ANAIS I SEMINÁRIO DE FISIOLOGIA - UNIV. ESTÁCIO DE SÁ

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PRESIDENTE DA SESES Anita Schterb Gorodicht REITOR Gilberto Mendes de Oliveira Castro VICE-REITOR DE PS-GRADUAO E PESQUISA Theophilo de Azeredo Santos VICE-REITOR DE GRADUAO Antonio Csar da Silva Caldas Freire SUB-REITOR DA REA DA SADE Carlos Alberto Valvano dos Santos DIRETOR DO CURSO DE EDUCAO FSICA Vicente Pinheiro Lima COORDENADORES DO CURSO DE EDUCAO FSICA Marcelo Gomes da Costa - Campus Rebouas Ana Cristina Moreira da Rocha Irio - Campus Barra Akxe Danielli Braga de Mello - Campus Barra Akxe Antonio Hermino Guerra Peixe - Campus Bangu Angelo Gonalves Dias - Campus Niteri Carlos Augusto S. Boynard - Campus Campos dos Goytacazes Carlos Eduardo Brasil Neves - Campus Nova Friburgo COORDENADOR DE PROJETOS ESPECIAIS Celio Cordeiro Filho ORIENTADORA METODOLGICA Marcia Borges de Albergaria COMISSO ORGANIZADORA Vicente Pinheiro Lima - Diretor do Curso de Educao Fsica Celio Cordeiro Filho - Coordenador de Projetos Especiais Marcia Borges de Albergaria - Coordenadora do Laboratrio de Fisiologia do Exerccio Campus Barra Carlos Alberto de Azevedo Ferreira - Supervisor de Projetos Especiais COMISSO CIENTFICA Carlos Eduardo Brasil Neves Edil Luis Santos Fernando Otvio Marcia Borges de Albergaria Marta Ins Rodrigues Pereira

2001 Universidade Estcio de S CAPA & DESIGN GRFICO Carlos Alberto de Azevedo Ferreira EDITORAO Carlos Alberto de Azevedo Ferreira PROJETO GRFICO Coordenao de Projetos Especiais permitida a transcrio da matria, desde que citada a fonte. As informaes e opinies expressas nos artigos assinados so de responsabilidade dos autores

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APRESENTAO

O Curso de Educao Fsica da Universidade Estcio de S em suas diversas unidades no Estado do Rio de Janeiro, vem desenvolvendo, nas reas de Fisiologia do Exerccio e Avaliao e Medida, excelente trabalho atravs de produo acadmica de seus docentes e discentes. Nada mais justo e oportuno do que criar um espao que possibilite maior integrao entre docentes e discentes, atravs da troca de informaes e discusso de temas relevantes s reas envolvidas. O 1 Seminrio de Fisiologia do Exerccio e Medidas e Avaliao o momento em que a Direo do Curso de Educao Fsica da Universidade Estcio de S oferece aos seus alunos, a oportunidade de ter uma viso mais completa de seus professores. A viso do pesquisador, do profissional na permanente busca do aperfeioamento e do saber, do mestre que procura traduzir seus conhecimentos de forma eficaz na sua ao interventora no processo ensino - aprendizagem.

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SUMRIO

TRABALHOS CIENTFICOS:

PAG.

Variao mdia da freqncia cardaca durante atividade aerbia de ginstica em academia. H diferenas na lactacidemia quando indivduos saudveis so submetidos a intervalos de repouso ativo e passivos mediante incremento progressivo de carga? Atividades Fsicas e Utilizao de Recursos Ergognicos Exerccio e Emagrecimento Perfil Quanto a habilidade Motora em Indivduos na 3 Idade Anlise Fisiolgica de Treinamento de Contra Resistncia para Cardiopatas Distribuio da gordura relativa e do ndice de massa corporal em funo da idade em indivduos com mais de 40 anos de idade. Comparao entre distintos protocolos de estimativa da gordura corporal em universitrios Avaliao das Qualidades Fsicas de Crianas Atravs do Eurofit Velocidades Diferentes no Treinamento de Fora Treinamento para Provas de Longa Durao

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VARIAO MDIA DA FREQNCIA CARDACA DURANTE ATIVIDADE AERBIA DE GINSTICA EM ACADEMIA Simonassi, W.A., Emmerich, C., Anas, A.F., Santos, E.L., M.Sc. & Neves, C.E.B., M.Sc.1 INTRODUO: Desde a dcada de 60, quando a atividade fsica passou a ser admitida como promotora da sade [1,2], o nmero de praticantes tem aumentado imensamente, de modo que as academias de ginsticas vem atraindo grande parcela da populao das mais variadas faixas etrias sendo cada qual com seu objetivo especfico (reduo da gordura corporal, melhoria da aptido cardiorrespiratria, ou simplesmente, por esttica). Dentre as inmeras atividades propostas nas academias, as atividades aerbias so aquelas que atraem o maior nmero de indivduos, em especial as aulas de step, que segundo Novaes [3] provoca um impacto 5 vezes menor sobre as articulaes de membros inferiores que as demais modalidades aerbias de ginstica em academia. OBJETIVO: Este trabalho se prope a identificar intensidade mdia do exerccio durante uma sesso de step-training relacionando-a ao gasto metablico bem como os substratos energticos utilizados e proposio da atividade. MATERIAIS E MTODOS: Foram avaliados durante uma sesso de step-training com durao de 50 minutos, 26 praticantes regulares (21,127,05 anos) do sexo feminino, onde se procedeu, aps a aplicao de um questionrio abordando histria de risco para doena arterial coronariana (DAC), a medida contnua da freqncia cardaca (FC) (cardiotacmetro polar - accurex), incluindo 1 minuto em repouso na fase pr-exerccio e 1 minuto de recuperao na fase ps-exerccio. Os valores da FC foram filtrados e discretizados para medidas de minuto em minuto e processados em Matlab 5.2. A estimativa da FC mxima foi calculada de acordo com Karvonen, Jones, strand, Bruce, Cooper e Ellestad [4,5]. RESULTADOS E DISCUSSES: Conforme observado na figura 1, a variao mdia da FC em relao mxima prevista pela idade (FCmx) variou exponencialmente com o decorrer da aula, mostrando um incremento rpido nos primeiros 15 minutos seguido de uma fase lenta, sugerindo um aumento progressivo da intensidade do exerccio, at 7311 % da FCmx. Os dados obtidos concordam com Wassermann et al. [5] uma vez que o incio do exerccio marcado por um aumento abrupto da FC (fase I) associado a uma descarga do Sistema Nervoso Simptico, a partir do qual inicia-se um incremento exponencial (fase II) marcado por um aumento mais rpido do consumo de O2 em relao produo de CO2, em funo do atraso do drive ventilatrio, at que na fase lenta o steady-state (s-s) atingido (fase III). Pode-se atribuir a fase I ao metabolismo dos fosfagnios e glicoltico, com um comprometimento crescente do metabolismo oxidativo. E nas fases II e III, haveria progressivamente um aumento da contribuio aerbia para o exerccio, culminando com o decorrer do tempo com a degradao das gorduras. Se observa, no entanto, que, em mdia mesmo na fase III, a FC mantm um aumento progressivo, no entrando em s-s, o que sugere uma intensidade superior ao limiar de lactato, quando ento se estaria fornecedo energia, em parte s custas do metabolismo glicoltico anaerbio. CONCLUSES: Dado que a intensidade mdia do exerccio no ultrapassou 75 % da FCmx, pode-se concluir que, em mdia, a intensidade da aula se manteve de moderada a alta, sugerindo uma intensidade supra limiar de lactato para a maioria dos indivduos (p20 para homens e >30 para mulheres), e com bastante freqncia tem seu incio na infncia, o que aumenta em trs vezes a probabilidade de obesidade na vida adulta (Garn, 1985 e Ross & Pate, 1987). Segundo Moore (1991), filhos de pais obesos correm um risco duas a trs vezes maior de obesidade como adultos em comparao com as crianas de famlias nas quais nenhum dos pais obeso. No s por razes genticas, mas tambm por causa dos precrios hbitos familiares de dieta e de exerccio. Em geral a obesidade tem sido associada a uma alta ingesta calrica. Contudo outros fatores como influncias genticas, ambientais e, talvez, raciais tambm devem ser considerados (Bouchard, 1988; Stunkard, 1986 e Zhang, 1994). Segundo McArdle et al. (1998) em um meio ambiente capaz de produzir obesidade (sedentrio, estressante e com fcil acesso ao alimento), o indivduo geneticamente suscetvel aumentar o peso, possivelmente num grau significativo. Existe considervel informao acerca da associao entre obesidade e inmeros riscos especficos para a sade em crianas, adolescentes e adultos (Pi-Sunyer, 1993; Stefanick, 1993; e Williams et al., 1992). De acordo com o National Institute of Health (NIH/USA, 1985) a obesidade deve ser encarada como uma doena crnico-degenerativa, pois existem mltiplos perigos biolgicos de enfermidade prematura e morte para nveis surpreendentemente baixos de excesso de gordura. Hubert et al. (1983) aponta a obesidade como um risco de cardiopatia independente e poderoso que pode ser igual quele do fumo, dos lipdios sangneos elevados e da hipertenso arterial. Na atualidade o peso corporal controlado atravs do equilbrio entre o alimento ingerido e o gasto energtico do organismo. Segundo McArdle et al.(1998) se o as calorias totais ingeridas ultrapassam as demandas energticas dirias, as calorias em excesso so armazenadas como gordura no tecido adiposo. Ento, para o indivduo reduzir o peso corporal, necessrio um desequilbrio entre a ingesto de alimentos e o gasto calrico dirio do indivduo. Tal desequilbrio pode ser alcanado: 1) reduzir a ingesto calrica para menos das demandas energticas dirias; 2) manter a ingesto calrica normal e aumentar o dispndio de energtico; e 3) combinar ambos os mtodos. Como forma de tratamento da obesidade a combinao de uma ingesto calrica reduzida com maiores nveis de atividade fsica vem sendo grandemente utilizada.Anais do 1 Seminrio de Fisiologia do Exerccio e Medidas e Avaliao do Curso de Educao Fsica, Rio de Janeiro Maio, 2001

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Diversos tipos de dietas de restrio alimentar vem sendo indicadas no tratamento de obesidade, de acordo com Sweeney et al. (1993) um desequilbrio energtico que garanta um dficit de 500 a 1000 kcal por dia, garante redues de peso maiores que restries mais acentuadas da ingesta calrica. Este fato baseia-se nos achados de Hovell et al. (1988), nos quais indivduos que geraram dficits dirios maiores que 1000 kcal, para perderem peso com grande rapidez, possuam uma maior probabilidade de recuperar o peso perdido em relao a indivduos que perdem peso mail lentamente. Algumas prticas dietticas extremas, como as dietas cetognicas, as dietas ricas em protenas e as dietas de semi-inanio, vem sofrendo um a poderosa oposio por parte dos profissionais da rea de sade no pelos resultados obtidos, mas pelo possveis acometimento sade dos praticantes. As dietas cetognicas enfatizam a restrio de carboidratos ao mesmo tempo que ignoram o contedo calrico total da dieta. Tal dieta baseia-se na teoria de que com restrio de carboidratos o organismo ir mobilizar mais gordura como fonte energtica. Ento, a liplise produziria uma maior concentrao sangnea de corpos cetnicos que inibiriam o apetite. Os opositores deste tipo de prtica questionam seus resultados afirmando que a perda de peso corporal est associada a desidratao, e que ocorre perda de tecido magro uma vez que aminocidos so usados como fonte energtica. Segundo Lewis et al. (1977) as dietas cetnicas quando comparadas a dietas tradicionais bem balanceadas e pobres em calorias no apresentam maiores redues no peso corporal. As dietas ricas em protenas so consideradas o ltimo recurso para pessoas muito obesas. Os adeptos deste tratamento argumentam que uma ingesta protica elevada causa supresso do apetite e o organismo passa a depender do metabolismo lipdico. Entretanto, os resultados no demonstram melhores resultados com este tipo de procedimento (McArdle et al., 1998). Um programa para a reduo do peso corporal deve seguir os seguintes procedimentos: ingesto calrica diria no inferior a 1200Kcal; balano calrico negativio entre 500 e 1000Kcal/dia; reduo mxima de 1kg/semana; atividade fsica dever produzir um gasto de 300-500 kcal/dia (ACSM, 1995). Em geral, pode-se observar que os programas de exerccios so constitudos basicamente de atividade aerbias cclicas de intensidade entre 40 60 % do VO2mx e durao entre 30 e 60 minutos de 3 a 5 vezes por semana. Contudo, pesquisas recentes tm mostrado que os exerccios com peso geram uma reduo significativa nos estoques musculares e hepticos de glicognio e se a atividade aerbia for executada aps exerccios com peso, uma maior quantidade de cidos graxos livres (AGL) estar disponibilizada como fonte energtica (desde de que a intensidade do exerccio esteja abaixo do Limiar de Lactato). Alm dos exerccios com peso aumentarem a massa muscular, que por sua vez aumenta a taxa metablica de repouso (TMR). Exerccios aerbios intervalados de alta intensidade (>90% do VO2mx) produzem uma aumento do consumo de oxignio ps-exerccio o que tambm auxilia no aumento do gasto calrico dirio, produzindo efeitos significativos na reduo da massa de gordura, uma vez que a gordura o principal substrato energtico utilizado durante o repouso. Bibliografia: ACSM, (1995). ACSMs Guidelines for Exercise Testing and Prescription (5th ed.), USA: Williams & Wilkins.

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PERFIL QUANTO A HABILIDADE MOTORA DE INDIVDUOS NA 3 IDADE Albergaria, M. B. O Brasil deixou de ser um pas jovem. A populao vive mais, haja vista as estatsticas apresentadas pela Organizao Mundial da Sade. O envelhecimento implica no somente na quantidade de dias vividos mas tambm na qualidade desta vida depois dos 60 anos de idade. Novaes (1994) contribui com a informao. O contingente da terceira idade representa marco de significao e de referncia da maior importncia por ser representante vivo de tradies, cultos e valores que sero perpetuados com novas roupagens e cenrios.... . Mas, como faz-lo ? .....envolvendo-se com atividades culturais, desportivas e de lazer, compatveis com suas disponibilidades e interesses. (p. 27) Com o aumento da tecnologia e com a diminuio de doenas, a tendncia o aumento da longevidade em nossa sociedade. Esta longevidade resulta do melhor controle das doenas que caracterizam a 3 idade ( problemas cardiovasculares, problemas pulmonares e doenas degenerativas ). Atualmente os idosos tem sido assistidos em doenas que em outras pocas no eram levadas em considerao, tais como osteoporose, artroses, depresso, imobilidade corporal, afasias, etc.. As mudanas biolgicas, psquicas e sociais que ocorrem no idoso tem sido melhor estudadas e a sociedade dado maior ateno atenuando os conflitos delas decorrentes, onde Sayeg citado por Novaes (1995, p. 29) nos diz ... estamos a caminho do old boom, em contraponto com o anterior baby boom,... . O envelhecimento vem trazendo a preocupao dos profissionais da rea da sade (mdicos geriatras, psiclogos, assistentes sociais e professores de educao fsica) que tem como objetivo melhorar o processo biopsicossocial do idoso. At a idade adulta a vida do homem bastante ativa e participativa. Na velhice, as atividades sociais diminuem consideravelmente alm da percepo da decadncia de corpo. Nesta ocasio, normalmente, vem a aposentadoria. O idoso comea a diminuir suas atividades produtivas e corporais, atividades estas que lhe do prazer. Segundo Chopra (1994, p. 29) que enfatiza este pensamento dizendo sem a sensao no h hormnios; sem hormnios no h sensao. Sendo assim devemos proporcionar a estas pessoas atividades fsicas e mentais adequadas ao aumento de suas sensaes. A atividade fsica, difundida por vrios meios de comunicao, aumentando cada vez mais o nmero de adeptos principalmente, nas academias de ginstica. Contudo o nmero de alunos da 3 idade no chega a ser expressivo, visto a amostra que se encontra nas academias. Novaes (1995, p. 06) nos corrobora dizendo Por outro lado, os recursos comunitrios existentes para essa populao so precrios: faltam instituies especializadas, centros comunitrios, programas sociais, culturais e recreativos. Os objetivos traados nas academias atendem a um pblico bastante especfico, que no a 3 idade. Contudo a lei 8.842/94 muito clara em declarar a importncia de se incentivar e criar programas de lazer, esporte e atividade fsica que proporcionam a melhoria da qualidade de vida do idoso e estimulem sua participao na comunidade. Sabe-se da necessidade veemente do ser humano estar em atividade fsica, principalmente na 3 idade,

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sob pena de se observar diminuio de clcio, da mobilidade articular, da tonicidade muscular, da capacidade aerbia, do metabolismo e perda da imagem corporal. So poucas as instituies que oferecem um programa de atividade fsica para a terceira idade. A prtica de exerccios fsicos visa no somente a melhoria da esttica do corpo , mas tambm deve criar a oportunidade de se constituir um ponto de encontro e um espao para o desenvolvimento pessoal e inter pessoal. Avellar (1994) nos complementa dizendo A conscincia da atividade fsica faz surgir dentro dos alunos uma hierarquia de valores peculiares, na qual a capacidade de realizao de exerccios confere status, de tal forma que os alunos novatos, os sem condicionamento e os idosos so marginalizados. (p. 11) A marginalizao tem-se diminudo a partir da participao dos alunos da 3 idade a atividade fsica, aos bancos escolares e aos encontros sociais, promovidos por algumas instituies que visam o crescimento biopsicossocial a partir dos 55 anos. Estes pontos de encontro tem se expandido, a partir da mdia atual, permitindo assim uma maior integrao da 3 idade com a sociedade. A atividade fsica vem proporcionar a este grupo, maior aceitao da sua imagem corporal atual, evitar a perda da memria e manter em um bom nvel as suas habilidades motoras. Atravs da bateria de testes, realizados com os alunos de terceira idade foi verificada a eficincia da pratica das atividades fsicas, quanto as habilidades motoras desenvolvidas nas atividades prticas. Um dos temas mais comentados no novo milnio a terceira idade. Hoje, no Brasil, o quantitativo de idosos ultrapassou os 14% da populao segundo a reportagem do jornal O Globo (2001) que em 1996 representava cerca de 7,5% da populao. Por sermos um pas de pessoas idosas, encontramos hoje com mais facilidade o velho por toda parte, na calado da praia, no shopping, nos cinemas e por fim na prtica da atividade fsica. Esta participao vem dos incentivos, (at mesmo governamentais), existentes, quanto as facilidades hoje encontrada, como a diminuio dos preos em eventos populares para que freqentem com mais assiduidade os espetculos culturais. Os grupos de atividades corporais tambm tem aumentado bastante, como a yoga, a hidroginstica, a ginstica, a dana de salo, atividades estas que aumentam seu prazer pela vida, onde, Baur et alii (1983); Paz (1990) e Novaes (1994), os autores citados fecham este pensamento. Atravs destas experincias corporais que o idoso vem se expondo, tem dado a chance do seu corpo vivenciar sensaes esquecidas ao longo da vida, facilitando assim a assumir a sua nova imagem corporal e aumentando o seu auto conceito. Novaes (1994; p.17) em sua obra ressalva esta questo dizendo O sujeito, v o mundo e, conseqentemente, o propium que investiu nele : seu corpo, seus desejos e tudo que constituiu sua vida psquica. O estudo teve como proposta medir o perfil da habilidade motora de um grupo de homens e mulheres de meia e da terceira idade que praticam a atividade fsica trs vezes por semana na praia. A bateria de testes de Bruininks Oseretks (1978) modificado por Albergaria & Rosadas (1989). A bateria foi composta de 11 testes. Ser apresentado a mdia dos resultados de todos o dados. Foram medidas 64 pessoas, 4 do sexo masculino e 60 do feminino com mdia de instruo de 2 grau e a idade de 57 anos. A dominncia visual, auditiva, manual e pedal foi destra, a coordenao manual foi de 80% do total possvel, a pedal de 60,0%, a agilidade de 14,06 segundos, , o resultado do abdominal em 1 minuto foi de 25, a impulso vertical de 19 cm e a horizontal de 1,06 cm. No teste de equilbrio tanto esttico como o dinmico foi de 100%.Anais do 1 Seminrio de Fisiologia do Exerccio e Medidas e Avaliao do Curso de Educao Fsica, Rio de Janeiro Maio, 2001

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Os resultados no foram significativamente diferentes (p> 0.05) entre as faixas etrias, pois o quantitativo de pessoas foi pequeno, mas sendo bastante relevante para a amostra que faz ginstica na praia. O resultado obtido foi satisfatrio, j que os valores encontrados foram muito prximos aos citados na literatura, referentes a mesma faixa etria. BIBLIOGRAFIA ALBERGARIA, M. (1992). Analise do desempenho motor de crianas de 5 a 8 anos das Escolas Municipais e Particulares do Municpio do Rio de Janeiro. (Tese de Mestrado). Rio de Janeiro: Universidade Gama Filho. AVELLAR, C. (1994). A conscincia dos usurios de academias de ginstica eficientes, eficazes e eficientes-eficazes quanto as conseqncias anatomo-fisiolgicas e afetivosociais. (Tese de Mestrado). Rio de Janeiro. Universidade Gama Filho. BRASIL. Congresso Nacional. Lei nmero 8842. Dirio Oficial, 04 de Janeiro de 1994. CHOPRA, D. (!994). Corpo sem idade, Mente sem fronteiras A alternativa quntica para o envelhecimento. Rio de Janeiro: Editora Rocco. JANIS, M. A. (1993). As Alegrias do Envelhecer. Rio de Janeiro: Juerp. MANIDI; M.J. & MICHEL; J.P. (2001). Atividade Fsica para adultos com mais de 55 anos. Rio de Janeiro: Manole. MESSINA M. & KALMANN, R. (1996). Consideraes sobre o envelhecimento e a velhice desde Freud comtemporaneidade. Rio de Janeiro. Rocco. NOVAES, M. H. (1995). Conquistas Possveis e Rupturas necessrias. Psicologia da terceira idade. Rio de Janeiro, Grypho. PAZ, C. R. L. (1990). Educao fsica e recreao para a terceira idade. Porto Alegre, Sagra.

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EXERCCIO CONTRA RESISTNCIA PARA PORTADORES DE CARDIOPATIA Santos, EL, M.Sc. Hoje os benefcios da atividade fsica para a sade so mundialmente conhecidos, o que tem colocado milhes de pessoas nas ruas, parques e praias se exercitando muitas das quais sob orientao mdica, outras sem orientao nenhuma, mas muito poucas sob orientao dos profissionais mais qualificados para tal os profissionais de Educao Fsica. Ainda assim, com todo esse contingente de pessoas preocupadas com a sade ou com a esttica, no Brasil, cerca de 250 mil pessoas falecem por ano devido a doenas cardiovasculares, 55 mil sofrem infarto do miocrdio por ano (DATASUS, 1998), so cerca de 8 milhes de hipertensos no pas (PNECHA, 1998). Em se tratando de populaes especiais, como o caso dos cardiopatas, mais do que nunca, a atividade fsica se mostra uma ferramenta fundamental para o incremento da longevidade e da qualidade de vida saudvel (ACSM, 2000). E sendo assim, se evidencia a necessidade de um acompanhamento ntimo e, sobretudo, harmnico de ambos profissional de Educao Fsica e Mdico. Um primeiro passo na prescrio de exerccio consta da estratificao de risco e, seja quais forem os critrios como o caso do American College of Sports Medicine, da American Heart Association, da American College of Physitians, ou da American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation esta deve levar em considerao a histria clnica, a capacidade funcional, a histria de risco, os hbitos de vida etc. Seqencialmente, com a avaliao funcional se pode apurar a interao entre os sistemas respiratrio, cardiovascular e metablico (Pollock, 1999; Fardy, 1998; Froelicher et al., 1999), sendo que, atravs da anlise das trocas gasosas respiratrias se possibilita avaliar o mais acuradamente a interao ou desproporo entre estes sistemas durante o estresse fsico (Santos, 1997). De forma geral, o exerccio para cardiopatas, leva em considerao basicamente dois critrios a percepo subjetiva de esforo (RPE