382
1 ANAIS TRABALHOS APRESENTADOS EM SESSÃO DE POSTER NO DIA 26 DE MAIO TURNO: MANHÃ

ANAIS - Início - CT - UFSMcoral.ufsm.br/sisenf/images/ANAIS_26_MAIO_MANHA.pdf · LA ATUACÍON DEL ENFERMERO EN EL CENTRO ... trabalho de parto, parto, aos recém ... descrever a

  • Upload
    vanngoc

  • View
    226

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1

    ANAIS TRABALHOS APRESENTADOS EM SESSO DE POSTER NO DIA 26 DE

    MAIO TURNO: MANH

  • 2

    1. A ATUAO DO ENFERMEIRO EM CENTRO OBSTTRICO: UM RELATO DE

    EXPERINCIA....................................................................................................................................6

    2. A CONSTRUO DE UM INSTRUMENTO DE EDUCAO EM SADE: UM RELATO

    DE EXPERINCIA..............................................................................................................................9

    3. A FAMLIA CONVIVENDO COM A ESTOMIA: IMPLICAES NA REDE SOCIAL DE

    APOIO................................................................................................................................................12

    4. A IMPLEMENTAO DA SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM

    EM UM HOSPITAL MILITAR.........................................................................................................20

    5. A LONGITUDINALIDADE NA PERSPECTIVA DOS USURIOS IDOSOS DO SUL DO

    BRASIL..............................................................................................................................................28

    6. AES EDUCATIVAS SOBRE GERMES MULTIRRESISTENTES AOS VISITANTES DE

    UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE EXPERINCIA........................................31

    7. AES EM SADE NA ATENO BSICA PARA PREVENO DA GRAVIDEZ NA

    ADOLESCENCIA.............................................................................................................................34

    8. ACOLHIMENTO COMO UM ELEMENTO VINCULADO HUMANIZAO DA

    ATENO PR-NATAL: NA TICA DE GESTANTES..............................................................37

    9. ADOLESCENTES USURIOS DE UM AMBULATRIO PEDITRICO DO SUL DO

    BRASIL: NOTA PRVIA.................................................................................................................44

    10. ANLISE DO NVEL DE ESTRESSE DOS ENFERMEIROS DO HOSPITAL DE CLNICAS

    DE PORTO ALEGRE........................................................................................................................47

    11. AS METODOLOGIAS ATIVAS COMO CAMINHO PARA A AUTONOMIA DO

    ESTUDANTE: REFLEXO TERICA...........................................................................................50

    12. ASSDIO MORAL ENTRE ESTUDANTES DE GRADUAO: UMA REVISO

    NARRATIVA.....................................................................................................................................59

    13. ASSDIO MORAL NAS INSTITUIES DE ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO DE

    TENDNCIAS...................................................................................................................................62

    14. ASSISTNCIA SADE DE CRIANAS E ADOLESCENTES COM ANEMIA

    FALCIFORME...................................................................................................................................65

    15. AVALIAO DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM HIV: TENDNCIA DAS

    PRODUES DE ENFERMAGEM.................................................................................................75

    16. BUSCA ATIVA DE PACIENTES EM MORTE ENCEFLICA: RELATO DE

    EXPERINCIA..................................................................................................................................78

    17. CAPACIDADE FAMILIAR NO CUIDADO DESENVOLVIDO S CRIANAS EXPOSTAS

    AO HIV..............................................................................................................................................81

    18. CONSTRUO DO CUIDADO DOMICILIAR E A RESIDNCIA MULTIPROFISSIONAL:

    RELATO DE EXPERINCIA...........................................................................................................84

    19. CONSTRUINDO COMPETENCIAS INVESTIGATIVAS NO ESTGIO CURRICULAR

    SUPERVISIONADO NA ATENO HOSPITALAR: RELATO DE EXPERINCIA.................87

  • 3

    20. CONTRIBUIES DA RESIDNCIA EM ENFERMAGEM PARA A PRTICA

    PROFISSIONAL: UM RELATO DE EXPERINCIA.....................................................................94

    21. CONTRIBUTOS MULTIDISCIPLINARES NA VISITA DOMICILIAR...............................101

    22. CONTROLE SOCIAL EM AO: EXPERINCIA DE IMPLANTAO DE UM

    CONSELHO LOCAL DE SADE..................................................................................................109

    23. CRIAO E CONDUO DA LIGA ACADMICA DE ENFERMAGEM DA UFRGS:

    RELATO DE EXPERINCIA.........................................................................................................116

    24. CUIDADO A PACIENTE COM TORACOTOMIA: RELATO DE EXPERINCIA.............120

    25. CUIDADOS DE ENFERMAGEM CRIANA COM FISSURA LABIOPALATINA........123

    26. CURSO DE FORMAO DE PROFESSORES COMO ESTRATGIA DE QUALIFICAO

    DA EDUCAO PROFISSIONAL: RELATO DE EXPERINCIA............................................126

    27. CUSTO HUMANO NO TRABALHO DA ENFERMAGEM EM ESTRATGIA SADE DA

    FAMLIA.........................................................................................................................................129

    28. DANOS A SADE RELACIONADOS AO TRABALHO EM POLICIAIS MILITARES:

    RESULTADOS PRELIMINARES..................................................................................................132

    29. DE QUE MORREM ADOLESCENTES E JOVENS EM PORTO ALEGRE/RS?..................139

    30. DEPRESSO NA EQUIPE DE ENFERMAGEM REGIME DE TURNOS EM UM

    HOSPITAL DO SUL DO PAS.......................................................................................................142

    31. DESAFIOS, AVANOS E PERSPECTIVAS DE CUIDADO S FAMLIAS SAUDVEIS

    NO SUL DO BRASIL......................................................................................................................144

    32. DESCRIO EPIDEMIOLGICA DA FEBRE AMARELA NO BRASIL: ALERTA SOBRE

    A EXPANSO DA DOENA........................................................................................................147

    33. EDUCAO EM SADE COMO ESTRATGIA DE PREVENO DA HIPERTENSO

    ARTERIAL SISTMICA................................................................................................................157

    34. ENFERMAGEM E A PRTICA DA EPISIOTOMIA: UMA REVISO NARRATIVA.......160

    35. ENSINO E APRENDIZAGEM EM ANATOMIA HUMANA: UMA ANLISE PELO

    DISCENTE DE ENFERMAGEM...................................................................................................167

    36. EQUIPE DE MATRICIAMENTO PARA O ATENDIMENTO S VTIMAS DE VIOLNCIA

    SEXUAL: AVANOS E DESAFIOS.............................................................................................178

    37. FAMLIAS RURAIS E PLANTAS BIOATIVAS: ESTIMULANDO O VNCULO E A

    PRODUO DO CONHECIMENTO CIENTFICO.....................................................................185

    38. FATORES ASSOCIADOS ADESO DA HIGIENIZAO DAS MOS EM AMBIENTE

    HOSPITALAR: REVISO INTEGRATIVA DA LITERATURA.................................................188

    39. FORMAO DE GRUPO DE PESQUISA SOBRE PREVENO E TRATAMENTO DE

    LESES CUTNEAS: RELATO DE EXPERINCIA..................................................................199

    40. FRENTISTAS DE POSTOS DE COMBUSTVEIS: PERFIL SOCIODEMOGRFICO DE

    TRABALHADORES DE SANTA MARIA-RS..............................................................................202

    41. GERENCIAMENTO DE SEGURANA EM ENFERMAGEM: REVISO DE

    LITERATURA.................................................................................................................................205

    42. GERENCIAMENTO DO CUIDADO DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO HOSPITALAR:

    RELATO DE EXPERINCIA.........................................................................................................208

    43. INFECO EM CATETER VENOSO CENTRAL: REVISO NARRATIVA DE ENSAIOS

    CLNICOS DE ENFERMAGEM....................................................................................................211

    44. INFECES SEXUALMENTE TRANSMISSVEIS EM ADOLESCENTES NO RS:

    MARCADORES DE FEMINIZAO E JUVENIZAO DO FENMENO.............................221

    45. INSTRUMENTO DE AVALIAO DA TRANSFERNCIA DO TRATAMENTO

    DIRETAMENTE OBSERVADO (ATP-IINFOC-TB): ELABORAO E VALIDAO..........224

  • 4

    46. INTERDISCIPLINARIDADE NO PROGRAMA SADE NA ESCOLA NO MUNICPIO DE

    SANTA MARIA-RS: RELATO DE EXPERNCIA......................................................................233

    47. INTERNAO CIRRGICA: ENFOQUE DE UM ESTGIO CURRICULAR

    SUPERVISIONADO NA EDUCAO EM SADE....................................................................236

    48. INTERNAES POR CONDIES SENSVEIS ATENO PRIMRIA: RELATO DE

    EXPERINCIA................................................................................................................................244

    49. MEDICAES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDITRICA: RELATO DE

    EXPERINCIA................................................................................................................................247

    50. O ACOLHIMENTO AOS FAMILIARES EM UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO

    ADULTO: UMA PRTICA DE ENFERMAFEM.........................................................................250

    51. O CONSUMO DO LCOOL NA GESTAO: UMA REVISO BIBLIOGRFICA.........258

    52. O CUIDADO FAMILIAR AS CRIANAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS DE SADE:

    UM ESTUDO DE REVISO..........................................................................................................266

    53. O ENFERMEIRO NO ACOMPANHAMENTO AO PR-NATAL: RELATO DE

    EXPERINCIA................................................................................................................................273

    54. O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE DESCENTRALIZAO DA ATENO

    EM SADE AO HIV NO MUNICPIO DE CHAPEC................................................................279

    55. OUTROS MODOS DE PENSAR A PESQUISA QUALITATIVA EM ENFERMAGEM:

    REFLEXO A PARTIR DA VERTENTE PS-ESTRUTURALISTA.........................................285

    56. PAPEL DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AO PACIENTE COM NEOPLASIA

    COLORRETAL................................................................................................................................293

    57. PERCEPO E EXPERINCIA PEDAGGICA DE DOCENTES QUANTO AO

    CURRCULO DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERINCIA............................................302

    58. PERFIL DE IDOSAS EM UMA INSTITUIO DE LONGA PERMANNCIA

    FILANTRPICA DA REGIO SUL DO BRASIL........................................................................305

    59. PREVALNCIA DE INTERNAES INFANTIS POR DOENAS CRNICAS NO RIO

    GRANDE DO SUL..........................................................................................................................308

    60. PREVENO E TRATAMENTO DE FLEBITE: UMA REVISO NARRATIVA DE

    LITERATURA.................................................................................................................................311

    61. PRIMEIRA INFNCIA MELHOR E A ENFERMAGEM: REPERCUSSES PARA O

    ATENDIMENTO CRIANA......................................................................................................320

    62. PROCESSO DE TRABALHO E O GERENCIAMENTO DO CUIDADO: RELIGANDO

    SABERES SOBRE O PAPEL DO ENFERMEIRO........................................................................323

    63. PROJETO ACAMPAVIDA: ABORDANDO O ALZHEIMER COM GRUPO DE IDOSOS

    POR MEIO DE OFICINAS LDICO PEDAGGICAS................................................................326

    64. REAES E PROBLEMAS VIVENCIADOS POR TRABALHADORES DE

    ENFERMAGEM VTIMAS DE ASSDIO MORAL NO TRABALHO.......................................334

    65. REFLEXES ACERCA DO 359CUIDADO DE ENFERMAGEM S CRIANAS

    INTERNADAS EM UTI PEDITRICA.........................................................................................337

    66. RELATO DE EXPERINCIA EM UM CENTRO DE REFERNCIA EM SADE DO

    TRABALHADOR: ATIVIDADES DE ENFERMAGEM..............................................................340

    67. RESILINCIA: REVISO DE INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA PESQUISA E

    POPULAES ESTUDADAS........................................................................................................343

    68. RESISTNCIA ANTIMICROBIANA RELACIONADA A KLEBSIELLA SP. EM UM

    HOSPITAL FILANTRPICO.........................................................................................................350

    69. RODA DE CONVERSA SOBRE ESTRESSE NO TRABALHO DA ENFERMAGEM EM

    CLNICA CIRRGICA: EXPERINCIA DE UM GRUPO DE APOIO.......................................359

  • 5

    70. SAFETY ATTITUDES QUESTIONNAIRE AMBULATORY VERSION: REVISO

    NARRATIVA...................................................................................................................................362

    71. SALA DE AULA INVERTIDA PARA ABORDAR RESOLUO 466/2012: RELATO DE

    EXPERINCIA................................................................................................................................365

    72. SADE OCULAR DO PROGRAMA SADE NA ESCOLA NO MUNICPIO DE SANTA

    MARIA-RS: RELATO DE EXPERNCIA....................................................................................368

    73. SEGURANA DO PACIENTE EM UNIDADE CARDIO-INTENSIVA: RELATO DE

    EXPERINCIA................................................................................................................................371

    74. SEGURANA DO PACIENTE SOB A TICA DOS PROFISSIONAIS DA ATENO

    PRIMRIA SADE: NOTA PRVIA........................................................................................374

    75. VIVNCIA EM UNIDADE BSICA DE SADE JOS ERASMO CROSSETTI: RELATO

    DE EXPERINCIA..........................................................................................................................377

    76. VIVNCIAS DE ACADMICOS DE ENFERMAGEM FRENTE ELABORAO DO

    PROCESSO DE ENFERMAGEM NO PS-CIRRGICO............................................................380

    77. VIVER MAIS, FAZER MAIS, VIVER MELHOR: DISCURSO E BIOPOLTICA NA

    CONTEMPORANEIDADE.............................................................................................................383

  • 6

    1. A ATUAO DO ENFERMEIRO EM CENTRO OBSTTRICO: UM RELATO

    DE EXPERINCIA

    NURSE ACTING IN THE OBSTETRIC CENTER: EXPERIENCE REPORT

    LA ATUACON DEL ENFERMERO EN EL CENTRO OBSTTRICO: UN RELATO DE

    EXPERIENCIA

    Souza, Lidiane Carvalho de1; Hausen, Camila Freitas

    2; Langendorf, Tassiane Ferreira

    3; Quadros,

    Jacqueline Silveira de4

    Introduo: o centro obsttrico caracteriza-se como uma unidade hospitalar complexa, sendo um

    servio de porta aberta para a populao, fornecendo assistncia especializada s mulheres em

    trabalho de parto, parto, aos recm-nascidos (RN) e purperas, bem como as urgncias e

    emergncias obsttricas. Diante disso, o centro obsttrico atua vinculado a outros setores, como a

    maternidade e a UTI neonatal, esta ltima em um hospital de alta complexidade.1

    Neste contexto,

    destaca-se a equipe de enfermagem, a qual atua na promoo da assistncia obsttrica segura e

    humanizada, por meio conhecimento clnico, baseado nas evidncias cientficas, buscando

    identificar e explorar a singularidade de cada mulher. Neste cenrio faz-se importante pontuar o

    respaldo legal, de acordo com a Resoluo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) n

    0516/20162, que norteia a atuao do profissional enfermeiro, enfermeiro obstetra e obstetriz, na

    rea da gerncia, do ensino e da assistncia durante pr-natal, trabalho de parto, parto e puerprio. A

    integralidade da viso do enfermeiro associada ao Processo de Enfermagem, devem auxiliar no

    empoderamento e na autonomia das mulheres, respeitando suas capacidades e/ou limitaes

    fisiolgicas e psicolgicos, contribuindo para que vivncia do parto e o nascimento seja um

    processo natural.1

    Objetivo: descrever a vivncia de acadmica do Curso de Graduao em

    Enfermagem ao acompanhar a atuao do profissional enfermeiro no Centro Obsttrico.

    Metodologia: Trata-se de um relato de experincia de atividade acadmica extracurricular

    desenvolvida no Centro Obsttrico do Hospital Universitrio de Santa Maria (HUSM) por uma

    acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria

    (UFSM). A atividade extracurricular tem como objetivo proporcionar ao estudante a possibilidade

    de aprimorar as competncias e habilidades tcnico-cientficas, tico-polticas e socioeducativas ao

    se integrar e desenvolver aes pertinentes ao cuidado de enfermagem na unidade de escolha para

    realizar a atividade. Esta, foi realizada no perodo de janeiro at fevereiro de 2017, totalizando 120

    horas, sob a superviso de uma enfermeira do setor e de uma professora orientadora. A unidade

    composta por 13 leitos sendo quatro destes destinados pacientes em recuperao ps-anestsica

    aps a realizao de cesariana, seis voltados s pacientes internadas em trabalho de parto ou ps-

    parto e os demais s pacientes que permanecem em observao no servio. Conta ainda com uma

    sala de acolhimento, dois boxes para avaliao obsttrica, uma sala para realizao de

    ultrassonografias obsttricas, duas salas de parto e uma sala de cirurgia. Resultados e discusso:

    Por meio desta experincia foi possvel acompanhar atuao do enfermeiro no cuidado direto s

    pacientes em trabalho de parto, parto e ps-parto, atividades administrativas, como tambm, na

    1 Acadmica de Enfermagem na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Bolsista assistencial no Hospital

    Universitrio de Santa Maria (HUSM). E-mail: [email protected] 2 Acadmica de Enfermagem na UFSM.

    3 Enfermeira. Doutora. Professora no Departamento de Enfermagem da UFSM. 4 Enfermeira Obsttrica. Doutoranda pelo Programa de Ps-graduao em Enfermagem na UFSM. Professora no

    Departamento de Enfermagem na UFSM.

  • 7

    assistncia multiprofissional e no relacionamento interpessoal com os demais membros da equipe.

    A participao da acadmica durante o acolhimento das gestantes, colaborou para o entendimento

    acerca da classificao de risco e a necessidade de busca contnua de conhecimento cientfico para

    sua execuo, devido assumir particularidades prprias relacionadas ao perodo gravdico.3

    A

    classificao de risco permite que a mulher receba atendimento conforme sua gravidade clnica, e

    no por ordem de chegada, possibilitando assim a identificao de situaes que possam ameaar a

    vida da me e do feto, dessa forma, oferecendo um atendimento mais rpido e seguro.3 Ao

    acompanhar emergncias obsttricas foi possvel estabelecer a relao terico-prtica acerca de

    temas/situaes como pr-eclmpsia, eclampsia e descolamento prematuro de placenta, vivenciando

    a prtica do enfermeiro na assistncia s urgncias e emergncias obsttricas. Ainda, foi possvel

    acompanhar a realizao de testes realizados no pr-parto, como teste rpido para HIV e Sfilis,

    possibilitaram o desenvolvimento de habilidades como orientaes pr e ps-teste, leitura clara e

    objetiva dos resultados, reflexo a respeito da relevncia do rastreamento precoce destas patologias

    com vistas ao impacto positivo na reduo da morbimortalidade e mortalidade infantil.4 Ao prestar

    assistncia no momento do trabalho de parto e parto foi possvel promover aes de humanizao e

    auxlio na desmedicalizao do parto por intermdio de tecnologias no-farmacolgicas de alvio da

    dor como: incentivo a posio verticalizada do parto, deambulao, massagens corporais e banho de

    asperso; estimulo e auxilio na realizao de exerccios com a bola sua e cavalinho (cadeira

    com assento invertido, auxilia a gestante na liberao da presso exercida nas regies lombar e

    sacral), bem como exerccios respiratrios. So passos importantes para humanizao do parto e

    nascimento no servio de sade, novos desafios que demandam de atitudes de todos os profissionais

    da sade, em uma perspectiva transformadora da prtica obsttrica.1 Quanto recepo do recm-

    nascido foram realizadas as rotinas institucionais, como: administrao de vitamina K intramuscular

    afim de prevenir hemorragias; identificao do RN por meio da pulseira contendo o nome da me,

    data e hora do nascimento e sexo; aplicao de colrio tobramicina para preveno de oftalmias

    neonatais, quando necessrio. Por meio de uma atuao proativa do enfermeiro, foram estimuladas

    tambm aes como o contato pele a pele do binmio me-beb e amamentao na primeira hora de

    vida, fortalecendo o vnculo entre me e filho, ao importante no apoio ao aleitamento materno e

    que, consequentemente, contribui de maneira significativa com o aumento nas taxas de aleitamento

    materno no pas.5 Alm de todas as atividades j mencionadas, a vivncia proporcionou o

    aperfeioamento no desenvolvimento de procedimentos e tcnicas como puno venosa,

    administrao de medicamentos e sondagem vesical de sistema fechado, bem como dos registros de

    enfermagem e desenvolvimento da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem, ambas aes

    importantes no cotidiano assistencial. Concluso: A experincia de acompanhar o enfermeiro em

    sua rotina de trabalho no centro obsttrico contribuiu para formao acadmica e profissional.

    Dessa forma, possibilitou o entendimento acerca de papel do enfermeiro, suas atribuies e

    demandas de servio neste setor, como tambm, o aprimoramento dos conhecimentos tericos e

    prticos. Durante este perodo, foi possvel observar as dificuldades para articulao na rede de

    ateno sade, especialmente no processo de acompanhamento da mulher durante o pr-natal e

    planejamento reprodutivo. Sabe-se que esses acompanhamentos so de extrema importncia para

    construo da autonomia da mulher, fornecendo subsdios para seu empoderamento e protagonismo

    no processo de parir. Nota-se que a enfermagem est empenhada em envolver as famlias no

    cuidado com a parturiente e recm-nascido, proporcionando um ambiente acolhedor, e cuidados de

    enfermagem de forma individualizada e humanizada, buscando promover a ressignificao do parto

    e nascimento como processos fisiolgicos.

    DESCRITORES: Cuidados de Enfermagem; Humanizao da Assistncia; Enfermagem

    Obsttrica; Sade Materno-Infantil; Parto Humanizado.

  • 8

    Eixo temtico: Processos de Cuidado em Sade e Enfermagem.

    Referncias:

    1. Dias, MAB; Domingues, RMSM. Desafios na implantao de uma poltica de humanizao da

    assistncia hospitalar ao parto. Cincias & Sade Coletiva. Rio de Janeiro (RJ); 2005; 10(3): 3669-

    706.

    2. Conselho Federal de Enfermagem. Resoluo Cofen n 0516/2016. Braslia (DF); 2016.

    3. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes

    Programticas Estratgicas. Coordenao-Geral de Sade das Mulheres. Manual de Acolhimento e

    Classificao de Risco em Obstetrcia. Braslia (DF): Ministrio da Sade; 2014.

    4. Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Programa Nacional de DST e

    Aids. Protocolo para a preveno de transmisso vertical de HIV e sfilis: manual de bolso. Braslia

    (DF): Ministrio da Sade; 2007.

    5. Matos, TA; et al. Contato precoce pele a pele entre me e filho: significado para mes e

    contribuies para a enfermagem. Rev. Bras. Enferm. Braslia (DF), 2010; 63(6): 998-1004.

  • 9

    2 . A CONSTRUO DE UM INSTRUMENTO DE EDUCAO EM SADE: UM

    RELATO DE EXPERINCIA

    THE CONSTRUCTION OF AN INSTRUMENT OF HEALTH EDUCATION: A REPORT

    OF EXPERIENCE

    CONSTRUCCIN DE UNA HERRAMIENTA EDUCATIVA EN LA SALUD: LA

    INFORME DE EXPERIENCIA

    SAMPAIO, Clecia de Oliveira1

    Introduo: As Doenas Crnicas No Tramissveis (DCNT) so consideradas um srio problema

    de sade pblica1. No Brasil, em 2013, as DCNT foram a causa de aproximadamente 72,6% das

    mortes segundo Sistema de Informaes sobre Mortalidade do ano de 2015. Isso configura uma

    mudana no cenrio de doenas com a larga presenca de DCNT, e se apresenta como um novo

    desafio para os gestores de sade2. A dimenso das DCNT dentre as causas de mortalidade global e

    o fato de seus fatores de risco serem comuns aos de outras doenas crnicas orientaram a

    formulao de estratgias preventivas pela Organizao Mundial de Sade (OMS) para o

    enfrentamento das DCNT, assim com o desenvolvimento e a implantao de estratgias de

    controle 3

    . As estratgias e aes propostas no Plano de Aes Estratgicas para o Enfrentamento

    das Doenas Crnicas No Transmissveis no Brasil, 2011-2022 encontram-se estruturadas em

    trs eixos: vigilncia; informao, avaliao e monitoramento; promoo da sade; e cuidado

    integral1. Resalta-se que para compreender as concepes de educao em sade necesssrio

    buscar entender as concepes de educao, sade e sociedade4, alm disso, possvel acrescentar a

    esta resalva a necessidade de se compreender essas concepes a respeito do trabalho em sade e

    suas relaes com os usurios do trabalho edducativo. O estgio no Ncleo de Apoio a Famlia

    (NASF) possibilitou a reflexo do desafio para os profissionais de sade e o ser que possui a doena

    sobre mtodos que auxiliem a compreenso das doenas e a melhor adeso ao tratamento dos

    usurios do SUS. Acredita-se que encontrar um mtodo mais simples para facilitar o entendimento

    da doena e a troca de conhecimento dos usurios do SUS e o profissional de sade possibilita

    estimular as prticas de autocuidado dos sujeitos no processo sade-doena e consequentemente a

    promoo da qualidade de vida. Dessa maneira, teve-se como objetivo: relatar a construo e

    aplicao de um instrumento de educao em sade para profissionais e usurios da ateno basica

    de sade. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de experincia. Realizado por

    uma estagiria de nutrio durante o estgio em Sade Coletiva no NASF no municpio de Santo

    Antnio de Jesus, interior do estado da Bahia, no perodo de dezembro de 2015 a maro de 2016. O

    mtodo escolhido foi o mtodo de linguagem visual e ento foi criado um instrumento de educao

    e sade, o Manual Ilustrado para Atendimento. As representaes contidas no manual foram

    escolhidas de acordo as doenas mais frequentes observadas durante o estgio. As representaes

    foram distribudas unitariamente por pgina, numeradas, impressas em papel oficio tamanho A4 e

    depois armazenadas em folhas de plstico e organizadas em um fichrio para evitar danificao.

    Todas as representaes escolhidas so imagens coloridas e de fcil visualizao. Todas as imagens

    utilizadas na montagem do material ilustrativo esto sob a licena Creativ Commons. Alm disso, o

    1 Nutricionista. Mestranda do programa de ps-graduao em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.

    E-mail: [email protected]

  • 10

    manual no possui fins lucrativos e, portanto, no pode ser comercializado. O manual contia apenas

    imagens para auxliar o profissional de sade no momento das explicaes e orientaes acerca da

    doena. O manual ilustrado foi entregue aos profissionais de sade do NAFS para auxiliar nos

    atendimentos aos usurios com DCNT. Resultados e Discusso: atravs de dilogos e

    atendimentos com os usurios do SUS, durante o estgio em Sade Coletiva no NASF, percebeu-se

    que os mesmos possuam o diagnstico da doena, mas no conheciam as aes que as doenas

    causam no organismo e notava-se tambm que isso interferia na aceitao de suas condies de

    sade, na adaptao ativa a esta condio, e na conscincia para o autocuidado. Os usurios do SUS

    tinham diagnsticos de DCNT e relatavam no compreender o porqu da utilizao das medicaes,

    horrios, controle de sade por meio de exame sanguneo e fsico, mudanas que ocorria no seu

    organismo e no seu bem estar, bem como recomendaes de algumas praticas saudveis como

    educao alimentar e prtica de atividades fsicas. A educao em sade necessria e o

    entendimento da doena pelo os usurios relevante para o autocuidado. O SUS atualmente

    dividido em trs grandes nveis de ateno, uma das divises a Ateno Bsica. Est inserida a

    Ateno Bsica os cuidados de acompanhamento de rotina, alm dos cuidados preventivos como a

    educao em sade e a filosofia do autocuidado, estes includos nos principais objetivos da

    Estratgia de Sade da Famlia1. O autocuidado no pode ser inserido como exclusiva

    responsabilidade do indivduo e de sua famlia. O autocuidado faz parte da responsabilidade

    profissional e das instituies de Sade, pois dialogar sobre as necessidades de cuidado da pessoa

    em relao sua condio crnica importante e funo da ateno primaria4. Dessa forma, isto

    pode intervim no cultivo de hbitos e atitudes que promove qualidade de vida de quem convive com

    a doena ou mesmo na identificao de fatores de risco que possa intensificar negativamente a

    condio de sade. Nesse processo, a compreenso da doena pode ser facilitada atravs de

    instrumentos de educao em sade que podem ser desenvolvidos, que seja claro e eficiente para

    ambos - profissionais de sade e usurios do sistema nico de sade, assim incentive adeso do

    tratamento e as prticas de autocuidado de modo a reconhecer e prevenir complicaes,

    colaborando assim para autonomia dos sujeitos no processo sade-doena e por consequncia a

    promover da qualidade de vida. Notou-se que o mtodo mais simples para facilitar o entendimento

    da doena e a troca de conhecimento pelos usurios do SUS e os profissionais eram atravs de

    imagens do corpo e imagens dos procedimentos realizados de acordo com cada doena. Alm disso,

    foi possvel perceber por meio das falas dos usurios a satisfao por conseguirem compreender o

    que acontece no seu organismo e porque utilizao de um mtodo de tratamento e cuidados de

    sade necessria para melhoria da sua condio de sade. Dessa maneira, a estagiria de sade

    coletiva atravs do mtodo de linguagem visual criou um instrumento de educao e sade, um

    manual, o Manual Ilustrado para Atendimento. O manual possua imagens que descreviam as

    principais DCNT encontradas no servio, as imagens eram coloridas, legveis e licenciadas. A

    linguagem visual auxiliar a linguagem oral para o entendimento da doena. A linguagem visual

    um conhecimento artstico e, principalmente, o pensamento visual, por ter uma natureza bastante

    sinttica, ou seja, por consegui sintetizar grande quantidade e variedade de contedo, por meio de

    imagens ou smbolos, constituem forma eficaz de aprimorar competncias, principalmente no que

    diz respeito compreenso, interpretao e representao das informaes5. O manual ilustrado foi

    entregue aos profissionais de sade do NAFS para auxiliar nos atendimentos aos usurios com

    DCNT. Assim, o Manual Ilustrado para Atendimento foi resultado de uma reflexo da necessidade

    de mtodo mais simples para facilitar o entendimento da doena e ao mesmo tempo auxiliar a troca

    de conhecimento no ato do atendimento pelos usurios do SUS e o profissional de sade.

    Consideraes Finais: O estagio do NASF permitiu reconhecer que o adoecer um fato que

    ocasiona reflexes para a vida do ser humano, e quando a doena de longa durao ou no curvel

    necessrio conhecer o tratamento e a doena para lidar com a situao e poder cuidar melhor da

  • 11

    sade. Alm disso, possibilitou observar a importncia e que o ser protagonista conhea a doena

    para conviver autonomamente. Com a observao e o contato com os usurios do SUS foi possvel

    pensar em um mtodo mais simples, os instrumentos de educao em sade como o Manual

    Ilustrado para Atendimento, que foi desenvolvido para os profissionais e os usurios do SUS com

    uma estratgia para melhor compreenso das DCNT. Ressalta-se que seria importante um estudo de

    analise e validao do Manual Ilustrado para Atendimento como uma estratgia de enfretamento de

    DCNT e futuramente ser disponvel a todos os profissionais de sade que atuem na ateno

    primaria. Este manual foi uma atitude para que se estimule criao de estratgias, alm de trazer

    uma conquista pessoal de colaborar para o cuidado em sade e por consequncia uma tentativa de

    promover da qualidade de vida.

    DESCRITORES: Educao em sade; Ateno Primaria, Sade Pblica

    Eixo temtico: Formao e Educao em Sade e Enfermagem

    Referencias:

    1. Ministrio da Sade (BR). Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Anlise de Situao de Sade. Plano de Aes Estratgicas para o Enfrentamento das Doenas Crnicas No

    Transmissveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Braslia (DF): Ministrio da Sade; 2011.

    2. Ministrio da Sade (BR). Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia

    de Doenas e Agravos no Transmissveis e Promoo da Sade. Vigitel Brasil 2014: vigilncia de

    fatores de risco e proteo para doenas crnicas por inqurito telefnico. Braslia (DF): Ministrio

    da Sade; 2015.

    3. World Health Organization. Preventing chronic diseases: a vital investment. Geneva: OMS; 2005 [capturado 26 abril 2017]. Disponvel em:

    http://www.who.int/chp/chronic_disease_report/full_report.pdf

    4. Cardoso M. J. A. Trabalho, Educao e Sade: Reflexes Crticas de Joaquim Alberto Cardoso de Mello. Educao e as Praticas de Sade. In: Escola Politcnica de Sade Joaquim

    Venncio (Org.). ESPSJV. Rio de Janeiro. 2007.

    5. Braathen P.C. A linguagem visual nas escolas. Metodologia de ensino, Viosa. Brasil, 2012; [capturado 17 abr. 2017]. Disponvel em:

    http://www.tecnologiaetreinamento.com.br/educacao/metodologia-de-ensino/a-linguagem-visual-

    nas-escolas

    http://www.who.int/chp/chronic_disease_report/full_report.pdf
  • 12

    3. A FAMLIA CONVIVENDO COM A ESTOMIA: IMPLICAES NA REDE SOCIAL

    DE APOIO

    THE FAMILY CONVIVING WITH STOMY: IMPLICATIONS IN THE SOCIAL

    SUPPORT NETWORK

    LA FAMILIA QUE RESIDAN CON OSTOMA: IMPLICACIONES PARA LA RED DE

    APOYO SOCIAL

    SIMON, Bruna Sodr1; BUD, Maria de Lourdes Denardin

    2; GIRARDON-PERLINI, Nara

    Marilene Oliveira3; GOMES, Joseila Sonego

    4; GOMES, Tas Falco

    5; DALMOLIN, Anglica

    6.

    Resumo

    Introduo: conviver com a estomia permanente acarreta diversas alteraes no estilo de vida da pessoa com estomia e

    sua famlia. Objetivo: identificar as implicaes do conviver com a estomia na rede social de apoio da famlia.

    Metodologia: pesquisa de campo, qualitativa, exploratria e descritiva. Com coleta de dados entre janeiro e abril de

    2013 no domiclio de sete famlias de pessoas com estomia, por entrevista semiestruturada, observao simples

    registrada no dirio de campo e Mapa Mnimo das Relaes. Os dados foram trabalhados pela anlise de contedo

    temtica. Resultados/discusso: conviver com um estomia permanente traz implicaes que podem ser restritivas do

    convvio com a rede social de apoio da famlia advindo do isolamento social e do preconceito, mas tambm ampliadas

    com novas redes, valorizao da vida e manuteno das amizades. Consideraes Finais: os enfermeiros podem

    formular estratgias de ativao das redes sociais de modo a modificar este cenrio.

    Descritores: Estomia; Famlia; Rede social; Enfermagem.

    Abstract

    Introduction: living with permanent stomies causes several changes in the lifestyle of the person with the stoma and

    his family. Objective: to identify the implications of socializing with the stommy in the social support network of the

    family. Methodology: field research, qualitative, exploratory and descriptive. With data collection between January and

    April 2013 at the home of seven families of people with stomies, by semi-structured interview, simple observation

    recorded in the field diary and Minimum Map of Relationships. The data were analyzed by thematic content analysis.

    Results/discussion: living with a permanent stommy has implications that can be restrictive of social interaction with

    the family's social support, resulting from social isolation and prejudice, but also expanded with new networks, valuing

    life and maintaining friendships. Final Considerations: nurses can formulate strategies for activating social networks

    in order to modify this scenario.

    Descriptors: Ostomia; Family; Social networking; Nursing.

    Resumen

    Introduccin: vivir con ostoma permanente trae varios cambios en el estilo de vida da persona con ostoma y su

    familia. Objetivo: identificar las consecuencias de vivir con el ostoma em la red social apoyo de la familia.

    Metodologa: investigacin de campo, cualitativo, exploratorio y descriptivo. Con recopilacin de datos entre enero y

    1 Enfermeira. Mestra em Enfermagem, Docente Assistente na Universidade Federal do Pampa, Doutoranda do

    Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da UFSM. E-mail: [email protected] 2 Orientadora. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente aposentada do Departamento de Enfermagem/UFSM e

    Docente do PPGEnf/UFSM. 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do PPGEnf/UFSM.

    4 Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente do Departamento de Cincias da Vida da Universidade Regional do

    Noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Doutoranda em Enfermagem PPGEnf/UFSM. 5 Enfermeira. Mestra em Enfermagem, Residente do Programa de Residncia Multiprofissional da UFSM. 6 Enfermeira. Mestranda do PPGENF/UFSM.

  • 13

    abril de 2013 en el hogar de siete familias de personas con ostoma, con entrevista semiestructurada, simple observacin

    registrada en el diario de campo y Mapa de Relaciones Mnimos. Los datos fueron trabajadas por los anlisis de

    contenido temtico. Resultados/Discusin: vivir con un ostoma permanente tiene implicaciones que pueden ser

    restrictiva interaccin con la red social de apoyo familiar que surge de aislamiento social y los prejuicios, pero tambin

    se ampli con nuevas redes, desarrollo de la vida y mantener amistades. Consideraciones finales: las enfermeras

    pueden hacer que las estrategias de activacin de las redes sociales con el fin de modificar esta configuracin.

    Descriptores: Estoma; Familia; Red social; Enfermera.

    Introduo

    As pessoas com estomia correspondiam no ano de 2015 a mais de 100 mil cadastros pela

    Associao Brasileira de Ostomizados.1 As estomias intestinais ou urinrias do tipo permanente, ou

    seja, aquelas em que no haver possibilidade de reverso podem ser caracterizadas como uma

    condio crnica de sade, pois demandam necessidades de cuidados contnuos e prolongados.2-3

    Neste sentido, conviver com a estomia do tipo permanente, implica diversas alteraes que

    modificam o estilo de vida e relaes sociais, com destaque as mudanas nos hbitos alimentares,

    na maneira de se vestir, atividades do cotidiano, como laborais, afazeres domsticos, atividades

    fsicas e de lazer; relao com o parceiro e as alteraes fisiolgicas.2

    Reconhece-se que essas modificaes no afetam apenas a pessoa que tem a estomia, mas

    todos que convivem com ela, em especial sua famlia, a qual muitas vezes a principal cuidadora e

    fonte de apoio.3 Compreende-se por famlia, a constituio que excede as relaes de

    consanguinidade, podendo ser as de adoo, afeto ou matrimnio.4

    Assim, percebe-se que diante da condio crnica imposta pela presena da estomia, as

    famlias se articulam e buscam caminhos para desempenhar o cuidado a seu familiar.5

    No entanto

    sua rotina e, consequentemente, as redes sociais de apoio tambm se modificam, devido a

    necessidade de prestar esse cuidado.3

    Para tanto, compreende-se que as redes sociais de apoio so contempladas por todas as

    pessoas com que se mantm um contato/relao podendo alterar-se devido presena do

    adoecimento. Destaca-se que as redes sociais tem efeitos diretos na sade das pessoas, tanto

    positivo quando a rede mantem laos fortes e confiveis, quanto negativo quando apresenta-se

    fragilizada.6

    Nesta perspectiva este estudo questiona: Quais as implicaes que conviver com a estomia

    gera na rede social de apoio da famlia? Para responder essa questo, objetivou-se identificar as

    implicaes do conviver com a estomia na rede social de apoio da famlia.

    Metodologia

  • 14

    Este trabalho parte integrante de uma pesquisa de campo, qualitativa, do tipo exploratria

    e descritiva. A coleta de dados deu-se entre janeiro e abril de 2013 por meio da entrevista

    semiestruturada, observao simples com registro em dirio de campo e Mapa Mnimo das

    Relaes (MMR), no domiclio de sete famlias de um municpio da regio central do Rio Grande

    do Sul. As famlias foram acessadas no Servio de Ateno Sade das Pessoas Ostomizadas da

    Secretaria de Sade do municpio, e precisavam ter um membro com estomia permanente, maior de

    18 anos e que frequentasse o servio. Ao ser atingido os objetivos do estudo, deu-se por encerrado o

    nmero de famlias participantes. A composio da famlia participante foi realizada pela pessoa

    com estomia, que indicava quem eram os integrantes de sua famlia, podendo escolher quem iria

    participar da coleta de dados junto a ele.

    As entrevistas e a observao foram submetidas anlise de contedo7 constituda pelas

    etapas de pr-anlise; explorao do material; e tratamento e interpretao dos resultados obtidos, e

    o Mapa Mnimo das Relaes analisado pelos quadrantes e crculos concntricos.6 Esta pesquisa

    teve parecer favorvel do Comit de tica em Pesquisa 11245612.0.0000.5346 e parecer nmero

    171.345, respeitou os preceitos ticos e cientficos conforme a Resoluo 196/96, a qual estava

    vigente quando a pesquisa foi submetida ao comit para anlise.

    A fim de preservar o anonimato das famlias participantes do estudo, utilizou-se o cdigo F

    para referenciar famlia, acrescido do nmero de 1 a 7 conforme ordem da entrevista (exemplo F1),

    para diferenciar os membros da famlia, foi acrescentado o grau de parentesco ao cdigo da famlia

    (exemplo F1 filha) e a pessoa com estomia foi identificada pelas letras PE (exemplo F1 PE).

    Resultados e discusso

    As sete famlias participantes do estudo revelaram que conviver com uma estomia do tipo

    permanente acarreta implicaes para o convvio na rede social de apoio, caracterizando-se tanto

    por restries quanto por ampliaes.

    Assim, percebe-se que as restries para a manuteno do relacionamento com a rede social

    de apoio estavam mais presentes no cotidiano das famlias, sendo explicitado pelo isolamento

    social.

    [...] a me no sai mais, antes (da confeco da estomia) ela saia para tudo que era lugar. Tem

    umas amigas que convidam para sair, mas ela no sai mais. (F1 filha b)

  • 15

    Eu tinha um ritmo bem acelerado de vida, trabalho, bastante atividade esportiva, jogava um

    futebolzinho [...] ai, de uma hora para a outra tu se v fora de toda essa situao. (F3 PE)

    A vida dele praticamente parou com a bolsa, ele no queria nem sair de casa. Ele caminhava um

    pouquinho e ia saindo para fora (prolapso no estoma) e j estourava (bolsa). Ele estava

    caminhando e aquilo (bolsa) j estava enchendo. Um horror. (F4 esposa)

    Com os depoimentos observa-se que antes da confeco da estomia as pessoas mantinham

    vida social e laboral ativa. No entanto, diante da necessidade de conviver com a bolsa coletora elas

    precisaram se afastar de algumas redes sociais de apoio devido s complicaes e demandas da

    estomia, como tambm pelo fato de no se sentirem confortveis com esse novo modo de viver.

    Essas restries nas relaes de trabalho e lazer foram identificadas em outros estudos2,8-9

    como alteraes bastante significativas. Diante do medo que a bolsa coletora no seja resistente, as

    pessoas com estomia ficam inseguras e passam a restringir seu cotidiano dentro do domiclio,

    isolando-se da comunidade.9

    As redes sociais de apoio da unidade familiar tambm sofrem implicaes advindas do

    conviver com a estomia:

    A (esposa) tambm tinha o pessoal dela do vlei, e teve que abrir mo em virtude de ter que ficar

    comigo, uma srie de coisas nesse sentido que acaba se limitando, podando um pouco. (F3 PE)

    Ento foi uma coisa muito rpida, mexe com a gente, e com ele ento, nem se fala. Porque mudou

    muito, radical essa doena, chega e mexe muito com a estrutura, com tudo. (F4 esposa)

    A estomia confeccionada cirurgicamente e o perioperatrio pode representar um perodo

    de ansiedade, fragilidade e debilidade para os envolvidos. Assim, as pessoas em que a estomia foi

    confeccionada necessita de cuidados, que no caso dos participantes deste estudo, os componentes

    do ncleo familiar foram as pessoas que prestaram o cuidado no ps-operatrio no domiclio. Com

    isso, os familiares necessitaram abdicar de seus afazeres para prestar o cuidado, alm de

    (re)organizar a estrutura da famlia como pode ser observado pelos depoimentos.

    Ao cuidar de seu ente, a famlia, em especial o familiar cuidador, passa a ter menos tempo

    livre para realizar suas atividades e, consequentemente reduz seus vnculos sociais.10

  • 16

    Os participantes relataram que percebiam o preconceito das pessoas quando revelavam o

    uso da bolsa coletora.

    Tem pessoas muito preconceituosas, difcil, muito preconceito [...] depois que eu falei que eu

    tinha a bolsa as pessoas no querem se relacionar. (F1 PE)

    [...] a maioria dos meus relacionamentos eu fui neutralizando porque a gente sentia, previa ou

    notava diferena nas pessoas [...] exatamente um grande preconceito!. (F2 PE)

    No ia em lugar nenhum, isso lgico. Capaz que eu ia sair com aquele saco pendurado. (F4

    PE)

    Ele no aceitou (a estomia) ele no queria sair de casa, sentia vergonha porque todo mundo ia

    olhar para ele por causa da bolsa. (F5 me)

    As alteraes na imagem corporal ocasionadas pela estomia podem ser caracterizadas como

    uma das principais causas do isolamento social que essas pessoas vivenciam. Ter uma estomia os

    torna diferentes do corpo que tinham antes, dificultando a adaptao nova condio de vida e

    promovendo a sensao de preconceito.

    Esses dados convergem com outras pesquisas2,8,11-12

    ao revelarem que muitas pessoas que

    tem estomia no verbalizam, ou escondem essa condio crnica com o uso de roupas mais largas,

    por medo de serem rejeitados. A postura das pessoas com estomia com as que os cercam

    influenciada pela imagem corporal associada ao medo da rejeio. Por isso, utilizam o isolamento

    como uma maneira de proteo e reflexo da no aceitao da bolsa coletora.12

    Por outro lado, identificou-se que conviver com a estomia trouxe implicaes benficas para

    as famlias participantes do estudo, uma vez que possibilitou a ampliao da rede social haja vista

    que elas comearam a se relacionar com outras pessoas no grupo de apoio.

    Tu vai naquele grupo e v ali que no s s tu que tens aquilo ali. Que tem vrias pessoas. (F1

    PE)

  • 17

    [...] bom! A gente vai l ao grupo, brinca um pouco, diz besteira, se diverte e faz novos

    amigos. (F4 PE)

    Grupo de estomia uma coisa muito importante, muito carinhoso, muito apoio sabe. Eu s vejo

    melhora para as pessoas que frequentam l, o meu filho ficou mais feliz de conviver com as pessoas

    iguais a ele. (F5 me)

    A condio crnica da estomia possibilitou aos participantes estabelecerem novas redes

    sociais de apoio ao participar do Grupo da Associao dos Estomizados do municpio. As famlias

    foram unnimes em afirmar os benefcios que o grupo reflete na vida deles, sejam no sentido de

    fornecer explicaes sobre o processo de adoecimento e conviver com a estomia, mas tambm, pela

    identificao de semelhanas entre os envolvidos. A sensao de pertencimento a um grupo em que

    a diferena se torna semelhana o que auxilia as famlias na adaptao a nova condio de viver.

    Participar de grupos de apoio auxilia no compartilhamento de experincias, reduz ansiedade,

    ameniza o medo de conviver com o desconhecido.8,13

    Ainda, oferta apoio para a adaptao cotidiana

    e aceitao12

    , ajuda no autocuidado e autonomia.11

    Alm da satisfao advinda com o grupo de apoio, h depoimentos que a vida at est

    melhor agora, pois conseguem valorizar a vida e manter os crculos de amizade.

    Tive dificuldade de conviver junto, de visitar, essas coisas [...] ento foi diminuindo, diminuindo.

    Mas agora a gente convive bastante com o pessoal da igreja, e os parentes. (F2 PE)

    [...] parece que a gente valorizou mais a vida n? Nem tudo est acabado. Mesmo que tu tem um

    problema, tu no pode deixar de viver. Eu no deixo de fazer nada, tenho bastante reunio ali na

    igreja, no grupo de apoio, me reno com as amigas. (F7 PE)

    Agora a gente est voltando ao normal vida, mas um tempo mudou, porque a gente no saia em

    parte nenhuma [...] Mas agora no, ele j est bem, vamos a todos os lugares. (F4 esposa)

    Eu acho que a melhor fase nossa agora. Ela faz ginstica trs vezes por semana, ns viajamos

    com outros casais. Teve as dificuldades do comeo, mas ela assimilou e hoje est bem e

    convivemos bem. (F7 esposo)

  • 18

    Os depoimentos revelam que o processo de aceitao e adaptao da famlia estomia

    longo, repleto de sofrimento e dificuldades. Porm, mediante essa superao, vivem de maneira

    semelhante ao de antes da estomia e a partir da realizam o movimento de retomada das relaes.

    Este dado vai ao encontro de outro estudo com pessoas com estomia intestinal definitiva, em que se

    percebeu que o processo se desenvolveu de maneira lenta e relacionada com as experincias de cada

    pessoa.2

    Assim, percebe-se que a rede social de apoio pode gerar sade quando estabelecida por

    relaes fortes e confiveis.6 Sua manuteno age positivamente ao proporcionar o sentimento de

    esperana para vislumbrar que possvel viver com qualidade de vida.8

    As pessoas e consequentemente suas famlias, so unidades complexas e repletas de

    singularidades, as quais esto diretamente ligadas ao modo como iro enfrentar e superar a

    confeco da estomia como foi percebido com as famlias desta pesquisa.

    Nesta perspectiva, quando os membros familiares conseguem perceber e compreender as

    alteraes que a estomia gera em sua vida, podem ajudar o familiar a desenvolver o cuidado,

    motivar para uma vida saudvel, estimular autonomia11

    , proporcionando viver de forma mais

    ativa, positiva10

    e segura.10,12

    Alm disso, possibilitando a adaptao do prprio ncleo familiar.14

    Consideraes Finais

    Ao identificar que as implicaes do conviver com a estomia na rede social de apoio da

    famlia podem ser positivas e negativas, tendo essas ltimas um maior impacto, os enfermeiros

    podem formular estratgias de ativao das redes sociais de modo a modificar este cenrio. Sendo

    assim, sugere-se promover a participao nos grupos de apoio, fortalecer as potencialidades das

    famlias, e ofertar esclarecimentos comunidade referente as alteraes que ocorrem com a pessoa

    ps confeco da estomia, no intuito de transpor as barreiras de preconceito que ainda so vigentes

    quando relacionadas ao culto do corpo.

    Neste sentido, percebe-se que a assistncia s pessoas que convivem com estomia vai alm

    do cuidado com a tcnica de manipulao do estoma, observar a pele periestoma, suas complicaes

    e o corte adequado da bolsa coletora. necessrio ampliar a assistncia e reconhecer a importncia

    que as redes sociais de apoio tm para a vida das famlias e o quanto podem ser promotoras de

    sade e potencializadores de bem-estar.

  • 19

    Eixo temtico: Processos de Cuidado em Sade e Enfermagem

    Referncias :

    1- Associao Brasileira de Ostomizados. Ostomizados Cadastrados. [mensagem pessoal].

    Mensagem recebida por em 18 de out. 2015.

    2- Coelho AR, Santos FS, Dal Poggetto MT. A estomia mudando a vida: enfrentar para viver. Rev

    Min Enferm. 2013;17(2): 258-67.

    3- Simon BS. Tecituras da rede social da famlia no cuidado pessoa com estomia. 108p.

    Dissertao (Mestrado em Enfermagem) Universidade Federal de Santa Maria, Centro de

    Cincias da Sade, Programa de Ps Graduao em Enfermagem, RS, 2014.

    4- Wright LM, Leahey M. Enfermeiras e famlias: um guia para avaliao e interveno na famlia.

    [trad. Slvia Spada]. 4.ed., So Paulo: Roca, 2008. 294 p.

    5- Mufato LF, Arajo LFS, Bellato R, Nepomuceno MAS. Mediao nas redes para o cuidado de

    pessoa e famlia que vivencia o cncer colorretal. Texto & Contexto Enferm. 2013;22(2):407-15.

    6- Sluzki CE. Personal social networks and health: conceptual and clinical implications of their

    reciprocal impact. Fam. syst. healt. 2010; 28(1):1-18.

    7- Bardin L. Anlise de contedo. So Paulo: Edies 70, 2011.

    8- Batista MRFF, Rocha FCV, Silva DMG, Silva Jnior FJG. Autoimagem de clientes com

    colostomia em relao bolsa coletora. Rev Bras Enferm. 2011;64(6):1043-7.

    9- Carvalho SORM, Bud MLD, Silva MM, Alberti GF, Simon BS. Com um pouco de cuidado a

    gente vai em frente: vivncias de pessoas com estomia. Texto & Contexto Enferm.

    2015;24(1):279-87.

    10- Oliveira GS, Bavaresco M, Filipini CB, Rosado SR, Dzio EMR, Fava SMCL. Vivncias do

    cuidador familiar de uma pessoa com estomia intestinal por cncer colorretal. Rev Rene.

    2014;15(1):108-15.

    11- Mota MS, Gomes GC, Petuco VM, Heck RM, Barros EJL, Gomes VLO. Facilitadores do

    processo de transio para o autocuidado da pessoa com estoma: subsdios para Enfermagem. Rev

    Esc Enferm USP. 2015;49(1):82-88.

    12- Cardoso DBR, Almeida CE, Santana ME, Carvalho DS, Sonobe HM, Sawada NO. Sexualidade

    de pessoas com estomias intestinais. Rev Rene. 2015;16(4):576-85.

    13- Ward N, Jowsey T, Haora PJ, Aspin C, Yen LE. With good intentions: complexity in

    unsolicited informal support for aboriginal and Torres Strait Islander peoples. A qualitative study.

    BMC Public Health. 2011;11(kk686):1-9.

    14- Ferreira-Umpirrez A, Fort-Fort Z. Experiences of family members of patients with colostomies

    and expectations about professional intervention Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2014;22(2):241-7.

  • 20

    4. A IMPLEMENTAO DA SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE

    ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL MILITAR

    THE IMPLEMENTATION OF SYSTEMATIZATION OF NURSING ASSISTANCE IN A

    MILITARY HOSPITAL

    LA APLICACIN DE LA SISTEMATIZACIN ATENCIN DE ENFERMERA EN UN

    HOSPITAL MILITAR

    LUZ, Emanuelli Mancio Ferreira da 1; GRECO; Patrcia Bittencourt Toscani

    2; DORNELLES,

    Ademir Jones Antunes 3; DAL'ONGARO, Juliana

    4; MAZUCCO, Marina

    5; MUNHOS, Oclaris

    Lopes 6; Tnia Solange Bosi de Souza Magnago

    7

    Resumo

    Objetivo: relatar a experincia referente elaborao da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem em uma

    Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Militar. Metodologia: estudo descritivo, tipo relato de experincia sobre a

    elaborao, o pr-teste e a implementao da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem de pacientes adultos

    admitidos na Unidade de Terapia Intensiva. A atualizao e reviso foram realizadas, por um grupo de enfermeiros,

    atravs da metodologia problematizadora. Resultados: a implementao da sistematizao foi efetivada atravs de

    formulrios informatizados, que permitiram o registro, de forma objetiva e completa, dos dados relevantes para a

    assistncia de enfermagem, contendo: histrico, diagnsticos de enfermagem, prescrio de enfermagem, exame fsico,

    evoluo de enfermagem e principais resultados. Concluses: a sistematizao da assistncia de enfermagem permitiu

    guiar os enfermeiros que atuam em terapia intensiva, com vistas qualidade da gesto do cuidado de enfermagem

    individualizado e centrado nas necessidades dos pacientes.

    Descritores: Assistncia de Enfermagem; Processos de Enfermagem; Unidade de Terapia Intensiva.

    Abstract

    Objective: to report the experience regarding the elaboration of the Systematization of Nursing Care in an Intensive

    Care Unit of a Military Hospital. Methodology: descriptive study, type of experience report on the preparation, pre-test

    and implementation of Nursing Care Systematization of adult patients admitted to the Intensive Care Unit. The updating

    and revision were performed by a group of nurses through the problematizing methodology. Results: The

    implementation was carried out through computerized forms, which allowed for the objective and complete recording

    of data relevant to nursing care, containing: history, anamnesis / physical examination, nursing diagnoses, potential

    complications, prescription, results Expectations and nursing evolution. Conclusions: the systematization of nursing

    1 Enfermeira. Doutoranda pelo Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.

    Enfermeira do Hospital Geral de Santa Maria. Email: [email protected] 2 Enfermeira. Doutoranda do Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.

    Professora da URI/Santiago. 3 Enfermeiro. Mestre em Enfermagem pelo Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de

    Santa Maria. Coordenador do Servio de Enfermagem do Hospital Geral de Santa Maria. 4 Acadmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de

    Iniciao Cientfica PIBIC. 5 Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Ps-graduao em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.

    6 Enfermeiro. Mestrando pelo Programa de Ps-graduao em enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria.

    7Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora do Departamento e Ps Graduao em Enfermagem da Universidade

    Federal de Santa Maria.

  • 21

    care allowed to guide the nurses who work in intensive care, with a view to the quality of the management of the

    individualized nursing care and focused on the needs of the patients.

    Descriptors: Nursing care; Nursing process; Intensive Care Units.

    Resumen

    Objetivo: Presentar la experiencia en el desarrollo de la sistematizacin de la asistencia de enfermera en una unidad de

    cuidados intensivos de un hospital militar. Metodologa: estudio descriptivo tipo de relato de experiencia en la

    preparacin, pre-test y la puesta en prctica de la sistematizacin de la asistencia de enfermera de los pacientes adultos

    ingresados en la Unidad de Cuidados Intensivos. La actualizacin y revisin fueron hechas por un grupo de enfermeras

    a travs de la metodologa de investigacin. Resultados: La aplicacin se llev a cabo de formularios informatizados

    que permitieron el registro, de manera objetiva y en su totalidad, los datos relevantes para la atencin de enfermera,

    que contienen: la historia, la historia / examen fsico, diagnsticos de enfermera, complicaciones potenciales de

    prescripcin, resultados esperada y la evolucin de enfermera. Conclusiones: la sistematizacin de la asistencia de

    enfermera permitieron que las enfermeras que trabajan en la gua de cuidados intensivos, con miras a la gestin de

    calidad de la atencin de enfermera individualizada y centrada en las necesidades de los pacientes.

    Descriptores: Atencin de Enfermera; Procesos de Enfermera; Unidades de Cuidados Intensivos

    Introduo

    Sabe-se que o alicerce estrutural da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (SAE), o

    o Processo de Enfermagem (PE) vem sendo implementado no Brasil desde a dcada de 70. Ele foi

    introduzido pela terica e estudiosa Wanda de Aguiar Horta, em 1979, a qual elaborou um modelo

    conceitual que pudesse explicitar a essncia/natureza da enfermagem, delimitando seu campo de

    ao especfico e a metodologia. Para ela, o PE o resultado da dinmica de aes sistematizadas e

    inter-relacionadas com o objetivo de assistir ao indivduo1.

    Todavia, foi somente em 2002 que o Conselho Federal de Enfermagem instituiu a Resoluo

    no 272/2002, posteriormente revogada pela Resoluo no 358/2009, dispondo sobre a normatizao

    da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (SAE) nas instituies de sade deste pas, tanto

    pblicas como privadas. A SAE consiste na organizao que objetiva dinamizar o trabalho da

    equipe de enfermagem, ao planejar e direcionar o cuidado de maneira individualizada com vistas

    uma gesto de enfermagem e assistncia efetiva2.

    Diante do exposto, torna-se emergente e necessrio a elaborao de uma sistematizao da

    assistncia de enfermagem efetiva que oriente e padronize, dentro do mbito da terapia intensiva, o

    atendimento e acompanhamento dos pacientes adultos admitidos, pela equipe de enfermagem, com

    vistas melhoria da qualidade da assistncia de enfermagem. A relevncia deste relato se apoia no

    pressuposto de que a SAE oportuniza a reflexo, por parte da equipe de enfermagem, sobre suas

    aes de cuidado centradas na individualidade do paciente e no meramente rotinizadas. A partir

    das reflexes e problematizaes, torna-se possvel a ocorrncia de modificaes na gesto de

    enfermagem e no cuidado.

  • 22

    Portanto, este estudo tem o objetivo de relatar a experincia referente elaborao da

    Sistematizao da Assistncia de Enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva de um

    Hospital Militar.

    Metodologia

    Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experincia sobre a construo e a

    implementao de todas as fases da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem pelos

    Enfermeiros atuantes em uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Militar do Estado do

    Rio Grande do Sul.

    A presente SAE foi elaborada com base na reviso da literatura sobre as etapas e a aplicao

    terica-prtica em UTI, no perodo de junho a agosto de 2016. Durante a elaborao, dois

    enfermeiros que estariam compondo a equipe da UTI reuniram-se para a elaborao durante dois

    meses.

    A primeira utilizao da SAE foi manual, sem digitao, na internao do primeiro paciente

    admitido na UTI, na data de 12 de setembro de 2016. Aps 20 internaes de pacientes, a SAE

    passou por reviso e reformulao. Essa atualizao foi realizada atravs da metodologia

    problematizadora, por um grupo de enfermeiros atuantes nesse cenrio.

    Desse modo, ela foi disponibilizada aos seis (6) Enfermeiros e treze (13) Tcnicos de

    Enfermagem atuantes na UTI, nos diversos turnos, para que fossem sugeridas modificaes com o

    intuito de tornar clara a escrita da SAE e a compreenso por parte da equipe. O principal ajuste

    sugerido pelo grupo foi a substituio do preenchimento manual para informatizado, devido a

    dificuldade de leitura, conforme a escrita de cada um.

    A metodologia problematizadora norteou esse processo de construo e reconstruo da

    SAE, com observao dos temas geradores de discusses. Esse perodo foi compreendido entre

    setembro a outubro de 2016. A reconstruo, nessa fase, foi baseada nos diagnsticos de

    enfermagem, segundo taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)3

    e questes referentes s implementaes do cuidado de enfermagem sistematizadas. Salienta-se que

    o processo de construo/reconstruo da SAE no possui data prevista para trmino, pois a mesma

    est em contnua avaliao do processo.

    Resultados/Discusso

  • 23

    Ao considerarmos a SAE como uma atividade privativa do enfermeiro, que utiliza mtodo e

    estratgia de trabalho cientfico para a identificao das situaes de adoecimento, sabe-se que a

    mesma fornece subsdios para uma assistncia de enfermagem individualizada e efetiva4. Ao

    iniciarmos a apresentao dos resultados e discusses, optamos por apresent-los conforme as

    etapas deste modelo assistencial, sendo composta por: Consulta de Enfermagem, histrico, exame

    fsico, diagnstico, prescrio e evoluo de enfermagem.

    A primeira etapa, denominada como histrico visa conhecer os hbitos individuais e

    biopsicossociais, com vistas melhor adaptao do paciente ao setor em que est internado, como a

    UTI, bem como a identificao de problemas. Ao reportarmos para o ambiente onde este relato de

    experincia foi produzido, essa etapa realizada no momento da admisso do paciente na UTI do

    Hospital estudado, sendo coletado os dados diretamente com o paciente, quando o mesmo encontra-

    se em condies neurolgicas e, com a famlia, buscando conhecer a histria pregressa de sade e

    identificar possveis problemas tanto na sade fsica como psquica do paciente.

    A seguir, apresenta-se o roteiro do Histrico de Enfermagem, realizado na UTI de um

    Hospital Militar do Rio Grande do Sul.

    Nome: Leito: Registro:

    Data: Hora: Idade: Mdico assistente:

    Estado civil: Gnero: Profisso:

    Procedncia (cidade/Hospital): DN:

    Contatos telefnicos:

    HISTRICO DE ENFERMAGEM:

    ATUAL

    Motivo da internao:

    Diagnstico de entrada na UTI:

    Alergias:

    ( ) DM ( ) HAS ( ) Cardiopatia

    ( ) Tabagista ( )Etilismo ( ) Sedentarismo

    PREGRESSA

    Internaes anteriores: ( ) sim ( ) no

    Histria de patologias prvias:

    Fsicas:

    Psquicas:

    Orientao aos familiares + folder: ( ) Sim ( ) No

  • 24

    SINAIS VITAIS NA ADMISSO:

    PA = PAM=

    FC =

    HGT =

    T =

    FR =

    SP02=

    EVOLUO DE ADMISSO DO PACIENTE:

    MEDICAES EM USO DOMICILIAR:

    A etapa subsequente corresponde ao Exame fsico que contm realizao, por parte do

    Enfermeiro, das tcnicas preconizadas para este fim, como: inspeo, ausculta, palpao e

    percusso. Com isso, torna-se possvel levantar questes sobre o estado de sade atual do paciente,

    com anotao das anormalidades verificadas e a contextualizao com o histrico de enfermagem

    obtido. Destaca-se que aps o exame fsico dos pacientes admitidos na UTI os dados levantados so

    discutidos sob a tica da multidisciplinaridade, composta por enfermagem, medicina, fisioterapia e,

    psicologia, quando possvel. Os registros de enfermagem desta etapa so realizados de forma

    descritiva e, aps a problematizao entre o grupo de Enfermeiros, foi decidido que o exame fsico

    seria agrupado na ltima etapa deste processo, correspondendo a Evoluo de Enfermagem.

    Aps, o Enfermeiro ter coletado e analisado as informaes contidas no histrico, tm-se a

    elaborao dos Diagnsticos de Enfermagem. Aqui, pretende-se identificar os problemas de

    enfermagem, conforme as necessidades bsicas afetadas e o grau de dependncia do indivduo4.

    Nesse contexto, no cenrio deste estudo, foram elencados os principais diagnsticos de enfermagem

    de pacientes admitidos na UTI, com julgamento clnico sobre as respostas do indviduo, da famlia e

    comunidade, aos problemas, processos de vida vigentes ou potenciais. Utilizou-se a Taxonomia II

    da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)3.

    Apresenta-se o modelo utilizado para a abordagem dos Diagnsticos de Enfermagem:

    DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM (NANDA)

    ( ) Mobilidade fsica prejudicada

    ( ) Integridade da pele

    prejudicada

    ( ) Nutrio desequilibrada:

    menos do que as necessidades

    corporais

    ( ) Risco de glicemia instvel

    ( ) Risco de sangramento

    ( ) Risco de infeco

    ( ) Constipao

    ( ) Comunicao verbal

    prejudicada

    ( ) Risco de queda

    ( ) Padro respiratrio ineficaz

    ( )_________________________

    ( ) Risco de choque

    ( ) Dbito cardaco diminudo

    ( ) Volume de lquidos excessivo

    ( ) Risco de desequilbrio

    eletroltico

    ( ) Resposta disfuncional ao

    desmame ventilatrio

    ( )________________________

  • 25

    ( )_______________________

    J na etapa de Prescrio de Enfermagem, tm-se o conjunto de medidas decididas pelo

    Enfermeiro, como resultado das etapas acima citadas. Com a prescrio, pretende-se coordenar a

    assistncia de enfermagem direcionada ao paciente, individualizada e contnua5. Os cuidados

    prescritos podem ser direcionados tanto preveno de agravos como a recuperao e manuteno

    da sade.

    PRESCRIO DE ENFERMAGEM APRAZAMENTO

    Realizar Banho de Leito M ( ) ASPERSO ( ) HC NO LEITO

    Realizar Higiene Oral com _________ 10 15 22 06

    ( ) Mudana de decbito 2/2 horas

    ( ) Estimular deambulao precoce ( ) Poltrona

    08 10 12 14 16 18 20 22 24 02 04

    06

    Manter cabeceira elevada ( X ) 30 ( ) 45 M T N

    Colcho Pneumtico I: T:

    Troca de Eletrodos BANHO M

    Aspirao de secrees: ( ) traqueal ( ) nasal ( ) oral HORRIOS:

    Realizar Higiene cnula de traqueostomia metlica

    Troca do Track- care (Trocar se sujidade ou mau

    funcionamento)

    Inst. dia:______ Trocar: _______

    Algodo laminado ( ) MMSSs ( ) MMIIs (48 horas) -

    Desprezar _______________ em bolsa de karaya de 6/6h 10 18 24 06

    Restrio hdrica de ________ml/dia ____ml/manh ____ml/tarde _____ml/noite

    Curativo fixao SNE ou SNG (1x/dia BANHO) -

    Curativo fixao SVSF (1x/dia BANHO) -

    Curativo de CVC: ( ) Simples (1x/dia) ( ) Filme

    transparente (7 dias)

    TROCAR:

    Bolsa coletora em ileostomia TROCAR:

    Local da leso: Prescrio Aprazamento

    Leso 1: Cond:

    Leso 2: Cond.:

    Evoluo dos Curativos

  • 26

    Na ltima etapa do processo de sistematizao implementado na UTI de um Hospital

    Militar, consta a Evoluo de Enfermagem. Encontra-se em conformidade com as etapas acima,

    pois todas so indissociveis no processo de enfermagem, aps a avaliao individualizada do

    paciente. Desse registro constam os problemas novos identificados, um resumo dos resultados dos

    cuidados prescritos e os problemas a serem abordados nas 24 horas subsequentes.

    Destaca-se que a identificao de problemas provveis ou reais, pelo Enfermeiro, e o debate

    destes em equipe multidisciplinar oportuniza uma maior autonomia para a profisso, com respaldo

    atravs do registro, bem como a promoo de uma aproximao entre as diversas reas do

    conhecimento.

    EXAME FSICO/ ANAMNESE E EVOLUO DE ENFERMAGEM

    Glasgow: Rass: ( )-5 ( )-4 ( )-3 ( )-2 ( )-1 ( )0 ( )+1 ( )+2 (

    )+3 ( )+4 Estado de conscincia: Pupilas: M:_________ T:_____________

    N:_______________

    Dieta:

    Oxigenao: ( )ON __l/min ( ) MV_l/min

    ( ) Hudson ( ) Cateter nasal __l/min

    ( )T'ayre_l/min

    Ventilao Mecnica: ( ) No ( ) Sim

    Modo ventilatrio:_____________

    Presso:________ Volume:_______FiO2:______

    PEEP: _______ FR: _____

    Presso do balonete do TOT ou TQT 6/6h: M: T: N(24): N(06): Rima labial

    do TOT Nmero: ________ Evacuao: M: T: N: Constipao h _____ dias

    ESCALA DE BRADEN: ESCALA DE MORSE:

    Solues (ml/h):

    BALANO HDRICO TOTAL 24H

    12H

    00H

    18H 06H

    RESULTADOS DE ENFERMAGEM:

    EVOLUO DE ENFERMAGEM:

    Todavia, como reflexo de toda e qualquer implementao de um processo, a SAE no

    contexto da UTI de um Hospital Militar encontrou obstculos que foram, periodicamente,

    transformando-se em novas construes de conhecimento. O principal obstculo diz respeito

    adeso ao preenchimento, completo, por parte da equipe de enfermagem, que incluem o Enfermeiro

  • 27

    na etapa de gesto, realizao e acompanhamento do cuidado e os Tcnicos de Enfermagem no que

    tange realizao dos procedimentos e cuidados contidos na mesma. A dificuldade encontrada foi

    no preenchimento correto dos cuidados de enfermagem, a incorporao de novos cuidados a cada

    dia e a checagem, nos horrios que estes foram realizados.

    O feedback da equipe de enfermagem apontou itens que foram, periodicamente,

    substitudos, como alguns cuidados de sade repetidos em prescries mdicas e, que so, na

    verdade, provenientes de procedimentos mdicos e no cuidados de enfermagem. Nesse feedback,

    o principal item foi o desconhecimento do funcionamento da SAE, o que poderia ser minimizado se

    essa temtica fosse abordado durante a formao acadmica e em nvel tcnico.

    Consideraes Finais

    Essa experincia oportunizou a construo de saberes na prtica clnica dos Enfermeiros,

    bem como uma efetiva sistematizao do cuidado oferecido aos pacientes internados na UTI. A

    importncia da abordagem dessa temtica, especificamente a SAE como forma de gesto da

    assistncia de enfermagem, se faz imprescindvel na formao acadmica, como meio de promover

    mudanas e melhorar a qualidade do cuidado de enfermagem. Espera-se que este relato de

    experincia, realizado em um cenrio especfico, possa fornecer subsdios para o incio de novas

    construes que visem uma assistncia de enfermagem sistematizada, segura e eficaz.

    Eixo temtico: Processo de Trabalho e Gesto em Sade e Enfermagem

    Referncias

    1. Horta WA. Processo de Enfermagem So Paulo : EPU 1979. 2. BRASIL. Conselho Federal de Enfermagem. RESOLUO COFEN n 358, de 15 de outubro

    de 2009. Dispe sobre a Sistematizao da Assistncia de Enfermagem - SAE nas Instituies

    de Sade Brasileiras.

    3. ________NANDA. NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION - Diagnsticos de enfermagem da NANDA: definies e classificao, 2012-2014. Porto Alegre

    (RS): Ed. Artmed; 2013.

    4. Pires AF, Santos BN, Santos PN, Brasil VR, Luna AA. Prevalncia dos diagnsticos de enfermagem segundo nanda em pacientes internados em unidade de terapia intensiva: um relato

    de experincia. Rev Rede de Cuiidados em Sade. 2016;10(1): 252-9.

    5. Garcia TR, Nbrega MML. Processo de enfermagem: da teoria prtica assistencial e de pesquisa. Esc. Anna Nery. 2009; 13(1):816-8)

    6. Botelho J, Veloso GBL, Favero L. Sistematizao da assistncia de enfermagem: o conhecimento da equipe de enfermagem de um centro cirrgico. Rev Enfermagem em Foco.

    2013; 4(3,4):198-201.

  • 28

    5. A LONGITUDINALIDADE NA PERSPECTIVA DOS USURIOS IDOSOS DO SUL DO

    BRASIL

    THE LONGITUDINALITY IN THE PERSPECTIVE OF ELDER USERS FROM THE

    SOUTH OF BRAZIL

    LA LONGITUDINALIDAD EN VISTA DE USUARIOS MAYORES DEL SUR DE BRASIL

    KESSLER, Marciane1; SANTOS, Amanda Amaral dos

    2; BENDER, Janana

    Duarte2;WEILLER, Teresinha Heck

    3; LIMA, Suzinara Beatriz Soares de

    3; THUM,

    Elaine4

    Introduo: A longitudinalidade, atributo essencial da Ateno Primria Sade (APS), pressupe

    uma relao interpessoal de confiana entre usurios e profissionais de sade, para isso

    fundamental a disponibilidade da oferta continuada de cuidados e sua utilizao ao longo do

    tempo1. Estudo de reviso sobre os benefcios da longitudinalidade demonstrou que, este atributo

    possibilita conhecer o indivduo e a famlia, seus hbitos de vida e problemas de sade, favorecendo

    o planejamento dos cuidados e uma interveno adequada e resolutiva; alm disso, proporciona um

    cuidado integral, reduo de uso de servios de alta complexidade, com diminuio de custos na

    sade, permitindo concretizar aes de promoo em sade e de preveno de doenas2.

    Considerando o envelhecimento populacional e o aumento do nmero de idosos se espera maior

    demanda para os servios de sade, relacionado s demais dificuldades do sistema de sade que

    sofre reflexo de um modelo de ateno centrado na cura e cuidado individual, sendo necessrio o

    fortalecimento da APS para enfrentamento destes desafios3. Neste sentido, estabelecer um cuidado

    longitudinal pode favorecer a efetividade das aes prestadas pela equipe de sade e a possibilidade

    de ampliar a resolutividade das necessidades de sade do idoso. Objetivo: Avaliar a

    longitudinalidade na APS, na perspectiva dos usurios idosos, em uma regio de sade do sul do

    Brasil. Tem-se como hiptese deste estudo a presena de um alto escore na avaliao da

    longitudinalidade, uma vez que os usurios idosos tendem procurar a APS com maior frequncia

    devido suas demandas em sade, o que pode permitir a construo de vnculo entre profissional e

    usurio. Mtodo: Estudo transversal realizado nas Unidades Bsicas de Sade (UBS) dos 21

    municpios da regio de sade Verdes Campos do Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil. A

    populao estudada foram os usurios idosos da APS, sendo entrevistados 124 indivduos, homens

    e mulheres. Os critrios de incluso foram: ser usurio da unidade e ter idade 60 anos na data da

    entrevista e excluram-se usurios em que fosse primeiro acesso junto aos servios de sade alvos

    deste estudo e sem condies de sade cognitiva para responder ao instrumento de pesquisa. A

    coleta de dados foi realizada no perodo de fevereiro a junho de 2015, por meio do instrumento de

    pesquisa Primary Care Assessment Tool (PCATool), verso adulto4,

    aplicado em formato de 1 Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de

    Pelotas, RS, Brasil. E-mail: [email protected] 2Enfermeira. Mestranda em Enfermagem. Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal de

    Pelotas, RS, Brasil. 3Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade Federal

    de Santa Maria, RS, Brasil. 4Enfermeira. Doutora em Epidemiologia. Docente do Programa de Ps-graduao em Enfermagem da Universidade

    Federal de Pelotas, RS, Brasil.

  • 29

    entrevista. Foram coletadas variveis demogrficas, socioeconmicas e a varivel dependente

    estudada foi a longitudinalidade (processo de ateno) nos servios de APS. O escore deste atributo

    foi definido por meio da mdia aritmtica dos 14 itens constantes no instrumento, sendo as

    respostas em escala Likert: com certeza no (valor=um), provavelmente no (valor=dois),

    provavelmente sim (valor=trs) e com certeza sim (valor=quatro). Quando a soma de respostas

    no sei/no lembro (valor=nove) atingiu 50% ou mais do total de itens para avaliao da

    longitudinalidade, o questionrio foi excludo, caso contrrio estas respostas foram consideradas

    como provavelmente no4. Aps, o escore da longitudinalidade foi transformada em uma escala

    quantitativa contnua de zero a dez, atravs da frmula: (escore obtido - 1)*10/4-1. Os valores

  • 30

    DESCRITORES: Ateno Primria Sade; Continuidade da Assistncia ao Paciente; Idoso;

    Gesto em sade; Enfermagem.

    Referncias

    1 Starfield, B. Ateno primria: equilbrio entre necessidades de sade, servios e tecnologia.

    Braslia: UNESCO, Ministrio da Sade; 2002. 726 p.

    2 Kessler M, Eberhardt TD, Soares RSA, Signor E, Lima SBS de, Weiller TH. Beneficios de la

    longitudinalidad como atributo de la Atencin Primaria a Salud. Evidentia [Internet]. 2016 [cited

    2017 Mar 15]; 13(53). Available from: http://www.index-f.com/evidentia/n53/ev10182e.php

    3 Arajo LUA, Gama ZAS, Nascimento FLA, Oliveira HFV, Azevedo WM, Almeida Jnior HJV.

    Avaliao da qualidade da ateno primria sade sob a perspectiva do idoso. Cinc sade

    coletiva [Internet]. 2014 [cited 2017 Jan 10];19(8):3521-32. Available from:

    http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n8/1413-8123-csc-19-08-03521.pdf

    4 Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno em Sade. Manual do instrumento de avaliao da

    ateno primria sade: primary care assessment tool PCATool - Brasil. Braslia: Ministrio da

    Sade; 2010. 80p.

    5 Oliveira EB, Bozzetti MC, Hauser L, Duncan BB, Harzheim E. Avaliao da qualidade do

    cuidado a idosos nos servios da rede pblica de ateno primria sade de Porto Alegre, Brasil.

    Rev bras med fam comunidade [Internet]. 2013 [cited 2017 Jan 10];8(29):264-73. Available from:

    https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/826/586

    http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n8/1413-8123-csc-19-08-03521.pdf
  • 31

    6. AES EDUCATIVAS SOBRE GERMES MULTIRRESISTENTES AOS VISITANTES DE UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE EXPERINCIA

    EDUCATIONAL ACTIONS ON MULTIRRESISTENT GERMS TO VISITORS OF

    INTENSIVE THERAPY UNIT: EXPERIENCE REPORT

    ACCIONES EDUCATIVAS SOBRE GERMENES MULTIRRESISTENTES A LOS

    VISITANTES DE LA UNIDAD DE TERAPIA INTENSIVA: INFORME DE EXPERIENCIA

    NAZARIO, Elisa Gomes1; NICOLETTI, Getlio Simes

    2; DIAS, Gisele Loise

    3;

    CAMPONOGARA, Silviamar4; ILHA, Lidiane de Arruda

    5

    Introduo: Os servios de sade apresentam diferentes formas de organizao e caractersticas de

    acordo com o plano da ateno no qual esto inseridos. Porm, possvel afirmar que existem

    preocupaes comuns a todos os servios, como as relacionadas segurana de usurios, pacientes,

    familiares ou visitantes. No cenrio hospitalar, especificamente no ambiente de terapia intensiva,

    tais preocupaes se acentuam na questo da disseminao de infeces. Em meio a isto est a

    ocorrncia frequente de contaminao por germes multirresistentes (GMR). Os GMR podem ser

    conceituados como microorganismos resistentes a diferentes classes de antimicrobianos1. Estes

    germes so causadores de infeces e tambm de colonizao, dentre eles podem ser citados os

    Enterococcus spp. resistente aos glicopeptdeos, Staphylococcus spp. resistente ou com

    sensibilidade intermediria a vancomicina, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii,

    Enterobactrias resistentes a carbapenmicos (ertapenem, meropenem ou imipenem), e bactrias

    com a enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) (inativa todos os antibiticos beta-

    lactmicos, incluindo os carbapenmicos)1. Assim, a UTI pode ser considerada como um dos

    principais locais de surgimento e permanncia de GMR que acabam acarretando em inmeras e

    graves infeces relacionadas assistncia a sade2. Considerando-se a gravidade dessas situaes

    pelas limitaes teraputicas e alta mortalidade dos pacientes acometidos, acaba-se por exigir ainda

    mais cuidado e ateno nas aes preventivas dessas infeces. Nesse mbito, emerge a discusso

    acerca da temtica de biossegurana. Esta pode ser entendida como um conjunto de aes que

    visam a preveno, diminuio ou eliminao dos riscos advindos da manipulao de agentes e

    materiais biolgicos na prestao de servios. Tais riscos so vistos como possveis

    comprometedores, dentre outros, da sade humana3. Fazem parte das normas de biossegurana as

    1Enfermeira, Bacharel, Residente no Programa de Residncia Multiprofissional Integrada em Gesto e Ateno

    Hospitalar no Sistema Pblico de Sade da Universidade Federal de Santa Maria. ([email protected]) 2Enfermeiro, Bacharel, Estudante no Programa de Ps-graduao do Centro Universitrio Franciscano - Especializao

    em Terapia Intensiva: nfase em oncologia e controle de infeco. 3Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Doutoranda no Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da Universidade

    Federal de Santa Maria. 4Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. 5Enfermeira, Bacharel, Residente no Programa de Residncia Multiprofissional Integrada em Gesto e Ateno

    Hospitalar no Sistema Pblico de Sade da Universidade Federal de Santa Maria.

  • 32

    medidas de Precaues-Padro (PP). As PP tm por finalidade a reduo dos riscos de transmisso

    de agentes patognicos4. Juntamente as PP, e tambm nos casos de precaues de contato,

    encontram-se os Equipamentos de Proteo Individual (EPI). Estes tm a funo de proteger a pele,

    as mucosas e roupas do contato com material biolgico. Esses equipamentos e medidas de proteo,

    quando usados corretamente, so essenciais como formas de preveno de infeces. Alm disso,

    quando os prprios usurios dos servios de sade (pacientes, visitantes, familiares) so orientados,

    por meio de aes educativas, sobre a importncia e uso dessas medidas, se torna tangvel uma

    assistncia mais segura aos pacientes5. Objetivo: relatar o desenvolvimento de aes educativas

    com familiares e visitantes de uma UTI adulta acerca dos GMR em experincia de estgio

    acadmico de enfermagem. Metodologia: O presente trabalho trata-se de um relato de experincia.

    Aborda o desenvolvimento de aes educativas durante a realizao de estgio curricular de

    concluso de curso de graduao em enfermagem. O cenrio de atuao foi uma UTI adulto, com

    dez leitos, de um hospital universitrio da regio sul do pas. A equipe total da unidade no perodo

    era de 12 enfermeiros e 26 tcnicos de enfermagem. De modo geral, por turno de trabalho, havia

    dois enfermeiros e cinco tcnicos de enfermagem. Os horrios de visitas da unidade tinham durao

    de 30 minutos de manh, tarde e noite. Em cada turno era previamente estipulado um profissional

    de enfermagem da unidade para orientar os visitantes quanto s rotinas de uso de precaues. As

    atividades educacionais foram realizadas pela acadmica em conjunto com a equipe da unidade,

    especialmente junto ao profissional de enfermagem responsvel pela orientao supracitada. O

    perodo da experincia ocorreu de outubro a novembro no ano de 2015. Resultados: Foram

    abordados visitantes de pacientes com infeces por GRM j confirmadas naquele momento e

    outros que estavam na fase de investigao (coorte). As intervenes foram voltadas aos visitantes

    dos pacientes internados na temtica das PP. Os visitantes foram mobilizados durante o perodo de

    visita que permanecerem na unidade juntamente com os pacientes. Cada visitante foi abordado

    individualmente, levando em considerao seu estado emocional e condies de comunicao no

    momento da interveno. Foi abordado apenas um visitante por turno de estgio, de forma a obter

    um bom aproveitamento do tempo disponvel, no prejudicando os poucos momentos de interao

    entre o visitante e o paciente. Na abordagem do visitante foi exposto o objetivo da ao e como ela

    seria realizada. Aps o primeiro contato, era explicada por meio de dilogo a razo dos cuidados

    utilizados com o paciente, o que so as PP e a importncia de us-las durante a visita, com nfase

    nos casos de pacientes com GMR. Desse modo, alm das orientaes, foi entregue material

    informa