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ANAIS
IV Amostra de Pesquisas em Educação
____________________________
Maio – 2010
____________________________
Organizador: Prof.ª Dr.ª Silvia Regina Ricco Lucato - PET Pedagogia
Faculdade de Ciências e Letras
Campus – Araraquara
Diretor: Prof. Dr. José Luis Bizelli
Vice-Diretor: Prof. Dr Luis Antonio Amaral
Tutora: Prof.ª Dr.ªSilvia Regina Ricco Lucato Sigolo
Programa de Educação Tutorial
Comissão Organizadora:
Amanda Fernandes Rosa Bueno Auridiana Helena Laguna de Oliveira Carla Menezes Silvério Carlos Samuel Rossi Flavia Roberta Velasco Campos Jáina Vitória da Silva Oliveira Juliana Nespolo Ferreira Pó Laís Cassanho Silva Luana Maria de Oliveira Marina Nascimento Minarelli Silvia Cristina Barbosa da Silva Thainá Portela Rego Ribeiro Thaise Fernanda Mendes Soares Comissão Editorial:
Auridiana Helena Laguna de Oliveira Caroline Aparecida Henriquez Dametto Flavia Maria Uehara Jáina Vitória da Silva Oliveira Juliana Nespolo Ferreira Pó Laís Cassanho Silva Luana Maria de Oliveira
Maria Talita Baltieri da Costa Rafaela de Katia Soares Silvia Cristina Barbosa da Silva Thainá Portela Rego Ribeiro Thaís Rocha Baribieri Vatanabe Thaíse Fernanda Mendes Soares
Apoio:
MEC/Secretária do Ensino Superior
Departamentos:
Ciências da Educação
Psicologia
Didática
SAEPE - Seção de Apoio ao Ensino
Pesquisa e Extensão
Gráfica FCL
UNESP – Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Ciências e Letras - Câmpus de Araraquara
Rodovia Araraquara-Jaú, km 1
14800-901 – Araraquara – SP
Amostra de Pesquisas em Educação (3. : 2010 : Araraquara, SP)
Amostra de Pesquisas em Educação / IV Amostra de Pesquisas em Educação;
Araraquara, 2010 (Brasil). – Documento eletrônico. - Araraquara : FCL - UNESP, 2010. –
Modo de acesso: < http://www.fclar.unesp.br/Home/Graduacao/Espacodoaluno/PET-
ProgramadeEducacaoTutorial/Pedagogia/anais_2010_.pdf >.
ISBN 978-85-87361-80-6
1. Educação. I. Amostra de Pesquisas em Educação (3. : 2010 : Araraquara, SP)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FCLAr – UNESP.
Anais da IV Amostra de Pesquisas em Educação
APRESENTAÇÃO
A IV Amostra de Pesquisas em Educação, realizada em maio de 2010, constituiu em uma
atividade com a finalidade de apresentação de pesquisas concluídas e/ou em andamento, em nível
de graduação quanto de pós-graduação. A conferência de abertura foi ministrada pela Prof.ª Dr.ª
Marilda da Silva, sob o titulo “A pesquisa na formação de professores”. Com base na relação entre
a pesquisa como campo de conhecimento e a prática cotidiana do professor, a docente defendeu a
importância de o profissional em educação recorrer ao conhecimento científico, de modo a
aperfeiçoar sua prática. A formação de professores não pode ser planejada simplesmente a partir da
aplicação direta de um conhecimento teórico à situação de ensino. Há um conhecimento advindo da
prática que deve ser incorporado neste processo formativo, cabendo destacar também que os
estágios de ensino, como elementos fundamentais do processo de formação de professores, ganham
destaque nas pesquisas deste campo investigativo.
Os Anais da IV Amostra de Pesquisas em Educação apresentam um total de 92 trabalhos
agrupados por área de conhecimento a qual se vincula, a saber: Trabalho Docente; História da
Educação; Política Educacional; Filosofia da Educação; Educação especial; Ensino de Ciências
Exatas, Biológicas e Humanas; Educação Infantil e Psicologia da Educação.
Nossos sinceros agradecimentos aos docentes que coordenaram as sessões de apresentação
de trabalhos como: Prof.ª Dr.ª Ângela Viana M. Fernandes; Prof. Dr. Antonio Carlos Domene; Prof.
Dr. Edson Inforsato; Prof.ª Dr.ª Maria Julia Canazza Dall´Acqua; Prof.ª Dr.ª Maria Regina
Guarnieri; Profª Drª Maristela Angotti; Prof. Dr. Mauro Carlos Romanatto; Prof.ª Dr.ª Roseana
Costa Leite; Prof.ª Dr.ª Vera Teresa Valdemarin e Me. Virgínia Pereira da Silva de Ávila.
Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo
Tutora Pet Pedagogia
Revista da IV Amostra de Pesquisa em Educação
5
SUMÁRIO
SEÇÃO A – EDUCAÇÃO INFANTIL
Escola para a vida…………………………………………………………………………………...10
Análise da formação dos professores de educação infantil no município de Araraquara: A
experiência da Escola Livre da FCL/ CAR……………………………............................................11
A importância das histórias no desenvolvimento da aprendizagem motora na Educação Infantil….13
PET-GAEA na comunidade……………………………………………………................................14
SEÇÃO B - PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A construção da identidade do adolescente na contemporaneidade...................................................15
A contribuição dos jogos de regras para a educação sob o olhar psicopedagógico ...........................16
Orientação Vocacional........................................................................................................................17
Cutting: feridas que não cicatrizam....................................................................................................19
Realizando entrevistas com crianças: o lúdico como recurso............................................................20
Relações entre arte e a vida cotidiana nos PCN: Arte- Uma análise à luz da psicologia da arte de
Vigotski...............................................................................................................................................21
Resiliência e Educação Infantil: Um estudo de caso..........................................................................22
O Significado do insucesso escolar e o desejo de saber - A representação de crianças com
dificuldades de aprendizagem............................................................................................................23
Ludicidade e relações interpessoais no contexto escolar....................................................................24
Narrativa, Afetividade e Educação Infantil........................................................................................26
O psicólogo na formação do educador...............................................................................................27
SEÇÃO C – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Imprensa periódica em foco: revistas como fonte para estudos em História da Educação no período
republicano (São Paulo e Mato Grosso).............................................................................................28
História Social da Infância.................................................................................................................29
História e memória da Escola Rural de Tutoia/Araraquara – SP (1950 - 1970).................................30
História social da família moderna.....................................................................................................31
Revista da IV Amostra de Pesquisa em Educação
6
As implicações das ideias pedagógicas na saga de Monteiro Lobato como “romance educativo”
brasileiro: primeiras aproximações.....................................................................................................32
Alfabetizar o “grosso da tropa”: a campanha de alfabetização na reforma de Sampaio Dória
(1920)..............................................................................................................................................33
SEÇÃO D - ENSINO EM CIÊNCIAS EXATAS, HUMANAS E BIOLÓGICAS
Atividades lúdicas de conhecimento físico para o Ensino Infantil.....................................................34
Sociologia no Ensino Médio: reflexões acerca da construção de metodologias e conteúdos............35
Atividades de ensino de História pautados nos estudos das necessidades formativas em serviço.....36
Atividades de ensino de Ciências e Matemática por meio de Jogos Didáticos..................................37
CUCA: Espaço de emancipação social e intelectual..........................................................................38
Objetos de aprendizagem no ensino de química................................................................................39
A inclusão da criança incluída............................................................................................................40
Elaboração de um jogo como auxiliar de ensino sobre radioatividade..............................................41
SEÇÃO E – TRABALHO DOCENTE
Concepções e práticas relacionadas à questão de gênero na educação..............................................42
O trabalho docente no processo de alfabetização no I ciclo do Ensino Fundamental........................43
Jogos tradicionais: promovendo o conhecimento e valorização das diferentes manifestações da
cultura popular brasileira....................................................................................................................44
CUCA: Uma oportunidade para a prática docente.............................................................................45
Dificuldade de ensinar e criatividade na prática docente...................................................................46
Projeto Rondon: um relato de experiência a partir de atividades realizadas em uma comunidade
ribeirinha do Amazonas .....................................................................................................................47
A (in)formação em sexualidade e gênero: o curso de Pedagogia em discussão................................48
Educação e taxa de fecundidade entre as mulheres no município de Araraquara..............................49
Práticas pedagógicas no Ensino Médio: reflexões sobre desigualdade social e questões raciais.......50
Dramas de professores e alunos: a escola na tela...............................................................................51
A utilização e adaptação do método fônico para o ensino da língua na educação de adolescentes em
Revista da IV Amostra de Pesquisa em Educação
7
situação de risco: uma experiência para a formação docente.............................................................52
A história em salas de EJA: Experiência formativa no programa de Educação de Jovens e
Adultos...............................................................................................................................................53
Trabalho docente e atividades lúdicas................................................................................................54
A profissionalização docente em questão: O estágio curricular em cursos de formação de
professores e suas implicações para o contexto escolar.....................................................................55
Diferentes faces da violência simbólica no estado de São Paulo (2005 – 2009): O que dizem as
pesquisas.............................................................................................................................................56
Levantamento de necessidades formativas: Dificuldades de aprendizagem......................................57
Desempenho de alunos na alfabetização no ensino de nove anos: Retomando práticas
alfabetizadoras....................................................................................................................................58
A prática docente de matemática com alunos no primeiro ano do Ensino Fundamental...................59
Tecnologias da informação e comunicação (tics) e educação: Uma investigação das possibilidades
de formação continuada de professores da educação básica no município de Araraquara................60
Intervenientes sociais relacionais no projeto voltas e reviravoltas da reflexão: uma apreciação dez
anos depois.........................................................................................................................................61
Fatores Motivadores e Desmotivadores de uma Formação Continuada............................................62
Literatura e meio ambiente no Ensino Fundamental..........................................................................63
O uso do ábaco como recurso para o ensino de aritmética no programa de educação de jovens e
adultos da UNESP/CLA: primeiros resultados..................................................................................65
Docência: um estudo crítico da formação de professores a partir da análise de egressos do curso de
pedagogia da FCLAr...........................................................................................................................66
SEÇÃO F – POLÍTICA EDUCACIONAL
O Processo de gestão democrática de uma escola pública mineira: planejamento e execução..........68
Escola de tempo integral no estado de São Paulo: espaço físico e práticas na oficina Hora da
Leitura.................................................................................................................................................69
A gestão de Paulo Freire na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo durante o governo do
PT (1989 – 1992)................................................................................................................................70
Gestão democrática da escola e racionalidade comunicativa: um estudo sobre as bases teóricas da
gestão democrática da escola..............................................................................................................71
Revista da IV Amostra de Pesquisa em Educação
8
Burocracia e pós-graduação na UNESP: o sentido lato dos cursos de especialização em
educação.............................................................................................................................................72
As demandas do programa Dinheiro Direto na Escola para a organização escolar democrática
O papel do Estado e suas relações com a avaliação do ensino superior.............................................73
O papel do Estado e suas relações com a avaliação do Ensino Superior............................................74
Descentralização por parcerias: a recente estratégia da secretaria do estado de São Paulo em
programas sociais...............................................................................................................................75
A relação entre o Projeto Político Pedagógico e as necessidades das classes populares no âmbito da
Educação Física escolar......................................................................................................................76
A relação professor – aluno no contexto da progressão continuada: o que pensam os
professores..........................................................................................................................................77
Progressão continuada: a visão do professor......................................................................................78
Análise das concepções de políticas públicas para o Ensino Superior...............................................79
Análise de desvio de comportamento em crianças e adolescentes, segundo conselho tutelar da
cidade de Araraquara..........................................................................................................................80
As relações de poder e a gestão democrática: um estudo de caso com gestores de Ilha Comprida –
SP........................................................................................................................................................82
Educação à Distância: Uma Visão Política.........................................................................................83 Concepção de Ciência e Tecnologia para o Ensino Superior de acordo com as políticas
públicas...............................................................................................................................................84
O programa de ações afirmativas da UFSCar: diários de campo de uma pesquisadora...................86
Políticas Públicas Educacionais e Organização Escolar: perspectivas macro e micro......................87
Alfabetização de Jovens e Adultos: caracterização do atendimento na cidade de Araraquara/SP...88
Estudo comparativo das instituições de privação de liberdade de jovens infratores do Brasil e da
Argentina na perspectiva do tratamento dispensado aos internos....................................................89
Grupo de Estudos e Pesquisa Educação, Juventude e Políticas Públicas.......................................90
O Processo de Bolonha no espaço europeu e a Reforma Universitária Brasileira..........................91
SEÇÃO G –FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
As comunidades virtuais dedicadas à escola: reflexos da reificação das relações sócio culturais no
processo ensino-aprendizagem...........................................................................................................92
Revista da IV Amostra de Pesquisa em Educação
9
Estudo preliminar das elaborações da psicologia, da sociologia e da história da infância para uma
futura pesquisa etnográfica no âmbito da antropologia da criança....................................................93
Estudo sobre Jean-Jacques Rousseau.................................................................................................94
Educação em direitos humanos: cidadania ou emancipação humana?...............................................95
O filosofar na escola como possibilidade de superação do ensino alienante.....................................96
Filosofia para crianças: um caminho para o pensar crítico................................................................97
Filosofia: o pensar reflexivo para crianças das séries iniciais do ensino fundamental.....................98
SEÇÃO H – EDUCAÇÃO ESPECIAL
Inclusão e educação de surdos: uma análise do processo de ensino e aprendizagem em salas
regulares do Ensino Fundamental......................................................................................................99
O processo educativo de alunos com deficiência: a importância da participação familiar..............100
Inclusão de adolescente com síndrome de Bourneville no processo de escolarização regular:
considerações teórico – práticas.......................................................................................................101
Plano individual de adequação curricular na área da deficiência intelectual: o que é? Como construí-
lo?.....................................................................................................................................................102
Inclusão escolar e a deficiência mental: Notas preliminares............................................................103
Desmame precoce: Implicações para o desenvolvimento emocional..............................................104
Efeitos de um curso de formação continuada nas concepções e práticas de professores de português
sobre a surdez, o aluno surdo e sua aprendizagem...........................................................................105
Mitos: barreiras ao atendimento aos educandos com altas habilidades/superdotação.....................106
Indicadores de inclusão: O cotidiano de uma escola inclusiva sob as lentes da pedagogia
institucional......................................................................................................................................107
Aquisição de conceito de número por pessoas com deficiência intelectual………….........……....108
Revista da IV Amostra de Pesquisa em Educação
10
SEÇÃO A – EDUCAÇÃO INFANTIL
Escola para a vida
Autor (a): Graziela Trevisan ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maristela Angotti
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Este trabalho tem o objetivo de mostrar como ocorre a integração na proposta pedagógica de
Célestin Freinet, que se fundamenta na relação da escola com a vida. Nesta proposta é enfatizada a
importância da quebra dos valores tradicionais da escola e o processo educativo é construído a
partir das necessidades, interesses e curiosidades que a própria criança apresenta, fazendo com que
esta se torne protagonista no seu desenvolvimento. A atenção dada à criança que tem todas suas
observações consideradas proporciona a identidade da mesma, enfatizando sua participação como
ser sócio-cultural e sua inserção na sociedade.
As propostas pedagógicas de Freinet enfatizam a elaboração junto com as crianças e a importância
de não permanecer apenas dentro da sala de aula, mas explorar todo o ambiente que está do lado de
fora, conhecendo a comunidade e trabalhando em grupo. Com esses objetivos e com a observação
destinada às crianças, Freinet desenvolveu atividades de aula passeio, propostas do texto livre,
jornal escolar e a correspondência interescolar todas para estimular as iniciativas dos alunos e
proporcionar o tateamento experimental para que a Educação Infantil não estivesse estruturada em
bases relativas a um processo de escolarização no sentido mais formalizado do termo. Com a
atividade da correspondência interescolar, Freinet também conseguiu divulgar as experiências e
conhecimentos infantis para compartilhá-los com outros interlocutores.
Desse modo, as práticas pedagógicas de Célestin Freinet estão embasadas na atividade espontânea
da criança e esse aspecto faz com que a pedagogia freinetiana apresente uma abertura de caminhos
para que alunos e professores possam se expressar livremente por meio do trabalho prático,
proporcionando a satisfação pessoal e a integração da criança com a vida, o meio e o trabalho,
assim como o equilíbrio entre o indivíduo e o meio sócio-cultural ao qual pertence.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
11
Análise da formação dos professores de educação infantil no município de Araraquara: A
experiência da Escola Livre da FCL/ CAR.
Autor (a): Vanessa Rodrigues Haddad ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maristela Angotti
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
O trabalho desenvolvido decorre da participação como bolsista e estagiária do grupo de pesquisa
intitulado Educação infantil: aprendizagem e desenvolvimento profissional em contextos
integrados, doravante determinado por GPEI, e das atividades de pesquisa/formação, grupo de
estudos e extensão de serviços à comunidade.
O trabalho vem em forma de sub-projeto de pesquisa relacionado e decorrente do Projeto de
Pesquisa Educação Infantil: elegendo e analisando critérios para se investir na qualidade do
atendimento. Este sub-projeto refere-se à temática formação de professores como um dos principais
requisitos para que se assegure as crianças de 0 até completar seis anos uma educação de melhor
qualidade. Além disso, consideramos a formação profissional na perspectiva de contemplação do
ser pessoa enquanto indivíduo em suas necessidades de aprendizagem e desenvolvimento
profissional e nas suas congruências com o profissional, no que se propõe a ser enquanto
profissional.
O objetivo deste é discutir a formação de professores de educação infantil atuantes na rede
municipal de Araraquara, como critério para se atribuir qualidade ao atendimento à infância, além
de verificar se os profissionais atuantes hoje nas redes de ensino sentem a necessidade de uma
formação inicial e suas expectativas quanto à formação continuada e contínua que vislumbre suas
necessidades enquanto indivíduo e enquanto profissional; como pensam o exercício da sua
profissão, se pensam a sua prática de uma forma reflexiva, buscando sempre a melhor atuação
enquanto profissional da educação. Ainda, como e se ocorre a relação entre a sua prática
profissional e as expectativas quanto à sua formação e identidade profissional.
Para realização utilizamos o instrumento de coleta de dados e os próprios dados da pesquisa do
projeto-mãe. O levantamento de dados partiu de um rol de critérios estruturados, do qual
selecionamos a temática formação inicial, continuada e contínua em serviço e o segmento dos
professores, pois estes atuam diretamente com a responsabilidade pedagógica da formação das
crianças.
Para a análise, utilizamos o referencial da abordagem qualitativa, partindo dos dados quantitativos
oriundos dos resultados da coleta dos dados de forma descritivo-avaliativa, procurando articular as
questões da formação com as questões do exercício da profissão, a fim de buscar o entendimento de
como se constituem a identidade profissional e suas influências na prática pedagógica
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
12
Para finalização, discutimos sobre a Experiência da escola Livre da FCL/UNESP/CAr, como braço
de extensão à comunidade, realização do GPEI, como uma forma de Formação continuada para
todos os profissionais atuantes e em defesa da infância.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
13
A importância das histórias no desenvolvimento da aprendizagem motora na educação
infantil.
Autor (a): Daiele Aparecida Zunarelli Martins ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Fabio Tadeu Reina
Centro Universitário de Araraquara (UNIARA)
A pesquisa visa oferecer uma abordagem inovadora para a realização de uma atividade muito
difundida. O ato de contar histórias, historicamente, ocorre desde os primórdios da civilização. Ela
sempre apareceu como uma oportunidade de interação em grupo, transmissão de conhecimento e,
principalmente, atividade de lazer. O principal objetivo é utilizar técnicas para contar histórias como
método para promover o desenvolvimento dos alunos. O trabalho se desenvolve em atividades
práticas que podem ser imediatamente aplicadas a situação de ensino (seja em sala de aula ou em
outros contextos. São utilizadas técnicas de dramatização, expressão corporal e dança).
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
14
PET-GAEA na comunidade
Autor (a): Mariane Crespolini dos Santos ([email protected])
Co-autor (a): Letícia Silveira Sartori; Caroline Palma Ucella; Lucas Iugas Correia; Manoela
Sabbadin Begas; Matheus Ottonelli Polo
Orientador (a): Prof. Dr. Evaristo Marzabal Neves
USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"
O Grupo PET-GAEA (Programa de Educação Tutorial Gerenciamento e Administração da Empresa
Agrícola) estimula a fixação de valores e atitudes que reforcem a cidadania e a consciência social,
de modo que a Universidade seja uma projeção dos interesses e anseios da sociedade. É nesse
contexto que o Programa valoriza atividades de Extensão. Dentre os projetos realizados há o "PET-
GAEA na Comunidade", que tem como objetivo fazer extensão universitária, perpassando pela
pesquisa e ensino em seu desenvolvimento, de modo que a comunidade absorva e dê continuidade
nas habilidades desenvolvidas de forma autônoma. Procurando atingir tal objetivo, foram realizados
projetos semestrais no Instituto Educacional Rubens Moraes (RUMO), com as temáticas:
"Educação Ambiental", "Sem saúde não há vida" e "Criando bons hábitos". Dentro de cada temática
eram realizadas atividades mensais, com o intuito de não só trazer um momento de diversão para as
crianças, como também proporcionar aprendizagem relacionada aos referidos temas. Para um
resultado efetivo, o grupo adotou atividades lúdicas, já que estas facilitam na absorção do
conhecimento das crianças. Na primeira temática, princípios da Educação Ambiental foram
abordados para promover consciência e clarear o papel essencial que temos na conservação e
manutenção do meio ambiente. Sendo assim, optou-se por dividir as atividades em quatro tópicos:
Terra, Água, Lixo e Seres vivos. Já na segunda temática, buscou-se conscientizar os alunos para o
direito à saúde, sensibilizá-los para a busca permanente da compreensão de seus determinantes e
capacitá-los para a utilização de medidas práticas de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Para desenvolvimento da atividade abordou-se os seguintes tópicos: Alimentação, Esportes e
Higiene Bucal. A terceira temática, “Criando bons hábitos”, permitiu as crianças não só aprender,
mas também a desenvolver hábitos saudáveis em seu dia-a-dia. Abandonar os maus hábitos e
substituí-los por bons hábitos nos leva a viver com mais qualidade de vida. É pensando nisso que o
PET-GAEA procurou trazer temas rotineiros e atuais como, Trânsito, Convívio social, Organização
e Programa de reciclagem para construir em cima destes, hábitos e atitudes transformadoras, que
auxiliariam no crescimento pessoal e social dos envolvidos. A integração de ações pode trazer fortes
significados para as crianças e estas podem ir além do simples aprender por aprender. Com essa
iniciativa, os alunos do Instituto têm a oportunidade de um futuro digno, de plena convivência e
aprendizado. É com este tipo de trabalho que se aplica a cidadania ativa e responsável, o qual tem
em mente a construção e consolidação de uma sociedade melhor.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
15
SEÇÃO B - PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A construção da identidade do adolescente na contemporaneidade Autor (a): Ana Carolina Rossi Pinto de Souza ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maria Beatriz Loureiro de Oliveira
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O adolescente é considerado, segundo Bohoslavsky (1982), um adulto em conflitos. Isto, porque é
nesta fase em que o jovem deve construir a sua personalidade e enfrentar as maiores crises da sua
maturação. A partir do século 20, é visível o modo como as relações do adolescente com o mundo
externo, com o seu meio social sofreu enormes mutações. O jovem, atualmente, deve construir a sua
identidade em uma base não tão sólida, tendo em vista que há décadas atrás, o papel da família, da
escola e da sociedade tinha outras características. O referencial destes indivíduos foi se perdendo ao
longo dos anos. Baseado nestes fatores, o nosso questionamento central está na questão relacionada
à construção da identidade do adolescente no mundo contemporâneo. Quais os valores com os quais
ele se identifica? Qual a influencia que a sociedade exerce sobre o seu processo de escolha e
maturação? Ou seja, que problemas o adolescente enfrenta com relação à construção da identidade
no mundo contemporâneo? Estas questões relacionadas à construção da identidade do adolescente,
dada à complexidade das relações sociais merecem uma investigação.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
16
A contribuição dos jogos de regras para a educação sob o olhar psicopedagógico Autor (a): Fernando Crespolini dos Santos
Orientador (a): Prof.ª Me. Selma Aparecida Geraldo Benzoni - Universidade Paulista - UNIP -
Campus de Araraquara
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
Os jogos de regras têm se mostrado um instrumento importante na atuação psicopedagógica, tanto
na intervenção de aspectos afetivos sociais como no desenvolvimento de habilidades pedagógicas.
É essencial que as habilidades interpessoais e sociais sejam ensinadas, desenvolvidas como parte de
qualquer experiência de aprendizagem cooperativa. As crianças não têm habilidades interpessoais
inerentes, nem essas habilidades emergem automaticamente colocando-se as crianças em grupo, por
isso devem aprender e compreender sua importância. Uma vez que as habilidades sociais tornam-se
internalizadas, elas permitem as crianças trabalharem efetivamente com os outros, ao mesmo tempo
em que melhoram seu aproveitamento escolar e desenvolvem importantes habilidades para a vida
toda. Trata-se de um estudo de caso, no qual o objetivo é refletir sobre a contribuição dos jogos de
regras a partir da intervenção psicopedagógica para a prática pedagógica. O recurso metodológico
incidirá sobre encontros baseados na teoria de grupo operativo de acordo com Pichon-Rivière
(1982), tendo sua fundamentação num estudo piloto com três crianças de 7 a 9 anos, por meio da
intervenção psicopedagógica realizada em grupo, utilizando como instrumento os jogos de regras.
Através deste estudo, foi possível observar de acordo com os dados obtidos, que as crianças
socializaram suas experiências, possibilitando se reapropriarem delas, promovendo, assim, o
desenvolvimento de uma nova subjetividade, o fortalecimento da estrutura egóica e tornando-se
sujeitos do seu processo de conhecimento. Promoveu também a diminuição do nível de frustração,
aprenderam a lidar melhor com suas dificuldades escolares e com os afetos a elas implícitos e a
buscar a construção de autonomia tanto nas relações como no processo de pensamento. Conclui-se a
partir desse estudo, refletindo sobre seus resultados e implicando-os para a prática pedagógica, que
o jogo poderá contribuir no processo de ensino – aprendizagem, no qual a intervenção pedagógica
buscará não só se limitar à compreensão da dificuldade, mas à aquisição de novos comportamentos
que levem à sua superação. Quando a criança joga, tem a oportunidade de experimentar o objeto de
conhecimento, explorá-lo, descobri-lo e criá-lo.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
17
Orientação Vocacional
Autores: Flávia Castanho Kurokawa ([email protected] ); Isabela Machado de Odriozola
(bela.machado @hotmail.com)
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maria Beatriz Loureiro de Oliveira
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
O projeto de Orientação Vocacional, realizado no município de Araraquara na Faculdade de
Ciências e Letras da UNESP, utilizam sessões terapêuticas educacionais que têm como objetivo
ajudar adolescentes a resolver seus conflitos e diminuir suas ansiedades, para posteriormente
auxiliá-los a realizar a escolha acertada de um curso superior. Pensar que a escolha do curso
superior estabelecerá a carreira que será seguida pelo resto da vida aumenta a ansiedade dos
adolescentes. O que a maioria destes jovens não sabem é que, nos dias atuais, um curso de
graduação não limita as oportunidades. A construção da carreia é algo dado a longo prazo, apenas
aproveitando as oportunidades que o mundo do trabalho lhes oferece é que estes jovens construirão
uma carreira sólida e conseguirão alcançar seus projetos de vida. Além de esclarecer este equívoco
pensado pelos jovens, o objetivo principal deste trabalho de Orientação Profissional é conduzir para
uma escolha madura na qual o adolescente possa avaliar seus gostos, capacidades e
responsabilidade individual e social. As sessões ocorrem uma vez por semana durante um período
de aproximadamente seis meses, o qual é dividido em quatro fases: o auto conhecimento, o
heteroconhecimento, a busca de informação sobre as profissões e a etapa final, relativa à devolutiva.
Nesta fase da vida do indivíduo, a adolescência, segundo Bohoslavsky, o sujeito é considerado um
adulto em conflitos, pois o mesmo está formando a sua identidade e para isso enfrenta opiniões,
posicionando-se de acordo com seus ideais. No projeto, as orientadoras, exercem o papel de
"limpadores de pára-brisas", não lhes dão respostas prontas, mas sim, ajudam-os a refletir sobre as
mesmas, de forma que sempre são orientados para que olhem para eles próprios, pois, somente
depois de se conhecerem é que serão capazes de encontrar caminhos que os conduzam à escolha
ajustada do curso superior. Levando-se em consideração que os pais têm grande influência no
momento da escolha dos filhos e também durante a construção da sua identidade, realiza-se um
trabalho concomitante com os pais dos adolescentes. São realizadas reuniões com os pais, nas quais
são discutidas as atividades feitas no processo de orientação e, além disso, conversa-se sobre as
influências que eles exercem sobre os filhos nesta difícil fase. Quando chega o momento da escolha
dos filhos, os pais também sofrem e revivem seu passado, vêm à tona lembranças da sua época de
escolha do curso superior e, inconscientemente, eles tendem a influenciar seus filhos nesse
momento. Ocorre que a decisão dos filhos pode ser diferente das expectativas dos pais, pois, eles
possuem sua própria maneira de ser e sua imagem em relação ao futuro, além de suas próprias
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
18
experiências. No meio do processo de Orientação realizamos a Feira de Profissões, nesta os sujeitos
encontram espaço para obter maiores informações sobre os cursos de seu interesse e conhecer novos
cursos.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
19
Cutting: feridas que não cicatrizam Autor (a): Jéssica Esteves Senuki ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
O presente Projeto denominado “Cutting: feridas que não cicatrizam”, tem como objetivo analisar
etnograficamente as tribos de adolescentes e sua relação com a prática do cutting, procurando
identificar como ela ocorre, o que os adolescentes pensam a respeito e por que aderiram a tal prática
dolorosa. O projeto de pesquisa se justifica em função do cutting ser uma prática crescente entre os
adolescentes, ao mesmo tempo em que a literatura não é clara quanto aos motivos que levam uma
pessoa a se cortar de maneira violenta, se mutilando. Pretendemos investigar como são as relações
sociais dos jovens que se auto-mutilam, o quão a internet - mais especificamente os sites de
relacionamento como o Orkut, por exemplo - está envolvida no problema, ou seja, se influencia ou
não na prática do cutting, além de buscarmos soluções para que se possa evitar ou minimizar tal
prática.
Os dados obtidos com a pesquisa, aplicada em um grupo de adolescentes - praticantes e não-
praticantes do cutting - residentes no município de Jaboticabal, Estado de São Paulo, poderão
contribuir para uma maior compreensão do que leva um adolescente a cortar o próprio corpo,
vivendo em situação de angústia, ao invés de tentar buscar outras soluções para suas dificuldades
emocionais. Deste modo, através da metodologia baseada em questionários, entrevistas, imagens e
filmes - relacionados à adolescência e ao cutting - que serão aplicados aos adolescentes,
procuraremos traçar o perfil do jovem que se auto-mutila para que possamos analisar suas
características e seu perfil psicológico. Pretende-se assim, com os dados coletados e a
fundamentação teórico-metodológica, acompanhada das experiências do cotidiano, termos uma
visão mais ampla acerca do cutting e ouvir o que seus adeptos e não adeptos têm a dizer a respeito.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Realizando entrevistas com crianças: o lúdico como recurso
Autor (a): Luciana Ponce Bellido Giraldi ([email protected])
Orientador (a): Profª Drª Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
Na literatura percebe-se uma corrente que almeja romper com a tendência tradicional de ler a
infância pelos olhos adultos. Estudos num campo em expansão intitulado de Sociologia da Infância
entendem o termo infância como uma idéia conceitual, sendo ser criança um sujeito dessa idéia,
compreendido como um ator social, não mais o reflexo do pensamento de adultos. Dessa forma,
faz-se relevante analisar o infante como um sujeito que tem voz nas pesquisas acadêmicas, contudo,
considera-se possíveis especificidades dessa fase e por isso, pensar em metodologias adequadas
para trabalhar com estes sujeitos torna-se indispensável. Sendo assim, o objetivo deste estudo é o de
relatar uma experiência vivenciada numa coleta de dados com crianças utilizando materiais lúdicos.
Participaram da pesquisa: seis crianças do 2º ano e seis crianças do 5º ano do Ensino Fundamental I,
indicadas pelas professoras que se dispuseram a participar da pesquisa, após convite estendido a
todos docentes da instituição. Ressaltando que os alunos foram escolhidos por meio de sorteio. As
entrevistas foram realizadas no início do ano com as crianças e estavam divididas em quatro partes:
O eu, Meu amigo, A Escola, A família. Essas partes estavam diretamente ligadas a organização de
rostos relacionados a cada fato. Os materiais utilizados durante as entrevistas foram incluídos ao
dialogar com as crianças para facilitar a obtenção de respostas e romper com o tempo da entrevista,
podendo esta ser duradoura ou não, sendo que a utilização de imagens poderia diversificar as
atividades realizadas (conversas e montagens de rostos, brincadeiras) e motivá-los a falar sobre
diferentes assuntos. Nota-se que a utilização de materiais lúdicos para a realização de entrevistas
nesta pesquisa facilitou a concretização da mesma, possibilitando o desenvolvimento do recurso e
ao mesmo tempo o brincar com a formulação de imagens representativas. Tal prática coloca-se
como uma possibilidade na utilização de tal metodologia com crianças, postas como atores sociais.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Relações entre arte e a vida cotidiana nos PCN: Arte- Uma análise à luz da psicologia da arte
de Vigotski Autor (a): Mariana de Cássia Assumpção ([email protected])
Orientador (a): Prof° Dr. Newton Duarte
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
Este projeto de iniciação científica é parte de uma pesquisa realizada pelo orientador, intitulada O
tema da formação humana nas análises realizadas por Lukács e por Vigotski das relações entre o
indivíduo e a obra de arte, com bolsa de produtividade em pesquisa pelo CNPq. Um dos temas mais
importantes no que se refere aos conteúdos artísticos na educação escolar é o das relações entre a
arte e a vida cotidiana dos alunos. A maneira como esse tema é abordado no campo da educação
artística pode ser reveladora das concepções psicológicas e pedagógicas que vigoram no campo
educacional na atualidade. Em 1997, a Secretária de Educação Fundamental do MEC, lançou um
conjunto de diretrizes curriculares a fim de nortear o trabalho desenvolvido pelos profissionais da
área educacional. Estas orientações foram sistematizadas num documento denominado Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN). O objetivo da presente pesquisa é realizar uma análise do tema das
relações entre arte e vida cotidiana no volume 6 dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),
tendo como referencial teórico a obra Psicologia da Arte do psicólogo soviético L. S. Vigotski.
Nesse volume dos PCNs, é apresentada uma caracterização da área artística na educação; o
histórico do ensino de arte no Brasil; a teoria e prática em arte nas escolas brasileiras; a arte como
um objeto de conhecimento (produção, fruição e reflexão); as maneiras vislumbradas do aprender e
ensinar arte, bem como os objetivos gerais e os critérios para a seleção dos conteúdos artísticos no
ensino fundamental. Na obra Psicologia da Arte (1999), Vigotski analisa a questão das relações
entre a teoria marxista da arte e a psicologia, enfocando a psicologia individual e social da arte,
além da psicologia subjetiva e objetiva da arte. Desenvolve uma crítica às concepções da arte como
conhecimento, da arte como procedimento (formalismo) e da perspectiva psicanalítica no campo
dos estudos referentes às obras de arte. Vigotski também analisa a reação estética nos âmbitos da
recepção e criação da obra de arte através da fábula, da novela e da tragédia. Defende a concepção
da arte como catarse, a qual se contrapõe à “teoria do contágio” abordando o sentido social e vital
que a arte desempenha no desenvolvimento pleno do gênero humano.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Resiliência e educação infantil: Um estudo de caso
Autor (a): Natália Maria Sertori ([email protected])
Orientador (a): Profª Drª Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
O estudo do fenômeno resiliência em psicologia é relativamente recente, começou por volta da
década de 1980. Os antecedentes do termo resiliência são invencibilidade ou invulnerabilidade, e
ainda são bastante citados na literatura atual sobre a resiliência. Em 1974 E.J. Anthony introduziu o
termo invulnerabilidade para descrever crianças que apesar de prolongados períodos de adversidade
e estresse psicológicos apresentam saúde mental e também alta competência. Depois de alguns anos
esse termo passa a idéia de que as crianças seriam totalmente imunes a qualquer tipo de desordem,
independentemente das circunstâncias. Então um termo menos “rígido” era necessário. A resiliência
pode ser entendida como a capacidade de usar com sucesso os processos internos e externos para
resolver questões relevantes ao estágio do desenvolvimento humano. A perspectiva ecológica de
Bronfenbrenner (1996) é uma abordagem feita neste projeto que se encaixa na compreensão desse
fenômeno. Pois, procura descrever e explicar os efeitos do ecossistema do indivíduo, estudar a
pessoa numa perspectiva ecológica possibilitando vê-la em seus ambientes como sistemas de
informações mútuos, e as mudanças que ocorrem de acordo com o tempo. Nessa perspectiva o
projeto, pretende ter contato com professores de educação infantil pública de São Carlos- SP e
identificar se esses professores dispõem de informações sobre desenvolvimento humano e se tem
presentes a noção de resiliência. Aguarda-se que o relatório traga por meio dessas entrevistas,
discussões e aprofundamento do tema para futuros estudos na área, a realidade desses professores
na escola e o relacionamento desses com as crianças no aspecto da proposta do projeto.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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O Significado do insucesso escolar e o desejo de saber - A representação de crianças com
dificuldades de aprendizagem Autor (a): Sandra Fernandes de Freitas ([email protected])
Orientador (a): Profª Drª Maria Lúcia de Oliveira
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
Esta pesquisa deriva de duas preocupações. A primeira, relacionada à criança com dificuldades de
aprendizagem escolar e a segunda, à formação de educadores. Muitas crianças passam pelo ensino
formal, mas um grande contingente não tem se beneficiado deste ensino e ainda arcam com um
ônus muito alto quando são rotuladas com os mais diversos “diagnósticos”, dados aleatoriamente
por professores e mesmo por profissionais especializados. Neste sentido, nos indagamos: De que
modo as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem e vivenciam situações constantes
de insucesso escolar, concebem essa situação? O que a escola tem feito por essas crianças? Esta é
uma pesquisa de caráter qualitativo e terá como sustentação teórica a abordagem psicanalítica.
Focalizaremos a aprendizagem enquanto uma experiência singular de cada criança e, portanto,
enquanto realidade psíquica, sendo esta relacionada aos desejos inconscientes e às fantasias. Nosso
objetivo é investigar como as crianças que vivenciam freqüentes situações de insucesso (e são tidas
como fracassadas) em sua escolaridade significam a sua relação com a aprendizagem. Buscaremos
identificar o significado do aprender para as crianças e estabelecer relações entre insucesso escolar e
desejo de saber. Objetiva-se também, oferecer subsídios para a formação de futuros educadores.
Selecionaremos 08 crianças encaminhadas para atendimento psicopedagógico no CENPE – Centro
de Pesquisas da Infância e da Adolescência “Dante Moreira Leite” - FCL/Unesp/Araraquara com
queixa de dificuldades de aprendizagem. Utilizaremo-nos de entrevista aberta com as crianças e
suas famílias, além da aplicação do desenho do Par educativo com as crianças. Procuraremos por
meio desses recursos, apreender os sentidos que não são dados de forma imediata, ou seja,
buscaremos os sentidos subjetivos que podem configurar-se como facilitadores ou não da
aprendizagem. Apoiaremo-nos em elementos do método interpretativo psicanalítico como
inspiração para a análise do material. Acreditamos que o estudo sobre a concepção das crianças
sobre o não aprender/insucesso escolar traga subsídios para a compreensão do sintoma dificuldade
de aprendizagem escolar, tema relevante diante da demanda escolar na atualidade e, contribua com
reflexões importantes para o educador no seu trabalho com a criança.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Ludicidade e relações interpessoais no contexto escolar Autor (a): Carolina Biondo da Silva ([email protected])
Orientador (a): Profª Drª Marcia Cristina Argenti Perez
Universidade Estadual Paulista - Campus Bauru
Busca-se compreender e analisar a importância da ludicidade e relações interpessoais no
contexto escolar, levando em conta a personalidade e o desenvolvimento infantil. O mundo
escolar para as crianças que entram no ensino fundamental geralmente não está adaptado,
fazendo com que muitas vezes aconteça certa negação com a escola, com o professor e com
os colegas. A falta do lúdico neste contexto pode contribuir ainda mais para a inadaptabilidade
do aluno, e como outra conseqüência uma barreira nas relações interpessoais das crianças, que
é fato de muita importância para seu desenvolvimento, a construção social e intelectual
através do contanto com o meio, com a cultura, com a diversidade que pode proporcionar
novos esforços e novas habilidades, auxiliando de um modo geral na aprendizagem. Para a
base da pesquisa utilizaram-se as teorias do desenvolvimento e aprendizagem de três teóricos.
Tendo como um dos referenciais teóricos utilizados ao longo dessa pesquisa, os trabalhos de
Jean Piaget (2003) o foco será as etapas do desenvolvimento infantil, de acordo com as fases
estabelecidas em seus estudos, destacando-se o estágio pré-operatório e suas explicações em
relação a ele e as características nas brincadeiras e jogos. Pelos estudos de Lev Semenovich
Vygotsky (1984) a pesquisa está fundamentada nas relações sociais, mediação. Levando em
conta as relações interpessoais no contexto escolar, é possível fazer uma ligação com a teoria
histórico-cultural, já que a mesma considera o meio em que o indivíduo vive como o contexto
cultural e histórico que sempre está em transformação, sendo que a criança participa desta
ação se transformando e transformando o meio, pois durantes as relações sociais o indivíduo
compartilha suas experiências com o grupo social que convive. Além de compartilhar também
aprende com a troca das experiências. Já para Henri Wallon o estudo buscar-se-à observar a
importância da afetividade no contexto escolar. Na escola a criança também esta presente
emocionalmente, pois as relações interpessoais entre os indivíduos neste contexto são
carregadas de emoções e afeto, sendo positivas ou não para favorecer a aprendizagem. O
desenvolvimento não acontece apenas cognitivamente e intelectualmente, mas sim também
através do afeto. Neste desenvolvimento é considerado o contexto, a interação social e as
emoções vividas durantes este processo. A metodologia do estudo foi dividida em três fases: a
primeira fase foi o levantamento e análise de estudos no campo da infância, ludicidade e
relações interpessoais, a partir de um referencial histórico-cultural; a segunda fase foi à
realização de um estudo empírico em uma sala do 2º ano do Ensino Fundamental, no qual
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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utilizamos como procedimentos metodológicos o uso de observação participante, entrevista
semi-estruturada e coleta de registros escolares e a terceira e atual fase tem como foco a
análise dos dados, a partir de uma perspectiva qualitativa de diálogos entre a literatura na área
e os dados.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Narrativa, afetividade e educação infantil Autor (a): Daniel Viana Torelli ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maria Lúcia de Oliveira
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
Há algumas décadas no Brasil, as pesquisas da universidade vêm contando com uma produção
significativa de trabalhos ligados à psicanálise, e particularmente daqueles ligados à temáticas
educacionais e pontualmente à educação infantil escolarizada. A educação nessa perspectiva é
considerada um processo implicado na experiência inconsciente. Trata-se de focalizar a natureza
significativa da narrativa fundamentada na experiência inconsciente enquanto construtora de
sentidos relacionais. Fundamentado na educação enquanto um processo que considera o aprendiz
um ser desejante, o narrar é veiculador de afetividade. A palavra e a narrativa existem na expressão
de humanidade do ser, dado o caráter simbólico de sua expressão. No atual estágio do estudo, está
sendo realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a produção acadêmica e publicações na área de
conhecimentos da Psicanálise dos últimos dez anos, as quais focalizam a educação a partir de
estudos sobre a palavra e a narrativa, considerando a realidade psíquica ou o dinamismo
inconsciente. Pesquisas mostram que, desde o início do século XX, a palavra ganha uma função
específica de tampão para a impossibilidade de completude. O ato de representar verbalmente passa
a ser algo imposto pelo meio simbólico, além de ter a função de tampão da angústia, do desamparo
e de freio da pulsão de morte (Pinheiro, 1995). A autora Glória Radino (2003), faz um alerta para os
pais e professores compreenderem o significado da imaginação infantil para a vida da criança, e
bem como ressalta a relevância destes sujeitos perceberem o modo de como a psicanálise abrange o
psiquismo infantil e a importância dos contos de fadas no processo de desenvolvimento da criança.
Os contos trazem uma linguagem de fácil compreensão, e neles vemos o retrato das relações
humanas que compõem o cotidiano, os sonhos, a imaginação. E deste modo, os contos propiciam a
simbolização da criança para ampliar sua expressividade. Os contos possibilitam à criança a
identificação com um herói, o que permite a ela exteriorizar impulsos, medos e angústias. Pesquisas
constatam a desvalorização da experiência de narrar e ouvir histórias no âmbito da educação
infantil, o que nos alerta para a formação do educador que tome em consideração a realidade
psíquica. O professor enquanto narra proporciona ao aluno a oportunidade de vivenciar experiências
não antes vividas. A contação de história oral desperta a imaginação do educando, fazendo com que
este tenha um desenvolvimento pleno, tendo condições de, futuramente, enfrentar e resolver
conflitos que encontrará na sociedade. Por isso, destacamos a importância que o profissional da
educação deve dar à leitura, ao prazer de ler e de transmitir histórias.
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O psicólogo na formação do educador
Autor (a): Fernando Crespolini dos Santos ([email protected] )
Orientador (a): Maria Lúcia de Oliveira
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
Trata-se de abordar a importância do psicólogo enquanto profissional que lida com a mente
humana, entendida enquanto essencialmente inconsciente, na instituição educacional, assim,
construindo e desenvolvendo seu trabalho na formação do educador. As diversas modalidades de
violência e agressividade que vimos assistindo na escola, bem como nas chamadas dificuldades de
aprendizagem e nas declarações de impotência dos professores frente a essas manifestações podem
ser consideradas como sintomas individuais e coletivos. A pesquisa em curso visa verificar a
viabilidade de formação de grupos de orientação com professores da rede pública de ensino, tendo
em vista a pesquisa acadêmica, realizada mediante a extensão do método de investigação da
psicanálise na escuta do discurso docente, buscando dessa forma, investigar os efeitos e
contribuições sobre esse tipo de intervenção psicológica na ressignificação da identidade
ocupacional sobre grupo de orientação/profissional. O recurso metodológico incidirá sobre
encontros fundamentados na teoria de grupo operativo de acordo com Pichon-Rivière (1982) e
grupo de orientação segundo Bohoslavsky (1995). Os dados coletados através de uma experiência
anterior, servindo de hipóteses para esse estudo, por meio de observação e escuta analítica em
relação às queixas e demandas relatadas pelos educadores no decorrer dos trabalhos realizados na
Oficina Pedagógica, indicam que os professores estão vivendo em sua prática profissional uma
situação permeada de imprevisibilidades e de incertezas, sendo que a falta de mudança na prática
pedagógica está associada à maneira como os professores acolhem seus problemas. Foi ressaltada
com essa experiência a importância do psicólogo na instituição escolar, podendo realizar um
trabalho de orientação sob forma de intervenção psicológica, possibilitando ampliação dos sentidos
e significados atribuídos pelos professores a sua prática pedagógica. Dessa forma, é possível abrir
aos educadores a oportunidade a reflexões preciosas sobre a maneira de serem e estarem na
profissão, criando condições para que os educadores se posicionem frente ao seu mal-estar.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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SEÇÃO C – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Imprensa periódica em foco: revistas como fonte para estudos em história da educação no
período republicano (São Paulo e Mato Grosso)
Autor (a): Adriana Aparecida Pinto ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Vera Teresa Valdemarin
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Em História da Educação configurou-se um campo de estudos a partir do qual pesquisas vêm sendo
produzidos valendo-se da temática imprensa periódica especializada, cujos dispositivos se
inscrevem na categoria de impressos pedagógicos (legislação, regulamentos, anuários de ensino,
cartas, diários, manuais e cadernos escolares, almanaques) e impressos de circulação geral (jornais),
ora como objeto de estudo, ora como fontes para investigação e análise. Destas fontes emergem
esforços contínuos e cotidianos que dão voz a objetos antes não cotejados por pesquisadores do
campo da educação, ancorados teoricamente nas contribuições de estudos da História Cultural, em
especial nas contribuições de Peter Burke (2005), Roger Chartier (1991,1996) e Jacques Revel
(2009). Esta comunicação tem como objetivo apresentar as possibilidades de trabalho com algumas
destas fontes – dentre as quais se destacam revistas de ensino - buscando evidenciar as
possibilidades de pesquisas a partir do diálogo com estas fontes. A revista A Eschola Publica (1893-
1896), publicada por um grupo de normalistas em São Paulo, no final do século XIX, e a Revista
Matto Grosso, publicada por um grupo de religiosos em Cuiabá no início do século XX, são fontes
cotejadas para demonstrar como e por meio de quais entradas são possíveis a execução de pesquisas
com materiais desta natureza. Neste estudo, em especial, são demonstradas as possibilidades de
leitura dos periódicos, para além do campo da informatividade, mas como portadores significativos
de um conjunto de valores que circulam pelo campo no qual se inscrevem, prescrevendo e
sugerindo modos atuação profissional, promovendo silenciamentos, bem como viabilizando um
conjunto de valores difundidos em prol dos grupos que controlam a veiculação e circulação dos
periódicos. Por meio da imprensa periódica é possível apreender os modos de funcionamento dos
campos (Bourdieu, 1993), perceber e identificar disputas e tensões e ainda mapear o conjunto de
referências, modos de pensar e de aprender na educação, elementos que se tornam mais difíceis de
perceber em outros dispositivos impressos.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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História Social da Infância
Autor (a): Adriele Gonçalves da Silva ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Carlos Roberto da Silva Monarcha
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
A presente pesquisa consiste em um estudo aprofundado da história social da infância que, nas
últimas décadas, ganhou uma expressiva visibilidade, configurando um campo disciplinar dotado de
pertinência acadêmica e relevância social. Foi baseado em diferentes pressupostos teórico-
metodológicos, pesquisas e análises que contribuíram para elucidação das variadas representações
da infância na história. A realização dessa pesquisa bibliográfica teve como objetivo proporcionar
opções para então dar continuidade a um estudo mais específico sobre a temática da infância e
despertar interesses para reflexão e problematização da infância, a fim de subsidiar a formação de
futuros professores. No decorrer da pesquisa, o estudo foi pautado nas obras de Philippe Ariès,
Jacques Gelis, Neil Postman e Irene Rizzini. No texto intitulado “Individualização da criança’’de
Gelis estudamos o imaginário medieval que girava em torno de uma consciência “naturalista” da
vida e da passagem do tempo onde prevaleceu à idéia de família ligada à linhagem, uma contratação
dos laços de sangue a fim de garantir o ciclo da vida. O livro “História social da criança e da
família’’ de Ariès é marcado pela descoberta da infância, vimos que muitas mudanças ocorreram em
relação à criança que até a Idade Média era destacada apenas por seu caráter incompleto, pouco a
pouco ela passa a ser reconhecida em suas especificidades, passou a ser observada, paparicada,
mimada, educada e amada, sendo assim acompanhamos o surgimento dos dois sentimentos da
infância. Num contexto mais atual estudamos o desaparecimento da infância com Postman, vimos
que a infância está sendo totalmente descaracterizada o que compromete o desenvolvimento das
crianças. No livro de Irene Rizzini foi estudado as raízes históricas das políticas públicas para a
infância no Brasil, raízes essas registradas pelo interesse da elite brasileira em transformar o país em
uma nação civilizada e para tal objetivo a infância pobre ganhou um lugar central no plano de nação
civilizada. O resultado da pesquisa bibliográfica foi de encontro com o anseio de aprofundar o
estudo da temática da infância, fornecendo subsídios necessários para escolha de uma temática
específica.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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História e memória da escola rural de Tutoia/Araraquara – SP (1950 - 1970) Autor (a): Érica Zavanella Navarro ([email protected])
Orientador (a): Profª. Drª. Rosa Fátima de Souza
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Este trabalho apresenta resultados parciais de pesquisa em andamento, cujo objetivo principal é
reconstruir a história de uma escola primária situada na região rural de Araraquara, Estação
Ferroviária Tutóia, situada entre a cidade de Araraquara e a cidade de Américo Brasiliense. A
primeira etapa da pesquisa consistiu no levantamento de fontes documentais sobre a Escola Rural
de Tutóia. Na sequência, iniciamos a revisão bibliográfica sobre o tema e o levantamento, leitura e
análise da legislação sobre o ensino primário no estado de São Paulo. As próximas etapas
compreendem: a) análise da documentação reunida sobre a escola; b) realização de entrevistas com
ex-alunos e professores; c) análise e interpretação dos dados. Foi realizado para o estudo aqui em
questão um levantamento da legislação referente ao ensino primário no estado de São Paulo durante
o período de 1945 a 1970. Para tal, utilizei-me da Coleção de Leis e Decretos do Estado de São
Paulo, localizada no acervo da Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Campus de
Araraquara. No período de 1945 a 1970, encontramos um total de 15 prescrições para o ensino
primário paulista envolvendo leis, decretos-lei, portarias e códigos de educação. A partir do
levantamento feito e da análise da legislação sobre o ensino primário no Estado de São Paulo foi
possível observar quais os dispositivos legais que nortearam o ensino primário e rural paulista. Para
a instalação de escolas na zona rural buscava-se dar preferência aos lugares com maior facilidade de
acesso e comunicação com o centro urbano e que pudesse oferecer possibilidade de instalação do
professor. As unidades de ensino primário rural, de acordo com as conveniências locais e a juízo do
Diretor do Departamento de Educação, poderiam ser classificadas como masculinas, femininas ou
mistas. No que expõe o programa escolar, destaca-se que o desenvolvimento do mesmo era
essencialmente prático e encaminhado no sentido de fixar os indivíduos no meio em que viviam,
sendo adaptados às necessidades e características próprias do local. Vale assinalar também que, o
curso primário rural tinha a extensão de três (3) anos, tendo as aulas quatro (4) horas de duração,
com trinta minutos de recreio.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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História social da família moderna
Autor(a): Luana Maria de Oliveira ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Carlos Roberto da Silva Monarcha
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O presente trabalho vinculado a iniciação científica tem como objetivos aprofundar a compreensão
das questões educacionais especialmente as concernentes a organização familiar em perspectiva
social, cultural e histórica; e contribuir para os estudos em Educação articuladamente aos estudos
sobre a família moderna mediante leitura e análise da bibliografia de referência. A primeira obra
abordada na revisão bibliográfica é "História social da criança e da família", de Philippe Ariès, nela
o autor apreende e explica a emergência dos modernos sentimentos de família e infância. Partindo
desde a Idade Média, o autor afirma que as relações familiares, isto é, pais e filhos, caracterizavam-
se pela ausência de afeto e de educação escolarizada, pois a transmissão dos conhecimentos ocorria
na aprendizagem direta da criança com o mundo adulto. Já no Antigo Regime, o autor constata uma
situação diferente, pelo menos entre as classes altas, segundo ele, a emergência de uma nova forma
de organização familiar, isto é, a família moderna e/ou nuclear, composta de pais e filhos, tornaram
as crianças objeto de afetos, cuidados higiênicos e, sobretudo educação escolarizada. Portanto,
juntamente com Ariès, pode-se concluir que tanto o novo sentimento de família, quanto o
sentimento de infância, ambos emergentes na Idade Moderna, modificaram as relações entre pais e
filhos, solidificando-se a intimidade familiar, afeição e cuidados higiênicos e educacionais.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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As implicações das ideias pedagógicas na saga de Monteiro Lobato como “romance
educativo” brasileiro: primeiras aproximações
Autor (a): Merilin Baldan ([email protected])
Co Autor (a): Priscila Marília de Oliveira ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Alessandra Arce- Universidade Federal de São Carlos
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O presente trabalho visa estabelecer as primeiras aproximações entre as obras de Monteiro Lobato e
a categoria de romance de formação escolar. O interesse sobre os romances de formação,
principalmente o escolar, se deve ao fato de muitas vezes este gênero literário versar sobre a
formação ser pouco estudado no âmbito das idéias pedagógicas, embora suas funções e
possibilidades de estudo e investigação sejam relevantes. Nesse sentido, relacionando as idéias
pedagógicas e a teoria literária do romance de formação, procurar-se-á demonstrar como objetivo
geral a necessidade do estudo aprofundado e relevante entre literatura e educação; bem como, ao
fazer as primeiras aproximações entre a obra de Monteiro Lobato e o romance de formação, as
preocupações e a pertinência do estudo ganham projeções enormes e imprescindíveis àqueles que
permeiam o campo de educação. A relação entre literatura e educação é estabelecida no interior da
narrativa, as obras tornam-se objetos/fonte primária de investigação metodológica, de cunho
teórico-bibliográfico, investigado mediante o estudo das seguintes categorias propugnadas por
Saviani (2007): o princípio de caráter concreto, a perspectiva de longa duração, o olhar analítico-
sintético, a articulação entre o singular e o universal e, por último, a atualidade da pesquisa
histórica. As categorias de investigação permitirão, por sua vez, que possamos estabelecer, do outro
lado, as possíveis aproximações das obras de Monteiro Lobato ao conceito de romance de
formação: autor, personagem, tempo; a fim de classificar o romance de Lobato entre as categorias
do romance de formação, por meio da teoria literária utilizada para a análise, dentre elas Maas
(2000), Mazzari (1999), Bakhtin (2003) e Lukács (2000). Seriam possíveis essa aproximação?
Quais as implicações dessa categorização? E, ainda, quais as concepções presentes nestes romances
de Lobato, produzidos no período de efervescência pedagógica, política e cultural? De que maneira
o romances atuou na construção de uma nova mentalidade, pelo viés das idéias pedagógicas, do
período em que foram publicadas? Como elas ainda revelam-se atuais no campo de disputa
ideológica no campo da educação e da política? Essas são algumas problemáticas que procurar-se-á
desvelar no transcorrer desta monografia.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Alfabetizar o “grosso da tropa”: a campanha de alfabetização na reforma de Sampaio Dória
(1920)
Autor (a): Virgínia Pereira da silva de Ávila ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Rosa Fátima de Souza
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Este trabalho é parte integrante de pesquisa em desenvolvimento e apresenta considerações
preliminares acerca do papel desempenhado pelas escolas primárias rurais na reforma da instrução
pública, nos anos de 1920, do século XX, no estado de São Paulo. Como fonte de pesquisa utiliza-
se a Lei n. 1.750, de 8 de dezembro, de 1920, regulamentada pelo decreto n. 3.356, de 31 de março
de 1921, conduzida por Sampaio Doria. A escolha da periodização justifica-se em virtude do papel
central ocupado pelas escolas isoladas rurais na campanha de alfabetização. As mudanças propostas
demarcavam um “outro lugar” (grifo nosso) para essas escolas. Como símbolos da campanha de
alfabetização essas escolas deveriam garantir a todos saber ler, escrever e contar. Se por um lado
não houve a criação de novas escolas isoladas rurais durante a vigência da reforma, devido aos
escassos recursos financeiros do estado, houve em contrapartida o aumento nas matriculas das
escolas existentes, a valorização dos professores e o zelo pelas condições materiais dessas escolas.
Foi dentre as reformas do período a que se manteve em execução por maior tempo, de 1920 a 1924,
mesmo após a saída de Sampaio Dória da diretoria geral da instrução pública em 1921.
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SEÇÃO D - ENSINO EM CIÊNCIAS EXATAS, HUMANAS E BIOLÓGICAS
Atividades lúdicas de conhecimento físico para o ensino infantil Autor (a): Aline Jango ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Denise Fernandes De Mello
Universidade Estadual Paulista – Campus de Bauru
O objetivo deste trabalho é contribuir com o estímulo à curiosidade, criatividade, desenvolvimento
do pensamento crítico e do conhecimento científico de crianças desde o Ensino Infantil, através do
desenvolvimento de atividades lúdicas, envolvendo conhecimento físico, num contexto
interdisciplinar. Neste trabalho apresentamos os resultados referentes à elaboração,
desenvolvimento e aplicação destas atividades para crianças do Ensino Infantil. Crianças
geralmente a partir dos 3 anos apresentam interesse em entender fenômenos da natureza e também o
funcionamento de aparelhos de tecnologia atual que as cercam. Interesse este que é mostrado
através das perguntas que fazem frequentemente aos seus professores, e que na maioria das vezes
ficam sem respostas devido às dúvidas que os professores possuem em como abordar essas questões
com as crianças, e ou a falta de conhecimento sobre o assunto em questão; o que não contribui para
estimular a criatividade, para o estabelecimento de um pensamento crítico e também leva ao
desinteresse pelo conhecimento científico. Utilizamos como metodologia atividades lúdicas, que
são propostas com objetivos pré-estabelecidos, seguida de discussões orientadas, observação e
análise das discussões, hipóteses e brincadeiras realizadas pelas crianças, e sugestões dos
professores. Os resultados que relatamos envolveram a participação de 3 instituições de Ensino
Infantil de Bauru e Arealva, aproximadamente 200 crianças e 15 professores. Participaram como
colaboradores na discussão da elaboração das atividades, outros 3 docentes da Faculdade de
Ciências, Unesp – Bauru e 8 alunos dos Curso de Licenciatura em Física, Química e Desenho
Industrial. Com os resultados obtidos do desenvolvimento das atividades, concluímos que a
abordagem adotada representa um diferencial no processo de Ensino-Aprendizagem, estimulando o
pensamento crítico dos alunos, e contribuindo no processo do desenvolvimento do conhecimento
científico. A parceria entre docentes/pesquisadores da Universidade, alunos dos Cursos de
Licenciatura, professores, diretores e coordenadores do Ensino Infantil, atuando de forma conjunta
participativa neste projeto nos indica ser este um caminho eficiente para produzir melhorias na
qualidade de ensino.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Sociologia no ensino médio: reflexões acerca da construção de metodologias e conteúdos
Autor (a): Fernanda Feijó ([email protected])
Orientador (a): Prof ª Dr.ª Márcia Teixeira
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Mediante a recente conquista, no ano de 2008, da institucionalização definitiva da obrigatoriedade
do ensino da disciplina Sociologia no ensino médio em âmbito nacional, através da Lei nº
11.684/08, ressurge o debate acerca do que deve ser ensinado em sala de aula, dentro da área das
ciências sociais, aos adolescentes. Essa questão da metodologia e do conteúdo a serem aplicados
conta com reduzido número de pesquisas, devido ao caráter intermitente que permeia a história do
ensino dessa disciplina no Brasil. Decorre dessa intermitência o fato da sociologia não possuir uma
tradição de ensino como as demais disciplinas já consagradas no ensino médio (matemática,
português, história, geografia, etc.), levando a uma falta de um currículo básico comum para o
ensino dessa ciência aos alunos que freqüentam o ensino médio. Além disso, também é relevante
pensar como passar os conteúdos presentes dentro das ciências sociais aos adolescentes, de um
modo que seja compreensível e atrativo, ou seja, é necessário transformar a linguagem acadêmica
típica das ciências sociais em linguagem escolar que traga sentido e significado ao aprendizado dos
alunos. Dessa forma, o projeto proposto pretende contribuir para a reflexão de “o que” e “como”
ensinar ciências sociais para jovens do ensino médio, a partir do desenvolvimento de uma
minuciosa pesquisa acerca do tema e também visando a elaboração de propostas de metodologia e
conteúdo, levando-se em consideração o importante papel da Sociologia, enquanto disciplina
autônoma, para a formação básica dos adolescentes na nossa sociedade permeada por problemas e
conflitos sociais e políticos.Este projeto trabalha, portanto, com a análise e propostas de conteúdos e
metodologias para o ensino de sociologia, através de levantamento bibliográfico sobre artigos
relacionados ao tema e também com a análise de propostas curriculares da disciplina sociologia no
país. Pretende-se também manter diálogo constante com outros pesquisadores da área, bem como
com professores e alunos do ensino médio, como forma de trocar experiências e pensar em como
chegar a um currículo mínimo para a disciplina sem que se perca de vista a liberdade do professor e
as particularidades de cada localidade.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Atividades de ensino de história pautados nos estudos das necessidades formativas em serviço
Autor (a): Jenifer Larissa Rodrigues Moraes ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
A questão das necessidades formativas de docentes em serviço vem sendo longamente estudada por
muitos pesquisadores devido à sua importância, já que visa à qualidade do ensino bem como a do
sistema educacional. Deste modo, esta pesquisa tem por objetivo levantar as necessidades
formativas dos docentes atuantes bem como auxiliá-los com suas dúvidas e dificuldades, utilizando
a pesquisa-ação como metodologia de pesquisa. Nesta metodologia, os pesquisadores e a
comunidade escolar pensam coletivamente sobre aspectos educacionais buscando soluções e
melhorias, resultando assim em uma troca mútua de aprendizados. A partir disso foi desenvolvido
um acompanhamento com um docente que ministra aulas de História para o 3º ciclo. Partindo das
necessidades observadas em sala de aula, algumas intervenções foram feitas com o objetivo de
tornar as aulas mais atrativas e de fácil compreensão pelos alunos (problema esse detectato pelo
docente juntamente com os pesquisadores). As intervenções desenvolvidas contemplaram aspectos
metodológicos e de alguns conteúdos específicos da disciplina de História para o Ensino
Fundamental. A primeira intervenção feita foi uma apresentação de power point abrangendo várias
fotos e comentários sobre o conteúdo “As Cruzadas”. O objetivo era que os alunos
compreendessem de forma sintetizada o que foi dado em sala bem como visualizar através das
imagens as caracteristicas e os personagens deste momento histórico. A segunda intervenção foi a
apresentação de uma história em quadrinhos que abrangia o conteúdo estudado. Posteriormente foi
passado um filme com o mesmo tema a fim de fixar o conteúdo e ilustrá-lo
Como resultados puderam ser constatados: o melhor entusiasmo da sala diante das intervenções
aplicadas e a melhoria da relação entre o professor e a aluna pesquisadora que gradualmente foi
sendo construída. Ressalta-se que a relação entre a aluna pesquisadora e o docente passou por
dificuldades, pois os laços de confiança e vínculo são processos construídos aos poucos até que a
base da relação entre ambos seja realmente de parceria, confiança e cumplicidade. Este tipo de
trabalho deveria, portanto ser incentivado, pois se desenvolvido pode colaborar muito para as
questões educacionais tanto no âmbito da formação continuada do docente em serviço quanto da
formação do futuro educador.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Atividades de ensino de Ciências e Matemática por meio de Jogos Didáticos Autor (a): Ariana Cestari Panagassi ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
A Formação Continuada de professores é uma exigência do mundo contemporâneo que se coloca
para todos os profissionais. Desse modo, realizamos um trabalho de pesquisa em parceria com uma
escola Municipal de Araraquara, que se baseia na busca de necessidades apontadas pelos
professores em sala de aula e uma resposta a essas necessidades. Atuamos diretamente ligados ao
cotidiano de salas de aula específicas, acompanhando as atividades da mesma e do professor
responsável por cada sala. Além das observações feitas, também atuamos com a elaboração de
atividades para auxílio e melhoria da prática docente dentro da sala de aula, procurando superar as
necessidades encontradas. Para tanto, foram realizadas atividades, sob a participação e supervisão
da professora, no ensino de Ciências e Matemática. Para os conteúdos de Ciências abordamos
“Partes e funções da planta”, por meio de um jogo didático, que tinha o objetivo na compreensão do
aluno com relação a identificação das partes de uma planta e as funções das mesmas para com o
meio ambiente, ou seja, era um teste ao aprendizado do aluno sobre aquele determinado assunto.
Para a matemática o conteúdo foi a tabuada, feita através de um jogo entitulado “Jogo do bingo da
tabuada”, para que os alunos não decorassem o resultado das multiplicações, mas que também
aprendessem uma maneira de chegar ao mesmo resultado. Desta forma, o levantamento das
necessidades formativas do professor pode colaborar para o entendimento das questões sobre
processos de formação, como também trazer contribuições importantes para a formação de
professores, como por exemplo as atividades realizadas e a troca de experiências entre pesquisado e
pesquisador.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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CUCA: Espaço de emancipação social e intelectual
Autor (a): Gabriel Alarcon Madureira ([email protected])
Orientador (a): Prof ª Drª Dulcimeire Aparecida Volante Zanon
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O trabalho pretende refletir sobre o papel desempenhado pelo CUCA (Cursinho Unificado do
Campus de Araraquara – Núcleo de Boa Esperança do Sul) como um espaço de inclusão social nas
suas diversas dimensões. Através das metodologias de ensino baseadas nas múltiplas abordagens
dos conteúdos curriculares propostos, na utilização das diferentes mídias, e na concepção da
possibilidade de construção crítica e coletiva do conhecimento, este núcleo do CUCA ultrapassa as
expectativas de simplesmente preparar os alunos para o ingresso no ensino superior. Levando em
consideração as características de vulnerabilidade social de muitos alunos e que o município
encontra-se parcialmente marginalizado dos principais fluxos econômicos e culturais, o CUCA
emerge como centro capaz de fomentar novas perspectivas através da apresentação do mundo
acadêmico, do trabalho de orientação profissional, do incentivo ao contato e à produção de
construtos culturais, e principalmente, da premissa de alimentar um espírito de cidadania, de
emancipação crítica e de autonomia intelectual. O trabalho visa compartilhar justamente tais
experiências, colocá-las em discussão e aprimorá-las diante do debate acadêmico. Da mesma forma,
temos como objetivo apresentar os fundamentos teóricos-metodológicos das ações e incorporar
referenciais capazes de maximizar os nossos resultados.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Objetos de aprendizagem no ensino de química
Autor (a): Nathalia Ariane Thomazella ([email protected])
Orientador (a): Prof ª Drª Maria Helena S.S. Bizelli
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O presente trabalho apresenta e discute alguns resultados parciais de pesquisa, obtidos na produção
de animações multimídia e simulações para as disciplinas de Química Geral e Calculo I do curso de
graduação de Química (IQ-UNESP-Araraquara). Os objetos de aprendizagem são concebidos e
elaborados por uma equipe interdisciplinar de professores, e disponibilizados no site www.e-
quimica.iq.unesp.br, com o objetivo de servirem de apoio as aulas presenciais do curso de
graduação de Química. O uso de simulações, animações e vídeos busca incrementar o apelo
sensorial na apresentação da informação e, assim, ampliar as associações entre a teoria e a prática,
possibilitando ao aluno novas alternativas de sistematização da aprendizagem. Fundamentando-se
na Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel(1980), as animações e simulações são
utilizadas como organizadores prévios para a aprendizagem de conceitos abstratos nos quais os
alunos apresentam dificuldade de compreensão. Normalmente, as animações que encontramos na
Internet e em CD-ROMs são extremamente curtas, utilizadas como complementos de um texto, ou
seja, para a compreensão do assunto o texto é mais importante do que a animação. Pensando em
oferecer materiais mais dinâmicos, buscamos reverter essa lógica e elaboramos animações com um
formato de “micro documentários”, com duração entre 4 e 7 minutos, nos quais a narração permite
entender o assunto tratado, sendo o texto externo um complemento da animação. As animações
produzidas com estas ferramentas, foram amplamente aceitas pelos alunos e se mostraram eficazes
na demonstração de processos, visualização temporal de eventos, explicação e resolução de
exercícios e demonstração de experimentos. A análise dos dados, coletados durante a pesquisa,
permite-nos concluir que: 1) Os alunos demonstram já possuírem o hábito de utilizar conteúdos da
Internet como complemento ao ensino presencial. 2) Os conteúdos mais dinâmicos e interativos,
como animações e simulações, obtiveram a preferência dos alunos. 3)As animações, no formato de
“micro documentários”, conforme proposta na pesquisa, mostraram-se ferramentas eficazes para a
aprendizagem de conceitos e procedimentos.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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A inclusão da criança incluída
Autor (a): Elisângela Augusta Mendes Cosmo ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maria Regina Guarnieri
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
A escolha do tema se faz relevante pela observação feita a partir da atuação escolar do professor.
Não apenas isto, mas também das dificuldades das crianças de aprendizagem, levando esse fator
pela vida, uma vez que nossos professores não estão condicionados, ensinando em uma sala com
35/40 alunos, para dar uma atenção especial aquela criança que no momento também se faz
especial. Assim, a criança que é parte integrante da escola se sente tão fora dela como se estivesse,
não se sente incluída nesse fator qualitativo da escola pública principalmente.
Um dos aspectos que nos leva a questionar os métodos de ensino hoje é baseado nos estudos e
pesquisas realizados por alunos e professores, grupos de pesquisas e teses de mestrados que nos dão
o parecer do aluno, professor, escola, família e sociedade. Sabemos que hoje o papel do
alfabetizador está além de surpreender a criança com as letras, mas de encorajá-las a descobrirem o
que realmente sabem e "ensinar" isso ao professor; isso se chama Construtivismo. Mas, até que
ponto essa prática coloca a criança em contato com o saber? E se ela sabe, porque é deixada para
trás e não se aproveita o seu conhecimento pra fazê-la compreender outras coisas?
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Elaboração de um jogo como auxiliar de ensino sobre radioatividade
Autor (a): Gisela Garcia Martins ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Rosebelly Nunes Marques
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O jogo (ou uma atividade lúdica) pode ser uma ferramenta de aprendizagem e produção de
conhecimento para aluno e professor , uma vez que durante essa aplicação , depara-se com um
grande número de questionamentos, até imprevistos ,por parte dos alunos . Quando joga, o aluno
compete num ambiente propício para o desenvolvimento e a criação de hipóteses, e, portanto,
trabalha com uma ferramenta que gera a reflexão (o jogo ).Para Antunes ( 1998 ) o jogo é um
estímulo ao crescimento , como uma “astúcia” em direção ao desenvolvimento cognitivo e aos
desafios do viver . Não como uma competição entre pessoas ou grupos que implica em vitória ou
derrota. Para colaborar tanto no sentido do melhor ensino dos conteúdos de Química quanto para
diversificar as metodologias utilizadas pelos professores, propõe-se o uso dos Jogos Didáticos como
ferramenta de apoio ao docente da educação básica.
A ideia de utilizar jogos didáticos como um recurso facilitador no processo de ensino e
aprendizagem é muito atraente, pois se destaca em despertar nos alunos o interesse pelo assunto
abordado e proporcionar através do trabalho em grupo a interação social, porém valorizando a
construção do conhecimento e não somente a diversão. Kishimoto (1996) destaca a potencialidade
dos jogos didáticos como detentor de grande valor educativo e assim, com seu uso, permite ao aluno
a possibilidade deste expressar suas próprias decisões. Neste sentido, o jogo que elaboramos visa a
melhorar o ensino de química nesta área tão atual, ( radioatividade )melhorando a aprendizagem dos
conteúdos químicos envolvidos e trazendo informações propícias a futuras discussões sobre o papel
do cidadão como agente transformador na sociedade e não mero espectador. O jogo foi aplicado em
séries terminais do ensino médio ( ensino regular e EJA ) da E.E. Conde do Pinhal , em São Carlos-
SP a partir de pesquisa inicial onde constatou-se que as aplicações pacíficas dos radioisótopos na
indústria; na agricultura e na medicina, no diagnóstico de doenças, são pouco ou nada conhecidas.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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SEÇÃO E – TRABALHO DOCENTE
Concepções e práticas relacionadas à questão de gênero na educação.
Autor (a): José Do Carmo Teodoro Junior ( [email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Marcia Cristina Argenti Perez
Universidade Estadual Paulista – Campus de Bauru
Partindo do pressuposto de que as identidades de gênero são produções histórico-culturais,
formadas e constituídas a partir de ideias, conceitos, símbolos criados por grupos sociais, o presente
trabalho tem como objetivo analisar como as concepções sobre padrões normativos de masculino e
feminino presentes no ambiente escolar são responsáveis pela elaboração e construção das
identidades. Para tanto, o estudo investiga quais as ideias presentes entre os educadores e alunos
sobre gênero, a interferência ou não dessas ideias nas práticas docentes e no cotidiano escolar, além
de fazer uma análise da maneira como o gênero é construído através das interações sociais que
ocorrem dentro da escola. Dentre os principais resultados podemos relatar a função da escola,
enquanto instituição social, responsável por práticas que expressam fatores que produzem padrões
de gênero e, consequentemente, a desigualdade entre meninos e meninas. Com efeito, pode-se
destacar as relações sociais mantidas dentro da escola, entendidas como relações de poder, como
responsável pela transmissão, assimilação e produção dos significados simbólicos e culturais de
gênero. Em suma, concluímos que a análise das concepções e percepções relacionadas às questões
de gênero no contexto escolar é necessária para entender como isso interfere em suas práticas e
como através do disciplinamento dos corpos e das interações sociais, as crianças aprendem a se
representar como gênero.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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O trabalho docente no processo de alfabetização no I Ciclo do Ensino Fundamental
Autor (a): Flávia Roberta Velasco Campos ([email protected] )
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maria Regina Guarnieri
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica sobre o trabalho dos professores
alfabetizadores nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com o objetivo de identificar as principais
dificuldades dos professores relacionadas ao processo de alfabetizar as crianças de forma a buscar
na produção das pesquisas já realizadas os tipos e características das dificuldades detectadas nas
práticas docentes alfabetizadoras. Pretende-se também averiguar o que os pesquisadores têm
sugerido para a superação dos pr oblemas identificados. Inicialmente foi realizado um levantamento
no banco de dados da ANPED (Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação)
de trabalhos publicados no GT – 10: Alfabetização, Leitura e Escrita no período compreendido
entre os anos de 2003 a 2008, sendo identificados no total 98 artigos dos quais, após leitura dos
resumos de cada um desses, foram selecionados 43 artigos relacionados ao tema proposto. Uma
leitura integral desses 43 trabalhos resultou em uma nova seleção, de 26 artigos, para uma análise
aprofundada. Os trabalhos que não foram aproveitados tratavam de temas distantes do que se
pretendia, tais como: estudos específicos da área da História; produção de textos e argumentação na
perspectiva semântica; Educação Infantil sem relação com a etapa seguinte, neste caso, a de
interesse do presente trabalho, o I Ciclo do Ensino Fundamental. Através das informações obtidas
constatou-se que os trabalhos são de diferentes regiões do país e abordam temas diversificados,
destacando-se: letramento, dificuldades das crianças na leitura e na escrita, o desempenho do aluno,
condições de trabalho dos professores, habilidades de ensino, relacionamento entre professor e
aluno, uso do tempo na sala de aula, práticas de leitura e escrita na escola, saberes práticos. Como
resultado inicial constatou-se que as pesquisas trazem poucas referências sobre as dificuldades dos
professores e quando as mencionam salientam mais em seus resultados, as dificuldades dos alunos
do que dos docentes, revelando que, ainda parece ser difícil aos alfabetizadores identificar
problemas em seu trabalho com a alfabetização.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Jogos tradicionais: promovendo o conhecimento e valorização das diferentes manifestações da
cultura popular brasileira
Autor (a): Mônica Pereira ([email protected] )
Orientador (a): Profª Drª Rosebelly Nunes Marques - Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O presente trabalho é um dos resultados do projeto “Agora é a hora” realizado pelo grupo GEPFEC
da Unesp de Araraquara com uma escola da rede municipal. O projeto, desenvolvido em dois dias,
foi dividido em dois segmentos, sendo um com atividades de formação com os professores,
oferecidas por especialistas da área e o outro com oficinas de jogos e atividades lúdicas, para os
alunos dos nove anos do ensino fundamental, desenvolvidas por licenciados dos cursos de
Pedagogia, Psicologia, Letras e Química. A oficina de jogos tradicionais teve por objetivos
principais: a) estimular o movimento corporal da criança e do jovem em uma atividade lúdica, b)
conhecer e valorizar as diferentes manifestações da cultura popular brasileira, c) promover a
socialização e o respeito diante das colocações de outras pessoas, tanto no que se refere às idéias
quanto ao modo de falar e de se expressar. A oficina foi iniciada, a partir de uma conversa prévia
com os estudantes sobre o folclore, explanando sobre a sua origem, significado e manifestações e
em seguida desenvolveu-se as seguintes atividades: cantigas de roda, trava-língua, corre cotia, cabo
de guerra, peteca e cabra cega. O que se esperava era a maior participação das crianças dos
primeiros anos pelas brincadeiras ao contrário dos alunos dos últimos anos do ensino fundamental.
De forma inesperada, os estudantes do 7º, 8º e 9º ano se envolveram muito com a proposta. A
brincadeira mais escolhida por todos os anos foi a do jogo da peteca. Muitos dos alunos diziam não
conhecer alguns jogos, mas observou-se interesse e participação nas atividades. Destaca-se, que os
jogos foram realizados em espaço livre e envolveram a parte física dos alunos, que por muitas vezes
fica reduzida aos espaços limitados das aulas de educação física. Atualmente, percebe-se que os
alunos têm uma tendência forte ao uso de jogos de computadores, causando com o uso excessivo,
sedentarismo, obesidade entre outros problemas. Realizar esse trabalho, poder apresentar os jogos e
contribuir para o resgate de nossa cultura popular foi de grande satisfação, além de ser um tema de
extrema importância para resgatar as diferentes manifestações de nossa cultura. O contato direto
com a realidade escolar proporcionou ainda uma experiência significativa para o nosso
desenvolvimento enquanto professoras em formação.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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CUCA: Uma oportunidade para a prática docente
Autor (a): Tatiane de Lima Pereira ([email protected])
Orientador (a): Dulcimeire Aparecida Volante Zanon
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Este trabalho apresenta a importância do projeto de extensão CUCA (Curso Unificado do Campus
de Araraquara) para a formação docente de estudantes dos cursos de graduação da Unesp de
Araraquara, Química, Farmácia, Odontologia, Pedagogia, Ciências Sociais, Ciências Econômicas,
Administração Pública e Letras. O projeto tem como objetivo complementar a educação em nível
médio para orientar os jovens, com carência socioeconômica comprovada, para os exames
vestibulares das universidades públicas e privadas. Numa das sedes, localizada na cidade de Boa
Esperança do Sul, coordenamos o trabalho dos graduandos-professores inseridos nas atividades de
ensino dos Componentes Curriculares. Essa oportunidade, para a prática docente, permite que os
graduandos tenham contato com a realidade de alunos das escolas de ensino médio públicas com
defasagem de desenvolvimento conceitual e assim busquem criar em sala de aula mecanismos para
a melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem. Além disso, para que essa comunicação
possa ser vitoriosa, os graduandos-professores utilizam muitas vezes do método Paulo Freire para a
elaboração de suas aulas cujo embasamento político o obriga a reconhecer em cada individuo um
agente da história.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Dificuldade de ensinar e criatividade na prática docente
Autor (a): Luzia Helena das Neves Teixeira ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maria Lúcia de Oliveira
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
A presente pesquisa trata-se de uma investigação teórica acerca da dificuldade de ensinar na prática
docente, tendo como ponto chave de discussão a falta de criatividade como hipótese para a referida
dificuldade. Para tanto, o trabalho pauta-se no referencial teórico da Psicanálise, buscando nos
autores clássicos (Freud, Winnicott e Bion) a base para a conceituação teórica do trabalho e, nos
autores contemporâneos (Maria Lúcia de Oliveira, Maria Cecília Pereira da Silva, Márcia Simões
Corrêa Neder Bacha, Alícia Beatriz de Lisondo, entre outros) a inter-relação entre os conceitos
psicanalíticos e a educação. Através de uma minuciosa pesquisa bibliográfica foi possível verificar
que a relação entre dificuldade de ensinar e criatividade trata-se de um tema pouco explorado, sendo
possível encontrar trabalhos que se referem ao sintoma dificuldade de ensinar como mal-estar-
docente. Além disso, a pesquisa demonstrou que há várias décadas a produção acadêmica vem
registrando preocupações relacionadas a problemas de aprendizagem escolar, enfatizando os
problemas da educação no aprendizado e/ou no aprendente. Por tratar-se de uma pesquisa em
andamento, problematiza-se se há existência de barreiras entre professores e alunos que possa ser
resultado de uma nova configuração social e subjetiva, provocada pela maneira contemporânea de
as pessoas se relacionarem, pautada mais nos valores externos de produção e consumo. No que
tange à subjetividade do professor tem sido possível pensar que esse lida de uma maneira
onipotente e narcísica com a função docente, não conseguindo relacionar-se com seu aluno real,
fantasiando uma realidade educacional idealizada.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Projeto Rondon: um relato de experiência a partir de atividades realizadas em uma
comunidade ribeirinha do Amazonas
Autor (a): Kelly Cristina Eleutério de Oliveira ([email protected])
Co-autor: Felipe Ferrari ([email protected])
Orientador (a): Prof. Roberto Carlos Miguel
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O Projeto Rondon é um trabalho de integração social que envolve atividades voluntárias de
universitários de instituições públicas e privadas e tem como objetivos aproximar esses estudantes
dos problemas sociais do país e colaborar para o desenvolvimento de comunidades carentes. Na
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, as intervenções semestrais são
financiadas pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária. A experiência aqui relatada ocorreu no mês
de fevereiro de 2009 no município de Beruri no estado do Amazonas e contemplou ações em quatro
grandes áreas: Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação e Saúde. Nesse contexto, nosso
trabalho especificamente se deu nas áreas de Cultura e Educação por intermédio de oficinas,
minicursos, palestras, grupos de leitura, atividades lúdicas e exibição de filmes de longa metragem.
Entre essas atividades destacamos a oficina de capacitação “O Recurso da Literatura Infantil como
Estímulo à Leitura e à Escrita” e a palestra “Vivência em Culturas e Conhecimento Tradicional”. A
primeira atividade foi ministrada para docentes que atuam no Ensino Fundamental e no Ensino
Médio com o intuito de incentivar o uso da literatura infantil em sala de aula para estimular a
interação dos seus alunos com as histórias infantis em suas práticas docentes. A segunda, por sua
vez, objetivou mapear as práticas culturais existentes na comunidade e sensibilizar os participantes
quanto à importância de sua valorização, difusão e ampliação. Dessa forma, buscamos resgatar e
valorizar a construção autônoma de uma identidade cultural regional, enquanto elemento
organizativo, agregador e referencial da população de Beruri. Pensamos que as ações do Projeto
Rondon são fundamentais, já que podem oferecer uma contribuição efetiva para o entendimento e o
exercício da cidadania dos sujeitos em suas comunidades.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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A (in)formação em sexualidade e gênero: o curso de pedagogia em discussão
Autor (a): Andreza Marques de Castro Leão ([email protected])
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
A sexualidade tem sido exaustivamente discutida na contemporaneidade, sendo que tais discussões
inevitavelmente atingem a escola. No entanto, a forma como ela se apresenta na maioria das vezes é
velada, escondida nos comportamentos, atitudes e preconceitos que se manifestam no dia a dia da
instituição e que causa espanto, desconfiança e reações tanto por parte dos professores e outros
profissionais da escola, quanto por parte dos alunos. Posto isto, buscamos no presente estudo, de
natureza quanti-qualitativa, verificar se há a presença da inserção das temáticas sexualidade e
gênero em um curso de formação de professores em uma universidade pública no interior do estado
de São Paulo. Na sua execução, contou com a participação de 70 estudantes do último ano do curso
de Pedagogia, tendo como instrumento de coleta de dados um questionário semifechado, contendo
20 questões que tratavam de sexualidade, orientação sexual e gênero. Em linhas gerais, segundo os
participantes os diferentes temas sexuais não são tratados durante o curso. Uma parte considerável
dos participantes referiu que a graduação não trouxe contribuições ao conhecimento que apresentam
em sexualidade. Quando indagados dos assuntos que consideravam pertinentes de serem tratados
num programa de orientação sexual notou-se a escassa menção às relações gênero, apesar de ser
imprescindível para efetivação deste programa. Em suma, foi possível constatar na grade curricular
e na análise documental do curso a inexistência das temáticas de sexualidade e gênero, reforçando a
premissa que os futuros professores vão fazer uso do conhecimento de senso comum quando for
problematizar as questões (inevitáveis) de sexualidade no contexto de sala de aula.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Educação e taxa de fecundidade entre as mulheres no município de Araraquara
Autor (a): Maíra Darido da Cunha ([email protected])
Orientador (a): José dos Santos Reis Filho
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Ao estudar as influências do nível educacional na nova estruturação da sociedade é necessário,
primeiramente, buscar uma reconstrução histórica que oriente o lugar em que se encontraram as
mulheres no campo da educação e do trabalho por tantos séculos.
O início do Século XI começa e as mulheres não são encontradas nos círculos científicos que
progressivamente se sedimentam. Estavam privadas, quase que em sua totalidade, do ingresso na
educação institucional. Se o Iluminismo pregava que todos os “homens são iguais por natureza”, a
extrema separação entre as esferas pública do governo e a privada da família e do lar, na qual
homens e mulheres tinham papéis sociais completamente distintos, fazia com que a chamada teoria
de a complementaridade sexual soar natural. Dizia-se que as mulheres não eram iguais aos homens,
e sim, opostos complementares, teoria esta que se adaptou facilmente aos moldes da época e fez a
desigualdade parecer algo inerente às relações entre homens e mulheres.
Assim sendo, as mulheres não eram vistas como somente inferiores a eles, mas incomparáveis, por
diferenças fundamentais. Elas eram diferentes; física, moral e intelectualmente. Olhada a sociedade
da época, as mulheres não tinham a oportunidade de frequentarem a escola, ou participarem da
esfera pública. Somente com o movimento das mulheres, a partir das décadas de 1870 e 1880
concessões foram feitas e se permitiu o ingresso do sexo feminino nas carreiras modernas, podendo
participar também das universidades.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Práticas pedagógicas no ensino médio: reflexões sobre desigualdade social e questões raciais
Autor (a): Daniela Gimenez Faustino ([email protected])
Orientador (a): Maria Cristina da Silveira Galan Fernandes
Universidade Federal de São Carlos - Campus São Carlos
O tema da pesquisa refere-se às práticas pedagógicas, desenvolvidas por professores do ensino
médio, público, na cidade de São Carlos, egressos de licenciaturas da UFSCar. Indaga-se em que
medida, tais professores desenvolvem práticas pedagógicas voltadas para a discussão de questões
raciais e de desigualdade social no espaço escolar. O objetivo geral desta pesquisa consiste em
analisar a percepção que professores formados pela UFSCar evidenciam sobre a necessidade de
desenvolvimento de práticas pedagógicas, voltadas para a conscientização de alunos do ensino
médio público, sobre suas possibilidades de acesso ao ensino superior. Mais especificamente busca-
se analisar o perfil dos professores do ensino médio, egressos da UFSCar na cidade de São Carlos;
identificar aspectos socioeconômicos e culturais no perfil desses professores que tenham
contribuído para o sucesso de sua trajetória escolar; e verificar em que medida tais professores
desenvolvem práticas pedagógicas voltadas para a discussão de questões raciais e de desigualdade
social no espaço escolar. A coleta de dados será realizada por meio de questionário aplicado aos
professores, bem como por meio de entrevistas semiestruturadas. Os dados serão categorizados e
analisados por meio de um referencial crítico e multicultural. A pesquisa encontra-se em
andamento. Foram realizados contatos com as escolas para a identificação dos professores que
comporão a amostra dos participantes da pesquisa. Espera-se que os resultados possam contribuir
para uma melhor articulação entre o Ensino Médio e a universidade, bem como fornecer subsídios
para a ampliação das reflexões sobre o papel das Ações Afirmativas na UFSCar.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Dramas de professores e alunos: a escola na tela
Autor (a): Fabiola Buzoli Tonellotto
Co-autor (a): Mariana Calvanese Canela ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Marilda da Silva
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Este trabalho propõe a organização de um livro didático para formação de professores a partir da
linguagem cinematográfica. Este projeto teve início na segunda metade do ano de 2009 por meio da
disciplina Didática II ministrada pela Prof.ª Dr.ª Marilda da Silva. Durante o decorrer da disciplina
foi proposta a leitura do livro “Como usar cinema na sala de aula” de Marcos Napolitano (2003). A
partir desta leitura a Prof.ª Dr.ª Marilda da Silva, teve a ideia de organizar um material específico
para formação de professores. Essa iniciativa tem como fundamento a ideia de Capital Cultural em
Pierre Bourdieu. A ideia inicial se baseia na indicação de filmes que permitam ao futuro docente
refletir sobre questões vividas na e pela escola cuja origem está no entrecruzamento: sociedade e
escola. Além disso, acredita-se que o cinema pode se configurar num exuberante material didático,
tendo em vista a importância do capital cultural na formação e atuação docente. Trata-se, ainda, de
uma metapesquisa, isto é: uma pesquisa que se consubstanciará em um livro didático. O grupo de
pesquisa é composto por três alunas do 4º ano de graduação em Pedagogia pela UNESP - Faculdade
de Ciência e Letras/Campus de Araraquara; uma aluna de mestrado em Educação Escolar pela
FCLAr, todas orientadas pela Prof. Dr.ª Marilda de Silva, docente do departamento de Didática da
FCLAr. Para a realização deste projeto buscamos desde o final do ano de 2009 o levantamento de
filmes do gênero dramático. No início do ano de 2010 chegamos a um material de 110 filmes, e em
março deste mesmo ano demos início à visualização e análise dos mesmos, tendo em vista a seleção
de 60 filmes, de preferência Cult, que irão compor o livro a que se refere. Será apresentada a ficha
técnica de cada filme, bem como as questões que o grupo, na condição de alunas de graduação em
Pedagogia, escolher como sendo úteis para formação e atuação docente. Esta pesquisa tem por
objetivo organizar um material que norteie os alunos do curso de formação docente apresentando
subsídios cinematográficos que permitam aos sujeitos pensarem a sociedade e educação em
diferentes culturas e nacionalidades, além de proporcionar ao professor o uso correto do cinema
dentro da sala de aula como um excelente instrumento didático e enriquecer os cursos de formação
permitindo ao futuro professor a ampliação de seu capital cultural.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
52
A utilização e adaptação do método fônico para o ensino da língua na educação de
adolescentes em situação de risco: uma experiência para a formação docente
Autor (a): Sara Regina Françoso ([email protected])
Co-autor (a): Lígia Moreira Cesar ([email protected]); Cristiane Moraes Escudeiro
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Maria Júlia Canazza Dall’Acqua
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O presente trabalho resulta da experiência de alunas do curso de Pedagogia que participam do
Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) e atuam no Programa Muda Garoto com 8
adolescentes na faixa etária de 12 a 15 anos, que se encontram em situação de risco, cometeram atos
infracionais e cumprem medida socioeducativa. As aulas acontecem no período contrário à escola,
duas vezes por semana durante 1 hora. Iniciamos o trabalho pela verificação da aprendizagem
escolar dos adolescentes, se os mesmos encontravam-se alfabetizados, como percebiam a escola e
sua experiência escolar, se estavam frequentando as aulas, etc. Percebeu-se, de imediato, uma
acentuada resistência e dificuldades relacionadas à leitura e escrita. Com base em observações
contínuas de atitudes e falas, foi possível partir de uma premissa, de que os adolescentes haviam
desenvolvido uma visão negativa sobre a escola, aliada a uma defasagem com relação à idade e
série. Para enfrentamento da situação, as educadoras decidiram incentivar produções escritas e
atividades de leitura que envolvessem as experiências dos adolescentes e seus interesses, pois
criando situações consistentes para o ensino de leitura e escrita as resistências seriam reduzidas e o
processo de alfabetização poderia ser exitoso. As atividades foram organizadas a partir das
dificuldades apresentadas e trabalhadas como forma de aproximação ao ensino de Língua
Portuguesa equivalente ao conteúdo do 1º ao 5º ano. Aliamos o trabalho à utilização do método
fônico para nortear a proposta de alfabetização, adequando-o ao trabalho com adolescentes, baseado
no fato de que há pesquisas indicando que a aplicação dessa metodologia tem se mostrado
promissora para reverter o fracasso escolar. Analisando o trabalho foram constatadas mudanças de
atitudes que começam a indicar que o mesmo está conseguindo mudanças na postura dos
adolescentes. Os avanços podem ser percebidos na fala e comportamento deles que mostram uma
diminuição da resistência pela leitura e escrita. Além desse aspecto, o interesse manifesto pelos
alunos nas aulas, a maior participação e permanência nelas, empenho nas atividades, bem como
redução nas faltas serão aspectos a serem continuamente observados no decorrer do trabalho, e
também serão interligados com o processo de alfabetização que se encontra em curso.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
53
A história em salas de EJA: Experiência formativa no programa de educação de jovens e
adultos
Autor (a): Bruna Vasques de Souza Pereira ([email protected])
Orientador (a): Profª Drª Maria Julia Canazza Dall'Acqua
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O trabalho resulta de uma experiência pedagógica realizada em sala do Programa de Educação de
Jovens e Adultos por uma educadora, aluna do curso de Ciências Sociais da FCL, acerca do ensino
de conteúdos de História. Nos meses de março e abril de 2010 foram desenvolvidas atividades com
doze alunas matriculadas em uma sala localizada no bairro Yolanda Ópice, cuja faixa etária está
entre 30 e 75 anos de idade. Tendo como referencial teórico o pensamento e obra de Walter
Benjamin, a principal tarefa do historiador materialista histórico é “escovar a história a contrapelo”
dado que o mesmo não deve ter empatia por quem venceu durante toda a trajetória da Humanidade,
as classes dominantes, mas esclarecer a situação daqueles que sofreram a opressão e que
efetivamente construíram a História: os escravos, servos, trabalhadores assalariados,
desempregados, mulheres etc. Embora com resultados preliminares, a pesquisa focaliza aspectos da
formação inicial de uma educadora em contato com educandas em um fazer pedagógico construído
conjuntamente, calcado em reflexões que buscaram inverter a lógica dominante. Utilizando recursos
metodológicos como um poema de Brecht e analisando manifestações como as que aqui foram
selecionadas para ilustrar e representar as falas das participantes, “Trabalho escravo, eu não
aceito!”; “Ninguém ganha uma guerra sozinho, ninguém faz nada sozinho”, as reflexões que
começam a emergir dessa experiência, analisada sob o enfoque metodológico da pesquisa
participante e embasada no pressuposto de que, para tanto é preciso saber pensar e intervir junto,
revelam o potencial de uma atividade de extensão universitária que permite o estabelecimento da
relação entre teoria e práxis pedagógica, não de maneira unilateral, mas com o intuito de formar a
ambos os segmentos, educandas e educadora.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
54
Trabalho docente e atividades lúdicas
Autor (a): Evelise Camilo ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato
Co-Orientador (a): Profª Drª Rosebelly Nunes Marques
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Este resumo é resultante de uma pesquisa de iniciação científica, onde persiste o acompanhamento
do trabalho docente, baseado na formação de professores. Nosso objetivo é apresentar a importância
da formação continuada, pois com ela os professores podem aprimorar seu trabalho docente, inserir
novas práticas, tornar seu trabalho frutífero. Sendo assim, a pesquisa se realizou através do
acompanhamento de um professor em sua prática docente numa escola municipal de ensino
Fundamental de Araraquara – SP. Essa escola se situa num bairro isolado e de periferia. Portanto, os
alunos são carentes e os pais, em sua maioria, são subempregados. A escola é tida como boa, por ter
uma grande estrutura, e atender as crianças e também toda sociedade. A observação se deu nesse
ambiente com um professor de Matemática. Ele lecionava no 3° Ciclo e o acompanhamento
acontecia em um 7°, e em dois 8° anos. Conforme se passava os dias, o professor se acostumava
mais com a presença da pesquisadora. Também se percebeu alguns problemas com a indisciplina
dos alunos durante as aulas e em momentos de avaliação. Devido a elevada carga horária do
professor, que lecionava em outras escolas, havia pouco tempo para preparo de atividades extras e
mesmo para complementar sua formação. Porém, explicava bem, mas muitos alunos nem o ouviam.
Diante disso, propôs-se atividades lúdicas com os conteúdos de Matemática com que estava
trabalhando, ele sentiu-se motivado, participou contribuindo e complementando as atividades, que
envolveram tabuada e geometria. Essas atividades prendiam o aluno e todos queriam participar.
Notou-se que com elas os alunos fixavam mais os conteúdos e o professor percebeu que suas aulas
podem tornar-se mais criativas e produtivas. Pelo exposto, pode-se perceber a importância da
formação continuada, pois com ela o professor teve contato com novos métodos de ensino,
envolvendo a ludicidade.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
55
A profissionalização docente em questão: O estágio curricular em cursos de formação de
professores e suas implicações para o contexto escolar
Autor (a): Adriana Aparecida Pinto ([email protected])
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara/ Universidade Federal Mato Grosso do
Sul
No Brasil, desde meados da década de 1980, cursos em nível superior de formação de professores
partem de princípios organizativos bastante próximos, estejam eles ligados à formação para atuação
em instituições que atendam a educação infantil e séries iniciais, ou à formação para atuação em
áreas específicas do conhecimento (linguagens e códigos, ciências humanas e da terra, ciências
exatas). Diante do exposto, esta comunicação tem dupla pretensão: evidenciar e discutir questões
relativas a um princípio por nós considerado basilar no processo de formação de professores – as
atividades relativas ao exercício da docência em cursos de formação localizadas no interior da
disciplina de Estágio Supervisionado, cuja inserção é obrigatória desde a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Brasileira 9394/96 e regulamentada por um dispositivo legal recente: Lei 11.788/2008.
Com base na aplicação das referidas normativas, o objeto de estudo foco da presente comunicação
centra-se no processo análise da implementação e reconfiguração da disciplina de Estágio
Supervisionado no curso de licenciatura em Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
campus de Coxim, cujo processo permitiu assinalar limites e contribuições acerca dos significados
e apropriações de teorias e práticas, referentes ao processo de formação de professores junto aos
atores envolvidos durante o período de 2006-2009, as quais extrapolam os limites da formação
específica dos professores de línguas e literaturas, tendo em vista que se tratam de discussões que
há muito integram o campo educacional. É nesse espaço de estudos e discussões vem à tona a
dicotomia mais “acalourada” no campo educacional - a afirmação de que “a teoria na prática é
outra” ou ainda “os conteúdos que aprendemos na universidade não podem ser aplicados em sala de
aula”. Cumpre ressaltar a insistente resistência, tanto da parte dos cursos de licenciaturas quanto
das escolas públicas e particulares, no que se refere a realização de atividades correlatas ao estágio.
No entanto, essa resistência, ao passo que é positiva, pois de certa maneira equaliza o peso do
compromisso e da responsabilidade a alunos e professores supervisores, limita o desenvolvimento
de novas propostas de ensino, tendo em vista a ausência de predisposição de muitos dos professores
da rede pública de ensino, em processos que dizem respeito à análise e auto-análise de suas práticas
de ensino cotidianas.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
56
Diferentes faces da violência simbólica no estado de São Paulo (2005 – 2009): O que dizem as
pesquisas.
Autor (a): Elaine Cristina Scarlatto ([email protected])
Orientador (a): Profª Drª Marilda da Silva
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O tema central deste estudo é o fenômeno da violência em meio escolar, mais especificamente, a
violência simbólica. Nosso objetivo consiste em evidenciar a presença de manifestações de
violência simbólica nas escolas do Estado de São Paulo e, sobretudo, desvelar as suas diferentes
formas de concretização. Nossa fundamentação teórica vem de Pierre Bourdieu e nossas fontes é a
produção acadêmica desenvolvida nas universidades paulistas (Mestrado e Doutorado) no período
compreendido entre 2005 e 2009. Para a realização deste estudo utilizamos os preceitos da pesquisa
qualitativa. Efetuamos um levantamento bibliográfico na base de dados da CAPES por meio dos
descritores “violência simbólica”, “violência escolar” e, por último, “agressividade e escola”. Os
trabalhos foram selecionados primeiramente pela leitura dos títulos e dos resumos. Assim sendo,
encontramos 51 pesquisas que contemplam nosso tema. Posteriormente, tendo em vista ler
integralmente todas as pesquisas encontradas, recorremos às bibliotecas digitais das faculdades nas
quais os estudos foram desenvolvidos, ao site domínio público e solicitamos via COMUT os
trabalhos que não estavam disponíveis na Internet. Organizamos os dados obtidos em quadros e
tabelas e o conteúdo foi analisado por categorização, dentre elas, Imperceptibilidade e Projeto de
Recuperação de Ciclo II. Dessa forma, os resultados desta análise nos mostraram que, embora os
trabalhos que apresentam coleta empírica, em sua grande maioria, reconheçam a presença da
violência simbólica nas escolas, os pesquisadores não especificam quais manifestações concretas
presenciaram deste fenômeno. Mesmo assim foi possível apresentar uma melhor compreensão das
faces do fenômeno violência simbólica nas instituições educacionais conforme nossas fontes e
período estudados.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
57
Levantamento de necessidades formativas: Dificuldades de aprendizagem
Autor (a): Julia Graciela de Brito ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Esse trabalho faz parte de uma pesquisa de iniciação cientifica de caráter formativo, sendo que a
temática enfocada nesta pesquisa possui uma grande relevância, principalmente para os docentes,
pois visa contribuir para o seu desenvolvimento profissional tendo como ponto de partida a proposta
de formação em serviço. Nesse sentido, optamos pela metodologia da pesquisa-ação na qual o
pesquisador e o sujeito trabalham juntos em todo o processo na busca de melhores resultados.
Como ponto principal desse trabalho foi feito um levantamento das principais necessidades e/ou
dificuldades dos professores participantes, sendo que as que se destacaram, durante a pesquisa,
foram as que estavam ligadas aos problemas de desenvolvimento de trabalhos em sala de aula com
os alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem. No decorrer da pesquisa, foram feitas
sessões de acompanhamento onde planejamos e desenvolvemos atividades em conjunto com a
professora na tentativa de amenizar o problema com os alunos que apresentavam dificuldades.
Essas atividades eram relacionadas com os conteúdos que seriam trabalhados no decorrer do
semestre. As disciplinas História (cultura dos negros) e Ciências (cuidados com o meio ambiente)
foram trabalhadas com o uso do Power Point, o ciclo da água foi também trabalhado e elaborado de
uma maneira diferenciada de modo que prendesse a atenção dos alunos com dificuldades. Todas
essas atividades se constituíram em referências para a avaliação bimestral. Vale destacar, que os
alunos com dificuldades de aprendizagem, participaram ativamente de todas as atividades e tiveram
um bom desempenho no momento da avaliação bimestral, principalmente nas questões referentes
aos conteúdos das atividades aplicadas e descritas anteriormente. Avaliamos que as atividades da
nossa pesquisa até o presente momento tiveram resultados bastante positivos, um deles se refere à
parceria estabelecida entre a Universidade-Escola. Além disso, foram desenvolvidos vínculos
importantes entre o pesquisador e o professor, os quais foram decorrentes da convivência diária, que
reforçou os laços de confiança mútua entre pesquisador e o professor, pois ambos estavam
sintonizados no propósito de trabalhar sobre as necessidades dos alunos e, assim, poder buscar
formas de amenização das dificuldades de aprendizagem.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Desempenho de alunos na alfabetização no ensino de nove anos: Retomando práticas
alfabetizadoras.
Autor (a): Luciene Cerdas Vieira ([email protected])
Orientador (a): Profª Drª Maria Regina Guarnieri
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Apresentamos resultados de uma pesquisa realizada com professoras dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino
Fundamental de Nove Anos de duas escolas públicas do interior paulista, com o propósito de
diagnosticar o desempenho dos alunos em relação à alfabetização. Nosso objetivo é discutir como
um trabalho mais sistemático de ensino da notação alfabética pode contribuir para um melhor
desempenho dos alunos na alfabetização, à medida que desenvolve capacidades essenciais à leitura
e escrita autônomas. No mês de junho de 2009, aplicamos em 467 crianças dos anos iniciais do
Ensino Fundamental de Nove Anos uma avaliação elaborada a partir do material do Centro de
Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE), Avaliação Diagnóstica da Alfabetização (BATISTA, et
al., 2005), que detalha capacidades relacionadas à aquisição do sistema de escrita, à leitura e à
produção de textos. Além disso, realizamos diversas reuniões com o grupo de 21 alfabetizadoras
que atuavam nas classes investigadas, sendo possível conhecer um pouco do trabalho realizado por
elas. Considerando os resultados insatisfatórios dos alunos na avaliação orientamos as professoras
para que fizessem um trabalho sistemático enfatizando capacidades como: conhecer o alfabeto e os
diferentes tipos de letras e diferenciá-lo de outras formas de representação gráfica; utilizar
convenções gráficas e coordenação motora na reprodução de símbolos; reconhecer palavras, sílabas
e letras; e dominar as relações regulares entre grafemas e fonemas. Sugerimos a retomada de alguns
procedimentos de ensino como a escrita na lousa, correção de atividades e envio de tarefas para
casa. No mês de setembro fizemos uma nova avaliação das crianças, da qual participaram 446
alunos. Os resultados apontaram melhoras em relação a todas as capacidades avaliadas, apesar do
pouco tempo de trabalho das professoras após nossas orientações. Considerando os resultados dos
alunos nas avaliações, as reuniões realizadas com o grupo de alfabetizadoras e a leitura de autores
que tratam da alfabetização (Soares, 2003; Chartier, 2000, 2007; Albuquerque, Morais e Ferreira,
2008) esta pesquisa sugere que ao realizar um trabalho mais sistemático de ensino da notação
alfabética, essas professoras obtiveram melhores resultados, os quais se refletem em um melhor
desempenho dos alunos na alfabetização.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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A prática docente de matemática com alunos no primeiro ano do ensino fundamental.
Autor (a): Alessandra de Carvalho Faria ([email protected])
Co-autor (a): Andressa Cristina Dadério de Melo
Orientador (a): Prof. Dr. Mauro Carlos Romanatto
Co-Orientador (a): Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
O presente estudo investiga como os professores estão adequando os conteúdos e suas práticas
pedagógicas de matemática às crianças de seis anos ingressantes no 1º ano do Ensino Fundamental
de nove anos. A metodologia da pesquisa será desenvolvida por meio de estudos empíricos
referentes à temática, como análise em publicações dos órgãos oficiais, observação na prática do
cotidiano em sala de aula, e entrevistas semi-estruturadas com os professores e coordenadores. A
pesquisa está sendo realizada em duas salas de primeiro ano, sendo uma na cidade de Araraquara, e
outra na cidade de Jaboticabal, no interior de São Paulo, através do Estágio Curricular
Supervisionado de Educação Fundamental I². Com o ingresso das crianças de seis anos no Ensino
Fundamental, novas práticas pedagógicas fizeram-se necessárias para atender a especificidade deste
aluno. Estas crianças estão em pleno desenvolvimento de capacidades e habilidades que cabem as
singularidades da Educação Infantil, diferente das crianças de sete anos. A Unidade Escolar deve
estar atenta as práticas pedagógicas e aos conteúdos a serem abordados neste novo ano, do Ensino
Fundamental, para que se garanta o desenvolvimento pleno desta criança em todas as áreas do
conhecimento, pois, a proposta curricular não pode ser a mesma da antiga primeira série, que a
partir da introdução do Ensino Fundamental de nove anos, passou a ser denominado segundo ano.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil fornecem elementos importantes para
que seja revista a proposta pedagógica do Ensino Fundamental, para o atendimento das crianças de
seis anos. Para tanto, é necessário que se promovam ações de cuidado e educação, integrando os
aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais da criança, contribuindo para o seu
desenvolvimento integral, inerente a faixa etária de seis anos.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
60
Tecnologias da informação e comunicação (tics) e educação: Uma investigação das
possibilidades de formação continuada de professores da educação básica no município de
Araraquara
Autor (a): Antônio Netto Júnior ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato
Universidade Estadual paulista – Campus de Araraquara
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) são parte das transformações pelas quais a
sociedade contemporânea vem passando e suas relações com a educação são cada vez mais
estreitas, principalmente pelo fato de que elas conseguem reunir, distribuir e compartilhar
informações, que são atributos fundamentais de qualquer processo educacional. Esse tipo de
mediação cada vez mais artificializada altera substancialmente os modos dos sujeitos de pensar, de
sentir e de agir. Desse modo e supondo-se que a escola ainda tem o papel preponderante de formar o
sujeito para as práticas racionalizadas, técnicas e humanas, e ainda supondo-se que o professor tem
um lugar de destaque nela, torna-se necessário considerar novas maneiras para a formação dos
professores e alunos para essa sociedade e, evidentemente, cabe à escola pensar nas vantagens e
desvantagens desse tipo de tecnologia para sua melhora de qualidade educacional. Considerando-se
então que a apropriação das TICs pode representar uma mudança na prática pedagógica do
professor e que essa mudança, se acompanhada com o critério da melhoria da educação, pode fazer
a escola cumprir seu papel de ensinar os conteúdos de maneira mais atualizada, propomos a atual
pesquisa no sentido de acompanhar os professores que atuam na rede do ensino fundamental da
cidade de Araraquara para averiguar as suas relações com as TICs, os modos de incorporá-las, a
natureza de suas resistências e de suas dificuldades e até que ponto eles as vêem como uma forma
de contribuição para a melhoria substancial da escola.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
61
Intervenientes sociais relacionais no projeto voltas e reviravoltas da reflexão: uma apreciação
dez anos depois
Autor (a): Alessandro Eleutério de Oliveira ([email protected])
Co-Autor (a): Janaína Alexandra Capistrano da Costa; Marcelo Gomes
Orienador (a): Profª Drª Marilda da Silva - Universidade Estadual Paulista
UFT/ UNICAMP
Esse trabalho busca lucubrar sobre um projeto de extensão universitária denominado “Voltas e
Reviravoltas da Reflexão Filosófica”. Financiado pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária da
Universidade Estadual Paulista, objetivou repensar os modos de se fazer os estágios nas
licenciaturas por meio de aulas de Filosofia lecionadas por uma equipe de graduandos do curso de
Ciências Sociais no decorrer do ano letivo de 2000. Dessa maneira, tratou-se de um estudo de
abordagem qualitativa localizado nas fronteiras da Pesquisa-Ação. Isso sucedeu em uma classe do
segundo ano do Ensino Médio de uma escola pública estadual de Araraquara, cujos educandos eram
oriundos de bairros urbanos periféricos da cidade. Além disso, a maioria deles estava inserida nos
mercados de trabalho formal e informal. Nesse contexto, intentava-se criar um ambiente de reflexão
filosófica por intermédio de temas geradores como Deus, Ser, progresso, mal, incerteza, morte,
liberdade, revolta, amor, felicidade, memória e razão. Tais temas estruturam o livro Café Philo, que
constituiu o baldrame meditativo para a operacionalização do projeto. Assim, esses tópicos foram
abordados por meio de aulas expositivas, debates, oficinas de teatro e de canto, seminários e
recursos audiovisuais (como filmes de longa e curta metragem e músicas). Por um lado, a análise de
manifestações orais e escritas dos alunos demonstrou que os encontros filosóficos lograram (em
certa medida) estimular reflexões acerca de sua condição humana em confluência com aspectos
sociais, políticos e econômicos da totalidade da existência social. Por outro lado, aspectos ligados
ao cotidiano escolar – que denominamos intervenientes sociais relacionais – lesaram impávida e
visceralmente a efetivação e, por conseguinte, o êxito desse projeto.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Fatores Motivadores e Desmotivadores de uma Formação Continuada
Autor (a): Andréia da Cunha Malheiros Santana ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Edson do Carmo Inforsato
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Neste estudo o tema da formação continuada aparece associado à análise de necessidades. A
avaliação das necessidades é capaz de fornecer informações úteis que auxiliem na escolha das
temáticas e metodologias das atividades de formação, a análise de necessidades é um instrumento
mais pedagógico do que técnico, uma vez que o conhecimento das necessidades formativas de
determinado grupo profissional faz com que o grau de incerteza diminua, tornando possível pensar
em iniciativas de formação mais eficazes, pois partiriam das necessidades dos formandos. A
fundamentação teórica sobre a análise de necessidades tem sua base nos estudo de Rodrigues e
Esteves (1993) e Estrela (2006). As informações contidas neste estudo integram uma pesquisa
realizada em dez escolas municipais de Araraquara que apresentam como característica em comum
possuírem os três ciclos de ensino: ciclo I (1º. ao 3º ano), ciclo II (4º. ao 6º. ano) e ciclo III (7º. Ao
9º. Ano) este foi o critério utilizado para a seleção delas. O objetivo desta pesquisa foi traçar um
mapeamento da formação continuada oferecida aos gestores, bem como conhecer o perfil deste
profissional e quais as suas necessidades de formação continuada, o que esperam de uma formação
continuada, o que os motiva e desmotiva dentro de uma formação. O córpus da pesquisa foi
composto por 35 gestores (10 diretores, 05 vice-diretores, 04 assistentes educacionais pedagógicos e
16 coordenadores pedagógicos). Para este levantamento foram utilizadas diferentes metodologias:
questionário, escrita de narrativas e entrevista com um gestor de cada unidade escolar. Conforme o
relato destes gestores foi possível perceber a distância entre as concepções dos idealizadores das
formações representados pela Secretaria Municipal de Educação e o público alvo delas. Os
resultados demonstram que as formações oferecidas não correspondem às necessidades vivenciadas
por estes gestores, suas concepções e dilemas não são levados em consideração ao se contratar um
pacote de formação continuada.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Literatura e meio ambiente no ensino fundamental
Autor (a): Adriele Gonçalves da Silva ([email protected])
Co-Autor(a): Flávia Roberta Velasco Campos
Orientador (a): Profª. Drª. Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
Esta proposta de atividade teve como objetivo discutir um importante problema ambiental - o lixo –
junto a alunos dos primeiros anos do ensino fundamental, utilizando como recurso a literatura e a
contação de história. O desenvolvimento do projeto contou com três etapas. A primeira etapa
consistiu na discussão e sistematização do tema proposto através de um levantamento bibliográfico.
As discussões foram complementadas pela visita ao CESAMA Centro de Educação e Saneamento,
outra atividade realizada com o fim de coletar mais material que fornecesse fundamentação teórica
ao projeto. A segunda etapa teve como finalidade conhecer a escola, sua proposta pedagógica, o
trabalho dos professores com relação ao tema do lixo e o acervo da biblioteca escolar. Para tanto
foram realizadas quatro ações de modo integrado: 1) reunião com o coordenador pedagógico da
escola com a finalidade de conhecer as atividades já previstas no calendário escolar relativas ao
tema e discutir a proposta elaborada pelo grupo; 2) análise do Projeto Político Pedagógico com
destaque para as seguintes informações: caracterização da instituição, do público atendido e da
proposta pedagógica; 3) questionário com os professores com o objetivo de se conhecer o trabalho
desenvolvido no que tange à temática ambiental, mais especificamente à do lixo, o material
empregado, as leituras já realizadas com os alunos e 4) visita à biblioteca com o intuito de conhecer
o seu acervo, com foco nas questões ambientais. A terceira etapa consistiu propriamente na
atividade desenvolvida com os alunos. Com base nos dados coletados, o grupo optou por trabalhar
com o livro “O caminho do vale perdido” com os alunos agrupados por classe, no espaço da
biblioteca, utilizando como recurso didático a contação de histórias. Ao final desta atividade, o
contador colocava um impasse para os alunos resolverem e solicitava às crianças discutirem em
pequenos grupos um possível desfecho para a estória, com apoio de fotografias que representavam
condições próximas às apresentadas no livro “o vale verde” x “lixão”. Em seguida, era solicitado
que individualmente produzissem um final para a estória, que poderia ser através de desenhos para
primeiro e segundo anos ou a produção de um texto para os anos seguintes (3º e 5º). Os resultados
revelaram que os alunos se mostraram sensibilizados com a questão ambiental com base no
acompanhamento das discussões que realizaram em pequenos grupos. Tendo em vista a importância
do tema abordado nos dias atuais, identifica-se a relevância destas ações voltadas a alunos dos
primeiros anos do ensino fundamental, cujo objetivo último se referia à conscientização das
crianças em relação à preservação do meio ambiente e as implicações de ações desordenadas do
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
64
homem que comprometem a vida futura das novas gerações.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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O uso do ábaco como recurso para o ensino de aritmética no programa de educação de jovens
e adultos da unesp/car: primeiros resultados
Autor(a): Suzana Sirlene da Silva ([email protected])
Co-Autor (a): Suzelei Adriana Freitas Padovane; Nirely Mota
Orientador (a): Profª Drª Maria Julia Canazza Dall'Acqua
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Esta pesquisa tem por objetivo averiguar as conseqüências advindas da introdução do ábaco como
recurso para o ensino das operações aritméticas junto a alunas matriculadas no Programa de
Educação de Jovens e Adultos (PEJA) em Araraquara, um projeto de extensão universitária da
UNESP. O interesse em investigar essa temática teve origem nas observações realizadas em sala de
aula. Nesse contexto, as conclusões vão na direção de que no ensino faz-se importante buscar
estratégias alternativas que possam contemplar as dificuldades inerentes a um processo no qual,
embora a vontade de aprender seja significativa, não tem sido suficiente para permitir que sejam
superadas as dificuldades bastante acentuadas de aprendizagem detectadas pelo educador.
Especificamente na linguagem matemática, linguagem essa em geral vivenciada pelas educandas no
cotidiano, a sistemática de ensino necessitará propiciar que as novas práticas não fiquem vinculadas
exclusivamente a essas vivências, mas que possibilitem a superação e incorporação do
conhecimento, de forma a permitir compartilhar passos que a literatura tem indicado como inerentes
à evolução do conceito aritmético. Para isso utilizou-se na pesquisa, de cunho qualitativo,
observações do desempenho de alunas em sala de aula trabalhando com atividades baseadas em
proposta formulada pelo Prof. Dr. Newton Duarte para o ensino de matemática na educação de
adultos. Com coleta de dados ainda em andamento, foram aplicados cinco passos propostos pelo
referido autor, e os primeiros resultados revelam que as alunas apresentam dificuldades acentuadas
para as seguintes noções: de agrupamentos (conjuntos); de conceitos aritméticos, de cálculo e de
correspondência “um-para-dez”, que é a base do sistema de numeração utilizado em nossa
sociedade. Com esses resultado iniciais pode-se concluir que a utilização do ábaco pode responder
afirmativamente como um instrumento concreto, na busca da compreensão do conhecimento
aritmético na alfabetização matemática, sendo que o mesmo contém os princípios do registro de
contagens nas mãos, para a transposição da escrita.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Docência: um estudo crítico da formação de professores a partir da análise de egressos do
curso de pedagogia da fcl-ar. Autor(a):Cíntia Lins Rocha Contato:[email protected] Agência de Fomento:PET -Pedagogia MEC Sesu Co-autores:Bruna Mendes Gerotti; Caroline dos Santos Rodrigues; Carlos Samuel Rossi; Cíntia Lins Rocha; Daniel Viana Torelli; Érica Zavanella Navarro; Felipe Augusto dos Santos Ferrari; Jefferson Santos de Araújo; Mara Rúbia dos Santos Antonio; Marina SabaineCippola ;Silvia de Oliveira Santos. Orientador (a):Profa.Dra. Silvia Regina RiccoLucatoSigolo. Departamento:Psicologia da Educação IES: Universidade Estadual Paulista- UNESP/ Campus Araraquara
No cenário atual torna-se cada vez mais intensa a influência da lógica capitalista no trabalho
docente. Desta forma se fez necessário aprofundarmos a reflexão acerca de suas nuances,
implicações e limitações práticas. A presente pesquisa têm-se privilegiado o processo de formação
docente centrando-se em 2008 no estudo teórico desta questão privilegiando duas vertentes: a da
história da formação e a das políticas atuais para estabelecer uma base para compreensão das
propostas contemporâneas de formação docente e para analisar o próprio curso de formação. Para
tanto, nos reportamos a autores de fundamentação teórica crítica, de referenciais marxistas, que nos
permitiram analisar os acontecimentos presentes na realidade dos profissionais da educação, desde a
precarização de sua profissão, até as políticas educacionais, que cada vez mais restringem sua ação
e autonomia. O propósito da pesquisa é fornecer direcionamentos para o desenvolvimento de um
projeto amplo capaz de abarcar os principais anseios e propósitos dos integrantes do grupo.
Posteriormente divulgar junto ao Conselho de Curso os principais resultados obtidos a partir de
análises realizadas, além de exposição em eventos científicos. O grupo efetuou um levantamento da
literatura, dando prioridade ao trabalho de natureza bibliográfica, de revisão ou estado da arte com o
objetivo de elaborar um mapeamento das investigações na área e conseqüentementeidentificar
elementos importantes para a delimitação do objeto de estudo. Com base teórica alicerçada, a
partir das leituras e revisão bibliográfica, o grupo PET-Pedagogia direcionou-se à investigação
empírica, cuja primeira etapa consistiu na elaboração de um questionário a ser aplicado aos egressos
do curso de Pedagogia. Tal questionário visa uma análise mais sistemática das possibilidades e
limites da formação oferecida pela graduação em Pedagogia da FCL. E o segundo encaminhamento
se configurou na elaboração de um Projeto de Extensão para os professores da rede municipal e
estadual de ensino com o tema da pesquisa coletiva a fim de poder contribuir com os docentes e
dialogar a respeito da realidade vivenciada por estes professores no cotidiano escolar. Atualmente a
pesquisa se encontra na fase de identificação dos egressos e encaminhamento dos roteiros.
Pretendemos investigar, tanto os profissionais da educação, quanto os egressos do curso de
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
67
Pedagogia UNESP - Araraquara no período de 2002 a 2006 e a relação deste grupo com a
instituição escolar, para compreendermos os acontecimentos vivenciados na docência, e a situação
na qual se encontram os professores da rede pública e privada de ensino.Embora o tema se volte
para a figura do professor, não se considera uma sobreposição com as atividades desenvolvidas no
âmbito da graduação. Partindo da visão de que o trabalho docente é uma área bastante ampla, a
proposta do PET é a de complementar ou até mesmo ampliar os conhecimentos a serem ofertados
aos alunos da graduação.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
68
SEÇÃO F - POLÍTICA EDUCACIONAL
O Processo de gestão democrática de uma escola pública mineira: planejamento e execução
Autor (a): Naiára Teixeira Gomes da Silva ([email protected])
Orientador (a): Ms. Elisa Aparecida Ferreira Guedes Duarte
Centro Universitário de Patos de Minas
O presente trabalho tem como tema o processo de gestão democrática de uma escola pública
mineira: planejamento e execução. O trabalho de pesquisa foi realizado com os objetivos de:
estudar os mecanismos de gestão escolar de acordo com os novos paradigmas educacionais:
autonomia e participação; investigar a existência de colegiados e outras instâncias de decisão
coletiva na Escola Estadual “X” e seu funcionamento; levantar as percepções dos agentes escolares
em relação aos procedimentos e realizações adotados pela escola e, consequentemente, avaliar os
resultados efetivos da gestão no interior da escola. Realizou-se um levantamento de fontes
documentais, tais como: as atas de reuniões de conselhos escolares e regimento da escola.
Finalmente, foi realizada uma pesquisa de campo através de entrevistas com os sujeitos escolares,
necessárias para constatar como esses acreditam que possam estar contribuindo com sua
participação na busca pela autonomia da escola e para a melhoria da qualidade do ensino. Entre os
resultados obtidos pôde-se constatar que a Escola Estadual X ainda se encontra em processo de
construção da democracia, convivendo com as formas tradicionais e autoritárias de se governar.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
69
Escola de tempo integral no estado de São Paulo: espaço físico e práticas na oficina Hora da
Leitura
Autor (a): Erika Cristina Mashorca Fiorelli ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Ana Maria da Costa Santos Menin
Universidade Estadual Paulista – Campus Presidente Prudente
A leitura e a escrita vêm sendo avaliadas constantemente por programas educacionais nacionais e
internacionais. Os resultados obtidos por alunos brasileiros nessas avaliações são insatisfatórios.
Diante dessa realidade e das deficiências diagnosticadas nessas avaliações educacionais, sobretudo
em relação à leitura e à escrita, em dezembro de 2005, foi instituído o projeto Escola de Tempo
Integral na rede estadual de ensino de São Paulo com o objetivo de modificar este cenário. As
escolas que adotaram essa proposta curricular passaram a oferecer além das disciplinas do currículo
básico, as oficinas curriculares. Dentre as oficinas oferecidas, há a da “Hora de Leitura”, que deve
priorizar a formação de leitores fazendo uso de procedimentos metodológicos que favoreçam novas
oportunidades de aprendizagem e ampliação do repertório de leitura, de forma agradável. Dentro
desse escopo, o presente trabalho está sendo desenvolvido mediante análise da “Oficina Hora da
Leitura” em uma Escola de Tempo Integral localizada na região Norte do Estado de São Paulo,
relacionando aspectos referentes à estrutura da escola, o espaço da biblioteca e da oficina hora da
leitura. Por meio de uma abordagem metodológica qualitativa, foi possível verificar até o momento
que a biblioteca apresenta espaço físico para recepção dos alunos inapropriado, os livros didáticos
ficavam empilhados, impedindo qualquer tipo de consulta e não há pessoa capacitada para orientar
na busca por material. As oficinas “hora da leitura” são desenvolvidas nas próprias salas de aula,
com a participação de aproximadamente 35 alunos, sob a supervisão de apenas um professor.
Utilizava-se como material didático norteador das atividades a proposta do Game Superação
elaborado pelo Instituto Ayrton Senna.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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A gestão de Paulo Freire na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo durante o
governo do PT (1989 – 1992)
Autor (a): Melina Casari Paludeto ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Ângela Viana Machado Fernandes
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
O objetivo deste trabalho realiza-se através da análise da administração do educador e intelectual
Paulo Freire como Secretário da Educação do Município de São Paulo (1989-1991), na gestão
Luiza Erundina - PT (1989-1992), visando com isto, analisar como se configuraram as decisões
institucionais requeridas ao cargo, frente a sua proposta teórico-metodológica e, sobretudo, seu
posicionamento político encontrado ao longo de suas obras. Neste sentido, é de extrema relevância
que, juntamente a essa análise façamos também coleta dos materiais empíricos referentes à época,
tais como: leis e propostas de leis que dizem respeito à educação no município de São Paulo; a
composição da Câmara Municipal e a correlação de forças travada na disputa parlamentar; os
discursos proferidos por Freire e sua repercussão parlamentar-institucional, bem como na grande
mídia, no meio acadêmico e nas organizações representativas e sindicais do professorado paulista.
Sendo assim, é necessário reiterarmos a importância que assumiu e ainda assume Paulo Freire para
o pensamento pedagógico brasileiro. Sua atualidade nos reporta a sua trajetória e, portanto, a sua
história. Neste sentido, sua participação como Secretario de Educação do Município São Paulo
durante a gestão de Luiza Erundina – PT se apresenta como aglutinadora nesta nossa proposta. E
nesta mesma perspectiva, esta análise proporciona a possibilidade de desdobrarmos uma série de
elementos importantes que nos ajudarão na compreensão deste momento específico na história de
São Paulo e principalmente da história de Paulo Freire, dentre os quais: a participação político-
institucional de um intelectual de renome internacional. Ou seja, virá à tona a trajetória de Paulo
Freire como intelectual, da mesma forma que virá à tona a trajetória da constituição do Partido dos
Trabalhadores, delineando o chão histórico específico e situado, o qual nos propomos a estudar:
Paulo Freire como Secretário de Educação na gestão do PT (1989-1991).
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Gestão democrática da escola e racionalidade comunicativa: um estudo sobre as bases teóricas
da gestão democrática da escola
Autor (a): Tatiane Cristina Bianchini ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Celso Luiz Aparecido Conti
Universidade Federal de São Carlos
Este trabalho refere-se a uma pesquisa de mestrado, ainda em andamento, que tem como foco a
proposta “Comunidades de Aprendizagem”. A proposta de “Comunidades de Aprendizagem” é uma
parceria entre o Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa – NIASE/UFSCar e a Prefeitura
do Município de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Educação. Atualmente, é
desenvolvida em três escolas da rede municipal de ensino de São Carlos e busca garantir a
aprendizagem de máxima qualidade às comunidades em que se insere bem como busca viabilizar a
convivência respeitosa entre todos e todas. As ações desenvolvidas em “Comunidades de
Aprendizagem” estão embasadas teoricamente no conceito de Aprendizagem Dialógica, formulado
por Ramón Flecha, com base na Teoria da Ação Comunicativa, de Jürgen Habermas, e a
Dialogicidade, de Paulo Freire. A pesquisa de mestrado em questão pretende, na sua primeira etapa,
identificar alguns pressupostos básicos da gestão democrática da escola a partir da análise mais
aprofundada do conceito de Aprendizagem Dialógica. Na etapa seguinte, serão identificados,
igualmente, os pressupostos teóricos relativos à gestão democrática da escola presentes na produção
bibliográfica dos cinco autores mais citados nos artigos publicados nos periódicos classificados
como A1, A2, B1 e B2, no Sistema Qualis, da CAPES, referentes ao período de 2005 a 2009. Os
artigos serão selecionados a partir de algumas palavras-chave relacionadas ao tema da gestão
democrática das escolas. Finalmente, enquanto objetivo principal da pesquisa, pretende-se cotejar
os diferentes pressupostos identificados nos dois levantamentos feitos a fim de se avaliar se
Comunidades de Aprendizagem representa algum tipo de avanço teórico que diz respeito da gestão
democrática das escolas, tema tão debatido, e objeto de grande produção acadêmica pelo menos nas
duas últimas décadas.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Burocracia e pós-graduação na UNESP: o sentido lato dos cursos de especialização em
educação
Autor (a): Fernando Henrique Protetti ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. José Vaidergorn
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
A presente comunicação tem a finalidade de apresentar resultados parciais de pesquisa sobre a
temática da pós-graduação lato sensu, especialmente, a natureza dos cursos de especialização na
área de Educação ofertados pela UNESP. Utilizando-se de pesquisa bibliográfica e documental, são
problematizados dois cursos da Faculdade de Ciência e Letras de Araraquara, analisados a partir do
conceito de “burocracia” provenientes da Sociologia da dominação de Max Weber (1999). A
exposição organiza-se em três momentos distintos e intrinsecamente interligados: (1) apropriação
analítica do referencial teórico-metodológico, através da determinação dos fundamentos,
particularidades e implicações da burocracia na administração e, consequente, ao processo de
“racionalização” da educação e treinamento; (2) explicitação da política da UNESP para a pós-
graduação lato sensu e a análise histórica das diferentes Resoluções que regulam a oferta destes
cursos na universidade (1983-2007); (3) interpretação compreensiva, a partir do esboço
anteriormente apresentado, dos processos de oferecimento e reoferimento dos cursos de
especialização em “Docência na Educação Infantil” e “Planejamento e Gestão de Organizações
Educacionais”, de modo a caracterizar as suas singularidades e aproximações. Ao final, realiza-se
um balanço geral da apresentação indagando-se do sentido lato desses cursos na UNESP.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
73
As demandas do programa Dinheiro Direto na Escola para a organização escolar democrática
Autor (a): Natália Menin da Silva ([email protected])
Co-autor (a): Raquel Pilotto Reis
Orientador (a): Prof. Dr. Flávio Caetano da Silva
Universidade Federal de São Carlos
Com base nas concepções freireanas de educação, Lima (2000), ao defender a ideia de organizações
autônomas e autogovernadas, propõe uma “organização como prática da liberdade” como ponto
principal para a construção de uma escola que de fato propicie a formação de cidadãos autônomos e
críticos dentro da sociedade. A analogia feita a partir de ideias de Freire (1971) indica que, para a
existência de uma educação conscientizadora em sua totalidade, faz-se necessária a existência
simultânea de uma organização autônoma e consciente de seus principais objetivos. Atualmente, a
realidade das escolas públicas encontra-se distante destes ideais. No presente trabalho analisamos as
contribuições do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para as atuais organizações
escolares, no que se refere à autonomia e democratização das instituições. Buscamos compreender
como o PDDE se efetiva nas práticas cotidianas de escolas públicas, baseando-nos em outros
trabalhos que se debruçaram sobre esse tema (Adrião e Peroni, 2007).
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
74
O papel do Estado e suas relações com a avaliação do ensino superior
Autor (a): Carolina de Moura Barbati ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Roseana Costa Leite
Universidade Estadual Paulista - Campus de Araraquara
Tendo como base o sucesso do sistema neoliberal, a mudança no papel dos Estados nacionais e o
discurso que defende o papel essencial das universidades como um meio para se alcançar o
desenvolvimento social e o crescimento econômico no contexto atual, esta pesquisa tem como
objetivo central estudar o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (SINAES),
verificando quais são as concepções presentes nesse sistema e quais as consequências de sua
aplicação para as instituições acadêmicas. Seu intuito é verificar se o programa SINAIS é uma
forma de controle do Estado que manifesta, de forma indireta, o seu autoritarismo e acaba por
transformar as universidades em locais produtores de conhecimentos técnicos, voltado para o
mercado de trabalho e a interesses empresariais, além de comprovar se este sistema é, ou não,
responsável pela diminuição da qualidade do ensino superior, por buscar resultados quantitativos,
deixando em segundo plano o ensino-aprendizagem dos alunos. A pesquisa buscará, também,
responder para que as avaliações servem, estudando quais são suas finalidades, suas consequências
ou resultados esperados, quais são as influências de sua implementação nas instituições e quais são
as concepções sobre educação e universidade que estão presentes na forma deste instrumento. Desse
modo, a pesquisa nos permitirá verificar como se constroem os mecanismos de avaliação do ensino
superior e qual é o foco de sua utilização. Portanto, tendo como hipótese de trabalho a utilização
desse sistema nacional de avaliação, como forma de assegurar a melhoria das universidades, torna-
se fundamental analisar os vários aspectos desta questão, o que pode contribuir na reflexão sobre o
papel das avaliações, verificando se há possibilidades de ocorrer melhorias nesse sistema e se estas
são as práticas mais adequadas para qualificar uma universidade ou não.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Descentralização por parcerias: a recente estratégia da secretaria do estado de São Paulo em
programas sociais
Autor (a): Guilherme Andolfatto Libanori ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Sandra Aparecida Riscal
Universidade Federal de São Carlos
Essa pesquisa tem como objeto de estudo os seguintes programas da Secretaria de Estado da
Educação de São Paulo: Escola da Família, SuperAção Jovem, Justiça e Educação: parceria para a
cidadania, Escola em parceria, Comunidade Presente; tem como objetivo analisar a concepção de
parceria que fundamenta esses programas, determinar sua relação com as políticas compensatórias e
sua articulação com o projeto de modernização da política educacional paulista. O procedimento
teórico-metodológico deste trabalho é baseado em pesquisa bibliográfica e documental; na primeira,
utilizou-se o referencial teórico desenvolvido por Max Weber relativo ao papel da racionalidade
técnica e substantiva na constituição do capitalismo ocidental e do Estado Moderno, já a segunda
constitui-se de informações disponíveis online sobre os cinco programas. É intenção averiguar se a
introdução dessa política de projetos constituiria uma estratégia de flexibilização e otimização que
possibilitaria a descentralização da ação educacional do Estado, por meio das parcerias realizadas
junto aos órgãos internos da Secretaria de Estado, Fundação para o Desenvolvimento da Educação
(FDE) e Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP). Pode-se estabelecer o papel das
Organizações não-governamentais (ONGs), instituições educacionais, privadas ou confessionais da
sociedade civil nos projetos, estabelecendo-se o duplo papel destas organizações que, ao lado de
uma ação de caráter assistencialista, introduzem as parcerias público-privadas no campo de ação de
políticas públicas de caráter compensatório, estabelecidas pelo Estado. Assim, as parcerias parecem
atender ao princípio que introduz a lógica produtiva e de mercado no interior da esfera educacional.
Constatou-se que, diante do contexto de criação dos Programas da Secretaria de Estado da
Educação de São Paulo e dos objetivos declarados pelos mesmos na busca de parcerias entre os
setores públicos e privados a fim da expansão do setor público não-estatal e da descentralização do
Estado nessas áreas, o sistema educacional tem assumido a lógica de mercado em seu modelo de
gestão, em busca de eficiência e resultados guiados pelo setor privado.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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A relação entre o projeto político pedagógico e as necessidades das classes populares no
âmbito da Educação Física escolar
Autor (a): Marcos Vinicius Marques ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Fernando Donizete Alves
Universidade Federal de São Carlos
Entende-se ser uma das principais necessidades das classes populares a oportunidade de apropriação
de forma crítica do saber sistematizado construído historicamente, sendo o professor o mediador
entre o aluno e estes saberes – conceitos advindos da pedagogia histórico-crítica - os quais em sua
maioria lhe são negados através de ideologias capitalistas presentes na escola, que se manifestam
muitas vezes pelas tendências pedagógicas materializadas em seu projeto político pedagógico. O
objetivo da pesquisa foi verificar se o PPP visa as necessidades da população atendida (classes
populares) e entender como as aulas de Educação Física se relacionam com o mesmo, se é que se
relacionam, além de apresentar alguns caminhos a serem percorridos para o cumprimento da real
função da escola. Foi realizada uma análise descritiva e crítica do projeto político pedagógico de
uma escola estadual de um munícipio do estado de São Paulo, além da realização de entrevistas
com os professores de Educação Física da mesma, a fim de identificar e entender como se dá a
relação da prática pedagógica dos mesmos com o projeto político pedagógico e com as necessidades
das classes populares. Através da análise do PPP e da transcrição e categorização das entrevistas
construiu-se os resultados, que se referem principalmente à alienação da prática docente, à
desarticulação entre o projeto e a realidade e à necessidade de mudança no sentido do cumprimento
da verdadeira função da escola pública, que acredita-se ser a mediação entre o saber do aluno e o
saber historicamente construído pela humanidade, a ser apropriado de forma crítica, o que requer
uma ação pedagógica mais comprometida e mútua, no sentido da participação de todos envolvidos
com o processo educativo na elaboração e construção do PPP.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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A relação professor – aluno no contexto da progressão continuada: o que pensam os
professores
Autor (a): Paula Taís Rigolon ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Andréa Theodoro Toci Dias
Universidade Paulista - UNIP
Progressão Continuada é uma reforma do sistema educacional que dividiu o Ensino Fundamental
em dois ciclos: ciclo I de 1ª a 4ª série e ciclo II de 5ª a 8ª série (mantivemos a nomenclatura
utilizada à época da promulgação da lei, que fala em séries, considerando que atualmente o Ensino
Fundamental é constituído pelos chamados anos de ensino, em um total de nove). Os alunos só
podem ser retidos na passagem de um ciclo para o outro ou quando tiverem mais de 25% de faltas.
Essa medida almejava: resolver o problema da defasagem idade-série, uma diminuição dos custos
com a Educação, a diminuição da evasão escolar e um aumento no número de vagas disponíveis nas
escolas. Houve muitas críticas por parte dos professores. Afirmavam que suas opiniões sobre a
Progressão Continuada não foram consideradas e temiam que houvesse uma diminuição na
motivação e no rendimento escolar dos alunos. Um cenário perfeito para o aumento da pressão
sobre os alunos, acarretando assim em uma provável mudança na relação que os professores
mantém com os seus alunos. É essa relação que se pretende estudar nesta pesquisa, tendo como
contexto a Progressão Continuada. Para uma maior compreensão sobre essa dinâmica, também será
abordado o que os professores consideram como uma boa ou uma má relação com seus alunos e
quais fatores podem contribuir para a qualidade da relação que será estabelecida. Será verificado
também se há uma responsabilização, por parte dos professores, da família do aluno por sua relação
com este. Pretende-se obter também sugestões sobre o que os professores gostariam que fosse
modificado para que houvesse uma melhora da sua relação com os alunos. Para alcançar esses
objetivos, serão utilizados dois tipos de instrumentos de coleta de dados (entrevista semi-estruturada
e o “jogo de sentenças incompletas”) com 20 professores que acompanharam a mudança do sistema
seriado para o de ciclos e que lecionem em escolas da rede estadual de ensino. Serão realizados dois
tipos de análises dos dados obtidos: qualitativa para a entrevista semi-estruturada e quantitativo-
interpretativa para o “jogo de sentenças incompletas”.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Progressão continuada: a visão do professor
Autor (a): Paula Taís Rigolon ([email protected])
Co-autor (a): Mábia Borges; Elita Estevan; Aparecida Leite; Ana Carolina Neves; Maria Aparecida
da Silva
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Caroline Eltink
Universidade Paulista - UNIP
A Progressão Continuada foi implantada em 1998 nas escolas da rede estadual como parte de uma
reforma educacional que dividiu o Ensino Fundamental em dois ciclos: Ciclo I de 1ª à 4ª série e
Ciclo II de 5ª à 8ª série. Os alunos passariam de ano durante os ciclos de forma contínua e só
poderiam ser retidos na passagem de um ciclo para o outro – da 4ª para a 5ª série e da 8ª para o
Ensino Médio (na época em que se realizou a pesquisa as escolas visitadas organizavam o seu
Ensino Fundamental em 8 anos e ainda denominavam os anos escolares de séries ) – ou quando
atingissem mais de 25 % de faltas. Essa medida procurava “regularizar o fluxo escolar” e garantir a
permanência do aluno na escola, afinal, a reprovação foi considerada o principal fator gerador da
evasão escolar por causar desestímulo e sentimentos de exclusão e rejeição no aluno que repete o
ano. A questão que surge é: se essa medida garante a permanência do aluno na escola, também
garante que ele está efetivamente aprendendo? O nosso objetivo ao realizar esta pesquisa foi
responder a esta e outras questões inseridas no contexto da Progressão Continuada pela ótica dos
professores. Para isso, foi realizada a análise de entrevistadas semiestruturadas gravadas e
transcritas com 17 professores e uma vice-diretora do Ensino Fundamental da rede pública de
ensino. Posteriormente as comparamos com a bibliografia consultada. Constatamos que existem
vários contrastes entre a teoria e a prática da proposta. Grande parte dos entrevistados definiu a
Progressão Continuada como algo que não funcionou. Já sobre a questão do rendimento dos alunos
depois da implantação da Progressão Continuada, os professores comentam que piorou. Sobre a
aplicação da reforma, uma professora afirmou: a “Progressão Continuada foi jogada, simplesmente
jogaram pra nós sem um preparo, sem dizer o que é”. Conclui-se que, no atual cenário, a Progressão
Continuada não está trazendo muitos resultados positivos. Acreditamos que um dos inúmeros
empecilhos para que a Progressão Continuada alcance êxito se deve à falta de crédito que os
professores atribuem à ela. Se os professores não acreditarem que essa reforma surtirá efeitos
positivos, ela estará fadada ao fracasso. Se faz necessária uma revisão no projeto e na aplicação da
Progressão Continuada para que se possa ampliar os acertos e corrigir os erros.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Análise das concepções de políticas públicas para o ensino superior
Autor (a): Izac Trindade Coelho ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Roseana Costa Leite
Universidade Estadual Paulista - Campus Araraquara
O presente trabalho pretende verificar algumas concepções que fundamentam as propostas
efetuadas para as universidades públicas, no período atual, do governo Lula (2007/10) na esfera
federal e do governo Serra (2007/10) na esfera estadual, partindo do pressuposto de que o
conhecimento é considerado, na presente conjuntura, fator chave para o desenvolvimento do país e,
por tal motivo, é atribuído um novo papel social para as universidades públicas brasileiras.
Segundo Rosar e Krawczyk (2001), as políticas educacionais para o ensino superior nas duas
últimas décadas têm sido verticalmente impostas pelas supostas reformas educacionais sob a
retórica da qualidade da educação formuladas pelas organizações bilaterais, que prevêem um
conjunto de medidas para a homogeneização do ensino em ordem internacional, segundo a lógica
de mercado. No caso brasileiro, as autoras reiteram que essas medidas foram mascaradas pelo ideal
da modernização e democratização do ensino, porém não passaram de propostas de cunho
neoliberal para a privatização e sucateamento da educação pública a partir da década de 70.
Com efeito, a autonomia universitária, que nesse contexto se esboroa, toma duas concepções
distintas: a primeira é defendida pelos acadêmicos, que prevêem as regras, normas e ordenamentos
da instituição por ela definidos; a segunda é defendida pelos poderes estabelecidos que pregam ser a
autonomia a liberdade das instituições buscarem recursos onde desejarem, imbuindo a lógica da
competição entre as universidades. Outra concepção desviada de sua essência por essas propostas é
a concepção de democracia. A concepção defendida por essas propostas é uma visão minimalista
que, sob a lógica do capital, reproduzem a desigualdade social entre os indivíduos com a
precarização e o sucateamento do ensino oferecido ás classes populares. Acreditamos, como Atílio
Borón (1999), que democracia deve ser entendida de maneira ampliada, em que os indivíduos
tenham verdadeiramente garantido os seus direitos. É nesse contexto que tem se estruturado a
educação superior em nosso país, porém, é importante, acreditamos, examinar a concepção de
democracia, autonomia e universidade com que trabalha a política educacional para o ensino
superior em suas formulações e propostas para este nível de ensino.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Análise de desvio de comportamento em crianças e adolescentes, segundo conselho tutelar da
cidade de Araraquara
Autor (a): Raquel Barbosa de Lima Ramos ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. José dos Santos Reis Filho
Universidade Estadual Paulista - Campus Araraquara
A pesquisa a “Inserção dos jovens na criminalidade e seus desdobramentos” é de iniciação científica
e visa dar conclusão à monografia para conclusão do bacharelado. Neste trabalho, pretendo veicular
um dos momentos em que se desdobra. Trata-se de analisar dados do conselho tutelar II, localizado
no bairro da Vila Xavier na cidade de Araraquara. Eles correspondem aos anos de 2007, 2008 e
2009. Neste último ano, as informações chegam até o mês de outubro. Ao lado dos elementos ali
colhidos e correspondentes a toda uma região geográfica com cerca de metade da população do
município, analisaremos um bairro específico, o Jardim América, localizado na periferia da cidade.
Não é acidental a escolha: segundo uma pesquisa recente, está entre os quatro bairros com maior
incidência de delitos infanto-juvenil nas fronteiras municipais. Chamamos atenção para a presença
de uma tipologia usada pelos conselheiros tutelares e sobre a qual mais análise seria necessária.
Referimo-nos às ocorrências de “desvio de comportamento”. À primeira vista, é uma expressão
usada para abrigar um conjunto de casos referentes a condutas que ferem, de uma forma ou de
outra, a ordem, seja ela escolar, doméstica ou pública. Nos relatórios, é muito mais frequente na
adolescência do que na infância. (Aqui, nos utilizamos das categorias do Estatuto da criança e do
Adolescente (ECA) para distinguir crianças de adolescentes. Crianças seriam aqueles de 0 a 12 anos
incompletos, e adolescentes os de 12 a 18 anos incompletos). Ainda assim, juntas, só no ano de
2009, do total de registros, crianças e adolescentes foram responsáveis por cerca de 11,5% de
ocorrências relatadas como de desvio de comportamento. O conflito familiar, por sua vez, no
mesmo período, aparece presente em 16,5% dos registros e, portanto, aparentemente, nos lares de
crianças e adolescentes que transitaram pelo Conselho Tutelar II. Os maus tratos atingem os 4% do
total, a negligência se aproxima dos 7%, além do abandono que assola 1% dos analisados. Outros
fatores nomeados no relatório estão diretamente ligados a escola e as políticas públicas a ela
relacionadas: evasão escolar (5%), falta de vagas em escolas (5 %) e creches (6,5%).A questão mais
geral da pesquisa remete a um senso comum entre especialistas: se atitudes como afeto, diálogo,
cuidados e afins são decisivos para o crescimento e, em particular, para o desempenho educacional
de crianças e adolescentes, que significado terão, enquanto experiências vividas, os eventos que
deram lugar às ocorrências que analisamos. Uma aproximação à resposta, tratamos de buscar em
um estudo de caso realizado em uma escola do bairro Jardim América. E, aqui, tratamos de
transformar em hipótese uma afirmação feita pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares: as instituições
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
81
condenam à morte simbólica, à medida que matam o futuro e eliminam as chances de mudança
destas crianças e adolescentes.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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As relações de poder e a gestão democrática: um estudo de caso com gestores de Ilha
Comprida – SP
Autor (a): Beatriz Alves de Oliveira ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Sandra Ap. Riscal
Universidade Federal de São Carlos
Apresenta-se neste trabalho os resultados parciais relativo ao levantamento realizado acerca do
processo de institucionalização das relações escolares. O objeto de estudo do trabalho pauta-se no
processo de municipalização que vem ocorrendo desde a década de 90, da qual levantou-se as
seguintes hipóteses: (a) o processo teria viabilizado a democratização nas relações de poder ou (b)
o processo gerou a intensificação do disciplinamento e do controle das secretarias municipais sobre
os gestores das unidades escolares. A pesquisa teve como base empírica a realização de entrevistas
com diretores e vice-diretores, matriculados no Pólo de Ilha Cumprida do Programa Nacional
Escola de Gestores da Educação Básica, do MEC, em São Paulo. Além desta base, realizamos um
levantamento bibliográfico pautado no estudo e análise administrativo-burocrática da qual trata as
relações de poder. Isto porque, como o estudo demonstrou, o processo de gestão pode ser
denominado por um lado como democrático, participação coletiva, autonomia da escola são
apresentadas, pela legislação, como centro da vida escolar e, por outro lado, como relações que
vinculam o diretor à secretaria de ensino numa posição hierárquica. Como referencial teórico da
pesquisa e da análise elaborada, destaca-se especialmente a concepção de burocracia de
Tragtenberg, como forma de dominação leva à constituição de um tipo de elite administrativa que se
separa do resto da sociedade para se impor e dominar; e a fundamentação nas categorias de poder,
burocracia, racionalidade e legitimação de Weber. Tais considerações preliminares permitem-nos
apreciar que o processo de municipalização do ensino não atingiu o objetivo de racionalização e
modernização das estruturas administrativas da educação paulista, pois tal processo sofre influência
de diferentes concepções políticas de acordo com cada dirigente municipal, interferindo, outrossim,
na consolidação de uma forma de gestão mais moderna e democrática, segundo os padrões liberais.
A adoção de diferentes características evidencia variados graus de democratização, de autonomia,
de controle ou de disciplinamento de acordo com a configuração das elites locais e o grau de
institucionalização e impessoalidade dos procedimentos oficiais adotados pela administração
pública e educacional.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
83
Educação à Distância: Uma Visão Política
Autor (a): Thainá Portela Rêgo Ribeiro ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Roseana Costa Leite
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Este estudo visa a investigação do Ensino à Distância enquanto instrumento de acesso ao Ensino
Superior. Numa análise preliminar do documento lançado pelo governo federal, por meio do MEC,
em abril de 2007, sobre a política educacional proposta pelo Governo Lula (2007-2010),o Plano de
Desenvolvimento da Educação, observa-se que uma das medidas centrais previstas para o ensino
superior refere-se à possibilidade de se ampliar o acesso a este nível de ensino, por meio da criação
da Universidade Aberta do Brasil, a UAB. A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 já previa a inclusão
da EAD, com o intuito de democratizar a educação.
Pretendemos com este estudo investigar a emergência do ensino à distância, enquanto instrumento
democratizador da educação superior, verificar o contexto (o momento em que ser fortalecem) em
que se formulam as propostas de criação de instâncias responsáveis pelo desenvolvimento da
educação superior à distância, além da própria constituição de instituições responsáveis pela
formulação de cursos superiores à distância. Num primeiro momento, podemos dizer que os
objetivos que cercam este estudo estão ligados ao exame das concepções presentes na emergência
da educação superior virtual e nos procedimentos adotados para sua concretização. Além disto,
buscamos entender as razões da criação de uma Universidade Virtual no Estado de São Paulo, em
2009, quase imediatamente após a criação da Universidade Aberta do Brasil, em 2007.
Num segundo momento, interessa verificar como está ocorrendo a implementação desta proposta,
num pólo específico responsável pelo desenvolvimento de um curso de educação superior, para
acompanhar o andamento concreto da formação de alunos utilizando a metodologia à distância.
Para a consecução dos objetivos acima elencados propomos realizar uma análise do processo de
criação da Universidade Aberta do Brasil, a UAB, e da Universidade Virtual no Estado de São
Paulo, a Univesp, centrada tanto no contexto social, político e econômico, quanto internamente nas
normas que cercam estas instâncias. Verificaremos as semelhanças e diferenças entre a UAB e a
Univesp, por meio do exame das normas de sua criação e a exposição de motivos que embasam a
sua legislação. Procuraremos responder se a Univesp desenvolve uma parceria facilitadora com a
UAB, ou se apresenta como uma proposta independente e quais interesses envolvem a criação
destas instâncias. Para examinar a realização concreta do ensino à distância, elegemos como campo
de estudo o Curso de Pedagogia, primeiro a ser lançado, da Univesp, mais especificamente o Pólo
de Araraquara.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Concepção de ciência e tecnologia para o Ensino Superior de acordo com as políticas públicas
Autor (a): Laís Cassanho Silva ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Roseana Costa Leite
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Este estudo tem como tema a política educacional para o ensino superior e pretende analisar a
política atual proposta para este nível de ensino, a princípio verificando as concepções das
propostas, ou seja, as bases que subsidiam as medidas a serem implantadas para o conjunto do
ensino superior. Verificarei especificamente as políticas educacionais federais para o ensino
superior, no período do governo Lula (2007-2010), a partir disso verificar as concepções presentes
nas propostas governamentais para o ensino superior, mais especificamente os conceitos de
universidade, ciência e tecnologia que embasam a política educacional para este nível de ensino.
Deste modo, propõe-se examinar qual foi o contexto no qual se geraram estes projetos apresentados
para a realização efetiva e quais são as concepções de universidade, ciência e tecnologia presentes
nas medidas apresentadas. A hipótese, após esta primeira análise, seria a de que o conhecimento que
se quer desenvolver é aquele capaz de produzir uma nova tecnologia, ou seja, um conhecimento
aplicável. Por haver um consenso sobre a importância do conhecimento como fator chave para o
desenvolvimento econômico do país e a possibilidade de mobilidade social, se faz necessário um
aprofundamento para a discussão desta questão. Deste modo, a análise dessas medidas permitirá um
maior entendimento e compreensão sobre as bases deste consenso. Pretendo verificar o discurso
governamental sobre o pensamento educacional e científico divulgado pelo governo federal para a
obtenção de um consenso social, acerca das medidas que pretende implementar para o ensino
superior. Pretende-se também discutir a defesa do conhecimento como promotor do avanço
tecnológico e o do desenvolvimento econômico e social e o local no qual, acredita-se, promove ou
deve promover este conhecimento aplicável que é a universidade. Portanto, a partir dessa
convicção, examinaremos o real papel da universidade, se realmente se resume a produção de
tecnologia ou se representa algo além de um local para a produção deste tipo de conhecimento. Em
suma, tendo em vista o papel de destaque que a universidade tem na sociedade, neste contexto,
percebe-se a importância de verificar as decisões que estão sendo tomadas para o ensino superior.
Com intuito de conhecer as medidas propostas para a política educacional para o ensino superior, a
princípio examinarei o documento oficial do MEC intitulado Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE) e o Plano Nacional de Educação (PNE), que contém, entre outros, as ações para o
ensino superior. O PDE é o documento mais recente do governo federal que expõe sua política para
este nível de ensino. Para o exame específico da Unesp, analisarei o Plano de Desenvolvimento
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
85
Institucional (PDI) da Unesp, buscando as concepções e pressupostos deste documento específico,
para verificar se a política institucional reafirma o significado dos conceitos de universidade,
ciência e tecnologia expostos na concepção de política educacional
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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O programa de ações afirmativas da UFSCar: diários de campo de uma pesquisadora
Autor (a): Gabriella Pizzolante da Silva ([email protected])
Orientador (a): Profa. Dra. Márcia Regina Onofre
Universidade Federal de São Carlos
Esta pesquisa foi realizada, por meio de observação e registros (Diário de Campo), dos processos
educativos constantes nas relações inter-pessoais dos sujeitos envolvidos no Programa de Ações
Afirmativas da UFSCar, visando analisar as práticas pedagógicas desenvolvidas em contextos não
escolares, como cumprimento da disciplina “Pesquisas e Práticas em Diferentes Espaços” do curso
de Pedagogia. A construção do instrumento para a coleta de dados foi fundamentada em autores
como BOGDAN e BIKLEN (1994) e BOSI (2003), que serviram de base para elaboração das Notas
de Campo. A análise dos dados contou com as contribuições de GONÇALVES FILHO (1988);
MELLO e FRANZI (2009); TORRES( 2004) e documentos oficiais do Programa Ações
Afirmativas. As inserções foram realizadas com a análise de diversos sujeitos (Coordenadora do
Projeto, Pedagoga responsável, estagiários (as), alunos da rede de ensino e alunos da UFSCar),
visando a compreensão dos processos educativos constantes nesse espaço. Esta experiência
investigativa trouxe contribuições significativas para a formação e atuação dos(as) pedagogos(as),
dentre elas podemos citar: a percepção de que os processos educativos contidos nas práticas sociais
ocorrem em vários ambientes, não somente dentro da escola e/ou sala de aula; à tomada de
consciência que os(as) pedagogos(as) precisam apresentar; de que não são os/as únicos/as atores do
processo educativo, nem os/as únicos/as que possuem conhecimentos e que ensinam. Todos os/as
envolvidos/as nas práticas sociais educam e são educados/as; o entendimento de que estudar é
também e sobretudo pensar a prática e pensar a prática é a melhor maneira de ampliar o pensamento
e, a partir disso, criar e recriar idéias, pois o conhecimento transforma o/a indivíduo/a e este
transforma o conhecimento; a necessidade de se buscar quebrar com a desumanização que fala
Paulo Freire; que fala da importância de se considerar que é no convívio social que o/a indivíduo/a
se constrói, historicamente e culturalmente, por meio de diferentes práticas e processos educativos.
É importante que os (as) futuros(as) professores(as) se dêem conta que essas experiências, embora
fora do ambiente formal (escola), também são fundamentais para a formação docente, pois os
processos educativos se constroem em diferentes espaços e práticas sociais.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Políticas públicas educacionais e organização escolar: perspectivas macro e micro
Autor (a): Suellen Cereda ([email protected])
Co-autor (a): Julia Pires Pasetto
Orientador (a): Profª Drª Maria Cecília Luiz
Universidade Federal de São Carlos
A organização escolar e suas relações são resultantes da cultura instituída e instituinte, a primeira
diz respeito às normas estabelecidas por órgãos oficiais, ou seja, uma gestão educacional que é
legitimada por meio da organização dos sistemas de ensino. A segunda é construída pelas pessoas
da própria instituição, sendo essa gestão uma extensão da comunidade (VIEIRA, 2007). Assim,
enquanto as leis definem diretrizes e parâmetros educacionais, a formação educacional também
interfere na realidade. Dessa forma, apesar de exercerem grande influência nas instituições, as
políticas dessa área não podem ser consideradas como únicas responsáveis pela organização de uma
escola e tudo que acontece nela. A finalidade de uma instituição escolar deve ser a de promover um
ensino de qualidade para todos, com formação para a cidadania. Para alcançar tais metas, necessita-
se de uma organização que oriente possíveis caminhos, priorizando algumas ações: “planejar o
trabalho da escola, racionalizar o uso de recursos (materiais, financeiros, intelectuais) e coordenar e
avaliar o trabalho das pessoas” (LIBÂNEO et. al., 2009, p.315), as quais acabam consumidas pela
prática cotidiana, já que se insere num sistema político maior, mantendo ou transformando tal
ordem. Assim, administrar uma escola é refletir sobre sua cultura organizacional, considerando a
subjetividade das pessoas que lá se relacionam - ao entendermos isso, compreenderemos sua
dinâmica. Nessa perspectiva, a Teoria da Ação Comunicativa de Habermas, nos ajuda a refletir
sobre uma escola que intenciona o consenso e a emancipação humana, garantindo a existência de
processos democráticos ao privilegiar o diálogo e a argumentação, considerando a linguagem como
um órgão capaz de formar pensamentos (BANNELL, 2006). Por meio da ação comunicativa, os
educadores podem promover acordos entre os que pensam (mandam) e os que fazem (obedecem) a
educação, dessa forma, teremos tanto os formuladores de políticas públicas como a equipe escolar
construindo, dialogicamente, a política educacional (QUAGLIO, 2009). Para isso acontecer,
devemos priorizar o diálogo, inserindo os professores em suas realidades, como verdadeiros sujeitos
das transformações, de forma que a gestão assegure esses espaços de ação comunicativa para a
discussão conjunta de suas concepções sobre educação.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Alfabetização de jovens e adultos: caracterização do atendimento na cidade de
Araraquara/SP
Autor (a): Mônica Pereira ([email protected])
Orientador (a): Profa. Ester Buffa
Universidade Federal de São Carlos
O presente trabalho é resultado da pesquisa realizada no município de Araraquara, estado de São
Paulo, sobre a configuração do atendimento ao jovem e adulto em processo de alfabetização. No
município, até o ano de 1997 apenas o sistema estadual de ensino oferecia cursos para a educação
de jovens e adultos. Foi no ano de 1998, com o início do processo de municipalização, que a cidade
passou a realizar o atendimento à modalidade de ensino. A alfabetização de jovens e adultos no
município é realizada por 3 diferentes programas sendo eles: O Programa de Educação de Jovens e
Adultos da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho – (Peja - Unesp), o SESI e o
Projeto de Alfabetização para Adultos e Jovens de Araraquara (PROEAJA). O Peja passou a
desenvolver o atendimento na cidade desde o ano de 2001 - por meio da portaria nº 580 de
05/12/2001 - e atualmente o Projeto possui três salas com freqüência média de quinze estudantes
por turma. No atendimento privado destaca-se o SESI. O principal programa que realiza o
atendimento à alfabetização de adultos é o PROEAJA, desenvolvido no município desde 1998, com
o apoio de diversas parcerias e, desde o ano de 2002, em convênio com a prefeitura municipal por
meio do Mova – Araraquara. O Proeaja é uma entidade sem fins lucrativos por ser de caráter
beneficente e possui a missão de promoção de atividades assistenciais e de prestar à comunidade
um serviço social de alta relevância. O Projeto foi, ano de 2004, institucionalizado como uma
Organização Não-Governamental (ONG), e passou a ser uma instituição pública e de direito
privado, capaz de receber verba pública para a sua manutenção. Atualmente o Projeto desenvolve o
trabalho de alfabetização com a atuação de 28 educadores voluntários e 4 coordenadoras em 23
núcleos. Os núcleos estão localizados em diferentes regiões da cidade, há núcleos na zona rural, na
região central e na periferia da cidade. Dos núcleos que realizam atendimento 10 se desenvolvem
em escolas municipais de ensino fundamental, 5 se localizam em igrejas - sendo 4 igrejas católicas
e 1 evangélica - 4 em centros comunitários, 2 em Centros de Educação e Cultura (CEC) e 2 em
associações de bairros. A partir desse levantamento pode-se compreender como a cidade de
Araraquara está realizando o atendimento à alfabetização de jovens e adultos e atuando para
erradicar o analfabetismo no município
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Estudo comparativo das instituições de privação de liberdade de jovens infratores do Brasil e
da Argentina na perspectiva do tratamento dispensado aos internos
Autor (a): Tamires Aparecida do Amaral ([email protected])
Orientador (a): Profª. Drª. Angela Viana Machado Fernandez
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
A quinta medida sócio-educativa promulgada pelo Estatudo da Criança e do Adolescente (1990), a
de privação de liberdade é criticada por muitos estudiosos, principalmente no que concerne ao
atendimento sócio-educativo que esta anuncia oferecer aos adolescentes, devido à constatação do
alto número de casos de não re-estabelecimento psicológico e social dos internados e, além disso,
de ser constatado que muitas vezes a medida “internação em estabelecimento educacional” agrava a
situação psico-social em que se encontra o adolescente visto, por exemplo, o processo de
institucionalização que ele passa e o aos estigmas que o acompanham. Seria necessária uma revisão
desta medida visando êxito no processo de ressocialização do adolescente. Tomamos como
referência a Fundação Centro de Atendimento Sócio-Educativo (CASA), no Brasil, e o Centro de
Orientación Sócio-Educativa (C.O.S.E), na Argentina, instituições de privação da liberdade de
adolescentes em conflito com a lei dos seus respectivos países, e estamos estudando o atendimento
sócio-educativo que ambas instituições oferecem aos seus internos. Bucaremos comparar os
objetivos de cada instituição, a atuação destas para alcançar tais objetivos, o perfil dos adolescentes
atendidos, a legislação que estas atendem, se o promulgado em lei é mesmo empírico, abordagens
referentes ao tratamento dos adolescentes internados pelos dirigentes da instituição, as relações de
poder dentro desta, o distanciamento entre os dirigentes e os internados, o histórico dos internados e
dos modos de punição, a análise concomitante da realidade vivida pelos meninos que cumprem a
pena na instituição e as prescrições a este tipo de atendimento presentes no ECA (1990), as políticas
de atendimento e abordagens sobre os estigmas que os egressos carregam, tanto na Fundação Casa
como no C.O.S.E.. Esperamos contribuir para o debate e contribuição social quando apresentarmos
os dados analisando se os adolescentes autores de atos infracionais estão tendo seus direitos
atendidos e assegurados quando encarcerados nas instituições de privação C.A.S.A e C.O.S.E.
O presente estudo é de natureza teórica e bibliográfica, e conta com a análise de documentos e
referencial teórico embasado por bibliografia sobre a legislação referente ao campo do direito
infanto-juvenil, em especial, das Medidas Sócio-Educativas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Grupo de Estudos e Pesquisa Educação, Juventude e Políticas Públicas
Autor (a): Tamires Aparecida do Amaral ([email protected])
Orientador (a): Profª. Drª. Angela Viana Machado Fernandez
Universidade Estadual Paulista – Campus de Araraquara
O Grupo de Estudo e Pesquisa Educação, Juventude e Políticas Públicas é coordenados pelas
professoras Angela Viana Machado Fernandez e Dulce Consuelo Andreatta Whitaker. Atualmente
participam do grupo estudantes de graduação dos cursos de Pedagogia e Ciências Sociais e de pós-
graduação, ao nível de mestrado e doutorado. O Grupo trata de questões referentes à educação,
juventude, legislação e direitos humanos, direitos infanto-juvenis, às políticas públicas, cidadania,
prevenção às drogas, inclusão social, meninos de rua, jovens infratores, proteção ao jovem e à
criança, Leis de Direitrizes e Bases da Educação, cultura, democracia, educação formal e não-
formal, raça, classe social, valores e vulnerabilidade. O Grupo de Pesquisas lançou o livro
"Educação, Juventude e política públicas: reflexões sobre inclusão e preconceito" pela Cultura
Acadêmica.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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O processo de Bolonha no espaço europeu e a Reforma Universitária Brasileira
Autor (a): Cíntia Lins Rocha ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. José Vaidergorn
Universidade Estadual Paulista- Campus de Araraquara
A presente pesquisa tem a finalidade de analisar o chamado Processo de Bolonha e suas possíveis
influências nas Universidades Brasileira, bem como fazer um paralelo das mudanças recentes
ocorridas no sistema de ensino superior na Europa e no Brasil. Segundo Bastos (2009), o processo
de Bolonha é uma reforma que corresponde ao propósito de construção do Espaço de Ensino
Superior na Europa, coeso, competitivo e atrativo para docentes e alunos europeus e de outros
países com intenções de promover a mobilidade de docentes, de estudantes e a empregabilidade de
diplomados. A estrutura de ensino superior divide-se em três ciclos: o primeiro, licenciatura, com
duração de três anos; o segundo, mestrado, com duração de dois anos; e o terceiro ciclo,
doutoramento, com duração de três anos. Algumas áreas poderão ter uma estrutura de estudos
diferente, mas esta é a duração mais frequente. No parecer sobre a Implementação do Processo de
Bolonha (Parecer n° 6/2004), podemos identificar que o processo “apela à urgência de enfrentar as
exigências da competitividade internacional do sistema de ensino superior” e a Comissão Européia
não faz segredo da assumida “rivalidade euro-americana” no que a educação superior e a “economia
do conhecimento” se refere (PORTUGAL, 2004). A partir desta análise, busca-se identificar a
possível influência dos mecanismos de unificação dos sistemas universitários do Processo de
Bolonha nas Universidades Brasileira. Para Bastos (2009) no Brasil, a educação superior
"moderniza-se" a partir da diversificação do locus de formação acadêmica, da introdução
acadêmica, da introdução da educação à distância, por exemplo, que fazem parte da legislação
aprovada em 1996 como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9.394/96), e que traz, pela
primeira vez, capítulos específicos sobre a educação superior brasileira, integrados nessa forma de
lei. No caso da Reforma Universitária, é um Projeto de Lei de autoria do Ministério da Educação,
foi elaborado gradativamente durante os primeiros anos do governo Lula. A proposta original sofreu
alterações a partir de sugestões de diversos setores da sociedade que podem ser verificadas através
dos 4 anteprojetos. Em seguida foi enviado para discussão no Congresso Nacional onde recebeu
diversas propostas de emendas.Outras leis e projetos estão relacionados à Reforma Universitária,
entre eles o Prouni, o Enade, a Lei de Inovação Tecnológica, o Decreto das Fundações e a
Universidade Nova. Dando continuidade às propostas de reformas instituidas pelo governo
Fernando Henrique Cardoso, por intermedio das mudanças introduzidas pela LDB, a partir do ano
de 2003, o primeiro governo Lula promoveu uma grande discussão sobre o que passou a ser
chamada, "reforma universitária", que no entanto ainda não prosperou.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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SEÇÃO G - FILOSOFIA DE EDUCAÇÃO
As comunidades virtuais dedicadas à escola: reflexos da reificação das relações sócio culturais
no processo ensino-aprendizagem
Autor (a): Alessandro Eleutério de Oliveira ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Antônio Álvaro Soares Zuin
Universidade Federal de São Carlos – Campus São Carlos
O objetivo deste trabalho consiste em analisar as comunidades virtuais dedicadas à Educação
Escolar no sítio de relacionamentos Orkut. Nesse sentido, analisamos manifestações escritas de
professores e alunos a fim de apreendermos as maneiras como os sujeitos envolvidos no processo
ensino-aprendizagem percebem uns aos outros. Ou seja, como alunos se manifestam sobre seus
professores, como professores se manifestam sobre alunos e também como professores e alunos se
manifestam sobre a Educação Escolar. A justificativa dessa investigação diz respeito à necessidade
da compreensão sobre as formas como as experiências escolares dos sujeitos são exprimidas no
ciberespaço. O exame das informações contidas nas manifestações escritas é efetivado nas
fronteiras metodológicas da análise de conteúdo. Dessa maneira, as lucubrações são iluminadas
principalmente por autores da Teoria Crítica, como Theodor Adorno e Walter Benjamin, por meio
da confluência do material coletado nas comunidades virtuais com temas como desorientação e
semiformação na contemporaneidade, assim como os seus reflexos na Educação Escolar brasileira.
Outros autores que fornecem importantes contribuições para a construção desse trabalho são
Richard Sennet, Charles Melman e Zygmunt Bauman. Até o presente momento, as categorias
obtidas a partir da análise dos dados evidenciam a existência de percepções majoritariamente
negativas de docentes sobre discentes, e vice-versa, a partir de experiências desses sujeitos no
processo ensino-aprendizagem. Assim, estas categorias dizem respeito aos seguintes tópicos:
posturas autoritárias de professores em sala de aula, apatia e indisciplina dos alunos, tabus sexuais e
desilusão em relação à instituição escolar. Isso se dá em um contexto de reificação e de
fragmentação das relações socioculturais, o que lesa a experiência formativa. Esse processo
dificulta a efetivação da práxis dialógica, a qual é fundamental para o êxito da Educação Escolar.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Estudo preliminar das elaborações da psicologia, da sociologia e da história da infância para
uma futura pesquisa etnográfica no âmbito da antropologia da criança.
Autor (a): Caroline dos Santos Rodrigues ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Denis Domeneghetti Badia
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
O foco do nosso interesse de pesquisa seria a antropologia da criança. Podemos compreender a
infância, segundo Freitas e Kuhlman Junior (2002), como a concepção ou a representação que os
adultos fazem sobre o período inicial da vida, ou como o próprio período vivido pela criança. A
história da infância seria a história da relação da sociedade, da cultura, dos adultos, com essa classe
de idade e a história da criança seria a história da relação das crianças entre si e com os adultos,
com a cultura e a sociedade. Já a antropologia da criança, segundo Cohn (2005), é a disciplina
científica que nos permite entender a criança e seu mundo a partir de seu próprio ponto de vista. A
história, a psicologia, a psicanálise, a pedagogia e a sociologia têm lidado com esse objeto de
estudo, mas a característica da abordagem antropológica é justamente a de entender o ponto de vista
daqueles sobre quem e com quem fala, seus objetos de estudo. Fazer antropologia da criança,
portanto, é tentar entender um fenômeno em seu contexto social e cultural, é entendê-lo em seus
próprios termos. A etnografia como metodologia nos permite a coleta de dados e a observação direta
da criança, colhendo informações sobre o que elas fazem e ouvir o que eles têm a dizer sobre o
mundo. Portanto, este trabalho buscará compreender a infância enquanto categoria socialmente
construída. Nosso objetivo será o levantamento bibliográfico de algumas elaborações nas quais tal
preocupação aparece. Amparando-nos no vasto instrumental tanto antropológico quanto
psicossociológico, traçaremos relações com abordagens que surgem também da História e da
Filosofia. Influências paradigmáticas que se espraiam em uma Antropologia da criança. Tomaremos
como bases teóricas o estudo de Philippe Áries sobre a construção do conceito “infância”, bem
como seu desdobramento em Neil Postman, que aponta sua atual desconstrução. Veremos ainda
como esse conceito, historicamente construído, assume diferentes representações socioculturais, tal
como evidenciam os estudos em Antropologia da criança, de Clarice Cohn, e as etnografias
pioneiras de Margaret Mead.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Estudo sobre Jean-Jacques Rousseau
Autor (a): Jáina Vitória da Silva Oliveira ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Vera Teresa Valdemarin
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
O objetivo desta pesquisa é verificar, através de um estudo teórico, as principais contribuições das
obras de Jean-Jacques Rousseau para a educação. Desse modo é necessário levantar críticas e
destacar suas proposições a respeito da sociedade e da educação. Este estudo está sendo realizado
com base em duas das principais obras do autor, as quais estão relacionadas ao tema da sociedade,
da política e da educação. O primeiro livro a ser destacado na pesquisa é “Do Contrato Social”, no
qual, Rousseau trata da importância de tornar público todo o conhecimento da vida política no
estudo do homem e, nessa obra o autor dá grande relevância à teoria da “vontade geral”, a qual é a
chave principal de todo o Contrato, onde estão presentes as relações entre liberdade e lei, o que gera
a legitimação do poder político. Em seguida, será analisada a obra “Emílio ou Da Educação”, que
trata sobre a educação. A partir dessa obra é possível verificar a crítica feita por Rousseau à
sociedade de seu tempo e, para tanto, valoriza a educação vinculada à natureza, à vida no campo e à
simplicidade nas relações. Várias das suas contribuições, tanto na vida política quanto na vida
social, são muito instigantes. Embora de difícil concretização, é interessante compreender a
concepção de uma sociedade ideal por ele apresentada como referência para a crítica à sociedade
existente. A importância da contribuição de Jean-Jacques Rousseau é atestada em inúmeros estudos
contemporâneos, que possibilitam perceber a permanência de alguns problemas sociais e a
inspiração de suas proposições no encaminhamento de questões educacionais atuais.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Educação em direitos humanos: cidadania ou emancipação humana?
Autor (a): Jorge Cleber Teixeira Neves ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Clodoaldo Meneguelo Cardoso
Universidade Estadual Paulista – Campus Bauru
Esta pesquisa, ainda em andamento, tem um caráter bibliográfico e busca identificar o conceito de
emancipação presente na chamada Educação em Direitos Humanos, utilizando como referencial
teórico o materialismo histórico-dialético. A Educação em Direitos Humanos é uma produção ainda
recente no Brasil (começa a se delinear mais solidamente na década de 1990) e não tem sido um
tema muito recorrente nos cursos de formação de professores. Talvez isso se deva à sua natureza
peculiar, pois de modo geral, trata-se de uma discussão que foi trazida à educação pela área do
Direito e pelos diversos movimentos sociais que lutam por direitos humanos. Esses movimentos
consideram extremamente necessário que a educação esteja articulada com a criação de uma cultura
de respeito e incentivo a essas lutas, sobretudo por meio da disseminação de valores de justiça,
igualdade e respeito à diversidade. Dessa maneira, a dinâmica da Educação em Direitos Humanos
tem sido, sobretudo, dos movimentos sociais para os espaços educativos. Portanto, sendo os direitos
humanos um processo e um conjunto de lutas bastante heterogêneo, faz-se necessário compreender
qual o conceito de emancipação esteve implícito historicamente nessas lutas. Predominaram valores
da tradição liberal ou da tradição socialista? Ocupou a centralidade, a dimensão da liberdade ou da
igualdade? De que tipo de liberdade e igualdade se tratava em uma e em outra tradição? A
contribuição da educação, enquanto processo de conscientização, tem indicado no sentido da
emancipação política, a cidadania, ou da emancipação humana, uma sociedade sem classes? Como
essa dualidade reflete na Educação em Direitos Humanos?
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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O filosofar na escola como possibilidade de superação do ensino alienante
Autor (a): Katherine Cortiana Fagundes ([email protected])
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Paula Ramos de Oliveira
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Com o advento da Pedagogia Nova, sendo esta defendida oficialmente no “Manifesto dos Pioneiros
da Educação” de 1932, o ensino passa a adquirir caráter laico e ser de responsabilidade do Estado.
Dessa forma, garante-se a sua gratuidade e obrigatoriedade, iniciando-se a derrocada para a
Democratização da Educação. Se antes, com o predomínio do ensino tradicional, formavam-se
cidadãos sem consciência crítica, porque só reproduziam o que era ensinado, hoje, apesar do
afloramento de novas propostas de ensino, trazidas com o advento do método ativo, ainda
continuamos a formar alunos desprovidos de capacidades para contextualizar e criticar devido à má
qualidade do ensino. Ao analisar as propostas contidas nos “Parâmetros Curriculares Nacionais”
(PCNs), fica evidente a defesa do Estado em garantir um ensino pautado na formação para o
mercado de trabalho. Fromm (1987), em seu livro “Ser e Ter”, critica o ensino vigente,
denominando-o de Pedagogia do Ter. A educação “Ter” não promove a conscientização crítica do
aluno, tornando-o mero receptor passivo de conteúdos didáticos. O educador Freire (1980),
influenciado pela obra de Fromm, falava em Pedagogia Bancária, pois, para ele, o ensino em
questão, é similar a um depósito bancário, no qual, o professor deposita o conhecimento no aluno,
para depois, cobrar – sacar – estes conhecimentos através das provas. São despejados conteúdos
que acabam entulhando os alunos de informações desarticuladas que serão esquecidas depois das
avaliações. Como possibilidade de superação da “Pedagogia do Ter” (Fromm, 1987) e da
“Pedagogia Bancária” (Freire, 1980), é necessário que se invista no ensino de Filosofia, para
crianças e jovens. Walter Omar Kohan e Paula Ramos de Oliveira- entre outros - propõem um
ensino de Filosofia através da leitura de histórias filosóficas, grandes clássicos da literatura, poesias,
letras de músicas, enfim, diversos materiais dotados de caráter filosófico, dessa maneira, a leitura
das novelas de Lipman ganham caráter secundário. As aulas de Filosofia podem incitar os alunos à
empatia, ou seja, à capacidade de criar novos significados, de esclarecer os que já conhecem e de
compreender novos conceitos. Dessa maneira, inicia-se a caminhada para a construção de uma nova
proposta pedagógica, a qual almeja transcender, por meio do filosofar, as Pedagogias do “Ter” e
“Bancária”.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Filosofia para crianças: um caminho para o pensar crítico
Autor (a): Mariana Calvanese Canela ([email protected])
Co-autor (a): Felipe Augusto dos Santos Ferrari
Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Paula Ramos de Oliveira
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Neste trabalho pretende-se refletir sobre o modo como a prática filosófica pode colaborar com o
desenvolvimento de um pensar crítico e que favoreça a formação dos indivíduos. Para tanto,
apresentaremos a experiência do projeto “Filosofia na Escola Municipal de Dança Iracema
Nogueira”. A Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira localiza-se na cidade de Araraquara e
atende seus alunos em períodos opostos ao da escola regular. Tais alunos começam a frequentá-la
aos 8 ou 9 anos e seguem seis anos (coincidindo com o término da 8ª série) na escola com um
currículo que passa pelos diversos campos da arte, tais como: Dança Contemporânea; Capoeira;
Balé; Artes Marciais; Música; Sapateado; Teatro; Artes plásticas; Criação e Improvisação; Contato
improvisação; Cultura Afro. Ao lado dessas disciplinas, figuram ainda no currículo outras
disciplinas, entre as quais a filosofia. O projeto de extensão universitária “Filosofia na Escola
Municipal de Dança Iracema Nogueira” neste ano de 2010 está responsável por duas atividades:
Café filosófico bimestral e sucos filosóficos mensais oferecidos para crianças de três turmas, com
idades entre 9 e 12 anos. A idéia da realização de um suco filosófico surgiu no Grupo de Estudos e
Pesquisas Filosofia para Crianças (GEPFC) após a realização do primeiro café filosófico. Este
evento se pautaria em torno de um tema específico e se distinguiria do café filosófico por ter como
público alvo crianças ao invés de adultos, por isso a escolha deste nome. Os Sucos Filosóficos são
coordenados por membros do Grupo de Estudos e Pesquisas Filosofia para Crianças (GEPFC).
A discussão filosófica ocorre a partir de diversas matérias como contos infantis, muitas vezes
confeccionados no GEPFC. Ao contarmos as histórias deixamos que as crianças façam comentários
e perguntas, a fim de proporcionar um debate sobre o mesmo e/ou sobre questões estimuladas por
eles. Este processo conta assim com dois momentos: um de problematização da temática e outro de
construção do conceito. Este projeto tem por objetivo despertar nas crianças a reflexão, a atenção, a
criticidade, a criatividade, o raciocínio lógico, a espontaneidade e a autonomia. Espera-se também
que, por meio da atividade filosófica constante, estes alunos possam posicionar-se criticamente nas
relações presentes no cotidiano e, de modo mais amplo, na sociedade.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
98
Filosofia: o pensar reflexivo para crianças das séries iniciais do ensino fundamental
Autor (a): Priscila Fraga Bastos
Co-autor (a): Sônia Aparecida Belletti Cruz
Orientador (a): Prof.ª Me. Sônia Aparecida Belletti Cruz
Universidade Paulista - UNIP
Apesar dos obstáculos serem os mais diversos, a filosofia pode ser uma opção para as crianças no
ambiente escolar e, se bem aplicada, tornar-se um instrumento motivador à vivência infantil. Para
Lipman (1990), a filosofia é uma ciência de investigação, que por meio do diálogo entre alunos-
professor é possível construir ideias, pensar independente, trazendo para suas vidas nova percepção
de descoberta, de invenção, de interpretação e de crítica. As crianças devem ser preparadas para o
respeito aos princípios dos valores e da ética e, já no Ensino Fundamental, são capazes de
compreender as teorias de Aristóteles, Kant e Mill. A sala de aula é ambiente favorável para o
desenvolvimento da filosofia, para o bem pensar, onde cada aluno necessita desenvolver o seu
ponto de vista, seu estilo de pensamento, sua perspectiva de vida. Este trabalho descritivo, de
caráter qualitativo, é fruto de pesquisa de iniciação científica, financiada pela UNIP e realizada por
meio de observação e entrevista semiestruturada com um professor de filosofia para crianças em
uma escola de Araraquara-SP. Seu objetivo era saber quais escolas de ensino fundamental da cidade
oferecem às crianças das séries iniciais a disciplina de Filosofia, conhecer a linha teórica e
metodológica adotada e saber se as crianças apresentam mudança de comportamento no decorrer de
seus estudos. Os resultados mostraram que, apoiadas nas ideias de Lipman e de Ramos de Oliveira,
com histórias de personagens e enredos próximos ao padrão cultural brasileiro, elas melhoraram a
relação com os colegas à medida que avançavam nas reflexões e na percepção de si e de sua
realidade. Tornaram-se mais participativas e interessadas e prestaram mais atenção nos
acontecimentos do país e do mundo e, muitas delas, voltaram-se à leitura de livros, jornais e revistas
científicas. O professor interveio de forma afetiva nas mediações, buscando atender às diferenças de
ser e de agir dos alunos.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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SEÇÃO H - EDUCAÇÃO ESPECIAL
Inclusão e educação de surdos: uma análise do processo de ensino e aprendizagem em salas
regulares do Ensino Fundamental
Autor (a) - Daiane Natalia Schiavon ([email protected])
Orientador (a) - Prof.ª Dr.ª Eliana Marques Zanata
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
A inclusão educacional requer uma completa reestruturação nas ações de gestão e nas ações
educacionais de todo o sistema, o qual deve garantir todo o suporte necessário às condições de cada
aluno, assegurando uma resposta educacional adequada às necessidades individuais. Há em nosso
país um grande número de pessoas com distúrbios relacionados à audição. O trabalho teve por
objetivo analisar o processo de educação de surdos, no período inicial de alfabetização, objetivando
identificar as barreiras comunicativas em sala de aula no que se refere à relação do professor com o
aluno surdo e descrever as práticas pedagógicas destes. A pesquisa foi realizada em duas escolas de
Ensino Fundamental da Rede Municipal de uma cidade de pequeno porte do Estado de São Paulo,
se configurando por duas díades professor/aluno, onde os resultados obtidos foram analisados
mediante classificação por categorias determinadas pelos itens apontados em um protocolo de
observação. Também fora aplicado com os docentes um questionário constituído por reflexões
acerca de sua própria prática pedagógica. Estes apontam que há problemas sérios no que diz
respeito à questão do estabelecimento de um canal de comunicação efetivo entre a professora e o
aluno surdo, contudo, apontam que há empenho e esforço tanto por parte do aluno quanto da
professora pra que este obstáculo ao processo de aprendizagem seja superado. Estes reforçam a
ideia de que cabe aos educadores estarem mais próximos ao desenvolvimento dos alunos, fazendo
adaptações do currículo e estruturando estratégias comunicativas e pedagógicas para cada um.
Evidenciam a necessidade da continuidade da formação dos professores, que atuam com estes
alunos, e ainda apontam dificuldades relacionadas ao padrão de comunicação entre a professora e o
aluno, oriundas da importância da LIBRAS como canal efetivo de compreensão entre ambos. Por
meio desta pesquisa espera-se que os resultados obtidos possam servir de instrumento de proposição
para a implantação de práticas pedagógicas específicas para com o aluno surdo que frequenta classe
comum.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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O processo educativo de alunos com deficiência: a importância da participação familiar
Autor (a) - Daiane Natalia Schiavon ([email protected])
Orientador (a) - Prof.ª Dr.ª Eliana Marques Zanata
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Segundo Perez (2007), a escola é, junto com o grupo familiar, uma agência social que exerce
influência no desenvolvimento e nas aprendizagens da criança. Estudos realizados indicam que
atualmente a participação familiar durante o seu processo educativo é muito pequena e essa situação
torna-se ainda mais agravante quando nos referimos às famílias de alunos com deficiência. Dessa
forma, o objetivo do presente estudo é analisar a relação familiar dos alunos com deficiência
durante o processo educativo em uma escola pública e privada, além de observar participação da
família durante o processo de ensino aprendizagem em uma escola pública e outra privada;
comparar a participação familiar em instituições de ensino público e privado e verificar a iniciativa
das escolas pesquisadas em relação à participação das famílias com deficientes. O objeto de estudo
constitui-se de duas escolas: uma pública municipal da cidade de Jaú e outra particular do
município de Barra Bonita, onde serão analisados dois alunos de cada escola. O procedimento para
coleta de dados será preenchimento de protocolos que aborda a iniciativa da escola em promover a
participação dos pais, como também a participação familiar no processo de ensino aprendizagem
dos alunos. As escolas de ambos os municípios apenas promoveram reuniões a fim de tratar
questões sobre o rendimento acadêmico dos alunos, inclusive os que apresentavam alguma
deficiência. Além disso, verificamos que a participação dos pais foi irrelevante para o processo de
ensino e de aprendizagem dos alunos nas duas escolas analisadas, ou seja, verificamos a falta de
comprometimento por parte das famílias envolvidas, além de uma transferência de
responsabilidades para a escola com relação ao processo educacional dos filhos/alunos. Os
resultados nos permitiram verificar que apesar da literatura apontar a importância da participação
familiar no processo de ensino-aprendizagem principalmente dos alunos com deficiência, não
encontramos ações efetivas para que esta colaboração de fato acontecesse.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Inclusão de adolescente com síndrome de Bourneville no processo de escolarização regular:
considerações teórico – práticas
Autor (a) - Andressa Cristina Dadério de Melo ([email protected])
Orientador (a) - Prof. Dr. Leandro Osni Zaniolo
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Esta comunicação objetiva relatar o estudo de caso de adolescente diagnosticado com a Síndrome
de Bourneville, ou Esclerose Tuberosa, e tecer considerações acerca do seu processo de
escolarização tendo como ponto de reflexão, as práticas de inclusão escolar vigentes como
modalidade das políticas públicas propostas atualmente. Através de pesquisa bibliográfica,
constatou-se que há poucos trabalhos desenvolvidos no estudo em relação à alfabetização de
crianças com esta Síndrome, e o mesmo acontece quando se refere ao processo de escolarização.
O adolescente recebe atendimento pedagógico desde 2008, por uma aluna do Curso de Pedagogia
participante do Programa de Estágio Interdisciplinar Extracurricular desenvolvido pelo CENPE.
O adolescente, após processo de “escolarização inclusiva” em escolas particulares e públicas, não
obteve êxito e foi retirado da escola aos 12 anos por não conseguir se alfabetizar. Permaneceu fora
do sistema educacional até os 18 anos, recebendo apenas acompanhamento neurológico.
Foi constatado que o adolescente possuía uma defasagem cognitiva bastante significativa em
relação à sua idade. Os aspectos determinantes da intervenção objetivaram estimular a motivação e
interesse do adolescente para as atividades de leitura e escrita, tendo como objetivo seu processo de
letramento. As sessões foram preparadas a partir do desempenho do adolescente em cada sessão
sendo utilizados diversos recursos pedagógicos. Após dois anos, contando com quarenta sessões de
intervenção, o adolescente apresenta evoluções no que se refere à aquisição da leitura e escrita e em
sua motivação e autoestima. A partir do estudo de caso analisado, podemos considerar que para este
adolescente a experiência desta forma de atendimento especializado e individualizado foi
importante, pois está viabilizando a sua inserção no mundo letrado e aos poucos está favorecendo a
que possa conquistar a sua individualidade e autonomia.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Plano individual de adequação curricular na área da deficiência intelectual: o que é? Como
construí-lo?
Autor (a) - Wania Aparecida Boer ([email protected])
Orientador (a) - Prof.ª Dr.ª Maria da Piedade R. da Costa
Co-orientador (a) - Prof.ª Dr.ª Fátima Elisabeth Denari
Universidade Federal de São Carlos
O panorama da educação básica vem sofrendo modificações em relação ao elevado número de
matrículas na rede pública de ensino e acesso nas salas regulares de alunos com deficiência.
Portanto, o acesso, a permanência e a efetiva aprendizagem dos alunos com deficiência são as
garantias legais do processo educacional inclusivo. No entanto, se o sistema educacional não
proporcionar adequações curriculares significativas que atendam às especificidades de cada aluno,
essa efetiva aprendizagem não ocorrerá e o aluno estará sujeito novamente à exclusão. Essas
adequações são necessárias para garantir aos alunos o desenvolvimento de sua autonomia,
independência e inserção no mercado de trabalho. O objetivo do projeto de pesquisa é a elaboração
de um programa de adequação curricular voltado para a área da Deficiência Intelectual. Esta
pesquisa será desenvolvida em 6 escolas de Ensino Fundamental (ciclo I e II) de uma Diretoria de
Ensino localizada na região central do Estado de São Paulo. Os sujeitos serão 6 professores
especialistas das salas de recursos na área da Deficiência Intelectual e 6 professores de diferentes
disciplinas. A abordagem será qualitativa de caráter exploratório, e terá como instrumentos a
observação, a experimentação e um roteiro de planejamento sistematizado de intervenção. Espera-
se que os resultados apontem para uma efetiva aprendizagem dos alunos e possibilitem aos
professores das salas regulares o autogerenciamento, a reflexão, o estudo, e o planejamento
adequado às especificidades do alunado.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Inclusão escolar e a deficiência mental: Notas preliminares
Autor (a) - Saulo Fantato Moscardini ([email protected])
Orientador (a) - Prof.ª Dr.ª Silvia Regina Ricco Lucato Sigolo
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
Ao iniciarmos o presente texto, cabe-nos sublinhar que a investigação que aqui se desenha
representa um recorte de uma pesquisa em nível de mestrado que se encontra em andamento, cujo
objetivo central é o de observar a relevância que vem sendo atribuída ao ensino sistematizado de
conteúdos científicos no seio do processo inclusivo em implantação em uma cidade de médio porte
localizada no interior do Estado de São Paulo, com ênfase no significado que o trabalho com esses
conhecimentos vem assumindo no ensino oferecido aos alunos com deficiência mental que se
encontram inseridos nesse contexto, de forma que este conhecimento possa ser concebido como
ferramenta importante para que esses indivíduos alcancem o desenvolvimento das suas funções
psicológicas superiores. A relevância dessa proposta de análise se mostra premente à medida que,
segundo Bueno (2008), a inclusão escolar deve ser compreendida como uma questão central no seio
de qualquer processo que busque estruturar propostas educativas que de fato se pautem por valores
igualitários. Essa conquista passa pela discussão em torno da qualidade da instrução oferecida aos
sujeitos abarcados por essa proposta inclusiva, afirmando-se a importância de que seja afiançado a
esses indivíduos o ingresso à riqueza historicamente construída pela humanidade. Esse estudo de
cunho qualitativo toma como referencial teórico a Psicologia Sócio-Histórica, de modo especial, os
escritos de Lev Semiónovic Vigotski, utilizando como instrumentos de coleta de dados a observação
das salas de aula selecionadas e o estudo do material pedagógico elaborado pelos alunos analisados.
Em razão dessa investigação ainda não ter sido finalizada, a existência de resultados conclusivos se
torna inviável, entretanto, fica-nos claro que apesar dos inegáveis avanços alcançados pelo processo
inclusivo, as crianças incluídas, de modo especial, aquelas com diagnóstico de deficiência mental,
ainda se deparam com situações que dificultam a superação dos déficits que apresentam. Dessa
forma, se torna clara a urgência em se discutir as orientações impostas ao processo inclusivo
brasileiro, sublinhando o direito legalmente garantido e moralmente reconhecido de que todos os
sujeitos, independentemente das singularidades que possam apresentar, sejam aceitos como
cidadãos de direito.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Desmame precoce: Implicações para o desenvolvimento emocional
Autor (a): Pamela Priole ([email protected])
Orientador (a): Prof. Dr. Walter José Martins Migliorini
Universidade Estadual Paulista – Campus Araraquara
As primeiras interações mãe-bebê são fundamentais no desenvolvimento emocional e, conforme
aponta a psicanálise, alguns transtornos emocionais se originam nessas primeiras experiências. Um
momento significativo de interação é o amamentar, pois o contato físico, os olhares e a sintonia do
bebê com sua cuidadora ampliam o significado da amamentação, proporcionando uma comunicação
silenciosa que é fundamental para a saúde psíquica e o desenvolvimento da personalidade. Este
projeto visa investigar como as campanhas nacionais em prol da amamentação abordam os aspectos
emocionais da interação mãe-bebê, em particular, um momento crítico dessa interação que é o
desmame e suas vicissitudes – o desmame precoce e o auto-desmame. Inicialmente será realizado
um estudo da obra do psicanalista D. W. Winnicott e um levantamento bibliográfico dos estudos
psicanalíticos recentes sobre o desmame e o desmame precoce. Num segundo momento, serão
analisadas as campanhas nacionais em prol da amamentação, vinculadas à Semana Mundial de
Aleitamento Materno, de maneira a identificar como essas campanhas abordam o desmame, o papel
dos aspectos emocionais envolvidos na amamentação e a prevenção em saúde mental. Resultados
preliminares apontam que as campanhas em prol da amamentação enfatizam os prejuízos físicos
para o bebê provocados pela falta do leite materno e que um critério importante para definir o
desmame é o cronológico.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Efeitos de um curso de formação continuada nas concepções e práticas de professores de
português sobre a surdez, o aluno surdo e sua aprendizagem.
Autor (a) - Luciana Aparecida Furlan ([email protected])
Orientador (a) - Prof.ª Dr.ª Cristina Yoshie Toyoda
Universidade Federal de São Carlos
O paradigma da educação inclusiva, que ganhou força na década de noventa, vem sendo alvo de
discussões e estudos em âmbito mundial e suscitado muitas questões. Uma das questões
relacionadas a este paradigma diz respeito à importância dos professores e de sua formação, tanto
inicial quanto contínua, para a construção e consolidação de uma escola verdadeiramente inclusiva.
O objetivo do presente trabalho, considerando o contexto mencionado, consiste em verificar se as
concepções e as práticas dos professores de português, referentes aos seus alunos surdos, sofreram
modificações após o curso de capacitação Língua Portuguesa para Surdos. A pesquisa será realizada
em escolas de ciclo II pertencentes a uma Diretoria de Ensino localizada na região central do Estado
de São Paulo. Os sujeitos das pesquisas serão vinte professores de português, da rede estadual de
ensino, de 5ª a 8ª séries que já passaram pelo curso de formação continuada Língua Portuguesa para
Surdos, oferecido pela SEE/SP e pela Diretoria de Ensino em questão e o especialista responsável
por esses cursos nesta Diretoria de Ensino. A presente pesquisa, que consiste num estudo descritivo
de caráter exploratório, utilizará a abordagem qualitativa. Para atingir o objetivo proposto, análises
como a bibliográfica e a documental constituir-se-ão de elementos de grande valia, à medida que
possibilitam a compreensão dos fatos atuais, tanto os que envolvem a educação de surdos quanto os
que dizem respeito à formação continuada de professores. Ao lado delas, a pesquisa de campo
permitirá o levantamento de dados implícitos como as concepções dos participantes sobre o
processo de inclusão a surdez, o aluno surdo e seu processo de aprendizagem. Espera-se com esse
estudo, saber se houve contribuições do referido curso para a prática dos professores e o
aprendizado dos alunos com surdez, bem como – se elas foram escassas ou inexistentes - que
pontos poderiam ser aperfeiçoados.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Mitos: barreiras ao atendimento aos educandos com altas habilidades/superdotação.
Autor (a) - Rosemeire de Araújo Rangni ([email protected])
Orientador (a) - Prof.ª Dr.ª Maria da Piedade Resende da Costa
Universidade Federal de São Carlos
Quando as discussões vêm a baila sobre o atendimento aos educandos com altas
habilidades/superdotação, muitas são as barreiras apresentadas que vão desde conflitos de
denominações à falta de políticas públicas. Dentre essas barreiras, os mitos existentes acerca desses
sujeitos são: “conseguem se desenvolver sozinhos e sem ajuda”, “são bem-sucedidos na escola”, “
têm Q.I. excepcional”, “têm um pouco de loucura”, “são indisciplinados”, “são fracos e
emocionalmente instáveis”, entre outros (Brasil, 2002, Guenther, 2000), fazem com que suas
necessidades educativas especiais sejam negligenciadas para possíveis identificações e programas
que desenvolvam seus talentos no sistema educacional. Um estudo feito por Rech & Freitas (2006)
compilou o olhar de diversos autores e do Ministério da Educação sobre os mitos que permeiam os
altos habilidosos e concluíram que esses mitos são verbalizados devido ao desconhecimento que as
pessoas têm ao explicar aquilo que ignoram. Desta forma, faz-se necessário a formação dos
educadores, quer em cursos em nível de graduação e pós – graduação ou em serviço. E que os
conceitos e as pesquisas científicas sobre a temática, que derrubaram, há muito, tais mitos, sejam
transmitidos a esses educadores com solidez por formadores capacitados e, com isso, se
sensibilizem (des)estruturando mitos construídos e perpetuados no meio educacional para transpor o
abismo que impede que esses educandos tenham, de fato, seus direitos educacionais garantidos.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Indicadores de inclusão: O cotidiano de uma escola inclusiva sob as lentes da pedagogia
institucional.
Autor (a) - Aline Reck Padilha Abrantes ([email protected])
Co-autor (a) – Prof.ª Dr.ª Maria Cristina Bergonzoni Stefanini
Orientador (a) – Prof.ª Dr.ª Sônia Grego
Co-orientador (a) –Adriana Fontes Melo do Rego Barros.
O presente trabalho, produto da pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em
Educação Escolar – Faculdade de Ciências e Letras – UNESP – Araraquara/SP originou-se da
necessidade de construirmos um caminho para a efetivação da inclusão da diferença no sistema de
ensino comum. A pesquisa foi desenvolvida em uma instituição escolar inclusiva e sustentou na
perspectiva da Pedagogia Institucional a análise da prática desta instituição. A Pedagogia
Institucional, originada em meados de 60-70 define-se como um conjunto de técnicas, de
organizações, de métodos de trabalho e de instituições internas e, constitui-se como uma
perspectiva de prática pedagógica institucional que se sustenta na dialética entre a experiência
prática e as teorias que a compõem. A pesquisa, metodologicamente caracterizada como estudo de
caso, possibilitou a análise da prática escolar da Escola de Educ. Infantil e Ens. Fund. CID-
POA/RS, o que nos levou a construção do termo “escola aberta” e ao seu produto final: a
construção de indicadores para o trabalho como “escola aberta”.
Anais da IV Amostra de Pesquisa em Educação
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Aquisição de conceito de Número por pessoas com deficiência intelectual
Autor (a) - Giovana Escobal ([email protected])
Orientador (a) – Celso Goyos
Universidade Federal de São Carlos
A relevância da linguagem matemática acadêmica e de trabalho é evidenciada pela freqüência em
que somos requisitados a usar números e cálculos em tarefas fundamentais da vida cotidiana.
Porém, é notória a dificuldade que os educadores apresentam para ensiná-la, principalmente,
quando os alunos são pessoas com deficiência intelectual. A área de Equivalência de Estímulos
muito tem contribuído para a produção de procedimentos eficazes para o ensino de habilidades
matemáticas em pessoas com desenvolvimento cognitivo típico e pessoas com deficiência
intelectual. Não obstante esse conhecimento produzido, suas aplicações práticas ainda são
incipientes. Existe, portanto, a necessidade de continuar a estudar detalhadamente o processo de
aquisição dos comportamentos matemáticos, e a aplicar procedimentos efetivos que contribuam
para instalar essas habilidades, contribuindo para a adaptação na escola e no trabalho e,
conseqüentemente, para a inclusão na sociedade de pessoas com deficiência intelectual. Esse estudo
avaliou a aquisição do conceito de número por pessoas com deficiência intelectual. Participaram
duas pessoas, entre 16 e 20 anos, de uma escola especial no interior do Estado de São Paulo. A
pesquisa foi desenvolvida na própria instituição em que os participantes foram recrutados. Um
programa computacional avaliou o repertório dos participantes baseado em rede de relações entre
estímulos e entre estímulos e respostas, identificando as relações presentes e ausentes, e para os
ensinos e testes das relações condicionais entre estímulos. Em seguida foram ensinadas as relações
reveladas necessárias, seguidas de testes para avaliar as relações emergentes. Os dois participantes
apresentaram baixo desempenho no pré-teste, mas após o ensino, houve aquisição do repertório
ensinado e emergência das relações não ensinadas diretamente. Os resultados mostraram a eficácia
do currículo informatizado sugerido e dos procedimentos de ensino utilizados, constatada a
aquisição do conceito de número em um período de tempo reduzido. Uma rede de relações
matemáticas foi formada a partir do ensino direto de apenas duas relações. O ensino informatizado
otimizou o processo de ensino-aprendizagem, aumentou a confiabilidade dos dados e controlou as
contingências, de forma a ensinar conforme o planejado.