8
ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • DEZEMBRO DE 2018 • ANO 6 • Nº 63 • 12.000 EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP. Visite o acervo de palestras do C. E. Nosso Lar no YouTube. As palestras foram transmitidas ao vivo e estão disponíveis para visualização. Nosso Lar Matão Afeto e amorosidade Vivemos tempos graves de grande aridez afetiva na convivência humana Veja proposta de modificação desse quadro – Página 5 Foto: https://timedotcom.files.wordpress.com/2016/09/grandfather.jpg Cárita é o pseudônimo da cristã Irene, martirizada em Roma, no ano 300 d.C. É a autora da conhecida Prece de Cáritas, ditada na véspera do Natal de dezembro de 1873, pela médium francesa, Sra. Watteville Krell, contemporânea a Kardec. Página 7 O apelo de Cárita São oportunas as palavras de Jesus: “aquilo que não desejamos que façam para nós, não façamos aos outros.” Página 8 Bullying

Afeto e amorosidade - institutocairbarschutel.orginstitutocairbarschutel.org/wp-content/uploads/2018/11/tribuna... · te vejas à beira do ressentimento ou revide, rebeldia ou desânimo,

Embed Size (px)

Citation preview

ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • DEZEMBRO DE 2018 • ANO 6 • Nº 63 • 12.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITAwww.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTELCx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.

Visite o acervo de palestras do C. E. Nosso Lar no YouTube. As palestras foram transmitidas ao vivo e estão disponíveis para visualização.

Nosso Lar Matão

Afeto e amorosidadeVivemos tempos graves de grande aridez afetiva na convivência humana

Veja proposta de modificação desse quadro – Página 5

Foto

: htt

ps://

timed

otco

m.�

les.w

ordp

ress

.com

/201

6/09

/gra

ndfa

ther

.jpg

Cárita é o pseudônimo da cristã Irene, martirizada em Roma, no ano 300 d.C. É a autora da conhecida Prece de Cáritas, ditada na véspera do Natal de dezembro de 1873, pela médium francesa, Sra. Watteville Krell, contemporânea a Kardec.

Página 7

O apelo de CáritaSão oportunas as palavras de Jesus: “aquilo que não desejamos que façam para nós, não façamos aos outros.”

Página 8

Bullying

Dezembro de 2018 PÁGINA 2

Editorial

Dezembro de gratidão

Independente das opiniões, dever agora é de união em fa-vor da Pátria, vibrando para

que o novo governo recoloque o país nos trilhos, apesar das diver-gências. Essas são secundárias, pois o que deve prevalecer é o bem comum, coletivo.

Dezembro aí está, Natal de novo, lembranças carinhosas e convite renovado ao bem. Deixemo-nos impregnar pelo Celeste Convite do Mestre da Humanidade. Passou 2018, de lutas e alegrias.

Em Matão vivemos as emo-ções de dois marcantes eventos: o ESPIRITAS EM AÇÃO e o EAC, que já se movimentam para 2019.

Que bom! Felizmente, ape-sar do espinhoso momento histórico da humanidade, o conteúdo espírita nos oferece a brisa sólida e palpável da harmonia e da esperança, do conforto que orienta e ilumina os caminhos.

Na transição de calendário, porém, nosso abraço ao leitor e especialmente nossa grati-dão àqueles que nos ajudam a tornar realidade a edição e cir-culação mensal do TRIBUNA DO ESPIRITISMO.

Feliz Natal! r

A chave bendita Na troca de farpas, qual o melhor instrumento?

Vladimir Polízio [email protected]

É muito comum a troca de far-pas quando alguém levanta questionamentos pessoais.

Quando a conversação começa a criar ambiente agressivo, não convém prosperar com a elevação do tom, de modo a trazer para o ambiente em que se encontre um pesado clima � uídico, com consequências geralmente de-sagradáveis. Se temos por dever contornar as dificuldades que encontramos pelos caminhos, necessário se faz a presença da paciência para não nos perdermos durante a resolução desses pro-blemas. Qualquer descontrole poderá agravar os resultados, seja para o momento, seja para o futuro.

Não é somente a educação e o respeito que deverão estar presentes nesses instantes em que formos chamados à tomada de decisão, mas, especialmente, o equilíbrio, através da tranqui-lidade. É normal deixarmos o curso de uma conversação correr à vontade, sem qualquer freio que a reprima, tomando, por descuido, caminhos muitas vezes indesejá-veis e trazendo aborrecimentos para ambos os lados. A disciplina comportamental e psíquica, se não estiver naturalmente instalada

no organismo material da pessoa, como ingredientes do espírito que já trouxe consigo esses valores, deve ser cultuada, exercitada, a exemplo do hábito da oração, que aos poucos também deve fazer parte da vida de cada indivíduo, se estiver pretendendo ligar-se a esse maravilhoso Universo, onde oferece a cada um a oportunidade de receber in� uências vibratórias,

tanto dos vivos do lado de cá como do outro lado, principalmente.

É Emmanuel quem nos so-corre, através da mediunidade de Chico Xavier, com as orientações contidas na mensagem ‘A chave bendita’, sobre o controle de si mesmo:

“Efetivamente, muitos são os problemas que nos assediam a existência. Dificuldades que não se esperam, tribulações que nos espancam mentalmente de imprevisto, sofrimentos que se instalam conosco sem que lhes possamos calcular a duração, de-sajustes que valem por dolorosos constrangimentos.

Se aspiras a obter solução ade-quada às provas que te � ram, não te guies pela rota do desespero.

Tens cont igo uma chave bendita, a chave da humildade, cunhada no metal puro da paci-ência. Perante quaisquer trope-

ços da estrada, usa semelhante talento do espírito e alcançarás para logo a equação de harmonia e segurança a que se pretendes chegar. Nada perderás deixando falar alguém com mais autoridade do que aquela de que porventura disponhas; nunca te diminuirás por desistir de uma contenda desnecessária; em coisa alguma te prejudicarás abraçando o si-lêncio de conceitos deprimentes que te sejam desfechados; não sofrerás prejuízo em te calando nesta ou naquela questão que diga respeito exclusivamente às tuas conveniências e interesses pes-soais; grandes lucros no campo íntimo te advirão da serenidade ou da complacência com que aceites desprestígios ou prete-rição; jamais te arrependerás de abençoar ao invés de reclamar, ainda mesmo em ocorrências que te amarguem as horas, e a simpa-tia vibrará sempre em teu favor, toda vez que cedas de ti mesmo, a benefício dos outros.

Efetuemos os investimentos valiosos de paz e felicidade, sus-cetíveis de serem capitalizados por nós, através de pequenos gestos de tolerância e bonda-de e o programa de trabalho a que a vida nos indique ganhará absoluta e� ciência de execução. Seja na vida particular ou portas a dentro de casa, no grupo de serviço a que te vinculas ou na grande esfera social em que se te decorre a existência, sempre que te vejas à beira do ressentimento ou revide, rebeldia ou desânimo, nunca te entregues à irritação; tenta a humildade.” r

“Se aspiras a obter solução adequada às pro-vas que te firam, não te guies pela rota do deses-pero

Dezembro de 2018PÁGINA 3

desenvolver aptidões no soergui-mento da brutalidade animal para o desenvolvimento técnico; vezes outras são os caracteres de nosso desenvolvimento moral, a disci-plinar atitudes, registar alterações sociais e reforçar caminhos de paz e trabalho construtivo.

Um e outro aspecto, o in-telectual e o moral, interagem

constantemente, não existindo linha demarcatória rígida na distinção de onde termina um e começa outro. Por esse motivo reconhecemos a sabedoria das leis que regem a natureza, onde nada dá saltos, mas tudo se encadeia. Onde o desenvolvimento moral depende do desenvolvimento intelectual e vice-versa.

Devemos encontrar o ponto de equilíbrio entre eles, desen-volvendo harmonicamente nossas potencialidades enquanto espíritos imortais, e isso é um processo de

Com Jesus para Melhor EducarEnsinos morais do Evangelho estão firmados no código imutável da lei divina

Marcus De [email protected]

“Devemos enfeixar es-forços no sentido do apren-dizado cristão, ampliado pela Doutrina Espírita, que nada mais é do que o Cris-tianismo Redivivo

Encontramos na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu item 1,

1º parágrafo, as seguintes palavras de Allan Kardec:

“A parte moral (do Evangelho) exige a reforma de cada um. Para os homens, em particular, é uma regra de conduta, que abrange todas as circuns-tâncias da vida privada e pública, o princípio de todas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça. É, por � m, e acima de tudo, o caminho infalível da felicidade a conquistar, uma ponta do véu erguida sobre a vida futura”.

Sendo os ensinos de Jesus “uma regra de conduta”, temos então uma Pedagogia do Comportamen-to de� nida pelo Mestre em seus ensinamentos e no seu próprio exemplo, motivo pelo qual a base cristã do Espiritismo está exclusi-vamente assentada sobre a parte moral do Evangelho.

Isso não quer dizer que todo espírita seja um “santo”, que em sua existência seja isento de fa-lhas, pois entende o Espiritismo que todo homem é um espírito reencarnado em determinado grau de progresso na senda da evolução. Mas entende também que devemos fazer todos “os esforços para domar as más in-clinações” e desenvolver o bem e o amor ao próximo.

Aplicar a pedagogia de Jesus no processo de educação é fazer com que o educando estabeleça paulatinamente:

1. Sua reforma íntima (autoe-ducação).

2. Regras de conduta moral para si mesmo.

3. Rigorosa justiça nas relações sociais.

4. Seu caminho para a felici-dade.

5. Compreensão sobre a vida futura.

E como Jesus � rmou os ensi-nos morais no código imutável da lei divina, que é a pleni� cação do amor, bondade e justiça de Deus, podemos igualmente entender que a prática de sua pedagogia abraça com � rmeza e profundi-dade o amor e o exemplo como as grandes ferramentas do processo educacional.

Educando com o evangelhoNo capítulo 11 de O Evangelho

segundo o Espiritismo, em seu item 8, encontramos o seguinte ensino dos Espíritos Superiores:

‘O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do pro-gresso realizado”.

Nos roteiros da evolução do Espírito, diversos aspectos de sua individualidade são tingidos de realce a cada período de luta e aprendizado nos laços da matéria, ou seja, em cada reencarnação. Ora são os aspectos da intelectu-alidade, a fomentar descobertas e

autoeducação que � ca muito facili-tado quando nos orientamos pelos ensinos e exemplos de Jesus.

Devemos enfeixar esforços no sentido do aprendizado cristão, ampliado pela Doutrina Espírita, que nada mais é do que o Cristia-nismo Redivivo.

A educação, compreendida em seu signi� cado mais amplo e correto, congrega todas as formas de ensino intelectual e moral, não podendo desprezar nem uma nem outra, mas, isto sim, lembrando que desenvolvimento intelectual nem sempre é acompanhado de desenvolvimento moral. É assim que o Espírito, alicerçado nas bases evangélicas da reta conduta moral, estará apto a traduzir seu progresso intelectual em ações no bem.

Por tudo isso podemos a� rmar, através dos princípios espíritas, que em verdade nada é mais importante ao Espírito do que a sua transfor-mação moral, conforme ensinado por Jesus.

Que as escolas, as famílias e os centros espíritas entendam que educar com Jesus é realizar a verda-deira educação do Espírito imortal que todos somos. r

Agradecemos a todos no apoio à circulação do jornal. Patrocinadores, dirigentes, ins-tituições espíritas, doadores es-pontâneos, distribuidores. É esse trabalho de esforço e união que

faz a mensagem espírita chegar a muita gente. Obrigado a todos e votos de paz e harmonia no Natal e Ano Novo! Há muita gente envolvida e trabalhando em favor da divulgação espírita!

Gratidão

Dezembro de 2018 PÁGINA 4

Da perseverança e do comprometimentoAprendizado é longo, gigantesco, contínuo

Orson Peter [email protected]

16 e 17 de fevereiro /19, sába-do e domingo

Matão prepara RODA DE CONVERSA com André Luiz Sobreiro (Severínia), Ary Doura-

do (Catanduva), José Antônio da Cruz (Catanduva) e Orson Peter Carrara (Matão).

Na próxima edição divulgare-mos tema e programação.

Prepare-se! Deixe agendado!

Perseverar numa iniciativa e comprometer-se com objetivos de qualquer na-

tureza são duas situações muito difíceis de serem mantidas. Isto vale tanto na convivência social dos relacionamentos quanto na questão individual.

Notem os leitores como é fácil sermos vencidos pela aco-modação, pela indiferença, pela omissão. O que mais comumente acontece e as situações são as mais comuns do cotidiano. Relaciono alguns exemplos: Manter um regime; b) Perseverar em caminhadas e exercícios físicos; c) Ler um bom livro; d) Levar adiante providências necessárias den-tro da vida pessoal ou dentro da própria residência; e) Con-cluir um curso; f ) Manter o compromisso assumido na área do voluntariado; g) Compare-cer no compromisso semanal assumido normalmente em grupos de atuação comunitá-ria; h) Manter a regularidade da visita ao dentista ou aos médicos das diversas áreas.

A razão é simples: somos seduzi-dos pelas paixões ou pelos interesses. Quais? Todos aqueles que nos satis-façam a vontade ou trazem prazer. Programados para levantar mais

cedo somos seduzidos pelo gosto de dormir um pouco mais; necessitados de um regime alimentar, somos seduzidos pelo paladar; diante de uma crítica somos seduzidos pelo orgulho ferido; chamados a cola-borar é fácil sermos vencidos, ou seduzidos, pela acomodação, pelo medo, pela omissão. Acontece em

todas as áreas do comportamento, nas mais diversas situações do coti-diano familiar ou social.

No trânsito somos seduzidos pela paixão da alta velocidade; nos esportes seduzidos pela paixão doentia; na política pela perigo-sa sedução do poder. Diante do

dinheiro, então, nem é preciso dizer o quanto a tendência hu-mana é expressiva para conseguir vantagens ou ter mais e mais, continuamente. Tais posturas são agressivas à harmonia do conjunto social, pois que em muitas situa-ções o egoísmo é grande vilão da sedução pelos interesses próprios,

muitas vezes lesivos ao interesse alheio e coletivo.

Por isso o dever é tão difícil de ser cumprido. A sedução das pai-xões e dos interesses, nem sempre saudáveis, impera ainda na men-talidade humana. Por isso o vício e a violência se fazem ainda tão presentes. O desejo de domínio sobre a vontade alheia, a omissão diante das di� culdades do próximo e a sedução pelo ter – ao invés do ser –, aliada ao prazer fácil, ainda que em detrimento alheio, fazem as tragédias diárias.

É por isso que se desrespeita o sinal de trânsito, a � la de qual-

quer lugar – achamos que a nossa pressa é maior ou mais importante que a do outro – e é igualmente por isso que muitos de nós não respeitamos horários ou nos atra-samos, considerando que o outro tem o dever de nos atender, mas esquecendo-nos que temos o de-ver de respeitar horários, pessoas

e instituições, em sua rotina e critérios adotados.

Em síntese, essa sedução por prazeres fáceis, por po-der e domínio, onde estão as paixões e os interesses de vários tipos – que se distri-buem por força do egoísmo, da vaidade, da prepotência e do orgulho – é resultado direto da ausência de per-severança e de comprome-timento conosco mesmo. Exatamente o comprome-timento de nos tornarmos melhores do que somos, vencendo tendências agres-sivas e egoístas, tão comuns do comportamento humano.

Da mesma forma que somos vencidos pela preguiça ou pela acomodação, pela indiferença ou pela omissão, igualmente muitas vezes somos vencidos pela ausência da perseverança e do comprometi-mento de nos fazermos melhores e da dedicação às boas causas.

Sério desafio esse a vencer. Não há dúvida que é difícil, mas viável. É a velha questão: o dever (imaginemos quanto cabe dentro dessa pequena palavra) é muito difícil de ser cumprido, como bem a� rma o Espírito Lázaro em sua bela mensagem O Dever (ESE, cap. 17, item 7). r

Dezembro de 2018PÁGINA 5

Afeto e amorosidade nas relaçõesObra propõe amplifiquemos relações saudáveis

Orson Peter [email protected]

Entrevistamos Rossano Sobrinho Ferreira, de Espera Feliz (MG), psicopedagogo e terapeuta e

autor do livro , Renovando Corações – O poder do afeto na Casa Espírita, com foco especí� co de incentivo à melhora nas relações humanas. A entrevista na íntegra será publicada oportunamente pela revista eletrô-nica o Consolador, mas antecipamos trechos parciais aos leitores:

Qual a temática central da obra?Renovando Corações é um livro-

-proposta, pois traz re� exões e orien-tações sobre o desenvolvimento da afetividade. Vivemos tempos graves de grande aridez afetiva na convi-vência humana, nosso livro é uma proposta bem objetiva para que am-pli� quemos o afeto e a amorosidade em nós e em nossas relações com o próximo e o mundo através do au-toconhecimento e da comunicação.

É um livro somente para espíritas?Não. Embora apresente uma

proposta bastante objetiva para os trabalhadores espíritas, traz tam-bém diversos textos re� exivos que ajudarão as pessoas a se autoconhe-cerem e a quali� carem suas vidas no campo familiar e social. Todos precisamos de desenvolver uma “es-cuta” e um “falar” afetivos para nos

relacionarmos melhor com nossos semelhantes, e este livro apresenta diretrizes seguras nesse sentido.

Como nasceu a ideia deste livro?A partir de uma experiência con-

creta com companheiros de um grupo

de estudo que coordeno há quatorze anos na Sociedade Espírita Paz, Amor e Caridade de Espera Feliz, em Minas Gerais. Decidi reunir com quatorze trabalhadores desse grupo mensal-mente para realizarmos partilhas

sobre nós mesmos, nossos desa� os existenciais, nossas di� culdades evo-lutivas e também nossas conquistas e superações... Surgiu aí um Grupo Fraterno de Espiritualidade - o GFE--Chico Xavier -, suscitando em mim a ideia da escrita do Renovando Co-rações. Nossos resultados emocionais e espirituais são tão valorosos que eu realmente não poderia guardar essa ideia só para nós... r

Nota da Redação: sugerimos acompa-nhar as publicações da revista eletrônica O Consolador. A revista pode ser acessa-da pelo portal www.oconsolador.com.br.

Dezembro de 2018 PÁGINA 6

Espiritismo: o emancipador de almasA Doutrina Espírita prescinde de toda e qualquer exterioridade ou fórmula

Rogério [email protected]

“O estudo sério do Espi-ritismo leva precisa-mente o homem a se

desembaraçar de todas as superstições ridículas.” - Allan Kardec1

Em um de seus périplos dou-trinários pela Europa, Divaldo Franco recebeu uma mensagem de Lins de Vasconcelos, na qual o nobre Espírito a� rma ser2 “(...) credora de respeito e simpatia toda expressão de fé religiosa que prescreve o amor a Deus e ao próximo. O Espiritismo, porém, comprova a excelência do ensi-namento de Jesus a tal respeito, através de uma atitude para com a vida, em “espírito e verdade”, aprofundando as suas pesquisas e demonstrando, mediante a re-encarnação e a comunicabilidade dos Espíritos a grandeza da cren-ça em Deus, na Sua justiça e na Imortalidade da Alma.

Ensinando como as outras correntes espiritualistas a reno-vação interior, o Espiritismo, sem embargo, amplia esse comporta-mento, estabelecendo na caridade o ponto fundamental para a sal-vação da criatura. Revelou que o sobrenatural, oculto aos homens, é prosseguimento natural da vida em

si mesma conforme revelação dos imortais. Considera o Espiritismo como legítima só a fé que pode “olhar a razão, face a face em todas as épocas da humanidade”.

Fazendo aliança com a Ciência, desta se utiliza para demonstrar através dos fatos a força de seus axiomas, não acoroçoando dog-mas ancilosados e mumificados pelo tempo. Embora valorizando a fé, a Doutrina Espírita concorda plenamente com Tiago quando este a� rma que aquela “sem obras é morta”.

Diferentemente da maioria das demais correntes espiritua-listas com relação ao futuro e à Justiça Divina, não se utiliza “O Consolador Prometido” de técnicas de indulgências humanas em es-treito comércio com a Divindade para liberar os seus profitentes dos delitos perpetrados. Evoluin-do com o progresso, estabelece o seguinte postulado repleto de esperança: “nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a Lei”, até à perfeição suscetível de se alcançar.

Sendo a revivescência do Cris-tianismo Puro, prescinde de toda e qualquer exterioridade ou fór-

mula. Não possui o Espiritismo intermediários entre Deus e Suas criaturas, visto que promove a religião direta da criatura com o Criador, capacitando-a pela edu-cação psíquica à sintonia com o Pai, tendo como método infalível o Evangelho de Jesus desvelado pelos Espíritos Superiores.

Outorgando à humanidade o fundamento da Imortalidade da Alma, demonstrada pelas comu-nicações mediúnicas, ilumina as mentes obscurecidas pela ignorân-cia com a sua lógica libertadora, sendo a doutrina religiosa por excelência, na atualidade, com a estrutura ética para ser a religião do futuro, unindo todos os homens num só rebanho sob a égide do Cristo, o único Pastor”.

Daí, (com Emmanuel) � nal-mente verificamos a “luminosa coerência entre Jesus e Kardec, o apóstolo que Lhe restaurou a Pa-lavra Sublime: Jesus, o Mestre; Kardec, o professor!

Enquanto Jesus refere-Se a Deus junto da fé sem obras, e é combatido desde a hora primeira do Evan-

gelho, por quantos se acomodam e comprazem na sombra, o mesmo se dá mais tarde com Allan Kardec que foi impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo pelos que fogem à luz.

Jesus caminhou sem convenções. Kardec agiu sem preconceitos, le-gando-nos a Doutrina Espírita que reclama independência mental, impele à Caridade, esclarece o povo, desperta a razão, consolida o Evan-gelho, descortina horizontes novos, expõe com clareza sem dogmatizar, insculpindo nas consciências as Leis do Universo”.

“Em suma” - continua Emma-nuel - “diante do acesso aos mais altos valores da vida, Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina: Jesus, a porta; Kardec, a chave”.

O Espiritismo, Consolador Prometido, é o grande e inigualável Emancipador de Almas. r

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 71.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. VI – 18º, 2ª parte.2. FRANCO, Divaldo. Seara do bem. Sal-vador: LEAL, 1984. cap. 26.

Dezembro de 2018PÁGINA 7

Um apelo de CáritaQue nosso coração se abra à caridade!

Maroísa [email protected]

No � nal de 1865, uma epi-demia de cólera, em Pa-ris, agravou os rigores do

inverno. Em benefício dos pobres da cidade de Lyon e das vítimas dessa doença bacteriana que causa diarreia grave e desidratação, nor-malmente transmitida pela água, Kardec promoveu uma campanha para arrecadar fundos e distribuir aos necessitados. Ele citou um breve relato das medidas tomadas pelas autoridades:

“Sem dúvida, jamais a solicitude da autoridade se mostrou mais in-teligente e mais previdente do que nesta última invasão do � agelo, em relação aos atingidos; prontidão e sábia distribuição dos socorros mé-dicos e outros, nada faltou no caso. É uma justiça que cada um se apraz em lhe render. Assim, graças às me-didas tomadas, sua devastação foi rapidamente circunscrita; mas deixa após si traços cruéis de sua passagem nas famílias pobres, e os mais lasti-máveis não são os que sucumbem. É aí sobretudo que se faz necessária a caridade particular.”

Nessa mesma ocasião, Kardec recebeu uma correspondência de Lyon na qual seu remetente dizia:

“O Espiritismo, o grande traço de união entre todos os � lhos de Deus, nos abriu um horizonte tão largo, que podemos olhar de um a outro ponto todos os corações esparsos, que as circunstâncias colocaram no oriente e no ocidente, e os ver vibrar a um só apelo de Cárita...”

A carta trazia uma comunica-ção ditada pelo Espírito Cárita, cuja missão é estimular a bene� -cência em socorro do infortúnio. Cárita é o pseudônimo de uma mártir cristã, Santa Irene, mar-tirizada em Roma, no ano 300

d.C., por ordem do Imperador Deocleciano. Nessa mensagem, cujo título é “Abri-me”, publicada na RE de dezembro de 1865, ela convida todos a abrir o coração ao sofrimento alheio:

“... Fiz uma longa caminhada através da região da miséria e volto, com o coração semimorto, as espáduas vergadas ao fardo de todas as dores. Abri-me bem depressa, meus amados, vós que sabeis que quando a caridade bate à vossa porta é que encontrou muitos infelizes em seu caminho. Abri o vosso coração para receber minhas conf idências; abri a vossa bolsa para enxugar as lágrimas dos meus protegidos e escutai-me com essa emoção que a dor faz subir de vossa alma aos lábios.”

Ela relata os sofredores que foi encontrando pelo caminho: velhos abandonados, mães aflitas com filhos famintos, pais desem-pregados, corações revoltados e o pior de todos os males, o mate-rialismo.

“... eu vos peço, tende para os meus pobres um pensamento, uma palavra, uma suave lembrança, a � m de que à noite, à hora da prece, eles não ador-

meçam sem agradecer a Deus, porque vós lhe sorristes de longe. Sabeis que os pobres são a pedra de toque que Deus envia à Terra para experimentar vossos corações. Não os repilais, a � m de que um dia, quando tiverdes transposto o sólio que conduz ao espa-ço, Deus vos reconheça por corações de sua aliança e vos admita na morada dos eleitos!”

Em 1862, por ocasião de uma campanha efetivada por Kardec em favor dos operários de Lyon, ela se manifestou trazendo pala-vras enternecedoras aos colabo-radores. Essas mensagens foram publicadas na RE de fevereiro daquele ano.

Essa benfeitora espiritual é a autora da conhecida Prece de Cári-tas, ditada na véspera do Natal de dezembro de 1873, pela médium francesa, Sra. Watteville Krell, contemporânea a Kardec.

Ouçamos o apelo dessa meiga amiga espiritual, abrindo nossos corações a Jesus, estendendo nosso afeto e nossa atenção aos necessitados que Ele sempre nos envia, não apenas no Natal, mas em todos os momentos de nossa vida! r

Como ocorreu em 2018, Ma-tão sedia dois eventos de grande porte em 2019. O ESPIRITAS EM AÇÃO, em sua 2ª edição (já con� rmado para 04 de maio, sábado), e o EAC – Encontro Anual Cairbar Schutel, em sua

9ª edição (já con� rmado para 21 e 22 de setembro, sábado e do-mingo). Palestrantes convidados, programação e informações sobre inscrições serão disponibilizadas posteriormente. Ambos ocorrem na SOREMA, em Matão-SP.

Espíritas em Ação e EAC já definidos em 2019

Espíritas em Ação será no primeiro semestre, em maio, e EAC acontecerá no segundo semestre, em setembro

“O Espiritismo, o gran-de traço de união entre todos os filhos de Deus, nos abriu um horizonte tão largo, que podemos olhar de um a outro ponto todos os corações espar-sos, que as circunstâncias colocaram no oriente e no ocidente, e os ver vibrar a um só apelo de Cárita...

BullyingO bom combate à intimidação sistemática

Roque Roberto Pires de [email protected]

REMETENTE:Instituto Cairbar Schutel.

Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SPDezembro de 2018

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

No último dia 6 de novem-bro completou três anos a lei federal 13.185 que

tornou obrigatório nas Escolas oficiais e particulares a institui-ção de programas de Combate Sistemático ao Bullying. Tema muito importante e ainda, in-felizmente, sem a tal sistemati-zação, até mesmo pela falta de pessoal treinado e habilitado, mesmo na área do magistério.

Em Botucatu (SP), a 25a Sub-seção da Ordem dos Advogados do Brasil por seu Presidente local, delegou à Coordenadoria do Projeto “A OAB VAI À ES-COLA”, competência para reu-nir Advogados(as) palestrantes para, voluntariamente, fazerem a divulgação da lei junto às Escolas da Rede Estadual, fato este ocorrendo desde o ano de 2016. A enfermidade moral que assombra o mundo, levando os mais diversos tipos de violência, os atentados, os sequestros, a miséria urbana e as dores física ou psicológica estão relacionadas também com a falta de responsa-

bilidades e civismo tornando-se em campo aberto para a prática do “Bullying” que, iniciando-se no ambiente familiar se propaga nas escolas e é encontrado tam-bém nos ambientes das empresas,

onde o “ outro” , entenda-se al-guém que luta desesperadamente para ser aceito, mas por algum motivo, não consegue se encaixar em um determinado grupo. A ética abandonada ou ignorada nos mais diversos campos das

atividades humanas resultam em comportamentos cuja tônica é o egoísmo.

Sob este aspecto a Doutrina dos Espíritos é muito elucida-tiva quando diz: “Estudai todos os vícios vereis que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que

lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa...visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualida-

des”. (KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, 913, pg.470, Ed. FEB, 91ª. edição/2010).

Nas escolas, o professor está en-volvido em uma missão de ensinar, cumprir o seu programa curricular e, em sala de aula assiste um riso irônico, olhar hostil, ameaças vela-das ou reveladas sem poder e sem ter o poder de reprimir sob pena até mesmo de agressão explíci-ta.- A lei em comento, criada para estabelecer combate à prática dessa anomalia no ambiente escolar não explicou, à contento, qual ou quais tipos de sanções serão aplicadas aos transgressores, não impôs também nenhuma responsabilidade civil. Seu objetivo explícito é manter uma cultura de paz, respeito e to-lerância dentro das escolas. Porém, nas Leis Morais inspiradas por Deus, � ca bem claro que “Ninguém pode amar a Deus sobre todas as coisas, se não amar o próximo como a si mesmo”. São oportunas as palavras de Jesus: “aquilo que não desejamos que façam para nós, não façamos aos outros”. Recorrendo ao cumprimento dessas Leis Divinas, o egoísmo criador do bullying terá o seu � m. r