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Juliana Ribeiro da Silva Bevilacqua Renato Araújo da Silva em Artes

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  • Juliana Ribeiro da Silva BevilacquaRenato Arajo da Silva

    em Artes

  • Juliana Ribeiro da Silva BevilacquaRenato Arajo da Silva

    em Artes

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    Introduo: Emanoel Araujo5

    Apresentao 7

    Luba 8

    Tchokwe 10

    Iaca 12

    Songye 14

    Iorub 16

    Ejagham 22

    Igala 24

    Bamileque 26

    Bamum 28

    Attie 30

    Bobo, Bwa 32

    Dogon 34

    Bamana 36

    Questes para reflexo 38

    Dilogos entre obras 46

    Glossrio 50

    Bibliografia 52

    B571BEVILACQUA, Juliana Ribeiro da Silva; SILVA, Renato Arajo da. frica em Artes. So Paulo: Museu Afro Brasil, 2015. 56 p. : il. ; 31 cm. Bibliografia. ISBN: 978-85-63972-15-61. Arte Africana. 2. Museu Afro Brasil. 3. Guia para Professores. 4. Mscaras. 5. Esculturas. I. Bevilacqua, Juliana Ribeiro da Silva. II. Silva, Renato Arajo da. III. Ttulo CDD 709.6

    Esta publicao parte integrante do EDITAL DE CONCURSO PBLICO No 01 /2013 III IDEIAS CRIATIVAS ALUSIVO AO DIA NACIONAL DA CONSCINCIA NEGRA 20 DE NOVEMBRO, SELEO PBLICA PARA APOIO A PROJETOS ARTSTICOS E CULTURAIS da Fundao Cultural Palmares conforme Decreto de 25 de fevereiro de 2013, publicado no Dirio Oficial da Unio, de 26 de fevereiro de 2013, nos termos, no que couber, da Lei no 7.668/1988, do Decreto no 6.853/2009, observadas as disposies da Lei o 8.666/93, na Portaria Ministrio da Cultura no 29/2009.

    Capa: detalhe da Mscara placa (Nwantantay).Povos Bobo, Bwa; Burkina Faso.Acervo Museu Afro Brasil.

    Verbete Estatueta Songye (p.14):Prof. Dr. Marta Helosa Leuba Salum (Lisy)

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    A frica em suas Obras de ArteEmanoel Araujo*

    Mais de 110 anos se passaram desde que o antroplogo alemo Leo Frobenius fincou seus ps na frica pela primeira vez e ela, por meio de suas obras plsticas, continua to admirvel, inusitada e misteriosa quanto antes O que o antroplogo viu ali o deixou comovido Para tanto! Nenhum olhar estrangeiro vislumbraria aquelas profuses de matrias e de formas de maneira indiferente A viso daqueles monumentos divindade real que eram as cabeas comemorativas de reis em If, em seu exorbitante naturalismo, atingiu de assombro aquele que viria a ser professor honorrio da Universidade de Frankfurt e fundador do Museu de Etnologia da mesma cidade Tamanho foram o espanto e a admirao que Frobenius props que aquelas cabeas, feitas em maravilhoso bronze, na complexa tcnica da cera perdida, no podiam ter sido elaboradas por africanos

    O que se conhecia de arte africana at ento, era o que traziam os olhares modernistas com as mscaras da frica que viam no Museu de Etnografia do Trocadero, cheias daquilo que consideravam um primitivismo e que era, na verdade, o resultado de sculos e sculos da vibrante tradio plstica africana da abstrao O continente africano viu emergir civilizaes ocultadas hoje pelo terror da histria que expressaram largamente o mistrio da vida atravs da expresso plstica e do estabelecimento de uma tradio artstica calcada na verdade utilitria e mgica do cotidiano Mas foi o olhar imperialista e os impulsos tirnicos das potncias ocidentais que quiseram relegar a arte africana ao quadro funcional, religioso e social

    Essa arte produzida por um ato livre de criao Dir-se-ia que ela contemplou exatamente os interesses modernistas porque ela tinha a capacidade de fazer a mediao, por um lado, entre o mundo perceptivo dos objetos com suas formas regulares e irregulares e, por outro, a profuso da imaginao humana; mediao esta em que so indistintos na experincia o sagrado e o profano Esta arte experimenta a liberdade dentro de um rigor da tradio, que no acadmica, mas no deixa de ter sua rigidez porque nos seus cnones ela voltada para o domnio de um outro mundo o respeito absoluto pelo mundo da ancestralidade Esta arte tambm universal na medida em que atinge essa liberdade criadora que o ato consciente do artista ao produzir a obra E eu disse aqui a obra e no sua obra, porque aquela arte que foi produzida no pertence ao artista que a produziu seno a todos Aquela obra pertence a seu povo e podemos dizer, por extenso, que aquela obra pertence humanidade

    * Emanoel Araujo (1940), artista plstico, ex-diretor da Pinacoteca do Estado de So Paulo e ex-Secretrio da Cultura do Municpio, o criador e Diretor do Museu Afro Brasil.

    Mscara Bwa, Burkina Faso, dcada de 1980Christopher D. Roy

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    1 Ashanti

    2 Attie

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    4 Bamana

    5 Bamileque

    6 Bamum

    7 Baul

    8 Bobo

    9 Dan

    10 Dogon

    11 Edo

    12 Ejagham

    13 Fali

    14 Fang

    15 Fon

    16 Iaca

    17 Igbo

    18 If

    19 Igala

    20 Iorub

    21 Kongo

    22 Kuba

    23 Landuma

    24 Luba

    25 Maconde

    26 Malinque

    27 Mangbetu

    28 Mossi

    29 Nafana

    30 Pende

    31 Punu

    32 Senufo

    33 Songye

    34 Suku

    35 Tchokwe

    36 Tiv

    37 Vili

    38 Yombe

    Mapa da frica contemplando os povos representadosno acervo do Museu Afro Brasil

    Apresentao

    O acervo de arte africana do Museu Afro Brasil, Parque Ibirapuera So Paulo, conta atualmente com cerca de 100 obras So mscaras, estatuetas e outros tipos de produes de diferentes povos e pases da frica, que permitem ao visitante ter um breve contato com a riqueza artstica e cultural existente no continente

    A maioria das obras africanas do acervo do Museu foi adquirida aps o fim do perodo colonial na frica (segunda metade do sculo XX) e muitas delas j foram produzidas para serem vendidas em mercados ou galerias Esse fato no invalida, entretanto, a importncia dessas obras no que diz respeito s suas caractersticas estilsticas e formais e aos contextos de origem aos quais elas remetem

    Nesta publicao selecionamos 15 obras expostas no Museu Afro Brasil O critrio de seleo levou em considerao oferecer ao leitor no apenas um contato com obras de diferentes povos da frica, mas props tambm oferecer uma introduo aos diversos tipos de produes que englobam mscaras, estaturia, e ainda os chamados objetos de corte ou relacionados ao poder do chefe ou do rei

    Sendo assim, compem esta seleo obras significativas para que se possa introduzir, por meio das artes, jovens e adultos cultura africana tradicional Esse livro serve como um convite ao professor e aos demais interessados explorarem o rico universo da produo artstica da frica e esperamos que esta publicao seja apenas um ponto de partida

    Juliana Ribeiro da Silva BevilacquaRenato Arajo da Silva

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    Os Luba habitam a provncia de Shaba, no sudeste da Repblica Democrtica do Congo So conhecidos pela preservao de seus relatos orais, poesia e artes visuais, principalmente aquelas ligadas realeza, tais como emblemas e esculturas Dentre esses artefatos destaca-se a produo de elaborados bancos, objetos que se imagina fazerem parte exclusivamente do mobilirio, mas na verdade so um dos mais importantes emblemas da realeza luba Em muitos casos, eles so tidos como um receptculo do esprito de um rei j falecido, e estes no tm, portanto, uma funo prtica Os bancos so emblemas to potentes que muitas vezes so mantidos em locais secretos Ele geralmente mostrado ao pblico apenas em raras ocasies, como num cortejo, em que carregado e exibido pelos membros da corte ou num momento de investidura de um rei, onde aparece como mais uma dentre muitas insgnias do seu poder

    H pelo menos dois tipos de bancos entre os luba: um em forma de caritide, ou seja, com a presena de uma ou duas figuras femininas sustentando o assento; e o outro, composto geralmente de duas plataformas redondas, uma na parte superior e outra em sua base, ligadas por quatro suportes curvados e enfeitados com padres geomtricos entalhados

    Os bancos em caritide, em que chama ateno a figura feminina, esto relacionados ao esprito de importantes dirigentes do passado Mas para o banco se tornar efetivamente um receptculo do esprito de um chefe, a mulher ali esculpida precisa apresentar os atributos de beleza que potencializaro a comunicao com o mundo sobrenatural, como as escarificaes, penteados elaborados e expresso de serenidade e sabedoria Todos esses atributos podem ser observados neste banco que faz parte do acervo do Museu Afro Brasil A figura feminina representada porta dois braceletes com marcas tpicas do povo luba e revela ainda, em torno do umbigo, as escarificaes, que so cicatrizes feitas na pele, marcadores de identidade e hierarquia

    Russuna e sua esposa.Verney Lovett Cameron. Across Africa.Londres: Daldy, 1877. Vol. 2

    Banco Povo LubaRepblica Democrtica do CongoMadeira35,5 x 26 x 21,7 cm

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    Conhecidos tradicionalmente como exelentes caadores e escultores, os tchokwe habitam atualmente em Angola, Repblica Democrtica do Congo e tambm na Zmbia O seu lugar de origem, no entanto, est localizado em Angola, onde os rios Kwango, Kassai e Lungwe-Bungo tm as suas nascentes

    As mscaras Chihongo e Pwo so as mais conhecidas dos tchokwe e as mais apreciadas nos museus e colees privadas ao redor do mundo A mscara Pwo costumava representar uma mulher madura que conseguiu provar a sua fertilidade ao ter uma criana Mais recentemente, no entanto, essa mscara passou a representar, possivelmente por influncia europeia, uma moa jovem e o desejo de ter muitos filhos

    A mscara Pwo apresenta mltiplas facetas: pode representar uma figura feminina em geral, com seus traos caricaturais, ou secretamente ser o retrato de algum importante e amado O seu carter verstil tambm perceptvel devido ao seu uso em espetculos performticos bastante populares, que podem acontecer em diferentes ocasies, desde cerimnias tidas como tradicionais dos tchokwe e, atualmente, at em comcios polticos e festas como a de Natal, por exemplo

    O rosto da mscara Pwo geralmente ornamentado com a representao das tatuagens ou escarificaes mais tradicionais dos tchokwe possvel observar na regio da testa da mscara aqui apresentada o chamado cingelyengelye, entrelaado cruciforme de extremidades triangulares A sua forma mais comum lembra a cruz de Malta Encontrado tanto em pingentes, como em tatuagens e escarificaes o cingelyengelye o smbolo identitrio mais conhecido dos tchokwe e simboliza para esse povo o deus supremo Nzambi.

    Na rea logo abaixo dos olhos possvel encontrar marcas que fazem referncia s lgrimas chamadas entre os tchokwe de masoji a designao de uma tatuagem de cicatrizes em gros usada tanto por homens quanto por mulheres tambm na regio imediatamente abaixo dos olhos Nas orelhas possvel observar o ukulungu, um gracioso adorno feminino formado por um fio de lato com as extremidades enroladas em espiral Atada ao rosto fixada uma cabeleira de fibra, que faz referncia aos penteados mais apreciados por esse povo

    Mascarado Mwana PwoHenrique Augusto Dias de CarvalhoExpedio Portuguesa ao Muatinvua 1884-1888: Descripo da viagem Mussumba do Muatinvua. Lisboa: Typ. O Jornal As Colnias Portuguesas, 1893. Vol. 3

    Mscara Mwana Pwo ou PwoPovo Tchokwe (ou Chokwe, Cokwe, Quioco)AngolaMadeira pintada, miangas, metais e fibra vegetal41 x 26 x 27 cm

    Apesar de representar uma mulher, a mscara Pwo danada exclusivamentepor homens

    Quando completa, a mscara Pwo acompanhada de uma veste feita em fibras, alm da representao de seios em madeira

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    Os iaca vivem nos planaltos de savana, a sudoeste da Repblica Democrtica do Congo e nordeste de Angola, prximos aos povos zombo, nkanu e suku Esses povos, entre outros da frica central, como os tchokwe, compartilham o mukanda, ritual de puberdade masculina A participao nesse rito depassagem da adolescncia para a vida adulta tradicionalmente obrigatria para todos os rapazes, pois prepara-os espiritual e tambm fisicamente para as tarefas comunitrias que os aguardam quando se tornam adultos No entanto, o domnio colonial na frica, bem como a prpria dinmica desses povoscontriburam para que mais recentemente os rituais do mukanda fossem organizados apenas esporadicamente e, na maioria das vezes, em verso reduzida

    A cerimnia de circunciso precede o mukanda e de grande importncia para toda a comunidade, pois tem o papel de assegurar o poder de procriao da nova gerao de jovens adultos Aps a circunciso, os rapazes so levados para a rea de iniciao Essa nova etapa inclui a aprendizagem de certas aptides manuais, de cantos, danas, bem como o acesso a conhecimentos restritos ao universo dos adultos So os homens mais velhos j iniciados que educam, supervisionam e ditam as regras da vida no interior das reas de iniciao (kimpasi)

    A maioria das mscaras iaca so produzidas para serem usadas durante as cerimnias de encerramento do ritual mukanda. As mscaras asseguram o sucesso dessa fase crucial em que os rapazes renascem ritualmente Elas so normalmente esculpidas em madeira de Magnlia, leve e macia, permitindo que o escultor trabalhe suavemente suas formas Ao contrrio de outros povos vizinhos, as mscaras iaca tm habitualmente uma face pequena e uma gola de rfia comprida e cheia A caracterstica mais conhecida do estilo iaca o nariz arqueado e comprido Na literatura etnolgica, esse tipo de nariz interpretado como smbolo flico, mas tambm pode ter uso funcional, j que alguns estudiosos indicam que os iniciados tinham que morder um pedao de po de mandioca e de carne de carneiro colocados no nariz de uma mscara A sua forma arqueada facilitaria, assim, essa tarefa

    MscaraPovo IacaRepblica Democrtica do CongoMadeira pintada, fibra vegetal69 x 46,7 x 48,3 cm

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    Mascarados IacaIlustrao: Claudio Rubio, 2013.

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    Por preconceito e discriminao, esttuas e estatuetas, como a que vemos aqui, foram definidas como fetiche ou coisa feita, feitio Mas no so, e esta estatueta vem nos transmitir o conhecimento destes grandes sbios que foram os escultores da antiga estaturia dos songye

    Os songye, tambm chamados basonge, so um povo que vive na mesma regio de origem h muitos sculos Essa regio est localizada hoje no sudeste da Repblica Democrtica do Congo (RDC), que surgiu como o pas, que ele hoje, s depois de muita luta contra o regime colonial na frica central que durou de 1893 a 1960

    Foi nesse perodo que grande parte das mais importantes esttuas dos songye foi destruda Algumas delas foram levadas para museus europeus; outras ainda circulam entre grandes comerciantes de arte; mas, quase nada de suas esttuas do passado restou, nem para eles prprios

    Como se v pela peruca, pelas saias e outros adornos desta estatueta, a estaturia songye se caracteriza pelo acmulo de material animal, vegetal e mineral sobre a figura humana esculpida

    Os songye conheciam as propriedades medicinais dos elementos da Natureza ali contidos (da madeira da estatueta a conchas trituradas); alguns eram simblicos (a pena de um pssaro, pela sua raridade; a pele de um mamfero, pela sua rapidez)

    Eles tentavam conviver bem com as foras csmicas e atmosfricas, observando o movimento dos astros, como os da lua, estabelecendo com isso um cronograma agrcola produtivo e isso estava diretamente associado a sua estaturia

    Depois da lua crescente, cheia e minguante, quando da escurido completa na lua nova, era em torno de suas esttuas que os songye comemoravam a fecundidade das mulheres, uma boa colheita e sucesso na caa, esperando sempre haver nova prole e farto alimento para todos

    Certos estudiosos de hoje chamam-nas de esttuas acumulativas ou de fora Para os songye, elas foram smbolo da unidade e da perpetuao desse povo e so chamadas nkishi quer dizer, esttua de fertilidade da comunidade

    EstatuetaPovo Songye (ou Songue; Songe)Repblica Democrtica do CongoMadeira, metal, cabaa, penas e pele animal56,5 x 39,8 x 42,6 cm

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    Marta Helosa Leuba Salum (Lisy)

    Professora Doutora do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de So Paulo (MAE/USP)

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    O povo iorub vive principalmente no sudoeste da Nigria, sudeste do Benim e em menor nmero nas regies do centro-sul do Togo A mscara Egungun um dos mais significativos exemplos de culto aos antepassados dentro da tradio iorubana O culto Egungun dramatiza a crena iorub na vida aps a morte Assim, seus mascarados representam os espritos dos ancestrais mortos que retornam Terra para visitar os seus descendentes vivos Alm disso, eles possuem o papel de purificar o local, curar as enfermidades e de ajudar a resolver disputas territoriais A vestimenta usada pelo mascarado raramente reflete indcios de sua identidade, que preservada porque evoca os ancestrais masculinos Essa tradio veio ao Brasil e resiste com grande fora na ilha de Itaparica, na Bahia e, atualmente, possvel encontr-la tambm em outras regies do pas

    Na parte de trs das mscaras pode-se observar uma representao de coelho com suas orelhas pontiagudas Este animal visto como aquele que tem a capacidade simblica de afastar as ms influncias Uma vez que o coelho possui atividades noturnas, analogamente, a mscara de culto Egungun com representao desse animal usada tambm noite Um dos exemplares aqui apresentados possui ainda uma dentio que faz referncia de um coelho No acervo do Museu Afro Brasil possvel encontrar ainda outros tipos de mscaras Egungun, alm de mais duas que apresentam como destaque a figura do coelho

    Mscara Egungun Povo Iorub NigriaMadeira pintada46,3 x 28 x 36,5 cm

    Mscara Egungun Povo Iorub NigriaMadeira pintada46,3 x 26,5 x 36 cm

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    As mscaras Gueled, juntamente com as Egungun e as Epa, so as mais populares entre os iorub O festival das Gueled pode ocorrer em honra a uma divindade ou heri cultural, mas a sua funo mais tradicional a de aplacar a Iy Nl (A grande me) e suas discpulas na Terra (as mes poderosas) Iy Nl a esposa da divindade Obatal (O grande pai) e consideradaa Me Natureza, ou seja, a me de todos e a me de todas as mes Por isso, ela representa o princpio maternal na cosmoviso Iorub, trazendo emsi os atributos de todas as divindades femininas tais como Iemanj, Oxum e Oy

    Os motivos esculpidos no topo da mscara esto relacionados a praticamente todos os aspectos da vida e crena dos iorub Ocupaes profissionais, crtica social e mitos so apenas alguns dos muitos temas tratados nessas obras Nos dias atuais, por exemplo, o uso de mscaras com representaes de moto-cicletas, avies e outras tecnologias da vida moderna mostra a capacidade de adaptao desta cultura viva que a do povo iorub

    Em geral, as mscaras Gueled so compostas por atributos estticos caracte-rsticos dos iorubanos Por exemplo, a figurao dos olhos que aparecem, em geral, vazados e em formato losangular; a representao do nariz (proemi-nente e triangular), bem como o queixo (em geral afinado) e a ma do rosto cheia Observa-se ainda a presena de marcas na face que so chamadas de escarificaes, indicadores de identidade e hierarquia Algumas mscarasGueled, como uma das aqui apresentadas, trazem uma barba, atributo masculino que pode indicar poderes especiais quando presente numa figurao feminina Por isso, geralmente, as mscaras Gueled com esta caracterstica so danadas noite e na escurido

    Mscaras Gueled Povo Iorub NigriaMadeira40,5 x 36 x 45,5 cme 24,2 x 16,5 x 21 cm

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    A caractersticamais importantedas Gueled que as mulheres, detentoras dopoder da naturezamais terrvel e belo, o da criao, seriam tambm detentorasdo poder de destruioElas so respeitadas, portanto, por esse poder

    Veja ilustrao no finaldo livro

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    Os iorub vivem principalmente na Nigria, mas tambm no Benim e no Togo Esse povo possui uma das mais altas incidncias de nascimento de gmeos do mundo (nasce um par de gmeos a cada 11 crianas), um fenmeno atribudo a fatores genticos Entre eles, os gmeos so tidos como seres extraordinrios, protegidos por Xang, dividade dos raios e troves, conhecido no Brasil tambm como o orix da justia Em algumas regies da Nigria e Benim, os iorub acreditam que os gmeos so responsveis por trazer riqueza s suas famlias, desde que sejam homenageados Por outro lado, esses mesmos gmeos podem levar os seus familiares pobreza quando ofendidos ou negligenciados Por isso, bastante comum que os pais de gmeos dediquem aos irmos bastante ateno e, constantemente, ofeream a eles presentes, msicas, danas e alimentos especiais

    Os gmeos, por se sentirem muito ligados, pressentem o sofrimento ou alegria um do outro, mesmo que distantes fisicamente Por isso, acredita-se que possuem a mesma alma Quando um dos gmeos morre, ele honrado com a produo de uma escultura humana em madeira conhecida como Ibeji. Se os dois morrem, ambos so honrados com um par de esculturas Consequentemente, essas esculturas podem ser concebidas como esculturas nicas ou em pares, conforme a circunstncia que levou sua criao

    o escultor quem determina as caractersticas formais da obra a partir das tradies artsticas dos iorub No caso especfico dos ibeji a sua estatueta quase sempre apresenta braos paralelos ao corpo cujas mos podem ou no ser arqueadas Outro aspecto estilstico recorrente a figurao dos olhos com pupilas vazadas Depois de pronta, a estatueta receber os cuidados da me ou do irmo que est vivo, que envolvem dar banho, enfeit-la, bem como oferecer alimentos, mantendo viva a memria do falecido entre seus familiares

    Estatueta de Gmeos (Ibeji)

    Povo IorubNigriaMadeira24 x 8 x 7 cm

    Estatuetas de Gmeos (Ibeji)

    Povo IorubNigriaMadeira, tecido, bzios, mianga e fibra46,5 x 14,5 x 10 cm e 48 x 14 x 10 cm

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    Estatuetas de gmeos so substitutas de gmeos reais Elas serviriam para fixar o esprito dos irmos a um certo nvel espiritual e equilibrar as foras entre os vivos e os mortos

    Estatuetas erigidas em honra aos gmeos e ao seu orix protetor bej ou gbej (do iorub Ibi = nascido; eji = dois) so muito populares e relativamente fceis de serem encontradas ainda hoje

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    Os ejagham, tambm conhecidos como ekoi, so um povo que habita tradicionalmente desde a extremidade do sudeste da Nigria at o norte do Camares A mscara aqui apresentada possui chifres, revestimento de pele de antlope e janiforme, isto , possui a representao de duas faces, neste caso, opostas e apresentando simetrias Essa caracterstica faz referncia aos pares de opostos existentes na natureza e o equilbrio entre as foras: o masculino e o feminino; o selvagem (reino animal) e o civilizado (reino dos seres humanos); o mundo ancestral e o mundo dos vivos Essa particularidade compe aspectos da cosmologia e da viso do mundo ejagham, em que as representaes do equilbrio e da harmonia entre os opostos demonstram o aspecto dual do universo Assim, so includos outros tipos de contrastes mais ou menos abstratos como as noes de justia e injustia, vida e morte, noite e dia etc Essas mscaras faziam parte da associao ngbe, que a utilizavam em funerais e em ritos iniciticos

    Essas obras compem um conjunto de mscaras que so utilizadas no controlesocial, isto , na manuteno e recuperao da ordem e equilbrio da comunidade comum elas apresentarem escarificaes em formato circular As escarificaes so cicatrizes na pele que servem como indicadores de identidade e hierarquia de seu portador As duas faces da mscara possuem um aspecto de carranca que, alm de ser uma conveno esttica da produo artstica ejagham, mostra sua fora e rigor Atualmente, essas mscaras caram em desuso

    Mscara Povo Ejagham (ou Ekoi)Nigria e Repblica dos CamaresMadeira, fibra vegetal e pele de antlope74 x 73,5 x 42 cm

    Mscara Povo Ejagham (ou Ekoi)Nigria e Repblica dos CamaresMadeira, fibra vegetal e pele de antlope51,5 x 23 x 17 cm

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    Para muitas culturas da frica, bela aquela mscara que eficaz, ou seja, aquela que cumpre bem a sua funo Portanto, se quisermos compreender a produo artstica africana, temos de nos desprender de nossas prprias concepes sobre o que o beloe o que o feio

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    Os igala habitam historicamente a margem leste do rio Nger, na Nigria Privilegiados pela sua posio geogrfica tiveram contato com importantes tradies artstico-culturais de diversos povos e reinados, como os nupe, o Reino do Benim e, posteriormente, com os iorub, dos quais receberam influncia cultural e lingustica Estima-se que a populao igala atual chegue a 2 milhes de pessoas

    Os igala realizam uma srie de festivais comemorativos Essas festas so recordaes coletivas de fatos histricos e lendrios que podem ocorrer, dentre outras datas, no perodo da colheita do inhame Uma das festas mais importantes o culto de Egu, festa em honra aos mortos, a qual esta mscara est intimamente ligada

    Para cada festividade igala so utilizadas mscaras especficas que exaltam os smbolos de sua identidade, retomando os cones de sua tradio Algumas caractersticas estilsticas comuns a grande parte das mscaras igala so: a representao da face estriada (com escarificaes semelhantes s encontradas nas esculturas de If), o entorno ocular e plpebras pintados de branco, cabea esculpida de forma ovalada, orelhas circulares e figurao de barba (similares s mscaras de culto Egungun dos iorub)

    Mscara Povo Igala NigriaMadeira policromada35,5 x 25 x 27,5 cm

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    O Camares composto por uma imensa diversidade de povos por volta de 250 o que levou o pas a ser conhecido como a pequena frica Dentre esses povos, esto os bamileque, que vivem a oeste do pas e teriam historicamente migrado do norte a partir do sculo XVII

    Elefantes, leopardos e bfalos so frequentemente associados ao poder poltico entre os hierarquizados reinos das pradarias (Grasslands) do Camares Entre os bamileque, uma das mscaras mais importantes a conhecida como mscara elefante

    Essa mscara usada por membros de uma associao chamada Kuosi,que desempenha o papel fundamental de assistir ao rei (fon) na preservaoda rgida hierarquia sociopoltica dos bamileque O direito em possuir ou usar a mscara fortemente controlado: apenas membros da realeza, oficiais da corte, detentores de ttulos e importantes guerreiros so admitidos nessa associao de mascarados que atuam em funerais de pessoas de alta hierarquia, celebraes da prpria associao, alm de outros eventos de destaque

    Apesar de apresentar pequenas variaes ao longo do tempo, a mscara elefante sempre distinguida por suas orelhas grandes e em forma de disco e por dois paineis, um frontal e um traseiro, representando a tromba do elefante Esse tipo de mscara tambm comumente bordada com miangas, altamente valorizadas entre esses povos e provavelmente introduzidas na regio das pradarias (Grasslands) vindas pelo oceano Atlntico a partir de atelis da Itlia e da atual Repblica Tcheca Em algumas regies do Camares as contas chegaram a ser usadas como moeda de troca e sua distribuio era controlada exclusivamente pelo rei

    A vestimenta que acompanhava a mscara tradicionalmente consistia numa tnica feita de um tecido resistente tingido de ndigo, enfeitado com peles de macaco; coletes de contas e cintos Acompanhava ainda um espanta moscasfeitos de rabo de cavalo Alm disso, muitas dessas mscaras, que so usadasat hoje, trazem um enorme chapu em forma de disco feito com penas vermelhas da cauda do papagaio cinza africano

    Mscara ElefantePovo Bamileque (ou Bamileke)Repblica dos CamaresTecido e miangas112 x 39,5 x 25 cm

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    O elefante um animal que simboliza o poder real entre os povos do Camares

    Os motivos costurados e com enfiadas de contas da mscara referem-se s manchas da pele de animais como o leopardo que, assim como o bfalo, tem sua imagem ligada realeza

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    O povo bamum vive a oeste da Repblica dos Camares Ele faz parte do Reino Bamum formado no final do sculo XIV, com dinastias existentes at os dias atuais e distinguidas por uma arte de corte bastante sofisticada Dentre os objetos ligados realeza esto imponentes cachimbos elaborados segundo antigas tradies artsticas Este bojo (ou corpo) de cachimbo com representao masculina formalmente semelhante s mscaras reais produzidas tanto pelas culturas bamum (oeste), quanto as culturas bamileque e tikar (noroeste e sudoeste) dos Camares; o que demonstra que os contatos artsticos entre esses povos foram constantes Cachimbos so produzidos nessas regies principalmente em cermica, mas alguns tambm em madeira ou bronze

    Este cachimbo, cuja piteira e boquilha esto ausentes, apresenta uma figura real coroada, onde a figurao do rosto maior, tal qual dos pequenos rostos que decoram a coroa, seguem padres estticos de representao antropomrfica dos povos dos Camares bastante comum a representao de um rostohumano (ou com aparncia humana) de olhos esbugalhados Tanto as bochechas infladas, quanto a representao da boca (que aparentemente sorri e pode aparecer aberta, fechada ou mostrando os dentes) exprimem em sua feio uma aparente comicidade, transparecendo um aspecto de mscara teatral aos nossos olhos As formas moldadas em X encontradas na coroa dessa obra so chamadas de motivo da tarntula Associa-se essa aranha por vezes sabedoria, por outras, ao poder ancestral Acredita-se que a tarntula, por cavar um buraco e viver de baixo da terra, possa ter acesso ao mundo ancestral, e nisto consistiria sua sabedoria

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    Bojo de Cachimbo Povo Bamum (ou Bamoun)Repblica dos CamaresCermica40,5 x 26,5 x 20 cm

    O uso individual e recreativo do cachimbo encontra um paralelo no uso social quando ele usado coletivamente, estreitando alianas polticas e trocas comunitrias

    Tal como nas mscaras tradicionais, na parte superior da cabea deste cachimbo (diadema real) encontramos figuras associadas ao poder ancestral Alm da figurao de rostos, pode aparecer aindaneste tipo de obra,a representao de lagartos e crocodilos

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    O povo attie vive no sudeste da Costa do Marfim, no lado oeste do rio Comoe e ao norte da cidade deAbidjan Sua populao era dividida tradicionalmente em 12 diferentes grupos lingusticos com unidade cultural e estilstica, porm, sem centralizao poltica Em funo de sua proximidade social, so associados aos povos akan, tais como os anyi e os baul Isso se deveu, provavelmente, s intensas ondas migratrias ocorridas na regio

    De acordo com a cosmoviso de muitos povos da costa ocidental africana, haveria um mundo paralelo ao mundo dos vivos que, em geral, associado ao mundo ancestral A estatueta feminina attie, em consonnciaa essa viso de mundo, utilizada por sacerdotes como interlocutora, pois sua funo principal seria faz-los conhecer as mensagens provindas do mundo ancestral

    A elaborao desta figura feminina com pernas e braos musculosos uma caracterstica esttica das estatuetas attie Um dos seus principais aspectos a representao plstica dos membros pesados, dos seios volumosos e as pernas ligeiramente afastadas Sua cabea e rosto so sempre figurados da mesma maneira: ovalada, com suavidade na forma e serenidade na expresso Os olhos so representados fechados e as escarificaes (cicatrizes na pele que servem como indicadores de identidade e hierarquia de seu portador) so dispostas no rosto em formato de pequenos crculos que compem uma triangulaono centro da face e do complementaridade esttica ao elegante penteado de dupla ponta O mesmo tipo de escarificao esteticamente complementar pode ser observado em torno do umbigo

    Estatueta Povo Attie (ou Akye)Costa do MarfimMadeira, tecido e contas 36,4 x 11,5 x 12 cm

    Esta

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    Os bobo vivem no sudoeste de Burkina Faso e geralmente se distinguem por quatro subgrupos: bobo-fing, mandar, gbe e bwa (ou oule) Sua cultura artstica, entretanto, possui diversos pontos em comum Para os bwa, as mscaras atuam como intermedirias entre o reino dos homens (mundo cultural) e o reino da natureza (mundo selvagem) Para esses povos, o bom funcionamento do ciclo da vida depende intrinsecamente do uso da mscara placa em funo de sua capacidade de restaurao do equilbrio e da harmonia entre os homens e as foras naturais comum na arte africana em geral que alguns elementos da natureza sejam representados artisticamente No caso desta mscara, esses elementos tendem sntese e abstrao, mas isso no nos impede de identifica-los com alguma segurana Os padres geomtricos presentes no centro da mscara simbolizam a terra e a gua Na sua parte inferior, vemos a representao da cabea de coruja, animal que, segundo alguns pesquisadores, teria a funo de afastar os maus espritos Essa analogia provm da noo de que a coruja, sendo capaz de ver na obscuridade da noite, estimularia tambm o dom da clarividncia Da regio acima da testa pende um bico em forma de gancho que faz aluso ao Calao-Grande (Bucorvus abyssinicus), pssaro cuja importncia simblica ultrapassa as fronteiras de Burkina Faso

    Os ciclos lunares, que rementem noo de mudanas e passagens, tambm esto sugeridos na contraposio entre as duas extremidades da obra No alto da mscara vemos a representao de uma meia lua que simboliza o crescimento e a abundncia Dessa interpretao se desdobra a noo de que o ciclo da lua teria influncia sobre a fertilidade humana (abundncia de filhos) e riqueza da terra (abundncia de alimentos) e deve-se levar em conta que esses dois aspectos esto de algum modo relacionados Essa mscara tem um contexto de uso variado Ela pode ser danada em ritos iniciticos, agrrios, fnebres, mas tambm em dias de trocas comerciais (mercados) Essa associao entre ritos fnebres e ritos agrrios sugerida na mscara aparece em funo dos ancestrais serem vistos como guardies do sucesso na agricultura e protetores do bem estar da sociedade

    Mascarado BwaDia de mercadoBurkina Fasodcada de 1980Christopher D. Roy

    Mscara placa (Nwantantay)Povos Bobo, Bwa (Bwaba ou Oule)Burkina FasoMadeira pintada232 x 45 x 34 cm

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    A prtica de celebrao das mscaras Nwantantay est associada aos ciclos das estaes do ano, da agricultura e, portanto, aos ciclos da prpria vida

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    Os dogon vivem, dentre outras regies do sudeste do Mali, nas falsias de Bandiagara Em 1935, o antroplogo francs Marcel Grioule (1898-1956) identificou mais de 70 tipos de mscaras dogon, sendo muitas delas relacionadas aos ritos funerrios, por exemplo, as mscaras kanaga

    Tradicionalmente, essas mscaras so controladas pela associao Awa, um grupo formado principalmente por homens iniciados que conduzem os ritos pblicos da passagem de uma pessoa falecida (dama) para o mundo dos espritos Esses iniciados sobem nos telhados das casas onde recentemente faleceu algum, com objetivo de encaminhar sua alma (nyama) ao lugar sagrado do descanso Alm disso, a mscara utilizada para defender as pessoas de perigos que eventualmente poderiam sobrevir a algumas delas

    A mscara kanaga, que possui a forma de cruz de lorena, faz referncia ao pssaro mtico kommolo tebu O esquema de cores branca e preta segue o padro de cores da plumria dessa ave A tradio oral dos dogon relata a histria de um caador que matou um desses pssaros, tendo sido o primeiro a produzir a mscara como um trunfo de sua conquista na caa

    Mscara KanagaPovo DogonMaliMadeira e fibra vegetal81 x 59,5 x 18,7 cm

    Vilarejo de Amani,Prximo Falsia de Bandiagara, Mali.1994 | Gianni Puzzo

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    Os bamana ou bambara ficaram amplamente conhecidos por resistirem ao islamismo, da a denominao de bambara, criada pelos vizinhos muul-manos, que quer dizer infiis A economia desse povo est baseada principalmente na agricultura H um provrbio local muito comum que declara: O mundo comeou e terminar com a agricultura Uma das formas dos bamana celebrarem o sucesso de seus esforos na agricultura e ao mesmo tempo manter sua identidade de forte propenso agrcola por meio de danas nasquais utilizam a mscara tchiwara Estas festividades podem ocorrer nas aldeiasou nos campos, por exemplo, quando os homens abrem uma nova rea de plantio O espetculo da dana aparece, dessa forma, para garantir a boa colheita

    A apresentao das mscaras tchiwara ilustra a relao dos seres humanos com a natureza A dana realizada geralmente por um par de mscaras, uma feminina e outra masculina, sugerindo a dependncia mtua entre o homem e a mulher e tambm a relao vital entre o sol e a terra As mscaras tchiwara possuem formas que esto relacionadas a animais reais, como o antlope, mas tambm a seres mitolgicos A representao desse animal na mscara, atravs dos longos chifres, explicada pelo fato de ele tambm ser associado simbolicamente ao sol As formas em zigue-zague ou pontiagudas remetem aos raios solares

    As mscaras tchiwara podem ser verticais ou horizontais As verticais so tradicionalmente esculpidas atravs de um bloco nico de madeira, enquantoas horizontais so quase sempre produzidas em duas partes unidas por grampos ou pregos A unio das duas partes da tchiwara horizontal represen-ta a juno entre os dois mundos que a colheita se refere: um o mundo da vegetao na superfcie, que relacionado ao dia; e o outro o mundo subterrneo, que associado noite, ao alimento e fertilidade da terra Destaca-se aqui um alimento bsico na dieta dos povos bamana que a voandzeia subterrnea, mais conhecido como feijo da terra

    Mscara Tchiwara ou (Tyi wara, Tyi-wara)Povo Bamana (ou Bambara)Repblica do MaliMadeira, couro e metal26,3 x 56,2 x 8,5 cm

    Mscara Tchiwara (ou Tyi wara, Tyi-wara)Povo Bamana (ou Bambara)Repblica do MaliMadeira e pelo animal97 X 31 X 8 cm

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    Enquanto a mscara tchiwara vertical reproduz um padro comum na arte africana de esculpir atravs de um bloco nico, a mscara horizontal feita em duas partes unidas por pregos ou grampos

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    Questes para reflexoO objetivo das Questes para Reflexo no a resposta imediata delas a partir da leitura dos textos informativos e sim, com a intermediao do professor, estimular a observao e a imaginao dos alunos ao permitir que eles descubram as caractersticas das obras, as curiosidades, semelhanas e diferenas culturais, alm dos detalhes somente percebidos com ateno e cuidado

    O professor pode chamar a ateno para as propriedades formais e sensoriais como as linhas, os contornos, os relevos, a continuidade e descontinuidade de figuras, a textura, a cor ou as cores, o volume, a figurao concreta e abstrata, entre outros Do mesmo modo, o educador pode destacar a representao do movimento,o tom diferente ou exagerado da escala ou propores relativas na obra Essas so algumas das discusses possveis que o professor poder desenvolver em sala de aula, possibilitando que os alunos tambm participem da atividade

    Quais so as formas geomtricas que podemos encontrar em cada parte do banco?

    Na arte africana, a proporo das partes da figura representada muitas vezes indica um destaque especial que o artista quer dar Para voc, quais partes do banco o artista deu maior destaque?

    Como voc descreveria as feies do rosto indicados neste banco?

    Quais aspectos do banco poderamos considerar como elementos da identidade do povo luba?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Muse Dapper (Paris, Frana)(http://wwwdapperfr/)

    Muse Royal de LAfrique Centrale (Tervuren, Blgica)(http://wwwafricamuseumbe/home)

    The University of Iowa Museum of Art, The Stanley Collection(Iowa, EUA) (http://uimauiowaedu/)

    REFERNCIAS

    NEYT, Franois Luba Aux Sources du Zaire Paris: Muse Dapper, 1993

    PETRIDIS, Constantine Art and Power in the Central Savanna Cleveland: The Cleveland Museum of Art; Bruxelas: Mercatorfonds, 2008

    ROBERTS, Mary Nooter & ROBERTS, Allen F Luba: Visions of Africa Milan: 5 Continents, 2007

    ___________ Allen F (eds) Memory Luba Art and The Making of History Nova York: Museum for African Art; Munich: Prestel, 1996

    Quais as formas geomtricas que mais se destacam nesta obra?

    Como voc descreveria a expresso do rosto desta mscara?

    A parte de baixo da mscara composta por uma trama em tecido Quantas camadas de cores conseguimos identificar?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Museu da Cincia da Universidade de Coimbra, Portugal(http://wwwmuseudacienciaorg/)

    Museu do Dundo (Dundo, Angola)

    Museu Nacional de Etnologia de Lisboa, Portugal(http://mnetnologiawordpresscom/)

    Muse Royal de LAfrique Centrale (Tervuren, Blgica)(http://wwwafricamuseumbe/home)

    National Museum of African Art (Smithsonian), Washington DC, EUA(https://africasiedu/)

    Peabody Museum of Archaeology & Ethnology Harvard University, Massachusetts, EUA (https://wwwpeabodyharvardedu/)

    REFERNCIAS

    BASTIN, Marie-Louise Arte Decorativa Cokwe Museu Antropolgico da Universidade de Coimbra; Museu do Dundo, 2010

    HERREMAN, Frank (ed) Na Presena dos Espritos Nova York: Museum for African Art; Gante: Snoek-Ducaju & Zoon, 2000

    JRDAN, Manuel (ed) Chokwe! Art and Initiation Among Chokwe and Related People Munique: Prestel-Verlag, 1998

    REDINHA, Jos Mscaras e Mascarados Angolanos (uso, formas e ritos) 2a ed Luanda: Edio do Fundo de Turismo e Publicidade de Angola, 1973

    ROCHA, Maria Corina Imagens e Palavras: suas correspondncias na Arte Africana So Paulo: Universidade de So Paulo MAE/USP, 2007 [Dissertao de Mestrado]

    WASTIAU, Boris Chokwe Milan: 5 Continents, 2006

    Quais so as cores naturais e artificiais desta mscara?

    Se voc fosse convidado a modificar a parte de cima dessa mscara, o que voc modificaria para que houvesse maior equilbrio entre os elementos dispostos nela?

    O artista do povo iaca pintou sobre a cabea da mscara formas que lembram as veias das plantas ou sulcos de arado (ranhuras feitas na terra para colocar sementes) Onde h simetria e assimetria entre eles?

    Em quais aspectos essa mscara no lembra uma figura humana?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Muse Royal de LAfrique Centrale (Tervuren, Blgica)(http://wwwafricamuseumbe/home)

    Princenton University Art Museum (New Jersey, EUA)(http://artmuseumprincetonedu/)

    The University of Iowa Museum of Art - Stanley Collection(Iowa, EUA) (http://africauimauiowaedu/ )

    REFERNCIAS

    BASTIN, Marie-Louise Escultura Angolana Lisboa: Electa; Museu Nacional de Etnologia, 1994

    BOURGEOIS, Arthur P The Yaka and Suku Leiden: Brill, 1985

    FALGAYRETTES-LEVEAU, Christiane (org) Angola Figures de pouvoir Paris: ditions Dapper, 2010

    HERREMAN, Frank (ed) Na Presena dos Espritos Nova York: Museum for African Art; Gante: Snoek-Ducaju & Zoon, 2000

    SALUM, M H L (Lisy) Notas Discursivas diante das Mscaras Africanas Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, So Paulo, SP, v 6, p 233-253, 1996

    SALUM, M H L (Lisy); CERAVOLO, S Consideraes sobre o perfil da Coleo Africana e Afro-Brasileira no MAE-USP Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, So Paulo, SP, v 3, p 167-185, 1993

    Quais so os materiais que compem esta obra? Como eles podem ser classificados?

    Como so montadas a peruca e saias desta estatueta?

    Por que ser que esttuas songye, como esta, so chamadas de esttuas de fora?

    Qual o papel que a lua desempenha na vida da Terra e dos homens, e o que a estaturia songye tem a ver com isso?

    Descreva, finalmente, a figura humana esculpida que compe esta estatueta: cabea e rosto, pescoo, tronco e membros E observe a core a textura da madeira

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Atualmente tm-se peas importantes da estaturia songye em vrios museus americanos e europeus, e haveria algumas ainda no Institut des Muses Nationaux du Congo (IMNC), mas as colees do Muse Royal de lAfrique centrale (MRAC) continuam sendo uma das principais referncias

    MRAC (Tervuren, Blgica)(http://wwwafricamuseumbe)

    IMNC (Kinshasa, Repblica Democrtica do Congo)(http://wwwculturecongocom/institut-des-musee-nationaux-du-congophp)

    REFERNCIAS

    BAEKE, Viviane; BOUTTIAUX, Anne-Marie; DUBOIS, Hughes (Eds) Le Sensible et la Force: photographies des Hughes Dubois et sculptures Songye Tervuren: Muse Royal de LAfrique Centrale, 2004

    HERSAK, Dunja Reviewing Power, Process, and Statement: the case of Songye Figures In: African Arts, Los Angeles, v 43, n 2, p 38-51, 2010

    MERRIAM, Alan P Change in Religion and the Arts in a Zairian Village In: African arts, Los Angeles, v 7, n 4, p 46-53 e 95, 1974

    NEYT, Franois Songye: la redoutable statuaire songye dAfrique centrale Anvers: Fonds Mercator; Milan: 5 Continents, 2004

    SALUM, Marta Helosa Leuba A grande estaturia songe do Zaire 1990 Dissertao (Mestrado) Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo, So Paulo, 1990

    SALUM, Marta Helosa Leuba Consideraes sobre as madeiras que os Basonge escolheram para esculpir algumas de suas esttuas In: Ddalo, So Paulo, n 28, p 207-226, 1990

    SALUM, Marta Helosa Leuba O homem e sua obra, e, os objetos e os homens: da relao homem-matria In: Museu, identidades e Patrimnio Cultural, Rev do Museu de Arqueologia e Etnologia, So Paulo, Supl 7, 2008, p 49-61

    VAN OVERBERGH, Cyrille Les Basonge Bruxelles: A de Wit; Institut International de Bibliographie, 1908 (Collection de Monographies Ethnographiques, III Sociologie Descriptive)

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    O que mais lhe impressiona nesta mscara?

    Alguns elementos geomtricos foram aplicados na representao das orelhas Voc consegue identificar alguma geometrizao (formas com aproximao geomtrica) na representao do rosto?

    Todas as culturas so criaes humanas de determinada poca e lugar Se voc fosse criar uma mscara para honrar os seus antepassados, quais elementos voc colocaria nela?

    Serenidade, rigorosidade e fora so algumas das caractersticas transmitidas pelas mscaras africanas Que expresso facial essa mscara transmite a voc?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Birmingham Museum of Arts (Birmingham, EUA)(http://wwwartsbmaorg/)

    Fowler Museum (Califrnia, EUA)(http://wwwfowleruclaedu/)

    Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque, EUA)(http://wwwmetmuseumorg/)

    REFERNCIAS

    DREWAL, H Yoruba: Nine Centuries Of African Art And Thought (with John Pemberton III and Rowland Abiodun) New York: Alfred Knopf and The Center for African Art, 1989

    DREWAL, H & DREWAL M T Gelede: Art And Female Power Among The Yoruba Bloomington: Indiana University Press (2nd Edition, 1990)

    LAWAL, Babatunde The Gld Spectacle: Art, Gender, and Social Harmony in an African Culture University of Washington Press, 1996 p 16

    THOMPSON, R F African Art in Motion California: University of California Press, 1979 (1st Ed 1974) p 222

    VOGEL, Susan (ed) For Spirits and Kings: African Art from the Paul and Ruth Tishman Collection New York: Metropolitan Museum of Art, 1981 p 163 O livro completo pode ser baixado no google livros: http://booksgooglecombr/ (Acessado em: 23-11- 2014)

    A cultura iorubana est intimamente ligada brasileira Essa ligao demonstrada tambm pela influncia lxica deixada pelos iorubanos no pas Exemplos como as palavras ax (fora vital), cafofo (mausolu), mandinga; comidas tpicas como acaraj, jab (carne-seca); instrumentos como o agog etc, mostram a profunda ligao da cultura iorub com todos os brasileiros, indepen-dentemente de suas origens tnicas

    Quais diferenas podemos perceber no formato dos rostos das mscaras? H algo de semelhante?

    Qual foi o tipo de material escolhido pelo artista para esculpir essas mscaras? Ele poderia escolher outros tipos de materiais?

    Observando o modo como o rosto das mscaras foram esculpidos, que tipo de expresso facial eles transmitem?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Museu Afro-Brasileiro (Salvador, Bahia)(http://wwwmafroceaoufbabr/)

    Museu de Arqueologia e Etnologia (So Paulo, Brasil)(http://wwwnptbrmaeuspbr/)

    Muse du Quai Branly (Paris, Frana)(http://wwwquaibranlyfr/)

    Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, Brasil)(http://wwwmnbagovbr/abertura/aberturahtm)

    National Museu of African Art Smithsonian (Washington, DC, EUA) (http://africasiedu/)

    REFERNCIAS

    ADINOLFI, Maria Paula [Texto Cientfico] Setor frica projeto de atuao Pedaggica e Capacitao de Jovens Monitores [material do professor], Salvador: Museu Afro-Brasileiro, 2005

    LAWAL, Babatunde The Gld Spectacle: Art, Gender, and Social Harmony in an African Culture University of Washington Press, 1996

    RIBEIRO JR, Ademir Parafernlia das Mes Ancestrais: as mscaras gueled, os edan ogboni e a construo do imaginrio sobre associedades secretas africanas no Recncavo Baiano So Paulo: Universidade de So Paulo MAE/USP, 2008 [Dissertao de Mestrado]

    SALUM, M H Leuba (Lisy) Notas Discursivas Diante das Mscaras Africanas Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, So Paulo, SP, v 6, p 233-253, 1996

    ___________ Por Que So de Madeira Essas Mulheres dgua? Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, v 9, p 163-193, 1999

    ___________(Texto cientfico) frica: culturas e sociedades, guia temtico para professores So Paulo: MAE/USP, (1999) (Formas de Humanidade)

    Quais caractersticas fsicas em comum podem ser encontradas a todas estas estatuetas de Ibeji?

    A gestualidade uma caracterstica importante da arte africana Qual a postura dessas estatuetas?

    Com base nestas estatuetas, quais delas foram esculpidas pelo mesmo artista? Por qu?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    British Museum (Londres, Inglaterra)(http://wwwbritishmuseumorg/)

    Dallas Museum of Art (Dallas, EUA)(http://wwwimamuseumorg/)

    Indianapolis Museum of Art (Indianapolis, EUA)(http://wwwimamuseumorg/)

    Museu Afro-Brasileiro (Salvador, Bahia)(http://wwwmafroceaoufbabr/)

    Museu de Arqueologia e Etnologia (So Paulo, Brasil)(http://wwwnptbrmaeuspbr/)

    Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro(Rio de Janeiro, Brasil) (http://wwwmuseunacionalufrjbr/)

    REFERNCIAS

    FAGG, W B, PEMBERTON, J & HOLCOMBE, B Yoruba, sculpture of West Africa Knopf, 1982 p 16

    JUNGE, P Arte da frica: obras-primas do museu etnolgico de Berlim Braslia, Rio de Janeiro, So Paulo: Centro Cultural Banco do Brasil, 2003

    LAGAMMA, Alisa Echoing Images Nova York: The Metropolitan Museum of Art; New Haven, Londres: Yale University Press, 2004

    OMARI-TUNKARA, Mikelle S Ere Ibeji Ritual and Imagery: West African Yoruba Retentions in Brazil 1980

    OMARI-TUNKARA, Mikelle S Manipulating the Sacred: Yoruba Art, Ritual, and Resistance in Brazilian candomble: Wayne State University Press, 2005 p 111

    O que mais lhe impressionou nesta obra?

    Como voc descreveria a expresso do rosto desta mscara?

    Esta obra apresenta uma figura de aparncia humana que possui chifres e duas cabeas Que seres mitolgicos ou folclricos conhecidos possuem tambm aspectos imaginativos, que no seriam naturais?

    Figuras com chifres representam a mesma coisa em todas as culturas?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Brooklyn Museum (Nova Iorque, EUA(wwwbrooklynmuseumorg/)

    British Museum (Londres, Inglaterra)(http://wwwbritishmuseumorg/)

    Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro(Rio de Janeiro, Brasil) (http://wwwmuseunacionalufrjbr/)

    Museu Afro-Brasileiro (Salvador, Bahia)(http://wwwmafroceaoufbabr/)

    REFERNCIAS

    LAUDE, J The Arts of Black Africa Transl Jean Decock Los Angeles: University of California Press, 1971

    NICKLIN, Keith Nigerian Skin covered Masks African Arts 7, 3:815, 67, 1974

    VOGEL, Susan (ed) For Spirits and Kings: African Art from the Paul and Ruth Tishman Collection New York: Metropolitan Museum of Art, 1981 O livro completo pode ser baixado no google livros: (Acessado em: 23-11-2014) http://booksgooglecombr/

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    Quais formas geomtricas se destacam nessa mscara?

    Pensando na mscara como um conjunto multimdia (em que, alm da parte em madeira, h outras partes que no aparecem nas colees de museus), quais seriam as funes dos furos localizados na base da mscara?

    As partes pintadas de branco fazem referncia aos ancestrais e esto bem equilibradas artisticamente Se voc fosse um pintor do povo igala convidado para renovar o modo de pintar as mscaras, em quais partes dela pintaria de branco?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Fowler Museum (Califrnia, EUA)(http://wwwfowleruclaedu/)

    Muse du Quai Branly (Paris, Frana)(http://wwwquaibranlyfr/)

    The University of Iowa Museum of Art (Stanley Collection)(Iowa, EUA) (http://africauimauiowaedu/ )

    REFERNCIAS

    BOSTON, J S Ikenga Figures Among the North-west Igbo and the Igala Ethnographica, 1977

    __________ The Igala Kingdom Nigerian Institute of Social and Economic Research, 1968

    NEYT, F & DESIRANT, A Les Arts de la Bnu aux racines des traditions ditions Hawaiian Agronomics, 1985

    NOOTER, N I & ROBBINS, W M African Art in American Collections Pennsylvania: Schiffer Publishing ltd, 2004 (1st ed 1989), pp 278-279

    RUNION DES MUSES NATIONAUX Arts du Nigria: Collections du Muse des arts dAfrique et dOcanie Paris, 1997

    VOGEL, Susan (ed) For Spirits and Kings: African Art from the Paul and Ruth Tishman Collection New York: Metropolitan Museum of Art, 1981 pp 110-111 O livro completo pode ser baixado no google livros: http://booksgooglecombr/ (Acessado em: 23-11- 2014)

    De que material feita essa mscara e como ser que ela foi produzida?

    Pensando em cada um dos materiais da obra, como o artista a comps?

    Por que voc acha que os reis bamileque esco-lhiam o elefante como smbolo do seu poder?

    Se esta mscara no representasse um elefante, quais outros animais importantes para os povos do Camares ela poderia representar? Por qu?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    British Museum (Londres, Inglaterra)(http://wwwbritishmuseumorg/)

    Brooklyn Museum (Nova Iorque, EUA)(wwwbrooklynmuseumorg/)

    Fowler Museum of Cultural History (Califrnia, EUA)(http://wwwfowleruclaedu/)

    Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque, EUA)(http://wwwmetmuseumorg/)

    REFERNCIAS

    BLIER, Suzanne LArt Royal Africain Hong Kong: Flammarion, 1997 p192-193

    MACK, John Africa: Arts and Culture British Museum Oxford University Press, 2000 p 112

    NOOTER, N I & ROBBINS, W M African Art in American Collections Pennsylvania: Schiffer Publishing ltd, 2004 (1st ed 1989) p 320

    OGOT, Bethwell A (Ed) Histria Geral da frica - frica do sculo XVI ao XVIII Vol 5 Braslia: UNESCO, 2010 p 615 Disponvel em: http://wwwunescoorg/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese-1#VG4Ko_nF9Wg (Acessado em: 20-11-2014) p 616

    WILLIAM BENTON MUSEUM OF ART The sign of the leopard: beaded art of Cameroon: a loan exhibition from the Cameroon collections of the Linden-Museum Stuttgart University of Connecticut, 1975

    Pelo tamanho do bojo (ou corpo) deste cachimbo (40,5 x 26,5 x 20 cm ), ele deve ter sido usado individualmente ou coletivamente? Por qu?

    As formas em X so associadas s aranhas Quantas tarntulas podemos observar na ima-gem e por que o artista deve t-las moldado na cabea da obra?

    Por que na arte de alguns povos do Camares as figuras humanas so representadas com boche-chas infladas e olhos esbugalhados?

    Onde esto representadas e quais partes do ele-fante foram moldadas nesta obra?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Ethographisch Museum (Anturpia, Blgica)(http://wwwmasbe/minnet?id=3080206)

    Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque, EUA)(http://wwwmetmuseumorg/)

    The University of Iowa Museum of Art The Stanley Collection(Iowa, EUA) (http://uimauiowaedu/)

    REFERNCIAS

    CASCUDO, Luiz Cmara Made in Africa pesquisas e notas Rio de Janeiro: Ed Civilizao Brasileira, 1965 p179-80

    FOMINE, Forka L M The African Anthropologist Vol 16, No 1&2, 2009 pp 69-92 Disponvel em: http://wwwajolinfo/indexphp/aa/article/viewFile/87547/77226 (Acessado em: 20-11-2014)

    GEBAUER, Paul Cameroon Tobacco Pipes African Arts Vol 5, Winter, 1972 pp 28-35

    OGOT, Bethwell A (Ed) Histria Geral da frica - frica do sculo XVI ao XVIII Vol 5 Braslia: UNESCO, 2010 p 615 Disponvel em: http://wwwunescoorg/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese-1#VG4Ko_nF9Wg (Acessado em: 20-11-2014)

    PAGE, Donna A Cameroon World: Art and Artifacts from the Caroline and Marshall Mount Collection QCC Art Gallery, City University of New York, 2007 p 32

    SHOUP, John A Ethnic Groups of Africa and the Middle East: an encyclopedia California: ABC-CLIO, 2011 [e-book]

    TARDITS, C (ed) Contribution de la Recherche Ethnologique a lHistoire des Civilisations du Cameroun 2 vols, Paris: Editions du CNRS, 1981

    WASSING, R S African Art Transl Diana Imber Switzerland;NY: Leon Amiel Publisher, 1968

    Grande parte da arte africana tenta traduzir ideias, hbitos, valores e costumes atravs das formas artsticas Em sua opinio, por que os artistas deste grupo esculpiam msculos nesta estatueta feminina? Quais valores podem estar relacionados a essa caracterstica?

    possvel encontrar aspectos simtricos nesta obra? Quais seriam?

    O que lhe transmite a expresso do rosto da estatueta?

    Geralmente um observador apenas frontal possui uma perspectiva reduzida da obra, que elementos so possveis de se destacar nas outras posies da obra que no a frontal?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Muse du Quai Branly (Paris, Frana)(http://wwwquaibranlyfr/)

    REFERNCIAS

    BLACKMUN, Monica Vison Art and authority among the Akye of the Ivory Coast Santa Barbara: University of California, 1984

    DECOSSE, Raoul Garnier Soins corps et mes: lordre dune existence en pays atti Cte dIvoire, Tours, 1990

    PAULME, Denise Premire Approche des Atti (Cte dIvoire),Cahier dtudes Africaines, no 21, vol 6, 1966 pp 86-120

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    Identifique quais formas geomtricas esto representadas na mscara

    Observe bem a mscara Quais formas geomtricas se repetem ao longo de sua superfcie?

    Se voc fosse um artista, quais cores utilizaria nesta mscara e por qu?

    Voc sabe quais so as fases da lua? Se as extremida-des (parte de cima e de baixo) da mscara fossem luas, em que fases cada uma delas estaria?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Birgminham Museum of Art (Alabama, EUA)(http://wwwartsbmaorg/)

    Museu Etnolgico de Berlim, (Berlim, Alemanha)(http://wwwsmbmuseum/homehtml)

    REFERNCIAS

    NOOTER, N I & ROBBINS, W M African Art in American Collections Pennsylvania: Schiffer Publishing ltd, 2004 (1st ed 1989) p 90

    NDIAYE, F & VOGEL, Susan African Masterpieces from the Muse de lHomme New York: Harry N Abrams, Inc 1985 p 130

    ROY, Christopher In: SCHMALENBACH (ed) Afrikanische Kunst aus der Sammlung Barbier-Muller Genf: Munich, 1988

    O que a forma desta mscara lhe faz lembrar?

    Observe atentamente o contraste de cores na mscara Quantos contrastes brancos e pretos o artista usou e qual a disposio deles?

    Onde podemos identificar a existncia de simetria e de assimetria?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque, EUA)(http://wwwmetmuseumorg/)

    Brooklyn Museum (Nova Iorque, EUA)(wwwbrooklynmuseumorg/)

    Museu de Arqueologia e Etnologia (So Paulo, Brasil)(http://wwwnptbrmaeuspbr/)

    REFERNCIAS

    DIETERLEN, Germaine Mask and Mythology of the Dogon African Arts 22 3, pp 34-43, 1989

    FAGG, William Masques dAfrique dans les Collections du Muse Barbier-Mller Genova, 1980

    HAHNER, I; KECSKSI, M & VAJDA, L African Masks the Barbier-Mueller collection New York: Prestel, 2007 p 07

    SEGY, Ladislas African Sculputure Speaks New York: Da Capo Press, 1975 p 346

    H uma ou mais formas que se repetem? Quais?

    Por que ser que os bamana do Mali esculpiam uma mscara horizontal e outra vertical?

    s vezes essa obra pode ser confundida com uma estatueta Como esta mscara utilizada? No topo da cabea? Na frente do rosto?

    Se no fosse um antlope, que outro animal poderia ser representado nesta mscara ?

    COLEES COM OBJETOS SIMILARES

    Art Institute of Chicago (Chicago, EUA)(http://wwwarticedu/)

    Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque, EUA)(http://wwwmetmuseumorg/)

    Museu de Arqueologia e Etnologia (So Paulo, Brasil)(http://wwwnptbrmaeuspbr/)

    National Museum of African Arts Smithsonian (Washington, DC, EUA) (http://africasiedu/)

    REFERNCIAS

    HAHNER, I; KECSKSI, M & VAJDA, L African Masks the Barbier-Mueller collection New York: Prestel, 2007 [Plates: 01-03]

    LAGAMMA, Alisa Ideas of Origin in African Sculpture African Arts, vol 35, no 3 (Autumn), 2002 pp 55-92

    NDIAYE, F & VOGEL, Susan African Masterpieces from the Muse de lHomme New York: Harry N Abrams, Inc 1985 p 120

    WARDWELL, Allen A Bambara Master Carver African Arts Vol 18no 1: (November), 1984 pp8384 N Abrams, Inc 1985 p 20

    Mascarados em performancePovo bwa, Burkina faso, dcada de 1980 Christopher D. Roy

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    Estatueta Povo Attie (ou Akye)Costa do MarfimMadeira, tecido e contas 36,4 x 11,5 x 12 cm

    Banco Povo LubaRepblica Democrtica do CongoMadeira35,5 x 26 x 21,7 cm

    A representao da figura feminina na escultura algo frequente em muitos povos da frica A interpre-tao mais comum desse tipo de produo, geralmente est baseada na ideia da maternidade De fato, recorrente a representao de mulheres acompanhadas de seus filhos na produo artstica desse continente, no entanto, preciso tambm analisar essas representaes para alm da ideia da mulher apenas como me

    Observe, por exemplo, as duas esculturas selecionadas Apesar de terem sido produzidas por artistaspertencentes a dois povos completamente distintos e situados em diferentes regies da frica, possvel perceber que ambas as figuras femininas representadas aparecem como smbolo de fora e tambm de poder A estatueta feminina attie, da Costa do Marfim, alm de apresentar msculos inflados e uma postura imponente, evidenciando a sua fora no apenas fsica, aparece sentada num banco, uma importante insgnia de poder O penteado elaborado tambm corrobora com a ideia de que ela uma mulher hierarquicamente importante J a mulher representada no banco luba, da Repblica Democrtica do Congo, no apresenta msculos aparentes, mas a sua fora evidenciada por ela sustentar a parte do assento apenas com as pontas dos dedos A sua fisionomia de serenidade e calma comprova que ela no precisa fazer um grande esforo para sustentar o poder do chefe

    DILOGOS ENTRE OBRASO objetivo desta atividade estimular professores e alunos a proporem possveis dilogos entre as obras de arte africanas As suas formas, materiais utilizados e caractersticas em comum, bem como os seus significados intrnsecos ou complementares devem ser explorados Para isso, consulte os textos de base e a bibliografia sugerida

    Bojo de Cachimbo Povo Bamum (Bamoun) ou Bamileque (Bamileke)Repblica dos CamaresCermica40,5 x 26,5 x 20 cm

    Mscara ElefantePovo Bamileque (ou Bamileke)Repblica dos CamaresTecido e Miangas112 x 39,5 x 25 cm

    A histria da Repblica dos Camares marcada pela existncia de hierarquizados reinos, localizados nas regies de pradarias (Grasslands) Historicamente, esses reinos realizaram entre si muitas trocas econmicas, culturais e tambm artsticas, o que torna difcil e rdua a tarefa dos estudiosos em identificar precisamente obras advindas desse pas Materiais como as miangas, presentes na mscara elefante dos bamileque, por exemplo, podem ser encontradas em produes artsticas de outros povos prximos, tais como em estatuetas e tronos do povo bamum A circulao desses materiais entre diferentes reinos desmistifica a ideia de um continente africano cujas populaes viviam de forma isolada preciso lembrar tambm que as miangas que transitavam no Camares eram advindas da Europa,o que demonstra que h sculos esses povos j tinham contatos estabelecidos fora do continente africano

    Outro aspecto importante a ser ressaltado o compartilhamento de smbolos e valores entre os diversos reinos dos Camares A representao do elefante, por exemplo, presente tanto na mscara dos bamileque quanto nesse cachimbo (regio da testa), comprova que para ambas as culturas esse animal tem grande importncia simblica No por acaso que ele aparece representado em duas obras intimamente ligadas figura do rei e sua corte Assim como o leopardo, o elefante considerado um animal da realeza, certamente por causa da sua magnitude e fora

    E, finalmente, a valorizao de materiais estrangeiros e de smbolos especficos por membros da realeza, tais como as miangas e a representao do elefante est ligada ideia de exclusividade e deferncia No por acaso que tanto a mscara quanto o cachimbo ostentam elementos que demarcam a diferenciao entre o rei e os seus sditos No caso especfico do cachimbo, a sua proporo, a sofisticao na sua elaborao e a presena de insgnias como a coroa evidenciama importncia de seu detentor

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    Mscara Povo Igala NigriaMadeira policromada35,5 x 25 x 27,5 cm

    Mscaras africanas no so apenas aqueles objetos presos face ou cabea Podemos dizer que elas so resultantes de um conjunto multimdia Alm da parte que adorna a cabea ou o rosto, geralmente produzida em madeira, integra tambm esse conjunto chamado mscara uma vestimenta feita em diferentes materiais, como tecidos e fibras vegetais, alm de uma srie de apetrechos que adornam todo o corpo do mascarado, incluindo por vezes, adereo de dorso, joias e adornos nos braos, pescoo, pernas etc

    Nem todas as mscaras africanas so usadas na frente do rosto A mscara tchiwara, por exemplo, muitas vezes confundida com uma estatueta, usada no topo da cabea e acompanhada por uma vestimenta feita em fibras vegetais J a mscara bobo/bwa faz parte do conjunto de mscaras chamadas superestruturadas, devido sua grande dimenso Embora possa ser difcil imaginar, essa mscara usada verticalmente na frente do rosto A parte arredondada, onde est localizada a representao dos olhos de coruja, fica posicionada na frente do rosto do bailarino, sendo todo o resto da mscara direcionado para o alto E finalmente, a mscara igala usada como um elmo ou capacete, camuflando completamente a identidade do mascarado

    As mscaras podem representar seres mitolgicos nas formas estilizadas de aves, bovinos, caprinos, humanos e ainda variaes que mesclam as formas animais com humanas ou formas sobrenaturais da criao mtica, como o caso da mscara tchiwara Basicamente, o uso de mscaras na frica est associado desde a representao teatral em festividades comemorativas at aos ritos fnebres, agrrios, iniciticos, entre outros usos

    Mscara placa (Nwantantay)Povos Bobo, Bwa (Bwaba ou Oule)Burkina FasoMadeira pintada232 x 45 x 34 cm

    Mscara Tchiwara ou (Tyi wara, Tyi-wara)Povo Bamana (ou Bambara)Repblica do MaliMadeira, couro e metal26,3 x 56,2 x 8,5 cm

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    Glossrio de Arte Africana

    AbstraoA composio abstrata mostra formas que no imitam ou representam objetos da realidade ou da natureza, embora possam partir delas Ela se ope composio figurativaVer obras: Mscara Kanaga, p.34; Mscara Bobo/Bwa, p.32; Mscara Elefante Bamileque, p.26.

    AntropomorfismoRepresentao de figuras humanas ou que remetam a elasVer obras: Estatueta Attie, p.30; Estatueta Songye, p.14.

    Composio a distribuio dos diferentes elementos dentro de uma mesma obra de arte

    Conjunto multimdia o grupo de apetrechos que adornam o mascarado e compem a mscara Os museus conservam principalmente a parte em madeira, que a mais resistente ao tempo, mas a mscara composta de vestimenta, adornos e adereos e, s vezes, armas, cajados cerimoniais etc Ver fotografia da Mscara Bobo/Bwa, p.32.

    Equilbrio (complementariedade) o ajuste ou arranjo harmnico entre as partes da obraVer obras: Estatueta Attie, p.30 ; Cachimbo Bamum, p.28.

    Estilo a maneira pessoal ou prpria de cada artista (ou povo) formular uma obra de arte

    EstilizaoElaborao das formas dos objetos e seres da natureza a fim de se dar maior ou exclusivo destaqueaos seus aspectos mais caractersticosVer obra: Mscara Iorub (Egungun), p.16.

    Expresses faciaisSo os movimentos musculares da face representados nas obras de arte Embora boa parte desses movimentos sejam universais, muitas vezes, eles so calcados na tradio e cultura especfica dos povos Ex: Serenidade = a chamada expresso meditativa, calma, sublime ou idealizada que uma escultura ou mscara podem trazer Rigorosidade = expresso rude, vigorosa, considerada por vezes feia mas que exprime, por vezes, fora ou bravuraVer obras: Mscara Ejagham, p.22; Estatueta Attie, p.30; Mscara Iaca, p.12.

    FigurativoA composio figurativa mostra formas que representam ou imitam objetos da realidade ou da natureza, embora possam tambm conter elementos abstratos

    Formas GeomtricasAlgumas elaboraes de formas artsticas so expressas por meio de formas geomtricas, tais como: crculo, quadrado, tringulo, retngulo, losango, hexgono, bem como as formas ovais, o cubo, a esfera, o cilindro, o cone etc Ver obra: Mscara Bobo/Bwa, p.32.

    Frontalidade (ou representao frontal) um aspecto caracterstico das esculturas africanas em geral Em contraste com a lateralidade das pinturas antropomorfas egpcias, as esculturas da frica subsaariana, com poucas excees, geralmente so esculpidas de modo a serem posicionadas de frente para seu observadorVer obra: Estatuetas Iorub (Ibeji), p.21.

    Gestualidade (expresses corporais) um recurso que aparece com frequncia nas esculturas africanas, pois elas quase nunca transmitem a ideia de imobilidade s vezes o gesto sutil, mas sempre perceptvel Dentre os gestos mais comuns nas figuras antropomorfas esto a flexo dos joelhos, a posio dos ombros ou das mosVer obra: Banco Luba, p.8.

    cone (Ver Smbolo)

    Padro (padres) o uso convencional de elementos formais que se repetem em diferentes obras produzidas por um mesmo artista ou por um povo Os padres podem ser tambm transmitidos atravs de geraes(Ver: Estilo)

    ProporoNa obra de arte a relao entre as partes de um dado objeto conformando-as s suas dimenses reais Desta maneira, desproporcional seriam aquelas elaboraes artsticas que no conformariam as partes dos objetos s suas dimenses reais Os critrios para determinar a proporo e a desproporo na obra so definidos pelas demandas internas dos prprios grupos As representaes de uma face alongada; um olho esbugalhado; uma boca grande, pequena ou mesmo a ausncia de boca; orelhas descomunais, bem como pernas pequenas e cabeas grandes, mos e braos fortes em corpos franzinos so todos recursos de proporo que seguem muitas vezes a mltiplos significados culturaisVer obras: Mscara Iorub (Egungun), p.16; Mscaras Bamana (Tchiwara), p.36.

    RealismoRepresentao ou imitao de formas artsticas que so mais fiis ao que existe na realidadeVer obra: Estatuetas Iorub (Ibeji), p.21.

    Representao/FiguraoReproduo, elaborao, construo de um objeto que remeta a outros, reais ou imaginrios

    Smbolo um cdigo visual identificado por pessoas de um mesmo crculo cultural Algumas vezes o termo smbolo aparece como sinnimo de cone, de uso mais comum na arte crist, uma imagem utilizada para representar um objeto ou ideiaVer obra: Mscara Tchokwe (Mwana Pwo), p.10; Estatueta Songye, p.14.

    Simetria/AssimetriaO jogo da simetria e assimetria um recurso utilizado pelos artistas africanos, entre outros motivos, para transmitir as ideias de movimento, contraposio, equilbrio e balano (entre partes semelhantes ou dessemelhantes) Isso pode ser feito por meio de linhas paralelas e/ou sobrepostas, repetindo e alternando algumas formas orgnicas ou geomtricasVer obras: Estatueta Attie, p.30; Cachimbo Bamum, p.28; Mscara Ejagham, p.22.

    SnteseElaborao de formas artsticas que faz uma reduo ou um arranjo abreviado de formas e ideiasque o artista queira exprimirVer obra: Mscara dogon (Kanaga), p.34.

    VazadoOs vazados so furos, orifcios ou passagens que se alternam entre superfcies inteirias numa obra de arte Ver obra: Mscara Bamana (Tchiwara), p.36; Cachimbo Bamum, p.28.

    ZoomorfismoRepresentao artstica de animais ou que remetam s formas de animaisVer obras: Mscara Bamana (Tchiwara), p.36; Mscara Iorub (Egungun), p.16; Mscara Elefante (Bamileque), p.26.

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    I. Seleo de obras clssicas sobre arte africana em bibliotecas pblicas de So Paulo.

    BALANDIER, Georges; MAQUET, Jacques Dictionnaire des Civilisations Africaines Paris: Hazan, 1968

    BLIER, Susanne Preston Lart Royal Africain Paris: Flammarion, 1997

    DAZEVEDO, Warren (Ed) The Traditional Artist in African Society. Bloomington: Indiana University Press, 1973

    GONSETH, Marc-Olivier; HAINARD, Jacques; KAEHR, Roland (Eds) Muse Cannibale Neuchtel: Muse dEthnographie: GHK, 2002

    LEIRIS, Michel; DELANGE, Jacqueline Afrique Noire: La Cration Plastique Paris: Gallimard, 1967 (LUnivers des forms, 11)

    MAQUET, Jacques Les Civilisations Noires: Histoire, Technique, Arts, Socits. Verviers: Marabout, 1966

    PHILLIPS, Tom (Ed) The Art of a Continent Munich: Prestel Verlag; London: Royal Academy of Arts, 1995

    SEGY, Ladislas African Sculptures Speaks. New York: Da Capo Paperback, 1969

    STEINER, Christopher Burghard African Art in Transit Cambridge: Cambridge University Press, 1994

    UNESCO Function and Significance of African Negro Art in the Life of the People and for the People Colloquium on Negro art Vol I [Paris]: Society of African Culture; UNESCO, 1968

    UNESCO Contributions au Colloque sur La function et la signification de lArt Ngre dans la vie du peuple et pour le people Vol II Paris: Prsence Africaine, 1970

    VANSINA, Jan Art History in Africa: an introduction to method London: Longman, 1999

    WILLETT, Frank African Art New York: Thames and Hudson, 1995 (World of Art)

    II. Seleo de obras sobre arte africana EM PORTUGUS E ESPANHOL em bibliotecas pblicas de So Paulo.

    BALOGUN, Ola Forma e expresso nas artes africanas In: ALPHA, Sow Introduo Cultura Africana. Lisboa: UNESCO/Edies 70, 1977 p37-94

    CARNEIRO DA CUNHA, Marianno Arte afro-brasileira In: ZANINI, Walter (Ed) Histria Geral da Arte no Brasil V II So Paulo: Instituto Walter Moreira Salles, 1983 p 973-1033

    CHAVES, Mara Rodrigues Arqueologia Africana: memria e patrimnio nos acervos brasileiros II SEMANA DE ARQUEOLOGIA - MAE USP Rev do Museu de Arqueologia e Etnologia So Paulo Supl 11, 2011 p 207-211

    CONDURU, Roberto Uma crtica sem plumas: a propsito de Negerplastik de Carl Einstein Concinnitas, Rio de Janeiro, a 9, v 1, n 12, p 163-177, 2008 Disponvel: http://wwwcasaruibarbosagovbr/arquivos/file/umcriticasemplumaspdf Acesso: 6/12/2014

    EINSTEIN, Carl. Negerplastik [Escultura negra] Florianpolis: Editora UFSC, 2011

    ETHNOLOGISCHES MUSEUM BERLIN; JUNG, Peter Junge; HUG, Alfons (Orgs; Eds) Arte da frica: Obras Primas do Museu Etnolgico de Berlim Braslia: Centro Cultural Banco do Brasil, 2004

    FEIST, Hildegard Arte Africana So Paulo: Ed Moderna, 2010 (Artistas annimos)

    FIGUEIREDO, Napoleo; RODRIGUES, Ivelise A Coleo Etnogrfica Africana do Museu Paraense Emlio Goeldi Belm: MPEG, 1989 (Coleo Eduardo Galvo)

    GALAS, Maria Betnia & LOPES, Ana Lcia Uma Visita ao Museu Afro Brasil So Paulo: Instituto de Polticas Pblicas Florestan Fernandes: Prefeitura do Municpio de So Paulo, Secretaria da Cultura, 2006

    HAMPT B, Amadou A tradio viva In: Ki-Zerbo, Joseph (Coord) Histria Geral da frica Metodologia e Pr-histria da frica Vol I So Paulo: tica, 1982 p181-218

    KASFIR, Sidney 2008 Arte africana e autenticidade: um texto sem sombra [publicado em fevereiro de 2008] Disponvel em: http://wwwartafricainfo/html/artigotrimestre/artigophp?id=14 Acesso: 6/12/2014

    LAVAQUERIE-KLEIN, Christiane; PAIX-RUSTERHOLTZ, Laurence Nyama: Tesouros Sagrados dos Povos Africanos. So Paulo: Companhia das Letrinhas, 2010

    LAUDE, Jean Las Artes del Africa Negra. Barcelona: Editorial Labor, c1968 (Nueva coleccin Labor, 70)

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    MUNANGA, Kabengele Criao Artistica Negro-africana: Uma Arte na Fronteira entre a Contemplao e a Utilidade Prtica In: frica negra. So Paulo: Museu de Arte Assis Chateaubriand (MASP), So Paulo: 1988 p 7-9

    MUNANGA, Kabengele A Dimenso Esttica Africana na Arte Negro-africana Tradicional In: AJZENBERG, Elza; IV CONGRESSO EM ESTTICA E HISTRIA DA ARTE Arteconhecimento. So Paulo: Programa de Ps-Graduao Interunidades em Esttica e Histria da Arte, 2006 p 29-44

    MUNANGA, Kabengele; CERAVOLO, Suely Fertilidade da Terra e Fecundidade da Mulher: smbolos e suportes materiais nas sociedades negro-africanas Ddalo, S Paulo, n 3, p 7-21, 1987

    MUNANGA, Kabengele; MANZOCHI, Helmy Mansur Smbolos, Poder e Autoridade nas Sociedades Negro-africanas Ddalo, So Paulo, n 3, p 23-38, 1987

    MUSEU AFRO-BRASILEIRO Setor frica: Projeto de Atuao Pedaggica e Capacitao de Jovens Monitores: material do professor Salvador: MAFRO: Centro de Estudos Afro-Orientais, Universidade Federal da Bahia, 2005

    MUSEU DE ARTE ASSIS CHATEAUBRIAND; COELHO, Teixeira; ROBILOTTA, Manoel; ROBILOTTA, Cecil (textos e curadoria) Do corao da frica: Arte Iorub: Coleo Robilotta So Paulo: Comunique Editorial, 2014

    MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA; UNIVERSIDADE DE SO PAULO frica: Culturas e Sociedades. Formas de Humanidade. So

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    MUSEU DE ARTE ASSIS CHATEAUBRIAND frica negra So Paulo: MASP, So Paulo: 1988

    MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES Coleo de arte africana: acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: MNBA; Ministrio da Educao e Cultura, Secretaria da Cultura, Fundao Nacional Pr-Memria, [1983]

    NEYT, Franois; VANDERHAEGHE, Catherine A Arte das Cortes da frica Negra do Brasil In: Fundao Bienal de So Paulo; AGUILAR, Nelson (Org) Mostra do redescobrimento: arte afro-brasileira So Paulo: Associao Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000 p 34-97

    PRICE, Sally Arte Primitiva em Centros Civilizados Rio de Janeiro: UFRJ, 2000 SEGY, Ladislas African sculptures speaks New York: Da Capo Paperback, 1969

    RIBEIRO JR, Ademir Parafernlia das Mes-Ancestrais: as mscaras gueled, os edan ogboni e a construo do imaginrio sobre as sociedades secretas africanas no Recncavo Baiano Dissertao de mestrado (Arqueologia), Universidade de So Paulo, 2008

    RIBEIRO JR, Ademir; SALUM, Marta Helosa Leuba Estudo Estilstico e Iconogrfico das Esculturas Edan do Acervo do MAE-USP Rev do Museu de Arqueologia e Etnologia, v 13

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    Bibliografia de Arte Africana

  • Esta publicao parte integrante do EDITAL DE CONCURSO PBLICO No 01 /2013 III IDEIAS CRIATIVAS ALUSIVO AO DIA NACIONAL DA CONSCINCIA NEGRA 20 DE NOVEMBRO, SELEO PBLICA PARA APOIO A PROJETOS ARTSTICOS E CULTURAIS da Fundao Cultural Palmares conforme Decreto de 25 de fevereiro de 2013, publicado no Dirio Oficial da Unio, de 26 de fevereiro de 2013, nos termos, no que couber, da Lei no 7.668/1988, do Decreto no 6.853/2009, observadas as disposies da Lei o 8.666/93, na Portaria Ministrio da Cultura no 29/2009.

    pgina seguinte:Mascarado GueledIlustrao: Claudio Rubio

    Vilarejo de Amani,Prximo Falsia de Bandiagara, Mali.1994 | Gianni Puzzo

    Projeto Editorial Via Impressa Edies de Arte Carlos Magno Bomfim

    Projeto Grfico Douglas Germano

    Editorao Eletrnica Jailton Leal

    Reviso Tcnica Ricardo Sampaio Mendes

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    1a EdioSo Paulo, Brasil 2015

    GOVERNO FEDERAL

    Presidenta da RepblicaDilma Rousseff

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    Diretor ExecutivoEdemar Viotto Junior

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    PesquisadoresJuliana Ribeiro da Silva BevilacquaRenato Arajo da Silva

    Verbete: Estatueta SongyeMarta Helosa Leuba Salum (Lisy)Professora Doutora do Museu de Arqueologia e Etnologiada Universidade de So Paulo (MAE/USP)

    Ilustraes: Claudio Rubio

    FotografiaHenrique Luz

    Coordenadora de produo deste livroSandra Salles

    Agradecimentos: Ana Lucia LopesAndr SantosChristopher D RoyCludio NakaiClaudio RubioEmanoel AraujoFtima GomesIzabel Correia dos Santos MonteiroMakaya Mayuma BedelMarta Helosa Leuba SalumRenata Ap Pereira da Silva ArajoRomilda SilvaSandra Salles

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