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ANO 10 – Nº 2243 / 2104 SÃO PAULO, 17 A 23 DE MARÇO DE 2007 R$ 2,00 AGENDA A CÂMARA JÚNIOR BRASIL-JAPÃO está com inscrições abertas para o seu Clube de Dança de Salão. Tra- ta-se de uma série de 8 aulas de dança de salão com dura- ção de uma hora e meia a se- rem realizadas aos domingos, no horário das 15 às 16h30. Ministradas pelo professor Marquinho Kina, as aulas acontecem nos dias 25/3, 01, 08, 15, 22 e 29/4 e 06, 13, 20 e 27/5). O endereço do local de realização das aulas é Rua Conselheiro Furtado, 1003 - Liberdade. Para participar o valor do investimento será de R$ 60,00/pessoa para os mem- bros e R$ 100,00/pessoa para os não-membros, e esse valor inclui o pacote de 8 aulas. Os interessados devem informar nome e telefone de contato para o e-mail: alexkawase@ yahoo.com.br A EXPOSIÇÃO ORIEN- TE-TRÓPICO será inaugu- rada no próximo dia 20, às 19h30, na Galeria Alberto da Veiga Guignard (Av. Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Ho- rizonte). A mostra, que apre- senta obras do coletivo Atelier Bow-Wow e dos artistas Shi- mabuku, Hélio Melo e Mauro Restiffe, é uma realização do Instituto Cultural Usiminas, Fundação Bienal de São Pau- lo e Cônsul Geral Honorário do Japão em BH, Rinaldo Campos Soares. O CONSEG LIBERDADE (Conselho Comunitário de Se- gurança da Liberdade) realiza no próximo dia 20, às 19h15, na sede da Acal (Av. Liberda- de, 365, Liberdade), Reunião Ordinária mensal com presen- ças de autoridades da região (delegados titulares dos 1º e 5º Distritos Policiais, comandan- tes das 1ª e 4ª Companhias do 11º BPM/M e representantes da Subprefeitura Sé. O encon- tro é aberto à comunidade em geral, que pode levar suas crí- ticas e sugestões em prol de um bairro melhor. A ASSOCIAÇÃO CULTU- RAL E LITERÁRIA Nikkei Bungaku do Brasil realizará no próximo dia 25, a partir das 14h, no Centro Brasileiro de Língua Japonesa (Rua Mano- el Paiva, 45, Vila Mariana – SP), cerimônia de entrega do “24º Concurso Literário Yoshio Takemoto”. Antes (às 12h em 1ª convocação e às 13h em 2ª convocação), no mesmo local, a entidade convoca seus asso- ciados para a Assembléia Ge- ral Ordinária. Informações pelo tel.: 11/5058-0178. A ASSOCIAÇÃO BENEFI- CENTE Feminina “Esperan- ça” realiza hoje (17), às 14h, aula de culinária ministrada pela professora Etsuko Uejima. No cardápio, “Pratos para a Sema- na Santa e Páscoa”. Taxa: R$ 20,00 (sócias) e R$ 22,00 (não sócias). Local: Rua São Joa- quim, 381, 5º andar, sala 53 (pré- dio do Bunkyo). Informações pelos telefones: 11/3208-3249 ou 3209-1890. O CIATE (Centro de Infor- mação e Apoio ao Trabalha- dor no Exterior) informa seu próximo curso preparatório para quem pretende trabalhar no Japão. No dia 20, o tema será “Planejamento para alcan- çar objetivos”. O cursos pro- movidos pelo Ciate são gratui- tos e acontecem das 14 às 16h30. Local: Rua São Joa- quim, 381, 1º andar, sala 11 (prédio do Bunkyo). Informa- ções pelo tel.: 11/3207-9014. DIVULGAÇÃO/PMMC A Prefeitura de Mogi das Cruzes lançou, enfim, seu grande projeto para 2008. A cidade, localizada no interi- or paulista e com grande con- centração de nikkeis, ganha- rá o Parque Centenário, uma área de lazer que ocupará uma área de 215 mil metros quadrados. Segundo o pre- feito Junji Abe, o objetivo é transformar o local – atual- mente sem nenhum atrativo para a população –, em um local de circulação de pedes- tres e contemplação da na- tureza, inclusive com flores típicas do Japão. Orçado ini- cialmente em R$ 1 milhão, as obras do empreendimento co- meçam já nos próximos me- ses e têm data de entrega pro- gramada para o dia 18 de ju- nho de 2008. “Mogi das Cru- zes merece um espaço para lembrar os primeiros imigran- tes”, diz o prefeito Juni Abe. —–––—–––——–– | pág 5 Parque Centenário é lançado em Mogi das Cruzes sob aplausos Mudanças que vêm para o bem M udança. Tal defini- ção causa um mis- to de curiosidade e desconforto afinal, deparar- se com uma nova realidade resume-se em encarar desa- fios e transpor as dificulda- des. Especialmente quando falamos de meios de comu- nicação, ferramentas com as quais a população se mantém informada sobre os fatos e acontecimentos. Para a co- munidade nipo-brasileira, essa pequena palavra tornou-se grandiosa e enraizada dentro de sua cultura, especialmen- te agora, às vésperas do Cen- tenário da Imigração. Por questões práticas e documentais, o Jornal Nik- kei entra em mais uma nova fase mudando seu nome, sem deixar de atender aquilo que todos os leitores estão acostu- mados: a veracidade das infor- mações e matérias que abor- dem os mais variados assun- tos de interesse dos nipo-bra- sileiros. Tudo isso, claro, pre- enchendo uma lacuna dentro da própria mídia voltada aos descendentes: a de ter conhe- cimento, ao mesmo tempo, de fatos que acontecem em todo o Brasil, sejam eles ligados à comportamento, política, lazer ou de bastidores. Em quase nove meses de jornalismo semanal, o Jornal Nikkei provou estar antenado com os assuntos pertinentes aos anseios dos nikkeis em geral. Respostas positivas por parte de lideranças das mais variadas áreas e, o principal, dos leitores, que sugerem pau- tas, reclamam e elogiam o direcionamento do jornal, nos fazem a caminhar sempre em frente e esperançosos por po- der dar os principais aconteci- mentos da comunidade. Contudo, cabe a pergunta: “Por que o nome Nippak?”. Em uma síntese geral, a esco- lha deu-se por questões ideo- lógicas, um resgate de um dos nomes mais representativos dentro do jornalismo. Lança- do no período pós-guerra (1948), o Diário Nippak con- solidou-se como um dos jornais mais lidos à época, com a pro- posta de unir Brasil e Japão; e, principalmente, por retratar a real situação na ocasião. Por 50 anos lutou para registrar os acontecimentos, despertando a curiosidade não só dos leitores de origem japonesa, como tam- bém de parte da população. Em 1998 era chegada a hora de mais uma transformação; a fu- são do Jornal Paulista com o próprio Diário Nippak. O resul- tado foi o novo e inovador Jor- nal do Nikkey, antecessor ao Jornal Nikkei, lançado em ju- nho de 2006. Em comum, to- dos focaram-se em duas fren- tes: qualidade e transparência nas notícias. E é justamente amparada por tais parâmetros que o Nippak volta às mãos dos descendentes. Especialmente agora, quan- do a imigração japonesa está prestes a completar 100 anos, é hora de suprimir algumas di- ficuldades e ganhar uma nova injeção de ânimo. O Jornal Nippak dará continuidade aos trabalhos do Jornal Nikkei, buscando alternativas para melhorias editoriais, marca registrada da diretoria e re- dação. Aos poucos, novas seções serão incorporadas – como um site reformulado e completo – dando mais op- ções aos leitores. Trata-se de uma forma direta de repas- sar as informações, com a máxima qualidade. Afinal, nunca esperamos parar. Mu- danças sempre estarão pre- sentes. E, diga-se de passa- gem, pensando sempre no melhor. Nikkeis contam como fazem para driblar desemprego Desemprego é uma situação que muitos nem gostam de falar. De viver, então, nem pensar. Entretanto, parte da população brasileira enfrenta a triste situação de não tra- balhar. Apesar de em menor escala, a falta de vagas tam- bém surpreende a comunida- de nipo-brasileira. Confira na matéria do Jornal Nippak o panorama atual dos desem- pregados e, entre os descen- dentes de japoneses, o que é possível fazer para procurar uma colocação e se inserir no mercado. ————–—–—– | pág 6 Fotógrafo realiza ensaio sobre o bairro da Liberdade O fotógrafo Marcio Scavone tem percorrido as ruas da Li- berdade para registrar ima- gens do bairro. O ensaio fo- tográfico deverá ser publica- do em um livro, que ainda não tem previsão de lançamento. Sacavone, que não tem des- cendência nipônica, diz que quer mostrar do seu jeito “um bairro que nem todo mundo consegue enxergar”.Pelas len- tes do fotógrafo já passaram celebridades como Gisele Bundchen, Pelé, Jô Soares, Tomie Ohtake e Fernanda Montenegro. —————–—— | pág 8 Takayama assume presidência de Grupo Parlamentar Se em São Paulo e no Para- ná as lideranças correm para acertar os festejos para o Centenário da Imigração, em Brasília não é diferente. Dis- posto a levar as questões dos 100 anos para a esfera parla- mentar, o deputado federal Hidekazu Takayama (PAN- PR) assumiu nesta semana o cargo de presidente do Gru- po Parlamentar Brasil-Japão. Ao lado de colegas como Walter Ihoshi (PFL-SP), o paranaense quer ver as rela- ções entre ambos os países aumentarem gradativamente. —————–—— | pág 4 Ministro Uyeda defende Brasil nos casos de criminalidade O ministro do STJ, Massami Uyeda, de volta ao Brasil após uma viagem ao Japão, confirmou que os casos de crimes envolvendo brasileiros “tomaram proporções enor- mes”. Contudo, ele confirma que toda a movimentação por parte da população japone- sa, bem como a pressão para que os casos sejam julgados o mais rápido possível, distorcem os fatos e a apura- ção. “O Brasil está interessa- do em punir todos os tipos de crimes cometidos pelos bra- sileiros no Japão”, garante. —————————–—————————— | pág 3 JORNAL NIPPAK

AGENDA Parque Centenário é lançado em€¦ · tos e acontecem das 14 às 16h30. Local: Rua São Joa-quim, 381, 1º andar, sala 11 (prédio do Bunkyo). Informa-ções pelo tel.:

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Page 1: AGENDA Parque Centenário é lançado em€¦ · tos e acontecem das 14 às 16h30. Local: Rua São Joa-quim, 381, 1º andar, sala 11 (prédio do Bunkyo). Informa-ções pelo tel.:

ANO 10 – Nº 2243 / 2104 – SÃO PAULO, 17 A 23 DE MARÇO DE 2007 – R$ 2,00

AGENDA

A CÂMARA JÚNIORBRASIL-JAPÃO está cominscrições abertas para o seuClube de Dança de Salão. Tra-ta-se de uma série de 8 aulasde dança de salão com dura-ção de uma hora e meia a se-rem realizadas aos domingos,no horário das 15 às 16h30.Ministradas pelo professorMarquinho Kina, as aulasacontecem nos dias 25/3, 01,08, 15, 22 e 29/4 e 06, 13, 20 e27/5). O endereço do local derealização das aulas é RuaConselheiro Furtado, 1003 -Liberdade. Para participar ovalor do investimento será deR$ 60,00/pessoa para os mem-bros e R$ 100,00/pessoa paraos não-membros, e esse valorinclui o pacote de 8 aulas. Osinteressados devem informarnome e telefone de contatopara o e-mail: [email protected]

A EXPOSIÇÃO ORIEN-TE-TRÓPICO será inaugu-rada no próximo dia 20, às19h30, na Galeria Alberto daVeiga Guignard (Av. AfonsoPena, 1537, Centro – Belo Ho-rizonte). A mostra, que apre-senta obras do coletivo AtelierBow-Wow e dos artistas Shi-mabuku, Hélio Melo e MauroRestiffe, é uma realização doInstituto Cultural Usiminas,Fundação Bienal de São Pau-lo e Cônsul Geral Honoráriodo Japão em BH, RinaldoCampos Soares.

O CONSEG LIBERDADE(Conselho Comunitário de Se-gurança da Liberdade) realizano próximo dia 20, às 19h15,na sede da Acal (Av. Liberda-de, 365, Liberdade), ReuniãoOrdinária mensal com presen-ças de autoridades da região(delegados titulares dos 1º e 5ºDistritos Policiais, comandan-tes das 1ª e 4ª Companhias do11º BPM/M e representantesda Subprefeitura Sé. O encon-tro é aberto à comunidade emgeral, que pode levar suas crí-ticas e sugestões em prol deum bairro melhor.

A ASSOCIAÇÃO CULTU-RAL E LITERÁRIA NikkeiBungaku do Brasil realizará nopróximo dia 25, a partir das14h, no Centro Brasileiro deLíngua Japonesa (Rua Mano-el Paiva, 45, Vila Mariana –SP), cerimônia de entrega do“24º Concurso Literário YoshioTakemoto”. Antes (às 12h em1ª convocação e às 13h em 2ªconvocação), no mesmo local,a entidade convoca seus asso-ciados para a Assembléia Ge-ral Ordinária. Informaçõespelo tel.: 11/5058-0178.

A ASSOCIAÇÃO BENEFI-CENTE Feminina “Esperan-ça” realiza hoje (17), às 14h,aula de culinária ministrada pelaprofessora Etsuko Uejima. Nocardápio, “Pratos para a Sema-na Santa e Páscoa”. Taxa: R$20,00 (sócias) e R$ 22,00 (nãosócias). Local: Rua São Joa-quim, 381, 5º andar, sala 53 (pré-dio do Bunkyo). Informaçõespelos telefones: 11/3208-3249ou 3209-1890.

O CIATE (Centro de Infor-mação e Apoio ao Trabalha-dor no Exterior) informa seupróximo curso preparatóriopara quem pretende trabalharno Japão. No dia 20, o temaserá “Planejamento para alcan-çar objetivos”. O cursos pro-movidos pelo Ciate são gratui-tos e acontecem das 14 às16h30. Local: Rua São Joa-quim, 381, 1º andar, sala 11(prédio do Bunkyo). Informa-ções pelo tel.: 11/3207-9014.

DIVULGAÇÃO/PMMC

A Prefeitura de Mogi dasCruzes lançou, enfim, seugrande projeto para 2008. Acidade, localizada no interi-or paulista e com grande con-centração de nikkeis, ganha-rá o Parque Centenário, umaárea de lazer que ocuparáuma área de 215 mil metrosquadrados. Segundo o pre-feito Junji Abe, o objetivo étransformar o local – atual-mente sem nenhum atrativopara a população –, em umlocal de circulação de pedes-tres e contemplação da na-tureza, inclusive com florestípicas do Japão. Orçado ini-cialmente em R$ 1 milhão, asobras do empreendimento co-meçam já nos próximos me-ses e têm data de entrega pro-gramada para o dia 18 de ju-nho de 2008. “Mogi das Cru-zes merece um espaço paralembrar os primeiros imigran-tes”, diz o prefeito Juni Abe.—–––—–––——–– | pág 5

Parque Centenário é lançado emMogi das Cruzes sob aplausos

Mudanças que vêm para o bem

Mudança. Tal defini-ção causa um mis-to de curiosidade e

desconforto afinal, deparar-se com uma nova realidaderesume-se em encarar desa-fios e transpor as dificulda-des. Especialmente quandofalamos de meios de comu-nicação, ferramentas com asquais a população se mantéminformada sobre os fatos eacontecimentos. Para a co-munidade nipo-brasileira, essapequena palavra tornou-segrandiosa e enraizada dentrode sua cultura, especialmen-te agora, às vésperas do Cen-tenário da Imigração.

Por questões práticas edocumentais, o Jornal Nik-kei entra em mais uma nova

fase mudando seu nome, semdeixar de atender aquilo quetodos os leitores estão acostu-mados: a veracidade das infor-mações e matérias que abor-dem os mais variados assun-tos de interesse dos nipo-bra-sileiros. Tudo isso, claro, pre-enchendo uma lacuna dentroda própria mídia voltada aosdescendentes: a de ter conhe-cimento, ao mesmo tempo, defatos que acontecem em todoo Brasil, sejam eles ligados àcomportamento, política, lazerou de bastidores.

Em quase nove meses dejornalismo semanal, o JornalNikkei provou estar antenadocom os assuntos pertinentesaos anseios dos nikkeis emgeral. Respostas positivas por

parte de lideranças das maisvariadas áreas e, o principal,dos leitores, que sugerem pau-tas, reclamam e elogiam odirecionamento do jornal, nosfazem a caminhar sempre emfrente e esperançosos por po-der dar os principais aconteci-mentos da comunidade.

Contudo, cabe a pergunta:“Por que o nome Nippak?”.Em uma síntese geral, a esco-lha deu-se por questões ideo-lógicas, um resgate de um dosnomes mais representativosdentro do jornalismo. Lança-do no período pós-guerra(1948), o Diário Nippak con-solidou-se como um dos jornaismais lidos à época, com a pro-posta de unir Brasil e Japão;e, principalmente, por retratar

a real situação na ocasião. Por50 anos lutou para registrar osacontecimentos, despertando acuriosidade não só dos leitoresde origem japonesa, como tam-bém de parte da população. Em1998 era chegada a hora demais uma transformação; a fu-são do Jornal Paulista com opróprio Diário Nippak. O resul-tado foi o novo e inovador Jor-nal do Nikkey, antecessor aoJornal Nikkei, lançado em ju-nho de 2006. Em comum, to-dos focaram-se em duas fren-tes: qualidade e transparêncianas notícias. E é justamenteamparada por tais parâmetrosque o Nippak volta às mãos dosdescendentes.

Especialmente agora, quan-do a imigração japonesa está

prestes a completar 100 anos,é hora de suprimir algumas di-ficuldades e ganhar uma novainjeção de ânimo. O JornalNippak dará continuidade aostrabalhos do Jornal Nikkei,buscando alternativas paramelhorias editoriais, marcaregistrada da diretoria e re-dação. Aos poucos, novasseções serão incorporadas –como um site reformulado ecompleto – dando mais op-ções aos leitores. Trata-se deuma forma direta de repas-sar as informações, com amáxima qualidade. Afinal,nunca esperamos parar. Mu-danças sempre estarão pre-sentes. E, diga-se de passa-gem, pensando sempre nomelhor.

Nikkeis contamcomo fazem paradriblar desempregoDesemprego é uma situaçãoque muitos nem gostam defalar. De viver, então, nempensar. Entretanto, parte dapopulação brasileira enfrentaa triste situação de não tra-balhar. Apesar de em menorescala, a falta de vagas tam-bém surpreende a comunida-de nipo-brasileira. Confira namatéria do Jornal Nippak opanorama atual dos desem-pregados e, entre os descen-dentes de japoneses, o que épossível fazer para procuraruma colocação e se inserir nomercado.

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Fotógrafo realizaensaio sobre obairro da LiberdadeO fotógrafo Marcio Scavonetem percorrido as ruas da Li-berdade para registrar ima-gens do bairro. O ensaio fo-tográfico deverá ser publica-do em um livro, que ainda nãotem previsão de lançamento.Sacavone, que não tem des-cendência nipônica, diz quequer mostrar do seu jeito “umbairro que nem todo mundoconsegue enxergar”.Pelas len-tes do fotógrafo já passaramcelebridades como GiseleBundchen, Pelé, Jô Soares,Tomie Ohtake e FernandaMontenegro.

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Takayama assumepresidência deGrupo ParlamentarSe em São Paulo e no Para-ná as lideranças correm paraacertar os festejos para oCentenário da Imigração, emBrasília não é diferente. Dis-posto a levar as questões dos100 anos para a esfera parla-mentar, o deputado federalHidekazu Takayama (PAN-PR) assumiu nesta semana ocargo de presidente do Gru-po Parlamentar Brasil-Japão.Ao lado de colegas comoWalter Ihoshi (PFL-SP), oparanaense quer ver as rela-ções entre ambos os paísesaumentarem gradativamente.

—————–—— | pág 4

Ministro Uyeda defende Brasilnos casos de criminalidadeO ministro do STJ, MassamiUyeda, de volta ao Brasilapós uma viagem ao Japão,confirmou que os casos decrimes envolvendo brasileiros“tomaram proporções enor-mes”. Contudo, ele confirmaque toda a movimentação porparte da população japone-sa, bem como a pressão paraque os casos sejam julgadoso mais rápido possível,distorcem os fatos e a apura-ção. “O Brasil está interessa-do em punir todos os tipos decrimes cometidos pelos bra-sileiros no Japão”, garante.

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JORNAL NIPPAK

Page 2: AGENDA Parque Centenário é lançado em€¦ · tos e acontecem das 14 às 16h30. Local: Rua São Joa-quim, 381, 1º andar, sala 11 (prédio do Bunkyo). Informa-ções pelo tel.:

2 JORNAL NIPPAK São Paulo, 17 de março de 2007

EDITORA JORNALÍSTICAUNIÃO NIKKEI LTDA.

CNPJ 02.403.960/0001-28

Rua da Glória, 332 - LiberdadeCEP 01510-000 - São Paulo - SP

Tel. (11) 3208-3977

Fax (11) 32085521

E-mail:[email protected]

Diretor-Presidente: Raul TakakiDiretor Responsável: Daniel Takaki

Jornalista Responsável: Takao Miyagui (Mtb. 15.167)

Redator Chefe: Aldo ShigutiRedação: Rodrigo Meikaru, Luciana Kulba,

Cibele Hasegawa e Gilson YoshiokaFotógrafo: Marcus Kiyohide Iizuka

Publicidade:

Tel. (11) 3208-3977 – Fax (11) 3341-6476

Periodicidade: semanal

Assinatura semestral: R$ 60,00

[email protected] ou [email protected]

MARCUS IIZUKA

• A Caravana de Karaokê acon-teceu no último dia 11, no Bun-kyo reunindo os jovens selecio-nados nas etapas do Rio de Ja-neiro, Recife, Manaus, Brasília,São Paulo e Curitiba. Para ver asfotos (www.flickr.com/photos/erikay ou www.fjsp.org.br). Con-fira os premiados:1. Natalia Lopes Pavanelli, Rio deJaneiro - Destaque Emoção2. Tássia Maria Oliveira das Ne-ves, Manaus - Destaque Impacto3. Vitor Yuto Mori Ota, Curitiba -Destaque Animação4. Fabio Alexandre Batista da Sil-va, Recife - Prêmio Diretor Geralda Fundação Japão5. Eduardo Akira Uema, Brasília -Prêmio Cônsul Geral do Japão emSP6. Kamila Miyuki N. Yamashiro,Curitiba - Prêmio Bunkyo7. Vanessa de Souza Soares, Por-to Alegre - Prêmio Made in Japan(fonte: Érika Yamauti, FJSP)

• Na abertura do 51º Prêmio Pau-lista, no discurso do cônsul paraassuntos da comunidade, ToyooOkita, o celular novo do vereadorJooji Hato começa a tocar e vári-as tentativas depois não conse-gue desligar. Em seguida, perce-be que tem um outro celular nobolso após o termino do discursodo cônsul.

• Olívio Sawasato, presidente daFederação Paulista de Beisebol eSoftbol, membro do COB (ComitêOlímpico Brasileiro), esteve umasemana no Rio de Janeiro, sede

Ooops!dos Jogos Panamericanos 2007,para assessorar e orientar as co-mitivas dos países participantes.

• Membros de dois países pro-curaram o Sawasato para esclare-cimentos sobre a modalidade noPan.

• No Pan 2007, os atletas serãohospedados em suítes para duaspessoas. As acomodações sãoconsideradas uma das mais “con-fortáveis” da história da competi-ção.

• Faltando menos de 100 dias, aOlympikus, patrocinadora oficialdo Pan 2007, apresentou os uni-formes da delegação brasileira.Atletas de várias modalidades,entre eles a triatleta Mariana Ohata,desfilaram com os modelos.

• Os uniformes serão vendidosnas lojas com os preços variandoentre R$ 100,00 a R$ 590,00.

• No preparativos do Centenáriopara recepcionar os convidadosjaponeses, dois arquitetos parti-ciparam do projeto de reforma doprédio do Bunkyo (SociedadeBrasileira da Cultura Japonesa ede Assistência Social).

• O Bunkyo, agora com o titulo“e de Assistência Social”, tem pro-jetos sociais para atender o bair-ro da Liberdade. Em um deles háplanos de alugar uma casa nobairro de Aclimação para realizarações beneficentes.

No último dia 6ocorreu o

lançamento dolivro Mitsubishi

Motor sports2006, no

Shopping Iguate-mi. O evento

contou com aparticipação de

11 grandesfotógrafos comoBob Wolfenson,

Tuca Reines,Klaus Mitterdorfe Isabel Garcia.

Kátia, Lorenzo e Marcio Scavone Cássio Vasconcelos Corina Souza Ramos

O Consulado Geral do

Japão promoveu nos

dias 3 e 4 de março o

evento Hinamatsuri

(Festival das Meninas)

no Pavilhão Japonês do

Parque do Ibirapuera.

Dentre os destaques,

apresentações de taikô,

teatro e o “cantinho do

Kimono”.

Oficina de brinquedos tradicionais

Sachiko TakedaEx-bolsistas como voluntáriosBrinquedos para todas as idades

O artista plástico James Kudo comemorou seu aniversáriorodeado de amigos. A festa aconteceu no ateliê de artista plás-tica Vivian Kass, também aniversariante. Entre os convidadosestavam diversos artistas, curadores, galeristas como HidekoSuzuki Taguchi (Galeria Deco) e Ricardo Trevisan (Casa Tri-ângulo), entre outros amigos. (Divulgação/Erico Marmiroli)

James Kudo e Sonia Ushiyama

Rogério Degaki e Vivian Kass

Rachel Hoshino e Flávio Bragança

O último fim de semana foi agitado para os bolsistas da Asebex(Associação Brasileira de Ex-Bolsistas no Japão). Na Asso-ciação Aichi, os jovens promoveram o Natsu Matsuri, comapresentação de shows e comidas típicas (fotos: Isao Okawa)

Eduardo Hasegawa, Heloisa Maya Sassaki , Katia AkemiUchimura (Presidente), Clayton Yassunaka

Bolsistas 2007

No último dia 8houve a palestra

de Fumi Masuda,“Design e Susten-tabilidade: Diálo-

gos Brasil-Japão”, Funda-

ção Japão. Oespaço tambémapresentou uma

exposição defigurinos criados

para a peça deteatro Nô con-

temporâneo“Kantan”, de

Yukio Mishima.As roupas foram

confeccionadaspelos alunos daECA-USP com

materiaisrecicláveis, comosacos de cebola,coadores de cafée garrafas. (fotosSandra Fujishiro

e texto ÉrikaYamauti FJ)

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São Paulo, 17 de março de 2007 JORNAL NIPPAK 3

CRIMINALIDADE NO JAPÃO

Uyeda afirma que não existemdekasseguis foragidos no Brasil

Faltando exatamente duassemanas para a eleição doConselho Deliberativo, o Bun-kyo (Sociedade Brasileira deCultura Japonesa e de Assis-tência Social) se prepara paraestruturar a parte administra-tiva da eleição, em vista aosvotos que serão computados econtados no dia 31 de março.

Com a Comissão Eleitoralformada e encabeçada peloex-presidente do BunkyoAtushi Yamauchi, é hora deplanejar ações para a tarefaprincipal do pleito: a contagemdos votos. Para tanto, a enti-dade espera contar com a co-laboração da própria comuni-dade nikkei.

“Gostaríamos de podercontar com a colaboração dosvoluntários para agilizar a apu-

ENTIDADE

Bunkyo busca voluntários para auxiliar apuração de votos na eleição do dia 31

ração nas próximas eleições”,declara o presidente da Comis-

são. Ela calcula, por exemplo,“caso metade dos associadosdo Bunkyo, ou seja, 1.500 pes-soas, resolver exercer o direi-to de votar nos candidatos ins-critos para o Conselho Delibe-rativo [cada associado podevoltar em até 100 nomes], te-remos 150.000 votos para se-rem apurados. Com 10 mesasde apuração, vamos demorarmais de oito horas para con-seguir anunciar os nomes doseleitos”.

Por conta disso, Yamauchiestá solicitando a colaboraçãode voluntários: “com 20 mesasde apuração conseguiremosreduzir para metade o tempoprevisto”.

De acordo com o secretá-

rio executivo do Bunkyo,Eduardo Nakashima, os cola-boradores devem ter a esco-laridade de segundo grau com-pleto, disponibilidade no dia daeleição e facilidade paradigitação.

Os interessados devem seinscrever na secretaria doBunkyo, com Nakashima ouHase - rua São Joaquim, 381 -térreo – Liberdade. Tel. 11/3208-1755 ou pelo e-mail:[email protected]

Rapidez na votação - Duran-te encontro com a imprensanikkei, o presidente Yamauchitambém fez um apelo para queos eleitores colaborem paraagilização o processo de vota-

ção. “Tão logo recebam as cé-dulas, gostaria que anotassemos seus votos e rapidamentenos encaminhassem, tambémvia correio, através da carta-resposta que acompanha oconjunto da correspondência.Ou ainda, que entregassem atéa secretaria do Bunkyo”, afir-mou.

Ele pede para que os elei-tores evitem deixar para o dia31 de março, data da realiza-ção da Assembléia Geral doConselho Deliberativo. “Omeu receio é ocorrer um con-gestionamento de eleitores nodia 31 de março e acabar atra-sando a apuração dos votos eproclamação dos eleitos”, jus-tificou.

Yamauchi (à dir.) comandará a Comissão Eleitoral no dia 31

JORNAL NIPPAK

De volta ao Brasil apósuma viagem ao Japãopara conhecer os me-

canismos políticos e econômi-cos do arquipélago, o minis-tro do Superior Tribunal deJustiça, Massami Uyeda, des-tacou que atualmente todasas atenções dos japoneses –população e mídia em geral– estão voltadas para acriminalidade dos brasileiros.Tudo por conta de dois pro-cessos inéditos que corremno Brasil, a de Milton Higaki,acusado de atropelar e ma-tar uma estudante; e de Hum-berto Hagime Alvarenga, sus-peito de assassinar um donode restaurante.

Espécie de “porta voz” doBrasil especialmente por fazerparte de um dos órgãos máxi-mos da justiça brasileira, o ju-rista comentou que no giro peloJapão, a convite do Ministériodas Relações Exteriores de lá,teve de lidar com o assunto emvoga no arquipélago. De que-bra, ainda foi bombardeadopela imprensa e convidadosque o recepcionaram sobre osprocessos que correm no Bra-sil, inédito para os japoneses.

Para o ministro, há umamovimentação exagerada emrelação aos dois casos, ondeimprensa e opinião pública sevalem mais do sentimental doque o racional. E, conseqüen-temente, torna a imagem dosbrasileiros residentes no Japãomais deturpada, gerando, inclu-sive, discriminação.

“Há uma comoção públicaem ambos os casos, potenciali-zados por apelos emocionais.Mas não há uma análise fria ecalma sobre o que, de fato,ocorreu em ambos os casos”,explica o ministro, que teve deresponder às mesmas pergun-

tas “dezenas de vezes”. “Afir-mei que não era um diploma-ta, portanto, não poderia falarsobre o que está ocorrendo.Contudo, de tanto as pessoasvirem com essa questão decrimes e por eu ser um minis-tro do Superior Tribunal de Jus-tiça, conhecedor das leis queregem o Brasil, tive de escla-recer alguns pontos. Servicomo espécie de ‘meio decampo’ no Japão.”

Para ele, uma questão pen-dente e que tem repercutido noarquipélago é o fato de emambos os casos os suspeitosserem taxados de fugitivos dajustiça. De acordo com o mi-nistro, tal denominação nãopode ser aplicada, afinal, emnenhum dos casos os suspei-tos foram considerados culpa-dos pelos crimes. “Todos os

tratam como fugitivos. Issonão é correto, pois eles preci-sariam primeiro serem culpa-dos por algum crime. Tanto éassim que eles saíram do Ja-pão sem qualquer tipo de res-trição. Ninguém é obrigado ase auto-condenar antes mes-mo de se iniciar um processo.Portanto, não são fugitivos etemos de esperar pelo prosse-guimento das investigações”,argumenta Uyeda.

Uma outra questão quetambém chamou a atenção doministro foi a curiosidade dosjaponeses para saber se as leisque serão aplicadas no Bra-sil, em caso de condenação,serão mais brandas do que asjaponesas. Para Uyeda, essaé uma questão que deve seresclarecida, justamente paraos japoneses não criarem fal-

JORNAL NIPPAK

sas expectativas ou olharemcom desconfiança o julgamen-to no Brasil.

“O Brasil está interessadoem punir todos os tipos de cri-mes cometidos por brasileirosno Japão. Isso é óbvio. O quetemos de deixar claro é quesão casos distintos. Um aci-dente de automóvel não podeser julgado como um assassi-nato, por exemplo. O Brasilinvestigará o caso e punirá deacordo com o crime”, afirmaele, confirmando que não hádesinteresse nem demora porparte da justiça brasileira. “Sehá uma demora, com certezaela veio do Japão. Um doscasos ocorreu em 1999 e sóagora o governo japonês pe-diu auxílio nas investigaçõespara o Brasil.”

(Rodrigo Meikaru)

Ministro afirma que demora para julgar os dois crimes particados por dekasseguis parte do Japão

RELAÇÕES BILATERAIS

Reunião na Câmara discuteagronegócio Brasil-Japão

O presidente da Câmara deComércio e Indústria MakotoTanaka convocou todos os as-sociados para a 57ª AssembléiaGeral Ordinária, que aconte-ceu no dia 9 de março, noMaksoud Plaza, em São Pau-lo. Juntamente com a assem-bléia ocorreu a reunião ordiná-ria do Conselho Diretor, consti-tuído por 58 empresas. A as-sembléia deliberou a aprovaçãodo Relatório Anual e Balançode 2006, e o Plano de Ativida-des e Orçamentário de 2007.

Logo em seguida, no mes-mo local, foi realizada a con-fraternização mensal dos as-sociados, que contou com apalestra do ex-ministro Pratinide Moraes, presidente daAbiec (Associação Brasileiradas Indústrias Exportadoras deCarnes). Disposto a comentarsobre as relações comerciais,Moraes confirmou que estãono agronegócio brasileiro osmotivos que podem acelerar aaproximação econômica entredois gigantes do planeta: Bra-sil e Japão. O Brasil como lí-der em território do continen-te, extensas terras férteis, sus-tentando grande produção degrãos e carne, produtos que osjaponeses muito consomem epopulação em franco desen-volvimento e o Japão na van-guarda da tecnologia e segun-da economia do mundo. Osdois países fizeram daspotencialidades do agronegó-cio brasileiro o principal atrati-vo da confraternização men-sal dos associados.

Segundo Pratini de Moraes,o país hoje exporta carne bo-vina para 180 países, inclusivetodos os países europeus. Noentanto, observou que o Japãoainda não importa o produtobrasileiro. “Não vendemos car-ne bovina ao Japão porque opaís não aceita a regionaliza-ção no combate à erradicaçãoda febre aftosa. Isto se cha-ma protecionismo sanitário”,disse. Segundo o presidente daAbiec, a carne bovina brasilei-

ra é saborosa e muito procu-rada porque quase a totalida-de de nossos rebanhos é cria-da em pastos.

“O Brasil tem o chamadoboi verde (herbívoro), que sealimenta da forma mais natu-ral possível, o capim, ao con-trário de outros países que criao boi em confinamentos, a basemilho e outras rações, o quepropicia doenças como a vacalouca”, explicou Pratini deMoraes.

No fim de sua explanação,traduzida simultaneamente doportuguês para o japonês, Pratinide Moraes foi aplaudido comentusiasmo e muitos empresári-os e executivos japoneses fize-ram questão de cumprimentá-lo.O ministro disse que se sentiuhonrado pelo convite, lembrouque já teve a oportunidade devisitar o Japão por várias vezes,e na década de 70 ter se encon-trado com ministros japonesespara a expansão da Usiminas,cooperação tecnológica com aCSN (Companhia SiderúrgicaNacional) e com a CST (Com-panhia Siderúrgica de Tubarão),e pediu aos empresários japo-neses presentes ao evento queinvistam no Brasil e conheçamde perto o que o país tem a ofe-recer.

“Nós temos que fazer ne-gócios e há um grande poten-cial de negócios com o Japão.Precisamos restaurar o cres-cimento do comércio Brasil-Japão. Brasil e Japão sabemhá muito tempo que o Brasil éa última fronteira agrícola domundo. Hoje aproveitamos 46milhões de hectares, o equiva-lente a apenas 5,5% de nossaárea disponível para se plan-tar que é da ordem de 850 mi-lhões de hectares. Temos 90milhões de hectares livres paraplantar com terra, água, tec-nologia e capacidade empre-sarial. O mundo precisa doBrasil para comer, porque nãohá no mundo terra, água, tec-nologia para a capacidadepara produzir”.

RUBENS ITO/CCIBJ

Pratini, Tanaka e cônsul Nishibayashi durante confraternização

Um dos sentimentos quemais tem causado desconfor-to nos brasileiros residentesno Japão é a vergonha. Prin-cipalmente após a repercus-são dos casos de MiltonHigaki e Humberto HagimeAlvarenga, ocasião em quegrande parte da população ja-ponesa e da mídia local terem“pré-julgado” os dois acusa-dos. No entanto, para o mi-nistro Massami Uyeda essaé uma postura que não deve-ria estar presente entre os de-kasseguis. “Senti esse tipo desentimento entre os que seencontram no Japão. Não hámotivos para tal postura,mesmo após a imprensa e amídia local colocar em deba-te a criminalidade dos brasi-leiros”, destaca o ministro.

O problema fora acentu-ado após manifestaçõescomo abaixo-assinado, queincitaram os japoneses a

‘Brasileiros residentes no Japão não devem se envergonhar’, diz ministro

olharem “com outros olhos”para os brasileiros. “Entendoperfeitamente a dor das famí-lias das vítimas e claro que umabaixo-assinado é válido paraagilizar o processo. Por outrolado, os brasileiros não podemse sentir responsabilizados ou

Casos como de Humberto Alvarenga causaram desconforto

NIKKEY SHIMBUN

culpados por crimes que elesnão cometeram. Não é porqueuma pessoa da mesma nacio-nalidade comete um crime quetodos terão o mesmo compor-tamento”, diz o ministro, con-cluindo que os trabalhadoresbrasileiros são ordeiros e pa-

cíficos. “Os brasileiros são amão-de-obra mais procuradaporque são obedientes. Issodemonstra a qualidade e aconfiança que passam.”

Para não se repetir casoscomo os dos dois brasileiros,Uyeda confirma que há de setratar o mais rápido possívelacordos de cooperação entreambos os países envolvendoquestões criminais. Já o tãocomentado tratado de extra-dição – inexistente entre Bra-sil e Japão – não deve sair emcurto prazo. “Temos de apro-veitar o momento, quando sefala muito do ano da amizadeBrasil-Japão, para agilizar osprocessos. São questões jurí-dicas que podem ser coloca-das em discussão, nas áreasjudicial, criminal, civil e de pre-vidência social. Estou otimis-ta para que algo saia em bre-ve”, conclui o ministro.

(RM)

Page 4: AGENDA Parque Centenário é lançado em€¦ · tos e acontecem das 14 às 16h30. Local: Rua São Joa-quim, 381, 1º andar, sala 11 (prédio do Bunkyo). Informa-ções pelo tel.:

4 JORNAL NIPPAK São Paulo, 17 de março de 2007

A capacidade é a maiorou menor extensão dos direi-tos de uma pessoa. Podemosdefini-la como a aptidão paraadquirir direitos e obrigaçõesna vida civil, pelo que a cha-maremos de capacidade degozo e de direito. Ao lado des-ta, encontra-se a capacidadede fato ou de exercício quenada mais é do que a aptidãode exercer por si atos da vidacivil, dependendo, portanto, deprudência, de tino, juízo, inte-ligência e do ponto de vistajurídico, saber distinguir o lí-cito do ilícito, o convenientedo prejudicial.

Tal capacidade de exercí-cio, entretanto, sofre restri-ções legais, quer quanto à in-tercorrência de um fator ge-nérico, como tempo (a maio-ridade) ou quanto à intercor-rência de uma insuficiênciasomática (deficiência mental).A capacidade é a regra e aincapacidade exceção. A in-capacidade é a restrição legalao exercício dos atos da vidacivil, podendo ser absoluta ourelativa. Relativa em relaçãoà prática de determinados atosou a maneira de os praticar.

Para a validade de um atojurídico são necessários agen-te capaz, objeto lícito, consen-timento dos interessados eforma prescrita ou não defe-sa em lei.

Daí a importância da deli-mitação da capacidade. Se oagente não for capaz o atopode restar nulo ou anulável,o que pode gerar consequên-cias principalmente para ter-ceiros.

Pelo vigente Código CivilBrasileiro (Lei nº10.406, de 10de janeiro de 2002) a maiori-dade se dá aos 18 anos, dife-rentemente do antigo Código(Lei nº 3.701, de 1º de janeirode 1916) que previa a maio-ridade aos 21 anos, e, a inca-pacidade relativa passa a serdos 16 aos 18 anos, quandoanteriormente era dos 18 aos21 anos.

Por vários motivos essa

antecipação da maioridadedeveria ocorrer.

1- O simples fato de o an-tigo código datar de 1916 jáautoriza tal mudança. Sabe-mos que o jovem hoje com 18anos, quer pela evolução daprópria sociedade, quer pelosavanços tecnológicos, querpela mudança de valores so-ciais e morais tem muito maisdiscernimento que o jovem de18 anos em 1916, principal-mente, pelo acesso fácil quetem na obtenção de informa-ções.

2- A necessidade atual derápidas decisões que não po-dem depender de autoriza-ções, alvarás, representa-ções, etc.

3- A maioridade penal já sedá aos 18 anos. É inaceitávelque um jovem responda pe-nalmente e não responda ci-vilmente por um mesmo fato.

4- É eleitor obrigatório aos18 anos. E, consequentemen-te, deve assumir as obrigaçõesdecorrentes de tal direito.

5- Para atender várias si-tuações, legislações esparsasjá autorizavam o menor de 21anos, com 18 anos à práticade vários atos. Por exemplo,requerer registro de seu nas-cimento (Lei nº 6015/73, art.50, § 3º, com renumeração daLei nº 9053/95), pleitear peran-te a Justiça do Trabalho (CLT,art.792), firmar recibos relati-vos a salários e férias, firmarrecibos de pagamento deINSS (Lei nº 8213/91, art. 111,e Dec. Nº 911/92, art. 252).

Não resta a menor dúvi-da que o discernimento dojovem de 18 anos hoje é mui-to mais aguçado do que do jo-vem de 18 anos de 1916. Aprópria facilidade na obten-ção de informações é a res-ponsável por tal maturidade.Nem se discuta aqui se paramelhor, mas, é uma realidadeque o legislador não pode ol-vidar. Porém, ao conquistardireitos, o jovem de 18 anosdeve arcar com as obriga-ções deles decorrentes.

Felicia Ayako HaradaAdvogada em São Paulo

Integrante do Harada Advogados [email protected]

A MAIORIDADE AOS 18 ANOS(PARTE I)

Os deputados federaisWilliam Woo e Walter Ihoshiaprovaram na Comissão deRelações Exteriores e DefesaNacional o requerimento quecria a Subcomisssão EspecialCentenário da Imigração Japo-nesa. O pedido contou com oapoio de todos os membros daComissão que visam tratar ascomemorações do Centenário,mas em especial aproveitar omomento de harmonia entre osdois países a aprovação de tra-tados e acordos entre Brasil eJapão na área da educação,previdência social, cooperaçãojurídica, saúde, tecnológico eoutros.

Na apresentação do reque-rimento, Woo salientou os nú-meros de dekasseguis e divi-sas entre os dois paises, alémdos problemas na seguridadepessoal, direito de família, ecooperação judiciária. Presen-te na reunião, o ex-ministroRicardo Berzoini parabenizoua iniciativa e colocou à dispo-sição sua experiência para co-laborar na questão previdenci-ária dos dekasseguis. Alémdele, os deputados FernandoGabeira, João Almeida, NilsonMourão, Atila Lins eMarcondes Gadelha pediram apalavra para elogiar a iniciati-va e apoiar a Subcomissão.

“Temos que aproveitar as

comemorações para aprovar-mos tratados e acordos entreos dois países”, disse o parla-mentar nikkei.

Cinema - A cineasta TizukaYamasaki se reuniu na últimaterça-feira (6) na Liderança doPSDB na Câmara com os de-putados William Woo (SP) eWalter Ihoshi (PFL-SP). Noencontro, ela apresentou aosparlamentares propostas paraabrilhantar as comemoraçõesdo centenário da imigração ja-ponesa no Brasil, que será ce-lebrado em 2008. “Eu e o de-putado Ihoshi estamos empe-

nhados nessas comemorações.Vamos dar todo o apoio paraos 100 anos da imigração ja-ponesa no país”, destacouWillian Woo.

Segundo o tucano, a cine-asta pretende produzir um do-cumentário em vídeo sobre ahistória de Tomie Ohtake, ar-tista plástica de origem japo-nesa. “Com a sua pintura,Tomie tem dado muita alegriaao mundo cultural e artístico”,destacou. “Tenho certeza queTizuka fará uma grande obrapelo seu conhecimento e com-petência”, acrescentou.

Tomie Ohtake imigrou para

CENTENÁRIO

Subcomissão para Centenário é criada em Brasíliao Brasil aos 21 anos de idade,iniciando sua carreira aos 40anos. Ela é uma das principaisrepresentantes do abstracio-nismo informal. Sua obraabrange pinturas, gravuras eesculturas, muitas delas expos-tas em locais públicos, princi-palmente na cidade de SãoPaulo, como pode ser visto noauditório Ibirapuera.

Walter Ihoshi e William Woo receberam cineasta Tizuka Yamasaki

DIVULGAÇÃO

Disposto a lutar pelaquestão dos 100 anosda imigração japonesa

no Brasil, o deputado federalHidekazu Takayama (PAN-PR) assumiu nesta semana ocargo de presidente do GrupoParlamentar Brasil-Japão.Antes ocupada pelo deputadoPaulo Delgado, a presidênciapassa agora às mãos de umnikkei, que já começa a traba-lhar no fomento das relaçõesentre os dois países.

“Não podemos esquecer aimportância do Japão no con-texto da economia brasileira,além do fato da irmandade dospovos que contemplam 100anos de existência que serãocomemorados no próximo anoe tenho certeza com muita ale-gria e muitas festas no Brasile no Japão”. Estas foram aspalavras do deputado Takaya-ma ao tomar posse após sereleito em solenidade que con-tou com a presença de váriossenadores, deputados e auto-ridades convidadas.

Para Takayama a importân-cia dos laços de amizade dosdois povos suplantam qualquerexpectativa criada em tornodos ideiais de cultura, solidari-edade, político e crescimentodessas sociedades. “Prova dis-to são os constantes e expres-sivos investimentos que o Ja-pão vem promovendo no Bra-sil e a preocupação das auto-ridades estende-se ainda àsquestões sociais haja vista quea destinação de verbas para osmais variados tipos de proje-tos sociais que contemplamainda a cultura, o desenvolvi-mento esportivo além dos in-

tercâmbios musicais”, desta-cou o parlamentar.

Entre as ações que estãoprogramadas, o parlamentarconfirma que visitas ao própriopresidente Luís Inácio Lula daSilva estão pré-agendadaspara mostrar os valores e aimportância do Centenário.Comitivas com lideranças tam-bém devem ir ao Japão pro-mover o intercâmbio. “O pró-prio presidente já está informa-do sobre os trabalhos do Gru-po Parlamentar. E, de ante-mão, já posso dizer que eledará apoio total aos festejos.Inclusive ele mesmo disse quefaria de tudo para fazer umafesta histórica”, complementaTakayama.

Além dele, assume comovice-presidente o deputado fe-deral Walter Ihoshi (PFL –

SP). Já o outro nikkei quecompõe o “trio de ferro” dacomunidade na Câmara,William Woo (PSDB-SP) deveganhar uma vaga dentro doGrupo em breve. “Nossasinergia está muito boa. Comos três unidos, vamos fazer umtrabalho digno dos primeirosimigrantes japoneses que de-sembarcaram no Brasil. Estoupensando em algumas modifi-cações dentro do estatuto parapoder incluir mais nomes”, es-clarece ele. Uma das idéias émodificar o tempo de perma-nência na presidência. “Que-ro um mandato mais simples.Dois anos são necessários parase fazer um trabalho e dar aoportunidade de outros cole-gas assumirem.”

Ainda em 2005, duranteencontro no Japão o Presiden-

BRASIL-JAPÃO

Deputado Takayama assumepresidência de Grupo Parlamentar

te Lula debateu e aprovou, jun-tamente com Takayama, ex-tenso programa e projetos paraa comemoração do Centená-rio da Imigração Japonesa noBrasil, que se dará em 18 dejunho de 2008 afirmou o presi-dente Takayama. “ Já foi cria-da uma Comissão integradapôr autoridades brasileiras ejaponesas constantes de ele-mentos dos ministérios dasRelações Exteriores do Brasile do Japão que atendendo oDecreto 5966, instituiu a Co-missão Nacional Organizado-ra das Comemorações doCentenário da Imigração Japo-nesa no Brasil que será res-ponsável pela agenda e progra-mação dos mais diversos evariados eventos que serãorealizados no Brasil e no Ja-pão”, concluiu Takayama.

Takayama (terceiro da esq. p/ dir.) receberá ajuda de parlamentares nikkeis e não descendentes

DIVULGAÇÃO

IMIGRAÇÃO

Grupo de imigrantes procura por japonesesque desembarcaram no mesmo navio

Um grupo de imigrantesque desembarcou no Brasil há50 anos está em busca de ami-gos que vieram no mesmo na-vio. A iniciativa é de reencon-trar e lembrar os momentos dedificuldades encontradas àépoca, bem como confraterni-zar o sucesso no País.

Liderado pelo artista plásti-co Yutaka Toyota, o grupo rea-lizará um evento no dia 30 desetembro. Para tanto, a idéia éreunir um maior número de pes-soas, espalhadas pelos estadosde São Paulo, Mato Grosso eParaná. “Temos informação deque alguns foram morar noAmazonas. Infelizmente, nãotemos os contatos deles. Porisso eu gostaria de convidaraqueles que vieram do norte doJapão e da região de Kobe paraa confraternização”, explica oartista plástico.

Com eventos de tempos emtempos, os imigrantes que vie-ram no “Navio Holandês” re-alizam encontros. O último foiem 2002, quando completaram45 anos “de Brasil”. Com di-reito a discursos, comida e be-bida, cada encontro tem seu

momento de lembrança. “Atu-almente temos contato comcerca de 50 pessoas. É muitopouco, pois no navio vieram200. Claro que alguns já mor-reram, mas tenho certeza queoutros estão espalhados peloBrasil”, diz Toyota.

Aos que se interessaram ouconhecem algum familiar quedesembarcou no Brasil há 50anos, os organizadores do en-contro pedem que entrem emcontato pelo tel 11/3782-4846,com sr. Oita.

Imigrantes querem relembrar momentos vividos durante viagem

ARQUIVO PESSOAL

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São Paulo, 17 de março de 2007 JORNAL NIPPAK 5

Cidade com grande con-centração de nikkeis,Mogi das Cruzes, loca-

lizada no interior paulista, dáinício a um dos maiores proje-tos para o Centenário da Imi-gração. Após quase dois anosde estudos e pesquisas, a Pre-feitura e parte da comunidadeda região aprovaram na sema-na passada a criação do Par-que Centenário em uma áreade 215 mil m² na região deCezar de Sousa. Será, de acor-do com o próprio prefeito JunjiAbe, o maior marco da regiãopara comemorar os festejos.

Com início das obras pro-gramadas para os próximosmeses, Abe confirma que oprincipal intuito do Parque éde se tornar um local de cir-culação de pedestres e con-templação da natureza. Oanúncio foi feito no gabinete,em solenidade que contoucom a presença de autorida-des políticas, empresários erepresentantes da comunida-de japonesa. “Como brasilei-ro e descendente de japone-ses, é um orgulho lançar umprojeto de tamanha magnitu-de. Ainda mais por eu ser umadministrador de uma cidadecom tantas famílias de imi-grantes”, afirma o prefeito.

Junji conduziu o encontroe falou sobre o processo deamadurecimento do projeto.Um importante desafio foi ofio condutor do empreendi-mento: era preciso elaborarum projeto à altura de umaocasião tão importante e que,ao mesmo tempo, fosseexecutável até a data oficialdo centenário – dia 18 de ju-nho de 2008. Os debates com

os secretários permitiram quese chegasse ao projeto doParque Centenário. “Em nos-sas discussões sobre o assun-to, tivemos a idéia inicial deencontrar um lugar de certaamplitude onde pudéssemosplantar centenas de espéciesnativas dos dois países comosímbolo desta homenagem.Mas, ao mesmo tempo, pen-sei comigo que precisávamosde ousadia, de algo maior. Osdiálogos avançaram e chega-mos a este projeto, que sinte-tiza um sentimento de entre-laçamento entre as culturas eque será um espaço perma-nente de reflexão e lazer paraa população”, afirmou Junji.

O conceito do Parque Cen-tenário busca exatamente uti-

CIDADES/MOGI DAS CRUZES

Parque Centenário é lançado compromessas de ‘homenagear nikkeis’

lizar estes elementos naturaiscomo potencializadores do es-pírito que terá o local. Umapista de caminhada com 2,8 milmetros lineares contornará oslagos e permitirá que os visi-tantes contemplem a exube-rância das espécies já existen-tes e daquelas que serão plan-tadas. A área deve receber 235ipês amarelos, 170 diademas,360 quaresmeiras, 2 unidadesde pau-Brasil, 2 cerejeirasadultas e outras 220 cerejeirascom alturas entre 2 e 4 metros.

Lançado o projeto, é horade arregaçar as mangas e darseqüência aos planos. Paratanto, uma comissão especialestá em formação, com a mis-são de obter os recursos ne-cessários. Inicialmente, o Par-

que está orçado em R$ 1 mi-lhão. “Falta somente definirtodos os nomes para a concre-tização dessa comissão. A idéiaé reunir cerca de 50 pessoasde diferentes áreas para darinício à captação de recursos.Pelos primeiros contatos quetivemos com empresários eparte da iniciativa privada, es-tamos otimistas”, destaca oprefeito, lembrando que o mon-tante pode aumentar casoaprove a confecção e instala-ção de uma réplica do navioKasato Maru. “Independentedisso ser feito ou não, vamosentregar o Parque no dia 18 dejunho de 2008, data da come-moração do Centenário”, as-segura.

(Rodrigo Meikaru)

Em encontro com lideranças, prefeito Junji Abe explicou detalhes de complexo de 215 mil m2

DIVULGAÇÃO/PMMC

Radiante com o sucesso doParque Centenário, o prefeitoJunji Abe aproveita a ocasiãodo lançamento para respondera algumas manifestações – vin-da em grande parte de algunsmembros da comunidade nik-kei da região – acusando-o deter se “distanciado” da comu-nidade. Alguns até mais radi-cais espalharam que o prefeito“não estaria mais honrando asraízes japonesas”.

Para Abe, todas as mani-festações contrárias à suapessoa e administração foramfrutos de “dirigentes de enti-dade nikkeis que obtiveramverbas e cotas de patrocíniode uma construtora interes-sada em erguer um aterrosanitário. Para tentar mepressionar, bancaram oAkimatsuri [tradicional even-to de cultura japonesa]”.

“Alguns diretores do Bun-kyo de Mogi das Cruzes an-daram falando que eu me dis-tanciei dos nikkeis, que nãoolhava mais para as causas dacomunidade. Não foi isso. Naépoca, uma empresa interes-sada em construir um aterrosanitário patrocinou oAkimatsuri e, claro, eu não vicom bons olhos. Tudo isso paratentar me sensibilizar. Mas,

como já havíamos feito umapesquisa e quase a totalidadeda população não gostou, claroque não aprovaria tal atitude.Foi aí que alguns diretores doBunkyo reclamaram que eunão olhava mais para os des-cendentes. Ora, eu não gover-no para a entidade ou uma pe-quena parcela, mas sim paratodos os moradores da cidade”,explica ele.

Portanto, liderar e tocar umprojeto grandioso para a co-munidade seria uma espécie deresposta para àqueles que oacusaram de distanciamento?A resposta é não, segundo oprefeito. Para ele, levantar abandeira do Centenário – e,

Junji Abe defende-se de acusação de ‘distanciamento’ dacomunidade e promete união e apoio total em 2008

por conseqüência, dos nikkeis– “é uma questão de respeitoe carinho pelos meus antepas-sados, pelos imigrantes que seinstalaram e enfrentaram difi-culdades no Brasil e, principal-mente, por ser um brasileirodescendente de japoneses”.

“Não tenho ressentimentosnenhum e não quero que esseassunto volte à tona. Do meulado, tudo já foi resolvido e te-nho certeza que vamos traba-lhar em conjunto. Tenho certe-za que dois vereadores, nikkeis,diga-se de passagem, e algunsdiretores do Bunkyo estãoarrependidos de terem espalha-do essa notícia. Nunca irei es-quecer os nikkeis, pois eu mes-

mo sou um deles, e semprevou lutar pelas causas da co-munidade. Espero que com oParque Centenário e as co-memorações de 2008 tragamtudo aquilo que imaginamos:saúde, paz e um momento his-tórico”, finaliza Junji Abe.

Para provar que atualmen-te as relações andam cordiaisde ambos os lados, o atual pre-sidente do Bunkyo de Mogidas Cruzes, Kiyoji Nakayama,esteve presente na apresenta-ção do projeto e foi um dosmais entusiasmados com a pro-posta. Ele cumprimentou o pre-feito Junji Abe e o parabenizoupela proposta, que em seu en-tender é ao mesmo tempograndiosa e possível de ser re-alizada. “Sou membro de vári-as comissões que discutem ascomemorações do Centenárioda Imigração Japonesa emSão Paulo. E, em várias opor-tunidades, nós nos deparamoscom projetos faraônicos quedificilmente serão colocadosem prática. Muitos deles se-quer começaram a ser feitos.Já o projeto que nos foi mos-trado aqui é executável e temuma manutenção posterior re-lativamente simples de ser fei-ta”, frisou ele.

(RM)

Abe apresenta projeto e garante que nunca se distanciou de nikkeis

DIVULGAÇÃO/PMMC

CIDADES/SÃO BERNARDO DO CAMPO

Prefeitura avança no projetode recuperação da Billings

A Prefeitura de São Bernar-do do Campo, através da Se-cretaria de Planejamento e Tec-nologia da Informação, assinouno último dia 12, a ordem deserviço para elaboração da car-ta consulta que aprovará o fi-nanciamento para a execuçãodo Plano Integrado de Melho-ria Ambiental na Área de Ma-nanciais da Represa Billings.

A carta consulta será ela-borada pela empresa PauloOliveira Engenharia Ltda e asua entrega está prevista parao dia 15 de abril. O próximopasso será o protocolo da car-ta junto à Cofiex (Comissão deFinanciamentos Externos), ór-gão vinculado ao Ministério doPlanejamento que cuida de fi-nanciamentos internacionais. Aelaboração da carta consultaconta também com a parceria

da Sabesp.De acordo com a Secreta-

ria de Planejamento e Tecno-logia, o projeto de recuperaçãoda Represa Billings está en-trando em uma nova etapa.

A Prefeitura de São Bernar-do já iniciou tratativas com oBanco de Cooperação Interna-cional do Japão (JBIC), que emnovembro de 2006, deu garan-tias de que o projeto é viável ede que São Bernardo tem con-dições de obter o financiamen-to para executá-lo. Mas, preci-sa da aprovação do governobrasileiro para conseguir o fi-nanciamento, razão pela qualestá elaborando a carta consul-ta. De acordo com os estudos,serão necessários investimen-tos de cerca de R$ 218 milhões,dos quais R$ 57,7 milhões porparte da Prefeitura de São Ber-nardo e outros R$ 161 milhõescusteados pela Sabesp.

Projeto – O relatório final doprojeto intitulado Estudo do Pla-no Integrado de Melhoria Am-biental na Área de Mananciaisda Represa Billings foi assina-do em outubro e a equipe téc-nica japonesa deve entregar oprojeto oficial para a adminis-tração municipal até o final des-te mês. O projeto foi divididoem três etapas: levantamentode dados, elaboração de PlanoDiretor de recuperação da re-presa e estudo de viabilidadeeconômica e financeira.

DIVULGAÇÃO

Planejamento de recuperação entra em uma nova etapa

O prefeito de Maringá (PR),Silvio Barros, esteve na sede doConsulado Geral do Japão emCuritiba para receber do côn-sul geral Hirotsugu Hagiuda, ocheque no valor de R$ 155.000,00,para a aquisição da UnidadeMóvel de Mamografia.

O convênio é uma parceriaentre Prefeitura de Maringá –por meio da Secretaria daMulher – e consulado japonês,por intermédio do deputadoestadual Luiz Nishimori. Ovalor da verba destinada é deR$ 235.000,00 sendo aproxi-madamente R$ 155.000,00 dis-ponibilizados pelo governo ja-ponês e R$ 80.000,00 de con-trapartida do município.

O projeto visa alertar, emespecial, as mulheres de comu-nidades carentes, sobre a ne-cessidade dos exames preven-tivos do câncer de mama e de-mocratizar o acesso a essesexames, realizando-os na pró-pria comunidade, a fim de di-minuir o índice de mortalidadefeminino por câncer de mama.

A doação dos equipamen-tos será viabilizada através doPrograma de Assistência a Pro-jetos Comunitários do GovernoJaponês (Programa APC),cujos recursos provêm dos im-postos pagos pelo contribuintejaponês para promover auxíliohumanitário aos países em de-

senvolvimento por meio deações nas áreas de educaçãobásica, capacitação profissio-nal, saúde e bem-estar social.

Parque do Japão – Barros re-cebeu em seu Gabinete, no últi-mo dia 6, o coordenador-chefeda Jica (Agência de Coopera-ção Internacional do Japão) noBrasil, Massahiro Kobayashi. AJica é uma das principais enti-dades de apoio para a implanta-ção do Parque do Japão – Me-morial Imin 100, em Maringá.

A obra está prevista paraser inaugurada no dia 22 junhode 2008, durante as comemo-rações dos 100 anos de imigra-ção japonesa no Brasil e coma possível presença da famíliaimperial japonesa em Maringá.

Durante o encontro, o co-ordenador elogiou a iniciativamaringaense e disse que “égratificante para o povo japo-nês – especialmente para Ka-kogawa – ter um jardim típicosendo construído no outro ladodo mundo”.

Além de uma área verdede 100 mil m² o Parque do Ja-pão terá um ginásio de espor-tes, teatro para 500 lugares esala de eventos, entre outrasedificações. O projeto arquite-tônico e paisagístico terá mo-tivos e características essen-cialmente japoneses.

CIDADES/MARINGÁ

Governo japonês faz doaçãopara prefeitura de Maringá

DIVULGAÇÃO

Silvio de Barros recebe cheque de cônsul Hirotsugu Hagiuda

Prefeitos e autoridades decinco continentes estarão emCuritiba (PR) no fim deste mêspara a reunião preliminar daCOP9, a próxima Conferênciadas Partes da Convenção so-bre Diversidade Biológica, queacontecerá na cidade de Bonn,na Alemanha, em 2008.

A reunião, “Cidades e Bio-diversidade - Atingindo a meta

de 2010”, será aberta no dia 26pelo prefeito Beto Richa e pelaministra do Meio Ambiente,Marina Silva. O debate sobrebiodiversidade urbana, que seestenderá até o dia 28, faz par-te da programação de aniver-sário de Curitiba, que comple-tará 314 anos no dia 29.

Além da ministra, está con-firmada a presença do secretá-

CIDADES/CURITIBA

Prefeito de Nagoya participará de encontro sobre biodiversidaderio executivo da Convenção daBiodiversidade (vinculado à Or-ganização das Nações Unidas),Ahmed Djoghlaf, e dos prefei-tos de Montreal, Gerald Trenblaye de Nagoya, Takehisa Matsu-bara entre outras autoridades.Uma das propostas do encon-tro, que será defendida por Cu-ritiba, é a criação de uma redede prefeituras para incluir a bio-

diversidade urbana como novalinha de discussões das COPs.

“Até agora, as conferênci-as têm debatido ecossistemasmacros, como as áreas úmidase florestas entre outros impor-tantes temas. Nossa preocu-pação é incluir discussões so-bre biodiversidade urbana, umavez que as cidades concentrama maior parte da população do

planeta”, diz a coordenadorada reunião, Dayse Senna.

Diferente da COP8, a reu-nião preparatória da COP9será fechada aos prefeitos con-vidados, mas a cidade será mo-tivada a envolver-se no debatede questões relacionadas coma biodiversidade. As reuniõesserão no parque Barigüi, nocomplexo do Salão de Atos.

Page 6: AGENDA Parque Centenário é lançado em€¦ · tos e acontecem das 14 às 16h30. Local: Rua São Joa-quim, 381, 1º andar, sala 11 (prédio do Bunkyo). Informa-ções pelo tel.:

6 JORNAL NIPPAK São Paulo, 17 de março de 2007

Após seis meses conse-cutivos de queda, ataxa de desemprego

na região metropolitana de SãoPaulo subiu em janeiro na com-paração com dezembro de2006. Segundo o Dieese, De-partamento Intersindical deEstatística e Estudos Socioe-conômicos, o índice passou de14,2% para 14,4% da popula-ção economicamente ativa, oque representa 1,456 milhão dedesempregados na capital.

O início do ano foi marca-do com a saída de 110 mil tra-balhadores de setores industri-ais e serviço. Infelizmente, essecorte não foi compensado pe-los empregos criados no co-mércio, a qual registrou 33 milnovas vagas, e pelos 10 mil dosoutros campos. Mas, de acor-do com a pesquisa, esse com-portamento no primeiro mês doano é normal dentro da varia-ção sazonal.

Um drama que tambématormenta os nikkeis, mesmocom o forte mito de que “des-cendentes não são desempre-gados”. Karla Matsuhashi, 23,é mais uma entre tantos queperderam o emprego nesseperíodo. No caso dela, acontratação era apenas tem-porária. “Já sabia que ia sair,mesmo assim me sinto mal porestar desempregada e não tercomo ajudar em casa”, lamen-ta. Hoje, a jovem está em bus-ca de uma ocupação visandoretomar os estudos, uma vezque a falta de verba impediu oprosseguimento de sua vidauniversitária.

Mesmo em meio às másnotícias, a análise do Dieesemostra que ainda há o que “co-memorar”. O resultado apon-ta que no mesmo período de2006 a taxa era de 15,7%, ouseja, hoje há mais ocupações

disponíveis no mercado. Aolongo dos 12 meses do anopassado, foram criados 149 milpostos de trabalho, o que re-sultou na solução de 128 milpessoas em situação de de-semprego e de outros 21 miltrabalhadores que ingressaramao mercado de trabalho.

Grupo Nikkei - Embora osdados mostrem uma avaliaçãopositiva a respeito do desem-prego na cidade, esse proble-ma continua ilustrado com nú-meros gritantes. Em vista des-sa dificuldade, o Instituto dePromoção Humana GrupoNikkei se propõe a atuar comoum movimento voluntário in-formal de cidadania, em defe-sa do direito à vida digna atra-vés do trabalho. O objetivodessa ação é de funcionarcomo um canal entre as em-presas e o trabalhador com a

proposta de atender a todos,sem restrição.

Para a realização, o Grupopromove uma reunião de mêsem mês, a qual chega a rece-ber 150 pessoas. Na ocasião érealizada uma palestra ministra-da pelo consultor de RecursosHumanos Marcos Haniu visan-do à instrução do candidato naelaboração de curriculum vitaee entrevistas de seleção, alémde dicas sobre o assunto e o co-tidiano desta fase.

Após essa exposição aopúblico, os candidatos se diri-gem às mesas a fim de procu-rar por uma vaga. As indica-ções são feitas de acordo comas habilidades, experiências einteresses dos participantes,descritos na ficha previamen-te preenchida. Simultaneamen-te às indicações de empregoacontece o “Projeto Tadaima”.Um programa que aborda te-

mas como recolocação nomercado de trabalho, currícu-los e projeto de vida dedicadoaos ex-dekasseguis.

Nessas reuniões ÉrikaAkemi Sueta, 18, uma das vo-luntárias do Instituto, conseguiuseu primeiro emprego de car-teira assinada. “Trabalho des-de os 15 anos e nunca fui re-gistrada, quando saí do meu úl-timo emprego vim para cá etive a sorte de encontrar umavaga aqui” conta. A jovem ain-da revela que depois de qua-tro meses que entrou na lojaIkesaki, na Liberdade, conse-guiu subir de cargo. “Hoje te-nho minha independência” or-gulha-se.

Desde a primeira reuniãoda Organização, em outubrode 1999, até outubro do anopassado, esses encontros jáatenderam quase nove milpessoas. Desse total, 15%conseguiram uma oportunida-de. “Embora pareça pouco,especialistas dizem que repre-senta um índice muito bom”,afirma a presidente do GrupoNikkei Leda Shimabukuro,

TRABALHO

Desemprego aumenta em São Paulo; ações dentroda comunidade buscam alternativas para nikkeis

FOTOS: JORNAL NIPPAK

Palestra de motivação e dicas são concorridas no Grupo Nikkei de Promoção Humana

apostando que o número foimaior pois a maioria não in-forma quando conseguemuma vaga.

Grande causa, grandes pro-blemas - Mesmo auxiliando ascentenas de pessoas mensal-mente e também apresentan-do dados consideráveis de re-colocação ao mercado de tra-balho, o Grupo Nikkei se mos-tra carente em diversas for-mas. Somente nos dias dasreuniões, a ONG mobiliza emmédia 40 voluntários para atu-ar nas entrevistas de indicação,atividades, infra-estrutura, en-tre outros. Contudo, o traba-lho não se limita apenas nisso,mas também nas questões dodia-a-dia.

Funções como a recepçãodiária de pessoas que consul-tam o banco de vagas, a atua-lização da mesma, o levanta-mento de voluntários para atu-ar nos encontros, entre outrassão exercidas por funcionári-os contratados e o pagamentosai do próprio bolso da presi-dência, bem como os demaisgastos.

Isso porque, a organizaçãopossui patrocinadores apenaspara imprimir os manuais deorientação. A falta de recur-sos é a grande dificuldade vi-vida pelo Instituto. “Preciso deempregadores para abasteceras vagas e também de recur-

sos financeiros” explica Shi-mabukuro. A ausência de mei-os para cobrir os gastos conti-nua mesmo após o evento, noqual o Grupo Nikkei foiinstitucionalizado, em que fo-ram expostas as necessidadesda organização.

“Parece que as pessoasnão entenderam que eu sozi-nha não dou conta. Não é jus-to só uma família ajudar o pro-blema da sociedade. Faltaapoio das pessoas” desabafa.Idealista, a presidente admiteque gostaria de descentralizaro poder, pois ela precisa desubsídio para buscar patrocí-nio. Mas, novamente, Shima-bukuro se depara com a ca-rência de capital para contra-tar um gerente, já que não hávoluntários disponíveis ao car-go.

A esperança é que esse tra-balho sensibilize contribuintespara que a ação continue. Deacordo com a presidente, pa-rar agora significa frustraràqueles que precisam de aju-da e dizer não às pessoas queoferecem soluções. Mas seráque toda essa dificuldade valea pena? “Vale, só pelo fato daesperança que o Grupo traz àspessoas. Ver que alguém saiude lá sorrindo. Não espero quevenham me agradecer, apenasme sinto bem em ajudar” emo-ciona-se.

(Cibele Hasegawa)Eram 9 horas da manhãquando cheguei no prédio daForça Sindical, em São Pau-lo, com o objetivo de me ca-dastrar e “procurar” por umavaga de emprego no Centrode Apoio ao Trabalhador.Uma instituição que atuacomo intermédio entre em-pregador e trabalhador. Cer-ca de duas mil pessoas pas-sam diariamente no posto daLiberdade em busca de, aomenos, uma carta de enca-minhamento para uma entre-vista.

Para atender a todos, oCentro funciona por meio desenhas que são distribuídas às5h da manhã, visto que o ho-rário de atendimento é das 7hàs 16h. Segundo um dosatendentes, muitos chegampor volta das 4h30 para ga-rantir um bom lugar na fila.Já outros chegam a passar anoite por lá. Peguei o meu nú-mero de espera: 1455 e, parameu espanto, a numeraçãoque chamavam estava emtorno de 750.

Com o código de entradaem mãos, entrei no saguão deespera: faces com ar de frus-tração e cansaço predomina-vam o ambiente. Uns poucosse ocupavam com uma leitu-ra, outros conversavam e umaparcela aguardava pensativa.Em meio a eles, vivenciei umpouco da dificuldade.

Uma moça que ingressa-va ao local às 11h da manhãera mais uma dentre tantasque procuram por uma ocu-pação. Todavia, me chamou aatenção por ser um dos pou-cos rostos de olhos puxados,o terceiro, que vi lá. Formadaem psicologia, DanielaYamada, 25, vinha de umaentrevista a qual foi dispensa-da por ser muito qualificada aocargo de secretária e pela se-gunda vez pisava no local.

Nikkei desempregado? -

Há seis meses desempregada,a nikkei afirma estar à procu-ra de qualquer serviço, inde-pendente de ser na sua área.O motivo? Segundo ela, asvagas em seu ramo estão es-cassas. Ir para o Japão estáfora dos planos da psicóloga.

“É difícil encontrar descen-dentes desempregados porqueacredito que a maioria vai proJapão”, analisa. Ela acrescen-ta também, que a maioria daspessoas generaliza que os nik-keis são bem sucedidos. “Nos-sa, como você, sendo japone-sa, está desempregada?”, foiuma das frases ouvida por elaao adentrar no local. “Me sintouma fracassada. Parece quenum lugar como esse todos meolham e dizem ‘olha uma japo-nesa que não deu certo navida’”, desabafa, concluindoque “não se pode desanimar”.

Além dela, um outropostulante a uma das oportu-nidades de traços orientaissentava-se na escada, próximoao corrimão. Olhava para oslados, mudava de posição eabaixava a cabeça. Inquieto,Roberto Fukui, 40, é um “co-merciante falido” como elemesmo o descreve, e estavalá com a intenção de procuraralguma vaga que pudesse res-gatar a sua antiga profissão:engenheiro eletrônico.

Há cinco anos fora do mer-

cado, desde que montou a lojade roupa, Fukui admite estar“enferrujado” e precisará fa-zer cursos de especializaçãopara voltar ao mercado. “Éuma dificuldade imensa, ain-da mais com a minha idade”,afirma. O que o deixa em si-tuação diferenciada de Dani-ela é que sua empresa aindaestá ativa, porém, segundo oproprietário, em breve teráque fechar as portas. “Queriair para o Japão, mas tenho coi-sas pendentes por aqui” la-menta.

Após longas horas de es-pera, fui encaminhada para oguichê 31 e para compensaro “chá de cadeira” fui recebi-da com muita simpatia. Oatendente montou meu curri-culum vitae, procurando poruma vaga de acordo com mi-nhas experiências. Contudo,não foi encontrado nenhumemprego na minha área, co-municação social e jornalismo.

Mesmo assim, conseguiuma entrevista para trabalharcomo vendedora. Às 15h30deixava o Centro com umacarta de encaminhamento emmãos e um “não” que recebide um nikkei que se negou adar entrevista. Exausta, sobre-vivi com um quibe e uma aziano estômago. Realmente, pro-curar emprego não é fácil.

(CH)

Fila e cansaço: a busca por um emprego

Centro de Solidariedade atende 2 mil pessoas por dia

DIVULGAÇÃO

PARTE 1

Vamos apresentar algunsaspectos sobre a necessida-de dos trabalhadores nikkeisno Japão com relação aoShakai Hoken:

Desde 2005, o governo ja-ponês estabeleceu a obriga-toriedade da contribuição aoShakai Hoken para os traba-lhadores estrangeiros no Ja-pão e desde então tem se ten-tando efetuar a cobrança des-te valor. Portanto, todos ostrabalhadores estrangeiros noJapão devem se inscrever noShakai Hoken.

São os seguintes, os con-ceitos existentes para quemé trabalhador estrangeiro noJapão:

• Shakai Hoken Center(Centro de Seguridade e Pre-vidência Social)

Resumindo, é próximo ouidêntico ao INSS (InstitutoNacional de Seguridade So-cial) do Brasil, cujos tiposapresentamos a seguir:

1. Kosei Nenkin (Plano dePensão Previdenciária), paraempregados assalariados es-trangeiros:

É um plano que dá cober-tura para Seguro Saúde (en-quanto estiver trabalhando noJapão) e Pensão Previdenci-ária (ao retornar para o Bra-sil).

É descontado mensal-mente do salário pela empre-sa empregadora, com víncu-lo empregatício (mensalista).

O valor da contribuiçãomensal varia de acordo com

a remuneração de cada assa-lariado. Neste caso, é descon-tado aproximadamente do sa-lário de 4,1% para Seguro deSaúde + Seguro de Pensão/Aposentadoria do assalariadoequivalente a 6,967%, totali-zando 11,067%.

Como é calculado a contri-buição?

O valor da contribuiçãomensal calculado com base nosalário do empregado é dividi-do (50%) entre o empregadoe a empreiteira.

Até quanto poderei resga-tar os valores contribuídos aoShakai Hoken?

O valor máximo de resgateao retornar ao Brasil é equi-valente a até 2,4 vezes à mé-dia do salário recebido no Ja-pão.

Ao solicitar o resgate (noBrasil) o Centro de Seguridadee Previdência Social do Japãoretém 20%, a título de Impos-to de Renda, portanto, o res-gate será de 80%.

Este imposto retido é pos-sível de restituir através dedeclaração específica.

Quem pode solicitar o be-nefício do Shakai Hoken(Kosei Nenkin)?

• O trabalhador que tenhacontribuído por mais de 6 (seis)meses;

• Não possuir nacionalida-de japonesa;

• Não possuir visto perma-nente.

2. Kokumin Nenkin (PlanoNacional de Pensão), para tra-balhadores autônomos:

Neste caso, como não há

vínculo empregatício, o con-tribuinte deverá se inscreverna prefeitura local e recolhero carnê mensalmente, comoautônomo. Não está sujeito aorecolhimento de Imposto deRenda.

O valor do resgate é oequivalente a 100% da con-tribuição, pois não há IR reti-do neste caso. (Obs: não temrestituição de IR)

3. Aposentadoria vitalícia(recebimento a cada 2 me-ses):

Pré-requisito: japoneses,nisseis com dupla nacionali-dade.

- Kosei Nenkin (emprega-dos) – a solicitação deveráser feita a partir dos 60 anosde idade, sem prazo mínimode contribuição.

- Kokumin Nenkin (autô-nomos) - a solicitação deve-rá ser feita a partir dos 65anos de idade.

Shinji Jorge NakaokaDiretor Executivo

Daiwa [email protected]

Tel (11) 5572-1717 /(11) 3105-2114

PREVIDÊNCIA

SHAKAI HOKEN – A obrigatoriedade para osdekasseguis no Japão e seus benefícios

CENTRO APOIO AO TRABALHADOR(antigo Centro de Solidariedade ao Trabalhador)

Posto Liberdade - R: Rua Galvão Bueno, nº 782 – próximo ao metrôSão Joaquim

Posto Santo Amaro - R: Barão do Rio Branco, nº 864 - Centro (pró-ximo ao Terminal de ônibus de Santo Amaro, Largo 13 e avenidaJoão Dias)

Atendimento de segunda à sexta-feira das 7h às 16hSenhas distribuídas a partir das 5hMais informações pelo site: www.cst.org.br

INSTITUTO DE PROMOÇÃO HUMANA GRUPO NIKKEI

Av. Liberdade, 365 – próximo ao metrô LiberdadeTels: 3399-2404 ou 3399-3754Atendimento de segunda à sexta-feira das 9h às 17hReuniões: toda última quinta-feira do mês às 19h30

Page 7: AGENDA Parque Centenário é lançado em€¦ · tos e acontecem das 14 às 16h30. Local: Rua São Joa-quim, 381, 1º andar, sala 11 (prédio do Bunkyo). Informa-ções pelo tel.:

São Paulo, 17 de março de 2007 JORNAL NIPPAK 7

Os 40 anos da di-versificada atividadeartística de EmanoelAraujo estão exalta-dos na exposição or-ganizada pelo Institu-to Tomie Ohtake.Uma justa homena-gem a um artista plu-ral – escultor, pintor,gravador, designergráfico –, igualmen-te conhecido comohomem de cultura,responsável diretopela revitalização daPinacoteca do Esta-do e pela criação doMuseu Afro Brasil.

Com curadoria deAgnaldo Farias, amostra traz escultu-ras, relevos e umainstalação inédita,Cosmogonia, numconjunto de 50 traba-lhos, 25 deles produzidos re-centemente (2006/2007).Como forma de ilustrar o al-cance da poética do artista, amostra, além de trabalhos tri-dimensionais, contempla umaantologia do trabalho gráficode Emanoel Araújo. São cer-ca de 30 gravuras, além decartazes, livros, programas econvites desenhados por ele,muitos dos quais para a pro-gramação dos espaços cultu-rais que dirigiu e para suas pró-prias exposições, perfazendoum conjunto matizado.

Nessa nova série de traba-lhos destaca-se a instalaçãoCosmogonia, concebida espe-cialmente para esta exposiçãoe destinada a ocupar a primei-ra e principal sala de exposi-ções do Instituto Tomie Ohtake.

A exposição prolonga-sepela sala seguinte com o con-junto de “estantes”, LouiseNevelson, dedicado à artistarussa radicada nos EstadosUnidos, a série “Máscaras”,além de oito novos relevos. Emtodas as obras o desenvolvimen-

to em profundidade de um ra-ciocínio complexo, pautado nafusão de formas ritualísticascom uma geometria rigorosa,numa prova de que não há opo-sição entre os dois termos.

Além de obras, a mostrareúne, por meio de fotos e re-gistros, cenas da eclética tra-jetória de Emanoel que, desdeos anos 80, quando foi nomea-do diretor do Museu de Arteda Bahia, vem se destacandocomo curador de inúmerasexposições e como dirigentecultural, com marcante atua-ção junto à Pinacoteca do Es-tado (1992/2002), e, atualmen-te, na condução do Museu AfroBrasil, que ele idealizou e fun-dou em 2004.

EXPOSIÇÃO: EMANOELARAUJOQUANDO: ATÉ 29 DE ABRIL. DE TERÇA

A DOMINGO, DAS 11 ÀS 20H

ONDE: INSTITUTO TOMIE OHTAKE (AV.FARIA LIMA, 201 – ENTRADA PELA

RUA COROPÉS – PINHEIROS)ENTRADA FRANCA

INFORMAÇÕES PELO TEL.: 11/2245-1900

ARTES-1

Instituto Tomie Ohtakeapresenta Emanoel Araújo

Instalações fazem parte da exposição

REPRODUÇÃO

Ofim de semana prometeser florido no Bunkyo(Sociedade Brasileira

de Cultura Japonesa e de As-sistência Social). Tudo por con-ta da 76ª Exposição de Orquí-deas, promovida pela Aosp(Associação Orquidófila deSão Paulo), que traz espéciesvariadas da planta, além deaproximar a arte de cultivo dosinteressados.

Com o mesmo formato deedições anteriores, a exposi-ção deste ano traz coleciona-dores e produtores das maisvariadas partes do Brasil, quemostrarão diferentes tipos deorquídeas da época. Os me-lhores exemplares de cada es-pécie serão escolhidos duran-te o concurso que precede oevento e poderão ser vistospelo público, durante a exposi-ção.

Presidente da Aosp, LúciaMorimoto afirma que são es-perados milhares de pessoasdurante os três dias de exposi-ção. O volume, de acordo coma nikkei, vem aumentando anoapós ano, o que mostra ummaior interesse dos descen-dentes – e da população emgeral – para o cultivo das or-quídeas. “Em todas as ediçõestemos produtores de variadasregiões que trazem espéciesda época. Há uma variedademuito grande e tenho certezaque o público irá gostar”, ex-plica ela.

No total, cerca de 200 ex-positores estarão presentes,mostrando diferentes tipos deplantas. A maioria virá mesmode São Paulo, mas alguns via-jam quilômetros para trazer asnovidades e trocar informa-ções com os demais presen-

FLORES

Exposição de orquídeas trazdiversas espécies para o Bunkyo

tes. No total, a organizaçãoespera 1,2 mil vasos. “Destavez não esperamos por espé-cies novas, mas sim melhora-mentos das orquídeas. Muitosproduzem novidades e, antesmesmo de estarem disponíveisno mercado, mostram primei-ro na exposição”, diz Morimo-to, acrescentando que 40 as-sociações marcarão presença.“É um número bom e que re-presenta a grandiosidade hojedo cultivo de orquídeas.”

Vendas - Mas não é só deexposição e troca de informa-ções estarão no evento. Comoacontece tradicionalmente, opúblico que visitar o local po-derá levar para casa algunsvasos e mudas. Aos interessa-dos, Lúcia Morimoto afirmaque os preços são convidati-vos, diferentemente do que

ocorre em floriculturas. Omotivo é que os produtos vêmdireto dos produtores. Os pre-ços partem dos R$ 8,00.

“A vedete da exposiçãoserá a Cattleya, que já está naépoca. O interessante é quetemos notado uma grande pro-cura não só pelos vasos comflores, mas também as mudas.O pessoal procura para poderentender como funciona o cul-tivo, lidar diretamente com aplanta. Para tanto, esperamoscomercializar um grande nú-mero de mudas nesta edição”,confirma Morimoto. No localhaverá ainda vendas de vasos,substratos, adubos, tesouras,manual de cultivo e revistas.Tudo isso sem contar o “Adu-bo da Aosp”, mais conhecidocomo “Viagra das orquídeas”.

Pensando justamente nes-se tipo de público, a comissão

organizadora da Aosp preparaaulas didáticas para aquelesque tenham vontade de apren-der o princípios básicos. Aotodo serão três sessões diári-as: 10, 14 e 16 horas. Paraparticipar, não é preciso fazerinscrição. A única recomenda-ção é para se programar e es-tar no local no horário que es-colher. “São aulas ministradaspor orquidófilos diferentes e,portanto, com abordagens di-versas. O público pode assis-tir quantas aulas quiser”, diz apresidente.

76ª EXPOSIÇÃO DEORQUÍDEASQUANDO: 17 E 18 DE MARÇO

HORÁRIO: DAS 9 ÀS 19 HORAS

ONDE: BUNKYO (RUA SÃO JOAQUIM,381, LIBERDADE, SÃO PAULO)ENTRADA GRATUITA E ESTACIONAMENTO

PAGO NO LOCAL

Divulgar a arte milenar dobonsai é um dos principais ob-jetivos da exposição Flores eCores, que está montada noShopping Iguatemi de Caxiasdo Sul, município a 125 quilô-metros de Porto Alegre. Oevento, promovido por duasempresas da cidade (a Flori-cultura Casa do Bonsai e oOrquidário do Vale), teve iní-cio no dia 9 de março e pros-segue até amanhã (18).

“A comercialização estásuperando nossas expectati-vas. Isso é ótimo, mas o queimporta é a divulgação”, expli-ca o sócio da Casa do Bonsai,Edson Fadanelli. De acordocom o empreendedor, cerca de100 bonsais foram comerciali-zados entre sexta-feira (9) e a

manhã de segunda-feira (12).Cada vaso custa, em mé-

dia, entre R$ 25,00 e R$ 35,00.A Casa do Bonsai é o únicoempreendimento formal da re-gião que produz e comercializaesse tipo de trabalho com plan-tas. “Aproximadamente 80%do nosso estoque são de pro-dução própria”, afirma Fada-nelli. Cada bonsai demandapelo menos quatro anos de tra-balho antes de chegar ao pon-to-de-venda.

A Casa do Bonsai é respon-sável pela criação do Clube doBonsai, associação que con-grega 15 entusiastas da ativi-dade. “Realizamos nosso pri-meiro encontro e as reuniõesserão mensais”, comemoraFadanelli.

BONSAI

Exposição Flores e Cores divulga arte milenar em Caxias do Sul

Bonsais são vendidos por preços que partem dos R$ 25,00

DIVULGAÇÃO

Espécies variadas estarão à disposição do público durante com preços a partir de R$ 8,00

DIVULGAÇÃO

ARTES-2

Alice Shintani expõe no CCSPEm sua primeira individual,

a artista plástica Alice Shintaniapresenta quatro pinturas emescala humana na 1ª Mostrado Programa de Exposições doCentro Cultural São Paulo.Com a adoção de “tinta co-mum de parede” e uma lingua-gem que transita no limiar en-tre a representação figurativae a abstração planar, AliceShintani investiga questões re-lacionadas às possibilidades elimitações da pintura na con-temporaneidade.

Criado em 1989, o Progra-ma de Exposições é conside-rado um dos mais importanteseventos do gênero no Brasil. Osobjetivos são mapear a jovemprodução artística contemporâ-nea e possibilitar o acesso dopúblico a obras representativasdas principais linhas artísticascontemporâneas.

Para esta edição foram se-lecionados 19 artistas dentre554 inscrições oriundas de todo

o país. A comissão de seleçãofoi formada por Guto Lacaz,Paulo Climachauska, RafaelVogt M. Rosa, Inês Raphaeliane Martin Grosmann. Além deAlice Shintani, participam des-ta primeira mostra CharlesKlitske, Elke Barth, DanielSteegmann, Marcone Moreirae Raphael Franco.

Currículo – Alice Shintani nas-ceu em São Paulo, 1971. For-mada em Engenharia de Com-putação pela Unicamp, partici-pou de exposições nacionaiscomo o 9º Salão NacionalVictor Meirelles, Museu de Artede Santa Catarina (2006-7); 25ºArte Pará, Fundação RômuloMaiorana (2006); 10ª BienalNacional de Santos (2006); 30ºSalão de Arte de Ribeirão Pre-to (2005); I Salão Aberto Para-lelo à 26a Bienal, Casa dasRetortas (2004). Premiada no9º Salão Nacional VictorMeirelles (2007), 8ª Bienal Na-

DIVULGAÇÃO

cional do Recôncavo (2006),36º Salão de Arte Contempo-rânea de Piracicaba (2004) eno 3º Salão Bunkyo de PinturaFigurativa (2003). Foi selecio-

Pinturas em escala humana utilizam linguagem abstrata

1ª MOSTRA DO PROGRAMA DE EXPOSIÇÕES 2007, EXPOSIÇÕES

INDIVIDUAIS SIMULTÂNEAS DE ALICE SHINTANI, CHARLES KLITSKE, ELKE BARTH, DANIEL

STEEGMANN, MARCONE MOREIRA E RAPHAEL FRANCO

QUANDO: DE 18 DE MARÇO A 29 DE ABRIL. ABERTURA: HOJE (17), ÀS 11H

ONDE: PISO CAIO GRACO DO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO (RUA VERGUEIRO, 1000)MAIS INFORMAÇÕES: WWW.CENTROCULTURAL.SP.GOV.BR

nada recentemente para aTemporada de Projetos 2007-2008 do Paço das Artes, comindividual prevista para setem-bro deste ano.

POR MARCELO IKEMORI

Volto mais uma vez a esteespaço para dissertar sobre asmudanças comportamentais queafetam os dekasseguis e sua fa-mília. Desta vez, faremos umaabordagem mais específica, di-recionada à questão do consu-mismo compulsivo e exacerba-do que atinge grande parte daspessoas que vão trabalhar noJapão.

Primeiramente, precisamosentender por que o dekassegui,que teoricamente segue rumo aoJapão para poupar dinheiro, tor-na-se um consumista sem con-trole. A explicação para este fatonão é tão simples, pois cada in-divíduo reage de uma forma di-ferente à determinada situação,no entanto, é inegável que umpai de família que vai sozinho aoJapão acaba tendo uma série decarências e no intuito de supri-las, acaba perdendo o foco e seesquecendo do real motivo queo levou a viajar para o outrolado do mundo.

Sem a família para dar supor-te, o dekassegui começa a sedeparar com uma série de limita-ções, anseios e carências que eletenta suprir de diversas manei-ras, uns se apegam à bebida,outros se afundam no trabalhofazendo horas e mais horas dezangyo (hora extra), colocandoa saúde em risco, outros ainda,gastam tudo o que ganham empresentes e bens materiais su-pérfluos, a fim de obter instan-tes de prazer e bem estar. “Aaquisição de um bem, ou seja, oato da compra, gera uma sensa-ção de felicidade que faz comque o dekassegui esqueça poralguns instantes dos seus pro-blemas e da saudade da família.

Isso, em longo prazo, pode setornar algo compulsivo e vicio-so”, afirma a psicóloga SandraRegina Matsumoto.

Existem vários fatores quecontribuem para que o dekasse-gui comece a comprar desenfre-adamente, principalmente se eledeixa a família no Brasil. “Ele sesente na obrigação de fazer algopor seus filhos, já que não podeacompanhar o crescimento de-les. Assim, o dekassegui tentasuprir essa falta mandando pre-sentes. No início, o presente queo filho mais espera é a volta dopai, mas conforme o tempo pas-sa, a falta do pai acaba sendosuperada e a única cosia que ofilho passa a esperar são, defato, os presentes”, diz a psicó-loga.

Por isso, quem vai ao Japãotrabalhar precisa sempre se man-ter focado, ir com um objetivo,fazer de tudo para alcançar esseobjetivo o mais rápido possívele, assim que conseguir, voltar aoBrasil. Não se pode deixar levarpelo aumento do poder de com-pra e pela “facilidade” em ganharaltos montantes, principalmen-te porque o Japão de hoje, dife-rente da época dos nossos avós,incentiva o consumo a cada mi-nuto.

Quem perde a cabeça e ficadeslumbrado com as inovaçõestecnológicas e eletrônicas doJapão, certamente perde a noçãodo dinheiro e não consegue atin-gir suas metas. Claro que tomaras atitudes corretas e manter ocontrole não é tão fácil assim,um apoio familiar é fundamen-tal, pois o dekassegui precisasentir que todo seu esforço nãoestá sendo em vão, que há dooutro lado do mundo pessoastorcendo pelo seu sucesso.

Consumismo sem controle

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8 JORNAL NIPPAK São Paulo, 17 de março de 2007

Desde o começo de fe-vereiro, o fotógrafoMarcio Scavone tem

andado como um anônimo pelobairro da Liberdade munido desua câmera nas mãos prontapara ser disparada. Pelas suaslentes já passaram celebrida-des como a top model GiseleBündchen, a atriz AlineMoraes, Pelé, Jô Soares e Fer-nanda Montenegro, mas o pro-fissional agora se dedica a umnovo projeto fora de estúdios.

“Quero mostrar do meu jei-to um bairro que nem todomundo consegue enxergar”,explica Scavone, que aindanão tem definida a linha queseguirá no ensaio sobre a Li-berdade. Contagiado pela pro-ximidade da comemoração doCentenário da Imigração Japo-nesa no Brasil, o fotógrafo re-solveu seguir os passos de tan-tos outros e voltar os olhos parao bairro oriental. A proposta éjuntar as imagens e publicá-lasem um livro. “O desafio é con-tar a história por imagem”,adianta.

Percorrendo as ruas dobairro sem pressa e com umolhar de quem pretende des-vendar algo que o cotidianoagitado dos perdestes ofusca,Scavone tem fotografado semlimitações e espera que as ima-gens lhe direcionem o traba-lho. “É um questionamento.Será a Liberdade um bairro ouem estado de espírito?”.

Apesar de ter come-çado a fotografar pou-co mais de quinze dias,o projeto já completaum ano, quando teveinício o processo criati-vo da iniciativa. Acos-tumado a retratar pes-soas e produzir imagenspara campanhas publi-citárias, o fotógrafoconsidera um dos desa-fios ganhar a confiançadas pessoas, que se sen-tem acuadas diante dapossibilidade de terem

FOTOGRAFIA

Marcio Scavone busca a ‘alma daLiberdade’ em ensaio fotográfico

suas imagens expostas. “Masos freqüentadores da Liberda-de já começaram a notar mi-nha presença constante pelasruas do bairro”, ressalta.

Publicações – Paulista, o fo-tógrafo nasceu em 1952 e oprimeiro contato com o que setransformaria em sua principalferramenta de trabalho ocor-reu com uma Rolleiflex de seupai, quando era criança. Nadécada de 70, época em quejá atuava na área publicitária,decide ir se aprimorar em Lon-

dres, que voltou a ser sua mo-radia nos anos 90.

Selecionado entre os 50profissionais da área no livrocomemorativo do cinqüente-nário das câmeras Hasselblad,Goteburg, Suécia, Scavoneproduziu retratos para o livroda Louis Vuitton, Rebounds,publicado em Paris, no ano de1999. Seus trabalhos tambémpodem ser conferidos na cole-ção Pirelli/Masp e no Museude Arte Moderna do Rio deJaneiro, entre outros.

A estréia no mercado depublicações aconteceu em1997, com Entre a Sombra ea Luz, que proporciona umencontro de texto e imagemcom o romancista italiano An-tonio Tabucchi. Em 2002, comLuz Invisível – que traz umtexto do escritor Luiz Fernan-do Veríssimo -, consagra seusretratos de celebridades e dohomem comum e sua grife re-conhecida na fotografia edito-rial brasileira. Dois anos maistarde publica A Cidade Ilus-trada, um retrato colorido dacinzenta São Paulo.

(Luciana Kulba)

MARCIO SCAVONE

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Scavone: “O grande desafio é contar a história por imagem”

Imagens retratas pelas ruas bairro oriental serão publicadas num livro sobre a Liberdade

Retrato de Tomie Ohtake feita para a Vogue

“Tá legal”, “tudo bem” euma expressão chula. Essaseram as únicas palavras queKátia Yuriko Ito lembrava apósos dez dias em estado de comadevido ao rompimento de umangioma cerebral. Pratica-mente muda, com amnésia e olado direito do corpo paralisa-do, a então estudante de Me-dicina não sabia mais ler, es-crever e raciocinar, tornando-se totalmente dependente daajuda das pessoas. Cinco anosdepois, em 1988, contrariandotodas as expectativas, a nikkeiconcluía o curso deFonoaudiologia na PUC-SP, eainda começava os primeirosesboços do livro “Do outrolado do sol”. Quando tudo pa-recia sob controle, um segun-do rompimento interrompeunovamente a trajetória deKátia em 1996. E mais umavez, ela se saiu vitoriosa. Hoje,trabalhando como bancária emestra em Comércio Exterior,Kátia procura patrocínio parao lançamento de seu livro noJapão e na Alemanha.

“O livro pode ser útil por-que muitas pessoas sofrem dedepressão e o índice de suicí-dios é alto no Japão. Além dis-so, fui operada na Alemanhaduas vezes e estudei no colé-gio [alemão] Porto Seguro –por isso, tenho uma ligaçãocom o país. Depois que termi-nei o livro, percebi que ele au-xilia não só as pessoas queusam cadeiras de roda, mastambém aquelas que precisam

de força para continuar a vi-ver”, explica Kátia.

Na época da primeira he-morragia da nikkei, a Alema-nha dispunha de métodosneurocirúrgicos modernos queproporcionavam 15% dechances para uma operaçãobem-sucedida, ao passo que,no Brasil, a probabilidade erade 5 %, segundo médicos. Pro-fessor da Universidade Livrede Berlim e uma das principaisreferências do mundo emneurocirurgias, o doutor MarioBrock foi o responsável pelacirurgia.

No prefácio do livro, o dou-tor comenta que “poucos con-seguem desafiar o destino comsucesso” como Kátia. “Foi umavitória com muitas dificuldades,um exemplo a seguir. Kátia nãose queixa em momento algumde sua trajetória. Jamais sequeixou. Sempre aceitou as pro-vas que lhe foram impostas pelodestino e sempre sorriu diantedas privações. São justamenteas restrições da vida que agu-çam a capacidade de sentir con-tentamento e gratidão. Elasampliam o horizonte como seestivéssemos observando os

LITERATURA

Escritora nikkei procura patrocínio para lançamento de livro no exterioracontecimentos de um mirantecada vez mais alto. A fé e aesperança, não raro, têm ori-gem no sofrimento”, explicaBrock.

Equoterapia e outros trata-mentos – “O cavalo é umprolongamento do meu corpo.Se faço algo errado com meubraço direito ou perna, o ani-mal não é controlado pelas ré-deas. Mas sinto-me seguraporque tenho professores naretaguarda”, coloca Kátia. AEquoterapia é um tratamentocomplementar de reabilitaçãofísica e mental que utiliza ocavalo numa abordagem inter-disciplinar.

Além disso, a nikkei realizaginástica, fisioterapia e até dan-ça de salão para a recupera-ção dos movimentos do corpo.Apesar de “praticar com pra-zer” essas atividades, a escri-tora reconhece as dificuldadespara atingir seus objetivos.“Minha história não acaba ao

final do livro. Todos os diastenho novos limites a superar”.

Entre os planos da escrito-ra, estão a realização de umdoutorado e o lançamento deum novo livro, apesar de con-siderar “difícil sobreviver dedireitos autorais no Brasil”. “Olivro é diferente de uma tera-pia com psicólogo, ele propor-

ciona um contato mais próxi-mo com a realidade. O apren-dizado pelo exemplo de vida émuito mais rápido”, conclui.

Sem dúvida, um livro de al-guém que já esteve do outrolado do sol – “recomeçando avida da estaca zero” – é umexemplo e tanto.

(Gílson Yoshioka)

“Continuo lutando para ter de volta aquela parte perdida daminha vida. Não estou falando de uma espera cômoda por umsonho inatingível. Para mim, esse é um milagre possível, assimcomo o fato de eu ter sobrevivido a dois sangramentos cere-brais e ainda estar em plena atividade, com saúde. E um mila-gre possível, para mim, é algo muito diferente dessa noçãoocidental que implica um fenômeno sobrenatural ou uma inter-venção divina direta. É como quando o sol nasce pela manhã eas flores começam a desabrochar, os pássaros começam acantar... O sol não age diretamente sobre eles, não lhes entre-ga aquilo que conhece. No entanto, a simples presença da sualuz e do seu campo de energia já é suficiente para que a vidasiga o seu curso. Hoje sei como isso funciona, pois vivi tam-bém do outro lado do sol... O milagre possível não acontecequando recebemos tudo aquilo que pedimos, mas sim quandorecebemos tudo aquilo de que necessitamos...”(Trecho do livro “Do outro lado do sol”, de Kátia Yuriko Ito)

Escritora espera apoio financeiro para lançar livro no Japão

JORNAL NIPPAK

REPRODUÇÃO

Minbu (abaixo) contabiliza mais de 200 apresentações em Festivais

Com mais de 200 apresen-tações, sendo duas participa-ções no Festival de YosakoiSoran, idealizado pelo funda-dor do Soho, Hideaki Ijima, oMinbu se firma como um gru-po de arte e cultura japonesaatravés de sua extensa varie-dade de danças típicas. Afinal,Minbu siginifica “danças fol-clóricas” e integra também otaikô e o canto de músicas ni-pônicos.

Sua história teve início comos movimentos do Saraodori,depois foi acrescentado oNanchu Soran, até introdu-zir então o Yosakoi Soran emseu currículo. Um ritmo vi-brante, fruto da junção deSoran Bushi de Hokkaido eYosakoi Bushi de Kochi, queagradou os jovens da Associ-ação Nipo-Brasileira de Ribei-rão Pires e da região do ABC,a qual compõe a equipe. “Osjovens se identificaram bas-tante, pois o yosakoi é maisrápido que as outras danças emostra força”, comenta umdos responsáveis pelo grupo,Hiroshi Kawazoe.

Nos últimos Festivais emque o time se exibiu, os inte-grantes marcaram presençacom a mistura de NanchuSoran e Yosakoi Soran, que

seguem o mesmo estilo, dife-renciando-se dos demais.Além disso, na época, o naru-co, uma espécie de chocalho,não era utilizado. O intrumentosó foi introduzido ao grupo noano passado, quando foramconvidados para ministrar au-las dessas danças em Recife.

Kawazoe explica que o ob-jetivo não é somente dançar ese divertir, mas também emtransmitir a cultura, o que eleressalta como mais importan-te. Os treinos semanais ensi-nam muito mais que as repre-sentações de carregar peixes,o jogar da rede no mar e a ale-gria de uma boa pescaria. Aidéia é que através da dança,os jovens possam agregar aeles mesmos costumes elingua nipônica, valores, e odesenvolvimento pessoal.

“Nos treinos estão implici-tos a discilpina para aprovei-tar melhor o tempo já que ficamais curto por causa dos trei-nos. Seja rico ou pobre, todosterão que limpar se for preci-so, entre outros pontos” expli-ca. No fundo, o intuito da equi-pe é preservar os laços comos ancestrais e trazer benefí-cios para serem aplicados àvida, seja dentro ou fora dadança.

YOSAKOI SORAN

Minbu usa a dança paratransmitir arte e costumes

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São Paulo, 17 de março de 2007 JORNAL NIPPAK 9

GASTRONOMIA

Combinações inusitadas viramgeléias exóticas no sul de Minas

No livro de receitas dassócias Fernanda Kure-bayashi e Tanea Ro-

mão, diversas misturas exóti-cas servem de ingredientespara as geléias que ocupam asprateleiras de sofisticados em-pórios na capital paulista,como a Casa Santa Luzia e oEmpório Santa Maria. Apesarde poderem ser adquiridastambém no Rio de Janeiro,Santa Catarina, Rio Grande doSul, Brasília e até Macapá, osmais de cinco mil potes produ-zidos por mês saem de uma co-zinha instalada no sul de Mi-nas Gerais, em Gonçalves.

A marca “A Senhora dasEspeciarias” começou a en-trar no mercado em 2001, masna época era restrito a vendasem atacado e para profissio-nais da área. Há cinco anos,as paulistas mudaram para acidade mineira e ampliaram oempreendimento. “Gonçalvestem a temperatura ideal paraa produção de geléias e tam-bém é ótimo para fornecedo-res porque existem diversosprodutores orgânicos”, justifi-ca Fernanda.

Entre a preferência da cli-entela, estão as geléias de aba-caxi com pimenta, pimentacom alecrim e a de cachaça.Mas o que não faltam são op-ções para quem quer degustaras mais inusitadas combina-ções, como capim santo comlimão, creme de maça comcanela e cachaça e a sofisti-cada champagne com pó deouro. “A mistura ficou bem le-gal e depois soubemos que es-tava sendo utilizada por restau-rantes famosos, como oFasano”, afirma a nikkei.

O que parece não faltar àsamigas é inspiração. Sejamácidos, adocicados, amargos,não importa: os mais variadosalimentos acabam na lista deingredientes dos produtos dacasa. Quem ganha são os cli-entes, que podem levar à mesageléias de café, ervas finas,hibisco e até jasmim. Todosprodutos são preparados comaçúcar orgânico, sem conser-vantes, corantes ou aditivosquímicos.

Invenções para amigos –Além das geléias, a casa tam-

SABERES DOS SABORES

Chefs debatem sobre culináriatradicional e moderna do Japão

bém produz antepastos, tem-peros e chutneys, que seguema mesma linha de inovação desabores. O condimento agrido-ce de origem indiana, porexemplo, ganhou as versões deabóbora com coentro, maçacom castanhas, manga, pêra eabacaxi com laranja.

Sempre em busca de novi-dades, a dupla experimentanovas receitas. “Estamos paralançar o antepasto de shoyocom gengibre. A raiz forte nósjá estamos fazendo experiên-cias há algum tempo, mas nãochegamos ao ponto ideal”, adi-anta Fernanda.

A nikkei diz que uma dasformas que utiliza para criarprodutos é pensar primeironum prato para então buscarum acompanhamento ideal.“Aconteceu isso com a geléia

de alfazema: pensei no quecombinaria com a truta. Ficobrincando com temperos emfunção de um determinadoprato”.

Foi como uma brincadeiratambém que surgiu “A Senho-ra das Especiarias”. Fernan-da e Tanea costumavam fre-qüentar Gonçalves com umgrupo de amigos e era num sí-tio na cidade mineira que fazi-am invenções na cozinha.

DIVULGAÇÃO

Mediado pelo chef CarlosRibeiro, Diálogo entre 3Chefs irá reunir os renoma-dos Tsuyoshi Murakami eAdriano Kanashiro para umaconversa sobre os temperos eos mistérios da culinária tradi-cional e moderna do Japão. Oevento acontece no próximodia 22, no Espaço Cultural daFundação Japão.

Especialistas da gastrono-mia nipônica, Murakami eKanashiro irão promoverreleituras híbridas da culináriatradicional do Japão e os mé-todos e principais segredos doschefs. No encontro, queremrevelar ao público histórias so-bre suas cozinhas de origem einfluências, além de comparti-lhar impressões e análises so-bre a culinária japonesa e asinevitáveis adaptações neces-sárias aos apaixonados porsushis e sashimis. Tambémserá discutido o que é a culi-nária japonesa autêntica.

O evento integra o projetoSaberes dos Sabores, queteve início em 2006, com pa-lestras de Arnaldo Lorençatoe da especialista em etiquetajaponesa Lumi Toyoda.

Palestrantes – Nascido noJapão, Murakami desembar-cou no Rio de Janeiro com trêsanos de idade. Aos 18 anos,decidiu seguir carreira no se-tor de gastronomia e viajoupela Ásia, Europa e EstadosUnidos. Atuou em restauran-tes italianos e em japoneses tra-dicionais, como Ozushi, em Tó-quio; Shabu-Shabu, em NovaYork, e Kiyokata, em Barce-lona.

Chef e sócio-proprietário doKinoshita, restaurante tradici-onal no bairro da Liberdadeque está fechado ao públicodevido mudança de local, Mu-rakami elabora pratos de com-binações inusitadas, mas quepreservam as raízes japone-sas.

Paranaense, Kanashiro échef do Restaurante Kinu doHotel Grand Hyatt São Paulo,onde, no que chama de “labo-

ratório”, nascem misturas exó-ticas como o prato que levaatum cru com foie gras, saquêdoce, figos frescos e ovas depeixe. O nikkei tinha 19 anosquando deixou Londrina paraaprender a fazer sushi na Li-berdade. Disciplinado, passoude auxiliar de peixeiro asushiman em quatro meses.

A mediação do evento fi-cou por conta de Carlos Ribei-ro, doutorando e mestre pelaUniversidade de São Paulo(USP), com a pesquisa“Hibridismo Cultural – Gastro-nomia e Comensalidade naCidade de São Paulo – 100anos da Comunidade Nipo-Brasileira”.

Carlos esteve por duas ve-zes no Japão para ministrarpalestras a convite da Univer-sidade de Osaka e do Museude Etnologia e é idealizador doProjeto Chef Itinerante, quetem o objetivo de reunir chefspara troca de receitas e expe-riências profissionais.

DIÁLOGO ENTRE 3 CHEFS –SABERES DOS SABORESQUANDO: 22 DE MARÇO (QUINTA-FEIRA),ÀS 19H30ONDE: ESPAÇO CULTURAL FUNDAÇÃO

JAPÃO (AV. PAULISTA, 37, 1º ANDAR)INSCRIÇÕES: [email protected]. BR

ENTRADA GRATUITA

INFORMAÇÕES: (11) 3141-0110 /3141-0843 OU NO SITE

WWW.FJSP.ORG.BR

SANDRA FUJISHIRO

Carlos Ribeiro, Adriano Kanashiro e Tsuyoshi Murakami (esq p/ dir)

Cerca de cinco mil potes de geléias são produzidos por mês na cidade de Golçalves

Sabores agradam consumidores de diversas regiões do País

SÃO PAULOCasa Santa LuziaAl. Lorena 1.471 – Jardins

Empório Santa MariaAv. Cidade Jardim, 790Jardins

RIO DE JANEIROMuseu ImperialR. da Imperatriz, 220Petrópolis

MINAS GERAISTragaluz RestauranteR Direita, 52 - Tiradentes

Supermercado Verde MarAv. Nossa Senhora do Car-mo, 1.900 – Belo Horizonte

Casa do WhiskyAv. do Contorno, 6.047Savassi - Belo Horizonte

DISTRITO FEDERALReisman CarnesSCLS 103, bloco A,loja 16/22 – Brasília

RIO GRANDE DO SULEmpório do BrasilAv. Dr. Nilo Peçanha, 2.364Loja 08 - Boa VistaPorto Alegre

SANTA CATARINAA Comida do FrancêsRod. Baldicero Filomeno, 7487Freguesia do Ribeirão da Ilha

Confira os pontos de vendas dos produtosA Senhora das Especiarias:

Numa destas, resolveramacrescentar geléia de pimentae de gengibre em rolinhos pri-mavera. “Todo mundo gostoue nos perguntamos por que nãoexistiam geléias de saboresfortes e picantes. Começamosa fazer uma pesquisa e desco-brimos como preparar geléi-as”, conta a nissei.

As experimentações foramlevadas a um chef, que apro-vou e deu o incentivo final àssócias. “Nós percebemos essenicho de mercado”, explicaFernanda, que até descobrirum outro potencial trabalhavano setor financeiro.

(Luciana Kulba)

A SENHORA DAS ESPECIARIAS

RUA CAPITÃO ANTÔNIO CARLOS, 195

– GONÇALVES (MG)

HORÁRIO DE ATENDIMENTO: DE SEGUNDA

A SÁBADO, DAS 9H ÀS 17H ; DOMINGO E

FERIADO, DAS 10H ÀS 17H

INFORMAÇÕES:

WWW.ASENHORADASESPECIARIAS.COM.BR

OU PELO TELEFONE (35) 3654-1458

Ingredientes:12 ovos inteiros200g de manteiga750ml de suco de limão coado1 kg de açúcar cristal ou orgânico

Modo de preparo:Bater os ovos no liquidificador. à parte dissolver o açúcar nosuco de limão. Acrescentar no liquidificador a manteiga emtemperatura ambiente e bater bem. Passar a mistura de ovosà mistura de limão e levar ao fogo em banho-maria. Cozinharaté obter consistência de creme.

Geléia Cremosa de Limão

Tanea Romão e Fernanda Kurebashi: misturas exóticas

DIVULGAÇÃO

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10 JORNAL NIPPAK São Paulo, 17 de março de 2007

Para conquistar novos con-sumidores e acompanhar asnecessidades mercadológicas,a Fujifilm está lançando noBrasil três modelos da linhaFinePix: A610, A800 e A900.Nas lojas de todo o País emabril, as câmeras têm resolu-ção que variam entre 6.3 e 9.0,preço final abaixo de mil reaise características técnicas apri-moradas.

Uma delas, presente nos trêslançamentos, é o flash inteli-gente. Esse recurso ajusta au-tomaticamente a sensibilidadee a saída do flash para exposi-ções perfeitas em diversas si-tuações de iluminação. “Ascâmeras digitais estão atingin-do o ponto ideal de maturidade,muitos itens foram aperfeiçoa-dos como sensibilidade, durabi-lidade da bateria, foco automá-

tico, entre outros, como ocor-reu agora com o flash”, diz Sér-gio Takayama, gerente de Mar-keting e Vendas da empresa.

As câmeras FinePix A800e A900 trazem ainda o inova-dor modo de estabilização deimagem, que evita o borradogerado pela trepidação dacâmera e do movimento rápi-do do objeto. “Até então, re-cursos como esse estavampresentes apenas em câmerasmais sofisticadas e, conse-qüentemente, mais caras”, in-forma o gerente.

Os três modelos contamtambém com o processador deFoto Real (RP), da Fujifilm, queassocia o exclusivo SuperCCD HR para a valorizaçãodas imagens que são produzi-das com a máxima nitidez e omínimo de ruídos.

AHonda Automóveis doBrasil iniciou, no últi-mo dia 8, a comercia-

lização do Civic Si, o carronacional mais potente do mer-cado. Entre as diversas inova-ções, o sedã esportivo apre-senta o motor i-VTEC 2.0lDOHC de 192 cv de potênciae transmissão manual de seisvelocidades dotada de diferen-cial com deslizamento limita-do LSD (Limited Slip Differen-tial), que distribui melhor otorque tanto em curvas comoem arrancadas.

O modelo projeta o espíritoesportivo característico daHonda, reconhecido em vári-os detalhes: grade frontal ex-clusiva com o emblema Si, ban-cos especiais do tipo “concha”com cintos de três pontos, pa-inel com iluminação em verme-lho, manopla revestida em cou-ro, pedais em alumínio, aero-fólio traseiro aerodinâmico,ponteira do escapamento cro-mada, rodas de liga leve de 17”e suspensão com calibragemesportiva.

O Civic Si também contacom os sistemas VSA (VehicleStability Assist), equipamentoque auxilia no controle da es-tabilidade, e de direção eletri-camente assistida EPS (Elec-tric Power Steering), tornan-do-a mais leve em baixas ve-locidades e precisa em altas;shift light, que indica o momen-to ideal para a troca de mar-chas de forma esportiva, alémde todo o pacote tecnológicoconsagrado pela linha Civic.

Disponível nas cores Ver-melho Rally Sólido e PretoNighthawk Perolizado, e em

breve na cor Prata Global Me-tálico, o Civic Si 2007 é produ-zido na fábrica da Honda, emSumaré (SP), e está à vendana rede de concessionárias damarca pelo preço público suge-rido de R$ 99.500,00 (BaseEstado de São Paulo). A Hondaespera comercializar 1.000 uni-dades do modelo neste ano.

Estilo e exclusividade –Apesar de ser construído sobrea mesma plataforma do NewCivic – oitava geração do mo-delo que já apresenta linhas es-portivas e sofisticadas –, o CivicSi revela características própri-as e ainda mais exclusivas.

O visual transmite toda aidéia de esportividade e sofis-ticação do modelo. Sua gradefrontal, na mesma cor do veí-culo, possui o emblema Si, en-quanto o selo i-VTEC DOHC,que faz referência ao motor, foiexposto nas laterais.

A traseira conta com aero-fólio aerodinâmico, ponteira doescapamento cromada e, nova-mente, a marca Si. Outro des-

taque é o conjunto de rodas deliga leve de 17”, na cor cinzametálico, com cinco raios du-plos e pneus 215/45 R17 91V.

Mais uma novidade foi aintrodução do shift light, umaluz que indica no próprio pai-nel a aproximação da rotaçãode potência máxima do motor(piscando) e do limite máximo(acesa constante). Na partesuperior, o motorista encontrao velocímetro e os medidoresde combustível e temperaturado motor. No campo inferiorestão conta-giros, hodômetrodigital, avisos sonoros e indi-cador de temperatura externa.

A manopla de transmissãodo Civic Si é revestida em cou-ro, assim como o volante de360mm de diâmetro, sustenta-do por três hastes e com co-mandos do sistema de áudio edo piloto automático. Multia-justável, suas regulagens dealtura (40mm) e profundidade(35mm) permitem acomodarmotoristas de diferentes esta-turas e estilos de dirigir.

A estréia do sistema EPS

VEÍCULOS

Honda inicia produção do novoCivic Si na fábrica de Sumaré

(Electric Power Steering, dire-ção eletricamente assistida) nomodelo permite uma respostamais eficiente e precisa aovolante, caracterizando umcompromisso com o desempe-nho e garantindo maior espa-ço para a acomodação do mo-tor e da transmissão. Além dis-so, o dispositivo consome me-nos potência do motor em re-lação aos sistemas hidráulicos.

Potência – Esportividade ealta performance são os gran-des destaques do motor doCivic Si. Originário da série quetambém equipa o HondaAccord LX, o bloco de 4 cilin-dros tem 1.998 cm3 de capa-cidade e cabeçote i-VTECDOHC (Double OverheadCamshaft) de 16 válvulas. Oduplo i-VTEC, tanto no eixocomando de válvulas de ad-missão como de escape, é ca-paz de gerenciar ainda maisprecisamente o momento daabertura e fechamento dasválvulas, traduzindo os benefí-cios em melhor performance.

FOTOGRAFIA

Fuji traz para o País primeirosmodelos de digitais inteligente

DIVULGAÇÃO

REPRODUÇÃO

Carcaterísticas como motor potente e transmissão manual fazem a alegria dos amantes de esportivos

Câmeratraz recursos comoflash inteligente

A partir do dia 1° de abril,Tetsuo Iwamura, atual presi-dente da Honda do Brasil e daHonda South America (HSA),assume os cargos de COO(Chief Operating Officer) paraoperações regionais na Amé-rica do Norte; presidente eCEO (Chief ExecutiveOfficer) da American HondaMotor Co.; e presidente e di-retor da Honda North America,tendo pela frente um grandedesafio num dos maiores mer-cados mundiais.

Nestes quatro anos em queesteve no comando da HondaSouth America, Tetsuo Iwa-mura liderou a companhia emgrandes conquistas, como aconsolidação da Honda Auto-móveis no mercado nacional,

colocando o Honda Fit na li-derança de seu segmento efazendo do New Civic suces-so absoluto; levou a MotoHonda da Amazônia a obternúmeros recordes de produçãoe vendas; e ampliou as expor-tações de ambas as empresas,contribuindo para que os pro-dutos Honda atingissem umnúmero cada vez maior de pa-íses em todos os continentes.

O sucessor de TetsuoIwamura na presidência e di-reção da Honda South Ameri-ca e da Honda Brasil é o japo-nês Sho Minekawa, executivoque iniciou carreira na HondaMotor Co. (Japão) em 1978.Nos últimos quatro anos, vemdedicando-se ao comando daGuangzhou Honda Automobile

Co. Ltd., estabelecida na Chi-na em 1998.

Atualmente, a Unidade chi-nesa é responsável pela fabri-cação dos modelos HondaAccord, Honda Odyssey,Honda Fit e Honda City, pos-sui duas plantas com capaci-dade produtiva de 360 mil au-tomóveis por ano e conta com5.100 colaboradores.

Ao assumir a presidênciada Honda South America, ShoMinekawa comandará as ati-vidades no continente e, noBrasil, estará à frente das em-presas do Grupo Honda, en-tre as quais estão a MotoHonda da Amazônia, HondaAutomóveis do Brasil, Con-sórcio Nacional Honda e Ban-co Honda.

NEGÓCIOS

Honda South America anuncia novocomando em suas atividades

“ P r o d u t o spara uma vida emequilíbrio”. Estefoi o conceito ado-tado pela Apex-Brasil (Agênciade Promoção deExportações e In-v e s t i m e n t o s )para o PavilhãoBrasil montadona 32ª edição daFoodex Japan, Feira de Ali-mentos e Bebidas do Japão.Com o da Agência, 60 empre-sas brasileiras participaram doevento que aconteceu em Tó-quio entre os dias 13 e 16.

A estimativa é que as em-presas presentes fechem ne-gócios no valor de U$ 30 mi-lhões nos doze meses subse-qüentes à feira. A participaçãona Foodex faz parte da estra-

tégia da Apex-Brasil para am-pliar a presença brasileira nomercado japonês.

Segundo a gestora de Pro-jetos da Apex-Brasil, SilviaLima, incentivar a participaçãode empresas brasileiras naFoodex tem o objetivo de in-crementar a relação comerci-al entre os dois países. Ela ex-plica que neste ano, a partir deum estudo sobre o mercado

nipônico, foi criado um conceitopara aproximar os produtosbrasileiros do consumidor japo-nês.

Silvia diz que o direciona-mento estratégico 2007-2010da Apex-Brasil define o Japãocomo mercado prioritário paradiversos setores, como, porexemplo, os de bebidas e ali-mentos.

O ministro da Agricultura,Luís Carlos Guedes, estevepresente na abertura do even-to. “O centenário da imigraçãojaponesa no Brasil, comemo-rado em 2008, será mais umaoportunidade de estreitar oslaços entre os dois países nasáreas econômica, política e cul-tural”, disse o ministro. Tam-bém esteve na solenidade oembaixador do Brasil no Japão,André Amado.

FOODEX 2007

Apex leva produtos brasileiros ao Japão

Evento traz como conceito vida em equilíbrio

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Page 11: AGENDA Parque Centenário é lançado em€¦ · tos e acontecem das 14 às 16h30. Local: Rua São Joa-quim, 381, 1º andar, sala 11 (prédio do Bunkyo). Informa-ções pelo tel.:

São Paulo, 17 de março de 2007 JORNAL NIPPAK 11

Acategoria pré-infantildo Nippon Blue Jaysconquistou o bicampe-

onato do Torneio Início de Bei-sebol Interclubes ao derrotar,na final, a equipede Ibiúna por9 a 5. A competição, que che-gou à sua décima edição, foidisputada no último final desemana no CT Yakult/CBBS,em Ibiúna (SP).

Márcio Yoshiake Uehara,do Nippon, foi eleito o MelhorJogador do Campeonato, en-quanto que Alex Ryu Hiraga,de Maringá, levou o prêmio deJogador Mais Esforçado.

Para o técnico do NipponBlue Jays, Lindolfo Uehara, “ébom começar a temporadaganhando um título e sabemosque ainda podemos melhorarmais para as próximas compe-tições”. “Não poderia deixar deagradecer o apoio de nossosdirigentes e pais, que nos aju-daram, e muito, a chegar a estaconquista”, destacou.

Já o treinador de Ibiúna,Ernesto Takafuji, disse queestava satisfeito com o vice-campeonato. “Sinceramentenão esperávamos chegar àdecisão do título. E, apesar daderrota na final, temos que terorgulho do que apresentamosneste campeonato. Com ape-nas um jogador do último anonesta categoria, tenho confian-ça de que este time pode me-lhorar bastante para o restan-te desta temporada e tambémpara a próxima”, comentouTakafuji.

Escalações iniciais dosfinalistas (ordem de rebatedo-res):Nippon Blue Jays - Victor

Massao Houra (arremessa-dor), Leonardo Hideki Tibana(1a-base), Marcio YoshiakeUehara (3a-base), EduardoMiura Bispo (receptor), LucasTsukamoto Gulmir (jardineiro-central), Rodrigo HidemoriMafoei (2a-base), DanielAkira Chibana (jardineiro-es-querdo), Kevin YafussoSunahara (jardineiro-direito) eDiego Yuji Uehara (interbases)- Técnico: Lindolfo Uehara.

Ibiúna - Nicholas Koiti Ito(jardineiro-central), FernandoSatoshi Takafuji (3a-base),Lucas Eiji Sakay (interbases),Victor Hiroshi Doi de Moura(arremessador), Douglas Ka-neko Silva de Oliveira (jardi-

Com uma vitória sobre In-daiatuba por 12 a 10 (5 a 3 napenalidade) a equipe do Shidafaturou o título do 15º Campe-onato Brasileiro de BeisebolInterclubes Pré-Veteranos (34anos), competição disputadano último final de semana (10e 11), em São Paulo.

“Ganhou o coletivo. Nãoteve um atleta que se desta-cou individualmente, o timenão dependeu apenas de umou dois jogadores. Pela primei-ra vez vi um trabalho de equi-pe mesmo. E também destacoa superação de ambas as equi-pes finalistas. Fez muito calore jogar quatro partidas em doisdias não foi fácil”, comentou oarremessador do Shida Clau-dio Yoshioka.

O arremessador canhotoKoojiro Takahashi, do Shida,

acabou eleito pela ComissãoTécnica da competição o Me-lhor Jogador do Campeonato,enquanto que seu companhei-ro de time Sílvio Shimazaki fa-turou o prêmio de JogadorMais Esforçado.

CLASSIFICAÇÃO FINALCampeão - ShidaVice-campeão - Indaiatuba3º lugar - Coopercotia4º lugar - Nippon Blue Jays

RESULTADOSFase Classificatória

Sábado - 10/03Grupo A (Bom Retiro)

Indaiatuba 9 x 8 ShidaKinko 3 x 13 ShidaKinko 9 x 5 Indaiatuba

Grupo B (Gigante)Anhanguera 1 x 19 Cooperco-tiaAnhanguera 1 x 10 NipponBlue JaysCoopercotia 2 x 12 NipponBlue Jays

Fase FinalDomingo - 11/03

SemifinaisShida 10 x 7 CoopercotiaNippon Blue Jays 2 x 7 Indai-atuba

FinalShida 12 x 10 Indaiatuba (pe-nalidade - 5 x 3)

BEISEBOL/PRÉ-VETERANOS

Shida fatura o CampeonatoBrasileiro Interclubes

Equipe campeã bateu Indaiatuba na final por 12 a 10

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BEISEBOL/PRÉ-INFANTIL

Nippon Blue Jays começa atemporada com título

neiro-esquerdo), Márcio Keni-chi Tsuchinashi Ito (receptor),Edgar Galdino Vieira (1a-base), Thiago Ryuiti Yaginuma(2a-base) e Raphael LibanioUrushimoto (jardineiro-direito)- Técnico: Ernesto Takafuji.

TABELA DE JOGOSFase Final

11/03 - DomingoOuro/Prata (campo 3)Ibiúna 9 x 1 P. Prudente (Se-mifinal Ouro)Marília 14 x 0 Gecebs (Semi-final Prata)Ibiúna 5 x 9 Nippon Blue Jays(Final Ouro)

Ouro/Prata (campo 4)N. Blue Jays 14 x 1 Maringá

(Semifinal Ouro)Guarulhos 0 x 3 Mirandópolis(Semifinal Prata)Marília 8 x 2 Mirandópolis (Fi-nal Prata)

Bronze (campo 5)Nikkei Curitiba 5 x 4 Atibaia(Semifinal Bronze)Birigui 0 x 6 Jales (SemifinalBronze - WO)Nikkei Curitiba 4 x 2 Jales (Fi-nal Bronze)

Incentivo (campo 2)Naviraí 5 x 8 São Bernardo(Semifinal Incentivo)Gigante 4 x 5 Coopercotia (Se-mifinal Incentivo)São Bernardo 3 x 16 Cooper-cotia (Final Incentivo)

Equipe campeã mostrou entrosamento e categoria ao chegar ao título em Ibiúna

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A primeira tacada doano da Federação Paulis-ta de Golfe (FPG) aconte-ce na próxima sexta-feira(23). Até domingo (25), noArujá Golfe Clube, serárealizado o campeonatoBandeirantes de Golfe. Naprimeira vez em que rece-be um torneio válido parao ranking nacional, o clubecontará com a presençados melhores atletas daatualidade, como RogérioBernardo, Everton L. Sil-va, Eduardo Pesenti, entreoutros.

Segundo o presidentereeleito da federação Már-cio Mendes de Melo, o objeti-vo de seu mandato é contribuirpara o “crescimento e conso-lidação do esporte no Estadode São Paulo”. “Ações juntoao público não praticante eprojetos que dêem maior visi-bilidade ao golfe estão entre asnossas prioridades”, explica.

Até o término do mandatoem 31 de dezembro de 2008, adiretoria tem como principaismetas estimular o desenvolvi-mento das categorias juvenil einfanto-juvenil, fortalecer afunção social do golfe por meiode iniciativas que captem re-cursos para projetos sociais eeducacionais, e criar um “seloverde” para credenciar em-

presas que organizam eventosdo esporte.

Fundada em 8 de março de1973, a FPG é a maior entida-de da modalidade no País. Afederação conta com 38 clubese cerca de 5.000 golfistasfiliados. Em 2000, criou o pri-meiro campo público do espor-te em área privada no Brasil.Neste ano, iniciará o ProjetoGolfe nas Escolas, que preten-de aumentar o número de pra-ticantes nas categorias infantil(4 a 7 anos), pré-juvenil (8 a 13anos) e juvenil (14 a 17 anos)no Estado de São Paulo. Commetodologia aplicada em outrospaíses, o projeto é destinado aescolas públicas e privadas.

GOLFE-1

Campeonato Bandeirantescomeça no próximo dia 23

Rogério Bernardo em ação

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O PlayGolf foi premiadopela Federação Paulista deGolfe no último dia 5 pela con-tribuição de seu trabalho emprol do desenvolvimento dogolfe brasileiro. O PlayGolf foipioneiro em apresentar clínicasde golfe através da TV Gaze-ta e desenvolver junto com a

GOLFE 2

PlayGolf recebe prêmio daFederação Paulista

O produtor do PlayGolf, Mario Jun recebe o prêmio das mãos dopresidente da CBG, Álvaro de Almeida

USP, o primeiro estudo biome-cânico do golfe no Brasil.

Hoje, o PlayGolf realizaproduções para projetoscorporativos e reportagenspara a Argentina, além de pos-suir uma loja de equipamentos(PlayGolf Pro Shop), na Flórida(EUA).

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A Olympikus, marca ofici-al do Comitê Olímpico Brasi-leiro (COB) desde 1999 e pa-trocinadora dos Jogos Pan-americanos Rio 2007, buscoua inspiração na natureza, umdos ícones do país, para vestira Delegação Brasileira nos Jo-gos, entre os dias 13 e 29 dejulho. Os uniformes foramapresentados no último dia 13,em um desfile com atletas noHotel Copacabana Palace, noRio de Janeiro. Estiveram pre-sentes, entre outros atletas, omesa-tenista Hugo Hoyama ea triatleta Mariana Ohata.“Gostei muito, principalmentedo de pódio. Espero poder usá-lo com a medalha de ouro nopeito. São confortáveis e agra-dáveis de usar”, aprovou Ho-yama, que desfilou com o uni-forme que será utilizado naVila Pan-Americana e com ode premiação.

A maior participação doBrasil em um evento multies-portivo também merecerá umaprodução em quantidade re-corde. A Olympikus produziráem torno de 70 mil peças, en-tre roupas e calçados de Vila,treino, competição e pódio paraatender os cerca de 970 mem-bros da Delegação que repre-sentará o país. Cada integran-te da Missão Brasileira rece-berá um enxoval de 70 peças.

A linha de uniformes foi ins-pirada na natureza do Brasil, oque fica evidente em peças deesportes como atletismo, ciclis-mo, pentatlo moderno e triatlo,

com imagens que lembramgalhos de uma árvore, mastambém podem ser interpreta-das como as artérias que aju-dam a suprir o corpo dos atle-tas com o oxigênio necessáriopara cumprir o esforço a quesão submetidos durante ascompetições.

Números dos uniformes daDelegação Brasileira:

Vila, pódio e treino - 58.200peçasCompetição - 7.500Calçados - 4.500 pares (3.000tênis e 1.500 sandálias)Meias - 6.000 paresMochilas - 1.200Mala de viagem - 1.200Bonés - 2.400T-Shirts - 8.000Agasalhos - 2.400Shorts - 4.800

JOGOS PAN-AMERICANOS

COB apresenta uniformes paraos Jogos Pan-Americanos

Hugo Hoyama apresentou uniforme que será usado na Vila

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Mariana Ohata mostra maiô

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12 JORNAL NIPPAK São Paulo, 17 de março de 2007

Uma música japonesatocando numa rádiobrasileira, a princípio,

pode causar surpresa, curiosi-dade, estranhamento, entreoutras reações do público.Mas se a canção á a preferidados ouvintes por mais de trêssemanas, é porque, definitiva-mente, caiu no gosto popular.Batendo nomes consagradoscomo Nelly Furtado, GeorgeBenson e Lisa Stansfield, ogrupo Shanadoo, do Japão, éresponsável pela música“Guilty of Love”, em primeirolugar na rádio Antena 1 FM.

Segundo o coordenador ar-tístico da emissora, ValterScalisse, “Guilty of Love” –cantada em japonês e com tre-chos em inglês - agradou osouvintes porque é contempo-rânea. “O público gosta denovidades. Todos os dias, nos-sa equipe faz pesquisa de mú-sicas nas rádios mundo afora.Além de facilitar a nossa bus-ca, a internet torna as pessoasmais receptivas a novos esti-los”, explica.

Prova disso, é a passagempela rádio, há alguns anos, desucessos da Holanda, da No-ruega e da Alemanha, além deoutra artista japonesa: UtadaHikaru. A produtora da Ante-na 1 FM, Luciana Cavalcanti,afirma que “as músicas estran-geiras de qualidade são sele-cionadas se tiverem o perfil darádio”.

O Shanadoo nasceu de umaseleção de jovens para um gru-po com fins promocionais cha-

MÚSICA

Grupo japonês Shanadoo chega ao primeiro lugarem rádio brasileira com música romântica

Formado para ser sucesso no mundo, grupo de japonesas conquista mercado brasileiro

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mado Vivace, que lançou trêscanções em álbuns de compi-lações no Japão. Com a saídade uma das meninas, o grupopassou por reformulação doprodutor alemão David Bran-des para a entrada na Europa.Hoje, o Shanadoo conta com avocalista Marina Genda, alémdas integrantes da formaçãooriginal Manami Fuku, ChikaShibuya e Junko Fukuda.

“Para para” - Apesar dadança no vídeo do primeiro hitdo Shanadoo – King Kong –ser o “para para”, as demais

utilizadas pelo grupo não po-dem ser enquadradas no esti-lo. Essa é a opinião da coor-denadora da Associação Bra-sileira de Para Para, JaynanChristiane, que contrasta comgrande parte das informaçõessobre o grupo na mídia.

A origem do nome da dan-ça vem do cantarolar – o“para para para” dos japone-ses é equivalente ao “lá lá lá”do Brasil. Muitos jovens co-meçaram a fazer disputa decoreografias, o que impulsio-nou a popularidade do estilono Japão.

O para para nasceu a par-tir do Eurobeat – ritmo italia-no cantado em inglês - naspistas de dança das discote-cas do Japão. Algumas boa-tes passaram a gravar emvídeo as coreografias oficiais– as rotinas – e distribuir noslocais em que o Eurobeat eratocado. Assim, muitos artistascomeçaram a criar suas roti-nas e, no Japão, até persona-gens infantis como a HelloKitty e a turma do Mickeyutilizam a coreografia emapresentações.

(Gílson Yoshioka)

CULPADA POR AMAR

Sua mão é mais que mágicaSua voz, tão animadaSeus braços, tão atraentesNão consigo resistirEm um lugar onde não há ninguémA não ser nós doisVamos fugir daquiVamos jogar tudo foraE só a paixão na mala colocar

Sei que sou culpada por amarMas não vou me arrependerMeus sentimentos estão confusosApenas diga-me que sou culpada por amarA única coisa que pode me salvarÉ o seu amor tão carinhosoUm amor proibido, um amor sem razões

A paisagemque vimos juntosfoi tão lindaque quase choreitantas palavras a serem ditasmas sei o que quer me dizerporque conheço vocêmelhor que ninguém

Sei que sou culpada por amarMas não vou me arrependerMeus sentimentos estão confusosApenas diga-me que sou culpada por amarA única coisa que pode me salvarÉ o seu amor tão carinhosoUm amor proibido, um amor sem razões

Sei que sou culpada por amarMas não vou me arrependerMeus sentimentos estão confusosApenas diga-me que sou culpada por amarA única coisa que pode me salvarÉ o seu amor tão carinhosoUm amor proibidoSim, éramos culpados por amar

GUILTY OF LOVE

Your hand’s more than magicYour voice so excitingYour arms so invitingI can’t resistDaremo inaiBasho ni futariNukedaso yo jonetsu dake woKabanni tsumeteSubetewo sutete

I know i’m guilty of loveKokai wa demoShinaiyo kokoroga karamawariJust call me guilty of loveSukueruno wa mouAnatano yasahi ai dakeyoIkenai koi muchuna koi

KatayoseatteMitsumeta keshikiSuteki sugiteNakeruwaTsumaru kotobaIitainowaWakatteru anatanokotoItaihodo shitteirukara

I know i’m guilty of loveKokaiwa demoShinaiyo kokoroga karamawariJust call me guilty of loveSukuerunoa mouAnatano yasahi ai dakeyoIkenai koi muchuna koi

I know i’m guilty of loveKokaiwa demoShinaiyo kokoroga karamawariJust call me guilty of loveSukuerunoa mouAnatano yasahi ai dakeyoIkenai koiYes we were guilty of love

A soprano TomokoHirokawa será a atra-ção da 32º edição doConcerto aos Domin-gos, programado parao próximo dia 25.Acompanhada porWesly Martins La-cerda no piano, a can-tora deverá apresentarao público cerca dedez músicas.

Está é a segundaparticipação de To-moko no Concerto aosDomingos, mas a pri-meira como soprano. Aestréia aconteceu hácinco anos, quando ela se apre-sentou no evento como meio-soprano. “É um canto bem levee que me permite chegar atéao agudo”, afirma.

Tomoko começou a cantarhá mais de 25 anos, sendo nosúltimos oito anos como profis-sional. No domingo, ela irá in-terpretar canções comoIntorno all’idolo mio, Datempedte il legno infranto,Voi avette um cor fedele, Umbel di vedremo, Kono michi,Yoimachi gusa e Karamatsu.

O 32º Concerto aos Domin-gos é promovido pela Socieda-de Brasileira de Cultura Japo-nesa e de Assistência Social

(Bunkyo) e conta com o apoiocultural da Fundação KunitoMiyasaka, KTY, Panasonic,Sudameris, Toyota e Yakult.

O evento tem entrada fran-ca e será realizado a partir das11 horas no Auditório Peque-no do Bunkyo, localizado naRua São Joaquim, 381. Liber-dade.

32º CONCERTO AOSDOMINGOSQUANDO: 25 DE MARÇO (DOMINGO), ÀS

11 HORAS

ONDE: PEQUENO AUDITÓRIO DO BUNKYO

(RUA SÃO JOAQUIM 381, LIBERDADE)INFORMAÇÕES: 3208-5519ENTRADA FRANCA

CONCERTO

Soprano Tomoko Hirokawa édestaque no dia 25

A soprano Tomoko Hirokawa

JORNAL NIPPAK

Hoje (17), aconte-ce o “Baile dos Anos70” na AssociaçãoCultural e Esportiva deSantana (Acesa), tam-bém conhecido comoclube Kaikan. O even-to contará com um DJque tocará sucessosdas décadas de 60, 70,80 e 90, além de forróe bolero.

O ambiente serádecorado com ilumina-ção especial e contarácom hits que marca-ram época como “OsEmbalos de Sábado àNoite”.

No local, o públicoterá a disposição o ser-viço de bar onde aspessoas poderão petiscar umavariedade de salgadinhos, inclu-indo o hosomaki (bolinho prima-vera). As bebidas também

acompanham o clima da festa.“Serão servidas caipirinhas devodca e saquê, cuba e hi-fi”,destaca o presidente da Acesa,Celso Nagamine.

O baile acontece das 19 às24 hs. Os convites custam R$15, 00 (no local). Quem quisermais comodidade pode adqui-rir uma mesa com quatro lu-gares que será vendida a R$15,00.

O kaikan de Santana estálocalizado na Rua José Dantasde Magalhães Glória, 179 (tra-vessa da Av. Zumkeler) -Mandaqui, mais informaçõespelos números 9629-8819 (Cel-so), 9610-6991 (Kazuo) ou9241-7938 (Helena).

BAILE

Anos 70 agita hoje ClubeKaikan no bairro de Santana

Baile contará com ritmos variados

REPRODUÇÃO

As mais diversas ex-pressões de animais são fo-tografadas de uma manei-ra muito curiosa. Um closefeito no rosto destaca os“grandes” focinhos e olhosde cachorros, gatos, coe-lhos e hamsters. São ima-gens únicas e inusitadasque retratam expressõescomo: “quero colo” ou “ru-gas de preocupação” emuitas outras.

Uma forma particularde fotografar desenvolvidano Japão, em 1998 pelo ar-tista Yoneo Morita, quandocomeçou a focar em ani-mais. Assim, criou a mar-ca “Hanadeka”, que quer di-zer “nariz grande”. Muitos bi-chinhos, até mesmo uma tar-taruga, já passaram pelo ângu-lo das lentes de Morita. O re-sultado é o sucesso na terrados nipônicos e a reproduçãodesta técnica no mundo todo.Afinal, quem resiste as“carinhas de dó” dos modelosdas fotos.

E com essa conquista geraldo público, a qual esse estiloconseguiu, a On Line Editoraaproveita o gancho e lança o“Livro Ilustrado Bichinhos Ha-nadeka Club”, um álbum defigurinhas com esses bichinhosde amplas narinas. 32 páginascoloridas e recreativas divididaspor temas como “Vida de cão”e “Acho que vi um gatinho”para colecionar os retratos.

São 216 cromos diferentespara completar a coleção eilustrar as legendas dispostasem cada folha. Além disso, ascrianças também poderão en-contrar curiosidades sobre oreino animal. Uma publicaçãodivertida para entreter amolecada, enfeitar cadernos eagendas com as fotos repeti-das ou até mesmo trocá-lascom os coleguinhas.

Com distribuição nacional,o álbum custa R$4,50 (preçode banca), já os envelopes comquatro figurinhas, R$0,60 cada.É preciso ter sorte para nãotirar repetidas, mesmo assim,muitos pais não vão se negara desembolsar os “troquinhos”para seus filhos uma vez queas imagens agrada crianças eadultos.

REVISTA

Estilo “hanadeka” de fotoscompõe álbum de figurinhas

Capa do álbum “Bichinhos”

REPRODUÇÃO

TRADUÇÃO: LETÍCIA KUSHIDA