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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ELIZIANI PAULI HILLESHEIM ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: um estudo de caso acerca da percepção dos empregados do hotel Ibis São José Biguaçu 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ELIZIANI PAULI HILLESHEIM

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: um estudo de caso

acerca da percepção dos empregados do hotel Ibis São José

Biguaçu

2011

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ELIZIANI PAULI HILLESHEIM

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: um estudo de caso

acerca da percepção dos empregados do hotel Ibis São José

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão Biguaçu.

Orientadora: Prof. MSc. Kellen da Silva Coelho.

Biguaçu

2011

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ELIZIANI PAULI HILLESHEIM

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: um estudo de caso

acerca da percepção dos empregados do hotel Ibis São José

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado para obtenção do

título de Bacharel em Administração, e aprovado pelo Curso de Administração da

Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, Centro de Ciências Sociais Aplicadas -

Gestão Biguaçu

Área de concentração: Administração de Recursos Humanos

Biguaçu, 30 de junho de 2010.

Profª: Kellen da Silva Coelho UNIVALI – CE Biguaçu

Orientadora

Prof: Evelize M.S. G. Martins UNIVALI – CE Biguaçu

Membro

Prof: Vanderléia M. Lohn UNIVALI – CE Biguaçu

Membro

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Dedico este trabalho a minha família e meu

namorado. Vocês são minha fortaleza e os

amores da minha vida!

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Agradecimentos

Para traduzir meus sentimentos e agradecimentos, inicio citando a frase do

poeta catarinense Lindolf Bell: “Menor que meu sonho, não posso ser”.

Cursar uma Universidade, concluir a graduação e ser bacharelada é a realização

de um sonho, que em alguns momentos foi uma jornada difícil, mas muito

compensadora e gratificante, que com o apoio e incentivo de algumas pessoas a

trajetória desses quatro anos e meio, tornou-se uma tarefa mais fácil. Deixo

assim, registrado minha gratidão à essas pessoas.

Sou grata primeiramente a Deus, pois minhas forças para enfrentar

dificuldades e superar os desafios são provenientes d’Ele.

Agradeço à minha família, em especial, meus pais Antonio Rogério

Hillesheim e Zilda Pauli Hillesheim, minha irmã Ana Carolina, pelo apoio mesmo

que indireto e por guiar-me nos percalços da vida, orientando-me para o caminho

do bem.

Ao meu namorado Daxiomar Dill, pelo amor e compreensão, paciência nos

momentos de dúvidas e incertezas, pela ajuda, apoio e incentivo dispensados a

mim. Enfim, como é precioso o teu amor e a tua amizade! O teu poder de

amenizar as minhas dores e de potencializar as minhas singelas qualidades... De

fazer graça para arrancar um sorriso dessa cara de brava nos meus momentos de

tensão e estresse... (Quantos, né?!), de me emprestar seus erros para me poupar

de algumas experiências ruins e dolorosas, e de compartilhar comigo seus

sonhos me incentivando a sonhar também!

Não posso deixar de mencionar as valiosas amizades que nasceram e

foram cultivadas a cada dia no decorrer do curso, um agradecimento especial a

Adriana, João Vitor e Patrícia. Bem como, meus demais amigos por dividirem

comigo decepções, angústias e muitas alegrias.

A todos os professores, que compartilharam conhecimentos e experiências,

as quais contribuíram para meu desenvolvimento acadêmico, profissional e

pessoal.

Agradeço a minha orientadora Kellen da Silva Coelho, pelas sugestões e

críticas para o desenvolvimento deste trabalho, pelo companheirismo depreendido

a mim no período de estágio. Assim como, os membros da banca.

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Respeitosamente, agradeço ao hotel Ibis São José por possibilitar a

realização do Trabalho de Conclusão de Estágio na referida empresa, em

particular, ao Gerente Geral Evandro Rech, pela atenção e o fornecimento de

informações.

Ao chegar ao fim do estágio, não poderia imaginar, mas agora creio que

sentirei saudade do TCE, pois hoje é como um filho, ou seja, uma parte minha.

Literalmente, eu o “pari”, passei noites mal dormidas, preocupações constantes, o

alimentei com embasamento teórico, acompanhei seu crescimento semana a

semana nas orientações, e ainda seu desenvolvimento com a pesquisa, até

chegar a sua conclusão gratificante.

Por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram de

diversas formas para a conclusão deste trabalho e para o alcance do meu

objetivo, além da torcida e carinho direcionado a mim. Sinceramente, “muito

obrigada!”.

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Vou comemorar cada pequena vitória, como se

fosse um grande prêmio. Porque só eu sei o

quanto me custa vencer cada obstáculo,

por menor que seja....

Aurélia Vasconcelos

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RESUMO

O objetivo deste estudo é analisar a percepção dos empregados do hotel Ibis São José quanto à Qualidade de Vida no Trabalho. Para isso, os objetivos específicos delineados foram estes: analisar a percepção dos funcionários acerca da Qualidade de Vida no Trabalho, bem como, apontar os aspectos favoráveis e desfavoráveis à Qualidade de Vida no Trabalho no hotel Ibis, e ainda, identificar junto aos empregados do hotel Ibis, possíveis aspectos que podem influenciar na melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho e assim propor ações voltadas para melhorias na Qualidade de Vida no Trabalho. A metodologia utilizada foi estudo de caso descritivo, com abordagem predominantemente quantitativa, porém também com cunho qualitativa. A coleta de dados foi censitária, ou seja, a amostra estudada envolveu todos os empregados do hotel Ibis São José, ou seja, toda a população. A coleta dos dados primários foi obtida, por meio de questionário com questões fechadas e abertas, já os dados secundários foram obtidos através de pesquisa bibliográfica, e também de revistas técnicas, sites e etc. A análise dos dados foi quantificada estatisticamente, bem como, a interpretação das questões qualitativas se deu por meio de análise categorial. Na análise dos resultados, constatou-se que a percepção dos empregados referente à Qualidade de Vida no Trabalho apresenta um nível positivo de forma geral. Diante dos aspectos desfavoráveis apontados pelos empregados, foi elaborado um plano de ação com as seguintes melhorias: elaborar campanha sobre plano de cargos e salários praticados no hotel, criação de campanha motivacional, reforçar feedback e implementar Ginástica Laboral no hotel Ibis São José. O presente estudo não se considera acabado, permitindo que futuramente possa se desenvolver um estudo sobre ações para diminuição do absenteísmo. Palavras chaves: Qualidade de Vida no Trabalho. Hotel. Gestão de pessoas.

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ABSTRACT

The aim of this study is to analyze the employees' perception of Ibis Sâo José on the Quality of Working Life. For this, the specific goals outlined were these: to analyze the perception of employees on the Quality of Working Life, as well as point out the favorable and unfavorable aspects of Quality of Working Life in the Ibis hotel, and also to identify with the employees of Ibis, possible aspects that can influence the improvement of quality of Working Life and to propose actions for improvement in Quality of Working Life. The methodology was descriptive case study approach, with a mainly quantitative but also qualitative in nature. Data collection was a census, ie, the sample involved all employees of the hotel Ibis São José, ie the entire population. The primary data collection was obtained through a questionnaire with closed and open questions, since the secondary data were obtained through literature search, and also technical magazines, websites and so on. Data analysis was quantified statistically, and the interpretation of qualitative questions was given by the categorical analysis. In analyzing the results, it was found that the perception of employees on the Quality of Working Life has a positive level in general. Given the unfavorable aspects raised by employees, was drawn up an action plan with the following improvements: building on campaign plan for jobs and salaries in the hotel, creating motivational campaign, strengthen and implement feedback Gymnastics in San Jose Ibis This study is not considered finished, allowing the future to develop a study on actions to reduce absenteeism. Keywords: Quality of Working Life. Hotel. People management.

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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Figura 1 – Exemplo de banco de dados de RH..................................................... 31

Figura 2 – Esquema clássico de necessidades..................................................... 42

Figura 3 – Organograma do Hotel Ibis São José................................................... 64

Quadro 1 – Os seis processos de gestão de pessoas.......................................... 32

Quadro 2 – Evolução do conceito de Qualidade de Vida no Trabalho................. 35

Quadro 3 – Esquema clássico de necessidades................................................... 40

Quadro 4 – Modelo de Walton para aferição da QVT.......................................45-46

Quadro 5 – Modelo de Werther e Davis (Elementos de QVT)............................... 46

Quadro 6 – Indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho.................................. 47

Quadro 7 – Quadro comparativo entre os modelos de QVT................................. 48

Quadro 8 – Quadro de funcionários....................................................................... 56

Quadro 9 – Nota atribuída a Qualidade de Vida no Trabalho............................... 56

Quadro 10 – Sugestões de melhorias – 5W2H....................................................107

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Idade.................................................................................................. 63

Gráfico 02: Sexo.................................................................................................. 64

Gráfico 03: Estado civil........................................................................................ 64

Gráfico 04: Escolaridade..................................................................................... 65

Gráfico 05: Àrea de trabalho............................................................................... 66

Gráfico 06: Renda adequada ao trabalho........................................................... 67

Gráfico 07: Eqüidade interna.............................................................................. 69

Gráfico 08: Eqüidade externa............................................................................. 70

Gráfico 09: Jornada de trabalho......................................................................... 71

Gráfico 10: Ambiente físico seguro e saudável.................................................. 72

Gráfico 11: Intervalos e escala de folgas........................................................... 74

Gráfico 12: Autonomia....................................................................................... 75

Gráfico 13: Identidade da tarefa......................................................................... 76

Gráfico 14: Significado da tarefa........................................................................ 77

Gráfico 15: Retroinformação.............................................................................. 78

Gráfico 16: Crescimento profissional................................................................. 80

Gráfico 17: Investimento na capacitação........................................................... 81

Gráfico 18: Segurança do emprego................................................................... 82

Gráfico 19: Igualdade de oportunidades............................................................ 83

Gráfico 20: Discriminação.................................................................................. 84

Gráfico 21: Relacionamento.............................................................................. 85

Gráfico 22: Liberdade de expressão................................................................. 86

Gráfico 23: Normas e rotinas............................................................................ 88

Gráfico 24: Tempo disponível para família e amigos........................................ 89

Gráfico 25: Desgaste emocional e psicológico.................................................. 90

Gráfico 26: Dificuldade física............................................................................. 91

Gráfico 27: Equilíbrio da vida pessoal e profissional......................................... 92

Gráfico 28: Interferência na vida pessoal.......................................................... 93

Gráfico 29: Orgulho em ser funcionário do hotel Ibis........................................ 94

Gráfico 30: Imagem do hotel perante a comunidade........................................ 95

Gráfico 31: Qualidade de serviços e produtos.................................................. 96

Gráfico 32: Benefícios sociais........................................................................... 96

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 14 1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA............................................................ 14 1.1.1 Perguntas de pesquisa.............................................................................. 15 1.2 OBJETIVOS..................................................................................................... 16 1.2.1 Objetivo geral............................................................................................. 16 1.2.2 Objetivos específicos................................................................................. 16 1.3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................. 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 18 2.1 A EVOLUÇÃO DAS PERSPECTIVAS ACERCA DO GERENCIAMENTO DAS

PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES........................................................................ 18 2.2 FUNÇÕES E ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

............................................................................................................................. 22 2.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO......................................................... 32 2.3.1 Origem e evolução da qualidade de vida no trabalho.............................32 2.3.2 Conceitos da qualidade de vida no trabalho............................................35 2.3.3 Modelos de qualidade de vida no trabalho.............................................. 40 2.3.3.1 Modelo de Hackman e Oldham................................................................. 41 2.3.3.2 Modelo de Siqueira e Coletta.................................................................... 42 2.3.3.3 Modelo de Walton...................................................................................... 43 2.3.3.4 Modelo de Werther e Davis....................................................................... 46 2.3.3.5 Modelo de Westley.................................................................................... 47 2.3.4 Críticas e potencialidades do modelo de Walton...................................48 3 METODOLOGIA................................................................................................. 50 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.............................................................. 50 3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA........................................... 52 3.3 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS............................. 53 3.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS............. 55 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS................................................... 56 4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS MARCANTES DO HOTEL IBIS (SÃO JOSÉ

/SC)....................................................................................................................... 56 4.2 HISTÓRICO DO HOTEL EM ESTUDO............................................................ 58 4.3 ANÁLISE DOS DADOS.................................................................................. 62 4.3.1 Perfil dos participantes..............................................................................62 4.3.1.1 Idade.......................................................................................................... 63 4.3.1.2 Sexo........................................................................................................... 64 4.3.1.3 Estado civil................................................................................................ 64 4.3.1.4 Escolaridade.............................................................................................. 65 4.3.1.5 Área de trabalho........................................................................................ 66 4.3.2 Compensação justa e adequada..............................................................67 4.3.2.1 Renda adequada ao trabalho.................................................................... 67 4.3.2.2 Eqüidade interna........................................................................................ 69 4.3.2.3 Eqüidade externa....................................................................................... 70 4.3.3 Condições de Trabalho.............................................................................71 4.3.3.1 Jornada de trabalho.................................................................................. 71 4.3.3.2 Ambiente físico seguro e saudável............................................................ 72 4.3.3.2.1 Condições de segurança........................................................................ 73 4.3.3.2.2 Disponibilização de materiais e equipamentos....................................... 73

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4.3.3.2.3 Intervalos e escala de folgas.................................................................. 74 4.3.4 Uso e desenvolvimento de capacidades.................................................75 4.3.4.1 Autonomia.................................................................................................. 75 4.3.4.2 Identidade da tarefa.................................................................................. 76 4.3.4.3 Significado da tarefa................................................................................. 77 4.3.4.4 Variedade da habilidade............................................................................ 78 4.3.4.5 Retroinformação........................................................................................ 78 4.3.5 Oportunidade de crescimento e segurança............................................79 4.3.5.1 Crescimento profissional.......................................................................... 80 4.3.5.1.1 Investimento na capacitação dos funcionários....................................... 81 4.3.5.2 Segurança do emprego............................................................................. 82 4.3.6 Integração social na empresa................................................................... 83 4.3.6.1 Igualdade de oportunidades...................................................................... 83 4.3.6.2 Relacionamento......................................................................................... 84 4.3.6.2.1 Companheirismo e respeito mútuo......................................................... 85 4.3.7 Constitucionalismo.................................................................................... 86 4.3.7.1 Liberdade de expressão............................................................................ 86 4.3.7.2 Respeito às leis e direitos trabalhistas...................................................... 87 4.3.7.3 Privacidade pessoal................................................................................... 87 4.3.7.4 Normas e rotinas....................................................................................... 88 4.3.8 Trabalho e espaço total de vida................................................................89 4.3.8.1 Papel balanceado do trabalho................................................................... 89 4.3.8.1.1 Desgaste emocional e psicológico.......................................................... 90 4.3.8.1.2 Dificuldade física..................................................................................... 91 4.3.8.1.3 Equilíbrio vida pessoal e profissional...................................................... 92 4.3.8.1.4 Interferência na vida pessoal.................................................................. 93 4.3.9 Relevância social da vida no trabalho.....................................................94 4.3.9.1 Imagem da empresa.................................................................................. 94 4.3.9.1.1 Imagem do hotel perante comunidade................................................... 95 4.3.9.2 Responsabilidade social pelos serviços e produtos.................................. 96 4.3.9.3 Responsabilidade social pelos empregados............................................ 96 4.3.10 Análise da nota atribuída pelos funcionários acerca da Qualidade de Vida no Trabalho no hotel Ibis São José.......................................................... 98 4.3.11 Análise das melhorias propostas pelos empregados do hotel Ibis São José...................................................................................................................... 99 4.4 ASPECTOS FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS À QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO FRENTE À PERCEPÇÃO DOS EMPREGADOS DO HOTEL IBIS SÃO

JOSÉ................................................................................................................... 100 4.4.1 Aspectos favoráveis.................................................................................100 4.4.2 Aspectos desfavoráveis e respectivas sugestões de melhorias.........103 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................109 REFERÊNCIAS...................................................................................................111 APÊNDICES........................................................................................................114

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1 INTRODUÇÂO

Neste capítulo, é apresentado o tema desta pesquisa e o problema

delimitado. Em seguida, trata-se dos objetivos geral e específicos, assim como,

os motivos que justificam a pesquisa realizada no hotel Ibis São José.

1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

Nas últimas décadas, a Qualidade de Vida no Trabalho está galgando

espaço nas organizações devido à preocupação de suprir as necessidades dos

trabalhadores no desenvolvimento de suas atividades, visando à motivação e a

satisfação com o ambiente de trabalho. A Qualidade de Vida no Trabalho tende a

auxiliar no aumento da motivação e, possivelmente, na melhoria na produtividade

dos trabalhadores, tendo em vista, que em termos gerais, acredita-se que

pessoas motivadas estão mais propensas a produzir mais.

A Qualidade de Vida no Trabalho tem como objetivo humanizar as

relações trabalhistas organizacionais, com o intuito de conciliar produtividade e a

satisfação do trabalhador com seu ambiente de trabalho, visando ao bem-estar,

saúde e segurança dos trabalhadores. (BÚRIGO, 1997)

Por ser um assunto que interessa à pesquisadora, buscou-se contato com

empresas que pudessem oportunizar esse tipo de estudo. Cabe comentar que por

ser um tema sensível à opinião dos empregados, algumas empresas não

permitiram que esta pesquisa fosse realizada. No entanto, uma que abriu espaço

foi o hotel Ibis em São José, representando deste modo uma oportunidade muito

bem vinda, haja vista que a natureza do trabalho hoteleiro é bastante rotineiro,

metódico e padronizado, o que dá indícios de deficiências no que tange a

Qualidade de Vida no Trabalho por sua própria configuração

Este hotel chamou atenção da pesquisadora pelo fato de que apresenta

visão e ações, supostamente voltadas para o lado humano da organização e por

ter sido inaugurado recentemente, o que leva a crer que ainda não possui raízes

viciosas em termos de políticas comprometedoras da qualidade de vida de quem

lá trabalha

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Posto isso, diante da convergência entre a realidade a ser analisada e o

tema proposto, julgou-se interessante a concretização de uma pesquisa sobre

qualidade de vida na esfera do hotel Ibis em São José.

O hotel Ibis São José foi inaugurado em 21 de janeiro de 2010, e a rede

ACCOR atua no Brasil, há mais de 30 anos; ele atualmente, conta com 24

empregados. De acordo com Revista Época (2010), a política da rede Accor, que

é a rede na qual se insere o hotel Ibis, prioriza a valorização do capital humano

juntamente com a preocupação referente à Qualidade de Vida no Trabalho de

seus empregados, o que resultou ser eleita pela décima terceira vez a melhor

empresa para se trabalhar na América Latina. Assim, tudo que se comentou sobre

o hotel estudado não se dá por acaso, sendo, provavelmente, o reflexo de uma

política maior gerida pela própria rede.

Nesse sentido, frente à situação apresentada, definiu-se o seguinte

problema de pesquisa:

Como os empregados do hotel Ibis São José avaliam a Qualidade de

Vida no Trabalho?

1.1.1 Perguntas de pesquisa

Para que este problema seja alcançado, buscou-se delimitar algumas

perguntas de pesquisa, com vista a conduzir mais pontualmente o propósito deste

trabalho, que são:

Qual a percepção dos funcionários acerca da Qualidade de Vida no

Trabalho no hotel Ibis de São José?

Quais são os aspectos favoráveis e desfavoráveis à Qualidade de Vida no

Trabalho no hotel Ibis?

De acordo com os empregados do hotel Ibis, quais são os possíveis

aspectos que podem influenciar na melhoria da Qualidade de Vida no

Trabalho?

Que ações voltadas para melhorias na Qualidade de Vida no Trabalho

neste hotel podem ser propostas?

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1.2 OBJETIVOS

Diante da questão norteadora deste estudo, definem-se os seguintes objetivos

geral e específicos.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa é analisar como está a Qualidade de Vida

no Trabalho dos empregados do hotel Ibis em São José, a partir da percepção

dos mesmos.

1.2.2 Objetivos específicos

Analisar a percepção dos funcionários a cerca da Qualidade de Vida no

Trabalho;

Apontar os aspectos favoráveis e desfavoráveis à Qualidade de Vida no

Trabalho no hotel Ibis

Identificar junto aos empregados do hotel Ibis, possíveis aspectos que

podem influenciar na melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho;

Propor ações voltadas para melhorias na Qualidade de Vida no Trabalho.

1.3 JUSTIFICATIVA

Atualmente, a Qualidade de Vida no Trabalho está em foco nas

organizações e o hotel Ibis São José também se enquadra nessa realidade.

Nesse sentido, este estudo é importante, pois o objetivo do mesmo é realizar uma

pesquisa de Qualidade de Vida no Trabalho com os empregados da empresa,

visando a descrever os benefícios da Qualidade de Vida no Trabalho para

empresa referente à produtividade e motivação de seus empregados, bem como

para os próprios empregados, entre outros benefícios. Pois as pessoas são de

vital importância para criação de valor e diferenciais competitivos nas

organizações. Esse pessoal motivado gera melhores resultados, satisfazendo a

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empresa e os clientes, bem como, a si mesmos, mantendo seus empregos e sua

Qualidade de Vida no Trabalho. (TUCKER, 1999).

Conseqüentemente, ao se vislumbrar analisar a qualidade de vida dos

empregados no hotel Ibis São José, coopera-se com o desenvolvimento

econômico, pois tende a acarretar menores índices de desemprego, absenteísmo

na empresa e ainda mais qualidades nos serviços prestados.

No aspecto acadêmico, possibilitará aprofundamento e enriquecimento do

aprendizado, além de proporcionar novos conhecimentos teóricos e práticos à

pesquisadora.

O momento atual é oportuno porque a organização, recentemente,

inaugurou a unidade na cidade de São José e consta em fase de

aperfeiçoamentos, o que requer informações referentes à percepção dos

empregados sobre a Qualidade de Vida no Trabalho, com vistas a implantar

melhorias referentes às possíveis deficiências, ou melhor, divergências

apresentadas diante da percepção dos empregados e as políticas da referida

unidade.

O estudo é viável, pois agregará conhecimentos teóricos e práticos à

acadêmica e resultará em melhorias para a empresa. Este trabalho foi realizado

no período de um ano, os custos a ele inerentes são irrisórios, haja vista que os

custos da pesquisa são relativamente baixos e o acesso às informações foi

permitido com fluidez, tendo em vista que o gestor da organização mostrou-se

significativamente interessado no desenvolvimento desse estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, são abordados conceitos de autores que escrevem sobre

gestão de pessoas, a sua perspectiva histórica, suas funções e atividades, e por

fim, o tema central que é Qualidade de Vida no Trabalho, explanando sobre a sua

origem e evolução, seus conceitos e modelos de análise, visando a um maior

embasamento teórico sobre o assunto.

2.1 A EVOLUÇÃO DAS PERSPECTIVAS ACERCA DO GERENCIAMENTO DAS

PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Este espaço se destina, como o nome já sugere, a um panorama histórico

da gestão dos recursos humanos no âmbito organizacional. Para tal, são

contempladas as fases mais marcantes no gerenciamento das pessoas nas

organizações: Seção de Pessoal, Relações Industriais, Administração de

Recursos Humanos e Gestão de Pessoas.

O desenvolvimento industrial brasileiro, concentrado, primeiramente no

eixo São Paulo e Rio de Janeiro, foi impulsionado após o fim do regime

escravocrata e mudanças na economia cafeeira, que gerou a formação do

mercado de trabalho devido os trabalhadores rurais dirigiram-se aos centros

urbanos em busca de emprego no setor de serviços e na indústria, e o consumo

interno aliado à disponibilidade de recursos financeiros e materiais. (FISCHER e

FLEURY, 1992)

Nas primeiras décadas do século XX, o governo ainda possuía restrito

poder de intervenção nas atividades produtivas e na regulamentação da relação

capital e trabalho, salientando que os movimentos grevistas sofriam forte

repreensão. De acordo com Gil (1994), as atividades de recursos humanos nesse

período eram limitadas somente a calcular o valor da retribuição aos

trabalhadores em decorrência do trabalhado efetuado.

Fausto (1977 apud FISCHER e FLEURY, 1992, p. 7) afirma que já no fim

do século XIX, formava-se um movimento associativista de operários que

defendiam a coletivização dos meios de produção e destacava a importância do

papel do sindicato e também a defesa pela greve como forma de reivindicações e

luta.

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Fischer e Fleury (1992) salientam ainda que as greves tiveram as

condições de trabalho como principais reivindicações, tais como: salário, jornada

de trabalho, descanso semanal, indenização por acidente, limitação do trabalho

de mulheres e crianças e melhorias nas condições de higiene, incluindo a greve

geral de 1917. Conforme Gil (1994), essa greve foi a mais importante da história

do movimento operário brasileiro, pois a mesma alertou patrões e Governo sobre

a necessidade urgente de aplicar medidas adequadas de proteção aos

trabalhadores, que resultou na iniciativa de algumas empresas darem início às

campanhas para criação de cooperativas para reduzir o custo dos gêneros de

consumo.

Segundo Fischer e Fleury (1992), após a revolução de 1930, o Estado

passou a intervir diretamente na política, economia e na sociedade de nosso país,

e foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio regulamentando as

condições de trabalho, as organizações sindicais e a previdência social, tão

almejados décadas antes.

Corroborando com essa afirmação, os autores evidenciam que: “as

empresas do setor industrial começam a criar, desde 1930, suas Seções de

Pessoal que burocratizaram os aspectos jurídico-legais da relação empregatícia.”

(Grifo nosso)

Na mesma linha Gil (1994) afirma que para atender as crescentes

reivindicações trabalhistas, as empresas incluíram a sua estrutura administrativa a

Seção de Pessoal para cuidar das rotinas trabalhistas, das obrigações, direitos e

deveres dos trabalhadores e principalmente a parte disciplinar. Destaca ainda,

que o surgimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) na década de 40 e

a legislação trabalhista no mesmo período ocasionaram a criação da carteira

profissional, a regulamentação do horário de trabalho, o direito a férias

remuneradas, entre outros.

Para Gil (1994), a década de 1950 foi caracterizada por significativas

mudanças referente às relações de trabalho devido à expansão da indústria

siderúrgica, petrolífera, química e farmacêutica, juntamente com a implantação

das indústrias automobilísticas, que gerou o atrito da classe operária que possuía

maior nível de qualificação, com os empresários possuindo o aspecto de conflito

industrial. Esses conflitos resultaram na necessidade de um novo profissional

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para gerenciar os problemas de pessoal. Baseado no modelo americano, as

grandes empresas criaram departamentos de Relações Industriais. (Grifo nosso)

Na mesma perspectiva, Gil (1994, p. 15) acrescenta que: “como

conseqüência, [...] a seção de pessoal deu origem ao departamento de relações

industriais e alterou o perfil requerido de seus dirigentes.”

Segundo Fischer e Fleury (1992), o modelo americano criou esse

departamento para administrar cargos e salários, estabelecer as funções, definir

as linhas de carreira e formalizar a estrutura hierárquica organizacional.

Verifica-se, nessa perspectiva, que de acordo com Gil (1994, p. 15): “a

criação de departamentos de relações industriais em muitas empresas significou

pouco mais do que a mudança de nome da unidade de pessoal.”

Devido ao fato que naquela época, a pressão dos sindicatos não era muito

significativa.

Fischer e Fleury (1992, p. 9) refletem que:

esse modelo pautou a estruturação das áreas de Recursos Humanos e o desenvolvimento de práticas e instrumentos gerenciais na maioria das grandes empresas até os dias atuais. Influenciou a formação de cultura própria aos profissionais de Recursos Humanos. [...] Influenciou também, de certo modo padronizando, os aspectos mais técnicos e instrumentais da gestão das relações de trabalho.

Gil (1994) aponta que, na década de 60, a expressão Administração de

Recursos Humanos passou a substituir os termos: Administração de Pessoal e

Relações industriais nas organizações brasileiras.

O surgimento da Administração de Recursos Humanos é devido ao

desenvolvimento e crescimento das organizações, que resulta no aumento do

grau de complexidade na execução das tarefas de gestão de pessoas. (GIL,

1994)

GIL (1994, p.13) conceitua Administração de Recursos Humanos como:

[..] o ramo especializado da Ciência da Administração que envolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. É, pois, a área que trata de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação de pessoal.

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Em complemento a esta posição, Gil (1994) considera que a

Administração de Recursos Humanos pode ser entendida como Administração de

Pessoal, partindo de uma abordagem sistêmica, ou seja, o setor deve ser visto

como um conjunto de elementos unidos por interação ou interdependência,

consequentemente em uma combinação de partes, formando um unitário com

disposição das partes ou elementos coordenados entre si e com estrutura

organizada.

Conforme Motta e Vasconcelos (2006), a concepção administração de

recursos humanos cede espaço para Gestão de Pessoas, pois era considerada

inadequada para referir-se a indivíduos de múltiplas dimensões e que era inviável

o mesmo ser considerado tão somente um recurso a ser explorado pela

organização, onde a Gestão de Pessoas considera o empregado em sua

plenitude integral e não apenas como mero fator produtivo. Destaca-se que a

organização também passou a ser vista como um importante fator social devido a

sua preocupação com a lucratividade e eficiência. (Grifo nosso)

Franzoni e Lapolli (2009) observam que, a gestão de pessoas também

possui o objetivo de conscientizar e orientar os empregados sobre a cultura,

política e valores praticados pela empresa, juntamente com a valorização do

potencial dos empregados no ambiente de trabalho.

A organização necessita visualizar as pessoas como parceiras e não

apenas empregados contratados para executar determinadas tarefas, pois eles

estão inseridos no funcionamento essencial da empresa, colaborando com suas

competências e inteligência para tomada de decisão rumada ao alcance das

metas. (CHIAVENATO, 2004).

Concordando com esta afirmação, Chiavenato (2004) evidencia que a

Gestão de Pessoas interliga as organizações e pessoas, pois ambas necessitam

uma das outras, ou seja, as empresas dependem das pessoas para alcançar suas

metas e objetivos, e as pessoas utilizam as empresas como via de satisfação dos

seus objetivos pessoais.

Na mesma linha, Milkovich e Boudreau (2000) afirmam que para a

organização alcançar seus objetivos, além de necessitar dos recursos físicos,

tecnológicos e financeiros, há outro fator importante: os recursos humanos, e para

a organização e os empregados atingirem suas metas, é necessário que as

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decisões sejam integradas, ou seja, as mesmas devem ser definidas de forma

descentralizada com a participação de todos.

Em perspectiva similar, Chiavenato (2004) sustenta que a sobrevivência e

sucesso das organizações no atual contexto empresarial trazem como

conseqüência a necessidade de aperfeiçoamento de seus recursos, pois acabam

intensificando-se nas operações cotidianas, ou seja, os recursos utilizados, tanto

materiais, financeiros e tecnológicos precisam ser eficientes e eficazes para

melhor desempenho organizacional. Os recursos humanos colaboram com esse

desempenho através do conhecimento, habilidade e atitudes dos empregados.

Esse conjunto de características são o diferencial competitivo adotado pelas

empresas, pois a principal diferença entre as organizações é o capital humano

que promove e mantém o sucesso das mesmas.

Nota-se, assim, o avanço e desenvolvimento da administração dos

recursos humanos dentro das organizações. Primeiramente, a função

correspondia somente à parte disciplinar e trabalhista, posteriormente, foi

evoluindo e aperfeiçoando, o que conseqüentemente agregou mais funções como

administrar cargos e salários, plano de carreira, formalizar a estrutura hierárquica

organizacional, recrutamento e seleção, treinamento, desenvolvimento,

manutenção, controle e avaliação de desempenho, entre outras.

Atualmente, a gestão de pessoas possui papel estratégico nas

organizações, devido à “via de mão dupla” entre os empregados e a empresa,

para cada qual atingir os objetivos almejados. Cabe salientar que, dentre todos os

recursos utilizados pela empresa, os recursos humanos possuem elevado nível

de importância devido ser reconhecido como fator de execução das atividades e

colaboração do desenvolvimento da empresa.

Para que tal postura estratégica seja colocada em prática, faz-se

necessário a realização das funções da área de gestão de recursos humanos.

2.2 FUNÇÕES E ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS

HUMANOS

Para um melhor entendimento das funções e atividades da administração

de recursos humanos, neste espaço abordam-se visões e opiniões de autores

sobre o tema.

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Tendo como objetivo fazer o melhor uso do capital humano, que promove e

mantém o sucesso das organizações, desempenham-se quatro funções básicas

da Administração: planejar, organizar, dirigir, controlar e Administração de

Recursos Humanos auxilia a administrar o trabalho das pessoas.

Conforme Chiavenato (1999), a ARH refere-se às seguintes políticas e

práticas: análise e descrição de cargos, desenho de cargos, recrutamento e

seleção de pessoal, admissão de candidatos selecionados, orientação e

integração de novos empregados, administração de cargos e salários, incentivos

salariais e benefícios sociais, avaliação do desempenho dos empregados,

comunicação aos empregados, treinamento e desenvolvimento de pessoal,

desenvolvimento organizacional, higiene, segurança e qualidade de vida no

trabalho, relações com empregados e relações sindicais.

De acordo com o autor, essas políticas e práticas podem ser elencadas em

seis processos da Gestão de Pessoas:

1) Processos de agregar pessoas

São utilizados para incluir novas pessoas na organização por meio de

recrutamento e seleção de pessoas. Esse processo também pode ser

denominado processos de provisão ou suprimento. (CHIAVENATO, 1999)

Para as organizações suprir-se com profissionais competentes e

automotivados do mercado de trabalho, é necessário atrair pessoas por

intermédio das três grandes etapas desse processo: recrutamento, seleção e

integração. (BULGACOV, 1999).

Milkovich e Boudreau (2000) conceituam o recrutamento como um

processo de identificação e atração de candidatos, em que, posteriormente alguns

serão contratados para o cargo. Essa afirmação pode ser complementada por

Aquino (1984, p. 158) ao afirmar que, “o recrutamento atua como elo de ligação

entre o ambiente externo e a organização e funciona como o primeiro ponto de

contato entre o trabalhador e a empresa”.

De acordo com Bulgacov (1999), o recrutamento divide-se em interno e

externo. O interno se dá por meio de transferência de pessoal, promoção ou

ambos, programas de desenvolvimento profissional e plano de carreiras. Assim,

para tomar a decisão mais acertada o gestor necessita muitas informações sobre

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os empregados que atuam na empresa. O recrutamento externo, é feito por meio

de técnicas que atraiam candidatos de fora da organização com o perfil desejado

pela mesma, cabe salientar que, conforme Aquino (1984, p. 161): “O

recrutamento interno, estabelece valiosa tática de motivação, que pode ser

explorada pela empresa, além de ser um meio de redução de custos e aumento

na produtividade.” Um processo de recrutamento bem feito contribui

definitivamente na produtividade da empresa, resultando em bens e serviços mais

elevados. (CARVALHO e NASCIMENTO, 2004)

Ao término dessa fase, é efetuada a seleção que é composta por etapas

para escolher os candidatos que apresentam o perfil almejado pela empresa,

além das melhores qualificações profissionais para o cargo. (BULGACOV, 1999).

Aquino (1984) conclui que o recrutamento e a seleção se complementam,

pois o recrutamento visa a atrair bons candidatos para o cargo disponível e o

mesmo inicia-se com a emissão de requisição de candidatos interessados na

vaga e finaliza-se com a triagem, que é o ponto onde inicializa a seleção por meio

da escolha dos melhores candidatos resultantes da triagem e termina na

assinatura do contrato de trabalho.

Por fim, a integração do novo funcionário ocorre por intermédio da

socialização organizacional, ou seja, internalização dos valores da empresa e as

formas de trabalho. Segundo Stoner e Freeman (1999), a socialização

geralmente é elaborada com informações sobre a rotina de trabalho, histórico da

organização englobando os produtos e/ou serviços da mesma, juntamente com

políticas, regras de trabalho e benefícios da organização, com o intuito de auxiliar

os novos empregados a ajustarem-se à organização, com a finalidade de que o

recém-admitido trabalhe confortavelmente e eficazmente.

Aquino (1984) ressalta que, após a conclusão das etapas de recrutamento,

seleção e socialização, o desempenho do empregado dependerá basicamente

das condições de trabalho proporcionadas pela empresa, que são contempladas

na seqüência.

2) Processos de aplicar pessoas

São utilizados para desenhar as atividades que serão realizadas dentro da

empresa, além da orientação e acompanhamento de avaliação do desempenho

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dos empregados. Compreendem ainda o desenho organizacional e desempenho,

análise e descrição dos cargos. (CHIAVENATO, 1999)

Para Bulgacov (1999), a descrição de cargos envolve o conteúdo de cargo,

ou seja, uma descrição completa sobre as tarefas e atribuições do mesmo. A

análise de cargo é o processo de comparação dos requisitos necessários do

ocupante para a execução das atividades pertinentes dos cargos.

Nesse sentido, Lucena (1995) complementa afirmando que a descrição de

cargos aborda o campo de atuação de cada cargo, o retorno esperado, os

requisitos profissionais e pessoais fundamentais para ocupar o cargo. Além da

missão e responsabilidade de cada unidade, as posições de trabalho juntamente

com as atribuições e autoridades de cada cargo.

Conforme Milkovich e Boudreau (2000), a avaliação de desempenho é o

processo que mede o desempenho do funcionário com o objetivo de informações

acerca da atuação dos empregados e o desempenho do empregado corresponde

ao nível de realização das exigências do trabalho ou cargo, onde subsidia outras

atividades fundamentais do RH, como: contratação, promoção, demissão e

recompensas que será abordado no próximo item. Em perspectiva similar, Aquino

(1984) afirma que avaliação de desempenho leva ao conhecimento sobre o

trabalhador e o comportamento organizacional, e fornece informações para

auxiliar no planejamento de RH, pois todas as iniciativas e ações da gestão de

recursos humanos estão focadas no gerenciamento do desempenho.

A avaliação de desempenho também facilita e viabiliza procedimentos em

relação ao ocupante do cargo e à empresa, ou seja, adequar a pessoa ao cargo

através de treinamento, etc. Também são considerados fatores que interferem na

relação entre o esforço individual e o desempenho no cargo, resultando em

recompensas (valores e probabilidades da mesma) e a percepção do ocupante

cargo referente á sua atuação. (BULGACOV, 1999)

Lucena (1995, p. 130) reflete que:

o desempenho é a manifestação concreta, objetiva do que um indivíduo é capaz de fazer. É algo que pode ser observado, controlado e mensurado. Por esta razão é, também, a principal fonte de informação que possibilitará projetar o que o indivíduo será capaz de fazer no futuro, pois o seu potencial revela-se através do seu desempenho.

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Os autores Milkovich e Boudreau (2000) e Aquino (1984) tecem

comentários acerca que a avaliação de desempenho devem ser flexíveis, tendo

em vista que as regras, padrões e métodos alteram-se no decorrer no tempo, e

faz-se necessário considerar as diferenças individuais dos empregados avaliados,

pois as pessoas diferem entre si e conseqüentemente a forma de avaliação

também necessita adequar-se.

3) Processos de recompensar pessoas

São utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer as necessidades

individuais das mesmas, mediante recompensas, remuneração e benefícios, e

serviços sociais. (CHIAVENATO, 1999)

Milkovich e Boudreau (2000) definem a remuneração como retorno

financeiro que os empregados recebem como pagamento fruto do trabalho.

Sob outro ângulo, Aquino (1984) enfatiza que, o salário possui conotação

emocional, pois por intermédio de seu ganho, o mesmo efetua uma auto-

avaliação pessoal e profissional. Dessa forma, o salário não deve ser visto

somente como uma variável financeira devido ao fato que a sua remuneração

reflete na situação, social, condições de vivência e status social mediante o poder

aquisitivo.

Conforme Bulgacov (1999), as formas de remuneração mais utilizadas são:

funcional que é determinada pela função e ajustada conforme o valor do mercado;

e a variável, que é vinculada a metas de desempenho individual, de equipe ou da

organização como todo por meio da participação de lucros e resultados.

Corroborando com essa afirmação, Aquino (1984), sustenta que as

principais formas de remuneração são, por cargo, que acompanha o valor do

mercado e também, por meio do desempenho e qualidades do funcionário que

apresenta reforço positivo, pois serve de incentivo aos demais trabalhadores. Há

ainda, a recompensa por mérito após realização de avaliação de desempenho.

Segundo Bulgacov (1999), os serviços sociais incluem: recreação,

atividades comunitárias, entre outros. No entanto, Aquino (1984) sinaliza que as

práticas de lazer devem ser oferecidas de forma adequada e em medida dosada,

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pois esse tipo de convivência em demasia acaba formando subgrupos no âmbito

organizacional.

Chiavenato (1999) define como benefícios, a previdência social e privada,

auxílio refeição, transporte, assistência médica e educacional, entre outros. Em

complemento com essa posição, Aquino (1984) aponta como forma de benefício:

assistência médica e odontológica, restaurante, transporte, cartão de crédito,

automóvel, viagens, convênios com farmácias, cooperativas, etc. Enfatiza ainda

que, os benefícios são assimilados pelos trabalhadores como salário indireto e um

meio de complementar a renda. Entretanto, o empregado tende a considerar o

benefício como direito adquirido.

4) Processos de desenvolver pessoas

São utilizados para capacitação e desenvolvimento profissional e pessoal.

Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, programas de mudanças,

planos de carreira e programas de comunicação e consenso. (CHIAVENATO,

1999)

De acordo com Aquino (1984), o objetivo do treinamento é fornecer ao

empregado conhecimentos, habilidades e atitudes relativas ao seu campo de

atividade. Stoner e Freeman (1999) diferem o treinamento de empregados recém-

contratados e empregados experientes, pois os novos empregados estão

altamente motivados e desejam adquirir novos conhecimentos e assimilam mais

facilmente às habilidades e comportamentos advindos do novo cargo. Por outro

lado, os empregados antigos podem apresentar resistência a novos

conhecimentos e a necessidade de alterar hábitos cotidianos.

Stoner e Freeman (1999) analisam o programa de desenvolvimento das

pessoas como desenvolvimento de habilidades necessárias para futuras

atividades no trabalho. Ressalta-se que, o desenvolvimento é um processo para

aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados em longo prazo, com a

intenção de torná-los futuros membros da organização, sendo que o

desenvolvimento de pessoas não abrange somente o treinamento, bem como a

carreira e outras experiências do empregado. (MILKOVICH e BOUDREAU, 2000)

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É notório, que o treinamento e desenvolvimento de pessoas são aliados,

pois ambos constituem técnicas para gerar melhorias e aperfeiçoamento de

aptidões. (BULGACOV, 1999)

Porém, Chiavenato (1999), aponta que a diferença entre treinamento e

desenvolvimento é que, o treinamento é orientado para curto e médio prazo e o

desenvolvimento é proposto a longo prazo.

Para Milkovich e Boudreau (2000), o plano de carreira pode ser definido

como o processo no qual o funcionário identifica e implementa os passos

necessários para atingir as metas da carreira. Conforme Bulgacov (1999), o plano

de carreira é o melhor fator de motivação para o grupo de trabalho, pois quando

as empresas possuem um plano de carreira condicionam a motivação os

empregados perceberem quais chances de crescimento existem dentro da

organização. O autor destaca ainda que, o plano de carreira define a trajetória a

ser percorrida na empresa, tendo em vista, que a carreira se resume na sucessão

de cargos ocupados por uma pessoa no decorrer de sua vida profissional, e o que

possibilita a ascensão de novos cargos são as avaliações de desempenho e o

potencial do próprio indivíduo.

Na mesma concepção, Aquino (1984) divide o plano de carreira em graus,

onde cada grau apresenta atribuições, responsabilidades e complexidades

diferentes e o plano de carreira pode ser horizontal que propícia melhores

condições salariais e de trabalho, mas sem elevar na estrutura hierárquica e já na

vertical ocorre crescimento nas posições hierárquicas.

5) Processos de manter pessoas

Esses processos criam condições satisfatórias para as atividades das

pessoas, como condições ambientais e psicológicas, por meio da administração

da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida, além da manutenção de

relações sindicais. (CHIAVENATO, 1999)

Carvalho e Nascimento (2004), analisam a Higiene do Trabalho como uma

série de normas e procedimentos que visam à proteção da saúde física e mental

dos empregados, que possam resultar da execução das tarefas rotineiras ou

devido ao ambiente físico onde as atividades são desempenhadas.

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De forma mais abrangente, Chiavenato (1999) observa que a higiene do

trabalho está diretamente interligada as condições ambientais e físicas do

trabalho, que garantam a saúde das pessoas, tanto no nível físico que atenta-se

aos fatores de ruído, ar, temperatura, umidade, luminosidade e equipamentos

adequados de trabalho, entre outros. Como no nível mental, que engloba

condições psicológicas e sociológicas saudáveis, além de oferecer bem-estar

nesse ambiente.

Carvalho e Nascimento (2004) abordam a segurança do trabalho como

prevenção de acidentes na empresa e é considerado um fator decisivo na

produtividade dos empregados. A segurança do trabalho baseia-se em prevenção

de acidentes, incêndios e roubos. Devido ser um fator decisivo, a mesma está

recebendo cada vez mais atenção dos gestores, pois além da demonstração de

respeito e consideração para com os empregados, implica também

financeiramente como resultado do absenteísmo e rotatividade de pessoal,

afastamento por doenças e acidentes e maior custo com indenizações dos

mesmos. (CHIAVENATO, 1999)

As relações sindicais possuem a função de intermédio entre as relações de

capital e trabalho, analisando as expectativas de ambas as partes envolvidas, ou

seja, dos empregadores e dos empregados, para criar alternativas para

negociação das mesmas. (LUCENA, 1995)

Contribuindo com a visão exposta pela autora acima, Milkovich e Boudreau

(2000) apresenta os sindicatos com a função de contribuir com o bem-estar

econômico de seus associados mediante auxilio na resolução de conflitos no

ambiente interno de trabalho, dando voz ativa aos trabalhadores para melhorias

almejadas.

6) Processos de monitorar pessoas

Efetuam o acompanhamento e controle das atividades executadas pelos

empregados, juntamente com a verificação dos resultados através de banco de

dados e sistemas de informações gerenciais. (CHIAVENATO, 1999)

De acordo com Milkovich e Boudreau (2000), sistemas de informações de

recursos humanos engloba a coletar dados, armazená-los e mantê-los, além da

recuperação e validação dos mesmos sobre o RH das organizações juntamente

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com suas características e atividades, tais como: fornecer informações que

auxiliam o processo de recrutamento e seleção, por meio de informações de

demissões e qualificações dos candidatos; informações de custos referentes a

treinamentos e o desempenho dos treinados, entre outros.

Na mesma linha, Chiavenato (1999) complementa definindo sistema de

informação gerencial como sistema que colhe, processa, armazena e dissemina

informação, com o objetivo de ajudar na tomada de decisão eficaz pelos gestores

responsáveis e envolvidos nesse processo. O autor ainda aponta três

necessidades desse sistema, a primeira é saber claramente de quais informações

os gestores precisam para administrar seus subordinados, logo, a segunda refere-

se á adaptação do sistema as necessidades dos gestores e, por fim, verificar

quais informações devem ser divulgadas por meio de relatórios.

O banco de dados é o suporte básico de todos os sistemas de

informações, sua função é armazenar e acumular dados codificados, ou seja,

elementos que baseiam a formação do juízo e resolução de problemas,

disponibilizando-os para processamento e obtenção de informações. Pode afirmar

também que “o banco de dados é um conjunto integrado de arquivos relacionados

logicamente, organizados de forma a melhorar e facilitar o acesso aos dados e

eliminar a redundância”. (CHIAVENATO, 1999, p. 406-407)

De acordo com o autor, a gestão de pessoas utiliza vários bancos de dados

interligados, que obtêm e armazenam dados fornecendo cadastros de pessoal, de

cargos, seções, remuneração, benefícios, treinamento, candidatos e também

cadastro médico, conforme segue a figura 1:

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Banco de Dados

Figura 1: Exemplo de banco de dados de RH. Fonte: Adaptado de Chiavenato (1999, p.407)

Dessa forma, Milkovich e Boudreau (2000) apresentam os três

componentes principais de um sistema de informação de recursos humanos:

primeiramente, a entrada de dados como introdução de dados no sistema,

atentando-se a coleta de dados e a definição de quando e como serão

processados; seguido da etapa de processamento e manutenção dos dados que

ocorre por meio de utilização de redes ou internet, e por fim, a etapa final de saída

que é o resultado do processamento das informações inseridas no sistema no

início desse processo.

Segue quadro 1 de síntese e esquematização dos seis processos de

gestão de pessoas:

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Quadro 1: Os seis processos de gestão de pessoas. Fonte: Adaptado de Chiavenato (1999, p.12)

Diante das funções apresentadas, este estudo concede um espaço

especial à explanação de uma das atividades de manutenção dos recursos

humanos, que é a Qualidade de Vida no Trabalho. Tendo em vista, que trata-se

do tema principal do estudo em questão e de interesse da pesquisadora.

Ressaltando, que o tema Qualidade de Vida no Trabalho enquadra-se nas

atividades de manutenção de recursos humanos, pois justamente, trabalha-se a

mesma após todas as atividades anteriores descritas estiverem finalizadas.

2.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

No presente tópico, são contemplados conceitos da origem e evolução da

Qualidade de Vida no Trabalho, conceitos e perspectivas de diversos autores, e

modelos referentes à Qualidade de Vida no Trabalho. Mas sem a pretensão de

esgotar o assunto, que vem ganhando espaço nas universidades e empresas

devido sua crescente importância no contexto organizacional.

2.3.1 Origem e evolução da qualidade de vida no trabalho

Neste tópico, é abordada a origem da Qualidade de Vida no Trabalho e sua

evolução até os dias atuais em nossa sociedade, com o intuito de desenvolver a

revisão bibliográfica embasando o ponto de início do tema deste trabalho.

   Recrutamento

  Seleção

Desenhos de cargos

Avaliação do desempnho

Remuneração

Beneficios e Serviços

Treinamento

Mudanças

Comunicações

Disciplina

Higiene, Segurança e Qualidade de Vida

Relações com Sindicato

Banco de dados

Sistemas de Informações Gerenciais

Recompensar

Desenvolver

Manter

Monitorar

Agregar

Aplicar

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Desde o início da existência da Qualidade de Vida no Trabalho, a mesma é

uma preocupação constante do homem. É abordada de outras formas, títulos ou

contexto, mas está sempre voltada para o objetivo de trazer bem-estar aos

empregados, facilitar e/ou satisfazer o trabalhar na execução de sua tarefa.

(RODRIGUES, 1994)

Goulart e Sampaio (2004, p. 26) sustentam que: “o tema Qualidade de

Vida no Trabalho é representado, no passado, pela busca de satisfação do

trabalhador e [...] tentativa de redução de mal-estar e do excessivo esforço físico

no trabalho.”

Vieira (1996) afirma que a origem da Qualidade de Vida no Trabalho está

vinculada ao desenvolvimento de uma abordagem sócio-técnica, ou seja, a

interligação dos trabalhadores, o trabalho e a organização em si; efetuado por

Eric Trist e seus colaboradores que almejavam compreender a organização do

trabalho partindo da análise e reestruturação da tarefa. O ponto de partida

ocorreu no movimento conhecido como Relações Humanas, desenvolvida

principalmente pelos estudos de Elton Mayo, que alterou a perspectiva a cerca do

trabalhador que antes era visto como mero ocupante de um cargo e passou ser

dado ênfase ao mesmo e ao clima psicológico, com o intuito de proporcionar bem-

estar e adaptação dos empregados as tarefas executadas. Salientando que

Herzberg, McGregor e Maslow são considerados segmentadores dos movimentos

de Qualidade de Vida no Trabalho e suas pesquisas basearam diversos estudos

posteriores sobre a Qualidade de Vida no Trabalho, devido ao fato que esses

pesquisadores estudavam fatores organizacionais que incentivassem ou

coibissem a motivação dos empregados.

Na visão de Rodrigues (1994), o século XX foi divido em dois momentos

distintos, o primeiro foi na primeira metade do século, onde a concepção era

voltada para a produtividade e a partir dos anos 50 que surgiram as primeiras

teorias sobre o tema e as preocupações com a satisfação do trabalhador.

Já conforme Búrigo (1997), o termo Qualidade de Vida no Trabalho em

administração é recente, começou a ser abordado somente no inicio da década

de 50 na Inglaterra, onde foi estudado um modelo para agrupar pessoa, trabalho

e a organização.

Na mesma linha, a autora ainda destaca que na década de 60, a Qualidade

de Vida no Trabalho foi impulsionada nos Estados Unidos e Inglaterra pelos

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34

líderes sindicais, governo e empresários com o intuito de pesquisar melhores

formas de realizar o trabalho. E até o final da década de 70 o desenvolvimento e

preocupações com a Qualidade de Vida no Trabalho estagnaram devido à alta

inflação naquele período, crise do petróleo, entre outros, onde a atenção das

empresas voltou-se a sobrevivência da organização.

No entanto, no ano de 1979 a Qualidade de Vida no Trabalho ganha

ênfase como conceito global, como forma de enfrentar os problemas de qualidade

e produtividade, devido à forte competição no mercado internacional e ao sucesso

japonês adquirindo espaço nesse âmbito.

Búrigo (1997) salienta que, a década de 80 foi marcante pelo

reconhecimento pelas empresas da necessidade de aumentar a participação dos

trabalhadores nas decisões organizacionais.

Por fim, nos anos 90 a Qualidade de Vida no Trabalho ganhou espaço nas

organizações como foco de programas voltados à saúde na organização, aos

valores ambientais e humanísticos que por muito tempo foram negligenciados

favorecendo o avanço tecnológico, sem a preocupação com as pessoas.

Como fruto dessa luta contínua da Qualidade de Vida no Trabalho,

Fernandes (1996) ressalta que a preocupação das organizações com a Qualidade

de Vida no Trabalho de seus empregados é crescente, pois o homem é o principal

diferencial entre as empresas no mercado globalizado e altamente competitivo.

De acordo com Chiavenato (1999), o termo QVT (Qualidade de Vida No

Trabalho) foi criado na década de 70 por Louis David, ao desenvolver um projeto

de desenho de cargos. Na percepção do autor, o conceito de Qualidade de Vida

no Trabalho refere-se à preocupação com o bem-estar e a saúde dos

trabalhadores na execução de suas tarefas.

Com o passar do tempo, as concepções referentes à Qualidade de Vida no

Trabalho distinguem, conforme ilustra o quadro 2:

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Quadro 2: Evolução do conceito de Qualidade de Vida no Trabalho. Fonte: Nadler e Lawler (1983 apud FERNANDES 1996, p. 42)

É notório, a constante evolução e aperfeiçoamento da Qualidade de Vida

no Trabalho nas organizações. Inicialmente, a visão das empresas a cerca dos

trabalhadores era voltada somente para a produtividade e foi conquistando uma

concepção mais humanizada por meio de pesquisas e estudos com a

preocupação com o bem-estar dos trabalhadores.

Atualmente, busca-se o ponto de equilíbrio entre a produtividade almejada

pela organização e a satisfação e bem-estar dos empregados.

2.3.2 Conceitos da qualidade de vida no trabalho

Este espaço destina-se à explanação acerca da conceituação do tema

Qualidade de Vida no Trabalho, sendo enriquecida por meio de contribuição

bibliográfica de diversos autores.

Concepção evolutiva da QVT Caracteristicas ou visão

1. QVT Como uma variável (1959 a 1972)

Reação do indivíduo ao trabalho. Investiga-se

como melhorar a qualidade de vida no

trabalho para o indivíduo.

2. QVT como uma abordagem (1969 a 1974)

O foco era o indivíduo antes do resultado

organizacional; mas ao mesmo tempo,

buscava-se trazer melhorias tanto ao

empregado como à direção

3. QVT como um método (1972 a 1975)

Um conjunto de abordagens, método ou

técnicas para melhorar o ambiente de

trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e

satisfatório. QVT era visto como sinônimo de

grupos autonômos de trabalho,

enriquecimento de cargo ou desenho de

novas plantas com a in

4. QVT como um movimento (1975 a 1980)

Declaração ideológica sobre a natureza do

trabalho e as relações dos trabalhadores com

a organização. Os termos "administração

participativa" e "democracia industrial" eram

frequentemente ditos como ideais do

movimento de QVT.

5. QVT como tudo (1979 a 1982)

Como panacéia contra a competição

estrangeira, problemas de qualidade, baixas

taxas de produtividade, problemas de queixas

e outros organizacionais.

6. QVT como nada (futuro)

No caso de alguns projetos de QVT

fracassarem no futuro, não passará de um

"modismo" passageiro.

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A Qualidade de Vida no Trabalho tem como objetivo humanizar as relações

trabalhistas organizacionais, com o intuito de conciliar produtividade e a

satisfação do trabalhador com seu ambiente de trabalho, visando o bem-estar,

saúde e segurança dos trabalhadores. (BÚRIGO, 1997)

Segundo Chiavenato (2004, p. 448):

atualmente, o conceito de QVT envolve tanto os aspectos físicos e ambientais, como os aspectos psicológicos do local de trabalho. A QVT assimila das posições antagônicas: de um lado, a reivindicação dos empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho; e, de outro, o interesse das organizações quanto aos seus efeitos potenciadores sobre a produtividade e a qualidade.

Rodrigues (1994) acrescenta que atualmente pode-se definir Qualidade de

Vida no Trabalho como forma de pensamento que engloba pessoas, trabalho e a

organização, tendo como preocupação o bem-estar dos trabalhadores, a eficácia

dos mesmos na execução de suas atividades, expandir a participação dos

empregados nas decisões e nos problemas do trabalho.

O termo Qualidade de Vida no Trabalho é utilizado para se referir a

qualquer iniciativa de melhorias das condições de trabalho, ou até mesmo as

atividades desenvolvidas na área de recursos humanos. Sendo que, a Qualidade

de Vida no Trabalho envolve atos legislativos para proteção dos trabalhadores,

bem como o atendimento de necessidades e aspirações dos indivíduos, tomando

como base o almejo de humanizar o trabalho. (BÚRIGO, 1997)

Guest (1979 apud BÚRIGO, 1997, p.37) conceitua Qualidade de Vida no

Trabalho como:

um processo pelo qual uma organização tenta revelar o potencial criativo de seu pessoal, envolvendo-os [trabalhadores] em decisões que afetam suas vidas no trabalho. Uma característica marcante do processo é que seus objetivos não são simplesmente extrínsecos, focando melhora da produtividade e eficiência em si; eles também são intrínsecos no que diz respeito ao que o trabalhador vê como fins de auto-realização e auto-

engrandecimento.

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Corroborando com esta afirmação, Chiavenato (2004) sustenta que a

Qualidade de Vida no Trabalho envolve aspectos intrínsecos e extrínsecos do

cargo, que influenciam atitudes e comportamento para a produtividade através de

motivação, criatividade, flexibilidade para mudanças, inovação, entre outros. O

autor destaca ainda que, a Qualidade de Vida no Trabalho é utilizada como

indicador do grau da satisfação das pessoas e a capacidade de satisfazer suas

necessidades pessoais através do trabalho desempenhado, e também as

experiências humanas no local de trabalho.

Fernandes (1996, p. 38) destaca que é necessário saber dos empregados

“quais são os fatores intervenientes na sua Qualidade de Vida, o que, com

certeza, irá afetar seu nível de satisfação, refletindo-se em produtividade.”

Na mesma perspectiva, Fernandes (1996, p. 39) destaca ainda que “não se

pode esperar qualidade no desempenho de pessoas que carecem da qualidade

em seu próprio trabalho”

Na mesma linha, Búrigo (1997, p. 39) afirma que, “é fundamental ouvir os

trabalhadores e o corpo organizacional, para perceber e sentir suas

necessidades, anseios e aspirações”. Com as informações provenientes de ouvir

e conhecer o corpo organizacional, os gestores adquirem informações sobre: o

ambiente de trabalho, as relações interpessoais, os colegas, o chefe, a política de

recursos humanos e a organização. Ou seja, identificam os fatores determinantes

da Qualidade de Vida no Trabalho. (BÚRIGO, 1997).

De acordo com Fernandes (1996, p. 44):

é importante frisar que, embora a qualidade de vida dependa, evidentemente, de condições de trabalho favoráveis, há outros aspectos que podem tornar os cargos mais satisfatórios, refletindo-se indiretamente na produtividade, e que independem da elevação do custo operacional com pessoal ou instalações. São fatores organizacionais, ambientais e comportamentais que, tecnicamente bem administrados e corretamente combinados, influenciam o projeto dos cargos, elevando o nível de satisfação e a produtividade.

Para Walton (1973 apud FERNANDES, 1996, p. 36-37), a meta da

Qualidade de Vida no Trabalho é gerar uma organização mais humana, onde o

trabalho envolva grau de responsabilidade e certa autonomia com recebimento de

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feedback sobre o desempenho. As tarefas necessitam ser adequadas e variadas,

assim, enriquecendo o trabalho com ênfase no desenvolvimento pessoal.

Lima (1994 apud BÚRIGO, 1997, p.37) afirma que nessa busca de

humanizar a relação trabalhista, a Qualidade de Vida no Trabalho deve ser

associada tanto a satisfação dos trabalhadores quanto ao desenvolvimento da

organização, pois é fato que pessoas satisfeitas com o próprio trabalho são mais

produtivas.

A Qualidade de Vida no Trabalho não pode resolver todos os problemas de

produtividade e/ou insatisfação dos empregados que acarreta o aumento do

absenteísmo, diminuição de rendimento, rotatividade de mão-de-obra. Entretanto,

gera melhores desempenhos e reduz custos operacionais. (FERNANDES, 1996)

Entretanto, existe correlação entre Qualidade de Vida no Trabalho e Estilo

de Vida dentro e fora da organização e a mesma inicia-se com questões

referentes à saúde e segurança dos empregados, após amplia-se para qualidade

pessoal, que abrange qualificações profissional e cultural, trabalho voluntário, etc.

(LIMONGI-FRANÇA, 2003)

Na mesma perspectiva, Ogata e Simurro (2009) evidenciam que, o trabalho

é um espaço importante para influenciar pessoas a adotarem estilos de vida

saudáveis, tendo em vista, que os trabalhadores passam uma boa parte do dia

nesse ambiente.

Sendo que, o trabalhador ocupa grande parte de suas horas úteis diárias

executando sua jornada de trabalho, e conseqüentemente, cria vínculos de

amizade com os demais colegas de trabalho e também cria expectativas

referentes à melhoria em sua qualidade de vida. O trabalho desempenha grande

importância na vida das pessoas, pois pode gerar de satisfação ou frustração no

indivíduo, dependendo da forma como o mesmo está estruturado e organizado.

Pois o trabalho não supre apenas as necessidades fisiológicas e de segurança

das pessoas, mas também as necessidades psicossociais advêm do trabalho.

(BÚRIGO, 1997).

Complementando essa afirmação, Rodrigues (1994) enfatiza que a vida do

indivíduo não pode ser isolada, a mesma deve ser considerada como um todo.

Outro fator a ser relevado é a cultura organizacional, que interfere na

formação da Qualidade de Vida no Trabalho, pois a mesma engloba valores,

crenças, mitos, ritos, tabus, as normas, e a comunicação formal e informal dentro

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39

da organização. Esses itens são norteadores no desenvolvimento e desempenho

dos trabalhadores e devem ser considerados em qualquer mudança dentro da

organização, pois para implementação de mudanças de cultura e sistemas de

valores da organização, é necessário o esforço e colaboração dos trabalhadores.

No entanto, para os trabalhadores se esforçarem e se empenharem, é necessário

que os mesmos, estejam motivados e desfrutem da Qualidade de Vida no

Trabalho. (BÚRIGO, 1997).

Em termos gerais, nota-se que os autores possuem diferentes enfoques ao

conceituar Qualidade de Vida no Trabalho, o fator comum a todos é conciliação

de interesses dos trabalhadores e a empresa, buscando humanizar essa relação

entre ambas.

Em suma, com base nos pressupostos teóricos apresentados sobre o

assunto, conclui-se que a Qualidade de Vida no Trabalho intensificou-se nas

últimas décadas devido à preocupação das organizações para englobar as

pessoas, o trabalho desenvolvido pelas mesmas e a organização em si, com o

intuito de resgatar valores humanísticos e ambientais que ficaram em segundo

plano na industrialização para favorecer o avanço tecnológico e crescimento

econômico, em virtude que o mercado no qual estão inseridas é altamente

competitivo, onde pessoas motivadas, com liberdade para desenvolver sua

criatividade, que contribuem para o crescimento organizacional por meio da

participação e auxílio na tomada de decisão; enfim, que estão satisfeitas e

sentem-se reconhecidas por suas tarefas e contribuições são grande diferencial

nesse sentido.

Cabe ressaltar que, foi possível depreender que a Qualidade de Vida no Trabalho

busca conciliar os interesses organizacionais com a satisfação dos empregados,

ou seja, conciliar o bem-estar dos empregados no desenvolvimento das tarefas

cotidianas com a produtividade almejada pela empresa, pois os empregados

passam maior parte do dia trabalhando, e faz-se necessário a preocupação com a

qualidade de vida que o indivíduo possui no trabalho, onde o administrador deve

buscar criar um ambiente agradável de convivência, evitando conflitos,

reconhecendo o trabalho e esforços dos empregados, conceder espaço para

desenvolver a criatividade, participar da tomada de decisões pertinentes ao

cotidiano organizacional.

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40

2.3.3 Modelos de qualidade de vida no trabalho

Atualmente, o tema Qualidade de Vida no Trabalho está em voga no

contexto organizacional e existem diversos modelos desenvolvidos por estudiosos

acerca desse tema, com o objetivo de identificar os aspectos referentes à

qualidade de vida no trabalho, conforme é abordado neste tópico.

De acordo com Fernandes (1996), os modelos atuais foram definidos com

base nas teorias motivacionais tradicionais, introduzindo uma visão mais moderna

e coerente com a realidade. O ponto de partida começou com os clássicos

autores Maslow (1954) e Herzberg (1968) considerando os fatores motivacionais

ligados às necessidades humanas, com reflexo no desempenho e na auto-

realização do indivíduo. Conforme segue ilustrado no quadro 3:

Quadro 3: Esquema clássico de necessidades Fonte: Adaptado de Fernandes (1996, p. 47) De acordo com Grabarschi (2001) a Qualidade de Vida no Trabalho, pode

ser considerada um instrumento de humanizar o ambiente de trabalho, suprindo

tanto as aspirações mais altas dos empregados, quanto para suas necessidades

básicas (pirâmide de Maslow).

Para Chiavenato (1999), as necessidades humanas variam conforme a

cultura de cada indivíduo e de cada organização. Dessa forma, não se determina

Qualidade de Vida no Trabalho apenas pelas características individuais, como as

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necessidades, valores e expectativas ou situacionais, que engloba a estrutura

organizacional, as políticas internas, entre outros. Mas principalmente pelas

atuações das características individuais e organizacionais e por esse motivo os

modelos diferem-se entre si.

Os modelos determinantes da Qualidade de Vida no Trabalho são

utilizados como norteadores nas pesquisas para obter a percepção dos

trabalhadores, considerações e as necessidades dos mesmos e das organizações

nos quais estão inseridos. Para isso, é primordial ouvir os trabalhadores para

perceber suas necessidades, anseios e aspirações que podem influenciar na sua

qualidade de vida. (BÚRIGO, 1997).

Frente a isso, parte-se agora à apresentação de alguns dos modelos

encontrados na literatura sobre a análise de Qualidade de Vida no Trabalho.

2.3.3.1 Modelo de Hackman e Oldham

Segundo Búrigo (1997), o modelo é proposto a partir das características da

tarefa, e a dimensão da mesma pode criar estados psicológicos críticos que

geram resultados pessoais e de trabalho, possibilitando resultados positivos para

o trabalhador e a empresa.

A partir desse modelo, a qualidade de vida pode ser avaliada em termos de

dimensões da tarefa, que abrange a variação de habilidades, identidade e

significado da tarefa, inter-relacionamento, autonomia e feedback, que são

importantes para a satisfação no trabalho; pelos estados psicológicos críticos, que

envolvem a percepção do significado do trabalho, a responsabilidade pelos

resultados e o conhecimento dos resultados do trabalho efetuado. Além disso,

pelos resultados pessoais e de trabalho, que incluem a satisfação e motivação

para o trabalho de alta qualidade, juntamente com o absenteísmo e rotatividade

baixa. (FERNANDES, 1996)

A figura 2 ilustra os itens comentados:

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Figura 2: Esquema clássico de necessidades Fonte: Adaptado de Fernandes (1996, p. 56)

Observa-se, que esse modelo busca compreender os fatores que afetam a

Qualidade de Vida no Trabalho a partir da sistematização das características

pertinentes do cargo.

2.3.3.2 Modelo de Siqueira e Coletta

Na mesma perspectiva, Vieira (1996) e Búrigo (1997), mencionam este

modelo que foi criado pelos autores Siqueira e Coletta acerca de um estudo sobre

fatores determinantes de Qualidade de Vida no Trabalho a partir da percepção

dos trabalhadores de empresas industriais e comerciais de Uberlândia/ MG. Foi

identificado como os principais fatores determinantes de Qualidade de Vida no

Trabalho: o próprio trabalho, as relações interpessoais, os colegas, o chefe, a

política de recursos humanos e a empresa, sistematizados em cinco categorias:

1) Política de recursos humanos: política de cargos e salários, treinamento,

educação, benefícios, estabilidade, cumprimento das regras e legislação

trabalhista.

2) Trabalho: ambiente seguro e agradável, ausências de cobranças rígidas,

oportunidade de participação nas decisões, informações suficientes e

equipamentos adequados, tarefas enriquecidas e trabalhos em grupo,

delimitação do espaço de trabalho de forma a permitir a viabilidade de

DIMENSÕES DA TAREFA

Variedade de habilidades

Identidade da tarefa

Significado da tarefa

Inter-relacionamento

Autonomia

Feedback do próprio trabalho

Feedback extrínseco

Percepção da significância

do trabalho

Percepção da responsabilidade

pelos resultados

ESTADOS PSICOLOGICOS

CRITICOS

Percepção da responsabilidade

pelos resultados

RESULTADOS PESSOAIS

E DE TRABALHO

Satisfação geral com o trabalho

Motivação interna para o trabalho

Produção de trabalho de alta qualidade

Absenteísmo e rotatividade baixa

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43

outros níveis de vida do empregado, horário fixo de 8 horas, amizade entre

colegas, contatos diretos com o patrão, tratamento adequado por parte dos

clientes da organização.

3) Interações pessoais: amizade, cooperação, confiança, chefia aberta ao

diálogo, participativa, conhecimento técnico, compreensiva, autoridade e

confiança.

4) Indivíduo: assiduidade, baixa rotatividade, satisfação com o que faz,

responsabilidade, iniciativa, autoconfiança, separação de problemas

pessoais e profissionais, residir em local de fácil acesso.

5) Empresa: imagem de organização, sólida, bem conceituada, regras bem

definidas de funcionamento, administração eficiente.

Pondera-se, que esse modelo foi criado no estado de Minas Gerais, com o

objetivo de levantar os fatores determinantes na Qualidade de Vida no Trabalho

nas indústrias e comércio de Uberlândia. Assim, entende-se que esse modelo foi

desenvolvido em nosso país e o mesmo possui abrangência muita ampla e

considera os fatores relacionados diretamente à rotina de trabalho.

Além disso, há outro modelo que é vastamente difundido na literatura,

apesar das críticas, que é o modelo de Walton abordado no próximo tópico.

2.3.3.3 Modelo de Walton

Conforme Rodrigues (1994), com o intuito de estruturalizar as análises das

características da qualidade de vida no trabalho, Walton determinou 08 (oito)

“critérios para QVT”, que são:

1) Compensação adequada e justa: para o pesquisador o trabalho é o meio

do indivíduo viver dignamente dentro das necessidades pessoais.

Chiavenato (1999) aponta como compensação justa a adequação da

remuneração com o trabalho executado pelo trabalhador, buscando o

equilíbrio entre as remunerações dentro da organização e as praticadas no

mercado de trabalho.

2) Condições de saúde e segurança no trabalho: menciona-se à preservação

da saúde e bem-estar do trabalhador, onde as atividades executadas não

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sejam perigosas em excesso e prejudiciais a saúde. Referem-se à jornada

de trabalho, o número de horas trabalhadas e a carga de trabalho

relacionada com as tarefas desempenhadas pelos trabalhadores.

(BÚRIGO, 1997).

3) Uso e desenvolvimento das capacidades: são as possibilidades que o

empregado tem de utilizar seu conhecimento e habilidades em sua rotina

de trabalho, que inclui a autonomia, ou seja, independência na realização

de suas tarefas; o significado da tarefa que compreende a importância da

tarefa desempenhada pelo funcionário na vida e no trabalho de outras

pessoas, interna ou externamente a organização; identidade da tarefa que

é medida da tarefa na sua integridade e na avaliação do resultado;

variedade da habilidade que condiz a possibilidade do funcionário utilizar

amplamente sua capacidade e habilidades individuais no desempenho de

seu trabalho e ainda a retroinformação que é o repasse de informações ao

funcionário sobre o processo total do seu trabalho, bem como sua

avaliação e suas ações. (FERNANDES, 1996).

4) Oportunidade de crescimento e segurança: são as possibilidades de

crescimento pessoal, que é o desenvolvimento do potencial do indivíduo e

aplicação da mesma, e o desenvolvimento profissional e da carreira, que

seria a oportunidade de avanços na carreira, além da segurança do

emprego que se refere ao grau de segurança na manutenção do quadro de

funcionários. (FERNANDES, 1996).

5) Integração social: é a medição do grau de integração social na empresa,

sendo que para o estabelecimento de um bom nível de integração social

deve-se observar a igualdade de oportunidades, ou seja, a inexistência de

diferenças hierárquicas profundamente marcantes e também de

descriminação de qualquer tipo ou natureza; os relacionamentos

caracterizados pelo apoio mútuo e sócio-emocional, o relacionamento

interpessoal e o respeito, por fim o companheirismo e espírito coletivo que

estendem-se fora do ambiente de trabalho que correspondem ao senso

comunitário. (FERNANDES, 1996).

6) Constitucionalismo: que observa o cumprimento dos direitos trabalhistas, a

privacidade pessoal dentro da organização, liberdade de expressão e a

realização das normas e rotinas institucionais. (VIEIRA, 1996).

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7) Trabalho e espaço total de vida: é o equilíbrio entre a vida pessoal, ou seja,

a vida familiar, atividades de lazer e comunitárias entre outros, com a vida

profissional. (BÚRIGO, 1997).

8) Relevância social da vida no trabalho: mensura a atuação da empresa

perante a sociedade, seja por responsabilidade social da instituição para

com a comunidade ou pela qualidade dos serviços prestados a mesma, e

ainda a responsabilidade social pelos empregados, onde é analisada a

percepção dos funcionários quanto a sua valorização e participação e

considerada a imagem da empresa, ou seja, perante a comunidade na qual

está inserida e no orgulho e satisfação pessoal por fazer parte da empresa.

(FERNANDES, 1996)

Segue quadro 4 ilustrativo, sintetizando o conteúdo:

Quadro 4: Modelo de Walton para aferição da QVT Fonte: Adaptado de Vieira (1996, p. 44)

FATORES DIMENSÕES

Renda adequada ao trabalho

Equidade interna e externa

Jornada de trabalho

Ambiente físico seguro e saudável

Autonomia

Siginificado da tarefa

Identidade da tarefa

Variedade da habilidade

Retroinformação

Possibilidade de carreira

Crescimento profissional

Segurança do emprego

Igualdade de oportunidades

Relacionamento

Senso comunitário

Respeito às leis e direitos trabalhistas

Privacidade pessoal

Liberdade de expressão

Normas e rotinas

Trabalho e espaço total de vida Papel balanceado do trabalho

Imagem da empresa

Responsabilidade social pelos serviços

Responsabilidade social pelos produtos

Responsabilidade social pelos empregados

Relevância social da vida no trabalho

Compensação justa e adequada

Condições de trabalho

Uso e desenvolvimento de capacidades

Oportunidade de crescimento e segurança

Integração Social

Constitucionalismo

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46

Nota-se que, esse modelo dá relevância às diferenças culturais, sociais e

pessoais como intervenientes na qualidade de vida no trabalho, apoiando-se em

uma ampla categoria e indicadores.

2.3.3.4 Modelo de Werther e Davis

Na compreensão de Fernandes (1996), o modelo de Werther e Davis é

estruturado nos elementos organizacionais, ambientais e comportamentais, que

influenciam a Qualidade de Vida no Trabalho em termos de projeto de cargos. Os

elementos organizacionais conferem ao fluxo e práticas de trabalho, com a

intenção de evitar o mecanicismo dos cargos, e já os elementos ambientais,

preocupa-se com as condições de trabalho, envolvendo habilidades e

disponibilidades dos funcionários e também as expectativas sociais dos mesmos.

E o último elemento, que é o comportamental que abrange as necessidades

humanas e comportamentos individuais, tais como: autonomia, variedade,

identidade de tarefas e retroinformação, entre outros.

A esquematização dos elementos podem ser verificadas no quadro 5, a seguir:

Elementos Organizacionais Elementos Ambientais Elementos Comportamentais

Abordagem mecanística Habilidades dos empregados Autonomia

Fluxo de trabalho Disponibilidade de empregados Variedade

Práticas de trabalho Expectativas sociais Identidade de tarefa

Retroinformação

Quadro 5: Modelo de Werther e Davis (Elementos de QVT) Fonte: Adaptado de Fernandes (1996, p. 54) Verifica-se, que esse modelo abordado foca apenas o contexto das tarefas

executadas pelos funcionários, sem preocupar com a satisfação do indivíduo

como um todo. Dessa forma, não abrange de forma completa a Qualidade de

Vida no Trabalho, e acaba por limitá-la.

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47

2.3.3.5 Modelo de Westley

De acordo com Fernandes (1996), a Qualidade de Vida no Trabalho pode

ser examinada através de 04 (quatro) indicadores fundamentais, que são

indicadores econômicos que representam a eqüidade do salário e também do

tratamento recebido pelo trabalhador; indicadores políticos que se refere à

segurança no emprego considerado o direito de trabalhar e o amparo da dispensa

discriminatória; indicadores psicológicos que destina-se ao conceito de auto-

realização e o indicador sociológico que diz respeito à participação ativa nas

decisões diretas do processo de trabalho, como por exemplo a execução de

tarefas e distribuição de responsabilidade dentro da equipe.

O quadro 6, esquematiza o conteúdo abordado:

Quadro 6: Indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho Fonte: Ruschel (1993 apud Vieira, 1996, p. 44)

Observa-se que o modelo de Westley é baseado nos indicadores

econômicos, políticos, psicológicos e sociológicos, que são fatores-chaves para o

atendimento das necessidades dos funcionários e da organização.

Segue o quadro 7 que esquematiza um resumo de cada modelo abordado nesse

tópico:

ECONÔMICO POLÍTICO PSICOLÓGICO SOCIOLÓGICO

Eqüidade salarial Segurança do emprego Realização potencial Participação nas decisões

Remuneração adequada Atuação sindical Nível de desafio Autonomia

Beneficios Retroinformação Desenvolvimento pessoal Relacionamento interpessoal

Local de trabalho Liberdade de expressão Desenvolvimento profissional Grau de responsabilidade

Carga horária Valorização do cargo Critiavidade Valor pessoal

Ambiente Externo Relacionamento com a chefia Auto-avaliação

Variedade de tarefa

Identificação com a tarefa

INDICADORES DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

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Quadro 7: Quadro comparativo entre os modelos de QVT Fonte: elaborado pela autora, 2010.

Percebe-se, que é ponto chave comum entre os autores, a ênfase em

relação ao bem-estar e satisfação dos trabalhadores, a participação dos mesmos,

as tarefas executadas, entre outros, a fim de buscar maior produtividade.

2.3.4 Críticas e potencialidades do modelo de Walton

Neste tópico é explanado acerca das críticas e potencialidades do modelo

de Walton, para enriquecer ainda mais a escolha por esse modelo.

Os autores Pedroso e Pilatti (2009) criticam o modelo de Walton devido ao

fato que mesmo após quase quatro décadas de sua publicação, em meio à crise

petrolífera norte americana na década de 70, ainda é um dos modelos mais

utilizados nas pesquisas. E sustentam que ao ser traduzido surgem diferentes e

significativas divergências, em sua grande maioria, por adaptações indevidas,

acréscimos pelo tradutor e traduções equivocadas. Cabe ressaltar, que os autores

caracterizam o modelo como frágil, pelo motivo de ser bastante heterogêneo em

suas dimensões. Dessa forma, acarretando um balanceamento inadequado entre

os aspectos, que pode ser observado em relação aos aspectos fisiológicos e

biológicos que são pouco explorados em relação às demais dimensões.

Timossi et al (2009) consideram que, o modelo possui aplicabilidade

dificultosa por causa da linguagem, o que gera dificuldades por parte dos

funcionários para interpretação e entendimento da forma original do modelo, ao

responderem o instrumento de coleta de dados, em virtude de termos e

Autor dos Modelos Fatores Determinantes

Hackman & Oldham Variedade da tarefa, identidade da tarefa, significação da tarefa, autonomia e

feedback

Siqueira & Coletta Próprio trabalho, relações interpessoais, colegas, chefe, política de Recursos

Humanos e empresa

Walton

Compensação justa e adequada, condições de trabalho, oportunidade de uso e

desenvolvimento de capacidades, oportunidade de crescimento e segurança,

integração social no trabalho, constitucionalismo, trabalho e espaço total da

vida e relevância social da v

Werther e Davis

Projeto de cargos segundo a habilidade, disponibilidade e expectativas sociais

do empregado, práticas de trabalho não mecanicistas, autonomia, variedade,

identidade da tarefa e retroinformação

Westley Enriquecimento das tarefas, trabalho auto-supervisionado, distribuição de

lucros e participação nas decisões

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expressões técnicas. Os autores destacam outra dificuldade que é a ausência de

perguntas diretas e específicas para definição de cada critério.

Já para Gil (1999), o modelo de Walton é altamente interessante devido ao

fato de considerar aspectos cognoscitivos e afetivos, fatores individuais, apoio dos

pares e superiores, variáveis constantes do grupo social e fatores integrantes da

estrutura organizacional, bem como, a satisfação complexa das necessidades

humanas intrínsecas e extrínsecas.

Timossi et al (2008) destacam que esse modelo abrange amplamente os

aspectos básicos das situações de trabalho e fatores que influenciam diretamente

o trabalhador. Os autores destacam ainda a flexibilidade do modelo em virtude

dos critérios enumerados não possuírem ordem de prioridade, e dessa forma,

podem ser elencados em seqüência distinta ao modelo original, permitindo outras

importâncias de acordo com o perfil e a realidade da organização em questão.

Em complemento a esta posição Mancebo, Méxas e Quelhas (2010, p. 6)

enfatizam que: “novas categorias ou variáveis dessas dimensões podem ser

criadas dependendo de aspectos situacionais do ambiente.”

De acordo com Brito, Freitas e Matos (2007), o fato das categorias

adotadas no modelo de Walton serem amplas serviram de base para formulação

de outros modelos de QVT, além de expressivo número de pesquisas que o

utilizam como referencial teórico, assim, o modelo é um clássico na literatura

sobre QVT.

Com base nas críticas e potencialidades do modelo de Walton (1973),

decidiu-se que nesta pesquisa adota-se o modelo debatido nesse tópico, pois o

mesmo foi preterido em relação aos demais pela sua maior abrangência em seus

critérios e salientando sua validade perante as diversas pesquisas já realizadas

utilizando-o como modelo base, além de ser o precursor na formulação dos

demais modelos de QVT.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo leva em consideração o problema da pesquisa e apresenta os

aspectos que caracterizam o estudo, população e amostra, além dos métodos e

técnicas para realizar a coleta, interpretação e análise dos dados obtidos.

Conforme Gil (2008), a pesquisa pode ser definida como processo

formalizado e sistemático desenvolvido por meio de método científico e possui

como objetivo encontrar respostas e soluções para determinado problema

utilizando procedimentos científicos.

Dencker (1998, p.17) afirma que: “todos os pesquisadores procuram

proceder conforme regras genéricas, aceitas por quase todas as ciências, e é

nesse sentido que podemos dizer que existe um método científico”

Segundo Deslandes, Gomes e Minayo (2007), a metodologia abrange

simultaneamente a teoria da abordagem, instrumentos de operacionalização do

conhecimento e a criatividade do pesquisador. Ou seja, o método, as técnicas e a

experiência pessoal e conhecimentos científicos adquiridos pelo pesquisador.

Dencker (1998, p. 121) diferencia método e técnica ao mencionar que: “o

método é mais geral e abrangente e estabelece o que fazer enquanto as técnicas

são como fazer.”

Dessa forma, pode-se considerar a escolha do método, uma das etapas

mais relevantes da pesquisa, tendo em vista que, é por meio da escolha do

método mais adequado que o pesquisador irá garantir a veracidade das

informações obtidas, que será explanado a seguir.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Face ao exposto acima, e com o intuito de alcançar os objetivos propostos

para a pesquisa, definiram-se os aspectos metodológicos para a realização da

mesma.

A forma de abordagem da pesquisa foi predominantemente quantitativa.

Segundo Roesch (1996), a pesquisa quantitativa é indicada para escolher as

metas de um programa ou plano e construir uma intervenção buscando melhorar

a efetividade do programa. O mesmo afirma que a pesquisa quantitativa utiliza o

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melhor meio possível de controlar o delineamento da pesquisa para garantir uma

boa interpretação dos dados. (Roesch, 1999).

A classificação como abordagem quantitativa deve-se ao fato dos dados

coletados e analisados serem numéricos. Conforme Richardson (1999), o método

quantitativo, caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades

de coleta de informação, quanto no tratamento delas por técnicas estatísticas.

Além de que esse método é freqüentemente utilizado em pesquisa descritiva, pelo

motivo de garantir precisão nos resultados.

Além do método quantitativo, foi utilizada também a abordagem qualitativa

para possibilitar um maior entendimento acerca das necessidades dos

funcionários. Para Richardson (1999), a abordagem qualitativa possibilita uma

compreensão mais minuciosa das informações obtidas por meio da coleta de

dados de uma determinada população.

No entanto, cabe ressaltar que em virtude do fato da abordagem qualitativa

não ser bem aceita pelos respondentes da pesquisa, pois demanda de tempo

maior para responder, optou-se por inserir apenas duas questões qualitativas, e

um espaço para quem quiser justificar alguma outra resposta de questionário.

Oliveira (2000, p. 61) diferencia a abordagem quantitativa e qualitativa

afirmando que: “enquanto o método quantitativo mensura o objeto, o método

qualitativo mensura suas categorias e atributos como: qualidade, relação, ação,

paixão, dor, amor, hábitos, atitudes, prazer, preferências, entre outras variáveis.”

Em complemento dessa afirmação, Roesch (1999) menciona que

abordagens qualitativas e quantitativas usadas em avaliação formativa e de

resultados são complementares e não antagônicas.

Quanto aos objetivos, a pesquisa foi classificada como descritiva, devido

ao intuito principal de analisar a percepção dos funcionários acerca da Qualidade

de Vida no Trabalho no hotel Ibis São José. A pesquisa de caráter descritivo

utiliza técnicas padronizadas de coleta de dados, e seu objetivo principal é

descrever características e levantar opiniões, atitudes, crenças de determinada

população e relacionar as variáveis da mesma. (Gil, 2008, p. 28)

Roesch (1996) aponta que a pesquisa de caráter descritivo busca as

informações necessárias para ação ou prognóstico.

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é classificada como um

estudo de caso, que segundo Yin (1981 apud ROESCH, 1999, p. 155-156) é uma

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estratégia de pesquisa com o objetivo de examinar um fenômeno contemporâneo

dentro de seu contexto, onde o autor destaca que o estudo de caso refere-se ao

presente e não ao passado. E um estudo de caso descritivo busca associações

entre as variáveis e o mesmo esclarece que o estudo de caso pode tanto possuir

enfoque quantitativo como qualitativo.

Enfatiza-se que essa pesquisa será por meio de estudo de caso descritivo

e predominantemente quantitativo. Em suma, acredita-se que esta tríade:

abordagem predominantemente quantitativa, finalidade descritiva e delineamento

de estudo de caso, seja mais coerente com o enfoque a ser dado, assim com a

realidade a ser investigada.

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA

O trabalho foi realizado na área de recursos humanos com a finalidade de

pesquisar como os empregados do Hotel Ibis avaliam a Qualidade de Vida no

Trabalho e o que poderia ser feito para melhorar tais indicadores. A empresa

localiza-se na Rua Domingos André Zanini, número 333, na cidade de São José.

O período de realização do trabalho teve início em agosto de 2010 a junho de

2011.

De acordo com Gil (1999), a população corresponde a um conjunto de

elementos que possuem determinadas características.

Corroborando com essa afirmação Roesch (1999) caracteriza população

como um grupo de pessoas que interessa pesquisar para o propósito especifico

de um estudo.

Já amostragem é um subconjunto da população que representa as

principais áreas de interesse da pesquisa e a mesma deve ser extraída de

maneira que cada membro da população tenha a mesma chance estatística de

ser incluído nessa amostra. (Roesch, 1999)

A população a ser pesquisada será composta pelos 24 empregados que

trabalham na empresa, devido ser uma população pequena, o método de

pesquisa adotado será censitário, ou seja, composta por todos os funcionários

ativos do hotel Ibis São José.

A pesquisa buscou informações que se relacionam ao perfil do funcionário

e os fatores de Qualidade de Vida no Trabalho.

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3.3 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

Malhotra (2001) sustenta que, os dados secundários já foram coletados

para objetivos divergentes ao do problema em pauta e podem ser localizados de

forma rápida e com baixo custo.

Gil (1999) complementa afirmando que, os dados secundários são

documentos de segunda mão, ou seja, que de alguma forma receberam algum

tipo de tratamento analítico, como por exemplo: livros, revistas científicas, sites,

dados organizacionais, entre outros.

Em perspectiva similar, Mattar (2001) salienta que, os dados secundários

são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e até analisados.

Muitas vezes, os mesmos estão catalogados à disposição dos interessados. Os

mesmos podem ser adquiridos por meio da própria empresa, publicações,

governo, instituições não governamentais, entre outros.

Os dados secundários utilizados foram obtidos por meio de pesquisa

bibliográfica e pesquisa documental.

Gil (2008) enfatiza que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida por meio de

material já elaborado, como livros e artigos científicos. Esse tipo de pesquisa

permite ao investigar uma ampla cobertura de fenômenos do que pesquisar

diretamente. No entanto, a qualidade da pesquisa pode ser comprometida se a

coleta de dados ou o processamento dos mesmos forem efetuados de maneira

equivocada. Para reduzir essa possibilidade é necessário assegurar os dados

obtidos, analisar as informações com o intuito de descobrir possíveis incoerências

ou contradições e utilizar diversas fontes.

Para Gil (2008), a pesquisa documental é semelhante à pesquisa

bibliográfica, mas a diferença marcante entre ambas é o fato que a pesquisa

documental utiliza materiais que ainda não foram analisados analiticamente, como

documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes,

fotografias, gravações, que pode ser reelaborado de com acordo com os objetivos

da pesquisa, tais como relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas

estatísticas, etc.

Já os dados primários correspondem a documentos de primeira mão, ou

seja, que não receberam nenhum tipo de tratamento analítico, e nessa pesquisa

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será utilizado para coleta de dados primários, um questionário com perguntas

referentes à avaliação dos empregados sobre a qualidade de vida no trabalho.

Mattar (2001) evidencia que, os dados primários são aqueles que não

foram coletados antes e constam em posse dos pesquisados. Os mesmos são

coletados para atender as necessidades específicas da pesquisa em andamento.

As fontes básicas para coleta são: o pesquisado, as pessoas que têm

informações sobre os pesquisados e as situações similares.

Roesch (1996) enfatiza que a aplicação do questionário é o instrumento

mais utilizado em pesquisas quantitativas devido ser um meio de coleta de dados

sobre determinado assunto e que requer planejamento prévio das questões

tomando por base a conceituação do problema e plano de pesquisa.

De acordo com Gil (2008), o questionário é composto por um conjunto de

questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações

sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas,

receios, etc. A técnica investigativa por meio de questionários consiste em traduzir

os objetivos da pesquisa em questões especificadas através das respostas que

fornecerão os dados requeridos para caracterizar a população.

Gil (2008) salienta ainda que as questões podem ser dos tipos: fechadas,

abertas e dependentes. As questões fechadas possibilitam escolher apenas uma

alternativa e oferecem maior uniformidade e processamento das respostas. Nas

questões abertas, os respondentes podem oferecer suas próprias respostas. Nas

questões dependentes, as perguntas fazem sentido somente para alguns

respondentes, pois dependem do contexto em que estão inseridas.

Dessa forma, no questionário estão inseridas 37 questões fechadas com

algumas alternativas a serem escolhidas pelos respondentes e 2 questões

abertas, que possibilitam os respondentes escreverem suas opiniões sem algum

restrição. Baseado nessas características, o questionário foi desenvolvido e

aplicado com os funcionários apresentando as duas formas de questões, com o

intuito de uma obtenção de dados mais ampla e possivelmente exata.

Os dados foram coletados através da aplicação do questionário entre os

empregados do Hotel Ibis. Esse questionário foi divido em três aplicações para

abranger todos os funcionários de todos os turnos, a primeira aplicação foi

efetuada no dia 27/01/2011 (quinta-feira) no período vespertino com breve

explanação sobre o tema e participação e sinceridade dos funcionários, a

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segunda aplicação ocorreu dia 01/02/2011 (terça-feira) no período matutino da

mesma forma que a anterior. Ambas, tiveram o recolhimento dos questionários

logo após a conclusão da aplicação. Em virtude de a pesquisadora estudar no

período noturno impossibilitou a aplicação junto aos funcionários deste período,

onde foram deixados os questionários restantes em um envelope com o gerente

do hotel para explicação e entrega aos funcionários noturnos, onde a

pesquisadora os recolheu na tarde do dia 03/02/2011 (quinta-feira).

Tendo em vista, a necessidade de medir a percepção dos funcionários a

cerca da qualidade de vida, utilizaram-se perguntas com escalas que foram

classificadas por meio da escala de Likert.

De acordo com Malhotra (2001), a escala de Likert é amplamente utilizada,

pois exige que o entrevistado indique um grau de concordância ou

discordância em cada questão e na totalidade do questionário.

O autor destaca ainda que, a escala de Likert é bipolar, pois as afirmações

são respondidas positivamente ou negativamente. A escala original idealizada por

Likert era composta com cinco categorias de resposta que variavam de discordo

totalmente até concordo totalmente. Já atualmente, são encontradas na literatura

diversas variantes da escala em pauta.

Mattar (2001) enfatiza que a cada resposta é atribuída um número que

reflete a direção da atitude do respondente em relação a cada afirmação.

Diante disto, no questionário optou-se por atribuir pesos de 1 a 5, onde 1

corresponde a discordo totalmente, 2 a discordo em partes, 3 indeciso, 4

concordo em partes e 5 concordo totalmente.

3.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os dados levantados por meio da pesquisa foram analisados no processo

analítico-descritivo, ou seja, os dados foram analisados e interpretados

detalhadamente e descritos de forma minuciosa. Foram analisadas as

perspectivas dos empregados sobre a Qualidade de Vida no Trabalho na

empresa, o que proporcionou uma visão detalhada sobre os pontos a serem

aperfeiçoados e o método mais eficaz a ser adotado.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo, será feita a apresentação e a análise dos dados,

resultantes do estudo desenvolvido no hotel Ibis São José, sobre a Qualidade de

Vida no Trabalho de seus funcionários. Posto isso, ordenaram-se a explanação

dos dados da seguinte forma: caracterização da organização e histórico da

empresa, e a análise dos dados acerca da qualidade de vida no trabalho.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS MARCANTES DO HOTEL IBIS (SÃO

JOSÉ/SC)

No Brasil, o primeiro hotel Ibis foi inaugurado em 1990, em Fortaleza (CE).

Em 2003, ocorreu à expansão da rede para o sul do país e nesse cenário, surge o

hotel Ibis São José em janeiro/2010, inovando no setor por ser o primeiro 100%

não-fumante e alcançando a marca do 50º hotel Ibis a ser construído; é

administrado pela rede Accor e concebido para a hospedagem de executivos e

participantes de eventos. Representa a categoria econômica dessa rede,

caracterizando-se pela sua localização estratégica frente à Prefeitura Municipal de

São José (SC) e do Fórum, ao lado do Shopping Itaguaçu, próximo a BR 101, a

margem da principal rodovia de acesso a Florianópolis e com distância de 3 km

do Centro Multiuso de São José e a 8 km do Centro de Convenções Centro Sul e

19 km do Aeroporto.

Atualmente, o hotel Ibis São José possui no total 24 funcionários, que

conforme quadro 8, divide-se em:

Setor Cargo Quantidade

Gerente Geral 1

Assistente de Gerência 1

Assistente Administrativo 1

Assistente de Manutenção 1

Supervisora de Andares 1

Atendentes de hospedagem 8

Atendentes de alimentos e bebidas 4

Arrumadeiras 7

Gerência

Chefia

Empregados

Quadro 8- Quadro de funcionários Fonte: Elaborado pela autora, 2010

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Destacando que o serviço de lavanderia e estacionamento são setores

terceirizados no hotel Ibis.

Abaixo segue o organograma, ilustrando o quadro funcional do hotel:

Figura 3 – Organograma do Hotel Ibis São José Fonte: Elaborado pela autora, 2010

Ressaltando que a rede Accor, desenvolveu um guia de princípios para

nortear as ações diárias de seus gestores, chamado de “os 10 mandamentos para

o gestor de um ótimo lugar para se trabalhar”. Conforme estipulado pela ACCOR

BRASIL (2003b):

1. Falar sempre a verdade. As regras do jogo, como critérios para demissões

e promoções, devem ser sempre claras e conhecidas por todos os

membros da equipe.

2. Ser justo, paciente e atencioso.

3. Manter um bom relacionamento com todos, para criar um ambiente de

cooperação na equipe.

4. Cumprir o que promete. Se não pode cumprir, jamais prometa.

5. Ser competente, bem informado, dominar a função que executa e estar

sempre disposto a compartilhar seus conhecimentos.

6. Dialogar e ouvir a equipe.

Gerente Geral

Assistente de Gerência

Assistente Administrativo

Assistente de Manutenção

Supervisora de Andares

Atendentes de Hospedagem

Atendentes de Alimentos e Bebidas

Arrumadeiras

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7. Apontar falhas, mas elogiar sempre. Reconhecer desempenhos e esforços.

O elogio sincero é um estimulo para qualquer ser humano.

8. Manter a equipe informada sobre ações na comunidade, estratégias na

empresa, metas e objetivos. Informação é a alma do negócio. Divulgar

boas notícias, mesmo que elas não se estendam a própria equipe.

9. Realizar comemorações periódicas. Promover gincanas, festas de

aniversários, de datas comemorativas ou a conquista de alguma meta

específica. Qualquer comemoração une a equipe e cria laços de

cooperação e companheirismo.

10. Usar a criatividade para transformar o departamento, o setor ou a unidade

na qual você atua no melhor lugar para se trabalhar.

Diante do guia dos 10 mandamentos, é notório o discurso da preocupação

da empresa em manter uma equipe motivada, engajada em um ambiente de clima

agradável e com qualidade de vida.

4.2 HISTÓRICO DO HOTEL EM ESTUDO

As informações e dados explanados no decorrer deste capitulo foram

obtidas através da Accor Hotels, disponível em <www.accorhotels.com.br.>,

acesso em 28 set. 2010, da Accor Brasil, disponível em <www.accor.com.br.>,

acesso em 28 set. 2010 e por meio de informações fornecidas pelo Sr. Evandro

Rech, Gerente Geral do hotel Ibis em São José.

De acordo com Accor Hotels (2010), a rede Accor inicia sua história em

1967, quando Gérard Pélisson, um ex-pesquisador da IBM na Europa, e Paul

Dubrule, inauguraram o primeiro Novotel na pacata cidade de Lille, ao norte da

França. Em 1974, o grupo ingressa no segmento de hotéis econômicos com a

inauguração do primeiro hotel Ibis na cidade de Bordeaux, na França.

Em 1982, o grupo dá início a diversificação de seu portfólio com a

aquisição da empresa Jacques BorelInternational, líder européia no

gerenciamento e concessão de restaurantes, além de ser proprietária do Ticket

Restaurant, com 165 milhões de tickets refeições distribuídos em oito países.

A história da Ticket começou na década de 50, em uma Inglaterra pós-guerra, que

resgatava os valores humanos para reconstruir o país. Mais do que grandes

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máquinas e linhas de montagens, o bem-estar de um profissional começava a ser

considerado como parte fundamental de seu trabalho. Assim, empresas criavam

refeitórios e firmavam acordos com restaurantes para fornecer refeições para

seus profissionais. Foi aí que a Jacques BorelInternational percebeu como um

simples cuidado com as pessoas faz a diferença: investiu na profissionalização

desta necessidade e lançou o Ticket Restaurante em 1962. Mais que um produto,

a Ticket assumia naquele momento um ideal e, em cada país que passou a atuar,

desenvolveu soluções que contribuiriam com a qualidade de vida e produtividade

de pessoas e empresas.

O resultado dessa aquisição foi a união das empresas Novotel SIEH Group

e Jacques BorelInternational para formar oficialmente, em 1983, o grupo ACCOR.

O grupo adotou esse nome por ser curto, simples e de fácil memorização.

Atentando-se ao ponto que a pronúncia não difere do francês para o inglês, e

conseqüentemente, a inicial “A” inseri-lo automaticamente no início das listas

alfabéticas. Seu símbolo, as bernaches (gansos selvagens do Canadá)

simbolizam o objetivo comum do grupo: uma equipe que vai na mesma direção,

onde cada elemento tem a sua individualidade e força própria.

A divisão hoteleira do grupo ACCOR se divide da seguinte forma:

● Sofitel (bandeira de hotéis de luxo do grupo): criado para atender com o

conceito “arte de viver”, o Sofitel valoriza a experiência do hóspede com luxo e

sofisticação. São seis os princípios que norteiam seus serviços: criar um ambiente

de bem-estar e sensorialidade; serviço personalizado; mise em scène francesa

mesclada à cultura local; rituais franceses de refeições e vinhos; tecnologia; e

presença em destinos exuberantes. Atualmente, são 200 hotéis em 56 países. No

Brasil, o nome Sofitel estampa cinco empreendimentos: São Paulo, Rio de

Janeiro, Salvador, Florianópolis e Jequitimar Guarujá, no litoral paulista.

● Pullman: voltado para o turista corporativo (negócios), esta rede de hotéis

upscale (preços mais altos) está presente em 10 países da Europa com 30

unidades, sempre localizadas em grande capitais e próximas a aeroportos.

● MGallery: mais nova rede de hotéis exclusivos do Grupo ACCOR, oferece

acomodações para que procura sofisticação e personalidade, tanto no

atendimento como na decoração. Atualmente conta com oito hotéis em 5 países.

● Mercure: é a maior rede midscale (preços médios) de hospedagem do mundo,

presente em 51 países, somando 759 hotéis e mais de 94 mil apartamentos. Na

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América Latina, a rede possui 74 unidades, sendo 71 no Brasil. Responsável pela

criação de um novo conceito hoteleiro, Mercure apresenta três níveis de conforto

e preço e está classificada como uma marca de categorias alto padrão que alia o

charme e a originalidade da hotelaria independente à segurança e regularidade

de uma rede reconhecida internacionalmente.

● Novotel: voltado para o turista corporativo - na América Latina, 86% dos

clientes se hospedam a negócios, o Novotel recentemente implantou o quarto

Novation, onde o relaxamento é o carro-chefe com cama maior, edredom

acolchoado, cabeceira ergonômica, iluminação adequada, conexões para o

computador, TV LCD 26 polegadas e mesa de trabalho. Todos os apartamentos,

lobby e áreas sociais disponibilizam internet banda larga e wi-fi. Atualmente, a

rede é uma das mais importantes do grupo ACCOR com 393 hotéis em 59 países.

● Suitehotel: atualmente a rede é composta por 23 hotéis localizados em 4

países.

● Ibis: marca de hotéis econômicos da ACCOR, somando 814 hotéis em 40

países.

● AllSeasons: rede de hotéis econômicos que oferece todos os serviços de um

hotel tradicional combinando conveniência, simplicidade, generosidade,

praticidade e proximidade. A rede é composta por 49 unidades localizadas em

seis países.

● Adagio: composta por 22 hotéis em três países, este rede é direcionada para

hóspedes que necessitem estadias por períodos prolongados. Os quartos são

customizados para parecerem um apartamento (residência) com serviço de um

hotel.

● Etap: rede super econômica de hotéis que oferece acomodações para 1, 2 ou 3

pessoas, localizada no continente europeu (388 hotéis em 10 países). Fora do

continente europeu, a rede recebe o nome de Formule 1 Hotel.

● Formule 1: a rede surgiu para atender os turistas que nunca se hospedavam

em hotéis em virtude dos altos preços cobrados pela hotelaria tradicional.

Presente em 14 países, atualmente são 380 hotéis em operação, dez no Brasil.

Na França a marca foi relançada com o nome de Hotel F1, contando atualmente

com 271 hotéis.

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● Motel 6: localizados exclusivamente na América do Norte (Estados Unidos e

Canadá), os 951 hotéis da rede oferecem estadia super econômica com serviços

padronizados.

● Studio 6: a rede, composta por 52 hotéis localizados nos Estados Unidos e

Canadá, oferece confortáveis acomodações em estilo estúdio para estadias

prolongadas (no mínimo 1 semana) a preços razoáveis.

● Accor Thalassa (bandeira de resorts e spas do grupo): Esta rede oferece 17

exóticos destinos (14 litorâneos) onde maravilhosos e luxuosos resorts e spas

proporcionam acomodações aconchegantes e atividades relaxantes.

Conforme Accor Brasil (2010), a ACCOR chegou ao Brasil em maio de

1976, introduzindo no país o conceito de refeição-convênio e ocupando hoje uma

liderança histórica no setor. Somente a partir de 1977, a ACCOR passou a atuar

no setor hoteleiro com a inauguração da primeira unidade da rede Novotel,

localizada em São Paulo no bairro do Morumbi. E nos 20 anos subseqüentes,

desenvolveram atividades com as marcas Sofitel, Mercure, Parthenon, Novotel,

Ibis e o Formule 1. Nesses 30 anos, a Accor Hotels conta com 128 unidades no

Brasil, com quase 19 mil apartamentos. A rede tem ocupação média de 3,8

milhões de diárias/ano no País e o país é o quarto maior mercado para o grupo no

mundo, atrás somente da França, Alemanha e Estados Unidos, e aqui se localiza

a gestão da empresa para a América Latina.

O nome Ibis refere-se a um pássaro, o Ibis egípcio (íbis religiosa), que era

um pássaro sagrado no antigo Egito. Ele representa no sentido figurado a

meditação, paz, paciência, segurança, a preparação interior e quando o mesmo

recolhe a cabeça e pescoço sobre as asas, assemelha-se a um coração.

A cadeia Ibis oferece uma qualidade constante de alojamento e serviços

em todos os seus hotéis e sempre com a melhor relação qualidade/preço/serviço:

um quarto totalmente equipado, a garantia de um serviço disponível 24 horas por

dia e sete dias por semana e uma grande variedade de serviços de restauração.

A qualidade da oferta Ibis é reconhecida pela certificação internacional ISO 9001

desde1997.

A cadeia é também a primeira no mundo a dar provas do seu compromisso para

com o ambiente, ao obter a certificação ISO 14001, já conseguida por quase um

terço dos seus hotéis.

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62

Nos hotéis Ibis, certos serviços são substituídos tais como: mensageiros

por carrinhos de bagagens e quadro de mensagens na recepção; serviço de

quarto (room service) por serviço de bar 24 horas ao lado da recepção; etc. O

objetivo é inovar e tornar a diária mais em conta. O hóspede paga somente pelo

que efetivamente quiser/consumir. É a marca da Accor Hotels em maior expansão

hoje na América Latina.

4.3 ANÁLISE DOS DADOS

Por Qualidade de Vida no Trabalho, nesta pesquisa entendeu-se que é

humanização do trabalho, com o objetivo de conciliar produtividade desejada pela

empresa com satisfação do trabalhador com seu ambiente de trabalho,

assegurando o seu bem-estar, assim como sua saúde e segurança. Com intuito

de investiga-lá, foram analisadas as categorias sugeridas por Walton, que são:

compensação justa e adequada, condições de trabalho, uso e desenvolvimento

de capacidades, oportunidade de crescimento e segurança, integração social,

constitucionalismo, trabalho e espaço total de vida, relevância social da vida no

trabalho. Além disso, também contemplou uma nota atribuída pelos empregados

e sugestões de melhorias.

No entanto, antes de apresentar os dados obtidos junto aos empregados

do hotel Ibis São José, acredita-se que por possivelmente ocasionar uma

interferência na análise dos dados, seja conveniente apresentar o perfil dos

participantes.

4.3.1 Perfil dos participantes

O perfil consiste nas características marcantes questionadas pela autora

com relação aos integrantes da população desta pesquisa. Para tal, foram

considerados: idade, sexo, estado civil, escolaridade e área de trabalho.

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63

4.3.1.1 Idade

Gráfico 01: Idade Fonte: dados primários, 2011

Em relação à faixa etária, o perfil dos participantes é composto por 09

pessoas entre 26 a 35 anos, totalizando 38% dos participantes, seguido de 07

pessoas na faixa de 18 a 25 anos representando 29% dos participantes. Na

seqüência, constam 06 pessoas com idade entre 36 a 45 anos, apresentando

25% do total e por fim, 02 empregados com mais de 45 anos representando 8%

dos empregados do hotel.

Observa-se que o hotel emprega trabalhadores de todas as faixas etárias,

ou seja, dos 18 aos 45 anos em sua maioria. Pode-se considerar que a mão-de-

obra empregada no hotel é de um público jovem, representado 67% de pessoas

com idade entre 18 a 35 anos, composto por 16 pessoas do total de 24

funcionários. Nota-se que é uma empresa que abre oportunidades desde as

pessoas que buscam o primeiro emprego quanto as mais experientes.

29%

38%

25%

8%

Idade

18 a 25

26 a 35

36 a 45

acima 45

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64

4.3.1.2 Sexo

Gráfico 02: Sexo Fonte: dados primários, 2011

No que diz respeito ao sexo, de um total de 24 participantes, 14 (58%) são

femininos e 10 (42%) são masculinos. Percebe-se uma quantidade quase

igualitária de homens e mulheres que trabalham no hotel, onde o setor de

camareira é exclusivo para mulheres.

4.3.1.3 Estado Civil

Gráfico 03: Estado Civil Fonte: dados primários, 2011

42%

58%

Sexo

Masculino

Feminino

59%

33%

8%

Estado Civil

Solteiro

Casado

Divorciado

Viuvo e outros

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65

Em relação ao estado civil dos entrevistados, 14 (59%) são solteiros, 08

(33%) são casados e 02 (8%) são divorciados. As opções “viúvo” e “outros” não

tiveram marcação. É expressiva a grande maioria dos funcionários que são

solteiros.

4.3.1.4 Escolaridade

Gráfico 04: Escolaridade Fonte: dados primários, 2011

Dentre os 24 funcionários entrevistados, 8 (34%) possuem o Ensino Médio

Completo, 07 (29%) com Ensino Superior Completo, 04 pessoas com Ensino

Médio Incompleto. Há 02 funcionários com do Ensino Fundamental Completo e

mais 02 com Superior Incompleto/cursando, cada nível de escolaridade

representando 8% cada um. E ainda consta uma pessoa com Pós-graduação,

representando 4% do total.

É notório o bom nível de escolaridade dos empregados do hotel Ibis São

José, com número expressivo de pessoas com Ensino Médio, bem como, Ensino

Superior Completo, juntos ambos totalizam 63%.

8%

17%

34%8%

29%

4%

Escolaridade

Fundamental Completo

Médio Incompleto

Médio Completo

Superior Incompleto / em curso

Superio Completo

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66

4.3.1.5 Área de trabalho

Gráfico 05: Àrea de trabalho Fonte: dados primários, 2011

Referente à área de trabalho dos entrevistados, 21 pessoas responderam

atuar na parte operacional, representando 88% do total e ainda a maior parcela

da área de trabalho, seguido de 02 pessoas na área gerencial, representando 8%

e somente 01 pessoa (4%), considerou-se na área de chefia.

Sendo que há divergência nas respostas, pois conforme quadro de

funcionários, a divisão é feita com 02 pessoas na gerência, nos cargos de

Gerente Geral e Assistente de Gerencia; e mais 03 pessoas no setor de Chefia,

nos cargos de Assistente Administrativo, Assistente de Manutenção e Supervisora

de Andares; já no setor operacional, constam 19 pessoas distribuídas nos cargos

de Atendentes de hospedagem, atendentes de alimentos e bebidas, e as

arrumadeiras.

Dessa forma, conforme pôde ser analisado no organograma do hotel, todos

os funcionários se remetem diretamente a gerência, somente as arrumadeiras

remetem-se primeiramente a Supervisora de andares, ou seja, o único cargo com

expressivo grau hierárquico. Sendo esse o provável, motivo da marcação como

operacional.

88%

8%4%

Àrea de trabalho

Operacional

Gerencia

Chefia

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Assim, frente aos dados acerca do perfil das pessoas que participaram

desta pesquisa, pode-se concluir que o hotel Ibis não possui distinção entre os

funcionários nos itens analisados, pois conta com trabalhadores de diversas

faixas etárias, desde pessoas em seu primeiro emprego até as mais experientes

profissionalmente, bem como, a equidade no número de trabalhadores

masculinos e femininos, onde a maioria são solteiros. No item escolaridade, é

exigido no mínimo Ensino Fundamental completo, mas observa-se o número

expressivo de pessoas com Ensino Médio e Superior Completos, no entanto, a

escolaridade exigida varia de acordo com a função, sendo a maioria dos

trabalhadores na área operacional.

4.3.2 Compensação justa e adequada

Esta é a primeira categoria do modelo de Walton, e divide-se em 03

indicadores: renda adequada ao trabalho, eqüidade interna e externa.

Chiavenato (1999) aponta como compensação justa à adequação da

remuneração com o trabalho executado pelo trabalhador, buscando o equilíbrio

entre as remunerações dentro da organização (eqüidade interna) e as praticadas

no mercado de trabalho (eqüidade externa).

4.3.2.1 Renda adequada ao trabalho

Gráfico 06: Renda adequada ao trabalho Fonte: dados primários, 2011

33%

4%21%

42%

O salário é justo e adequado as tarefas que eu executo no hotel Ibis.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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68

Em relação ao salário ser justo e adequado as tarefas executadas no hotel

Ibis pelos 24 entrevistados, 10 responderam que concordam totalmente,

representando 42%, seguido de 05 participantes que concordam em partes,

equivalente a 21%. Constam 08 participantes que discordam em partes,

representando 33%, e ainda 01 pessoa indecisa, com 4% do total. Sendo que a

opção discordo totalmente não houve marcação.

Milkovich e Boudreau (2000) definem a remuneração como retorno

financeiro que os empregados recebem como pagamento fruto do trabalho.

Fernandes (1996) complementa ainda que, a remuneração adequada, é a

remuneração necessária que permita o indivíduo viver dignamente, ou seja, suprir

suas necessidades pessoais. Dessa forma, pode-se observar que 15 pessoas

(63%) estão de acordo com a remuneração recebida pelo trabalho realizado, e 08

respondentes, correspondente a 33% do total discordam de alguma maneira da

remuneração, sendo considerado um número expressivo de discordância.

Conforme Bulgacov (1999), as formas de remuneração mais utilizadas são:

funcional que é determinada pela função e ajustada conforme o valor do mercado;

e a variável, que é vinculada a metas de desempenho individual, de equipe ou da

organização como todo por meio da participação de lucros e resultados. Onde a

remuneração praticada no hotel Ibis é fixa e funcional, com bonificação anual

referente à participação de lucros e resultados. Salientando que as horas extras

vão para banco de horas.

A autora supõe que a variação das respostas, dá-se pelo perfil dos

participantes, que na maioria são solteiros. Dessa forma, pode-se entender que

não possuem dependentes e a renda é suficiente para suas necessidades.

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69

4.3.2.2 Eqüidade interna

Gráfico 07: Eqüidade interna Fonte: dados primários, 2011

Relacionado a eqüidade interna do hotel Ibis, 12 entrevistados concordam

totalmente que seu salário é equivalente ao dos colegas de acordo com a função,

equivalente à 50 % do total, e 04 pessoas concordam em partes, correspondendo

à 17%. Já 03 pessoas (13%) são indecisas quanto a essa equivalência, e mais 03

pessoas (12%) discordam em partes e 02 respondentes discordam totalmente,

representando 8%.

Percebe-se que 16 pessoas, equivalente a 67% do total concordam que o

salário entre os funcionários são equivalentes, distinguindo-se apenas de acordo

com a função. No entanto, a quantidade de pessoas que estavam indecisas

referente à igualdade de salário entre os colegas, correspondente a 13%, chamou

atenção da autora e leva a crer que esse fator não é claro na empresa. Por fim,

totalizando 05 pessoas (20%) discordam da eqüidade de salário entre os

funcionários do hotel Ibis.

Pode-se então, presumir que os empregados têm ciência do salário entre

os colegas da mesma função e desconhecem o valor salarial dos funcionários que

exercem funções diferentes.

8%12%

13%

17%

50%

Meu salário é equivalente ao dos meus colegas de trabalho, de acordo com a função

de cada um.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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4.3.2.3 Eqüidade externa

Gráfico 08: Eqüidade externa Fonte: dados primários, 2011

Conforme verificado em relação a equidade externa, do total de 24

participantes, 10 (42%) concordam totalmente que a remuneração praticada pelo

hotel Ibis é compatível com outros hotéis. Seguido de 3 respondentes, equivalente

a 13%, que concordam em partes. Entretanto, 8 pessoas (33%) não tem certeza

sobre a compatibilidade de salário para com outros hotéis. Já 3 pessoas,

correspodente à 12% do total discordam totalmente da eqüidade externa salarial.

Salienta-se que, 53% dos respondentes concordam com a eqüidade

salarial do hotel Ibis para com os outros hotéis.

Mas é notório, a quantidade de funcionários que não possuem informações

sobre o valor da remuneração praticado nos outros hotéis da região.

Frente isso, o hotel Ibis poderia efetuar uma campanha de concientização

entre os funcionários sobre o valor praticado no ramo hoteleiro de acordo com

cada função. Assim, utilizar esses dados como instrumento motivacional de seus

funcionários, pois os mesmos sentiriam-se ainda mais valorizados.

Referente à categoria Compensação justa e adequada do modelo de

Walton, conclui-se que, houve divergência de opiniões, onde a maioria dos

funcionários consideram o salário justo e adequado as tarefas executadas, no

entanto houve um expressivo número de discordantes. E referenre a eqüidade

12% 0%

33%

13%

42%

Meu salário é compatível com o praticado em outros hotéis.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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salarial do hotel Ibis tanto interna como externamente, a maioria dos funcionários

estão de acordo.

Porém é notória, a indecisão dos funcionários quanto à remuneração

praticada no ramo hoteleiro e também entre os colegas de trabalho. Dessa forma,

a autora propõe a criação de uma campanha de conscientização sobre o ramo

hoteleiro e uma campanha motivacional que dê abertura para conhecimento dos

funcionários sobre o plano de cargos e salários que é praticado com base em

toda a rede Ibis, dessa forma, assim, os funcionários terão ciência da faixa salarial

que varia de acordo com os cargos e responsabilidades pertinentes do mesmo.

4.3.3 Condições de Trabalho

Nesta segunda categoria é abordada a percepção sobre as condições de

trabalho e a preservação da saúde e bem-estar do trabalhador, onde as

atividades executadas não sejam perigosas em excesso e prejudiciais a saúde.

Referem-se à jornada de trabalho, o número de horas trabalhadas e a carga de

trabalho relacionada com as tarefas desempenhadas pelos trabalhadores.

(BÚRIGO,1997).

4.3.3.1 Jornada de Trabalho

Gráfico 09: Jornada de trabalho Fonte: dados primários, 2011

8%

25%

67%

A carga horária da minha jornada de trabalho é adequada para execução de minhas

atividades e tarefas de trabalho.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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No que tange a carga horária da jornada de trabalho, definido por Búrigo

(1997, p. 42), como o “número de horas trabalhadas e sua relação com as tarefas

desempenhadas”,16 respondentes, ou seja, 67% do total concordam totalmente

que a carga horária é adequada para execução das atividades e tarefas

pertinentes a rotina de trabalho. Já 06 participantes, equivalente à 25%,

concordam em partes que a carga horária é suficiente. Sendo que constam 02

respondentes indecisos, correspondente a 8%, e não houveram discordantes.

Posto isso, pode-se considerar a carga horária da jornada de trabalho, que

corresponde a 7 horas e 20 minutos, exceto nível gerencial, como aspecto

positivo da Qualidade de Vida no Trabalho.

4.3.3.2 Ambiente físico seguro e saudável

Gráfico 10: Ambiente físico seguro e saudável Fonte: dados primários, 2011

Referente ao local de trabalho ser limpo, organizado e o ambiente

agradável, 22 participantes concordam totalmente, totalizando 92%. E os outros

8%, correspondente à 2 pessoas concordam em partes que a empresa oferece

um local limpo e organizado aos seus funcionários. Observa-se que as demais

opções não foram marcadas, o que caracteriza o ambiente agradável no hotel

Ibis, além da limpeza e organização do mesmo.

8%

92%

O hotel Ibis oferece um local de trabalho limpo, organizado e ambiente agradável.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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4.3.3.2.1 Condições de Segurança

A segurança do trabalho baseia-se em prevenção de acidentes, incêndios

e roubos. Devido a ser um fator decisivo, a mesma está recebendo cada vez mais

atenção dos gestores, pois além da demonstração de respeito e consideração

para com os empregados, implica também financeiramente como resultado do

absenteísmo e rotatividade de pessoal, afastamento por doenças e acidentes e

maior custo com indenizações dos mesmos. (CHIAVENATO, 1999)

Conforme pode ser verificado, foi unâmine a concordância total entre os

respondentes referente as condições de segurança e a prevenção de acidentes

para garantir a integridade física dos funcionários do hotel Ibis. Dessa forma,

sendo considerado fator positivo na Qualidade de Vida no Trabalho.

4.3.3.2.2 Disponibilização de materiais e equipamentos

De acordo com Búrigo (1997), disponibilização de materiais e

equipamentos refere-se a quantidade de qualidade dos materiais disponíveis para

a execução do trabalho rotineiro. Observa-se que todos os funcionários estão

totalmente de acordo quanto a disponibilização de materiais e equipamentos por

parte do hotel Ibis aos seus funcionários, totalizando 100% de concordância.

Dessa forma, pode-se notar o cenário favorável quanto as condições de

trabalho seguro, assim, minimizando os riscos provenientes da execução das

atividades de trabalho.

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4.3.3.2.3 Intervalos e escala de folgas

Gráfico 11: Intervalos e escala de folgas. Fonte: dados primários, 2011

Quanto aos intervalos e escalas de folga serem satisfatórios, 19 pessoas

pessoas concordam totalmente, o que equivale a 79% dos entrevistados. Onde 04

pessoas (17%) concordam em partes e havia 01 pessoa indecisa, totalizando

(4%).

Destaca-se, que o intervalo para almoço é de 01 hora e a escala de

trabalho são seis por um (6x1), ou seja, seis dias trabalhados e um dia de folga,

sendo apenas 01 domingo por mês. Sendo que a escala de folga é feito

mensalmente e de acordo com a CLT ( Consolidação das Leis Trabalhistas),

frisando que a solicitações especiais de folga por parte dos funcionários, sempre

que possível são atendidas pela gerência.

Pode-se notar que 96% dos respondentes estão totalmente ou

parcialmente satisfeitos com os intervalos e escala de trabalho e folgas, e não há

pessoas insatisfeitas quanto à esses itens.

Por fim, conclui-se que é explicito a preocupação do hotel Ibis em relação à

limpeza e organização do local, bem como, o ambiente agradável de trabalho

oferecido aos seus funcionários e que também pode ser notado pela

pesquisadora nas visitas à empresa, pois o clima era sempre descontraído. Ainda

podem ser frisadas, a extrema precaução com as condições de segurança e

4%17%

79%

Em relação aos intervalos para descanso / lanche, bem como, a escala de folgas, são

satisfatórios.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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prevenção de acidentes dentro do hotel, sendo isso reforçado pela

disponibilização de material e equipamentos adequados para cada função.

Já em relação aos intervalos e escalas, a grande maioria dos funcionários

estão de pleno acordo com o que é praticado atualmente na empresa.

Dessa forma, pode-se afirmar que o hotel Ibis oferece forte condições de

trabalho aos seus funcionários.

4.3.4 Uso e desenvolvimento de capacidades

Esta categoria aponta as possibilidades que o empregado tem de utilizar

seu conhecimento e habilidades em sua rotina de trabalho, que inclui a

autonomia, ou seja, independência na realização de suas tarefas; o significado da

tarefa que compreende a importância da tarefa desempenhada pelo funcionário

na vida e no trabalho de outras pessoas, interna ou externamente a organização;

identidade da tarefa que é medida da tarefa na sua integridade e na avaliação do

resultado; variedade da habilidade que condiz a possibilidade do funcionário

utilizar amplamente sua capacidade e habilidades individuais no desempenho de

seu trabalho e ainda a retroinformação que é o repasse de informações ao

funcionário sobre o processo total do seu trabalho, bem como sua avaliação e

suas ações. (FERNANDES, 1996)

4.3.4.1 Autonomia

Gráfico 12: Autonomia Fonte: dados primários, 2011

8% 4% 4%

21%63%

Possuo autonomia para decidir sobre assuntos que afetam a maneira de executar

meu trabalho.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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No que tange a autonomia dos funcionários para decidir sobre a maneira

de executar o trabalho, 15 participantes representando 63% dos entrevistados,

concordam totalmente que possuem autonomia suficiente para decidir sobre

assuntos que afetam a maneira do trabalho ser desempenhado e 5 pessoas

(21%) concordam em partes. Já 02 participantes (8%) discordam totalmente que

possuam autonomia, e mais 01 participante (4%) concordou em partes quanto a

sua autonomia, onde 01 participante (4%) apresentou-se indeciso sobre sua

autonomia.

Pondera-se que 84% dos participantes concordam total ou parcialmente

quanto sua autonomia frente á assuntos interferentes ao desempenho de suas

tarefas e 12% discordam da posse de autonomia. Essa diferença se dá devido o

setor de cada funcionário, como por exemplo, o serviço de arrumadeira é

altamente mecânico e padronizado, e acaba não fornecendo significativa

autonomia.

4.3.4.2 Identidade da Tarefa

Gráfico 13: Identidade da tarefa Fonte: dados primários, 2011

Com relação à identificação dos funcionários com o trabalho, 20

respondentes concordam totalmente que se identificam com o seu trabalho, o que

representa 83% dos entrevistados, onde 04 pessoas (17%) identificam-se em

partes com seu trabalho.

17%

83%

Eu me identifico com meu trabalho.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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Dessa forma, é saliente a proporção positiva de identificação com o

trabalho por parte dos funcionários, e subentende-se assim, que os mesmos

estão satisfeitos com o cargo ocupado e conseqüentemente, com as tarefas

pertinentes á ele.

4.3.4.3 Significado da Tarefa

Gráfico 14: Significado da tarefa Fonte: dados primários, 2011

Em relação as tarefas executadas, 18 respodentes concordam totalmente

que as mesmas estão de acordo com a função, totalizando 75%. Há 03 pessoas

que concordam em partes, representando 13% do total. Há 02 participantes (8%)

que discordam em partes quanto suas tarefas estarem de acordo com a função.

Consta 01 pessoa (4%) indecisa se está de acordo ou não, e a opção discordo

totalmente não apresentou marcação.

8%4%

13%

75%

As tarefas que realizo estão de acordo com minha função.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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78

4.3.4.4 Variedade da habilidade

No que tange à utilização dos conhecimentos e experiências, todos os

participantes concordam totalmente que utilizam seus conhecimentos técnicos ou

empìricos e também suas experiências pessoais ou profissionais para

desempenhar seu trabalho diário. Pode-se destacar que esse item difere-se da

autonomia, onde a mesma, varia conforme a função desempenhada no hotel pelo

trabalhador. Já a utilização dos conhecimentos e experiências são utilizadas em

larga escala.

4.3.4.5 Retroinformação

Gráfico 15: Retroinformação Fonte: dados primários, 2011

Quanto à retroinformação, do total de 24 participantes, 18 concordam

totalmente que recebem feedback, ou seja, retorno da avaliação de seu trabalho,

representando 75% dos entrevistados. E mais 04 pessoas (17%) concordam em

partes com o retorno da avaliação de seu trabalho. Já 01 participante (4%)

discorda totalmente quanto ao recebimento de retroinformação, onde 01

participante (4%) encontra-se indeciso.

Conforme Chiavenato (2005), para o bom desempenho organizacional as

empresas necessitam das pessoas, ou seja, os funcionários. Os mesmos

4%

0%

4%

17%

75%

Recebo feedback, ou seja, retorno da avaliação de meu trabalho e ações.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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79

precisam receber retroação sobre seu desempenho e ter conhecimento de como

está o desenvolvimento de seu trabalho.

Sendo assim, a retroinformação é positiva no hotel Ibis, tendo em vista que

92% dos respondentes concordam receber retorno da avaliação de seu trabalho e

ações.

Dessa forma, conclui-se que a autonomia dos funcionários do hotel Ibis

São José varia de acordo com a função de cada um, como por exemplo, o setor

de arrumadeiras é o mais padronizado e mecânico, sem possibilitar muita

autonomia, devido à natureza da função.

Entretanto, os mesmos utilizam amplamente seus conhecimentos e

experiências para desempenhar as atividades de trabalho.

Salienta-se que a maioria dos funcionários identifica-se com seu trabalho e

consideram que as tarefas que realizam estão de acordo com sua função. Os

mesmos recebem feedback, tanto de retorno de seu trabalho como suas ações,

sendo um fator que motiva o funcionário pelo retorno de seu desempenho e

reconhecimento de seu trabalho.

4.3.5 Oportunidade de crescimento e segurança

Este tópico representa a quarta categoria do modelo estudado e explana

acerca do crescimento pessoal, que é o desenvolvimento do potencial do

indivíduo e aplicação da mesma, e o desenvolvimento profissional e da carreira,

que seria a oportunidade de avanços na carreira, além da segurança do emprego

que se refere ao grau de segurança na manutenção do quadro de funcionários.

(FERNANDES, 1996).

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80

4.3.5.1 Crescimento Profissional

Gráfico 16: Crescimento profissional Fonte: dados primários, 2011

No que refere-se a oportunidade de crescimento profissional no hotel Ibis,

22 respondentes concordam totalmente, o que representa 92% do total. Onde 01

pessoa (4%) concorda em partes quanto as oportunidades de crescimento no

hotel e ainda 01 pessoa (4%) discorda em partes. Já as opções indecisos e

discordo totalmente não foram assinaladas, o que demonstra a clareza das

oportunidades de crescer e desenvolver-se na referida empresa.

4%

0%

4%

92%

O hotel Ibis oferece oportunidade de crescimento profissional.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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81

4.3.5.1.1 Investimento na capacitação dos funcionários

Gráfico 17: Investimento na Capacitação Fonte: dados primários, 2011

Referente ao investimento por parte do hotel Ibis na capacitação e

qualificação dos seus funcionários por meio de treinamentos, cursos, entre outros,

que de acordo com Aquino (1984) tem por objetivo fornecer ao empregado

conhecimentos, habilidades e atitudes relativas ao seu campo de atividade; houve

96% de concordância absoluta, que representa 23 respondentes. Já 01

participante (4%) discorda totalmente com a capacitação dos funcionários.

O investimento na capacitação dos funcionários é muito bem expressa por

Castelli (2002) ao afirmar que, a educação e o treinamento são os alicerces para

a qualidade do serviço hoteleiro, e ambos possuem o objetivo de levar os

trabalhadores não somente a saber fazer, mas sim, querer fazer bem-feito aquilo

que fazem.

É importante mencionar que o hotel possui convênio com uma empresa

que oferece curso de “supletivo virtual” destinado aqueles que ainda não

concluíram o ensino fundamental ou médio, ou ainda os que desejam estudar

para o “pré-vestibular”, destacando que essa oportunidade é oferecida aos

funcionários e seus familiares.

Dessa forma, pode-se notar por meio do expressivo número de

concordantes que o hotel Ibis São José, investe na capacitação de sua mão-de-

obra. Enfatizando que, o setor hoteleiro é muito dinâmico e empresa estudada

4%

96%

A empresa investe na minha capacitação, por meio de treinamento e cursos.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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82

preza por sua política de qualidade de prestação de serviços, assim, faz

necessário a constante capacitação dos funcionários.

4.3.5.2 Segurança do emprego

Gráfico 18: Segurança do emprego Fonte: dados primários, 2011

De acordo com as respostas referente a segurança do trabalho, 21

funcionários concordam totalmente que sentem-se seguros e estáveis quanto ao

seu emprego no hotel Ibis, o que representa 88% da totalidade. E já 03 pessoas

sentem-se parcialmente seguras em relação ao emprego, correspondente a 12%.

Supõe-se que os 03 funcionários que sentem-se parcialmente seguros,

devido a pouco tempo de serviço, e considera-se que os demais trabalham a mais

tempo.

Pode-se concluir, mediante os dados obtidos, que a empresa estudada

oferece oportunidades de crescimento profissional, além de oferecer capacitação

dos funcionários por meio de cursos e treinamentos. Conseqüentemente, os

funcionários sentem-se seguros em relação ao seu emprego.

Portanto, pode-se depreender que o hotel Ibis São José oferece chances

de crescimento profissional e transmite segurança do emprego para os

funcionários, sendo considerado um fator extremamente positivo.

12%

88%

Sinto-me seguro e estável trabalhando no hotel Ibis.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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83

4.3.6 Integração social na empresa

Esta é a quinta categoria e trata acerca da integração social na

organização, na qual se entende por diferenças hierárquicas suaves, apoio

mútuo, ausência de preconceitos e respeito à individualidade. (VIEIRA, 1996).

4.3.6.1 Igualdade de oportunidades

Gráfico 19: Igualdade de oportunidades Fonte: dados primários, 2011

Quanto à igualdade de oportunidades, que para Fernandes (1996, p. 50),

refere-se à inexistência de diferenças hierárquicas marcantes, 20 respondentes

concordam totalmente que as oportunidades de crescimento são iguais para

todos os funcionários, representando 83% de expressa concordância. Sendo que

04 pessoas (17%) concordam em partes com essa igualdade. Não houve nenhum

indeciso ou discordante.

Assim, é notável a estrutura hierárquica do hotel Ibis mais horizontalizada,

com poucos níveis hierárquicos. Sendo que o nível hierárquico maior equivale ao

gerente geral, seguido da assistência de gerência, onde todos os demais setores

remetem-se diretamente a gerência e somente as arrumadeiras dirigem-se

primeiramente a supervisora de andares e em segundo a gerência.

17%

83%

As oportunidades de crescimento são iguais para todos os funcionários.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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84

4.3.6.2 Relacionamento

Gráfico 20: Discriminação Fonte: dados primários, 2011

Conforme pode ser verificado, 23 respondentes concordam totalmente que

não ocorre discriminação no ambiente de trabalho, seja por aparência, estilo de

vida, sexo, raça, religião, entre outros. Esse total representa expressivamente

96% dos entrevistados. Sendo que 01 participante (4%) concorda em partes

quanto a discriminação no ambiente de trabalho.

Expressando assim, um ambiente de convivío respeitoso no que tange a

diferenças pessoais e culturais entre os funcionários, proporcionando um

ambiente de trabalho que oferece bem-estar.

4%

96%

Meu ambiente de trabalho não permite que eu seja discriminado pela minha aparência, estilo

de vida, sexo, raça, ou religião.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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85

4.3.6.2.1 Companheirismo e respeito mútuo

Gráfico 21: Relacionamento Fonte: dados primários, 2011

Quanto ao relacionamento entre os colegas de trabalho do hotel de Ibis,

19 pessoas concordam totalmente que o relacionamento é respeitoso e baseado

no companheirismo, representando 83%. Sendo que 02 particpantes (9%)

concordam em partes com o relacionamento harmonioso entre os colegas. Já 01

pessoa (4%) discordam em partes e 01 participante (4%) consta indeciso.

Pode-se notar que, o convívio entre os colegas de trabalho apresenta um

relacionamento saúdavel, amistoso e respeitoso. Onde esse entrosamento entre

os funcionários foi notado pela pesquisadora em todas as visitas de campo ao

hotel Ibis, com clima descontraído em todos os setores e diferentes níveis

hierárquicos, além do prevalecimento do respeito mútuo. Salientando que o hotel

preza o bom relacionamento, como incentivo é realizado mensalmente a

comemoração dos aniversariantes do referido mês, com oferecimento de tortas,

salgadinhos, refrigerantes, além da festa comemorativa de fim de ano.

Conclui-se que o relacionamento entre os funcionários do hotel Ibis São

José é respeitoso e baseado no companheirismo, além de não ocorrer

discriminação no ambiente de trabalho, devido à aparência, estilo de vida, sexo,

raça, religião, entre outros.

4% 4% 9%

83%

Minha relação com meus colegas de trabalho é baseado no respeito mútuo e

companheirismo.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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Já as oportunidades de crescimento são iguais entre os funcionários,

considerando que os mesmos possuam o mesmo grau de requisitos exigidos para

a oportunidade.

Dessa forma, é considerado como fator positivo no modelo de Walton,

tendo em vista que a integração social na empresa mostra-se excelente.

4.3.7 Constitucionalismo

Essa é a sexta categoria do modelo de Walton e observa o cumprimento

dos direitos trabalhistas, a privacidade pessoal dentro da organização, liberdade

de expressão e a realização das normas e rotinas institucionais. (VIEIRA, 1996)

4.3.7.1 Liberdade de expressão

Gráfico 22: Liberdade de expressão Fonte: dados primários, 2011

Referente a liberdade de expressão, 19 participantes concordam

totalmente que possuem abertura para expor suas idéias e opiniões em prol da

empresa ou para melhoria do ambiente de trabalho, equivalente a 79%. No

entanto, 03 participantes (13%) concordam em partes que possuem abertura para

expressar suas opiniões. Sendo que 01 pessoa (4%) encontra-se indeciso quanto

4%

0%

4%13%

79%

Possuo abertura para expor minhas idéias e opiniões para melhoria da empresa e meu

ambiente de trabalho.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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87

a liberdade de expressão no hotel Ibis e 01 respondente (4%) discorda totalmente

que possuam espaço para opinar.

Fernandes (1996, p. 51) conceitua liberdade de expressão da seguinte

maneira: “forma como o empregado pode expressar seus pontos de vista aos

superiores, sem medo de represálias”. Conforme verificado nesse item, os

empregados sentem-se livres para expor suas opiniões. Destacando que os

mesmos necessitam ser ouvidos para poder expressar suas opinões sobre a

empresa em que trabalham e passam a maior parte de suas horas úteis do dia,

além de sentirem-se valorizados.

4.3.7.2 Respeito às leis e direitos trabalhistas

No que tange o cumprimento e respeito às leis e direitos trabalhistas por

parte do hotel Ibis, que é definida por Búrigo (1997) como, as normas que

regulamentam a relação trabalhista entre contratados e contratantes, bem como o

cumprimento dos direitos trabalhistas definidos pela legislação; todos os

funcionários concordam totalmente que o hotel respeita e cumpre todos os seus

deveres trabalhistas para com seus empregados.

4.3.7.3 Privacidade pessoal

De acordo com Fernandes (1996), privacidade pessoal é apontada como o

respeito pela individualidade do trabalhador em seu ambiente de trabalho, sendo

que todos os funcionários concordam totalmente que possuem privacidade e

liberdade no local de trabalho. Portanto, são destacados pela pesquisadora como

pontos positivos e também motivacionais, o respeito as leis e direitos trabalhistas

e a privacidade pessoal na empresa, que demonstram o respeito depreendido da

organização para com seus empregados.

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88

4.3.7.4 Normas e rotinas

Gráfico 23: Normas e rotinas Fonte: dados primários, 2011

Em relação as normas e rotinas do hotel, 22 respondentes concordam

totalmente que são de conhecimento geral de todos os funcionários, o que

equivale a 92% do total. Sendo que 01 pessoa (4%) concorda em partes que as

normas e rotinas sejam de ciência ampla. Onde consta 01 pessoa (4%) indecisa e

nenhuma discordante. Totalizando 96% de concordância total ou parcial.

Dessa forma, nos leva a deduzir que há total entedimento de todas as

políticas, estratégias, objetivos, regras, procedimentos e normas do hotel, sendo

esses itens indispensáveis para a qualidade dos serviços.

Assim, conclui-se que os funcionários possuem abertura para expor sua

opinião e idéias para melhorias da empresa ou do ambiente do trabalho, bem

como, expressar a opinião referente a algum ocorrido.

Ressalta-se que de acordo com os funcionários a empresa cumpre e

respeita às leis e direitos trabalhistas integralmente. Além de respeitar a

privacidade e liberdade dos funcionários, e ser do conhecimento de todas as

normas e rotinas praticadas no hotel.

Desse modo, pode-se apontar que a categoria do constitucionalismo é

visívelmente positiva em relação á Qualidade de Vida no Trabalho.

4% 4%

92%

As normas e rotinas institucionais do hotel Ibis são de conhecimento geral de todos os

funcionários.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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4.3.8 Trabalho e espaço total de vida

Nesta sétima categoria é analisado o equilíbrio entre a vida pessoal, ou

seja, a vida familiar, atividades de lazer e comunitárias entre outros, com a vida

profissional. (BÚRIGO,1997). Sendo uma das mais importantes na visão da

autora, pois trata sobre o maior desafio do mundo moderno, que é a constante

busca entre a vida profissional e pessoal.

4.3.8.1 Papel balanceado do trabalho

Gráfico 24: Tempo disponível para família e amigos Fonte: dados primários, 2011

Com relação ao horário de trabalho permitir tempo disponivel para

familiares e amigos, dos 24 respondentes, 19 concordam totalmente;

representando 79% do total. Já 03 pessoas concordam em partes com a

disponibilidade de tempo livre, o que equivale a 13%. Sendo que 01 particpante

(4%) discorda em partes e mais 01 participante (4%) ficou indeciso.

Nota-se que 92% dos respondentes concordam que o horário de trabalho

não interfere significativamente no tempo disponibilizado para convivência com

familiares e amigos.

4% 4%13%

79%

Meu horário de trabalho, me permite dispor de tempo para conviver com minha família e

amigos.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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4.3.8.1.1 Desgaste emocional e psicológico

Gráfico 25: Desgaste emocional e psicológico Fonte: dados primários, 2011

Referente ao desgaste emocional e/ou sofrimento psicológico causado pelo

trabalho, 16 respondentes concordam totalmente que o trabalho não lhe trazem

esses malefícios, o que representa 67%. Onde 07 pessoas, ou seja, 29%

concordam em partes e 01 pessoa (4%) encontra-se indecisa. Sendo que não

houve nenhum discordante.

No entanto, cabe destacar que conforme será explanado nas análises de

opiniões dos funcionários sobre possíveis melhorias, ficou evidente que a

sobrecarga de trabalho, acarreta mais pressão psicológica para a realização das

atividades pertinentes da função.

4%

29%

67%

Meu trabalho não me causa desgaste emocional e sofrimento psicológico.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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4.3.8.1.2 Dificuldade física

Gráfico 26: Dificuldade física Fonte: dados primários, 2011

No que refere-se a dificuldade física para realizar as tarefas pertinentes ao

cotidiano do trabalho, 21 participantes concordam totalmente que não sentem

dificuldades físicas para as mesmas, representando 88%. Já 03 pessoas (12%)

concordam em partes quanto as limitações físicas para executar suas funções. As

demais opções não obtiveram marcação, resultando em conotação positiva.

Supõe-se que essa pequena diferença entre os participantes que

concordam totalmente com os que concordam em partes quanto as dificuldades

físicas, ocorra devido a saúde física e até mesmo o fator da idade do funcionário.

12%

88%

Não sinto dificuldade física para realizar minhas tarefas.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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92

4.3.8.1.3 Equilíbrio vida pessoal e profissional

Gráfico 27: Equilíbrio da vida pessoal e profissional Fonte: dados primários, 2011

No que tange ao equilíbrio da vida pessoal com a profissional, que para

Vieira (1996, p. 45), “o trabalho não deve absorver todo o tempo e energia do

trabalhar em detrimento de sua vida familiar, suas atividades de lazer e

comunitárias.”, constam 20 respondentes que concordam totalmente que

conseguem equilibrar a vida pessoal e a profissional, ou seja, 83% do total.

Já 03 pessoas concordam em partes, equivalente a 13%, e 01 participante consta

indeciso, correspondendo a (4%). Sendo que as demais opções não obtiveram

marcação.

Evidencia-se que, a maioria dos funcionários alega conseguir dividir o

tempo reservado para execução de sua carga horária com suas horas livres

despendidas para seus fins particulares, interferindo positivamente na Qualidade

de Vida tanto no Trabalho como na Qualidade de Vida no âmbito pessoal.

4% 13%

83%

Consigo equilibrar minha vida pessoal e profissional.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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93

4.3.8.1.4 Interferência na vida pessoal

Gráfico 28: Interferência na vida pessoal Fonte: dados primários, 2011

O gráfico 28, nos confirma a análise a anterior, tendo em vista que 19

funcionários concordam totalmente que a carga de trabalho não interfere na vida

pessoal, correspondendo a 79% dos participantes, e 05 pessoas concordam em

partes quanto a interferência resultante da carga de trabalho, sendo que as

demais opções não obtiveram marcação.

A pesquisadora aponta que a principal interferência advinda da carga de

trabalho na vida pessoal, seria o estresse quase sempre advindo da carga

excessiva de trabalho. Stoner e Freeman (1999, p. 415) definem o estresse

organizacional como “ a tensão e pressão resultantes de quando o indivíduo acha

que uma situação apresenta exigências que ameaçam exceder suas capacitações

ou seus recursos”. Sendo esse também um fator determinante entre o equilíbrio

da vida pessoal e profissional.

No que tange ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, pode-se

concluir que a maioria dos funcionários consegue alcançar esse equilíbrio, onde

consideram que o horário de trabalho auxilia nesse equilíbrio.

Já em relação ao impacto físico e psicológico decorrentes do trabalho, a

grande maioria dos funcionários não sente dificuldades físicas para desempenhar

as atividades, no entanto, ficou evidente que sofrem pressão advinda da carga de

21%

79%

Minha carga de trabalho não interfere na minha vida pessoal.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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94

trabalho extra quando ocorre absenteísmo, causando algum desgaste emocional

ou psicológico.

4.3.9 Relevância social da vida no trabalho

Esta é a oitava e última categoria do modelo de Walton, e mensura a

atuação da empresa perante a sociedade, seja por responsabilidade social da

instituição para com a comunidade ou pela qualidade dos serviços prestados a

mesma, e ainda a responsabilidade social pelos empregados, onde é analisada a

percepção dos funcionários quanto a sua valorização e participação e

considerado a imagem da empresa, ou seja, perante a comunidade na qual está

inserida e no orgulho e satisfação pessoal por fazer parte da empresa.

(FERNANDES, 1996)

4.3.9.1 Imagem da empresa

Gráfico 29: Orgulho em ser funcionário do hotel Ibis Fonte: dados primários, 2011

Em relação ao orgulho de fazer parte do hotel Ibis, 23 respondentes

concordam totalmente que sentem orgulho de trabalhar no hotel, o que representa

96% dos participantes. Apenas 01 respondente (4%) concorda em partes quanto

a sentir-se orgulhoso. As demais opções não obtiveram marcação.

0%

4%

96%

Sinto-me orgulhoso por fazer parte do hotel Ibis.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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95

Castelli (2002, p. 75) afirma que “é preciso criar um clima de trabalho

agradável dentro do hotel, que leve todos os seus integrantes a amar seu

trabalho, seus colegas e sua empresa”.

Para incentivar esse sentimento de orgulho, o hotel possui uma política de

reconhecimento do funcionário que destaca-se em suas atividades. O evento

ocorre a cada quatro (04) meses, com premiação de um relógio, pin e certificado.

Ao final do ano é escolhido o funcionário destaque anual entre os 3 escolhidos

dos quadrimestres, com um prêmio especial.

Dessa forma, é notável que a grande maioria dos funcionários demonstram

estarem satisfeitos, orgulhosos e gostam de trabalhar no hotel Ibis São José.

4.3.9.1.1 Imagem do hotel perante comunidade

Gráfico 30: Imagem do hotel perante a comunidade. Fonte: dados primários, 2011

No que refere-se a imagem do hotel Ibis São José ser positiva junto a

comunidade local, 23 respondentes concordam totalmente, equivalente a 96%.

No entanto, 01 participante concorda em partes, representando apenas 4% do

total. Sendo que as demais opções não obtiveram marcação.

Nota-se que conforme o gráfico anterior, os funcionários sentem orgulho de

trabalhar no hotel e afirmam que a imagem do mesmo perante a comunidade é

extremamente positiva. Considera-se assim, um fator positivo na Qualidade de

vida no Trabalho.

0%

4%

96%

A imagem do Ibis junto a comunidade local é positiva.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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96

4.3.9.2 Responsabilidade Social pelos serviços e produtos

Gráfico 31: Qualidade de serviços e produtos. Fonte: dados primários, 2011

Quanto a qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao clientes do hotel

Ibis, 23 funcionários concordam totalmente que a empresa preocupa-se com esse

quesito e apenas 01 participante (4%) concorda em partes. Sendo que as demais

opções não obtiveram marcação.

4.3.9.3 Responsabilidade social pelos empregados.

Gráfico 32: Benefícios sociais. Fonte: dados primários, 2011

4%

96%

A empresa preocupa-se constantemente com a qualidade dos produtos e serviços

oferecidos aos clientes.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

4%9% 8%

79%

Os benefícios sociais, tais como: convênio médico e odontológico, reembolso de

farmácia, ticket alimentação e refeição no hotel, Cart Accor, entre outros, são

satisfatórios.

Discordo totalmente

Discordo em partes

Indeciso

Concordo em partes

Concordo totalmente

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97

Referente ao benefícios sociais como: convênio médico e odontológico,

reembolso de 50% com gastos em farmácia, ticket alimentação e refeição

realizada no hotel, entre outros, 19 respondentes concordam totalmente que

estão satisfeitos com tais beneficios, equivalente a 79% do total. Onde 02

participantes (8%) concordam em partes e mais 02 participantes (8%) constam

indecisos. Já 01 participante (4%) discorda em partes.

Chiavenato (1999) define como benefícios, a previdência social e privada,

auxìlio refeição, transporte, assistência médica e educacional, entre outros. Em

complemento com essa posição, Aquino (1984) enfatiza ainda que, os benefícios

são assimilados pelos trabalhadores como salário indireto e um meio de

complementar a renda. Entretanto, o empregado tende a considerar o benefício

como direito adquirido.

Pode-se observar, que a grande maioria dos funcionários estão satisfeitos

com os benefícios proporcionados pelo hotel Ibis em complemento a renda

salarial.

Conclui-se, desta maneira que, o hotel Ibis São José preocupa-se com a

qualidade de produtos e serviços prestados aos seus clientes, resultando na

imagem positiva tanto para seus funcionários como a comunidade local, que o

mesmo possui, sendo que, a maioria dos funcionários está satisfeita com os

benefícios oferecidos pelo hotel.

Assim, pode-se considerar que essa categoria é altamente positiva em

relação à Qualidade de Vida no Trabalho.

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98

4.3.10 Análise da nota atribuída pelos funcionários acerca da Qualidade de

Vida no Trabalho no Hotel Ibis São José

Quadro 9: Nota atribuída a Qualidade de Vida no Trabalho

Fonte: elaborado pela autora, 2011 O questionário utilizado como fonte de coleta de dados, possui a 38ª

questão que corresponde à nota atribuída pelos funcionários a partir da

percepção dos mesmos acerca da Qualidade de Vida no Trabalho. Foram 24

respondentes, onde nota-se o alto grau de satisfação dos empregados quanto à

sua Qualidade de Vida no Trabalho, tendo em vista que todos deram nota igual ou

superior a 07. Dividindo-se em 18 respondentes que atribuíram notas entre 09 e

10, o que equivale a 76% do total de respondentes, e mais 06 respondentes que

deram a nota entre 07 e 08, correspondendo a 24% dos participantes, conforme

pode ser analisado no quadro 9 acima.

Salienta-se que alguns participantes atribuíram notas com decimais, como

por exemplo, 7,6 ; 8,5. Para facilitar a tabulação das notas, a pesquisadora

arredondou as notas para baixo, assim, para 7 e 8. Pois na visão da

pesquisadora, se o entrevistado deu nota, por exemplo 7,6; entende-se que na

visão dele ainda está na nota sete, faltando algo para ser oito.

Nota Respostas Percentual

1 0 0%

2 0 0%

3 0 0%

4 0 0%

5 0 0%

6 0 0%

7 3 12%

8 3 12%

9 9 38%

10 9 38%

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4.3.11 Análise das melhorias propostas pelos empregados do hotel Ibis São

José

Neste trabalho, entendeu-se por melhoria sugerida, as opiniões emitidas

pelos funcionários de sobre atitudes e/ou ações que poderiam ser adotadas pelo

hotel em prol do desenvolvimento da Qualidade de Vida no Trabalho.

Foram vinte e quatro (24) participantes da pesquisa, em que catorze (14)

participantes responderam que estão satisfeitos com a atual realidade do hotel

Ibis São José em relação à Qualidade de Vida no Trabalho, conforme afirmação

do P22: “Para mim o que já fazem é satisfatório, muito bem organizado, a chefia

está de Parabéns!”

O entrevistado P20 enfatiza que: “Até o presente momento não há muitas

atitudes a melhora-lá, pois o hotel Ibis e todos os colaboradores fazem de tudo

para que a melhoria da empresa seja sempre satisfatória e inovadora”.

O entrevistado P2 reflete que:

“No meu ponto de vista, tudo acima de 90% e considerado excelente. É impossível o hotel ou qualquer outra empresa atingir a meta de 100%, não consegue agradar a todos, pois toda pessoa que tenha personalidade, já tem opinião formada e nem todas as opiniões são iguais.”

Já o entrevistado P18 propõe que “melhorar o uniforme, seria bom...” Em

contrapartida, o uso do uniforme é obrigatório e padrão, com exceção do setor

administrativo e gerência, o mesmo é fornecido pelo hotel e a lavação é por conta

da lavanderia do hotel, pois os funcionários não podem levá-lo para casa.

O entrevistado P10 deseja “mais retorno do trabalho”, ou seja, ele quis

dizer que deseja maior freqüência de feedback. No mesmo sentido do feedback,

que tanto pode ser retorno positivo ou negativo do trabalho, o entrevistado P1

solicita: “ Fazer cobrança de melhorias igualmente para todos os colaboradores”.

Destacando que 06 respondentes reclamam de sobrecarga de trabalho

decorrente do absenteísmo que ocorre, afetando principalmente os setores de

arrumadeiras e atendentes de hospedagens e alimentos e bebidas, sendo esse o

principal fator que interfere negativamente na Qualidade de Vida no Trabalho dos

empregados do hotel. Esse fato fica evidenciado com o entrevistado P8 ao

afirmar: “Não sobrecarregar os colaboradores, sempre fico constrangido e

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frustrado quando não dou conta do serviço em um dado momento. Não é sempre

que acontece”.

Sendo reforçado com a opinião do entrevistado P19 acerca da sobrecarga

de trabalho e ainda com o salário, “Sobrecarregar menos os funcionários, salários

compatíveis com as funções exercidas”.

Pode-se notar, que a maioria dos empregados estão satisfeitos com a

Qualidade de Vida no Trabalho que possuem no hotel Ibis, no entanto, o principal

impactante apontado pelos funcionários é a sobrecarga de trabalho advinda de

quando ocorre faltas. Destacando que a sobrecarga de trabalho, será explanada

no capítulo a seguir, mais especificamente no tópico de aspectos desfavoráveis a

Qualidade de Vida no Trabalho.

4.4 ASPECTOS FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS À QUALIDADE DE VIDA

NO TRABALHO FRENTE À PERCEPÇÃO DOS EMPREGADOS DO HOTEL IBIS

SÃO JOSÉ

Neste tópico, serão explanados os aspectos positivos e negativos que

interferem na Qualidade de Vida no Trabalho no hotel em questão. Os mesmos

foram levantados por meio do questionário e da questão sobre opiniões dos

trabalhadores acerca de melhorias que poderiam ser adotadas pelo hotel e por

fim um plano de ação com melhorias sugeridas pela autora.

4.4.1 Aspectos favoráveis

Diante da verificação do resultado obtido da percepção dos funcionários

acerca da Qualidade de Vida no Trabalho, pode-se destacar os seguintes

aspectos favoráveis:

a) Condições de Trabalho: Esta categoria do modelo de Walton que aborda a

jornada de trabalho e o ambiente físico seguro e saudável, onde a

pesquisadora subdividiu em jornada de trabalho, ambiente físico seguro e

saudável, condições de segurança, disponibilização de materiais e

equipamentos e intervalos e escala de folgas. Todos esses itens foram

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analisados positivamente pelos pesquisados, destacando principalmente o

que tange ao ambiente físico seguro e saudável. Sendo que as condições

de trabalho é um fator básico para que o trabalhador sinta-se bem e seguro

em seu local de trabalho.

b) Uso e desenvolvimento de capacidades: Esta categoria abrange autonomia

dos funcionários, significado e identidade da tarefa, variedade da

habilidade e retroinformação (feedback); e foi analisada positivamente

pelos empregados, onde todos utilizam amplamente seus conhecimentos e

experiências na sua rotina de trabalho, no entanto, cabe salientar que

mesmo utilizando seu conhecimento e experiência, a autonomia no

trabalho varia muito de acordo com a função, sendo o setor de

arrumadeiras o que menos possibilita autonomia devido à natureza da

função ser padronizada e mecânica. Mesmo assim, a pesquisadora não

interpretou como aspecto negativo, pois a falta ou diminuição de autonomia

varia de acordo com o cargo e a empresa estudada, sendo que a

diminuição de autonomia no caso do hotel Ibis é compensada pela

expressiva utilização dos conhecimentos adquiridos no dia-a-dia ou por

treinamentos. A maioria dos funcionários identificam-se com seu trabalho e

consideram as tarefas que realizam de acordo com sua função, sendo esse

um fator importante na Qualidade de Vida no Trabalho, ou seja, identificar-

se com o trabalho, gostar do que faz, além do recebimento do feedback, ou

seja, retorno positivo ou negativo de seu trabalho e ações.

c) Oportunidade de crescimento e segurança: Esta categoria divide-se em

crescimento profissional, investimento na capacitação de funcionários e a

segurança do emprego. Todos esses itens foram analisados com

características bastante positivas pelos empregados, evidenciando que a

empresa oferece oportunidade de crescimento e também investe na

capacitação de seus funcionários, e assim, os funcionários sentem-se

seguros em relação ao seu emprego. Salientando que a sensação

segurança do emprego, e a oportunidade de crescimento e

desenvolvimento são determinantes na Qualidade de

Vida no Trabalho.

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d) Integração social na empresa: Tange à igualdade de oportunidade e o

relacionamento interpessoal. Conforme mencionado na categoria anterior o

hotel Ibis oferece oportunidade de crescimento a seus funcionários, e os

mesmos concordam que as oportunidades são iguais para todos,

considerando-se que possuam o mesmo grau de requisitos exigidos para a

oportunidade. Ficou explícito que o ambiente de trabalho é agradável, pois

o relacionamento entre os funcionários são baseados no respeito,

companheirismo e sem nenhum tipo de discriminação. É considerado um

fator extremamente positivo, pois gera bem-estar aos funcionários, sendo

este um dos objetivos da Qualidade de Vida no Trabalho.

e) Constitucionalismo: Refere-se ao respeito e cumprimento das leis e direitos

trabalhistas, a privacidade pessoal no local de trabalho, liberdade de

expressão e conhecimento das normas e rotinas. Esta categoria foi

avaliada positivamente pelos empregados, mostrando-nos que se sentem a

vontade para expor suas idéias e opiniões, demonstrando a abertura que o

hotel possibilita a seus funcionários. E ainda, o respeito e cumprimento do

hotel para com as leis e direitos trabalhistas, além do respeito pela

privacidade pessoal dos trabalhos em seu local de trabalho. Além de ser

conhecimento de todos, as normas e procedimentos do hotel, dessa forma,

cada um sabe o que o hotel espera si, o que é permitido ou não.

f) Trabalho e espaço total de vida: Esta categoria trata da interferência do

trabalho na vida pessoal das pessoas, sendo subdividido em: papel

balanceado do trabalho, desgaste emocional e dificuldades físicas,

equilíbrio da vida pessoal e profissional. Os pesquisados afirmam que

conseguem balancear o horário de trabalho com o convívio familiar e de

amizades, assim, conseguindo equilibrar a vida pessoal e profissional. No

entanto, o estresse advindo da carga excessiva de trabalho acaba

interferindo na vida pessoal. Onde os pesquisados mencionam não sentir

dificuldades físicas para realizar suas tarefas de trabalho, mas sofrem

desgaste emocional com a sobrecarga de trabalho, que será tratada nos

aspectos desfavoráveis. Dessa forma, essa categoria foi analisada

positivamente, exceto no contexto de desgaste emocional e psicológico.

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g) Relevância social da vida no trabalho: aborda percepção da imagem da

empresa para o funcionário e a comunidade que está engajada, bem como,

a responsabilidade social pelos serviços e/ou produtos, e para com os

funcionários. Sendo que os funcionários possuem uma imagem positiva da

empresa e ainda da mesma perante a comunidade, assim, sentindo-se

orgulhosos e satisfeitos em fazer parte da empresa. Avaliam que o hotel

preza pela qualidade dos serviços e produtos prestados aos seus clientes.

A maioria está satisfeita com os benefícios sociais, como: convênio médico

e odontológico, reembolso de 50% em farmácia mediante apresentação do

receituário médico, ticket alimentação, entre outros.

4.4.2 Aspectos desfavoráveis e respectivas sugestões de melhorias

Após analisar os aspectos que interferem positivamente na Qualidade de

Vida no Trabalho, foram delineados os aspectos desfavoráveis que

compreendem: remuneração, equidade interna e externa, feedback, desgaste

emocional e sobrecarga de trabalho.

O fator “Compensação justa e adequada” e seus critérios de remuneração

adequada, equidade interna e externa, foram analisados como aspecto

desfavorável a Qualidade de Vida no Trabalho, por meio dos pesquisados, pois

apresentou um expressivo número de discordantes referente à renda ser

adequada ao trabalho, e ainda notória quantidade de indecisos quanto à equidade

interna e externa.

Dessa forma, a autora propõe que seja efetuada a elaboração de uma

campanha que explana sobre o plano de cargos e salários que é praticado no

hotel Ibis São José com base em toda a rede em nível nacional, para os

funcionários estarem cientes da compatibilidade de sua remuneração de acordo

com sua função e a equivalência do salário de acordo com os cargos, pois ficou

evidente que os empregados têm ciência do salário entre os colegas da mesma

função e desconhecem o valor salarial dos funcionários que exercem funções

diferentes.

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Ainda sugere-se que a empresa elabore uma campanha de concientização

entre os funcionários sobre o valor praticado no ramo hoteleiro de acordo com

cada função. A fim de utilizar esses dados como instrumento motivacional de seus

funcionários, pois os mesmos sentiriam ainda mais valorizados.

O feedback foi avaliado positivamente nas questões fechadas, mas foi

criticado na questão de sugestões de melhorias, dessa forma, propõe-se reforçar

o feedback nas reuniões ou individualmente.

Outro aspecto desfavorável apontado pelos entrevistados foi o desgaste

emocional e psicológico acarretados pela sobrecarga de trabalho, que é o

principal interferente negativo na Qualidade de Vida no Trabalho no hotel Ibis São

José.

Enfim, a sobrecarga de trabalho é o ponto chave que interfere

negativamente a Qualidade de Vida no Trabalho, destacando que as empresas

buscam cada vez mais quadros de funcionários enxutos ou reduzidos, como forte

tendência na competitividade empresarial, isso, principalmente quando trata-se de

hotelaria econômica, como é o caso do hotel Ibis. Sendo enfatizado por

Chiavenato (1996, p. 10):

produzir mais com menos para serem competitivas dentro de abrangência mundial é extremamente desafiante. Para tanto, as empresas diminuíram suas estruturas tanto no sentido horizontal, através da fusão ou extinção de divisões ou departamentos, como no sentido vertical, redução de niveis hierárquicos

Além dessa realidade, que o hotel opera com quadro enxuto de

funcionários, ocorre constantemente afastamento de funcionários por atestados

médicos e perícia médica devido doenças ocupacionais, assim, sobrecarregando

os demais funcionários, principalmente arrumadeiras e os atendentes de

hospedagens e os de alimentos e bebidas, com tarefas acumuladas devido ao

absenteísmo, como por exemplo, cada arrumadeira é responsável por um andar,

ou seja, doze (12) quartos por cada arrumadeira, e quando ocorre o absenteísmo,

o número de quartos chega quase a duplicar. Ressaltando, que o fato do

absenteísmo ser gerado por atestado médico e afastamento por perícia, dificulta a

contratação de novos funcionários por parte do hotel. Conseqüentemente,

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aumentando a pressão para a conclusão das atividades e ocasionando o

desgaste emocional e psicológico.

Então, a autora sugere a implementação da Ginástica Laboral no hotel Ibis

São José, que é uma atividade física diária praticada no local de trabalho e que

consiste em exercícios, alongamentos e relaxamentos musculares, promovendo o

fortalecimento muscular e articular, e ainda a flexibilidade dos mesmos. Bem

como, o relaxamento da musculatura e articulações sobrecarregadas e

submetidas a movimentos e esforços repetitivos. Além da melhoria da postura

incorreta no local de trabalho, que acaba causando danos. (FONTES, 2001)

Lima (2003) ainda complementa ao mencionar que a ginástica laboral

combate as disfunções osteromusculares e favorece a melhoria da qualidade de

vida geral e o bem-estar do trabalhador, pois melhora seu relacionamento

interpessoal, disposição ao trabalho, e incentiva a prática de atividade física fora

do ambiente de trabalho.

Salientando ainda, que a ginástica laboral tem por objetivo a prevenções

de lesões no ambiente de trabalho e visa a melhorar a flexibilidade e mobilidade

articular, assim, diminuindo a fadiga que acomete os tendões, músculos, fáscias e

nervos. Ressaltando também, a diminuição do estresse, correção de vícios

posturais inadequados e melhoria no relacionamento entre os colegas de trabalho

devido proporcionar momentos de descontração e socialização entre os

funcionários. Além de valorizar e incentivar a prática de atividades físicas,

promovendo a saúde e o desempenho profissional. (MARTINS e DUARTE, 2000)

Conclui-se que, a ginástica laboral promove o bem-estar geral por meio de

atividades físicas efetuadas no horário de trabalho, além de incentivar a prática de

exercícios fora do ambiente de trabalho, melhorando a qualidade de vida. Ainda

previne doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, dessa forma, diminuindo o

absenteísmo e o estresse ocupacional, bem como, melhora o relacionamento

interpessoal.

No entanto, mesmo com todos os benefícios apontados pela prática da

ginástica laboral, os principais problemas para implementação de um programa

de ginástica laboral são o convencimento da gerência da empresa que a pausa

para a ginástica não prejudica a produtividade e ainda, o desconhecimento dos

funcionários quanto à importância da ginástica interfere na adesão do programa,

além da dificuldade de um local adequado para as aulas. (POLITO, 2002),

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Para a implementação da Ginástica Laboral, a empresa estudada pode

contratar uma empresa especializada nesse serviço, no caso, para o

levantamento de custos nesta pesquisa foi utilizada como base a empresa

Laborarh, por ter sido a primeira a dar retorno do contato efetuado pela

pesquisadora. Frisando que há outras empresas que oferecem esse serviço como

SESI, Ginástica laboral MAGNI BRAZIL, Treinebem Saúde Ocupacional, entre

outras. Dessa forma, o profissional capacitado e habilitado irá executar os

exercícios junto à equipe de trabalhadores dos diferentes setores. Sendo que,

com base nas informações repassadas pela Laborarh, as aulas têm duração entre

15 e 20 minutos, são ministradas com música, explicações e orientações de

saúde, alimentação, ergonomia, etc.

Para implementação das sugestões da autora, segue um plano de ação,

com base na ferramenta 5W2H, elaborado a partir do levantamento dos pontos

desfavoráveis.

O método 5W2H é uma ferramenta de gestão empresarial antiga, mas

muito utilizada por sua simplicidade. Possui como principal objetivo, auxiliar nos

planos de ação, além de deixar claro aos leitores, o que se planeja com ação que

pretende-se implementar. O método consiste na elaboração de perguntas,

visando à obtenção de informações que auxiliarão no planejamento. A sigla 5W2H

surgiu da língua inglesa, onde: 5W quer dizer, what (o que), ho (quem), why (por

que), where (onde) e when (quando); e 2H quer dizer, how (como) e how

many/much (quantos/quanto). (LENZI; KIESEL; ZUCCO, 2010)

Conforme Daychouw (2010), esse método consiste em fazer perguntas

para obter possíveis respostas que servirão de apoio ao planejamento de uma

forma geral, é uma ferramenta prática que permite a qualquer momento saber

quais são os principais pontos de um planejamento, e a mesma depende da

necessidade e criatividade de quem a estará desenvolvendo.

Portanto, julga-se que essa ferramenta seja útil para auxiliar a definir as

ações a serem adotadas para melhoria dos aspectos negativos da Qualidade de

Vida no Trabalho no hotel Ibis São José que são:

a) Ação 1: Elaborar campanha sobre plano de cargos e salários praticados no

hotel, por meio de reuniões com os funcionários para explanação sobre a

remuneração praticada com base na rede nacional do hotel Ibis, utilizando

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recursos de multimídia, como o Power Point, com intuito de conscientizar e

transparecer aos empregados, sobre a compatibilidade salarial de acordo

com o cargo. Essa ação será praticada pela Gerência e não acarretará

custos para a organização.

b) Ação 2: Criar campanha motivacional, para conscientizar os empregados

da remuneração adotada pela rede hoteleira local, de forma, a ser

instrumento motivacional e de valorização, com informações extraídas da

Rede Accor na região da Grande Florianópolis, por meio de reuniões com

recursos de multimídia, como o Power Point com todos os funcionários

para apresentar a campanha motivacional sobre a remuneração praticado

na rede hoteleira local. Assim, conscientizando quanto a equidade interna

e externa. Essa ação será realizada pela Gerência e sem causará custos

ao hotel.

c) Ação 3: Reforçar feedback nas reuniões ou individualmente pela Gerência

ou Encarregado imediato, Para dar igualdade no retorno de trabalho ou

ações, seja positivo ou negativo, aos funcionários nas reuniões mensais e

sempre que possível individualmente.

d) Ação 4: Implementação de Ginástica Laboral, para aliviar a tensão da

sobrecarga de trabalho e investir no relacionamento interpessoal. Essa

implementação acontecerá com a contratação por meio da Gerência, de

uma empresa especializada em Ginástica Laboral, com realização de

exercicios três vezes na semana, em dias alternados. Com custo de R$

600,00 mensais (levantamento de preço com a empresa Laborarh, com

aulas três vezes na semana.)

Dessa forma, para implementação das sugestões efetuadas, o custo total

seria de aproximadamente 600 reais mensais.

Na seqüência, apresenta-se o quadro 10 com o detalhamento das

sugestões advindas dos aspectos desfavoráveis.

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Quadro 10 – Sugestões de melhorias – 5W2H Fonte: Elaborado pela autora, 2011

O que? Quem? Onde? Por que? Quando? Como? Quanto?

Ação 1 Elaboração de campanha sobre plano de cargos e salários praticados no hotel.

Gerente Geral

Hotel Ibis

São José

Conscientizar e transparecer aos empregados, sobre a compatibilidade salarial de acordo com o cargo

A partir de 2011/2

Por meio de reuniões com os funcionários para explanação sobre a remuneração praticada com base na rede nacional do hotel Ibis.

Sem custo.

Ação 2 Criação de campanha motivacional

Gerente Geral

Hotel Ibis

São José

Para conscientizar os empregados da remuneração adotada pela rede hoteleira local, de forma, a ser instrumento motivacional e de valorização.

A partir de 2011/2

Realizar reuniões com todos os funcionários para apresentar a campanha motivacional sobre a remuneração praticado na rede hoteleira local.

Sem custo.

Ação 3 Reforçar feedback nas reuniões ou individualmente.

Gerente Geral

Hotel Ibis

São José

Para dar igualdade no retorno de trabalho ou ações, seja positivo ou negativo.

A partir de 2011/2

Periodicamente, ou seja, nas reuniões mensais e

sempre que possível individualmente.

Sem custo

Ação 4 Implementação de Ginástica Laboral

Gerente Geral

Hotel Ibis

São José

Para aliviar a tensão da sobrecarga de trabalho e investir no relacionamento interpessoal.

A partir de 2011/2

Efetuando a contratação de empresa especializada em Ginástica Laboral, com realização de exercicios três vezes na semana, em dias alternados.

R$ 600,00 mensais (levantamento de preço com a empresa Laborarh, com aulas três vezes na semana.)

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo principal analisar a percepção dos

empregados do hotel Ibis São José acerca da Qualidade de Vida no Trabalho.

Para tal, estas foram as etapas, derivadas dos objetivos específicos, foram

efetuadas: análise da percepção dos funcionários acerca de sua Qualidade de

Vida no Trabalho, apontamento dos aspectos favoráveis e desfavoráveis no hotel

Ibis São José quanto à Qualidade de Vida no Trabalho; bem como, identificação

junto aos empregados de possíveis aspectos que possam influenciar na melhoria

da mesma; logo após, foi elaborado propostas de ações voltadas para melhorias

da Qualidade de Vida no Trabalho.

Dessa forma, para obter os dados referentes ás etapas citadas, foi aplicado

um questionário baseado no modelo de Walton com 37 questões fechadas e 02

questões abertas para proporcionar maior liberdade de expressão aos

pesquisados. Assim, com relação à percepção dos funcionários sobre sua

Qualidade de Vida no hotel Ibis, foi analisado e constatado que os mesmos em

expressiva maioria, reconhecem um significativo nível de Qualidade de Vida no

Trabalho atualmente, no hotel estudado. Diante dos aspectos favoráveis e

desfavoráveis identificados junto aos funcionários e obtidos por meio do

questionário, destacam-se as favoráveis condições de trabalho que são: o fato de

apresentar um ambiente físico seguro e saudável, com notáveis condições de

seguranças advindas da disponibilização de materiais e equipamentos; ainda, a

grande maioria dos funcionários se identifica com seu trabalho, ou seja, gosta do

que faz e utiliza amplamente seus conhecimentos e experiências, demonstrando,

que a empresa estudada investe na capacitação dos funcionários e por

conseqüência, os mesmos sentem-se seguros em relação ao seu emprego.

Justifica-se o bem-estar por parte dos funcionários devido ao fato de o

ambiente de trabalho ser harmonioso, tendo em vista, que o relacionamento entre

os colegas de trabalho é baseado no respeito e companheirismo, não sendo

tolerado e nem praticado nenhum tipo de discriminação. Frente ao dados obtidos

neste estudo, constatou-se que o hotel em questão respeita seus empregados e

sua privacidade pessoal no local de trabalho, bem como, dá abertura e liberdade

para a expressão de idéias e opiniões, além do cumprimento das leis e direitos

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trabalhistas, o que acaba passando a sensação de segurança aos funcionários. A

maior parte dos trabalhadores afirmou que consegue equilibrar a vida pessoal e

profissional e ainda estão satisfeitos com os benefícios sociais, que são utilizados

como complemento de renda, e também sentem-se orgulhosos por fazer parte do

hotel Ibis, por considerarem que o hotel é bem visto pela comunidade, devido

seus serviços e produtos serem de alta qualidade.

No que diz respeito aos aspectos desfavoráveis, pode-se apontar a

remuneração, equidade interna e externa, feedback, desgaste emocional e

sobrecarga de trabalho. Dessa forma, para a empresa estudada aumentar a

satisfação de seus funcionários no que tange a Qualidade de Vida no Trabalho,

foi proposto à elaboração de uma campanha que explane acerca do plano de

cargos e salário que é praticado no hotel Ibis São José com base em toda a rede

em nível nacional, com o intuito dos funcionários estarem cientes da

compatibilidade de sua remuneração de acordo com sua função e a variação

entre os funcionários, de acordo com os respectivos cargos, e ainda uma

campanha de conscientização sobre a remuneração praticada no ramo hoteleiro.

Ainda, foi proposto o reforço de feedback em reuniões ou individualmente. Por

fim, para aliviar o desgaste emocional e as conseqüências da sobrecarga de

trabalho, foi sugerido a implementação de um programa de Ginástica Laboral, que

irá também melhorar ainda mais o relacionamento interpessoal, e tentar evitar as

causas dos atestados e pericias médicas, que é o principal gerador de sobrecarga

de trabalho.

Nesse sentido, diante do exposto pode-se afirmar que os empregados do

hotel Ibis avaliam positivamente sua Qualidade de Vida no Trabalho, sendo que

há pontos a serem aperfeiçoados por meio das sugestões efetuadas pela

pesquisadora.

Para futuras pesquisas, sugere-se que sejam estudadas ações para

diminuição do absenteísmo, desenvolvimento de estratégia de feedback, e ainda,

relacionar as melhorias decorrentes da Ginástica Laboral.

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APÊNDICES

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Prezados Senhores (as):

O presente questionário faz parte do trabalho de conclusão de estágio de Administração da Universidade do Vale do Itajaí –

Campus Biguaçu. Trata-se de uma pesquisa que busca conhecer sua opinião sobre diversos aspectos relacionados à Qualidade

de Vida no Trabalho no hotel Ibis São José.

Sua participação é fundamental, por isso solicito sua colaboração respondendo as questões abaixo de forma sincera e

honesta. Salientando que, os formulários não serão identificados, preservando assim seu anonimato perante as respostas.

Muito obrigada por sua colaboração!

Eliziani Pauli Hillesheim

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1. Idade

( ) 18 a 25 ( ) 26 a 35 ( ) 36 a 45 ( ) acima de 45 anos

2. Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

3. Estado Civil

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) Outros: _______________

4. Escolaridade

( ) Ensino Fundamental Completo

( ) Ensino Médio Incompleto

( ) Ensino Médio Completo

( ) Ensino Superior incompleto / em curso

( ) Ensino Superior Completo

( ) Pós- graduação

5. Área de trabalho

( ) Gerência ( ) Chefia ( ) Operacional

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Discordo

totalmente

Discordo

em partesIndeciso

Concordo

em partes

Concordo

totalmente

06 O salário é justo e adequado as tarefas que eu executo no hotel Ibis.

07Meu salário é equivalente ao dos meus colegas de trabalho, de acordo com a função

de cada um.

08 Meu salário é compatível com o praticado em outros hotéis.

09A carga horária da minha jornada de trabalho é adequada para execução de minhas

atividades e tarefas de trabalho.

10 O hotel Ibis oferece um local de trabalho limpo, organizado e ambiente agradável.

11As condições de segurança e prevenção de acidentes, garantem minha integridade

física.

12A empresa disponibiliza materiais e equipamentos para execução de minhas

atividades.

13Em relação aos intervalos para descanso / lanche, bem como, a escala de folgas, são

satisfatórios.

14Possuo autonomia para decidir sobre assuntos que afetam a maneira de executar meu

trabalho.

15 Eu me identifico com meu trabalho.

16 As tarefas que realizo estão de acordo com minha função.

17 Utilizo meus conhecimentos e experiências para desempenhar meu trabalho.

18 Recebo feedback, ou seja, retorno da avaliação de meu trabalho e ações.

19 O hotel Ibis oferece oportunidade de crescimento profissional.

20 A empresa investe na minha capacitação, por meio de treinamento e cursos.

21 Sinto-me seguro e estável trabalhando no hotel Ibis.

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Discordo

totalmente

Discordo

em partesIndeciso

Concordo

em partes

Concordo

totalmente

22 As oportunidades de crescimento são iguais para todos os funcionários.

23Meu ambiente de trabalho não permite que eu seja discriminado pela minha aparência,

estilo de vida, sexo, raça, ou religião.

24Minha relação com meus colegas de trabalho é baseado no respeito mútuo e

companheirismo.

25Possuo abertura para expor minhas idéias e opiniões para melhoria da empresa e meu

ambiente de trabalho.

26 O hotel Ibis cumpre e respeita as normas e regras previstas na Legislação Trabalhista.

27 A empresa respeita minha privacidade e liberdade no meu ambiente de trabalho.

28As normas e rotinas institucionais do hotel Ibis são de conhecimento geral de todos os

funcionários.

29Meu horário de trabalho, me permite dispor de tempo para conviver com minha família e

amigos.

30 Meu trabalho não me causa desgate emocional e sofrimento psicológico.

31 Não sinto dificuldade física para realizar minhas tarefas.

32 Consigo equilibrar minha vida pessoal e profissional.

33 Minha carga de trabalho não interfere na minha vida pessoal.

34 Sinto-me orgulhoso por fazer parte do hotel Ibis.

35 A imagem do Ibis junto a comunidade local é positiva.

36A empresa preocupa-se constantemente com a qualidade dos produtos e serviços

oferecidos aos clientes.

37

Os benefícios sociais, tais como: convênio médico e odontológico, reembolso de

farmácia, ticket alimentação e refeição no hotel, Cart Accor, entre outros, são

satsifatórios,

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38. A partir da sua percepção de Qualidade de Vida no Trabalho, qual nota de 1 a 10, você atribui ao Hotel Ibis São José? 39. Quais atitudes e/ou ações, o hotel poderia adotar para melhorá-la?