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  Ainda é necess ário lubrificar e engraxar  Na manutenção preventiva, alguns itens ainda precisam de lubrificação com graxa ou óleo, principalmente em veículos pesados, como caminhões e ônibus, apesar do avanço tecnológico e das peças seladas Carolina Vilanova  No passado, vários componentes de veículos leves e pesados precisavam ser lubrificados regularmente para evitar o desgaste prematuro. Hoje em dia esse cenário mudou. O desenvolvimento e o avanço da eletrônica, juntamente com a evolução dos lubrificantes, permitiu que alguns itens, que antes passavam por esse processo, fossem diminuindo cada vez mais. Isso ocorre porque os lubrificantes atuais apresentam maiores níveis de desempenho, ajudando na limpeza e proteção das peças por um período mais longo. Nos automóveis de passeio, muitos componentes já vêm lubrificados de fábrica e selados. Há necessidade de trocar apenas o óleo do motor, já que o óleo de transmissão, em muitos modelos, não precisa mais ser substituído, apenas em casos de intervenção. O fluído de freio continua tendo que ser inspecionado anualmente e, sempre que o nível estiver abaixo do indicado, deve ser completado. A tampa deve ser fechada rapidamente para não permitir entrada de ar e umidade. Já o óle o da direção hidráulica necessita de inspeção e reposição sempre que for feita a manutenção. Articulações de suspensão e freios não são mais lubrificadas. A lubrificação do motor sofreu mudanças significativas, devido ao nível de estresse que o óleo passou a ser submetido. "Os motores estão cada vez menores e mais potentes, com intervalos de troca cada vez maiores, o que exige que os óleos acompanhem esse nível de desempenho", diz Antonio Alexandre Ferreira Correia, engenheiro de produtos da Petrobras. O quadro abaixo mostra as fases de evolução de um motor VW 1.6 litro em relação à  potência, consumo e intervalo de troca do lubrificante: Ano  1967  1974  2004  Potência 53 cv a 4.200 rpm  76 cv a 5.600 rpm  101 cv a 5.600 rpm Densidade de potência 33 cv/litro 48 cv/litro 63/litro Capacidade do cárter 3,0 litros  3,5 litros 3,5 litros  Consumo de óleo(litro/1000 Km) 1,0 1,0 0,40 Intervalo de troca  2.500 km  7.500 km  15.000 km  Caminhões e ônibus  

Ainda é Necessário Lubrificar e Engraxar

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Lubificação

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  • Ainda necessrio lubrificar e engraxar

    Na manuteno preventiva, alguns itens ainda precisam de lubrificao com graxa ou leo, principalmente em veculos pesados, como caminhes e nibus, apesar do avano tecnolgico e das peas seladas

    Carolina Vilanova

    No passado, vrios componentes de veculos leves e pesados precisavam ser lubrificados regularmente para evitar o desgaste prematuro. Hoje em dia esse cenrio mudou. O desenvolvimento e o avano da eletrnica, juntamente com a evoluo dos lubrificantes, permitiu que alguns itens, que antes passavam por esse processo, fossem diminuindo cada vez mais.

    Isso ocorre porque os lubrificantes atuais apresentam maiores nveis de desempenho, ajudando na limpeza e proteo das peas por um perodo mais longo. Nos automveis de passeio, muitos componentes j vm lubrificados de fbrica e selados. H necessidade de trocar apenas o leo do motor, j que o leo de transmisso, em muitos modelos, no precisa mais ser substitudo, apenas em casos de interveno.

    O fludo de freio continua tendo que ser inspecionado anualmente e, sempre que o nvel estiver abaixo do indicado, deve ser completado. A tampa deve ser fechada rapidamente para no permitir entrada de ar e umidade. J o leo da direo hidrulica necessita de inspeo e reposio sempre que for feita a manuteno. Articulaes de suspenso e freios no so mais lubrificadas.

    A lubrificao do motor sofreu mudanas significativas, devido ao nvel de estresse que o leo passou a ser submetido. "Os motores esto cada vez menores e mais potentes, com intervalos de troca cada vez maiores, o que exige que os leos acompanhem esse nvel de desempenho", diz Antonio Alexandre Ferreira Correia, engenheiro de produtos da Petrobras.

    O quadro abaixo mostra as fases de evoluo de um motor VW 1.6 litro em relao potncia, consumo e intervalo de troca do lubrificante:

    Ano 1967 1974 2004

    Potncia

    53 cv a 4.200 rpm

    76 cv a 5.600 rpm

    101 cv a 5.600 rpm

    Densidade de potncia

    33 cv/litro 48 cv/litro 63/litro

    Capacidade do crter

    3,0 litros

    3,5 litros

    3,5 litros

    Consumo de leo(litro/1000 Km)

    1,0 1,0 0,40

    Intervalo de troca

    2.500 km

    7.500 km

    15.000 km

    Caminhes e nibus

  • Em relao aos motores de veculos pesados, o mesmo processo evolutivo est ocorrendo e est sendo intensificado com a chegada dos modelos eletrnicos. J nos sistemas mecnicos, a lubrificao mais peridica e numerosa. A mecnica de um caminho precisa ser muito mais reforada do que a de um automvel e a manuteno preventiva mais constante, um quesito muito importante para a durabilidade do produto.

    No motor, o leo lubrificante deve ser trocado segundo a recomendao da montadora quanto ao perodo e especificao, ou a cada 20 mil km, dependendo do desempenho do leo lubrificante utilizado e de sua aplicao, sempre com produtos especficos para diesel e de qualidade. J existem veculos que, dependendo das condies de uso e do lubrificante utilizado, podem ter intervalos de troca

    entre 45 e 60 mil km.

    O lubrificante drenado do crter, com o veculo em um elevador ou vala, e totalmente substitudo, juntamente com o filtro. (foto1)

    O fludo para radiador tambm no deve ser deixado de lado, assim como a limpeza do sistema de arrefecimento, que troca todo o lquido do radiador. A substituio do leo de cmbio e diferencial realizada em mdia a cada 30 mil km, dependendo do tipo de aplicao.

    importante lembrar que esses produtos, quando utilizados em grande quantidade, devem ser reservados em local apropriado. O ideal um reservatrio impermeabilizado, para evitar contaminao do solo, obedecendo as normas do meio ambiente. "Todo lubrificante descartado tambm armazenado em um depsito especial e depois recolhido, para reciclagem", explica Vernica Basso, consultora de vendas da Shell Brasil Ltda.

    "Nossos profissionais responsveis pela manuteno dos veculos so treinados pela prpria Shell, com um curso de lubrificao, ministrado por consultores tcnicos da distribuidora", conta Luis Brito, gerente de Manuteno da Viao Pirajuara.

    A graxa que protege os pinos de mola da suspenso e o cardan do veculo so substitudas a cada 15 mil Km. (foto 2)

    Para saber a quantidade que deve ser aplicada, basta verificar a graxa velha que sai por uma das articulaes conforme a nova vai sendo colocada. Quando a graxa limpa comear a sair da pea porque foi totalmente substituda. No cardan, a graxa aplicada nos trs rolamentos deslizantes e, nas quatro cruzetas, injetada pela graxeta at que o produto saia pelo anel de borracha. (foto 3)

    A manga de eixo recebe o mesmo cuidado e a troca efetuada junto com a dos pinos de mola de suspenso e do

    cardan. Agora, no ajustador automtico dos freios, pare de lubrificar quando a graxa escoar pelo bujo retrtil ou engrenagem. O excesso de graxa compromete o funcionamento do

    ajustador. (foto 4)

    Tambm importante lembrar que esse procedimento nunca deve ser feito com o freio de servio ou de estacionamento acionado. A manuteno desse componente dever ser feita a cada 60 mil km ou 6 meses e, para aplicao normal, a cada 120 mil km ou 1 ano. J as articulaes do patim do freio precisam ser lubrificadas a cada 15 mil km. (foto

    5) Os rolamentos so as peas que mais exigem lubrificao, quando no so selados. Por exemplo, quando for realizar a manuteno do

    alternador, a cada 100 mil km ou da bomba dgua, a cada 150 mil km, haver necessidade de trocar a graxa dos rolamentos.

  • A manuteno do alternador realizada a cada 100 mil km e consiste em, alm de verificar as condies da pea, trocar a graxa dos rolamentos. Esses procedimentos so recomendados para prevenir o desgaste prematuro das peas. (foto 6)

    Tambm os rolamentos de cubo de rodas traseira so engraxados a cada 100 mil km e a quantidade aplicada no pode passar de dois teros (2/3) do espao livre da pea. Os rolamentos dianteiros precisam ser verificados com maior freqncia, em intervalos de 15 mil Km. Isto acontece porque as rodas da frente trabalham com temperaturas mais altas, devido ao freio, e os rolamentos podem ser danificados por superaquecimento. "No caso do eixo traseiro, o leo de diferencial acaba se misturando com a graxa aplicada no cubo de roda, resultando em uma atuao conjunta dos lubrificantes", explica Brito. (foto 7)

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