[AMORC, O Rosacruz] Prosperidade Pessoal

Embed Size (px)

Citation preview

COMPORTAMEN T O

orno vai estar a sua vida daqui a cinco anos? Esta pergunta inquietante me foi feita certa vez por uma pessoa muito querida e pela qual eu nutro profunda admirao por toda a sua construo de vida. Nem preciso dizer que engasguei e tive enorme dificuldade em articular o pensamento para dar uma resposta rpida e, no mnimo, digna. Afinal, sempre me considerei uma pessoa com a vida razoavelmente organizada, pelo menos no plano mental. Eu espero sinceramente que voc tenha, no momento em que ler este artigo, menor dificuldade de responder a essa pergunta do que eu tive ento. Confesso que foi um daqueles momentos na vida em que nos deparamos com um certo vazio existencial. Senti um vcuo sobre toda a certeza interior que carregava acerca da forma como estava tocando a minha vida e um certo medo invadiu meu ser; o medo do futuro?

c

Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou?

46

O ROSACRUZ 4 TRIMESTRE 2003

Por IRINEU CASSEL. FRC '

No. O medo de mim mesmo. O medo da minha fragilidade, da minha capacidade de dirigir o meu destino. Afinal, eu no estava fazendo a lio de casa a que, como estudante rosacruz, eu me propus nas ltimas dcadas que buscar o domnio da vida. Ento veio a sentena que, mesmo partindo da boca dessa pessoa, eu sabia que na verdade emergia do fundo do meu ser: - Quando voc souber o que pretende para sua vida volte e me conte. Desnecessrio dizer que nas horas e dias seguintes essa pergunta no calou dentro de mim. O que eu quero para minha vida? O que vou fazer para chegar l? O que eu fiz at hoje? Do que eu sou capaz? O que eu preciso ou devo fazer? E, num nvel ainda mais profundo: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? A trajetria na Ordem e na vida nos mostra que o crescimento e a evoluo so constantes, mesmo que em certos momentos no nos apercebamos disso. Cada situao e experincia nos leva ao confronto

com as limitaes mentais e fsicas que temos e o embate entre a realidade que construmos e os propsitos que carregamos nos situam em certos patamares de satisfao, de qualidade de vida. Desde as primeiras lies que recebemos na AMORC temos a viso de que, com o estudo e o esforo de realizar, poderemos transmutar nosso ser passo a passo atravs da alquimia mental e assim, conhecendo as leis que regem o universo dominar os seus elementos e atingir o to sonhado domnio da vida Nessa reviso de vida passei a rememorar essas lies, a relembrar aqueles momentos to especiais que cada estudante vive, que somente a memria interna pode reavivar e os quais no tem como dividir com outros, j que os encontros com a alma so individuais. Nesse ponto do processo o sentimento de solido que a pergunta inicial me trouxe tona se transformou no real encontro com o meu Eu Interior e, de sentimento de separao das demais pessoas, se transmutou em

4 TRIM ESTRE 200 3

o ROSACRUZ 47

COMPORTAMENT O

Obstculos fsicos e mentais devem ser superados .

verdade no encontro comigo mesmo e assim, com o Todo. Desapareceu ento o medo, pois me sobreveio o firme sentimento de que o potencial para responder a essa pergunta est dentro de mim. Sim; o meu futuro est em minhas mos. E mesmo que momentaneamente no estivesse consciente e, aparentemente, deixado de constru-lo de forma sistemtica estava edificando no dia a dia os pilares internos dessa construo. Se essa pergunta me abalou de tal maneira que me levou ao mergulho interior e me propiciou o reencontro com a Essncia, era hora de retomar o timo da vida, refazer o plano de viagem e seguir em frente com mais conscincia. Afinal, a viagem pela senda da vida no tem fim, quando muito etapas. Lembrei ento de uma lio do Fr. Spencer Lewis em que ele relatou o desafio dos desbravadores do oeste americano e sua saga para alcanar e construir a vida naquele novo territrio. Os obstculos fsicos que tiveram pela frente eram enormes, mas o objetivo que mantinham em mente e a sua vontade de alcan-lo lhes deram a suficiente energia para sobrepuj-los. E essa , em essncia, a pergunta que todos ns devemos responder: quais so os meus objetivos de vida? Como profissionais somos levados a estabelecer metas, objetivos, planos e controles para organizar nossa ao.

Mas, na nossa vida pessoal fazemos o mesmo? Quais so nossos objetivos? O que queremos atingir em cada setor de nossa vida? Onde estamos hoje? Onde queremos chegar? Que recursos possumos? Quais competncias precisamos desenvolver em ns mesmos? Que auxlio externo necessitamos? Que foras internas podemos desencadear? Estamos aplicando o que aprendemos ou esse estoque de potencialidades est criando poeira nas prateleiras da nossa conscincia? Somos to felizes quanto queremos ser? O certo que o universo e a vida tm propsitos definidos e por isso um ritmo de evoluo. O homem, dotado de livre arbtrio, que muitas vezes usa ndo dessa faculdade sem a devida interao com o seu interior perde o rumo. Faz-se ento necessrio que os embates dirios lhe confrontem as aspiraes e a realidade para que ele reencontre o caminho, o seu caminho, e a sim retome o ritmo de desenvolvimento pessoal, o que exige um esforo extra de dedicao e concentrao. Se tivermos, disse o filsofo, como "nica obrigao na vida sermos felizes", o que traduz para o nosso ser esse sentimento de felicidade? Sentimento que pessoal e intransfervel, conquanto em nosso mundo adquira certos contornos comuns a todos os homens. Lembremos de Shakespeare que nos legou em Hamlet o seguinte ensinamento: 'Acima de tudo, s fiel a ti mesmo". Esse o ponto de partida: o que me faz feliz? Essa resposta somente pode vir da conscincia de cada um, a partir da qual podemos iniciar a construo do plano pessoal de vida. Por vezes necessitamos de auxlio para clarear a mente contaminada por tanta presso externa - o conhecido "envenenamento mental" - para que possamos chegar ao mago do nosso ser e poder responder, calcados em nossa verdade interior, a esse questionamento. Para isso Freud, ]ung e outros desenvolveram a cincia psicanaltica que tambm pode nos auxiliar, se preciso for,

48 o ROSACR UZ

4 TRIMESTRE 2003

em adio aos nossos imprescindveis esforos pessoais de contemplao e meditao, no Sanctum pessoal. Tudo isso deve levar questo crucial sobre qual a minha misso de vida, pois somente o encaminhamento dela que pode me traduzir esse sentimento interno de felicidade , que, em outras palavras, me d a profunda sensao de crescimento e desenvolvimento da conscincia, ou seja, de que estou evoluindo tal qual a vida e o universo, ou, que estou em um estgio de harmonium, ou ainda, de prosperidade. Mas, retornando pergunta inicial, a preciosa lio do Fr. Lewis e a sua aplicaoIDENTIFICAO DA MISSO PESSOAL

em nossa vida nos d o caminho para que possamos evoluir e prosperar: preciso que tenhamos objetivos. Ela nos mostra como um propsito definido leva a nossa mente a desenvolver um princpio fundamental para a conquista de qualquer objetivo que o de concentrao de esforos. Concentrados no objetivo, eliminamos a disperso de pensamento e ao e dirigimos todo o combustvel pessoal para o alvo pretendido. essa uma das principais chaves do sucesso que vemos em tantos exemplos pessoais. De uma forma estruturada podemos deduzir que a prosperidade individual consistente depende dos seguintes fatores:

-7 INSPIRAO -7 FIXAO DE OBJETIVOS -7 PLANO PESSOAL DE VIDA -7 ASPIRAO -7 CONCENTRAO DE ESFOROS -7 AO INTEGRADA -7 REALIZAO DOS OBJETIVOS vida: negcios, famlia, relacionamentos, conscincia, sade, etc. Pois no h como sermos felizes sem considerar a vida como um todo que, no sendo perfeito em si, devemos trabalhar para construir a cada dia, de forma consciente, organizada e calcada em nossas aspiraes interiores, de onde obtemos a energia para sua concretizao. Irineu Cassei consultor de empresas.

Salientamos inspirao: que so as idias e sentimentos que emergem de nosso interior, refletindo nossa verdade interior ou breve iluminao ou insight, e aspirao: que o vcuo energtico que os nossos desejos criam a partir da fixao dos objetivos. Como o universo "conspira" contra o vcuo, a fixao de objetivos gera por si mesma uma fora tratora que atrair os fatores necessrios a sua realizao, a partir do que, somando-se aos acontecimentos produzidos pela nossa ao, outras circunstncias "casuais" viro ao nosso encontro como uma "mozinha" do universo. O sonho de Einstein com a frmula da relatividade aps anos de rduo trabalho um exemplo de como nossos esforos so acompanhados e recompensados por esses eventos ainda cientificamente inexplicveis, mas que, sabemos por experincia, so desencadeados pelo firme propsito pessoal de evoluo. Devemos, por fim, encarar a prosperidade como a evoluo em todos os aspectos da

,.Afixao de objetivos gera uma fora tratara .

4 T RIMESTRE 2003 O ROSACRUZ

49