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desnutrição. Grande parte des- ses casos de alimentação defi- ciente encontra-se entre famí- lias de baixa renda. A Área Técnica de Saúde da Criança/SPS vem desenvol- vendo outras políticas, além do Carteiro Amigo, com o intuito de humanizar o atendimento às mães e aos recém-nascidos e de reduzir o desmame precoce, como a Iniciativa Hospital Ami- go da Criança, a Atenção Hu- manizada ao Recém-nascido (Método Canguru). Na come- moração anual da Semana Mundial de Amamentação de 2001 no MS, destacou-se os vinte anos de atuação e resultados do Programa de Aleitamento. Iniciativa de sucesso – O Carteiro Amigo foi implan- tado, primeiramente, no Ceará, em 1996. Surgiu de uma inicia- tiva da ECT, em parceria com a Secretaria de Saúde do Ceará, o Além de entregadores de cor- respondências, os carteiros tam- bém passaram a ser agentes de transformação social. Durante o mês de outubro, esses profis- sionais estarão divulgando pelo País informações a respeito da importância do aleitamento ma- terno para o crescimento sau- dável de um bebê. Serão os protagonistas do Projeto Car- teiro Amigo, viabilizado pelo Ministério da Saúde, em parce- ria com o Ministério das Co- municações, a partir de uma iniciativa da Empresa de Cor- reios e Telégrafos (ECT). A campanha foi lançada oficial- mente, no dia 3 de outubro, durante a Semana Mundial de Aleitamento Materno. Neste ano, o Projeto Carteiro Amigo abrangerá todo o territó- rio nacional e utilizará o servi- ço de 22 mil carteiros, treinados em seu próprio local de traba- lho, durante os meses de agosto e setembro, por técnicos das se- cretarias estaduais de Saúde e das sociedades estaduais de Pediatria. Vestindo camisetas com o slogan “Amamentação. Bom para a mãe, melhor para o bebê.”, esses profissionais da ECT estarão entregando mate- rial informativo e prestando assistência a cerca de 1,7 mi- lhão de gestantes e crianças menores de um ano, morado- ras de 450 municípios brasilei- ros, incluindo capitais e cidades de grande e médio portes. As famílias visitadas pelos carteiros receberão, informa- ções sobre a importância do aleitamento materno e os direi- tos da mãe trabalhadora. “Muitas nutrizes não sabem, por exemplo, que têm direito a dois descansos remunerados de meia hora por dia para amamentar seus filhos, até seis meses de idade” – informa Jane Ramos Pereira, assessora da Área Técnica da Saúde da Criança/SPS. O Carteiro Amigo faz parte das ações do Ministério da Saú- de que visam à conscientização da população brasileira em relação aos benefícios do leite materno como única fonte de alimento durante os primeiros seis meses de vida de um bebê. Segundo a coordenadora da Saúde da Criança, Ana Goretti Kalume Maranhão, a implan- tação do programa constitui também um instrumento im- portante de combate à desnu- trição e à mortalidade infantis no País. A preocupação em relação ao tema é constante porque a falta de aleitamento natural ainda é um problema de saúde pública no Brasil, aparecendo como uma das causas de 4,5% das cri- anças brasileiras sofrerem de Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Uni- cef) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). O êxito do programa no estado, aliado ao baixo custo de sua manuten- ção, motivou o Ministério da Saúde e a ECT a assinarem um documento, de validade de dois anos, que estendeu o projeto por todo o Nordeste em 1999. No Ceará, a redução dos índices de mortalidade infantil, de 80 crianças a cada mil nasci- das vivas, em 1996, para 38,8 a cada mil, em 1998, teve como um dos motivos a atuação dos carteiros junto à população. Nos três primeiros anos de im- plantação da campanha no estado, cerca de 100 mil lares foram visitados e o número de mães que amamentavam du- plicou. Leia mais na página 3 Publicação mensal da Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Saúde – ISSN 151-533X ano 1 n.º 6 setembro de 2001 Recursos para a Saúde Para tornar possível a ope- racionalização da Emenda Constitucional nº 29, o MS, via Subsecretaria de Assuntos Administrativos (SAA)/Secre- taria Executiva (SE), organi- zou seminário, de 19 a 21 de setembro, em Brasília. A EC nº 29 estabelece vín- culos de recursos federais, estaduais e municipais para a saúde pública. Durante o se- minário, os técnicos discuti- ram parâmetros de como as receitas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal podem ser alocadas para as ações e atividades do serviço de saúde do País. NESTA EDIÇÃO Anvisa Criada há pouco menos de três anos, nos moldes da agên- cia norte-americana FDA (Food and Drug Administra- tion), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possui um papel fundamen- tal como agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde. Dentre suas atribuições, a Agência tem autonomia para fiscalizar a produção e a qua- lidade de medicamentos, ali- mentos, hemoterápicos, san- gue e derivados, bem como de cosméticos, saneantes, agro- tóxicos e outros. Amigos do peito Encontro da SAA A SAA realizou, nos dias 28 e 29 de setembro, o Pri- meiro Ciclo de Estudos Insti- tucionais. O evento tratou de assuntos de interesse das di- versas coordenações que com- põem a Subsecretaria, como, por exemplo, buscar a melhor forma de gestão para que as ações da SAA obtenham su- cesso. Após os debates e elabora- ção de estratégias, ficou esta- belecido que o entrosamento entre os setores da SAA tem que ser estimulado, tendo sempre como objetivo buscar a aperfeiçoamento do siste- ma de saúde e o seu desen- volvimento institucional. Pimenta da Veiga (E) e José Serra: “carteiros vão divulgar as vantagens do aleitamento” Carteiros participantes do projeto Carteiro Amigo percorrerão o País, informando famílias a respeito das vantagens do aleitamento materno Foto: João Brasil

Amigos do peito - Biblioteca Virtual em Saúde MSbvsms.saude.gov.br/bvs/produtos/MSI_0901.pdf · Amigos do peito Encontro da SAA A SAA realizou, ... dade Física como Hábito de

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desnutrição. Grande parte des-ses casos de alimentação defi-ciente encontra-se entre famí-lias de baixa renda.

A Área Técnica de Saúde daCriança/SPS vem desenvol-vendo outras políticas, além doCarteiro Amigo, com o intuitode humanizar o atendimento àsmães e aos recém-nascidos e dereduzir o desmame precoce,como a Iniciativa Hospital Ami-go da Criança, a Atenção Hu-manizada ao Recém-nascido(Método Canguru). Na come-moração anual da SemanaMundial de Amamentação de2001noMS,destacou-seosvinteanos de atuação e resultados doPrograma de Aleitamento.

Iniciativa de sucesso – OCarteiro Amigo foi implan-tado, primeiramente, no Ceará,em 1996. Surgiu de uma inicia-tiva da ECT, em parceria com aSecretaria de Saúde do Ceará, o

Além de entregadores de cor-respondências, os carteiros tam-bém passaram a ser agentes detransformação social. Duranteo mês de outubro, esses profis-sionais estarão divulgando peloPaís informações a respeito daimportância do aleitamento ma-terno para o crescimento sau-dável de um bebê. Serão osprotagonistas do Projeto Car-teiro Amigo, viabilizado peloMinistério da Saúde, em parce-ria com o Ministério das Co-municações, a partir de umainiciativa da Empresa de Cor-reios e Telégrafos (ECT). Acampanha foi lançada oficial-mente, no dia 3 de outubro,durante a Semana Mundial deAleitamento Materno.

Neste ano, o Projeto CarteiroAmigo abrangerá todo o territó-rio nacional e utilizará o servi-ço de 22 mil carteiros, treinadosem seu próprio local de traba-lho, durante os meses de agostoe setembro, por técnicos das se-cretarias estaduais de Saúde edas sociedades estaduais dePediatria. Vestindo camisetascom o slogan “Amamentação.Bom para a mãe, melhor para obebê.”, esses profissionais daECT estarão entregando mate-rial informativo e prestandoassistência a cerca de 1,7 mi-lhão de gestantes e criançasmenores de um ano, morado-ras de 450 municípios brasilei-ros, incluindo capitais e cidadesde grande e médio portes.

As famílias visitadas peloscarteiros receberão, informa-ções sobre a importância doaleitamento materno e os direi-tos da mãe trabalhadora.“Muitas nutrizes não sabem,por exemplo, que têm direito adois descansos remuneradosde meia hora por dia paraamamentar seus filhos, até seismeses de idade” – informa

Jane Ramos Pereira, assessorada Área Técnica da Saúde daCriança/SPS.

O Carteiro Amigo faz partedas ações do Ministério da Saú-de que visam à conscientizaçãoda população brasileira emrelação aos benefícios do leitematerno como única fonte dealimento durante os primeirosseis meses de vida de um bebê.Segundo a coordenadora daSaúde da Criança, Ana GorettiKalume Maranhão, a implan-tação do programa constituitambém um instrumento im-portante de combate à desnu-trição e à mortalidade infantisno País.

A preocupação em relação aotema é constante porque a faltade aleitamento natural ainda éum problema de saúde públicano Brasil, aparecendo comouma das causas de 4,5% das cri-anças brasileiras sofrerem de

Fundo das Nações Unidas paraa Infância e Adolescência (Uni-cef) e a Organização Mundialde Saúde (OMS). O êxito doprograma no estado, aliado aobaixo custo de sua manuten-ção, motivou o Ministério daSaúde e a ECT a assinarem umdocumento, de validade de doisanos, que estendeu o projetopor todo o Nordeste em 1999.

No Ceará, a redução dosíndices de mortalidade infantil,de 80 crianças a cada mil nasci-das vivas, em 1996, para 38,8 acada mil, em 1998, teve comoum dos motivos a atuação doscarteiros junto à população.Nos três primeiros anos de im-plantação da campanha noestado, cerca de 100 mil laresforam visitados e o número demães que amamentavam du-plicou.

Leia mais na página 3

Publicação mensal da Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Saúde – ISSN 151-533X ano 1 n.º 6 setembro de 2001

Recursos para a Saúde

Para tornar possível a ope-racionalização da EmendaConstitucional nº 29, o MS,via Subsecretaria de AssuntosAdministrativos (SAA)/Secre-taria Executiva (SE), organi-zou seminário, de 19 a 21 desetembro,em Brasília.

A EC nº 29 estabelece vín-culos de recursos federais,estaduais e municipais para asaúde pública. Durante o se-minário, os técnicos discuti-ram parâmetros de como asreceitas da União, dos estados,dos municípios e do DistritoFederal podem ser alocadaspara as ações e atividades doserviço de saúde do País.

NESTA EDIÇÃOAnvisa

Criada há pouco menos detrês anos, nos moldes da agên-cia norte-americana FDA(Food and Drug Administra-tion), a Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa)possui um papel fundamen-tal como agência reguladoravinculada ao Ministério daSaúde.

Dentre suas atribuições, aAgência tem autonomia parafiscalizar a produção e a qua-lidade de medicamentos, ali-mentos, hemoterápicos, san-gue e derivados, bem como decosméticos, saneantes, agro-tóxicos e outros.

Amigos do peito

Encontro da SAA

A SAA realizou, nos dias28 e 29 de setembro, o Pri-meiro Ciclo de Estudos Insti-tucionais. O evento tratou deassuntos de interesse das di-versascoordenaçõesquecom-põem a Subsecretaria, como,por exemplo, buscar a melhorforma de gestão para que asações da SAA obtenham su-cesso.

Após os debates e elabora-ção de estratégias, ficou esta-belecido que o entrosamentoentre os setores da SAA temque ser estimulado, tendosempre como objetivo buscara aperfeiçoamento do siste-ma de saúde e o seu desen-volvimento institucional.

Pimenta da Veiga (E) e José Serra: “carteiros vão divulgar as vantagens do aleitamento”

Carteiros participantes do projeto Carteiro Amigo percorrerão o País,informando famílias a respeito das vantagens do aleitamento materno

Foto: João Brasil

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OPINIÃO

ou câncer, além de outrosmales crônicos não-transmis-síveis. Estima-se que em 2020,73% de todas as mortes sejamatribuídas a doenças favoreci-das pela falta de exercícios físi-cos. Em estatísticas como esta,o estilo de vida acaba sendomais importante do que a com-binação de fatores genéticos eambientais. Uma pesquisa pu-blicada em maio deste ano noJournal of Medicine da Socie-dade Médica de Massachusetts(USA), mostraque a mudan-ça de estilo devida e a adoçãode hábitos maissaudáveis po-dem prevenir adiabetes melli-tus tipo2.Apes-quisa, realiza-da em 552 pes-soas de meia-idade durantequatro anos,apontou que orisco de dia-betes pode serreduzido em58% com ativi-dade física econtrole de pe-so, para evitar aobesidade.

O que o Mi-nistério pre-tende difundirpara os brasi-leiros é a idéiade que bastam30minutosdiá-rios de ativida-de física paraassegurar umamelhora nascondições desaúde do indi-víduo. Resultados de estudoscientíficos apontam que quan-do a pessoa deixa de ser seden-tária e passa a praticar algumaatividade, diminui em 40% orisco de morte por doenças car-diovasculares, demonstrandoque uma pequena mudança nocomportamento pode realmen-te mudar, para melhor, a quali-dade de vida da população.

Entre os vários benefícios dequem pratica esportes oudesenvolve algum outro tipo deexercício estão a redução norisco de morte por doenças car-diovasculares; diminuição do

Agita BrasilO Ministério da Saúde está

lançando o programa AgitaBrasil para incentivar a ativi-dade física como forma de pro-moção da saúde e qualidade devida. O primeiro estado aaderir ao programa foi SantaCatarina, que fez seu lança-mento no dia 22 de setembro.Com o Agita Brasil, o governofederal começa a mobilizaçãoprevista para o próximo DiaMundial da Saúde – comemo-rado em 7 de abril de 2002 – eque terá como tema “A Ativi-dade Física como Hábito deVida Saudável”.

A meta do Ministério da Saú-de é fazer com que todos os es-tados possam aderir a umasérie de ações que visam difun-dir para a população a impor-tância dos exercícios físicospara a saúde. Estão previstas,ainda para este ano, a realiza-ção de 30 oficinas de capaci-tação de gestores e profissio-nais de saúde em capitais deestados e outros aglomeradosurbanos. Para promover essasações, o Ministério da Saúdecontratou a consultoria do Ce-lafiscs (Centro de Estudos doLaboratório de Aptidão Físicade São Caetano do Sul), que jácoordena o Agita São Paulo,lançado pela Secretaria Esta-dual de Saúde, em dezembrode 1996.

Na primeira etapa do pro-grama serão gastos cerca de R$500 mil para a realização dasoficinas, distribuição de 50 milcartazes, 5 mil cartilhas e 150mil folhetos explicativos paraas 30 mil unidades de saúdeespalhadas pelo País. Três ofi-cinas já foram realizadas nascidades de João Pessoa-PB,Campina Grande-PB e Cam-po Grande-MS. Assim, o Mi-nistério, além de distribuirtodo o material educativo, ofe-rece aos gestores estaduais emunicipais a capacitação dosprofissionais para que estabe-leçam com a comunidade umarotina de exercícios e demaisatividades.

De acordo com a OMS, osedentarismo é responsável pormais de dois milhões de mortesem todo o mundo, principal-mente pela ocorrência de doen-ças cardiovasculares, diabetes

risco de desenvolver diabetes,hipertensão e câncer; a melho-ria no nível de saúde mental, ofortalecimento de ossos e arti-culações, além de prevenção daosteoporose; controle do peso;e redução dos índices de taba-gismo e abuso de álcool edrogas.

Um dos mais importantesaspectos desse programa é quea prática de exercício físico nãodemanda, necessariamente, in-vestimento financeiro. Qual-

quer pessoa, detodas as classessociais,poderea-lizar algum tipode atividade fí-sica.Tambémháuma economiade tempo, jáque não se exi-ge que os exer-cícios sejam fei-tos durante 30minutos ininter-ruptos.A pessoapode acumulardiversas ativida-des durante odia,contantoquese exercite o cor-po por pelo me-nos meia hora,no total.

O conceito deatividade físicadifundido peloAgitaBrasiltam-bém não se res-tringe apenas àpráticadeespor-tes. Para agitaro corpo, valepraticamentetudo: cuidar dojardim, passearcom o cachor-ro, lavar o car-

ro, varrer a casa, subir escadas,caminhar, pedalar, dançar,pular corda etc. É, sem dúvida,a forma mais fácil e barata decuidar da saúde. Cabe ressaltarque os recentes estudos cientí-ficos revelam que a adoção deum estilo de vida mais saudáveltem de ser um hábito perma-nente.

Cláudio DuarteSecretário de Políticasde Saúde

Brasília, setembro de 2001

Foto: Luís O

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Brasília, setembro de 2001ALEITAMENTO

Continuação da página 1

Em 1999, com o CarteiroAmigo presente nos nove esta-dos nordestinos, cerca de 553mil crianças foram beneficia-das. 3.264 carteiros participa-ram do projeto, distribuindocartilhas informativas, tirandodúvidas das mães e, quandonecessário, encaminhando mu-lheres ao posto de saúde maispróximo. No ano seguinte, acampanha foi estendida para asregiões Norte e Centro-Oeste,totalizando, aproximadamente,um milhão de gestantes e cri-anças visitadas por 6.080 profis-sionais da ECT.

Além de ajudar na redução dadesnutrição e mortalidade in-fantis, o Projeto Carteiro Amigocontribui, ainda, para o fortale-cimento do espírito de solida-riedade e cidadania. Os cartei-ros envolvidos com as fasesanteriores da campanha de-monstraram grande entusias-mo em relação ao trabalho rea-lizado junto às mães e às crian-ças visitadas. Diante dos resul-tados satisfatórios e da boa re-percussão da campanha nosmeios de comunicação, os pro-fissionais da ECT melhoraram,inclusive, sua auto-estima. “Oentusiasmo e a gratificação pes-

soal dos carteiros diante da sen-sibilização das mulheres extra-polaram as expectativas quandoeles passaram a atribuir a si amissão: hoje vou salvar vidas” –diz Jane Ramos.

O Ministério da Saúde tam-bém é beneficiado pela im-plantação do Carteiro Amigo.Iniciativas desse tipo possibili-tam a desburocratização dotrabalho e a descentralizaçãodas ações do Ministério, pormeio de parcerias. “O projeto éfantástico porque os carteirosreforçam nosso trabalho e nósreforçamos o deles” – elogiaAna Goretti.

Vantagens do Aleitamento –O leite materno constitui oúnico alimento necessário aocrescimento de um bebê até osseis meses de idade. Duranteesse período da vida, a criançanão precisa receber nem água.Trata-se, dessa forma, da ali-mentação mais barata e práticapara a mãe, que pode amamen-tar seu filho a qualquer hora oulugar.

A amamentação protege obebê da desnutrição e incre-menta o desenvolvimento deseu cérebro e de sua capacidadede aprendizagem. Já para asmães, o aleitamento ajuda naprevenção contra a osteoporose

e o câncer de mama e deovário. Diminui, ainda, otempo de sangramentopós-parto, reduzindo osriscos de hemorragias eanemias. Ademais, a mãeque amamenta tem aoportunidade de vivenciaruma experiência gratifi-cante com seu filho e con-tribuir para o comporta-mento social positivo dacriança.

A conscientização dasmães em relação à im-portância de seu leitecomo alimentação exclu-siva de seus filhos, até osseis meses de idade, é de-fendida no Brasil há 20anos. Graças a políticasde incentivo a essa práti-ca, o País conseguiu ele-var bastante o período dealeitamento materno nosúltimos anos.

No ano passado, durante aAssembléia Mundial de Saúde,o ministro José Serra propôsque a experiência brasileira derecomendação da amamenta-ção exclusiva até os seis mesesfosse estendida a todos os 191países-membros da OMS. Aproposta gerou resistência, prin-cipalmente por parte das in-dústrias internacionais de com-

plementos alimentares paracrianças.

Na Assembléia Mundial deSaúde deste ano, no entanto, aproposta do ministro da Saúdefoi aprovada por especialistasde todo o mundo. A OMS, queantes recomendava a amamen-tação exclusiva até os quatromeses, agora adota a recomen-dação brasileira. “Ganhamos

uma batalha mundial. Con-seguimos fazer prevalecer anossa posição. Achamos queera um dever passar nossa ex-periência de aleitamento emâmbito mundial.” – comemorao ministro José Serra.

Ana Raquel MacedoMinistério da Saúde Informa

Vinte anos de políticas de incentivo ao aleitamentoA 10ª Semana Mundial de Aleitamento Materno destacou as melhorias alcançadas na saúde das crianças

A 10ª Semana Mundial deAleitamento Materno (SMAM/2001), comemorada no Brasilde 1º a 7 de outubro, teve comotema a Amamentação na Erada Informação. O evento mar-cou os 20 anos de políticas deincentivo ao aleitamento noPaís. Em todo o território na-cional, as secretarias estaduais emunicipais de Saúde estiveramvoltadas para atividades de pro-moção da amamentação, bus-cando uma maior conscienti-zação e participação da socie-dade em relação ao assunto.

A SMAM é comemorada emcerca de 120 países, dos cincocontinentes, desde 1992. A ini-ciativa partiu da organizaçãonão-governamental AliançaMundial para Ação em Aleita-mento Materno (Waba), com oapoio da Unicef. A cada ano, asemana adota um tema de tra-balho. No Brasil, o Ministérioda Saúde coordena a organi-zação do evento, juntamentecom a Waba, desde 1999. Oprograma contará, este ano,com o trabalho de 22 mil car-teiros, que estarão distribuin-do informações sobre o aleita-

mento a cerca de 1,7 milhão demães e crianças de todo o País.

Durante as atividades organi-zadas, este ano, para a comemo-ração da Semana no Brasil, dis-cutiram-se formas de os meiosde comunicação, em geral, auxi-liarem na difusão da importân-cia do aleitamento materno nasregiões brasileiras. “ASemana é de grandeimportância para divul-gação dos benefícios doaleitamento materno noPaís e, nesse contexto, opapel da mídia é funda-mental” – ressalta AnaGoretti, coordenadorada Área Técnica daSaúde da Criança/ SPS.

Lançou-se, também,nesse mesmo dia, oPrograma de Qualida-de em Bancos de LeiteHumano (BLH) –www.redeblh.fiocruz.br– pela Área Técnica daSaúde da Criança e pe-la Fundação OswaldoCruz (Fiocruz), via Ins-tituto Fernandes Figuei-ra. A iniciativa do pro-grama é inédita e tem

por finalidade a promoção daqualidade do leite armazenadonos bancos. A Rede Nacionalde Bancos de Leite Humanoconta com 141 unidades, repre-sentando a maior do mundo.

Este ano a abertura oficial daSemana ocorreu no dia 3 deoutubro. O evento contou com

a participação das seguintesautoridades: José Serra, minis-tro da Saúde; João Pimenta daVeiga Filho, ministro das Co-municações; Barjas Negri, se-cretário-executivo do Ministé-rio da Saúde; Wanda EngelAduan, secretária de Estado deAssistência Social; Cláudio

Duarte, secretário dePolíticas de Saúde/MS;Hassan Gebrin, presi-dente da Empresa Bra-sileira de Correios eTelégrafos; Paulo Buss,presidente da Fiocruz,além de Jofran Frejat,secretário de Saúde doDF e o senador Geral-do Althoff (PFL/SC).O auditório Emílio Ri-bas (Ministério da Saú-de), onde se realizou oevento, esteve repletode profissionais dasaúde, carteiros, bom-beiros e outras pessoascomprometidas com amobilização da socie-dade em prol da prá-tica da amamentaçãopara crianças até seismeses de idade.

Pesquisa – Durante aSMAM, o ministro José Serraapresentou o resultado da Pes-quisa de Prevalência de Aleita-mento Materno nas CapitaisBrasileiras e no Distrito Fede-ral. Melhorias significativasem relação à qualidade de vidade gestantes, parturientes ebebês brasileiros foram revela-dos nos dados da pesquisa.Apontou-se, por exemplo,que, em 1989, o período medi-ano de alimentação das cri-anças com o leite materno erade 5,5 meses. Já, em 1999, amediana era de 9,9 meses.Além disso, 96% das mulheresfizeram pré-natal e o índice decesarianas foi de 38%. Quantoàs crianças, 86% delas pos-suíam cartão de vacinação e82% foram vacinadas.

A pesquisa demonstra queas políticas brasileiras de in-centivo às melhorias da saúdedas crianças e das mulheresestão alcançando êxito. “Re-sultados assim são indispen-sáveis para a elevação da nossaauto-estima e vão nos estimu-lar a fazer ainda mais”, afir-mou o ministro José Serra.

Foto: Divulgação/M

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Foto: Divulgação/M

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Carteiro orienta a mãe sobre os benefícios do aleitamento materno

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O que é ComissãoIntergestores Tripar-

tite – é uma instância colegiadade negociação e articulação entre os

gestores dos três níveis de governo para aregulamentação e a operacionalizaçãodas políticas de saúde no âmbito da gestão

do Sistema Único de Saúde (SUS). A CITé constituída, paritariamente, por represen-

tação do Ministério da Saúde, do Conselho Na-cional de Secretários de Saúde (Conass) e do Con-selho Nacional de Secretários Municipais de Saúde(Conasems). Cada entidade integrante da CIT in-dica cinco representantes titulares e respectivossuplentes, sendo o coordenador indicado pelo MS.

Brasília, setembro de 2001

Municípios aptos a combater doençasEPIDEMIOLOGIA

A Coordenação-Geralde Recursos Logísticosdo Ministério da Saúderealizou licitação em se-tembro, na modalidadePregão, para aquisiçãode medicamentos e ins-trumentos para seremusados na campanha deprevenção do câncer docolo do útero, a ser reali-zada em março de 2002.

Nove processos vão aten-der cada objeto da licitação,incluindo a aquisição de 80mil embalagens de 50 uni-dades de espéculos vaginais,80 mil embalagens contendo50 espátulas de madeira ouainda para aquisição deescovas com cerdas paracoleta de material endocervi-cal. Outros materiais a seremusados na campanha de pre-

venção do câncer do colo doútero são luvas, fixador celu-lar em spray, comprimidos detinidazol e tubos de cremeginecológico – conhecidocomo metronidazol.

No Ministério da Saúde, oPregão é realizado no 4ºandar do edifício anexo, on-de as propostas são lançadaspelas empresas, sob a super-visão do pregoeiro André

Desde o dia 1º de setembro mais 121municípios ficaram aptos a executarações de epidemiologiae controle de doenças.A certificação para es-ses municípios foi da-da pela Comissão In-tergestores Tripartite(CIT), após aprova-ção das comis-sões biparti-tes e da Fun-dação Na-cional deSaúde (Fu-nasa), quetransferiu pa-ra os estados emunicípios a presta-ção dos serviços de saúde.

Desde que começou o processo de descen-tralização no ano passado, 3.884 municípios foramcertificados para combater as doenças de naturezaendêmica. Esses municípios terão autonomia para aexecução dessas ações mas, de certa forma, precisarãoprestar contas à Funasa, encaminhando informações eindicadores que funcionarão como termômetro da eficá-cia ou não do gerenciamento dos municípios. A institui-ção, por sua vez, é responsável pelo apoio logístico, trei-namento, capacitação de pessoal e avaliação das ações emsaúde.

Para a certificação, cada município tem que se qualificar. Apósmanifestado o pedido pelo município, a Funasa analisa as propostas deacordo com alguns parâmetros estabelecidos para então atestar se omunicípio possui as condições técnicas para operacionalizar as ações.

Descentralização – As ações de epidemiologia e controle dedoenças endêmicas como o combate à dengue, cólera, febreamarela, malária, entre outras, promovidas nas própriasregiões, podem trazer efeitos imediatos, já que independem deum centro para decidir o que e como fazer. Os recursos e as dire-trizes são repassados ao executor das ações. Essa política, de acordocom a coordenadora da CIT, Deildes de Oliveira Prado, é um impor-tante instrumento para melhorar as condições de saúde dos brasileiros, poispresta-se o serviço pela própria base e segundo a contextualização de cadacomunidade e região, diferente de uma política adotada em nível central.

Ferreira Mur-gel, com o au-xílio da equipede apoio, de acor-do com a Lei nº8.666, de 21 de ju-nho de 1993.

A comissão Intergestores Tripartite concedeu certificado para que os municípios executem ações de epide-miologia e controle de doenças. Os municípios têm mais autonomia quanto à aplicação das ações de saúde

Pregão – modalidade de licitação para

aquisição de bens e serviços comuns,

em qualquer que seja o valor esti-

mado da contratação em que a dis-

puta pelo fornecimento for feita por

meio de propostas e lances, em sessão

pública.

Campanha de prevenção do câncer do colo do útero

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Brasília, setembro de 2001ESPECIAL

ra evitar a propagação de doen-ças nos agrupamentos urbanosque estavam surgindo. Nessaépoca, a atuação do poder pú-blico era improvisada e semplanejamento.

Já no início do século XX,vários órgãos diferentes no Paíspassaram a atuar simultanea-

Desde que foi criada, em 26de janeiro de 1999, por meioda Lei nº 9.782, a Agência Na-cional de Vigilância Sanitária(Anvisa) tem tido um papelfundamental como agência re-guladora vinculada ao Minis-tério da Saúde. Autarquia sobregime especial, o que lhe con-fere independência adminis-trativa e autonomia financeira,além de estabilidade para seusdirigentes durante o períodode mandato, a Anvisa pode serconsiderada o resultado histó-rico da necessidade básica degarantir a vigilância sanitáriade produtos e serviços em todoo território nacional, comoforma de regular e promover obem-estar social no País.

O projeto de sua criação datade novembro de 1998, quandoo Ministério da Saúde con-cluiu o anteprojeto que previaa mudança da Secretaria Na-cional de Vigilância Sanitáriapara agência reguladora, bati-zada inicialmente com a siglaANVS - Agência Nacional deVigilância Sanitária. A trans-formação não estava restrita aonome, pois fazia parte de umareivindicação antiga do setorprodutivo da vigilância sanitá-ria, que incluía representantesde indústrias, comércio de pro-dutos e serviços, além de con-sumidores e órgãos das instân-cias estaduais e municipais. Asociedade aspirava à criação deum órgão com autonomia su-ficiente para fiscalizar produ-tos, serviços, portos, aeropor-tos e fronteiras, além de regu-lamentar e normatizar o setor,sem os entraves da burocracia.

A proposta de mudança ba-seou-se no modelo da agêncianorte-americana Food andDrug Administration (FDA),responsável pela área de medi-camentos e alimentos, pelo re-gistro de tais produtos e pelasmultas resultantes das queixascontra a comercialização des-tes nos Estados Unidos. As-sim, a principal atividade daANVS, definida pela mesmaLei n.º 9.782, baseou-se na co-ordenação do Sistema Nacio-nal de Vigilância Sanitária, quecompreende todas as unidadesfederais, estaduais e municipaisrelativas ao setor e todas asações de regulação, normatiza-ção, controle e fiscalização daárea de vigilância sanitária.

A Agência também realiza es-tudos e pesquisas sobre o setor,fiscaliza a produção e a quali-dade de medicamentos, ali-mentos, hemoterápicos, san-gue e derivados, bem como decosméticos, produtos de lim-peza (saneantes), agrotóxicos,produtos utilizados como ins-

trumentos de diagnóstico delaboratórios, equipamentos,materiais médico-hospitalarese odontológicos.

Primórdios - Embora recen-te, com pouco menos de trêsanos de existência, a Anvisasurgiu a partir de uma antiganecessidade nacional, baseada

na criação de um órgão queprovesse, de forma eficaz, a vi-gilância sanitária no País. Essaidéia era gerada com o passardos anos, confundindo-se, noBrasil, com as primeiras ativi-dades ligadas às vigilânciassanitária e epidemiológica, ain-da no período do Império, pa-

AnvisaSaúde e Cidadania

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem como missão promover o bem-estar social dapopulação brasileira. A instituição é responsável pela fiscalização e regulamentação de diversosprodutos e serviços, além de atuar na área de medicamentos, farmacovigilância, alimentos,regulação de mercado, saneantes, toxicologia, cosméticos e derivados do tabaco, entre outros.

Foto: Gerson Lucas

Alimentos Arrecadação e finanças CosméticosDerivados do tabacoFarmacovigilância

MedicamentosMonitoramento de mercadoPortos, aeroportos e fronteirasProdutos para saúdeRegulação de mercado

Relações internacionaisSaneantesSangue e hemoderivadosServiços de saúdeToxicologia

Áreas de atuação da Anvisa:

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Brasília, setembro de 2001ESPECIAL

mente, normatizando ou con-trolando atividades de interesseda Saúde Pública, trazendouma sobreposição conflituosade atribuições. Nesse período, aexecução da vigilância sanitáriaera exclusiva do Estado, que aefetuava por meio da políciasanitária, cuja finalidade eraobservar o exercício de certasatividades profissionais, coibiro charlatanismo, fiscalizar em-barcações, cemitérios e áreas decomércio de alimentos.

Durante o período que com-preendeasduasguerrasmundi-ais, houve uma reestruturaçãoda vigilância sanitária no mun-do, impulsionada pelas desco-bertas nos campos bacteriológi-coeterapêutico.ApósaIIGran-de Guerra, com o crescimentoeconômico do Brasil, os gover-nos ampliaram as atribuiçõesdessa área tanto quanto intensi-ficavam aformação da base pro-dutiva sob a qual o País foi cons-truído, além de conferirem des-taqueaoplane-jamento cen-tralizado e àparticipaçãoin-tensiva da ad-minis t raçãopública no es-forço de desen-volvimento ur-bano.

Com os anos80, intensifi-cou-seapartici-pação do povoe das entidadesrepresentativasdediversos seg-mentos da so-ciedadenopro-cesso político.Esse fatomodi-ficou a concep-ção até entãovigente da vigi-lância sanitária, fazendo comque o Estado, mediante pre-ceitos constitucionais, cumpris-se a incumbência de prover ascondições de saúde da popu-lação de forma planejada.

Reforma do Estado – Sobesse pensamento foi concebidaa Secretaria Nacional de Vigi-lância Sanitária, por meio doDecreto nº 79.056, de 30 dedezembro de 1976. Porém, como tempo e as exigências sociais,surgia a necessidade da diver-sificação das atividades da vigi-lância sanitária, para que setornasse cada vez mais atuantena sociedade. Todavia, essanecessidade não se restringiasomente a esse setor, estenden-do-se também a outras áreas ea outros órgãos estatais forne-cedores de serviços públicos.Essa realidade levou o Go-

verno Federal a reformar a es-trutura do Estado. Em meio àsmudanças, foram criadas asagências reguladoras, entreelas a ANVS, renomeada paraAnvisa em dezembro de 2000.

Com essa medida, houveuma descentralização da fun-ção do Estado como provedorexclusivo de serviços públicos,o que gerou um novo processo,ainda atuante, de normalizaratividades produtivas de in-teresse público, por meio doestímulo à competição e à ino-vação, legando ao Governo opapel de gerenciar os recursos eatuar no controle dos serviços.

A Anvisa, desde sua funda-ção, já realizou inúmeros es-forços com a finalidade de fa-zer valer sua principal atribui-ção de proteger a saúde da po-pulação. Dentre essas ações, in-clui-se a publicação, em 1998,da Portaria nº 802/MS, que criao Sistema de Controle e Fis-calização na Cadeia de Produ-

tos Farmacêuti-cos, cuja maisimportante me-dida foi a obri-gatoriedade doselo holográficonas embalagensdos medicamen-tos, para evitarfalsificações.

Medicamen-tos genéricos –Em 1999, aagência formu-lou estudos maisefetivos que re-sultaram na Lein.º 9.787, queinstituiu a Polí-tica Nacional deMedicamentosGenéricos, coma finalidade deregular o mer-

cado desse tipo de medicamen-to, possibilitando à população oacesso a remédios com qua-lidade atestada pela Anvisa ecusto mais baixo do que o dosconvencionais.

Com o objetivo de fortaleceressa política, evitando o boico-te aos genéricos, a Anvisa proi-biu que médicos usassem ca-rimbo e etiqueta na receitamédica, objetivando impedirque o medicamento prescritoseja trocado por outro.

Em fevereiro daquele mes-mo ano, a agência iniciava ostrabalhos de monitoramentodo mercado de medicamentose, em abril, estabelecia as re-gras para o funcionamento dasfarmácias de manipulação.Em 2000, foi criada a Unidadede Farmacovigilância, respon-sável pela avaliação e controle

de reações adversas de medica-mentos. Ainda no ano passa-do, passou a exercer as compe-tências da Secretaria Executivada Câmara de Medicamentos,órgão criado por meio da Me-dida Provisória n.º 2.063, de 18de dezembro de 2000, respon-sável pelo julgamento dos pe-didos de reajustes extraordiná-rios de preços, entre outrasatribuições.

Em março de 2001, a Anvisapublicou a Resolução nº 36,que determina o fim da comer-cialização dos medicamentossimilares com denominaçãogenérica (pelo nome do princí-pio ativo), para que não hajaconfusão entre o medicamentogenérico e o similar.

Cigarros – Naquele mesmomês, a agência publica uma re-solução que padroniza o níveldos teores dos produtos fumí-genos, tais como o cigarro, ocharuto, a cigarrilha, o cachim-bo etc. Desde janeiro deste anojá existia a obrigatoriedade deque todos esses produtos te-nham, no máximo, 12 miligra-mas de alcatrão, 1,0 miligramade nicotina e 12 miligramas demonóxido de carbono. A partirde setembro de 2002, a reduçãoserá ainda maior: 10 miligra-mas de alcatrão, 1,0 de nicotinae 10 de monóxido de carbono.

Em abril, a Anvisa determi-nou que se coloque uma ad-vertência no AAS infantil, aler-tando o consumidor de que oremédio está associado a umarara mas grave doença deno-minada Síndrome de Reye.

As últimas medidas da Anvi-sa que trouxeram uma granderepercussão nacional foram aspublicações de duas consultaspúblicas. A primeira objeti-vava regulamentar a adição deferro às farinhas de trigo emilho, para reduzir os casos deanemia ferropriva (por carên-cia de ferro), principalmenteem crianças.

A outra tinha como objetivopropor a proibição da vendado álcool etílico líquido, devi-do ao alto índice de acidentespor queimadura ou ingestão.Estima-se que no Brasil ocor-ram em torno de um milhãode acidentes com queimadu-ras por ano, sendo que 51%relacionados a ocorrências do-mésticas. Com o regulamento,seria comercializado apenas oproduto na apresentação gel.

Publicação da Resolução 17, que estabelece as regras parao registro e a comercialização de medicamentos fitoterápi-cos (que têm como princípio ativo plantas medicinais).

Publicação do Manual de Procedimentos Básicos paraRegistro e Dispensa da Obrigatoriedade de Registro Per-tinentes à Área de Alimentos. Com o manual, 44 cate-gorias de alimentos ficaram dispensadas de registro.

Publicação da Resolução/RDC n.º 102, que define asregras para as propagandas de medicamentos.

Determinação dos padrões para o controle sanitário deembarcações de viajantes, com a finalidade de diminuiros riscos de contágio.

Estabelecimento do Roteiro de Inspeção em Serviços deDiálise, para padronizar a avaliação, a inspeção e afiscalização desses serviços.

Formulação da lei que estabelece a Política Nacional deSangue e Hemoderivados.

Publicação da resolução que estabelece padrões para osrótulos de alimentos embalados. A legislação determinaa colocação de dez informações nutricionais nos rótulos.

Determinação de que se coloque, nas embalagens dosmedicamentos genéricos, uma tarja amarela com a letra"G" maiúscula em azul. A medida objetiva facilitar aidentificação do genérico pelo consumidor, em vigor apartir do dia 5 de outubro deste ano.

Criação do regime de isenção de PIS/Cofins para osmedicamentos de uso contínuo e para aqueles que estãoentre os mais consumidos no País.

Proibição do fabrico e da comercialização dos medica-mentos com as substâncias tiomersal, cisaprida, astemi-zol e merthiolate, por apresentarem reações adversas noconsumidor.

Proibição do fabrico e da comercialização de medica-mentos a base de gangliosídeos, que podem causar riscosà saúde do consumidor.

Determinação da retirada de álcool dos fortificantes eestimulantes de apetite.

Proibição do uso de ácido bórico em talcos e pomadasinfantis, prejudicial à saúde.

Criação do Sistema para Cadastro de Produtos Deriva-dos do Tabaco (Sistab), um banco de dados para notifi-cação dos teores de substâncias tóxicas de todas asmarcas de produtos fumígenos.

Estabelecimento de um regulamento técnico para o fun-cionamento de casas de dependentes químicos.

Registro dos primeiros genéricos para o tratamento dodiabetes.

Publicação da resolução que estabelece a colocação deimagens com frases de advertência nos maços de cigarro.São nove imagens que advertem sobre câncer, impotên-cia sexual, risco do fumo na gravidez, entre outrosagravos à saúde associados ao tabagismo.

Registro do primeiro genérico para o tratamento da aids.

Organização da I Conferência Nacional de VigilânciaSanitária, que será realizada de 26 a 30 de novembro de2001.

Aprovação do primeiro genérico para o tratamento degota.

www.anvisa.gov.br

OOuuttrraass aaççõõeess ddaa AAnnvviissaa,,ddeessddee ssuuaa ccrriiaaççããoo::

Paulo Henrique de CastroMinistério da Saúde Informa

A Anvisa surgiu

para atender a

uma necessidade

nacional.

Precisava-se de

um órgão que

provesse, de

forma eficaz, a

vigilância

sanitária no País.

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O Fundo Nacional de Saúdeatingiu a marca de R$ 10,6 bi-lhões repassados, anualmente,por meio da Transferência Fun-do a Fundo. Conforme estabe-lecido por lei, esse procedi-mento tem como objetivo des-centralizar a gestão dos recur-sos e as ações de saúde.

Isso significa que o Ministé-rio da Saúde está cumprindoseus objetivos no que diz res-peito à descentralização dos re-cursos da saúde pública, fazen-do com que 5.517 municípiosrecebam R$ 150 milhões peloPrograma de Atenção Básica(PAB) Fixo, enquanto 564 mu-nicípios recebem aproximada-mente R$ 420 milhões mensaispor terem atingido o topo dadescentralização e estarem ha-bilitados na Gestão Plena deSistema Municipal.

Essa modalidade de transfe-rência consiste no repasse dosrecursos do Sistema Único deSaúde (SUS) alocados noFNS diretamente para os fun-dos estaduais e municipais ha-bilitados, de forma regular e

automática. Isso permite quecada esfera pública assuma agestão dos recursos do SUS, oque traz a possibilidade decontar com verba previamenteestabelecida, no devido tempo,para o cumprimento de suaprogramação de ações e ser-viços de saúde. Assim, todo oplanejamento pode ser feitocom maior liberdade de açãona área de saúde do estado oumunicípio, podendo inclusive,de acordo com os planos previa-mente definidos e o serviçoproduzido, redefinir projetos.

Para receber recursos do MSpor meio da TransferênciaFundo a Fundo, os estados emunicípios devem estar habili-tados na Gestão Plena de Aten-ção Básica, na Gestão Plena deSistema (Estadual ou Munici-pal) ou ainda ter qualificaçãoe/ou certificação aos programase incentivos às ações de saúdemantidas pelo Ministério daSaúde e Fundação Nacional deSaúde (Funasa). Isso tudo estácondicionado ao atendimentode requisitos específicos fixados

em normas operacionais esão submetidos à aprovaçãoministerial em portariasque estabelecem os tetosfinanceiros e valores dosincentivos.

Esses valores variam deacordo com a modalidadede gestão e a complexidadedas ações, sendo que aGestão Plena de AtençãoBásica refere-se ao custeiodas ações básicas de saúde,como consultas médicasde especialidade básica, vi-sita e atendimento ambu-latorial e domiciliar doPrograma Saúde da Famí-lia (PSF), vacinação, assis-tência pré-natal e peque-nas cirurgias. Já a GestãoPlena de Sistema faz comque o estado ou municípiofique responsável pela exe-cução de ações mais com-plexas, envolvendo o paga-mento de toda a sua redecontratada, internações am-bulatoriais e hospitalaresde alto custo e consultasespecializadas.

Transferência Fundo a FundoRecursos do Sistema Único de Saúde estão cada vez mais descentralizados

O Ministério da Saúde estálançando o Manual de Cadas-tramento Nacional de Usuá-rios do Sistema Únicode Saúde (SUS),aprovado pela Co-missão Interges-tores Tripartite (es-feras federal, esta-dual e municipal). Apublicação tem porfinalidade orientar ostrês setores e com issoviabilizar a implantaçãodo Cartão Nacional deSaúde em todo o País.

O cartão é uma das princi-pais ferramentas do Ministé-rio da Saúde, no que tange àtotal consolidação do SUS,contribuindo para que a gestãodo sistema se desenvolva e, apartir dessa mecânica, melhorea eficiência do atendimento dasaúde pública ao cidadão brasi-leiro.

O cadastramento das pessoase a distribuição dos cartões per-mitirá ao SUS identificar osusuários do sistema e seus en-dereços residenciais. Esse pro-cesso assegurará a construção

de um banco de dados paradiagnóstico, avaliação, plane-jamento e programação dasações de saúde.

O manual foi definido deacordo com diretrizes basea-das em experiências realizadasanteriormente no País, queforam o cadastramento da po-pulação-alvo para a primeiraetapa do projeto de implan-tação do Cartão Nacionalde Saúde e o cadastra-mento das famílias dasáreas de abrangência doPrograma Saúde daFamília e do Progra-ma de Agentes Co-munitários de Saú-de, que atendem amais de 10 mi-lhões de famílias.

A implantaçãototal do CartãoNacional deSaúde contri-buirá para odesenvol-v imentode ações

programáti-cas estratégicas, ações

de vigilância epidemiológica,assistência ambulatorial e hos-pitalar, além do fortalecimentodos sistemas de referência econtra-referência e do controlee avaliação do MS, dentreoutras ações e atividades.

Estratégias – Para a efeti-vação do cadastramento sãonecessárias algumas medidasestratégicas, como a realizaçãode visitas domiciliares porprofissionais capacitados. Asequipes de saúde e unidadesde saúde também farão partedesse processo, pois terão aincumbência de efetuar asinscrições da clientela.

Nas áreas onde o Programade Agentes Comunitários deSaúde ou o Programa de Saú-de da Família estiver implan-tado, a visita deverá ser reali-zada pelo agente comunitáriode saúde da respectiva área deabrangência, sendo comple-mentados os dados individuaisque não são habitualmentecoletados no cadastro da famí-lia. O cadastro servirá, inclu-sive, como instrumento de tra-balho para essas equipes.

Brasília, setembro de 2001DESCENTRALIZAÇÃO

Divulgação/MS

Manual para o cadastramento de usuários do SUSPublicação tem por finalidade orientar os gestores e com isso viabilizar a implantação do Cartão Nacional de Saúde

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Em breve os funcionários, bem como a clientela doMinistério da Saúde, notarão algumas mudanças no sis-tema de sinalização dos edifícios sede e anexo, visandofacilitar o acesso das pessoas às dependências do Ministério.

Em março deste ano, foi iniciado o Projeto de Progra-mação Visual do Ministério da Saúde que consiste de umconjunto de mensagens visuais organizadas segundo umalinguagem gráfica, incluindo painel índice geral, painelíndice de pavimento, identificação local, identificação devagas, numeração de salas, pictogramas (símbolos querepresentam de forma simplificada objetos da realidade)e outras publicações.

Os trabalhos estão sob a responsabilidade do arquitetoNelson Guimarães, que apoiará o processo de criação daoficina de materiais e fará o treinamento da equipe doMS para a criação e fabricação dos painéis e placas deidentificação.

O projeto, uma parceria da Coordenação-Geral deModernização e Desenvolvimento Institucional e daCoordenação-Geral de Recursos Logísticos, encontra-seatualmente em fase de licitação para a compra de mate-riais. Estima-se que até o final do ano os trabalhos este-jam concluídos.

Para maiores informações sobre o projeto, pode-se con-sultar as páginas do Comitê Executivo Setorial de Des-burocratização do Ministério da Saúde, nos seguintes sites:wwwwww..ssaauuddee..ggoovv..bbrr//ppoorrttaall//iinnddeexx..hhttmmll e wwwwww..ssaauuddee..ggoovv..bbrr

Brasília, setembro de 2001GIRO

A Subsecretaria de AssuntosAdministrativos (SAA) reali-zou, nos dias 28 e 29 de setem-bro, em Brasília, o PrimeiroCiclo de Estudos Institucio-nais da SAA. Participaram doevento as áreas afins da Subse-cretaria, como a Co-ordenação-Geral deDocumentação e In-formação (CGDI), aCoordenação-Geralde Recursos Logísti-cos (CGRL), a Coor-denação-GeraldeMo-dernização e Desen-volvimentoInstitucio-nal (CGMDI) e a Co-ordenação-Geral deRecursos Humanos(CGRH).

De acordo com o ti-tular da SAA, subse-cretário Ailton de Li-ma Ribeiro, o seminá-rio teve o propósito deabrir discussões sobrea melhoria da qua-lidade de gestão, ten-do sempre como prin-cipal premissa fazercom que as diversasáreaseosprofissionais

vinculados à SAA interajam,facilitando com isso o trabalhode todos os setores que com-põem a máquina ministerial.

Durante os estudos, foramdebatidos diversos temas, noque concerne à atuação da SAA,

sua organização, razão de ser,atendimento e serviços pres-tados à clientela. Ficou estabele-cido, durante as discussões, quea integração entre os setores euma melhor relação entre aspessoas acarretará em um de-

senvolvimento satisfatório dostrabalhos e da concretização dascompetências relativas à polí-tica de saúde do Governo Fede-ral, retratada na total consoli-dação do Sistema Único deSaúde (SUS).

“A SAA tem como uma desuas missões atuar como su-porte para que as atividades eações finalísticas do Ministérioda Saúde sejam concretizadas.Sendo uma área administra-tiva, a Subsecretaria permite

que setores que intera-gem diretamente coma população possam,de fato, resolver pro-blemas referentes àsaúde, ao SUS. A SAAtem um papel primor-dial como facilitadoradas ações do Ministé-rio” – afirma AiltonRibeiro.

Depois de dois diasde debates e elaboraçãode estratégias, ficou de-finido que será feitoum relatório, no qualconstarão as principaisquestões discutidas,como também as reso-luções a serem imple-mentadas, no sentidode cada vez mais bus-car a renovação perma-nente do sistema desaúde e seu desenvolvi-mento institucional.

Seminário da SAA debate gestão

Sistema de Sinalização orientaráservidores e usuários do MS

A expansão do ProgramaSaúde da Família (PSF) contacom a ajuda de um sistema dedemanda e oferta de trabalhona área da saúde – o Banco deTrabalho-PSF. A iniciativadesse banco de dados partiu deuma tentativa do Ministério daSaúde em diminuir a distân-cia que há entre quemprocura e quem ofereceemprego na rede desaúde. O sistema, or-ganizado pela Secre-taria de Políticas deSaúde, em parceriacom o Conselho Na-cional dos Secretá-rios Municipais deSaúde (Conasems) jáestá no ar, pela internet.

A implantação do PSFé tarefa de cada município.Embora os salários oferecidosaos profissionais da saúde parao trabalho no programa sejambons, alguns gestores munici-pais encontram dificuldadesem preencher essas vagas. Talsituação ocorre em virtude dafalta de uma divulgação ampladas ofertas de emprego. Hoje,

os cargos oferecidos são co-nhecidos apenas entre osmembros da própria localida-de. No entanto, nem semprehá, nessas regiões, quantidade

suficiente de profissionais paraatender à demanda.

O Banco de Trabalho-PSFconstitui, portanto, um meiopara os gestores municipais di-vulgarem as vagas para profis-

sionais da saúde em todo oPaís. Além disso, o sistemapermite o cadastro dos queprocuram emprego e indicaquem preenche os pré-requisi-tos para cada vaga ofertada.

A divulgação das oportu-nidades de emprego pela in-

ternet contribui também pa-ra uma melhor distribui-

ção dos médicos pelasregiões do País. Segun-do o Conselho Fede-ral de Medicina, 66%dos médicos brasilei-ros trabalham nascapitais, onde estáconcentrada 24% da

população nacional.Isso significa que, en-

quanto há uma relaçãode 3,28 médicos/ mil ha-

bitantes na capital, há, nointerior dos estados, uma mé-dia de 0,53 médicos/mil.

O Banco de Trabalho-PSFpode ser acessado pela páginado Ministério da Saúde nainternet:

www.saude.gov.br

Vagas para profissionais da Saúde pela internetMinistério da Saúde organiza sistema de demanda e oferta de emprego para profissionais

da saúde que queiram trabalhar com o Programa Saúde da Família

Equipe da SAA reunida: discussões sobre a qualidade da gestão e a integração entre suas áreas

Foto: João Brasil

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Brasília, setembro de 2001FINANCIAMENTO

O Ministério da Saúde, deacordo com o secretário-execu-tivo, Barjas Negri, desde a suacriação, em 1953, sempre fun-cionou “com altos e baixos”. Ouseja, em alguns anos o MS tinhadinheiro o suficiente para finan-ciar a saúde, sem maiores con-tratempos. Em outros, a insti-tuição enfrentava dificuldades,pois a Saúde, muitas vezes, fica-va à mercê de acontecimentosexternos, que fugiam ao contro-le dos responsáveis diretos pelaadministração da saúde pública.

As dificuldades de se garantirum financiamento para a saúdesuficiente e estável fez com quesurgisse um movimento paraque se aprovasse a EmendaConstitucional nº 29 (EC 29),que envolveu praticamente todaasociedadecivilorganizada,quese notabilizou por defender asaúde pública no Brasil. O con-senso alcançado pelas diversasentidades e representações refle-tiu-se nas votações da Câmara edo Senado, que aprovaram pormaioria absoluta, em 13 desetembro de 2000, a EC 29.

Com isso, ficou disposto que aemenda estabelece vínculos derecursos federais, estaduais emunicipais para a saúde públi-ca, que tem por finalidade ga-rantir dinheiro para sustentar odireito de acesso à saúde. Sendoassim, o Ministério da Saúde,por intermédio da Subsecretariade Assuntos Administrativos(SAA)/SecretariaExecutiva(SE),realizou, no período de 19 a 21de setembro, no Eron Brasília

Hotel, o “Seminário sobre aOperacionalização da EmendaConstitucional nº 29”.

O evento teve o propósito dediscutir a identificação de parâ-metros e critérios relativos àaplicação e operacionalizaçãoda EC 29. Os participantesdebateram sobre como definiro quanto das receitas dos mu-nicípios, estados, Distrito Fe-deral e União deve ser alocadopara as ações e atividades refe-rentes ao serviço de saúde pú-blica do País.

De acordo com o chefe daSecretaria para Assuntos Fiscais

Mais recursos para a Saúde

do BNDES, José RobertoRodrigues Afonso, a emenda éauto-aplicável, “mas é necessá-rio esclarecer sua aplicabilidade,como forma de os governantesusarem esse mecanismo comsegurança e, posteriormente,avançarem na implementaçãodo acesso à saúde como direitouniversal do cidadão”.

Temas – Ratificou-se, du-rante o evento, que os tribunaisde contas do Brasil são os res-ponsáveis pela fiscalização documprimento das normas daEC 29. Técnicos dos tribunaisde Contas dos estados e da

União, agentes públicos e espe-cialistas em jurisprudência dostemas debatidos buscaram che-gar a um consenso, no sentidode agilizar os trabalhos paraque a emenda seja logo colo-cada em prática.

Dentre os temas discutidos,destacam-se a indicação dasdespesas que integram as açõese serviços públicos em saúde;composição das receitas a se-rem vinculadas; fórmula decálculo do montante a ser apli-cado; formas de acompanha-mento; fiscalização e controledo cumprimento das disposi-

ções da EC 29; e relação da Leide Responsabilidade Fiscal(LRF) e o financiamento dasaúde.

“A aprovação da EC 29 teveimportância crucial. Nos anos70, 80 e início dos 90, a Saúdepassou por graves crises. O sis-tema parecia uma montanharussa, à luz da conjuntura. Gre-ves, atraso nos pagamentos afornecedores e prestadores deserviços e falta de equipamentosrealmente prejudicavam a ad-ministração dos governos e,como resultado disso, a popula-ção sofria as conseqüências” –afirma Barjas Negri.

O secretário-executivo disseainda que a PEC da Saúde alémde ampliar os recursos é tam-bém uma forma de garantir quea inflação não volte a prejudicaro setor. Para ele, se não fosse aPEC a Saúde teria problemasconcernentes à falta de recursos,por conta da crise Argentina e adesvalorização da moeda brasi-leira – o real.

O Seminário sobre a Opera-cionalização da Emenda Cons-titucional nº 29 teve a coorde-nação-geral de Ailton de LimaRibeiro, subsecretário de As-suntos Administrativos, e Ma-noelito Pereira Magalhães Jú-nior, assessor especial do mi-nistro. A relatoria-geral ficou acargo de Áquilas Mendes eRosa Marques, especialistas naárea de Economia da Saúde.

Técnicos discutem a aplicação e a operacionalização da Emenda Constitucional nº 29, que visa a garantir um financiamento suficiente e estável para o setor

“A aprovação da Emen-da Constitucional nº 29teve importância crucial.Nos anos 70, 80 e iníciodos 90, a saúde passoupor graves crises. O sis-tema parecia uma mon-tanha russa à luz da con-juntura. A PEC da Saúdevai ampliar os recursos egarantir uma maior tran-qüilidade ao setor.”

Barjas Negri

Foto: João Brasil

Foto: João Brasil

Técnicos de tribunais de contas e do MS ouvem atentamente informações sobre a Emenda Constitucional nº 29

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Brasília, setembro de 2001ACONTECE

EEXXPPEEDDIIEENNTTEEMINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMA – Publicação mensal da Sub-

secretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Saúde

Edição: Márcia Rollemberg – Jornalista Responsável: Davis Sena Filho(MTb 2164/11/77/DF) – Repórteres: Paulo Henrique de Castro (MTb 4136/13/99/DF) e Jonilda Bonfim (925–DRT/PB) – Repórteres/Estagiários:Larissa Guimarães Marques, Letícia Carneiro, Ana Raquel Macedo eEduardo Martins – Colaboração: Gabrielle Bennet – Fotografia: João Brasil– Editoração: Fabiano Bastos – Projeto Gráfico: Fabiano Bastos e JoãoMário Dias – Revisão: Mônica Quiroga – Tiragem: 2.000 exemplares –Produzido na Editora MS/Coordenação-Geral de Documentação e Infor-mação/SAA/SE/MS – Endereço: SIA, Trecho 4, Lotes 540/610, Brasília-DF,CEP 71200-040, Fone: (61) 233 1774, Fax: (61) 233 9558

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No dia 30 de outubro, o Ministério daSaúde realizará a Teleconferência "BolsaAlimentação, passo a passo", pelo canalSaúde, por intermédio do SistemaEmbratel. O evento acontecerá de 12h às14h. Para participar, os interessados devemcomparecer ao Auditório Emílio Ribas doMinistério da Saúde ou ao da Embratel, naSCS Qd. 05 Bl. E - Térreo.

O Ministério da Saúde (MS)tem atuado fortemente no pro-cesso de desburocratização,que é uma das metas do PlanoPlurianual (PPA) 2000/2003, o“Avança Brasil” do governo fe-deral. São muitas as medidasapresentadas pelos ComitêsExecutivos Setoriais do MS aoComitê Interministerial deDesburocratização.

São cinco comitês setoriais. Eapesar de estarem ligados aoMS, trabalham independente-mente, buscando implantarações que simplifiquem os pro-cessos administrativos, redu-zindo custos, além de melhorara produtividade e o atendimen-to ao cidadão.

Um dos comitês está ligado àadministração direta do MS,representada pelas áreas quecompõem o Ministério. Outrosdois são destinados à AgênciaNacional de Vigilância Sanitá-ria (Anvisa) e à Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar(ANS), além de mais dois re-presentados pela FundaçãoNacional de Saúde (Funasa) epela Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz).

Administração direta – OComitê Executivo Setorial deDesburocratização do Ministé-rio da Saúde (CDMS), estabe-lecido pela portaria 276, de 10de março de 2000, é compostopor um representante de cadaárea do MS. Ele tem entre suasmetas a melhoria da gestão fe-deral do Sistema Único deSaúde (SUS), tornando-o maisflexível, e evitando o desperdí-cio de tempo, dinheiro, energiae talento.

Sua participação é ativa noPrND. “Já somam 21 o númerode medidas desburocratizantesapresentadas ao Comitê Inter-ministerial” – diz Paulo Ribei-ro, vice-presidente da CDMS ecoordenador-geral de Moderni-zação e Desenvolvimento Insti-tucional (CGMDI).

O processo é democratizado.Como todos os setores do MStêm representação no Comitê,não há priorização de áreasespecíficas. “Cada setor é res-ponsável por identificar umasituação que possa ser melho-rada” – informa Paulo Ribeiro,ressaltando ainda que, inde-pendente disso, qualquer pes-soa, seja ela servidora do MS ounão, pode sugerir medidas dedesburocratização ao CDMS,

que serão avaliadas e encami-nhadas à área, onde poderáocorrer mudanças para, então,serem materializadas.

Medidas desburocratizantes –Desde março de 2000, aCDMS vem apresentando me-didas ao Comitê Interministe-rial, que se destacou nesse anono Programa Nacional de Des-burocratização. Na ocasião, osecretário de Gestão de Investi-mentos em Saúde, GeraldoBiasoto Júnior, apresentou amedida de destaque do ano: oCartão Nacional de Saúde, o“Cartão SUS”, que se trata deum sistema informatizado quepossibilita a vinculação dosprocedimentos realizados peloSUS ao usuário, ao profissionalque o realizou e também àunidade de saúde.

Biasoto disse ainda que ocartão vai aprimorar o controlede fluxo de pagamentos e que ainformatização das unidadesde saúde vai possibilitar ao ges-tor organizar com mais racio-nalidade seus gastos com aprestação de serviços de saúde.Conforme Paulo Ribeiro, ocartão SUS facilitará, a partir

de dados reais e epidemiológi-cos, a identificação de áreasque tenham determinada ocor-rência de doenças, e assim tra-balhá-las com mais eficiência.

Outra medida de desburo-cratização do MS vem se desta-cando. É o Sistema Integradode Passagens e Diárias (Sipad).Uma simplificação e racionali-zação do processo de emissãode passagens e diárias no âmbi-to do MS.

O Sipad, projeto da Subse-cretária de Assuntos Adminis-trativos, tendo à frente aCGMDI, e apoiado pela equi-pe do Datasus, ganhou o prê-mio Hélio Beltrão, na 5ª ediçãodo Concurso de Inovações naGestão Pública Federal.

São muitas as medidas. Paraconhecê-las, basta acessar oPortal da Desburocratização –www.d.gov.br –, onde poderãoser encontrados os resumos dasreuniões e das medidas apre-sentadas até hoje. Se no site doMS – www.saude.gov.br – ousuário clicar no ícone da Des-burocratização, terá acesso atodas informações relativas àsações do CDMS.

Desburocratizando o MSUm dos comitês setoriais, ligado à administração direta, já apontouvárias medidas para facilitar a vida do servidor e do cidadão

A Subsecretaria de Assuntos Administrativos

(SAA) está promovendo a campanha "Crie um

slogan para a SAA". A finalidade da promoção é

escolher uma frase que sintetize a missão da

Subsecretaria. Pode participar do concurso

qualquer profissional que trabalhe na SAA. As

inscrições podem ser feitas até o dia 31 de

outubro, com no máximo três frases. A comissão

julgadora será composta por integrantes do

Ministério da Saúde e o criador do slogan

vencedor ganhará um prêmio-surpresa. Inscrições

- e-mail: [email protected]

O Conselho Nacional de DST/AIDS

promoverá o I Fórum Nacional de saúde

no Sistema Penitenciário no dia 8 de

novembro, no Centro Cultural Banco do

Brasil. O encontro é uma tentativa de se

concentrar esforços para a organização

de ampla política de promoção e

assistência à saúde nos presídios

brasileiros. Informações: 448-8082

O Tribunal de Contas da União(TCU) está promovendo o Concursode Monografias "Prêmio Serzedello Corrêa2001", que tem como tema as perspectivaspara o controle social e para a transparênciada administração pública. Os prêmios para osvencedores chegam a R$ 21 mil. Interessadospodem inscrever seus trabalhos até o dia 21de novembro. Informações: www.tcu.gov.br;[email protected]; 316-7165/316-7526

Um pequeno relato da desburocratizaçãoHá muito se tenta viabilizar um trâmite mais

ágil dos processos nas instituições públicas, comoo disposto no Decreto n.º 63.166, de 26 de agostode 1968, que dispensa o reconhecimento de firmaem qualquer documento produzido no País,quando apresentado para fazer prova peranterepartições e entidades públicas federais daadministração direta e indireta. Ou ainda o dis-posto no Decreto n.º 83.740, de 18 de julho de1979, que institui o Programa Nacional de Des-burocratização (PrND), sob a assistência do mi-nistro-extraordinário Hélio Beltrão.

Mais recente é a instituição, por meio doDecreto n.º 3.335, de 11 de janeiro de 2000, doComitê Interministerial de Desburocratização edos Comitês Executivos Setoriais de Desburocra-tização para retomar os planos implantados em79, que têm como premissa melhorar a relaçãoentre a sociedade e o estado.