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AMAZONAS/RONDÔNIA/RORAIMA/ACRE BAHIA/SERGIPE … · 02/05/2010 · ISBN 978-85-02-18793-1 Fiorillo, Celso Antonio Pacheco Curso de direito ambiental brasileiro / Celso Antonio Pacheco

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Fiorillo, Celso Antonio PachecoCurso de direito ambiental brasileiro / Celso Antonio Pacheco Fiorillo. 14. ed. rev., ampl. e atual. em face da

Rio+20 e do novo Cdigo Florestal So Paulo : Saraiva, 2013.1.Direito ambiental - Brasil I.Ttulo.

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ndice para catlogo sistemtico:

1.Brasil : Direito ambiental 34:502.7 (81)

Diretor editorial Luiz Roberto CuriaGerente de produo editorial Lgia Alves

Editora Thas de Camargo RodriguesAssistente editorial Aline Darcy Flr de SouzaProdutora editorial Clarissa Boraschi Maria

Preparao de originais Ana Cristina Garcia, Maria Izabel Barreiros Bitencourt Bressane Raquel Benchimol Rosenthal

Arte e diagramao Cristina Aparecida Agudo de Freitas e Isabela Agrela Teles VerasReviso de Provas Rita de Cssia Queiroz Gorgati e Ana Maria BenficaServios editoriais Maria Ceclia Coutinho Martins e Kelli Priscila Pinto

Capa Isabel CarballoProduo grfica Marli Rampim

Produo eletrnica Know-how Editorial

Data de fechamento da edio: 1-2-2013

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Ao Joo Antonio.Daqui a duzentos ou trezentos anos, ou mesmo mil anos no se trata de

exatido , haver uma vida nova.Nova e feliz. No tomaremos parte nessa vida, verdade

Mas para ela que estamos vivendo hoje. para ela que trabalhamos e,se bem que soframos, ns a criamos.

E nisso est o objetivo de nossa existncia aqui.(Tchekhov, Trs irms)

ndiceApresentao da 14 Edio

Parte I - Do Direito MaterialCaptulo I - DIREITOS MATERIAIS DIFUSOS

1. Introduo2. Direitos Difusos

2.1. Transindividualidade2.2. Indivisibilidade2.3. Titulares indeterminados e interligados por circunstncias de fato

3. Direitos coletivos Stricto sensu3.1. Transindividualidade e determinabilidade dos titulares3.2. Indivisibilidade do objeto

4. Direitos individuais homogneos4.1. Critrio de distino dos direitos

Captulo II - FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITOAMBIENTAL BRASILEIRO E POLTICA NACIONAL DO MEIOAMBIENTE

a) Introduo1. Noes propeduticas2. Viso antropocntrica do direito constitucional ambiental

2.1. A pessoa humana como destinatria do direito ambiental2.2. a vida em todas as suas formas como destinatria do direito ambiental

3. Definio legal de meio ambiente4. CLASSIFICAO DO MEIO AMBIENTE. OS QUATRO SIGNIFICATIVOSASPECTOS QUE J INDICVAMOS DESDE A 1 EDIO DE NOSSO CURSO(2000) E QUE ACABARAM SENDO ACOLHIDOS PELO SUPREMO TRIBUNALFEDERAL

4.1. Meio ambiente natural4.2. Meio ambiente artificial4.3. Meio ambiente cultural

4.3.1. Meio ambiente digital4.4. Meio Ambiente do trabalho4.5. O patrimnio gentico

4.5.1. O patrimnio gentico (art. 225, 1, II e V) como direito tutelado

pelo art. 5, XXXV, da Constituio Federal4.5.2. O patrimnio gentico da pessoa humana (arts. 5 e 225, 1, II eV) como direito tutelado pelo art. 5, XXXV, da Constituio Federal: atutela jurdica do ADN e do ARN

B) PRINCPIOS DO DIREITO AMBIENTAL NA CONSTITUIO FEDERAL DE19881. Noes preliminares2. Princpio do desenvolvimento sustentvel. A Rio+20 E A ERRADICAO DAPOBREZA COMO REQUISITO INDISPENSVEL VISANDO IMPLEMENTAR ODESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL EM TODO O PLANETA3. Princpio do poluidor-pagador E A INTERPRETAO DO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL

3.1. Responsabilidade civil objetiva3.2. Prioridade da reparao especfica do dano ambiental3.3. Poluidor3.4. Dano ambiental 503.5. O dano e suas classificaes: Dano material, dano moral e dano imagemem face dos bens ambientais3.6. Solidariedade para suportar os danos causados ao meio ambiente

4. Princpio da Preveno4.1. Preveno ou precauo? O art. 225 da Constituio Federal e o dever depreservar os bens ambientais com fundamento na dignidade da pessoa humana(art. 1, III, da CF) assim como nos valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa (art. 1, IV, da CF)

5. Princpio da participao5.1. Informao ambiental5.2. Educao ambiental5.3. Poltica Nacional de Educao Ambiental

6. Princpio da ubiquidade7. O denominado princpio da vedao do retrocesso, suas atuais referncias noSupremo Tribunal Federal e eventuais aplicaes no direito ambientalconstitucional brasileiroC) RESPONSABILIDADE PELOS DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE1. Introduo

1.1. Inexistncia de bis in idem2. Responsabilidade civil

3. Responsabilidade administrativa3.1. Fundamentos constitucionais da responsabilidade administrativa em matriaambiental. Poder de polcia em matria ambiental3.2. Regime da responsabilidade administrativa em face de condutas e atividadesconsideradas lesivas ao meio ambiente. Responsabilidade objetiva. Clusuladue process3.3. Sanes administrativas no mbito infraconstitucional. A Lei n. 9.605/98, oconceito de infrao administrativa ambiental e o destino dos valoresarrecadados em pagamento de multas

4. Responsabilidade penal pelos danos causados ao meio ambiente4.1. A distino entre o ilcito civil e o ilcito penal4.2. Tutela penal do meio ambiente4.3. Responsabilidade penal da pessoa jurdica

Captulo III - BENS AMBIENTAIS1. Introduo

1.1. O bem ambiental criado pela Constituio Federal de 1988 como terceirognero de bem e a contribuio dada pela doutrina italiana em face da anlisedos direitos metaindividuais

2. CLASSIFICAO DOS BENS QUANTO TITULARIDADE: BEM PBLICOE BEM PARTICULAR

2.1. A DICOTOMIA ENTRE O BEM PBLICO E O BEM PRIVADO3. A DISTINO ENTRE OS BENS PBLICOS E OS BENS DIFUSOS. Ainterpretao do supremo tribunal federal: os arts. 2 da lei n. 8.176/91 e 55 da lei n.9.605/98 tutelando bens jurdicos distintos4. Os bens ambientais

4.1. Bem de uso comum do povo4.2. Bem essencial sadia qualidade de vida

5. Piso vital mnimo e a tese da RESERVA do PossVEL (Der Vorbehalt desMglichen)6. Os bens ambientais atribudos a entes federados7. A natureza jurdica do bem ambiental e o direito de propriedade8. BENS AMBIENTAIS E SEGURANA NACIONAL

8.1. A Poltica Nacional do Meio Ambiente sob a gide da ditadura militar e oconceito de segurana nacional8.2. Bens ambientais no Estado democrtico de direito e segurana nacional8.3. Agresso estrangeira aos bens ambientais e o sistema nacional de

mobilizao (Lei n. 11.631/2007): uma verdade inconveniente?8.4. TUTELA JURDICA DOS BENS AMBIENTAIS VINCULADOS SEGURANA NACIONAL em FACE DA INDSTRIA DE DEFESABRASILEIRA

Captulo IV - COMPETNCIA EM MATRIA AMBIENTAL1. Noes propeduticas2. Competncias constitucionais em matria ambiental

2.1. Pas e forma de Estado2.2. Estado Democrtico de Direito2.3. Territrio e forma de Estado2.4. Federalismo2.5. Soberania e autonomia

3. Critrio de repartio de competncias: predominncia do interesse4. Classificao das competncias

4.1. Competncia legislativa4.2. Competncia material

5. O Municpio e a sua importncia fundamental e preponderante na tutela da sadiaqualidade de vida6. COMPETNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATRIA AMBIENTAL, a leicomplementar n. 140/2011 e os denominados assuntos de interesse local

6.1. Princpio da predominncia do interesse, problemas e tcnicas de repartiode competncias6.2. Classificao das competncias6.3. A Poltica Nacional do Meio Ambiente com fundamento fixado no art. 23,VI e VII, da CF a fixao do critrio de competncia material comum emface do direito ambiental no Brasil6.4. Municpio6.5. Municpios e cidades: a Lei do Meio Ambiente Artificial como importantenorma ambiental vinculada aos interesses dos habitantes das cidades6.6. A Lei Complementar n. 140/2011 em face dos Municpios e a competnciapara legislar sobre assuntos de interesse local

Captulo V - LICENCIAMENTO AMBIENTAL E ESTUDO PRVIODE IMPACTO AMBIENTAL

1. Licenciamento ambiental e licena administrativa2. Natureza jurdica do licenciamento ambiental

3. Licenciamento ambiental: a sua discricionariedade4. Procedimento administrativo

4.1. Etapas do licenciamento4.1.1. Licena prvia4.1.2. Licena de instalao4.1.3. Licena de operao

5. Aes administrativas de cooperao entre a Unio, os Estados, o Distrito Federale os Municpios em face do licenciamento ambiental e a Lei Complementar n.140/20116. ESTUDO PRVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA)

6.1. RIMA Relatrio de Impacto Ambiental6.2. A disciplina constitucional do estudo de impacto ambiental6.3. Equipe multidisciplinar6.4. RAIAS Relatrio DE AUSNCIA de impacto ambiental6.5. Responsabilidade civil6.6. Exigncia do EIA/RIMA: ato vinculado ou discricionrio?

7. Competncia para o licenciamento E A LEI COMPLEMENTAR n. 140/20118. A incidncia do EIA/RIMA em todos os aspectos do meio ambiente9. Audincia pblica

9.1. Obrigatoriedade9.2. Local da audincia pblica9.3. Momento do requerimento9.4. Funo da audincia pblica

10. Direito de o empreendedor desenvolver sua atividade em face de EIA/RIMAfavorvel no mbito do Direito Ambiental Brasileiro11. RAZOABILIDADE DA DURAO DO PROCEDIMENTO DELICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO GARANTIA CONSTITUCIONAL DATUTELA JURDICA DOS BENS AMBIENTAIS

Captulo VI - ZONEAMENTO AMBIENTAL E ESPAOSESPECIALMENTE PROTEGIDOS

1. Princpio do desenvolvimento sustentvel2. Espaos ambientais

2.1. Espaos territoriais especialmente protegidos2.1.1. A Lei n. 9.985/2000 e as Unidades de conservao: Unidades deProteo Integral e Unidades de Uso Sustentvel

2.2. Zoneamento ambiental2.2.1. Classificaes do zoneamento ambiental

2.2.1.1. Zoneamento para pesquisas ecolgicas2.2.1.2. Zoneamento em reas de proteo ambiental (APAs)2.2.1.3. Zoneamento nos parques pblicos

Captulo VII - FLORA E ASPECTOS DE DEFESA1. Conceito e caractersticas2. Competncia constitucional3. A LEI N. 12.651/2012 (NOVO CDIGO FLORESTAL) E A PROTEO EUSO SUSTENTVEL DAS FLORESTAS E DEMAIS FORMAS DE VEGETAONATIVA

3.1. Um novo Cdigo Florestal ou mais uma lei que disciplina o uso dos bensambientais, assim como o controle do espao territorial?3.2. Breve comentrio vinculado aos princpios gerais da Lei n. 12.651/2012

4. Floresta Nacional5. Natureza jurdica das florestas, sua gesto na ordem econmica capitalista e a LeiN. 11.284/2006

5.1. Natureza jurdica das florestas e seu uso sustentvel5.2. Gesto de florestas em face da Lei n. 11.284/2006 e a produo sustentvel5.3. Produo sustentvel no mbito da Lei n. 11.284/2006 e a exigncia deestudo prvio de impacto ambiental5.4. Auditorias florestais em proveito da defesa das florestas como bensambientais5.5. Recursos financeiros oriundos dos preos da concesso florestal e oobjetivo de garantir o desenvolvimento nacional e reduzir as desigualdadessociais e regionais

6. INDENIZAO VINCULADA DENOMINADA COBERTURA VEGETALEM FACE DO DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO

Captulo VIII - FAUNA E ASPECTOS DE DEFESA1. Introduo2. Conceito e generalidades3. Classificaes quanto ao hbitat4. Natureza jurdica da fauna5. A fauna como bem ambiental

6. Finalidades da fauna6.1. Funo ecolgica6.2. Funo ecolgica e a introduo de espcies exticas6.3. A reintroduo de espcies e a funo ecolgica6.4. Finalidade cientfica6.5. Finalidade recreativa6.6. Finalidade cultural

6.6.1. O conceito de crueldade6.6.2. Farra do boi, rodeios e prticas religiosas

7. A fauna e a caa7.1. Caa profissional7.2. Caa de controle7.3. Caa de subsistncia7.4. Caa cientfica7.5. Caa amadorista

8. RODEIOS DE ANIMAIS E A LEI N. 10.519/20029. Manifestaes Culturais, Fauna e Direito Ambiental10. Criao e utilizao de animais em atividades de ensino e pesquisa cientfica emface do direito ambiental constitucional: a Lei n. 11.794/2008

Captulo IX - RECURSOS HDRICOS1. Introduo2. Classificao

2.1. Quanto sua localizao com relao ao solo3. Competncia legislativa4. Competncia material5. Poluio da gua6. O meio marinho e sua proteo7. A proteo das guas doces8. Poluio causada por lanamento de leo em guas sob jurisdio nacional9. GUAS NO NOVO CDIGO CIVIL (LEI n. 10.406/2002)

Captulo X - POLUIO SONORA1. Conceito de som e rudo2. Natureza jurdica do rudo3. Efeitos do rudo

4. Avaliao da poluio sonora e a Resoluo Conama n. 1/905. CLASSIFICAO DO RUDO

5.1. Quanto ao aspecto temporal5.2. Quanto ao aspecto do meio ambiente afetado

5.2.1. Meio ambiente urbano5.2.1.1. Cultos religiosos5.2.1.2. Bares e casas noturnas5.2.1.3. Aeroportos5.2.1.4. Indstrias5.2.1.5. Veculos automotores

5.2.2. Meio ambiente domstico. Poluio sonora que afete a vizinhana5.2.2.1. Eletrodomsticos

5.2.3. Meio ambiente do trabalho5.2.4. Meio ambiente rural

6. Instrumentos ambientais de preveno poluio sonora7. Alguns aspectos penais acerca da poluio sonora

Captulo XI - POLUIO VISUAL1. Introduo2. Conceito de poluio visual3. Princpio do desenvolvimento sustentvel4. A esttica urbana5. Limitaes ao uso da propriedade por conta da proteo da esttica

5.1. Fachada5.2. Bairros e cidades tombados

6. Limitaes de expresso em relao forma e contedo por conta da proteoesttica

6.1. Publicidade6.2. A Lei dos Crimes Ambientais Lei n. 9.605/986.3. Cdigo de Trnsito Brasileiro Lei n. 9.503/976.4. Propaganda eleitoral Lei n. 9.504/97, MODIFICADA PELA LEI N.11.300/2006

7. PAISAGEM URBANA E SUA TUTELA EM FACE DO DIREITO AMBIENTAL

Captulo XII - POLUIO ATMOSFRICA1. Introduo

2. Fenmenos da poluio atmosfrica2.1. Smog2.2. Efeito estufa2.3. Chuvas cidas

3. Principais agentes causadores da poluio atmosfrica4. Tutela jurdica5. Emisso de Poluentes por Veculos Automotores e medidas preventivas de tutelajurdica em face da poluio atmosfrica o rodzio de veculos automotores6. Poltica Nacional sobre Mudana do Clima (Lei n. 12.187, DE 29-12-2009) e asaes de mitigao das emisses de gases de efeito estufa

Captulo XIII - POLUIO POR RESDUOS SLIDOS1. Lixo e resduo

1.1. CONCEITO DE RESDUO SLIDO2. A urbanizao e o lixo urbano

2.1. Breve histrico3. Natureza jurdica do lixo

3.1. O lixo como bem de consumo4. Classificao dos resduos slidos

4.1. Resduos hospitalares4.2. Resduos radioativos ou nucleares4.3. Resduos qumicos4.4. Resduos comuns

5. Aspectos legais6. Tipos de tratamento do resduo urbano

6.1. Deposio6.2. Aterragem6.3. Aproveitamento energtico dos aterros6.4. Compostagem6.5. Reaproveitamento energtico de resduos

6.5.1. Reaproveitamento energtico direto6.5.2. Reaproveitamento energtico indireto

7. Causas agravantes do lixo urbano7.1. Aumento de consumo7.2. Produo de materiais artificiais e o lixo tecnolgico

8. Importao [11], 12, 13 e 14 e exportao de resduos

9. A necessidade de uma nova interpretao para a gesto integrada e ogerenciamento dos resduos slidos: a Poltica Nacional de Resduos Slidos (Lei n.12.305/2010) e a responsabilidade ambiental em face de material, substncia, objetoou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade

Captulo XIV - DIREITO DE ANTENA1. Noes propeduticas2. Conceito3. O espectro eletromagntico4. Natureza jurdica do direito de antena

4.1. A utilizao das ondas eletromagnticas pelas rdios piratas5. O direito de antena adaptado transmisso da comunicao atravs do espectroeletromagntico6. O direito de antena vinculado captao da transmisso atravs do espectroeletromagntico

6.1. A defesa do consumidor6.2. Participao do Estado Democrtico de Direito

Captulo XV - AGROTXICOS1. Introduo2. Agrotxicos e a poluio3. O tratamento jurdico dos agrotxicos

3.1. Os agrotxicos na Constituio Federal de 19883.2. A disciplina do Cdigo de Defesa do Consumidor em relao aosagrotxicos3.3. Lei dos Agrotxicos Lei n. 7.802/89

4. Registro do produto agrotxico e demais aspectos vinculados ao decreto n.4.074/2002

Captulo XVI - POLUIO POR ATIVIDADES NUCLEARES1. Conceito2. Finalidades das atividades nucleares3. Competncia4. Poltica Nuclear na Constituio Federal5. Conselho Nacional de Energia Nuclear CNEN

Captulo XVII - PATRIMNIO GENTICO

1. Noes preliminares2. PATRIMNIO GENTICO DA PESSOA HUMANA E SUA TUTELAJURDICA3. PATRIMNIO GENTICO DE OUTROS SERES VIVOS (ESPCIMEVEGETAL, FNGICO, MICROBIANO OU ANIMAL) E SUA TUTELA JURDICA4. BREVES COMENTRIOS LEI DE BIOSSEGURANA LEI N.11.105/2005. A POSIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL[17]

Captulo XVIII - MEIO AMBIENTE CULTURAL1. Meio ambiente e patrimnio cultural2. Conceito de patrimnio cultural3. Natureza jurdica do patrimnio cultural4. Competncia sobre o patrimnio cultural5. Tombamento ambiental

5.1. Conceito e caractersticas5.2. Natureza jurdica5.3. Classificao do tombamento ambiental

5.3.1. Quanto origem da sua instituio5.3.1.1. Institudo por lei5.3.1.2. Por ato do Executivo5.3.1.3. Por via jurisdicional

5.3.2. Quanto eficcia5.3.2.1. Provisrio5.3.2.2. Definitivo

5.3.3. Quanto ao bem a ser tombado5.3.3.1. Bem pblico e bem difuso5.3.3.2. Bem particular

6. Proteo internacional dos bens culturais6.1. Procedimento para inscrio do bem na Lista do Patrimnio Cultural eNatural Mundial6.2. Representatividade e universalidade da Lista do Patrimnio Cultural6.3. Fundo para o patrimnio cultural e natural mundial6.4. Tombamento pela Unesco?6.5. O Brasil e os 19 bens inscritos na lista

7. Racismo7.1. Conceito de raa

7.2. Origem e conceito7.3. Tratamento constitucional7.4. Meio ambiente e racismo7.5. Previses infraconstitucionais sobre o racismo [23] e [24]

7.5.1. Histrico7.5.2. Legislao aplicvel

7.6. O racismo e a biotecnologia7.7. Estatuto da Igualdade Racial (Lei n. 12.288/2010) em face do MeioAmbiente Cultural e os danos causados por discriminao tnica

8. LIBERDADE DE CRENA E A TUTELA DAS RELIGIES EM FACE DOMEIO AMBIENTE CULTURAL

8.1. TUTELA DA RELIGIO EM FACE DAS CULTURAS INDGENAS8.2. TUTELA DA RELIGIO EM FACE DAS CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS8.3. TUTELA DA RELIGIO EM FACE DAS CULTURAS DE OUTROSGRUPOS PARTICIPANTES DO PROCESSO CIVILIZATRIO NACIONAL:AS IGREJAS CRISTS

8.3.1. Tutela do catolicismo8.3.2. Tutela do protestantismo (evanglicos)

9. DEFESA DAS LNGUAS BRASILEIRAS COMO BEM AMBIENTAL EM FACEDO MEIO AMBIENTE CULTURAL

9.1. ORIGEM DAS LNGUAS E A LNGUA PORTUGUESA9.2. TUTELA JURDICA DAS LNGUAS BRASILEIRAS EM FACE DO MEIOAMBIENTE CULTURAL

9.2.1. A tutela jurdica das lnguas indgenas brasileiras9.2.2. A tutela jurdica da lngua portuguesa brasileira9.2.3. Tutela jurdica das lnguas africanas em face das culturas afro-brasileiras

10. TUTELA JURDICA DO DESPORTO EM FACE DO MEIO AMBIENTECULTURAL E O ESTATUTO DE DEFESA DO TORCEDOR (Lei n. 10.671/2003)

10.1. Meio Ambiente Cultural e Desporto10.2. Desporto e Lazer [89]10.3. Entidades de Prtica Desportiva e os Direitos do Torcedor10.4. TUTELA JURDICA DO FUTEBOL NO MBITO DO DIREITOAMBIENTAL BRASILEIRO

10.4.1. O futebol como desporto tutelado pela Constituio Federal10.4.2. Natureza jurdica do futebol como patrimnio cultural10.4.3. Tutela jurdica do futebol em face do meio ambiente cultural (CF,

arts. 215 e 216) e as Leis n. 10.671/2003 e 9.615/9810.4.3.1. Meio ambiente cultural e desporto10.4.3.2. Desporto e lazer10.4.3.3. O futebol como bem cultural vinculado ao direito ambiental brasileiroe o entendimento da Cmara Ambiental do Tribunal de Justia do Estado deSo Paulo10.5. As medidas de preveno e represso aos fenmenos de violncia porocasio de competies esportivas e a Lei n. 12.299/2010

11. O usufruto ambiental: Meio ambiente cultural, terras tradicionalmente ocupadaspelos ndios[102] e [103] e o usufruto constitucional dos recursos ambientais12. Tutela jurdica do meio ambiente digital no mbito do meio ambiente cultural

12.1. MEIO AMBIENTE CULTURAL E INTERNET: O POTENCIAL DASTECNOLOGIAS DA COMUNICAO PARA A SUSTENTABILIDADE NASOCIEDADE DA INFORMAO

12.1.1. Introduo12.1.2. O sentido da expresso meio ambiente e as relaes humanas: aconcepo cultural12.1.3. A sustentabilidade na sociedade da informao12.1.4. O uso da internet nas estratgias socioambientais12.1.5. As redes virtuais como elemento do paradigma democrtico

12.2. Meio ambiente digit@l [157] na sociedade da informao e sua tutelajurdica vinculada ao direito ambiental brasileiro

12.2.1. A pessoa humana como destinatria do direito ambientalbrasileiro12.2.2. Meio ambiente cultural12.2.3. Meio ambiente cultural em face da sociedade da informao

12.2.3.1. Meio ambiente e patrimnio cultural12.2.3.2. Conceito de patrimnio cultural12.2.3.3. Natureza jurdica do patrimnio cultural e seus reflexos nacomunicao social (art. 220 da CF): o meio ambiente digital12.2.3.4. Sociedade da informao e meio ambiente digital

Captulo XIX - MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL1. Introduo2. Objetivo da poltica de desenvolvimento urbano

2.1. Pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade2.2. Garantia do bem-estar dos seus habitantes

3. Competncia para a consecuo dos objetivos de desenvolvimento da poltica

urbana4. Plano Diretor5. O Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001) como a mais importante legislaobrasileira em matria de tutela do Meio ambiente Artificial

5.1. que uma cidade? a cidade como bem ambiental5.1.1. A tutela constitucional da cidade no mbito do meio ambienteartificial5.1.2. O Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001) como mais importantenorma regulamentadora do meio ambiente artificial5.1.3. A garantia do direito a cidades sustentveis como diretriz geralvinculada aos objetivos da poltica urbana

5.1.3.1. Direito terra urbana5.1.3.2. Direito moradia5.1.3.3. Direito ao saneamento ambiental

5.1.3.3.1. O direito ao saneamento ambiental e as diretrizes nacionaispara o saneamento bsico estabelecidas pela Lei n. 11.445/2007[27]

5.1.3.4. Direito infraestrutura urbana5.1.3.5. Direito ao transporte5.1.3.6. Direito aos servios pblicos5.1.3.7. Direito ao trabalho5.1.3.8. Direito ao lazer

5.1.4. Consideraes finais5.2. Importncia do Estatuto da Cidade para a denominada poltica urbana5.3. Responsabilidade pela aplicao do Estatuto da Cidade5.4. Instrumentos dA poltica urbana destinados tutela do meio ambienteartificial5.5. Instrumentos de tutela do meio ambiente artificial em face de reas urbanasno utilizadas ou no edificadas5.6. Ao de Usucapio Ambiental Individual e Ao de Usucapio AmbientalMetaindividual: Da usucapio especial de imvel urbano5.7. Meio ambiente artificial e concesso de uso em rea pblica5.8. Direito de superfcie em face do Estatuto da Cidade5.9. Operaes Urbanas Consorciadas em face do Estatuto da cidade5.10. Estudo de Impacto de Vizinhana (EIV) em face do Meio AmbienteArtificial5.11. O Plano diretor como instrumento bsico de tutela do Meio AmbienteArtificial desenvolvido no Estatuto da Cidade5.12. O Estatuto da Cidade vinculado aos Direitos Difusos e coletivos: a

ampliao da Lei n. 7.347/85 em decorrncia do que estabelece a Lei n.10.257/20015.13. Natureza jurdica da favela[47] EM FACE DO meio ambiente artificial[48]

6. Instrumentos de poltica urbana vinculados tutela jurdica do meio ambienteartificial, regularizao fundiria de assentamentos urbanos e a lei N. 11.977/2009

Captulo XX - ZONEAMENTO INDUSTRIAL E PARCELAMENTO DOSOLO

1. Introduo2. Zonas de uso estritamente industrial3. Zonas de uso predominantemente industrial4. Zonas de uso diversificado5. Zonas de reserva ambiental6. Saturao das zonas industriais7. Relocalizao de indstrias8. PARCELAMENTO URBANSTICO DO SOLO

8.1. Disciplina legislativa8.2. Formas de parcelamento

8.2.1. Loteamento8.2.2. Desmembramento

8.3. Aprovao do projeto de loteamento e DES- membramento8.4. Vedaes ao parcelamento do solo

Captulo XXI - MEIO AMBIENTE DO TRABALHO1. Noes propeduticas2. Enfoque constitucional do meio ambiente do trabalho3. Da segurana e sade no trabalho4. Conceito de trabalho5. EMBARGO, INTERDIO E GREVE

5.1. Consideraes gerais5.2. O princpio da preveno e os instrumentos de proteo5.3. Interdio e embargo5.4. Greve ambiental5.5. COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO EM FACE DA DEFESADO MEIO AMBIENTE DO TRABALHO[15]

Captulo XXII - RECURSOS MINERAIS1. OS RECURSOS MINERAIS COMO BENS AMBIENTAIS2. A ATIVIDADE ECONMICA EM FACE DoS RECURSOS MINERAIS E SEUCONTrOLE EM PROVEITO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: OESTUDO PRVIO DE IMPACTO AMBIENTAL3. OPERAES ECONMICAS De APROVEITAMENTO DE JAZIDAS E ALAVRA EM FACE DOS RECURSOS MINERAIS: A APLICAO DO CDIGODE MINAS (DECRETO-LEI N. 227/67) E DA Lei N. 7.805/894. PESQUISA E LAVRA DOS RECURSOS MINERAIS EM TERRAS INDGENAS5. PARTICIPAO DO PROPRIETRIO DO SOLO NOS RESULTADOS DALAVRA E A LEI N. 8.901/94

Captulo XXIII - AUDITORIA AMBIENTAL NO DIREITOBRASILEIRO

1. AUDITORIA AMBIENTAL2. AUDITORIA AMBIENTAL NO BRASIL: A ORDEM ECONMICA EM FACEDOS BENS AMBIENTAIS3. AUDITORIA AMBIENTAL EM FACE DAS RELAES JURDICAS DECONSUMO: COLETIVIDADE NA CONDIO ORGANIZADA DEFORNECEDORA DE BENS AMBIENTAIS E SUA PERFORMANCE4. AUDITORIA AMBIENTAL EM FACE DAS RELAES JURDICAS DECONSUMO: O ESTADO FORNECEDOR E SUA PERFORMANCE5. ALGUMAS CONCLUSES

Parte II - DO DIREITO PROCESSUALCaptulo I - OS DIREITOS METAINDIVIDUAIS E A NOVA ORDEMPROCEDIMENTAL A JURISDIO CIVIL COLETIVA ASEGURANA JURDICA

1. Introduo2. Aplicao subsidiria do Cdigo de Processo Civil3. Princpios inerentes jurisdio civil coletiva

3.1. Princpio do acesso justia na jurisdio civil coletiva3.2. Princpio da igualdade na jurisdio civil coletiva

4. A jurisdio civil coletiva, a busca da efetividade do processo e o ativismo

judicial como necessidade institucional no estado democrtico de direito

Captulo II - CONDIES e elementos DA AO1. Introduo2. Condies da ao

2.1. Possibilidade jurdica do pedido2.2. Interesse2.3. Legitimidade das partes

2.3.1. Legitimidade extraordinria e substituio processual3. Elementos da ao

3.1. Partes3.2. Pedido3.3. Causa de pedir

Captulo III - ANLISE DE ALGUNS ASPECTOS PROCESSUAISGERAIS DA JURISDIO CIVIL COLETIVA

1. Legitimidade ativa1.1. A legitimidade das associaes civis[1]1.2. Natureza da legitimao ativa na jurisdio civil coletiva1.3. A legitimidade do Ministrio Pblico E DOS MUNICPIOS

2. Litisconsrcio entre os Ministrios Pblicos3. Legitimidade passiva4. Desistncia da ao5. Interveno de terceiros6. Competncia7. Litispendncia8. Conexo e continncia9. Prova[30]10. nus da prova

10.1. Momento da inverso14.1. A denominada repercusso geral em face do direito ambiental brasileiro: aLei n. 11.418/2006 e o direito processual ambiental

Captulo IV - AO CIVIL PBLICA AMBIENTAL1. Noes propeduticas2. Breve histrico sobre a ao civil pblica[1]

3. Ao coletiva para a tutela dos direitos individuais homogneos4. Inqurito civil5. Compromisso de ajustamento

5.1. Transao e compromisso de ajustamento de conduta5.2. Homologao do compromisso de ajustamento

Captulo V - AO POPULAR AMBIENTAL1. Origens2. Ao popular como instrumento de defesa vinculada a interesses difusos e suaevoluo no ordEnamento jurdico brasileiro3. Objeto4. Legitimidade ativa. a adi 4.467/2010 e a extino do ttulo de eleitor5. Competncia6. Pressuposto de cabimento7. Legitimidade passiva

Captulo VI - MANDADO DE SEGURANA COLETIVO AMBIENTAL1. Noes propeduticas2. Do Mandado de Segurana tradicional ao Mandado de Segurana Coletivo3. Do mandado de segurana e suas caractersticas

3.1. Mandado de Segurana e Mandado de segurana Coletivo3.2. O mandado de segurana coletivo e a legitimidade ativa3.3. Partidos polticos, organizaes sindicais, entidades de classe ouassociaes3.4. Da cognio no mandado de segurana coletivo ambiental3.5. O sujeito passivo do mandado de segurana ambiental

Captulo VII - MANDADO DE INJUNO AMBIENTAL1. Introduo2. Pressupostos materiais de cabimento do Writ

2.1. Ausncia de norma regulamentadora2.2. Inviabilidade de exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e dasprerrogativas prescritas na norma

3. Objeto4. Finalidade5. Aplicabilidade e procedimento

6. Legitimidade ativa7. Legitimidade passiva8. Sentena em mandado de injuno

Parte III - DIREITO CRIMINAL AMBIENTALCaptulo I - DIREITO CRIMINAL CONSTITUCIONAL (CRIME,PENA E PRISO)

1. fundamentos constitucionais do direito criminal2. Fundamentos constitucionais do direito penal

2.1. Privao ou restrio da liberdade2.2. Perda de bens2.3. Multa2.4. Prestao social alternativa2.5. Suspenso ou interdio de direitos2.6. Vedao de penas no direito constitucional em vigor

3. Fundamentos constitucionais da priso

Captulo II - DIREITO CRIMINAL AMBIENTAL E DIREITO PENALAMBIENTAL

1. Fundamentos constitucionais do direito ambiental e a aplicao de sanes penais1.1. Obedincia aos fundamentos do Estado Democrtico de Direito (art. 1 daCF)1.2. Obedincia aos objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil(art. 3 da CF)1.3. Adequao ao direito criminal constitucional e ao direito penalconstitucional como INS- trumentos de defesa da vida de brasileiros eestrangeiros residentes no Pas (art. 5 da CF)1.4. Adequao ao Piso Vital Mnimo como valor fundamental a ser tuteladopelo Direito Criminal Ambiental (art. 6 da CF)1.5. Obedincia e adequao ao direito ambiental constitucional (art. 225 da CF)

1.5.1. Condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambientesujeitam os infratores a sanes penais (art. 225, 3, da CF)1.5.2. Pessoas fsicas e pessoas jurdicas so consideradasconstitucionalmente infratoras diante da condio de poluidoras eestaro sujeitas a sanes penais (art. 225, 3, da CF)

Captulo III - SANES PENAIS DERIVADAS DE CONDUTAS E

ATIVIDADES LESIVAS AO MEIO AMBIENTE (LEI FEDERAL N.9.605/98)

1. Disposies gerais2. Aplicao da pena3. Inqurito civil no mbito da Lei n. 9.605/984. Da ao e do processo penal. competncia de processamento de inqurito policiale posterior ao penal com o objetivo de apurar a suposta prtica de crimeambiental. contedo da denncia em face do direito criminal ambiental/direitopenal ambiental5. Dos crimes contra o meio ambiente[9]

5.1. Dos crimes contra a fauna e o princpio da insignificncia5.2. Dos crimes contra a flora E O PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA5.3. Da Poluio e outros Crimes Ambientais

5.3.1. Sanes penais derivadas de condutas e atividades lesivas ao meioambiente aplicadas poluio (Lei n. 9.605/98)5.3.2. Da poluio e outros crimes ambientais: o art. 54 e os danos sade humana5.3.3. Da poluio e outros crimes ambientais: o art. 54, 2, II, e apoluio atmosfrica5.3.4. Da poluio e outros crimes ambientais: o art. 56 e os produtos esubstncias txicas, perigosas ou nocivas sade

5.4. A Emenda Constitucional n. 45/2004 e a competncia da Justia doTrabalho visando A sanes penais ambientais: o art. 114, I e IX, daConstituio Federal5.5. Dos crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimnio Cultural5.6. Dos crimes contra a administrao ambiental

Parte IV TUTELA JURDICA DO ECOTURISMO NO DIREITOAMBIENTAL BRASILEIROCaptulo I - O DIREITO AO LAZER VINCULADO AOECOTURISMOCaptulo II - O USO DOS BENS AMBIENTAIS EM PROVEITO DOECOTURISMO

1. O uso do meio ambiente cultural em proveito do ecoturismo1.1. Turismo religioso

1.2. Turismo gastronmico1.3. Turismo histrico1.4. Turismo Arqueolgico

2. O uso do meio ambiente artificial em proveito do ecoturismo2.1. O uso do meio ambiente artificial vinculado s atividades esportivas

3. O turismo de sade ou turismo de cura em face do direito ambiental brasileiro4. O uso do meio ambiente natural em proveito do ecoturismo. O turismo deaventura

Captulo III - O ECOTURISMO COMO ATIVIDADE ECONMICAVINCULADA S RELAES JURDICAS DE CONSUMO

1. Direitos e deveres dos fornecedores2. Direitos e deveres do ecoturista

Parte V AGROPECURIA SUSTENTVEL EM FACE DO DIREITOAMBIENTAL BRASILEIROCaptulo I - FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DAAGROPECURIA COMO ATIVIDADE ECONMICA:AGRICULTURA E PECURIA E SUA TUTELA JURDICACaptulo II - A AGRICULTURA NO PLANO JURDICO AMBIENTALEM FACE DO CONTROLE TERRITORIAL

1. Introduo2. A flora como recurso ambiental (bem ambiental) e sua tutela jurdicainfraconstitucional (patrimnio gentico, sementes e mudas)3. Agricultura com o emprego de tcnicas que comportem risco para o meioambiente e agricultura orgnica

Captulo III - Pecuria no plano jurdico ambiental em face docontrole territorial

1. A fauna como recurso ambiental (bem ambiental) e sua tutela jurdicainfraconstitucional (patrimnio gentico)2. Pecuria com o emprego de tcnicas que comportem risco para o meio ambientee pecuria orgnica

Parte VI - DIREITO AMBIENTAL TRIBUTRIO

Captulo I - DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTRIO COMOINSTRUMENTO VINCULADO TUTELA DOS BENS AMBIENTAISCaptulo II - SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTRIO E SEUSPRINCPIOS GERAIS: A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANACOMO FUNDAMENTO DESTINADO A INTERPRETAR OSIMPOSTOS, AS TAXAS E A CONTRIBUIO DE MELHORIA

Parte VII - TUTELA JURDICA DA ENERGIA VINCULADA AODIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO

Bibliografia BsicaBibliografia Complementar

Apresentao da 14 EdioA RIO+20 E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO

CRITRIO INTERPRETATIVO DO DIREITO AMBIENTAL EMFACE DA ERRADICAO DA POBREZA

Adotando uma clara viso antropocntrica os 193 pases que participaram em junhode 2012 da Conferncia das Naes Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentvelrealizada no Brasil (a Rio+20) indicaram em documento formal que a erradicao dapobreza o maior desafio global que o mundo enfrenta atualmente e um requisitoindispensvel para o desenvolvimento sustentvel.

Basta observar alguns trechos do documento final, a saber:Distr. limitada, 19 de junho de 2012, EspaolTema 10Documento final de La ConferenciaEl futuro que queremosI. Nuestra visin comn(...)2. La erradicacin de la pobreza es el mayor problema que afronta el mundo en

la actualidad y una condicin indispensable del desarrollo sostenible. A esterespecto estamos empeados en liberar con urgencia a la humanidad de la pobrezay el hambre.

(...)III. La economia verde en el contexto del desarrollo sostenible y la erradicacin

de la pobreza56. Afirmamos que cada pas dispone de diferentes enfoques, visiones, modelos

e instrumentos, en funcin de sus circunstancias y prioridades nacionales, paralograr el desarrollo sostenible en sus tres dimensiones, que es nuestro objetivogeneral. A este respecto, consideramos que la economia verde en el contexto deldesarrollo sostenible y la erradicacin de la pobreza es uno de los instrumentosms importantes disponibles para lograr el desarrollo sostenible y que podraoferecer alternativas en cuanto formulacin de polticas, pero no deberia consistiren un conjunto de normas rigidas. Ponemos de relieve que la economia verdedeberia contribuir a la erradicacin de la pobreza y el crecimiento econmicosostenible, aumentando la inclusin social, mejorando el bienestar humano yreando oportunidades de empleo y trabajo decente para todos, manteniendo al

mismo tiempo el funcionamiento saludable de los ecosistemas de la Tierra.Destarte, ficou evidente para todos que a preocupao fundamental dos pases que

estiveram no Brasil, no que se refere implementao do Direito Ambiental no sculoXXI, ficou formalmente explicitada, indicando direo segura, a exemplo da visobrasileira fixada desde nossa Carta de 1988: o objetivo da tutela ambiental em todo omundo est condicionado a estabelecer a interpretao das normas ambientaisvinculadas erradicao da pobreza e da marginalizao, bem como reduzir asdesigualdades sociais e regionais existentes com o uso racional e equilibrado dos bensambientais tutelados pelo direito ambiental de cada Nao dentro de um novoconceito de economia verde, a saber, uma economia no contexto dodesenvolvimento sustentvel e erradicao da pobreza como uma das ferramentasimportantes disponveis para garantir o desenvolvimento dos povos em proveito dadignidade da pessoa humana.

Desde a 1 edio de nosso Curso de direito ambiental brasileiro, elaborado noincio do sculo (no ano 2000) j apontvamos a necessidade de observar a dignidadeda pessoa humana como o mais importante critrio interpretativo do direito ambientalbrasileiro em face da erradicao da pobreza, demonstrando que os princpiosfundamentais indicados em nossa Carta Magna so os princpios fundamentaisdestinados correta interpretao do direito ambiental constitucional brasileiro.

Destarte, a 14 edio de nosso Curso continua enfatizando, em face do princpio dalegalidade, que os problemas ambientais existentes em nosso pas tm soluo seguraem face do que aponta nossa Constituio Federal. Como sempre, a edio estrevista, atualizada e devidamente ampliada em face das novas regrasinfraconstitucionais em vigor.

De qualquer forma vale lembrar que a responsabilidade de resolver os problemasambientais no Pas em face de nossa realidade to somente nossa, ou seja, do povoque construiu o Estado Democrtico de Direito.

Da a importncia de uma vez mais ratificar a aplicao de nosso direito ambientalcomo genuno produto cultural que continua a ser construdo por todos os brasileiros.

Prof. Dr. Celso Antonio Pacheco Fiorillowww.fiorillo.com.br

e-mails: [email protected] [email protected]

http://www.fiorillo.com.brmailto:[email protected]

Parte IDO DIREITO MATERIAL

Captulo IDIREITOS MATERIAIS DIFUSOS

1. INTRODUOTradicionalmente, conforme demonstra o direito romano, o direito positivo sempre

foi observado com base nos conflitos de direito individual. Essa tradio deprivilegiar o direito individual foi acentuada no sculo XIX, por conta da RevoluoFrancesa. Aps a Segunda Guerra Mundial, passou-se a detectar que os grandes temasadaptavam-se necessidade da coletividade, no apenas num contextoindividualizado, mas sim corporativo, coletivo. No mais se poderia conceber asoluo dos problemas sociais tendo-se em vista o binmio pblico/privado.

De fato, em vista das grandes mudanas experimentadas ao longo das ltimasdcadas, no mais podemos enxergar o nosso Pas com base no sculo XIX. A prpriarevoluo tecnolgica pela qual passamos determinou uma modificao brutal donosso sistema. Os grandes temas de conflitos de interesses esto adaptados no mais asituaes iminentemente individuais, mas sim a conflitos coletivos.

Um artigo fundamental neste perodo de transformaes ideolgicas Formaessociais e interesses coletivos diante da Justia Civil, de Mauro Cappelletti[1] passoua destacar de forma mais enftica que entre o pblico e o privado existia umabismo[2]. No mais era possvel solucionar litgios apegados velha concepo deque cada indivduo poderia ser proprietrio de um bem. Ou, por outro lado, se o bemno fosse passvel de apropriao, que ele seria gerido por uma pessoa jurdica dedireito pblico interno, de modo que a tutela de valores como a gua, o aratmosfrico, o controle de publicidade enganosa e abusiva, a sade etc. tambmcaberia a esse mesmo gestor, que seria responsvel tanto pela administrao dos benscomo pela tutela desses valores, caso sua gesto fosse defeituosa.

Por evidncia, isso representava um absurdo. A defesa de valores de interesse geralda coletividade, conhecidos na classificao elaborada por Renato Alessi comointeresses pblicos primrios, no poderia ficar a cargo da prpria gestora deles,porquanto, no raras vezes, o seu interesse, enquanto administradora desses bens os interesses pblicos secundrios , no coincidia com o interesse pblicoprimrio, representativo do interesse comum da coletividade. Assim, a defesa devalores de interesse pblico primrio deveria ser promovida pela coletividade, atravsde representantes.

Importante frisar que a reflexo sobre os direitos que pairavam acima dos interessesindividuais os direitos metaindividuais somente se fez presente com a existnciados conflitos de massa, o que foi sensivelmente acentuado aps a Segunda Guerra

Mundial. Com isso, somente passamos a considerar melhor os direitosmetaindividuais a partir da necessidade processual de comp-los.

E, ao ponderar sobre os aspectos processuais para a defesa dos direitosmetaindividuais, o ilustre Prof. Jos Carlos Barbosa Moreira[3] foi o primeiro aindicar que, em 1965, no Brasil, j possuamos a defesa do direito metaindividual, porconta do procedimento trazido pela Lei n. 4.717, a Lei da Ao Popular. Afirmou-seque a ao popular tinha por finalidade proteger direito metaindividual, qual seja, oerrio, e quem o fazia o autor popular ingressava com uma ao para discutirum conflito que dizia respeito coletividade, de forma que esse autor popular no secaracterizava como um substituto processual, na medida em que no defendia apenasdireito de terceiro, mas prprio tambm.

Dessa forma, a Lei n. 4.717/65 foi o primeiro diploma que, apesar de debater temasde direito instrumental, destacou questes de direito material fundamental. Essereflexo configurou uma evoluo doutrinria at que, em 1981, veio a ser editada aLei n. 6.938, que estabeleceu, pela primeira vez, a Poltica Nacional do Meio Ambientee tratou de defini-lo, destacando-o como uma interao de ordem qumica, fsica ebiolgica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

A Lei n. 6.938/81 representou um grande impulso na tutela dos direitosmetaindividuais e, nesse caminhar legislativo, em 1985, foi editada a Lei n. 7.347, que,apesar de ser tipicamente instrumental, veio a colocar disposio um aparatoprocessual toda vez que houvesse leso ou ameaa de leso ao meio ambiente, aoconsumidor, aos bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico epaisagstico: a ao civil pblica.

Deve-se frisar que, pela primeira vez, houve previso expressa acerca dos interessese direitos difusos e coletivos: no respectivo projeto de lei, em seu art. 1, IV, o qualpreceituava que a ao civil pblica seria instrumento apto defesa, alm dos direitossupracitados, de qualquer outro direito difuso e coletivo . Entretanto, aludido incisofoi vetado pelo Presidente da Repblica, sob a argumentao de que no havia noordenamento jurdico definio legal para os interesses e direitos difusos e coletivos,de modo que, enquanto pendesse a delimitao de seu contedo, no seria viabilizadaa defesa atravs de ao civil pblica.

Sensvel a esses fatos, o legislador constituinte de 1988 trouxe uma novidadeinteressante: alm de autorizar a tutela de direitos individuais, o que tradicionalmentej era feito, passou a admitir a tutela de direitos coletivos[4], porque compreendeu aexistncia de uma terceira espcie de bem: o bem ambiental[5]. Tal fato pode serverificado em razo do disposto no art. 225 da Constituio Federal, que consagrou aexistncia de um bem que no pblico nem, tampouco, particular, mas sim de usocomum do povo.

Em face dessa previso constitucional (do bem ambiental), foi publicada a Lei n.8.078, de 1990, que tratou de definir os direitos metaindividuais (direitos difusos,coletivos e individuais homogneos) e acrescentou o antigo inciso IV do art. 1 da Lein. 7.347/85, que havia sido vetado, possibilitando, desse modo, a utilizao da aocivil pblica para a defesa de qualquer interesse difuso e coletivo. Assim, tivemos acriao legal dos direitos difusos, coletivos e individuais homogneos[6].

Vejamos o contedo de cada um desses direitos metaindividuais.

2. DIREITOS DIFUSOSA Lei n. 8.078/90, em seu art. 81, pargrafo nico, I, trouxe um conceito legal, ao

estabelecer que:Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vtimas

poder ser exercida em juzo individualmente, ou a ttulo coletivo.Pargrafo nico. A defesa coletiva ser exercida quando se tratar de:I interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Cdigo,

os transindividuais, de natureza indivisvel, de que sejam titulares pessoasindeterminadas e ligadas por circunstncias de fato.Por conta do aludido preceito, o direito difuso apresenta-se como um direito

transindividual, tendo um objeto indivisvel, titularidade indeterminada e interligadapor circunstncias de fato[7].

2.1. TRANSINDIVIDUALIDADEO citado art. 81 da Lei n. 8.078/90, ao preceituar que os interesses ou direitos

difusos so transindividuais, objetivou defini-los como aqueles que transcendem oindivduo, ultrapassando o limite da esfera de direitos e obrigaes de cunhoindividual. Como bem ensina Rodolfo de Camargo Mancuso, so os interesses quedepassam a esfera de atuao dos indivduos isoladamente considerados, parasurpreend-los em sua dimenso coletiva[8].

2.2. INDIVISIBILIDADEO direito difuso possui a natureza de ser indivisvel. No h como cindi-lo. Trata-se

de um objeto que, ao mesmo tempo, a todos pertence, mas ningum em especfico opossui. Um tpico exemplo o ar atmosfrico. uma espcie de comunho,tipificada pelo fato de que a satisfao de um s implica, por fora, a satisfao detodos, assim como a leso de um s constitui, ipso facto, leso da inteiracoletividade, conforme ensinamento de Jos Carlos Barbosa Moreira[9].

2.3. TITULARES INDETERMINADOS E INTERLIGADOS PORCIRCUNSTNCIAS DE FATO

Os interesses ou direitos difusos possuem titulares indeterminados. Ao pensarmosno ar atmosfrico poludo, no temos como precisar quais so os indivduos afetadospor ele. Talvez seja possvel apenas delimitar um provvel espao fsico que estariasendo abrangido pela poluio atmosfrica, todavia, seria invivel determinar todos osindivduos afetados e expostos a seus malefcios.

Nesse contexto, temos que os titulares esto interligados por uma circunstnciaftica. Inexiste uma relao jurdica. Experimentam a mesma condio por conta dessacircunstncia ftica, que, no nosso exemplo, a poluio atmosfrica.

Como salienta Celso Bastos, trata-se da descoincidncia do interesse difuso com ointeresse de uma determinada pessoa, abrangendo na verdade toda uma categoria deindivduos unificados por possurem um denominador ftico qualquer emcomum[10].

O Supremo Tribunal Federal[11], bem como o Tribunal Regional Federal da 3Regio, em manifestaes didticas, elucidaram de forma clara a concepo dedireitos difusos em conformidade com nosso posicionamento, bem como o do Prof.Dr. Nelson Nery Junior, exatamente no sentido descrito na presente obra[12].

3. DIREITOS COLETIVOS STRICTO SENSU[13] [14]Os direitos coletivos stricto sensu possuem definio legal, trazida pela Lei n.

8.078/90, em seu art. 81, pargrafo nico, II, o qual preceitua que:Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vtimas

poder ser exercida em juzo individualmente, ou a ttulo coletivo.Pargrafo nico. A defesa coletiva ser exercida quando se tratar de:(...)II interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste

Cdigo, os transindividuais de natureza indivisvel de que seja titular grupo,categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrria por umarelao jurdica base.

3.1. TRANSINDIVIDUALIDADE E DETERMINABILIDADE DOSTITULARES

O legislador, ao mencionar que os interesses ou direitos coletivos sotransindividuais, pretendeu destacar que eles, assim como os difusos, transcendem oindivduo, ultrapassando o limite da esfera de direitos e obrigaes de cunho

individual.Entretanto, os direitos coletivos diferem-se dos difusos em razo da

determinabilidade dos titulares. Como vimos, o direito difuso aquele que seencontra difundido pela coletividade, pertencendo a todos e a ningum ao mesmotempo. Os coletivos, por sua vez, possuem como trao caracterstico adeterminabilidade dos seus titulares. Deve-se observar que, ainda que num primeiromomento no seja possvel determinar todos os titulares, por conta da natureza dodireito coletivo, esses titulares (que esto ligados por uma relao jurdica entre si oucom a parte contrria) so identificveis.

3.2. INDIVISIBILIDADE DO OBJETOAssim como o direito difuso, o coletivo tem como caracterstica a indivisibilidade

de seu objeto. Essa indivisibilidade est restrita categoria, ao grupo ou classe titulardo direito, de forma que a satisfao de um s implica a de todos, e a leso de apenasum constitui leso de todos.

4. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGNEOSEncontramos a definio legal na Lei n. 8.078/90, em seu art. 81, pargrafo nico,

III, o qual, de maneira pouco elucidativa, preceituou:Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vtimas

poder ser exercida em juzo individualmente, ou a ttulo coletivo.Pargrafo nico. A defesa coletiva ser exercida quando se tratar de:(...)III interesses ou direitos individuais homogneos, assim entendidos os

decorrentes de origem comum.Como podemos verificar, o legislador no trouxe elementos definidores dos

direitos individuais homogneos. Entretanto, possvel concluir que se trata dedireitos individuais, cuja origem decorre de uma mesma causa. Na verdade, acaracterstica de ser um direito coletivo atribuda por conta da tutela coletiva, qualesses direitos podero ser submetidos.

A compreenso desse instituto como um direito individual e de objeto divisvelsomente possvel em decorrncia da interpretao do sistema processual deliquidao e execuo dos direitos individuais homogneos, trazido pelo Captulo IIdo Ttulo III da Lei n. 8.078/90. Isso porque, em alguns dispositivos (arts. 91, 97, 98 e100), pode-se constatar que os legitimados para a ao civil pblica agem comolegitimados extraordinrios, pleiteando em nome prprio direito alheio. Alm disso, osistema prev que a liquidao de sentena poder ser promovida pelas vtimas ou

seus sucessores, demonstrando o carter individualizador das ofensas experimentadase, por consequncia, a divisibilidade do objeto dessa relao.

4.1. CRITRIO DE DISTINO DOS DIREITOSImportante frisar a colocao elaborada pelo i. Prof. Nelson Nery Junior, o qual,

com viso prpria, esclarece que um direito caracteriza-se como difuso (...) deacordo com o tipo de tutela jurisdicional e a pretenso levada a juzo[15], aduzindoque a pedra de toque do mtodo classificatrio para qualificar um direito comodifuso, coletivo ou individual o tipo de tutela jurisdicional que se pretende quandose prope a competente ao judicial, sendo certo, para o autor, que, da ocorrnciade um mesmo fato, podem originar-se pretenses difusas, coletivas e individuais[16].

1 Formaes sociais e interesses coletivos diante da Justia Civil, RP, So Paulo, Revista dosTribunais, 5:7, 1977.

2 Ao finalizar seu voto-vista, em 1 de agosto de 2007, o Ministro do STF Gilmar Mendesconsiderou que a Lei n. 9.637/91 institui um programa de publicizao de atividades e servios noexclusivos do Estado, como o ensino, a pesquisa cientfica, o desenvolvimento tecnolgico, aproteo e preservao do meio ambiente, a cultura e a sade, transferindo-os para a gestodesburocratizada a cargo de entidades de carter privado e, portanto, submetendo-os a um regimemais flexvel, mais dinmico, enfim mais eficiente. Para o ministro, a busca por mais eficinciajustifica a implementao de um regime todo especial, regido por regras que respondem aracionalidades prprias do direito pblico e do direito privado. Hoje, disse ele, no h mais comocompreender esse ramo do direito desde a perspectiva de uma rgida dicotomia entre o pblico e oprivado. Com essas ponderaes, o ministro props ao Plenrio a anlise do direito a partir denovos enfoques que superem a velha dicotomia pblico/privado, proposta que julgou maisapropriada no contexto do julgamento de mrito da ao direta de inconstitucionalidade. Por essasrazes, o ministro indeferiu a medida cautelar, at que se possa discutir a fundo todas as questessuscitadas na ao.

Vide Ao Direta de Inconstitucionalidade n. 1.923; origem: DF; relator: Min. Ilmar Galvo;requerentes: Partido dos Trabalhadores PT, advogados: Alberto Moreira Rodrigues e outros, ePartido Democrtico Trabalhista PDT, advogados: Carlos Roberto de Siqueira Castro e outro;requeridos: Presidente da Repblica e Congresso Nacional.

3 Temas de direito processual, So Paulo, Saraiva, 1977, p. 110 e s.4 Reserva extrativista. Conflito de interesse. Coletivo versus individual. Ante o estabelecido no

art. 225 da CF, conflito entre os interesses individual e coletivo resolve-se a favor deste ltimo. (...)No coabitam o mesmo teto, sob o ngulo constitucional, reserva extrativista e reforma agrria (MS25.284, Rel. Min. Marco Aurlio, j. em 17-6-2010, Plenrio, DJe de 13-8-2010).

5 Os arts. 2 da Lei 8.176/1991 e 55 da Lei 9.605/1998 tutelam bens jurdicos distintos: oprimeiro visa a resguardar o patrimnio da Unio; o segundo protege o meio ambiente. Da aimprocedncia da alegao de que o art. 55 da Lei 9.605/1998 revogou o art. 2 da Lei 8.176/1991(HC 89.878, Rel. Min. Eros Grau, j. em 20-4-2010, 2 Turma, DJe de 14-5-2010).

6 importante destacar que o direito brasileiro um produto cultural, caracterizando-se, dentrode nossa realidade, por ser verdadeiro patrimnio cultural, constituindo-se em bem de naturezamaterial e imaterial portador de referncia (enquanto forma de expresso) identidade e ao,assim como memria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (art. 216 da CF).Dessarte, nosso direito est intrinsecamente ligado, sob o ponto de vista jurdico, ao meio ambientecultural.

Vide nosso Princpios do Processo Ambiental, 2. ed., Saraiva, 2006.7 A Constituio Federal confere relevo ao Ministrio Pblico como instituio permanente,

essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regimedemocrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis (CF, art. 127). Por isso mesmodetm o Ministrio Pblico capacidade postulatria, no s para a abertura do inqurito civil, daao penal pblica e da ao civil pblica para a proteo do patrimnio pblico e social, do meioambiente, mas tambm de outros interesses difusos e coletivos (CF, art. 129, I e III). Interesses

http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=613326http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=611007

difusos so aqueles que abrangem nmero indeterminado de pessoas unidas pelas mesmascircunstncias de fato e coletivos aqueles pertencentes a grupos, categorias ou classes de pessoasdeterminveis, ligadas entre si ou com a parte contrria por uma relao jurdica base. Aindeterminidade a caracterstica fundamental dos interesses difusos e a determinidade, adaqueles interesses que envolvem os coletivos. Direitos ou interesses homogneos so os que tma mesma origem comum (art. 81, III, da Lei n. 8.078, de 11-9-1990), constituindo-se em subespciede direitos coletivos. Quer se afirme interesses coletivos ou particularmente interesses homogneos,stricto sensu, ambos esto cingidos a uma mesma base jurdica, sendo coletivos, explicitamentedizendo, porque so relativos a grupos, categorias ou classes de pessoas, que, conquanto digamrespeito s pessoas isoladamente, no se classificam como direitos individuais para o fim de servedada a sua defesa em ao civil pblica, porque sua concepo finalstica destina-se proteodesses grupos, categorias ou classe de pessoas. As chamadas mensalidades escolares, quandoabusivas ou ilegais, podem ser impugnadas por via de ao civil pblica, a requerimento do rgodo Ministrio Pblico, pois ainda que sejam interesses homogneos de origem comum, sosubespcies de interesses coletivos, tutelados pelo Estado por esse meio processual como dispe oart. 129, III, da CF. Cuidando-se de tema ligado educao, amparada constitucionalmente comodever do Estado e obrigao de todos (CF, art. 205), est o Ministrio Pblico investido dacapacidade postulatria, patente a legitimidade ad causam, quando o bem que se busca resguardar seinsere na rbita dos interesses coletivos, em segmento de extrema delicadeza e de contedo social talque, acima de tudo, recomenda-se o abrigo estatal (RE 163.231, Rel. Min. Maurcio Corra,julgamento em 26-2-1997, Plenrio, DJ de 29-6-2001). No mesmo sentido: RE 514.023-AgR, Rel.Min. Ellen Gracie, julgamento em 4-12-2009, Segunda Turma, DJE de 5-2-2010; RE 511.961, Rel.Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-6-2009, Plenrio, DJE de 13-11-2009.

8 Comentrios ao Cdigo de Proteo do Consumidor, Saraiva, 1991, p. 275.9 A legitimao para a defesa dos interesses difusos no direito brasileiro, RF, 276:1.10 A tutela dos interesses difusos no direito constitucional brasileiro, Vox Legis, ano XIII, v. 152,

ago. 1981, passim.11 a posio do prprio Supremo Tribunal Federal apontando no plano da interpretao judicial

nossa viso, a saber:Meio ambiente. Direito preservao de sua integridade (CF, art. 225). Prerrogativa qualificada

por seu carter de metaindividualidade. Direito de terceira gerao (ou de novssima dimenso) queconsagra o postulado da solidariedade. Necessidade de impedir que a transgresso a esse direitofaa romper, no seio da coletividade, conflitos intergeracionais. Espaos territoriais especialmenteprotegidos (CF, art. 225, 1, III). Alterao e supresso do regime jurdico a eles pertinente.Medidas sujeitas ao princpio constitucional da reserva de lei. Supresso de vegetao em rea depreservao permanente. Possibilidade de a administrao pblica, cumpridas as exigncias legais,autorizar, licenciar ou permitir obras e/ou atividades nos espaos territoriais protegidos, desde querespeitada, quanto a estes, a integridade dos atributos justificadores do regime de proteo especial.Relaes entre economia (CF, art. 3, II, c/c o art. 170, VI) e ecologia (CF, art. 225). Coliso dedireitos fundamentais. Critrios de superao desse estado de tenso entre valores constitucionaisrelevantes. Os direitos bsicos da pessoa humana e as sucessivas geraes (fases ou dimenses) dedireitos (RTJ, 164/158, 160/161). A questo da precedncia do direito preservao do meio

ambiente: uma limitao constitucional explcita atividade econmica (CF, art. 170, VI). Decisono referendada. Consequente indeferimento do pedido de Medida Cautelar (MC na ADI 3.540-1-DF, rel. Celso de Mello, j. em 1-9-2005).

12 Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso que, em sede de ao cautelar,deferiu pedido de liminar, suspendendo medidas relativas ao concurso Vestibular de Primavera, quedeveria ser realizado em 20/8/01, suspendendo tambm a cobrana da taxa de inscrio, sob ofundamento da requerente de que sobre tal certame pesam ilegalidades e inconstitucionalidades.

O MM. Juzo monocrtico entendeu que o Exame Nacional de Ensino Mdio ENEM no podeser obrigatrio para avaliar o desempenho escolar do aluno, e sim alternativo, posto que ele nosuprime a primeira fase do exame vestibular.

A agravante requer o efeito suspensivo, para a reforma da deciso, alegando, entre outras coisas,que o Ministrio Pblico Federal no parte legtima para figurar na lide e que no foi observado omandamento contido no art. 2 da Lei 8.437/92, uma vez que a liminar foi concedida sem que elafosse ouvida, previamente.

Decido.A lei processual civil defere ao magistrado o poder de emprestar ao recurso de agravo de

instrumento o efeito suspensivo, de molde a restringir a eficcia material da deciso monocrtica,proferida por Juzo de 1 grau, que possa causar leso a direito do recorrente.

Na hiptese dos autos verifico inocorrer essa situao.Deveras, inicialmente, quanto legitimidade do d. rgo do Ministrio Pblico Federal a matria

ser enfrentada pelo d. magistrado a quo, no sendo demais afirmar, no entretanto (sic), que ointeresse envolvendo milhares de candidatos ao concurso vestibular, em especial de UniversidadeFederal, abre ensejo atuao ministerial, considerando-se que, na hiptese dos autos, foramlevados a Juzo fatos relevantes, que ferem os princpios que devem nortear a atividade deUniversidade Pblica.

Na lio de Nelson Nery Jr., na verdade o que determina a classificao de um direito comodifuso, coletivo, individual puro ou individual homogneo o tipo de tutela jurisdicional que sepretende quando se prope a competente ao judicial (in Princpios do processo civil naConstituio Federal, Revista dos Tribunais, 6. ed., p. 120).

A matria debatida na ao originria efetivamente metaindividual, valendo a observao que seinsere igualmente nos denominados direitos do consumidor, sendo a Universidade o elemento deligao entre a atuao do Estado (oferecimento de ensino de 3 grau, gratuito) e o cidado, esteidentificado como sendo aluno que tenha concludo o 2 grau, consumidor, indeterminado, ou seja, nodizer de Celso Antonio Pacheco Fiorillo os titulares esto interligados por uma circunstncia ftica.Inexiste uma relao jurdica. Experimentam a mesma condio por conta dessa circunstnciaftica... (in Curso de direito ambiental brasileiro, Saraiva, 2000, p. 7).

Quanto oitiva do representante na hiptese, entendo que quer na Medida Cautelar, quer noprprio mbito da Ao Civil Pblica, deve-se observar o art. 2 da Lei n. 8.437/92, que determina aprvia oitiva do representante judicial da pessoa jurdica de direito pblico, para a concesso daliminar, devendo tal representante manifestar-se em 72 h. No entretanto (sic), na hiptese dos autos, manifesto, o periculum in mora, podendo ser concedida a medida, como alis o foi, inaudita alteraparte, sob pena de, aps o aguardo do prazo fixado, ter-se esvado o direito buscado em Juzo.

A deciso judicial irrepreensvel, inclusive no sentido de afastar a realizao do ENEM comosubstituto da 1 fase do vestibular, posto que tal situao se divorcia dos objetivos dessa avaliao.

Nego pois a suspenso requerida, mantendo a deciso recorrida.Determino agravante que comprove o cumprimento do art. 526 do CPC.Intime-se a agravada, para os termos do inciso III do art. 527 do CPC.D-se cincia desta deciso, por fax, ao MM. Juzo recorrido (Ag 138.612-SP, rel. Desa.

Federal Marli Ferreira, j. em 27-11-2001).13 Quando nos reportarmos aos direitos coletivos lato sensu, abordaremos os direitos coletivos

como gnero, de forma a abranger os direitos difusos, os coletivos stricto sensu e os individuaishomogneos.

14 Independentemente de a prpria lei fixar o conceito de interesse coletivo, conceito deDireito Constitucional, na medida em que a Carta Poltica dele faz uso para especificar as espciesde interesses que compete ao Ministrio Pblico defender (CF, art. 129, III) (RE 213.015, Rel. Min.Nri da Silveira, j. em 8-4-2002, DJ, 24-5-2002).

15 Cdigo de Processo Civil e legislao processual civil extravagante em vigor , Revista dosTribunais, 1994, p. 1232.

16 Cdigo brasileiro de Defesa do Consumidor, Rio de Janeiro, Forense Universitria, 1991,passim.

Captulo IIFUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO

AMBIENTAL BRASILEIRO E POLTICA NACIONAL DO MEIOAMBIENTE

A) INTRODUO

1. NOES PROPEDUTICASA Constituio Federal de 1988 consagrou de forma nova e importante a existncia

de um bem que no possui caractersticas de bem pblico e, muitos menos, privado,voltado realidade do sculo XXI, das sociedades de massa, caracterizada por umcrescimento desordenado e brutal avano tecnolgico.

Diante desse quadro, a nossa Carta Magna estruturou uma composio para a tutelados valores ambientais, reconhecendo-lhes caractersticas prprias, desvinculadas doinstituto da posse e da propriedade, consagrando uma nova concepo ligada adireitos que muitas vezes transcendem a tradicional ideia dos direitos ortodoxos: oschamados direitos difusos.

Isso foi realizado por conta do art. 225 do Texto Constitucional, que nos forneceuos fundamentos bsicos para a compreenso do instituto[1]. Dispe seu caput:

Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bemde uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se aoPoder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para aspresentes e futuras geraes.Podemos dividir esse dipositivo em quatro partes e analis-las em separado. A

primeira parte aponta, como direito de todos, a existncia do direito a um meioambiente ecologicamente equilibrado.

A primeira tarefa concentra-se no preenchimento do contedo do termo todos. Umaideia inicial de que a concepo todos, que traz a caracterstica do bem difuso,estaria exteriorizada com base no que estabelece o art. 5 da Constituio Federal.Assim, brasileiros e estrangeiros residentes no Pas poderiam absorver a titularidadedesse direito material. Tal concepo reafirma ainda o princpio da soberania, preceitofundamental da Repblica Federativa do Brasil. Da entendermos que a Constituio,ao fixar fundamentos visando a constituir um Estado Democrtico de Direito,pretendeu destinar s pessoas humanas abarcadas por sua soberania o exerccio plenoe absoluto do direito ambiental brasileiro[2].

Uma outra corrente, no menos importante e interessante, estabelece o contedo da

expresso todos presente no art. 1, III, da Constituio Federal, sustentando que,alm dos brasileiros e estrangeiros residentes no Pas, toda e qualquer pessoahumana teria a possibilidade de estar adaptada tutela desses valores ambientais.Dessa forma, fazendo-se meno pessoa humana, teramos uma viso mais ampla doque a contida no art. 5 da Lei Maior. Com base nessa viso, no importaria perquirirse o destinatrio da norma constitucional seria brasileiro ou estrangeiro, indgena oualiengena. Qualquer pessoa humana, desde que sustentando essa condio,preencheria os requisitos de direito positivo necessrios ao exerccio de direitosambientais em nosso pas. Com isso, eliminaramos um fator fundamental para todosos povos aglutinados em face de sua cultura: a soberania[3].

Registre-se a nossa discordncia com esse posicionamento, porque entendemos queo povo, enquanto conjunto de indivduos que falam a mesma lngua, tm costumes ehbitos assemelhados, afinidades de interesses, histria e tradies comuns, quemexerce a titularidade do meio ambiente ecologicamente equilibrado, dentro de umanova viso constitucional plenamente adaptada aos interesses de uma sociedade demassa[4], at mesmo porque o art. 225, ao definir o bem ambiental, preceitua-o comoum bem de uso comum do povo.

Desse modo, defendemos que o alcance constitucional do termo todos, fixado noart. 225 da Carta Maior, estaria adstrito ao que estabelece o art. 5, no sentido de quebrasileiros e estrangeiros residentes no Pas que delimitam a coletividade de pessoas,ainda que indefinidas, de um critrio mais especfico, com destaque para umacomposio obviamente metaindividual[5].

A segunda parte do dispositivo a ser analisada relaciona-se compreenso do bemambiental.

Com efeito, quando a Constituio Federal diz que todos tm direito a um meioambiente ecologicamente equilibrado, aponta a existncia de um direito vinculado hiptese de um bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida.

Ao verificarmos o direito civil, notamos que os poderes bsicos do direito materialde propriedade tradicional do sculo XIX so compreendidos pelo direito de usar,fruir, gozar e dispor do bem. Por sua vez, a Constituio Federal de 1988 inova oordenamento, destacando do bem ambiental alguns desses direitos e protegendo bensque no so suscetveis de apropriao, seja pela pessoa fsica, seja pela pessoajurdica. Na verdade, a Constituio formulou inovao revolucionria no sentido decriar um terceiro gnero de bem , que, em face de sua natureza jurdica, no seconfunde com os bens pblicos e muito menos com os privados[6].

Isso passa a exigir do intrprete uma nova compreenso da estrutura apresentadapelo art. 20 da Constituio Federal, que estabelece quais os bens da Unio, porquediversos deles possuem caractersticas de bem ambiental, como os lagos, rios, ilhas

fluviais e o prprio mar territorial, cabendo Unio no a sua propriedade, porquantoo bem difuso insuscetvel de apropriao, mas sim a possibilidade de gerenci-los.

A terceira anlise da norma diz respeito estrutura finalstica do direito ambiental,porquanto esse bem de uso comum do povo, para que se caracterize como um bemambiental e seja traduzido como difuso, tem de ser essencial sadia qualidade devida.

A concepo essencial sadia qualidade de vida reporta-se aos destinatrios danorma constitucional, que somos todos ns. Dessarte, a regra vinculada ao direitoambiental tem como objetivo a tutela do ser humano e, de forma mediata, outrosvalores que tambm venham a ser estabelecidos na Constituio Federal.

Por conta dessa viso, devemos compreender o que seja essencial, adotando umpadro mnimo de interpretao ao art. 225 em face dos dizeres do art. 1, combinadocom o art. 6 da Constituio Federal, que fixa o piso vital mnimo. Com efeito, umdos princpios fundamentais da Repblica Federativa do Brasil o da dignidade dapessoa humana, e, para que uma pessoa tenha a tutela mnima de direitosconstitucionais adaptada ao direito ambiental, deve possuir uma vida no s sob oponto de vista fisiolgico, mas sobretudo concebida por valores outros, como osculturais, que so fundamentais para que ela possa sobreviver, em conformidade coma nossa estrutura constitucional. E exatamente por conta dessa viso que apontamoso critrio de dignidade da pessoa humana, dentro de uma viso adaptada ao direitoambiental, preenchendo o seu contedo com a aplicao dos preceitos bsicosdescritos no art. 6 da Constituio Federal[7].

Alm disso, quando se fala em dignidade da pessoa humana e tutela do direito vida, alm do aspecto fisiolgico anteriormente referido, obviamente, tem de se levarem considerao a possibilidade do desfrute, por toda e qualquer pessoa, do direito educao, sade, ao trabalho, ao lazer, segurana e aos demais preceitos dispostosno art. 6.

O bem ambiental, fundamental, como declara a Carta Constitucional, e porquantovinculado a aspectos de evidente importncia vida, merece tutela tanto do PoderPblico como de toda a coletividade, tutela essa consistente num dever, e nosomente em mera norma moral de conduta. E, ao referir-se coletividade e ao PoderPblico, leva-nos a concluir que a proteo dos valores ambientais estrutura tanto asociedade, do ponto de vista de suas instituies, quanto se adapta s regras maistradicionais das organizaes humanas, como as associaes civis, os partidospolticos e os sindicatos[8].

O quarto ponto a ser analisado, e talvez o mais relevante do art. 225, aquele quenos proporciona a compreenso do que seja um bem ambiental, isto , um bemresguardado no s no interesse dos que esto vivos, mas tambm no das futuras

geraes. a primeira vez que a Constituio Federal se reporta a direito futuro,diferentemente daquela ideia tradicional do direito de sucesso previsto no CdigoCivil. Portanto, a responsabilidade de tutela dos valores ambientais no diz somenterespeito s nossas existncias, mas tambm ao resguardo das futuras geraes[9].

Aludida preocupao veio contemplada na tutela da preservao do patrimniogentico, estrutura bsica da vida humana, independentemente da concepofilosfica ou religiosa adotada. Hoje, ao se falar em tutela do direito vida, muitoantes de qualquer considerao sobre o nascituro, existe essa estrutura fundamentalvinculada organizao do DNA (cido desoxirribonucleico).

Assim, temos que o art. 225 estabelece quatro concepes fundamentais no mbitodo direito ambiental: a) de que todos tm direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado; b) de que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado dizrespeito existncia de um bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidadede vida, criando em nosso ordenamento o bem ambiental; c) de que a Carta Maiordetermina tanto ao Poder Pblico como coletividade o dever de defender o bemambiental, assim como o dever de preserv-lo; d) de que a defesa e a preservao dobem ambiental esto vinculadas no s s presentes como tambm s futurasgeraes.

2. VISO ANTROPOCNTRICA DO DIREITOCONSTITUCIONAL AMBIENTALCabe-nos neste momento questionar: a quem o direito ambiental serve? Seria

somente ao homem ou a toda e qualquer outra forma de vida? O tema pode serdesenvolvido a partir de duas ideias fundamentais: a) a de que o destinatrio dodireito ambiental seria a pessoa humana; e b) a de que seu destinatrio seria a vida emtodas as suas formas. Passemos a analisar as duas ideias.

2.1. A PESSOA HUMANA COMO DESTINATRIA DODIREITO AMBIENTAL

A Constituio Federal de 1988, ao estabelecer em seus princpios fundamentais adignidade da pessoa humana (art. 1, III)[10]como fundamento destinado ainterpretar todo o sistema constitucional[11], adotou viso (necessariamente comreflexos em toda a legislao infraconstitucional nela includa toda a legislaoambiental) explicitamente antropocntrica, atribuindo aos brasileiros e estrangeirosresidentes no Pas (arts. 1, I, e 5 da Carta Magna) uma posio de centralidade emrelao ao nosso sistema de direito positivo[12].

De acordo com esta viso, temos que o direito ao meio ambiente voltado para a

satisfao das necessidades humanas[13]. Todavia, aludido fato, de forma alguma,impede que ele proteja a vida em todas as suas formas, conforme determina o art. 3da Poltica Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/81), cujo conceito de meioambiente foi, a nosso ver, inteiramente recepcionado[14].

Se a Poltica Nacional do Meio Ambiente protege a vida em todas as suas formas, eno s o homem que possui vida, ento todos que a possuem so tutelados eprotegidos pelo direito ambiental, sendo certo que um bem, ainda que no seja vivo,pode ser ambiental, na medida que possa ser essencial sadia qualidade de vida deoutrem, em face do que determina o art. 225 da Constituio Federal (bem material oumesmo imaterial)[15].

Dessa forma, a vida que no seja humana s poder ser tutelada pelo direitoambiental na medida em que sua existncia implique garantia da sadia qualidade devida do homem, uma vez que numa sociedade organizada este destinatrio de toda equalquer norma[16].

Vale ressaltar nesse sentido o Princpio n. 1 da Declarao do Rio de Janeiro sobreMeio Ambiente e Desenvolvimento de 1992:

Os seres humanos esto no centro das preocupaes com o desenvolvimentosustentvel. Tm direito a uma vida saudvel e produtiva, em harmonia com anatureza.Na verdade, o direito ambiental possui uma necessria viso antropocntrica,

porquanto o nico animal racional o homem, cabendo a este a preservao dasespcies, incluindo a sua prpria. Do contrrio, qual ser o grau de valorao, senofor a humana, que determina, v. g., que animais podem ser caados, em que poca sepode faz-lo, onde etc.?

Alm disso, costuma-se afirmar que a Constituio Federal de 1988, ao proibirprticas cruis contra os animais, teria deslocado a viso antropocntrica do direitoambiental. Questes intrigantes envolvem o tema, que exige do aplicador da normauma interpretao sistemtica da Carta Constitucional, deixando de lado a literalidadedo dispositivo. Exemplo disso a questo da farra do boi, atividade cultural tpica doSul do Pas, que gera grandes embates na doutrina e na jurisprudncia[17] e que seroportunamente analisada.

De qualquer modo, quando entram em choque o direito constitucional do animal deno ser submetido a prticas cruis e o de manifestao da cultura do povo, parece-nos que a nica opo a prevalecer a atividade cultural, porquanto a identidade deum povo, representando a personificao da sua dignidade como parte integrantedaquela regio. Todavia, deve ser ressaltada a hiptese de o animal ser uma espcieameaada de extino. Nessa situao, estaria comprometida a prpria perpetuao

do costume em tela, e, vedando-se a prtica, o animal teria um mnimo de chance desobreviver na cadeia ecolgica, de forma a se reclamar, na hiptese, a suapreservao.

No se deve perder de vista que crueldade um termo jurdico indeterminado,reclamando do intrprete o preenchimento de seu contedo. Para tanto, cumpre aoaplicador da norma questionar se a prtica necessria e socialmente consentida.Com isso, obrigamo-nos reflexo do que seja cruel, na medida em que, seconcluirmos que matar um animal agir com crueldade, chegaremos ao absurdo deque a Constituio Federal estaria proibindo prticas comuns que garantem nossasubsistncia. Exemplo disso pensarmos no abate dirio de mais de duzentos milfrangos no Brasil.

Por ora, urge observar que o art. 225 da Constituio Federal de 1988 buscaestabelecer, no mundo do dever-ser, um meio ambiente ecologicamente equilibradopara a sadia qualidade de vida. Isso significa que a crueldade deriva de um noaproveitamento do animal para fins de manuteno da prpria sadia qualidade devida. Dessa forma, o que no se pode permitir , por exemplo, que se abata um animaldestinado ao consumo humano por um mtodo que, comprovadamente, seja maisdoloroso para ele. Interessante verificar que, por motivos biolgicos, chegou-se concluso de que, quanto mais o animal sofre antes de ser abatido, maior ser sualiberao de toxinas e hormnios, que, impregnados em sua carne, provocaro danos sade. Aludido fato, em ltima anlise, retrata a presena da viso antropocntricano direito ambiental, porquanto no se submete o animal crueldade em razo de eleser titular do direito, mas sim porque essa vedao busca proporcionar ao homemuma vida com mais qualidade.

Por tudo isso, no temos dvida em afirmar que no s existe uma visoantropocntrica do meio ambiente em sede constitucional, mas tambm umaindissocivel relao econmica do bem ambiental com o lucro que pode gerar, bemcomo com a sobrevivncia do prprio meio ambiente. Alm disso, a vida humana sser possvel com a permanncia dessa viso antropocntrica o que, obviamente,no permite exageros , visto que, como o prprio nome j diz, ecossistema englobaos seres e suas interaes positivas em um determinado espao fsico[18].

2.2. A VIDA EM TODAS AS SUAS FORMAS COMODESTINATRIA DO DIREITO AMBIENTAL

Por intermdio desta viso o direito ambiental teria por objeto a tutela de toda equalquer vida. Embora contrria nossa viso antropocntrica do direito ambientalbrasileiro, interessante fris-la, at mesmo como forma de reforarmos nossoposicionamento.

Temos para ns que esse entendimento leva-nos a concluses despropositadas,como podemos perceber na defesa de Diogo de Freitas do Amaral, o qual preceituaque

j no mais possvel considerar a proteo da natureza como um objetivodecretado pelo homem em benefcio exclusivo do prprio homem. A natureza temque ser protegida tambm em funo dela mesma, como valor em si, e no apenascomo um objeto til ao homem. (...) A natureza carece de uma proteo pelosvalores que ela representa em si mesma, proteo que, muitas vezes, ter de serdirigida contra o prprio homem[19].Parece-nos inaceitvel aludida concepo, porquanto devamos considerar a

proteo da natureza como um objetivo decretado pelo homem exatamente embenefcio exclusivo seu[20].

Do contrrio, estaramos desenvolvendo um raciocnio no sentido de que a nossaConstituio, de maneira indita, teria estendido o direito ambiental a todas as formasde vida. Nosso direito positivo constitucional estaria, portanto, assumindo umainterpretao literal do que estabelece o art. 3, I, da Lei n. 6.938/81, que reza ser meioambiente o conjunto de condies, leis, influncias e interaes de ordem fsica,qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

De acordo com essa posio, os animais assumiriam papel de destaque em face daproteo ambiental, enquanto destinatrios diretos do direito ambiental brasileiro .Todavia, no nos parece razovel a ideia do animal, da fauna, da vida em geraldissociada da relao com o homem. Isso importa uma vez mais reiterar que aproteo do meio ambiente existe, antes de tudo, para favorecer o prprio homem e,seno por via reflexa e quase simbitica, proteger as demais espcies. De qualquermaneira, para aqueles que advogam a ideia antes debatida, o alcance constitucional dotermo todos, fixado no art. 225 da Carta Magna, seria infinitamente maior, o queresultaria na revoluo dos critrios de interpretar o direito positivo em vigor.

3. DEFINIO LEGAL DE MEIO AMBIENTEFeita uma anlise inicial do direito ambiental na Constituio Federal de 1988,

trataremos de conceitu-lo.Primeiramente, verificando a prpria terminologia empregada, extramos que meio

ambiente relaciona-se a tudo aquilo que nos circunda. Costuma-se criticar tal termo,porque pleonstico, redundante, em razo de ambiente j trazer em seu contedo aideia de mbito que circunda, sendo desnecessria a complementao pela palavrameio.

O legislador infraconstitucional tratou de definir o meio ambiente, conforme se

verifica no art. 3, I, da Lei n. 6.938/81 (a Lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente):Art. 3 Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:I meio ambiente, o conjunto de condies, leis, influncias e interaes de

ordem fsica, qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida em todas assuas formas.Em face da sistematizao dada pela Constituio Federal de 1988, podemos

tranquilamente afirmar que o conceito de meio ambiente dado pela Lei da PolticaNacional do Meio Ambiente foi recepcionado[21]. Isso porque a Carta Magna de 1988buscou tutelar no s o meio ambiente natural, mas tambm o artificial, o cultural e odo trabalho.

Aludida concluso alcanada pela observao do art. 225 da Lei Maior, que utilizaa expresso sadia qualidade de vida. De fato, o legislador constituinte optou porestabelecer dois objetos de tutela ambiental: um imediato, que a qualidade do meioambiente, e outro mediato, que a sade, o bem-estar e a segurana da populao,que se vm sintetizando na expresso da qualidade de vida[22].

Com isso, conclui-se que a definio de meio ambiente ampla, devendo-seobservar que o legislador optou por trazer um conceito jurdico indeterminado, a fimde criar um espao positivo de incidncia da norma.

4. CLASSIFICAO DO MEIO AMBIENTE. OS QUATROSIGNIFICATIVOS ASPECTOS QUE J INDICVAMOSDESDE A 1 EDIO DE NOSSO CURSO (2000) E QUEACABARAM SENDO ACOLHIDOS PELO SUPREMOTRIBUNAL FEDERALComo acima foi dito, o termo meio ambiente um conceito jurdico indeterminado,

cabendo, dessa forma, ao intrprete o preenchimento do seu contedo. Assim,passaremos a classificar seus aspectos.

Primeiramente, cumpre frisar que unitrio o conceito de meio ambiente,porquanto todo este regido por inmeros princpios, diretrizes e objetivos quecompem a Poltica Nacional do Meio Ambiente. No se busca estabelecer divisesestanques, isolantes, at mesmo porque isso seria um empecilho aplicao da efetivatutela.

A diviso do meio ambiente em aspectos que o compem busca facilitar aidentificao da atividade degradante e do bem imediatamente agredido. No se podeperder de vista que o direito ambiental tem como objeto maior tutelar a vida saudvel,de modo que a classificao apenas identifica o aspecto do meio ambiente em que

valores maiores foram aviltados.E com isso encontramos pelo menos quatro significativos aspectos que j

indicvamos desde a 1 edio de nosso Curso (2000) e que acabaram sendoacolhidos pelo Supremo Tribunal Federal: meio ambiente natural, artificial, cultural edo trabalho[23].

Evolumos na classificao, conforme os leitores podero observar a seguir.Neste momento faremos uma anlise breve acerca de cada um dos aspectos,

reservando captulos prprios para o aprofundamento dos temas.

4.1. MEIO AMBIENTE NATURALO meio ambiente natural ou fsico constitudo pela atmosfera, pelos elementos da

biosfera, pelas guas (inclusive pelo mar territorial), pelo solo, pelo subsolo (inclusiverecursos minerais), pela fauna e flora. Concentra o fenmeno da homeostase,consistente no equilbrio dinmico entre os seres vivos e meio em que vivem.

O meio ambiente natural mediatamente tutelado pelo caput do art. 225 daConstituio Federal e imediatamente, v. g. , pelo 1, I, III e VII, desse mesmoartigo:

Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bemde uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se aoPoder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para aspresentes e futuras geraes.

1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:I preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo

ecolgico das espcies e ecossistemas;(...)III definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus

componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supressopermitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa aintegridade dos atributos que justifiquem sua proteo;

(...)VII proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prticas que

coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies ousubmetam os animais a crueldade.

4.2. MEIO AMBIENTE ARTIFICIALO meio ambiente artificial compreendido pelo espao urbano construdo,

consistente no conjunto de edificaes (chamado de espao urbano fechado), e pelosequipamentos pblicos (espao urbano aberto).

Este aspecto do meio ambiente est diretamente relacionado ao conceito de cidade.Vale verificar que o vocbulo urbano, do latim urbs, urbis, significa cidade e, porextenso, seus habitantes. No est empregado em contraste com o termo campo ourural, porquanto qualifica algo que se refere a todos os espaos habitveis, no seopondo a rural, conceito que nele se contm: possui, pois, uma natureza ligada aoconceito de territrio[24].

O meio ambiente artificial recebe tratamento constitucional no apenas no art. 225,mas tambm nos arts. 182, ao iniciar o captulo referente poltica urbana; 21, XX,que prev a competncia material da Unio Federal de instituir diretrizes para odesenvolvimento urbano, inclusive habitao, saneamento bsico e transportesurbanos; 5, XXIII, entre alguns outros.

No momento oportuno, verificaremos detidamente a proteo conferida ao meioambiente artificial, no s em face da Constituio Federal de 1988[25] como emdecorrncia da mais importante norma vinculada ao Meio Ambiente Artificial, que oEstatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001).

4.3. MEIO AMBIENTE CULTURALO conceito de meio ambiente cultural vem previsto no art. 216 da Constituio

Federal, que o delimita da seguinte forma:Art. 216. Constituem patrimnio cultural brasileiro os bens de natureza material

e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referncia identidade, ao, memria dos diferentes grupos formadores da sociedadebrasileira, nos quais se incluem:

I as formas de expresso;II os modos de criar, fazer e viver;III as criaes cientficas, artsticas e tecnolgicas;IV as obras, objetos, documentos, edificaes e demais espaos destinados s

manifestaes artstico-culturais;V os conjuntos urbanos e stios de valor histrico, paisagstico, artstico,

arqueolgico, paleontolgico, ecolgico e cientfico.Ressalta o Prof. Jos Afonso da Silva que o meio ambiente cultural integrado

pelo patrimnio histrico, artstico, arqueolgico, paisagstico, turstico, que emboraartificial, em regra, como obra do homem, difere do anterior (que tambm cultural)pelo sentido de valor especial[26].

O bem que compe o chamado patrimnio cultural traduz a histria de um povo, asua formao, cultura e, portanto, os prprios elementos identificadores de suacidadania, que constitui princpio fundamental norteador da Repblica Federativa doBrasil.

4.3.1. Meio ambiente digitalRatificando a matria anteriormente indicada (Meio Ambiente Cultural), todo

bem referente nossa cultura, identidade, memria etc., uma vez reconhecidocomo patrimnio cultural, integra a categoria de bem ambiental e, emdecorrncia disso, difuso.

Ademais, alm de restar evidente no plano jurdico constitucional que as formas deexpresso, os modos de criar, fazer e viver integram o conceito jurdicoconstitucional de patrimnio cultural, deve-se verificar que o art. 215, caput e 1,da Constituio Federal de 1988 determina:

Art. 215. O Estado garantir a todos o pleno exerccio dos direitos culturais eacesso s fontes da cultura nacional, e apoiar e incenti