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ANAIS ISSN: 2357-8998 2014

ANAIS - cursos.unipampa.edu.brcursos.unipampa.edu.br/cursos/ppgbioq/files/2014/04... · 1 Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014 ANAIS ISSN: 2357-8998 2014

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

ANAIS

ISSN: 2357-8998

2014

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

Organização e editoração eletrônica:

Caroline Altermann

Liane da Silva de Vargas

Marcos Welter

Pâmela Billig Mello-Carpes

Idioma: Português

O conteúdo dos resumos de trabalhos aqui apresentados é de inteira responsabilidade dos autores de cada trabalho.

A comissão organizadora não se responsabiliza pela veracidade dos dados apresentados, pela exatidão das

informações e não pode assumir nenhuma responsabilidade legal ou financeira por quaisquer erros ou omissões que

possam ter ocorrido.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

Apresentação

O Programa de Pós Graduação em Bioquímica foi aprovado em 2011 e desde então busca a

atração de pesquisadores internacionais que tragam suas experiências para este jovem

Programa. Neste contexto, nasceu o Simpósio Anual do Programa de Pós-Graduação de

Bioquímica da UNIPAMPA. Em sua segunda edição em 2014, o simpósio busca integrar os

discentes e docentes do PPGBioq, bem como os alunos de iniciação científica que

desenvolvem atividades junto aos orientadores deste PPG, sendo aberto para que comunidade

acadêmica possa também prestigiar os palestrantes convidados.

O Simpósio será realizado nos dias 24 e 25 de abril de 2014, no Campus Uruguaiana da

Universidade Federal do Pampa, contando com palestras de pesquisador internacional, de

pesquisadores da região Sul e da própria UNIPAMPA, bem como com apresentações dos

acadêmicos de seus trabalhos aprovados.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

Programação - 2014

Quinta-feira – 24/04 Sexta-feira – 25/04

Manhã

9:00 - Abertura

9:15 - What can be learned from worms about

gene x environment interactions?

Dr Michael Aschner

Coordenação: Profa. Daiana Avila

10:15 - 10:45 – Coffee Break

10:45 -11:30 – Profª Dra Ana Baish

Coordenação: Prof Vanderlei Folmer

Manhã

9:00 - Painel PPGs UNIPAMPA

Coordenador: Prof. Robson Puntel

9:00 – Profa. Dra Letícia Colomé (PPGCF)

9:45 – Prof. Dr. Mário Celso Sperotto Brum

(PPGCA)

10:30 - 11:00 Coffee Break

11:00 - 11:45 – Profª. Thaís Posser (PPGCB)

Tarde

14:00 - 15:00- Intercâmbios Internacionais

Prof. Dr Felipe Carpes

Coordenação: Profª. Cristiane Denardin

15:00 – 15:30- Apresentação de trabalhos

Coordenador: Profª. Francielli Cibin

15:00 - Aline Alves Courtes

15:15 - Elza Eliza Tenório Altvater

15:30 - 16:00 – Coffe Break

16:00 - 17:00- Apresentação de trabalhos

Coordenação: Profª. Pamela Mello-Carpes

16:00 - Liara Merlugo

16:15 -Marcus Vinicius Soares de Lara

16:30 - Rithiele Gonçalves

16:45 - Paola Zambelli Moraes

Tarde

14:00 – 15:00- Apresentação de trabalhos

Coordenador: Prof. Rafael Roehrs

14:00 - Daniela Freitas Câmara

14:15 - Cristiano Chiapinotto Spiazzi

14:30 - Daiandra Fagundez

14:45 - Hemerson Rosa

15:00 - 16:00 – Coffee e Apresentação de Posters

16:00 - 17:00 - Apresentação de trabalhos

Coordenação: Prof. Elton Denardin

16:00 - Maíra Frigo Flôres

16:15 - Mariane Magalhães Zanchi

16:30 - Ritiéle Pinto Coelho

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

Comissão organizadora do Simpósio Anual do

PPG Bioquímica 2014

Presidente

Profa. Daiana Silva de Ávila

Docentes do PPG

Profa. Pâmela Billig Mello-Carpes

Prof. Robson Luiz Puntel

Discentes do PPG

Me. Angélica Gullich

Me. Aryele Pinto Izaguirry

Caroline Altermann

Me. Caroline Martinez

Cristiane de Freitas Rodrigues

Me. Cristiano Chiapinotto Spiazzi

Daiandra de Almeida Fagundez

José Luiz Portela

Me. Liane Vargas

Me. Maria Eduarda de Lima

Pós-doc do PPG

Dra. Mauren Souza

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

Comissão científica do Simpósio Anual do PPG

Bioquímica 2014

Cleci Menezes Moreira - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5805841991374556

Cristiane Casagrande Denardin - Currículo Lattes:

http://lattes.cnpq.br/7528612885865102

Cristiano Ricardo Jesse - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0215511072119335

Daiana da Silva de Ávila - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4355211015887363

Daniel Ross - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5903230708776294

Elton Gasparotto Denardin - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6758699828667193

Francielli Weber Santos Cibin - Currículo Lattes:

http://lattes.cnpq.br/1934452177482144

Giulia Wiggers Peçanha - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0319287015319197

Marina Prigol - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6724052141066150

Pâmela Billig Mello-Carpes - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0450761543923331

Rafael Roehrs - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2145471376587567

Robson Puntel - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1134532326779900

Simone Pinton - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1205982002582299

Vanderlei Folmer - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8135232309980269

Vanusa Manfredini - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7062274179396656

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

Sumário

Apresentação ......................................................................................................................... 3

Comissão organizadora do Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014 ............................ 5

Comissão científica do Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014 ................................... 6

Sumário ................................................................................................................................... 8

Trabalhos apresentados na forma de comunicação oral ................................................. 10

EFEITO IN VIVO DO EXTRATO AQUOSO DE LUEHEA DIVARICATA CONTRA A

NEUROTOXICIDADE INDUZIDA PELO ÁCIDO 3 NITROPROPIÔNICO EM ESTRIADO CEREBRAL

DE RATOS ............................................................................................................................ 11

ENVOLVIMENTO DO RECEPTOR DE DOPAMINA D2 NO EFEITO TIPO ANTIDEPRESSIVO DA

MANGIFERINA EM CAMUNDONGOS ................................................................................... 13

OPERAÇÃO DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO PARA PURIFICAÇÃO DE ALCALOIDES EM

EXTRATOS OBTIDOS DE ESPÉCIES DE ERYTHRINA SP. ........................................................... 15

O EFEITO DA METILPREDNISOLONA NA CONSOLIDAÇÃO E PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA

AVERSIVA EM RATOS É DOSE-DEPENDENTE ........................................................................ 17

CROTAMINA PROMOVE A MEMÓRIA DE RECONHECIMENTO DE OBJETOS EM RATOS ......... 18

A EXPOSIÇÃO PROLONGADA A BAIXAS CONCENTRAÇÕES DE MERCÚRIO AUMENTA A

PRESSÃO ARTERIAL, REATIVIDADE VASCULAR E O ESTRESSE OXIDATIVO DE RATOS ............. 19

INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL ANTI-OBESIDADE DO EXTRATO DE PITANGA, ADMINISTRADO

EM LIPOSSOMAS, EM MODELO DE ACÚMULO DE LIPÍDIOS INDUZIDO POR ALTA

CONCENTRAÇÃO DE COLESTEROL ....................................................................................... 20

EFEITO DO SELENO-FURANOSÍDEO SOBRE O DÉFICIT DE MEMÓRIA INDUZIDO PELA

ADMINISTRAÇÃO INTRACEREBROVENTRICULAR DA PROTEÍNA BETA-AMILÓIDE .................. 22

C. ELEGANS COMO MODELO EXPERIMENTAL PARA AVALIAR TOXICIDADE CAUSADA POR

FERRO ................................................................................................................................. 24

COMPOSIÇÃO QUÍMICA E EFEITO PROTETOR CONTRA PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA IN VITRO DOS

EXTRATOS DE SIDA TUBERCULATA R.E. FRIES ...................................................................... 25

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO E DA SUPLEMENTAÇÃO COM CHÁ-VERDE EM

CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS E COMPORTAMENTAIS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO

........................................................................................................................................... 26

INFUSÃO DO CHÁ VERDE PROTEGE PARCIALMENTE O DANO OXIDATIVO INDUZIDO PELA

CICLOFOSFAMIDA NO SISTEMA REPRODUTOR DE CAMUNDONGOS .................................... 28

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE IN VITRO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DA

FOLHA DO YACON (SMALLANTHUS SONCHIFOLIUS) ............................................................ 30

Trabalhos apresentados na forma de pôster ..................................................................... 31

ARIL-TELURO-QUINOLINA REQUER SOD-2 E 3 PARA REVERTER A MORTALIDADE, MAS NÃO

PARA ESTENDER A VIDA DE CAENORHABDITIS ELEGANS AGUDAMENTE EXPOSTOS A

PARAQUAT .......................................................................................................................... 32

A UTILIZAÇÃO DA WIKIPÉDIA COMO REFERENCIAL TEÓRICO NO ENSINO DA BIOQUÍMICA .. 34

EXTRATO AQUOSO DE BLEPHAROCALIX SALICIFOLIUS APRESENTA AÇÃO HIPOTENSORA EM

RATOS NORMOTENSOS ....................................................................................................... 35

BIOQUÍMICA EM SALA DE AULA: A PRESENÇA DE CONCEITOS NOS LIVROS DIDÁTICOS NO

DECORRER DOS ANOS ......................................................................................................... 36

A CROTAMINA PROMOVE A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA AVERSIVA E ALTERA PARÂMETROS

BIOQUÍMICOS EM RATOS .................................................................................................... 37

AVALIAÇÃO DE PARAMETROS TOXICOLOGICOS E ANTIOXIDANTES DO EXTRATO DE CASCA DE

CEIBA SPECIOSA IN CAENORHABTIDIS ELEGANS .................................................................. 38

ALUMÍNIO INDUZ SINTOMAS PARKINSON-LIKE EM DROSOPHILA MELANOGASTER ............. 40

AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS SELENOTRIAZÓIS EM C. ELEGANS ........................................... 41

EFEITOS DA ASSOCIAÇÃO DA METILPREDNISOLONA E NEOSTIGMINA NA PERSISTÊNCIA DA

MEMÓRIA AVERSIVA EM RATOS ......................................................................................... 42

EFEITO DA MANGIFERINA NOS NÍVEIS DO NEUROTRANSMISSOR DOPAMINA E SEUS

METABÓLITOS NO CÓRTEX CEREBRAL E HIPOCAMPO DE CAMUNDONGOS ......................... 43

PAPEL NEUROPROTETOR DO EXERCÍCIO FÍSICO E DO CHÁ VERDE EM UM MODELO DE

ISQUEMIA-REPERFUSÃO CEREBRAL ..................................................................................... 45

ANÁLISE PRELIMINAR DO PERFIL LIPÍDICO E SUA ASSOCIAÇÃO COM HIPERTENSÃO ARTERIAL

EM INDIVÍDUOS DE ETNIA AFRICANA DO MUNICÍPIO DE URUGUAIANA .............................. 47

EFEITOS TOXICOLÓGICOS DE HERBICIDA A BASE DE GLIFOSATO EM CAENORHABDITIS

ELEGANS ............................................................................................................................. 49

EFEITOS BIOLÓGICOS DE EXTRATOS DE ERVA MATE EM CAENORHABDITIS ELEGANS .......... 51

DETERMINAÇÃO DA FREQÜÊNCIA DE MICRONÚCLEOS EM RATOS WISTAR TRATADOS COM

NANOSSISTEMAS CONTENDO QUININA .............................................................................. 52

ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO DO GENE DA ENZIMA TRIPTOFANO HIDROXILASE 2 (TPH 2)

COM AS ALTERAÇÕES DE COMPORTAMENTO ..................................................................... 53

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

Trabalhos apresentados na forma de

comunicação oral

Dia 24/04

15:00- Efeito in vivo do extrato aquoso de luehea divaricata contra a neurotoxicidade induzida

pelo ácido 3 nitropropiônico em estriado cerebral de ratos

15:15- Envolvimento do receptor de dopamina D2 no efeito tipo antidepressivo da mangiferina

em camundongos

16:00- Operação de extração líquido-líquido para purificação de alcaloides em extratos obtidos

de espécies de Erythrina sp.

16:15- O efeito da metilprednisolona na consolidação e persistência da memória aversiva em

ratos é dose-dependente

16:30- Crotamina promove a persistência da memória de reconhecimento de objetos em ratos

16:45- A exposição prolongada a baixas concentrações de mercúrio aumenta a pressão arterial,

reatividade vascular e o estresse oxidativo de ratos.

Dia 25/04

14:00- Investigação do potencial anti-obesidade do extrato de pitanga, administrado em

lipossomas, em modelo de acúmulo de lipídios induzido por alta concentração de colesterol

14:15- Efeito do seleno-furanosídeo sobre o déficit de memória induzido pela administração

intracerebroventricular da proteína beta-amilóide

14:30- C. elegans como modelo experimental para avaliar toxicidade causada por ferro

14:45- Composição química e efeito protetor contra peroxidação lipídica in vitro dos extratos de

sida tuberculata r.e. fries

16:00- Efeitos do exercício físico e da suplementação com chá-verde sobre características

bioquímicas e comportamentais associadas ao envelhecimento

16:15- Infusão do chá verde protege parcialmente o dano oxidativo induzido pela ciclofosfamida

no sistema reprodutor de camundongos

16:30- Avaliação do potencial antioxidante in vitro do extrato hidroalcoólico da folha do yacon

(smallanthus sonchifolius)

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

EFEITO IN VIVO DO EXTRATO AQUOSO DE LUEHEA DIVARICATA

CONTRA A NEUROTOXICIDADE INDUZIDA PELO ÁCIDO 3

NITROPROPIÔNICO EM ESTRIADO CEREBRAL DE RATOS

Aline Alves Courtes, Mestranda em Bioquímica, Universidade Federal do Pampa

Letícia Priscila Arantes, Doutoranda em Bioquímica Toxicológica, Universidade Federal de Santa Maria

Rômulo Pillon Barcelos, Doutorando em Bioquímica Toxicológica, Universidade Federal de Santa Maria

Ingrid Kich da Silva, Graduação em Química, Universidade Federal de Santa Maria

Juliano Boufleur Farinha, Mestre em Educação Física, Universidade Federal de Santa Maria

Félix Antunes Soares, Pós Doutorado em Bioquímica, Universidade Federal de Santa Maria

Robson Luiz Puntel, Doutor em Bioquímica Toxicológica, Universidade Federal do Pampa

Introdução: A Doença de Huntington (DH) é uma doença neurodegenerativa

autossômica dominante hereditária, caracterizada pela degeneração de neurônios

estriatais que leva a prejuízos motor e cognitivo. Ácido 3 nitropropiônico (3NP), um

inibidor da enzima succinato desidrogenase mitocondrial, têm sido utilizado em

modelos experimentais por induzir sintomas semelhantes a DH, assim como lesões no

estriado. Luehea divaricata (L. divaricata), popularmente conhecida no Brasil como

“Açoita Cavalo”, contêm numerosos polifenóis, os quais podem atuar como agentes

neuroprotetores em vários ensaios in vitro e in vivo em doenças neurodegenerativas.

Objetivo: Neste estudo nós investigamos o efeito in vivo do extrato aquoso de Luehea

divaricata frente às alterações comportamentais e oxidativas induzidas pelo ácido 3

NP em ratos. Metodologia: 25 ratos adultos Wistar machos (200-250g) foram divididos

em 5 grupos: (1) Controle, (2) L. divaricata (1000 mg/Kg), (3) 3NP, (4) L. divaricata

(500 mg/Kg) + 3NP e (5) L. divaricata (1000 mg/Kg) + 3NP. Grupos 2, 4 e 5 receberam

durante 7 dias, somente o extrato aquoso através de gavagem intragástrica. A partir

do oitavo dia, os grupos 3, 4 e 5 receberam 20 mg/Kg (ip.) durante 3 dias

consecutivos, totalizando 10 dias de tratamento. No décimo dia, avaliou-se os

parâmetros de atividade locomotora (Rota Rod e Open Field) e realizou-se as análises

bioquímicas, determinação da peroxidação lipídica (TBARS), formação de ROS

utilizando 2',7'-Diclorofluoresceína e atividade da acetilcolinesterase, em estriado.

Resultados: Nossos dados demonstram que o 3NP induziu os sintomas da DH:

provocou mudanças de comportamento, evidenciados pela diminuição da atividade

locomotora no Rota Rod e Open Field; dano oxidativo pelo aumento dos níveis de

ROS e redução da atividade da acetilcolinesterase. L. divaricata protegeu contra as

alterações comportamentais observadas nos testes Rota Rod e Open Field. O extrato

aquoso também protegeu contra algumas alterações bioquímicas causadas pelo 3NP

em ratos. Conclusão: Nossos resultados sugerem que o possível efeito neuroprotetor

da L. divaricata, contra a toxicidade do 3NP, pode ser devido a suas propriedades

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

antioxidantes, no entanto, mais estudos ainda são necessários. Agências de

Financiamento: FAPERGS, CAPES, CNPq, FINEP, INCT-EN, UNIPAMPA e UFSM.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

ENVOLVIMENTO DO RECEPTOR DE DOPAMINA D2 NO EFEITO TIPO

ANTIDEPRESSIVO DA MANGIFERINA EM CAMUNDONGOS

Elza Eliza Tenório Altvater - Aluna de graduação (iniciação científica); Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui Renata Giacomeli - Aluna de mestrado; Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui.

Carlos Borges Filho - Aluno de mestrado; Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui. Franciele Donato - Aluna de doutorado; Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui.

Cristiano Ricardo Jesse - Doutor; Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui

Introdução: A depressão é alvo de grandes discussões em saúde mental por ser uma

das condições neuropsiquiátricas mais comuns, sendo previsto para o ano de 2030, a

maior causa mundial de incapacitação. É relevante ressaltar a importância em

identificar e pesquisar moléculas derivadas de espécies de origem natural, que são

farmacologicamente ativas e que possuam baixos ou nenhum efeito colateral para uso

no tratamento de patologias que acometem invariavelmente a população. Nesse

contexto, destaca-se a mangiferina (1,3,6,7-tetrahidroxixantona-C2-beta-D-glicosada),

um composto bioativo da manga que está recebendo cada vez mais atenção no meio

científico, como um importante composto biologicamente ativo, devido a versatilidade

de atividades biológicas. Objetivos: Avaliar o efeito tipo antidepressivo da mangiferina

e os mecanismos envolvidos neste efeito em camundongos. Metodologia: Foram

utilizados camundongos C57BL/6J, os quais receberam via oral o composto

mangiferina (0,2; 1, 5 e 25 mg/kg) ou veículo (10 mL/kg) 1 hora antes dos testes. Para

avaliar os mecanismos, os animais foram pré-tratados com haloperidol (0,2 mg/kg, i.p.,

antagonista não seletivo de receptores dopaminérgicos), SCH 23390 (0,05 mg/kg, s.c.,

antagonista seletivo de receptores D1 dopaminérgicos) e sulpirida (50 mg/kg, i.p.,

antagonista seletivo de receptores D2 dopaminérgicos), 30 minutos antes da

administração da mangiferina (5mg/kg, p.o.) ou veículo. Os testes foram realizados

uma hora após. Para avaliação do efeito tipo antidepressivo foi utilizado o teste da

suspensão da cauda (TSC); um modelo animal preditivo de atividade antidepressiva e

o teste de campo aberto (TCA), utilizado para avaliar a atividade locomotora. Os

resultados foram analisados utilizando análise de variância (ANOVA), seguida pelo

teste de Newman–Keuls, diferenças inferiores a (P < 0.05) foram consideradas

significativas. Resultados: Os resultados demonstraram que a mangiferina (5-25mg/kg)

reduziu significativamente o tempo de imobilidade no TSC, sugerindo que este

composto foi capaz de induzir um efeito tipo antidepressivo em camundongos. Na

avaliação dos mecanismos, podemos observar que a redução do tempo de

imobilidade no TSC provocada pela administração oral da mangiferina (5 mg/kg) foi

prevenida pelo pré-tratamento dos camundongos com haloperidol e sulpirida. O

tratamento com a mangiferina ou os antagonistas utilizados, em todas as doses

14

Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

testadas, não produziram nenhuma alteração na atividade locomotora no TCA,

descartando um possível efeito psicoestimulante. Deste modo, pode-se inferir que o

receptor dopaminérgico (D2), está envolvido no efeito tipo antidepressivo exercido pela

mangiferina no TSC, pois a reversão deste efeito indica que é dependente da

interação com este receptor. Conclusão: Conclui-se que a mangiferina exerce

significativo efeito tipo antidepressivo, o que provavelmente é dependente de uma

interação com o sistema dopaminérgico, por meio de uma modulação do receptor de

dopamina D2.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

OPERAÇÃO DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO PARA PURIFICAÇÃO DE

ALCALOIDES EM EXTRATOS OBTIDOS DE ESPÉCIES DE ERYTHRINA SP.

Liara Merlugo, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Bioquímica, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana-RS.

Marí Castro Santos, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana-RS.

Everson Willian Fialho Cordeiro, Graduando do curso de Farmácia, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana-RS.

Luiz Alcides das Chagas Batista, Graduando do curso de Farmácia, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana-RS.

Cleci Menezes Moreira, Doutora em Ciências Fisiológicas, Professora dos Programas de Pós-graduação em Bioquímica e Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana-RS.

Andreas Sebastian Loureiro Mendez, Doutor em Ciências Farmacêuticas, Professor dos Programas de Pós-graduação em Bioquímica e Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana-

RS.

Introdução: As plantas do gênero Erythrina (Fabaceae), conhecidas popularmente no

Rio Grande do Sul como “corticeira”, são utilizadas na medicina popular como

analgésico, sedativo e ansiolítico. As espécies desse gênero chamam a atenção dos

pesquisadores devido à bioprodução significativa de alcaloides, os quais estão

presentes em alta concentração e possuem ações fisiológicas diversas. Objetivo: O

presente trabalho teve como objetivo estudar o processo extrativo de alcaloides a

partir de duas espécies do gênero Erythrina, Erythrina falcata e Erythrina crista-galli,

avaliando a eficiência de extração através de método por cromatografia líquida de alta

eficiência (CLAE). Metodologia: As espécies vegetais foram coletadas e submetidas à

secagem em estufa a 40°C por um período de 5 dias. Após, foram trituradas e

submetidas à extração através do processo de maceração exaustiva utilizando como

líquido extrator etanol 40% (v/v). Na sequência, os extratos etanólicos foram

submetidos à extração líquido-líquido para alcaloides por ensaio de Stas-Otto. Para

tal, quantidades definidas dos extratos foram concentrados em rota-evaporador e

então redissolvidos em diclorometano:metanol, com posterior extração com solução de

HCl a 5% (v/v). A seguir, a fração aquosa foi alcalinizada com NH4OH e submetida à

extração com diclorometano. O solvente orgânico foi eliminado e o extrato analisado

por CLAE, seguindo método padronizado. Resultados: A partir dos resultados obtidos

pode-se observar que a análise por CLAE apresentou picos majoritários com detecção

na faixa de tempo de 20 a 55 minutos para as duas espécies, apresentando máximos

de absorção ultravioleta em 254 e 280 nm, característicos para alcaloides. O

comparativo dos cromatogramas referente ao extrato bruto e aos extratos purificados

ilustra a purificação efetiva e concentração de alcaloides nas espécies em estudo,

havendo coerência com dados da literatura para o gênero, que indica a presença

desta classe química. Ainda, a característica básica dos componentes alcaloidais

permite que, quando em contato com soluções aquosas de ácidos minerais, os

16

Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

mesmos se convertam em sais, e quando tratados com soluções alcalinas, levem à

formação de amina livre em sua estrutura, facilitando a extração pela técnica proposta.

Conclusão: O processo de extração ácido-base foi eficiente, permitindo a extração dos

compostos desejados. Os dados de performance analítica por CLAE indicam a

possibilidade de isolamento e identificação destes componentes através de técnica

cromatográfica acoplada à espectrometria de massas.

Agradecimentos: FAPERGS, CAPES e PBDA-Unipampa.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

O EFEITO DA METILPREDNISOLONA NA CONSOLIDAÇÃO E

PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA AVERSIVA EM RATOS É DOSE-

DEPENDENTE

Marcus Vinicius Soares de Lara. Acadêmico de Fisioterapia. Universidade Federal do Pampa. Rithiele Gonçalves. Acadêmico de Fisioterapia. Universidade Federal do Pampa.

Ben-Hur Neves. Acadêmico de Fisioterapia. Universidade Federal do Pampa. Cháriston Dal-Belo. Doutor em Farmacologia. Professor adjunto. Universidade Federal do Pampa.

Liane da Silva de Vargas. Mestre em Bioquímica. Universidade Federal do Pampa. Pâmela Billig Mello Carpes. Doutora em Ciências Biológicas: Fisiologia. Professora adjunto. Universidade

Federal do Pampa.

A memória aversiva representa nossa capacidade de identificar situações de perigo,

sendo essencial para a sobrevivência em mamíferos. Dentre as substâncias que

podem interferir nas fases de processamento da memória estão os corticosteroides. A

Metil Prednisiolona (MP), droga pertencente a este grupo, é comumente utilizada na

terapia de inflamações, porém, pode interferir em estágios de processamento da

memória. Este trabalho busca compreender os efeitos da administração de MP em

diferentes doses na memória aversiva em ratos. Foram utilizados 30 ratos Wistar

machos divididos em 3 grupos, com 10 animais cada: Controle (recebeu 20mL de

salina), experimental 1 (MP em baixa dose: 5mg/kg), e experimental 2 (MP em alta

dose: 30mg/kg). Todos os animais passaram pelos mesmos protocolos experimentais:

(1) administração de solução salina ou MP por 10 dias via intraperitoneal; (2) teste de

esquiva inibitória (EI) para avaliação da consolidação e persistência de memória

aversiva (testada 24h, 7, 14 e 21 dias após o treino); e, (3) testes de Campo Aberto

(CA) e Labirinto em Cruz Elevado (LCE) para avaliação da atividade locomotora e

ansiedade, respectivamente. Para analisar os resultados da EI foi utilizado o teste de

Kruskall-Wallis seguido de posthoc de Dunn a fim de comparar o desempenho dos

grupos a cada dia de teste, e o teste de Wilcoxon para comparações treino/teste; para

os testes de CA e LCE utilizou-se ANOVA de uma via. No teste de EI, a administração

de baixa dose de MP prolongou a persistência desta memória quando comparada ao

grupo controle (P=0,01 no teste de 21 dias, quando nos demais grupos já não se

observavam diferenças) e quando comparada ao grupo dose alta. A administração de

MP não alterou a atividade locomotora e ansiedade. É possível concluir que a

administração de MP em dose baixa pode auxiliar na persistência de memória

aversiva; sendo assim, os efeitos da MP sobre a memória são dose-dependente.

Agradecimentos: CAPES. UNIPAMPA.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

CROTAMINA PROMOVE A MEMÓRIA DE RECONHECIMENTO DE

OBJETOS EM RATOS

Rithiele Gonçalves, Acadêmico de Fisioterapia da UNIPAMPA Marcus Vinicius Soares de Lara, Acadêmico de Fisioterapia da UNIPAMPA

Ben-Hur Souto das Neves, Acadêmico de Fisioterapia da UNIPAMPA Liane Vargas, Mestre em Bioquímica pela UNIPAMPA

Pâmela Billig Mello-Carpes, Doutora em Ciências Biológicas: Fisiologia, orientadora pelo PPG Bioquímica, UNIPAMPA

Introdução: Estudos anteriores demonstraram que a crotamina uma toxina isolada do

veneno de Crotalus durissus terrificus, aumenta a libertação basal de dopamina e

acetilcolina do sistema nervoso de ratos. Estes neurotransmissores são importantes

moduladores de processos mnemônicos. Assim, este estudo tem como objetivo

determinar se intrahipocampal infusão de crotamima melhora a persistência da

memória de reconhecimento de objetos. Métodos: 26 ratos Wistar machos adultos

foram submetidos à cirurgia estereotáxica para implantação de cânulas no hipocampo.

Após 3 dias de recuperação que foram treinados na tarefa de memória de

reconhecimento de objeto (RO) e foram divididos aleatoriamente em dois grupos, que

receberam , depois do treinamento, a infusão intra- hipocampal de: (1) solução salina

0,9% ( veículo, 1 mL / lateral) ; ou , ( 2 ) crotamina ( 1 mL / lateral , 1 mg / mL ) . A

memória foi testada 1, 7, 14 e 21 dias após a infusão de toxina ou veículo. Resultados:

O tempo de exploração na tarefa e RO foi convertido em porcentagem do tempo total

de exploração e analisados por meio de um teste t para amostras com média teórica =

50 %. 24 h após treinamento de todos os animais foram capazes de reconhecer o

novo objeto, explorando-o para uma porcentagem significativamente maior de tempo

do que 50% (P = 0,004 controle ; crotamina P = 0,001) , o que demonstra a

consolidação da memória . Em testes de 7, 14 e 21 dias, no entanto, o grupo controle

explorou igualmente os dois objetos (P = 0,1 , P = 0,06 , P = 0,1 , respectivamente),

quanto os animais do grupo crotamina foram capazes de reconhecer o novo objeto,

até 14 dias após treinamento (P < 0,01), o que demonstra a persistência de memória

apenas no grupo crotamina . Conclusão: A infusão crotamina intrahipocampal promove

a persistência da memória de reconhecimento. Apesar dos dados mostrarem um

indicativo de que da possibilidade do uso de crotamina como ferramenta farmacológica

para doenças que envolvem perda de memória, mais experimentos são necessários

para elucidar os mecanismos envolvidos neste efeito.

19

Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

A EXPOSIÇÃO PROLONGADA A BAIXAS CONCENTRAÇÕES DE MERCÚRIO

AUMENTA A PRESSÃO ARTERIAL, REATIVIDADE VASCULAR E O

ESTRESSE OXIDATIVO DE RATOS

Paola Zambelli Moraes, Discente de iniciação cientifica do Grupo de pesquisa de Fisiologia Cardiovascular - GPFisCar – UNIPAMPA

João Guilherme Torres Dini - Discente de iniciação cientifica do Grupo de pesquisa de Fisiologia Cardiovascular - GPFisCar - UNIPAMPA

Danize Aparecida Rizzetti - Discente de doutorado do PPGBioq - UNIPAMPA Franck Maciel Peçanha - Docente do laboratório de Fisiologia Cardiovascular – UNIPAMPA

Giulia Alessandra Wiggers - Docente do laboratório de Fisiologia Cardiovascular - UNIPAMPA

Introdução: A exposição ao mercúrio pode comprometer diversos órgãos e sistemas.

Exposições por 30 dias a baixas concentrações afetam o sistema cardiovascular e o

estresse oxidativo é apontado como um dos mecanismos deste dano. Entretanto, os

efeitos de uma exposição prolongada (60 dias), ainda não foram relatados. Objetivo:

Verificar os efeitos da exposição prolongada a baixas concentrações de HgCl2, sobre

a pressão arterial, a reatividade vascular da artéria aorta e o status oxidante e

antioxidante do plasma de ratos. Materiais e métodos: Ratos machos Wistar foram

divididos em dois grupos: a) HgCl2 (HgCl2 i.m., 1ª dose de 4,6ug/kg e subsequentes

de 0,07 ug/kg/dia, conforme Wiggers et al. 2008); b) não-tratado (salina i.m.). A

pressão arterial sistólica e diastólica foi analisada pela medida direta com a canulação

da artéria carótida e a reatividade vascular a artéria aorta pela técnica de tecido

isolado em banho de órgãos com realização de curvas concentração-resposta à

fenilefrina em anéis. A peroxidação lipídica (Ohkawa et al. 1979), os níveis de

grupamentos SH não proteicos (Ellman, 1959), a atividade da SOD (Misra & Fridovich,

1972) e catalase (Aebi, 1984) foram analisados em plasma. Resultados: A exposição

prolongada ao HgCl2 aumentou a pressão arterial sistólica e a reatividade vascular da

artéria aorta, aumentou a resposta contrátil à fenilefrina, reduziu a participação

endotelial e do óxido nítrico e aumentou a participação de EROs e de prostanóides

vasoconstritores da COX nesta resposta. Aumentou os níveis de MDA plasmáticos, os

grupamentos SH não proteicos e a atividade da enzima SOD, sem alterações na

atividade da catalase. Conclusão: A exposição durante 60 dias a baixas concentrações

de mercúrio é capaz de causar aumento da pressão arterial e alterar a reatividade

vascular além de promover.estresse oxidativo em ratos.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL ANTI-OBESIDADE DO EXTRATO DE

PITANGA, ADMINISTRADO EM LIPOSSOMAS, EM MODELO DE ACÚMULO

DE LIPÍDIOS INDUZIDO POR ALTA CONCENTRAÇÃO DE COLESTEROL

Daniela Freitas Câmara, Graduanda Farmácia, Unipampa Willian Goulart Salgueiro, Graduando Farmácia, Unipampa

Ana Thalita Gonçalves Soares,Graduanda Farmácia, Unipampa Maurício Jacques,Graduando Farmácia, Unipampa Cristiane Freitas Rodrigues, Mestranda, Unipampa Daiandra Almeida Fagunde,Mestranda, Unipampa

Cristiane Denardin, Docente, Unipampa Daiana Silva Ávila, Docente, Unipampa

A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública, pois o excesso de

gordura é fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes

mellitus e problemas cardiovasculares. A pitanga roxa (Eugenia uniflora L.) é uma

planta nativa do Brasil que têm conhecida atividade terapêutica no tratamento de

várias doenças, tais como febre, dores de estômago, hipertensão e utilizada

empiricamente no tratamento da obesidade, por isso a importância de estudos que

comprovam a sua atividade anti-obesidade. Caenorhabditis elegans é um modelo útil

para o estudo, pois além da fácil manipulação, seus processos metabólicos são

mantidos em relação aos mamíferos. Objetivo: Avaliar o efeito anti- obesidade do

extrato de pitanga roxa, administrado em lipossomas, em um modelo de acumulação

de lipídios induzida por elevada concentração de colesterol. Os lipossomas foram

usados porque impede a interação da droga com a bactéria, alimento do nematoide.

Metodologia: O extrato foi incorporado em lipossomas, os quais foram distribuídos em

placas contendo meio de crescimento NGM com bactérias E. coli. As quantidades de

lipossomas foram variadas de 10 a 50 µL, e o fornecimento de bactérias foi mantido o

mesmo, 30 µL. Vermes N2 tipo selvagem e TUB- 1 (genótipo para o acúmulo de

gordura) e CF 1038 mutantes nocaute para daf -16, foram expostos ao tratamento por

48h. Após os animais foram contados para determinar se o tratamento oferecia

toxicidade. O acúmulo de lipídios e triglicérides foi medido por Kits, e taxa de

reprodução foi avaliada pela contagem de ovos viáveis. Resultados: Foi observado

aumento no acúmulo de lipídios e triglicerídeos em vermes N2, TUB e CF1038

tratados com 50 µM de colesterol, porém sem alteração na taxa de sobrevivência.

Todas as proporções de lipossoma / fruta diminuíram o armazenamento de lipídios e

triglicerídeos nos animais N2 e TUB - 1. Vermes TUB -1 apresentaram maior acúmulo

de lipídios e triglicérides do que vermes N2, o que está de acordo com o genótipo ,

pois o gene TUB -1 está envolvido na regulação do metabolismo e armazenamento de

gordura, e os animais utilizados tiveram este gene nocauteado. No entanto, em

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

vermes CF1038 que não possuem daf -16, que funciona como um fator de transcrição

que atua na via de sinalização insulina/IGF-1, e regula o metabolismo de gordura, e

resposta ao estresse , o tratamento não foi eficaz na diminuição do acúmulo lipídico.

Tal resultado indica que os mecanismos envolvidos na diminuição do acúmulo lipídico

podem ser dependentes da via daf - 16. A alta concentração de colesterol, assim como

o tratamento com lipossomas / frutas não foram capazes de mudar a postura e a

viabilidade dos ovos de vermes N2, no entanto, nos nematoides TUB-1 a alta

concentração de colesterol diminuiu a postura de ovos, e o aumento da proporção de

lipossomas foi capaz de reverter esse efeito. Conclusão: Os resultados mostram a

viabilidade do modelo de indução de obesidade, e indica a eficácia da pitanga roxa na

redução da acúmulo lipídico. Mais estudos estão sendo realizados para elucidar os

mecanismos envolvidos na regulação lipídica.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

EFEITO DO SELENO-FURANOSÍDEO SOBRE O DÉFICIT DE MEMÓRIA

INDUZIDO PELA ADMINISTRAÇÃO INTRACEREBROVENTRICULAR DA

PROTEÍNA BETA-AMILÓIDE

Cristiano Chiapinotto Spiazzi, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da UNIPAMPA Melina Bucco Soares - Mestre, PPGCA, UNIPAMPA

Aryele Pinto Izaguirry - Doutoranda, PPGBioq – UNIPAMPA Laura Musacchio Vargas - Mestre, PPGCA – UNIPAMPA Natasha Frasson - Mestranda, PPGBioq – UNIPAMPA Mariane Zanchi - Mestranda, PPGBioq – UNIPAMPA Suzi Wollenhaupt - Mestre, PPGBioq – UNIPAMPA

Prof. Dra. Francielli Weber Santos Cibin - UNIPAMPA

A Doença de Alzheimer (DA) é um processo patológico neurodegenerativo relacionado

principalmente ao envelhecimento. Uma das principais características

neuropatológicas da doença é a presença de placas senis, formada por depósitos

extracelulares de proteína beta-amilóide (βa). Entre os sintomas apresentados estão:

afasia (desordem de linguagem com dificuldade de identificação, fluência,

compreensão e associação das palavras), apraxia (perda da capacidade de executar

movimentos) e agnosia (deterioração na capacidade de reconhecer ou identificar

objetos e/ou familiares). O objetivo desse trabalho é avaliar o efeito de um composto

orgânico sintético contendo selênio, o seleno-furanosídeo (SeF), sobre o efeito

patológico, semelhante à DA, gerado pela administração da proteína β-amilóide (βa).

Uma única dose da proteína βa (5 nmol/5 µL/intracerebroventricular) ou água filtrada

foi administrada em camundongos machos por meio de protocolo à “mão livre”,

utilizando a fissura bregma como referência. Os animais receberam o composto de

selênio na dose de 5 mg/kg ou veículo (óleo de canola) por via oral durante 4 dias

precedentes à administração da βa, e durante os 4 dias posteriores. No terceiro dia

após a administração da βa foi realizada a adaptação dos animais ao teste da esqu iva

passiva, utilizado para avaliação da memória, e no quarto dia foi realizado o teste de

retenção. O tempo de cut-off para a latência de step-down no teste de retenção da

esquiva passiva foi estipulado em 5 min. Para avaliação da atividade locomotora, foi

realizado o teste do campo aberto, considerando o número de cruzadas, rearings e

groomings durante o período de 5 minutos. Os animais do grupo βa apresentaram um

déficit de memória, no teste da esquiva passiva, evidenciado por um tempo de latência

de step-down significativamente menor do que os animais do grupo controle (56%). O

grupo tratado com SeF apresentou uma melhora significativa em relação ao grupo βa,

porém a melhora apresentada não chegou aos níveis do controle. Os camundongos

não apresentaram déficit da atividade locomotora, evidenciado pelo teste do campo

23

Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

aberto. Os resultados demonstram que uma única administração de βa causa déficit

de memória em camundongos machos em um curto período de tempo, e o composto

utilizado, seleno-furanosídeo, foi capaz de melhorar parcialmente o déficit induzido

pela proteína βa. O campo aberto confirma que os resultados observados na esquiva

passiva se devem unicamente aos efeitos da proteína, e não por uma imparidade

locomotora. Dessa forma, podemos sugerir que o composto de selênio possui

atividade sobre o sistema nervoso central, porém mais testes são necessários para

avaliar o seu potencial farmacológico. Agradecimentos: CAPES e FAPERGS.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

C. ELEGANS COMO MODELO EXPERIMENTAL PARA AVALIAR

TOXICIDADE CAUSADA POR FERRO

Daiandra Fagundez, mestranda, Unipampa Willian Goulart Salgueiro, granduando, Unipampa

Ana Thalita Soares, graduanda, Unipampa Daiana Silva de Ávila, Dr, Unipampa

O ferro é um metal biologicamente importante, sendo o metal mais abundante no

corpo humano, seu estado de oxidação é essencial na ação biológica de transporte de

oxigênio e reações redox, particularmente na respiração celular. Este metal tem sido

descrito como um elemento importante na patogênese dos mecanismos da

neurodegeneração. A neurodegeneração é o componente principal do Mal de

Parkinson e do Mal de Alzheimer, assim como de outras doenças nas quais os

neurônios motores estão envolvidos. Os Caenorhabditis elegans, são pequenos

vermes que vivem no solo, com um comprimento até 1,2 mm na fase adulta. Entre as

principais vantagens da utilização deste modelo salienta-se a sua fácil manipulação e

manutenção em laboratório e o fato de possuírem diversas homolgias genéticas com

os mamíferos. Sendo este um modelo extremamente eficaz podendo ser um método

alternativo de grande potencial para substituir outros modelos animais. O objetivo do

presente estudo foi avaliar os efeitos do ferro sobre parâmetros de estresse oxidativos

em C. elegans. Os nematóides utilizados no estudo foram do tipo selvagem N2,

obtidos do Caenorhabitis Genetics Center, Minnesota, EUA. As cepas foram mantidas

em meio de crescimento de nematóides (NGM) )/E.coli OP50, sendo mantidos em

incubadoras a 20ºC. Os vermes no primeiro estágio larval (L1) foram expostos ao ferro

(FeSO4) por 30min em diferentes concentrações (controle, 0,05mM, 0,1mM e 0,5mM).

Após 48h foram realizados os ensaios para medir as espécies reativas de oxigênio

usando o marcador fluorescente H2DCF-DA, a peroxidação lipídica através da análise

das espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e os níveis de proteínas

carboniladas da oxidação da dinitrofenilhidrazina (DNPH).Os níveis de EROS,

peroxidação lipídica e de carbonilação proteica aumentaram nos vermes expostos ao

ferro, juntos esses dados sugerem que om ferro, mesmo em doses baixas é capaz de

levar ao estresse oxidativos, causando ainda outros efeitos como diminuição na

postura de ovos e déficit locomotor. Os metais têm recebido atenção considerável

devido a sua capacidade de induzir danos oxidativos e neurodegeneração. Ainda não

é claro se o acumulo destes metais, entre eles o ferro, são a causa ou atuam na

progressão de doenças como Parkinson, Alzheimer e Huntington. Sendo assim torna-

se cada vez mais importante o estudo dos mecanismos envolvidos na toxicidade

causada por metais, principalmente em situações patológicas.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

COMPOSIÇÃO QUÍMICA E EFEITO PROTETOR CONTRA PEROXIDAÇÃO

LIPÍDICA IN VITRO DOS EXTRATOS DE SIDA TUBERCULATA R.E. FRIES

Hemerson Rosa, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Bioquímica – Unipampa Andréia Caroline Fernandes Salgueiro - Doutorando do PPG Bioquímica – Unipampa Dérick S Noronha - Aluno de iniciação científica - Curso de Aquicultura – Unipampa Andreas Sebastian L. Mendez - Professor Doutor do PPG Bioquímica – Unipampa

Vanderlei Folmer - Professor Doutor do PPG Bioquímica – Unipampa

Introdução - Sida tuberculata (ST) é uma espécie de porte herbáceo ou semi-arbustivo

pertencente à família Malvaceae. Embora seja usada popularmente para diversas

enfermidades, praticamente não existem estudos fitoquímicos, bioquímicos ou

farmacológicos com esta planta. Objetivos - Assim, o presente estudo se propôs a

investigar os principais componentes dos extratos de ST, bem como o efeito destes

sobre a peroxidação lipídica em homogenato de cérebro de ratos. Metodologia - Os

extratos hidroetanólicos foram obtidos por percolação e os extratos aquosos por

infusão, ambos na proporção 1:10 (p,v). As análises cromatográficas por HPLC foram

realizadas usando um sistema de fase reversa, seguindo as seguintes condições:

coluna C18 (250 x 4.6 mm); taxa de fluxo 0.8 ml min-1; detecção por DAD; eluição

gradiente. O sistema de LC-ESI-MS foi operado em modo positivo e as condições

usadas foram: nebulizador a 40.0 psi, temperatura de volatização de 300 ºC e

voltagem de capilaridade de 1500 V. Atividade antioxidante in vitro foi realizada

através do ensaio de TBARS em homogenato de cérebro de ratos juntamente com

avaliação da capacidade quelante de ferro. Resultados – Os principais componentes

detectados nos extratos são derivados dos ecdisteróides (20-hydroxyecdysone e 20-

hydroxyecdysone-3-glycopyranoside) identificados com base nos íons moleculares e

os seus fragmentos obtidos por espectrometria de massas. Os extratos hidroetanólicos

das folhas e raízes foram os mais efetivos na inibição da peroxidação lipídica a partir

das concentrações de 0.15 e 0.3 mg/ml respectivamente (p < 0.05). Em parte, estes

resultados podem ser explicados pela propriedade quelante de ferro mostrada por

todos os extratos avaliados. Conclusões – Os efeitos protetores apresentados contra

os danos lipídicos apresentados pelos extratos de ST podem estar relacionados à

presença dos ecdisteróides como componentes majoritários. Entretanto, mais estudos

são necessários para investigar os mecanismos responsáveis por esta propriedade.

Financiamento: Capes e Unipampa.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO E DA SUPLEMENTAÇÃO COM CHÁ-

VERDE EM CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS E COMPORTAMENTAIS

ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO

Maíra Frigo Flôres, Mestre, UNIPAMPA Helen Lidiane Schmidt, mestranda, UNIPAMPA

Alexandre Martins, graduando, UNIPAMPA Pâmela Billig-Mello Carpes, doutora, UNIPAMPA

Felipe Pivetta Carpes, doutor, UNIPAMPA

O envelhecimento causa prejuízos cognitivos e de memória que têm sido relacionados

com o estresse oxidativo (EO). Descobrir formas de atenuá-lo é importante para

minimizar perdas cognitivas. O exercício físico (EF) e as catequinas constituintes do

chá verde (CV) são potenciais antioxidantes que podem auxiliar na proteção das

funções cognitivas e de memória. Essa pesquisa verificou os efeitos do EF e da

suplementação com o CV sobre aspectos bioquímicos e comportamentais associados

ao envelhecimento. Ratos Wistar com 9 meses de idade foram divididos em grupos,

sendo eles: controle (GC) (n=16), GEF (n=18), GCV (n=18), GEF+CV (n=21), além de

um grupo controle jovem (GCJ) (n=10). As intervenções foram feitas por 3 meses,

constando de EF e ingestão de CV de maneira isolada ou combinada. O EF foi

aeróbico em esteira rolante, 5x semanais, por 30 min, a 60-70% do VO2máx. O CV foi

administrado ad libitum, diluído na água de beber (13.33 g/L), preparado diariamente.

Os testes cognitivos realizados foram o teste de reconhecimento de objetos (RO),

esquiva inibitória (EI), e para controle comportamental os testes labirinto em cruz

elevado (LCE), campo aberto (CA) e tail flick (TF). Os parâmeros bioquímicos testados

foram a lipoperoxidação (TBARS), atividade da Glutationa Peroxidase (GPx),

glutationa (GSH) e espécies reativas de oxigênio (EROs). A análise estatística foi feita

com pacote estatístico, sendo os dados testados quanto à normalidade, e os grupos

ou condições comparados (p<0.05). No teste do RO, os grupos que realizavam EF

(com ou sem CV) exploraram por mais tempo o objeto não familiar (69.32 ± 7.32% e

68.81 ± 6.21% do tempo total de exploração, respectivamente), comportamento

semelhante ao do GCJ (71.11 ± 5.78% do tempo total de exploração), enquanto nos

outros grupos esse tempo foi igual para os dois objetos. No teste da EI, todos os

grupos aumentaram a latência de descida no teste, em comparação ao treino, e o EF

per se foi eficaz na prevenção de déficits cognitivos, visualizada ao comparar os

grupos envelhecidos ao GCJ (P=0.044 e P=0.94, respectivamente). O envelhecimento

e as intervenções não afetaram a capacidade locomotora, ansiedade, e sensibilidade à

dor dos animais, fato esse verificado nos testes CA, LCE e TF. Quanto aos parâmetros

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

bioquímicos, a expressão do GSH foi maior no GCJ (P<0.01) que no GC, e todas as

intervenções aumentaram essa expressão no córtex pré-frontal (P<0.01). Os valores

de Gpx estavam elevados no GCJ (P<0.015) no hipocampo, e em todos os grupos de

intervenção (P<0.05) no estriado. EROs no hipocampo e estriado (P<0.01) reduziram

em todos os grupos de intervenção. Os valores de TBARS estavam elevados no

córtex pré-frontal do GEF (P<0.01). Em conclusão, o CV não evitou déficits cognitivos

no envelhecimento, mas diminuiu EROs aumentando as defesas antioxidantes. O EF

melhorou todos os parâmetros bioquímicos e comportamentais testados. A associação

do CV ao EF não trouxe benefício adicional a esses parâmetros.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

INFUSÃO DO CHÁ VERDE PROTEGE PARCIALMENTE O DANO

OXIDATIVO INDUZIDO PELA CICLOFOSFAMIDA NO SISTEMA

REPRODUTOR DE CAMUNDONGOS

Mariane Magalhães Zanchi, Graduada em Farmácia, UFSM, Mestranda em Bioquímica, PPGBioq/UNIPAMPA.

Dra. Vanusa Manfredini, UNIPAMPA. Mestre Laura Musacchio Vargas, UNIPAMPA.

Mestre Cristiano Chiapinotto Spiazzi, UNIPAMPA. Mestre Melina Bucco Soares, UNIPAMPA. Mestre Aryele Pinto Izaguirry, UNIPAMPA. Dra. Francielli Weber Santos, UNIPAMPA.

A ciclofosfamida (CF) é um agente antineoplásico e imunossupressor, usado no

tratamento de tumores, doenças auto-imunes e em transplante de órgãos. A CF sofre

metabolização pelo citocromo P-450 para formar metabólitos ativos como a mostarda

fosfaramida e acroleína, este último relacionado com seus efeitos tóxicos secundários.

Cerca de 50% dos pacientes do sexo masculino que fazem uso dessa droga, sofrem

danos graves no sistema reprodutor, podendo levar à infertilidade. O objetivo desse

estudo foi avaliar o dano induzido pela CF sobre o sistema reprodutor de

camundongos e o possível papel protetor da infusão do chá verde. Metodologia: foram

utilizados 18 camundongos Swiss adultos machos, divididos em 3 grupos (grupo

controle, grupo CF, grupo CF + chá verde,n=6), pesando cerca de 30-35g. Esses

animais foram acondicionados em gabinete, no biotério da Universidade Federal do

Pampa, com ciclo 12h claro/escuro, em temperatura controlada 22°C ± 2°C, com água

e comida ad libitum. A infusão do chá verde foi preparada diariamente em água

destilada-deionizada a 95–100°C, na dose de 250 mg/kg/dia. Os animais receberam

durante 14 dias, água estéril ou infusão do chá verde via oral. No 14° dia, os animais

receberam uma única dose de CF (100 mg/kg), via intraperitoneal, ou solução salina

para os animais controles. Após 24 horas, os animais foram eutanasiados e os

testículos e epidídimos foram removidos e homogeneizados em Tris-HCl 50 mM, pH

7,4. Do homogeneizado foi realizado o ensaio cometa, para verificar o índice de dano

de DNA. O sobrenadante foi utilizado para a avaliação dos níveis de peroxidação

lipídica (TBARS) e proteínas carboniladas. Os resultados obtidos foram analisados

através de ANOVA, utilizando post hoc de Duncan, considerando significativo p<0,05.

Resultados: CF aumentou a peroxidação lipídica em testículo (34,5%) e epidídimo

(53,3%), o nível de proteínas carboniladas apenas em testículo (234,4%) e o índice de

dano de DNA em 279,5% para testículo e 365,8% para epidídimo. O pré-tratamento

com o chá verde foi eficaz em prevenir a peroxidação lipídica somente em testículo. O

nível de proteínas carboniladas e o índice de dano de DNA diminuiu após o tratamento

com o chá verde, mas não aos níveis do controle. Conclusão: o tratamento com CF se

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

torna limitado devido aos seus efeitos tóxicos em células normais de divisão, incluindo

toxicidade reprodutiva, que foi evidenciada nesse trabalho pelo dano oxidativo em

lipídios, proteínas e DNA. Estes resultados mostram que a infusão do chá verde

parece proteger parcialmente os danos causados pela exposição à CF no sistema

reprodutivo. Agradecimentos: CAPES e FAPERGS.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE IN VITRO DO EXTRATO

HIDROALCOÓLICO DA FOLHA DO YACON (SMALLANTHUS

SONCHIFOLIUS)

Ritiéle Pinto Coelho, Graduanda em Farmácia pela Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS

Jamila Benvegnú Bruno, Graduanda pela Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS. Aline Lorenset, Graduanda pela Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS.

Letícia Gomes Almeida, Graduanda pela Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS. Andriele de Lima Herrera, Graduanda pela Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-

RS. Alessandra Melise Golke, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Bioquímica pela Universidade

Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS. Angélica Aparecida da Costa Güllich, Mestre do Programa de Pós-graduação em Bioquímica pela

Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS. Bruna Cocco Pilar, Mestre do Programa de Pós-graduação em Bioquímica pela Universidade Federal do

Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS. Deise Jaqueline Ströher, Mestre do Programa de Pós-graduação em Bioquímica pela Universidade

Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS. Aryele Pinto Izaguirry, Mestre do Programa de Pós-graduação em Bioquímica pela Universidade Federal

do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS. Patrícia Martinez Oliveira, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Bioquímica pela Universidade

Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-RS. Vanusa Manfredini, Professora Adjunta da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Uruguaiana-

RS.

O Yacon (Smallanthus sonchifolius) é uma planta oriunda da região Andina, que vem

despertando interesse devido suas propriedades medicinais, sendo usada

popularmente como auxiliar no tratamento do diabetes e distúrbios do colesterol.

Alguns estudos demonstram que o efeito benéfico desta planta se deve à presença de

antioxidantes presentes nas raízes tuberosas, mas principalmente nas folhas do

Yacon. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antioxidante in

vitro do extrato hidroalcoólico da folha do Yacon. Para isso, as folhas do yacon foram

secas a temperatura de 37 ºC sob ventilação, por 5 horas. Após, as folhas foram

maceradas em solução hidroalcoólica (75:25 v/v), no qual o extrato ficou em contato

com solvente por sete dias consecutivos. O solvente presente no extrato foi eliminado

no evaporador rotatório e liofilizado para obtenção do pó. As atividades antioxidantes

in vitro foram determinadas através dos métodos clássicos do DPPH, radical ABTS e

polifenóis totais em 5 diferentes concentrações do extrato. Os resultados encontrados

neste trabalho apontam que o extrato da folha do Yacon (2,5 mg/mL) obteve uma

porcentagem de inibição de 60,56% frente ao DPPH e 80% ao radical ABTS. A

quantidade de polifenóis totais mostrou comportamento dose-dependente. Na

concentração de 2,5 mg/mL a concentração de fenólicos totais foi de 44,94 mg de

ácido gálico/mL. Com isso, sugere-se que o extrato da folha do Yacon possui elevada

atividade antioxidante in vitro, o que pode estar relacionada à grande quantidade de

compostos fenólicos. Estudos cromatográficos posteriores indicarão quais compostos

bioativos estão presentes neste extrato.

31

Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

Trabalhos apresentados na forma de pôster

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

ARIL-TELURO-QUINOLINA REQUER SOD-2 E 3 PARA REVERTER A

MORTALIDADE, MAS NÃO PARA ESTENDER A VIDA DE

CAENORHABDITIS ELEGANS AGUDAMENTE EXPOSTOS A PARAQUAT

Willian G. Salgueiro - Graduando – UNIPAMPA Ana Thalita Gonçalves Soares - Graduanda - UNIPAMPA

Daniela Câmara de Freitas - Graduanda - UNIPAMPA Maurício Tavares Jacques - Graduando – UNIPAMPA

Daiana Silva de Ávila - Doutora – UNIPAMPA

INTRODUÇÃO: O estado redox dos organismos superiores ainda é um intrincado e

complexo palco para discussões científicas, porém é consenso que o desequilíbrio

entre as espécies reativas de oxigênio (ERO) e as defesas antioxidantes endógenas

pode contribuir de forma decisiva no aparecimento e agravamento de doenças

cardiovasculares e neurodegenerativas. Neste contexto a avaliação do potencial e

mecanismos antioxidantes de novas moléculas se torna um interessante alvo de

pesquisa. Modelos alternativos, como o nematoide Caenorhabditis elegans, oferecem

vantagens para screenings farmacológicos de novas moléculas, pois permitem uma

rápida, barata e simples abordagem molecular aos ensaios. OBJETIVOS: Nosso

objetivo foi verificar se uma aril-teluro-quinolina, ainda não estudada, poderia reverter

o dano oxidativo induzido por paraquat sobre a sobrevivência e tempo de vida de

Caenorhabditis elegans, além de verificar o papel da enzima superóxido dismutase

mitocondrial na ação desta molécula. METODOLOGIA: O tratamento consistiu na

exposição de 1500 vermes (tipo selvagem ou nocaute para sod-2,3) L1 durante 30

minutos em meio líquido à 500µM de paraquat e logo após a 10µM de composto. Após

este tempo os tubos foram lavados até a concentração dos tratamentos ser reduzida

em 1000 vezes, para então os vermes serem depositados em placas de petri com E.

coli como alimento. 24h depois os índices de mortalidade foram avaliados e 40

animais de cada grupo foram transferidos para novas placas, sendo todos os dias re-

transferidos para outras placas até que todos estivessem mortos. Foi utilizada One-

way ANOVA para avaliar a mortalidade e t-test para avaliar a vida máxima no ensaio

de longevidade, sendo um p<0,05 considerado significativo. RESULTADOS: A aril-

teluro-quinolina foi capaz de reverter a morte induzida por paraquat em cerca de 20%

(p<0,05) nos animais selvagens mas não nos animais nocaute para a superóxido

dismutase mitocondrial. Enquanto o grupo tratado apenas com paraquat teve a vida

reduzida em cerca de 4 dias (p<0,001), os animais, tanto selvagens quanto nocautes

para sod-2,3, pós-tratados com o composto apresentaram redução de apenas 2 dias

em relação à vida máxima (p<0,05). CONCLUSÃO: Levando em conta que a

superóxido-dismutase mitocondrial é comprovadamente necessária para a

sobrevivência de C. elegans sobre estados de desequilíbrio redox (hiperóxia ou

33

Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

contaminação ambiental) era de se esperar que tal enzima tivesse papel na resposta

induzida pela aril-teluro-quinolina contra o dano infligido pelo paraquat, porém

observamos que seu papel se limita à resposta aguda (sobrevivência) e não à crônica

(longevidade). Mesmo que a exposição à contaminantes como o paraquat não

constitua um protocolo de envelhecimento comum, tal observação nos permite

especular sobre a clássica questão acerca do papel das ROS e do sistema

antioxidante no envelhecimento dos organismos.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

A UTILIZAÇÃO DA WIKIPÉDIA COMO REFERENCIAL TEÓRICO NO

ENSINO DA BIOQUÍMICA

Maiara Dias Büttenbender, acadêmica de Licenciatura em Ciências da Natureza, Unipampa.

Cecília Elenir dos Santos Rocha, acadêmica de Licenciatura em Ciências da Natureza, Unipampa. Rafael Roehrs, Professor Doutor, Unipampa

INTRODUÇÃO: No âmbito escolar é comum o uso de sites como referências de

pesquisas. A Wikipédia surgiu em meados dos anos 2000 promovendo grande

mudança em relação a outras enciclopédias, principalmente por ser em formato digital

e por permitir que os seus usuários possam criar e editar informações lá contidas. Pela

sua facilidade de manuseio ganhou destaque como fonte de pesquisa. Ao fazer uma

pesquisa sobre a Bioquímica na Wikipédia podemos observar uma vasta quantidade

de conteúdos que auxiliam no aprendizado, fazendo que ocorram questionamentos

sobre a confiabilidade dos mesmos. OBJETIVOS: Nossa pesquisa traz como objetivo

verificar se as informações sobre Bioquímica encontradas na Wikipédia são

condizentes às encontradas no livro “Princípios de Bioquímica de Lehninger” e se

apresentam referências.METODOLOGIA: Para avaliar, selecionamos assuntos

tratados na Bioquímica: proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucléicos.

Comparamos os índices da Wikipédia e do livro e também os conceitos apresentados

em cada um dos temas a fim de analisar a abordagem e o teor de informações que a

Wiki utiliza.RESULTADOS: Considerando somente os índices, é possível afirmar que

os conteúdos encontrados na Wiki relacionam os mesmos assuntos que o livro

aborda, porém a organização dos mesmos se difere. Ela também apresenta diversas

referências de livros de Bioquímica. Quando comparamos as informações contidas na

Wikipédia, percebemos que estão de acordo com as encontradas no livro, porém de

forma mais superficial, tornando assim necessário novas fontes de conhecimentos

para se aprofundar nos conteúdos. CONCLUSÕES: Concluímos assim, que a

Wikipédia pode e deve ser utilizada como uma ferramenta introdutória para adquirir

conhecimento sobre Bioquímica. Porém, como toda fonte de consulta, a Wiki não pode

substituir todas as outras fontes de referência, porque suas abordagens são breves,

fazendo com que os estudos lá efetuados sejam superficiais.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

EXTRATO AQUOSO DE BLEPHAROCALIX SALICIFOLIUS APRESENTA

AÇÃO HIPOTENSORA EM RATOS NORMOTENSOS

Ana Paula Gai Fuão, Farmacêutica, Mestranda em Bioquímica, UNIPAMPA campus Uruguaiana

Liane Santariano Sant’Anna, Biológa, Mestre em Bioquímica, Doutoranda em Bioquímica, UNIPAMPA Catrine Ehle, Acadêmica do Curso de Fármácia, UNIPAMPA campus Uruguaiana

Cleci Menezes Moreira, Professora Doutora, UNIPAMPA campus Uruguaiana

INTRODUÇÃO. A Blepharocalyx salicifolius é conhecida no Brasil como Murta e

Guamirim. Utilizada popularmente como digestivo, antiespasmódico, antibacteriano,

hipotensor, entre outros. Estudos relatam a presença de compostos terpênicos, tais

como 1,8-cineol, conhecido por suas propriedades hipotensoras. OBJETIVO: o

objetivo do estudo foi investigar os efeitos de diferentes doses do extrato aquoso de

B.salicifolius sobre a pressão arterial de ratos normotensos. MATERIAL E METODOS:

Foram utilizados ratos Wistar machos, 3 meses. Os animais foram anestesiados com

uretana 30% (400mg/Kg) e sofreram cateterização da artéria carótida, para medida de

pressão arterial e da veia jugular, para administração do extrato aquoso, nas doses 10,

25, 50, 75, 100mg/Kg) após 30 min de estabilização. O registro dos dados foi feito por

60 minutos. Os dados foram expressos como média±erro padrão da média (EPM),

analisados por Test t Student, p<0,05 foi considerado significativo. RESULTADOS: A

pressão arterial foi expressada como porcentagem. Na dose de 10 mg/Kg a pressão

arterial sistólica (PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD) caiu em 5 min

(88.59±3.69*vs 100%) e em 10min (93.39±1.99*), respectivamente. Na dose de

25mg/kg a queda da PAS ocorreu em 10 e 30min (86.72±2.45* e 90.10±2.84*), já a

PAD diminuiu apenas em 10min (81.39±3.12*). Com 50mg/kg PAS e a PAD

apresentaram queda em 5 e 10min (81.39±2.44* e 88.38±2.57*; 72.56±2.49* e

76.69±3.65*). Na administração de 75mg/kg do extrato, PAS caiu em 5min

(84.44±2.58*) e a PAD diminuiu no tempo de 5, 10 e 30min (69.13±7.47*; 65.27±7.22*;

70.5±7.15*). Na dose de 100mg/kg, PAS caiu em 5min (83.86±2.35*) e a PAD caiu em

5 e 10min (70.62±4.52*, 63.93±6.52*). CONCLUSAO: A administração aguda do

extrato aquoso de B. salicifolius causou uma ação hipotensora dose dependente em

ratos normotensos, variando de forma crescente seu tempo de queda e manutenção

desta medida, de acordo com a dose administrada.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

BIOQUÍMICA EM SALA DE AULA: A PRESENÇA DE CONCEITOS NOS

LIVROS DIDÁTICOS NO DECORRER DOS ANOS

Cecília Elenir dos Santos Rocha, Acadêmica de Licenciatura em Ciências da Natureza, UNIPAMPA

Maiara Dias Büttenbender, Acadêmica de Licenciatura em Ciências da Natureza, Unipampa. Rafael Roehrs, Professor Doutor, UNIPAMPA

INTRODUÇÃO: Muitos professores fazem uso de livro didático para conduzir os

conteúdos em sala de aula. Os livros de química relacionam conceitos que introduzem

a bioquímica para os alunos nas escolas. É importante que esse primeiro contato seja

incentivador, pois uma vez que bem trabalhado desperta o interesse e faz com que os

alunos vejam-se curiosos em aprofundarem-se no assunto. OBJETIVO: Nossa

pesquisa tem como objetivo avaliar a presença de conceitos relacionados a

Bioquímica em livros didáticos de Química do ensino médio, ao longo de 20 anos.

METODOLOGIA: Para a realização desse trabalho, analisamos os seguintes

conteúdos relacionados com a bioquímica: as proteínas, hidratos de carbono, lipídios e

os ácidos nucléicos nos livros “Química - Estrutura da matéria e Química orgânica” do

ano 1993 e do livro “Química na abordagem do cotidiano” do ano 2012, com a

finalidade de verificar as mudanças no conteúdo da bioquímica em 20 anos.

RESULTADOS: O livro utilizado nos anos 90 apresenta conceitos, explicações e é

bem objetivo em suas abordagens, compondo no total 22 páginas. O atual tem 23

páginas maiores com experimentos e curiosidades. Com a análise foi possível verificar

que atualmente os livros didáticos apresentam os mesmos temas relacionados com a

bioquímica, porém, em maior quantidade de dados, trazendo aos alunos mais

exemplos e aplicações no cotidiano. Hoje vemos que os conteúdos e processos são

mais explorados e que há uma preocupação em destacar a importância do estudo dos

temas que se relacionam com a bioquímica. CONCLUSÃO: Podemos concluir que o

estudo da bioquímica nos livros didáticos tem se mostrado mais atrativo durante os

últimos anos, contextualizando os conteúdos com o cotidiano dos alunos. Isto prova

que a bioquímica vem ganhando espaço nos livros didáticos, e, por conseguinte, nas

salas de aulas.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

A CROTAMINA PROMOVE A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA AVERSIVA E

ALTERA PARÂMETROS BIOQUÍMICOS EM RATOS

Liane da Silva de Vargas, Aluna de pós-graduação/Doutorado em Bioquímica, Universidade Federal do Pampa

Rithiele Gonçalves, aluno de graduação, Universidade Federal do Pampa Marcus Vinícius Lara, aluno de graduação, Universidade Federal do Pampa

Ben-Hur Neves, aluno de graduação, Universidade Federal do Pampa Angélica Güllich, aluna de pós-graduação, Universidade Federal do Pampa

Pâmela Billig Mello Carpes, Doutora, Universidade Federal do Pampa

A crotamina, toxina isolada do veneno da Crotalus Durissus Terrificus, promove a

liberação de acetilcolina e dopamina no sistema nervoso central de ratos.

Considerando que estes neurotransmissores são importantes moduladores nos

processos de formação da memória, investigamos os efeitos da infusão

intrahipocampal de crotamina na persistência da memória aversiva e em parâmetros

bioquímicos em ratos. Foram utilizados 26 ratos Wistar adultos machos, submetidos à

cirurgia estereotáxica para implantação de cânulas no hipocampo. Para avaliar a

memória aversiva os ratos foram treinados na tarefa da esquiva inibitória (EI) e

imediatamente após receberam infusão intrahipocampal de crotamina (1µg/µl;

1µl/lado) ou salina. Os testes de memória foram realizados no dia 1, 7, 14 e 21 após o

treino. Também foram realizadas avaliações toxicológicas em tecido cerebral e sangue

24h e 21 dias após a infusão da toxina. A crotamina induziu a persistência da memória

aversiva até 21 dias (P<0.01), enquanto nos animais do grupo controle o traço

mnemônico decaiu a partir do 7º dia. No entanto, a toxina promoveu processo

inflamatório e toxicidade demonstrada pelas alterações nos parâmetros hematológicos

e de estresse oxidativo avaliados. Assim, considerando o potencial uso terapêutico da

crotamina, pesquisas adicionais são necessárias na busca de alternativas que

minimizem os efeitos tóxicos da crotamina.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

AVALIAÇÃO DE PARAMETROS TOXICOLOGICOS E ANTIOXIDANTES DO

EXTRATO DE CASCA DE CEIBA SPECIOSA IN CAENORHABTIDIS

ELEGANS

BIANCHIN, FS, Farmácia, Unipampa FARIAS, FM, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Pampa – Unipampa ÁVILA, DS, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Pampa - Unipampa

Introdução: As plantas são amplamente usados na medicina popular devido às suas

propriedades farmacológicas. Previamente chamada de Chorisia speciosa, a Ceiba

speciosa é conhecida popularmente como paineira-rosa, árvore-de-paina, paineira-

branca, barriguda, árvore-de-lã, entre outras. Pertencente a família Bombacaceae,

essa espécie é predominante do Rio Grande do Sul sendo nativa do alto Uruguai. O

chá obtido da casca é empregado na medicina popular para reduzir dos níveis de

colesterol e triglicerideos, entretanto, não há nenhuma evidência na literatura de que

este efeito seja causado pelo extrato. Desta maneira,o objetivo deste estudo foi avaliar

a segurança e os efeitos antioxidantes da Ceiba speciosa em modelo experimental

alternativo, o nematóide Caenorhabditis elegans. Materiais e Métodos: A casca

coletada foi seca e moida em moinho e facas e o extrato obtido após maceração em

solvente hidro-etanólico. Após eliminação do solvente, Calculou-se o rendimento do

extrato seco. A atividade de eliminação de radicais livres in vitro foi realizado pelo

ensaio do 2,2 - hidrato de difenil-2-picrilhidrazil (DPPH). Para os testes toxicológicos

foi utilizado o modelo C. elegans Bristol N2 (tipo selvagem), obtidos a partir do

Caenorhabitis Genetics Center, Minnesota, EUA. Eles foram tratados e mantidos a 20

° C em meio de crescimento nas placas NGM e Escherichia coli OP50 utilizada como

fonte de alimento. A sincronização foi realizada por tratamento dos hermafroditas

grávidos utilizando uma solução de lise (1% de NaCl, NaOH 0,25 M) os vermes foram

expostos ao extrato no primeiro estagio larval (L1) durante 30 minutos em diferentes

concentrações (0,01, 0,05, 0,1, 0,5%) para a determinação da dose letal 50% (DL50).

Para determinar se o extrato apresenta efeito protetor nas concentrações não tóxicas,

observou-se a sobrevivência após dano oxidativo induzido por paraquat. No teste dos

triglicerideos os vermes foram tratados nas diferentes concentrações descritas

anteriormente, transferidos para as placas NGM-OP50 até atingirem o estágio larval

adulto (L4), posteriormente congelados, sonicados, centrifugados e transferidos para

microplacas. Em seguida foi adicionado o reagente do kitTriglicérides Liquiform da

Labtest, e após incubação, as amostras foram lidas em espectrofotômetro em

λ=500nm. Para a normalização dos dados, a proteína foi mensurada utilizando método

39

Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

de Bradford. Resultados: Em nossos testes, não encontramos uma DL50 real,

provavelmente devido à baixa toxicidade da C.speciosa. No entanto, o extrato possui

atividade sequestradora a partir da concentração de 0,5%, confirmando o seu

potencial antioxidante. Além disso, os nossos resultados mostram que o extrato

perdeu o seu potencial antioxidante contra a toxicidade induzida pelo paraquat, que

pode ser devido a sua metabolização. Além disso, o extrato reduziu os níveis de

triacilgliceróis a partir da concentração de 0,05%, sugerindo uma ação sobre o

metabolismo lipídico. Conclusão: O extrato da casca da C. speciosa mostrou um

potencial antioxidante e mostrou reduzir os níveis de triglicerídeos armazenados nos

vermes, sem causar efeitos tóxicos em Caenorhabditis elegans. Estudos adicionais

estão a sendo realizados para verificar os efeitos benéficos sobre o metabolismo

lipídico do extrato.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

ALUMÍNIO INDUZ SINTOMAS PARKINSON-LIKE EM DROSOPHILA

MELANOGASTER

Maiara Bairros de Bastiani, Graduanda em Farmácia, Universidade Federal do Pampa Matheus Chimelo Bianchini, Graduando em Farmácia, Universidade Federal do Pampa

Robson Luiz Puntel, Professor, Universidade Federal do Pampa

Introdução: Neurodegeneração é caracterizada por uma perda progressiva de

populações neuronais específicas, o que leva à sintomas como perda de memória e

danos na atividade motora. Cerca de 95% dos casos de Parkinson e Alzheimer são

esporádicos e podem ser causados por agentes tóxicos, como os metais pesados. O

alumínio é um dos metais mais abundantes da terra e muitos estudos sugerem que o

seu acúmulo no organismo é tóxico e pode estar relacionado com o aumento da

produção de espécies reativas de oxigênio. A Drosophila melanogaster é um modelo

alternativo que vem sendo amplamente utilizado em estudos de bioquímica e

toxicologia; a mosca da fruta é um organismo excelente para este tipo de estudo

porque seu sistema nervoso é bem conhecido e porque ela possui importantes

similaridades genéticas com humanos, tais como os genes PINK1 e PARKIN, que

estão relacionados com a doença de Parkinson. Métodos: Nós utilizamos moscas com

2 dias de idade, machos, com três concentrações de AlCl3: 2,5mM, 5mM e 7,5mM por

7 dias. Depois avaliamos sua atividade motora com o teste de geotaxia negativa e

open field. A atividade da Superoxido Dismutase, uma importante enzima antioxidante,

também foi avaliada. Nós também queríamos observar se a exposição ao alumínio

diminuiria sua sobrevivência em 30 dias de exposição. Resultados: Nós observamos

que as concetrações de 5mM e 7,5mM de alumínio alteraram a geotaxia das moscas,

e no open field, 7,5mM diminuiu o número de crossings. A exposição ao alumínio

também diminuiu sua longevidade. Após duas semanas de exposição, todas as

moscas na concetração mais alta já estavam mortas. Não foram encontradas

alterações significativas na atividade da SOD. Conclusão: Esses resultados mostram

que o alumínio leva a danos na atividade locomotora e diminui a longevidade em

Drosophila melanogaster, o que são sintomas Parkinson-like. Porém, mais estudos

são necessários para entender quais são os mecanismos envolvidos na toxicidade do

Alumínio. Agradecimentos: CNPq, FAPERGs, CAPES, FINEP, INCT-EN and

UNIPAMPA.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS SELENOTRIAZÓIS EM C. ELEGANS

Ana Thalita Gonçalves Soares; Graduanda do curso de Farmácia; Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana – RS

Daiana Silva de Ávila; Professor adjunto, Universidade Federal do Pampa – RS

Diversos compostos orgânicos têm sido bem documentados como agentes

promissores, possuindo efeitos farmacológicos contra uma série de doenças. A

utilização do nematóide Caenorhabditis elegans como um modelo experimental

demonstra ser uma ferramenta útil na farmacologia e toxicologia pelo elevado grau de

homologia com o genoma humano, além de ser facilmente manipulado. O objetivo do

estudo foi examinar os efeitos de uma série de selenotriazóis em C. elegans. Os

vermes foram tratados e mantidos a 20 ° C em placas de petri com NGM e E. coli

OP50 como fonte de alimento. Todos os grupos foram tratados na primeira fase larval

(L1), os quais foram expostos aos compostos durante 30 minutos na concentração

não-letal de 10µM. O paraquat, um pesticida conhecido pelo seu potencial pró-

oxidante, foi utilizado como um agente tóxico (1mM) no protocolo de reversão. Foi

determinada a sobrevivência dos vermes e os níveis de espécies reativas de oxigênio

(ERO), utilizando diclorofluoresceína, um marcador fluorescente de ERO. Foi realizada

ANOVA de uma via para comparar os grupos e um p <0,05 foi considerado

estatisticamente significativo. Alguns dos compostos aumentaram a formação de

EROs per se, bem como no protocolo de reversão frente ao paraquat, em C. elegans.

Além disso, os selenotriazóis não mostraram capacidade de reverter a mortalidade

causada pelo paraquat . Vários compostos orgânicos têm propriedades

farmacológicas, no entanto, eles podem exibir propriedades tóxicas, dependendo da

estrutura, da dose e via de administração. Assim, essas triagens em animais simples

tornam-se muito relevantes antes de estudos com mamíferos. A relação estrutura-

atividade desses compostos utilizando C. elegans irá ajudar a compreender o

mecanismo de suas atividades tóxicas. O trabalho está em andamento, atualmente

estamos observando se o sistema tiorredoxina redutase media esta toxicidade

induzida pelos compostos, através da utilização de cepas mutantes. Em resumo,

nossos resultados demonstram que a toxicidade e redução do potencial farmacológico

dos selenotriazóis em C. elegans dependem da sua estrutura.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

EFEITOS DA ASSOCIAÇÃO DA METILPREDNISOLONA E NEOSTIGMINA

NA PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA AVERSIVA EM RATOS

Ben-Hur Souto das Neves, graduando em fisioterapia- Iniciação Científica no Grupo de Pesquisa em Fisiologia/ Universidade Federal do Pampa- Uruguaiana.

Marcus Vinícius Lara, graduando em fisioterapia- Iniciação Científica no Grupo de Pesquisa em Fisiologia/ Universidade Federal do Pampa- Uruguaiana.

Rithiele Gonçalves, graduando em fisioterapia- Iniciação Científica no Grupo de Pesquisa em Fisiologia/ Universidade Federal do Pampa- Uruguaiana.

Liane Vargas, Doutoranda em bioquímica/ Universidade Federal do Pampa-Uruguaiana Dr. Pâmela Billig Mello Carpes, Professora/ Universidade Federal do Pampa

Evidências prévias demonstraram que o tratamento com corticosteroides promove

prejuízos na função cognitiva. Avaliamos aqui os efeitos da metilprednisolona (MP),

isolada ou associada à neostigmina (neo) sobre a persistência da memória aversiva.

Sessenta ratos Wistar machos foram divididos em seis grupos: controle (salina), baixa

dose de MP (5 mg/kg), alta dose de MP (30 mg/kg), neo (0.1μM/μl; soro

fisiológico/neo), baixa MP/neo, e alta MP/neo. Os animais foram submetidos a cirurgia

estereotáxica para implantação cânulas no hipocampo. Depois, foi administrada MP

por 10 dias consecutivos (doses baixas ou altas, i.p.). Para avaliar a memória aversiva

foi utilizada a tarefa Esquiva Inibitória (EI): os animais receberam neo ou soro

fisiológico via intrahipocampal (1μl/lado) após o treino e a persistência da memória foi

avaliada até 21 dias após o aprendizado. Altas doses MP não alteraram a persistência

da memória (a qual persistiu até 7 dias em ratos controle, P = 0,01). No entanto, doses

baixas MP promoveram persistência de memória até 21 dias (P = 0,01). A neo induziu

a persistência de memória até 21 dias em animais do grupo controle (P < 0,01), não

alterando os efeitos promovidos pela baixas dose de MP, porém impediu a

persistência da memória quando associada à altas doses de MP. Em conclusão, a MP

tem um efeito dose dependente sobre a persistência da memória. Além disso, quando

associado a neo, a alta dose de MP evita qualquer persistência da memória,

provavelmente por um efeito sinérgico de ambos na transmissão colinérgica.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

EFEITO DA MANGIFERINA NOS NÍVEIS DO NEUROTRANSMISSOR

DOPAMINA E SEUS METABÓLITOS NO CÓRTEX CEREBRAL E

HIPOCAMPO DE CAMUNDONGOS

Renata Giacomeli - Aluna de mestrado; Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui Elza Eliza Tenório Altvater - Aluna de graduação (Iniciação Científica); Laftambio Pampa, Unipampa,

Itaqui. Carlos Borges Filho - Aluno de mestrado; Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui. Franciele Donato - Aluna de doutorado; Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui.

Cristiano Ricardo Jesse - Doutor; Laftambio Pampa, Unipampa, Itaqui

INTRODUÇÃO: A depressão é uma das condições neuropsiquiátricas mais comuns,

representando uma das principais causas de incapacitação dos indivíduos para

realizarem seus afazeres cotidianos. Neste sentido, diversos estudos indicam que o

sistema dopaminérgico está amplamente envolvido com a psicopatologia da

depressão, sendo observado em indivíduos com estado depressivo, um desequilíbrio

dos níveis do neurotransmissor dopamina e seus metabólitos em estruturas cerebrais

relacionadas com a depressão. Em vista disso, é relevante ressaltar a importância

exercida por moléculas derivadas de espécies de origem natural, que possam

representar uma possível alternativa terapêutica atuando como antidepressivo. Neste

contexto, destaca-se a mangiferina (1,3,6,7-tetrahidroxixantona-C2-beta-D-glicosada),

um composto biologicamente ativo da manga, encontrada na casca, frutas, raízes e

folhas de Mangifera indica Linn. OBJETIVO: Avaliar a participação do sistema

dopaminérgico, através da determinação dos os níveis do neurotransmissor dopamina

(DA) e seus metabólitos ácido 3,4-diidroxifenilacético (DOPAC) e ácido homovanílico

(HVA), no efeito tipo antidepressivo exercido pela mangiferina, no córtex e hipocampo

de camundongos. METODOLOGIA: Foram utilizados camundongos C57BL/6J, os

quais receberam o veículo (10mL/kg, p.o.) ou mangiferina (25mg/kg, p.o.), duas horas

antes da determinação dos níveis de DA e seus metabólitos (DOPAC e HVA), através

de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) com detecção eletroquímica. Os

resultados foram avaliados utilizando a análise de variância (ANOVA), seguida pelo

teste de Newman–Keuls, diferenças inferiores a (P< 0.05) foram consideradas

significativas. RESULTADOS: Os resultados indicam que a administração oral da

mangiferina (25mg/kg) induziu uma tendência ao aumento dos níveis DA,

acompanhada pela diminuição dos níveis dos seus metabólitos no córtex cerebral e

hipocampo. No entanto, a redução significativa foi encontrada apenas nos níveis do

metabólito DOPAC no hipocampo, enquanto que o “turnover” HVA/DA foi

significativamente reduzido no córtex cerebral, indicando uma redução na

metabolização da dopamina. Estes resultados sugerem que a mangiferina causa um

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

aumento no sistema dopaminérgico em regiões específicas do cérebro, e

consequentemente, eleva a disponibilidade do neurotransmissor dopamina.

CONCLUSÃO: Conclui-se que o efeito tipo antidepressivo da mangiferina, pode ser

explicado através da modulação do sistema dopaminérgico. Agradecimentos:

Unipampa, CAPES e CNPq.

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

PAPEL NEUROPROTETOR DO EXERCÍCIO FÍSICO E DO CHÁ VERDE EM

UM MODELO DE ISQUEMIA-REPERFUSÃO CEREBRAL

Alexandre Martins/ Graduando em Fisioterapia pela Universidade Federal do Pampa. Membro do Grupo de Pesquisa em Fisiologia –GPFis

Aline Vieira/ Graduanda em Farmácia pela Universidade Federal do Pampa. Membro do Grupo de Pesquisa em Fisiologia -GPFis

Caroline Altermann/ Mestranda do PPG em Bioquímica. Membro do Grupo de Pesquisa em Fisiologia -GPFis; Priscila Sosa/ Graduando em Fisioterapia pela Universidade Federal do Pampa. Membro do

Grupo de Pesquisa em Fisiologia –GPFis Helen Schimidt/ Mestranda do PPG em Bioquímica. Membro do Grupo de Pesquisa em Neuromecânica

Aplicada -GNAP Felipe P Carpes/ Professor Adjunto da Universidade Federal do Pampa. Líder do Grupo de Pesquisa em

Neuromecânica Aplicada -GNAP Pâmela Billig Mello-Carpes/Professora Adjunto da Universidade Federal do Pampa. Líder do Grupo de

Pesquisa em Fisiologia -GPFis

A isquemia-reperfusão cerebral pode prejudicar a memória, assim, é importante

identificar potenciais agentes terapêuticos para sua prevenção e tratamento. Neste

trabalho, analisamos os efeitos neuroprotetores do exercício físico (EF) e do chá verde

(CV) em um modelo de isquemia-reperfusão. 80 ratos Wistar foram divididos em 8

grupos: 1-Sham, 2-Sham+EF; 3-Sham+CV, 4-Sham+EF+CV, 5-Isquemia; 6-

Isquemia+EF; 7-Isquemia+CV; 8-Isquemia+EF+CV. Oito semanas previamente ao

evento isquêmico os grupos 3, 4, 7 e 8 receberam CV no lugar de água e os ratos dos

grupos 2, 4, 6 e 8 foram submetidos ao EF em esteira rolante (5 vezes/semana,

intensidade de 60-70%VO2máx, 30 min/dia). Após este período os animais dos grupos

5 a 8 foram submetidos à cirurgia de oclusão bilateral das artérias carótidas (30 min;

isquemia global transitória). Os grupos sham (1 a 4) passaram por todos os

procedimentos da cirurgia, com exceção à oclusão arterial. 24h após a cirurgia, os

ratos foram submetidos a testes comportamentais de memória de reconhecimento

(reconhecimento de objetos/RO) e memória aversiva (esquiva inibitória/EI). Após, os

ratos foram eutanasiados e o tecido cerebral (hipocampo e córtex pré-frontal) retirado

e preparado para análise bioquímica a fim de quantificar espécies reativas de oxigênio

(ROS) e substâncias antioxidantes (glutationa e catalase). Os resultados do teste de

RO foram analisados considerando o percentual de tempo de exploração em cada

objeto através do teste-t de Student de uma amostra (considerando uma média teórica

de 50%); os resultados do treino e do teste de cada grupo da EI foram comparados

pelo teste de Wilcoxon; e, para as análises bioquímicas, ANOVA de uma via seguida

por posthoc de Dunn. Foram considerados significativos valores de P<0,05. Este

projeto foi aprovado pelo CEUA/UNIPAMPA (protocolo n° 013/2012). Na sessão de

teste do RO os grupos 1, 2, 3, 4, 6 e 7 exploraram significativamente mais tempo o

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

objeto novo do que o objeto familiar (P<0,05), indicando que eles formaram memória.

Na EI todos os grupos apresentaram um aumento de latência de descida, mas os

grupos 1, 2, 3, 4, 6 e 7 apresentaram um menor (P<0,01). A isquemia induz ao

aumento da concentração de radicais livres na área cortico-hipocampal, causando

déficits cognitivos e mnemônicos, como observado nos resultados do RO e da EI. Por

outro lado, o CV e EF fornecem maiores quantidades de substâncias antioxidantes,

quando usados sozinhos, mas não em combinação, o que se refletiu nos resultados

comportamentais. Dessa forma, podemos verificar que o CV e o EF apresentam um

importante papel neuroprotetor, impedindo os danos oxidativos causados por eventos

isquêmicos.

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ANÁLISE PRELIMINAR DO PERFIL LIPÍDICO E SUA ASSOCIAÇÃO COM

HIPERTENSÃO ARTERIAL EM INDIVÍDUOS DE ETNIA AFRICANA DO

MUNICÍPIO DE URUGUAIANA

Patricia Maurer, Farmacêutica, Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas, UNIPAMPA Angélica Aparecida da Costa Güllich, Mestre em Bioquímica, Programa de Pós Graduação em

Bioquímica, UNIPAMPA Amanda Zubiaurre de Barros, Acadêmica de Enfermagem, UNIPAMPA Ana Claudia Colombo Oliveira, Acadêmica de Farmácia, UNIPAMPA

Aline Lorenset, Acadêmica de Farmácia, UNIPAMPA Jamila Benvegnú Bruno, Acadêmica de Farmácia, UNIPAMPA

Vanusa Manfredini, Doutora em Biologia Celular e Molecular, UNIPAMPA Jacqueline da Costa Escobar Piccoli, Doutora em Biologia Celular e Molecular, UNIPAMPA

Introdução: Indivíduos de origem africana apresentam características biológicas que

podem levar a doenças de alta morbi-mortalidade, tem menor expectativa de vida e

são mais propensos ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Sendo assim,

o objetivo do estudo foi avaliar o perfil lipídico de indivíduos autodeclarados pretos

(negros e pardos) do município de Uruguaiana, e sua associação com a pressão

arterial. Metodologia: Participaram do estudo indivíduos autodeclarados negros de

ambos os sexos após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE). Os indivíduos responderam um questionário estruturado e validado,

realizaram avaliação antropométrica e punção venosa com jejum de 12 horas. Foram

realizadas análises do perfil lipídico (colesterol total e frações e triglicerídeos)

determinados através de kits comerciais. A partir dos dados de peso e altura, foi

calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) e adotada a classificação da Organização

Mundial da Saúde: baixo peso (IMC<18,5kg/m²), peso normal (18,5

kg/m²>IMC<24,9kg/m²), sobrepeso (25 kg/m²>IMC<29,9 kg/m²) e obesos

(IMC>30kg/m²) As análises estatísticas foram realizadas em programa SPSS v. 20.0,

através de descritivas e teste-T para diferenças entre as médias, e qui-quadrado para

as variáveis categóricas. Foram consideradas significativas associações com P<0.05.

Resultados: Participaram do estudo 15 indivíduos, sendo 12 (80%) do sexo feminino e

3 (20%) do sexo masculino. A idade variou entre 23 e 90 anos de idade (média=55,5

anos). Dos 15 indivíduos, 12 (80%) eram hipertensos. A média de colesterol total

encontrada foi de 191±31,4mg/dL, de triglicerídeos foi de 119,13±70,55mg/dL, de HDL

54,3±9,66mg/dL, e de LDL 112,9±31,38g/dL. Na associação entre as diferentes

variáveis e pressão arterial, houve diferença significativa na idade média dos

indivíduos com hipertensão arterial e normotensos, sendo que indivíduos mais velhos

apresentaram valores de pressão arterial mais elevados. Os níveis de triglicerídeos

foram significativamente mais altos entre os sujeitos com hipertensão, sendo a média

de 132mg/dL entre os hipertensos e 66mg/dL entre os normotensos. As outras

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

variáveis não demonstraram associação significativa com a pressão arterial. Quanto

ao perfil de obesidade, 10 indivíduos (66,6%) apresentaram obesidade ou sobrepeso,

e 4 (26,6%) tinham peso normal. Conclusão: O grande número de indivíduos com

sobrepeso e obesidade dessa população é preocupante, sendo este um fator de risco

para doenças cardiovasculares. A alta prevalência de hipertensão nesta população

confirma a tendência dos indivíduos a apresentarem doenças cardiovasculares,

embora apenas os níveis de triglicerídeos apresentaram associação significativa com

a pressão arterial elevada.

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EFEITOS TOXICOLÓGICOS DE HERBICIDA A BASE DE GLIFOSATO EM

CAENORHABDITIS ELEGANS

Mauricio Jacques, graduando em farmácia, Universidade Federal do Pampa Daiana Ávila, Doutorado em Ciências Biológicas e Pós-Doutorado, Universidade Federal do Pampa.

Introdução: Glifosato é um herbicida sistêmico não seletivo, sendo usado amplamente

em todo o mundo. É o princípio ativo mais vendido nos EUA, Brasil e Argentina. Há

uma crescente preocupação relativa a contaminação do meio ambiente, pois estudos

demonstram a presença de glifosato em vegetações, água e solos próximos as

plantações, com a possibilidade de contaminar a água potável, contribuindo para a

intoxicação humana. Ainda, há indícios do efeito do glifosato como desruptor

endócrino em células humanas. Logo, são necessários estudos complementares

relativos a toxicidade desse principio ativo. O modelo experimental adotado para este

estudo foi o Caenorhabditis elegans (C. elegans), um nematóide encontrado na porção

liquida do solo, o qual possui curto ciclo de desenvolvimento, grande capacidade

reprodutiva e fácil manutenção. Métodos: Os parâmetros para a avaliação toxicológica

foram a Dose Letal 50 (DL50), reprodução e desenvolvimento.

Obteve-se DL50 para exposições aguda e crônica. A toxicidade aguda consistiu em

expor o verme, em estágio larval L1, a concentrações de 0,2%, 0,4%, 0,6%, 0,8%, 1%

e 1,2 % de uma formulação comercial de glifosato em meio líquido, durante 30

minutos. Após, os vermes são lavados 3 vezes com tampão salina e colocados em

placas NGM (Nematode growth medium) com bactéria E. coli para recuperação. Após

24 horas a taxa de sobrevivência dos vermes é analisada com o auxilio de uma lupa

estereoscópica. Para exposição crônica, as concentrações de 0,5%, 1%, 1,5% e 2%

do glifosato comercial foram adicionadas ao meio NGM derretido a aproximadamente

55°C, e derramadas em placas. Mais tarde foi adicionada bactéria a essas placas e os

vermes L1 para exposição crônica. Após 48 horas a sobrevivência foi contada. Os

dados foram analisados com a ANOVA de uma via e post hoc de Tukey. O

desenvolvimento dos vermes e a reprodução também foram avaliados para ambos os

tratamentos. Resultados/Conclusão: A DL50 encontrada para a exposição aguda foi

0,44% e para a crônica foi 0,93%. Ambas as exposições aguda e crônica, causaram

uma tendência de reduzir a postura de ovos e atrasar o desenvolvimento nas

concentrações maiores (1% e 1,2% para a aguda e 1,5% e 2% para a crônica). A

concentração de aplicação recomendada de glifosato pode variar, porém a

concentração de uso geral aparente é de 2%. Nossos resultados demonstram que o C.

elegans é sensível a doses inferiores as recomendadas. O Glifosato é um inibidor da

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Anais – Simpósio Anual do PPG Bioquímica 2014

via Shikimato, que sintetiza os aminoácidos aromáticos tirosina, triptofano e

fenilalanina, a morte da planta é consequência dessa inibição. Tal via está somente

presente nos vegetais e algumas bactérias, sendo o argumento principal da segurança

de herbicidas baseados em glifosato. No entanto, a toxicidade aqui apresentada, a um

organismo que não possui a via Shikimato, deve ser considerada relevante para a

pesquisa de outros possíveis mecanismos de toxicidade das formulações comerciais

de glifosato. Agradecimentos: UNIPAMPA, CNPq e FAPERGS.

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EFEITOS BIOLÓGICOS DE EXTRATOS DE ERVA MATE EM

CAENORHABDITIS ELEGANS

Guilherme Eleuterio Sardinha, Acadêmico de Farmácia, Unipampa Maria Eduarda de Lima - Doutorando em Bioquimica - Unipampa Willian Goulart Salgueiro - Acadêmico de farmácia - Unipampa

Daiana Silva de Ávila - Doutora em Ciências Biológicas – Unipampa Vanderlei Folmer - Doutor em Ciências Biológicas – Unipampa

Introdução: A erva-mate (Ilex paraguariensis ) é amplamente consumida no sul do

Brasil , assim como em países vizinhos da América do Sul como uma bebida peculiar

conhecida como chimarrão. Devido a presença de compostos fenólicos na sua

composição, há um grande interesse em desvendar os possíveis efeitos benéficos da

planta , incluindo o antioxidante . Para explorar sua atividade, utilizamos

Caenorhabditis elegans como modelo, devido ao seu curto ciclo de vida,

desenvolvimento rápido, facilidade de manuseio / cultivo e sua capacidade reprodutiva

elevada, permitindo-nos estudar o envelhecimento e longevidade. Materiais e

métodos: Para este estudo, adquirimos 3 ervas comercias, uma brasileira, uma

argentina e uma uruguaia. Os extratos foram obtidos mimetizando a forma habitual,

como o chimarrão é consumido a América do Sul. Foram realizadas extrações

sequenciais e os extratos do 1 º , 2 º , 5 º, 10 e 15 extrações foram armazenados para

análises posteriores. 2000 vermes no estágio L1 foram expostos aos extratos durante

30 min para os ensaios de sobrevivência , os quais foram avaliados após 24 horas de

exposição . Do mesmo modo , foram expostos previamente aos extratos e seguido de

uma exposição de 30 min a paraquat 1 mM . Também analisamos a geração de

espécies reativas, através do uso de uma sonda fluorescente DCF 3,2mM. Nenhuma

das ervas foi tóxicas ao nematóide , não permitindo -nos calcular uma DL50 . Os

dados foram analisados por ANOVA e foi considerado significativo p <0,05. Resultado

e Conclusão: Quando anteriormente expostos aos extratos, houve aumento na

sobrevivência dos vermes, mostrando aumento da resistência contra a toxicidade do

paraquat. As espécies reativas de oxigênio mostram-se diminuídas em animais pré-

tratados com a erva-mate. Para investigar a causa desse decréscimo de espécies

reativas, utilizamos uma cepa mutante, DAF-16::GFP, a qual marca um importante

fator de transcrição para o sistema antioxidante em C. elegans. Observamos que

houve migração deste fator, indicando que a erva mate ativa esta via,

consequentemente aumentando a expressão de enzimas antioxidantes. No momento,

estamos investigando biomoléculas isoladas que são encontradas na erva-mate para

buscar qual delas é a responsável pelos efeitos antioxidantes.

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DETERMINAÇÃO DA FREQÜÊNCIA DE MICRONÚCLEOS EM RATOS

WISTAR TRATADOS COM NANOSSISTEMAS CONTENDO QUININA

Alessandra Melise Golke, Graduação em Farmácia, Universidade Federal do Pampa Angélica Aparecida da Costa Güllich, Mestra em Bioquímica, Universidade Federal do Pampa

Bruna Cocco Pilar, Mestra em Bioquímica, Universidade Federal do Pampa Ritiéle Pinto Coelho, Graduanda em Farmácia, Universidade Federal do Pampa

Patrícia Martinez Oliveira, Graduada em Farmácia, Universidade Federal do Pampa Jamila Benvegnú Bruno, Graduanda em Farmácia, Universidade Federal do Pampa Deise Jaqueline Ströher, Graduanda em Farmácia, Universidade Federal do Pampa

Aline Lorenset, Graduanda em Farmácia, Universidade Federal do Pampa Letícia Gomes Almeida, Graduanda em Farmácia, Universidade Federal do Pampa

Andriele de Lima Herrera, Graduanda em Farmácia, Universidade Federal do Pampa Sandra Elisa Haas, professor adjunto, Universidade Federal do Pampa Vanusa Manfredini, professor adjunto, Universidade Federal do Pampa

Introdução: A quinina é um potente antimalárico, entretanto, seu uso foi limitado devido

à sua toxicidade. Durante a metabolização da quinina, subprodutos ativos podem

gerar espécies reativas de oxigênio (ERO), sendo estas responsáveis por danificar

biomoléculas como lipídeos, proteínas e material genético (DNA). Os sistemas

nanoparticulados podem ser considerados uma importante alternativa terapêutica para

minimizar os efeitos tóxicos. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a

freqüência de micronúcleos em ratos wistar tratados com nanossistemas contendo

quinina. Material e Métodos: O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética pelo

Uso de Animais (CEUA-UNIPAMPA). Os animais foram divididos aleatoriamente em 5

grupos (n=6): G1: solução de salina 0,9%; G2: cloroquina livre 30 mg/kg/dia; G3:

quinina livre 75 mg/kg/dia; G4: nanopartículas brancas (sem fármaco) e G5:

nanoparticulas contendo quinina 75 mg/kg/dia. Os animais receberam as formulações

três vezes ao dia, durante 7 dias consecutivos, e foram eutanasiados no oitavo dia. A

freqüência de micronúcleos foi determinada segundo método de Schmid (1975).

Resultados: Após o termino de 7 dias de tratamento, pode-se observar um aumento

significativo na freqüência de micronúcleos em G3 quando comparado ao G1. A

avaliação do teste de micronúcleos constatou em G4 uma redução significativa em

relação ao G1 e G3. Em relação ao G5 houve uma redução significativa do parâmetro

avaliado quando comparado ao G3. Conclusão: Estes resultados demonstram que a

quinina pode causar dano genético, no entanto quando associada a nanossistemas é

capaz de minimizar os efeitos adversos causados pela droga.

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ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO DO GENE DA ENZIMA TRIPTOFANO

HIDROXILASE 2 (TPH 2) COM AS ALTERAÇÕES DE COMPORTAMENTO

Samara Marques Dos Reis, Mestranda Em Bioquímica, Especialização Em Ciências Da Saúde (Unipampa) E Nutrição Clínica (Cbes), Universidade Federal Do Pampa (Unipampa)

Andrés Cañedo, Professor Doutor Da Universidade Federal Do Pampa

Introdução: A triptofano hidroxilase 2 (TPH 2) é a principal enzima limitante na via da

síntese da serotonina 5-HT). Por isso, muitos estudos têm investigado a associação do

polimorfismo da TPH 2 com alterações no comportamento humano e em diversos

transtornos psiquiátricos. O objetivo do presente trabalho foi revisar a literatura sobre a

participação desse polimorfismo funcional na modulação do comportamento humano

para o desenvolvimento dos transtornos psiquiátricos. Método: A pesquisa foi

realizada na literatura em inglês, de abril de 2013 a março de 2014, disponível no

Medline, Pubmed, utilizando os seguintes termos: “polimorfismo, 5-HT e depressão”.

Foram pesquisados os estudos sobre os polimorfismo da TPH 2 no Projeto 1000

genomas. Os critérios de inclusão: todos os artigos e pesquisas que investigaram a

associação do polimorfismo 5-HT com transtornos psiquiátricos e/ou traços de

personalidade em seres humanos. Os critérios de exclusão foram os artigos em que o

termo “polimorfismo TPH-2” foi mencionado, mas não houve investigação nem com o

polimorfismo estudado, e também com qualquer transtorno psiquiátrico e/ou traço de

personalidade. Resultados: Foram encontrados 33 estudos na literatura e 1419

pesquisas no Projeto 1000 genomas. Encontrou-se associação do polimorfismo com

transtorno de personalidade, depressão, transtorno de déficit de atenção e

hiperatividade, dependência de substâncias, depressão, ansiedade, esquizofrenia e

transtorno bipolar. Conclusão: Os principais achados dão suporte ao papel do

polimorfismo TPH-2 em alguns transtornos psiquiátricos, apesar das divergências

encontradas devidas às dificuldades metodológicas de estudos em genética. Portanto,

os estudos associam os alelos de alta atividade da TPH-2 com depressivos,

comportamentos impulsivos e agressivos, ansiedade, transtorno bipolar, enquanto os

alelos de baixa atividade do gene são mais associados à esquizofrenia, suicida e

dependência química.