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AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO SABRINA PENNA CINTRA VALIDADE E CONFIABILIDADE DO TESTE CLÍNICO PARA AVALIAR A FORÇA DOS ABDUTORES DO QUADRIL Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG 2015

AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

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Page 1: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA

FERNANDA VIEGAS PAULO

SABRINA PENNA CINTRA

VALIDADE E CONFIABILIDADE DO TESTE CLÍNICO PARA AVALIAR A FORÇA DOS ABDUTORES DO QUADRIL

Belo Horizonte

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG

2015

Page 2: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA

FERNANDA VIEGAS PAULO

SABRINA PENNA CINTRA

VALIDADE E CONFIABILIDADE DO TESTE CLÍNICO PARA AVALIAR A FORÇA DOS ABDUTORES DO QUADRIL

Projeto de pesquisa para Trabalho de Conclusão de

Curso, do Curso de Graduação em Fisioterapia, da

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais.

Orientadora: Profa. Dra. Natalia Franco Netto

Bittencourt

Co-orientadora: Profa. Dra. Paula Lanna Pereira da

Silva

Belo Horizonte

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG

2015

Page 3: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiro a Deus, por ter nos abençoado e guiado nesta caminhada

intensa e nos proporcionado excelentes oportunidades de crescimento e

aprendizado durante os cinco anos da nossa graduação.

Aos nossos amados pais Gladyston e Carminha; Márcio e Silvana; Roney e Denise

pelo amor incondicional. Obrigada por terem sacrificado os seus sonhos em prol da

realização dos nossos. Sem vocês não estaríamos aqui.

Aos nossos irmãos Thaís, Felipe e Pedro Igor; Bárbara; e Lucas pela amizade e

companheirismo e alegria durante nossa trajetória acadêmica, e que seguirão

conosco por toda a vida.

Aos nossos companheiros e nossos primeiros voluntários: Lucas, Matheus e

Vinicius, por todo incentivo, paciência e amor ao longo de todo esse processo.

À UFMG, por todo corpo docente e estrutura que nos permitiu realizar este trabalho

de conclusão de curso com entusiasmo e dedicação. Haja “força, força, força”, mas

chegamos ao fim!

À nossa querida orientadora Natália Bittencourt, por todo suporte e confiança no

nosso trio desde os primeiros passos do nosso estudo. Você sempre foi e continua

sendo um exemplo!

À nossa ilustríssima professora e co-orientadora Paula Lanna, por todos os

ensinamentos e principalmente por nos fazer apaixonar por nossa profissão.

Aos trinta voluntários que gastaram um pouco de seu tempo com a gente, em troca

do nosso crescimento. Terão sempre a nossa gratidão.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte de nosso trabalho e contribuíram

para nosso crescimento pessoal e profissional.

Page 4: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

RESUMO

O mau alinhamento do joelho no plano frontal, chamado de valgismo dinâmico,

durante atividades funcionais gera uma sobrecarga no sistema musculoesquelético,

e pode levar a disfunções como lesões no ligamento cruzado anterior, tendinopatia

patelar e síndrome da dor patelo-femoral. Este desalinhamento pode ser minimizado

com uma boa ação excêntrica dos músculos abdutores do quadril. O dinamômetro

manual é confiável para teste de força muscular dos abdutores do quadril, mas

apesar da praticidade e eficácia deste aparelho, ele também apresenta algumas

limitações. Os objetivos do presente estudo foram: (1) desenvolver um teste clínico

capaz de avaliar e quantificar a função muscular do glúteo médio, (2) determinar as

confiabilidades intra e inter-examinadores para aplicação de ambos os testes, (3)

realizar a validação concorrente do teste clínico com o dinamômetro manual. Foram

selecionados 30 indivíduos saudáveis, com variabilidade de idade, sexo, altura e

massa corporal. No primeiro dia, o participante foi selecionado para fazer o teste

com dinamômetro manual para força de abdutores do quadril, e após uma semana

foi feito o teste clínico de função dos abdutores do quadril. Os valores de coeficiente

de correlação intraclasse (CCI) encontrados neste estudo (acima de 0,90) são

indicativos de excelentes confiabilidades intra e inter-examinadores. Os resultados

deste estudo apontaram uma correlação positiva, mas de magnitude fraca entre o

teste clínico e o teste realizado com o dinamômetro manual, o que indica que os

testes avaliam domínios diferentes da função de glúteo médio, resistência e força

muscular, respectivamente. A fadiga muscular é um fator preditivo de lesão e deve

ser prevenida através do treinamento de resistência muscular, para manter um bom

alinhamento dos MMII, não prejudicando a performance de atletas. Profissionais

envolvidos na prevenção e reabilitação de lesões musculoesqueléticas devem

considerar a importância de uma avaliação criteriosa e periódica da resistência

muscular. Neste sentido, o teste clínico desenvolvido neste estudo é uma ferramenta

útil e sem custo que pode ser incluído na avaliação e reavaliação da fisioterapia.

Palavras-chave: Valgismo. Lesão. Glúteo médio. Resistência. Fisioterapia.

Page 5: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

ABSTRACT

The altered knee alignment in the frontal plane, called dynamic valgus, during

functional activities generates an overload on the musculoskeletal system, and can

lead to disorders such as injuries to the anterior cruciate ligament and patellar

tendinopathy syndrome patellofemoral pain. This altered knee alignment can be

minimized with a good eccentric action of the abductor hip muscles. The hand-held

dynamometer is reliable for muscle strength testing of the hip abductors. Although

the practicality and effectiveness of this equipment, it also has some limitations. The

objectives of this study were: (1) developing a clinical trial to assess and quantify

muscle function of the gluteus medius, (2) determine the intra and inter-examiner

reliabilities for application of both tests, (3) determine the concurrent validity between

the clinical test and the test with hand-held dynamometer. We selected 30 healthy

subjects, variability of age, gender, height and body mass. On the first day, the

participant was selected for testing with hand-held dynamometer for the hip

abductors strength, and after a week was made the clinical test of the hip abductors

function. The intraclass correlation coeficient (ICC) values found in this study (above

0.90) are indicative of excellent intra and inter-examiner reliabilities. Results of this

study showed a positive correlation, but weak magnitude of the clinical test and the

test with hand-held dynamometer, indicating that the tests measure different

functions of gluteus medius, endurance and muscle strength, respectively. Muscle

fatigue is a predictive factor of injury and should be prevented by muscle endurance

training to maintain good alignment of the lower limbs and does not impair the

performance of athletes. Professionals involved in prevention and rehabilitation of

musculoskeletal injuries should consider the importance of careful and regular

assessment of muscle endurance. In this sense, the clinical test developed in this

study is a useful tool at no charge that can be included in the assessment and

reassessment of physiotherapy.

Keywords: Valgus. Injury. Gluteus medius. Endurance. Physiotherapy.

Page 6: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Dinamômetro manual utilizado no estudo ............................................ 11

FIGURA 2 - Posição para o teste com dinamômetro manual para força de abdutores

do quadril ................................................................................................................. 12

FIGURA 3 - Teste clínico de função dos abdutores do quadril ............................... 13

FIGURA 4 - Tabela utilizada no teste clínico de desequilíbrio entre os abdutores do

quadril ...................................................................................................................... 14

Page 7: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

TABELA 1 - Descrição da amostra em relação a gênero e prática ou não de

atividade física ......................................................................................................... 11

TABELA 2 - Confiabilidade intra-examinador para o teste com dinamômetro manual

e o teste clínico ........................................................................................................ 15

TABELA 3 - Confiabilidade inter-examinadores para o teste com dinamômetro

manual e o teste clínico ........................................................................................... 15

GRÁFICO 1. Diagrama de dispersão (Scatter Plott) ............................................... 16

Page 8: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACSM American College of Sports Medicine

CCF Cadeia cinética fechada

CCI Coeficiente de correlação intraclasse

LCA Ligamento cruzado anterior

MI Membro inferior

MID Membro inferior direito

MIE Membro inferior esquerdo

MMII Membros inferiores

Nm/kg Valor do torque normalizado

R Coeficiente de determinação

SDPF Síndrome da dor patelo-femoral

US$ Dólares

Page 9: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 9

2 METODOLOGIA ................................................................................ 11

2.1 Amostra .............................................................................................. 11

2.2 Procedimentos .................................................................................... 11

2.2.1 Teste com dinamômetro manual para força de abdutores do quadril..12

2.2.2 Teste clínico de função dos abdutores do quadril............................... 13

2.3 Análise estatística ............................................................................... 14

3 RESULTADOS ................................................................................... 16 4 DISCUSSÃO ...................................................................................... 18 5 CONCLUSÃO .................................................................................... 21 REFERÊNCIAS .................................................................................. 22 ANEXO 1 ............................................................................................ 24 ANEXO 2 ............................................................................................ 25

Page 10: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

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1 INTRODUÇÃO

As lesões mais comuns na prática esportiva ocorrem na articulação do joelho

(TAUTON et al., 2002). Alguns estudos têm identificado os possíveis fatores

biomecânicos que estão relacionados a essas lesões e que são passíveis de

intervenção fisioterapêutica. O mau alinhamento do joelho no plano frontal durante

atividades funcionais, como a aterrissagem de um salto e o agachamento (BALDON,

2010), gera uma sobrecarga no sistema musculoesquelético (BITTENCOURT, 2010;

BITTENCOURT et al., 2012). Tal alteração biomecânica pode levar a disfunções

como lesões no ligamento cruzado anterior (LCA), tendinopatia patelar e síndrome

da dor patelo-femoral (SDPF) (BARBOSA et al., 2008). Essas lesões geram

consequências no cenário esportivo, como ausência dos atletas em treinamentos e

jogos, altos gastos financeiros e prejuízos na performance das equipes (BARBOSA

et al., 2008).

A alteração do alinhamento dinâmico do joelho no plano frontal é

caracterizada por adução e rotação medial do quadril associadas à abdução e

rotação lateral do joelho, que é denominado valgismo dinâmico (BALDON, 2010).

Este desalinhamento pode ser minimizado com o bom funcionamento de alguns

grupos musculares, como por exemplo, a ação excêntrica dos músculos abdutores

do quadril, responsável por controlar a adução excessiva de quadril em cadeia

cinética fechada (CCF) (FERBER et al., 2003). Os abdutores primários do quadril

são glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata, sendo que o glúteo médio é

o principal e maior, representando aproximadamente 60% da área transversa deste

grupo muscular (NEUMANN, 2010; BALDON, 2010). Além disso, as fibras

posteriores do glúteo médio também exercem a função de rotação lateral do quadril,

o que auxilia na redução da rotação medial excessiva e no possível valgismo

dinâmico de joelho (NEUMANN, 2006).

A fraqueza do glúteo médio gera uma excessiva queda pélvica do membro

inferior (MI) contralateral, adução e rotação medial do quadril ipsilateral, durante o

suporte dos membros inferiores (MMII) (IRELAND et al., 2004). Estudos mostram

que para manter a estabilização pélvica e uma boa cinemática do joelho, é

necessário uma ação adequada do glúteo médio (MAIA et al., 2012). Segundo

Nakagawa et al., 2012, a redução da ativação de glúteo médio e da produção de

força máxima de abdutores do quadril estão relacionadas com a presença de

Page 11: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

10

disfunções na articulação do joelho, como a SDPF. Portanto, para prevenir a

presença destas disfunções se faz necessário uma boa ativação muscular do glúteo

médio, e dos outros abdutores do quadril.

A avaliação da força muscular é clinicamente relevante por fornecer

informações de base para um plano de tratamento e intervenções preventivas. Um

dos aparelhos utilizados para medição de força muscular é o dinamômetro manual,

que possui validade com o dinamômetro isocinético, considerado o padrão-ouro

(STARK et al., 2011). Segundo Jaramillo et al., 1994, o dinamômetro manual é

confiável para teste de força muscular dos abdutores do quadril. Apesar da

praticidade e eficácia deste aparelho, ele apresenta um custo elevado, cerca de

US$1.000,00 (mil dólares), além da necessidade de calibração anual (STARK et al.,

2011). Tendo em vista essas limitações do dinamômetro manual e a necessidade de

avaliação da força do glúteo médio de forma quantitativa na prática clinica, os

objetivos do presente estudo foram: (1) desenvolver um teste clínico capaz de

avaliar e quantificar a função muscular do glúteo médio, (2) determinar as

confiabilidades intra e inter-examinadores para aplicação de ambos os testes, (3)

realizar a validação concorrente do teste clínico com o dinamômetro manual.

Page 12: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

11

2 METODOLOGIA 2.1 Amostra Foram selecionados indivíduos saudáveis, com variabilidade de idade, sexo,

altura e massa corporal. Os participantes tinham em média 36,4 anos (+ 16,64).

Foram divididos quanto à prática de atividades físicas da seguinte forma: atletas,

fisicamente ativos e sedentários (TABELA 1). O grupo de “atletas” inclui praticantes

das modalidades de atletismo, corrida, judô, taekwondo e vôlei; e o grupo de

“fisicamente ativos” inclui pessoas que realizam musculação, futsal, vôlei e/ou

pilates, por pelo menos 2 vezes na semana. Os critérios de inclusão foram: (I)

ausência de dor ou histórico de lesão nos MMII; (II) não ter realizado cirurgia nos

MMII nos últimos 6 meses. Foram excluídos deste estudo, os participantes que

reportassem dor durante a aplicação dos testes.

TABELA 1. Descrição da amostra em relação a gênero e prática ou não de atividade

física

Gênero Atletas Fisicamente ativos Sedentários

Feminino 3 (10%) 8 (26,6%) 6 (20%)

Masculino 3 (10%) 3 (10%) 7 (23,4%)

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Minas Gerais (n° ETIC 493/2009) (ANEXO 1) e todos os

indivíduos que aceitaram participar do estudo assinaram um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 2).

2.2 Procedimentos Inicialmente foram coletados dados como massa corporal, MI dominante e a

distância do trocânter maior do fêmur até 5cm acima da interlinha articular do joelho

de cada indivíduo (BITTENCOURT et al., 2012), onde foi posicionado o

dinamômetro manual. No primeiro dia, o participante foi selecionado para fazer o

teste com dinamômetro manual, e após uma semana foi feito o teste clínico. Os

participantes foram orientados a comparecer nas mesmas condições, como

vestuário adequado, meio de locomoção e horário, nos dois dias de testes. Os

Page 13: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

12

indivíduos que participaram da amostra foram testados por um dos três

examinadores.

2.2.1 Teste com dinamômetro manual para força de abdutores do quadril A força de abdutores do quadril foi mensurada usando um dinamômetro

manual (microFET2; Hoggan Health Industries, Inc, West Jordan, UT) (FIGURA 1),

considerado um instrumento válido e confiável para medida de força muscular

(STARK et al., 2011).

FIGURA 1. Dinamômetro manual utilizado no estudo

O indivíduo foi posicionado em decúbito lateral com os membros superiores

cruzados em frente ao tronco. As cinturas escapular e pélvica foram alinhadas, o

quadril e joelho do MI infralateral (oposto ao teste) foram fletidos, e MI testado foi

posicionado com o quadril em neutro no plano sagital e joelho estendido (FIGURA

2). O dinamômetro manual foi posicionado 5cm acima da interlinha articular do

joelho (BITTENCOURT et al., 2012), e fixado numa fita de velcro® que permitiu

abdução do quadril até neutro no plano frontal. O teste foi feito de forma semelhante

ao de força muscular manual. O dinamômetro manual quantificou a força máxima

realizada durante a execução do teste (STARK et al., 2011).

Page 14: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

13

FIGURA 2. Posição para o teste com dinamômetro manual para força de abdutores do quadril

Foi solicitado ao indivíduo que realizasse o movimento de abdução do quadril

até o movimento ser restrito pelo velcro® e que mantivesse contração isométrica

máxima por 5 segundos, com estímulos verbais padronizados entre os

examinadores. Este procedimento foi realizado 3 vezes em cada MI, com intervalo

de 15 segundos entre as medidas (BITTENCOURT et al., 2012).

O torque foi calculado pela média dos 3 valores mensurados, multiplicado

pela distância entre o trocânter maior do fêmur até 5cm acima da interlinha articular

do joelho. O valor do torque foi dividido pela massa corporal para obter dados

normalizados (Nm/kg). A análise de confiabilidade intra e inter-examinadores foi

realizada através de um estudo piloto com 4 participantes, com um intervalo de 7

dias entre as avaliações.

2.2.2 Teste clínico de função dos abdutores do quadril

O teste clínico foi aplicado com o indivíduo posicionado em decúbito lateral

com os membros superiores cruzados em frente ao tronco, cinturas escapular e

pélvica alinhadas, quadril e joelho do MI infralateral fletidos, e MI supralateral com

quadril e joelho estendidos (FIGURA 3), mesma posição do teste com o

dinamômetro manual. O movimento de abdução do MI supralateral foi realizado sem

nenhum tipo de resistência externa.

Page 15: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

14

FIGURA 3. Teste clínico de função dos abdutores do quadril

O indivíduo foi solicitado a realizar o movimento de abdução do quadril

mantendo a posição inicial, sendo a quantidade de repetições não determinada

previamente. O examinador avaliou possíveis compensações: (I) flexão de quadril;

(II) rotação de tronco; e (III) elevação de pelve. O teste foi interrompido, através de

um comando verbal do examinador, quando houve alguma compensação dentre as

citadas acima. O examinador anotou o número da repetição correspondente à

interrupção do teste. Quando não ocorreu compensação, o teste foi realizado até 15

repetições, sendo interrompido por comando verbal do examinador e considerado

como sem desequilíbrio.

O examinador preencheu uma tabela padronizada, constando as possíveis

alterações (FIGURA 4), durante a realização do teste.

FIGURA 4. Tabela utilizada no teste clínico de desequilíbrio entre os abdutores do quadril

Page 16: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

15

2.3 Análise estatística

A análise descritiva foi utilizada para os dados médios e desvio padrão para

os membros dominante e não-dominante das variáveis: torque normalizado pela

massa corporal dos abdutores de quadril e número de repetições do teste clínico de

função dos abdutores de quadril. O CCI3,3 com intervalo de confiança de 95%, foi

utilizado para verificar a confiabilidade intra e inter-examinador dos três avaliadores

para os dois testes. A correlação de Pearson foi utilizada para calcular a associação

entre os dois testes e finalmente uma regressão linear simples foi utilizada para

obter o coeficiente de determinação (R2) para identificar qual a proporção da

variação dos valores de torque foram explicados pelos valores obtidos no teste

clinico.

Page 17: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

16

3 RESULTADOS

Participaram deste estudo 30 voluntários, avaliados nos dois MMII, sendo que

24 (80%) relataram membro inferior direito (MID) dominante e 6 (20%) relataram

membro inferior esquerdo (MIE) dominante. Destes, 17 (56,6%) foram do sexo

feminino e 13 (43,4%) do sexo masculino; com média de idade de 36,4 anos (+

16,64). Quanto à prática de atividade física, 6 (20%) eram atletas, 11 (36,6%)

fisicamente ativos e 13 (43,4%) sedentários.

O valor médio da força de abdutores com o dinamômetro manual foi 1,204

(+0,391) Nm/kg, e o número de repetições médio no teste clínico foi 5,7 (+4,06)

repetições. A confiabilidade intra-examinador para o teste com dinamômetro manual

para força de abdutores do quadril foi alta (0,97; 0,94; 0,92), assim como para o

teste clínico de função dos abdutores do quadril (0,98; 0,94; 0,96) (TABELA 2). A

confiabilidade inter-ex/aminadores para o teste com dinamômetro manual também

teve valores considerados altos (0,97; 0,97; 0,97), assim como o teste clínico (0,92;

0,95; 0,95) (TABELA 3).

TABELA 2. Confiabilidade intra-examinador para o teste com dinamômetro manual e

o teste clínico.

TESTE COM DINAMÔMETRO MANUAL TESTE CLÍNICO

EXAMINADORES CCI EXAMINADORES CCI INTERVALO DE

CONFIANÇA

A1 0,97 A1 0,98 0,94 - 0,99

A2 0,94 A2 0,94 0,75 - 0,98

A3 0,92 A3 0,96 0,90 - 0,99

TABELA 3. Confiabilidade inter-examinadores para o teste com dinamômetro

manual e o teste clínico.

TESTE COM DINAMÔMETRO MANUAL TESTE CLÍNICO

EXAMINADORES CCI INTERVALO DE

CONFIANÇA

EXAMINADORES CCI INTERVALO DE

CONFIANÇA

A1 x A2 0,97 0,89 - 0,99 A1 x A2 0,92 0,68 - 0,98

A1 x A3 0,97 0,86 - 0,99 A1 x A3 0,95 0,79 - 0,99

A2 x A3 0,97 0,87 - 0,99 A2 x A3 0,95 0,77 - 0,99

Page 18: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

17

Com base nos resultados, pôde-se observar uma correlação significativa

entre o teste com dinamômetro manual para força de abdutores do quadril e o teste

de função de abdutores do quadril (r = 0,436; p = 0,001). Apesar da correlação ser

significativa e força da associação foi fraca (r = 0,436) (GRÁFICO 1) (PORTNEY et

al., 2000). A regressão linear simples demonstrou valor do coeficiente de

determinação baixo (r2 = 0,19), o que significa que 19% da variação do torque

isométrico dos abdutores de quadril está sendo explicado pelo número de repetições

do teste clínico.

GRÁFICO 1. Diagrama de dispersão (Scatter Plott)

Page 19: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

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4 DISCUSSÃO O presente estudo teve como objetivo desenvolver um teste clínico capaz de

avaliar e quantificar a função muscular do glúteo médio e realizar a validação

concorrente do teste clínico com o dinamômetro manual, além de determinar as

confiabilidades intra e inter-examinadores para aplicação de ambos os testes. Os

valores de CCI encontrados neste estudo (acima de 0,90) são indicativos de

excelentes confiabilidades intra e inter-examinadores (PORTNEY et al., 2000). Os

resultados deste estudo apontaram uma correlação positiva, mas de magnitude

fraca (r = 0,436 e r2 = 0,19) entre o teste clínico e o teste realizado com o

dinamômetro manual. Segundo Portney et al., 2000, valores entre r = 0,25 a r = 0,50

representam uma correlação fraca. Os coeficientes de correlação entre medidas

clínicas que variam de 0,57 a 0,78 são valores considerados adequados para a

prática clínica (CARVALHAIS et al., 2011). Dessa forma, esta correlação baixa

provavelmente indica que o teste clínico avalia domínios diferentes da função

muscular do glúteo médio em relação ao teste do dinamômetro manual. O dinamômetro manual é válido e confiável para quantificar a força muscular.

Também é considerado um instrumento prático, devido à sua facilidade de uso,

portabilidade e tamanho, comparado com o dinamômetro isocinético, considerado

padrão-ouro (STARK et al., 2011). O teste com dinamômetro manual para força de

abdutores do quadril é realizado através de contração isométrica máxima, sendo a

força de um músculo correspondente à sua capacidade máxima de gerar tensão. Em

geral, testes que medem este domínio são pouco utilizados na prática para

prescrição de exercícios, devido ao alto custo dos instrumentos necessários,

dificuldade de operacionalização e tempo gasto para realização (PEREIRA et al.,

2003). Por outro lado, o teste clínico representou de forma mais consistente a

resistência muscular, que é a capacidade de execução de várias contrações

musculares de cargas submáximas sem que haja redução da amplitude do

movimento, frequência e quantidade de força (DANTAS, 1994; PEREIRA et al.,

2003). Dessa forma, ambos os testes mensuram domínios musculares distintos, mas

fundamentais para prescrição de exercícios e prevenção de lesões

musculoesqueléticas na prática clínica.

A ação muscular se manifesta, portanto, de diferentes formas, através destes

dois domínios: força e resistência (PAULO et al., 2010), que têm sido avaliados por

Page 20: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

19

vários métodos, devido à sua importância na prevenção de lesões

musculoesqueléticas e promoção de estabilidade articular (CYRINO et al., 2013).

Possivelmente, o teste clínico desenvolvido neste estudo e o teste realizado com o

dinamômetro manual acessam domínios musculares distintos. Um estudo recente foi

desenvolvido para avaliar a função da musculatura de isquiotibiais em atletas

através do teste de ponte de quadril unilateral. Assim como o presente estudo, o

teste clínico de ponte de quadril avaliou o número máximo de repetições possíveis,

sendo interrompido caso houvesse alteração de padrão de movimento

(FRECKLETON et al., 2013). Sendo assim, o teste clínico de função de abdutores

do quadril sugere mensurar resistência; e o teste com dinamômetro manual dos

abdutores do quadril sugere mensurar força muscular.

A resistência muscular é importante para a manutenção da estabilidade

articular durante a execução de um gesto esportivo; pois quando há fadiga muscular,

ocorre sobrecarga nos elementos passivos, como cápsulas e ligamentos, podendo

gerar danos a essas estruturas (GONÇALVES et al., 2005). A fadiga é considerada

um fator que pode estar associado ao risco de lesão, por influenciar no controle do

alinhamento dos MMII (HAWKINS et al., 1999; HAWKINS et al., 2001; MCLEAN et

al., 2007). HEWETT et al., 2005, demonstraram que lesões de LCA são mais

propensas em atletas que apresentam valgismo dinâmico; principalmente em

esportes de alta intensidade em que os atletas precisam praticá-los por tempo

prolongado. Lesões nos MMII, como por exemplo, a ruptura do LCA durante a

aterrissagem de um salto sem contato com outro atleta, ocorrem durante os últimos

15 minutos do primeiro tempo e nos últimos 30 minutos do segundo tempo, em uma

partida de futebol (HAWKINS et al., 1999; HAWKINS et al., 2001; MCLEAN et al.,

2007). Portanto, a fadiga muscular é um fator associado a lesões e deve ser

prevenida através do treinamento de resistência muscular, para manter um bom

alinhamento dos MMII, não prejudicando a performance de atletas.

O American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda que a

manutenção da resistência esteja incluída em um programa de treinamento

(PEREIRA et al., 2003), assim como exercícios de força muscular (KARAVIRTA et

al., 2011). Alguns estudos revelam que a fadiga muscular tem efeitos sobre a

propriocepção (LEE et al., 2003) e controle postural (GEFEN et al., 2002), o que

predispõe o indivíduo ao risco de lesões. Tendo em vista a influência da fadiga nas

lesões esportivas nos MMII, os profissionais envolvidos na prevenção e reabilitação

Page 21: AMANDA SANTANA DE SIQUEIRA TEIXEIRA FERNANDA VIEGAS PAULO

20

de lesões musculoesqueléticas devem considerar a importância e uma avaliação

criteriosa e periódica da resistência muscular, a fim de realizar um trabalho efetivo

no controle motor do atleta (GANDEVIA, 1998).

Algumas limitações do estudo devem ser consideradas, tais como a diferença

de domínios musculares avaliados no teste clínico e no teste com o dinamômetro

manual. Segundo Corvino et al., 2009, os valores encontrados em testes isométricos

e dinâmicos são dependentes do tipo de contração utilizada. Sendo assim, o

dinamômetro manual mensura a contração muscular isométrica máxima (HAMMIL et

al., 1999), enquanto o teste clínico mensura contração muscular dinâmica. Outras

limitações a serem consideradas são o tipo de incentivo verbal e motivação durante

a execução dos testes (WANG et al., 2002). Além disso, o teste com o dinamômetro

manual envolve toda a musculatura abdutora do quadril, sendo glúteo médio, glúteo

mínimo, tensor da fáscia lata, piriforme e sartório (NEUMANN, 2006), como foi

demonstrado por Widler et al., 2009 através de estudo eletromiográfico. Em

contrapartida, durante o teste clínico foi priorizado a avaliação do glúteo médio,

mantendo o MI testado em extensão de quadril. Portanto, o teste clínico

desenvolvido no presente estudo possui informações complementares às do teste

com o dinamômetro manual, sendo de grande importância a avaliação da função

muscular em todos os seus domínios.

O valgismo dinâmico é caraterizado por adução e rotação medial do quadril

(BALDON, 2010), por isso é importante a ação excêntrica do glúteo médio, como

rotador lateral (NEUMANN, 2006), para controlar este movimento. Esta alteração

pode ser provocada pelo desequilíbrio entre o glúteo médio e os outros abdutores do

quadril, como o tensor da fáscia lata, que apresenta como ação a rotação medial

(NEUMANN, 2006). Neste sentido, o teste clínico desenvolvido por este estudo é

uma ferramenta útil para avaliar de forma isolada a função muscular do glúteo

médio. Sendo assim, a identificação de alterações da função muscular do glúteo

médio pode contribuir para guiar a tomada de decisão na indicação do

fortalecimento do glúteo médio, visando reduzir os fatores de risco e auxiliar no

tratamento das disfunções de joelho.

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5 CONCLUSÃO

A partir do presente estudo, demonstrou-se que o teste clínico de função dos

abdutores do quadril proposto possui associação com o teste de força isométrica de

abdutores do quadril, utilizando o dinamômetro manual. Entretanto a correlação

entre ambos os testes foi de magnitude fraca, não sendo possível realizar a

validação concorrente entre os dois testes. Apesar desta fraca associação, é

importante avaliar e incluir a resistência muscular na avaliação fisioterapêutica,

assim como no treinamento, associada ao treino de força muscular, devido à sua

relevância clínica na prevenção de lesões. Neste sentido, o teste clínico

desenvolvido neste estudo é uma ferramenta útil e sem custo que pode ser incluído

na avaliação e reavaliação muscular do glúteo médio, permitindo assim, o

acompanhamento mais efetivo do tratamento e das intervenções preventivas

realizadas por fisioterapeutas.

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ANEXO 1 – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA DA UFMG

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ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Terminologia obrigatória em atendimento a resolução 196/96 - CNS-MS)

Pesquisadora: Natalia Franco Netto Bittencourt Orientador: Prof.Dr. Sérgio Teixeira da Fonseca

Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado “AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS EM ATLETAS”, da aluna Natalia Franco Netto Bittencourt, para a tese de Doutorado do programa de pós- graduação em Ciências da Reabilitação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sob orientação do Prof. Dr. Sérgio Teixeira da Fonseca. É necessário que você leia atentamente este termo antes de autorizar sua participação nesse estudo. Caso concorde em participar da pesquisa, a coleta dos dados será realizada no Laboratório de Prevenção e Reabilitação de Lesões Esportivas (LAPREV) do CENESP localizado na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG ou no centro de treinamento da equipe esportiva. Você será medido(a), pesado(a), e realizará os testes do agachamento, alinhamento do pé, flexibilidade dos músculos da perna e força do músculos do quadril e joelho. Teste do agachamento e ponte: serão fixados no seu corpo 8 marcadores reflexivos, utilizando micropore. Após a marcação você irá realizar 3 agachamentos com cada perna. Em seguida você realizara o teste da ponte. Deitado de barriga para cima, você irá elevar o quadril e depois esticar um dos joelho. Esses movimentos serão filmados para análise posterior com um software. Devido ao posicionamento da câmera seu rosto não será filmado, permitindo a identificação apenas por número. Teste da força dos músculos do quadril: deitado de barriga para baixo sobre uma maca, você irá fazer força no sentido de rodar externamente seu quadril por 5 segundos com intervalo de 15 segundos entre três contrações ou até sentir desconforto e quiser interromper o teste. Avaliação do alinhamento do pé: deitado de barriga para baixo sobre uma maca, com os pés posicionados para fora dela, você irá sustentar seu tornozelo até 90º de flexão para o pesquisador fazer três fotografias do alinhamento do seu pé. O procedimento será repetido com o outro pé. As fotos serão analisadas posteriormente com o software Simi Motion. Flexibilidade dos músculos isquissurais e retofemoral: você será posicionado de barriga para cima, irá relaxar a perna para o examinador medir com um dispositivo o ângulo do joelho. Em seguida, você deverá deitar no extremo da maca e abraçar uma perna, para então o examinar mensurar o ângulo do joelho da outra perna.

Os riscos são mínimos. Você pode apenas sentir cansaço ou dores fatigantes nas pernas e ombros durante o teste de força muscular e agachamento. Não serão utilizados materiais pérfuro-cortantes como seringas ou agulhas. Os resultados desse estudo poderão contribuir na prática clínica de fisioterapeutas, possibilitando aos profissionais a comparação de medidas, podendo avaliar e monitorar progressos de tratamentos.

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Sua participação é voluntária e não lhe trará nenhum gasto financeiro, nem lhe será paga nenhuma remuneração. Você poderá interromper a sua participação a qualquer momento, durante a coleta de dados, sem qualquer penalização ou prejuízo. Sua identidade não será revelada em momento algum. Somente as pesquisadoras e o orientador envolvido terão acesso a seus dados, que serão apenas para fins de pesquisa. Declaro que li e entendi as informações contidas acima e que todas as dúvidas foram esclarecidas. Este formulário está sendo assinado voluntariamente por mim, indicando meu consentimento em participar do estudo.

Belo Horizonte, _______de __________________de 20____. ___________________________ _________________________ Assinatura do voluntário Assinatura do pesquisador Pesquisadores responsáveis: Natalia F.N.Bittencourt Tel: 87882630 [email protected] Luciana De Michelis Tel: 3309-2330 [email protected] Sérgio Teixeira da Fonseca Tel: 3409- 4782 [email protected] Av. Antônio Carlos, 6627 - EEFFTO/UFMG Belo Horizonte/ MG - CEP 31270-901

Comitê de Ética em Pesquisa Av. Antônio Carlos, 6627 - Campus Pampulha

Unidade Administrativa II – 2º andar – sala: 2005 Belo Horizonte – CEP: 31270-901

Tel: COEP (31) 3409- 4592