AMATA Plano de Manejo Sustentavel PMFS Da Flona Jamari UMFIII

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PLANO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTVELCATEGORIA DE PMFS: PLENO

AMATA S.A. Rua Funchal, 263 17 andar sala 172 Vila Olmpia So Paulo SP CEP 04551-060 Fone: (11) 3054-3557 / Fax: (11) 3054-3550 www.amatabrasil.com.br

SumrioApresentao ............................................................................................ 8 Contexto .................................................................................................. 9 O Brasil Florestal ....................................................................................... 12 O Negcio da AMATA ................................................................................... 13 O princpio do continuum florestal .................................................................. 16 Gesto Operacional .................................................................................... 18 1 Informaes Gerais ............................................................................... 22 1.1 1.2 1.3 2 Responsveis ................................................................................. 22 Objetivos do Plano de Manejo ............................................................. 23 Justificativa Tcnica e Econmica ........................................................ 25

INFORMAES SOBRE A PROPRIEDADE ......................................................... 26 2.1 Localizao Geogrfica e Acesso .......................................................... 26 Flona Jamari ............................................................................ 26 UMF-III ................................................................................... 28

2.1.1 2.1.2 3

DESCRIO DO AMBIENTE ........................................................................ 30 3.1 Meio fsico .................................................................................... 30 Clima ..................................................................................... 30 Geomorfologia .......................................................................... 31 Geologia ................................................................................. 33 Relevo ................................................................................... 35 Solos ..................................................................................... 36 Hidrologia ............................................................................... 39

3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6 3.2

Meio biolgico................................................................................ 40 Vegetao ............................................................................... 40 Vida Selvagem .......................................................................... 42

3.2.1 3.2.2 3.3

Meio Socioeconmico ....................................................................... 50 Contexto Local ......................................................................... 50 A AMATA no Contexto Socioeconmico Local ...................................... 55 Influncia do PMFS no Contexto Local .............................................. 62

3.3.1 3.3.2 3.3.3 3.4 4 5

Uso Atual da Terra .......................................................................... 63

Macrozoneamento da propriedade ............................................................. 64 Descrio dos recursos florestais inventrio florestal amostral .......................... 71

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5.1 5.2

Metodologia .................................................................................. 71 Resultados .................................................................................... 72 Composio florstica .................................................................. 72 Estrutura e Densidade ................................................................. 76 Capacidade Produtiva ................................................................. 77

5.2.1 5.2.2 5.2.3 6

Informaes sobre o Manejo Florestal ......................................................... 87 6.1 6.2 6.3 Sistema Silvicultural ........................................................................ 88 Espcies florestais a manejar e a proteger .............................................. 91 Regulao da Produo ..................................................................... 94 Intensidade de Corte .................................................................. 94 Produtividade da Floresta ............................................................ 95 Ciclo de Corte Inicial .................................................................. 97 Diviso Inicial da UMF em UPAs ...................................................... 97 Estimativa de Produo Anual........................................................ 97 Regulao da Produo ............................................................... 98 Industrializao da madeira .......................................................... 99

6.3.1 6.3.2 6.3.3 6.3.4 6.3.5 6.3.6 6.3.7 6.4

Descrio das Atividades Pr-colheita em Cada UPA ................................. 102 Procedimentos Operacionais ....................................................... 102 Seleo das rvores para corte e remanescentes ............................... 107

6.4.1 6.4.2 7

Informaes Complementares ................................................................ 111 7.1 Relaes dendromtricas utilizadas .................................................... 111 Ajuste de equaes volumtricas .................................................. 111

7.1.1 7.2 7.3 7.4 7.5 7.6

Dimensionamento das equipes .......................................................... 115 Dimensionamento das mquinas e equipamentos .................................... 118 Investimentos financeiros e custos do Manejo Florestal ............................. 119 Identificao e Avaliao dos impactos ambientais .................................. 120 Diretrizes para reduo de impactos na floresta ..................................... 123 Vegetao ............................................................................. 123 Solos ................................................................................... 124 Recursos hdricos ..................................................................... 125 Fauna .................................................................................. 126 Sociais ................................................................................. 127

7.6.1 7.6.2 7.6.3 7.6.4 7.6.5 7.7

Medidas de proteo da floresta ........................................................ 128

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7.7.1 7.7.2 7.7.3 7.7.4 7.7.5 7.7.6 7.8 7.9 7.10 7.11 7.12 8 9

Monitoramento e manuteno das UPAs em Pousio ............................. 128 Proteo contra invases ........................................................... 128 Proteo das reas de Preservao Permanentes ............................... 129 Proteo da rea de Reserva Absoluta............................................ 130 Preveno e combate a incndios ................................................. 130 Sensoriamento remoto .............................................................. 130

Acampamentos e infraestruturas........................................................ 131 Produtos florestais no-madeireiros .................................................... 131 Certificao ................................................................................ 132 Parcerias Tecnolgicas ................................................................... 135 P&D .......................................................................................... 136

Bibliografia ...................................................................................... 138 ANEXOS ........................................................................................... 142

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Lista de FigurasFigura 1: Croqui de acesso a Flona Jamari ......................................................... 28 Figura 2: Croqui de acesso a UMF-III a partir da BR-364 e as estradas de terra abertas no interior desta unidade ................................................................................. 29 Figura 3: Precipitao do municpio de Rio Crespo RO. Dados coletados entre 1997 e 2008. Fonte: Agencia Nacional das guas. ................................................................. 31 Figura 4: Mapa Geomorfolgico da regio da UMF III, na FLONA Jamari (Fonte: MMA/IBAMA, 2005). .................................................................................................... 33 Figura 5: Mapa Geolgico da regio da UMF III, na FLONA Jamari (Fonte: MMA/IBAMA, 2005). .................................................................................................... 35 Figura 6: Mapa do relevo da FLONA Jamari (Fonte: IMAZON/SFB, 2007, citado por SFB, 2007) ..................................................................................................... 36 Figura 7: Mapa de solos da regio da FLONA Jamari (Fonte: MMA/IBAMA, 2005). ........... 37 Figura 8: Bacias hidrogrficas da FLONA Jamari. (Fonte: MMA/IBAMA, 2005). ............... 40 Figura 9: Tipologia Florestal da FLONA Jamari. (Fonte: IBGE, 2006). .......................... 41 Figura 10: Mutum-cavalo (Mitu tuberosa). ......................................................... 44 Figura 11: Comrcio de Tucunars nas margens da BR-364. ..................................... 45 Figura 12: Lago gerado pela lavra de minerao. ................................................. 47 Figura 13: rea de represamento de gua, utilizada para lavagem de cassiterita. .......... 48 Figura 14: Imagem SRTM da UMF III. ................................................................ 64 Figura 15: Hidrografia modelada da UMF III. ....................................................... 65 Figura 16: Hidrografia modelada sobreposta hidrografia SFB. ................................ 66 Figura 17: Modelo Numrico de Terreno da UMF III. .............................................. 66 Figura 18: Diviso em UPAs da UMF III. ............................................................. 67 Figura 19: reas de Preservao Permanente da UMF III. ........................................ 68 Figura 20: Alocao de estradas existentes, estradas principais e secundrias planejadas e guarita. .................................................................................................. 69 Figura 21: Densidade por classe diamtrica para todas as espcies e espcies comerciais. 77 Figura 22: Distribuio do volume por classe diamtrica. ....................................... 78 Figura 23: Conceito de sistema silvicultural dentro de um PMFS. .............................. 89 Figura 24: Densidade da floresta antes e estimada aps a colheita. ........................... 96 Figura 25: Fluxo de massa anual estimado da unidade industrial. ............................ 100 Figura 26: Mquinas e processos na industrializao da madeira. ............................ 102 Figura 27: Esquema de cubagem das toras pelos mtodos de Smalian, Huber, Newton e Hohenadl. (Adaptado de Machado e Figueiredo Filho, 2003). ................................. 112 Figura 28: Esquema de coleta de dados de rvores abatidas para estimar o volume real das toras (Fonte: Silva et al. (S/D). .................................................................... 113

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Lista de TabelasTabela 1: Relao de coordenadas UTM Datum SAD 69 e coordenadas geogrficas Datum WGS84 dos pontos de referncia do croqui de acesso ............................................ 29 Tabela 2: Correlao entre a Classificao de Solos apresentada pelo Mapa de Solos (Figura 07) e o Sistema de Classificao de Solos da Embrapa (2006). .................................. 37 Tabela 3: Lista das Espcies de Mamferos Registrados no levantamento da AER da Floresta Nacional do Jamari..................................................................................... 43 Tabela 4: ndices de Desenvolvimento Humano (IDH-M) e Produto Interno Bruto (PIB). .... 51 Tabela 5: Macrozoneamento da UMF-III da FLONA Jamari. ...................................... 68 Tabela 6: Lista de espcies florestais encontradas no inventrio florestal de 1983. ........ 73 Tabela 7: Numero de rvores por classe diamtrica, para todas as espcies e espcies comerciais, conforme inventrio diagnstico amostral da Floresta Nacional do Jamari. ... 76 Tabela 8: Volume das rvores por classe diamtrica (m/ha), para todas as espcies e espcies comerciais, conforme inventrio diagnstico amostral da Floresta Nacional do Jamari. .................................................................................................. 78 Tabela 9: Volume mdio (m) por rvore........................................................... 79 Tabela 10: Volume e n rvores por classe diamtrica das espcies encontradas pelo inventrio diagnstico amostral da Floresta Nacional do Jamari. .............................. 79 Tabela 11: Seqncia cronolgica das principais operaes do sistema silvicultural. ....... 90 Tabela 12: Lista de espcies comerciais. ........................................................... 93 Tabela 13: Comparao de volume das espcies comerciais, antes e aps a colheita....... 95 Tabela 14: Estimativa do numero de rvores a serem colhidas e remanescentes por hectare. ................................................................................................. 96 Tabela 15: Estimativas para a produo anual de toras. ......................................... 98 Tabela 16: PMVA ..................................................................................... 100 Tabela 17: Modelos de simples entrada a serem testados para ajuste da equao de volume .......................................................................................................... 115 Tabela 18: Dimensionamento da equipes nas diversas atividades do Manejo Florestal. ... 117 Tabela 19: Mquinas e equipamentos que sero utilizados nas atividades de manejo florestal................................................................................................ 119 Tabela 20: Investimentos Financeiros e Custo do Manejo Florestal (US$) ................... 120 Tabela 21: Impactos Ambientais Potenciais no Meio Fsico .................................... 121 Tabela 22: Impactos Ambientais Potenciais no Meio Biolgico ................................ 122 Tabela 23: Impactos Ambientais Potenciais no Meio Socioeconmico ........................ 123

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Lista de SiglasAPA: rea de Preservao Absoluta APP: rea de Preservao Permanente DAP: Dimetro altura do Peito EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EPI: Equipamento de Proteo Individual FLONA: Floresta Nacional FSC: Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade IDH: ndice de Desenvolvimento Humano INPA: Instituto Nacional de Pesquisa da Amaznia MMA: Ministrio do Meio Ambiente PMFS: Plano de Manejo Florestal Sustentvel PNUD: Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento PO: Procedimento Operacional POA: Plano Operacional Anual SFB: Servio Florestal Brasileiro SGO: Sistema de Gesto Operacional SIG: Sistema de Informaes Geogrficas UMF: Unidade de Manejo Florestal UPA: Unidade de Produo Anual UT: Unidade de Trabalho

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APRESENTAOA AMATA uma empresa florestal brasileira, criada formalmente no final de 2005. Apesar da juventude empresarial, nossa intensa histria tem incio com o pioneirismo de Etel Carmona, que, h 20 anos, percebeu e concretizou o valor das madeiras nativas em mveis e objetos com design brasileiro exclusivo. Suas peas podem ser encontradas nas principais capitais do mundo, comercializadas atravs de uma consistente rede de distribuio. Trata-se da mxima agregao de valor que um produto madeireiro pode ter em nosso planeta. Por outros caminhos, Roberto Silva Waack lanou e geriu por 5 anos, o que foi at 2008 o maior projeto de manejo florestal tropical certificado do mundo, integrado a uma das maiores plantaes de eucalipto do pas. Um exemplo de consolidao, em grande escala, da economia da floresta nativa, transformando a floresta em risco em um empreendimento industrial com amplo reconhecimento social e ambiental. Roberto Silva Waack, por conta deste empreendimento, foi eleito membro do Board Internacional do Forest Stewardship Council - FSC. O amlgama entre o mximo da adio de valor em produtos florestais com a produo em grande escala, foi aportado por Dario Guarita Neto, que, egresso do mundo de administrao de portflios, visualizou grande oportunidade de investimento numa classe de ativo alternativa, porm segura e dinmica, num setor onde o Brasil oferece claramente um alto diferencial competitivo frente ao resto do mundo. Estruturou-se assim o modelo de negcios que nos aproxima neste momento. Etel, Roberto e Dario so os trs scios fundadores da AMATA, um empreendimento florestal criado com o maior cuidado profissional, fundamentado nas melhores informaes sobre florestas disponveis no Brasil e no mundo. Uma aliana com profundas razes na crena de que possvel gerir florestas naturais e plantadas com tecnologias que garantam uma explorao econmica, social e ambientalmente consistente.

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CONTEXTOUm dos principais temas discutidos nos dias atuais tm sido a questo do aquecimento global e os danos ambientais causados pela atividade humana. Embora ainda existam algumas controvrsias, em poucas ocasies o planeta experimentou tanta convergncia. A sociedade civil, representada pelas Organizaes No Governamentais, tem conseguido grande repercusso em suas aes para a preservao de florestas. A academia, quase que unanimemente, tem alertado os agentes polticos e econmicos para a necessidade de mudanas em seus padres de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o forte crescimento das economias da sia, especialmente China e ndia, tem resultado no aumento da demanda por gros, protena animal e fibras para a produo de papel e tecidos. Nos pases desenvolvidos, cresce a demanda por combustveis renovveis. Nas economias menos favorecidas, a presso populacional para ocupao de novas fronteiras muito grande. Essas tendncias tm resultado na crescente converso de florestas para terras voltadas para agropecuria.

O resultado dessas duas presses, pela conservao de florestas e pela sua converso, tem-se traduzido em tenses, conflitos e na busca por modelos inovadores de uso dos recursos naturais. As principais iniciativas para estabelecer-se um uso mais racional da terra envolvem zoneamentos econmico-ecolgicos, a delimitao de reas de preservao permanente e

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a criao de reservas legais. reconhecida a necessidade da criao de alternativas para a insero das populaes que vivem no entorno das florestas em atividades econmicas que contemplem, ao mesmo tempo, a preservao do meio ambiente. As florestas, bens cada vez mais escassos, passam a ter seu valor reconhecido. A busca por inovaes em produtos, processos e servios que contribuam para a gerao deste valor e garantam a sobrevivncia das reas de alto valor de conservao, tem sido reforada pela organizao de sistemas alternativos de governana e certificaes de boas prticas de gesto agroindustrial e florestal. Por fim, o desenvolvimento de tecnologias para plantaes de florestas tem garantido uma fonte alternativa de madeira, contribuindo fortemente para a reduo do desflorestamento.

Como o mundo e a AMATA lidam com este contexto

A AMATA se insere neste contexto atravs de atividades geradoras de valor nas florestas nativas, sempre contemplando a incluso das populaes do entorno. Ao mesmo tempo, atravs de plantaes, complementa o grande volume de madeira demandado por vrias atividades industriais. A AMATA oferece tambm uma alternativa de integrao das atividades

agropecurias com as florestais, atuando nas reas de reservas legais, transformando-as em ativos positivos. Atualmente no h incentivo econmico algum para a manuteno e

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preservao

das

reservas

legais

em

grandes

propriedades

agropecurias.

Conseqentemente, estas so percebidas apenas como geradoras de despesas. Um dos elementos centrais da estratgia da AMATA a certificao FSC (Forest Stewardship Council) como requisito mnimo para suas atividades, sempre dentro do conceito dos 3 Ps (people, profit and planet).

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O BRASIL FLORESTALNa atividade florestal, poucos pases so to competitivos quanto o Brasil. O faturamento de produtos derivados de florestas atingiu, em 2006, quase 30 bilhes de dlares1. O pas detm a maior massa de florestas tropicais nativas do planeta, com mais de 470 milhes de hectares. Deste total, por volta de 50% so florestas protegidas por medidas governamentais federais ou estaduais. Apesar deste potencial imenso, a atividade florestal no predatria ocupa um volume nfimo. Menos de 1% da floresta nativa tem uso considerado sustentvel, atravs da aplicao de tcnicas de manejo. Apesar de o Brasil ser um dos grandes produtores de madeira de lei, apenas cerca de 2% da produo de toras so certificados. Em plantaes, o pas detm quase 6 milhes de hectares de florestas, com as melhores taxas de crescimento (IMA2) do planeta. Quase metade deste volume certificado.

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O NEGCIO DA AMATAO negcio da AMATA madeira certificada. A origem deste produto pode ser de florestas plantadas ou nativas. Os mercados para os quais a AMATA suprir seus produtos so os de madeira slida (mveis, pisos, construo civil), fibras (celulose e papel) e energia (biomassa, gusa e, no futuro, lcool celulsico). A AMATA tambm considera as possibilidades de negcios com produtos no madeireiros e servios ambientais, consolidando o conceito de uso mltiplo das florestas. Esses produtos podem ser destinados s indstrias de cosmticos, alimentos, farmacutica e ao mercado de comdites climticas. Para a execuo do Plano de Negcios da empresa, esses produtos foram considerados apenas como upsides.

A madeira certificada tem um amplo espectro de adio de valor, podendo ser vendida como toras, madeira serrada bruta, aplainada, seca ou industrializada sob a forma de pisos, molduras, mveis ou acessrios. Como produto final ou subproduto da explorao florestal ou das serrarias, a madeira certificada tem tambm ampla aplicao na gerao de fontes renovveis de energia. Esta gama de usos e aplicaes permite madeira certificada ter valores de mercado que variam de US$ 25 a US$ 25 mil por metro cbico. Como mencionado, em adio madeira, florestas oferecem produtos no madeireiros, como plantas, frutos, sementes, fibras e razes voltados para a produo de extratos, leos e corantes com as mais diversas aplicaes e possibilidades de adio de

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valor. Ainda, florestas garantem os chamados servios ambientais, tais como reduo das concentraes de carbono na atmosfera, clima, conservao de reservas de gua, manuteno da biodiversidade e entre outras. Esses produtos florestais tm sido alvo de crescente interesse econmico, sendo objeto de intensa atividade inovadora. O esquema abaixo mostra a forma como a AMATA aborda sua relao com a floresta. A partir da base florestal, vrias alternativas de adio de valor so contempladas. Muitas delas sero desenvolvidas com parceiros empresariais especializados em mercados como o farmacutico, de cosmticos ou a indstria de alimentos. O conceito de cluster empresarial fundamental para a gerao de valor florestal.

O esquema mostra tambm um dos principais eixos estratgicos da AMATA, a insero social, realizada pelo desenvolvimento de produtos nas reas do entorno das florestas, onde vivem populaes tradicionais e de imigrantes. Para a AMATA, esta populao da maior importncia tecnolgica, cultural e econmica. O desenvolvimento da economia da floresta tropical depende de inovao em produtos madeireiros, no madeireiros e servios ambientais. A relao com essas populaes tem grande potencial na transformao de conhecimentos tradicionais em cincia e tecnologia. Por outro lado, a AMATA reconhece a necessidade do desenvolvimento de novas formas de governana relacionadas s organizaes sociais dessas populaes. A floresta amaznica habitada por mais de 20 milhes de pessoas. O desenvolvimento de uma economia florestal saudvel do ponto de vista social e ambientalPMFS Plano de Manejo Florestal Sustentvel Flona Jamari UMF III

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depende da insero dessas pessoas nas cadeias de valor dos produtos gerados pelas empresas atuantes nestas regies. O impacto social demandado em grande escala depende de novas arquiteturas contratuais entre empresas e as populaes habitantes das florestas e de seu entorno. Novos modelos de financiamento sero necessrios para que as j tradicionais iniciativas para capacitao dessas pessoas em produo, marketing e qualidade sejam bem sucedidas. Sem a verdadeira insero dessas populaes na economia da floresta nativa, sua preservao estar ameaada. Elas representam o maior risco para a converso florestal em reas agropastoris, mas ao mesmo tempo, so a maior garantia de que as florestas sero vigiadas e conservadas, se destas vier seu sustento.

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O PRINCPIO DO CONTINUUM FLORESTALNo entender da AMATA, inspirados pelo relatrio final da Reviso de Plantaes do FSC, no h que se estabelecerem linhas divisrias entre os diferentes tipos de florestas. Em um extremo, esto as florestas permanentemente preservadas, como as reservas naturais pblicas, os parques ecolgicos, educativos e tursticos. No outro extremo, esto as plantaes homogneas em grande escala, de ciclo curto, tais como os eucaliptais e pinhais. So os chamados manejos de alto impacto. Entre estes extremos, os manejos de impacto reduzido, como as plantaes de rvores nativas, os manejos seminaturais em florestas temperadas, os seringais e castanhais, as florestas extrativistas e as reas de manejo florestal sustentvel. Quanto mais prximos das reas de preservao permanente, maiores so os valores de conservao. Quanto mais prximos das reas de alto impacto humano, maiores as necessidades de se estabelecer uma estratgia de gesto ambiental mais cautelosa. Apesar de no ser possvel estabelecerem-se linhas divisrias entre os tipos de florestas, cada grupo tem um conjunto de produtos e servios potencialmente mais explorados. Em reas de preservao permanente, obtm-se fundamentalmente servios ambientais. Nas reas de manejo de baixo impacto, alm, desses servios possvel realizar exploraes madeireiras e no madeireiras. E dos manejos florestais sustentveis que se originam as madeiras nobres usadas para mveis, pisos e construo. Os manejos de alto impacto, ou mais especificamente as plantaes, so voltadas prioritariamente para a obteno de madeira para painis reconstrudos (por exemplo, MDF), fibras e energia. Entretanto, cada vez mais, as plantaes so tambm desenvolvidas para a obteno de madeiras nobres, como a Teca (Tectona grandis), sendo neste caso dirigidas s mesmas aplicaes que os manejos sustentveis de bosques nativos.

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J que existem reas consideradas no utilizveis para o manejo florestal devido a efeitos naturais, operacionais ou requisitos legais, necessrio que essas reas sejam visualizadas e uma categoria separada, visto que esse conceito relevante para a descrio da estratgia de manejo. importante lembrar que as reas inclusas nessa categoria so consideradas reas de alto valor de conservao.

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GESTO OPERACIONALNo fluxograma abaixo, pode-se observar as principais fases do negcio envolvendo o PMFS Projeto de Manejo Florestal sustentvel e a industrializao e agregao de valor madeira. A primeira fase o Planejamento onde so executadas atividades tcnicas para a preparao da documentao especfica que do o embasamento tcnico ao projeto. Dentre as atividades e documentos destacam-se o inventrio florestal diagnstico, a diviso das UPAs, geoprocessamento, etc. Em seguida, preparado o Plano de Treinamento Operacional a todos os colaboradores (gestores e operacionais) da equipe prpria e de terceiros com base nos procedimentos operacionais padres das atividades de inventrio, colheita, transporte, tratos silviculturais, monitoramento, etc. Nas apresentaes so bastante detalhadas as normas e orientaes sobre segurana do trabalhador e meio ambiente. Em seguida, o fluxograma mostra as preocupaes sobre a industrializao da madeira, envolvendo o planejamento operacional, controles de produo e estoques e todas as informaes discutidas nas diferentes fases do processo produtivo.

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Na quarta fase, destacam-se as atividades de monitoramento envolvendo os diferentes indicadores nas fases florestal, industrial e comercial para que, sistematicamente, os dados possam ser analisados e, nas situaes especficas, possam ser implantadas melhorias contnuas ao processo. Finalizando, ocorre o Planejamento das novas UPAs Unidades de Produo Anual, sendo necessrio nessa fase realizar o inventrio 100% (censo), geoprocessamento da rea e o PMFS da UPA. Visando assegurar o cumprimento dos programas operacionais que atendam aos padres estabelecidos dentro do contexto dos 3Ps, a AMATA possui equipes multidisciplinares e programas especficos para o planejamento e controles operacionais, silvicultura (formao florestal), colheita e transporte florestal e P&D. Planejamento e capacitao so as principais chaves para o sucesso do manejo florestal. O constante aprimoramento das tcnicas utilizadas, bem como o aperfeioamento dos funcionrios e gestores, conduz a excelncia na realizao do objetivo central das operaes, o manejo sustentvel. Outro compromisso na atividade realizada pela AMATA, que vai alm da responsabilidade tcnica por toda operao, a priorizao de algumas funes executadas exclusivamente por tcnicos e gestores da AMATA. Caso haja terceirizao de atividades operacionais, estas sero realizadas com base em contratos estabelecidos de acordo com os preceitos outrora estabelecidos no escopo da gesto social e operacional da empresa. Dentro dessas exigncias feitas aos terceiros salientamos: Possuir reconhecida experincia tcnica nas reas em que atuam. Ter potencial financeiro para aquisio e renovao de mquinas e equipamentos. Estar rigorosamente em dia com o pagamento de impostos, taxas e tributos nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Possuir estrutura de pessoal para a atualizao tecnolgica no processo operacional. Ter conhecimento e domnio sobre as melhores prticas adotadas pelos princpios do FSC Forest Stewardship Council. Se possvel, atuar nas regies operacionais da AMATA h mais de trs anos.

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A AMATA compromete-se com prticas de segurana e qualidade de vida visando evitar e mitigar os possveis impactos negativos que possam ser causadas s comunidades pelas operaes sendo desenvolvidas. No obstante, o relacionamento com as comunidades do entorno deve contemplar a utilizao das reas da empresa para a coleta de produtos no-madeireiros, que por sua vez geram uma srie de condutas internas que permitam e favoream a atividade. Outras formas de incentivo s comunidades so estabelecidas caso a caso para que haja insero destas no mercado de produtos com maior valor agregado. Dessa forma, mantm-se e garante a continuidade de padres culturais das populaes tradicionais.

A industrializao parte fundamental da eficincia econmica do manejo florestal, pois o nvel de beneficiamento da madeira que gera valor floresta em p. Toda a atividade volta-se para as necessidades dessa fase do processo. A diversidade de produtos para atender os mais diferentes mercados faz cumprir-se uma srie de especificidades deste o processamento at a estocagem dos fardos de madeira serrada. Na fase de industrializao, executa-se o planejamento anual de safra em funo da disponibilidade de espcies na floresta ao longo do ano e da demanda do mercado. Alm

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disso, realiza-se o PCP Planejamento e controle da produo mensal da serraria levando em considerao as espcies estocadas, a demanda dos clientes, o rendimento da serraria, os produtos a serem produzidos e os custos de produo.

Para controle de tantas variveis e especificidades nos produtos e ao mesmo tempo permitir uma gesto comercial eficiente, sistemas informatizados de gesto so utilizados. Trata-se de um banco de dados florestal ligado ao ERP - Enterprise Resource Planning da empresa e ao sistema GIS Geoprocessing Information System. Estes permitem, alm da rastreabilidade do produto, a perfeita coordenao do fluxo floresta indstria comercializao. Neste mbito, a AMATA adquiriu junto s empresas com a melhor tecnologia desenvolvida no mercado, sistemas de gesto especficos para empresas florestais.

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1 INFORMAES GERAIS1) Categoria do PMFS: Pleno 2) Titularidade da Floresta: Floresta Pblica. Contrato de Gesto n 01, de 2007. 3) Quanto ao detentor: PMFS em floresta pblica, executado pelo concessionrio em contrato de concesso nos termos do Captulo IV da Lei 11.284 de 2 de maro de 2006. 4) Quanto ao ambiente predominante: Em floresta de terra firme 5) Quanto ao estado natural da floresta manejada: Em floresta primria

1.1 RESPONSVEIS1) Proponente/Detentor AMATA S.A. Rua Funchal, 263 17 Andar Sala 172 Vila Olmpia So Paulo SP CEP: 04551-060 Fone: (11) 3054-3557 / Fax: (11) 3054-3550 Endereo eletrnico: [email protected] Registro no IBAMA: CTF 2336706 Stio internet: www.amatabrasil.com.br 2) Responsvel Tcnico pela elaborao: Marcio Jos Lovatti Av. Capito Silvio, n 5.500 Condomnio Residencial Villa Lobos, Apto 11, Bloco B Ariquemes - RO CEP: 78.933-000 (11) 3054-3557 / (69) 9233-2946 Endereo eletrnico: [email protected] CREA SP n 5062634652 CTF IBAMA: 4206584 ART n 8207079781 Validade: Ciclo de corte 3) Responsvel Tcnico pelo inventrio:

IBDF. Inventrio Florestal da Floresta Nacional a ser Criada no Estado deRondnia. Relatrio final. Braslia, 1983.

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4) Responsvel Tcnico pela execuo: Marcio Jos Lovatti Av. Capito Silvio, n 5.500 Condomnio Residencial Villa Lobos, Apto 11, Bloco B Ariquemes - RO CEP: 78.933-000 (11) 3054-3557 / (69) 9233-2946 Endereo eletrnico: [email protected] CREA SP n 5062634652 CTF IBAMA: 4206584 ART n 8207079781 Validade: Ciclo de corte 5) Representante Legal: Roberto Silva Waack Alameda Macuco, 252 Morada dos Pssaros Aldeia da Serra - Barueri - SP - CEP: 06428-140 (11) 3054-3557 / 4192-3864 Endereo eletrnico: [email protected]

1.2 OBJETIVOS DO PLANO DE MANEJOObjetivo GeralO Plano de Manejo Florestal Sustentvel (PMFS) objetiva a extrao dos recursos florestais da Unidade de Manejo Florestal III (UMF III) da Floresta Nacional do Jamari, visando garantia de abastecimento das unidades de beneficiamento e agregao de valor da empresa, utilizando-se sistemas de planejamento, colheita e silvicultura que maximizem a eficincia econmica, com responsabilidade socioambiental e adequao aos mecanismos de regulao da floresta.

Objetivos Especficos Maximizar a produo de toras para serraria, garantindo a perpetuidade da produo florestal ao longo dos ciclos de corte, com a mxima eficcia e eficincia;

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Aproveitar a galhada gerada pelo abate das rvores selecionadas para corte; Aproveitar o resduo florestal oriundo da abertura de estradas e ptios; Desenvolver o manejo de produtos florestais no-madeireiros em escala industrial e/ou junto s comunidades; Efetuar uma operao de impacto reduzido visando garantir que os servios florestais (qualidade da gua, conservao de solo, conservao de fauna, manejo de paisagens) estejam assegurados; Realizar o monitoramento da dinmica de crescimento e da recuperao da floresta manejada atravs da instalao de parcelas permanentes; Implantar um programa de monitoramento e controle das atividades de manejo florestal, visando: a melhoria contnua da operao florestal, a minimizao dos impactos ambientais e sociais, a reduo dos custos operacionais e o fornecimento de subsdios para se efetuar as mudanas que se faam necessrias nas revises peridicas do PMFS; Atualizao peridica do PMFS e dos procedimentos operacionais de forma a incorporar os avanos tcnicos e tecnolgicos, os resultados do monitoramento e controle das atividades, mudanas na legislao, aprendizado com a experincia e os resultados das pesquisas realizadas pela empresa ou instituies parceiras. Buscar parcerias com as instituies de pesquisa nacionais e internacionais para desenvolvimento de pesquisas ligadas aos diferentes temas relacionados ao manejo florestal; Promover a certificao florestal da rea do manejo e cadeia de custdia, atravs dos princpios e critrios do manejo florestal de terra firme estabelecido pelo Conselho de Manejo Florestal FSC (Forest Stewardship Council).

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1.3 JUSTIFICATIVA TCNICA E ECONMICAO manejo florestal sustentvel apresenta-se como a principal alternativa de utilizao econmica do recurso florestal com a garantia de manuteno da floresta em p, por incorporar medidas preventivas e tcnicas operacionais que tornam esta atividade a menos danosa ao meio ambiente, mantendo a perspectiva de produo sustentvel. Adicionalmente incorporao ao processo produtivo de uma rea na qual no se desenvolve atividade econmica, o manejo florestal sustentvel proporciona a incluso social na cadeia de gerao de valor dos produtos florestais. As tcnicas de manejo apresentadas neste documento visam garantir a

sustentabilidade econmica, ecolgica e social da atividade proposta.

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2 INFORMAES SOBRE A PROPRIEDADEA propriedade onde ser implantado o PMFS a Floresta Nacional do Jamari (Flona Jamari), localizada no Estado de Rondnia. Esta unidade de conservao foi criada pelo Decreto n 90.224/84, com uma rea total de aproximadamente 220 mil hectares. O Plano de Manejo, elaborado em 2005, definiu o zoneamento ambiental dessa unidade, com base na paisagem existente, no grau de conservao e perturbao da rea e nas possibilidades e adequaes de uso. Dentre estas reas, cerca de 90 mil hectares foram destinados ao manejo florestal de uso sustentvel, a qual foi licitada, em trs lotes, atravs do Edital de Licitao para Concesso Florestal 01/2007. Como vencedora do maior lote de concesso, a Amata implantar o PMFS nesta unidade, denominado UMF-III.

2.1 LOCALIZAO GEOGRFICA E ACESSO2.1.1 Flona JamariA rea da Flona Jamari abrange os municpios de Candeias do Jamari, Itapu do Oeste e Cujubim no Estado de Rondnia. Possui rea de 225.799,75 ha, conforme Certido de Inteiro Teor expedida em 2 de julho de 1998, pelo Cartrio de Primeiro Ofcio de Registro de Imveis de Porto Velho. Coordenadas geogrficas: 090000 a 093000 S e 624405 a 631654 W (MMA/IBAMA, 2005).

Marcos importantes (limites)Ao Norte: Estao Ecolgica Estadual de Samuel, Imvel Manoa e municpios Candeias do Jamari e Itapu do Oeste; A Leste: Municpio de Cujubim; Ao Sul: Municpios de Cujubim e Itapu do Oeste; A Oeste: Municpios de Candeias do Jamari, Itapu do Oeste e a Estao Ecolgica estadual de Samuel.

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Distncia da sede aos centros urbanos mais prximosItapu do Oeste: 15 km; Ariquemes: 90 km; Candeias do Jamari: 100 km; Porto Velho: 120 km; Cujubim: 128 km.

AcessoO acesso sede da Flona se d apenas por via terrestre, e as estradas encontram-se em boas condies de uso, em sua maior parte. A partir de Porto Velho, o acesso feito pela BR-364, no sentido Sul, percorrendo-se um trecho de aproximadamente 110 km, passando-se pelos municpios de Candeias do Jamari e Itapu do Oeste, e a seguir, pegando-se a estrada RO-452, esquerda, percorrendo-se 13 km de estrada de terra. A partir de Cujubim at a sede da Flona, o acesso feito no sentido Oeste, tomandose a linha C-105 por aproximadamente, 78 km de estrada de terra, pegando a BR-364 no sentido Norte, por cerca de 40 km, e por fim, entrando-se direita, na RO- 452, por 13 km de estrada de terra. A Figura 1 mostra o croqui de acesso da Flona Jamari e da UMF-III.

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Figura 1: Croqui de acesso a Flona Jamari

2.1.2 UMF-IIIA Unidade de Manejo Florestal III (UMF-III) possui uma rea de 46.184,253 ha, e est localizada na parte sudoeste da Flona Jamari (Figura 1). Esta inserida, em sua maior parte, no municpio de Itapu do Oeste, com exceo de 9,95% de sua rea (4.403,9 ha), que pertence ao municpio de Cujubim. A UMF-III possui uma rede de estradas dentro da Flona, mas esto em pssimas condies de trfego. No entanto, est prxima a BR-364 no lado oeste, cerca de 4 km. A Figura 2 e Tabela 1 mostram o croqui de acesso a esta unidade, a partir da BR-364 e as estradas de terra localizadas no interior da rea. Partindo de Porto Velho, pela BR-364, sentido sul, percorre-se aproximadamente 140 km, at o km 573,5 desta rodovia, no Ponto P1 (Figura 2), cujas coordenadas UTM, com referncia ao Meridiano Central 63 WGr. e Datum SAD69, so 8.954.981,82N e 488.886,70E ou coordenadas geogrficas no Datum WGS 84, latitude 927'14,78"S e longitude 636'6,11"W. Neste ponto, converte-se para a esquerda, e percorre-se aproximadamente

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2,7 km de estrada de terra, at o ponto P2, denominado Portaria da Metalmig (Coordenadas UTM 8.956.133,96N e 490.979,88E ou coordenadas geogrficas no Datum WGS84, latitude 926'37,29"S e longitude 634'57,45"W). Deste ponto, percorre-se aproximadamente 3 km at o ponto P3, onde existe uma bifurcao na estrada vicinal (Coordenadas UTM 8.957.200,37N e 493.139,13E ou coordenadas geogrficas no Datum WGS84, latitude 926'2,58"S e longitude 633'46,64"W). Nesta bifurcao, converte-se esquerda, percorrendo mais 2,7 km at o ponto P4 (Coordenadas UTM 8.959.125,14N e 492.121,89E ou coordenadas geogrficas no Datum WGS84, latitude 924'59,90"S e longitude 634'19,98"W), onde ser instalada a portaria da AMATA.Figura 2: Croqui de acesso a UMF-III a partir da BR-364 e as estradas de terra abertas no interior desta unidade

Tabela 1: Relao de coordenadas UTM Datum SAD 69 e coordenadas geogrficas Datum WGS84 dos pontos de referncia do croqui de acessoPontos de referncia P1 P2 P3 P4 Coordenadas UTM X Y Coordenadas geogrficas Latitude Longitude 636'6,11"W 633'46,64"W

488.886,70E 8.954.981,82N 927'14,78"S 493.139,13E 8.957.200,37N 926'2,58"S

490.979,88E 8.956.133,96N 926'37,29"S 634'57,45"W 492.121,89E 8.959.125,14N 924'59,90"S 634'19,98"W

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3 DESCRIO DO AMBIENTE 3.1 MEIO FSICO3.1.1 ClimaNo estado de Rondnia, predomina o clima tropical mido e quente durante todo o ano, com insignificante amplitude trmica anual. Segundo a classificao de Kppen, esta rea possui um clima do tipo Aw (Clima Tropical Chuvoso), com perodo seco bem definido durante os meses de junho a agosto, quando ocorre na regio um moderado dficit hdrico. Regionalmente, denominado inverno o perodo chuvoso correspondente ao primeiro semestre, e vero o perodo de menor ndice pluviomtrico e maiores temperaturas, no segundo semestre do ano. Segundo dados da ANA (Agncia Nacional das guas), a mdia anual da precipitao pluvial, na regio onde a Floresta Nacional est inserida, varia entre 1.800 e 2.200 mm/ano, onde mais de 90% desta ocorre na estao chuvosa. A mdia anual da temperatura do ar fica entre 24 e 26C. A Figura 3 mostra um grfico com a precipitao do municpio de Rio Crespo-RO. Os dados foram coletados entre 1997 e 2008 em uma estao pluviomtrica, localizada a aproximadamente 30 km da Flona Jamari.

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Figura 3: Precipitao do municpio de Rio Crespo RO. Dados coletados entre 1997 e 2008. Fonte: Agencia Nacional das guas.

Observando a Figura 3, percebe-se que no vero, de outubro a abril, ocorre o perodo mais chuvoso, onde se observa uma grande atividade convectiva causada por uma maior incidncia de radiao solar durante o ano. O perodo mais seco ocorre entre junho e agosto, sendo maio e setembro, meses de transio.

3.1.2 GeomorfologiaSegundo MMA/IBAMA (2005), a anlise regional das formas de relevo distribudas no Estado de Rondnia indica a existncia de cinco grandes ambientes geomorfolgicos: reas de domnio de superfcies regionais de aplainamento divididas em Nveis I, II e III; serras constitudas por rochas sedimentares antigas na forma de superfcies tabulares; reas de denudao em rochas sedimentares tercirias; colinas e morros associados presena de rochas resistentes eroso e que se destacam sobre as superfcies regionais de aplanamento e o sistema fluvial do rio Madeira, que inclui ainda os subsistemas Mamor, Guapor, Ji-Paran e Roosevelt. Nas proximidades e na rea correspondente Floresta Nacional do Jamari, h a predominncia das Unidades Denudacionais, do tipo Superfcie de Aplainamento Nvel II. Esta superfcie constitui uma unidade com ampla distribuio na rea, ocorrendo sobre rochas do embasamento cristalino. As cotas atingidas por esta superfcie distribuem-se no

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intervalo de 200 a 300 metros, apresentando igualmente uma densidade varivel de inselberges. Na UMF III, identificaram-se duas feies geomorfolgicas principais: Superfcie de Aplainamento (D2) e Agrupamentos de Morros e Colinas (D3). Na Figura 4, apresentado o mapa geomorfolgico da rea onde a FLONA est inserida, com destaque para a UMF III. A seguir, apresentada a descrio de cada feio: Superfcie de Aplainamento: tambm inserida nas unidades denudacionais a principal feio presente na UMF III. Esse ambiente possui grande importncia, formando reas de arrasamento em rochas antigas e cobertas parcialmente por coberturas sedimentares indiferenciadas (Tercirio-Quaternrio). Sobre essas superfcies ocorrem quantidades variveis de inselberges e tors, indicando a eroso de uma considervel espessura do manto de intemperismo. Feies comuns a essas superfcies, como forte intemperismo qumico, formao de lateritas, depsitos sedimentares e inselberges e tors, indicam um relevo poligentico complexo, formado aps um tempo geolgico considervel. Agrupamentos de Morros e Colinas: esto inseridas nas unidades denudacionais. Compreendem relevos residuais associados, principalmente rochas do embasamento cristalino, podendo possuir ou no controle estrutural. A maior densidade dessas formas conduz a adjetivao de serras. Na Floresta Nacional do Jamari, estas feies concentram-se, em maior parte, na poro sul, onde est localizada a UMF III. Tambm apresenta corpos na poro central, nordeste e leste da rea.

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Figura 4: Mapa Geomorfolgico da regio da UMF III, na FLONA Jamari (Fonte: MMA/IBAMA, 2005).

3.1.3 GeologiaA regio da FLONA Jamari est inserida no Terreno Jamari, que subdividido nos domnios Ariquemes - Porto Velho e Central de Rondnia (MMA/IBAMA, 2005). Segundo SEDAM (2002), o Terreno Jamari, datado do perodo Proterozico, agrupam-se as rochas mais antigas e consideradas como pertencentes ao embasamento regional de Rondnia, alm de cinco sutes granitides de tendncia rapakiv tipo Santo Antnio, Teotnio, Alto Candeias, So Loureno/Caripunas, Santa Clara e Granitos Jovens de Rondnia, coberturas metavulcano-sedimentares da Formao Mutum-Paran, e coberturas sedimentares indeformadas da Formao Palmeiral. Na Figura 5, apresentado o mapa geolgico da rea onde a FLONA est inserida, com destaque UMF III. Com base neste mapa, so apresentados os grupos e formaes existentes no interior da UMF III: Embasamento Pr-Rondoniano: presente em toda a poro leste, sul e sudeste da Floresta Nacional e englobando grande parte da UMF III, representado pelo Complexo Jamari. Este embasamento composto por uma associao de rochas de origem gnea e sedimentar metamorfisadas a cerca de 600 a 700 C. Os

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gnaisses de origem gnea mostram composies diorticas, quartzodiorticas e tonalticas, enquanto as rochas de origem sedimentar constituem-se de gnaisses ricos em biotita, granada e silimanita, alm de gnaisses calcisilicticos, xistos e quartzitos. Alm da presena de rochas de composio bsica, enclaves de formas e dimenses variadas datando de 1,85 a 1,75 Ga. Granitos Jovens de Rondnia: presentes na poro leste e oeste da UMF III, so granitos de idade de 0,998 a 0,970 Ga, compostos essencialmente por granitos ricos em biotita e alcalis, sienitos, traquitos, e rochas hbridas. Tambm so epizonais. Coberturas Quaternrias-Neognicas: presentes principalmente nas pores norte e oeste da Floresta Nacional, so representadas por depsitos pantanosos que esto relacionados a reas sujeitas a inundaes sazonais, representados principalmente por material argilo-arenoso, rico em matria orgnica. So caracterizadas por extensas reas planas, colonizadas por gramneas. A existncia dos depsitos pantanosos mostra forte relao com estruturas de abatimento de blocos com idades Cenozicas muito jovens, possivelmente Holoceno/Pleistocnicas, com direes SW-NE, associadas, provavelmente, ao Megalineamento Transtensivo Surpresa-Pimenteiras.

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Figura 5: Mapa Geolgico da regio da UMF III, na FLONA Jamari (Fonte: MMA/IBAMA, 2005).

3.1.4 RelevoA Flona do Jamari apresenta 93,2% de sua rea com altitude inferior a 150 metros, sendo que apenas 6,8% possuem altitude superior a 150 metros. A zona de manejo florestal possui 87,7% de sua rea com altitude inferior a 150 metros e os 12,2% restantes apresentam altitude superior a 150 metros (IMAZON/SFB, 2007, citado em SFB, 2007). A maior da rea com altitude maior que 150 m esta inserida na UMF III (Figura 6).

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Figura 6: Mapa do relevo da FLONA Jamari (Fonte: IMAZON/SFB, 2007, citado por SFB, 2007)

3.1.5 SolosConforme os levantamentos realizados para o Zoneamento Scio-econmico Ecolgico do Estado de Rondnia (ZSEE), e Estado de Rondnia possui uma grande diversidade de solos, com predominncia de Argissolos, Neossolos, Gleissolos, Cambissolos e Latossolos, sendo esta ltima, a mais presente, abrangendo aproximadamente 58% das terras do Estado. No interior da FLONA Jamari, ocorrem seis tipos de solos, distribudos em quatro ordens primrias, conforme ilustrado no mapa de solos (Figura 7). Dentro da UMF III, so encontrados trs tipos de solos, distribudos em duas classes (Latossolos e Argissolos), com predomnio do Argissolo Vermelho-Amarelo Distrfico (Podzlico Vermelho-Amarelo Distrfico). A classificao dos solos apresentada no mapa foi correlacionada com a classificao do Sistema Brasileiro de Classificao de Solos da Embrapa, como demonstrado na Tabela 2. Neste documento ser adotada a classificao de solos da Embrapa (2006), apresentando a sua correlao com o mapa de solos entre parnteses.

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Tabela 2: Correlao entre a Classificao de Solos apresentada pelo Mapa de Solos (Figura 07) e o Sistema de Classificao de Solos da Embrapa (2006).

Figura 7: Mapa de solos da regio da FLONA Jamari (Fonte: MMA/IBAMA, 2005).

A seguir, apresentam-se as principais caractersticas das classes de solos existentes na UMF III, segundo classificao da Embrapa (2006):

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LatossolosOs Latossolos so solos em avanado estgio de intemperizao, ou seja, bem desenvolvidos e constitudos por material mineral. Apresenta horizonte B latosslico, imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte diagnstico superficial, com espessura mnima de 50 cm, podendo chegar at a profundidade de 200 cm (ou 300 cm se o horizonte A exceder a 150 cm de espessura). So normalmente solos profundos (1 a 2 metros) ou muito profundos (mais de 2 metros), sendo a espessura do solum raramente inferior a um metro. Variam de fortemente a bem drenados, ou seja, a gua infiltra com facilidade, no havendo encharcamento. So em geral solos fortemente cidos, com baixa saturao por bases, distrficos ou licos. A fertilidade natural varia de baixa a muito baixa, constituindo a principal limitao de uso agrcola, com necessidade de correo e adubao, exceto na subordem Latossolo Vermelho, em que predomina a fertilidade natural mdia a alta. Em distino s cores mais escuras do A, o horizonte B tem aparncia mais viva e as cores variando desde amarelas ou mesmo bruno-acinzentadas at vermelho-escuroacinzentadas, nos matizes 2,5 YR a 10 YR, dependendo da natureza, forma e quantidade dos constituintes, dos xidos e hidrxidos de ferro, regime hdrico e drenagem do solo, dos teores de ferro na rocha de origem e se a hematita herdada dele ou no. Na Floresta Nacional do Jamari, so encontrados 3 tipos desta classe de solo: Latossolos Vermelho Distrficos (Latossolos Vermelho-Escuro Distrficos); Latossolos Vermelho-Amarelos Distrficos (Latossolos Vermelho-Amarelos Distrficos); Latossolos Amarelos Distrficos (Latossolos Amarelos Distrficos), sendo que os dois ltimos esto presentes na UMF III.

ArgissolosOs Argissolos so solos constitudos por material mineral com argila de atividade baixa ou alta, conjugada com saturao por bases baixa ou carter alumnico e horizonte B textural (Bt) imediatamente abaixo de horizonte A ou E.

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Grande parte dos solos desta classe apresenta um evidente incremento no teor de argila do horizonte superficial para o horizonte Bt, sendo a transio entre os horizontes A e Bt usualmente clara, abrupta ou gradual. Possuem profundidade varivel, e em muitos casos so solos que apresentam drenagem moderada e baixa ou mdia fertilidade natural, em razo do predomnio de minerais de argila de baixa atividade (caulinita). A relao molecular Ki, em geral, varia de 1,0 a 3,3. Apresentam cores avermelhadas ou amareladas, e mais raramente, brunadas ou acinzentadas. A textura varia de arenosa a argilosa no horizonte A e de mdia a muito argilosa no horizonte Bt, sempre havendo aumento de argila do primeiro para o segundo. Por estarem muitas vezes associados s condies de relevo mais movimentado, so tambm bastante susceptveis eroso. A maior parte da rea da UMF-III composta por esta classe de solo, correspondendo com o relevo mais acidentado desta rea, como visualizado no mapa da Figura 6.

3.1.6 HidrologiaSegundo (MMA/IBAMA, 2005), os ambientes aquticos encontrados na Floresta Nacional do Jamari, originalmente, so lticos (gua corrente), formados pelas bacias dos rios Jacund, Jamari e Preto do Crespo, como pode ser visto na Figura 08. Os ambientes lnticos (gua parada), que so encontrados atualmente, foram formados a partir da explorao mineral que ocorre na regio e no interior da FLONA. A UMF III est coberta por duas bacias hidrogrficas, em igual proporo (Figura 8): Bacia do rio Jacund e Bacia do rio Jamari. O rio Jacund nasce no limite sudeste da FLONA, e pelo fato da maioria dos seus tributrios estarem localizados no interior da Unidade, confere a rea da bacia um significativo status de conservao. O rio Jamari, que um afluente do rio Madeira, teve sua hidrologia bastante alterada em funo da barragem da Usina Hidreltrica de Samuel. Este rio situa-se a oeste da Unidade, fora dos limites da FLONA, porm, devido s inundaes, no perodo da cheia, provocadas pela barragem desta Usina Hidreltrica, influencia diretamente os ambientes prximos s drenagens. O rio Preto do Crespo, um dos principais afluentes do rio Jamari, o limite natural, na parte sul, da UMF III. Suas nascentes esto situadas fora dos limites da UC.

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Figura 8: Bacias hidrogrficas da FLONA Jamari. (Fonte: MMA/IBAMA, 2005).

3.2 MEIO BIOLGICO3.2.1 VegetaoA riqueza da biodiversidade da Floresta Amaznica pode ser dimensionada na avaliao de que em cada hectare de floresta se estima a presena de 150 espcies de rvores, correspondendo a uma biomassa mdia total de 300 ton/ha. As espcies comercialmente aproveitveis representam somente de 6 a 10 rvores/ha, ou um volume de madeira que varia entre 20 m a 50 m (HANAN E BATALHA, 1999). A grande diversidade de plantas da Amaznia, com frutificao distribuda durante todo ano, fornece alimento de forma continua e equilibrada, proteo fauna, contribuindo assim para seu desenvolvimento. Segundo o mapa de Vegetao do Estado de Rondnia, elaborado pelo IBGE em 2006 (trecho correspondente a regio da FLONA Jamari ilustrado na Figura 9), na floresta da macro regio da FLONA Jamari prevalece a Floresta Ombrfila Aberta Submontana, com faciaes da Floresta Ombrfila Densa Submontana, que podem apresentar-se com

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predominncia de palmeiras ou cips. Este tipo de vegetao caracterizado pela riqueza de indivduos arbreos espaados, podendo ou no apresentar grupamentos de palmeiras e riqueza de lianas lenhosas e epfitas. O sub-bosque composto predominantemente por plntulas e rvores jovens das espcies dos extratos superiores.Figura 9: Tipologia Florestal da FLONA Jamari. (Fonte: IBGE, 2006).

Segundo MMA/IBAMA (2005), as Florestas Ombrfilas Submontanas, do tipo densa ou aberta com palmeiras e cips, ocorrem na Floresta Nacional do Jamari em reas de 100 a 160 m de altitude, com relevo suavemente ondulado e dissecado em colinas e cristas do embasamento cristalino. So florestas que ocorrem sob solos profundos e bem drenados, geralmente do tipo Latossolos Vermelho-amarelos ou Argissolos Vermelho-amarelos, de textura argilosa. A formao vegetal caracteriza-se pela presena de rvores espaadas, formando um dossel com altura de aproximadamente 40 m, grandes rvores emergentes com 45 a 55 m e pela presena de palmeiras, que competem em luz no estrato arbreo superior. Apesar da Floresta Ombrfila predominar em grande parte da vegetao da regio, verifica-se a presena ambientes peculiares, prximos aos afloramentos dos Granitos Rondonianos, encontrados em alguns pontos da UMF-III. Esses afloramentos rochosos e suas reas ao entorno so recobertos por uma vegetao diferenciada da matriz florestal,

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apresentando espcies como a palmeira Pupunha-de-porco (Syagrus inaja), os arbustos Maniva-de-viado (Manihot cf. esculenta), Pseudobombus, Abarema piresii e a herbcea Phaseolus adenanthus (SFB, 2007). Na Flona tambm ocorrem algumas espcies que possuem distribuio restrita, como a Cocoloba-de-folha-grande (Coccoloba sp.), que possui a maior folha entre as dicotiledneas do Brasil, e a Mungubarana (Huberodendron swietenoides), que provavelmente endmica da Bacia do Rio Madeira. De acordo com os dados do inventrio de 1983, as espcies que se destacam na Floresta Nacional do Jamari so Tachi (Sclerolobium sp.), Macucusangue (Licania sp.), Roxinho (Peltogyne lecointei), Breu (Protium sp.), Abiurana (Pouteria sp.), Breu branco (Protium heptaphyllum), Faveira (Parkia sp.), Envira (Xylopia sp.), Guariba (Clarisia racemosa), Jutai pororoca (Dialium guianensis), Muiracatiara (Astronium lecointei), Acariquara (Minquartia guianensis), Mata-mat preto (Eschweilera sp.), Fava branca (Parkia sp.), Copaba (Copaifera multijuga), com mais de 2 indivduos por hectare. Dentre as espcies comerciais, destacam-se na floresta do Jamari Roxinho (Peltogyne lecointei), Faveira (Parkia sp.), Muiracatiara (Astronium lecointei), Jutai pororoca (Dialium guianensis), Abiurana (Pouteria sp.), Angelim pedra (Hymenolobium sp.), Tauari vermelho (Couratari sp.), Cumar (Dipteryx odorata), Amap amargoso (Brosimun sp.), Itaba (Mezilaurus itauba), Angelim amargoso (Vataireopsis speciosa), Jatob (Hymenaea courbaril), Piqui (Caryocar villosum).

3.2.2 Vida SelvagemSegundo SEDAM (2002), a vida selvagem do Estado de Rondnia se caracteriza como uma das mais ricas e representativas do Brasil. Isto se deve a sua grande variedade de solos e florestas, alm da presena de serras e reas extensas de cerrados e campos, o que possibilita a presena de ambientes diversos com grande diversidade de fauna. Os dados de mastofauna, avifauna, ictiofauna e herpetofauna apresentados neste documento so provenientes de uma Avaliao Ecolgica Rpida (AER), realizada em julho de 2004, cujos resultados esto contidos no Plano de Manejo da Flona Jamari (MMA/IBAMA, 2005).

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MastofaunaConforme resultados do AER e alguns relatos de moradores da regio, observou-se a ocorrncia de 39 espcies de mamferos, distribudas em 17 famlias diferentes, conforme demonstrado na Tabela 3.Tabela 3: Lista das Espcies de Mamferos Registrados no levantamento da AER da Floresta Nacional do Jamari.

Dentre estas espcies observadas, 03 so consideradas espcies vulnerveis, e esto na lista das espcies brasileiras ameaadas de extino: Gato-maracaj (Leopardus wiedii); Ona-pintada (Panthera onca);

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Tamandu-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).

AvifaunaOs levantamentos de avifauna realizados detectaram a presena de 151 espcies de aves, distribudas em 43 famlias diferentes. Dentre estas espcies, o Araari-de-nucavermelha (Pteroglossus bitorquatus) consta da lista nacional das espcies de aves da fauna brasileira ameaadas de extino, sendo indicada como espcie vulnervel. Muitas espcies que vivem em ambientes similares no foram encontradas, principalmente aquelas que vivem nos estratos mais baixos da floresta. Os autores concluram que este fato pode ser associado a diversos fatores, principalmente ao fato de que as matas do sub-bosque deste ambiente apresentam-se bastante alteradas. No entanto, foram identificadas varias espcies que ocupam os estratos superiores, como a dos psitacdeos, com indivduos observados em todos os pontos do levantamento. A presso de caa na regio est mais presente em membros das famlias Tinamidae (Azulona e Inambus), Cracidae (Jacu e Mutuns) e Anatidae (Patos e Marrecas). A Figura 10 mostra um indivduo de Mutum-cavalo observado no interior da UMF-III.Figura 10: Mutum-cavalo (Mitu tuberosa).

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IctiofaunaOs peixes so os organismos vertebrados mais abundantes nas guas amaznicas e, dessa forma, tm um papel decisivo como mantenedores da riqueza e do equilbrio ecolgico. Constituem-se, por exemplo, na base da alimentao de predadores como a ariranha, boto tucuxi, jacar e dos prprios peixes carnvoros, como os grandes bagres, pirarucu, tucunar, piranha, peixe-cachorro, etc., alm de servirem como agentes biolgicos de disperso de sementes e como enriquecedores naturais do sistema aqutico, atravs da converso da biomassa vegetal em matria animal e mineral (Santos et al., 1991). Os Peixes formam uma importante riqueza natural da regio Amaznica. No que se refere alimentao, o pescado de relevante importncia para as comunidades ribeirinhas, sendo uma das maiores fontes de protenas e fsforo para a populao. Segundo MMA/IBAMA (2005), nas entrevistas realizadas com os pescadores que atuam no entorno da Unidade, identificou-se que estes so praticantes da pesca comercial multiespecfica destinada ao comrcio local, e de um grande centro urbano, no caso Porto Velho. A Figura 11 mostra a venda de tucunars nas margens da Rodovia BR-364, em trecho prximo a Flona do Jamari.Figura 11: Comrcio de Tucunars nas margens da BR-364.

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Apesar de possuir um carter comercial, ainda permanece algumas caractersticas da pesca de subsistncia, como o uso de vrios apetrechos de pesca, a captura de uma ampla faixa de espcies, a baixa tecnologia envolvida e a elevada dependncia do conhecimento tradicional emprico para deteco dos cardumes, e/ou a determinao dos melhores locais de pesca. No caso desses pescadores, eles permanecem embarcados no rio Preto do Crespo por cerca de uma semana e retiram cerca de 20 a 30 kg de pescado nesse perodo. Segundo os levantamentos da ictiofauna da Flona do Jamari, realizados no perodo da cheia (outubro a maio), foram observadas 33 espcies de peixes, como Tucunars (Cichla monoculus), Pescada (Plagioscion squamosissimus), Lambari (Astyanax sp.), Traira (Hoplias malabaricus), Curimat (Prochilodus nigricans), Pacu (Myleus sp.), Piranha (Serrasalmus sp.), entre outras. Entretanto, dados secundrios para as regies da Unidade, apontaram para uma lista contendo 183 espcies. Os ambientes aquticos da Floresta Nacional so, em sua maioria, originalmente lticos, com reas inundadas de vrzea, associadas com o perodo das cheias. Grande parte dos cursos d gua presentes no interior da Flona so drenados por trs rios principais: Jacund, Preto e Japiim, e apresentam diferentes graus de alterao associados influncia da hidreltrica Samuel e das atividades de minerao. importante observar que o sistema de drenagem gerou a fragmentao dos ambientes terrestres da unidade e pode interferir na dinmica de formao de vrzeas inundadas, fundamental para reproduo de vrias espcies ctias. Outra conseqncia negativa da drenagem o comprometimento da dinmica de formao de ambientes aquticos isolados, aqui caracterizados como brejos sazonais. As reas de lavra de minerao, abandonadas a mais de dez anos, geraram lagos profundos, como ilustrado na Figura 12. Esses ambientes, segundo MMA/IBAMA (2005), aparentam apresentar baixssima colonizao pela fauna aqutica, sendo considerados praticamente estreis.

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Figura 12: Lago gerado pela lavra de minerao.

A Floresta Nacional do Jamari apresenta ainda, uma rea de ambiente aqutico associado presena de buritizal, brejo ou alagado, propcios a uma ictiofauna composta por pequenos ciclideos como Car (Apistogramma sp.) e outros Characiformes de pequeno porte.

HerpetofaunaSegundo os dados do inventrio da herpetofauna da Flona Jamari (MMA/IBAMA, 2005), foram encontradas somente 24 espcies, sendo 8 espcies de anfbios (sapos e pererecas) e 16 de rpteis (quelnios, cobras, lagartos e jacars). No entanto, dados secundrios de outros estudos da regio, demonstram a ocorrncia de 167 espcies. Na Floresta Nacional do Jamari existe uma considervel quantidade de abrigos para a herpetofauna de floresta de terra firme, fornecidos pelo sub-bosque e outras estruturas, como troncos cados, tocas de animais maiores etc. Locais abertos (estradas, clareiras, etc), mas no completamente desertificados, so procurados nos horrios de moderada insolao por pequenos surios e serpentes terrcolas helifilos, bem como pelos sapos de hbitos ruderais. Nos locais de folhio, em locais florestados, foi observada a abundncia de poas dgua temporrias, que so atraentes para pequenos anfbios e quelnios. Os corpos dgua naturais e artificiais (igaraps, rios, lagos), so tambm muito atraentes para a

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diversidade de espcies, oferecendo alimento para espcies piscvoras (jacars, cgados, tartarugas e alguns ofdios).

Presso sobre a vida selvagemSegundo MMA/IBAMA (2005), no foram encontradas algumas espcies que habitam ambientes similares ao da Flona, como o caso do Guariba (Alouata caraya), que no passado foi comum para a regio e ainda existe na Estao Ecolgica Estadual de Samuel. Este fato pode estar ligado a vrios fatores, porm, os pesquisadores notaram em campo que as reas de matas visitadas apresentavam a vegetao de sub-bosque bastante alterada, o que pode contribuir para a inexistncia de algumas espcies. Outros fatores que tambm contribuem para este fato so a presso pela caa e as modificaes que ocorreram no sistema de drenagem da regio, causado pelas atividades de minerao, seja pela construo de barragens ou desvios dos cursos dgua, com o objetivo de lavagem do minrio de cassiterita. A Figura 13 apresenta uma destas reas represadas, inserida dentro da UMF-III.Figura 13: rea de represamento de gua, utilizada para lavagem de cassiterita.

A transformao dos ambientes lticos em lnticos, atravs do represamento ou assoreamento dos cursos dgua, pode afetar populaes de algumas espcies dePMFS Plano de Manejo Florestal Sustentvel Flona Jamari UMF III

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mamferos como, Ariranha (Pteronura brasiliensi), que dependem de ambientes com vazo de gua mais rpida para sobreviver. No entanto, algumas espcies podem se favorecer com estes ambientes, como os representantes da famlia Ardeidae (Garas, Socs etc.) e da famlia Ciconidae, com ateno especial a grande quantidade de Cabea-seca (Mycteria americana), observadas em alguns pontos da Flona. Estas aves utilizam os ambientes represados para buscar sua fonte de alimento. Outros exemplos de impactos negativos causados vida silvestre, devido s atividades de minerao, esto relacionados com o barulho intenso gerado pela grande quantidade de mquinas pesadas trabalhando, a poeira levantada pelo trnsito de caminhes pesados impactando a vegetao marginal das estradas, a poluio dos cursos dgua pelo derramamento de leos e a grande quantidade de entulhos gerados, tais como barris de leo e gales de combustvel usados. No caso especfico do Rio Preto do Crespo, aparentemente, as atividades ilegais de garimpo na regio conhecida como Cachoeirinha, tem gerado o assoreamento e o comprometimento da qualidade da gua de igaraps que drenam para este rio, impactando principalmente a ictiofauna associada.

Inter-relao entre Flora e FaunaNa floresta Amaznica, o processo de disperso de sementes em grande parte realizado pela interao com os animais, em virtude da incapacidade da maioria das plantas dispersarem seus propgulos sem a ajuda externa. Como exemplo, podemos citar os macacos, que propagam plantas cujo fruto tem semente coberta de polpa doce e pericarpo no muito duro, os roedores, que dispersam os frutos com pericarpo duro ou sementes oleaginosas, as aves, que propagam sementes ou caroos de pequeno a mdio tamanho, os morcegos, que fazem a polinizao de algumas espcies e a disperso de sementes, etc. Na rea da Flona, alm das espcies florestais que apresentam certos atrativos fauna, como frutos e sementes, outras espcies oferecem abrigo e ninhos em seus ocos. Existem tambm os cips, que contribuem na produo de alimentos para diversos animais e insetos.

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Podemos citar tambm como inter-relao entre fauna e flora a associao mutualista entre formigas e plantas, conhecida como mirmecofilia, onde as plantas fornecem alimento ou abrigo para as formigas em troca de proteo contra ataque de outros predadores.

3.3 MEIO SOCIOECONMICOAs informaes sobre o meio socioeconmico utilizado como base para elaborao do PMFS foram dados do IBGE, Poltica de Gesto Social da AMATA e Plano de Manejo da Flona Jamari. Ressalta-se que um cenrio mais atualizado e focado na influncia do PMFS ser realizado pela AMATA em parceria com a ONG Rio Terra, atravs de um diagnstico scioambiental, descrito com mais detalhes adiante, no item Parceria Rio Terra.

3.3.1 Contexto Local

IDHNa Tabela 4, a seguir, apresentada a evoluo do IDH-M (ndices de Desenvolvimento Humano por Municpio) entre 1991 e 2000 dos municpios sob influncia da Floresta Nacional do Jamari. Tambm so apresentados os ndices da capital, Porto Velho, do Estado de Rondnia e do Brasil, fornecendo parmetros de comparao para cada localidade estudada. Em 2000 foi feita a atualizao mais recente dos ndices, que so calculados pelo PNUD a partir dos dados dos censos do IBGE. A metodologia de clculo do IDH-M envolve a transformao de trs dimenses (Educao, Longevidade e Renda) em ndices que variam entre 0 (pior) e 1 (melhor), e a combinao destes ndices em um indicador sntese. Os municpios com IDH-M at 0,499 tm desenvolvimento humano considerado baixo; os municpios com ndices entre 0,500 e 0,799 so considerados de mdio desenvolvimento humano; municpios com IDH-M maior que 0,800 tm desenvolvimento humano considerado alto.

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Tabela 4: ndices de Desenvolvimento Humano (IDH-M) e Produto Interno Bruto (PIB).

Observa-se que o IDH-M dos municpios estudados os caracteriza como localidades de mdio desenvolvimento humano e todos tiveram significativo aumento durante a dcada de 1990, em linha com as melhorias observadas nos estados em que se situam e no Brasil. Quando comparados com os demais estados brasileiros, entretanto, o IDH de Rondnia, em 2000, est bem abaixo dos estados com maiores IDH: Distrito Federal (0,844), So Paulo (0,814), Rio Grande do Sul (0,809), Santa Catarina (0,806) e Rio de Janeiro (0,802), que se situam na faixa de alto desenvolvimento humano, equiparandose com alguns dos estados com IDH mais baixos como Alagoas (0,633), Maranho (0,647), Piau (0,673), Paraba (0,678) e Sergipe (0,687). Em 2005, o PIB per capita do Estado de Rondnia, da capital e dos municpios influenciados pela Flona Jamari ficaram abaixo da mdia deste ndice no Brasil, como pode ser visto na Tabela 4. Dentre estas localidades, a que apresenta melhor ndice o municpio de Candeias do Jamari, enquanto que o municpio de Itapu do Oeste o que apresenta o pior resultado. Como o municpio de Itapu do Oeste o principal influenciado pelo manejo florestal da UMF-III, descrito abaixo algumas informaes sobre esta localidade, retiradas da literatura, secretarias da prefeitura e de alguns moradores do municpio. Conforme dados do Atlas Geoambiental de Rondnia (SEDAM, 2002), o municpio de Itapu do Oeste foi criado no ano de 1.992, pela Lei 364/92, incorporando terras dos territrios de Porto Velho e Ariquemes. No entanto, o nome de criao deste municpio foi Jamari, o qual ainda pode ser encontrado em algumas literaturas mais antigas. No ano de

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AMATA S.A. Rua Funchal, 263 17 andar sala 172 Vila Olmpia So Paulo SP CEP 04551-060 Fone: (11) 3054-3557 / Fax: (11) 3054-3550 www.amatabrasil.com.br

1.994, atravs da Lei 568/94, Itapu do Oeste teve parte de suas terras desmembradas para a criao do municpio de Cujubim. Itapu do Oeste possui uma rea de 4.081 km. Possui prefeitura prpria, chamada Palcio da Floresta, e somente duas ruas asfaltadas, em pssimo estado de conservao. Segundo dados do IBGE (2008) a populao deste municpio foi estimada em 8.110 habitantes. Apesar da necessidade de considerar a conjuntura socioeconmica do entorno da Flona como um todo quando buscando conhecer o contexto socioeconmico local, algumas das reas, que sofrero influncia direta das atividades produtivas da AMATA, devem ser mais enfatizadas. O acesso de Cujubim Flona mais restrito e o trajeto mais longo (100 km) quanto comparados a Itapu do Oeste (aproximadamente 20 km, pela BR 364), por isso a probabilidade dos trabalhares locais serem de Itapu do Oeste maior que a de serem de Cujubim ou Candeias do Jamari, pelo simples fato da distancia tornar o deslocamento dirio desses trabalhadores invivel.

SadeTodo atendimento de sade do municpio de Itapu do Oeste realizado em um hospital de pequeno porte, com 15 leitos. Possui sala de raios-X e de parto, mas s realiza partos normais sem complicao. Os demais casos so encaminhados capital, Porto Velho. O quadro de funcionrios conta com aproximadamente 50 pessoas, distribudas nas mais diversas funes. Possui 3 enfermeiras padres, que realizam os atendimentos mais comuns. No momento da entrevista com a diretora do hospital (dezembro/2008), a populao contava apenas com 1 clnico geral, que realizava consultas apenas de segunda a sexta-feira, durante o dia. No h disponibilidade de mdicos particulares no municpio. O municpio tambm conta com 2 ambulncias e uma unidade mvel de sade, equipada com cadeira de dentista, utilizada para atendimentos na zona rural. O hospital realiza em mdia 30 consultas mdicas por dia, alm de outros atendimentos realizados pelas enfermeiras, como curativos e verificao de presso arterial. As maiores ocorrncias so doenas respiratrias, parasitrias, febre e diarria.

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Segundo o laboratrio especializado em fazer lminas para diagnstico de malria, so confirmados cerca de 50 casos desta doena no municpio. No entanto, alguns destes casos so de municpios vizinhos, como Candeias do Jamari. Cujubim apresenta 4 estabelecimentos de sade pblica, sendo que nenhum deles possui capacidade para internao total. So estabelecimentos do SUS e 3 deles apresentam apenas atendimento ambulatorial, sem atendimento mdico (IBGE, 2005) Candeias do Jamari possui 3 estabelecimentos de sade publica. Nenhum deles possui capacidade para internao total, sendo estabelecimentos com atendimento ambulatorial e mdico apenas em especialidades bsica (IBGE, 2005).

EducaoItapu do Oeste possui, sob sua coordenao, 2 escolas municipais de ensino fundamental, sendo que uma oferece o ensino da 1 e 2 srie e a outra da 3 8 srie. Tambm coordena 5 escolas rurais, com ensino de 1 4 srie. O ensino mdio fornecido por 2 escolas estaduais. Em 2008, haviam 1.125 alunos matriculados nas escolas estaduais e 1.980 nas escolas municipais e rurais. O numero de professores atuantes neste ano era de 106, nas escolas municipais e rurais. Em Itapu do Oeste funcionam duas faculdades com ensino a distncia. A prefeitura tambm disponibiliza 2 nibus para transporte da populao que deseja cursar o ensino superior em faculdades da capital. Candeias do Jamari possui 22 escolas de ensino fundamental, sendo 4 delas estaduais e 18 pblicas municipais; apenas duas escolas de ensino mdio, ambas estaduais e 3 prescolas. Em 2007, haviam 3.323 alunos matriculados no ensino fundamental, 413 alunos matriculados no ensino mdio e 92 docentes atuando (IBGE, 2007). Em Cujubim, em 2007 haviam 3497 alunos matriculados nas 7 escolas existentes na cidade, sendo 2856 no ensino fundamental, 442 ensino mdio e 199 em nvel pr-escolar. Neste ano havia 111 professores atuando na cidade. Das 7 escolas existentes apenas uma atende alunos de nvel mdio (IBGE, 2007).

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Energia Eltrica e SaneamentoO fornecimento de energia eltrica na regio realizado pela CERON (Centrais Eltricas de Rondnia). A captao e o abastecimento de gua do municpio so realizados pela Companhia de guas e Esgotos de Rondnia - CAERD. A captao realizada diretamente do Rio Jamari, tratada com sulfato de alumnio para limpeza (decantao) e cloro para eliminao das bactrias. A coleta de lixo realiza pela prefeitura atravs de caminhes. Os resduos so encaminhados a um aterro sanitrio.

Segurana PblicaA segurana pblica de Itapu do Oeste realizada pela Polcia Militar, com um contingente de aproximadamente 20 policiais, e apenas uma viatura em funcionamento. As principais ocorrncias do municpio so furtos, leso corporal e trafico de entorpecentes. Devido a falta da Polcia Civil, todas as ocorrncias so encaminhadas a Porto Velho.

Comunicao e Sistema BancrioO nico sistema de comunicao local do municpio de Itapu do Oeste uma rdio comunitria. O sinal de televiso captado somente com antenas parablicas. O sistema de telefonia fixa e internet banda larga fornecido pela Operadora Brasil Telecom, enquanto que o sistema de telefonia mvel (celular) realizado pela operadora Claro. O municpio tambm conta com uma agncia de Correios, um banco postal (acordo entre Banco Bradesco e Correios) e um caixa eletrnico do Banco Caixa Econmica.

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