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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PUC-SP ADRIANA ALVES DE OLIVEIRA O USO DO FILME COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO ORAL EM UMA UNIDADE DÍDÁTICA ELABORADA PARA OS ALUNOS DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ESPECIALIZAÇÃO EM PRÁTICAS REFLEXIVAS E ENSINO- APRENDIZAGEM DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA. SÃO PAULO 2013

ADRIANA ALVES DE OLIVEIRA - culturainglesasp.com.br · a história. No término da aula ela distribuiu um folheto com a letra da música Glory of Love, do cantor Peter Cetera, da

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PUC-SP

ADRIANA ALVES DE OLIVEIRA

O USO DO FILME COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO ORAL EM UMA

UNIDADE DÍDÁTICA ELABORADA PARA OS ALUNOS DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

ESPECIALIZAÇÃO EM PRÁTICAS REFLEXIVAS E ENSINO-APRENDIZAGEM DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA.

SÃO PAULO 2013

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ADRIANA ALVES DE OLIVEIRA

O USO DO FILME COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO ORAL EM UMA

UNIDADE DÍDÁTICA ELABORADA PARA OS ALUNOS DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Práticas Reflexivas e Ensino – Aprendizagem de Inglês na escola Pública, sob a orientação da professora doutora Ana Maria Affonso Cunha.

SÃO PAULO 2013

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Dedico este trabalho a Jesus Cristo Nosso Senhor e agradeço a Deus Pai Todo Poderoso porque me deu força e iluminou meu caminho para terminá-lo.

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Agradecimento especial

À querida orientadora Doutora Ana Maria Affonso Cunha, obrigada pelas valiosas palavras, que fizeram a grande diferença para este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

A todas as Professoras Doutoras e Mestres do Curso de Especialização em Práticas Reflexivas

e Ensino-Aprendizagem de Inglês na Escola Pública cujas aulas implicaram na aquisição de

novos conhecimentos.

À Isaias especialmente, por ter me incentivado desde o inicio do Curso na Cultura Inglesa.

À Professora Rosemary da Cultura Inglesa, pela prontidão, a qual me auxiliou a iniciar este

Curso de Especialização, meu muito obrigado.

Aos meus pais e a todos os meus familiares à compreensão de todos pela falta de tempo e

atenção.

Aos alunos, que participaram e contribuíram para a realização desta pesquisa.

Às amigas Vera, Suziclei, Yukico e Graziela pelos momentos de incentivo, discussão, pelo

compartilhamento de dúvidas, anseios e glória.

À Vera Antevere Zemoner, diretora da escola pública na qual atuo e onde a pesquisa foi

realizada, por ter permitido o desenvolvimento deste estudo.

Aos professores e amigos da escola pública.

À Associação Cultura Inglesa de São Paulo por ser patrocinadora deste curso de pós-

graduação oferecido pela COGEAE (PUC-SP).

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RESUMO

Este estudo tem como objetivo investigar se o uso do filme, como um recurso didático

audiovisual é passível de favorecer o desenvolvimento da compreensão oral dos alunos do 7º

ano, do Ensino Fundamental, por meio da construção de uma unidade didática, por mim

elaborada, segundo os PCN-LE , PC-N (BRASIL, 1998) e autores pertinentes. Estima-se que

o material didático elaborado, possa propiciar o desenvolvimento de demais habilidades

envolvidas, de forma contextualizada, despertando a consciência crítica dos alunos, de forma

dinâmica e efetiva, de acordo com o seu mundo real. Os fundamentos teóricos que embasam

este estudo são: os Parâmetros Curriculares Nacionais Língua Estrangeira (Brasil, 1998) e os

Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental:

Introdução aos Parâmetros Nacionais. (Brasil, 1998). A visão sociointeracional de Vygotsky

(1991/2010). Pesquisadores que focalizaram a importância dos recursos didáticos como:

Souza (2007), Karling (1991), Nérici (1985). Pesquisadores que defenderam o conceito de

compreensão oral, tais como: Rost (2002), Almeida (2002), Gondim (2008), Goh (2003),

Hewings (2004) e Walesko (2010). Pesquisadores que defenderam sobre a questão do

material didático; (Leffa 2003), Graves (2000). Pesquisadores sobre a utilização de filmes:

Napolitano (2011) Santaella (2004). Esta pesquisa realizada na sala de vídeo e os resultados

dos alunos permitiram observar, que durante o processo de compreensão oral, esses

aprendizes tiveram um bom desempenho nas atividades durante a exposição a textos orais por

meio do filme como recurso didático-audiovisual.

Palavras-chave: Uso do filme - Recurso Didático- Compreensão Oral.

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ABSTRACT

This study aims to investigate whether the use of film as a teaching resource

audiovisual is likely to encourage the development of listening skills of students in 7th year of

elementary school, through the construction of a teaching unit for me elaborate, according

NCP-LE, PC-N (BRAZIL, 1998) and author’s pertinentes. Estimated that the courseware

developed, can facilitate the development of other skills involved, in context, awakening

critical consciousness of students, and dynamically effective, according to their real world. By

the Sociointeracional vision of Vigostsky (1991/2010). Researchers focused on the

importance of teaching resources such as Souza (2007), Karling (1991), Nérici (1985).

Researchers have argued that the concept of listening, such as: Rost (2002), Almeida (2002),

Gondim (2008), Goh (2003), Hewings (2004) and Walesko (2010). Researchers have argued

that the issue of instructional materials (Leffa 2003), Graves (2000). Researchers on the use of

films: Napolitano, Santaella (2004).This research conducted in the video room and students

outcomes has observed that during the listening, these learners performed well in activities

during exposure to oral texts through the film as a teaching resource-audiovisual.

Keywords: Use of film- Teaching Resource- Oral Comprehension.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Elementos facilitadores da compreensão oral......................................................55

Gráfico 2 Elementos dificultadores da compreensão oral....................................................61

Gráfico 3 Atividades que os alunos mais gostaram..............................................................71

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 09

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 1.1 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS .......................................... 1.1.1 Os PCN .................................................................................................................. 1.1.1.1 Visões de ensino-aprendizagem .......................................................................... 1.1.2 Os PCN-LE ............................................................................................................. 1.1.2.1 Os temas transversais ........................................................................................... 1.1.2.2 Conhecimento de mundo, textual e sistêmico ...................................................... 1.2 A COMPREENSÃO ORAL ...................................................................................... 1.3 O USO DO FILME NO DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO ORAL .... 1.3.1 Recurso didático ..................................................................................................... 1.3.2 Construção e avaliação do material didático ........................................................... 1.3.3 O filme como recurso didático ................................................................................ 1.3.3.1 Legendagem ......................................................................................................... 1.3.3.2 A imagem e suas representações .........................................................................

14 14 14 15 21 22 23 24 29 30 32 35 37 38

2 METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................................ 2.1 METODOLOGIA APLICADA ................................................................................ 2.2 CONTEXTO DE PESQUISA .................................................................................. 2.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA ........................................................................ 2.4 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA A COLETA DE DADOS ................... 2.4.1 Questionário .......................................................................................................... 2.4.2 Diário de Campo ................................................................................................... 2.4.3 Unidade didática ................................................................................................. 2.4.3.1 Sobre o filme usado na Unidade ....................................................................... 2.5 PROCEDIMENTOS PARA A ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ..........

41 41 41 43 46 46 47 47 50 51

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS .............................................................. 3.1 DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO ORAL ...................................... 3.1.1 Elementos facilitadores .......................................................................................... 3.1.2 Elementos dificultadores ....................................................................................... 3.2 O USO DO FILME EM SI ...................................................................................... 3.3 O USO DO FILME PARA A APRENDIZAGEM ................................................ 3.3.1 Conhecimento sistêmico ....................................................................................... 3.3.2 Conhecimento textual ........................................................................................... 3.3.3 Interação social ..................................................................................................... 3.3.4 Conteúdo atitudinal/ Temas transversais .............................................................. 3.3.5 A unidade didática, sua estrutura e atividades preferidas ................................... 3.3.6 Desenvolvimento da compreensão oral ................................................................

54 54 55 60 64 65 66 67 67 69 70 72

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 79

ANEXOS .......................................................................................................................... ANEXO A Questionário Inicial ...................................................................................... ANEXO B Unidade Didática: Atividades e Questionários Aplicados .......................... ANEXO C Documentos do Comitê de Ética .................................................................

83 84 86

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INTRODUÇÃO

Esta pesquisa surgiu no ambiente escolar da rede pública estadual de São Paulo.

Enquanto professora, cotidianamente, notei que seria necessário encontrar meios que

pudessem me auxiliar a desenvolver atividades que tivessem uma relação com as teorias do

ensino- aprendizagem de inglês, além da priorização da leitura e escrita e de outras

habilidades orais comunicativas, para se compreender as várias maneiras de se viver a

experiência humana.

O tema desta pesquisa tem como foco o uso do filme para o desenvolvimento da

compreensão oral, por meio da construção de uma unidade didática, por mim elaborada,

segundo os PCN-LE , PC-N (BRASIL, 1998) e autores pertinentes.

Este estudo tem como objetivo investigar se o uso do filme, como um recurso didático

audiovisual é passível de contribuir para o desenvolvimento da compreensão oral dos alunos

do 7º ano, do Ensino Fundamental. Estima-se que o material didático elaborado, possa

propiciar o desenvolvimento de demais habilidades envolvidas, de forma contextualizada,

despertando a consciência crítica dos alunos, de forma dinâmica e efetiva, de acordo com o

seu mundo real.

Dentre tantas limitações, o que me incomodava era redirecionar minhas aulas

tornando-as mais envolventes de modo que os materiais didáticos mais comuns em sala de

aula tais como: lousa, giz e a monotonia do livro didático tomassem outra dimensão do saber

para a vida do educando. Conforme está nos PCN:

Deve-se considerar também o fato de que as condições na sala de aula da maioria das escolas brasileiras (carga horária reduzida, classes superlotadas, pouco domínio das habilidades orais por parte da maioria dos professores, material didático reduzido a giz e livro didático etc.) podem inviabilizar o ensino das quatro habilidades comunicativas. (BRASIL, 1998, p. 21).

O que pude observar em sala de aula era que, apenas o livro didático, não

proporcionava essa proximidade, causando falta de atenção dos alunos em aprender o idioma,

por estar centrado em um saber mais global. Diante da desmotivação encontrada, gerou-me

um descontentamento. Logo pensei em encontrar outro recurso, que pudesse levar em conta

os gostos e os desejos dos alunos, a fim de despertar-lhes a atenção e o interesse em aprender

a língua inglesa.

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O filme teve uma influência positiva em minha época de aluna, pois me incentivou a

aprender a língua inglesa e continua me mobilizando enquanto docente em busca de novos

caminhos de ensinar. Ainda me recordo de quando era adolescente, ia ao bairro da Lapa na

cidade de São Paulo em um curso de inglês que frequentava aos sábados em uma

determinada escola de idiomas. A turma era interessada em aprender a língua inglesa, porém

ingênua se comparada à juventude atual, cercada pela crescente era digital. Foi nas aulas da

professora Terezinha, que obtive inspiração e me motivei para desenvolver esta pesquisa.

Na aula específica que me lembro, na década dos anos 80, a citada mestra nos levou à

sala de vídeo para assistirmos ao filme Karatê Kid - A Hora da Verdade (The Karate Kid -

EUA - 1984) dirigido por John G. Avildsen e estrelado por Ralph Macchio, Pat Morita e

Elisabeth Shue. A professora explicou em ingles, que era importante observar e compreender

a história. No término da aula ela distribuiu um folheto com a letra da música Glory of

Love, do cantor Peter Cetera, da trilha sonora do filme . O filme me fez interessar ainda mais

pelas aulas de inglês, visto que,como eu era aluna da escola pública e da escola privada, pude

comparar os dois tipos de ensino. Quando retornava à escola pública com a expectativa de

encontrar algo interessante nas aulas de inglês, como o foco de ensino- aprendizagem não era

o mesmo não podia assistí-las com a mesma motivação.Tinha sempre em mente que se fosse

professora teria uma postura de mudança na maneira de ensinar, incentivando o aluno a

aprender.

Assim, como docente iniciei em 1995 a carreira no magistério com a perspectiva de

trabalhar de forma inovadora. Às vezes, costumava levar meus alunos à sala de vídeo. Certo

dia, exibi o filme A Bela e a Fera, inicialmente para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental,

sem legenda. Depois repeti o filme em língua portuguesa e apliquei questões sobre a história.

Tinha nesta atividade o simples objetivo de que compreendessem a história e tivessem certo

contato com o idioma, porém não havia nenhuma base teórica.

O que me incomodava era saber: Qual caminho seguir? Com base em quais teorias?

Como o uso do filme podia auxiliar no aprendizado da compreensão oral? Não encontrando

respostas as minhas indagações resolvi preencher esta lacuna em cursos de formação, pois

percebi a necessidade de rever minha prática pedagógica e fortalecer meu conhecimento

profissional.

Em 2010, participei dos módulos do curso on-line Teachers’ Links: Reflexão e

desenvolvimento sobre novos caminhos, destinado a professores de línguas estrangeira

moderna promovida pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, o qual me

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possibilitou refletir criticamente em minhas aulas. Aprendi a ter uma visão holística1 sobre os

valores do ser humano, levando em conta os aspectos essenciais de sua vivência, o contexto

social do aluno e a análise da paisagem escolar.

Ainda em 2010, ingressei no Curso de Especialização em Práticas Reflexivas e ensino-

aprendizagem de inglês na escola pública, promovido pelo Programa de Estudos Pós-

Graduados em Linguística Aplicada e Estudos Pontifícios Universidade Católica de São Paulo

– PUC/SP - COGEAE- (Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e

Extensão), juntamente com o apoio da Associação Cultura Inglesa de São Paulo que tem

subsidiado o referido curso que é oferecido aos professores da rede pública estadual e

municipal. A oportunidade que tive de frequentar essa Especialização fez toda a diferença

para mim, enquanto docente e aluna, pois pude aprofundar meus conhecimentos das

concepções teóricas sobre as teorias de ensino-aprendizagem e de linguagem contidos nos

PCN-LE. Dessa forma, partindo desse contexto, muito refleti e questionei a minha prática

pedagógica sentindo-me motivada para a construção de uma unidade didática.

A unidade didática por mim elaborada e adaptada para este estudo objetivou o

desenvolvimento da compreensão oral com o uso do filme como recurso didático. A opção

para trabalhar com esse tema justificou-se pela minha motivação em proporcionar uma aula

mais dinâmica e centrada na aprendizagem do aluno.

O material por mim elaborado propõe que os alunos desempenhem objetivos

específicos da compreensão oral por detalhes, por pontos principais e por inferências,

explorando a linguagem audiovisual na aula de língua inglesa em relação aos conhecimentos

de mundo, sistêmico e o da organização textual, conforme apontam os PCN-LE, considerando

ainda os elementos facilitadores e dificultadores no desenvolvimento da compreensão oral. É

também suposto que as atividades propostas desenvolvam as demais habilidades da língua:

ler, escrever, falar e ouvir, e outras competências.

Valendo-me do fato de que os jovens costumam fazer alusão ao filme como diversão,

pensei em oferecer-lhes com o uso desse recurso didático a oportunidade de assistir ao mesmo

não como simples entretenimento, mas proporcionando um recorte mais expressivo do idioma

1 O termo holismo, vem do vocábulo grego holon (total), que significa denunciar o fragmentário, o modelo disciplinar, é uma abordagem que considera a compreensão do mundo e das pessoas, organizam suas partes, interligando-as profundamente. No propósito do “paradigma holístico” Brandão e Crema apud Ian C. Smuts (1926), filósofo pioneiro do movimento antiapartheid em seu livro publicado: Holism and evolution, defende a tentativa de definição da natureza, da evolução e a todo universo. (BRANDÃO E CREMA 1991.p.19).

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inglês, com a exposição da linguagem audiovisual resgatando a comunicação natural da

língua-alvo a ser escutada, ensinada e compreendida.

Estudos sobre a utilização de filmes, para o ensino e aprendizagem de inglês para o

desenvolvimento da compreensão oral são raros, porém já foram abordados por alguns autores

como Gomes (2006) e Tonetti (2007).

Gomes (2006) verificou que o uso de filmes legendados contribuiu eficazmente para o

desenvolvimento da proficiência oral no que se refere à fluência e a pronúncia dos alunos de

um nível intermediário de um curso de inglês oferecido á comunidade pela universidade.

Tonetti (2007) investigou as percepções dos alunos da 2ª série do Ensino Médio de um

período noturno sobre uma unidade didática preparada segundo os pressupostos teóricos dos

PCN-LE e sua contribuição para o processo de compreensão oral em relação ao uso de filmes

em DVD. Essa pesquisadora se preocupou mais com a análise de um material didático

produzido por um grupo de professores durante o curso “Reflexão sobre a ação – o professor

de inglês aprendendo e ensinando”, adaptado para a sua pesquisa.

Dentre outras pesquisas que têm como focos materiais didáticos para o ensino de

língua inglesa podem ser destacados também os estudos feitos por Nogueira (2005) que

verificou como uma unidade preparada pela professora-pesquisadora pode colaborar para a

aprendizagem de um grupo de alunos do Ensino Médio sobre anúncio de emprego e suas

percepções em relação ao material, à própria aprendizagem dos alunos e à sua percepção

enquanto professora sobre a aplicação desse material.

O presente estudo se difere dos demais por não focar um público em geral como os

alunos do Ensino Médio, pois, pretendeu verificar os interesses dos alunos do 7º ano do

Ensino Fundamental, por meio de uma unidade construída por mim, com o uso do filme como

um recurso didático audiovisual objetivando o desenvolvimento da compreensão oral e da

aprendizagem, assim como, tentando preencher com este estudo possíveis lacunas.

Destacam-se ainda nessa literatura pesquisadores que focalizaram a importância dos

recursos didáticos como: Souza (2007), Karling (1991), Nérici (1985), Sampaio e Leite

(2003) entre outros, além dos pesquisadores que defenderam o conceito de compreensão oral,

tais como: Rost (2002), Almeida (2002), Gondim (2008), Goh (2003), Hewings (2004), e

Walesko (2010) e Collins (1990).

Com este estudo pretendi construir e produzir novos conhecimentos, pois a prática

pedagógica se constitui em uma relação entre teoria e prática, enfatizando a forma como o

professor atua, na relação professor- aluno, propiciando interação entre ambos e o

conhecimento.

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Além disso, nesta pesquisa objetivei uma reflexão pessoal em relação a minha prática

pedagógica. Para tal, propus-me a responder às seguintes perguntas de pesquisa para alcançar

os objetivos almejados:

1) Em que aspectos, o uso do filme como recurso didático, contribui para o

desenvolvimento da compreensão oral dos alunos do 7º ano?

2) Em que aspectos, o uso do filme na unidade didática elaborada, contribui para a

aprendizagem?

Esta pesquisa está estruturada em três capítulos. No primeiro, apresento os

fundamentos teóricos que embasam o trabalho, discutindo os Parâmetros Curriculares

Nacionais, resenhando as principais visões de ensino-aprendizagem, os temas transversais e

os conhecimentos de mundo, textual e sistêmico contidas nos referidos documentos. Além

disso, trago os conceitos referentes à compreensão oral e ao uso de filme para o

desenvolvimento dessa habilidade. No segundo capítulo, que trata da Metodologia de

Pesquisa, abordo a escolha metodológica, descrevo o contexto de pesquisa, os participantes,

os instrumentos utilizados para a coleta de dados e os procedimentos para a análise dos dados

coletados. No terceiro, exponho a análise e discussão dos dados advindos dos diversos

instrumentos utilizados.

Finalizando, apresento nas Considerações Finais, as conclusões analisadas e reflexões

obtidas da investigação feita, seguidas pelas Referências Bibliográficas e pelos Anexos que

complementam o estudo feito.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo apresento o embasamento teórico que norteia esta pesquisa subdividida

em três seções. Na primeira são apresentados os Parâmetros Curriculares Nacionais. Na

segunda, são expostos alguns conceitos referentes à compreensão oral e na terceira, o uso do

filme para o desenvolvimento da compreensão oral, trazendo também a conceituação que

envolve o recurso didático, a avaliação e construção do material didático, bem como o uso do

filme como recurso didático.

1.1 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Para facilitar a visualização dos conceitos trabalhados nesta pesquisa são apresentados

separadamente os Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino

Fundamental: Introdução aos parâmetros curriculares nacionais, doravante PCN nesta

pesquisa e os Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Estrangeira, de agora em diante

mencionados como PCN-LE.

1.1.1 OS PCN

Os Parâmetros Curriculares Nacionais são documentos que têm como finalidade

apresentar as linhas norteadoras que servem como referência nacional para o Ensino

Fundamental no Brasil, para o trabalho das diferentes áreas curriculares, oferecendo uma

educação básica voltada para a cidadania com um ensino de qualidade atento às dinâmicas

sociais.

Os PCN (BRASIL, 1998, p.09) foram elaborados com o objetivo de provocar debates

a respeito da função da escola e promover reflexões sobre o que, quando, como e por que

ensinar e aprender em situações que envolvam não apenas as escolas, mas as famílias,

governo e sociedade. Além da importância de discutir na escola e na aula questões da

sociedade brasileira ligadas à Ética, Meio Ambiente e outros temas que se mostrem

relevantes.

Além dos Temas Transversais os professores de Língua Estrangeira, também estão em

busca de método ideal, há quase um século (1880-1980) o que pode ser visto nos PCN-LE na

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sucessão de métodos que foram desenvolvidos para o ensino de inglês: o da gramática e

tradução, o direto, o audiovisual e o audiolingual, cada qual sendo descartado para dar lugar

ao outro que se apresentava como mais atraente.

Na década atual, o método não é mais visto como um modelo pronto a ser prescrito e

seguido, por não levar em conta o contexto da aprendizagem do aluno. Surgem então na

década de 80, novas abordagens, uma nova visão de ensino-aprendizagem, com uma

variedade de opções pedagógicas, teóricas específicas da linguagem.

As perspectivas modernas pautadas na psicologia, da aprendizagem linguística foram

influenciadas por três visões de ensino-aprendizagem também destacadas nos PCN; a

behaviorista (professor-ensino), a cognitivista (aluno-aprendizagem) e a sociointeracionista

(aprendizagem-interação), discutidas mais detalhadamente a seguir.

1.1.1.1 VISÕES DE ENSINO - APRENDIZAGEM

Nesta parte do trabalho apresento um breve histórico sobre o quadro teórico

relacionado às visões de ensino-aprendizagem e de linguagem, a partir das abordagens:

Behaviorista, de Skinner (1957), Cognitivista, de Piaget (1996) e Sociointeracionista, de

Vygotsky (1991/2010), as quais explicam como as pessoas aprendem, conforme apontaram

os PCN-LE (BRASIL, 1998), que também serviram de base para a construção do material

didático, por mim elaborado.

A visão behaviorista

A visão behaviorista/ ambientalista/ comportamentalista de Burrhus Frederic Skinner

(1957) psicólogo estadunidense é uma corrente teórica de caráter essencialmente empirista, da

década de 40 que durou principalmente nos anos 50, tanto no domínio da psicologia quanto da

linguística, pois na visão empirista o conhecimento linguístico provém unicamente da

experiência. Dessa forma, a estrutura não está no indivíduo, mas fora dele, buscando

descrever a língua apenas pela observação direta dos dados.

No âmbito da linguística o behaviorismo também é uma doutrina alicerçada na

proposta teórica de Bloomfield e depois por Skinner, que adotavam práticas experimentais

derivadas da física e outras ciências. Watson (1878-1958) foi o principal inspirador de

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Skinner, o maior divulgador do behaviorismo. O compromisso de verificação concreta de

hipóteses e a recusa da introspecção aproximam o ideário de Watson do positivismo nas

ciências humanas.

Na visão behaviorista, conforme os PCN (BRASIL, 1998, p.56) a aprendizagem de

língua estrangeira ocorre no processo de adquirir novos hábitos linguísticos no uso da língua,

por meio da automatização desses novos hábitos, usando uma cadeia S (estímulo)- a

exposição do aluno ao item lexical, à estrutura sintática etc. ensinada pelo professor; R

(resposta) - do aluno; R (reforço) – quando o professor avalia a resposta do aluno.

Essa visão de ensino-aprendizagem resultou num ensino repetitivo, com exercícios

prontos, do aluno pouco reflexivo, características do modelo tradicional, pois nessa concepção

a mente do aluno é considerada uma tabula rasa. O aluno está na sala somente para receber

informação, uma educação depositária, bancária que não reconhece o aluno como um ser

atuante no processo. É punitiva, pois os erros teriam de ser imediatamente corrigidos para que

não afetassem, negativamente, o processo de aprendizagem como um todo. Nota-se ainda que

na visão behaviorista a aprendizagem era associada a uma pedagogia corretiva.

A visão cognitivista

Na década de 60, de Jean Piaget (1896-1980) psicólogo, biólogo e filósofo suíço

contrasta a visão cognitivista com a visão behaviorista, pois o foco do ensino está mais

voltado para o aluno, assim como o processo de aquisição de aprendizagem está vinculado à

cognição, ou seja, à percepção. Complementa-se que a visão cognitiva aliada à psicologia

preocupa-se com o processo de compreensão, transformação, armazenamento e utilização das

informações envolvidas no plano da cognição.

Desde muito cedo Jean Piaget demonstrou sua capacidade de observar. Aos onze anos

de idade em uma praça percebeu um merlo albino e a partir da observação desse pássaro

nasceu seu primeiro trabalho científico. Logo se interessou em pesquisar sobre o

desenvolvimento da inteligência nos seres humanos denominado de Epistemologia Genética,

que é o estudo dos mecanismos da evolução do conhecimento.

As idéias do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), tiveram grande influência e

impacto na obra de Piaget. Em consonância Kant, na visão piagetiana, o conhecimento vem

da interação do sujeito com o meio, que encarava o saber como um elemento externo que só

podia ser adquirido pela experiência. Sendo assim, ao retrabalhar as proposições de Kant,

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Piaget concordou com a ideia da interação sujeito/meio, mas foi além, afirmando que o

desenvolvimento das estruturas mentais se inicia no nascimento, quando o indivíduo começa

o processo de troca com o universo ao seu redor. Piaget propôs o desenvolvimento cognitivo

em estágios como sensório motor (do nascimento aos dois anos); simbólico (das percepções);

intuitivo (dos porquês); concreto (ordenação, organização lógica) e operatório abstrato/formal

(ápice da inteligência do pensamento hipotético- dedutivo). Pode-se assim dizer que tal

estágio é a “abertura para todos os possíveis”, pois a estrutura do pensamento permite à

dialética, a discussão da linguagem para se chegar a uma conclusão.

Na visão piagetiana, a linguagem é então vista como resultado da interação entre o

ambiente e o organismo por meio de assimilações e acomodações, responsáveis pelo

desenvolvimento da inteligência em geral.

A visão cognitivista, conforme registrou o documento dos Parâmetros Curriculares

Nacionais (BRASIL, 1998, p.56) converteu o foco do ensino para o aluno e para as estratégias

que ele utiliza na construção de sua aprendizagem de língua estrangeira. Parte do suposto de

que a mente humana está cognitivamente apta para aprendizagens de línguas, levando em

conta que, o aluno com base no conhecimento que possui de sua língua materna, ao ser

exposto a língua estrangeira elabora hipóteses sobre a nova língua, testa-as no ato

comunicativo dentro e fora da sala de aula, processo denominado de estratégias de

transferência linguística. Os erros são encarados como parte do processo, de forma positiva

em construção em meio aos desequilíbrios e desafios na aprendizagem.

Uma das importantes contribuições do enfoque cognitivista está na questão de

considerar os diferentes estilos individuais de aprendizagem que as pessoas possuem, pois

nem todos aprendem da mesma forma. Como por exemplo, há alunos que utilizam mais de

meios auditivos e outros de meios visuais da mesma forma que alguns têm mais sucesso no

uso de estratégias sociointeracionais devido ao fato de serem mais extrovertidos.

Piaget (1996) defendia a socialização progressiva do pensamento como a própria

essência do desenvolvimento mental da criança, pois é um fator importante na socialização do

pensamento quando a aprendizagem escolar não tem relação com o desenvolvimento interior.

conforme esse autor, os conceitos e pensamento infantis se desenvolvem com a ajuda

vigorosa da atividade mental por parte da própria criança.

Claparéde (1991) na visão vygotskiniana entre os sete e os doze anos as operações

mentais da criança entram em conflito repentinamente com o pensamento adulto por causa de

suas eficiências lógicas as quais criam necessidade de formar consciência de seus conceitos.

O ensino direto de conceitos é infrutífero, pois a aprendizagem não se dá por repetições.

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Na visão vygotskiniana a criança necessita de uma oportunidade para adquirir novos

conceitos a partir de palavras de um contexto de linguístico geral. Quando ela ouve e lê uma

palavra desconhecida em uma frase, de resto compreensível e a lê novamente em outra frase,

começa ter uma ideia vaga do novo conceito. Mais cedo ou mais tarde ela sentirá necessidade

de usar essa palavra, e uma vez que a tenha usado, a palavra e o conceito lhe pertencem.

Finalizando, a tese de Piaget (1996) apenas defendia que a criança desenvolve o

conceito das palavras, mediante seus próprios esforços mentais.

A visão sociointeracional

A visão sociointeracional/ sociointeracionista surgiu na década de 70,nos conceitos do

bielo-russo Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) que além de ser advogado, psicólogo,

leitor assíduo na área da linguística, das ciências sociais, da filosofia, da medicina e das artes

também lecionou literatura. Desde o início de sua carreira tinha a visão de que o pensamento

marxista era valiosa fonte científica. A teoria marxista mais conhecida como materialismo-

histórico da sociedade teve grande influência no pensamento de Vygotsky.

A visão sociointeracional de Vygotsky (2010, p.25) reflete a preocupação em produzir

uma psicologia que tivesse relevância para a educação, pois estava em pleno acordo com a

sua visão teórica geral de desenvolver seu trabalho numa sociedade onde pudesse elaborar

programas educacionais que maximizassem as potencialidades de cada criança.

Conforme os PCN (BRASIL, 1998, p.57) a visão sociointeracionista é de que a

aprendizagem é de natureza sociointeracional, pois aprender implica estar no mundo social

com alguém em um dado contexto histórico, cultural e institucional. Explica que os processos

cognitivos são gerados por meio da interação ou parceiro mais competente, que pode resolver

tarefas de construção de significado/ conhecimento. Nesse caso, o parceiro mais competente

seja o professor ou o aluno em relação ao seu colega de classe, é aquele que auxilia o parceiro

na construção de significado e na aprendizagem do uso da língua, foco esse que é de extrema

importância no processo de desenvolvimento nas atividades da unidade didática por mim

elaborada.

Segundo Vygotsky (2010, p.97) a ZPD - Zona de Desenvolvimento Proximal- está

exatamente na diferença entre idades e níveis de aprendizagem, determinada em dois níveis:

o desenvolvimento real - que se costuma determinar através da solução independente de

problemas, pois o aluno já consegue fazer algo por si mesmo- e o nível de desenvolvimento

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potencial- a criança está ainda apegada a solução de problemas sob a orientação de um adulto

ou colegas de classe mais experientes. Entretanto o que conforta saber é que nas palavras do

referido psicólogo: "a zona proximal de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã".

Logo, aquilo que nesse momento o aprendiz só consegue fazer com a ajuda de alguém, um

pouco mais adiante ele certamente conseguirá fazer sozinho.

Sob a visão vygotskyana aprender é uma ação partilhada, pois é por meio do outro que

as relações entre os sujeitos e o objeto de conhecimento são estabelecidas. Vygotsky

(1991/2010, p.126) defende que a aprendizagem e conhecimentos são processos únicos e

independentes, pois a aprendizagem antecede o desenvolvimento e influencia as funções

superiores por ser uma das principais fontes de formação de conceitos do sujeito no

desenvolvimento.

Para Vygotsky (2010, p.52-53) os signos são instrumentos e atuam na função

mediadora no processo de construção do significado. As imagens, nesse estudo são

consideradas como signos e tem o papel/ função de mediadora na construção de significados;

por exemplo, atar um nó no dedo para lembrar algo.

No caso específico deste estudo, os signos se referem às imagens cinematográficas,

que servem de meios auxiliares para resolverem ou mediarem um dado problema psicológico

(lembrar, comparar coisas, relatar, escolher etc).

Neste caso, o signo age como um instrumento da atividade psicológica, ou como

instrumentos psicológicos voltados para o próprio sujeito, ao controle de suas próprias ações

psicológicas e as de outras pessoas, de maneira análoga ao papel de um instrumento no

trabalho. Exemplificando, a imagem fílmica (signo/instrumento) fará o papel de mediadora da

aprendizagem (trabalho). Para o psicólogo, os signos servem de base/ mediação para a

formação e funcionamento da consciência e experiência que os sujeitos têm com o mundo.

Vygostky (2010, p. 56-57) chamou de “internalização” a reconstrução interna de uma

operação externa. No caso dos signos uma operação que inicialmente representa uma

atividade externa é reconstruída e começa a ocorrer internamente. Primeiramente o

desenvolvimento do indivíduo ocorre do nível social e depois no individual. Isso se aplica

igualmente para atenção voluntária, memória lógica e formação de conceitos. Ou seja, todas

as funções superiores originam-se das relações reais entre humanos. Vygotsky (2010, p.58),

explicou o processo de “internalização” como “transição”, que seria da atividade em grupo

para a individual. Assim, os signos são vistos como “instrumentos psicológicos” e de

comunicação para Vigotsky. Os signos proporcionam aos indivíduos a criação de modelos

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imaginários e a possibilidade de operarem com eles, planejando diversas formas de resolver

os problemas. Tais aspectos também são de grande valia para a presente pesquisa.

É possível perceber que a psicologia se encontra para Vygotsky sem novas fronteiras.

Isso se explica porque ao analisar o pensamento verbal e seus componentes o pensamento e a

palavra e ao estudá-los em separado, consequentemente as propriedades originais do

pensamento verbal desaparecem restando apenas descobrir uma interação mecânica e

especulativa na esperança de reconstituí-la. Esse método de análise faz incorrer vários erros

na medida em que se ignora a sua natureza de maneira unitária tanto em aspectos fonéticos

quanto dos aspectos semânticos. Logo, o significado dissociado dos sons da fala só pode ser

estudado como um ato de pensamento, transformando-se e desenvolvendo-se

independentemente de seu veículo material, pela esterilidade da fonética e da semântica

clássica.

No entanto, na visão da psicologia infantil, o que não é o foco desta pesquisa, os

aspectos fonéticos e semânticos do desenvolvimento da fala têm sido estudados

separadamente. Apesar de o estudo ser de modo detalhado pouco contribui para o

desenvolvimento linguístico e permanecem separados do pensamento. Por isso, na concepção

vygotskyana relacionada à análise das unidades da palavra podemos encontrar respostas para

as nossas questões entre pensamento e fala.

Nesse aspecto a unidade é para Vygotsky o que o signo é para os linguistas. Vygostsky

(1991, p.4) acrescenta que a análise teórica da “Gestalt associacionista” caminha em direção

errada na busca intrínseca do significado da palavra, pois uma palavra não se refere a um

objeto isolado, mas a um grupo, contexto ou classe de objeto. Cada palavra já é uma

generalização, que é um ato verbal do pensamento diverso da sensação e percepção.

Entretanto, o significado da palavra é simultaneamente pensamento e fala, pois é nele que

encontramos a unidade do pensamento verbal que procuramos. Já para o autor a análise

semântica refere-se à natureza do pensamento verbal.

O estudo do desenvolvimento, do funcionamento e das estruturas dessas unidades de

pensamento e fala mostra que estão relacionadas. A função da fala é de comunicação e de

intercâmbio social. O significado da palavra é uma unidade de ambas as funções da fala assim

como, o entendimento entre as mentes é impossível sem uma expressão mediadora o que é

um axioma da psicologia científica da linguagem.

Na visão sociointeracional a verdadeira comunicação humana requer uma atitude

generalizante do desenvolvimento do significado da palavra, pois as elevadas comunicações

humanas são possíveis porque o pensamento do homem reflete uma realidade

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contextualizada. Em relação às crianças certos pensamentos não podem ser comunicados em

razão a essa reflexão que mostra que pode faltar o conceito adequado para assegurar o

entendimento pleno.

Complementando Tolstoi na perspectiva de Vygotsky (1991, p:06) a dificuldade que a

criança apresenta ao aprender uma palavra é porque o seu conceito ainda não está

amadurecido o suficiente. Para Vygotsky (1991) significado da palavra é um intercâmbio

social e de inestimável valor para o estudo do pensamento e linguagem, pois permite a

verdadeira análise genética causal, que é o estudo das relações sociais entre o

desenvolvimento e a capacidade de pensar da criança. Vygotsky (1991) destacou a

importância de se utilizar o fonema como menor unidade fonética indivisível, fato que trouxe

benefícios para a psicologia tanto para a linguística, objetivo principal dos estudos da análise

na visão vygotskyana.

Conclue-se que a psicologia deva se aliar na relação entre intelecto e afeto, pois a

separação enquanto objeto de estudo seria uma deficiência da psicologia tradicional das

necessidades e interesses sociais.

1.1.2 OS PCN-LE

Esta pesquisa que têm como objeto de estudo o uso do filme para o ensino de inglês no

contexto da escola pública, utilizou também o PCN-LE (BRASIL, 1998), cuja finalidade é

restaurar o papel da língua estrangeira nas escolas brasileiras e servir de fonte de referência na

tomada de decisões sobre ensinar e aprender inglês, proporcionando uma prática reflexiva. O

documento afirma que a aprendizagem de uma língua estrangeira é uma possibilidade de

aumentar a alto percepção do aluno como ser humano e como cidadão.

Os PCN-LE (BRASIL, 1998 p.15) se ancoram em duas questões teóricas essenciais:

na visão sociointeracionista da linguagem e na visão de aprendizagem.

A visão sociointeracional da linguagem se refere ao momento de se engajar no

discurso, assim as pessoas consideram aqueles a quem se dirigiu a elas, ou quem produziu um

enunciado na construção social de significado. O uso da linguagem tanto visual como verbal,

PCN-LE (BRASIL, 1998 p.27) é essencialmente determinado pela natureza sociointeracional.

A visão da aprendizagem é uma forma de estar no mundo com alguém, situado na

instituição, na cultura e na história, pois os processos cognitivos têm natureza social, gerados

por meio de interação entre um aluno e um parceiro mais competente. Esta interação, de

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caráter assimétrico coloca dificuldades específicas para a construção do conhecimento. Daí a

importância do professor aprender a compartilhar e dar voz ao aluno de modo que esse possa

se fazer sujeito do discurso e, portanto, da aprendizagem PCN-LE (BRASIL, 1998, p.15).

O fato é que as condições existentes na maioria das escolas brasileiras não favorecem

o ensino das quatro habilidades. Isso não quer dizer, que dependendo dessas condições, os

objetivos não possam incluir outras habilidades, tais como: produção oral e escrita e a

compreensão oral. O importante é formular e programar objetivos que garantam o

engajamento discursivo por meio de uma língua estrangeira, pois o foco na leitura não é

interpretado como alternativa mais fácil e não deve comprometer decisões futuras de se

envolver outras habilidades comunicativas. O barateamento dos meios eletrônicos de

comunicação nas escolas públicas trouxe o acesso às novas tecnologias. Sendo assim, o uso

do filme é um excelente recurso didático.

A caracterização do objeto de ensino é a língua estrangeira, e diferentemente de outras

disciplinas do currículo, na aprendizagem de línguas o que se tem a aprender é o uso de

conhecimentos, ou seja, o que se aprende e o seu uso devem caminhar juntos no processo de

ensinar e aprender PCN-LE (BRASIL, 1998, p.27).

A seguir apresento a necessidade de tratar de temas sociais urgentes, conhecidos como

temas transversais, presentes em diferentes áreas curriculares e no cotidiano escolar.

1.1.2.1 OS TEMAS TRANSVERSAIS

Os temas transversais, PCN-LE (BRASIL, 1998 p.43), têm como objetivo tratar as

questões que envolvem interesses em problemáticas sociais atuais e urgentes, de abrangência

nacional ou mundial, como por exemplo: ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural,

orientação sexual, trabalho e consumo, além da possibilidade de surgirem subtemas, de

acordo com a realidade do contexto social, político econômico e cultural.

Pode-se tratar de um tema em textos que envolvam pouco conhecimento sistêmico ou

daquele que o aluno disponha. O que importa é o objetivo da atividade pedagógica,

considerando a adequação do tema, à idade do aluno e ao meio social em que vive.

O tema da unidade didática por mim elaborada tem por tema O Meio Ambiente-

Preservação de Espécies, por meio do uso do filme, propiciando condições para o aluno se

posicionar diante de situações encontradas, despertando a consciência crítica no mundo em

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que vive. É nesse sentido que a aula pode lapidar o conhecimento de mundo do educando e de

si mesmo.

Além disso, a professora-pesquisadora julgou ser relevante a necessidade de abordar e

trabalhar os temas transversais em sala de aula. Segundo os PCN-LE tais temas podem ser

tratados em diferentes níveis, dependendo do conhecimento de mundo, sistêmico e da

organização textual do aluno e cabe ao professor poder exercer um sentido, senso- crítico na

escolha do conteúdo tematizado. Sendo assim, não se corre o risco de se aplicar textos e/ou

filmes, que nada têm a ver com as questões sociais, totalmente deslocados da linguagem do

mundo social do aprendiz.

O que se levou em conta na unidade elaborada foi a questão de explorar em sala de

aula que todo texto oral e escrito deve ser submetido a sete perguntas: quem escreveu/ falou,

sobre o que, para quem, para que, quando, de que forma, onde? Esse procedimento

pedagógico útil deve ser feito pelo professor, para mostrar ao aluno, que a linguagem é uma

prática social, ou seja, envolve escolhas da parte de quem escreve ou fala, para construir

significados em relação a outras pessoas em contextos culturais, históricos e institucionais

específicos. PCN-LE (Brasil, 1998 p.43).

Para facilitar essa construção os PCN-LE destacam a importância de serem

trabalhados os conhecimentos de mundo, textual e sistêmico que serão abordados na

sequência deste trabalho.

1.1.2.2 CONHECIMENTO DE MUNDO, TEXTUAL E SISTÊMICO

Conforme apontam os PCN-LE (BRASIL,1998, p.29), para que o processo de

construção de significado de natureza sociointeracional seja possível, três tipos de

conhecimentos são utilizados. Tais conhecimentos constituem a competência comunicativa do

aluno e o preparam para o engajamento discursivo.

O Conhecimento de mundo é aquele que as pessoas têm sobre as coisas do mundo,

ou seja, construído ao longo de suas experiências de vida, nas convenções sociais (PCN-LE

Brasil, 1998 p.30). No entanto, a ausência de conhecimento de mundo adequado a um

determinado assunto pode constituir dificuldade de compreensão, como exemplo, a

dificuldade para entender a fala, pode ser maior se o aluno não reconhecer o vocabulário

usado ou a sintaxe, mas se for do seu conhecimento, essa dificuldade será minimizada.

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O Conhecimento da organização textual é aquele que o usuário de uma língua

utiliza nas rotinas interacionais e para organizar as informações em textos orais e escritos

(PCN-LE Brasil, 1998 p.31). Por exemplo, em uma aula expositiva, o professor deve

organizar a informação na interação. O conhecimento sobre a organização de textos orais e

escritos é denominado de intertextual e considerado de natureza convencional. Deve- se

considerar que os usuários de uma língua são também acionados por leitores e ouvintes na

tarefa de compreensão de um texto. Por exemplo, o ouvinte espera a organização da

informação em inglês como: “Era uma vez”, por “Once upon”, já sabendo que ouvirão a

informação organizada em situação-problema, solução e/ou avaliação. Se umas dessas

organizações não aparecem na historia, o leitor ou ouvinte tenderá a preenchê-la, de modo a

projetar a coerência no texto.

O Conhecimento sistêmico é aquele que possibilita que as pessoas façam escolhas

gramaticalmente adequadas ao produzirem enunciado, ou que compreendam enunciados

apoiando-se no nível sistêmico da língua, pois envolve vários níveis de organização

linguística que as pessoas têm, tais como: conhecimentos léxico-semânticos, morfológicos,

sintáticos e fonético-fonológicos PCN-LE (BRASIL, 1998 p.29).

Na primeira seção deste capítulo foram vistos os PCN, os PCN-LE enfatizando-se as

visões de ensino-aprendizagem, os temas transversais e os conhecimentos de mundo, textual e

sistêmico. Na próxima seção serão resenhados diversos conceitos relacionados à compreensão

oral.

1.2 A COMPREENSÃO ORAL

Conforme os PCN-LE (BRASIL, 1998, p. 92) a compreensão oral assemelha-se ao da

compreensão escrita. São apenas dois aspectos principais que o distinguem: a necessidade de

utilizar o conhecimento sistêmico ao nível fonético-fonológico e o fato de ser caracterizado

por uma realização interacional imediata, desaparecendo se não for gravada.

A compreensão em textos orais requer os conhecimentos dos padrões de interações

sociais dos três tipos de conhecimentos: de mundo, sistêmico e da organização textual, pois é

com base nesses conhecimentos que os usuários – ouvintes criam expectativas sobre o que os

seus interlocutores vão dizer. Os ouvintes por sua vez se apoiam nesses discursos projetando

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seus conhecimentos nas contribuições dos falantes que desempenham papel da aprendizagem

e da construção de significados de natureza sociointeracional.

O que deve ser levado em conta é a preocupação do falante com aquilo que vai ser

dito, com a organização do texto, com a organização linguística para facilitar a compreensão

da informação, pois nesse caso, os participantes não podem intervir na situação comunicativa.

Este processo é determinado como os interlocutores agem pelo discurso realizado num

determinado momento (a história) e espaço (contextos culturais e institucionais).

A compreensão escrita assim como a oral também envolve fatores relativos ao

processamento da informação, nos aspectos cognitivos, e sociais. Tais fatores relativos ao

processamento da informação tem a ver com a atenção, percepção e decodificação de sons

e letras, a segmentação morfológica e sintática, a atribuição do significado ao nível léxico

semântico e a integração de uma informação a outra, conforme dito nos PCN-LE

(BRASIL,1998, p.89). Isso explica porque os fatores cognitivos auxiliam o leitor/ouvinte na

construção de significados, como por exemplo, um aluno formula hipóteses sobre os

significados de acordo com seu pré-conhecimento de mundo e de organização textual e de

fatores sociais, que por sua vez englobam a interação/ falante e escritor/ouvinte situada na

história, na instituição e na cultura.

Compreende-se que nao relação interacional envolve quem fala, o que, para quem,

por quem, quando e onde. Portanto, a compreensão oral é uma atividade que deve ter

propósitos definidos em que os aprendizes estão engajados como ouvir uma notícia no rádio,

assistir um filme, ler um jornal, compreender um texto escrito, as regras de um jogo, etc.

Nesse contexto é importante analisar que processo de compreensão ocorre com os

alunos, com seus diferentes conhecimentos de mundo, e na troca de suas experiências, suas

crenças e valores colaborando para a construção social do significados. PCN-LE ( Brasil,

1998, p.89).

Além dos processos de compreensão oral orientados pelos PCN-LE, outros autores

também aprofundaram esse tema, trazendo sua contribuição para a base teórica para este

trabalho.

É importante ressaltar neste estudo, que conforme Gondim (2008), a compreensão

oral é uma habilidade desafiadora, porque não consiste tão somente na percepção de sons,

mas também da compreensão linguístico-comunicativa e conhecimento de mundo dos nossos

alunos, crenças, aspectos cognitivos, culturais e afetivos, fatores esses considerados até certo

ponto alheios ao controle do professor.

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Segundo essa autora, é por meio da utilização de um recurso auditivo (fita ou CD), que

se garante melhor o desenvolvimento da compreensão oral, pois os materiais utilizados em

sala constituem-se, na sua grande maioria, de atividades inseridas, em uma determinada

especificidade que precisa ser levada em conta pelos professores.

A compreensão oral de acordo com Goh (2003, p.07) é compreendida em duas visões:

habilidade e produto. Um processo mental em meio a limitações por fatores linguísticos e

sociolinguísticos, pois muitas vezes se detém nos estudantes de idiomas pouca capacidade no

seu espaço de memória. Essas informações são processadas por certo número de sistemas

cognitivos, tais como, atenção, percepção e memória transformados no espaço de memória

por meio da associação daquilo que é visto ou ouvido em longo prazo.

Goh (2003, p.03) enfatizou assim como Gondim (2008), que a compreensão oral é

provavelmente uma das habilidades linguísticas mais difíceis e desafiadoras de aprender e

ensinar. O sucesso de seu aprendizado depende de outros fatores, além do papel do professor

como, experiência, educação e capacidade de processamento mental.

Rost (2002:88) outra estudiosa do assunto afirmou que a compreensão oral é um

processo cognitivo e complexo que permite a pessoa entender a linguagem oral. Para a autora

(2002, p.139) deve-se considerar, que as dicas fonéticas- fonológico podem compensar lapsos

de atenção e falta de habilidade de interpretar alguns segmentos, por conta das implicações

contextuais, como da seleção e valorização a inferências.

Em suas afirmações, Rost (2002) em consonância com os PCN-LE (Brasil, 1998, p.

94-95), complementou que convém considerar os conhecimentos específicos como nível

fonético-fonológico, já mencionado, da compreensão oral, em textos orais do rádio e TV nos

quais, porém, a possibilidade de interromper o interlocutor não se configura.

Com o uso do filme como recurso didático nesta pesquisa, há opções de retornar as

falas mais de uma vez, a fim de facilitar a compreensão oral da informação e as expectativas

dos ouvintes, em relação àquilo que vai ser dito, como a organização do texto, níveis de

variação linguística.

Outro fator dificultador da compreensão oral que deve ser levado em conta com o uso

do filme é o aspecto da linguagem da fala rápida, ou seja, fala concatenada, em inglês

connected speech. Isso se explica porque quando as palavras tomam uma proporção na fala

acelerada da língua, em seu uso real, como por exemplo, em filmes americanos, é possível

perceber algumas conexões, como o som e suas trasformações/ aglutinações que acabam

desaparecendo. Nesse sentindo Hewings² (2004), defendeu que:

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No entanto, observamos que diferentes línguas têm diferentes combinações de sons em sílabas e palavras e, consequentemente, os tipos de sons que entram em contato a limites de palavras diferem de língua para língua. Isso pode significar que algumas das alterações que automaticamente são feitas por falantes nativos de inglês são problemáticas para os aprendizes.(HEWINGS, 2004p.6). ( Tradução nossa2).

Sendo assim, para amenizar o fator dificultador da compreensão da fala com o uso do

filme, o professor deve proporcionar oportunidades para o desenvolvimento da prática da

competência oral, sugerindo técnicas específicas, dando incentivo e conselhos para os alunos

enquanto eles trabalham para a sua inteligibilidade.

Nota-se que há características na língua que podem ser percebidas e explicadas aos

alunos, como a entoação, pronúncia, etc. Dessa maneira pode-se ter uma nova compreenção

ao ouvir o discurso exposto, uma cena de filme, por exemplo. Sabe-se que o inglês americano

é mais aglutinado, pois fala-se mais pela influência dos filmes de forma universal.

Otlowski e Fraser (2000) concordaram no aspecto de que os objetivos do ensino de

pronúncia devem desenvolver inteligibilidade funcional, comunicabilidade, auto-confiança.

Fraser (2000, p.02) chamou de alta qualidade, materiais eficazes, principalmente baseados

em computador com áudio, para os alunos desenvolverem a pronúncia. Tais materiais, de

acordo com Chun (1998, p.73), teriam de apresentar amostras de fala autêntica dentro de

contextos culturais, em filmes, por exemplo como foco de estudo e chamar a atenção dos

alunos, para características específicas, sustentando a interação para enfatizar o discurso

natural.

Corroborando com este estudo, Goh (2003, p. 2-3), citou os tipos de compreensão oral

os quais foram explorados com o uso do filme nas atividades desenvolvidas na unidade

didática por mim elaborada nesta pesquisa, como a discriminativa- aquela que diferencia os

estímulos auditivos e visuais; a abrangente- compreensão oral para entender a mensagem; a

crítica- para avaliar a mensagem e a prazerosa- que desfruta das obras e experiências de outras

pessoas. Ainda Goh (2003, p.4-5) destacou que as principais habilidades de compreensão

oral, as quais também são pertinentes no processo-ensino-aprendizagem deste estudo são:

2 However, we have seen that different languages have different combinations of sounds in syllables and words

and, consequently, the kinds of sounds that come into contact at word boundaries will differ from language to language. This may mean that some of changes that are made automatically by native English speakers are problematic for learners. (HEWIINGS, 2004.p.6)

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• Compreensão de detalhes - compreende pela busca de informações específicas como

palavras-chave e números, pois a concentração em meio a muitos detalhes se torna

cansativa;

• Compreensão de pontos principais - consiste em ouvir as idéias principais ou para o

quadro global ou compreensão oral global, pois o ouvinte capta a ideia geral com mais

frequência, mais comum em ouvintes eficazes.

• Compreensão oral por inferências - requer que o ouvinte ouça nas entrelinhas e

preencha lacunas ao receber informações.

Em relação às inferências Walesko (2010, p.62), também reiterou que são

consideradas como uma técnica mais avançada de compreensão oral em nível básico, devido à

falta de vocabulário e estrutura da língua que os alunos possuem, inclusive, os que fazem

parte desse estudo.

Goh (2003, p.09) explicou o processamento de compreensão oral sob dois aspectos

relevantes ao desenvolvimento dessa habilidade para esta pesquisa, denominados botton-up e

top-down.

• Botton-up (de baixo para cima) - é um processo onde os sons são usados para construir

“unidades de informação” como, por exemplo, palavras, frases, sentenças, antes de a

informação sonora ser entendida. Na visão da autora o ouvinte é um mero receptor

passivo que recebe e armazena informações como um gravador.

• Top-down ( de cima para baixo) - é um processo usado para denominar essa

aplicação de experiências, informações ou conhecimentos prévios adquiridos

anteriomente, utilizadas pelo ouvinte para facilitar a compreensão.

Walesko (2010, p.83) apud Goh (2003, p. 9-10) complementou que o processamento

ascendente (botton-up) e o descendente (top-down) podem ocorrer juntamente, denominado

de processamento paralelo. Porém, em alguns casos, um pode ter prioridade sobre o outro,

dependendo da quantidade de prática que um indivíduo teve em uma determinada tarefa. Para

a autora (2010, p.82) essas visões: botton-up e top-down são estratégias de compreensão oral,

são técnicas ou atividades que contribuem diretamente para o entendimento do texto e podem

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ser definidas conforme o ouvinte classifica o input: botton-up ou top-down. Na visão dessa

autora as estratégias de botton- up incluem:

• compreensão de detalhes

• reconhecimento de cognatos

• reconhecimento de padrões de ordem das palavras

As estratégias de top-down incluem:

• compreensão de idéias gerais

• previsão

• inferências

• resumo

Walesko (2010) enfatizou sobretudo que inferir é portanto entender o significado que

está no texto ainda que as palavras não estejam. Nesse aspecto, é possivel concluir que o

aluno tende a subtrair sentido das somas que ele construiu e armazenou em sua memória ao

longo de suas experiências e aprendizagens, das interações vivenciadas e do seu

conhecimento de mundo.

Mediante o exposto pode ser percebida a importância do desenvolvimento da

compreensão oral para que o aluno possa dar sentido e significado ao que ouve em suas aulas

de inglês.

Na seção a seguir é abordado o uso do filme para o desenvolvimento da compreensão

oral.

1.3 USO DO FILME NO DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO ORAL.

Antes de ser discutido o uso do filme no desenvolvimento da compreensão oral, torna-se

necessário enfatizar alguns itens relacionados ao assunto. Por isso esta seção apresenta-se subdividida

em três partes. Na primeira são tratados conceitos referentes ao tema Recurso Didático. A seguir, são

detalhadas algumas visões sobre a Construção e Avaliação do Material Didático. Na terceira e última

parte é apresentado o Uso do Filme como Recurso Didático, ilustrando-se a discussão com a questão

da Legendagem e da Imagem e suas Representações.

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1.3.1 RECURSO DIDÁTICO

A presente seção objetiva fazer uma reflexão sobre a utilização dos recursos, ou seja,

materiais didáticos, de forma adequada ao conteúdo a ser aplicado. Segundo Ferreira (2001, p.

588) o verbete recurso significa ato ou efeito de recorrer, auxílio, ajuda, meio pecuniário,

meio de provocar reforma ou modificação em sentença judicial desfavorável. O verbete

didático significa relativo ao ensino ou próprio dele, próprio para instruir.

É possível afirmar que recurso didático é um ato de recorrer a uma suposta alternativa

na busca de facilitar o processo educativo, uma forma de auxiliar o docente, por meio de um

material didático com o objetivo de motivar o processo ensino-aprendizagem inserido em um

determinado contexto educacional. Para tanto é necessário ensino, conhecimento e instrução.

A função ou papel do recurso material / didático é de mediador no processo de ensino

aprendizagem, como um elo entre professor e aluno, que agrega conhecimento sendo utilizado

em momentos específicos. O material didático deve ser pré-selecionado criticamente, com

embasamento teórico aliado a uma prática pedagógica com objetivos a serem atingidos.

O mau uso de um recurso didático pode não dar bons resultados, quando o material

passa a ser utilizado sem um propósito de aprendizagem como, por exemplo, o professor

passa um filme por um simples entretenimento, sem desenvolver uma atividade planejada de

produção ou compreensão sobre o conteúdo.

De acordo com Pais (2000), quando um recurso didático é mau empregado, não

cumpre seu papel de facilitador do processo de aprendizagem e o objetivo de ensino acaba

sem finalidade própria, acarretando uma inversão didática.

De acordo com Souza (2007, p.111), a utilização de recursos didáticos deve responder

às questões básicas: O quê? Quando? Como? e Por quê? O educador deve ter um propósito

claro, domínio de conteúdo e organização para a utilização de tais materiais. Para a autora

recurso didático é todo material utilizado como auxilio no ensino- aprendizagem do conteúdo

proposto para ser aplicado pelo professor a seus alunos. É importante para que o aluno

assimile o conteúdo trabalhado que o recurso didático oportunize o desenvolvimento de suas

habilidades, criatividade, coordenação motora e o desenvolvimento cognitivo na aplicação do

referido material em sala de aula. Para isso é necessário que o educando seja envolvido

fisicamente em uma situação de aprendizagem ativa.

Corroborando Karling (1991), definiu material didático como recursos humanos, ou

seja, materiais utilizados para auxiliar e beneficiar o processo de ensino-aprendizagem. Esses

recursos podem ser denominados de recurso de ensino, recursos didáticos, meio auxiliar, meio

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didático, materiais didáticos, recursos audiovisuais e multimeios. Segundo o autor, tais

recursos são ferramentas importantes que podem incentivar a observação e a atenção do

aluno, motivando o gosto nos estudos de uma disciplina, facilitando e favorecendo uma maior

compreensão sobre os assuntos apresentados, podendo despertar o interesse e sua participação

nas aulas.

O material didático é a ligação entre teoria (palavra) e a prática (realidade), lembrando

que por si mesmo tal insumo não é suficiente para que haja uma boa aula, mas saber como e

porque utilizá-lo de forma criativa, significativa e transformadora, conforme complementou

Justino (2011 p.108).

Nérici (1985, p.402) defendeu que nos dias de hoje a finalidade dos materiais didáticos

é outra. Além de ilustrar, eles auxiliam o aluno no trabalho a ser desenvolvido, a investigar,

descobrir e construir conhecimento de forma mais dinâmica, propiciando chances de

enriquecer as experiências do aluno, aproximando-o da realidade. Conforme o autor as

funções do material didático são:

• Aproximar o aluno da realidade do que se quer ensinar, dando-lhe noção mais exata dos fatos ou fenômenos estudados;

• Motivar a aula;

• Facilitar a percepção e compreensão dos fatos e conceitos;

• Concretizar e ilustrar o que está sendo exposto verbalmente;

• Economizar esforços para levar o aluno a compreensão de fatos e de conceitos;

• Auxiliar a fixação da aprendizagem pela impressão mais viva e sugestiva que o material pode provocar;

• Oportunizar a manifestação de aptidões e desenvolvimento de habilidades específicas com o manuseio de aparelhos ou construção dos mesmos, por parte dos alunos.

Tais funções são de grande importância ao que se pretendeu alcançar com este estudo.

Para tanto ensinar vai muito além da técnica e da metodologia. Entretanto, tudo que

encontramos no ambiente educacional é passível de se transformar em um excelente recurso

didático, desde que seja utilizado de forma adequada, atendendo às necessidades de

aprendizagem.

Esses materiais são instrumentos que podem auxiliar a transformação de ideais em

situações concretas, facilitando a compreensão do aluno.

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Karling (1991) apresentou uma nova classificação voltada para uma abordagem de

ensino voltada à utilização das teconologias e úteis a esta pesquisa e que podem ser

classificados em recursos visuais, auditivos, audiovisuais e múltiplos.

• recursos visuais- têm a finalidade de despertar a atenção ao visualizar o material. São

eles: álbum seriado, cartazes, diafilmes, diagramas, espécimes, exposição, filmes,

flanilógrafos, fotografia, gráficos, gravuras, imantógrafo, mapas, modelos, mural

didático, museu, objetos, quadro de giz, quadros, transparências, slides, etc.

• recursos auditivos- utilizam o som como meio de transmitir mensagens. Ajudam no

processo de ensino- aprendizagem por meio do estímulo auditivo. São: aparelhos de

som, fitas K7, CDs, rádio.

• recursos audiovisuais- estimulam a visão e a audição, tendo como objetivo

aperfeiçoar o processo estimulando o aluno à aprendizagem. Constituem-se em:

dispositivos e diafilmes com som, cinema sonoro, televisão, video cassete, softwares

educativos e DV

• recursos múltiplos- são a combinação dos diversos recursos mencionados que

estimulam a visão, audição e a possibilidade de interação entre os aprendizes no

processo de ensino-aprendizagem.

Contudo, é importante que aluno também participe da construção de materiais como o

de conhecimentos de percepções, observações em imagens, análise das falas e sons que

facilitem sua compreensão aumentando seu conhecimento lingúistico, favorecendo a interação

e a relação comunicativa no processo educativo, conforme dito por Justino ( 2011, p. 116).

1.3.2 CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO

Graves (2000, p.03), afirmou que no desenvolvimento de materiais didáticos é

importante ter um equilíbrio de atividades e exercícios. Muitos exercícios e poucas atividades

impedirão o desenvolvimento da capacidade de o aluno se comunicar com o mundo real.

Enquanto que muitas atividades e exercícios insuficientes negarão aos estudantes a

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oportunidade de desenvolverem a linguagem e as habilidades que eles precisam para se

comunicarem de forma eficaz.

A produção de materiais para o ensino de línguas, segundo Leffa (2003, p. 15-16) é

uma sequência de atividades com o objetivo de criar um instrumento de aprendizagem

envolvendo quatro momentos. Tais etapas formam um ciclo recursivo onde a avaliação leva

uma nova análise.

No primeiro momento: Análise- parte do exame das necessidades dos alunos,

considerando seus níveis de adiantamento o que precisam aprender, suas características

pessoais, seus anseios e expectativas. Para que a aprendizagem ocorra o material deve estar

adequado ao nível de conhecimento e conteúdo a ser desenvolvido preenchendo lacunas.

No segundo momento: Desenvolvimento - a definição clara dos objetivos ajuda quem

aprende e quem elabora, permitindo ver se a aprendizagem está sendo eficiente, facilitando a

avaliação. Os objetivos podem ser gerais, são elaborados por syllabus/conteúdos para

períodos maiores de aprendizagem de um curso, como saber, compreender, etc. Os objetivos

específicos são verbos de ação envolvendo comportamentos diretamente observáveis, que se

pretende atingir em uma determinada unidade, como por exemplo, os apresentados nesta

pesquisa.

Dos objetivos da aprendizagem o foco é apresentado naquilo que o aluno deve

alcançar, sob a perspectiva do próprio aluno e no comportamento que ele deve demonstrar não

no ensino ou no material. Os três componentes importantes, principalmente para este estudo

são: as condições de desempenho (o que se espera do aluno); o comportamento (o que o aluno

deve demonstrar do que aprendeu); os critérios (o que o aluno deve atingir).

Os objetivos dos materiais a serem produzidos devem ser claros, como domínios

cognitivos (conhecimento, por exemplo: vocabulário, estruturas gramaticais, etc); domínio

afetivo (atitudes, consciência crítica); domínio psicomotor (habilidades, por exemplo, de

reconhecer vogais da língua estrangeira, etc).

É necessário selecionar um conteúdo pelos quais os objetivos serão alcançados, como

por exemplo, a compreensão de um texto oral como o da unidade elaborada para este trabalho.

No ensino de línguas há seis abordagens importantes no desenvolvimento da prática

pedagógica, sugerindo a integração. Conforme Krahnke (1987) destacam-se:

• a estrutural- o léxico e as estruturas gramaticais da língua

• a nocional/funcional- uso funcional

• a situacional- situação de uso

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• a baseada em competência: domínio dos processos linguísticos

• a baseada em execução de tarefas

• a baseada em conteúdo- por tópicos.

O uso de material autêntico pode ser uma forma de facilitar a transferência de

aprendizagem da escola para o mundo real do aluno, dando suporte sobre o qual a língua vai

ser a ele apresentada.

No momento da Implementação do material didático, há três situações básicas de uso:

• o material será usado pelo próprio professor

• por outro professor

• diretamente pelo aluno.

Cada uma dessas situações requer sua devida estratégia. No caso desta

pesquisa,quando o próprio professor prepara o material para seus alunos, a implementação se

dá pelo modo intuitivo, complementada e explicada, oralmente, pelo professor aos alunos o

que deve ser feito. Quando o material for usado por outro professor é necessário instruções. A

situação mais difícil é aquela em que o material vai ser usado sem a presença do professor.

(Leffa, 2003 p.35).

A Avaliação do material didático pode ser feita de dois modos: informal- quando

envolve o trabalho de um único professor ao preparar uma folha de exercícios e depois

reformulá-la para usar da próxima vez; formal- quando é preparada por um grupo de

professores/colegas, por consultoria de especialistas, questionários e entrevistas com os

alunos. Em grande escala, como por exemplo, na publicação de um livro, os materiais são

normalmente pilotados.

A avaliação formal também pode ser feita via protocolos, quando os alunos ao fazerem

as atividades solicitadas pelo material podem expressar o que estão pensando, as estratégias

de aprendizagem que estão usando e atitudes que estão desenvolvendo. Tais aspectos são

relevantes a este estudo, durante a aplicação da unidade didática.

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1.3.3 O FILME COMO RECURSO DIDÁTICO

Nos dias atuais é possível perceber o impacto do novo sempre tentando apagar o

antigo ou subtraindo a importância de sua contribuição. Conforme dito por (Celani, 1997 p.

09), para melhor entender o presente é importante compreender o passado, pois para a autora

ainda persistem preocupações educacionais anteriores da década de 60 e 70 tais como: o

desenvolvimento das habilidades comunicativas, como meio de comunicação, o papel do

professor, a interação na sala de aula, possíveis metodologias, entre outras à luz do

pensamento há quase um século.

Retrocedendo no túnel do tempo foi no século XVII, que o bispo da Morávia, Jan

Amos Kemensky Comenius (1592-1670), publicou sua obra chamada “Didática Magma”, que

já tratava da didática das línguas por meio de jogos que valorizavam o prazer em aprender,

sem punições na época. Foi defensor de um método ativo de ensino com a Obra “Orbus

Sensualium Pictus” o primeiro professor de língua a usar o método visual. Nesse contexto

cabe-se valer da incógnita deixada por Celani (1997, 9) “E hoje as práticas pedagógicas

revelam diferenças que evidenciam mudanças no foco das preocupações do início do

século?”.

Percebe-se assim que desde nossos antepassados, já havia uma busca desenfreada de

um método, teoria ou abordagem eficaz para o ensino de línguas, que parece não ter um fim

em si mesmo, ou nem nunca existiu.

Segundo Ferreira (2001) o filme é uma película recoberta por emulsão fotossensível

utilizada para registrar imagens, obra cinematográfica, fita, película. Complementando o

conceito filme na definição do dicionário teórico e crítico de cinema, de Jacques Aumont e

Michel Marie:

Ver um filme é, antes de tudo, compreendê-lo, independente do seu grau de narratividade. É, portanto, que, em certo sentido, ele “diz” alguma coisa, e foi a partir desta constatação que nasceu, na década de 20, a ideia de que, se um filme comunica um sentido, o cinema é um meio de comunicação, uma linguagem. (AUMONT & MICHEL MARIE, 2003 p.177).

Em outras palavras um filme tem sempre uma mensagem a deixar e é no processo de

compreensão que a sensibilidade do aluno será ativada, resgatada. Ao passo que para receber

a informação, a mensagem o aluno entrará em contato com signos presentes no filme, tais

como, a imagem, os gestos, o som e ao receber essas marcas externas são exigidas memória,

atenção e compreensão. Segundo Vygotsky (2010), a memória mediada por signos é mais

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poderosa que a não mediada, pois, os signos por serem instrumentos psicológicos, por sua vez

desencadeiam processos mentais à medida que veiculam a interpretação dessas mensagens,

relacionando-as com seu mundo real.

Alves (2011, p. 135-137) advoga que o filme sem si não provoca mudanças, mas sim

o uso que se faz dele; como é demonstrado por meio da postura do professor frente a escolha,

a análise do relacionamento com seus alunos e com a instituição escolar como um todo. O

filme é encarado como uma narrativa própria, fonte de informações e conhecimentos, que traz

reflexões acerca do social, do individual e de questões existenciais sobre o ser humano. Ainda

para a autora, a utilização dos recursos audiovisuais pode trazer uma reestruturação nas

formas de ensino, pois implicará na introdução de um elemento estranho a escola, perturbador

da normalidade e, portanto, não satisfatoriamente adaptável às técnicas de ensino

convencionais, além da oportunidade de dar uma aula diferente, que possa fazer da escola um

espaço para extrapolar o repasse de conhecimento acumulado, tornando um lugar privilegiado

de se conhecer e pensar o mundo, não como um mero recurso auxiliar didático, mas em uma

abordagem mais criativa, por meio do diálogo, não se limitando apenas ao recurso.

Nota-se que alguns fatos justificam a história do cinema. Em 28 de dezembro de

1895, os irmãos Lumière fizeram a primeira exibição pública e comercial do cinema no Grand

Café em Paris data, que geralmente define o surgimento do cinema, a qual é controversa por

alguns motivos. O primeiro deles, segundo Morettin (2009, p.46) reside na reivindicação do

pioneirismo por diferentes pesquisadores. Nos Estados Unidos Thomas Edson, foi o inventor

da lâmpada elétrica e do fonógrafo. Criou, em 1893, o quinetoscópio, aparelho individual que

permitia o acesso às imagens em movimento. Enquanto isso na Alemanha havia Max

Skladanowsky, com seu bioscópio, e assim por diante. Essa diversidade mostra que o

caminho que levou ao cinema não foi único, mas fez parte de um processo constituído por

muitas idas e vindas.

Estima-se neste estudo que o uso consciente do filme como um recurso didático, seja

um objeto passível de motivação para conter nos alunos a atenção, o gosto pela língua diante

do desinteresse que por vezes é encontrado nos alunos em aprender a língua inglesa.

Abreu e Lima (2006, p:185) também afirmam que os recursos visuais apresentam

aspectos culturais e linguísticos e mostram recortes de uma determinada sociedade com a

qual, pressupostamente, a maioria dos nossos alunos jamais teria contato. O objetivo

principal, ao se usar esses recursos, no processo é prover insumo autêntico de forma

prazerosa.

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Sampaio e Leite (2003) questionaram sobre o papel da escola em incorporar os

recursos tecnológicos, pois eles são importantes para a melhoria da qualidade do ensino e

inovação juntamente com a prática pedagógica.

Stefani (2010) considerou que o filme atua como recurso didático, como agente

motivador e facilitador da compreensão linguística e também cultural no contexto de ensino e

aprendizagens de línguas pelo seu inerente caráter lúdico.

Portanto deve-se levar em conta que grande parte de nossos alunos da escola pública

não têm a oportunidade de ter um contato direto com falantes- nativos da língua inglesa. É

evidente que com o uso de filmes eles poderão ter esse contato direto com o idioma. Assim

sendo, os recursos audio- visuais bem utilizados podem contribuir em atividades em sala de

aula e desempenhar um papel fundamental no processo de ensino- aprendizagem.

1.3.3.1 LEGENDAGEM

Um dos itens interessantes a ser observado no uso do filme no desenvolvimento da

compreensão oral é a legendagem, pois todos sabem que o segredo da tradução é a síntese,

saber interpretar com precisão e leveza, pois o excesso de palavras ou de informação dificulta

a compreensão e atrapalha o entreterimento do espectador.

Gomes complementando Souza (2007, p.54), afirma que a legenda contribui com sua

apresentação multisensorial da imagem, linguagem oral e palavras escritas em filmes

simultaneamte nos filmes legendados e oferece a aquisição de novos conceitos, ao mesmo

tempo em que fornece contexto para o uso das palavras, reforçando a aquisição de novo

vocabulário. A associação de áudio e escrita pode auxiliar os alunos no uso de estratégias de

aprendizados diferentes.

Rost (2002, p.51), afirma que alguns professores optam por não usar as legendas

porque os alunos não se esforçam para obter a compreensão oral. No entanto, ele acredita que

o uso de legendas pode ser muito efetivo para engajamento dos alunos nas atividades,

motivando-os a compreender melhor a mensagem.

As legendas funcionam quando o espectador puder entendê-las sem dificuldade As

legendas de acordo com Rost (2002, p.151) classificam-se em:

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• Tradicional: áudio na língua estrangeira e legenda na língua nativa

• Bimodal: áudio e legenda na língua estrangeira

• Reverso: áudio na língua nativa e reverso na língua estrangeira

• Unimodal: áudio e legenda na língua nativa.

É relevante observar que durante as atividades da unidade didática por mim elaborada

nesta pesquisa, foram utilizadas as legendas classificadas em bimodal e reverso. No caso, a

legenda contribuiu para os alunos-participantes memorizarem a fala. Tais opções condizem

com a questão da troca em língua materna orientadas nos PCN-LE (BRASIL, 1998, p. 28).

No Brasil, é comum no cinema, TV e no vídeo a utilização da legenda interlingual ou

intralingual (GOMES 2006, p.32) ou aberta, produzida na mesma língua que é falada, pois

não depende de decodificação. A legenda fechada fica a critério do telespectador geralmente

instalado nos programas de TV e filmes em CD/DVD.

1.3.3.2 A IMAGEM E SUAS REPRESENTAÇÕES

O propósito deste subtema relacionado ao uso do filme no desenvolvimento da

compreensão oral é o de explorar a importância e o papel da imagem em obras

cinematográficas e o seu valor no processo de ensino-aprendizagem de língua estrangeira.

Sabe-se que a mais tradicional concepção de signos é a definição de Saussure, que

trata da relação existente entre significante, imagem acústica e significado conceito. Esse

conceito se refere particularmente ao signo linguístico aplicado a outros sistemas de signos

como pintura, cinema, etc.

A semiótica segundo Santaella (2004, p.73) é a ciência geral dos signos e abrange a

própria semiologia. Logo, os atos comunicativos são o tema da semiologia da comunicação,

de acordo com Prieto (1996, p.12) que estuda não só as mensagens verbais, mas os códigos-

não linguísticos tais como os sinais de trânsito, os códigos numéricos, ou os códigos gestuais.

Em síntese a semiologia da comunicação é a disciplina que estuda as estruturas semióticas na

função de comunicação. Jakobson na visão de Santaella definiu que o signo é definido como

“aliquid stat pro aliquo”, ou seja, algo que está em lugar de outra coisa para alguém.

A imagem é uma representação de conceitos visuais (através da semiótica),

(SANTAELLA, 2004, p.15). A imagem é a própria representação mental (os conceitos da

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ciência cognitiva), pois se refere à cognição/ideia humana. Pode-se assim dizer que a

representação visual e mental da imagem são domínios inseparáveis.

A imagem é um meio de representação da cultura, por isso, a representação pode ser

definida como objetos materiais que representam o nosso meio ambiente visual tais como:

TV, cinema, filme, fotografias, pintura, gravuras, etc. No entanto, as representações mentais

são fantasias, imaginações, conceitos, modelos, visões, etc.

É possível afirmar que as obras cinematográficas podem ser um valioso instrumento

para os alunos da escola pública, devido ao pouco conhecimento linguístico, pois parece ter

mais processamento visual que verbal Collin (1990, p.180). Segundo a autora as imagens

fílmicas exerceram uma mediação da compreensão por meio dos signos. Para ela as imagens

pela riqueza em detalhes que têm proporcionam uma alteração positiva no desempenho de

alunos com pouco conhecimento linguístico, cujo processamento é mais visual que verbal.

Não importa a densidade da imagem, mas o componente lexical suficiente para promover a

melhoria da aprendizagem da língua e da compreensão oral, pois os elementos visuais não

ocupam as funções dos verbais.

Freitas (2005, p.111) as representações mentais de imagens expressam estruturas

espaciais características da percepção visual, pois tudo se inicia com a imagem, já que as

imagens são representações passíveis de expressar informações contínuas ou espaciais

formando a memória visual. Segundo o autor, linguagem, imagens e ações são transformadas

em representações mentais e são ao mesmo tempo, elementos constituintes indispensáveis

para a existência das representações mentais. Destacando Freitas (2005), na visão de Oliveira

(2001) a capacidade de lidar com representações, que substituem o real possibilita ao homem

sair do espaço e do tempo presentes, efetuar relações mentais na ausência das coisas, imaginar

e planejar intencionalmente. Ainda para a autora para desenvolver-se, o ser humano precisa

dos mecanismos do aprendizado, em um movimento dialético que integra desenvolvimento e

aprendizagem. Ao operar com processos superiores as representações mentais da realidade

exterior são na realidade do sujeito, os principais mediadores da relação homem-mundo. Por

sua vez os mecanismos mediadores são internalizados e o sujeito deixa de operar com signos

externos, passando a usar a representação mental, os conceitos, as imagens visuais, as

palavras realizando atividades mais complexas, pois já é possível controlar suas ações por

meio de recursos internalizados.

Essa relação é mediada por sistemas simbólicos. Isso explica porque o significado do

signo é um ato desencadeado pelo pensamento, pois uma palavra sem seu significado é algo

vazio e nada importa como elemento da fala. (VYGOTSKY, 1991, p.111).

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Nesse aspecto pode-se dizer que as imagens fílmicas presentes neste estudo têm como

objetivo exercer a função de mediadora da relação homem- mundo. Segundo Vygotsky (1991,

p.111) um ambiente pobre de significados diminui as chances de interação saudável com a

realidade, faltando matéria prima fundamental para emergência de possibilidades de

reconstrução das representações mentais, caracterizadas a partir de interações socioculturais,

o que complementa o que já foi dito por Vygotsky, quando falta o significado da palavra, a

patologia da alienação então se instala. Logo, a mediação entre o sujeito que aprende e o

conhecimento deixa de existir. Sendo assim, é claro perceber que essas teorias serviram de

base para exemplificar como se processa a compreensão oral.

Neste capítulo foram apresentados os PCN, as visões de ensino-aprendizagem, os

temas transversais, os conhecimentos de mundo, textual e sistêmico. Nele também foram

discutidos os conceitos relacionados à compreensão oral, ao uso do filme no desenvolvimento

dessa habilidade. No próximo capítulo é abordada a Metodologia de Pesquisa que direcionou

este trabalho.

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2. METODOLOGIA DE PESQUISA

Neste capítulo apresento a metodologia que norteou esta pesquisa, o contexto, os

participantes, os instrumentos utilizados para a coleta de dados bem como os procedimentos

para a análise dos dados coletados.

2.1 METODOLOGIA APLICADA

A metodologia que embasa este trabalho está inserida no quadro de natureza

qualitativa, na luz das teorias de Wolcott:

Mais do que procurar verdades, a pesquisa em educação [especialmente aquela realizada por professores sobre suas práticas] deve ser provocadora de reflexões, deve tentar entender e explicar não um mundo pré-fabricado, mas um mundo dinâmico, em constante processo de construção. (WOLCOTT, 1994, p.368).

Tendo como abordagem de cunho interpretativista crítica o processo de investigação

está situado na metodologia do estudo de caso, de acordo com Telles:

O pesquisador produz significados a partir das transcrições das gravações em áudio, dos diários e questionários. As transcrições são colocadas em páginas com margem direita de mais ou menos 10 cm. (...) os estudos de caso, frequentemente descritivos (mas também podem ser narrativos), são utilizados quando o professor- pesquisador deseja enfocar determinado evento pedagógico, componente ou fenômeno relativo à sua prática profissional (TELLES, 2002, p.108).

2.2 CONTEXTO DE PESQUISA

A escolha da rede pública estadual como contexto desta pesquisa deu-se pelo fato da

pesquisadora ser professora efetiva na unidade escolar escolhida há quinze anos. Considero

que essa escola é um ambiente propício ao desenvolvimento desta pesquisa, por poder

explorar melhor sua paisagem, compreendendo e conhecendo seu contexto histórico-social.

Além disso, objetivo construir um novo olhar na e sobre minha ação enquanto educadora,

bem como, (re) significar conceitos por meio da investigação no processo de ensino-

aprendizagem da língua inglesa com os alunos e de um modo geral.

A referida escola está localizada na cidade de Osasco, na Região Oeste da Grande São

Paulo. Sua população conforme a Fundação SEADE- (Sistema Estadual de Análise de Dados)

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e segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) no reajuste preliminar das

projeções municipais totais divulgadas em 29/04/11 é de 668.128 habitantes. Constituída

majoritariamente, de imigrantes e de migrantes das regiões Norte e Nordeste do Brasil, com a

situação socioeconômica desfavorecida, principalmente por falta de qualificação profissional.

Exceto por pequenos comércios, o bairro não possui grande atividade econômica

funcionando, portanto, como “bairro dormitório”.

Os períodos de funcionamento da escola são: matutino das 07h às 12h; vespertino das

13h às18h e noturno das 19h às 23h. A escola oferece o EF (Ensino Fundamental) e EM

(Ensino Médio). Há também a APM (Associação de Pais e Mestres e o Conselho de Escola -

compostos por professores e pais de alunos).

O prédio da escola é conservado. Sua infraestrutura é composta de 01 cantina, 01

refeitório grande, 02 cozinhas, 01 sala de biblioteca, 01 laboratório de ciências, 01 sala de

vídeo, 01 sala de informática, 01 quadra de esportes coberta, 01 pátio e 01 estacionamento.

A escola atende em torno de 1838 alunos. Seus recursos humanos são 05 serventes, 02

vice-diretores, 03 coordenadores e 85 professores. As faltas dos professores não são

frequentes.

As reuniões pedagógicas denominadas HTPCs (Horários de Trabalho Pedagógicos

Coletivos) são realizadas três vezes por semana. Geralmente as reuniões são ministradas pelos

coordenadores em salas de aulas, bibliotecas, com assuntos pertinentes, filmes dirigidos,

leituras de temas pedagógicos, com avisos da diretoria, sobre cursos, etc.

É costume ser solicitado pela direção que os professores façam projetos de

recuperação, trabalhos para compensação de ausências por excesso de faltas e, às vezes,

correções de atividades, simulados, discussões sobre alguma resolução, etc.

A escola leva em conta o aluno enquanto sujeito de sua própria aprendizagem, pois

intenta um aluno questionador, que está em busca do seu conhecimento e que se encontra em

constante processo de transformações naturais à adolescência. Às vezes desmotiva-se

causando certo desinteresse pela lentidão com que se processam as mudanças em educação,

enquanto que em outras áreas as transformações são mais rápidas. Para tanto, o contexto

contemporâneo exige do aluno e da sociedade uma adaptação aos recursos que a tecnologia

oferece. A expectativa da mudança está na relação direta do desenvolvimento do aprender e a

pensar, resignificando projetos de vida sob uma nova ótica.

Os pais dos alunos veem a imagem do professor no papel de promover o incentivo aos

estudos, sendo mediador e co-construtor do processo de ensino-aprendizagem em

decorrências de acompanhar inúmeras reuniões de Pais e Mestres.

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O professor dessa UE com dedicação e compromisso procura acima de tudo ser

educador, profissional, estimulador, orientador, mediador, organizador de multimeios para

facilitar e efetivar o ensino dinâmico e autêntico.

A Unidade Escolar possui um plano de ação no Ensino Médio. Esse projeto tem em

vista a qualidade da formação a ser oferecida a todos os estudantes, considerando os interesses

e necessidades da comunidade escolar. O processo de ensino – aprendizagem quer oportunizar

atividades cognitivas e significativas que permitam ao aluno estabelecer relações entre o

cotidiano e o cientifico, convívio com a arte e as mensagens estéticas, educação para o

movimento e para a cidadania, etnias, exigindo, portanto, reconhecimento de alguns critérios

do convívio coletivo.

O Projeto Político Pedagógico da escola aborda A Convivência- aprender a conviver,

tendo como base os princípios da Proposta Curricular de Ensino, oferecendo ao aluno uma

aprendizagem que promova as competências indispensáveis ao enfrentamento dos desafios

sociais, da diversidade cultural favorecendo as relações interpessoais no mundo atual

contribuindo assim no processo de construção da aprendizagem.

Desse modo, o aluno é visto como protagonista da própria aprendizagem, aprendendo

a ser, a fazer, a fim de que possa ter um conhecimento necessário ao exercício de cidadania,

em suas praticas sociais, de letramento sendo um ser pensante, crítico e autônomo em seu

convívio social.

2.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os alunos participantes desta pesquisa são de uma turma do 7º ano do Ensino

Fundamental. Nessa turma estão matriculados 34 alunos cuja faixa etária é entre 12 e 13 anos

de idade. Nela, destaca-se um aluno que estudou inglês em curso de idioma.

O perfil da turma é o de alunos alegres, amigos e falantes; alguns são irrequietos e

costumam não realizar as tarefas solicitadas.

A interação de um modo geral entre alunos e professores é satisfatória. O

entrosamento acontece mediante trocas de experiências, quando realizam atividades dirigidas

pela professora mediadora. Pode-se afirmar que ainda há respeito e disciplina, dependendo da

turma, relevando o trabalho atuante e suporte da direção e vice-direção. Isto ocorre devido ao

Projeto de Conscientização, que incentiva as necessidades pedagógicas e a resolução dos

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conflitos de indisciplina em sala de aula, a reflexão, mudanças de hábitos, valores e atitudes

na escola e fora dela, para que os alunos possam assim exercer a sua cidadania.

Dentre os 34 de alunos da turma para este estudo de caso foram selecionados 08 como

participantes. Já estudaram inglês no 4º, 5º e 6º anos; porém nunca fizeram curso do idioma.

Os alunos descritos abaixo apresentaram critérios relevantes como, por exemplo, frequência

em todo o processo de coleta de dados, a participação e o desempenho ao realizar as

atividades e em responder os questionários propostos durante todas as aulas.

Ao analisar o questionário Perfil nº1 (Anexo-A), pude obter informações relacionadas

aos seus gostos e interesses em seu cotidiano; em sua realidade falta-lhes a oportunidade de

fazer um curso de inglês complementar. Por se tratar de um público-alvo adolescente, a

maioria desses jovens tem como passatempo preferido: assistir a filmes, ouvir músicas, ficar

na internet, etc. Portanto a compreensão oral (escuta) faz parte do gosto e do seu cotidiano.

Em relação à proficiência, apresentam dificuldades de compreensão da língua. Além disso, na

opinião dos alunos o inglês é importante mais para seu plano real, seu dia a dia - como assistir

a filmes e em um plano mais distante para quando viajarem, compreenderem o que os outros

falam e também para ajudá-los quando forem procurar emprego no futuro. As informações

pedagógicas e de idade foram obtidas por meio do diário de classe e observações constantes

em sala de aula enquanto professora da turma.

Descrevo a seguir cada um 08 dos participantes focais, porém a fim de manter a ética

de pesquisa todos os nomes utilizados são fictícios e desse modo suas identidades foram

preservadas e mantidas em sigilo absoluto.

A aluna A tem 12 anos e gostaria de fazer curso de inglês. É uma aluna aplicada nas

aulas, porém um pouco introvertida. Gosta de assistir a filmes do gênero de ação, aventura,

sci-fi porque é divertido e documentário por ser informativo. A habilidade favorita é ler; gosta

de ler livros, pois acredita ser mais fácil de entender. As habilidades em que tem mais

dificuldades são a de escrever e ouvir por serem muito diferentes da língua portuguesa. Ela

tem preferência em ouvir músicas, mas sabe que é muito difícil de compreender o que eles

falam. Considera aprender inglês importante porque acredita que vai ajudá-la a viajar, ouvir

música e até assistir a filmes. Tem preferência em fazer atividades com os colegas.

O aluno B tem 13 anos. É bem extrovertido com os colegas de classe. Gosta de assistir

a filmes de ação, aventura, policial, terror. A habilidade que tem mais facilidade é a de falar e

a que tem mais dificuldade é ler e ouvir, apesar de ter contato com filmes que assiste

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frequentemente pela internet, diz ser difícil porque não entende. Prefere fazer atividade com

os colegas. Para ele aprender inglês é necessário para saber outra língua se precisar um dia.

O aluno C tem 12 anos. Algumas vezes apresentou problemas disciplinares com os

colegas. Sempre gostou de assistir a filmes, sua preferência é aventura e às vezes terror. A

habilidade que tem mais facilidade é a de falar e dificuldade na de escrever. Tem preferência

em games, assistir TV e ouvir músicas em inglês, mas considera difícil saber o que eles estão

falando. Gosta de fazer a atividade sozinha. Aprender inglês é importante porque se for viajar

para outros países pode ajudá-lo.

O aluno D tem 12 anos. Tem um bom relacionamento com os colegas. Gosta de filmes

que tenha criatividade como animação, aventura e ação. Sua habilidade favorita é ouvir e falar

porque considera eficaz falar em um país estrangeiro, mas tem dificuldade em compreender o

que eles falam e em ler. Prefere fazer as atividades sozinho.

A aluna E tem 12 anos. É comunicativa e costuma se relacionar bem com os colegas.

Aprecia filmes de ação e aventura porque deixa as pessoas ansiosas. A habilidade em que tem

mais facilidade é a de falar e a que tem mais dificuldade é a de ouvir. Considera aprender

inglês importante e gosta de fazer atividade com os colegas.

O aluno F tem 12 anos. Prefere assistir a filmes de aventura e ação. Tem um bom

relacionamento com os colegas. A habilidade que tem mais facilidade em aprender inglês é ler

e a que tem mais dificuldade em sua opinião é ouvir e falar. Tem preferência de games e

gostaria de compreender o que eles falam, mas tem dificuldade. Aprender inglês é bom para

saber palavras novas e fazer atividade com os colegas.

O aluno G tem 12 anos. Gosta de assistir a filmes de aventura, ação, animação e terror.

É um pouco introvertido. A habilidade que tem mais facilidade em aprender é ler e

dificuldade em falar e ouvir. Seus hobbies são ouvir música, internet, jogar bola e assistir a

filmes. Aprender inglês é importante para ter um emprego melhor. Tem preferência em fazer

a atividade sozinho.

A aluna H tem 12 anos. Prefere assistir a filmes de aventura, horror e ação. É um

pouco introvertida. A habilidade que tem mais facilidade para aprender é a de falar e a que

tem mais dificuldade é na de escrever e ouvir. Seu passatempo favorito é ouvir musicas

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assistir TV, games e assistir a filmes, mas acha difícil compreender o que é falado. Prefere

fazer atividade sozinha. Aprender inglês é importante para ela porque pode ajudar ao viajar

para outro país.

2.4 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA A COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados desta pesquisa foram utilizados três tipos de Instrumentos:

Questionários, Diário de Campo e uma Unidade Didática usando o filme Rio 2011 que

elaborada e aplicada por esta pesquisadora.

2.4.1 QUESTIONÁRIOS

Os questionários de acordo com Rizzini (1999, p.77) consistem em uma série de

perguntas e questões e configuram tipos de coleta de dados qualitativos e quantitativos,

respectivamente, cujas formas se definem em abertas (as respostas podem ser constituídas de

falas e opiniões dos entrevistados, porém de forma direcionada com o tema escolhido, se o

entrevistado muda o assunto, deve-se redirecioná-la, no caso de pesquisa qualitativa);

fechadas (de tal maneira que as únicas respostas possíveis sejam sim ou não, conferindo um

alto grau de objetividade); de múltipla escolha (a apresentação de perguntas com diversas

alternativas, dentre as quais o entrevistado pode escolher uma resposta, porém com menor

grau de objetividade).

Nesse estudo elaborei um total de nove questionários. O primeiro questionário

composto por doze questões foi aplicado com a finalidade de traçar o Perfil dos alunos

participantes. Os oito demais foram feitos com o objetivo de levantar dados referentes à

aprendizagem dos alunos, suas dificuldades e facilidades em desenvolver as atividades

propostas e as suas opiniões sobre o material didático elaborado. Assim como citei Rizzini

(1999) tais questionários continham questões abertas, fechadas e de múltipla escolha. Os

resultados das respostas dadas pelos alunos foram utilizados na análise e discussão dos dados

coletados que constam detalhadas no terceiro capítulo desta monografia.

Inicialmente, os questionários foram distribuídos para todos os 34 alunos da classe

escolhida para a realização desta cujos critérios para a seleção já foram discriminados no

início deste capítulo. Porém, a maioria respondeu parcialmente às questões formuladas e não

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participou de todas as aulas. Por isso, foram escolhidos como focais apenas os oito alunos que

responderam plenamente as questões dos 09 questionários, participaram de todas as aulas e

realizaram as atividades propostas na Unidade Didática.

2.4.2 DIÁRIO DE CAMPO

Segundo Rizzini (1999, p.73), o diário de campo é um relato daquilo que o

investigador presencia, ouve, observa e pensa no decorrer do recolhimento dos dados. Essas

informações anotadas diariamente podem ser refletidas em um estudo qualitativo, após a

realização de observações, questionários, entrevistas, etc. É necessário que se acrescentem

dados descritivos de pessoas, lugares, objetos, acontecimentos ou atividades. É uma tarefa

adicional às anotações já feitas no processo de pesquisa. Para o alcance de bons resultados a

própria autora sugere que se façam anotações mais precisas, sendo fundamentais as técnicas

de coleta de dados.

2.4.3 UNIDADE DIDÁTICA

A preparação da unidade didática aconteceu a partir de uma análise de necessidades

informais, realizada com os alunos do Ensino Fundamental, no início de 2012, durante o 3º

semestre do curso “Práticas reflexivas e ensino-aprendizagem de inglês na escola pública”

realizado na PUC-SP. A referida análise foi sendo lapidada ao longo do programa com as

orientações recebidas nos módulos: Ensino e aprendizagem de inglês e Fundamentos para

avaliação e preparação de materiais didáticos.

O material didático em estudo adaptado e elaborado por mim está voltado ao

desenvolvimento e ampliação da compreensão oral. É composto de 07 atividades, realizadas

uma a uma, seguidas da aplicação de um questionário específico. O tempo estimado para a

aplicação das atividades e para responder ao questionário teve a duração de 10 aulas de 50

minutos cada.

As atividades da unidade basicamente estão voltadas para a habilidade de

compreensão oral. Os recursos audiovisuais utilizados abordaram os gêneros clássicos de

filmes, atividades de compreensão oral, que eram aplicadas após a exibição da cena

selecionada (textos orais) do filme, procurando alertar e despertar o senso crítico do aluno e

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realizar uma produção escrita. A seguir detalho cada atividade assim como seus objetivos e

aulas utilizadas:

Na atividade 01- Os objetivos foram: explorar o conhecimento de mundo

reconhecendo obras cinematográficas; identificar e relacionar os gêneros clássicos de filmes

por meio de uma conversa informal, da interação com a mediação da professora.

Na atividade 02- A atividade explorou o conhecimento sistêmico, o vocabulário,

substantivos, adjetivos e verbos auxiliares. Primeiramente os alunos assistiram a cena 1- sem

o áudio - em curta metragem, do gênero musical. Inicia-se com o cenário dos pássaros felizes

dançando na floresta do Rio de Janeiro em época de Carnaval, quando de repente são

capturados pelos sequestradores pertencentes ao tráfico ilegal de aves.

Em seguida a cena é assistida mais duas vezes com som e sem legenda em inglês

explorando o conhecimento sistêmico, vocabulário-léxico, dicas fonético-fonológicas

(substantivos, adjetivos, verbos), localizados na cena do filme. A exposição apenas da

imagem se justifica pelo fato de requerer que os alunos percebam os gestos dos personagens,

o contexto, a riqueza de detalhes, na cena muda, possibilitando ao aluno fazer inferências e

predições. A habilidade está voltada a compreensão visual e oral.

Na cena sem o áudio, observa-se o que Goh (2003, p.09) explicou como o

processamento da compreensão oral ativado top-down - de cima para baixo - é um processo

que parte do aluno em relação às suas experiências, informações ou conhecimentos prévios

utilizadas pelo ouvinte para facilitar e aumentar a compreensão.

E logo após com o áudio foram explorados os conceitos botton-up - de baixo para

cima – o processo que deve ocorrer quando os sons das cenas são usados pela pessoas que

está assistindo ao filme para construir unidades de informação como, por exemplo, palavras,

frases, preferencialmente de forma contextualizada. Os alunos também puderam trocar

informações sobre o que entenderam e dar sua opinião diante dos conflitos gerados a partir do

momento em que Blu foi raptado.

Na atividade 3 - Inicialmente assistiram a cena 2– em curta metragem- que é

exibida em língua inglesa sem legenda. Em seguida assistiram mais duas vezes em língua

inglesa com legenda- em inglês. Fizemos uma exploração e reflexão sobre o texto. Os alunos

fizeram o levantamento de palavras conhecidas/ cognatas e deduziram o significado de outras

palavras, por meio de inferências. Houve a participação dos alunos e professora. Os alunos

identificaram as falas dos personagens; a professora explicou sobre entonação de algumas

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frases e pronúncia de palavras desconhecidas. Os alunos organizaram a informação do texto

oral/visual para compreenderem a interação dos personagens: introdução, desenvolvimento e

conclusão para facilitar a compreensão.

Na atividade 4 - Os alunos realizaram atividades de compreensão textual em relação

ao texto oral exibido em língua inglesa. Puderam inferir sobre o texto, tiveram que reconhecer

a intenção dos personagens protagonistas, politicamente corretos e situarem-se no tempo e

espaço da história. Ou seja, fizeram o uso de predições e inferências de acordo com seu pré-

conhecimento de mundo. Foi trabalhado do conhecimento sistêmico, o uso do present

continuous relacionando imagens com as expressões usuais da língua, as quais puderam ouvir

na cena exibida.

Na atividade 5- O objetivo dessa atividade foi despertar o “conhecimento de mundo”

do aluno e sua consciência crítica em relação ao contrabando de aves. O trabalho em pares foi

proposto com a possibilidade de o aluno tomar posição, analisar atitudes, comportamentos

ambientalmente corretos e incorretos no mundo social em que vive e fazer suas escolhas

lexicais, promovendo o diálogo.

Na atividade 06- A cena foi exibida sem a sonorização e sem legenda. O objetivo

dessa atividade foi o desenvolvimento da compreensão oral; exploração de elementos- léxico-

gramaticais (adjetivos) de personalidade e comportamento do personagem Nigel- antagonista,

que é um predador de sua própria espécie para desenvolver a consciência crítica e valores

atitudinais. Os alunos deviam fazer uso da linguagem e de palavras cognatas como elemento

facilitador, para o que foram dadas dicas pela explanação da professora. Os alunos tentaram

inferir o que ouviram verificando suas respostas, no momento da exibição da cena do filme.

Na atividade 07- Os alunos assistiram ao filme Rio em longa metragem com legenda

em língua inglesa, pois a maioria já havia assistido ao filme anteriormente. Portanto puderam

fazer um estudo mais detalhado dos personagens, das suas falas, dos lugares onde ocorre a

história, dos aspectos sonoros, visuais. Os alunos produziram um texto coletivo sobre a

compreensão geral da obra cinematográfica assistida. Isso se explica, pelo fato de que a

avaliação da compreensão oral quando tiver sido trabalhada envolverá os aspectos

semelhantes ao da compreensão escrita, acrescidos dos conhecimentos padrões de natureza

fonético-fonológico e de interação social.

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A atividade propôs ao aluno apreciar produções escritas e orais em outras línguas,

partindo nesse caso da sua própria língua. A atividade foi realizada em círculos e em grupos

por parecerem mais produtivas na promoção da interação principalmente no uso e na

elaboração de materiais didáticos adequados ao trabalho em equipe. Por isso nessa atividade

foi aberto espaço para a voz do aluno ao aceitar seus tópicos e suas construções

interpretativas. Corroborando o PCN-LE (BRASIL, 1998, p, 62) recomenda-se ao professor o

reconhecimento e a aplicação dos conhecimentos linguísticos dos aprendizes, assim comoo

cuidar da convivência em sala de aula para que possa refletir uma democracia comunicativa,

levando em conta que há poucas chances de que os alunos se envolvam na aprendizagem de

língua inglesa, em especial da habilidade oral, já que os alunos estão aprendendo via língua

estrangeira.

2.4.3.1 SOBRE O FILME USADO NA UNIDADE

O filme Rio-2011 foi utilizado na unidade como recurso didático, pois se trata de um

filme em longa-metragem, do gênero animação, musical e comédia, sob a direção de Carlos

Saldanha com duração de 90 minutos, censura livre, produzido pela 20th Century Fox Film

Corporation, um dos principais estúdios do cinema americano e pela Blue Sky Studios. Foi

escolhido por mim, porque a história do filme Rio-2011 foi inspirada em uma situação real,

presente no mundo em que vivemos. A espécie já está bem velhinha, tem por nome Presley e

se encontra nos EUA.

A opção por trabalhar com filmes em DVD se explica não só pelo fácil acesso que os

alunos têm para com o material, mas pela facilidade de manipulação que esse recurso pode

oferecer, como opções do menu, pois permite aos usuários selecionar o idioma, a legenda, o

áudio. As imagens são relevantes, pois dão suporte e podem auxiliar a compreensão do aluno

por meio da linguagem audiovisual, preenchendo possíveis lacunas, considerando que são

alunos iniciantes, portanto precisam de um encontro mais direto com a língua. Sabemos que

os filmes geralmente se constituem de uma carga cultural, que precisa ser também explorada

nas aulas de língua estrangeira, promovendo assim o intercâmbio entre o conhecimento de

outros povos e o conhecimento de si mesmo.

Na perspectiva dos PCN-LE (1998, p.65) os temas transversais trabalham a

abordagem de questões sociais urgentes, pois é necessário que a escola também trate de

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questões que interferem na vida dos alunos e com as quais se veem confrontados no seu dia a

dia.

O filme Rio- 2011 abrange um assunto que compõem os temas transversais: o Meio

Ambiente. Sua principal função é possibilitar a formação de cidadãos conscientes, prontos a

decidir e agir na realidade socioambiental, de modo comprometido com a vida e o bem- estar

de cada um, da sociedade local e global. PCN-LE (1998, p.67). Para tanto, é essencial que a

escola mais do que informações e conceitos e se proponha a trabalhar com atitudes, formação

de valores, ensino e aprendizagem de habilidades e procedimentos. Isso se torna um grande

desafio à educação, assim como o é para esta unidade elaborada, que também visa

desenvolver comportamentos ambientalmente corretos, que podem ser aprendidos na prática

no cotidiano escolar.

O tema Meio Ambiente explora o contrabando/tráfico ilegal de aves, que acarreta a

aniquilação das espécies. Diante de tal problemática presente no filme, a unidade procurou

criar condições para que o aluno desperte o senso-crítico, opinando e se posicionando em

relação às atitudes desses personagens (antagonistas/vilões). Por isso, as atividades da unidade

estão em busca da formação de valores a fim de que o aluno se sensibilize diante dessa

problemática, dialogue em sala de aula. Também que a partir da reflexão feita, possa trabalhar

a formação de valores/atitudes de cidadãos conscientes contrapondo-se às situações geradoras

de conflitos presentes em nossa sociedade.

É importante lembrar que pesquisas nessa área de estudo na escola pública são raras,

principalmente no Ensino Fundamental. Conforme os PCN (BRASIL, 1998, p. 63), também

são incomuns as oportunidades que o aluno tem para falar, ouvir e compreender o discurso em

língua inglesa. Complementam ainda os PCN que os conteúdos de Língua Estrangeira se

articulam com os temas transversais, pela possibilidade que a aprendizagem de línguas traz

para a compreensão das diferentes maneiras de se viver a experiência humana.

Após o detalhamento da Metodologia de Pesquisa feito nessa seção, apresento na

próxima os procedimentos para a análise dos dados coletados.

2.5 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Nesta investigação foram utilizados conforme já citado anteriormente os seguintes

instrumentos para a coleta de dados: 09 questionários respondidos pelos alunos, sendo 01

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questionário elaborado para levantar o perfil dos participantes, mais as observações anotadas

pela professora em momentos de reflexão coletiva que foram feitos com os alunos focais ao

término da aplicação de cada questionário, que era entregue após a realização das atividades

propostas em cada fase da Unidade Didática.

Inicialmente, foi aplicado o questionário perfil, respondidos pelos alunos para que se

pudessem identificar suas necessidades, opiniões, gostos e interesses, principalmente, sobre os

gêneros clássicos de filmes, relacionados às suas expectativas, conteúdos, faixa etária, etc.

Assim que foram recebidos, relacionei as respostas caracterizando cada um dos oito

alunos participantes.

Em seguida, analisei as respostas colocadas nos questionários aplicados, refletindo

sobre os dados coletados dos alunos em relação ao desenvolvimento da compreensão oral

durante as atividades planejadas da unidade didática, por meio das cenas do filme Rio-2011,

procurando verificar quais as percepções os alunos têm ao assistirem as cenas associadas à

imagem, som e legenda, assim como também investigar as possíveis estratégias que

utilizaram ao realizar as atividades propostas.

Finalmente, analisei a compreensão oral geral dos alunos sobre o filme em longa-

metragem, por meio de atividades relacionadas ao filme, com uma resenha oral e escrita após

uma conversa reflexiva com os alunos focais deste estudo.

O primeiro questionário perfil se iniciou no início de 2012, época em que dei início à

criação/construção da unidade didática e se encerrou após o primeiro semestre, quando

terminei os últimos módulos que me alicerçaram a finalização da unidade, principalmente na

elaboração e reformulação dos questionários de acordo com as bases teóricas deste estudo.

A coleta de dados se deu no final de 2012. Como as aulas se encerrariam em 21 de

dezembro, minha ansiedade era tamanha na tentativa de conseguir aplicar todos os

questionários aos alunos, antes que os mesmos tirassem férias por conta própria da escola.

Finalmente consegui aplicar os questionários e realizar todas as atividades utilizando algumas

de minhas aulas vagas, que coincidiram com as mesmas de minha turma. Havia conversado

com a coordenação pedagógica e com os alunos que utilizariam algumas dessas aulas para as

nossas aulas de inglês, o que me possibilitou terminar a coleta de dados em tempo hábil.

Com os dados coletados iniciei a análise procurando relacionar as respostas dos

participantes com as perguntas de pesquisa feitas bem como com os objetivos propostos neste

trabalho.

Para tal fiz separei as respostas em três momentos:

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• Elementos facilitadores e/ou dificultadores para o desenvolvimento da

compreensão oral.

• Impressões dos alunos sobre o filme em si.

• Impressões sobre o uso do filme para a aprendizagem, destacando as suas

contribuições para o desenvolvimento dos conhecimentos sistêmico e textual,

temas transversais, conceitos atitudinais, interação social e compreensão oral.

Finalizando este capítulo em que foram detalhados a metodologia aplicada, o contexto

de pesquisa, os participantes, os instrumentos usados para a coleta de dados e os

procedimentos para a análise dos dados coletados, gostaria de frisar que esta pesquisa foi

elaborada atendendo aos pré-requisitos que orientam o Regulamento Interno do Comitê de

Ética em Pesquisa da PUC/SP. Os termos obrigatórios foram todos apresentados, preenchidos,

assinados, datados e postados na Plataforma Brasil. Conforme Comprovante de Envio do

Projeto consta o número: 005936/2013. A pesquisa foi liberada em 08/02/2013 por atender as

devidas exigências e por contribuir ao benefício social, que esta pesquisa proporcionará.

Cópias desses documentos constam deste trabalho no ANEXO C.

O próximo capítulo traz a análise e discussão dos dados coletados conforme a

organização acima enunciada.

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3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Este Capítulo traz os resultados advindos dos dados coletados nos diversos

instrumentos utilizados procurando responder as perguntas de pesquisa abaixo, conforme

mencionado na Introdução deste trabalho:

1) Em que aspectos, o uso do filme como recurso didático, contribui para o

desenvolvimento da compreensão oral dos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental?

2) Em que aspectos, o uso do filme na unidade didática elaborada, contribui para a

aprendizagem?

Ao ler as respostas dos alunos e analisar todos os questionários, fui tomando nota dos

aspectos importantes para uma organização em relacionar e esquematizar as informações em

relação a cada pergunta de pesquisa. Esta organização possibilitou-me dividir as respostas

relacionadas em três seções:

Na primeira, são levantados os elementos facilitadores e os dificultadores para o

desenvolvimento da compreensão oral. Na segunda, analiso as respostas dadas sobre o uso do

filme em si. Na terceira e última seção, as respostas foram analisadas relação ao uso do filme

na unidade didática para a aprendizagem, procurando-se elencar as seguintes categorias:

conhecimento sistêmico e textual, temas transversais, conceitos atitudinais, interação social e

compreensão oral.

3.1 ELEMENTOS FACILITADORES E OS DIFICULTADORES PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO ORAL

Nesta seção serão analisados e discutidos os resultados referentes aos elementos que

facilitam ou dificultam o desenvolvimento da compreensão oral apontados nas respostas dos

oito alunos participantes desta pesquisa. Foram coletados nas atividades realizadas e nas

questões específicas dos questionários sobre o assunto em pauta. Para melhor visualização à

medida do possível, os dados serão representados em gráficos.

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3.1.1 ELEMENTOS FACILITADORES

No gráfico a seguir estão representadas as respostas dos alunos relacionadas à

facilidade que sentiram para o desenvolvimento da compreensão oral durante as atividades

desenvolvidas na unidade didática.

Observa-se que para 08 alunos a imagem e a legenda facilitaram o processo de

compreensão oral. O conhecimento de mundo foi bem explorado pelos alunos. As duas

opções juntas imagem e legenda representaram uma grande relevância, pois serviram de apoio

no processo de compreensão oral dos alunos.

Gráfico1 Elementos facilitadores

Os elementos que facilitaram a compreensão oral citados pelos participantes foram:

imagem, legenda, conhecimento de mundo, atenção dos alunos, repetição das cenas,

explicação da professora, palavras conhecidas, cognatas, vocabulário.

IMAGEM

As respostas dadas na atividade 2 às questões: Como foi sua compreensão oral? O que

facilitou? após assistirem à cena 1 - pássaros na floresta em dois momentos, sem sonorização,

depois o som em inglês trazem as seguintes afirmações;

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Aluno M- Primeiro eu percebi na imagem da cena que os pássaros se divertiam no filme porque o carnaval estava chegando...

Aluno M- Depois (com o som) ouvi a música que passava do carnaval em inglês e

motivou e contagiou os pássaros a dançar na floresta.

Aluno A- Na cena a imagem mostrava os pássaros felizes dançando e de repente foram capturados na floresta.

Aluno A- Com o som eu pude ouvir a música que os pássaros estavam cantando e

percebi o quanto eles gostam da floresta pelos seus gestos, dançavam muito felizes.

Ao responderem na atividade 3 O que você entendeu sobre a cena? O que fez para

compreender? os alunos observam que:

Aluno C- Eu entendi na cena que o Dr. Túlio iria visitar o pássaro Blu e depois levou ele para sua cidade natal. Então eu visualizei por causa da imagem que me ajudou a compreender. Se fosse só o som aí seria mais difícil.

Aluno A- Eu entendi a cena por causa da imagem, que o pássaro Blu era o último

macho da espécie. Aí o pesquisador foi buscar o Blu em Minnesota porque eu percebi a imagem da placa avisando.

Aluno E- Logo que eu vi a imagem da caixa caindo do caminhão na neve nos EUA,

eu entendi que Blu foi contrabandeado para ser vendido e traficado, mas ainda bem que Linda o encontrou. Bom, sem a imagem eu nem ia saber desses detalhes.

Aluno F- Eu entendi mais quando eu vi a imagem e olhei as palavras em inglês com

atenção. Aí ficou mais fácil eu entender o que eles estavam falando em inglês.

Aluno Y-Eu achei muito importante saber em nosso dia-dia esse tipo de

conhecimento, podemos precisar se for ao cinema, ler livros, etc.

Percebe-se nas respostas dadas que a imagem é mediadora exercendo uma suposta

antecipação do processo de compreensão oral por meio da compreensão visual.

Conforme Santaella (2004, p.201) as imagens são representações mentais de um

evento e o que as faz funcionar como signo é a relação lógica que se estabelece entre elas, ou

seja, o modo em que se articula e o que se interpreta/efeito do signo. Por isso, Alves (2011,

p.12) defende que o cinema traz a arte de seduzir e estimular a imaginação. Portanto, a

imagem e o som sensibilizaram, emocionaram e auxiliaram a compreensão dos alunos diante

da cena exibida.

É possível afirmar que se este insumo não fosse oferecido, o processo de compreensão

seria mais dependente do conhecimento sistêmico, ou seja, dos elementos fonético-

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fonológicos da língua. Os signos permitem uma contextualização dos enunciados que se

tornam fundamentais para a compreensão dos alunos com pouco conhecimento linguístico,

assim como os alunos deste estudo.

Segundo Goh (2003, p.45) a compreensão oral por inferências requer que o ouvinte

ouça nas entrelinhas e preencha as lacunas ao receber as informações por meio dos

signos/imagens. Na visão de Walesko (2010, p.62) é uma técnica avançada de compreensão

oral em nível básico, devido à falta de vocabulário e estrutura da língua. Nesse caso o

processamento da compreensão oral se assemelha ao processo top-down - de baixo para cima-

que consiste na aplicação de experiências, informações e conhecimentos prévios adquiridos

anteriormente utilizados pelo aluno/ouvinte para facilitar a compreensão oral.

LEGENDA

Na atividade 4 que tratava de legenda/ vocabulário/ cognatas, os alunos relacionaram

as imagens congeladas e exibidas durante a cena do filme, de acordo com as ações do verbo

no present continuous. Isso sugere afirmar que compreenderam os usos da linguagem

utilizada, elaborando hipóteses de forma implícita em relação aos textos orais interpretados

pelos personagens nas situações apresentadas no contexto/ história do filme e presentes em

seu cotidiano, não meramente de forma fragmentada. Entretanto, interpretaram o que estava

sendo dito e analisado no discurso.

Aluno R- A atividade foi fácil porque o desenho da cena do filme é bem claro e

chamativo e deu para entender. Aluno A- Achei fácil porque houve repetição de cenas e com a legenda me lembrei

da imagem e o que significava. Aluno J- Eu lembrei na hora da cena e da legenda

Os alunos afirmaram que a legenda facilitou e melhorou sua compreensão em língua

inglesa. De acordo com a visão cognitivista PCN-LE (BRASIL, 1998, p.56) a atividade

converteu o foco do ensino para o aluno e para as estratégias que ele utiliza na construção de

sua aprendizagem de língua estrangeira, por considerar que a mente humana está

cognitivamente apta para a aprendizagem de línguas. Os aprendizes, ao serem expostos à

língua estrangeira, com base no que aprenderam de sua língua materna, consequentemente

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criam expectativas, elaboram hipóteses sobre a nova língua pelo seu próprio esforço cognitivo

de aprender, se apropriando em sua língua materna. Sendo assim, esse processo foi

considerado positivamente produtivo e benéfico aos aprendizes.

Aluno R – Primeiro eu pude ouvir a cena em português e depois em inglês facilitou

minha compreensão porque cada palavra falada em português eu ouvia e memorizava. Depois ouvia e aprendia em inglês.

Aluno M- Na troca do português para o inglês durante a cena do filme ficou mais

fácil de compreender inglês.

Aluno C- O que facilitou pra mim foi ouvir em português porque já ter assistido antes na nossa língua é melhor para entender a outra língua.

Aluno A- Foi bom pra eu aprender porque nós assistimos em português e depois em

inglês. Então facilitou a compreensão oral, deixando as atividades mais fáceis.

Aluno J- Quando eu ouvi o filme em português eu me lembrei deles falando e

depois eu entendia em inglês.

Conforme as respostas dadas pelos alunos a legenda em língua materna revelou um

elemento facilitador, principalmente quando foi utilizada de forma simultânea e gradativa

com a língua inglesa. Ao que parece, os alunos se apoiaram na Língua Materna para

compreenderem a segunda língua.

Também se utilizaram de suas próprias estratégias enquanto alunos/ouvintes durante

as atividades, como por exemplo, quando reconheceram palavras cognatas presentes no texto

oral do filme, compreenderam detalhes no texto para responder as questões, reconheceram os

padrões de ordem de palavras e organizaram sentenças no texto conforme a história. A esse

processame behaviorismo apud Goh (2003, p. 9-10) denominou de botton-up. Depois os

alunos novamente empregaram estratégias para compreenderem a histórias geral sobre o

filme, fizeram previsões, inferiram e resumiram os fatos gerais da história, utilizando o

processamento top-down, segundo Walesko (2010, p.83).

Nesse caso, é possivel perceber que o processamento top-down e botton-up se

complementaram. Conforme explicado pelas autoras, quando esse processo ocorre dá-se o

nome de processamento paralelo.

CONHECIMENTO DE MUNDO

Trazer o conhecimento de mundo para a sala de aula foi planejado, permitindo a

interação dos alunos com uma forma de quebra-gelo ou warm-up que em inglês significa

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atividade curta que prepara para outra atividade mais longa e complexa, a atividade de

compreensão oral em língua inglesa. De acordo com as respostas durante a ativação dos

conhecimentos sobre o filme foi possível analisar que 06 alunos dispunham terias de

behaviorismo

Behavioris teoria behaviorista do conhecimento de mundo:

Aluno A- Ah! Eu já conheço essa história... “É muito” da hora, né profe!” Aluno M- Eu não assisti ainda eu não sei nada desse filme. E agora heim!? Aluno C- Ôh! Não tem problema eu já vi esse filme é legal! Aí você fica no nosso

grupo! Teacher vai poder fazer a lição em grupo né? Aluno E- Oba! Eu já vi esse filme. Aí vai ser mais fácil de fazer as atividades. Aluno F- Eu assisti esse filme é muito legal. Sabe foi assim as araras azuis

entraram em extinção e os pesquisadores foram buscar uma única arara do sexo masculino a lá nos EUA e trazê-la para o Brasil para outra arara do sexo feminino para eles fazerem mais filhotes! Por isso vai ser mais fácil de fazer as atividades.

Aluno G- É e quem não viu vai poder ver né! Aluno H- É o Blu quando era filhote lá no Rio de Janeiro foi raptado para ser

vendido em outro país. Aluno I- Eu assisti no cinema foi muito bom! E quem não viu agora ficou mais fácil

porque todo mundo ficou falando! Quem prestou atenção dá para saber um pouco da história, né! Teacher já vai passar o filme?

Os dados acima apontam que os alunos articularam, dialogaram com os colegas e

professora e atingiram o objetivo da atividade: o de explorar o conhecimento de mundo. PCN-

LE (BRASIL, 1998, p.30). Os alunos declararam que se sentiram mais confiantes e

preparados para fazer a atividade. Como sugeriram os PCN-LE já citados neste estudo.

Todo texto oral e escrito deve ser submetido a sete perguntas: quem escreveu/ falou, sobre o que, para quem, para que, quando, de que forma, onde? Este procedimento pedagógico útil deve ser feito pelo professor para mostrar ao aluno que a linguagem é uma prática social, ou seja, envolve escolhas da parte de que escreve ou fala para construir significados em relação a outras pessoas em contextos culturais, históricos e institucionais específicos. PCN-LE (BRASIL, 1998, p.43).

EXPLICAÇÃO DA PROFESSORA Interessante observar nos excertos abaixo, como a ação da professora facilitou a compreensão oral:

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Aluno M- Na hora de organizar as frases em inglês eu entendi depois que a teacher explicou que tinha que prestar bastante atenção na cena e na legenda. Aí ficou fácil saber prestei atenção a legenda e nos personagem falando em inglês.

(...) Eu expliquei o significado de algumas palavras novas e expressões em inglês como I’ ll take care of you! Expliquei o que eram palavras cognatas. (Diário de Campo). (...) Perguntei quais palavras do texto pareciam com a língua materna e quais eles ainda não conheciam. Expliquei o significado de algumas palavras novas e auxiliei a pronunciá-las conforme seriam faladas no filme a fim de facilitar a compreensão oral. (Diário de Campo).

Quando os alunos tiveram dúvidas relacionadas às atividades, palavras desconhecidas

e frases em inglês recorreram até a professora. Pude atuar de forma facilitadora e mediadora

procurando solucionar suas dúvidas e dificuldades, promovendo a aprendizagem do aluno.

Segundo Vygotsky (2010, p.97) a ZPD - (zona de desenvolvimento proximal) está exatamente

na diferença entre idades e níveis de aprendizagem, o nível de desenvolvimento potencial- a

criança está ainda apegada à solução de problemas sob a orientação de um adulto ou colegas

de classe mais experientes. Sob a visão vygotskyana aprender é uma ação partilhada, pois é

por meio do outro, no caso do professor que as relações entre os sujeitos e o objeto de

conhecimento são estabelecidas.

3.1.2 OS ELEMENTOS DIFICULTADORES

Os elementos que dificultaram a compreensão oral citados pelos participantes e

representados no gráfico abaixo foram: fala muito rápida, pronúncia não é clara, tentava

entender cada palavra, ansiedade, falta de conhecimento e ruídos/som.

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0123456789

Elementos dificultadores da

compreensão oral

Elementos

dificultadores da

compreensão oral

Gráfico 2 Elementos dificultadores.

FALA MUITO RÁPIDA

Nas respostas dos alunos para as questões Como foi sua compreensão oral? O que

dificultou? nos questionários em relação a fatores que não colaboraram com sua compreensão

oral, podemos perceber que as expectativas em relação à aprendizagem correspondem em

média a muita dificuldade:

Aluno J- Eu não compreendi porque eles falavam rápido e sem legenda. Aluno A- O pássaros falavam rápido demais . Aluno M- Em inglês foi mais difícil de entender. Aluno R- Eu não entendia porque tinha palavras em inglês diferentes. Aluno F- Quando a professora explicava como falava algumas frases aí eu entendi em inglês, mas é difícil.

Diante das declarações dos alunos, deve-se levar em conta que a compreensão oral é

uma habilidade desafiadora porque não consiste tão somente na captação de sons, mas

também d e sua compreensão linguístico-comunicativa e conhecimento de mundo, crenças,

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aspectos cognitivos culturais e afetivos, fatores esses considerados até certo ponto alheios ao

controle do professor, conforme afirmou Gondim (2008).

Nesse aspecto, Rost (2002, p.88) também defendeu que a compreensão oral é um

processo cognitivo e complexo que permite a pessoa entender a linguagem oral. Afirma ainda

a autora (2002, p.139), que as dicas fonéticas- fonológicas podem compensar os lapsos de

atenção e a falta de habilidade de interpretar alguns segmentos, por conta das implicações

contextuais, como da seleção e valorização a inferências.

Observa-se um exemplo típico das falas rápidas dos pássaros que os alunos se

referiram: Where’u migrating this’ar? Trow’ll the snow balls’u want? Analisando as frases,

com as aglutinações das letras ocorreu a perda de sons, ou seja, a redução de segmentos

fônicos. Dessa forma a fala, aumentando a taxa de elocução (POLACZEK, 2003, p.26), o que

dificultou o entendimento das frases, além de expressões e gírias, que geralmente acabam

prejudicando a fala e a compreensão.

Conforme Tonetti (2007, p.90), a taxa de elocução pode ser definida como speech-

elocução e rate- taxa/quantidade- (número de segmentos acústicos consonantais ou vocálicos)

ditos dentro de um determinado espaço de tempo, geralmente medido em milésimo de

segundos. Se forem 15 em 1000ms, a taxa de elocução foi alto-rápida; se forem 7 em 1000ms

a taxa de elocução é baixa.Ainda para a referida autora a taxa de elocução pode ser

aumentada ao se suprimirem pausas ou inseri-las nos enunciados, dependendo do enredo e do

tipo de personagens e do contexto na obra cinematográfica.

A fala rápida como definiram os alunos se assemelha com Hewings (2004), que

explicou que a fala concatenada, em inglês connected speech, toma uma proporção na fala

acelerada da língua em seu uso real, podendo-se perceber algumas conexões, como o som e

suas trasformações/aglutinações que acabam desaparecendo.

No entanto, observamos que diferentes línguas têm diferentes combinações de sons em sílabas e palavras e, consequentemente, os tipos de sons que entram em contato a limites de palavras diferem de língua para língua. Isso pode significar que algumas das alterações que automaticamente são feitas por falantes nativos de inglês são problemáticas para os aprendizes (HEWINGS, 2004, p.6).

PRONUNCIA NÃO É CLARA

É possível perceber por meio das colocações, que na opinião dos alunos, a pronúncia

das palavras é outro elemento dificultador da compreensão oral, pois está atrelada a

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incompreensão de algumas palavras. Isso se explica pela complexidade da língua estrangeira e

pela falta de conhecimentos que os alunos têm sobre os conhecimentos léxico-semânticos,

morfológicos, sintáticos e fonético-fonológicos, visto que ainda são aprendizes e estão em

processo de construção do conhecimento. Por isso disseram ter dificuldades em compreender

palavras desconhecidas do seu repertório lexical.

Aluno B- Eu tive dificuldade de entender porque estava tudo em inglês e não consegui identificar todas as palavras.

Aluno R- Foi difícil na hora de ler as palavras diferentes em inglês e entender o que

eles falavam. Aluno A- Eu gostei quando eu conhecia e entendia algumas palavras que eram

parecidas com a língua portuguesa

Nesse caso, Goh (2003, p.09), explicou que isso ocorre porque o processamento da

compreensão oral ocorreu sob o aspecto denominado botton-up, ou seja, procedeu de baixo

para cima, pois é um processo onde os sons são usados para construir unidades de informação

como palavras, frases, sentenças, antes de a informação sonora ser entendida. O ouvinte é um

mero receptor que recebe e armazena informações.

Por esse motivo, é importante explicar aos alunos que há características na língua que

podem ser percebidas como a entoação, pronúncia, etc. Dessa maneira pode-se ter uma nova

compreensão ao ouvir o discurso exposto, como nesse caso, em uma cena de filme, por

exemplo, levando em conta que o inglês americano é mais aglutinado, pois se fala mais pela

influência dos filmes de forma universal.

Sobre esse assunto, transcrevo abaixo um trecho que traz uma orientação relevante

relacionada à natureza e ao objetivo desta pesquisa, mediada pela professora Márcia Pinto, no

Módulo: Fonética, A pronúncia na formação-ação do professor, no momento em que realizava

as atividades de compreensão oral com teorias pertinentes e enquanto elaborava a unidade

didática para meus alunos:

Pinto (2011) “orientou que é possível mostrar o filme aos alunos e aos poucos introduzir a compreensão oral. Os recursos da internet podem facilitar a comunicação e a compreensão da língua inglesa, percebendo como é que os nativos falam, como é sua pronúncia. É recomendável que façamos o uso do dicionário fonético, é interessante ouvir e pronunciar as palavras , pois muito se contribui para uma melhor compreensão da forma mais correta de se falar e pronunciar as palavras com clareza, auto-estima e segurança.”

(Diário de Campo).

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Autores como Otlowski e Fraser (2000) concordaram que os objetivos do ensino de

pronúncia devem desenvolver inteligibilidade funcional, comunicabilidade, auto-confiança.

Napolitano (2011, p.43), afirmou que em 80% dos filmes por serem de origem americana

poderá surgir dificuldade do entendimento do inglês coloquial. Porém, o educador poderá

antes, preparar o ouvido do aluno para as inflexões da língua, favorecendo o

desenvolvimento da compreensão oral. Ainda Fraser (2000) observou que a maioria dos

aprendizes acreditam que a melhor maneira de melhorar a sua pronúncia é praticando-a.

RUÍDOS - SOM

E relação ao elemento dificultador o som não acabou prejudicando a compreensão

oral detalhada.Conforme as respostas dadas, apenas um aluno respondeu que o som não

colaborou na sua inteligibilidade.

Aluno A - Eu não ouvi muito bem todas as plavras da música porque os pássaros

faziam muita batucada .

Nesse caso é possível analisar que os efeitos sonoros dos filmes possuem um papel

pragmático, pois eles objetivam criar um clima de expectativas e impressionar os

expectadores, porém esses efeitos sonoros, acabam prejudicando a compreensão oral

detalhada.

3.2 O USO DO FILME EM SI

Nesta seção procurei selecionar as respostas dos alunos referentes ao uso do filme em

si, buscando observar se a película escolhida despertou a atenção e o interesse dos alunos,

motivando-os para melhor compreensão oral.

As respostas dadas à questão: As atividades com filme lhe motivaram? (ANEXO B),

sugerem que a atenção foi um fator relevante que também ajudou na compreensão das cenas

do filme. Além disso, outros aspectos também foram considerados importantes para contribuir

com a atenção de cada um, como o interesse que declararam precisar ter ao fazer as atividades

e também que devem achar o tema/assunto importante. Na Unidade aplicada entenderam que

o tópico Preservação das espécies era relevante o que facilitou na compreensão das atividades

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propostas. Além disso, todos os participantes responderam que se sentiram motivados em

fazer essa atividade com filmes.

Aluno A- Minha atenção facilitou porque em cada fala eu observava os gestos dos personagens e na legenda.

Aluno M- Por que passava a cena mais de uma vez e eu prestava atenção no que

eles falavam e nas palavras em inglês. Aluno A- Prestava atenção nas palavras que eu já conhecia em inglês e tentava

entender o resto das outras palavras que eles falavam. Aluno R- Eu prestei atenção porque eu gosto muito desse filme. Alunos A, M, R, V, E- Estávamos interessados em participar das atividades. . Aluno M- O filme me motivou porque eu aprendo novas palavras em inglês. Aluno Y- O filme me motivou porque me traz alegria e animação e do ritmo do

Carnaval. Aluno E- Eu senti que o filme mostra a extinção dos pássaros. Aluno A- Eu gostei do filme porque retrata a realidade tráfico de animais. O filme

me motivou porque é uma aula diferente. Aluno V- Eu senti pena dos pássaros, porque infelizmente á a realidade de hoje em

dia. Aluno Y- Um pouco de tristeza porque a arara está em extinção, mas gostei

porque o filme traz alegria também o Blu encontra uma fêmea. Nesse caso, tais afirmações assemelham-se às de Karling (1991), que enfatizou serem

os materiais didáticos como os recursos humanos, pois são materiais utilizados para auxiliar e

beneficiar o processo de ensino-aprendizagem. Tais recursos são ferramentas importantes que

podem incentivar a observação e a atenção do aluno, motivando o gosto pelos estudos de uma

disciplina, facilitando e favorecendo uma maior compreensão sobre os assuntos apresentados,

podendo despertar o interesse e sua participação nas aulas.

3.3 O USO DO FILME PARA A APRENDIZAGEM

Retomo ao que se refere à organização dos dados dos alunos para reafirmar que nesta

seção os resultados foram agrupados por aspectos/assuntos relevantes, trabalhados e

desenvolvidos na unidade em situações de aprendizagens relativas as seguintes categorias:

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Conhecimentos: Sistêmico e Textual, Temas Transversais e Conteúdos Atitudinais, Interação

e Compreensão oral.

3.3.1 CONHECIMENTO SISTÊMICO

Partindo então das percepções e respostas dos alunos em relação à Unidade Didática

para a aprendizagem, ressalva-se que em na elaboração desse recurso didático foram

consideradas as perspectivas, abordagens e teorias de ensino – aprendizagem do material

didático que foram embasadas nos PCN-LE (BRASIL,1998).

Aluno: B- Sim. O filme me ajudou conhecer novas palavras e parecidas e eu já conhecia algumas como: chocolate, doctor, stupid, my, bird, species, help,six, no, Brasil.

Aluno: A- Hoje eu aprendi com o filme novas palavras da língua ingelsa. Aprendi:

little, kennels, parrots e together, female e know. Aluno B- Eu aprendi depois que a teacher explicou que- Doctor of Ornithology

significa um doutor de biologia ornitologista, que cuida e estuda as aves e suas espécies.

Aluno R- Eu aprendi que se eu concordo é I agree e se não concordo é I desagree.

Aluno V- Aprendi as qualidades do o pássaro Nigel como malicious, murder e ugly.

Em relação ao aspecto da aprendizagem em nível de conhecimento sistêmico os alunos

declararam em suas respostas que aprenderam novas palavras com o filme que ampliou o seu

repertório lexical, enriquecendo seu vocabulário. Por outro lado, houve em parte, uma

aprendizagem voltada à visão estruturalista/behaviorista da aprendizagem, mas acredito não

ter sido compreendida como inadequação no ensino, pois o propósito da aula tinha outro

direcionamento e o uso da abordagem e da metodologia, não foi o da automatização de

conteúdos com exercícios de repetição e substituição, conforme orientam os PCN-LE

(BRASIL, 1998 p. 56). Nesse caso, a mente do aluno não foi moldada, porque ele podia dar

seu ponto de vista na aula. Os alunos também afirmaram que puderam se posicionar, ou seja,

fizeram escolhas lexicais diante de frases como Eu concordo / I agree ou Eu não concordo/I

desagree em relação à temática dos vilões / sequestradores de pássaros. Além disso, ao que

aponta o documento:

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O conhecimento explícito sobre a relação entre o uso de certos padrões interacionais em sala de aula e a construção do conhecimento constitui um tipo de conhecimento metacognitivo que pode colaborar para que o aluno tome consciência das regras implícitas que regem a interação em sala de aula, as quais são centrais na construção do conhecimento PCN-LE (BRASIL, p. 63)

3.3.2 CONHECIMENTO TEXTUAL

De acordo com as respostas dadas foi possível compreender que trabalhar com gêneros

clássicos de filme oportunizou aos alunos obter um conhecimento sobre a organização textual,

de textos orais e escritos. Isso se justifica porque os alunos puderam se apoiar nesses tipos de

textos, ou seja, gêneros que já conheciam como usuários de sua língua materna. Nesse

sentido, gerou-se o que se chama consciência linguística, o que se refere à conscientização

linguística em vários níveis (fonético, fonológico, morfológico, sintático, léxico-semântico e

textual), além de ampliar o conhecimento que o aluno tem sobre o fenômeno linguístico

incluindo a percepção de sua língua materna e no aprimoramento de seu nível de letramento

PCN-LE (BRASIL, p. 33-35).

Aluno Y-Eu achei muito importante saber em nosso dia-dia esse tipo de

conhecimento, podemos precisar se for ao cinema, ler livros, etc. Aluno A-Eu aprendi palavras novas e sobre os gêneros clássicos de filmes: drama,

A professora deu uma boa explicação e aprendemos identificar esses gêneros de filmes.

Aluno M-Eu não sabia nada sobre gêneros, agora conheço fiquei mais esperto e

inteligente. Se for ao cinema ou na locadora eu já sei como é o filme.

3.3.3 INTERAÇÃO SOCIAL

Como podemos analisar a grande maioria das respostas dos alunos revelou que

aprender em grupo é melhor porque a união de idéias permite um maior desempenho do

trabalho como um todo.

Os alunos também declararam que como cada um sabia uma coisa diferente

possibilitou a troca de conhecimentos, portanto houve ajuda entre eles mesmos. Pode-se dizer

que houve a interação social em grupo sem a presença de um líder específico. Todos os

alunos focais responderam que fazer atividade em grupo era bem mais fácil do que fazê-la de

forma individual.

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Aluno R, A - Foi legal fazer as atividades com meus colegas porque cada um sabe uma coisa diferente e em dupla ou grupo um ajuda o outro.

Aluno J - Trabalhar em grupo é melhor porque não fica muitas perguntas para um só aluno responder. Nós podemos juntar as idéias para responder.

Alunos R, M e B- Foi fácil fazer o resumo do que entendemos porque todos nós aprendemos porque além de assistirmos ao filme aprendemos palavras novas no filme e um ajudava o outro a lembrar das cenas.Não houve líder e todos participaram.

Alunos A, V, J, J e A- Hoje organizamos o resumo em grupo sobre o que entendemos do filme em inglês. Não houve líder e foi fácil fazer, porque assistimos o filme, mais de uma vez. Nós gostamos de aprender com essas atividades porque foi uma aula diferente e pedimos ajuda da professora, porque seria mais difícil sem a sua explicação.

Aluno J- Trabalhar em grupo é melhor porque não fica muitas

perguntas para um só aluno responder. Nós podemos juntar as idéias para responder.

Outro fator importante foi o dado novo, pois para esses alunos a aula apresentou

conteúdo interessante relacionado à vida real. As atividades com filmes também lhe ajudaram

por terem assistido mais de uma vez, o que se pode sugerir que a assimilação dos fatos e

idéias em suas possíveis representações mentais associadas aos signos/ imagens personagens

fizeram um sentido lógico em seu raciocínio, podendo fluir melhor a aprendizagem, ao que se

indica:

A visão sociointeracionista é de que a aprendizagem é de natureza sociointeracional,

pois aprender implica estar no mundo social com alguém em um dado contexto

histórico, cultural e institucional. PCN-LE (BRASIL, 1998, p.57).

Isso se explica porque os processos cognitivos são gerados por meio da interação ou

parceiro mais competente, que pode resolver tarefas de construção de significado/

conhecimento. Nesse caso, o parceiro mais competente seja o professor ou o aluno em relação

ao seu colega de classe auxilia o parceiro na construção de significado e na aprendizagem do

uso da língua, foco que é de extrema importância no processo de desenvolvimento nas

atividades da unidade.

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Nesta pesquisa torna-se perceptível que a proposta em proporcionar a interação entre

os alunos foi possível de ser realizada. Os alunos revelaram que houve a aprendizagem entre

eles e a professora mediante uma ajuda/explicação durante a atividade, o que contribuiu para

a aprendizagem deles.

O que talvez tenha ocorrido segundo Vygotsky (2010 p. 97) a ZPD - (zona de

desenvolvimento proximal), ou seja, sob a orientação de um adulto ou colegas de classe mais

experientes foi possível realizar as atividades.

Entretanto, o que conforta saber é que nas palavras do psicólogo: "a zona proximal de

hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã". Logo, aquilo que nesse momento o

aprendiz só consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante ele certamente

conseguirá fazer sozinho, pois na visão vygotskyana aprender é uma ação partilhada, uma vez

que é por meio do outro que as relações entre os sujeitos e o objeto de conhecimento são

estabelecidas. Assim, a aprendizagem em sala de aula hoje pode servir de proveito em uma

situação futura desse aluno em seu meio social.

3.3.4 CONTEÚDO ATITUDINAL/ TEMAS TRANSVERSAIS

A temática da Preservação de espécies Meio Ambiente, presente no PCN (BRASIL,

1998 p.67), a saber, é um tema polêmico na atualidade, principalmente, por estar preocupado

em resgatar valores e com a formação de cidadão conscientes,

Aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental de modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade, local, global. Para isso, é necessário que, mais do que informações e conceitos , a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de habilidades de aprendizagens e procedimentos. Esse é um grande desfio para a educação “Comportamentos ambientalmente corretos” são aprendidos na prática do dia-a-dia na escola. PCN (BRASIL, 1998, p.67).

Como podemos analisar pelas respostas dos alunos, houve em suas opiniões certo

posicionamento em relação às atitudes dos personagens durante a história do filme, mostrando

a preocupação em relação à atitude de depredação que levou praticamente total extinção das

espécies araras azuis e a natureza ameaçada:

Aluno AB- Eu achei interessante porque além de aprender uma nova língua e aprendi o que acontece na vida real.

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Aluno G- Eu aprendi com a cena do personagem Nigel que a vingança não nos leva a nada.

Aluno A- Eu não concordo com a atitude do Nigel. E no filme não houve um final

feliz porque ele sempre prejudicava os outros pássaros, querendo se dar bem e trapaceando. Aprendi que na vida real é assim, nem sempre nos damos bem em tudo, mas não precisa prejudicar ninguém.

Aluno M– Eu concordo com a atitude do Doctor Túlio porque ele estava tentando

salvar a espécie. Se eu fosse ele, eu faria a mesma coisa. Ele trabalha no Centro de Conservação dos Animais do Rio de Janeiro.

Aluno A- Eu discordo com os pássaros presos. É direito dos animais viverem livres

na natureza, que é o lar deles.

Alguns valores adversos como vingança, ganância, trapaça, cativeiro de pássaros e

tráfico de animais também assolam a natureza e consequentemente são ilegais aos olhos dos

direitos e defesa dos animais como os Centros de Proteção aos Animais atuantes em nossa

sociedade. Diante dos resultados expostos é possível afirmar que os valores atitudinais como a

compreensão de valores e interesses culturais em compreender os outros como agem em nossa

sociedade, a preocupação em serem compreendidos em suas falas e a consciência crítica

foram absorvidos pelo aluno enquanto sujeito coparticipando socialmente, em contextos de

ação como no caso deste estudo. PCN-LE (BRASIL, 1998 p: 58).

3.3.5 A UNIDADE DIDÁTICA, SUA ESTRUTURA E ATIVIDADES PREFERIDAS

De acordo com o gráfico abaixo, podemos observar que das 07 atividades que

compõem a unidade, a que os alunos mais gostaram corresponde a um percentual de 75% dos

alunos participantes.

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Gráfico 3 As atividades que os alunos mais gostaram.

Na verdade ficou um pouco complexo responder à questão elaborada porque 06 alunos

afirmaram que gostaram de todas as atividades. Já 04 alunos, ou seja, 50% dos participantes

declararam que apreciaram a atividade de caça-palavras/cruzadinhas porque acharam a

atividade mais fácil de compreender, divertida e simples de fazer porque foi com o musical do

filme. Na atividade de resenha sobre a compreensão do texto oral, um total também de 50%

dos alunos (04) responderam gostar de organizar o texto conforme compreenderam o filme

em longa metragem e alegaram que escrever dá muito trabalho. Já para os 04 alunos do outro

grupo a resposta foi oposta, declararam que a atividade de que mais gostaram foi do resumo,

porque foi uma forma de relembrar tudo que viram no filme. Nas respostas dos alunos

podemos notar suas observações:

Alunos A, B, J e R- O resumo foi a atividade que mais gostamos porque relembramos tudo que vimos no filme.

Alunos A, B, V e M- atividade do resumo foi a que menos gostamos porque

escrever é muito difícil e dá muito trabalho.

O que é possível sugerir é que as habilidades de escrita do segundo grupo não eram tão

aprimoradas quanto as do primeiro, fator que supostamente pode não ter motivado tanto esses

alunos nessa atividade. Porém para eles trabalhar em grupo é muito bom porque aprendem

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mais coisas porque um ajuda o outro. A unidade como um todo, segundo a visão do aluno,

serviu para aprender as coisas que acontecem no mundo, aprender valores, expressar ideias e

respeitar opiniões criticamente, para aprender sobre os gêneros de filmes, palavras novas,

socializar a aprendizagem que foi um aspecto satisfatório e motivador para os aprendizes

enquanto aprendiam a compreensão oral por meio de filmes em língua inglesa.

3.3.6 DESENVOLVIMENTO DA COMPREENSÃO ORAL

Ao final das atividades da Unidade Didática, foi solicitado aos participantes que

respondessem à questão: Agora após ter participado e se desempenhado em todas as

atividades da unidade por meio do filme: a sua compreensão oral melhorou?

Os dados revelam que os alunos melhoravam sua compreensão à medida que a cena ia

se repetindo de forma gradativa. Observou-se que os alunos fizeram o levantamento das

hipóteses e combinação de palavras, reforçando seu desenvolvimento cognitivo, captando

idéias, buscando informações específicas possivelmente em palavras-chaves, em frases

ouvidas, ocorrendo o suposto processo paralelo, pois houve uma complementação dos

processos de botton-up e top-down, segundo a sugerida por Goh (2003) e o que se esperava

que pudesse ocorrer com o uso do filme como recurso didático, como afirmou Souza (2007,

p.1-4).

Nos fragmentos abaixo o desenvolvimento previsto pode ser percebido:

Aluno M- Eu percebi que melhorou um pouco mais a compreensão.

Aluno A- Sim, porque nós ouvimos o filme em português, depois inglês.

Aluno A- Eu entendi melhor, estou aprendendo e compreendo um pouco mais.

Aluno J- Cada vez que ia ouvindo a fala eu ia melhorando, que cada vez que repetia ia chegando um pouco mais longe na compreensão das palavras que elas falavam.

Aluno M- Foi melhor fazer atividades com filmes, ir para a sala de vídeo. Eu gosto

mais de ficar na sala de vídeo do que na sala de aula.

Aluno B- A minha aprendizagem ia para melhor a cada aula e também a compreensão e atenção, eu estava conhecendo mais a língua com o filme.

Nesse caso é possivel analisar que a legenda e a repetição de palavras contribuiram

para a compreensão oral em vários aspectos como, repetições, assimilações, etc. Gomes

complementando Souza (2007, p.1-4) afirmou que a legenda contribui com sua apresentação

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multisensorial da imagem, linguagem oral e palavras escritas em filmes simultaneamte, nos

legendados que oferecem aquisição de novos conceitos, ao mesmo tempo em que fornecem

o contexto para uso das palavras, reforçando a aquisição de novo vocabulário. Assim, a

associação de áudio e escrita pode auxiliar os alunos a usar estratégias de aprendizado

diferentes. Ainda para Gomes (2006, p.32) o filme tem poder motivador, pois são familiares

aos alunos.O desenvolvimento da habilidade foi causado pelo recurso filme, pois a cada vez

que ouvia os alunos iam fixando e se familiarizando com a língua inglesa, conforme dito por

Nérici (1985, p.42).

Complementando este trabalho, apresento a seguir as Considerações Finais que

elaborei expondo minhas observações de pesquisadora.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo pretendeu construir e produzir novos conhecimentos relacionados à minha

prática docente com o objetivo de obter uma perspectiva educacional mais sólida, autônoma e

necessária em estar preparada para ensinar, de acordo com teorias pertinentes e concepções

teóricas de ensino-aprendizagem e de linguagem, pois os alunos de ontem, não são os alunos

de hoje. Ensinar como ontem não é como ensinar hoje.

Faço essa afirmação tendo em vista a sensibilidade dos jovens que me rodeiam

diariamente na escola pública, que são cercados, constantemente pela era do visual. Ao invés

de competir com os alunos devemos nos preparar para com eles trabalhar. Se há

transformações do paradigma tecnológico, consequentemente, as práticas educacionais,

também devem ser modificadas.

Somente após ter iniciado o curso de Práticas Reflexivas e Ensino- Aprendizagem de

Inglês na Escola Pública- COGEAE-PUC/SP foi que realmente encontrei um lugar, um

contexto educacional, onde pude questionar e refletir profundamente sobre minhas ações em

sala de aula e a conhecer os gostos, interesses e necessidades dos alunos, fator relevante, antes

de se iniciar qualquer projeto, aula, e consequentemente, a elaboração de materiais de ensino,

principalmente, a aprendizagem de línguas.

Retomando, este estudo objetivou utilizar o filme como um recurso audiovisual em

uma unidade didática por mim elaborada segundo os pressupostos teóricos do PCN e PCN-

LE (BRASIL, 1998) e autores pertinentes para verificar se esse insumo favorece o

desenvolvimento da compreensão oral e demais aprendizagens, assim como promover o

interesse em aprender a língua inglesa. Desde então, percorri vários caminhos até chegar a

este trabalho, no qual me propus a responder com os estudos feitos às duas questões de

pesquisa:

1) Em que aspectos, o uso do filme como recurso didático, contribui para o desenvolvimento

da compreensão oral dos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental?

2) Em que aspectos, o uso do filme na unidade didática elaborada contribui para a

aprendizagem?

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Respondendo à primeira pergunta de pesquisa diria que a análise dos dados coletados

permitiu observar, que durante o processo de compreensão oral, os participantes deste estudo

tiveram um bom desempenho nas atividades quando foram expostos a textos orais.

Os elementos facilitadores parecem que agiram mais a favor da habilidade oral. Como

por exemplo: a imagem, os signos e a legenda exerceram mediação no processo de

aprendizagem. Além disso, o que deve ser levado em conta é que o próprio esforço cognitivo

do aluno de aprender apropriado à sua língua materna estabeleceu uma ligação favorecendo a

aprendizagem de outra língua, minimizando suas dificuldades.

Isso talvez se deva ao fato de os alunos terem declarado ter interesse pela atividade

que representou um dado novo, a novidade em aprender com o uso do filme, escolhido com

critérios. Além disso, a maneira que o professor explorou o conteúdo, valorizando o

conhecimento prévio, antecipando e esclarecendo aos alunos os conhecimentos sistêmicos

mais complexos, promovendo um contato mais direto com as formas linguísticas autênticas.

Quando as cenas eram expostas em áudio inglês, os alunos reclamavam que sentiam

dificuldades, mas iriam prestar atenção conforme eu lhes orientava. Obviamente, embora seus

esforços mentais fossem acionados, não conseguiam interpretar palavras rápidas, devido aos

elementos dificultadores como a fala rápida, concatenada ou até mesmo a falta de contexto da

palavra, dispersando a atenção mais ao visual do que para o campo verbal.

A língua materna oral, utilizada primeiramente na cena. Depois em língua inglesa com

legenda em inglês, funcionou como apoio fundamental para dar suporte ao texto oral,

favorecendo a compreensão oral em língua inglesa, compensando possíveis lapsos do

conhecimento sistêmico, devido à falta de vocabulário e estrutura da língua que os alunos

possuem.

Em decorrência das atividades os alunos enfatizaram que somente quando voltavam à

cena com legenda, é que compreendiam melhor a mensagem, sugerindo a possibilidade de ter

ocorrido o processamento paralelo, ou seja, o processamento ascendente (botton-up) e o

descendente (top-down) que podem ter ocorrido juntamente. Isso se explica porque em alguns

casos, um pode ter prioridade sobre o outro, dependendo da quantidade de prática que cada

aluno teve em processar uma determinada tarefa. Esse poderia ser um aspecto a ser mais

aprofundado e acredito requerer mais estudo em profundidade, como uma tentativa de auxiliar

melhor as dificuldades encontradas.

O elemento imagem, ou seja, os signos presentes no filme proporcionaram um efeito

positivo, principalmente para os alunos do grupo focal envolvido. Nas declarações dos alunos

foi estabelecida uma relação lógica do pensamento, ou seja, o signo teve sentido, significado,

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pois ocorreu a compreensão. Exemplificando, mais precisamente, o efeito do signo/ imagem é

a compreensão / leitura, pois nesse estudo foi supostamente provocado na mente dos alunos/

intérpretes porque houve a interpretação da mensagem no contexto do filme. O que é possível

afirmar, que a compreensão oral por inferências preencheu as lacunas pré-existentes.

Quanto ao conhecimento de mundo, permitiu-se uma articulação dos alunos e

professora antes de serem iniciadas as atividades. Como a ação foi partilhada, verificou-se que

os alunos se declararam mais confiantes para fazer a atividade, pois a interação permitiu a

troca de informações entre os sujeitos e o objeto de conhecimento, assim como, houve a

construção do conhecimento estabelecida por Vygostsky. Outro fator que também poderia ter

sido mais bem explorado seria a questão da autoconfiança em relação ao conhecimento

externo.

Notavelmente é possível afirmar que o filme é um recurso didático- audiovisual

motivador, incentivador da observação do aluno, convidativo, que motiva e desperta o gosto

para uma disciplina, facilitando e favorecendo a aprendizagem sobre um determinado assunto,

promovendo o interesse e a participação do aluno, quebrando a rotina em sala de aula. Porém,

para sua utilização, deve ser feito um planejamento adequado daquilo que se objetiva ensinar

e estar atento às condições gerais de uso e de suas reais necessidades, como: faixa etária,

conteúdo, postura do professor, pois o filme em si, não provoca mudanças, mas a forma como

é encarado, abordado. O professor deve conhecer os usos inadequados do vídeo para não

acarretar no mau uso, acarretando numa inversão didática, de acordo com Pais (2000).

Em relação aos aspectos analisados como elementos dificultadores foram menores,

salientando-se aqueles voltados ao conhecimento sistêmico. Porém pela repetição de cenas e

outras estratégias parecem ter sido compensadas possíveis lacunas, além de ter acrescentado a

aprendizagem do léxico- ampliando, mais a visão estrutural- o vocabulário, porém se

posicionaram mediante as escolhas lexicais.

A segunda pergunta de pesquisa que enfocou em quais aspectos o uso do filme na

unidade elaborada contribuiu para a aprendizagem dos alunos foi tratada de forma a

apresentar o Tema Transversal-Meio Ambiente - PCN-LE (BRASIL, p.1998), Preservação

das Espécies. A temática explorada de acordo com as respostas dos alunos permitiu que os

alunos refletissem e se posicionassem em relação aos valores adversos e às atitudes

geradoras de conflitos como o tráfico ilegal de aves, cativeiro de pássaros, vingança, ganância

e trapaça, que são presentes em nossa sociedade. Portanto a consciência crítica e a valorização

e proteção aos animais foram absorvidas pelo aluno enquanto sujeito em coparticipação social

possibilitando-lhes agir em contextos de ação, em seu mundo real.

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No aspecto sentimentos/motivação nas respostas dadas percebeu que a atenção foi

um fator relevante, pois lhes ajudou na compreensão de cenas do filme. O interesse pelo filme

sensibilizou o grupo de alunos, perante aos atos inconscientes dos personagens tristeza e

alegria crueldade, pena, amor, confiança, cooperação, etc., percebendo quais sentimentos e

atitudes foram envolvidas. Esse assunto poderá ser melhor explorado em estudos futuros.

A interação social revelou ser a preferência dos alunos, pois preferem aprender em

grupos, com a troca de conhecimentos e idéias. Os alunos declararam que houve a ajuda pela

mediação da professora. Portanto criou-se uma situação semelhante à ZPD na visão de

Vygotsky, sob a orientação de um adulto ou par mais competente, preparando para atuar e

poder usar o que aprendeu em outros contextos.

Os alunos relataram que gostaram de todas as atividades da unidade elaborada. Alguns

deram possíveis sugestões, como letras novas, talvez musicais, videoclips, etc. Enquanto

professora pesquisadora- designer, pude perceber a importância e a responsabilidade da

construção um material e do aluno que se pretende formar. Talvez seja necessário reconstruir

algumas das atividades.

É relevante considerar que, trabalhar previamente o conhecimento sistêmico do aluno,

assim como já se trabalha o conhecimento de mundo, supostamente poderá ser muito útil e

evitar tantas repetições cansativas, principalmente para aqueles que já conhecem o

contexto/filme. Sabe-se que o aspecto visual não ocupa o lugar do verbal. Então o input

(botton-up)-conteúdo/sistêmico/desconhecido/ recebido, uma vez ativado / explorado antes,

ao entrar em contato com os signos/imagens/sons, as representações mentais supostamente

poderiam ser aceleradas, não tomando tanto o lugar do visual, mas se aproximando mais do

verbal, ou seja, acelerando o processamento de compreensão oral (top-down- e botton-up), ou

processamento paralelo, pois as lacunas mais complexas já foram compensadas, facilitando

ainda mais a compreensão oral. E nesse caso os signos/imagens, talvez possa querer tomar

lugar do verbal.

De todos os aspectos analisados, com o uso do filme, pode-se afirma que este recurso

foi passível de verificação. Constatou-se que o filme é um ótimo recurso para o aluno

aprender oralmente, para conhecer os conhecimentos primordiais, conforme apontam os PCN

como os conhecimentos de mundo, sistêmico e textual. O uso do filme possibilitou o aluno a

desenvolver a compreensão oral, como também favoreceu o desenvolvimento de outras

habilidades, pois o aluno vendo o que está próximo do seu mundo ele compreende com muito

mais facilidade e interesse, pois a aprendizagem não está mais distante de sua realidade.

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Acredito que a eficácia e o bom desempenho dos alunos se relacionaram não apenas

ao filme em si, mas como foi utilizado e pelas atividades elaboradas, permitindo o aluno

buscar e encontrar sua compreensão, de uma maneira mais real por meio de imagens e sons, e

não apenas pela vastidão da fala. Os alunos afirmaram que sua compreensão oral melhorava a

cada atividade, o que demonstrou que sua fluência em relação à pronúncia das palavras fluía

conforme se familiarizavam com a língua inglesa. O filme legendado, por vezes, dificultou a

compreensão oral devido ao pouco conhecimento lexical que possuem, porém sem a legenda

com o áudio em língua materna, pareceu compensar e resgatar a língua inglesa pela sua

própria língua. Sobretudo os alunos, no final da pesquisa ainda me questionaram porque não

teriam mais aulas assim, se mostrando motivados, curiosos e interessados em saber se

poderiam participar novamente de mais aulas com o uso de filmes.

Enfim, diante do exposto, acredito que esta pesquisa trouxe muitos desafios, os quais

eu não conhecia, porém me proporcionaram profundas reflexões e transformações em minha

prática docente, deixando marcas significativas e inesquecíveis para todos participantes

envolvidos nesse processo de ensino- aprendizagem da língua inglesa. Espero também que

este trabalho possa contribuir para novos estudos.

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ANEXOS

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ANEXO A: QUESTIONARIO PERFIL - INICIAL

Este questionário trata-se de uma pesquisa de opinião e tem como objetivo verificar os gostos e desejos dos alunos do 7º ano do (Ensino Fundamental) da escola pública da rede estadual de São Paulo, assim como aperfeiçoar as aulas de língua inglesa no processo de ensino- aprendizagem.

Idade:__________Série:__________Data:__________

1- Você já fez algum curso de inglês?

( ) sim ( ) não

2- Por quanto tempo?

( ) até 03 meses ( ) 01 ano ( ) 06 meses ( ) 02 anos Outros__________________

3-Você gostou? ( )sim ( )não. Por quê?___________________________________

4- Qual é o gênero de filmes que você costuma assistir?

( ) drama

( ) fantasia/magia

( ) romance

( ) faroeste

( ) suspense

( ) ação

( ) ficção científica

( ) musicais

( ) policial

( ) terror /horror

( ) animação

( ) documentário

( ) aventura

Outros______________________________________________________________

Por quê?____________________________________________________________

5- Cite um nome de filme que você mais gostou de ter assistido? Por quê?

6- a) Qual habilidade você tem mais facilidade para aprender a língua inglesa? Por quê?

( ) ler escrever( ) falar( ) ouvir( )

___________________________________________________________________

b) Qual habilidade você têm mais dificuldade para aprender a língua inglesa? Por quê?

( ) ler escrever( ) falar( ) ouvir( )

___________________________________________________________________

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7- Com que frequência você vai ao cinema?

( ) quase todos finais de semana ( ) não costumo ir ao cinema

( ) gostaria de ir mais vezes ( ) de vez em quando

( )outros___________________

8- Quais filmes você gostaria de assistir? Por quê?

___________________________________________________________________

9- De que maneira você costuma assistir a filmes em sua casa na:

( ) TV ( ) computador ( ) DVD ( ) internet

Por quê?_____________________________________________________________

10- O que você prefere fazer em suas horas livres/ passatempo?

( ) ouvir música

( ) internet

( ) passear

( ) jogar bola

( ) assistir TV

( ) games

( ) assistir filmes

( ) ler livros

( ) etc.

11- Aprender inglês para você é importante? Por quê?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

12- Como você prefere fazer atividades na aula?

( ) sozinho ( ) com os colegas

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ANEXO B

A UNIDADE DIDÁTICA

Atividades elaboradas pela aluna Adriana A. Oliveira no módulo do Curso de Pós-Graduação em Práticas Reflexivas de Inglês na escola pública. PUC-SP.

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QUESTIONÁRIO SOBRE CONHECIMENTOS PRÉVIOS

Responda em grupo:

When?/ Where?

Quando?/Onde?

Who?/Quem? How?/Como? Why?/Por quê?

O que vocês já sabem, ou seja, quais são os seus conhecimentos sobre o filme Rio? Escreva em português.

Hello,

folks!

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Name______________________________nº______grade______

ACTIVITY-01

1) In pairs. Match the genres and write their respective names.

Genres/Kinds of films

( ) Comedy ________________( ) Drama

___________________ ( ) Sci-fi ___________________( ) Horror ___________________( ) Western ___________________( ) Magic/Fantastic __________________( ) Animation & Adventure _________________( ) Musical

b) Talk with your classmate…Which of these films you ever watched? Did you like it? Why?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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QUESTIONÁRIO SOBRE A ATIVIDADE 1

Responda em pares.

1) Qual é o grau de seu interesse em aprender a língua inglesa?

( ) muito ( )pouco ( ) médio ( ) nenhum ______________

( ) muito ( )pouco ( ) médio ( ) nenhum _______________

2) Na aula de hoje o que você aprendeu ? Que tipos de filmes? O diálogo entre os colegas e a explicação da professora ajudou você a entender melhor? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________

3) Em sua opinião, aprender sobre “ gêneros de filmes” é importante, em nosso dia- a -dia ? Por quê?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________

4) O que você aprendeu com seus colegas, em relação a filmes que assistiram? O que vocês acharam de trabalhar em grupos? Por quê?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Name: __________________________________nº______ Grade_________.

ACTIVITY-02

1) Let’s hear and watch a little song about the birds in the film Rio. Circle the words

according you understand.

LOVE

BAD BIRD

CAN

MOON

NERD

BIRDS

SCHOOL

CARNAVAL

DANGER

GIRL

RIO

BOY

DANCE

SEE

SCIENCE

ROMANCE

Responda em português: 2) O que você entendeu sobre esta canção? Onde os pássaros estão e o que acontece com

eles? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3) Em sua opinião esta cena é importante? Por quê? Qual é a relação com nossa vida real? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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QUESTIONÁRIO SOBRE A ATIVIDADE 2

Responda Individualmente

1) O que você entendeu/ percebeu sobre a cena do filme que você assistiu?

Antes (sem o som) eu compreendi______________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Depois ( com o som) eu entendi________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Enquanto você assistia a cena do filme... Como foi a sua compreensão oral? O que te facilitou foi....

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ O que te dificultou foi...

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3)Em sua opinião, o filme ajudou você a compreender inglês?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

4) O que você sentiu sobre o filme?Explique

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

5)A atividade com filmes te motivou? ( )sim ( )não

Porque____________________________________________________________

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AFTER WATCH THE FILM…. ACTIVITY-03

1) Identify the speakers. Put in the correct order according to the scene you

watched.

__________ “No, no. I have come 6.000 miles looking for him.-(Doctor of Ornithology) - Túlio Monteiro-(Conservation Center of Rio de Janeiro- Brasil). He’s magnificent!.”(

__________“Stupid clock! Good morning, Blu!”Come here! Tyler Blue Guinderson! You know these vitamins are good for you! Uh! What’s this! ”.( )

__________ “Are you all right?” Are you looking for some books?”. ( ) __________ “It’s okay. It’s okay. I’ll take care of you. ( ) __________ “Linda? Little help here. Linda!”. ( ) __________ Yes, Mom, I’d love to visit, but who take care of Blu?”-Mom!

They don’t have kennels for parrots.” Here’s your hot chocolate Blu!. ( )

__________ You know, your Macaw is a very special bird. In fact, as far as you know, Blu is the last male of his kind.”-Really! And recently we found a female and our hope is to bring the two of them together to save their species.-No, no. Blue must come to Rio de Janeiro. ( )

__________ Ah!Ah! Rio? Brazil? No, no, no, no. I never let Blu out of my sight. He needs me. ( )

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QUESTIONÁRIO SOBRE A ATIVIDADE 3

Responda individualmente

1) O que você entendeu sobre a cena do filme? O que você fez para entender? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Como foi sua compreensão oral?

O que te facilitou.... . O que te dificultou...

( ) a imagem ( ) conhecia a história do filme ( ) assistir ao filme c/ legenda ( ) palavra parecidas c/a L. portuguesa ( ) palavras que já conhecia ( ) a repetição da cena ( ) as explicações da professora ( ) sem dificuldades ( ) minha atenção

( ) falta de conhecimento( da história, das palavras) ( ) a fala é muito rápida ( ) a pronúncia não é clara ( ) o som não estava bom ( ) a cena não me interessava ( ) tentava entender cada palavra ( ) a ansiedade em saber o que falavam ( ) sem dificuldades

3) Para você identificar os falantes e ordenar os fatos de acordo com a cena foi:

( )fácil ( ) difícil Por quê?__________________________________________

4) Você acha que ouvir a cena em português e depois em inglês, te ajudou a compreender melhor a língua inglesa? O filme facilitou a sua compreensão oral? Foi mais fácil para fazer as atividades?

( ) sim ( ) não Porque____________________________________________________________

_________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________

5)Como você se sente agora, na segunda atividade de compreensão oral, por meio de filmes?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Reading Comprehension –

Parte -1 Answer in groups. ACTIVITY-04 1) Who are the characters of the film?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) What did the Doctor Túlio want to do?

( ) finish with their species ( ) save their species ( ) study their way of life

3) Where did this story happen? In which places?

( ) Minnesota; Rio de Janeiro; ( ) New York, São Paulo ( ) London, Brasil

4) What are they doing? Look at the illustrations below and write it according to the

expressions in the box:

______________________ ____________________ ______________________ _________________

drinking hot chocolate- brushing the teeth - looking for someone- saving the species

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QUESTIONÁRIO SOBRE A ATIVIDADE 4

Responda em grupos

1) As questões do Reading Comprehension/ compreensão de texto, que você fez em pares, em sua opinião foi?

( ) mais fácil ( ) mais difícil

Por quê?______________________________________________________ ____________________________________________________________

2) A atividade de relacionar a ação à imagem, as quais aconteceram na cena, foi... ( )fácil ( ) difícil Por quê?_____________________________________ ____________________________________________________________

3) Você acha que o filme contribuiu/facilitou para você aprender inglês? Por quê?

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) O que você aprendeu na aula de hoje?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) O que você acha de fazer atividades com filmes?Compare com as atividades de aulas anteriores? O que você percebe?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Reading Comprehension- Parte- 2 ACTIVITY-05

1) In pairs. Look at these pictures. In your opinion what do you think about the birthcathers in the forests? Do you agree or disagree? Why?

a)I ____________because__________________________________________

b) I ___________ because__________________________________________

5) Do you agree with doctor Túlio action? Where does he work? What’s his

occupation? What would you do if you were the doctor Túlio? Why?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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QUESTIONÁRIO SOBRE A ATIVIDADE 5

Responda em grupo

1 ) O grupo apresentou dificuldades nas atividades de hoje?

( ) sim ( ) não

Explique________________________________________________________________________________________________________________________ 2) Houve algum aluno que se “destacou”, ou seja, ajudou mais na realização das atividades? Quem foi? Como foi que ele ajudou?

( ) sim ( ) não

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Alguém no grupo não ajudou nas atividades? Quem?

Por quê?_________________________________________________________

4) Assinale as alternativas que você observou na aula:

a) ( ) A atividade é interessante. b) ( ) O assunto preservação das espécies em extinção é importante.

c) ( ) Entendemos o que era pra fazer. d) ( ) Os colegas do grupo colaboraram. e) ( ) As orientações dadas pela professora ajudou a entender melhor. f) ( ) Trocamos experiências e novas informações c/ o os colegas. g) ( ) Estávamos motivados. h) ( ) O vocabulário estava difícil. Por quê?_________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________

3) Na aula de hoje, o grupo aprendeu...

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

__________________________________________________________

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ACTIVITY-06

6) Let’s hear a song about the villain Nigel? Pain attention… Circle the words he told about himself.

good, ambitious, malicious, dirty, gentle, scary, bad, murder, honest, ugly, predator, beautiful, tender

7) Você concorda com a atitude do pássaro Nigel? Em sua opinião, essa atitude tem sempre um final feliz? Por quê?

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A A V S C A R Y P B Q B E D

A E D U O T V R C X Z A R I

M U R D E R E F V W U L G R

B G B Z I C A E V L G O H T

I F M B W S A Z C C L I J Y

T R T R A E E D A K Y A J N

I L S D A D P T U U Z A L T

O R T K K L B O J O L L D Y

U E F G M A L I C I O U S U

S A W H T F V P R X S S A I

O Q A Z U I P R E D A T O R

I know I’m not a pretty bird… but I was a super star.

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QUESTIONÁRIO SOBRE A ATIVIDADE 6

Responda individualmente

1)O que você compreendeu da canção do pássaro Nigel?

_________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________

2) O que você achou de ouvi-la em portugês-inglês? Qual foi o grau de dificuldade?

( ) muita ( ) pouca ( ) média ( ) nenhuma

Porque____________________________________________________________

3) Essa cena proporcionou alguma aprendizagem / lição de vida em relação, como devemos nos relacionar com as pessoas? Explique.

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4)Na aula de hoje, eu aprendi...

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________

5)O que você achou da sua compreensão oral durante essa atividade? Está como na primeira atividade, ou você está percebendo alguma melhora a cada aula? Explique.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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AFTER WATCH THE FILM- ACTIVITY- 07

1. In groups .Talk about the film you watched in English language. 2. Write a little summary in Portuguese. 3. After that changes your activity to the other group, so that you can to correct

each other produced. Good job!

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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QUESTIONÁRIO SOBRE A ATIVIDADE 7

Responda em grupo

1) 0 que aprendemos na aula de hoje.... Como fizeram para organizar o texto?

a.( ) sim ( ) não Houve um líder no grupo? Quem? b.( ) sim ( ) não Alguém não participou? Quem? c.( ) sim ( ) não Foi fácil ou difícil? Por quê? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) Assinale a alternativa que se completa:

a.( ) sim ( ) não gostaram / aprenderam com as atividades da apostila? b.( ) sim ( ) não mudaria alguma atividade? Qual? Dê uma sugestão. c.( )sim ( ) não você gostou de trabalhar c/ seus colegas? d.( ) sim ( ) não você pediu ajuda a professora durante as atividades? Por quê?___________________________________________________________

____________________________________________________________

3) Qual a atividade que você mais gostou de fazer?Por quê?____________________ _________________________________________________________________

4) Qual a atividade que menos gostou? Por quê?_____________________________

_______________________________________________________________

5) Agora, após você ter participado de todas as atividades da unidade, por meio de filmes. Em sua opinião: A. a sua compreensão oral melhorou?

__________________________________________________________________________________________________________________________________ B. o que você aprendeu com esta unidade? __________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXO C

DOCUMENTOS DO COMITÊ DE ÉTICA

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