Alm disso sou contra qualquerforma de censura. Os romanos incendiaram a Biblioteca de Alexandria, Hitler e Stalinqueimaram livros, Getlio Vargas tambm, os militares de nossa recente ditadura inclusive,e outros tantos, a humanidade s perdeu.

    Por isso tudo divulgo o livro, uma pea de propaganda bastante eficiente, mas apenas noseu tempo e contexto. Devemos ler, analisar, discutir e produzir vacinas. Como os vrus, asidias absurdas tendem a retornar fortalecidas e resistentes; s conhecendo poderemosenfrent-las.

    PREFCIO

    No dia 1. de abril de 1924, por fora de sentena do Tribunal de Munique, tinha euentrado no presdio militar de Landsberg sobre o Lech.

    Assim se me oferecia, pela primeira vez, depois de anos de ininterrupto trabalho, apossibilidade de dedicar-me a uma obra, por muitos solicitada e por mim mesmo julgadaconveniente ao movimento nacional socialista.

    Decidi-me, pois, a esclarecer, em dois volumes, a finalidade do nosso movimento e, aomesmo tempo, esboar um quadro do seu desenvolvimento.

    Nesse trabalho aprender-se- mais do que em uma dissertao puramente doutrinria.Apresentava-se-me tambm a oportunidade de dar uma descrio de minha vida, no que

    fosse necessrio compreenso do primeiro e do segundo volumes e no que pudesse servirpara destruir o retrato lendrio da minha pessoa feito pela imprensa semtica.

    Com esse livro eu no me dirijo aos estranhos mas aos adeptos do movimento que aomesmo aderiram de corao e que aspiram esclarecimentos mais substanciais.

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    Sei muito bem que se conquistam adeptos menos pela palavra escrita do que pelapalavra falada e que, neste mundo, as grandes causas devem seu desenvolvimento no aosgrandes escritores mas aos grandes oradores.

    Isso no obstante, os princpios de uma doutrinao devem ser estabelecidos parasempre por necessidade de sua defesa regular e contnua.

    Que estes dois volumes valham como blocos com que contribuo construo da obracoletiva.O AUTORLandsberg sobre o LechPresdio Militar

    DEDICATRIA

    No dia 9 de novembro de 1923, na firme crena da ressurreio do seu povo, s 12 horase 30 minutos da tarde, tombaram diante do quartel general assim como no ptio do antigoMinistrio da Guerra de Munique os seguintes cidados:

    Alfarth (Felix). Negociante, nascido a 5 de julho de 1901.Bauriedl (Andreas). Chapeleiro, nascido a 4 de maio de 1879.Casella (Theodor). Bancrio, nascido a 8 de agosto de 1900.Ehrlich (Wilhelm). Bancrio, nascido a 19 de agosto de 1894.Faust (Martin). Bancrio, nascido a 27 de janeiro de 1901.Hechenberger (Ant.). Serralheiro, nascido a 28 de setembro de 1902.Krner (Oskar). Negociante, nascido a 4 de janeiro de 1875.Kuhn (Karl). Garo.Cehfe, nascido a 26 de julho de 1897.Laforce (Karl). Estudante de engenharia, nascido a 28 de outubro de 1904.Neubauer (Kurt). Domstico, nascido a 27 de maro de 1899.Pope (Claus von). Negociante, nascido a 16 de agsto de 1904.Pforden (Theodor von der). Membro do Supremo Tribunal, nascido a 14 de maio de

    1873.Rickmers (Joh.). Capito de Cavalaria, nascido a 7 de maio de 1881.Scheubner-Richter (Max Erwin von). Engenheiro, nascido a 9 de janeiro de 1884.Stransky (Lorenz Ritter von). Engenheiro, nascido a 14 de maro de 1899.Wolf (Wilhelm). Negociante, nascido a 19 de outubro de 1898.As chamadas autoridades nacionais recusaram aos heris mortos um tmulo comum.Por isso eu lhes dedico, para a lembrana de todos, o primeiro volume desta obra, a fim

    de que esses mrtires iluminem para sempre os adeptos do nosso movimento.Landsberg sobre o Lech, Presdio Militar, 16 de outubro de 1924.

    Adolf Hitler

    PRIMEIRA PARTE

    CAPTULO I - NA CASA PATERNA

    Considero hoje como uma feliz determinao da sorte que Braunau no Inn tenha sido

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    destinada para lugar do meu nascimento. Essa cidadezinha est situada nos limites dos doispases alemes cuja volta unidade antiga vista, pelo menos por ns jovens, como umaquesto de vida e de morte.

    A ustria alem deve voltar a fazer parte da grande Ptria germnica, alis sem seatender a motivos de ordem econmica. Mesmo que essa unio fosse, sob o ponto de vista

    econmico, incua ou at prejudicial, ela deveria realizar-se. Povos em cujas veias corre omesmo sangue devem pertencer ao mesmo Estado. Ao povo alemo no assistem razesmorais para uma poltica ativa de colonizao, enquanto no conseguir reunir os seusprprios filhos em uma ptria nica. Somente quando as fronteiras do Estado tiveremabarcado todos os alemes sem que se lhes possa oferecer a segurana da alimentao, sento surgir, da necessidade do prprio povo, o direito, justificado pela moral, daconquista de terra estrangeira. O arado, nesse momento ser a espada, e, regado com aslgrimas da guerra, o po de cada dia ser assegurado posteridade.

    Por isso, essa cidadezinha da fronteira aparece aos meus olhos como o smbolo de umagrande misso. Sob certo aspecto, ela se apresenta como uma exortao nos tempos quecorrem. H mais de cem anos, esse modesto ninho, cenrio de uma tragdia cujasignificao todo o povo alemo compreende, conquistou, pelo menos, na histria alem, odireito imortalidade. No tempo da maior humilhao infligida nossa Ptria, tombou ali,por amor sua idolatrada Alemanha, Johannes Palm, de Nuremberg, livreiro burgus,obstinado nacionalista e inimigo dos franceses. Tenazmente recusara-se, como LeoSchlagter, a denunciar os seus cmplices, ou melhor os cabeas do movimento. Como este,ele foi denunciado Frana, por um representante do governo. Um chefe de polcia deAusburgo conquistou para si essa triste glria e serviu assim de modelo s autoridadesalems no governo de Severing.

    Nessa cidadezinha do Inn, imortalizada pelo martrio de grandes alemes, bvara pelosangue, austraca quanto ao governo, moravam meus pais no fim do ano 80 do sculopassado, meu pai como funcionrio pblico, fiel cumpridor dos seus deveres, minha metoda absorvida nos afazeres domsticos e, sobretudo, sempre dedicada aos cuidados dafamlia. Na minha memria, pouco ficou desse tempo, pois, dentro de alguns anos, meu paiteve que deixar a querida cidadezinha e ir ocupar novo lugar em Passau, na prpriaAlemanha.

    A sorte de empregado aduaneiro austraco se traduzia, naquele tempo, por umaconstante peregrinao. Pouco tempo depois, meu pai foi para Linz, para onde finalmentese dirigiu tambm depois de aposentado. Essa aposentadoria no devia, porm, significarum verdadeiro descanso para o velho funcionrio. Filho de um pobre lavrador, j noutrostempos ele no tolerava a vida inativa em casa. Ainda no contava treze anos e j o jovemde ento fazia os seus preparativos e deixava a casa paterna no Waldviertel. Apesar dosconselhos em contrrio dos "experientes" moradores da aldeia, o jovem dirigiu-se paraViena, como objetivo de aprender um ofcio manual. Isso aconteceu entre 1850 e 1860.Arrojada resoluo essa de afrontar o desconhecido com trs florins para as despesas deviagem. Aos dezessete anos, tinha ele feito as provas de aprendiz. No estava, porm,contente. Muito ao contrrio. A longa durao das necessidades de outrora, a misria e osofrimento constantes fortaleceram a resoluo de abandonar de novo o ofcio, para vir aser alguma coisa mais elevada. Naquele tempo, aos olhos do pobre jovem, a posio deproco de aldeia parecia a mais elevada a que se podia aspirar; agora, porm, na esfera maisvasta da grande capital, a sua ambio maior era entrar para o funcionalismo. Com atenacidade de quem, na meninice, j era um velho, por eleito da penria e das aflies, o

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    jovem de dezessete anos insistiu na sua resoluo e tornou-se funcionrio pblico. Depoisdos Vinte e trs anos, creio eu, estava atingido o seu objetivo. Parecia assim estar cumpridaa promessa que o pobre rapaz havia feito, isto , de no voltar para a aldeia paterna sem quetivesse melhorado a sua situao.

    Agora estava atingido o seu ideal. Na aldeia, porm ningum mais dele se lembrava e a

    ele mesmo a aldeia se tornara desconhecida.Quando, aos cinqenta e seis anos, ele se aposentou, no pde suportar esse descanso naociosidade. Comprou, ento, uma propriedade na vila de Lambach, na alta ustria,valorizou-a e voltou assim, depois de uma vida longa e trabalhosa, mesma origem dosseus pais.

    Nesse tempo, formavam-se no meu esprito os primeiros ideais. As correrias ao ar livre,a longa caminhada para a escola, as relaes com rapazes extremamente robustos - o quemuitas vezes causava a minha me os maiores cuidados - esses hbitos me poderiampreparar para tudo menos para uma vida sedentria. Embora, mal pensasse ainda seriamentesobre a minha futura vocao, de nenhum modo as minhas simpatias se dirigiam para alinha de vida seguida por meu pai. Eu creio que j nessa. poca meu talento verbal seadestrava nas discusses com os camaradas.

    Eu me tinha tornado um pequeno chefe de motins, que, na escola, aprendia comfacilidade, mas era difcil de ser dirigido.

    Quando, nas minhas horas livres, eu recebia lies de canto no coro paroquial deLambach, tinha a melhor oportunidade de extasiar-me ante as pompas festivas dasbrilhantssimas festas da igreja. Assim como meu pai via na posio de proco de aldeia oideal na vida, a mim tambm a situao de abade pareceu a aspirao mais elevada. Pelomenos temporariamente isso se deu.

    Desde que meu pai, por motivos de fcil compreenso, no podia dar o devido apreo aotalento oratrio do seu bulhento filho, para da tirar concluses favorveis ao futuro do seupimpolho, bvio que ele no concordasse com essas idias de mocidade. Apreensivo, eleobservava essa disparidade da natureza.

    Na realidade a vocao temporria por essa profisso desapareceu muito cedo, para darlugar a esperanas mais conformes com o meu temperamento.

    Revolvendo a biblioteca paterna, deparei com diversos livros sobre assuntos militares,entre eles uma edio popular da guerra franco-alem de 1870-1871. Eram dois volumes deuma revista ilustrada daquele tempo. Tornaram-se a minha leitura favorita. No tardoumuito para que a grande luta de heris se transformasse para mim em um acontecimento damais alta significao. Da em diante, eu me entusiasmava cada vez mais por tudo que, dequalquer modo, se relacionasse com guerra ou com a vida militar. Sob outro aspecto, issotambm deveria vir a ser de importncia para mim. Pela primeira vez, embora ainda demaneira confusa, surgiu no meu esprito a pergunta sobre se havia alguma diferena entreestes alemes que lutavam e os outros e, em caso afirmativo, qual era essa diferena. Porque a ustria no combateu com a Alemanha nesta guerra? Por que meu pai e todos osoutros no se bateram tambm? No somos iguais a todos os outros alemes? Noformamos todos um corpo nico? Esse problema comeou, pela primeira vez, a agitar omeu esprito infantil. Com uma inveja intima, deveria s minhas cautelosas perguntasaceitar a resposta de que nem todo alemo possua a felicidade de pertencer ao imprio deBismarck. Isso era inconcebvel para mim.

    Estava decidido que eu deveria estudar.Considerando o meu carter e, sobretudo o meu temperamento, pensou meu pai poder

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    chegar concluso de que o curso de humanidades oferecia uma contradio com asminhas tendncias intelectuais. Pareceu-lhe que uma escola profissional corresponderiamelhor ao caso. Nessa opinio, ele se fortaleceu ainda mais ante minha manifesta aptidopara o desenho, matria cujo estudo, no seu modo de ver, era muito negligenciado nosginsios austracos. Talvez estivesse tambm exercendo influncia decisiva nisso a sua

    difcil luta pela vida, na qual, aos seus olhos, o estudo de humanidades de pouca utilidadeseria. Por princpio, era de opinio que, como ele, seu filho naturalmente seria e deveria serfuncionrio pblico. Sua amarga juventude fez com que o xito na vida fosse por ele vistocomo tanto maior quanto considerava o mesmo como produto de uma frrea disposio ede sua prpria capacidade de trabalho. Era o orgulho do homem que se fez por si que oinduzia a querer elevar seu filho a uma posio igual ou, se possvel, mais alta que a do seupai, tanto mais quando por sua prpria diligncia, estava apto a facilitar de muito aevoluo deste.

    O pensamento de uma repulsa aquilo que, para ele, se tornou o objetivo de uma vidainteira, parecia-lhe inconcebvel. A resoluo de meu pai era, pois, simples, definida, clarae, a seus olhos, compreensvel por si mesma. Finalmente para o seu temperamento tornadoimperioso atravs de uma amarga luta pela existncia, no decorrer da sua vida inteira,parecia coisa absolutamente intolervel, em tais assuntos, entregar a deciso final a umjovem que lhe parecia inexperiente e ainda sem responsabilidade.

    Seria impossvel que isso se coadunasse com a sua usual concepo do cumprimento dodever, pois representava uma diminuio reprovvel de sua autoridade paterna. Alm disso,a ele cabia a responsabilidade do futuro do seu filho.

    E, no obstante, coisa diferente deveria acontecer. Pela primeira vez na vida fui, malchegava aos onze anos, forado a fazer oposio.

    Por mais firmemente decidido que meu pai estivesse na execuo dos planos epropsitos que se formara, no era menor a teimosia e a obstinao de seu filho em repelirum pensamento que pouco ou nada lhe agradava.

    Eu no queria ser funcionrio.Nem conselhos nem "srias" admoestaes conseguiram demover-me dessa oposio.Nunca, jamais, em tempo algum, eu seria funcionrio pblico.Todas as tentativas para despertar em mim o amor por essa profisso, inclusive a

    descrio da vida de meu pai, malogravam-se, produziam o efeito contrrio.Era para mim abominvel o pensamento de, como um escravo, um dia sentar-me em um

    escritrio, de no ser senhor do meu tempo mas, ao contrrio, limitar-me a ter comofinalidade na vida encher formulrios! Que pensamento poderia isso despertar em umjovem que era tudo menos bom no sentido usual da palavra? O estudo extremamente fcilna escola proporcionava-me tanto tempo disponvel que eu era mais visvel ao ar livre doque em casa.

    Quando hoje, meus adversrios polticos examinam com carinhosa ateno a minha vidaat aos tempos da minha juventude para, finalmente, poder apontar com satisfao os mausfeitos que esse Hitler j na mocidade havia perpetrado, agradeo aos cus que agora algumacoisa me restitua memria daqueles tempos felizes.

    Campos e florestas eram outrora a sala de esgrima na qual as antteses de semprevinham luz.

    Mesmo a freqncia escola profissional que se seguiu a isso em nada me serviu deestorvo.

    Uma outra questo deveria, porm, ser decidida.

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    Enquanto a resoluo de meu pai de fazer-me funcionrio pblico encontrou em mimapenas uma oposio de princpios, o conflito foi facilmente suportvel. Eu podia, entodissimular minhas idias ntimas, no sendo preciso contraditar constantemente. Para minhatranqilidade, bastava-me a firme deciso de no entrar de futuro para a burocracia. Essaresoluo era, porm, inabalvel. A situao agravou-se quando ao plano de meu pai eu

    opus o meu. Esse fato aconteceu j aos treze anos. Como isso se deu, no sei bem hoje, masum dia pareceu-me claro que eu deveria ser artista, pintor.Meu talento para o desenho, inquestionavelmente, continuava a afirmar-se, e foi at uma

    das razes por que meu pai me mandou escola profissional sem contudo nunca lhe terocorrido dirigir a minha educao nesse sentido. Muito ao contrrio. Quando eu, pelaprimeira vez, depois de renovada oposio ao pensamento favorito de meu pai, fuiinterrogado sobre que profisso desejava ento escolher e quase de repente deixei escapar afirme resoluo que havia adotado de ser pintor, ele quase perdeu a palavra.

    "Pintor! Artista!" exclamou ele.Julgou que eu tinha perdido o juzo ou talvez que eu no tivesse ouvido ou entendido

    bem a sua pergunta.Quando compreendeu, porm, que no tinha havido mal-entendido, quando sentiu a

    seriedade da minha resoluo, lanou-se com a mais inabalvel deciso contra a minhaidia.

    Sua resoluo era demasiado firme. Intil seria argumentar com as minhas aptides paraessa profisso.

    "Pintor, no! Enquanto eu viver, nunca!" terminou meu pai.O filho que, entre outras qualidades do pai, havia herdado a teimosia, retrucou com uma

    resposta semelhante mas no sentido contrrio.Cada um ficou irredutvel no seu ponto de vista. Meu pai no abandonava o seu nunca e

    eu reforava cada vez mais o meu no obstante.As conseqncias disso no foram muito agradveis. O velho tornou-se irritado e eu

    tambm, apesar de gostar muito dele. Afastou-se para mim qualquer esperana de vir a sereducado para a pintura. Fui mais adiante e declarei ento absolutamente no mais estudar.Como eu, naturalmente, com essa declarao teria todas as desvantagens, pois o velhoparecia disposto a fazer triunfar a sua autoridade sem consideraes de qualquer natureza,resolvi calar da por diante, convertendo, porm, as minhas ameaas em realidade.

    Acreditava que quando meu pai observasse a minha falta de aproveitamento na escolaprofissional, por bem ou por mal consentiria na minha sonhada felicidade.

    No sei se meus clculos dariam certo. A verdade que meu insucesso na escolaverificou-se. S estudava o que me agradava, sobretudo aquilo de que eu poderia precisarmais tarde como pintor. O que me parecia sem significao para esse objetivo ou o que nome era agradvel, eu punha de lado inteiramente.

    Nesse tempo os meus certificados de estudos, apresentavam sempre notas extremas, deacordo com as matrias e o apreo em que eu as tinha. Digno de louvor e timo, de umlado; sofrvel ou pssimo do outro.

    Incomparavelmente melhores eram os meus trabalhos em geografia e, sobretudo, emhistria. Eram essas as duas matrias favoritas, nas quais eu fazia progressos na classe.

    Quando, depois de muitos anos, examino o resultado daqueles tempos, vejo dois fatos demuita significao:

    1. Tornei-me nacionalista.2. Aprendi a entender a histria pelo seu verdadeiro sentido.

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    A antiga ustria era um "estado de muitas nacionalidades".O cidado do imprio alemo, pelo menos outrora, no podia, em ltima anlise,

    compreender a significao desse fato na vida diria do indivduo, em um Estado assimorganizado como a ustria.

    Depois do maravilhoso cortejo triunfal dos heris da guerra franco-prussiana, os

    alemes que viviam no estrangeiro eram vistos como cada vez mais estranhos vida danao, que, em parte, no se esforavam por apreciar ou mesmo no o podiam.Confundia-se, na Alemanha, sobretudo em relao aos austro-alemes, a desmoralizada

    dinastia austraca com o povo que, na essncia, se mantinha so.No se concebe como o alemo na ustria - no fosse ele da melhor tmpera - pudesse

    possuir fora para exercer a sua influncia em um Estado de 52 milhes. No se concebetambm, sem essa hiptese, que, at na Alemanha, se tenha formado a opinio errada deque a ustria era um Estado alemo, disparate de srias conseqncias que constitui,porm, um brilhante atestado em favor dos dez milhes de alemes da fronteira oriental.

    S hoje, que essa triste fatalidade caiu sobre muitos milhes dos nossos prprioscompatriotas, que, sob o domnio estrangeiro, acham-se afastados da Ptria e dela selembram com angustiosa saudade e se esforam por ter ao menos o direito sagrada lnguamaterna, compreende-se, em maiores propores, o que significa ser obrigado a lutar pelasua nacionalidade.

    S ento um ou outro poder, talvez, avaliar a grandeza do sentimento alemo na velhafronteira oriental, sentimento que se manteve por si mesmo, e que, durar te sculos,protegera o Reich na fronteira oriental para finalmente se resumir a pequenas guerrasdestinadas apenas a conservar as fronteiras da lngua. Isso se dava em um tempo em que ogoverno alemo se interessava por uma poltica colonial, enquanto se mantinha indiferentepela defesa da carne e do sangue de seu povo, diante de suas portas.

    Como sempre acontece em todas as lutas, havia na campanha pela lngua trs classesdistintas: os lutadores, os indiferentes e os traidores.

    J na escola se comeava a notar essa separao, pois o mais digno de nota na luta pelalngua que justamente na escola, como viveiro das geraes futuras, que as ondas domovimento se fazem sentir mais vibrantes.

    Em torno da criana empenha-se a luta, e a ela dirigido o primeiro apelo:"Menino de sangue alemo, no te esqueas de que s um alemo; menina, pensa que

    um dia devers ser me alem".Quem conhece a alma da juventude poder compreender que so justamente os moos

    que com mais intensa alegria ouvem tal grito de guerra. De centenas de maneiras diferentescostumam eles dirigir essa luta em que empregam os seus prprios meios e armas. Elesevitam canes no alemes, entusiasmam-se pelos heris alemes, tanto mais quantomaior o esforo para deles afast-los, sacrificam o estmago para economizarem dinheiropara a luta dos grandes Em relao ao estudante no-alemo, so incrivelmente curiosos eao mesmo tempo intratveis. Usam as insgnias proibidas da nao e sentem-se felizes emser por isso castigados ou mesmo batidos. So, em pequenas propores, um quadro fieldos grandes, freqentemente com melhores e mais sinceros sentimentos.

    A mim tambm se ofereceu outrora a possibilidade de, ainda relativamente muito jovem,tomar parte na luta pela nacionalidade da antiga ustria. Quando reunidos na associaoescolar, expressvamos os nossos sentimentos usando lios e as cores preta, vermelha eouro, que, entusiasticamente, saudvamos com urras. Em vez da cano imperial,cantvamos "Deutschland ber alles", apesar das admoestaes e dos castigos. A juventude

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    era assim politicamente ensinada em um tempo em que os membros de uma soi-disantnacionalidade, na maioria da sua nacionalidade conhecia pouco mais do que a linguagem.Que eu ento no pertencia aos indiferentes, compreende-se por si mesmo. Dentro de poucotempo, eu me tinha transformado em um fantico Nacional-Alemo, designao que, denenhuma maneira, idntica concepo do atual partido com esse nome.

    Essa evoluo fez em mim progressos muito rpidos, tanto que, aos quinze anos, j tinhachegado a compreender a diferena entre patriotismo dinstico e nacionalismo racista. Oltimo conhecia eu, ento, muito mais.

    Para quem nunca se deu ao trabalho de estudar as condies internas da monarquia dosHabsburgos, um tal acontecimento poder no parecer claro. Somente as lies na escolasobre a histria universal deveriam, na ustria, lanar o germe desse desenvolvimento, mass em pequenas propores existe uma histria austraca especfica.

    O destino desse Estado to intimamente ligado vida e ao crescimento do povoalemo, que uma separao entre a histria alem e a austraca parece impossvel. Quando,por fim, a Alemanha comeou a separar-se em dois Estados diferentes, at essa separaopassou para a histria alem.

    As insgnias do Imperador, sinais do esplendor antigo do Imprio, preservadas emViena, parecem atuar mais como um poder de atrao do que como penhor de uma eternasolidariedade.O primeiro grito dos austro-alemes, nos dias do desmembramento do Estado dosHabsburgos, no sentido de uma unio com a Alemanha, era apenas efeito de um sentimentoadormecido mas de razes profundas no corao dos dois povos o anelo pela volta me-ptria nunca esquecida.

    Nunca seria isso, porm, compreensvel, se a aprendizagem histrica dos austro-alemesno fosse a causa de uma aspirao to geral. Ai est a fonte que nunca se estanca, a qual,sobretudo nos momentos de esquecimento, pondo de parte as delcias do presente, exorta opovo, pela lembrana do passado, a pensar em um novo futuro.

    O ensino da histria universal nas chamadas escolas mdias ainda hoje muito deixa adesejar. Poucos professores compreendem que a finalidade do ensino da histria no deveconsistir em aprender de cor datas e acontecimentos ou obrigar o aluno a saber quando estaou aquela batalha se realizou, quando nasceu um general ou quando um monarca quasesempre sem significao, ps sobre a cabea a coroa dos seus avs. No, graas a Deus no disso que se deve tratar.

    Aprender histria quer dizer procurar e encontrar as foras que conduzem s causas dasaes que vemos como acontecimentos histricos. A arte da leitura como da instruoconsiste nisto: conservar o essencial, esquecer o dispensvel.

    Foi talvez decisivo para a minha vida posterior que me fosse dada a felicidade de tercomo professor de histria um dos poucos que a entendiam por esse ponto de vista e assima ensinavam. O professor Leopold Ptsch, da escola profissional de Linz, realizara esseobjetivo de maneira ideal. Era ele um homem idoso, bom mas enrgico e, sobretudo pelasua deslumbrante eloqncia, conseguia no s prender a nossa ateno mas empolgar-nosde verdade. Ainda hoje, lembro-me com doce emoo do velho professor que, no calor desua exposio, fazia-nos esquecer o presente, encantava-nos com o passado e do nevoeirodos sculos retirava os ridos acontecimentos histricos para transform-los em vivarealidade. Ns o ouvamos muitas vezes dominados pelo mais intenso entusiasmo, outrasvezes comovidos at s lgrimas. O nosso contentamento era tanto maior quanto esteprofessor entendia que o presente devia ser esclarecido pelo passado e deste deviam ser

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    tiradas as conseqncias para dai deduzir o presente. Assim fornecia ele, muitofreqentemente, explicaes para o problema do dia, que outrora nos deixava em confuso.Nosso fanatismo nacional de jovens era um recurso educacional de que ele, freqentementeapelando para o nosso sentimento patritico, se servia para completar a nossa preparaomais depressa do que teria sido possvel por quaisquer outros meios. Esse professor fez da

    histria o meu estudo favorito. Assim, j naqueles tempos, tornei-me um jovemrevolucionrio, sem que fosse esse o seu objetivo.Quem, com um tal professor, poderia aprender a histria alem, sem ficar inimigo do

    governo que, de maneira to nefasta, exercia a sua influncia sobre os destinos da nao?Quem poderia, finalmente, ficar fiel ao imperador de uma dinastia que no passado e no

    presente sempre traiu os interesses do povo alemo, em beneficio de mesquinhos interessespessoais?

    J no sabamos, ns jovens, que esse Estado austraco nenhum amor por ns possua esobretudo no podia possuir?

    O conhecimento histrico da atuao dos Habsburgos foi reforado pela experinciadiria. No norte e no sul, o veneno estrangeiro devorava o nosso sentimento racial, e atViena tornava-se, a olhos vistos e cada vez mais, estranha ao esprito alemo.

    A Casa da ustria tchequizava-se, por toda parte, e foi por efeito do punho da deusa dodireito eterno e da inexorvel lei de Talio que o inimigo mortal da ustria alem,arquiduque Franz Ferdinando, foi vtima de uma bala que ele prprio havia ajudado afundir. Era ele o patrono da eslavizao da ustria, que se operava de cima para baixo, portodas as formas possveis.

    Enormes foram os nus que se exigiam do povo alemo, inauditos os seus sacrifcios emimpostos e em sangue, e, no obstante, quem quer que no fosse cego, deveria reconhecerque tudo isso seria intil.

    O que nos era mais doloroso era o fato de ser esse sistema moralmente protegido pelaaliana com a Alemanha, e que a lenta extirpao do sentimento alemo na velhamonarquia at certo ponto tinha a sano da prpria Alemanha.

    A hipocrisia dos Habsburgos com a qual se pretendia dar no exterior a aparncia de quea ustria ainda era um Estado alemo, fazia crescer o dio contra a Casa Austraca, atatingir a indignao e, ao mesmo tempo, o desprezo.

    S no Reich os j ento predestinados" nada viam de tudo isso.Como atingidos pela cegueira, caminhavam eles ao lado de um cadver e, nos sinais da

    decomposio, acreditavam descobrir indcios de nova vida.Na fatal aliana do jovem imprio alemo com o arremedo de Estado austraco estava o

    germe da Grande Guerra, mas tambm o do desmembramento.No decurso deste livro terei que me ocupar mais demoradamente deste problema. Basta

    que aqui se constate que, j nos primeiros anos da juventude, eu havia chegado a umaopinio que nunca mais me abandonou, mas, pelo contrrio, cada vez mais se fortificou. Eessa era que a segurana do germanismo pressupunha a destruio da ustria e que osentimento nacional no era idntico ao patriotismo dinstico e que, antes de tudo, a Casados Habsburgos estava destinada a fazer a infelicidade do povo alemo.

    Dessa convico eu j tinha outrora tirado as conseqncias: amor ao meu bero austro-alemo, profundo dio contra o governo austraco.

    A arte de pensar pela histria, que me tinha sido ensinada na escola, nunca mais meabandonou. A histria universal tornou-se para mim, cada vez mais, uma fonte inesgotvelde conhecimentos para agir no presente, isto , para a poltica. Eu no quero aprender a

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    histria por si, mas, ao contrrio, quero que ela me sirva de ensinamento para a vida.Assim como logo cedo tornei-me revolucionrio, tambm tornei-me artista.A capital da alta ustria possua outrora um teatro que no era mau. Nle se

    representava quase tudo. Aos doze anos, vi pela primeira vez "Guilherme Te!!" e, algunsmeses depois, "Lohengrin", a primeira pera que assisti na minha vida. Senti-me

    imediatamente cativado pela msica. O entusiasmo juvenil pelo mestre de Bayreuth noconhecia limites.Cada vez mais me sentia atrado pela sua obra, e considero hoje uma felicidade especial

    que a maneira modesta por que foram as peas representadas na capital da provncia metivesse deixado a possibilidade de um aumento de entusiasmo em representaesposteriores mais perfeitas.

    Tudo isso fortificava minha profunda averso pela profisso que meu pai me haviaescolhido. Essa averso cresceu depois de passados os dias da meninice, que para mimforam cheios de pesares. Cada vez mais eu me convencia que nunca seria feliz comoempregado pblico. Depois que, na escola profissional, meus dotes de desenhista setornaram conhecidos, a minha resoluo ainda mais se afirmou.

    Nem pedidos nem ameaas seriam capazes de modificar essa deciso.Eu queria ser pintor e, de modo algum, funcionrio pblico.E, coisa singular, com o decorrer dos anos aumentava sempre o meu interesses pela

    arquitetura.Eu considerava isso, outrora, como um natural complemento da minha inclinao para a

    pintura e regozijava-me intimamente com esse desenvolvimento da minha formaoartstica.

    Que outra coisa, contrrio a isso, viesse acontecer, no previa eu.O problema da minha profisso devia, porm, ser decidido mais rapidamente do que eu

    supunha.Aos treze anos perdi repentinamente meu pai. Ainda muito vigoroso, foi vtima de um

    ataque apopltico que, sem provocar-lhe nenhum sofrimento, encerrou a sua peregrinaona terra, mergulhando-nos na mais profunda dor.

    O que mais almejava, isto , facilitar a existncia de seu filho, para poupar-lhe a vida dedificuldades que ele prprio experimentara, no havia sido alcanado, na sua opinio.Apenas sem o saber, ele lanou as bases de um futuro que no havamos previsto, nem ele,nem eu.

    Aparentemente, a situao no se modificou logo.Minha me sentia-se no dever de, conforme aos desejos de meu pai, continuar minha

    educao, isto , fazer-me estudar para a carreira de funcionrio. Eu, porm, estava aindamais decidido do que antes, a no ser burocrata, sob condio alguma. A proporo que aescola mdia, pelas matrias estudadas ou pela maneira de ensin-las, afastava-se do meuideal, eu me tornava indiferente ao estudo.

    Inesperadamente, uma enfermidade veio em meu auxlio e, em poucas semanas, decidiudo meu futuro, pondo termo constante controvrsia na casa paterna.

    Uma grave afeco pulmonar fez com que o mdico aconselhasse a minha me, com omaior empenho, a no permitir absolutamente. que, de futuro, eu me entregasse a trabalhosde escritrio. A freqncia escola profissional deveria tambm ser suspensa pelo menospor um ano.

    Aquilo que eu, durante tanto tempo, almejava, e por que tanto me tinha batido, ia, porfora desse fato, uma vez por todas, transformar-se em realidade.

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    Sob a impresso da minha molstia, minha me consentiu finalmente em tirar-me,tempos depois, da escola profissional e em deixar-me freqentar a Academia.Foram os dias mais felizes da minha vida, que me pareciam quase que um sonho e narealidade de sonho no passaram.

    Dois anos mais tarde, o falecimento de minha me dava a esses belos projetos um

    inesperado desenlace.A sua morte se deu depois de uma longa e dolorosa enfermidade que, logo de comeo,pouca esperana de cura oferecia. No obstante isso, o golpe atingiu-me atrozmente. Eurespeitava meu pai, mas por minha me tinha verdadeiro amor.

    A pobreza e a dura realidade da vida foraram-me a tomar uma rpida resoluo. Ospequenos recursos econmicos deixados por meu pai foram quase esgotados durante agrave enfermidade de minha me. A penso que me coube como rfo, no era suficientenem para as necessidades mais imperiosas. Estava escrito que eu, de uma maneira ou deoutra, deveria ganhar o po com o meu trabalho.

    Tendo na mo unia pequena mala de roupa e, no corao, uma vontade imperturbvel,viajei para Viena.

    O que meu pai, cinqenta anos antes, havia conseguido, esperava eu tambm obter dasorte. Eu queria tornar-me "algum", mas, em caso algum, empregado pblico.

    CAPTULO II - ANOS DE APRENDIZADO E DE SOFRIMENTO EM VIENA

    Quando minha me morreu, meu destino sob certo aspecto j se tinha decidido.Nos seus ltimos meses de sofrimento eu tinha ido a Viena para fazer exame de

    admisso Academia. Armado de um grosso volume de desenhos, dirigi-me capitalaustraca convencido de poder facilmente ser aprovado no exame. Na escola profissional euj era sem nenhuma dvida, o primeiro aluno de desenho da minha classe. Daquele tempopara c a minha aptido se tinha desenvolvido extraordinariamente. de maneira que,contente comigo mesmo, esperava, orgulhoso e feliz, obter o melhor resultado da prova aque me ia submeter.

    S uma coisa me afligia: meu talento para a pintura parecia sobrepujado pelo talentopara o desenho, sobretudo no domnio da arquitetura. Ao mesmo tempo, crescia cada vezmais meu interesses pela arte das construes. Mais vivo ainda se tornou esse interessequando, aos dezesseis anos incompletos, fiz minha primeira visita a Viena, visita que durouduas semanas. Ali fui para estudar a galeria de pintura do "Hofmuseum", mas quase s meinteressava o prprio edifcio do museu. Passava o dia inteiro, desde a manh at tarde danoite, percorrendo com a vista todas as raridades nele contidas, mas, na realidade, asconstrues que mais me prendiam a ateno. Durante horas seguidas, ficava diante dapera ou admirando o edifcio de Parlamento. A "Ringstrasse" atuava sobre mim como umconto de mil-e-uma noites.

    Achava-me agora, pela segunda vez, na grande cidade, e esperava com ardenteimpacincia, e, ao mesmo tempo, com orgulhosa confiana, o resultado do meu exame deadmisso. Estava to convencido do xito do meu exame que a reprovao que meanunciaram feriu-me como um raio que casse de um cu sereno. Era, no entanto, uma puraverdade. Quando me apresentei ao diretor para pedir-lhe os motivos da minha no aceitao escola pblica de pintura, assegurou-me ele que, pelos desenhos por mim trazidos,evidenciava-se a minha inaptido para a pintura e que a minha vocao era visivelmente

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    para a arquitetura. No meu caso, acrescentou ele, o problema no era de escola de pinturamas de escola de arquitetura.

    No se pode absolutamente compreender, em face disso, que eu at hoje no tenhafreqentado nenhuma escola de arquitetura nem mesmo tomado sequer uma lio.

    Abatido, deixei o magnfico edifcio da "Shillerplatz", sentindo-me. pela primeira vez na

    vida, em luta comigo mesmo. O que o diretor me havia dito a respeito da minha capacidadeagiu sobre mim como um raio deslumbrante a revelar uma luta ntima, que, de h muito, euvinha sofrendo, sem at ento poder dar-me conta do porqu e do como.

    Em pouco tempo, convenci-me de que um dia eu deveria ser arquiteto. O caminho era,porm, dificlimo, pois o que eu, por teimosia, tinha evitado aprender na escolaprofissional, ia agora fazer-me falta. A freqncia da Escola de Arquitetura da Academiadependia da freqncia da escola tcnica de construes e a entrada para essa exigia umexame de madureza em uma escola mdia. Tudo isso me faltava completamente. Dentrodas possibilidades humanas, j no me era mais lcito esperar a realizao dos meus sonhosde artista.

    Quando, depois da morte de minha me, pela terceira vez, e desta vez para demorar-memuitos anos, fui a Viena, a tranqilidade e uma firme resoluo tinham voltado a mim, como tempo decorrido nesse intervalo.

    A antiga teimosia tambm tinha voltado e com ela a persistncia na realizao do meuobjetivo. Eu queria ser arquiteto. Obstculos existem no para que capitulemos diante delesmas para os vencermos. E eu estava disposto a arrostar com todas essas dificuldades,sempre tendo, diante dos olhos, a imagem de meu pai, que, de simples aprendiz desapateiro de aldeia, tinha subido at ao funcionalismo pblico. O cho sobre que eu pisavaera mais firme, as possibilidades na luta, maiores. O que, outrora, me parecia aspereza dasorte, aprecio hoje como sabedoria da Providncia. Enquanto a necessidade me oprimia eameaava aniquilar-me, crescia a vontade de lutar. E, finalmente, foi vitoriosa a vontade.Agradeo queles tempos o ter-me tornado forte e poder s-lo ainda. E ainda mais agradeoo ter-me livrado do tdio da vida fcil e ter-me tirado do conforto despreocupado do lar,para dar-me o sofrimento como substituto de minha me e lanar-me na luta de um mundode misrias e de pobreza, que aprendi a conhecer e pelo qual mais tarde deveria lutar.

    Nesse tempo, abriram-se-me os olhos para dois perigos que eu mal conhecia pelosnomes e que, de nenhum modo, se me apresentavam nitidamente na sua horrvelsignificao para a existncia do povo germnico: marxismo e judasmo.

    Viena, a cidade que para muitos reputada como um complexo de inocentes prazeres,como lugar para homens que se querem divertir, vale para mim, infelizmente, como umaviva lembrana dos mais tristes tempos da minha vida. Ainda hoje, essa capital s despertaem mim pensamentos sombrios. Cinco anos de misria e de sofrimentos, eis o que significaa minha estadia nessa cidade de prazeres. Cinco anos em que, primeiro como ajudante deoperrio, depois como aprendiz de pintor, vime forado a trabalhar pelo po quotidiano,mesquinho po que nunca bastava para saciar a minha fome habitual, A fome era entominha companheira fiel que nunca me deixava sozinho e que de tudo igualmenteparticipava. Cada livro que eu comprava aumentava a sua participao na minha vida. Umavisita pera fazia com que ela me fizesse companhia o dia inteiro. Era uma eterna lutacom o meu impiedoso companheiro. E, no obstante isso, nesse tempo aprendi mais do quenunca. Alm do meu trabalho em construes, das raras visitas pera, - feitas com osacrifcio do estmago - tinha como nico prazer a leitura. Li muito e profundamente. Notempo livre, depois do trabalho, subia imediatamente ao meu quarto de estudo. Em poucos

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    anos, lancei os alicerces de conhecimentos de que ainda hoje me utilizo. Mais importantedo que tudo isso: naqueles tempos adquiri uma noo do mundo que serviu de fundamentograntico para o meu modo de agir de ento. A essa noo precisei acrescentar pouca coisa,mudar nada.

    Ao contrrio.

    Estou firmemente convencido de que, em conjunto, vrias idias criadoras que hojepossuo, j na mocidade apareciam fundadas em princpios. Fao diferena entre a sabedoriada velhice, que vale pela sua maior profundidade e prudncia, resultantes da experincia deuma longa vida, e a genialidade da juventude que, em inesgotvel proliferao, criapensamentos e idias sem poder logo elabor-las definitivamente, em conseqncia dotumulto em que elas se sucedem. A mocidade fornece o material de construo e os pia-nosde futuro, dos quais a velhice toma os blocos, trabalha-os e levanta a construo, issoquando a chamada sabedoria dos velhos no sufoca a genialidade dos moos.

    A vida que eu at ali tinha levado na casa paterna diferenciava-se em pouco ou em nadada vida dos outros. Sem cuidados, podia esperar pelo dia seguinte, e para mim no haviaquesto social. As relaes da minha juventude compunham-se de pequenos burgueses, porconseguinte de um mundo que mantinha muito poucas relaes com o verdadeiro operrio.Por mais estranho que isso possa parecer primeira vista, o abismo entre essa camadasocial, cuja situao econmica nada tem de brilhante, e o trabalhador manual, freqentemente mais profundo do que se pensa. A razo dessa quase inimizade jaz noreceio que tem um grupo social que, apenas h pouco tempo, elevou-se acima do nvel doproletariado, de descer antiga e pouco prezada posio ou de, pelo menos, ser visto comopertencendo a essa classe. A isso se acrescente, entre muitos, a desagradvel lembrana daignorncia dessa baixa classe, a constante brutalidade nas suas relaes uns com os outros ecompreender-se- porque a pequena burguesia, em uma posio social ainda inferior,considera todo contato com essas nfimas camadas sociais como um fardo insuportvel.

    Isso explica porque mais freqente a uma pessoa altamente colocada, do que a umparvenu, nivelar-se, sem afetao, com os mais humildes. O parvenu o que, por suaprpria fora de vontade, passa, na luta pela vida, de uma posio social a outra maiselevada. Essa luta, as mais das vezes spera, mata a compaixo no corao humano eestanca a simpatia pelos sofrimentos dos que ficam atrs.

    Sob esse aspecto, a sorte foi comigo compassiva. Enquanto me compelia a voltar paraesse mundo de pobreza e de incertezas, que, no decurso de sua vida, meu pai j haviaabandonado, punha, ao mesmo tempo, diante dos meus olhos, com todos os seus aspectosrepugnantes, a educao estreita dos pequenos burgueses. S ento aprendi a conhecer oshomens, aprendi a fazer a diferena entre ocas aparncias, exteriorizaes brutais e aessncia ntima das coisas.

    J no fim do sculo passado, Viena pertencia ao nmero das cidades em que era visvelo desequilbrio social.

    Brilhante riqueza e degradante pobreza revezavam-se em contrastes violentos. No centroda cidade e nas suas adjacncias sentia-se o bater do pulso do Imprio de cinqenta e doismilhes, com todo o seu poder mgico de atrao, nesse Estado de vrias nacionalidades. ACorte no seu deslumbrante esplendor, agia como m sobre a riqueza e a inteligncia doresto do Estado. A isso deve-se juntar a forte centralizao da poltica da monarquia dosHabsburgos. Nessa concentrao, estava a nica possibilidade de manter-se em firme unioessa salada de povos. A conseqncia disso foi, porm, uma exagerada concentrao dasautoridades governamentais na capital, na residncia da Corte

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    Alm disso, Viena era, no s espiritual e politicamente, mas tambm economicamente,o centro da antiga monarquia danubiana. Em frente ao exrcito de oficiais superiores,funcionrios pblicos, artistas e sbios, estendia-se um exrcito ainda maior, composto detrabalhadores; em frente da riqueza da aristocracia e do comrcio, uma pobreza atroz.Diante dos palcios da Ringstrasse perambulavam milhares de sem-trabalho e, por baixo

    dessa via triunfal da velha ustria, amontoavam-se os sem-teto, no lusco-fusco e naimundcie dos canais.Dificilmente em uma cidade alem se poderia to bem estudar a questo social como em

    Viena. Mas ningum se iluda. esse estudo no pode ser feito de cima para baixo. Quem nose viu nas garras dessa vbora nunca aprender a conhecer os seus dentes venenosos. Semessa etapa, tudo redunda em palavreado superficial ou sentimentalismo hipcrita. Um eoutro caso so de conseqncias nocivas: no primeiro, porque no se pode descer ao magoda questo, no segundo, porque se passa sobre ela.

    No sei o que mais desolador: a indiferena pela misria social que se nota diariamentena maioria dos que foram favorecidos pela sorte ou que subiram pelos seus prpriosmritos, ou a afabilidade soberba, importuna, sem tato, embora sempre compassiva, decertas senhoras da moda que afetam sentir com o povo. Essa gente peca por falta de instintomais do que se pode supor. Por isso, com surpresa sua, o resultado de sua atividade social sempre nulo, freqentemente provoca repulsa, o que interpretado como prova daingratido do povo.

    Dificilmente entra na cabea dessa gente que uma atividade social no consiste nisso eque, sobretudo, no se deve esperar gratido, pois, no caso, no se trata de distribuio defavores mas apenas de restabelecimento de direitos.

    Por isso, escapei de entender a questo social por essa forma. Quando ela me arrastouaos seus domnios parecia no me convidar para aprender mas sim para pr-me prova.No foi por seu merecimento que a cobaia, ainda sadia, suportou a operao.

    Na maior parte dos casos no era muito difcil, naquele tempo, encontrar trabalho, umavez que eu no era operrio tcnico, mas devia conquistar o po de cada dia, como ajudantede operrio e muitas vezes como trabalhador de. emergncia.

    Colocava-me, por isso, no ponto de vista daqueles que sacodem dos ps a poeira daEuropa, com o irremovvel propsito de, rio Novo Mundo, criar uma nova vida, construiruma nova ptria. Libertados de todas as noes at aqui falhas sobre profisso, ambiente etradies, pegam-se a todo ganho que se lhes oferece, agarram-se a todo trabalho, lutandosempre, com a convico de que nenhuma atividade envergonha, pouco importando de quenatureza esta possa ser. Assim estava eu tambm decidido a lanar-me de corpo e alma nomundo para mim novo e abrir-me um caminho, lutando.

    Cedo me convenci de que trabalho h sempre, mas perdemo-lo com a mesma facilidadecom que o encontramos.

    A incerteza do ganho do po quotidiano, dentro de pouco tempo pareceu-me ser oaspecto mais sombrio da nova vida.

    O operrio tcnico no lanado to freqentemente na rua, como os que no o so, masele tambm no est inteiramente ao abrigo dessa sorte. Entre eles, ao lado da perda do popor falta de trabalho, podem concorrer o chmage e as suas prprias greves.

    Nesses casos, a incerteza do ganho do po dirio tem fortes reaes sobre toda aeconomia.

    O campons que se dirige s grandes cidades atrado pelo trabalho que imagina fcil ouque o realmente, mas sempre trabalho de pouca durao, ou o que atrado pelo

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    esplendor da grande cidade, o que sucede na maioria dos casos, esse ainda est habituado auma certa segurana do po. Ele costuma s abandonar os antigos postos, quando tem outropelo menos em perspectiva.

    A falta de trabalhadores do campo grande e, por isso, a probabilidade de falta detrabalho ali muito pequena.

    pois, um erro acreditar que o jovem trabalhador que se dirige cidade seja inferior aoque fica trabalhando na aldeia. A experincia mostra que acontece o contrrio com todos oselementos de emigrao, quando so sadios e ativos. Entre esses emigrantes devem-secontar no s os que vo para a Amrica mas tambm os jovens que se decidem aabandonar sua aldeia para se dirigirem as grandes capitais desconhecidas. Esses tambmesto dispostos a aceitar uma sorte incerta. Na maioria, trazem algum dinheiro, e, por isso,no se vem na contingncia de ser arrastados ao desespero logo nos primeiros dias, se, porinfelicidade, de comeo no encontram trabalho. O pior , porm, quando perdem, empouco tempo, o trabalho que haviam encontrado. Encontrar outro, sobretudo no inverno, difcil, se no impossvel. Nas primeiras semanas, a situao ainda insuportvel, pois elerecebe da caixa do sindicato a proteo dada ao seu trabalho e atravessa como pode os diasde desemprego. Quando o seu ltimo vintm gasto, quando a caixa, em conseqncia dalonga durao da falta de trabalho, tambm suspende o pagamento, vem a grande misria.Ento, faminto, erra para cima e para baixo, empenha ou vende os objetos que lhe restam ecada vez mais sensvel se lhe torna a falta de roupas. Desce a uma Convivncia que acabapor envenenar-lhe o corpo e a alma. Fica sem casa e, se isso acontece no inverno como comum, ento a misria aumenta. Finalmente, encontra algum trabalho, mas o jogo serepete. Uma segunda vez atingiu de maneira semelhante primeira, a terceira vez as coisasse tornaram ainda mais difceis, e assim, pouco a pouco, ele aprende a suportar comindiferena a eterna insegurana. Por fim, a repetio adquire fora de hbito.

    E assim o homem, outrora diligente, abandona inteiramente a sua antiga concepo davida, para, pouco a pouco, transformar-se em um instrumento cego daqueles que dele seutilizam apenas na satisfao dos mais baixos proveitos. Sem nenhuma culpa sua ele ficoutantas vezes sem trabalho, que, mais uma vez, menos uma vez, pouco lhe importa. Assimmesmo quando no se trata da luta pelos direitos econmicos do operariado mas dedestruio dos valores polticos, sociais ou culturais, ele ser ento, quando no entusiastade greves, pelo menos indiferente a elas.

    Essa evoluo eu tive oportunidade de acompanhar cuidadosamente em milhares deexemplos. Quanto mais eu observava esses fatos, tanto mais aumentava a minha aversopela cidade dos milhes que os homens, cheios de cobia, acumulavam para, depois, tocruelmente, desperdi-los.

    Eu tambm fui fustigado pela vida na grande metrpole e minha prpria custasubmeti-me a essa provao, experimentando, uma por uma todas essas dolorosassensaes.

    Observei ainda que essa rpida mudana do trabalho para a ociosidade forada e vice-versa, essa eterna oscilao do emprego para o desemprego, com o tempo, haveria dedestruir o sentimento de economia e as razes para um prudente equilbrio de vida.Lentamente o corpo parece acostumar-se a viver farta nos bons tempos e a passar fomenos maus. A fome destri todos os projetos dos operrios no sentido de um melhor e maisrazovel modus vivendi. Nos bons tempos eles se deixam embalar por uma constantemiragem pelo sonho de uma vida melhor, sonho que empolga de tal modo a sua existnciaque eles esquecem as antigas privaes, logo que recebem os seus salrios. Dai resulta que

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    o que consegue trabalho, imediatamente, da maneira mais desrazovel, esquece umaprudente distribuio de suas despesas, para viver larga, apenas nos dias imediatos. Issoconduz ao transtorno da manuteno da casa durante a semana, tornando no mais possveluma razovel distribuio da receita. O dinheiro da semana, de comeo, d para cinco diasem vez de sete, mais tarde para trs em vez de quatro, finalmente apenas para um dia e, por

    fim, logo na primeira noite inteiramente gasto em prazeres.Em casa, as mais das vezes, h mulher e crianas. Tambm elas recebem a influnciadessa maneira de viver, principalmente se o chefe de famlia bom para os seus. Nessecaso, o ganho da semana esbanjado com todos em casa nos trs primeiros dias. Come-se ebebe-se enquanto o dinheiro dura, e, nos ltimos dias, todos passam fome. Ento a mulherpercorre humildemente a vizinhana e os arredores, pede emprestado alguma coisa, fazpequenas dividas no vendeiro e procura assim manter-se com os seus nos ltimos dias dasemana. Ao meio-dia, sentam-se todos juntos, diante de magros pratos, muitas vezes atesses faltam, e, fazendo planos, esperam pelo dia do pagamento. Enquanto passam fomesonham de novo com a felicidade. E assim as crianas desde a mais tenra idade,acostumam-se a essa misria, o pior, porm, quando, desde o comeo, o marido segue oseu caminho e a mulher, por amor aos filhos, levanta-se contra isso. Ento surgem asbrigas, as disputas constantes. E proporo que o marido se afasta da mulher, aproxima-sedo lcool. Todos os sbados ele se embriaga. Por instinto de conservao, por si e pelosfilhos, a mulher briga para tomar os ltimos vintns do marido quando este se dirige dafbrica para a espelunca. Por fim, domingo ou segunda-feira, noite, ele volta para casa,embriagado e brutal, sempre sem vintm. Ento desenrolam-se freqentemente cenaslastimveis.

    Assisti tudo isso em centenas de casos. No comeo sentia-me enojado ou irritado para,mais tarde, compreender toda a tragdia dessa misria e as suas causas mais profundas.Infelizes vitimas de pssimas condies sociais.

    To tristes, talvez, eram, outrora, as condies das habitaes. A crise de casas para osajudantes de operrios de Viena era horrvel. Ainda hoje sinto calafrios quando pensonaqueles horrveis covis, as estalagens e nas habitaes coletivas, naqueles sombriosquadros de sujeira e de escndalos. Que poderia resultar da, quando desses covis demisria a torrente de escravos abandonados se lanasse sobre a outra parte da humanidade,livre de cuidados, despreocupada?

    Sim, o resto do mundo despreocupado. Despreocupado fica, deixando que as coisassigam o seu caminho, sem pensar que, na sua falta de intuio, a revanche ter lugar, maiscedo ou mais tarde, se em tempo os homens no modificarem essa triste realidade.

    Quanto agradeo hoje Providncia o ter-me lanado nessa escola! A eu no podiamais sabotar o que no me era agradvel. Essa escola educou-me depressa e solidamente.

    A menos que eu no quisesse perder a esperana nos homens com quem conviviaoutrora, deveria fazer a diferena entre a vida que aparentavam e as razes da mesma. Tudoisso deveria, pois, ser suportado sem desnimo. Ento, de toda essa infelicidade e misria,de toda essa sujidade e degradao, deveriam surgir na minha mente no mais homens, masmiserveis produtos de leis miserveis. Por isso, a gravidade da luta pela vida que sustentei,evitou que eu capitulasse por mero sentimentalismo ante os pecos resultados desse processode evoluo.

    No, isso no deveria ser compreendido assim.J, naqueles tempos, eu havia chegado concluso de que s um caminho duplo poderia

    conduzir ao objetivo da melhoria dessa situao: um mais profundo sentimento de

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    responsabilidade no sentido do estabelecimento de melhores bases para a nossa evoluo,combinado isso com a brutal resoluo de demolir todas as incorrigveis excrescncias.

    Assim como a natureza concentra os seus maiores esforos no na conservao do queexiste mas no cultivo do que cria, para continuao da espcie, assim tambm na vidahumana trata-se menos de melhorar artificialmente o que h de mau - o que, pela natureza

    humana, em noventa e nove por cento dos casos impossvel - do que, desde o incio,assegurar, por melhores mtodos, a evoluo das novas criaesJ durante a minha luta pela vida em Viena, tornou-se evidente ao meu esprito que a

    atividade social nunca dever ser vista como uma obra de proteo sem- finalidade eirrisria, mas sim na remoo de defeitos substanciais na organizao de nossa vidaeconmica e cultural que possam concorrer para a degenerao dos indivduos ou pelomenos para o seu desvio.

    A dificuldade dessa maneira de proceder em face dos ltimos e brutais meios contra osdelitos dos inimigos do Estado, jaz justamente na incerteza do julgamento sobre os.motivos ntimos ou causas principais dos fenmenos contemporneos.

    Essa incerteza fundada na convico da culpa de cada um nessas tragdias do passadoe inutiliza toda sria e firme resoluo. Causa ao mesmo tempo, a fraqueza e a indeciso naexecuo at mesmo das mais necessrias medidas de conservao.

    Quando um tempo vier no mais empanado pela sombra da conscincia da prpriaculpabilidade, a conservao de si mesmo criar a tranqilidade ntima, a fora exterior,brutal e sem consideraes, para matar os maus rebentos da erva ruim.

    Como o Estado Austraco praticamente desconhecia qualquer legislao social, suaincapacidade para o combate de morte aos maus germes saltava diante dos nossos olhos emtoda sua evidncia.

    Eu no sei o que naqueles tempos mais me horrorizava, se 'a misria econmica dosmeus camaradas, se a sua grosseria espiritual .e moral e o nvel baixo de sua cultura.

    Quantas vozes no se tomava de clera a nossa burguesia, quando, da boca de algummiservel vagabundo, ouvia a declarao de que lhe era indiferente ser ou no alemo,contanto que ele tivesse a sua subsistncia garantida.

    Essa falta de orgulho nacional, , ento, censurada da maneira mais incisiva e a repulsapor um tal modo de sentir expressa em termos enrgicos.

    Quantos, porm, j se fizeram a pergunta sobre quais eram as causas de possurem elesprprios melhores sentimentos?

    Quantos compreendem a infinidade de recordaes pessoais sobre a grandeza da ptria,da nao,' em todas as fronteiras da vida artstica e cultural que lhes inspiram o justoorgulho de poderem pertencer a um povo to favorecido?

    Quantos pensam na dependncia do orgulho nacional em relao ao conhecimento dasgrandezas da Ptria em todos esses domnios?

    Refletem nossos crculos burgueses em que irrisria extenso esses motivos de orgulhonacional se apresentam ao povo?

    Ningum se desculpe com o argumento de que "em outros pases a coisa no se passa deoutra maneira" e que, no obstante, o trabalhador orgulha-se da sua nacionalidade. Mesmoque isso fosse assim, no poderia servir como desculpa para a nossa prpria negligncia.Tal, porm, no se d. O que ns sempre pintamos como uma educao "chauvinstica" dosfranceses, por exemplo, no mais do que a exaltao das grandezas da Frana em todos osdomnios da Cultura, ou da "civilisation", como a denominam os nossos vizinhos.

    O jovem francs no educado para o objetivismo, mas para as opinies subjetivas, que

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    a gente s pode avaliar, quando se trata da significao das grandezas polticas ou culturaisda sua ptria.

    Essa educao ter que ser sempre restrita aos grandes e gerais pontos de vista que, sepreciso, por meio de eterna repetio, se gravem na memria e nos sentimentos do povo.

    Entre ns, aos erros por omisso, junta-se ainda a destruio do pouco que o indivduo

    tem a felicidade de aprender na escola. O envenenamento poltico do nosso povo eliminaainda esse pouco do corao e da memria das vastas massas, quando a necessidade e ossofrimentos j no o tinham feito.

    Pense-se no seguinte.Em um alojamento subterrneo, composto de dois quartos abafados, mora uma famlia

    proletria de sete pessoas. Entre os cinco filhos, suponhamos um de trs anos. esta aidade em que a conscincia da criana recebe as primeiras impresses. Entre os maisdotados encontra-se, mesmo na idade madura, vestgio da lembrana desse tempo. Oespao demasiado estreito para tanta gente no oferece condies vantajosas para aconvivncia. Brigas e disputas, s por esse motivo, surgiro freqentemente. As pessoasno vivem umas com as outras, mas se comprimem umas contra as outras. Todas asdivergncias, sobretudo as menores, que, nas habitaes espaosas, podem ser sanadas porum ligeiro isolamento, conduzem aqui a repugnantes e interminveis disputas. Para ascrianas isso ainda suportvel. Em tais situaes, elas brigam sempre e esquecem tudodepressa e completamente. Se, porm, essa luta se passa entre os pais, quase todos os dias,e de maneira a nada deixar a desejar em matria de grosseria, o resultado de uma tal liode coisas faz-se sentir entre as crianas. Quem tais meios desconhece dificilmente podefazer uma idia do resultado dessa lio objetiva, quando essa discrdia recproca toma aforma de grosseiros desregramentos do pai para com a me e at de maus tratos nosmomentos de embriaguez. Aos seis anos, j o jovem conhece coisas deplorveis, diante dasquais at um adulto s horror pode sentir. Envenenado moralmente, mal alimentado, com apobre cabecinha cheia de piolhos, o jovem "cidado" entra para a escola.

    A custo ele chega a ler e escrever. Isso quase tudo. Quanto a aprender em casa, nem sefale nisso. At na presena dos filhos, me e pai falam da escola de tal maneira que no sepode repetir e esto sempre mais prontos a dizer grosserias do que pr os filhos nos joelhose dar-lhes conselhos. O que a criana ouve em casa no de molde a fortalecer o respeitos pessoas com que vai conviver. Ali nada de bom parece existir na humanidade; todas asinstituies so combatidas, desde o professor at s posies mais elevadas do Estado.Trata-se de religio ou da moral em si, do Estado ou da sociedade, tudo igualmenteultrajado da maneira mais torpe e arrastado na lama dos mais baixos sentimentos. Quando orapazinho, apenas com quatorze anos, sai da escola, difcil saber o que maior nele: aincrvel estupidez no que diz respeito a conhecimentos reais ou a custica imprudncia desuas atitudes, aliada a uma amoralidade que, naquela idade, faz arrepiar os cabelos.

    Esse homem, para quem j quase nada digno de respeito, que nada de grande aprendeua conhecer, que, ao contrrio, conhece todas as vilezas humanas, tal criatura, repetimos, queposio poder ocupar na vida, na qual ele est margem?

    De menino de treze anos ele passou, aos quinze, a um desrespeitador de toda autoridade.Sujidade e mais sujidade, eis tudo o que ele aprendeu. E isso no de molde a estimul-

    lo a mais elevadas aspiraes.Agora entra ele, pela primeira vez, na grande escola da vida.Ento comea a mesma existncia que nos anos da - meninice ele aprendeu de seus pais.

    Anda para cima e para baixo, entra em casa Deus sabe quando, para variar bate ele mesmo

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    na alquebrada criatura que foi outrora sua me, blasfema contra Deus e o mundo e, enfim,por qualquer motivo especial, condenado e arrastado a uma priso de menores.

    L recebe ele os ltimos polimentos.O mundo burgus admira-se, no entanto, da falta de "entusiasmo nacional" deste jovem

    "cidado".

    A burguesia v, como no teatro e no cinema, no lixo da literatura e na torpeza daimprensa, dia a dia, o veneno se derramar sobre o povo, em grandes quantidades, e admira-se ainda do precrio "valor moral", da "indiferena nacional" da massa desse povo, como sea sujeira da imprensa e do cinema e coisas semelhantes pudessem fornecer base para oconhecimento das grandezas da Ptria, abstraindo-se mesmo a educao individual anterior.Pude ento bem compreender a seguinte verdade, em que jamais havia pensado:

    O problema da "nacionalizao" de um povo deve comear pela criao de condiessociais sadias como fundamento de uma possibilidade de educao do indivduo. Somentequem, pela educao e pela escola, aprende a conhecer as grandes alturas, econmicas e,sobretudo, polticas da prpria Ptria, pode adquirir e adquirir, certamente, aquele orgulhontimo de pertencer a um tal povo. S se pode lutar pelo que se ama, s se pode amar o quese respeita e respeitar o que pelo menos se conhece.

    Logo que o interesses pela questo social foi em mim despertado, comecei a estud-laprofundamente. Aos meus olhos surgia um novo mundo at ento desconhecido.

    No ano de 1909 para 1910, minha prpria situao modificou se um pouco porque noprecisava mais ganhar o po de cada dia como ajudante de operrio. J trabalhava, porminha conta, como desenhista e aquarelista. Continuava a ganhar muito pouco - o essencialpara viver - mas em compensao tinha lazeres para aperfeioar-me na profisso que haviaescolhido. J no entrava em casa, noite, como antigamente, cansado ao extremo, incapazde parar a vista em um livro sem adormecer dentro de pouco tempo. Meu trabalho de agoracorria paralelo com a minha profisso artstica. Podia, ento, como senhor do meu prpriotempo, dividi-lo melhor do que antes.

    Eu pintava para ganhar o po e estudava por prazer.Assim foi possvel s minhas observaes sobre a questo social juntar o complemento

    terico indispensvel. Eu estudava quase tudo que sobre esse assunto se podia assimilar emlivros, dando assim s minhas prprias idias base mais slida.

    Creio que os que comigo conviviam naquele tempo tinham-me por um tipo esquisito.Era natural que eu, com ardor, satisfizesse minha paixo pela arquitetura. Ao lado da

    msica, a arquitetura me parecia a rainha das artes. Minha atividade, em tais condies, noera um trabalho, mas um grande prazer. Podia ler ou desenhar at tarde da noite, semcansar-me absolutamente. Assim fortalecia-se a convico de que o meu belo sonho, depoisde longos anos, transformar-se-ia em realidade. Estava inteiramente convencido de um diaconquistar um nome como arquiteto.

    No me parecia muito significativo que eu tambm tivesse o maior interesse por tudoque se relacionasse com a poltica. Ao contrrio, isso era, em minha opinio, um devernatural de cada ser pensante. Quem nada entende de poltica perde o direito a qualquercritica, a qualquer reivindicao.

    Tambm sobre esse assunto li e aprendi muito.Sob o nome de leitura, concebo coisa muito diferente do que pensa a grande maioria dos

    chamados intelectuais.Conheo indivduos que lem muitssimo, livro por livro letra por letra, e que, no

    entanto, no podem ser apontados como "lidos". Eles possuem uma multido de

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    "conhecimentos", mas o seu crebro no consegue executar uma distribuio e um registrodo material adquirido. Falta-lhes a arte de separar, no livro, o que lhes de valor e o que intil, conservar para sempre de memria o que lhes interessa e, se possvel, passar porcima, desprezar o que no lhes traz vantagens, em qualquer hiptese no conservar consigoesse peso sem finalidade. A leitura no deve ser vista como finalidade, mas sim como meio

    para alcanar uma finalidade. Em primeiro lugar, a leitura deve auxiliar a formao doesprito, a despertar as disposies intelectuais e inclinaes de cada um. Em seguida, devefornecer o instrumento, o material de que cada um tem necessidade na sua profisso, tantopara o simples ganha-po como para a satisfao de mais elevados desgnios. Em segundolugar, deve proporcionar uma idia de conjunto do mundo. Em ambos os casos, , porem,necessrio que o contedo de qualquer leitura no seja confiado guarda da memria naordem de sucesso dos livros, mas como pequenos mosaicos que, no quadro de conjunto,tomem o seu lugar na posio que lhes destinada, assim auxiliando a formar este quadrono crebro do leitor. De outra maneira, resulta um bric--brac de matrias aprendidas decor, inteiramente inteis, que transformam o seu infeliz possuidor em um presunoso,seriamente convencido de ser um homem instrudo, de entender alguma coisa da vida, depossuir cultura, ao passo que a verdade que, a cada acrscimo dessa sorte deconhecimentos, mais se afasta do mundo, at que acaba em um sanatrio ou, como"poltico", em um parlamento.

    Nunca um crebro assim formado conseguir, da confuso de sua "cincia", retirar o que apropriado s exigncias de determinado momento, pois seu lastro espiritual estarranjado no na ordem natural da vida mas na ordem de sucesso dos livros, como os leu epela maneira por que amontoou os assuntos no crebro. Quando as exigncias da vidadiria dele reclamam o justo emprego do que outrora aprendeu ento precisar mencionaros livros e o nmero das pginas e, pobre infeliz, nunca encontrar exatamente o queprocura.

    Nas horas crticas, esses "sbios", quando se vem na dolorosa contingncia depesquisar casos anlogos para aplicar s circunstncias, s descobrem receitas falsas.

    No fosse assim e no se poderiam conceber os atos polticos dos nossos sbios herisdo Governo que ocupam as mais elevadas posies, a menos que a gente se decidisse aaceitar as suas solues no como conseqncias de disposies intelectuais patolgicas,mas como infmias e trapaarias.

    Quem possui, porm, a arte da boa leitura, ao ler qualquer livro, revista ou brochura,dirigir sua ateno para tudo o que, no seu modo de ver, merea ser conservado durantemuito tempo, quer porque seja til, quer porque seja de valor para a cultura geral.

    O que por esse meio se adquire encontra sua racional ligao no quadro sempreexistente que a representao desta ou daquela coisa criou, e corrigindo ou reparando,realizar a justeza ou a clareza do mesmo. Se qualquer problema da vida se apresenta paraexame ou contestao, a memria, por esta arte de ler, poder recorrer ao modelo do quadrode percepo j existente, e por ele todas as contribuies coligidas durante dezenas deanos e que dizem respeito a esse problema so submetidas a uma prova racional e ao nossoexame, at que a questo seja esclarecida ou respondida.

    S assim a leitura tem sentido e finalidade.Um leitor, por exemplo, que, por esse meio, no fornecer sua razo os fundamentos

    necessrios, nunca estar na situao de defender os seus pontos de vista ante umacontradita, correspondam os mesmos mil vezes verdade. Em cada discusso a memria oabandonar desdenhosamente. Ele no encontrar razes nem para o fortalecimento de suas

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    afirmaes, nem para a refutao das idias do adversrio. Enquanto isso acarreta, como nocaso de um orador o ridculo da prpria pessoa, ainda se pode tolerar; de pssimasconseqncias , porm, que esses indivduos que "sabem" tudo e no so capazes de coisaalguma, sejam colocados na direo de um Estado.

    Muito cedo esforcei-me por ler por aquele processo e fui, da maneira mais feliz,

    auxiliado pela memria e pela razo. Observadas as coisas por esse aspecto, foi me fecundoe proveitoso, sobretudo o tempo que passei em Viena. A experincia da vida diria serviade estmulo para sempre novos estudos dos mais diversos problemas. Quando eu, por fim,cheguei situao de poder fundamentar a realidade na teoria e tirar a prova da teoria naexperincia, na prtica, estava em condies de evitar o excesso de apego teoria, oudescer demais realidade.

    Assim, a experincia da vida diria, nesse tempo, em dois dos mais importantesproblemas, alm do social, tornou-se definitiva e serviu de estimulante para slido estudoterico.

    Quem sabe se eu algum dia me teria aprofundado na teoria e na vida do marxismo, se,outrora, eu no tivesse quebrado a cabea com esse problema? O que eu, na minhamocidade, conhecia sobre a social democracia era muito pouco e muito errado.

    Causava-me intenso prazer que a social democracia dirigisse a luta pelo direito do votosecreto e universal. A minha razo j me dizia, porm, que essa conquista deveria levar aum enfraquecimento do regime dos Habsburgos, por mim j to odiado.

    Na convico de que o Estado danubiano nunca se manteria sem o sacrifcio do espritoalemo, e que o mesmo prmio de uma lenta eslavizao do elemento germnico de modoalgum ofereceria garantia de um governo verdadeiramente vivel, pois a fora criadora doEstado dos eslavos muito hipottica, via eu com prazer todo movimento que, na minhaimaginao, poderia contribuir para o desmembramento desse Estado de dez milhes dealemes, invivel e condenado morte. Quanto mais o palavrrio corroa o parlamento,mais prximo deveria estar a hora da runa desse Estado babilnico e com ela tambm ahora da libertao dos meus compatriotas austro-alemes. S assim se poderia voltar antiga anexao me-ptria.

    Por isso, a atividade da social-democracia no me parecia antiptica. Como essemovimento se preocupava em melhorar as condies vitais do operariado - como euacreditava na minha ingenuidade de outrora - pareceu-me melhor falar a seu favor do quecontra. O que mais me afastava da social-democracia era sua posio de adversria emrelao ao movimento pela conservao do esprito germnico, a deplorvel inclinao emfavor dos "camaradas" eslavos que s aceitavam esse alerta quando era acompanhado deconcesses prticas, repelindo-o, arrogantes e orgulhosos, quando no viam interesses.Davam, assim, ao importuno mendigo a paga merecida.

    Na idade de dezessete anos, a palavra marxismo era-me pouco conhecida, enquantosocialismo e social-democracia pareciam-me concepes idnticas. Foi preciso, tambm,nesse caso, que o punho forte do destino me abrisse os olhos para essa maldita maneira deludibriar o povo.

    At ento eu s tinha contato com a social-democracia como observador em algumasdemonstraes coletivas, sem possuir nenhuma idia da mentalidade de seus adeptos ou daessncia da doutrina. De repente. pude sentir os efeitos de sua doutrinao e de sua maneirade encarar o mundo. O que, talvez s depois de dezenas de anos, tivesse acontecido,aprendi agora no decurso de poucos meses, isto , a verdadeira significao de uma pesteambulante sob a mscara de virtude social e amor ao prximo e da qual se deve depressa

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    libertar a terra, pois, ao contrrio, muito facilmente a humanidade ser por ela imolada.No servio de construes teve lugar o meu primeiro encontro com os sociais-

    democratas. Logo de comeo, no foi muito agradvel. Minhas roupas ainda estavam emordem, minha linguagem era cuidada, minha vida comedida. Tinha tanto que lutar com aminha sorte que pouco podia cuidar do que me cercava. S procurava trabalho para no

    passar fome e para ter a possibilidade de continuar, mesmo lentamente, a minha educao.Talvez eu no me tivesse absolutamente preocupado com o novo meio em que me achava,se, 1 no terceiro ou quarto dia, no se tivesse dado um fato que me forou a tomarimediatamente uma posio definida: fui intimado a entrar no sindicato.

    Meus conhecimentos sobre organizao sindical eram ento quase nulos. Nem a suautilidade nem a sua inutilidade podia eu aquilatar. Quando me esclareceram que eu deveriaentrar, recusei-me. Fundamentava a minha resoluo com a razo de que eu no entendiado assunto e que, sobretudo, no me deixava levar fora para parte alguma. Talvez fosse aprimeira a razo por que no me puseram imediatamente na rua. Talvez esperassem que,dentro de alguns dias, eu estivesse convertido ou pelo menos mais dcil.

    Haviam-se enganado radicalmente.Depois de quatorze dias, eu no poderia mais entrar para o sindicato, mesmo que o

    tivesse desejado. Nestes quatorze dias, pude conhecer de mais perto os que me cercavam,de modo que nenhuma fora do mundo poderia mais arrastar-me a uma organizao, cujosesteios me apareceram sob uma luz to desfavorvel.

    Nos primeiros dias fiquei indignado. Ao meio-dia, uma parte dos operrios ia para aestalagem prxima, enquanto a outra ficava no local da- construo e a tinha o seu magroalmoo. Estes eram casados, para os quais as mulheres, em miserveis vasilhas, traziam asopa do meio-dia. Para o fim da semana, o nmero desses era sempre maior. A razo dissos mais tarde compreendi.

    Ento conversava-se poltica.Eu bebia minha garrafa de leite e comia o meu pedao de po, conservando-me sempre

    afastado, e estudava com ateno meus novos conhecidos ou refletia sobre a minha tristesorte. No obstante isso, ouvia mais do que o suficiente. Pareceu-me freqentemente que seaproximavam de mim de propsito para me forarem a tomar uma posio. Em todo caso,como vim a saber, isso visava o efeito de me provocar.

    Ali tudo se negava: a nao era uma inveno das classes capitalistas (que nmeroinfinito de vezes ouvi essa palavra!); a Ptria era um instrumento da burguesia paraexplorao das massas trabalhadoras; a autoridade da lei era simples meio de opresso doproletariado; a escola era instituto de cultura do material escravo e mantenedor daescravido; a religio era vista como meio de atemorizar o povo para melhor explorao domesmo; a moral no passava de uma prova da estpida pacincia de carneiro do povo. Nohavia nada, por mais puro, que no fosse arrastado na lama mais asquerosa.

    De comeo, tentei manter-me em silncio. Por fim, no podia mais. Comecei a tomarposio, comecei a contraditar. Ento passei a compreendei- que essa oposio de nadavalia, enquanto eu no possusse conhecimentos seguros sobre os pontos debatidos.Comecei a pesquisar nas prprias fontes, de onde eles extraam a sua fictcia sabedoria. Lilivros sobre livros, brochuras sobre brochuras. No local do servio, as coisas chegavamfreqentemente exaltao. Eu discutia cada vez melhor, at que um dia foi empregado ummeio que facilmente levava de vencida a razo: o terror, a fora. Alguns dos defensores dolado contrrio intimaram-me a abandonar a construo imediatamente ou a ser jogado doandaime. Como estava sozinho e a resistncia seria impossvel, preferi seguir o primeiro

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    alvitre, adquirindo assim mais uma experincia.Sa, enojado, mas, ao mesmo tempo, to impressionado que j agora seria inteiramente

    impossvel para mim abandonar a questo. No. Depois da ecloso da primeira revolta, aobstinao de novo venceu. Estava firmemente resolvido a voltar, apesar de tudo para outroservio de construo. Essa deciso foi fortalecida pela situao precria em que me

    encontrei algumas semanas mais tarde, depois de gastar as pequenas economias. No merestava outra sada, quer eu quisesse quer no. E cena idntica desenrolou-se, para acabarda mesma forma que a primeira.

    Travou-se uma luta no meu ntimo, que se define nesta pergunta: isso gente digna depertencer a um grande povo?

    Eis uma pergunta angustiosa. Se a respondermos afirmativamente, a luta por umanacionalidade merecer os trabalhos e os sacrifcios que os melhores fazem por um talrebotalho? Se a resposta for negativa, ento o nosso povo j est muito pobre em homens.

    Com desnimo inquietador via eu, naqueles dias crticos e atormentados, a massa, que jno pertencia a seu povo, tornar-se um exrcito ameaador.

    Com que sentimentos diferentes fitava, ento, as filas sem fim dos trabalhadoresvienenses em um dia de demonstrao coletiva! Durante quase duas horas, de p, um dia,observei, com a respirao suspensa, a monstruosa onda humana que rolava lentamente.Tomado de um desnimo inquieto, abandonei a praa e dirigi-me para casa. No caminho, viem uma tabacaria o "Arbeiterzeitung", rgo central da antiga social-democracia. Em umcaf popular, que eu freqentava constantemente a fim de ler os jornais, esse peridicotambm era exposto venda. Eu no podia, porm, fazer o sacrifcio de passar uma vistapor mais de dois minutos na folha infame, que, para mim, tinha o efeito do vitrolo.

    Debaixo da acabrunhadora impresso que a demonstrao coletiva havia produzido,senti uma voz ntima que me incitava a comprar o jornal e l-lo inteiramente. noite trateidisso, vencendo a crescente repulsa que sempre experimentava ao ver essa torneira dementiras concentradas. Melhor do que em toda a literatura terica, pude, pela leitura diriada imprensa social-democrtica, estudar a essncia do movimento e o curso das suas idias.

    Que diferena entre as cintilantes frases de liberdade, beleza e dignidade da literaturaterica, entre o fogo-ftuo do palavrrio que, laboriosamente, aparenta a mais profunda eirresistvel sabedoria, pregada com uma segurana proftica, e a brutal virtuosidade damentira da imprensa diria que trabalhava pela salvao da nova humanidade sem recuarante nenhuma objeo, usando de todos os recursos da calnia!

    Uma destinada aos estpidos das camadas intelectuais mdias e superiores, a outra smassas.

    A meditao sobre a literatura e a imprensa dessa doutrinao, servia-me para descobrirde novo a minha gente.

    O que, a princpio, me parecia um abismo intransponvel, devia tornar-se motivo paraamar cada vez mais o meu povo.

    S um louco poderia, depois de conhecer esse monstruoso trabalho de envenenamento,condenar ainda as vtimas do mesmo. Quanto mais independente eu me tornava nos anosseguintes, tanto mais longe alcanava a minha vista as causas ntimas do xito da social-democracia. Ento compreendendo a significao da exigncia brutal feita ao operrio paras ler jornais vermelhos, s freqentar assemblias vermelhas, s ler livros vermelhos, etc.,vi, muito claro, os efeitos violentos dessa doutrinao da intolerncia.

    A psique das massas de natureza a no se deixar influenciar per meias medidas, poratos de fraqueza.

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    Assim como as mulheres, cuja receptividade mental determinada menos por motivosde ordem abstrata do que por uma indefinvel necessidade sentimental de uma fora que ascomplete e, que, por isso preferem curvar-se aos fortes a dominar os fracos, assim tambmas massas gostam mais dos que mandam do que dos que pedem e sentem-se mais satisfeitascom uma doutrina que no tolera nenhuma outra do que com a tolerante largueza do

    liberalismo. Elas no sabem o que fazer da liberdade e, por isso, facilmente sentem-seabandonadas.A impudncia do terrorismo espiritual passa-lhes despercebida, assim como os

    crescentes atentados contra a sua liberdade que as deveriam levar revolta. Elas no seapercebem, de nenhum modo, dos erros intrnsecos dessa doutrinao. Elas vem apenas afora incontrastvel e a brutalidade de suas resolutas manifestaes externas, ante as quaissempre se curvam.

    Se uma doutrina que encerrasse mais inveracidade ao lado de idntica brutalidade napropaganda, fosse oposta social-democracia, triunfaria, do mesmo modo, por mais speraque fosse a luta.

    Em menos de dois anos, no s a doutrina da social-democracia mas tambm o seuemprego como instrumento prtico, tornaram-se-me claros.

    Eu compreendi o infame terror espiritual que esse movimento exerce especialmentesobre a burguesia.

    A um dado sinal, os seus propagandistas lanam um chuveiro de mentiras e calniascontra o adversrio que lhes parece mais perigoso, at que se rompam os nervos dosagredidos que, para terem tranqilidade, se rendem ao inimigo.

    Mas do destino dos tolos nunca alcanarem o sossego.O jogo recomea e repete-se inmeras vozes, at que o pavor ante os monstros selvagens

    provoca uma significativa imobilidade do adversrio.Como a social democracia, por experincia prpria, conhece muito bem o valor da fora,

    lana-se mais violentamente contra aqueles em cuja individualidade descobre algumsistema de resistncia. Por outro lado, incensa todos os fracos do lado oposto, a princpiocautelosamente e depois abertamente, conforme essas qualidades morais sejam reais ouimaginrias.

    Eles receiam menos um gnio impotente e sem vontade do que uma natureza forte,mesmo intelectualmente modesta.

    A social-democracia se recomenda sobretudo aos fracos de esprito e de carter.Esse partido sabe aparentar que s ele conhece o segredo da paz e tranqilidade,

    enquanto, cautelosamente mas de maneira decidida, conquista uma posio depois da outra,ora por meio de discreta presso, ora atravs de requintadas escamoteaes em momentosem que a ateno geral est dirigida para outros assuntos, no quer por ele ser despertadaou tem a oportunidade como no merecendo grande interesses ou receia provocar operverso adversrio.

    Essa uma ttica que, tendo em conta exatamente tidas as fraquezas humanas, coroadade xito matemtico, quando o adversrio no aprende a usar gs venenoso contra gsvenenoso, isto , as mesmas armas do agressor.

    preciso que se diga s naturezas fracas que se trata de uma luta de vida ou de morte.No menos compreensvel para mim tornou-se a significao do terror material em

    relao aos indivduos e s massas.Aqui tambm havia um clculo exato de atuao psicolgica. O terror nos lugares de

    trabalho, nas fbricas, nos locais de reunio e por ocasio das demonstraes coletivas, era

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    sempre coroado de xito, enquanto um terror maior no se lhe opunha.Quando acontece essa ltima hiptese, o partido, em gritos de pavor, embora habituado

    a desrespeitar a autoridade do Estado, em altos berros pedir seu auxlio, para, na maioriados casos, no meio da confuso geral, alcanar o seu verdadeiro objetivo, isto : encontrarcovardes autoridades que, na tmida esperana de poder de futuro contar com o temvel

    adversrio, auxiliem-no a combater o inimigo.Que impresso um tal xito exerce sobre o esprito das vastas massas e dos seus adeptos,assim como sobre o vencedor, s pode avaliar quem conhece a alma do povo, no atravsde livros mas pelo estudo da prpria vida, pois, enquanto, no crculo dos vencedores, otriunfo alcanado tido como uma vitria do direito de sua causa, o adversrio batido, namaioria dos casos, duvida do xito de uma outra resistncia.

    Quanto melhor eu conhecia os mtodos da violncia material, tanto mais me inclinava adesculpar as centenas de milhares de proletrios que cediam ante a fora bruta.

    A compreenso desse fato devo principalmente aos meus antigos tempos de sofrimentos,os quais me fizeram entender o meu povo e fazer a diferena entre as vtimas e os seuscondutores.

    Como vtimas devem ser vistos os que foram submetidos a essa situao corruptora.Quando eu me esforava por estudar, na vida real, a natureza ntima dessas camadas"inferiores", no podia delas fazer uma idia justa, sem a segurana de que, nesse meio,tambm encontrava qualidades recomendveis, como sejam capacidade de sacrifcio, fielcamaradagem, extraordinria sobriedade, discreta modstia, virtudes essas muito comuns,sobretudo nos antigos sindicatos. Se verdade que essas virtudes se diluam cada vez maisnas novas geraes, sob a atuao das grandes cidades, incontestvel tambm que muitasconseguiam triunfar sobre as vilezas comuns da vida. Se esses homens, bons e bravos, nasua atividade poltica, entravam nas fileiras dos inimigos do nosso povo e a estesauxiliavam, era porque no compreendiam e nem podiam compreender a vileza da novadoutrina ou porque, em ultima ratio, as injunes sociais eram mais fortes do que todas asvontades em contrrio. As contingncias da vida a que, de um modo ou de out