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1. - APRESENTAÇÃO O padrão agrícola, baseado na Revolução Verde como solução para acabar com a fome no mundo, nos conduziu a uma situação de desequilíbrio ambiental sem precedentes e não conseguiu resolver os problemas mais elementares, como a fome, a miséria e o desemprego. É inegável que aumentamos a produção e a produtividade agrícola, como também é inegável que atingimos estes objetivos à custa de danos ao meio ambiente e, portanto, ao próprio homem. Os impactos sobre os recursos naturais causados por este modelo agrícola nos mostram, de forma muito clara que o crescimento econômico desvinculado do respeito ao meio ambiente tem seus limites. As mudanças climáticas, cujos possíveis impactos sobre a natureza e sociedade ainda estão por ser totalmente mensurados, são exemplos dos efeitos negativos do modelo de desenvolvimento econômico preconizado nas últimas décadas. Na perspectiva de um desenvolvimento agrícola realmente sustentável, acreditamos que seja possível construir, não “pacotes tecnológicos” de agriculturas de base ecológica, mas, sim, modelos em que os avanços tecnológicos e científicos estejam integrados às experiências, aos saberes e aos valores culturais dos agricultores e também às peculiaridades biofísicas de cada agroecossistema. Nesta apostila serão tratados alguns conceitos teóricos sobre o tema Agroecologia e divulgadas “práticas agroecológicas”, que poderão ser bastante úteis no trabalho diário do extensionista e dos agricultores familiares. Trata-se de uma contribuição da Emater–MG para o processo de desenvolvimento de modelos de agriculturas que privilegiam a interação homem/ambiente, ao invés da utilização indiscriminada de insumos químicos e agrotóxicos comumente adotados no sistema convencional. 2. - O QUE É AGROECOLOGIA? Em termos práticos, a Agroecologia é a integração do conhecimento científico com a sabedoria e a experiência popular. Busca planejar e construir sistemas de produção mais sustentáveis, adequados às peculiaridades locais, em integração com os recursos naturais e respeitando os mais diversos meios de vida. Como afirma Guzmán Casado et alii., (2000), a "Agroecologia é um enfoque científico que reúne vários campos do conhecimento, incorporando reflexões teóricas e avanços científicos de distintas disciplinas". Deste modo, dentro de uma perspectiva mais agronômica a Agroecologia poderia ser definida 1

Apostila Agroecologia

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1. - APRESENTAO

O padro agrcola, baseado na Revoluo Verde como soluo para acabar com a fome no mundo, nos conduziu a uma situao de desequilbrio ambiental sem precedentes e no conseguiu resolver os problemas mais elementares, como a fome, a misria e o desemprego. inegvel que aumentamos a produo e a produtividade agrcola, como tambm inegvel que atingimos estes objetivos custa de danos ao meio ambiente e, portanto, ao prprio homem. Os impactos sobre os recursos naturais causados por este modelo agrcola nos mostram, de forma muito clara que o crescimento econmico desvinculado do respeito ao meio ambiente tem seus limites. As mudanas climticas, cujos possveis impactos sobre a natureza e sociedade ainda esto por ser totalmente mensurados, so exemplos dos efeitos negativos do modelo de desenvolvimento econmico preconizado nas ltimas dcadas.

Na perspectiva de um desenvolvimento agrcola realmente sustentvel, acreditamos que seja possvel construir, no pacotes tecnolgicos de agriculturas de base ecolgica, mas, sim, modelos em que os avanos tecnolgicos e cientficos estejam integrados s experincias, aos saberes e aos valores culturais dos agricultores e tambm s peculiaridades biofsicas de cada agroecossistema.

Nesta apostila sero tratados alguns conceitos tericos sobre o tema Agroecologia e divulgadas prticas agroecolgicas, que podero ser bastante teis no trabalho dirio do extensionista e dos agricultores familiares. Trata-se de uma contribuio da EmaterMG para o processo de desenvolvimento de modelos de agriculturas que privilegiam a interao homem/ambiente, ao invs da utilizao indiscriminada de insumos qumicos e agrotxicos comumente adotados no sistema convencional.

2. - O QUE AGROECOLOGIA?

Em termos prticos, a Agroecologia a integrao do conhecimento cientfico com a sabedoria e a experincia popular. Busca planejar e construir sistemas de produo mais sustentveis, adequados s peculiaridades locais, em integrao com os recursos naturais e respeitando os mais diversos meios de vida.

Como afirma Guzmn Casado et alii., (2000), a "Agroecologia um enfoque cientfico que rene vrios campos do conhecimento, incorporando reflexes tericas e avanos cientficos de distintas disciplinas". Deste modo, dentro de uma perspectiva mais agronmica a Agroecologia poderia ser definida como sendo a "aplicao dos princpios e conceitos da Ecologia no manejo e desenho de agroecossistemas sustentveis (Gliessman, 2000).

Assim, a conceituao de Agroecologia, resumida neste texto, permite identific-la como cincia na qual esto inseridas as diferentes agriculturas alternativas (Orgnica, Ecolgica, Permacultura, Biolgica, Natural, Biodinmica, etc.).

Traduzindo esta viso mais terica e aproximando estes conceitos prtica, pode-se dizer que algumas premissas devem ser observadas quando se trabalha a partir do enfoque agroecolgico, por exemplo:

- Promover o desenvolvimento local, considerando aspectos culturais, resgatando e respeitando saberes, conhecimentos e valores dos diferentes grupos sociais,

- Cuidar do meio ambiente: preservando os recursos naturais ao longo do tempo, com a manuteno ou ampliao da biodiversidade, melhorando a reciclagem de materiais e energia dentro dos agroecossistemas,

- Apoiar o fortalecimento de formas associativas e de ao coletiva, promovendo a participao efetiva e estimulando a autogesto.

- Contribuir para a obteno de resultados econmicos: observando o ponto de equilbrio entre a produo e preservao da base de recursos naturais.

- Atender a requisitos ticos com o compromisso com uma sociedade mais justa, pautada por relaes igualitrias e fraternas. Observando que a busca de sustentabilidade implica uma necessria solidariedade entre as geraes atuais e destas com as futuras geraes.

Portanto, com a contribuio da Agroecologia, o que se busca a construo de agriculturas sustentveis, isto , estilos de agricultura que "reconhecem a natureza sistmica da produo de alimentos, forragens e fibras, equilibrando, com eqidade, aspectos relacionados com a sade ambiental, a justia social e a viabilidade econmica, entre os diferentes setores da populao, incluindo distintos povos e diferentes geraes" (Gliessman, 2000), ou seja, estilos de agricultura capazes de preservar a base de recursos naturais necessria para que as atuais e as futuras geraes possam se reproduzir social e economicamente e, ao mesmo tempo, produzir alimentos sadios e de melhor qualidade biolgica.

Para sintetizar, podemos dizer que a Agroecoloqia uma cincia, que oferece os princpios e as metodologias para apoiar a transio do atual modelo de desenvolvimento rural e de agricultura convencional para estilos de desenvolvimento rural e de agricultura sustentveis, dentro de uma viso sistmica do funcionamento dos diversos agroecossistemas. Mais do que isso, busca a conscincia de que todos os elementos se inter-relacionam e so igualmente importantes para a sade das plantas e dos homens.

3. - O QUE NO AGROECOLOGIA:

Agroecologia no um novo pacote de tcnicas. O que se preconiza no simplesmente a diminuio ou eliminao dos agrotxicos ou dos fertilizantes qumicos e a sua substituio por fertilizantes biolgicos.

Segundo Caporal e Costabeber (2004), importante ter claro a distino entre a agricultura de base ecolgica, orientada pelos princpios da Agroecologia, daqueles estilos de agriculturas alternativas que, embora apresentem denominaes que do a conotao da aplicao de tcnicas e ou procedimentos que visam atender a certos requisitos sociais ou ambientais, no necessariamente lanam mo das orientaes mais amplas emanadas do enfoque agroecolgico. A ttulo de exemplo, cabe afirmar que no se deve entender como agricultura baseada nos princpios da Agroecologia aquela agricultura que, simplesmente, no utiliza agrotxico ou fertilizantes qumicos sintticos em seu processo produtivo.

4.- O QUE TRANSIO AGROECOLGICA:

A transio agroecolgica um processo contnuo e integrado de mudanas de atitudes e de adoo de prticas agroecolgicas, em que se busca a construo de novos sistemas produtivos, mais sustentveis, que visam atender, dentre outros, os seguintes critrios:

baixa ou nenhuma dependncia de insumos comerciais;

uso de recursos renovveis localmente acessveis;

manuteno a longo prazo da capacidade produtiva;

preservao da diversidade biolgica e cultural;

integrao do saber cientfico e do saber emprico.

Alm disso, inclui todo o complexo de relaes estabelecidas entre o solo, as plantas, os animais, a gua e as pessoas.

Dentro deste contexto, o envolvimento das comunidades rurais no processo de transio torna-se fator fundamental, visto que so considerados os conhecimentos, os saberes dos agricultores, os valores locais, assim como a tica, a cultura predominante e o ganho econmico.

A Transio Agroecolgica considerada tambm como a passagem do modelo produtivista baseado no uso intensivo de produtos qumicos sintticos (agrotxicos e fertilizantes), para formas de produo mais equilibradas, sob o ponto de vista da conservao da biodiversidade e dos recursos naturais.

A caracterstica fundamental deste processo a ecologizao da agricultura, na qual questes de carter ambiental, biofsico, social e econmico tm um papel ativo na determinao das prticas agrcolas. Com efeito, espera-se que estes estilos de agricultura de base ecolgica mesclem elementos positivos da agricultura convencional com os resultados de pesquisa dos sistemas agroecolgicos de produo e com os conhecimentos dos agricultores.

5.- O QUE PRATICAR AGROECOLOGIA

Consideram-se boas prticas agroecolgicas a adoo de atitudes e de prticas agrcolas que visem preservar e aumentar a biodiversidade e os recursos naturais,aumentar a renda dos agricultores e reduzir os efeitos negativos das atividades agrcolas e das intervenes humanas sobre os agroecossistemas.

Praticar Agroecologia significa tambm adotar atitudes e procedimentos baseados em estudos e anlises de ambientes e sistemas produtivos, integrando o saber local ao conhecimento cientfico, com a participao ativa das comunidades, sempre buscando a harmonia entre a produo agropecuria e a preservao ambiental. Dessa forma, possvel estabelecer uma melhor relao com a natureza e entre os seres humanos, por meio da produo de alimentos sadios e de melhor qualidade biolgica. Todos so beneficiados: agricultores, consumidores e sociedade em geral. Isso qualidade de vida. E a natureza agradece.

6. - FERRAMENTAS AGROECOLGICAS Tcnicas Alternativas

6.1. - ADUBAO VERDE E COBERTURA MORTA

6.1.1. O que adubao verde

Consiste no cultivo de plantas (ex.:leguminosas, gramneas) que contribuem para a melhoria das condies fsicas, qumicas e biolgicas do solo.

H espcies como leguminosas que se associam a bactrias fixadoras de nitrognio do ar, transferindo-o para as plantas. Estas espcies, tambm estimulam a populao de fungos micorrzicos, que so microrganismos que aumentam a absoro de gua e nutrientes pelas razes.

Consrcio: A adubao verde pode ser feita atravs do plantio das sementes de leguminosas e/ou gramneas em consrcio com lavouras permanentes (citros, caf, etc.) e anuais (milho, sorgo, etc.). Depois da florao, estas plantas so roadas e deixadas no terreno, nas entrelinhas das culturas, para se transformarem em adubo natural.

Pr-cultivo ou em Rotao:

Consiste no plantio das sementes de gramneas e de leguminosas antes ou depois da implantao da cultura principal. Quando bem cultivadas e manejadas, produzem uma excelente cobertura morta, proporcionando um ambiente adequado melhoria das condies fsicas, qumicas e biolgicas do solo, alm de no deixar o solo exposto s aes do sol e da chuva.

Benefcios da adubao verde:

- Aumento do teor de matria orgnica no solo;

- Proteo do solo contra o impacto das chuvas e da irradiao solar direta, diminuindo ndices de eroso;

- Aumento da reteno de gua no solo;

- Recuperao de solo degradados e adensados;

- Diminuio da perda de nutrientes como o nitrognio;

- Diminuio da incidncia de plantas invasoras;

- Aumento da vida microbiana do solo proporcionando a diminuio da incidncia de insetos pragas e de doenas.

- Ciclagem de nutrientes de camadas mais profundas para depsitos nas camadas superficiais.

Obs.: A mucuna-preta e o feijo-de-porco promovem a descontaminao de solos afetados com resduos de herbicidas.

6.1.2. Plantio Direto:

Consiste no plantio de culturas de interesse econmico (milho, feijo, hortalias, citros, caf, etc.) sobre a palhada de leguminosas ou de gramneas, previamente semeadas e manejadas. As leguminosas, como o feijo guandu, mucuna, crotalria, dentre outras so capazes de fazer uma associao com bactrias fixadoras de nitrognio aumentando significativamente a quantidade deste nutriente no solo.

6.2. - BIOFERTILIZANTES (SLIDOS E LQUIDOS)

6.2.1. TINOCO

Indicaes de uso: Adubaes foliar e de solo.

Materiais a serem utilizados:

Tambor com capacidade de 200 litros, gua, 40 kg de esterco de curral (fresco),10 kg de esterco novo de galinha caipira (ou cama de frango), 2 litros de leite talhado ou integral

7 litros de garapa ou 1 kg de rapadura triturada, 5 kg de cinza de madeira (fogo a lenha) ou 5 kg p fino de carvo, 2 kg de termofosfato magnesiano ou 5 kg fosfato natural

2 kg micronutrientes - FTE-BR 12 (dividido em 3x), 5 litros de urina de vaca, 2 a 3 kg de folhas trituradas de diversas plantas: bougainville (da flor roxa); urtiga; ramos de alecrim; melo-de-so-caetano; boldo nacional; tomate orgnico; alho; capuchinha, crotalria, urucum, mamona, etc.

Modo de preparar:

Colocar esterco fresco no tambor ou bombona de 200 litros e sobre ele adicionar os demais ingredientes. Adicionar gua pura, no clorada, at atingir o ponto de 15 a 20 centmetros abaixo do nvel mximo do tambor (espao vazio de 15 a 20 cm de altura). Agitar bem para uniformizar os ingredientes repetindo este procedimento 2 a 3 vezes por dia durante as duas primeiras semanas. Depois, procede-se esta agitao 1 vez por semana. A fermentao total dos ingredientes acontece em aproximadamente 30 dias. No momento da utilizao do biofertilizante para ser pulverizado, o material dever ser agitado e, posteriormente, coado em uma peneira para separar a parte slida mais pesada. Em seguida, dever ser filtrado em um pano ou uma tela fina. Para o uso em adubao de cobertura das plantas via solo, podemos utilizar o produto sem ser coado (ou apenas retirando os materiais remanescentes mais grosseiros), utilizando um balde ou um regador sem o bico como instrumentos auxiliares de acondicionamento e transporte do fertilizante.

Obs.: O FTE dever ser colocado aos poucos, semanalmente, at completar a dosagem recomendada. Pode-se substitu-lo por uma outra fonte de boro e de zinco.

Modo de usar: Foliar: A 10% (10 litros do biofertilizante para 90 litros de gua), a cada 15 dias.

Solo: A 30% (30 litros do biofertilizante para 70 litros de gua), a cada 7 - 10 dias.

A parte slida eliminada na filtragem do produto poder ser utilizada como adubo em canteiros ou covas.

6.2.2. . AGROBIO

Indicaes de uso: Adubaes foliar e de solo para tratamento de mudas, hortalias folhosas, hortalias de frutos e frutferas.

Materiais a serem utilizados:

200 litros de gua ,100 litros de esterco bovino fresco, 20 litros de leite de vaca ou soro de leite, 3 kg de melao de cana-de-acar

Modo de preparar:

Misturar e deixar fermentar por uma semana a gua, o esterco, o leite ou soro e o melao. Durante as 7 semanas seguintes (a cada 7 dias), devero ser acrescentados os seguintes ingredientes:

430 g de brax ou cido brico + 570 g de cinza de lenha + 850 g de cloreto de clcio + 43 g de sulfato ferroso + 60 g de farinha de osso + 60 g de farinha de carne + 143 g de termofosfato magnesiano + 1,5 kg de melao + 30 g de molibdato de sdio + 30 g de sulfato de cobalto + 43 g de sulfato de cobre + 86 g de sulfato de mangans + 143 g de sulfato de magnsio + 57 g de sulfato de zinco + 29 g de torta de mamona.

Observaes de preparo:

a) Antes de serem adicionados primeira mistura, os produtos devero ser dissolvidos em um pouco de gua.

b) A calda dever ser bem misturada duas vezes ao dia.

Nas quatro ltimas semanas, adicionar 500 ml de urina de vaca.

Aps oito semanas, o volume dever ser completado com 500 litros de gua.

Antes da aplicao o Agrobio dever ser coado.

Modo de usar:

Tratamento de mudas:

Foliar a 2% (2 litros do biofertilizante para 98 litros de gua).

Hortalias folhosas:

Foliar a 4% (4 litros do biofertilizante para 98 litros de gua) aps o transplante e uma semana depois (ou 2%, duas vezes/semana).

Hortalias de fruto:

Foliar a 4%, semanalmente.

Fruteiras:

Foliar a 4% (4 litros do biofertilizante para 98 litros de gua), em 5 pulverizaes/ano, preferencialmente, em perodos aps as podas, colheitas e estresse hdrico.

Nas pulverizaes, molhar totalmente as folhas e os ramos das plantas, chegando ao ponto de escorrimento, para um maior contato do produto com a planta.

Validade do produto: 12 meses.

6.2.3. . URINA DE VACA

Indicaes de uso: Adubaes foliar e de solo.

Materiais a serem utilizados:

Urina de vaca e gua

Modo de preparar:

Coletar a urina de vaca no momento da ordenha e armazen-la por 3 dias em recipiente fechado (para transformao da uria em amnia).

Modo de usar:

Frutferas: Foliar: 5% de urina (9,5 litros de gua + 500 ml de urina).

Hortalias: Foliar: 0,5% na formao de mudas e entre 1 a 3% no campo, dependendo do estgio de desenvolvimento da planta.

Caf: 5% em 2 a 4 pulverizaes/ano aps a colheita, quando tambm se pode regar o tronco com 2 litros/planta.

Controle do bicho-mineiro: pulverizar a 15% (3 litros de urina em 17 litros de gua).

Formao de mudas com rega: 3% (3 litros de urina em 97 litros de gua).

Formao de mudas com pulverizao: 1% (1 litro de urina em 99 litros de gua).

Tratamento de sementes, manivas de mandioca e toletes de cana: imergi-los, antes do plantio, durante um minuto, na urina pura concentrao de 100%.

6.2.4. BIOGEO

Indicaes de uso: Adubaes foliar e de solo.

Materiais a serem utilizados:

Tambor de 200 litros, gua, 30 kg de resto ruminal (proveniente de matadouro), 20 a 30 kg de esterco fresco de curral,5 kg de folhas e restos vegetais (folhas de couve, beterraba, mato, etc.), 7 litros de garapa ou 1 kg rapadura triturada, Pode-se enriquec-lo com micronutrientes, fosfato natural e p fino de carvo.

Modo de preparar:

Misturar todos os ingredientes e deixar fermentar por 20 a 30 dias, aerobicamente (com oxignio), agitando diariamente (2 a 3 vezes/dia).

Modo de usar:

Dosagem: Foliar: 5% (5 litros do biofertilizante para 95 litros de gua).

Solo: 30 a 50% (30 a 50 litros do biofertilizante para 70 a 50 litros de gua).

6.2.5. COMPOSTO ORGNICO

A produo de um composto orgnico de qualidade possibilita a reciclagem de materiais encontrados na propriedade (esterco, folhas, palhas, restos culturais, etc.) e o seu enriquecimento principalmente com fontes de clcio, fsforo e potssio.

Materiais a serem utilizados:

25 a 35% de esterco bovino,55 a 65% de resduos vegetais, 5% de fosfato natural ou p de rocha,5% cinza de madeira ou p fino de carvo, gua

Modo de preparar:

Escolha do local adequado: terreno com boa drenagem, pequena inclinao e preferencialmente protegido de sol e chuva.

Misturar palha, capim, restos culturais, sobras de silagem, esterco, etc, antes do empilhamento e, a seguir, fazer o umedecimento dessa massa. (Teste da mo: espremer o material e verificar o escorrimento entre os dedos. O ideal que no haja excesso de umidade, ou seja, o lquido no deve escorrer entre os dedos.) Aps o umedecimento, deve-se espalhar a mistura sobre o solo (20 cm de altura e 2,0 de largura). O comprimento poder variar de acordo com a quantidade de material a ser compostado.

Formar uma pilha com a mistura umedecida at 1,20 m a 1,60m de altura.

Finalmente, cobrir com palha seca para manter a umidade e a temperatura.

Obs.: O perodo de compostagem depende das temperaturas e do tamanho das partculas dos materiais e da aerao, como, por exemplo:

Partes pequenas, tipo capim picado, com temperaturas em torno de 60C = 55 a 60 dias.

Partes mdias, com 15 a 20 cm, com temperaturas em torno de 60C = 60 a 80 dias.

Partes inteiras, com temperaturas at 60C = em torno de 90 dias.

Somente esterco bovino, com temperaturas de 60 a 70C = 30 a 35 dias.

O acrscimo de microrganismos promove a acelerao da decomposio.

A massa no necessita ser revirada.

6.2.6. BOKASHI AERBIO

Indicaes de uso:Adubo orgnico utilizado na adubao de plantio e de cobertura

Materiais a serem utilizados:

250 kg de terra virgem de barranco, isento de sementes, 100 kg de esterco de galinha (ou farelo de soja; ou plantas inteiras trituradas e secas de leguminosas), 100 kg de farelo de arroz (ou razes e folhas de mandioca trituradas e secas), 75 kg de farinha de osso (ou termofosfato), 5 Kg de acar (ou 5 Kg de rapadura triturada ou 20 a 30 Kg cana-de-acar triturada), 1 litro de microorganimos (EM-4*) diludo em 20 a 30 litros de gua

Modo de preparar:

Misturar os materiais e deix-los fermentar durante 7 a 10 dias. Nos 3 ou 4 primeiros dias, a massa dever ser revirada diariamente (3 vezes/dia).

Dosagens e modo de usar:

300 g/cova(tomate, etc.)

200 a 300 g/m no preparo de canteiros de hortalias

150 a 200 g/m em sulcos

500 g/cova em fruteiras

*O EM (Effective Microrganisms = Microrganismos Eficientes) uma suspenso, na qual coexistem mais de 10 gneros e 80 espcies de microrganismos eficazes, assim chamados porque agem no solo, fazendo com que a capacidade natural do solo tenha plena ao. composto basicamente de leveduras, actinomicetos, bactrias produtoras de cido lctico e bactrias fotossintetizantes. Estes microrganismos podero ser capturados atravs da utilizao de arroz cozido (sem leo e sem sal) que dever ser colocado em um recipiente de barro (Ex.: telha) e levado para uma mata, permanecendo por um perodo mnimo de 15 dias. Aps este perodo, procede-se a seleo visual das colnias de microrganismos, eliminando aquelas de colorao mais escura. Em seguida, esfarela-se o arroz colonizado em um balde com garapa (ou gua com rapadura trirurada ou acar) permanecendo em fermentao aerbia por um perodo mnimo de 10 dias.

6.3. CALDAS MINERAIS

6.3.1.CALDA SULFOCLCICA

Indicaes de uso: controle de doenas fngicas, caros e insetos.

Materiais a serem utilizados:

Para 20 litros de calda:

5 kg de enxofre, 2,5 kg de cal virgem pura e bem calcinada (acima de 95% CaO),

2 tambores (com capacidade mnima de 40 litros)

Modo de preparar:

Colocar 40 litros de gua para ferver, num tambor de ferro ou lato.

Colocar 5 kg de enxofre peneirado num segundo tambor (esmaltado de preferncia ou de ferro, nunca de cobre), fora do fogo.

Adicionar (lentamente e ir mexendo) 5 litros de gua quente e mais 2 colheres de espalhante adesivo (1 copo de lcool ou cachaa ou leite) sobre o enxofre peneirado, para facilitar a mistura.

Em seguida, agitar fortemente essa calda com um basto de madeira at formar uma pasta.

Espalhar em cima da pasta, aos poucos, 2,5 kg de cal virgem moda e adicionar mais 5 litros de gua quente, mexendo continuamente a mistura.

Colocar o tambor sobre o fogo intenso e deixar a mistura cozinhando durante 10 a 15 minutos.

Acrescentar pasta mais gua fervendo, at completar 20 litros (o tambor deve apresentar no seu lado interno uma marca para indicar este volume).

Deixar ferver em fogo alto por mais 30 minutos, devendo-se repor a gua perdida por evaporao, mantendo constante o volume inicial de 20 litros. Essa reposio dever ser feita com a gua quente do outro tambor. (O uso de gua quente reduz o tempo de preparao da calda.)

No incio, a calda apresenta colorao amarelada; com o tempo de preparo, vai-se transformando num tom avermelhado cada vez mais intenso e, por fim, evolui para um lquido transparente de cor pardo-avermelhada ou vinho e de fundo preto ou caf. Ao atingir esse ponto, dever ser retirado do fogo.

Deixar a calda coberta por um descanso de 12 horas, aps o qual ser formado um precipitado esverdeado (resultante da reao do enxofre com a cal).

A partir da, deve-se recolher apenas o sobrenadante com uma caneca esmaltada ou de plstico e coar em pano ralo (saco de pano ). A soluo no dever ser agitada.

Realizar a leitura com o densmetro - Aermetro de Baum. Considera-se boa a calda na faixa de 28 a 32 Baum.

NOTAS COMPLEMENTARES DO PREPARO

Durante o tempo em que a calda estiver sendo aquecida, dever ser agitada a cada trs minutos com a p de madeira.

Caso haja formao de espuma, acrescentar um pouco de gua quente para no derramar.

Conservar o fogo sempre alto, para que a calda possa atingir o grau desejado o mais rpido possvel.

Utilizar um canudo de bambu ou de plstico, com aproximadamente 25 centmetros de comprimento, para verificao do grau da calda, que deve estar fria e sem borra.

Recomenda-se sua utilizao at 60 dias aps sua preparao. Quando conservada em vidro ou plstico de cor escuro ou opaco, bem vedado e em ambiente escuro, a calda sulfoclcica poder ser estocada por at um ano.

Para guard-la em recipiente aberto, dever ser colocada uma camada de 2 milmetros de leo sobre a calda ou, ento, cobrir o vasilhame com plstico preto amarrado com fita de cmara-de-ar ou elstico.

Modo de usar:

A. Tratamento de inverno: Plantas de clima temperado: caqui, uva pssego, etc.: 10%

B. Tratamento na primavera e vero: A concentrao difere de acordo com o tipo de planta ou espcie vegetal, as condies climticas, o grau de infestao da doena e da fase de crescimento da planta. Em termos mdios, pode-se usar de acordo com as recomendaes abaixo:

Fruteiras (caros e repelente de insetos): A 1% (10 ml em 1 litros de gua). Repetir a pulverizao a cada 15 dias at desaparecerem os sintomas.

Jil, pimento e berinjela (caro, antracnose): A 1% a intervalo quinzenal

Quiabo (caro, odio): 1% a cada 15 dias.

Feijo-vagem (ferrugem):1% a cada 15 dias.

NOTAS:

No aplic-la em cucurbitceas (abboras,pepinos e morangas), pois ela fitotxica a essas espcies.

No aplic-la em horrio de sol quente, pois pode provocar queimadura nas folhas e nos frutos.

No aplic-la em poca de florao.

Em estufas, reduzir em 50% as dosagens e fazer os tratamentos em perodos frescos.

Caso j tenha aplicado calda bordalesa, s aplicar calda sulfoclcica 25 dias depois. Obedecer a um prazo de 15 dias da aplicao da calda sulfoclcica, caso tenha que aplicar a calda bordalesa.

Para espcies ou variedades novas, por precauo, fazer testes em algumas plantas, para observar possveis reaes quanto ao produto e dosagem.

6.3.2. CALDA BORDALESA

Indicaes de uso: Fungicida, repelente de insetos (vaquinhas, cochonilhas e trips).

Materiais a serem utilizados:

200 g de sulfato de cobre, 200 g de cal virgem, 20 litros de gua

Modo de preparar:

Colocar em um saco de pano ralo 200 g de sulfato de cobre, bem modo e inseri-lo em um recipiente de madeira ou plstico, contendo 10 litros dgua. O saco dever ser amarrado em uma vara atravessada sobre o recipiente, de modo a apenas mergulhar na gua. Geralmente aps uma hora, o sulfato de cobre estar todo dissolvido.

Em outro recipiente, com capacidade superior a 20 litros, colocar 200 g de cal virgem, em pequenas quantidades, at formar uma pasta consistente. Em seguida,adcionarr gua at completar 10 litros.

Aps este procedimento, despejar a calda contendo o sulfato de cobre sobre a calda, contendo a cal ou, ento, em um terceiro recipiente de capacidade superior a 20 litros, juntar as duas solues simultaneamente, sempre em pequena quantidade, agitando a mistura durante o processo de preparao.

Para verificar se a calda apresenta pH neutro (desejvel), mergulhar na soluo uma lmina de canivete bem limpa, durante meio minuto, e, ao retir-la, observar se houve formao de ferrugem sobre ela, o que indica acidez. Se isso acontecer, juntar mais um pouco da soluo de gua e cal, at que no mais se processe a reao.

Modo de usar:

A aplicao da calda dever ser feita no mesmo dia de seu preparo.

Em plantas novas, dever ser usada a metade da quantidade de sulfato de cobre e de cal virgem.

Pulverizar preferencialmente em horrios de temperatura amena. Se usar cal hidratada ao invs de cal virgem, a dosagem deve ser 1,8 vezes maior.

A calda bordalesa pode ser misturada com os inseticidas, como: o extrato de fumo, extrato de confrei e outros extratos.

Casos especiais - dosagens para 20 litros de gua.

CulturaSulfato de Cobre (g)Cal Virgem (g)

Abobrinha, alface, chicria,

caqui, morango, pepino100100

Couve, repolho500500

Cucurbitceas6060

6.3.3.CALDA VIOSA

Indicaes de uso:Adubo foliar e fungicida.

Materiais a serem utilizados:

20 litros dgua, 100 g de sulfato de cobre (em poca propensas a maiores ocorrncias de doenas fngicas, essa dosagem poder chegar a 200 g), 40 g de sulfato de zinco, 40 g de cido brico, 120 g de sulfato de magnsio, 80 g de uria (*) , 110 g de cal hidratada

(*): Em aplicaes sucessivas, alternar a uria com o cloreto de potssio, na mesma dosagem.

Modo de preparar:

Misturar a quantidade, especificada anteriormente, de sulfato de cobre + sulfato de zinco + sulfato de magnsio + cido brico + uria (ou cloreto de potssio) em recipiente de plstico (balde) contendo 10 litros.

Em outro recipiente de plstico de capacidade mnima de 20 litros, colocar 10 litros dgua e adicionar a quantidade de cal hidratada especificada anteriormente.

Despejar os 10 litros de gua contendo os minerais sobre os 10 litros contendo a cal hidratada.

Obs.: No aplicar calda bordalesa e viosa em goiabeira quando os frutos atingirem dimetro superior a 2 cm.

Aplicar a calda viosa isoladamente, sem inseticidas ou espalhantes.

Agitar o pulverizador antes e durante a aplicao.

No guardar a calda preparada de um dia para o outro.

Lavar bem os equipamentos aps a aplicao, evitando assim sua corroso.

6.3.4. GUA DE CINZA

Indicaes de uso: Repelente de pulgo, lagartas, etc.

Materiais a serem utilizados: 2 kg de cinza, 10 litros de gua

Modo de preparar:

Dissolver 2 kg de cinza em 10 litros dgua. Agitar e depois deixar descansar por 1 dia. Coar em saco de aniagem ou estopa para evitar entupimento do pulverizador ou regador.

Modo de aplicar:

Pulverizar as plantas infectadas.

6.3.5. CALDA DE LEO COZINHA COM DETERGENTE E SAL

Indicao de Uso: Cochonilhas em geral, principalmente as que atacam as plantas ctricas (limes, laranjas e tangerinas)

Ingredientes:

10 litros de gua, 150 ml de leo de cozinha (leo de soja), 100 ml de detergente neutro

150 gramas de sal comum

Modo de preparo e uso:

Misturar os ingredientes nas quantidades indicadas e colocar em um pulverizador. Aplicar nas plantas atacadas e vizinhas procurando atingir toda a copa e/ou rea afetada. Uma nica aplicao suficiente. As plantas devem ser observadas e, caso seja necessrio, fazer uma segunda aplicao com 20 dias. Aplicar a calda nas horas mais frescas do dia, preferencialmente no final da tarde.

6.3.6.CALDA DE ENXOFRE COM SAL E DETERGENTE

Indicaes de uso: Controle de cochonilhas e caros.

Materiais a serem utilizados:

10 litros de gua, 100 ml de detergente neutro, 150 g de sal, 30 g de p de enxofre

Modo de preparar:

Misturar todos os ingredientes na gua.

Modo de aplicao:

Pulverizar as plantas infectadas no perodo mais fresco do dia.

6.3.7. LEITE

Indicaes de uso: Fungicida (odio, mldio e outras), caro, ovos de lagarta.

Materiais a serem utilizados: 0,5 a 1 litro de leite, 10 litros de gua

Modo de aplicao:

Pulverizao semanal a quinzenal.

Indicao de uso:Isca atrativa.

Materiais a serem utilizados:

saco de estopa ou de algodo, leite

Modo de aplicao:

Embeber os sacos de algodo ou de estopa no leite e espalh-los prximos aos canteiros ou s plantas. No perodo da manh, inverter os sacos e matar mecanicamente as lesmas que se aninharam por debaixo desse material.

6.4. - EXTRATO DE PLANTAS E MISTURAS

Os extratos ou macerados de muitas plantas tm ao no controle de vrias pragas e doenas. Algumas destas foram selecionadas e esto descritas abaixo:

6.4.1.ALHO + PIMENTA-DO-REINO + SABO

Indicaes de uso: Fungicida e inseticida.

Materiais a serem utilizados:2 litros de lcool, 100 gramas de alho macerado, 20 litros de gua, 100 g de pimenta-do-reino, 50 gramas de sabo neutro

Modo de preparar:

Numa garrafa colocar 1 litro de lcool + 100 g de pimenta-do-reino.

Em outra garrafa colocar 1 litro de lcool + 100 g de alho macerado. Deve-se manter a garrafa fechada durante 7 dias.

Modo de usar:

No momento da aplicao, diluir: 20 litros de gua + 200 ml da calda de pimenta-do-reino + 100 ml da calda de alho + 50 gramas de sabo neutro (previamente dissolvidos em 1 litro de gua quente). Pulverizar de 7 em 7 dias, nas horas de temperatura amena do dia.

6.4.2. ALHO + SABO + LEO (MINERAL OU VEGETAL)

Indicaes de uso: Fungicida e inseticida.

Materiais a serem utilizados:

20 ml de leo mineral ou vegetal, 100 g de alho, 10 g de sabo neutro, 500 ml de gua

Modo de preparar:

Adicionar 100 g alho em 20 ml de leo mineral ou vegetal e deix-los em repouso por 24 horas. Aps esse tempo, adicionar 10 gramas de sabo neutro (previamente dissolvidos em 500 ml de gua quente).

Modo de usar:

No momento da pulverizao, coar e adicionar essa calda a 10 litros dgua.

6.4.3.MACERADO DE MAMONA 1

Indicaes de uso: Inseticida e fungicida.

Materiais a serem utilizados:300 g de folhas da mamona, 20 litros de gua, 100 g de farinha de trigo, 50 g de sabo neutro, 200 ml de urina de vaca

Modo de preparar:

Macerar 300 g de folhas da mamona e coloc-las em 20 litros de gua por aproximadamente 12 horas. Coar e, logo em seguida, acrescentar 100 g de farinha de trigo + 50 g de sabo neutro + 200 ml de urina de vaca.

Modo de usar:

Peneirar a soluo, utilizando-a logo em seguida e pulverizar a lavoura. Repetir o tratamento aps 15 dias. Aplicar nas horas mais frescas do dia.

6.4.4.MACERADO DE MAMONA 2

Indicao de uso:Controle de formigas cortadeiras e de cupins.

Materiais a serem utilizados:4 folhas de mamona para cada litro de gua.

Modo de preparar:

Retirar os talos das folhas e tritur-las. Deixar de molho na gua em local escuro por cerca de 12 horas.

Modo de usar:

Para controle de formigas:

Regar com fartura os olheiros dos formigueiros.

Para controle de cupim de montculo:

Fazer a perfurao vertical e central do cupinzeiro (que pode ser feito com auxlio de um cano de ferro chanfrado na extremidade), at que se atinja a cmara celulsica. (Percebe-se facilmente que se atingiu a cmara celulsica, uma vez que no se constata mais resistncia na penetrao.) Despejar, com fartura, o Extrato de Mamona Aquoso (EMA) dentro do orifcio perfurado.

6.4.5.NIM

Indicaes de uso:

Inseticida (traas, lagartas, larva minadora dos citros, pulges, gafanhotos).

Materiais a serem utilizados:

300 g de folhas, 50 g de sabo, 20 litros de gua

Para pulverizao foliar:3 00 g de folhas, 50 g de sabo, 20 litros de gua

Para tratamento de sementes: 600 g de folhas, 50 g de sabo neutro, 20 litros de gua

Modo de preparar:

Em um vasilhame colocar 20 litros de gua e a quantidade recomendada de folhas, picadas ou batidas em liquidificador com um pouco de gua. Deixar em repouso durante 12 horas.

Modo de usar:

A mistura dever ser coada e utilizada em pulverizao no mesmo dia. Para aumentar a eficincia, acrescentar 50 g de sabo neutro derretido em banho-maria aos 20 litros de calda diluda.

6.4.6.EXTRATO PRIMAVERA (bougainvilea)

Indicao de uso: Inseticidada. Controle do trips (vetor do vira cabea do tomateiro)

Materiais a serem utilizados: 200 g de folhas de bouganvilea, 1 litro de gua

Modo de preparar:

Bater no liquidificador 200 g de folhas de bouganvilea com 1 litro de gua. Deixar de molho por 12 horas, coar e em seguida dilu-lo em 20 litros de gua.

Modo de usar:

Pulverizar imediatamente (em horas frescas do dia). No pode ser armazenado. Para tomateiro, pulverizar semanalmente at 60 dias aps o transplantio.

6.5. PASTAS

6.5.1. PASTA BORDALESA

Indicaes de uso: Controle de gomose e rubelose em citros.

Materiais a serem utilizados:

1 kg de sulfato de cobre, 2 kg de cal virgem, 10 litros de gua

Modo de preparar:

Utilizar o mesmo processo para preparar a calda bordalesa, tomando-se o cuidado de observar as quantidades dos ingredientes.

Modo de aplicao:

A aplicao feita utilizando-se de brochas para pincelamento do tronco.

6.5.2. PASTA DE ENXOFRE

Indicao de uso:Controle de brocas, cochonilhas, etc.

Materiais a serem utilizados:

1 kg de enxofre, 2 kg de cal hidratada, 500 g de sal, 12 litros de gua

Modo de preparar e de usar:

Misturar todos os materiais e pincelar o tronco e a base dos ramos principais, para tratamento de inverno na preveno de brocas e cochonilhas.

6.6. CALDAS BIOLGICAS

Preparadas a partir de microrganismos (predador, parasita ou patgeno) produzidos em laboratrio, os quais atacam os insetos que causam danos s culturas. Entre os principais temos:

6.6.1. Bacillus thuringiensis

Indicaes de uso: Especfico ao controle de algumas espcies de lagartas (traa-das- crucferas: repolho; curuquer-da-couve, traa-do-tomateiro; broca- das-cucurbitceas; pepino). Efeito total 24 a 72 aps a aplicaodas folhas tratadas.

Modo de usar: Dosagens 250 a 500 g/ha, em pulverizao.

6.6.2. Beauveria bassiana

Indicaes de uso: Controle das seguintes pragas:

Broca-da-bananeira (Cosmopolites sordidus): 20 a 25 g do fungo/isca de bananeira do tipo queijo ou telha.

Broca-do-caf (Hypothenemus hampi): 1 a 2 kg/ha

caro rajado.

Cochonilha orthesia

Cupins de montculo e da cana-de-acar (em associao com o Metarhizium anisopliae).

6.6.3.Metarhizium anisopliae (fungo)

Indicaes de uso: Controle dos seguintes insetos:Trips, Cigarrinhas-das-pastagens

Modo de usar: 1 a 2 kg/ha em pulverizao.

6.7. CONTROLE ALTERNATIVO DE PARASITAS NA PECURIA

6.7.1. CONTROLE PREVENTIVO DE VERMES E CARRAPTOS

6.7.1.1.ROTAO DE PASTAGENS

Consiste no pastejo rotacionado de animais atravs de um planejamento prvio, impedindo assim o fechamento do ciclo de vida dos vermes e dos carrapatos.

6.7.1.2.LAMBE-LAMBE (receita de conhecimento popular)

Indicao de uso:

Controle preventivo de carrapatos.

Modo de preparar e de usar:

Misturar 5 kg de sal mineral com 3 kg de cinzas de sabugo de milho (pode ser substitudo por cinzas de lenha) e com 2 kg de fub. Colocar no cocho, vontade, durante todo o ano.

6.7.2. FOLHAS DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA

Indicaes de uso: Controle de carrapatos, berne, mosca-dos-chifres e mosca-dos- estbulos.

Para carrapatos.

Materiais a serem utilizados: folhas verdes de araucria

Modo de preparar e de usar:

Triturar as folhas verdes de araucria e mistur-las ao trato dos animais (200 g de folhas verdes/cabea/semana).

Durante uma semana, fornecer esta mistura aos animais infestados de carrapatos.

Repetir o tratamento quando em casos de reinfestao

Para berne, mosca-dos-chifres e mosca-dos-estbulos:

Materiais a serem utilizados: 1 kg de folhas verdes, 20 litros dgua

Modo de preparar e de usar:

Picar as folhas e misturar na gua. Descansar por 7 dias em local escuro e na temperatura ambiente. Peneirar a soluo e banhar os animais.

bs.: O fornecimento de folhas de araucria no causa abortos, nem deixa gosto no leite. A aplicao tem apresentado tambm excelentes resultados no controle de berne, mosca-do-chifre e de bicheiras.

6.7.3. SORO DE LEITE E SAL

Indicaes de uso: Controle de carrapatos.

Materiais a serem utilizados:

1 litro de soro de leite, 2 colheres de sopa de de sal comum

Modo de preparar e de usar:

Misturar tudo e banhar ou passar um pano ou estopa em todas as reas infestadas dos animais durante 2 dias.

6.7.4. EXTRATO VEGETAL DE SANTA BRBARA (CINAMOMO)

Indicaes de uso: Controle de carrapatos e moscas-do-chifre.

Materiais a serem utilizados:

500 gramas de folhas verdes ou secas, 20 gramas de sabo vegetal, 20 litros dgua

Modo de preparar e de usar:

Macerar as folhas, deix-las de molho na gua por cerca de 12 horas em local escuro. Coar, dissolver o sabo e banhar os animais.

6.7.5. ENXOFRE

Indicaes de uso: Controle de carrapatos.

Materiais a serem utilizados:

2 colheres de sopa de enxofre, 1 colher de sopa de sal, 5 colheres de banha de porco

2 limes

Modo de preparar e de usar:

Misturar tudo e passar com um pano no lombo do animal.

6.7.6. PESSEGUEIRO, PINHEIRO OU CINAMOMO

Indicaes de uso: Controle de carrapato e berne.

Materiais a serem utilizados:

1 kg de folhas de pessegueiro, pinheiro-brasileiro ou cinamomo, 1 litro de gua

Modo de preparar e de usar:

Fazer um ch (infuso) ou deixar de molho na gua por 24 horas e banhar os animais sempre tardinha.

6.7.7.. ALHO, ENXOFRE E EUCALIPTO

Indicaes de uso: Controle de carrapato.

Materiais a serem utilizados:100 g de sal comum, 30 g de alho amassado, 100 g de enxofre, 5 kg de sal mineral, 20 folhas de eucalipto

Modo de preparar e de usar:

Misturar tudo e fornecer, no cocho, aos animais 1 vez por dia, durante 1 semana.

6.7.8. . CH DE FOLHAS DE PICO E CARQUEJA

Indicaes de uso: Controle de mamite.

Materiais a serem utilizados: gua, folhas verdes de carqueja, folhas verdes de pico.

Modo de preparar e de usar:

Ferver 1 litro de gua filtrada com 30 gramas de folhas verdes de carqueja e 30 gramas de folhas verdes de pico. Esfriar e aplicar , com o auxlio de uma seringa descartvel, 20 ml dentro de cada teta durante 5 dias.

Obs: fazer sempre a assepsia do local (bere) com gua limpa e papel toalha.

6.7.9. MACERADO DE ALHO

Indicaes de uso: Controle da mamite.

Materiais a serem utilizados:

1 xcara de alho descascado, modo ou picado, 1 litro de lcool de cereais ou cachaa

Modo de preparar e de usar:

Deixar o alho em infuso no lcool ou na cachaa por pelo menos 15 dias, agitando diariamente. Coar e misturar 1 a 2 ml da soluo em 10 ml de gua fervida. Aplicar dentro da teta 1 a 2 vezes por dia, durante 5 dias.

Podemos ainda usar 7 dentes de alho esmagados em 100 ml de azeite. Ferver em banho-maria por 40 a 60 minutos, coar e aplicar 10 ml dentro da teta, 1 vez por dia, durante 5 dias.

6.7.10.. VINAGRE

Indicaes de uso: Controle da Mamite

Modo de preparar e usar:

Misturar 10 ml de gua limpa e ferveida + 5 ml de vinagre. Aplicar 10 ml da soluo na teta doente durante 5 dias.

6.7.11. FOLHAS DE BANANEIRA

Indicaes de uso: Diarria e controle de vermes.

Modo de usar:

Fornecer folhas de bananeira picadas ( vontade) aos animais.

Para a ingesto de animais jovens, os talos devero ser retirados.

6.7.12. HEMOTERAPIA

Indicao de uso: Controle de papilomatose.

Modo de preparar e de usar:

Retirar sangue da veia do animal e aplicar no msculo do animal.

6.8 AUMENTO DE IMUNIDADE DE BEZERRAS (TERNEIRAS)

6.8.1. SILAGEM DE COLOSTRO (COLOSTRO FERMENTADO)

Indicao de uso: Alimentao de bezerras.

Modo de preparar:

A silagem de colostro produzida armazenando o colostro excedente em garrafas plsticas, tipo Pet's ou gales com tampa. O colostro colocado nas garrafas, at o completo preenchimento e fechamento sem a presena de ar para que ocorra a fermentao correta. Este material deve ser armazenado em temperatura ambiente, protegido da luz solar, em local limpo e fresco, por tempo indeterminado. Aps 21 dias este material est pronto para ser utilizado como substituto do leite.

Modo de usar:

Para fornecer s bezerras, deve-se misturar a silagem de colostro com gua morna (50c) em partes iguais. A silagem feita com o colostro do primeiro e do segundo dia ps-parto e deve ser usada para alimentar as bezerras com at 35 dias de idade. As bezerras com mais de 35 dias devem receber a silagem de colostro feita com a coleta do 3 e 4 dia ps parto. Para acostumar as bezerras ao sabor da silagem de colostro deve-se adicionar leite mistura, da seguinte maneira:

1 dia: 25% da mistura, mais 75% de leite;

2 dia: 50% da mistura, mais 50% de leite;

3 dia: 75% da mistura, mais 25% de leite;

4 dia em diante: somente a mistura (colostro mais gua);

Aconselha-se iniciar o uso sempre com a primeira silagem produzida dentro da propriedade.

O colostro possui mais protenas, sais minerais, gorduras, vitaminas e slidos totais do que o leite. Uma bezerra consome aproximadamente 4 litros da mistura de colostro/dia.

7. PLASTICULTURA COMO FAZER UM TNEL (ESTUFA)

H vrios modelos de estruturas possveis, e o produtor poder construir aquela que considerar mais fcil e barata para a sua situao ou para o seu objetivo: se produo de hortalias para consumo imediato ou para a produo de mudas.

Para a cobertura, utiliza-se os plsticos chamdos agrofilmes ou, simplesmente filmes. Deve-se dar prioridade aos filmes de espessura que possuem entre 0,10 mm a 0,15 mm (100 a 150 micras) e aditivados, ou seja, tratados de maneira a no permitir a entrada de raios Ultra Violeta. Por essa razo so tecnicamente conhecidos por PEBD (Polietileno de Baixa Densidade).

O terreno para a sua construo deve ser plano ou levemente inclinado e o solo deve ser preferencialmente leve, arenoso ou areno-argiloso, mas sempre bem drenado.

Recomenda-se que a estrutura seja construda tendo o seu eixo longitudinal, se possvel, no sentido que corte o vento dominante no local. Tambm observar a posio do sol e de preferncia fazer a locao no sentido leste-oeste.

As produtividades alcanadas em estufa tem se mostrado de 3 a 4 vezes maiores que os plantios convencionais.

TNEL MDIO (3,30m X 21,00 m)

MATERIAIS E MO-DE-OBRA

Tubos de pvc Unidade8,00

Barras de ferro de 3/8 c/ 6 m comprimentoUnidade8,00

Barras de ferro de m2,00

Corda tipo algodo acetinado c/ 6 ou 8mmm130,00

Postes de eucalipto c/ 2,7 m / 6 a 8 cm de dim.Unidade3,00

Estacas de eucalipto c/ 1 m de comprimento Unidade2,00

Filme plstico de 100 micras e 6 m de larguram27,00

Arame liso n 10 - 12m30,00

Arame recozidom2,00

Mo-de-ObraDh*2,00

Dh* Dia homem

ETAPAS PARA CONSTRUO

Fazer a limpeza da rea e, se necessrio, nivel-la.

Fazer o esquadrejamento da estufa e demarcar os espaos entre arcos (3,00m).

Cortar as barras de ferro de 5/8 com 1,00 m a 1,20 m para serem fixadas no cho.

Fazer a fixao das barras com 50 a 60 cm de profundidade (depende do solo) no cho com o auxlio de uma marreta.

Devem ser feitos os buracos com 60 cm a 80 cm de profundidade (dependendo do solo) para a fixao dos postes de 2,70 m a 2,90 m os quais sero posicionados no centro dos arcos (cumeeira). Instalar os postes de 2,70 m a 2,90 m nas extremidades e no centro do tnel de modo que sobrem 2,10m para fora do buraco.

Fazer tambm os buracos nas duas extremidades a 3,00 m de distncia do ltimo arco para se instalar as estacas que iro fixar o plstico.

Colocar 6 m de (1/2 barra) vergalho 3/8 dentro do tubo de PVC de para dar maior rigidez ao arco

Conectar os tubos de pvc nas pontas de vergalho previamente fixadas no cho.

Esticar o arame liso e amarr-los nos arcos de PVC com o arame recozido.

Amarrar uma extremidade do plstico na estaca e distribu-lo at a sua fixao na estaca do outro lado da estufa. Para maior durabilidade deste filme plstico este dever ser bem esticado, por isso recomenda-se espalh-lo no horrio de maior calor deixando-o por 30 min a 1 hora e,posteriormente, procede-se o seu esticamento.

O travamento do plstico dever ser feito com o auxlio de cordas de algodo acetinado fixados com grampos de ferro de em forma de S que sero colocados na base dos arcos de PVC sendo que cada corda ter 14 m de comprimento e ter um ponto de fixao em um arco e os outros pontos nos arcos vizinhos sendo que a corda ter a forma de um V.

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