Análise de Chão de Giz (Zé Ramalho)

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Análise da musica "Chão de Giz" de Zé Ramalho.

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Explicao dada, em tese, pelo prprio compositor, O GRANDE POETA Z RAMALHO, sobre Cho de Giz:Ainda jovem, o compositor teve um caso duradouro com uma mulher bem mais velha que ele, casada com uma pessoa bem influente da sociedade de Joo Pessoa, na Paraba, onde ele morava. Ambos se conheceram no carnaval. Z Ramalho ficou perdidamente apaixonado por esta mulher, que jamais abandonaria um casamento para ficar com um garoto p -rapado. Ela apenas usava-o.Assim, o caso que tomava propores enormes foi terminado. Z Ramalho ficou arrasado por meses, mudou de casa, pois morava perto da mulher e, nesse meio tempo, comps Cho de giz.Sabendo deste pequeno resumo da histria, fica mais fcil interpretar cada verso da cano. Vamos l!

VersoO que ele pensa ter dito (de forma camuflada para no se expor demais)O que ele realmente disse

Eu deso desta solido e espalho coisas sobre um cho de gizUm dos seus hbitos, no sofrimento, era espalhar pelo cho todas as coisas que lembravam o caso dos dois. O cho de giz indica como o relacionamento era fugaz.

Descida implica em estar em uma posio elevada e sugere que ele esteja nas nuvens, ou vivenciando uma situao desconectada da realidade. Quando ele desce, ele est tentando analisar a situao de uma forma racional.Esta ideia reforada quando unida a palavra cho que representa a realidade.Giz um objeto utilizado para escrever em uma lousa, onde pode ser apagado e reescrito, mas tambm onde as crianas desenham os quadrados para marcarem as reas de goal em jogos de futebol ou ainda paa brincarem de amarelinha. No jogo de amarelinha a criana parte do cu, percorre o caminho de uma forma especfica (com um p s), pega uma pedra do cho e chega no inferno.Ao evocar a palavra giz, Z Ramalho empresta a ideia da no-permanncia, e do sair da fantasia, cu, prazer para o cho, realidade, inferno psicolgico. O passar de um para outro envolve a insegurana (mover-se com um p s), enquanto que colher uma pedra pode representar o desejo de tirar uma dificuldade do caminho.

H meros devaneios tolos, a me torturar

Devaneios e lembranas da mulher que no o amou. O tinha como amante, apenas para realizar suas fantasias. Quando e como queria.

Aqui o sentido literal: suas fantasias e lembranas so incontrolveis e justamente as que o fazem sofrer.

Fotografias recortadas de jornais de folhas amides

Outro hbito de Z Ramalho era recortar e admirar TODAS as fotos dela que saiam nos jornais lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais.

O sentido aqui tambm literal. Conforme ele observa as fotos, ele fantasia, relembra e reflete sobre a situao toda.

Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

Pano de guardar confetes so balaios ou sacos tpicos das costureiras do Nordeste, nos quais elas jogam restos de pano, papel, etc. Aqui, Z diz que vai jogar as fotos dela nesse tipo de saco e, assim, esquec-la de vez.

Ele compara esses recortes e fotografias com confetes.Confetes so pedacinhos coloridos de papel usados no carnaval. Alegria passageira,intnsa e rapidaAo jog-la no pano de guardar confetes, ele diz as duas coisas, que ir guardar aquelas recordaes junto com outras lindas e coloridas que viveu, mas que no cabe mais na realidade.A aluso a carnaval sutil mas alude a um perodo ,feliz, louco e sem censura, mas temporrio.

Disparo balas de canho, intil, pois existe um gro-vizir

Ele tenta ficar com ela de todas as formas, mas intil, pois ela casada com um homem muito rico.

Disparar balas de canho altamente flico. O canho um super-ultra-mega revlver, ento ele refere-se ao desempenho fabuloso do prprio pnis e ento compara-se com o desempenho de um Asmulheres ficamcom quem paa mais

gro-vizir,figura poderosa, refinada e antiga, ou seja, sua capacidade de satisfaz-la no vale nada, porque os critrios de comparao so outros,que obsoleto, antigo, mas refinado e poderoso..

H tantas violetas velhas sem um colibri

Aqui ele utiliza de uma metfora. H tantas violetas velhas (Como ela, bela, mas velha) sem um colibri (um jovem que a admire), dessa forma ele tenta novamente convenc-la apelando para a sorte mesmo sendo velha (violeta velha), ela pode, se quiser, ter um colibri (jovem).

Flores so smbolos sexuais femininos. Os ndios tukanos da Colmbia acreditam que os colibris,ou beija-flores, representam o penis, a ereo, a virilidade por "copularem" com as flores. Sua dana delicada em volta da violeta, uma relao sexual apaixonada. A velocidade vertiginosa de suas asas podem aludir a vigor e juventude (os mais velhos so mais lentos). Z Ramalho afirma que h tantas mulheres de meia-idade sem o assdio de um colibri.Velhice geralmente no atribuda a flores, e ele pareceu usar de propsito, para lembra-la de sua idade e da juventude que ele lhe oferece, que na idade em que ela est, no desprezvel.

Queria usar, quem sabe, uma camisa de fora ou de vnus

Este verso mostra a dualidade do sentimento de Z Ramalho. Ao mesmo tempo que quer usar uma camisa de fora para se afastar dela, ele tambm quer usar uma camisa de vnus para transar com ela.

Ele expressa do os desejos antagnicos, o de ser contido no seu desejo insano e incontrolvel de fazer sexo e aquele de ir l e realizar o ato. A camisa de vnus refora a dualidade da ideia de querer desesperadamente o contato, mas tambm a distncia.

Asduas sobarreitas,eleja tomou sua deciso

Mas no vou gozar de ns apenas um cigarro

Novamente ele invoca a fugacidade do amor dela por ele, que o queria apenas para gozar o tempo de um cigarro. Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela um profundo amor e teso, enquanto correspondido apenas com o teso, com o gozo que dura o tempo de se fumar um cigarro.

Acender um cigarro tpico aps uma sesso de sexo. Depois dele os amantes de vestem e se despedem. Ele expressa o desejo de gozar com ela um tempo maior, aps o sexo, e no apenas durante ele.

Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom

Para qu beij-la, se ela quer apenas o sexo?

Nem vou lhe beijar: expresso de afetividade, de comprometimento emocional. Prostitutas no beijam, para no se envolverem emocionalmente e no precisarem refazer a maquiagem. Aqui ele expressa a idia de no querer se envolver com quem no se entrega, de se sentir usado, prostitudo (?) bem como expressa a ideia de relacionar-se com ela usando uma mscara de fingimento.

Agora pego um caminho, na lona vou a nocaute outra vez

Novamente ele resolve ir embora, aps constatar que impossvel tentar algo srio com ela. Entretanto, apaixonado como est, vai novamente lona expresso que significa ir a nocaute no boxe, mas tambm significa a lona do caminho, com o qual ele foi embora ele teve que sair de casa para se livrar desse amor doentio.

Pegar um caminho para ir embora. O caminho tambm smbolo flico, mas algo utilizado quando se tem muito a carregar. (avida dele) Ele vai embora com todas as suas lembranas e fantasias, suficientes para encher um caminho. A lona do caminho proteo contra a chuva (meus perodos psicolgicos que ir passar sem ela); ir a nocaute, sair massacrado de um relacionamento mais uma vez (houveram outras).

Lona:limiete e proteo

Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar

Amor inesquecvel, que acorrenta. Ela pisava nele e ele cada vez mais apaixonado. Tinha esperanas de um dia ser correspondido.

Aqui evoca a ideia de senhor/escravo, acima/abaixo, poderoso/sem poder. Elea supervalorizava.

Meus vinte anos de boy thats over, baby! Freud explica

Ele era bem mais novo que ela. Ele era um boy, ela era uma dama da sociedade. Freud explica um amor desse (Complexo de dipo, talvez?).

Passou a fase de garoto despreocupado. Freud explica: complexo de dipo, ou algo que no pode pode compreender sem profunda anlise.

No vou me sujar fumando apenas um cigarro

Depois de muito sofrimento e consciente que ela nunca largaria o marido/status para ficar com ele, ele decide esquec-la. Essa parte ele diz que no vai se sujar transando mais uma vez com ela, pois agora tem conscincia de que nunca passar disso.

Fazendo sexo assim, sou apenas um garoto de programa, no quero este papel, imoral.

Quanto ao pano dos confetes, j passou meu carnaval

Eles se conheceram em um carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que iria jogar em um pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que j passou seu carnaval (fantasia), passou o momento.

Ele compara o perodo em que se relacionou com ela um carnaval, e afirma que j ficou para trs.

E isso explica porque o sexo assunto popular

Aqui ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela (ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo to popular, pois apenas ele valorizado. Ela s queria sexo e nada mais.

O sexo supervalorizado porque as pessoas no querem se envolver, os relacionamentos so como carnavais, divertidos, por um periodo.

No mais, estou indo embora

Assim encerra-se a cano. a despedida de Z Ramalho, mostrando que a fuga o melhor caminho e uma deciso madura. Ele muda de cidade e nunca mais a v. Sofreu por meses, enquanto comps a msica.

Literal

http://www.conselhosdojack.com.br/2013/05/entenda-letra-da-musica-chao-de-giz-de.html