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    FISHTR com unidades pisccolas e qualidade biolgica

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    1. Introduo

    Actualmente, a Altri Florestal (ALTRI) gere cerca

    de 67000 ha de povoamentos certificados de

    eucalipto em Portugal. Toda esta rea florestal

    encontra-se certificada quer pelo Forest

    Stewardship Council (FSC), quer pelo Programme

    for the Endorsement of Forest Certification(PEFC).

    A certificao florestal est claramente associada s

    Boas prticas de gesto e explorao florestal

    ou, simplesmente, Boas Prticas Florestais

    (BPF), que procuram reduzir os impactes dasactividades silvcolas sobre o ecossistema. De facto,

    esto amplamente documentados na bibliografia

    Figura 1. Povoamento certificado de eucalipto junto ribeira de Eiras (ribeira de Eiras Gavio).

    diversos efeitos negativos que as actividades florestais podem ter sobre o meio envolvente, provocados, por

    exemplo, pela explorao florestal, uso de fertilizaes e insecticidas, ou construo de caminhos (Hartman

    2004). Os impactes sobre os sistemas fluviais, como o aumento da eroso, a alterao do regime hidrolgico

    ou o acrscimo de nutrientes nos escoamentos, podem revelar-se a vrias escalas espaciais, desde a bacia at

    ao troo fluvial, e desta forma influir nos processos geomrficos naturais. Em comparao com a gesto

    florestal convencional, as BPF mitigam os danos sob os ecossistemas florestais, e incluem, por exemplo,

    planos e aces de corte com impactes reduzidos, proteco das zonas riprias, ou a criao de reas deproteco/conservao. O conceito de BPF assim muito abrangente indo desde o planeamento da

    explorao florestal, passando pelo mapeamento dos ecossistemas e respectiva inventariao biolgica, at

    requalificao ambiental.

    Os documentos que guiam a certificao florestal referem explicitamente a proteco dos sistemas

    fluviais ao nvel das suas componentes bitica e abitica, implicando uma atitude proactiva por parte

    das entidades gestoras do meio florestal. De facto, no mbito da certificao florestal e das operaes

    de gesto florestal, compete a essas entidades identificar, conservar e, eventualmente, melhorar o

    valor dos recursos e servios associados aos sistemas fluviais, incluindo os corredores riprios, os

    habitats aquticos, e respectivas comunidades e espcies aquticas. Nos documentos FSC e PEFC

    podem ser encontrados diversos critrios que directa ou indirectamente se aplicam aos recursos

    hdricos, como por exemplo o delineamento de medidas de gesto direccionadas para espcies

    pisccolas raras, ameaadas ou em perigo de extino, e seus habitats, ou a implementao de reas de

    conservao que permitam a preservao ou reabilitao das galerias ripcolas naturais.

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    A gesto de povoamentos florestais certificados, na sua vertente de conservao e incremento dos recursos e

    servios ambientais relacionados com os cursos de gua, est claramente associada monitorizao das

    comunidades e espcies pisccolas e avaliao da sua integridade ecolgica (qualidade biolgica), bem

    como identificao da qualidade do meio fsico, qumico e biolgico que determina essa mesma

    integridade. Estes princpios esto no fundo contidos na Directiva Quadro da gua (DQA), que como

    sabido representa o quadro de aco estabelecido pela Unio Europeia no domnio da poltica da gua. A

    DQA trouxe profundas alteraes na forma como se realiza o planeamento e monitorizao das massas de

    gua. Contm uma metodologia mais holstica, considerando os elementos biolgicos, os parmetros fsico-

    qumicos e a componente hidromorfolgica. Antes da sua aplicao, a gesto dos recursos hdricos era

    sobretudo orientada pelas temticas da quantidade da gua e da sua qualidade fsico-qumica, no se

    enfatizando a monitorizao biolgica nem quaisquer objectivos ecolgicos.

    Figura 2. Monitorizao da fauna pisccola no rio Balsemo (Souto DEl Rei Lamego).

    Os peixes so bons indicadores de qualidade ambiental, sendo sensveis a uma larga gama de presses de

    natureza biolgica, fsica e qumica, proporcionando por isso uma imagem orientadora das BPF, incluindo a

    avaliao do seu sucesso (Dias et al. 2010). De facto, a monitorizao da fauna pisccola pode indicar se asaces de proteco dos recursos hdricos, como a manuteno de zonas riprias bem estruturadas, o no

    atravessamento das linhas de gua, ou o impedimento do acesso de maquinaria aos leitos dos rios, entre

    muitas outras, mitigam efectivamente os danos provocados pela silvicultura e explorao florestal. Os peixes,

    ao reflectirem atributos funcionais e estruturais dos ecossistemas, constituem tambm uma ferramenta crucial

    na avaliao da sua qualidade luz dos objectivos de restauro. Hoje reconhecido que a evoluo da

    estrutura das comunidades pisccolas permite avaliar os resultados de medidas de reabilitao de rios (e.g.,

    reconstituio da galeria ripcola, recuperao de margens, manipulao de habitats), complementando desta

    forma o acompanhamento da sua componente estrutural/fsica (Paller et al. 2000).

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    Figura 3. Avaliao da condio morfolgica naribeira de Ulme (Casal dos Arcos Chamusca).

    A estrutura das comunidades pisccolas depende da

    complexidade dos habitats aquticos, e por isso a

    relevncia da avaliao da condio morfolgica de rios.

    Oliveira et al. (2007) ilustram vrias das muitas

    interaces entre a estrutura fsica dos rios e as

    comunidades aquticas: por exemplo, as margens dos

    rios estimulam o acrscimo da produtividade primria, e

    criam reas de alimentao e refgio para as

    comunidades de invertebrados e peixes; a vegetao

    ripcola, que aumenta a capacidade de resistncia das

    margens eroso, actua como filtro biolgico,

    proporcionando tambm abrigo e alimento para essascomunidades. As BPF, ao mitigarem os impactes da explorao florestal sobre a malha habitacional dos rios

    (e.g., evitando a excessiva sedimentao dos leitos ou a perda de conectividade longitudinal) contribuem

    assim decisivamente para a manuteno da biodiversidade aqutica. A caracterizao e avaliao da estrutura

    fsica dos sistemas fluviais, incluindo os habitats aquticos e o corredor ripcola, permitem identificar as

    componentes do meio que esto degradadas e por isso carecem de aces de reabilitao; representa assim

    uma etapa fundamental na elaborao de planos de interveno que tenham como objectivo aumentar o

    valor de recursos e servios florestais como galerias ribeirinhas e comunidades/espcies pisccolas, alis um dos

    princpios da certificao florestal.

    Mas as comunidades biolgicas so

    estruturadas por factores que operam em

    mltiplas escalas espaciais, desde o

    micro-habitat, passando pelo troo e

    segmento fluviais, at ao nvel da bacia

    hidrogrfica (Frissel et al. 1986). De

    facto, quer factores locais, como a

    morfologia do leito ou a

    heterogeneidade de abrigos, quer

    factores regionais (muitos dos quais esto

    correlacionados entre si e influenciam as

    Figura 4. Perspectiva hierrquica de organizao dos sistemas fluviais(Frissel et al. 1986, adaptado de Zalewski 2002).

    condies locais), como o clima, e o uso do solo na bacia, podem contribuir para a estrutura local das

    comunidades biolgicas. Tendo em conta esta perspectiva hierrquica, os planos de gesto fluvial que se

    concentram em segmentos ou troos discretos de rio, envolvendo intervenes localizadas, devem relevar as

    questes de maior escala (Lake et al. 2007). O sucesso de intervenes de pequena escala est claramente

    dependente dos processos ecolgicos que se desenvolvem a nveis superiores como o corredor riprio,

    segmento ou bacia. Por exemplo, a adio de riffles artificiais e deflectores de caudal em rios de zonas

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    agrcolas no Reino Unido enriqueceram a diversidade de habitats aquticos, mas no proporcionaram

    melhorias significativas das comunidades pisccolas (Pretty et al. 2003), devido persistncia de presses

    escala da bacia como a m qualidade da gua.

    Parece pertinente por isso colocar a seguinte questo:

    tendo em conta o modelo espacial de organizao dos sistemas fluviais, qual

    efectivamente a relevncia da gesto da minha rea florestal num determinado curso de

    gua, e qual o grau de sucesso que posso esperar do meu plano de gesto florestal a nvel

    da conservao e incremento dos recursos e servios associados a esse ecossistema?.

    Obviamente que esta no uma pergunta de resposta fcil dada a complexidade do tema. certo que os

    resultados ambientais das BPF sero diferenciados em funo de cada caso, uma vez que a influncia das

    reas de explorao florestal sobre os ecossistemas aquticos, em que a entidade gestora tem efectiva

    responsabilidade, depende de uma multiplicidade de factores a diferentes escalas (alguns deles estranhos a

    essa gesto). Por exemplo: qual a rea ocupada pelos povoamentos?; a gesto da rea florestal inclui a zona

    riparia?; qual o uso do solo dominante na sub-bacia de montante?; existe alguma presso adicional quecomprometa as medidas de conservao?; o segmento fluvial apresenta potencialidades naturais para

    suportar populaes interessantes de determinadas espcies?

    Ainda assim, curioso verificar que os princpios da certificao alargam o campo de aco do gestor florestal

    mesmo a condies ambientais decorrentes das actividades de outras partes: Where there is continued

    environmental degradation caused by previous managers and the activities of third parties,

    measures are implemented that prevent or mitigate continued environmental degradation (FSC

    2014). Neste contexto, julgou-se relevante o desenvolvimento de ferramentas que possam auxiliar o gestor

    florestal a estabelecer prioridades nas suas reas de interveno; por exemplo, ao apontar os segmentos

    fluviais cuja conservao ou reabilitao apresente, potencialmente, maior eficcia.

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    OBJECTIVOS

    Desta forma, o projecto FISHTREE teve como principais objectivos:

    Caracterizar as espcies e comunidades pisccolas que habitam em segmentos fluviais com

    presena relevante de povoamentos certificados de eucalipto sob gesto da ALTRI;

    Avaliar a qualidade biolgica desses segmentos com base nas comunidades pisccolas;

    Caracterizar a sua estrutura morfolgica, incluindo os habitats aquticos e o corredor

    ripcola;

    Desenvolver uma ferramenta preliminar para auxiliar os gestores florestais da ALTRI a

    estabelecer prioridades de conservao e reabilitao dos recursos hdricos ecologicamenteassociados s suas reas florestais.

    2. rea de estudo

    Para o presente trabalho seleccionaram-se 27 troos fluviais cujas bacias hidrogrficas ou segmentos fluviais

    apresentassem uma presena relevante de povoamentos certificados de eucalipto sob gesto da ALTRI. Este

    processo foi realizado em duas fases: uma primeira pr-seleco macro realizada em conjunto com a

    ALTRI, tendo em conta as reas mais relevantes para a empresa a nvel dos recursos hdricos, seguida de uma

    prospeco de campo com o objectivo de seleccionar troos fluviais discretos que inclussem diferentes tipos

    de habitats aquticos e que assim fossem representativos do sistema em estudo. As unidades operacionais

    atravessadas ou prximas dos cursos de gua estudados revelaram-se muito heterogneas; por exemplo,

    desde unidades que ocupando uma pequena rea da bacia se estendem at linha de gua, passando por

    outras que ocupando uma rea relevante no incluem a gesto da zona ripcola, at situaes cuja influncia

    do uso florestal a diferentes escalas parece ser muito evidente (ver captulo 5). Desta forma, de Junho a

    Setembro de 2013 foram monitorizados 27 troos fluviais nas bacias hidrogrficas do Tejo (16 locais),

    Ribeiras do Oeste (Alcabrichel (1 local) e Real (1 local)), Mondego (3 locais), Vouga (1 local) e Douro (5

    locais). Apresentam-se na Tabela 1 algumas caractersticas desses locais e na Figura 5 a sua localizao

    geogrfica.

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    Tabela 1. Locais amostrados no mbito do projecto FISHTREE. Tipos pisccolas: 1 - salmoncola da regio norte; 2 -transio salmoncola-ciprincola da regio norte; 4 - ciprincola de pequena dimenso das regies norte interior esul; 5 - ciprincola de mdia dimenso da regio sul; 6 - ciprincola da regio norte litoral; 7 - rios no vadeveis (ver

    detalhes em Oliveira et al. 2010 e INAG e AFN 2012).

    Curso de gua Cdigo Bacia Nome Altitude rea bacia Largura Regime TipoX-coord Y-coord (m) (km

    2) mdia (m) hidrolgico pisccola

    Rib. Foz TE_01 Tejo Arripiado 182352 275780 40 62 2,8 Permanente 4

    Rib. Foz TE_02 Tejo Casal Reis/Arripiado 183209 273291 73 39 2,7 Permanente 4

    Rib. Bicas TE_03 Tejo Carvalhoso 190316 269135 109 29 3,5 Intermitente 4

    Rib. Alcolobra TE_04 Tejo Atalaia do Tramagal 188348 273102 56 67 5,2 Permanente 5

    Rib. Fernando TE_05 Tejo Casal da Trabanda 206466 272936 99 28 3,3 Intermitente 4

    Rib. Ulme TE_06 Tejo Casal dos Arcos 178074 260849 50 78 4,2 Perm/Interm 5

    Rib. Chouto TE_07 Tejo Vale da Bezerra 181562 253206 100 55 4,0 Intermitente 4Rib. Alferreira TE_08 Tejo V. Cerej./V. Azinh. 222294 279320 71 57 5,7 Permanente 5Rib. Alferreira TE_09 Tejo Couto Vale Fornalha 224671 277761 143 42 3,8 Permanente 4Rib. V. Fornalha TE_10 Tejo Couto Gago/Bioco 225933 277832 166 38 4,1 Intermitente 4

    Rib. Canas TE_11 Tejo Pardieiro 219330 282731 151 31 4,4 Intermitente 4Rib. Muge TE_12 Tejo Martingil 186744 249872 100 99 4,0 Permanente 5Rib. Mourelo TE_13 Tejo Vale de Olas 244280 336636 325 54 5,0 Intermitente 5Rib. Eiras TE_14 Tejo Ribeira de Eiras 214271 287050 143 106 7,0 Permanente 5Rib. P. Espinho TE_15 Tejo Castelo 189173 339105 480 10 3,1 Permanente 1Rib. Alge TE_16 Tejo Merujal 188107 335222 378 42 4,6 Permanente 2Rio Alcabrichel RO_01 Alcabrichel Paio Correia 2 101445 242784 24 105 2,9 Intermitente 6Rib. Rouxinis RO_02 Real Furadouro 105342 264971 41 3 Intermitente 6Rib. Mata MO_01 Mondego Teixogueira/Argunto 215685 364724 241 22 3,7 Permanente 2Rio Cobral MO_02 Mondego Mira 220233 381129 251 46 3,2 Intermitente 2Rio Dinha MO_03 Mondego Lanas 2 205208 403518 346 18 13,8 Lntico* 1Rib. Belazaima VO_01 Vouga Cabeo santo 182242 395496 140 8 2,8 Permanente 6Rib. So Mamede DO_01 Douro Gelfa/Leira C. gua 183817 445894 98 23 4,3 Permanente 2Rib. So Mamede

    DO_02 Douro Leira Corga gua 2 183221 445846 88 24 7,0 Permanente 2Rio Paiva DO_03 Douro Costa Bacelo 196492 440639 167 542 23,0 Permanente 7Rio Paiva DO_04 Douro Costa Bacelo 196655 440424 169 542 21,0 Permanente 7Rio Balsemo DO_05 Douro Souto D'El Rei 225819 456500 579 59 6,4 Permanente 2

    Datum LisboaHayford Gauss

    * - troo artificial do rio Dinha de carcter lntico, criado pela presena logo a jusante de um aude bem consolidado.

    Com excepo dos dois troos amostrados no rio Paiva, todos os outros locais corresponderam a bacias de

    pequena dimenso (< 110 km2), e por isso a troos fluviais com leitos de pequena/mdia largura e

    profundidade, facilitando dessa forma a sua monitorizao biolgica e fsica; a ampla distribuio espacial

    dos locais estudados permitiu cobrir cursos de gua muito diferenciados a nvel abitico, por exemplo em

    termos da composio do substrato, conservao das margens, estrutura da galeria ripcola, ou regimehidrolgico (ver pormenores nas fichas de campo). Este conjunto de locais representou ainda cinco dos seis

    tipos pisccolas considerados no ndice pisccola para rios vadeveis portugueses (F-IBIP) (INAG e AFN 2012),

    tendo ainda sido amostrados dois troos no tiporios no vadeveis (rio Paiva). Desta forma, foi possvel

    amostrar um conjunto de rios tambm ele muito diverso em termos das comunidades pisccolas, e por isso

    investigar a presena de um leque muito variado de espcies, algumas delas raras ou com estatuto de

    conservao.

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    F

    Figura 5. Localizao geogrfica dos cursos de gua amostrados no mbito do projecto FISHTREE; cores diferentescorrespondem a distintas bacias hidrogrficas.

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    Rib.

    Foz

    Rib.BicasRib.

    Fernando

    Rib.Ulme

    Rib.

    Chouto

    Rib.AlferreiraRib.

    V.

    Fornalha

    Rib.Muge

    Rib.Mourelo

    Rib.

    Eiras

    Rib.P.Espinho

    Rib.

    Alge

    Rio

    Alcabrichel

    Rib.Rouxinois

    Rib.Mata

    Rio

    Cobral

    Rio

    Dinha

    Rib.Belazaima

    Rib.S.Mamede

    Rio

    Paiva

    RioBalsemao

    #

    Rib.Canas

    #

    Rib.

    Alcolobra

    b COIMBRA

    SANTARM

    VISEU

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    3. Metodologia

    Figura 6. Medio de um exemplar de truta-de-rio na ribeirade So Mamede (Leira Corga de gua 2Arouca).

    A amostragem da fauna pisccola foi realizada de

    acordo com a metodologia que consta noprotocolo de amostragem estabelecido em

    Portugal pelo Instituto da gua, no mbito da

    implementao da DQA (INAG 2008),

    complementado com o protocolo do Programa

    Nacional de Monitorizao de Recursos

    Pisccolas e de Avaliao da Qualidade Ecolgica

    de Rios (Projecto AQUARIPORT, financiado

    pela ex-Autoridade Florestal Nacional (Oliveira

    et al. 2007)). Desta forma, o mtodo de capturautilizado foi a pesca elctrica, que corresponde

    tcnica de amostragem pisccola mais utilizada em

    estudos deste tipo, sendo bastante eficiente, pouco selectiva e relativamente inofensiva para os peixes.

    Recorreu-se para o efeito, em funo do tipo de troo, aos seguintes tipos de aparelhos: no porttil com

    output de corrente contnua (Hans Grassl EL62II (sem impulsos) ou Hans Grassl ELT60II GI (com ou sem

    impulsos)); porttil com output de corrente contnua com impulsos (Hans Grassl IG200/2). Sempre que

    possvel, o troo a amostrar foi delimitado por barreiras naturais, como por exemplo dois rpidos, limitando

    deste modo a deslocao dos peixes para outros segmentos lticos. As amostragens foram realizadas durante

    o dia, por uma equipa de trs elementos operador de nodo, 1 ajudante com camaroeiro e 2 ajudante

    responsvel pelo transporte e bem estar dos espcimes capturados que se deslocavam lentamente para

    montante em movimento ziguezague, amostrando os diferentes tipos de habitats presentes em cada local.

    Num troo no-vadevel (DO_003) e num outro

    que embora pouco profundo apresentou grande

    largura mdia (DO_004), ambos no rio Paiva, a

    metodologia adoptada consistiu na amostragem

    diurna das comunidades pisccolas junto a cada uma

    das margens do rio (com recurso a um barcopneumtico em DO_003). No decurso dos

    trabalhos de campo foram respeitadas as medidas

    de segurana especficas para amostragem com

    pesca elctrica enunciadas no Protocolo

    AQUARIPORT. Foram capturadas todas as classes

    de idade, incluindo alevins e juvenis, de forma a

    obter uma amostra representativa das populaes

    presentes em cada local. Os indivduos capturados

    Figura 7.

    Pesca elctrica

    de barco

    no rio Paiva

    (Costa Bacelo

    Arouca).

    foram identificados at espcie, medidos e, no

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    caso das espcies autctones, devolvidos gua em condies adequadas. O protocolo de amostragem ficou

    completo com o preenchimento de uma ficha de campo onde constava um conjunto de informaes vrias e

    de atributos estruturais do meio aqutico e da zona envolvente, nomeadamente: descrio do local e

    condies atmosfricas; aspectos relativos pesca elctrica; morfologia e outros atributos fsicos do leito;

    qualidade da gua; cobertura aqutica; substrato e habitats aquticos; caracterizao da zona ripcola;

    resumo dos impactes humanos (Anexo 1). Procedeu-se ainda ao registo fotogrfico de cada local.

    As comunidades pisccolas, como antes se abordou, representam um dos indicadores de avaliao do estado

    ecolgico de rios; para tal, comum a aplicao de ndices de integridade bitica (IIB) (ou de qualidade

    biolgica) adaptados s caractersticas ambientais de cada regio. Este tipo de ndices composto por um

    conjunto de atributos (mtricas) que representam aspectos da estrutura e funcionamento das comunidades

    (e.g., nmero de espcies nativas, percentagem de indivduos intolerantes). Esses atributos so passveis deserem quantificados e respondem de forma preditiva ao gradiente de presso humana. Para um determinado

    troo, o valor obtido para cada uma das mtricas (como resultado da amostragem das comunidades)

    comparado com o valor correspondente que seria de esperar num mesmo tipo de rio com nveis de

    perturbao negligenciveis (locais de referncia); o resultado numrico do ndice, que inclui as vrias

    mtricas que o constituem, reflecte at que ponto esse local se desvia da qualidade biolgica da situao de

    referncia (Oliveira et al. 2007). Ao avaliar o desvio das comunidades presentes relativamente s condies

    naturais, pretende-se assim quantificar a extenso das perturbaes no naturais nos ecossistemas aquticos.

    Reforando o que foi dito no captulo I, os IIB podem assim ser um dos instrumentos da gesto florestal

    sustentvel na sua vertente de conservao e incremento dos recursos hdricos.

    Para a avaliao da qualidade biolgica com base na ictiofauna, foi utilizado neste trabalho o ndice pisccola

    para rios vadeveis portugueses (F-IBIP) (INAG e AFN 2012). O F-IBIP considera seis tipos pisccolas (ver

    ainda Tabela 1), estando representadas trs a quatro mtricas por tipo (por exemplo, para o tipo 1

    (salmoncola da regio norte) so consideradas: % indivduos intolerantes, % indivduos exticos e %

    indivduos omnvoros). Este ndice encontra-se j intercalibrado (exerccio europeu de intercalibrao da

    qualidade ecolgica atravs do elemento peixes) e ser uma das ferramentas oficiais do estado portugus no

    mbito da DQA.

    Tabela 2. Classes de qualidade do F-IBIP

    Rcio qualidade ecolgica Classe de qualidade

    [0,850-1,000[ Excelente

    [0,675-0,850[ Bom

    [0,450-0,675[ Razovel

    [0,225-0,450[ Medocre

    [0-0,225[ Mau

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    Para avaliar a condio morfolgica dos troos estudados, isto , a maior ou menor perturbao do leito e

    margens do rio utilizou-se o ndice "Grau de Qualidade do Canal" (GQC) (Cortes et al. 1999), embora numa

    verso modificada no mbito do projecto AQUARIPORT (Anexo 2). Para o seu clculo, em transectos

    regularmente distanciados, so classificadas numa escala qualitativa as seguintes variveis: presena de

    estruturas de reteno, estrutura do canal, sedimentos e estabilidade do canal, estrutura das margens,

    alterao artificial das margens, heterogeneidade do canal, estrutura do leito e, deposio de finos

    intersticiais. Cada uma destas variveis apresenta quatro nveis de degradao, correspondendo a pontuao

    mnima situao de maior impacte. A soma das pontuaes obtidas em cada uma das oito variveis

    representa a qualidade fsica do troo, e pode variar entre 13 (canal completamente alterado) e 31 (canal

    sem alteraes, estado natural). Como foi enfatizado no captulo I, a avaliao da qualidade fsica um dos

    pilares de qualquer plano de requalificao fluvial, ao identificar as componentes do corredor ripcola e dos

    habitats aquticos que apresentam maiores sinais de perturbao.Embora o GQC no seja uma ferramenta to exaustiva e completa como outros ndices que avaliam

    pormenorizadamente a componente habitacional (nomeadamente o River Habitat Survey, RHS), representa

    uma forma expedita de quantificar a degradao da condio morfolgica fluvial, bem como a qualidade

    das vrias componentes associadas ao leito e margens do rio. O GQC integra a maior parte das variveis

    comummente utilizadas neste tipo de ndices adicionalmente, a incluso na ficha de campo de muitas

    outras variveis fsicas (sobretudo algumas das usadas no RHS) (Anexo 1) aumentou consideravelmente a

    riqueza da informao para cada local.

    Tabela 3. Classes de qualidade do GQC

    Valor final Classe Qualidade fsica troo

    31 I Canal sem alteraes, estado natural

    26-30 II Canal pouco alterado

    20-25 III Alterao moderada do canal

    14-19 IV Grande alterao do canal

    8-13 V Canal completamente alterado

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    4. Resultados

    Neste trabalho foram capturadas 18 espcies/gneros pisccolas (Tabelas 4 e 5): 14 nativas, incluindo 11

    espcies endmicas (End) (Achondrostoma occidentale ruivaco do Oeste (End), Achondrostoma oligolepisruivaco (End), Anguilla anguilla enguia, Cobitis paludica verdem-comum (End), Iberochondrostoma

    lemmingii boga-de-boca-arqueada (End), Iberochondrostoma lusitanicum boga-portuguesa (End), Lampetra

    spp. lampreia/s, Luciobarbus bocagei barbo-comum (End), Pseudochondrostoma duriense boga do Norte

    (End), Pseudochondrostoma polylepis boga-comum (End), Salmo trutta truta-de-rio, Squalius alburnoides

    bordalo (End), Squalius carolitertii escalo do Norte (End) e Squalius pyrenaicus escalo do Sul (End)); 4

    exticas (Gambusia holbrooki gambsia, Gobio lozanoi gbio, Lepomis gibbosus perca-sol e Micropterus

    salmoidesachig). Nas pgs. 13 a 15 apresenta-se uma sntese da ecologia destas espcies. Do grupo de taxa

    nativos, 6 apresentam estatuto de ameaa segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral et

    al. 2006): dois Criticamente em Perigo (lampreia/s e boga-portuguesa), trs Em Perigo (enguia, boga-de-

    boca-arqueada e escalo do Sul) e um Vulnervel (bordalo) (ver tambm Tabela 6). Mais recentemente, a

    Unio Internacional para a Conservao da Natureza incluiu outras 3 espcies nesta categoria (ruivaco do

    Oeste, boga do Norte e verdem-comum) (IUCN 2013).

    Nos 27 locais de amostragem foram capturados um total de 2885 peixes com as associaes pisccolas a

    revelarem composies prximas do esperado, tendo em conta a tipologia muito diversa dos rios

    monitorizados. As espcie exticas ocorreram em 27% dos troos fluviais amostrados, mas representaram

    quase sempre uma pequena fraco das comunidades, que assim foram geralmente dominadas por espciesnativas (com excepo de alguns locais da bacia do Tejo, onde o gbio exibiu densidades elevadas). As

    espcies mais frequentes foramo bordalo e o escalo do Sulque ocorreram em 44% dos 27 locais, seguido do

    barbo-comum em 37%; considerando apenas a rea de distribuio natural de cada espcie, refira-se a

    ocorrncia do escalo do Sul (no caso, incluindo apenas a bacia do Tejo) em pelo menos 75% dos locais

    potenciais. Saliente-se ainda: a ocorrncia de boga portuguesa e/ou Lampetra spp.em vrios cursos de gua

    da bacia do Tejo, a presena da boga-de-boca-arqueada, espcie pouco frequente, na ribeira do Mourelo, e a

    densidade muito elevada de ruivaco do Oestenum troo muito degradado do rio Alcabrichel.

    Figura 8. Exemplar de boga-portuguesa capturado naribeira das Bicas (Carvalhoso Constncia/Abrantes). Figura 9. Exemplar de bordalo capturado na ribeira deAlferreira (V. Cerejeiras/V. Azinheiras Gavio/Nisa).

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    BREVE SNTESE ECOLGICA e OUTRA INFORMAO RELEVANTE para as ESPCIESCAPTURADAS no MBITO do PROJECTO FISHTREE Parte I

    Lampetraspp.:A ocorrncia de Lampetraspp. (para a rea estudada, L. fluviatilislampreia de rio e/ou L.planerilampreia de riacho) foi confirmada com colegas do Centro de Oceanografia atravs da observaode alguns exemplares amostrados (todos em fase larvar, uma vez que no foram capturados adultos); noentanto, no gnero Lampetraa identificao visual de larvas at espcie praticamente impossvel. Defacto, seria muito interessante visitar novamente estes locais e efectuar amostragens dirigidas a este grupo,tendo em vista proceder a uma anlise gentica expedita que permitisse concluir qual a espcie/espciespresentes nesses troos, at porque a ecologia dos dois taxa significativamente diferente. Por exemplo,embora em fase larvar ambas as espcies permaneam enterradas nos fundos dos cursos de gua em zonaspouco profundas e com substratos de granulometria fina, alimentando-se por filtrao, em adulto L. planeripermanece em guas doces (ciclo de vida dulaqucola) enquanto L. fluviatilisenceta migraes em direcoaos esturios e guas costeiras, onde permanece 2-3 anos at atingir a maturao sexual, voltando aos riospara se reproduzir (migrador andromo). O estatuto de conservao indicado na tabela aplica-se s duasespcies.

    Anguilla anguilla:A enguia uma espcie migradora catdroma, i.e., grande parte do seu ciclo de vida passado em guas doces, onde atinge a maturao sexual, migrando depois para o mar para se reproduzir.Distribuio, por isso, limitada aos segmentos lticos nos quais os movimentos migratrios da espcie noestejam impedidos por obstculos de grande dimenso (nomeadamente barragens), como as ribeiras da Foze Bicas-Alcolobra. A alimentao da enguia adulta em rio pode ser muito diversificada, embora dominadapor invertebrados aquticos; a fase dulaqucola pode durar at 15 anos. Os mais diversos habitats de guasalobra ou doce que estejam acessveis desde o mar podem ser ocupados por esta espcie. Muito resistente amassas de gua com dfices de oxignio, e a qualquer tipo de poluio. Capazes de executarem movimentospor terra, desde que os solos estejam hmidos, e assim transpor pequenos obstculos.

    Achondrostoma occidentale/oligolepis:Pequenos ciprindeos endmicos portugueses (tamanho mximo15-16 cm), morfologicamente semelhantes embora com reas de distribuio distintas: A. occidentaleapenas

    ocorre em algumas pequenas bacias das ribeiras do Oeste, como o rio Alcabrichel, enquanto A. oligolepismuito comum em vrias bacias do norte e centro do pas. Podem ocupar uma grande variedade de habitats,embora prefiram os rios de pequena a mdia dimenso sem correntes fortes. Apresentam uma tolernciasignificativa a ambientes degradados. Espcies omnvoras e com reproduo fitolitfila (i.e., desova sobreelementos submersos tais como plantas, detritos lenhosos e gravilha).

    Iberochondrostoma lemmingii:Pequeno ciprindeo endmico ibrico, raramente ultrapassando os 15 cmde comprimento. Espcie pouco frequente e geralmente pouco abundante na sua rea de distribuio (baciado Guadiana e sectores orientais das bacias do Algarve e Tejo). Apresenta pouca tolerncia degradaoambiental, alimentando-se na coluna de gua e no fundo dos rios, sobretudo de algas, detritos einvertebrados. Reproduo de tipo fitolitfilo.

    Iberochondrostoma lusitanicum:Pequeno ciprindeo endmico lusitaniano, exibe algumas semelhanas

    morfolgicas comI. lemmingii

    , incluindo o tamanho mximo (cerca de 15 cm). Mais frequente e abundanteque a espcie anterior, ocupa vrios cursos de gua do sector ocidental da bacia do Tejo, embora, do nossoconhecimento, seja esta a primeira vez que referenciada para as ribeiras da Foz e das Bicas-Alcolobra.Sendo uma espcie generalista em termos habitacionais, prefere os rios de pequena a mdia dimenso, comcobertura de vegetao. Adapta-se a cursos de gua degradados. Alimentao e reproduo idnticas a I.lemmingii.

    Gobio lozanoi: Ciprindeo extico de pequeno tamanho, raramente ultrapassa os 15 cm. Frequente nasbacias do norte e centro do pas, por vezes com populaes muito abundantes. Espcie invertvora,alimenta-se nos fundos dos rios de macroinvertebrados, mas tambm de detritos e material vegetal. Areproduo ocorre em guas pouco profundas, com cobertura de vegetao aqutica e substratos limpos deareia/gravilha. Tolerante degradao ambiental.

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    BREVE SNTESE ECOLGICA e OUTRA INFORMAO RELEVANTE para as ESPCIESCAPTURADAS no MBITO do PROJECTO FISHTREE Parte II

    Luciobarbus bocagei: Ciprindeo endmico ibrico de mdia/grande dimenso (pode atingir 100 cm decomprimento em grandes rios), muito frequente na sua extensa rea de ocorrncia (desde o norte at bacia do Sado). Muito ubquo em termos de habitat, parece ainda assim evitar velocidades de correntefortes e guas muito frias. Espcie tolerante, pode ser encontrada em guas que apresentem algumapoluio. De carcter omnvoro, alimenta-se nos fundos dos rios de elementos como larvas dequironomdeos, plantas e detritos. Na poca da reproduo enceta migraes para guas pouco profundas,bem oxigenadas e com fundos de areia/gravilha/cascalhohabitats tpicos de desova.

    Pseudochondrostoma duriense/polylepis: Ciprindeos endmicos ibricos de mdio tamanho, comcomprimentos mximos na ordem dos 40-50 cm; embora morfologicamente idnticos, apresentam reas dedistribuio distintas: P. duriense nas bacias a Norte do Vouga (inclusive) e P. polylepisem algumas bacias asul desta rea. Podem ocupar diferentes tipos de sistemas aquticos, embora prefiram cursos de gua comcorrente moderada a forte; sensveis degradao do meio. Alimentam-se sobretudo de vegetao e

    detritos. Processo reprodutivo idntico a L. bocagei.Squalius alburnoides:Ciprindeo endmico ibrico de pequena dimenso, raramente ultrapassa os 15 cm.Pode ser encontrado numa grande variedade de habitats, embora prefira cursos de gua de pequena amdia dimenso com cobertura de vegetao e velocidades de corrente no muito fortes. Pouco abundanteem rios consideravelmente degradados. Alimenta-se preferencialmente na coluna de gua e superfcie deinvertebrados aquticos e terrestres, e em menor quantidade de material vegetal. Reproduz-se sobresubstrato grosseiro.

    Squalius carolitertii/pyrenaicus:Ciprindeos endmicos ibricos de mdia dimenso, podem atingir os 30cm de comprimento. Apresentam morfologia e ecologia semelhantes, embora ocorrendo em baciasdiferentes:S. carolitertiiocupando as bacias setentrionais at ao Mondego (no presente trabalho ocorreu emtodos os locais amostrados na sua rea de distribuio), e S. pyrenaicusocupando as bacias a sul. Em termos

    funcionais, i.e., a nvel trfico, reprodutivo e de preferncia de habitat, revelam alguma proximidade comS.alburnoides. So tambm espcies boas indicadoras de qualidade ambiental.

    Cobitis paludica: O verdem-comum pode alcanar os 15 cm de comprimento na maioria dos rios, emboraocasionalmente ultrapasse esta dimenso; autctone e muito vulgar nas bacias do centro e sul do pas,embora possa ser encontrada a norte (Douro e bacias do noroeste) como resultado de introdues porparte do homem. No nosso trabalho, contudo, foi pouco frequente e apresentou baixas densidades.Alimenta-se sobretudo de detritos e invertebrados nos fundos dos rios. Prefere cursos de gua com correntesfracas a moderadas, vegetao abundante e substratos de areo, areia e limo. Espcie muito resistente,consegue persistir em guas contaminadas. Exibe grande fecundidade e plasticidade reprodutiva, podendodesovar em diversos substratos.

    Salmo trutta:A truta-de-rio habita em rios permanentes de guas frias com correntes moderadas a fortes;

    espcie intolerante, resiste mal a temperaturas elevadas e ocupa troos com guas limpas e bem oxigenadas.Frequente no norte e centro do pas, com a bacia do Zzere a corresponder ao limite sul da sua distribuio.Presente nos cinco rios amostrados com carcter mais salmoncola, apresentando populaes interessantesnas ribeiras de Alge e Porto Espinho e no rio Balsemo. Revela um comportamento carnvoro, alimentando-se superfcie e nos fundos dos rios de grandes quantidades de insectos terrestres e aquticos; as trutas demaior dimenso (> 30 cm) so tendencialmente piscvoras. A reproduo ocorre em guas bem oxigenadase em fundos de substrato grosseiro. Na Pennsula Ibrica raramente ultrapassa os 60 cm de comprimento.No nosso pas muito ocasionalmente ocorrem populaes com comportamento andromo (truta marisca).

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    BREVE SNTESE ECOLGICA e OUTRA INFORMAO RELEVANTE para as ESPCIESCAPTURADAS no MBITO do PROJECTO FISHTREE Parte III

    Gambusia holbrooki: Peixe extico de pequeno tamanho, raramente ultrapassa os 5 cm; distribuioalargada por todo o pas, embora rara e pouco abundante neste trabalho. Habita preferencialmente guasestagnadas ou de corrente lenta, com abundante vegetao aqutica. Espcie extremamente resistente,consegue subsistir em cursos de gua muito degradados e com temperaturas elevadas. Espcie vivpara deelevada fecundidade. Alimenta-se superfcie da gua de invertebrados aquticos e terrestres. Podedesalojar outras espcies nativas de pequeno tamanho devido forte competio que exerce sobre elas.

    Lepomis gibbosus:Espcie extica originria da Amrica do Norte (tal como o achig), atinge em Portugalum mximo de 25 cm. Apresenta uma distribuio alargada de norte a sul, embora tenha ocorrido apenasem 5 dos troos fluviais estudados. Habita preferencialmente em albufeiras e troos de rio com guas calmase abundante vegetao. Tolera condies ambientais adversas, como concentraes baixas de oxignio,eutrofizao das guas e altas temperaturas. A sua alimentao em rio constituda sobretudo porinvertebrados, embora possa incluir ovos e pequenos peixes. A reproduo ocorre em zonas pouco

    profundas e substratos muito diversos. Devido aos seus hbitos alimentares pode representar uma ameaapara as espcies nativas.

    Micropterus salmoides:Espcie bem adaptada a sistemas lnticos ou rios com velocidades de corrente nomuito fortes. Tolerante a condies ambientais adversas, embora seja menos resistente que L. gibbosus. EmPortugal pode alcanar um comprimento mximo de 40 cm e revela uma distribuio idntica de L.gibbosus; pescado somente num s local (ribeira de Ulme). Espcie carnvora e predadora, alimenta-se devrios tipo de presas, como anfbios, lagostins e peixes. A tendncia ictiofgica aumenta com a idade,constituindo assim uma ameaa para as espcies nativas. A reproduo ocorre em zonas pouco profundas eem substratos muito diversos.

    Figura 10. Exemplar de barbo-comum capturado na ribeirade Alcolobra (Atalaia do Tramagal

    Constncia/Abrantes).

    Figura 11. Exemplar de boga-de-boca-arqueadacapturado na ribeira do Mourelo (Vale de Olas

    Castelo Branco).

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    Tabela 5. Nmero de exemplares capturados por gnero/espcie nos 27 locais amostrados.

    Locais Espcies

    Achon

    drostomaoccidentale

    Achon

    drostomaoligolepis

    Anguillaanguilla

    Cobitispaludica

    Gambusiaholbrooki

    Gobio

    lozanoi

    Iberochondrostomalemmingii

    Iberochondrostomalusitanicum

    Lampe

    traspp.

    Lepom

    isgibbosus

    Luciob

    arbusbocagei

    Micropterussalmoides

    Pseudo

    chondrostomaduriense

    Pseudo

    chondrostomapolylepis

    Salmo

    trutta

    Squaliusalburnoides

    Squaliuscarolitertii

    Squaliuspyrenaicus

    Cyprin

    idae150 >12

    VO_01 44 13DO_01 20 5 72 23DO_02 4 2 27 17DO_03 33 164 7 52DO_04 3 8 52 4 22 40DO_05 99 17 5 5

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    Relativamente s associaes pisccolas e qualidade biolgica apresentadas pelos vrios troos

    monitorizados (Tabela 6; ver tambm fichas de campo para cada local), verificou-se uma diferena muito

    interessante em termos geogrficos, tambm revelada pela anlise expedita de presses s diferentes escalas

    espaciais. Desta forma, na regio centro (Tejo-Oeste-Mondego) as reas com maior presso antrpica

    nomeadamente em termos de uso agrcola do solo a nvel da bacia e/ou do segmento fluvial revelaram

    uma clara degradao das comunidades pisccolas, traduzida nos baixos valores do F-IBIP (e.g., ribeiras de

    Muge, Chouto, Ulme, Alcabrichel, Cobral, Dinha); por outro lado, os troos amostrados em regies com

    maior expresso de reas semi-naturais e/ou de uso silvcola, incluindo povoamentos certificados de

    eucalipto, quase sempre exibiram comunidades com boa a elevada integridade bitica e por isso com

    estruturas idnticas de rios de referncia (e.g., ribeiras da Foz, Alferreira, Eiras, Alge-P. Espinho). Nas bacias

    mais a Norte (Vouga-Douro) os seis locais amostrados revelaram tambm associaes pisccolas de grande

    qualidade, com valores elevados do F-BIP ou, no caso do rio Paiva, cuja estrutura indicia elevada qualidadebiolgica do segmento fluvial amostrado. Estes seis locais esto enquadrados em reas cuja presso humana

    parece tambm ser pouco intensa.

    Figura 12. Troo de grande qualidade na ribeira deAlferreira (V. Cerejeiras/V. Azinheiras Gavio/Nisa))

    Relativamente aos dados do GQC, no

    verificmos para a maior parte dos locais grandes

    discrepncias entre o seu resultado e a qualidade

    biolgica resultante da avaliao das comunidades

    pisccolas. Acompanhando os dados biolgicos, os

    troos fluviais com pior qualidade fsica j tinhamregistado valores muitos baixos do F-BIP,

    revelando cursos de gua com srios problemas

    ambientais (ribeiras do Chouto, Alcabrichel e

    Dinha). Contudo, alguns locais que exibiram boa

    ou excelente qualidade biolgica parecem

    apresentar alguma perturbao da estrutura

    habitacional, pelo que ser de ponderar aces

    de requalificao fluvial que evitem o acrscimo de degradao do leito, nomeadamente em troos cuja

    ALTRI tenha a gesto da zona ripria como em Foz_mon, Bicas, e So Mamede_jus (todos elesmoderadamente degradados). Mesmo nos casos em que o resultado do GQC foi bom ou excelente,

    identificmos algumas componentes habitacionais menos bem conservadas e que por isso carecem de

    particular ateno, como por exemplo os fenmenos de eroso e a m qualidade da mata ripcola na rib.

    Vale da Fornalha, ou a elevada intruso de accias em Paiva_mon. Por outro lado, os resultados nas ribeiras

    da Mata e Cobral (Mondego) ilustram bem o que foi dito no captulo I relativamente multiplicidade de

    factores que estruturam as comunidades biolgicas; embora apresentando boa qualidade fsica, exibiram

    comunidades pisccolas degradadas, indiciando claramente presses adicionais escala do corredor ripcola

    e/ou da bacia (e.g., uso do solo, qualidade da gua). Para os troos amostrados, sumariza-se ainda na

    Tabela 6 o resultado da avaliao de cada um dos grandes grupos de variveis que compem a

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    morfologia do leito fluvial (bem como a qualidade da gua) para tornar a leitura clara e sucinta

    considerou-se para cada grupo trs cores: verde, parmetro com boa qualidade, ou embora apresentando

    alguma perturbao no implica uma interveno imediata; amarelo, parmetro com nvel de degradao

    moderado; laranja, parmetro com nvel de degradao muito significativo. Esta tabela-resumo apresenta

    ainda a presena para cada local de espcies com estatuto de conservao (Vulnervel, Em Perigo ou

    Criticamente em Perigo).

    Tabela 6. Qualidade biolgica (F-IBIP), presena de espcies com estatuto de conservao, condio morfolgicafluvial (GQC), condio de variveis fsicas, e qualidade da gua para os troos amostrados; EXC (excelente); RAZ

    (razovel); MED (medocre). Ver explicao das cores do segundo quadro no texto.

    LOCAL F-IBIP Achondrostomaocciden

    tale

    Anguillaanguilla

    Iberochondrostomalemmingii

    Iberochondrostomalusit

    anicum

    Lampetraspp.

    Squaliusalburnoides

    Squaliuspyrenaicus

    GQC Qualidadedamataripc

    ola

    Qualidadedasmargens

    Qualidadedosabrigosa

    quticos

    Qualidadehabitacional

    Qualidadedosubstrato

    Qualidadedagua

    Conectividade

    TE_01 Rib. Foz_jus EXC BOMTE_02 Rib. Foz_mon EXC RAZTE_03 Rib. Bicas BOM RAZ

    TE_04 Rib. Alcolobra MED BOMTE_05 Rib. Fernando RAZTE_06 Rib. Ulme MED RAZTE_07 Rib. Chouto MED MEDTE_08 Rib. Alferreira_jus BOM EXCTE_09 Rib. Alferreira_mon EXC EXCTE_10 Rib. V. Fornalha BOMTE_11 Rib. Canas EXC BOMTE_12 Rib. Muge MED RAZTE_13 Rib. Mourelo BOMTE_14 Rib. Eiras EXC BOM

    TE_15 Rib. P. EspinhoEXC BOM

    TE_16 Rib. Alge EXC BOMRO_01 Rio Alcabrichel MED MEDRO_02 Rib. RouxinisMO_01 Rib. Mata MED BOMMO_02 Rio Cobral MED BOMMO_03 Rio Dinha MED MED

    VO_01 Rib. Belazaima BOM RAZDO_01 Rib. So Mamede_mon BOM BOMDO_02 Rib. So Mamede_jus BOM RAZDO_03 Rio Paiva-jus BOMDO_04 Rio Paiva-mon EXC

    DO_05 Rio Balsemo BOM EXC

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    5. Ferramenta de apoio gesto florestal vertente recursos hdricos

    Uma vez caracterizada a estrutura morfolgica dos troos fluviais, incluindo os habitats aquticos e o

    corredor ripcola, pareceu-nos interessante realizar uma primeira abordagem a aces de requalificao quepodem ser equacionadas para cada local, numa perspectiva de potenciais planos de interveno (Tabela 8). A

    equipa do projecto FISHTREE foi contudo mais alm, e embora no estivesse inicialmente contemplado no

    protocolo de colaborao, prope uma primeira ferramenta que visa auxiliar a empresa a estabelecer graus

    de prioridade ao nvel da gesto e interveno das reas ripcolas sob sua responsabilidade, ou a prever o

    impacte potencial dos seus povoamentos certificados nos sistemas fluviais. Este instrumento de gesto

    apresentado sobre a forma de um fluxograma, permitindo assim que o processo decisrio seja simples,

    directo e claro. O diagrama inclui cinco nveis e enfatiza o uso do solo (ou outras presses antrpicas) e a

    dimenso dos povoamentos a vrias escalas espaciais (Tabela 7), embora como possa ser observado na

    Figura 13 a classificao final de um local no dependa necessariamente da avaliao de todos os nveis. Por

    tudo aquilo que foi dito anteriormente, trata-se de uma ferramenta de apoio s boas prticas florestais, na

    sua componente de gesto dos recursos hdricos, no devendo por isso ser percepcionada de forma estrita e

    redutora. Quando por exemplo, para um determinado troo de rio, se infere que os resultados de

    intervenes locais na zona ripria so potencialmente pequenos face s presses identificadas a maiores

    escalas, no significa que as medidas associadas certificao florestal sejam irrelevantes (at porque delas

    pode depender alguma mitigao dessas presses ver pg. 4), to somente adverte o gestor para o eventual

    insucesso de um plano especfico de requalificao fluvial para esse local.

    Em nossa opinio, mesmo no planeamento florestal de mdio-longo da ALTRI, esta ferramenta pode revelar

    alguma utilidade, nomeadamente no apoio tomada de deciso da implementao de novas zonas de

    conservao. Por exemplo, ao identificar povoamentos florestais que apresentem uma influncia relevante

    em troos com elevado interesse ambiental, mas cuja gesto no inclua a zona ripria, esta ferramenta

    permite estabelecer prioridades ao nvel de eventuais aquisies de reas que permitam uma efectiva

    interveno da ALTRIna estrutura fsica do rio, incluindo os habitats fluviais e a componente ripcola.

    O resultado desta ferramenta apresentado na ltima coluna da Tabela 8; para avaliar o nvel de gesto da

    ALTRIutilizaram-se vrias fontes, principalmente o Corine Land Cover 2006, mas tambm outros elementoscomo a cartografia nacional de reas ardidas, e shapes com localizao de barragens e fontes poluentes. A

    Tabela 8 complementa a informao contida na Tabela 6 e resume de forma sucinta para cada local a

    informao biolgica e fsica mais relevante para a ALTRI, nomeadamente: qualidade biolgica (i.e.,

    integridade das comunidades pisccolas) e nmero de espcies pisccolas com estatuto de conservao,

    perturbaes mais relevantes, aces de requalificao prioritrias e, como referido, o grau de influncia das

    unidades operacionais nos sistemas fluviais.

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    Tabela 7. Variveis includas no diagrama de apoio gesto florestal - vertente recursos hdricos.

    VARIVEIS INCLUDAS NO DIAGRAMA DE APOIO GESTO FLORESTAL - VERTENTE

    RECURSOS HDRICOS

    Ocupao antrpica da bacia de drenagem: Avaliar a ocupao da bacia com usos

    agrcolas/urbanos, bem como a presena de presses de grande intensidade, como a alterao

    significativa de caudais ou a presena de focos de poluio claramente impactantes. De uma forma

    geral, considera-se como muito significativa a ocupao da bacia com > 50% de agricultura e/ou >

    10% agricultura intensiva, ou > 15% de uso urbano. Para as vrias variveis, foram considerados os

    cinco nveis de qualidade que serviram de base ao desenvolvimento do ndice pisccola F-IBIP.

    rea da bacia de drenagem com povoamentos da ALTRI:Quantificar a ocupao da bacia de

    drenagem com povoamentos da empresa. Considera-se um patamar 25% de ocupao com

    povoamentos de eucalipto como o limite a partir do qual o efeito cumulativo das actividades silvcolas

    escala da bacia tm impacte no troo fluvial.

    Condio do sub-corredor riprio:Avaliar a ocupao do solo e outros impactes no sub-corredor

    riprio; como indicador, deve considerar-se um segmento que inclua lateralmente cerca de 100 m paracada lado das margens do rio e longitudinalmente cerca de 3 km da rede de drenagem. Os nveis de

    ocupao de solo, bem como de outros impactes, sero idnticos aos adoptados ao nvel da bacia.

    Presena de povoamentos da ALTRI na sub-bacia de drenagem: Quantificar a ocupao de

    povoamentos da empresa na sub-bacia de drenagem correspondente ao sub-corredor riprio, i.e.,

    aproximadamente num raio de 3 km para montante do troo fluvial. Considera-se como significativa

    uma presena aproximadamente 25%.

    Gesto da zona ripria pela ALTRI:Para que uma zona ripria possa ser reconhecida como uma

    unidade de gesto, nomeadamente para que seja expectvel que as aces de requalificao tenham

    potencial efeito no rio, considera-se que a ALTRIdeve gerir essa zona ao longo de um troo fluvial

    com um mnimo de 500 m.

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    21/36

    FISHTR comu nidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    Figura 13. Ferramenta de apoio gesto florestal vertente recursos hdricos; nos casos em que se verifica a gesto ALTRI da zona riprapresenta simultaneamente pelo menos duas espcies com estatuto de conservao e elevada integridade das comunidades, a classificaelevado (4), ou de elevado (4) a muito elevado (5)).

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    FISHTR comu nidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    Tabela 8.

    TE_01

    Rib. Foz_jus

    Elevada integridade das

    comunidades pisccolas; 4espcies com estatuto de

    conservao, 3 delas Em

    Perigo ou Criticamente em

    Perigo

    mata ripcola estreita

    moderada eroso das margens

    degradao da qualidade da gua

    restauro/recuperao

    ripcola

    estabilizao/consolida

    margens

    TE_02

    Rib. Foz_mon

    Elevada integridade das

    comunidades pisccolas; 2

    espcies com estatuto de

    conservao, ambas Em

    Perigo

    mata ripcola estreita e com

    presena significativa de silvas e

    canas

    moderada a forte eroso das

    margens

    degradao da qualidade da gua

    restauro/recuperao

    ripcola

    controle de espcie

    invasoras

    estabilizao/consolida

    margens

    TE_03

    Rib. Bicas

    Boa integridade das

    comunidades pisccolas; 3

    espcies com estatuto de

    conservao, todas Em Perigo

    ou Criticamente em Perigo

    mata ripcola mal conservada:

    estreita, com presena significativa

    de silvas e canas e com incluso de

    eucaliptos at s margens

    moderada eroso das margens

    restauro/recuperao

    ripcola

    controle de espcie

    invasoras

    remoo de eucalipto

    ripria

    estabilizao/consolida

    margens

    TE_04

    Rib. Alcolobra

    Medocre integridade das

    comunidades pisccolas; 3espcies com estatuto de

    conservao, todas Em Perigo

    ou Criticamente em Perigo

    mata ripcola pouco larga e com

    alguma presena de accias

    restauro/recuperao

    ripcola

    monitorizao de espc

    invasoras

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    FISHTR comu nidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    Tabela 8.

    TE_05

    Rib. Fernando

    vegetao ribeirinha mal

    estruturada, por vezes ausente, emuito descontnua

    moderada eroso das margens

    forte degradao da qualidade da

    gua

    quaisquer aces de

    estrutura fsica do leitoser ineficazes se pe

    factores responsveis

    qualidade da gua

    TE_06

    Rib. Ulme

    Medocre integridade das

    comunidades pisccolas; 2

    espcies com estatuto de

    conservao, uma Em Perigo,

    e outra Criticamente em

    Perigo

    vegetao ripcola muito esparsa e

    com abundncia de canas

    troo canalizado, com margens

    muito alteradas

    baixa diversidade de abrigos

    aquticos e perda de parte dos

    habitats naturais

    colocao e manip

    estruturas no interior d

    em vista diversificar

    habitacional e a morfolo

    restauro/recuperao

    ripcola (incluindo contr

    estabilizao/consolida

    margens

    TE_07

    Rib. Chouto

    Medocre integridade das

    comunidades pisccolas; 3

    espcies com estatuto de

    conservao, duas delas

    Criticamente em Perigo

    mata ripcola quase ausente

    troo canalizado, com margens

    muito alteradas

    forte sedimentao do substrato e

    perda dos habitats naturais

    forte degradao da qualidade da

    gua

    quaisquer aces de

    estrutura fsica do leito

    ser ineficazes a pe

    factores responsveis, q

    local quer regional, pela

    muito significativa da m

    TE_08

    Rib.Alferreira_jus

    Boa integridade das

    comunidades pisccolas; 2

    espcies com estatuto de

    conservao, 1 delas Em

    Perigo

    galeria ripcola geralmente estreita

    e nalgumas zonas um pouco

    fragmentada

    restauro/recuperao

    ripcola

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    FISHTR comu nidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    Tabela 8.

    TE_09

    Rib.Alferreira_mon

    Elevada integridade das

    comunidades pisccolas; 1espcie com estatuto de

    conservao

    galeria ripcola geralmente estreita

    e moderadamente fragmentada

    restauro/recuperao

    ripcola

    TE_10

    Rib. V.Fornalha

    2 espcies com estatuto de

    conservao, 1 delas Em

    Perigo

    galeria ripcola mal conservada

    (estreita e fragmentada) e com

    presena significativa de silvas

    moderada eroso das margens

    restauro/recuperao

    ripcola

    estabilizao/consolida

    margens

    TE_11

    Rib. Canas

    Elevada integridade das

    comunidades pisccolas; 1

    espcie com estatuto de

    conservao

    galeria ripcola muito fragmentada

    por vezes mesmo ausente

    baixa diversidade de abrigos

    aquticos, sobretudo lenhosos

    restauro/recuperao

    ripcola

    colocao de estruturas

    do rio, tendo em vistacobertura aqutica

    TE_12

    Rib. Muge

    Medocre integridade das

    comunidades pisccolas; 2

    espcies com estatuto de

    conservao, uma Em Perigo,

    e outra Criticamente em

    Perigo

    moderada eroso das margens

    baixa diversidade de abrigosaquticos e grandehomogeneidade habitacional

    deposio de finos intersticiais noleito

    degradao da qualidade da gua

    estabilizao/consolida

    margens

    colocao e manip

    estruturas no interior d

    em vista diversificar

    habitacional e a morfolo

    TE_13

    Rib. Mourelo

    1 espcie com estatuto de

    conservao Em Perigo

    galeria ripcola muito estreita e

    descontnua

    canaliz. parcial rio (no passado)

    recuperao da gale

    eventualmente acomp

    um reperfilamento do ca

    TE_14

    Rib. Eiras

    Elevada integridade das

    comunidades pisccolas; 2

    espcies com estatuto de

    conservao, uma delas Em

    Perigo

    mata ripcola estreita, com

    presena relevante de accias

    perda de conectividade -

    barragem

    restauro/recuperao

    ripcola

    monitorizao (e event

    de espcies florsticas inv

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    FISHTR comu nidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    Tabela 8.

    TE_15

    Rib. P. Espinho

    Elevada integridade das

    comunidades pisccolas; 1espcie com estatuto de

    conservao Em Perigo

    galeria ripcola muito fragmentada

    e estreita

    canalizao parcial do rio (no

    passado)

    perda de conectividade - aude

    recuperao da gale

    eventualmente acompum reperfilamento do ca

    TE_16

    Rib. Alge

    Elevada integridade das

    comunidades pisccolas; 2

    espcies com estatuto de

    conservao, uma delas Em

    Perigo

    mata ripcola fragmentada e com

    intruso de eucaliptos e accias

    restauro/recuperao

    ripcola

    controle de espcie

    invasoras

    RO_01

    Rio Alcabrichel

    Medocre integridade das

    comunidades pisccolas; 2espcies com estatuto de

    conservao, uma em Em

    Perigo, e outra, segundo a

    IUCN, tambm Em Perigo

    mata ripcola quase inexistente,substituda por canas

    troo canalizado, com margensmuito alteradas/ravinadas

    forte sedimentao do substrato,escassez habitats naturais eabrigos

    perda de conectividade - aude

    forte degradao da qualidade dagua

    quaisquer aces de

    estrutura fsica do leitoser ineficazes a pe

    factores responsveis, q

    local quer regional, pela

    muito significativa da m

    MO_01

    Rib. Mata

    Medocre integridade das

    comunidades pisccolas

    galeria ripcola muito fragmentada

    e estreita por vezes ausente

    rio canalizado com muros de

    pedra

    perda de conectividade - aude

    restauro/recuperao

    ripcola

    reabilitao das margen

    eventualmente um re

    do canal

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    FISHTR comu nidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    Tabela 8.

    MO_02

    Rio Cobral

    Medocre integridade das

    comunidades pisccolas

    mata ripcola estreita, com

    presena de accias

    moderada eroso das margens

    sedimentao do substrato

    restauro/recuperao

    ripcola

    monitorizao (e event

    de espcies florsticas inv

    estabilizao/consolida

    margens

    MO_03

    Rio Dinha

    Medocre integridade das

    comunidades pisccolasmata ripcola fragmentada e

    muito estreita

    margem com forte eroso

    forte sedimentao do substrato e

    perda dos habitats naturais

    perda de conectividade - aude

    degradao da qualidade da gua

    tendo em conta que se

    troo artificial de carct

    medidas de restauro po

    benefcio limitado; aind

    evitar a crescente deg

    leito, ser de equaciona

    da galeria ripcola e a

    das margens

    VO_01

    Rib. Belazaima

    Boa integridade das

    comunidades pisccolas

    galeria ripcola estreita e com

    elevada intruso de accias

    eroso pontual das margens

    perda de conectividade - aude

    restauro/recuperao

    ripcola

    controle de espcie

    invasoras

    estabilizao/consolidamargens

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    FISHTR comu nidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    Tabela 8.

    DO_01

    Rib.S. Mamede_mon

    Boa integridade das

    comunidades pisccolas; 1espcie com estatuto de

    conservao Vulnervel

    mata ripcola estreita numa das

    margens

    moderada eroso das margens

    restauro/recuperao

    ripcola

    estabilizao/consolida

    margens

    DO_02

    Rib.S. Mamede_jus

    Boa integridade das

    comunidades pisccolas; 1

    espcie com estatuto de

    conservao Vulnervel

    mata ripcola estreita/muito

    estreita

    forte eroso das margens

    baixa diversidade de habitats

    aquticos

    restauro/recuperao

    ripcola

    estabilizao/consolida

    margens

    colocao de estruturas

    do rio, tendo em vista c

    riffle

    DO_03

    Rio Paiva_jus

    Boa integridade das

    comunidades pisccolas; 1

    espcie com estatuto de

    conservao Vulnervel

    mata ripcola estreita, com

    presena de accias

    moderada eroso das margens

    restauro/recuperao

    ripcola

    monitorizao (e event

    de espcies florsticas inv

    estabilizao/consolida

    margens

    DO_04

    Rio Paiva_mon

    Boa integridade das

    comunidades pisccolas; 1

    espcie com estatuto de

    conservao Vulnervel

    galeria ripcola com elevada

    intruso de accias

    controle de espcie

    invasoras

    DO_05

    Rio Balsemo

    Boa integridade das

    comunidades pisccolas; 1

    espcie com estatuto de

    conservao Vulnervel

    monitorizao contnu

    ripcola e da estrutura fs

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    FISHTR com unidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    28

    5. Bibliografia

    Cortes, R. M. V.; Teixeira, A.; Crespi, A.; Oliveira, S.; Varejo, E.; Pereira, A., 1999: Plano de bacia

    hidrogrfica do rio Lima, 1 Fase (Anlise e diagnstico da situao de referncia ), Anexo 9 (Conservao danatureza), Ministrio do Ambiente.

    Dias, M. S.; Magnusson, W. E.; Zuanon, J., 2010: Effects of reduced-Impact logging on fish assemblages in

    Central Amazonia. Conservation Biology 24, 278-286.

    Frissell, C. A.; Liss, W. J.; Warren, C. E.; Hurley, M. D., 1986: A hierarchical framework for stream habitat

    classification: viewing streams in a watershed context. Environmental Management 10, 199-214.

    FSC (Forest Stewardship Council), 2014: International Generic Indicators. FSC-STD-01-004 V1-0 EN, Draft 2.0

    Hartman, G. F., 2004: Effects of forest management activities on watershed processes. In: Fishes and

    Forestry: Worldwide Watershed Interactions and Management. Eds: Northcote, T. G.; Hartman, G. F.,

    Oxford, UK: Blackwell Science, pp. 271-302.

    INAG, I. P., 2008: Manual para a avaliao biolgica da qualidade da gua em sistemas fluviais segundo a

    Directiva Quadro da gua: Protocolo de amostragem e anlise para a fauna pisccola. Ministrio do

    Ambiente, do Ordenamento do Territrio e do Desenvolvimento Regional.

    INAG, I. P.; AFN, 2012. Desenvolvimento de um ndice de Qualidade para a Fauna Pisccola, Lisboa;

    Ministrio da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Territrio.

    Lake, P. S.; Bond, N.; Reich, P., 2007: Linking ecological theory with stream restoration. Freshwater Biology

    52, 597-615.

    Oliveira, J. M. (coord.); Santos, J. M.; Teixeira, A.; Ferreira, M. T.; Pinheiro, P. J.; Geraldes, A.; Bochechas J.,

    2007: Projecto AQUARIPORT: Programa Nacional de Monitorizao de Recursos Pisccolas e de Avaliao

    da Qualidade Ecolgica de Rios, Lisboa; Direco-Geral dos Recursos Florestais.

    Oliveira, J. M.; Cortes, R.; Teixeira, A.; Santos, J. M.; Pinheiro, P. J.; Ferreira, M. T.; Bochechas, J.; Ferreira,

    J.; Pdua. J., 2010: A qualidade das bases de dados como factor crucial em estudos ambientais: condies de

    referencia e tipologia com base pisccola para rios portugueses. 10 Congresso da gua. Alvor, Algarve (actas

    disponveis em CD) (http://www.aprh.pt/congressoagua2010/pdf/programasessoes.pdf).

    Paller, M. H.; Reichert, M. J. M.; Dean, J. M.; Seigle, J. C., 2000: Use of fish community data to evaluate

    restoration success of a riparian stream. Ecological Engineering 15, 171187.

  • 8/11/2019 Altri - Texto_v1.pdf

    29/36

    FISHTR com unidades pisccolas e qualidade biolgica

    em rios associados a eucaliptais certificados

    29

    Pretty, J. L.; Harrison, S. S. C.; Shepherd, D. J.; Smith, C.; Hildrew, A. G.; Hey, R. D., 2003: River

    rehabilitation and fish populations: assessing the benefit of instream structures. Journal of Applied Ecology

    40, 251-265.

    Zalewski M. (ed.), 2002: Guidelines for the Integrated Management of the Watershed. Phytotechnology and

    Ecohydrology. UNEP, Division of Technology, Industry and Economics. Freshwater Management Series No.5.

  • 8/11/2019 Altri - Texto_v1.pdf

    30/3630

    ANEXO 1: PROJECTO ALTRI FICHA DE CARACTERIZAO DE LOCAL

    LOCAL Cdigo: EG_ Coordenadas: X = Y =Curso de gua: Bacia hidrogrfica: Nome do local:

    Ordenamento pisccola: guas de salmondeos concesso de pesca zona de pesca reservada zona de pesca profissional

    Breve descrio do local:

    Local de referncia: sim no Outras informaes:

    Data: Hora de incio dos trabalhos: Hora de fim dos trabalhos:

    Nebulosidade: cu limpo ligeiramente encoberto medianamente encoberto totalmente encoberto

    Vento:nulo ligeiro mdio forte Precipitao:nula muito fracaNotas vrias:

    PESCA ELCTRICA Chefe da equipa:

    Equipamento:

    Membros da equipa:

    Tipo corrente:DC PDC/Freq.Imp.(Hz):

    Voltagem (V): Amperagem (A):

    No. nodos: 1 Aro (cm):

    Tamanho da rede (mm):

    Comprimento do ctodo (m):

    Redes de bloqueio:sim no

    Mtodo

    VadiandoBarco

    Misto

    Estratgia amostragem

    Totalidade da superfcie aquticaParcial, nas duas margens

    Parcial, cada habitat amostrado proporcionalmente

    Comprimento do troo amostrado (m): Outras informaes:

    MORFOLOGIA DO LEITO E QUALIDADE DA GUALargura mdia do leito molhado (m): Temperatura da gua (C): Condutividade (S/cm): pH:

    Profundidade mdia (cm):

    Profundidade mxima (cm):

    Visibilidade (cor/turvao):

    transparente pouco turva turva muito turva

    Velocidade da corrente (m/s):Outras informaes (e.g., espumas, cor, cheiros, leos, lixos):

    Bancos

    mdios

    Bancos

    alternados

    Bancos

    de curva

    Ilhas

    madurasCom vegetao

    PresenteElevado (>33%) Com vegetao

    PresenteElevado (>33%) Com vegetao

    PresenteElevado (>33%)

    Sem vegetaoPresenteElevado (>33%) Sem vegetao

    PresenteElevado (>33%) Sem vegetao

    PresenteElevado (>33%)

    PresenteElevado(>33%)

  • 8/11/2019 Altri - Texto_v1.pdf

    31/3631

    COBERTURA AQUTICA

    Ausente (75%)

    ( 00- 26 cm) ausente esparsa intermdia abundante dominante

    Macrfitas aquticas ausente esparsa intermdia abundante dominante

    Helfitos ausente esparsa intermdia abundante dominante

    Hidrfitos ausente esparsa intermdia abundante dominante

    Tipo dominante de hidrfitos Algas Fanerogmicas Musgos Nota:

    Macrfitas invasoras (> 33%) Azola Jacinto gua Pinheirinha Outras:

    ATRIBUTOS FSICOS ASSOCIADOS AO LEITO

    Estruturas artificiais de quebra de conectividade

    Ausncia de obstculos ou presena de estruturas sem efeito na continuidade lticaObstculos quase sempre transponveis com efeito de atraso na progresso da migrao (e.g. aude desagregado, infra-estrutura

    hidrulica com passagem para peixes eficiente)

    Obstculos somente transponveis em algumas alturas do ano (e.g., pequeno aude de alvenaria ou beto, bem consolidado)Obstculos s muito pontualmente transponveis em perodos de grandes caudais (e.g., aude de alvenaria ou beto de mdia

    dimenso)

    Obstculo intransponvelCondio morfolgica do leitoAusncia quase completa de alterao artificial do leitoUma das margens apresenta alteraes moderadas (e.g., enrocamentos em 30-50% do comprimento do troo), ou ambas as

    margens apresentam alteraes pouco significativas (e.g., alguns muros desagregados e/ou naturalizados); tambm se aplicaquando existe evidncia de algum (moderado) tipo de canalizao no passado (> 20 anos) mas no no presente

    Ambas as margens apresentam alteraes moderadas, ou uma delas est significativamente alterada (e.g., linearizao damargem, rebaixamento do leito); sector canalizado, embora mantendo parte significativa dos habitats fluviais

    Ambas as margens apresentam alteraes muito significativas, com perda da maior parte dos habitats naturais (e.g., riocanalizado)

    Leito largamente reforado por materiais artificiais (e.g., canal de beto)Tipologia GQC

    Tipo 1 - Troos encaixados, normalmente de cabeceira e com muita rocha; baixa potencialidade para suportar um extenso bosque ribeirinho

    Tipo 2 - Troos com desnveis mdios das margens; potencialidade intermdia para suportar um bosque ribeirinho; zonas mdias dos rios Tipo 3 - Troos com desnveis das margens muito pouco acentuados; potencialidade elevada para suportar um bosque ribeirinho; zonas baixas

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    32/3632

    SUBSTRATO E HABITATS AQUTICOS

    Riffle Run Pool Glide

    Representatividade (%/m) =

    Riffle Run Pool Glide

    Representatividade (%/m) =

    Riffle Run Pool Glide

    Representatividade (%/m) =

    ____Finos ( 26 cm)

    ____

    Rocha (contnuo) ____

    Rocha (contnuo) ____Rocha (contnuo)

    ____

    Detritos ____

    Detritos ____Detritos

    ____

    Outros: ____

    Outros: ____Outros:

    Largura (m) =

    Profund. mdia (cm) =

    Profund. mxima (cm) =

    Largura (m) =

    Profund. mdia (cm) =

    Profund. mxima (cm) =

    Largura (m) =

    Profund. mdia (cm) =

    Profund. mxima (cm) =

    Riffle Run Pool Glide

    Representatividade (%/m) =

    Riffle Run Pool Glide

    Representatividade (%/m) =

    SUBSTRATO E HABITATS NOTROO (%)

    ____Finos ( 26 cm)

    ____ROCHA (contnuo)

    ____DETRITOS

    Largura (m) =

    Profund. mdia (cm) =

    Profund. mxima (cm) =

    Largura (m) =

    Profund. mdia (cm) =

    Profund. mxima (cm) = ____OUTROS:

    Deposio de finos intersticiais no leito*

    Deposio de finos intersticiais: < 5%Deposio de finos intersticiais: 5-25%Deposio de finos intersticiais: 25-50%Deposio de finos intersticiais: 50-75%Deposio de finos intersticiais: >75%* Para os rios Tipo 1, consideram-se como finos intersticiais o materialaproximadamente < 5 mm e, para os rios Tipo 2 e 3, consideram-se como finosintersticiais o material aproximadamente < 1 mm

    Deposio de areias e finos nos riffles

    Deposio de areias&finos: < 5%Deposio de areias&finos: 5-25%Deposio de areias&finos: 25-50%Deposio de areias&finos: 50-75%Deposio de areias&finos: >75%

    Diversidade de habitats*

    Lento-profundoLento-pouco profundo

    Rpido-profundoRpido-pouco profundo

    * Lento: < 0,3 m/s; Pouco profundo: < 0,5 m

    Distncia entre riffles/curvas:

    __(m)no se aplica

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    ZONA RIPCOLA E CARACTERSTICAS ASSOCIADAS

    Eroso das margens Largura da galeria ripcola* Continuidade da galeria ripcola*

    E D E D E D

    Ausente/pouco significativa Muito larga (> 30 m) Contnua (> 90%) Moderada Larga (20-30 m) Semi-contnua (75-90%)

    Forte/muito significativa Moderada (10-20 m) Marginal (50-75%)Estabilidade do leito Estreita (5-10 m) Isolada/esparsa (< 50%) Elevada Muito estreita (< 5 m) Ausente (< 10%) Moderada Ausente Baixa * Assinalar um ou dois por margem * Assinalar um ou dois por margem; marginal inclui

    regularmente espaada e macios ocasionais

    Espcies presentes na zona ripcola*

    ACCIAS CEVADILHA TAMARGUEIRO

    AILANTO CHOUPOS OUTROS:

    AMIEIROS EUCALIPTOS

    CANAS FREIXOS

    CARVALHOSCADUCIFLIOS

    SALGUEIROS

    CARVALHOSPERENIFLIOS SILVAS

    * P = Presente; E = Elevado (> 33% comprimento da margem)

    Observaes:

    USO DO SOLO DENTRO DE 50 m DO TOPO DA MARGEM*

    E D E D

    Floresta de folhosas/mista (semi-natural) Espelho de gua natural

    Floresta de folhosas/mista (plantada) Pastagem melhorada

    Florestas de conferas (semi-natural) Pastagem no melhorada

    Floresta de conferas (plantada) Ervas altas

    Matos e arbustos reas improdutivas (rochas, dunas)

    Pomar/olival/vinha Zona urbana/suburbana

    Zona hmida Terrenos cultivados

    Turfeira/Urzal Terrenos agrcolas irrigados

    Espelho de gua artificial Parques/jardins/espaos verdes

    No visvel

    * P = Presente; E = Elevado (> 33% comprimento da margem)

    RESUMO DOS IMPACTES HUMANOS

    ___Uso do solo (1-5) : ___Carga de sedimento (1-5) :

    ___Urbanizao (1-5) : ___Condio morfolgica (1-5) :

    ___rea ripcola (1-5) : ___Outros impactes (1-5) :

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    ANEXO 2: PROJECTO ALTRI PROTOCOLO DE AVALIAO DA CONDIOMORFOLGICA FLUVIAL

    PROTOCOLO CAMPO

    GRAU DE QUALIDADE DO CANAL 1/2 Local: Cdigo:

    Data: Tcnico: Observaes:

    realizado em pelo menos trs transectos com distncias entre si de 10-20 metros

    1 Presena de estruturas de reteno

    Ausncia de estruturas 4

    Aude rstico semidesagregado 3

    Aude rstico bem consolidado 2

    Aude ou barragem de beto 1

    2 Estrutura do canal

    Largura mdia do leito molhadoa/Profundidade mximab< 7 4

    Largura mdia do leito molhado/Profundidade mxima = 8-15 3Largura mdia do leito molhado/Profundidade mxima = 16-25 2

    Largura mdia do leito molhado/Profundidade mxima > 25 1

    a valor obtido nos transectos.b mdia da profundidade mxima obtida nos transectos.

    3 Sedimentos e estabilidade do canal

    Ausncia de alargamento do canal ou de acumulaes de materiais transportados;

    canal nico

    4

    Algumas acumulaes de materiais transportados; canal nico 3

    Formaes no naturais de tipo lnguas ou ilhas de cascalho, areia e limo; o

    leito pode apresentar canais independentes

    2

    Canal dividido em mltiplas lnguas/ilhas de areia e limo 1

    4 Estrutura das margens

    Margens estveis com vegetao ripria contnua e estruturalmente complexa

    (rvores e arbustos); sem sinais de eroso

    4

    Margens estveis mas com vegetao ripria fragmentada; algumas zonas

    desprovidas de vegetao

    3

    Margens pouco consolidadas com vegetao ripria muito fragmentada e/ou

    mantidas por vegetao esparsa de herbceas e arbustos

    2

    Margens com vegetao muito escassa e uniforme, rebaixadas pela eroso aolongo do troo

    1

    5 Alterao artificial das margens

    Ausncia quase completa de alterao artificial das margens 4

    Uma das margens apresenta alteraes moderadas (e.g., enrocamentos em 30-

    50% do comprimento do troo), ou ambas as margens apresentam alteraes

    pouco significativas (e.g., alguns muros desagregados e/ou naturalizados)

    3

    Ambas as margens apresentam alteraes moderadas, ou uma delas est

    significativamente alterada (e.g., linearizao da margem)

    2

    Ambas as margens apresentam alteraes muito significativas (e.g., rio

    canalizado)

    1

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    PROTOCOLO CAMPO

    GRAU DE QUALIDADE DO CANAL 2/2 Local: Cdigo:

    realizado em pelo menos trs transectos com distncias entre si de 10-20 metros

    6 Heterogeneidade do canal

    Canal curvilneo com sequncia ltica/lntica muito marcada (presentes todos os

    tipos de habitats)

    4

    Canal com reduzida sequncia ltica/lntica (ausncia de alguns tipos de habitats) 3

    Canal rectilneo com velocidade praticamente constante ao longo de todo o

    troo

    2

    Curso de gua canalizado ou zona lntica artificial 1

    7 Estrutura do leito

    Tipo 1 Troos encaixados, normalmente de cabeceira e com muita rocha; baixa potencialidade

    para suportar um extenso bosque ribeirinho

    Tipo 2 Troos com desnveis mdios das margens; potencialidade intermdia para suportar um

    bosque ribeirinho; zonas mdias do rio

    Tipo 3 Troos com desnveis das margens muito pouco acentuados; potencialidade elevada para

    suportar um bosque ribeirinho; zonas baixas de alguns rios

    Tipo 1 (troo em que predomina a eroso)

    > 50% do material constitudo por granulometria > 26,0 cm (blocos) 8

    > 50% do material constitudo por granulometria > 6,4 cm (pedras) 6

    > 50% do material constitudo por granulometria > 1,6 cm (cascalho) 3

    > 50% do material constitudo por granulometria < 1,6 cm (finos, areia,

    gravilha)

    1

    Tipo 2 (troo em que predomina o transporte)

    > 50% do material constitudo por granulometria > 6,4 cm (pedras) 8

    25-50% do material constitudo por granulometria > 6,4 cm (pedras) 6

    > 25% do material constitudo por granulometria > 1,6 cm (cascalho) 3

    > 75% do material constitudo por granulometria < 1,6 cm (finos, areia,

    gravilha)

    1

    Tipo 3 (troo em que predomina a sedimentao)

    > 50% do material constitudo por granulometria > 0,5 cm (gravilha

    grosseira)

    8

    25-50% do material constitudo por granulometria > 0,5 cm (gravilha

    grosseira)

    6

    > 75% do material constitudo por granulometria < 0,5 cm (gravilha fina,

    areia e finos)

    3

    O leito exclusivamente areia e finos 1

    8 Deposio de finos intersticiaisa

    A % de sedimentos finos < 5% 4

    A % de sedimentos finos de 5 - 25% 3

    A % de sedimentos finos de 25 - 50% 2

    A % de sedimentos finos > 50% 1aPara os rios Tipo 1, consideram-se como sedimentos finos o material aproximadamente