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Educação Ambiental e conservação da vegetação nativa da Mata Atlântica: o conhecimento e as ações educativas dos professores da Costa Verde Ana Lucia Rodrigues da Costa Rio de Janeiro 2011 Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes

Ana Lucia Rodrigues da Costa - decb.uerj.br Ana Lucia... · Ao dono do meu coração e vida o Senhor Jesus Cristo. As minhas tias Ducenilda Rodrigues Barbosa, Rosana de Jesus Rodrigues

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Educação Ambiental e conservação da vegetação nativa da Mata

Atlântica: o conhecimento e as ações educativas dos professores

da Costa Verde

Ana Lucia Rodrigues da Costa

Rio de Janeiro

2011

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes

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ANA LUCIA RODRIGUES DA COSTA

Educação Ambiental e conservação da vegetação nativa da Mata Atlântica: o

conhecimento e as ações educativas dos professores da Costa Verde

Monografia apresentada ao Departamento de Ensino de Ciências e Biologia do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito para obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas.

Orientadora: Profa Dra Marilene de Sá Cadei

Rio de Janeiro

2011

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

UERJ / REDE SIRIUS / CTC-A

Costa, Ana Lucia Rodrigues da. Educação ambiental e conservação da vegetação

nativa da Mata Atlântica: o conhecimento e as ações educativas dos professores da Costa Verde / Ana Lucia Rodrigues da Costa. – Rio de Janeiro, 2011.

76 f. : il.

Orientadora: Marilene de Sá Cadei.

Projeto final apresentado ao Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito para obtenção de grau de licenciada em Ciências Biológicas.

1. Educação ambiental – Estudo e ensino. 2. Mata Atlântica – Conservação. 3. Mata Atlântica – Preservação. 4. Proteção ambiental. I. Cadei, Marilene de Sá. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. III. Título.

CDU 372.891

C837

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Educação Ambiental e conservação da vegetação nativa da Mata Atlântica: o

conhecimento e as ações educativas dos professores da Costa Verde

Ana Lucia Rodrigues da Costa

Monografia apresentada ao Departamento de Ensino de Ciências e

Biologia do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro, para obtenção de grau de licenciando em Ciências

Biológicas.

Banca Examinadora

________________________________________________

Prof ª. MSc. Carolina Acioli

Departamento de Ensino de Ciências e Biologia - UERJ

________________________________________________

Prof. Dr. Oscar Rocha Barbosa Departamento de zoologia – UERJ

______________________________________________

Aprovado em ____ de ________________ de 2011.

Nota: _____

Rio de Janeiro

2011

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DEDICATÓRIA

Ao dono do meu coração e vida o Senhor Jesus Cristo.

As minhas tias Ducenilda Rodrigues Barbosa, Rosana de Jesus Rodrigues e Dilma

Rodrigues da Silva.

Ao meu marido querido Tauan Oliveira da Silva.

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AGRADECIMENTOS

Mais uma vez agradeço ao meu Deus por estar sempre presente na minha

vida me capacitando nos momentos que me sinto incapaz, me dando forças para

alcançar os objetivos traçados.

À minha mãe Ângela Maria Rodrigues da Costa pelo incentivo, investimento e

esforço inesgotável. Apesar da ausência na minha vida, em meu coração ela para

sempre permanecerá, a ela minha eterna gratidão

Às minhas tias Dilma Rodrigues da Silva, Rosana de Jesus Rodrigues e

Ducenilda Rodrigues Barbosa, obrigada pelo apoio, carinho, incentivo e pelo amor

que vocês me deram durante todo esse tempo de muito estudo.

Ao meu grande amor Tauan Oliveira da Silva, agradeço pelo apoio e

incentivo, pelas palavras de força e principalmente por fazer os meus dias felizes

inesquecíveis e incomparáveis.

À minha “mãe de coração” Lédna Muniz pelo amor e carinho durante todo

esse tempo que nos conhecemos.

Ao Antônio Giglio pelo apoio e pela compreensão nas horas quando eu mais

precisei.

À minha irmã Suellen Rodrigues da Costa e aos amigos: Aline Terra,

Alessandro Freitas, Danielle Santos, Evilyn Chagas, Taiane Motta, Queli Bastos e

Daniela Carneiro. A amizade de vocês vale muito!

À minhas “bioamigas” que amo muito: Danielle Lima, Maxmira Arêdes,

Géssica Rocha, Carla Cristina Ribeiro, Camila Machado, Brenda Moraes, Graziela

Pereira, Beatriz Monteiro, Isabela Cristina Gonçalves, Thaís Brainer, Tamires

Gonzales, Elenice, Rosa, Fabiana Barbosa e Viviane Cerqueira. Obrigada pelos

momentos inesquecíveis que passamos juntos durante todo esse tempo na

graduação.

Ao Vinicius Amaral Corrêa (Jelly) e Mauricio Martins, vocês são demais

mesmo e totalmente “sem noção”!

À minha querida respeitosa orientadora Marilene de Sá Cadei, que me ajudou

bastante durante esse tempo. Obrigada pelo carinho, compreensão e pela força!

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Aos professores da graduação, mais especificamente a Lucia Cristina, pela

compreensão, pela dedicação e pelas práticas apresentadas ao longo da minha

formação.

Aos professores que aceitaram fazer parte da banca examinadora. Muito

obrigada, pois eu sei que vocês têm muito a contribuir com a melhoria e a qualidade

desse trabalho.

À UERJ pelo subsídio e possibilidades para meus estudos e minha

qualificação, sem dúvida passar no vestibular foi uma das melhores coisas que

aconteceu na minha vida um mundo de possibilidades foi descoberto!

Agradeço a todos, sem vocês nada disso teria sentido ou valeria a pena,

afinal a vida é feita de momentos!

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“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”

Marcos 8.36

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RESUMO

A Mata Atlântica atualmente é a segunda maior floresta pluvial tropical do continente americano. No passado ela apresentava uma área que cobria mais de 1,5 milhões de km2. A maior área do bioma Mata Atlântica está localizada em território brasileiro e inclui os Estados do Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Especificamente o Estado do Rio de Janeiro possui uma região bastante diversificada e rica em biodiversidade denominada Costa Verde. A Costa Verde possui em toda sua extensão remanescentes do bioma Mata Atlântica que precisa ser conservados. A necessidade da conservação da Mata Atlântica faz com que surjam projetos e estudos científicos envolvendo unidades de conservação, áreas de proteção ambiental, organizações não governamentais e instituições de ensino a fim de se obter novos conhecimentos e promover uma maior conservação dos atuais remanescentes de Mata Atlântica. A Educação Ambiental pode contribuir para a conservação da Mata Atlântica, pois priorizam as mudanças de concepções do indivíduo, sobretudo na coletividade, por isso a Educação Ambiental é importante, uma vez que ela apresenta um caráter crítico e político principalmente no que diz respeito a problemática socioambiental, pois reforça mundialmente a sustentabilidade a partir da educação. Os educadores que atuam na Costa Verde podem contribuir para a conservação dos remanescentes da Mata Atlântica que estão presentes nessa região desde que detenham conhecimentos corretos sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica e desenvolvam ações educativas adequadas. Este estudo tem como objetivo verificar os conhecimentos sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica da Costa Verde por parte dos pesquisadores, professores e profissionais ligados ao sistema de ensino da região e saber se esse conhecimento que é trabalhado com os alunos auxilia na conservação da Mata Atlântica.

Palavras chave: Mata Atlântica, Conservação, Costa Verde, Educação Ambiental

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ABSTRACT

The Atlantic Forest is the second biggest pluvial tropical forest in American continent. In the past it covered more than 1.5 million km2 - with 92% of its area located in Brazil. The biggest portion of this biome is located in Brazilian soil and includes Paraná, Espírito Santo, and Rio de Janeiro states. Besides its varied landscape, Rio de Janeiro state holds the Costa Verde region, which presents fragments or reminiscences of the Atlantic Forest biome that have to be preserved. The necessity of conservation of Atlantic Forest results in scientific projects and studies involving conservation units, environmental protection areas, non-governmental organizations and educational institutions with the purpose of obtaining new knowledge to promote higher preservation and conservation to the Atlantic Forest remains . Environmental Education can contribute to the conservation of the Atlantic Forest for prioritizing the changes on individual conceptions, mainly within the collective framework. Within this context Environmental Education (E E) is important, once it presents a critical and political aspect, especially on what concerns about the socio-environmental problematic, because it reinforces worldwide the sustainability departing from education. The educators that work at Costa Verde area can contribute to the conservation of Atlantic Forest remains since they detain appropriate knowledge about the native vegetation and develop suitable educative action. This study aims at verifying the degree of knowledge about the native vegetation of Costa Verde detained by the researchers, teacher and professionals related to the educational system of the region and if this knowledge that is transmitted to the students helps in the conservation of the Atlantic Forest. Keywords: Atlantic Forest, conservation, Costa Verde, Environmental Education

.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa do Brasil com seus biomas. Fonte: IBGE 2004.................. 3

Figura 2 Mapa do Brasil e áreas de abrangências do bioma Mata

Atlântica com seus atuais remanescentes. Fonte: Bioatlântica,

2011.............................................................................................. 4

Figura 3 Mapa do Brasil: ecossistemas associados da Mata Atlântica.

IBGE, 1993. Fonte: SOS Mata Atlântica, 2011........................... 6

Figura 4 Floresta ombrófila densa com 2.364.500Km2. Fonte: RBMA

2011.............................................................................................. 7

Figura 5 Floresta ombrófila aberta com 1.006.400 Km2. Fonte: RBMA

2011.............................................................................................. 7

Figura 6 Floresta ombrófila mista com 169.200 Km2. Fonte: RBMA

2011.............................................................................................. 8

Figura 7 Floresta ombrófila estacional decidual com 263.565 Km2. Fonte:

RBMA 2011................................................................................... 8

Figura 8 Floresta ombrófila estacional semidecidual 567.180 Km2. Fonte:

RBMA 2011................................................................................... 9

Figura 9 Localização da região da Costa Verde. Rio de Janeiro. Figura

feita sobre imagem de satélite extraída do Google Maps, 200......... 10

Figura 10 Localização das Principais Unidades de conservação da região

da Costa Verde. Fonte: INEA. 2011............................................. 12

Figura 11 Professores participando de palestra na sala de conferências.

Hotel Porto Gallo. Angra dos Reis – RJ. Foto: Júlio Cesar.......... 16

Figura 12 Professores em atividade ao ar livre. Hotel Porto Gallo, Angra

dos Reis – RJ. Foto: Marilene Cadei............................................ 16

Figura 13 Ipê Amarelo. Foto: H. Lorenzi, 1992............................................. 27

Figura 14 Palmito Juçara. Foto: H. Lorenzi, 1992........................................ 27

Figura 15 Pau-brasil. Foto: H. Lorenzi, 1992................................................ 28

Figura 16 Bromélias. Foto: Jardim Botânico 2011........................................ 29

Figura 17 Quaresmeira. Foto: H. Lorenzi, 1992........................................... 29

Figura 18 Embaúba. Foto: H. Lorenzi, 1992................................................. 30

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Percentual de formação dos professores entrevistados..................... 17

Gráfico 2 Percentual do local de residência dos professores entrevistados.... 19

Gráfico 3 Percentual do município em que trabalhavam os professores.......... 20

Gráfico 4 Percentual do ensino que os professores lecionavam..................... 21

Gráfico 5 Percentual do tipo de escola em que os professores

lecionavam........ 22

Gráfico 6 Percentual das séries que lecionavam os professores..................... 23

Gráfico 7 Percentual do tempo de magistério exercido pelos professores....... 24

Gráfico 8 Percentual da vegetação nativa da Mata Atlântica mais citada

pelos professores.............................................................................. 26

Gráfico 9 Reconhecimento da árvore Ipê.......................................................... 27

Gráfico 10 Reconhecimento da árvore Palmito Juçara...................................... 27

Gráfico 11 Reconhecimento da árvore Pau-brasil.............................................. 28

Gráfico 12 Reconhecimento de Bromélia............................................................ 29

Gráfico 13 Reconhecimento da árvore Quaresmeira......................................... 29

Gráfico 14 Reconhecimento da árvore Embaúba............................................... 30

Gráfico 15 Percentual de espécies nativas, espécies exóticas e espécies não

identificáveis mencionadas pelos professores................................. 32

Gráfico 16 Percentual de onde os professores aprenderam sobre a vegetação

nativa da Mata Atlântica.................................................................... 33

Gráfico 17 Percentual das definições de espécies nativas da Mata Atlântica

apresentadas pelos professores........................................................ 37

Gráfico 18 Percentual se os professores consideravam importante seus

alunos aprenderem sobre as plantas nativas da região da Costa

Verde.................................................................................................

37

Gráfico 19 Percentual sobre o que os professores pensavam sobre seu

conhecimento prévio em relação à vegetação nativa da região da

Costa Verde.......................................................................................

38

Gráfico 20 Percentual se os professores apresentavam algum material

didático sobre a vegetação nativa da região da Costa

Verde................................................................................................

39

Gráfico 21

Percentual dos tipos de materiais didáticos que os professores

apresentavam sobre a vegetação nativa da Costa Verde.................

39

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Gráfico 22 Percentual se os professores consideravam importante a

elaboração de materiais didáticos para a divulgação das espécies

nativa da Mata Atlântica.................................................................... 40

Gráfico 23 Percentual do tipo de material que preferiam os professores para a

divulgação das espécies nativas de Mata

Atlântica............................................................................................. 40

Gráfico 24 Percentual das atividades que os professores já realizaram com

seus alunos sobre a vegetação nativa da Mata

Atlântica............................................................................................. 41

Gráfico 25 Percentual das escolas que já desenvolveu algum projeto para a divulgação e a conservação das espécies nativas da Mata Atlântica.............................................................................................

42

Gráfico 26 Percentual do que os professores pensavam em relação seus

alunos aprenderem sobre as plantas nativas da região da Costa

Verde................................................................................................. 43

Gráfico 27 Percentual das categorias 1 e 2........................................................ 46

Gráfico 28 Percentual se os professores gostariam de participar de um curso

sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica...................................... 47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Cursos de graduação citados pelos entrevistados............................ 18

Tabela 2 Localidades onde mora os professores referente à categoria

“outros”.............................................................................................. 20

Tabela 3 Tempo de magistério exercido pelos professores............................. 23

Tabela 4 Espécies nativas da Mata Atlântica citadas pelos professores......... 25

Tabela 5 Relação das espécies exóticas citadas pelos professores................ 31

Tabela 6 Espécies não identificadas citadas pelos professores...................... 31

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 16

1. BIOMAS BRASILEIROS.................................................................................... 18

2. MATA ATLÂNTICA............................................................................................ 20

3. A REGIÃO DA COSTA VERDE......................................................................... 25

4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................. 13

5. METODOLOGIA................................................................................................. 30

5.1 O conhecimento e as ações pedagógicas dos professores....................... 30

5.2 Resultado e Discussões................................................................................. 33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 70

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 72

APÊNDICE - Modelo do questionário aplicado aos professores..................... 76

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16

INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é a segunda maior floresta pluvial tropical do continente

americano. Originalmente ela se estendia de forma contínua ao longo da costa

brasileira, penetrando até o leste do Paraguai e nordeste da Argentina em sua

porção sul. No passado cobria mais de 1,5 milhões de km2 – com 92% desta área no

Brasil (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA & INPE, 2001; GALINDO-LEAL &

CÂMARA, 2003).

A Mata Atlântica é um dos 25 hot spots mundiais de biodiversidade, embora

tenha sido em grande parte destruída, ela ainda abriga mais de 8.000 espécies

endêmicas de plantas vasculares, anfíbios, répteis, aves e mamíferos (MYERS et al.,

2000).

O conceito ”hot spot” foi criado em 1988, pelo ecólogo inglês Norman Myers e

pode ser definido como toda área prioritária para conservação, isto é, uma área de

alta biodiversidade que está ameaçada no seu mais alto grau.

A retirada da cobertura vegetal da Mata Atlântica, visando à utilização da área

para agricultura, pastagem, extração madeireira e ocupação humana ao longo dos

últimos dois séculos causou a destruição da maior parte desse bioma, restando hoje

cerca de 7% a 8% da sua área original. (LAGOS; MULLER, 2007).

Segundo Pinto e Brito apud Lagos e Muller, (2007) apesar de toda essa

perda, o bioma demonstrou ser bastante resiliente (capacidade de se restabelecer

novamente), como comprovam na recuperação de algumas áreas de sua

proveniência e a contínua descoberta de novas espécies.

O que se pode observar no Brasil são apenas fragmentos ou remanescentes

do bioma Mata Atlântica que se restringe a alguns estados. O estado do Rio de

Janeiro pode ser considerado privilegiado, pois abriga áreas de Mata Atlântica em

seu domínio porém, a única grande área de floresta que ainda resta tem apenas

7.000 km2 de extensão e está bastante degradada em muitos pontos. (PRIMACK,

RICRARD B. & RODRIGUES, EFRAIN, 2000).

A região da Costa Verde que está localizada no litoral sul-fluminense

corresponde ao Estado do Rio de Janeiro que abrange os municípios de Itaguaí,

Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty. Estes quatro municípios totalizam uma área

privilegiada, pois abrigam valiosos fragmentos do bioma Mata Atlântica que é um

dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta.

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Os remanescentes do bioma Mata Atlântica precisa e deve ser conservado

para que num futuro próximo todo esse patrimônio verde não se finde.

É preciso que esta conservação seja realizada de modo efetivo e que perdas

possam ser reduzidas por meio de processos educativos e através da Educação

Ambiental, prática que potencializa as questões sustentáveis.

Considerando a lei n° 3325/99 a Educação Ambiental é compreendida como:

Educação Ambiental corresponde aos processos através dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, atitudes, habilidades, interesse ativo e competência voltado para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (Rio de Janeiro, lei 3325/1999 lei ordinária, 17/12/1999).

No contexto do sistema escolar, os professores podem ser considerados os

principais colaboradores para a conservação da Mata Atlântica, uma vez que, por

intermédios dos seus alunos é possível alcançar toda a comunidade escolar e

realizar ações educativas e divulgar informações sobre a riqueza e a importância da

biodiversidade, sobre o manejo e a conservação das espécies do bioma Mata

Atlântica, sobretudo na região da Costa Verde.

Em relação às questões sobre Meio Ambiente, elas ganham destaque nos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), onde são tratadas como tema transversal

da educação. Os temas transversais da educação envolvem uma problemática

social urgente, possui abrangência nacional e principalmente possui um caráter

universal (PCN, 1997).

Os trabalhos que tem por objetivo estudar conhecimento, o papel do educador

e sua prática no cotidiano escolar são de extrema importância e precisam ser

abordados cada vez mais de forma que contribua para conservação ambiental e

principalmente para a conservação do bioma Mata Atlântica.

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18

1. BIOMAS BRASILEIROS O conceito de bioma vem sido bastante discutido e vem apresentando

definições diferenciadas ao longo dos anos. Segundo Dajoz (1973) é considerado

bioma:

Um agrupamento de fisionomia homogênea e independente da composição florística. Estende-se por uma área bastante grande e sua existência é controlada pelo macro clima. Na comunidade terrestre os biomas correspondem às principais formações vegetais naturais. (DAJOZ, 1973 apud COUTINHO, 2005).

O Brasil é um país que apresenta uma geografia bastante diversificada com

diferentes biomas em sua composição, incluindo o bioma Mata Atlântica.

Os diferentes biomas são representados no mapa da vegetação do Brasil

fornecido pelo IBGE (2004) que reconstitui a provável situação da vegetação na

época do descobrimento do Brasil.

Os seis biomas brasileiros existentes e representados no mapa abaixo são:

Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa (Figura 1).

Figura 1: Mapa do Brasil com seus respectivos biomas. Fonte: IBGE 2004

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19

Ao longo dos séculos, a Mata Atlântica sofreu um processo de devastação de

forma continua e acelerada e um novo mapa correspondente ao bioma Mata

Atlântica teve que ser delineado (Figura 2).

A existência dos diferentes biomas como, por exemplo, a Mata Atlântica

influencia no equilíbrio natural do planeta, por isso reconhecer a sua importância e

desenvolver procedimentos para sua conservação são muito importantes.

Figura 2 - Mapa do Brasil e áreas de abrangências do bioma Mata Atlântica e seus atuais remanescentes. Fonte: Bioatlântica, 2011.

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20

2. MATA ATLÂNTICA

Antes da chegada dos europeus no território brasileiro, a população indígena já

habitava as regiões de Mata Atlântica que já sofria algum impacto devido a esta

ocupação na época. Termos de origem indígena como capoeira que significava mata

em recuperação e caivara que quer dizer queima para o plantio, já eram comuns e

sinalizam a existência de algum tipo de impacto. Contudo, a pequena população

nativa que ali vivia e a pouca tecnologia utilizada acabavam de certo modo

proporcionando um certo manejo sustentável. (DEAN, 1996).

Todo esse processo ao longo do tempo, ocasionado pelas ações antrópicas,

resultou na modificação da paisagem natural gerando um ciclo continuo de

destruição que ocorreu devido a vários fatores como: exploração do pau-brasil,

implantação de engenhos de cana de açúcar, plantação de café e outros produtos,

mineração, surgimento e crescimento das cidades, criação de gado, construção de

ferrovias, rodovias e portos etc.

O processo destruição que ocorre por meio da extração contínua de recursos

naturais sem dúvida são os mais impactantes para o bioma Mata Atlântica, porém a

introdução de espécies exóticas também causa perda para a biodiversidade.

Depois do processo de destruição propriamente dito dos ambientes, outras grandes ameaças são as espécies exóticas, plantas ou animais trazidos intencional ou acidentalmente de outros países ou de outra parte do país para uma região onde não tinha ocorrência histórica. (ZILLER, 2001 apud CADEI, 2010).

A redução significativa da cobertura vegetal teve conseqüências expressivas,

como a extinção de inúmeras espécies pertencentes à flora e a fauna, sendo muitas

delas endêmicas, ou seja, são espécies animais e vegetais que tem sua distribuição

geográfica restrita e neste caso só ocorrem na Mata Atlântica (MARTINS, 2006).

O processo de ocupação humana da Mata Atlântica favoreceu que mais de

cem milhões de brasileiros vivessem na sua área e nela concentrasse os principais

pólos de urbanização e de desenvolvimento econômico do país, o que acabou

gerando mais impactos (LINO & BECHARA, 2002).

As variações dos ecossistemas associados à Mata Atlântica (manguezais,

restingas, campos de altitude etc.) que ocorrem nas diferentes regiões geográficas

do país possibilitaram o aparecimento de inúmeros grupos culturais como: praieiros,

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21

jangadeiros, caipiras, sitiantes, pescadores artesanais, caiçaras, açorianos,

ribeirinhos, quilombolas e índios (RIBAS, 2010).

Toda essa biodiversidade biológica e cultural fez com que no ano de 1968, a

UNESCO sugerisse a criação de uma rede mundial de proteção para áreas

especiais do planeta e em 1971, foi criado o programa MaB (Man and Biosphere), o

Homem e a Biosfera, com o objetivo de conciliar a proteção do ambiente ao

desenvolvimento humano.

A Mata Atlântica é sem dúvida uma das riquezas do planeta por que abriga

uma grande variedade de espécies, possui diferentes ecossistemas associados e

também faz parte da história do povo brasileiro devido aos povos que nela já

viveram.

No passado, a Mata Atlântica juntamente com seus ecossistemas associados ocorriam do Nordeste do Brasil, Cabo de São Roque, a 5° S no Estado do Rio Grande do Norte, ao Rio Taquari a 30° S no Estado do Rio Grande do Sul, como uma grande faixa de floresta tropical, variando em largura e no tipo de vegetação”. (RIBAS & CONDE, 2010 p123).

Os ecossistemas associados presentes no domínio da Mata Atlântica são

compreendidos por floresta ombrófila densa, floresta ombrófila aberta, floresta

ombrófila mista, floresta estacional decidual, floresta estacional semi-decidual,

formações pioneiras e campos de altitudes e estão apresentados na (figura 3).

Figura 3: Mapa do Brasil: ecossistemas associados da Mata Atlântica. IBGE, 1993. Fonte: SOS Mata Atlântica, 2011.

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No site da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) são encontradas as

definições de Rizzini (1979) e Veloso & Goes-Filho (1982) sobre os ecossistemas

associados à Mata Atlântica e que serviram de base para as descrições a seguir:

a) Floresta ombrófila densa

Ocorre da região nordeste a região

sul do Brasil. Este tipo de floresta se

caracteriza por está sempre verde e situa-

se em elevações montanhosas com

variações fisionômicas que permitem

altíssima riqueza e diversidade. Apresenta

um dossel formado por árvores de 20 a 30

metros de altura (Figura 4A).

b) Floresta ombrófila aberta

Foi considerada durante muito tempo

como um tipo de transitório entre a Floresta

Amazônica e as áreas extra-amazônicas.

Ocorre predominantemente na região norte

do Brasil. Em seu domínio são encontradas

palmeiras, cipós, com sororoca e com

bambu nativo. A distribuição desse tipo de

floresta, também pode ocorrer na região

nordeste e sudeste do Brasil (Figura 5B).

Figura 4 A: Floresta ombrófila densa com 2.364.500Km2. Fonte: RBMA 2011.

Figura 5 B: Floresta ombrófila aberta com 1.006.400 Km2. Fonte:

RBMA 2011.

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23

c) Floresta ombrófila mista

Apresenta uma predominância nas

espécies de pinheiros, sendo por isso

conhecida como Mata de Araucária ou

Pinheiral. Apresenta árvores com 25 a 30

metros de altura e um grande número de

epífitas. Concentra-se principalmente nos

planaltos dos estados da Região Sul e nos

maciços descontínuos de São Paulo e Rio

de Janeiro (Serras de Paranapiacaba,

Mantiqueira e Bocaina) conforme mostra a

(Figura 6 C).

d) Floresta Ombrófila Estacional Decidual

Apresenta em sua composição

grande número de espécies vegetais que

perdem as suas folhas no período de seca,

ou seja, em uma época específica do ano.

Ocorre na região do nordeste ao longo de

uma faixa mais úmida localizada junto ao

litoral que é chamada localmente de

agreste (Figura 7D).

Figura 6 C: Floresta ombrófila mista com 169.200 Km2. Fonte: RBMA 2011.

Figura 7 D: Floresta ombrófila estacional decidual com 263.565 Km2. Fonte: RBMA 2011

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24

e) Floresta Estacional Semidecidual

Apresenta árvores caducifólias, ou

seja, que perdem as suas folhas. Constitui

uma formação de transição entre as

florestas de encosta litorâneas e as

formações não florestais de interior. Pode

apresentar-se como uma mata densa, com

árvores entre 25 e 30 metros,

apresentando no sub-bosque espécies de

bromélias, samambaias e diversas

espécies de lianas (IBGE, 1992). Esta

floresta ocorre de forma homogênea nas

regiões centro-oeste, nordeste, sudeste e

sul (Figura 8E).

f) Formações pioneiras

As formações pioneiras incluem diferentes ecossistemas como: restinga,

manguezal, campo sulino, vegetação com influência fluvial ou lacustre. A área que

mais se destaca é a restinga, que se caracteriza por apresentar a vegetação sob

influência marinha e fluvio-marinha no entorno do oceano Atlântico.

As restingas ocorrem nas encostas baixas ou morros baixos da Serra do Mar,

possui uma vegetação arbóreo-arbustiva que ocupa grandes extensões do litoral,

sobre as dunas e planícies costeiras. As áreas de manguezal ocorrem em terrenos

baixos, planos e regiões de estuários, deltas, às margens de lagunas, ao longo de

rios e nas suas desembocaduras.

Os campos de altitudes existentes nas serras do sudeste brasileiro foram

considerados durante muito tempo uma formação à parte e incorporados a outros

ecossistemas de forma genérica.

São mosaicos de arbustos e pequenas árvores, inseridos em uma matriz de

touceiras de gramíneas, esparsas ervas e pteridófitas (SAFFORD, 1999).

Figura 8 E: Floresta ombrófila estacional semidecidual 567.180 Km2. Fonte: RBMA 2011.

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3. A REGIÃO DA COSTA VERDE

A região da Costa Verde está localizada no litoral sul do Estado do Rio de

Janeiro e inclui os municípios de Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba e Itaguaí.

O Estado do Rio de Janeiro devido ao seu posicionamento geográfico

apresenta uma diversidade de relevos que se estende desde regiões serranas até

planícies costeiras. Além de apresentar uma grande variedade de habitat que origina

à alta biodiversidade existente. (ARAÚJO e MACIEL, 1998 apud CADEI, 2010).

A região da Costa Verde pode ser melhor visualizada na figura 9.

Figura 9: Localização da região da Costa Verde. Rio de Janeiro. Figura feita sobre imagem de satélite extraída do Google Maps, 2001.

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26

Em relação aos municípios constituintes da região da Costa Verde são

apresentadas algumas características importantes:

Itaguaí - Possui 272 km2 e uma população de 93.662 habitantes. Itaguaí é cercado

por praias, ilhas, cachoeiras, trilhas, pontos históricos e possui em seu território um

domínio pertencente à uma unidade de conservação importante, o Parque Estadual de

Cunhambebe.

Mangaratiba - Compreende uma área de 361,8 km² com 30.057 habitantes. A

geomorfologia do município é coberta por um domínio de Mata Atlântica, como o Pico

das Três Orelhas. Além de possuir diversas praias, cachoeiras, trilhas e pontos

turísticos, Mangaratiba também possui áreas de unidades de conservação como o

Parque Estadual de Cunhambebe e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Rio das

Pedras.

Angra dos Reis - Abrange uma área de 812 km2 e tem uma população de 148.476

habitantes e apresenta 490,9 km2 de área coberta por Mata Atlântica. O Município de

Angra dos Reis é cercado por diversas praias, montanhas como a Pedra do Frade,

grutas, cavernas, trilhas, ilhas, quedas d’águas, além de apresentar unidades de

conservação em seu domínio como: Área de Proteção Ambiental dos Tamoios,

Estação Ecológica dos Tamoios, Parque Estadual da Ilha Grande e Reserva Estadual

Biológica da Praia do Sul e o Parque Estadual de Cunhambebe.

Paraty - Possui 930,7 km² e uma população de 33 062 habitantes. Em seu domínio

praias, trilhas, pontos turísticos, montanhas como o Pico do Papagaio e uma

importante unidade de conservação a Reserva Ecológica Estadual da Juatinga.

Estes quatro municípios mencionados merecem atenção especial em relação

à Mata Atlântica, uma vez que apresentam distribuídas uma série de Unidades de

Conservação (figura 10) que buscam conservar áreas com remanescentes do bioma

em questão.

Com relação às altitudes mais elevadas na região da Costa Verde, ainda é

possível encontrar espécies arbóreas de grande porte (30 metros de altura),

espécies arbustivas e espécies rasteiras, que apresentam papel ecológico

importante (FERREIRA & ZUQUETT, 2007).

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27

4.

Figura 10: Localização das principais Unidades de Conservação da região da Costa verde. Fonte INEA 2011.

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28

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O termo Educação Ambiental está quase sempre associado ao tema meio

ambiente, que muito das vezes ainda é encarado como sinônimo de natureza

intocável.

Esta conceituação limitada do que é “ambiente” dificulta o questionamento e a

busca coletiva por soluções mais democráticas e efetivas das grandes questões

socioambientais que permeiam a atual sociedade.

Buscando evitar que isso continue a ocorre, principalmente no ensino formal,

o Ministério da Educação, em 1997, incluiu o “Meio Ambiente” como tema

transversal no documento denominado Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

Com isso, os PCNs buscavam reorganizar e modernizar os instrumentos de

orientação ao ensino básico no país, enriquecendo a prática pedagógica já

existente. A defesa da transversalidade como forma de enfocar as questões

socioambientais buscou favorecer o surgimento de uma visão mais global das

questões ambientais e de seus processos educativos.

Diante desse contexto, a Educação Ambiental passou a ser considerada uma

necessidade. As abordagens sobre a educação e o meio ambiente aparecem

primeiramente, em 1972, na Conferência das Nações Unidas para o Ambiente

Humano em Estocolmo na Suécia. (REIGOTA, 1995; GRÜN, 1996 apud LIMA

1999).

“Em 1977, a UNESCO e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA promovem, em Tbilisi, Geórgia, ex-URSS, a primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental”. (LIMA 1999, p4)

Um dos produtos criados, gerados a partir da conferencia realizada pela ONU

para o meio ambiente e desenvolvimento no ano de 1992 realizada no Brasil foi a

Agenda 21, que vem a ser um instrumento de planejamento para a construção de

sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia a

conservação ambiental, a justiça social e a eficiência econômica.

Outro documento oriundo desta conferência ocorrida no Rio de Janeiro em

1992 foi o Tratado de Educação Ambiental para sociedades sustentáveis e

responsabilidade global. Este tratado foi um marco mundial por ter sido construído

pela sociedade civil e por reconhecer a Educação Ambiental como um processo

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dinâmico em permanente construção, orientado por valores baseados na

transformação social.

Em função de todas essas conferências e recomendações, a Política Nacional

de Educação Ambiental foi aprovada em 1999, porém sua implantação efetiva só

ocorreu no ano de 2002, com a criação do órgão gestor da PNEA, que deu início ao

Programa Nacional de Educação Ambiental (Pronea) que é uma referência para o

planejamento e a implementação de ações em Educação Ambiental para instituições

governamentais e não-governamentais.

Cabe a Educação Ambiental enfocar diferentes temas e questões ambientais,

culturais, políticas, econômicas, sociais, entre outras.

Na região da Costa Verde, ações educativas relacionadas à conservação dos

remanescentes da Mata Atlântica podem e devem ser desenvolvidas em diferentes

espaços, principalmente no ensino formal.

O trabalho em questão tem por objetivos específicos: verificar o conhecimento

que os professores possuem sobre as espécies vegetais de Mata Atlântica da região

da Costa Verde, listar as ações educativas formais desenvolvidas pelos professores

da região da Costa Verde e avaliar se o conhecimento e as ações desenvolvidas

contribuem para a conservação das espécies nativas de Mata atlântica da região da

Costa Verde.

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5. METODOLOGIA 5.1 O conhecimento e as ações pedagógicas dos professores

A metodologia aplicada foi a pesquisa do tipo levantamento que de acordo

com Gil (1987), se caracteriza pela:

Interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente procede-se á solicitação de informações de um grupo significativo de pessoas a cerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população estudada. Ocorre uma seleção mediante aos procedimentos estatísticos, ou seja, uma amostra significativa de todo universo, que é tomada como objeto de investigação. As conclusões obtidas a partir desta amostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de erro, que é obtida estatisticamente.

Para se obter as informações sobre o conhecimento e as práticas

pedagógicas dos professores da Costa Verde em relação às espécies vegetais

nativas da Mata Atlântica, foi aplicado um questionário contendo perguntas abertas e

fechadas.

A análise dos dados foi qualitativa e quantitativa e buscou avaliar o

conhecimento e as práticas realizadas pelos professores (página 56).

Ainda de acordo com Gil (1987), os levantamentos por amostragem gozam hoje

de grande popularidade entre os pesquisadores e apresenta as seguintes

vantagens:

a)- Conhecimento direto da realidade. Á medida que as próprias pessoas informam a cerca de seu comportamento, crenças e opiniões, a investigação torna-se mais livre de interpretações podendo ser colocadas no subjetivismo. b)- Economia e rapidez. É possível obtenção de grandes quantidades de dados em curto espaço de tempo. Quando os dados são obtidos mediante a questionários, os custos tornam-se relativamente baixos. c)- Quantificação. Os dados obtidos mediante levantamentos podem ser agrupados em tabelas, possibilitando a sua análise estatística. As variáveis em estudo podem ser quantificadas, permitindo o uso de correlações e outros procedimentos estatísticos. A medida que os levantamentos se valem de amostras probabilísticas, torna-se possível até mesmo conhecer a margem de erro dos resultados obtidos.

A distribuição dos questionários ocorreu de forma estratégica a fim de

alcançar o máximo de professores possível, para isso foi necessário o auxílio de

colaboradores como: tutores do curso Agenda 21 escolar e Educação Ambiental e

alunos de graduação da UERJ. Essa distribuição ocorreu nos dias 27 e 28 de agosto

de 2010, em um evento realizado e organizado pela Secretaria de Educação,

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Ciência e Tecnologia da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, em parceria com a

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Departamento de Ensino de Ciências e

Biologia) e os municípios de Paraty, Mangaratiba, Itaguaí e Seropédica.

O evento foi denominado de “IV Encontro de Educadores Ambientais da

Costa Verde” e teve a duração de dois dias consecutivos, realizado no Hotel

Portogalo, localizado em Angra dos Reis, onde reuniu diferentes profissionais da

educação interessados em agregar valores e conhecimentos relacionados ao

desenvolvimento da Educação Ambiental.

Segundo a Prefeitura Municipal de Angra dos Reis mais de 250 educadores

foram até ao hotel para participaram do evento.

As figuras 11 e 12 correspondem a registros fotográficos dos professores ao

longo do evento nas dependências do hotel Portogalo.

Figura 11: Professores participando de palestra na sala de conferências. Hotel Portogalo. Angra dos Reis – RJ. Foto: Júlio Cesar.

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Figura 12: Professores em atividade ao ar livre. Hotel Portogalo, Angra dos Reis – RJ. Foto: Marilene Cadei.

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5.2 Resultados e Discussões

Segundo as perguntas realizadas através do questionário aplicado (página

56), foram feitos as seguintes análises quantitativas e qualitativas.

A primeira pergunta do questionário buscava identificar o nível de formação

dos professores.

Dos 76 professores entrevistados, foi constatado que 82% destes possuíam

nível superior, enquanto que apenas 12% possuíam ensino médio completo e 6%

não responderam a pergunta. Estes dados podem ser facilmente observados no

gráfico abaixo.

Foi importante saber o nível de formação dos professores, pois permitiu

verificar que eles apresentam diferentes conhecimentos e bom nível de formação.

Ainda na pergunta 1 foi constatado que diferentes cursos de graduação foram

citados. Os cursos mais citados foram Ciências Biológicas, Pedagogia, Geografia,

Letras, História e Administração.

De forma geral esses cursos correspondem à área de licenciatura, onde os

professores recebem uma formação específica para lecionar.

A distribuição desses cursos pode ser observada na tabela 1.

Gráfico 1: Nível de formação dos professores.

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Ensino Superior Quantidade

Administração 2

Artes 1

Artes Cênicas 1

Artes Plásticas 1

Ciências Biológicas 19

Comunicação Social 1

Direito 1

Economia Doméstica 1

Educação Física 1

Física 1

Fisioterapia 1

Geografia 5

História 2

Hotelaria 1

Letras 4

Matemática 1

Pedagogia 17

Química 1

Serviço Social 1

Tabela 1: Cursos de graduação citados pelos entrevistados.

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35

A pergunta 2 do questionário buscava saber onde os professores residiam.

Foi identificado que a maioria dos professores morava na região da Costa

Verde, um total de 60%, enquanto que 36% disseram residir em outros municípios

não pertencentes à região. Apenas 4% dos professores entrevistados não

responderam a pergunta (Gráfico 2).

Saber onde moram os professores é importante, pois permite inferir se eles

conhecem a região onde moram principalmente no que diz respeito à vegetação

nativa da Costa Verde.

Os 36% registrados no Gráfico 2 corresponde à categoria “Outros” que se

distribuiu entre os municípios do Rio de Janeiro, Seropédica, Paracambi e São

Gonçalo. Esses dados podem ser observados na Tabela 2.

Categoria Outros

Rio de Janeiro 17

Seropédica 2

Paracambi 2

São Gonçalo 4

Gráfico 2: Local de residência dos professores.

Tabela 2: Localidade onde moram os professores. Dados referente a categoria “Outros”.

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A pergunta 3 visava identificar o município em que os professores

entrevistados trabalhavam. Foi observado que a maior parte dos professores (78%)

trabalhava no mesmo lugar que reside, ou seja, na região da Costa Verde. Estes

dados são apresentados no Gráfico 3.

A partir desses dados pode-se inferir que a vegetação nativa da Costa Verde

deva ser percebida e conhecida pelos professores uma vez que eles já

apresentavam uma vivência prévia da região.

A pergunta 4 buscava saber em qual segmento do Ensino atuavam os

professores. A partir das análises das respostas oferecidas por eles, foi possível

identificar que grande parte desses professores (74%) atuou no Ensino Fundamental

da rede municipal de ensino, enquanto que 22% dos professores atuavam no Ensino

Médio e apenas 4% dos professores atuavam no Ensino Superior. Estes dados são

observados no gráfico 4.

Gráfico 3: Município em que trabalhavam os professores.

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37

Os alunos moradores da região da Costa Verde possuem conhecimentos

sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica que possivelmente aprendeu com seus

familiares, ou na escola, ou até mesmo brincado na Mata e cabe aos professores

que trabalham no Ensino Fundamental aprimorar e validar esses conhecimentos.

É ainda no Ensino Fundamental que os alunos começam a aprender sobre os

conteúdos de Meio Ambiente, Seres Vivos e Ecologia, logo, a transmissão desse

conhecimento deve ser qualificada por parte dos professores que já apresentam

certa vivência no local.

Os professores que trabalham com estes alunos, devem articular um ensino

estratégico e ter sua prática diferenciada, a fim de atrair a atenção de seus alunos

para que estes se tornem aliados na luta pela conservação da Mata Atlântica.

Os conhecimentos que se transmitem e se recriam na escola ganham sentido quando são produtos de uma construção dinâmica que se opera na interação constante entre o saber escolar e os demais saberes, entre o que o aluno aprende na escola e o que ele traz para a escola, num processo contínuo e permanente de aquisição, no qual interferem fatores políticos, sociais, culturais e psicológicos.(PCN, 1996 p 34)

Os conhecimentos que são trabalhados servem como instrumento que

possibilita ao estudante ter acesso a uma forma de interpretação do mundo que o

cerca. Para que isto ocorra o que for ensinado deve estar vinculado à realidade em

que se estuda. (PRETTO,1995 apud MARTINS., 2006 ).

Gráfico 4: Segmento do ensino em que lecionavam os professores.

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A pergunta 5 buscava identificar os tipos de escolas que lecionavam os

professores. Nesta pergunta se verificou que grande parte dos professores (65%)

declararam trabalhar em escolas municipais, escolas essas que corresponde ao

Ensino Fundamental, já 17% dos professores responderam atuar em escolas

estaduais e apenas 9% em escolas particulares e enquanto que 1% dos

entrevistados declarou trabalhar em escolas federais e 8% dos professores não

responderam a pergunta. Em síntese, a maioria dos professores atuava em escolas

da rede pública provenientes da região da Costa Verde. Dados observados no

gráfico 5.

Em relação aos professores que não responderam a pergunta 5, uma

possível justificativa é que talvez esses dados (8%) sejam justificados pelo fato de

alguns “professores” ainda não lecionarem.

Em relação às escolas de modo geral, de alguma forma estas escolas

apresentaram seu currículo ajustado com a sua realidade local, nos fazendo pensar

que tais escolas públicas municipais e estaduais da região da Costa Verde deveriam

focar suas ações com a finalidade de conserva seu patrimônio local.

Gráfico 5: Tipos de escola em que os professores lecionavam.

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A pergunta 6 buscava avaliar quais séries do Ensino Fundamental e do

Ensino Médio os professores lecionavam.

Foi observado que parte dos professores (17%) responderam lecionar nas

séries iniciais do Ensino Fundamental (do 1º ao 5° ano). Enquanto que 16%

responderam lecionar nas séries do 6º ano, 15% responderam lecionar nas séries do

7º ano, mais 15% responderam lecionar nas séries do 8º ano, outros 15%

responderam lecionar nas séries do 9º ano e 8%, 7%, 7% responderam lecionar nas

séries do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio respectivamente. Estes resultados são

melhores observados no gráfico 6.

Foi possível constatar que proporções semelhantes dos professores

entrevistados atuavam nas séries finais (2º ciclo) do Ensino Fundamental. Neste

contexto é importante considerar a transição dos estudantes entre Ensino

Fundamental e Ensino Médio uma vez que os mesmos estão deixando a infância e

passando para a adolescência e aumentando sua capacidade efetiva de atuar no

entorno da escola, colocando em prática o conhecimento adquirido na escola.

A pergunta 7 buscava avaliar o tempo de profissão dos professores

entrevistados. Para uma melhor compreensão e organização dos dados obtidos

foram criadas as categorias de tempo relacionadas ao exercício de profissão dos

docentes. As categorias criadas estão dispostas na tabela 3.

Gráfico 6: Percentual das séries que lecionavam os professores.

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A partir da analise da tabela foi possível montar o gráfico 7, onde se obteve os

seguintes resultados: 1% dos professores responderam ter menos que um ano de

profissão, 17% dos professores responderam ter entre 1 a 5 anos de docência, 22%

responderam ter entre 5 a 10 anos de profissão, 15% responderam ter entre 15 e 20

anos de profissão, 26% um valor mais significativo, possuíam mais de 20 anos de

profissão e 19% dos professores não responderam a pergunta. Nenhum professor

respondeu a categoria entre 10 e 15 anos.

Tempo de magistério Quantidade

Menos de 1 ano 1

Entre 1 a 5 anos 13

Entre 5 a 10 anos 17

Entre 15 a 20 anos 11

Mais de 20 anos 20

Total 62

Gráfico 7: Percentual do tempo de magistério exercido pelos professores.

Tabela 3: Tempo de magistério exercido pelos professores.

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Ao observar o gráfico 7 é possível concluir que a maior parte destes

professores (63%) já estão lecionando a mais de 10 anos, ou seja, já possuem uma

prática estruturada por conta da experiência que construíram ao longo da sua vida.

O dia a dia na escola é um lócus de formação. Nesse cotidiano, o professor aprende, desaprende, reestrutura o aprendizado, faz descobertas e, portanto, é nesse lócus ele vai aprimorando sua formação”. (CANDAU, 1996, p57)

A pergunta 8 buscava verificar o conhecimento que os professores possuíam

sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica.

Inicialmente era necessário o professor informar pelo menos o nome de cinco

espécies vegetais nativas de Mata Atlântica, além de informar se era capaz de

reconhecer esta espécie na natureza.

Diferentes espécies vegetais foram citadas pelos professores. A maioria das

respostas verdadeiramente fazia menção às espécies nativas da Mata Atlântica,

porém algumas espécies vegetais citadas por eles eram espécies exóticas e alguns

nomes de espécies informados não foram encontrados e identificados porque

estavam escrito de forma incorreta.

As espécies citadas foram organizadas em tabelas separadas como: espécies

nativas, espécies exóticas e espécies não identificadas. A organização dessas

espécies ocorreu por meio de um livro de botânica de catalogação e identificação de

espécies vegetais encontrado no acervo da UERJ (Árvores brasileiras: manual de

identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil).

A análise das respostas oferecidas pelos professores se iniciou

respectivamente pelas espécies nativas e seu reconhecimento no ambiente natural,

espécies exóticas e espécies não identificadas. A relação das espécies nativas pode

ser observada na tabela 4.

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Plantas nativas da Mata Atlântica Total Plantas nativas da Mata Atlântica Total

Araçá 1 Ipê (de todas as espécies) 6

Araucária 1 Jacarandá 1

Aroeira 6 Jatobá 2

Arranha Gato 1 Jequitibá 6

Bambú nativo 1 Louro pardo 1

Bromélia 24 Manacá 1

Camboatá 1 Marfim 1

Cambucá 2 Mulungu 1

Canafístula 1 Orquídea 7

Canela 1 Palmito juçara 38

Carrapeta 1 Pata-de-vaca 2

Castanha de Macaco 1 Pau-brasil 33

Cedro 1 Pau d'alho 1

Cobi 1 Pau ferro 1

Coqueiro 5 Pau-jacaré 1

Embaúba 14 Pequiá 1

Espatódea 1 Quaresmeira 22

Epífitas 1 Samambaia 6

Goiabeira 3 Samambaiaçu 5

Guamandi 1 Tarumã Branco 1

Guapuruvú 1 Urucum 2

Ingá 1 Xaxim 1

Tabela 4: Espécies nativas da Mata Atlântica citadas pelos professores.

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A partir da analise da tabela 4 foram identificadas as plantas nativas da Mata

Atlântica, as mais citadas foram: Ipê (de todas as espécies) com 28%, Palmito

Juçara com 21%, Pau-brasil com 18%, Bromélia com 13%, Quaresmeira com 12% e

Embaúba com 8%. Esses dados são observados no gráfico 8.

Os vegetais nativos da Mata Atlântica mais citados pelos professores e o seu

reconhecimento no ambiente natural são favoráveis as respostas apresentadas. Isso

pode ser atribuído ao fato de que estas espécies possuem características peculiares

quanto a sua estrutura como morfologia do caule, da folha, da flor, da semente e do

fruto, ou seja, são espécies bastante diferenciadas uma das outras, além desses

vegetais florescem em épocas próprias do ano e faze parte da cultura brasileira.

As espécies vegetais nativas da Mata Atlântica mais citadas foram: diferentes

espécies de Ypê (gênero Tabebuia), Palmito juçara ( Euterpes edulis ), Pau Brasil (

Caesalpinia echinata ), Bromélia (gênero Alcantarea), Quaresmeira (gênero

Tibouchina) e Embaúba (gênero Cecropia).

Abaixo estão algumas características importantes das espécies nativas da

Mata atlântica e a capacidade de reconhecimento no ambiente natural informadas

pelos professores:

Gráfico 8 : Percentual da vegetação nativa da Mata Atlântica mais citada pelos professores.

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a) Ipê Amarelo (figura 13) – A árvore de ipê foi a primeira dos vegetais nativos

mais citados pelos professores e obteve um percentual de 28%, já visto no gráfico 8

anteriormente, além de ser considerado a segunda árvore mais fácil entre as

espécies nativas da Mata Atlântica de ser reconhecida em seu ambiente natural e

atingiu um total de 95%.

“As variedades de Ipês possuem uma altura que varia entre 6-14 metros, apresentam tronco descamante de 30-50 cm de diâmetro, folhas compostas. É uma árvore simidecídua, pioneira. Florescem durante os meses de janeiro a março e seus frutos amadurecem nos meses de agosto a novembro”. (LORENZI, 1992 p. 251)

Figura 13: Ipê Amarelo. Foto: H. Lorenzi, 1992.

Gráfico 9: Reconhecimento da árvore Ipê.

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b) Palmito Juçara (figura 14): esta árvore foi a segunda mais citada pelos

professores dentre o grupo das espécies nativas da Mata Atlântica, apresentado um

total de 21%. O Palmito juçara foi citado com nomes diferenciados como: Juçara,

Palmeira Juçara e apenas Palmito. Quando foi perguntado aos professores sobre a

identificação dessa espécie em seu ambiente natural, um total de 83% dos mesmos

respondeu saber reconhecer esta árvore em seu ambiente natural (gráfico 10).

“O Palmito juçara apresenta altura de 10-20 metros, com estipe (tronco) de 10-20 cm de diâmetro, folhas em número de 20 contemporânea. Floresce durante um longo período de tempo iniciando no mês de setembro e prolongando até dezembro. A maturação de seus frutos prolongam por todo

outubro e inverno.” (LORENZI, 1992 p. 322)

Figura 14: Palmito Juçara. Foto: H. Lorenzi, 1992.

Gráfico 10: Reconhecimento da árvore Palmito Juçara.

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c) Pau Brasil (figura 15): esta árvore representa grande parte da história do

Brasil e foi ela quem deu nome a nação brasileira e foi objeto de muita cobiça e

intensa exploração devido ao seu potencial tintorial pelos europeus. (RUEDA et al,

2010).

Foi a terceira planta mais citada dentre as espécies nativas da Mata Atlântica,

pelos professores apresentando um total de 18%. Em relação ao seu

reconhecimento no ambiente natural 96% dos professores disseram ser capaz

reconhecer esta árvore (gráfico 11).

“O Pau Brasil é uma planta espinhenta de 8-12 m de altura, tronco de 40-70 cm de diâmetro, possuem folhas compostas bipinadas de 10-15 cm de comprimento. Crescem a partir do final do mês de setembro, prolongando-se até meados de outubro e frutificam em novembro e dezembro.” (LORENZI, 1992 p. 229)

Gráfico 11: Reconhecimento da árvore Pau-brasil.

Figura 15: Pau-brasil. Foto: H. Lorenzi, 1992

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d) Bromélia (figura 16): apesar de não apresentar um porte arbóreo, as bromélias

foram a quarta espécie de vegetal nativo mais mencionada pelos professores com

um total de 13%. Dos professores entrevistados 96% disseram identificar essa

espécie em seu ambiente natural, enquanto penas 4% responderam ser incapaz de

reconhecê-la (gráfico 12).

“As folhas são dispostas de modo espiralado em forma de roseta, permitem o acúmulo de água, pequenos animais e restos orgânicos. A roseta foliar em forma de tanque constitui um micro habitat para inúmeras espécies animais e vegetais, o que confere um importante papel ecológico. (RUEDA et al, 2010 p.73)

Figura 16: Bromélias. Foto: Jardim Botânico 2011.

Gráfico 12: Reconhecimento de Bromélia.

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e) Quaresmeira (figura 17): esta espécie foi corresponde ao quarto grupo mais

citado entre as espécies nativas da Mata Atlântica e correspondeu a um total de

12%. Quando foi perguntado aos professores referente a sua possível identificação

no ambiente natural, 95% responderam ser capaz de reconhecer tal espécie em seu

ambiente natural, enquanto que 5% disse não ser capaz saber fazer tal

reconhecimento (gráfico 13).

“Esta espécie possui altura de 8-12m, com tronco de 30-40 cm de diâmetro, ramos quadrangulares e alados nas arestas. Folhas rijas de 15-20 cm de comprimento por 5-7 cm de largura. Os frutos iniciam amadurecimento no final de junho, prolongando-se até agosto, abril e maio.” (LORENZI, 1992 p. 198)

Figura 17: Quaresmeira. Foto: H. Lorenzi, 1992.

Gráfico 13: Reconhecimento da árvore Quaresmeira.

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f) Embaúba (figura 18): corresponde ao último grupo dos vegetais nativos

mais citados da Mata Atlântica, apresentado um total de 8%. Em relação ao que foi

perguntado a respeito do reconhecimento da espécie em seu ambiente natural 86 %

dos professores entrevistados disse ser possível reconhecer esta espécie, enquanto

que 14% disseram não saber reconhecer, esses dados são apresentados no gráfico

14.

“Planta dióica de 4-7 m de altura, com tronco de 15-25 cm de diâmetro, folhas divididas de 9-10 lobus separados até o pecíolo por espaços de 2-3 cm, com a face superior um tanto áspera, a maior mede 40-43 cm e a menor 16-18 cm de comprimento.” (LORENZI, 1992 p. 214)

Figura 18: Embaúba. Foto: H. Lorenzi, 1992.

Gráfico 14: Reconhecimento da árvore Embaúba.

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Ainda na pergunta de n° 8 do questionário sobre espécies nativas da Mata

Atlântica encontradas na região da Costa Verde, muitas espécies exóticas foram

mencionadas, elas foi confundidas como espécies nativas pelos professores.

Diversas espécies exóticas são encontradas no bioma Mata Atlântica e várias

delas fazem parte da cultura local de certas regiões. Um dos grandes problemas das

espécies exóticas é a descaracterização da paisagem natural e a competição com

as espécies nativas já existentes. Em alguns casos, as espécies exóticas se tornam

mais conhecidas do que as próprias espécies nativas pela população.

Talvez esse fato seja justificado retomando o contexto histórico referente ao

processo de colonização do Brasil, onde várias dessas espécies vegetais foram

introduzidas propositalmente e até mesmo acidentalmente onde obtiveram sucesso

adaptativo e permanecem até hoje. As espécies exóticas citadas pelos professores

confundidas com as espécies nativas da Mata Atlântica são apresentadas na tabela

5.

Espécies Exóticas

Abacateiro 1

Amendoeira 1

Bananeira 8

Espirradeira 1

Eucalipto 1

Figueira 3

Flanboyan 2

Fruta Pão 1

Jaqueira 1

Mamoeiro 2

Palmeira 7

Pinheiro 1

Tabela 5: Relação das espécies exóticas mencionadas pelos

professores

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As espécies vegetais descritas na tabela 6 foram classificadas como não

identificáveis, uma vez que não foi possível encontrar nenhum registro na literatura

sobre elas. Como se pode observar na tabela 6 o termo Manguezal que se refere a

uma espécie é na verdade um dos diferentes ecossistemas encontrados no bioma

Mata Atlântica.

.

Os nomes dessas espécies não identificadas talvez se justifiquem em um

preenchimento rápido do formulário pelos docentes, ou uma possível distração no

momento de escrever suas respostas.

As diferentes proporções de espécies nativas, de espécies exóticas e de

espécies não identificadas são representadas através do gráfico 15.

Espécies não identificadas

Farumam 1

Maçarandeira 1

Manguezal (ecossistema) 1

Piteus sp 1

Gráfico 15: Percentual de espécies nativas, espécies exóticas e espécies não identificáveis mencionadas pelos professores.

Tabela 6: Espécies não identificadas citadas pelos professores

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Como se pode observar a grande totalidade (87%) dos professores

respondeu corretamente fazendo referencia as espécies nativas da Mata Atlântica, a

minoria (12%) mencionou espécies exóticas e apenas 1% dos professores

respondeu de forma incorreta apresentando espécies não identificáveis.

A pergunta 9 buscava verificar onde os professores aprenderam sobre a

vegetação nativa da região da Costa Verde correspondente a Mata Atlântica, uma

vez que a prática de todo professor, mesmo de forma inconsciente, sempre

pressupõe uma concepção da sua metodologia aplicada.

As concepções educativas e as metodologias de ensino que permeiam a formação educacional e o percurso profissional do professor, inclui suas próprias experiências escolares, suas experiências de vida, a ideologia compartilhada com seu grupo social e as tendências pedagógicas que lhe são contemporâneas. (PCN, 1996 p 30).

Na figura 16 é possível observa as diversas fontes de conhecimento que os

professores responderam ter aprendido sobre a vegetação nativa da região.

Ao analisar o gráfico, é possível observar que os números se expressam de

forma bem distribuída onde 13% dos professores responderam ter aprendido sobre

a vegetação nativa da região da Costa Verde na escola. Outros 13% dos

professores responderam ter aprendido sobre a vegetação nativa da região em

universidades durante a graduação e em cursos de pós-graduação.

Gráfico 16: Percentual de onde os professores aprenderam sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica.

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Outros 12% dos professores responderam ter aprendido sobre a vegetação

nativa da região em livros. A própria localidade da região também foi citada como

local de aprendizado (9%) dos professores respondeu ter aprendido ali. Outros 9%

responderam que aprendeu sobre a vegetação nativa da região em cursos,

enquanto que outros 9% respondeu que simplesmente não aprendeu.

Um total de 6% dos professores respondeu que aprendeu sobre a vegetação

nativa da região através de seus familiares e 5% responderam ter aprendido através

da internet, local onde nem sempre a informação disponível é confiável.

Em relação ao item “outros” do gráfico, respondido por 9% dos professores

faz referencia a um aprendizado mais informal que ocorreu por meio de revistas,

amigos, jornais, etc. Abaixo estão as diferentes frases apresentadas pelos

professores:

“Nas ruas, através de uma ONG que está catalogando as espécies com placas”.

“Pesquisando”

“Na prática”

“Televisão, palestras e jornais”

“Nas unidades e junto a S.M.A”

“Tutoria Cederj”

“Através de amigas”

“No dia a dia”

Um total significativo (15%) dos professores não responderem a pergunta.

Isso nos remete a pensar que, talvez seja por que não aprenderam sobre a

vegetação nativa da região e por isso preferiram não escrever.

Os dados referentes à escola enquanto instituição de ensino e as

universidades como geradora de conhecimento são importantes pois permite pensar

que estas são as principais fontes de informações no qual aprenderam os

professores. Os livros também são instrumentos importantes no que diz respeito a

formação dos mesmos. Parte dos professores respondeu ter aprendido por meio

deles que são fontes seguras de informações.

A pergunta 10 buscava saber se os professores sabiam definir corretamente

as espécies vegetais nativas da Mata Atlântica.

Abaixo segue as diferentes respostas corretas oferecidas pelos docentes.

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“Aquela que originária desse tipo de bioma.”

“Plantas naturais desta região.”

“Faz parte da vegetação original.”

“Uma espécie que é original da Mata Atlântica.”

“São espécies que são específicas, não foram introduzidas pelo homem.”

“Espécie característica do bioma.” “Espécies originárias da Mata Atlântica.” “Aquela que originalmente pertence a esse bioma. Não foi introduzida pelo homem.” “Que se origina nela.” “Que se originou na própria Mata Atlântica.” “Espécies originárias da região.” “Uma espécie que é de origem daquela região.” “Espécie da Mata Atlântica.” “Aquela endêmica da Mata Atlântica.” “É aquela típica da Mata Atlântica.” “É aquela de ocorrência natural (não introduzida) nesse bioma.” “Toda vegetação não exótica, do local do bioma.” “Está presente no bioma originalmente.” “Aquela que é originária da própria Mata.” “São espécies características da vegetação da Costa Verde.” “É a espécie vegetal típica originária desse bioma, ou seja, o vegetal que não foi introduzido.” “Espécie originária que é específica da Mata Atlântica.” “Espécies que fazem parte da vegetação nativa da Mata Atlântica.” “É a espécie que faz parte da vegetação original da Mata Atlântica.” “A espécie nativa de Mata Atlântica é bastante diversificada.” “Espécies originárias da vegetação nativa de Mata Atlântica.” “É aquela originária do local em questão.” “Vegetação típica e adaptada caracterizando a Mata Atlântica.” “Espécies originárias do local em questão.” “Espécie original do habitat de vegetação da floresta da Costa Atlântica.”

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“Aquela que é endêmica da Mata, ou seja, só existe na Mata.” “Espécie que só existem no bioma Mata Atlântica.” “Espécies exclusivas ao clima e geografia específica.” “Vegetais que nascera espontaneamente e não foram trazidos de outros lugares e existe em maior concentração em ecossistemas da Mata.”

Definições incorretas apresentadas pelos docentes:

“Exuberante.” “Diversificado.” “Diversificado.” “É uma vegetação importantíssima para nossa qualidade de vida.” “São espécies que não tiveram alteração do homem.” “Aquelas que ocorrem mais freqüentemente na Mata Atlântica.” “Espécies que só existem neste ecossistema.” “Plantas originárias da Mata atlântica, vegetação primária.” “Espécies encontradas em toda Mata.” “Valorizar a vegetação natural procurando não substituir por plantas exóticas.” “Procurar sempre preservá-la, não substituí-las por plantas exóticas.” “Quando ela pertence a mata primária.” “Preciosa, em extinção” “Um espécime exclusivo da Mata Atlântica, ocorrendo somente nesta vegetação.” “Um lindo cenário.” “Paisagem exótica.” “São plantas encontradas principalmente (nascem) na Mata Atlântica e que fazem parte da sua característica.” “Um cenário único de espécies exóticas e belas.” “Bastante diversificada.” “Qualquer ser fotossintetizante que seja original da Mata atlântica e que não tenha sido plantado com semente trazido de fora.” “Espécie predominante desse bioma.” “Espécies cuja a origem são do local estudado.”

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Docentes que não sabiam definir:

“Não sabe.” “Não faço idéia, na minha larga visão tudo é vegetação e cada dia temos menos.” “Não sei.”

Ao verificar e organizar as respostas foi constatado que 47% dos professores

apresentaram definições corretas sobre espécie vegetal nativa da Mata Atlântica,

porém 29% professores apresentou definições incorretas, 4% respondeu que não

sabia definir e 20% não responderam a pergunta. Os dados descritos acima são

apresentados no gráfico 17.

É muito satisfatório saber a grande totalidade dos professores sabia definir

corretamente o conceito de espécies nativas da Mata Atlântica. Esse conceito bem

consolidado é muito importante, uma vez que o conhecimento dos professores é

compartilhado com seus alunos. O ideal era que todos os professores soubesse

definir corretamente este conceito, porém isso não foi observado.

Gráfico 17: Percentual das definições de espécies nativa da Mata Atlântica apresentadas pelos professores.

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A pergunta 11 buscava saber se os professores consideravam importante

seus alunos aprender sobre a vegetação nativas da região da Mata Atlântica da

região da Costa Verde.

Todos os professores (100%) responderam que é importante seus alunos

aprenderem a respeito da vegetação nativa dessa região, nenhum professor

respondeu não e não houve nenhuma resposta em branco. Dados apresentado no

gráfico 18.

A partir da analise desses dados é possível inferir que o professor acha

importante determinados conhecimentos, principalmente no que diz respeito a

conservação das espécies nativas da Mata Atlântica. Diante disso, se espera que o

professor viabilize maneiras estratégicas para que seus alunos aprendam.

A pergunta 12 buscava saber se os professores achavam que com o seu

conhecimento prévio sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica da região da Costa

Verde era suficiente para trabalhar com seus alunos. A maioria dos professores

(79%) reconhece que o que o conhecimento prévio que carregam não é suficiente

para trabalhar com seus alunos, enquanto que 16% responderam que o

conhecimento que já possui é suficiente e apenas 5% não responderam a pergunta.

Gráfico 18: Percentual se os professores consideravam importante seus alunos aprender sobre as plantas nativas da região da Costa Verde.

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Estes resultados corroboram a pergunta 11 do questionário que menciona a

importância desse conhecimento ser passado adiante para os alunos e também a

pergunta 8 que se refere à formação de um conceito correto, ou seja, bem

fundamentado sobre espécies vegetais nativas da Mata Atlântica (Gráfico 19) .

É sempre bom que o professor esteja disponível e favorável a aprender novos

conhecimentos, e sistematizá-los, além de colocá-los em prática no cotidiano

escolar. O professor que está favorável em receber nos conhecimentos se mantém

sempre atualizado, principalmente no que diz respeito ao conteúdo que é trabalhado

em sala de aula com seus alunos.

Nesse contexto é preciso considerar que os professores exercem influência

direta na formação de seus alunos, contribuindo para a qualidade dos mesmos.

Gráfico 19: Percentual sobre o que os professores pensava sobre o seu conhecimento prévio em relação à vegetação nativa da região da Costa Verde.

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A pergunta 13 objetivava saber se os professores já apresentavam algum tipo

de material didático sobre a vegetação nativa da Costa Verde.

Apenas 28% dos professores responderam ter algum tipo desse material

didático, 4% dos professores não responderam a pergunta e um total de 68%

respondeu não ter nenhum material didático que aborde a vegetação nativa da

Costa Verde. O fato de 68% dos docentes não apresentar nenhum material sobre a

vegetação nativa da Costa Verde nos permite inferir que o conhecimento que estes

já possuem é limitado com pouco embasamento teórico, tornando difícil o trabalho

do tema com os alunos.

É muito importante que os alunos conheçam a vegetação nativa da Costa

Verde para poder auxiliar na sua conservação, uma vez que tanto alunos e

professores do estado do Rio de Janeiro estão inseridos no bioma Mata Atlântica um

dos mais ricos em biodiversidade (gráfico 20).

Ainda na pergunta 13 em relação aos professores que responderam ter algum

material didático sobre a vegetação nativa da Costa Verde 14% responderam ter

slides, exsicatas e jogos. 77% dos professores responderam ter principalmente

livros, cartilhas e apostilas e 9% não entenderam a pergunta (Gráfico 21).

Gráfico 20: Percentual se os professores apresentavam algum material didático sobre a vegetação nativa da região da Costa Verde.

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Apesar da escassez de material didático sobre a vegetação nativa da Costa

Verde alguns dos materias que os professores responderam apresentar tais como

exsicatas e slides favorece o trabalho do professor com os alunos quando utilizado

de forma estratégica.

“O saber docente é estratégico porque como grupo social e por suas funções, os professores ocupam uma posição especialmente significativa no interior das relações complexas que unem as sociedades contemporâneas aos saberes que elas produzem e mobilizam com diversos fins”. TARDIF et al (1991), apud CANDAU (1996)

A pergunta 14 buscava saber se os professores achava necessário a

elaboração de materiais didáticos para a divulgação das espécies vegetais nativas

da Mata Atlântica e quais tipos de materiais eram necessário.

De modo geral, todos os professores ( 93% ) responderam sim, que achava

importante a produção de material didático para a divulgação dessas espécies,

enquanto que 7% não responderam a pergunta. Nenhum professor respondeu não.

Os dados descritos acima são observados no gráfico 22 e nos faz perceber

que os professores tem uma grande preocupação em divulgar para conservar os

remanescentes de Mata Atlântica.

Gráfico 21: Percentual dos tipos de materiais didáticos que os professores apresentou sobre a vegetação nativa da Costa Verde.

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Dos professores que responderam que achava necessário a elaboração de

material didático para a divulgação das espécies vegetais nativas da Mata Atlântica

a grande maioria (62%) sugeriu materiais impressos tais como livros, apostilas,

cartilhas e outros, 18% sugeriram material áudio visual para a divulgação dessas

espécies e 7% não responderam a pergunta ( Gráfico 23 ).

Gráfico 22: Percentual se os professores consideravam importante a elaboração de materiais didáticos para a divulgação das espécies nativa da Mata Atlântica.

Gráfico 23: Percentual do tipo de material que preferiam os professores para a divulgação das espécies nativas de Mata Atlântica.

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Ao fato observado em que a maioria dos professores optou por material

impresso, talvez seja justificado pelo fato desses materiais serem mais fácil de ser

transportado, mais fácil de ser estudado ( aprender o conteúdo para trabalhar com

seus alunos ) e não necessitarem de usar nenhum equipamento eletrônico.

Considerando ainda outros 13% dos professores que responderam sim não

souberam responder quais materiais seriam necessários, dando a pensar que não

entenderam a pergunta logo. As respostas oferecidas pelos docentes não fazia

referencia com o que foi perguntado. As diversas respostas são apresentadas

abaixo:

“Palmitos”

“Conhecendo as angiospermas”

“Espécies preservadas (partes vegetais), banco de sementes”

“Todas, principalmente aquela em extinção”

“Educação Ambiental”

“Material mais acessível financeiramente, pois há material bom já publicado”

“Foto planta e nome”

“Em nossa localidade estão desaparecendo algumas espécies”

“Todas aquelas que existem no meio”

“Metodologias e materiais para pesquisa didática de campo”

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A pergunta 15 buscava saber se os professores já haviam realizado com seus

alunos alguma atividade sobre o tema vegetação nativa da Mata Atlântica.

Um total de 50% dos professores respondeu ter realizado alguma atividade

com seus alunos sobre esse tema, um total de 41% dos professores respondeu

nunca ter realizado com seus alunos alguma atividade sobre esse tema e um total

de 9% não responderam a pergunta. Dados observados no gráfico 24.

Ensinar os alunos sobre a vegetação local é importante. O processo de

conscientização e sensibilização para conservação precisa ocorrer primeiramente na

escola.

A pergunta 16 buscava saber se a escola em que os professores trabalhava

já desenvolveu algum projeto voltado para a divulgação de informações ou

conservação das espécies vegetais nativas da Mata Atlântica local.

A pergunta 16 questiona não apenas ao professor quanto indivíduo e sim toda

a escola, ou seja, as ações pedagógicas realizadas que envolvem a comunidade

escolar. Dos professores que responderam essa pergunta 57% respondeu que a

escola em que trabalhava nunca desenvolveu nenhum projeto ou trabalho voltado

para a conservação ou divulgação das espécies vegetais nativas da região, 35%

respondeu que sim e 8% não respondeu a pergunta. Esses percentuais são

apresentados no gráfico 25.

Gráfico 24: Percentual das atividades que os professores já realizaram com seus alunos sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica.

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Esses dados sugerem pensar que estas escolas não entendem sua

importância quanto à conservação desses recursos, pois não se preocuparam em

desenvolver práticas voltadas para o manejo e conservação das espécies vegetais

nativas da Mata Atlântica, logo os professores não recebem incentivo para

desenvolver práticas que visem a conservação e acabam desenvolvendo um

trabalho a parte de forma isolada com seus alunos, o que corrobora a análise

realizada através da pergunta 15 (gráfico 24), onde 50% dos professores disseram

já ter desenvolvido algum tipo de atividade com seus alunos sobre as espécies

vegetais nativas da Mata Atlântica.

A pergunta 17 buscava saber se os professores achavam que conhecer as

plantas nativas da região da Costa Verde poderia contribuir para a conservação da

Mata Atlântica local.

De modo geral, os professores responderam de forma favorável a pergunta,

ou seja, a maioria deles (95%), disse que conhecer as plantas nativas da região da

Costa Verde contribui para a conservação da Mata Atlântica, 3% respondeu não

neste caso achavam que conhecer os vegetais nativos da Costa Verde não ajuda

em sua conservação e 5% dos entrevistados não respondeu a pergunta. Esses

dados são apresentados no gráfico 26 .

Gráfico 25: Percentual das escolas que já desenvolveu algum projeto para a divulgação e a conservação das espécies nativas da Mata Atlântica.

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Ao analisar o gráfico 26 conclui-se que a maioria destes professores

acreditava nas próprias ações educativas que realizavam ou poderia realizar com

seus alunos, ou seja, reconhecem a importância das ações efetivas desenvolvidas

neste contexto.

A pergunta 18 buscava saber se professores consideravam importante o

conhecimento sobre a vegetação nativa da Costa Verde em relação à população

local, ou seja, se tal conhecimento poderia trazer algum tipo de benefício.

Diferentes respostas foram apresentadas pelos professores, um total de 91%,

enquanto que 9% dos professores não responderam a pergunta.

Para analisar as respostas foi necessário separá-las criando duas categorias

e enquadrá-las possibilitando assim um melhor entendimento.

As categorias criadas foram 1 e 2 respectivamente: valorização e

conservação das espécies e do ambiente e melhoria da qualidade de vida.

Abaixo estão dispostas as diferentes respostas oferecidas pelos professores:

Categoria 1- Valorização e conservação das espécies e do ambiente.

“Valorização do patrimônio local e sua preservação.”

“Conservação do ambiente local e especial o solo.”

“Despertar o desejo de conservação e entendimento sobre a riqueza vegetal local.”

“Conhecendo a vegetação nativa, os próprios moradores se sentirão "obrigados" a

conservarem e a não prejudicarem o local onde vivem.”

Gráfico 26: Percentual do que os professores pensavam em relação seus alunos aprenderem sobre as plantas nativas da região da Costa Verde.

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“Proteção das encostas.”

“Preservação da encosta.”

“Manutenção de áreas verdes e valorização do patrimônio.”

“Contribuir com a conservação dos ecossistemas locais.”

“Conservação da espécie.”

“Planejar questões sócio ambientais, para podermos preservar o meio ambiente que

vivemos.”

“Preservação da espécie.”

“Sentimento de preservação, manutenção do bioma.”

“Contribuir com a preservação e conservação das espécies.”

“Respeito e valorização do meio ambiente.”

“Valorização da natureza e respeito ao meio ambiente.”

“Ter o respeito pela vegetação e preservá-la.”

“Preservar para as futuras gerações.”

“Só cuidamos daquilo que gostamos. Só gostamos daquilo que conhecemos e entendemos a

importância em nossa vida. Acho que esse conhecimento pode trazer mudança de

comportamento.”

“Vários, conscientização das gerações futuras para a preservação do meio ambiente.”

“Penso primeiro que a Educação Ambiental deve ser introduzida no currículo e a população

deve está informada sobre está vegetação para que possa preservá-la e passar esse

conhecimento aos filhos e netos.”

“A população pode aprender a não plantar espécies invasoras em áreas de Mata atlântica,

que podem ser prejudiciais ao desenvolvimento das nativas.”

“Preservação, através do cuidado e replantio.”

“Preservação das espécies, reflorestamento.”

“Conservação da Mata Atlântica.”

“É preciso reconhecer para aprender a preservar.”

“É um importante a preservação da natureza.”

“É uma oportunidade de saber como preserva lá.”

“Conservação.”

“Conscientização.”

“A preservação da mesma.”

“Conhecimento e conscientização da importância de nossos vegetais para a preservação da

vida e de um ambiente equilibrado.”

“Muitos, entre os quais a preservação e conscientização.”

“Ajuda a conscientiza para a preservação da mata.”

“A preservação das espécies”

“Preservação.”

“A preservação do meio ambiente.”

“Principalmente a manutenção da biodiversidade e conservação de mananciais.”

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“Conservação e preservação dos mesmos.”

“Conscientização quanto ao uso e preservação.”

“Além de conhecimento, preservação ambiental.”

“Além de conservação da Mata atlântica, conhecimento das riquezas locais e aprimoramento

do conhecimento para divulgar as espécies.”

“Para diminuir o número de devastação.”

“O conhecimento pode evitar a devastação.”

“Conhecer para preservação racional.”

“A mantimento de água para futura geração.”

“O principal que é a preservação.”

“Consciência de preservação.”

“Quando conhecemos podemos iniciar o cuidado necessário. A ignorância sobre o assunto

nos afasta.”

“Maior conscientização a preservação.”

“Identificação de vegetação primária, só se preserva o que se conhece.”

Categoria 2- Melhoria da qualidade de vida.

“Melhor qualidade de vida.”

“Preservar e conservar para melhorar a qualidade da vida.”

“Preservação ambiental, manutenção melhorias de qualidade de vida.”

“Preservação, qualidade de vida.”

“Preservação do meio ambiente, vida saudável.”

“Muitos, principalmente medicinais e conservação.”

“Preservação, benefícios até mesmo com uso fitoterápico.”

“Um melhor aproveitamento dos benefícios de várias espécies, uma maior consciência da

importância da preservação da Mata Atlântica.”

“Muitos, principalmente medicinais e conservação.”

“Uso racional da mata, utilização de seus frutos para gerar renda.”

“Geração de renda local com uso sustentável dos produtos vegetais, preservação das

espécies vegetais e animais.”

“Alimentos, remédios.”

“Ter um conhecimento sobre a nossa região, por está dentro do contexto onde residimos.”

“Conhecendo a importância da vegetação, dela a população pode trabalhar a

sustentabilidade.”

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As duas categorias criadas: valorização e conservação das espécies e do

ambiente e melhoria da qualidade de vida são apresentadas de forma sintetizada no

gráfico 27. Como se pode observar a grande maioria dos professores (80%)

apresentou respostas que tinham por fundamento a valorização e conservação das

espécies e do ambiente, enquanto 20% apresentaram respostas em relação à

melhoria da qualidade de vida.

Ambas as respostas são importantes mas é preciso lembrar que a melhoria

na qualidade vida só ocorre quando se desenvolve ações de respeito e conservação

ao meio ambiente em que se vive. É necessário que os professores tenham essa

consciência e realizem o seu papel enquanto educadores para seus alunos.

A pergunta 19 tinha como objetivo verificar se os professores apresentavam

interesse em participar de um curso que tratasse sobre a vegetação da Mata

Atlântica e potencializar os conhecimentos que já possuem.

A grande totalidade dos professores (92%), respondeu que gostariam de

participar de um curso que tratasse sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica, 3%

respondeu que não gostaria de participar desse tipo de curso e apenas 5% não

responderam a pergunta. Esses resultados são melhores apresentados no gráfico

28.

Gráfico 27: Percentual das categorias Valorização e conservação das espécies e do ambiente e Melhoria da qualidade de vida.

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É importante saber que os professores apresentam grande interesse em

ampliar seus conhecimentos sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica através de

cursos que sejam oferecidos. Eles reconhecem a importância e a necessidade de se

manterem atualizados.

Estas informações podem ser apresentadas aos órgãos públicos

responsáveis para que sejam elaboradas políticas públicas educacionais voltadas

para a formação dos professores e a conservação da vegetação nativa da Mata

Atlântica.

Gráfico 28: Percentual se os professores gostariam de participar de um curso sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica.

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5. CONSIDERAÇÕE FINAIS

Este estudo se propôs avaliar o conhecimento e as ações educativas dos

professores sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica da região da Costa Verde e

se tais conhecimentos contribuem para sua conservação.

Esta não é uma pergunta tão simples de se responder, uma vez que é preciso

considerar as relações que existe entre professores e alunos, a localidade onde

vivem e o contexto social onde estão inseridos.

O conhecimento e as ações educativas dos professores pode sim auxiliar na

conservação das espécies vegetais nativas de Mata Atlântica da região da Costa

Verde. Desde que o professor tenha um trabalho continuo e eficaz na divulgação e

ações voltada para a conservação dessas espécies, porém pouco se tem feito em

relação a isso, onde muita das vezes o professor não encontra apoio da própria

escola em que leciona. É necessário que a escola apóie e incentive seus

professores a desenvolver essas ações educativas com seus alunos. A escola

também pode buscar apoios e parcerias com as prefeituras da região da Costa

Verde, com a comunidade escolar e até por meio das ONGs.

Ao observar cada resposta, se constatou que uma grande parte dos

professores morava e trabalhava na região da Costa Verde, além de trabalhar em

escolas municipais, atuavam também no ensino de segundo seguimento e

apresentavam larga experiência profissional, pois lecionavam a mais de 20 anos.

A maioria dos professores apresentou conhecimentos sobre a vegetação

nativa da Costa Verde uma vez que listaram corretamente o nome de vegetais

nativos, porém alguns confundiram espécies exóticas com espécies nativas, que é

um erro conceitual grave. Além disso, quando esse conhecimento era sistematizado

para a definição conceitual dessas espécies, grande parte desses professores

souberam definir corretamente espécies nativas da Mata Atlântica porém, uma parte

desses professores não souberam definir corretamente, apresentando respostas

equivocadas, superficiais e incompletas.

Podemos concluir também que a origem dos conhecimentos adquiridos por

esses professores se concentrou em 3 fontes principais como a escola, universidade

e leitura realizada por livros.

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Em geral, a maior parte dos professores considerava importante seus alunos

aprenderem sobre as plantas nativas da região, porém a grande parte deles

respondeu que o conhecimento que já possuem não é suficiente para trabalhar com

seus alunos. Muitos professores responderam que não ter material suficiente sobre

esse tema para trabalhar com seus alunos, mas a maioria deles achava necessária

a elaboração de materiais didáticos impressos voltados com a finalidade de

conservação das espécies vegetais nativas da Mata atlântica.

Apesar de algumas dificuldades metade dos professore responderam ter

realizado atividades com seus alunos sobre esse tema.

Em relação a participação escolar nesse contexto de conservação observou-

se a falta de interesse das escolas e falta de comprometimento das mesmas acabou

afetando de forma direta as ações e as práticas do professor, uma vez que eles

precisam cumprir o planejamento do calendário escolar.

A escola abre a oportunidade para que os alunos aprendam sobre temas normalmente excluídos e atua propositalmente na formação de valores e atitudes do sujeito em relação ao outro, à política, à economia, ao sexo, à droga, à saúde, ao meio ambiente, à tecnologia, [...]. PCN 1997 p34

Para os professores entrevistados conhecer as plantas nativas da região é

importante uma vez que pode contribuir para a vegetação nativa da Mata Atlântica

local.

Muitos professores apresentaram interesse em participar de um curso que

trate sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica. Esse fato é importante, pois mostra

a disponibilidade por parte do professor em aprimorar seus conhecimentos e

melhorar sua prática em sala de aula.

Apesar da degradação sofrida ao longo dos séculos, inda há a possibilidade

de que parte da diversidade biológica da Mata Atlântica não se perca. Para isso, é

fundamental que a responsabilidade da conservação seja uma questão social.

As ações educativas realizadas pelos professores são fundamentais para que

isso aconteça, mas é preciso lembrar que não só os professores, como também os

alunos e toda escola, devem ter conhecimento sobre a urgência em conservar a os

remanescentes de Mata Atlântica.

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7. APÊNDICE – Modelo do questionário aplicado aos professores