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A revista das oportunidades de negócios Janeiro/Fevereiro de 2009 - Ano XV - Nº 130 Incentivo à inovação Programa aproxima pesquisa científica do mercado, com estímulo à criação de empresas e transferência de tecnologia AGRONEGÓCIO Cultivo de morangos do Sul de Minas ganha impulso MODA Oficina de design ajuda confecções em Divinópolis CULTURA Projeto dá novos rumos à produção em Cataguases

AGRONEGÓCIO Cultivo de Sul de Minas - sebraemg.com.br · de Incentivo à Inovação (Pii), tema da matéria de capa da Passo a Passo. a reportagem mostra os resultados consistentes

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A revista das oportunidades de negócios Janeiro/Fevereiro de 2009 - Ano XV - Nº 130

Incentivo à inovaçãoPrograma aproxima pesquisa científica do mercado, com

estímulo à criação de empresas e transferência de tecnologia

AGRONEGÓCIOCultivo de

morangos do Sul de Minas

ganha impulso

mOdA Oficina de

design ajuda confecções em

Divinópolis

CULTURAProjeto dá

novos rumos à produção em

Cataguases

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a inovação é indispensável para a sobrevivência e para a competitividade das micro e pequenas empresas. Inovar é fazer diferente. É incorporar conhecimentos e tecnolo-gias para criar ou melhorar produtos, processos e serviços. a inovação é uma forma de

aumentar o número de clientes, os lucros e os postos de trabalho.No mercado atual, o concorrente pode estar do outro lado da rua ou do outro lado do

mundo. se o empreendedor não perceber as mudanças no comportamento do consumidor e as tendências de mercado, a empresa corre o risco de desaparecer.

a inovação tem sido uma preocupação constante do sEBRaE-MG. Diversas ações estimu-lam a cultura da inovação nas micro e pequenas empresas (MPEs). Uma delas é o Programa de Incentivo à Inovação (Pii), tema da matéria de capa da Passo a Passo. a reportagem mostra os resultados consistentes do programa, uma parceria entre o sEBRaE-MG e a secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino superior.

Foram selecionados 60 projetos nas universidades federais de Juiz de Fora (UFJF), de Ita-jubá (Unifei) e de Lavras (Ufla) e 8 projetos do Pii agroenergia, a primeira experiência setorial do programa. Para 2009, a previsão é que mais 60 projetos sejam selecionados, totalizando 128 projetos. os grandes estímulos para transformar idéias em bons negócios foram o au-mento do volume de crédito para pesquisas, o apoio técnico, gerencial e a qualificação de recursos humanos.

Estes trabalhos mostram a importância de unir o conhecimento científico criado nas uni-versidades com as ações para promoção do empreendedorismo e geração de negócios. a criatividade de nossos pesquisadores pode ser a base para o desenvolvimento de produtos e serviços de sucesso e de empresas competitivas.

Temos à frente um grande desafio, pois o número de empresas que investem em inovação tecnológica e de gestão ainda é reduzido. o sEBRaE-MG trabalha firmemente no apoio às MPEs para que elas tenham conhecimento da necessidade da inovação. os empreendedores também têm um papel decisivo neste processo. a capacidade de liderança contribui para dis-seminar a cultura da inovação dentro das organizações. a sobrevivência e a prosperidade das empresas no cenário atual dependem dessas iniciativas.

Cultura da

Inovação

carta ao leitor

Afonso Maria RochaDiretor-superintendente do sebrae-MG

Empreendedores e gestores têm papel decisivo neste processo

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07 CONSULTORIA Dicas para montar site empresarial e registrar patentes

08 NEGÓCIOS Empresas mineiras contempladas com o Prêmio MPE Brasil

10 ENTREVISTA José Paschoal Rossetti afirma que o país é maior que a crise

12 AGRONEGÓCIO Produtores de morangos do sul de Minas obtêm melhores resultados

16 MODA oficina de design capacita empresas em Divinópolis

18 REPORTAGEM DE CAPA Programa de inovação integra conhecimento e empreendedorismo

24 ARTESANATO artesãos de Maria da Fé investem em design e criam peças sofisticadas

28 EDUCAÇÃO MPEs são capacitadas a negociar com grandes empresas

30 QUALIDADE Certificação da cachaça melhora desempenho do produto no mercado

32 CULTURA Produtores e artistas aquecem a economia de Cataguases

36 DEU CERTO Empreendedora de Congonhas inventa amaciante de couro

38 ARTIGO Vera Helena Lopes escreve sobre o novo perfil do consumidor

Passo a Passo é uma publicação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

de Minas Gerais (SEBRAE-MG). Registro no Cartório Jero Oliva n° 931.

Conselho Deliberativo do SEBRAE-MGBB, BDMG, CDL-BH, CEF, Cetec Ciemg, Faemg, Fapemig,

Fecomércio-MG, Federaminas, Fiemg, Indi, Ocemg, Sebrae e Sede

Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MGRoberto Simões

SuperintendenteAfonso Maria Rocha

Diretor TécnicoLuiz Márcio Haddad Pereira Santos

Diretor de OperaçõesMatheus Cotta de Carvalho

Conselho EditorialAlbertino Corrêa, Aline de Freitas, Andréa Avelar, Luciana Patrícia Rezende da Silva, Carolina Xavier,

Daniela Almeida Teixeira, Danielle Fantini, Edelweiss Petrucelli, Victor Antônio de Almeida, Gustavo Moratori,

Jefferson Ney Amaral, José Márcio Martins, Karinne Mendes, Léa Paula Fonseca Ribeiro, Lilian Botelho, Március Marques Mendes, Maria Gorete Cordeiro

Neves, Paulo César Barroso Veríssimo, Regina Vieira e Wellington Damasceno de Lima.

Coordenação editorialLauro Diniz

Jornalistas responsáveisAline de Freitas e Andréa Avelar

Gestão EditorialNascentes Comunicação Estratégica

Diretor de RedaçãoAdriano Macedo

Editor ExecutivoJorge Fernando dos Santos

Chefe de ReportagemBreno Lobato

RedaçãoPoliana Napoleão e Wagner Concha

Colaboraram nesta ediçãoCarlos Eduardo Cherem,

Ellen Dias e Eliza Caetano

Consultoria EditorialValério Fabris - Margem 3 Comunicação Estratégica

Projeto Gráfico e DiagramaçãoSandra Fujii

FotografiaGladyston Rodrigues, Gláucia Rodrigues,

Ignácio Costa e Marcelo Albert

Imagem da capaCorbis/Latin Stock

Administrativo e FinanceiroBárbara Monteiro e Sandra Lúcia de Paula

ImpressãoGráfica Brasil

PeriodicidadeBimestral

Tiragem15 mil exemplares

Cartas para a redaçã[email protected]

Endereço: Av. Barão Homem de Melo, 329Nova Suíça - Belo Horizonte - Minas GeraisCEP: 30460-090 - Telefone: 0800-5700800

www.sebraemg.com.br

Sumário cenário

PRODUÇÃO DE MAMONAAgricultores de Conceição da Barra de Minas, no Cam-po das Vertentes, e de Cla-ro das Poções, no Norte do Estado, comemoram as pri-meiras vendas do cultivo de mamona em conjunto com alimentos. Produtores de Claro das Poções comercia-lizaram 11 mil quilos de ma-mona sem beneficiamento para a Petrobras. Em Concei-ção da Barra de Minas, cinco toneladas foram vendidas à Universidade Federal de Lavras (UFLA), que utilizará a oleaginosa em pesquisas. Os produtores são apoiados pelo projeto de produção de biodiesel do SEBRAE-MG.MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Foi sancionada em dezembro de 2008 a lei que cria o Microempreendedor Individual (MEI) e faz ajustes à Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Ela entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009, exceto o MEI, programa-do para 1º de julho do mesmo ano. As medidas beneficiarão cerca de 11 milhões de empreendedores, a maioria devido à criação da figura do MEI, voltado aos negócios informais existentes no país. Podem se tornar MEI empreendedores com receita bruta anual de até R$ 36 mil e que normal-mente não pagam tributos e que poderiam se enquadrar nas atividades permitidas pelo Simples Nacional. Além de legalizar o negócio, eles paga-rão mensalmente apenas uma taxa fixa de R$ 45,65 de INSS para aposen-tadoria pessoal, R$ 1 de ICMS ou R$ 5 de ISS.

ESCRITURAÇÃO fISCAL on-lineEstá disponível no site do Confaz (www.fazenda.gov.br/confaz) a lista das em-presas obrigadas a aderir à Escrituração Fiscal Digital (EFD). Aquelas não relacio-nadas poderão optar pelo regime, solici-tando o credenciamento junto à Secreta-ria de Fazenda estadual. A EFD substitui todos os livros fiscais por arquivos digi-tais, integrando as entidades tributárias federais, estaduais, e do Distrito Fede-ral. O uso da EFD será obrigatório para todo contribuinte de ICMS e de IPI, que assim fica dispensado, a critério de seu Estado, das obrigações acessórias insti-tuídas pelo Convênio ICMS n° 57/95, que dispõe sobre a emissão de documentos fiscais e a escrituração de livros fiscais.

REDESIM VISA REDUzIR bUROCRACIAEm breve, o empreendedor brasileiro poderá constituir empresas e obter registros, licenças, alvarás, informa-ções e orientações pela Internet. Sistemas de cerca de 20 mil órgãos públicos envolvidos na abertura e for-malização de empresas trabalharão integrados, compondo a Rede Nacio-nal para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Ne-gócios (Redesim), instituída pela Lei 11.598/07 e em construção no país. Para formalizar a empresa pela Rede-sim, o empreendedor deverá apenas fornecer, via on-line, o nome do em-preendimento, o ramo de atividade e o endereço do negócio.

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ta REELEIÇÃO DE DIRETORES E CONSELhEIROS Foram reeleitos por unanimidade para o biê-nio 2009/2010 o presidente do Conselho De-liberativo do SEBRAE-MG (Roberto Simões), a diretoria executiva (Afonso Maria Rocha, diretor-superintendente; Matheus Cotta de Carvalho, diretor de Operações e Luiz Már-cio Haddad Pereira dos Santos, diretor Téc-nico), os membros do Conselho Fiscal (Heli de Oliveira Penido, Domingos Gatti Bavuzo e Luiz Gonzaga Viana Lage) e respectivos suplentes (Raimundo Mariano do Vale, João Ribeiro Ferreira Filho e Raimundo Sérgio Campos). O compromisso é fazer da entidade um centro de inteligência e referência nacional em projetos inovado-res para as MPEs, que hoje representam mais de 98% dos estabelecimentos for-mais, gerando 55% dos empregos com carteira assinada em Minas.

Reunião de diretores e conselheiros. Em destaque, Matheus Cotta de Carvalho, Roberto Simões e Afonso Maria Rocha

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conSultoriatome nota

Como montar um site empresarial?Há cinco importantes passos a serem seguidos. o primeiro é o registro

do endereço do site. o domínio escolhido deve estar diretamente ligado ao nome da empresa e precisa ser definido com critério, evitando a repe-tição de letras e endereços longos, que dificultem a busca na Internet. o segundo passo é estabelecer as ferramentas de gestão do site. Qual será a freqüência de atualização? será necessário um banco de dados? o ideal é buscar um fornecedor que tenha conhecimento de tecnologia e de cons-trução da ferramenta de gestão de conteúdo, mas que também contribua com idéias e suges-tões para incrementar o núme-ro de acessos e a melhoria do design, entre outros aspectos. Em seguida, saber escolher o servidor de hospedagem, que dê suporte técnico e forneça conexão satisfatória. o penúl-timo estágio é definir serviços e formas de interação disponí-veis no site, como cadastro de clientes, busca de informação, mapa, entre outras seções. Por fim, fazer a divulgação na própria rede. Para isso, suge-re-se criar em redes sociais como o orkut o espaço da empresa ou manter contato com clientes por meio de um blog. Isso permitirá o surgimento de novas oportunidades de negócios no Brasil e no exterior. outras informa-ções no blog de Daniela Teixeira, responsável pelo portal do sEBRaE-MG: http://danielaalmeidateixeira.wordpress.com.

Como registrar patentes de produtos?o registro de propriedade intelectual é dividido em cultivares (sementes

e mudas), desenho industrial, marcas, patentes e programas de compu-tador (softwares). o serviço Nacional de Produção de Cultivares (sNPC), do Ministério da agricultura, Pecuária e abastecimento, é responsável pelo registro de propriedade intelectual no setor agropecuário. Já os desenhos industriais, marcas, patentes e softwares são registrados no Instituto Nacio-nal de Propriedade Intelectual (INPI), que analisa pedidos de depósito de patentes e concede o registro. Primeiro, é preciso fazer uma busca no site do INPI e verificar se a invenção é inédita. Depois, preencher um formu-lário e descrever a tecnologia ou invento, informando as novidades e os benefícios do produto para a sociedade. os técnicos do INPI vão analisar a proposta e decidir se ela é viável economicamente. Cumpridos todos esses requisitos, a patente será concedida. a Fundação de amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) apóia inventores independentes por meio do Projeto Inventiva, que auxilia a construção de protótipos por meio de parcerias com instituições como Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG), Federação das Indústrias do Estado de Minas Ge-rais (Fiemg) e sEBRaE-MG. outras informações nos sites www.fapemig.br; www.inpi.gov.br e www.agricultura.gov.br .

dicas

Livro

O QUE O CLIENTE QUER QUE VOCê SAIbADe Ram CharanEditora Elsevier,143 páginasA obra mostra a importância de ouvir o cliente e entender seus problemas. Destaca também a possibilidade de crescimen-to de receita e aumento das margens de lucro a partir do relacionamento sólido com os clientes.

Livro

MARkETING ELETRôNICODe Joel Reedy e Shauna SchulloEditora Thompson, 525 páginas

Os autores ensinam como integrar os re-cursos eletrônicos ao processo de marke-ting, principalmente no varejo eletrônico e no marketing pela Internet, além de dar dicas para escolher melhor as ferramentas promocionais.

DVD

COMO O LíDER PODE REINVENTAR A SUA EMPRESADe Marco Aurélio Ferreira VianaApontado como um dos 10 prin-cipais pensadores da Adminis-tração no Brasil, Marco Aurélio Viana apresenta o papel do líder empreendedor e mostra como utilizar a visão estratégica para liderar.

A Biblioteca do Emprendedor funciona na sede do SEBRAE-MG (avenida Barão Homem de Melo, 329, Nova Suíça, Belo Horizonte) e fica aberta ao público para consulta de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30. Para pesquisar os títulos disponíveis, os interessados também podem acessar o espaço da Biblioteca no site www.sebraemg.com.br. No caso dos DVDs, é importante verificar a disponibilidade pelo tele-fone (31) 3371-9048.

búSSOLA SEbRAE O Sebrae desenvolveu um méto-do que visa aperfeiçoar a esco-lha do melhor lugar para a aber-tura de um empreendimento. A Bússola Sebrae é um sistema de georreferenciamento que informa a viabilidade de um negócio em deter-minada área. A ferra-menta, que será usa-da no atendimento aos clientes, também mostra estudos de per-fil socioeconômico e de-mográfico da população, o porte e o setor de empresas locais. A Bússola é capaz de fornecer in-formações de pessoas físicas e jurídicas dos mil maiores municí-pios do Brasil.

GERENCIAMENTODestinado a donos, gerentes, coordenadores e supervisores de micro e pequenas empre-sas (MPEs) com no mínimo um ano de expe-riência, o Programa de Desenvolvimento de Habilidades Gerenciais, promovido pelo SE-BRAE-MG, apresenta ferramentas gerenciais eficazes, que capacitam os participantes para atuar de forma mais efetiva no proces-so de transformação das empresas. O curso é composto pelos módulos Novos padrões para uma gerência eficaz e O gerente e sua equipe de trabalho. Os interessados podem cursar os dois ou apenas um. Informações: www.sebraemg.com.br ou (31) 3269-0180.

LIDERANÇACriado para atender à necessidade de identificar e capacitar lideranças em municípios carentes, o curso Liderança para o Desenvol-vimento Local, re-alizado desde se-tembro de 2008 pelo SEBRAE-MG, também terá turmas em 2009. Para saber as da-tas e as cidades onde o curso será ministrado e efetuar inscrição, os interessados devem procurar os pontos de atendimento do Sebrae ou acessar o site www.sebraemg.com.br .

eventos

SEbRAE EM AÇÃOProgramado para fevereiro, em Belo Horizonte. Informações: 0800-5700800

CLíNICA DE DESIGN Dias 9 e 10 de fevereiro, em Cachoeira de Minas. Informações: (35) 3449-7211

CONSULTORIA DE GESTÃODe 3 a 6 de fevereiro, em Uberlândia.Informações: (34) 3237-2224

CONSULTORIAResultado de uma parceria entre o Sebrae-MG e a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet de Minas Gerais (Assespro-MG), o Ponto Tecnológico oferece con-sultoria na área de Tecnologia da Informação (TI) para empresários de qualquer segmento. As dúvi-das vão desde indicações de softwares a criação de infra-estrutura de informática na empresa. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e deve ser agendado pelo telefone (31) 3281-4220. A consultoria tem duração de duas ho-ras e o custo por esse período é de R$ 55.

fOMENTA MINASDe 13 a 15 de abril, Ouro Preto será palco do Fomenta Minas. Fruto de uma parceria do Sebrae-MG, Governo de Minas e Se-brae Nacional, o evento proporcionará o encontro de micro e pequenas empresas (MPEs) e suas entidades representativas com grandes compradores da administração pública direta e indireta (governos federal, estadual e municipal). Também serão realizadas oficinas, seminários e palestras, e os parti-cipantes assistirão a um concerto da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. As inscrições, que são gratuitas, podem ser feitas a partir de março. Mais informações no site www.fo-menta.org.br .

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negócioS

Diante da falta de profissionais qua-lificados, experientes e com capa-cidade de inovar, a Caça Talentos,

empresa de consultoria e treinamento em-presarial de Belo Horizonte, investiu R$ 10 mil na criação do Laboratório de serviços Contábeis e administrativos, inaugurado em dezembro de 2008. os alunos põem em prática o conhecimento adquirido nas aulas teóricas, trabalhando com sistemas e tecnologias de ponta. o investimento na gestão e em ações inovadoras qualificou a empresa para ganhar o Prêmio MPE Brasil

tividade para Micro e Pequenas Empresas (MPE Brasil). Mais de 20 mil empresas já participaram da iniciativa no Estado. Em 2008, foram mais de 3,4 mil inscrições em nove categorias. os prêmios foram entregues em novembro a em-presários de seis categorias que apresentaram vencedores.Em 2009, eles vão disputar a etapa nacional com os ganhadores de outros estados.

outro destaque da premiação mineira de 2008 foi a Consultoria e assessoria a Médias e Pequenas Empresas (Campe), vencedora da categoria serviços. Criada há 16 anos, ela foi a primeira empresa júnior do mundo a obter a certificação Iso 9001/2000 pela qualidade e efi-ciência nos processos. Entidade sem fins lucra-tivos, funciona na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e é gerenciada por 27 alunos da Faculdade de Economia e administração. a em-presa desenvolve projetos de consultoria admi-nistrativa e econômica nas áreas de marketing, finanças, recursos humanos, produção, gestão, organizações e métodos.

segundo o aluno de administração e presi-dente da Campe, Bruno Figueiredo, a obtenção da certificação Iso 9001 foi um dos motivos que levaram a empresa a disputar e conquistar o Prêmio MPE Brasil. Em 2007, ela participou pela primeira vez da disputa, mas não ficou entre os finalistas. Na ocasião, os estudantes receberam o relatório do sEBRaE que apresenta o diag-nóstico da empresa, apontando pontos fortes da gestão e oportunidades de melhoria para o negócio. “Trabalhamos os pontos indicados”, diz Bruno. “Um deles foi a qualidade dos servi-

ços dos fornecedores. Desenvolvemos práticas de avaliação e seleção.”

CATEGORIA INDúSTRIA a Chinelos Puff, que além de chinelos produz

pantufas e roupões, foi premiada na categoria In-dústria. Classificada pela terceira vez consecutiva como finalista, a empresa de Muriaé, na Zona da Mata, apostou nas dicas dos relatórios enviados pelo sEBRaE em edições anteriores. algumas práticas diárias foram alteradas, como a organi-zação do fluxo de caixa e das atas de reunião, que já existiam, mas não eram oficializadas.

“Queremos ser um modelo em gestão, oferecer atendimento diferenciado e tratamento especial aos funcionários”, diz o dono da empresa, adão Carlos Rúbio. Ele promove uma reunião quinzenal apelidada de “momento de descontração”. Todos discutem os problemas, trocam informações e realizam estudos que possam levar a soluções. a forma de lidar com as pessoas na organização foi justamente um dos itens que credenciaram a Chi-nelos Puff à conquista do prêmio.

VENCEDORES DO PRêMIO MPE bRASIL 2008 EM MINAS GERAIS

CATEGORIA VENCEDOR

CATEGORIA AGRONEGÓCIO J. Ida Agropecuária Ltda. (Andradas)

CATEGORIA COMÉRCIO Manipullare - Manipulação Magistral (Carangola)

CATEGORIA INDÚSTRIA Chinelos Puff (Muriaé)

CATEGORIA SERVIÇOS DE EDUCAÇÃO Caça Talentos Consultoria e Treinamento Empresarial Ltda. (Belo Horizonte)

CATEGORIA SERVIÇOS CAMPE Consultoria e Assessoria a Médias e Pequenas Empresas (Juiz de Fora)

CATEGORIA DESTAQUE DE BOAS PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Tamanduá Ecoturismo Ltda. (São Roque de Minas)

Competência premiadaSeis empresas de diferentes regiões do Estado conquistam o Prêmio MPE Brasil 2008

Poliana naPoleão

Fonte: Sebrae-MG

2008 em Minas Gerais, na categoria servi-ços de Educação.

Criado pelo sEBRaE-MG, em 1993, com o nome Prêmio Excelência Empresarial, a iniciativa concede anualmente o reconhe-cimento às micro e pequenas empresas de Minas que se destacaram por investirem em processos de gestão, obtendo mais qualidade, produtividade e competitivida-de no mercado.

Em 1997, a premiação passou a contar com a parceria da Gerdau. Em 2008, pas-sou a ser denominado Prêmio de Competi-

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A Chinelos Puff, empresa sediada em Muriaé, na Zona da Mata, seguiu a orientação do Sebrae-MG e foi premiada na categoria Indústria

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10 Passo a Passo Passo a Passo 11

Quais são as alternativas para as pequenas empresas num momento de escassez de crédito?as micro e pequenas empresas ago-ra têm que apurar cada vez mais os seus controles. Geralmente, elas têm um nível de controle inferior ao das grandes empresas, tanto em termos de custos quanto de resultados, de desempenho no mercado ou da con-corrência. as MPEs devem se estrutu-rar melhor para enxergar o que está acontecendo. É importante ter um olhar para fora e outro para dentro, cada vez mais apurados.

Muitas pequenas empresas tomam empréstimos para ter capital de giro. Com a crise, os juros aumen-taram. Como o empresário pode minimizar o problema?a palavra-chave é enxugamento. se o custo do capital de giro sempre foi um dos mais altos para a pequena em-presa, agora ele está expandido por causa do aumento das taxas de juros. Deve-se promover um enxugamento drástico de capital de giro, no limite em que não prejudique seriamente as operações.

Como será o cenário em 2009 para as empresas que lidam com o mer-cado externo?as empresas exportadoras têm o be-nefício de uma taxa de câmbio re-alinhada. Essa taxa não voltará aos padrões anteriores devido à fuga de capitais, à redução da balança comer-cial e à diminuição dos investimentos estrangeiros diretos no país. Haverá uma pressão sobre o câmbio no sen-tido de mantê-lo, se não nos níveis atuais, pelo menos bastante acima do que estava até julho de 2008, por exemplo. as empresas terão agora o benefício do câmbio. Por outro lado, terão dificuldade nos mercados re-

entreviSta | JoSé paSchoal roSSetti

otimismo diante dacrise internacional

Wagner ConCha

o Brasil está preparado para enfrentar os reflexos da crise internacional com um “conjunto de pontos de conforto” e é um

dos países que têm as menores chances de serem atingidos fortemente pela recessão. a avaliação é do professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral, José Paschoal Rossetti, que também é consultor de empresas especializado em ambien-te econômico nacional e internacional. Diante

do atual cenário mundial, o economista acredita que as micro e pequenas empresas (MPEs) devem apurar seus controles e enxugar os custos com capital de giro, já que os juros tendem a ficar cada vez mais elevados. aos interessados em abrir o próprio negócio, ele aconselha acompanhar o movimento dos concorrentes. “aquisições talvez possam ser uma alternativa à abertura de uma empresa”, sugere.

cessivos para os quais exportam. Nos mercados menos recessivos, essa taxa de câmbio pode ser um benefício tão bom que você pode, de alguma forma, negociar lá fora um rebaixamento de preços em dólar.

Há quem diga que, no Brasil, os efeitos da crise mundial não serão tão assustadores como em outros países. Muitos defendem que a situação de falta de crédito pode ser resolvida em alguns meses. O senhor acredita nisso ou estamos mesmo no olho do furacão? Não estamos no olho do furacão. o Brasil tem um conjunto de pontos de conforto: sistema financeiro mais sóli-do e regulado que o de outros países;

um banco central rigoroso, compe-tente e sério no controle dos indica-dores bancários; alta diversidade da estrutura produtiva; matriz interna de suprimentos essenciais, o que nos dá segurança; dispersão das correntes de comércio internacional, com sal-dos positivos. ou seja, poucas em-presas no país têm saldos negativos. Também temos liquidez internacional, com reservas cambiais mais de qua-tro vezes superiores à dívida externa de curto prazo. Nossa dívida externa líquida tem sido decrescente. Nunca as reservas cambiais foram do tama-nho da dívida externa total e maiores que a dívida externa de médio e longo prazos, como agora. o governo reagiu com agilidade, bom direcionamento

e atenção a setores mais reduzidos, apesar da falta de estatura na área fis-cal. Por tudo isso, o Brasil é um dos países que hoje têm menores chances de serem atingidos fortemente por essa recessão. Entretanto, acredito que viveremos um período com redu-ção do crescimento do PIB e de maio-res níveis de incerteza em relação a esse incremento, que deverá ficar en-tre 1,5% e 2,5%.

Dizem que toda crise traz oportu-nidades. No caso atual, quais se-riam essas oportunidades? Há oportunidades no mercado de ca-pitais, com prêmios e baixos níveis de risco se você operar em médio prazo e não a curtíssimo prazo, porque senão a volatilidade pode surpreendê-lo. Você terá oportunidades com a redução ge-ral dos preços dos ativos, de aquisição de empresas concorrentes menos for-tes que a sua. são oportunidades de-correntes de desprecificações abaixo dos valores reais de mercado.

O que o senhor diria hoje para aqueles que estão interessados em montar uma empresa?se os negócios são bem fundamen-tados estrategicamente, se a análise da concorrência for bem feita e mos-trar que está mais aguerrida, se as ca-deias de suprimento estão mais favo-recidas, em vez de montar a própria empresa, talvez seja melhor verificar se não há empresas do próprio setor onde você pretende atuar que este-jam em dificuldade. aquisições talvez possam ser uma alternativa à abertura de uma empresa, mantendo o sistema vivo. o fechamento de uma empresa é sempre lamentável. a aquisição por alguém que acredite ter condições de mantê-la viva pode ser uma alternati-va melhor que a abertura de um novo negócio.

“O governo reagiu com agilidade, bom direcionamento e atenção a setores mais reduzidos, apesar da falta de estatura na área fiscal”

“As empresas exportadoras têm o

benefício de uma taxa de câmbio realinhada”

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12 Passo a Passo

o morango é uma cultura delicada, pois cada planta exige cuidado especial. a fruta não pode ter

contato direto com a terra, que por isso mesmo tem que ser coberta por uma lona depois do plantio. Em época de chuvas, a horta recebe uma engenhosa cobertura para evitar excesso de água.

Na hora da colheita, não se pode tocar o centro da fruta, pois faria com que ela apodre-cesse rapidamente. “É como cuidar de uma criança. Dá trabalho, mas vale o esforço”, diz José antônio dos santos, produtor do bairro dos Garcias, em Bom Repouso, sul de Minas. Na comunidade que fica entre as montanhas da serra da Mantiqueira, maridos, mulheres e filhos cuidam de morangos como se fossem

agronegócio

Morangosem pauta

Central de Negócios cria novas perspectivas para a produção do Sul de Minas

eliza Caetano

Passo a Passo 1�

da própria família. No entanto, o esforço não se traduz em resultado financeiro enquanto cada um trabalhar por si.

os 19 quilômetros que separam a co-munidade de quase 80 famílias da rodovia Fernão Dias são vencidos diariamente por caminhões de atravessadores, que batiam às portas das pequenas propriedades em busca de morangos. Como a fruta perece rapidamente, resistindo entre três e quatro dias sem refrigeração depois de ser colhi-da, os produtores eram obrigados a vender tudo pelo preço que fosse oferecido. “Não tínhamos como questionar. Era vender ou perder a colheita”, lembra o produtor silva-nei César da silva.

a conversa mudou de tom com a im-plantação da Central de Negócios, uma das atividades do projeto que o sEBRaE-MG desenvolve desde março de 2007 naque-la região. Hoje, os 54 integrantes do gru-po reúnem um volume médio semanal de 6 mil caixas de morangos, que são entre-gues para que a central negocie de forma conjunta. Ninguém mais vende direto aos atravessadores.

“No início, apresentamos as bases da cul-tura da cooperação. os produtores também passaram por programas de capacitação rural para reconhecer e administrar suas proprie-

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Embalagem deve ser adequada, para ajudar na conservação do produto

Qualidade dos morangos salta aos olhos e dá

água na boca do consumidor

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Depois de colher os frutos do trabalho em grupo, os produtores de morango de Bom Repouso entraram numa vereda sem volta, que não termina com os benefícios da Central de Negócios. Eles perceberam que agora têm mais poder. Juntos, acabam de comprar um baú que será adaptado para se tornar uma câmara fria.

O equipamento é estratégico para um produto de vida breve, e que por isso mesmo se torna susceptí-vel às oscilações de mercado. A produção depende diretamente da meteorologia. Exposta ao sol quente, a fruta amadurece depressa. Se o tempo esfria, ela pre-cisa de mais dias antes de ser colhida. “Quem define é São Pedro”, brinca Silvanei. Mas a câmara fria ajuda bastante.

Depois que uniram forças, os pequenos agricultores da localidade conseguiram, junto à prefeitura, um ter-reno e material para construir um galpão onde deverá funcionar a nova sede do grupo, já que a atual ficou pe-quena. Agora eles lançam mãos à obra no pouco tempo livre que lhes resta.

Outra boa notícia é que a associação pôde nego-ciar condições especiais com o Banco do Brasil para financiamento de um caminhão para o transporte do morango, o que vai diminuir ainda mais a dependên-cia de atravessadores. O nome Coração do Vale vai distinguir o morango da região. Por meio do Progra-ma Sebrae de Design, que apóia grupos de pequenos empreendedores que precisam ter acesso a serviços de profissionais da área, a associação já tem marca e embalagens desenhadas.

“Um dia, teremos uma agroindústria. Antes, o má-ximo que eu almejava era vender o morango melhor”, afirma a lavradora Márcia Cristina Monteiro. Ela sem-pre trabalhou para ganhar o dinheiro do dia. Agora, percebe a mudança não apenas no jeito de trabalhar, mas em si mesma. “Eu levava a vida deixando o vento tocar. Queria, no máximo, uma roupa nova, um utensí-lio para casa”, lembra.

Márcia Cristina diz que agora quer o melhor para si mesma, para os filhos, para a casa e para a planta-ção. Também quer que os filhos vivam no campo. “Que aprendam, estudem, saibam mais sobre o morango e não tenham que ir para a cidade grande para ter uma vida melhor”, ressalta.

Sustentabilidade

Silvanei César da Silva é o pri-meiro produtor do Sul de Minas a ter a lavoura de morango certificada para agricultura orgânica no grupo. Ele sabe bem qual o principal motivo para investir na produção ecologica-mente correta.

“O que preservamos, primeiro, é a nossa própria saúde. Não preciso mais trabalhar com agrotóxicos”, diz o agricultor. Segundo ele, o produtor também ganha no bolso, já que a produção chega a ser duas ou três vezes mais barata que a convencio-nal. O manejo diferenciado garante que a lavoura dará resultado.

A preocupação com a saúde e com a qualidade do produto agora é de todos. A associação contratou um agrônomo para orientar a trans-formação do morango da comunida-de em produto orgânico. “Queremos trabalhar num meio sustentável, respeitar a natureza e viver dela”, afirma Márcia Cristina.

dades como um negócio. Depois, trata-mos do problema para alcançar o mer-cado”, explica o técnico do sEBRaE-MG na região, Rodrigo Ribeiro Pereira. a partir desse trabalho, foi criada a associação de Pequenos Produtores dos Garcias.

Um computador ligado à Internet aju-da a monitorar o preço da fruta no mer-cado paulista e assim os produtores têm maior subsídio para negociar um valor justo. Graças a essa estratégia, a média de preço da caixa de 1,2 quilos saltou de R$ 2,30 para R$ 4,50 e o montante total negociado por mês é de R$ 65 mil. ou-tros passaram a entrar em contato com a central para saber o preço do dia. “ain-da que pequeno, o grupo ajuda a regular

a oferta no mercado local”, destaca o coordenador de fruticultura do sEBRaE-MG, Cláudio Wagner de Castro.

os compradores também tiveram vantagens com a iniciativa, pois a en-trega do produto e sua qualidade são garantidas. “as coisas melhoraram mui-to. Em setembro de 2007 vendíamos a caixa de 1,2 quilo por apenas R$ 1. o preço triplicou”, afirma José aureliano de Morais, que hoje colhe cerca de 150 caixas de morango por semana – e quer aumentar a produção.

bOAS PERSPECTIVASa compra de insumos passou a ser

feita em conjunto. Para os associados,

Caminhosem volta

produtos como lonas, adubos e nutrien-tes saem com desconto de até 20%, com prazos entre 30 e 90 dias para pagar e ne-nhuma burocracia. Para outros agriculto-res da região, o preço é o de mercado, e o lucro é usado na manutenção da Central.

Minas é o Estado que mais produz morangos no país, com 1.698 hectares de área plantada. segundo o IBGE, Bom Repouso é o município de lavoura mais extensa, com 460 hectares e maior co-lheita, 24.840 toneladas. se depender dos agricultores do bairro dos Garcias, os números vão crescer, pois 75% deles pretendem ampliar as lavouras.

“agora vale a pena investir”, afirma José antônio dos santos. seus canteiros,

1� Passo a Passo

® RICARDO SÁ

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Márcia Cristina Monteiro já sonha com uma agroindústria

que eram ocupados por 4 mil pés, agora têm 11 mil. “Trabalho consciente de que terei resultado”, comemora. Em 2009, o sEBRaE-MG vai ampliar sua atuação na fruticultura de morango com apoio a um grupo de produtores de alfredo Vasconce-los, município próximo de Barbacena.

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1� Passo a Passo Passo a Passo 1�

Há 17 anos no mercado, a sassa-frás, indústria de roupas femi-ninas sediada em Divinópolis,

enfrentava gargalos na produção. até outubro de 2008, o atraso na conclu-são das peças causava dor de cabeça na dona da empresa, Rosália Costa. a história começou a mudar depois que ela e dois empregados participaram da oficina de Design 2008, organizada pelo

moda

Uma dica que fez a diferença foi colocar lotes me-nores de pano para as costureiras. “A idéia era que elas fizessem cerca de 300 peças por semana. Antes, colocávamos na máquina a produção de toda a sema-

na, acreditando que seriam produzidas mais peças em me-nos tempo, o que não ocorria”, diz Rosália Costa, dona da Sassafrás.

Num dia normal de trabalho eram con fecc ionadas cerca de 30 peças. A partir da Oficina de design, foram feitas 75. “Agora conheço a capa-cidade da fábrica, sei de quantos funcionários preci-so para produzir o volume necessário e quanto tempo será gasto nesse processo”, afirma a empresária.

Na Dyfteria, indústria de Divinópolis que produz moda teen feminina, a Oficina de Design ajudou a me-lhorar o processo de desenvolvimento de produtos. “Com a visita da consultora, foi possível conhecer me-lhor o cliente e, a partir daí, lançar a coleção Alto Verão 2009 para atendê-lo com mais qualidade”, garante o dono, Cassius Ribeiro (foto).

A estilista da empresa, Cíntia dos Santos, parti-cipou da oficina e diz que foi feita uma pesquisa com funcionárias e clientes das lojas para definir o público-alvo da empresa.

oficina de design

melhora capacitaçãoConfecções de Divinópolis recebem apoio para modernizar a gestão e aprimorar o atendimento

Poliana naPoleão

Orientação e planejamento

sEBRaE-MG em parceria com o sindica-to das Indústrias do Vestuário de Divi-nópolis (sinvesd). o objetivo era capa-citar empresas no desenvolvimento de produtos, na estratégia gerencial e na melhoria de qualidade e produtividade.

Com duração de três meses, a oficina foi realizada em 2008, com grande suces-so. Participaram 10 empresas. sete op-taram por aprimorar o desenvolvimento

do produto e três, entre elas a sassafrás, pela melhoria na produtividade.

Primeiro os empresários participa-ram de uma reunião para apresenta-ção da oficina de Design e seus ob-jetivos. Em seguida um consultor faz uma visita a cada confecção para defi-nir, em conjunto com o empresário, o que deve ser melhorado ou implanta-do. Proprietários e empregados parti-cipam de um treinamento e depois há um período de imersão dos consulto-res em cada confecção, orientando os empresários nas soluções.

as empresas que participaram da oficina obtiveram resultados significa-tivos, como definição do foco de mer-cado, diminuição de estoques, redução de custos de produção e mais acerto no mix de produtos.

TEMPO MENORo programa é aplicado em três áreas

da confecção: produto (design e comer-cialização), processo produtivo e mo-delagem. Para realizá-lo, o sEBRaE-MG contratou o senai-Cetiqt (Centro de Tec-nologia da Indústria Química e Têxtil), um dos principais centros de formação profissional de serviços e consultorias para a cadeia produtiva têxtil no Brasil e no mundo.

se antes de outubro os nove em-pregados da sassafrás produziam cerca de 600 peças por mês, agora o número chega a quase 900. segundo Rosália, a expectativa é produzir 1 mil peças ainda este ano, sem sobrecarregar os profis-sionais. Ela explica que o salto na pro-dução é resultado da oficina de design.

“o consultor deu dicas de como pro-duzir mais em menos tempo, mudando coisas que não observávamos, como por exemplo o layout da fábrica”, res-salta. “as equipes foram posicionadas de modo que os profissionais ficassem mais próximos e isso agilizou a produ-ção e uniu os grupos de trabalho.”

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Rosália Costa, dona da Sassafrás, encontrou solução para os problemas que enfrentava na empresa

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1� Passo a Passo

reportagem de capa

Doutorando em saúde Coletiva pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFRJ), o médico Geraldo Vitral

pesquisou durante quatro anos um produ-to que pudesse ser usado na identificação

apoio inédito à

pesquisa científicaPrograma de Incentivo à Inovação dá subsídios

ao desenvolvimento tecnológico no Estado

Wagner ConCha

Passo a Passo 1�

de lesões suspeitas de câncer. até então, a técnica utilizada aplicava contraste à base de iodo, com margem de erro entre 5% e 10%. Nos experimentos com um polímero, produto que não é absorvido pelo corpo humano, ele encontrou o que procurava. “a cirurgia agora é mais precisa e eficiente. a lesão é extraída em poucas horas”, come-mora. outra vantagem é a detecção a olho nu da área onde a substância foi injetada.

Juntamente com a pesquisadora Ná-dia Rezende Barbosa, Geraldo é um dos participantes do Programa de Incentivo à Inovação (Pii), iniciativa inédita no Brasil, criada pelo sEBRaE-MG em parceria com a secretaria de Estado de Ciência, Tecno-logia e Ensino superior (sectes). Ele re-cebeu subsídios para desenvolver um kit estéril descartável à base de silicone para estereotaxia (procedimento que permite diagnosticar doenças degenerativas e tu-mores), com agulha e seringa adequadas e dosagem correta da nova substância para a realização do procedimento.

Em agosto, Geraldo recebeu o reconheci-mento da comunidade médica internacional ao conquistar o Idea to Product Latin America 2008, em são Paulo. Participou ainda do Idea to Product Global 2008, que reuniu em outubro 18 universidades estrangeiras em austin, nos Estados Unidos. Na etapa Inovação Tecnoló-

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Geraldo Vitral e Nádia Rezende festejam resultados

Maria José Valenzuela

Bell integrou equipe que

desenvolveu equipamento

detector de adulterações

no leite

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20 Passo a Passo Passo a Passo 21

“Inovação é a questão central para a prosperidade econômica.” A frase de Michael Porter, considerado a maior autoridade mundial em estratégia competitiva, é levada à risca na Coréia do Sul, uma das maiores potências em inovação. O país asiático en-coraja a geração de conhecimento e sua aplicação no sistema produtivo por meio de benefícios fiscais para empresas que criam centros de pesquisa e desenvolvimento.

A Coréia do Sul dá atenção especial à pesquisa desde a década de 1980. Com a crise financeira de 1997, o setor se tornou prioritário, assim como o estímulo à inova-ção nas pequenas empresas. “Isso resultou na criação de cerca de 5 mil centros de pesquisa em cinco anos”, destaca o professor Pedro Vidigal, coordenador da Inova, in-cubadora de empresas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, há mais de 12 mil centros de pesquisa em pequenas empresas sul-coreanas, contra apenas 700 em grandes corporações.

Pedro cita a Coréia do Sul como exemplo de país no qual a inovação fortalece a competitividade. Na opinião dele, políticas públicas de longo prazo permitirão que o conhecimento alcance o nível estratégico nas organizações brasileiras: “Deve-se in-cluir a reestruturação do aparato administrativo público, agregar, ampliar e monitorar todas as ações de incremento de pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil”.

Uma iniciativa de incentivo à cultura da inovação foi a promulgação da Lei Federal nº 10.973, de 2004. Além de fomentar a pesquisa com recursos para a inovação, ela permite o relacionamento entre empresas e instituições científicas e tecnológicas (ICTs). Em janeiro de 2008, o governo de Minas editou a Lei Estadual nº 17.348, que garante recursos extras para um fundo de investimento em inovação e prevê que 1% da arrecadação do ICMS seja destinado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

A Lei Geral das micro e pequenas empresas prevê que no mínimo 20% do orça-mento público destinado a investimentos em tecnologia sejam revertidos para ações de apoio aos micro e pequenos negócios. O Estatuto das MPEs, de 1999, já previa esse repasse, porém, apenas em âmbito federal. A Lei Geral foi mais longe, incluindo os recursos estaduais, do Distrito Federal e os municipais.

APOIO AOS PEQUENOSAs leis também beneficiam pequenos empresários com recursos nas parcerias

com ICTs. O inventor independente pode solicitar apoio a uma ICT para proteção e de-senvolvimento de sua criação, que inclui, entre outras ações, testes, desenvolvimento de protótipo e estudos de viabilidade técnica, econômica e comercial. Em contraparti-da, os royalties vindos da exploração da invenção serão divididos.

Pedro lembra que o inventor independente pode recorrer à Fapemig para auxílio no depósito de patentes ou na transferência de tecnologia, mas ressalta que o uso de laboratórios pelo pequeno empresário ainda é incipiente. Para ele, o desconhecimento dos incentivos e a falta de interesse dos empreendedores para criação de novos pro-dutos são os principais entraves.

Leis específicas de inovação são essenciais, mas fazem parte de ações isoladas, na visão do professor. O ideal seria a integração com o setor privado. “O poder público e as empresas precisam reconhecer a pesquisa como instrumento de desenvolvimen-to, geração de riqueza e garantia da soberania nacional”, afirma.

a pesquisa acadêmica nem sempre resulta na transferência de tecnologia para uma empresa fabricar e comerciali-zar um produto. Para pôr em prática seus conhecimentos, pesquisadores têm a opção de criar uma empresa de base tec-nológica. Denominada spin off, esse tipo de empresa nasce a partir de grupos de pesquisa de universidades, institutos de pesquisa ou dentro de outras empresas.

a solmic – soluções Inovadoras em Microeletrônicas é uma spin off fundada em fevereiro de 2008 pelos professores Tales Pimenta e Robson Moreno, do gru-po de Microeletrônica da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Eles traba-lham há cinco anos no desenvolvimento de circuitos integrados com a tecnologia de arranjos de Portas Programáveis em Campo (FPGa, na sigla em inglês). Esse tipo de circuito reconfigurável permite que o usuário defina as funções que se-rão exercidas pelo chip, garantindo maior versatilidade no uso. a maioria dos chips encontrados em televisores e rádios, por exemplo, é pré-programada durante a fabricação dos equipamentos.

Tales lembra que a tecnologia já exis-te há bastante tempo, principalmente no exterior, mas no Brasil ainda é uma novidade devido ao alto preço. “Com-paradas às tecnologias tradicionais, as FPGa custavam caro e ofereciam pouca capacidade e baixa velocidade de ope-ração”, explica.

bAIxOS CUSTOSCom a solmic, a produção de FPGa

será mais acessível para empresas bra-sileiras, pois os custos cairão conside-ravelmente. Para se ter uma idéia da economia potencial, a conversão de uma FPGa por um circuito de aplicação específica pode reduzir o custo em até 95%, dependendo do volume de pro-dução. a spin off, que surgiu com aporte financeiro do PII, está em fase de com-

gica, o kit foi o grande vencedor. Na etapa final, a pesquisa obteve o segundo lugar mundial.

a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ficou ainda com o terceiro lugar da etapa latino-ame-ricana. Também com recursos do Pii, o mestrando em Física Wesley Willian Gonçalves do Nascimento, juntamente com os pesquisado-res Maria José Valenzuela Bell e Virgílio de Carvalho dos anjos, de-senvolveu um equipamento que detecta adulterações no leite. Por meio de condutividade elétrica, ele verifica a adição de água, sal e água oxigenada no alimento.

PROjETOS EM ANDAMENTOo kit estéril montado por Ge-

raldo foi patenteado e uma multi-nacional brasileira está realizando testes clínicos. Já o aparelho para análise do leite poderá ter a tecno-logia transferida a partir do primei-ro semestre de 2009. as empresas interessadas poderão contatar o Centro Regional de Inovação e Inovação de Transferência de Tec-nologia (Critt) da UFJF.

Desde 2006, o Pii tem permi-tido que 60 projetos se tornem de fato inovações. além da UFJF, o programa contemplou a Univer-sidade Federal de Lavras (UFLa) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Em 2009, serão contem-pladas mais 68 propostas, totali-zando 128 projetos beneficiados.

“o Pii é um programa único, pois transforma o conhecimen-to das universidades em possi-bilidade de negócio, seja com o nascimento de empresas de base tecnológica ou pela transferência de tecnologia de forma profissio-nal e acompanhada”, afirma o gerente da Unidade de acesso à Inovação e Tecnologia do sE-BRaE-MG, anízio Vianna.

Exemplo da Coréia do SulEmpresa de base tecnológica

pra de equipamentos e vai oferecer aos clientes benefícios como exclusividade, proteção de informações digitais, au-mento da confiabilidade do produto, redução de consumo de energia e mini-mização de circuito.

Inicialmente, a solmic concentrará suas atividades no pólo de santa Rita do sapucaí e nas demais cidades da Rota Tecnológica da BR-459, que liga o sul de Minas a são Paulo e Rio de Janeiro. Mesmo com a empresa ainda em forma-ção, Robson Moreno acredita na rápida conquista de clientes. “Esse tipo de ser-viço tem muito potencial por aqui. Num segundo momento, também poderemos fazer todo o circuito integrado, de acor-do com a necessidade do cliente”.

Robson Moreno é membro do grupo de Microeletrônica da Unifei

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22 Passo a Passo Passo a Passo 2�

a discussão envolvendo o desenvolvimento de combustíveis renováveis ganha importância com a crescente preocupação ambiental. o Brasil é líder mundial na produção de etanol de cana-de-açúçar e defende sua produção como alternativa viável e ecologicamente correta de fonte de energia. Diante desse cenário, o Pii apresenta, em 2009 e 2010, o PII setorial agroenergia, um desdobramento do progra-ma original que focará suas ações na pesquisa de biocombustíveis.

Destinado a pesquisadores da UFLa, o Pii agro-energia aprovou oito projetos, que estão na fase de elaboração de estudos de viabilidade técnica, econô-mica, comercial e ambiental. Em 2009, serão selecio-nados cinco projetos, que receberão R$ 45 mil, cada um, para desenvolvimento de protótipos, processos ou serviços. “a grande vantagem do Pii de agroenergia é fortalecer o setor, incentivan-do desde o melhoramen-to genético de plan-tas até estudos em outras áreas do conhecimento voltadas para a produção de biocombustí-veis”, explica a pró-reitora de pesquisa da UFLa, Édila Von Pinho.

Uma das propostas apro-vadas foi a do engenheiro agrô-nomo antônio Carlos Fraga, para aproveitamento de óleo de co-zinha na produção de biodiesel. Ele trabalha há seis anos com biocombustíveis e há quatro estuda a pos-sibilidade de usar óleos como matéria-prima. o pes-quisador criou recentemente kits de reagentes quími-cos para avaliação imediata do óleo.

Com o apoio de alunos de Ciência da Compu-tação, antônio desenvolverá um software gerenciador de informações obtidas nas análises. outra preocu-pação é o aproveitamento de resíduos. “Esses resí-duos que sujam o óleo de cozinha serão usados na produção de adubo orgânico”, acrescenta. No longo prazo, ele quer realizar um trabalho de educação ambiental, para que o óleo não seja jogado na rede de esgoto.

agroenergia de ponta

Pequenos e médios produtores de café serão os grandes beneficiados por uma inovação desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de La-vras (UFLa) e da Empresa agropecuária de Pesquisa de Minas Gerais (Epamig). Doutor em Qualidade e Microbiologia de alimentos da UFLa, Marcelo Pereira, juntamente com o professor Calos José Pimenta, criou um agente obtido na-turalmente de frutos e grãos de café que age como bioprotetor contra fungos que deterioram a qualidade dos cafeeiros. o agente biológico estimula a pro-dução das enzimas pectinolíticas, que aceleram a digestão da polpa do café.

os fungos podem afetar a qualidade do café com a produção de toxinas ou com a ação direta nos grãos, modificando sabor, cor e odor do fruto. a tecnologia desenvolvida por Marcelo aperfeiçoou o manejo das lavouras, fa-zendo com que ao menos um terço dos frutos seja protegido dos fungos. Para evitar alterações na qualidade do café, a técnica envolve pulverizações na pré-colheita, a partir do início do amadurecimento dos frutos ou no terreiro com pulverizador pré-pressurizado, a baixo volume, para não comprometer a secagem dos grãos.

Para a produção de uma bebida de qualidade, com preço 30% acima do nor-mal, os cafeicultores dependem de uma secagem eficiente dos grãos, que envolve a degradação da polpa do café. a trituração deve ser rápida, para evitar a ação de microorganismos. os grandes produtores, com recursos para aquisição de novas tecnologias, usam o processamento “via úmida”, que envolve a lavagem e o des-polpamento do fruto, reduzindo as chances de contaminação.

Já os pequenos e médios cafeicultores processam o café “via seca”, ou seja, separam e secam os grãos em terreiro, sem usar um lavador. o agente bioprotetor desenvolvido com aporte do Pii terá preço reduzido, por utilizar resíduos agrícolas como substrato, além de ter fácil aplicação e grande resis-tência a condições climáticas adversas.

Marcelo diz que o programa estadual foi fundamental para a continuidade do estudo, que há mais de duas décadas vem sendo realizado pela pesquisa-dora da Epamig, sara Chalfoun, sua orientadora acadêmica. o projeto está em processo de transferência de tecnologia.

Bioprotetor natural

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PII SETORIAL AGROENERGIA 2009-2010 (UfLA)

Relação de projetos em fase de estudo de viabilidade técnica, econô-mica, comercial e de impacto ambiental. Cinco deles serão selecio-nados para a segunda etapa, que envolve a prototipagem. Segundo o edital, é importante que o projeto seja voltado para a cadeia produtiva, e terá um peso maior na avaliação caso a proposta possa ser aplicada no Norte de Minas.

Projeto - Reciclagem de óleos e gorduras residuais para a produção de biodieselAutor - Antônio Carlos FragaSinopse - A reciclagem de óleo de cozinha permitirá a despoluição da água e a redução de entupimentos da rede de esgoto. O óleo residual de frituras será usado na produção de combustível renovável, biodegradá-vel e ambientalmente correto

Projeto - Otimização de ciclones para secagem de bagaço de cana-de-açúcarAutor - Jefferson Luiz Gomes CorrêaSinopse - Busca uma configuração diferenciada do ciclone para melhorar a secagem do bagaço da cana, reduzindo o teor de água da biomassa

Projeto - Poder calorífico do bagaço e palhiço num pequeno alambique, em diferentes épocas de corte na safra de cana-de-açúcarAutor - Luiz Antônio de Bastos AndradeSinopse - Uso de bagaço e palhiço (ponta e folhas laterais) da colheita da cana-de-açúcar para geração de energia elétrica em usinas e desti-larias. Em alambiques, o bagaço e o palhiço podem substituir a lenha, aproveitando de maneira racional a biomassa vegetal

Projeto - Transformação do glicerol residual da produção de biodiesel em novos produtos com valor agregadoAutor - Luiz Carlos Alves de OliveiraSinopse - Busca de novas aplicações para o glicerol produzido como subproduto do biodiesel. O glicerol residual poderá ser usado para a sín-tese de diferentes produtos químicos

Projeto - Glicerina bruta em substituição ao milho para bovinos alimen-tados com silagem de cana-de-açúcarAutor - Marcos Neves PereiraSinopse - Avaliação do uso de glicerina bruta para ruminantes em dietas usando silagem de cana-de-açúcar aditivada

Projeto - Aproveitamento integral da biomassa do fruto de pinhão man-so para produção de biocombustíveisAutor - Pedro Castro NetoSinopse - Cascas e sementes do pinhão manso geram um óleo, que poderá ser usado na produção de biodiesel e álcool aproveitado em au-tomóveis flex

Projeto - Caracterização da cadeia produtiva, balanço energético econô-mico do pinhão manso para as condições de Minas GeraisAutor - Wilson Magela GonçalvesSinopse - Desenvolvimento de uma metodologia adequada ao Estado de Minas Gerais, em termos de balanço energético e econômico, para a cultura de pinhão manso para produção de biodiesel

Projeto - Novas cultivares de batata-doce com alto rendimento para a produção de etanolAutor - Wilson Roberto MalufSinopse - Pesquisa de melhoramento genético para uso de batata-doce na produção de álcool, dobrando o rendimento por hectare em compara-ção à produtividade da cana-de-açúcar

Ufjf

70 projetos inscritos

20 projetos selecionados

13 projetos receberam recursos

2 projetos já transferidos

R$ 535 mil de aporte financeiro total*

UNIfEI

39 projetos inscritos

20 projetos selecionados

11 projetos receberam recursos

1 projeto em fase de start-up (trocar) de empresa

10 projetos em fase de desenvolvi-mento de protótipos

R$330 mil de aporte financeiro total*

UfLA

64 projetos inscritos

20 projetos selecionados

12 projetos receberam recursos

3 projetos pré-incubados

1 cultivar licenciada

2 cultivares em processo de licencia-mento

R$ 450 mil de aporte financeiro total*

PII AGROENERGIA

11 projetos inscritos

8 projetos selecionados

Até 5 projetos receberão aporte finan-ceiro

R$ 45 mil de aporte financeiro por projeto

* Aportes do Sebrae, Sectes, Universidades e parceiros locais

Marcelo Pereira e Carlos José Pimenta descobriram bioprotetor para o café

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2� Passo a Passo

arteSanato

Nas mãos dos artesãos de Maria da Fé, no sul de Mi-nas, resíduos como papelão e tronco de bananeira se transformam em matéria-prima para a produção de

luminárias, mandalas, baús, cestas e tapetes. além de criativi-dade, as peças revelam diversas possibilidades da reutilização e da reciclagem aliada ao design. ao longo de 10 anos, com a criação da oficina Gente de Fibra, o artesanato se consoli-

dou como a principal atração turística da cida-de, que realizou entre 16 e 20 de julho de

2008 a primeira edição do Festival de Inverno – artesanato & Design,

com apoio do sebrae-MG e da Prefeitura Municipal.

Fábio Gonçalves acom-panhou os avanços da oficina Gente de Fibra e há quatro anos aderiu o artesanato. o primei-

ro passo foi transformar um cômodo de sua casa em

ateliê. o diferencial veio dos fil-tros de ar de caminhão. associados as

fibras de bananeira, eles ganharam novas formas, texturas e utilidades.

a residência do artesão entrou no circuito do Festival de Inverno com a exposição Tramas de Fibra e se tornou parada obrigatória para os turistas. “Vendo de oito a 15 peças por mês. Em cinco dias, foram negociadas 30 peças”, comemo-ra Fábio, membro da Cooperativa Mariense de artesanato (Com arte).

Gente de muita

fibraCriatividade e espírito cooperativo

modificam a economia de Maria da Fé

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A diretora-administrativa da Com Arte,

Valéria Mendes, se diz satisfeita

com os resultados da oficina do Sebrae-MG

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Passo a Passo 2�

os preparativos dos artesãos para o Festival começaram em 2007. além de ampliar a produ-ção, o desafio foi buscar a inovação aplicada ao papel, cipó e fibra da bananeira. Por meio de um projeto-piloto para validar uma nova metodologia de design para artesanato, os in-tegrantes da Com arte participaram de oficinas para desenvolvimento de processo criativo e de produtos, promovidas pelo sEBRaE-MG.

as peças criadas durante a oficina foram lan-çadas na Feira Nacional de artesanato, realizada em novembro, em Belo Horizonte. os encontros ocorreram de dezembro de 2007 a junho de 2008. “o objetivo foi que saíssem da inércia da criação, proporcionando maior autonomia dos processos”, diz a consultora do sebrae-MG, andréia Costa.

Paralelamente à organização do Festival, os integrantes da Rede Empresarial Mariense (REM) também se mobilizaram para criar, com o apoio do sebrae-MG, o Núcleo de Pousadas Domiciliares, que já resultou na ampliação de 20% do número de vagas. outra ação importante foi a capacitação dos profissionais para o atendimento ao público.

No balanço final, os negócios gerados che-garam a R$ 102 mil. as reuniões para o Festival de 2009 já começaram e a expectativa do grupo é de que as oportunidades de negócios cresçam. “o resultado foi muito positivo. Na segunda edi-ção, com certeza, haverá maior envolvimento da população com a melhor estruturação dos servi-ços oferecidos e maior divulgação”, diz a técnica do sebrae-MG, Pollyanna Calixto.

o médico Plínio Cambauva, de são José dos Campos, não perdeu a oportunidade de conhecer de perto o artesanato de Maria da Fé e convidou a família para participar do Festival de Inverno. Mais do que turismo, a viagem resultou na abertura de uma loja no município paulista. “a organização dos artesãos e a forma como a reciclagem foi incorpo-rada à arte me impressionam”, ressalta.

Plínio encontrou o que estava procurando. De volta à sua cidade, formou sociedade com o advo-gado Emílio souza Neto. agora, as portas do novo estabelecimento estão abertas para a venda exclu-siva de cerca de 200 produtos da Com arte.

RESGATE CULTURALPara o artista plástico e idealizador da ofici-

na Gente de Fibra, Domingos Tótora, o Festival de Inverno de Maria da Fé foi uma oportunidade para a população local reconhecer e valorizar o artesanato. “Recebi a visita de vizinhos que nunca tinham entrado em meu ateliê”, revela. Na visão do presidente da cooperativa, Luiz antônio Braga, o artesanato vem possibilitando o resgate da cultura regional com os detalhes incorporados aos trabalhos.

“Muitas pinturas e esculturas retratam um pouco da nossa cidade, como o desenho dos barrados das paredes e dos ladrilhos do piso da Igreja de Maria da Fé. Fazemos isso para dar identidade às peças”, ressalta Luiz antônio. além da consolidação do evento no roteiro nacional, outra proposta da REM é a criação do Museu do artesanato de Maria da Fé, ampliando o calen-dário e a estadia dos turistas no município.

a proposta do evento ocorreu em outu-bro de 2007 como estratégia para incentivar o turismo local. “Como a cidade mais fria de Minas não tinha um festival de inverno? Rapi-damente, a idéia se transformou em projeto e, em nove meses, tornou-se realidade”, explica o consultor do sebrae-MG, Flávio Vitarelli. À frente do festival, 12 pessoas assumiram a ta-refa de planejar as ações. Todos eles integram a Rede Empresarial Mariense (REM), criada em 2007 com o objetivo de formular oportunida-des para a consolidação de Maria da Fé como destino turístico.

“Desde a escolha do tema até a avaliação final, as estratégias foram construídas coletiva-mente”, afirma o diretor-gestor do Circuito Tu-rístico Caminhos do sul de Minas e coordenador da REM, Walter santos de alvarenga. a exposição “10 anos – oficina Gente de Fibra” foi o ponto de partida para a criação do roteiro cultural que mostrou a evolução do artesanato na cidade. “além de expor novas peças, nosso objetivo foi contar a história dos artesãos”, explica a direto-ra-administrativa da Com arte, Valéria Mendes. o evento atraiu cerca de 10 mil turistas.

PONTO DE PARTIDAEm 1998, devido a uma forte chuva, apenas

seis pessoas puderam participar da reunião do sebrae-MG em Maria da Fé. o objetivo era bus-car alternativas de geração de emprego e renda para a população, que enfrentava dificuldades

com a crise da batata, principal produto da re-gião. a chuva não esfriou o ânimo do grupo, que se inspirou na reciclagem de papel para criar a oficina Gente de Fibra.

“Pedimos uma sala emprestada na sede da sociedade são Vicente de Paulo e trouxemos liquidificadores de casa”, lembra Valéria. Para transformar papel artesanal em produtos como mandalas e cestos, as cinco donas-de-casa fo-ram guiadas pelo artista plástico e idealizador da oficina, Domingos Tótora. Com a experiên-cia, novas técnicas foram testadas, como a in-corporação da fibra de bananeira, marca regis-trada do grupo. Em 1999, o grupo criou a Com arte, que hoje congrega 64 pessoas de diferen-tes oficinas, incluindo 15 da Gente de Fibra.

Muitos participantes são jovens, que bus-cam no artesanato uma oportunidade de traba-lho. É o caso de Luiz antônio Braga, que desde o início apostou na cooperativa. aos 28 anos, ele é presidente da entidade e avança em nego-ciações para vender as peças em outros países, como os Estados Unidos. Em 2007, a Com arte atingiu a marca de 6 mil quilos de papelão kraft reciclados.

segundo a técnica do sebrae-MG da micror-região de Itajubá, Pollyanna Calixto, a produção de lembranças da viagem a Maria da Fé foi o motivo inicial que levou a comunidade a inves-tir no artesanato. Dez anos depois, “o trajeto pelos ateliês e oficinas é a principal atração tu-rística”, afirma.

Resultados que entusiasmam

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Atividade artesanal emprega principalmente senhoras e jovens em busca de oportunidades de trabalho

Produtos confeccionados na Com Arte funcionam como belas peças de decoração

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educação

Soluçãopara fornecedoresPrograma de Capacitação encurta caminho entre MPEs

e grandes empresas compradoras

Poliana naPoleão

Na Simper Indústria e Comércio Ltda., que fica em Con-tagem, o sucesso do programa se traduz no aumento do lucro e na mudança da cultura organizacional. “As melhorias foram significativas, principalmente quando falamos em or-ganização em todos os sentidos e na conscientização dos colaboradores para melhorar a produtividade”, diz o dono da empresa, Márcio Kac.

Para ele, a visão de negócios da empresa está bem me-lhor, “pois estamos mais abertos para iniciativas de entida-des de classe e para capacitações”. Entre 2003 e 2004, a Simper participou do Programa de Capacitação, que criou condições para que se tornasse fornecedora da Petrobrás.

As melhorias também possibilitaram à Simper conquis-tar a certificação ISO 9001/2000, que atesta o compromisso com a qualidade e a satisfação do cliente, bem como o com-prometimento com a melhoria contínua de seus sistemas de controle de qualidade. A partir de 2004, a empresa que produz fixadores como parafusos e porcas, aumentou o fatu-ramento em 20% a cada ano. Segundo Márcio, a meta para 2008 foi atingida em agosto.

Mudança na cultura

Programa de Capacitação para Forne-cedores, aproximando pequenas em-presas de grandes compradores.

Implantado entre 1998 e 2002 em parceria com grandes empresas se-diadas no Estado, como arcelorMittal aços Longos (antiga Belgo Mineira) e Gerdau açominas, a iniciativa visa me-lhorar os processos das MPEs. “Nosso intuito é apoiar e dar condições para que elas tenham competitividade e possam fornecer mais e melhor para as grandes empresas, ou mesmo am-pliar seus negócios e atender também às pequenas”, explica o gerente da unidade de Educação, Empreendedo-rismo e Cooperativismo do sEBRaE-MG, Ricardo Pereira.

Com duração aproximada de 12 meses e carga horária ajustada às ne-cessidades de cada empresa, o curso é realizado em etapas, que incluem um seminário para apresentação do programa; o diagnóstico no qual é avaliado o modelo de gestão adotado pelas MPEs fornecedoras e identifica-dos os pontos fortes e oportunidades de melhorias; a elaboração de um pla-no de capacitação personalizado para o desenvolvimento das competências gerenciais e empreendedoras; a cer-tificação e o monitoramento desses processos.

Na última fase, um consultor do sEBRaE-MG verifica a evolução no modelo de gestão e o atendimento a requisitos específicos, para só então conceder o certificado do programa.

bALANÇO POSITIVOEm 2008, teve início a capacita-

ção de fornecedores das empresas Fiat automóveis, stola, Resil, aethra e Holcim Brasil. No momento, o sE-BRaE-MG está atendendo a 37 MPEs. o gerente de suprimentos da Holcim Brasil, Carlos sona, afirma que todos se beneficiam com a parceria. Na uni-dade de Pedro Leopoldo, na Região

Metropolitana de Belo Horizonte, 19 fornecedores começaram a ser capa-citados em outubro.

“a Holcim ganha com isso, porque contará com fornecedores mais ali-nhados com sua forma de trabalhar. Isso representa processos mais rápi-dos de fornecimento e melhoria na qualidade final”, destaca o gerente. “o fornecedor ganha porque melho-ra a gestão de seu negócio, ficando apto a negociar com empresas de to-dos os portes e setores de forma mais eficaz.” ainda segundo ele, a Holcim Brasil pretende estender o programa às unidades de Barroso, na Região Central de Minas, e de Cantagalo, in-terior do Rio de Janeiro.

Fornecer produtos ou matéria-prima a grandes organizações não é nada fácil, sobretudo

para as micro e pequenas empresas (MPEs). Por outro lado, as grandes

empresas têm dificuldades para en-contrar um fornecedor que preencha os requisitos por elas demandados. Para resolver a questão, em 2007 o sEBRaE-MG retomou e remodelou o

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Dono da Simper, Márcio Kac atesta melhoria nos lucros e mudanças na cultura organizacional da empresa

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Com mais de quatro séculos de histó-ria, a cachaça ganhou status de bebi-da nacional e já conquista paladares

exigentes aqui e lá fora. Para alcançar padrão de qualidade internacional, produtores da bebida destilada participam voluntariamente

qualidade

Um brinde à boa

cachaçaCertificação atesta qualidade e leva a aguardente nacional

a ambientes requintados no Brasil e no exterior

Wagner ConCha

do Programa Nacional de Certificação da Ca-chaça, uma iniciativa do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus-trial (Inmetro) e do sebrae Nacional.

Das 29 marcas de cachaças certifi-cadas em todo o país, quase a metade

é produzida em alambiques mineiros. É o caso da Dedo de Prosa, feita na Fazenda agroindustrial serra Grande, em Piranguinho, no sul do Estado, que recebeu a certificação em mar-ço de 2008. a gerente de produção, Jacqueline Calvo, diz que em pouco mais de um mês o produto recebeu o selo do Inmetro, que para ela é um grande diferencial no mercado. “os clientes passam a nos ver com outros olhos, pois estão mais preocupados em adquirir um produto de qualida-de”, ressalta.

o técnico da gerência de agrone-gócios do sEBRaE-MG, Rogério Galu-ppo, afirma que a certificação também traz outros resultados: “os produtores passam a produzir a cachaça seguindo as normas estabelecidas por lei e isso melhora as vendas, valoriza a marca, o produto e a própria a empresa”.

Ele salienta que os fabricantes se deparam com três grandes desafios. o primeiro é o alto custo de adequação do processo às normas exigentes, pois muitas vezes é preciso intervir na es-trutura física do alambique. o segundo é o produtor entender quais são os be-nefícios da certificação. o terceiro é o consumidor saber qual a vantagem de adquirir cachaça certificada.

INVESTIMENTO VáLIDOJacqueline garante que o trabalho

e os gastos em prol da certificação valeram a pena, pois além de conquis-tar novos clientes, os empregados do alambique passaram a ter maior cui-dado na produção. atualmente com distribuição restrita à região sudeste do país, a Dedo de Prosa já pode ser encontrada em locais sofisticados de são Paulo, como o shopping Iguatemi. a partir de 2010, será vendida em todo o território nacional.

aos poucos, a marca também vem conquistando o mercado externo, com vendas efetivadas para clientes da Áfri-ca, dos Estados Unidos e do Reino Uni-do, que representam 5% do faturamen-to atual da agroindustrial serra Grande. “ainda estamos prospectando, mas que-remos aumentar a nossa participação no exterior”, diz Jacqueline.

CERTIfICAÇÃO PASSO A PASSO

• Antes de solicitar a certificação, o produtor deve conhecer o Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC) da Cachaça, confor-me a Portaria nº 126, de 24 de junho de 2005, publicada pelo Inmetro e disponível para con-sulta no site www.inmetro.gov.br/legislacao.

• O produtor pode contatar um dos cinco orga-nismos de certificação existentes no Brasil: IPEM (SP), Ibametro (BA), BRTUV (SP), Se-nai (SC) e Certifica (RS).

• A certificadora realizará uma pré-auditoria, de acordo com os pré-requisitos estipulados pelo RAC da Cachaça.

• São avaliadas condições de limpeza e hi-giene na fabricação do produto, cuidados com o meio ambientes, conformidade com a legislação trabalhista e boas condições de trabalho aos empregados.

• Depois da avaliação inicial, será dado um prazo de adequação às normas.

• Expirado o prazo de ajustes, a certificadora retornará para a auditoria e emitirá um laudo técnico. Caso o alambique seja aprovado, a empresa estará credenciada para a emissão do selo do Inmetro.

• Por fim, serão realizadas auditorias periódi-cas (anuais ou semestrais) para avaliar se as normas do RAC estão sendo cumpridas.

• Informações: www.sebrae.com.br ou [email protected].

Quem pensa que a cachaça é uma bebida popular precisa saber que ela também freqüenta ambientes requin-tados. Restaurantes de alto padrão já têm cartas de cachaça e contam com um novo profissional, o cachacier, que indica a cachaça que melhor combina com o prato escolhido pelo cliente.

A bebida também é usada como

ingrediente por renomados chefs de cozinha, que criam tortas de caipirinha e pratos especiais que acompanham carnes de diferentes tipos.

A inserção da cachaça em eventos como exposições e festivais de gastro-nomia, bem como o surgimento de con-frarias e academias da cachaça têm ajudado a disseminar o produto entre

as classes mais altas. Como produto “premium” a cachaça também ganhou taça de cristal para degustação. “Essa taça ajudou a tirar o conceito de copi-nho rústico e elitizou a cachaça como bebida fina”, diz o diretor de Marketing da Expocachaça e presidente do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça, José Lúcio Mendes.

Surge novo profissional

NúMEROS DO SUCESSO

29 marcas certificadas no país

12 marcas certificadas em Minas Gerais

2 mil marcas registradas no país

30 mil produtores nacionais

1,5 bilhões de litros produzidos por ano no país

Fontes: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Sebrae

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A gerente de produção da cachaça Dedo de Prosa, Jacqueline Calvo, diz que o selo do Inmetro é um grande diferencial

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cultura

De olhono futuro

Incubadora cultural desenvolve conteúdo para novas mídias com jovens empreendedores de Cataguases

Carlos eDuarDo Cherem

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Eles cresceram na era da Internet. o desenvolvimento de suas cria-ções e o aprendizado de empre-

endedorismo e de negócios ocorre no ambiente das redes de comunicação criadas nas últimas décadas. Com amplo uso de novas tecnologias, já ensaiam o processo de convergência de mídias. são os jovens da Fábrica do Futuro, incuba-dora cultural que desenvolve conteúdo audiovisual para novas tecnologias, em

Cataguases, na Zona da Mata, com rami-ficações em Juiz de Fora, Muriaé, Leopol-dina, ouro Preto e Belo Horizonte.

“Para ser assistida num telefone celu-lar, uma novela pode durar oito meses? as imagens e cenários, numa tela tão pe-quena, não terão que ser diferentes? as narrativas seriam outras?”, indaga César Piva, gestor executivo do Instituto Cidade de Cataguases, responsável pela Fábrica do Futuro. Ele explica que a incubadora

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Jovens prestigiam exposição em homenagem a Humberto Mauro, o pioneiro do cinema nacional

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avança na experimentação de conteúdos e formatos para a convergência de mídias, pro-cesso que considera inevitável.

Com a participação do sEBRaE-MG, a Fá-brica do Futuro é uma iniciativa do Instituto Cidade de Cataguases, organização não-go-vernamental apoiada por órgãos públicos e pela iniciativa privada, com destaque para Vivo, secretaria de Estado da Cultura, Minis-tério da Cultura (Minc), por meio do progra-ma Cultura Viva, e o sEBRaE-MG. Entre os apoiadores locais estão a Fundação Cultural ormeo Junqueira Botelho, da Energisa (anti-ga Companhia Força e Luz Cataguazes-Leo-poldina); Instituto Francisca de souza Peixo-to, da Companhia Industrial Cataguases; a Fundação simão José silva, do Grupo Quími-ca Cataguases; e o Instituto Votorantim, da Companhia Brasileira de alumínio (CBa).

atualmente, 25 jovens entre 18 e 25 anos integram a Fábrica do Futuro. a incubadora é parte de um amplo trabalho de empreen-dedorismo cultural, que reúne uma rede de cooperação em Cataguases. César ressalta que o ambiente da Internet amplia as pos-sibilidades de trabalho e a participação não

se restringe a pessoas e entidades envolvidas com a incubadora ou com o Instituto Cidade de Cataguases. “as fronteiras estão borradas pelo diálogo no mundo globalizado”, destaca. “Uma música disponibilizada gratuitamente na rede pode garantir espaço para que uma banda realize seus espetáculos e remunere os músicos. os modelos de negócios são inima-gináveis.”

a perspectiva de todas as instituições e iniciativa, em especial com o sEBRaE-MG, é a implantação de um pólo de criação e pro-dução audiovisual na cidade, a partir de novo modelo de arranjo criativo e produtivo da eco-nomia da cultura, capaz de gerar impacto no desenvolvimento local, novas oportunidades, empreendimentos e negócios na região.

RAIz MODERNISTAa atual efervescência cultural de Cata-

guases tem raízes no passado. a cidade res-pira cultura há quase um século. Lá, o movi-mento modernista da década de 1920 teve algumas de suas principais manifestações, como a publicação da Revista Verde por jovens poetas que trocavam cartas com Mário de

Novo projetoaposta no cinema

Um dos resultados do investimento em cultura em Cataguases foi a realização do Festival Ver e Fazer Filmes, entre 3 e 13 de dezembro de 2008. Foram exibidas produções de cineastas brasileiros e de outros países de língua portuguesa. No entanto, como o próprio nome indica, o evento não se limitou às sessões de cinema. Estudantes do Brasil e de Portugal tiveram a oportunidade de produzir curtas-metragens durante a realização da mostra.

O SEBRAE-MG participou do festival, patrocinado pela Energisa, através das leis estadual e federal de Incentivo à Cultura. Desde agosto, foram realizadas vá-rias oficinas para dar suporte à produção do festival de cine-ma. Cerca de 250 pessoas da região foram capacitadas em atividades relacionadas à área, como a criação de figurino, ilu-minação, fotografia (foto), di-reção de arte, representação, produção executiva e gestão cultural.

A produção dos curtas-metragens ficou sob a res-ponsabilidade de três equipes formadas por alunos de cine-ma e audiovisual da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Fe-deral Fluminense (UFF) e da Escola Superior de Teatro e Ci-nema de Lisboa, em Portugal. O desafio de cada uma dessas equipes foi realizar um curta-

metragem digital durante o festival, com base nos contos A Cartomante, O Diplomata e Chinelas Turcas, de Machado de Assis.

Os curtas produzidos durante o Festival Ver e Fazer Filmes estrearam no último dia do evento e foram submetidos a um júri. As equipes de estudantes foram supervisionadas por profissionais de cinema convidados para a mos-tra, entre eles Nelson Pereira dos Santos, Dib Lutfi, Carlos Roberto Teixeira Pinto (Carlão Lenda) e Yurica Yamasaki, do Brasil; Zezé Gamboa, de Angola; e Fernando Vendrell, de Portugal.

Nelson Pereira, Vendrell e Gamboa tiveram filmes exibidos durante a mostra. Houve também exibição das produções cinematográficas que in-fluenciaram esses diretores, com sessões comentadas por eles.

andrade. Na mesma época, o cine-asta Humberto Mauro tornou-se o grande pioneiro do cinema nacio-nal. Na década de 1940, foi a vez da arquitetura moderna se destacar na cidade, que nos anos 1960 se-ria palco da arte experimental e de vanguarda.

“Desde o início do século XX que as forças econômicas e políticas de Cataguases incentivam a cultura. Isso se tornou um aspecto impor-tante da vida da cidade. Em mea-dos da década de 1990, a atividade cultural foi identificada como uma das potencialidades econômicas do município. Com isso, estimulamos diversas iniciativas locais, ligadas ao Instituto Cidade de Cataguases”, explica a analista do sEBRaE-MG, Regina Faria.

Ela afirma que a participação do sEBRaE-MG é resultado de uma de-cisão estratégica, a partir da evidên-cia de que a cultura é a melhor fonte de geração de riquezas e oportuni-dades de emprego na região. “Com a adoção da Lei Rouanet, em 1991, as empresas da região, que já ti-nham a tradição de investimentos em cultura, tiveram condições de criar um ambiente propício para ampliar essa dinâmica. Com isso, as instituições envolvidas cresceram e se multiplicaram. Hoje, caminham com as próprias pernas e a cultura se tornou um bom negócio na cida-de e na região”, garante Regina.

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Oficina de teatro ensina estudantes como Marlon a fazer e pintar bonecos

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a curiosidade sempre foi um estí-mulo na vida da empresária Vera Lúcia silva. Dona da Lavanderia

silva araújo, em Congonhas, região cen-tral do Estado, ela buscava solução para a lavagem de peças de couro. Diante do desafio, começou a fazer testes e aca-bou inventando uma fórmula, que man-teve em segredo. “o produto revitaliza e deixa o couro hidratado. a grande dife-rença é a proteção que ele dá às peças”, explica a empreendedora.

Vera Lúcia preparava a mistura às es-condidas, temendo que alguém desco-brisse o segredo da fórmula. ao testar a eficácia da solução em calçados e roupas, ficou convicta do sucesso, mas ainda não sabia do potencial da sua invenção. Um dia, sua nora, a farmacêutica bioquímica amanda de souza, a viu lavando uma bolsa de couro e perguntou se a fórmula do produto tinha sido registrada. Diante da resposta negativa, amanda informou que era necessário patenteá-la.

ambas procuraram a agência de De-senvolvimento de Congonhas (adecon), que buscou informações no sEBRaE-MG para orientá-las sobre o registro. o produto foi protocolado no Institu-to Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e em pouco tempo surgiram as primeiras ofertas para transferência de tecnologia.

EMPRESA MINEIRAVera Lúcia foi procurada por multi-

nacionais, mas optou por uma empre-

deu certo

Espírito empreendedorEx-secretária inventa e comercializa produto que amacia e hidrata peças de couro

Wagner ConCha

sa mineira para que pudesse acompa-nhar o processo de produção bem de perto. Em fevereiro de 2008, assinou contrato com a Indústria Marquezani, de Belo Horizonte, que fabrica pro-dutos para limpeza doméstica. Bati-zado com o nome de Classic, o novo amaciante e hidratante para couro já está à venda em grandes varejistas da capital.

segundo o diretor comercial da In-dústria Marquezani, Geraldo Marque-zani, a fórmula inventada pela empre-endedora de Congonhas é inédita no mercado. “Pesquisei e não encontrei nada similar”, garante. Como se trata de um produto recém-lançado e inovador, a empresa preparou uma campanha em mídia de massa e vem realizando abor-dagens informativas em lojas.

Vera Lúcia Silva era secretária e se sentia realizada profis-sionalmente no emprego, no qual trabalhava há cinco anos. No entanto, um problema familiar mudou o rumo de sua car-reira. O filho caçula, Lucas Emanuel, enfrentou problemas de saúde logo depois de nascer.

O bebê sofreu uma infecção generalizada após uma transfusão de sangue, permanecendo internado no hospital por quase um mês. Depois que ele recebeu alta, a apreensiva mãe de quatro filhos pediu demissão do antigo emprego para cuidar dele pessoalmente.

Ela necessitava de uma fonte de renda alternativa e passou a trabalhar em casa, lavando roupas para outras famílias. “A de-manda foi tanta que em pouco tempo estava com uma lavanderia e 25 ajudantes para atender todos os clientes”, lembra. Surgia assim a Lavanderia Silva Araújo. Fundada em 1995, a pequena empresa foi apenas o começo de uma trajetória empreendedora.

O início foi difícil, já que a ex-secretária não conhecia o ramo de prestação de serviços de lavagem de roupas e não tinha condições financeiras para investir em equipamentos. “Pagamos um preço caro por sucata”, lembra, referindo-se às primeiras máquinas usadas que adquiriu.

QUALIfICAÇÃO PROfISSIONALApesar das dificuldades, Vera Lúcia buscou qualificação

profissional no SEBRAE-MG, onde fez cursos, como o Capa-citar para Empreender, que lhe permitiram conhecer de perto grandes lavanderias de Belo Horizonte.

Com o auxílio, ela pôde aperfeiçoar seu lado empreen-dedor e registrar o Classic, sua primeira invenção. Agora, estuda a melhor forma para patentear sua segunda inven-ção. Trata-se de um produto ainda sem nome, próprio para remover mofo.

Mudança inesperada

Fotos Gláucia Rodrigues

Para viabilizar seu projeto e registrar patente, a inventora Vera Lúcia Silva buscou qualificação no Sebrae-MG

Hoje, Vera Lúcia se sente realizada como empresária, garantindo emprego para algumas de suas conterrâneas

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�� Passo a Passo Sebrae/Diamantina - Rua Campos Carvalho, 19, salas 17 e 18, Galeria Marise, Centro – 39100-000 – (38) 3531-6167

Para atender cada vez melhor os micro e pequenos empresários, o Sebrae/Diamantina mudou de endereço. Agora, para uma sede muito mais espaçosa e confortável, com os inúmeros programas e projetos voltados para o aumento da produtividade e eficiênciada sua empresa. Novo Sebrae/Diamantina. De portas abertas para receber você.

Novo Sebrae Diamantina: rua Campos Carvalho, 19 – Centrowww.sebraemg.com.br

Novos horizontespara as microe pequenasempresas

artigo | vera helena lopeS*

Para conseguir posição favorável e se destacar frente aos concorrentes

é necessário que a empresa defina um campo de atuação e seu cliente-potencial. Isto é segmentação de mercado. a definição começa com o en-tendimento do próprio mer-cado, quais são suas necessi-dades, seu comportamento e suas particularidades.

a abordagem de segmentação mostra que as ofertas de marketing não podem ter a pretensão de oferecer de tudo para todos. Isso quer dizer que o objetivo estratégico da segmentação é analisar mercados, encontrar nichos e oportunidades e buscar uma posi-ção competitiva superior.

Como é impossível aproveitar todas as oportunidades, é necessário recorrer às escolhas estratégicas. Deve-se reconhecer que nem todas as pessoas ou empresas são consumidores potenciais para todos os produtos ou serviços; e saber controlar o composto de produtos para obter máxima eficiência. o desafio de marketing é não só atender eficientemente às necessidades dos consumidores, mas também estar à frente dos competidores.

Às vezes os mercados são segmentados intuitivamente, ou seja, o empresário confia em sua experiência e na capacidade de julga-mento para decidir quais segmentos existem num mercado e que potencial oferecem. ou-tros seguem o precedente dos concorrentes que já estão no mercado.

Também é possível executar uma análi-se estruturada, freqüentemente apoiada em alguma pesquisa de mercado, a fim de iden-tificar os segmentos e medir seu potencial.

Essa abordagem, mesmo quando efetuada com um orçamento restrito, com frequência produz percepções e oportunidades que de outro modo passariam despercebidas.

Três passos estão envolvidos na seg-mentação. o primeiro é identificar os dese-jos e potenciais existentes no mercado. o segundo é saber as características particu-lares entre os segmentos. o que os consu-midores potenciais, que compartilham um desejo particular, têm em comum que os distingue de outros segmentos do mer-cado que apresentam desejos diferentes? o terceiro é determinar quem apresenta cada desejo. o passo final será calcular quan-to de demanda ou potencial de vendas cada segmento re-presenta. Essas pre-visões vão determinar os segmentos nos quais o atendimento valerá a pena.

Como se vê, uma empresa pode seg-mentar seu mercado de diferentes ma-neiras. além disso, as bases para essa segmentação variam de um produto para outro. Entretanto, o primeiro passo é divi-dir um mercado potencial em duas catego-rias: consumidores finais e usuários empre-sariais. segmentar o mercado nesses dois grupos é muito importante do ponto de vista do marketing, pois ambos compram de modo diferente. a composição do mix de marketing de um vendedor dependerá do fato de ele estar voltado para o merca-do consumidor ou empresarial.

“Nem todas as pessoas ou

empresas são consumidores potenciais para

todos os produtos ou serviços”

objetivos estratégicos dasegmentação de mercado

* Administradora com especialização em Marketing pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e analista da unidade de Comércio, Serviços e Artesanato do Sebrae-MG

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CulturaO Sebrae incentiva e investe na

produção cultural de Minas Gerais

beneficiando diversas áreas,

como a audiovisual, a musical,

o artesanato, o design e a moda.

Uma iniciativa que prepara os

artistas para a gestão do próprio

negócio, que incentiva a divulgação

dos seus trabalhos em catálogos

como os de artesanato e de moda,

trabalhando para que todos tenham

sucesso como empreendedores.

Sebrae Minas. Trabalhar pela

cultura é valorizar o talento.

www.sebraemg.com.br