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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO
ESPECIAL E LIBRAS
10,0
REALIDADE OU UTOPIA: A INCLUSÃO DOS DEFICIENTES AUDITIVOS NAS
ESCOLAS PÚBLICAS
Autora: Maria Aparecida Deniz Araújo.
Orientadora: Profa. Ma. Marina Silveira Lopes.
JUINA/2013
AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ENFASE EM EDUCAÇÃO
ESPECIAL E LIBRAS
REALIDADE OU UTOPIA: A INCLUSÃO DOS DEFICIENTES AUDITIVOS NAS
ESCOLAS PÚBLICAS
Autora: Maria Aparecida Deniz Araújo.
Orientadora: Profa. Ma. Marina Silveira Lopes.
“Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do título no curso de Pós- graduação em Psicopedagogia com ênfase em educação especial, inclusão e Libras do Instituto Superior de educação do vale do Juruena – AJES.
JUINA/2013
AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ENFASE EM EDUCAÇÃO
ESPECIAL E LIBRAS
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Orientadora: Profa. Ma. Marina Silveira Lopes
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder a saúde e a
perseverança para buscar a realização de mais um sonho de vida.
Ao meu marido e filhos que são meu alicerce, meu porto seguro e a razão de
minha existência, por toda paciência que tiveram comigo durante o curso.
Aos meus pais que já não estão mais presentes, mas que tudo fizeram para
que eu pudesse concretizar este trabalho, me ensinando o respeito e o amor ao
próximo.
Aos mestres que tiveram a humildade de dividir seus conhecimentos e a
paciência com nossas limitações.
A minha orientadora Profa. Ma. Marina Silveira Lopes, que me orientou na
elaboração deste trabalho, me oportunizando a galgar mais um degrau
profissionalmente e pessoal.
A minha turma de especialização que com certeza vai deixar saudades dos
momentos que dividimos os sonhos, alegrias e algumas tristezas.
Em fim a todos que contribuíram de alguma forma para que eu pudesse
chegar até aqui e realizar mais um sonho.
Meu carinho e respeito a todos vocês e que eu possa acima do
profissionalismo ter uma visão de amor por todos os que passarem por minhas mãos
em todos os campos.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus, que considero meu maior
mestre capaz de me dar o que mais necessito para alcançar meus objetivos. A todas
as pessoas que de alguma forma contribuíram para que eu pudesse chegar até este
patamar.
Em especial ao meu pai que veio a falecer antes de me ver concluir este
curso, mas muito colaborou na minha formação pessoal, ensinando- me valores que
levarei como regra para conduzir minha vida de forma integra e honesta, respeitando
o meu próximo como almejo ser respeitada.
Ao meu esposo e filhos que me ajudaram de todas as formas para que eu
pudesse assim me aperfeiçoar um pouco mais, para colaborar na formação de
crianças que são de todas as formas especiais, principalmente por entenderem
minha ausência nos momentos de estudos.
A minha mãe, mulher forte e guerreira que nem entende direito minha
formação, por não ter tido oportunidade de estudar. Mas que fica feliz a cada nova
conquista de seus filhos.
Aos mestres por ter dividido todos os seus conhecimentos com o propósito
de formar pessoas qualificadas para o mercado de trabalho sem deixar de lado o
relacionamento humano. E em fim aos meus colegas formandos por todos os
momentos de alegrias e até mesmo de angústia que passamos juntas, colaborando
umas com as outras para que todos pudessem galgar mais este capítulo de nossas
vidas.
Obrigado a todos com muito carinho!
EPÍGRAFE
“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do
processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da
boniteza e da alegria”.
Paulo Freire
LISTAS DE TABELAS
TABELA 1: Grau de deficiência auditiva
TABELA 2: Deficientes auditivos das escolas Estaduais de Juina-MT
RESUMO
De acordo com o novo paradigma, é fundamental para uma educação inclusiva garantir a integração social dos excluídos, seja pelo gênero, pela raça, pela religião, pela cultura, pela deficiência física ou mental. A Organização das Nações Unidas (ONU 2006) deixa claro que todas as pessoas independentes de suas condições físicas ou mentais devem ser inseridas no ensino regular, com todos os direitos respeitados e garantidos, para que possam ter um ensino de qualidade respeitando suas limitações e que sejam atendidos por profissionais habilitados na área. Sabe-se que muitas vezes esses direitos não são respeitados mesmo os pais ou responsáveis não conhecem os seus direitos assegurados por lei, para garantir que o aluno surdo ou com deficiência auditiva tenha direitos de ter um intérprete da língua de sinais “libras”, e materiais didáticos que atendam às suas necessidades. Visando analisar a realidade do Município de Juina-MT, quanto a inclusão dos deficientes auditivos dentro do contexto das escolas estaduais, procura-se através deste trabalho científico, levantar dados através dos órgãos competentes do número e faixa etária deste público e através de pesquisa de campo nas escolas, diagnosticar o número de alunos atendidos pelas Escolas Estaduais, e se os mesmos estão sendo atendidos de forma a contemplar suas necessidades e garantindo condições para este aprendizado. No mesmo intuito, há uma análise sobre o número de alunos que estão sendo atendidos dentro das escolas estaduais do Município de Juina-MT.
Palavras-chave: Inclusão, Auditivos, LIBRAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 15
2.1. CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS .............................. 15
2.2. CONCEITOS DE PARADIGMA À EDUCAÇÃO INCLUSIVA ............................ 18
2.3. ALFABETIZAÇÃO DA PESSOA SURDA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES .. 21
2.4. CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR PARA A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO
NA ESCOLA ............................................................................................................. 24
2.5. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ESCOLA INCLUSIVA ............................... 25
2.6. CONCEITO DE SURDEZ ................................................................................... 26
2.7. O ALUNO SURDO NO CONTEXTO ESCOLAR ............................................... 29
2.8. O ALUNO SURDO E A EDUCAÇÃO BILINGUE .............................................. 30
2.9. NORMALIZAÇÃO Á INCLUSÃO NAS ESCOLAS ESTADUAIS ..................... 31
2.10. A INCLUSÃO DOS DEFICIENTES AUDITIVOS NAS ESCOLAS PÚBLICA DO
MUNICÍPIO DE JUINA-MT ....................................................................................... 33
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 35
3.1. PESQUISA DE CAMPO ..................................................................................... 35
4. ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................ 36
4.1. NÚMERO DE ALUNOS E INTERPRETES NAS ESCOLAS ESTUDADAS ...... 36
4.2. ENTREVISTA ..................................................................................................... 37
4.2.1. A PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR NA VISÃO DE UMA
PROFESSORA DA SALA DE RECURSOS. ............................................................ 37
4.2.2. ANALISE DA ENTREVISTA ........................................................................... 38
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 41
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 43
7. ANEXOS ............................................................................................................... 46
7.1. DADOS DO IBGE/2010 ..................................................................................... 46
11
INTRODUÇÃO
As escolas públicas visando o atendimento das crianças portadoras de
qualquer tipo de deficiência física, mental ou intelectual, estão se adaptando para
que as mesmas possam estar inseridas neste contexto, de forma não apenas social,
mas que seu aprendizado seja garantido conforme estabelece artigos 58 59 e 60 da
Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e suas alterações; e em conformidade com a
Lei Complementar nº 49, de 1º de outubro de 1998, e suas alterações; com o art. 24
a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, e seu Protocolo
Facultativo, aprovado por meio do Decreto Legislativo nº 186/2008, com status de
emenda constitucional e promulgados pelo Decreto nº 6949/2009; demais diretrizes
nacionais pertinentes, e por decisão da Plenária do dia 20.12.2011, Capítulo I DA
EDUCAÇÃO.
No entanto sabemos que apesar de todas as leis que aparam o deficiente,
ainda existem muitos casos de escolas que negam este atendimento ou mesmo a
falta de profissionais e materiais apropriados dificultam esta integração.
Na educação do deficiente auditivo no qual este trabalho esta embasado,
ainda existem muitas barreiras e preconceitos em relação a estas pessoas, muitas
pessoas por incrível que pareça, ainda associam a idéia que todo surdo é mudo,
quando na realidade isto não é verdade.
Segundo Tuxi (2009), a inclusão do aluno surdo não deve ser norteada pela
igualdade em relação ao ouvinte e sim em suas diferenças sócio-histórico-culturais,
às quais o ensino se ancore em fundamentos linguísticos, pedagógicos, políticos,
históricos, implícito nas novas definições e representações sobre a surdez. Todavia,
selecionar uma língua traz uma série de tensões, principalmente por se inscreverem
um grupo majoritário de ouvintes, e outro grupo minoritário daqueles que não
ouvem. A escola, ao considerar o surdo como ouvinte numa lógica de igualdade, lida
com a pluralidade dessas pessoas de forma contraditória, ou seja, nega-lhe sua
singularidade de indivíduo portador de deficiência auditiva. Tais inconsistências
reivindicam uma revisão educacional, que trace uma nova visão curricular com base
no próprio surdo. Em relação à polêmica discussão acerca da educação dos surdos,
12
configura-se a questão curricular, pois as escolas encontram-se atreladas a uma
ideologia oralista, conveniente aos padrões dos órgãos de poder.
Ao se pensar nesta inclusão é necessário que se faça uma reflexão acerca
do que é incluir de fato, já que este tema gera muitas polêmicas no ponto de vista
educacional.
Para que isso ocorra as escolas devem propor a estas crianças práticas
pedagógicas e estratégias especificas a cada pessoas que garantam seus direitos
de aprendizagem, respeitando o que a lei assegura a elas. O professor deve ter a
sensibilidade e acuidade, além de formação inicial e continuada que favoreça o
aprendizado destas crianças.
O aluno com deficiência deve ter acesso ao objeto de conhecimento,
legitimando as diferenças em sala de aula, pois é preciso permitir ao aluno que
tenha acesso a tudo, por outras vias, que as escolas possam eliminar as barreiras
existentes.
Na educação dos surdos, o currículo faz parte de práticas educativas e é
efeito de um discurso dominante nas concepções pedagógicas dos ouvintes. Estas
ações materializam-se na afirmação de que o currículo é um espaço contestado de
relação de poder, o que significa dizer que, nas práticas escolares, estas questões
estão literalmente veiculadas em uma ordem necessária.
Pode-se perceber o grande avanço ocorrido em nossa sociedade através de
políticas públicas com o objetivo em estar proporcionando uma educação de
qualidade e com os mesmos direitos a todas as pessoas independentemente de
raça, cor, religião ou deficientes físicos, mentais, visuais ou auditivos.
O interesse pelo estudo deste trabalho surgiu a partir de um comentário feito
por um dos mestres do curso de pó graduação, sobre o número de deficientes
auditivos altíssimos que existe em nosso município conforme dados do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Comparando os dados apresentados
pelo professor foi identificado que muitos alunos poderiam estar fora das salas de
aula, no intuito de diagnosticar estas informações que certamente contribuirão muito
para que em um futuro bem próximo esta realidade possa ser modificada.
13
Neste intuito o presente trabalho busca fazer um levantamento se em nosso
município existe este atendimento em especial as crianças auditivas como sugere o
título “Inclusão dos deficientes auditivos das Escolas Públicas”.
Portanto, este trabalho surgiu de uma curiosidade em saber: se todos os deficientes
auditivos em idade escolar estão nas escolas? E se não estão, qual o motivo para
esta evasão? E finalizando, se estas crianças estão recebendo atendimento
especializado para facilitar o desenvolvimento de seu aprendizado?
Pretendemos Identificar e analisar o número de pessoas com deficiência
auditiva dentro do Município de Juina. Verificar nas Escolas Estaduais o número de
alunos matrículas, comparando com a realidade local. Detectar se as crianças
auditivas recebem o atendimento adequado por professores especializados em
LIBRAS (Língua brasileira de sinais).
Este trabalho foi realizado no Perímetro Urbano do Município de Juina-MT,
em Nove escolas Estaduais (Escola Ana Néri, Escola Sete de Setembro, Escola
Nove de Maio, Escola Marechal Rondon, Escola Dr. Guilherme Freitas de Abreu
Lima, Escola 21 de Abril, Escola Dr. Artur Antunes Maciel, Escola Padre Ezequiel
Ramin) e tem como público alvo, crianças em idade escolar que apresentem
deficiência auditiva.
Quanto a estrutura deste trabalho, os conteúdos estarão distribuídos em 5
(cinco) capítulos. No primeiro capítulo, Introdução, tema, título, contextualização,
problema, objetivos gerais e específicos, delimitação, justificativa e estrutura do
trabalho.
No segundo capítulo será desenvolvido o referencial teórico da pesquisa, de
modo a fundamentar a pesquisa como um todo. Serão expostos conceitos e
paradigmas da educação inclusiva conforme estudos de diversos autores;
Alfabetização da pessoa surda: desafios e possibilidades; Contribuição do professor
para a inclusão do aluno surdo na escola; Princípios fundamentais da escola
inclusiva; Conceitos de surdez; O aluno surdo no contexto escolar; O aluno surdo e
a educação bilíngüe; Normalização à inclusão nas escolas estaduais e a inclusão
dos alunos deficientes auditivos nas escolas de Juina-MT.
No terceiro capítulo se descreverá a Metodologia realizada para o
desenvolvimento da pesquisa.
14
Após, no quarto capítulo, foram elaborados e analisados os dados obtidos
na aplicação da entrevista aplicada à professora da sala de recursos, promovendo
algumas reflexões acerca da inclusão escolar do deficiente auditivo.
Ao fim, apresentam-se algumas considerações sobre o estudo empreendido,
as quais resultam da relação estabelecida entre a teoria que embasa esta pesquisa
e as análises propostas a partir dos resultados apresentados.
15
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS
O tema da inclusão das pessoas com deficiência auditiva vem sendo
abordados a partir de diferentes perspectivas.
Falar sobre inclusão social é falar, sobretudo do interesse em realizar, por
meio de políticas públicas, uma melhor estruturação na rede de ensino público e
privado, que possibilite uma qualidade de vida social e cultural de todos os cidadãos,
pois é principalmente nas escolas, que se formam os cidadãos de amanhã. E isso
nos leva a refletir sobre o tema deste trabalho “Inclusão social realidade ou Utopia1.
Por inclusão social, na área da Educação pode ser considerado todos os
procedimentos que enfatiza a necessidade primeiramente de alcançarmos uma
educação para todos, centrada no respeito e valorização das diferenças.
E neste sentido abraçamos a Educação Inclusiva não como um movimento
utópico, mas como a realidade possível da sociedade contemporânea.
Conforme o teórico Goldfeld, (1997), acredita-se que a linguagem é
essencial para que uma pessoa surda possa se desenvolver. Percebemos que em
nossa sociedade contemporânea muito vem sendo feito para que haja a inclusão
social no âmbito escolar, mas como relataremos no decorrer deste trabalho também
percebemos a dificuldade que estas pessoas surdas encontram em fazer parte deste
contexto, pois ainda existem muitos preconceitos por parte da sociedade.
Reily (2007) discorre sobre esses preconceitos que a sociedade impõe sobre
estas pessoas, que apresentam algum tipo de deficiência. Dificultando assim a vida
dessas pessoas. Na opinião da autora a sociedade deveria ser mais esclarecida a
cerca desse assunto, para assim poder amenizar o processo de inclusão das
pessoas portadoras de algum tipo de deficiência.
1 Utopia aqui refere-se uma realidade ainda não concretizada, um sonho que possa se tornar real em
um futuro bem próximo.
16
Justifica-se o estudo das concepções sociais da diferença pela necessidade de melhor compreender como as representações da deficiência se constituem e se desenvolvem como são reveladas e disseminadas, para que se possam encontrar modos de demonstrar mitos e estereótipos de deficiência que se cristalizaram ao longo do tempo, na perspectiva de trabalhar em prol da inclusão. (REILY, 2007, p. 221).
Todas as pessoas têm o direito de conviver em uma sociedade justa, de
igual importância, seja ela na vida social, escolar ou em seu espaço de trabalho. Não
importa se o ser humano possui alguma deficiência, ele tem seus direitos, e deve ser
tratado com igualdade por todos.
Dessa forma, segundo Jonsson (1994) começou a surgir em muitos países
desenvolvidos, a educação especial para crianças deficientes, que antes eram
atendidas em instituições por motivos religiosos ou filantrópicos e com pouco ou
nenhum controle sobre a qualidade da atenção recebida. Para que as pessoas com
deficiência pudessem ter participação plena e igualdade de oportunidades, seria
necessária que não se pensasse em adaptar as pessoas à sociedade e sim a
sociedade às pessoas.
Conforme González (2007), alguns fatos e conceitos sobre a Educação
especial na Espanha, que define que muitas vezes a pessoa com deficiência não
pode ser considerada incapaz de aprender ou desenvolver suas capacidades, na
realidade o meio social no qual está inserida muitas vezes coloca barreiras por meio
da cultura ou mesmo preconceitos sociais que nada tem a ver com problemas
neurológicos.
[...] apresentam algum tipo de deficiência física, psíquica ou sensorial, ou que estão em situação de risco social ou de desvantagem por fatores de origem social, econômico ou cultural que os impedem de acompanhar o ritmo normal do processo de ensino-aprendizagem. Por meio desses atendimentos especiais pretende-se conseguir o máximo desenvolvimento das possibilidades e capacidades desses alunos, respeitando as diferenças individuais apresentadas ao longo desse processo. (GONZÁLEZ, 2007, p. 19).
Continuando com o mesmo pensamento González (2007), acredita que a
melhor forma para introduzir a pessoa com deficiência em na educação especial,
seria possibilitar que as mesmas pudessem desempenhar funções ou tarefas
especificas que atendessem suas peculiaridades, por meio de profissionais
17
especializados e materiais didáticos específicos e não simplesmente aplicando
tarefas para facilitar ou simplificar sua inclusão nas escolas regulares.
Depois de vermos as dificuldades surgidas na tentativa de determinar o que se deve entender por conduta normal e diferente, posso dizer que uma pessoa sã ou normal é aquela capaz de viver satisfatoriamente em um dado meio social, realizar-se nesse meio e conseguir sua felicidade, ao mesmo tempo em que tenta ser útil para a sociedade. A pessoa diferente (deficiente) é a que precisa dos repertórios sociais adequados para realizar-se em seu ambiente social e escolar. (GONZÁLEZ, 2007, p. 22).
Desta forma na visão do autor a pessoa com deficiência não pode ser
privada de estar inserida no contexto social e ou da mesma forma ser tratada de
maneira preconceituosa por portar de uma deficiência, deve sim ser atendida por
profissionais habilitados que possibilitem seu crescimento pessoal.
Neste sentido Vygotsky (1997), acredita que uma escola inclusiva deveria
não apenas adaptar-se as insuficiências, mas sim superá-las.
Segundo o autor as escolas devem oferecer estímulos favoráveis às
pessoas com deficiências, pois todas têm potencial para desenvolver habilidades,
sendo que para tanto devem receber o apoio favorável a apropriação do modo
cultural e social da comunidade na qual pertence. O autor ainda defende que todo
ser é capaz de aprender e que não é sua deficiência que atinge seu aspecto
neurológico e sim a forma como esta pessoa é acolhida dentro da sociedade.
Outro ponto que merece destaque, segundo Abenhaim (2005), é que incluir
de fato não significa apenas manter a pessoa no mesmo espaço físico, significa um
novo paradigma no marco conceitual e ideológico. Assim incluir envolve ações
políticas, culturais e sociais que conscientizem as pessoas sobre os direitos da
cidadania e respeito à pessoa com deficiência.
De acordo com o que concluímos, a educação inclusiva adere novos
adeptos após a Declaração Mundial de Educação para Todos, aprovada pela
Organização das Nações Unidas em 1990, inspirado no Plano Decenal de Educação
para todos (BRASIL, MEC, 1993).
Atualmente tem-se falado muito em mudanças educacionais dos surdos, o
que gera um enorme desafio aos educadores. A Lei de Diretrizes e Bases da
18
Educação (LDB- Lei nº 9394/1996), em seu artigo 58, capítulo V, define a Educação
Especial.
Como modalidade escolar para educandos portadores de necessidades especiais preferencialmente, na rede regular de ensino deverão assegurar, entre outras coisas, professores especializados ou devidamente capacitados para atuar com qualquer pessoa especial em sala de aula. Admite também que, nos casos em que necessidades especiais do aluno impeçam que se desenvolva satisfatoriamente nas classes existentes, este teria o direito de ser educado em classe ou serviço especializado. (LDB- Lei nº 9394/1996).
As escolas do município de Juína estão se adaptando para receber estas
crianças, mas pelo que percebemos no decorrer deste trabalho na parte de estrutura
física, pois ainda faltam professores especializados e equipes multidisciplinares para
estarem acompanhando estes alunos. Ainda não existem professores capacitados
em libras, como esse é o assunto principal desta pesquisa, analisamos que não
existe interpretes para os deficientes auditivos nas escolas, exceto em uma das
escolas que fizeram parte desta pesquisa.
2.2. CONCEITOS DE PARADIGMA À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O Conceito da Educação Inclusiva foi criado por Thomas S. Kuhn com a
finalidade de nomear os processos de evolução e transformações cientificas.
De acordo com OLIVEIRA (2007), durante a Antiguidade e por quase toda a
idade Média, pensava-se que os surdos não fossem educáveis, ou que eram
imbecis. Pode-se dizer que história da educação do surdo tem início em meados do
século XVI. Até esta época, portadores de deficiência auditiva eram considerados
intelectualmente inferiores, motivo pelo qual eram trancados em asilos. Essa idéia
começou ser desfeita quando se percebeu que o surdo poderia aprender se
comunicar, não só por língua de sinais, como por língua falada.
A educação inclusiva é a proposta de colocar todos, sem discriminação, no
espaço escolar e neste sentido a idéia de espaço faz pensar nas dimensões físicas,
dependências administrativas entre outros aspectos.
19
A comunidade é o mais amplo espaço, lugar em que se desenvolvem novas referências e valores, por isso é importante a participação da família e da comunidade na escola. Contudo um dos principais espaços de convivência social é a escola e então ela tem papel primordial no desenvolvimento da consciência de cidadania e de direitos. A escola inclusiva é um espaço de construção de cidadania, além da família que é o primeiro espaço social no qual se constrói referencias e valores. (ARANHA, 2004, p. 9).
A escola inclusiva deve oferecer um espaço adequado a deficiência do
aluno, com a presença de intérpretes qualificados para garantir o melhor
desenvolvimento do aluno em sala de aula. Aranha (2004) define que a escola
inclusiva deve garantir a todos os alunos a qualidade no ensino respondendo a cada
um de acordo com suas potencialidades, reconhecendo e respeitando a diversidade.
A maior dificuldade encontrada para estas crianças é o estar inseridas não
somente como socialização, mas sim nos conteúdos ministrados para os demais
alunos considerados normais, pela sociedade.
Behares (1997) aponta em um de seus escritos, que a criança surda filha de
pais ouvintes, fica em uma situação de escravo, pois jamais conseguirá se constituir-
se um locutor, sem que o mesmo venha ter contato com a língua de sinais.
“Sobre os sentidos e os objetos sensíveis”, que a audição, entre as percepções, presta uma grande contribuição ao conhecimento, já que o discurso, que é a causa da aprendizagem, é compreensível porque a fala é composta por palavras, sendo cada uma um símbolo racional, de modo que entre “aqueles que estão privados de um sentido de (visão) ou de outros (audição) desde o nascimento, o cego é mais inteligente que o surdo-mudo” (BEHARES,1997, p. 43).
A falta desse apoio pedagógico se dá por uma série de questões, dentre
elas: a Falta de equipes multidisciplinares, materiais adequados, apoio pedagógico
especializado, como por exemplo: interpretes de libra, psicopedagogos, psicólogos,
fonoaudiólogo etc.
De acordo com Mantoan (2003), a perspectiva inclusiva suprime-se a
subdivisão dos sistemas escolares em várias modalidades de ensino especial e de
ensino regular. As escolas atendem às diferenças sem discriminar, sem trabalhar à
20
parte com alguns alunos, sem estabelecer regras específicas para se planejar, para
aprender e avaliar.
A Educação inclusiva na década de 90 assume status privilegiado no Brasil
e desde então há controvérsias no plano dos discursos e das práticas.
De acordo com Prieto (2010), há vários estudiosos e profissionais que
defendem a inclusão escolar como parte de um movimento para a inclusão social e
atuam no meio educacional pela universalização do acesso e pela qualidade do
ensino, contudo existem ainda os que interpretam a inclusão escolar como mero
acesso de alunos com deficiência na classe comum.
Os movimentos educacionais nacionais e internacionais que giram em torno
do ideal democrático de que todos os alunos estudem juntos como preconizado no
paradigma da inclusão não se trata de inserir só fisicamente este ou aquele aluno,
mas revisar e aprimorar a prática pedagógica. Para Mantoan (2003) não existe
inclusão quando o aluno é inserido somente pela matrícula em uma escola ou classe
especial, mas sim deriva de sistemas educativos sem recortes.
Nas redes de ensino público e particular que resolveram adotar medidas inclusivas de organização escolar, as mudanças podem ser observadas sob três ângulos: dos desafios provocados por essa inovação; o das ações no sentido de efetivá-las nas turmas escolares incluindo o trabalho de formação de professores; e, finalmente, das perspectivas que se abrem à educação escolar, a partir da implementação de projetos inclusivos. (MANTOAN, 2003, p.56).
Para a autora, as escolas que reconhecem e valorizam as diferenças têm
projetos inclusivos, com ensino para atender as especificidades dos educandos.
Aranha (2004) destaca que o plano político pedagógico, como instrumento
teórico-metodológico, define as relações da escola com a comunidade e para que e
como vai fazer. Ainda segundo o autor, deve-se conter a ponte entre a política
educacional municipal e a população, então requer a participação de todos,
professores, funcionários, pais e alunos.
De acordo com Aranha (2004) a escola necessita de respostas para as
dificuldades na educação especial, tais como disponibilidade de professor ou
instrutor da língua de sinais, para o ensino de alunos surdos, disponibilidade de
recursos didáticos diversos, como dicionários da Língua Brasileira de Sinais entre
21
outros muitos dispositivos para atender a todos. O professor deve sempre receber
suporte garantido pela escola.
2.3. ALFABETIZAÇÃO DA PESSOA SURDA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
O processo de alfabetização da pessoa com deficiência auditiva é
considerado um grande desafio na educação desse sujeito. Sabe-se que se faz
necessário compreender a importância da audição para alfabetizar em uma língua
oral auditiva, cuja escrita alfabética é um sistema notacional.
Em crianças ouvintes, a audição é o meio primário para o desenvolvimento
de uma língua oral. Para as crianças surdas ou com deficiência auditiva, hoje já
encontramos no mercado algumas tecnologias que facilitam a vida dessas crianças
como: aparelhos de amplificação sonora, sistema de freqüência modular e implante
coclear auxiliam no processo de oralização, sendo que se faz necessário o
acompanhamento especializado.
A surdez não está relacionada á perda da capacidade cognitiva como se
explica:
Portanto, os problemas tradicionais apontados como característicos da pessoa surda são produzidos por condições sociais não a limitação cognitiva ou afetiva inerente á surdez, tudo depende das possibilidades oferecidas elo gruo social para seu desenvolvimento, em especial para a consolidação da linguagem (GÖES, 1996, p.38).
As escolas precisam oferecer condições para a aprendizagem do aluno, já
que a falta da oralidade dificulta esse processo. Todas as escolas devem
disponibilizar as salas de recurso para dar suporte ao professor no atendimento a
essas crianças.
No Município de Juina-MT, percebe-se que as escolas que fizeram parte
desta pesquisa, todas possuem este atendimento, mas é feito por Pedagogos que
ainda não possuem especialização em LIBRAS- Língua Brasileira de Sinais.
Conforme Quadro (2006), o professor precisa saber que a criança surda
percebe e compreende o mundo por meio da visão. Sendo assim se faz necessário
22
a exploração visual, no entanto as imagens oferecidas a elas devem ter significado e
não meros objetos que as mesmas não utilizem em seu dia-dia ou conheçam.
Ainda de acordo com a autora Quadro (2006) as expressões faciais também
é outro recurso que o professor poderá explorar, pois os surdos ou com deficiência
auditiva, apresentam grande capacidades em leitura labial. A autora afirma que a
criança surda deve ser sempre respondida em seus questionamentos acerca dos
assuntos que fizer, pois isso incentiva o desenvolvimento da oralidade. Conforme a
autora é aconselhável falar sempre de frente para a criança e evitar tocá-la ou
cutucá-la para que perceba que está falando com ela.
Quadro (2006) fornece alguns métodos que se pode usar para facilitar a
comunicação e alfabetização das pessoas surdas, como: Estabelecimento do olhar;
Exploração das configurações de mãos; Exploração dos movimentos de sinais
(movimentos internos e externos, ou, seja movimento do próprio sinal e movimento
de relações gramaticais no espaço), Utilização de sinais com uma mão, duas mãos,
com movimentos simétricos e duas mãos movimentos não simétricos, duas mãos
com diferentes configurações de mãos; Uso de expressões não manuais
gramaticalizadas (interrogativas, topicalização, focus e negação); Exploração das
diferentes funções do apontar; Utilização de classificadores com configurações de
mãos apropriadas (incluem todas as relações descritivas preposicionais
estabelecidas através de classificadores, bem como as formas de objetos, pessoas e
ações e relações entre eles, tais como, ao lado de, em cima de, contra, em baixo de,
em, dentro de, fora de, atrás de, em frente de, etc.); Exploração das mudanças de
perspectivas na produção de sinais; Exploração do alfabeto manual;
Estabelecimento de relações temporais (ontem, hoje, etc.); Exploração da orientação
com as mãos; Especificação do tipo de ação, duração, intensidade, e repetição;
Jogo de perguntas e respostas observando o uso dos itens lexicais expressões não
manuais correspondentes; Utilização de “feedback” (sinais manuais e não-manuais
específicos de confirmação e negação, tais como, o sinal CERTO-CERTO, o sinal
NÃO, os movimentos de cabeça afirmando ou negando); Exploração da produção
artística em sinais de LIBRAS (língua de sinais Brasileira).
O professor deve explorar todas as formas de expressão, mas como
sabemos as duas línguas são de suma importância para o aprendizado da pessoa
surda, mas devemos levar em consideração que a língua de sinais deve estar
23
presente no aprendizado da criança e de acordo com o Decreto nº 5626/05, está
garantido que toda criança tem o direito ao ensino de LIBRAS.
Considera-se pessoa surda que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Libra; e considera deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total de 41 db (perda moderada) ou mais. (DECRETO 5626/2005, art.22, §10).
Nesta direção pensar na alfabetização da pessoa surda requer pensar em
disponibilizar a elas condições e estratégias, através de planejamentos que faça esta
interação entre o grupo de alunos sem excluí-los deste contexto, propiciando a eles
o conhecimento do mundo e promover o desenvolvimento de habilidades meta
cognitivo.
Para Marques (2001), o papel da família é fundamental no processo de
inclusão, pois é de suma importância que ela prepare o seu filho para conviver fora
do seio familiar e faça o acompanhamento no desempenho do ensino/aprendizagem.
Vejamos alguns posicionamentos dos professores com relação a essa participação:
A família precisa muito está presente na escola, pois seu apoio é indispensável no
desenvolvimento desses educando. Ainda é precária, pois são poucos os pais que
se interessa pela aprendizagem dos seus filhos. Percebe-se que os pais não se
envolvem com as atividades dos filhos e não sabem LIBRAS, se comunicam por
gestos e mímicas.
Com base nessas informações adquiridas, percebe-se que a participação
da família é imprescindível, mas não acontece de forma desejada nas escolas, tanto
que os professores sentem falta desse apoio, pois seria fundamental na
aprendizagem desses alunos. Assim, são de grande importância que se conheça os
alunos e as famílias com as quais se lida.
Percebe-se que a família até mesmo como ato de proteção aos seus filhos,
deixa de matriculá-los nas escolas regulares pelo fato de entenderem que seus filhos
serão tratados indiferentes dos demais alunos.
Pelo trabalho percorrido até aqui percebemos que os pais até acreditam que
seus filhos auditivos, também não conseguiram desenvolver a oralidade, e a falta
24
desse apoio acaba por dificultando o processo de inclusão e alfabetização destas
crianças.
As escolas deveriam ter um sistema de acompanhamento especializado com
a família, para conscientizar a importância de que este estímulo é essencial para a
criança auditiva ou mesmo com outra deficiência.
Os pais têm o papel fundamental e devem ser presença constante nas
escolas, devem fazer parte dos avanços alcançados de seus filhos, é de suma
importância esse acompanhamento para poder ajudar em seu aprendizado.
2.4. CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR PARA A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO
NA ESCOLA
Na visão de Parizzi (2000), a formação do professor é de extrema
importância em sala de aula, principalmente se esta incluir alunos com necessidades
especiais, sendo que necessita ter uma preparação adequada, psicológica e de
formação para trabalhar com esse público, para que haja interação e a inclusão no
ambiente escolar e principalmente para que se alcance o objetivo de concretizar não
apenas a língua de sinais, mas que a oralidade possa ser desenvolvida pelos
auditivos.
Em seu planejamento deve sim ser levada em conta a limitação do aluno,
mas não aplicando conteúdos para facilitar e sim que proporcione interesse e prazer
para que o aluno possa executá-los.
Os alunos deficientes auditivos nem sempre são mudos na maioria das vezes a criança ouvinte adquire a fala no convívio com os outros do seu meio natural, que utilizam a língua oral. Da relação imediata e exclusiva com a mãe, logo desde o nascimento, a criança ouvinte passa para um entendimento maior com um grupo mais alargado, como o restante da família, amigos, entre outros. Por conseguinte, a criança ouvinte utiliza a língua falada para comunicar e se relacionar com os outros, até mesmo ao nível da comunicação emocional. (BISPO, et. al.2006, p. 154).
A Língua Gestual se torna de total importância para o contato da mãe com
seu filho. A linguagem oral poderá ser realizada em um momento que seu filho já
entender a Língua Gestual. Desse modo a escola e os professores devem estar
preparados para dar o suporte necessário a estes alunos. A língua de sinais LIBRA é
25
uma das opções que o professor deve utilizar para que o auditivo avance no
processo de aprendizado. E o professor interprete é garantido por lei para auxiliar o
professor regente durante as aulas, conforme a Leis de diretrizes e bases da
Educação LDB/1996.
Além da língua de sinais hoje existem muitas tecnologias que podem
favorecer o auditivo, tornando-o parte integrante, com seus direitos ao aprendizado
sendo respeitado e garantido.
2.5. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ESCOLA INCLUSIVA
De acordo com Larrousse (1999), a proposição lógica fundamental que
serve de base a uma ordem de conhecimentos deve orientar a discussão sobre a
educação inclusiva, em suas questões teóricas, e pode constituir um paralelo com a
vivência cotidiana de uma escola.
Sabe-se que todas as crianças, independente do sexo, religião ou
deficiência tem o direito fundamental a educação, cada criança tem suas
características próprias de ver e entender os fatos. E assim devem ser respeitadas
dentro de seus limites. A escola deve estar preparada com profissionais, materiais e
metodologias apropriadas ao seu público. Conforme estabelece todos os princípios
da LDB- Lei de Diretrizes e base da Educação 9394/96.
Segundo Prieto (2010), para ocorrer às mudanças necessárias com
referência nos alunos com necessidades educacionais especiais, algumas propostas
podem nortear as ações do poder público, das unidades escolares e dos
professores.
Ainda do ponto de vista do autor, os sistemas de ensino devem construir
instrumentos que possam identificar e caracterizar com clareza e precisão sua
população escolar, bem como aquela que ainda não teve acesso à escola,
permitindo elaborar planejamento educacional capaz de atendê-las. O planejamento
de ações para atender às necessidades educacionais da população deve partir do
levantamento de dados sobre a estrutura e as condições de funcionamento da rede
escolar.
26
Ainda de acordo com Prieto (2002), se faz necessário mapear os recursos
educacionais especiais existentes na localidade, identificando e caracterizando a
natureza de seu atendimento e procedendo a avaliação dos mesmos. As ações dos
sistemas públicos de ensino deverão pautar-se em conhecimento sobre: a situação
funcional dos seus profissionais; sua formação acadêmica e se tiveram alguma
formação em educação especial; as concepções de ensino/aprendizagem que
adotam; as representações sociais que têm sobre alunos com necessidades
educacionais especiais.
Com esta preocupação e pensando se todas as crianças de nosso município
em idade escolar estão sendo atendidas, e a forma como este atendimento esta
sendo feito.
Se o uso da língua de sinais LIBRAS, esta sendo ofertado ou mesmo se
ainda não existe resistência por parte dos familiares em estar inserindo estas
crianças no ensino regular privando-as de seus direitos.
O caminho que percorremos até aqui teve como meta principal elaborar um
mapa da situação real, das pessoas deficientes auditivas: Permanente, com grandes
dificuldades auditivas ou alguma dificuldade. Aprofundarmos mais nesta realidade
presente em nossas vidas, surgiu a partir de um diagnóstico que nos foi
demonstrado em nossas aulas de pós graduação.
A trajetória da inclusão como demonstradas até o momento, demonstra-nos
que as pessoas com deficiência, apesar de toda luta ainda sofrem pelo preconceito
até mesmo por parte das próprias famílias que as tratam como pessoas incapazes
de serem adaptadas na sociedade.
No próximo capitulo trataremos de nos aprofundarmos um pouco mais sobre
a surdez e suas causas.
2.6. CONCEITO DE SURDEZ
Conforme Behares (2000) conceito de surdez, como qualquer outro conceito,
sofre mudanças e se modifica no transcurso da história. Estamos atravessando um
momento de redefinição deste conceito. Historicamente se sabe que a tradição
27
médico-terapêutico, influenciou a definição da surdez a partir do déficit auditivo e da
classificação da surdez (leve, profunda, congênita, pré-lingüística, etc), mas deixou
de incluir a experiência da surdez e de considerar os contextos psicossociais e
culturais nos quais as pessoas surdas se desenvolvem.
Quanto ao termo “surdo”, podemos dizer que é o termo com o qual as pessoas que
não ouvem referem-se a si mesmas ou aos seus pares.
Podemos definir uma pessoa surda como aquela que vivencia um déficit de
audição que o impede de adquirir, de maneira natural a língua oral/auditiva, usada
pela comunidade majoritária e que constrói sua identidade calcada principalmente
nesta diferença, utilizando-se de estratégias cognitivas e de manifestações
comportamentais e culturais diferentes da maioria das pessoas que ouvem.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE/2010, “o
número de surdos é de aproximadamente 9,7 milhões de Brasileiros que possuem
deficiência auditiva”. Sendo que deste total 2 milhões de pessoas possuem
deficiência auditiva severa (1,7 milhões tem dificuldades para ouvir e 344,2 mil são
surdos), e 7,5 milhões apresentam alguma dificuldade auditiva.
Denomina-se deficiência auditiva a diminuição da capacidade de percepção
normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja audição não é funcional
na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é
funcional com ou sem prótese auditiva.
Pelo menos uma em cada mil crianças no mundo nasce profundamente
surda. Muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos ao longo da vida, por
causa de maus hábitos, acidentes ou doenças.
Existem dois tipos principais de problemas auditivos. O primeiro, afeta o
ouvido externo ou médio provoca dificuldades auditivas “condutivas” (também
denominadas de “transmissão”), normalmente tratáveis e curáveis. O outro tipo
envolve o ouvido interno ou o nervo auditivo. Chama-se surdez neurossensorial.
A deficiência auditiva pode ser classificada como deficiência de transmissão,
quando o problema se localiza no ouvido externo ou médio (nesse caso, o
prognóstico costuma ser excelente); mista, quando o problema se localiza no ouvido
médio e interno, e neurossensorial, quando se origina no ouvido interno e no nervo
auditivo. Infelizmente, esse tipo de surdez em geral é irreversível. A surdez condutiva
28
faz perder o volume sonoro: é como tentar entender alguém que fala muito baixa ou
está muito longe. A surdez neurossensorial corta o volume sonoro e também distorce
os sons. Essa interpretação descoordenada de sons é um sintoma típico de doenças
do ouvido interno.
Graus de Surdez
Leve Entre 20 e 40 dB (decibel)
Média Entre 40 e 70 dB (decibel)
Severa Entre 70 e 90 dB (decibel)
Profunda Mais de 90 dB (decibel)
1º Grau 90 dB (decibel)
2º Grau Entre 90 e 100 dB (decibel)
3º Grau Mais de 100 dB (decibel)
Tabela 01: Grau de deficiência auditiva Fonte: Adaptado Behares,2000, p. 1
Ao analisamos a tabela 01, vimos que a deficiência auditiva pode ser medida
por nível de gravidade, sendo que a de 3º grau é diagnosticada como surdez,
conforme descrito a seguir.
Perda Auditiva Leve: A incapacidade de ouvir sons abaixo de 30 decibéis. Discursos podem ser de difícil Audição especialmente se estiverem presentes ruídos de fundo. Perda Auditiva Moderada: A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 50 decibéis. Aparelho ou prótese auditiva pode ser necessário. Perda Auditiva Severa: A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 80 decibéis. Próteses auditivas são úteis em alguns casos, mas são insuficientes em outros. Alguns indivíduos com perda auditiva severa se comunicam principalmente através de linguagem gestual, outros contam com uso das técnicas de leitura labial. Perda Auditiva Profunda: A ausência da capacidade de ouvir, ou a incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 95 decibéis. Tal como aqueles com perda auditiva severa, alguns indivíduos com perda auditiva profunda se comunicam principalmente através de linguagem gestual, outros com uso das técnicas de leitura labial. ( BEHARES,2000, p.01).
29
Através destes dados é possível observar que existem vários graus de
deficiência, segundo o autor Behares (2000) os indivíduos com perda auditiva leve,
moderada e severa são mais frequentemente chamados de deficientes auditivos,
enquanto os indivíduos com níveis de perda auditiva profunda são chamados
surdos.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística IBGE/2010,
atualmente o Brasil atende a cerca de a maior parte surdez ocorre nos primeiros
anos de vida, a maioria das vezes é genético ou com causas pré natais. A surdez
também pode ocorrer como resultado de infecções do ouvido médio (otite média),
que são mais comuns em crianças. Também é possível adquirir surdez com o
decorrer da vida, por doenças ou lesões traumáticas. Como adicional a perda
auditiva é parte comum do processo de envelhecimento, especialmente em homens.
2.7. O ALUNO SURDO NO CONTEXTO ESCOLAR
Percebe-se que a um grande esforço para o processo de inclusão das
pessoas com deficiência no contexto escolar, contudo, ainda a um longo caminho a
ser percorrido, pois a sociedade ainda tem preconceitos em torno deste assunto.
De acordo com Damázio (2005), se opor à inclusão escolar de alunos com
surdez é defender guetos normalizadores que, em nome das diferenças existentes
entre pessoas com surdez e ouvintes, se caracterizam, homogeneízam a educação
escolar. Pessoas surdas ou alguns profissionais que atuam na sua educação, em
alguns momentos, usam o discurso multicultural, defendem as identidades não
fixadas, o pluralismo cultural, mas, enfatizam as relações de poder de um grupo
majoritário de ouvintes sobre o grupo minoritário de pessoas com surdez. A
escolaridade inclusiva tem sido defendida, pautada em cultura, língua e comunidade
próprias para as pessoas com surdez e que essa posição se baseia em teorias que
estão camuflando a visão segregacionista em nome das diferenças.
Sabe-se que é um grande desafio transformar a escola comum existente,
porém, esta é a escola para todos e de todos. Temos, pois, que transformar suas
práticas educativas, vencendo os desafios.
30
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB, nº 9394/1996)
estabelece que os sistemas de ensino devam assegurar, principalmente, professores
especializados ou devidamente capacitados, que possam atuar com qualquer
pessoa especial na sala de aula.
Portanto, o aluno surdo tem o direito de ser atendido pelo sistema regular de
ensino. No entanto, este pode ser um processo lento, pois, a grande maioria dos
professores da rede regular de ensino não está preparada para atender alunos com
necessidades especiais.
Segundo Schwartzman (2000), os professores do ensino regular não têm
sido preparados para a tarefa de lidar com crianças com necessidades educativas
especiais e sem este preparo, por melhor que seja o método utilizado, as chances
de sucesso são muito limitadas. É de total importância que o aluno surdo tenha a
presença de um intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) na sala de aula
para mediar o conteúdo e ajudar no relacionamento entre aluno-professor.
O aluno surdo deve ter um ambiente favorável para estimular seu
desenvolvimento, e que favoreça o seu aprendizado. A escola deve disponibilizar
todos os materiais necessários para que o professor desenvolva com qualidade a
transmissão do conteúdo para o aluno surdo. Embora a realidade das escolas seja
bem diferente do ideal, muitas escolas não possuem o suporte adequado para
integrar o aluno surdo em seu ambiente, fazendo com que este aluno não se sinta
totalmente incluído no processo escolar.
Para que o aluno surdo construa o seu conhecimento em uma sala de aula
inclusiva, ele deve ser estimulado a pensar e raciocinar, assim como os alunos
ouvintes. Portanto, o professor deve desenvolver estratégias pedagógicas que
despertem o interesse do aluno surdo. No entanto, em muitas escolas, o ensino é
transmitido pelos professores numa perspectiva tradicional, sem levar em
consideração as necessidades especiais do aluno surdo. Sendo assim, este aluno
não desenvolve uma aprendizagem significativa.
2.8. O ALUNO SURDO E A EDUCAÇÃO BILINGUE
Bilingüismo é o ensino de duas línguas no contexto educacional, e conforme
considerado, no contexto do aluno surdo, que refere-se ao uso da LIBRAS- Língua
31
de sinais Brasileira, no processo de ensino- aprendizagem da língua Portuguesa. A
língua de sinais é utilizada pela comunidade surda como meio de expressão e o
Português é visto por eles nas placas de anúncio, outdoor, nas escolas, hospitais, ou
seja, o idioma oral que possui representação escrita e é oficial do País onde
nasceram e vivem.
O aspecto mais flagrante na aquisição de uma língua oral como L2 (segunda língua) pela criança surda é que ela deve adquirir propriedades no nível fonológico e prosódico que seu amparo sensorial auditivo está impedido (ou parcialmente impedido) de aprender. No entanto, a criança surda pode ter acesso à representação gráfica dessas da língua oral (SALLES, 2004, p.77).
Encontramos aqui um desafio a ser superado pelo professor de surdos,
especialmente se for ouvinte. O professor deve ser especialista em língua de sinais,
pois só assim poderá garantir o direito do surdo a aprendizagem da oralidade.
2.9. NORMALIZAÇÃO Á INCLUSÃO NAS ESCOLAS ESTADUAIS
Segundo Pereira (2000), O Governo do Estado de Mato Grosso tem adotado
políticas públicas e práticas educacionais comprometidas com mudanças radicais
assestadas para a intensificação de processos de redução dos níveis de
desigualdade social. No bojo dos programas de governo, posiciona-se, de forma
firme e vigorosa, o compromisso com a edificação de um sistema público de ensino
inclusivo As políticas públicas adotadas têm sido concebidas e acionadas como
resposta do Estado às demandas crescentes e variadas da sociedade em geral e
das comunidades locais em particular. Tornam-se expressão do compromisso
público de atuação numa determinada área (no caso em tela, na área da educação
inclusiva), em longo prazo.
A política pública pode ser entendida como uma linha de ação coletiva que
concretiza direitos sociais declarados e garantidos em lei. São mediante as políticas
públicas que são distribuídas, ou redistribuídas bens e serviços sociais, em resposta
às demandas da sociedade. Por isso, o direito que as fundamenta é um direito
coletivo e não individual a SEDUC-Secretaria de Estado de Educação-MT, tem a
necessária clareza de que a educação inclusiva se hospeda na sala de aula regular,
32
dentro dela ocorre, porque só neste espaço, pode existir, de fato. Por isso, como
afirma Booth (1999), a inclusão não pode ser considerada de modo isolado da
exclusão. Também, não é retirando o aluno das instituições especiais e
incorporando-os, por força da legislação, à rede regular de ensino, que a inclusão
está assegurada. Em educação, não há mágicas, há processos.
O Sistema Público de Ensino do Mato Grosso tem clareza que dento de
processos de construção da autonomia escolar, cada unidade de ensino deve ser
estimulada a examinar em que medida as necessidades educacionais de seus
alunos encorpam-se como situações individuais entranhadas em deficiências
tradicionais. Vygotsky nos ajuda a compreender que muitas das dificuldades e
limitações dos alunos, vivenciadas na aprendizagem escolar, são determinadas
socialmente. Neste sentido, ganha relevância um olhar cuidadoso sobre dimensões
psicossociais do cotidiano escolar e sobre os aspectos psicossociais da vida familiar
do aluno. Por esta razão, há que se cuidar para que o projeto Político-Pedagógico
Escolar não esgote suas preocupações exclusivamente no desenvolvimento de
estratégias de atendimento escolar para os alunos, mas que possa contemplar,
igualmente, o contexto de desfavoreci mento destes alunos e, por isso, dirija atenção
aos fatores sociais. (ORIENTAÇÕES CURRICULARES PEDAGÓGICAS PARA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ESTADO DE MATO GROSSO).
A SEDUC/MT criou um grupo de trabalho para formular o documento que
pudesse orientar os atendimentos das pessoas com deficiência “necessidades
especiais” nas escolas do estado. Este grupo teve a coordenação do Professor
Sergio Carlos da Silva, as Orientações Curriculares pedagógicas para a Educação
Especial.
Observando o que está posto no documento preliminar organizada no
Estado de Mato Grosso, concernente a direitos fundamentais da Constituição
Federal/88 e na LDBEN Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, busca
ratificar a organização da educação na hierarquia federativa do estado,
disponibilizando mais um documento formalmente bem elaborado que permeia por
conceitos divergente, atinente aos investimentos públicos estruturais, didáticos,
pedagógicos e humanos para a educação mato-grossense nas unidades escolares
da rede estaduais.
33
Pois é percebível a divergência entre o documento preliminar disponível na
internet, para o que existe hoje nas unidades de ensino estaduais no município de
Juina, como um exemplo nas praxes da educação inclusiva, que o sistema de
ensino precisa assegurar aos alunos em idade escolar.
A princípio as Orientações preliminares construídas pelo estado nos
remetem como excelente documento, entretanto as ações práticas têm apresentado
ainda uma grande carência para a efetivação correta na educação inclusiva, com os
recursos, pertinente, e necessários para, o atendimento aos alunos, com deficiência,
(necessidade de atendimento especifico e especiais) matriculados nas unidades de
ensino, do sistema de educação no estado.
Até mesmo considerando que os alunos com deficiência auditiva não
possuem comprometimento intelectual que venham prejudicar a aquisição
sistemática do conhecimento, e mesmo assim não tem assegurado os recursos
indispensáveis para a elaboração sistêmica no processo ensino aprendizagem para
a formação básica para sua vida profissional assegurando direitos a cidadania. Isto
porque faltam recursos educacionais operacionais, sem os quais a mediação da
aprendizagem torna os atendimentos educacionais prejudicados e prejuízos
irreparáveis aos alunos em idade escolar e consequentemente a sociedade.
2.10. A INCLUSÃO DOS DEFICIENTES AUDITIVOS NAS ESCOLAS PÚBLICA DO
MUNICÍPIO DE JUINA-MT
De acordo com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,
Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (SECADi/MEC) nos últimos oito
anos foram desenvolvidos um conjuntos de ações que resultou no crescimento do
número de matrículas do público-alvo da educação especial em classes comuns, o
índice passou de 28%, em 2003, para 69%, em 2010, representando um aumento de
929,8%.
O Secretário de Educação do Estado de Mato Grosso Dr. Ságuas Moraes
(2013), afirma que é de total importância a inclusão dos alunos portadores de
necessidades especiais na rede pública de ensino. Dando ênfase no trabalho de
34
inclusão de alunos nas escolas normais e que, em casos mais complexos é
necessário condições de atendimento especial.
No Município de Juina-MT, ainda existe muitas crianças sem o atendimento
adequado as suas necessidades, haja visto que conforme apresentaremos neste
trabalho, o número de professores especializados é o mínimo possível para atender
a demanda, que como analisaremos em planilhas em anexo, são muitos os auditivos
e ainda que conforme analisado na tabela estão praticamente a maioria fora das
salas de aulas.
Como disse o deputado Dr. Ságuas Moraes, o trabalho tem que ser árduo
para incluirmos todos estes alunos em salas comuns.
35
3. METODOLOGIA
Foram realizados estudos nos seguintes métodos para fundamentar este
trabalho: Pesquisas bibliográficas na área da psicopedagogia; Pesquisa qualitativo-
quantitativa, análise de dados. Pesquisa de campo, através de entrevista para
identificar a realidade e os interesses expostos no objetivo deste trabalho.
Esta pesquisa possui uma abordagem qualitativa, já que se pretende
descobrir, descrever, compreender e interpretar os dados alcançados por meio da
investigação sugerida. Assim, buscamos exercer um contato direto e interativo com
o objeto de estudo.
Conforme Lüdke e André (1986), essa abordagem:
[...] tem o ambiente natural como suas fontes direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento [...]. Supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e situação que está sendo investigada [...]. Os dados coletados são predominantes descritivos [...]. a preocupação com o processo é muito maios qo que o produto [...]. O significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador [...]. A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, P.11-12).
3.1. PESQUISA DE CAMPO
Na busca de dados mais próximos a realidade aqui descrita, foram
realizadas entrevistas com professores que trabalham diretamente com as crianças
deficientes auditivas do Município.
Também foi realizado pesquisa de campo, nos órgãos: Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE do Município e da Capital de Cuiabá, Secretaria de
saúde Municipal, Assistência Social e escolas que fizeram parte desta pesquisa.
Foi utilizado depoimentos de professor que atende algumas dessas crianças,
em uma das escolas que contribuíram para a elaboração deste trabalho.
.
36
4. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS
4.1. NÚMERO DE ALUNOS E INTERPRETES NAS ESCOLAS ESTUDADAS
A tabela a seguir contém os dados de todas as escolas entrevistadas no
município de Juína/MT, contendo informações sobre o número de alunos auditivos e
a presença de intérpretes em sala de aula.
ESTABELECIMENTO
Nº DE ALUNOS
AUDITIVOS
INTÉRPRETE DE LIBRAS
Escola Estadual Ana Néri _ _
Escola Estadual Artur Antunes Maciel 1 -
Escola Estadual Ezequiel Ramin - -
Escola Estadual Dr. Guilherme Freitas de Abreu Lima
- -
Escola Estadual Marechal Rondon - -
Escola Estadual 9 de Maio - -
Escola estadual 21 de Abril - -
Escola Estadual Sete de Setembro 04 Sim
Escola Estadual Antonia Moura Muniz 02
Total 7
Tabela 02: deficientes auditivos das escolas Estaduais de Juina-MT. Fonte: Adaptado IBGE/2010.
Mediante a tabela 02, podemos constatar que no Município de Juina-MT, a
inclusão dos auditivos, como indagamos no início deste trabalho ainda é uma utopia,
visto tabelas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE/2010 em anexo
neste trabalho, o número de crianças em idade escolar que não estão matriculados
nas escolas é um número considerável alto, ressaltamos que esta pesquisa foi
realizada no corrente ano de 2013, sendo que as tabelas do IBGE- Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística são do ano de 2010. Mas considerando os
números apresentados podemos fazer uma base, que ainda existem muitas crianças
que estão fora das Unidades Escolares no Municio de Juina.
Acredita-se que esta realidade poderá ser mudada em um futuro bem
próximo, para tanto políticas públicas precisam serem voltadas para esta realidade.
37
4.2. ENTREVISTA
4.2.1. A PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR NA VISÃO DE UMA
PROFESSORA DA SALA DE RECURSOS.
Para analisar a inclusão do aluno surdo no Município de Juina-MT, foi
realizado uma entrevista com uma professora de uma das salas de recursos que
atendem alunos em nosso Município.
A Professora entrevistada é pedagoga, atua na educação a mais de 20 anos,
e há três anos especificamente na sala de recursos, não possui formação em Língua
de Sinais. A professora que será mencionada nesta entrevista como professora ” A”,
falou de seus anseios e preocupação em relação as políticas públicas de inclusão
das crianças auditivas em nosso município conforme descrito em entrevista abaixo:
Pergunta 01: Você acredita que os professores estão preparados para atender
crianças com algum tipo de deficiência?
Prof. A “Mesmo sabendo de todos os direitos garantidos por lei, os direitos a
esta educação não estão sendo respeitados, pois a capacitação de professores para
receberem os alunos com necessidades especiais educativas é precária. Pois na
minha opinião a formação dos professores merece ênfase”.(PROFESSORA,2013)
Quando se aborda a inclusão, muitos professores sentem-se inseguros e
ansiosos diante da possibilidade de receber um aluno com deficiência na sala de
aula. Isso é motivo de queixas entre os professores ao receberem estas crianças,
pois a falta de capacitação os deixa amedrontados com esta realidade.
Vislumbramos que único caminho para sanar este problema, é dar suporte
necessário para a capacitação dos professores e suporte necessário para inserir
estas crianças dentro desse processo.
Pois não basta apenas matriculá-los e não garantir as condições
necessárias para seu desenvolvimento pessoal. Sendo assim minha opinião é que
os professores não estão preparados para atender os alunos com essa deficiência
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Pergunta 02: As escolas do nosso município já estão adaptadas para esta
realidade?
Prof. A Em algumas escolas de nosso município já estão sendo feitas adaptações,
mas ainda está longe do esperado.
Não existem materiais didáticos específicos para atender os casos de alunos
que já estão nas escolas, nem mesmo equipes de profissionais habilitados.
Os alunos são simplesmente empurrados ano a ano dentro da escola, mas
seu aprendizado mesmo é apenas o da socialização entre os colegas.
Podemos observar que a uma grande preocupação por parte dos
professores em receber alunos com alguma deficiência, por se sentirem
despreparados para este atendimento.
O medo, a insegurança, a ansiedade e a angústia são sentimentos naturais
que geralmente acompanham o docente quando precisa se adaptar a essa nova
situação, pois os professores, em sua grande maioria, não tiveram em sua formação
acadêmica preparo suficiente para atuar e avaliar o desempenho acadêmico de seu
aluno com deficiência auditiva.
O aluno com perda auditiva, assim como os demais que apresentam
necessidades educacionais especificas e especiais, sente na pele as falhas do
sistema. Na escola são depositados esses alunos e com muita sorte podem
encontrar um docente sensibilizado, responsável e comprometido que busque por
ele mesmo os conhecimentos para preencher as lacunas apresentadas por esse
processo deficitário que ocorrem desde o momento de sua formação acadêmica.
4.2.2. ANÁLISE DA ENTREVISTA
Com base nos resultados desse levantamento de dados, concluímos que a
maioria dos professores desconhece informações e formações básicas que podem
ser fundamentais para o bom desenvolvimento do aluno com perda auditiva incluído
na sala de aula regular.
Quando falamos em Educação inclusiva, estamos nos referindo ao
rompimento de preconceitos e indiferenças pré-existente na sociedade com uma
39
visão de que possa permear todos os relacionamentos necessários e adequados
com pessoas, diferentes. Pois ao longo da história da humanidade. A primeira
reação das pessoas, principalmente dos professores, é afirmar que não estamos
preparados para efetivar esse atendimento; que tal proposta supõe investimentos
em materiais, equipamentos e capacitações e que esse tipo de investimento nunca
foi prioridade para o governo.
O passo para que a escola se torne inclusiva é romper com o preconceito, é
mudar a concepção de valorização do estereótipo de perfeição. Esse sim será o
grande impulsionador do processo. Os equipamentos, os materiais, os recursos são
importantes, mas o mais importante são educadores e a concepção destes sobre
essa modalidade na educação, o seu envolvimento nesse processo. Isto sim vai ser
o grande diferencial. Mesmo sabendo que romper conceitos na pessoa adulta requer
um grande esforço para mudança de conceitos, comportamentos e atitudes, situação
que muitas vezes torna difícil, pois, altera a zona de conforto de quem está na
situação de comando, e pecam por achar que é melhor adiar essas ações,
incorrendo em muitos prejuízos a este ser humano que continua tratado diferente,
mesmo estando ao lado dele.
A inclusão precisa ocorrer através de um processo interativo, onde a
sociedade e os alunos com deficiência e necessitando dos atendimentos especiais e
específicos se reconhecem, adaptam-se e desenvolve-se, reconstruindo as
concepções educacionais e por consequentemente estabeleçam novos conceitos e
pactos fundamentados no direito à cidadania plena para todos.
O processo inclusivo pode significar uma verdadeira revolução educacional e
envolve o descortinar de uma escola eficiente, diferente, aberta, comunitária,
solidária e democrática, onde a multiplicidade nos leva a ultrapassar o limite da
integração e alcançar a inclusão.
Ao término deste trabalho foi constatado que apesar de todos os esforços
verificados pelas escolas e professores que deram suas importantes contribuições
para a realização do mesmo, os professores ainda sentem muita dificuldade para
atender as crianças portadoras de deficiência. Pois não foi oferecido um apoio que
as preparassem para esta inclusão. As crianças com deficiência estão sendo
inseridas nas escolas de forma mais de socialização, sendo que existem várias leis
no Brasil que lhes garantem um aprendizado igualitário as demais crianças.
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5. CONCLUSÃO
Ao fim do presente estudo, constata-se o alcance dos objetivos, com base
nos problemas e resultados. Onde foi verificado até que ponto a criança com
deficiência auditiva é aceita na comunidade educativa de forma inclusiva, e
principalmente de levantar dados concretos do número de crianças auditivas que
estão matriculadas nas escolas públicas de nosso Município. Percebe-se, como já
havia nos relatado um dos nossos mestres, que o número de deficientes auditivos
em nosso Município é um número grandioso, como podemos verificar nas planilhas
disponibilizadas pelo IBGE, em anexo neste trabalho.
Como observamos a inclusão é um desafio que exige mudanças
substanciais nas escolas como um todo. No trabalho de campo, constatou-se que
apenas 7 (sete)crianças estão matriculadas neste corrente ano. E que apenas uma
das escolas analisadas oferecem professor de interprete.
Percebe-se também que as escolas não oferecem materiais didáticos que
atendam às necessidades especificas desses alunos.
A dificuldade na realização deste trabalho foi conseguir coletar dados sobre
esse número de auditivos. Pois os órgãos Municipais não disponibilizam em seus
acervos nenhum levantamento de dados a esse respeito. Nem mesmo O IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) de Juina não tinha esse quantitativo
em seus arquivos. Somente após a solicitação junto ao IBGE de Cuiabá, foi obtida
esta planilha (em anexo).
Quanto à análise dos dados, se os deficientes auditivos em idade escolar
estão inseridos nas escolas, constata-se que não estão, existem crianças nesta faixa
etária fora das escolas. Os motivos desta evasão não foram diagnosticados por não
haver documentação nos órgãos competentes para tais informações.
Diante das informações colhidas nas entrevistas foi constatado que as
poucas crianças que estão matriculadas nas escolas, não recebem o atendimento
garantido nas leis. Não há professores interpretes de língua de sinais nas escolas
que fizeram parte desta pesquisa. Também não são disponibilizados materiais
didáticos específicos para estas crianças.
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Ao término deste trabalho foi constatado que todos nossos deficientes
auditivos não estão estudando de maneira digna, não sendo respeitados os direitos
que as leis os conferem, não dando a eles o direito de se comunicar com a
sociedade de forma geral, como pessoas “normais”, sem ter que se privar de muitas
coisas que poderiam usufruir por falta de comunicação. Percebe-se que ainda há a
necessidade de remover várias barreiras para avançarmos rumo à escola mais
inclusiva, que acolha todas as crianças e que lhes oportunizem um aprendizado
pleno e de participação de todos nesse processo: governo, sociedade, família e
escola. Para isso são necessárias mudanças de concepções e atitudes, onde haja
valorização da diversidade com o enriquecimento do desenvolvimento pessoal e
social; mudanças das políticas e dos sistemas educacionais, porém isto implica um
conjunto de transformação da educação.
Assim, requer maior flexibilidade e diversificação da oferta educativa e um
currículo amplo e flexível, disponibilidade de recursos de apoio; formação docente,
mudanças na prática educacional, bem como critérios e procedimentos flexíveis que
venham ao encontro desta sonhada “Inclusão social” de forma digna a todos que
necessitarem e que venha a ser não apenas uma Utopia como constatado ao
término deste trabalho, pois hoje o que percebemos é que existe apenas a
socialização destas crianças nas escolas.
Foi lançada uma pequena semente, pois tenho certeza que em minha
pesquisa de campo, incomodei muita gente, na intenção de levantar hipótese sobre
os dados quantitativos, no qual o município não disponibilizava nenhum dado sobre
estes alunos.
Hoje nos arquivos do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de
Juina-MT, já é possível encontrar estes dados, modéstia parte, graças a este
trabalho.
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6. REFERÊNCIAS
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7. ANEXOS 7.1. DADOS DO IBGE/2010
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