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AGG0115 GEOFÍSICA I Prof. Manoel S. D’Agrella Filho Monitores: Giovanni Moreira e Daniele Brandt

AGG0115 GEOFÍSICA I - USPeder/lab_paleoII.pdfMinerais magnéticos Diagrama ternário Nos vértices encontramos os minerais: Rutilo –TiO 2 Wustita –FeO Hematita –Fe 2 O 3 Quando

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  • AGG0115 – GEOFÍSICA I

    Prof. Manoel S. D’Agrella Filho

    Monitores: Giovanni Moreira e

    Daniele Brandt

  • Minerais magnéticosDiagrama ternário

    Nos vértices encontramos os minerais:

    Rutilo – TiO2

    Wustita – FeO

    Hematita – Fe2O3

    Quando caminhamos de baixo para

    cima no diagrama ternário, diminui a

    quantidade de ferro.

    As setas indicam o sentido de aumento

    no grau de oxidação, onde um íon

    ferroso (Fe2+) e um íon de Ti4+ são

    substituídos por dois íons férrico

    (Fe3+)

  • Minerais magnéticos

    A Wustita – FeO é constituída

    por um íon de Fe2+.

    A magnetita - Fe3O4 é

    constituída por 1 íon de Fe2+

    e dois íons de Fe3+

    A hematita – Fe2O3 é

    constituída por dois íons de

    Fe3+

  • Minerais magnéticos

    Duas séries de solução sólida são

    importantes:

    Série das Titanomagnetitas

    Série das Titanohematitas ou ilmeno-

    hematitas.

    A série das Pseudobroquitas é menos

    importante, pois os minerais desta série

    são paramagnéticos à temperatura

    ambiente e são raros na natureza.

  • Dependência do volume dos grãos

    Magnetização é a soma dos momentos

    magnéticos dividido pelo volume.

    Se a magnetização inicial for Mr(o), depois de um

    tempo t, a magnetização decai exponencialmente

    para Mr(t), de acordo com a equação:

    Mr(t) = Mr(o) exp (-t/)

    Onde é chamado de tempo de relaxação do

    grão.

  • Dependência do volume dos grãos

    Mr(t) = Mr(o) exp (-t/)

    Para t = , Mr() = 1/e Mr(o)

    é o tempo para que a magnetização decaia para 1/e de Mr(o).

    Se é grande, a magnetização decresce devagar e a magnetização é estável.

    representa a probabilidade que um grão tem de que a sua energia térmica seja suficiente para superar a energia magnética.

  • Dependência do volume dos grãos

    O tempo de relaxação depende das

    propriedades do grão magnético e é dado por:

    = (1 / o) exp (V Ku / K T)

    o – está relacionado com a freqüência de

    vibração da rede cristalina e apresenta um valor

    alto: ~ 108-1010 s-1.

    Ku – depende das propriedades magnéticas dos

    grãos

  • Dependência do volume dos grãos

    Esta teoria se aplica para grãos pequenos e que

    são uniformemente magnetizados.

    = (1 / o) exp (V Ku / K T)

    Devido à variação exponencial, o tempo de

    relaxação varia rapidamente com a mudança

    do volume V e da temperatura T.

  • Dependência do volume dos grãos

    Grãos muito pequenos, abaixo de um valor crítico,

    exibem um comportamento instável, o qual é chamado

    de superparamagnetismo.

    Neste caso, o tempo de relaxação, o qual depende

    exponencialmente do volume V, é baixo, < 100 s.

  • Dependência do volume dos grãos

    Acima do valor crítico, a magnetização se torna

    estável, pois o tempo de relaxação aumenta

    exponencialmente com o volume e se torna

    rapidamente grande.

    Estes grãos estáveis formam os chamados

    grãos de Domínios Simples (SD)

  • Partículas de Domínio Simples - SD

    Quando a energia magnética (VKu) de um grão é maior que a energia térmica (KT), o grão se torna uniformemente magnetizado como um grão de Domínio Simples (SD).

  • Magnetização Remanente das Rochas

    Toda rocha contém uma pequena porcentagem

    de minerais magnéticos que apresentam a

    capacidade de adquirir magnetização remanente.

    A magnetização de uma rocha é chamada de

    Magnetização Remanente Natural (MRN).

    A MRN pode ser composta por uma ou mais

    componentes que foram adquiridas de diferentes

    maneiras e em diferentes épocas.

  • Magnetização Remanente das Rochas

    A MRN pode ser composta pela magnetização adquirida durante a sua formação (Magnetização Remanente Primária – MRP) e por magnetizações posteriores (Magnetização Remanente Secundária – MRS) em decorrência de processos físicos e químicos.

    Exemplos de magnetização primária:

    MTR (TRM) – Magnetização termoremanente –resfriamento da lava.

    MRD (DRM) – magnetização remanente deposicional.

    Exemplos de magnetização secundária:

    MRQ (CRM) – magnetização remanente química –alterações químicas durante a diagênese ou intemperismo.

  • Magnetização Termoremanente - TRM

    A MTR é a mais importante magnetização que ocorre nas rochas ígneas e nas rochas metamórficas de alto grau.

    As rochas ígneas se solidificam a temperaturas acima de 1000˚C. Nestas temperaturas, os grãos magnéticos já estão desenvolvidos, mas a temperatura dos grãos está bem acima da temperatura de Curie, que para a magnetita é de 580˚C e para a hematita é de 675˚C.

    Os momentos magnéticos atômicos flutuam de forma caótica e temos o comportamento paramagnético.

    Quando a rocha se esfria e passa pela temperatura de Curie dos minerais ‘ferromagnéticos’, aparece uma magnetização espontânea.

  • Magnetização Termoremanente - TRM

    Entretanto, nesta temperatura, a energia térmica é mais forte que a energia magnética (tempo de relaxação baixo) e a magnetização é instável –superparamagnetismo.

    = (1 / o) exp (V Ku / K T)

    Vai chegar uma temperatura em que o tempo de relaxação () aumenta muito fazendo com que a magnetização espontânea fique bloqueada. Esta temperatura é chamada de Temperatura de Bloqueio – TB.

  • Magnetização Termoremanente - TRM

    = (1 / o) exp (V Ku / K T)

    A Temperatura de bloqueio depende do tipo de

    mineral magnético, das propriedades magnéticas

    associadas e do volume do grão.

    Como a rocha contém grãos de tamanhos e

    formas diferentes, ela terá um espectro de

    temperaturas de bloqueio.

  • Magnetização Termoremanente - TRM

    Como a rocha se resfria na presença do campo magnético terrestre, ela adquire uma magnetização que registra a direção deste campo.

    Ao passar pelas temperaturas de bloqueio dos grãos magnéticos, os momentos magnéticos são bloqueados na direção do campo na época.

  • Magnetização Remanente Deposicional - DRM

    A DRM é adquirida durante a deposição dos sedimentos em fundos de lagos, rios e oceanos.

    Durante a deposição, forças mecânicas competem com forças magnéticas que tentam produzir um alinhamento das partículas magnéticas na direção do campo atuante.

    O alinhamento é estatístico.

  • Magnetização Remanente pós-Deposicional pDRM

    A pDRM é formada por minerais magnéticos de granulação fina aprisionados nos espaços de poros de sedimento aquoso.

    Estas partículas vão se orientar na direção do campo pela agitação destas partículas em suspensão – movimento Browniano das moléculas de água, as quais continuamente colidem ao acaso com as partículas nos espaços dos poros, o que produz um alinhamento estatístico das partículas na direção do campo atuante.

    Experimentos mostram que a pDRM pode representar um registro correto do campo, sem apresentar erros de inclinação.

  • Magnetização Remanente Química MRQ - CRM

    A MRQ ocorre quando um mineral sofre uma

    alteração química ou quando um novo mineral

    magnético é formado autigenicamente.

    Exemplo: formação de hematita através de

    magnetita.

    Representa uma magnetização secundária, a

    menos que a alteração tenha ocorrido logo após a

    formação da rocha.

  • Magnetização Remanente Isotérmica MRI - IRM

    A MRI corresponde a uma magnetização

    induzida na rocha pela aplicação de um campo

    magnético a temperatura constante.

    Exemplo na natureza – incidência de raios.

  • Magnetização Remanente Isotérmica MRI - IRM

    A MRI pode ser também induzida

    no laboratório para identificar os

    minerais magnéticos na rocha.

    A figura mostra dois exemplos de

    indução indicando em (a) a

    presença de magnetita e hematita e

    em (b) a presença de pirrotita e

    hematita.

  • Magnetização remanente Isotérmica - MRI

    O procedimento para obter Curvas de aquisição de MRI consiste

    em submeter a amostra a etapas sucessivas de indução em

    campos magnéticos crescentes medindo-se a magnetização após

    cada etapa de indução.

    Equipamento utilizado

  • Magnetização Remanente Viscosa MRV - VRM

    Como em um processo estatístico, há uma

    probabilidade de que os momentos magnéticos

    percam a magnetização anterior e se alinhem na

    direção de um campo aplicado, durante o tempo.

    Mr(t) = Mr(o) exp (-t/)

    Os grãos com magnetização mais instável serão

    os mais afetados neste processo. A magnetização

    que se origina é chamada de magnetização

    remanente viscosa e aumenta de forma

    logarítmica com o tempo.

  • Magnetização Remanente Viscosa MRV - VRM

    Normalmente, a MRV tem a direção do campo

    atual;

    É sempre uma magnetização secundária;

    Pode mascarar a magnetização original;

    Técnicas de desmagnetização conseguem

    eliminar facilmente este tipo de magnetização.

  • Magnetização

    A magnetização total da rocha é a soma da

    magnetização induzida e a magnetização

    remanente:

    Mt = Mi + Mr

  • Estudo paleomagnético O paleomagnetismo consiste no estudo de uma formação

    geológica ou um enxame de diques ou sills que cubra um intervalo de tempo de, pelo menos, algumas dezenas de milhares de anos, para eliminar a variação secular do campo geomagnético.

    Várias amostras são extraídas de cada sítio de amostragem, o qual pode representar um nível sedimentar, um dique, um sill ou derrame de lava.

    Coleta-se várias amostras de um sítio para eliminar erros experimentais e de amostragem (orientação das amostras).

    As amostras são cortadas em espécimes de 2,5 cm de diâmetro por 2,2 cm de altura e submetidas aos tratamentos de laboratório.

  • Amostragem de cilindros orientados

  • Amostragem

  • As amostras cilíndricas de 2,5 cm de diâmetro são cortadas em espécimes por 2,2 cm de altura, remarcadas e submetidas aos tratamentos de laboratório.

  • Identificação de componentes de magnetização

    A magnetização remanente natural da rocha (MRN) pode

    ser composta por uma magnetização adquirida durante a

    sua formação (MRP) e por outras magnetizações

    adquiridas posteriormente, as quais são denominadas de

    magnetizações secundárias (MRS).

    Normalmente, estas componentes estão associadas a

    conjuntos de grãos com coercividades e/ou temperaturas

    de bloqueio distintos. Existem dois processos de

    laboratório usados para separar componentes de

    magnetização adquiridas pelas rochas:

    1- Desmagnetização por campos magnéticos alternados;

    2- Desmagnetização térmica.

  • Desmagnetização por campos magnéticos alternados

    Este processo consiste em submeter a amostra a um campo magnético alternado de pico H, que decai linearmente a zero, na ausência de campo magnético externo (isto é, o campo magnético da Terra é eliminado por escudos magnéticos).

    Em alguns aparelhos, o espécime de rocha gira em torno de dois eixos perpendiculares entre si.

    Todos os grãos com coercividades menores ou iguais a H serão afetados pelo campo magnético de forma a tornar suas magnetizações aleatórias, isto é, todos os grãos com coercividades menores ou iguais a H serão desmagnetizados neste processo.

    Como a rocha possui um espectro de coercividades, o aumento progressivo do campo magnético aplicado faz com que magnetizações com coercividades progressivamente maiores sejam desmagnetizadas.

  • Desmagnetização por campos magnéticos alternados

    O campo alternado de

    60 Hz é aplicado na

    amostra e magnetiza os

    grãos com coercividades

    menores que H, de

    forma aleatória,

    desmagnetizando assim

    a amostra.

  • Desmagnetização por campos magnéticos alternados

  • Desmagnetização Térmica

    Consiste em submeter a amostra a uma determinada temperatura (T) na ausência de campo magnético externo e esfriá-la em seguida.

    Todos os grãos com temperaturas de bloqueio (TB) menores ou iguais a T terão tempo de relaxação () menores que o tempo de experimento e serão superparamagnéticos.

    Neste caso, na ausência de campo magnético externo, não há preferência na orientação dos momentos magnéticos e a magnetização total para estes grãos será nula.

    Como a rocha possui um espectro de temperaturas de bloqueio, o aumento progressivo da temperatura faz com que magnetizações com temperaturas de bloqueio progressivamente maiores sejam desmagnetizadas de forma similar a aplicação da desmagnetização por campos magnéticos alternados (CA).

  • Forno utilizado para a Desmagnetização Térmica

  • Medida da magnetização

    Após cada etapa de desmagnetização a magnetização da amostra (cilindro de 2,5 cm de diâmetro por 2,2 cm de altura) é medida em um aparelho chamado de magnetômetro.

    No magnetômetro tipo rotativo (‘spinner’), a mostra gira e o sensor mede a magnetização no plano horizontal. Após a medida da amostra em várias posições, o vetor magnetização da amostra pode ser determinado, isto é, sua declinação (Dec), inclinação (Inc) e intensidade (I).

  • Magnetômetro Spinner da Molspin

    No magnetômetro tipo rotativo (‘spinner’), a

    mostra gira e o sensor mede a magnetização no

    plano horizontal. São realizadas 128 medidas a

    cada giro de 360 da amostra.

  • Medidas realizadas

    Pode-se realizar a medida da amostra em até

    seis posições (figura da direita) e em cada posição, são fornecidas as intensidades nas

    direções norte (N) e leste (E) no plano horizontal, além intensidade total (I) e da

    declinação em relação a direção norte. Na tela aparecem também as componentes X,

    Y e Z do vetor no espaço.

  • FIM