29
A ADMINISTRAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR Resumo As infecções hospitalares são resultantes de internações prolongadas e muitos fatores desencadeiam a predisposição e disseminação dos microorganismos de diversos tipos. Essa complicação em hospital classifica- se como IH (Infecção Hospitalar). O objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar). A pesquisa é de natureza qualitativo-descriptivo, realizada a partir de artigos, fatos e fenômenos de determinada realidade. Podemos observar no bloco cirúrgico que existe rotatividade de pacientes e profissionais, tornando o local propicio a disseminação de microorganismos (vírus, bactérias) e o paciente é submetido a procedimentos invasivos e constantes tornando o risco de IH ainda maior. O tema em questão torna-se mais freqüente a pesquisa nas infecções devido as inúmeros casos existentes. Acredita-se que, a prevenção e o controle de IH deve fazer parte da filosofia dos profissionais da área da saúde. A pesquisa ressalta o papel relevante do enfermeiro no CCIH criando oportunidades educativas e atualizadas sobre o tema. Palavras-chave: Infecção Hospitalar, Enfermagem, Bloco Cirúrgico Summary The hospital infections are resultant of drawn out internments and many factors unchain the predisposition and dissemination of the microorganisms of diverse types. This complication in hospital is classified as IH (Infecção Hospitalar). The objective of this study is to evaluate the performance of the team of nursing in the control of the IH and to identify the relevance of the Nurse in the CCIH (Commission of Control of Hospital Infection). The qualitative-descriptivo research is of nature, carried through from articles, facts and phenomena of determined reality. We can 1

ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

A ADMINISTRAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR

Resumo

As infecções hospitalares são resultantes de internações prolongadas e muitos fatores desencadeiam a predisposição e disseminação dos microorganismos de diversos tipos. Essa complicação em hospital classifica-se como IH (Infecção Hospitalar). O objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar). A pesquisa é de natureza qualitativo-descriptivo, realizada a partir de artigos, fatos e fenômenos de determinada realidade. Podemos observar no bloco cirúrgico que existe rotatividade de pacientes e profissionais, tornando o local propicio a disseminação de microorganismos (vírus, bactérias) e o paciente é submetido a procedimentos invasivos e constantes tornando o risco de IH ainda maior. O tema em questão torna-se mais freqüente a pesquisa nas infecções devido as inúmeros casos existentes. Acredita-se que, a prevenção e o controle de IH deve fazer parte da filosofia dos profissionais da área da saúde. A pesquisa ressalta o papel relevante do enfermeiro no CCIH criando oportunidades educativas e atualizadas sobre o tema.

Palavras-chave: Infecção Hospitalar, Enfermagem, Bloco Cirúrgico

Summary

The hospital infections are resultant of drawn out internments and many factors unchain the predisposition and dissemination of the microorganisms of diverse types. This complication in hospital is classified as IH (Infecção Hospitalar). The objective of this study is to evaluate the performance of the team of nursing in the control of the IH and to identify the relevance of the Nurse in the CCIH (Commission of Control of Hospital Infection). The qualitative-descriptivo research is of nature, carried through from articles, facts and phenomena of determined reality. We can observe in the surgical block that exists rotation of patients and professionals, becoming the place I propitiate the dissemination of microorganisms (virus, bacteria) and the patient is submitted the invasive and constant procedures becoming the still bigger risk of IH. The subject in question becomes more frequent the research in the infections due the innumerable existing cases. One gives credit that, the prevention and the control of IH must be part of the philosophy of the professionals of the area of the health. The research standes out the excellent paper of the nurse in the CCIH creating educative and brought up to date chances on the subject.

Word-key: Hospital infection, Nursing, Surgical Block

INTRODUÇÃO1

Page 2: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

Em conformidade com o Ministério da Saúde do Brasil, infecção hospitalar “é toda

infecção adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação, ou

mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos

hospitalares” (Portaria 2.616, MS-1998). Observamos que as infecções hospitalares acometem

uma maior taxa de mortalidade e letalidade representando uma problemática para as

comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

A microbiota endógena do paciente é a principal fonte das Infecções hospitalares e

muitas vezes se torna inevitável a infecção em pacientes imunodeprimidos (obstétricos, UTI,

cirúrgicos). Em outro contexto, as medidas de precauções e isolamento são aliadas

fundamentais para prevenção da contaminação exógena por microorganismos. Os

profissionais da saúde são treinados para atuar visando à prevenção desse agravo e o seu

controle. Analisando os profissionais da equipe de saúde em especial de enfermagem

(auxiliares, técnicos, enfermeiros), apresentam ações que favorecem a disseminação de

microrganismo no ambiente hospitalar, ocasionado por negligência ou mesmo falta de

conhecimentos nas práticas preventivas de disseminação. No entanto demonstrando atenção e

preocupação com pacientes.

A ocorrência de infecções hospitalares tem sido reconhecida como grave problema de

saúde pública no mundo e a principal causa de iatrogenia (Parte da medicina que estuda a

ocorrência de doenças que se originam do tratamento de outras; patologia da terapêutica.

(Silva et al. 1980) da pessoa hospitalizada e submetida a intervenções curativas.

A problematização dos conhecimentos e habilidades necessários aos profissionais de

enfermagem para poder contribuir na redução de infecção hospitalar. Como funciona a

atuação do enfermeiro no controle das interfaces de infecção hospitalar em busca da

participação ativa do profissional de saúde em precauções e isolamento de infecções por

microorganismos. No contexto geral da saúde se questiona a cerca do que é infecção

hospitalar? Como preveni-las? Qual a responsabilidade do enfermeiro para o controle de

infecção hospitalar? E de outros profissionais da saúde como: médicos, fisioterapeutas,

fonoaudiólogos? Muitas infecções são evitáveis aderindo práticas que interfere na cadeia de

transmissão dos microorganismos: lavar as mãos antes e depois de cada procedimento, o uso

dos equipamentos de proteção individual e esterilização dos artigos e superfícies. Toda a

equipe por ele subordinada á omissão dessas práticas podendo motivar complicações

patológicas aos pacientes, e ocasionando altos custos com medicações, materiais diversos e

2

Page 3: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

prolongamento do tempo de internação dos pacientes, além do eminente risco de saúde

ocupacional.

A justificativa em realizar esta pesquisa surgiu no decorrer dos estágios curriculares

nos hospitais da região do Cariri, onde norteavam questionamentos a respeito dos números de

acometimento em mortes de contágio por microorganismos em IH, existindo todo um

protocolo de cuidados em pacientes hospitalizados imunodeprimidos. Ao observar que alguns

profissionais de saúde com experiência, desconhecia quase que completamente as noções

básicas atualizadas no controle de IH, como por exemplo: medidas de precauções e

isolamento. Mesmo que tenham uma noção de controle de IH, desprezavam alguns cuidados

básicos como o lavar das mãos antes e depois dos procedimentos.

A relevância da pesquisa se dá em atentar aos profissionais da equipe de enfermagem

a despertar para a vigilância epidemiológica e interrupta dos microorganismos existentes na

área hospitalar sob as medidas de precauções e isolamento que não deve ser privativo

somente ao enfermeiro do CIH (Controle de Infecção Hospitalar), pois são medidas

fundamentais para qualquer área de atuação profissional do enfermeiro e de outras categorias

da área de saúde. O enfermeiro deve atentar para todas as formas de poluição ambiental que

ocorra interfaces na homeostasia da pessoa assistida. Acreditando que toda a equipe que

presta assistência ao paciente, como por exemplo: fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico,

terapeuta ocupacional, auxiliar de enfermagem e principalmente o enfermeiro, deve conhecer

e aderir às medidas preventivas e de controle das IHs.

A contribuição da pesquisa vem esclarecer aos profissionais da equipe de enfermagem

(Enfermeiros, técnicos, auxiliares) do Hospital São Lucas, o seu papel de fundamental

importância na atuação CIH (Controle de Infecção hospitalar) abordando novos temas de IH

e levantando perspectivas positiva para a instituição em relação à prevenção e isolamento da

disseminação de microorganismos que se divide em aspectos positivos e negativos.

Ressaltando, equipe de enfermagem, a contribuir com medidas de prevenção e controle para

evitar disseminação de microorganismos no ambiente hospitalar e praticando seus

conhecimentos adquiridos e científicos para o cuidado da enfermagem já que a classe de

enfermagem passa a maior parte do tempo em contato com os cuidados de cura do paciente

contribuindo desta forma ao controle e prevenção de IH. Diante deste contexto o estudo teve

os seguintes objetivos avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle e prevenção

das interfaces de infecção hospitalar no centro cirúrgico de um hospital do interior do Ceará.

Especififcando:

3

Page 4: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

Identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH (Comissão e Controle de Infecção

Hospitalar)

Conhecer os métodos de controle e prevenção das IHs: Equipamentos de proteção

Individual (EPIs) usados pela equipe de enfermagem do centro cirúrgico.

Ressaltar o papel do enfermeiro no controle da Infecção Hospitalar criando

oportunidades educativas e atualizadas sobre o tema.

Traçar o perfil da equipe de enfermagem do centro cirúrgico

REFERENCIAL TEÓRICO

A história da Infecção hospitalar no mundo

As infecções hospitalares existem desde que surgiram os hospitais. As primeiras

referências à existência de hospitais datam do ano de 325 dC, quando os bispos reunidos no

Concílio de Nicéia foram instruídos a construí-los ao lado das catedrais. Nesse contexto as

doenças infecciosas disseminavam-se rapidamente entre os internos e, não raro, pacientes que

eram admitidos com determinada doença, morriam de cólera ou febre tifóide Couto &

Nogueira (1997).

O hospital, como designativo de instituição para atendimento aos doentes, vem

sofrendo sérias modificações à medida que estudos vão sendo realizados, oferecendo

contribuições que possam melhorar sua condição em termos de controle de infecção hospitalar. A

disseminação das doenças ocorria com facilidade dado às condições propícias para a

transmissão das infecções, onde a tríade epidemiológica: agente, hospedeiro e meio ambiente

se encontra em íntima correlação, sujeito a constantes desequilíbrios, que dão origem à

doença para Gontijo (1991).

É importante registrar que a enfermagem vem assumindo as funções de prevenção e

controle da contaminação do ambiente hospitalar, desde o desempenho de Florence

Nightingale, uma enfermeira que através de interpretações estatísticas de informações de

vários hospitais ingleses, ressaltou claramente a relação entre más condições higiênicas e de

elevadas taxas de complicações pós-operatórias, como: gangrenas, erisipelas, e dentre outras e

que associavam as altas taxas de mortalidade.

No final do século XIX, Florence utilizava à limpeza, o isolamento, a individualização

do cuidado, dieta adequada, diminuição do número de leitos por enfermaria e a diminuição da 4

Page 5: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

circulação de pessoas estranhas ao serviço, como forma de reduzir os efeitos negativos do

meio hospitalar sobre o paciente. Durante a noite, costumava fazer suas rondas, com um

lampião, levando assistência e conforto aos doentes, tendo sido imortalizada com o título de

“A Dama do Lampião”. Ainda em Gontijo (1991), após a implantação dessas medidas de

prevenção, descreveu as estratégias relacionadas com o cuidado do paciente e o ambiente

hospitalar, e suas teorias constituíram a base do moderno controle de infecção hospitalar.

Secundus, relata que os mineiros utilizavam- se de máscaras feitas com a bexiga de

animais para proteger contra a inalação de poeiras, mas não foi adotada na saúde porque

achavam que não havia necessidade, afirma Fernandes (2000). O mesmo autor traz

questionamentos referentes à eficácia das medidas preventivas no controle de infecção

relacionado à paramentação, recomendadas pelo CDC(Centro de Controle e de Prevenção de

Doenças). Indaga-se a ainda sobre o desconforto provocado pelas roupas cirúrgicas para a

equipe e a falta de pesquisas com metodologia adequada sobre o assunto.

Fernandes (2000) relata, ainda que, a paramentação cirúrgica adequada começa com a

colocação de uniforme privativo e segue-se da colocação de touca, jaleco, calças compridas e

de tecido com porosidade que varia de 80 a 100 µ. Menciona também a colocação de propés e

máscara.

O CDC põe em discussão o fato da utilização de roupas restritas ao ambiente

cirúrgico, porém, Fernandes, Lacerda (2000) recomendam que o uniforme nunca deve ser

usado fora da área do centro cirúrgico ou deve ser trocado antes de voltar ao local.

O uso de roupa exclusiva em centro cirúrgico, no mínimo, atua com barreira de

contenção de trânsito de pessoal. Rodrigues afirma:

Na segunda metade do século XIX, a deplorável condição dos hospitais, a

miséria do paciente hospitalizado e o crescimento pernicioso e imoral da

miséria junto com a industrialização, somados ao aumento dramático do

número de cirurgias realizadas, formavam um quadro, onde as infecções

hospitalares podiam ser vistas de todos os ângulos” (RODRIGUES, 1987.

P.801)

É importante destacar que a prevenção da infecção hospitalar, depende dos meios de

controle dos germes patogênicos, da aplicação de medidas de assepsia e do tratamento que se

dá ao material e ambientes contaminados por eles. Não se pode ficar alheio ao fato de que o

ambiente hospitalar pode oferecer condições excelentes para a propagação de

microrganismos, mesmo em meio a desinfetantes, anti-sépticos, antibióticos e 5

Page 6: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

quimioterápicos, e que os pacientes podem ser susceptíveis porque estão com seus

mecanismos imunológicos abalados pela própria doença, agressões cirúrgicas ou acidentais

que abrem caminhos para a penetração microbiana.

No século XIX, dentre os inumeráveis acontecimentos, até os nossos dias, refere-se à

origem, causa e conseqüência da febre puerperal, chamada na década de “Pestes dos

Médicos”, não é definida como uma forma de sépsis, uma infecção originaria da cavidade

uterina que acaba por invadir a corrente sanguínea, que se inicia após 24 horas até 11º dia

após parto. O médico Ignaz Philipp Semmelweis que, em 15 de maio de 1847, preconizou o

lavar das mãos com água clorada para todo examinador, antes de tocar a parturiente,

Rodrigues (1997).

No início do século XX, tornou possível o conhecimento das formas de transmissão

das doenças através de agentes infecciosos, seguindo as grandes descobertas da medicina,

principalmente nas áreas da medicina tropical, da bacteriologia e da parasitologia. E assim, no

início dos anos 30, surgiram os primeiros antibióticos.

As décadas de 40 e 50 foram conhecidas como a “era de ouro dos antibióticos”, até os

anos 60, ocorreu pequenas modificações nas moléculas das drogas previamente conhecidas.

Tão rápido quanto sua descoberta, surgiu os efeitos colaterais e as cepas resistentes, em

decorrência do uso indevido e abusivo dos antibióticos relata Ferraz; Rodrigues (1997).

Em 1950, cria-se a primeira Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), na

Inglaterra. Logo após ocorre o aparecimento de Pseudômonas e Enterobacteriaceae resistentes

a estes antimicrobianos, caracterizando o fenômeno da resistência bacteriana.

Em 1965, nos Estados Unidos, pela primeira vez, um hospital foi obrigado a pagar

indenização a um cliente pelos danos sofridos em conseqüência de uma infecção hospitalar e

a partir daí, intensificaram estudos sobre IHs.

Na década de 70, ocorre à implantação do NNIS - National Nosocomial Infections

Study (Estudo Nacional das Infecções Hospitalares) e a 1ª Conferência sobre Infecções

Hospitalares (1970) e o CDC recomenda a necessidade de se estabelecer a figura do

enfermeiro e do epidemiologista hospitalar, Rodrigues (1997).

Na década de 80, o CDC requer, um enfermeiro em tempo integral para cada 250

leitos no hospital, para atuar no controle de infecção. Surge a infecção pelo HIV – Human

Immunodeficiency vírus (Vírus da Imunodeficiência Humana) e a hospitalização dos casos

infectados e novas biossegurança. O enfermeiro abrange um importante papel no controle de

IHs, pois é ele que passa o maior tempo em contato com o paciente acamado e

imunodeprimido. À medida que o modo de transmissão de microorganismos são descobertos,

6

Page 7: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

novos manuais de prevenção são criados para impedir a disseminação de infecções.

Durante essa década de 2000, apesar dos avanços significativos na prevenção e

controle das IHs como a melhoria dos métodos de vigilância epidemiológica, das técnicas de

assepsia, desinfecção, esterilização e modernização da arquitetura hospitalar, observa-se um

aumento na ocorrência das infecções hospitalares afirma Martins (2001).

Infecção Hospitalar no Brasil

A infecção hospitalar, institucional ou nosocomial, é definida, no Brasil, como toda

aquela infecção adquirida após a admissão do paciente em um hospital, e que se manifeste

durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou com os

procedimentos hospitalares (Portaria n.º 2616 de 12 de maio de 1998).

Os hospitais passam a ter uma responsabilidade maior com relação às condutas

tomadas com os pacientes internados, e criam vigilâncias nos diferentes sítios onde possa

ocorrer infecção: sítio cirúrgico, infecção do trato urinário, do trato respiratório, Infecção por

dispositivo intravenoso. É importante ressaltar que as normas para seleção de germicidas,

também, estão incluídas nessa portaria. Segundo o Ministério da Saúde (MS):

[...] todos os hospitais do País deverão manter Comissão de Controle

Infecção Hospitalar (CCIH) independentemente da natureza da entidade

mantenedora”. Essa mesma Portaria estabelecia as indicações para

organização e formação do processo de trabalho da comissão (CCIH),

caracterizando seus agentes e as suas atividades, como, também, os

critérios para identificação e o diagnóstico dos diferentes tipos de

infecções hospitalares. (PORTARIA nº196, 24/07/1983)

Em nível ministerial, o controle das infecções hospitalares, vem sofrendo

modificações, revogando portarias já existentes e regulamentando outras. Mesmo com

recursos físicos e químicos, a infecção se faz presente e progressiva nas atividades

hospitalares. A prevenção continua sendo o maior aliado dos profissionais de saúde, bem

como o projeto de ação que cada profissional deve ter com seu paciente.

O ambiente hospitalar é considerado contaminado por si próprio, por possuir um

grande número de agentes infecciosos e microbianos expostos, além de um grande número de

pessoas que circula por esse local, tais como: visitantes, pacientes, equipes multidisciplinares,

pessoal de apoio, manutenção, limpeza e outros, enfim uma serie de pessoas de diferentes 7

Page 8: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

locas de procedência, e cada um com uma característica individual, tornando-os suscetíveis ou

não a doenças.

No século XVI, surgiu à assistência hospitalar, com as Irmandades de Misericórdia, as

Santas Casas. A primeira Santa Casa de Misericórdia foi a de Santos, fundada por Brás

Cubas, em 1543. Em 1875, São Paulo, é inaugurado o primeiro hospital de isolamento, hoje o

Instituto Emílio Ribas, destinado ao atendimento de epidemias.

Segundo Martins (2001), em 1963, no Hospital Ernesto Dorneles (Rio Grande do Sul)

é criada a primeira Comissão de Infecção Hospitalar.)

Relata Lacerda (2002) que na década de 70, o governo cria o INPS (Instituto Nacional

da Previdência Social) centralizando benefícios relativos à questão previdenciária, adotando o

modelo predominante curativo. Santos afirma:

Essa centralização levou a conseqüências como a expansão da assistência

à parcelas da população antes não atendidas (população rural,

empregadas domésticas e autônomos), embora não assegurando a

qualidade da assistência à saúde prestada. (SANTOS, 2000, p.13 a 25)

Desta forma, O INPS não abrangia toda a população que mais necessitava de cuidados

e que por dificuldades de locomoção e falta de esclarecimentos não buscavam os serviços

propostos.

No início da década de 80, a Infecção Hospitalar aparece na mídia brasileira em tons

catastróficos. O jornal Folha de São Paulo (1980) anuncia: “Infecção é a quarta causa de

mortes no País, diz médico”; O Jornal do Brasil (1981) declara: “Pesquisador diz que infecção

hospitalar mata 150 mil por ano”, Lacerda (2002). Os profissionais de saúde, donos de

hospitais e outros setores da sociedade certificaram da gravidade do problema e que seriam

um ponto de partida para intensificar os estudos sobre o tema a busca de soluções emergentes.

O fenômeno era universal e justificavam que ocorriam em todos os hospitais do

mundo e alguns reconhecem a prevalência da infecção hospitalar relacionada à péssima

qualidade de assistência prestada pelos hospitais. Cabia assim, investir na qualificação dos

profissionais de saúde em especial os enfermeiros que passam a maior parte do tempo em

contato com os enfermos nos leitos hospitalares. A implantação e funcionamento das CCIH

ficaram então a mercê do interesse institucional e, em muitos casos, ocorreram graças à

iniciativa e empenho dos profissionais destas instituições.

Em 1985, com a morte do recém-eleito Presidente da República Tancredo Neves –

morte essa provavelmente associada a uma infecção hospitalar – repercutiu de forma a 8

Page 9: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

impulsionar o MS que iniciou o programa de treinamento de recursos humanos com a criação

dos Centros de Treinamento. Tais centros, geralmente ligados às universidades, deveriam

capacitar profissionais da área da saúde com a finalidade de atuarem no controle da infecção

hospitalar. Ainda em 1985, é publicado o “Manual de Controle de Infecção Hospitalar”, com

a finalidade de delinear as medidas básicas da prevenção e controle das IHs, relata Martins

(2001). Acreditando que esse seria um ponto de partida para minimizar os riscos de infecções

que partindo a priori da qualificação e treinamentos de profissionais a capacitar nos cuidados

prestados aos doentes internados em inúmeros hospitais do Brasil.

Na década de 90, atendendo à política de descentralização dos serviços de saúde, os

centros de treinamento de controle de IH desvinculam-se do Ministério da Saúde, ficando

ligados diretamente às secretarias de estado para Martins (2001). Somente nessa década é

reconhecida a importância de estudos de procedimentos técnicos como uma das principais

alternativas para o controle da IH. Assim, não se mostram suficientes para controlar a IH.

A Lei Federal nº 9.431, em 6 de janeiro de 1997, institui a obrigatoriedade da

manutenção de um Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) em todos os

hospitais brasileiros, sob a responsabilidade de um CCIH. Em 12 de maio de 1998, o

Ministério da Saúde revoga a portaria 930 e publica a portaria de nº 2.616, regulamentando o

PCIH no País. Já em 2000, apesar da grande quantidade de portarias publicadas, o número de

hospitais que possui uma comissão ou serviço de controle de infecção funcionando de

maneira efetiva ainda é bem reduzido.

Em 2007, controle de infecção hospitalar no Brasil começa a expandir os cursos de

especialização, seminários congressos em infecção hospitalar em todo território brasileiro,

visto a problemática crescente deste mal.

Em 2009, segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) novos

projetos foram lançados no desenvolvimento de um novo sistema Nacional de informação

para o controle de infecção de saúde. Criação de um GT (grupo de trabalho) para elaboração

de nova proposta de regulamentação para o Controle de Infecção Nacional; Reestruturação da

Rede RM – Rede Nacional de Monitoramento da Resistência Microbiana em Serviços de

Saúde (criada em 2006); Fortalecimento da Rede de Monitoramento e Investigação de Surtos

de IH; Projeto de Segurança do Paciente: Higienização das Mãos, Cirurgia Segura.

A Atuação do Enfermeiro na Prevenção e Controle das Infecções

Hospitalares e suas Interfaces

9

Page 10: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

As regras para as construções dos hospitais mudaram quando a família da primeira

enfermeira Florence Nightingale utilizou sua influência, consolidando a opinião que tinha

sobre os hospitais da época, acreditava que os mesmos deveriam ser arejados e iluminados e

tinha como função primordial a de curar.

Assim de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, existe uma obrigatoriedade

em proporção nacional em ter enfermeiros em todas as unidades de serviços, nas quais são

desenvolvidas procedimentos de enfermagem, durante todo o período de funcionamento.

Onde rege ainda o Conselho:

Cabe ao enfermeiro: organizar e planejar a assistência a ser prestada,

disponibilizar recursos humanos, materiais e equipamentos. Coordenar e

distribuir a equipe; garantir à qualidade e segurança do atendimento a

equipe e ao paciente; estabelecer prioridades; atender os objetivos da

instituição no que tange a rotinas, fluxo e normas; interagir com as

equipes multidisciplinares e, quando houver procedimentos de alta

complexidade, estes deverão ser realizados exclusivamente pelos

profissionais enfermeiros (COREN, 2001, p. 15).

O enfermeiro tem participação especial em nestes controles. O ser humano, com seu

corpo, sua consciência e suas relações, constituem o objeto final das ações deste profissional.

Nesta área o enfermeiro executa um trabalho complexo envolvendo ações de cuidar, gerenciar

e educar com vistas à promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde da clientela e,

para uma atuação diferenciada, sua formação deve estar alicerçada em fundamentos técnicos

científicos, políticos, éticos, legais e humanísticos.

Assim preceitua a Lei nº 7.498 de 25/06/1996, que dispõe sobre o

exercício da enfermagem, regulamenta como incumbência privativa do

enfermeiro os cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com

risco de morte que exijam maior complexidade técnica, conhecimentos

científicos adequados e capacidade para tomar decisões imediatas.

Modificações expressivas têm ocorrido, nos modelos e nas práticas educacionais em

saúde no âmbito do setor de controle de IH. Essas mudanças tem impacto no processo de

trabalho do enfermeiro, gerando necessidades de reposicionamento tanto em relação ao

10

Page 11: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

processo de trabalho cuidar, como nos processos de trabalho gerenciar e educar para

acompanhar os contornos do exercício profissional contemporâneo.

O início da educação nos bancos da faculdade constitui um desafio inadiável devido à

necessidade de organizar recursos e investir na formação de enfermeiros, favorecendo a

atuação eficiente e segura e um olhar mais reflexivo frente às possibilidades de trabalho e a

realidade de saúde em nosso país.

A importância do CCIH nas diversas instituições hospitalares é historicamente

comprovada e a enfermagem encontra no CCIH um importante campo para atuar de forma

consciente e mostrando seus conhecimentos científicos adquiridos.

A enfermagem tem uma responsabilidade maior pela prevenção e controle da infecção

hospitalar.

Merecem destaque segundo Apecih (1998):

1. Proporcionar ao grupo de profissionais informações inerentes ao controle de

infecção.

2. Fazer vigilância dos pacientes internados e seus respectivos diagnósticos.

3. Revisar os programas de controle de infecção já existentes criando protocolos de

atendimento e revisar os protocolos existentes com periodicidade.

4. Atuar juntamente com a equipe de enfermagem para ter uma educação continuada

eficiente e vigilante. Interagir com os departamentos de apoio, como limpeza,

nutrição, esterilização e centro de estudo.

5. Fazer a triagem, juntamente com o pessoal do laboratório, dos resultados de

culturas e registrar e documentar os pacientes que apresentam infecções

adquiridas.

6. Notificar ao Departamento de Saúde Pública os casos suspeitos de epidemia ou

endemia.

7. Conhecer cada paciente e o seu caso, bem como o seu diagnóstico, podendo assim

instruir a equipe e os familiares.

A lavagem das mãos, considerada a mais simples e importante medida na prevenção

de infecções, é eficiente para a remoção dos microrganismos transitórios. Pois:

A lavagem das mãos é básica e obrigatória antes e depois de qualquer

procedimento realizado e é de extrema relevância que o profissional de

saúde adote as recomendações de segurança da sua instituição e aja

sempre com bom senso ao utilizar as barreiras de proteção exigidas na:

11

Page 12: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

Adm. de fármacos; arrumação do leito; aspiração; banho em pacientes

com lesões expostas; cateteres; cauterização cervical; coleta de material;

curativos; diálise; enemas; secreções; traqueostomia. (BRASIL 2002).

A enfermagem torna-se responsável por maior parte do convívio com o paciente,

porém a responsabilidade de cuidados com ele na prevenção de infecções é igual à de

qualquer outro profissional.

Recomenda-se, portanto, que um conjunto de medidas sejam adotadas por todos os

enfermeiros da área de emergências, na assistência aos pacientes atendidos. Deve-se

considerar todos eles como potenciais portadores de doenças infectocontagiosas afirma

Garner (1996). Dentre as diretrizes a serem traçadas pelos profissionais de enfermagem,

destacamos:

1. Elaboração de protocolos referentes ao uso de cateter venoso central de baixa

permanência.

2. Rastrear infecções de sítio cirúrgico.

3. Elaboração de protocolos para profilaxia antimicrobiana no sítio cirúrgico.

4. Rastrear infecções no trato urinário.

5. Rastrear internações de longa permanência.

A equipe de enfermagem trabalha com assistência médica e acaba se expondo a

materiais infectantes, tais como: substâncias corporais, equipamentos, superfícies

contaminadas e outros.

Outras diretrizes devem ser tomadas por todos os profissionais de saúde. Essas

diretrizes são universais, e segundo Apecih (1998):

Lavagem das mãos: Imediatamente antes e após contato direto com o paciente, ou

antes e após cada procedimento realizado. A realização da higienização das mãos

deve ser feita com técnica adequada que estudaremos no decorrer da pesquisa.

Garner (1996) afirma que não existem evidências suficientes que indiquem a

necessidade de lavar as mãos rotineiramente com sabões anti-sépticos, o seu uso é

recomendado apenas em situações específicas, como após retirar luvas que podem

conter altas concentrações de microrganismos.

Uso de luvas: estéreis ou não estéreis ou de procedimento, de acordo com o

procedimento a ser realizado. As luvas não estéreis ou de procedimento deve ser

usadas como proteção individual do profissional. O descarte de luvas deve ser

feito em lixo apropriado a material infectante. Nenhuma superfície fora do

12

Page 13: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

atendimento propriamente dito pode ser tocada com as mãos enluvadas, como

óculos, máscaras, fichas do paciente, entre outros segundo Brasil (2002).

Máscara, óculos de proteção e avental: devem ser utilizados em casos de

procedimentos em que o risco de contaminação com sangue na face é maior.

Devem ser descartáveis, de uso único e a troca deve ser feita por paciente e

sempre que se tornar úmida. É contra-indicado tocar na superfície da máscara

durante o atendimento, assim como permanecer com a máscara no pescoço entre

atendimentos para Leão & Grinbaum (2005).

Materiais perfurocortantes: nunca devem ser reencapados. Esses materiais devem

ser descartados em locais próprios, como embalagens de “descarpax”, que devem

ser rígidas e impermeáveis para Brasil (2002).

Em relação ao jaleco deve ser sempre usado independentemente da utilização de roupa

branca ou uniforme, pois constitui uma barreira de proteção para as roupas pessoais para

Brasil(2002).

Santos (2002), ainda afirma que os jalecos devem ser utilizados exclusivamente para o

atendimento ao paciente, devendo ser trocado por período ou diariamente e/ou sempre que

sujos e/ou contaminados, e devem ter o colarinho alto e mangas longas.

Leão & Grinbaum (2005), relatam, ainda que, não se justifica o uso de roupa branca

pelo profissional se este não utiliza um jaleco sobre ela em seu ambiente de trabalho, a menos

que essa roupa branca seja usada exclusivamente nesse ambiente. Da mesma forma é

desaconselhável o uso de roupas profissionais fora do ambiente de trabalho.

É importante que a equipe de enfermagem e qualquer outro profissional de saúde seja

consciente do seu trabalho e faça-o de forma precisa, evitando ao máximo sua exposição, ou

exposição do próprio paciente, independente do local que esteja atuando. A lavagem das mãos

continua sendo a técnica básica para qualquer procedimento a ser realizado, antes e depois,

bem como o conhecimento do diagnóstico do paciente e sua evolução, que vão determinar o

tempo que esse paciente deve permanecer sob cuidados das equipes médica e de enfermagem.

Durante o período em que o individuo estiver internado, o profissional da saúde é um

dos grandes responsáveis pela sua evolução, juntamente com o plano de cuidados que foi

definido para ele. A assistência de saúde está migrando cada vez mais para fora dos hospitais,

como assistência prestada em home care, clinica de enfermagem, clínicas que realizam

pequenas cirurgias, clínica de estéticas com procedimentos diversos é necessário estender as

precauções e o controle da assistência para esses setores, minimizando os riscos de infecções.

Um dos pilares do controle de infecção hospitalar é o aprimoramento contínuo de 13

Page 14: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

todos os profissionais de uma instituição. A atuação do enfermeiro é de relevância constante

na prevenção e controle das interfaces hospitalares por microorganismos.

METODOLOGIA

O delineamento do estudo é de natureza acerca da problemática da importância do

controle de infecção no bloco cirúrgico de um hospital no interior do ceará, localizado no

município de Juazeiro do Norte que atende à população por meio do Sistema Único de Saúde.

A cidade localiza-se no sul do estado a 514 km da capital. Sua área é de 248,558 km².

A população do município é estimada em 242.139 habitantes. A taxa de urbanização é de

95,3%. Graças à figura de Padre Cícero, é considerado um dos maiores centros de

religiosidade popular da América Latina, atraindo milhões de romeiros todos os anos.

Elegemos a pesquisa do tipo exploratória que segundo Gil (1999), geralmente

proporciona familiaridade com o problema pesquisado e análise de exemplos que “estimulem

a compreensão”. Abordamos ainda um estudo descritivo-qualitativo que na indicação dada

por Triviños (2006) representa descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada

realidade, população e amostras. A realizar-se-á no período de setembro/2009 a junho/2010.

A população a ser pesquisada será a equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos,

auxiliares) do centro cirúrgico, com prestação de serviços a mais de 04 anos na unidade

hospitalar de saúde supracitado. Acreditando que estes profissionais, com os conhecimentos

adquiridos e adaptados com a rotina do hospital, estarão comprometidos a colaborar com a

pesquisa a realizar-se.

A amostra corresponde aos profissionais estudados que prestam serviços em áreas

críticas na instituição pesquisada e que afirmam não ter participado de cursos ou treinamentos

a respeito da Infecção Hospitalar e será determinado pela saturação dos dados, sendo assim,

não temos números definidos a priori.

A coleta dos dados será reunir, preliminarmente, materiais documentais escritos como

fontes de informações, indicações e esclarecimentos que trazem seu conteúdo para elucidar

determinadas questões e servir de prova para outras, de acordo com o interesse do pesquisador

Cardoso (2000). Logo, consentido o pedido, agendaremos o dia e o horário em que serão

cedidos os últimos 20 minutos de um turno a outro para coleta dos dados da pesquisa na

forma de um questionário em duas partes. Após coleta dos dados, não devolução do gabarito

para justificar e assegurar o não contágio das respostas entre enfermeiros de turnos alternados,

pois o questionário será aplicado entre um turno a outro, uma vez que a coleta será feita em 14

Page 15: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

dias e horários diferentes.

A análise e interpretação dos dados realizar-se-á na primeira parte do questionário

com dados relativos à caracterização dos respondentes (sexo, idade, atividade profissional,

outra graduação ou formação técnica) para conhecer melhor o comprometimento do

profissional em sua área. A maioria dos entrevistados tem algum tempo de instituição e possui

outros vínculos empregatícios, além de não ter participado de cursos ou treinamentos sobre

Infecção hospitalar. Na segunda parte, verificar-se-á atualização dos conhecimentos teórico,

científicos e práticos a respeito das medidas de precauções e isolamento e ilustrar com

citações dos entrevistados consideradas relevantes para veracidade da pesquisa. Na análise

dos dados obtidos seguiremos os passos indicados por Minayo (1996), a saber, ordenar os

dados; classificação e análise final.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da pesquisa, observamos a importância da vigilância do enfermeiro na

prevenção e controle das infecções hospitalares, principalmente, nos procedimentos invasivos.

Esse tema se torna um evento histórico, social e não só biológico como se acreditou durante

anos na historia das interfaces hospitalares.

O bloco cirúrgico torna-se um meio propicio para que ocorra disseminação de

microorganismos de diversos tipos devido ao fluxo constante de visitantes, profissionais e

pacientes na área hospitalar. Algumas técnicas impreensidiveis são observadas entre os

profissionais da saúde como: Técnicas de lavagem das mãos, o uso de uniformes, gorros,

máscaras e mesmo assim os riscos são pertinentes e constantes.

Às vezes, algumas técnicas de extrema importância são esquecidas em caso de

emergências ou por o profissional de saúde entrar na rotina de atendimento e menosprezar

como o simples lavar das mãos entre um paciente a outro.

A necessidade de uma filosofia que priorize a prevenção de IH se torna relevante para

complementar os avanços tecnológicos que contribua positivamente para o trabalhador

hospitalar pertencente à equipe de saúde, em especial, os profissionais de enfermagem que

passam a maior do tempo em contato com o cuidar do paciente.

15

Page 16: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APECIH. Orientação para o controle de infecção em pessoal da Área de Saúde. 1998

ALMEIDA de Figueiredo, Nébia Maria. Método e metodologia na Pesquisa científica-3ª.

Edição. Cap.5, p73-117, agosto 2009.

BRASIL. Portaria nº 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998. 12 mai. 1998. Disponível em:

http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct. php?id=482. Acesso em: 18 ago. 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº196 de 24 de junho de 1983. Diário Oficial da

União, Brasília, 28 de junho de 1983.

CARDOSO, L da S. Exercícios e notas para formular uma pesquisa. Rio de Janeiro: Papel

virtual, 2000. 74 p.

COUTO, R. C. & NOGUEIRA, J. M., 1997. História do controle de infecção e a situação

brasileira. In: Infecção Hospitalar Epidemiologia e Controle (R. C. Couto, T. M. G. Pedrosa

& J. M. Nogueira, Ed), pp. 01-04, Rio de Janeiro: MEDSI.

CAVALCANTI, Newton Jose. Infecção Hospitalar – Da Pré-História ao Século XXI.

Infecto Atual, v. 6, p.10-22, dez. 2002 jan. 2001.

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. IN: Documentos

básicos da enfermagem: enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. São Paulo:

COREN/SP, 2001.

FERNANDES, Antonio Tadeu. O Desafio das Infecções Hospitalares. Visão Histórica,

Atualidade e Perspectiva. In:__Infecção Hospitalar e suas Interfaces na área da Saúde.

São Paulo: Atheneu, 2000. v1, Cap. 8, p.01-156.

FERNANDES, ANTONIO TADEU; FERNANDES, MARIA OLIVIA VAZ; SOARES,

MARIA RAMOS. Controle de Infecção Em Centro Cirúrgico: fatos, mitos e

controvérsias. São Paulo: Ed. Atheneu, 2003. 

FERRAZ A. A. B. Infecção em ferida cirúrgica. , RJ, MEDSI, Cap. 20, p.267-275, 1997.

16

Page 17: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

GARNER, J. S. Guideline for isolation precautions in hospitals. Infect. Control Hospital.

Epidemiol., v.17, n.1, p.54-80, 1996

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª. Ed S. Paulo: atlas, 1999.

GONTIJO, O. M. J. Avaliação das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar em Belo

Horizonte: Proposta para incremento da resolutividade. Belo Horizonte, 1991. Tese

(Doutorado) - FMUFMG – MedicinaTropical.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Juazeiro_do_Norte (acesso, 18.10.2009 ás 15:34 p.m)

LACERDA, Rubia Aparecida. Controle de Infecção em áreas especiais: Centro Cirúrgico. In:

FERNANDES, Antonio Tadeu. Infecção Hospitalar e suas Interfaces na área da Saúde.

São Paulo: Atheneu, 2002. v1, Cap. 38, p.805-808.

LEÃO, M. T. C., GRINBAUM, R. S. Técnicas de Isolamento e Precauções. In:

RODRIGUES, E. A. C.,  et al.  Infecções Hospitalares: PC. São Paulo: Sarvier, 2006.

LACERDA, RÚBIA APARECIDA; Enfermagem na Prevenção e Controle da Infecção

Hospitalar. São Paulo: Ed. Iátria, 2005.  

MARTINS, M. A., 2001. Manual de Infecção Hospitalar Epidemiologia: Prevenção e

Controle. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Medsi Ltda., 2001. Cap. 1, p. 03-08.

MOREIRA SANTOS, Nívea Cristina: Enfermagem na prevenção e controle da Infecção

Hospitalar. 3ª. Ed. São Paulo-2008. Pág. 35.

MINAYO, M.C.S. O desafio do Conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. 4. Ed. São

Paulo: Hucite-Abrasco, 1996.

OLIVEIRA, E.L., Departamento de Enfermagem do Hospital Virtual Brasileiro – UNICAMP

- Campinas - 1997. - O Enfermeiro como Integrante da Equipe Multiprofissional em

Comissão de Controle Infecção Hospitalar.

PEREIRA SANTOS, Viviane Eusébia e LAPLACA VIANA, Dirce. Fundamentos e

Práticas para estágio em enfermagem. 3ª. Edição. Cap. 2, p 13 a 25- Infecções.

17

Page 18: ANA PAULA CONTRERAS MESQUITA · Web viewO objetivo deste estudo é avaliar a atuação da equipe de enfermagem no controle da IH e identificar a relevância do Enfermeiro na CCIH

RODRIGUES, E. A.C. Histórico das infecções hospitalares. São Paulo: SARVIER, cap.1,

p.1-27, 1997.

REME: revista mineira de enfermagem / Escola de Enfermagem da Universidade Federal

de Minas Gerais. -- Vol.1 (1997) - Belo Horizonte ISSN 1415-2762 info:

http://portal.revistas.bvs.br

SILVA, M. S. M. & GARCIA, T. R., 1998. Fatores de risco para úlcera de pressão em

pacientes acamados. Revista Brasileira de Enfermagem. 51: 615-628.

SANTOS, N. C. M. Enfermagem na Prevenção e Controle da Infecção Hospitalar. 2ª ed.

São Paulo: Átria; 2003. p. 16, 17-1, 36, 37, 39 -4. 

SANTOS, AE. Eventos adversos com medicações em serviços de emergência. Escola de

Enfermagem da USP: São Paulo, 2002.

TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução a pesquisa em ciências sociais: Pesquisa qualitativa em

Educação. São Paulo: atlas 1987.175 p.

 

18