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UNIVERSIDADE C DEPARTAMEN AGREGADOS DE E FEDERAL DO RIO GRANDE DO CENTRO DE TECNOLOGIA NTO DE ENGENHARIA DE MATE BRUNO SILVA SOBRAL E RCD: CARACTERIZAÇÃO E EST APLICAÇÕES Natal 2019 NORTE ERIAIS TUDO DE

AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

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Page 1: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

UNIVERSIDADE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

BRUNO SILVA SOBRAL

AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE

APLICAÇÕES

Natal

2019

FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE

Page 2: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

BRUNO SILVA SOBRAL

AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE

APLICAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Engenharia de

Materiais, do Centro de Tecnologia da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como parte dos requisitos para

obtenção do título de bacharel em

Engenharia de Materiais.

Orientador: Prof. Dr. Marciano Furukava

Natal

2019

Page 3: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinôco - CRB-15/262

Sobral, Bruno Silva.

Agregados de RCD: Caracterização e estudo de aplicações /

Bruno Silva Sobral. - 2019.

44f.: il.

Monografia (Graduação)-Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia de Materiais,

Natal, 2019.

Orientador: Dr. Marciano Furukava.

1. Resíduos da construção civil (RCD) - Monografia. 2.

Agregado Graúdo - Monografia. 3. Caracterização - Monografia.

4. Resíduo - Monografia. I. Furukava, Marciano. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 628.4.036

RN/UF/BCZM CDU 626.21

Page 4: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

FOLHA DE AVALIAÇÃO OU APROVAÇÃO

Assinaturas dos membros da comissão examinadora que avaliou e aprovou a

Monografia do(a) candidato(a)_______________________________________,

realizada em ___. ___ .______.

BANCA EXAMINADORA: __________________________________ Prof. Dr. Marciano Furukava - Orientador

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

__________________________________

Prof. Dr. Claudio Romero Rodrigues de Almeida – Avaliador 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

__________________________________

Mestre Márcio Furukava - Avaliador 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFERSA)

Page 5: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos

meus pais, ao Davi e aos

meus amigos pela

compreensão, carinho e

apoio incansável.

Page 6: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

AGRADECIMENTOS

Ao Rei dos Reis;

Aos meus pais, Ana Maria Soares e Marconi Freire que tanto lutaram

pela minha educação;

Ao meu irmão Davi;

Ao Prof. Dr. Marciano Furukava, pela disponibilidade em auxiliar a

realização deste trabalho;

Ao técnico do Laboratório de Metais e Ensaios Mecânicos, Hudson

Rafael Pereira Diniz, pelos ensinamentos durante todo período em que estive

como estagiário e bolsista de extensão;

Ao técnico do Laboratório de materiais de construção, Sandro Andrade,

pela disposição e paciência;

As discentes, Aline Schön e Yasmim Gomes pelo companheirismo e

compartilhamento de conhecimento, que nunca negaram um apoio durante

minha trajetória acadêmica;

Aos discentes, Lucas Daniel, Edna Gomes, Beatriz Pinheiro, Patrícia

Merlim;

A todos os docentes que contribuíram na minha formação acadêmica.

Aos demais servidores que estiveram presentes na minha rotina

acadêmica.

Page 7: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

RESUMO

A construção civil tem grande representação no consumo de recursos naturais,

envolvendo indústrias que fabricam os materiais necessários para execução de

obras, também é responsável por grande parcela da geração de resíduos

sólidos. O descarte inapropriado dos resíduos gerados na construção e

demolição é um dos fatores que são discutidos em conferências e reuniões em

várias regiões do Brasil e do mundo. Diante desta situação surgem políticas de

gestão de resíduos da construção e demolição (RCD) que visam à reciclagem

e a redução da geração destes resíduos. Devido à heterogeneidade deste

material é necessária a caracterização dos agregados reciclados para o estudo

das possíveis aplicações. O objetivo deste trabalho é identificar possíveis

aplicações para agregados de RCD seguindo as exigências das normas.

Foram realizados ensaios em duas amostras (RCD1 e RCD2) ambos

agregados graúdos reciclados por uma usina instalada no Rio Grande do

Norte. Os resultados mostraram que as amostras não se enquadram em

aplicação como agregados para concreto estrutural ou não estrutural por não

atender o requisito de desgaste de abrasão, apresentando resultado superior a

50% de material desgastado, porém estes agregados podem ser aplicados em

obras de pavimentação, contra piso de interiores de unidades habitacionais,

fixação de tubulações e outras aplicações comumente utilizadas. As aplicações

em argamassas necessitam da realização de ensaios específicos para

aprovação nos requisitos exigidos por norma.

Palavras-chave: RCD; AGREGADO GRAÚDO; CARACTERIZAÇÃO;

RESIDUO.

Page 8: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

ABSTRACT

Civil construction has great representation in the consumption of natural

resources, involving industries that manufacture the materials needed to carry

out works, it is also responsible for a large portion of solid waste generation.

The inappropriate disposal of waste generated in the construction and

demolition is one of the factors that are discussed in conferences and meetings

in various regions of Brazil and the world. In the face of this situation arise

policies of construction and demolition waste management (RCD) aimed at

recycling and reducing the generation of this waste. Due to the heterogeneity of

this material it is necessary to characterize the recycled aggregates for the

study of possible applications. The objective of this work is to identify possible

applications for aggregates of RCD following the requirements of the standards.

Tests were carried out on two samples (RCD1 and RCD2), both of them

aggregates recycled by a plant installed in Rio Grande do Norte. The results

showed that the samples do not apply as aggregates to structural or non-

structural concrete because they do not meet the requirement of abrasion wear,

presenting a result of more than 50% of worn material, but these aggregates

can be applied in paving works, against interior flooring of housing units, pipe

fastening and other commonly used applications. Applications in mortars need

to carry out specific tests for approval in the requirements required by standard.

Keywords: RCD; AGGREGATE; DESCRIPTION; RESIDUE.

Page 9: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Variabilidade de agregados de RCD reciclados em Santo

André, SP (ÂNGULO, 2005)................................................................................. 8

Figura 2 – Normas técnicas relativas à reciclagem de RCD (MIRANDA,

ÂNGULO, CARELI, 2009, p. 58) .......................................................................... 10

Figura 3 – Esquema da metodologia empregada no trabalho .............................. 11

Figura 4 – Agregado graúdo (RCD1) ................................................................... 12

Figura 5 – Agregado graúdo (RCD2) ................................................................... 12

Figura 6 – Série de peneiras utilizadas no ensaio de granulometria .................... 14

Figura 7 – Recipiente utilizado para lavagem do agregado e aferição da

massa submersa .................................................................................................. 16

Figura 8 – Recipiente utilizado no ensaio para determinação de massa

unitária ................................................................................................................. 17

Figura 9 – Máquina de realização do ensaio de abrasão Los Angeles -

Tambor (ôco de aço) ............................................................................................ 21

Figura 10 – Carga abrasiva (esferas de fundição de material metálico) .............. 21

Figura 11 – Curvas granulométricas do agregado RCD1 ..................................... 23

Figura 12 – Curvas granulométricas do agregado RCD2 ..................................... 24

Page 10: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Frações de grãos por peneira ............................................................. 19

Tabela 2 – Parâmetros do ensaio de abrasão...................................................... 20

Tabela 3 – Análise granulométrica da amostra RCD1 ......................................... 22

Tabela 4 – Análise granulométrica da amostra RCD2 ......................................... 23

Tabela 5 – Diâmetro máximo de cada amostra .................................................... 24

Tabela 6 – Valores de massas (amostra seca, amostra na condição saturada

superfície seca, amostra em água saturada) ....................................................... 25

Tabela 7 – Valores calculados referentes à: massa específica do agregado

seco, massa específica do agregado na condição saturado superfície seca,

massa específica aparente, e absorção de água ................................................. 26

Tabela 8 – Massa unitária das amostras em estado solto ................................... 26

Tabela 9 - Índice de forma.................................................................................... 27

Tabela 10 – Dados do ensaio de abrasão ............................................................ 28

Page 11: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RCD – Resíduos de Construção e Demolição

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR – Norma Brasileira

NM – Norma Mercosul

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

RCD – Resíduos de Construção e Demolição

Page 12: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

1.1. Objetivos........................................................................................................... 2

1.2. Objetivos específicos ........................................................................................ 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 3

2.1. Resíduos da construção e demolição (RCD) .................................................... 3

2.2. Regulamentações, legislação e normas ........................................................... 4

2.3. Reciclagem dos RCD ....................................................................................... 6

2.4. Caracterizações dos agregados ....................................................................... 8

2.5. Destinação e reutilização.................................................................................. 9

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ....................................................................... 11

3.1. Materiais ........................................................................................................... 11

3.2. Caracterização ................................................................................................. 13

3.3. Análise granulométrica ..................................................................................... 13

3.4. Determinação de massa específica do agregado seco, massa

específica do agregado na condição saturado superfície seca, massa

específica aparente e absorção de água. .......................................................... 15

3.5. Massa unitária .................................................................................................. 17

3.6. Índice de forma pelo método do paquímetro .................................................... 18

3.7. Desgaste por abrasão ...................................................................................... 20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO22

4.1. Análise granulométrica ..................................................................................... 22

4.2. Determinação de massa específica do agregado seco, massa

específica do agregado na condição saturado superfície seca, massa

específica aparente e absorção de água. .......................................................... 25

4.3. Massa unitária .................................................................................................. 26

4.4. Índice de forma pelo método do paquímetro .................................................... 27

4.5. Desgaste por abrasão ...................................................................................... 28

5. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 29

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 30

Page 13: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

1

1. INTRODUÇÃO

A crescente demanda por construções gerada pelo crescimento populacional

ocasiona um grande volume de resíduos gerados pela construção civil e demolição –

RCD.

Neste cenário, dentre as indústrias que degradam o meio em que vivemos, a

indústria da construção destaca-se por ser responsável por 20 a 50% do total de

recurso naturais consumidos (SANTOS, 2007).

Os resíduos provindos principalmente da demolição apresentam uma

variedade de materiais que anteriormente estavam em aplicações distintas. São

materiais cerâmicos, poliméricos e metálicos, em concentrações diferentes reunidos

em um volume.

A maioria das usinas recicladoras de RCD, tanto no Brasil como em outros

países, basicamente utilizam os processos de britagem e peneiramento na produção

de reciclados, os principais produtos comercializados são agregados graúdos (acima

de 4,8mm), os agregados muitas vezes são descartados (HAWLITSCHE, 2014).

A viabilidade técnica de aproveitamento de um material em um processo de

reciclagem está condicionada às suas condições de preservação ou às suas

características. Desse modo, as matérias-primas secundárias (resíduos) devem ser

identificadas, classificadas, reduzidas (em volume, em forma física ou química) e

separadas (NAGALLI, 2014).

Este trabalho tem por finalidade caracterizar os materiais provenientes de

uma empresa recicladora de resíduos de demolição e analisar algumas das

possibilidades de aplicação, levantando em consideração a viabilidade econômica e

aprovação do material segundo as normas técnicas vigentes.

Page 14: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

2

1.1 OBJETIVOS

Caracterizar os materiais reciclados de resíduos da construção e demolição,

visando à utilização em aplicações com viabilidade econômica.

1.1.1 Objetivos específicos

- Caracterizar os materiais segundo normas da ABNT de ensaios para

agregados graúdos.

- Analisar as possibilidades de utilização dos materiais - RCD.

Page 15: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)

A construção civil no modelo atual em que é conduzida tem sido uma das

grandes geradoras de resíduos. No Brasil, onde a maioria dos processos

construtivos é essencialmente manual e cuja execução se dá praticamente no

canteiro de obras, os resíduos gerados além de serem prejudiciais ao meio

ambiente, ocasionam problemas relacionados à logística e prejuízos financeiros

(NAGALLI, 2014).

Algumas definições para resíduos da construção e demolição estão presentes

no meio acadêmico, segundo Ângulo (2000, p.8) considera-se RCD todo e qualquer

resíduo oriundo das atividades de construção, podendo ser de pequenas reformas,

demolição incluindo atividades de obras de arte, solos ou resíduos de vegetação

presentes em limpezas de terrenos.

Segundo Leite (2001), este material é definido como um resíduo que é

provindo de construções, reparos, reformas, e demolições de estruturas e estradas.

Apesar de diferentes definições, compreendemos que os materiais

provenientes de construção e demolição que não apresentam serventia no campo

de onde vieram são considerados resíduos, o (CONAMA, 2002) define de tal forma:

[...] são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de

obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação

de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos,

rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,

argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,

fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou

metralha.

Esses resíduos representam uma grande parcela da massa dos resíduos

sólidos urbanos, “uma estimativa aponta para um montante de 68,5 milhões de

toneladas por ano, visto que 137 milhões de pessoas vivem no meio urbano”

(ÂNGULO, 2005, p.1).

Page 16: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

4

2.2 REGULAMENTAÇÕES, LEGISLAÇÃO E NORMAS

Alguns encontros e congresso abordam a reutilização de resíduos, onde foram

desenvolvidas normalizações para a utilização de agregados provenientes dos

resíduos de construção e demolição (VIEIRA, 2003).

Em 2002 o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA estabeleceu

diretriz, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil

homologando a resolução nº 307 em 5 de julho do ano vigente.

No Brasil a regulamentação do CONAMA classifica os RCD da seguinte

forma:

a. Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais

como:

o de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de

outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de

terraplanagem;

o de construção, demolição, reformas e reparos de edificações:

componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento

etc.), argamassa e concreto;

o de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em

concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de

obras;

b. Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como

plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de

tintas imobiliárias e gesso;

c. Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas

tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua

reciclagem ou recuperação;

d. Classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais

como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou

Page 17: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

5

prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas

radiológicas, instalações industriais e outros bem como telhas e demais

objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à

saúde.

A regulamentação dessa resolução foi o primeiro passo para a reciclagem de

resíduos de construção no Brasil (VIEIRA, 2003).

As legislações referentes aos RCD ainda são pouco expressivas, no entanto, a

resolução nº 307 do CONAMA (2002), juntamente com a Lei 12.305/10 que institui a

Política Nacional dos Resíduos Sólidos (2010), são de extrema importância, pois

regulamentam definições nos aspectos que tangem os RCD, atribui

responsabilidades aos geradores, transportadores e gestores públicos,

estabelecendo ainda, critérios e procedimentos para gestão dos resíduos da

construção civil, assim como as ações necessárias à minimização dos impactos

ambientais (MORAND, 2016).

As normas técnicas que classificam as frações minerais do RCD resultam em

agregados reciclados com propriedades físicas e composição variável, além de que

na realidade nacional as fases classificadas visualmente pela catação nos agregado

de RCD reciclados também apresentam essa diversidade de propriedades físicas

(ANGULO, 2005).

A caracterização do RCD é obrigatória para definir onde esse material poderá ser

empregado e qual o tratamento que deve ser realizado para garantir uma

reutilização e reciclagem bem-sucedida (MORAND, 2016).

Page 18: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

6

2.3 RECICLAGEM DOS RCD

A reciclagem tornou-se uma necessidade nos últimos anos, sendo esta uma

medida constantemente defendida, não apenas por ambientalista, mas também por

empreendedores que vislumbram a rentabilidade dos materiais reciclados.

Em muitos países onde o uso dos agregados reciclados está inserido, foram

desenvolvidas propostas de especificação do material, garantindo a utilização desse

material da melhor forma (LEITE, 2001).

A utilização de reciclados dos resíduos em questão é uma alternativa para

economizar os recursos naturais utilizados como matéria-prima na construção civil,

além de ser uma possibilidade de redução nos custos de construção, reduzindo o

volume de descarte (LIMA E CABRAL, 2013)

A busca por maior produtividade demanda no canteiro de obras um ritmo

acelerado, sendo este um ambiente dinâmico que constantemente sobre

modificações devido o cronograma da execução dos serviços (SANTOS 2007).

Os resíduos da construção e demolição requerem tratamento para que

possam ser reciclados, já que a maioria dos geradores desses materiais dá pouca

importância ao quesito reciclagem, Nagalli (2014) ressalta que os materiais uma vez

misturados tornam-se de difícil separação, outro agravante são os materiais

“obsoletos” originados em processos construtivos antigos.

É notável que a grande quantidade de entulho gerado evidencie o desperdício

irracional de materiais, seja na extração, na logística até a sua utilização final do

canteiro de obra (HALMEMAN, SOUZA, CASARIN, 2010).

As discussões geradas sobre o grande volume de resíduos gerados pelo

setor da construção, descartados inadequadamente em locais não propícios para

esse fim, aos poucos esse tem tomado espaço no âmbito da política e da sociedade

em geral, vista a importância do tema e a conscientização ambiental (SILVA, 2009).

Na União Européia, da qual participam países como a Holanda, Dinamarca,

Alemanha apresentam índices de reciclagem desse resíduo entre 50% e 90%,

existem países com índices inferiores a 50%, como Portugal e Espanha (ANGULO,

2005, p.1).

No Brasil a reciclagem de RCDs iniciou-se nos anos 90 com as primeiras

usinas de reciclagem instaladas pelas prefeituras de São Paulo, SP (1991),

Page 19: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

7

Londrina, PR (1993), e de Belo Horizonte, MG (1994) (MIRANDA, ÂNGULO,

CARELI, 2009).

O pioneiro nos estudos sobre a reciclagem dos RCD no Brasil foi o arquiteto

Tarcisio de Paula Pinto, em 1986. Sua dissertação de mestrado abordou a utilização

de resíduos de construção na fabricação de argamassas (VIEIRA, 2003).

A reciclagem realizada usualmente nas usinas nacionais é composta

basicamente por operações de cominuição e de separação por tamanho, a

quantificação visual das fases presentes nos agregado nos oferece pouca

informação sobre a sua composição. A catação realizada manualmente dos

agregados graúdos pode resultar em agregados reciclados com teores de materiais

não minerai de até 3,5% de massa. Diferente das operações realizadas no exterior,

onde se utiliza-e a separação por via úmida, como os jigues (ÂNGULO, 2005).

Tanto no Brasil como em outros países que utilizam os RCD, envolve etapa

de britagem e peneiramento, sendo poucas as usinas que fazem o beneficiamento

mineral para a separação das fases inorgânicas.

Segundo Grigoli (2001), conforme citado por Vieira (2003) A reciclagem do

entulho, apesar de existirem técnicas mais sofisticadas tecnologicamente, pode ser

realizada com instalações e equipamentos de baixo custo, podendo até mesmo ser

realizada na própria obra que gera o resíduo, reduzindo uma significativa parcela de

atividades agregadas, como por exemplo, os custos com o transporte.

Page 20: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

8

2.4 CARACTERIZAÇÕES DOS AGREGADOS

Os resíduos de construção e demolição apresentam na sua grande maioria

uma heterogeneidade se tratando da variedade de materiais aplicados no campo de

obra. É comum designar esses materiais com o termo genérico caliça (ou entulho ou

metrala). A caliça é, portanto um conjunto de materiais, em geral não segregados.

(NAGALLI, 2014, p. 65).

Segundo Santos (2007) usualmente, a caracterização dos RCD é realizada

indicando a participação de diferentes fases de solo, rochas, concretos, argamassas,

cerâmicas, gesso, madeira, plásticos, metais, entre outros materiais.

A figura 1 apresenta dados coletados por Angulo (2005), o estudo realizado

mostra a variação das diversas fases presentes por caçamba, gerado por uma usina

de reciclagem situada na cidade de Santo André/SP.

Figura 1. Variabilidade de agregados de RCD reciclados em Santo André, SP (ANGULO, 2005).

Angulo (2005) sugere que a separação por densidade mostra ser um critério

mais interessante por se relacionar com as propriedades físicas dos agregados de

RCD reciclados, sua porosidade, e resistência mecânica e durabilidade dos

concretos.

Estes agregados reciclados são utilizados de acordo com suas propriedades

(granulometria, absorção de água, densidade, e outras), as quais, por sua vez, são

Page 21: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

9

determinadas pelo tipo de processamento à que são submetidas (HAWLITSCHEK,

2014)

2.5 DESTINAÇÃO E REUTILIZAÇÃO

Estudos relacionados ao uso dos agregados reciclados de resíduos de

construção e demolição (RCD) são relativamente antigos (Miranda, Angulo, Careli,

2009).

Segundo Lima e Santos (2013), no Brasil são muitos os trabalhos de

pesquisas tecnológicas envolvendo o uso sustentável de RCC que comprovam a

viabilidade técnica destes resíduos como agregado reciclado para a fabricação de

argamassas (ASSUNÇÃO; CARVALHO; BARATA, 2007), concretos (CABRAL,

2007), utilização em pavimentos (LIMA, 2008) e estruturas de solo reforçado

(SANTOS, 2007),(MIRANDA; ÂNGULO; CARELI, 2009) apresentam dados mais

antigos referentes ao uso de RCD, foram realizadas por Pinto (1986) em

argamassas, Bodi (1997) em pavimentos, Levy (1997) em argamassas e Zordan

(1997) em concretos.

Os estudos realizados visando à reciclagem dos RCD mostram-se bastante

concentrados na produção de agregados para a fabricação de concreto e para a

aplicação de pavimentação (SANTOS, 2007, p. XI).

Estes agregados reciclados são utilizados de acordo com suas propriedades

(granulometria, absorção de água, densidade e outras), as quais, por usa vê, são

determinadas pelo tipo de processamento à que são submetidas (HAWLITSCHEK,

2014).

A aplicação dos agregados de RCD em concretos é viável, inclusive em

fração miúda. Porém as normas que regulamentam o uso dos agregados de RCD

reciclados não são facilmente aplicadas nas usinas de reciclagem (ÂNGULO, 2005).

O material transformado em agregados pode ser utilizado em algumas

aplicações que já possuem normativas que regulamentam o uso, foram estas

elaboradas por Comitês Técnicos e publicadas pela ABNT (Figura 2).

Page 22: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

10

Norma Nome

NBR 15113:2004 Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros –

Diretrizes para projeto, implantação e operação

NBR 15114:2004 Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes

para projeto, implantação e operação

NBR 15115:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução

de camadas de pavimentação – Procedimentos

NBR 15116:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização

em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos

Figura 2- Normas técnicas relativas à reciclagem de RCD (MIRANDA, ÂNGULO, CARELI,

2009, p. 58).

Segundo Morand (2016) por não haver um processo criterioso de separação

dos resíduos, agregados reciclados não apresentam homogeneidade de suas

características, de um modo geral quando mais adequado às normas tecnicas,

maiores serão as possibilidades de aplicações, por exemplo:

a) Preenchimento de rasgos de paredes para tubulações hidráulicas e

elétricas;

b) Fixação de caixas elétricas e tubulações;

c) Contra piso de interiores de unidades habitacionais;

d) Sistemas de drenagem (deve possuir alta permeabilidade para coletar e

transportar os efluentes gerados em uma velocidade maior que a de produção);

e) Aterramento de valetas junto ao solo;

f) Pavimentação;

g) Agregados para o concreto;

h) Agregados para argamassa.

Morand (2016) ressalta que: pavimentação, agregados para concreto e

agregados para argamassa ainda são as principais aplicações dos agregados

reciclados dos RCD.

Page 23: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

11

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL A metodologia utilizada neste trabalho seguiu o esquema do fluxograma

(Figura 3).

Resíduos da Construção civil e Demolição (RCD)

Usina de reciclagem

Caracterização

Análise

Aplicação

Granulometria

Desgaste de abrasão

Índice de forma

Massa unitária

Massas específicas

Absorção de água

Figura 3- Esquema da metodologia empregada no trabalho

3.1 MATERIAIS

Os Resíduos de construção e demolição caracterizados nesse trabalho são

provenientes da usina de reciclagem ECOBRIT localizada na região metropolitana

de Natal/RN nas proximidades da BR 406, situada na Avenida Ajemiro dos Santos,

1350 - Guajiru, São Gonçalo do Amarante - RN, 59290-413.

Para o desenvolvimento deste trabalho foram caracterizadas duas amostras

RCD1 e RCD2 (Figura 4 e Figura 5) respectivamente, de mesmo material

processado com faixa granulométrica distintas, sendo ambos agregados graúdos

segundo a norma ABNT NBR NM 248.

Segundo a Resolução CONAMA 307, as amostras são classificadas na classe A.

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12

Figura 4 – Agregado graúdo (RCD1)

Figura 5 – Agregado graúdo (RCD2)

Page 25: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

13

3.2 CARACTERIZAÇÃO

A caracterização dos materiais foi realizada no Laboratório de Materiais de

Construção - LMC da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, localizado no

Núcleo de Tecnologia Industrial (NTI).

Os ensaios foram regidos segundo a norma ABNT NBR 7211 - Agregados para

concreto – Especificação, que determina quais ensaios devem ser realizados

especificamente para obtenção de características dos agregados, sendo estas

exigidas para agregados destinados à aplicação em concreto de cimento Portland,

para realização dos ensaios seguintes, os agregados foram secados em estufa à

100°C por 24 h.

Os ensaios realizados na caracterização dos materiais foram:

• Granulometria (ABNT NBR NM 248)

• Massa específica do agregado seco,massa específica do agregado na

condição saturado superfície seca, massa específica aparente e

absorção de água.(ABNT NBR NM 53:2003)

• Massa unitária (ABNT NBR 7251)

• Desgaste de abrasão (ABNT NBR NM 51)

• Índice de forma pelo método do paquímetro (ABNT NBR 7809).

3.3 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Para a realização do ensaio de análise granulométrica a norma NBR NM 248 –

(Agregados - Determinação da composição granulométrica) determina a massa

mínima da amostra de ensaio segundo a dimensão máxima do agregado.

Sendo assim, as dimensões máximas dos agregados RCD1 e RCD2 são de

9,5mm e 25,4mm respectivamente, foram utilizados 1 Kg de RCD1 e 2 Kg do RCD2.

Para o agregado RCD1 foi utilizada a série de peneiras com aberturas de malha

(em mm): 12,5 / 9,5 / 6,3 / 4,8 / 2,4 /1,2 / 0,6 / 0,3 / 0,15 e <0,15 mm. Para o

agregado RCD2 foi utilizada a série de peneiras: 37,5 / 31,3 / 25,4 / 19,1 / 12,5 / 9,5 /

6,3 / 4,8 / 2,4 /1,2 / 0,6 / 0,3 / 0,15 e <0,15 mm.

O peneiramento foi realizado de forma manual e individual, encaixando cada

peneira previamente limpa, o fundo e a tampa; iniciando com as peneiras de

Page 26: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

14

graduação maior até a de menor malha (Figura 6). O peneiramento teve duração de

aproximadamente 1 minuto por peneira, com agitação em movimentos laterais e

circulares alternados, tanto no plano horizontal quanto inclinado.

Figura 6 - Série de peneiras utilizadas no ensaio de análise granulométrica.

Ao passar da porção total, acumulava-se a quantidade de material com

dimensão superior a malha da peneira, cada porção de material retido por peneira

foi pesado. O somatório de todas as massas não diferiu de 0,3% da massa utilizada

inicialmente. Podendo assim ser considerado válido o ensaio.

Page 27: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

15

3.4 DETERMINAÇÃO DE MASSA ESPECÍFICA DO AGREGADO SECO, MASSA

ESPECÍFICA DO AGREGADO NA CONDIÇÃO SATURADO SUPERFÍCIE SECA,

MASSA ESPECÍFICA APARENTE E ABSORÇÃO DE ÁGUA.

Para realização dos ensaios que determinam: massa específica do agregado

seco, massa específica do agregado na condição saturado superfície seca, massa

específica aparente e absorção de água, foram seguidos os procedimentos ditados

na norma ABNT NBR NM 53:2003, as aparelhagens constituíram de : balança com

capacidade de 10 kg e resolução de 1 g, recipiente em forma de cesto com abertura

de malha igual ou inferior a 3,35 mm e capacidade para 4 dm3 a 7 dm3, recipiente

com capacidade que comportou o cesto totalmente submerso em água e peneira

com abertura de 4,75mm.

Os materiais coletados foram depositados nos cestos descritos na norma (Figura

7), em seguida foi realizada a lavagem completa do agregado com propósito de

remover o pó ou outros materiais da superfície.

O procedimento para pesagem de cada massa seguiu os seguintes

procedimentos: o agregado ficou submergido em água por um período de 24 h, o

material saturado foi retirado da água e envolvido em um pano absorvente até a

absorção da água que era possível ser visualizada na superfície das partículas,

imediatamente após serem enxugadas, as amostras foram pesadas com precisão de

1g, aferindo a massa do agregado saturado com superfície seca (ms).

Logo em seguida, as amostras foram depositadas nos recipientes e submergidas

em água, o aparato foi inserido sob a balança e pesado, aferindo a massa em água

(ma). A massa do agregado seco (m) foi obtida após o agregado ser seco em estufa

em temperatura de 100°C.

Page 28: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

16

Figura 7 – Recipiente utilizado para lavagem do agregado e aferição da massa

submersa.

Os valores obtidos foram determinados pelas seguintes equações:

� =�

�� − ��

( 1) �� =��

�� − ��

(. 2)

�� =�

� − ��

( 3) � =�� − �

��100 ( 4)

Sendo:

d, massa específica do agregado seco, em gramas por centímetro cúbico;

ds, massa específica do agregado na condição saturado superfície seca, g/cm3

da,massa específica aparente, g/cm;

m,massa ao ar da amostra seca, em gramas;

ms, massa ao ar da amostra na condição saturada superfície seca, em gramas;

ma, massa em água da amostra saturada, em gramas;

A ,absorção de água, em porcentagem;

Page 29: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

17

3.5 MASSA UNITÁRIA

O ensaio para determinação da massa unitária foi realizada conforme

instruções da norma ABNT NBR 7251 – Agregado em estado solto – Determinação

da massa unitária. Para realização do ensaio foram utilizados: balança com

capacidade de 10 kg e resolução de 1 g, recipiente cúbico (Figura 8) e uma régua de

material metálico.

O recipiente foi preenchido com os materiais com o auxilio de uma concha,

mantendo sempre uma altura de 10 a 12 cm da borda do recipiente, o lançamento

no ato de encher o recipiente foi realizado lentamente com o propósito de não

segregar as partículas, mantendo-as como recebido.

Após o recipiente completamente cheio passou-se a régua sobre a superfície,

regularizando as saliências que se apresentavam para a extremidade do caixote. Em

seguida o recipiente preenchido com o agregado foi pesado.

Figura 8 – Recipiente utilizado no ensaio para determinação de massa unitária.

Page 30: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

18

Os valores obtidos foram determinados pela seguinte equação :

� =��

��

(. 5)

Sendo:

d ,massa unitária do agregado solto, em gramas por centímetro cúbico;

mT, massa do agregado;

vR, volume do recipiente utilizado.

3.6 ÍNDICE DE FORMA PELO MÉTODO DO PAQUÍMETRO

O ensaio foi realizado segundo a norma ABNT NBR 7809 Agregado graúdo –

Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro - Método de ensaio,

este ensaio é realizado para agregados com dimensão máxima superior a 9,5 mm. A

aparelhagem utilizada constituiu de peneiras das séries normal e intermediária e o

paquímetro.

O índice de forma do agregado é a média da relação entre o comprimento e a

espessura dos grãos do agregado, ponderada pela quantidade de grãos de cada

fração granulométrica que o compõe (ABNT, 2005, p.2).

Para realização das medidas foi necessário efetuar uma divisão em frações, a

divisão levou em consideração os resultados obtidos no ensaio de granulometria,

desprezou-se as frações passantes na peneira com abertura de malha de 9,5mm e

aquelas cujas porcentagens, em massa, retidas individuais sejam iguais ou menores

que 5%, no total são necessários 200 grãos para realização do ensaio.

O ensaio não foi realizado com a amostra RCD1, pois o diâmetro mínimo exigido

para o ensaio é de 9,5mm.

A quantidade de grãos é definida pela equação:

�� =200

∑ ������

(. 6)

Page 31: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

19

Sendo:

Ni, número de grãos a serem medidos na fração i;

Fi, porcentagem de massa retida individual da fração i.

A tabela 1 apresenta os valores calculados para todas as frações necessárias:

Tabela 1 - Frações de grãos por peneira

19,1 mm 12,5 mm 9,5 mm

Fi, (%) 18,66 47,696 20,445

Ni 43 110 47

Com o uso do paquímetro foram realizadas duas medidas de cada grão, medida

de comprimento e de largura, a norma orienta que:

Comprimento de um grão (c): Maior dimensão possível de ser medida em

qualquer direção do grão;

Espessura de um grão (e): Menor distância possível entre planos paralelos entre

si em qualquer direção do grão

Page 32: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

20

3.7 DESGASTE DE ABRASÃO

Para realização dos ensaios de abrasão, os agregados foram separados por

peneiramento em diferentes frações, de acordo com a tabela 2 da norma ABNT NBR

NM 51 - Agregado graúdo - Ensaio de abrasão “Los Ángeles”, os agregados foram

lavados e secos em estufa a 100°C, a tabela 2 traz os parâmetros de ensaio:

quantidade de material a ser ensaiado, quantidade de corpos moedores, número de

rotações do tambor e peneiras.

Tabela 2 – Parâmetros do ensaio de abrasão

Graduação

Peneiras Massa

parcial (g)

Nº de

rotações do

tambor

(RPM)

Quantidade

de esferas

abrasivas Passando Retido

RCD1 C 3/8” 1/4” 2500 ~ 10

500 8 1/4” N°4 2500 ~ 10

RCD2 B 3/4” 1/2" 2500 ~ 10

500 11 1/2" 3/8” 2500 ~ 10

As amostras foram depositadas no tambor (Figura 9) juntamente com a carga

abrasiva (Figura 10), após o tempo compreendido presente na tabela acima, o

material foi retirado do tambor e peneirado na peneira com abertura de malha de

1,7mm.

Os valores obtidos foram determinados pela seguinte equação:

=� − ��

� � 100

Sendo:

P, perda por abrasão, em porcentagem;

m, massa da amostra seca, em gramas;

m1, massa do material retido na peneira com abertura de malha de 1,7 mm,em

gramas.

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21

Figura 9 – Máquina de realização do ensaio de abrasão Los Angeles - Tambor (ôco de

aço)

Figura 10 – Carga abrasiva (esferas de fundição de material metálico)

Page 34: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

22

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

A tabela 3 e 4 apresenta os valores obtidos pela análise granulométrica das

amostras RCD1 e RCD2 respectivamente. Nas figuras 11 e 12, são apresentadas as

curvas granulométricas produzidas de cada amostra.

Tabela 3 –Análise granulométrica da amostra RCD1

Diâmetro da peneira

(mm) Material retido (g)

Porcentagem (%)

Retida Acumulada

9,5 18,9 1,89 1,89

6,3 299,3 29,96 31,85

4,8 332,0 33,23 65,08

2,4 249,8 25,00 90,08

1,2 23,9 2,39 92,47

0,6 16 1,60 94,07

0,3 20,3 2,03 96,1

0,15 18,1 1,81 97,91

d < 0,15 20,7 2,07 99,98

Total 999 99,98

Page 35: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

23

Figura 11 - Curvas granulométricas do agregado RCD1.

No resultado de análise granulométrica do agregado RCD1 observa-se uma

concentração de material retido na série de peneiras de malha 6,3mm; 4,8mm e

2,4mm; que corresponde a 88,1% do total

Tabela 4 - Análise granulométrica da amostra RCD2

Diâmetro da peneira

(mm) Material retido (g)

Porcentagem (%)

Retida Acumulada

31,7 31,3 1,560 1,56

25,4 34 1,698 3,25

19,1 373,6 18,666 21,924

12,5 954,6 47,696 69,62

9,5 409,2 20,445 90,065

6,3 155,1 7,749 97,814

4,8 19,1 0,950 98,764

2,4 6,0 0,299 99,063

1,2 0,6 0,0299 99,093

0,6 1,6 0,0799 99,173

0,3 3,8 0,1898 99,363

0,15 5,3 0,2648 99,627

d < 0,15 7,2 0,3597 99,987

Total 2001,4

1,89

31,85

65,08

90,08 92,47 94,07 96,19 97,91 99,98

1

10

100

0 2 4 6 8 10

Por

cen

tage

m a

cum

ula

da

Diâmetro (mm)

Page 36: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

24

Figura 12 - Curvas granulométricas do agregado RCD2.

No resultado de análise granulométrica do agregado RCD2 observa-se uma

concentração de material retida na série de peneiras de malha 19,1 mm, 12,5 mm e

9,5 mm que correspondem a 86,81%.

Os agregados reciclados em geral tendem a uma composição granulométrica

um pouco mais grossa que os agregados naturais (LEITE, 2001).

A partir dos resultados, foi obtido o valor de diâmetro máximo das amostras

caracterizadas (Tabela 5), segundo a norma NBR NM 248 – Grandeza associada à

distribuição granulométrica do agregado, correspondente à abertura nominal, em

milímetros, da malha da peneira da série normal ou intermediária, na qual o

agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente

inferior a 5% em massa.

Tabela 5 - Diâmetro máximo de cada amostra

RCD1 RCD2

Diâmetro máximo (mm) 9,5 25,5

1,56

3,258

21,924

69,62

90,06597,814 98,764 99,063 99,0929 99,1728 99,3626 99,6274 99,9871

1

10

100

0 2 4 6 8 10 12 14

Por

cen

tage

m a

cum

ula

da

Diâmetro (mm)

Page 37: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

25

4.2 MASSA ESPECÍFICA DO AGREGADO SECO, MASSA ESPECÍFICA DO

AGREGADO NA CONDIÇÃO SATURADO SUPERFÍCIE SECA, MASSA

ESPECÍFICA APARENTE E ABSORÇÃO DE ÁGUA.

Na tabela 6 estão apresentados os valores de cada massa requerida para os

cálculos de massa específica do agregado seco, massa específica do agregado na

condição saturado superfície seca, massa específica aparente e absorção de água

Tabela 6 – Valores de massas (amostra seca, amostra na condição saturada superfície seca, amostra em água saturada).

RCD1 RCD2

m 861,8 g 1423,0 g

ms 980,6 g 1559,6 g

ma 524,4 g 859,2 g

m - massa ao ar da amostra seca, em g;

ms - massa ao ar da amostra na condição saturada superfície seca, em g;

ma- massa em água da amostra saturada, em g.

Na tabela 7 estão apresentados os valores de massa específica do agregado

seco, massa específica do agregado na condição saturado superfície seca, massa

específica aparente, e absorção de água, calculadas a partir das equações x, y, z et.

Os resultados calculados se referem a massa em gramas que cada amostra ocupa

em 1 (um) centímetro cúbico.

Page 38: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

26

Tabela 7 – Valores calculados referentes à: massa específica do agregado seco,

massa específica do agregado na condição saturado superfície seca, massa específica

aparente, e absorção de água.

Amostra

Massa

específica do

agregado seco

(g/cm3)

Massa

específica do

agregado na

condição

saturado

superfície seca

(g/cm3)

Massa

específica

aparente (g/cm3)

Absorção de

água (%)

RCD1 1,8890 2,1494 2,554 13,785

RCD2 2,0316 2,2267 2,7013 9,599

Foi observado que a amostra RCD1 apresentou maior absorção de água,

essa variação para o mesmo tipo de material com faixas granulométricas diferentes

pode acontecer devido à maior área superficial do agregado.

As amostras de estudo apresentam porosidade similar. Podemos utilizar o

parâmetro de massa específica aparente como referência para determinar a

porosidade de agregados reciclados (HAWLITCHE, 2014).

4.3 MASSA UNITÁRIA

A tabela 8 apresenta o valor de massa unitária calculados pela equação 5.

Tabela 8 –Massa unitária das amostras em estado solto. Amostra Massa unitária (g/cm3)

RCD1 0,9958 RCD2 1,05095

Page 39: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

27

4.4 ÍNDICE DE FORMA PELO PAQUÍMETRO

A tabela 9 apresenta o índice de forma pelo paquímetro, este índice foi

calculado através da média da razão do comprimento do grão por sua por

espessura.

Tabela 9 - Índice de forma

Amostra Índice de forma

RCD2 2,734

A partir do valor calculado do índice de forma, a amostra RCD2 é classificada

como lamelares, pois o valor encontrado é superior a 2.

Segundo Bazuco (1999) as formas dos agregados reciclados tendem a ser

bastante angulares comparados aos agregados naturais. Esta propriedade pode

variar de acordo com o concreto de origem dos agregados reciclados e com o tipo

de equipamento utilizado para britagem. Geralmente o britador de mandíbula

acentua a forma angular, enquanto que o britador giratório toma as partículas mais

arredondadas.

A norma ABNT NBR 7809 que define os requisitos para recepção e produção

dos agregados miúdos e graúdos destinados à produção de concretos de cimento

Portand, estabelece que o índice dos grãos do agregado para esta aplicação não

deve ser superior a 3.

Page 40: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

28

4.5 DESGASTE POR ABRASÃO

O ensaio de abrasão “Los Angeles” realizado forneceu os resultados apresentados na tabela 10.

Tabela 10 - Dados do ensaio de abrasão

Peso da

amostra inicial

(g)

Peso do material

desgastado (g)

Peso do material retido

a peneira nº12 (g)

Percentagem de

desgaste

RCD1 5000 2694 2306 53,88 %

RCD2 5002 2603 2399 52,03%

As amostras utilizadas neste trabalho, segundo a norma ABNT NBR NM 51

são consideradas inadequadas para uso em concreto, por apresentarem índices de

perda por abrasão superior a 50% em massa.

O ensaio de perda por abrasão é um indicativo da qualidade do material, com

o mesmo se determina a resistência à fragmentação por choque e atrito das

partículas de agregado graúdo. Os agregados reciclados apresentam menor

resistência ao impacto e resistência ao desgaste por abrasão que os agregados

naturais, sendo necessária a aprovação por norma para sua utilização em diversas

aplicações (LEITE, 2001).

Os resíduos reciclados de alvenaria são, em geral, menos resistentes e mais

porosos que os de concreto, sendo necessário aumentar o consumo de cimento em

20% na produção do concreto novo para que este apresente resistência similar ao

do concreto convencional (MORAND, 2016).

Page 41: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

29

5 CONCLUSÃO

Os agregados RCD1 e RCD2 apresentaram índices de desgaste à abrasão

superior a 50% da massa total, sendo este desconsiderado para o uso em concreto

estrutural conforme descrito nas exigências da norma ABNT NBR NM 51.

Porém, com o resultado apresentado de desgaste por abrasão é observado à

baixa resistência dos agregados, facilitando assim a moagem desse material,

podendo ser utilizada em aplicações que necessitam de agregados miúdos.

Os valores de absorção de água recomendados pela NBR 115116:2004

referente aos Agregados de resíduo misto (ARM) graúdo para aplicação em

concreto sem função estrutural devem ser inferiores a 7%, desconsiderando a

possibilidade de aplicação dos agregados deste estudo nesta finalidade, por

apresentarem índices de absorção de água superiores, sendo RCD1 = 13,785% e

RCD2 = 9,599%.

As amostras enquadram-se nos requisitos: Composição granulométrica não

uniforme, dimensão máxima característica e índice de forma, da norma ABNT NBR

15116:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil-.

Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural, porém

para aplicação em pavimentações, é necessário à realização dos ensaios:

Contaminantes - teores máximos em relação à massa do agregado reciclado (%) e

Determinação da composição dos agregados reciclados graúdos por análise visual.

Segundo Oliveira e Cabral (2011) os materiais constituintes do RCD, ao

serem submetidos ao processo de reciclagem produzem uma quantidade

considerável de material pulverulento com finos inferiores a 75µm que podem ser

utilizados em argamassas, para essa finalidade os ensaios de Materiais

Pulverulentos e Impurezas Orgânicas são necessários.

O recolhimento deste material durante o processo de britagem pode ser uma

das alternativas para as usinas de reciclagem.

De forma geral, conclui-se que, os agregados de construção e demolição

podem ser usados na produção de agregados e serem reutilizados em aplicações da

construção civil, desde que atendam requisitos presentes nas normas, além de

reduzirem o consumo de matérias primas natural e a geração deste resíduo.

Page 42: AGREGADOS DE RCD: CARACTERIZAÇÃO E ESTUDO DE …

30

REFERÊNCIAS

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