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INFORME PUBLICITÁRIO Agro Guia | Outubro 2012 1 AGRO EVENTOS Feileite, Fenagro, Aquapesca Brasil, Fispal Nordeste AGRO HISTÓRIA Herbert Bartes, precursor do plantio direto no Brasil AGRO PERFIL Márcio Lopes Freitas, da OCB, 30 anos no cooperativismo PUBLICAÇÃO MENSAL | OUTUBRO 2012 | EDIÇÃO 08/ANO 01 Mario Tenerelli, vice-presidente da DuPont Brasil Produtos Agrícolas, conta que a empresa quer liderar uma revolução tecnológica para elevar a produção mundial de alimentos AGRO ENTREVISTA Pioneirismo na defesa da lavoura INFORME PUBLICITÁRIO

AgroGuia Ed. Outubro 2012

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Suplemento Mensal de Agronegócio no Jornal Folha de S. Paulo.

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Informe PublIcItárIo

Agro Guia | Outubro 2012 1

AGRO EVENTOSFeileite, Fenagro,Aquapesca Brasil,Fispal Nordeste

AGRO HISTÓRIAHerbert Bartes,precursor do plantio direto no Brasil

AGRO PERfIlMárcio Lopes Freitas, da OCB, 30 anos no cooperativismo

Publicação Mensal | outubro 2012 | edição 08/ano 01

Mario Tenerelli, vice-presidente da DuPont Brasil Produtos Agrícolas, conta que a empresa quer liderar uma revolução tecnológica para elevar a produção mundial de alimentos

AGRO ENTREVISTAPioneirismo na defesa da lavoura

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Índice

Agro Agricultura 11

12Agro Pecuária

8Agro Eventos

PARA ANUNCIAR NO GUIA

Diretor de redação

Editora-chefe

Redação

Colaborador

Apoio Comercial

Projeto Editorial

Diagramação e Edição de Imagens

Capa

Carlos Alberto da SilvaMTB 20.330

Béth Mé[email protected]

André [email protected]

Paulo [email protected]

Simone [email protected]

Nathã Carvalho

Carlos Alberto da Silva

Gutche AlborghetiVinicius Gallo BalsysJuliana VizzáccaroMaria Teresa

Vinicius Gallo Balsys

Foto Divulgação / DuPont

(11) 3063.1899 / Al. Itu. 1063 - 2° andar -CEP: 01421-001 - Jardins - São Paulo/SP

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PRESIDENTE E FUNDADOR:Carlos Alberto da Silva

[email protected]/gpubliqueSlideshareslideshare.net/grupopubliqueYou Tubeyoutube.com/GrupoPublique

Gerente ComercialMarcela Marchi

[email protected](011) 3224-4546

Contato ComercialFernando Oliveira

[email protected](11) 3224-4545

Representante ComercialSonia Maciel

[email protected]

Mirian [email protected]

tel: (11) 3021-1644

Informe Agro Econômico 28

30Agro Educação

7Agro Mensagens

6Agro Agenda

16Agro Entrevista

19Agro História

14Agro Tecnologia

22Agro Produtor/Agro Perfil

26Agro Sustentabilidade

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Confira os eventos de 3 de novembro a 2 de dezembro de 2012

Agro Agenda

11 a 16/1163º Congresso Nacional de Botânica – Joinville (SC), tel. (47) 3461-9040 - http://63cnbot.com.br

19 a 23/11Feileite 2012 - 6ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite – São Paulo (SP), tel. (11) 5066-6770 – www.feileite.com.br

3/11Expoinel/MS e Expogen/MS – Campo Grande (MS), tel. (67) 3341-2215 - www.nelorems.org.br

4 a 9/1122º Congresso da Agricultura Irrigada – Cascavel (PR), tel. (61) 3273-215 - http://abid.org.br/conird.asp

6 a 7/11Simpósio sobre Hortaliças - Inovações no setor Hortícola: Baby e Mini Horti (Esalq e Gelq) – Piracicaba (SP), tel. (19) 3417-6604 - www.fealq.com.br

6 a 8/11Simpósio Estadual de Agroenergia – Porto Alegre, (RS), tel. (51) 2125-3099 - http://emater.tche.br/site/area/simposio_agroenergia.php

6 a 9/11Fispal Tecnologia Nordeste 2012 – Recife (PE), tel. (11) 3598-7880 / 7850 - http://fispaltecnologianordeste.com.br

7 a 9/112ª Aquapesca Brasil - Feira Internacional da Pesca e Aquicultura – Salvador (BA), tel. (11) 9694-6697 / (11) 7885-2237 - www.aquapescabrasil.com.br

7 a 9/11 Ficafé 2012 - Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná – Jacarezinho (PR) - www.acenpp.com.br

8 e 9/115º Simpósio Brasileiro de Citricultura (Fealq/Esalq/USP) – Piracicaba (SP), tel. (19) 3417-6604 (Maria Eugenia) - www.fealq.org.br

8 e 9/11Simpósio Internacional de Águas Residuárias na Agricultura – Botucatu (SP), tel. (14) 3882-6300 - http://fepaf.org.br

10/11Oficina de Aplicação de GPS de Navegação na Agricultura (Esalq/USP) – Piracicaba (SP), tel. (19) 3429-4433 - http://fealq.com.br

21 a 23/11Feicomex - Feira Internacional de Comércio Agrícola e Exportação – São Paulo (SP), tel. (19) 3254-2842 - www.feicomex.com.br

21 a 23/11Avisulat 2012 - III Congresso Sul-brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios e Feira de Equipamentos, Serviços e Tecnologia – Bento Gonçalves (RS), tel. (51) 3228-8844 - www.avisulat.com.br

22 e 23/11 8º Ciclo de Palestras sobre Heveicultura Paulista – São José do Rio Preto (SP), tel. (17) 3235-1088 - www.apabor.com.br 28 a 30/116º Congresso Brasileiro de Tomate Industrial – Goiânia (GO), tel. (62) 3241-3939 - www.congressotomate.com.br

24/11 a 2/12Fenagro 2012 – Salvador (BA), tel. (71) 3375-4575 - [email protected] – www.accoba.com.br

28/11 a 2/12 20º Encafé - Encontro Nacional da Indústria de Café – Mata de São João (BA), [email protected] - www.abic.com.br

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Olá, Béth,Ficou ótima a entrevista com Laércio! Todos da empresa estão muito fe-lizes, sobretudo o pessoal da comunicação e, claro, o Laércio, que pede para parabenizá-la.É possível eu conseguir alguns exemplares para distribuir na empresa? Ricardo Ditchun, MVL Comunicação

Sou assessora de imprensa da Fundação Agrisus e quero colocar a entrevis-ta no site da entidade.Maria Luíza Araújo, Flama Jornalismo

A pedido de Antônio Carlos Moreira, solicito o arquivo da Agro Entrevista com o presidente Syngenta do Brasil, Laércio Giampani, da edição de se-tembro do Agro Guia, para publicação na News Andef.Felipe Perez, Comunicação Andef

Agro Mensagens

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Caros Leitores,

Leia nesta edição, que traz algumas mudanças no layout, vários temas de interesse do setor. O destaque da capa é a Agro Entrevista com Mario Tenerelli, vice-presidente da DuPont Brasil Produtos Agrícolas. Ele anuncia, para os próximos seis anos, o lançamen-to de tecnologias de ponta para o produtor brasileiro, com criação de valor, e que vão agregar cerca de US$ milhões às vendas da empresa.

Também destaco, na seção Agro História, a incrível trajetória do pioneiro do plantio direto no Brasil, Her-bert Bartes, e o exemplo de agricultura sustentável em uma propriedade gaúcha, a Agropecuária Nemitz.

Ainda chamo atenção para o Agro Perfil, com o agro-pecuarista Márcio Lopes Freitas, presidente do Siste-ma OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), sobre cooperativismo e sua importância para o agro.

Boa leitura a todos! Carlos Alberto da SilvaDiretor de redação

Agro Editorial

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Para quem quer investir na pecuária leiteira e buscar parceiros, a 6ª Feileite – Feira Internacional da Cadeia Produ-tiva do Leite é um espaço para a gera-ção de negócios e a discussão sobre te-mas relacionados ao mercado leiteiro brasileiro que, em 2011, movimentou R$ 38 bilhões, segundo estatísticas. “A Feileite tem como objetivo apresentar, principalmente aos pequenos e médios produtores, subsídios para crescer, e, aos grandes, ferramentas para promo-verem uma gestão ainda mais eficien-te”, afirma Décio Ribeiro dos Santos, diretor do Agrocentro, empresa promo-tora do evento.Carla Tuccilio, gerente de Agrone-gócios do Agrocentro, prevê a par-ticipação de mais de 2.000 animais de raças leiteiras, provenientes de criatórios de todo País. São espera-dos mais de 20 mil visitantes.A feira de 2012 será realizada de 19 a 23 de novembro e terá cerca de 100 eventos paralelos, destaque para leilões, julgamentos e concur-sos leiteiros. Foram agendados os seguintes leilões: Genética da Ca-

pital (Girolando), dia 19; 50 Anos de Seleção Estância Silvania (Gir Leiteiro), dia 20; Nação Girolando e Leilão Gir Leiteiro Cinco Estrelas, dia 21; Estrelas Nacionais das Ra-ças Holandesa e Jersey e Mulheres do Gir Leiteiro 22.No dia 20 de novembro, ocorrerá a 3ª edição do Troféu Balde de Ouro, iniciativa da Nutrition for Tomorrow Aliance, em parceria com a Feileite, que homenageia as pessoas que fa-zem a diferença para a pecuária de leite. (André Casagrande)

feileite, ponto de encontro do setor

Agro Eventos/Destaques

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Pista de julgamento do Gir Leiteiro

Público prestigia a feira

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De 24 de novembro a 2 de dezembro, o Parque de Exposições de Salvador (BA) será palco da 25ª Fenagro (Feira Nacional de Agropecuária da Bahia), evento que encerra o calendário de feiras agropecu-árias da Bahia. A expectativa da organi-zação, que espera a presença de 300 mil visitantes, é movimentar R$ 100 milhões com a venda direta e indireta de animais,

fenagro espera faturar R$ 130 milhõesmáquinas implementos e financiamentos agrícolas, além dos 21 leilões.Está prevista a participação de 800 ex-positores e 6.000 animais, entre bovinos (1.100 exemplares), equinos (800), capri-nos e ovinos (3.000), além de pequenos animais. Serão homenageadas as raças Nelore (bovina), Campolina (equina), Santa Inês (ovina) e Saanen (caprina). Segundo o diretor da ACCOBA (Associa-ção dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia), Almir Lins, a Fenagro abrigará, pela terceira vez, duas exposições na-cionais das raças Santa Inês e Saanen e contará com a participação de criadores de todo Brasil, além do disputado torneio leiteiro das raças Gir Leiteiro e Girolando.

Agro Eventos/Destaques

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Tradicional banho de leite

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A VIII ExpoBrahman – Exposição In-ternacional da Raça Brahman, de 8 e 14 de outubro, em Uberaba (MG), inovou com a realização da Brahman Genética, segundo o presidente da ACBB (Associação dos Criadores de Brahman do Brasil), Ary Marcos de

A PorkExpo 2012 e o VI Congresso Inter-nacional de Suinocultura, realizados de 26 a 28 de setembro, em Curitiba (PR), reuniram quase 1.000 congressistas. “O evento já se consolidou como a prin-cipal feira da suinocultura brasileira”, destacou Fabiano Coser, diretor-execu-tivo da ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos), “Trata-se de uma feira muito importante, fundamental para o lançamento de novos concei-

O 33º Potro do Futuro e 6ª Copa dos Campeões de Trabalho e Conforma-ção, realizados de 9 a 14 de outubro em Avaré (SP), com promoção da ABQM (Associação Brasileira de Cria-dores de Quarto de Milha), receberam 3.324 inscrições. Cerca de 1.200 ani-mais participaram das provas de Seis

Paula Bárbara. “Acertamos ao aliar animais de pista e de genética diferen-ciada em um único evento, vitrine do que há de melhor em beleza racial e genética diferenciada.”Além de julgamentos, o evento con-tou com leilões, como o 1º Leilão de Touros Provados, e dois shoppings. O estande do Probrahman e as Fei-ras de Produtos também desperta-ram o interesse dos presentes.A Grande Campeã da mostra foi Mandy da Canaã, de César Tome Garreti. O Grande Campeão da Ex-poBrahman 2012 foi Muzzi Ébano, de Ricardo Muzzi Guimarães.

tos”, comentou Julio Costa, da Alltech.Neste ano, a Phibro organizou um workshop para seus clientes. “Nos-so compromisso é apresentar novi-dades e auxiliar para a melhoria de suas operações. Por isso, trouxemos palestrantes conceituados que abor-daram temas ligados às tecnologias de nutrição”, disse Paulo Teixeira, diretor da Unidade de Avicultura e Suinocultura da empresa.

Balizas, Três Tambores, Working Cow Horse, Ranch Sorting, Laço de Bezer-ro Técnico e Cronômetro, Team Pen-ning, Rédeas, Laço Cabeça, Laço Pé, Laço em Dupla, Apartação, Bulldog, Conformação e Western Pleasure. A programação também contou com quatro leilões. (SR)

ExpoBrahman: genética e pista

PorkExpo 2012

Potro do futuro e Copa dos Campeões

Agro Eventos/Balanço

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Qualidade deu o tom à mostra mineira

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SOJACenário positivoO primeiro levantamen-to de intenção de plantio para a cultura da soja, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), no co-meço de outubro, apon-ta aumento de 5,5% a 9,1% na área plantada, de 25,04 milhões hecta-res, em 2011/2012, para 26,42 milhões de ha a 27,33 milhões de ha, em 2012/2013. O acréscimo é de 1,38 milhão de ha a 2,28 milhões de ha. A estatal calcula produção média de 81,44 milhões de toneladas (22% acima das 66,6 milhões de t da temporada 2011/2012) e projeta esmagamento interno de soja em grão ao redor de 38,25 mi-lhões de t. Já as exporta-ções para a próxima sa-fra, projetadas em cerca de 36,25 milhões de t, ficaram abaixo das 38,5 milhões de t, previstas pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).

MILHOÁrea menorA Conab projeta a área de milho primeira safra entre 7,04 milhões de hectares e 7,26 milhões de ha, re-dução de 6,8% a 4,0%, em razão dos preços da soja e da possibilidade de cultivo da segunda

safra. Já a produção, de-verá alcançar entre 34,52 milhões de toneladas e 35,88 milhões de t, ante 33,9 milhões de t colhi-das na safra anterior. Con-siderando as duas safras, o órgão prevê área total de milho entre 14,64 mi-lhões de hectares e 14,85 milhões de ha, 3,4% a 2,0% abaixo da safra pas-sada. A produção total deve oscilar entre 71,9 milhões de t e 73,2 mi-lhões de t, o mesmo pata-mar da safra anterior.

ALGODÃORetração geralA primeira estimativa de intenção de plantio para a safra 2012/2013, também da Conab, indica queda de 20,2% a 27,4% na área plantada com algo-dão. Os fundamentos da retração são câmbio, bai-xas cotações do produto nos mercados interno e externo, forte elevação dos custos de produção e menor vantagem compa-rativa com a soja. Diante do quadro, a área culti-vada ficaria entre 1.011,7 mil ha e 1.111,7 mil ha, uma baixa de 331,7 mil hectares. A produção de algodão em pluma deve cair 325,3 mil toneladas e ficar entre 1.485,3 mil e 1.632,1 mil t. A Co-nab estima oferta total de pluma equivalente a 2.079,3 toneladas.

CAFÉExportações em baixaSegundo relatório men-sal do Departamento do Café, da Secretaria de Produção e Agroe-nergia do Ministério da Agricultura, de janeiro a setembro, o faturamen-to com as exportações de café totalizaram US$ 4,6 bilhões, ante US$ 6,1 bilhões, no mesmo período de 2011, que-da de 24,74%. O vo-lume embarcado caiu 19,21%. A publicação estimou o consumo bra-sileiro de café em 20,4 milhões de sacas, em 2012, ante 19,72 mi-lhões de sacas em 2011.

CANA-DE-AÇÚCARQueda na moagemNos últimos 15 dias de setembro, o volume de cana-de-açúcar proces-sado pelas unidades pro-dutoras do Centro-Sul, de acordo com levantamento da Unica (União da Indús-tria de Cana-de-Açúcar), alcançou 31,81 milhões de toneladas. Queda de 24,20% em relação à pri-meira quinzena do mês e retração de 13,73% comparativamente à mes-ma quinzena de 2011. A moagem de cana para a produção de açúcar caiu 48,56%, ante 51,56% no início de setembro e 51,84% na mesma quin-zena de 2011.

Agro Agricultura/Commodities

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SUÍNOSMercado reageO volume embarcado de carne suína in natura au-mentou 45,98% em volu-me e 38,47% em receita, na comparação com se-tembro de 2011, segun-do a Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína). Foram 60,44 mil toneladas e US$ 157,65 milhões, ante 41,40 t e US$ 134,42 mi-lhões, em agosto. De ja-neiro a setembro, o Brasil exportou 428,18 mil tone-ladas e US$1,09 bilhão, ampliação de 9,72% em volume e 2,13% em re-ceita, ante o acumulado do ano anterior. A Ucrâ-nia, principal destino, participou, em volume, de 23,49% das expor-tações do ano, seguida pela Rússia, com 23,04%. Em receita, a Rússia ficou em primeiro lugar, com 25,91%, e a Ucrânia, em segundo, com 23,77%.

AVESExportações estáveisEm setembro, os embar-ques de carne de frango totalizaram 305,7 mil to-neladas, 0,4% superior ao mesmo mês de 2011. No entanto, segundo a Ubabef (União Brasileira de Avicultura), a receita totalizou US$ 632,7 mi-lhões, queda de 3,4% na mesma análise. De janei-ro a setembro, as expor-tações somaram 2,922 milhões de t, crescimento de 0,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a receita, tota-lizou US$ 5,616 bilhões, queda de 6,9%.Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica), relativos ao 2º tri-mestre de 2012, indicam que, nos seis primeiros meses deste ano, a pro-dução brasileira de ovos cresceu 7%, de 1,254 bilhão de dúzias para 1,343 bilhão de dúzias.

AGRO NÚMEROS

BOVINOSReceita em quedaDe janeiro a setembro de 2012, os embarques de carne bovina in na-tura aumentaram 11,2% e a receita 4,5%, em relação ao mesmo mês do ano anterior: 678 mil t e US$ 3,2 bilhões, respectivamente. Em setembro, as exporta-ções cresceram 0,33%, em relação a agosto, e a receita caiu 0,1%. Mas, de acordo com a Secex, o volume embar-cado aumentou 22,5%, na comparação com o mesmo mês de 2011, passando de 74,2 mil t para 90,9 mil t. A re-ceita somou US$ 421,1 milhões, aumento de 7,75% na mesma análi-se. A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) prevê aumento de 10%, para 105 mil toneladas, sobre o mês outubro de 2011. (BM)

R$ 3 BILHÕES é o valor dos recursos disponíveis pelo Procap-Agro (Pro-grama de Capitalização de Cooperativas Agrope-cuárias, para a safra atu-al, aumento de 50% em relação à safra anterior.

R$ 2 BILHÕES é o total para financiar produção, beneficiamento, indus-trialização e armazena-gem de produtos agro-pecuários, às ações de adequação sanitária e de recuperação de solos.

US$ 13 BILHÕES foi o va-lor da receita das exporta-ções, pelos portos de Para-naguá e Antonina (PR), de janeiro a setembro deste ano. A soja, principal pro-duto exportado, respon-deu por 24% do total.

Agro Pecuária/Commodities

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Você sabia que...há planos para desenvolver ins-trumentos de regularização am-biental direcionados à agricul-tura irrigada?

O projeto é da Secretaria Nacional de Ir-rigação do Ministério da Integração Na-cional e prevê iniciativas, entre as quais se destacam a criação do Comitê Interins-titucional de Agricultura Irrigada e Meio Ambiente, a tramitação da Lei de Política Nacional de Irrigação e sua regulamenta-ção. Há ainda a Proposta de Resolução CONAMA, que trata como de Utilidade Pública e Interesse Social os barramentos em cursos d’água para fins de agricultura irrigada, possibilitando a intervenção e su-pressão de vegetação na Área de Preser-vação Permanente de uso consolidado.Em agosto deste ano, durante o Irrigashow e o Fórum Agricultura Irrigada, foram apresentadas iniciativas de sucesso para superar os entraves para a regularização ambiental da atividade frente à legislação ambiental, como os procedimentos de li-cenciamento coletivo, em Minas Gerais, a formação do Agropolo Mucugê/Ibicoara, na Bahia, e o licenciamento automático, no Rio Grande do Sul.Segundo o Professor Edmar José Scaloppi, da UNESP de Botucatu/SP, uma iniciati-va necessária é a ampliação das capaci-tações técnicas sobre a agricultura irriga-da, intensificando assim a divulgação da atividade como aliada do meio ambiente junto ao meio urbano e a comunidade

(34) 3318.9000 | www.pivotvalley.com.br

acadêmica na formação de profissionais de ciências agrárias.A próxima reunião do Fórum Agricultura Irrigada acontecerá em Cascavel, no Para-ná, durante o CONIRD, entre os dias 04 e 09 de novembro. Na ocasião a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná firmará acordo de cooperação com o Ministério da Integração Nacional, para a elaboração do Plano de Irrigação. Segundo o secretário nacional de irriga-ção, Guilherme Augusto Orair, ferramentas que fomentam os programas paranaenses, como o Programa de Irrigação Noturno (PIN) e o Fundo de Aval, interessaram aos técnicos do governo federal pela possibi-lidade de ajudar os pequenos produtores a financiar os equipamentos de irrigação, e poderão ser projetadas a nível nacional.

Fonte: http://forumirrigacao.blogspot.com.br/2012/08/forum-nacional-de-agricultura-irrigada.html#.UG7hvBiPTKw

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Agricultura de precisão, ferramenta de gerenciamento

Por Simone Rubim

Fundamentos também podem ser usados no dia a dia das propriedades

A agricultura de precisão é um tema abrangente, sistê-mico e multidisciplinar. Não se limita a algumas cultu-ras nem a regiões específicas. Seu objetivo é realizar o gerenciamento mais detalhado do sistema de produção como um todo, não somente das aplicações de insumos ou de mapeamento diversos, mas de todos os processos envolvidos na produção, de forma a evitar perdas por desperdício e aumentar a produtividade.Segundo o pesquisador da Embrapa Instrumentação e coordenador da Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa, Ricardo Inamasu, como o campo não é uniforme, a produtividade muda conforme a variação dessas características. “Tratar essas variações da forma mais adequada é o desafio da agricultura de precisão. A agricultura convencional considera essas diferenças pela média, resultando em excesso de insumos em um determinado setor e, em outros, um volume insuficien-te. Quanto maior a diferença, melhor será o resultado da agricultura de precisão”, explica.O que há de mais moderno na agricultura de pre-cisão em máquinas agrícolas, segundo o pesquisa-dor Inamasu, são as máquinas compatíveis com o padrão ISO 11783, conhecido também como ISO-

BUS. “Atualmente, a certificação de compa-tibilidade é realizada nos Estados Unidos e na Europa”, explica e acrescenta que o sen-soriamento remoto próximo com novos sensores é uma das no-vidades em tecnologia.Mas, a agricultura de precisão não está re-lacionada somente ao uso de ferramentas de alta tecnologia. Os seus fundamentos também podem ser empregados no dia a dia das pro-priedades, para maior organização e controle das atividades, dos gas-tos e produtividade em cada área. Aumentar a

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de informática e geoinformática para de-senvolvedores e realizar testes de desem-penho de campo com sistema integrado.Os primeiros fundamentos teóricos da agricultura de precisão surgiram em 1929, nos Estados Unidos, porém, essa tecnologia tornou-se mais conhe-cida na década de 80, em razão dos avanços e da difusão dos sistemas de posicionamento e informações geo-gráficos, monitoramento de colheita e também da informática. No Brasil, os primeiros estudos foram realizados na década de 90. Algumas iniciativas em pesquisa e desenvolvimento estão em andamento e representam a inovação em agricultura de precisão. Atualmen-te são 53 grupos de pesquisas registra-dos no sistema Lattes do CNPq (Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). No entanto, a adoção da Agricultura de Precisão nos diversos setores do agrone-gócio brasileiro está ocorrendo em ritmo inferior ao previsto. Aumentar a taxa de

utilização no País, oferecendo tec-nologias e conhecimentos para isso, é o papel que a Rede de Agricultura de Precisão da Em-brapa pretende cumprir.

taxa de utilização no País, oferecendo tecnologia e conhecimento para isso, é o papel que a Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa pretende cumprir. Pensando nisso, está criando o Lanapre (Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão), que funcionará como agente integrador das várias di-mensões dessa técnica, oferecendo uma área de integração para desenvolver pa-drões, realizar testes, validações e certi-ficações de sistemas.Os recursos para a implantação do la-boratório, de R$ 7,1 milhões, foram conquistados em 2010, com o apoio do Congresso Nacional, por meio de emendas da CDEIC (Comissão de De-senvolvimento Econômico, Indústria e Comércio). O Lanapre está localiza-do em São Carlos (SP), município que possui duas unidades da Embrapa (Ins-trumentação e Pecuária Sudeste). Além disso, tem outros três Centros próximos, na região de Campinas (SP), de extre-ma importância para o tema (Monitora-mento por Satélite, Informáti-ca e Meio Ambiente).O laboratório terá condições de realizar pesquisa e desen-volvimento de máquinas e equipamentos para agricul-tura de precisão, fazer testes de conexão entre diferen-tes fabricantes, tanto laboratorial como em campo, pro-mover eventos para compati-bilizar cone-xão e integrar d i f e r en t e s sistemas, ins-talar sistema de suporte

Agro Tecnologia

O Crop Circle permite visualizar a cor da planta e verificar se há ou

não deficiência em nutrientes

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Nova estratégia com foco no produtor

Por Béth Mélo

DuPont Brasil Produtos Agrícolas enxerga o País como um dos mais promissores para absorver investimentos na expansão do agronegócio, segundo seu vice-presidente, Mario Tenerelli

Nos próximos seis anos, a DuPont Brasil Produ-tos Agrícolas lançará pelo menos dois novos pro-dutos por ano no País. Segundo Mario Tenerelli, vice-presidente, são tecnologias de ponta, que representarão 50% dos lançamentos do negócio global e adicionarão pelo menos US$ 600 mi-lhões às vendas da empresa.Há 23 anos na companhia com uma carreira inter-nacional de 14, em posições de liderança fora do Brasil, Tenerelli passou por diferentes negócios da empresa no Chile, Estados Unidos e no México.

Agro Entrevista

Segundo o executi-vo, que conta sobre os planos da empresa em entrevista ao Agro Guia, a matriz anun-ciou, este ano, que vai liderar esforços por uma revolução tecnológica que ajude a elevar os in-dicadores da produção mundial de alimentos.

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do ao desenvolvimento de novos produ-tos para a agricultura do Brasil e para o negócio global da empresa. No mundo, há somente outras três unidades compa-ráveis – em modernidade, capacidade de inovação e tecnologia –, no Japão, na França e nos Estados Unidos.

Agro Guia – Como você vê o agrone-gócio brasileiro?MT – O agronegócio no Brasil tem tudo para dar certo. O País, por vo-cação, será um dos mais importan-tes jogadores mundiais na produ-ção de grãos. Já na próxima safra, temos a possibilidade de ultrapas-sar os Estados Unidos em soja, por exemplo. Existem indicações de que este ano a área de soja vai atin-gir 28 milhões de hectares. O pro-

dutor brasileiro vem, a cada ano, produzindo com mais qualidade, mais produtivida-de, mais tecnolo-gia e menos im-pacto ambiental. Esta estratégia de mais produtivida-

de com menos impacto ambiental vai caracterizar o trabalho do pro-dutor brasileiro e do Brasil agríco-la nos próximos anos. Com novos projetos de infraestrutura, e con-tando com mais de 50 milhões de hectares para crescimento da área plantada, o País será uma grande potência agrícola.Alinhada a tudo isso, a DuPont en-xerga o País como um dos mais pro-missores mercados para absorver investimentos na expansão do agro-negócio. Acreditamos que o Brasil

Agro Guia – Fale sobre a evolução da empresa no País.Mario Tenerelli – Com crescimento de 20% em 2011, atingindo vendas de US$ 524 milhões, a DuPont Pro-dutos Agrícolas responde por parcela significativa da receita da companhia no País. O mercado agrícola é o prin-cipal negócio, com participação em 50% das receitas.Esse desempenho, além do peso da agricultura brasileira no cenário global, colocou o negócio agrícola local em posição destacada na bus-ca por resultados que a matriz espe-ra conquistar de agora até 2020. (A matriz da DuPont anunciou em ja-neiro deste ano que irá liderar esfor-ços por uma revolução tecnológica que ajude a elevar os indicadores da produção mun-dial de alimen-tos). A empresa está presente no mercado agrí-cola brasileiro há mais de 70 anos. Comer-cializa uma linha de alta tecnologia, incluindo herbicidas, fungicidas, inseticidas e acaricidas, e situa-se entre as cinco principais companhias do mercado brasileiro de defensivos agrícolas.

Agro Guia – Qual a estrutura da Du-Pont no País em sede e estações ex-perimentais?MT – O escritório central da companhia está localizado no Bairro de Alphaville, em Barueri (SP). Em Paulínia (SP), a em-presa mantém um moderno centro de pesquisa de produtos agrícolas, dedica-

“País será um dos mais importantes jogadores mundiais na produção de grãos”

Agro Entrevista

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manterá seu processo de expansão acelerado na área agrícola, com au-mento contínuo da área plantada e investimentos em tecnologia.

Agro Guia – Quais as novidades em novas moléculas, biotecnologia e no-vos produtos?MT – Nos próximos seis anos, a Du-Pont lançará pelo menos dois novos produtos por ano. Sem dúvida, será a companhia que lançará mais pro-dutos no mercado brasileiro nesse período. Temos uma linha inovadora de inseticidas para café e hortifrú-ti, novos herbicidas para pastagens, uma nova linha de inseticidas para o tratamento de sementes, entre ou-tros itens. São tecnologias de ponta para o produtor, que embutem muita criação de valor. Representarão 50% dos lançamentos do negócio global e adicionarão pelo menos US$ 600 milhões em nossas vendas.Esse ciclo de inovação e crescimen-to trará ainda uma revolução no nosso negócio, o que inclui o desen-volvimento e a contratação de talen-tos e a implementação de uma nova estratégia, com foco no produtor.

Agro Guia – Existe previsão de novos investimentos? MT – A DuPont, mundialmente, in-veste aproximadamente US$ 250 milhões no desenvolvimento e na pesquisa de novas molécu-las. Parte desse orçamento é destinada aos estudos realiza-dos no Brasil. Vale reforçar que essas iniciativas estão voltadas para o agricultor produzir de modo sustentável.

Agro Guia – A DuPont e a agricultura sustentável...MT – Quando falamos de novas mo-léculas, por exemplo, mais modernas, potentes e de baixo impacto, remete-mos diretamente à agricultura susten-tável. Gostaria de destacar, contudo, quatro projetos especiais em que a companhia investe anualmente no Brasil, voltados ao uso correto e se-guro de defensivos agrícolas, com a plataforma Segurança e Saúde no Campo: DuPont na Escola, DuPont Mulheres no Campo, DuPont Nature-za e DuPont na Universidade. Todos têm objetivo de difundir as boas prá-ticas agrícolas. Cerca de 700 mil agri-cultores e profissionais rurais já foram treinados nos últimos anos.

Agro Entrevista

Mercado agrícola representa 50% das receitas da empresa

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O alemão louco de Rolândia

Por Paulo Roque

Assim chamavam Herbert Bartz, o pioneiro, pela sua obstinação em provar que o plantio direto era viável no Brasil

Um dos principais personagens da história do plantio direto no Brasil, Herbert Bartz, 75, é re-verenciado pela agricultura brasileira por ser o grande pioneiro na adoção desse sistema de cul-tivo no País. Segundo um de seus biógrafos, o jor-nalista Gilberto Borges, mesmo tendo iniciado as primeiras tentativas de plantio direto junto com outros produtores, Bartz foi o único que perseve-rou e conseguiu vencer as dificuldades iniciais de um sistema até então desconhecido na Amé-rica do Sul. Filho de imigrantes alemães, da região da Rhe-nânia, seus pais, Arnold e Johanna, chegaram no Brasil em 1927 e se estabeleceram em Rio do Sul (SC), onde exploraram uma pedreira e o ramo de construção. Passados 10 anos, Bartz nasceu e, em seguida, com a família, retornou à Alemanha para que sua mãe se submetesse a tratamento de saúde. Foi aí que o menino conheceu os horrores da guerra. Um dos fatos mais marcantes, segun-do Gilberto Borges, aconteceu dia 13 de feverei-ro de 1945, quando completava 8 anos, e estava na residência da avó, em Dresden. A cidade, já derrotada pelas forças aliadas, foi bombardeada e arrasada por aviões ingleses e americanos.

E, no pós-guerra, com a falta de comida e de aquecimento, pas-sou pelos os piores momentos. “O tempo de pós-guerra me deu uma lição de vida que eu não tinha como es-quecer e acordou em mim, com toda a von-tade, o desejo de um dia poder ter comida e fartura à vontade. Daquele tempo para cá, meus sonhos são de produzir alimentos em abundância.”Em 1960, dois anos após o falecimento da esposa, Arnold Bartz propôs a Herbert a ven-da da casa na Alema-nha e a volta ao Brasil. Por ser o único cidadão brasileiro da família,

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quados e a erosão continuava sendo um problema.” Naquela época, a ICI do Brasil iniciou seus trabalhos no plantio direto no Brasil e o contato com o engenheiro agrônomo Terry Wiles foi importante para se convencer sobre as vantagens do sistema. No começo de 1972, programou uma viagem à Euro-pa e Estados Unidos, com a finalidade de ver o que havia de novidades em termos de lavouras e máquinas para plantio direto.Na Alemanha, visitou a Feira de Equi-pamentos Agrícolas, em Hannover. Na Inglaterra, esteve na Estação Experi-mental da ICI, em Fernhust, e comprou o chassis de uma semeadora Rotacas-ter, com o objetivo de completá-la com acessórios nacionais, para torná-Ia mais acessível em termos econômicos. “Graças a esses contatos, pude conhe-cer, nos Estados Unidos, as estações experimentais que mediam a erosão do solo, as famosas Sediments Stations, e, principalmente, a fazenda de Harry Young, produtor que já fazia plantio direto há 10 anos. Essa visita foi conse-guida pelo pesquisador Shirley Phillips, da Universidade de Kentucky.”A partir daí Bartz, teve a certeza de que poderia usar o sistema em Rolândia e comprou uma semeadora da Allis Chal-mers. “A empresa sentiu o potencial de um mercado futuro na América Latina e, mais tarde, vendeu muitas máquinas aqui”, conta. Plantou cerca de 220 ha e, segundo Rolf Derpsch, que acompanhou o início da primeira experiência em larga escala do plantio direto na Fazenda Rhenânia, os problemas com ervas daninhas foram significativos, e os curiosos que viram a nova tecnologia diziam que não ia dar certo. “Admito que houve uma quebra

abandonou a Faculdade de Engenha-ria Hidráulica, na Universidade de Aa-chen, e preparou-se para o retorno. É ele quem conta: “Meu pai havia comprado o Sitio Rhenâ-nia, perto de Rolândia, no Paraná, onde começamos a plantar e a criar animais, e eu acabei por me tornar agricultor. A agricultura nos anos 60 era muito difícil, os produtos colhidos valiam pouco e as tecnologias disponíveis eram deficientes. Ocorriam secas e, noutras circunstân-cias, quando o solo estava arado e prepa-rado para o plantio, o excesso de chuva castigava com severas erosões.”Em 1967, arrendou, de seu pai, as ter-ras da Rhenânia e mais algumas áre-as vizinhas, perfazendo cerca de 200 hectares, onde criava porcos e planta-va milho, arroz, trigo e soja. A situação não era boa, em razão da deficiência de tecnologia, a pesquisa praticamen-te não existia, faltavam sementes de qualidade e assistência técnica. Bartz começou a ter problemas com erosão do solo e, em novembro de 1971, um temporal, no norte do Para-ná, destruiu toda a lavoura de verão e carregou o solo, com sementes e ferti-lizantes, para as baixadas. No dia se-guinte, procurou o engenheiro agrôno-mo Rolf Derpsch, nascido no Chile e formado na Alemanha, que trabalhava no Ipeame (Instituto de Pesquisas Me-ridional). Bartz sabia de suas opiniões sobre conservação de solo e de suas experiências com preparo mínimo e plantio direto na cultura do trigo. O agrônomo falou com entusiasmo sobre o desenvolvimento desse sistema nos Estados Unidos e na Inglaterra, mos-trando folhetos sobre o assunto.“Os novos sistemas entusiasmavam, mas não tínhamos equipamentos ade-

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de mais ou menos 20%, com aquela soja, em relação ao método conven-cional”, calcula Bartz. “Isso aconteceu devido à falta de experiência com o novo método, ao desconhecimento da suscetibilidade de certas ervas daninhas aos herbicidas, além de deficiência no manejo dos fatores biológicos, químico e climático, que influenciaram no de-sempenho dos produtos.”Com o tempo ele começou a confirmar, na prática, que o custo operacional era mais baixo e, portanto, o sistema dava melhores resultados econômi-cos. As produtividades na lavoura de soja permaneceram baixas até 1976, quando surgiu uma nova geração de herbicidas pré e pós-emergentes, além das primei-ras informações da pesquisa sobre rotações de cul-turas conduzidas pelo Iapar (Institu-to Agronômico do Paraná), em con-vênio com a ICI. Com uma tecnologia constantemente em evolução, paralelo à melhoria na fertilidade do solo, as produtividades da soja e das demais culturas foram alcançando patamares maiores e o sistema se estabilizou.O pioneiro do plantio direto no Bra-sil, era chamado por muitos de “o alemão louco de Rolândia”, por cau-sa da sua obstinação e das inúmeras experiências que fazia. “Mas, com o desenvolvimento do plantio direto, em vista do aumento na produtivida-de e na redução de custos com her-bicidas, combustíveis e outros insu-mos, acho que a racionalidade a ser

questionada é a dos críticos e não a minha”, diz Herbert Bartz. Bartz desenvolveu uma Rotacaster, em 1973, baseada numa enxada rotativa, importada da Inglatera, e uma caixa de adubo semente acoplada, da firma Ro-govski de Santo Ângelo (RS). Este protó-tipo se tornou a mãe de alguns milhares de Rotacaster produzidas em Taboão da Serra (SP), e permitiram o início do plan-tio direto na região de Mauá da Serra e nos Campos Gerais, em Ponta Grossa.Mas, foi em 1976, que novos aconte-cimentos e novas tecnologias come-çaram a dar suporte às “loucuras” de Bartz. O início efetivo do plantio direto

na região dos Cam-pos Gerais do Para-ná, as pesquisas sobre rotação de culturas no Iapar, que contava com Rolf Derpsch, que retornara ao Brasil depois de alguns anos na Alemanha, e a chegada de novos herbicidas

foram fatos importantes para a história de Herbert Bartz, que passou a ser con-vidado a realizar palestras em várias re-giões do Brasil e do exterior. Bartz foi requisitado para assessorar fa-bricantes de máquinas e implementos. Em 1976, foi nomeado membro do Conselho Assessor da Embrapa, no Cen-tro Nacional de Pesquisas de Trigo, em Passo Fundo (RS). Participou da funda-ção, foi vice-presidente e presidente por dois mandatos da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha.

“Não tínhamos equipamentos adequados e a erosão continuava sendo um problema”.

Este texto traz infomações do artigo de Gilberto Borges (in memorian), editor da Revista Plantio Direto, em 1997, por ocasião dos 25 anos de Plantio Direto no Brasil e América Latina.

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Márcio Lopes Freitas, 53 anos, presi-dente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), é agro-pecuarista e cooperativista há mais de 30 anos. Natural de Patrocínio Paulista (SP), sua paixão pela agricultura e pelo cooperativismo vem de família. A pri-meira está concretizada em uma pro-priedade localizada na região de sua cidade natal, onde cultiva café, pro-duz olerícolas orgânicas e se dedica à criação de gado. Graduado em Administração pela Universidade de Brasília, sua partici-pação no setor teve início em 1994, na presidência da Cocapec (Coopera-tiva de Cafeicultores e Agropecuaris-tas) e da Credicocapec (Cooperativa

de Crédito Rural). Em seguida, foi eleito presidente da Ocesp (Organi-zação das Cooperativas do Estado de São Paulo) e, finalmente, assumiu a li-derança da OCB e do Sescoop (Servi-ço Nacional de Aprendizagem do Co-operativismo). É, também, presidente da CNCoop (Confederação Nacional das Cooperativas) e da OCPLP (Orga-nização das Cooperativas dos Países de Língua Portuguesa). Segundo ele, no Brasil, o cooperati-vismo é um movimento jovem, com pouco mais de 100 anos. “O setor mobiliza cerca 33 milhões de pessoas, entre cooperados, empregados e fami-liares, e se apresenta como uma fonte geradora de trabalho e renda. As 6.586

A força da união

Por Paulo Roque

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Presidente da OCB fala sobre cooperativismo e sua importância para o Agro

Márcio Lopes Freitas é agropecuarista e

cooperativista há mais de 30 anos

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cooperativas ligadas ao Sistema OCB reúnem 10,1 milhões de cooperados e 296 mil empregados, e atuam em 13 ramos de atividades econômicas distintas”, esclarece Freitas. O presidente da OCB destaca o co-operativismo agropecuário, um dos mais tradicionais, e esclarece que cer-ca de 50% da produção das principais culturas passam, de alguma forma, por uma sociedade cooperativa, se-gundo o Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística) de 2006. “E os produtos do setor não ficam restritos ao mercado interno, são re-ferência também para outros paí-ses. O resultado das exportações comprova isso. Em 2011, por exemplo, as ven-das externas das cooperativas fe-charam em US$ 6,1 bilhões.”O dirigente ex-plica que o co-operativismo agropecuário brasileiro está mais desenvolvido nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Com 303 cooperativas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná reúnem os maiores contingentes de associados e empregados do segmento, 490,8 mil e 108 mil, respectivamente. Em segui-da, os Estados do Sudeste com 353,9 mil cooperados, 32,8 mil empregados e 411 cooperativas, e, finalmente, a Região Centro-Oeste, com 56,5 mil cooperados e 11 mil empregados e 189 cooperativas. Mas, deixa claro que o cooperativismo também ganha

força nas regiões Norte e Nordeste. Freitas reforça o conceito de que as cooperativas têm um papel importan-te não só para seus associados, mas para todas as comunidades onde es-tão inseridas, fazendo girar a econo-mia local. E lembra que é preciso ter sempre em mente que a cooperativa é, acima de tudo, um negócio e, por-tanto, deve ser gerida com profissio-nalismo e competência. Por isso, esclarece, “a definição de marcos legais regulatórios para o setor se faz determinante. A regula-mentação do adequado tratamento

tributário ao ato cooperativo, para evitar a bitributa-ção, está entre os focos prioritários. Neste, que é o Ano Internacional das Cooperativas, registramos vitó-rias importantes, como a sanção da Lei 12.690/12, que regulamenta as relações entre

cooperativas de trabalho e toma-dores de serviço. Para tanto, temos atuado no sentido de esclarecer e, ao mesmo tempo, reforçar as parti-cularidades do cooperativismo, vi-sando normas que atendam a essas especificidades e contribuam para o seu crescimento”. Segundo ele, as cooperativas têm investido fortemente na profissio-nalização da gestão dos negócios, buscando caminhos que as tornem cada vez mais competitivas, abrin-do novas oportunidades. Nesse sen-tido, afirma que “o setor aposta nos

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“O setor mobiliza cerca 33 milhões de pessoas, entre cooperados, empregados e familiares”

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diferenciais de atendimento perso-nalizado e produtos de qualidade, aliados a uma atuação conjunta a partir de redes de negócio ou ainda incorporações e fusões. Esse com-portamento pode ser observado na tendência de estabilização do nú-mero de cooperativas no País e no aumento do total de cooperados”. Freitas ressalta, também, o papel das cooperativas de crédito dentro do agronegócio brasileiro, lembrando que há uma expectativa mundial de que o Brasil trabalhe para aumentar significativamente sua produção de alimentos e, no entanto, a liberação do crédito rural ainda é muito bu-rocrática, com estruturas rígidas que dificultam maior dinâmica e agili-dade no processo. Nesse cenário, segundo ele, estão as cooperativas de crédito, que têm se destacado na disponibilização de recursos aos produtores, inclusive em momentos mais turbulentos, como a crise fi-nanceira de 2008/2009. “Em 2011, elas foram responsáveis por 13% dos recursos liberados para custeio rural (o crédito rural é clas-sificado em custeio, investimento e comercialização, sendo que o custeio tem representado praticamente 60% de todo o crédito rural liberado no país) e por 22% dos contratos autori-zados nessa linha de crédito, eviden-ciando um alto grau de capacidade de pulverização”, ressalta. E enfatiza “que há uma demanda expressiva por maior volume de crédito para as cooperativas e seus cooperados. Há, portanto, a neces-sidade de se avançar na legislação e regulamentação, no sentido de per-mitir e potencializar que o segmento

(as cooperativas de crédito) possa acessar, por exemplo, os recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalha-dor) e dos Fundos Constitucionais, repassando-os aos seus associados”. Em sua opinião, uma das manei-ras de otimizar a relação dos ban-cos com as cooperativas de crédito seria explorar melhor o repasse de recursos daquelas instituições fi-nanceiras, principalmente aquelas que não têm uma atuação forte no crédito rural, os chamados “bancos de asfalto”. Isso, sugere Freitas, po-deria ser feito com o aumento dos volumes de recursos, a desburocra-tização da relação banco/coopera-tiva, fazendo com que esses valores cheguem com mais celeridade à base, ao produtor rural.

Agro Produtor/ Agro Perfil

Freitas: a cooperativa é, acima de tudo, um negócio.

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O plantio direto ocupa, hoje, no Brasil, 70% da área cultivada, mais de 35 milhões de hectares. Seu con-ceito, segundo Herbert Bartz, repre-senta para o agricultor uma drástica redução de trabalho, todas as etapas do preparo de solo do sistema con-vencional (aração, gradagem, etc.) não existe mais. “Na prática, resulta numa redução de 60% a 65% de energia (diesel e mão de obra). Isso significa que o agricultor pode emendar o plantio imediatamente após a colheita ou simultaneamente (co-lheita e plantio) ou até sob semeadura (por exemplo antes da colheita da soja com folhas amareladas). As boas práti-cas agrícolas, nesse sistema, implicam em rotação de culturas, que permite ao agricultor até cinco culturas em dois anos que, por sua vez, devido à diversi-dade de sistemas radiculares, aumentam

a capacidade do solo de absorver água (efeito esponja)”, esclarece Bartz.

UM BOM EXEMPLOUm exemplo das explicações de Bartz é a Agropecuária Nemitz, localizada nos municípios gaú-chos de Manoel Viana e Alegrete. Na propriedade de 6 mil hectares, onde também é desenvolvida a in-tegração lavoura/pecuária, no mês de outubro, seu proprietário, Caio Nemitz, estava colhendo culturas de inverno – trigo (800 ha), azevém e aveia (4.300 ha) – e, em seguida, já vinha plantando soja (3.400 ha), além de arroz irrigado (1.800 ha). O milho, 800 ha, já estava plantado. Outros 500 ha são destinados ao nabo forrageiro.Na Nemitz, com áreas de solo are-noso, algumas com apenas 10% de

Riqueza preservada

Por Paulo Roque

Graças ao plantio direto, agricultor produz mais e protege seu maior bem, o solo

Caio Nemitz colhe o trigo e, simultaneamente,

inicia o plantio da soja

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Agro Sustentabilidade

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De geração para geração:Caio mostra para seu filho Enzo os

benefícios do plantio direto para o solo

argila, a atividade agropecuária é explorada como um todo, mas o forte é a agricultura. “Através do sis-tema plantio direto e com rotação de culturas, produzimos intensa-mente sem abrir mão do essencial, a cobertura do solo. Essa é a princi-pal preocupação para a sustentabi-lidade do nosso negócio”, diz Caio.A Agropecuária Nemitz foi fundada em 1970, pelo pai de Caio, Antônio Carlos Nemitz, que ainda trabalha. Atualmente, conta com cerca de 80 funcionários, mas tem, à sua frente, o próprio Caio e sua esposa Rosane, a irmã e o cunhado, Carla e Már-cio Rodrigues. Em 1987, o plantio direto chegou à fazenda. Àquela época, a família havia abandonado muitas áreas de lavoura, em razão de problemas causados pelo plantio convencional – erosão, degradação e infertilidade do solo e perda de renda. “A compactação do solo era muito forte também devido ao uso intensivo de pecuária”, narra Caio.Pai e filho foram até Campos Gerais (PR) e conheceram propriedades pio-neiras em plantio direto. Desde en-tão, a Agropecuária Nemitz passou a adotar a nova forma de cultivo. O início foi difícil; além da falta de ex-periência, não havia suporte técnico, nem máquinas adequadas e era difícil o acesso ao herbicida glifosato. “Com ajuda da Semeato, adaptamos uma plantadeira PS6 para fazer os primei-ros plantios. A inquietude e a vontade de estabelecer uma lavoura em plan-tio direto eram tamanhas que anda-

mos muito e, nessas andanças, obser-vamos e conhecemos muitas pessoas que nos ajudaram a seguir firme no propósito de plantar sem arar”, conta o agricultor.Passados 25 anos, a Agropecuária Nemitz é exemplo de agricultura sus-tentável. “Sem o plantio direto não conseguiríamos nem a metade do que produzimos hoje. Seria inviável econo-micamente e ambientalmente”, garan-te Caio. Comparada à média da região, a produtividade é considerada muito boa: soja, 2.900 kg/ha; milho, 2.900 kg/ha e trigo 3.200 kg/ha. Já o arroz ir-rigado, 8.700 kg/ha.Em sua opinião, mais importante que a produtividade por hectare é a sus-tentabilidade do negócio, assegurada pela rotação de culturas e a intensida-de da produção. E fala com orgulho: “Hoje, temos a alegria e a satisfação de ver uma lavoura em um dia de chuva, a água fluindo pelos poros de-baixo das raízes, e olhar nossos solos formados pela fantástica vida dessa microbiologia que temos na lavoura de plantio direto. A cada ano vamos construindo um solo melhor, com mais vida, fertilidade. Estamos no ca-minho certo, o aumento da quantida-de de seres vivos no solo, proporcio-nado pelo plantio direto, prova que nossa lavoura é sustentável.”

Agro Sustentabilidade

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A chegada do período de plantio da sa-fra 2012/2013 trouxe consigo as primei-ras estimativas de área e produtividade das principais culturas. O destaque deste ano ficou definitivamente para a soja, a qual aumenta a área plantada e recupera a produtividade perdida pela quebra na colheita no início do ano. O efeito da quebra da própria safra brasileira, conjugada à quebra simul-tânea na Argentina e, posteriormente, nos Estados Unidos, valorizou o preço internacional da soja ao ponto de o preço subir mais de 50% no Brasil. Ou-tras culturas também registram preços elevados, como o milho, mas nenhum preço possui alta comparável à da soja.As questões associadas ao levanta-mento da safra se referem à expansão da área plantada, às perspectivas para a produtividade e, consequentemente, ao crescimento da produção de cada cultura. A primeira estimativa oficial para a área plantada total colocou a sua expansão entre 0,1% e 2,7%, mas muitas definições ainda estão por vir nos diferentes estados.Outra questão ainda mais relevante diz respeito à perspectiva para a pro-dutividade, a qual é sempre sujeita à influência imponderável do clima, como as safras mais re-

centes no Brasil, Argentina e nos Es-tados Unidos demonstraram. Diante disso, o primeiro levantamento divul-gou uma produtividade que pode ser considerada conservadora para a soja e também para o milho. Essa primei-ra estimativa para a produtividade da soja, juntamente com o intervalo de 5,5% a 9,1% para o crescimento de sua área, apontam um intervalo entre 21% e 25% de crescimento para a pro-dução de soja na safra 2012/2013.Porém, as previsões climáticas atuais sinalizam para uma precipitação du-rante a safra moderadamente acima do histórico e temperatura mais elevada que o normal, o que, estatisticamente, se associa a produtividades mais eleva-das. O cenário para o clima permite a produtividade retornar pelo menos ao nível registrado na safra 2010/2011, o que, por si só, já levaria a um aumento de 17% na produtividade da soja sobre a última safra e superaria esta primeira estimativa oficial. Esta recuperação robusta na produtivi-dade da soja será liderada pelo cresci-mento forte no Rio Grande do Sul e no Paraná, os quais concentraram as per-das na safra passada. O Mato Grosso do Sul e a Bahia também serão respon-sáveis pelo aumento da produtividade,

visto também terem sofrido quebra no ano passado, enquanto os

demais estados são pro-pensos a se manter pró-

ximos da produtivida-de 2011/2012.A estimativa de expan-são da produtividade

Plantando a safra 2013

Informe Agro Econômico

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com base na sua relação com o clima previsto aponta para uma colheita de soja quase 30% maior, a depender do aumento da área plantada e alguns ajus-tes na área estimada pela CONAB, com base em informações de outras fontes. A diferença de rentabilidade entre a cul-tura da soja e outras culturas que com-petem pela mesma área, como o milho, leva a crer realmente no aumento ex-pressivo de área. O primeiro levanta-mento da intenção de plantio apontou para a soja retirando área de todas as outras culturas, conjugado com acrésci-mo na área total, o que mostra que a expansão da área da soja conjugou o aumento de área total e a substituição de área de outras culturas por soja. Os estados que apresentam maior ex-pansão de área total são justamente os estados que registraram o maior aumento de área para a cultura da soja. Esta primeira estimativa de área plantada pode surpreender, pois a área total de soja pode crescer na direção do limite superior do levan-tamento. Caso isto aconteça nos es-tados de maior produtividade, o total da safra pode ultrapassar 30%. O aumento de área exatamente para a cultura com a maior perspectiva de au-mento de produtividade é uma certeza de aumento na produção agrícola bra-sileira. A maioria das demais culturas possui a capacidade de manter a pro-dução estável, ou até mesmo expandi-la moderadamente, valendo-se somente da compensação da redução de área pelo aumento da produtividade.O maior exemplo é o feijão, cuja que-bra de safra no ano passado o deixou na mesma situação que a soja, na qual a normalização da produtivida-de representa crescimento significa-tivo. A redução na área plantada de feijão é modesta e a simples recupe-ração da produtividade já será sufi-ciente para o aumento da produção.

O arroz apresenta situação menos favorável, pois, segundo a CONAB, o aumento da produtividade apenas compensa a redução de área e man-tém a produção estável.A segunda cultura brasileira mais impor-tante, o milho, aparece no levantamento numa situação semelhante à do arroz, mas existem motivos para crer num ce-nário melhor. O milho também passou por uma quebra expressiva de produtivi-dade em estados como o Rio Grande do Sul e Paraná. O recuo pequeno da área e a perspectiva de recuperação da produ-tividade para o nível 2010/2011, como deve acontecer com a soja, são capazes de assegurar aumento do volume colhi-do. As boas condições climáticas previs-tas possuem o mesmo efeito sobre a pro-dutividade do milho, podendo inclusive levá-lo a um recorde de rendimento que aumentaria a safra de milho bem acima do estimado pela CONAB.Portanto, o plantio da safra de grãos 2012/2013 apresenta uma perspecti-va de crescimento entre 7% e 10% ao longo do ano que vem, mas, caso se considere somente as culturas a serem colhidas entre fevereiro e março, esta expansão se situa entre 11% e 15%. Os ajustes plausíveis na produtividade da soja e do milho e a possibilidade da área plantada de soja se situar em torno do limite superior da estimativa podem levar ao crescimento da produção de grãos no primeiro trimestre a 20%. Esta expansão se compara somente com o crescimento destas mesmas culturas nas safras 2000/2001 e 2002/2003. Uma vez que o clima permita, ninguém segura a agricultura deste país.

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