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Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Toxinologia do Instituto Butantan, para obtenção do título de Mestre em Toxinologia. São Paulo 2014 Amanda Pereira de Freitas “Estudo do potencial regulador da crotoxina e suas subunidades isoladas do veneno de Crotalus durissus terrificus sobre a atividade funcional de células dendríticas”

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Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-graduação

em Toxinologia do Instituto

Butantan, para obtenção do

título de Mestre em

Toxinologia.

São Paulo 2014

Amanda Pereira de Freitas

“Estudo do potencial regulador da crotoxina e suas subunidades isoladas do veneno de Crotalus durissus terrificus sobre a atividade

funcional de células dendríticas”

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Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-graduação

em Toxinologia do Instituto

Butantan, para obtenção do

título de Mestre em

Toxinologia.

Orientadora: Dra. Eliana

Faquim de Lima Mauro

São Paulo 2014

Amanda Pereira de Freitas

“Estudo do potencial regulador da crotoxina e suas subunidades isoladas do veneno de Crotalus durissus terrificus sobre a atividade

funcional de células dendríticas”

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FICHA CATALOGRÁFICA

Elaborada com instruções fornecidas pela Biblioteca do Instituto Butantan

Freitas, Amanda Pereira

Estudo do potencial regulador da crotoxina e suas subunidades isoladas do veneno de Crotalus durissus terrificus sobre a atividade funcional de células dendríticas/ Amanda Pereira de Freitas; orientadora: Eliana Faquim de Lima Mauro. – São Paulo, 2014.

139 folhas. : il. color. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Toxinologia, Instituto Butantan, 2014. 1. Crotalus durissus terrificus. 2. Células dendríticas.

3. Toxinas ofídicas. 4. Citocinas. 5. Imunomodulação. I. Orientador (Faquim- Mauro, Eliana, orient.). II. Programa de Pós- Graduação em Toxinologia. Instituto Butantan. III. Título

CDD 615.9

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PÓS-GRADUAÇÃO EM TOXINOLOGIA

INSTITUTO BUTANTAN

RESULTADO DA DEFESA DE DISSERTAÇÃO

MESTRADO

NOME DA ALUNA: Amanda Pereira de Freitas DATA DO EXAME:.............../................ /................. BANCA EXAMINADORA: Profs. Drs.

NOME Assinatura Aprovada Reprovada ________________________ ______________________ ( ) ( ) (Presidente) ________________________ ______________________ ( ) ( ) ________________________ ______________________ ( ) ( ) DECISÃO FINAL: APROVADA ( ) REPROVADA ( ) Comentários da Banca (opcional):

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O alicerce de minha vida: meus pais Alide e João, os quais

amo muito. Obrigada pelo carinho, paciência e incentivo,

principais responsáveis pela minha vida e a quem devo

meu caráter. Mais do que isso, as vozes que me

tranquilizam o coração, os sorrisos que me alegram a

vida, o apoio que me ajuda a percorrer os meus objetivos.

Sem os senhores nunca teria sido possível chegar até aqui.

Obrigada pelo eterno cuidado, dedicação, amor, apoio

nos momentos difíceis de inquietações e decisões, por

estarem ao meu lado a cada passo, a cada pequena

conquista e grandes realizações, pois estes não teriam

valor se os senhores não estivessem comigo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar

força interior para superar as dificuldades, mostrar os caminhos nas horas incertas e

me suprir em todas as minhas necessidades. Sua presença, luz e força sempre me

abençoam e capacitam para tudo aquilo que Ele me destina.

A minha irmã gêmea Aline Pereira de Freitas, que por palavras não será nunca

possível descrever a sua importância na minha vida. Obrigada pelos seus 29 anos

de vida ao meu lado e tentar sempre me ajudar. Obrigada por existir, e por sempre

me defender. Agradeço a você, pela mulher que hoje desabrocha, pelos momentos

de orgulho e pelo companheirismo e amizade. A você, exemplo de garra, coragem e

esperança, a quem tenho a honra de chamar de irmã.

Alguém uma vez me disse que “a gratidão é a lembrança do coração.” Faz sentido.

Ao longo de nossas vidas sempre “aparecem anjos da guarda”, que nos ajudam sem

ao menos nos conhecer, e sem os quais nossos objetivos seriam muito difíceis de

alcançar perdendo muitas vezes até mesmo as esperanças. Agradeço eternamente

a minha querida orientadora Dra. Eliana Faquim de Lima Mauro por acreditar em

mim, me mostrar o caminho da ciência, por ser exemplo de profissional e de ser

humano, por sua ajuda nos momentos mais críticos, por acreditar no futuro deste

projeto e contribuir para o meu crescimento profissional e por ser também um

exemplo a ser seguido. A esta devo a confiança em minha capacidade como

pesquisadora além da paciência e tranquilidade para me transmitir os ensinamentos.

Eu gostaria de deixar um agradecimento mais que especial por me ter dado a

oportunidade de integrar o seu extraordinário grupo de trabalho, por me ter sempre

recebido com um sorriso contagiante, por estar sempre pronta para ajudar e por ter

acreditado em mim aceitando-me como sua orientanda.

A minha “migaaaa” Bruna Favoretto pelo estímulo no desenvolvimento desta tese e

fundamentais ensinamentos técnicos que contribuíram de forma significativa.

Obrigada pela disponibilidade, colaboração, conhecimentos transmitidos e

capacidade de estímulo ao longo de todo o trabalho. Sua participação foi

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fundamental para a realização deste trabalho. Obrigada por fazer parte, sem dúvida

alguma, dos melhores momentos desta jornada. E também quero agradecer os

ótimos momentos que passamos juntas no laboratório, a partilha de ansiedades, por

um lado, e de gargalhadas, por outro.

As “Elianets” Carolzinha e Pri, amigas que fizeram parte desses momentos sempre

me ajudando e incentivando, pelo companheirismo e agradáveis momentos de

convivência. Obrigada pela receptividade, amizade, companheirismo e ajuda, fatores

muito importantes na realização desta tese e que me permitiram que cada dia fosse

encarado com particular motivação. Também uma referência especial à Jéssica,

pela enorme amizade que criamos. Agradeço-lhe a partilha de bons momentos, as

risadas, as confissões e os estímulos nas alturas de desânimo.

Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua

vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais

parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no

mundo. Agradeço a Roberta da Rocha Trombeta aquela que riu e sofreu comigo, e

que foi o meu maior apoio quando mais precisei na pior fase de minha vida.

A minha querida amiga Isa Lima pelo apoio incondicional, força, incentivo e amizade

sem igual. Intermináveis desabafos no telefone e pela partilha dos bons e mals

momentos.

Ao amigo Guilherme Rabello por estar sempre ao meu lado, mesmo quando

separados pela distância e pela correria da vida diária. Obrigada pelas palavras

doces e pela transmissão de confiança e de força, em todos os momentos. Por tudo,

a minha enorme gratidão!

A Dra. Juciane de Castro pela amizade, pelo exemplo de persistência,

determinação, coragem e competência. Muito obrigada pelos conselhos, pela

simpatia, pela disponibilidade e pela amabilidade. É um prazer conhecê-la.

As pesquisadoras do Instituto Pasteur, Dra. Graciane Maria Medeiros Caporale,

Karin Scheffer e Andréa de Cássia Rodrigues da Silva por me encorajarem a não

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desistir do meu mestrado, meu sonho, as pessoas especiais que no meu percurso

de vida pessoal e profissional ajudaram no meu crescimento, e nos momentos de

desânimo estiveram comigo incentivando-me a continuar o caminho.

Às irmãs “Jonhns” Rafinha e Iara não só pela amizade, carinho mas, principalmente,

pelo sorriso, as saidinhas e o bom humor constantes.

A técnica do laboratório Juçara minha colega de trabalho, minha amiga, pelo carinho

maternal, por ser um grande exemplo de mulher e de mãe a ser seguido.

A Nicole agradeço a ajuda prestada nas purificações dos venenos e também pela

receptividade e carinho que sempre teve por mim.

As colegas de laboratórios Cris Caporrino, Bianca, Raquel, Ane e Cleusita por me

acolherem e me integrarem no laboratório. Obrigada pela amizade, companhia e

afeto.

A coordenadora da Pós Graduação, Dra. Norma Yamanouye, pela persistência de

me manter no mestrado e por me ter dado uma “luz” no momento que precisei.

Obrigada pela oportunidade!

A Patrícia Bianca pelos ensinamentos de PCR-RT e ao Jorge pela ajuda com a

leitura de minhas amostras no citômetro de fluxo.

Este trabalho teve o apoio financeiro da CAPES e FAPESP n° 2011/23735-0.

A realização desta dissertação marca o fim de uma importante etapa da minha vida.

Gostaria de agradecer a todos aqueles que contribuíram de forma decisiva para a

sua concretização. A todos meu carinho e muito obrigada!

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Porque o Homem quer subir a montanha mais alta do mundo? Ora, a resposta é a mais simples possível, porque ela esta lá. Ou seja, o desafio é uma virtude inerente ao ser humano e foi exatamente assim que me senti diante da proposta de realizar esse trabalho. “Bom mesmo é ir à luta com determinação, Abraçar a vida com paixão, Perder com classe e vencer com ousadia, Porque o mundo pertence a quem se atreve E a vida é “muito” para ser insignificante.”

Charles Chaplin

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RESUMO

Freitas, Amanda, Pereira. Estudo do potencial regulador da crotoxina e suas subunidades isoladas do veneno de Crotalus durissus terrificus sobre a atividade funcional de células dendríticas. 2014. 139 f. Dissertação (Toxinologia). Instituto Butantan, São Paulo, 2014. Agentes patogênicos, assim como moléculas com potencial patogênico são capazes de ativar/modular o sistema imune. O veneno da cascavel Crotalus durissus terrificus, crotoxina (CTX-principal toxina) e suas subunidades CA (crotapotina) ou CB (fosfolipase A2) apresentam efeito supressor sobre o sistema imune. Células dendríticas (DCs) são potentes células da imunidade inata responsáveis pela apresentação dos antígenos para os linfócitos T e, portanto estão envolvidas diretamente na geração da resposta imune adaptativa ou tolerância imunológica. Portanto, no presente estudo, foi investigado o efeito modulador da CTX, bem como da CA e CB sobre a atividade funcional das DCs in vitro. CTX, CA e CB foram purificadas, analisadas por SDS-PAGE e o conteúdo de endotoxina (LPS) eliminado. DCs imaturas (iDCs) foram diferenciadas a partir da medula óssea de camundongos BALB/c com GM-CSF ou GM-CSF/IL-4 por 7 dias. A análise por citometria de fluxo da expressão de CD11c revelou que o protocolo de utilização do GM-CSF/IL-4 foi mais eficiente em gerar DCs in vitro. Além disso, estas células imaturas (CD11c+) expressam receptores do tipo Toll 1, 2, 4 e de lectina tipo C (DC-SIGN e MR). DCs imaturas foram incubadas com CTX, CA ou CB na presença ou não de LPS e analisadas quanto à expressão das moléculas de MHC de classe II (MHC-II), CD40, CD80 e CD86, bem como a secreção de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-12, IL-6, TNF-α). A CTX, CA e CB não induziram aumento da expressão das moléculas MHC-II e coestimuladoras nas DCs in vitro, enquanto que o LPS induziu alta expressão dessas moléculas nas DCs. Além disso, CTX e CB inibiram a expressão de CD40, CD80, CD86 e MHC-II em DCs incubadas com LPS, sendo esse efeito mais acentuado com a CTX. Tanto a CTX como CB inibiram a secreção das citocinas pró-inflamatórias pelas DCs estimuladas com LPS. Por outro lado, a subunidade CA não foi capaz de modular a maturação de DCs induzida pelo LPS. Pôde ser observado ainda, que receptor formil peptídeo está envolvido nesse efeito da CTX e CB sobre a maturação das DCs induzida pelo LPS. A análise da secreção IL-10 e expressão gênica de TGF-β e IL-10 pelas DCs incubadas com CTX, CA, CB na presença ou não de LPS mostraram que a CTX e, em menor intensidade, a CB induzem aumento dessas citocinas pelas DCs incubadas somente com as toxinas ou juntamente com LPS. Além disso, foi observada maior produção de prostaglandina E2 e lipoxina A4 pelas DCs incubadas com CTX ou CB, e em menor intensidade com CA, na presença ou não de LPS. O ensaio de proliferação de linfócitos CD3+ co-cultivados com DCs previamente incubadas com CTX ou CB na presença ou não de LPS mostrou que a CTX e CB em associação com LPS inibiram a proliferação celular quando comparada à induzida somente pelo LPS. Estes resultados demonstraram que a CTX e CB, mas não CA, exercem efeito modulador sobre a atividade funcional das DCs e sugerem a participação dos mediadores anti-inflamatórios nesse processo. Palavras- chave: Crotalus durissus terrificus, Células dendríticas, toxinas ofídicas,

citocinas e imunomodulação.

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ABSTRACT

Freitas, Amanda, Pereira. Modulatory potential of crotoxin and its subunits isolated from Crotalus durissus terrificus venom on dendritic cells. 2014. 139 p. Master thesis (Toxinology). Butantan Institute, São Paulo, 2014.

Pathogens as well as pathogenic molecules are able to activate or modulate the immune system. The Crotalus durissus terrificus rattlesnake venom, its main toxin, crotoxin (CTX) and the CA (crotapotin) or CB (phospholipase A2) subunits have suppressive effect on the immune system. Dendritic cells (DCs) are potent cells from innate immunity responsible by antigen presentation to T lymphocytes and, thus are directly involved in the generation of the adaptive immune response or tolerance. Therefore, we evaluated the modulatory effect of CTX as well as its subunits on functional activity of DCs in vitro. The CTX, CA and CB were purified, analyzed by SDS-PAGE and the endotoxin (LPS) content removed. The cytometric analysis of CD11c expression by cells showed that the protocol using GM- CSF/IL-4 was more efficient in generating DCs in vitro than GM-CSF. Furthermore, these immature CD11c+ cells expressed Toll like receptors 1, 2, 4 and C-type lectin receptors (DC-SIGN and MR). DCs were incubated with CTX, CA, CB with or without LPS for 7 days and then analyzed for the expression of class II MHC (MHC-II), CD40, CD80 e CD86 molecules as well as the secretion of proinflammatory cytokines (IL-1β, IL-12, IL-6, TNF-α). CTX, CA or CB did not induce increased expression of costimulatory and MHC-II molecules by DCs, whereas LPS induced high expression of these molecules on DCs. Furthermore, CTX and CB inhibited the expression of CD40, CD80, CD86 and MHC-II molecules by DCs incubated with LPS. Both CTX and CB inhibited the secretion of proinflammatory cytokines by DC stimulated with LPS. However, CA was not able to inhibit the DC maturation induced by LPS. It was also verified that formyl peptide receptor is involved in this effect of CTX and CB on DC maturation induced by LPS. Analysis of IL-10 secretion and gene expression of TGF-β and IL-10 showed that CTX and, at lower intensity the CB, induced high amounts of these anti-inflammatory cytokines by DCs incubated only with the toxins or with LPS. In addition, it was verified increased secretion of prostaglandin E2 and lipoxin A4 by DCs incubated with CTX and CB and, at lower intensity with CA, in the presence or not of LPS. Proliferation assay of CD3+ lymphocytes co-cultured with DCs previoulsy incubated with CTX or CB with or without LPS showed that CTX and CB inhibited the cellular proliferation induced by LPS. These results demonstrate that CTX and CB subunit, but not CA, exert modulatory effect on functional activity of DCs and suggest the involviment of anti-inflammatory mediators in this process. Key words: Crotalus durissus terrificus, Dendritic cells, ophidian toxins, cytokines

and immunomodulation

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01. Distribuição geográfica de subespécies Crotalus no Brasil......................23

Figura 02. Ação da crotoxina na microcirculação, sistema linfático e tecido

intersticial....................................................................................................................31

Figura 03. Células dendríticas e geração de LTs antígeno-específicos..................35

Figura 04. Perfil cromatográfico do veneno de C.d.terrificus submetido à

cromatografia de troca aniônica em coluna MONO-Q...............................................59

Figura 05. Perfil cromatográfico da CTX submetida à cromatografia de troca

catiônica em coluna MONO-S....................................................................................60

Figura 06. Perfil proteico do veneno de C.d. terrificus e dos picos obtidos em

cromatografia de troca aniônica e catiônica em gel de poliacrilamida 12,5% e gel de

16% de poliacrilamida na presença de tricina sob condições redutoras....................61

Figura 07. Análises de culturas de células de medula óssea de camundongos

BALB/c incubadas por 7 dias com GM-CSF ou GM-CSF e IL-4, por citometria de

fluxo............................................................................................................................62

Figura 08. Fenótipo de DCs imaturas diferenciadas in vitro com GM-CSF na

presença ou não de IL- 4............................................................................................63

Figura 09. Análise da expressão de moléculas coestimuladoras e de MHC de classe

II em DCs diferenciadas com GM-CSF na presença ou não de IL-

4..................................................................................................................................65

Figura 10. Análise da expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs

diferenciadas in vitro e incubadas com LPS em diferentes

concentrações............................................................................................................66

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Figura 11. Produção de citocinas pró e anti-inflamatórias em sobrenadantes das

culturas de DCs diferenciadas e estimuladas in vitro com

LPS.............................................................................................................................67

Figura 12. Efeito da CTX, CA, CB e/ou LPS sobre a viabilidade de DCs in

vitro.............................................................................................................................69

Figura 13. Efeito da CTX na expressão de moléculas coestimuladoras e MHC de

classe II em DCs diferenciadas in vitro e estimuladas com LPS................................70

Figura 14. Efeito da CTX sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e MHC

de classe II em DCs diferenciadas in vitro estimuladas ou não com

LPS.............................................................................................................................71

Figura 15. Efeito das concentrações de CTX sobre a expressão de moléculas

coestimuladoras e MHC de classe II em DCs diferenciadas in vitro e estimuladas

com LPS.....................................................................................................................72

Figura 16. Produção de IL-10, IL-12, TNFα, IL-1β e IL-6 nas culturas de células

dendritícas diferenciadas e estimuladas in vitro com CTX ou LPS............................73

Figura 17. Efeito da pré-incubação com a CTX sobre a expressão de moléculas

coestimuladoras e MHC de classe II em DCs posteriormente incubadas com

LPS.............................................................................................................................75

Figura 18. Porcentagem de células CD11c+/IL10+ ou CD11c+/IL12+ em culturas de

DCs previamente incubadas ou não com CTX seguida de incubação com

LPS.............................................................................................................................76

Figura 19. Análise por ELISA da produção de IL-10, IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em

sobrenadantes das culturas de DCs pré-incubadascom CTX por 2 e 3 horas seguida

da adição do LPS.......................................................................................................77

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Figura 20. Efeito da CTX sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e MHC

de classe II em DCs pré-incubadas com o LPS.........................................................79

Figura 21. Porcentagem de células CD11c+/IL10+ ou CD11c+/IL12+ em culturas de

DCs previamente incubadas ou não com LPS seguida de incubação com

CTX............................................................................................................................80

Figura 22. Análise por ELISA da produção de IL-10, IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em

sobrenadantes das culturas de DCs pré-incubadas com CTX por 2 e 3 horas seguida

da adição do LPS..........................................................................................81

Figura 23. Envolvimento de receptor formil peptídeo no efeito da CTX sobre a

expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs incubadas com

LPS.............................................................................................................................83

Figura 24. Produção de IL-10, IL-12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das

culturas de DCs diferenciadas e pré-incubadas ou não com Boc-2 seguida de

incubação com LPS ou LPS+CTX.............................................................................84

Figura 25. Avaliação do efeito da crotapotina (CA) na expressão de moléculas MHC-

II e coestimuladoras em DCs incubadas ou não com LPS........................................86

Figura 26. Efeito da fosfolipase A2 (CB) na expressão de moléculas MHC-II e

coestimuladoras em DCs incubadas ou não com LPS..............................................87

Figura 27. Produção de IL-10, IL-12, TNFα, IL-1β e IL-6 nas culturas de DCs

diferenciadas e estimuladas in vitro com diferentes toxinas ou LPS.........................88

Figura 28. Efeito da fosfolipase A2 (CB) sobre a expressão de moléculas MHC-II e

coestimuladoras em células dendríticas.....................................................................89

Figura 29. Efeito da pré-incubação com CB sobre a expressão de moléculas

coestimuladoras e MHC de classe II em DCs posteriormente incubadas com

LPS.............................................................................................................................91

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Figura 30. Análise por ELISA da produção de IL-10, IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em

sobrenadantes das culturas de DCs pré-incubadas com CB por 2 e 3 horas seguida

da adição do LPS.......................................................................................................92

Figura 31. Efeito da CB sobre a expressão das moléculas coestimuladoras e MHC

de classe II em DCs pré-incubadas in vitro com LPS................................................93

Figura 32. Produção de IL-10, IL-12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das

culturas de DCs em pré-incubadas com LPS seguida de adição do CB...................94

Figura 33. Efeito do bloqueio de receptor formil peptídeo sobre a ação do CB na

expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs estimuladas com

LPS.............................................................................................................................96

Figura 34. Produção de IL-10, IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das

culturas de DCs pré-incubadas ou não com Boc-2 seguida de incubação com LPS e

CB...............................................................................................................................97

Figura 35. Efeito da CTX e CB sobre a expressão de moléculas MHC-II e

coestimuladoras em DCs estimuladas com LPS........................................................99

Figura 36. Produção de PGE2 e LXA4 nas culturas de DCs estimuladas in vitro com

CTX, CA, CB na presença ou não do LPS...............................................................100

Figura 37. Análise comparativa da expressão de β-actina nos grupos experimentais

de DCs tratadas com CTX, CB, CA na presença ou não do LPS............................101

Figura 38. Expressão gênica de IL-10 e TGF-β em DCs incubadas in vitro com CTX,

CB, CA em associação ou não com o LPS..............................................................102

Figura 39. Resposta proliferativa dos linfócitos CD3+ co-cultivados com DCs pré-

incubadas com CTX e CB na presença ou não de

LPS...........................................................................................................................103

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AA- Ácido araquidônico

APC- Célula apresentadora de antígeno (Antigen-presenting cell)

Asc- Ascaris suum

AST- Aspartase aminotransferase

BCG- Mycobacterium bovis

BrdU- Bromodeoxiuridina (Bromodeoxyuridine)

BSA- Soro albumina bovina (Bovine albumin serum)

CA- Crotapotina (Crotapotin)

CB- Fosfolipase A2 (Phospholipase A2)

C.d.cascavella- Crotalus durissus cascavella

C.d.collilineatus- Crotalus durissus collilineatus

C.d.ruruima- Crotalus durissus ruruima

C.d.marajoensis- Crotalus durissus marajoensis

C.d. terrificus- Crotalus durissus terrificus

C.d.trigonicus- Crotalus durissus trigonicus

cDCs- Células dendríticas clássicas

CD40L- Ligante CD40

CK- Creatina quinase (Kinase creatine)

CLRs - Receptores de lectinas tipo C (C-type lectin receptors)

ConA- Concanavalina A

COX-2- Ciclooxigenase-2

CpGs- Guanina oligodeoxinucleotideos fosforotioato

CTX- Crotoxina (Crotoxin)

DCs- Células dendríticas (Dendritic cells)

DCsMB- Células dendríticas murinas derivadas de medula óssea

DXM- Dextrometorfano

EDTA- Ácido etilodiaminotetracético (Ethylenediaminetetraacetic acid)

ELISA- Ensaio imunoenzimático (Enzyme linked immunosorbent assay)

FBS- Soro fetal bovino (Fetal bovine serum)

Fh Teg- Fasciola hepatica tegumental

FPRs- Receptores pertencentes a família do formíl peptídeo

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FSC- Tamanho das células

FITC- Isotiocianato de fluoresceína (Fluorescein isothiocyanate)

Flk2- Quinase hepática fetal 2

Flt3L- Ligante tirosina quinase 3

FPLC- Cromatografia liquida de alta performance (Fast- Performance Liquid

Chromatography)

GM- CSF- Fator estimulador de colônias- granulócitos e monócitos (Granulocyte

macrophage colony- stimulating fator)

HEV- Vênulas endoteliais altas

IFN- y- Interferon-y

IgG- Imunoglobulina

IL- 4- Interleucina 4

IL-6- Interleucina 6

IL-10- Interleucina 10

IL-12- Interleucina 12

IL-17- Interleucina 17

kDa- Unidade de massa atômica (Atomic mass unit)

LAL- Limulus Amoebocyte Lysate

LDH- Desidrogenase láctica (Lactate dehydrogenase)

LPS- Lipopolissacarídeo (Lipopolysaccharid)

LTs- Linfócitos T

LXs- Lipoxinas

LXA4- Lipoxina A4

MHC- Complexo de histocompatibilidade principal (Major Histocompatibility

Complex)

MLR- Reação mista leucocitária

MyD88- Gene mielóide 88

NaCl- Cloreto de sódio (Sodium chloride)

NF-κB- Factor nuclear kappa B

NK- Células natural Killer (Natural Killer Cell)

OVA- Ovalbumina (Ovalbumin)

PAMPs- Padrões moleculares associados a patógenos

PBS- Solução salina tamponada com fosfato (Phosphate buffered saline)

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PBS-T- Solução salina tamponada com fosfato + Tween 20 (Phosphate buffered

saline tween)

PCR- RT- Reação de transcriptase reversa em tempo real

pDCs- Células dendríticas plasmocitóides

PE- Ficoeritrina (Phycoerythrin)

PGE2- Prostaglandina E2

PI- Pico I (Componentes de alta massa molecular do Asc)

PLA2- Fosfolipase A2 (Phospholipase A2)

PRRs- Receptores de reconhecimento de padrões

RPMI- Meio de cultura RPMI 1640

RPMI-S- Meio de cultura RPMI 1640 suplementado

RT- Transcrição reversa

SDS-PAGE- Dodecil-sulfato de sódio de poliacrilamida

SEA- Antígenos solúveis dos ovos de Shistossoma mansoni (Shistosoma mansoni

soluble egg antigen)

SPS- Produtos solúveis de Trichuris suis

SSC- Granulosidade

TA- Temperatura ambiente

TCR/CD3- Receptor de antígeno associado ao complexo CD3

TGF-β- Fator de transformação de crescimento (Transforming Growth Factor-β)

Th- Células T auxiliares (cells T helper)

TIR- Domínio IL-1R

TLRs- Receptores do tipo Toll (Toll like receptors)

TMB- Tetrametilbenzidina (Tetramethylbenzidine)

TNF- Fator de necrose tumoral

Tp- Tripomastigotas de Tripanossoma cruzi

Treg- Célula T reguladora

TRIS- Hidroximetil amino metano (Tris- hydroxymethyl- aminomethane)

TRP- Aminoácido triptofano

TNF-α- Fator de necrose tumoral (Tumor Necrosis Factor)

TRIS- Hidroximetil aminometano (Tris- hydroxymethyl- aminomethane)

VCdt- Veneno total de C.d.terrificus

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................22

1.1. Distribuição geográfica do gênero Crotalus...................................................23

1.2. Veneno crotálico e manifestações clínicas ....................................................24

1.2.1. Crotoxina e suas subunidades........................................................................26

1.3. Veneno crotálico e sistema imune..................................................................27

1.4. Células dendríticas e indução da resposta imune adaptativa......................31

2. OBJETIVOS.........................................................................................................41

2.1. Objetivos específicos.......................................................................................41

3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................42

3.1. Animais...............................................................................................................42

3.2. Veneno................................................................................................................42

3.3. Purificação da CTX do veneno de C.d. terrificus............................................42

3.4. Purificação das subunidades CA e CB a partir da CTX isolada do veneno

de C.d. terrificus.......................................................................................................43

3.5. Análise por eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) na

presença ou não de tricina......................................................................................43

3.6. Eliminação de endotoxinas na CTX, CA e CB................................................44

3.7. Determinação da concentração de proteínas das amostras........................44

3.8. Diferenciação de DCs in vitro com GM-CSF na presença ou não de IL-4 a

partir de medula óssea de camundongos..............................................................45

3.9. Fenotipagem das DCs imaturas por citometria de fluxo...............................46

3.10. Ensaio de viabilidade celular por azul de tripan.........................................46

3.11. Estimulação das DCs in vitro e análise da expressão de moléculas

envolvidas na apresentação antigênica por citometria de fluxo.........................47

3.11.1. DCs diferenciadas in vitro estimuladas com LPS, CTX, CA ou CB...............47

3.11.2. Análise da expressão das moléculas de MHC de classe II e

coestimuladoras.........................................................................................................48

3.12. Produção de citocinas e eicosanoides secretados nas culturas de DCs

por ELISA..................................................................................................................49

3.12.1. Determinação de IL-10 e IL- 12 nos sobrenadantes das culturas...............49

3.12.2. Determinação de TNFα, IL-1β e IL-6 nos sobrenadantes das culturas de

DCs.............................................................................................................................50

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20

3.12.3. Extração e quantificação de eicosanoides..................................................51

3.13. Análise da expressão gênica de IL-10 e TGF- β em amostras de células

por PCR em tempo real (PCR- RT) .........................................................................52

3.13.1. Extração de RNA total.................................................................................52

3.13.2. Reação de Transcrição Reversa (RT).........................................................53

3.13.3. PCR em tempo real em sistema Syber Green............................................53

3.14. Ensaio de reação mista leucocitária (MLR)............................................54

3.14.1. Geração de DCs obtidas a partir de medula óssea de camundongos

BALB/c e estimulação com diferentes antígenos na presença ou não de

LPS.............................................................................................................................54

3.14.2. Obtenção de linfócitos T a partir de órgãos linfoides de camundongos

C57BL/6......................................................................................................................55

3.14.3. Co-cultura de células CD3+ com DCs e avaliação da proliferação

celular.........................................................................................................................56

3.15. Análise dos resultados...............................................................................56

4. RESULTADOS....................................................................................................58

4.1. Purificação da CTX, suas subunidades (CA e CB) e análise por

eletroforese em gel de poliacrilamida....................................................................58

4.2. Caracterização das DCs diferenciadas com GM-CSF ou com GM-CSF/ IL-

4 in vitro ....................................................................................................................61

4.2.1. Fenótipo das DCs diferenciadas in vitro na presença somente de GM-CSF ou

com GM-CSF/ IL-4.....................................................................................................61

4.2.2. Análise da maturação das DCs diferenciadas in vitro com GM-CSF ou GM-

CSF+IL-4....................................................................................................................63

4.2.3. Avaliação da expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs e

secreção de citocinas em resposta à estimulação com diferentes concentrações de

LPS.............................................................................................................................65

4.3. Avaliação da viabilidade celular das DCs incubadas com CTX, CA, CB

e/ou LPS....................................................................................................................68

4.4. Efeito da CTX e LPS sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e

MHC-II em DCs e secreção de citocinas................................................................69

4.5. Efeito da CTX e LPS sobre a secreção de citocinas e expressão das

moléculas de MHC-II e coestimuladoras por DCs em diferentes condições

experimentais...........................................................................................................74

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21

4.6. Envolvimento do receptor de formil peptídeo na atividade moduladora da

CTX em DCs..............................................................................................................82

4.7. Efeito das subunidades CA, CB e LPS sobre a expressão de moléculas

coestimuladoras e MHC-II em secreção de citocinas pelas DCs.........................85

4.8. Efeito da subunidade CB e LPS sobre a expressão das moléculas de

MHC-II e coestimuladoras por DCs e secreção de citocinas quando em

diferentes condições experimentais......................................................................90

4.9. Envolvimento de receptor peptídeo formil na atividade moduladora da

CB em DCs................................................................................................................95

4.10. Análise comparativa da expressão das moléculas coestimuladoras e

MHC-II em DCs estimuladas com CTX ou CB........................................................98

4.11. Efeito da CTX, CA e CB sobre a produção de mediadores anti-

inflamatórios por DCs incubadas ou não com LPS..............................................99

4.12. Ensaio de proliferação celular dos linfócitos TCD3+ em resposta as DCs

estimuladas com CTX e CB com LPS...................................................................102

5. DISCUSSÃO......................................................................................................105

6. CONCLUSÕES..................................................................................................115

REFERÊNCIAS………………….………...…………………………...…………………117

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1. INTRODUÇÃO

Em países tropicais, acidentes ofídicos representam um sério problema de

saúde publica devido à frequência com que ocorrem, bem como a mortalidade que

ocasionam. Atualmente existem aproximadamente 3.000 espécies de serpentes

sendo que 410 são consideradas peçonhentas. No Brasil, estão catalogadas 256

espécies de serpentes, dentre elas, 69 são peçonhentas (FEITOSA et al., 1997;

PINHO et al., 2000).

Os acidentes causados por serpentes vêm atingindo aproximadamente

420.000 mil a 2.280.000 milhões de pessoas por ano, sendo que desses casos,

cerca de 20.000 a 125.000 evoluem para o óbito (HUANCAHIRE et al., 2011). A

maioria desses acidentes ocorre nos países localizados em regiões tropicais e

subtropicais (KASTURIRATNE et al., 2008; ADUKAUSKIENÉ et al., 2011).

O Brasil é o país com maior número de casos de acidentes ofídicos na

América do Sul, sendo que as regiões Centro-Oeste e Norte são as mais notificadas

em número de casos (LIMA et al., 2009; NADUR-ANDRADE et al., 2012). Registra-

se por volta de 30.000 casos de envenenamentos ofídicos por ano decorrentes da

atividade fisiológica das serpentes como defesa, busca de alimento e reprodução

(BRASIL, 1998; CARDOSO et al., 2003).

Dentre os acidentes ofídicos observados, quatro tipos estão em destaque pela

sua frequência e/ou quadro clínico: botrópico, crotálico, laquético e elapídico.

Portanto, as serpentes cujos envenenamentos desencadeiam quadros de interesse

clínico no Brasil pertencem à família Viperidae, subfamília Crotalinae, gêneros

Bothrops, Crotalus e Lachesis (conhecidas vulgarmente como jararaca e/ou urutu,

cascavel e surucucu, respectivamente) e à família Elapidae da espécie Micrurus,

conhecida popularmente como coral verdadeira (NOGUEIRA, 2004).

A epidemiologia dos acidentes ofídicos aponta para um perfil que se mantém

inalterado ao longo dos últimos 100 anos no Brasil, sendo a maioria deles atribuída

ao gênero Bothrops, entretanto na ausência de soroterapia a maior letalidade

observada é resultante dos acidentes com serpentes do gênero Crotalus

(BARRAVIERA, 1993; CARDOSO et al., 2003).

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23

1.1. Distribuição geográfica do gênero Crotalus

A incidência de acidentes por picadas de Crotalus perfaz cerca de 6 % dos

casos registrados no Brasil com taxa de mortalida estimada de 1,8 % por ano

(GUIDOLIN et.al., 2013). Segundo o Sinan, no ano de 2013, foram notificados 1578

casos de indivíduos acidentados por serpertes do gênero Crotalus e 15 casos de

pacientes que foram a óbito.

As serpentes desse gênero compreendem uma única espécie, Crotalus

durissus (C.d.), que pode ser subdividida em seis subespécies de acordo com a sua

coloração e distribuição geográfica (PINHO, 2001; CARDOSO et al., 2003). Essas

serpentes são robustas, pouco ágeis e apresentam como característica mais

evidente a presença de chocalho ou guizo na extremidade caudal (CARDOSO et al.,

2003).

As serpentes Crotalus estão distribuídas em regiões áridas e rochosas, de

baixa vegetação, sendo raramente encontradas em floresta, como está representado

na figura1.

Figura 1- Distribuição geográfica de subespécies Crotalus no Brasil Fonte: Guidolin et al., 2013.

A Crotalus durissus terrificus (C.d.terrificus/Cdt), denominada popularmente

como cascavel ou bioquira é encontrada nas zonas altas e secas do Brasil, também

é comum nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul,

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áreas de Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Pará a oeste, incluindo Paraguai,

Uruguai e Argentina (GUIDOLIN et al., 2013).

As serpentes C.d.collilineatus, por sua vez, estão distribuídas nas regiões

mais secas do centro-oeste do Brasil onde recebem denominações populares de

cascavéis ou maracabóias. C.d. cascavella é encontrada em áreas de caatinga da

região nordeste do Brasil e é conhecida como cascavel de quatro ventas. Destacam-

se também outras subespécies como a C.d.ruruima distribuída entre os estados do

Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia e algumas regiões do território de Roraima; a

C.d.marajoensis que está presente na Ilha de Marajó e estado do Pará e a

C.d.trigonicus observada no território de Roraima (BARRAVIERA, 1993; PINHO,

2001; MARTINS et al., 2003).

1.2. Veneno crotálico e manifestações clínicas

Há relatos da literatura de que a toxicidade bem como a letalidade observada

nos envenenamentos por serpentes do gênero Crotalus variam de acordo com a

idade (JIMENEZ-PORRAS, 1964), localização geográfica (RODRIGUES et al., 1998;

FRANCISCHETTI et al., 2000), o sexo (MARSH; GLATSTON, 1974) e hábitos

alimentares (DALTRY et al.,1996). Magro e colaboradores (2001) descrevem ainda

que a toxicidade do veneno de C.d.terrificus não está relacionada somente à

distribuição geográfica, mas também quanto sua sazonalidade.

Do grupo das Crotalus a serpente mais estudada é a C.d.terrificus, pois

apresenta o veneno com maior toxicidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Os

envenenamentos por C.d.terrificus não provocam reações graves no local da picada.

Em modelos experimentais foi mostrado ainda, que este veneno inibe sinais

inflamatórios como dor e edema (SOUSA-E-SILVA et. al., 1996). Entretanto,

sistemicamente apresenta efeito neurotóxico, miotóxico e alterações da coagulação

sanguínea. Em casos moderados ou graves, observam-se desordens hemostáticas,

paralisia respiratória, hipotensão e falência renal aguda (AZEVEDO-MARQUES et

al., 1985, 1987 e 2003; SANO-MARTINS et al., 2001; HERNANDEZ CRUZ et al.,

2008).

O veneno crotálico é uma mistura complexa de substâncias biologicamente

ativas, como toxinas (crotamina, crotoxina, giroxina, convulxina) enzimas (5-

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nucleotidase, fosfodiesterase, trombina, Lamino-oxidase) e peptídeos (BERCOVICI

et al., 1987).

A crotamina é uma proteína que representa cerca de 17% do veneno de

C.d.terrificus com massa molecular de 4,8 kDa, constituída por 42 resíduos de

aminoácidos (LAURE et al., 1975). Essa toxina age sobre a fibra muscular ativando

canais de sódio causando assim paralisia muscular e respiratória (CHANG et al.,

1978; MOURA-GONÇALVES; VIEIRA, 1950), além de apresentar efeito analgésico

(MANCIN et al., 1998) e ativar proteases e fosfolipases A2 presentes na peçonha

(MANCIN et al., 1997).

A giroxina é uma glicoproteína com massa molecular de 35 kDa

(ALEXANDER et al., 1988). Esta toxina é uma enzima trombina-símile com

atividades amidásica, esterásica e fibrinogenolítica (BARRIO, 1961). Além disso, foi

eivdenciado que a giroxina é responsável pelo movimento giratório ao longo do eixo

longitudinal da cauda de ratos e camundongos, característico de ação neurotóxica

(ALEXANDER et al., 1988; SEKI et al., 1980).

Bercovici e colaboradores (1987) demonstraram que a convulxina é uma

glicoproteína de 72 kDa que representa 5% do veneno total e, quando injetada por

via intravenosa é tóxica e capaz de promover a agregação plaquetária através de

mecanismos dependentes de difosfato, adenosina e cálcio (PRADO-

FRANSCESCHI; VITAL BRASIL, 1981; VARGAFTIG et al., 1983; SANO-MARTINS,

et al., 1992).

Dentre os vários componentes do veneno, a crotoxina (CTX) é a responsável

pela ação tóxica observada (JIMÉNES- PORRAS, 1964; BERCOVICI et al., 1987;

MAKLAND, 1998; TOYAMA et al., 2000; AMORA, 2006; CRUZ et al., 2005). Esta

toxina representa cerca de 60 % do veneno (VITAL BRASIL et al., 1966).

Estudos utilizando soros anti-veneno crotálico, anti-CTX ou anti-fração da

CTX bem como anticorpo monoclonal contra fração da CTX mostraram que toxina é

responsável pela letalidade (CHOUMET et al., 1998; RODRIGUEZ et al., 2006;

GUIDOLIN et al., 2013) e neurotoxicidade (BEGHINI et al., 2005) observadas nos

envenenamentos pelas subespécies C. durissus.

A CTX exerce ação neurotóxica, bloqueando a transmissão neuromuscular e

estes efeitos são pré-sinápticos, provocando uma modificação no neurotransmissor

liberado a partir de terminais nervosos ou ainda, pós-sinápticos via bloqueio da

resposta à acetilcolina (FAURE; BON, 1988).

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26

Os efeitos neurotóxicos incluem paralisia dos músculos faciais, especialmente

ao redor da boca, visão turva, ptose palpebral e progressiva paralisia muscular e

respiratória. Além disso, há evidências de que a CTX apresenta ação cardiotóxica e

nefrotóxica (HERNANDEZ et al., 2007; MARTINS et al., 2002; AMORA et al., 2006;

SALVINI et al., 2001; MELO et al., 2004).

Análises histopatológicas de fragmentos do músculo recolhidos a partir do

local da picada mostraram mionecrose com lise dos miofilamentos, e este efeito foi

causado pelas subunidades da CTX (KOUYOUMDJIAN et al., 1986).

1.2.1. Crotoxina e suas subunidades

Como citado, a CTX é responsável pelo efeito tóxico observado no

envenenamento por C.durissus e representa a fração majoritária do veneno (VITAL

BRASIL et al., 1966).

Esta toxina é um complexo hetero-dimérico com massa molecular de

aproximadamente 30 kDa (FRANKEL CONRAT et. al., 1971) composto por duas

subunidades associadas de forma não covalente (NEUMANN; HABERMANN, 1955;

FRAENKEL-CONRAT e SINGER, 1971) denominadas: crotoxina A ou crotapotina

(CA) que é ácida, não tóxica e enzimaticamente inativa e a crotoxina B (CB) ou

fosfolipase A2 (PLA2), que por sua vez é básica, tóxica e apresenta atividade

enzimática (RUBSAMEN et al., 1971; AIRD et al., 1986; FAURE et al., 1994;

BERCHOVICI et al., 2004; SAMPAIO et al., 2010). Além disso, variações de CTX

inter e intra-espécies têm sido descritas nos venenos de C. durissus sugerindo a

presença de isoformas de CA e CB (PEREAÑEZ et al., 2012).

As subunidades CA e CB são importantes para a atividade da CTX, sendo a

primeira considerada como molécula carreadora, ou seja, chaperona dirigindo a

subunidade CB para o seu receptor na membrana celular, o que potencializa a

toxicidade da PLA2 (BON, 1988). A CTX circula como um complexo até que

reconheça o sítio específico da membrana alvo. Após a ligação da subunidade CB

em seu receptor de membrana a subunidade CA é liberada no meio (RADVANYI et

al., 1989; CHANG et al., 1981).

A subunidade CA apresenta massa molecular de 9,5 kDa (AIRD et al., 1986)

e consiste de três cadeias polipeptídicas (α, β eϒ) ligadas por pontes de dissulfeto

(PEREAÑEZ et al., 2012) geradas através da quebra proteolítica do precursor da

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27

crotapotina. Foram isoladas de C.d.terrificus quatro isoformas desse precursor

classificadas com CA1, CA2, CA3 e CA4 (DOLEY; KINI, 2009). Estes mesmos

autores relatam ainda, que a crotapotina previne interações não específicas entre a

PLA2 e fosfolipídeos da membrana na junção neuromuscular sugerindo que, quando

a CTX atinge a membrana alvo, é formado um complexo ternário transiente entre o

receptor e as subunidades da CTX.

Quanto à subunidade CB, sendo uma fosfolipase, está presente em altas

concentrações não só em venenos de serpentes, mas também nos venenos de

vespas, abelhas e no suco pancreático de mamíferos (HARRIS, 1991). A

subunidade CB (14,5 kDa) é formada por uma cadeia simples de 122 aminoácidos

ligados por sete pontes de sulfeto (AIRD et al., 1986). As PLA2 apresentam um

amplo espectro em relação as suas atividades biológicas, dentre elas: ação

neurotóxica, cardiotóxica, edematôgenica, anticoagulante, hemolítica e miotóxica

(KINI; EVANS, 1989; MONTECUCCO et al., 2008). Além disso, a CTX em altas

concentrações pode ativar plaquetas (VARGAFTIG et al., 1980; LANDUCCI et al.,

1994).

O mecanismo pelo qual a PLA2 induz lesão da célula é resultante de

alterações na membrana celular que promove aumento na concentração de CA2+

citosólico e assim a ativação de mecanismos intracelulares que culminam com a

morte celular (MONTECUCCO et al., 2008; SAMPAIO et al., 2010).

1.3. Veneno crotálico e sistema imune

Muitos estudos mostram que o veneno total de C.d.terrificus, CTX e/ou suas

subunidades possuem a capacidade de inibir o processo inflamatório assim como

outros mecanismos imunes (SAMPAIO et al., 2010).

Estudos mostraram que este veneno induz baixa produção de anticorpos

contra seus componentes quando comparado com outros venenos de animais

peçonhentos, o que sugere baixa imunogenicidade ou ação supressora sobre o

sistema imune (ROLIM- ROSA, 1980 e 1981; SOERENSEN, 1990).

O veneno crotálico também exerce efeito modulador sobre macrófagos. Neste

sentido, foi verificado que macrófagos incubados com o veneno de C.d.terrificus

apresentavam a capacidade fagocítica e de espraiamento comprometidos (SOUSA-

E-SILVA et al., 1996).

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SAMPAIO e colaboradores (2001) mostraram que o veneno crotálico além de

inibir a capacidade fagocítica e de espraiamento dos macrófagos promove a

produção de óxido nítrico, peróxido de nitrogênio, metabolismo de glucose e

glutamina por essas células, o que sugere efeito dual desse veneno sobre as

funções dessa população celular.

Em 2003, Sampaio e colaboradores demonstraram que a CTX é o

componente do veneno crotálico responsável pela a inibição da atividade fagocítica

de macrófagos residentes ou ativados pela injeção de tioglicolato ou Mycobacterium

bovis (BCG) obtidos da cavidade peritoneal de ratos.

O efeito da CTX sobre a atividade funcional dos macrófagos foi atribuído à

subunidade CB da toxina (SAMPAIO et al., 2005). Além disso, em outro trabalho foi

mostrado que o efeito da CTX assim como do veneno total sobre as funções do

macrófago está relacionado à sua capacidade de alterar o rearranjo do

citoesqueleto, inibição da fosforilação de tirosinas e diminuição das proteínas Rho

GTPases associadas à membrana, as quais estão envolvidas na sinalização de

processos intracelulares e atividade fagocitária dessas células (NIEDERGANG;

CHAVRIER, 2005).

O efeito inibitório do veneno total, CTX e PLA2 sobre a atividade fagocítica

dos macrófagos peritoneais de rato foi evidenciado pela produção de lipoxina A4

(LXA4) e prostaglandina E2 (PGE2) (SAMPAIO et al., 2006).

Modelos experimentais in vivo e in vitro demonstraram que a CTX apresenta

também ação anti-tumoral interferindo no crescimento do tumor (RUDD et al.,1994;

DONATO et al., 1996). Costa e colaboradores (2013) relataram que o efeito da CTX

sobre o crescimento do tumor também está relacionado à sua ação sobre os

macrófagos, os quais são essenciais no microambiente tumoral.

Cardoso e colaboradores (2001) mostraram que a administração de CTX em

camundongos resulta na diminuição transitória de linfócitos e macrófagos com

aumento de neutrófilos na circulação sanguínea. Este efeito é ainda, acompanhado

pelo aumento dos níveis de IL-10, IL-6 e glucocorticóides, o que pode contribuir para

a reação no local do envenenamento. Além disso, observaram que esplenócitos de

camundongos injetados com CTX estimulados com concanavalina A (ConA)

produzem in vitro níveis menores de citocinas quando comparado ao obtido com

células de camundongos não-imunizados.

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29

Em 2008, Zambelli e colaboradores evidenciaram que a CTX altera a

distribuição de leucócitos do sangue e da linfa, e ainda aumenta o número de

linfócitos B e T nos gânglios linfáticos. Essa redução do celular no sangue após a

administração da CTX é resultante do aumento da adesão de leucócitos às células

endoteliais altas dos pequenos vasos nos tecidos linfoides secundários. Em adição,

os autores verificaram que esse efeito é mediado pela subunidade CB da CTX.

Em outro trabalho foi mostrado que a CA inibe significativamente o edema da

pata de ratos induzido por carragenina tanto na fase precoce como tardia da

resposta imune (LANDUCCI et al., 1995).

Em 2004, Rangel-Santos e colaboradores mostraram que a CTX também é

capaz de inibir a proliferação de esplenócitos induzidos com ConA, e que esse efeito

imunomodulador é mediado por ambas as subunidades da CTX.

Castro e colaboradores (2007) mostraram que ratos Lewis com neurite

autoimune experimental, tratados com crotapotina tiveram menor score clínico,

poucos infiltrados inflamatórios no nervo ciático e redução da proliferação de

linfócitos quando comparados aos ratos doentes, sugerindo que esta substância

pode modificar os eventos iniciais da indução da doença, atuando provavelmente na

migração de células T auto-reativas para o sistema nervoso periférico.

Garcia e colaboradores (2003) demonstraram que a crotapotina é capaz de

inibir a proliferação de esplenócitos murinos quando estimulados com ConA, e ainda

induziram o aumento da síntese de PGE2 nestas culturas.

Em trabalho posterior, esses mesmos autores verificaram que a

administração de crotapotina in vivo em modelo de encefalomielite autoimune

experimental reduz a resposta proliferativa de linfócitos T encefalitogênicos

resultando em melhora da doença sem causar modificação na expressão de

moléculas coestimuladoras em macrófagos peritoneais murinos (GARCIA et al.,

2004).

Sobre a imunidade humoral, Cardoso e Mota (1997) mostraram que o veneno

total de C.d.terrificus e a CTX foram capazes de inibir a produção de anticorpos IgG1

contra um antígeno não-relacionado como a albumina de ovo de galinha

(ovalbumina-OVA), porém os componentes separados, CA e CB, não tiveram

influência na produção desses anticorpos murinos, o que leva a evidências que a

integridade da CTX é necessária para sua atividade imunossupressora. Esses

mesmos autores demonstraram que a administração de CTX antes da imunização

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30

de camundongos com soro albumina bovina (BSA) resulta em níveis baixos de

anticorpos IgG1 anti-BSA quando comparados aos camundongos somente

imunizados com BSA.

Em outro trabalho, Rangel-Santos e Mota (2000) relataram que o efeito

supressor do veneno de C.d.terrificus e CTX sobre a produção de anticorpos contra

seus própiros antígenos assim como sobre a resposta humoral heteróloga (anti-

albumina humana SAH) é mantido mesmo após o aquecimento do veneno à 50º C e

da CTX entre 50- 75º C.

Rangel-Santos e colaboradores (2004) mostraram que o veneno e a CTX

foram também efetivos em inibir a resposta proliferativa de linfócitos T estimulados in

vitro com ConA, assim como a produção de algumas citocinas. Esses autores

demonstraram ainda, que a transferência de linfócitos T e B purificados de

camundongos injetados com o veneno total de C.d.terrificus ou CTX para

camundongos normais inibe a produção de anticorpos IgG1 em resposta à

imunização com SAH.

No contexto de avaliação do efeito da CTX sobre a imunidade adaptativa,

resultados obtidos pelo nosso grupo de pesquisa permitiram verificar que esta toxina

é capaz de modular a resposta imune efetora mesmo quando injetada três dias após

a imunização com OVA, visto que inibiu a produção de anticorpos anti-OVA e a

resposta proliferativa in vitro dos linfócitos T OVA-específicos. Verificamos ainda,

que a CTX exerce esse efeito modulador em situações de imunização com a OVA

associada a adjuvantes polarizadores de resposta Th1 ou Th2 (FAVORETTO et al.,

2011).

A figura 2 ilustra as diferentes ações da CTX como: imunomoduladora, anti-

inflamatória, anti-microbiana e analgésica além de sua atividade antitumoral.

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Figura 2- Ação da crotoxina na microcirculação, sistema linfático e tecido intersticial. Fonte: SAMPAIO et. al., 2010

1.4. Células dendríticas e indução da resposta imune adaptativa

O sistema imune detecta a presença de agentes potencialmente patogênicos,

danos no tecido e também participa do reparo tecidual. Para tanto, componentes do

sistema imune inato e adaptativo estão presentes em todos os tecidos e órgãos do

indivíduo como na corrente sanguínea para a detecção de infecções transmissíveis

pelo sangue, nas mucosas para a resposta contra patógenos que invadem várias

superficies incluindo o trato gastrointestinal, respiratório, urinário e o trato urogenital,

e por fim o tecido cutâneo que detecta os patógenos que entram através da pele

(HU; PASARE, 2013).

Está bem estabelecido na literatura que componentes da imunidade inata são

essenciais para a geração da imunidade adaptativa contra diferentes agentes

patogênicos. Neste sentido, células da imunidade inata tais como as dendríticas

(DCs) e macrófagos são capazes de apresentar antígenos para os linfócitos T (LTs)

induzindo sua ativação e diferenciação em células efetoras (ITANO; JENKINS, 2003;

CATRON et al., 2004).

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As DCs são, portanto consideradas uma ponte entre a imunidade inata e

adaptativa, pois são ativadas pelos antígenos e por elementos da resposta inata e

fazem a ativação dos LTs com a consequente geração da resposta imune

adaptativa. Estas células residentes em tecidos periféricos tais como pele (célula de

Langerhans), fígado, intestino dentre outros, capturam antígenos e assim se tornam

ativadas, migram para os linfonodos regionais e interagem com os LTs (CRUVINEL

et al., 2010; CHEN et al., 2013).

Células dendríticas são populações heterogêneas classificadas de acordo

com marcadores fenotípicos. Em estado estacionário, as DCs podem ser

classificadas em 2 categorias: DCs plasmocitóides (pDCs) e DCs clássicas (cDCs).

As cDCs derivam de um percursor comum, o pré-cDC, que é dependente do ligante

tirosina quinase 3 (Flt3L) e eles compartilham propriedades funcionais, tais como a

expressão de moléculas do complexo principal de histocompatibilidade de classe I e

II (MHC-I e II) e a capacidade de processar antígenos e estimular células T naive

(SEGURA; AMIGORENA, 2013).

As DCs expressam na superfície os marcadores hematopoéticas CD45, MHC-

II, CD11c e o receptor Flt3, também denominado quinase hepática fetal 2 (Flk2) ou

CD135 (MERAD et al., 2013).

Essas cDCs podem ser divididas em DCs residentes de órgaos linfoides e

DCs migratórias. DCs residentes de tecidos linfoides permanecem nesses locais

durante todo o seu ciclo de vida e são fenotipicamente imaturas exibindo baixa

expressão de moléculas coestimuladoras (CD40, CD80 e CD86). As cDCs também

podem estar presentes nos tecidos periféricos e em órgãos não linfoides como pele,

fígado, rim e pulmão. Essas cDCs migram via sistema linfático para os tecidos

linfoides com um fenótipo maduro com alta expressão de moléculas coestimuladoras

e de MHC. A migração de DCs derivadas de tecido é aumentada em resposta a

estímulos inflamatórios (ZHAN et al., 2012; HU; PASARE, 2013; SEGURA;

AMIGORENA, 2013).

Por outro lado, pDCs acumulam-se principalmente no sangue e nos tecidos

linfóides e entram nos gânglios linfáticos através da circulação sanguínea. pDCs

apresentam baixa expressão de moléculas coestimuladoras, MHC-II e a integrina

CD11c. Estas células também expressam poucos dos receptores de reconhecimento

de padrões moleculares de patógenos (PRRs) que incluem os receptores do tipo Toll

7 e 9 (TLRs, do inglês Toll like receptors). Estas células, mediante o reconhecimento

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de ácidos nucléicos heterólogos, produzem grandes quantidades de IFN tipo I e

adquirem a capacidade de apresentar antígenos (MERAD et al., 2013).

Em 2013, Wright e colaboradores mostraram que as pDCs podem funcionar

como APCs promovendo imunidade ou ainda, mediar tolerância. Periasamy e

colaboradores (2013) relatam ainda a presença de duas populações de DCs no

baço, uma delas com fenótipo CD11clow CD11bhigh MHC-II(-) capaz de ativar somente

linfócitos TCD8+ e uma segunda população de DCs CD11chigh CD11blow MHC-II(+)

que ativa tanto as células T CD4+ como as CD8+, assim como as DCs

convencionais.

Estudos evidenciam que DCs murinas podem ser geradas a partir de medula

óssea (DCsMB) cultivadas in vitro na presença somente do fator de estimulação de

colônias de granulócitos/ macrófagos (GM-CSF) ou do GM-CSF em conjunto com a

interleucina-4 (IL-4) (MASURIER et al., 1999; SON et al, 2002; WELLS et al. 2005).

Ambos os métodos de cultura resultam na produção das populações de DCs

heterogêneas com propriedades estimuladoras e fenotípicas distintas (WELLS et al.,

2005).

Trabalhos descrevem ainda, que o GM-CSF pode ser utilizado na

diferenciação de DCs humanas (LAAR et al., 2012; BLYSZCZUK et al., 2013). Este

fator de crescimento é produzido em níveis baixos no estado de homeostasia do

sistema imune, mas a sua produção é aumenta durante a resposta inflamatória

(BLYSZCZUK et al., 2013).

Além desses fatores, outros trabalhos mostram a geração de DCs a partir da

administração in vivo ou adição in vitro do ligante do receptor de tirosina quinase Flt3

(WEIGEL et al., 2002; KARZUNKY et al., 2003).

As DCs, assim como outras APCs, reconhecem os agentes patogênicos por

meio de PRRs que distinguem padrões moleculares presentes nesses patógenos

(PAMPs) (MOLL, 2003). A interação seletiva desses receptores com os PAMPs

induz nas APCs uma cascata de ativação, maturação celular e produção de

mediadores solúveis envolvidos na geração da resposta celular adaptativa (GAUSE

et al., 1999; TAKEDA et al., 2003; VAN KOOYK; GEIJTENBEEK, 2003).

Dentre os receptores de APCs, os TLRs estão envolvidos no reconhecimento

diferencial de padrões moleculares associados à diferentes microrganismos ou

produtos secretados por eles e assim, participam da ativação celular (HIRATA et al.,

2008). Outro exemplo de receptores de superfície nas APCs são os de lectina tipo-C

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(CLRs), como de manose (MR) e DC-SIGN que exercem papel relevante no

reconhecimento tanto de antígenos próprios como de patógenos contendo glicanos

na sua composição (ENGERING et al., 2002; GEIJTENBEEK et al., 2000;

KAWAUCHI et al., 2014).

Macrófagos e DCs são ativados pelos produtos da parede celular de bactérias

Gram-positivas (TAKEUCHI et al.,1999; MEANS et al., 2000), bactérias Gram-

negativas (QURESHI et ai, 1999), espiroquetas (BRIGHTBILL et al, 1999), leveduras

(UNDERHILL et al, 1999) e micobactérias (MEANS et al, 2000) por meio do TLR4 e

TLR2. O TLR4 interage preferencialmente com lipopolissacarídeos bacterianos

(LPS), enquanto o TLR2 reconhece lipoproteinas bacterianas e os peptidoglicanos

(TAKEDA et al., 2003).

Sato e colaboradores (2000) demonstraram que os lipopeptideos de

micoplasmas, um ligante de TLR2, atua sinergicamente com o LPS durante a

indução de fator de necrose tumoral (TNF-α) em macrófagos peritoneais murinos.

O LPS é reconhecido por TLR4 expressa em DCs induzindo a produção de

diversas citocinas (FUJIHARA et al, 2003; MILLER et al, 2005). Assim como todos

os TLRs, a cauda citoplasmática de TLR4 contém o domínio IL-1R (TIR) (IMLER;

HOFFMANN, 2003; O'NEILL; BOWIE, 2007) e após a ativação do TLR4, esse

domínio recruta eficientemente várias proteínas adaptadoras intracelulares como a

MyD88 (Myeloid Differentiation primary response gene 88) que culminam com as

transcrição de genes envolvidos com a ativação celular, produção de citocinas

dentre outros (AKIRA et al., 2001). Portanto, o reconhecimento dos patógenos pelos

receptores nas APCs influenciam na geração da resposta adaptativa com a

polarização dos linfócitos TCD4+ para Th1, Th2, Th17 ou Treg (TCD4+CD25+FoxP3+)

(MOSMANN; SAD, 1996; GAUSE et al., 1999; SCHAMARE et al., 2001; TAKEDA et

al., 2003; VAN KOOYK; GEIJTENBEEK, 2003).

Como apresentado na figura 3, as DCs em tecidos não linfoides atuam como

sentinelas do sistema imune. Após entrar em contato com agentes potencialmente

patogênicos, capturam, processam esses antígenos em peptídeos e migram para os

órgãos linfoides secundários. Esse processo é resultante de mudanças fenotípicas e

funcionais dessas células. Nos tecidos linfóides, as DCs apresentam os peptídeos

antigênicos para as células TCD4+ ou CD8+, em associação com as moléculas de

MHC e coestimuladoras. Os LTs tornam-se ativados, proliferam, diferenciam-se em

subpopulações distintas e efetoras de uma resposta imune adaptativa antigeno-

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específica. Em outras situações, DCs ao apresentar antígenos para os linfócitos T

podem também induzir anergia dessas células ou ainda, induzir a diferenciação de

células Tregs com fenótipo CD4+CD25high Foxp3+ (WEIGEL et al., 2002; MEMPEL et

al., 2004; CHEN et al., 2009; DAVISON et al., 2013).

Figura 3- Células dendríticas e geração de LTs antígenos específicos Características das Células Dendríticas Imaturas (iDCs). (B) Ativação das DCs após a captura de patógenos via interação com os Receptores de Reconhecimento Padrão e presença de citocinas do microambiente, seguida de migração para os linfonodos. (C) Maturação das Células Dendríticas. (D) Migração das células T naive para a região paracortical do linfonodo. Entrada através das vênulas endoteliais altas (HEV) e migração orientada por quimiocinas do tecido linfoide. (E) Apresentação dos antígenos processados aos linfócitos T gerando células efetoras ativadas.

Fonte: Cruvinel, et. al., 2010

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A ativação de células T CD4+ ocorre por meio da interação entre o receptor de

antígeno associado ao complexo CD3 (TCR/CD3) expressos na membrana celular, e

o peptídeo antigênico no contexto da molécula do complexo de histocompatibilidade

principal na superfície das células apresentadoras de antígeno. Com isso, interações

entre moléculas expressas nas APCs e nos LT fornecem a coestimulação

necessária para a ativação e diferenciação dessas células T (SCHWARTZ et al.,

1990; JUNE et al., 1994; CROFT, 2003).

Dessa forma, a interação entre a molécula CD28 expressa no LT e seus

ligantes CD80/CD86 nas APCs fornecem o sinal coestimulador necessário para a

proliferação e diferenciação das células humanas ou T murinas (DING et al., 1993).

Na superfície das APCs, a molécula CD86 é expressa em baixos níveis e

rapidamente aumentada após a ativação da célula, enquanto que a expressão de

CD80 é induzida mais tardiamente. A expressão mais rápida de CD86 pode indicar

sua maior participação como coestimuladora durante a iniciação da resposta imune

que a CD80, entretanto isto não está definido visto que ambas compartilham as

mesmas funções (DIEHL et al., 2000).

A interação entre a molécula CD40 expressa pelas APCs e seu ligante de

CD40 (CD40L-CD154) na membrana de linfócitos são importantes na ativação de

linfócitos T bem como na própria APC (PENG et al., 1996; KELSALL et al., 1996;

DIEHL et al., 2000; MACDONALD, 2002; O`SULLIVAN et al., 2003; STRAW, 2003).

Arboleda e colaboradores (2011) sugerem ainda, que a magnitude da

interação entre a DC e as células T contribiu para a ativação e diferenciação dessas

células. Neste sentido, foi verificado que um contato estável entre as células

promove a ativação do LT, enquanto contatos curtos contribuem grandemente para

a indução de tolerância dessas células.

Além das interações entre moléculas de superfície celular, citocinas presentes

no ambiente de contato entre os linfócitos e as DCs são importantes para a ativação

e diferenciação destes linfócitos (DING et al., 1993; FRUCHT et al., 2001;

WATFORD et al., 2003).

As células T auxiliares (cells T helper/Th) do subtipo 1 secretam

predominantemente interferon-y (IFN- y), células Th2 produzem interleucinas 4, 5,13,

células Th17 produzem interleucina 17, enquanto que as células Tregs secretam TGF-

β (transforming growth factor β) e Interleucina 10 (YAMAZAKI et al., 2007; WRIGHT

et al., 2013).

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O papel das citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias/moduladoras também

tem sido relatado. A IL-6 participa da resposta inflamatória, estimula a ativação e

proliferação de linfócitos, a diferenciação de células B e o recrutamento de

leucócitos para o foco inflamatório. O TNF-α, por sua vez, é uma citocina pró-

inflamatória bem caracterizada, é liberado principalmente a partir de invasão de

monócitos e macrófagos por diferentes agentes patogênicos e desempenha um

papel crucial na resposta inflamatória. No entanto, em alguns casos pode participar

na patogênese de doenças inflamatórias agudas e crônicas (KIEM et al., 2012).

Linfotoxina-α (LT- α) é um outro membro da família de ligandos de TNF que é

sintetizado principalmente por linfócitos T e B ativados (KLEEMANN et al., 2008).

Essa citocina é produzida por fagócitos mononucleares ativados, células naturais

Killer (NK) e mastócitos em resposta a antígenos bacterianos como o LPS (CHEN et

al, 2013). O TNF ativa as células T, células B e macrófagos e induz a expressão de

outras citocinas e moléculas de adesão celular, através da interação com o receptor

de TNF-R55 (PAEPE et al., 2012).

Outra citocina pró-inflamatória, a IL-12, desempenha papel central na

iniciação e regulação da resposta imune celular promovendo a diferenciação dos

linfócitos T para o fenótipo Th1. Além disso, está envolvida na inflamação

promovendo ativação celular contra diferentes patógenos assim como na

participação em doenças inflamatórias crônicas tais como artrite reumatóide, asma,

psoríase e doença de Crohn (GATELY et al., 1998; MANNON et al., 2004).

A IL-12 não é somente um indutor do tipo Th1, mas também é secretada por

células NK bem como outras citocinas. Esta citocina também atua sobre as DCs

diminuindo a diferenciação de células Tregs, inibindo citocinas reguladoras, tais como

TGF-β e IL-10 (BADR et al., 2014).

IL-10 secretada por diferentes células age suprimindo as funções das DCs,

inibindo a produção de IL-2, citocinas pró-inflamatórias (IL-6, IL-12 e TNF-α) e a

sinalização intracelular via CD28 (MOORE et al., 2001). Trabalhos descrevem

também, que a presença de TGF-β, juntamente com a IL-10, está associada com a

indução de tolerância e geração de células Treg (DOETZE et al., 2000; GRUTZ,

2005).

Existem algumas evidências de que o efeito supressor da Treg é mediada

através do contato célula-célula, ou seja, da ligação do receptor CTLA4 do linfócito T

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com os receptores CD80 ou CD86 em APC (MCCOY; LE GROS, 1999; MILLS,

2004).

Patógenos como bactérias e protozoários promovem a ativação e maturação

das DCs bem como a secreção de citocinas, como a IL-12 por essas células que,

em conjunto, resultam na diferenciação dos linfócitos para o subtipo Th1. Por outro

lado, antígenos de helmintos ou alérgenos parecem ser reconhecidos pelas DCs em

contexto pouco inflamatório e, quando na presença de IL-4, direcionam os linfócitos

para o subtipo Th2 (MACDONALD et al., 2002).

LTs diferenciados em Th1 secretam IL-2, IL-12, IFN γ, TNF-α enquanto que

os linfócitos Th2 produzem IL-4, IL-5, IL-10, e IL-13 e podem neutralizar a atividade

de citocinas Th1 (KLEEMANN et al., 2008).

DCs podem ser também ativadas por sinais a partir de células do sistema

imune como as NK e as células T. Os linfócitos T CD4 + humanos como murinos

ativados e de memória via expressão de CD40L podem interagir com o CD40 nas

DCs e induzir a sua ativação. Citocinas produzidas pelos linfócitos T, tais como IL-4

e IFN-y, também desempenham um papel importante na ativação de DCs (HIVROZ

et al., 2012).

O LPS e o TNF-α são agentes eficazes para a maturação DCs, no entanto,

quando em altas concentrações podem ser citotóxico in vivo. Por outro lado,

sequências guanina oligodeoxinucleotideos fosforotioato (CpGs) não são tóxicas e

funcionam como potentes ativadores na maturação de DCs em modelos in vitro e in

vivo (WEIGEL et. al., 2002). CpGs ativam as DCs aumentando a expressão das

moléculas coestimuladoras necessárias para a ativação das células T e a secreção

de citocinas pró-inflamatórias, principalmente IFN-ϒ, IL-12, IL-6 e TNF-α, necessárias

para respostas imunes potentes (WEIGEL et al., 2002).

Outros autores descrevem ainda, que o LPS é capaz de induzir as DCs a

produzir tanto citocinas anti-inflamatórias (IL-10) como as pró-inflamatórias incluindo

IL-12, TNFα, IL-6 e IL-1β (HIRATA et al., 2008).

Há também descrições na literatura que patógenos ou seus produtos exercem

efeito inibitório sobre as DCs mantendo-as imaturas e/ou tolerogênicas. Além da

ação direta dos patógenos sobre as DCs, citocinas como IL-10 e TGF-β podem

induzir DCs imaturas a se tornarem tolerogênicas (DUGAST; VANHOVE, 2009).

Neste contexto, há baixa expressão de moléculas coestimuladoras pelas DCs

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durante as interações com os linfócitos T resultanto na anergia destes ou ainda, a

geração de células Treg produtoras de IL-10 (COOLS et al., 2007).

Em 2003, Schartz relatou que estas DCs tolerogênicas podem suprimir a

ativação e proliferação de linfócitos T via secreção de TGF-β e IL-10, além de induzir

a paralisação do ciclo celular nas fases G0/G1 tornando a célula anérgica. PGE2

secretada pelas DCs também está diretamente relacionada com a atividade

supressora destas células.

Além das citocinas, agentes supressores como corticosteroides e mediadores

lipídicos podem influenciar na resposta inflamatória e imunidade adaptativa (DE

JONG et al., 1999; STEINBRINK et al., 2002; MULLER et al., 2002; KUBACH et al.,

2005).

Lipoxinas (LXs) são eicosanoides produzidos através do metabolismo do

ácido araquidônico, cuja biossíntese é detectável após a resposta pró-inflamatória

inicial (SCANNELL et al., 2007; SORDI et al., 2013). Estes eicosanoides apresentam

numerosas funções relacionadas à reprodução, hemostasia, controle da inflamação

aguda, alergia e dor (RODRÍGUEZ et al., 2014).

Estudos evidenciam que as LXs, em particular a LXA4, são eicosanoides anti-

inflamatórios e mediadores pró-resolução da inflamação. Este mediador lipídico é

gerado pela lipoxigenação de ácido araquidônico pela ação da 15-LO em células

epiteliais e monócitos, ou pela ação da 5-LO em neutrófilos (SERHAN et al., 1984).

Zhang e colaboradores (2007) observaram que a LXA4 é capaz de suprimir a

expressão de marcadores de superfície celular e a atividade de células RAW2647

estimuladas com LPS.

Em outro trabalho, Aliberti e colaboradores (2002) mostraram que a produção

de LXA4 in vivo esteve acompanhada pela inibição da produção de IL-12 por DCs

esplênicas estimuladas in vitro com extrato de Toxoplasma gondii. Além disso,

observaram que a pré-incubação de DCs in vitro com LXA4 torna essas células

refratárias à produção de IL-12 após estimulação com antígenos microbianos. Esses

resultados indicam, portanto que a síntese de LXA4 gerada em resposta a antígenos

microbianos pode ser um potente mecanismo de regulação da atividade funcional

das DCs e consequente geração da resposta imune adaptativa.

]A PGE2, por sua vez, é o eicosanoide mais abundante no ambiente

inflamatório e sintetizado a partir da ação das enzimas cicloxigenases (COX-1 e 2)

sobre o acido araquidônico. PGE2 também estabiliza a função efetora de células

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supressoras de origem mieloide, inibe a liberação de IL-12 p70 em macrófagos e

DCs, e pode aumentar a produção de IL-23 (RODRÍGUEZ et al., 2014). Kuroda e

Yamashita (2003) mostraram que este eicosanoide produzido por macrófagos inibe

a secreção de IL-12 e IFN-γ por linfócitos Th1. Além disto, foi observado que PGE2

suprime a expressão do fator de transcrição RORγt, a secreção de IL-17 e a

diferenciação de células Th17 (CHEN et al., 2009). Em outro trabalho Baratelli e

colaboradores (2005) demonstraram que a PGE2 está relacionada com a indução da

expressão gênica do fator de transcrição FOXP3 e o aumento da atividade

moduladora das células TCD4+CD25+.

A funcionalidade das DCs está, portanto relacionada ao tipo de

interação/reconhecimento dos diversos patógenos ou seus produtos, ao seu estágio

de ativação e maturação e às condições do microambiente, como presença de

citocinas ou agentes imunomoduladores (MULLER et al., 2002; KUBACH et al.,

2005; KABELITZ et al., 2006).

Além disso, em virtude de suas funções fisiológicas, as DCs desempenham

papel importante na resposta imune contra patógenos e ainda, em reações adversas

como, por exemplo, as doenças auto-imunes e processos inflamatórios crônicos

(LLOBERAS et al., 2013). Assim, a modulação da atividade funcional das DCs pode

ser uma estratégia promissora no tratamento e prevenção de desordens

imunológicas.

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2. OBJETIVOS

Considerando o efeito imunomodulador da CTX in vivo sobre as respostas

humoral e celular e o papel crucial das DCs na indução da resposta imune

adaptativa, o objetivo do presente trabalho foi estudar a capacidade da CTX e suas

subunidades CA e CB de modular diretamente a atividade funcional das DCs in vitro.

2.1. Objetivos específicos

Caracterizar a população de DCs diferenciadas in vitro somente com GM-

CSF ou com GM-CSF + IL- 4;

Avaliar o efeito da crotoxina, crotapotina e fosfolipase A2 sobre a expressão

das moléculas de MHC-II e coestimuladoras nas DCs incubadas somente com as

toxinas in vitro ou em associação com o LPS em diferentes protocolos;

Analisar a participação do receptor peptídeo formil na atividade da CTX e CB

sobre as DCs in vitro incubadas com LPS;

Analisar o padrão de secreção de citocinas pró-inflamatórias, anti-

inflamatórias e produção de PGE2 e LXA4 em culturas de DCs incubadas in vitro com

a CTX, CA, CB e/ou LPS;

Avaliar a expressão gênica do TGFβ e IL-10 em DCs diferenciadas in vitro e

incubadas com CTX, CA, CB e/ou LPS.

Estudar o efeito da CTX e CB sobre a capacidade das DCs estimuladas in

vitro com LPS de induzir reação leucocitária mista (Mixed Lymphocyte reaction-

MLR).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Animais

Camundongos machos da linhagem BALB/c com 7-8 semanas foram

utilizados nos protocolos experimentais. O projeto foi aprovado pela Comissão de

Ética no Uso de Animais do Instituto Butantan (CEUAIB) n°1005/13.

Os animais fornecidos pelo Instituto Butantan foram mantidos em condições

padronizadas do biotério em relação à temperatura e umidade e com livre acesso a

água e ração, até o momento da realização dos experimentos.

3.2. Veneno

O pool de veneno liofilizado foi obtido de espécimes adultos de serpentes

Crotalus durissus terrificus fornecido pelo laboratório de Herpetologia do Instituto

Butantan. O veneno foi estocado a -20º C até a sua utilização.

3.3. Purificação da CTX do veneno de C.d. terrificus

A crotoxina do veneno total de C.d.terrificus (VCdt) foi purificada de acordo

com o método adotado por Faure e Bom (1987) com algumas modificações.

Uma alíquota contendo o veneno liofilizado (15 mg) de cascavel foi

ressuspensa em 1,0 mL de solução Tris- HCL (50mM, pH 7,0) e posteriormente,

submetida à cromatografia de troca aniônica em coluna MONO-Q HR 5/5 em

sistema FPLC (Fast- Performance Liquid Chromatography, Pharmacia) previamente

equilibrada no mesma solução.

As proteínas ligadas à resina foram eluídas por gradiente linear de solução de

NaCl 0-1 M em solução de 50 mM Tris- HCl; pH7,0 (RANGEL-SANTOS et al., 2004).

Após esse procedimento, as frações contendo a CTX foram reunidas e dialisadas

em PBS e analisadas quanto a sua pureza e homogeneidade em gel de

poliacrilamida.

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43

3.4. Purificação das subunidades CA e CB a partir da CTX isolada do veneno

de C.d. terrificus

Amostra de CTX foi dialisada em solução Tris- HCL pH 7,2 e em seguida, foi

acrescentado 0,72 g de uréia para cada 2,0 mL de toxina. As amostras foram

incubadas por 18 horas a 4º C. As subunidades CA e CB, foram fracionadas por

cromatografia catiônica utilizando uma coluna MONO-S HR 5/5 em sistema FPLC

(RANGEL-SANTOS et al., 2004). O material foi eluído da coluna utilizando um

gradiente linear de 2,0 M de NaCl e 6,0 M de uréia, tamponado com o Tris/ HCL 50

mM, pH7,2. As frações CA e CB foram reunidas e dialisadas contra PBS para

remover os sais e a uréia.

3.5. Eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) na presença ou não

de tricina

A CTX bem como a subunidade CB foram submetidas à eletroforese em gel

de poliacrilamida 12,5 % com agente desnaturante SDS (dodecil-sulfato de sódio),

conforme citado por Laemmli (1970). O procedimento foi realizado em condições

redutoras na presença de 2-mercaptoetanol. Para identificar a presença da CTX e

da subunidade CB foi feito o gel de empilhamento preparado na concentração de 4%

de bisacrilamida/acrilamida em Tris-HCl 0,5M (pH 6,8) e 1 % SDS e um gel de

separação contendo 12,5% de bisacrilamida/acrilamida em Tris-HCl 2,0M pH 8,8 e

1% SDS.

A subunidade CA foi submetida à eletroforese em gel de poliacrilamida

contendo SDS – tricina. Para tanto, foi preparado um gel de empilhamento de 1% de

bisacrilamida/acrilamida em Tris-HCl 0,5M (pH 6,8), 1% de SDS, APS (10%) e um

gel de resolução na concentração de 16% de bisacrilamida/acrilamida em Tris-HCl

3M (pH 8,45), 0,3% de SDS, glicerol (25%) e APS 10%.

As amostras foram diluídas em tampão (Tris-HCl 0,625 mM pH 6,8; 10%

glicerol (v/v); 5% -mercaptoetanol (v/v); 2 % de SDS e 0,001 % de azul de

bromofenol na proporção de 1:5 e, em seguida, foram aquecidas a 95ºC/ 5 min.

As frações de CTX (pico 1- 0,685 mg/mL; pico 2- 0,932 mg/mL e pico 3- 0,874

mg/mL), subunidade CB (0,53 mg/mL), amostra de veneno total (1,4 mg/mL) de

C.d.terrificus e o padrão de massa molecular (Trail Mixtm- Novagen) foram aplicados

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no gel de poliacrilamida 12,5%. O tampão de corrida utilizado foi constituído por Tris-

HCl 0,25 mM, glicina 0,19 M e SDS a 0,1 %, pH 8,3. Em seguida, o gel foi submetido

a uma corrente elétrica de 110 V e 55 mA por 2 horas em cuba SE 245 Mighty Small

II (Hoefer, Amersham Pharmacia Biotech) acoplada a fonte EPS 3500 (Amersham

Pharmacia Biotech).

Amostra da subunidade CA e o padrão de massa molecular Fast ruller

(Thermo Scientific) foram aplicados no gel de 16% de poliacrilamida. A corrida

eletroforética foi realizada com dois tampões, sendo um tampão para o catodo (0,1M

Tris, 0,1M Tricina e 0,1% SDS) e o outro para o anodo (0,2M Tris-Cl, pH8,9) em uma

voltagem constante de 30 V a 40mA por aproximadamente 1h. Após esse período, a

corrida foi mantida por mais 5 horas em corrente de 90 V.

No término das corridas, ambos os géis foram imersos em solução de 0,2 %

(m/v) de Coomassie Blue R-250 em água e metanol na proporção de 1:1 (v/v) para a

visualização do padrão de bandeamento das proteínas presentes nas amostras. Em

seguida, o excesso de corante foi retirado mergulhando o gel em solução de 30% de

metanol, 10% de ácido acético em água destilada.

3.6. Eliminação de endotoxinas na CTX, CA e CB

A CTX e suas subunidades CA e CB foram submetidas à coluna de polimixina

para a remoção de possíveis endotoxinas bacterianas (LPS), conforme o protocolo

estabelecido pelo fabricante (Thermo Scientific Rockford, USA). Posteriormente,

essas amostras foram analisadas quanto ao conteúdo de endotoxina em ensaio

imunoenzimático de Limulus amoebocyte lysate (LAL) (Cambrex/ Lonza) realizado

no Laboratório de Microbiologia do controle de qualidade da Divisão de Produção do

Instituto Butantan.

O laudo técnico notificou que as amostras apresentaram níveis inferiores ao

limite de detecção do ensaio de 0, 125 VE/mL, o que permitiu a sua utilização nos

diferentes protocolos experimentais.

3.7. Determinação da concentração de proteínas nas amostras

A concentração proteica das amostras de venenos, CTX, CA e CB foi

determinada utilizando-se o método de Bradford (1976). As amostras foram diluídas

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em PBS e assim distribuídas em placas de 96 poços (Costar) em volume de 50 L.

A solução de soro albumina bovina (BSA) foi utilizada como curva padrão na

concentração de 500 g/mL diluída na razão 1:2 (50 L/poço). Após esses

procedimentos foram acrescentados 150 L/poço do reagente de Bradford

previamente diluído em água destilada (1:5).

A placa foi lida em espectrofotômetro no comprimento de onda de 595 nm e o

cálculo da concentração de proteínas foi realizado com o auxílio do programa

INSTAT. Como referência as densidades ópticas obtidas nas amostras foram

comparadas com a curva-padrão de BSA.

3.8. Diferenciação de DCs in vitro com GM-CSF na presença ou não de IL-4 a

partir de medula óssea de camundongos

Para a diferenciação de DCs in vitro foram seguidos os protocolos de cultura

celular descritos por Son e colaboradores (2002) e Chen e colaboradores (2013)

com algumas modificações. Grupos de camundongos foram eutanasiados em

câmara de CO2 e posteriormente, ambas as extremidades da medula óssea dos

animais foram cortadas e acondicionadas em placas de Petri contendo meio de

cultura RPMI1640 (Invitrogen).

Em seguida, com o auxílio de uma seringa e uma agulha de calibre 25

introduzda em uma das extremidades do fêmur, a medula óssea foi lavada com meio

RPMI1640. A suspensão celular obtida foi centrifugada por 10 minutos a 1.000 g por

4°C e ressuspensa em meio RPMI-1640 suplementado (RPMI-s) com 5% de SFB

inativado, 0,5% de 2-Mercaptoetanol, 1% de L- glutamina (200mM), vitamina

(100mM) e antibiótico (10mg/mL) (RPMI-S). A concentração e a viabilidade celular

foram determinadas em câmera de Neubauer utilizando Azul de Tripan 0,1%.

As células obtidas foram distribuídas em placas contendo 6 orifícios na

concentração de 10x106 céls/mL e incubadas somente com 10 ng/mL de GM-CSF

ou com GM-CSF (10 ng/mL) e IL-4 (5ng/mL).

No 4º dia de cultivo, o sobrenadante da cultura das células foi removido,

centrifugado novamente por 10 minutos a 1.000 g por 4°C e adicionado um novo

meio RPMI-S (contendo GM-CSF + IL-4 ou somente GM-CSF).

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As culturas de células foram mantidas por mais 3 dias em estufa com 5% de

CO2/37oC. Após esse período, as células não aderentes foram coletadas e

novamente contadas em câmara de Neubauer para determinar sua concentração.

3.9. Fenotipagem das DCs imaturas por citometria de fluxo

A fenotipagem das DCs diferenciadas in vitro foi realizada por citometria de

fluxo. Para tanto, suspensões celulares foram incubadas com anticorpo anti-

FcγRII/III (1 µg/106 cels) por 20 min/4º C. Em seguida, as células foram

centrifugadas, ressuspensas em meio RPMI. Suspensões de 1x106 células foram

distribuídas em placas de fundo em U e incubadas com anticorpos anti-CD11c (2

μg), anti-CD83 (1 μg) anti-DC-SIGN (0,5 μg) e anti-TLR 1, 2 ou 4 (1μg) (BD

Biosciences) marcados com ficoeritrina (PE) por 30 min/4o C. Em seguida foi

acrescentado PBS contendo 1% de SFB em todos os poços e a placa foi novamente

submetida à centrifugação. As células foram ressuspensas com PBS + 0,1% de

paraformaldeído (Merck). Todas as amostras foram feitas em duplicata e analisadas

em citômetro de fluxo (104 eventos foram adquiridos por amostra em FACS Canto,

Becton Dickinson).

3.10. Ensaio de viabilidade celular por azul de tripan

A análise da viabilidade das DCs incubadas com as diferentes toxinas e/ou

LPS foi realizada segundo o método de exclusão de azul de tripan. Esse método

permite detectar células em necrose, cuja membrana, por apresentar danos, permite

a incorporação do corante no citoplasma, enquanto que as células viáveis ficam

transparentes devido à integridade da membrana celular (MCATEER; DAVIES,

1994).

DCs imaturas foram obtidas após 7 dias de cultura na presença de GM-CSF e

IL-4 e centrifugadas a 1500 g por 5 minutos a 4°C. Em seguida, as células foram

ressuspensas com meio RPMI-S e a concentração e viabilidade determinadas em

câmara de neubauer e azul de tripan 0,1%. Suspensões de 5 x 106 foram mantidas

em meio de cultura ou incubadas com LPS (0,5 μg/mL), CTX (20 μg/mL), CB (20

μg/mL), CA (20 μg/mL), CTX + LPS, CB + LPS ou CA + LPS por 18 h/37º C em

estufa de CO2 umidificada. Ao final dessa incubação, as células foram centrifugadas,

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os sobrenadantes coletados e realizada a avaliação da viabilidade celular com o

auxílio do tripan 0,01% em câmara de neubauer. Os resultados foram expressos em

porcentagens das células vivas, calculadas a partir do número de células vivas e

mortas antes e após os estímulos.

3.11. Estimulação das DCs in vitro e análise da expressão de moléculas

envolvidas na apresentação antigênica por citometria de fluxo

3.11.1. DCs diferenciadas in vitro estimuladas com LPS, CTX, CA ou CB

Com o intuito de avaliar a ação da CTX bem como suas subunidades sobre a

funcionalidade das DCs, foram realizados vários protocolos experimentais assim

como descrito abaixo:

Para determinar a concentração de LPS capaz de induzir a maturação das

DCs in vitro, 5x106 células foram incubadas in vitro com diferentes

concentrações de LPS (0,5, 1, 2, 5 ou 10 µg/mL) por 18 h/37º C em estufa de

5% CO2 umidificada;

Células dendríticas imaturas foram estimuladas in vitro com CTX (10 ou 20

µg/mL); CA (20 µg/mL); CB (10 ou 20 µg/mL) ou LPS (0,5 µg/mL); LPS+CTX,

LPS+CA ou LPS+CB por 18 h/37º C em estufa de 5% de CO2 umidificada;

Suspensões de DCs (5X106) foram pré-incubadas com CTX (20 µg/mL) ou

CB (20 µg/mL) por 2 ou 3 horas. Em seguida, as células foram lavadas com

meio RPMI-S e posteriormente foi adicionado o LPS (0,5 µg/mL) e as culturas

mantidas por 18 h/37º C em estufa de 5% de CO2 umidificada;

DCs imaturas (5X106) também foram pré- incubadas com LPS (0,5 µg/mL) por

2 e 3h, lavadas com meio RPMI-S e posteriormente adicionada a CTX (20

µg/mL) ou CB (20 µg/mL) por 18 h/37º C em estufa de 5% de CO2

umidificada;

Em outro experimento, DCs foram incubadas ou não com antagonista do

receptor de peptídeo-formil (Boc-2-100 mM) por 15 min/37º C e após esse

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período, as células foram lavadas com meio RPMI e então estimuladas com

CTX + LPS, CB + LPS (20 ou 0,5 µg/mL) ou somente com LPS por 18 h/37º C

em estufa de 5% de CO2 umidificada.

Em todos os experimentos, após o período de incubação das células com os

diferentes estímulos, as culturas foram centrifugadas, os sobrenadantes coletados e

as células utilizadas para análise da expressão das moléculas de MHC de classe II,

CD40, CD80 e CD86 por citometria de fluxo. Os sobrenadantes das culturas foram

utilizados para determinação da secreção das diferentes citocinas por ELISA.

3.11.2. Análise da expressão das moléculas de MHC de classe II e coestimuladoras

As culturas de DCs incubadas com os diferentes estímulos foram

centrifugadas, as células ressuspensas em 1mL de meio RPMI e incubadas com

anticorpo anti-receptor FcγRII/RIII por 15 min/4oC. Em seguida, as DCs foram

novamente centrifugadas por 5min a 4oC/1500 g. As células foram ressuspensas em

meio RPMI e distribuídas em placas de 96 orifícios na concentração de 1 x 106

células.

A expressão das moléculas envolvidas na apresentação antigênica nas DCs

foi analisada utilizando a incubação com anticorpos monoclonais marcados com PE

anti- MHC de classe II (0,5 μg/mL); anti-CD80 (0,5 μg/mL); anti-CD40 (0,5 μg/mL) e

anti-CD86 (1 μg/mL) de camundongo, por 30 min/4oC. Como controle negativo

utilizamos a incubação das células por 30 min/4º C com anticorpo controle isotípico

IgG1 conjugado a PE (0,25 μg/mL) e como calibrador do citômetro, as DCs foram

incubadas com anticorpo anti-CD11c-PE (2 µg/mL).

Nos ensaios de dupla marcação foi utilizado anticorpo anti- CD11c de

camundongo marcado com isotiocianato de fluoresceína- FITC (1 μg/mL) por 30

min/4º C. Após a marcação de superfície, as células foram adicionados 100 µL de

tampão de lavagem-Perme WashTMsolution 1x (BD Bioscience) em todos os poços,

e em seguida realizada centrifugação por 5 min a 4°C/500 g. O sobrenadante foi

descartadado e as células foram fixadas e permeabilizadas, adicionando-se 100μL/

poço de solução fixadora e permeabilizadora (Fixation and Permeabilization

Solution), e incubadas por 30 min/TA. As DCs foram lavadas novamente com o

tampão de lavagem (Derme Wash), centrifugadas e o sobrenadante foi removido.

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Com o término da etapa de fixação, foi realizada a marcação intracitoplasmática com

anticorpos anti-IL10 e IL-12-PE (0,5 μg/mL) e incubadas por 30 min/4°C. Como

controle isotípico, as células foram incubadas com anticorpos IgG1 marcados com

FITC ou PE (0,5 e 0,25 µg/mL, respectivamente).

Após esse período, as amostras de células marcadas via superfície ou

intracelular foram adicionados 100 µL de PBS + 1% de SFB, centrifugadas por

5min/4oC/500 g e ressuspensas com PBS contendo 0,1% de paraformaldeído.

Como estratégias para a análise das populações celulares, utilizamos como

parâmetros iniciais a avaliação de tamanho das células (FSC) e a complexidade

interna ou granulosidade (SSC), excluindo células potencialmente mortas e debris

celulares que estão representadas na região inferior esquerda dos “dot plots”. Em

seguida, analisamos as populações positivamente marcadas com PE e

apresentamos os resultados em histogramas considerando a média da intensidade

de fluorescência (MIF). No caso das células duplamente marcadas, os resultados

foram expressos como a porcentagem de células positivamente marcadas para a IL-

10 ou IL-12- PE na população de células CD11c+ - FITC.

Todas as amostras de células foram feitas em duplicatas e analisadas em

citometria de fluxo (10.000 eventos foram adquiridos por amostra em FACS Canto,-

BD). Os dados foram analisados utilizando o programa FlowJo 7.5.

3.12. Produção de citocinas e eicosanoides secretados nas culturas de DCs

por ELISA

3.12.1. Determinação de IL-10 e IL- 12 nos sobrenadantes das culturas

As citocinas e mediadores lipídicos secretados nas culturas de DCs

estimuladas por 18 horas com os diferentes antígenos foram detectados nos

sobrenadantes utilizando Kits de ELISA (E-Bioscience).

As placas de ELISA foram sensibilizadas com anticorpos anti- IL-10 (1:1.000)

ou anti-IL-12 em tampão Coating Buffer (100µL/poço) e incubados por 18 h/4°C. Em

seguida, as placas foram lavadas com PBS+0,05% Tween 20 (PBS-T) e bloqueadas

com 200 µL/ poço com tampão Assay Diluent por 1 h/temperatura ambiente (TA).

Após esse período, as placas foram lavadas com PBS-T e posteriormente,

foram adicionados 50 µL/poço das amostras bem como das citocinas recombinantes

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IL- 10 (4 ng/mL) e IL-12 (2 ng/mL) diluídas na razão 1:2 em Assay Diluent. Em

seguida, as placas foram incubadas por 2 h/TA. Outras lavagens foram feitas em

PBS-T e adicionados 100µL/poço de anticorpos de detecção anti-IL-10 diluídos na

razão 1:1000 e anti-IL-12 diluídos na razão 1:250 em Assay Diluent. As placas foram

incubadas por 1 h/TA, seguida de novas lavagens com PBS-T.

Posteriormente, foram acrescentados 100μL/poço de estreptoavidina (1:250)

diluída em tampão Assay Diluent, e a placa incubada por 30 min/TA. O conjugado foi

removido com lavagem e a solução tetrametilbenzidina (TMB) foi acrescentada para

ocorrer a revelação. A reação foi interrompida pela adição de 50 µL/poço de ácido

sulfúrico (H2SO4 2M). Os resultados foram obtidos pela leitura da densidade ótica

em leitor de Elisa utilizando o filtro de 450 nm. As concentrações de IL-10 e IL-12

nos sobrenadantes foram calculadas e a partir das curvas-padrões construídas com

as concentrações crescentes das citocinas recombinantes.

3.12.2. Determinação de TNFα, IL-1β e IL-6 nos sobrenadantes das culturas de DCs

A etapa de sensibilização das placas para dosagem das citocinas foi realizada

com a adição de 100μL/poço dos anticorpos anti-IL-1β (720 μg/ mL), IL-6 (360 μg/

mL) e TNFα (144 μg/ mL) diluídos em solução salina tamponada com fosfato (PBS).

A placa foi incubada 18h/TA e, em seguida lavada 3 vezes com PBS-T. A etapa de

bloqueio para a IL-1β ocorreu com a adição de 200 μL/poço do Reagent Diluent-

solução PBS contendo Tris (20 mM) 0,1% BSA, 0,05% Tween 20 e NaCl (150 mM)

pH 7,4. Para a IL-6 e TNFα a solução bloqueio utilizada foi PBS + 1% BSA. As

placas foram incubadas por 1 h/TA seguida de novo ciclo de lavagem (3x).

Posteriormente, foram adicionados 50 μL/poço das citocinas recombinantes

IL-1β e IL-6 (1 ng/mL) e TNFα (2 ng/mL) em seus respectivos tampões, e realizada

uma nova incubação de 2h/TA. Ao final, as placas foram lavadas com PBS-T e

adicionados 100μL/poço dos anticorpos de detecção anti- IL-1β (108 μg/ mL), anti-

IL-6 e anti- TNFα (36 μg/ mL) seguida de incubação por 2 h/TA.

Em seguida, foram realizadas 3 lavagens, e adicionado 100μL/poço de

estreptoavidina-peroxidase diluída em tampão (1:200). As placas foram incubadas

por 20 min/TA e um novo ciclo de lavagem foi realizado. A revelação foi realizada

pela adição de 100μL/poço da solução A (H2O2) e solução B (TMB) na razão 1:1 e a

mesma reação foi bloqueada com ácido sulfurico 0,2M para posterior leitura em

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leitor de Elisa a 450 nm. A concentração das citocinas foi determinada a partir de

curvas-padrões das citocinas recombinantes de acordo com as orientações do

fabricante (R&D Systems).

3.12.3. Extração e quantificação de eicosanoides

A produção de PGE2 e LXA4 foi determinada nos sobrenadantes das culturas

de DCs in vitro. Para tanto, os eicosanoides presentes nos sobrenadantes foram

extraídos utilizando uma coluna C18 (Sep-Pak light coluna Waters Corporation, EUA).

Inicialmente, a coluna foi lavada com 10 mL etanol absoluto (P.A.) seguida de

aplicação de água ultrapura (20 mL).

Os sobrenadantes isentos de células foram acidificados com HCl 0,1 N até pH

3,5 e aplicados na coluna C18. Em seguida, foram aplicados 10 mL de água

ultrapura e 1 mL de etanol (35%) para remover as impurezas e substâncias que não

apresentaram afinidade com a coluna. A extração dos eicosanoides foi realizada

pela aplicação de 1 mL de etanol absoluto na coluna. As amostras foram coletadas

através do sistema MANIFOLD e secas à vácuo em banho de nitrogênio sob uma

corrente de azoto. Posteriormente, essas amostras foram ressuspensas com 250 µL

de reagente diluente específico para cada kit de ELISA.

As concentrações de PGE2 e LXA4 foram determinadas por ELISA do tipo

competitivo (R&D Systems e Neogen, respectivamente). Para isso, em placas de 96

poços pré-sensibilizada com anticorpos IgG anti-PGE2 ou anti-LXA4. Em seguida,

foram adicionadas as amostras ou os padrões contendo PGE2 ou LXA4

(50 mL/poço) e incubadas por 1 h/TA. Após o período de incubação, as placas

foram lavadas com o tampão de lavagem (200L/poço) adequado para cada kit de

acordo com as especificações do fabricante.

Posteriormente, foi acrescentado o anticorpo primário anti- PGE2

(50 mL/poço), seguido do conjugado de PGE2-estreptoavidina-peroxidase de igual

volume exceto em uma fileira (branco da reação). No caso da LXA4 foi adicionado

50 L/poço do conjugado de LXA4-peroxidase de acordo com as instruções do

fabricante, e ambas as placas foram incubadas durante 2h/TA.

Em seguida, as placas foram lavadas 4 vezes com o tampão de lavagem

específico de cada Kit de ELISA (300L/poço). Posteriormente, foram adicionados

150L/poço do substrato contendo a mistura dos reagentes A e B (vol/vol),

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fornecidos em ambos os Kits, e as placas foram incubadas por 30min./TA. Para

interromper a reação foi adicionada a solução stop (50L/poço) proveniente dos Kits

e as placas foram lidas em leitor de ELISA a 450 nm.

O cálculo da concentração de PGE2 e LXA4 presentes nos sobrenadantes das

DCs foi realizado a partir das curvas-padrões desses eicosanoides (1.250 a 19,5

pg/mL e 2.000 a 20 pg/mL, respectivamente) através do programa Bio Instat.

3.13. Análise da expressão gênica de IL-10 e TGF- β em amostras de células

por PCR em tempo real (PCR- RT)

As PCRs em tempo real foram realizadas em termociclador da marca BioEr

Line Gene K. Para tanto, pares de primers específicos para os genes da lL-10 e

TGF-β foram desenhados e sintetizados especificamente para a reação de PCR-

RT.

3.13.1. Extração de RNA total

Culturas de DCs (5x106) foram estimuladas com os diferentes antígenos e

LPS (descrito no item 3.11.1) e após 18 h/37° C foram submetidas a centrifugação

por 5 min/1500 RPM/4ºC. Em seguida, as células foram ressuspensas em 1,0 mL do

reagente Trizol (Invitrogen), transferidas para um eppendorf livre de RNAse e

armazenadas a -20˚C até seu uso.

Para a realização da extração de RNA total, foram adicionados 200 µL de

clorofórmio para cada 1,0 mL de reagente Trizol contendo as células, seguida de

agitação por 15 segundos e mantidas por 10 min/TA. Posteriormente, as amostras

foram centrifugadas por 10 min/12.000 g e o sobrenadante resultante (fase aquosa)

foi transferido para um novo eppendorf, no qual foram acrescentados 500 µL de

isopropanol. As amostras foram agitadas por 15 segundos, mantidas por 10 min/TA,

centrifugadas por 10 min/12.000 g e em seguida o sobrenadante foi descartado.

O precipitado (RNA) foi lavado com 1,0 mL de etanol 75%, centrifugado

novamente por 5 min/12.000 g e o sobrenadante foi removido. Os tubo contendo os

precipitados (amostras) foram mantidos abertos em fluxo laminar por

aproximadamente 15 minutos para secagem e, posteriormente, os RNAs foram

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ressuspensos em 30 µL de água livre de RNAse (Promega). A concentração de RNA

foi quantificada no NanoDrop seguindo o procedimento descrito por SAMBROOK e

colaboradores (1989), onde a absorbância em 260nm = 1, significa uma solução

contendo 40 µg de RNA. A pureza do RNA foi determinada através da razão entre

as absorbâncias obtidas em 260 e 280 nm (razão entre 260/280 maior que 1,7).

3.13.2. Reação de Transcrição Reversa (RT)

O RNA mensageiro foi convertido em DNA complementar (cDNA) utilizando o

kit Superscript III Reverse Transcriptase (Invitrogen) de acordo com as

especificações do fabricante. Para cada reação foi feita uma mistura dos seguintes

reagentes: 2 g de RNA, 1L de oligo (dT)20 50M, 1L de dNTP Mix (10mM) e

completado o volume final para 13L com água livre de RNAse.

Esta mistura foi aquecida por 5 min/65°C e após esse tempo resfriada em

banho de gelo por mais 5 min. Posteriormente, ao conteúdo do tubo foram

acrescentados os seguintes componentes: 4 μL de tampão da reação [5X], 1μL de

RiboLock RNase inhibitor [20U/μL], 2μL de dNTP mix [10mM], 2μL de Transcriptase

[20u/μL] para o volume total de 20 μL por amostra. A mistura foi incubada por 50°C

durante 60 minutos e depois a 70°C por 15 minutos para inativar a reação. Após a

reação de transcrição reversa, o cDNA obtido foi estocado em freezer -80ºC.

3.13.3. PCR em tempo real em sistema Syber Green

Para o PCR em tempo real pelo sistema Syber Green, o RNA foi amplificado

usando um kit “qPCR – Sybr Green Rox Plus – Invitrogen) seguindo as

recomendações do fabricante. Dessa maneira foi avaliada a expressão RNAm de IL-

10 e TGF-β comparando a amplificação com o gene constitutivo β-actina, pois já

mostrou-se um eficiente “housekeeping” gene.

Para tanto, as reações foram realizadas em volume total de 12 µL contendo:

6,5µL de solução Syber Green Super Mix combinado com 1µL do primer sense

(5pM), 1µL primer anti-sense (5pM), 0,25µL de ROX Reference Dye; 2,25 µL água

livre de RNase e 1µL de cDNA (500ng). As condições de corrida foram: 50ºC por 15

minutos (temperatura de ativação da enzima TaqStart- DNA Polimerase), 95º C por

15 segundos (temperatura de desnaturação), 58º C por 30 segundos (temperatura

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54

de anelamento), 72º C por 30 segundos (temperatura de extensão), seguida por um

ciclo para detecção da Curva de Melting de cada produto amplificado, de 65º C a 95º

C diminuindo 0,5º C a cada 20 segundos.

A técnica de PCR- RT possibilita a quantificação do produto durante a fase

exponencial da reação. O ponto que detecta o ciclo na qual a reação atinge o limiar

da fase exponencial é denominado Cycle Threshold (Ct). Este ponto permite a

quantificação exata e reprodutível baseada na fluorescência. Para quantificar os

resultados obtidos por PCR em tempo real, 2 métodos diferentes têm sido descrito

na literatura: o método da curva padrão e o método de comparação do Ct pela

equação: 2 -Ct , onde -Ct = Ct (amostra) - Ct (calibrador ou controle), e Ct é o

Ct do gene alvo subtraído do Ct do gene constitutivo (LIVAK et al., 2001) nas

mesmas condições experimentais.

A quantificação relativa da expressão do gene foi realizada através da

comparação da amplificação com um controle endógeno (β-actina). A partir dos

resultados de amplificação deste gene, foi realizada a normalização para minimizar

os erros nas variações da quantidade de RNA e eficiência da transcrição reversa

(GIULIETTI et al., 2001). Os resultados foram expressos em “Expressão Relativa de

mRNA”, que significa o número de vezes a mais que um determinado gene foi

expresso em relação às respectivas amostras controles.

3.14. Ensaio de reação mista leucocitária (MLR)

3.14.1. Geração de DCs obtidas a partir de medula óssea de camundongos BALB/c

e estimulação com diferentes antígenos na presença ou não de LPS

Células dendríticas foram diferenciadas in vitro com GM-CSF + IL-4 durante 7

dias. Após esse período, as células (0,6x105) foram coletadas e incubadas com LPS

(0,5 μg/mL), CTX (20 μg/mL), CA (20 μg/mL), CB (20 μg/mL), CTX + LPS, CA +

LPS, CB + LPS por 18 h/37º C em estufa de 5% de CO2 umifidicada. Ao final, as

DCs foram centrifugadas por 5 min/4oC/1200 g, o sobrenadante da cultura celular foi

removido, acrescentado um novo meio RPMI-S e mantidas em estufa de CO2 até o

momento de uso.

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55

3.14.2. Obtenção de linfócitos T a partir de órgãos linfoides de camundongos

C57BL/6

Para obtenção de células T, camundongos da linhagem C57BL/6 foram

eutanasiados e os linfonodos periaórticos e inguinais retirados de maneira asséptica

dentro do fluxo laminar e acondicionados em placa de Petri contendo meio RPMI

não suplementado. Com o auxílio de homogeneizador estéril os linfonodos foram

macerados em meio RPMI e transferidos para um tubo Falcon de 50 mL. Em

seguida, o número e viabilidade das células foram determinados em câmara de

neubauer utilizando azul de tripan 0,01%. Posteriormente, as células foram

submetidas à centrifugação por 5min/10°C/1200 g, o sobrenadante foi descartado e

as células (16,2 x 106) foram ressuspensas em PBS contendo 0,5% BSA e EDTA

(2mM).

As células TCD3+ presentes na suspensão foram purificadas utilizando o

sistema MidiMACS segundo o protocolo de Sudowe e colaboradores (2000). No tubo

contendo as células, foi acrescentado o anticorpo anti-CD3+ na concentração de 2

µg/106 células e realizada incubação por 30 min/4o C. Em seguida, foram

acrescentados 5 mL de PBS contendo BSA e EDTA e realizada nova centrifugação

por 5 min/10°C/ 1000 g. O sobrenadante foi descartado, as células ressuspensas em

PBS contendo BSA e EDTA e adicionado o conjugado estreptoavidina-microesferas

magnéticas (20µL/107 células) seguida de incubação por 30 min/4º C. Ao final, foram

adicionados 2 mL de PBS + EDTA + BSA e a suspensão centrifugada assim como

descrito anteriormente.

Após remoção do sobrenadante resultante, as células foram ressuspensas

em 800 µL de tampão e aplicadas na coluna MidiMACS (Miltenyi Biotec) acoplada

em campo magnético previamente equilibrada com 8 mL de PBS contendo 0,5%

BSA e 2mM EDTA. Após a aplicação da suspensão celular foram realizadas 5

lavagens com 5 mL do tampão permitindo com que as células não ligadas à coluna

fossem eluídas da coluna. Posteriormente, a coluna foi removida do suporte

magnético e os linfócitos T CD3+ foram eluídos com 5 mL de tampão e coletados em

um tubo de 15 mL.

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56

3.14.3. Co-cultura de células TCD3+ com DCs e avaliação da proliferação celular

As células CD3+ foram distribuídas (3x105) em placas de 96 orificios na

presença das DCs (0,6x105) previamente estimuladas com os diferentes antígenos.

As co-culturas foram feitas em quadruplicata e mantidas por 72 ou 96 horas em

estufa de 5% CO2 umidificada. A resposta proliferativa dos linfócitos foi avaliada

utilizando-se o Kit Cell proliferation ELISA Biotrak System version 2 (Armersham GE

Gealthcare).

Para tanto, nas co-culturas de DCs com linfócitos CD3+ foram adicionados 10

µL de BrdU/poço diluído na razão 1:10 em meio RPMI- S. Após 72 ou 96 horas, as

co- culturas foram centrifugadas por 10 min/10°C/ 1000 g. O meio foi removido e

posteriormente foram acrescentados 200 µL de solução fixadora seguida de

incubação por 30 min/TA. Após o período, o meio foi removido e acrescentada a

solução B-bloqueio (200 µL/poço) diluída 1/10 em solução Tris (50mM) contendo

150 mM de NaCL com incubação de 30 min/TA. Novamente o sobrenadante foi

descartado e as células foram incubadas com 100 µL/poço de anticorpo anti-BrdU-

peroxidase (1:100) diluido em solução D (antibody dilution solution) por 90 min/TA. O

conjugado foi removido e as células foram lavadas com Wash buffer e incubadas por

15 min/TA por 3 vezes.

A revelação foi realizada com a adição do substrato TMB (100 µL/poço) e a

reação foi interrompida com 25 µL/poço de ácido sulfúrico 0,2M. As placas foram

lidas em leitor de ELISA utilizando o filtro de 450 nm. Os resultados foram expressos

como a média de densidade óptica obtida das amostras em quadruplicatas ± desvio

padrão. Quanto as análises estatísticas, os resultados obtidos foram submetidos a

análise de variância seguida de comparações múltiplas entre os grupos pelo método

de Tukey.

3.15. Análise dos resultados

Os resultados de citometria de fluxo foram apresentados como a média da

intensidade de fluorescência das amostras em duplicata ± desvio padrão ou ainda,

em porcentagem de células positivamente marcadas. A produção das citocinas foi

expressa como a média ± desvio padrão das concentrações obtidas das amostras

em duplicata. A análise estatística adotada foi o método de Tukey, utilizando a

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57

análise de variância (ANOVA) e de comparação múltipla entre os grupos

experimentais no software GraphPad Prisma 5. As diferenças com o p < 0,05 foram

consideradas estatisticamente significantes.

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58

4. RESULTADOS

4.1. Purificação da CTX, suas subunidades (CA e CB) e análise por eletroforese

em gel de poliacrilamida

Com o objetivo de obter a CTX, amostras do veneno total da Crotalus

durissus terrificus foram submetidas à cromatografia de troca aniônica em coluna

MONO-Q. Em seguida, parte da CTX obtida foi submetida à cromatografia de troca

catiônica em coluna MONO-S para a obtenção da crotapotina e da fosfolipase A2

(CA e CB), de acordo com a metodologia descrita em material e métodos. Após as

purificações, todos os componentes obtidos do fracionamento foram analisados

quanto ao seu perfil eletroforético.

A figura 4 representa o perfil cromatográfico da amostra de C.d.terrificus,

onde podemos verificar a presença de vários picos. Em destaque os picos 2, 3, 4

foram eluídos na faixa de gradiente correspondente à CTX, conforme descrito na

literatura (FRAENKEL-CONRAT et al., 1971; SLOTTA; FRAENKEL, 1980). Após a

obtenção desses picos, estes foram submetidos à eletroforese para análise da

pureza e identificação da massa molecular da toxina. Várias cromatografias foram

realizadas para a obtenção de material suficiente para utilização nos experimentos

propostos.

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59

Figura 4- Perfil cromatográfico do veneno de C.d.terrificus submetido à cromatografia de troca aniônica em coluna MONO-Q. O veneno total de C. d. terrificus (15mg) foi submetido à cromatografia de troca aniônica em coluna MONO- Q HR 5/5 por sistema FPLC. O gráfico representa a eluição dos componentes do veneno quando submetidos a um gradiente linear de NaCl (0 a 1M) em tampão Tris- HCL 50 mM em fluxo de 1,0 ml/minuto. As frações obtidas foram monitoradas em espectrofotômetro a 280 nm.

As subunidades CA e CB foram obtidas a partir da CTX submetida à

cromatografia de troca catiônica em coluna MONO-S, utilizando o procedimento

adotado por Faure e Bon (1988) e Faure e colaboradores (1991) com algumas

modificações. Como pode ser observado na figura 5, as subunidades CA e CB foram

eluídas em picos distintos, como previamente descrito por Rangel-Santos e

colaboradores (2004).

Assim como para a CTX, várias cromatografias foram realizadas, os picos

dialisadas contra PBS, analisados em eletroforese e em seguida estocados para

utilização nos experimentos.

Mono Q CTX002:10_UV Mono Q CTX002:10_Conc Mono Q CTX002:10_Fractions Mono Q CTX002:10_Inject Mono Q CTX002:10_Logbook

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

mAU

0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 ml

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819 2123252729313335373941434547495153555759616365676971737577798183858789919395 97

Ab

sorb

ân

cia (

mA

U)

1

4

3

2

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60

Figura 5- Perfil cromatográfico da CTX submetida à cromatografia de troca catiônica em coluna MONO-S. Amostras de CTX diluídas em solução Tris- HCL pH 7,2 contendo uréia 6 M foram submetidas à cromatografia de troca catiônica em coluna MONO-S HR 5/5 por sistema FPLC. As subunidades CA e CB foram eluidas em gradiente linear de 2,- 6M de uréia em solução de NaCl 2M tamponada com Tris/ HCL 50mM, em fluxo de 1,0 mL/minuto. As frações obtidas foram monitoradas em espectrofotômetro a 280 nm.

As amostras contendo CTX e CB foram submetidas à eletroforese em gel de

poliacrilamida 12,5% para análise da pureza e determinação da massa molecular,

enquanto que a CA foi analisada em gel de 16% de poliacrilamida na presença de

tricina.

A figura 6A mostra o perfil de migração do veneno total de C.d.terrificus, dos

três picos correspondentes a CTX (picos 2, 3 e 4) e a subunidade CB em condições

desnaturantes, onde pudemos observar a presença de várias bandas com massas

moleculares distintas na amostra do veneno total (posição 1) correspondentes aos

seus diferentes componentes. Além disso, verificamos uma única banda com massa

molecular entre 15 e 20 kDa nos picos correpondentes à CTX e CB. No gel de tricina

(figura 6-B), observamos uma banda com massa molecular de aproximadamente 10

kDa correspondente à subunidade CA.

Os resultados obtidos permitiram evidenciar a eficiência na metodologia de

purificação e integridade das frações. A concentração das proteínas foi determinada

CA e CB (CTX ultrapura) 30 01 13 (1mg)001:10_UV CA e CB (CTX ultrapura) 30 01 13 (1mg)001:10_Conc CA e CB (CTX ultrapura) 30 01 13 (1mg)001:10_Fractions CA e CB (CTX ultrapura) 30 01 13 (1mg)001:10_Inject CA e CB (CTX ultrapura) 30 01 13 (1mg)001:10_Logbook

0

200

400

600

800

mAU

0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 ml

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Waste

85 mAu

930 mAu

Abso

rbâ

ncia

(m

AU)

CA

CB

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61

de acordo com a metodologia adotada por Bradford (1976) e posteriormente as

proteínas foram submetidas à coluna de polimixina para eliminação de endotoxinas.

Figura 6- Perfil proteico do veneno de C.d. terrificus e dos picos obtidos em cromatografia de troca aniônica e catiônica em gel de poliacrilamida 12,5% e gel de 16% de poliacrilamida na presença de tricina sob condições redutoras. A-perfil eletroforético do veneno total (1,4 mg/mL) e as amostras (pico 1 da CTX- 0,685 mg/mL; pico 2 da CTX- 0,932 mg/mL; pico 3 da CTX- 0,874 mg/mL e CB- 0,53 mg/mL) em gel poliacrilamida 12,5% em condições redutoras. As amostras foram diluidas em

tampão Tris-HCl 0,625 mM pH 6,8; 10% glicerol (v/v); 5% -mercaptoetanol (v/v); 2 % de SDS e 0,001 % de azul de bromofenol na proporção de 1:5 e aquecidas por 5min/ 95°C. Em seguida, foram aplicadas no gel e submetidas a uma corrente elétrica de 110 V e 55 mA por 2 horas. P - Padrão de massa Molecular ((Trail Mix

tm- Novagen 10-255 kDa); 1-

veneno total de C.d. terrificus; 2-4 picos 2, 3 e 4 da CTX, respectivamente; 5- subunidade CB. B- perfil eletroforético da subunidade CA (0,32 mg/mL) em gel de 16% poliacrilamida na presença de tricina sob condições redutoras. Após a aplicação das amostras a corrida eletroforética foi realizada sob voltagem constante de 30 V a 40 mA por 1h seguida de corrente de 90 V com por durante 5 horas. 1- Padrão de massa molecular Fast ruller (Thermo Scientific); Ambos os geis foram corados com solução de 0,2 % (m/v) de Coomassie Blue R-250 (Bio-Rad).

4.2. Caracterização das DCs diferenciadas com GM-CSF ou com GM-CSF/ IL-4

in vitro

4.2.1. Fenótipo das DCs diferenciadas in vitro na presença somente de GM-CSF ou

com GM-CSF/ IL-4

P

A BkDa

200

120

85

70

50

40

30

25

20

15

10

P CA

kDa

255

150

100

75

50

35

20

15

10

1 2 543

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62

Para a realização dos experimentos propostos, inicialmente analisamos a

melhor metodologia de diferenciação das DCs in vitro. Para tanto, utilizamos dois

protocolos de diferenciação das DCs a partir da medula óssea de camundongos

sendo um deles somente com GM-CSF e o outro com GM-CSF e IL-4.

A análise das células por citometria de fluxo permitiu observar uma população

bem definida quanto ao tamanho/granulosidade em ambos os protocolos de

diferenciação in vitro (Figura 7A). No entanto, verificamos que a cultura de células de

medula óssea incubada com GM-CSF e IL-4 resultou em 86,17% de células que

expressam CD11c+, enquanto que a metodologia de diferenciação somente com

GM- CSF promoveu a diferenciação de 35,3 % de células DCs, como mostra a figura

7B.

Figura 7- Análises de culturas de células de medula óssea de camundongos BALB/c incubadas

por 7 dias com GM-CSF ou GM-CSF e IL-4, por citometria de fluxo. A-Análise de tamanho e granulosidade (dot plots) das culturas de células diferenciadas in vitro com GM-CSF ou GM-CSF por 7 dias em estufa de 5% de CO2 umidificada. B-Histogramas das células diferenciadas in vitro e incubadas com anticorpo anti-CD11c-PE (linha azul) ou controle isotípico IgG1-PE (linha preta). Os histogramas referem-se às análises das células selecionadas no gate nos gráficos de dot plots Os resultados

A

GM-CSF + IL4 GM-CSF

DCs

86,17

DCs

35,31

A

B

GM-CSF + IL4 GM-CSF

DCs

86,17

DCs

35,31

A

B

GM-CSF + IL-4 GM-CSF

B

A

GM-CSF + IL4 GM-CSF

DCs

86,17

DCs

35,31

A

B

GM-CSF + IL4 GM-CSF

DCs

86,17

DCs

35,31

A

B

GM-CSF + IL-4 GM-CSF

B

A

B

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63

obtidos foram expressos em porcentagem de células positivamente marcadas a paritr do obtido em células incubadas com anticorpo controle isotípico-PE.

Além da determinação da porcentagem de células CD11c+ geradas na

presença de GM-CSF ou GM-CSF e IL-4, analisamos nesta população alguns

receptores de superfície envolvidos no reconhecimento de patógenos. Para tanto, as

culturas de células foram incubadas com anticorpos anti-TLR 1, 2, 4, DC- SIGN e

MR.

Os resultados obtidos mostram que ambas as metodologias de diferenciação

de DCs geram células que expressam os diferentes receptores estudados, como

mostra a figura 8. No entanto, a expressão desses receptores é maior nas DCs

diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4.

Figura 8- Fenótipo de DCs imaturas diferenciadas in vitro com GM-CSF na presença ou não de IL-

4. Células de medula óssea de camundongos BALB/c foram incubadas com GM- CSF + IL-4 (10 ng/mL e 5 ng/mL, respectivamente) ou somente com GM-CSF por 7 dias em estufa de 5% de CO2 umidificada. As suspensões celulares (1x10

6) foram incubadas com

anticorpos anti-TLR1, anti-TLR2, anti-TLR4, anti-DC-SIGN, anti-MR marcados com PE ou controle isotípico-PE e analisadas em citômetro de fluxo. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) das amostras em duplicata ± DP. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- células marcadas com anti-TLR1, TLR2, TLR4, DC- SIGN e MR em relação ao controle isotípico.

4.2.2. Análise da maturação das DCs diferenciadas in vitro com GM-CSF ou GM-

CSF+IL-4

Além da caracterização fenotípica dessas DCs imaturas diferenciadas com

GM-CSF ou GM-CSF+IL-4, tivemos o objetivo de estudar a expressão das

GM-CSF + IL-4

Contr

ole is

otípic

o

TLR1

TLR2

TLR4

DC-S

IGN

MR

0

200

400

600

800*

*

*

**

Méd

ia d

e I

nte

nsid

ad

e d

e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

GM-CSF

Contr

ole is

otípic

o

TLR1

TLR2

TLR4

DC-S

IGN

MR

0

200

400

600

800

*

*

*

Méd

ia d

e I

nte

nsid

ad

e d

e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

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64

moléculas coestimuladoras e de MHC de classe II antes e após a incubação com um

ligante de TLR4, como o LPS por 18 horas.

A figura 9A representa os histogramas obtidos com as células mantidas em

meio de cultura (DCs imaturas) ou células incubadas por 18 horas com LPS seguida

de incubação com os anticorpos monoclonais anti- CD40, CD80, CD86 e MHC-II. A

figura 9B representa os resultados comparativos das médias de intensidade de

fluorescência das células obtidas nas duas metodologias realizadas.

Nesta figura podemos observar que a incubação das células com LPS

resultou na maturação das DCs, visto que induziu aumento da expressão de todas

as moléculas avaliadas tanto nas células diferencidas in vitro com GM-CSF+IL-4

como somente com GM-CSF. Entretanto, comparando os resultados obtidos,

pudemos verificar que esse aumento da expressão das moléculas envolvidas na

apresentação antigênica foi maior nas DCs diferenciadas com GM-CSF e IL-4

(Figura 9A e B).

GM- CSF + IL-4

G M- CSF

A

Controle

isotípico

CD40

CD40

CD80

CD80

CD86

CD86

MHC-II

MHC-IIGM- CSF + IL-4

G M- CSF

A

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65

Figura 9- Análise da expressão de moléculas coestimuladoras e de MHC de classe II em DCs

diferenciadas com GM-CSF na presença ou não de IL-4. Células dendriticas imaturas foram diferenciadas com GM-CSF + IL- 4 ou GM-CSF. Após 7 dias, DCs foram estimuladas com LPS (2 μg/mL) por 18 horas. Em seguida, as células (1x10

6) foram marcadas com anticorpos monoclonais anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II-

PE e analisadas por citometria de fluxo. Os resultados obtidos foram expressos em (A) histogramas (a linha azul representa as células incubadas com LPS e a linha preta as células mantidas em meio de cultura ou controle isotípico; (B) média da intensidade de fluorescência- (MIF) das amostras em duplicata ± DP. Controle isotípico-PE MIF = 80,5. Resultados representativos de 2 experimentos. * p < 0,05- grupo LPS (GM-CSF + IL-4) em relação ao grupo meio. # p < 0,05- grupo LPS (GM-CSF) em relação ao grupo meio.

4.2.3. Avaliação da expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs e

secreção de citocinas em resposta à estimulação com diferentes

concentrações de LPS

Considerando os resultados acima obtidos, todos os demais experimentos

foram realizados em DCs diferenciadas in vitro com GM-CSF+IL-4. Como forma

ainda, de padronizar os experimentos de indução de maturação das DCs, foi

CD40

Mei

oLP

SM

eio

LPS

0

500

1000

1500

2000*

#

Méd

ia d

e I

nte

nsid

ad

e d

e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

CD80

Mei

oLP

SM

eio

LPS

0

500

1000

1500 *

#

Méd

ia d

e I

nte

nsid

ad

e d

e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

CD86

Mei

oLP

SM

eio

LPS

0

500

1000

1500

*

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Méd

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e

Flu

ore

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cia

(M

IF)

MHC-II

Mei

oLP

SM

eio

LPS

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1000

2000

3000

*

#

Méd

ia d

e I

nte

nsid

ad

e d

e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

GM-CSF + IL-4 GM-CSFB

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66

avaliada a capacidade de diferentes concentrações de LPS de induzir aumento da

expressão das moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs imaturas e secreção de

citocinas. Para tanto, as DCs foram incubadas por 18 horas com LPS (0,5; 1; 2; 5 ou

10 µg/mL) por 18 horas. Em seguida as células foram incubadas com anticorpos

anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II e analisadas por citometria de fluxo. Os

sobrenadantes destas culturas foram utilizados para determinação da secreção das

diferentes citocinas por ELISA.

Podemos verificar na figura 10 que as diferentes concentrações de LPS

induziram aumento da expressão das moléculas de MHC de classe II, CD40, CD80

e CD86 em relação ao obtido com as células mantidas em meio de cultura, sendo

este efeito maior na concentração de 0,5, 1 e 2 µg/mL e menor com a concentração

de 10 µg/mL de LPS em relação as células mantidas em meio de cultura.

Figura 10- Análise da expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs diferenciadas in vitro e incubadas com LPS em diferentes concentrações. Células dendríticas imaturas foram estimuladas com LPS (0,5, 1, 2, 5 e 10 μg/mL) por 18 horas e posteriormente as células (1x10

6) foram marcadas com anticorpos monoclonais

anti-CD40-PE, CD80-PE, CD86-PE e MHC-II-PE e analisadas em citometria de fluxo. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência das células (MIF) das amostras em duplicata ± DP. Resultados representativos de 2 experimentos. * p < 0,05- grupos LPS comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura.

CD40

0

500

1000

1500

* *

**

*

Méd

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nte

nsid

ad

e d

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Flu

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scên

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(M

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500

1000

1500

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**

**

*

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Flu

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scên

cia

(M

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0

200

400

600

800

1000

****

*

Méd

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Flu

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scên

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(M

IF)

MHC-II

0

1000

2000

3000

****

*

Méd

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Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

Meio LPS (0.5g) LPS (1g) LPS (5g)LPS (2g) LPS (10g)

Page 68: Amanda Pereira de Freitas - Biblioteca Digital · DATA DO EXAME : ... analisadas quanto à expressão das moléculas de MHC de classe II (MHC-II), CD40, ... bem como a secreção

67

A figura 11 representa os resultados de detecção de citocinas presente nos

sobrenadantes de DCs estimuladas com LPS. É possível verificar aumento da

produção de todas as citocinas avaliadas quando as células foram estimuladas com

as diferentes concentrações de LPS. Assim como verificado nos resultados de

citometria de fluxo, a secreção das citocinas foi menor nas culturas de células

estimuladas com 10 µg/mL de LPS quando comparado ao obtido com outras

concentrações de LPS. Em virtude deste resultado, os experimentos seguintes

foram realizados com LPS na concentração de 0,5 μg/mL.

Figura 11- Produção de citocinas pró e anti- inflamatórias presentes em sobrenadantes das culturas de DCs diferenciadas e estimuladas in vitro com LPS Células obtidas da medula óssea de camundongos BALB/c diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 durante sete dias foram estimuladas com LPS (0,5, 1, 2, 5 ou 10 μg/ mL). Após 18 horas, os sobrenadantes das culturas de células foram coletados e a concentração de todas essas citocinas foi determinada por ELISA a partir da curva-padrão de cada citocina recombinante. Todas as amostras foram feitas em duplicatas e

IL-10

Mei

o g)

LPS (0

.5g)

LPS (1

g)

LPS (2

g)

LPS (5

g)

LPS (1

0

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*

*

***

ng

/mL

IL-12

Meio g)

LPS (0

.5g)

LPS (1

g)

LPS (2

g)

LPS (5

g)

LPS (1

0

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

****

*

ng

/mL

IL-6

Meio g)

LPS (0

.5g)

LPS (1

g)

LPS (2

g)

LPS (5

g)

LPS (1

0

0

500

1000

1500

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*****

ng

/mL

TNF-

Mei

o g)

LPS (0

.5g)

LPS (1

g)

LPS (2

g)

LPS (5

g)

LPS (1

0

0.0

0.5

1.0

1.5

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*

****

ng

/mL

IL-1

Mei

o

LPS (0

.5m

g)

LPS (1

mg)

LPS (2

mg)

LPS (5

mg)

LPS (1

0mg)

0

500

1000

1500

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*

****

ng

/mL

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68

os resultados foram expressos com a média da concentração de cada citocina ± DP. Resultados representativos de 2 experimentos.A linha pontilhada representa o limite de detecção de cada citocina considerando a curva-padrão.

* p < 0,05- grupos LPS comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura

4.3. Avaliação da viabilidade celular das DCs incubadas com CTX, CA, CB

e/ou LPS

Considerando os resultados obtidos e para dar continuidade ao objetivo do

trabalho, avaliamos o efeito da CTX, CA, CB sobre a viabilidade das DCs in vitro.

Neste ensaio utilizamos a concentração de CTX previamente estabelecida em outros

protocolos desenvolvidos no laboratório e a mesma concentração foi utilizada de CA

e CB. Para tanto, DCs diferenciadas in vitro foram coletadas e determinada a

viabilidade celular em câmara de Neubauer utilizando solução de Azul de Tripan. Em

seguida, as DCs foram mantidas em meio de cultura ou incubadas com LPS (0,5

µg/mL), CTX (20 µg/mL), CB (20 µg/mL), CA (20 µg/mL), CTX + LPS, CB + LPS e

CA + LPS por 18h em estufa a 37ºC. Após esse período, amostras dessas culturas

foram coletadas e analisadas quanto sua viabilidade celular utilizando Azul de Tripan

em câmara de Neubauer.

A figura 12 representa a viabilidade das culturas de DCs incubadas com os

diferentes componentes. Os resultados mostram que não houve redução na

viabilidade das culturas de DCs incubadas com CTX, CA, CB e/ou LPS quando

comparada à obtida na cultura mantida em meio RPMI-S.

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69

Figura 12- Efeito da CTX, CA, CB e/ou LPS sobre a viabilidade de DCs in vitro.

DCs diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 foram coletadas e divididas em 8 grupos na concentração de 5x10

6 seguida de uma contagem inicial de células viáveis através da

câmara de Neubauer. Posteriormente, as células foram estimuladas com LPS (0,5 μg/mL); CA (20 μg/mL); LPS + CA (0,5 + 20 μg/mL); CB (20 μg/mL), LPS + CB (0,5 + 20 μg/mL), CTX (20 μg/mL) e LPS + CTX (0,5 + 20 μg/mL). Após 18 horas de incubação em estufa a 37°C, amostras das culturas foram coletadas e determinada a viabilidade utilizando azul de tripan e contagem em câmara de Neubauer.

4.4. Efeito da CTX e LPS sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e

MHC-II em DCs e secreção de citocinas

Baseados nesses resultados que o LPS é um forte indutor na maturação de

DCs, o próximo passo foi investigar se a CTX seria capaz de induzir ou modular a

maturação das DCs in vitro.

Para tanto, DCs foram incubadas com LPS (0,5 µg/mL), CTX (10 ou 20

μg/mL) ou LPS+CTX em estufa de 5% de CO2 umidificada por 18h. Posteriormente,

essas células foram marcadas com anticorpos anti-CD40, CD80, CD86 e MHC- II e

os resultados foram analisados por citometria de fluxo.

Observamos na figura 13 aumento da expressão das moléculas de MHC-II e

coestimuladoras nas DCs incubadas com LPS em comparação ao obtido nas DCs

mantidas em meio RPMI-S. A CTX não induziu aumento de moléculas CD40, CD80,

CD86 nas DCs, exceto de MHC-II quando comparado ao obtido nas células

mantidas em RPMI-S. Além disso, pudemos verificar que a CTX foi capaz de inibir a

ação do LPS sobre a expressão dessas moléculas nas DCs in vitro.

Células dendríticas

Mei

o

Mei

oLP

SCA

CA +

LPS

CB

CB +

LPS

CTX

CTX

+ L

PS

0

20

40

60

80

100

Estímulo por 18 horas

Via

bil

idad

e c

elu

lar

%

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70

Figura 13- Efeito da CTX na expressão de moléculas coestimuladoras e MHC de classe II em DCs diferenciadas in vitro e estimuladas com LPS. DCs imaturas foram estimuladas com LPS (0,5 μg/mL); CTX (20 μg/mL); LPS + CTX (0,5 + 20 μg/mL) por 18 horas. Após esse período, as suspensões dessas células (1x10

6)

foram marcadas com anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II (PE) e analisadas em citômetro de fluxo. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendriticas ± DP das duplicatas. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas com LPS, CTX ou LPS + CTX comparados ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- grupos LPS + CTX comparado ao grupo LPS.

A figura 14 mostra os resultados obtidos com as DCs incubadas com a

concentração de 20 µgmL de CTX, LPS (0,5 µg/mL) ou CTX+LPS. Os resultados

permitem verificar que o aumento da concentração da CTX in vitro não induziu

aumento da expressão das moléculas coestimuladoras nas DCs exceto de MHC-II

em relação ao observado nas DCs mantidas em meio RPMI-S. Além disso,

verificamos na figura 15 que a maior concentração de CTX resultou em maior

inibição da expressão das mesmas moléculas avaliadas nas DCs incubadas com

LPS.

CD40

0

200

400

600

800

1000

*#*

Méd

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nsid

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Flu

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scên

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(M

IF)

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0

500

1000

1500

* #*

Méd

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(M

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0

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1000

1500

*#*

Méd

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(M

IF)

MHC-II

0

1000

2000

3000

*

#

**

Méd

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nsid

ad

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e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

Meio LPS CTX(10g) LPS + CTX (10g)

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71

Figura 14- Efeito da CTX sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e MHC de classe II em DCs diferenciadas in vitro estimuladas ou não com LPS. DCs imaturas foram estimuladas com LPS (0,5 μg/ mL); CTX (20 μg/mL); LPS + CTX (0,5 + 20 μg/mL); por 18 horas. Após esse período, as suspensões dessas células (1x10

6) foram marcadas com anticorpos anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II (PE) e

analisadas em citometria de fluxo. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendríticas ± DP das duplicatas. Resultados representativos de 5 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas com LPS, CTX ou LPS + CTX comparados ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- grupos LPS + CTX comparado ao grupo LPS.

Como pode ser visto na figura 15, as duas doses de CTX inibiram a

maturação das DCs induzida pelo LPS sendo esse efeito mais acentuado com a

maior concentração da toxina.

CD40

0

200

400

600

800

1000

*

#*

Méd

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e I

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scên

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(M

IF)

CD80

0

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1000

1500

*#

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nsid

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rescên

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(M

IF)

CD86

0

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1000

1500

* #

*

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(M

IF)

MHC-II

0

1000

2000

3000

*

## *

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Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

Meio LPS CTX(20g) LPS + CTX (20g)

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72

Figura 15- Efeito das concentrações de CTX sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e MHC de classe II em DCs diferenciadas in vitro e estimuladas com LPS. DCs imaturas foram estimuladas com LPS (0,5μg/ mL); grupos LPS + CTX (0,5μg/mL + 10μg/mL); LPS + CTX (0,5μg/ mL + 20μg/ mL) por 18 horas e posteriormente suspensões dessas células (1x10

6) foram marcadas com anticorpos anti-CD40, CD80,

CD86 e MHC-II (PE) e analisadas em citometria de fluxo. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendríticas das duplicatas.Resultados representativos de 2 experimentos. * p < 0,05- grupos LPS + CTX (10μg/ mL) comparado ao grupo LPS. #p < 0,05- grupos LPS + CTX (20μg/ mL) comparado ao grupo LPS.

Considerando que a incubação da CTX juntamente com o LPS resulta na

inibição da expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II pelas DCs, o próximo

passo desse estudo foi avaliar a secreção de IL-10 e citocinas pró- inflamatórias

pelas DCs diferenciadas in vitro.

Ao analisar a figura 16, podemos perceber que o LPS induziu alta secreção

de IL-12, TNFα, IL-1β e IL-6 e IL-10 pelas DCs quando comparada à produção

obtida na cultura de DC mantida em meio RPMI-S. Por outro lado, a CTX quando

CD40

LPSCTX

CTX

+ L

PS

LPSCTX

CTX

+ L

PS

0

200

400

600

800

1000

#

*

Méd

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e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

CD80

LPSCTX

CTX

+ L

PS

LPSCTX

CTX

+ L

PS

0

500

1000

1500

* #

Méd

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e I

nte

nsid

ad

e d

e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

CD86

LPSCTX

CTX

+ L

PS

LPSCTX

CTX

+ L

PS

0

500

1000

1500

*#

Méd

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e I

nte

nsid

ad

e d

e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

MHC-II

LPSCTX

CTX

+ L

PS

LPSCTX

CTX

+ L

PS

0

1000

2000

3000

* #

Méd

ia d

e I

nte

nsid

ad

e d

e

Flu

ore

scên

cia

(M

IF)

CTX (10 g) CTX (20g)

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73

adicionada juntamente com o LPS, promoveu menor secreção de citocinas pró-

inflamatórias e maior produção de IL-10 em relação ao obtido em DCs estimuladas

somente com LPS.

Figura 16- Produção de IL-10, IL-12, TNFα, IL-1β e IL-6 nas culturas de células dendritícas diferenciadas e estimuladas in vitro com CTX ou LPS. Células de medula óssea de camundongos foram diferenciadas in vitro com GM-CSF + IL-4 durante 7 dias. As DCs foram estimuladas com CTX (20 μg/mL), LPS (0,5 μg/mL), ou LPS + CTX (0,5 + 20 μg/mL) e após 18 horas foram coletados os sobrenadantes para a análise das citocinas por ELISA, a partir da curvas-padrão das citocinas recombinantes. Todas as amostras foram feitas em duplicatas, onde os resultados foram expressos com a média da concentração de cada citocina ± desvio padrão. A linha

IL-10

Mei

oCTX

LPS

CTX

+ L

PS

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

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*

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/ m

L

IL-12

Mei

oCTX

LPS

CTX

+ L

PS

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*

#*

ng

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L

TNF-

Mei

oCTX

LPS

CTX

+ L

PS

0.0

0.5

1.0

1.5

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*#*

ng

/ m

L

IL-1

Mei

oCTX

LPS

CTX

+ L

PS

0.0

0.1

0.2

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0.4

0.5

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*

#*

ng

/ m

L

IL-6

Mei

oCTX

LPS

CTX

+ L

PS

0.0

0.2

0.4

0.6

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*

#*

ng

/ m

L

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74

pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas com LPS ou CTX + LPS comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- grupos LPS + CTX comparado ao grupo LPS.

4.5. Efeito da CTX e LPS sobre a secreção de citocinas e expressão das

moléculas de MHC-II e coestimuladoras por DCs em diferentes

condições experimentais

Visto que a adição simultânea da CTX com o LPS resultou na inibição da

maturação das DCs in vitro, avaliamos se esse efeito seria decorrente da interação

da toxina com o LPS.

Para tanto, as culturas de DCs foram pré-incubadas por 2 ou 3 horas com

CTX (20 µg/mL), em seguida foram centrifugadas removido o sobrenadante e

adicionado novo meio de cultura e o LPS (0,5 µg/mL) e realizada incubação por 18

horas em estufa de 5% de CO2 umidificada. Após esse período, os sobrenadantes

foram coletados para dosagem de citocinas e as células marcadas com anticorpos

monoclonais anti-CD40, CD80, CD86 e MHC- II ou ainda, duplamente incubadas

com anticorpos anti-CD11c-FITC e anti-IL-10-PE ou anti-CD11c-FITC e anti-IL12-PE

para análise em citômetro de fluxo.

Os resultados obtidos mostram que a pré-incubação das DCs com CTX foi

capaz de inibir o efeito do LPS sobre a expressão das moléculas MHC-II, CD40,

CD80 e CD86 nas células, sendo esse efeito mais acentuado na pré-incubação das

células com a toxina por 3 horas (figura 17).

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75

Figura 17- Efeito da pré- incubação com a CTX sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e

MHC de classe II em DCs posteriormente incubadas com LPS DCs imaturas foram pré- incubadas por 2 ou 3 horas com a CTX (20 μg/mL), centrifugadas, removido o meio, e em seguida estimuladas com o LPS (0,5 μg/mL) por 18 horas. Após esse período, as suspensões dessas células (1x10

6) foram marcadas

com anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II (PE) e analisadas em citômetro de fluxo. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendriticas ± DP das duplicatas. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS, pré- incubadas com CTX por 2h e 3h + LPS comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura #p < 0,05- grupos de células pré- incubadas com CTX por 2h e 3h + LPS comparados ao

grupo LPS

Na figura 18 observamos maior porcentagem de células CD11c+/IL12+ na

cultura de DCs incubada com LPS em relação à mantida com meio RPMI-S. No

entanto, constatamos que a população de células CD11c+/IL-12+ foi menor nas

culturas incubadas com CTX e LPS em relação à cultura incubada somente com o

LPS. Além disso, pudemos verificar maior porcentagem de células duplamente

positivas para CD11c/IL-10 nas culturas incubadas com CTX e LPS em relação às

culturas mantidas com meio ou incubadas com LPS.

CD40

0

1000

2000

3000

*

*

##

**

Méd

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3000

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5000*

*#

#**

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4000

6000 *##* *

Méd

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rescên

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(M

IF)

MHC-II

0

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4000

6000

8000

*

* ##* *

Méd

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luo

rescên

cia

(M

IF)

Meio LPS CTX (2h) + LPS CTX (3h) + LPS

Page 77: Amanda Pereira de Freitas - Biblioteca Digital · DATA DO EXAME : ... analisadas quanto à expressão das moléculas de MHC de classe II (MHC-II), CD40, ... bem como a secreção

76

Figura 18- Porcentagem de células CD11c+/IL10

+ ou CD11c

+/IL12

+ em culturas de DCs previamente

incubadas ou não com CTX seguida de incubação com LPS. DCs diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 por 7 dias foram pré-incubadas por 2 ou 3 horas com CTX (20 μg/mL), centrifugadas, ressuspensas em novo meio de cultura e adicionado LPS (0,5 μg/mL). Após 18 horas de cultura, as células (10

6) foram incubadas

por 30 minutos a 4°C com anticorpo anti-CD11c-FITC seguida de marcação intracelular com anticorpos anti-IL-10-PE ou anti-IL-12-PE. Todas as incubações foram feitas em duplicatas e analisadas por citometria de fluxo. Amostras de células foram também incubadas com anticorpos controles isotípicos marcados com FITC ou PE. Os resultados foram expressos com a porcentagem de células positivas marcadas para CD11c e IL-10 ou CD11c e IL-12 nas amostras em duplicata ± DP. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou pré-incubadas com CTX por 2 ou 3 horas + LPS comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- Células pré-incubadas com CTX por 2 ou 3 horas + LPS comparadas às DCs

incubadas somente com LPS.

Considerando que a maturação das DCs inclui tanto o aumento da expressão

das moléculas envolvidas com a apresentação antigênica como a secreção de

citocinas, estudamos a presença de IL-10, IL-12, TNF-α, IL-6 e IL-1β, nos

sobrenadantes das culturas de DCs pré- tratadas com CTX (20 μg/mL) por 2 e 3

horas seguida da adição de LPS.

Na figura 19 está representada a produção de citocinas pró- inflamatórias

onde podemos observar que o LPS induziu a produção pelas DCs de todas as

citocinas analisadas em relação ao obtido com as DCs mantidas em meio RPMI-S.

Além disso, foi possível verificar que as DCs pré-incubadas com a toxina por 2h e

principalmente por 3 h seguida da adição de LPS secretaram níveis menores de IL-

12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em relação ao grupo de DCs incubadas somente com LPS.

Em contrapartida, no caso da IL-10, houve maior produção dessa citocina no grupo

de células estimuladas com a CTX + LPS em ambos períodos de tempos quando

CD11c+/ IL-10

0

10

20

30

40

50

*

##

**

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as

CD11c+/ IL-12

0

20

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60

80

*

*

##

% C

élu

las m

arc

ad

as

Meio LPS CTX (2h) + LPS CTX (3h) + LPS

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77

comparado ao grupo de células estimuladas somente com LPS ou mantidas em

meio de cultura. Vale ressaltar que a inibição da secreção das citocinas pela ação da

CTX não foi total uma vez que os níveis observados nestas culturas de DCs foram

superiores ao observado na cultura mantida em meio RPMI-S.

Figura 19- Análise por ELISA da produção de IL-10, IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das culturas de DCs pré- tratadas com CTX por 2 e 3 horas seguida da adição do LPS. Células obtidas da medula óssea de camundongos BALB/c diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 durante sete dias foram estimuladas somente com LPS (0,5 μg/mL); pré-incubadas com CTX (20 μg/mL) por 2 e 3 horas e posterior adição do LPS. Após esse

IL-10

Mei

oLPS

CTX

(2h) +

LPS

CTX

(3h) +

LPS

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

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IL-12

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(2h) +

LPS

CTX

(3h) +

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2.5

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) + L

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(2h) +

LPS

CTX

(3h) +

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0.8

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

*#

#

*

*

ng

/ m

L

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78

período de tempo, os sobrenadantes das culturas de células foram coletados e a concentração de IL-10 e citocinas pró- inflamatórias foram analisadas por ELISA, a partir da curvas-padrão das citocinas recombinantes. Todas as amostras foram feitas em duplicatas, onde os resultados foram expressos com a média da concentração de cada citocina ± DP. A linha pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. Resultados representativos de 2 experimentos.

*p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou pré-incubadas com CTX por 2 ou 3 horas + LPS comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células pré-incubadas com CTX por 2 ou 3 horas + LPS comparadas às DCs

incubadas somente com LPS.

Em outro experimento avaliamos se a CTX seria capaz de modular a ativação

das DCs pré-incubadas com LPS. Assim, as DCs foram inicialmente incubadas com

o LPS (0,5 µg/mL) e após 2 ou 3 horas foi adicionada ou não a CTX (20 µg/mL).

Após o período de 18 horas, os sobrenadantes foram coletados para determinação

da secreção de citocinas e as células foram incubadas com anticorpos monoclonais

anti-CD40, CD80, CD86 e MHC- II. As suspensões celulares foram ainda,

duplamente marcadas com anticorpos anti-CD11c-FITC e anti-IL-10-PE ou anti-

CD11c-FITC e anti-IL12-PE para análise em citômetro de fluxo.

Podemos observar na figura 20 que o LPS foi capaz de induzir aumento da

expressão das moléculas coestimuladoras e MHC-II nas DCs em relação ao

observado nas DCs mantidas em meio de cultura. Além disso, verificamos que a

CTX foi capaz de inibir esse efeito ativador do LPS sobre as DCs.

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79

Figura 20- Efeito da CTX sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e MHC de classe II em DCs pré-incubadas com o LPS. DCs imaturas foram estimuladas somente com LPS (0,5 μg/mL) ou pré- incubadas com LPS (0.5 μg/mL) por 2h e/ou 3h, lavadas e em seguida adicionado a CTX (20 μg/mL) por 18 horas. Após esse período, as suspensões dessas células (1x10

6) foram incubadas

com anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II-PE e analisadas em citômetro de fluxo. Amostras de DCs foram também incubadas com anticorpo anti-CD11c-PE ou anticorpo controle isotípico-PE. Os resultados obtidos foram expressos como a média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendriticas em duplicata ± DP. Resultados representativos de 2 experimentos.

*p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou pré- incubadas com LPS por 2h e 3h + CTX comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- grupos de células pré- incubadas com LPS por 2h e 3h + CTX comparados ao

grupo LPS.

A análise das populações de células duplamente marcadas mostrou que a

incubação das células com LPS resultou em aumento da população CD11c+/IL-12+

em relação à cultura mantida em meio RPMI-S. Em contrapartida, a presença da

CTX nas culturas incubadas com o LPS promoveu aumento da população

CD11c+/IL-10+ e diminuição de CD11c+/IL12+ em relação ao observado na cultura

estimulada somente com o LPS (figura 21).

CD40

0

1000

2000

3000

*

*

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MHC-II

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luo

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(M

IF)

Meio LPS LPS (2h)+ CTX LPS (3h)+ CTX

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80

Figura 21- Porcentagem de células CD11c+/IL10

+ ou CD11c

+/IL12

+ em culturas de DCs previamente

incubadas ou não com LPS seguida de incubação com CTX. DCs diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 por 7 dias foram pré-incubadas com LPS por 2 ou 3 horas, centrifugadas, ressuspensas em novo meio de cultura e adicionado CTX (20 μg/mL). Após 18 horas de cultura, as células (10

6) foram incubadas por 30

minutos a 4°C com anticorpo anti-CD11c-FITC seguida de marcação intracelular com anticorpos anti-IL-10-PE ou anti-IL-12-PE. Todas as incubações foram feitas em duplicatas e analisadas por citometria de fluxo. Amostras de células foram também incubadas com anticorpos controles isotípicos marcados com FITC ou PE. Os resultados foram expressos com a porcentagem de células positivas marcadas para CD11c e IL-10 ou CD11c e IL-12 nas amostras em duplicata ± DP. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou pré-incubadas com LPS por 2 ou 3 horas + CTX comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células pré-incubadas com LPS por 2 ou 3 horas + CTX comparadas às DCs

incubadas somente com LPS.

A figura A figura 22 demonstra as análises das citocinas secretadas in vitro

pelas DCs, na qual observamos novamente alta secreção das citocinas pró-

inflamatórias pelas DCs incubadas somente com LPS e comparativamente menor

secreção dessas citocinas por DCs pré- incubadas com LPS por 2 ou 3 horas

seguida da adição de CTX. Em contradição, podemos observar maior produção de

IL-10 nas células pré-incubadas com o LPS por 2 ou 3 horas em comparação as

DCs estimuladas somente com o LPS.

CD11c+/ IL-10

0

20

40

60

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CD11c+/ IL-12

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Meio LPS LPS (2h) + CTX LPS (3h)+ CTX

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81

Figura 22- Análise por ELISA da produção de citocinas IL-10, IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das culturas de DCs pré- tratadas com CTX por 2 e 3 horas seguida da adição do LPS. Células obtidas da medula óssea de camundongos BALB/c diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 durante sete dias foram estimuladas somente com LPS (0,5 μg/mL); pré-incubadas com LPS (0,5 μg/mL) por 2 e 3 horas, centrifugadas, ressuspensas em novo meio de cultura e adicionado a CTX. Após esse período de tempo, os sobrenadantes das culturas de células foram coletados e a concentração de IL-10 e citocinas pró- inflamatórias foram analisadas por ELISA, a partir da curvas-padrão das citocinas recombinantes. Todas as amostras foram feitas em duplicatas, onde os resultados foram expressos com a média da concentração de cada citocina ± DP. A linha pontilhada

IL-10

Mei

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S

LPS (2

h) + C

TX

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h) + C

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h) + C

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h) + C

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2h) +

CTX

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h) + C

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h) + C

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h) + C

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IL-6

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LPS (2

h) + C

TX

LPS (3

h) + C

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#

#*

*

ng

/ m

L

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82

representa o limite de detecção pelo ensaio. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou pré-incubadas com LPS por 2 ou 3 horas + CTX comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura #p < 0,05- células pré-incubadas com LPS por 2 ou 3 horas + CTX comparadas às DCs

incubadas somente com LPS.

4.6. Envolvimento do receptor de formil peptídeo na atividade moduladora

da CTX em DCs

Tendo em vista os resultados mostrando o efeito modulador da CTX sobre a

maturação das DCs induzida pelo LPS, o próximo objetivo foi avaliar a participação

do receptor formil peptídeo nesse processo. Para tanto, as DCs foram pré-incubadas

ou não com o antagonista seletivo do receptor peptídeo formil (Boc-2 - 100 μM) por

15 minutos (COSTA et. al., 2013). Em seguida, foram centrifugadas e estimuladas

somente com LPS ou com CTX juntamente com LPS por 18 horas. Após esse

período de incubação, as culturas foram centrifugadas os sobrenadantes coletados

para dosagem das citocinas e as células marcadas com os anticorpos anti-MHC-II e

coestimuladoras para análise por citometria de fluxo.

Nossos resultados mostram novamente que o LPS induziu aumento na

expressão das moléculas MHC-II e coestimuladoras nas DCs incubadas ou não com

Boc-2, enquanto que a CTX inibiu essas moléculas nas DCs incubadas com LPS.

Em contrapartida, a CTX não foi capaz de modular a expressão dessas moléculas

nas DCs pré-incubadas com Boc-2 e estimuladas com o LPS (figura 23).

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83

Figura 23- Envolvimento do receptor formil peptídeo no efeito da CTX sobre a expressão de

moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs incubadas com LPS. DCs diferenciadas com GM-CSF + IL-4 por 7 dias foram incubadas na presença ou não de Boc-2 (100 μM) por 15 minutos. Após esse período, as células foram centrifugadas e estimuladas com LPS (0,5 µg/mL) ou CTX + LPS (20 + 0,5 μg/mL) por 18 horas. Em seguida, as suspensões dessas células (10

6) foram marcadas com anticorpos anti-CD40,

CD80, CD86 e MHC-II (PE) e analisadas em citômetro de fluxo. Amostras de DCs foram também incubadas com anticorpo anti-CD11c-PE ou anticorpo controle isotípico-PE. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) das DCs ± DP das duplicatas. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- células incubadas somente com LPS ou com CTX + LPS comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células incubadas com CTX + LPS comparadas às DCs incubadas somente

com LPS.

Na figura 24 estão representados os resultados de produção das citocinas

pró-inflamatórias (IL-12, TNF-α, IL-6 e IL-1β) e anti-inflamatória (IL-10) nos

sobrenadantes das culturas de DCs. Podemos observar maior produção das

citocinas pró-inflamatórias nas culturas de DCs pré-incubadas ou não com Boc-2 e

estimuladas com LPS em relação à obtida na cultura de DCs mantidas com meio

RPMI-S. Somado a isso, verificamos inibição da secreção dessas citocinas na

cultura de DCs incubadas com LPS e CTX. No entanto, esse efeito inibitório da CTX

foi abolido quando as DCs foram pré-incubadas com Boc- 2, seguida da adição de

CD40

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Boc-2

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Meio LPS CTX + LPS CTX + LPSLPS LPS

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84

CTX + LPS. Com relação à secreção de IL-10, pudemos verificar níveis semelhantes

desta citocina nas culturas de DCs incubadas ou não com Boc-2 e estimuladas com

LPS ou LPS+CTX. Os resultados em conjunto mostram, portanto que o receptor

formil peptídeo está envolvido no efeito da CTX sobre a maturação das DCs

incubadas com LPS.

IL-10

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85

Figura 24- Produção de IL-10, IL-12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das culturas de DCs diferenciadas e pré- incubadas ou não com Boc-2 seguida de incubação com LPS ou LPS+CTX. DCs diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 durante sete dias foram incubads ou não com Boc-2 (100 μM) por 15 minutos. Em seguida, as células foram centrifugadas, os sobrenadantes coletados e adicionado novo meio de cultura contendo LPS (0,5 μg/mL) ou LPS + CTX (0,5 + 20 μg/mL) com posterior incubação por 18 horas. Ao final desse período, os sobrenadantes das culturas celulares foram coletados e determinada a produção das citocinas em ensaio de ELISA. A concentração das citocinas presentes nos sobrenadantes foi calculada a partir da curva-padrão de cada citocina recombinante. Os resultados foram expressos como a média da concentração de cada citocina das amostras em duplicata ou diluídas na razão 1:2 ± DP. A linha pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. *p < 0,05- grupos de células incubadas com LPS ou com CTX + LPS comparadas aos grupos de DCs mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- grupos de células incubadas com CTX + LPS comparados aos grupos de DCs

incubadas somente com LPS.

4.7. Efeito das subunidades CA, CB e LPS sobre a expressão de moléculas

coestimuladoras e MHC-II em secreção de citocinas pelas DCs

Considerando os resultados obtidos mostrando que a CTX exerce potente

efeito modulador negativo sobre a maturação das DCs incubadas com LPS, tivemos

como objetivo seguinte avaliar o efeito das subunidades CA e CB obtidas da CTX

sobre as DCs. Portanto, em um primeiro experimento, as culturas de DCs foram

incubadas com LPS (0,5 μg/mL); CA (20 μg/mL) ou LPS + CA (0,5 + 20 μg/mL) por

18 horas. Em outro experimento, as DCs foram incubadas com LPS (0,5 μg/mL); CB

(10/20 μg/mL) ou LPS + CB (0,5 + 10/20 μg/mL) por 18 horas. Após esse período,

analisamos a secreção das citocinas nos sobrenadantes das culturas e a expressão

das moléculas envolvidas na apresentação antigênica pelas DCs, conforme já

descrito.

Como mostra a figura 25, a expressão das moléculas de MHC-II e

coestimuladoras esteve aumentada nas DCs incubadas com LPS ou LPS+CA

quando comparada à obtida nas DCs mantidas em meio RPMI-S. Além disso,

verificamos que a subunidade CA não induziu aumento da expressão dessas

moléculas nas DCs.

Page 87: Amanda Pereira de Freitas - Biblioteca Digital · DATA DO EXAME : ... analisadas quanto à expressão das moléculas de MHC de classe II (MHC-II), CD40, ... bem como a secreção

86

Figura 25- Avaliação do efeito da crotapotina (CA) na expressão de moléculas MHC-II e

coestimuladoras em DCs incubadas ou não com LPS. DCs diferenciadas in vitro foram estimuladas com LPS (0,5 μg/mL); CA (20μg/mL) e LPS + CA (0,5 + 20μg/mL) por 18 horas. Após esse período, 1x10

6 células foram incubadas

com anticorpos monoclonais anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II marcados com PE e analisadas por citometria de fluxo. Amostras de DCs foram também incubadas com anticorpo anti-CD11c-PE ou anticorpo controle isotípico-PE. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendríticas ± DP das duplicatas. Resultados representativos de 5 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas com LPS ou LPS + CA comparadas aos grupos de DCs mantidas em meio de cultura.

Com relação ao efeito da subunidade CB sobre as DCs, as análises de

citometria de fluxo permitiram verificar que esta fração da CTX não induziu aumento

da expressão das moléculas MHC-II, CD40, CD80, CD86 nas DCs e ainda, foi capaz

de inibir a expressão dessas moléculas nas DCs incubadas com LPS (figura 26).

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Meio LPS CA(20g) LPS + CA (20g)

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87

Figura 26- Efeito da fosfolipase A2 (CB) na expressão de moléculas MHC-II e coestimuladoras em DCs incubadas ou não com LPS. DCs imaturas diferenciadas in vitro foram estimuladas com LPS (0,5 μg/mL); CB (20 μg/mL) e LPS + CB (0,5 + 20 μg/mL) por 18 horas. Após esse período, 1x10

6 células

foram incubadas com anticorpos monoclonais anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II conjugados ao PE e analisadas em citometria de fluxo. Amostras de DCs foram também incubadas com anticorpo anti-CD11c-PE ou anticorpo controle isotípico-PE. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) nas células dendríticas ± DP das duplicatas. Resultados representativos de 5 experimentos. *p < 0,05- grupo LPS ou LPS + CB comparado ao grupo de DCs mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- grupo LPS + CB comparado ao grupo LPS.

Considerando que incubação das DCs com as toxinas e LPS pode também

induzir a secreção de citocinas distintas, analisamos por ELISA a presença de IL-1β,

IL-6, TNF-α, IL-12 e IL10 nos sobrenadantes dessas culturas.

Ao analisar a figura 27, pudemos verificar que o LPS induziu maior secreção

das citocinas pró-inflamatórias pelas DCs comparada à obtida nas culturas

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200

300

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Meio LPS CB(20g) LPS + CB (20g)

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88

estimuladas com CB, CA ou mantidas em meio RPMI-S. Por outro lado, subunidade

CB quando adicionada juntamente com o LPS inibiu a secreção de IL-12, TNFα, IL-

1β e IL-6 em relação às DCs incubadas com LPS ou LPS+CA.

Quanto à secreção de IL-10, verificamos aumento dessa citocina nas culturas

de DCs incubadas com a CB ou LPS quando comparada às DCs mantidas em meio

RPMI-S ou incubadas com CA. Além disso, verificamos efeito potencializador da CB

e CA sobre a secreção de IL-10 nas culturas de DCs incubadas com LPS.

Figura 27- Produção de IL-10, IL-12, TNFα, IL-1β e IL-6 nas culturas de DCs diferenciadas e

estimuladas in vitro com diferentes toxinas ou LPS.

IL-10

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CA

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CB +

LPS

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CA +

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CA +

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L

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89

Células de medula óssea de camundongos foram diferenciadas in vitro com GM-CSF + IL-4 durante 7 dias. As DCs foram estimuladas com CB (20 μg/mL); CA (20 μg/mL), LPS (0,5 μg/mL) CB + LPS (20 + 0,5 μg/mL) e CA + LPS (20 + 0,5 μg/mL) e após 18 horas foram coletados os sobrenadantes para a análise das citocinas por ELISA, a partir da curvas-padrão das citocinas recombinantes. Todas as amostras foram feitas em duplicatas e os resultados expressos com a média da concentração de cada citocina ± DP. A linha pontilhada representa o limite de detecção de cada citocina determinado a partir da curva-padrão. A linha pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou CB em associação ou não com o LPS comparados ao grupo de DCs mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- grupos CB + LPS ou CA + LPS comparado ao grupo LPS.

Visto que somente a subunidade CB foi capaz de inibir a expressão das

moléculas envolvidas na apresentação antigênica pelas DCs incubadas com LPS e

ainda, que a CTX é formada pela associação de CA e CB, avaliamos o efeito de

uma concentração menor de CB (10 µg/mL) sobre a atividade das DCs incubadas

com LPS (0,5 µg/mL).

A figura 28 demonstra que não houve redução da expressão dessas

moléculas quando foi adicionado CB (10 μg/mL) juntamente com o LPS na cultura

das DCs.

Figura 28- Efeito da fosfolipase A2 (CB) sobre a expressão de moléculas MHC-II e coestimuladoras em células dendríticas.

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300

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Meio LPS CB (10g) LPS + CB (10g)

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90

DCs imaturas diferenciadas in vitro foram estimuladas com LPS (0,5 μg/mL); CB (10 μg/mL) e LPS + CB (0,5 + 10 μg/mL) por 18 horas. Após esse período 1x10

6 células

foram incubadas com anticorpos monoclonais anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II conjugados ao PE e analisadas em citometria de fluxo. Amostras de DCs foram também incubadas com anticorpo anti-CD11c-PE ou anticorpo controle isotípico-PE. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendríticas em duplicata ± DP. Resultados representativos de 3 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou LPS + CB comparados ao grupo de DCs mantidas em meio de cultura.

4.8. Efeito da subunidade CB e LPS sobre a expressão das moléculas de

MHC-II e coestimuladoras por DCs e secreção de citocinas quando em

diferentes condições experimentais

Sabendo que a incubação simultânea da CB com LPS resultou na inibição da

expressão das moléculas coestimuladoras e de MHC-II nas DCs quando comparada

às DCs incubadas somente com LPS, realizamos um novo ensaio para analisar o

efeito da pré-incubação das DCs com CB (20 µg/mL) por 2 ou 3 horas seguida de

incubação com LPS (0,5 µg/mL) por 18 horas. Em outro experimento, avaliamos o

efeito da CB (20 µg/mL) sobre a DCs previamente incubadas com LPS (0,5 µg/mL)

por 2 ou 3 horas. Em ambos os experimentos, analisamos por citometria de fluxo a

expressão das moléculas de MHC-II e coestimuladoras nas culturas de DCs e a

dosagem de diferentes citocinas obtidas dos sobrenadantes das culturas celulares.

Os resultados apresentados na figura 29 permitem observar que o LPS

induziu aumento na expressão de todas as moléculas nas DCs em relação ao

observado nas DCs mantidas em meio RPMI-S. Além disso, permitem concluir que a

pré- incubação das DCs com a CB também foi capaz de modular a ativação dessas

células quando estimuladas com LPS.

Page 92: Amanda Pereira de Freitas - Biblioteca Digital · DATA DO EXAME : ... analisadas quanto à expressão das moléculas de MHC de classe II (MHC-II), CD40, ... bem como a secreção

91

Figura 29- Efeito da pré-incubação com o CB sobre a expressão de moléculas coestimuladoras e MHC de classe II em DCs posteriormente incubadas com LPS. DCs imaturas foram pré- incubadas por 2 ou 3 horas com a CB (20 μg/mL), centrifugadas, removido o meio, e em seguida estimuladas com o LPS (0,5 μg/mL) por 18 horas. Após esse período, as suspensões dessas células (1x10

6) foram marcadas

com anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II (PE) e analisadas em citômetro de fluxo. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendriticas ± DP das duplicatas. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- células incubadas somente com LPS ou pré- incubadas com CB por 2h e 3h + LPS comparados ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células pré- incubada com CB por 2h e 3h + LPS comparados ao grupo LPS.

A determinação das citocinas nos sobrenadantes das culturas mostrou que

houve aumento da secreção de IL-10 na cultura de DCs pré-incubadas com CB por

2 e 3 horas com posterior incubação com LPS em relação às culturas mantidas em

meio RPMI-S ou estimuladas com LPS. Por outro lado, houve menor produção de

IL-12, TNF-α, IL-1β e IL-6 nas culturas de DCs pré-incubadas com CB por 3 horas

com posterior incubação do LPS em relação ao resultado obtido nas DCs

estimuladas somente com o LPS (figura 30).

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92

Figura 30- Análise por ELISA da produção de citocinas IL-10, IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das culturas de DCs pré-incubadas com CB por 2 e 3 horas seguida da adição do LPS. Células obtidas da medula óssea de camundongos BALB/c diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 durante sete dias foram estimuladas somente com LPS (0,5 μg/mL); pré-incubadas com CB (20 μg/mL) por 2 e 3 horas e posterior adição do LPS. Após esse período de tempo, os sobrenadantes das culturas de células foram coletados e a concentração de IL-10 e citocinas pró- inflamatórias foram analisadas por ELISA, a partir da curvas-padrão das citocinas recombinantes. Todas as amostras foram feitas em duplicatas, onde os resultados foram expressos com a média da concentração de cada citocina ± DP. A linha pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. Resultados representativos de 2 experimentos.

*p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou com CB por 2 ou 3 horas + LPS comparado ao grupo de células mantidas em meio de cultura #p < 0,05- células pré-incubadas com CB por 2 ou 3 horas + LPS comparadas às DCs

incubadas somente com LPS.

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h) + L

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h) + L

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h) + L

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93

A adição de CB nas culturas de DCs pré-incubadas com LPS por 2 ou 3 horas

resultou em inibição da expressão das moléculas de MHC-II e coestimuladoras

quando comparado ao obtido nas culturas de DCs somente estimuladas com LPS,

como mostra a figura 31.

Figura 31- Efeito da CB sobre a expressão das moléculas coestimuladoras e MHC de classe II em DCs pré-incubadas in vitro com LPS. DCs imaturas foram incubadas com LPS (0,5 µg/mL) e após 2 ou 3 horas foi adicionada ou não a CB (20 μg/mL). Após incubação de 18 horas, as suspensões celulares (1x10

6)

foram marcadas com anticorpos anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II (PE) e analisadas em citômetro de fluxo. Amostras de células foram também incubadas com anticorpo controle isotípico conjugado ao PE. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) em células dendriticas em duplicata ± DP. Resultados representativos de 2 experimentos.

*p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou pré- incubadas com LPS por 2h e 3h + CB comparados ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- grupos de células pré- incubadas com LPS por 2h e 3h + CB comparados ao

grupo LPS.

Ainda como forma de comprovar que a expressão das moléculas

coestimuladoras e MHC-II esta relacionado com a ativação das células e

consequentemente com a secreção de citocinas, resolvemos analisar a produção

das mesmas.

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Meio LPS LPS (2h) + CB LPS (3h) + CB

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94

Como verificado na figura 32, nas culturas de DCs podemos verificar que o

LPS induziu aumento de IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 quando comparado ao obtido

nas DCs mantidas em meio RPMI-S. Por outro lado, a adição da CB após 2 ou 3

horas da incubação com LPS resultou em menor secreção das mesmas citocinas em

comparação com o grupo LPS. Quanto à IL-10, esta por sua vez, podemos verificar

aumento da secreção desta citocina nas cultura de células estimuladas com LPS por

2 e 3 horas, seguido da adição de CB, em relação à cultura de DCs mantidas em

meio RPMI-S ou as células estimuladas somente com o LPS (figura 31).

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h) + C

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h) + C

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LPS (3

h) + C

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h) + C

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LPS (3

h) + C

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h) + C

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h) + C

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LPS (2

h) + C

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LPS (3

h) + C

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95

Figura 32- Produção de IL-10, IL-12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das culturas de DCs em pré-incubadas com LPS seguida de adição do CB. DCs diferenciadas in vitro foram incubadas com LPS (0,5 µg/mL) por 2 ou 3 horas centrifugadas, ressuspensas em novo meio de cultura e em seguida foi adicionado o CB (20 μg/mL). Após 18 horas de cultura, as células foram centrifugadas e os sobrenadantes coletados para detecção das citocinas por ELISA, conforme descrito em material e métodos. A concentração das citocinas foi determinada de acordo com as curvas-padrões das citocinas recombinantes. Todas as amostras foram feitas em duplicata e os resultados expressos com a média da concentração de cada citocina ± DP. A linha pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas somente com LPS ou pré-incubadas com LPS por 2 ou 3 horas + CB comparados ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células pré-incubadas com LPS por 2 ou 3 horas + CB comparadas às DCs

incubadas somente com LPS.

4.9. Envolvimento do receptor peptídeo formil na atividade moduladora da

CB em DCs

Os resultados anteriores mostraram que a subunidade CB assim como a CTX

são capazes de modular a ativação das DCs pelo LPS. Portanto, o próximo passo foi

analisar se o receptor peptídeo formil está envolvido na ação moduladora da CB.

Assim como o experimento realizado com a CTX, as DCs obtidas in vitro foram pré-

incubadas ou não com Boc-2 (100 μM) por 15 minutos, lavadas, e então estimuladas

somente com LPS ou com CB em conjunto com o LPS. Após 18 horas, as células

foram marcadas com anticorpos anti- MHC-II, CD40, CD80 e CD86 e analisadas em

citômetro de fluxo.

A figura 33 mostra que independente da pré-incubação com Boc-2 o LPS

induziu maior expressão das moléculas coestimuladoras e MHC-II nas DCs quando

comparado ao grupo de DCs mantidas em meio RPMI-S. Verificamos ainda, menor

expressão dessas mesmas moléculas na população de células incubadas somente

com CB + LPS. Por outro lado, assim como no caso da CTX, não observamos

diminuição na expressão dessas moléculas quando a cultura de DCs foi pré-

incubada com Boc-2, e posteriormente acrescentado o CB + LPS mostrando,

portanto o envolvimento do receptor formil peptideo no efeito da CB sobre as DCs.

Page 97: Amanda Pereira de Freitas - Biblioteca Digital · DATA DO EXAME : ... analisadas quanto à expressão das moléculas de MHC de classe II (MHC-II), CD40, ... bem como a secreção

96

Figura 33- Efeito do bloqueio do receptor formil peptídeo sobre a ação do CB na expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II em DCs estimuladas com LPS. DCs diferenciadas com GM-CSF + IL-4 por 7 dias foram incubadas na presença ou não de Boc-2 (100 μM) por 15 minutos. Após esse período, as células foram centrifugadas e o novo meio de cultura foi adicionado com LPS (0,5 µg/mL) ou CB + LPS (20 + 0,5 μg/mL). Após 18 horas de cultura, as suspensões celulares (1x10

6) foram marcadas com

anticorpos anti-CD40, CD80, CD86 e MHC-II (PE) e analisadas em citômetro de fluxo. Amostras de células foram também incubadas com anticorpo controle isotípico conjugado ao PE. Os resultados obtidos foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) das células dendriticas ± desvio padrão das duplicatas. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- células incubadas somente com LPS ou com CB + LPS comparados ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células incubadas com CB + LPS comparadas às DCs incubadas somente

com LPS.

As dosagens das diferentes citocinas nos sobrenadantes das culturas de

células permitiram verificar que as DCs estimuladas com LPS pré-incubadas ou não

com Boc-2 secretaram altos níveis de IL-1β, TNF-α, IL-12 e IL-6 em relação ao

obtido nas células mantidas com meio RPMI-S. Menor secreção delas foi observada

na cultura de DCs incubadas com LPS e CB. Em contrapartida, essa inibição das

citocinas induzida pela CB não foi observada na cultura de DCs pré-incubadas com

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97

Boc- 2, o que demonstra o envolvimento do receptor formil peptídeo na ação da

subunidade CB sobre as DCs (figura 34).

Figura 34- Produção de IL-10, IL- 12, TNF-α, IL-1β e IL-6 em sobrenadantes das culturas de DCs pré-incubadas ou não com Boc-2 seguida de incubação com LPS e CB. Células diferenciadas in vitro com GM-CSF e IL-4 durante sete dias foram incubadas ou não com Boc-2 (100 μM) por 15 minutos. Após esse período, as células foram centrifugadas, o meio removido e novo meio de cultura foi adicionado com LPS (0,5

IL-10

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L

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98

µg/mL) ou CB + LPS (20 + 0,5 μg/mL). Após 18 horas, os sobrenadantes das culturas foram coletados e a concentração das citocinas determinada por ELISA, conforme descrito em material e métodos, a partir da curva-padrão de cada citocina recombinante. Todas as amostras foram feitas em duplicata e os resultados foram expressos com a média da concentração de cada citocina ± desvio padrão. A linha pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. *p < 0,05- células incubadas somente com LPS ou com CB + LPS comparados ao grupo de células mantidas em meio de cultura #p < 0,05- células incubadas com CB + LPS comparadas às DCs incubadas somente

com LPS.

4.10. Análise comparativa da expressão das moléculas coestimuladoras e

MHC-II em DCs estimuladas com CTX ou CB

Considerando os resultados obtidos, tivemos o objetivo de comparar o

potencial modulador da CTX e de sua subunidade CB sobre as DCs incubadas com

LPS. Portanto, as DCs foram incubadas com LPS (0,5 µg/mL), LPS + CTX (0,5 e 20

µg/mL) e LPS + CB (0,5 e 20 µg/mL) por 18 horas. Em seguida as células foram

marcadas como já descrito e analisadas em citômetro de fluxo.

Os resultados obtidos mostram que o LPS induziu aumento da expressão das

moléculas de MHC-II e coestimuladoras nas DCs. No entanto, a adição da CTX ou

CB nas DCs resultou em inibição do efeito do LPS sobre a expressão dessas

moléculas, sendo esse efeito inibitório mais acentuado com a CTX em relação ao

obtido com sua subunidade CB (figura 35).

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99

Figura 35- Efeito da CTX e CB sobre a expressão de moléculas MHC-II e coestimuladoras em DCs estimuladas com LPS. Células dendríticas diferenciadas in vitro foram estimuladas com LPS (0,5μg/mL), LPS + CTX (0,5 + 20 μg/mL) ou LPS + CB (0,5 + 20 μg/mL) por 18 horas. Após esse período, 1x10

6 células foram incubadas com anticorpos monoclonais anti-CD40, CD80, CD86 e

MHC-II (PE) e analisadas em citometria de fluxo. Amostras de DCs foram incubadas com anticorpo controle isotípico conjugado ao PE. Os resultados foram expressos como média da intensidade de fluorescência (MIF) das células dendríticas ± DP das duplicatas. *p < 0,05- células incubadas somente com LPS, LPS + CTX ou LPS + CB comparadas ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células incubadas com LPS + CTX ou LPS + CB comparados ao grupo LPS.

4.11. Efeito da CTX, CA e CB sobre a produção de mediadores anti-

inflamatórios por DCs incubadas ou não com LPS

Tendo em vista que a CTX e CB promovem potente efeito modulador negativo

sobre a maturação das DCs incubadas com LPS, analisamos a produção de PGE2 e

LXA4 nos sobrenadantes das diferentes culturas de DCs incubadas com 20 µg/mL

de CTX, CA, CB e 0,5 µg/mL de LPS ou ainda, CTX+LPS, CA+LPS ou CB+LPS por

18 horas. As dosagens desses eicosanoides foram realizadas por ELISA de acordo

com a metodologia descrita em detalhes em material e métodos. Além disso, as

0

500

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Meio LPS LPS + CTX LPS + CB

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100

células dessas culturas foram utilizadas para a análise da expressão de RNAm para

IL10 e TGF-β por PCR em tempo real em sistema Syber Green.

A figura 36 permite verificar que a CTX e CB induziram maior produção de

PGE2 e LXA4 pelas DCs em relação ao observado na cultura de DCs incubadas com

CA. Células incubadas somente com LPS secretaram baixos níveis desses

eicosanoides quando comparado ao obtido nas células incubadas com CTX e CB.

No entanto, houve aumento da secreção tanto de PGE2 como de LXA4 nas culturas

de DCs incubadas com LPS+CTX, LPS+CB ou LPS+CA. No entanto, esse aumento

foi mais acentuado nas culturas de DCs incubadas com LPS + CTX.

Figura 36- Produção de PGE2 e LXA4 nas culturas de DCs estimuladas in vitro com CTX, CA, CB na presença ou não do LPS. Células de medula óssea de camundongos foram diferenciadas in vitro com GM-CSF + IL-4 durante 7 dias. As DCs foram estimuladas com CTX (20 μg/mL), CB (20 μg/mL), CA (20 μg/mL), LPS (0,5 μg/mL), CTX + LPS (20 + 0,5 μg/mL), CB + LPS (20 + 0,5 μg/mL), ou CA + LPS (20 + 0,5 μg/mL) e após 18 horas foram coletados os sobrenadantes. As concentrações desses eicosanoides foram determinadas por ELISA do tipo competitivo a partir das curvas-padrões para PGE2 e LXA4 (1250 a 19,5 pg/mL e 2000 a 20 pg/mL, respectivamente). Todas as amostras foram feitas em duplicatas e os resultados expressos com a média da concentração de cada eicosanoide ± DP. A linha pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. *p < 0,05- células incubadas com CTX, CB, CA em associação ou não com o LPS comparados ao grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células incubadas com CTX + LPS, CB + LPS ou CA + LPS comparadas às

DCs incubadas somente com LPS.

Além da determinação da secreção dos eiocisanoides que exercem efeito

anti-inflamatório, estudamos a expressão de RNAm para TGF-β pelas DCs

incubadas em diferentes condições, uma vez que os níveis desta citocina foram

inferiores ao limite de detecção no ELISA. Em conjunto ao TGF-β, analisamos a

expressão de RNAm para IL-10. As PCRs foram padronizadas utilizando cDNAs

PGE2

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101

sintetizados a partir de RNA das DCs. Inicialmente as reações foram padronizadas

avaliando a expressão da β-actina e verificamos que não houve variação na

expressão desse gene nos diferentes grupos experimentais o que permitiu a sua

utilização como “housekeeping” para as análises da expressão das citocinas (figura

37).

Figura 37- Análise comparativa da expressão de β-actina nos grupos experimentais de DCs tratadas com CTX, CB, CA na presença ou não do LPS. DCs diferenciadas in vitro foram incubadas por 18 horas com CTX, CB, CA, LPS ou CTX + LPS, CB + LPS e CA + LPS. Em seguida, células (1x10

7) foram coletadas,

centrifugadas e utilizadas para a extração de RNA e síntese de cDNA. A partir desse material foi realizada a análise da expressão da β-actina por PCR em tempo real. Os resultados foram expressos em quantidade relativa de cDNA das amostras em triplicatas.

Podemos verificar na figura 38 que houve aumento na expressão de IL-10 nas

culturas de DCs incubadas principalmente com CTX, pouca com CB e não com CA.

Além disso, verificamos que o LPS induziu baixa expressão desta citocina pelas DCs

comparada à obtida com a CTX. Somado a isso, observamos alta expressão de IL-

10 nas culturas de DCs incubadas principalmente com CTX + LPS, seguida de

incubação com CB + LPS e em menor proporção na incubação com CA + LPS.

Quanto ao TGF-β, verificamos que a CTX promoveu alta expressão dessa citocina

pelas DCs e menor expressão com a incubação com CB, CA ou LPS. Alta

expressão de TGF-β também foi induzida nas DCs incubadas com CTX + LPS e em

menor proporção pelas DCs incubadas com CB + LPS.

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102

Figura 38- Expressão gênica de IL-10 e TGF-β em DCs incubadas in vitro com CTX, CB, CA em associação ou não com o LPS. DCs diferenciadas in vitro foram incubadas por 18 horas com CTX, CB, CA, CTX + LPS, CB + LPS ou CA + LPS. Em seguida, 1x10

7 células foram separadas, centrifugadas e

utilizadas para a extração de RNA e síntese de cDNA. A partir desse material foi realizada a análise da expressão de ambas citocinas por PCR em tempo real utilizando como controle endógeno a β-Actina. Os resultados foram expressos em quantidade relativa de cDNA calculada a partir do método de 2

-ΔΔCt ± desvio padrão, como descrito

em material e métodos.A linha pontilhada representa o limite de detecção pelo ensaio. Resultados representativos de 2 experimentos das amostras em triplicatas. *p < 0,05- células incubadas com CTX, CTX + LPS, CB + LPS ou CA + LPS comparados aos grupo de células mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células incubadas com CTX + LPS, CB + LPS ou CA + LPS comparadas às

DCs incubadas somente com LPS.

Esses resultados em conjunto demonstraram que a subunidade CB e

principalmente a CTX promovem a secreção de mediadores anti-inflamatórios pelas

DCs e também potencializam a produção desses fatores em DCs incubadas com

LPS.

4.12. Ensaio de proliferação celular dos linfócitos TCD3+ em resposta as DCs

estimuladas com CTX e CB com LPS

Nos resultados anteriores pudemos observar que a CTX e CB foram capazes

de inibir a maturação das DCs estimuladas com o LPS, ou seja, parecem modular a

capacidade dessas células de apresentar antígenos e induzir a resposta adaptativa.

Considerando essas observações, o próximo objetivo foi analisar se esse efeito da

CTX e CB sobre as DCs se refletia na sua capacidade de induzir a ativação e

proliferação de linfócitos T.

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103

Para tanto, realizamos o ensaio de reação mista linfocitária utilizando a

análise da proliferação de LTs obtidos de camundongos C57BL/6 quando incubados

com as DCs diferenciadas de camundongos BALB/c e previamente incubadas ou

não com CTX e CB em associação ou não com o LPS por 18 horas. Após esse

período, foi adicionado meio RPMI-S as culturas de DCs seguida de centrifugação e

adição de novo meio RPMI-S. Os linfócitos CD3+ foram purificados a partir da

suspensão celular de linfonodos inguinais e periaórticos de camundongos não-

imunizados utilizando o sistema de seleção positiva. A resposta proliferativa dos

linfócitos CD3+ nas co-culturas com as DCs foi avaliada após 72 e 96 horas de

incubação em estufa de 5% de CO2 umidificada.

Podemos observar na figura 39 baixa proliferação nas culturas de LTCD3+ na

presença de DCs mantidas em meio RPMI-S ou incubadas com CTX e CB. Por outro

lado, verificamos que houve elevada proliferação de LT quando incubados com DCs

previamente estimuladas com LPS, com maior pico no período de 72 horas. Em

contraste, assim, como observado anteriormente na secreção de citocinas pró-

inflamatórias e expressão de moléculas coestimuladoras e MHC-II, podemos

observar baixa resposta proliferativa de LT co-cultivados com DCs previamente

incubadas com CTX ou CB em conjunto com o LPS, sendo esse efeito modulador

mais evidente no período de tempo de 72 horas.

Figura 39- Resposta proliferativa dos linfócitos CD3+ co-cultivados com DCs pré-incubadas com

CTX e CB na presença ou não de LPS. DCs diferenciadas in vitro a partir de medula óssea de camundongos BALB/c foram incubadas por 18 horas com CTX (20 µg), CB (20 µg), LPS (0,5 µg), CTX + LPS (20 + 0,5 µg) ou CB + LPS (20 + 0,5 µg). Em seguida, essas células (0,6 x 10

5) foram co-

cultivadas com linfocitos CD3+ (3 x 10

5) purificados de camundongos C57BL/6. Como

controles do ensaio, as células mantidas em meio de cultura foram distribuídas em placas da seguinte maneira: DCs + LT, somente DCs ou LT. Após o período de 72 e 96

72 horas

DC +

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104

horas, foi analisada a resposta proliferativa dos LT utilizando-se o Kit “Cell proliferation ELISA Biotrak System version 2”, segundo descrição em material e métodos. Os resultados foram expressos como a média de densidade óptica obtida das amostras em quadruplicatas ± DP. Resultados representativos de 2 experimentos. *p < 0,05- grupos de células incubadas com CTX e CB em associação ou não com LPS comparados ao grupo de DCs mantidas em meio de cultura. #p < 0,05- células incubadas com CTX + LPS ou CB + LPS comparadas às DCs

incubadas somente com LPS.

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105

4. DISCUSSÃO

Está relatado na literatura que os envenenamentos por serpentes do gênero

Crotalus não induzem reações locais intensas como a resposta inflamatória

(SOUSA; SILVA, et al., 1996; SAMPAIO et al., 2010). Além disso, estudos

evidenciaram que o veneno crotálico se destaca dos demais por induzir baixos

níveis de anticorpos específicos contra seus componentes quando comparado a

outros venenos ofídicos (ROLIM-ROSA, 1980 e 1981; SOERENSEN, 1990;

RANGEL SANTOS; MOTA, 2000).

Sabe-se que a CTX, principal toxina encontrada no veneno de C.d.terrificus,

além de apresentar atividades biológicas clássicas é responsável pela potente

atividade imunomoduladora e anti-inflamatória (SAMPAIO et al., 2010; LI et al.,

2013). Somado a isso, outros trabalhos ressaltam que essa atividade da CTX sobre

o sistema imune pode ser mediada pelas suas subunidades CA ou CB (LANDUCCI

et al., 1995; GARCIA et al., 2003; SAMPAIO et al., 2005; ZAMBELLI et al., 2008).

O sistema imune é responsável por manter a homeostasia do organismo e

portanto, eliminar agentes potencialmente patogênicos. Mecanismos mediados por

componentes da imunidade inata e adaptativa são desencadeados por esses

patógenos com o intuito de restabelecer as condições fisiológicas do indivíduo. A

resposta imune inata é inicialmente desencadeada pela presença de um antígeno e

importante no desenvolvimento da imunidade adaptativa (BOOM et al., 1987;

STREET et al., 1990; UNDERHILL, 1999; CATRON et al., 2004; ITANO; JENKIS,

2003; GRUTZ, 2005). Neste contexto, as DCs são fundamentais para a ativação dos

linfócitos T efetores.

Resultados obtidos pelo nosso grupo de pesquisa mostraram que a CTX inibe

a geração da imunidade humoral e celular adaptativa in vivo atuando sobre as

APCs, como as DCs (RICARDI et al., 2010; FAVORETTO et al., 2011). Portanto,

esses resultados indicam que a CTX pode modular a atividade funcional da principal

célula envolvida na ativação dos linfócitos T que são as DCs.

Em vista dessas observações estudamos neste projeto o potencial modulador

da CTX e suas subunidades CA e CB sobre a atividade funcional das DCs.

Com este objetivo, a metodologia de cromatografia de troca iônica foi

empregada para a obtenção da CTX a partir do veneno de C.d.terrificus e

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106

posteriormente das subunidades CA e CB a partir da CTX. A separação da CTX e

posterior de CA e CB por cromatografia de troca aniônica e catiônica,

respectivamente, se mantiveram constantes em todas as coletas, o que indicou a

reprodutividade da metodologia.

A CTX é formada pela associação de duas subunidades que podem

apresentar-se como isoformas distintas e, portanto pode ser eluída em picos

distintos ao longo do perfil cromatográfico (RANGEL-SANTOS et al., 2004). Assim

como descrito, verificamos em nossas purificações a presença de três picos

correspondentes à toxina.

O complexo CTX é formado pela associação 1:1 das subunidades A e B, as

quais podem ser dissociadas em tampão contendo alta concentração de uréia ou

com pH inferior a 2 (FAURE; BON, 1987). Considerando o exposto, utilizamos o

tampão com uréia 6M como método para a obtenção das subunidades CA e CB

seguida de cromatografia de troca catiônica e obtivemos dois picos distintos

referentes à CA e CB.

Na análise das frações em gel de eletroforese foi possível observar bandas

livres de contaminantes evidenciando eficiência no método de purificação quanto à

pureza e integridade das amostras obtidas. O perfil eletroforético da subunidade CA

permitiu verificar uma unica banda com massa molecular estimada de 10 kDa como

previamente descrito (BREITHAUPT et al, 1974; AIRD et al., 1986).

Os perfis de migração eletroforética mostraram similaridade entre a CTX,

fração CB e uma banda majoritária no veneno total. Além disso, verificamos que a

massa molecular esperada da CB, tanto na amostra de CTX e de CB purificada,

esteve acima do esperado (14,5 kDa). Esses resultados foram também verificados

no estudo comparativo da CTX e subunidades CA e CB obtidas dos venenos de

C.d.terrificus, C.d.cascavella e C.d. collilineatus desenvolvido por Rangel-Santos

(2004). Somado a isso, não visualizamos a banda referente à subunidade CA na

amostra de CTX purificada.

Em continuidade ao proposto no projeto e considerando que as DCs

representam de 5-8 % das células dos tecidos linfoides secundários e que podem

ser geradas na forma imatura in vitro (WEIGEL et al., 2002; KARZUNKY et al., 2003;

WELLS, et al., 2005; BLYSZCZUK et al., 2013), decidimos avaliar 2 metodologias de

diferenciação destas células em cultura. Para tanto, avaliamos a diferenciação de

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107

DCs a partir de medula óssea de camundongos utilizando somente o GM-CSF ou

GM-CSF e IL-4.

Os nossos resultados mostraram que a utilização do GM-CSF juntamente

com a IL-4 resultou em maior porcentagem de células CD11c+ em relação ao

protocolo realizado somente do GM-CSF.

Tal resultado também foi evidenciado por Son e colabordores (2002) quando

compararam o rendimento, fenótipo e função das DCs geradas somente com GM-

CSF ou com GM-CSF e IL-4. Os autores mostraram que a incubação das células de

medula óssea de camundongos com GM-CSF/IL-4 resultou maior porcentagem de

DCs em relação à cultura diferenciada somente com GM-CSF e que essas células

foram mais responsivas à estimulação e maturação com o LPS.

DCs imaturas expressando moléculas de superficie como, CD83, CD11c

dentre outras, migram desde a medula óssea até os tecidos periféricos onde

encontram o antígeno e são ativadas (MERAD et al., 2013). A alta capacidade

endocitica destas células é resultante da expressão de uma variedade de receptores

(PRRs) envolvidos no reconhecimento de antígenos/patógenos como os TLRs e os

CLRs como: MR e DC-SIGN (MOLL, 2003; ARBOLEDA et al., 2011).

No caso dos CLRs, foi mostrado que subpopulações de DCs e outras APCs

podem expressar diferencialmente esses receptores. Em murinos e humanos, o DC-

SIGN é altamente expresso em DCs derivadas de monócitos, mas não em

macrófagos, e está também presente em subpopulaçõe de DC imaturas e nos

tecidos linfoides (KAWAUCHI et al., 2014). DC-SIGN é um receptor imune inato

específico para DCs (GEIJTENBEEK et al., 2000).

Como mencionado, os TLRs são responsáveis pelo reconhecimento de

componentes específicos de micróbios, incluindo LPS de bactérias gram-negativas,

DNA CpG, flagelina dentre outros (UNDERHILL, 1999). No caso do TLR4, quando

este interage com LPS, ativa vias de sinalização como a dependente da proteína

MyD88 que promove a ativação de fatores de transcrição gênica, como NF-kB,

culminando com a ativação celular, regulação positiva de moléculas

coestimuladoras, MHC e liberação de citocinas pró-inflamatórias (XIANG et al.,

2013).

Em nossos resultados também verificamos que as DCs difererenciadas in

vitro com GM-CSF e IL-4 expressaram vários destes receptores como TLR1, 2, 4,

MR e DC-SIGN em maior intensidade que as células diferenciadas somente com

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108

GM-CSF. Além disso, verificamos nas DCs diferenciadas com GM-CSF/IL-4

aumentou a expressão de moléculas de MHC de classe II e coestimuladoras após a

incubação dessas células com o LPS, demonstrando a maior capacidade de

ativação e maturação dessas células em relação às diferenciadas com GM-CSF.

Somado à esses resultados, verificamos que as DCs incubadas com LPS secretam

altos níveis de IL-12, TNF-α, IL-1β e IL-6, comprovando a sua ativação e maturação

celular que foi acompanhada pela indução de níveis menores de IL-10.

Labeur e colaboradores (1999) demonstram que DCs geradas somente com

GM-CSF apresentam um processo mais tardio de maturação em relação ao obtido

com DCs geradas com a combinação de GM-CSF e IL-4. Nesse mesmo trabalho, os

autores relatam que a produção de citocinas também foi maior pelas DCs

diferenciadas com GM-CSF/IL-4.

Em 2000, Hinkel e colaboradores mostraram que DCs diferenciadas com GM-

CSF/IL-4 secretaram grandes quantidades de IL-6, GM-CSF, IFN-ү e TNFα quando

estimuladas com lisado de carcinoma renal.

Os nossos resultados estão, portanto de acordo com outros estudos

evidenciando que a combinação de IL-4 e GM-CSF induz a geração de DCs com

maior potencial de maturação do que células geradas somente com GM-CSF. Como

mencionado, produtos microbianos podem ativar as DCs ou ainda, quando

adicionados juntamente com um antígeno pouco imunogênico podem promover a

ativação de DCs e a secreção de citocinas pró-inflamatórias (SHIBAKI; KATZ, 2002;

PETROVSKY; AGUILAR, 2004; LI et al., 2013). No entanto, outros antígenos

derivados de patógenos podem inibir a ativação das DCs como os secretados por

helmintos, bactérias, dentre outros (BABU et al., 2005 e 2006; BRATTIG et al., 2004;

VAN DER KLEIJ et al., 2002; VAN VLIET et al., 2008).

Neste contexto, analisamos inicialmente o efeito da CTX, CA e CB sobre a

viabilidade das DCs e verificamos que estas toxinas (nas concentrações estudadas),

assim como o LPS, não promoveram morte dessa população celular. Além disso,

verificamos que a adição das toxinas na cultura juntamente com o LPS também não

alterou a viabilidade das células. Estes resultados permitem concluir que qualquer

efeito observado nas DCs pela ação das toxinas não é resultante da indução de

morte celular.

As incubações das DCs somente com a CTX, CA ou CB mostram ainda, que

estas proteínas não são capazes de induzir a maturação das DCs in vitro quando

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avaliada a expressão de moléculas coestimuladoras, MHC-II e a secreção de

citocinas pró-inflamatórias comparado ao observado com o LPS, o que pode indicar

baixa imunogenicidade ou efeito inibitório sobre essas células. É importante ressaltar

que a CTX promoveu aumento da expressão de moléculas de MHC-II em relação ao

obtido nas células mantidas em meio de cultura.

Considerando essas possibilidades, analisamos o efeito da CTX sobre a

maturação das DCs incubadas com o LPS. Pudemos verificar que a adição

simultânea da CTX (duas concentrações) com o LPS nas culturas de DCs resultou

na inibição da expressão das moléculas de MHC-II e coestimuladoras pelas células.

Além disso, esse efeito inibitório da CTX se extendeu à secreção das citocinas pró-

inflamatórias, o que sugere efeito modulador da toxina sobre processo de maturação

das DCs. Além disso, o conjunto de resultados permitiu verificar que esse efeito da

CTX foi dose-dependente.

Efeito inibitório também foi verificado em culturas de DCs incubadas com a

fração CB (maior dose testada) e LPS. Por outro lado, a subunidade CA não exerceu

qualquer efeito sobre as DCs incubadas in vitro com o LPS.

Resultados semelhantes foram publicados em uma série de trabalhos de

Sampaio e colaboradores (2003, 2005 e 2006). Nestes estudos também ficou

evidente que a CTX e a subunidade CB, mas não a CA, exercem potente efeito

modulador sobre as funções biológicas de macrófagos.

No entanto, vale ressaltar que diferentemente do observado em nossos

resultados, outros estudos descrevem que a administração da fração CA in vivo é

capaz de modular negativamente o desenvolvimento de doenças autoimunes em

modelo murino via inibição da migração celular ou ainda, inibir a proliferação de

linfócitos T in vitro cultivados com macrófagos (GARCIA et al., 2003; CASTRO et al.,

2007).

Considerando que CTX e CB adicionadas juntamente com o LPS nas culturas

de DCs foram capazes de inibir a maturação dessas células, avaliamos se a pré-

incubação das DCs com CTX e CB seria suficiente para modular a maturação das

células incubadas com o ligante de TLR4. Os resultados mostraram que o prévio

contato das DCs imaturas com a CTX ou CB foi capaz de inibir o efeito do LPS

sobre essas células, quando analisamos a expressão de moléculas de MHC-II e

coestimuladoras bem como a secreção de IL-6, TNF-α, IL-1β e IL-12. Além disso,

esse efeito foi mais acentuado nas culturas mantidas por mais tempo com as

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110

proteínas. Verificamos ainda, que esse efeito modulador sobre as DCs incubadas

com LPS foi maior com a CTX. Portanto, esses resultados demonstram que o efeito

da CTX e CB sobre as DCs não é devido à alguma interação entre o LPS e as

proteínas.

Além desses resultados, observamos que a CTX e CB foram também

capazes de inibir o processo de maturação de DCs pré-incubadas com LPS. Assim

sendo, podemos sugerir que a CTX e CB desencadeiam nas DCs imaturas sinais

intracelulares que podem modular negativamente a ativação dessas células por um

potente ligante de TLR4, como o LPS.

Com relação à ligação da CTX em membranas celulares, Costa e

colaboradores (2013) demonstraram que esta toxina exerce efeito modulador em

macrófragos co-cultivados com células tumorais do tipo LLC-WRC 256 via

receptores peptídeo-formil e secreção de LXA4. Estes autores mostraram ainda, que

macrófagos pré-incubados com CTX inibem a proliferação de células tumorais LLC-

WRC 256, além de citocinas pró-inflamatórias como IL-6, IL-1β e TNFα.

Como descrito anteriormente, os receptores peptídeo formil (FPRs)

compreendem um pequeno grupo de proteínas que apresentam sete domínios

transmembranares acoplados à proteína G e que são expressos principalmente por

leucócitos fagocíticos de mamíferos. Os FPRs estão envolvidos na ativação celular e

na migração de leucócitos para o sítio inflamatório.

Esses receptores se ligam a diversos grupos de ligantes que apresentam em

sua composição peptídeos N-formil e não formil incluindo LXs, anexina-1 e

peptídeos liberados por neutrófilos. Os três principais FPRs são: FPR1, FPR2/ALX, e

FPR3 (YE et al., 2009; DEVCHAND et al., 2003; MADDOX et. al., 1997). Boc-2 é um

antagonista de FPR2/ALX e FPR1 e é utilizado para bloquear a ligação de LXs

assim como outros ligantes (MACHADO et al., 2006; STENFELDT et al., 2007;

SCANNELL et al., 2007).

Portanto, avaliamos o papel dos receptores formil peptídeo na modulação da

CTX e CB sobre as DCs utilizando o Boc-2. Os nossos resultados demonstraram

que a pré-incubação das DCs com o Boc-2 bloqueou o efeito inibitório da CTX e CB

sobre a expressão das moléculas coestimuladoras e de MHC de classe II em DCs

estimuladas com o LPS. Além disso, o Boc-2 bloqueou o efeito da CTX e CB sobre a

secreção das citocinas pró-inflamatórias. No entanto, não houve alteração na

produção de IL-10 na presença ou ausência da pré-incubação das DCs com o Boc-

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2. Esses resultados mostram, portanto a participação dos FPRs no efeito da CTX e

CB sobre as DCs, assim como o descrito por Costa e colaboradores (2013).

A comparação entre os resultados obtidos com CTX e CB permitiram verificar

também, que o efeito da CTX sobre as DCs é mais potente do que o observado com

a subunidade CB isolada.

Essa observação pode ser explicada considerando os trabalhos que

descrevem que no complexo CTX, a subunidade CA atua como chaperona

direcionando a subunidade CB para seu alvo celular e impedindo que ocorra

interação inespecífica. O complexo CA:CB dissocia-se no momento da interação da

subunidade CB com membranas celulares e assim a CA é liberada para o meio

(CHANG et al., 1981; BON et al., 1988; RADVANYI et al., 1989; FAURE et al., 1993).

O papel da CA para a atividade fosfolipásica da CTX foi também confirmado

por Santos e colaboradores (2005). Os autores verificaram que uma glicoproteina

(CNF) presente no soro da serpente C.d.terrificus é capaz de neutralizar a atividade

enzimática da CTX. A afinidade da CNF pela subunidade CB no complexo CTX

promove o deslocamento da CA e assim, a formação de um novo complexo CNF-

CB, o qual impede a interação da CB com seu alvo na membrana celular.

Considerando que citocinas anti-inflamatórias (IL-10 e TGF-β) e mediadores

lipídicos como a LXA4 e PGE2 apresentam relevância como reguladores da ativação

celular e consequente geração da imunidade adaptativa, analisamos em nossos

experimentos a secreção desses fatores por DCs cultivadas com LPS, CTX, CB, CA.

Além disso, avaliamos a presença de DCs com expressão intracelular de IL-12 ou

IL-10 em culturas estimuladas com LPS, LPS e CTX ou LPS e CB.

Pudemos verificar que a CTX e CB promoveram maior secreção de IL-10

pelas DCs na presença ou não de LPS. Esse efeito também foi observado na

expressão de RNAm para TGF-β e IL-10.

Nas análises das DCs verificamos ainda, que a adição de CTX ou CB nas

culturas de DCs estimuladas com LPS resultou em maior porcentagem de células

CD11c+/IL-10+ em relação às CD11c+/IL-12+. A proporção inversa foi observada nas

culturas de DCs incubadas somente com LPS, sugerindo que as DCs apresentam

atividade moduladora e não inflamatória.

As dosagens de PGE2 e LXA4 mostraram maior produção desses mediadores

nas culturas de DCs incubadas com CTX ou CB. Além disso, a adição de CTX ou

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CB em culturas de DCs incubadas com LPS promoveu aumento da produção

desses mediadores em relação ao obtido nas DCs incubadas somente com o LPS.

Assim como observado nas culturas de DCs, alta produção de PGE2 e LXA4

foi verificada em culturas de macrófagos incubados in vitro com CTX ou CB ou por

macrófagos obtidos de animais injetados com estas proteínas (SAMPAIO et al.,

2006; ZAMBELLI et al., 2008; MOREIRA et al., 2008) sugerindo papel desses

mediadores na ação dessas moléculas.

Outras proteínas animais também exercem efeito modulador como o

observado com a CTX e CB. Em um trabalho desenvolvido pelo nosso grupo de

pesquisa foi mostrado que componentes de alta massa molecular (PI) do Ascaris

suum (Asc) exercem efeito inibidor na expressão de moléculas coestimuladoras e

MHC de classe II em DCs modulando, assim, a sua capacidade para ativar as

células T específicas a OVA. Além disso, a IL-10 está diretamente envolvida neste

efeito do PI sobre essas células (SILVA et al., 2006).

Além disso, foi possível observar que TLR2 e TLR4 não estão envolvidos no

reconhecimento do PI e consequentemente no efeito sobre a atividade das DCs in

vivo. Em culturas de DCs diferenciadas in vitro foi verificado que o PI também inibe a

ativação dessas células induzida por ligantes de TLR2, TLR3 e TLR4 bem como a

secreção de IL-10, IL-6 e IL-12 (FAVORETTO et al., 2014).

Produtos solúveis de Trichuris suis (SPS) também são capazes de inibir a

maturação de DCs induzida pelo LPS, assim como a produção de mediadores pró-

inflamatórios, tais como TNF- α, IL-6, IL-12, além da LT-α (KLAVER et al., 2013).

Resultado semelhante foi publicado em trabalho realizado com antigenos

solúveis de ovo de Shistossoma mansoni (SEA). Glicoproteinas e glicolipideos

presentes nesse SEA não induzem a maturação de DCs in vitro assim como a e

secreção de citocinas pró-inflamatórias e IL-10. No entanto, a adição de SEA

juntamente com LPS (Salmonella typhosa) resulta na inibição da produção de IL-10,

IL-12, TNF-α e IL-6, expressão das moléculas CD80, CD86 e CD83 bem como a

capacidade dessas células de ativar e induzir a diferenciação de linfócitos T para o

subtipo Th1 (VAN-LIEMPT et al., 2007).

Como demonstrado por Chen e colaboradores (2013), DCs estimuladas com

dextrometorfano (DXM) e LPS apresentam menor expressão de moléculas

coestimuladoras e MHC em relação às células somente estimuladas com LPS.

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Em outro trabalho foi mostrado que a incubação simultânea de DCs com

tripomastigotas (Tp) de Tripanossoma cruzi e LPS de Escherichia coli resulta em

menor expressão das moléculas coestimuladoras nessas células (PONCINI et al.,

2008). Em um trabalho mais recente de Poncini e colaboradores (2010) foi

evidenciado o papel da IL-10 na modulação induzida por T. cruzi sobre a ativação de

ERK, TLR4 e NF-κB nas DC.

Nesse contexto, Hamilton e colaboradores (2009) também mostraram que a

incubação das DCs com antígeno tegumentar da Fasciola hepatica (Fh Teg) e LPS

resulta em supressão da expressão das moléculas CD40, CD80 e CD86 assim como

inibição da secreção de IL-6, IL-10, TNF-α e IL-12. Além disso, verificaram que esse

efeito foi observado na expressão de NF-κBp65 em lisados de DCs incubadas por 2

horas com Fh Teg e LPS por 15, 30 e 60 minutos.

Em outro trabalho mais recente, foi demonstrado que a pré-incubação de DCs

com Fh Teg por 2,5 h seguida da adição de LPS por 5, 15, 30 e 60 minutos também

foi capaz de suprimir a expressão de proteínas Phospho-p-38, ERK e JNK

pertencentes aos membros da via MAPKs nessas células, as quais são vias de

sinalização envolvidas com a secreção de citocinas pró-inflamatórias (VUKMAN et.

al., 2013).

Visto que as DCs, dependendo do seu estado de ativação, podem induzir a

ativação, proliferação e diferenciação dos linfocitos T (ALLAVENA et al., 2000,

STEINMAN et al., 2003), avaliamos se o efeito da CTX e CB sobre as DCs seria

suficiente para modular a sua capacidade dessas células de ativar e induzir a

proliferação dos linfócitos T in vitro.

Neste sentido, utilizamos o ensaio de MLR para analisar a resposta

proliferativa de T obtidos de camundongos C57BL/6 co-cultivados com DCs (Balb/c)

incubadas com CTX ou CB. Pudemos verificar que as DCs previamente incubadas

com LPS promoveram alta resposta proliferativa dos linfócitos T. No entanto,

observamos redução da proliferação de linfócitos T nas culturas de DCs incubadas

com a CTX ou CB juntamente com o LPS. Além disso, não houve proliferação

celular significativa nas culturas com DCs incubadas somente com CTX ou CB ao

comparar com o grupo controle (LT + DC sem estímulo).

Com esse experimento podemos concluir que o efeito da CTX e CB sobre a

expressão das moléculas MHC-II e coestimuladoras na DCs foi capaz de interferir

com capacidade dessas células em apresentar os antígenos para os linfócitos T e

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114

assim induzir a sua proliferação. Vale ressaltar, que não avaliamos com esse

experimento o potencial dessas DCs de induzir a diferenciação dos linfócitos em

subpopulações distintas. Esses experimentos serão alvo de novos estudos.

Son e colaboradores (2002) observaram também correlação direta entre

maior expressão de CD86 e CD40 e a capacidade das DCs de estimular a

proliferação de células T alogênicas ou ainda, de células TCD4+ específicas para

OVA.

Além disso, Arboleda e colaboradores (2011) mostraram que DCs imaturas

expressam níveis baixos de moléculas coestimuladoras e MHC de classe II e pode

induzir tolerância nas células T, enquanto que as DCs maduras expressam níveis

elevados destas moléculas. Esses mesmo autores descrevem ainda, que DC sem

estado intermediário de maturação apresentam capacidade reduzida de secretar

citocinas pró-inflamatórias.

O modelo in vitro de MLR foi também utilizado por Curran e colaboradores

(2014) para avaliar o potencial regulador de células CD4+CD25+Foxp3+. Assim, o

efeito regulador destas células Treg foi determinado sobre a capacidade de lise

celular por células TCD8+ de camundongos BALB/c co-cultivadas com esplenocitos

obtidos de camundongos C57BL/6. Este resultado comprova portanto, que a

geração de células Tregs pode causar supressão imune in vivo e assim apresentar

potencial estratégico em doenças autoimunes.

Considerando o obtido nesse estudo podemos concluir que a CTX e sua

subunidade CB são capazes de atuar diretamente sobre as DCs modulando a sua

atividade funcional. Essas células como elo entre imunidade inata e adaptativa

exercem papel fundamental no estabelecimento da imunidade adaptativa efetora.

Portanto, essas observações sugerem que os efeitos da CTX e suas subunidades

sobre a produção de anticorpos e imunidade celular relatados, possa estar

vinculados às ações sobre as células apresentadoras de antígenos, como as DCs.

Com isso podemos concluir que a ação da CTX e do CB poderiam fornecer novas

perspectivas em relação ao desenvolvimento de substâncias com propriedades

terapêuticas.

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115

5. CONCLUSÕES

Os resultados apresentados nos permitiram verificar que:

O protocolo utilizando GM-CSF e IL-4 foi mais eficiente na geração de DCs

(CD11c+) a partir de medula óssea de camundongos em relação ao protocolo

utilizando somente GM-CSF;

As DCs imaturas geradas in vitro expressam PAMPS como TLR 1, TLR 2, TLR 4,

DC- SIGN e MR;

LPS é capaz de induzir a maturação de DCs resultando no aumento da

expressão de moléculas coestimuladoras (CD40, CD80 e CD86) e de MHC-II,

principalmente quando essas células são diferenciadas com GM-CSF + IL- 4;

A CTX promove o aumento da expressão de molécula MHC-II, mas não de

moléculas coestimuladoras;

A crotapotina e fosfolipase A2 não induzem aumento da expressão de moléculas

de MHC de classe II e coestimuladoras em DCs diferenciadas in vitro;

A crotapotina não exerceu efeito inibitório na expressão de moléculas

coestimuladoras e MHC de classe II em DCs incubadas com LPS;

CTX e a subunidade fosfolipase A2 inibiram a expressão de moléculas

coestimuladoras, MHC-II e citocinas pró-inflamatórias em DCs diferenciadas in

vitro e incubadas com LPS;

A CTX e CB induziram preferencialmente a secreção de citocinas anti-

inflamatórias IL-10, TGF-β e os eicosanoides PGE2 e LPXA4 pelas DCs em

resposta à estimulação com LPS.

DCs incubadas com LPS promoveram a proliferação de linfócitos T in vitro;

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DCs incubadas com CTX ou CB juntamente com LPS não foram capazes de

promover a proliferação de linfócitos T in vitro.

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