13
Leia a charge. (www.newtonsilva.com) É correto afirmar que a charge visa a) apoiar a atitude dos alunos e propor a libe- ração geral da frequência às aulas. b) enaltecer a escola brasileira e homenagear o trabalho docente. c) indicar a deflagração de uma greve e in- centivar a adesão a ela. d) recriminar os alunos e declarar apoio à po- lítica educacional. e) criticar a situação atual do ensino e denun- ciar a evasão escolar. alternativa E A charge ironiza a precariedade do ensino no Bra- sil. Leia os versos de Cecília Meireles, extraídos do poema Epigrama n.º 8. Encostei-me a ti, sabendo bem que eras [somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha [vida em ti. Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu [destino frágil, fiquei sem poder chorar, quando caí. O eu lírico reconhece que a pessoa em quem depôs sua vida representava a) uma relação incerta, por isso os desenga- nos vividos seriam inevitáveis. b) um sentimento intenso, por isso tinha cer- teza de que não sofreria. c) um caso de amor passageiro, por isso se sentia enganado. d) uma angústia inevitável, por isso seria me- lhor aquele amor. e) uma opção equivocada, por isso sempre teve medo de amar. alternativa A Cecília Meireles é poetisa da 2ª geração moder- nista e de forma extremamente lírica reflete, nos versos selecionados, sobre a instabilidade das re- lações amorosas. Todo estudante sabe que atualidade tam- bém é questão de vestibular. Para garantir um bom desempenho, fique atento a temas que se repetem durante alguns dias em jor- nais, sites ou canais de TV. Quando estiver se informando, relacione os acontecimentos aos conteúdos aprendidos em sala de aula. E cui- dado especial com meio ambiente, sempre em alta nas provas. (Veja, 18.05.2011.) A intenção explícita do texto, considerada a interlocução nele definida, é a) descrever que o próprio vestibular é um tema de atualidade. b) orientar os vestibulandos sobre como estu- dar atualidade. c) mostrar aos professores que a tv é impor- tante para se ensinar atualidade. d) enfatizar as divergências entre informa- ções da mídia e da escola. e) indicar aos estudantes que meio ambiente é um tema já desgastado. Questão 1 Questão 2 Questão 3

alternativa A - Grupo ETAPA Educacional · do poema Epigrama n.º 8. Encostei-me a ti, sabendo bem que eras [somente onda. Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha [vida em ti

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Leia a charge.

(www.newtonsilva.com)

É correto afirmar que a charge visaa) apoiar a atitude dos alunos e propor a libe-ração geral da frequência às aulas.b) enaltecer a escola brasileira e homenagearo trabalho docente.c) indicar a deflagração de uma greve e in-centivar a adesão a ela.d) recriminar os alunos e declarar apoio à po-lítica educacional.e) criticar a situação atual do ensino e denun-ciar a evasão escolar.

alternativa E

A charge ironiza a precariedade do ensino no Bra-sil.

Leia os versos de Cecília Meireles, extraídosdo poema Epigrama n.º 8.

Encostei-me a ti, sabendo bem que eras[somente onda.

Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha[vida em ti.

Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu[destino frágil,

fiquei sem poder chorar, quando caí.

O eu lírico reconhece que a pessoa em quemdepôs sua vida representavaa) uma relação incerta, por isso os desenga-nos vividos seriam inevitáveis.b) um sentimento intenso, por isso tinha cer-teza de que não sofreria.c) um caso de amor passageiro, por isso sesentia enganado.d) uma angústia inevitável, por isso seria me-lhor aquele amor.e) uma opção equivocada, por isso sempreteve medo de amar.

alternativa A

Cecília Meireles é poetisa da 2ª geração moder-nista e de forma extremamente lírica reflete, nosversos selecionados, sobre a instabilidade das re-lações amorosas.

Todo estudante sabe que atualidade tam-bém é questão de vestibular. Para garantirum bom desempenho, fique atento a temasque se repetem durante alguns dias em jor-nais, sites ou canais de TV. Quando estiver seinformando, relacione os acontecimentos aosconteúdos aprendidos em sala de aula. E cui-dado especial com meio ambiente, sempre emalta nas provas.

(Veja, 18.05.2011.)

A intenção explícita do texto, considerada ainterlocução nele definida, éa) descrever que o próprio vestibular é umtema de atualidade.b) orientar os vestibulandos sobre como estu-dar atualidade.c) mostrar aos professores que a tv é impor-tante para se ensinar atualidade.d) enfatizar as divergências entre informa-ções da mídia e da escola.e) indicar aos estudantes que meio ambienteé um tema já desgastado.

Questão 1

Questão 2

Questão 3

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alternativa B

O artigo extraído de uma revista visa orientar es-tudantes sobre como ler e entender notícias vei-culadas por diversos meios de comunicação, afim de ter sucesso nos exames vestibulares.

Leia o poema de Almeida Garrett.

Seus olhos

Seus olhos – se eu sei pintarO que os meus olhos cegou –Não tinham luz de brilhar,Era chama de queimar;E o fogo que a ateouVivaz, eterno, divino,Como facho do Destino.

Divino, eterno! – e suaveAo mesmo tempo: mas graveE de tão fatal poder,Que, um só momento que a vi,Queimar toda alma senti...Nem ficou mais de meu ser,Senão a cinza em que ardi.

Da leitura do poema, depreende-se que setrata de obra doa) Barroco, no qual se identifica o escapismopsicológico.b) Arcadismo, no qual se identifica a conten-ção do sentimento.c) Romantismo, no qual se identifica a ideali-zação da mulher.d) Realismo, no qual se identifica o pessimis-mo extremo.e) Modernismo, no qual se identifica a buscapela liberdade.

alternativa C

Almeida Garrett é o mais representativo poeta doRomantismo em Portugal. Nos versos seleciona-dos, aborda a temática lírico-amorosa em que amulher aparece divinizada.

Observe a imagem veiculada na internet.

(UOL, 19.05.2011.)

O texto verbal contém uma passagem em de-sacordo com a norma-padrão da língua portu-guesa. Corrige-se essa inadequação com asubstituição dea) tem por têm.b) vitais por vital.c) aprenda por aprende.d) a por à.e) cuidá-lo por cuidar dele.

alternativa E

Cuidar é verbo transitivo indireto e pede comple-mento preposicionado.

Instrução: Leia o texto para responder àsquestões de números 06 a 08.

Chove chuva, chove sem parar

O óbvio, o esperado. Nos últimos dias, ocomentário que teimou e bateu ponto em qual-quer canto de Curitiba, principalmente nosbotecos, foi um só:

– Mas que chuvarada, né?De olho no nível das águas do pequeno

riacho que passa junto à mansão da Vila Pi-roquinha, Natureza Morta procurou o ladobom de tanta chuva ininterrupta.

Concluiu que, pelo excesso de uso, dispo-sitivo sempre operante, o tempo fez a alegriado pessoal que conserta limpador de para-bri-sa. Desse pessoal e, nem tanto, de quem vendeguarda-chuva. Afinal, do jeito que a coisa an-

português/redação

Questão 4

Questão 5

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dava, agravada pelo frio, a freguesia – de ma-neira compulsória – praticamente desapare-ceu das ruas.

(Gazeta do Povo, 02.08.2011.)

Em suas considerações, o personagem Natu-reza Morta conclui quea) as pessoas gostam de sair às ruas em diasde chuva.b) a chuva em excesso teve o seu lado positi-vo.c) o lado bom da chuva foi o comentário nosbotecos.d) as pessoas ficam alegres em dias chuvosos.e) a chuva muito agradou aos vendedores deguarda-chuva.

alternativa B

Conforme o texto: "o tempo fez a alegria do pes-soal que conserta limpador de para-brisa".

Analise as afirmações, com base na frase –Mas que chuvarada, né?

I. O termo chuvarada, conforme o sufixo queo compõe, indica chuva em grande quantida-de, da mesma forma como ocorre com ossubstantivos papelada e criançada.II. No contexto, o termo Mas deve ser enten-dido como um marcador de oralidade, semvalor adversativo.III. A frase não é, de fato, uma pergunta, poistraz a constatação de uma situação vivida.Portanto, funciona com valor fático, princi-palmente.Está correto o que se afirma ema) I, apenas.c) I e II, apenas.e) I, II e III.

b) III, apenas.d) II e III, apenas.

alternativa E

• Em I, o sufixo -ada indica reunião.• Em II, a expressão mas que tem valor enfático.• Em III, a frase tem a função de iniciar a conver-sação ou "quebrar o gelo", caracterizando a fun-ção fática da linguagem.

As expressões no texto utilizadas como equi-valentes sãoa) óbvio e comentário (ambas no 1.º parágrafo).b) teimou e bateu ponto (ambas no 1.º pará-grafo).c) sem parar (no título) e ininterrupta (no3.º parágrafo).d) chuvarada (no 2.º parágrafo) e águas (no3.º parágrafo).e) pelo excesso de uso e de maneira compulsó-ria (ambas no 4.º parágrafo).

alternativa C

A preposição sem e o prefixo in- têm valor negati-vo, garantindo a equivalência semântica entre asduas expressões.

Observe o esquema.

(Veja, 18.05.2011.)

português/redação

Questão 6

Questão 7

Questão 8

Questão 9

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Acompanhando a ideia de que “um livro puxaoutro”, quem leu As Cidades Invisíveis deveter lidoa) A Ilha do Tesouro.b) Odisseia.c) Os Maias.d) O Homem da Areia.e) O Decameron.

alternativa A

Conforme o infográfico, o livro de Ítalo Calvino temcomo antecessores O Aleph, de Jorge Luis Bor-ges, A ilha do tesouro, de Robert Louis Stevensone a série de Sherlock Holmes, de Arthur ConanDoyle.

O que o excesso de gordura tem a ver comproblemas de memória? Tudo, segundo estu-dos recentes. O último foi feito na Kent StateUniversity (EUA) e mostrou que pacientessubmetidos à cirurgia bariátrica exibirammelhora na capacidade de armazenar infor-mações 12 semanas depois da operação.“Estamos acompanhando esses indivíduospara checar se a performance continuará amesma um ano e dois anos depois”, disse àISTOÉ John Gunstad, líder da pesquisa. Nasua experiência clínica, o médico Roberto Rizzi,membro da Sociedade Brasileira de CirurgiaBariátrica e Metabólica, já havia observado aassociação. “Percebe-se que após uma grandeperda de peso há melhoria no poder de selembrar das coisas”, diz.

(IstoÉ, 22.06.2011. Adaptado.)

Um título adequado ao texto éa) Emagrecer faz bem à memória.b) Médico brasileiro contesta estudo america-no.c) Gordura em excesso potencializa a memó-ria.d) Memória fica inalterada até dois anos apóscirurgia.e) Cirurgia traz perda de peso e de memória.

alternativa A

"Emagrecer faz bem à memória" é um título quesintetiza apropriadamente a ideia central do texto:"pacientes submetidos à cirurgia bariátrica exibi-ram melhora na capacidade de armazenar infor-mações...".

Considere o texto.

(IstoÉ, 18.05.2011.)

O objetivo do texto éa) ironizar a ação do TCU no combate àsfraudes.b) mostrar os mecanismos de desvio de recur-sos.c) sugerir a manutenção das verbas destina-das aos municípios.d) explicar como é difícil desviar verbas.e) ressaltar a qualidade da educação apesardas fraudes.

alternativa B

A intenção do texto é evidenciar, associando a lin-guagem verbal a uma não verbal, o desvio nasverbas repassadas do governo federal aos muni-cípios. Isso se confirma nos itens 3 e 4, citadosrespectivamente:3. "Para desviar os recursos, os municípios criamdiversos esquemas"4. "Os mais comuns são o superfaturamento nacompra de material que será utilizado nos cursose informações falsas sobre presença, matrícula eexistência dos alunos"

português/redação

Questão 10

Questão 11

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Instrução: Para responder às questões de nú-meros 12 a 16, leia o trecho do conto de Ma-chado de Assis.

Flor Anônima

Manhã clara. A alma de Martinha é queacordou escura. Tinha ido na véspera a umcasamento; e, ao tornar para casa, com a tiaque mora com ela, não podia encobrir a triste-za que lhe dera a alegria dos outros e particu-larmente dos noivos.

Martinha ia nos seus... Nascera há mui-tos anos. Toda a gente que estava em casa,quando ela nasceu, anunciou que seria a feli-cidade da família. O pai não cabia em si decontente.

– Há de ser linda!– Há de ser boa!– Há de ser condessa!– Há de ser rainha!Essas e outras profecias iam ocorrendo

aos parentes e amigos da casa.Lá vão... Aqui pega a alma escura de

Martinha. Lá vão quarenta e três anos — ouquarenta e cinco, segundo a tia; Martinha,porém, afirma que são quarenta e três. Adote-mos este número. Para ti, moça de vinte anos,a diferença é nada; mas deixa-te ir aos qua-renta, nas mesmas circunstâncias que ela, everás se não te cerceias uns dois anos. Edepois nada obsta que marches um poucopara trás. Quarenta e três, quarenta e dois,fazem tão pouca diferença...

Naturalmente a leitora espera que o ma-rido de Martinha apareça, depois de ter lidoos jornais ou enxugado do banho. Mas é quenão há marido, nem nada. Martinha é soltei-ra, e daí vem a alma escura desta bela ma-nhã clara e fresca, posterior à noite de bodas.

Só, tão só, provavelmente só até a morte;e Martinha morrerá tarde, porque é robustacomo um trabalhador e sã como um pero. Nãoteve mais que a tia velha. Pai e mãe morre-ram, e cedo.

A culpa dessa solidão a quem pertence?Ao destino ou a ela? Martinha crê, às vezes,que ao destino; às vezes, acusa-se a si própria.Nós podemos descobrir a verdade, indo comela abrir a gaveta, a caixa, e na caixa a bolsade veludo verde e velha, em que estão guarda-das todas as suas lembranças amorosas. Ago-

ra que assistira ao casamento da outra, teveideia de inventariar o passado. Contudo hesi-tou:

– Não, para que ver isto? É pior: deixemosrecordações aborrecidas.

(www.dominiopublico.gov.br. Adaptado.)

De acordo com o texto, o que levou Martinhaa acordar com a alma escura foia) a lembrança de estar quase só, pois seumarido se fora, restando apenas sua tia ve-lha.b) a consciência de sua solidão, reforçada peloevento de que participara no dia anterior.c) a percepção de que já estava com idadeavançada e ainda demoraria para morrer.d) a certeza de que não foi e nem seria tãobem-aventurada como previu sua família.e) a possibilidade de que sua vitalidade, ain-da que tivesse saúde, fosse abalada.

alternativa B

O que levou Martinha a acordar com a alma escu-ra foi a percepção de sua solidão de mulher já en-velhecida e ainda solteira, enfatizada pelo fato deter ido na véspera a um casamento.

Quando dialoga com sua possível leitora, onarrador enfatiza quea) a juventude deve ser aproveitada intensa-mente, para que as mulheres, na velhice, nãosofram com os danos do tempo.b) a idade, ainda que passe para todas as mu-lheres incondicionalmente, preocupa-as maisna sua juventude.c) as moças dão pouca atenção à idade, já quesabem da impossibilidade de fazer com que otempo pare e as mantenha jovens.d) alguns anos passam despercebidos na ju-ventude, mas são muito representativos maistarde, na vida, se não houve casamento.e) umas pessoas sofrem mais que outrasquando passa a juventude, notadamente setêm mais lembranças amorosas.

português/redação

Questão 12

Questão 13

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alternativa D

Ao dialogar com sua possível jovem leitora, o nar-rador propõe a ela que se coloque no lugar dapersonagem descrita, levando a uma reflexão arespeito de alguns anos que passam desaperce-bidos na juventude, mas são marcantes em umaidade avançada, principalmente quando há a au-sência de um casamento.

Na construção da narrativa, o narrador apre-senta uma realidade não idealizada, o que écomum à estética literária realista. Isso seconfigura no texto coma) a expectativa de Martinha que, ainda ve-lha, nutria esperanças de poder casar-se e serfeliz com seu marido.b) a busca que Martinha faz de suas lem-branças amorosas, guardadas na gaveta, nacaixa, na bolsa verde e velha.c) a quebra da expectativa da leitora, que espe-raria na sequência do conto um companheiropara Martinha.d) a investigação de tempos passados, queMartinha pensa fazer para abandonar a tris-teza em que vive.e) as profecias dos parentes e amigos da famí-lia que traçaram um mundo de encantos paraMartinha.

alternativa C

Na conversa com sua leitora (marca típica do esti-lo machadiano), o autor rompe uma suposta ex-pectativa desta (de viés romântico) de que a per-sonagem Martinha pudesse vir a casar-se e teruma vida feliz. Tal quebra de expectativa condizcom o projeto da estética realista, à qual o autor éfiliado.

Analise as afirmações.

I. Em – Martinha ia nos seus... – a suspensãodo pensamento, marcada pelo emprego dasreticências, se dá em função das projeçõesque o narrador passa a fazer sobre a idade dapersonagem.

II. Na oração – Pai e mãe morreram, e cedo.– o termo em destaque está empregado comvalor adverbial, estabelecendo relação detempo.III. A frase inicial do penúltimo parágrafo dotexto, em discurso direto da personagemMartinha, assumiria a seguinte redação: A cul-pa desta solidão a quem pertence? Ao destinoou a mim? Eu creio, às vezes, que ao destino;às vezes, acuso-me a mim própria.Está correto o que se afirma ema) I, apenas.c) I e II, apenas.e) I, II e III.

b) III, apenas.d) II e III, apenas.

alternativa E

I. Incorreta. As reticências sugerem a expectativado narrador em relação à idade da personagem.II. Correta. O termo em destaque tem valor adver-bial por indicar a circunstância de tempo em quese desenrola a ação enunciada pelo verbo.III. Correta. A passagem do discurso do narradorpara o da personagem Martinha implica deslocaro referencial da terceira para a primeira pessoa,justificando-se dessa maneira a substituição de"dessa" por "desta", de "ela" por "mim", de "Marti-nha crê" por "eu creio..." e de "acusa-se a si pró-pria" por "acuso-me a mim própria".

Assinale a alternativa em que se reescreve otrecho – É pior: deixemos recordações aborre-cidas. – mantendo-se o sentido do texto.a) É pior. Convém deixarmos recordaçõesaborrecidas.b) É pior que deixemos recordações aborreci-das.c) É pior, quando deixamos recordações abor-recidas.d) É pior. É possível deixarmos recordaçõesaborrecidas.e) É pior, porque deixamos recordações abor-recidas.

alternativa A

A forma verbal "deixemos", no imperativo afirmati-vo, tem o sentido de pedido, conselho, etc. que semantém em "Convém deixarmos".

português/redação

Questão 14

Questão 15

Questão 16

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Instrução: Leia o texto para responder àsquestões de números 17 e 18.

O Romualdo tinha nascido, talvez, paraos mais altos destinos; mas como os pais seesqueceram de mandar educá-lo, e ele mal sa-bia ler e escrever, o mais que arranjou foi sersoldado do exército, e, depois de obtida a suabaixa, contínuo de secretaria.

Releva dizer que o Romualdo só deixoucrescer as barbas depois de contínuo; se asusasse quando era soldado e guerreava noParaguai, chegaria a capitão pelo menos.

Mas que contínuo! Alto, gordo, ereto, comaquelas opulentas suíças brancas a emoldu-rar-lhe a cara, sem bigodes, mais parecia ummagistrado, cuja figura estava ao pintar parapresidir a um júri sensacional, e essa ilusãosó se desfazia quando ele falava, porque o Ro-mualdo, benza-o Deus! por mais que compu-sesse a sua fisionomia austera e veneranda,tinha o estilo e a prosápia do “povo da lira”.Calado era um juiz; falando, um capadócio.

(Arthur Azevedo. As Barbas do Romualdo, em:www.releituras.com.br/aazevedo_barbas.asp)

A construção de sentido no texto assenta-se,sobretudo, na evidente contradição do perso-nagem Romualdo, quea) fora mal cuidado pelos pais, mas ainda as-sim subiu na vida.b) era gordo, o que era incompatível com ummagistrado.c) tinha aparência física respeitável, mas eraignorante.d) assumiu um cargo importante em que usa-va a língua do povo.e) fazia serviços simples, opostos a sua ele-gância verbal.

alternativa C

Embora Romualdo, de acordo com o narrador,possuísse uma aparência respeitável, com seugrande porte físico e suas suíças opulentas, elenunca recebera educação formal, pois "ele malsabia ler e escrever".

Assinale a alternativa em que a reescrita dotrecho altera o sentido do texto.a) ... e, depois de obtida a sua baixa, contínuode secretaria. = ... e, depois de obtida a suadispensa, contínuo de secretaria.b) Releva dizer que o Romualdo só deixoucrescer as barbas... = Convém ressaltar que oRomualdo só deixou crescer as barbas...c) ... com aquelas opulentas suíças brancas aemoldurar-lhe a cara... = ... com aquelas opu-lentas suíças brancas a emoldurar a suacara...d) ... e essa ilusão só se desfazia quando elefalava... = ... e essa ilusão se desfazia quandosó ele falava...e) ... por mais que compusesse a sua fisiono-mia austera e veneranda... = ... embora com-pusesse a sua fisionomia austera e veneran-da...

alternativa D

A alteração de sentido ocorre devido ao uso doadvérbio "só", que produz uma ideia de restriçãonão presente no texto original.

Instrução: Leia o texto para responder àsquestões de números 19 e 20.

Mato, grosso até quando?

Em agosto de 2005, quando os astronau-tas do ônibus espacial Discovery retornaramà Terra, a comandante Eileen Collins cha-mou a atenção para o ritmo acelerado do des-matamento no planeta, facilmente observadodo espaço. (...)

O Brasil destaca-se nesse cenário tantopor ter a maior floresta tropical do mundoquanto por ser líder mundial em desmata-mento. O agronegócio, a exploração madeirei-ra irracional e a especulação fundiária são ascausas desse processo. Entre os estados, oMato Grosso responde por quase 50% do des-matamento anual na Amazônia brasileira. Ajulgar pelo que ocorre no presente, as proje-ções apontam para um cenário ambiental-mente catastrófico para esse estado, que che-gará a 2020 com menos de 23% da sua cober-tura florestal original.

(Ciência Hoje, vol. 42, n.º 248,maio de 2008. Adaptado.)

português/redação

Questão 17

Questão 18

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O título do texto é sugestivo, porquea) ironiza o nome composto de um estado bra-sileiro para mostrar que ele conta com 50%de sua cobertura florestal original.b) recupera o nome composto de um estadobrasileiro para reforçar a ideia de se preser-var a maior reserva da floresta tropical.c) explora o nome composto de um estadobrasileiro para mostrar que nele se desenvol-vem negócios lucrativos.d) desconstrói o nome composto de um estadobrasileiro para sugerir o alto nível de desma-tamento nele presente.e) emprega em sentido figurado o nome deum estado brasileiro, para sugerir que nele odesmatamento está em vias de retrocesso.

alternativa D

Para sugerir a ideia de que há um alto nível dedesmatamento presente no Mato Grosso, o autordo texto transcrito desconstrói, no título, o nomecomposto do estado, questionando, por meio deum jogo de palavras, até quando as suas florestasserão espessas.

Leia as frases.I. Antes de o ônibus espacial Discovery che-gar na Terra, a comandante Eileen Collinschamou a atenção para o ritmo acelerado dodesmatamento no planeta.II. O desmatamento no Brasil ocorre devido oagronegócio, a exploração madeireira irracio-nal e a especulação fundiária.III. Segundo as projeções, existem possibili-dades de que haja um cenário ambientalmen-te catastrófico para o estado de Mato Grosso.Com base nos princípios de regência, estácorreto o contido ema) I, apenas.b) III, apenas.c) I e II, apenas.d) II e III, apenas.e) I, II e III.

alternativa B

Estão incorretas as afirmações:I. O verbo chegar pede a preposição a:"... chegar à Terra..."II. "devido" deve ser o núcleo da locução preposi-tiva "devido a", equivalente a "em razão de", "porcausa de". Portanto, haveria contração da prepo-sição com o artigo: "devido ao agronegócio".

Leia a charge.

(www.chargeonline.com.br)

No contexto apresentado, o personagem ex-pressa-se informalmente. Se sua frase fosseproferida em norma-padrão da língua, assu-miria a seguinte redação:a) Fazemos o seguinte: a gente ressuscita oBin Laden e lhe matamos de novo.b) A gente faz o seguinte: ressuscita o BinLaden e lhe mata de novo.c) Nós faremos o seguinte: ressuscitamos oBin Laden e matamos ele de novo.d) Façamos o seguinte: a gente ressuscitamoso Bin Laden e matamos de novo.e) Façamos o seguinte: nós ressuscitamos oBin Laden e o matamos de novo.

alternativa E

Na norma-padrão da língua:• o substantivo coletivo "a gente" deve ser substi-tuído pelo pronome pessoal da 1ª pessoa do plu-ral "nós";• o pronome pessoal do caso reto "ele", usadocomo objeto direto, deve ser substituído pelo pro-nome pessoal do caso oblíquo "o", que se referea Bin Laden;• os verbos devem concordar com o sujeito "nós"na 1ª pessoa do plural: façamos, ressuscitamos ematamos.

português/redação

Questão 20

Questão 21

Questão 19

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Instrução: As questões de números 22 a 24baseiam-se no texto a seguir.

O crack vicia para sempre na primeiravez em que seus componentes químicos inun-dam o cérebro do usuário. A pessoa passa aroubar e matar, se preciso, para satisfazer asdemandas psíquicas e físicas impostas pelaabstinência. Famílias inteiras são tragadaspelas assustadoras crises dos viciados, _____fúria desfaz os laços domésticos mais estáveis,renega as normas básicas da convivência so-cial e anula mesmo a educação mais primo-rosa.

_____ isso, as autoridades em Brasíliasentem-se modernas e libertárias ao atender aanseios dos organizadores das “marchas damaconha”. Tudo a favor da liberdade de ex-pressão, mas sem esquecer que as drogas le-ves são a porta de entrada para o crack e suatrágica rota sem volta.

(Veja, 22.06.2011. Adaptado.)

As lacunas do texto são preenchidas, corretae respectivamente, pora) de que a – Sobreb) que a – Parac) cuja – Enquantod) em que a – Come) onde a – Após

alternativa C

O uso do pronome relativo na passagem "assus-tadoras crises dos viciados, cuja fúria desfaz..."justifica-se por apresentar valor de posse; já notrecho "Enquanto isso, as autoridades...", a con-junção traz a ideia de tempo e simultaneidade.

Analisando-se as informações, fica evidenteque a argumentação desenvolvida no textoa) enaltece as decisões tomadas pelas autori-dades em Brasília.b) defende a necessidade de liberação dasdrogas leves.c) desvincula a ideia de que se usa o crack de-pois da maconha.

d) condena a liberdade de expressão e o usode drogas.e) questiona o consentimento governamentalàs marchas da maconha.

alternativa E

O articulista apoia-se no fato de que a utilizaçãode drogas leves pode levar ao consumo de outrasmais fortes, como o crack, que, segundo o autor,é altamente viciante e faz com que o usuário per-ca o controle sobre suas atitudes.

Na passagem – ... e anula mesmo a educaçãomais primorosa. – o termo em destaque podeser substituído, sem prejuízo de sentido, pora) provavelmente.c) propriamente.e) eventualmente.

b) até.d) deveras.

alternativa B

A palavra mesmo tem sentido de inclusão e podeser substituída, sem prejuízo de sentido, por in-clusive, até, etc.

Instrução: Leia o texto para responder àsquestões de números 25 e 26.

Quando a grávida usa crack ou cocaína,o bebê costuma nascer hiperexcitado, irritado,choroso. É sinal de que a droga chegou ao cé-rebro e pode ter provocado alterações de de-senvolvimento. Mas o resultado desse contatoprecoce só pode ser observado anos depois,quando a criança começar sua vida escolar.

(...)A grande preocupação em relação ao

crack e à cocaína é o desenvolvimento futuroda criança. “As drogas alteram a arquiteturacerebral do feto. Elas mudam a formação desinapses, conexões e circuitos. Ao final, podemprovocar alterações cognitivas que prejudi-cam a vida social e escolar da criança. Suacapacidade de entender conceitos abstratos efazer associações pode ser comprometida”, dizRuth Guinsburg, professora de pediatria neo-natal da Universidade Federal de São Paulo(Unifesp).

(Época, 20.06.2011. Adaptado.)

português/redação

Questão 22

Questão 24

Questão 23

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As informações textuais revelam que o consu-mo do crack ou da cocaína durante a gravidezé preocupante, porque a criançaa) viverá anos depois de forma excitada, irri-tada e chorosa.b) ficará impossibilitada de ter uma vida so-cial e escolar.c) terá um cérebro incapaz de realizar sinap-ses, conexões e circuitos.d) poderá ter a sua capacidade de aprendiza-gem afetada no futuro.e) manterá a droga alojada no cérebro, até achegada da vida escolar.

alternativa D

Conforme o texto: "A grande preocupação em rela-ção ao crack e à cocaína é o desenvolvimento fu-turo da criança. (...) Ao final, podem provocar alte-rações cognitivas que prejudicam a vida social eescolar da criança."

As alternativas contêm trechos extraídos da re-vista Língua Portuguesa, n.º 79, de abril de2011. Assinale aquela em que a relação de cau-sa e efeito expressa pelos termos destacados notrecho – Quando a grávida usa crack ou co-caína, o bebê costuma nascer hiperexcitado,irritado, choroso. – também ocorre.a) Os poetas são os seres iluminados que secansaram da formalidade das palavras e bus-cam (re)vesti-las de outras significações...b) O poeta recria a seu bel-prazer o mundo játão conhecido pelos outros homens que ape-nas veem o visível...c) E quando tudo parece já estar acomodadoem seus devidos lugares é que vem, lá doPantanal Mato-Grossense, um cidadão cha-mado Manoel de Barros.d) Ele foi chegando devagar, com a fala man-sa, com os versos curtos e com um jeito bemdiferente de escrever.e) Antes que alguém perguntasse quem eraele, ele se apresentou, bem a seu modo.

alternativa A

" Como (ou porque) os poetas são os seres ilumina-dos que se cansaram da formalidade das palavras,eles buscam (re)vesti-las de outras significações..."

Instrução: Leia os versos do poeta Manoel deBarros para responder às questões de núme-ros 27 a 29.

1

Descobri aos 13 anos que o que medava prazer nas leituras não era abeleza das frases, mas a doença delas.

2

Respeito as oralidades.Eu escrevo o rumor das palavras.Não sou sandeu* de gramáticas.Só sei o nada aumentado.

(Versos extraídos de O Livro das Ignorãças.)∗tolo

Os versos transcritos em 1 e 2 assinalam queo eu líricoa) se ressente das imposições das gramáticas,que comprometem a sua criatividade.b) reconhece a necessidade de fazer poesia,lembrando-se de atender ao normativismo.c) condena a expressão linguística que mate-rializa textos sem a beleza das frases.d) propõe formas alternativas de expressãosem apegar-se ao rigor das normas gramati-cais.e) busca a doença das palavras como formade repensá-las e ajustá-las à ideia de belo.

alternativa D

Como já sugere a própria grafia utilizada no títulode sua obra O livro das ignorãças, Manoel de Bar-ros – em sua busca por uma poesia de viéspós-moderno e desconstruidora das tradições –concebe uma linguagem própria na qual os des-vios à norma culta vigente são a regra.

Os versos transcritos em 2, no tocante à refe-rência às “oralidades”, permitem inferir que oeu lírico alude a uma linguagem dea) circulação cotidiana, como a dos homenssimples.b) preocupação estética, como a dos literatos.

português/redação

Questão 25

Questão 27

Questão 26

Questão 28

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c) natureza formal, como a dos jovens acadê-micos.d) investigação de linguagem, como a dosgramáticos.e) viés ideológico, como a dos políticos.

alternativa A

No tópico nº 2, o eu lírico, tal qual se observa naforma de sua poesia, justifica sua linguagem car-regada de coloquialismos.

Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, pa-radoxo é uma “aparente falta de nexo ou delógica; contradição”. Nos versos de Manoel deBarros, exemplifica-se a definição do dicioná-rio com:a) Descobri aos 13 anos...b) ... não era a beleza das frases...c) Respeito as oralidades.d) Não sou sandeu de gramáticas.e) Só sei o nada aumentado.

alternativa E

A "aparente falta de nexo ou de lógica" do conteúdodo verso "Só sei o nada aumentado" está na rela-ção entre saber e nada. Ora, saber pressupõe oconhecimento de algo, ao passo que nada sugerea ausência, o vazio, o desconhecimento.

Leia a charge.

(Gazeta do Povo, 18.06.2010.)

Analise as afirmações.I. O efeito de humor da charge advém da ideiade engano na ligação, decorrente das diferen-tes formas para enunciar o mesmo nome.II. Em determinados contextos comunicati-vos, Wilson e Wirso podem ser usados comoformas equivalentes, dependendo da variantelinguística de que se vale o falante em suaenunciação.III. A frase – NÃO. É O WILSON. – manteriao sentido com a omissão do ponto após o ad-vérbio não.Está correto o que se afirma ema) I, apenas.b) III, apenas.c) I e II, apenas.d) II e III, apenas.e) I, II e III.

alternativa C

III. Incorreta. A ausência do ponto torna a frase"É o Wilson" negativa. A presença do pontoapós "Não" é uma negativa em relação à fraseenunciada por outro personagem, ou seja, "Alô?É o Wirso?".

REDAÇÃOObserve a charge, publicada no Diário deGuarulhos em 18.05.2011.

Charges como essa inspiraram-se na polêmi-ca instalada devido à orientação sobre varia-ção linguística em um livro didático produzi-do para a Educação de Jovens e Adultos, Poruma vida melhor, distribuído pelo Ministérioda Educação (MEC). A passagem polêmicatraz as seguintes informações:

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Questão 30

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Sírio Possenti, professor da Unicamp, emartigo publicado no jornal O Estado de S.Pau-lo, em 22.05.2011, afirmou: “O jornalismo na-tivo teve uma semana infeliz. Ilustres colu-nistas e afamados comentaristas bateramduro em um livro, com base na leitura deuma das páginas de um dos capítulos. Houvecasos em que nem entrevistado nem entrevis-tador conheciam o teor da página, mas ape-nas uma nota que estava circulando (meni-nos, eu ouvi). Nem por isso se abstiveram de‘analisar’.” O professor apontou três pontosfundamentais sobre o assunto:

I. “Uma questão refere-se ao conceito de re-gra: quem acha que gramática quer dizergramática normativa toma o conceito de re-gra como lei e o de lei como ordem: deve-sefalar / escrever assim ou assado; as outrasformas são erradas. Mas o conceito de regra /lei, nas ciências (em linguística, no caso), temoutro sentido: refere-se à regularidade (...).‘Os livro’ segue uma regra. E uma gramáticaé conjunto de regras, também descritivas.”II. “Outro problema foi responder ‘pode’ àpergunta se se pode dizer os livro. ‘Pode’ sig-nifica possibilidade (pode chover), mas tam-

bém autorização (pode comer buchada). Nolivro, ‘pode’ está entre possibilidade e autori-zação. Foi esta a interpretação que gerou asreações. Além disso, comentaristas leram ‘po-de’ como ‘deve’. E disseram que o livro ensinaerrado, que o errado agora é certo.”III. “A terceira passagem atacada foi a adver-tência de que quem diz ‘os livro’ pode ser víti-ma de preconceito. Achou-se que não há pre-conceito linguístico. Mas a celeuma mostraque há, e está vivíssimo. Uma prova foi aassociação da variedade popular ao risco do fimda comunicação. Li que o português ‘correto’ éefeito da evolução (pobre Darwin!). Ouvi que aescrita (!) separa os homens dos animais!”

Em artigo na revista Veja, em25.05.2011, a escritora Lya Luft disse: “O li-vro e a ideia que o fundamenta começam amerecer críticas de entidades como a Acade-mia Brasileira de Letras e de centenas de es-tudiosos. Eu o vejo como o coroamento do des-caso, da omissão, da ignorância quanto à lín-gua e de algum laivo ideológico torto, que nãoconsigo entender bem. Acrescenta: “Essa va-riedade se chama adequação, é essencial, énatural e enriquece a língua. Mas querer quea escola ignore que existe uma língua-padrão,que todos temos o direito de conhecer, é nive-lar por baixo, como se o menos informado fos-se incapaz. É mais uma vez discriminarquem não pôde desenvolver plenamente suascapacidades.”

No dia 19.05.2011, em seu Editorial, aFolha de S.Paulo publicou: “O episódio, quefaz lembrar as ferozes controvérsias gramati-cais da República Velha (1889-1930), é menosrelevante em si do que pelo que reitera emtermos de mentalidade pedagógica. De algu-mas décadas para cá, a pretexto de promoveruma educação ‘popular’ ou ‘democrática’, mui-tos educadores dedicam-se a solapar todaforma de saber implicada no repertório deconteúdos que a humanidade vem acumu-lando ao longo das gerações. Em vez da revo-lução pedagógica que apregoam, o resultadotem sido a implantação despercebida da leido menor esforço nas escolas. Estuda-se pou-co e ensina-se mal. Isso – e não suscetibilida-des gramaticais – é o que deveria preocupar.”

Por fim, veja-se a posição da AssociaçãoBrasileira de Linguística (ABRALIN): “O li-

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vro acata orientações dos PCN (ParâmetrosCurriculares Nacionais) já em andamento hámais de uma década. Outros livros didáticostambém englobam a discussão da variaçãolinguística para ressaltar o papel e a impor-tância da norma culta no mundo letrado. Por-tanto, nunca houve a defesa de que a normaculta não deva ser ensinada. Ao contrário,entende-se que esse é o papel da escola, ga-rantir o domínio da norma para o acesso efe-tivo aos bens culturais e para o pleno exercí-cio da cidadania. Esta é a única razão quejustifica a existência da disciplina de LínguaPortuguesa para falantes nativos de portu-guês.” Conclui-se o texto: “é importante escla-recer que o uso de formas linguísticas de me-nor prestígio não é indício de ignorância oude outro atributo que queiramos impingir aosque falam desse ou daquele modo. A ignorân-cia não está ligada às formas de falar ou aonível de letramento. Aliás, pudemos compro-var isso por meio desse debate que se instau-

rou em relação ao ensino de língua e à varie-dade linguística.”

Com base nas informações apresentadas – eem outros conhecimentos sobre o assunto dis-cutido – elabore um texto dissertativo, emnorma-padrão da língua, abordando o seguin-te tema:

A QUESTÃO DA VARIAÇÃOLINGUÍSTICA NO CONTEXTO DA

EDUCAÇÃO

comentário

A Unifesp, a partir da polêmica provocada pelo li-vro "Por uma vida melhor", propôs uma reflexãoacerca da variação linguística na escola, apontan-do para a importante questão de qual norma ensi-nar.O candidato contou com uma excelente antologiacomo suporte para seu posicionamento e sua ar-gumentação.Tema polêmico, bom e atual.

português/redação