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ADVOCEF em Revista Maio/2013

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ADVOCEF em Revista Maio/2013

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www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.601.3020

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2012-2014Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)Primeira Secretária: Lenymara Carvalho (Brasília)Segunda Secretária: Lya Rachel Basseto Vieira (Campinas)Primeiro Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Segunda Tesoureira: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional: Júlio Vitor Greve (Brasília)Diretor de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos: Roberto Maia (Porto Alegre)Diretor de Honorários Advocatícios: Dione Lima da Silva (Porto Alegre)Diretor de Negociação Coletiva: Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)Diretora de Prerrogativas: Maria Rosa de Carvalho Leite Neta (Fortaleza)Diretor Jurídico: Magdiel Jeus Gomes Araújo (João Pessoa)Diretora Social: Isabella Gomes Machado (Brasília)REPRESENTANTES REGIONAISElisia Sousa Xavier (Dijur/Suaju)|Meire Aparecida de Amorim (Dijur/Suten)|Paula GironMargalho (Aracaju)|Rodrigo Trassi de Araújo (Bauru)|José de Anchieta Bandeira Moreira Filho(Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|Marta Bufáiçal Rosa (Brasília)|LyaRachel Bassetto Vieira (Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)|Renato LuizOttoni Guedes (Cascavel)|Sandro Martinho Tiegs (Cuiabá)|Manoel Diniz Paz Neto(Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Karla Karam Medina (Fortaleza)|Ivan SérgioVaz Porto (Goiania)|Magdiel Jeus Gomes Araújo (João Pessoa)|Rodrigo Trezza Borges (Juizde Fora)|Altair Rodrigues de Paula (Londrina)|Dioclécio Cavalcante de Melo Neto (Maceió)|KátiaRegina Souza Nascimento (Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Francisco FredericoFelipe Marrocos (Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|Leonardo da Silva Greff (NovoHamburgo)|Cassia Daniela da Silveira (Passo Fundo)|José Carlos de Castro(Piracicaba)|Pablo Drum (Porto Alegre)|Augusto Cruz Souza (Porto Velho)|Aldo Lins eSilva Pires (Recife)|Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti (Ribeirão Preto)|Luiz FernandoPadilha (Rio de Janeiro)|Linéia Ferreira Costa (Salvador)|Conrado de Figueiredo N. Borba(Santa Maria)|Leandro Biondi (São José dos Campos)|Antonio Carlos Origa Junior (São Josédo Rio Preto)|Marcelo de Mattos Pereira Moreira (São Luís)|Camila Modena Basseto Ribeiro(São Paulo)|Rômulo dos Santos Lima (Teresina)|Felipe Lima de Paula (Uberaba)|AquilinoNovaes Rodrigues (Uberlândia)|Angelo Ricardo Alves da Rocha (Vitória)|Aldir Gomes Selles(Volta Redonda).CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos: Davi Duarte (Porto Alegre), Anna Claudia Vasconcellos (Florianópolis),Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (Londrina), Fernando da Silva Abs da Cruz (PortoAlegre), Luciano Caixeta Amâncio (Brasília), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba) e HenriqueChagas (Presidente Prudente).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), Justiniano Dias da Silva Junior(Recife) e Elton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Edson Pereira da Silva (Brasília), Jayme de Azevedo Lima (Curitiba) eAdonias Melo de Cordeiro (Fortaleza).Membros suplentes: Sandro Endrigo Chiarotti (Ribeirão Preto) e Melissa Santos PinheiroVassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João Carlos Saad | Brasília/DFCEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020 | E-mail: [email protected] da ADVOCEF: Gerente administrativa e financeira: Ana Niedja Mendes Nunes |Assistente financeira: Kelly Carvalho | Assistente administrativa: Valquíria Dias deOliveira Lisboa | Recepcionista: Roane Gomes Máximo

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Edito

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Conselho Editorial: Álvaro Weiler Junior, Carlos Castro, Daniele Macedo, Dione Lima da Silva,Estanislau Luciano de Oliveira, Isabella Gomes Machado, Júlio Greve, Lenymara Carvalho, LyaRachel Basseto Vieira, Marcelo Dutra Victor, Maria Rosa de Carvalho Leite Neta, Magdiel JeusGomes Araújo e Roberto Maia|Jornalista responsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662)- E-mail: [email protected].|Projeto gráfico: Eduardo Furasté|Editoração eletrônica:José Roberto Vazquez Elmo|Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.100 exemplares|Impressão: Athalaia Gráfica e Editora|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a insti-tuições de ensino e jurídicas.

A versão eletrônica desta publicação está disponível no site da ADVOCEF.Para acesso e leitura exclusivamente naquele formato basta fazer a opção,

na área restrita do portal. Pense na sustentabilidade do Planeta.

As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

Maio é o mês já consolidado da realização docongresso anual dos advogados da CAIXA.

O fato do evento, por si só, continua sendo mo-tivo de orgulho e contínua satisfação.

Orgulho porque se fala do principal combustívela irrigar corações e almas de toda a nossa catego-ria.

Satisfação por representar momento vívido dediscussão e crescimento corporativo, de forma de-mocrática e a cada ano mais qualificada, em ter-mos de preparação e reconhecimento.

A ADVOCEF em Revista de maio, como não po-deria deixar de ser, tem seu lançamento oficial naabertura de nosso maior encontro anual.

Encontros que se sucedem por quase duas dé-cadas, fazendo crescer a cada edição o sentimentode união e de força que os fazem acontecer em pers-pectivas as mais diversas.

Entremeados por debates acalorados, defesasaguerridas de posições, mas sempre pontilhados pormomentos de confraternização, os congressos daADVOCEF representam a concretização de desejoscoletivos, em busca de sonhos ainda maiores.

Desta feita, nosso congresso terá um motivomaior para gáudio de todos. A recente assinatura doAditivo do ACT, entre a CAIXA e a CONTEC, vem coro-ar o trabalho incansável realizado nos últimos anos,concretizado na proclamação da nova estrutura sa-larial dos profissionais.

Os muitos esforços empreendidos durante lon-gos anos têm, enfim, mais um capítulo heroicamen-te escrito, em defesa da fixação dos quadros técni-cos da CAIXA e em prol da valorização dos profissio-nais que militam nesta grande empresa pública.

Com muita tenacidade e capacidade de negoci-ação, os advogados da CAIXA, juntamente com ar-quitetos, engenheiros e as demais carreiras técni-cas, sempre capitaneados por suas associações re-presentativas e com o apoio incondicional daCONTEC, souberam mais uma vez fazer acontecer.

Temos, então, muito a comemorar, desde o con-gresso que se inicia e até muito além, pois as bata-lhas não se encerram, mas sim recomeçam perma-nentemente em outros campos de lutas.

Diretoria Executiva da ADVOCEF

Enfim, uma NovaEstrutura Salarial

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Neg

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CAIXA e CONTEC formalizam a NES/2013; só falta a CONTRAF

Acordo assinado

O presidente da ADVOCEF, CarlosCastro, foi o primeiro empregado a assi-nar o termo de adesão à Nova EstruturaSalarial (NES) da carreira profissional daCAIXA, em 3 de maio de 2013, logo apóso ato de assinatura do Aditivo do AcordoColetivo de Trabalho (ACT) 2012/2013,entre a empresa e a CONTEC, em Brasília.O diretor de Negociação Coletiva daADVOCEF, Marcelo Dutra Victor, tambémaderiu à NES, em seguida, preenchendoa segunda ficha.

Os gestos mostraram a confiança daADVOCEF nos resultados obtidos. Em nota,a Diretoria Executiva da ADVOCEF decla-rou que "a formalização do Acordo coroacom chave de ouro a prometida valoriza-ção da categoria profissional, construídade forma democrática e inédita em mesade negociação permanente".

A entidade destaca o gesto daCONTEC, através da diretora RumikoTanaka, por ter cedido "inestimável es-paço" para a defesa da proposta dosprofissionais. Foram importantes tam-bém, "na busca por uma solução pacífi-ca e justa", segundo a Associação, o pre-sidente Jorge Hereda e a Comissão deNegociação da CAIXA, representadapelo coordenador Sebastião MartinsAndrade.

A Diretoria não esqueceu os "bra-vos colegas da ANEAC, na pessoa doscompanheiros Valdecir Reis e MarceloSalis, que somaram esforços na incan-sável defesa dos interesses dos profis-sionais".

Conforme ascondições do Aditivo,que contém cláusula

|||||Primeiro a aderir à NES/2013, Carlos Castro recebe o cumprimento do vice-presidente de Gestão de Pessoas da CAIXA, Sergio Pinheiro Rodrigues

de revisão da tabela salarial, a migraçãoà NES é facultada aos empregados deforma voluntária, no período de 6 a 31 demaio de 2013, com novo prazo de aber-tura a partir de 01/07/2013. Terá vigên-cia a partir de 01/03/2013, observadasas regras para cada período. O pagamen-to do valor retroativo será efetuado nafolha de julho de 2013.

Com a negociação concluída, o presi-dente Carlos Castro diz que se sente como dever cumprido. "Agora, vamos aguar-dar o bom senso dos que fazem aCONTRAF para que passem também aassinar a NES/2013, fruto de extraordi-nária luta dos profissionais da nossaempresa."

|||||Carlos Castro assina como testemunha|||||Negociadores posam para a história

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Celebração do encontroEste ano, o congresso da ADVOCEF reunirá os associados em Florianópolis

Even

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Está tudo prontopara o início de maisum encontro anual dosadvogados da CAIXA. OXIX Congresso Nacio-nal da ADVOCEF reuni-rá os profissionais emFlorianópolis, no perío-do de 16 a 19 de maio.Considerado um cultode celebração à demo-cracia interna, o even-to é alvo das atençõesde todos, congressis-tas ou não, despertan-do a esperança de de-cisões acertadas paraa categoria e a curiosi-dade natural sobre asatrações providenciadas pelos orga-nizadores.

A advogada Anna Claudia deVasconcellos, integrante da ComissãoOrganizadora do evento e membro doConselho Deliberativo, afirma que umadas mais importantes consequências doscongressos é estreitar as relações, inten-sificando o sentimento de união e forta-lecendo a ADVOCEF.

"Por mais que tenhamos ferramen-tas tecnológicas à nossa disposição,nada substituiu os encontros e as discus-sões presenciais. É nos congressos quetemos como medir, verdadeiramente, asatisfação ou insatisfação dos colegasacerca dos rumos e decisões dos dirigen-tes da Associação."

Por essa mesma razão, a diretora dePrerrogativas da ADVOCEF, Maria Rosa deCarvalho Leite Neta, vai ao congresso,mais uma vez, com as melhores ex-pectativas, "pelo fato de ser sem-pre muito bom encontrar os cole-gas".

O advogado Rogério Spanhe daSilva, do Jurídico Porto Alegre, nãoirá ao evento este ano, mas torcepara que seja profícuo. "Que de-monstre maturidade e bom sensono trato dos assuntos que serão objetodos debates, haja vista a responsabilida-de que nós, advogados da CAIXA, possuí-mos perante a empresa e a sociedade."

Os temas importantesDe acordo com o presidente da

ADVOCEF, Carlos Castro, deverão preva-lecer nos debates temas como a NES/2013 - recentemente assinada com a CAI-XA e CONTEC -, terceirização e honorá-rios. Este último ponto será objeto de cam-panha a ser lançada pela Diretoria Exe-cutiva.

No congresso, lembra o presidente,haverá a discussão das cláusulas queserão encaminhadas às centrais sindicaispara o dissídio coletivo 2013/2014. "Con-tinuaremos a luta por melhores condiçõesde trabalho e pela independência técni-ca do advogado", diz. O presidente prevê"discussões acaloradas".

Anna Claudia pensa que faz coro coma maioria dos colegas ao escolher os ho-norários como tema principal do congres-so. "Muito ainda temos a desenvolver em

relação aos hono-rários, estabele-cendo rotinas paramelhorar nossosresultados nos pro-cessos em queatuamos, estabe-lecendo melhorespráticas e, conse-quentemente, in-crementando o re-colhimento da ver-ba."

Em seu primei-ro congresso, o ad-vogado GeisslerSaraiva de GoiazJúnior, do JurídicoGoiânia, espera

que sejam discutidas francamente "asquestões importantes e viáveis para a ca-tegoria, e não somente sonhos". Ele achaque se devem regulamentar as medidasde arrecadação, controle e fiscalizaçãode honorários e elaborar diagnósticos decada Regional para avaliar os métodosutilizados no processo.

Geissler entende como importantetambém encontrar maneiras para contro-lar os honorários arbitrados de formaaviltante.

"É injusta a situação de comprometi-mento de uns e a ausência dessa postu-ra por outros colegas com a arrecadaçãode honorários, vez que o direito é da cole-tividade, não havendo que se falar emdeliberação meramente pessoal de cadaadvogado, data vênia. As comissões dehonorários poderiam ser mais interliga-

das e (pro)ativas nesse processo."A diretora Maria Rosa quer ver dis-

cutidos, na parte que cabe à DIJUR, aquestão da terceirização (decisões ju-diciais, orientação e planejamento) eo papel da Diretoria "na concretizaçãoda sonhada unificação da carreiraNES/2013". Neste caso, quer "ênfa-se no aspecto das condicionantes apa-rentemente existentes nas minutas

dos acordos coletivos, apresentando infor-mações sobre quantidade de advogadosque possuem ação judicial, matérias dis-cutidas nos referidos processos, etc.".

|||||XVII Congresso, em Poconé/MT, 2011

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O representante da Rejur Maringá/PR, José Irajá de Almeida, também acre-dita que a implantação da NES/2013deverá ser o foco do Congresso, pois apartir dela se poderão traçar novos rumospara a categoria. "Também reencontrarcolegas de outros Jurídicos, trocar ideiase fazer novas amizades é sempre bom."

As boas lembrançasEm véspera de completar 20 anos de

realização, os congressos são consideradoscada vez mais importantes pelos advoga-dos. A razão está nas características de con-gregação do evento - reúne experiênciaspessoais e profissionais - e ao mesmo tem-po de fórum oficial - discute e delibera asdecisões que a categoria deve acatar.

Anna Claudia guarda na memória ocongresso de Aracaju, que ocorreu quan-

do os advogados estavam em greve, em2009. "Foi um momento histórico paratodos nós. Lembro muito bem da atmos-fera de tensão e da esperança, era pal-pável. Foi um grande momento."

Irajá tem boas lembranças do con-gresso de Belo Horizonte, em 2005, onde

reencontrou vários amigos com os quaisiniciou a carreira jurídica na CAIXA, noAmazonas. "Cito os Drs. Neuza Neiva,Januário, Meire Maria, Alceu Miranda eGeraldo Magela."

Lembra que em Belo Horizonte foilançada a primeira edição da Revista deDireito da ADVOCEF. Foi a primeira vez,também, que as reivindicações específi-cas dos advogados foram enviadas àFENAE para inclusão na pauta geral dosbancários. "Sem dúvida, um fato históri-co para a ADVOCEF."

Maria Rosa tem duas grandes recor-dações dos encontros: a participação dopresidente Jorge Hereda, no ano passa-do, e a festa de encerramento do con-gresso de Fortaleza, quando muita gentedançava no pequeno tablado em frenteà banda. "Foi muito bom!"

Tudo acontece nos congressosTodos os assuntos importantes

para os advogados da CAIXA são discu-tidos, aprovados e rejeitados em umCongresso da ADVOCEF. Essa é a carac-terística essencial do encontro, apon-tada em reportagem publicada na obra"ADVOCEF, 20 Anos", lançada em de-zembro de 2012.

A matéria, que ouviu associados deidades e experiências diversas, conclui queno evento se decide qual rumo tomar emassuntos como terceirização, jornada detrabalho, baixos salários, honorários desucumbência e assim por diante. E, refe-rência imprescindível, ocorre o intercâmbiocultural e profissional.

O primeiro congresso, realizado emBrasília em 1995, foi também o maiscansativo, importante e empolgante, se-gundo os participantes. Informa AlbertoCavalcante Braga, presidente daADVOCEF na época:

"Saímos daquele encontro com nos-so Regulamento de Honorários e nossasdeliberações sobre a independência téc-nica da atuação do advogado, após in-tensos debates que se arrastavam noiteadentro."

"Nele, foi estruturada a ADVOCEF",salienta Davi Duarte, outro ex-presiden-te. "Percebemos que a força da Associa-ção estava em seus associados e na ca-pacidade de produzir textos, orientar e

ria. Senti orgulho de fazer parte da nos-sa Associação, senti que unidos nósnos tornaríamos grandes e tive a no-ção do quanto poderíamos construirjuntos".

Trabalho e lazerVeterano de muitos congressos,

Adonias Melo de Cordeiro, de Fortaleza,tem a receita do sucesso deles: "Vivemosem um país continental, de muitos costu-mes e hábitos. Penso que a maioria daspessoas gosta de conhecer outros luga-res. Dá para conciliar o trabalho sério como lazer".

O advogado aposentado da CAIXAem Curitiba Jayme Lima relata que fezamigos em todo o Brasil. "A cada con-gresso, em que me torno paulatinamen-te um ancião, fico esperando que ou-tros que se aposentam não se esque-çam de continuar a participar daADVOCEF. Somos a memória viva, an-tes que nos tornemos uma plaquinhaem um evento qualquer."

De acordo com Roberta MarianaCorrêa, do Rio de Janeiro, todos os ad-vogados deveriam participar, pelo me-nos uma vez, de um congresso daADVOCEF. "É uma experiência muitorica, na qual há troca de ideias, rele-vantes embates de pontos de vista, pres-tações de contas da Associação e, o

|||||Geissler: questões viáveis, e não sonhos

disciplinar a forma de atuação do advo-gado da CAIXA."

O primeiro congresso da advogadaPrazeres Oliveira, de Recife, foi o deCuritiba, em 1996, e teve também umsignificado especial: "Eu senti pela pri-meira vez a força e a união da catego-

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Even

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Por que participar?José Irajá de Almeida, advogado da CAIXA em Maringá/PR

mais importante, a integração dos co-legas do Brasil inteiro."

O advogado Alaim Stefanello, deCuritiba, não esquece do congresso deBelo Horizonte, onde foi lançado o primei-ro número da Revista de Direito daADVOCEF. "Lembro-me que vários colegaselogiaram a iniciativa, pois mostra o ladoestudioso e acadêmico dos advogados daCAIXA, os quais estavam estigmatizados,na época, por terem que fazer petiçõesem lotes repetidos, em razão do enormevolume de processos de SFH e FGTS."

O advogado Ricardo Siqueira, de Re-cife, recorda o evento realizado em suacidade, em 1998. "Fomos brindadoscom uma palestra de Ariano Suassuna,

Podemos afirmar que os con-gressos são reuniões técnicas es-pecíficas para discutir as condi-ções de trabalho e melhorias sa-lariais da categoria e os resulta-dos positivos oriundos dessasreuniões, ao longo desses últimos20 anos, são claramente percebi-dos, tais como o aumento do nú-mero de profissionais, a conquis-ta dos honorários e, por que não,a evolução salarial que, emboraainda não seja o ideal, se comparadacom outras categorias vinculadas àUnião, pelo menos teve um nítido cres-cimento.

Vale destacar ainda que nos con-gressos tem-se a oportunidade únicade promover um contato direto entre a

numa verdadeira aula-espetáculo de fa-zer todos rir e sair comuma sensação de que po-deria ter durado muitashoras mais".

A greve em AracajuO congresso de 2009,

em Aracaju, também é tidocomo inesquecível.

"Estávamos em grevehavia muitos dias, aflitose um pouco desgastados,mas sempre esperanço-sos quanto ao desfechodo nosso movimentoparedista", expl ica a

categoria, como corporação, e os repre-sentantes da área jurídica da CAIXA, oca-sião em que se podem expor os anseiose angústias dos profissionais e receber,de pronto, ao vivo e sem intermediários,o que a Diretoria Jurídica planeja e espe-ra dos advogados.

Ademais, os congressos po-dem ser, por que não, uma alter-nativa de reciclagem e atualiza-ção para os profissionais, já quesempre temos um renomadooperador do Direito participandocomo palestrante, além dos pró-prios colegas que publicam arti-gos na Revista de Direito, geran-do assim um ambiente de apren-dizado e discussão de temas jurí-dicos de interesse geral.

Fundamental também é a partici-pação de colegas de todos os Jurídicos,o que torna a atividade mais rica e fazdo congresso um ótimo lugar para reveramigos, conhecer pessoas e, enfim,interagir com o mundo da ADVOCEF.

Vale a pena participar!

|||||Votação no congresso de Vitória, 2008

2ª tesoureira da ADVOCEF, DanieleCristina Alaniz Macedo.

A 1ª secretária, Lenymara Carvalho,comenta que, apesar de organizada, amobilização era marcada por momen-tos de incerteza. "Ao encontrar com oscolegas de outras regiões, percebemosque o sentimento era o mesmo, amobilização era a mesma e que de fatoestavam todos unidos."

No penúltimo congresso, emPoconé/MT, 2011, foi homenageado oex-diretor jurídico da CAIXA AntonioCarlos Ferreira, nomeado ministro doSTJ com o apoio da categoria.

No último congresso, em Fortaleza,no ano passado, pela primeira vez umpresidente da CAIXA - Jorge Hereda -compareceu ao evento.

|||||Presidente Jorge Hereda, entre Jailton Zanon e Carlos Castro: boa surpresa em 2012

|||||Alaim: lançamento da Revista de Direito, em 2005

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Reunião do Conselho FiscalExame das contas será divulgado no Congresso da ADVOCEF

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Suspender o PJeA medida é necessária, segundo as Comissões de TI da OAB

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A implantação do Processo Judi-cial Eletrônico (PJe) deve ser suspensa,devido ao reconhecimento pelo Co-mitê Gestor do Conselho Nacional deJustiça de que o sistema é falho eque esse órgão e os tribunais não dis-põem de estrutura para operá-lo. Essaé uma das recomendações do I En-contro Nacional de Comissões deTecnologia da Informação da OAB, re-alizado em 24 de abril, em Porto Ale-gre, quando os participantes avalia-ram as dificuldades do PJe já aponta-das em reunião de 28 de fevereiro,no Conselho Federal.

A Carta de Porto Alegre, elaborada noevento, concluiu:

- O amplo acesso ao Judiciário deveser garantido, conforme assegura a Cons-tituição Federal;

- O processo eletrônico não pode al-terar as regras processuais;

- O Judiciário deve adotar regras pa-dronizadas de regulamentação dos sis-temas;

- A OAB defende a unificação dos sis-temas de processo eletrônico;

- A implantação do processo eletrôni-co deve ser planejada, para minimizar osefeitos em todos os setores da Justiça;

- É necessário instituir um período detransição para a exigência da obrigato-riedade;

- É necessária a realização de testespúblicos de vulnerabilidade e estabilida-de dos sistemas;

- Suspender a implantação.

Processo de exclusãoDa forma como foi implantado, o

processo eletrônico é excludente e vaide encontro ao propalado acesso à jus-tiça, afirma o advogado Wilson Malcher,do Jurídico Porto Alegre. Isso porque, ex-plica, exclui os advogados que não es-tão conectados e, principalmente, osprofissionais mais velhos, que têm cer-ta dificuldade de assimilar as novastecnologias.

Malcher, que é presidente da Comis-são Especial do Advogado Empregado da

OAB/RS e participou do encontro,diz que os responsáveis pela im-plantação do e-Proc (do TribunalRegional Federal da 4ª Região),ao que parece, não levaram emconsideração o atual estágio dainternet no Brasil e as diversas rea-lidades regionais. "Afinal, há cida-des que não possuem banda largae, nas capitais, há diversas zonasde difícil captação de sinal."

Outro ponto são as falhas nadigitalização das peças pelo pró-prio Tribunal. "Por vezes, precisa-mos acessar determinadas peças

processuais e não as encontramos. Hácasos em que precisamos ter acessoao processo de execução, sem suces-so, porque o processo é antigo e as pe-ças não foram digitalizadas ou forammal digitalizadas. Por vezes, faltam pe-ças."

O nível de estresse está altíssimo,segundo Malcher. Ele diz que o processoeletrônico provocou uma "aceleração" naprestação de serviço jurídico, mas issonão significa melhoria na qualidade daprestação jurisdicional. "Apenas, o proces-so passou a ser movimentado mais rápi-do. As movimentações processuais po-dem acontecer em minutos, segundos.Isso provoca um maior número de peçase análises por parte dos advogados."

O Conselho Fiscal da ADVOCEFse reuniu nos dias 25 e 26 de abrilde 2013, em Brasília, para exami-nar os balancetes mensais do segun-do semestre de 2012, a documen-tação, a movimentação das contase os demais livros contábeis do ano.

Também foram analisadas nareunião as correções dos aponta-mentos relativos ao primeiro semes-tre, conforme Parecer Prévio emiti-do em novembro passado.

Todas as medidas adotadaspelo Conselho e o resultado com-pleto dos trabalhos alusivos ao exer-cício de 2012 serão divulgados aosparticipantes do Congresso deFlorianópolis e, posteriormente, atodos os demais associados.

O Conselho Fiscal da ADVOCEF éformado pelos advogados Edson Pe-reira da Silva (presidente, de Brasília),Adonias Melo de Cordeiro (Fortaleza)e Jayme de Azevedo Lima (Curitiba).

|||||Os conselheiros fiscais da ADVOCEF Edson Pereira da Silva,Adonias Melo de Cordeiro e Jayme de Azevedo Lima

|||||LEGENDA|||||Encontro Nacional de Comissões de TI da OAB, em Porto Alegre

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Coluna em carreira soloEspaço da jurisprudência prossegue, sem um dos editores

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Ao assinar a 67ª coluna "Vale a PenaSaber", nesta edição, o advogado JeffersonDouglas Soares inicia uma nova trajetória.Vai se responsabilizar sozinho pelo espaçode doutrina e jurisprudência, que desde2007 dividia com o parceiro GiulianoD'Andrea. Ex-advogado da CAIXA, atual de-fensor público do Estado de São Paulo (atransferência ocorreu em 2009), Giulianodesligou-se da dupla por falta de tempo,pressionado por compromissos assumidos.

Até o último momento, Jefferson ten-tou barrar a saída do colega. "Não desis-to fácil e ainda usarei os embargosauriculares como últimas medidas", brin-cou, quando ainda acreditava que podiareverter a decisão.

Giuliano tem suas razões. De fora daCAIXA, ele acompanhava as questõespelos "olhos dos tribunais e dos amigos"."Acho essa ou aquela decisão interessan-te, compilo, troco uma ou outra ideia. Eentão vem o Jefferson e apresenta infor-mações inovadoras, temas atualizados,fiéis à realidade de quem abraça (quaseliteralmente) todas essas causas. E issoé muito importante. Quem está debruça-do nessas questões no dia a dia conse-gue deixar o assunto vivo, interessante."

É diferente para quem se afasta. Dáum exemplo. "Tempos atrás comenteicom o Jefferson: 'E aquelas questões do

FCVS, a mesma dor de cabeça de sem-pre?', e a resposta foi 'Meu amigo, mu-dou tudo, algumas daquelas teses nos-sas nem existem mais, nossa atuaçãoestá bem mais direcionada'".

No site da ADVOCEF, a coluna é en-contrada no ícone "Jurisprudência", naparte aberta da página. Segundo o diretorde Comunicação, Roberto Maia, estãosendo preparadas condições paraimplementar o convênio de cooperaçãotécnica firmado com a Escola de Advoca-cia da CAIXA. Serão convidados os advo-gados da DIJUR, com seu repertório dedoutrina e jurisprudência de interesse dacategoria.

O diretor agradece o envolvimento deGiuliano na elaboração da coluna, quetraz um material valioso para os associa-dos. "Essas contribuições ficam marcadasnão somente nas páginas, mas tambémna memória dos que comungam dessesideais de fazer e acreditar no que se faz."

Roberto confia também na compe-tência de Jefferson, "que saberá mantera coluna com talento e profissionalismo",e lembra que o espaço é aberto à partici-pação dos colegas.

O parceiro e a colunaNa despedida, Giuliano escreveu aos

companheiros da Revista:"O Jefferson é o maior amigo que fiz

na vida. É um professor, uma inspiração,um exemplo. Uma das pessoas mais dis-tintas, educadas, nobres, sérias, éticas ecorajosas que já conheci. Uma pessoasimples, paciente e otimista."

Sobre a coluna:"Sempre foi uma pedra preciosa para

mim. Pelo prazer em pesquisar e escre-ver, mas, principalmente, por manter vivaessa troca de experiências entre colegasque tanto me ensinam. Mas chegou umahora em que tive que deixar a vaidade eo apego de lado."

"Eu acredito, assim como vocês, queessa coluna é uma ferramenta tão útil,que deve crescer e ser aperfeiçoada. Quedeve ser enriquecida com a experiênciade tantos colegas que batalham nessasinfindáveis causas jurídicas, que se de-bruçam nos estudos e constroem tantas

brilhantes teses, acolhidas por tantos tri-bunais."

"Cada vez que eu encontrava umaresto interessante, pensava que o cole-ga que atuou naquele processo poderialer e pensar 'esse recurso eu que fiz!' e,junto disso, imaginava como poderíamosincluir, no final de cada citação, o devidocrédito."

"É claro que, no final, o crédito é detodos e a instituição fala por si. Nessashoras o anonimato é bem nobre, poisdemonstra que somos uns pelos outrose não por nós mesmos. Mas, em outrosmomentos, é bonito abrilhantar os cole-gas, que enriquecem tanto o conhecimen-to jurídico com sua dedicação."

Giuliano tem compromissos assumi-dos em Campinas/SP, onde mora (nas-ceu em Ribeirão Preto/SP). Vê com algu-ma frequência o campinense Jefferson,enfrentando sempre a falta de tempo,"até para pesquisar".

Justifica assim sua saída. "E, emverdade, deixar a coluna não me cha-teia. Me alegra. Porque sei que ela vaicrescer, ser ainda mais aprimorada eenriquecida."

Jefferson, por sua vez, responde aocompanheiro Giuliano: "Você é a pessoacerta, no lugar certo, e fazendo as coisascertas. Lembre-se que você será sempreo mentor da coluna, podendo contribuirquando quiser. Afinal, você é da casa".

|||||Giuliano: pôr a vaidade e o apego de lado

|||||Jefferson: usar os embargos auriculares

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Regi

stro

Objetivo alcançadoEx-advogado da CAIXA assume no Ministério Público Federal

Sete anos depois do ingresso no Jurí-dico da CAIXA em Porto Alegre, o advogadoMarcelo Augusto Mezacasa atingiu o obje-tivo da vida toda, assumindo, em fevereirode 2013, no Ministério Público Federal.Para chegar ao posto de Procurador daRepública, participou das quatro etapas doconcurso público realizado nos meses defevereiro, abril, maio e outubro de 2012.

Iniciou a preparação para o concursoem meados de 2011, participando decursos de atualização em Direito e, espe-cificamente para as provas orais, de gru-pos de estudos com outros candidatos -alguns deles hoje colegas na instituição.

A carreira abrange os cargos de Procu-rador da República, Procurador Regional daRepública, Subprocurador-Geral da Repúbli-ca e Procurador-Geral da República, o topoda hierarquia. As promoções ocorrem porantiguidade e merecimento. "Para mim, esteforte enfoque dado às atribuições do cargocomo missão pessoal dos membros doMinistério Público no exercício do seu mis-ter é de um fascínio inigualável, porquantoqualquer condição periférica unilateral nãoé capaz de se sobrepor à questão meritóriado membro e da instituição como um todo."

A função precípua do Ministério Públi-co, nos termos do artigo 127 da Constitui-ção Federal, é a defesa da ordem jurídica,do regime democrático e dos interessessociais e individuais indisponíveis. Marce-lo cita exemplos das atividades: a promo-ção da ação penal pública nos crimes fe-derais, ações coletivas visando resguardaro meio ambiente e consumidores e o com-bate à corrupção e improbidade adminis-trativa, no que concerne ao patrimôniopúblico.

Observa que a ati-vidade é muito distin-ta da que é desenvol-vida na CAIXA, especi-almente as atribui-ções extrajudiciais,como de investiga-ção e prevenção à le-são de direitos. "Mascom certeza a expe-riência da partecontenciosa serámuito útil na condu-ção das demandas

judiciais junto ao MPF."Marcelo exercerá seu trabalho em

Uruguaiana/RS, auxiliado por colegasanalistas, técnicos e estagiários. "Todosnós com o escopo de formar uma equipeunida em um ambiente de trabalho agra-dável e funcional, no qual o desenvolvi-mento da atividade fim seja prazeroso ecompensador."

A bagagem da CAIXAO que fica do tempo que viveu na

CAIXA são as amizades que construiu eque levará para a vida toda, diz Marcelo.Destaca também a bagagem jurídica in-dispensável para seguir seu caminho."Fico honrado em ter sido recebido deportas abertas pela empresa no ano de2005 e, principalmente, por meus ca-ros colegas, hoje amigos." Salienta queteve sorte, pois trabalhou, entre outros,com os coordenadores Ricardo Tavarese Clóvis Konflanz, de grande competên-cia.

"Em relação aocolega Clóvis, demodo especial, comquem mais tempoconvivi, considero-oum excelente coorde-nador e advogado degrande habilidade,transmitindo umagrande experiênciado funcionamentoprático das deman-das no Poder Judiciá-rio, além dos valoresde lealdade e solida-riedade dispensados

ininterruptamente aos seus coordena-dos."

Antes de ingressar no quadro de ad-vogados, foi estagiário da CAIXA, "tendo ahonra e a oportunidade de trabalhar, mas,principalmente, de aprender, com doiscompetentes amigos", Leandro Pinto deAzevedo, "advogado primoroso", eFernando Abs, "de grande caráter e sem-pre incentivador".

Viveu seu momento mais marcantena CAIXA durante o movimento grevistade 2009, coordenado pela ADVOCEF,"cujo presidente era o Dr. Davi Duarte,colega leal e valoroso, que teve a habili-dade necessária para comandar pratica-mente 90% dos advogados do país queaderiram à paralisação".

Marcelo deseja aos colegas paz efelicidade, aos quais deixa abertas asportas da sua casa e do seu trabalho.

"Mantenhamo-nos firmes e confian-tes, mesmo ante os obstáculos externose internos que possam se apresentar, eisque, assim como eu fui até poucos diasatrás, diga-se, com muito orgulho, todossão advogados de grande capacidade eimportância no cenário nacional, por-quanto compõem o quadro de uma em-presa digna e valorosa, a qual, cumpresempre relembrar, é pública."

Ressalta que os advogados con-quistaram seu posto na CAIXA em con-curso público e qualquer tratamentoque desconheça isso merece repúdio."Não esqueçamos dos princípios do ar-tigo 37 da Constituição, em especial oda impessoalidade."

|||||Advogado Marcelo Mezacasa...

...na solenidade de posse no Ministério Público Federal

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O valor do QuintoNo STJ, ministros oriundos da advocacia alertam sobre honorários

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O ministro do Superior Tribunal deJustiça Luis Felipe Salomão afirmouque a presença na Corte de colegasoriundos do Quinto Constitucional teminfluenciado as decisões favoráveisaos honorários. "Foram eles, e maisespecificamente o ministro AntonioCarlos Ferreira, que atua comigo na4ª Turma, que várias vezes me cha-mou a atenção para o fato de que ohonorário é uma prerrogativa dos ad-vogados", declarou Salomão, em even-to realizado na OAB/RJ, em 15 deabril.

O pronunciamento do ministro foidestacado em reportagem publicadapela revista Consultor Jurídico:

"Embora eu tenha parentes advo-gados, incluindo o meu pai, para nósjulgadores - e estou nessa função hámais de 25 anos - alguns pontos nemsempre são lembrados. Nessa hora,a presença do ministro oriundo daadvocacia é bastante importante paracolocar o holofote num ponto diferen-te da visão do julgador."

Presidente da 4ª Turma e mem-bro da Comissão de Jurisprudência doSTJ, o ministro destacou casos recen-tes sobre a importância do respeito àsprerrogativas. "A relevância dos hono-rários, se não vier pela lei, virá pelaforça da jurisprudência", garantiu.

Salomão lembrou que deu provi-mento a recurso especial para elevarverba honorária devida pelo Banco

Nacional de R$ 800 paraR$ 10 mil, em um processode R$ 107 mil. Para fixar aquantia, ele levou em conta ovalor da causa, o trabalho exi-gido e o zelo profissional. "NoSTJ, só se mexe no valor doshonorários quando ele é ínfi-mo ou excessivo, justamentepara não fugir à regra de queo debate é em torno do direi-to e não do fato."

Disse também o ministro:"Quando se fala em hono-

rários, a primeira coisa quevem à cabeça dos juízes é que não hájuízo sem autor. Não adianta uma Jus-tiça que fala só para si, é vital a exis-tência de certos atores para o exercí-cio da jurisdição, como a advocacia,que é o canal de afirmação da cida-dania. A palavra 'advogado' vem do la-tim ad vocatus, que quer dizer 'o quefoi chamado'".

Para o ministro, a criação do nú-cleo de prerrogativas relacionadas ahonorários da OAB-RJ é "um para-digma para o país".

O ministro da ADVOCEFO tema é também prioridade para

o Conselho Federal da OAB. Por es-sas razões a ADVOCEF, segundo seupresidente Carlos Castro, permanece-rá sempre ao lado da Ordem, nessa"luta incansável".

As vagas do Quinto Constitu-cional foram estabelecidas no art.94 da Constituição de 1988, re-petindo o art. 144 da Constitui-ção de 1967, com a emenda nº 1de 1969, do art. 104, b da Cons-tituição de 1946 e do art. 104,§ 6º da Carta de 1934. Carlos Cas-tro lembra que foi preservada aideia original, que é aproveitar ex-periências profissionais de fora daMagistratura para oxigenar e atu-alizar os tribunais.

Para o presidente da ADVO-CEF, a revelação do ministro Luis

Felipe Salomão mostra, mais uma vez,que estavam certos os integrantes daAssociação quando abraçaram a can-didatura de Antonio Carlos à vaga doQuinto Constitucional para o STJ.

"Até porque, como bem dito peloministro Fux, preenche ele todos osrequisitos para o cargo que hoje ocu-pa. A maior prova disso é a sua atua-ção na Quarta Turma do STJ, que sódignifica a nossa classe de advoga-dos, sendo merecedor de elogios dosconselheiros federais."

Castro salienta que a aprovaçãoocorre "não só pelos bens lançadosvotos, mas também pelo seu compro-metimento com a justiça brasileira".

O presidente comprova com satis-fação as mudanças emanadas do STJ,que contam com o "significativo apoiodo nosso ministro do Quinto Constitu-cional e da ADVOCEF, Antonio CarlosFerreira".

"Não é mais possível ficar assis-tindo ao surrupiamento dos nossoshonorários pelos juízes de primeirograu, que muitas vezes contam com oamparo de alguns tribunais de justiçae até de tribunais regionais, num totaldesrespeito ao trabalho do advogado",diz Carlos Castro. "Voltamos a confiarque muito em breve teremos reconhe-cido o trabalho do advogado junto aossenhores magistrados."

(Com informações da revista Con-sultor Jurídico.)

|||||Ministro Luis Felipe Salomão: a importância dos advogados

|||||Ministro Antonio Carlos (à direita), com Carlos Castro,em homenagem prestada pela ADVOCEF no congresso de

Poconé/MT, em 2011, pela nomeação ao STJ

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Lançamento em São PauloAdvogada apresenta obra da coleção "Direito e Processo"

A coisa julgadaLançada nova obra de advogado do portal Atualidades do Direito

Publ

icaç

ões

Saiu o mais novo livro do advogado eprofessor Luiz Dellore, integrante do portalAtualidades do Direito (www.atualida-desdodireito.com.br), empresa conveniadacom a ADVOCEF. "Estudos Sobre CoisaJulgada e Controle de Constitucionalidade",editado pela Forense, 512 páginas, teveexemplares sorteados no portal (onde podeser adquirido), mas ainda não tem data delançamento marcada.

A obra, que vinha sendo elaborada des-de 2000, traz a adaptação de trabalhos aca-dêmicos de pós-graduação stricto sensu(mestrado e doutorado em Processo Civil emestrado em Direito Constitucional).

Na primeira parte o livro analisa o ins-tituto da coisa julgada de uma forma ge-ral e, especificamente, as sentenças quesupostamente não seriam cobertas peloinstituto.

A parte II estuda o controle deconstitucionalidade, seu surgimento eevolução no Brasil. O objetivo é verificarse o sistema ruma para um modelo emi-nentemente concentrado, com abando-no do controle difuso, ou sea tendência é a convivênciade ambos.

A última parte buscacompatibilizar três figurasque, na origem, têm a mes-ma finalidade de estabilizara decisão judicial. É a tenta-tiva de sistematização daeficácia erga omnes, efeitovinculante e coisa julgada,especialmente quando dojulgamento proferido peloSupremo Tribunal Federal nocontrole concentrado.

Na última parte, o autor retomabrevemente os conceitos debatidos,pensando no leitor que decida pular aleitura.

O autor e suas obrasLuiz Dellore é advogado da CAIXA,

licenciado para assessorar o ministro An-tonio Carlos Ferreira no Superior Tribu-nal de Justiça. O ministro foi diretor jurí-

dico da CAIXA.Dellore já publicou, en-

tre outras obras: "Manualde Prática Civil" (9ªedição,2013), em coautoria comFernanda Tartuce e MarcoAurélio Marin; "Como Pas-sar na OAB 1ª Fase - Ques-tões Comentadas FGV" (9ªedição, 2013) e "TeoriaGeral do Processo Civil"(2010), com Andrea Cara-ciola, Carlos Augusto de As-sis e Milton Paulo de Car-valho.

A advogada Kátia Aparecida Mangone lança em4 de junho, em São Paulo, no Shopping Pátio Paulista,às 19h30, a obra "Prequestionamento e Questõesde Ordem Pública no Recurso Extraordinário e noRecurso Especial" (editora Saraiva, 238 páginas).

O volume está na coleção "Direito e Processo -Técnicas de Direito Processual", que, segundo asinopse da editora, tem o objetivo de divulgar tra-balhos acadêmicos com o objetivo de "criar condi-ções para uma melhor compreensão de pontosnevrálgicos do direito material na perspectiva desua (indispensável) tutela jurisdicional".

A coordenação é do professor e advogado Cas-sio Scarpinella Bueno.

Trata-se da dissertação de mestrado da auto-ra, defendida na PUC de São Paulo. Inclui um estu-do sobre a história do Supremo Tribunal Federal e do SuperiorTribunal de Justiça, com análise do direito estrangeiro e da fun-ção desempenhada por algumas Cortes de Cassação. Mostra afunção dos tribunais superiores e apresenta a teoria geral dosrecursos.

Advogada da CAIXA em São Paulo, Kátia Aparecida Mangoneé doutoranda e mestre em Direito Processual Civil pela PUC/SP.

É professora convidada da Coordenadoria Geralde Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão(Cogeae) da PUC/SP.

Trabalhos publicadosVeja a lista de capítulos de livros já publica-

dos pela advogada em coautoria:Estudo sobre a Súmula 689 do Supremo Tri-

bunal Federal. SERAU JUNIOR, Marco Aurélio(Coord.). Comentários à jurisprudência previ-denciária do STF. Curitiba: Juruá Editora, 2012,p. 265-274.

Análise da aplicação do Código de ProcessoCivil aos Juizados Especiais Federais Cíveis.SERAU JUNIOR, Marco Aurélio; DONOSO, Denis.(Org.). Juizados Especiais Federais: reflexões nos

dez anos de sua instalação. Curitiba: Juruá Editora, 2012, p.137-149.

Cláusulas gerais, conceitos vagos e indeterminados e osprincípios regentes do processo civil: ampliação dos poderesdo juiz? Impactos no sistema recursal. SCARPINELLA BUENO,Cassio (Coord.). Impactos processuais do Direito Civil. São Pau-lo: Saraiva, 2008, p. 1-49.

|||||Dellore: no STJ

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Presidente Prudente,capital do Oeste Paulista

Henrique Chagas (*)Quando aportei no Pontal do Parana-panema, em Presidente Prudente/SP, háalguns anos, jamais havia imaginado queeste seria o meu lugar: finquei raízes. Lem-bro-me bem quando aqui cheguei, no mêsde agosto, numa manhã de domingo. An-tes de adentrar na cidade, quando a avis-tei, parei o carro no precário acostamentoda rodovia, coberto por um capim rasteiroe ralo, misturado a uma excessiva areia fina,e contemplei a cidade que se tornou a mi-nha cidade, a minha terra. E ela me recom-pensou, me deu oportunidades.

Por minutos, que pareceram uma eter-nidade, mantive o olhar no horizonte, umolhar paralisado, e enxerguei imaginárioscampos de trigo, como se mirasse uma telade Van Gogh. Com o vento, as espigas ver-des de trigo balançam formando grandesondas. São sonhos. No imaginário balan-çar das espigas do trigo, o pensamento vaie vem. A geografia que se constrói na ima-ginação é bastante se-melhante à que se temà frente; entretanto, odesejo e a imaginaçãodetectam verdes trigosenquanto o olhar sedepara com uma vege-tação própria de um cli-ma semiárido: umapastagem rala e bas-tante amarelada pelosol ardente, pequenosarbustos de madeiramole e mandacarus,predominando umavegetação de formação arbórea esparsa.

Como personagem de um filme deKurosawa, adentrei em cores verdejantese caminhei sob a sombra de negros corvosque voam calmamente e mais parecem te-rem sido pintados por Gogh. O relevo é re-gular e monótono, apenas colinas suaves,onde aparecem pequenos espigões, quevisualmente formam ondas, que contribu-em sobremaneira para os meus sonhos;estes traduzem à sua maneira os dois es-tados em que oscilam a razão, a ansieda-de e a calma.

No mês de agosto venta muito; e vezou outra se forma um redemoinho de poei-

ra, que se agita, se retorce e logo se acalma.E reaparece em outro lugar. A umidade doar era relativamente satisfatória e não inco-modou a respiração. O que me incomodounaquele dia foi o excesso de areia existen-te neste solo de terra mista, de coravermelhada, e o forte cheiro de queima-das e de poeira trazido pelo vento. Mas ha-via no ar uma névoa. Não era neblina oucerração. Era uma névoa de fumaça queirrita os olhos e as narinas.

Ouvia-se apenas o som dos redemoi-nhos e do balançar do capim e das folhassecas movimentadas por rajadas de ventoquente. Ao longe, ouvia-se bem o latido deum cachorro. Mais longe ainda, outro lati-do. Um latido estranho, um ganido que érespondido por outro. Naquele dia, tive asensação de que eu chegava ao fim domundo. Não sei o porquê, mas sempre ima-ginei estar no fim do mundo. São preceitosde Horácio, me dirão.

Não cheguei ao fim do mundo, estoucerto disso. Aqui é apenas o meio do mun-do. Presidente Prudente está a 600 km deSão Paulo, aproximadamente uma hora devoo, situa-se numa rota estratégica de aces-so aos Estados de Mato Grosso do Sul eParaná. Pode-se dizer que está geografica-mente na rota do Pantanal, é ponto de pa-rada dos inúmeros turistas a caminho dasbelezas naturais do Estado vizinho, afinalpossui uma moderna infra-estrutura hote-leira e de transportes aéreo e rodoviário.

O surgimento de Presidente Prudentetambém decorreu da ferrovia, sendo queesta foi a principal via de circulação de pes-

soas e mercadorias. A escolha do local estárelacionada ao traçado da Estrada de FerroSorocabana, que também seguiu a linhados espigões. O município foi criado em1917, pelo coronel Francisco de PaulaGoulart, a partir da emancipação de Con-ceição de Monte Alegre. Primeiramente pos-suiu o nome de Vila Goulart, em homena-gem ao seu criador. Anos mais tarde, rece-beu a denominação atual em honra ao ex-

presidente do BrasilPrudente de Morais.

É um dos princi-pais polos industriais,culturais e de serviçosde São Paulo, tanto éque passou a ser co-nhecida como a "Capi-tal do Oeste Paulista",ou ainda a "Capital doPontal do Paranapa-nema". Presidente Pru-dente se destaca pelaforça da agropecuária edo setor sucroalcoo-

leiro, com crescente exportação de carne,couro, sementes, produtos alimentícios,açúcar e álcool, além de ser polo regionalde prestação de serviços. É o maior centrocomercial da Região, um polo de compras,com centenas de lojas e shoppings. Umacidade de aproximadamente 210 mil habi-tantes, mas que atende a uma populaçãoregional de aproximadamente um milhãode habitantes.

Possui um magnífico centro cultural, lo-calizado na Vila Marcondes, instalado numprédio que serviu de armazém para o café,processador de algodão e cereais. É lá quehoje abriga o Centro Cultural Matarazzo. A

|||||Henrique Chagas,em

Presidente Prudente:terra adotada

|||||Presidente Prudente, um dos principais polos industriais, culturais e de serviços de São Paulo

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Maio | 2013

| Minha terra

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fábrica desativada da família do condeMatarazzo foi tombada como patrimônio his-tórico pelo valor arquitetônico do edifício epela importância histórica das indústrias debeneficiamento de grãos para o progressoda cidade. Ocupa uma área de 14 mil metrosquadrados, em dois pavimentos, onde o ci-dadão usufrui de boa leitura na BibliotecaMunicipal, aprecia e aprende artes plásticas,fotográficas, musicais e cênicas, oficinas deartesanato, sala para aulas de teatro, dança,cinema, palco ao ar livre, teatro e coreto. Pos-sui amplo espaço para inclusão digital, provi-do de computadores, área de alimentação,quiosque, cafeteria e restaurante.

Engana-se quem pensa pejorativamen-te que o Oeste Paulista é um "Texas" emrazão do clima e da agropecuária. Aqui tam-bém se respira cultura. Nos anos 70, naefervescência da produção teatral, surgiramvários grupos e festivais, que deram origemao Fentepp (Festival Nacional de Teatro dePresidente Prudente), uma referência naci-onal. O antigo e histórico barracão do IBC(Instituto Brasileiro do Café) tornou-se um

amplo espaço de eventos,sediando os maiores da re-gião, como a Festa das Na-ções, constituindo-se em es-paço alternativo para gran-des espetáculos de teatroe música. Desde 2010, oCentro de Eventos IBC é aresidência oficial do Salãodo Livro de Presidente Pru-dente. Depois de anos fre-quentando oficinas literári-as, cafés filosóficos e en-contros culturais - que aju-dei a organizar -, mecredenciei a entrevistar osmaiores nomes da Literatu-ra no Salão do Livro, entre

eles Moacyr Scliar, José Eduardo Agualusa,Ignácio de Loyola Brandão e Juan PabloVillalobos.

Aqui também o chão treme e o tempoferve, com temperatura média anual de23,6°C, que nos dias quentes passa dos40ºC. A vida é facilitada pela arborização,

que nos dá uma excelente qualidade devida, que se reflete pela prática de espor-tes, lazer e recreação nos parques, acade-mias e espaços para diferentes modalida-des, com notável história no basquete (jo-

gadora Hortência), futebol(Prudentina, anos 60) e noatletismo campeão olím-pico (Claudinei Quirino eAndré Domingos).

Para o futebol, a cida-de possui o EstádioPrudentão, com capacida-de para 45 mil pessoas eum excelente gramado. Épalco de grandes compe-tições, que levam o nomeda cidade para o mundo.O recorde de públicosempre é o do clássicoCorinthians e Palmeiras,

tendo atingido seu ponto alto em 9 de mar-ço de 2009, quando abrigou 44.479 pes-soas, que viram Ronaldo, o Fenômeno, mar-car o seu primeiro gol com a camisa doCorinthians e quebrar o alambrado do está-dio ao comemorar. Presidente Prudente secandidata a ser subsede da Copa 2014,pois possui boa infra-estrutura hoteleira eesportiva e a proximidade de até uma horado aeroporto, que tem capacidade para gran-des aeronaves, acima de 120 passageiros.As seleções francesa e sueca já estiveramna cidade e, segundo os noticiários locais,ficaram impressionadas com a estrutura,além do fato de que no inverno a tempera-tura é amena.

Presidente Prudente chama a atençãode seus visitantes pela limpeza, pela bele-za, pela ampla comunidade universitária epela receptividade oferecida por sua popu-lação. Está entre as melhores cidades dopaís para se viver, entre as melhores parase fazer carreira. Um bom lugar para traba-lhar, morar e investir, onde desenvolvimen-to e qualidade de vida andam juntos.

Quando naquele mês de agosto con-templei a cidade que se tornou a minhaterra, jamais imaginei que estaríamos liga-dos. Ao fazer de Presidente Prudente a mi-nha cidade, participando dos eventos cultu-rais, da vida acadêmica (como professoruniversitário), da sua política cultural (comoconselheiro municipal de Cultura), auxilian-do o município a formular o Plano Munici-pal de Cultura, militando na advocacia,como advogado da CAIXA e colaborador daOAB, a cidade de Presidente Prudente mefez um dos seus cem cidadãos mais influ-entes, como destacou a Revista Chic no 42(http://www.chiconline.com.br/revista42/#/44), particularmente entre os quatro maisinfluentes na área cultural.

Esta é a minha terra.

(*) Advogado da CAIXA em PresidentePrudente/SP. Nasceu em Cruzália/SP.

|||||Vista do Parque do Povo

|||||Morro do Diabo no Pontal do Paranapanema

|||||Escritor Moacyr Scliar (no palco, à esquerda) no Salão do Livro em outubrode 2010, entrevistado por Henrique Chagas (à direita).

Scliar faleceu em janeiro de 2011.

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RápidasTrabalhista. Construção imóvel do PAR. Não

responsabilidade subsidiária. TRT 4"Hipótese em que a Caixa Econômica Federal atua comoórgão gestor do Fundo de Arrendamento Residencial, cir-cunstância a afastar sua responsabilidade por eventuaiscréditos trabalhistas decorrentes de contratos para cons-trução de moradias populares, ante a separaçãopatrimonial (art. 2º, §3º da Lei 10.188/01) e por não haverbenefício direto da instituição pela prestação de serviçosdo reclamante. Inaplicabilidade do entendimentoconsubstanciado na Súmula 331, IV, do TST. Incidência daprimeira parte do entendimento constante na OrientaçãoJurisprudencial n. 191 da SDI-1 do TST, por não ser a CaixaEconômica Federal considerada dona da obra. Recurso pro-vido." (TRT 4, RO 0000587-77.2012.5.04.0741, Oitava Tur-ma, Rel. Juíza Conv. Angela Rosi de Almeida Chapper, publ.30/jan/2013.)

Trabalhista. Indenização por danos morais.Destituição do cargo de chefia. Inexistência. TRT 4

"A abertura de sindicância para a apuração de irregularidades seinsere no direito potestativo do empregador e não pode ser con-figurado como ato ilícito, independentemente do seu resultadofinal. Na hipótese, não restaram comprovadas as alegações deque ao reclamante foi imputada a prática de crime, tampoucoque foi ofendido pelos prepostos da reclamada. Não se eviden-cia, por isso, nenhum abalo à imagem ou reputação do recla-mante a justificar a indenização por dano moral pretendida."(TRT 4, RO 0001468-96.2011.5.04.0027, Décima PrimeiraTurma, Rel. Des. Flávia Lorena Pacheco, publ. 08/fev/2013.)

FGTS. Pagamento a maior pelo empregador.Devolução simples. STJ

"1. A capitalização diferenciada prevista no art. 13 da Lei n.8.036/90 visa beneficiar tão somente o próprio FGTS, vistoseu caráter assistencial a programas de habitação, saneamen-to básico e infraestrutura urbana, e decorre do efetivo trabalhodesenvolvido pelos órgãos envolvidos na gestão do fundo paragarantir a rentabilidade instituída na lei de regência. 2. Reco-nhecer a possibilidade de devolução de valores pagos a maiorcom a incidência de capitalização seria viabilizar ao emprega-dor uma fonte de investimento com rentabilidade fixa, o quenão encontra respaldo no indigitado artigo de lei, porquantovisa, conforme destacado, beneficiar somente o próprio fundo.3. A restituição do valor a maior com a incidência de correçãomonetária já garante à recorrente a atualização devida, emfunção do lapso temporal em que os referidos valores ficaramà disposição da CEF, pois garante a efetiva recomposição dovalor aquisitivo da moeda, mantendo, não obstante o tempo, oseu poder de compra original." (STJ, REsp 1.296.047 PE, Segun-da Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe 19/fev/2013.)

Justiça gratuita. Extensão para atosextrajudiciais. STJ

"1. A gratuidade de justiça concedida em processo judicialdeve ser estendida, para efeito de viabilizar o cumprimentode decisão do Poder Judiciário e garantir a prestaçãojurisdicional plena, aos atos extrajudiciais de notários e deregistradores respectivos, indispensáveis à materializaçãodo julgado. Essa orientação é a que melhor se ajusta aoconjunto de princípios e normas constitucionais voltados agarantir ao cidadão a possibilidade de requerer aos poderespúblicos, além do reconhecimento, a indispensávelefetividade dos seus direitos (art. 5º, XXXIV, XXXV, LXXIV, LXXVIe LXXVII, da CF/88), cabendo ressaltar que a abstrata decla-ração judicial do direito nada valerá sem a viabilidade dasua execução, do seu cumprimento. 2. A execução do julga-do, inegavelmente, constitui apenas uma fase do processojudicial, nela permanecendo intacta a gratuidade de justiçae abrangendo todos os serviços públicos pertinentes à con-sumação do direito judicialmente declarado." (STJ, AgRg noRMS 24.557 MT, Segunda Turma, Rel. Des. Castro Meira, DJe15/fev/2013.)

Comercial. CCB. Não exigência de assinatura deduas testemunhas. TRF 2

"1) A assinatura de duas testemunhas não é requisito essen-cial do título executivo "Cédula de Crédito Bancário", à luz dadisciplina específica dessa espécie de título de crédito, nostermos do art. 29, da Lei 10.931/2004." (TRF 2, AC0000004-07.2010.4.02.5105 RJ, Oitava Turma, Rel. Des.Poul Erik Dyrlund, publ. 04/mar/2013.)

CPC. Multa do artigo 475-J. Cumprimento voluntárioe extemporâneo. Incidência. STJ

"1. O esgotamento do prazo previsto no art. 475-J do CPC temconsequências essencialmente materiais, pois atinge o própriocrédito cobrado. Com o escoamento do prazo para o pagamen-to, o valor do título se altera, não podendo o juiz atingir o própriodireito material do credor, que foi acrescido com a multa, assimcomo o seria com a incidência de juros, correção monetária ououtros encargos. A pura fluência do prazo desencadeia asconsequências legais. 2. A execução é, deveras, uma faculdadedo credor, mas o cumprimento da condenação prevista no títuloé uma obrigação do devedor. E, certamente, a incidência da multado art. 475-J do CPC não está vinculada ao efetivo exercício deum direito pelo credor, mas ao descumprimento de uma obriga-ção imposta ao devedor. Assim, pouco importa se o credor deuinício ou não à execução, ou seja, se exerceu seu direito. O rele-vante é saber se o devedor cumpriu ou não sua obrigação, nomodo e tempo impostos pelo título e pela lei. 3. Portanto, o paga-mento extemporâneo da condenação imposta em sentença tran-sitada em julgado, muito embora espontâneo e antes de o cre-dor deflagrar a execução forçada, enseja a incidência da multado art. 475-J, caput, do CPC." (STJ, REsp 1.205.228 RJ, QuartaTurma, Rel. Min. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 13/mar/2013.)

Trabalhista. Confissão ficta. Comparecimento daparte após iniciada a audiência. TRT 4

"Não é confessa a parte que comparece à audiência antes deseu encerramento, pois há possibilidade de colher o seu depo-imento pessoal." (TRF 4, RO 0000434-25.2011.5.04.0015,Segunda Turma, Rel. Juiz Conv. Raul Zoratto Sanvicente, publ.14/mar/2013.)

Page 15: ADVOCEF em Revista Maio/2013

Maio | 2013

| Vale a pena saber

15

Elaboração

Jefferson Douglas Soares

Sugestões e comentários dos colegas podem ser encaminhadospara o endereço:

[email protected]

Comentários ao Código de Processo CivilAutores: Araken de Assis, Eduardo Pellegrini Arruda Alvim, JoseManoel de Arruda Alvim Neto. RT, 2ª edição. Páginas: 2.240.Os autores, em obra ímpar, trazem amplo material ao leitor para,diante das dificuldades enfrentadas no cotidiano forense, encontrarfonte segura de pesquisa para que consiga solucioná-las.

Leitura

"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AFETAÇÃO DA QUESTÃOÀ CORTE ESPECIAL. SUSPENSÃO DOS DEMAIS FEITOS.DESNECESSIDADE. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. ARBITRAMENTO DEHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM FAVOR DO EXEQUENTE.DESCABIMENTO. 1. O artigo 543-C do Código de Processo Civil nãopreviu a necessidade de sobrestamento nesta Corte do julgamento derecursos que tratem de matéria afeta como representativa decontrovérsia, mas somente da suspensão dos recursos nos quais acontrovérsia esteja estabelecida nos tribunais de segunda instância. 2.A controvérsia acerca do cabimento dos honorários advocatícios emexecução provisória veio a ser apreciada pela Quarta Turma do SuperiorTribunal de Justiça que concluiu pela impossibilidade de sua cobrança(REsp 1.252.470/RS). 3. A execução provisória, por expressa dicçãolegal, "corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente" (art.475-O, inciso I, do CPC). Portanto, pendente recurso "ao qual não foiatribuído efeito suspensivo" (art. 475-I, § 1º, do CPC), a lide ainda éevitável e a "causalidade" da instauração do procedimento provisóriodeve recair sobre o exequente. 4. Com efeito, por ser a iniciativa daexecução provisória mera opção do credor, descabe, nesse momentoprocessual, o arbitramento de honorários em favor do exequente. 5.Posteriormente, convertendo-se a execução provisória em definitivo, nadaimpede que o magistrado proceda ao arbitramento dos honoráriosadvocatícios, sempre franqueando ao devedor, com precedência, apossibilidade de cumprir, voluntária e tempestivamente, a condenaçãoimposta e também elidir a multa prevista no art. 475-J, CPC. 6. Agravoregimental não provido. (STJ, AgRg no REsp 1.323.199 PR, Quarta Turma,Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 26/fev/2013.)

"MANDADO DE SEGURANÇA. ATO JUDICIAL. TERATOLOGIA. INEXISTÊNCIA.SUBSIDIARIEDADE RECURSAL. INADEQUAÇÃO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIODA FUNGIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE. INICIAL. INDEFERIMENTO.EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. AGRAVOREGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Agravo regimental de decisão em que,indeferida a inicial, julgou-se extinto o processo sem resolução de mérito(Lei n. 12.016/2009, art. 6º, § 5º, c/c art. 295, inciso III, c/c art. 267,incisos I e VI). 2. Pecha de teratologia, por si só, não justifica admitir omandado de segurança como sucedâneo de recurso. O sistema recursal'ordinário' é bastante para viabilizar reforma de decisão judicial, por maisequivocada que seja. O efeito suspensivo dos recursos obsta a 'execução'da decisão e a razoável duração do processo assegura a efetividade dojulgamento no tempo. 3. Decisão em que se julga improcedente apretensão, mas, excepcionalmente, mantém efeitos de tutela de urgênciadeferida no curso do processo não é teratológica. 4. Na hipótese, aexcepcionalidade, pelo menos em tese, está presente, haja vista que setrata de manutenção de 'verba de caráter alimentar', cuja prestação, apropósito, fora deferida pelo Tribunal, em sede de agravo de instrumento.5. A impetrante pode apelar da sentença, pedindo reforma da parte emque mantida a tutela de urgência. Ainda que se alegue que o art. 520,inciso VII, do CPC não prevê atribuição de efeito suspensivo à apelação,nesta hipótese, o art. 558 possibilita ao Relator suspender a (parte da)sentença. Desta forma, considerando a perspectiva sistêmica do Códigode Processo, pode-se afirmar que a decisão, ora atacada de mandado desegurança, é passível de recurso com efeito suspensivo, o que inviabiliza

Jurisprudênciaa impetração, na exata dicção da Lei n. 12.016/2009, art. 5º, inciso II. 6.Não há se falar em negativa de prestação jurisdicional, porquanto, se aapelação foi interposta e ainda não recebida, tutela de urgência pode serbuscada por via de cautelar incidental (CPC, art. 800, parágrafo único).7. A Corte Especial deste Tribunal, em face do princípio daunirrecorribilidade ou singularidade recursal, decidiu que "da sentençacabe apelação, incluída a parte em que se defere ou indefere antecipaçãodos efeitos da tutela" (IUJAG 0002454-80.2003.4.01.0000/MG, Rel.Desembargador Federal João Batista Moreira, DJ 01/06/2007). 8. Detodo modo, não há, no caso, como o mandado de segurança fazer vezesde cautelar (princípio da fungibilidade), haja vista que esta à Turmacompete, e à Seção o mandado de segurança (contra ato de juiz federal).9. Agravo regimental não provido." (TRF 1, AgRegMS 0014158-41.2013.4.01.0000, Terceira Seção, Rel. Des. João Batista Moreira, DJe17/abr/2013.)

"Impugnação à execução. Multa diária associada à antecipação detutela. Valor acumulado que atingiu montante objetivamente excessivo.Redução admitida. Art. 461, § 6º, CPC. Recurso provido. Cuida-se deagravo de instrumento tirado de decisão que acolheu parcialmenteimpugnação à execução de multa associada à antecipação de tutela.As agravantes insistem na redução do valor acumulado da referidamulta. Assim, após enfatizar que a qualquer tempo pode ser modificadoo valor acumulado da multa conforme anuncia o §6º do art. 461 doCPC, elas dizem que na espécie aquele montante se mostra excessivo,inclusive frente ao valor da condenação pelos danos materiais, o quepropicia o enriquecimento sem causa da autora, quadro que impunhaa redução. Recurso regularmente processado e respondido. É o relatório.Conforme o § 6º do art. 461 do Código de Processo Civil, o Juiz estáautorizado a 'modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifiqueque se tornou insuficiente ou excessiva'. Pois esta era exatamente asituação verificada na espécie. Afinal, a multa acumulada formou umvalor manifestamente excessivo (R$ 1.332.371,25 fls. 242 do agravo),incompatível mesmo com a própria natureza da imposição, que eracompelir a ré a proceder à instalação de um ponto de acesso à redetelefônica digital. A evidenciar a falta de razoabilidade daquele valor,aliás, havia o fato de o prejuízo da autora com a falta de instalaçãodaquele acesso ter sido de R$ 2.700,00 segundo reconheceu o acórdãoque justamente nesse ponto proveu a apelação daquela litigante (fls.202 do agravo). Certo, ainda, que o propósito da ação era garantir àautora a instalação daquele ponto e não, portanto, conferir-lhe créditopor multa diária. Diante de tal quadro era de rigor reduzir aquelemontante acumulado, o que agora ocorre. Razoável se mostra limitar amulta a R$ 27.000,00 à data do último cálculo (dezembro de 2012 - fls.241), o que se mostra suficiente ao propósito coercitivo. De fato, apesarde inexistir previsão legal acerca dessa sorte de relação como aquienfatiza a agravada, tal montante corresponde grosso modo ao décuplodo valor do prejuízo sofrido pela demandante com a falta de imediataadoção da providência imposta à ré. Tal desfecho não impõe pagamentode honorários ou custas, já que a execução prossegue. Em suma, parao fim indicado dá-se provimento ao recurso." (TJ SP, AI 0268984-38.2012.8.26.0000, 36ª Câmara de Dir. Privado Rel. Des. ArantesTheodoro, DJe 02/maio/2013.)

Page 16: ADVOCEF em Revista Maio/2013

Maio | 201316

Cen

a ju

rídi

ca

Visita à OAB do CearáEm 2 de maio, o presidente da ADVOCEF, Carlos Castro,

fez uma visita institucional à OAB do Ceará. O presidentefoi acompanhado da diretora de Prerrogativas, Maria

Rosa Leite Neta, e dos associados do Jurídico FortalezaJuvenal Furtado, Luiz Arthur Marques Soares e Bruno

Queiroz (conselheiro da Seccional). Os advogados foramrecebidos pelo presidente Valdetário Andrade Monteiro e

pelo tesoureiro Marcelo Mota Gurgel do Amaral, queforam presenteados com a obra “ADVOCEF, 20 anos” e

com a última edição da Revista de Direito. |||||ADVOCEF na Secional da OAB/CE

No mesmo dia, o presidente Carlos Castro se reuniu com os advogados do JurídicoFortaleza, onde ouviu os colegas e prestou esclarecimentos. Depois do almoço com

diversos colegas, Castro seguiu para Brasília, onde participou, à noite,de reunião com dirigentes da CONTEC. No dia seguinte, esteve presente no ato de

assinatura do Termo Aditivo ao ACT 2012/2013, entre a CAIXA e a CONTEC,referente à Nova Estrutura Salarial (NES) dos profissionais da empresa.

|||||Encontro com os advogados do Ceará

Visita ao Jurir Fortaleza

Longo caminhoHenrique, membro do

Conselho Deliberativo daADVOCEF, acrescentou: “Aapresentação do Plano éessencial para que o CDpossa acompanhar a sua

execução, atribuiçãoconferida pelo Estatuto.

Evidentemente, como se tratade prática incipiente no tratoadministrativo da ADVOCEF,

será necessário umaprimoramento,

especialmente quanto àsmetas propostas e passíveisde aferição pelo CD. Teremos

ainda um longo caminho.”

Plano de Trabalho“A finalidade da norma

estatutária que instituiu oPlano de Trabalho é conferir à

administração maiortransparência e maior

participação e controle porparte do Conselho

Deliberativo, que é um órgãocolegiado eleito, na forma

majoritária, exatamente parafazer uma ponte entre a AG e a

DE, representando todos osassociados.” O comentário é

do advogado HenriqueChagas, da Rejur PresidentePrudente/SP, a respeito das

metas da ADVOCEF para obiênio 2012/2014.

Pecado da língua"Os Pecados da Língua,Pequeno Repertório de

Grandes Erros deLinguagem" é o título de

quatro volumes lançadospelo professor Paulo

Flávio Ledur (que assinacoluna nesta Revista na

pág. 18) e o humoristaSampaulo (Paulo

Sampaio). A série foiinterrompida em 1997,

com a morte dohumorista. O exemplo

transcrito abaixo está novolume 3, lançado pela

Editora Age em 2000.

!O juiz deferiu favoravelmente o pedido do réu. E avítima foi novamente o português, que teve diferidasua ânsia de ser preservado. O verbo deferir e osubstantivo deferimento, por si sós, já informam terhavido despacho favorável,não se justificando a repetiçãodessa ideia: O juiz deferiu opedido do réu. Da mesmaforma, diferir e indeferir jáexpressam a ideia de discordância,assim como diferimento eindeferimento. Uma coisa é certa:quando alguém pede diferimento,é grande a probabilidade de seratendido, a não ser que aautoridade responsável difira dosconceitos aqui expostos.

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Maio | 2013

| Cena jurídica

17

|||||Desemb. João Pedro Silvestrin

|||||Capa do livro censurado por Roberto Carlos

||||| Advogada Gisela Gondin,ex-CAIXA, no CNJ

Comissões legislativasUma Consultoria Legislativa, da OAB, vai atuar junto à Frente Parlamentarda Advocacia para analisar projetos de lei de interesse dos advogados emtramitação no Congresso Nacional. As Seccionais serão estimuladas para

também criarem suas Comissões Legislativas nos Estados.

Esse cara"Quem parte para uma proibição desse tipocerceia dois direitos fundamentais egarantidos na Constituição: o direito àinformação e a liberdade de expressão",declarou à Isto É o relator do projeto,deputado Alessandro Molon (PT/RJ). "Essecara é ele, Roberto Carlos", emendou arevista.

Biografias autorizadasEm 2 de abril, foi aprovado pela

Comissão de Constituição e Justiça daCâmara Federal o PL 393/2011, dodeputado Newton Lima (PT/SP), que

permite a publicação de biografias nãoautorizadas. Se estivesse em vigor, o

cantor Roberto Carlos não teria podidovetar na Justiça a obra "Jovem Guarda:

Moda, Música e Juventude", daprofessora Maíra Zimmermann.

Aberratio IctusEm artigo publicado na Consultor Jurídico, odesembargador federal aposentado Vladimir

Passos de Freitas tratou das máximasjurídicas utilizadas no dia a dia, quase sempre

transmitidas em latim, língua desconhecidadas novas gerações. Narrou um episódio

ocorrido em seu primeiro ano da Faculdade deDireito. "Havia um colega baixo, com uma

avantajada cabeça e feições que iam alémdo que se tem como feio. Foi o bastante paraque alguém, maldosamente, lhe colocasse o

apelido de aberratio ictus, ou seja, erro naexecução, hipótese prevista no artigo 73

do Código Penal".

Representantes da advocaciaO Pleno do Conselho Federal da OAB

escolheu os novos representantes daadvocacia junto ao Conselho Nacional deJustiça (CNJ) e ao Conselho Nacional do

Ministério Público (CNMP). A ex-advogadada CAIXA Gisela Gondin Ramos foi escolhida

para o CNJ, ao lado do advogado PauloEduardo Pinheiro Teixeira. Para o CNMP,

foram indicados os advogados Walter deAgra Júnior e Esdras Dantas de Souza. A

sabatina ocorreu em sessãoextraordinária de 8 de abril.

Silvestrin no TSTO desembargador João Pedro Silvestrin,do TRT da 4ª Região, foi convocadopara atuar no Tribunal Superior doTrabalho. Ocupará a cadeira da ministraMaria Cristina Peduzzi, indicada paracompor o Conselho Nacional de Justiçano biênio 2013-2015. A convocaçãovalerá a partir da posse da ministra noCNJ. Oriundo da advocacia da CAIXA,Silvestrin ingressou no TRT gaúcho emoutubro de 2004, em vaga do QuintoConstitucional. (Fonte: TRT da4ª Região.)

RD no oitavo anoCom o lançamento da 16ª edição no XIX

Congresso da ADVOCEF, a Revista de Direitoda Associação completa o oitavo ano

ininterrupto de publicação. Neste volumeaparecem os autores Bruna de OliveiraMaciel, Débora Couto Cançado Santos,

Fernanda Valadares de Oliveira, GustavoTanger Jardim, José Carlos Zanforlin e

Shandor Portella Lourenço. Inclui, comosempre, jurisprudência selecionada que

destaca as decisões de interesse daadvocacia da CAIXA, várias delas com aparticipação direta de seus advogados.

Page 18: ADVOCEF em Revista Maio/2013

Maio | 201318

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(*) Professor de LínguaPortuguesa e Redação

Oficial em diversasinstituições. Autor de

"Português Prático" (AGE,13a ed.) e "Análise Sintática

Aplicada" (em coautoria comLuiz Agostinho Cadore, AGE,

3a ed.), entre outros.

Visite nosso sitewww.editoraage.com.br

51 3223.9385 | 3061.938551 9349.0533 | 3061.9384

Sugestão de leitura

Em resposta a perguntasdos leitores

Paulo Flávio Ledur (*)

Algumas linhas de pensamento sobre aresponsabilidade civil do notário, que, parao autor, não foi suficientemente discutidana doutrina e na jurisprudência

RESPONSABILIDADE CIVIL DONOTÁRIO E DO REGISTRADOR

Marcelo Guimarães Flach

Wilson MalcherWilson MalcherWilson MalcherWilson MalcherWilson Malcher pergunta: Como evitar o uso do"que"? O uso repetitivo do pronome relativo "que" torna otexto enfadonho. Alternativas para evitar isso:

- Omiti-lo, o que se pode fazer antes de verbos nomodo subjuntivo:

"Requer a V. Exa. (que) determine (que) lhe seja con-cedida a diminuição da pena."

"A Justiça decidiu (que) lhe fosse concedidoo prazo de trinta dias para o pagamento dadívida."

- Usar construções alternativas:"Penso que agi corretamente."

/ "Penso ter agido corretamente.""Em face da severidade das

penas que foram aplicadas, foinecessário que o réu soli-citasse a ajuda financei-ra de parentes." / "Emface da severidadedas penas aplicadas,foi necessária a ajudafinanceira de paren-tes."

Lourenço e RobertaLourenço e RobertaLourenço e RobertaLourenço e RobertaLourenço e Robertaquestionam sobre a última reforma ortográfica: o quepenso, se está em vigor e se corre risco de ser aborta-da. Sempre me posicionei contrariamente a qualquermudança no sistema ortográfico da língua, em funçãoda péssima relação custo-benefício: custo muito alto,não compensado pelo baixo benefício. No entanto, é lei,e lei tem que ser cumprida. Está em vigor desde janeiro

de 2009, com carência inicial prevista até dezembro de2012, e que foi estendida, no final do ano passado, pormais três anos; portanto, até 31 de dezembro de 2015estão valendo os dois sistemas. Na prática, os grandesveículos de comunicação, as editoras e as organizações

brasileiras em geral trataram de ado-tar de imediato anova ortografia. En-quanto no Brasil

isso ocorre, em Por-tugal e nos demais pa-

íses de língua portuguesahá muita resistência a sua

adoção. Sobre a possibilidade deocorrer uma reversão ou de se in-troduzir novas modificações, não

acredito, pois significaria novoscustos com mínimo benefício.

Davi Duarte Davi Duarte Davi Duarte Davi Duarte Davi Duarte também soli-cita esclarecimentos sobre

questões da nova ortografia, especialmenteem torno do emprego do hífen e do trema. O trema foiinteiramente abolido da língua portuguesa. Alerte-se ape-nas que essa eliminação, obviamente, não atinge nomesestrangeiros e palavras deles derivadas: Müller -mülleriano, Hübner - hübneriano. Por se tratar de assun-to que exige maior aprofundamento e, por consequência,maior espaço, deixo a questão do emprego do hífen paraabordar com exclusividade na próxima edição.

Page 19: ADVOCEF em Revista Maio/2013

Maio | 2013 19

A árvore cupidoAndré Falcão de Melo (*)

Con

to Não era um pé de laranja-lima prachamar de meu, embora eu já houvessetido vários pés de laranja-lima, sem depés de laranja-lima se tratarem de fato,suficientes embora para imitar a perso-nagem do José Mauro de Vasconcelosnos meus devaneios e fantasias de cri-ança que lera o livro e assistira à novela,não necessariamente nessa ordem. Masnão era. Até porque árvore frondosa, quediferentemente de um pé de laranja-limame permitia subir em seus vários galhosgrossos e fortes até bem alto, tão altoque quem passasse pela rua onde eumorava poderia não me ver, bastava queeu assim desejasse. Inclusive ela.

Por essa época, eu nem eraum pirralho do tope do garotode "O meu pé de laranja-lima",tampouco um adolescente.Tava naquela chamadafase abestalhada. Isto. Erasó um bestão1, como agente diz aqui emMaceió. Tanto que a ra-zão do meu viver, en-quanto prazer, além derachar2, jogar ximbra3,soltar peão e jogo de bo-tão era me apaixonar pe-las meninas do colégio.Ou de onde viessem. Foi láque a vi pela primeira vez.No Imaculada Conceição, naPajuçara. E me apaixonei decara. Claro! Aliás, eu e certamen-te a metade dos meus colegas deescola.

Aqueles incríveis olhos azuis, aquelatez alvinha que parecia ia rasgar-se aomais leve esgarçar, de tão fininha que era,os cabelos cor de ouro... O que mandeide bilhetinho dentro do caderno dela, dechiclete dentro da sua bolsa... Sem con-tar os passeios de bicicleta pela frentede sua casa na esperança de vê-la, deum oi, um aceno, um sorriso, e até dealgumas palavras (as perguntas já esta-vam prontas para essa hipótese, uma vezou outra alcançada). Aliás, caro leitor, acasa dela ficava a menos de cem metros

da do papai aqui! Ha-ha-ha! O que eu po-deria querer mais?

O fato, porém, é que perto ou longe,disso não saía não. Nem no colégio, nemfora dele. Só me restava passar as mui-tas horas na velha árvore, onde ninguémpodia me ver, trocando das mais docesàs mais candentes palavras de amor coma minha lourinha imaginária, indo dosabraços aos mais tórridos beijos, todospraticados no âmago da minha fantasiosacabeça.

Estava uma tarde num desses meusencontros com minha namorada, dirigin-do-me ao mais alto dos galhos da minhaamiga e confidente árvore, quando pelaprimeira vez em tanto tempo senti meucorpo desequilibrar a um passo em falso,distraído que estava com sua beleza.Juro! Nesse dia eu a desenhei em minhaimaginação tão especialmente linda, quecompletamente embasbacado com o re-sultado não percebi que o último galhoonde deveria apoiar o pé estava situadoum pouco mais acima de onde calculeideveria fazê-lo. Só deu tempo de ouvir o

barulho do galho sendo arranhado pelapressão que fiz com a perna, tentativaúltima de evitar a queda, e de sentir obanho de adrenalina por dentro.

Quando recobrei os sentidos já esta-va no hospital. Disseram-me que aterris-sei sobre a capota de um carro que vinhapassando pela minha rua. Embora o veí-culo houvesse amortecido a queda, caírade costas, de modo que me machucara eficara desacordado por algum tempo. Omotorista, que para minha sorte passava

com sua mulher e filha no exa-to momento em que despen-cava, socorreu-me e ligou parameus pais, que já estavam co-migo quando acordei, são esalvo. No dia seguinte já te-ria alta.

Pela manhã bemcedo, acordei com mui-ta fome e doido pra cairfora dali. Antes fui infor-mado que a família queme socorrera deixara afilha sob os cuidados deminha mãe no hospital,para me visitar, enquan-

to iam ao trabalho. Sou-be que ela insistira muito,

embora estivesse no horá-rio da escola, porque estaria

muito preocupada comigo. Eraminha colega da escola, disse-me

mamãe. "Qual o nome dela?", per-guntei. "Ih, não sei... Bom, você já vai

saber. Seu pai foi buscá-la na porta dohospital."

Por alguma razão que não me permi-ti nem sonhar pudesse ser, senti um rápi-do calafrio de ansiedade. Ouvi os passosde meu pai e de mais alguém. Jamaisconfundiria os passos dele em qualquerlugar onde eu estivesse. Uma leve batida(toc-toc), o movimento da maçaneta, ummínimo ranger de porta mal lubrificada -quase imperceptível para outros ouvidosmenos atentos que não os meus naque-le momento... A porta finalmente se abrepor completo. Ela entra.

(*) Advogado da CAIXA em Maceió.

1 Bobo, tolo.2 Jogar bola, bater pelada.3 Bola de gude.

Page 20: ADVOCEF em Revista Maio/2013
Page 21: ADVOCEF em Revista Maio/2013

Maio | 2013 I

Suplemento integrante da ADVOCEF em Revista | Ano XII | Nº 123| Maio | 2013

Motivação das decisões judiciais e oaspecto moral do formalismo:motivação per relationem e

terceirização da racionalidade jurídicaO formalismo processual, i.e., os

requisitos de tempo, modo e lugar, nasua frieza e objetividade, seguem omodelo geral do tudo ou nada: pre-sentes, permitem que o ato processu-al produza seus efeitos legais, ausen-tes, inviabilizam a eficácia jurídica doato, gerando sua inadmissibilidade(atos da parte) ou nulidade (atos doEstado-juiz).

Por isso, a eficácia do ato proces-sual depende sempre do contrasteentre forma (manifestação física doato) e modelo formal, de modoque e.g. um recurso que não preen-che o requisito tempo (intempestivo)é inadmissível, não devolvendo ao tri-bunal a matéria impugnada e não obs-tando o trânsito em julgado (CPC, art.515), ao passo que uma citação quecarece da advertência do art. 285 doCPC, por sua vez, é nula, não produ-zindo os efeitos previstos pelo art. 219do CPC.

Esta análise quase que matemáti-ca, de contraste entre modelo formal(requisitos legais) e ato concreto, noentanto, esconde uma outra peculiari-dade das formas processuais, seu as-pecto axiológico (Cf. Dinamarco,Bedaque, Alvaro de Oliveira). Em cadarequisito formal há um valor, um esco-po específico, uma razão de ser, res-saltada pela própria previsão pelo Códi-go da instrumentalidade das formas(CPC art. 154, 244 e 249, §§ 1° e 2°).

Isto importa dizer que nada está,

Marcelo Pacheco Machado

Graduado em Direito pela UniversidadeFederal do Espírito Santo (UFES). Mestre eDoutorando em Direito Processual pelaFaculdade de Direito da Universidade de SãoPaulo (USP). Membro do Instituto Brasileirode Direito Processual (IBDP). Professor daFaculdade de Direito de Vitória (FDV), noscursos de graduação e de pós graduação.Advogado. Sócio da Machado & Ferreira NetoAdvogados Associados.

ou deveria estar, previsto inutilmente,ou ao bel prazer formalístico do legis-lador. Os requisitos formais do proces-so servem a propósitos externos, con-cretizam garantias constitucionais doprocesso tais quais o contraditório, aampla defesa e a imparcialidade e vi-sam à efetividade e à celeridade pro-cessual.

A preclusão temporal e os prazospreclusivos servem à igualdade pro-cessual (cf. Heitor Sica), o alerta dacitação visa a um amplo estabeleci-mento do contraditório, as exigênciasformais da petição inicial também vi-sam ao contraditório, a regra daadstrição visa a garantir a inércia, as exceções rituais de suspeição e impe-dimento visam à imparcialidade, en-tre muitos outros exemplos.

É exatamente neste contexto quedeve ser enxergada a regra do art. 458

do Código de Processo Civil, a qualexige da sentença três requisitos demotivação (a) relatório; (b) fundamen-tos; e (c) dispositivo.

Não tratamos aqui de um elemen-to formal inerte, uma “pedra” burocrá-tica no caminho da nobre e relevantefunção de julgar, mas de um elemen-to carregado de valor, que concretizaanseios e expectativas sociais relevan-tes, positivadas no texto da Carta Cons-titucional.

A sentença não prescinde de dis-positivo, pois sobre ele deve recair omaterial apto a produzir coisa julgadamaterial e a irradiar efeitos sobre aesfera jurídica dos litigantes. Senten-ça sem dispositivo, ou com dispositi-vo disperso, gera incerteza, prejudicao cumprimento das decisões, o rela-cionamento entre demandas(litispendência, conexão, coisajulgada) e dificulta o contraditório e oexercício do direito de recorrer. Mais

"Os requisitos formais doprocesso servem a

propósitos externos,concretizam garantias

constitucionais do processotais quais o contraditório,

a ampla defesa e aimparcialidade."

Page 22: ADVOCEF em Revista Maio/2013

Maio | 2013II

importantemente, o relatório e a moti-vação representam a prestação de con-tas do magistrado. Dotado de poderefêmero e momentâneo de julgar esolucionar os litígios, o magistrado deveesclarecimentos, prestação de contas,não apenas em favor daqueles que sãojulgados, mas também de toda a soci-edade que lhe conferiu este poder.

A motivação das decisões judici-ais é fundamental para a fiscalizaçãodo “poder jurisdicional”, único meiode se aferir se o julgamento atendeuaos fatos (provas) e ao direito, e nãoà vontade, ao conhecimento privadoou a outro motivo, ajurídico ouantijurídico, que poderia levar o ma-gistrado à solução ditada. Decidir semmotivar é exercer poderes absolutos,incompatíveis com a inclinação de-mocrática de nosso ordenamento ju-rídico.

A prática, todavia, parece recru-descer da mente dos julgadores estalição pontual. Como uma assinaturaque, de tanto se repetir e de serlançada açodadamente, a fundamen-tação vai sumindo das sentenças, vaimudando e se deformando com otempo e com a repetição. Há muitotrabalho, pouca estrutura, pouco tem-po, muitas demandas e recursosiguais, irrelevantes, repetidos, mui-tas demandas massificadas. Porquesempre motivar? Para que motivartanto?

Assim, surgem anomalias comoas sentenças motivadas expressa-mente (fora das hipóteses legais) ea fundamentação per relationem, ouseja, apropriação por referência dafundamentação de outro ato, talqual a decisão recorrida ou parecerdo Ministério Público, em modelogenérico e vazio de conteúdo. Práti-ca esta acolhida pela Suprema Cor-te que, em reiterados precedentes,declara que:

…a utilização, pelo Poder Judiciá-rio, da técnica da motivação perrelationem, reveste-se de plena le-gitimidade jurídico-constitucional ese mostra compatível com o quedispõe o artigo 93, IX, da Constitui-ção Federal. A remissão feita pelo

magistrado – referindo-se, expres-samente, aos fundamentos (defato e/ou de direito) que deram su-porte à anterior decisão (ou, então,a pareceres do Ministério Públicoou, ainda, a informações prestadaspor órgão apontado como coator)– constitui meio apto a promover aformal incorporação, ao atodecisório, da motivação a que o juizse reportou como razão dedecidir (STF, AI n. 825.520-AgR-Ed,Relator o Ministro Celso de Mello,2ª Turma, DJe de 12.09.11).

cede a lei ou a Constituição pela cláu-sula da inafastabilidade e pela garan-tia do acesso à justiça.

Ironicamente, a proteção da garan-tia constitucional aqui cabe à jurispru-dência do Superior Tribunal de Justi-ça, e não ao Supremo Tribunal Fede-ral. Aquela corte tem se mostrado, àluz da lei (CPC, art. 458) muito maisresistente à terceirização da motivaçãodos atos judiciais, refutando-a. Sobreeste aspecto, o julgado abaixo declaraque o acórdão que se limita areferenciar a sentença, encampandoseus motivos, é nulo, pelo fato de sergenérico e de não individualizar a ma-téria levada ao conhecimento do ór-gão jurisdicional:

A reprodução de fundamentos de-clinados pelas partes ou pelo órgãodo Ministério Público ou mesmo deoutras decisões atende aos coman-dos normativo e constitucional, osquais impõem a necessidade defundamentação das decisões judi-ciais. O que não se tolera é a ausên-cia de fundamentação (EREsp1021851/SP, Rel. MinistraLAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, DJede 04/10/2012). 4. Na hipótesedos autos, o acórdão proferido énulo por ausência de fundamenta-ção, uma vez que se limita a fazerreferência à sentença, em formatogenérico de resposta judicial, sema reprodução de nenhum trecho dojulgado e sem apresentar motiva-ção própria. Essa situação possibi-lita, inclusive, a fácil multiplicaçãode seu conteúdo em diversas ou-tras ocasiões, com a alteração deparcas informações. (STJ, 5ª T. AgRgno REsp 1223861/RJ, Rel. Minis-tra Laurita Vaz, j. 26/02/2013, DJe06/03/2013.)

Fica o problema, ainda sem solu-ção. E ao passo que aumenta simulta-neamente (a) o número de processospor juiz; e (b) a cobrança e fiscaliza-ção por produtividade, o processo deterceirização da motivação das deci-sões judiciais tende a aumentar, es-pecialmente com o salvo conduto dadopela Suprema Corte.

"A sentença não prescindede dispositivo, pois sobreele deve recair o material

apto a produzir coisajulgada material e a

irradiar efeitos sobre aesfera jurídica dos

litigantes."

Julgar por referência é não julgardemocraticamente, é não refletir e nãoexprimir em linguagem o raciocínio,declinar razões e prestar contas à so-ciedade. O conteúdo de parecer ou deoutro ato decisório, ainda que dirigidoao mesmo direito e aos mesmos fatos(alegações), representa apenas a ex-pressão unilateral, de um sujeito. Se édecisão, deve ter sido impugnada porrecurso, com razões antagônicos, seé parecer, também deve ter se subme-tido ao contraditório, ao passo que,motivar a posterior decisão por merareferência aos atos pretéritos significa-ria ignorar argumentos, pressupor ainutilidade de todo o debate que se su-cedeu.

O julgador deve motivar, até mes-mo para afirmar que o recurso é inep-to, por não se dirigir aos fundamen-tos da sentença, ou para afirmar quea manifestação é incompreensível ouinepta. Sem isso, não se consegueafastamento da arbitrariedade, não seconsegue fiscalizar a atividadejurisdicional, não se garante a efetivaanálise de fato ou de direito que con-

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Maio | 2013 III

dispositivos, até então consideradosseparadamente, ou, ao contrário,mediante a separação de preceitospor largo tempo unidos entre si. Nes-sas oportunidades o juiz compõepara o caso concreto uma norma quevem completar o sistema objetivo doDireito”.3 Partindo da regra do art. 5.º,do Dec.-Lei nº 4.657, de 04.09.1942,4

“Na aplicação da lei, o juiz atenderáaos fins sociais a que ela se dirige eàs exigências do bem comum”, AlípioSilveira observa que os magistradosoperam uma verdadeira reelaboraçãolegislativa.5 E, em outra obra, acen-tua que não é só na interpretação pro-priamente dita, que se abre margemà reelaboração da lei, através devalorações político-sociais. “Na esfe-ra da adaptação da lei ao caso con-creto, essa reelaboração tambémexiste. Com a diferença de que, emvez de se concentrar na norma abs-trata, geral, ela passa a se desenvol-ver no âmbito da particularidade, dasingularidade, não se limitando aconstituir uma dedução lógico-formalda norma abstrata. É unânime, a res-peito, a moderna doutrina, sufragadapelo art. 5.º da Lei de Introdução”.6

Cappelletti afirma que não é diversa anatureza dos processos legislativo ejudiciário porque “ambos constituemprocessos de criação do direito”7. DaMensagem enviada pelo Presidente

O poder criador da jurisprudência1. Introdução

O Direito Positivo se manifesta emtrês dimensões: lei, doutrinalei, doutrinalei, doutrinalei, doutrinalei, doutrina e juris-juris-juris-juris-juris-prudência.prudência.prudência.prudência.prudência. A leileileileilei foi notavelmente de-finida pela Declaração dos Direitos doHomem e do Cidadão (1789) como “aexpressão da vontade geral”. A consti-tuição francesa de 1793 ampliou o con-ceito para declarar: “A lei é a expressãolivre e solene da vontade geral; é amesma para todos, quer proteja quercastigue; não pode ordenar senão o quefor justo e útil para a sociedade; e sópode proibir o que lhe for prejudicial”(art. 4º). Na lição de Clovis Beviláqua,“a lei é uma regra geral que, emanandoda autoridade competente, écoativamente imposta à obediência detodos”.1 O vocábulo jurisprudênciajurisprudênciajurisprudênciajurisprudênciajurisprudênciaderiva do latim (jurisprudentia) e é com-posto pelas palavras jus (Direito, ciên-cia do Direito) e prudentia (sabedoria).Consiste, literalmente, na sabedoria comque se interpreta e aplica o Direito. Emsentido estrito a jurisprudênciajurisprudênciajurisprudênciajurisprudênciajurisprudência cons-titui o conjunto das decisões dos juízese dos tribunais em que se recolhe a ori-entação por eles seguida na interpreta-ção e aplicação das leis nos casos con-cretos ou nas hipóteses de ação diretade inconstitucionalidade ou da açãodeclaratória de constitucionalidade (CFart. 102, I, a). Em sentido lato, significaa ciência do Direito e das leis.

Existem outras conotações parao vocábulo indicando a tendência deuniformização do pensamento a pro-pósito de determinados assuntos ju-rídicos. Pode-se falar em: a)a)a)a)a) jurispru-dência dos conceitos (criticando,numa perspectiva irônica, uma esco-la de interpretação); b)b)b)b)b) jurisprudên-cia dos interesses (escola jurídicasurgida na Alemanha, no começo doséculo, segundo a qual o legisladorvisa atender interesses de pessoasou grupos sociais quando elabora anorma); c)c)c)c)c) jurisprudência dos valo-res (orientação hermenêutica que se

sobrepõe aos textos legais e aoformalismo exegético para resgatar astendências jusnaturalistas evocandoa Filosofia dos Valores).

2. Natureza e funções dajurisprudênciaA jurisprudência é considerada fon-

te secundária das normas penais. Emtal sentido é a lição de J. F. MARQUES,que reconhece a existência de inúme-ros exemplos da influência exercidapelos pronunciamentos jurisdicionaisna evolução e aplicação das regraspunitivas.2 Há um grande número deprecedentes que servem para a revi-são e modificação do direito positivo.Embora não seja considerada fonteformal do Direito Penal, aspecto reser-vado somente à lei escrita, nenhumadúvida remanesce quanto à influênciaexercida pelas decisões dos juízes etribunais para muito além dos limitesdo caso julgado.

René Ariel Dotti

Professor titular da Universidade Federal doParaná.

"Algumas Súmulas daJurisprudência

predominante do SupremoTribunal Federal se

converteram, com areforma da Parte Geral do

CP (Lei 7.209/84), emtextos normativos."

1 Código Civil dos Estados Unidos do Brasil, 10ªed. atual. por Achilles Beviláqua< Rio de Janei-ro: Livraria Francisco Alves, 1953, vol. I, p. 70.

2 Marques, José Frederico. Tratado de DireitoPenal, 2ª ed. São Paulo, Saraiva, 1964, vol.1º, p. 195.

3 Lições preliminares de Direito, São Paulo:Saraiva, 1985, p. 168. (Os grifos são meus.)

4 Lei de Introdução ao Código Civil (LICC). Novaementa: Lei de Introdução às Normas do Di-reito Brasileiro (LINDB).

5 Hermenêutica Jurídica, São Paulo: Editora LeiaLivros, s/d, vol. IV, p. 200.

6 Silveira, Alípio. O papel do juiz na aplicaçãoda lei, São Paulo: Editora Universitária de Di-reito Ltda, 1977, p. 200. (Os destaques emitálico são meus.)

7 Capelletti, Mauro. Juízes legisladores? Trad.de Carlos Alberto Alvaro de Oliveira, Porto Ale-gre: Sergio Antonio Fabris, Editor, p. 27.

A propósito, Miguel Reale: “O atode julgar não se reduz a uma atitu-de passiva diante dos textos legais,mas implica notável margem de po-der criador” e salienta que a juris-prudência muitas vezes inova emmatéria jurídica “estabelecendo nor-mas que não se contém estritamentena lei, mas resultam de uma cons-trução obtida graças à conexão de

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Maio | 2013IV As matérias publicadas neste suplemento são de responsabilidade exclusiva de seus autores.O encarte pode ser acessado, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Ano XII | Nº 123 | Maio | 2013

Theodore Roosevelt, ao CongressoAmericano em 8 de dezembro de1908, consta essa expressiva conclu-são: “Os principais criadores do di-reito (...) podem ser, e frequentemen-te são, os juízes,pois representama voz final da au-toridade. Toda vezque interpretamum contrato, umarelação real (...)ou as garantiasdo processo e daliberdade, emitemnecessariamenteno ordenamentojurídico partículasde um sistema defilosofia social; com essas interpreta-ções, de fundamental importância,emprestam direção a toda a atividadede criação do direito” (43 Cong. Rec.Part I, p.21). O magistrado inglêsRadcliffe, evocado por Cappelletti,arremata: “Quem poderá negar agoraque, para o direito, as decisões judi-ciárias constituem uma contribuiçãocriativa e não meramente descriti-va?”.8

Algumas Súmulas da Jurisprudên-cia predominante do Supremo Tribu-nal Federal se converteram, com a re-forma da Parte Geral do CP (Lei 7.209/84), em textos normativos. Comoexemplos, podem ser referidas asSúmulas 146, 388 (atualmenterevogada9), 497, 499 e 604. Tambémcomo fruto de decisões reiteradas dostribunais adveio o art. 120 do CP: “Asentença que conceder perdão judi-cial não será considerada para efei-tos de reincidência”. E com a práticados Juizados Especiais Criminais, ins-tituídos pela Lei 9.099, de

26.09.1995, a jurisprudência passoua adotar, nas transações entre réu evítima, a doação de alimentos ou me-dicamentos, antecipando-se, assim, àLei 9.714, de 25.11.1998, que deu

nova redação aoart. 44 do CP.

Andreucci ob-serva que a cria-ção do Direito pelaj u r i s p r u d ê n c i adeflui não apenasda autorização le-gal, da imprevisãoe da ilogicidade dolegislador, tenden-do à busca da exa-ta proporção ca-paz de superar o

conflito entre a forma e a realidade, en-tre la razione dell’autorità e a autoritàdella razione. E tal ocorre nas hipóte-ses de lacunas, antinomias e de mui-tos aspectos do crime e da pena, osquais evidenciam que a lei, em abs-trato, não pode prever tudo em razãodo multifário emanado da realidade.10

O tema da jurisprudência como fon-te do Direito ga-nhou especial pro-jeção com a intro-dução da Súmulade EfeitoVinculante (CF, art.103-A).

A jurisprudên-cia está dirigida, ini-cialmente, ao en-tendimento corretoda lei, completan-do-a e aperfeiçoan-do-a, respeitando sempre os valoresque lhe serviram de inspiração, bemcomo provendo a fiel e exata aplicaçãodas normas assim obtidas, em obedi-ência aos interesses do Direito e da Jus-

"A jurisprudência estádirigida, inicialmente, aoentendimento correto da

lei, completando-a eaperfeiçoando-a,

respeitando sempre osvalores que lhe serviram

de inspiração."

tiça. Como salienta Domingues deAndrade, a jurisprudência está, portan-to, “ao serviço da lei, mas num sentidode obediência pensante, que atendemenos à letra que mata do que ao espí-rito que vivifica; e para além da lei, masatravés dela, ao serviço do ideal jurídi-co – do nosso sentido do Direito queem cada momento deve ser”.11

3. O papel missionário do juizComo já foi dito, o art. 5.º da LINDB

declara que na aplicação da lei, “o juizatenderá aos fins sociais a que ela sedirige e às exigências do bem comum”.Tal princípio vale para todos os ramosjurídicos e em particular para a judica-tura criminal em face da relevância dosinteresses em confronto e porque o Di-reito Penal é a disciplina que dispõe dasreações mais graves para combater avasta gama de ilicitudes.

O magistrado deve subsumir a re-alidade do caso concreto ao modelonormativo, inserindo-o na respectivahipótese abstrata e depois extrair asua conclusão. A decisão assim obti-da vale como lei individual para as

partes. Já foi ditoem antológicaoração de sapi-ência, que em talsentido o juizserá realmente “ointermediário en-tre a norma e avida, o instru-mento vivente quetransforma o co-mando abstratoda lei no coman-

do concreto da sentença. Será a vivavoz do Direito, ou mesmo a própriaencarnação da lei. Porque a lei, comefeito, só tem verdadeira existênciaprática como é entendida e aplicadapelo juiz”.12

"A propósito, MIGUELREALE: 'O ato de julgar

não se reduz a uma atitudepassiva diante dos textos

legais, mas implicanotável margem de

poder criador'."

8 Ob. cit., p. 33.9 Os incisos VII e VIII, do art. 107 do CP, que

previam como causas extintivas da punibilidadeo casamento da vítima com o agente em casosde “crimes contra os costumes” (atuais “crimescontra a dignidade sexual”), foram revogadospela Lei 11.106, de 28.03.2005.

11 Domingues de Andrade, Manuel. “Sentido evalor da jurisprudência”, em Boletim da Fa-culdade de Direito, Coimbra: Coimbra EditoraLtda, 1973, p. 40.

12 Ob. cit. p. 38.

10 Andreucci, Ricardo Antunes. Direito Penal ecriação judicial, Tese apresentada à Congrega-ção da Faculdade de Direito da Universidadede São Paulo, em concurso para o cargo deProfessor Titular, São Paulo: edição do autor,1988, p. 62.