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UFPE – Universidade Federal de Pernambuco | CEAD – Coordenação de Educação a Distância da UFPE
SALA AMBIENTE PRÁTICAS E ESPAÇOS DE COMUNICAÇÃO NA ESCOLA
Dr. José Mário Aleluia Oliveira – UFSCristina Teixeira Vieira de Melo - Coord. Eq. Rev. Linguística
José Sérgio Antunes Sette - Coord. Eq. Tecnológica
Apresentação
Prezado cursista,
Seja bem-vindo à sala ambiente Práticas e Espaços de Comunicação na Escola. Nesta sala, produziremos
algumas reflexões e atividades a respeito dos limites e das potencialidades que os diferentes ambientes
comunicacionais oferecem no tocante à sociabilidade, à produção e circulação de informações e de conhecimentos
e à atuação política e participação social.
Neste sentido, pretendemos oferecer elementos teórico-práticos a respeito de práticas comunicacionais que
possam dinamizar os ambientes educativos e promover a produção e circulação de informações e conhecimentos,
favorecendo a participação ativa da comunidade escolar, bem como a constituição do princípio democrático como
estruturante do trabalho pedagógico e da gestão escolar.
Não se preocupe se a sua escola não possui ainda recursos sofisticados em mídias e comunicação, pois a proposta
desta sala é justamente considerar a diversidade e as potencialidades locais. Assim, as atividades terão como
ponto de partida a realidade do ambiente escolar em que você desenvolve seu trabalho profissional.
Refletir sobre práticas e espaços de comunicação em ambientes escolares nos apresenta o desafio de pensarmos a
escola como uma comunidade educativa, como ambiente social e multicultural. Por comunidade podemos entender
um grupo de pessoas vinculadas umas às outras por meio de suas culturas, de seus laços de solidariedade e de
identidades.
Esta percepção nos remete ao esforço em visualizar e sentir a comunidade como um conjunto complexo de atores
sociais, de culturas, de grupos profissionais, de instâncias políticas que interagem, entram em conflito, negociam,
e se relacionam tanto internamente quanto com outros espaços sociais e políticos, para além dos muros da escola.
Refletir a respeito dessas relações e propor ações democráticas, de cunho participativo, é justamente o objeto de
estudo desta sala ambiente. Será importante que você relembre e traga para as atividades e leituras aqui
propostas os conhecimentos que produziu nas salas ambientes Realidade Escolar e Trabalho Pedagógico;
Organização do Ensino e Projeto Político Pedagógico; Currículo, Cultura e Conhecimento Escolar; Avaliação Escolar;
e Aprendizagem e Trabalho Pedagógico, além de outros conceitos que carrega de sua experiência profissional e
formativa. É fundamental compreender que a intensificação de práticas comunicativas em ambientes escolares
requer saberes de diversos campos do conhecimento e, inevitavelmente, extrapolam os espaços internos da
escola.
Tal intensificação das práticas comunicacionais em ambientes escolares pode acontecer por meio de diversificados
meios de comunicação, utilizando-se tecnologias novas ou antigas, em diferentes linguagens, materiais, formatos,
expressões. São objetos desse campo desde a construção de um quadro de comunicados e avisos em uma lousa,
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socializando informações, até a produção de uma rádio na escola com atividades docentes e discentes em sua
programação. Ou mesmo a confecção de um jornal impresso, a construção de uma página eletrônica da escola e
disponibilizada na Internet, ou a produção de um documentário audiovisual a respeito de algum tema ligado ou
não à realidade escolar, entre outros.
É necessário assinalar que o principal não está em qual tipo de tecnologia/linguagem será utilizada, mas na
qualidade do processo de comunicação. Devendo-se observar se este favorecerá, ou não, formas potencializadoras
de criação e institucionalização de instâncias colegiadas (São exemplos, nas escolas, de instâncias colegiadas: o
Conselho de classe, a Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF, o Conselho Escolar e Grêmio Estudantil.)
na escola, ampliando a participação da comunidade escolar na organização do trabalho pedagógico, bem como
contribuindo para o sucesso da aprendizagem e da gestão democrática escolar.
Para entendermos as práticas comunicacionais como elementos fortalecedores de práticas democráticas é preciso
perceber suas relações intrínsecas com aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, éticos. As relações entre
práticas e espaços comunicacionais e culturas são férteis para a produção de práticas pedagógicas nas quais
estejamos atentos ao respeito às diferenças e à portabilidade como elementos do direito à educação. Também, é
importante perceber as relações interculturais como fortalecedoras de ambientes multiculturais, como
possibilidades em evidenciar a integração entre diversos campos do saber, assim como, do respeito às múltiplas
vozes e culturas. Enfim, instrumentos para a consolidação da democracia e da compreensão da escola como
espaço formativo.
Neste sentido, duas questões emergem do estudo das práticas e espaços de comunicação na escola: em que
medida essas práticas e espaços de comunicação podem contribuir para a consolidação da gestão democrática e
da participação social e política da comunidade escolar? Como a atividade profissional do coordenador pedagógico
pode contribuir nesse sentido e, conseqüentemente, para o sucesso da aprendizagem dos envolvidos?
Os conteúdos e atividades desta sala buscarão promover a articulação teoria-prática rumo às respostas a essas
questões, levando em consideração a realidade da comunidade escolar em que você se encontra como
coordenador pedagógico. Para tanto, você será convidado a assistir a vídeos, ler textos, navegar em páginas
eletrônicas na internet, refletir a respeito da unidade de ensino em que trabalha, debater em fóruns no ambiente
virtual do curso, desenvolver atividades coletivas e individuais, entre outras.
A sala ambiente está estruturada em dois módulos inter-relacionados pelos conteúdos e atividades propostas para
cada unidade. Em cada unidade serão realizadas atividades obrigatórias relacionadas ao ambiente escolar em que
você atua como coordenador pedagógico, gerando, na última atividade, uma proposta de intervenção que é
conseqüência e parte integrante das outras atividades anteriores. Por isso é importante que ao realizar cada
atividade você esteja atento à esta dimensão de continuidade e inter-relação entre as atividades, já que a última
delas depende diretamente de todas as demais. Portanto, todas as informações e conhecimentos produzidos são
fundamentais para o sucesso desta sala ambiente. Observe a seguir os conteúdos para cada unidade:
Acolhida e apresentação(01 hora)
Leitura da acolhida e da apresentação desta sala ambiente. Navegação na sala ambiente para se familiarizar com o programa, o conteúdo e as atividades que serão produzidas. Consultas com o tutor para tirar dúvidas em relação ao funcionamento da sala ambiente.
Unidade I(24 horas)
O processo de comunicação; Direito ao acesso à informação; Ambientes Comunicacionais, Meios de Comunicação e Culturas; Projeto Político-Pedagógico (PPP), Conselho de Escola e Práticas e Espaços Comunicacionais na Escola.
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Unidade II(20 horas)
Redes Sociais, Sociedade Civil e Práticas e Espaços de Comunicação na Escola; Integração entre educação formal, não-formal e informal e participação da sociedade civil em instâncias colegiadas nas escolas; Potencialidades nos ambientes comunicacionais em articular a educação formal, não-formal e informal.
Direito ao acesso à informação, Culturas e Meios de Comunicação
Apresentação
Seja bem-vindo à primeira unidade desta sala ambiente.
Como ponto de partida para nossas reflexões a respeito de práticas e espaços de comunicação na escola,
buscaremos compreender inicialmente alguns significados para o processo de comunição e, posteriormente,
aprofundar conceitos a respeito dos meios de comunicação, práticas e espaços comunicacionais em escolas.
Na imagem acima é possível observar um esquema clássico para o processo de comunicação. Este esquema pode
nos ajudar a compreender a comunicação em diferentes situações e circunstâncias. O emissor, o receptor, a
mensagem, o canal ou meio de comunicação, o contexto, são elementos indispensáveis para a realização do
processo de comunicação e de sua qualidade. É importante perceber que nenhum ato comunicativo seria possível
sem a presença de um desses elementos e que, por isso, a qualidade do ato comunicacional depende de relações
intrínsecas às condições desses elementos. Desta forma, é importante entendermos a função de cada um deles,
assim como, as suas relações na constituição do todo que consiste no processo de comunicação.
Bibliografia consultada
JAKOBSON, Roman. Lingüística e comunicação. Tradução: I.Blinkstein e José P. Paes. São Paulo: Cultrix, 1971.
PEREIRA, José Haroldo. Curso básico de teoria da comunicação. 4.ed. Rio de Janeiro: Quartet. 2007.
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É importante lembrar que, como apresentado anteriormente, esta sala está estruturada em dois módulos inter-
relacionados pelos conteúdos e atividades propostas para cada unidade. Assim, as cinco primeiras atividades que
realizará serão partes complementares da sexta e última atividade, que corresponde a uma proposta de
intervenção para a unidade de ensino em que atua como coordenador pedagógico.
Podemos afirmar, sem incorrer em exageros, que a história da humanidade, desde que os seres humanos
passaram a viver em sociedade, é marcada por um esforço permanente de comunicação. É, justamente, por meio
da comunicação, e somente por seu processo, que os seres humanos conseguem trocar ideias e experiências. Uma
definição, entre muitas, para a comunicação, pode ser justamente entendê-la como um processo pelo qual os
seres humanos trocam entre si informações.
Se atentarmos para o verbo ‘comunicar’ e suas derivações é possível notar que o adjetivo ‘comum’ está presente
como raiz das palavras. Não por acaso, comunicar pode ser pensado como tornar comum a outrem algo que é
meu. Assim, sem necessariamente deixar de serem meus, no ato de comunicar, desejo tornar do outro meus
pensamentos, ideias, informações, sentimentos, etc.
Nesse ato de comunicar, ou melhor, tornar comum, o que desejo comunicar nunca é exatamente o que comunico.
Isso porque os signos possuem duas faces diferentes: o significado e o significante. Melhor dizendo, o contexto
cultural, a comunidade na qual estabeleço a comunicação, possui códigos, sentimentos, desejos, crenças, relações
interpessoais, que fazem os significados das palavras muitas vezes serem atribuídos a sentidos diferentes dos que
o emissor estabeleceu na criação da mensagem.
A palavra ‘escola’, por exemplo, possui significantes diferentes para códigos diferentes: School na língua inglesa,
Escuela na língua espanhola. Já o significado depende dos acordos estabelecidos para os significantes na
comunidade onde estou inserido. Por isso é fundamental, na comunicação, conhecermos a comunidade, a cultura,
na qual buscamos estabelecer a comunicação. É importante perceber que os significados atribuídos aos
significantes são culturais e não naturais. As linguagens verbais, não verbais e midiáticas são invenções humanas
e seus significados variam no tempo e no espaço, de pessoa para pessoa, de cultura para cultura.
Por exemplo, se como coordenador pedagógico tenho a ideia de realizar um projeto na escola e este envolverá a
comunidade escolar, necessito comunicar aos envolvidos esse desejo para, posteriormente, tornar esse desejo
comum a todos. Tornar comum, necessariamente, implica transformá-lo, agregar outros desejos e significados à
ideia inicial, negociar sentidos. Se desejamos tornar comum, é fundamental que processos de comunicação sejam
estabelecidos, e nunca é demais lembrar que para grupos culturais diferentes são também necessários formatos
diferenciados de mensagens.
Isso quer dizer que na construção das mensagens – a comunicação do projeto – produzida para os alunos precisa
ter características diferentes que as destinadas aos professores ou aos pais dos alunos. O formato, a linguagem, o
vocabulário, as expressões, as imagens, etc., são algumas das características a serem consideradas. Neste
sentido, é importante compreender os significados dos elementos básicos do processo de comunicação, tais como:
a escolha do código (da linguagem verbal, não-verbal, imagética, entre outras), o meio de comunicação, o
conteúdo da mensagem (vocabulário), a definição se comunicação é simultânea ou não (síncrona ou assíncrona),
o contexto (as relações sociais, políticas, emocionais, interpessoais), bem como avaliar o retorno, ou seja, verificar
se a comunicação foi eficaz ou ineficaz.
É importante que os profissionais envolvidos com a escola estejam atentos aos processos de comunicação que
ocorrem nas unidades de ensino nas quais trabalham, preocupando-se não apenas com os meios, mas com a
comunicação de forma mais ampla, o que implica pensar os processos de comunicação dentro e fora das salas de
aula. É crucial prestar atenção a comunicação entre a equipe de gestão, os alunos, os professores, os funcionários,
os pais, a comunidade que circunda a escola. Tudo isso na busca pela constituição e consolidação de processos
democráticos e de cunho participativo em práticas de comunicação na escola.
Se não faço circular informações a respeito das decisões que são tomadas nas reuniões que ocorrem na escola
pela equipe gestora, pelos professores - coletivamente e individualmente, pelos alunos, acabo por minimizar as
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possibilidades de participação e de processos democráticos na organização do trabalho escolar. Fazer circular
informações, intensificar a comunicação eficaz pode ser o pontapé inicial para que os grupos culturais que
compõem a escola sintam-se gradativamente pertencentes a uma comunidade. Este “fazer circular as
informações” é o que garante, como segundo passo, a participação mais ampla e efetiva nos problemas e nas
decisões na escola. Isso porque a constituição e consolidação de processos democráticos e de cunho participativo
são influenciadas diretamente, mas não somente, pela qualidade dos processos de comunicação no contexto em
que se desenvolvem.
Direito ao acesso à informação, Culturas e Meios de Comunicação
Mais comunicação, mais participação, mais gestão democrática
As relações entre comunicação, direito e cidadania têm sido cada vez mais intensificadas em nossa sociedade.
Sem dúvida, o direito à informação é umas das bases para a participação cidadã, para a inserção social, sendo um
dos alicerces do estado democrático. A comunicação pode ser entendida como uma das ferramentas
indispensáveis à concretização do fundamento constitucional da cidadania e da democracia, pois sem informação e
transparência, o cidadão tem dificuldades para exercer seu poder de participação e representação.
O direito à informação é um princípio que envolve pelo menos três faces, pois credita ao cidadão, no mínimo, o
direito de informar, de se informar e de ser informado, sendo este relacionado diretamente ao direito à verdade.
Essas três faces do direito à informação estão relacionadas aos princípios da Constituição Federal Brasileira de
1988 (Portal do Senado Federal do Brasil , Endereço eletrônico: http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/),
ao dever do Estado e da impressa em tornar públicas informações relevantes de interesse público, bem como o
direito do cidadão em receber informações fidedignas do Estado sobre quaisquer fatos de interesse público.
Transpondo esses direitos para escola, é importante notar que para a construção e consolidação da gestão
democrática, o direito à informação deve ser um princípio a ser perseguido e intensificado nas práticas de gestão
escolar. A comunidade escolar como um todo possui o direito e o dever de tornar públicas as informações
relevantes de interesse coletivo. Neste sentido, para tornar comum informações, problemas, soluções, projetos,
necessitamos intensificar processos de comunicação no ambiente escolar. Por exemplo, o Projeto Político-
Pedagógico – PPP, como instrumento de participação e de gestão democrática, precisa ser entendido como um
documento público, comum a todos que compõem a comunidade escolar, e, para tanto, a sua comunicação é
imprescindível nesse processo. Tornar comum tanto a construção do documento quanto a sua operacionalização e
avaliação.
Ambientes, práticas e espaços de comunicação
Para elucidar algumas características e potencialidades dos ambientes, espaços e práticas comunicacionais,
iniciamos definindo cada um desses conceitos. Primeiro, é necessário entender que todas as instâncias
democráticas colegiadas, assim como, todos os espaços físicos que compõem a escola e que possibilitam diálogo e
trocas entre a comunidade, desde a sala de aula ao refeitório, corredores e sanitários, podem ser pensados, por
você, coordenador pedagógico, e pela comunidade escolar, como espaços comunicacionais nos quais práticas de
comunicação, utilizando ou não tecnologias, podem ser operacionalizadas.
Os muros e as paredes da escola, por exemplo, podem ser utilizados como espaços comunicacionais nos quais
periodicamente a comunidade escolar registra suas idéias, pensamentos, sentimentos, informações, etc., que
expressem os anseios da própria comunidade escolar. Por meio de expressões artísticas como o grafite, os muros
e paredes podem ser ambientes de interação entre alunos, professores, equipe de gestão, comunidade. Além
disso, os momentos de registro podem se relacionar com projetos que envolvam a sala de aula, os conhecimentos
escolares e outros conhecimentos contextualizados pelos envolvidos.
Assim, todos os espaços físicos da escola bem como as instâncias democráticas colegiadas tais como a associação
de pais e mestres, o conselho da escola, o conselho de classe, o grêmio estudantil, a sala de aula podem ser
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favorecidos pelas tecnologias de informação e comunicação na medida em que podem contribuir para fazer circular
informações e inscrever mais vozes nas deliberações públicas gerando mais informação, mais comunicação, mais
interação e, conseqüentemente, mais motivações e participações.
Já os ambientes comunicacionais são os produtos comunicacionais desenvolvidos com o uso de tecnologias, desde
as mais antigas e integradas ao ambiente escolar às mais novas e sofisticadas. Os ambientes comunicacionais
podem ser analógicas ou digitais (Uma característica importante para compreender a diferença entre os meios
analógicos e os meios digitais é o formato de armazenamento dos dados gerados pelas duas tecnologias. No meio
analógico as informações são armazenadas em um suporte físico e registradas em correspondência com o real.
Um exemplo mais popular desse processo são as câmeras fotográficas analógicas, nas quais necessitam de um
filme para o registro da informação em exposição – a cena fotografada. Nesse processo, é possível visualizar, ao
direcionarmos o negativo do filme à luz, a imagem registrada, armazenada. São exemplos de tecnologias
analógicas o mimeográfo, a máquina de datilografia, o vídeo cassete, o vinil, a fita cassete, o cinema, o telefone
fixo, o livro, etc. Já na tecnologia digital os dados são transformados em sinais binários (bits), ou seja, a
informação é gravada em seqüências de 0 ou 1, os quais representam os pulsos elétricos armazenados e não a
imagem correspondente no real. Digitalizar um dado consiste, pois, transformá-lo em números. O digital,
portanto, não encontra nenhuma correspondência análoga com o conteúdo da informação armazenada e, por isso,
necessita sempre de um suporte eletroeletrônico para ser visualizado. As memórias dos computadores são um
exemplo de memórias digitais e, para acessá-las e visualizarmos as informações registradas precisamos de um
processador – o computador. O CD, DVD, o pen-drive, entre outras são exemplos de memórias digitais.),
disponibilizados presencialmente ou à distância, eletrônicos ou não, produzidos individual ou coletivamente, sendo
todos, materiais que disponibilizam informações, comunicam algo a uma ou mais pessoas e geram interações
diretas ou indiretas. Podem conectar um ou mais espaços de comunicação dentro ou fora da escola,
presencialmente ou virtualmente.
É preciso estar atento ao fato de que qualquer ambiente comunicacional tende a fazer circular informações não
disciplinares e a romper com os espaços internos da escola. São exemplos de ambientes comunicacionais um
jornal impresso ou eletrônico, uma página da escola disponibilizada na internet, uma rádio escolar, um quadro de
avisos, um mural de sugestões, um twiter dos alunos, etc. Para ficar mais claro é necessário observar que os
ambientes comunicacionais são produtos desenvolvidos por nós para facilitar a construção, difusão e interação na
comunicação. São disponibilizados em espaços comunicacionais como a sala de aula, os muros da escola, a
internet, uma sala de rádio ou de vídeo, os sanitários, os computadores da escola, etc, enfim, qualquer espaço
físico ou digital.
Importante também perceber que não é o ambiente em si que produz informações ou mesmo que pode gerar mais
participação, mais interação, mais colaboração da comunidade nas questões da escola, mas a forma como
desenvolvemos e operacionalizamos esses ambientes. Neste sentido, é interessante nos questionarmos a respeito
da real abertura que inserimos nesses ambientes para a concreta participação dos demais, ou mesmo, para
respeitar as diferenças e negociar os conflitos. É importante estarmos atentos para o fato de que os ambientes
não são participativos por si, somos nós que participamos ou não uns com os outros.
Nos ambientes e espaços comunicacionais são desenvolvidas práticas de comunicação, que são ações,
experiências, formas de expressão, de trocas de informações, de reflexões, etc., entre pelo menos duas pessoas.
Lembre-se que a comunicação envolve a necessidade de tornar comum ao outro algo que é meu, sem que deixe
de ser meu. É necessário compartilhar com alguém ou um grupo algo que penso, que sinto, que desejo, para que
se inicie uma prática comunicativa. O início de uma prática comunicativa pode ser o começo de um ambiente de
comunicação, pois as práticas e os ambientes comunicacionais podem garantir, com a intensificação de seu uso, o
direito de acesso à informação e de expressão de todos os envolvidos com a comunidade escolar. As práticas e os
ambientes comunicacionais podem expressar ações formais, não-formais e informais, assim como, podem conter
emoções e informações técnicas.
Nas escolas, os ambientes comunicacionais podem integrar quaisquer espaços criados ou já existentes nos quais
professores, alunos, pais, funcionários, equipe gestora, a comunidade que circunda a escola, entre outros,
estabelecem processos de comunicação, ou seja, trocam informações, dialogando, refletindo, estabelecendo
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conflitos e negociações a respeito de questões que julguem importantes e necessárias para a comunidade como
um todo.
Não podemos esquecer que a comunidade como um todo envolve a inclusão dos portadores de necessidades
especiais. A inclusão dos portadores de necessidades especiais nos processos de comunicação na escola é uma
necessidade contemporânea e se apresenta como dimensão política e social para esses grupos. Desta forma, ao
criamos ambientes, espaços e práticas de comunicação na escola precisamos pensar em como torná-los acessíveis
às possíveis pessoas portadoras de necessidades especiais. Incluí-las nos processos de comunicação é um primeiro
passo para a inserção desses grupos sociais na participação e nas decisões escolares. Os ambientes, os espaços e
as práticas de comunicação podem nos ajudar nesse caminho.
Nos ambientes comunicacionais nem sempre é necessária a utilização de recursos tecnológicos sofisticados.
Porém, o uso de tecnologias eletrônicas pode potencializar e intensificar a comunicação e a relação entre os
envolvidos nesses ambientes. Não esqueça que os recursos tecnológicos não são a comunicação em si, são meios
através dos quais podemos desenvolver práticas de comunicação. Essas dependem de nós (emissor e receptor),
de como a produzimos (linguagens verbal, não-verbal, imagética, etc.) e a difundimos (diretamente ou mediada
por mídias e tecnologias).
O uso de um aparelho de microfone, por exemplo, pode ser necessário ou mesmo contribuir na qualidade no
processo de comunicação em uma reunião da qual participem mais de cem pessoas em um ambiente aberto com
grande incidência de ruídos externos. Mas é fundamental perceber que não é o microfone ou qualquer recurso
tecnológico que garante a qualidade da comunicação e, sim, a adequação das mensagens ao contexto e ao grupo
ao qual me dirijo, a linguagem utilizada, a motivação do grupo, entre outros aspectos.
Por falar em difusão, esta consiste em um dos pontos chaves para a socialização do que queremos comunicar em
nossos ambientes comunicacionais e está relacionada ao tipo de tecnologia e/ou mídia mais adequado para que as
mensagens cheguem ao grupo social e cultural que desejamos (receptor).
E o que significa mídia e tecnologia? São sinônimos? O que as diferenciam e as aproximam? As mídias e as
tecnologias são artefatos culturais, sociais, políticos, estéticos, econômicos. Porém, enquanto a tecnologia está
relacionada mais diretamente à definição de técnica, a mídia está relacionada mais diretamente ao meio de
comunicar.
A pesquisadora Carina Gabriela Lion apresenta em Mitos e Realidades na Tecnologia Educacional (1997) uma
interessante abordagem a respeito da etimologia das palavras ‘técnica’ e ‘tecnologia’:
Tanto a palavra ‘técnica’ quanto a palavra ‘tecnologia’ tem a mesma raiz: o verbo grego tictein, que significa
‘criar, produzir, conceber, dar à luz’. Para os gregos, a técnica [techné] tinha um significado amplo. Não era mero
instrumento ou meio, senão que existia num contexto social e ético no qual se indagava como e por que se
produzia um valor de uso. Isto é desde o processo ao produto, (...) a techné sustentava um juízo metafísico sobre
o como e o porquê da produção. (...) A techné compreende não apenas as matérias-primas, as ferramentas, as
máquinas e os produtos, como também o produtor, um sujeito altamente sofisticado do qual se origina todo o
resto.
(Carina Gabriela Lion, 1997. p.25. Grifos da autora).
Já o conceito de tecnologia educacional pode ser ampliado ao de tecnologia pela definição apresentada por Edith
Litwin, em Tecnologia Educacional: políticas, histórias e propostas:
Entendemos a tecnologia educacional como o corpo de conhecimentos que, baseando-se em disciplinas
científicas encaminhadas para as práticas do ensino, incorpora todos os meios a seu alcance e responde à
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realização de fins nos contextos sócio-históricos que lhes conferem significação. A tecnologia educacional, assim
como a didática, preocupa-se com as práticas de ensino, mas diferentemente dela inclui entre suas preocupações
o exame da teoria da comunicação e dos desenvolvimentos tecnológicos: a informática, hoje em primeiro lugar, o
vídeo, a TV, o rádio, o áudio, os impressos, velhos ou novos, desde livros até os cartazes...
(Edith Litwin, 1993, p. 05 citado por Mariana Maggio, 1997. p. 13)
Como é possível observar, a definição de tecnologia educacional envolve desde as tecnologias antigas e
tradicionais às mais recentes nos ambientes educacionais formais. Uma não exclui a outra, muito pelo contrário,
as tecnologias novas e antigas não concorrem, mas se relacionam, se hibridizam, se complementam. Desde a
lousa, os cartazes, os livros didáticos, até os computadores, a internet, a televisão, o rádio, etc., quando inseridos
nas escolas em práticas educacionais, podem ser todos classificados como tecnologias educacionais. Também,
alguns deles, quando se constituem em espaços de diálogos, trocas de informações e expressões, como já vimos,
podem ser considerados ambientes comunicacionais.
E a palavra e o conceito de mídia? A palavra mídia é originada do latim media. O seu plural médium significa “o
que está em meio”. No Brasil, passamos a utilizar com mais freqüência a pronúncia originada da língua inglesa:
mídia. A essa palavra passamos a relacionar uma diversificada e ampla gama de sentidos e significados.
Historicamente, a palavra mídia sempre esteve associada aos meios de comunicação de massa, tais como os
jornais impressos, à fotografia, ao telégrafo, ao cinema, a televisão, ao rádio, entre outros.
Atualmente, seus significados abarcam desde esses meios até os suportes de armazenamento e difusão de
informações. Por exemplo, usamos as expressões mídia impressa, mídia televisiva, mídia radiofônica, identificando
a expressão à forma pela qual a informação é difundida. Também a utilizamos quando nos referimos ao tipo de
armazenamento: mídia analógica, mídia digital, mídia impressa, mídia eletrônica. Ainda a relacionamos com a
tecnologia de produção, ou seja, a captura da informação, como as máquinas filmadoras, fotográficas e
audiofônicas, sejam analógicas ou digitais.
A palavra meio está na etimologia da palavra mídia e a utilizamos também para os aparatos técnicos de
armazenamento de informações como o papel, cd-rom, pen-drive, fitas de filme, áudio e imagem, o disco de
computador – Hard Disk – HD, as fitas de videocassete, o papel, o DVD, enfim, tudo que serve como suporte para
armazenar e transportar informações. Os ambientes comunicacionais, por exemplo, utilizam pelo menos um tipo
de mídia para armazenar as informações veiculadas e produzidas pelos seus usuários, a depender do formato e da
quantidade de informações a serem armazenadas.
Esses ambientes podem se caracterizar pelo formato digital ou analógico – eletrônico ou manual. Podem se
diferenciar pela qualidade de interação que propicia aos seus usuários, pelo hibridismo de linguagens – texto,
imagens, sons, ou a combinação destes. Podem ser presenciais ou à distância, sendo estes em tempo real,
síncrono, ou assíncrono com as mensagens sendo recebidas posteriormente. Podem ainda ser uma comunicação
unívoca, sem interação direta entre quem produz a mensagem e quem a recebe. Podem ser produzidos
coletivamente ou por uma pessoa e distribuído para os demais. A escolha do ambiente mais adequado sempre
depende de combinações múltiplas.
Uma primeira combinação pode estar relacionada com qual técnica ou tecnologia está disponível para a sua
utilização e qual o objetivo em utilizá-la. Não adianta considerar determinada tecnologia mais adequada se ela não
está disponível no momento que é preciso desenvolver o ambiente. Neste caso, pode-se, sim, junto com a
comunidade escolar, projetar o seu uso e buscar caminhos para operacionalizá-la posteriormente. Além disso, o
uso de qualquer tecnologia exige conhecimentos técnicos e habilidades específicas. Por isso, a introdução de uma
nova tecnologia ou ambiente comunicacional na escola requer integrá-la ao Projeto Político-Pedagógico da escola,
pensar seus objetivos em parceria e em colaboração com a comunidade escolar.
São exemplos de recursos tecnológicos possíveis de serem utilizados para intensificar a comunicação em escolas:
o álbum seriado, o cartaz, o computador, o datashow, o desenho, o filme, o flanelógrafo, o folder, o gráfico, o
gravador, a gravura, a história em quadrinho, a ilustração, o jornal, letreiro, o livro, o mapa, a maquete, o
mimeógrafo, o mural didático, o quadro magnético, o quadro de giz (lousa), o rádio, o retroprojetor, a revista, o
slide, a televisão, o texto, a transparência, o varal didático, o videocassete, o mimeógrafo, entre outros.
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Seguem alguns exemplos de ambientes comunicacionais aos quais a comunidade escolar pode se valer para
empreender práticas de comunicação e favorecer a circulação de informações nos espaços escolares. São
informações iniciais que devem ser entendidas como aspectos introdutórios das características de cada ambiente.
Todos os ambientes comunicacionais descritos a seguir, e outros não citados, podem se constituir como espaços de
interação entre a comunidade escolar e os movimentos sociais, políticos, culturais e artísticos que circundam a
escola.
Jornal e Revista impressos
O jornal e a revista impressa possuem muitas qualidades quando pensados como ambientes de comunicação na
escola. Em sua produção podem envolver grande número de colaboradores: alunos, equipe gestora, professores,
funcionários, líderes políticos, culturais e artísticos que fazem parte da comunidade escolar ou de suas imediações.
Quanto mais diversificadas forem as temáticas abordadas e maior o número de pessoas envolvidas, maior a
possibilidade de diálogo. Na sua produção esforços colaborativos podem ser empreendidos e gerar aprendizados os
mais diversos. Além disso, seus temas podem ser geradores de debates em sala de aula, nos espaços informais e
nas instâncias colegiadas. As desvantagens na produção desse tipo de material estão relacionadas à sua
periodicidade e ao custo para sua operacionalização.
Os materiais impressos, de modo geral, possuem a qualidade de chegar ao leitor de forma direta e com mais
equidade, pois não dependem de aparatos tecnológicos para sua leitura e podem ser transportados com facilidade.
Porém, o custo de impressão muitas vezes inviabiliza que sejam produzidos e veiculados em curto tempo. Sob o
ponto de vista da interação, tanto o jornal quanto a revista impressos oferecem grande potencialidade de
interação entre os envolvidos em sua produção, entretanto, para os leitores, isto depende diretamente de como
esses ambientes são utilizados pela comunidade após sua produção.
Rádio na escola
A rádio na escola pode se constituir como um ambiente comunicacional de baixo custo operacional e grande
eficiência na veiculação de informações. O custo para adquirir equipamentos que viabilizem uma rádio na escola é
relativamente baixo se comparado à montagem de uma sala de informática ou mesmo de a sala de produção de
vídeo.
A comunicação radiofônica é veiculada na oralidade e essa característica atribui grande facilidade de adaptação
aos alunos de diferentes níveis de escolaridade. Além disso, na produção dos programas, roteiros escritos e
processos de pesquisa são necessários, o que favorece a conexão e relação com os conteúdos e processos
pedagógicos desenvolvidos na escola.
A rádio pode se constituir como um canal aberto de comunicação entre todos os envolvidos com a escola, porém,
a depender da estrutura física da instituição escolar, o horário de funcionamento para veiculação da programação
pode ser restrito. Uma rádio possui grande capacidade de interação entre os que produzem e os ouvintes, quando
os programas produzidos abrem a possibilidade de trocas e diálogos na sua veiculação.
LEITURA COMPLEMENTAR
Módulo Educomunicação – Mídia Rádio. Mídias na educação;
Programa Escola Brasil: o rádio a serviço da educação. http://www.escolabrasil.org.br/
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UFPE – Universidade Federal de Pernambuco | CEAD – Coordenação de Educação a Distância da UFPE
Manuais de Implementação de Rádio Escolar. Portal educomunicação: Comunicação e Educação da Universidade de
São Paulo/ USP. http://www.usp.br/nce/manual/paginas/
EDUCOM.RÁDIO. http://www.usp.br/nce/
Vídeo na escola
O produto audiovisual pode se constituir em um ambiente de interação e autoimagem da comunidade escolar em
suas relações com os grupos sociais, artísticos, políticos e culturais.
As fases de elaboração de um produto audiovisual: planejamento, roteiro, cenário, falas dos personagens e
apresentadores, figurino, edição, vinhetas, propagandas, entre outras, pode envolver questões emergentes da
comunidade escolar e suas imediações, proporcionando momentos de autoreflexão e de produção de
conhecimentos.
A linguagem audiovisual com suas emissões em sons e imagens se aproxima do real e captura o telespectador de
diversificadas faixas etárias e classes sociais. Seu formato é bastante familiar da grande maioria, pois, pais,
alunos, professores, donas de casa, pessoas de diferentes faixas etárias, condições econômicas, níveis de
escolarização, etc., dedicam momentos diários aos programas televisivos.
Além disso, a veiculação na escola dos produtos audiovisuais produzidos pela comunidade escolar pode contribuir
para debates e fóruns de discussão formais e informais, para aproximações e discussões nas salas de aula e nas
instâncias colegiadas.
LEITURA COMPLEMENTAR
Oficina de Vídeo – Mídias na educação. http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod81807/index.html;
TV Escola. A TV Escola é um canal de televisão do Ministério da Educação que capacita, aperfeiçoa e atualiza
educadores da rede pública desde 1996: http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12336&Itemid=823
“Como a televisão e as mídias se comunicam”, texto de José Manuel Moran que compõe o Módulo Introdutório -
Integração de Mídias na Educação etapa 3. http://www.eproinfo.mec.gov.br/.../etapa3_TV_e_midias.pdf
Murais, cartazes e faixas na escola
Murais, cartazes e faixas podem se constituir como ambientes de comunicação barata e de grande eficiência para
a transparência da gestão escolar. Esses meios de comunicação podem ser espalhados pelos espaços escolares
visando informar à comunidade as decisões tomadas nas instâncias colegiadas, os comunicados oficiais das
secretarias de educação estadual e municipal, o regimento da escola, as ações empreendidas pela equipe gestora,
o balanço financeiro, as avaliações internas e externas que expressam a situação escolar e suas metas durante
determinado período.
O Mural da Gestão, por exemplo, pode ser afixado na entrada da escola com o regimento produzido pela
comunidade, assim como, outras informações que sejam de interesse coletivo. A sua grande vantagem está no
custo para operacionalizar esse ambiente, porém o fato de não haver possibilidade de interação síncrona com a
comunidade, o torna um ambiente interessante e importante para a divulgação de informações e de convites à
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participação da comunidade escolar. De qualquer forma, pode-se ainda abrir espaços de interação com a
comunidade reservando nos murais e cartazes espaço para que a comunidade expresse suas dúvidas e sugestões
em relação à escola.
Comunicados e convites
Os comunicados e convites são instrumentos essenciais para a chamada da comunidade à participação. São
instrumentos escritos à comunidade para informar as datas de reuniões, eventos, divulgar a situação dos alunos,
enfim, recursos que funcionem efetivamente como convite à participação nas questões da escola. Os convites e
comunicados não são considerados ambientes comunicacionais, mas, quando produzidos por meio de cartazes,
faixas e murais, podem contribuir para a audiência e interação na comunidade escolar.
Computador e Internet
São muitas as possibilidades comunicacionais do uso do computador pessoal. O processo de produção de
informações em diferentes formatos, tais como textos, imagens, sons, imagens em movimento, ícones, desenhos,
animações, e a combinação destes e de outros formatos e linguagens confere ao computador possibilidades
multimídia de produção e veiculação de informações. Essa característica passou a ser possível pela sua natureza
essencialmente digital.
Textos, imagens, sons, dados dos mais diferentes formatos, tendem cada vez mais a serem digitalizados ou
produzidos de forma digital. Pelas próprias características de armazenamento, uma informação digital pode ser
transformada, manipulada infinitas vezes, dependendo apenas, da interação do usuário com a informação e da
capacidade de armazenamento e processamento do computador.
Se o computador pessoal já incorpora inúmeras possibilidades de comunicação, o computador em rede expande
sua potencialidade e torna possível uma comunicação quase planetária com grande facilidade para interação entre
as pessoas conectadas. A internet é uma dessas redes de comunicação possível pela união das telecomunicações
com a informática digital.
Com a digitalização, a internet e o hipertexto passaram a ser possíveis operacionalmente. Com o hipertexto o
usuário pode transitar por fotos, sons, imagens, textos, e/ou a combinação destes. Além disso, ele propicia a
leitura personalizada. Ou seja, cada leitor pode, pelo clique no mouse, realizar múltiplos caminhos que propiciarão
ao leitor diferentes leituras. O hipertexto é, portanto, uma nova modalidade de comunicação e de criação de
informação, que com seu suporte digital, se distingue do texto impresso pela sua potencialidade de estar sempre
em construção.
O hipertexto digital está sempre inacabado. Essa condição torna a internet um espaço virtual em constante
transformação. Como não há nenhum suporte definitivo, seu conteúdo pode ser sempre modificado a qualquer
momento e de qualquer lugar. Não há mais espaço único nem controle, pois qualquer um que se conecte possui a
potencialidade de transformá-lo, podendo a qualquer momento enviar uma mensagem, produzir uma página,
dialogar, enfim, comunicar suas idéias. Assim, na internet encontra-se um grande potencial para a produção,
socialização e troca de conhecimentos.
Os ambientes e práticas comunicacionais empreendidos com o uso do computador pessoal ou do computador em
rede (internet) podem se constituir como instrumentos eficazes e de baixo custo operacional para a participação
da comunidade inter e intraescolar. Além disso, podem gerar processos de comunicação na comunidade escolar e
estabelecer trocas de experiências e informações com escolas e pessoas conectadas de todo o mundo. Justamente
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por utilizar uma tecnologia digital, a produção de um vídeo, de imagens, de sons, de textos pode ser apagada e
reescrita quase infinitamente sem elevar o custo de produção.
A dificuldade inicial consiste no investimento para montar uma sala com computadores em rede e com banda
larga. Outras duas necessidades estão relacionadas à manutenção dos equipamentos de informática e à formação
dos professores, alunos e funcionários para uso desses recursos tecnológicos. Como possibilidade de solucionar
essas questões existem dois programas empreendidos pelo Ministério da Educação – MEC e Secretaria de
Educação a Distância – SEED: Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) e o Programa Nacional de
Formação Continuada em Tecnologia Educacional - ProInfo Integrado como políticas públicas da área. Visite os
sítios desses dois programas e conheça os objetivos e como fazer a adesão a cada um deles.
Essas políticas públicas estão relacionadas diretamente ao gradativo processo de digitalização das sociedades
contemporâneas e a necessidade de incluirmos mais cidadãos nesse processo. Neste sentido, é importante
entendermos o contexto da comunicação contemporânea e seus impactos educacionais, sociais, políticos,
econômicos, culturais, tanto para os incluídos quanto para os excluídos.
A digitalização da informação e da comunicação é, sem dúvida, uma das marcas expressivas das sociedades
contemporâneas e vem contribuindo significativamente para mudanças expressivas nas formas de produzir,
armazenar e difundir informações. Além disso, é inegável a expansão de espaços e tempos nos quais somos
educados e educamos, no sentido mais amplo desse conceito. O ensino restrito à educação formal nas unidades de
ensino, cada vez mais, recebe influência e é permeado por inúmeras informações oriundas dos meios de
informação e comunicação analógicos e digitais.
Em relação à popularização dos meios digitais, o computador pessoal vem cada vez mais sendo popularizado e seu
preço diminuindo gradativamente, inclusive, na última década, com apoio do Governo Federal. É possível perceber
no Portal Inclusão Digital do Governo Federal que, para a realidade brasileira, a inclusão digital não se concretize
pautada apenas no número de computadores por residência.
Assim, as soluções para a universalização do acesso devem considerar modelos baseados no compartilhamento
de equipamentos e conexão por meio de telecentros comunitários ou de escolas, bibliotecas, universidades,
centros públicos e outras instituições ou espaços públicos.
(BRASIL, 2006, p. 05).
No Brasil, para termos uma idéia da exclusão digital, o número de pessoas que utilizaram a internet, em 2005, foi
de 31.980.787, ou seja, representou cerca de 21% da população a partir de 10 anos de idade, ainda bastante
aquém dos percentuais existentes em países desenvolvidos. Importante entender que no Brasil esse índice
engloba os estratos sociais de mais alta renda, o que representa aproximadamente 10% da população brasileira,
enquanto que o grupo restante, de renda mais baixa, representa um insignificante percentual da população com
acesso à internet.
No processo de inclusão digital, é fundamental que, antes de uma aposta ingênua no mundo digital seduzidos
pelas imagens e movimentos, ou mesmo antes de temer e condenar os envolvidos nesse processo, estejamos
comprometidos com a inclusão digital como um elemento constituinte de uma política de inclusão educacional e
social.
LEITURA COMPLEMENTARMídias na Educação. Ciclo Básico. Módulo Gestão Integrada de Mídias:
http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/
Domínio Público: Biblioteca digital desenvolvida em software livre. http://www.dominiopublico.gov.br
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Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo). http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=244&Itemid=823
Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional/ProInfo-Integrado;
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13156&Itemid=823
Portal do Professor. MEC – Ministério da Educação. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/links.html
Banco Internacional de Objetos Educacionais. MEC – Ministério da Educação.
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/
Dica: Para lhe ajudar a responder essas questões leia o todo o conteúdo da “Unidade I - Direito ao
acesso à informação, Culturas e Meios de Comunicação” dessa Sala Ambiente. Visite também a página Mídias na
Educação - Módulo Introdutório - Integração de Mídias na Educação. Leia o conteúdo da Etapa 3:
http://www.eproinfo.mec.gov.br/.../etapa_3/p3_01.html
As perguntas acima são apenas questões inspiradoras para o seu diagnóstico e não devem ser entendidas como
um roteiro ou mesmo um questionário a ser preenchido. Coloque em prática seus conhecimentos, relacionando-os
com sua atuação profissional como coordenador pedagógico. Bom trabalho!
Tempo para a realização da atividade: 08 horas.
Ações no ambiente Moodle:
Fórum de discussão: Publique o seu texto no Fórum de discussão Ambientes comunicacionais nas escolas (base de
dados “Atividade 1 – Unidade I”). Posteriormente, leia os textos produzidos pelos outros cursistas e envie
mensagens com suas impressões a respeito dos textos que leu. Os cursistas e o tutor devem interagir entre si por
meio de mensagens objetivando a construção de conhecimentos a respeito da diversidade e problemas relatados
nos textos publicados a respeito dos ambientes e das práticas comunicacionais presentes nas escolas nas quais os
cursistas trabalham como coordenadores pedagógicos.
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ATIVIDADE 1 - OBRIGATÓRIA
Produza um texto descrevendo os ambientes e as
práticas comunicacionais presentes na sua escola. Publique esse texto no fórum
e discuta a respeito das situações encontradas por você e por seus colegas com
o tutor dessa sala ambiente.
Utilize o Fórum “Atividade 1”, tópico “Diversidade de práticas e espaços
de comunicação nas escolas” para postar sua contribuição.
Participe!
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Após a discussão no fórum iniciar a produção da atividade 2. A seguir o material de estudo e de preparação para o
desenvolvimento da atividade 2
FASE PREPARATÓRIA:
Projeto Político-Pedagógico (PPP), Conselho de Escola e Práticas e Espaços Comunicacionais na Escola
A Sala Ambiente Projeto Político-Pedagógico e Organização do Ensinoofereceu subsídios teórico-metodológicos
para reflexão a respeito das dificuldades em elaborar, implantar e avaliar o Projeto Político-Pedagógico (PPP), bem
como discorreu sobre a atuação do Conselho Escolar no planejamento escolar e na construção do PPP. Nela você
teve a oportunidade de refletir e dialogar a respeito do papel do Projeto Político-Pedagógico no processo de
democratização da gestão escolar, bem como das suas articulações no âmbito da gestão colegiada.
Vamos aproveitar os conhecimentos produzidos por você em relação ao Projeto Político-Pedagógico e relacioná-los
com práticas e espaços de comunicação na escola. O Projeto Político-Pedagógico e os Conselhos Escolares, como
já apresentados na referida sala ambiente, consistem em “importantes canais e instrumentos de participação dos
profissionais da educação no processo de democratização da gestão escolar”. Agora, iremos refletir a respeito do
papel das práticas e espaços de comunicação para contribuir na efetivação desses canais e instrumentos como
potencializadores de processos democráticos e participativos.
É importante lembrar que as práticas e espaços comunicacionais por si não garantem a intensificação de processos
democráticos por parte da equipe de gestão escolar e/ou de quaisquer dos que compõem o ambiente escolar. Por
isso, é necessário estar atento até que ponto o uso de tecnologias de comunicação, de mídias, de ambientes
comunicacionais estão realmente contribuindo para tal participação e não apenas esperando da comunidade
escolar um papel de meros consumidores de informações. Para a efetiva contribuição das práticas comunicacionais
e de seus espaços como constituintes de processos democráticos é fundamental que os envolvidos no processo de
comunicação sejam sujeitos ativos desse processo e não meros espectadores.
Essa característica pode ser observada se analisarmos como a intensificação da comunicação tem gerado mais
participação, mais envolvimento nas informações que são comunicadas. Há espaço para intervenção nas
informações? Essa pode ser uma pergunta importante nesse sentido. Quais espaços de participação são criados a
partir de práticas comunicacionais? Ao comunicar, por exemplo, em um mural de informações ou no jornal da
escola, decisões definidas no conselho escolar ou nos conselhos de série/ciclos, qual o canal ou ambiente de
comunicação que é disponibilizado para dialogar e negociar sentidos com os outros envolvidos nas questões
comunicadas? Comunica-se apenas para tornar a comunidade ciente daquela informação ou inclui-se a
possibilidade de diálogo em torno das possíveis divergências e diferentes sentidos? Quais canais de comunicação e
negociação são estabelecidos entre os conselhos e o grêmio estudantil? E com a comunidade que circunda a
escola?
Essas e outras perguntas são imprescindíveis para que as decisões sejam, de fato, coletivas, para que os
problemas sejam entendidos como de responsabilidade do grupo bem como as escolhas a serem realizadas para
as suas soluções. O PPP é um canal que pode contribuir no sentido de tornar comuns problemas e soluções se
práticas e espaços de comunicação são intensificados para a participação coletiva. Lembre-se que comunicar
consiste em tornar comum algo para alguém. Nos conselhos escolares e de série/ciclo, o PPP pode ser comunicado
e negociado em seus significados. Outros sentidos surgem e adquirem novas características e possibilidades ao
serem avaliados pelos envolvidos em sua comunicação.
É nesse contexto que as novas e antigas tecnologias de comunicação e de informação podem nos ajudar. O
registro, armazenamento, acesso e difusão das informações podem facilitar a gestão. A eficiência na gestão da
informação consiste em um desafio contemporâneo para as equipes de gestão escolar. Há um turbilhão de
informações diárias que chegam de fora e que são produzidas no interior das escolas. Fazer circular essas
informações entre os integrantes do ambiente escolar pode ser o primeiro desafio. Outro ainda maior consiste em
estabelecer canais de negociação de sentidos e possibilitar que os integrantes da comunidade escolar sejam atores
no processo de transformação dessas informações em conhecimento significativo para suas realidades.
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A intensificação dos processos internos e externos de comunicação na escola rumo à participação coletiva pode ser
um caminho a ser trilhado. Nesse caminho as novas tecnologias da informação e da comunicação apresentam
potencialidades inovadoras. O que passou a ser denominado de novas tecnologias da informação e da
comunicação surge com a conexão entre os meios de comunicação de massa, analógicos e vinculados às
telecomunicações com as tecnologias digitais da informática.
Essa junção possibilitou e possibilita cada vez mais o hibridismo entre as mídias e entre os formatos das
mensagens, pois a partir do computador e do suporte digital pode-se produzir, armazenar e veicular informações
de diferentes formatos, tais como áudio, vídeo, imagem, texto, ícones, etc. e a combinação desses. Essas
possibilidades, entre outras, têm gerado uma nova revolução sociotécnica pautada nas tecnologias digitais.
Esta revolução digital implica, progressivamente, a passagem do mass media (cujos símbolos são a TV, o
rádio, a imprensa, o cinema) para formas individualizadas de produção, difusão e estoque de informação. Aqui a
circulação de informação não obedece à hierarquia da árvore (um-todos) e sim à multiplicidade do rizoma (todos-
todos).
(LEMOS, Andr, 2002. p. 73.)
O mas media, ou seja, a mídia de massa pressupõe em sua lógica de produção e veiculação uma relação passiva
dos que recebem a mensagem e, assim, pouco ou nenhum espaço é possibilitado nesse modelo de comunicação
para que os leitores e espectadores intervenham nas mensagens que recebem. As emissoras de televisão, o
cinema, os jornais e revistas divulgam notícias e informações a serem consumidas por um número grande de
pessoas que não possuem nenhuma condição de veicular suas ideias e modificar o conteúdo das mensagens. Por
isso, esse modelo é também conhecido como de massa e identificado como “um-todos”. Um grupo pequeno
produz para um grupo muito grande a consumir. Este modelo de comunicação é caracterizado por processos não-
democráticos e pouco flexíveis de comunicação.
Já o modelo digital, intensificando formas individualizadas de produção, veiculação e armazenamento de
informações, propicia formatos mais flexíveis e democráticos de comunicação, pois possui a possibilidade de todos
produzirem e todos poderem intervir no meio, é o modelo “todos-todos”. Potencialmente qualquer um com acesso
a internet, por exemplo, pode construir uma página eletrônica e veicular informação. Também, potencialmente,
todos com acesso à rede podem interagir em tempo real ou veicular informações em diferentes formatos. Essa
característica tem em potência a possibilidade dos cidadãos comuns saírem da condição de meros consumidores
de informações para a condição de sujeitos da comunicação.
Essas características das tecnologias digitais têm gerado uma revolução nas formas de produzir, armazenar e
difundir informações, a ponto de alguns autores identificarem a contemporaneidade como “Sociedade da
Informação”. Quase em todos os espaços sociais no mundo contemporâneo encontramos direta ou indiretamente a
incidência da digitalização. As sociedades atuais estão em processo gradativo de digitalização e cada vez mais os
conhecimentos básicos dessas tecnologias são exigidos e necessários nos processos de inserção e inclusão social.
Por isso e por outras questões, a inclusão digital e a minimização do analfabetismo digital é um desafio
contemporâneo para a inclusão e a participação social.
Além disso, as mídias em geral, sejam os meios de comunicação de massa, as novas tecnologias da informação e
da comunicação, analógicas ou digitais, dinamizam e hibridizam as culturas de modo geral. As dinâmicas das
culturas midiáticas impulsionadas pelos meios de comunicação tendem a colocar em movimento as culturas mais
diversas, acelerando o tráfego entre as múltiplas formas, tempos, espaços, gêneros e expressões.
Até meados do século XIX as elites intelectuais e econômicas buscavam demarcar fronteiras, delinear tipos de
cultura, apresentando, de um lado, a cultura erudita, hierarquicamente superior, de outro, a cultura popular,
apresentada como folclore ou inferior. Tal distinção e tais fronteiras também compuseram e ainda compõem as
práticas educacionais, estando personificadas nos livros didáticos, nos temas considerados necessários para os
muitos ambientes escolares, na força dos discursos científicos, naquilo que é considerado próprio para se aprender
e ensinar no ensino regular.
Com a explosão dos meios de reprodução técnico-industrial representados pelo jornal, pela fotografia e pelo
cinema, seguidos pelos meios eletrônicos de emissão e difusão, televisão e rádio, surgiu a cultura de massa,
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contribuindo para romper com a distinção entre culturas e gerando produtos mistos. Mesmo apresentando em
seus produtos, predominantemente, a versão cultural das elites sociais e econômicas, os meios de comunicação de
massa carregam em sua marca a quase anulação entre fronteiras e polaridades culturais. “Disso resulta
cruzamentos culturais em que o tradicional e o moderno, o artesanal e o industrial se mesclam em tecidos híbridos
e voláteis próprios das culturas urbanas.” (SANTAELLA, 2002. p. 48).
A partir dos anos de 1980, a intensidade de intercâmbios e trânsitos dos meios de comunicação propiciada pelas
tecnologias dos disponíveis e dos descartáveis – videocassetes, fotocopiadora, controle remoto, tv a cabo, cds,
videojogos, informática, internet, etc. –, gerando demandas heterogêneas e fugazes, acelerou o trânsito entre as
culturas e as mídias. As informações transitam de um meio a outro, “distribuindo-se em aparições diferenciadas:
partindo do rádio ou da televisão, continuam nos jornais, repetem-se nas revistas, podendo virar documentário
televisivo e até mesmo filme ou livro.” (SANTAELLA, 2002. p. 48).
Com os meios de comunicação e suas potencialidades em práticas educacionais, institucionais ou não, abrem-se
uma infinidade de possibilidades e de múltiplas formas de ensino e aprendizagem. Podemos nos perguntar os
porquês dos produtos culturais e industriais veiculados nos diversos meios de comunicação não fazerem parte da
organização do trabalho pedagógico em práticas educacionais, ou porque os meios de comunicação, analógicos
e/ou digitais, não são mais utilizados nas práticas escolares vinculadas à organização do trabalho pedagógico e à
gestão democrática.
Se visualizarmos nesses espaços e produtos possibilidades de articular culturas, de intensificar a participação da
comunidade escolar nas questões que envolvem a escola, de minimizar problemas com a aprendizagem dos
alunos, podemos aproveitar as qualidades técnicas e conteúdos nos produtos produzidos e emitidos pelos meios
de comunicação - sejam cinematográficos, televisivos, radiofônicos, impressos ou a combinação destes em
vertentes multimídia - em favor dos processos de ensino e aprendizagem. Trazê-los para as escolas como produtos
culturais e industriais a serem lidos e modificados pelos sujeitos que compõem a comunidade escolar e não apenas
como ilustrações. Esse é um desafio!
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ATIVIDADE 2 - OBRIGATÓRIA
Elabore um texto que sintetize o roteiro que foi
produzido como atividade final na Sala Ambiente Projeto Político-Pedagógico e
Organização do Ensino, relacionando-o com os principais conceitos que elencou
ao assistir ao vídeo Integração de Tecnologias, Linguagens e Representações.
Tecnologias e Gestão Democrática – Programa “TV Escola – Salto para o
Futuro”. Esse texto deve ser um texto dissertativo com no máximo três laudas.
Envie seu texto para Base de Dados “Atividade 2”.
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LEITURA COMPLEMENTARMídias na Educação. Ciclo Básico. Módulo Gestão Integrada de Mídias:
http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/
Programas e ações da Secretaria de Educação a Distância. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12502&Itemid=823
Formação de Gestores Escolares para o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação – PUCSP - Pontifícia
Universidade Católica http://www.gestores.pucsp.br/
e-Proinfo - O Ambiente Colaborativo de Aprendizagem (e-Proinfo). Ambiente virtual colaborativo de aprendizagem
que permite a concepção, administração e desenvolvimento de diversos tipos de ações, como cursos a distância,
complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de apoio
a distância e ao processo ensino-aprendizagem. http://www.eproinfo.mec.gov.br/default.php
Uma Educomunição para a Cidadania - Prof. Dr. Ismar de Oliveira Soares Disponível em:
http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/6.pdf
Interferências dos Meios de Comunicação no nosso Conhecimento - José Manuel Moran -
http://www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm
Entrevista com a professora Maria Elizabeth Biaconcini Almeida - http://cedpuc.blogspot.com/2008/07/entrevista-
prof-beth-almeida.html;
A criação de tecnologias no cotidiano Trapeiros, poetas e... cineastas – Crianças Narradoras 1 – Carmen Lúcia
Vidal Pérez - http://www.tvbrasil.org.br/...Cotidianosimagensenarrativas.pdf
Projeto Cidadão Conectado: Computador para Todos. Projeto Computadores para Inclusão elaborado pelo
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação. Publicado
em outubro de 2006. In http://www.computadorparatodos.gov.br/
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ATIVIDADE 3 - OBRIGATÓRIA
Elabore um relatório analítico e crítico, a partir de
um estudo, sobre a situação dos processos e ambientes comunicacionais na
escola em que trabalha como Coordenador Pedagógico, levando em
consideração a circulação de informações no ambiente escolar e nos ambientes
comunicacionais em relação ao Projeto-Político Pedagógico.
Envie seu texto para Base de Dados “Atividade 3”.
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco | CEAD – Coordenação de Educação a Distância da UFPE
REFERÊNCIAS:
BRASIL, Ministério da fazenda. Projeto Computadores para Inclusão elaborado pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação. Publicado em
outubro de 2006. In <http://www.computadorparatodos.gov.br/>
COSTA, Marisa. Poder, discurso e política cultural: contribuições dos estudos culturais ao campo do currículo.
In: LOPES, Alice Casimiro;
MACEDO, Elizabeth. (Orgs.). Currículo: debates Vorraber, 2002.
JAKOBSON, Roman. Lingüística e comunicação. Tradução: I.Blinkstein e José P. Paes. São Paulo: Cultrix, 1971.
LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002.
LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. (Orgs.). Currículo: debates Vorraber, 2002.
Mídias na Educação. Ciclo Básico. Módulo Gestão Integrada de Mídias:
http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/;
PEREIRA, José Haroldo. Curso básico de teoria da comunicação. 4.ed. Rio de Janeiro: Quartet. 2007.
SANTAELLA, Lucia. Culturas das mídias. São Paulo: experimento, 2002.
Redes Sociais, Sociedade Civil e Práticas e Espaços de Comunicação na Escola
Apresentação
Na primeira unidade você realizou três atividades interrelacionadas que se complementaram. Nessa, daremos
continuidade às atividades anteriores culminando em um projeto de intervenção a ser produzido por você na
última atividade desta sala ambiente.
Agora que já produziu um relatório analítico e crítico a respeito da situação dos processos e ambientes
comunicacionais na escola em que trabalha como coordenador pedagógico, daremos continuidade às reflexões
buscando entender como os movimentos sociais e culturais interagem ou não com o ambiente escolar e como os
espaços e práticas de comunicação podem se constituir como pontes entre eles e a organização do trabalho
pedagógico, do currículo escolar e das práticas pedagógicas.
Como ponto de partida nesta unidade, buscaremos compreender inicialmente o significado de redes sociais e em
seguida de movimentos sociais, educação formal, educação não-formal, educação informal e meios de
comunicação, relacionando-os com a atuação do coordenador pedagógico e a gestão democrática.
Desde o início de nossas vidas desenvolvemos e mantemos relações que acabam por fortalecer a esfera social da
qual fazemos parte. Primeiro, o espaço da família, depois a escola, a comunidade, o bairro em que crescemos, os
locais de lazer e entretenimento, o local de trabalho, etc. Todos estes espaços formam instâncias nas quais somos
inseridos e nos inserimos gradativamente na sociedade. Nesse processo de socialização, vamos criando vínculos
afetivos, interpessoais, muitas vezes sutis, imperceptíveis, mas que são reais e dão forma a algumas redes das
quais vamos fazendo parte e muitas vezes nem nos damos conta.
A rede como estrutura organizacional ou operacional é sempre uma estrutura não-linear e que tende a estabelecer
relações horizontais. Essa característica faz com que a rede minimize, entre os seus componentes, relações
hierárquicas, tendendo a funcionar de forma descentralizada, promovendo ações mais flexíveis e dinâmicas. Como
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conseqüência, ainda, busca ser uma estrutura auto-organizável e a produzir relações de cooperação e
compartilhamento.
A idéia de rede, isto é, a rede enquanto uma forma organizacional e uma estratégia de ação que permita aos
movimentos sociais desenvolverem relações mais descentralizadas, menos centralizadas e, portanto, mais
democráticas, tem assumido freqüentemente um caráter propositivo nos movimentos sociais.
(SCHERER-WARREN, 2006, p. 215)
As redes sociais podem ser entendidas como ambientes ou agrupamentos de pessoas que interagem e se
relacionam a partir de interesses comuns. Seu estudo como campo das ciências sociais é relativamente recente e
seu entendimento como ações coletivas de cunho político ligados à sociedade da informação é ainda mais novo.
As redes sociais, enquanto área temática das ciências humanas surgem na década de 1940, visando o
entendimento de relações interpessoais em contextos comunitários circunscritos. A noção de redes, para a análise
de ações coletivas mais amplas e de movimentos sociais, será desenvolvida apenas a partir da década de 1970,
quando a área teve seu boom, especialmente na sociologia através das abordagens das Teorias dos Novos
Movimentos Sociais e das Teorias da Mobilização de Recursos. Contudo, sua aplicação para o entendimento de
coletivos políticos no contexto da ‘sociedade da informação’ é ainda mais recente (principalmente, a partir da
década de 1990).
(SCHERER-WARREN, 2006, p. 215)
Para as ciências sociais, as redes sociais representam as relações e funções que cada indivíduo assume em relação
aos outros, desenvolvendo ações, gerando associações e dependências. As redes sociais ultrapassam os espaços
formais, institucionalizados e invadem todas as esferas sociais.
Nós, seres humanos, em sociedade, vamos nos agrupando com os que nos identificamos e estabelecemos relações
de amizade, nutrindo sentimentos os mais diversos. À medida que nos inserimos na sociedade nossas redes
sociais vão se expandindo. Nessas redes compartilhamos informações e, por isso, as redes podem ser entendidas
como espaços estratégicos para a transformação dessas informações em conhecimentos.
Diversos atores distinguem informação de conhecimento, entendendo que informação consiste em fluxos de
mensagens enquanto conhecimento é produzido a partir desses fluxos em relação com outros conhecimentos,
informações, crenças, experiências, desejos, sentimentos, etc. de quem o produz. Os espaços sociais e culturais
são fundamentais nesse sentido. Assim, as redes sociais são instâncias culturais nas quais se constituem
ambientes privilegiados para o processo de construção do conhecimento pelo indivíduo, a partir das interações,
trocas, experiências, ações associadas às informações e compartilhadas pelos atores que integram nessas redes.
O entendimento das redes sociais como espaços culturais nos quais aprendemos e ensinamos perpassa pela
compreensão de que nelas estão envolvidos processos de educação formal, não-formal e/ou informal. Tanto a
educação formal, quanto a não formal e a informal fazem parte de redes sociais as mais diversas e são compostas
por grupos culturais heterogêneos. Nós, muitas vezes, não nos damos conta das diferentes redes sociais e
culturais das quais fazemos parte.
Entendemos a educação não-formal como aquela voltada para o ser humano como um todo, cidadão do
mundo, homens e mulheres. Em hipótese alguma ela substitui ou compete com a Educação Formal, escolar.
Poderá ajudar na complementação dessa última, via programações específicas, articulando escola e comunidade
educativa localizada no território de entorno da escola. A educação não-formal tem alguns de seus objetivos
próximos da educação formal, como a formação de um cidadão pleno, mas ela tem também a possibilidade de
desenvolver alguns objetivos que lhes são específicos, via a forma e espaços onde se desenvolvem suas práticas,
a exemplo de um conselho ou a participação em uma luta social, contra as discriminações, por exemplo, a favor
das diferenças culturais etc.
(GOHN, 2006, p. 32)
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Na escola essas redes, muitas vezes, estão cotidianamente negociando sentidos e significados para os processos
de ensinoaprendizagem e para os conteúdos trabalhados em sala de aula. Nos conselhos escolares, nos conselhos
de série/ciclo, nos grêmios estudantis e em outros espaços fora da sala de aula, os temas, as relações
interpessoais, as negociações e os conflitos, os problemas e as soluções, as normatizações, etc. podem ser
pensados como processos que geram aprendizados os mais diversificados.
Fora da escola, nos espaços sociais e culturais que a circundam podemos ter essa mesma compreensão. Nos
movimentos sociais e culturais processos de aprendizagem são gerados nas relações e experiências desenvolvidas
nesses espaços. Um grande desafio contemporâneo consiste em romper com a barreira dos muros da escola e do
que tradicionalmente é considerado conhecimento escolar para trazer para a organização do trabalho pedagógico
os movimentos sociais e culturais, negociando e produzindo em parceria sentidos e significados. Este é um
exercício de cidadania e democracia ao mesmo tempo.
As práticas e espaços de comunicação podem contribuir para criar conexões entre os movimentos sociais e
culturais e a escola, ou seja, para compor de forma mais explícita e intencional as redes sociais e culturais das
quais a comunidade escolar faz parte. Os meios de comunicação, em seus processos de educação informal e por
sua capacidade de agir à distância e fazer circular informações e interações, podem possibilitar diálogos, trocas,
interações, propiciando que os integrantes das redes produzam conhecimento local, contextualizado com as
realidades locais.
Redes Sociais e Espaços e práticas comunicacionais na escola
Habermas, em seu livro “Direito e Democracia”, afirma que “não apenas da ação coletiva da cidadania depende a
democracia, mas também da institucionalização dos procedimentos de comunicação correspondente.” (1997,
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ATIVIDADE 4 - OBRIGATÓRIA
Após a leitura do texto “Educação não-formal,
participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas”, de Maria da
Glória Gohn, disponível na Biblioteca, produza uma análise, de no máximo duas
laudas, em que aponte:
1. As diferenças entre educação formal, não-formal e informal
2. Quais os espaços em que são desenvolvidas a educação formal, não-
formal e informal
3. Quais são os resultados esperados para cada um desses campos de
educação
4. A potencialidade da educação não-formal nos conselhos escolares e na
escola como um todo
Poste sua análise no Fórum, leia os textos dos outros cursistas e discuta-os
com seus colegas e com o tutor.
Utilize o Fórum “Atividade 4”, tópico “Redes sociais e conselhos
escolares”.
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p.248). A deliberação pública para o autor é uma dimensão da sua teoria de democracia e deve ser orientada para
tomadas de decisões em sistemas políticos específicos, como é o caso da escola. Os procedimentos democráticos e
a deliberação pública dependem dos processos de comunicação. Neste sentido, comunicação e deliberação pública
são indissociáveis, pois “a sociedade que promove a deliberação pública possivelmente será mais sensível aos
interesses de uma porção mais ampla da sociedade.” (MAIA, 2002, p. 47).
Trazendo essas ideias para a organização do trabalho do coordenador pedagógico como integrante de uma equipe
de gestão democrática podemos afirmar que os procedimentos democráticos dessa equipe não dependem apenas
das ações coletivas empreendidas, mas também, da intensificação de espaços e práticas de comunicação na
escola. Quanto mais a equipe de gestão escolar empreende essas práticas e espaços, mais informa a comunidade
sobre as questões que envolvem a escola, mais a convida a participar, mais pode gerar motivações e interesses
em compartilhar e negociar sentidos para a escola.
É importante estar atento para o fato de que não são as práticas e espaços de comunicação apenas que garantem
a participação e a democracia nas escolas. Elas precisam estar associadas à motivação, ao interesse e à
disponibilidade da comunidade escolar em se engajar nos debates e nesses espaços. Esses espaços podem se
constituir como fóruns públicos de informação, negociação, debate e deliberação e, para tanto, devem ser reflexo
da diversidade política e cultural da comunidade escolar.
O desejo de participar das questões que envolvem a escola e a motivação da comunidade escolar em se engajar
em debates é, sem dúvida, uma questão importante a ser considerada quando desejamos consolidar processos
democráticos de gestão escolar. Os movimentos sociais e práticas comunicacionais oferecem promissoras
possibilidades de engajamento e motivação da comunidade escolar em processos democráticos, principalmente em
escolas públicas.
Disseminadas pelo tecido social, essas redes cívicas – movimentos feministas, movimentos de grupos étnicos e
de minorias, de portadores de deficiência física e mental, de catadores de papel, organizações em defesa da
criança e do adolescente, associações de bairro, grupos de auto-ajuda, movimentos ecológicos, pela paz, contra a
violência, etc. – são agentes fundamentais para promover a politização de novas questões, modificando formas de
comunicação, representação e interpretação de problemas na sociedade.
(MAIA, 2002, p.53)
Neste sentido, a equipe de gestão escolar, principalmente o coordenador pedagógico, pode empreender práticas e
espaços de comunicação para convidar os alunos, professores e funcionários a produzir outros espaços e práticas
comunicativas em conexão com os movimentos sociais, culturais, artísticos dos quais fazem parte. Para que as
práticas comunicativas e interativas concretas contribuam efetivamente para a motivação e participação gradativa
da comunidade é necessário que as instâncias decisórias estejam porosas à diversidade cultural dos que integram
esses espaços. A disposição para a realização de negociações reais, cooperativas, com respeito e disponibilidade
para a diferença, é imprescindível para a efetivação desses espaços.
Por isso é importante a ampliação dos conceitos de educação e dos locais nos quais aprendemos. Aprendemos
com as informações veiculadas pela mídia em geral e elas podem ser reformuladas produtivamente em fóruns
formais como a sala de aula, os conselhos, as reuniões, mas também em espaços criados nas escolas para
intensificar o fluxo de informações, a comunicação e a interação entre seus agentes. Espaços, estes, tais como,
um jornal escrito ou eletrônico disponibilizado na internet, uma rádio escola, um mural de comunicados, uma sala
de produção de vídeo ou mesmo vídeos produzidos com temáticas que envolvam a escola e suas imediações,
outros espaços para veiculação e socializações das produções midiáticas produzidas na escola, exposições
fotográficas, entre outros.
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Potencialidades nos ambientes comunicacionais em articular a educação formal, não-formal e informal
São inúmeras as potencialidades para as práticas e espaços de comunicação nas escolas. Uma das potencialidades
comum a todas elas é a possibilidade de conectar produtivamente e concretamente os campos da educação formal
com a não-formal e a informal.
Articular a educação, em seu sentido mais amplo, com os processos de formação dos indivíduos como
cidadãos, ou articular a escola com a comunidade educativa de um território é um sonho, uma utopia, mas
também uma urgência e uma demanda da sociedade atual. Por isso trabalhamos com um conceito amplo de
educação que envolve campos diferenciados, da educação formal, informal e não-formal.
(GOHN, 2006, p. 32)
Os meios de comunicação de massa como integrantes da educação informal educam as pessoas em suas
diversificadas mensagens e formatos. Porém, seus conteúdos quando reformulados nas escolas podem adquirir
outros sentidos e gerar outros conhecimentos. Também, suas técnicas e tecnologias podem contribuir para a
articulação da educação em seus diferentes campos, se constituindo como pontes de comunicação entre os
movimentos sociais, artísticos, culturais e midiáticos presentes na sociedade como um todo, na comunidade
escolar e em suas imediações.
Lembre-se que as técnicas e tecnologias de comunicação são meios de expressões nos quais inserimos nossas
ideias, sentimentos, informações, conhecimentos. São inúmeros os meios, são inúmeras as formas de produzir
práticas e espaços de comunicação na escola. Algumas antigas, outras novas. As tecnologias da informação e da
comunicação se hibridizam e se conectam podendo instituir um sistema de informações a respeito da comunidade
escolar. A criação de ambientes de comunicação pode, sem dúvida, contribuir significativamente na construção
desse sistema na medida em que disponibiliza e intensifica a comunicação e a interação entre os diversos atores
da comunidade escolar e a sociedade civil e, ainda, pode se constituir como meio de armazenar informações e
conhecimentos.
VÍDEO
Assista ao Vídeo Bairro-Escola.
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ATIVIDADE 5 - OBRIGATÓRIA
Escreva um relatório analítico e crítico a respeito
dos movimentos sociais, culturais e artísticos que acontecem dentro da unidade
em que atua como coordenador pedagógico e nas suas imediações.
Caso não haja nenhum movimento social ou cultural a ser analisado dentro ou
fora da unidade escolar, você deverá produzir um relatório que analise e
critique as implicações políticas, sociais, culturais, pedagógicas da ausência
desses espaços de sociabilidades.
Envie seu relatório com suas respostas para Tarefa Texto online “Atividade
5”.
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Potencialidades nos ambientes comunicacionais em articular a educação formal, não-formal e informal
São inúmeras as potencialidades para as práticas e espaços de comunicação nas escolas. Uma das potencialidades
comum a todas elas é a possibilidade de conectar produtivamente e concretamente os campos da educação formal
com a não-formal e a informal.
Articular a educação, em seu sentido mais amplo, com os processos de formação dos indivíduos como
cidadãos, ou articular a escola com a comunidade educativa de um território é um sonho, uma utopia, mas
também uma urgência e uma demanda da sociedade atual. Por isso trabalhamos com um conceito amplo de
educação que envolve campos diferenciados, da educação formal, informal e não-formal.
(GOHN, 2006, p. 32)
Os meios de comunicação de massa como integrantes da educação informal educam as pessoas em suas
diversificadas mensagens e formatos. Porém, seus conteúdos quando reformulados nas escolas podem adquirir
outros sentidos e gerar outros conhecimentos. Também, suas técnicas e tecnologias podem contribuir para a
articulação da educação em seus diferentes campos, se constituindo como pontes de comunicação entre os
movimentos sociais, artísticos, culturais e midiáticos presentes na sociedade como um todo, na comunidade
escolar e em suas imediações.
Lembre-se que as técnicas e tecnologias de comunicação são meios de expressões nos quais inserimos nossas
ideias, sentimentos, informações, conhecimentos. São inúmeros os meios, são inúmeras as formas de produzir
práticas e espaços de comunicação na escola. Algumas antigas, outras novas. As tecnologias da informação e da
comunicação se hibridizam e se conectam podendo instituir um sistema de informações a respeito da comunidade
escolar. A criação de ambientes de comunicação pode, sem dúvida, contribuir significativamente na construção
desse sistema na medida em que disponibiliza e intensifica a comunicação e a interação entre os diversos atores
da comunidade escolar e a sociedade civil e, ainda, pode se constituir como meio de armazenar informações e
conhecimentos.
VÍDEO
Assista ao Vídeo Bairro-Escola.
LEITURA COMPLEMENTAR
BH e Nova Iguaçu colocam em prática o Bairro-Escola http://aprendiz.uol.com.br/content/phiregufri.mmp;
Bairro-Escola transforma espaços ociosos. Notícia do MEC. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&task=view&interna=1&id=8768;
Tecnologia e democracia diante da quarta geração dos direitos humanos. Por Ricardo Toledo Neder.
http://www.rts.org.br/artigos/artigos_-_2009/tecnologia-e-democracia-diante-da-quarta-geracao-dos-direitos-
humanos-1.
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LEITURA COMPLEMENTAR
Movimento social na Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_social;
O Papel dos Movimentos Sociais na Construção de outra Sociabilidade. O-papel-dos-movimentos-sociais-na-
construcao-de-outra-sociabilidade.pdf
Revista e página eletrônica Mnemocine: http://www.mnemocine.com.br/;
Ferramentas de comunicação e redes sociais, como estas afetam a sociedade atual - Versão 1.0
http://conhecimento.incubadora.fapesp.br/...
PPortal Roteiro de Cinema. Portal de informações em língua portuguesa dedicado aos Roteiristas Cinematográficos,
profissionais e amadores sobre recursos de roteiro audiovisual. http://www.roteirodecinema.com.br/;
Planeta Educação. Portal educacional da empresa Vitae Futurekids que tem como objetivo disseminar o Uso
Pedagógico e Administrativo das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação nas escolas públicas
brasileiras de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. http://www.planetaeducacao.com.br/;
Porta Curta Petrobras. Portal de curta metragem brasileiros patrocinados pela Petrobras.
http://www.portacurtas.com.br/index.asp;
Biblioteca Virtual de Educação (BVE). Ferramenta de pesquisa de sítios educacionais, do Brasil e do exterior. É
voltada a pesquisadores, estudiosos, professores, universitários, pós-graduandos e alunos de todas as séries
escolares. http://bve.cibec.inep.gov.br/;
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ATIVIDADE 6 - OBRIGATÓRIA
Estude os dois relatórios de análise - atividades 5
da unidade I e 2 da unidade II - e produza uma proposta de intervenção no
ambiente escolar, relacionando-a com pelo menos um movimento cultural ou
social existente na comunidade escolar e utilizando pelo menos um ambiente
comunicacional. Caso não haja nenhum movimento social ou cultural a ser
analisado dentro ou fora da unidade escolar, escreva um texto no qual
apresente uma análise crítica sobre essa ausência e proponha uma intervenção
que busque a construção de pelo menos uma prática e espaço comunicacional
na escola. Buscando, assim, que sua proposta de intervenção contribua para a
intensificação de processos de comunicação e para a afirmação da gestão
democrática.
Envie sua proposta para Base de Dados “Atividade 6”.
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco | CEAD – Coordenação de Educação a Distância da UFPE
REFERÊNCIAS:
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas.
Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação [online]. 2006, vol.14, n.50, pp. 27-38. ISSN 0104-4036.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v14n50/30405.pdf
MAIA, Rousiley C. M. e CASTRO, Maria Céres Pimenta Spínola. (Orgs.). Mídia, esfera pública e identidades
coletivas. Editora UFMG, 2006.
MAIA, Rousiley C. M. Redes cívicas e Internet: do ambiente informativo denso às condições da deliberação
pública. In: EISENBERG, José e CEPIK, Marco (Orgs). Internet e política: teoria e prática da democracia eletrônica.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
PALACIOS, Marco. A Internet como mídia e ambiente: reflexões a patir de um experimento de rede local de
participação. In: MAIA, Rousiley e CASTRO, Maria Céres Pimenta Spínola. (Orgs.). Mídia, esfera pública e
identidades coletivas. Editora UFMG, 2006.
SCHERER-WARREN, Ilse. Redes Sociais na Sociedade de Informação. In: MAIA, Rousiley e CASTRO, Maria
Céres Pimenta Spínola. (Orgs.). Mídia, esfera pública e identidades coletivas. Editora UFMG, 2006.
Mídias na Educação – Módulo “Gestão Integrada de Mídias”.
http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/.../index.html
Ferramentas de comunicação e redes sociais, como estas afetam a sociedade atual - Versão 1.0
http://conhecimento.incubadora.fapesp.br/...
Rede social Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_social
Redes Sociais e Poder no Estado Brasileiro: Aprendizados a partir das políticas urbanas.
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v21n60/29759.pdf
Das redes sociais à inovação – http://www.scielo.br/pdf/ci/v34n2/28559.pdf
Coleção da biblioteca Scielo – Redes Sociais - http://www.scielo.br/
Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas Maria da Glória Gohn.
http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v14n50/30405.pdf
Oficina de Vídeo I – Referências – Mídias na educação.
http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/.../referencias.html
Hiperliteratura, sociedades hipertextuais e ambientes comunicacionais – Federico Casalegno.
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/...
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