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Anais do 4º Fórum Regional de Administração 2017 Faculdade Sete de Setembro Paulo Afonso-Bahia ISSN 2359-6279 0 ISSN 2359-6279 ANAIS 2017 Parceria e desenvolvimento:

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Anais do 4º Fórum Regional de Administração – 2017 – Faculdade Sete de Setembro – Paulo Afonso-Bahia – ISSN 2359-6279

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ISSN 2359-6279

ANAIS 2017

Parceria e desenvolvimento:

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Anais do 4º Fórum Regional de Administração – 2017 – Faculdade Sete de Setembro – Paulo Afonso-Bahia – ISSN 2359-6279

1

ISSN 2359-6279

ANAIS DO FÓRUM REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO

FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FASETE

NÚCLEO DE PESQUISAS EM ADMINISTRAÇÃO - NPA

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

2017

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Anais do 4º Fórum Regional de Administração – 2017 – Faculdade Sete de Setembro – Paulo Afonso-Bahia – ISSN 2359-6279

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ANAIS DO FÓRUM REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO 2017

NÚCLEO DE PESQUISAS EM ADMINISTRAÇÃO - NPA

Organização Sete de Setembro de Cultura e Ensino Ltda.

Faculdade Sete de Setembro - FASETE

Diretor Acadêmico – Prof. Me. Jacson Gomes de Oliveira

Diretor Administrativo – Prof. Me. Gilberto Sérgio Gomes de Oliveira

COMITÊ EDITORIAL

Samira Lopes Alves Pinto (Bibliotecária - FASETE)

Prof. Me. Vinícius Silva Santos (Revisor Convidado - UNEB)

CONSELHO EDITORIAL

Profa. Dra. Carolina Santana de Oliveira – FASETE

Profa. Ma. Daiany Macieira Varjão – FASETE

Profa. Ma. Maria Gilvanira Gomes da Silva – FASETE

COORDENAÇÃO EDITORIAL

Profa. Dra. Carolina Santana de Oliveira – FASETE

EDITORAÇÃO

Eletrônica:

Edemilton Galindo Júnior – Núcleo de Desenvolvimento Web – FASETE

Revisão:

Prof. Me. Arivaldo Ferreira de Jesus

Capa e Publicação:

Edemilton Galindo Júnior – Núcleo de Desenvolvimento Web – FASETE

Faculdade Sete de Setembro – FASETE – Biblioteca Central

A55 Anais do Fórum Regional de Administração / Faculdade Sete

de Setembro - FASETE, Núcleo de Pesquisas em

Administração – NPA.

2017 : il.

Publicação periódica eletrônica

Anual

ISSN 2359-6279

1. Administração I. Faculdade Sete de Setembro -

FASETE II Núcleo de Pesquisas em Administração - NPA

CDD – 658

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Anais do 4º Fórum Regional de Administração – 2017 – Faculdade Sete de Setembro – Paulo Afonso-Bahia – ISSN 2359-6279

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SUMÁRIO

EDITORIAL. __________________________________________________________________________________________________04

NUBANK: UM ESTUDO DE CASO EM GESTÃO DA INOVAÇÃO DOS SERVIÇOS FINANCEIROS NO BRASIL. __________05

Maria de Fátima H. Campos André L. F. Fonseca

Francys P. S. Figueiredo

IMPACTO DA TECNOLOGIA PARA GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES. _________________________18 Aricio Medeiros da Silva

Natanael Almeida Santos Silva Denise Fortes Xavier

DIMENSIONAMENTO ENTRE FATORES POLÍTICOS, LEGAIS E SOCIOAMBIENTAIS PROJETO DE

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO. _____________________________________________________________________27

Fernando Diogo Cruz

Jacques Fernandes Santos Jeferson Augusto Fernandes Santos

CONCEPÇÕES SOBRE GESTÃO E AVALIAÇÃO ESCOLAR: UMA ANÁLISE SOBRE UMA ESCOLA

MUNICIPAL DO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO – BAHIA. _______________________________________________________37

Vinicius Silva Santos

Elaine Cristina Gonçalves Lima

MICROCRÉDITO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO: UM ESTUDO DE CASO NO CEAPE/BA

DO MUNICÍPIO DE SERRINHA. _________________________________________________________________________________47

Wanderson Santana Cordeiro

Janúzia Souza Mendes de Araújo

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL. ______________________________58

Ruan Guimarães

ALIENAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA E OS PROCESSOS EDUCACIONAIS DE ALFABETIZAÇÃO. __________64

Jacques Fernandes Santos Vinícius Silva Santos

Naiane Costa de Jesus Santos

O MARKETING DE RELACIONAMENTO ENQUANTO FERRAMENTA PARA A CONSTRUÇÃO

DA EQUIPE DE VENDAS. ______________________________________________________________________________________71 Jacques Fernandes Santos Vinícius Silva Santos

Letícia Rodrigues dos Santos

A LOGÍSTICA REVERSA DO LIXO ELETRÔNICO: UM ESTUDO SOBRE BOAS PRÁTICAS

EXECUTADAS NO MERCADO. _________________________________________________________________________________77

Dalvan Góes

PRINCÍPIOS DA GESTÃO APLICADOS NO AMBIENTE ESCOLAR. _________________________________________________88

Vinícius Silva Santos Jacques Fernandes Santos

Bruna Santana de Oliveira

CRESCIMENTO DE EMPRESAS COM O USO DO BUSINESS INTELLIGENCE. ______________________________________ 97

João Pedro Lima da Silva

Jonathan Kelvin dos Santos Ferreira

Denise Xavier Fortes

PROCESSO DE MODELAGEM E VALIDAÇÃO ESTRATÉGICA ORGANIZACIONAL

BASEADA EM REDES DE PETRI. _______________________________________________________________________________101

Bruno Gleidson dos Santos

Paulo Romero Martins Maciel

Ronierison de Souza Maciel

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EDITORIAL

O Fórum Regional de Administração da Faculdade Sete de Setembro – FASETE traz em sua quarta

edição o centro das atenções para o debate da interdisciplinaridade na Gestão, com abordagens dos

desafios para um mundo Global. Considerado o maior evento de Gestão e Administração de Paulo

Afonso e região, o 4º Fórum Regional de Administração aconteceu no dia 05 de maio, em três turnos

seguidos com atividades na Faculdade Sete de Setembro (Fasete) e na Universidade do Estado da

Bahia (UNEB) – campus Paulo Afonso/BA. Com o tema abordado “A interdisciplinaridade na Gestão:

Desafios de um mudo plural”, o evento acolheu acadêmicos e profissionais não somente da Fasete e

UNEB, como também de diversas outras instituições de ensino superior das cidades de Salvador/BA,

Serrinha/BA, Maceió/Al e Aracaju/SE.

Dois workshops abriram o evento. Um deles foi o de Marketing de Relacionamento, com o professor

da Fasete e empresário local, Maciel Teixeira, abordando, principalmente, os meios como fidelizar os

clientes, não somente nas empresas, mas também, nas relações pessoais. Outro workshop foi o da

professora, Hélvia Almeida, sobre Direito e Legislação Ambiental. Ela abordou, principalmente, sobre

as mudanças nesta legislação e quais as possíveis consequências caso elas sejam aprovadas. Cerca de

13 artigos científicos sobre os diversos temas relacionados à Administração foram aprovados e

apresentados. “Eu não tinha noção do quanto precisamos ser responsáveis e cautelosos com a

apresentação de artigo nesse Fórum. Eu me surpreendi, foi um grande aprendizado”, disse Maria

Aparecida Matos, acadêmica do 5º período do curso de Administração da Fasete/Unit Ead. A palestra

magna do 4º Fórum, realizada no auditório da Fasete, trouxe o Prof. Me. da Universidade Tiradentes,

Mário Eugênio Lima. Ele levou a plateia a perceber a importância da interdisciplinaridade para as

organizações em tempos de crise.

Após a palestra, o coordenador do curso de Administração da Fasete, Jaques Fernandes, organizador

do Fórum, deu início ao Painel Integrado, composto pelos professores Arivaldo Ferreira, Caio Arruda

e Salomão Vergne, com o tema Rumos da Economia. Daí em diante, os professores trouxeram ricas

observações sobre a atual conjuntura do Brasil e expuseram o quanto boa gestão faz a diferença não

somente na vida dos empresários, mas, também, na vida política e social de um país. O coordenador

afirmou que a má gestão acaba com a sociedade. Já o professor Caio citou que o Brasil passa por uma

crise gestão. Arivaldo concordou com Caio e complementou dizendo que o país também passa por

uma crise social. Salomão finalizou o debate complementando que, em meio a todas essas crises,

podemos perceber que a Administração é a profissão do futuro e que os gestores podem mudar essa

realidade cheia de crises.

Profa Me. Maria Gilvanira Gomes da Silva

Membro do Comitê editorial dos anais 2017 e da comissão científica do 4º Fórum Regional de Administração

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NUBANK: UM ESTUDO DE CASO EM GESTÃO DA INOVAÇÃO DOS SERVIÇOS FINANCEIROS

NO BRASIL.

Maria de Fátima H. Campos

Doutora em História da Arte-Universidade do Estado da Bahia

André L. F. Fonseca

Mestre em Gestão Organizacional-Universidade do Estado da Bahia

Francys P. S. Figueiredo

Graduanda em Administração- Universidade do Estado da Bahia

RESUMO

Este estudo busca identificar como o Nubank realiza a gestão da inovação dos serviços financeiros no Brasil

através da oferta do cartão de crédito oferecido pela mesma. O interesse por essa temática surgiu a partir do

destaque que a organização tem alcançado após apresentação do produto inovador e pelo interesse da

pesquisadora em estudar a inovação no sistema financeiro. Desse modo, tem-se como problemática de pesquisa:

Como o Nubank, vem se destacando nos serviços financeiros no Brasil através da gestão da inovação? O

objetivo do presente artigo foi de analisara gestão da inovação no Nubank através do produto cartão de crédito,

tendo em vista os serviços financeiros no Brasil.A abordagem metodológica utilizada foi à qualitativa, e quanto

ao objetivo ocorreu de forma exploratória descritiva com escolha de um estudo de caso. Os procedimentos de

pesquisa foram, pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados da pesquisa apontaram que a organização

obteve resultados positivos, com a disponibilização do produto cartão de crédito e aplicativo Nubank, oferecendo

desse modo um produto que proporcionou mais facilidades e comodidades para os seus clientes. Vale ressaltar,

que esse estudo, teve enquanto conclusão que o Nubank vem buscando a partir das sinalizações de seus usuários,

a contínua melhoria dos seus serviços, procurando assegurar ao seu cliente maior conforto e segurança junto às

compras realizadas, para que seja possível alcançar seu objetivo primeiro, redefinir o padrão de serviços

financeiros no Brasil e no mundo.

Palavras-chave:

Gestão da inovação. Serviços financeiros. Tecnologia da informação. Aplicativo Nubank.

ABSTRACT

The present study seeks to identify how Nubank manages the innovation of financial services in Brazil through

its credit card service. The interest in this theme arose from the highlight position that the organization has

achieved after presenting the innovative product and from the researcher's interest in studying innovation in the

financial system. Thereby the research problemis:How is Nubank standing out in financial services in Brazil

through innovation management? The objective of this article was to analyze innovation management of Nubank

through the credit card product, in view of financial services in Brazil. The methodological approach used was

qualitative and the objective was explorative descriptive with a case study. The survey procedures were

bibliographic and documentary research. The results indicated that the organization obtained positive results,

with Nubank credit card product and application, offering a product that provided more facilities and amenities

for its customers. It is worth mentioning that this study concluded that Nubank has been seeking, through

communication with its users, the continuous improvement of its services, seeking to assure its customer greater

comfort and security with their purchases, so that could reach its First objective, to redefine the standard of

financial services in Brazil and in the world.

Key words:

Innovation Management. Financial services. Information Technology. NubankApp.

INTRODUÇÃO

A inovação nas empresas vem sendo adotada como uma estratégia de aprendizado e de sobrevivência no

mercado. Um dos pontos de destaque na inovação tem sido a adoção de novas tecnologias digitais que vêm

promovendo o crescimento das empresas e do ambiente econômico nacional e mundial. Pesquisar, trabalhar e

implementar a gestão da inovação não é tarefa fácil. Esse é um terreno que exige um vasto leque de estudos,

incentivos, e que deverá garantir credibilidade aos que vierem a aderir o produto ou serviço que seja oferecido,

em especial, no contexto dessa pesquisa, no qual a inovação encontra-se associada aos serviços financeiros. A

gestão da inovação tem por objetivo estimular processos de modernização tecnológica nas empresas e criar

ambientes institucionais favoráveis à inovação e cooperação entre os agentes. Pois dela dependerá o estilo de

desenvolvimento que teremos nas próximas décadas, na perspectiva dos serviços financeiros oferecidos e,

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consequentemente, no significado da inovação empresarial. Em geral, está se falando na criação de mercados

mais práticos e dinâmicos, de novos negócios, de formas de gestão das empresas e cadeias de produção.

Isso significa que, se o objetivo final é obter maior êxito nas políticas de apoio à inovação, os focos devem ser as

empresas e os mercados, a segurança, o conforto e a credibilidade que tais produtos e/ou serviços estarão

oferecendo aos seus demandantes. Nesse sentido, a organização Nubank vem ganhando adeptos ao serviço. Mas,

por tratar-se de um serviço on-line em sua totalidade, existe certa resistência (por não existir uma agência física,

organização nova, novo modelo de serviço...), porém o discurso dos usuários tem se apresentado como principais

divulgadores e disseminadores do serviço oferecido pela organização. Vale salientar, que a empresa surge com a

proposta de um serviço diferenciado (100% on-line, sem papelório, desburocratizado e sem custo de adesão) no

Brasil, tendo em vista, ser mais competitiva frente às demais organizações que prestam o mesmo serviço.

Será apresentada através desse trabalho, a nova geração de serviços financeiros do Brasil através do Nubank. A

organização é composta por um time global de engenheiros, desenvolvedores e designers, que está começando

uma jornada para reduzir a complexidade que é enfrentada todos os dias ao lidar com o dinheiro. A empresa vem

se destacando por usar tecnologia (aplicativos) mais moderna a favor do cliente, dando agilidade, comodidade e

segurança aos clientes que necessitam de serviços individualizados e que não dispõem de tempo para deslocar-se

e/ou estar em agências financeiras. Enquanto ambição, o Nubank tem como objetivo redefinir o padrão de

serviços financeiros no Brasil e no mundo. Desse modo, tem-se como problemática de pesquisa: Como o

Nubank, vem se destacando nos serviços financeiros no Brasil através da gestão da inovação?

O objetivo do presente artigo foi de analisara gestão da inovação no Nubank através do produto cartão de

crédito, tendo em vista os serviços financeiros no Brasil. Quanto aos objetivos específicos tem-se: a) identificar a

relação entre os dados obtidos e as teorias já consagradas pela literatura, no que se refere à gestão da inovação;

b) Verificar quais ações são realizadas pelo Nubank no âmbito da gestão da inovação; c) Apresentar possíveis

aspectos de inovação quanto aos serviços financeiros oferecidos pelo Nubank, em busca do aperfeiçoamento, da

autonomia e da tecnologia no cenário brasileiro. Assim sendo, este trabalho tem como objetivo analisar como o

NuBank enquanto serviço financeiro inovador, realiza a gestão desses serviços no Brasil, buscando verificar

quais ações são realizadas no âmbito da gestão da inovação.

METODOLOGIA APLICADA

A abordagem metodológica utilizada foi à qualitativa, e quanto ao objetivo ocorreu de forma exploratória

descritiva com escolha de um estudo de caso. Os procedimentos de pesquisa foram pesquisa bibliográfica e

documental. O presente artigo foi desenvolvido a partir do referencial teórico: gestão da inovação e serviços

financeiros; a seguir tratou-se do estudo de caso da organização Nubank, e por fim, a conclusão.

1 GESTÃO DA INOVAÇÃO

O conceito de inovação vem sofrendo alterações ao longo do tempo. Inicialmente, a inovação era associada a

uma invenção, um ato isolado realizado por um inventor ou por uma grande empresa. Com o passar do tempo,

esse conceito de inovação foi ampliado, de modo a compreender todo um processo, desde a sua criação até sua

efetiva comercialização.

O economista Schumpeter (1982), pioneiro nos estudos da inovação, foi um dos primeiros autores a citar a

importância da inovação para as organizações, considerando-a como um fator de vantagem frente às firmas

rivais. O referido autor fez a distinção entre os conceitos de invenção e inovação. Para este, a invenção está

relacionada à descoberta que gera novo conhecimento, porém ainda não possui o aspecto econômico. Já a

inovação está relacionada a todo o processo de inovação desde a criação do conhecimento até a sua difusão, com

aplicação econômica e social da invenção (SCHUMPETER, 1982).

Introduziu também o conceito de “destruição criativa” para o desenvolvimento econômico, no qual novos

produtos competem e superam os antigos, gerando inovações a partir de uma invenção ou de uma tecnologia já

existente, conseguindo com isso uma posição monopolista temporária. Também considerou que a

responsabilidade por colocar as inovações em prática era do “empresário heroico”, através da sua postura

empreendedora, que conseguia transformar uma invenção em uma inovação, geralmente em grandes empresas.

Schumpeter (1982, p. 33) apresentou o seguinte conceito sobre inovação:

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As inovações estão, assim como a tecnologia, no centro do desenvolvimento

tecnológico e devem viabilizar-se à medida que atendam às necessidades sociais do

mercado, sendo que a tecnologia é determinada pela economia, pois só haverá

desenvolvimento tecnológico se existir uma demanda por novos produtos e métodos

produtivos.

Na mesma obra, Schumpeter (1982, p. 42) considerou a inovação como fenômeno fundamental do

desenvolvimento econômico e definiu cinco tipos de inovação:

i) Introdução de um novo bem;

ii) Introdução de novos processos de produção;

iii) Abertura de novos mercados;

iv) Conquista de uma nova fonte de oferta de matérias primas ou bens semimanufaturados; e

v) Estabelecimento de uma nova organização.

Como pode ser percebido, o conceito de inovação de Schumpeter é bastante abrangente, pois relaciona tudo o

que diferencia e cria valor para um negócio, incluindo produto, processos e também criação de novos mercados.

Tudo isso, na visão do autor, com o objetivo de aumentar a competitividade da empresa.

Para Drucker (2001), a inovação é um ato de atribuir novas capacidades aos recursos existentes na empresa,

gerando riqueza. Para ele, a Inovação Sistemática consiste na busca deliberada e organizada de mudanças, e na

análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica e social.

Assim, observa-se que a inovação não é resultante apenas da sorte ou de um processo sem sistematização. Para

realização de inovação é necessário que a empresa tenha em sua estratégia ações que conduzam comportamentos

inovadores. A definição de uma estratégia de inovação para uma empresa é muito importante para o

fortalecimento da sua competitividade. A partir de sua definição e implementação, a empresa poderá assumir

uma posição de liderança em preços ou diferenciação (PORTER, 1989).

Dessa maneira, de acordo com Klein (1998, p. 43), “o desafio dos grandes gerentes é escolher a forma

organizacional que melhor se adequa ao tipo de inovação que estão buscando”. Pois, sem as capacidades e

competências que requerem uma organização no contexto de mercado, e de internacionalização de bens e

serviços no mundo globalizado, torna-se inviável o desenvolvimento de inovação na empresa.

Tigre (2006) utiliza-se de ideias shumpterianas que afirmam os processos inovativos como propulsor de uma

nova economia de mercado, em que novos produtos destroem empresas velhas e antigos modelos de negócio.

Tidd corrobora com o surgimento de uma nova economia a partir da inovação. O autor afirma: “Dessa maneira, a

inovação está se transformando no elemento central da política econômica internacional. Novos produtos ajudam

a conquistar e a manter fatias de mercado e aumentam a lucratividade nesses mercados” (TIDD, 2015, p.7). Ou

seja, trata-se do motor que move a economia atual, que por sua vez, transforma conhecimentos adquiridos e

ideias em produtos e serviços com diferencial competitivo e de maior valor agregado.

Ainda segundo Tidd (2015, p.10) “É importante ressaltar que as vantagens geradas por essas medidas inovadoras

perdem seu poder competitivo a medida que outros a imitam. A menos que a organização seja capaz de progredir

para uma inovação ainda maior”. Sejam quais forem as condições tecnológicas, sociais ou mercadológicas

envolvidas, a chave para se criar e manter vantagem competitiva tende a pertencer àquelas organizações que

inovam continuamente. Tidd (2015, p. 14), sinaliza através do quadro abaixo as vantagens estratégicas pela

inovação, a saber:

QUADRO 1- Vantagens estratégicas pela inovação

Mecanismo Vantagem estratégica

Novidade no processo Mais rápido, barato e personalizado

Complexidade Oferecer algo que os outros têm dificuldade em

dominar

Reconfiguração das partes do processo Recriar interação, redes mais eficientes.

Fonte: Adaptação de Tidd, 2015.

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Como exposto acima, quando a organização apresenta os mecanismos de novidade de processo, complexidade e

reconfiguração das partes do processo, consequentemente estará agregando à empresa diferencial competitivo

frente às demais, ou seja, terá as vantagens estratégicas de ser mais eficiente e/ou mais rápido, poderá baratear

seus processos produtivos e repassar tal margem aos seus clientes, além de poder personalizar seus

serviços/produtos atendendo as especificidades dos solicitantes.

No que tange a complexidade que envolverá cada entrega, estará sendo oferecido algo que os concorrentes

desconhecem ou não dominam, sendo possível ainda recriar as interações e possuir redes mais eficientes. Assim,

além de existir maior possibilidade de fidelização dos clientes que procurem a organização que possua vantagens

de inovação estratégicas, a mesma conseguirá aumentar sua cartela de clientes, e consequentemente, sua

lucratividade.

No Brasil as iniciativas no campo da inovação datam da década de 80. Entende-se que os estudos e pesquisas, ou

até mesmo o incentivo ao empreendedorismo, estão apenas começando. A inovação, considerada como fonte de

valor, também para a vantagem competitiva no setor empresarial, nos dias atuais, baseia-se nos acontecimentos

do mercado que são aparentemente diversos e na necessidade de modelos “inovativos”, para permitir que as

empresas tenham a capacidade de mudar quando for necessário (FUZZETI, 2011).

As inovações envolvem processos dinâmicos, que estão presentes em constante interação com os ambientes.

Nesse dinamismo, podem ser considerados: os indivíduos, os gestores das organizações, os recursos disponíveis,

entre outros. Salazar apud Mañas & Santos (2004) explicam que a organização, de certa maneira, vem sendo

obrigadas a inovar para “sobreviver” e descrevem algumas razões:

[... os produtos e serviços ajudam a manter a participação da empresa no mercado

oferecendo oportunidade de abrir novos mercados; o aumento das vendas ocorre não

somente pelo oferecimento de preços baixos, mas pela disposição de outros

requisitos, como a qualidade, o design, a medida; a revisão dos produtos por se

tornarem obsoletos, como o computador, por exemplo; a alteração do ambiente

sócio econômico; as modificações da legislação; vantagens competitivas; a atração

dos clientes pela inovação, que criam novas necessidades](Mañas& Santos (2004,

p.3).

Segundo Tigre (2006), a gestão da inovação requer uma atuação de forma integrada, considerando que a empresa

é um sistema de aprendizado dinâmico, estruturada com base no conhecimento e comprometida, dentre outros,

com a inovação sustentável. A empresa deve, portanto, buscar empreender os objetivos previstos com base no

planejamento estratégico da inovação, que consiste na definição clara de estratégias, planos, objetivos,

investimentos a serem realizados e indicadores de desempenho.

De acordo com Coral; Ogliari e Abreu (2008), o primeiro passo para implementar um processo de gestão da

inovação na empresa é estabelecer uma estrutura organizacional adequada, tendo claro quais as principais

variáveis que afetam o potencial inovador da organização. Desse modo, a integração e o trabalho conjunto de

áreas distintas são fundamentais para o sucesso de um sistema de gestão voltado ao desenvolvimento de novos

desenvolvimentos. Assim, observa-se que a gestão da inovação trata da organização e do direcionamento de

recursos humanos e financeiros com o propósito de aumentar a geração de novos conhecimentos, ideias,

produtos e processos, bem como, a melhoria dos que já existem. Por isso, se faz necessário a realização de um

diagnóstico prévio na organização que se deseja inovar, para que a empresa possa planejar suas ações de modo

que sejam implementadas as práticas que, de fato, sejam potenciais melhorias para o contexto organizacional

analisado.

Para Coral; Ogliari e Abreu (2008), a sistematização da gestão da inovação em uma empresa, normalmente,

exigirá um esforço inicial significativo, e para tal, faz-se necessário o trabalho de uma equipe. A ampla

colaboração para transformar ideias em inovações lucrativas torna-se um dos aspectos mais críticos no processo

de inovação, construir uma estrutura com as pessoas certas nos lugares certos, no tempo certo é desafio

constante.

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2 SERVIÇOS FINANCEIROS

De acordo com a APB (2016), O sistema financeiro compreende o conjunto de instituições financeiras que

asseguram, essencialmente, a canalização da poupança para o investimento nos mercados financeiros, através da

compra e venda de produtos financeiros.

Estas instituições asseguram um papel de intermediação entre os agentes económicos que, num dado momento,

se podem assumir como aforradores e, noutros momentos, como investidores (APB 2016). Enquanto exemplos

de serviços financeiros têm-se: conta corrente, custódia de cheque, pagamento eletrônico de salário, cartão

empresarial, transferências bancárias, emissão de boletos, crédito, cartão de crédito, dentre outros.

Nesse sentido, os serviços financeiros vêm se ajustando aos diversos momentos da economia, e encontra o seu

maior desafio atualmente, o surgimento de uma era da informação e, já inserida na era do conhecimento,

passando a ser necessário no contexto organizacional, assumir desafios e criar possibilidades de gestão nesse

novo cenário que as organizações se encontram inseridas.

Desse modo, os serviços financeiros desenvolvem-se dentro de um ambiente complexo e com grande influência,

uma vez que, a globalização e as tecnologias nos permitem visões e alcance macro de mercado. Nesse contexto,

as organizações devem buscar melhores oportunidades e entender o funcionamento do mercado, para que seja

possível tomar decisões equilibradas frente aos riscos que envolvem cada decisão.

Assaf Neto (2010, p. 23) apresentou o seguinte relato sobre a teoria do serviço financeiro:

A teoria de finanças vem evoluindo em bases conceituais e práticas bastante

coerentes e estruturadas, permitindo dar um escopo mais consistente à administração

financeira. Em termos técnicos, inclusive, os modelos financeiros de avaliação têm-

se sofisticado, incorporado propostas bastante avançadas e criativas. As decisões

financeiras estão calcadas em diversos pressupostos que dão toda a sustentação a

seus enunciados e modelos. São observadas grandes preocupações em discutir o

relaxamento desses pressupostos e seus reflexos sobre a administração financeira. É

considerável o avanço que vem sendo feito nesse sentido, permitindo maior

aproximação entre a teoria financeira e a realidade do mercado e das empresas.

Ainda de acordo com Assaf Neto (2010, p. 18), “nesse processo a convivência da empresa com o mercado

financeiro é fundamental para a formação de uma estrutura de capital adequada as suas necessidades de

investimento e crescimento”. A partir das necessidades de crescimento, a economia muda, se adapta e se

reestrutura. No contexto histórico das finanças, pode ser mencionado desde o escambo até o novo contexto

mundial, o dinheiro eletrônico. Pois, com a globalização e a possibilidade do “encurtamento” das distâncias

oferecida pela mesma, às pessoas e as organizações tornaram-se sem fronteiras. Pois, ao ser necessário contratar

um serviço ou realizar a compra de um produto, tais ações podem ser realizadas independentemente do local

e/ou distância em que estes se encontrem, uma vez que, o dinheiro eletrônico/moeda digital é o instrumento

usado, e que permite criar correntes de comércio entre indivíduos e empresas de todos os cantos do globo. Vale

salientar, que a economia se encontra na Era da Inteligência em rede, ou seja, é uma “economia digital que

permite que as organizações percebam e reajam mais rapidamente às mudanças no ambiente, sua principal

função é acelerar o ciclo decisório” (DOMINGUES JR, 2016, p. 10).

Na economia tradicional, o fluxo de informações era físico: dinheiro, cheques, faturas, notas de expedição,

relatórios, reuniões face a face, mapas, fotografias etc. Na nova economia, a informação em todas as suas formas

torna-se digital - reduzida em bits armazenados em computadores e correndo na velocidade da luz através das

redes (ALBERTIN, 1998).

Desse modo, Albertin (1998, p.53) afirma que:

Através do tempo, o escopo da interação evoluiu de simples sistemas ligando

compradores e vendedores para mercados eletrônicos complexos integrando

fornecedores, produtores, canais intermediários e clientes, através de uma rede de

relacionamentos eletrônicos. A nova economia está criando tendências conflitantes,

exigindo que as organizações repensem suas missões. Ambientes virtuais e vários

outros fatores estão pressionando a estrutura de custo de grandes empresas. O tempo

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Anais do 4º Fórum Regional de Administração – 2017 – Faculdade Sete de Setembro – Paulo Afonso-Bahia – ISSN 2359-6279

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para alcançar o mercado é crítico, quando os produtos têm uma vida competitiva de

um ano, um mês, uma semana ou algumas horas, como no caso de produtos

financeiros. A inovação, mais que o acesso a recursos ou capital, tem se tornado

crítica. Os clientes têm mudado, criando a expectativa de que as empresas precisam

prover melhor qualidade, produtos adequados, rapidez, menor preço, com melhor

serviço e garantia de responsabilidade social.

Ainda de acordo com o autor, o mercado eletrônico não é irreal e teórico, ele é de fato inevitável. Sua contínua

proliferação e evolução altera toda a nossa economia. Nesse sentido, o Dinheiro Eletrônico, ou Moeda Digital, é

um dos instrumentos utilizados em transações que não utilizam papel-moeda. Ao invés disso, um valor

monetário é eletronicamente creditado ou debitado. Atualmente, a utilização do Dinheiro Eletrônico tem crescido

em detrimento da queda do uso de outros meios de pagamento e/ou recebimento do dinheiro.

Segundo pesquisa do Banco Central (BC, 2016), em 2015 foram gastos R$ 678 bilhões de reais em transações

com cartão de crédito e R$ 390 bilhões com cartão de débito, o que representou um aumento de 9% e de 12%,

respectivamente. A pesquisa mostra ainda que foram realizadas 5,7 bilhões de transações com cartões de crédito

no ano passado, o que representa um aumento de 3% frente a 2014. As operações com cartão de débito somaram

6,5 bilhões (incremento de 15%) (Portal Brasil, 2016).O comércio eletrônico torna-se um elemento cada vez

mais importante da economia globalizada do século. Permite aos usuários acessar informações armazenadas em

diversos locais. Dessa maneira, têm surgido inúmeras organizações no ambiente virtual, que visa ampliar o

alcance do seu público alvo e consequentemente a maximização dos lucros organizacionais. Assim, surgem

questionamentos sobre tal ação vista como diferencial competitivo. Isto nos leva a compreender: “Por que a ideia

da organização virtual é tão tentadora? Porque viemos a acreditar que a burocracia é ruim e a flexibilidade é

ótima. Portanto, decorre que uma empresa que investe no menos possível será mais responsiva a um mercado em

mutação e mais provável de alcançar vantagem competitiva global” (KLEIN, 1998, p.41).

De acordo com Klein (1998, p. 168),

“a internet tem sido o foco de tanta atenção por ser a maior e a mais rápida forma de

implementação de uma autoestrada da informação. A internet está tendo um enorme

impacto no mundo empresarial, esse impacto vem de sua capacidade de eliminar

praticamente muitas das barreiras de tempo e espaço, fazendo isso com baixo custo”.

Estudos sobre o sistema bancário, parte relevante do sistema financeiro, afirmam que a concentração bancária é

mais que uma sombra do grau de desenvolvimento econômico, representando também a concentração qualitativa

das atividades dinâmicas da economia.

Desse modo, de acordo com Tidd (2015, p.7),

A inovação é importante não apenas no empreendimento individualizado, mas cada

vez mais como a fonte do crescimento econômico em proporções nacionais. Pois,

enquanto a vantagem competitiva pode advir de tamanho ou patrimônio, entre outros

fatores o cenário está gradativamente mudando em favor daquelas organizações que

conseguem mobilizar conhecimentos e avanços tecnológicos e conceber a criação de

novidades em suas ofertas (produtos/serviços) e nas formas como as criam e as

lançam.

Fica explicita a necessidade da inovação no processo de crescimento organizacional, em especial nos serviços

financeiros, que a cada dia aponta para novas possibilidades de melhoria e/ou aperfeiçoamento. Nesse sentido,

buscando inovar ou amenizar alguns transtornos e até mesmo inseguranças para com a circulação de valores, o

uso do cartão de crédito apresentou-se como uma possibilidade e revolução no comércio, incentivando a

circulação da moeda e impulsionando o comércio, e consequentemente a economia. É representado por um

“cartão de plástico” emitido por uma administradora de cartões de crédito, cuja finalidade é servir como forma

de pagamento, sendo o emissor do cartão, o usuário e o estabelecimento comercial credenciado os envolvidos na

operação de crédito.

Segundo Figueiredo (2001, p.23), o conceito de cartão de crédito é:

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O cartão de crédito consiste em um cartão de plástico brilhante, colorido, retangular,

padronizado, medindo 85mm por 54mm, com tarja magnética e identificação do

usuário, emitido por uma administradora de cartões de crédito (fornecedora de

serviço) ao usuário do cartão (consumidor), que o utiliza para aquisições de produtos

e serviços ou para efetuar pagamentos em estabelecimentos comerciais conveniados.

Fazzio apud Teixeira (1972, p.121), já apontava que:

[...]os bancos começaram, então, no fim da década de 50, a compreender que o

campo estava aberto e o momento propício para a sua entrada maciça no novo

sistema de crédito. Passaram a ser os próprios emissores dos cartões

(bankcreditcards). Tinham a seu favor a possibilidade funcional – dada a sua

extensa rede de cobrança e de cadastro informativo – de controlar de certo modo

ambas as pontas da relação jurídico-mercantil os portadores dos cartões e os

comerciantes integrantes da rede vendedora de bens e de serviços.

Nesse sentido, a organização Nubank apresentou seu serviço financeiro inovador através de um cartão de crédito

de plástico (forma de pagamento eletrônico), com chip e identificações específicas para cada usuário, no caso

estudado, possui bandeira MasterCard, mostrando a possibilidade de não apenas baratear, mas inovar e

desburocratizar em um âmbito (financeiro) de desconfianças, instabilidades e inseguranças.

3 O NUBANK

O Nubank encontra-se registrado como NU Pagamentos, Sociedade Anônima (S.A.) de capital fechado com sede

em São Paulo - SP. Foi fundada em maio de 2013 por David Vélez, Edward Wible e Cristina Junqueira, iniciou

suas operações de forma mais restrita desde abril de 2014 com um beta para amigos e familiares; sendo lançado

ao público somente em setembro de 2014.

A organização é composta por um time global de engenheiros, desenvolvedores e designers, que de acordo com

o relato dos mesmos, buscam reduzir a complexidade que é encarada todos os dias ao lidar com o nosso dinheiro,

e tem como seus principais investidores Sequoia Capital, Kaszek, Tiger Global Management e FoundersFund, e

se orgulha dos pilares abaixo:

Tecnologia- Desenvolvem tecnologia própria com as mais modernas linguagens e usando projetos open

source;

Design - é usado para repensar como as coisas funcionam e reduzir a complexidade do universo

financeiro;

Data Science - as ideias são testadas e aprendidas rapidamente, usando modelos e tomando decisões

com base em dados (NUBANK, 2016).

Nesse contexto, o Nubank é o emissor e administrador de um cartão de crédito com a bandeira MasterCard®, e

tem como objetivo repensar a experiência dos clientes com cartão de crédito através do uso de novas tecnologias

e design. O cartão internacional oferecido aos seus clientes não possui nenhuma tarifa ou anuidade. Possui ainda,

as menores taxas de juros, e é controlado por um aplicativo para smartphone. Como a primeira empresa de cartão

de crédito sem canais físicos no Brasil, o Nubank reduziu a complexidade e os custos da sua operação para

devolver aos clientes o controle de suas finanças, pois tem como ambição redefinir o padrão de serviços

financeiros no Brasil e no mundo.

Usuários fazem a gestão dos seus gastos através de um aplicativo para smartphones e também podem contar com

um suporte 24 horas por dia através de chat, e-mail, Twitter, Facebook e telefone. Até hoje, o Nubank já

arrecadou mais de R$ 300 milhões em quatro rodadas de investimentos desde a fundação da empresa (NuBank,

2016 A- Informações cedidas pela ouvidoria de relacionamentos). O Cartão Nubank foi desenhado para todos

que desejam uma experiência mais simples, transparente e consistente para gerir os seus gastos. As únicas

restrições que a organização estabelece são: ter no mínimo 18 anos, ser residente do Brasil e ter um smartphone

que seja compatível com os aplicativos para Android (versão 4 ou superior), iOS (versão 8 ou superior) ou

Windows Phone (versão 8.1 ou superior). Para tanto, a organização tem como serviço financeiro oferecido, o

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dinheiro eletrônico, que é uma quantia de dinheiro computada, armazenada e usada como dinheiro vivo para

transações de comércio eletrônico.

Figura 1- Cartão NuBank

Fonte: https://www.nubank.com.br

Não obstante, no sistema financeiro convencional, o consumidor precisa abrir uma conta no banco e mostrar

algumas identificações para estabelecer identidade para obter dinheiro eletrônico. Esse processo acarreta

excessiva tramitação administrativa para se ter acesso aos serviços de crédito.

De acordo com Stair (2006, p.309) a mudança de procedimentos no oferecimento do serviço de cartão de credito

pressupõe riscos, e “do mesmo modo como ocorre com qualquer mudança revolucionária, diversas questões

devem ser consideradas para garantir que as transações por comércio eletrônico sejam seguras e os consumidores

fiquem protegidos. Muitas dessas questões representam ameaças significativas para o crescimento continuado”.

Vale ressaltar, que por se tratar de um serviço totalmente on-line, algumas pessoas ainda possuem receio desse

tipo de transação financeira, cabendo a organização (Nubank), utilizar meios de proteção para os seus clientes,

fortalecendo sua segurança junto ao ambiente virtual, pois dessa maneira, tal serviço ganhará cada vez mais

adeptos.

Desse modo, foi criada a Política de Privacidade para reafirmar o compromisso do Nubank com a segurança e a

privacidade das informações coletadas dos usuários de seus produtos e serviços, as seguintes normas e

regulamentos (NUBANK, 2016):

1. Qualquer informação fornecida pelos usuários é coletada e guardada de acordo com os mais rígidos

padrões de segurança e confiabilidade;

2. Todas as informações coletadas dos usuários trafegam de forma segura, utilizando processo de

criptografia padrão da Internet;

3. As informações pessoais fornecidas pelos usuários são coletadas por meios éticos e legais;

4. Os usuários são avisados que dados seus estão sendo coletados, ficando a critério do usuário fornecê-los

ou não, e são informados também sobre as consequências de sua decisão;

5. A menos que tenhamos determinação legal ou judicial, as informações dos usuários jamais são

transferidas a terceiros ou usadas para finalidades diferentes daquelas para as quais foram coletadas;

6. O acesso às informações coletadas está restrito a funcionários autorizados para o uso adequado desses

dados;

7. Os funcionários que se utilizarem indevidamente dessas informações, ferindo a Política de Privacidade,

estão sujeitos às penalidades previstas em processo disciplinar;

8. Será mantida a integridade das informações que forem fornecidas;

9. Os sites contêm links para outros sites externos cujos conteúdos e políticas de privacidade não são de

responsabilidade do Nubank;

10. Será exigida de toda organização contratada para prover serviços de apoio, o cumprimento dos padrões

de privacidade e segurança da informação;

11. Para fins operações de crédito e gerenciamento de riscos, pode ser trocadas informações sobre os

clientes com fontes respeitáveis de referência, órgãos reguladores e serviços de compensação;

12. Eventualmente, poderá ser utilizado cookies para confirmar a identidade, personalizar acesso e

acompanhar a utilização do website visando o aprimoramento da navegação e funcionalidade;

13. O Nubank coloca à disposição de seus usuários, canais de atendimento ao cliente, para esclarecer

qualquer dúvida que possa surgir.

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Assim, a partir das indicações e do bom desempenho dos serviços oferecidos pelo Nubank, tendo em vista

entender para atender seus clientes (KOTLER, 2010), cada vez mais pessoas conhecem o serviço, encantando-se

e tendo acesso a todos os benefícios oferecidos pelo mesmo.

Desse modo, a organização apresenta algumas peculiaridades nos processos de atuação no âmbito da gestão da

inovação nos serviços financeiros, e tem como diferenciais competitivos:

Quadro 2- Inovações tecnológicas/Benefício aos usuários.

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA BENEFÍCIOS AO USUÁRIO

Uso de tecnologia mais moderna a favor do cliente. Traz soluções seguras e simples para resolver tudo

pelo celular, a qualquer momento.

Disponibilização de canais 100% digitais. Sem nenhum custo para o cliente.

Linguagem direta e objetiva em toda informação que é

compartilhada.

O cliente é tratado como UMA pessoa. A

individualidade é respeitada.

Uso de aplicativo sem custo. Zero anuidade, acompanhamento financeiro do uso do

cartão.

Fonte: Adaptado do Aplicativo Nubank/ouvidoria de relacionamento via chat.

O NuBank, também busca assegurar ao seu cliente maior conforto e segurança junto as compras realizadas.

No momento da compra você recebe a notificação, ela vai para a sua linha do tempo, e já entra na sua próxima

fatura, demonstrando seus gastos em tempo real (conforme figura 2) dando autonomia ao cliente para que o

mesmo possa realizar bloqueio e desbloqueio do cartão, maior detalhamento de taxa de câmbio e parcelamentos.

Figura 2- Apresentação das faturas. Figura 3- Tela principal.

Fonte: https://www.nubank.com.br Fonte: https://www.nubank.com.br

É válido ressaltar que, conforme as figuras 2, 3 e os dados mais específicos que constam no aplicativo, o Nubank

busca prestar um serviço para além de um cartão de compras, este funciona como um mini sistema financeiro,

pois os gastos são classificados e filtrados por categoria, o saldo, o limite e as faturas podem ser vistas em tempo

real. Desse modo, o usuário do cartão pode se planejar, de maneira simples, consistente e transparente. Trata-se

também de educação financeira, com planejamento, acompanhamento e controle de forma rápida, prática e,

sobretudo, fácil.

Até o momento, a organização Nubank tem ganhado cada vez mais adeptos, a propaganda positiva dos usuários

do cartão tem sido divulgada, e a cada dia, surgem novos interessados. Inclusive, sites e revistas de grande

circulação vêm mencionando o Nubank em suas matérias.

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Como mencionado anteriormente, alguns sites e revistas já se atentaram para o movimento que vem ocorrendo a

partir dos serviços oferecido, da repercussão e da aceitação que o cartão Nubank tem tido. Desse modo, tais

matérias acabam apontando desde os benefícios oferecidos aos usuários do cartão, até mesmo as possíveis

cautelas iniciais por se tratar de um serviço totalmente virtual. Não obstante, apontam também as seguintes

vantagens: simplicidade, transparência, solução dinâmica.

Além da observação da revista sobre as facilidades oferecidas através do serviço prestado, também foi publicado

sobre um prêmio já recebido pela organização e os motivos por tal sucesso:

O Nubank, startup brasileira que oferece um cartão de crédito sem anuidade gerido

através de um aplicativo, recebeu nesta semana o prêmio MarketersThatMatter, do

SageGroup do Vale do Silício.Para Desidério, outro ponto fundamental para o

sucesso da startup é a qualidade do serviço entregue ao cliente. “Tem também o

aspecto de entregar a promessa que estamos vendendo. Ter a expectativa do cliente

atendida ou superada é muito importante”, afirma.A satisfação do cliente Nubank

ajudou a criar o que Cristina chama de “crescimento viral”, através da propaganda

boca a boca. Atualmente a startup tem um índice de satisfação de 88% (medido

através do Net Promoter Score - NPS) e recebe elogios dos clientes a todo momento

(DESIDÉRIO,2016).

Revistas nacionais, sites de negócios, vêm apontando as curiosidades, dúvidas, inquietações, e agora, também o

sucesso e a grande aceitação que a organização vem alcançando. Por se tratar de uma organização totalmente on-

line, a comunicação e feedback organização x usuários também ocorrem através do ambiente virtual. Abaixo,

alguns relatos publicados por usuários do cartão no Nubank em rede social usada pela organização e que

concentra uma grande quantidade de seguidores:

Figura4- Comentários de usuários do Nubank. Figura5- Comentários de usuários do Nubank.

Fonte: https://twitter.com Fonte: https://twitter.com

A partir dos relatos acima, pode ser identificado que a organização vem não apenas ganhando mais adeptos, mas

fidelizando sua carteira de clientes através dos serviços oferecidos. Tendo em vista os discursos apresentados

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nesse recorte, a experiência positiva, a antecipação aos prazos e a qualidade no atendimento são constantemente

ressaltadas.

Assim, é possível apontar que a organização Nubank, possui diferenciais competitivos (fácil acesso,

compreensão e acompanhamento dos dados financeiros, agilidade para solucionar problemas e dúvidas,

comodidade – totalmente on-line-, maior controle financeiro dos gastos, dentre outros) frente as demais

organizações que oferecem o mesmo produto, o cartão de crédito. Todavia,o mesmo ainda precisa atentar-se e

aprimorar seus serviços no que tange ao pagamento da fatura de forma on-line, pois no cenário atual, é

necessário a existência de uma conta corrente/poupança em uma agência bancária.

Por ser pioneira e estar ganhando cada vez mais adeptos, organizações financeiras começaram a fazer parcerias

para se tornarem concorrentes do Nubank, e tentar capturar fatia de mercado que antes eram exclusivas dessa

organização.

Desse modo, o Banco do Brasil e Bradesco, se uniram para lançar o Digio, o cartão que foi colocado a

disposição do mercado no início de agosto de 2016 para concorrer com o Nubank. Deixo esse registro, para que

esse trabalho possa ser continuado, não apenas por mim, mas para que novos pesquisadores se questionem sobre

a temática, e que também possa instigar a curiosidade do leitor a futuramente buscar mais dados de como o

Nubank continuará se diferenciado do seu atual concorrente, e de outros que possam surgir no ramo do que está

sendo chamado de “FinTechs”, isto é, as novas tecnologias financeiras.

CONCLUSÃO

O objetivo desse estudo foi analisara gestão da inovação no Nubank através do produto cartão de crédito, tendo

em vista os serviços financeiros no Brasil.A partir dos dados expostos acima, é possível observar que a gestão da

inovação ainda tem muito que avançar, em especial, no cenário econômico, financeiro e tecnológico brasileiro.

Quanto aos objetivos específicos, foi proposto: a) Identificar a relação entre os dados obtidos e as teorias já

consagradas pela literatura, no que se refere à gestão da inovação; b) Verificar quais ações são realizadas pelo

Nubank no âmbito da gestão da inovação; c) Apresentar possíveis aspectos de inovação quanto aos serviços

financeiros oferecidos pelo Nubank, em busca do aperfeiçoamento, da autonomia e da tecnologia no cenário

brasileiro. Vale ressaltar, que todos os passos foram trilhados, buscando alcançar os objetivos aqui propostos,

que por sua vez, ocorreram de acordo com o planejamento e cronograma definidos durante o processo de

construção desse artigo.

Além de um estudo sobre a organização Nubank, o aplicativo e o produto cartão de crédito, foi buscado a

contextualização teórica a partir de grandes pensadores, tendo em vista atender o questionamento de

investigação.Como o Nubank, vem se destacando nos serviços financeiros no Brasil através da gestão da

inovação? Vale ressaltar que, para atender de maneira mais eficaz a temática pesquisada, ‘Nubank: um estudo de

caso em gestão da inovação dos serviços financeiros no Brasil’, existiu um olhar mais atento para a gestão da

inovação, serviços financeiros e o próprio Nubank. Nesse sentido, este estudo buscou identificar como a

organização Nubank vem se destacando frente as demais empresas que oferecem o mesmo produto, o cartão de

crédito. No processo de pesquisa foram encontrados registros e documentos que sinalizaram a gestão inovadora

da empresa. O destaque da empresa foi também citado em publicações realizadas por sites e revistas de grande

circulação, assim como relatos dos próprios usuários.

Dessa maneira, a gestão da inovação foi apontada como a integração e o trabalho conjunto de áreas distintas,

sendo fundamental para o sucesso da empresa. A necessidade de ampla colaboração é fundamental para

transformar ideias em inovações lucrativas, pois este é um dos aspectos mais críticos no processo de inovação, e

para tal, a criação de uma estrutura com as pessoas qualificadas é essencial. Quanto aos serviços financeiros,

identificou-se que o mesmo desenvolve-se dentro de um ambiente complexo e com grande influência, uma vez

que, a globalização e as tecnologias nos permitem visões e alcance macro de mercado. Nesse contexto, as

organizações devem buscar melhores oportunidades, entender o funcionamento do mercado, para que seja

possível tomar decisões equilibradas frente aos riscos que envolvem cada decisão. Levando em consideração que

cada decisão poderá vir a ser seu diferencial competitivo frente as demais organizações.

Assim, o Nubank vem buscando a partir das sinalizações de seus usuários, a busca contínua pela melhoria dos

seus serviços, procurando assegurar ao seu cliente maior conforto e segurança junto às compras realizadas, para

que seja possível alcançar seu objetivo primeiro, redefinir o padrão de serviços financeiros no Brasil e no mundo.

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IMPACTO DA TECNOLOGIA PARA GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES.

Aricio Medeiros da Silva

Natanael Almeida Santos Silva

Graduandos em Sistemas de Informação pela Faculdade Sete de Setembro - FASETE

Denise Fortes Xavier

Mestranda em Tecnologia da Inovação pela Universidade Federal de Sergipe - UFS

RESUMO Na Era do capital Intelectual, as informações e o conhecimento são os maiores recursos competitivos para uma

organização. As empresas têm buscado novas formas de adquirirem conhecimento para que possam competir em

vantagem contra os seus demais concorrentes. É destacado a tecnologia com uma ferramenta ou instrumento que

contribuem fundamentalmente para a alavancagem dos processos de conversão do conhecimento para as

organizações, já que sem ela seria difícil de se trabalhar com a grande quantidade de volumes e diversidades de

informações, como também as tomadas de decisões empresariais. O estudo trabalho, procura demonstrar o uso

das tecnologias da informação como aliados ao processo de Gestão do conhecimento dentro das organizações.

Palavras – chave: Gestão do Conhecimento. Sistemas de Informações. Gerenciamento de Informações.

ABSTRACT In the Age of Intellectual Capital, information and knowledge are the greatest competitive resources for an

organization. Companies have been looking for new ways to acquire knowledge so they can compete against

their competitors. Technology is highlighted with a tool or instrument that contribute fundamentally to the

leverage of the processes of knowledge conversion to the organizations, since without it it would be difficult to

work with the great amount of volumes and diversities of information, as well as the Business decisions. The

work study tries to demonstrate the use of information technologies as allies to the process of knowledge

management within organizations.

Keywords: Knowledge Management. Information Systems. Information Management.

INTRODUÇÃO

As organizações têm passado por diversas modificações e avanços ao longo do tempo, principalmente após a

revolução tecnológica, modificações estas que visam melhorar o tempo de produção, minimizar custos, entregar

qualidade, agradar o cliente com preços competitivos e aumentar a produção com o objetivo final de obter

lucros. Para que tudo isso seja possível, se faz necessário no cenário atual, a organização trabalhar de forma

automatizada e com paradigmas diferentes dos tempos passados. É preciso enxergar novas perspectivas, analisar

tendências, prevê mudanças de mercado, dentre outros.

Não importa o tamanho da empresa, esta deve ser conhecida por seu gestor, visto que está cada vez mais difícil

se encaixar no cenário amplo e visionário que o rumo dos negócios tem tomado. Logo, se torna uma tarefa difícil

devido a tantos processos que estão inseridos em um ambiente organizacional. É nesse momento que o gestor

responsável pelo negócio necessitará do auxílio da tecnologia e dos sistemas de informações para controlar a

maioria, se não todos os processos organizacionais, sendo assim o mesmo irá obter um conhecimento amplo e

detalhado do seu negócio podendo a partir de aí melhorar este de forma significante. Sendo assim, percebe então

a importância pela qual os sistemas de informações têm para uma empresa, como a de melhorar os fluxos de

informações em todos os seus departamentos, e depois, para tirar proveito de todo esse fluxo de informações de

maneira mais eficaz para que o administrador possa tomar decisões aceradas e responder melhor ao mercado

essencialmente dinâmico e globalizado. (BATISTA, 2006).

A tecnologia atualmente está inserida em praticamente tudo ao nosso redor, como na comunicação, medicina,

instituições de ensino e sem dúvidas nas organizações contribuindo de forma expressa para grandes avanços

nesses setores. Dessa forma, será abordado como tema o impacto da tecnologia para gestão do conhecimento nas

organizações, destacando as principais características, benefícios e sua influência na tomada de decisões. O

artigo está organizado da seguinte maneira. A segunda sessão, será abordado de forma sucinta o que é

conhecimento e seus termos. A terceira sessão retrata sobre os Sistemas de Informações e a Tecnologia da

Informação como instrumentos de gestão estratégica e desempenho organizacional A quarta sessão se resume à

apresentação sobre Gestão do conhecimento, suas características e vantagens para a Organização. A quinta

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sessão, será explanado sobre o impacto da tecnologia para a (GC) nas organizações. A sexta sessão apresenta a

metodologia utilizada no estudo. A sétima sessão apresenta os resultados da pesquisa de campo elaborada. A

oitava e última sessão, apresentará as considerações finais do estudo.

METODOLOGIA APLICADA

De acordo com Gil (2007), pesquisa é definida como o procedimento racional e sistemático que tem como

objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. Pensando nisso, a metodologia de

desenvolvimento deste trabalho constitui em uma revisão bibliográfica em livros, artigos, teses, dissertações e

sites na internet que abordam o tema Gestão do conhecimento, os Sistemas de Informação e os Impactos

lucrativos causados através das ferramentas tecnológicas para as organizações.

O segundo instrumento utilizado foi a pesquisa de campo, sendo desenvolvido um questionário contendo sete

perguntas objetivas ligadas a GC e às tecnologias implantada nas empresas onde atuam cada entrevistado. A

pesquisa de campo foi feita com 15 empresas situadas na cidade de Paulo Afonso Bahia, contando com um

profissional de cada empresa para responder o questionário elaborado. Foi utilizado como instrumento de coleta

de informações, uma das ferramentas da Gigante Google, o google forms. Ferramenta que permite formular

diversos tipos de questionário, contanto com uma excelente análise de dados e coleta de informações em tempo

real.

1 CONHECIMENTO

O sucesso de grandes empresas atualmente tem sido devido ao enfrentamento do que é chamado de paradoxo,

que sugere a ideia de algo ao contrário, principalmente porque estas organizações têm tirado proveito disso,

gerando inovações. Mais paradoxos existem quando os tempos são difíceis, e quando o mundo está mais

complexo.

O teste de uma inteligência diferenciada é a capacidade de manter duas ideias

opostas em mente, ao mesmo tempo, e ainda manter a capacidade de funcionar.

(FITZGERALD, apud TAKEUCHI; IKUJIRO, 2008).

Sendo assim nota-se as necessidades de as corporações adotarem o paradoxo como forma de inovar, em vez de

eliminá-lo e fracassar. O marco do sucesso de uma corporação está em sua habilidade de mudar rapidamente, se

adequando as novas formas de negócios e sabendo lhe dar com as complexidades envolvidas nesse processo. O

conhecimento poder ser classificado de suas formas: codificado ou explícito, capaz de ser transmitido por algum

meio, seja através de um livro ou um artigo na internet, e conhecimento tácito ou implícito, caracterizado pela

capacidade interna das pessoas, ou seja, experiência, relações pessoais, tornando-se uma transmissão mais difícil,

mas não possui menor validade.

O conhecimento e a intelectualidade eram considerados fatores externos na economia, mas esse conceito mudou

de forma extrema na economia moderna a qual tem o crescimento econômico e a produtividade baseando-se no

conhecimento e na informação. (MATTOS; GUIMARÃES, 2012).

A informação nos dias de hoje tem um valor altamente significativo e pode

representar grande poder para quem a possui, seja pessoa, seja instituição. Ela possui

seu valor, pois está presente em todas as atividades que envolvem pessoas, processo,

sistemas, recursos financeiros, tecnologias etc. (REZENDE, 2008).

A geração do conhecimento ocorre quando as informações são compreendidas, combinadas e analisadas por

pessoas ou quando a tecnologia da informação contribuir para um cenário nos processos decisórios da

organização. (REZENDE, 2008).

Diante disso, nota-se uma economia cheia de incertezas, variações e mudanças, sendo o conhecimento uma

forma estratégica de obter vantagem competitiva a longo prazo. Com as transformações do mercado a

quantidade de produtos aumenta significativamente, os produtos tornam-se obsoletos quase que

instantaneamente de forma a gerar uma corrida por inovação entre as organizações. As empresas que dominam o

conhecimento e o expande, inovando constantemente tendem a se manter atualizadas e até mesmo estão à frente

de outras que calcificam esse fator importantíssimo.

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2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Ao falar sobre sistemas de informação, não se deve apenas enxerga-los como programas de computadores. Os

sistemas de informações são muitos mais amplos pois abrange a tecnologia, processos organizacionais e

transações geradoras de dados. São ferramentas altamente eficientes para manipulação de dados gerados nas

organizações. De acordo com LAUDON (2004), os sistemas de informações se tornaram ferramentais

indispensáveis para as operações e decisões que ocorrem a cada minuto nas organizações. Um sistema pode ser

composto de três fases:

A entrada de dados: São todos os dados gerados na organização no desenvolvimento das atividades

cotidianas;

O processamento: É o processo de transformação dos milhares de dados em informações uteis para o

processo de tomada de decisões;

A saída de dados: É a exteriorização de tudo que foi processado e será o alicerce para as decisões

organizacionais.

Um sistema de informação pode ser definido tecnicamente como um conjunto de componentes

inter-relacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui informações

destinadas a apoiar a tomada de decisões, a coordenação e o controle de uma organização.

Além de dar suporte à tomada de decisões, à coordenação e ao controle, esses sistemas

também auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos

complexos e criar novos produtos. (LAUDON, 2004).

Um sistema de informação sendo visto do ponto empresarial, pode ser qualificado de acordo com a sua forma de

utilização e o tipo de retorno dado ao processo de tomada de decisões. São classificados por sete tipos de

sistemas, são eles:

Sistemas empresariais;

Sistemas de automação de escritório;

Sistemas de informação gerencial (SIG);

Sistemas de suporte à decisão (SSD);

Sistemas de suporte executivo (SSE);

Sistemas especialistas;

Sistemas de informação geográfica (GIS).

Hoje, todos admitem que conhecer sistemas de informações é essencial para os administradores, porque a

maioria das organizações precisam deles para sobreviver e prosperar. Esses sistemas podem auxiliar as empresas

a estender seu alcance a locais distantes, oferecer novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e

trabalho e, talvez, transformar radicalmente o modo como conduzem os negócios. (LAUDON, 2004).

Entre os benefícios que as empresas procuram obter por meio dos Sistemas de Informação estão:

Suporte a tomada de decisão;

Melhor serviço e vantagens competitivas;

Oportunidade de negócios e aumento da rentabilidade;

Mais segurança nas informações, menos erros, mais precisão;

Valor agregado ao produto

Aperfeiçoamento nos sistemas, eficiência, eficácia, efetividade, produtividade;

Carga de trabalho reduzida;

Redução de custos e desperdícios;

Produtos de melhor qualidade etc.

Sendo assim, fica claro que os Sistemas de informações são muito úteis tanto para as empresas como para as

pessoas vinculadas a esta empresa, tanto para o corpo interno da organização quando para o cliente.

3 GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES

A gestão do conhecimento (Knowledge Management), é uma disciplina que tem trazido uma atenção maior nas

últimas décadas. O conceito de gestão do conhecimento, teve seu surgimento nas organizações no início da

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década de 90, tratando-se de uma área de atuação transversal que possui diversas áreas relacionadas,

principalmente a gestão estratégica, teoria das organizações e sistemas de informação. Gestão Do Conhecimento

não é apenas um modo de eficiência operacional, mas sim parte da estratégia empresarial.

É necessário primeiramente entender os conceitos de dado, informação e conhecimento para uma melhor

compreensão do conceito de gestão do conhecimento:

Dado: Dado é o elemento que representa eventos ocorridos na empresa ou circunstâncias físicas, antes que

tenham sido organizados ou arranjados de maneira que as pessoas possam entender e usar. (Rossini &

Palmisano).

Informação: Dado configurado de forma adequada ao entendimento e à utilização pelo ser humano. (Rossini &

Palmisano).

Conhecimento: É a capacidade, adquirida por alguém, de interpretar e operar sobre um conjunto de

Informações. Essa capacidade é criada a partir das relações que ele estabelece sobre o conjunto de Informações,

e desse conjunto com outros conjuntos que já lhe são familiares (incluindo experiências, impressões, valores,

crenças, etc.), que lhe permitem compreende-lo e tirar conclusões sobre ele e a partir dele. (Davenport/Prusak).

Em épocas passadas, o valor de uma empresa se dava para os seus ativos tocáveis, como equipamentos,

instalações físicas, estoque etc. Hoje, na era da informação, as características dinâmicas impostas mudaram este

conceito de atribuição de valor, tornando as informações como um dos principais ativos possuintes de uma

organização. (BATISTA, 2006).

Em 1970, Zand já anunciava que o futuro da administração se daria e seria influenciado pelo desenvolvimento de

uma sociedade do conhecimento, e que os empreendimentos comerciais tornar-se-iam organizações de

processamentos de conhecimento. (ANGEOLI; MULBERT, 2008).

Sendo assim, para que uma empresa possa ter o seu devido sucesso, é necessária uma organização das

informações no sentido de coletar, organizar, acessar e tornar disponível toda informação no momento certo e

para o usuário correto, de maneira segura, confiável e de fácil acesso. Para aplicar conceitos de inteligência

competitiva e inteligência empresarial nas organizações, se torna fundamental a consideração da gestão do

conhecimento e os sistemas de conhecimentos. Mas como as empresas obtêm conhecimento? LAUDON (2004)

afirma que, da mesma maneira que as pessoas, as organizações criam e reúnem conhecimento usando diversos

mecanismos para auxiliar na aprendizagem organizacional. Por tentativa e erro, e cuidadosa medição de

atividades planejadas e um retorno obtido por clientes e do ambiente em geral, as organizações criam novas

maneiras operacionais e ainda processos padrões que refletem sua experiência. Isso então é denominado de

aprendizagem organizacional.

Concluísse que, Gestão do Conhecimento definisse em organizar e sistematizar os dados, a informação e o

conhecimento da organização. Tratando de uma forma simples, uma gestão que gira em torno da capacidade de

captar, gerar, traduzir, modelar, transformar, armazenar, disseminar e gerenciar as informações interna ou

externa. Essa informação deve ser transformada em conhecimento e distribuída para os colaboradores da

organização através dos sistemas e da tecnologia da informação como ferramentas.

4 IMPACTO DA TECNOLOGIA PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES

As grandes organizações veem na tecnologia uma grande aliada para a administração dos volumes e formas

diversas desse recurso organizacional. A tecnologia proporciona, além da coleta à disponibilização do

conhecimento. (ANGEOLI; MULBERT, 2008).

A tecnologia tem desempenhado um papel de grande valor na Era do conhecimento, sendo uma ferramenta que

tem como objetivo facilitar a captação e estruturação do conhecimento anteriormente desestruturado e dispersos

nas organizações. Novas tecnologias estão continuamente sendo introduzidas, e a gestão do conhecimento deve

ser habilidosa em delas se beneficiar. A internet é um dos recursos tecnológicos que apoiam e tornam efetiva a

gestão do conhecimento. Na década de 1990, a internet rompeu barreiras e se tornou uma realidade para milhares

de pessoas e vem servindo como base para diversos programas e ambientes que proporcionam a captação, o

armazenamento e principalmente a difusão do conhecimento. O seu potencial de comunicação servindo por

meios de terminais on-line favorece e colabora para a criação do conhecimento. (ANGEOLI; MULBERT,

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2008). De acordo com MATTOS (2012), a tecnologia é provavelmente o fator mais importante para o aumento

de competitividade global de uma empresa. Existem vários estudos científicos que demonstram que as empresas

que investem e aplicam novas tecnologias tendem a ter situações financeiras mais sólidas do que as que não

fazem.

Um estudo com foque em tecnologias de processos, envolvendo mais de 1.300 fabricantes na Europa, no Japão e

na América do Norte, revelou forte ligação entre desempenho financeiro e inovação tecnológica. Um outro

estudo revela que empresas norte-americanas de grande porte mostrou que existe forte relação entre o

investimento em P&D e rentabilidade e frequência de novos produtos. Mesmo pequenas empresas podem

desfrutar de fortes posições competitivas quando têm mais conhecimento tecnológico e usam de forma intensiva

a tecnologia da informação. (MATTOS, 2012).Compreende-se que a tecnologia da informação tem significado

uma mudança muito profunda nas organizações, contribuindo fundamentalmente para a alavancagem dos

processos de conversão do conhecimento.

5 RESULTADOS

O resultado do questionário utilizado na pesquisa de campo com as 15 empresas através dos seus funcionários, é

demonstrado logo abaixo através de gráficos. É apresentado primeiramente a pergunta elaborada para o

entrevistado e logo depois o gráfico representativo com a quantidade total de respostas.

Quadro 1: Questão 1 e resultado

Fonte: Silva; Silva, 2017.

Com base nos dados coletados e apresentados no quadro 1, compreende-se que algumas empresas na cidade de

Paulo Afonso BA, já utilizam a gestão do conhecimento como um fator positivo dentro de suas organizações.

Diante dos 15 entrevistados, 10 deles responderam que suas organizações já utilizam a gestão do conhecimento

contra 5, que responderam ao não uso.

Quadro 2: Questão 2 e resultado

Fonte: Silva; Silva, 2017.

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O quadro 2, mostra que 93,3% dos entrevistados das 15 empresas, afirmam que às tecnologias têm de fato

trazido benéficos para dentro de suas organizações. Nota-se a grande importância da tecnologia para as

organizações.

Quadro3: Questão 3 e resultado

Fonte: Silva; Silva, 2017.

O quadro 3, mostra que 93,3% dos entrevistados, afirmam que empresas ligadas com tecnologias, terão uma

maior vantagem contra empresas que não se faz a devida utilização da mesma no mercado. Uma pequena

porcentagem afirma que talvez.

Quadro 4: Questão 4 e resultado

Fonte: Silva; Silva, 2017.

Nota-se no quadro 4 que, 80% dos entrevistados afirma que se a sua organização não possuísse um sistema de

informação, custos e desperdícios de produtividade e tempo seriam maior. Os 20% restantes dos entrevistados

dizem que talvez.

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Quadro 5: Questão 5 e resultado

Fonte: Silva; Silva, 2017.

73% dos entrevistados dispostos no quadro 5, afirma que os sistemas de informações contribuem para a melhor

qualidade e o melhor produto dentro de suas organizações, contra 20% dos entrevistados que votaram que não,

os sistemas de informações não há nenhuma contribuição para isso. Uma outra pequena porcentagem, afirmam

que talvez isso seja possível.

Quadro 6: Questão 6 e resultado

Fonte: Silva; Silva, 2017.

80% dos entrevistados apresentados no quadro 6, afirmam na pesquisa que se em suas empresas fossem

limitadas o uso das tecnologias da informação, seriam mais complicadas e difíceis as tomadas de decisões

empresariais. 20% responderam que talvez isso seria possível.

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Quadro 7: Questão 7 e resultado

Fonte: Silva; Silva, 2017.

No quadro 7, 60% dos entrevistados afirmam que as tecnologias da informação contribuem para o melhor

conhecimento da própria organização. 13% afirmam que isso não seria possível e 26% dizem que talvez. A

conclusão desse estudo de campo apresenta resultados satisfatórios. Nota-se que às empresas, tanto de grande e

pequeno porte entrevistadas, já utilizam a gestão do conhecimento como um fator positivo e competitivo dentro

de sua organização e afirmam que às tecnologias das informações contribuem e influenciam para isso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O resultado do estudo feito através de pesquisas bibliográficas, livros e artigos, confirmam que ainda é escassa às

literaturas que abordem as interações entre sistemas de informações e a gestão do conhecimento. Isso se dar pelo

fato que empresas ainda confundem tecnologias da informação com gestão do conhecimento.

Há empresas no mercado que ainda acreditam que o simples fato de implantar às tecnologias da informação em

suas organizações serão o suficiente para qualifica-las como uma empresa voltada para a gestão do

conhecimento, sendo isso um grande equívoco. À tecnologia da informação desempenha papel de infraestrutura

para a gestão do conhecimento, são ferramentas de apoio a tomadas de decisões e análise de mercado, como

também, servem de instrumento facilitador para um rápido fluxo de conhecimento dentro das organizações. O

resultado deste trabalho, permite notar o papel da tecnologia da informação para a Gestão do Conhecimento,

como também o verdadeiro benefícios que o conhecimento hoje tem para as organizações. Vale lembrar que, não

basta apenas o apoio da tecnologia para a GC, somente as pessoas podem gerar e tirar proveito disso.

REFERÊNCIAS

BATISTA, Emerson de Oliveira. Sistemas de Informação: o uso consciente da tecnologia para o

gerenciamento / Emerson de Oliveira Batista – São Paulo: SARAIVA, 2006.

LAUDON, Kenneth C. Sistemas de informações gerenciais: administrando a empresa digital / Kenneth C.

Laudon – São Paulo: Prentice Hall, 2004.

MATTOS, João Roberto Loureiro. Gestão da tecnologia e inovação: uma abordagem prática / João Roberto

Loureiro de Mattos, Leonam dos Santos Guimarães – 2.ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.

LUCHESI, E.S.F. Gestão do conhecimento nas organizações. Disponível em:

<http://www.cetsp.com.br/media/117897/nota%20tecnica%20221.pdf >. Acesso em 9 de fevereiro de 2017.

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ANGEOLI, Maria Terezinha; MULBERT, Ana Luísa: Organizações do conhecimento: infraestrutura, pessoas

e tecnologia / Maria Terezinha Angeoli; Ana Luísa Bulbert – 2.ed. – São Paulo: Saraiva, 2008.

REZENDE, Denise Alcides. Tecnologia da informação aplicada a sistemas de informação empresariais: o

papel estratégico da informação e dos sistemas de informação nas empresas / Denis Alcides Rezende, Aline

França de Abreu. – 5. Ed. – 2 reimpor. – São Paulo, 2008.

WAGNER W; ILVILI A.W. Gestão do conhecimento: ferramentas tecnológicas e portais do conhecimento

para empresas desenvolvedoras de tecnologias de médio e pequeno portes. Disponível em:

http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/terra_cultura/38/Terra%20e%20Cultura_38-15.pdf>. Acesso em 13

de fevereiro de 2017.

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DIMENSIONAMENTO ENTRE FATORES POLÍTICOS, LEGAIS E SOCIOAMBIENTAIS PROJETO

DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO.

Fernando Diogo Cruz

Bacharel em Administração pela Faculdade Sete de Setembro – FASETE

Jacques Fernandes Santos

Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável pela Universidade de Pernambuco – UPE – FCAP

Jeferson Augusto Fernandes Santos

Graduando do Curso de Direito da Universidade do Estado da Bahia - UNEB

RESUMO

A transposição do rio São Francisco, um dos principais projetos engajados pelo governo do partido dos

trabalhadores, nas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, concomitantemente se

transformou em uma das principais ações geradora de problema para o governo, devido à constantes

alterações de projetos. O presente estudo monográfico tem por objetivo analisar a primeira etapa do

projeto de transposição do rio São Francisco no eixo leste entre as cidades de Floresta e Petrolândia.

Ambas as cidades interioranas do estado de Pernambuco receberam a referida obra de transpor a água

para outras localidades. Percebendo o impacto gerado pela obra, a pesquisa deste trabalho buscou

verificar quais os meios traçados para a gestão de planejamento que gerou benefício ocorrido pela

transposição e o que negativamente acarretou entre as cidades. Num primeiro momento, foi feito um

amplo estudo teórico para elucidar e ampliar o entendimento sobre o projeto, a execução das etapas, o

que suscitou em esforços conjuntos para gerar um referencial considerável. Quanto à execução dos

questionários para obtenção de dados que fomentassem ao estudo de responder os objetivos, os

administradores da obra, gestores públicos, empresários da cidade foram alvos da pesquisa para melhor

compreensão. Por fim, detectou-se que p projeto não seguiu o princípio da gestão estratégica, gerando

perdas e ônus para os municípios envolvidos, com falta de ações amplas e direcionadas para as

comunidades, gerando perdas financeiras devido à falta de planejamento.

Palavra-chave: Planejamento, transposição, Floresta e Petrolândia.

ABSTRACT

The transposition of the São Francisco River, one of the main projects engaged by workers´ Party

government, the managements of Luiz Inacio Lula da Silva and Dilma Rousself concomitantly turned

into a major generating actions of problem for the government because of the constant changes project.

This monographic study aims to analyze the first transposition stage of the project of the São Francisco

River in eastrn axis between cities of Floresta and Petrolândia. Both inner cities of the state of

Pernambuco received this work to transpose the water to other locations. Realizing the impact generated

by the work, research of this work which sought to verify the strokes means for planning management

that benefit generated by the transposition occurred and which aroused in joint efforts to generate

considerable reference. For the implementation of questionnaires to obtain data foment the study to

answer the objectives, the administrators of the work, public officials, city businessmen were targeted

research to better understanding. Finally, it was found that p project did not follow the principle of

strategic management, gerenating losses and burdens to the municipalities involved, whit lack of broad

actions, targeted to communities, generating losses due to lack of financial planning.

Keyword: Planning, implementation, Floresta and Petrolândia

INTRODUÇÃO

Uma das funções fundamentais da administração é o planejamento. Não obstante, e sem qualquer demérito para

as demais funções tais como: organizar, controlar, executar e avaliar. Pois, é no planejamento que os grandes

projetos e ações começam a ganhar mente, corpo e forma.

O planejamento se torna essencial em todos os setores da economia, e não poderia ser diferente com as instâncias

governamentais. O setor Governo, também denominado de 1º setor, ou estado, ou ainda setor público, é aquele

onde os orçamentos devem ser rigorosamente direcionados por planejamentos que preveem a correta execução

das ações, com vistas à economia de tempo, bom uso dos recursos, menor impacto geográfico e urbano, dando

em maior brevidade possível o retorno social esperado, sejam em obras, projetos, emendas, etc.

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Assim, planejar se consolida como além de uma tarefa, a base que dá alicerce para toda a área de administração.

Cobra (2003) verifica que para poder existir discernimento entre o que é um simples Gestor (Diretor,

Coordenador, Gerente) e um administrador, de fato, é o planejamento.

Com o início da execução das obras, em 2007, a perspectiva de finalização inicial era o ano de 2012, já

prorrogada três vezes, agora, a obra está prevista para finalização entre 2015 e 2016. Durante a execução do

projeto, várias cidades do entorno do rio São Francisco, foram envolvidas na chamada zona impactante, ou seja,

aquela em que, diretamente, os municípios são afetados pelos fatores de execução de uma obra como esta,

principalmente nos aspectos sociais e na economia. Com isso, os municípios de Petrolândia e Floresta,

localizados em Pernambuco, foram também um dos que serviram de base para as equipes do projeto, gerando

intensa movimentação econômica e alteração de quadros de investimentos em ambas as cidades. Partindo do

princípio do planejamento, todos os impactos e ações no entorno devem ser provisionados, tendo em vista a meta

de reduzir, ao máximo, transtornos e outros aspectos que possam ser levados a estas comunidades.

Assim, este trabalho abordará uma análise dos impactos sofridos pelas cidades citadas durante a execução da 1ª

etapa no eixo Leste – Oeste da transposição, verificando os principais fatores agregadores e desagregadores, e

como o Governo se posicionou, planejou e executou seu planejamento, de forma a evitar ou impedir que

prejuízos sociais pudessem ser causados à população.

METODOLOGIA APLICADA

Segundo Prestes (2002), pesquisa de campo corresponde ao pesquisador através de questionário, entrevista,

observações, protocolos verbais entre outros coletando dados e investigando em seu meio. E por essa finalidade

adequar a melhor prática de conter informações para um melhor aprofundamento da pesquisa.

Pretende-se como este estudo, expor informações de forma a serem compreendidas por todos os leitores, e

pautados em fundamentos teóricos com rigor cientifico da referida obra de transposição.

A respeito do questionário, este leva a possibilidade de uma serie ordenada de perguntas fechadas que devem ser

respondidos pelo pesquisado que está informando sua opinião sobre o tema pesquisado com o propósito de

contribuir com informações e dados sobre o assunto pesquisado (PUC, 2010).

Tabulados os dados dos questionários a serem aplicados, os resultados serão expostos em gráficos elaborados no

Microsoft Office Excel, onde analisados e interpretados através de gráficos e explicitados nesse estudo. Através

dos percentuais, índices, informações e dados obtidos, o pesquisador buscará responder as hipóteses,

questionamentos e indagações suscitados pelo estudo e obter melhor compreensão dos objetivos de pesquisa.

Segundo Lakatos & Marconi (2001, p. 167), declaram que, “tabulação é uma parte do processo técnico de

análise estatística, que permite sintetizar os dados de observação conseguida pelas diferentes categorias e

representa-los graficamente”. Nessa ótica as perguntas fechadas serão contempladas e apresentadas em gráficos

para a leitura e compreensão do assunto. Após a descrição e a interpretação dos dados, através do quadro de

tabulação referente aos valores do resultado da pesquisa monográfica, e com isso, pretende-se, como este estudo,

expor informações de forma a serem compreendidas por leitores, e pautas em fundamentos teóricos com rigor

científico. Num total de 23 entrevistados.

1 A TRANSPOSIÇÃO E O RIO SÃO FRANCISCO

Os agravantes da estiagem que houve no Nordeste no século XVIII entre os anos de 1777 a 1779 chamou

atenção da corte imperial. Em 1820 D. João VI sentiu a necessidade de abrir um canal que ligasse o rio São

Francisco para o Jaguaribe (FERREIRA, 2012).

Um dos marcos histórico sobre a preocupação da seca durante o governo imperial, Caúla e Moura (2006 apud

SILVA, 2011) menciona que as ideias de solucionar as secas, surgiram com as providências políticas que

marcaram o ano de 1831 na época da Regência Trina que autorizava a abertura de profundos poços artesianos.

Segundo Castro (2011) a primeira vez que a transposição do São Francisco foi aventada, situou em 1847, quando

o engenheiro e deputado do estado do Ceará, apresentou ao imperador Dom Pedro II a ideia de transpor a água

com o objetivo de amenizar os problemas da seca.

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O engenheiro Marcos de Macedo defende ao parlamento e também ao imperador Pedro II, mas não obteve apoio.

Na oportunidade Dom Pedro II contrata o engenheiro austríaco Henrique Halfeld para estudos mais detalhados e

propor uma solução (SILVA, 2011).

Castro (2011) informa que ideia foi mais uma vez foi mencionada no decorrer do Segundo Reinado (1840-1889),

quando em 1856 uma comissão científica, chefiado pelo engenheiro e físico Guilherme Schuch de Capanema

(Barão de Capanema), encarregado de estudar o problema agravante da seca, recomendou a abertura de um canal

que ligasse os rios São Francisco à Jaguaribe. Após três anos, em 1859 foi concluído os estudos e então

arquivado. Era uma época de difícil concentração na proposta em que todo o empreendimento houvesse força

tecnológica para a ousada obra e passasse a ser executado para amenizar a tragédia que ocorreu no último quartel

na indicativa de solucionar a morte de dois milhões de habitantes nordestinos. Essas medidas mitigadoras

puderam envolver todos os esforços de estudos para minimizar mais o agravante (LIMA, 2004).

Mais uma vez, a ideia de transpor a água veio a discursão por outro engenheiro cearense chamado Tristão

Franklin Alencar em 1886, que também foi esquecida. A partir de 1889, a transposição seria relembrada diversas

vezes. Uma delas em 1909, pela inspetoria de técnicos de obras contra a seca (IOCS), elaborou um plano

esquemático de ligar os dois rios. No Ano de 1919, o projeto foi reconsiderado por outro órgão denominado de

IFOCS- Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, que também foi arquivado por não conter apoio e

tecnologia suficiente (CASTRO, 2011).

Para o autor Castro (2011) na gestão de Getúlio Vargas, a transposição ficou em pauta com a criação do

DNOCS- Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, que não deu sequência. Em 1993, outro marco

histórico no governo de Itamar Franco propôs a construção de um canal na cidade de Cabrobó-PE com o

objetivo de retirar 150 metros cúbicos de água para beneficiar os estados do Ceará e Rio Grande do Norte.

Silva (2011) informa que em 1994, anunciada a intenção de executar a obra, o documento do Tribunal de Contas

da União (TCU) enviou um parecer contrário ao projeto que não aprovou o projeto devido à previsão de gastos.

Como não obteve apoio do ministério da agricultura por não fazer parte do planejamento da administração

federal, isso evidenciou mais uma vez aos anteriores: arquivamento do projeto.

Castro (2011) relata que no mandato do presidente Fernando Henrique em 1995, novas versões foram debatidas

para evidenciarem a execução da obra em que foram propostos ao MI (Ministério da Integração) e a Companhia

de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), que por divergências técnicas os dois órgãos não

deram sequência ao andamento do projeto.

Viana e Burstyn (2006) informa que em abril de 2001, o governo federal ordenou a realização de audiências

públicas em Salvador e em Juazeiro na Bahia para discutir o Projeto, porém as audiências não chegaram a

acontecer. Em junho do mesmo ano, foi realizado o primeiro grande evento de oposição ao Projeto, o “Seminário

Rio São Francisco – questão de vida ou morte”. No âmbito da esfera federal, o governo mobilizou os demais

estados favoráveis por meio da assinatura do Pacto Federativo ou Política dos Governadores.

2 AVANÇANDO O DEBATE DA TRANSPOSIÇÃO

A discursão da obra começa a ter direção quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva em seu primeiro

mandato incumbiu o projeto junto ao ministro da integração para executar a obra e transpor a água. Revisada,

revista e anunciada em março de 2003, o projeto situa num empreendimento do MI, para assegurar água em

2025 e beneficiar cerca de 12 milhões na região semiárida nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio

Grande do Norte. Seu nome oficial passa a ser: Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias

Hidrográficas do Nordeste Setentrional (CASTRO, 2011).

Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBH-SF) terminou a elaboração do seu Plano. Nas segunda

e terceira plenárias do CBH-SF, decidiu-se pela priorização da revitalização. O Plano decenal foi aprovado em

julho de 2004. Embora, um único ponto não foi acordado: a proposta de transposição do “velho chico”. Em

agosto, a ANA (agência nacional das águas) publicou a Nota Técnica nº 492/2004/SOC. Nela, está garantida a

disponibilidade hídrica para a transposição, diminuiu a vazão firme de água a ser transposta e renomeou o

Projeto (VIANA E BURSTYN, 2006).

Ao endossar o projeto regido pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi enviado ao Congresso

Nacional o plano de investimento do governo anexado ao PPA (Projeto Plurianual). Para reforço do projeto o

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vice-Presidente assume a responsabilidade de coordenação e articulações. Que no contexto social e político o

projeto denominado de Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste

Setentrional foi aprovado em janeiro de 2005 pelo conselho de recursos hídricos (SILVA, 2011).

Silva (2001) apresenta que este órgão foi criado em 1997 pela legislação brasileira que é uma entidade

normativa, consultiva e deliberativa vincula ao (CNRH) Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

Como o CBH-SF não concordou com a nota técnica, o plano foi encaminhado para discussão e aprovação no

Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) no mesmo dia, provocando forte reação da oposição ao

Projeto. Em 17 de janeiro de 2005, ocorreu em Brasília a reunião do CNRH que discutiu a nota técnica da ANA

e aprovou o Projeto de Integração. A obtenção da Licença Prévia (LP) concedida pelo IBAMA ocorreu em maio

de 2005 (VIANA E BURSTYN, 2006).

Silva (2011) mostra que o referido projeto incorporado ao PAC recebe o aval do IBAMA (Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em março de 2007 sendo expedida a licença de instalação

das obras. Quanto a sua justificativa o MI destaca dois argumentos que consiste em: primeiro a região possui

apenas 3% da disponibilidade e abriga 28% da população brasileira, uma vez em que o Rio São Francisco

representa 70% da oferta regional. E segundo há uma discrepância nas densidades demográficas no semiárido

nordestino diante da divisão em relação à população que situa próximo ao rio (CASTRO, 2011).

Dessa forma, dividido a esses dois motivos a bacia hidrográfica apresenta abundância de água onde prevê a

construção de dois canais. Um deles no eixo norte, que levará água para os sertões do Pernambuco, Ceará,

Paraíba e Rio Grande do Norte e o eixo leste, que beneficiará partes do sertão e agreste pernambucano e da

Paraíba (CASTRO, 2011).

Para Caúla e Moura (2006 p. 11) diz:

Há argumento de que a transposição do rio São Francisco deve ser realizada para

atrair também recursos financeiros, como atrativos que visem contribuir para a renda

dos estados beneficiários. A participação é a chave para definição das principais

dimensões da aceitabilidade social do projeto. O envolvimento da sociedade, nas

discussões e negociações, ajuda a incorporar, na análise dos conflitos de uso da

água, aspectos sociais e ambientais. Os lócus institucional, legal e legítimo para

dirimir esses conflitos (...) numa postura ética, transparente e de respeito mútuo

entre os envolvidos.

Oliveira (2006) demonstra que na configuração política do governo Lula, possivelmente a reconstrução do poder

baseado na ideia de “união nacional” duas matrizes estabelecem essa ascensão. A primeira pertence à

“financeirização” que articula financiamento externo cujo lucro depende de operações com títulos do governo e

segundo situa em provenientes do setor de exportações com expansão rápida do capital.

Quanto ao eixo leste, sua captação está situada no lago de Itaparica no município de Floresta-PE, onde percorrerá

cerca de 220 quilômetros até o rio paraíba. Transferindo água das bacias do Pajeú, Moxotó e da região agreste do

Pernambuco até a Paraíba. A justificativa para o projeto de transposição assenta-se sobre a garantia hídrica para

o abastecimento humano e animal na região receptora (CASTRO, 2011).

Ferreira (2012) informa que a água captada em Cabrobó-PE e no reservatório de Itaparica representa cerca de

3% do volume do rio que será bombeada por 591 quilômetros de canais e 20, 2 aquedutos com quilômetros e 12

túneis para atingir 26 açudes. A proposta política governamental é conseguir recursos financeiros criando

integração entre os governos regionais e empresas privadas.

Para Castro (2011) uma unidade de planejamento (UP) que compõe cada estado é definida na região hidrográfica

com características homogêneas para que a disponibilidade e demanda seja suficiente ao balanço hídrico

ofertado. Convém ressaltar que a curto e em médio prazo o projeto da transposição não prejudicará o

desenvolvimento da região da bacia do rio. O conflito pelo uso da água será no crescimento da área irrigada no

longo prazo superior a dez anos. Para a avaliação dos improváveis impactos ambientais o MI contratou as

empresas Ecology and Environment do Brasil e Agrar Consultoria junto a outros estudos técnicos.

Ferreira (2012) mostra que o eixo leste deveria ser parte considerável em todo o projeto por ser dependente dessa

água. Mas não ocorrera devido que todos os atributos a obra deriva de argumentos antigos e visa projeções para

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atender grandes latifundiários e empresários agrícolas em seus interesses. E nesta perspectiva aumentaria o polo

fruticultor e atenderia o mercado europeu para obter avanço financeiro.

Quanto as unidades de análises situam a área de influência direta (AID) e a área de influência indireta (AII) para

que ocorra melhores estudos no meio ambiente decorrente do empreendimento executado. Também foi realizado

um estudo do impacto ambiental (EIA) e o (Rima) relatório de impacto ambiental contendo 44 quesitos

negativos e positivos (CASTRO, 2011).

Pereira et al (2014) informa que esse estudo foi realizado entre os meses de dezembro de 2012 a junho de 2013.

O EIA/RIMA consiste em análises de impacto ambiental expresso no estudo que acarretará o meio ambiente.

Alguns diagnósticos intensificam melhores abordagens de uma série de procedimentos de estudos técnicos

elaborados pelos responsáveis do relatório contendo 44 impactos divididos em 23 de maior relevância, onde 11

situam como positivos e 12 como negativos. Mas a avaliação não enfatizou o meio social, antropológico,

patrimônio cultural e de subsídios da população da área afetada pelo empreendimento. Segundo Castro (2011) o

MI aponta que os benefícios para desenvolvimento econômico nos estados vulneráveis a seca. O custo a fazer a

integração entre as bacias é menor do que não fazer. E os 4,5 bilhões para a realização da obra equivalem ao

período de estiagem para gastos de emergência.

Há um argumento legal 9433/97 referindo-se em que o rio no âmbito federal sirva de equidade no

desenvolvimento econômico como um direito de dividir as águas e por ela servir de mercadoria para negociar e

vender a um valor significativamente baixo. Com a proposta de ser financiado pelo BNDS (Banco de

Desenvolvimento econômico), para que o Exército brasileiro inicie o projeto. Também há indícios de venda da

CHESF para tentativa de financiamento (ANDRADE, 2002).

Pereira et al (2014) destaca que as análises dos documentos EIA/RIMA possuem algumas considerações entre

elas: aspectos socioambientais; ecológicos; econômicos, no âmbito de perca temporária de empregos, introdução

de tensões e riscos sociais durante a fase de implementação de todo o empreendimento da obra e rendas por

causas e efeitos de desapropriações.

O projeto tem gerado grande mobilização social em todo o aspecto e formas de expressão entre as opiniões e

expectativas, sendo estas apresentadas em argumentos de reportagens, matérias científicas, questionamentos e

debates. Para as áreas receptoras há estimativa de empregos diretos e indiretos, retorno de atividades agrícolas e

até aumento de renda; na área doadora há insegurança, incertezas de atividades e manifestações para

reinvindicações (SILVA, 2005).

Silva (2011) relata que os defensores do projeto apontam três argumentos: primeiro que a obra é indispensável

para resolver a situação de milhares de habitantes; segundo, que a retirada de 3% não afetaria a utilização e

terceiro que o custo da obra é baixo em relação à economia do combate à seca. Castro (2011) mostra que os

opositores da obra da transposição do rio estão agrupados em organizações não governamentais (ONG´s),

representantes da sociedade civil, artistas, segmentos de igrejas, estudiosos intelectuais, senadores e

representantes dos governos dos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais e Sergipe.

Para Caúla e Moura (2006) os promotores do projeto que a obra da transposição constitui uma prática de

responsabilidade social, gerando diretamente cerca de 5 mil empregos na sua execução e após a conclusão 180

mil empregos no entorno da área rural que evitara aglomeração de centros urbanos e reformas agrárias. Um dos

grandes críticos ao projeto, o professor Ab´Saber (2006) expressa sua opinião informando que a região sertaneja

possui dificuldades em atendimento social e que para atender ao desenvolvimento de uma agricultura irrigada no

semiárido não se trata de investimento, pois todo o envolvimento requer análises criteriosas sobre especulações,

criticas contundentes, valorização de terras, desapropriação de terras férteis, reforma agrária justa e

empreguismo.

3 O DEBATE DA REVITALIZAÇÃO

Pereira Et al (2014) aponta que o desafio é perceptível e programas de intervenção na área tecnológica,

econômica e educativa devem construir o processo de instalação funcional da obra. Constantes repercussões

derivam de como será gerenciada a partir da engenharia que será executada.

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Esse planejamento foi apresentado no anexo do relatório do EIA/RIMA para o ministerio da integração. Com

isso, algumas considerações que permeiam toda a base de suporte ao impacto econômico em torno do projeto

requerem analises criteriosas para serem conclusas (CASTRO).

Quanto ao quesito de geração de empregos e renda durante a implantação é natural que a obra atraia um elevado

número de trabalhadores, principalmente local. Medidas mitigadoras para o período posterior à conclusão das

obras visto pelas experiências de construção no qual surgem alojamentos, formação de agrupamentos humanos

que muitas vezes, sem as condições humanas obrigatórias. Há uma previsão de 5000 empregos diretos no que

condiz no mínimo, um contingente de 10 mil pessoas, mesmo com a contratação de mão-de-obra local (LIMA,

2005).

Ferreira (2012) abordar que nessa circunstância do processo de revitalização é necessário o respeito entre a fauna

e a flora, comunidades locais situadas nas ribeirinhas e a qualidade da água transposta. Pois, resulta em

problemas da região doadora e ganhos para a receptora podendo até gerar conflitos.

No ano de 2008 especificamente, os gastos no projeto de transposição cresceram significativamente e um dos

fatores está relacionado ao programa de revitalização da bacia do São Francisco. Uma das ações de implantação,

ampliação ou melhoria dos sistemas públicos de esgotamento sanitário têm sido um dos quesitos que mais

indiciou esse aumento de gastos (CASTRO, 2011).

Figura 1: Gastos diretos do governo federal com a transposição

Fonte: Castro (2011) Portal da Transparência da Controladoria Geral da União

Para Andrade (2002) informa que o orçamento para a que se inicie a revitalização foi de 70 milhões para o MI, à

companhia de navegação do São Francisco, à ANA e à empresa CODEVASF. Mesmo que não esteja como pauta

de um plano diretor, esse planejamento deriva de fragmentos no projeto para revitaliza-lo; pois cada estado

possui sua própria legislação. O valor que estava na conta do ministério foi repassado para que houvesse a

revitalização, sendo que seis linhas de ação foram apresentadas como alta média e baixa prioridade e 19 milhões

situam no planejamento estratégico de gestão para que ocorra a melhor forma de trabalhar.

Para Castro (2011) os críticos ao projeto de transposição mencionam o uso de cisternas para disponibilidade de

armazenar a água para consumo humano e em atividades agrícolas. Pois seria comparado ao baixo investimento

entre o projeto de transposição.

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Figura 2: Gastos do programa cisternas na região nordeste

Fonte: Castro (2011)

Em análises mais detalhados e criteriosos cada construção das cisternas é de aproximadamente baixo se

comparado aos 4,5 bilhões em que o projeto de transposição foi destinado. Sendo que esse valor aplicado ao

sistema de implantação das cisternas possivelmente construiria 3 milhões de cisternas. (CASTRO, 2011).

Silva (2011) mostra que as consequências desde 2007 influenciaram todo o esforço de comunidades dependentes

do rio para a sua sobrevivência. Entre as comunidades estão as ribeirinhas, quilombolas, trabalhadores rurais

entre outros. Assim, toda a população seria dependente dos empresários do agronegócio pertencentes a outras

regiões que pertencem às classes dominantes econômica, social e política. Viana e Burstyn (2006) questionam se

o caráter fortemente econômico do projeto vai ser assumido promovendo uma discussão aberta sobre suas

prioridades do uso da água. Apesar de haver fundamentação técnico-científica para os dois lados, contrário e

favorável, o governo preferem utilizar-se de argumentação política implicando a perda de legitimidade de seu

discurso e determinando um caráter político dos processos de negociação. Entende-se o jogo político sobrepôs à

argumentação favorecendo eufemismos, apelações religiosas e crendices populares numa discussão onde o

interesse social deve ser priorizado sem que as realidades econômicas e política sejam isoladas.

Em todo o empreendimento há cerca de 14 canteiros de obras estão previstos, entre elas: Floresta e Petrolândia.

É uma demonstração territorial, somente na fase de implantação das obras. Dentre as medidas propostas, a ser

monitorada envolve também os governos locais de implementar medidas de gestão junto aos governos estaduais

beneficiados, procurando atender todos. Medidas propostas no estudo devem ser levadas a sério como: divulgar

as oportunidades de emprego para os moradores locais; recomendar às empreiteiras que contratem ao máximo a

mão-de-obra local durante a construção; discutir e divulgar os critérios para aquisição de terras e recolocação de

pessoas (LIMA, 2005).

Viana e Burstyn (2006) questionam se o caráter fortemente econômico do projeto vai ser assumido promovendo

uma discussão aberta sobre suas prioridades do uso da água. Apesar de haver fundamentação técnico-científica

para os dois lados, contrário e favorável, o governo preferem utilizar-se de argumentação política implicando a

perda de legitimidade de seu discurso e determinando um caráter político dos processos de negociação. Entende-

se o jogo político sobrepôs à argumentação favorecendo eufemismos, apelações religiosas e crendices populares

numa discussão onde o interesse social deve ser priorizado sem que as realidades econômicas e política sejam

isoladas.

Com relação às ideias antigas de retomar a obra de transpor a água para beneficiar outra parte da população que

sofre com a seca, uma das mais conhecidas obras se refere à da transposição do rio São Francisco; que em longos

períodos foi proposto em vários momentos, arquivados diversas vezes, reformulado, projetado e novamente

proposto, em contextos diferentes e com grandes intervalos de tempo entre uma apresentação e outra. Apesar da

grande polêmica gerada pelo Projeto de Transposição, o que resultou um elevado número de ações de

reivindicações, falta de consenso entre os estados que possuem oferta de água para disponibilizar outros, teve

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eventuais transtornos para com o poder judiciário contra sua execução. O Batalhão de construção e engenharia

do exército brasileiro iniciou a execução da obra, porém não obteve tecnologia suficiente para sua conclusão. E

isso, fez com que houvesse consorcio entre empresas privadas para gerir a obra de transpor o rio.

É provável que num futuro próximo à referida obra esteja concluída e neste momento, é preciso aderir

conhecimento existente sobre os impactos que sobrevirão ao projeto, exigido do poder público devidas ações nos

programas que potencializem o desenvolvimento da região. Em termos de geração de emprego e renda no

sentido mais amplo, a população do semiárido depende da água para sua existência e de desenvolvimento

econômico para a qualidade de vida. Através do referencial teórico deste trabalho foi constatado que diversas

vezes a obra de transposição tem se tornado alvo de pauta políticas para assegurar ações de combate à seca. E

isso, serviu de base estrutural para que a pesquisa em campo fosse detalhada em questões fechadas para chegar

nas conclusões desse estudo e compreender seu objetivo: Analisar o cumprimento do plano de gestão da primeira

etapa da transposição do rio São Francisco nas cidades de Petrolândia e Floresta em Pernambuco e os impactos

socioeconômicos gerados por esta.

Em objetivos mais específicos, as respostas sobre o cenário planejado da obra de transposição do rio São

Francisco, com foco no eixo leste sobre os impactos sociais e econômicos causados nas cidades de Floresta e

Petrolândia intensificaram comparativos que demonstram divisões de opiniões sobre a obra de transposição.

Pode-se observar que todo o processo que o governo estabeleceu para o cumprimento de prazo, estará sendo

reavaliado pelo planejamento devido as paralizações e poucos cumprimentos estabelecidos. E isso, diverge de

todo o esforço para a sua conclusão em seu término.

Sob esse critério de que a revitalização seja primordial na execução da obra de transposição do rio, os dados da

pesquisa demonstram que na sua maioria pesquisada, o projeto de revitalização deveria de fato ser prioridade e

efetivado conforme o desenvolvimento da obra. E isso, será pauta de discussão dos opositores que foram contra a

obra que também demonstra que há divergências com a sua finalidade. Pois, estava sendo prioridade para que o

início da obra fosse realizada e a revitalização fosse gerida junto à obra. Não há relação de emprego após a sua

conclusão devido às paralizações e informações que comprovem sobre toda a sua projeção, contemplando

empregos para a sociedade local. É preciso educar a sociedade para a busca da compreensão racional sobre ótica

crítica de que o empreendimento seja respeitando seu verdadeiro sentido: ação de combate à seca.

Lima (2005) observar que até o presente momento, profissionais de ciências exatas especificamente os

engenheiros e arquitetos, têm diversas opiniões acerca do assunto, porém estudiosos e técnicos ambientais

desconhecem as consequências que ocorrerão no meio ambiente e nem aqueles que defendem a obra sabem

avaliar e quantificar os impactos que realmente ocorrerão após seu término.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi avaliar os prováveis impactos do projeto de transposição do rio São Francisco no

eixo leste entre as cidades de Floresta e Petrolândia, verificando os possíveis impactos sociais e,

consequentemente, analisar sua contribuição para o desenvolvimento socioeconômico das cidades beneficiada

por ele. Parte considerável da região nordeste brasileira convive historicamente há um século com o problema da

seca, em especifico a região conhecida como semiárido, que abrange a maior parte do sertão. Ao longo do século

XX foram criados órgãos para lidar com a questão da escassez de água, através dos programas governamentais

em que foram elaborados os devidos projetos. Entretanto, seus resultados ficaram aquém das expectativas e a

vida pouco mudou nessa região.

É pertinente mencionar que foram encontradas dificuldades em obter informações entre o processo de

comunicação entre os órgãos que promovem a obra para com as prefeituras das cidades. Isso demonstra que o

processo de comunicação para idealizar a obra passa por burocracias desnecessárias para ter o acompanhamento

do processo da primeira etapa. Também houve dificuldade de encontrar motivos da paralização na primeira

etapa, já que todo o processo de planejamento não havia indícios de pausa. A contribuição que este trabalho pode

informar situa na estrutura básica de obter dados relevantes sobre as duas cidades, e por ela analisar com maior

conhecimento nos quais os verdadeiros impactos venham a acontecer por causa da não finalização do projeto.

Uma vez em que a cidade de Floresta pertence em seu território todo o empreendimento da obra, ainda não há

informações suficientes sobre o impacto gerado pela exploração do meio ambiente. Isso demonstra que o

planejamento da obra, não há contemplação de projetos para com o meio ambiente.

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Para futuros pesquisadores, este trabalho é indicado para relacionar com o tema abordado pelo presente estudo.

Pois, refere-se ao aumento de preços imobiliários das cidades, impacto do meio ambiente, planejamento da

revitalização do rio São Francisco, como foram os acordos entre o governo federal e municipal, quem são os

acionistas da obra e continuidade da pesquisa para avaliar o impacto gerado a pós sua conclusão, já que houve

paralizações. Essas indicações para estudos futuros servirão de apoio para o conhecimento dos interessados pelo

assunto de transposição em especifico nas cidades de Floresta e Petrolândia, devido contribuir com informações

do planejamento, execução da obra, capacidade hídrica de disponibilidade de oferta da água e gerenciamento de

distribuição.

Todos os estudos sobre a transposição baseiam-se no relatório do EIA/RIMA devido ser promissor de toda a

obra de transposição. Por isso, todos os autores apresentados, citam o relatório mostrando sua crítica. Por isso,

que a leitura desse documento se faz necessário para melhores compreensões do tema. Para complementar o

assunto, outros documentos vindos dos congressos que debatiam o tema, articulavam a sociedade para rever

conceitos sobre motivos de sua real existência. Em relação com a pesquisa realizada, os indicadores de que todo

o projeto de transposição do rio São Francisco contribuiu para que houvesse turismo nas cidades pesquisadas,

sendo que não havia argumentos e fundamentação onde houvesse esse novo indicativo para a nova expectativa

esperada para as cidades. Isso acarretou mudanças no cenário de obter circulação de economia e geração de

empregos diretos e indiretos. Contudo, a obra de transposição entre Floresta e Petrolândia trouxe

significativamente poucos avanços no âmbito de empregos e isso facilitou a circulação de economia, porém não

há indicadores negativos para apresentar por causa da não finalização da obra. E essa agravante deriva do meio

ambiente. O planejamento da primeira etapa está sendo progredida conforme a execução de empresas licitadas

para dar sequência ao andamento do projeto e sendo revista pelo ministério da integração. O que falta

comunicação no cumprimento de prazos para os órgãos interligados a obra e para as prefeituras das cidades. E

isso é fundamental ter o devido conhecimento sobre o aspecto de contribuir com a expectativa da sociedade local

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CONCEPÇÕES SOBRE GESTÃO E AVALIAÇÃO ESCOLAR: UMA ANÁLISE SOBRE UMA

ESCOLA MUNICIPAL DO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO – BAHIA.

Vinicius Silva Santos

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe - UFS

Elaine Cristina Gonçalves Lima

Licenciada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB

RESUMO

Esse trabalho tem como objetivo apresentar o processo de gestão e avaliação utilizado numa escola da rede

municipal de ensino de Paulo Afonso/Ba. Deste modo, o trabalho foi elaborado buscando analisar concepções

dos professores sobre a avaliação utilizada em sala de aula. Ainda nesse sentido, o estudo teve como finalidade

identificar os principais instrumentos de gestão utilizados pelos professores para avaliar a aprendizagem das

crianças na Educação Infantil na rede municipal da cidade de Paulo Afonso/Ba, de modo a revelar as práticas de

avaliação utilizadas por esses docentes. Desse modo, é possível antevê uma grande distorção entre o saber

teórico e prático, quando o assunto é a avaliação de crianças na educação infantil. O mesmo ocorre quando se

nota a fragilidade e/ou dificuldades dos pares na escola para trabalhar com ferramentas de gestão e de avaliação

no processo de ensino-aprendizagem. Muito embora o olhar do professor voltado para uma prática avaliativa de

qualidade seja de extrema importância pode-se perceber um distanciamento entre as práticas dos professores e

sua compreensão sobre o processo de avaliação na escola.

Palavras-chave: gestão, avaliação, aprendizagem, escola.

ABSTRACT

This paper aims to present the management and evaluation process used in a school of the municipal education

network of Paulo Afonso / Ba. In this way, the work was elaborated trying to analyze conceptions of the teachers

about the evaluation used in the classroom. The purpose of this study was to identify the main management tools

used by teachers to evaluate the learning of children in Early Childhood Education in the city of Paulo Afonso /

Ba, in order to reveal the evaluation practices used by these teachers . In this way, it is possible to foresee a great

distortion between theoretical and practical knowledge, when the subject is the evaluation of children in early

childhood education. The same occurs when one notes the weaknesses and / or difficulties of peers in school to

work with management and evaluation tools in the teaching-learning process. Although the teacher's view of a

quality evaluation practice is extremely important, it is possible to perceive a distancing between the teachers'

practices and their understanding of the evaluation process in the school.

Keywords: management, evaluation, learning, school.

INTRODUÇÃO

A avaliação começou a se estruturar no século XVIII com as primeiras escolas modernas. Ainda no século XX

usava-se a psicometria (testes). Após isto, a avaliação passou a ser trabalhada de forma a valorizar os alunos

como um todo, porém, isto custou muito tempo e estudo. Mesmo que no início tenha sido apenas utilizada como

gerencialista nos países onde o mercado de trabalho valorizava o bom desempenho dos trabalhadores e a boa

aprendizagem medida através de exames eliminatórios.

Em seguida foi denominada como “pedagogia do exame” que considera o aluno como apenas um sujeito que ao

receber informações é submetido a testes padronizados que tinha o objetivo de reprovar, apenas valorizando o

quantitativo e os resultados alcançados estatisticamente. Deste modo, a forma de avaliação totalmente voltada às

influências do positivismo tornou-se um processo avaliativo com objetivos: classificatório e excludente.

Segundo Martins (1985) as técnicas de avaliação utilizada pelo professor não deverão apenas ser limitadas a

provas, mas acrescentar outras técnicas avaliativas que possa abranger todas as informações que o professor

precisa saber a respeito de como a aprendizagem do seu aluno está fluindo para poder planejar como irá melhor

trabalhá-lo. Diz ainda ser impossível um professor ajudar seus alunos se somente forem avaliados com a prova

escrita.

Hofmann (2014) nos diz que as avaliações também é uma forma do sistema em inibir o pensar da criança. Nada

mais oportuno que reprovar aqueles que não conseguiram atingir a meta do estado. É como se a escola tivesse o

objetivo de bloquear os alunos a questionarem sobre determinados conteúdos como um processo de alienação. O

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problema a ser analisado em sala é o professor verificar o que o aluno tem aprendido e isto requer que o mesmo

construa uma relação mais próxima com seus alunos, os estimulando a pensar. Isto vai de encontro com que

consideramos da universidade, onde vemos estas instituições como uma oportunidade de tornar os discentes em

pessoas voltadas a pensar, enquanto isto nas escolas do ensino médio os alunos são preparados para o não pensar

e o professor pouco tem se dedicado a pesquisar sobre como avaliar em sala de aula.

Desse modo, o objetivo desse trabalho é discutir as principais concepções de gestão da avaliação mais utilizadas

pelos professores da educação infantil numa escola da rede municipal de Paulo Afonso – Ba, bem como

descrever os instrumentos utilizados pelos professores para avaliar a aprendizagem das crianças na Educação

Infantil na rede municipal da cidade de Paulo Afonso/Ba.

METODOLOGIA DA PESQUISA

A pesquisa é imprescindível na resolução de um problema, pois trata-se de um estudo com a finalidade de

ampliar o conhecimento acerca do que está sendo analisado. É, pois, o arremate daquilo que ainda não temos

respostas suficientes que nos leve ao real objetivo do problema. Desenvolver um estudo não é tão simples, exige

que o autor trace um planejamento desde a elaboração dos primeiros pressupostos, impasses, técnicas e meios

que possam ser profícuos na obtenção de soluções.

Esse trabalho foi resultado de uma pesquisa realizada na Universidade do Estado da Bahia – UNEB e se

fundamenta como sendo de abordagem qualitativa, que por sua vez tem como princípio estudar o ser humano de

acordo como um todo, é, pois, esta parte necessária para a compreensão do meio ao qual vivemos, sendo sujeitos

que transformam a sua própria realidade e não apenas espectador. Por este motivo é que a pesquisa qualitativa

difere da quantitativa que apenas averigua dados numéricos.

O tipo de pesquisa utilizada para o desenvolvimento deste estudo é a exploratória e pesquisa de campo. A

pesquisa exploratória tem como objetivo o conhecimento do assunto seja por meio teórico como também a

prática, que levará ao aprimoramento de novas ideias, ampliação de conceitos que será necessário para a

pesquisa bibliográfica, ajudando também na construção de hipóteses acerca do assunto.

Os sujeitos da pesquisa são: 10 professores, 1 gestor e 1 coordenador que auxiliarão a ir de encontro com todos

os questionamentos e hipóteses construídos durante toda a construção da pesquisa bibliográfica. O motivo para

entrevistá-los é por imediato saber que os mesmos através de suas experiências possibilitarão uma visão apurada

acerca de todo o desenvolvimento desta monografia e por se tratando do assunto ainda tão delicado para a

educação infantil onde muitos ainda têm um olhar voltado para o tradicional, não permitindo que as crianças

passem por desenvolvimentos próprios desde o que é natural, quanto as teorias/conteúdos. Estudar sobre

avaliação nesta modalidade contribuirá bastante para o desenvolvimento global da criança e os entrevistados

contém uma carga de informações pois estão em contato com seus alunos diariamente. Essa pesquisa foi

realizada numa escola da rede municipal de ensino do município de Paulo Afonso/Ba. A instituição funciona em

período integral, atendendo 544 crianças para a educação infantil.

O principal instrumento de coletas de informações utilizado foi a entrevista semidirigida. A entrevista, também

segundo o autor é ajustada conforme a necessidade que surgir. É feita no diálogo entre duas pessoas e mesmo

havendo a possibilidade de se distanciarem do foco do assunto o pesquisador terá que de imediato tornar ao

assunto principal. Durante a entrevista caso seja de interesse do pesquisador pode ser utilizado o questionário, as

perguntas podem ser memorizadas e/ou fazer tópicos para que possa se basear no processo de entrevista.

1 GESTÃO E AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: ALGUNS APONTAMENTOS

Pensar em avaliação é automaticamente refletir sobre as dificuldades de aprendizagem que os alunos enfrentam

durante todo o processo de ensino-aprendizagem. A avaliação sempre foi considerada como um instrumento de

monitoramento, onde o sistema oferece conteúdos idênticos e o mesmo modo de apreciar todos. Esta forma de

averiguar todo o conhecimento é considerada como: excludente e classificatória. Por ser desta forma, esta prática

torna-se insuficiente na execução do procedimento de ensino-aprendizagem, estando distante do propósito de

inclusão em sala de aula.

O meio utilizado para o controle social não surgiu na escola, mas foi um incentivo para que no século XIX venha

a ser institucionalizada de modo a reproduzir os “exames” em outros tipos de instrumentos aplicados no

cotidiano da avaliação escolar na época atual.

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Se pararmos para pensar na prova em si aplicada em sala de aula como um único método poderíamos

rapidamente perceber que está baseada no modelo de exame de antigamente, as respostas dos alunos ainda têm

que ser conforme o que o professor pede as notas/reprovação/aprovação ainda fingem medir capacidades, sendo

preferível aqueles que se impõem a decorar respostas prontas e tirar boas notas, desprezando toda as dificuldades

dos alunos, enquanto os que pensam sobre tudo o que lhe impõem não são aceitos, assim como os que não foram

aceitos/aprovados nos exames do século XVII, tornando-os excluídos e os desmotivando a ir em buscar do

prazer de aprender.

O problema da educação não está apenas voltado ao exame, há várias problemáticas que não são solucionadas

por estarem camufladas na pedagogia voltada ao teste, deixando a cargo desse único método o poder de tentar

solucionar toda a problemática que a educação tem em nosso país. Comenius foi um grande exemplo em usar

vários métodos na sua Didática Magna e incluir o exame como parte desses métodos. A prova era um dos meios

avaliativos e não o único, o que possibilitava os professores a rever os vários métodos em examinar o

aprendizado de seus alunos. Os testes tinham o objetivo de medir a capacidade de inteligência das pessoas, se

caso a sua inteligência fosse abaixo do normal era tido como um qualquer perante a sociedade.

Segundo Hoffmann (2014) a escolarização no Brasil tornou-se opressora/alienadora. A avaliação de fato é muito

importante no desenvolvimento de aprendizagem do aluno. Pensar em uma escola sem avaliar é pior do que ter a

prova como único instrumento. Contudo, é muito mais viável pensar a prática avaliativa, sendo assim, o

professor buscaria meios que garantissem a real alfabetização, do contrário, a educação forma vários analfabetos

funcionais.

Avaliar a partir do ensino-aprendizagem é o mesmo que concluir que através do ensino apresentado ao aluno o

possibilitará a uma assimilação eficaz que possa compreender os próximos conteúdos, fazendo uma ligação com

o que fora aprendido. No entanto, ensino-aprendizagem não é apenas considerar o desenvolvimento do aluno,

mas também este método possibilitará ao professor reavaliar todo o seu planejamento, ou seja, tanto o professor

quanto o aluno estarão sendo avaliado, o que nos leva a discernir que ambos erram e aprendem juntos, é, pois,

um processo de reavaliação para ambos.

Nesse sentido, testar e Medir podem ser utilizados ainda como instrumento. Todavia, não podem ser os únicos a

verificar a aprendizagem, pois os mesmos são insuficientes a investigação de todo o processo de sabedoria,

entretanto, o sistema exige que os alunos sejam avaliados somente com estes métodos que automaticamente o

professor prever os resultados. Segundo Haydt (1988) a avaliação é um processo contínuo e sistemático,

funcional, orientadora e integral. A autora ainda acrescenta:

(...) antes, ela tinha um caráter seletivo, uma vez que era vista apenas como uma

forma de classificar e promover o aluno de uma série para outra ou de um grau para

outro. Atualmente, a avaliação assume novas funções, pois é por meio de

diagnosticar e de verificar em que medida os objetivos propostos para o processo

ensino-aprendizagem estão sendo atingidos (...). (HAYDT, 1988, p. 14).

A avaliação tem três funções: diagnosticar, controlar e classificar. Tendo também três modalidades: diagnóstica,

formativa e somativa. A modalidade de avaliação diagnóstica tem como objetivo fazer com que o professor

investigue sobre os conhecimentos já adquiridos pelo aluno até aquela série, possibilitando ao discente as

informações necessárias para que o mesmo possa avaliar se o aluno está apto a ir de encontro com os novos

saberes que surgirão e os problemas de aprendizagens com seus avanços e/ou permanências dos mesmos, não

sendo somente necessário o professor fazer uma avaliação diagnóstica no início do período, mas também no

início de cada unidade, possibilitando ao mesmo um replanejamento em critérios de como trabalhar com a

criança, pois a mesma poderá ter evoluído/apto a receber uma nova informação e/ou ter retrocedido, sendo de

grande importância estratégias que estimulem o desenvolvimento de aprendizagem.

Assim sendo, as técnicas de avaliação são meios que os professores utilizam para obter um diagnóstico da

aprendizagem do aluno com muito mais eficácia, por isto é muito importante o mesmo fazer um estudo sobre

quais as melhores técnicas que se deve utilizar em sua sala de aula. Levando em conta a realidade que o aluno

vive, a quantidade de alunos, a faixa etária, dentre outros.

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2 INSTRUMENTOS DE GESTÃO PARA AVALIAÇÃO NA ESCOLA INFANTIL

Pensar em educação nesta modalidade de ensino possibilitará a entender os desafios em fazer a educação de fato

acontecer para as crianças com idade mais tenra. O que antes apenas estava voltado ao cuidar e assistencialismo

nos remete a implantação de tornar as creches em um local com o objetivo de preparar estas crianças para o

ensino fundamental.

Sendo assim, é necessário também na educação infantil proporcionar um conhecimento ao aluno que o faça estar

preparado também para a vida, ou seja, onde os ensinamentos devem estar de acordo com a realidade de cada um

e não ser apenas um saber que perdeu o sentido, o gosto, o prazer. Assim, também é feito nesta modalidade,

porém, deve-se avaliar de maneira diferente das outras modalidades de ensino.

Por isso mesmo, a proposta de uma escola infantil não oferece mais uma prática assistencialista apenas e que por

ser assim não existia uma forma de avaliar. O país exige desde na pré-escola uma instituição que ofereça uma

educação/preparação desde cedo, considerando também os desenvolvimentos das crianças. Dessa forma, é

preciso repensar a avaliação que busque atender este objetivo, disseminar que devemos fazer uma educação justa

com a avaliação mediadora que foi e é muito discutida por Hoffmann (2014) a qual descreve que para uma

avaliação mediadora o professor deve “olhar com atenção” cada processo e para isto torna-se investigador de

cada detalhe, nem que para isto seja considerado chato pelos alunos, mas sendo assim irá com certeza conhecê-

los melhor e saber onde, quando e como avaliá-los.

Se o professor se dedica a ensinar da mesma maneira com todos jamais irá saber o porquê de sua prática está ou

não dando resultados positivos, jamais irá reconhecer ou dar possibilidades destes alunos aprenderem de fato. O

mesmo ocorre com os alunos e automaticamente seguindo o erro de como é exposto os assuntos em sala de aula,

os mesmos ficam sem saber onde e porque estão errando, ou seja, jamais aprenderam com seus erros, pelo

contrário, terão medo de errar e os afastam de se ter uma relação professor-aluno, assim acontece com os pais

que temem a esse novo jeito de investigar as várias possibilidades de como chegar ao aprendizado eficaz. A

participação familiar quando deixar de fazer parte do âmbito escolar maquinalmente deixam de contribuir para

um processo de aprendizagem eficaz. Os pais e os familiares ainda não compreendem que o processo de

educação também ocorre em casa, separando as funções da escola com as funções das famílias, tentando de

alguma forma apenas sobrecarregar a escola e o professor.

Dessa forma, estando numa turma de pré-escola não é correto diante de seu planejamento tão-somente aguardar

que os resultados saiam da mesma forma, porque em relação a crianças tudo é improvável. Muitos dos

procedimentos terão que de imediato sofrerem alterações seja para avançar ou retroceder quando necessário

atendendo a real dificuldade que foi atenciosamente percebida. Principalmente porque a observação vai ser o

principal instrumento avaliativo para o professor de educação infantil, de acordo com a legislação que o art.31

nos explica e atribui que para avaliação na educação infantil é fundamental considerar as etapas do

desenvolvimento da criança e não a sua promoção. Desse modo, nessa etapa de ensino é necessário fazer uso de

variados instrumentos de avaliação, pautados modelos de avaliação formativas, sendo um deles a observação.

Sendo assim, para a realização de uma boa observação é preciso que o discente tenha compreendido como ocorre

cada aprendizado/processo e formular finalidades de acordo com o que conhece de seus alunos e das concepções

sobre o desenvolvimento, que poderá ser apresentado/discutido com a instituição e com os pais para que o

discente possa também acrescentar em sua prática. Essas práticas devem ser totalmente voltadas a estimular,

assim como Montessori propunha que para estimular é fundamental pensar nas várias maneiras que possa

colocar a criança em um contexto que desperte prazer pelo aprender e em se tratar da pré-escola este modo é

plausível porque em razão da necessidade de inúmeras formas de se trabalhar com estas crianças estas mesmas

formas desde o brincar ao contar uma história levará o incentivo positivo trazido pelo professor ao aluno de

modo discreto e cenarista que envolveria a criança motivações que depois se transformariam em atividades

naturais/assimiladas. Ao assimilar cada tarefa a criança passará a ter autonomia sobre aquilo que aprendeu.

Algumas pesquisas constatam que a criança que frequenta a pré-escola vai preparada para o ensino fundamental.

Sendo assim, os procedimentos aplicados a esta modalidade deverão seguir com as experiências que elas trazem

pré-construídas, buscando ampliar/melhorar de acordo com atividades que as mesmas percebam as significações

e desenvolvam sua autonomia perante as relações entre criança-criança e criança-adulto assim como na

sociedade e o conhecimento de si mesmo.

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Deste modo, o primeiro instrumento e o mais importante dentre os demais é a observação. Esta é fundamental

para que o professor, aluno, pais e instituição compreendam onde precisam avançar ou retroceder, é como uma

forma de buscar a reflexão de sua própria prática, assim como Hoffmann (2014) nos relata que as escolas desde a

pré-escola ao ensino fundamental e médio tende a cair no erro da avaliação classificatória e/ou no

disciplinamento tradicional.

O perigo é que a escola venha perdendo gradativamente o sentido crítico necessário

à vida que enfrentamos hoje. A criança e o jovem frequentam as escolas, mas não

“vivem” a escola. As perguntas da escola não estão para serem respondidas ou

descobertas no seu dia-a-dia, ou para lhes auxiliar a enfrenta-lo. “Escola é escola”

para eles, a vida é diferente. (Hoffmann, 2014, p. 33).

Mesmo com os objetivos da escola em específico da pré-escola esteja na legislação para ser colocada em prática

ainda sim muitos dos profissionais, pais e a própria instituição podem cair no erro na educação tradicional,

propondo a estas crianças um ensino precoce assim como a sociedade capitalista exige.

Outro instrumento avaliativo é o registro que pode ser articulado ao planejamento. Depois que observamos cada

processo, temos que registrar tudo aquilo que foi positivo e negativo, porque é através do registro que tornamos

o pensar em documento ao qual podemos recorrer sempre quando precisarmos de auxílio, registros do cotidiano

da sala de aula reorganizando nossos pensamentos.

Existem diferentes formas de registros: os escritos, fotografias, portfólios, relatórios diários e gerais, atividades

desenvolvidas pelas crianças e o que acharam da aula apresentando dificuldades/pontos positivos. Sendo também

uma forma eficaz de guardar tudo aquilo que foi vivido durante o processo da criança, este registro deve ser

entregue e/ou partilhado com o novo professor do próximo ano que irá conduzir a sala de aula e necessitará

conhece-los mais, não só a partir da aproximação, mas também através desses escritos e demais instrumentos de

registros que possa ajudá-lo a compreender como se deu e em alguns casos o porquê de algumas dificuldades de

aprendizagens dos alunos. Portanto, o registro não é apenas escrever sobre o vivido, mais rever memórias,

refletir sobre tais ações, não tendo somente o objetivo de guardar informações, mas de possibilitar a construção

de uma memória flexível.

É com o registro dos fatos, dos atos, dos acontecimentos do dia a dia que

aprendemos a ver o grupo em geral e cada criança em particular. Compreendendo,

assim, que lá estão meninos e meninas em busca de tempo para viverem a infância.

A busca de um tempo nem sempre sincronizado ou harmonizado com o tempo do

planejamento, do previsto pelo professor. (OSTETETTO, 2008, p. 23)

Segundo Lopes, Mendes e Faria (2006) deve-se fazer observação e registros de pontos particulares, como por

exemplo: Observação específica das atividades dos alunos, observação particular das crianças, da prática e

produções dos professores, dentre outras. Nesse aminho, o planejamento vem após a observação e o registro,

onde o professor irá construir as estratégias de ensino e as várias formas de instrumentos/recursos a serem

aplicados de acordo com a necessidade percebida. Sendo uma maneira de organizar o ensino em sala de aula,

denominando tempo e situações em que o aluno se sinta à vontade para também participar da aula.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO

A avaliação na educação infantil surge quando há um reconhecimento da educação de creches e pré-escolas, fato

ocorrido nos anos 70, porém, era totalmente assistencialista. Onde somente era considerado as necessidades de

higiene, alimentação e guarda. Neste caso, não haveria uma exigência burocrática sobre avaliação.

Entretanto, há ainda em algumas instituições de educação infantil uma herança de uma avaliação tradicionalista

do ensino regular que se preocupa em apenas classificar os alunos, não revendo seu fazer pedagógico e de

melhoria do seu aprendizado. Onde torna-se como Hoffmann (2000) confirmou, apenas um modelo burocrático.

Como a avaliação não é tida como obrigatoriedade neste período escolar, sendo mais uma possibilidade de não

seguir este modelo padronizado de avaliação.

Portanto, foi feito um questionário com professores e entrevista direta com o coordenador (a) e diretor (a) de

uma instituição municipal de educação infantil sobre o que pensam e como contribuem para colocar em prática

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uma avaliação propriamente adequada em sala de aula. Nesse sentido, foram feitas nesta categoria aos

professores, coordenador (a) e diretor (a). Inicialmente foi perguntado o que eles entendiam sobre avaliação.

“É um elemento muito importante no processo de ensino – aprendizagem, para obter

informações capazes de favorecer o desenvolvimento das crianças e ampliar seus

conhecimentos.” (PROFESSOR I).

“A avaliação não é algo meramente técnico, pois envolve a auto - estima, respeito a

vivência e cultura própria do aprendiz, é um conjunto de referências que faz desta

um procedimento necessário a qualidade de ensino em todos os centros

educacionais. ” (PROFESSORA II).

O ato de avaliar é uma aferição da absorção do conhecimento transmitido.

“(PROFESSOR III).

“Avaliar é um processo complexo, iniciando com a formulação de objetivos e requer

a elaboração de meios para obter evidências de resultados.”. (PROFESSOR IV).

De acordo com a primeira fala é notável que a professora entende o principal objetivo da avaliação na educação

infantil, onde nos diz que é fundamental para a construção do desenvolvimento global da criança e

principalmente quando a mesma cita sobre o processo de ensino-aprendizagem que nos remete a refletir em

como este instrumento não só ampliará o conhecimento do aluno quanto também o professor estará aprendendo e

repensando a sua prática pedagógica.

O que também chama a atenção na fala da professora é a importância do desenvolvimento da criança, Hoffman

(2000) nos diz que é preciso que o discente investigue todo o processo de aprendizagem da criança, pois é por

meio da compreensão, do fazer reflexivo acerca de todas as manifestações da criança que pode-se chegar a uma

hipótese e logo após o resultado. É necessário sempre está questionando tudo o que ocorre com a mesma, pois

um simples julgamento e incertezas jamais poderá ajudar ao aluno progredir naquilo que o impulsiona ao

aprendizado de qualidade.

Luckesi (2008) afirma que avaliar significa ir além do esperado, não é apenas chegar a uma certeza, um fim, mas

procurar compreender detalhadamente como se deu ou não determinados aprendizados, refletindo, questionando

de modo a proporcionar novas estratégias de ensino da forma como o aluno precisava, sendo que para isto foi

necessário estudar sobre a necessidade de cada um. Propor novas estratégias é essencial, por que isto vem trazer

e confirmar o que os autores falaram sobre avaliação que não é somente uma pausa para reflexão, mas a

necessidade de sempre está reconstruindo o fazer pedagógico.

Na segunda fala a professora vê a necessidade de que ao avaliar deve-se considerar todo o cotidiano do aluno,

seja família, condições sociais, cultura e vários outros fatores que levarão também ao porquê de muitas

dificuldades ao aprender. É necessário analisar toda a realidade do aluno, estudar a cada um conforme a sua

especificidade, porque ninguém jamais aprenderá da mesma forma, por isto é de grande importância observar

cada um de acordo com suas necessidades individuais, assim como a importância de criar estratégias de ensino

que atenda a estas necessidades individuais.

Vendo que as mesmas compreendem o sentido da avaliação para o processo de ensino-aprendizagem, não seria

diferente relacionar as opiniões da questão anterior com a pergunta seguinte: O que pensam sobre avaliação na

educação infantil. Sendo a área a qual está sendo investigada e que assegura à necessidade de preparar os alunos

matriculados nesta modalidade de ensino as modalidades consecutivas de modo prazeroso, eficaz e com

qualidade.

“Dará suporte para o meu planejamento, para que possa fazer ações pontuais para

atingir a aprendizagem das crianças.” (PROFESSOR I).

“Penso que a avaliação deve ser feita pela observação refletindo sobre as potências

registradas pela criança durante as práticas de atividades diárias.” (PROFESSOR II).

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“Vai além de olharmos para a criança como seres meramente observados, dando

condições para o professor criar objetivos e planejar atividades adequadas.”

(PROFESSOR IV).

Percebe-se que ao avaliar as professoras tentam sempre inovar em suas práticas e consideram a avaliação um

meio exploratório do conhecimento e por ser investigatória propõe uma escola voltada a democracia. O que leva

sempre ao professor está sempre refletindo sobre a sua prática docente e compreendem a importância de estarem

sempre inovando de acordo com o acompanhamento dos saberes, sendo, portanto, segundo Esteban (2001) uma

busca constante de análise e respostas, onde possam sentirem mais estimulados pelos desafios do cotidiano que

ver no erro pontos de partida para as novas possibilidades e que consideram seus alunos peça fundamental para a

mudança na educação. O autor ainda diz que é uma forma de garantir uma formação continuada, pois

aprendendo muito ao avaliar.

Deste modo e necessário por em reflexão tudo o que se é trabalhado em sala de aula, porque o processo

educativo requer examinar os resultados positivos e negativos dando continuidade e inovação ao que deu certo,

como também intervindo no que não proporcionou bons resultados diminuindo assim os objetivos de uma

avaliação que pense em penalizar, qualificar e classificar.

“Avaliação na educação infantil e o registro do desenvolvimento da criança, seja no

brincar, falar, responder ou fazer as tarefas propostas em cada eixo disciplinar. A

avaliação baseia-se na observação e julgamentos diários dos avanços e

possibilidades das crianças pelos professores, ou seja, todo o fazer da criança está

sendo observado e avaliado, a partir dos planejamentos das atividades e de situações

novas.”(COORDENADOR (A) e DIRETOR (A)).

Diante de todo o discurso é notável que o grande desafio da escola está em promover uma educação que fuja dos

padrões do estado, que não visa uma educação de qualidade, mas sim o aumento do capitalismo e o

desfavorecimento a maioria por medo de perder o posto em ser superior aos outros e é justamente por meio da

educação infantil que começamos a lutar por igualdade de oportunidades.

Referente a isto as professoras confirmaram em suas respostas da pergunta seguinte, onde foi perguntado sobre:

o objetivo da avaliação na educação infantil. Dando respaldo a tudo o que foi discutido nas perguntas anteriores.

São elas:

“Demonstrar a importância como instrumentos de repensar na prática pedagógica de

forma a favorecer o desenvolvimento infantil e sócio afetivos da criança e seu

conhecimento de mundo.” (PROFESSOR II).

“ O objetivo é tornar necessário ao educador construir conhecimentos e refletir sobre

o processo avaliativo formal e não apenas medir, comparar ou julgar. Sendo assim

avaliar é acompanhar a construção de conhecimento, é cuidar do aluno como ele

aprende. (PROFESSOR IV).

“Tem como objetivo analisar as habilidades desenvolvidas pelas crianças. É um

procedimento fundamental, pois permite identificar as conquistas alcançadas pelas

crianças.” (PROFESSOR V).

Dessa forma, a avaliação nesta modalidade de ensino não pode ser baseada na qualificação, mas na investigação

da evolução do aprendizado de cada criança em específico e assim como Arribas (2004) nos conta que não é

somente na sala de aula que poderá está observando, diagnosticando, mas é um conjunto de elementos que

podem auxiliar nesta busca, como por exemplo: família, comunidade, recursos e materiais e toda a equipe de

professores que discutirão sobre todo o processo avaliativo que levará a construção dos outros instrumentos que

irão ser trabalhados em sala de aula. O avaliar traz a importância de educar nesta fase, que antes não se tinha esta

preocupação por educar desde a idade mais tenra, devendo abranger os conteúdos de modo multidimensional que

garanta o processo evolutivo em todas ás áreas do conhecimento.

Há alguns instrumentos avaliativos na Educação Infantil que auxiliam o professor a analisar o processo de

ensino-aprendizagem e que possa proporcionar sempre ao objetivo do desenvolvimento das habilidades, sendo

isto o que diferenciou a educação infantil de ser apenas assistencialista, em que não se tinha um objetivo de

favorecer as crianças em seu desenvolvimento global. Não havia a cobrança em relação a aprendizagem dos

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mesmos. Por isto, não se utilizava instrumentos avaliativos e muitas instituições sentiram dificuldades em

estruturar o fazer pedagógico e é por este motivo que se há poucas experiências quanto aos instrumentos

avaliativos nesta modalidade de ensino.

A partir disto, é necessário compreender que todas as práticas avaliativas não poderão ser utilizadas de modo

classificatório, mas sempre acompanhá-los com observação, registros e planejamentos. Sendo assim, foram

elaboradas também questões em relação aos instrumentos que os mesmos utilizam em sala de aula.

“Fichas com indicadores de aprendizagem e o diário de classe específico para a

educação infantil.” (PROFESSOR I).

“Portfólio da criança, fichas avaliativas, diário escolar específico para a educação

infantil”. (PROFESSOR II).

“Observação, análise, comparação e progresso.” (PROFESSOR III).

De acordo com estas respostas é possível notar que muitas das técnicas de instrumentos avaliativos são ainda

tradicionais como por exemplo as fichas avaliativas, fichas com indicadores, comparação e diário escolar. Na

resposta do professor 3 (três) é notável que a observação e a sua análise irão conduzir a uma avaliação que possa

ir de encontro com as necessidades dos alunos, porém, ela cita comparação e progresso que dão uma ideia de

classificação.

De certo, o conhecimento aos instrumentos avaliativos nesta modalidade para estas professoras ainda é muito

restrito. Limitam-se a dedicar-se as questões burocráticas para o próprio professor, para a gestão e até mesmo

para os pais das crianças. O que nos leva a perceber que todas elas sabem que é preciso inovar na prática, ou

seja, tem um conhecimento eficaz sobre como avaliar de modo a garantir uma qualidade de ensino, porém, ainda

há uma resistência e inovar nesta prática em sala de aula. Logo em seguida, mais foi perguntado quais as

dificuldades encontradas em aplicar estes instrumentos na educação infantil.

“A falta de cursos para orientar e aprofundar mais a compreensão do processo

avaliativo.” (PROFESSOR I).

“A grande quantidade do número de alunos dificulta a observação e análises.”

(PROFESSOR III).

“Nós seguimos um planejamento padrão, mas trabalhamos muito com projetos

temáticos, contextualizando cada tema específico aos conteúdos propostos. ”

(COORDENADOR (A) E DIRETOR (A)).

Hoffmann (2014) relata com muita propriedade sobre o que mais me chamou a atenção nestas três respostas

acima descritas: a grande quantidade de alunos nas salas de aulas das redes públicas de nosso país para somente

um professor. Deste modo, vendo que a avaliação na educação infantil difere do modelo aplicado no ensino

fundamental e médio faz-se necessário saber dos entrevistados o que pensam sobre o que é e como avaliar na

educação infantil.

“Principal instrumento que professor tem para avaliar o processo de construção do

conhecimento.” (PROFESSOR I).

“Algo de suma importância pois tem a função de um norteador no processo de

aprendizagem” (PROFESSOR III).

Vejamos que as professoras têm consciência da importância da observação para a eficácia do planejamento de

aula e de como este instrumento servirá de ponto de partida para uma análise e estruturação das estratégias que

foram percebidas por meio da observação.

Segundo Freire (1996) como profissionais em educação temos que mudar o nosso modo de olhar o mundo.

Mudar tudo aquilo que nos conduz ao olhar limitado, que apenas leva a percepção artificial da aprendizagem.

Para colocar em prática este ponto tão importante para a avaliação da educação infantil é preciso reeducar o

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olhar que condiciona ao professor a não fazer de sua prática um modelo autoritário, onde somente o professor é

detentor do saber, não possibilitando aos alunos o pensamento crítico do mundo.

Levando em consideração todo o processo avaliativo das professoras e gestão na instituição, foi feita uma

pesquisa com o intuito de saber qual a tendência pedagógica que os mesmos consideram proporcionar um

desenvolvimento pleno da criança ao avaliar na educação infantil.

Gráfico I – Tendência Pedagógica Utilizada Pelo Professor

Fonte: Pesquisa de Campo realizada em Setembro de 2016.

As tendências pedagógicas deram sentido histórico às práticas educativas até os dias atuais e servem como

instrumentos de reflexão para a prática docente. Algumas tendências vêm trazer uma ideia de igualdade social, o

não analfabetismo, como também a não marginalidade social. Em outro momento apresenta a educação como

sendo marginalizada que tem o objetivo de discriminação social, por se tornar seletiva. Portanto, houve uma luta

através da educação em tentar reverter o quadro de uma sociedade capitalista, por outro lado o capitalismo

acabou também usando deste meio para ampliar as divisões de classes, assim como o analfabetismo funcional.

As maiorias dos professores viram que a pedagogia nova é a mais indicada para proporcionar o desenvolvimento

pleno da criança e a minoria compreendem que é com a pedagogia libertária que podemos contribuir com a

construção de novos saberes. De certo, tanto a pedagogia nova quanto a libertária lutaram por uma educação que

proporcionasse a igualdade social de forma a considerarem as especificidades dos alunos, já a pedagogia

tradicional também tinha boas intenções quando surgiu, porém, o ensino era totalmente voltado ao ser que tinha

autoridade em sala de aula era o único detentor do saber, onde o aluno era disciplinado não considerando os seus

conhecimentos prévios.

Portanto, com base em todo o processo de pesquisa é importante frisar que o avaliar na educação infantil levará a

criança a ter um bom preparo para os conhecimentos que surgirão nas outras modalidades de ensino assim como

na sua interação com o meio. Todavia, o fazer pedagógico que as professoras e gestores aplicam em sala de aula

e na instituição como um todo ainda é um grande desafio, onde as mesmas têm que conviver com as exigências

do sistema que são práticas totalmente tradicionais, porém, muitas das professoras e gestores tentam driblar

todos estes desafios no cotidiano escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as respostas das docentes conclui-se que os docentes compreendem o que é e qual o verdadeiro

sentido da avaliação, sendo assim, buscam estarem trabalhando em sala de aula de forma a proporcionar uma

educação com qualidade aos alunos. Mas, as dificuldades que enfrentam na instituição são muitas e deixam claro

que é preciso driblar/enfrentar todos os desafios que impedem de colocar em prática o que planejam.

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De fato, há muitos alunos em sala e somente um professor para atendê-los o que confirma tudo o que foi dito

pelos autores durante a pesquisa teórica que os professores sabem como trabalhar deforma criativa e qualitativa,

mas o estado dificulta muito esse trabalho ser posto em prática. O que leva aos mesmos irem buscar alternativas

que de fato o sistema não garante e muitos professores acabam por se deixar levar por comodismo e facilidade as

expectativas do governo, um exemplo disto foi a gestão responder que seguem um modelo pedagógico padrão e

que a única prática diferente que utilizam são os projetos temáticos.

Em todo o processo de pesquisa inclusive na observação é notável que as professoras sentem muita dificuldade

em avaliar as crianças de forma eficaz e qualitativa. Há uma grande sobrecarga de trabalho para com as mesmas,

o que dificulta muito terem tempo para poder planejar suas aulas. A maioria das professoras trabalham os dois

horários na instituição e como a maioria também são contratadas não tem o privilégio de horas para

planejamentos na escola (o que me intrigou muito) e assim só tinham tempo para planejar em casa no horário da

noite e mesmo assim com muitos bloqueios, pois são donas de casa e cuidam de estarem cumprindo seus

afazeres familiares.

Por sua vez, a gestão recebe um planejamento já pronto da secretária de educação, assim como todas as outras

instituições e justamente este modelo imposto pelo estado é que tenta impossibilitar o atendimento de qualidade

aos alunos. Pode-se ver que ainda falta muito para estabelecer uma educação competente. Ao longo de toda a

história é possível constatar que houve um empenho/dedicação por melhores condições, igualdades sociais,

dentre outros, e quem sempre carregou essa luta foi à educação, todavia, o capitalismo, as lutas de classes nunca

deixaram a igualdade social de fato acontecer, não seria diferente ver aquelas professoras lutarem também por

uma causa digna.

Por fim, infelizmente é possível identificar que a educação tradicionalista ainda prevalece como ferramenta de

gestão da aprendizagem na educação infantil, deixando de lado dimensões formativas que levem em

consideração a qualidade do espaço escolar, as relações entre alunos e professores e o planejamento de

instrumentos avaliativos que orientem o trabalho docente em sala de aula.

REFERÊNCIAS

FARIA, Anália Rodrigues. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. Editora Ática

S.A, 1995. São Paulo/SP.

GIL, Antonio Carlos, 1946. Como elaborar projeto de pesquisa/ Antonio Carlos Gil. – 4. Ed. – São Paulo:

Atlas, 2002.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade/

Jussara Hoffmann. – 33. Ed. – Porto Alegre: Mediação, 2014.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação na pré-Escola: Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança/Jussara Maria

Lech Hoffmann. – Porto Alegre: Mediação, 2000.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação / Cipriano Carlos Luckesi. – São Paulo, Cortez, 1994. –

(Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor).

MARTINS, José do Prado, 1941. Didática Geral: fundamentos, planejamentos, metodologia, avaliação/ José

do Prado Martins. – São Paulo: Atlas, 1985.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre

educação e política / Dermeval Saviani. – São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1985.

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MICROCRÉDITO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO: UM ESTUDO DE CASO DO

CEAPE/BA NO MUNICÍPIO DE SERRINHA.

Wanderson Santana Cordeiro

Graduado em Administração pela Universidade do Estado da Bahia – Campus XI

Janúzia Souza Mendes de Araújo

Professora e Coordenadora do curso de Administração da Universidade do Estado da Bahia – Campus XI

RESUMO

O presente trabalho aborda o microcrédito como um instrumento para o desenvolvimento socioeconômico na

cidade de Serrinha, local marcado por poucas oportunidades de emprego e um número consideravelmente

elevado de famílias abaixo da linha de pobreza. Identifica-se ainda, o papel que as operadoras de microcrédito

realizam na disseminação do programa, sendo uma forma direta para o desenvolvimento empreendedor de

pessoas que “ganham a vida” na base da informalidade. Usa uma metodologia de pesquisa de natureza

qualitativa dividida em levantamento bibliográfico e análise de dados organizacional do Ceape/BA, organização

não governamental, objeto de estudo deste artigo, confrontados com indicadores sociais. O estudo destes dados

aponta que muitos empreendedores de baixa renda não possuem acesso ao programa, não atingindo a finalidade,

que fez surgir o microcrédito.

Palavras-chave: Microcrédito. Desenvolvimento Socioeconômico. Ceape.

ABSTRACT

This paper discusses microcredit as a tool for socio-economic development in the city of Serrinha, location

marked by few job opportunities, and a considerably high number of families below the poverty line. It identifies

also the role that microcredit operators perform in the dissemination of the program, and a direct way to the

entrepreneurial development of people who "make a living" on the basis of informality. Uses a qualitative

research methodology - quantitative divided into literature and analysis of business data CEAPE/BA, non-

governmental organization, the object of study of this article, faced with social indicators. The study, these data,

points out that many of these low-income entrepreneurs do not have access to the program, thus diverting the

initial purpose that brought about microcredit.

Key-words: Microcredit. Socio-economic development. CEAPE

INTRODUÇÃO

O Brasil vem passando por grandes mudanças socioeconômicas nos últimos anos. O impacto da crise econômica

é evidente, e vem afetando milhares de brasileiros fazendo com que haja um grande aumento do trabalho

informal no país. Com isso, reforça-se a importância do microcrédito produtivo e orientado, conduzindo esses

empreendedores que buscam uma nova alternativa de sustento.

Esse trabalho busca estudar as mudanças que o microcrédito traz aos cidadãos de baixa renda, investigando a

importância que as agências de microcrédito possuem, como promotoras de desenvolvimento econômico e

social, com ênfase especial nas atividades realizadas pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos do

Estado da Bahia, na cidade de Serrinha.

Diante da escassez de oferta de empregos e também da baixa qualificação profissional, o empreendedorismo

torna-se uma saída para muitos cidadãos trabalhadores como uma forma de inserção econômica. Contudo, esses

empreendedores em grande maioria, de baixa renda, possuem dificuldade para terem acesso ao crédito, uma vez

que muitas vezes as instituições financeiras não se interessam em atendê-los, em virtude da dificuldade de se

oferecer algo como garantia de pagamento a essas instituições.

Com base neste contexto, surgem às operadoras de microcrédito, instituições não governamentais, com a

finalidade de apoiar o empreendedorismo informal e oferecer um “crédito de confiança” a essas pessoas, através

de financiamentos e orientação empreendedora.

O estudo consiste na análise de dados fornecidos pela instituição, investigando a importância do trabalho

realizado na cidade de Serrinha, identificando, através de indicadores sociais, as reais necessidades que o

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município demanda. Portanto, trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativa de análise documental, pois

buscará compreender as informações empresariais e sociais com intuito de chegar à conclusão da pesquisa.

O Ceape/BA é uma organização não governamental, sem finalidade lucrativa e classificada como uma OSCIP -

Organização Social do Interesse Público. Com sede na cidade de Feira de Santana, possui 21 anos de atuação no

estado da Bahia e atende mais de sessenta municípios circunvizinhos em conjunto com mais quatro postos nas

cidades de: Alagoinhas, Camaçari, Salvador e Santo Antônio de Jesus. A ONG tem o compromisso da concessão

de crédito, tendo em vista a melhoria das condições de vida dos seus clientes e o desenvolvimento de seus

empreendimentos. Segundo a instituição, ao longo de sua experiência já foram atendidas cerca de 26.000 (vinte e

seis mil) empreendedores, fortalecendo cerca de 50.000 (cinquenta mil) empregos, são R$ 162.000.000,00 (cento

e sessenta e dois milhões de reais) liberados a mais de 100.000 (cem mil) beneficiados.

A cidade registra um número consideravelmente alto de pessoas abaixo da linha de pobreza e que sobrevivem

através de alguma atividade empreendedora informal. (IBGE, 2010). Contudo, a pesquisa aponta que essas

pessoas, não possuem acesso ao crédito emprestado pela organização, e sim outro perfil de empreendedores que

são devidamente atendidos pela mesma. Esse artigo está dividido em quatro partes: introdução, referencial

teórico, a pesquisa e os resultados e conclusão, que juntos, buscam desenvolver o tema de maneira sistemática,

didática e consistente.

1 O MICROCRÉDITO

Crédito é um termo que traduz confiança, e puxando para o âmbito financeiro é um ato onde os tomadores

obterão recursos monetários junto a uma instituição financeira, para alguma finalidade de consumo ou

investimento. Dessa forma, crédito é uma relação baseada na confiabilidade, onde o credor confiará que o

tomador efetuará os pagamentos nas datas estipuladas no ato de concessão.

Segundo Pereira (2003, p.63), “crédito, no sentido restrito, consiste na entrega de um bem ou de um valor

presente mediante a uma promessa de pagamento em data futura. ” Logo, crédito consiste em uma soma de

dinheiro que um banco ou entidade financeira empresta a uma pessoa física ou jurídica, todavia, o tomador

deverá pagar de forma remunerada, chamada por juro, por equivalência da disponibilização do dinheiro.

Já o microcrédito, como o próprio nome sugere, é uma linha de crédito pequena, destinada a um perfil

específico de cliente, neste caso, os microempreendedores. Em regra geral, entre R$ 100,00 (cem reais) a R$

15.000,00 (quinze mil reais), possuindo um prazo de amortização curto, que varia entre um a seis meses para

financiamentos de capital de giro e até doze meses em financiamentos de investimento fixo.

Em época de crise econômica, onde muitas pessoas por falta de oportunidades iniciam uma atividade

empreendedora para seu sustento e de sua família, o microcrédito surge como um importante instrumento de

financiamento de tais atividades, em sua maioria informais, por possuir um acesso menos burocrático, tornando-

se mais fácil a obtenção do recurso pelo tomador. Conforme demostra Aidar (2007, p.34):

Os empréstimos de curto prazo representam importante fonte de financiamento para

a maioria das micro e pequenas empresas, que têm menos acesso ao capital que as

empresas maiores. O capital de giro de uma empresa é formado pelos recursos

monetários, indispensável à sua operação, produção e comercialização representada

pelo dinheiro disponível, pelo estoque de produtos, matérias primas e pelos títulos a

receber.

Em um sistema capitalista, onde uma minoria é detentora de grande parte do capital, a maioria só dispõe de sua

força de trabalho, uma vez que o Estado já não consegue através de ações sociais, atender a vasta quantidade de

pobres no país. Diante da dificuldade de conseguir crédito, surge o microcrédito produtivo e orientado, uma

linha de crédito específica e com metodologia própria, destinado a atingir pessoas excluídas do sistema bancário

formal. Sendo assim, considerada como uma forma de democratização do crédito, por tentar inserir uma parcela

da população pobre e não atendida pelo sistema bancário tradicional. Segundo Barone (2002, p.13):

O microcrédito é a concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos

empreendedores informais e microempresas sem acesso ao sistema financeiro

tradicional, principalmente por não terem como oferecer garantias reais. É um

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crédito destinado a produção (Capital de giro e investimento), e é concedido com

uso de metodologia especifica.

Gerando ocupação, renda e combatendo a pobreza, o microcrédito torna-se uma importante ferramenta para o

desenvolvimento econômico e social de qualquer país, pois auxilia os empreendedores de baixa renda a

transformar o empréstimo em riqueza para si e para o país.

O microcrédito surge com a finalidade de financiar atividades econômicas para micro e pequenos

empreendedores formais ou informais, ampliando seu capital de giro ou fixo. Dentre outros objetivos, a geração

de emprego e renda é destacada por muitos autores, pois a consideram como uma forma de diminuir as

desigualdades sociais e retirar uma parcela significativa da população da condição de pobreza ou extrema

pobreza. Conforme Lopes (2011, p.15):

Ao microcrédito, portanto, cabe fazer chegar às camadas mais pobres a oportunidade

de inserir social e economicamente os indivíduos, de tal modo que não só altere suas

vidas, mas progressivamente a vida econômica das comunidades que cercam de uma

maneira que criem vida própria e dependam muito mais da economia que gira e

cresce ao seu redor, e precisem cada vez menos da ajuda externa, e possam

contribuir de forma decisiva no desenvolvimento do seu locus.

O microcrédito é um empréstimo diferenciado e destinado a determinado seguimento: o pequeno negócio, formal

ou informal, em grande parte gerenciados por pessoas sem qualificação e entendimento teórico sobre o assunto.

Dessa forma, devemos frisar que essa linha de crédito não é destinada ao consumo, e sim ao investimento. Com

base nisso, entende-se que o microcrédito, aliado a uma boa orientação e acompanhamento, transforma-se em

uma alternativa, para ampliar as atividades destes pequenos empreendedores, causando impacto direto em seu

ganho e, consequentemente, resultando em crescimento econômico.

Segundo CORSINI (2007, p.30), obter renda na informalidade é uma opção para aqueles que só podem

participar do mercado pela venda da sua força de trabalho em condições sociais desfavoráveis e, ao que tudo

indica, o desemprego estimula o crescimento da economia informal.

Contudo, esses empreendedores de baixa renda, por não possuírem garantias reais, que os bancos exigem, em

suas linhas de crédito, ficam impossibilitados em realizar operações no sistema bancário tradicional. Embora

esses empreendedores costumem pagar o que tomam emprestado e o banco pudesse lucrar emprestando-lhes tais

recursos.

Em decorrência disso, o microcrédito entra como uma modalidade para enquadrar tais empreendedores, por ser

um empréstimo cuja garantia é baseada no aval solidário que nada mais é, que um ato cambiário pelo qual uma

pessoa (avalista) se compromete a pagar título de crédito, nas mesmas condições que o devedor desse título

avalizado.

Para adquirir o microcrédito, é um processo simples e prático. O tomador interessado em obter tal crédito, terá

que encontrar outras pessoas que se interessem também em investir em algo e que possua uma atividade própria.

Todos os envolvidos conseguiram o crédito, logo, se algum deixar de pagar o restante terá que “assumir” o valor

do inadimplente, assim, cada um dos membros do grupo exerce pressão sobre os demais, tornando-se um avalista

do outro.

Também como critério para aprovação do crédito, os envolvidos na operação não podem possui restrição

cadastral (SPC e SERASA) e, devem possuir no mínimo seis meses de atividade empreendedora, e a formação

mínima de um grupo que é composto de pelo menos três integrantes. Segundo Lopes (2011, p.25):

As exigências para concessão do crédito se limitam a cobrar que a atividade possua

no mínimo seis meses de existência e que o proprietário não tenha problema

creditício (SPC e SERASA) e que assuma o aval moral ou solidário, sistema de aval

cruzado assumido voluntariamente pelos membros do grupo – no mínimo três

componentes e no máximo seis – como garantia colateral do crédito frente às

instituições de microcrédito.

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A concessão é realizada pelas operadoras de microcrédito, por meio de agentes de crédito, profissional treinado

para realizar levantamento socioeconômico dos interessados pelo crédito, através de visitas nos estabelecimentos

comerciais ou residências, explicando a finalidade do empréstimo e acompanhando a evolução de sua

aplicabilidade.

As informações coletadas, nesta entrevista com os clientes, são levadas para o posto de atendimento, onde será

realizada a próxima etapa do processo, o comitê de crédito: que é uma reunião onde estarão presentes os agentes

de crédito, gerente de posto e coordenadores, todos com o objetivo de analisar e discutir os dados coletados e

chegar a uma conclusão da viabilidade ou não de cada valor solicitado.

Realizadas essas etapas, se chegará à conclusão do valor inicial a ser disponibilizado a cada solicitante, daí o

agente de crédito retorna ao local e finaliza o processo de concessão. A partir desse momento, inicia-se o

acompanhamento orientado, onde o agente passará a analisar e monitorar a evolução da atividade deste

empreendedor. Os valores adequados à realidade do empreendedor, o acompanhamento e o monitoramento

sistemáticos das atividades realizadas pelo corpo técnico das instituições são fatores que fazem o sucesso do

microcrédito, devido aos baixíssimos índices de inadimplência de sua carteira de crédito. (DANTAS, 1999)

Para Dantas (2011), “o acesso ao crédito nas economias populares, tem a função de possibilitar aos “nanos”

(micro) negócios os recursos necessários para manutenção do que é básico para o funcionamento de suas

atividades. ” (...) O agente de crédito assume um papel importante no microcrédito, pois funciona como uma

ponte entre a instituição de microcrédito e o tomador, adotando uma postura onde suas atitudes, linguagem e

abordagem devem levar em consideração o perfil de seu cliente, facilitando a relação entre as partes.

Diante da recessão econômica que o país enfrentou entre as décadas de 1980 e 1990, quando o governo buscava

alternativas para combater a inflação e o déficit fiscal, houve um aumento significativo do número de

desempregados, ampliando dessa forma o mercado de trabalho informal.

A evolução do microcrédito se constitui basicamente em duas etapas, uma inicial – que percorre as décadas de

1970 até meados de 1990 – onde se caracteriza as ações pioneiras das ONGs e de algumas ações públicas

municipais e, um segundo momento, quando se define um marco legal e o governo federal entra no processo.

(LOPES, 2011, p.28)

A cooperação das organizações sem fins lucrativos na disseminação do microcrédito foi uma iniciativa de

extrema importância para o avanço desta metodologia no país. Logo, tal iniciativa não seria possível, sem o

apoio financeiro e a cooperação internacional, pois era necessária uma forma de financiar tais atividades, uma

vez que, os bancos não manifestavam interesse por essa linha de crédito, já que a mesma por apresentar um custo

operacional elevado e um risco alto diante da baixa rentabilidade que seria auferida para instituição financeira.

No ano de 1973, foi criada a União Nordestina de Assistência a Pequenas Organizações (UNO), a primeira

experiência de microcrédito no Brasil, realizado nas cidades de Recife-PE e Salvador-BA, esta foi uma iniciativa

da Accion International Tecnológica (AITEC) com participação de entidades empresariais e bancos de

Pernambuco e da Bahia.

O Programa Uno financiou milhares de pequenos empreendedores informais e formou dezenas de profissionais

na área do crédito. Sobreviveu por 18 anos, e por diversos fatores internos e externos, veio a encerrar suas

atividades no início da década de 90.

Apesar do êxito na área técnica, a UNO desapareceu, após dezoito anos de atuação, por não considerar a auto

sustentabilidade parte fundamental de suas políticas, o que poderia ter sido assegurado com base em duas

medidas. A primeira, transformar as doações recebidas em patrimônio financeiro que pudesse ser emprestado a

juros de mercado e, assim, gerar receitas e capitalizar a entidade. A segunda, negociar com parceiros a cobrança

de juros reais em todas as linhas de crédito que operava, de modo a ter ganho para capitalização. (BARONE,

2002, p.15)

Logo mais, no ano de 1987, apoiada pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e pela Accion

International, iniciando através de uma experiência piloto, na cidade de Porto Alegre, implementado pelo Centro

Ana Terra, que no decorrer de seu desenvolvimento passou a chamar-se Centro de Apoio aos Pequenos

Empreendimentos (CEAPE), surge uma nova tentativa na experiência do microcrédito no país.

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Em 1990 é criada a Federação Nacional de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (FENAPE), com a finalidade

de manter uma conexão entre todos os Ceape’s, contudo, cada um com sua independência, porém com a mesma

política metodológica e possuindo como base o princípio da sustentabilidade econômica. A Rede Ceape tornou-

se um pioneiro nesta modalidade, responsável em multiplicar a experiência do microcrédito em outras cidades do

território brasileiro, possuindo uma presença mais forte na região do Nordeste, onde atua, até os dias atuais.

O Ceape é enquadrado na lei 9.790 de 23 de março de 1999, que permite que pessoas jurídicas do direito

privado, sem fins lucrativos, sejam qualificadas como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

(OSCIP), diante disso, possuem algumas isenções fiscais dentre outras vantagens previstas em lei.

A partir daí, vão surgindo outras iniciativas interessadas nesta problemática e no ano de 1989, com o apoio do

UNICEF e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), surge na cidade de Salvador-BA, o Banco da

Mulher, uma instituição de microcrédito voltada ao desenvolvimento humano e financeiro da população de baixa

renda. Sendo a segunda experiência de microcrédito na Bahia, o Banco da Mulher gradativamente foi se

espalhando no país, ganhando mais espaço.

Logo depois, em uma fase mais avançada, o setor púbico, passou a estimular o financiamento destes

empreendimentos da economia informal. Segundo Corsini (2007): “alguns setores da sociedade brasileira,

órgãos públicos e organizações de fomento e desenvolvimento mostraram-se interessadas em buscar alternativas

para enfrentar os reflexos sociais da pobreza”.

As instituições sem fins lucrativos, juntamente com a sociedade civil e organizações de cooperação internacional

constituíram no Brasil, juntas, esta alternativa de financiamento para população de baixa renda, objetivando

ampliar as oportunidades para aqueles que não encontravam ocupação nem renda. (LOPES, 2011, p.30)

Diante do sucesso destas experiências com microcrédito e a real percepção de sua eficácia, no desenvolvimento

socioeconômico, vão surgindo outros programas no país, com o apoio do poder público. Governos municipal,

estadual e federal se mobilizam na criação de novos programas para conceder crédito aos microempreendedores

de baixa renda, recebendo financiamentos internacionais e de bancos brasileiros.

2 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO PELO MICROCRÉDITO

Como característica forte do microcrédito, podemos abordar o impacto econômico e social que ele é capaz de

causar, trazendo melhorias na qualidade de vida das pessoas e da comunidade a qual está inserida. A partir desse

contexto, o microcrédito produtivo e orientado passa a ser visto como um instrumento importante para solução

de problemas referentes à alta taxa de desemprego no país.

Entende-se como desenvolvimento socioeconômico a mudança do padrão social de uma população, atingindo

um determinado crescimento de sua renda (aumento da PNB perca capita) e consequentemente melhoria na

qualidade de vida.

PNB (Produto Nacional Bruto) per capita é o valor de riqueza produzida por cada indivíduo relacionado com

alterações profundas na estrutura econômica. Essas alterações estão diretamente ligadas com a maneira que os

recursos são distribuídos entre os diferentes setores da economia, atingindo uma melhoria nos indicadores de

bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, violência, saúde, alimentação, transporte, educação e

moradia).

Sob essa lógica, o microcrédito tem no desenvolvimento um papel complementar, à medida que inserem novos

atores no processo, e um papel de inclusão socioeconômica, daqueles milhões de indivíduos que se aventuram

diariamente na busca pela sobrevivência por meio de uma microatividade informal. (LOPES, 2011, p.34)

O Brasil é um país que historicamente obteve um crescimento acelerado, todavia, a distribuição de renda

permanece muito desigual, até os dias de hoje. Sendo um país em desenvolvimento, ocupando a sétima posição

no ranking das maiores economias mundial. (BANCO MUNDIAL, 2014)

Os empreendimentos existentes na economia informal urbana ajudam a dinamizar a geração de ocupação, de

emprego e de renda da população pobre nos países em desenvolvimento, demonstrando a sua relevância no

processo de inserção social de pessoas que se dedicam às atividades consideradas informais. O apoio financeiro

às iniciativas dessas pessoas, sob a forma de microcréditos, tem sido considerado como uma possibilidade de

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redução da pobreza. (CORSINI, 2007, p.17). Com isso concluímos que o microcrédito promove a inclusão

econômica e social, não somente da família do microempreendedor informal, mas de todos os envolvidos nesta

atividade, pois esses cidadãos passam a ser reconhecidos como uma categoria econômica, capaz de gerar riqueza

para si e para o país.

3 ANALISANDO O LOCI

A pesquisa para identificar a provável importância do microcrédito para o desenvolvimento socioeconômico na

cidade de Serrinha-Ba foi baseada na análise de dados fornecidos pela instituição de microcrédito Ceape/BA,

objeto de estudo deste artigo, e confrontados com outros estudos econômicos e sociais.

Foram coletados junto à instituição dados dos últimos cinco anos, para serem analisados desde o perfil de seu

cliente até os impactos causados aos mesmos. Portanto, trata-se, de uma pesquisa de caráter qualitativa de

análise documental, pois buscou por meio do estudo, destes dados, chegar a uma conclusão sobre o problema

proposto. Depois do analisar os relatórios gerenciais fornecidos pelo Ceape/BA foi realizada a tabulação dos

dados. Segundo Malhotra (2006) a análise de dados tem o propósito de interpretar com a pesquisa quantitativa,

onde produzimos os gráficos e/ou tabelas para demostrar os percentuais dos resultados obtidos.

Quadro 01 – Perfil do Município.

SERRINHA-BA CARACTERÍSTICAS

Localização Nordeste Baiano

Distância da Capital 173 km

População (2010) 76.762 habitantes

População Masculina 37.680 habitantes

População Feminina 39.082 habitantes

Urbanização (2010) 61,47%

Área 658,90 km²

Densidade Demográfica (2010) 116,50 hab/km²

IDHM (2010) 0,634

Índice Gini (2010) 0,561

PIB per capita (2013) R$ 8.335,94

Relevo Floresta Estacional

Clima Semiárido à subúmido

Hidrografia Rio Inhambupe

Fonte: ODM Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Serrinha possui 140 anos de emancipação política e o município é dividido em bairros e povoados, sendo 30

bairros e 78 povoados. Sua população, segundo o Censo 2010 do IBGE, era de 76.762 habitantes, sendo que

61,4%, deste total, residiam na área urbana, o que corresponde a 47.188 pessoas.

O município pertence à região do sisal, que é composto por vinte e cinco cidades, sendo a mais populosa entre

elas. A cidade é um dos município-sede do Nordeste Baiano e sua microrregião é formada por mais dezessete

cidades sendo elas: Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Capela do Alto Alegre, Conceição do Coité, Gavião,

Ichu, Lamarão, Nova Fátima, Pé de Serra, Retirolândia, Riachão do Jacuípe, Santaluz, São Domingos,

Teofilândia e Valente.

Serrinha é marcada pelas poucas oportunidades formais que possui, sendo fator de migração populacional, tendo

como maior oferta de emprego, o comércio, que possui uma faixa salarial baixa, atingindo a média de um salário

mínimo nacional. Segundo a CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo, no ano de

2010, havia 2.336 empresas formais, sendo que deste total 56,5% representa o setor do comércio e apenas 7,3%

de indústrias de transformação. Segundo o IBGE, no mesmo ano, possuíam 5.631 empreendedores na

informalidade.

Possui um PIB per capita consideravelmente elevado (R$ 8.335,94), demostrando uma realidade presente em

todo país: a concentração de renda nas mãos de poucos. Na microrregião a qual está inserida, a cidade perde

apenas para Barrocas, que ocupa o maior PIB per capita da região (R$ 10.934,20), por possuir na cidade,

indústria de mineração, contribuindo diretamente para elevação deste número.

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Segundo dados do ODM – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, no ano de 2010, 33,3% da população

serrinhense, o que corresponde a 25.095 pessoas encontravam-se na condição abaixo da linha de pobreza, ou

seja, sobrevivem com uma renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (cento e quarenta reais) por mês.

Essas pessoas, em sua maioria, possuem uma atividade informal, na tentativa de adquirir uma qualidade de vida

mais digna, diante a escassez de oferta de emprego no município.

O IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, segundo o IBGE em 2010, foi de 0,634, ocupando a

58º posição estadual, não se tornando muito distante quando comparado com a capital baiana, que foi de 0,759.

Esse índice é de extrema importância, uma vez que reflete o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade

de vida oferecida à população. Serrinha ocupa a 4ª posição em relação a sua microrregião, ficando a sua frente às

cidades de São Domingos (0,640), Valente (0,637) e Retirolândia (0,636).

O Índice de Gini 1 na cidade, segundo o ODM, foi de 0,561, ocupando a 295º posição estadual, não ficando

também muito distante em relação à cidade de Salvador, que foi de 0,645. Esse índice é utilizado para medir a

desigualdade social e foi desenvolvido pelo estatístico italiano Corrado Gini no ano de 1912. Já neste quesito, em

um comparativo entre a sua microrregião, Serrinha fica empatada com a cidade de Biritinga (0,561), ambas

ocupando o 2º lugar no ranking, e em 1º lugar a cidade de Araci (0,567).

Com base nestes índices, podemos considerar que a cidade de Serrinha se encontra em um nível médio de

desenvolvimento econômico e desigualdade social. Contudo, muito precisa ser feito, para retirar uma parcela

ainda muito significativa que se encontra abaixo da linha de pobreza.

4 O PROJETO CEAPE/BA

O Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos do Estado da Bahia – Ceape/BA, foi constituído no dia 25

de novembro de 1994, na cidade de Feira de Santana, fruto de uma articulação de entidades e grupos sociais com

a missão de apoiar os pequenos empreendedores da zona urbana, através de financiamentos e capacitação

empreendedora.

A instituição atende mais de sessenta cidades, espalhadas por toda Bahia, e possui postos nas cidades de

Alagoinhas, Camaçari, Feira de Santana, Salvador e Santo Antônio de Jesus. Serrinha é atendida através da

matriz, posto de Feira de Santana, que atua em mais vinte e sete municípios circunvizinhos, conforme ilustra o

Quadro 02, a seguir.

Quadro 02 – Cidades atendidas pelo posto Feira de Santana.

POSTO DE SERVIÇO CIDADES ATENDIDAS

Feira de Santana

Água Fria, Amélia Rodrigues, Anguera, Biritinga,

Cachoeira, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe,

Coração de Maria, Cruz das Almas, Feira de Santana,

Ipecaetá, Ipirá, Irará, Lamarão, Muritiba, Riachão do

Jacuípe, Santa Barbara, Santo Estevão, São Felix, São

Gonçalo, São Sebastião, Serrinha, Teofilândia, Teodoro

Sampaio, Terra Nova, Tucano e Valente.

Fonte: Ceape/BA. 2016

Não há registros formais do ano que o Ceape iniciou suas atividades em Serrinha, o que se sabe, é que a partir do

ano de 2010, a instituição começou a ganhar força e o conhecimento da população, começando a desenvolver

algumas atividades no município.

Crediamigo, Ascoob, Sicoob, são os concorrentes diretos do Ceape na cidade. Utilizam da mesma metodologia

de concessão, desenvolvendo também o programa de microcrédito no município. Contudo, enquanto o seu

concorrente leva até quinze dias para efetuar uma análise e liberação, o Ceape promete em 48 horas finalizar

uma concessão com um atendimento personalizado sem a necessidade de deslocar o cliente de seu

estabelecimento ou local em que realiza suas atividades.

1 O índice ou coeficiente de Gini é uma medida de concentração ou desigualdade. É comumente utilizada para

calcular a desigualdade da distribuição de renda. O índice de Gini aponta a diferença entre os rendimentos dos

mais pobres e dos mais ricos. (ESCÓSSIA, 2009)

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Foi realizada coleta de dados, junto à instituição de microcrédito Ceape, com a finalidade de chegar à conclusão

deste artigo, estudando sua atuação nos últimos cinco anos. Com isso, foram analisados valores liberados ano a

ano, número de clientes atendidos e o perfil destes clientes.

Quadro 03 – Valores Liberados, número de clientes e ticket médio.

Ano Créditos Liberados Número de Clientes Ticket Médio

2011 R$ 71.400,00 42 R$ 1.700,00

2012 R$ 263.600,00 158 R$ 1.668,35

2013 R$ 164.300,00 85 R$ 1.932,94

2014 R$ 205.600,00 78 R$ 2.635,90

2015 R$ 263.900,00 92 R$ 2.868,48

Fonte: Ceape/BA. 2016

É possível observar no quadro 03, a evolução dos últimos cinco anos dos valores liberados em Serrinha. No ano

de 2011, quando a instituição ainda ganhava fôlego na cidade e conhecimento de sua marca, perante o público-

alvo, registra-se o menor valor liberado em um ano e um número de clientes relativamente pequeno. Já no ano de

2012, foi utilizada como estratégia de expansão, a contratação de um estagiário da área de administração para

promover à marca e consequentemente captar novos clientes. Fruto dessa iniciativa, o valor liberado, neste ano,

quase quadriplica em relação ao ano anterior.

Contudo, no ano de 2013, o Ceape sofre com a inadimplência na cidade, registrando uma diminuição do volume

emprestado. A instituição recupera-se nos anos seguintes o se valor de carteira de crédito, porém com uma queda

acentuada ainda com relação ao número de clientes. Observa-se o crescimento do ticket médio2, possuindo uma

relação direta com a queda do número de clientes.

Segundo manual de microcrédito, os usuários do programa são classificados em: subsistência, acumulação

simples e acumulação ampliada. A interpretação do quadro 03 também revela que os clientes da cidade

investigada enquadram-se na categoria de acumulação ampliada, ou seja, são clientes mais estruturados, possui

ponto comercial fixo próprio ou alugado, registro de CNPJ, controles financeiros e criam postos de trabalho no

município.

Segundo relatórios disponibilizados pelo Ceape, até o dia 01 de março de 2016 a carteira ativa de Serrinha era de

R$ 106.789,00 (cento e seis mil, setecentos e oitenta e nove reais), 61 clientes e um ticket médio de R$ 1.750,00

(um mil, setecentos e cinquenta reais). O posto de Feira de Santana possuía, na mesma data, R$ 2.187.828.00

(dois milhões, cento oitenta e sete mil, oitocentos e vinte e oito reais) de carteira ativa e 1492 clientes espalhados

nas vinte e sete cidades atendidas, Serrinha corresponde apenas a 4,9% deste valor.

Quadro 04 – Sexo dos clientes nos últimos cinco anos.

Ano Feminino Masculino

2011 30 12

2012 108 50

2013 58 27

2014 56 22

2015 62 30

Fonte: Ceape/BA. 2016

No quadro 04, observou-se o sexo dos clientes atendidos pelo Ceape na cidade e é possível perceber que o

número de mulheres é sempre maior em relação ao número de homens, uma diferença que chega a mais de

cinquenta por cento. Segundo o (Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e

Microfinanças - Abcred) as mulheres representam 60% das tomadoras de microcrédito. Acredita-se que a renda

2 Ticket médio: refere-se a uma média que cada cliente tomador de microcrédito obteve emprestado em um

determinado intervalo auferido. Encontra-se o valor do ticket médio dividindo o numero de cliente com o valor

da carteira de crédito.

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nas mãos das mulheres torna-se uma “garantia” que a mesma será distribuída entre os membros da família, com

isso maximizando a qualidade de vida familiar, através da atividade empreendedora.

Quadro 05 – Faixa etária nos últimos cinco anos.

Ano 18-24 anos 25-34 anos 35-44 anos

45-54 anos

55 anos acima

2011 02 09 13 16 02

2012 18 26 83 25 09

2013 12 13 44 10 06

2014 14 11 37 12 04

2015 12 16 51 10 03

Fonte: Ceape/BA. 2016

Ao analisar o quadro acima, que demostra a faixa etária dos clientes, percebe-se que o intervalo entre 35 a 44

anos é sempre maior, nos últimos cinco anos analisados. A maioria destas pessoas são empreendedores já

consolidados, pais e mães de família, com tempo de atividade igual ou maior há um ano e possuem um

conhecimento mais amplo da atividade que desenvolvem. Segundo o SEBRAE (2015), entre os empreendedores

que tinham “35 anos ou mais”, havia uma proporção, maior de pessoas que trabalhavam gerando postos de

trabalho, auxiliando no combate as desigualdades de renda e criando oportunidades de trabalho.

Quadro 06 – Estado Civil nos últimos cincos anos.

Ano Solteiro Casado Viúvo

Divorciado

Relação Estável

2011 12 21 06 03 00

2012 44 88 17 04 05

2013 20 56 06 03 00

2014 14 52 06 04 02

2015 09 72 05 04 02

Fonte: Ceape/BA. 2016

Segundo a pesquisa GEM - Global Entrepreneurship Monitor (2014): 62% dos empreendedores iniciais, que são

aqueles que administram seu próprio negócio, pagam salários, geram pró-labore ou outra forma de remuneração

ao proprietário por mais de três meses e por menos de quarenta e dois meses, são casados ou estão em uma união

estável. Percebemos na tabela acima, que a cidade possui um significativo número de empreendedores na

situação de casados e possuem um perfil empreendedor de sucessão familiar.

Quadro 07 – Setores das atividades nos últimos cincos anos.

Ano Comércio Produção Serviços

2011 39 00 03

2012 127 18 13

2013 67 06 12

2014 60 05 13

2015 57 19 16

Fonte: Ceape/BA. 2016

A atividade desenvolvida por uma organização deve ser bem definida e segmentada, a fim de atingir o sucesso

organizacional. No quadro 07, observamos os setores dos clientes tomadores de microcrédito na cidade de

Serrinha, e notamos que o comércio é o segmento mais atendido pela instituição. Comércio é caraterizado pela

compra e revenda de produtos, mercadorias ou outros bens, visando o ganho nestas transações, atingindo o lucro.

Esses comerciantes são em sua maioria estruturados, com um ponto comercial e possuem funcionários na

realização de suas atividades, sendo classificados pela instituição como clientes com perfil de acumulação

ampliada.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a literatura aqui revisada e os resultados obtidos nesta pesquisa, pode-se afirmar que o

microcrédito é um instrumento importante no desenvolvimento econômico e social, revelando-se um grande

gerador de renda, contribuindo assim para inserção social de uma parcela da população de baixa renda, no ciclo

econômico.

O propósito inicial desse artigo foi identificar as contribuições que o Ceape/BA traz no munícipio de Serrinha,

através do programa de microcrédito, desenvolvido pela ONG, aos empreendedores de baixa renda, observando

a evolução destes, após terem acesso ao crédito. Contudo, o estudo dos dados revela que a parcela considerada

de baixa renda, não vem sendo atendida pela instituição, tornando-se impossível realizar o estudo de sua

evolução.

O perfil dos empreendedores identificados na pesquisa afasta-se bastante da originalidade descrita na base

teórica do microcrédito, são empreendedores mais definidos e encaminhados, possuem ponto comercial já

estruturado e um comércio mais voltado para o formal do que informal. Grande parte possui pelo menos um

empregado na realização de suas atividades.

Todavia, é possível afirmar que a linha de crédito oferecida a este grupo, de empreendedores, traz benefícios aos

mesmos e a sociedade, pois passam apresentar um fluxo de caixa maior após o financiamento concedido pela

instituição, com isso, registram crescimento de suas atividades e contribuem para geração de emprego e renda.

Por outro lado, a retenção destes clientes torna-se baixa, uma vez que os mesmos, com pouco tempo deixam de

tomar o crédito, e passam a andar com as “próprias pernas”, não precisando mais do apoio da organização.

Acredita-se que um impacto socioeconômico seria bem maior se os grupos de pessoas atendidos pelo programa

de microcrédito oferecido pelo Ceape fossem de cidadãos de baixa renda. Porém, esse grupo não necessita

apenas do crédito, mas também de capacitação e acompanhamento empreendedor, a fim de alcançarem um

resultado mais sólido.

Financiar empreendedores na condição de baixa renda ou extrema pobreza é algo que requer uma análise e

acompanhamento muito grande e contínuo, além de um risco de inadimplência relativamente maior. Talvez, seja

fator que gere um custo alto para as operadoras de microcrédito, que precisam manter o princípio da auto

sustentabilidade econômica, para sobreviverem no mercado, sendo um grande desafio a ser enfrentado.

Por fim, torna-se necessário buscar mecanismos que possibilitem a formação empreendedora de cidadãos

serrinhenses de baixa renda, que necessitam de apoio metodológico e financeiro para promover e desenvolver

suas atividades na economia local, contribuindo para diminuição do nível de pobreza do município.

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A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Ruan Guimarães

Bacharel em Administração pela Universidade de Santo Amaro - UNISA

RESUMO

Este artigo destina-se a explicar de forma clara e objetiva a importância da comunicação dentro das

organizações. Entende-se a comunicação como um processo interativo em dados, informações, consultas, e

orientações tracionadas entre as pessoas, unidades organizacionais e agentes externos a empresa. Visto que a

comunicação é vital para a empresa na sua estrutura e através dela se aprimoram conhecimentos e estratégias

para transmitir da melhor maneira a importância de seus serviços e produtos para o mercado de trabalho de

modo geral, este trabalho terá como metodologia a apresentação do início da comunicação organizacional no

período do fayolismo, abordando seus processos e o uso da comunicação como ferramenta de marketing. Os

gestores reconhecem a comunicação como um fator competitivo e conseguem transformá-la em uma arma

positiva para a organização. Desse modo, alavanca-se a imagem institucional e credibilidade comercial para o

mercado atuante, estreitando um relacionamento entre empresa, colaborador e cliente final.

Palavras-chave: Comunicação. Organização. Gestão de Pessoas.

ABSTRACT

This article is intended to explain clearly and objectively the importance of communication within organizations.

Communication refers to an interactive process in data, information, inquiries, and guidance drawn between

people, organizational units and agents outside the company. Since communication is vital for the company in its

structure and it allows knowledge and strategies to be improved to better transmit the importance of its services

and products to the labor market in general, this work presents the methodology of describing the beginning of

organizational communication in the period of Fayolism, approaching its processes and the use of

communication as a marketing tool. Managers recognize communication as a competitive factor and manage to

make it a positive feature for the organization. Therefore, the institutional image and commercial credibility for

the active market is strengthened, increasing a relationship between company, collaborator and final customer.

.Keywords: Communication. Organization. People management.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa à compreensão da importância da troca de informações no ambiente institucional,

apontando à comunicação como um dos fatores essenciais para o desenvolvimento do comportamento humano.

O engenheiro Francês Henry Fayol, ao dá início a Teoria Clássica abordou persistentemente essa importância,

ele aponta que para o êxito da organização é necessário que todos os colaboradores tenham em mente que os

objetivos da empresa também são seus objetivos, fazendo com que todos busquem utilizar seus melhores

recursos para aplicar em suas atividades. Desta maneira Fayol afirma “...que para o sucesso de uma empresa é

necessário o envolvimento de todos colaboradores” (HENRY FAYOL APUD CHIAVENATO, 2014, p. 85).

Os autores Marques e Caldas complementam que “A imagem que os funcionários têm da organização que

trabalham é a base da imagem externa. Não existe melhor estratégia de comunicação do que transformar seus

funcionários em verdadeiros embaixadores de sua empresa”. (MARQUES, 2004, p. 01).

Uma empresa pode alcançar o diferencial competitivo quando focar seus esforços na comunicação estabelecida

com seus colaboradores, e conseguir estimular a motivação destes ao fazer com que se sintam importantes, se

sintam partes do processo (CALDAS, 2010, p. 02). No entanto, a falta de comunicação ou sua utilização de

maneira incorreta pode trazer grandes transtornos dentro e fora deste ambiente, afetando de maneira direta e

indireta as pessoas que fazem parte da equipe e toda a produção na qual elas são responsáveis, podendo ainda

causar atrasos e inconformidades nos serviços e com isso gerando a insatisfação do cliente e afetando o processo

de fidelização.

A comunicação interna tem grande importância para o bom andamento do trabalho nos diversos setores de uma

empresa. Quanto mais informados acerca do cotidiano da corporação onde atuam estiverem os profissionais,

mais eles estarão envolvidos com a missão da empresa e, consequentemente, a produtividade será cada vez

maior. Assim como o aproveitamento do tempo, antes dispensado em conflitos gerados pela falta de informação.

(LIMA, 2009, p. 01)

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O autor Martiniano (2007, p. 156), afirma que a “má comunicação traz desgaste nas relações, agressões verbais,

perda de tempo com retrabalho, mal-entendido, suscetibilidade afetada, perca de motivação e estresse...” sendo

capaz de causar um ambiente desagradável e insustentável para equipe. A esse proposito o autor Tavares afirma:

Funcionários insatisfeitos com as condições de trabalho e com os próprios produtos

lançados, irão fazer uma contrapropaganda cada vez que multiplicam fora da

empresa a sensação de descontentamento que os dominam. E, caso estejam

satisfeitos com a empresa, poderão vendê-la para o cliente externo. Liderar é

comunicar para atingir os objetivos da empresa. (TAVARES, 2005, p. 22)

Martiniano também aponta diversas deficiências que a má comunicação pode causar, e ainda reafirma que esse

fator prejudica toda companhia. Portanto, é fundamental que as organizações reconheçam cada vez mais o papel

que a comunicação tem como estratégia em gerar vantagens competitivas capaz de aumentar a vitalidade da

empresa, buscando a união de todos os colaboradores, fazendo com que eles estejam envolvidos e juntos sejam

capazes de alcançar os melhores resultados.

Falconi acrescenta que a comunicação é também um processo de gerenciamento. È através desse processo que

se é possível traçar e indica-las para equipe orientando para que todos busquem melhor caminho para alcança-

las. Gerenciar é essencialmente atingir metas. Não existe gerenciamento sem metas [...] as funções operacionais

ocupam muito tempo das pessoas de uma empresa e são centradas na padronização. Não pode haver nada mais

importante! [...] para se atingir metas padrão é necessário cumprir os padrões existentes [...], portanto, gerenciar

é estabelecer novos padrões, modificar os padrões existentes ou cumpri-los. A padronização é o cerne do

gerenciamento. (FALCONI, 2004, p. 26).

O autor Bueno complementa afirmando que “Hoje não se pode imaginar uma empresa que se pretenda ser líder

de mercado e volte às costas para o trabalho de comunicação” (BUENO, 1995, p. 9).Todavia, este artigo

constitui-se na apresentação da comunicação organizacional partindo dos princípios da administração criado por

Henry Fayol na busca de consolidar esta ferramenta no ambiente institucional, ainda tendo em vista o enfoque

nos processos comunicativos e uso desta ferramenta como estratégia de marketing empresarial.

METODOLOGIA APLICADA

Este trabalho busca afirmar a importância da boa comunicação no ambiente interno das organizações, assim a

metodologia utilizada nesta pesquisa foi feita a partir de pesquisas bibliográficas, de cunho documental que

foram realizadas em diversos livros que abordam o tema, também foi feito pesquisas em artigos para entender a

visão dos vários autores que abordam o assunto. Desta forma, houve a necessidade de realizar práticas de

vivencia em campo para atingir os melhores resultados e apresentar uma pesquisa enxuta, objetiva e de fácil

compreensão. Espera-se que este trabalho possa servir como suporte para um melhor entendimento das questões

que permeiam a comunicação organizacional e que possa suscitar novas discussões que propiciem um maior

entendimento sobre o assunto.

1 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO E GESTÃO

Anteriormente, o homem não era visto como um colaborador, mas como uma máquina que deveria ter todos os

seus recursos esgotados para adquirir os lucros esperados. Assim, a visão de que se tinha do homem na

organização era que: O homem é visto como maquina, onde a empresa visa apenas o trabalho e o lucro

(CHIAVENATO, 2014).

Henri Ford, conhecido como pai da teoria clássica, assumiu a direção de uma mineradora em falência, fazendo

uso de suas pesquisas criou quatorze princípios gerais de administração, que trazia o homem como um fator de

grande importância para a organização, agregando valores e responsabilidades ao colaborador dentro da

empresa. Segundo Fayol apud Chiavenato:

A administração deve se basear em leis ou princípios, Fayol definiu os principiais da

administração, sistematizando sem muita originalidade, porquanto os coletou de

diversos autores de sua época. Ele adota a denominação princípio, afastando dela

qualquer ideia de rigidez, pois nada existe de rígido ou absoluto em matéria

administrativa (FAYOL apud CHIAVENATO 2014, p. 85).

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Ele ainda afirma que tudo em administração é questão de medidas, ponderação e bom senso (CHIAVENATO,

2014). Os quatorzes princípios da administração segundo Fayol são:

1. Divisão de trabalho;

2. Autoridade e responsabilidades;

3. Disciplina;

4. Unidade de comando;

5. Unidade de direção;

6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais;

7. Remuneração do pessoal;

8. Centralização;

9. Cadeia escalar;

10. Ordem;

11. Equidade;

12. Estabilidade do pessoal;

13. Iniciativa;

14. Espirito de equipe.

Fayol ainda entendeu uma outra necessidade e criou a departamentalização. “Fazendo com que cada setor existe

um responsável onde os demais colaboradores respondessem a ele os resultados obtidos diariamente, e em

seguida o responsável pelo setor se dirigia ao seu superior para passar as informações obtidas. Assim, criando

uma inteira comunicação entre gerentes, supervisores e operários. ” (HENRY FAYOL apud BOTELHO, 2013,

p. 01).

Para um bom desempenho dentro da organização, um dos fatores de alta relevância é a comunicação. Visto que a

comunicação se tornou um ativo fundamental para desenvolver ideias e gerir equipes, sem ela não haveria outro

modo sensato e prudente para a tomada de decisão. Para que cada um saiba sua função dentro de uma

organização é necessária clareza na transmissão das informações evitando assim possíveis erros que possam

ocorrer pelo caminho, ocasionando dificuldades na compreensão dos dados tracionados entre as pessoas.

O autor Dubrin (2003) expôs oito fatores de alta relevância que representa o processo de comunicação dentro das

empresas de maneira objetiva. São eles:

Fonte ou transmissor;

Mensagem;

Canal;

Receptor;

Feedback;

Ambiente;

Ruído;

Comunicação não verbal.

Em 2007, Rebouças de Oliveira reafirmou o conceito de Dubrin (2003) porém de maneira simplificada. Ele

aponta sete componentes que fazem parte da comunicação no cotidiano organizacional e compreende a

importância desses processos representa. São eles:

O que deve ser comunicado;

Como deve ser comunicado;

Quando deve ser comunicado;

De quem deve vir à informação;

Para quem deve ir à informação;

Por que deve ser comunicado; e

Quanto deve ser comunicado.

A comunicação é um fator de grande importância para o resultado final de uma organização, é necessário manter

uma a interação entre todos os setores através de uma ampla conversação sobre as metas, e as estratégias que

serão traçadas para que ocorra atingimento da mesma. Oliveira (2007) indica a existência de três níveis da

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comunicação que são capazes de influenciar a estrutura organizacional. São eles o nível estratégico, nível tático e

nível operacional, sendo que o fluxo da comunicação possa vim a ocorrer em diversas posições. Oliveira

apresenta os níveis de influência para organização.

Figura 01 – tipos de planejamento nas empresas

Fonte: oliveira (2007)

O nível estratégico ou gerência enxerga a operação ao longo prazo, o tático ou intermediário em médio prazo, e o

nível operacional enxerga em curto prazo. No entanto, para o sucesso da operação se faz necessário um cuidado

especial de como o planejamento é feito e passado para os demais colaboradores, pois é importante ressaltar que

a linguagem deve ser clara e coesa para que todos os níveis possam compreender e repassar as informações para

seus subordinados fazendo com que a empresa mantenha foco e tendência de crescimento ocasionando o mínimo

de erros. O fluxo da comunicação segundo Oliveira:

Horizontal, realizado entre unidades organizacionais diferentes, mas do mesmo nível hierárquico;

Diagonal ou transversal, realizado entre unidades organizacionais e níveis diferentes; e

Vertical, realizado em níveis hierárquicos diferentes, mas na mesma área de atuação (OLIVEIRA, 2007 p.

81).

2 MARKETING COMO FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO

O Kotler (2016) afirma que marketing tem como conceito um conjunto de técnicas e métodos destinados ao

desenvolvimento das vendas, mediante quatro possibilidades: preço, distribuição, comunicação e produto.

É através do marketing que a empresa consegue manter uma relação de interação com seu cliente, esta

ferramenta, ao longo de tempo, tem se destacado de forma crescente como estratégia de comunicação, criando

mecanismos capazes de incrementar o processo gerencial. Segundo Souza et al. (2009, p. 6); e Souza “o

marketing tático organizacional vem sendo utilizado para influenciar as percepções das pessoas, promovendo a

transmissão clara das mensagens, baseando-se na ideologia, que toda empresa assume um papel de

comunicadora perante a sociedade, seus colaboradores e fornecedores”.

O autor Matos acrescenta que a relação da empresa com seu público interno e externo, envolvendo um conjunto

de procedimentos, técnicas e estratégias, destinados à intensificação do processo de comunicação e à difusão de

informações sobre as suas atuações, resultados, missão, objetivos, metas, projetos, processos, normas,

procedimentos, instruções de serviço etc. É um recurso estratégico de gestão, que, quando bem aproveitado pode

garantir o funcionamento coeso, integrado e produtivo da empresa. Informar é favorecer a formação de opinião e

consolidar princípios e valores da empresa. (MATOS, 2009, p.72)

Portanto é fundamental que as organizações reconheçam a interligação dos processos de comunicação e

marketing como estratégia, agregando o marketing organizacional como uma ferramenta persuasiva com um

retorno a médio e longo prazo, assegurando a identificação das ameaças e benefícios que o macro ambiente pode

trazer.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desse estudo foi possível compreender a importância da comunicação, dentro e fora do ambiente

empresarial. Como também a auto relevância em seguir seus processos para que a troca de informação aconteça

de maneira integra, clara e objetiva do início ao fim da atividade organizacional. Também foi observado que a

comunicação é uma forte estratégia de abrangência de mercado, fazendo uso da interligação da ferramenta

comunicação e marketing para que aconteça um feedback entre a organização e o público alvo no período de

médio a longo prazo.

Portanto, conclui-se que o comportamento organizacional não é somente visto por todos os colaboradores, mas,

por toda a sociedade. Um clima harmonioso demostra a qualidade e o prazer em colaborar com a organização.

Assim, a interação entre pessoas é fundamental para cumpri com os objetivos, mas também para novas

prospecções de mercado.

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MARQUES, Ronald. (2004). Comunicação Interna Disponível em:

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Acesso em: 07 de março de 2017

MORESCO, Sonia. A Importância da comunicação nas Organizações. Disponível em:

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ALIENAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA E OS PROCESSOS EDUCACIONAIS DE

ALFABETIZAÇÃO.

Jacques Fernandes Santos

Mestre em Gestão do Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Pernambuco – UPE/FCAP

Vinícius Silva Santos

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe - UFS

Naiane Costa de Jesus Santos

Graduanda em Arqueologia pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus VIII

RESUMO

Este artigo busca compreender os processos de aprendizagem vivenciados no cotidiano escolar por alunos e

professores, sobretudo, nos processos de alfabetização. Relacionando aprendizagens individuais e partilhadas

pelos sujeitos humanos como formas fundamentais e fundantes na construção de autoafirmação e/ou

diferenciação de si. Destaca-se nesse trabalho a importância da linguagem no processo de hominização e

humanização do homem na propagação de sua cultura, sendo também elemento de comunicação e interação

pedagógica. Conclui-se que as aprendizagens vivenciadas e partilhadas estão relacionadas à aquisição de

conhecimentos e a significação que a criança usa para se autoafirmar ao diferenciar-se de si e do outro (colega

e/ou professor). Por isso mesmo, tais reflexões são necessárias enquanto provocação epistemológica sobre o

lugar da aprendizagem na escola contemporânea, atravessada por uma série de processos que cabem como

análise para o campo da educação.

Palavras-chave: Aprendizagem. Cultura. Escola. Conhecimento.

ABSTRACT

This article seeks to understand the learning processes experienced in school life by students and teachers,

especially in literacy processes. Relating individual learning and shared by human subjects as fundamental and

foundational forms in the construction of self-affirmation and / or differentiation of self. In this work, the

importance of language in the process of humanization and humanization of man in the propagation of his

culture is emphasized, being also an element of communication and pedagogical interaction. It is concluded that

the experiences experienced and shared are related to the acquisition of knowledge and the meaning that the

child uses to assert himself by differentiating himself and the other (colleague and / or teacher). For this reason,

such reflections are necessary as an epistemological provocation about the place of learning in contemporary

school, crossed by a series of processes that fit as an analysis for the field of education.

Keywords: Learning. Culture. School. Knowledge.

INTRODUÇÃO

A pesquisa enquanto processo para a produção de conhecimento finalizando proporcionar respostas a

problemáticas pré-concebidas, desenvolve-se a partir da utilização de métodos, técnicas e procedimentos

científicos. Considerando que produção do conhecimento e os instrumentos teórico-metodológicos utilizados

para a interpretação do mundo passam por uma evolução e transformação constante no decorrer da história da

ciência.

Desse modo, ressalta-se a necessária atenção dos intelectuais para as formas invisibilizadas de poder que

permeiam o lócus de produção do conhecimento, mesmo fazendo parte dos sistemas de poder, que são capazes

de proibir e deslegitimar o discurso e o saber. A práxis cientifica requer renovação, interativa que remonta ao

nascimento do pensamento científico, numa postura contra hegemônica, com reações e inovações teóricas-

metodológicas rupturas paradigmáticas imprescindíveis no exercício de um intelectual que se imponha contra

essa sutil trama da sociedade, principalmente no campo acadêmico. É nesse contexto que este estudo busca-se

compreender as relações que permeiam o ambiente escolar, analisar as aprendizagens dos alunos, seus conflitos

com esses processos, suas afirmações e negações de si e dos novos conhecimentos, bem como do sujeito

professor.

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O texto foi estruturado em tópicos, no primeiro utilizamos Macedo (2000) e Larrosa (2006) como aporte teórico,

onde convergem na ideia de autonomia e alteridade do ser, afirmando a relação dos sujeitos nesse processo de

transformações contínuas. Buscamos um aprofundamento nos conceitos com os autores Larraia (2009), Cagliari

(1997, 2003), relacionando-os num sentido a deixa claro que a linguagem se desenvolve não apenas num sentido

semântico, mas também num sentido psicossocial, mudando assim a sua forma de pensar a realidade, em um

processo sócio-histórico-cultural, ou seja, a linguagem e o homem se adaptam a evolução.

Pode-se então afirmar que, a transformação social do indivíduo passa pela escola, é na escola que aprendemos a

viver em sociedade, aprendemos e ensinamos que somos diferentes, o educador é por assim dizer, herdeiro de

tradições, e transmite a sua cultura.

1 EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL

Somos seres em constante trans/formação, enquanto educadores, enquanto pais, alunos, cidadãos, enquanto seres

autônomos da nossa história. Sabe-se assim que podemos inventar e reinventar os nossos desejos e projetos.

Então por que quando se trata do “outro”, não consideramos algumas dessas questões, desconsiderando a

autonomia do aluno e a sua capacidade criadora, como se pudéssemos inscrever neles uma “verdade absoluta”,

negando então a sua verdade, a sua alteridade, considerando-o como alguém onde os saberes, os conhecimentos

podem ser depositados, achando que “A infância é algo que nossos saberes, nossas práticas e nossas instituições

já capturaram: algo que podemos explicar e nomear, algo sobre o qual podemos intervir, algo que podemos

apreender” (LARROSA, 2006, p.184). Pois foi dessa forma que nós também aprendemos um dia.

Esta é a sociedade do eu, que sustentou por muitos anos à subordinação inferiorizante como prática significativa,

transformando consciente ou inconscientemente aluno e professor em reféns do sistema alienador do

conhecimento, sugerindo ser o professor o detentor do saber, então somente ele tem voz na sala, passando então

o aluno a se autonegar.

Sendo assim, a criança em sua relação com o meio, perpassa as nossas apreensões, pois cada um é um ser

individual. Estas considerações não são vistas como importantes, e aceitas facilmente pelos educadores, pois

tornam-se algo que escapa ao nosso saber a medida que o sabemos. “Seres estranhos dos quais nada se sabe,

esses seres selvagens que não compreendem a nossa língua”. (LARROSA, 2006, p.186), algo conhecido que se

torna estranho, pois diferenciamos aluno e professor, até mesmo pelas questões de poder que se institui em todas

as relações, considera-se que somente aqueles que estão ali para aprender é que de fato aprendem, e que o

professor detém todo o conhecimento.

Não se trata de igualar aluno e professor, mas afirmamos que os dois estão em processo de aprendizagem

continua devendo considerá-las e vivenciá-las de fato no cotidiano escolar, consideramos o pensamento como

algo inacabado no ser humano tanto aluno quanto professor, estando em processo de construções, onde através

das representações inventam e reinventam a realidade na qual se inserem. Não havendo mais estranheza entre os

agentes do conhecimento.

A invenção do outro é a mediação sobre a identidade e a diferença, sendo que este “não é uma entidade

independente daqueles que a representam, ou uma força autônoma que é exercida sobre a mente dos indivíduos”

(MACEDO, 2000, p.54). Sendo este outro a minha diferença inventá-lo é compreender-me a mim mesmo.

Desde a antiguidade busca-se nos explicar, nos significar, assim estudamos as diferenças de comportamento

entre os homens ao longo da história, ressaltamos então, a força da cultura presente nessas construções de si e do

meio, sendo vista como uma força que age e que também é resultante de ações, projetando-se acima dos atores

sociais e guiando suas ações, ao analisar sobre a cultura e a sociedade do outro, o eu refleti sobre si.

A natureza do homem, na sua dupla estrutura corpórea e espiritual, cria condições especiais para a manutenção e

transmissão da sua forma particular e exige organizações físicas e espirituais, ao conjunto das quais damos o

nome de educação. (BRANDÃO, 2007, p.14)

O professor nessa perspectiva deve analisar o ambiente escolar como um todo cultural, onde não haverá mais

afastamento entre aluno e professor, deixando de ser dois seres estranhos vindos de mundos e realidades

diferentes, pois este passa a compreender as construções e mediações de culturas que permeiam o ambiente

escolar que estão intimamente ligados na história e no tempo, e são indissociáveis da realidade do educador,

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podendo este outro (aluno), até mesmo transformar a cultura do eu (professor), num exercício de sair de si

mesmo para que a sociedade do outro se mostre tal, como ela é:

O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que

chamamos de endoculturação. Um menino e uma menina agem diferentemente não

em função de seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada.

(LARAIA, 2009, p.19-20).

Só haverá uma transformação coletiva, através de uma transformação individual, e está só se dará por meio de

uma autoconsciência de si, da sua cultura e do seu papel na sociedade, essa autoconscientização individual será

possibilitada por meio de uma educação democrática, uma educação que vise à autoafirmação do sujeito, como

sendo autor de sua história.

A vocação do homem é ser sujeito de sua história, é preciso tomar consciência de sua realidade, de sua condição

sociocultural para que lhe seja possível uma mudança, tal processo é importante, vivenciado pelo ser durante a

sua formação. Focamos aqui a alfabetização, por ser o momento em que a criança está mais aberta, daí a

importância de um método que busque a conscientização do indivíduo presente nesse momento, “alfabetizar-se

não é aprender a repetir palavras, mas a dizer a sua palavra, criadora de cultura” (FREIRE, 2008, p. 19), sendo

esses processos fundamentais na perspectiva de alfabetização, dizer a sua palavra é saber falar de si, ter o seu

pensamento formado (e em formação) não por alguém, mas pelo seu processo criador natural e fundamentado

pelo educador.

Para Goleman, (2007) a aprendizagem emocional visando o controle das emoções, faz parte de uma

aprendizagem de si, penso que, ao passo que controlamos as nossas emoções, os nossos impulsos, passamos a

perceber os nossos limites e potencialidades, isto acarreta em uma autoconsciência de si, do seu próximo e da

realidade que o cerca. Esta autoconsciência por sua vez gera uma autoafirmação de si, onde este passa a aprende

a gostar do que faz pelo ato de fazer, e não mais por que lhe foi imposto. Para que a criança aprenda a criar e não

a reproduzir. “A criança vê, entende, imita e aprende com a sabedoria que existe no próprio gesto de fazer a

coisa” (BRANDÃO, 2007, p.18). A imitação do outro faz parte da aprendizagem, mas que não permaneça

apenas nesse sentido, pois pensar a educação é compreender que nem tudo são normas e homogeneização, sendo

a outra condição irremediável para a construção do conhecimento.

2 PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO LINGUISTICO E SUSTENTABILIDADE

Pensando nas ciências enquanto campo de conhecimento discursivamente formado, é imprescindível discorrer

sobre discurso. Inicialmente as ideias de Chauí (1980, p.07) informam “o discurso competente é aquele que pode

ser proferido, ouvido e aceito como verdadeiro ou autorizado [...] por que perdeu os laços com o lugar e com o

tempo de sua origem”.

O método de produção do conhecimento linguístico prescinde um corpus discursivo de análise. O toque no

objeto é realizado através da análise semântica, sintática e pragmática da linguagem em suas dimensões

expressas na tipografia material do texto. As analises textuais se manifestam e nos ocultam como sujeitos

próprios que expressam práticas circunstanciais.

Sendo assim, através das relações sociais estabelecidas pela linguagem é que foi possível ao homem ultrapassar

os limites da experiência sensorial, passando a organizar-se de formas mais complexas de comportamento e

ação, são tais fatos que nos tornam seres históricos e cívicos, homem e sociedade formam uma totalidade. O

poder da palavra para o ato educativo significa a liberdade da classe oprimida, “Não há dialogo [...] se não há

humanidade”. (FREIRE, 2005, 92).

O desenvolvimento do pensamento, assim foi determinado pela fala, através dela o homem reflete a sua

realidade, conhece os significados da sua geração e de suas características únicas e válidas para aquele momento

histórico.

A linguagem se desenvolve não apenas num sentido semântico, mas também num sentido psicossocial, mudando

a sua forma de pensar a realidade, em um processo sócio-histórico-cultural. Assim se dá o desenvolvimento da

importância da educação para formalizar o saber, passar para as próximas gerações o conhecimento adquirido e

desenvolvido na geração atual, a linguagem e o homem se adaptam a evolução. O homem é a sua história.

Sabemos que a Educação não se realiza somente através da comunicação, e nem sempre nos fazemos

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compreender quando pronunciamos palavras, o nosso discurso mesmo que por muitas vezes seja eloquente e

cheio de verdades, não servirá muito se os ouvintes não estiverem compreendendo o que exatamente estamos

dizendo.

O que é importante para quem ensina pode não ser importante para quem aprende. A ordem da aprendizagem é

criada pelo indivíduo, de acordo com sua história de vida, e raramente acompanhada passo a passo a ordem de

quem ensina (CAGLIARI, 1994, p.37).

Mas que este seja um meio pelo qual, nos utilizamos para verbalizar e potencializar os meios educacionais. Há

muitas maneiras de aprender, que não estão somente centrados no que o professor faz ou deixa de fazer, mas

também é preciso deixar o aluno usar a sua imaginação, sua criatividade.

Alguns professores desconsideram a capacidade do aluno, não levam em consideração a aprendizagem que eles

já tinham antes de ingressarem na escola, pois todos sempre sabem alguma coisa, não passam a aprender a partir

do momento que começa a sua vida acadêmica, no entanto nesse processo de aprendizagem segundo Cagliari

devemos levar em consideração que “o aluno só pode ter certeza que de fato aprendeu algo, quando, por

iniciativa própria, conseguir utilizar adequadamente os conhecimentos que são objeto do seu processo de

aprendizagem”. (CAGLIARI, 1994, p.40). Compreender a linguagem do outro é fundamental para que haja

aprendizagem.

Compreender a natureza da produção do motivo e da finalidade nos atos de linguagem, sendo esta uma

competência e o discurso um fenômeno social, que constitui um dos veículos mais importantes da produção de

sentidos, num sistema ideológico, ou seja, a vida social se constitui através da linguagem do dia-a-dia.

(MACEDO, 2000, p. 60).

Esse fato ocorre, sobretudo, na Alfabetização, pois é o encontro de diversas formas de expressão e novas formas

de aprendizagens, expressão de crianças de culturas diferentes, de formas de pensar e expressar-se

diferentemente, cada um aprende no seu tempo. E como lidar com tantas idiossincrasias? Este é um exercício

diário, pois a educação é diária e não pode ser considerada como um processo acabado.

Considera-se sempre o caráter inacabado do pensamento nas diversidades das práticas humanas, onde

reinventam a realidade via as interações criadas. Assim pode se desenvolver trabalhos na construção da

autonomia do indivíduo a partir do diálogo, justamente pelas diferenças, é possível tirar grandes benefícios

dessas idiossincrasias, mostrando as potencialidades de cada um, justamente por cada um ser único.

A educação democrática então, não seria aquela que envolve todos em um sistema de aprendizagem válido para

todos, onde todos pudessem aprender da mesma forma, pois sabemos que tal fato, não seria possível, pois nem

todos aprendem da mesma forma, nem todos acompanham da mesma maneira o mesmo exercício, assim

estaríamos trabalhando com a homogeneização e sabemos que esta pretensão não é considerada principalmente,

nos métodos de linguagem. Cagliari defende que “sem a linguagem oral sequer poderia haver linguagem escrita”

(CAGLIARI, 1997, p.87) e Macedo também nos fala sobre este mesmo pressuposto.

Não há homogeneização semântica, pois os contextos são impregnados de sentido e significados diferentes a

cada locutor, bem como a linguagem representa e constitui poderes significantes apenas a sociedade que o

constituiu (MACEDO, 2000, p.61).

É importante observarmos como essas palavras são utilizadas, pois devem existir considerações semânticas e

sintáticas. Fazer-se compreender não consiste simplesmente em incorporar dados já feitos ou constituídos, mas

oportunizar momentos para que os alunos criem, reinventem, usem a sua palavra vinda da sua própria realidade,

através da própria atividade do sujeito.

3 A ESCRITA

Os métodos que utilizados aqui como exemplo são os de Cagliari (2003) e o de Freinet (1998). Ambos

convergem na ideia de que a escola não considera a fala natural do aluno, desejando impor-lhe um conhecimento

“a escrita”, que muitas vezes não lhe é própria, sendo de difícil assimilação.

A fala natural assim é descaracterizada pelo processo de silabação, para ler é preciso silabar, aprendendo

separadamente letra por letra, sendo contraditório desejar que esse mesmo aluno aprenda a lê com fluência.

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Desejando que “os alunos interpretem os fenômenos fonéticos da fala, tendo como modelo a forma da escrita e

não a realidade fonética” (CAGLIARI, 1997, p.85), porém a fala funciona diferente da ortografia, levando-os a

confundirem fatos da fala com fatos da escrita, os professores acabam por julgá-los como possuindo algum tipo

de dificuldade de aprendizagem, este espera que o aluno aprenda a função da linguagem e da escrita, num

sistema em que não se sente motivado, pois essa técnica não traz nenhuma significação para a sua realidade.

A leitura é realizada por meio de decifração da escrita, obrigando os alunos a acompanharem com os olhos letra

por letra, e quando acabam de ler não são capazes de lembrar o que leram, a cartilha prefere leituras coletivas

para testar se os alunos aprenderam, levando-os a realizarem uma leitura artificial, “[...] um insulto a

racionalidade da pessoa”. (CAGLIARI, 1997, p.95).

Então esse aluno aprende apenas a dominar e reproduz o que o professor passou, não precisa pensar por que

acertou ou errou apenas saber que acertou ou errou, por este fato, focalizam-se nas notas que obterão com a

avaliação e não (com) na aprendizagem que está sendo agregada aos seus conhecimentos já existentes. Sem uma

visão clara do que seja um sistema alfabetizador com propostas sérias, interessadas no desenvolvimento

intelectual do aluno, com visão no conhecimento e não na mecanização do conhecimento, este aluno passa por

este sistema alfabetizador sem ser alfabetizado. Deste modo, esses alunos crescem preocupando-se sempre em

serem aprovados, em realizar o que os outros iriam gostar que realizassem, e deixando de lado o verdadeiro

sentido do processo escolar, a aprendizagem, a busca do conhecimento, a busca pelo novo, pois ficam

condicionados e não percebem que estão condicionados.

Esse processo é tão forte em cada pessoa que são capazes de carregar essas marcas para o resto da vida e em

todo o âmbito de sua existência, e até reproduzindo esse comportamento sem a devida percepção. É nesse

contexto que percebo a importância da significação nos processos de aprendizagem que seja válida para o aluno,

onde os professores estejam preocupados com a formação integral deste, que futuramente estará envolvido

diretamente na sociedade, levando o aluno a sua autonomia através do seu autoconhecimento, da sua

autoafirmação como um ser completo envolvido com as problemáticas da sociedade, levando-o a perceber que

ele é um ser formador e transformador dos processos existentes. Os métodos que foram mostrados por Cagliari

(2003) levam-nos a perceber a importância dos processos para a aprendizagem; centrados na reflexão e

utilizando-se da linguagem como expressão do pensamento, para que o professor conheça a potencialidade dos

seus alunos, ele deverá dá liberdade para que esse se expresse, participe em sala de aula, façam desenhos livres,

incentivar o aluno em todos os aspectos de alfabetização.

Os métodos podem ser tanto alienador focado apenas no ensino, ou de aprendizagem válida para o aluno durante

toda sua vida. O método da cartilha, é muito antiquado e não leva nenhum tipo de crescimento para o aluno, leva

apenas ao condicionamento deste a fazer apenas o que o professor manda, a pensar o que o professor quer que

seja respondido, o que o professor quer que seja pensado, é um verdadeiro “adestramento cerebral”, fazendo-o a

esquecerem-se de sua autonomia e liberdade, o aluno fica sempre condicionado ao que o professor quer e não

realiza assim a sua criatividade, a sua liberdade de expressão, deixando o aluno num verdadeiro sistema

alienador.

A alfabetização deve procurar potencializar a expressividade do aluno através de métodos efetivos para a sua

aprendizagem e autoconscientização como um ser cidadão, e não podemos concordar com métodos que apenas

concorrem para a reprodução do conhecimento. O conhecimento é um processo de criação do novo que

promovem rupturas e reconstruções. Porém é preciso a implantação de políticas públicas efetivamente

envolvidas com os problemas escolares, para que tais pretensões sejam realizadas e professores comprometidos

com o seu trabalho, percebendo que o seu papel é também político, social e, sobretudo humano.

Freinet (1998) apresentando-nos as suas formas práticas de educação, desenvolvidas em passeios ou estudos de

campo, cantinhos pedagógicos e as correspondências entre as escolas que, a partir destes, o aluno sentia-se mais

livre para expressar o seu aprendizado e, partilhar com seus colegas e professor, fazendo com que o professor

saísse de seu mundo individual. Revela-nos que é possível trabalhar a livre expressão do aluno na escrita,

colocando no papel as suas vivencias; assim sendo, de maneira prazerosa, possibilitando ao professor observar o

desenvolvimento social do aluno, através da interação deste com seus colegas e com o professor, possibilitando

uma dialogicidade de partilhas e vivencias em comum, refletindo num empenho em aprender por prazer,

aprendendo de forma prática, facilitando a aprendizagem teórica. "Freinet sempre acreditou que é preciso

transformar a escola por dentro, pois é exatamente ali que se manifestam as contradições sociais" (ELIAS,

2001).

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Pois qual o sentido da escrita para a criança? Que sentido tem para ela fazer o que o professor lhe manda fazer,

se estas atividades educacionais não estiverem voltadas para o seu interesse? De nada adiantará ficar horas

sentado olhando o professor alfabetizador lhe falando de coisas que nada fazem sentido, este aprendizado deve

estar voltado, sobretudo para as suas práticas vivenciadas cotidianamente em sala de aula ou não,

potencializando a sua criatividade. A alfabetização focando a expressividade da criança, que se dá pela

motivação, cooperação e a afetividade, desenvolve laços numa relação de confiabilidade entre aluno e professor,

sendo este método de Freinet de grande importância para um novo olhar do professor alfabetizador sobre o

universo individual de cada criança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A transformação social do indivíduo passa pela escola, é na escola que aprendemos a viver em sociedade,

aprendemos e ensinamos que somos diferentes, o educador é por assim dizer, herdeiro de tradições, e transmite a

sua cultura, seus valores, suas crenças, transmite também o seu amor pelo seu trabalho, através da educação, pois

Freire nos diz que “educar é um ato de amor”, e quando procura-se vivenciar a educação, de maneira efetiva e

afetiva, o ensino/aprendizagem torna-se natural, deixando de ser obrigatório, “quando as ideias são entendidas e

são apropriadas de forma encarnada por aqueles que procuram compreende-las, edifica-se uma abertura e o

fenômeno da educação tende a se mostrar” (MACEDO, 2000, p.43).

A partir da valorização da cultura do outro, podemos compreender que não há transmissão social sem o processo

de educabilidade desvinculado de vivências, assim como a educação constitui-se em bases para mostrar um

conjunto de transformações sociais e individuais, onde o homem encontra-se nessa incessante busca de

aprimorar-se cada vez mais às exigências da sociedade e exigências individuais. Comprometer-se com a

educação que está transmitindo e também com a educação que está recebendo, sabendo e percebendo que todos

têm o direito de uma educação de qualidade, em uma visão humanista, respeitando o outro por suas diferenças e

limites, pois todo o homem está num processo de permanente construção. O educador deve estar capacitado para

perceber que “cabeça e coração precisam um do outro” (GOLEMAN, 2007), e que o educando é um ser

completo, não podendo aprender apenas pela inteligência racional e desconsiderando a inteligência emocional.

Para que o professor consiga realizar um bom trabalho ele deve considerar a realidade do aluno e trazer

significações para a sua prática envolvendo o aluno, pois desconsiderar essas questões, é desconsiderar que o

aluno é um ser completo, é desconsiderar que a aprendizagem pode ser apreendida pelo aluno ou não se este não

desejar. Percebemos que a significação na vida do indivíduo deve ser levada em consideração para que este

consiga manter o equilibrado entre razão e emoção, e possa aprender não apenas por questões sociais, mas

também pessoais.

Sabe-se que as motivações que levam os indivíduos a sentirem-se estimulados a aprenderem algo podem ser

variadas e individuais a depender da situação de cada pessoa. De todas essas colocações, as que usamos em sala

de aula é sem dúvida o prazer. Enquanto educadores tentamos chamar a atenção das crianças com coisas

interessantes, engraçadas, histórias teatrais, jogos, desenhos, pinturas, etc. para que as crianças sintam prazer em

conhecer algo diferente, até mesmo diferente de sua vida particular, no caso de crianças que nunca tiveram

contato com a leitura antes de ingressarem na escola. Então o professor deve estimular a imaginação da criança

por meio do prazer, para que este sinta-se estimulado a aprender, pois as crianças aprendem mais por meio da

experiência sensitiva, e não ficam quietas sentadas ouvindo o professor um dia inteiro, sem ter se distraído ou se

levantado inúmeras vezes. Por tanto, em sala de aula tudo deve estimular o sorriso, a descoberta, a alegria de

novas emoções.

Ensinar, nem sempre significa aprender, ensinar pode ser simplesmente transmitir informações, sobretudo nas

aulas exaustivas de matemática, com suas inúmeras fórmulas decorativas, no entanto se o aluno compreender o

que está sendo ensinado, o motivo das fórmulas por meios claros e envolvendo a sensibilidade do aluno, através

da experiência, de métodos experienciais tocando pegando, sentindo ficará muito mais fácil para o aluno lembrar

as fórmulas posteriormente. Levar essas considerações como prática educativa em sala de aula e refletir sobre

seus processos e metodologias é de grande importância para que não psicologizem problemas individuais por

não saberem lidar com um aluno considerado indisciplinado.

Sendo alunos e professores sujeitos da ação educativa, participes do processo de construção do conhecimento,

portanto, atores sociais que constroem a epistemologia escolar comprometidos e envolvidos numa perspectiva

educacional construtora de significados em comum, através, sobretudo do diálogo, pois a palavra é ação e somos

seres de linguagem, assim também seres de cultura, construtores do amanhã firmados em uma perspectiva

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evolutiva. Estamos em constante processo de transformação. Processos de construção de identidades, em todos

os ambientes em que vivemos, por isso a escola não é nem deve ser a única interessada na educação do aluno,

mas tem papel de grande importância na formação da identidade ou identificação do mesmo. O professor pode

assim enxergar além do que vê, além do que se apresenta, pois dentro de todos existe a busca pelo novo, pelo

desconhecido, a busca pelo conhecimento, e instigar esse desejo no aluno para que este saiba encontrar por si as

respostas para as questões que procura. Aquilo que o aluno vai desejar irá depender do que ele vê no outro,

devendo haver trocas constantes de aprendizado para que haja evolução no pensamento e na ação educativa.

Desse modo, pensar no processo de construção do conhecimento vai muito além da adaptação daquilo já posto

na estrutura da escola. Mais que isso, é arte, é criatividade possível em sala de aula, é surpreender a si mesmo

diante dos obstáculos que a vida lhe apresenta. Evolução é olhar o infinito e desejar alcançá-lo, é caminhar sem

olhar para trás para contar os passos dados, ou se arrepender dos passos perdidos no meio do caminho. Por fim,

pensar numa epistemologia escolar compreende pensar nos processos de construção da linguagem na escola,

sendo necessário pensar em espaços capazes de cultivar o imprevisto, impreciso, o seu destino seja “o infinito”,

com o objetivo de tornar a escola como espaço favorável à aprendizagem e produção de saberes.

REFERÊNCIAS

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Brasiliense.

CHAUÍ, M., Convite à Filosofia, São Paulo, 13a. ed., Ática, 2003.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. São Paulo. Scipione, 1998.

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ELIAS, Maria Del Cioppo. Célestin Freinet: Uma pedagogia de atividade e cooperação. 5 ed. Petrópolis, RJ.

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FREIRE, Paulo, Pedagogia do Oprimido, 47 ed. Editora Paz e Terra, 2005.

FREINET, C. Ensaios de Psicologia sensível. São Paulo: Martins Fontes,1998.

______. Nascimento de uma Pedagogia Popular. Lisboa: Editorial Estampa, 1978.

GOLEMAN, Daniel (2007), Tradução Marcos Santarrita, Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que

define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro, RJ, Editora Objetiva.

LARRAIA, Roque de Barros, (1932), Cultura: um conceito antropológico, 23. ed, Rio de Janeiro, Editora Jorge

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MACEDO, Roberto, Sidnei, A Etnopesquisa Multireferencial nas Ciências Humanas e na Educação. In

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O MARKETING DE RELACIONAMENTO ENQUANTO FERRAMENTA PARA A CONSTRUÇÃO

DA EQUIPE DE VENDAS.

Jacques Fernandes santos

Mestre em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Pernambuco – UPE

Vinícius Silva Santos

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe - UFS

Letícia Rodrigues dos Santos

Bacharel em Administração pela Faculdade Sete de Setembro – FASETE

RESUMO

Este artigo apresenta um olhar direto e técnico sobre a contribuição do marketing de relacionamento como

instrumento de mobilização e comprometimento da equipe de vendas, sendo fator substancial para o sucesso do

processo. Ele foi desenvolvido com base em pesquisas bibliográficas que buscaram compreender algumas

ferramentas como o Endomarketing, Marketing Direto, Mix de Marketing e Fidelização de Clientes. Por fim,

conclui-se que o Marketing de relacionamento amplia as oportunidades de capilaridade e motivação da equipe de

vendas sendo um fator agregador para sua manutenção.

Palavras-Chave: Marketing, Liderança, Treinamento & Desenvolvimento.

ABSTRACT

This article presents a direct and technical look at the contribution of relationship marketing as an instrument of

mobilization and commitment of the sales team, being a substantial factor for the success of the process. It was

developed based on bibliographic research that sought to understand some tools like Endomarketing, Direct

Marketing, Marketing Mix and Customer Loyalty. Finally, it is concluded that Relationship Marketing extends

the opportunities of capillarity and motivation of the sales team being an aggregating factor for its maintenance.

Keywords: Marketing, Leadership, Training & Development.

INTRODUÇÃO

O mercado atual vive uma era de ampla concorrência e competição dentro de um ambiente globalizado,

concorrência essa que cresce não somente entre os adversários tradicionais, mas também em segmentos

específicos de negócios. Com isso, as empresas não podem ficar confiantes em sua participação no mercado,

tampouco em sua posição competitiva.

Nessa análise, faz-se necessário que as organizações criem estratégias de mercado que possibilitem melhor

relacionamento entre cliente e organização, pois os clientes estão cada vez mais exigentes e obtendo mais

produtos e serviços na forma de valor agregado.

O desafio do marketing é decodificar o modo de pensar, de compreender e lidar com a realidade, oferecendo as

informações necessárias para que os executivos possam tomar decisões, com base no conhecimento do ponto de

vista do cliente.

O diálogo e a construção de relacionamentos estáveis e duradouros com os clientes surgem como resposta ao

desafio imposto ao marketing pelas mudanças no ambiente competitivo, no comportamento do consumidor e,

principalmente, pela expectativa de como deseja ser “atendido”. (BRETZKE, 2000)

Nesse contexto, observa-se que a globalização “forçou” uma reestruturação nos setores de negócios das

organizações, fazendo com que as empresas deem maior atenção no segmento de tecnologia da informação e do

marketing, não apenas por conta da concorrência, economia ou ambiente de negócios, mas também para obter

um conhecimento mais profundo sobre cada cliente em sua individualidade, analisando seus processos de

compra, necessidades e expectativas não atendidas.

Dessa forma, o vendedor possui um papel muito importante nesse relacionamento, pois a sua maneira de atender,

entender e reconhecer o cliente é de fundamental importância para iniciação do processo de fidelização, de modo

que um cliente satisfeito acaba estabelecendo um relacionamento duradouro e gratificante, mas para isso é

necessário que se tenha, não somente, excelência do diálogo ou oferecer produtos e serviços, mas também é

preciso que a empresa (vendedor) realmente se importe e cuide de seu cliente.

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1 MARKETING

Marketing nada mais é do que a relação de entender e atender as necessidades dos consumidores, através de um

sistema total de atividades de negócios desenvolvidos para planejar, dar preço, promover e distribuir produtos

que satisfaçam os desejos dos mercados-alvo e atingir objetivos organizacionais.

Nessa perspectiva, observa-se que o surgimento do marketing aconteceu quando houve a necessidade da

promoção de seus produtos, tendo como exemplo o feudalismo, de modo que as pessoas faziam a troca de

produtos para sobreviver.

Um dos assuntos mais abordados na administração de marketing se refere aos 4 P´s. Qualquer que seja o ramo de

negócio em que a empresa esteja envolvida, a estratégia adotada por ela baseia-se no estudo de localização para

que seus mix de produtos tenham benefícios, devido serem considerada como parte importante de suas

vantagens.

No ramo de novos empreendimentos, as empresas adquirem, uma estratégia clara para que seu negócio seja

pautável na postura da empresa em relação ao mix de produtos, gerando assim credibilidade para com eles. As

empresas buscam sempre ser uma referência no mercado, e se tomando mais forte em sua área de atuação.

Focalizando sempre nos seus consumidores, e se diferenciando das demais. (KOTLER, 1998)

E por fim, para proporcionar conveniência ao cliente constitui para o diferencial, visto que um local isolado

necessita de maior atratividade para buscar o cliente quando comparado a um local de fácil acesso. E se estiver

ofertando um mix, mostrar como será vendido.

As empresas que buscam grande participação e rápido crescimento de mercado preferirão linhas mais extensas.

Aquelas que enfatizam a alta lucratividade adotarão linhas mais reduzidas que consistirão em itens

cuidadosamente selecionados.

É normal que as linhas de produtos tendam a se expandir com o tempo, como forma de melhor satisfazer o

consumidor. Entretanto, a introdução de novos itens representa mais custos. Logo, alguns dos novos produtos

serão abandonados.

2 NECESSIDADES, DESEJOS E DEMANDAS

Os aspectos de avaliações que as empresas devem ter como fonte norteadora os seguintes critérios, entre eles: se

é uma instituição líder no seu setor, é muito admirada por seus clientes, deixou uma marca indelével no mercado,

teve vários desenvolvimentos, e foi fundada com a visão original desde que começou.

A demanda também pode ser esperada por novos clientes, quando eles esperam a qualidade, sendo eles

considerados pelo setor da pesquisa e pela aceitação de novos parceiros, aderindo os produtos da empresa. Eles

fornecem toda uma gama de serviços podendo ser de sobreviver no mercado devido possuir fornecedores

distantes.

Figura 1: Estágios do processo de compra

Fonte: Kotler (1998)

Na figura 1 não é a implantação tangível de uma grande ideia, mas sim, uma gama de possibilidades que serão

inseridas periodicamente no seu implante de mix de produtos, entre eles se destaca o lançamento de um

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acompanhamento avaliado antes de ser lançado, surge no projeto de pesquisa que se refere ao fortalecimento da

marca e a gestão futura de seus planos, que induzem um crescimento significativo da empresa no ramo varejista.

O comportamento do consumidor envolve o entendimento das ações tomadas pelas pessoas em situações de

compra e consumo. No entanto, nem só de comportamento faz-se a pesquisa do consumidor.

É preciso entender, também, dos fatores que levam as pessoas a essas ações. A pergunta principal é porque

entender o comportamento do consumidor? O primeiro objetivo deste trabalho consiste em fazer uma revisão de

alguns fatores que exercem influência na formação de atitudes da compra perante esses novos mixes.

O estudo sobre o composto de marketing tem como base seus “pilares” fundamentais para a sobrevivência da

empresa. Portanto, tanto a linha de produto, o preço, a promoção, a apresentação e o pessoal compõem o

conjunto de variáveis com função de auxiliar na tomada de decisão, visando a uma melhor satisfação das

necessidades do seu cliente com crescimento e lucratividade para o lojista. Sempre diferenciando a sua marca

das demais, definindo o foco e o nicho de mercado onde irá se estabelecer para se destacar das demais

organizações Fazer marketing é satisfazer os desejos e necessidades dos clientes de modo a fornecer valor ao

consumidor mediante lucro. Vivendo em uma sociedade cada vez mais racional perante uma diversidade de

produtos e serviços, uma empresa só irá crescer e se consolidar no mercado utilizando estratégias que ajustem a

entrega de valor e selecionem, proporcionem e comuniquem um valor superior no produto que está sendo

ofertado.

Diante disso, observa-se que um dos pilares do marketing é o relacionamento, ferramenta que pode ajudar ou

prejudicar uma organização se não utilizada da maneira correta. Estabelecer um relacionamento familiarizado

com o consumidor possibilita um entendimento melhor do comportamento do consumidor e consequentemente

satisfazer sua necessidade torna-se uma tarefa mais fácil.

Existe uma certa diferença entre necessidade e desejo, diferença essa que precisa ser entendida e analisada pelos

profissionais de marketing para direcionar de maneira correta a entrega de valor para o consumidor. Necessidade

nada mais é do que algo indispensável na vida do ser humano, que possui utilidade. Já o desejo é algo que pode

ser criado e induzido por algo ou alguém.

O marketing possui princípios que definem clientes e mercados, de modo a nortear as empresas de como agir

diante de um mercado competitivo. O primeiro afirma que o cliente é o centro de tudo, onde os objetivos das

organizações só serão atingidos se os clientes estiverem extremamente satisfeitos.

Dando sequência, o segundo mostra que os clientes não compram produtos, mas sim o que o produto faz para

eles. O terceiro mostra que o marketing é uma coisa importante demais para ser deixado a cargo apenas do

departamento de marketing, pois toda e qualquer ação dos outros departamentos impactam de alguma forma o

cliente final, afetando na sua satisfação. O quarto aborda sobre os mercados heterogêneos, de modo a existir uma

infinita variedade de produtos a serem ofertados. E por fim, o quinto mostra que os mercados e clientes mudam

constantemente, de modo que isso acontece devido à rapidez que a informação chega nesse mundo globalizado.

3 ENDOMARKETING

Endomarketing nada mais é do que o marketing que é trabalhado internamente nas organizações, de modo a

servir como uma ferramenta que as auxilia a aprimorar a comunicação com seus colaboradores, surgindo como

um elemento que possibilita um elo maior entre empresa e funcionário, desenvolvendo uma melhoria na

produtividade e no contato com o cliente externo.

Comunicação interna pode ser definida como sendo um meio de promover a interação entre a empresa e seus

colaboradores, de modo a permitir a circulação de informações e troca de conhecimentos. Brum (2005, p.42),

afirma que “comunicação interna é algo que toda empresa faz. A partir do momento em que uma empresa

repassa uma informação através de um e-mail ou de um documento qualquer para seus empregados, está fazendo

comunicação interna.”

Existe certa diferença entre repassar as informações e se comunicar. A simples transmissão de informações não

significa que houve uma troca de conhecimentos, de modo que uma comunicação eficiente precisa ter o

feedback, ter comprovação de que a mensagem está sendo ouvida, necessitando de uma resposta, seja positiva ou

negativa, onde esse processo dinâmico possibilita um crescimento individual e organizacional.

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Devido à globalização, o produto deixou de ser o foco principal da empresa, passando a prioridade para o cliente

externo e o interno, no caso o empregado. O que faz a diferença na concorrência entre as organizações são as

pessoas, de modo que a qualidade dos profissionais e o comprometimento são essenciais nesse contexto.

É possível notar que o endomarketing auxilia as lideranças nos processos de mudanças que são exigidas nessa

era de globalização, contribuindo nas técnicas de inovação, pois à medida que as informações são repassadas

elas se transformam em conhecimento, gerando resultados positivos para a empresa.

A comunicação interna tem que ser um meio de propagar os planos, objetivos e visão da empresa, de modo a

apresentar as características dos serviços ou produtos ofertados pela companhia. Para se atender e entender as

expectativas e percepções dos clientes é necessário que haja uma comunicação constante entre funcionário e

empresa.

Brum (2000, p. 34) diz que o marketing interno é “dar ao funcionário educação, carinho e atenção, tornando-o

bem preparado e bem informado para que possa tornar-se também uma pessoa criativa e feliz, capaz de

surpreender, encantar e entusiasmar o cliente”.

O processo de comunicação é viável para toda e qualquer organização, seja ela grande, média ou pequena, de

modo que a comunicação em empresas menores é bem mais fácil e rápida. As empresas devem buscar, através

do endomarketing, a excelência, inovando, o que irá ajudá-las a crescer e lucrar cada vez mais.

A qualidade do serviço interno transforma-se em satisfação dos funcionários

tornando-os envolvidos e motivados na organização que, por sua vez, é responsável pela qualidade do

produto/serviço externo resultando na satisfação e na retenção de clientes, orientação principal de uma

organização.

4 MARKETING DE VENDAS, RELACIONAMENTO E FIDELIZAÇÃO

As vendas ocorrem quando as empresas disponibilizam seus produtos e serviços no mercado por meio de seus

pontos de distribuição. Em um processo de fazer com que os produtos saiam da empresa em direção seus

consumidores finais, é necessário que haja uma atividade de persuasão, negociação, acordos, enfim, critérios que

o vendedor utiliza para convencer o comprador que seu produto é a melhor opção de escolha.

Para saber como se posicionar para as vendas, é essencial que as organizações procurem entender como as

pessoas compram, ou seja, entender o comportamento do consumidor. Quando nos referimos ao marketing de

vendas, o comportamento do consumidor que é relevante é o desenvolvido no momento da compra, de modo que

as empresas precisam se organizar para atender as expectativas ligadas a esse comportamento.

Pancrazio (2000, p. 104): “O consumidor é uma pessoa física, identificada mercadologicamente pela classe

socioeconômica a que pertence. O comprador empresarial é uma pessoa jurídica, constituída de pessoas físicas,

identificadas mercadologicamente pela função que exercem na empresa.”.

Assim, a partir do momento que se conhece e entende as características que diferenciam os diversos tipos de

públicos potenciais da empresa, a organização poderá definir diferentes formas de atender seus consumidores

através das vendas.

O Marketing de Relacionamento é a área do marketing que tem como foco principal o cliente, de modo a fazer

um estudo sobre as estratégias que possibilitem a satisfação do mesmo, atrelando essas estratégias com o

processo de fidelização de clientes.

Conforme Las Casas (2013), ao contrário do marketing tradicional que se preocupa com transações comerciais

direcionadas à satisfação dos clientes, o marketing de relacionamento procura manter um cliente em situações de

pós-venda, procurando manter um perfeito casamento entre clientes e fornecedores, não se tratando apenas para

uma vez, mas para o maior tempo possível, rendendo-se às vontades dos clientes, procurando fazer o melhor que

podem para conquistá-lo e mantê-lo.

O Marketing de Relacionamento é uma ferramenta que busca criar valor pela intimidade com o cliente e tornar a

oferta tão adequada, de modo que o cliente prefira manter-se fiel à empresa. Ou seja, a empresa conhece o

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cliente tão profundamente, tornando desinteressante para ele buscar novos fornecedores, fazendo com que o ele

voluntariamente reduza suas opções de fornecedores.

Na contemporaneidade, a expressão marketing de relacionamento não se aplica apenas na relação entre empresa

e cliente, é importante que esta visão e estratégias sejam aplicadas para toda a rede de relacionamentos que a

empresa tem, tanto internamente, com seus colaboradores, quanto com os parceiros, que são os fornecedores,

intermediários, acionistas, formadores de opinião, dentre outros.

Como a competição está cada vez mais intensa entre as organizações, a conquista e, especificamente, a

fidelização de clientes se tornou algo de extrema importância. Para isso, as organizações necessitam identificar

quais são as reais necessidades e desejos dos seus clientes, buscando sempre satisfazê-los. Como as

organizações, oferecem serviços e produtos muito semelhantes, é de fundamental importância ter uma certa

diferenciação que precisa ser percebida por parte do cliente.

Em um mercado extremamente competitivo torna-se ainda mais difícil tornar clientes fiéis às organizações. A

fidelização está intimamente relacionada com a satisfação e encantamento do cliente, de modo que os

consumidores têm níveis variados de fidelidade à marcas, loja e empresas.

Nesse contexto, a satisfação e o encantamento estão diretamente relacionados com a superação da expectativa do

cliente por parte do vendedor, de modo que quando essa expectativa não é superada o cliente fica insatisfeito e o

processo de fidelização torna-se ainda mais difícil.

Vantagens conquistadas pelas empresas que investem em fidelização de clientes:

Os custos de marketing serão reduzidos devido à conscientização e à fidelidade do consumidor em

relação à marca;

Em muitos casos, a empresa terá mais poder de negociação com distribuidores e varejistas porque os

consumidores esperam que eles tenham a marca;

A empresa pode cobrar um preço maior do que o de seus concorrentes porque a marca tem maior

qualidade percebida;

A empresa pode lançar extensões de linha mais facilmente, porque o nome de marca possui alta

credibilidade;

Quanto mais fiéis, maior a vida útil da carteira de clientes da empresa, menor o custo de recuperação de

clientes e maior valor financeiro agregado à marca;

A fidelidade do cliente oferece à empresa certa defesa contra a concorrência por preço;

A fidelização dá à empresa um diferencial e cria barreiras de confiança tornando inconveniente a

migração para um concorrente, porque o novo relacionamento começaria do zero, sem nenhum conhecimento de

ambas as partes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao se tratar de fidelidade, é possível notar que existem os graus de fidelidade, de modo que existem clientes que

são mais fiéis que outros. Assim, a fidelidade geralmente é desenvolvida através de comportamentos associados

a um estado mental positivo que o consumidor tem perante a empresa.

As organizações não devem ter como objetivo tornar todos os clientes fiéis, mesmo porque, é praticamente

impossível agradar a todos na mesma proporção, mas sim buscar aumentar a fidelidade daqueles consumidores

mais favoráveis a reagir positivamente à forma de atendimento ofertado pela empresa.

Os clientes geram uma expectativa de valor e agem baseados nelas, de modo a comprarem na empresa que lhes

oferecem maior valor. Assim, faz-se necessário que as empresas estejam atentas quais são as reais necessidades e

desejos de seus consumidores, para que possa atendê-los da melhor maneira possível, gerando valor e satisfação

de forma positiva.

Assim, a estruturação da fidelização dos clientes pode refletir para a empresa uma fonte de renda durante um

determinado período, porém essa vantagem não pode ser tomada como única, pois a fidelidade dos clientes só

permanecerá a partir do momento que o mesmo achar que suas expectativas estão sendo atendidas.

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Na contemporaneidade o cliente preza por um bom atendimento, de modo que um bom relacionamento cria um

conceito dele para com a empresa, até mesmo por telefone o cliente sente o quanto é bem ou mal atendido. Um

vendedor atencioso e que demonstra ter conhecimento sobre a mercadoria, passa mais credibilidade ao cliente,

de modo que o cliente sentirá mais segurança em pedir opinião e ficará mais satisfeito com sua compra.

Os clientes precisam ser reconhecidos, porque fica difícil estabelecer um relacionamento com quem não

conhece, onde, é a partir daí, que irá se aprender sobre eles, suas necessidades e desejos, de modo que será

utilizada essas informações para estreitar o relacionamento e compreende-los cada vez mais.

A fidelidade se conquista a longo prazo, por meio de atitudes que transmite confiança, cuidado e atenção para

com o outro. Assim, o processo da retenção de clientes, além de ser um investimento, irá garantir redução das

despesas e aumento das vendas, de modo a evitar que o consumidor migre para a concorrência, criando uma

vantagem financeira diante dos concorrentes.

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pequenas empresas. Tese (Doutorado). São Paulo, FEA-USP.

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A LOGÍSTICA REVERSA DO LIXO ELETRÔNICO: UM ESTUDO SOBRE BOAS PRÁTICAS

EXECUTADAS NO MERCADO.

Dalvan Góes

Pós-graduado em Gestão de Operações e Logística / Educação Ambiental - Uniasselvi

RESUMO

Este artigo apresenta em seu conteúdo a logística reversa de equipamentos eletrônicos e procura por meio do

exemplo de empresas, deixar o leitor a par da importância que deve ser dada ao descarte correto de equipamentos

como tablets, celulares, pilhas, baterias, televisores etc. O artigo procura em seu curso responder a seguinte

indagação: O que fazer com o computador que não serve mais? Como e onde descartar uma pilha usada? Seus

objetivos são: expor algumas ações desenvolvidas por diferentes empresas para o reaproveitamento do lixo

eletrônico fabricado por elas mesmas e o descarte correto de equipamentos diversos; informar os leitores de

como e onde podem ser descartados equipamentos eletrônicos; contribuir para o estado de arte da Logística

Reversa. Para tanto, o presente artigo, que tem como característica principal a revisão bibliográfica, parte de

livros, artigos, monografias e dissertações de mestrado para embasar de modo teórico o tema proposto, dando

destaque para os trabalhos de Silva (2011) e Moreira (2014). Os resultados obtidos com esse estudo deixam em

evidência: a relevância do tema para a minimização dos resíduos sólidos urbanos; a logística reversa como uma

ferramenta útil no alcance do chamado desenvolvimento sustentável; as empresas como setores que podem e

devem colaborar com a minimização do lixo eletrônico (LT) e que, por fim, o próprio consumidor deste tipo de

resíduo também tem meios para ajudar, fazendo com que toda a sociedade (empresa, governo e cidadãos civis)

seja responsável e capaz de dar uma destinação adequada aos resíduos eletrônicos.

Palavras-chave: de Logística Reversa. Lixo Eletrônico. Descarte. Empresas.

ABSTRACT

This article presents in its content the reverse logistics of consumer electronics and looking through the example

of companies, let the reader aware of the importance to be given to the proper disposal of equipment such as

tablets, mobile phones, batteries, televisions etc. The article tries on course to answer the following question:

What to do with the computer that no longer serves? How and where to dispose of a used battery? Its objectives

are to: expose some actions developed by different companies for the recycling of electronic waste produced by

themselves and the correct disposal of various equipment; inform readers of how and where electronic

equipment can be disposed of; contribute to the state of the art Reverse Logistics. Therefore, this article, which

has as main feature the literature review, part of books, articles, monographs and master's theses to support

theoretical way the theme, highlighting the work of Silva (2011) and Moreira (2014). The results obtained with

this study highlight: the relevance of the theme to the minimization of urban solid waste; Reverse logistics as a

useful tool in achieving so-called sustainable development; Companies as sectors that can and should collaborate

with the minimization of electronic waste (LT) and that, finally, the consumer of this type of waste also has the

means to help, making the entire society (business, government and civil citizens ) Is responsible and capable of

giving an appropriate destination to electronic waste.

Keywords: Reverse Logistic. Junk. Discard. Companies.

INTRODUÇÃO

O lixo é um dos grandes problemas ambientais em todo mundo, principalmente nos grandes centros urbanos, e o

consumismo aliado ao crescimento populacional, tem contribuído para que esta problemática se agrave ainda

mais. Nesse sentido é necessário apresentar soluções para esta circunstância, e este artigo se propõe ao longo do

seu conteúdo, de tratar especificamente do lixo eletrônico, suas consequências, bem como as saídas/resoluções

para que seja possível minimizar seus impactos. Os fabricantes de produtos eletrônicos, por exemplo, apresentam

algumas possibilidades de descarte correto dos resíduos, muitas vezes por força da lei (como a lei 12.305/2010,

que instituiu a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos e a própria Logística Reversa), e a vezes como um

instrumento de divulgar para consumidores e o governo que o empreendimento está se preocupando com os

problemas ambientais, em especial o lixo, e não apenas com o lucro, fazendo, a partir dessas ações, sua

Responsabilidade Social e/ou o seu Marketing Verde.

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O avanço da tecnologia possui dois lados: um bom, pois permite acesso fácil e rápido a informação e

entretenimento, agiliza tarefas profissionais e educacionais entre outros benefícios que o homem e a sociedade

em que ele está inserido extraem de impressoras, computadores, celulares. Já seu lado ruim envolve sua rápida

obsolescência, pois em pouco tempo de uso (e às vezes com o produto ainda em pleno funcionamento), surgem

novos produtos, novas atualizações daquela mesma tecnologia, fazendo com que o produto anterior venha a ser

descartado com maior frequência, provocando assim, excesso de lixo eletrônico. Talvez não exista, ou não seja

apropriado no vocabulário tecnológico o uso do termo ‘velho’, pois não dá para considerar um smartphone de

2013 ou 2014 velho, mas ele é tido pelos consumidores como velho no sentido ultrapassado/obsoleto (termos

que melhor definem essa situação), fazendo com que o cliente deseje ter a versão mais atualizada do mesmo

modelo de aparelho celular que ele possui.

Baterias, computadores e pilhas não devem ser descartados de qualquer modo ou junto de outros tipos de resíduo

porque são tóxicos (são compostos de cádmio, berílio, mercúrio e do chumbo, por exemplo) e trazem riscos à

saúde do homem e ao meio ambiente em geral. Computadores, celulares e tablets são produtos que possuem uma

considerável vida útil, pois com certas exceções, os consumidores não compram, por exemplo, um notebook a

cada dois anos. Contudo, esses equipamentos tornam-se ultrapassados a cada ano, e um dia serão trocados para

dar lugar a novos. Portanto, o que fazer com aquele pen drive mais antigo, com pouca memória interna e que já

não suporta mais o conteúdo nele inserido ou a pilha do controle remoto que já está gasta? Até mesmo para as

embalagens nas quais os produtos eletrônicos são colocados, cabe uma indagação: o que fazer com o papelão e

com o plástico que guardam a mais nova TV que foi comprada? Como e aonde descartar esses produtos de uma

maneira tal que minimize a sua agressão ao meio ambiente?

São perguntas como essas que este trabalho procura responder, oferecendo em seu conteúdo algumas alternativas

de descarte do produto que não se quer mais, dando destaque para a Logística Reversa como parte desse

processo, como uma ferramenta útil na gestão dos resíduos eletrônicos. O corpo deste artigo também buscou em

suas seções/tópicos ser um breve referencial para estudantes universitários, em especial para aqueles que nunca

tiveram contato com a temática da Logística Reversa (LR), pois apresenta seus conceitos básicos e

características, deixando o (a) leitor (a) familiarizado com o assunto. Além disso, essa proposta de trabalho busca

divulgar as diferentes alternativas existentes para que os consumidores possam descartar corretamente seus

resíduos eletrônicos, participando ativamente na diminuição da quantidade de lixo/resíduo que ele gera. Assim,

tantas empresas, fabricantes dos produtos, quanto os consumidores finais, podem e devem trabalhar para

exercerem práticas benéficas no que tange ao lixo eletrônico.

METODOLOGIA APLICADA

A metodologia aplicada para elaborar este artigo se resume em uma pesquisa de revisão bibliográfica baseada

em trabalhos acadêmicos (livros, artigos, monografias e dissertação de mestrado) que serviram para fornecer ao

seu autor um prévio conhecimento sobre o tema em questão. De acordo com Barros (2002, p.34), “a pesquisa

bibliográfica procura adquirir conhecimentos sobre um objeto de pesquisa a partir da busca de informações

provindas de material gráfico, sonoro e informatizado”.

Para Silva e Menezes (2005) a revisão de literatura contribui para que se tenha informações importantes sobre a

situação do tema ou problema pesquisado; contribui no conhecimento das publicações existentes sobre o tema e

os aspectos que já foram abordados por outros autores/pesquisadores, além de servir para verificar as opiniões

similares e divergentes que estes autores possam ter.

A revisão bibliográfica ou da literatura da área “[...] Não se trata [...] de simplesmente resumir, parafraseando o

que está escrito nos livros, mas sim de fazer considerações, interpretações e escolhas, explicando e justificando

essas escolhas, sempre em função do problema posto pela pesquisa” (SANTAELLA, 2001, p. 172).

Leite (2003), Pires (2010), ganham destaque neste artigo no momento de conceituar e apontar as características

da LR. Já Natume & Sant’anna (2011), Rodrigues (2007) e Silva (2011) apontarão os problemas causados pelo

lixo eletrônico. Mas, os principais referenciais acadêmicos utilizados resumem-se no trabalho de monografia de

Silva (2011) e no artigo de Moreira (2014). Essas autoras pesquisaram os sites das empresas para saber o que as

mesmas estão fazendo para minimizar os resíduos eletrônicos oriundos da fabricação e venda de seus produtos.

Existem também referências eletrônicas, nas quais se destacam os sites de algumas empresas que estão

relacionadas com a Logística Reversa (LR) do Lixo Eletrônico (LT). Estas referências, embora, não sejam de

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âmbito acadêmico, são importantes para este artigo, pois apresentam o que as empresas estão fazendo para

minimizar os impactos do LT.

1 LOGÍSTICA REVERSA

A logística reversa (LR) pode ser definida como um conjunto de ações que tem como objetivo fazer retornar (por

meio de um fluxo reverso) algum produto ou parte dele. Fazer retorná-lo, a um destinatário, seja o seu fabricante,

um centro de distribuição, outra empresa que irá revender os produtos que estão retornando; ou uma empresa de

reciclagem que irá reaproveitar tal produto, ou ainda em último caso, o destino dos produtos acabam sendo o seu

descarte em lixões ou aterros sanitários.

Kroon (apud MIGUEZ, 2010, p. 7) afirma que:

A logística reversa se caracteriza pelas habilidades de gerenciamento logístico e

atividades envolvidas na redução, no gerenciamento e no descarte de resíduos,

perigosos ou não, de embalagens ou produtos. Isto inclui distribuição reversa, que

faz com que os produtos e informações fluam no sentido oposto das atividades

logísticas normais.

Para uma melhor compreensão, tomemos como exemplo a LR de embalagens de vidro de refrigerantes. Elas, ao

invés de serem jogadas fora gerando ainda mais resíduos, podem retornar aos fabricantes que, após um processo

de higienização, acaba sendo possível o reaproveitamento da mesma em até 30 vezes (higienizando a embalagem

a cada retorno). As embalagens também podem ir para uma recicladora que irá reaproveitar seu material.

Segundo Pires (2010, p. 14) “A logística reversa consiste no processo de movimentar um produto do seu ponto

de consumo para outro destino, objetivando recuperar o valor ou descartá-lo de maneira apropriada [...]. ”

A Logística Reversa cuida dos fluxos de materiais que se iniciam nos pontos de consumo de produtos e

terminam nos pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de disposição final. [...] esse processo

reverso é formado por etapas características, envolvendo intermediários, pontos de armazenagem, transporte,

esquemas financeiros, etc. (NOVAES, 2004, p.54).

A logística reversa engloba vários processos com o intuito de dar um destino correto aos produtos não mais

utilizados pelos consumidores para serem colocados em lugares adequados, dando a esse resíduo o tratamento e

um destino correto. Ela tem o papel de gerenciar os canais de distribuição da empresa, sendo responsável pela

entrega dos produtos que depois de usados deverão voltar para empresa por intermédio de coleta. (AGUIAR;

FURTADO, 2010, p. 4)

Nota-se que a LR tem o propósito de viabilizar o retorno (daí o nome reverso) dos produtos, seja para cumprir a

legislação ambiental, seja para agregar valor econômico ou para, por meio dessa ferramenta divulgar a imagem

de uma empresa comprometida com o reaproveitamento dos seus produtos ou em última análise, quando não se

reaproveita o produto, ocorre seu descarte adequado.

[...] a logística reversa, por meio de sistemas operacionais diferentes em cada

categoria de fluxos reversos, objetiva tornar possível o retorno dos bens ou de seus

materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios. Agrega valor econômico,

ecológico, legal e de localização ao planejar as redes reversas e as respectivas

informações e ao operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo ou

de pós-venda, por meio de processamentos logísticos e de consolidação, separação e

seleção, até a reintegração do ciclo. (LEITE, 2003, p.17).

De acordo com Leite (2003), a LR pode ser dívida em LR de pós-venda e pós consumo. Autores como Guarnieri

(2011), e Pereira et al. (2012) também adotam essa diferenciação ou classificação.

A logística reversa de pós-venda refere-se aos produtos que irão retornar depois que foram vendidos e não

chegaram ao fim de sua vida útil. Geralmente isso ocorre quando um produto veio com defeitos, erros de

expedição de pedidos, recall de um produto ou peça automotiva. Pires (2010) apresenta alguns dos motivos que,

de acordo com o que seja LR de pós-venda, se relacionam com a mesma devido às circunstâncias de devolução

relacionadas à qualidade do produto ou por motivos comerciais:

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Garantia/Qualidade: os produtos apresentam defeitos de fabricação ou de funcionamento (verdadeiros ou não),

avarias (no produto ou na embalagem), etc. Poderão ser submetidos a consertos ou reformas que lhes permitam

retornar ao mercado primário ou a mercados diferenciados (secundários), agregando-lhe valor comercial

novamente. Comerciais: os retornos ocorrem devido a erros de expedição, excesso de estoques no canal de

distribuição, mercadorias em consignação, liquidação de estação de vendas, pontas de estoque, etc., que devem

retornar ao ciclo de negócios por meio da redistribuição desses produtos em outros canais de vendas. Devido ao

término da validade ou a problemas observados após a venda, os produtos serão devolvidos por motivos legais

ou por diferenciação de serviço ao cliente. (PIRES, 2010, p. 36-37) Guarnieri et al. (2006, p. 124), corroborando

com a citação acima, destacam como motivos de retorno desses bens de pós-venda: “devoluções por problemas

de garantia, avarias no transporte, excesso de estoques, prazo de validade expirados, entre outros”.

Já a LR de pós consumo são os retornos que ocorrem depois que o produto é consumido em sua totalidade, sendo

assim, encontram-se no fim de sua vida útil e precisam ser descartados de maneira adequada. No entanto, antes

mesmo de haver o descarte, deve-se entrar em cena os 3Rs – reciclagem, reuso e manufatura – pois, dependendo

do produto, ele pode se encaixar em uma dessas três ferramentas. As garrafas PET podem ser recicladas, os

cartuchos de tinta depois de secos (consumidos) podem ser reaproveitados e peças de computador podem ser

desmontadas, limpas e servir para outro uso diferente do seu original ou até o mesmo o original (remanufatura).

2 LIXO ELETRÔNICO

Esta seção se divide em apresentar: o conceito, o problema e a solução do tema estudado. Os produtos

eletroeletrônicos, eletrodomésticos e até mesmo os eletro portáteis, possuem mais semelhanças do que

diferenças, embora se distinguem devido a existência ou a falta de componentes e circuitos eletrônicos e

elétricos. Além disso, não existe ainda na literatura trabalhos que contribuíram para que se chegasse à definição

de ambas. Porém é possível encontrar boas conceituações do que sejam os resíduos ou o lixo eletrônico.

Lixo eletrônico, também chamado de resíduos computacionais ou lixo tecnológico são equipamentos

eletroeletrônicos, eletrodomésticos e os eletroportáteis descartados pelas pessoas e empresas e se caracterizam

pela rápida obsolescência, pois de maneira rápida produtos relacionados à tecnologia, por exemplo, ficam

ultrapassados (mesmo que ainda esteja em pleno funcionamento) e trocados pelo mais moderno.

As câmeras fotográficas e os aparelhos de mp3 e mp4 são tipos de lixo eletrônico bastante presente em nossos

dias devido ao fato dos smartphones terem tudo isso em um único aparelho. Os smartphones possuem câmeras

de alta resolução para fotografar e filmar, programação para tocar arquivos em mp3 e mp4, fazendo com que seja

desnecessário que alguém tenha uma câmera fotográfica, uma câmera filmadora e os aparelhos de mp3 e mp4

separados do seu smartphone (somente aí, quatro produtos ficam obsoletos e logo serão descartados), algo

comum nas décadas de 90 e início dos anos 2000. Guerin, 2008 (apud Natume & Sant’anna, 2011, p. 2) afirma

que:

Lixo eletrônico é o nome dado aos resíduos de rápida obsolescência de

equipamentos eletrônicos, que incluem computadores e eletrodomésticos, entre

outros. Tais resíduos, descartados em lixões, constituem-se num sério risco para o

meio ambiente, pois possuem em sua composição metais pesados altamente tóxicos.

Após a rápida conceituação do que seja o lixo eletrônico, é preciso identificar os problemas gerados pelo seu

descarte incorreto e para isso, este artigo contará com a colaboração dos trabalhos de Natume & Sant’anna

(2011), Rodrigues (2007) e Silva (2011).

Introduzindo essa problemática, Natume & Sant’anna (2011), associam a elevada quantidade de lixo eletrônico

ao desenvolvimento tecnológico que aumentou nos últimos anos. Ainda de acordo com os mesmos autores, por

um lado o acelerado avanço tecnológico provoca maior rapidez no cotidiano das pessoas, facilitando suas

atividades diárias, por outro lado o mesmo avanço tecnológico tem provocado mudanças no meio ambiente,

principalmente quando os equipamentos eletrônicos são descartados de modo errado, lançando no solo e no ar

substâncias químicas e componentes diversos, que antes desse chamado avanço, não existiam (ou ao menos não

em grande quantidade), como o chumbo, fibras, zinco, platina etc. Rodrigues (2007) corrobora com Natume &

Sant’anna (2011), pois a autora afirma que:

O desenvolvimento tecnológico das três últimas décadas tem trazido incontestáveis benefícios à sociedade, mas

também tem seus efeitos indesejáveis, pois constantemente transforma produtos duráveis, recém lançados, em

obsoletos, gerando prematuramente grandes volumes de resíduos, resultado entre outros da velocidade de

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inovação tecnológica largamente utilizada como estratégia competitiva do setor industrial. (RODRIGUES, 2007,

p. 24). Natume & Sant’anna (2011), citando indiretamente o trabalho de uma autora, continuam a fazer esse

dualismo entre os benefícios (facilitar a vida moderna) e os malefícios (aumento no descarte) do

desenvolvimento tecnológico:

Rodrigues (2003) ressalta a quantidade de televisores, rádios, celulares, eletrodomésticos portáteis, todos os

aparelhos de microinformática, DVD’S, luminárias fluorescentes, brinquedos eletrônicos e milhares de outros

produtos que foram idealizados para facilitar a vida moderna e que hoje são descartados na medida em que ficam

tecnologicamente ultrapassados em um ciclo de vida cada vez mais curtos ou então devido à inviabilidade

econômica de conserto, em comparação com aparelhos novos. Com isso, houve um crescimento dos resíduos

eletroeletrônicos, comumente chamado de lixo eletrônico, englobando vários tipos de equipamentos, desde os

eletrodomésticos de grande porte às peças pequenas como celulares e as contidas em computadores. (NATUME

& SANT’ANNA, 2011, p. 2). Rodrigues (2007, p.25) ainda cita outras circunstâncias que contribuem para o

aumento do lixo eletrônico como “[...] a velocidade da inovação tecnológica, a diversidade de produtos, a

massificação do consumo e a tendência à miniaturização são fatores de produção exponencial de resíduos. ”

Como consequências do aumento do lixo eletrônico a ser lançado no meio ambiente é possível citar a

contaminação do solo, dos lençóis freáticos bem como as doenças oriundas do contato direto que as pessoas

possam vir a ter com os resíduos expostos a céu aberto, como de fato ficam nos lixões do Brasil, além de que os

resíduos eletrônicos e seus pequenos componentes (pequenas peças) levam décadas e mais décadas para se

degradar, já que não são biodegradáveis como os resíduos orgânicos. Isso significa dizer que uma televisão

quebrada quando é jogada fora não irá desaparecer sozinha, mas permanecerá durante séculos no terreno baldio

que fora lançada; pilhas e baterias também não iram se degradar e permanecerão inertes no solo, até que estes

equipamentos entrem em contato com pessoas e animais e devido a metais pesados nele contidos possam causar

doenças.

O lixo eletrônico constitui o problema de coleta de resíduos de maior crescimento no mundo. É uma questão que

tende agravar cada vez mais na medida em ocorre o desenvolvimento industrial. Nos locais onde esse lixo é

descartado, muitos dos catadores tem contado direto com o produto sem ter noção do que ele pode lhe causar, é

um problema de saúde pública. O lençol freático é contaminando na medida em que as substâncias tóxicas que

compõem esses eletrônicos penetram no solo e o alcança, o que pode causar danos a partir do momento em que a

água seja utilizada. (SILVA, 2010, p. 29)

É importante enfatizar que o LT [lixo tecnológico] além de causar impactos ambientais, se descartado em lixões

ou aterros sanitários, expostas ao sol e à chuva, atingem os lençóis freáticos, córregos e riachos, e entram em

contato com a cadeia alimentar humana através da ingestão da água ou de produtos agrícolas irrigados através da

água contaminada, prejudicando assim o meio ambiente e a saúde da população. (MOREIRA, 2014, p. 3)

Por isso se faz necessário que exista mecanismos que busquem diminuir essa problemática, pois seu resultado

tem sido devastadores ao meio ambiente e a LR é uma alternativa de solução a contribuir. Miguez (2012, p.37)

ainda acrescenta que, “a logística Reversa não pode ser encarada apenas como o recolhimento dos produtos, mas,

sim, como o gerenciamento de todo o caminho que este produto percorre até o descarte adequado do mesmo.”

O problema da tecnologia e a demasiada quantidade de lixo tecnológico descartado diariamente têm criado

novos conceitos voltados para uma tecnologia mais limpa e juntamente com o processo de logística reversa,

retornam à cadeia produtiva todos os produtos obsoletos e inutilizados a fim de minimizar os impactos

ambientais causados pelas toneladas de lixo tecnológico descartado diariamente. (MOREIRA, 2014, p. 3)

3 SOLUÇÕES VIÁVEIS

Os principais fabricantes de produtos de informática já estão tomando as suas providências para a redução dos

resíduos eletrônicos. Informações sobre suas iniciativas podem ser vistas nos seus próprios sites, os quais

esclarecem dúvidas frequentes sobre a responsabilidade ambiental da empresa, informam como o cliente deve

agir caso deseje encaminhar aparelhos e/ou componentes inservíveis, entre outras. (SILVA, 2011, p. 40)

Moreira, (2014, p.3) cita algumas medidas para minimizar o descarte do lixo eletrônico, (chamado pela autora de

lixo tecnológico) como a [...] “utilização da tecnologia para soluções reciclagem, descarte, reuso e "centros de

gestão de lixo eletrônico" bem como cumprimento das normas e regulamentações específicas, atualmente em

vigor em diversas partes do mundo. ”

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Este artigo se propôs a apresentar de modo breve soluções praticadas no mercado para minimizar os problemas

gerados pelo descarte incorreto dos resíduos eletrônicos citados acima. Para isso as pesquisas de Silva (2011) e

Moreira (2014), serão utilizadas, abordando as soluções apresentadas por diferentes empresas para o melhor

reaproveitamento dos resíduos eletrônicos ou, em última instância, seu descarte adequado. Mas, apesar das

soluções que serão apresentadas:

No Brasil existem poucas empresas especializadas em recolher e fazer a descaracterização dos resíduos

eletrônicos e para dar a destinação final adequada. Isso tem dificultado as atividades reversas do e-lixo, já que os

usuários não sabem como fazer o descarte de maneira correta, esses resíduos acabam indo para o lixo doméstico.

(SILVA, 2011, p. 31)

Entre essas poucas empresas especializadas, está a Descarte Certo, que coleta o lixo eletrônico na porta da

residência do consumidor e também trabalha em parceria com empresas como bancos e supermercados,

coletando seus resíduos. Existem outras empresas como a Oxil e a Reúno.

A Descarte Certo oferece um serviço de coleta, manejo de resíduos e reciclagem de produtos eletroeletrônicos

velhos ou sem condições de uso. Por meio dele, qualquer pessoa ou empresa pode se desfazer de seu aparelho da

maneira correta.

Para o consumidor final, a Descarte Certo oferece um serviço que vai até a residência para recolher o que não é

mais utilizado e garantir a correta destinação e manejo dos resíduos. Para o fabricante, além das mesmas

facilidades, ele ainda pode ser incluído como um serviço diferenciado na sua linha de produção, assim ao

comprar um produto que contenha o selo da Descarte Certo, o consumidor tem a garantia do serviço de descarte

desde o momento da sua aquisição.

A Descarte Certo trabalha para grandes empresas como Santander, Carrefour, Cybelar, Porto Seguro, e outras

tantas empresas, que têm um compromisso com o futuro do planeta e mostram que grandes empresas não

pensam só no presente. Por meio dos nossos diversos fornecedores de Logística e Manufatura Reversa, fazemos

uma coleta com baixo custo ambiental e, posteriormente, a desmontagem, reciclagem e destinação final de

resíduos. (DESCARTE CERTO, 2016)

O trabalho de Silva (2011) buscou verificar o processo da LR de pós consumo do lixo eletrônico

(especificamente do setor de informática) e apresentou em seu conteúdo soluções elaboradas por diferentes

empresas da área. Destas empresas pesquisadas, a autora obteve informações contidas em seus respectivos sites.

Após isso, Silva (2011), comentou os resultados obtidos no recolhimento das informações.

Já a pesquisa de Moreira (2014) apresenta algumas empresas com diferentes práticas adotadas para minimizar o

descarte do lixo eletrônico ou ainda outros problemas ambientais. A autora levou em conta o posicionamento em

um ranking do Guia de Eletrônicos Verdes (GEV) do Greenpeace, na qual essas empresas são avaliadas levando-

se em conta a “redução de substâncias tóxicas na fabricação dos aparelhos eletroeletrônicos; responsabilidade

sobre os resíduos na produção; programas de recolhimento e reciclagem e adoção de políticas corporativas. ”

(MOREIRA, 2014, p. 9)

Em ambos os artigos, Silva (2011) e Moreira (2014), as empresas pesquisadas foram quase que as mesmas,

diferenciando-se que a principal fonte de Silva (2011) foi o endereço eletrônico das empresas e o de Moreira

(2014), além dos sites das empresas, houve também o GEV. Vejamos o que cada autora relatou.

Desde 2006, a Acer tem revisto, de uma forma abrangente e completa, suas ações para um desenvolvimento

sustentável. Integrando e implementando a Responsabilidade Social Corporativa – CSR, programa através do

qual a empresa estabelece como objetivo, atingir um equilíbrio global que integre recursos humanos, ambientais

e comunitários, nas suas operações de negócios [...] (ACER, 2011 apud SILVA 2011, p. 41)

Acer – A empresa divulga em seu site que assume a responsabilidade ambiental em todas as operações e

produtos como, economia de energia, tratamento adequado dos resíduos, redução dos impactos ambientais ao

longo de cada fase do ciclo de vida do produto e proporciona canais de reciclagem. (MOREIRA, 2014, p. 8-9)

Segundo Moreira (2014), utilizando o GEV do Greenpeace, a Acer está em 4º colocado, com 5,1 pontos e tem

como política e prática adotada a melhoria nos critérios de Energia e gestão de produtos químicos. “A empresa

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continua sem marcar nenhum ponto no ciclo de vida do produto por não divulgar a duração da garantia e

disponibilidade de peças de reposição para as suas principais linhas de produtos.”

Líder mundial em telas LCD (TV‘s e monitores), a AOC sabe que seu compromisso vai além de levar produtos

de alta tecnologia até o consumidor. A AOC tem honrado seu compromisso ambiental e sugere que os

consumidores dos produtos da marca AOC que porventura tenham interesse em descartá-los, entrem em contato

com o Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC, através do telefone 0800.10.9539 ou por e-mail enviando

mensagem ao endereço [email protected] a fim de obter maiores informações sobre o descarte ambientalmente

adequado. É necessário informar corretamente o número de série e o modelo do equipamento AOC, bem como a

localidade do produto a ser descartado.

Outra preocupação do fabricante é em relação às embalagens utilizadas para conter, proteger, manusear, entregar

e apresentar qualquer tipo de mercadoria, através da Diretriz 94/62/EC para embalagens e resíduos de

embalagens, segundo a mesma, a embalagem deve atender aos padrões de volume e peso mínimos para garantir

a segurança e a aceitação do consumidor. Em 2004 foram adicionadas novas exigências para a reutilização dos

resíduos de embalagens (mínimo de 60% dos resíduos de embalagens devem ser recuperados para uso posterior)

e reciclagem de energia (55% a 80% de todos os resíduos de embalagens devem ser reciclados). As embalagens

dos monitores AOC são desenvolvidas com base nesses padrões. (AOC, 2011 apud SILVA, 2011, p. 41).

Uma das principais práticas adotadas pelas empresas é a de manter comunicação com o consumidor, seja por

email ou telefone, o informando de qual o ponto de coleta mais próximo de sua residência para que o próprio

cliente se desloque até este local e por lá descarte o produto. Segundo Nobel Matsubara, coordenador de

sustentabilidade da AOC:

A ação de logística reversa surgiu através da consciência ambiental da empresa e da necessidade de contribuir de

forma significativa para o reaproveitamento de materiais, evitando impactos que os produtos da AOC pudessem

causar ao serem descartados pelos nossos consumidores de maneira incorreta. (REVISTA LOGWEB, 2012)

A Apple é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo e produz os produtos de tecnologia mais

desejados pelos consumidores como o Iphone, iPad e o macbook. Os mesmos tem uma longa duração de vida

(característica dos produtos da empresa), mas um dia até mesmo os equipamentos da Apple, bem como seus

componentes viram resíduos eletrônicos, portanto, diante disto o que a empresa faz?

O enfoque da Apple com relação à reciclagem começa na fase de projeto, onde são criados produtos compactos e

eficientes como menos material, até mesmo a embalagem dos produtos utiliza material reciclável, sempre que

possível.

Todo o lixo eletrônico coletado pelos programas voluntários da Apple e programas de regulamentação em todo o

mundo é processado na região onde o mesmo é coletado. Nada é enviado para outro local de descarte.

Assim que um produto Apple chega ao final de sua vida útil, é possível ajudar o consumidor a reciclá-lo de

forma responsável. A Apple institui programas de reciclagem em 95% dos países onde os produtos são

comercializados, impedindo desde 1994, que mais de 38 milhões de quilos de equipamentos fossem parar em

aterros. (Para calcular esse valor, é usada uma medida proposta pela Dell que assume vida útil de sete anos para

um produto. O peso dos materiais que são reciclados anualmente é comparado com o peso total dos produtos

vendidos nos sete anos anteriores.) (APPLE, 2011 apud SILVA, 2011, p. 42).

Apple – a empresa divulga que a sua energia é 100% renovável, cujo sua linha de produtos supera as normas

exigidas pela Energy Star. A Apple informa em seu site que não há substâncias perigosas em seus produtos e

nem processos e que utiliza produtos reciclados em toda cadeia produtiva. Utiliza tecnologias para aumentar a

vida útil dos aparelhos eletrônicos, e quando do seu descarte, em seu programa de reciclagem, todas as Apple

Stores do mundo aceitam produtos para fazer a reciclagem gratuita e responsável, inclusive de eletrônicos de

outros fornecedores, o que representa 90% desse programa. (MOREIRA, 2014, p. 12)

Assim como a AOC, a Apple, também possui meios de contato para que o consumidor saiba como descartar os

produtos da marca, por meio do 0800-772-3126, ou utilizando o email [email protected]

Dell – em cumprimento com a legislação de sustentabilidade, mantém a Responsabilidade Corporativa tanto com

a comunidade, o ambiente - por meio de inovações com pegada ecológica, como para as pessoas e toda a cadeia

de suprimento - responsável pelo fornecimento de inovações tecnológicas voltadas para a sustentabilidade.

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Através do programa de Logística Reversa Dell, disponível no próprio site da empresa, permite que os usuários

preencham um formulário para coleta dos aparelhos não mais desejados, sem custo. (MOREIRA, 2014, p. 12)

Segundo matéria da revista Época Negócios (2012) a HP, por meio da reciclagem, reutiliza o plástico de seus

produtos para formular novos produtos, oriundos do equipamento original, através da chamada readitivação do

plástico, processo químico que visa recuperar parte dos plásticos de impressoras e cartuchos e, a partir disso

fazer novas impressoras e cartuchos.

A HP possui programas de reciclagem para oferecer aos seus clientes, produtos e serviços que sejam

ambientalmente responsáveis, mantendo seu compromisso na gestão sustentável de suas soluções. Para tanto,

oferece programas estruturados a seus clientes para o descarte de equipamentos obsoletos, baterias, cartuchos e

toners de seus produtos e reintegram os materiais reciclados em sua própria cadeia produtiva, gerenciando todo o

ciclo de vida e garantindo soluções sustentáveis. Para obter mais informações o cliente pode enviar um e-mail

para: [email protected]. (HP, 2011 apud SILVA, 2011, p. 42-43)

A SEMP TOSHIBA disponibiliza, mediante solicitação, um serviço de logística reversa para retorno dos

produtos e/ou acessórios por ela comercializados, ao final de sua vida útil, conforme a legislação em vigor. Tal

serviço permite o tratamento dos mesmos, visando um descarte ambientalmente apropriado, ou mesmo, sua

recuperação e/ou reciclagem, de forma a assegurar uma adequada destinação final. Empenhada em estimular e

apoiar ações voltadas à preservação ambiental, a SEMP TOSHIBA recomenda não descartar produtos

eletrônicos e/ou seus acessórios no lixo doméstico, na rua, em terrenos baldios, aterros sanitários e tampouco em

córregos ou riachos. A SEMP TOSHIBA mantém mais de 100 pontos de coleta em todo o país, devidamente

treinados para atividades relacionadas à logística reversa. Para devolver um equipamento, o cliente deve fazer o

download do termo de doação, imprimir e levar preenchido junto com o produto em uma das assistências

técnicas autorizadas para esse serviço. Se preferir o cliente pode entrar em contato com o Serviço de

Atendimento ao Consumidor através de e-mail. (SEMP TOSHIBA, 2011 apud SILVA, 2011, p. 43)

A Nokia tem ampliado sua atuação de LR para o reaproveitamento e/ou descarte de seus produtos eletrônicos.

Essa ampliação acontece por meio do aumento de pontos de coletas aonde os consumidores se deslocam para

neles depositarem celulares e baterias. A empresa voltada para fabricação de celulares firmou uma parceria com

o grupo Pão de Açúcar (programa Alô Reciclagem) para que nos estabelecimentos do grupo houvesse os pontos

de coleta e que a Nokia ficaria responsável para recolher o lixo eletrônico de seus produtos. Para saber os locais

de coleta e o que pode ser levado, acesse: <http://www.grupopaodeacucar.com.br/landing/alo-recicle.htm>

Nokia – a empresa perdeu algumas posições na última edição do GEV, mas informa que mantém a política

sustentável de “Ser Verde e Limpo” com o compromisso de inovar sua tecnologia, que inclui o uso de recursos

naturais de forma mais eficientes para reduzir as emissões do GEE. Em seu site, a Nokia informa que mantém a

política de minimizar a quantidade de resíduos depositados em aterro, captação de energia a partir de resíduos e

reutilização de materiais. Mantém canal de contato com seus consumidores com os programas de coletas para

reciclagem e divulga um link voltado para “pessoas e planeta”, onde são apresentados os relatórios de

sustentabilidade. (MOREIRA, 2014, p. 11)

Assim como a Nokia, a Claro, por meio do Instituto Claro, também disponibiliza pontos de coleta para que os

consumidores possam descartar baterias e celulares. O nome desse programa é o “Claro Recicla” que tem o

propósito de conscientizar a população sobre o descarte correto do lixo eletrônico e ser mais uma alternativa para

a minimização dos resíduos eletrônicos. Em 2012 a Claro fez uma promoção, por meio do “Claro Clube”

(programa de fidelização de clientes), no qual os consumidores, ao depositarem celulares e /ou baterias

ganhariam bônus de até 200 pontos que posteriormente poderiam ser trocados por prêmios. Além disso, fazendo

uso da Educação Ambiental, o Instituto Claro disponibiliza uma cartilha sobre o perigo dos resíduos eletrônicos

e as soluções para seus problemas, buscando responder a perguntas como “O que fazer com seu celular antigo?”

Essa cartilha não está voltada apenas para celulares e baterias que foram comercializados pela Claro, mas

também orienta seus leitores e clientes sobre como descartar uma geladeira ou televisão. A cartilha completa está

disponível no site do instituto e pode ser baixada em: <https://www.institutoclaro.org.br>

A Samsung fez recentemente (nos dias 28/03 a 15/05/2016) uma promoção intitulada “UHD 4K – Troca

Consciente”, na qual o consumidor comprava uma TV Samsung modelo UHD 4K e poderia descartar sua TV

antiga sem sair de casa, pois a Samsung faria a coleta do produto. Após essa coleta ocorreria o desmonte da

antiga TV para que fosse possível reciclar alguns de seus componentes, e aquilo que não era reaproveitado seria

descartado de modo adequado. Outro detalhe é que qualquer pessoa que desejasse descartar de modo correto sua

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antiga TV (e qualquer outro produto eletrônico) pode fazê-lo mesmo sem comprar a TV Samsung modelo UHD

4K, para isso precisa entrar em contato com o CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem. Acesse:

<http://cempre.org.br/>

O processo de reciclagem dos televisores começa com a desmontagem do equipamento, seguida da separação

manual dos diferentes tipos de materiais que o compõem, tais como: plásticos, ferros, metais, alumínios, placas,

cabos elétricos e outros. Depois de separados, cada componente é enviado para empresas de reciclagem

especializadas, que são responsáveis por processar o material, de modo a tornar possível sua reutilização como

matéria-prima na cadeia produtiva de diversos produtos. Com isso, contribuímos para a preservação dos recursos

naturais, ao evitar que novos recursos sejam extraídos da natureza, além de preservar o meio ambiente, por meio

da destinação ambientalmente adequada de todos os resíduos gerados no processo de reciclagem dos televisores

usados. Para tanto, contamos com prestadores de serviço devidamente qualificados e homologados junto aos

órgãos ambientais competentes. (SAMSUNG, 2016)

Samsung – a empresa informa em seu site que pratica a responsabilidade ambiental em todas as suas operações,

integrando a gestão corporativa com o desenvolvimento sustentável, exercendo gestão da cadeia de suprimentos

e ciclo de vida dos produtos e instalações responsáveis. Porém, a página que consta o último Relatório de

Sustentabilidade não está disponível. (MOREIRA, 2014, p. 12)

E o que fazer com as embalagens (papelão, plásticos isopores) dos produtos eletrônicos como lavadoras,

purificadores de água, fogões etc.? A Whirlpool Latin America, dona das marcas Brastemp, Consul e

KitchenAid, através do programa de logística reversa Brastemp Viva! Recicla mais de 70% das embalagens de

seus produtos comercializados na Grande São Paulo e baixada santista (existe a possibilidade dela ser expandida

para outras regiões), pois procura combinar com o próprio consumidor que no momento da entrega do seu

produto, o motorista retorne com as embalagens, para que a mesma possa ser reciclada.

A coleta, que pode ser combinada com o consumidor previamente, é feita por motoristas e entregadores, no

momento da entrega do produto. Para incentivá-los a trazer de volta as embalagens, a transportadora contratada

promove treinamentos para conscientização. A meta de cada um é voltar com todas as embalagens, mas a maior

dificuldade que enfrentam é o fato de que nem sempre o consumidor que adquiriu o produto é quem o recebe.

Muitas vezes, é um funcionário do prédio, por exemplo, sem autorização para desembalar. “O desenvolvimento

sustentável é um compromisso da Whirlpool e buscamos sempre contribuir com a gestão ambiental do começo

ao fim. Com o programa de logística reversa das embalagens de venda direta, praticamos a responsabilidade

compartilhada, em que todos os atores da cadeia, desde a produção até o consumidor final, estão envolvidos no

processo. E o alto retorno de embalagens que conquistamos revela maior consciência e comprometimento de

todos com a preservação do meio ambiente”, ressalta Vanderlei Niehues, gerente-geral de Sustentabilidade,

Saúde, Segurança e Meio Ambiente e Assuntos Regulatórios da Whirlpool Latin America. (WHIRLPOOL

LATIN AMERICA, 2015)

As empresas possuem diferentes motivações para trabalharem a LR de seus equipamentos eletrônicos como

exigências da legislação, vantagens mercadológicas e ambientais. Mas independentemente de quais sejam suas

intenções, é verídico pelo que foi exposto no presente artigo, uma variedade de possibilidades que o consumidor

final, seja ele pessoa física ou jurídica, tem de descartar corretamente seus produtos eletrônicos e espera-se que

este artigo tenha contribuído com informações relevantes sobre isso, já que muitos ainda se perguntam como e

aonde devem jogar fora seus equipamentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da oportunidade de ler e analisar trabalhos acadêmicos – em especial a monografia de Silva (2011) e o

artigo de Moreira (2014) – , e as informações contidas nos endereços eletrônicos das empresas citadas, foi

possível construir este artigo, dando ênfase à Logística Reversa como uma das alternativas que contribuem para

o reaproveitamento dos resíduos eletrônicos ou em última instância, seu descarte correto, minimizando por meio

de sua atividade, os impactos negativos do lixo tecnológico no meio ambiente e na sociedade.

Das boas práticas executadas no mercado diante da problemática do lixo eletrônico, foi notório neste trabalho de

revisão bibliográfica que existem algumas soluções comuns adotadas por diferentes empresas como: manter

contato com o consumidor (seja por e-mail ou telefone) para que o cliente final pudesse se informar de como e

aonde descartar o produto que não quer mais; manter pontos físicos de coleta dos resíduos localizados de

maneira estratégica, como em redes de supermercados, por ser um ambiente de muita movimentação de pessoas;

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coletar na residência do cliente os resíduos eletrônicos; fazer promoções como o “Claro Recicla”, e a “Samsung

Troca Consciente”, onde o consumidor, ao contribuir no descarte correto da bateria, do celular ou da televisão

antiga, ganhava pontos que serviriam seja para descontos em alguma compra ou para serem trocados por

prêmios. Sendo assim, diante do que foi apresentado nesta pesquisa, fica em evidência diferentes formas de o

consumidor final dar uma destinação mais limpa e sustentável para aquilo que ele considerar como inutilizável.

Quanto às empresas, que se empenham em colaborar com a diminuição dos impactos prejudiciais ao meio

ambiente causados pelas suas atividades, em especial do acúmulo de produtos eletrônicos descartados, é preciso

parabenizá-las e desejar a continuidade de suas boas práticas adotadas bem como sua extensão, para que de fato,

possa-se alcançar o chamado desenvolvimento sustentável. Estes empreendimentos possuem papel essencial para

isso. No mais, que este artigo possa contribuir para o estado de arte da Logística Reversa e incentivar novos

trabalhos que possam ampliar o tema aqui exposto, incluindo também a verificação da continuidade ou não das

práticas supracitadas pelas empresas, já que tais ações podem-se findar, sofrer alterações e outras novas

atividades surgir.

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cidade de Paulo Afonso/Ba. 2011. (Monografia). Bacharelado em Administração. Faculdade Sete de Setembro,

FASETE. Paulo Afonso – BA.

WHIRLPOOL LATIN AMERICA. Endereço eletrônico. Disponível em:

<http://www.whirlpool.com.br/2015/09/whirlpool-investe-em-programa-de-logistica-reversa-para-reciclar-

embalagens-dos-produtos/> Acesso em: 19/02/2017.

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PRINCÍPIOS DA GESTÃO APLICADOS NO AMBIENTE ESCOLAR.

Jacques Fernandes Santos

Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável pela Universidade de Pernambuco – UPE

Vinícius Silva Santos

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe – UFS

Bruna Santana de Oliveira

Licenciada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB

RESUMO

O objeto desse trabalho é analisar os principais desafios da gestão escolar na cena contemporânea, mais

especificamente na realidade do ensino fundamental. Primeiramente, faz-se uma descrição sobre o processo de

universalização do sistema de ensino e as mudanças ocorridas na estrutura escolar, a saber, a formação de

professores, o ensino, o planejamento pedagógico e etc. Em seguida, são problematizados desafios relacionados

ao ensino, tais como e insuficiência da leitura, cálculo, escrita e interpretação como sendo graves problemas no

interstício do ensino associados à repetência, fracasso escolar, entre outros. A metodologia adotada nesse estudo

foi de cunho qualitativo, baseada em levantamento bibliográfico em livros e artigos acerca do assunto. Por fim,

para alcançar a excelência na educação, é preciso investir na formação permanente do professor, ofertar

condições efetivas de infraestrutura e capacitar toda equipe diretiva na premissa de ofertar uma educação de

qualidade.

Palavras-chave: Gestão Escolar; Desafios; Ensino Fundamental, Educação.

ABSTRACT

The object of this work is to analyze the main challenges of school management in the contemporary scene,

specifically the reality of school. First, it is a description of the process of universalization of education system

and the changes in school structure, namely, teacher training, teaching, educational planning and so on. Then are

problematized challenges related to education, such as insufficiency and reading, calculation, writing and

interpretation as in the interstitium of the serious problems associated with school failure, school failure, among

others. The methodology used in this study was a qualitative one, based on literature in books and articles on the

subject. Finally, to achieve excellence in education, we must invest in continuous training of teachers, offering

effective conditions of infrastructure and empower all staff policy on the premise of offering a quality education.

Keywords: School Management; Challenges; Elementary School Education.

INTRODUÇÃO

A Constituição determina o dever do Estado e da família em zelar pela educação de crianças e jovens. Mesmo

antes de chegarem à escola as crianças já recebem de seus pais, irmão, vizinhos e amigos informações sobre essa

nova experiência. A escola é por excelência, o espaço de garantia da aprendizagem, mas será que esta

aprendizagem está sendo adquirida na sala de aula brasileira? Crianças permanecem na escola para os pais

trabalharem e alunos adolescentes buscam firmar a identidade no convívio com os colegas. Os pais apostam na

formação dos filhos através do ensino dos educadores. Os professores ensinam conteúdos programáticos. Logo, a

aprendizagem tornou-se o grande desafio, meio a tantos desafios que perpassam o sistema educacional brasileiro.

São diversos os pensamentos, teorias, teses, congressos, fóruns, seminários, sobre Educação, escola, ensino-

aprendizagem. Em um mundo onde a informação é divulgada com extrema rapidez em diversos meios, não é

mais concebível que as escolas continuem insistindo em conteúdos densos e uma prática tradicional. Não adianta

transmitir o que a geração de outrora aprendeu. É preciso ensinar para o futuro. Aprender para o futuro inclui

aprender a pensar criativamente, aplicar o conhecimento de modo flexível em situações variadas, colaborar

efetivamente com outras pessoas, para que o mundo seja um espaço de convivência significativa dentro de uma

perspectiva transformadora.

Dessa forma, o objeto desse trabalho é analisar os principais desafios da gestão escolar na cena contemporânea,

mais especificamente na realidade do ensino fundamental. Primeiramente, faz-se uma descrição sobre o processo

de universalização do sistema de ensino e as mudanças ocorridas na estrutura escolar, a saber, a formação de

professores, o ensino, o planejamento pedagógico e etc. Em seguida, são problematizados desafios relacionados

ao ensino, tais como e insuficiência da leitura, cálculo, escrita e interpretação como sendo graves problemas no

interstício do ensino associados à repetência, fracasso escolar, entre outros.

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1 A ESCOLA COMO ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA E CONSTRUÇÃO DO SUJEITO SOCIAL

O espaço escolar tornou-se o principal meio de educação dos jovens na atualidade. Criança e jovens passam

maior parte do tempo em contato com professores e colegas do que com os próprios pais. Nesse contexto social,

a instituição escolar ganha destaque como importante espaço de aprendizagem e socialização das gerações.

Mesmo com os grandes problemas comuns a sua organização, é reconhecida como espaço de construção,

convivência e aprendizagem. Vejamos:

A Educação é um processo coletivo e permanente. Educar é lidar com pessoas que

têm diferentes níveis de conhecimento e aprendem de maneiras distintas. A Escola é

regida por políticas públicas, que deveriam ter como objetivo a realização do bem

comum para responder às demandas da sociedade. (GENTILE, 2006, p.39)

Estudos comprovam que a riqueza de uma nação depende da qualidade da instrução ofertada ao seu povo. Um

país só pode ser considerado independente e desenvolvido, se suas crianças e jovens têm acesso à educação de

qualidade. Sendo assim, no imaginário social, temos a visão de que sem uma boa educação uma sociedade não

prospera.

Entretanto, se quisermos fazer com que a escola seja parte da vida da criança, do adolescente, do jovem, é

necessário que se eduque para a vida, que se oferte um ensino com sentido voltado para o presente rumo ao

futuro. É preciso trabalhar com professores competentes e valorizados; com uma família presente e participativa,

com profissionais da assistência social e da saúde, e com um governo comprometido com o desenvolvimento da

educação do seu povo.

Nas últimas décadas, o acesso à Educação cresceu, resultado da universalização do ensino, porém a qualidade da

oferta não vem seguindo os mesmos patamares. Por exemplo, os resultados do Inaf (Indicador do Analfabetismo

Funcional) indicam dados alarmantes sobre as atuais políticas públicas para educação, bem como os índices e

incipiência na qualidade em todas as modalidades de ensino. Antigamente, metade da população fracassava na

Escola porque ela não era para todos.

Escola nos anos de ouro era pública, gratuita, de qualidade, mas apenas para os

filhos da elite, os fazendeiros, os coronéis. Se não fossem de classe média ou alta, as

crianças eram tratadas como não-ensináveis. (Weiz, 2012, p.36).

Hoje a realidade não é tão diferente, apesar das mudanças ocorridas no panorama social, novas nomenclaturas,

portarias a cumprir, os alunos ainda são vistos como desinteressados. Existem alunos que não leem, mas

escrevem com fluência, outros que mantêm baixo rendimento e têm um histórico de repetências. Adolescentes

criativos, mas que tiram notas baixas ou que não querem produzir. E há aqueles sem limites, sem perspectivas.

Não se pode esquecer ainda das regiões mais carentes, sobre tudo na zona rural, a principal causa do não

comparecimento à escola é a pouca importância que as famílias dão à educação.

É uma questão de falta de informação, comodismo, pais que não valorizam o ensino nem apoiam os filhos. Já

nas grandes cidades, a realidade que as crianças mais pobres vivem (condições mais duras, violência doméstica,

trabalho infantil, drogas, prostituição, desemprego) faz com que elas prefiram fugir, morar embaixo de viadutos.

Se o contexto social não colabora, a escola deve proporcionar as oportunidades necessárias para reverter esse

panorama. Não é mais admissível culpar o aluno pelos fracassos históricos acumulados.

Sendo assim, as escolas vêm historicamente assumindo diferentes funções e formas de organizações, tanto em

termos físicos quanto curriculares, porque são distintas e influenciadas pela cultura e costumes de cada região e

assim exercem funções sociais que se adéquam ao seu contexto cultural, histórico e organizacional. Nem sempre

a função social da escola foi clara, isso porque essa instituição tem mais de uma função, além de formar para o

trabalho tem que humanizar e formar cidadãos que poderão procurar seus direitos, conhecer e cumprir seus

deveres. Isso causa incompreensões na sua forma de organização, exigindo dos sujeitos da prática educativa

reflexões sobre real função da escola.

Dermival Saviani (2000) destaca as teorias da educação, concedendo à escola a função de promover o homem, e

nesse panorama, propõe melhorias profundas na formação do educador e no ensino do educando. Para Libâneo

(1996), a escola atende a interesses sociais com objetivos antagônicos, preocupando-se em formar o educando

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para o mercado capitalista e diminuindo situações que favoreçam o aprendizado. Gómes (1998) vê na escola um

espaço que pode quebrar a função reprodutivista através da priorização da função educativa, ou seja, acredita que

a escola pode ser um espaço de transformação por meio da socialização. Portanto, a escola pode propor e

incentivar a interação entre as diversas ciências, derrubando as barreiras existentes na educação através da

modificação das práticas pedagógicas reprodutoras, estimulando de forma global a construção do conhecimento

do educando.

2 GESTÃO ESCOLAR E SUA RELAÇÃO COM A AVALIAÇÃO E DESEMPENHO DO ALUNO

De acordo com Luck (2000) a gestão escolar pode ser entendida como sendo uma dimensão, um enfoque de

atuação, um meio e não um fim em si mesmo, uma vez que o objetivo final da gestão é a aprendizagem efetiva e

significativa dos alunos, onde o foco de aprendizagem está em realizar um trabalho que permite uma melhoria da

qualidade de ensino através da participação de todos.

Já para Menezes & Santos (2002) a gestão escolar é como uma expressão relacionada à atuação cujo objetivo é

promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias

para garantir o avanço dos processos sociais educacionais dos estabelecimentos de ensino orientados para a

promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos. Nesta linha de pensamento Boa Ventura (1996) defini a gestão

escolar como um pressuposto a gestão democrática, ou seja, a participação efetiva de todos que estejam

envolvidos direta ou indiretamente no cotidiano escolar seja ele professor, diretores coordenadores ou a

comunidade em volta da escola que se dá o processo de afirmação da democratização da educação. De acordo

com Luck:

Gestão escolar é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as

diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto

político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os

métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo

(...) constitui uma dimensão e um enfoque de atuação em educação, que objetiva

promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições

materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos

socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção

efetiva da aprendizagem dos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar

adequadamente os desafios da sociedade complexa, globalizada e da economia

centrada no conhecimento. Por efetividade entende-se, pois, a realização de

objetivos avançados, em acordo com as novas necessidades de transformação

socioeconômico-cultural, mediante a dinamização do talento humano,

sinergicamente organizado (2009 p 24).

Ainda segundo o autor;

(...) à gestão escolar estabelecer o direcionamento e a mobilização capazes de

sustentar e dinamizar a cultura das escolas, para realizar ações conjuntas, associadas

e articuladas, sem as quais todos os esforços e gastos são despendidos sem muito

resultado, o que, no entanto, tem acontecido na educação brasileira, uma vez que se

tem adotado, até recentemente, a prática de buscar soluções tópicas, localizadas,

quando, de fato, os problemas são globais e inter-relacionados. [ela] constitui uma

dimensão importantíssima da educação, uma vez que, por meio dela, se observa a

escola e os problemas educacionais globalmente e se busca, pela visão estratégica e

as ações interligadas, abranger, tal como uma rede, os problemas que, de fato,

funcionam e se mantêm em rede (LÜCK 2009, p. 24).

No ponto de vista de Oliveira (2007) a gestão escolar deve ser vista como uma participação democrática,

abordando aspectos políticos e pedagógicos, uma vez que a função social da escola é de socializar, de fornecer a

melhor informação e método possível para o processo de aprendizagem do aluno. Já de acordo com Conceição et

al. (2006, p. 1), a gestão escolar passou a ser entendida por alguns críticos como uma gestão democrática a qual

se define como “a participação consciente do coletivo escolar em busca de uma identidade para a instituição

educativa que responda aos anseios da comunidade.

O conceito de gestão democrática aparece, aqui, para dar ênfase à descentralização que a gestão escolar faz

acontecer na escola. Trazendo para o seu convívio todas as comunidades, participes do processo de educação.

Deste modo, o conceito de gestão democrática para a Secretaria de Educação Básica, envolve a garantia de

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mecanismos e condições para que espaços de participação, partilhamento e descentralização do poder ocorram.

(BRASIL, 2004, p. 20). Nesse caso, as práticas emancipadoras, enquanto processo voltado para a formação

humana constitui-se a partir da concepção do aluno como sujeito do processo.

(...) a articulação entre os diversos segmentos que compõem a escola e a criação de

espaços e mecanismos de participação são fundamentais para o exercício do

aprendizado democrático que possibilite a formação de indivíduos críticos, criativos

e participativos. (BRASIL, 2004, p. 32)

Este processo de democratização da escola garante espaços para que todos os segmentos da comunidade possam

participar do processo de ensino-aprendizagem, partindo deste pressuposto observa-se que na sociedade atual, a

democratização da gestão da escola é uma necessidade decorrente da própria evolução da sociedade, podendo ser

constatado também no caso das escolas situadas no município estudado.

Meio as transformações, tanto nos processos de produção de conhecimento, como na acessibilidade a novas

fontes de tecnologia e informação ocorridas através da modernização, surgem também uma nova forma de ver e

fazer a educação através da gestão escolar, possibilitando à escola, comunidade e sujeitos sociais novos

conceitos e formas de organização das práticas pedagógicas, estando incluso aí, o processo de ensino-

aprendizagem.

De algum modo, as escolas são convidadas a buscar em novos mecanismos sociais e educacionais, permitindo

rever métodos de ensino, priorizando conteúdos que permita o aluno interação entre escola e sociedade,

buscando informações que possam complementar a sua formação.

De acordo com Cabral Neto (2009) nas últimas décadas o Brasil colocou na agenda da política educacional a

necessidade de modernizar a gestão educacional em todas as instâncias, abarcando os níveis macro,

intermediário e micro do sistema de ensino. Desse modo, a gestão passou a ser considerada uma importante

estratégia para garantir o sucesso escolar e garantia de qualidade do ensino e da aprendizagem, e, que por

consequência, melhores resultados de acordo com as avaliações da educação nacional.

Seguindo esta ideia Geraldi (1996), relata implicações para o modo de compreender o aprendizado e desenvolver

estratégias no processo de aprendizagem, antes pensado como processo natural e espontâneo ou com base em

outra perspectiva, resultante de treinamento e associações mecânicas, passa a ser compreendido como processo

resultante de interações entre sujeitos e os contextos sociais.

Ao pensar e estudar os possíveis caminhos para a melhoria da educação, frequentemente, nos deparamos com a

necessidade de pensar também nas condições como os professores, alunos e gestores lidam com os mecanismos

que movimentam a organização escolar. Nesse sentido, é recorrente nos meios escolares e nos dispositivos legais

a defesa de uma maneira de trabalhar que contemple os princípios democráticos, pautada no ideal coletivo de

responsabilidade em relação ao desenvolvimento da escola, ajudando a superar os obstáculos e fazendo do

dirigente o responsável por mediar à equipe, e não apenas aquele que concentra poderes de responsabilidade e

decisão sobre a instituição.

Assim sendo, a democratização do ensino faz surgir novas formas de penar a escola, emergindo dos alunos um

novo desempenho escolar. Hoje, passa-se a cobrar mais dos alunos, isto porque, as consequências do seu

desempenho passam também a ser monitoradas. Antes da democratização da educação não havia tanta

preocupação com o desempenho, seja ele considerado fraco ou médio, já que poderia se tentar recuperar o aluno

em anos seguintes, hoje fica evidente que o baixo desempenho passou a ser um problema para todos, desde o

aluno até a comunidade onde o aluno está inserido.

Assim ao democratizar a educação tornou-se necessário pensar novos mecanismos para observar, acompanhar o

desempenho dos alunos e das escolas públicas no Brasil. Isso fica evidente quando surge a necessidade de adotar

uma avaliação como eixo de suas políticas educacionais, por meio de instrumentos de avaliação para a educação

básica (SAEB, ENEM, IDEB, PROVA BRASIL). (CONAE, 2009)

A função da avaliação é, na verdade, fazer um levantamento e prover informações de como se dá a educação ao

mesmo tempo em que propicia condições de os resultados ser vistos como forma de detectar e solucionar os

problemas, com vistas na articulação para melhorar o desempenho escolar através, por exemplo, de buscar

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articulação do currículo a ser ensinado nas escolas, a melhor maneira de desenvolver habilidades e competências

desses indivíduos.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº9394, de 20 de dezembro de 1996 é bastante clara em seu

artigo 9º inciso VI:

Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino

fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino,

objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino.

(BRASIL, 1996 s/p).

Segundo Freitas (2007, p. 102-103), o governo federal vem promovendo várias iniciativas de consolidar a

regulação educacional. Em 1996, além da criação da LDBEN 9394/96, também promoveu a reforma do

Ministério da Educação (MEC) e criou através do Decreto nº 1.917, de 27 de maio de 1996 a Secretaria de

Desenvolvimento, Inovação e Avaliação Educacional (SEDIAE) que incorporou a Serviço de Estatística da

Educação e Cultura (SEEC) com a seguinte competência:

I. Planejar, orientar e coordenar o desenvolvimento de sistemas de avaliação

educacional, visado ao estabelecimento de parâmetros e indicadores de desempenho

nas atividades de ensino do País;

II. Subsidiar a formulação de políticas e o monitoramento do sistema de ensino,

com os dados gerados pelos sistemas de estatísticas e informações educacionais;

III. Realizar diagnósticos baseados em pesquisas, avaliações e estatísticas

educacionais, objetivando a proposição de ações para a melhoria do sistema

educacional;

IV. Articular-se com instituições nacionais estrangeiras e internacionais,

mediante ações de cooperação institucional, técnica e financeira, bilateral e

multilateral. (BRASIL, 1996, artigo 22)

A avaliação educacional e a avaliação escolar têm se mostrado como instrumento relevante quando se quer

elencar melhores condições de ensino pautadas em ações efetivas que possibilitem alteração no panorama atual

das escolas. Em suma, pode-se afirmar categoricamente que uma boa gestão escolar traz melhorias nas condições

de ensino assegurando uma melhoria na avaliação da escola pelo MEC

Nos dias atuais, quando fala-se em educação, a palavra chave é mudança. Não adianta melhorar a situação aqui,

contornar os problemas ali, mas promover uma mudança estrutural em todo o sistema, tendo como foco

prioritário, a valorização da carreira docente e o aprendizado dos alunos. Segundo Garcia (2011):

Nossos governantes parecem estar mais preocupados em manter intocáveis os

orçamentos e organogramas da secretaria das escolas, em vez de traçar planos

objetivos e eficientes para reorganizar as contas e o uso do tempo pedagógico. (p.21)

Capacitações, melhoria na infraestrutura compra de computadores, aumento de salário dos professores não

resolvem sozinhos as demandas educacionais. São apenas investimentos sem o devido planejamento. A

formação escolar é essencial para conduzir nossa vida pessoal, familiar, social e profissional pelos

conhecimentos resultantes do aprendizado. Como nosso aluno poderá se transformar em um sujeito crítico,

reflexivo, leitor, capaz de atuar na sociedade? Continuaremos com o método classificatório, ou seria interessante,

voltar o olhar para os saberes adquiridos, as habilidades, as deficiências dos alunos, reproduzindo um dos velhos

problemas na educação brasileira, o fracasso escolar e a repetência. Sobre isso, vejamos o que nos diz Civita

(2012):

Muitas vezes, o fracasso escolar é atribuído a problemas emocionais ou psicológicos

dos alunos. Porém a principal causa dele são condições inadequadas de

aprendizagem em sala, conforme RUFINI (2011, p.43). Mas para MENEZES

(2011), Qual seria nosso resultado médio nos exames gerais se quem se submetesse

às provas fossem os professores, coordenadores e dirigentes da nossa educação. (p.

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Professores, diretores e dirigentes políticos precisam dar satisfações à sociedade sobre porque os alunos não

estão aprendendo, ou porque os índices educacionais ainda permanecem abaixo do esperado. Toda essa

discussão perpassa pela gestão escolar em seus diferentes níveis de responsabilidade, secretária, direção,

professores, pais e etc.

Segundo um questionário realizado pela Unesco para compor um “ Perfil do Professor Brasileiro” : 63% dos

docentes têm outros membros da família na profissão; 81% concordam que são muito importantes para a

sociedade; 78% dizem ter orgulho de ser professor(a); 57% trabalham apenas em uma escola; 28% lecionam

quarenta horas por semana, 63% estão satisfeitos com a profissão, só 10% dizem querer abandonar a carreira.

Essa satisfação é curiosa porque os professores estão falhando na sua tarefa mais simples, que é

transmitir conhecimentos e desenvolver capacidades cognitivas de seus alunos: 32% dizem

meus alunos aprendem de fato. Dois terços dos professores admitem que só conseguem

desenvolver 40 e 80% dos conteúdos previstos no ano. Somente 34% dos professores

acreditam que sua formação está adequada à realidade do aluno. O que significa esse

insucesso? IOSCHE (2011, p. 33)

Todavia, a profissão de educador traz consigo uma grande responsabilidade, pois tem o poder de transformar a

sociedade. Dentro da escola, a criança precisa receber um bom ensino, ser acolhida, respeitada em suas

limitações e estimulada nas habilidades. O envolvimento não só dos gestores federais, técnicos especialistas, mas

também dos governos estaduais e municipais, professores, diretores, funcionários, consultores, sociedade

organizada, pais e dos estudantes e imprescindível para que as mudanças aconteçam. O professor não pode ser

responsabilizado sozinho pelos casos de fracasso escolar; alguns acabam desistindo diante dos constantes

desafios que a missão impõe.

Como superar as dificuldades existentes (baixo rendimento, repetência, evasão, analfabetismo, exclusão,

formação incompleta do docente, práticas pedagógicas tradicionais, infraestrutura precária, desmotivação do

aluno/professor, condições inadequadas de trabalho, falta de acompanhamento familiar, permuta constante dos

docentes, indisciplina, inabilidade do professor, aulas perdidas, faltas abonadas resistência ao novo, falta de

limites dos alunos, uso ineficiente do tempo escolar, falta de autonomia, currículo e prática desassociados da

realidade social e cultural dos alunos, avaliações seletivas, salários defasados, desvios de verbas, excesso de

burocracia, políticas públicas ineficientes distorções idade/série, estratégias de ensino inadequadas) no sistema

educacional, nas salas de aula de tantas escolas pelo Brasil a fora? De que forma o aluno atingirá êxito em sua

formação acadêmica, tomando como ponto de partida as condições insuficientes.

É necessário investir corretamente na Educação Básica de nosso país, preencher as lacunas do currículo,

capacitar o docente afim d que o nosso aluno não seja produto do ensino de má qualidade, para que não se

transforme em um cidadão incompleto, um profissional fragilizado e incompetente. A vida e o mercado de

trabalho querem mais do que mediocridade.

É preciso que a escola se pergunte todos os dias se o que está ensinando está sendo

aprendido e se pode se relevante para a vida do aluno no presente e no futuro.

Assim, se o objetivo é educar todos os alunos para que alcancem seu potencial, as

escolas precisam buscar um modelo centrado no estudante, criar um ambiente

agradável em que todos os alunos consigam avançar. Então, as questões é definir o

que ensinar na sociedade do conhecimento e estabelecer quais são as aprendizagens

imprescindíveis, das quais ninguém devia ser excluído” (MELLO, 2004, p.26).

Melhorar a qualidade do ensino é o desafio crucial. Os últimos resultados do programa Internacional de

Avaliação (PISA) mostram que o desempenho dos alunos brasileiros não foi suficiente para nos tirar do vexame

na pontuação baixa. Por isso, é essencial capacitar o docente, priorizar a sua formação, valorizando o seu

trabalho. É preciso ouvir o docente com seus sonhos e anseios, pois ele é o responsável direto por executar na

prática as decisões dos políticos. Muitos professores têm dificuldade de passar o discurso pedagógico do papel

para a prática. Outros reconhecem não estão preparados para a realidade de sala de aula. Todos os anos há

mudança no quadro docente das escolas, ficando difícil organizar e implantar um projeto em conjunto que, seja

inovador e contextualizado. O professor ao ser removido quebra o vínculo; atônito, não se sente nem pertencente

à escola, nem à comunidade, nem ao sistema.

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Um trabalho docente requer estudo, planejamento, foco na aprendizagem, procedimentos cuidadosos, respeito às

diferenças, atividades desafiadoras, avaliações contínuas, garantia de infraestrutura e apoio pedagógico a fim de

que se atinjam as metas do trabalho proposto.

Sabe-se que o Ensino Fundamental regular (1º ao 9º ano) terá duração mínima de 800 (oitocentas) horas,

distribuídas por um mínimo de 200(duzentos) dias letivos com 4(quatro) horas de trabalho efetivo em sala de

aula. O Ensino Fundamental tem por objetivo, como consta na Lei de Diretrizes e Base (LDB) art. 32: a

formação básica do cidadão mediante:

I. O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura,

da escrita e do cálculo;

II. A compreensão do ambiente natural e social do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores

em que fundamenta a sociedade;

III. O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimento e

habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV. O fortalecimento dos vínculos de famílias, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca

em que se assenta a vida social.

Os Currículos são formados pela Base Nacional Comum, complementada pela parte diversificada, em sintonia

com o Projeto Didático- Pedagógico, observando preservar as características regionais e locais da sociedade, da

cultura, da economia, dos valores dos alunos, de forma contextualizada, flexível e progressista.

Os currículos do Curso estão organizados com a seleção dos conteúdos, objetivos e recomendações elaboradas

pelos docentes com a finalidade de formar um cidadão integrado, participativo, reflexivo, crítico, autônomo,

livre de preconceitos, construtor de sua realidade com atividades produtivas. Os conteúdos Curriculares da

Educação Básica observarão as seguintes diretrizes:

I. A difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres do cidadão, do respeito ao

bem comum e à ordem democrática;

II. Orientação para o trabalho;

III. Promoção do disposto educacional e apoio às práticas não formais.

O Ensino Fundamental Regular (1º ao 9º ano) é obrigatório, gratuito, presencial e contextualizado, apresentando

as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Arte, Língua estrangeira Moderna (Inglês), História, Geografia,

Ensino religioso, Matemática, Ciências e Educação Física.

Nesse contexto, um grupo de empresários e líderes políticos, preocupados com a real situação da Educação

Brasileira, lançaram o compromisso Todos Pela Educação, com cinco metas a serem atingidas até sete de

setembro de 2022, o ano do bicentenário da Independência. Há muito que ser atingido, modificado, trabalhado,

porque está mais que evidente que um país só pode ser considerado independente, se crianças e jovens usufruem

uma educação plena, equitativa, libertadora, transformadora como lembra nos lembra Paulo Freire.

Nesse sentido, o “Todos Pela Educação” é um movimento social que tem como objetivo ajudar o Brasil a

garantir Educação de qualidade para todas as crianças e jovens, porém, não se muda a educação estabelecendo

apenas metas, mas a partir de instituições, pessoas e serviços e não adianta mais ficar só atribuindo culpas para o

professorado desqualificado ou na família e etc.

Conforme Sllva (2011) o governo precisa ajudar a escola na responsabilidade de ensinar bem, sendo provedor de

políticas públicas, da infraestrutura e das condições gerais para que a aprendizagem ocorra verdadeiramente.

Portanto, não é suficiente aprovar o Plano Nacional de Educação (PNE) se as condições de trabalho ofertadas ao

professor não condizem com a realidade do alunado. Enquanto não houver responsabilidade e desejo por

mudanças consistentes, efetivas, as reformas continuarão burocráticas, fantasiosas e distantes daquilo que

realmente precisamos, quer seja no ensino fundamental ou em qualquer outra modalidade de ensino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É preciso priorizar a Educação para que o país avance. É fundamental empregar e fiscalizar as ações e os

recursos destinados à Educação. Os professores precisam de qualificação, tanto na área pedagógica, como nos

campos específicos do conhecimento. Garantir a formação inicial e continuada e investir nela para que

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finalmente, eles se sintam seguros e plenos, capazes de ajudar o aluno a avançar. É preciso continuar estudando,

discutir e trocar ideias com colegas, pedir orientações, aprender sobre novas práticas (contextualização,

interdisciplinaridade, avaliação, tecnologia), atualizar conhecimentos, ver os novos procedimentos das didáticas

específicas. Acima de tudo, planejar a prática para tornar a aula mais interessante e produtiva.

Sendo, assim, fazer a transposição didática dos conteúdos que serão ensinados em sala de aula, transformando-os

em conhecimentos significativos através da prática contextualizada e dinâmica. Adquirir competências para

ensinar a todos, em clima de acolhimento e confiança, com amor e bom humor. Utilizar metodologias interativas

que auxiliem o estudante no processo de ensino-aprendizagem. Mesmo com deficiências, o Sistema Escolar

Brasileiro têm condições necessárias para proporcionar as experiências educacionais e culturais que os alunos

necessitam, fortalecendo assim, a formação básica.

Portanto, coexiste a preocupação da realização da educação capaz de exprimir aos alunos e a organização escolar

a premissa de desenvolver as capacidades de ensino-aprendizagem, socialização, participação e construção

coletiva da escola contemporânea. Por fim, pensar numa escola pública de qualidade, pressupõe em primeiro

lugar, realizar mudanças na estrutura política, vislumbrar a educação de qualidade como sendo o ponto de

partida, dentre outros, para uma profunda mudança social. Em segundo lugar, convida a todos os envolvidos

direta ou indiretamente com a gestão da educação, sejam políticos, profissionais de educação, pais e interessados

a olharem com responsabilidade para a realidade educacional, os problemas e desafios que se multiplicam num

panorama social complexo que sugere com urgência uma postura efetiva de mudança na educação.

REFERÊNCIAS

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CRESCIMENTO DE EMPRESAS COM O USO DO BUSINESS INTELLIGENCE.

João Pedro Lima da Silva

Jonathan Kelvin dos Santos Ferreira

Graduandos do Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da Faculdade Sete de Setembro - FASETE

Denise Xavier Fortes

Mestrando em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Sergipe- UFS

RESUMO

Com o avanço tecnológico cada vez mais constante, as empresas buscam se modernizar para que consigam se

manter no mercado, tendo que trabalhar de maneira rápida, eficaz e lucrativa. Deste modo, aplicação do Business

Intelligence (BI) no ramo empresarial está em constante crescimento, que ajuda na tomada de decisões corretas

através da coleta de dados, garantindo a precisão nas informações. Para este estudo torna-se satisfatório, foi

realizada uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso com a implantação do Business Intelligence numa

empresa localizada na cidade de Paulo Afonso-BA. O objetivo deste artigo é evidenciar que o BI pode ser uma

solução para as empresas que estão indo à falência devido à crise econômica, além de mostrar que as

problemáticas de uma determinada empresa e o seu insucesso no mercado podem ser solucionadas através do

uso desse recurso tecnológico, principalmente no ramo comercial. Os resultados referentes ao estudo de caso

comprovam que a empresa conseguiu os objetivos propostos pelo BI, porém, é necessário um prazo maior de

tempo para que possa obter maiores benefícios e total rendimento na implantação desse recurso tecnológico na

empresa, assim trazendo satisfação ao cliente.

Palavras-chaves: Tecnologia; Business Intelligence; Tomada de decisões; Empresas; Crescimento.

ABSTRACT

With technological progress increasingly constant, companies seek to modernize so they can stay in the market,

working quickly and effectively. In this way, Business Intelligence (BI) application in the business sector is

constantly growing, which helps in making the right decisions through the data collection, guaranteeing the

accuracy in the information. For this study to become satisfactory, it was made a bibliographic research and a

case study with the implementation of Business Intelligence in a company located in the city of Paulo Afonso-

BA. The objective of this article is to highlight that BI can be a solution for companies that are going bankrupt

due to the economic crisis, besides showing that the problems of a certain company and its failure in the market

can be solved through the use of this resource Technology, mainly in the commercial field. The results of the

case study prove that the company has achieved the objectives proposed by BI, but it takes a longer period of

time before it can obtain greater benefits in the deployment of this technological resource in the company.

Key-words: Technology; Business Intelligence; Decision-making; Business; Growth.

INTRODUÇÃO

Com o crescimento contínuo da tecnologia a coleta de dados pode ser obtida de várias formas, por isso, é crucial

obter uma informação de qualidade para uma tomada de decisão dentro de uma empresa. É cada vez mais visível

a quantidade de empresas que não conseguem manter-se no mercado devido à crise econômica, no entanto, esse

devaneio não deve ser visto de forma que justifique a falência ou o insucesso, é na crise que surge a

oportunidade de se tornar grande e com isso em mente vê-se a aplicação do BI como uma fonte do sucesso e

crescimento do negócio empresarial, que não é exclusivamente usada apenas por grandes empresas, o BI se

adequa a quem usa.

Pequenas e médias empresas que usam o BI na sua gestão têm em mãos uma poderosa arma e quanto mais

recursos tiver torna-se mais fácil para resolver os problemas do dia-a-dia, contribuir com situações difíceis,

ajudar a manter o equilíbrio do orçamento da empresa ou até mesmo alavancar patamar da mesma através do

arranque que o BI proporciona, sendo por vendas e também pela otimização dos custos, ou seja, quanto mais

tecnologia estiver ao seu dispor melhor será a sua administração, correndo menos risco de a empresa venha a ter

insucesso no mercado. Essas são umas das várias vantagens que o uso da inteligência empresarial proporciona a

uma empresa.

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Este estudo também objetiva entender e comprovar a eficácia das soluções que o Business Intelligence pode

agregar ao negócio, ajudando a empresa a se manter no mercado, com um alto índice de rendimento e

competitividade

O presente artigo classifica-se, quanto aos meios, documental, bibliográfico e estudo de caso. Este estudo está

embasado em SANTOS, Marcos Y. e RAMOS, Igor, KOTLER, P. e ARMSTRONG, G. (2007), PIEDADE,

Maria B. de G. (2011). Diante disto, foi realizada uma análise de uma pequena empresa comercial localizada no

centro de Paulo Afonso-BA, a fim de mostrar os avanços da mesma, decorrente à aplicação do BI.

1 BUSINESS INTELLIGENCE

O termo “BI” é uma sigla que se refere a duas palavras “Business Intelligence”, podendo ser traduzido para o

português como “Inteligência dos Negócios”. Business Intelligence possui inúmeros conceitos e definições,

resumidamente, BI faz a coleta e o uso dos dados de uma determinada empresa, analisa, realiza uma tomada de

decisão com base nesses dados transformando-as em informações precisas e importantes, para que se possa

perceber o que está dando certo ou não no negócio, satisfazendo cada vez mais os clientes e cliente satisfeito é

sinônimo de mais vendas, quanto mais vendas, maior será o lucro final, aumentando rendimento. De forma mais

detalhada pode-se conceituar o termo assim como Angeloni e Reis (2006, p. 3) que relatam:

O conceito de Business Intelligence com o entendimento de que é Inteligência de Negócios ou Inteligência

Empresarial compõe-se de um conjunto de metodologias de gestão implementadas através de ferramentas de

software, cuja função é proporcionar ganhos nos processos decisórios gerenciais e da alta administração nas

organizações, baseada na capacidade analítica das ferramentas que integram em um só lugar todas as

informações necessárias ao processo decisório. Reforça-se que o objetivo do Business Intelligence é transformar

dados em conhecimento, que suporta o processo decisório com o objetivo de gerar vantagens competitivas.

Segundo Piedade (2011), os sistemas BI estão ligados ao gerenciamento da organização, ajudando o gestor a

monitorar e controlar o desempenho da empresa dentro de suas metas, fornecendo informações sobre diversos

indicadores do desempenho atual e do desejado. No nível estratégico as ferramentas de BI mostram como a

organização está se comportando com uma decisão e ainda obter informações sobre as novas tendências de

negócio. Em nível operacional, os sistemas de BI fornecem informações que permitem conseguir respostas a

diversas questões relacionadas com a atividade diária da empresa, do negócio ou dos clientes.

Como já mencionado neste artigo, as empresas estão cada dia mais competitivas e aquelas que não possuem uma

maior coleta de informações necessárias para tomada de decisões, são passadas para trás deixando de atingir o

sucesso.

2 FERRAMENTAS E TECNOLOGIAS

A Gestão do Relacionamento com o Cliente visa analisar cada cliente que a corporação possui e gerenciar o

contato direto. Neste quesito, o marketing identifica as necessidades e desejos de cada cliente, buscando alcançar

a fidelização e, com isso, o cliente se torna o centro das estratégias. (KOTLER; ARMSTRONG, 2007)

CRM (Customer Relationship Management)

O principal objetivo do CRM que em português significa “Gestão de relacionamento com o cliente”, é gerenciar

os clientes e mudar a visão de clientela para parceria com a organização, o qual, os dois lados ganharão com

futuros empreendimentos.

Partindo deste pressuposto, o CRM é uma importante ferramenta que irá alimentar o BI com informações

importantíssimas sobre os clientes sendo possível a criação de estratégias e produtos personalizados para cada

grupo criado pelo CRM, gerando uma vantagem competitiva. (NEWEL,2000)

ERP (Enterprise Resource Planning)

Os sistemas ERP é a evolução de sistemas de gestão das necessidades de materiais, MRP – Material

Requirement Planning, que necessariamente calculava a necessidade de compra de matérias primas e produção

de componente a partir de previsão de vendas e de uma situação de estoque. (ZANCUL,2000)

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Os sistemas MRP têm importante contribuição para o planejamento das empresas, contudo, quem vive no chão

de fábrica percebe que apenas calcular a viabilidade da produção não é o suficiente para garantir que os prazos

não serão ultrapassados. É necessário também colocar na conta os recursos humanos e equipamentos, o que nem

sempre é levado em consideração. (CORREA et.al, 1997)

Partindo dessa premissa, ao observar que fatores importantes estavam ficando de fora, os sistemas MRP foram

atualizados e incorporaram novas funções abrangendo outros setores da organização, aumentando sua eficácia de

prever o tempo gasto da produção com base em todas as áreas da empresa.

Nessa evolução os MRP passaram a se denominar MRP-II, sendo chamados de Manufacturing Resources

Planning, ou, para tradução livre, de Planejamento de Recursos de Manufatura. (SLACK et.al., 198)

Data Warehouse (DW)

O Data Warehouse, também conhecido popularmente como banco de dados, é usado em grande escala para

elaboração de estratégias com as informações guardadas ao longo da historia da empresa, tem papel fundamental

no ambiente BI, já que é dessa base que os dados serão filtrados e agrupados para que os gestores tenham acesso.

Data Mining (DM)

O Data Mining é um processo que se utiliza de diversos algoritmos que processam os dados e encontram padrões

válidos e valiosos para a organização. Porém, necessita da interação com analistas humanos, que são os

responsáveis para a criação desses padrões. Além do mais, o direcionamento e exploração destes dados é uma

tarefa primordial confiada aos analistas humanos. (NAVEGA, 2002).

3 IMPLANTAÇÃO DO BUSINESS INTELLIGENCE EM UMA EMPRESA

A organização onde foi elaborado o estudo de caso em uma empresa localizada no Centro da cidade de Paulo

Afonso no estado da Bahia, é um empreendimento que atende a uma demanda de público de classe média-alta

em sua sede e classe média em suas filiais, comercializa diversos produtos, possuindo um status de empresa

normal (NO), mas desde do início, a direção da empresa se preocupou em utilizar conceitos de administração,

ou seja, evitar tomar decisões baseadas apenas na intuição do proprietário, esse caráter dinâmico de gestão

reforça a estratégia utilizada na empresa. Com a implantação do Business Intelligence procurou melhorar a

gestão organizacional, tendo em vista que a empresa realizava apenas anotações no papel, como também, na

gestão estratégica, buscando uma tomada de decisão vantajosa com relação ao aumento do faturamento.

Visando planejar uma melhoria nos setores estratégicos e organizacional da empresa, a diretoria almejava um

software de apoio à decisão. O banco de dados MySQL foi escolhido por possuir informações rápidas e

confiáveis. Portanto, a empresa analisada poderia ter acesso a informações que fossem ao encontro às estratégias

da mesma.

O diferencial na implantação do BI foi a integração do ERP e CRM consolidando as informações do banco de

dados empresarial. Após ter sido realizada a busca de dados para que se pudesse obter todas as informações

necessárias, objetivando uma tomada de decisão eficaz, as quais, foram armazenadas em um Data Warehouse.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo de caso permitiu à empresa alcançar os objetivos propostos pelo BI, assim como, outros que não

estavam postos em vigor, na área estratégica e funcional da empresa. Dentre eles pode-se citar:

Monitoramento das decisões tomadas;

Melhor atendimento ao cliente;

Previsão de problemas;

Agilidade de resolução de problemas;

Controle das ações.

Uma das problemáticas para maior obtenção de benefícios da introdução do BI na empresa foi a análise em curto

prazo. Observa-se que com o passar do tempo e a estabilidade do recurso tecnológico utilizado, a empresa pode

alcançar outros objetivos, já constatados em outras análises, tais como:

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Respostas rápidas às alterações do mercado;

Maior receita;

Redução dos custos;

O poder de análise do porquê e o efeito entre os indicadores;

Redução no prazo para a disponibilização das informações;

Obtenção de informações estratégicas.

Ao analisar a implantação do Business Intelligence independentemente de qualquer empresa é necessário se

questionar por várias questões, para submeter a possíveis decisões, por exemplo:

A estimação do custo financeiro para esta iniciativa;

Identificar as propostas de curto a longo prazo do BI;

Estabelecer um programa com informações definidas por parâmetros;

Clareza nas informações;

Além disto, é necessário o monitoramento e ajustamento do sistema com o intuito de proporcionar os benefícios

do Business Intelligence, para que o mesmo possa manter-se com eficácia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o avanço tecnológico se faz necessário às empresas se adequarem rapidamente as mudanças que o mercado

sofre, assim, prevenindo-se de prejuízos sem o aumento de custos. Ao permitir que uma empresa usufrua desses

ativos tecnológicos que estão dispostos ao ramo de negócios para obtenção de informações e assim poder tomar

uma decisão na realidade dessa empresa são meios que contribuem para o aumento de lucro.

A tomada de decisão para a implantação do Business Intelligence (BI) em uma empresa é uma postura de quem

quer ter um planejamento dos possíveis rumos que a empresa está seguindo.

Através dessa pesquisa, conclui-se a importância da ferramenta Business Intelligence (BI), que incorporada com

eficácia pode identificar os impactos que uma decisão errada acarretará em uma empresa, fazendo um

planejamento das decisões corretas para o sucesso da mesma.

REFERÊNCIAS

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PROCESSO DE MODELAGEM E VALIDAÇÃO ESTRATÉGICA ORGANIZACIONAL BASEADA

EM REDES DE PETRI

Bruno Gleidson dos Santos

Bacharel em Sistemas de Informação pela Faculdade Sete de Setembro – FASETE

Paulo Romero Martins Maciel

Pós-Doutorando em Ciências Exatas e da Terra pela Duke University – DUKE

Ronierison de Souza Maciel

Mestrando em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

RESUMO

Toda empresa tem a necessidade de uma estratégia, não importa o seu porte, pois é o único meio de sobreviver e

se diferenciar dos seus concorrentes. A estratégia é a forma de orientação para que as organizações possam

buscar novas oportunidades de negócio. Objetivos somente funcionam quando existem estratégias bem

elaboradas, para que se tenha uma visão futura em relação a investimentos e outros impactos empresariais. As

redes de Petri oferecem apoio com auxilio de software para esse tipo de tarefa, o Mercury Tool foi utilizado para

demonstrar graficamente os modelos das redes apresentados neste estudo, foram também aplicadas simulações

por causa da sua maior aproximação com o mundo real. A realização deste trabalho se fez através de

levantamento bibliográfico, os materiais utilizados foram livros, dissertações e artigos científicos. O principal

objetivo deste artigo é a facilitação e validação dos processos de planejamento estratégico organizacional, dessa

maneira às redes de Petri são úteis para oferecer a capacidade necessária para antecipar mudanças e minimizar

erros de tomada de decisão.

Palavras-chave: RdP. Estratégia Empresarial. Mercury Tool. Estocástico. Determinismo.

ABSTRACT

Every company has a need for a strategy, no matter its size, as it is the only way to survive and differentiate itself

from its competitors. Strategy is the form of orientation so that the organizations can look for new opportunities

of business. Objectives only work when there are well-developed strategies for future vision for investments and

other business impacts. Petri nets offer software-assisted support for this type of task, the Mercury Tool was used

to graphically demonstrate the network models presented in this study, and simulations were also applied

because of their greater approximation to the real world. The work was done through a bibliographical survey,

the materials used were books, dissertations and scientific articles. The main objective of this article is the

facilitation and validation of strategic organizational planning processes, so Petri nets are useful to provide the

necessary capacity to anticipate changes and minimize errors of decision making.

Keywords: RdP. Business strategy. Mercury Tool. Stochastic. Determinism.

INTRODUÇÃO

No mercado cada vez mais competitivo, existe um caminho para sobreviver e para isso é necessário diferenciar-

se dos possíveis concorrentes através de estratégia organizacional. O presente trabalho apresenta como elaborar,

conduzir e avaliar sua estratégia. Para uma melhor perspectiva as redes de Petri foram utilizadas para o processo

de modelagem estratégico com o auxilio da ferramenta Mercury Tool. O inicio da teoria das redes de Petri foi

apresentada na tese de doutorado de Kommunikation Mit Automaten do Dr. C. A. Petri em 1962 na faculdade de

Matemática e Física da Universidade de Darsmtadt na Alemanha, (MACIEL et al., 1996). As redes de Petri são

representadas por dois componentes, lugar (circulo) e transição (barra), iguais aos grafos, os lugares representa

os estados, às transições as ações efetuadas pelo sistema (MACIEL et al., 1996). Os dois componentes podem ser

ligados através dos arcos, os quais podem ser únicos ou múltiplos. As RdP podem utilizar duas técnicas para

modelagem simulação, matemática ou a junção das duas técnicas para modelagem inclusive para planejamento

estratégico de negócios.

O retorno de investimento e outros impactos devem ser analisados, e para se obter resultados com maior

precisão, usam-se técnicas de simulação (BANKS et al., 1999). Existem vários programas que apoiam a

execução dessas tarefas. A vantagem da simulação é sua proximidade com a realidade, desde que o modelo de

simulação seja devidamente elaborado (BANKS et al., 1999). Existe a análise matemática que também traz

resultados consistentes, contudo pode apresentar grande dificuldade no momento da sua aplicação. O projetista

deve escolher qual dessas duas usar, ou mesmo mesclar as duas. Para avaliar quais estratégias podem trazer

melhor retorno, uma análise deve ser realizada baseada no tempo necessário para o resultado ocorrer ou o seu

retorno, permitindo, assim sua priorização, pois nem sempre uma estratégia é de implantação imediata. Para que

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organizações tenham sucesso duradouro é necessário que cada empresa não somente planeje estrategicamente,

mais possa administrar suas estratégias de maneira inteligente. Hoje no mercado competitivo aumentou bastante

à necessidade de pensar em estratégia.

O diferencial hoje esta ligado diretamente com a estratégia empresarial adotada pela organização. Vasconcelos

Filho e Pagnoncelli (2001) explicam que os objetivos da empresa são resultados que a organização ou instituição

deve alcançar, em prazo determinado, para concretizar sua visão sendo competitiva no ambiente atual e futuro.

Para elaboração do plano estratégico, algumas perguntas referentes à estratégia precisam ser respondidas (check-

list).

O objetivo das redes de Petri é dar o suporte necessário para elaboração do plano estratégico, tendo em vista que

cada organização pode criar diferentes estratégias, mas não pode violar algumas regras como, por exemplo, a

estratégia precisa ser compatível com os recursos da empresa, como também é necessário ter um ou mais

objetivos para que se possa criar um plano. As empresas que produzem bens ou fornecem serviços, necessitam

de estratégias completas. Suas decisões em termos de produtos e mercados possuem longos períodos de

desenvolvimento, por isso, necessitam de orientação para atividades de pesquisa e desenvolvimento, e

necessitam ter capacidade de antecipar mudanças.

Muito dos investimentos organizacionais são irreversíveis, pois se destinam a pesquisa e desenvolvimento que

não podem ser recuperados, e ativos físicos, cuja venda é difícil. Portanto, deve minimizar a probabilidade de

tomar decisões erradas.

A representação gráfica das redes de Petri tem mostrado bastante utilidade em muitos campos e áreas de atuação,

pois permite visualizar os processos e a relação entre eles (MACIEL et al., 1996). Utilizando as RdPs como

ferramenta é possível modelar diversas estratégias para um mesmo objetivo fazendo com que se tenha um

ambiente com um alto grau de versatilidade, dessa forma é possível minimizar a probabilidade de tomar decisões

errôneas e obtém-se um ambiente configurável, facilitando a tomada de decisão mesmo com a estratégia em

curso, ou seja, a teoria dos jogos de Nash pode ser aplicada nas RdPs de forma simultânea ou sequencial a qual é

baseada na decisão do concorrente. O presente trabalho tem como principal objetivo validar e facilitar os

processos de elaboração do plano estratégico, bem como minimizar erros de tomada de decisões e oferecer um

ambiente flexível.

METODOLOGIA APLICADA

Para alcançar os objetivos propostos, foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de artigos científicos,

dissertações e livros pertinentes aos tópicos da pesquisa, para modelagem, o software Mercury Tool foi utilizado.

1 A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS REDES DE PETRI

As redes de Petri (Figura 01) são graficamente constituídas por dois componentes básicos, lugar e transição, os

lugares representam os estados, e as transições realizam as ações pelo sistema (MACIEL et al., 1996).

Figura 01: Componentes básicos

Fonte: Maciel et al. (1996).

Os lugares concentram às variáveis de estado e as transições são por onde às ações realizam suas tarefas pelo

sistema (MACIEL et al., 1996). Esses componentes básicos são ligados através de flechas ou simplesmente arcos

dirigidos do grafo associados às redes de Petri.

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Figura 02: Grafo e seus componentes básicos

Fonte: Maciel et al. (1996).

2 DEFINIÇÕES

As redes de Petri podem focalizar através de três fundamentações distintas. O primeiro fundamento usa a teoria

de bag como alicerce. A segunda utiliza as definições da álgebra matricial. A terceira e última está fundamentada

na estrutura por relação.

Fundamentos para redes de Petri

- Definição 1: uma rede de Petri R é uma quíntupla R = (P, T, I, O, K), onde P = {p1, p2,...,pn} é um conjunto

finito não-vazio de lugares, T = {t1, t2,..., tm} é um conjunto finito não-vazio de transições. I : T → P é um

conjunto de bags 1 que retrata o mapeamento de transições para lugares de entrada. O : T → P é um conjunto de

bags que simboliza o mapeamento de transições para lugares de saída. K : P → N é o conjunto da capacidades

associadas a cada lugar, podendo assumir um valor infinito (PETERSON 1981). Bag é uma universalização do

conceito do conjunto de partes que admite a repetição de elementos. Na marca de bags, utiliza-se [ ], enquanto

que para indicar conjuntos, utiliza-se { } (MACIEL et al., 1996).

Para exemplificar a definição 1, supõe-se representar uma jornada diária de trabalho com dois expedientes. A

jornada começa com o primeiro horário (expediente), seguido do horário de descanso do dia (meio do dia), logo

após, tem-se o segundo horário, e finalizando o descanso no final do dia. Assim a jornada de trabalho diário pode

ser representada de acordo com a figura 03.

Figura 03: Rotina de trabalho diário com dois turnos

Fonte: Autor (2017).

A figura 03 pode ser descrita da seguinte forma, utilizando-se a definição 1.

RJornada_Trabalho = ( P, T, I, O, K ), onde

o conjunto de lugares P é

P = {1° Horário, 1° Descansar, 2° Horário, 2° Descansar};

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o conjunto de transições T é

T = {1° Descanso, 2° RetornarHorário, 2° Descanso, 1° RetornarHorário};

o conjunto de bags de entrada I é

I = { I (1° Descanso) = [1° Horário], I (2° RetornarHorário) = [1° Descansar],

I (2° Descanso) = [2° Horário], I (1° RetornarHorário) = [2° Descansar] };

o conjunto de bags de saída O é

O = {O (1° Descanso) = [1° Descansar], O (2° RetornarHorário) = [2° Horário],

O (2° Descanso) = [2° Descansar], O (1° RetornarHorário) = [1° Horário] };

E o conjunto de capacidades dos lugares é

K = {K 1° Horário = 1, K 1° Descansar = 1, K 2° Horário = 1, K 2° Descansar = 1}.

- Definição 2: o arcabouço de uma rede de Petri, segundo o ponto de vista da álgebra matricial, é uma quíntupla

R = (P, T, I, O, K), onde P é um conjunto finito de lugares. T é um conjunto finito de transições, I : P x T → N é

a matriz de pré-condições. O : P x T → N é a matriz de pós-condições. K é o vetor das capacidades associados

aos lugares (K : P → N) (PETERSON, 1981).

Tomamos novamente o exemplo da figura 03, temos:

Os conjuntos dos lugares e transições são iguais aqueles visto na definição 1.

A matriz I (pré-condições) é

Figura 04: Matriz de pré-condições (I)

Fonte: Autor (2017).

A matriz O (pós-condições) é:

Figura 05: Matriz de pós-condições (O)

Fonte: Autor (2017).

É importante frisar que as matrizes I e O (Figura 04 e 05) representam as pré-condições e pós-condições, na

devida ordem, de todas as transições da rede.

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- Definição 3: a estrutura de redes de Petri, usando-se as relações, é formada por uma quíntupla R = (P, T, A, V,

K), onde P é o conjunto de lugares, T o de transições, A o conjunto dos arcos e V corresponde ao conjunto de

valorações desses arcos. Os elementos de A são arcos que conectam transições a lugares ou lugares a transições

(A⊆ (P x T) ∪ (T x P)). Assim, os membros de A podem ser agrupados em dois subconjuntos - o conjunto das

entradas às transições e o de saída às transições, I = {(pi, tj)} e O = {(tj, pi)}, na devida ordem (MURATA,

1989).

Ainda como referência da figura 03, tem-se que os conjuntos de lugares (P), de transições (T) e de amplidão (K)

permanecem não alterados. Entretanto, no registro que usa as relações, emerge dois novos conjuntos: o conjunto

de arcos (A) e o conjunto de valores para esses arcos (V).

o conjunto de arcos A

A = {(1° Horário, 1° Descanso), (1° Descanso, 1° Descansar), (1° Descanso, 2° RetornoHorário), (2°

RetornoHorário, 2° Horário), (2° Horário, GozarFérias2), (2° Descanso, 2° Descansar), (2° Descansar, 1°

RetornarHorário), (Retornar1oPeríodo, 1oPeríodo)} o conjunto de valores dos arcos V

V = {1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1}

3 MERCURY TOOL

Como mencionado anteriormente à validação da modelagem dos sistemas são feitas de duas formas, por

simulação ou através de análise matemática utilizando software específico. Para apoio da execução de

modelagens, o software Mercury Tool foi utilizado neste trabalho (Figura 06). O sistema apresenta

autodesempenho, confiabilidade e modelagem de fluxo de energia de uma maneira fácil e forte. A ferramenta

oferece interfaces gráficas para criar e analisar redes estocásticas de Petri (SPN), Diagramas de Bloco de

Confiabilidade (RBD), Modelos de Fluxo de Energia (EFM) e Correntes de Markov Contínua (CTMC).

Figura 06: Mercury Tool ferramenta de apoio para modelagem de sistemas

Fonte: Autor (2017).

O Mercury é uma ferramenta desenvolvido pela MoDCS Research Group

[http://www.modcs.org/?page_id=2392], no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE) no Brasil desde 2009, mostra-se aqui uma visão extensa das características, bem como etapas para a

construção, edição e avaliação dos modelos suportados por este software.

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4 VALIDAÇÃO E ANÁLISE

Para exemplificar a representação através de simulação, supõe-se que se deseje apagar (Figura 07) e ascender

uma lâmpada (Figura 08).

Figura 07: Lâmpada apagada

Fonte: Autor (2017).

Como mostra a figura acima o lugar apagado contém uma marca (ponto) indicando que a lâmpada permanece no

estado apagado.

Figura 08: Lâmpada acesa

Fonte: Autor (2017).

A figura 08 mostra que o botão ligar foi pressionado, assim a lâmpada passou do estado apagado para acesa, os

arcos indicam a direção do fluxo das informações, as transições representam as ações que levam as mudanças de

estado (acesa ou apagada).

Alguns autores indicam soluções levando em conta a arquitetura do software, outros propõem redes modulares,

alguns consideram análise matemática sem se preocupar com arquiteturas e, dessa forma, cada trabalho contribui

de uma perspectiva mais focalizada (MARTINS, 2005; ARAUJO, 2006).

5 CHECK-LIST

Para formular a estratégia é necessário que se responda algumas questões antes de implementá-las, é prudente

fazer a checagem. Assim, para cada plano estratégico devem ser respondidas tais perguntas:

1 – Se trata de tomada de decisão?

2 – Torna concreta a visão?

3. Está de acordo com os princípios organizacionais propostos?

4. É formado por mais de um objetivo?

5. É um Objetivo ou Ação?

6. Cumpri a missão dentro da organização?

7. Está clara para todos que a lerem?

8. É uma Estratégia ou Ação?

9. Apresenta competitividade duradoura?

10. É compatível com os recursos disponíveis da empresa?

11. Existe coesão entre as demais estratégias?

12. Motiva os colaboradores?

13. Respeita o limite dos riscos da empresa?

14. É criativa e inovadora?

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Bethlem (2004) explana que o primeiro passo do planejamento estratégico é estipular os objetivos e estratégias

que a organização ou grupo desejam aceitar.

O papel das redes de Petri neste contexto é a validação dessas questões através da modelagem entre cada uma

das partes que compõem o diagrama esquemático, dessa forma é possível verificar o curso do fluxo de

informações. Para exemplificar a (Figura 07 e 08) apresentam um esquema para ascender e apagar uma lâmpada,

dessa maneira é possível responder a pergunta de número 5, as transições representam as ações, que são os

botões ligar e desligar, os objetivos são ascender e apagar. Para cada objetivo existe uma ação, contabilizando

duas ações e dois objetivos, melhorando a visibilidade e simplificando a quantificação das características da rede

modelada.

6 GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO TEMPORIZADO

A (Figura 09) apresenta o gerenciamento temporizado de um plano estratégico com o objetivo de matricular 240

alunos por mês nos cursos de informática de uma escola.

Figura 09: Validação do plano estratégico

Fonte: Autor (2017).

P = {Estrategia, V.Externo 5, Call Center 4, Atendente 2, Matricula, Finalizado, Gerenciamento}

T = {Inicio, Passo I, Passo II, Fim}

M0 = {1, 10, 250, 0, 0, 240, 1}

O objetivo estratégico de uma organização é obter retorno sobre o seu investimento, se em algum caso particular

o retorno em longo prazo não for realizado ou satisfatório, então a falha deverá ser corrigida, ou a atividade

excluída em troca de outra que ofereça ópticas mais favoráveis (ANSOFF, 1977).

Uma escola de informática é composta por 8 salas com capacidade para 30 alunos cada classe, os cursos tem

duração de 6 meses, com 3 horários e 2 duas horas aula por dia de forma simultânea. É visto que a cada mês 8

turmas concluem o curso de maneira sequencial, ou seja, 8 turmas precisam ser repostas a cada mês, com base

nestas informações foi possível modelar uma estratégia para venda de cursos como mostra a (Figura 09). O

inicio se da com o plano estratégico para os 5 vendedores externos e os 4 colaboradores do call center, para que

haja o sincronismo entre as partes o seguinte modelo foi proposto. O total de ligações mês que o call center

precisa efetuar somam 4000 mil ligações, por hora são necessárias que cada call center faça 31 ligações com

jornada de trabalho de 8h, somam-se 248 ligações dia. É necessário que cada vendedor externo convença 1

pessoa a cada hora para cursar informática, como são 5 vendedores por hora se tem 5 pessoas sendo passadas

para o atendente na escola com o total de 40 pessoas em 8h diárias.

Para alcançar o objetivo no mínimo 10 pessoas por dia devem se matricular somando os esforços dos vendedores

externos e do call center, o objetivo é alcançar 60 alunos por semana que totaliza 240 alunos por mês. Em cada

mês 8 turmas concluem o curso, por esta razão precisam ser repostas. Todas as vezes que se finaliza o processo a

analise é feita no gerenciamento para verificar o desempenho de cada uma das partes envolvidas. A modelagem

facilita a identificação de problemas, onde estratégias podem ser substituídas com base no nível de satisfação

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exigido. Para exemplificar a (Figura 09) mostra o processo para busca de novos alunos a serem inseridos no

curso de informática.

Através das redes de Petri é possível obter um melhor planejamento estratégico validado para alcançar as metas

com base na modelagem como apresenta a (Figura 09), a seguir veja o cálculo do retorno financeiro:

a (alunos) = 30;

t (turmas) = 24;

m (mensalidade) = 100,00;

r (resultado) = 72.000,00

É possível observar o tempo que cada atividade deve ocorrer para que metas e objetivos sejam atingidos podendo

também verificar o desempenho de cada colaborador envolvido no plano estratégico traçado.

7 CAPACIDADE DE MUDANÇA E VISIBILIDADE

As organizações que terão sucesso serão aquelas que encontrarem suas vantagens competitivas (THOMPSON;

STRICKLAND, 2000). A (Figura 10) apresenta as mesmas características da (Figura 09), ocorreu apenas uma

modificação estratégica, para alunos que conseguirem convencer dois amigos a se matricularem ambos ganham

desconto na mensalidade. A seguinte atividade pode ser integrada na estratégia, tanto para meta não satisfatória,

quanto para alcançar um maior número de alunos, dependendo das mudanças recorrentes. Vejamos os impactos

causados por esta simples mudança.

Figura 10: Capacidade de mudança

Fonte: Autor (2017).

P = {Estrategia, Aluno, V.Externo 5, Call Center 4, Atendente 2, Matricula, Finalizado, Gerenciamento}

T = {Inicio, Passo I, Passo II, Desconto, Fim}

M0 = {1, 2, 10, 250, 0, 0, 240, 1}

Se 240 alunos conseguissem convencer 1 amigo a se matricular o número de alunos seria de 480, ambos ganham

20% de desconto nas mensalidades, ou seja, os alunos passam a pagar 80 ao invés de 100 reais mensais.

a (alunos) = 30;

t (turmas) = 24;

m (mensalidade) = 80,00;

r (resultado) = 57.600,00

Isso significa que a instituição perdeu 14.400,00 reais por outro lado dobrou com a nova estratégia, obtendo um

novo resultado. Com as RdPs é possível mudar o plano estratégico mesmo com a estratégia em curso com as

varias definições oferecidas pelas redes de Petri.

a * t * m = r

a * t * m = r

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Para exemplificar o termo junção em redes de Petri a figura 11 apresenta um modelo com duas estratégias, como

é bastante amplo o uso da modelagem, ou seja, é possível criar estratégias de diferentes formatos de acordo com

as necessidades da empresa. A estratégia (A e B) neste caso pode ser utilizada como exemplo de maneira

sequencial programada, para fins de teste de eficiência de cada estratégia, o plano A é executado e ao seu

termino a estratégia B entra em ação. Ao termino das às atividades de B, a estratégia C tornasse uma junção das

anteriores (modelagem prévia) ou pode ser modelada no momento do feedback dos resultados (modelagem em

tempo de execução) como mostra a (Figura 10).

Figura 11: Junção

Fonte: Autor (2017).

Para explanar o conceito de junção de duas estratégias um modelo genérico foi criado, com base nas explicações

anteriores é possível perceber que diferentes estratégias podem ser criadas inclusive com este conceito.

8 EFEITO ESTOCÁSTICO E DETERMINÍSTICO

As atividades que compõe o plano estratégico podem ter características como estocástica (chance) e

determinística (certeza). As estocásticas tem probabilidade de ocorrer, ou seja, uma chance de ocorrer como

mostra à (Figura 12).

Figura 12: Gráfico da função com efeito estocástico

Fonte: Autor (2017).

f(x) = ax + b

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Para exemplificar o eixo y = chance e o eixo x = quantidade de estratégias, quanto mais estratégias maiores

serão as chances do êxito, porém não a garantia de vencer, pode-se ganhar com uma única estratégia, o efeito

estocástico é semelhante a um jogo de loteria. A (Figura 13) apresenta o determinismo que ocorrera sempre de

maneira proporcional, o efeito determinístico pode ser comparado com investimento em conta poupança. O eixo

y = retorno e o x = investimento, quanto maior o investimento em menor tempo maior será o retorno obtido.

Figura 13: Gráfico da função com efeito determinístico

Fonte: Autor (2017).

f(x) = ax + b

Na modelagem da rede, quanto mais atividades forem determinísticas mais se tem garantia do retorno esperado,

ou seja, cada atividade em parte que tem essa característica com certeza trará o retorno investido no tempo

esperado.

9 APLICAÇÃO DA TEORIA DOS JOGOS DE NASH

A teoria dos jogos é como mecanismos de quebra-cabeças para defender-se dos ataques dos possiveis

concorrentes (WANG; REITER, 2003). A teoria dos jogos de Nash pode ser aplicada baseada nas decisões

tomadas pelo concorrente (sequencial), ou seja, cada estratégia é formada a partir das decisões tomadas baseada

na anterior, a (Figura 14) apresenta apenas um modelo genérico da aplicação da teoria. A outra técnica é

executar suas decisões junto com a decisão tomada pelo oponente (simultâneo).

Figura 14: Aplicação sequencial

Fonte: Autor (2017).

Cada defesa ou ataque é baseado na decisão do adversário, (Figura 14) a Empresa X tomou uma decisão e com

base na decisão tomada a Empresa Y resolveu criar duas opções e a partir das decisões de Y outras escolhas por X

foram criadas, sejam opções de defesa ou contra-ataque. Quando tomada uma decisão uma ou mais opções de

escolhas podem ser criadas baseada na opção anterior, ou seja, quando (Ex>=1, Ey>=Ex, Ex>=Ey...), ou

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quando (Ex>=1, Ey>=0...) com base na decisão anterior Ex>=1, ou seja, a empresa x tomou uma decisão à

empresa y pode tomar ou não tomar nenhuma decisão se melhor for à opção. A técnica de modelagem com

aplicação simultânea consiste em lançar cada plano estratégico ao mesmo tempo em que o inimigo. Não se

alcança vantagens sobre o outro somente baseando-se na quantidade de decisões mais também pela eficiência

das decisões traçadas no plano estratégico, principalmente quando as atividades apresentam características

estocásticas.

Tipos Estratégia

Browne descreve como estratégias podem ser usadas para analisar ataques complexos e heterogêneos. De acordo

com o equilíbrio de Nash, poderíamos saber sobre as melhores estratégias contra o oponente.

Dominante ou ótima;

Dominada;

Equilíbrio.

A estratégia dominante é aquela que tem o domínio do seu concorrente, ou seja, obtém vantagem sobre uma

determinada decisão tomada ou não pelo seu oponente sendo assim uma ótima opção. A dominada é o oposto da

dominante onde um perde a vantagem sobre o seu oponente. O equilíbrio se da através do empate onde nenhuma

das duas ou mais partes tem vantagem sobre a outra, onde todos ganham.

Figura 15: Matriz com opções

Fonte: Autor (2017).

A figura 15 apresenta uma matriz com opções onde uma empresa pode optar por investir ou não em uma nova

tecnologia de TI para atrair possíveis clientes. A construção das estratégias de forma sequencial consiste em

tomar decisões baseadas na anterior antes colocada pelo concorrente, às empresas tem a opção de tomar decisões

combinadas, mas isso geralmente não acontece o chamado cartel. No quadro 1 da matriz as duas empresas

optaram por investir juntas na mesma tecnologia por isso estão em equilíbrio, na parte 2 B investiu 8 e A não

investiu nesse caso B tem vantagem sobre A por essa razão tem a estratégia dominante, já no quadro 3 A investiu

e B não, a empresa A é dominante, na 4 e última A e B tomaram a decisão de não investir por isso estão em

equilíbrio A = 6 e B = 6. Quando duas ou mais empresas combinam o que será feito o cartel chamasse

cooperação como no caso do quadro 1, já na parte 3 da matriz temos o que podemos chamar de concorrência

entre as partes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estratégia hoje é uma necessidade para empresas de qualquer tamanho, pois, a única maneira de sobreviver é

diferenciar-se dos seus oponentes. É fundamental que todo colaborador saiba quais são os objetivos da empresa,

para que se possa contribuir com seu trabalho da melhor maneira possível. O planejamento é bastante

importante, pois, com as mudanças constantes do mercado competitivo, informações entram em obsolescência

em um período de curto tempo. As redes de Petri dão uma visão clara sobre quais decisões devem ser tomadas

tanto em sequencia quanto de forma simultâneas com simulações, analisadas matematicamente ou a junção das

duas técnicas. Com as RdPs é possível também utilizar a junção de duas ou mais estratégias como também

realizar a aplicação das definições propostas no presente trabalho, aplicando as técnicas propostas é possível

minimizar erros de tomada de decisão organizacional e flexibilizar o ambiente.

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REFERÊNCIAS

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