59
COMPARAÇÃO DOS CÁLCULOS DAS REGRAS DA SOCIEDADE CLASSIFICADORA COM A ANÁLISE DE FLAMBAGEM NÃO LINEAR COM IMPERFEIÇÃO GEOMÉTRICA DE MÓDULOS DE FPSOs Alan Kruczan Rio de Janeiro Abril de 2016 Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro Naval e Oceânico. Orientador: Marcelo Igor Lourenço de Souza, Dsc.

Alan Kruczan - monografias.poli.ufrj.brmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10017077.pdf · Fy Tensão de escoamento; K Fator de comprimento efetivo; l Distância entre duas

  • Upload
    vuxuyen

  • View
    219

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

COMPARAÇÃO DOS CÁLCULOS DAS REGRAS DA

SOCIEDADE CLASSIFICADORA COM A ANÁLISE DE

FLAMBAGEM NÃO LINEAR COM IMPERFEIÇÃO GEOMÉTRICA DE MÓDULOS DE FPSOs

Alan Kruczan

Rio de Janeiro

Abril de 2016

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Naval e Oceânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro Naval e

Oceânico.

Orientador: Marcelo Igor Lourenço de Souza, Dsc.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Naval e Oceânica

DENO/POLI/UFRJ

COMPARAÇÃO DOS CÁLCULOS DAS REGRAS DA SOCIEDADE

CLASSIFICADORA COM A ANÁLISE DE FLAMBAGEM NÃO LINEAR COM

IMPERFEIÇÃO GEOMÉTRICA DE MÓDULOS DE FPSOs

Alan Kruczan

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL

DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO

GRAU DE ENGENHEIRO NAVAL E OCEÂNICO.

Examinado por:

_____________________________________________ Prof. Marcelo Igor Lourenço de Souza, Dsc.

________________________________________________

Ilson Paranhos Pasqualino, Dsc.

________________________________________________

Paulo Cesar da Camara Monteiro Junior, Dsc

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

ABRIL DE 2016

i

.

Kruczan, Alan

Comparação dos cálculos das regras da sociedade

classificadora com a análise de flambagem não linear com

imperfeição geométrica de módulos de FPSOs/ Alan Kruczan

– Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2016.

XII, 49 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Marcelo Igor Lourenço de Souza

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Naval e Oceânica, 2016.

Referências Bibliográficas: p. 49.

1.Notação. 2.Introdução. 3. Objetivo. 4.Metodologia.

5.Revisão Bibliográfica. 6.Modelo Estrutural.

7.Carregamentos. 8.Unity Check. 9. Análise de Flambagem

pelo Método de Riks com Imperfeição Geométrica. 10.

Conclusão. 11. Referência Bibliográfica.

ii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval.

COMPARAÇÃO DOS CÁLCULOS DAS REGRAS DA SOCIEDADE

CLASSIFICADORA COM A ANÁLISE DE FLAMBAGEM NÃO LINEAR COM

IMPERFEIÇÃO GEOMÉTRICA DE MÓDULOS DE FPSOs

Alan Kruczan

Abril/2016

Orientador: Prof. Marcelo Igor Lourenço de Souza

Curso: Engenharia Naval e Oceânica

Este projeto tem o objetivo de comparar a resistência estrutural de uma estrutura

metálica de um módulo de FPSO por dois métodos diferentes. Primeiramente, foi

calculado o unity check dos elementos conforme as Regra da sociedade classificadora

ABS. Em seguida, foi analisada a carga limite de flambagem considerando imperfeições

inicias e o comportamento elasto-plástico do material por elementos finitos. Os resultados

foram comparados para casos selecionados de carregamento, mostrando que na maioria

dos casos a formulação proposta pela norma é conservadora.

Palavras-chave:Módulo de FPSO, Sociedade Classificadora, ABS, Flambagem,

Imperfeição Geométrica, Comportamento Elasto-Plástico, Unity Check, AISC.

iii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Naval Engineer.

COMPARISON OF CLASSIFICATION SOCIETY RULES AND NON-LINEAR

BUCKLING ANALYSIS WITH GEOMETRIC IMPERFECTION OF FPSO

MODULE

Alan Kruczan

April/2016

Advisor: Marcelo Igor Lourenço de Souza

Course: Naval Architecture and Marine Engineering

The main propose of this Project is to compare the structural resistance of a

metallic structure of a FPSO module with two different method. First, it was calculated

the unity check of the structural members as the ABS classification society Rules

formulate. Then, it was analyzed the ultimate buckling load considering the elastic plastic

behavior of the material. The results of different load conditions were compared,

revealing that the analysis proposed by the Classification Society was conservative at

almost all the cases.

Keywords: FPSO Module, Classification Society, ABS, Buckling, Geometric

Imperfection, Elastic-Plastic Behavior, Unity Check, AISC.

iv

Sumário 1. Notação ............................................................................................................... 1

2. Introdução ........................................................................................................... 2

3. Objetivo................................................................................................................ 3

4. Metodologia ......................................................................................................... 4

5. Revisão Bibliográfica .......................................................................................... 4

5.1. Flambagem ................................................................................................... 4

5.2. Regra da sociedade classificadora ............................................................ 6

5.3. AISC 9ª ed. ................................................................................................... 7

5.3.1. Tipo de seção ........................................................................................ 8

5.3.2. Compressão .......................................................................................... 9

5.3.3. Tração .................................................................................................. 10

5.3.4. Flexão ................................................................................................... 10

5.3.5. Compressão e flexão .......................................................................... 12

5.4. Condições de Carregamento de Projeto ................................................. 13

5.5. Critério pela Regra ..................................................................................... 13

6. Modelo Estrutural ............................................................................................. 14

6.1. Material........................................................................................................ 15

6.2. Perfis ........................................................................................................... 15

6.3. Condição de Contorno ............................................................................... 19

7. Carregamentos ................................................................................................. 19

7.1. Carregamentos inercial ............................................................................. 19

7.2. Peso Morto.................................................................................................. 20

7.2.1. Peso próprio ........................................................................................ 20

7.2.2. Peso do Gradeamento ....................................................................... 20

7.2.3. Peso dos Equipamentos .................................................................... 21

7.3. Live Load..................................................................................................... 22

7.4. Carregamentos ambientais ....................................................................... 23

7.5. Combinação dos carregamentos .............................................................. 24

8. Unity Check ....................................................................................................... 25

8.1. Condição de Operação no Mar de Proa .................................................. 25

8.2. Condição Ambiental no Mar de Proa ....................................................... 26

8.3. Condição de Operação no Mar de Través (+X +Z) ................................ 27

8.4. Condição Ambiental no Mar de Través (+X +Z) ..................................... 28

8.5. Condição de Operação no Mar de Través (+X -Z) ................................. 29

v

8.6. Condição Ambiental no Mar de Través (+X -Z) ...................................... 30

9. Análise de Flambagem pelo Método de Riks com Imperfeição Geométrica

31

9.1. Condição de Operação no Mar de Proa .................................................. 33

9.2. Condição Ambiental no Mar de Proa ....................................................... 35

9.3. Condição de Operação no Mar de Través +X + Z .................................. 37

9.4. Condição Ambiental no Mar de Través +X + Z ....................................... 39

9.5. Condição de Operação no Mar de Través +X – Z .................................. 41

9.6. Condição Ambiental no Mar de Través +X – Z ....................................... 44

10. Conclusão....................................................................................................... 46

11. Referências Bibliográficas ............................................................................ 49

vi

Índice de figuras

Figura 1- FPSO ............................................................................................................. 2

Figura 2- Planta de processamento .............................................................................. 3

Figura 3- Coluna comprimida ........................................................................................ 5

Figura 4- Força por deslocamento ................................................................................ 6

Figura 5 - Tensão critica ............................................................................................... 9

Figura 6 - Viga com flexão .......................................................................................... 10

Figura 7- Torsão lateral de flambagem ....................................................................... 11

Figura 8- Modelo Estrutural ......................................................................................... 15

Figura 9 - Dimensões do perfil W ................................................................................ 16

Figura 10 - W200x31.3 ............................................................................................... 17

Figura 11- W250x22.3 ................................................................................................ 17

Figura 12- W150x22.5 ................................................................................................ 18

Figura 13 - W250x73 .................................................................................................. 18

Figura 14 - Condição de contorno ............................................................................... 19

Figura 15 – Gradeamento ........................................................................................... 21

Figura 16- Carregamento dos equipamentos .............................................................. 22

Figura 17- Live load .................................................................................................... 23

Figura 18 – Mar de proa e de través ........................................................................... 24

Figura 19 - Unity Check (Operação no Mar de Proa) .................................................. 26

Figura 20 - Unity Check (condição ambiental no mar de proa) .................................... 27

Figura 21 - Unity Check (condição de operação no mar de través +X +Z) .................. 28

Figura 22- Unity Check (Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z) ..................... 29

Figura 23 - Unity Check (condição de operação no mar de través +X -Z) ................... 30

Figura 24 - Unity Check (Condição Ambiental no Mar de Través +X -Z) ..................... 31

Figura 25- Deformação Condição de Operação no Mar de Proa................................. 33

Figura 26 - LPF Condição de Operação no Mar de Proa ............................................ 34

vii

Figura 27- Deformação Plástica Condição de Operação no Mar de Proa ................... 34

Figura 28 - Von Mises Condição de Operação no Mar de Proa .................................. 35

Figura 29 - Condição Ambiental no Mar de Proa ........................................................ 36

Figura 30 - LPF Condição Ambiental no Mar de Proa ................................................. 36

Figura 31 - Deformação Plástica Condição Ambiental no Mar de Proa ....................... 37

Figura 32 - Condição de Operação no Mar de Través +X +Z ...................................... 38

Figura 33 - LPF Condição de Operação no Mar de Través +X +Z .............................. 38

Figura 34 - Deformação Plástica Condição de Operação no Mar de Través +X +Z .... 39

Figura 35- Von Mises Condição de Operação no Mar de Través +X +Z ..................... 39

Figura 36 - Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z........................................... 40

Figura 37- LPF Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z .................................... 40

Figura 38 - Deformação Plástica Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z ......... 41

Figura 39 - Von Mises Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z ......................... 41

Figura 40 - Condição de Operação no Mar de Través +X –Z ...................................... 42

Figura 41 - LPF Condição de Operação no Mar de Través +X –Z............................... 42

Figura 42 - Deformação Plástica Condição de Operação no Mar de Través +X –Z .... 43

Figura 43 - Von Mises Condição de Operação no Mar de Través +X –Z .................... 43

Figura 44 - Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z........................................... 44

Figura 45 - LPF Condição Ambiental no Mar de Través +X –Z ................................... 44

Figura 46 - Deformação Plástica Condição Ambiental no Mar de Través +X -Z .......... 45

Figura 47 - Von Mises Condição Ambiental no Mar de Través +X –Z ......................... 45

viii

Índice de tabelas Tabela 1- Tabela com geometria, propriedade e critério de compacto para perfil W ..... 8

Tabela 2 - Propriedades dos perfis ............................................................................. 16

Tabela 3- Aceleração em função da gravidade ........................................................... 20

Tabela 4 -Coeficiente de forma ................................................................................... 24

Tabela 5- Carga do vento ........................................................................................... 24

Tabela 6- Combinação dos carregamentos ................................................................ 25

Tabela 7 - Resumo das forças (Operação no Mar de Proa) ........................................ 26

Tabela 8 - Resumo das forças (condição ambiental no mar de proa).......................... 27

Tabela 9 - Resumo das forças (condição de operação no mar de través +X +Z) ........ 28

Tabela 10 - Resumo das forças (Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z) ........ 29

Tabela 11 - Resumo das forças (condição de operação no mar de través +X -Z) ....... 30

Tabela 12- Resumo das forças (Condição Ambiental no Mar de Través +X -Z) .......... 31

Tabela 13 - Resumo das condições de carregamento ................................................ 48

1

1. Notação

A Área que sofrerá a compressão;

Af Área do flange que sofrerá a compressão;

bf Largura do flange;

CB Coeficiente de flexão dado um gradiente de momento;

CC Razão de esbeltez da coluna;

Cm Coeficiente aplicado ao termo de flexão na interação para equação de membros

prismáticos e dependente da curvatura da coluna provocada pelos momentos aplicados;

d Altura do perfil;

E Módulo de elasticidade;

Fa Tensão de compressão axial admissível;

fa Tensão axial solicitada;

Fb Tensão de flexão admissível;

fb Tensão de flexão solicitada;

F’e Tensão crítica de Euler;

Ft Tensão admissível axial;

Fy Tensão de escoamento;

K Fator de comprimento efetivo;

l Distância entre duas seções com torção ou deslocamento lateral do flange de

compressão restringido;

lb Comprimento lateral do flange de compressão;

lc Máximo comprimento lateral do flange de compressão;

LPF Fator de proporcionalidade da carga;

M Momento;

N Esforço normal;

P Força axial;

2

r Raio de giração;

rb Raio de giração no eixo da flexão;

rt Raio de giração da seção comprimindo o flange comprimido mais 1/3 da área da

alma comprimida;

tf Espessura do flange

W Módulo de seção.

𝛿𝑡 Deslocamento lateral total;

2. Introdução

FPSO, Floating Production Storage and Offloading, é uma unidade flutuante de

produção offshore que processa, armazena e transfere hidrocarbonetos.

Figura 1- FPSO

3

A plataforma FPSO possui um mono-casco semelhante ao um casco de navio

ou barcaça. Em muitos casos, esse casco foi convertido de um VLCC e é lá que o

petróleo e/ou gás são armazenados.

Acima do convés fica a planta de processamento da plataforma que é chamado

de topside e é dividido em módulos. Cada FPSO tem o seu topside característico com

configuração dos módulos de acordo com a sua necessidade. Entretanto, em geral a

planta de processo do navio precisa exercer as funções de separar gás, água e óleo,

desidratar e comprimir o gás, processar o óleo, tratar a água do mar, injetar a água de

volta para o poço e produzir energia para a plataforma.

Figura 2- Planta de processamento

3. Objetivo

O objetivo dessa monografia é comparar duas análises diferente de resistência

estrutural de um módulo de FPSO. A primeira análise estrutural será feita através do

método de tensão admissível baseado na verificação do unity check dos membros

estruturais conforme a proposta da sociedade classificadora ABS. Em seguida, será

feito a análise de carga última de flambagem considerando as imperfeições geométricas

4

e o comportamento elasto-plástico do material. Os resultados dessas duas análises

serão comparados.

4. Metodologia

A metodologia desse projeto é fazer o modelo do módulo em um programa de

elementos finitos, montar as combinações de carregamento e fazer a análise de tensão

admissível pelo unity check. Em seguida, o carregamento será ajustado para que

apareça o primeiro membro estrutural falhando de acordo com a norma. Com o mesmo

carregamento, a imperfeição geométrica será modelada na estrutura e será feito a

análise de carga última de flambagem considerando o material elasto-plástico e com

imperfeição geométrica.

5. Revisão Bibliográfica

5.1. Flambagem

A flambagem por flexão ocorre pelo processo de deslocamentos laterais. Os

esforços de compressão tende a acentuar o efeito de curvaturas inicias que vão levar

esses deslocamentos. Esse efeito gera redução da capacidade de carga da peça

comprimida.

A carga crítica que a coluna idealmente perfeita incialmente reta mantém-se com

deslocamentos laterais nulas é formulada pela equação abaixa. Essa coluna idealmente

perfeita é assumida que é isenta de imperfeições geométricas e tensões residuais,

material de comportamento elástico linear e carga perfeitamente centrada.

𝑁𝑐𝑟 =𝜋2𝐸𝐼

𝑙2 (1)

Com cargas superiores a essa, a coluna não consegue mantem-se no equilíbrio

e aparecem deslocamentos laterais sendo sujeita a flexocompressão.

5

Essa carga crítica é para uma coluna. Entretanto, quando é do interesse obter a

carga crítica de flambagem para uma estrutura complexa com diversos membros como

um módulo de FPSO, é feito o cálculo do autovalor da análise de flambagem linear.

Entretanto, na vida real, a resistência contra flambagem por Euler ou por

autovalor é superestimada, já que as imperfeições e as não linearidade da estrutural

causam que a flambagem ocorra bem antes. Sendo assim, esse método é impreciso e

não conservador.

As imperfeições geométricas como desvios de retilinidade oriundas dos

processos de fabricação não garantem a centralidade do carregamento, provocando

uma flexão desde o início do carregamento.

𝜎 = 𝑁

𝐴+

𝑁𝛿𝑡

𝑊 (2)

Figura 3- Coluna comprimida

O gráfico abaixo apresenta a curva do esforço normal N pelo deslocamento

lateral (𝛿𝑡). Para materiais elastoplásticos, a coluna apresenta uma redução de rigidez

devido a plastificação progressiva. O ponto E é referente a tensão de escoamento do

material. Percebe-se que a coluna imperfeita de material inelástico e com tensões

residuais possui uma bifurcação com uma tensão menor, entrando em um regime

plástico mais rápido.

6

Figura 4- Força por deslocamento

Para levar em consideração essa não linearidade e as imperfeições geométricas

é utilizado a análise não linear de flambagem pelo método de Riks.

O carregamento e o deslocamento são variáveis indefinidas. O método de Riks

calcula essas duas variáveis simultaneamente e varia a magnitude do carregamento por

um parâmetro escalar. O software Abaqus utiliza o comprimento de arco para medir o

progresso da solução.

5.2. Regra da sociedade classificadora

Nesse estudo será utilizado as regras da sociedade classificadora, “American

Bureau of Shipping”, ABS. A Regra “Floating Production Installations 2015” deve ser

guiada para estrutura de topside.

As regras em geral são formuladas a partir de um embasamento teórico aliado a

uma análise estatística. Os navios ao longo de sua vida são obrigados a fazer vistorias

e nessas vistorias são feitos testes e coletas de dados como por exemplo diminuição de

espessura devido a corrosão, verificação de aparecimento de trincas e outros. A

importância dessa análise estatística se dá pelo fato que a teoria não consegue englobar

todos os fatores externos e incertezas que acontecem ao longo da vida útil da plataforma

ou navio.

7

Vale ressaltar que uma análise simples da probabilidade de ocorrência de um

evento embutida nos cálculos de regras e ou no coeficiente de segurança não é

prudente. Nesse sentido, as regras das sociedades classificadoras levam em

consideração outros fatores aliados a isso. Um desses fatores é a consequência

daquela estrutura falhar. A regra evidencia que consequências como perda de vida

humana, poluição, perda de controle da plataforma, colisão e avaria em uma outra

estrutura ou equipamento são considerados inaceitáveis. Um exemplo desse cuidado

extra relacionado com a vida humana está no coeficiente de segurança de 4,5 em

estruturas que suportam as baleeiras, pelo SOLAS.

Além disso, a regra avalia também a questão da facilidade da inspeção e o

reparo da estrutura. Uma estrutura que fica no convés principal, mesmo que pode ser

mais crítica pode ter um coeficiente de segurança menor devido que uma falha é logo

percebida e é facilmente de reparada. Já estruturas no fundo duplo do FPSO tem um

coeficiente de segurança muito maior, pois a inspeção nesse local é complicada. Por

exemplo nesse caso seria requerido que os tanques em volta do tanque inspecionado

estejam vazios, além disso o tanque precisa estar inertizado e iluminado. Caso há

necessidade de fazer um reparo, a plataforma fica com as atividades diminuídas por

mais tempo, causando perdas econômicas.

O último fator relevante que é considerado nas regras é a incerteza. Como já

dito, é impossível prever todos os esforços e o desgaste que a estrutura irá sofrer

durante o a vida útil de trinta anos da plataforma.

5.3. AISC 9ª ed.

A American Institute of Steel Construction, AISC, é um instituto técnico sem fins

lucrativos que o objetivo em desenvolver a indústria da construção de estruturas

metálica. Ela é famosa pelas suas normas, guia de projeto, especificações e manual.

A norma AISC 9ª ed. como a regra da sociedade classificadoras utilizam o

método das tensões admissíveis. Esse método admite que os carregamentos são

8

determinísticos e que serão os mais severos ao longo de toda vida útil. Nessa

perspectiva, as tensões resultantes são calculadas e são confrontadas com a tensão

admissível. As deformações plásticas não são desejáveis, é requerido que a estrutura

trabalhe no regime elástico. Sendo assim, a tensão admissível é a tensão de

escoamento do material multiplicado por um fator de segurança. Esse fator de

segurança é determinado pelas regras.

Nos próximos itens será formulado os cálculos que a AISC 9ª ed. propõe e no

final do trabalho encontra-se as notações como suporte para as equações.

5.3.1. Tipo de seção

A primeira verificação a ser feita é se as seções dos membros são compactas

ou não compactas. Vigas com espessuras de flanges ou almas muito finas comparados

ao seu tamanho provocaram instabilidade local devido a flambagem local. Sendo assim,

seções não compactadas não serão completamente efetivas, resultando em uma

resistência compressiva menor.

A classificação é em função da geometria da seção e da propriedade do aço.

Abaixo segue a tabela com a geometria, propriedade e o critério de compacto para um

perfil W retirado (ABS Buckling Guide, 2004).

Tabela 1- Tabela com geometria, propriedade e critério de compacto para perfil W

9

5.3.2. Compressão

A tensão crítica de flambagem de Euler é obtida pela divisão da carga crítica (1)

pela área axial.

𝑓𝐶 = 𝜋2𝐸

(𝑙/𝑟)2 (3)

Como pode ser visto pela equação (3), a tensão crítica depende da razão de

esbeltez (l/r). Membros com razão pequena apresentam tensões últimas superiores que

a tensão de escoamento. Sendo assim, a razão de esbeltez é verificada para saber se

a flambagem é inelástica ou elastica.

Figura 5 - Tensão critica

Será demonstrado os cálculos da tensão admissível dos membros prismáticos

sujeito a compressão.

𝐶𝐶 = √2𝜋2𝐸

𝐹𝑦 (4)

Para Kl/r < Cc :

𝐹𝑎 =

[1 − (𝐾𝑙/𝑟)2

2𝐶𝐶2 ] 𝐹𝑦

53 +

3 (𝐾𝑙𝑟

)

8𝐶𝐶−

(𝐾𝑙𝑟

)3

8𝐶𝐶3

(5)

10

Para Kl/r > Cc :

𝐹𝑎 =12𝜋2𝐸

23 ∗ (𝐾𝑙/𝑟)2 (6)

5.3.3. Tração

Membros tracionados vão falhar ou com o excesso de deformação ou por fratura.

Para prevenir a plastificação do material decorrente das deformações, a área da seção

tem que ser grande suficiente para não deixar que a tensão ultrapasse a tensão de

escoamento. Na tração, a razão de esbeltez não tem influência sobre a carga crítica.

A tensão admissível máxima para membros que estão sofrendo com tração é de

0,6 da tensão de escoamento do membro.

𝐹𝑡 = 0,6𝐹𝑦 (7)

5.3.4. Flexão

Uma viga sofrendo um momento fletor irá provocar tensões de compressão em

uma região e tensões de tração em uma outra. Na compressão e na tração, uma das

características da viga que dava resistência estrutural ao carregamento era a área axial,

já na flexão é o modulo de seção.

Figura 6 - Viga com flexão

Quando a viga é flexionada, a região comprimida tem um comportamento

análogo de uma coluna. Nessa perspectiva, será necessário verificar a razão de

11

esbeltez para saber se a viga entrará na flambagem elástica ou inelástica. Entretanto, a

região que estará tracionada poderá sofrer torsão. Essa instabilidade é chamada de

torsão lateral de flambagem e ocorre quando o comprimento lateral do flange de

compressão é maior que o limite. Uma maneira de prevenir essa falha é restringido o

flange sob compressão.

Figura 7- Torsão lateral de flambagem

5.3.4.1. Flexão no eixo com maior inercia em perfil I

A formulação da tensão admissível de flexão no maior eixo de inércia do perfil I

está descrita abaixo:

O valor do máximo do comprimento lateral do flange de compressão (Lc) é

adotado como o menor valor entre:

76𝑏𝑓

√𝐹𝑦

𝑜𝑢20000

(𝑑𝐴𝑓

)𝐹𝑦

(8)

Para seções compactas e Lb < Lc :

𝐹𝑏 = 0,66𝐹𝑦 (9)

Para seções não compactas e Lb < Lc:

𝐹𝑏 = 𝐹𝑦 [0,79 − 0,002 𝑏𝑓

2𝑡𝑓 √𝐹𝑦] (10)

Para seções compactas ou não compactas e Lb > Lc:

Quando:

12

√102 ∗ 103𝐶𝑏

𝐹𝑦≤

𝑙

𝑟𝑇≤ √

510 ∗ 103𝐶𝑏

𝐹𝑦 (11)

𝐹𝑏 = [2

3−

𝐹𝑦(𝑙

𝑟𝑇)2

1530 ∗ 103𝐶𝑏] 𝐹𝑦 ≤ 0,6𝐹𝑦 (12)

Quando:

𝑙

𝑟𝑇≥ √

510 ∗ 103𝐶𝑏

𝐹𝑦 (13)

𝐹𝑏 = 12 ∗103𝐶𝑏

𝑙𝑑/𝐴𝑓 ≤ 0,6𝐹𝑦 (14)

5.3.4.2. Flexão no eixo com menor inercia em perfil I

A tensão admissível de flexão no eixo de menor eixo inércia do perfil I depende

se a seção é compacta ou não.

Membros com seção compacta:

𝐹𝑏 = 0,75𝐹𝑦 (15)

Membros que seção não compacta:

𝐹𝑏 = 𝐹𝑦 [1,075 − 0,005 𝑏𝑓

2𝑡𝑓 √𝐹𝑦] (16)

5.3.5. Compressão e flexão

Membros sujeito a compressão e a flexão devem atender os requisitos abaixo:

Quando fa/Fa > 0,15

𝑓𝑎

𝐹𝑎+

𝐶𝑚𝑥 𝑓𝑏𝑥

(1 −𝑓𝑎

𝐹′𝑒𝑥)𝐹𝑏𝑥

+𝐶𝑚𝑦𝑓𝑏𝑦

(1 −𝑓𝑎

𝐹′𝑒𝑦)𝐹𝑏𝑦

≤ 1 (17)

e

𝑓𝑎

0,60𝐹𝑦+

𝑓𝑏𝑥

𝐹𝑏𝑥+

𝑓𝑏𝑦

𝐹𝑏𝑦≤ 1 (18)

Quando fa/Fa < 0,15

13

𝑓𝑎

𝐹𝑎+

𝑓𝑏𝑥

𝐹𝑏𝑥+

𝑓𝑏𝑦

𝐹𝑏𝑦≤ 1 (19)

Onde:

𝐹′𝑒 =12𝜋2𝐸

23(𝐾𝑙𝑏/𝑟𝑏)2 (20)

As tensões podem ser calculadas pelas equações abaixo.

𝑓𝑎 =𝑃

𝐴 (21)

𝑓𝑏 =𝑀

𝑆𝑀 (22)

5.4. Condições de Carregamento de Projeto

O FPSO é projetado para resistir a diversos cenários de carregamento. A regra

contempla que é preciso verificar duas condições na qual a embarcação está parada no

seu campo de petróleo. A primeira é a condição ambiental de projeto, chamada de DEC

na qual é a combinação de eventos extremos originados pelo vento, onda e corrente

que a plataforma pode sofrer. Nesses casos a regra afirma que a condição a ser adotada

é a condição com o carregamento mais severo das três abaixo:

Onda centenária associado com vento e corrente;

Vento centenário associado a onda e corrente;

Corrente centenária associada a onda e vento.

A segunda condição é a condição de operação de projeto que é chamado de

DOC. Essa condição é definida como sendo a condição limite para que as operações

normais sejam suspensas. A regra afirma que o período de retorno associado ao DOC

é de um ano ou maior, caso o operador mostre que é.

5.5. Critério pela Regra

A regra (FPI, 2015) da ABS (5A-1-4/7.3) afirma que é preciso verificar a

flambagem dos elementos. Essa verificação pode ser através da AISC 9ª edição pelo

unity check (UC).

14

Como visto no cálculo do UC, as tensões admissíveis elas possuem um fator de

segurança em torno de 0,6 da tensão de escoamento. Esse fator é utilizado para as

condições de operação, DOC. Enquanto as condições ambientais, DEC, a regra da ABS

afirma que a tensão de escoamento pode ser aumentada 1/3. Nessa perspectiva, o fator

de segurança fica na casa de 0,8 quando o unity check é calculado.

O critério para DEC e para DOC é que o UC não pode ser maior que 1 o que

significa que o elemento está flambando.

6. Modelo Estrutural

O módulo da FPSO foi modelado em um programa de elementos finitos. O

sistema de eixo foi mantido o padrão do software que é diferente do utilizado no meio

naval.

O modelo possui somente elementos que contribuem com a resistência

estrutural e todos eles foram modelados como elementos de viga.

O eixo das coordenadas do modelo são:

Longitudinal - X;

Transversal – Z;

Vertical – Y.

15

Figura 8- Modelo Estrutural

6.1. Material

O material utilizado foi aço naval comum ASTM A131M. A propriedade desse

aço está descrita abaixo (ASTM Standard A 131/A131M, 2008):

Tensão de escoamento (Fy) – 235 MPa;

Tensão de ruptura (Fw) – 490 MPa;

Módulo de elasticidade (E) – 206000 MPa;

Módulo de elasticidade transversal (G) – 79230 MPa;

Coeficiente de Poisson – 0,3;

Peso específico – 7850 kg/m³

6.2. Perfis

A estrutura é composta por perfis W de abas paralelas (d x b f x tf x tw).

16

Figura 9 - Dimensões do perfil W

W200x33.1 – 210x134x10.2x6.4;

W250x22.3 – 254x102x6.9x5.8;

W150x22.5 – 152x152x6.6x5.8;

W250x73 – 253x254x14.2x8.6.

Tabela 2 - Propriedades dos perfis

A seguir será apresentado os elementos pertencentes a cada grupo de seção.

a. W200x31.3

17

Figura 10 - W200x31.3

b. W250x22.3

Figura 11- W250x22.3

18

c. W150x22.5

Figura 12- W150x22.5

d. W250x73

Figura 13 - W250x73

19

6.3. Condição de Contorno

Os pés do módulo que fazem a conexão com o convés do FPSO foram fixados,

translação e rotação com movimento restringido.

Figura 14 - Condição de contorno

7. Carregamentos

Serão descritos os carregamentos que atuarão na vida útil do módulo. Os

carregamentos não terão um fator de redundância aplicados a cada um deles. A

metodologia proposta é que no final com a condição de carregamento simulando uma

condição do navio seja aumentada até que os cálculos prescritos da regra começam a

não passar.

A API 2A-WSD que os seguintes carregamentos e seus efeitos dinâmicos sejam

considerados no projeto da estrutura.

7.1. Carregamentos inercial

A estrutura e os equipamentos do módulo sofrem acelerações referentes a

resposta do movimento do FPSO nos seis graus de movimento (surge, sway, heave,

roll, pitch e yaw ). É calculada as acelerações longitudinais, transversais e verticais do

centro de gravidade da estrutura para uma dada condição de operação. Essas

20

acelerações estão em função do eixo de coordenada do modelo. Vale ressaltar que em

cada condição as acelerações variam e além disso, o módulo está posicionado próximo

de seção de meia nau do navio, consequentemente não são tão elevadas quanto seria

se estivessem nos extremos do navio.

Tabela 3- Aceleração em função da gravidade

Aceleração

Condição Mar Ax Az Ay

Operação Proa 0,035 g 0,000 g 0,131 g

Ambiental Proa 0,052 g 0,000 g 0,155 g

Operação Través 0,033 g 0,283 g 0,138 g

Ambiental Través 0,035 g 0,301 g 0,139 g

Sendo assim, quando for modelado o peso morto, os carregamentos serão

amplificados por essa aceleração.

7.2. Peso Morto

O peso morto é peso da estrutura da plataforma, os equipamentos permanentes

e outros acessórios que não varia com o tempo ou o modo de operação.

7.2.1. Peso próprio

O peso próprio da estrutura é o peso relacionado ao peso dos perfis. O programa

calcula automaticamente a partir do peso especifico do aço.

7.2.2. Peso do Gradeamento

O piso da estrutura é composto por grades. Essas grades não foram modeladas

porque sua contribuição para a resistência estrutural pode ser desconsiderada. A grade

faz uma pressão de 0,343 kN/m².

21

Figura 15 – Gradeamento

7.2.3. Peso dos Equipamentos

Em cima do módulo possui equipamentos na qual os seus pés de apoios estão

apoiados nas junções das vigas. Sendo assim, foi aplicado carga concentrada nos

nós.

22

Figura 16- Carregamento dos equipamentos

7.3. Live Load

O live load são os carregamentos que mudam durante um modo de operação

como movimentação de um equipamento.

A regra da ABS prevê uma carga prevista no deck do módulo referente se ao

tipo da região. Ela pode ser dividida em espaço para tripulação (passagem e dormitório),

trabalho ou armazenamento.

Nesse caso, o módulo possui uma região de passagem e o seu carregamento

previsto pela regra é de 4,51 kN/m² (FPI, 2015).

23

Figura 17- Live load

7.4. Carregamentos ambientais

O carregamento ambiental a qual o módulo irá sofrer diretamente será

unicamente a ação do vento, já que sua localização é acima do convés principal. Sendo

assim, o módulo não sofrerá com o efeito de entrada d´água no convés devido a onda.

A API 2A-WSD faz a elaboração da pressão do vento agindo na estrutura como:

𝑝 = 𝐹

𝐴=

𝜌𝐶𝑠𝑈2

2 (23)

Onde:

𝜌 é a densidade do ar (1,22 kg/m³);

𝐶𝑠 é o coeficiente de forma (1,5) que é obtido na tabela abaixo;

𝑈 é a velocidade do vento em m/s;

𝐹 é a força do vento;

𝐴 é a área exposta.

24

Tabela 4 -Coeficiente de forma

A pressão que o vento faz na estrutura pode visto na tabela baixo.

Tabela 5- Carga do vento

Condição Velocidade do vento Pressão

DOC 50 nós 25,7 m/s 0,61 kN/m²

DEC 70 nós 36,0 m/s 1,19 kN/m²

7.5. Combinação dos carregamentos

Com os carregamentos descritos, foi feito seis combinações de carregamento

abrangido as condições de mar de proa, head seas, e mar de través, beam seas, para

as condições de operação e a extrema. O módulo no eixo X é simétrico, sendo assim

não precisa combinar com o carregamento no – X.

Figura 18 – Mar de proa e de través

Nos carregamentos de carregamento estático, foi multiplicado um fator no

carregamento referente as acelerações da FPSO em cada combinação. No eixo Y o

fator de carregamento é 1g mais a aceleração vertical do navio naquela condição e mar.

25

Tabela 6- Combinação dos carregamentos

Condição Mar Direção Carregamento

Estático X

Carregamento

Estático Z

Carregamento

Estático Y

Live

Load

Vento

X

Vento

Z

Operação Proa +X 0,035 0,000 -1,131 1 1 0

Ambiental Proa +X 0,052 0,000 -1,155 1 1 0

Operação Través +X + Z 0,033 0,283 -1,138 1 0 1

Ambiental Través +X +Z 0,035 0,301 -1,139 1 0 1

Operação Través +X - Z 0,033 -0,283 -1,138 1 0 -1

Ambiental Través +X -Z 0,035 -0,301 -1,139 1 0 -1

8. Unity Check

Para cada combinação acima apresentada foi ajustado o peso dos

equipamentos até que a primeira viga da estrutura não passe no critério, unity check

maior que 1. Como cada combinação tem carregamentos e/ou tensões admissíveis

diferentes, logo o peso do equipamento varia entre as combinações. Vale lembrar que

viga que falha primeiro em uma combinação de carregamento, não necessariamente é

que vai falhar em uma outra.

Nessa perspectiva serão apresentados o resumo das forças em casa

combinação com os unity checks das vigas do modelo.

A direção das forças está correlacionada com o eixo de coordenada do modelo

na qual o eixo X é longitudinal, Z é transversal e Y é vertical.

8.1. Condição de Operação no Mar de Proa

Nessa condição, o peso do equipamento ficou 444 kN (45,26 t) para que a

primeira viga falhasse.

Na tabela abaixo apresenta os resumos das cargas para cada carregamento com

as acelerações e a figura abaixo é modelo indicando o unity check de cada viga.

26

Tabela 7 - Resumo das forças (Operação no Mar de Proa)

Operação no Mar de Proa +X Fy Fx Fz

Peso Próprio -22,974 kN 0,705 kN 0,000 kN

Peso do Gradeamento -7,332 kN 0,222 kN 0,000 kN

Peso dos Equipamentos -502,350 kN 15,450 kN 0,000 kN

Live Load -17,785 kN 0,000 kN 0,000 kN

Vento X 0,000 kN 1,305 kN 0,000 kN

Figura 19 - Unity Check (Operação no Mar de Proa)

8.2. Condição Ambiental no Mar de Proa

Na condição ambiental no mar de proa, o peso o equipamento ficou com 571 kN

(58,21 t). Abaixo, encontra o resumo das cargas com as acelerações e o resultado do

unity check.

27

Tabela 8 - Resumo das forças (condição ambiental no mar de proa)

Condição Ambiental no Mar de Proa +X Fy Fx Fz

Peso Próprio -23,449 kN 1,056 kN 0,000 kN

Peso do Gradeamento -7,475 kN 0,335 kN 0,000 kN

Peso dos Equipamentos -659,400 kN 29,700 kN 0,000 kN

Live Load -17,785 kN 0,000 kN 0,000 kN

Vento X 0,000 kN -2,555 kN 0,000 kN

Figura 20 - Unity Check (condição ambiental no mar de proa)

8.3. Condição de Operação no Mar de Través (+X +Z)

Na condição de operação no mar de través (+X +Z) o peso o equipamento ficou

com 228 kN (23,24 t). O resumo das cargas com as acelerações e o resultado do unity

check apresentam na tabela 9.

28

Tabela 9 - Resumo das forças (condição de operação no mar de través +X +Z)

Condição de Operação no Mar de Través +X + Z Fy Fx Fz

Peso Próprio -23,098 kN 0,662 kN 5,752 kN

Peso do Gradeamento -7,358 kN 0,210 kN 1,830 kN

Peso dos Equipamentos -259,350 kN 7,500 kN 64,650 kN

Live Load -17,785 kN 0,000 kN 0,000 kN

Vento Y 0,000 kN 0,000 kN 3,679 kN

Figura 21 - Unity Check (condição de operação no mar de través +X +Z)

8.4. Condição Ambiental no Mar de Través (+X +Z)

Na condição ambiental no mar de través (+X +Z), o peso o equipamento ficou

com 298 kN (30,38 t). Abaixo, encontra o resumo das cargas com as acelerações e o

resultado do unity check.

29

Tabela 10 - Resumo das forças (Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z)

Condição Ambiental no Mar de Través +X + Z Fy Fx Fz

Peso Próprio -23,118 kN 0,705 kN 6,105 kN

Peso do Gradeamento -7,358 kN 0,222 kN 1,947 kN

Peso dos Equipamentos -339,300 kN 10,350 kN 89,550 kN

Live Load -17,785 kN 0,000 kN 0,000 kN

Vento Y 0,000 kN 0,000 kN 3,679 kN

Figura 22- Unity Check (Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z)

8.5. Condição de Operação no Mar de Través (+X -Z)

Na condição de operação no mar de través (+X -Z) o peso o equipamento ficou

com 251 kN (25,59t). Abaixo, encontra o resumo das cargas com as acelerações e o

resultado do unity check.

30

Tabela 11 - Resumo das forças (condição de operação no mar de través +X -Z)

Condição de Operação no Mar de Través +X - Z Fy Fx Fz

Peso Próprio -23,098 kN 0,662 kN -5,752 kN

Peso do Gradeamento -7,358 kN 0,210 kN -1,830 kN

Peso dos Equipamentos -285,600 kN 8,250 kN -71,100 kN

Live Load -17,785 kN 0,000 kN 0,000 kN

Vento Y 0,000 kN 0,000 kN -1,869 kN

Figura 23 - Unity Check (condição de operação no mar de través +X -Z)

8.6. Condição Ambiental no Mar de Través (+X -Z)

Na condição ambiental no mar de través (+X -Z), o peso o equipamento ficou

com 325 kN (33,13 t). Abaixo, encontra o resumo das cargas com as acelerações e o

resultado do unity check.

31

Tabela 12- Resumo das forças (Condição Ambiental no Mar de Través +X -Z)

Condição Ambiental no Mar de Través +X - Z Fy Fx Fz

Peso Próprio -23,118 kN 0,705 kN -6,105 kN

Peso do Gradeamento -7,358 kN 0,222 kN -1,947 kN

Peso dos Equipamentos -370,050 kN 11,250 kN -97,800 kN

Live Load -17,785 kN 0,000 kN 0,000 kN

Vento Y 0,000 kN 0,000 kN -3,679 kN

Figura 24 - Unity Check (Condição Ambiental no Mar de Través +X -Z)

9. Análise de Flambagem pelo Método de Riks com

Imperfeição Geométrica

A análise não linear de flambagem foi feita no software Abaqus. Foi modelado a

mesma estrutura e as mesmas combinações de carregamento. Os elementos da

estrutura são B-31 que elementos de vigas com interpolação linear. O primeiro passo

da análise não linear é fazer a análise de flambagem por autovalor e encontrar os modos

de flambagens. O Abaqus normaliza o deslocamento para ser igual a 1. A análise de

32

flambagem por autovalor é feito criando um step com o tipo de procedimento igual a

perturbação linear. Depois, seleciona a análise de flambagem com o carregamento

desejado.

Com os autovalores calculados na análise de flambagem, é feito a análise não

linear. Utiliza-se o método de Riks no software. É pedido um fator de escala para um

dado modo que está relacionado com a imperfeição geométrica. Para fazer a análise é

criado um step com o tipo de procedimento geral com a análise de Riks. Em seguida, é

editado as palavras chaves do modelo e adicionado a função “imperfection” a qual

chamará a análise de flambagem por autovalo. Além disso, precisará informar o modo

de falha e o fator de escala. Geralmente, a estrutura chega a flambar no primeiro modo

de flambagem. O fator de escala é em função da tolerância máxima de alinhamento

divido pelo deslocamento do nó. A tolerância máxima de acordo com (AISC Code of

Standard Practice for Steel Building and Bridges, 2005) é de L/1000.

𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 = (

𝐿1000

)

𝐷𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (24)

O método de Riks multiplica a magnitude da carga por um parâmetro escalar e

faz a análise estrutural do módulo. Esse parâmetro é chamado de fator de

proporcionalidade da carga (LPF).

O material nessa análise tem o comportamento elasto-plástico. Com baixas

tensões o material estará no regime linear elástico na qual a remoção do seu

carregamento a estrutura apresentará nenhuma deformação. Com o acréscimo do

carregamento e consequentemente de tensão, o material produzirá deformações

permanentes estando no regime plástico até chegar no colapso.

Na análise do unity check, o carregamento foi ajustado para ter um membro com

o unity check igual a um, consequentemente não passando no critério da norma. Na

análise não linear de flambagem foi utilizado o mesmo carregamento da análise passada

e foi verificado qual é o fator de proporcionalidade de carga que a estrutura colapsa.

33

Vale lembrar que quando o LPF é igual a 1, o carregamento é igual ao mesmo

carregamento da análise passada.

Na próxima seção será mostrado os resultados do modo de flambagem, a curva

do fator de proporcionalidade de carga (LPF) x o comprimento de arco, primeiro

aparecimento de plasticidade da estrutura e as tensões de von mises para cada

condição.

9.1. Condição de Operação no Mar de Proa

O primeiro modo de flambagem ocorre em um dos contraventamentos como

pode ser visto pela imagem abaixo.

Figura 25- Deformação Condição de Operação no Mar de Proa

Fazendo a análise de flambagem não linear com a imperfeição geométrica, a

estrutura como um todo colapsa com um fator de proporcionalidade da carga de 1,15.

Observa-se na curva abaixo o comportamento da estrutura em função da carga. A parte

reta da curva é a região que a estrutura está no regime elástico e o ponto mais alto da

curva é o ponto e que a estrutura colapsa.

34

Figura 26 - LPF Condição de Operação no Mar de Proa

A estrutura quando está com 45% do seu carregamento apresenta as primeiras

deformações plásticas.

Figura 27- Deformação Plástica Condição de Operação no Mar de Proa

Com o fator de proporcionalidade de carga igual a 1, as tensões de Von Mises

podem ser vistas na figura abaixo.

35

Figura 28 - Von Mises Condição de Operação no Mar de Proa

9.2. Condição Ambiental no Mar de Proa

O primeiro modo de flambagem ocorre no mesmo contraventamento que a

condição de operação no mar de proa ocorreu.

36

Figura 29 - Condição Ambiental no Mar de Proa

Nessa condição o fator de proporcionalidade da carga é 0,86 fazendo a análise

de flambagem não linear com imperfeição geométrica. Observa-se que a estrutura não

consegue suportar o carregamento na sua totalidade.

Figura 30 - LPF Condição Ambiental no Mar de Proa

37

Com 31% do carregamento, a estrutura apresenta as primeiras deformações

plásticas.

Figura 31 - Deformação Plástica Condição Ambiental no Mar de Proa

9.3. Condição de Operação no Mar de Través +X + Z

O primeiro modo de flambagem ocorre em um dos contraventamentos, mas em

uma perna diferente das condições de operação e ambiental para mar de proa.

38

Figura 32 - Condição de Operação no Mar de Través +X +Z

O fator de proporcionalidade de carga que é preciso para a estrutura colapsar é

2,19. Nessa condição, a margem está bem grande.

Figura 33 - LPF Condição de Operação no Mar de Través +X +Z

A estrutura quando está com 78% do seu carregamento apresenta as primeiras

deformações plásticas.

39

Figura 34 - Deformação Plástica Condição de Operação no Mar de Través +X +Z

As tensões de Von Mises quando o carregamento tem proporcionalidade de

carga igual a 1 podem ser vistas na figura abaixo.

Figura 35- Von Mises Condição de Operação no Mar de Través +X +Z

9.4. Condição Ambiental no Mar de Través +X + Z

O primeiro modo de flambagem ocorre em no mesmo contraventamentos que na

condição de operação no mar de través +X +Z.

40

Figura 36 - Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z

Fazendo a análise de flambagem não linear com a imperfeição geométrica, a

estrutura como um todo colapsa com um fator de proporcionalidade da carga de 1,66.

Figura 37- LPF Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z

Com 61% do carregamento, a estrutura apresenta as primeiras deformações

plásticas.

41

Figura 38 - Deformação Plástica Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z

Com o fator de proporcionalidade de carga igual a 1, as tensões de Von Mises

podem ser vistas na figura abaixo.

Figura 39 - Von Mises Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z

9.5. Condição de Operação no Mar de Través +X – Z

O primeiro modo de flambagem ocorre no mesmo contraventamento que as

condições de operação e ambiental no mar de proa ocorrem.

42

Figura 40 - Condição de Operação no Mar de Través +X –Z

Nessa condição o fator de proporcionalidade da carga é 1,92 fazendo a análise

de flambagem não linear com imperfeição geométrica.

Figura 41 - LPF Condição de Operação no Mar de Través +X –Z

A estrutura quando está com 80% do seu carregamento apresenta as primeiras

deformações plásticas.

43

Figura 42 - Deformação Plástica Condição de Operação no Mar de Través +X –Z

As tensões de Von Mises quando o carregamento tem proporcionalidade de

carga igual a 1 podem ser vistas na figura abaixo.

Figura 43 - Von Mises Condição de Operação no Mar de Través +X –Z

44

9.6. Condição Ambiental no Mar de Través +X – Z

O primeiro modo de flambagem ocorre no mesmo contraventamento que as

condições operação e ambiental de mar de proa e condição de operação no mar de

través +X –Z ocorrem.

Figura 44 - Condição Ambiental no Mar de Través +X +Z

O fator de proporcionalidade da carga nessa condição é 1,47 para a estrutura

colapsar.

Figura 45 - LPF Condição Ambiental no Mar de Través +X –Z

45

Com 55% do carregamento, a estrutura apresenta as primeiras deformações

plásticas.

Figura 46 - Deformação Plástica Condição Ambiental no Mar de Través +X -Z

Com o fator de proporcionalidade de carga igual a 1, as tensões de Von Mises

podem ser vistas na figura abaixo.

Figura 47 - Von Mises Condição Ambiental no Mar de Través +X –Z

46

10. Conclusão A Regra da ABS que aprova a estrutura metálica do módulo da FPSO

afirma que a estrutura pode ser verificada pelo unity check de acordo com a

AISC. Além disso, ela separa as condições de carregamento entre condição de

carregamento de operação e condição extremas. Para a condição de operação

a tensão admissível é em função da tensão de escoamento do material e para

condição de situações extrema a tensão de escoamento é acrescida um terço.

No estudo que foi feito, a carga de equipamento foi amplificada para cada

condição até que a estrutura apresentasse o primeiro membro com unity check

igual a 1, estando logo no limite de não passar. Comparando os carregamentos

entre as condições de operação e ambiental com o mesmo mar e direção,

observa-se que a condição de operação nesse caso suporta menos carga, pois

as acelerações e a força ao vento das condições ambientais não são bem

superiores do que as na condição de operação ao ponto de contrapor esse

acréscimo de um terço da tensão de escoamento na tensão admissível. Essas

diferenças entre as acelerações do nas condições de operação e ambiental

serem pequeno é porque a estrutura está bem no meio da embarcação.

Além disso, foi observado que os membros que falharam foram a viga do

pé da estrutura e uma viga transversal que está em balanço. Caso essas vigas

fosse mais robusta, a estrutura como um todo aguentaria mais carga, pois os

outros elementos estruturais ainda têm uma margem de unity check. Entretanto,

esse ajuste da robustez das vigas de acordo com o seu unity check, lembrando

uma otimização da estrutura não é recorrente para módulos, já que a diferença

do peso que a estrutura ganharia comparado com o peso da FPSO em condição

carregada seria desprezível e as incertezas do carregamento são muito grande.

47

Na análise de flambagem não linear com imperfeições geométricas, foi

observado a característica da curva LPF x comprimento do arco como citado nos

livros teóricos a qual a reta começa linear por estar no regime elástico e em

seguida a estrutura começa a plastificar até chegar no ponto mais alto da curva

aonde a estrutura colapsa.

Uma característica que ficou evidente é que na análise de flambagem não

linear que o valor total do carregamento influencia mais do que no unity check.

Como o unity check é uma análise mais local, de cada membro, o

posicionamento da carga é bem crítico. Já na análise de flambagem não linear

a estrutura é vista como um todo, logo caso um membro falhe, não

necessariamente a estrutura como um todo irá falhar.

O resultado da análise de flambagem não linear que mais chamou

atenção foi o resultado da condição ambiental no mar de proa na qual o LPF

necessário que a estrutura colapsa é 0,86. Isso mostrou que uma surpresa já

que para a sociedade classificadora o módulo estaria bom enquanto na verdade

ela colapsaria.

Os resultados mostraram também que em todos as condições de

carregamento a estrutura teria algum elemento plastificado e vale lembrar que a

sociedade classificadora quer que a estrutura trabalhe somente no regime

elástico.

O estudo mostrou que os resultados formulados pelas Regras foram bem

conservadores comparados com a análise de carga última de flambagem não

linear com imperfeição geométrica. Entretanto, o resultado na qual a estrutura

flambava para a análise não linear e passa nos cálculos de norma, faz lembrar

que é preciso ter ressalvas com a formulação da regra e fazer uma outra análise

48

de resistência estrutural para certificar que a estrutura está realmente boa. A

tabela 13 mostra o resumo das condições de carregamento na análise de

flambagem não linear.

Tabela 13 - Resumo das condições de carregamento

Condições de carregamentos

Condição Mar Direção Fx (Kn) Fz (kN) Fy (Kn)

Fator Proporcional

de Carga (LPF)

LPF que a estrutura começa

a plastificar

Operação Proa +X 17,682 0,000 -550,441 1,15 0,45

Ambiental Proa +X 28,536 0,000 -708,109 0,86 0,31

Operação Través +X + Z 8,372 75,911 -307,591 2,19 0,78

Ambiental Través +X +Z 11,277 101,281 -387,561 1,66 0,61

Operação Través +X - Z 9,122 -80,551 -333,841 1,92 0,80

Ambiental Través +X -Z 12,177 -109,531 -418,311 1,47 0,55

49

11. Referências Bibliográficas

ABS Buckling Guide. (2004). Guide for Buckling and Ultimate Strength Assessment for

Offshore Structures. American Bureau of Shipping.

AISC 9ª edição. (1989). Specification for Structural Steel Buildings - Allowable Stress

Design and Plastic Design. American Institute of Steel Construction.

AISC Code of Standard Practice for Steel Building and Bridges. (2005). Code of

Standard Practice for Steel Building and Bridges. American Institute of Steel

Construction.

API 2A-WSD. (2014). Planning, Designing, and Constructing Fixed Offshore

Platforms—Working Stress Design. American Petroleum Institute.

ASTM Standard A 131/A131M. (2008). Standard Specification for Structural Steel for

Ships. ASTM International.

Chen, T. (2014, June). On Introducing Imperfection in the Non-Linear Analysis of

Buckling of Thin Shell Structures. TU Delft.

Dassault Systemes Simulia Corp. (2010). Analysis User's Manual. USA: Abaqus 6.14.

FPI. (2015). Rules for Building and Classing Floating Production Installations.

American Bureau of Shipping.

Muameleci, M. (2014, June). Linear and Nonlinear Buckling Analyses of Plates Using

The Finite Element Method. Linköping, Sweden: Master thesis in Solid

Mechanics performed at Linköping University.

Novoselac, S., Ergic, T., & Balicevic, P. (2012). Linear and Nonlinear Buckling and

Post Buckling Analysis of a Bar with the Influence of Imperfection. Tehnički

vjesnik.

Segui, W. T. (2007). Steel Design. Thomson.