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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1210 Dezembro/2013 Riachuelo Numa comunidade da Serra da Formiga, município de Riachuelo, vive a família de dona Neuza Justino da Silva Sobrinho, 55 anos, e de seu Dorgival Aciole Sobrinho, 59 anos. Eles são casados e têm 15 filhos, sendo que sete deles ainda vivem na casa da família: Cleonara, Cleidiana, Cleoneide, Clesionara, Cleiton, Clenilton, Clenilda. Seu Antônio, que é irmão de dona Neuza, também mora com eles. As características da região, que é cheia de lajedos e bastante acidentada, dificulta a acumulação de água e perfuração de poços. Isso faz com que a família sempre convivesse com a dificuldade de ter acesso à água para beber, usar em casa e produzir seus alimentos. Agroecologia na Serra da Formiga Dona Neuza, seu Dorgival e seus filhos e filhas Semente de cebola guardada há 30 anos Hortaliças e frutas garantem soberania alimentar Mesmo assim, a experiência desenvolvida por essa família chama a atenção pela produção diversificada de alimentos saudáveis e pela preocupação em guardar as sementes para plantar, que garantem a soberania alimentar. Dona Neuza diz que guarda sementes de cebolas há mais de 30 anos, que passou de geração em geração desde quando a sua mãe plantava e agora é plantada por suas filhas. É uma variedade de cebolas pequenas e de cores que variam do branco e rosa até o roxo.

Agroecologia na Serra da Formiga

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Num pequeno sítio na Serra da Formiga, dona Neuza e seu Dorgival, juntamente com seus filhos e filhas, cultivam uma experiência agroecológica em seu quintal produtivo há várias décadas. Apesar da dificuldade em ter acesso à água, é possível ver no arredor de casa frutíferas, hortaliças na mandala e pequenos animais como galinhas, perus e guinés. Tudo isso sem usar venenos. É uma experiência de resistência e persistência que merece ser contada.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1210

Dezembro/2013

Riachuelo

Numa comunidade da Serra da Formiga, município de Riachuelo, vive a família de dona Neuza Justino da Silva Sobrinho, 55 anos, e de seu Dorgival Aciole Sobrinho, 59 anos. Eles são casados e têm 15 filhos, sendo que sete deles ainda vivem na casa da família: Cleonara, Cleidiana, Cleoneide, Clesionara, Cleiton, Clenilton, Clenilda. Seu Antônio, que é irmão de dona Neuza, também mora com eles. As características da região, que é cheia de lajedos e bastante acidentada, dificulta a acumulação de água e perfuração de poços. Isso faz com que a família sempre convivesse com a dificuldade de ter acesso à água para beber, usar em casa e produzir seus alimentos.

Agroecologia na Serra da Formiga

Dona Neuza, seu Dorgival e seus filhos e filhas

Semente de cebola guardada há 30 anos

Hortaliças e frutas garantem soberania alimentar

Mesmo assim, a experiência desenvolvida por essa família chama a atenção pela produção diversificada de alimentos saudáveis e pela preocupação em guardar as sementes para plantar, que garantem a soberania alimentar. Dona Neuza diz que guarda sementes de cebolas há mais de 30 anos, que passou de geração em geração desde quando a sua mãe plantava e agora é plantada por suas filhas. É uma variedade de cebolas pequenas e de cores que variam do branco e rosa até o roxo.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Rio Grande do Norte

Realização Apoio

Hoje, eles plantam fruteiras, hortaliças, e criam pequenos animais como galinha, guiné, peru. Na mandala, a família planta coentro, cebola, cebolinha, tomate cereja, p imentão, a l face, p imenta. A plantação de frutíferas garante o maracujá, abacaxi, mamão, graviola, limão, laranja, banana, umbu, pinha, coco, goiaba, entre outras. Toda essa experiência é feita sem usar venenos para as pragas e sem adubo químico. O adubo usado vem do esterco animal. Mesmo sendo uma região montanhosa e de difícil acesso, dona Neuza e seu Dorgival conquistaram uma cisterna calçadão, através do Programa Uma Terra e Duas Águas, da ASA. Ela foi construída por trás da mandala e é usada para potencializar ainda mais a produção agroecológica que já era desenvolvida. Segundo a agricultura, a cisterna facilitou muito o trabalho dela e fez com que as dificuldades com água ficassem para trás. Na Serra da Formiga, graças à participação coletiva nos fóruns, sindicato e associações, já se pode ver que a agricultura familiar e camponesa se fortaleceu.

Criação de galinhas, guinés e peru no terreiro de casa

O sítio da família fica localizado no alto da Serra da Formiga.Seu Dorgival fecha a cerca que separa os animais da mandala.

Mandala onde são produzidas as hortaliças. Ao fundo, a cisterna-calçadão