Ambelain Robert - Doutrina Geral de Martinez de Pasqually

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  • 8/6/2019 Ambelain Robert - Doutrina Geral de Martinez de Pasqually

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    Doutrina Geral de Martinez de Pasqually**

    Robert Ambelain

    Smbolos dos Elu-Cohen

    Como todo o Esoterismo, a doutrina Martinista, tal como foi definida por Martinezde Pasqually em seu Tratado de Reintegrao dos Seres, necessariamente recorre aoExoterismo para exprimir verdades metafsicas, que pouco perceptvel e pouco exprimvelpor sua natureza. assim que ela est integralmente vinculada tradio Ocidental, e maisparticularmente crist.

    Em relao ao problema da Causa Primeira, (Deus), o Martinismo torna suas asconcluses a que chegaram os telogos cristos e os cabalistas hebreus, ao menos quanto aosprincpios sobre os quais as diversas escolas esto sempre em acordo: o ternrio divino,pessoas divinas, emanao, e etc... Concernente ao restante, particularmente

    gnstico,(porm o que apresentando nessa tese tem uma conotao diferente das escolasassociadas com esse nome.)porque coloca em princpio a igual necessidade do Conhecimentoe da F, e o fato de que a graa deve, para atuar efetivamente, ser completada pela aointeligente, compreensiva e livre do homem. por esses motivos que Martinez de Pasquallyapresentou o esoterismo de sua escola sob o aspecto da tradio judaico-crist. Essa lenda, queteve o Mestre muito certamente como autor, decorre de documentos tradicionais, que foi depropriedade de sua famlia desde que um av, membro de um tribunal de Inquisio, os teriaobtido de herticos rabes ou judeus na Espanha. Esses documentos eram constitudos pormanuscritos latinos, cpias dos originais rabes, derivados de clavculas hebraicas.

    O que quer que seja, eis aqui um resumo do Tratado de Reintegrao dos Seres,

    obra to rara quanto obscura para quem no est familiarizado com as tradies gerais que atm inspirado.

    O mundo, considerado tanto como o domnio material, submetido aos nossossentidos, e as regies espirituais do alm, no foi obra de Deus em si mesmo, consideradocomo Absoluto. E o Evangelho de Joo que nos ensina:

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    No comeo (quer dizer, quando iniciavam os tempos, perodos nos quais semanifestavam os entes relativos), era o verbo (o Logos, a Palavra Divina).

    O verbo estava prximo de Deus...(expresso literal, correspondendo ao texto grego, melhordo que com Deus das verses ordinrias).

    O Verbo era deus... (e no deus maiscula. No texto grego no tem o artigo: overbo era portanto um dos elohim ou filho-de-Deus: a palavra elohim significando emhebreu, Ele-os-deuses). (1)

    Todas as coisas foram feitas por ele, e nada foi feito sem ele... (Joo - cap. I).

    Esses Logos, aquele que a Cabala denomina Ado Kadmon, aquele que (em todas astradies religiosas antigas) cria os seres inferiores pela sua palavra, ao cham-los(subentendendo-se Vida real, manifesta): E Ado deu seu nome a todos as bestas e avesdo cu, a todos os animais dos campos, mas para o Homem, no encontrou auxiliar que se

    assemelhasse... (Gnese-II, 20)Esses animais dos campos, esses pssaros dos cus, no so seres ordinrios com

    esse nome. O sentido esotrico designa as criaturas, inferiores ao homem-Arquetpico, quehabitam os planos ou mundos do alm, regies espirituais nas quais faremos aluses maisadiante.

    Quando dessa criao, Deus se serviu portanto de um intermedirio. O que nos confirmado pelo captulo I do Gnesis (I-2,3): A terra, (a matria primordial, o caos) erainforme e vazia, e o Esprito-de-Deus se movia sobre as guas (o Nous egpcio, o elementomais sutil dessa matria). O termo Esprito-de-Deus maiscula, designando assim um

    Esprito, distinto de Deus, e no esprito dele: o que seria um contra-senso, Deus sendonecessariamente o esprito de si mesmo! E no Gnesis no nos diz que Deus se movia sobreas guas... por isso que ele nos ensina mais adiante que: O eterno Deus tomou ento oHomem, e o colocou no Jardim do den, para guard-lo e cultiv-lo...(Gnesis-II,15).

    O Jardim um smbolo, significando o conhecimento divino, acessvel aos seresrelativos. Com efeito, a Cabala, tradio secreta, freqentemente designada como o Pomarmstico. Em hebreu, pomar se diz guineth, palavra formada por trs letras (guimel, noun, tau)iniciais das trs cincias secundrias, chaves da Cabala: Guematria, o Notarikon, o Temurah.

    O Homem primitivo do qual fala o Gnesis, em seu discurso puramente simblico, no um ser formado de carne como ns, mas um esprito, emanado de Deus, composto deforma (que o Gnesis chama o corpo, anloga ao corpo glorioso definido pelostelogos, criado pelo Deus eterno, e de uma centelha animadora, que , ela, integralmentedivina, pois o Gnesis nos diz que esse foi o sopro mesmo de Deus. Nosso Homem-Arquetpico portanto semi-divino. Ele proveniente da Matria primordial (do caos,composta da terra e da gua simblicas.), por sua forma, ele proveniente de Deus poresse sopro divino que anima, sopro vindo de Deus.

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    Ado e o Verbo Criador so semelhantes porque o Homem-Arquetpico continua, nosimblico Jardim do den, a obra iniciada pelo Esprito-de-Deus. Entretanto o VerboCriador e o Verbo Redentor so diferentes.

    Certo, e indiscutvel que Cristo (que Martinez chama de o Reparador) simultaneamente Deus (pela sua origem) e homem (pela sua encarnao). A Teologia odemonstrou. Mas, da mesma forma que uma criana de dez anos e um ancio que vir a sermais tarde, so um s e o mesmo ser (com caractersticas e aspectos diferentes) !... H entreeles continuidade de conscincia absoluta, apesar de no haver semelhana de aspecto ou dereaes inferiores. Num grau similar, a alma tendo animado um corpo humano comum, depoisanimando outro, vinte sculos aps, ser sempre identicamente a mesma em suas duasmanifestaes diferentes, pois que as ditas manifestaes possam ser aparentemente opostas,em razo do jogo oscilante definido na expresso usual do Karma.

    Paralelamente ao Ado Kadmon (o Homem-Arquetpico ou Csmico), h outros seres,provenientes de uma Criao anterior, diferentes em natureza e em plano, sem relao comaqueles que nos detalha a tradio da Gnese. Essa criao dita ser a dos Anjos, que outrastradies nos referem e que analisada por todas as teologias. So essas duas criaesdiferentes que o Gnesis subtende em seu primeiro versculo: No comeo Deus criou o cu ea terra. Assim o Gnesis descarta a primeira Criao (sobre a qual parece que Moiss nopossua nenhuma informao) e passa segunda: A terra era informe e vazia, as trevasestavam na superfcie do abismo... (Gnesis,I,2).

    Outros elementos da tradio judaico-crist nos ensinam que os seres dessa criao primitiva (simbolizados pelo cu), ou seja, os Anjos, que por uma prova efetuada pelaVontade de Deus se dividiram em duas categorias, os Anjos fiis e os Anjos rebeldes.

    Isso tem sido mal interpretado. Deus, princpio de infinita perfeio, no poderia tentaros Anjos aps eman-los, nem rejeit-los, aps sua involuo. Ao contrrio, certas entidades,chegadas ao trmino da Misso para qual Deus as tinha emanado (quer dizer, liberado,dotadas assim necessariamente de Livre-arbtrio), se recusaram reintegrar-se ao Absoluto, aoPlano Divino, fonte do Bem Supremo. Elas tm, assim, preferido o eu momentneo,perecvel e ilusrio, ao eterno, real, e imperecvel. Elas tm preferido viver fora de Deus aserem re-absorvidas, e se beneficiarem assim de suas perfeies infinitas.

    Portanto so elas que esto momentaneamente distanciadas de Deus, por um ato livre,porm errado. No foi o Absoluto que as rejeitou injustamente, nem Ele a causa do exliodelas. Entretanto, o retorno condio anterior e a redeno permanecem possveis, quando aentidade celeste consentir em retomar o caminho do Divino.

    Mas na espera desse retorno luz e a verdade imanentes, elas permanecem por suasatitudes egostas: rebeladas ( da oferta divina primitiva e permanente); desgarradas (porqueesto fora de seu destino legtimo); perversas (pois vivem fora do Bem Supremo e portantono mal).

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    Ora, toda coisa corrompida tende por sua natureza corromper o que sadio. E nodomnio dos seres espirituais, e sobretudo naquele dos seres que possuem corpos materiais, porque nele se combinam: a inveja e o cime (conscincia, apesar de tudo, de umainferioridade real), o orgulho (vontade de ter a ltima palavra) e a inteligncia (que permanecea mesma, mas na manifestao ativa do mximo de seus defeitos).

    por isso que a tradio nos diz que a Coletividade dos Seres espirituais pervertidos (aEgrgora do mal), designada pela imagem da Serpente, ficou enciumada desse ser, superior aeles, e imagem de Deus ao qual essas entidades decadas pretendiam subtrair.

    Elas agem portanto (telepaticamente, sem dvida) sobre Ado Kadmon, incitando-o aultrapassar os limites de suas possibilidades naturais.

    Ser misto por sua natureza, meio espiritual e meio formal, andrgino no qual a Forma eo Esprito se penetravam mutuamente, o Homem-Arquetpico deveria manter uma certaharmonia, um equilbrio necessrio, nesse Domnio no qual Deus o tinha situado. Ele devia

    respeitar sua ordem e obrar, continuar a tarefa desse Esprito-de-Deus do qual ele era oreflexo, o intendente, o Mestre-de-Obras celeste imediato... esse papel o de Arquiteto doUniverso que Ado Kadmon tinha sido candidato, mas de um Universo mais sutil que o nosso,o Reino que no desse mundo, do qual falam os Evangelhos.

    Sob o impulso de entidades metafsicas pervertidas, o Homem-Arquetpico seconverteu em demiurgo independente. Reiterando sua falta, ele modificou e perturbou as leisque tinham por tarefa fazer cumprir. Ele tentou, audacioso e rebelde, se fazer criador por suavez, e igualar por suas obras o prprio Deus. Ele s logrou modificar seu Destino primitivo.

    o que as duas lendas idnticas, a de Lcifer, primeiro dos Anjos, e aquela de Adoprimeiro dos homens, nos informam em seus desenvolvimentos paralelos. talvez dessatradio que decorre o costume de consagrar aos deuses ou a Deus as primcias de umacolheita ou o primognito das manadas. E fato que na simblica histria da Humanidade quenos conta o Gnesis, todos os descendentes: Caim, Cam, Ismael, Esa, etc... Somisteriosamente marcados por um destino contrrio.

    Mas enquanto Deus, com suas possibilidades infinitas, pode tirar qualquer coisa doNada, o homem, criatura com possibilidades limitadas, pode apenas modificar o que j existe,sem nada extrair desse mesmo Nada.

    O Homem-Arquetpico querendo criar seres espirituais como Deus havia criado osAnjos, s fez objetivar seus prprios conceitos. Desejoso de lhes dar corpos, ele nada podealm de integr-los na matria mais grosseira. Querendo animar o caos (as trevas exteriores)como Deus havia animado o mundo metafsico que lhe tinha sido primitivamente confiado,ele nada fez alm de enterrar a si prprio.

    Com efeito, Deus sendo, no sentido mais absoluto da palavra (eu sou aquele que disse ele a Moiss no Sinai), no existe coisa nenhuma pr-existente. Para criar a matria primitiva, Deus tem simplesmente retratado uma parte de suas infinitas perfeies de umaporo de sua essncia infinita. Esse retrato parcial daperfeio espiritual mais absoluta tem

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    inevitavelmente conduzido criao da imperfeio material relativa. Isso justifica que aCriao, qualquer que seja, no possa jamais ser perfeita. Ela necessariamente imperfeitapelo fato que ela no Deus.

    Em imitao do Absoluto, Ado Kadmon vai portanto tentar criar uma matria

    primeira. Alquimista inexperiente, isso ser a origem de sua Queda.O Homem-Arquetpico um ser andrgino. O Gnesis (cap. I, 27, 28) nos diz que

    Deus criou o Homem a sua imagem: macho e fmea, ele os criou.... o elemento negativo,feminino, que Ado vai objetivar fora de si mesmo. esse lado esquerdo, feminino,passivo, lunar, tenebroso, material que vai, se separando do lado direito, masculino, ativo,solar, luminoso, espiritual, dando nascimento a Eva. A Fmea-Arquetpica portanto extradade um dos dois ladosdo andrgino, e no de uma de suas costelas...(todas as religiesantigas conheceram um ser divino, original, que era simultaneamente macho e fmea).

    O Gnesis nos diz (cap. II,23, 24) :

    E Ado disse: Esta enfim os ossos dos meus ossos e a carne da minha carne, (eleconserva portanto o esprito, a alma).Ela ser chamada Fmea - em hebraico Isha -, porqueela foi tirada do Homem - em hebraico Ish.

    essa Matria nova, a Eva do Gnesis, a Fmea simblica, que Ado penetra paracriar nela a Vida. O Homem-Arquetpico assim se degradou tentando se igualar a Deus(1) .Seu novo domnio, o mundo hlico da Gnose, nosso universo material, mundo pleno deimperfeies e de maldades. O pouco de bem que nele reside provm das antigas perfeiesdo Homem-Arquetpico. Pois cindidas em dois seres diferentes, a soma dessas perfeiesoriginais no pode ser total em nenhum deles... Houve portanto uma queda.

    por isso igualmente que a natureza tem sido deificada pelos cultos antigos. Ela eraportanto a Me de tudo que , mas de tudo isso que est sob os Cus, simplesmente Isis,Eva, Demter, Rha, Cibele, no so mais do que smbolos da natureza Material, emanada deAdo Kadmon, personificada pelas Virgens Negras, smbolos da Matria prima.

    A essncia superior de Ado Kadmon, integrado no seio da matria nova, se tornou oSopro, expresso alqumica que designa a alma do mundo. A essncia secundria, o mediadorplstico, e que constitua a forma do Ado, seu duplo superior, tornou-se o Mercrio, outraexpresso alqumica designando o Astral dos ocultistas, o plano intermedirio. A matriavinda do Caos secundrio, o Salalquimista, o suporte, o receptculo, a priso.

    Paralelamente, podemos dizer que Ado tornou-se o Sopro, que Eva doou o Sal, e queo Caim do Gnesis o Mercrio dessa trade simblica. Temos o que a alquimia conheciatambm pelos nomes deRei, deRainha e de Servidordos sbios...

    Compreende-se tambm porque, em todos os seus graus, a Matria Universal vivente, assim como a admite a antiga alquimia e a moderna qumica, e como, em suasmanifestaes, ela pode ser mais ou menos consciente e inteligente. Atravs dos quatros

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    reinos da Natureza, mineral, vegetal, animal, hominal (entre os quais no h qualquer soluode continuidade), o Homem-Arquetpico, o Ado-Kadmon, a Inteligncia demirgica, que semanifesta, dispersa, esbanjada, aprisionada. esse o revestimento das peles de besta de quenos fala o gnesis : E Deus fez para o Homem e para a Mulher vestes de peles e os revestiudelas... (III,21). Esse Universo novo tem igualmente se tornado o refgio das Entidades

    decadas. Elas tem se refugiado a para se distanciar ainda mais do Absoluto, na quimricaesperana de escapar das Leis eternas, onipresentes.

    Os Seres malficos tem assim um interesse primordial em que esse Homem, dispersomas onipresente no seio da Matria constitutiva do Universo visvel, continue a organizar eanimar esse domnio, desde ento o deles.

    Como a alma do Homem-Arquetpico est prisioneira da Matria universal, a alma dohomem individual est prisioneira de seu corpo material. E a morte fsica (o nico efeitosignificativo que ele ganhou, nos diz o gnesis....) e as reencarnaes que se sucedem so osmeios pelos quais as Entidades decadas manifestam sua ascendncia sobre o Homem.

    Compreende-se melhor a palavra do Redentor, ouvida pelos Profetas, com Isaas: morte,onde est tua vitria? morte onde est teu aguilho... (o aguilho dos sentidos, que incita aalma separada a se reencarnar em seu corpo material).

    O Poder, a Sabedoria, a Beleza que se manifestam ainda nesse Universo material, soesforos do Homem-Arquetpico para retornar ao que era antes de sua Queda. As qualidadescontrrias so provenientes das entidades decadas, a fim de manter o clima que elasquiseram faz-lo criar, para substituir a tal como elas quiseram anteriormente, quando elasdeliberadamente interromperam seu retorno ao Absoluto.

    O Homem-Arquetpico no retomar a posse de seu primitivo Esplendor e de suaLiberdade a no ser se separando dessa matria que o engolfa por todos os lados. Para isso, necessrio que todas as clulas que o compem (ou seja, os homens individuais) possam, apssuas mortes naturais, reconstituir o Arqutipo, a se reintegrar definitivamente, escapandoassim dos ciclos de reencarnao.

    Assim, os Microcosmos reconstituiro o Macrocosmo. Os Homens-Arquetpicos,reflexos materiais do Arqutipo, so, portanto, igualmente (alguns degraus abaixo) reflexosdivinos. Como o Arqutipo , ele tambm, o reflexo de Deus, do primitivo Verbo Criador oulogos, do Esprito-de-Deus do qual fala o gnesis.

    Nisto consiste portanto o Grande Arquiteto do Universo. Todo culto de adoraodedicado a este ltimo portanto um culto satnico, porque prestado ao homem e no aoAbsoluto. por isso que a Maonaria o invocasem ador-lo.

    Mas, porque o Homem mergulhado na atmosfera demonaca desse mundo Materialonde ele respira a cada instante o intelecto malfico, nos diz Martinez de Pasqually, e que eleparece estar em m posio para a resistir, o criador restabeleceu o equilbrio destacando deseu Crculo Espiritual Divino um Esprito Maiorpara ser o guia, o conselheiro e ocompanheiro do Menorque foi emanado e desceu da Imensidade Celeste para ser incorporado

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    ao Mundo Material (ou centro da matria elementar) para seguir atuando, segundo seu Livre-arbtrio, na esfera terrestre.

    Mas, o conselho de um Esprito Maiorno suficiente. necessrio ainda o socorrooperativo de um Eleito Menor. A capacidade que lhe confere sua reconciliao dupla. Ele

    transmite diretamente as instrues do Criador acerca do culto tergico que deve ser prestado;ele comunica aos homens de desejo aos quais ele enviado os dons que ele prprio recebeu,marcando no carter deles o selo mstico sem o qual nenhum Menor pode ser reconciliado.

    Essa ordenao misteriosa a condio essencial de sua reconciliao, pois sem ela,quaisquer que seja seus mritos pessoais, um Menor permanece na privao, quer dizer, semcomunicao com Deus.

    Daremos ainda alguns detalhes sobre a Pneumatologia de Martinez. Preparamos paraoutro lugar um estudo especial sobre sua Doutrina e seus trabalhos.

    a) Os seres espirituais so os Eons da gnose, as Idias-Matrizes que vivem no seio daDivindade.

    b) Os Espritos Superiores, ditos ainda Espritos Denrios, ou Espritos Divinos, so asentidades sephirticas da Cabala, os Nomes Divinos.

    OsEspritos Maiores asseguram a correspondncia do homem com Deus, limitando odomnio inferior, composto pelos mundos celestes e terrestres. Agentes das Leis do Universo,estes seres Supra-celestes so responsveis pela conservao do tempo, ou seja, da EnergiaVital no Mundo Material, mas eles no tm poder de produzir essncias materiais.

    Os Espritos Inferiores garantem a existncia da Matria. So de qualquer modo asForas dos Elementos, os Seres da Regio Celeste astral Superior, os Gnios Planetrios,

    estelares, etc...

    Os Espritos Menores, ou Menores Espirituais asseguram a Terrestre edificao do MundoMaterial. So principalmente as Almas Humanas.

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    Essa ltima classe se subdivide em quatro sries:

    a) Menores Eleitos: So dez grandes guias da Humanidade: Abel, Enoque, No, Melquisedek,Jos, Moiss, David, Salomo, Zorobabel, Jesus. (2).

    b) Menores Regenerados: Esses so os Adeptos, os Mestres na doutrina espiritual. Esseestgio aquele ao qual tm atingido os Rosa-Cruzes.

    c) Menores Reconciliadores: Esses so os iniciadores da ordem, dos graus inferiores.

    d) Menores em Privao: Esses so os Profanos.

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    Para escapar dos ciclos das reencarnaes sucessivas neste mundo infernal (inferno:lugar baixo), necessrio que o Homem individual se desassocie de tudo do que o arremessana Matria, livrando-se assim da escravido das sensaes materiais. Lhe necessrio tambmse elevar moralmente. Contra essa tendncia rumo Perfeio, as Entidades decadas lutamsem cessar, tentando de mil maneiras, a fim de atir-lo no seio do mundo visvel e deconservar sobre ele seu imprio oculto.

    Contra elas, o homem individual deve lutar, desmascarando-as e rejeitando-as para

    fora de seu domnio. Ele assim chegar, por um lado, Iniciao - que lhe religa aoselementos do Arqutipo j reunidos e constituindo a exotrica Comunho dos Santos-, poroutro lado, pelo Conhecimento Libertador, que lhe ensina os meios de apressar, para o restoda Humanidade cega, e pelo seu trabalho pessoal, a ultrapassagem definitiva.

    Nessas ltimas possibilidades, ento principalmente as grandes Operaes Equinociais,que tendem a purificar a Aura terrestre por meio de exorcismo e de conjuraes, submetidosaos ritos de Alta Magia e que os Elu-Cohens denominavam os Trabalhos ou o Culto.

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