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Análise de Estruturas Métricas para Recuperação de Vídeo ... · However, this type of query is not e cient for retrieving relevant videos. Thus, it becomes important to study

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAISPrograma de Pós-Graduação em Informática

Análise de Estruturas Métricas para

Recuperação de Vídeo Utilizando Vocabulário Visual

Henrique Batista da Silva

Belo Horizonte2011

Henrique Batista da Silva

Análise de Estruturas Métricas para

Recuperação de Vídeo Utilizando Vocabulário Visual

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Informática como requisito parcialpara obtenção do título de Mestre em Informática pelaPontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Orientador: Zenilton Kleber Gonçalves do PatrocínioJúnior

Belo Horizonte2011

FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Silva, Henrique Batista da S586a Análise de estruturas métricas para recuperação de vídeo utilizando

vocabulário visual / Henrique Batista da Silva. Belo Horizonte, 2011. 104f.: il.

Orientador: Zenilton Kleber Gonçalves do Patrocínio Júnior Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Programa de Pós-Graduação em Informática.

1. Gravação de vídeo. 2. Processamento de imagens. 3. Programação. 4. Vocabulário. I. Patrocínio Júnior, Zenilton Kleber Gonçalves do. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Informática. III. Título.

CDU: 681.3.093

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador, professor Zenilton, pela ajuda, paciência e por toda

sua dedicação a este trabalho.

Agradeço aos meus pais pelo apoio e paciência ao longo de todo este período de

trabalho.

Agradeço ao Microsoft Innovation Center (MIC BH) pelo �nanciamento a pesquisa.

Agradeço ao VIPLAB pela infraestrutura oferecida para a realização deste traba-

lho.

Agradeço aos amigos e companheiros bolsistas Kleber, Ângelo, André e Anna pela

companhia nos trabalhos do dia a dia. Agradeço também a amiga Adriana, pela com-

panhia de sempre nos estudos.

Agradeço também aos alunos de iniciação cientí�ca e de trabalhos de diplomação

do VIPLAB e todos que de alguma forma contribuíram para a conclusão deste trabalho.

RESUMO

Pesquisas envolvendo recuperação de vídeo em grandes bases de dados têm experimentadoum grande aumento. Isso se deve pelo fato da crescente popularidade da utilização devídeos pelos diversos setores da sociedade. Sistemas para recuperação de vídeos têm sidomuito utilizados, surgindo a necessidade de utilizar meios para prover o armazenamento erecuperação destes tipos de mídia. A maneira mais comum utilizada para consulta na basedestes sistemas é por meio de palavras-chave, porém este tipo de consulta não é e�cientepara recuperação de vídeos relevantes. Desta forma, torna-se importante o estudo detécnicas para facilitar a recuperação de vídeos baseada no conteúdo visual e que sejamrelevantes para o usuário. O presente trabalho tem como objetivo principal a análisecomparativa do uso de estruturas métricas para a indexação e a recuperação de vídeosutilizando vocabulário visual. Os experimentos realizados neste trabalho mostram que aquantidade de informação e a alta complexidade dos dados utilizados para descrever osvídeos ainda são fatores que impactam na recuperação e�ciente do conteúdo, porém, �couevidenciado que algumas estruturas métricas apresentam comportamento muito satisfa-tório para recuperação de vídeos, principalmente se forem aliadas a uma estratégia queincorpore informações sobre a distribuição espacial das palavras do vocabulário visual.

Palavras-chave: Recuperação de Vídeos. Vocabulário Visual. Estruturas Métricas.

ABSTRACT

Research involving video retrieval in large databases have experienced a large increase dueto the popularity of videos utilization by various society sectors. Videos retrieval systemshave been used, resulting in the need for means to provide the storage and retrieval ofthese media types. The most common way used as query in these systems database isthrough keywords. However, this type of query is not e�cient for retrieving relevantvideos. Thus, it becomes important to study techniques to facilitate the retrieval ofvideos based on visual content that is relevant to the user. The present work has as mainobjective the comparative analysis of metric structures to indexing and retrieval of videousing visual vocabulary. The conducted experiments in this master thesis show that theamount of information and the high complexity of the data used to describe the videos arestill factors that impact on e�cient recovery of contents. This work has shown that somestructures exhibit strong performance metrics for video retrieval, mainly if combined witha strategy that incorporates information about the spatial distribution of visual words inthe vocabulary.

Keywords: Videos Retrieval. Visual Vocabulary. Metric Structures.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Extração de Features. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . 21

FIGURA 2 Processo genérico de indexação. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . 21

FIGURA 3 Processo genérico de busca. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . 22

FIGURA 4 Método de sumarização. Fonte: (AVILA, 2008). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

FIGURA 5 Uso de um descritor D. Fonte: (TORRES; FALCÃO, 2006). . . . . . . . . . . . 27

FIGURA 6 Uso de um descritor composto. Fonte: (TORRES et al., 2005). . . . . . . . 28

FIGURA 7 Histograma de cor gerado a partir de uma imagem. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

FIGURA 8 Exemplo de características locais / pontos de interesse. Fonte: (TUY-

TELAARS; MIKOLAJCZYK, 2008). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

FIGURA 9 Classe de transformações necessárias para lidar com as mudanças de

ponto de visão. Em (a) e (b) regiões circulares de tamanho �xo não são

su�cientes para lidar com a mudança do ponto de visão. Foi necessário

um deformação na região circular, gerando uma elipse apresentada em (c).

Fonte: (MIKOLAJCZYK et al., 2005). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

FIGURA 10 Harris-A�ne. Fonte: (MIKOLAJCZYK et al., 2005). . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

FIGURA 11 MSER. Fonte: (MIKOLAJCZYK et al., 2005). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

FIGURA 12 Representa cada região por um Histograma das orientações dos gra-

dientes, correspondendo ao tamanho das setas no lado direito da �gura,

que é um vetor de 128 dimensões. Fonte: (LOWE, 2004). . . . . . . . . . . . . . . 34

FIGURA 13 Representação por bag of feature. Fonte: Adaptada de Lopes, Avila e

Peixoto (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

FIGURA 14 Arquivo invertido para indexação de Bag of Features. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

FIGURA 15 Representação 2D da M-Tree. Fonte: (ZEZULA et al., 2006). . . . . . . . . 38

FIGURA 16 Um exemplo do algoritmo de Slim-Down. O elemento Si a esquerda

passa a pertencer a outra região, reduzindo o raio de uma das regiões, sem

aumentar o raio da outra. Fonte: Adaptada de Zezula et al. (2006). . . . 39

FIGURA 17 Ilustração da estrutura de uma D-Index. Fonte: Adaptada de Zezula

et al. (2006). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

FIGURA 18 Diagrama da estrutura D-Index. Fonte: (DOHNAL, 2004). . . . . . . . . . . 40

FIGURA 19 Processo de indexação de vídeo. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . 43

FIGURA 20 Processo de amostragem aleatória dos quadros-chave do vídeo. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

FIGURA 21 Regiões de interesse de um quadro do vídeo. Em (a) são exibidas as

regiões de interesse detectadas pelo Harris A�ne e em (b) regiões de

interesse detectadas pelo MSER. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . 45

FIGURA 22 Processo de criação do vocabulário visual. Fonte: Elaborada pelo au-

tor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

FIGURA 23 Processo de inserção do vocabulário visual no índice. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

FIGURA 24 Processo de descrição de um dos quadros-chave do vídeo. Fonte: Ela-

borada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

FIGURA 25 Criação das bag of features dos quadros do vídeo. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

FIGURA 26 Processo de indexação dos quadros-chave. Fonte: Elaborada pelo au-

tor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

FIGURA 27 Processo de busca. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

FIGURA 28 Em (a) Passos 1 e 2 do processo de consistência espacial, em (b) seleção

das palavras espacialmente mais próximas do quadro da base e da imagem

de consulta, em (c) e (d) passo 7 dos processo de consistência espacial.

Fonte: Adaptada de Sivic (2006). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

FIGURA 29 Histogramas da distribuição de distâncias dos vocabulários gerados.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

FIGURA 30 Quadros do vídeo utilizados para consultas. O retângulo na imagem

representa a região que será utilizada para consulta. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

FIGURA 31 (a) Grá�co do número total de acessos a disco realizado por cada es-

trutura para criar o índice do arquivo invertido em função do tamanho do

vocabulário visual e (b) Grá�co do número total de cálculos de distância

realizado por cada estrutura para criar o índice do arquivo invertido em

função do tamanho do vocabulário visual. Fonte: Elaborada pelo autor. 61

FIGURA 32 (a) Grá�co do número total de acessos a disco realizado por cada estru-

tura para indexação dos quadros do vídeo no arquivo invertido em função

do tamanho do vocabulário visual, e (b) o grá�co do número total de

cálculos de distância realizado por cada estrutura para indexação dos qua-

dros do vídeo no arquivo invertido em função do tamanho do vocabulário

visual. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

FIGURA 33 Valores médios do F1-Score em função da quantidade de quadros retor-

nados (∆), para cada uma das quatro estruturas analisadas, com vocabu-

lário de tamanho 4000 e sem consistência espacial. Fonte: Elaborada pelo

autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

FIGURA 34 Valores médios do F1-Score em função da quantidade de quadros re-

tornados (∆), após a realização do processo de consistência espacial para

vocabulário de tamanho 4000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . 64

FIGURA 35 Valores médios de acessos a disco em função da quantidade de quadros

retornados (∆), para vocabulário de tamanho 4000. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

FIGURA 36 Valores médios de cálculos de distância em função da quantidade de

quadros retornados, sem realização da consistência espacial e para voca-

bulário de tamanho 4000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . 67

FIGURA 37 Percentual do número de cálculos de distância necessários para se rea-

lizar a consistência espacial em relação ao número total de cálculos de

distância para cada valor de ∆ e para vocabulário de tamanho 4000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

FIGURA 38 Valores médios de F1-Score em função de ∆, para vocabulário de ta-

manho 8000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

FIGURA 39 Valores médios do F1-Score em função de ∆, após a realização do pro-

cesso de consistência espacial, para vocabulário de tamanho 8000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

FIGURA 40 Número médio de acessos a disco em função de ∆, para vocabulário de

tamanho 8000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

FIGURA 41 Valores médios de cálculos de distância em função de ∆, sem realiza-

ção da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 8000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

FIGURA 42 Percentual do número de cálculos de distância necessários para se rea-

lizar a consistência espacial em relação ao número total de cálculos de

distância para cada valor de ∆ e para vocabulário de tamanho 8000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

FIGURA 43 Valores médios do F1-Score em função de ∆, após a realização do pro-

cesso de consistência espacial, para vocabulário de tamanho 16000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

FIGURA 44 Valores médios do F1-Score em função de ∆, após a realização do pro-

cesso de consistência espacial, para vocabulário de tamanho 16000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

FIGURA 45 Número médio de acessos a disco em função de ∆, para vocabulário de

tamanho 16000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

FIGURA 46 Valores médios de cálculos de distância em função de ∆, sem realiza-

ção da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 16000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

FIGURA 47 Percentual do número de cálculos de distância necessários para se rea-

lizar a consistência espacial em relação ao número total de cálculos de

distância para cada valor de ∆ e para vocabulário de tamanho 16000.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

FIGURA 48 Valores médios de F1-Score em função de ∆, para vocabulário de ta-

manho 32000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

FIGURA 49 Valores médios do F1-Score em função de ∆, após a realização do pro-

cesso de consistência espacial, para vocabulário de tamanho 32000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

FIGURA 50 Número médio de acessos a disco em função de ∆, para vocabulário de

tamanho 32000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

FIGURA 51 Valores médios de cálculos de distância em função de ∆, sem realiza-

ção da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 32000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

FIGURA 52 Percentual do número de cálculos de distância necessários para se rea-

lizar a consistência espacial em relação ao número total de cálculos de

distância para cada valor de ∆ e para vocabulário de tamanho 32000.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

FIGURA 53 Valores médios de F1-Score sem realização da consistência espacial, em

função do tamanho do vocabulário visual utilizado. Fonte: Elaborada pelo

autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

FIGURA 54 Valores médios do F1-Score em função do tamanho do vocabulário

visual, após consistência espacial. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . 87

FIGURA 55 Número médio de acessos a disco em função do tamanho do vocabulário

visual. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

FIGURA 56 Número médio de cálculos de distância em função do tamanho do vo-

cabulário visual. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

FIGURA 57 Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distân-

cia das quatro estruturas antes da realização da consistência espacial, (a)

valores para D-Index, (b) valores para M-Tree, (c) valores para Slim-Tree

e (d) valores para estrutura de acesso sequencial. Fonte: Elaborada pelo

autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

FIGURA 58 Valores médios de F1-Score sem a realização da consistência espacial

em função das estruturas de indexação e do tipo de segmentação realizada.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

FIGURA 59 (a) Grá�co do número médio de acessos a disco em função das estruturas

e segmentação. (b) grá�co de número médio de cálculos de distância em

função das estruturas e segmentação utilizadas. Fonte: Elaborada pelo

autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

FIGURA 60 Taxa de F1-Score em função das estruturas de indexação utilizadas.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

FIGURA 61 Número de acessos a disco para criação das estrutura de indexação por

amostragem e por detecção de tomadas. Fonte: Elaborada pelo autor. 93

FIGURA 62 Resultado da avaliação qualitativa sem processo de consistência espacial

na consulta número 5. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

FIGURA 63 Resultado da avaliação qualitativa com processo de consistência espa-

cial na consulta número 5, no qual sua realização não impactou de forma

considerável o resultado da busca. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . 95

FIGURA 64 Resultado da avaliação qualitativa sem processo de consistência espacial

na consulta número 9. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

FIGURA 65 Resultado da avaliação qualitativa com processo de consistência es-

pacial na consulta número 9, no qual sua realização impactou de forma

considerável o resultado da busca. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . 97

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Revisão de detectores de características. Fonte: Adaptado de Tuyte-

laars e Mikolajczyk (2008). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Informações sobre vocabulários visuais utilizados. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

TABELA 2 Groundtruth das consultas. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . 59

TABELA 3 Valores totais de acessos a disco e cálculos de distância para cada

uma das estruturas analisadas e cada tamanho do vocabulário. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

TABELA 4 Valores totais de acessos a disco e cálculos de distâncias para cada

estrutura e cada tamanho de vocabulário na indexação. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

TABELA 5 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas

realizadas, antes da realização da consistência espacial e para vocabulário

de tamanho 4000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

TABELA 6 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas rea-

lizadas após a consistência espacial, para vocabulário de tamanho 4000.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

TABELA 7 Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância

das estruturas sem realização da consistência espacial e para vocabulário

de tamanho 4000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

TABELA 8 Valores médios de cálculos de distância para realizar a consistência

espacial e os valores totais de cálculos de distâncias da busca ao �nal

do processo da consistência espacial, para vocabulário de tamanho 4000.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

TABELA 9 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas,

antes da realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho

8000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

TABELA 10 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas

após a consistência espacial, para vocabulário de tamanho 8000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

TABELA 11 Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância

das estruturas sem realização da consistência espacial e para vocabulário

de tamanho 8000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

TABELA 12 Valores médios de cálculos de distância para realizar a consistência

espacial e os valores totais de cálculos de distâncias da busca ao �nal

do processo da consistência espacial, para vocabulário de tamanho 8000.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

TABELA 13 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas,

antes da realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho

16000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

TABELA 14 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas

após a consistência espacial, para vocabulário de tamanho 16000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

TABELA 15 Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância

das estruturas sem realização da consistência espacial e para vocabulário

de tamanho 16000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

TABELA 16 Valores médios de cálculos de distância para realizar a consistência

espacial e os valores totais de cálculos de distâncias da busca ao �nal do

processo da consistência espacial, para vocabulário de tamanho 16000.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

TABELA 17 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas,

antes da realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho

32000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

TABELA 18 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas

após a consistência espacial, para vocabulário de tamanho 32000. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

TABELA 19 Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância

das estruturas sem realização da consistência espacial e para vocabulário

de tamanho 32000. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

TABELA 20 Valores médios de cálculos de distância para realizar a consistência

espacial e os valores totais de cálculos de distâncias da busca ao �nal do

processo da consistência espacial, para vocabulário de tamanho 32000.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

TABELA 21 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas rea-

lizadas em diferentes vocabulários sem realização da consistência espacial.

Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

TABELA 22 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas

realizadas em diferentes vocabulários após a consistência espacial. Fonte:

Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

TABELA 23 Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância

das quatro estruturas. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

TABELA 24 Valores médios para cálculos de distância para se realizar a consistência

espacial e valores médios totais de cálculos de distância. Fonte: Elaborada

pelo autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

TABELA 25 Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as buscas rea-

lizadas por tipo de segmentação. Fonte: Elaborada pelo autor. . . . . . . . 92

LISTA DE SIGLAS

RGB Red, Green, Blue

HSV Hue, Saturation, Value

HSI Hue, Saturation, Intensity

MSER Maximally Stable Extremal Region

EBR Edge-Based Region

SIFT Scale Invariant Feature Transform

PCA-SIFT Principal Components Analysis - SIFT

GLOH Gradient Location-Orientation Histogram

CBS Columbia Broadcasting System

vp Número de resultados verdadeiros positivos

fp Número de resultados falsos positivos

fn Número de resultados falsos negativos

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

1.1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

1.1.2 Objetivos Especí�cos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

1.2 Justi�cativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

1.3 Principais Contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

1.4 Organização do Texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

2 CONCEITOS E TRABALHOS CORRELATOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

2.1 Vídeo Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

2.2 Segmentação/Sumarização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

2.2.1 Descritores de características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.2.1.1 Descritores de cor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

2.2.1.2 Descritores de textura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

2.2.2 Características locais de uma imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

2.2.3 Regiões de interesse de uma imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

2.2.3.1 Detectores de características de imagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

2.2.3.2 Descritores de regiões de interesse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

2.3 Vocabulário Visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2.3.1 Clusterização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

2.3.2 Bag of features . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

2.4 Indexação e Busca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

2.4.1 Arquivos Invertidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

2.4.2 Estruturas Métricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

2.4.2.1 M-Tree . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

2.4.2.2 Slim-Tree . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

2.4.2.3 D-Index . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

2.5 Trabalhos Relacionados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

3 INDEXAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE VÍDEOS UTILIZANDO VO-

CABULÁRIO VISUAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

3.1 Processo de Indexação de Vídeos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

3.1.1 Segmentação do Vídeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

3.1.2 Construção do Vocabulário Visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

3.1.2.1 Extração de Descritores dos Quadros Selecionados . . . . . . . . . . . 45

3.1.2.2 Processo de Clusterização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

3.1.2.3 Eliminação de Stopwords . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

3.1.3 Indexação dos Quadros-chave do Vídeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

3.1.3.1 Criação do Índice do Arquivo Invertido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

3.1.3.2 Extração de Descritores dos Quadros-chave do Vídeo . . . . . . . . 48

3.1.3.3 Construção de Bag of Features dos Quadros . . . . . . . . . . . . . . . 48

3.1.3.4 Indexação utilizando Arquivo Invertido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

3.2 Processo de Recuperação de Vídeos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

3.2.1 Consistência Espacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

3.3 Utilização de Estruturas Métricas de Indexação . . . . . . . . . . . . . . . 54

3.4 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

4 ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE ESTRUTURAS MÉTRICAS NA

INDEXAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE VÍDEOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

4.1 Parâmetros de Testes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

4.2 Criação do Vocabulário Visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

4.3 Descrição do Groundtruth . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

4.4 Descrição dos Testes Realizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

4.5 Avaliação dos Resultados da Indexação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

4.6 Métricas para Avaliação dos Resultados das Consultas . . . . . . . . . . 63

4.7 Avaliação dos Resultados das Consultas Obtidos em Função do

Tamanho do Vocabulário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

4.7.1 Resultados para o Vocabulário de Tamanho 4000 . . . . . . . . . . . . . 65

4.7.2 Resultados para o Vocabulário de Tamanho 8000 . . . . . . . . . . . . . 70

4.7.3 Resultados para o Vocabulário de Tamanho 16000 . . . . . . . . . . . . 75

4.7.4 Resultados para o Vocabulário de Tamanho 32000 . . . . . . . . . . . . 80

4.7.5 Resultados Obtidos em Função da Variação do Tamanho do Vo-

cabulário Visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

4.8 Resultados Obtidos Utilizando Segmentação por Detecção de To-

madas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

4.9 Análise Qualitativa dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

4.10 Análise Global dos Resultados Obtidos nos Experimentos . . . . . . . 94

5 CONCLUSÕES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

5.1 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

20

1 INTRODUÇÃO

Pesquisas envolvendo recuperação de vídeo em grandes bases de dados têm ex-

perimentado um grande aumento. Isso se deve pelo fato da crescente popularidade da

utilização de vídeos pelos diversos setores da sociedade. O avanço tecnológico tem faci-

litado consideravelmente o crescimento dessa popularidade. Segundo Shao, Shen e Zhou

(2008), com os avanços do hardware, principalmente em relação a queda do custo de ar-

mazenamento, e também com o avanço dos softwares, como os aplicativos para edição

de vídeo, há hoje uma grande quantidade de dados de vídeos sendo utilizados em di-

versos campos, como em arquivos de vídeo pessoal, comercial e organizacional. Shao,

Shen e Zhou (2008) ressaltam também que a disseminação do acesso a banda larga tem

contribuído muito para a popularidade de vídeos também na Web. Haja vista a grande

quantidade de vídeos publicados nas diversas plataformas abertas para visualização e

compartilhamento de conteúdo multimídia disponíveis hoje na Internet.

Sistemas para recuperação de vídeos têm sido muito utilizados, principalmente

na Internet. Desta forma, surge então a necessidade de utilizar meios para prover o

armazenamento e recuperação destes tipos de mídia. A maneira mais comum utilizada

para consulta na base destes sistemas é por meio de palavras-chave, em que a consulta é

realizada em metadados cadastrados para cada vídeo na base de dados, e assim os vídeos

são retornados ao usuário como resultado da busca.

Devido a alta complexidade dos arquivos de vídeo e a grande quantidade de dados

a serem armazenados, este tipo de consulta não é e�ciente para recuperação de vídeos

relevantes, o que torna a busca ine�ciente, devido ao resultado pouco relevante para

o usuário. Segundo Shao, Shen e Zhou (2008) esta abordagem é inadequada para busca

baseada em similaridade em grandes base de dados de vídeo, uma vez que é uma tarefa que

envolve esforço humano, e assim descrições erradas e incompletas podem ser realizadas e

impactar negativamente o resultado da busca. Desta forma, torna-se importante o estudo

de técnicas para facilitar a recuperação de vídeos relevantes para o usuário.

Diferentemente da busca baseada em metadados, a busca baseada em conteúdo

do vídeo é complicada pois os arquivos são complexos e difíceis de serem manipulados e

armazenados de forma e�ciente. Um vídeo pode conter um enorme volume de informação,

tanto em relação ao seu tamanho como também quanto as várias informações contidas

em cada quadro, como, por exemplo, a escala de cor de cada pixel. Devido a esse alto

21

Figura 1: Extração de Features. Fonte: Elaborada pelo autor.

volume de informação o processo de busca de vídeos em uma base de dados torna-se

lento e complexo. Sendo assim, de maneira geral, para a indexação de uma coleção de

vídeos é necessário, primeiramente, extrair características de cada quadro de um vídeo.

Após realizada esta extração, tem-se um vetor de características multidimensional que

representa o conteúdo do vídeo, contendo informações sobre cor, textura, luminosidade,

entre outras.

Após obtenção destes vetores de características é necessário realizar uma suma-

rização para reduzir a quantidade de dados que serão posteriormente armazenados. A

Figura 1 apresenta o processo de extração de características e sumarização de um vídeo.

Na Figura 1 também é apresentado outros dois métodos para produzir um vetor de

características sumarizado. Um deles baseia-se em, primeiramente, realizar a sumarização

do vídeo, reduzindo assim o número de quadros que o vídeo contém, para posteriormente

ser realizado a extração das características nos quadros do vídeo sumarizado. O outro

método consiste em realizar uma extração de características que também realiza a suma-

rização do vídeo, gerando um vetor de características sumarizado.

Após todo o processo de obtenção destes vetores de características é necessário

Figura 2: Processo genérico de indexação. Fonte: Elaborada pelo autor.

22

Figura 3: Processo genérico de busca. Fonte: Elaborada pelo autor.

armazená-los em uma estrutura de indexação. Neste processo, cada vetor de característi-

cas será indexado e esses vetores serão a representação de cada vídeo da coleção na base

de dados, como apresentado na Figura 2.

Por �m, o processo de busca na estrutura de indexação deverá ser realizado, para

isto é necessário ter uma imagem ou um vídeo para consulta. Para o processo de busca, é

necessário realizar o mesmo processo descrito anteriormente de processamento do vídeo,

para o vídeo da consulta. Assim, é realizada a extração de características e sumarização

do vídeo, para obter o vetor de características, e então será realizada uma busca por

similaridade na estrutura de indexação para encontrar o vídeo mais similar, ou encontrar

os vídeos que são mais similares ao vídeo da consulta. A Figura 3 apresenta como é

realizado este processo de busca.

Como motivação para a presente proposta destaca-se a crescente utilização de

arquivos de vídeos em diversos setores da sociedade, principalmente na Internet com

plataformas de compartilhamento de vídeo, e com isso surge a necessidade de técnicas

e�cientes para armazenamento e busca deste tipo de conteúdo.

1.1 Objetivos

Esta seção descreve o objetivo principal deste trabalho juntamente com seus obje-

tivos especí�cos.

1.1.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo principal realizar uma análise comparativa do uso

de estruturas métricas para a indexação e recuperação de vídeos utilizando vocabulário

visual.

23

1.1.2 Objetivos Especí�cos

Os objetivos especí�cos deste trabalho são:

a) aplicar duas abordagem para segmentação de vídeo e realizar uma análise do

impactos das diferentes abordagem na etapa de recuperação;

b) aplicar técnicas de detecção de regiões de interesse e extração de descritores

sobre os quadros do vídeo;

c) construir vocabulários visuais de diferentes tamanhos, por meio de clusteriza-

ção dos descritores do vídeo, para análise do impacto do tamanho do vocabu-

lário na indexação e recuperação do vídeo;

d) Construir uma estrutura de arquivo invertido para indexação dos quadros-

chave do vídeo;

e) implementar quatro estruturas de indexação, sendo três métricas e uma de

acesso sequencial, para armazenar o vocabulário visual;

f) realizar experimentos de indexação e busca com as diferentes estruturas de

indexação e avaliar o comportamento em relação a variação do vocabulário; e

g) implementar técnica de consistência espacial de reclassi�cação do resultado

para avaliar o impacto desta abordagem na recuperação do vídeo.

1.2 Justi�cativas

O crescente aumento na utilização de arquivos de vídeos tem feito com que a busca

de vídeos por similaridade seja de grande importância para a recuperação de vídeos que

sejam relevantes para o usuário.

A alta complexidade de conteúdo baseado em vídeo tem di�cultado o bom de-

sempenho e a rápida recuperação deste tipo de conteúdo, tendo assim, como principais

desa�os para a recuperação de vídeo, a representação e�caz e compacta do vídeo, as mé-

tricas e�cientes de similaridade e a indexação e�ciente das representações compactas dos

vídeos (SHEN; OOI; ZHOU, 2005).

A manipulação de arquivos de vídeos é di�cultada devido a alta complexidade deste

tipo de arquivos e, em grande parte, também são muito grandes para serem facilmente

armazenados. Desta forma, para um armazenamento e�ciente destes arquivos torna-se

necessário a utilização de técnicas para reduzir o tamanho destes vídeos para então serem

indexados em uma estrutura apropriada.

24

1.3 Principais Contribuições

Com base nos objetivos apresentados nesta proposta, pode-se destacar as seguintes

contribuições deste trabalho:

a) Avaliação do impacto da variação do tamanho do vocabulário visual no pro-

cesso de indexação e recuperação do vídeo;

b) Avaliação do impacto da realização da consistência espacial para reclassi�cação

dos quadros-chave do vídeo na etapa de busca;

c) Avaliação do impacto da escolha das técnicas de segmentação do vídeo, por

amostragem dos quadros e por detecção de tomadas, sobre o processo de busca

de vídeos;

d) Desenvolvimento de uma ferramenta para recuperação de vídeos por uma ima-

gem de consulta ou mesmo por uma região da imagem de consulta; e

e) Análise qualitativa e quantitativa do comportamento de quatro diferentes es-

truturas para indexação e recuperação de dados multidimensionais aplicadas

à indexação de vídeo.

1.4 Organização do Texto

Este trabalho contém cinco capítulos, organizados da seguinte forma. O Capítulo

2 apresenta o referencial teórico sobre os principais conceitos utilizados neste trabalho e

trabalhos relacionados. O Capítulo 3 contém a metodologia proposta pelo trabalho. No

Capítulo 4 são apresentados os experimentos realizados neste trabalho. No capítulo 5 são

apresentadas as conclusões deste trabalho e sugestões de trabalhos futuros.

25

2 CONCEITOS E TRABALHOS CORRELATOS

Este capítulo aborda os principais conceitos e trabalhos relacionados de modo a

fundamentar cada etapa do processo de indexação e recuperação de vídeo e está organizado

da seguinte forma. Na seção 2.1, descreve-se o conceito de vídeo digital. Já a seção 2.2

aborda os conceitos de segmentação, sumarização de vídeo e os principais os conceitos

de detecção e descrição de regiões de interesse. A seção 2.3 apresenta os conceitos de

vocabulário visual e Bag of Features utilizada para representar os quadros do vídeos. A

seção 2.4 apresenta os conceitos das estruturas métricas utilizadas neste trabalho. Por

�m, na seção 2.5 serão apresentados os principais trabalhos relacionados.

2.1 Vídeo Digital

Tipicamente os vídeos são compostos por uma sequência de quadros, estes quadros

são imagens estáticas que são exibidas continuamente em um determinado período de

tempo (geralmente um vídeo é composto por 24 ou 30 quadros por segundo).

Sendo A ⊂ N2, A = {0, · · · ,W− 1}×{0, · · · ,H− 1}, em queW e H são a largura

e altura de cada quadro, respectivamente, e, T ⊂ N, T = {0, · · · ,N− 1}, em que N é

o tamanho de um vídeo, Guimarães et al. (2009) de�nem o conceito de quadro e vídeo

como segue:

Um quadro f é uma função de A para o subconjunto de N, em que para cada

posição no espaço (x, y) em A, f (x, y) representa o valor na escala de cinza (ou cor) na

posição do pixel (x, y). O intervalo no valor da escala de cinza (ou cor) em N depende do

número de bits por pixel do quadro.

Um vídeo VN, no domínio A× T, pode ser visto como uma sequência de quadros

f. Ele pode ser descrito pela Equação 1.

VN = (f)t∈T (1)

em que N é o número de quadros contidos no vídeo.

2.2 Segmentação/Sumarização

Um modelo hierárquico para análise de vídeo e segmentação normalmente é divi-

dido em quatro níveis baseando-se na dimensão temporal. No nível mais baixo, pode ser

26

encontrada a mais básica unidade, um único quadro do vídeo. Vários destes quadros jun-

tos formam uma tomada, que representam uma gravação contínua de câmera. Algumas

tomadas que apresentam uma coerência narrativa são agrupadas em cenas, e seu conjunto

corresponde ao vídeo (GUIMARÃES et al., 2009).

Normalmente a segmentação é considerada a primeira etapa no processo de análise

e indexação de vídeos. A detecção de transições de tomadas é parte deste processo e con-

siste em identi�car o limite entre duas tomadas consecutivas. Em Guimarães et al. (2009)

é apresenta uma abordagem para detecção de transições abruptas entre duas tomadas,

envolvendo a comparação do conteúdo entre dois quadros.

No trabalho de Patrocínio Jr. et al. (2010) foi proposto uma abordagem para

identi�cação de transições, tanto abruptas quanto graduais, usando como medida de dis-

similaridade a cardinalidade máxima do matching calculado usando um grafo bipartido

em relação à uma janela deslizante.

Após as tomadas de um vídeo serem identi�cadas, é então realizada a extração dos

quadros-chave, que podem ser selecionados por amostragem, como apresentado em Mendi

e Bayrak (2010), ou até mesmo ser utilizada técnicas de sumarização de vídeo.

Sumarização de vídeo é o processo de extração de uma representação compacta

(resumo) sobre a estrutura de um vídeo, devendo esta ser menor do que o vídeo origi-

nal (SEBE; LEW; SMEULDERS, 2003). Segundo Avila (2008), o objetivo da sumarização

é fornecer de forma rápida e concisa o conteúdo do vídeo sem que haja perda da infor-

mação original. Desta forma, os resumos produzidos podem ser usados para facilitar a

recuperação de vídeos em uma grade base de dados. A partir de técnicas de sumarização

existentes é possível extrair quadros chaves de um vídeo, estes quadros são chamados de

key-frames, ou quadros-chave. Essa abordagem gera um conjunto de imagens estáticas.

Estes quadros devem ser o mais signi�cantes possível em relação ao conteúdo original do

vídeo.

No trabalho de Avila (2008) foi proposto uma metodologia para sumarização au-

tomática de vídeos baseada na extração de características de baixo nível das imagens e

na utilização de um algoritmo de agrupamento. A utilização de um algoritmo de agrupa-

mento tem o objetivo de produzir resumos através do agrupamento dos quadros do vídeo

baseado na similaridade entre eles.

A Figura 4 ilustra a metodologia proposta por Avila (2008), em que baseia-se

primeiramente na realização da segmentação do vídeo em quadros, posteriormente ocorre

a extração de características, em seguida os quadros são agrupados e o quadro mais

signi�cativo de cada grupo é selecionado. Após a seleção, elimina-se do conjunto os

27

Figura 4: Método de sumarização. Fonte: (AVILA, 2008).

quadros semelhantes. E então, um resumo do vídeo é gerado.

2.2.1 Descritores de características

O tipo mais simples de representar os quadros que compõe o vídeo utiliza caracte-

rísticas de imagem de baixo nível (propriedades dos pixels), tais como cor, textura, região

ou borda (BROWNE; SMEATON, 2005). O cálculo da similaridade entre dois quadros do

vídeo é realizado por meio de descritores. Segundo Torres et al. (2008) um descritor

pode ser caracterizado por uma função de extração de características (utiliza técnicas de

processamento de imagens para gerar o vetor de características) e por uma função de

distância que calcula a similaridade entre os vetores de características dos vídeos.

Segundo Torres e Falcão (2006), um vetor de características ~vÎ de uma imagem

Î pode ser considerado como um ponto no espaço Rn : ~vÎ = (v1, v2, . . . , vn), onde n é a

dimensão do vetor.

Torres e Falcão (2006) de�nem formalmente um descritor de imagem D como uma

tupla (εD, δD), em que:

a) εD :{Î}→ Rn é uma função, que extrai um vetor de características ~vÎ de uma imagem

Î ; e

b) δD : Rn × Rn → Rn é uma função de similaridade que calcula a similaridade en-

Figura 5: Uso de um descritor D. Fonte: (TORRES; FALCÃO, 2006).

28

Figura 6: Uso de um descritor composto. Fonte: (TORRES et al., 2005).

tre duas imagens como o inverso da distância entre seus vetores de características

correspondentes.

Ainda segundo Torres e Falcão (2006), pode-se observar na Figura 5 a utilização

de um descritor para o cálculo da similaridade entre duas imagens. A função εD extrai

os vetores de características ~vÎA e ~vÎB da imagens ÎA e ÎB, respectivamente. Em seguida,

a função de similaridade δD é utilizada para calcular o valor da similaridade d entre as

duas imagens da consulta.

Um fator muito comum em sistemas de recuperação de imagem e vídeo é a com-

binação de dois ou mais descritores para a extração de características de uma imagem.

Sendo assim, Torres et al. (2005) de�nem um descritor composto D̂ como sendo um par

(D, δD), em que:

a) D = {D1,D2, . . . ,Dk} é um conjunto de k descritores simples pré-de�nidos; e

b) δD é uma função de similaridade que combina os valores de similaridade obtidos de

cada descritor Di ∈ D, i = 1,2,. . . ,k.

A Figura 6 apresenta o funcionamento de um descritor composto.

2.2.1.1 Descritores de cor

Os descritores de cor são os mais utilizados para representação de imagens. A

informação sobre a cor é representada como um ponto em um espaço tridimensional.

Existem vários modelos de cores que permitem sua especi�cação de forma padronizada,

como caso do RGB (Red, Green, Blue), o HSV (Hue, Saturation, Value), o HSI (Hue,

29

Figura 7: Histograma de cor gerado a partir de uma imagem. Fonte: Elaborada pelo autor.

Saturation, Intensity), o YCbCr (muito utilizado em vídeos), entre outros (PEDRINI;

SCHWARTZ, 2007).

Almeida et al. (2008) classi�cam descritores de cor em três tipos: descritores de

abordagem global, baseado em partição ou baseado em região (local). Os descritores

baseados na abordagem global compreendem métodos que descrevem globalmente a dis-

tribuição de cores na imagem.

No caso dos descritores baseado em partição o objetivo é decompor espacialmente

a imagem em um número �xo de regiões para obter a distribuição espacial de cor. Os

descritores de cor baseado em região têm o objetivo de encontrar grupos similares de

pixels em uma imagem (ALMEIDA et al., 2008).

O descritor de cor mais comum é o histograma, com ele é possível descrever glo-

balmente o conteúdo de cor de uma imagem pelo percentual de pixels de cada cor. Este

descritor é invariante quanto a translação e rotação da imagem e não considera a distri-

buição espacial de cor (TORRES; FALCÃO, 2006).

Segundo Pedrini e Schwartz (2007, p.104), �o histograma de uma imagem corres-

ponde à distribuição dos níveis de cinza da imagem, o qual pode ser representado por um

grá�co indicando o número de pixels na imagem para cada nível de cinza�.

A Figura 7 ilustra uma imagem e o histograma gerado a partir dela.

2.2.1.2 Descritores de textura

Não existe, na literatura, um consenso ou uma de�nição formal para textura. Mas

Tamatura et al. citado por Pedrini e Schwartz (2007, p.287) a�rma que, �a textura é

constituinte de uma região macroscópica, em que sua estrutura é formada pela repetição

de padrões, nos quais seus elementos ou primitivas encontram-se arranjados conforme

uma regra de composição�.

Segundo Pedrini e Schwartz (2007, p.288), �a extração de características de texturas

é responsável por executar transformações nos dados de entrada, de modo a descrevê-los

30

de maneira simpli�cada, porem, representativa�.

2.2.2 Características locais de uma imagem

Segundo Tuytelaars e Mikolajczyk (2008, p.178), �Uma característica local é um

padrão de imagem que difere da sua vizinhança imediata. É geralmente associada com

uma mudança de uma propriedade de imagem ou várias propriedades simultaneamente,

embora não seja necessariamente localizada exatamente sobre essa mudança�.

As propriedades da imagem comumente considerados são a intensidade, cor e tex-

tura, apresentadas anteriormente. A Figura 8 apresenta um exemplo de características

locais que, neste caso, são identi�cadas por pontos em uma imagem (comumente chamados

de pontos de interesse em uma imagem) (TUYTELAARS; MIKOLAJCZYK, 2008).

2.2.3 Regiões de interesse de uma imagem

Nas subseções anteriores, foram apresentados algumas técnicas para descrever uma

imagem, baseado em descritores de baixo nível. Entretanto, existem métodos que detec-

tam regiões de interesse em uma imagem que, em seguida, são descritas por descritores

de imagem. Estas regiões são chamadas de regiões a�ns covariantes.

Regiões a�ns covariantes, segundo Mikolajczyk et al. (2005), são regiões que devem

corresponder às mesmas características da imagem original, ou seja, sua forma não é �xa,

mas adapta-se automaticamente correspondendo as mesmas regiões da imagem subjacente

de diferentes pontos de vista, de modo que elas são a projeção da mesma superfície 3D.

Na Figura 9 é apresentado um exemplo de regiões a�ns covariantes.

Figura 8: Exemplo de características locais / pontos de interesse. Fonte: (TUYTELAARS; MI-KOLAJCZYK, 2008).

31

(a) (b) (c)

Figura 9: Classe de transformações necessárias para lidar com as mudanças de ponto de visão.Em (a) e (b) regiões circulares de tamanho �xo não são su�cientes para lidar com a mudança doponto de visão. Foi necessário um deformação na região circular, gerando uma elipse apresentadaem (c). Fonte: (MIKOLAJCZYK et al., 2005).

2.2.3.1 Detectores de características de imagem

A ideia dos detectores de regiões de interesse em uma imagem, segundo Sivic e

Zisserman (2008), é permitir o reconhecimento de objetos em imagens, apesar das mu-

danças em perspectiva, iluminação e oclusão parcial. Essas regiões são um subconjunto de

pixels da imagem. Estes métodos de detecção diferem da detecção e segmentação clássica,

pois os limites da região não têm que ser correspondentes às mudanças na aparência da

imagem como cor ou textura.

Em Mikolajczyk et al. (2005), são apresentados vários métodos para detectar re-

giões de interesse. Na Figura 10 é apresentado o resultado de um dos detectores, chamado

Harris-A�ne. As elipses na �gura são uma adaptação sobre os pontos de interesse da

imagem.

O Harris-A�ne caracteriza-se por detectar cantos ou junções presentes na imagem.

que são regiões de alta curvatura. Segundo Pedrini e Schwartz (2007, p.168), �uma junção

pode ser de�nida como um ponto de intersecção entre dois ou mais segmentos da borda

de objetos�. Mais detalhes sobre este detector encontra-se em Mikolajczyk et al. (2005).

Figura 10: Harris-A�ne. Fonte: (MIKOLAJCZYK et al., 2005).

32

Outro detector de região, mostrado na Figura 11, é o MSER (Maximally Stable

Extremal Region). Este detector representa componentes conexos na imagem, em que

as propriedade de todos os pixels dentro da região são de maior ou menor intensidade,

ou seja, são regiões extremamente brilhantes ou são regiões extremamente escuras, em

relação aos demais pixels. Mais detalhes da implementação deste detector podem ser

encontrados em Mikolajczyk et al. (2005).

Além dos detectores citados na presente seção, em Tuytelaars e Mikolajczyk (2008)

e Mikolajczyk et al. (2005) são apresentados outros detectores juntamente com uma análise

comparativa dos mesmo. Entre eles, é importante citar alguns baseado em detecção de

canto, como Hessian-A�ne e EBR (Edge-Based Region).

O objetivo do Hessian-A�ne é detectar pontos de interesse na imagem e determi-

nar uma região elíptica para cada um dos pontos. O detector EBR consiste em explorar as

bordas presentes na imagem que, por serem características relativamente estáveis, podem

ser detectadas por diversos pontos de vista, escalas ou mudanças de iluminação (MIKO-

LAJCZYK et al., 2005).

O Quadro 1 apresenta uma revisão dos resultados de alguns dos principais detec-

tores do estudo comparativo realizado por Tuytelaars e Mikolajczyk (2008). Os autores

classi�caram os detectores em diferentes grupos, sendo que todos os detectores apresen-

tados nesta tabela são invariantes a rotação, escala e transformação a�m. Para �ns de

comparação, é apresentado alguns dos detectores de canto e região. A tabela com os

resultados detalhados, pode ser encontrada em Tuytelaars e Mikolajczyk (2008).

2.2.3.2 Descritores de regiões de interesse

Após identi�cadas as regiões de interesse na imagem, torna-se necessário um mé-

todo que descreva as regiões identi�cadas. Mikolajczyk e Schmid (2005) realizaram uma

pesquisa comparativa dos vários descritores presentes na literatura.

Figura 11: MSER. Fonte: (MIKOLAJCZYK et al., 2005).

33

Um destes descritores, proposto por Lowe (1999), é o SIFT (Scale Invariant Feature

Transform). Em seu trabalho, Lowe (1999) descreve que esta abordagem de descrição

transforma uma imagem em uma grande coleção de vetores de características locais, sendo

que cada vetor é invariante a translação, escala e rotação da imagem, e parcialmente

invariante a mudanças de iluminação e projeção 3D, conforme ilustrado na Figura 12.

A quantidade de regiões de interesse em uma imagem pode variar em relação ao

tipo de detector escolhido e também em relação à imagem a ser descrita, como apresentado

no trabalho de Mikolajczyk e Schmid (2005).

Devido a esta quantidade de informações geradas para cada quadro do vídeo a

utilização de um descritor que reduza o número de dimensões pode-se tornar vantajoso.

Neste caso o PCA-SIFT (Principal Components Analysis - SIFT ) reduz a dimensão do

vetor de características para 36 dimensões, reduzindo a quantidade de informação a ser

indexada.

EmMikolajczyk e Schmid (2005) é encontrada uma descrição mais detalhada destes

e demais descritores, principalmente quanto a performance de cada um. Para os experi-

mentos, os autores utilizaram detectores de regiões como Harris-A�ne e Hessian-A�ne,

e seus resultados mostram que o descritor SIFT foi um dos que obtiveram melhores resul-

tados junto com o descritor GLOH (Gradient Location-Orientation Histogram), que é uma

extensão do SIFT, mas que foi implementado para aumentar sua robustez e capacidade

de distinção.

2.3 Vocabulário Visual

2.3.1 Clusterização

A clusterização é uma das etapas para criar o vocabulário visual de um vídeo.

É utilizada para classi�cação dos descritores em classe de palavras visuais. O problema

da clusterização surgiu de diversas aplicações, como mineração de dados e descoberta de

conhecimento, segundo Kanungo et al. (2002).

Ainda segundo segundo Kanungo et al. (2002), o método mais usado na literatura

LocalizaçãoDetector Canto Região Repetibilidade Exatidão Robustez E�ciênciaHarris-A�ne X +++ +++ ++ ++Hessian-A�ne X +++ +++ +++ ++EBR X +++ +++ + +MSER X +++ +++ ++ +++

Quadro 1: Revisão de detectores de características. Fonte: Adaptado de Tuytelaars eMikolajczyk (2008).

34

Figura 12: Representa cada região por um Histograma das orientações dos gradientes, corres-pondendo ao tamanho das setas no lado direito da �gura, que é um vetor de 128 dimensões.Fonte: (LOWE, 2004).

para clusterização é o K-means, proposto por MacQueen (1967), e baseia-se na ideia de

que, dado um conjunto de n pontos em um espaço real de d-dimensões Rd, e um inteiro

k, o problema é determinar o conjunto de k pontos em Rd, chamados de centros, com o

objetivo de minimizar a distância média entre cada ponto vizinho do centro.

Em Kanungo et al. (2002), ainda foi proposto uma heurística, chamado de Lloyd's

algorithm, que baseia-se na ideia de que o posicionamento ideal de um centro é o centroide

do cluster associado.

2.3.2 Bag of features

Os quadros do vídeo, para serem indexados, precisam ser representados por algum

tipo de informações na base de dados. Lopes, Avila e Peixoto (2009), utilizam o conceito

de bag of features, para reconhecimento de objetos em imagem colorida e apresenta o

processo geral para sua criação..

A Figura 13, apresenta o processo de criação de uma bag of feature. Na abordagem

de Lopes, Avila e Peixoto (2009), em um primeiro momento os pontos de interesse são

identi�cados na imagem, posteriormente estes pontos são descritos por um descritor de

pontos de interesse. Na próxima etapa é criado o vocabulário visual, em que cada descritor

é associado a um cluster que representa uma palavra visual do vocabulário.

Por �m, o histograma (bag of feature) é calculado contando-se a ocorrência de cada

palavra para um determinado quadro da base.

35

Seleção de Pontos

Descrição de Pontos

VocabulárioClassificação

Associação com cluster

Cálculo do Histograma

Figura 13: Representação por bag of feature. Fonte: Adaptada de Lopes, Avila e Peixoto (2009).

2.4 Indexação e Busca

Busca é uma operação presente em praticamente todas as áreas da computação.

Tradicionalmente, as operações de busca são aplicadas à dados estruturados. Esta busca é

baseada na exata igualdade entre o objeto de consulta e os objetos armazenados em uma

base de dados. Como exemplo deste procedimento de consulta destaca-se os Sistemas de

Gerenciamento de Banco de Dados (SGDB) tradicionais.

As bases de dados têm evoluído para o armazenamento de dados não estruturados,

como imagens e vídeos, por exemplo. Este tipo de conteúdo tem a desvantagem de ser de

difícil manipulação, o que restringe as consultas realizadas sobre eles. Desta forma, surge a

necessidade da utilização de modelos de busca mais e�cientes do que os modelos utilizados

sobre dados estruturados. Neste contexto, a busca por similaridade surge como uma

técnica para recuperar os objetos que são similares, ou próximos, ao objeto da consulta

(CHAVEZ et al., 2001).

Segundo Chavez et al. (2001), a similaridade é modelada como uma função de

distância que satisfaz a desigualdade triangular, e o conjunto de objetos é chamado de

espaço métrico. Esta abordagem baseia-se na função de similaridade que é calculada por

meio de um conjunto de vetores de Bag of Features e que se tornam um ponto no espaço

multidimensional.

Na literatura existem vários tipos de estruturas de indexação que podem ser utili-

zadas para armazenamento e busca de vídeos (neste caso, Bag of Features dos quadros).

Uma das estruturas, muito utilizada para busca de atributos textuais, é chamado arquivo

invertido.

2.4.1 Arquivos Invertidos

Segundo Frakes e Baeza-Yates (1992), um arquivo invertido é um índice de atribu-

tos, sendo que cada atributo contém uma referência a uma lista de documentos que contém

36

Clusterização/ Indexação

22 45 51 55 65 78

Bag of Features Arquivo de índice – Classes de descritores

Índice de descritores

Lista encadeada de referências

Sequencial

. . . .

Indexado

Direto

Figura 14: Arquivo invertido para indexação de Bag of Features. Fonte: Elaborada pelo autor.

o atributo. O uso de um arquivo invertido melhora a e�ciência da busca, entretanto, como

desvantagem é a necessidade de armazenar uma estrutura de dados que varia de 10 a 100

por cento ou mais do tamanho do próprio conteúdo e uma necessidade de atualização

desse índice a medida que o conjunto de dados sofre alterações.

Em Frakes e Baeza-Yates (1992) são apresentadas várias estruturas para se im-

plementar arquivos invertidos, como os vetores ordenados, que armazenam uma lista de

atributos em um vetor ordenado, incluindo um número de documentos associados para

cada atributo do vetor ordenado. Os vetores ordenados são rápidos, porém apresentam

desvantagem quando a atualização do índice é realizada.

Outra estrutura apresentada é a árvore B, que é muito e�ciente para dados que

são constantemente atualizados. Em relação aos vetores ordenados, a árvore B utiliza

mais espaço em disco, porém, além da atualização, a busca também é mais rápida. Mais

detalhes destas estruturas podem ser encontradas em Frakes e Baeza-Yates (1992).

No contexto de recuperação de vídeos, pode-se utilizar uma estrutura de arquivo

invertido, em que em seu índice, são armazenadas as palavras do vocabulário visual, e

cada palavra contém uma referência a uma lista de quadros do vídeo que contém aquela

palavra, conforme ilustrado na Figura 14.

O índice do arquivo invertido pode ser implementado através de acesso sequencial,

ou através de estruturas de acesso mais e�ciente, como estruturas multidimensionais. No

entanto, para dados adimensionais ou dados de alta dimensionalidade utiliza-se estruturas

métricas para lidar com este tipo de dado.

37

2.4.2 Estruturas Métricas

Estruturas métricas são estruturas que armazenam objetos utilizando uma função

de distância associada a eles. Elas podem ser divididas em estruturas métricas estáticas,

em que não permitem inserção e remoção dos elementos após sua criação, e estruturas

métricas dinâmicas que são adequadas para inserção e remoção após a criação do índice.

No trabalho de Chavez et al. (2001) são apresentadas várias estruturas métricas.

Neste trabalho serão apresentadas com mais detalhes as estruturas M-Tree, Slim-Tree e

D-Index.

2.4.2.1 M-Tree

A M-Tree foi proposta por Ciaccia, Patella e Zezula (1997), é o primeiro método de

acesso dinâmico da literatura. Tem a proposta de organizar um conjunto de um espaço

métrico. A M-Tree é uma árvore balanceada, capaz de lidar com arquivos de dados

dinâmicos e não requer reorganização periódica.

Seus elementos são todos armazenados em folha e são representados por sua chave

ou vetor de característica. Um objeto interno é um conjunto de entradas em que a cada

entrada esta associado um ponteiro para a raiz da subárvore. E todos estes objetos

têm um raio de cobertura, que é calculado por uma função de distância, pois a M-Tree

pode indexar objetos utilizando vetores de características que são comparados por uma

função de distância. Um exemplos grá�co da representação da M-Tree é apresentado na

Figura 15.

No processo de inserção de um novo elemento, é escolhido o nó de menor distância.

Caso haja mais de uma opção escolhe-se o nó de representante mais próximo e armazena

o novo elemento na folha, caso esta esteja cheia, é necessário particionar o nó (processo

conhecido como split), para escolher dois novos representantes e dois novos nós.

Para particionamento do nó, Ciaccia, Patella e Zezula (1997) apresentam cinco

algoritmos de escolha de novos representantes:

a) m_RAD (mínimo da soma dos raios): avalia todos os pares de elementos como

representantes e promove o par de elementos com menor valor da soma entre

os seus raios;

b) mM_RAD (mínimo do máximo dos raios): similar ao m_RAD, porém, pro-

move os elementos minimizando o raio máximo dos representantes;

c) M_LB_DIST (distância máxima): mantém o elemento representante já exis-

tente como um dos novos representantes, e então promove-se o segundo com

maior distância para ele;

38

Figura 15: Representação 2D da M-Tree. Fonte: (ZEZULA et al., 2006).

d) RANDOM (aleatória): promove-se dois novos representantes aleatoriamente;

e

e) SAMPLING (amostragem e aleatória): seleciona-se aleatoriamente um con-

junto de elementos, e dentre os elementos deste conjunto, promove os elementos

cuja soma do raio entre os dois seja a menor.

Na M-Tree, é utilizada como política padrão de escolha dos novos representantes

o mínimo do máximo dos raios (mM_RAD) por apresentar os melhores resultados.

2.4.2.2 Slim-Tree

A Slim-Tree, proposta por Traina Jr. et al. (2000), é uma extensão da M-Tree,

apresentada anteriormente. É uma árvore dinâmica e balanceada. Como as demais es-

truturas, a Slim-Tree agrupa seus elementos em uma página de tamanho �xo no disco,

sendo que cada página corresponde a um nó da árvore e seus elementos são armazenados

em suas folhas.

Diferentemente da M-Tree, a Slim-Tree possui como política padrão de inserção

a MINOCCUP, que, ao inserir um novo elemento, seleciona a região da árvore que tem

menor ocupação (a região mais vazia), com o objetivo de maximizar a ocupação de cada

região. Para particionamento (split), a Slim-Tree utiliza um algoritmos baseado na MST

(Minimum Spanning Tree), em que é criada uma Árvore Geradora Mínima para os elemen-

tos e remove-se a aresta de maior valor (aresta com maior distância entre dois elementos).

39

Srep1

Si

Srep2

x Srep1

Si

Srep2

Figura 16: Um exemplo do algoritmo de Slim-Down. O elemento Si a esquerda passa a pertencera outra região, reduzindo o raio de uma das regiões, sem aumentar o raio da outra. Fonte:Adaptada de Zezula et al. (2006).

Este algoritmo possui tempo computacional m2 logm, apresentando menor tempo

computacional do que o algoritmo mais efetivo da M-Tree para particionamento, que é

cúbico.

Em Traina Jr. et al. (2000) também foi proposto um algoritmo de pós processa-

mento para diminuir a sobreposição entre as regiões (problema da interseções entre os

elementos, muito comum na M-Tree), o algoritmo Slim-Down. Este algoritmo baseia-se

em transferir um elemento de uma região para outra quando isso proporciona uma redu-

ção no raio desta região, sem que o raio da outra seja modi�cado, conforme apresentado

na Figura 16.

2.4.2.3 D-Index

Proposto por Dohnal et al. (2003), a D-Index é uma estrutura de indexação métrica

baseado em hashing. O objetivo é minimizar o número de acessos a disco e número de

x

dm

p 2p S[0] 1,p

Sl - 1 1,p

S[1] 1,p

O3

O1

O2

Figura 17: Ilustração da estrutura de uma D-Index. Fonte: Adaptada de Zezula et al. (2006).

40

Figura 18: Diagrama da estrutura D-Index. Fonte: (DOHNAL, 2004).

cálculos de distâncias.

Na estrutura D-Index, escolhe-se um elemento pivot, de�ni-se um raio de abran-

gência, e uma distância para a região de exclusão. Na inserção, todos os elementos que

�carem na região interna da coroa circular, apresentada na Figura 17, serão armazenados

em um bucket, e todos os elementos que �carem na região externa serão armazenados em

outro bucket da estrutura, que são chamados de buckets separáveis.

Portanto, para todos os elementos na coroa circular, a região de exclusão, serão

armazenado no bucket de exclusão. No entanto, esta estrutura pode ser organizada com

maior número de níveis e buckets em cada um deles, conforme apresentado na Figura 18,

sendo que em cada nível usa-se uma função de particionamento (split) distinta para par-

ticionar o espaço de modo a se armazenar os objetos de forma e�ciente.

No exemplo da Figura 18, no primeiro nível, os elementos serão armazenados em

quatro diferentes buckets, e para os elementos que �carem na região de exclusão, serão

armazenados no segundo nível e será criado mais quatro buckets para este, e então o

processo se repete até que todos os elementos que não se enquadrarem em nenhum dos

buckets �carão na região de exclusão global de toda a estrutura.

41

2.5 Trabalhos Relacionados

No trabalho de Sivic e Zisserman (2009), foi apresentado uma abordagem para

recuperação de vídeos baseado nos sistemas de recuperação de informação baseado em

texto.

Nesta abordagem, os quadros-chave do vídeo são indexados em uma estrutura de

arquivo invertido, utilizado métodos sequenciais de acesso a disco, em que cada quadro é

representado por uma bag of feature.

Nesta abordagem, Sivic e Zisserman (2009) utilizam um vocabulário visual para

compor o índice. Este vocabulário visual é construindo a partir da clusterização de

descritores extraídos de regiões de interesses da imagem. Na recuperação, é retornado os

quadros do vídeo utilizando o modelo vetorial para cálculo da similaridade entre a bag of

feature dos quadros da base e a bag of feature da imagem de consulta. Posteriormente, a

consistência espacial é calculada para reordenar os quadros, sendo que a distribuição das

palavras visuais ao logo do quadro determina se este é mais ou menos relevante, e assim

ele pode ser reclassi�cado.

No trabalho de Homola, Dohnal e Zezula (2010) foi proposto uma abordagem para

busca de uma subregião de uma imagem. Neste trabalho as imagem da base são também

descritas utilizando descritores de região de interesse. Para a indexação dos elementos,

foi implementado a M-Tree como estrutura de indexação.

42

3 INDEXAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE VÍDEOS UTILIZANDOVOCABULÁRIO VISUAL

Este trabalho tem como proposta a análise de estruturas métricas para indexação

e recuperação de vídeos. Neste capítulo, será apresentado o processo desenvolvido para

indexação e recuperação de vídeos, bem como a utilização das estruturas para tais ope-

rações.

Como apresentado anteriormente, um vídeo contém uma grande quantidade de

informação, portanto, de forma a viabilizar a realização do processo de recuperação, é

comum subdividir o armazenamento nas seguintes etapas: segmentação do vídeo, extração

de características e descrição do conteúdo. Finalmente, na etapa de indexação, uma

estrutura é utilizada para armazenar o conteúdo descrito do vídeo para sua posterior

recuperação.

Por sua vez, o processo de busca apresentado neste trabalho inicia-se a partir de

uma imagem de consulta (ou mesmo de uma região de uma imagem), na qual se realiza

a extração de características para então se empregar métodos de busca para recuperação

do conteúdo do vídeo similar a consulta.

Este capítulo está organizado da seguinte forma. Na seção 3.1, é descrito o processo

de indexação de vídeos. Já a seção 3.2 aborda o processo de recuperação. A seção 3.3 apre-

senta as três estruturas métricas utilizadas neste trabalho para indexação e recuperação

de vídeo. Por �m, na seção 3.4 serão apresentadas considerações �nais do capítulo.

3.1 Processo de Indexação de Vídeos

A Figura 19 apresenta uma visão geral do processo de indexação de vídeo desenvol-

vido neste trabalho, em que os quadros do vídeo são descritos através de um vocabulário

visual. Inicialmente, como pode ser visto na Figura 19, o vídeo precisa ser segmentado

e seus quadros-chave devem ser devidamente selecionados. Os quadros-chaves seleciona-

dos são usados tanto para criar o vocabulário visual como para indexar o conteúdo do

vídeo. Para criar o vocabulário visual, uma amostra dos quadros-chave é obtida. Então,

é realizado um processo de identi�cação e descrição de características e, posteriormente,

no processo de clusterização, estas características são agrupadas em classes de descri-

tores, chamadas de palavras visuais, que são inseridas em uma estrutura de indexação,

constituindo então o índice do arquivo invertido.

Para indexar o conteúdo do vídeo, os quadros-chave selecionados são submetidos

43

Segmentação

Amostragem dos quadros-chave

Extração de Descritores

Indexação

Extração de Descritores Clusterização

Índice

Criação do vocabulário visual

Estrutura de Indexação (Arquivo Invertido)

Indexação dos quadros do vídeo

Criação do índice

Figura 19: Processo de indexação de vídeo. Fonte: Elaborada pelo autor.

ao mesmo processo de identi�cação e descrição de características, que por sua vez, são

classi�cadas dentro das palavras visuais do índice e indexadas no arquivo invertido.

3.1.1 Segmentação do Vídeo

Como mencionado anteriormente, um vídeo é composto por várias imagens, sendo

necessário segmentá-lo. Neste trabalho são utilizadas duas abordagens para segmentação

de vídeo: na primeira, como um vídeo pode conter geralmente de 24 a 30 quadros por

segundo (podendo esta taxa variar), seleciona-se um quadro a cada segundo do vídeo,

sem que nenhuma operação sobre os quadros seja realizada. Já na segunda abordagem,

foi utilizada a detecção de tomadas apresentada em Guimarães et al. (2009) e Patrocínio

Jr. et al. (2010). Nesta abordagem a transição entre duas tomadas é identi�cada pela

existência de dissimilaridade entre os quadros, uma vez que quadros similares são con-

siderados pertencentes a mesma tomada. Em Guimarães et al. (2009), foi apresentada

uma técnica de identi�cação de transições abruptas, enquanto que em Patrocínio Jr.

et al. (2010) foi apresentado um método que identi�ca tanto transições abruptas quanto

graduais entre duas tomadas. Em seguida, um quadro de cada tomada é então extraído do

vídeo (quadro-chave), e os demais quadros são desconsiderados. Daí em diante os quadros-

chave extraídos passam a representar o conteúdo das tomadas e, consequentemente, de

todo o vídeo.

A etapa de segmentação de vídeo é importante por auxiliar na identi�cação de

44

Vídeo Quadros-chave

Segmentação/ Sumarização

Amostragem dos quadros-chave

Amostra dos quadros

Figura 20: Processo de amostragem aleatória dos quadros-chave do vídeo. Fonte: Elaboradapelo autor.

quadros-chave e assim reduzir o conteúdo visual que será armazenado. Além disso, a

abordagem de detecção de tomadas permite que apenas um quadro de cada tomada seja

selecionado, reduzindo ainda mais o número de informações a serem armazenadas sem

perder informações relevantes que caracterizam o vídeo.

O objetivo de se aplicar duas abordagens de segmentação diferentes é mensurar o

impacto da detecção de tomadas nas métricas utilizadas para avaliação dos testes realiza-

dos, uma vez que a �segmentação por amostragem� pode desconsiderar quadros relevantes

do vídeo, ou até mesmo considerar dois ou mais quadros muito semelhantes (caso sejam

quadros de mesma tomada), e assim contribuir para o aumento da quantidade de infor-

mação armazenada, impactando no tempo de resposta sem necessariamente melhorar a

taxa de acerto das buscas realizadas.

3.1.2 Construção do Vocabulário Visual

O método de indexação e recuperação de vídeo deste trabalho baseia-se na utili-

zação de vocabulário visual, abordagem similar àquela apresentada por Sivic e Zisserman

(2009). Como descrito anteriormente, Sivic e Zisserman (2009) apresentam uma aborda-

gem de recuperação de vídeo análoga ao método utilizado na recuperação de textos. Nesta

abordagem, deve-se criar um vocabulário composto por palavras visuais (semelhante às

palavras textuais em sistemas de recuperação de texto). Estas palavras visuais são obtidas

por meio da clusterização do conteúdo visual dos quadros do vídeo. Porém, para criação

do vocabulário visual, utiliza-se apenas uma amostra aleatória dos quadros selecionados

na etapa de segmentação (quadros-chave selecionados do vídeo), conforme processo apre-

sentado na Figura 20. O ideal seria que esta amostra representasse o conteúdo visual de

todo o vídeo do qual ela foi extraída, podendo ser obtida, por exemplo, através de técnicas

de sumarização. Neste trabalho, optou-se pela utilização de uma amostra aleatória dos

quadros-chave, semelhante ao realizado por Sivic e Zisserman (2009).

Segundo Sivic e Zisserman (2009), a ideia de se utilizar apenas uma amostra dos

45

(a) (b)

Figura 21: Regiões de interesse de um quadro do vídeo. Em (a) são exibidas as regiões deinteresse detectadas pelo Harris A�ne e em (b) regiões de interesse detectadas pelo MSER.Fonte: Elaborada pelo autor.

quadros-chave do vídeo, no lugar de todos os quadros, se justi�ca pelo alto custo compu-

tacional deste processo, como descrito nas seções a seguir.

3.1.2.1 Extração de Descritores dos Quadros Selecionados

Para a construção do vocabulário visual, é necessário, primeiramente, obter a des-

crição dos quadros selecionados do vídeo. Em um sistema de recuperação de informação

baseado em conteúdo visual, deve-se gerar algum tipo de descrição deste conteúdo visual

(como por exemplo a utilização de histograma do cores) para que, então, esta informação

seja manipulada e armazenada.

Sendo assim, realiza-se a extração de características de cada um dos quadros se-

lecionados para a amostra de quadros-chave do vídeo. Este processo de extração de

características de quadros do vídeo é baseado na detecção de regiões a�m covariantes,

que, como descrito anteriormente, são regiões invariantes a mudança de ponto de visão,

de escala, de iluminação e também capazes de lidar com a oclusão (MIKOLAJCZYK et al.,

2005).

Neste trabalho foram utilizados dois tipos de detectores de regiões a�m covariantes,

conforme apresentado em Mikolajczyk et al. (2005): o detector MSER (Maximally Stable

Extremal Region) e o detector Harris-A�ne, que identi�cam regiões de interesse nos qua-

dros do vídeo baseado em suas características de reconhecimento. Na Figura 21(a) cada

elipse representa uma região de interesse obtida pelo detector Harris-A�ne, enquanto que

na Figura 21(b) cada elipse corresponde a uma região identi�cada pelo MSER.

A escolha de tais detectores se motivou pelo fato de que eles identi�cam pontos de

interesse de natureza complementar, isto é, MSER identi�ca regiões enquanto que Harris

A�ne identi�ca cantos e bordas (MIKOLAJCZYK et al., 2005).

Para se descrever as regiões identi�cadas por cada um dos detectores foi utilizado

o descritor SIFT (Scale Invariant Feature Transform), que produz um vetor de caracte-

46

rísticas de 128 dimensões (LOWE, 1999). O SIFT é aplicado em cada região de interesse

detectada no quadro do vídeo, gerando assim um vetor de características (chamado de

descritor) para cada uma destas regiões. Dependendo das características presentes nos

quadros, centenas (ou até mesmo milhares) de descritores podem ser gerados para cada

quadro do vídeo.

3.1.2.2 Processo de Clusterização

Uma vez obtidos todos os descritores para cada um dos quadros da amostra, é

necessário realizar a clusterização destes descritores para gerar palavras visuais que irão

compor o vocabulário visual do vídeo. Para obtenção do vocabulário visual, foi utilizado

a implementação do algoritmo de clusterização K-means, apresentado em Kanungo et al.

(2002), agrupando-se, assim, os descritores em classes ou palavras visuais.

A clusterização é realizada de forma separada para cada tipo de detector utilizado.

Desta forma, o algoritmo K-means foi executado para cada detector separadamente, ge-

rando um conjunto de centróides. Neste contexto, cada um dos centróides representa uma

palavra visual do vocabulário.

Ao �nal do processo de clusterização, dois conjuntos de palavras visuais são obtidos:

um conjunto com todas as palavras visuais originadas dos descritores gerados a partir do

detector MSER e outro conjunto com as palavras originadas dos descritores gerados a

partir do detector Harris-A�ne. Entretanto, para obtenção do vocabulário, as palavras

visuais destes dois conjuntos criados separadamente, devem ser unidas para compor o

vocabulário do vídeo. Depois que o vocabulário visual é criado não há mais distinção entre

descritores, pois o intuito é uni�car as diferentes características presentes nos quadros do

vídeo em um único vocabulário visual, conforme pode ser visto na Figura 22.

3.1.2.3 Eliminação de Stopwords

Semelhante ao processo de recuperação de textos, após o processo de clusterização

para obtenção das palavras visuais é necessário eliminar um conjunto de palavras muito

frequentes, denominado stopwords (FRAKES; BAEZA-YATES, 1992), isto é, palavras que

estão presentes na maioria dos quadros do vídeo.

Ao �nal do processo de clusterização, obtém-se os centróides juntamente com a

frequência dos descritores associados a cada cluster nos quadros do vídeo utilizados para

criação do vocabulário. Desta forma, os centróides com maior frequência estão presentes

na maioria dos quadros e devem ser eliminados do vocabulário.

O objetivo da eliminação de stopwords é reduzir o número de características que,

por ocorrerem em muitos quadros distintos do vídeo, serão pouco discriminativas para

47

Amostra dos Quadros

Detecção (Harris-Affine)

Detecção (MSER)

SIFT

... 23 54 32

... 54 67 98

... 12 43 32

... 63 35 87

K-means

K-means

... 21 32 45

... 46 90 21

... 73 37 78

... 43 23 65

StopList

Vocabulário Visual

SIFT

76 80 81

13 34 98 ...

93 73 95 ...

... 21 32 45

... 43 23 65

33 22 69 ...

StopList

... 43 23 65

33 22 69 ...

43 23 65

93 73 95 ...

...

... 43 23 65

33 22 69 ...

43 23 65

93 73 95 ...

...

Figura 22: Processo de criação do vocabulário visual. Fonte: Elaborada pelo autor.

representar um determinado quadro. A Figura 22 ilustra o processo completo de criação

do vocabulário visual e a eliminação de stopwords.

No capítulo de experimentos será apresentada uma análise sobre o impacto do

tamanho do vocabulário visual no processo de busca.

3.1.3 Indexação dos Quadros-chave do Vídeo

No processo de indexação do vídeo, é utilizada uma estrutura de arquivo invertido

para armazenamento dos quadros do vídeo. Após geração do vocabulário visual e elimi-

nação de stopwords, é necessário criar o índice do arquivo invertido com as palavras do

vocabulário visual. O método de indexação dos quadros será apresentado em detalhes nas

próximas seções.

3.1.3.1 Criação do Índice do Arquivo Invertido

O processo de criação do índice do arquivo invertido consiste na inserção de todas

as palavras visuais geradas no processo de clusterização, descrito anteriormente conforme

Figura 22. Este processo é feito separadamente pois não depende do conteúdo dos quadros

que serão indexados (apenas do vocabulário visual). Uma vez criado, nenhuma nova

inserção será realizada no índice (apenas ajustes de referências).

A Figura 23 ilustra o processo de inserção do vocabulário visual no índice do arquivo

invertido. Tal índice será, posteriormente, utilizado para indexação dos quadros-chave do

48

Índice Estrutura de Indexação

(Arquivo Invertido)

Vocabulário Visual

... 43 23 65

33 22 69 ...

43 23 65

93 73 95 ...

...

Figura 23: Processo de inserção do vocabulário visual no índice. Fonte: Elaborada pelo autor.

vídeo.

3.1.3.2 Extração de Descritores dos Quadros-chave do Vídeo

Semelhante ao processo descrito na seção 3.1.2.1, é necessário extrair as carac-

terísticas dos quadros-chave do vídeo, utilizando os mesmos detectores de regiões a�m

covariantes, Harris-A�ne e MSER, e também utilizando o descritor SIFT para descrever

tais regiões.

A Figura 24 ilustra o processo de descrição de um dos quadros-chave do vídeo.

Ao �nal deste processo, é importante observar que, os descritores gerados não podem ser

considerados palavras visuais, e sim, apenas simples descritores de regiões do quadro.

O processo ilustrado na Figura 24 é realizado para todos os quadros-chave do vídeo.

Desta forma, cada quadro do vídeo será representado por um conjunto de descritores que,

por sua vez, serão indexados pelo arquivo invertido.

3.1.3.3 Construção de Bag of Features dos Quadros

Durante a indexação cada quadro passa a ser representado por um bag of words ou

bag of features (histograma das palavras visuais do vocabulário). Portanto é necessário

se calcular a frequência de cada palavra visual do vocabulário para cada um dos quadros.

Tal abordagem baseia-se no trabalho de Sivic e Zisserman (2009), em que a recuperação

dos quadros do vídeo se dá por meio da utilização do modelo vetorial, processo análogo à

recuperação de texto, em que cada documento é representado por um vetor de frequência

de suas palavras (bag of words).

Considerando que exista um vocabulário de V palavras visuais, cada quadro passa

49

Detecção (Harris-Affine)

Detecção (MSER)

SIFT

... 23 54 32

... 54 67 98

... 12 43 32

... 63 35 87

SIFT

... 12 43 32

... 63 35 87

23 54 32

... 54 67 98

Quadro Q

Descritores do Quadro Q

Figura 24: Processo de descrição de um dos quadros-chave do vídeo. Fonte: Elaborada peloautor.

a ser representado por um vetor de V elementos, conforme apresentado na Equação 2.

vd = (t1, ..., ti, ..., tV )T (2)

Cada elemento ti do vetor vd é obtido pelo produto entre a frequência da palavra

no quadro e a frequência inversa do quadro (ver Equação 3).

ti =nid

nd

logN

Ni

(3)

em que nid é o número de ocorrências da palavra i no quadro d, nd é o número total de

palavras no quadro d, Ni é o número de quadros que contém a palavra i, e N é o número

total de quadros indexados na base (SIVIC; ZISSERMAN, 2009).

A Figura 25 ilustra o processo de criação de bag of features para os quadros-chave

do vídeo.

3.1.3.4 Indexação utilizando Arquivo Invertido

Para cada quadro-chave do vídeo, cada um de seus descritores será pesquisado

no índice do arquivo invertido, com o intuito de se determinar qual das palavras visuais

melhor representa este descritor. Este processo é realizado através do cálculo da distância

entre cada um dos descritores do quadro e todas as palavras visuais armazenadas. Como

as palavras foram geradas pelo processo de clusterização, cada palavra (cluster) possui

um raio (maior distância entre o centróide e quaisquer dos descritores daquele cluster).

Se a distância calculada entre um descritor e a palavra for menor ou igual ao raio da-

50

... 23 54 32

... 54 67 98

... 12 43 32

... 63 35 87

Descritores do Quadro Qi

Índice Vocabulário

Visual

V

ti

Cálculo de Frequência

Figura 25: Criação das bag of features dos quadros do vídeo. Fonte: Elaborada pelo autor.

quela palavra visual (que é o centroide do cluster), este descritor será considerado como

pertencente a este cluster. Esta classi�cação signi�ca que tal palavra visual ocorre no

quadro-chave em questão.

Para melhor classi�cação, cada descritor deve ser sempre analisado com todas as

palavras visuais até encontrar a palavra de menor distância, pois quanto menor a distância,

maior será a similaridade entre o descritor e a palavra visual.

Tal processo é ilustrado na Figura 26. Porém, mais adiante, ainda neste capí-

tulo, mais detalhes sobre este processo de indexação e o uso de estruturas métricas para

melhorar a e�ciência serão apresentados.

Índice

Estrutura de Indexação (Arquivo Invertido)

... 23 54 32

... 54 67 98

... 12 43 32

... 63 35 87

Descritores do Quadro Qi

Q1 Q2 Qn

Indexação dos quadros do vídeo

Busca

Figura 26: Processo de indexação dos quadros-chave. Fonte: Elaborada pelo autor.

51

1

Índice

Estrutura de Indexação (Arquivo Invertido)

Busca Extração de Descritores

Ordenados por similaridade entre BoFs

Imagem de consulta

Consistência Espacial

Ordenados pela consistência espacial

1-NN Classificação Vetorial

Δ

Figura 27: Processo de busca. Fonte: Elaborada pelo autor.

3.2 Processo de Recuperação de Vídeos

A Figura 27 ilustra o processo de recuperação do vídeo por meio de uma imagem

(ou região de uma imagem) de consulta, em que, primeiramente, a imagem de consulta

é descrita utilizando o mesmo processo aplicado aos quadros-chave (isto é, processo de

detecção de regiões de interesse e extração de descritores). Posteriormente, a busca é

realizada e recupera-se todos os quadros-chave que possuam alguma palavra visual em

comum com a imagem (ou região) de consulta.

Seguindo o trabalho de Sivic e Zisserman (2009), durante o processo de recupera-

ção, os quadros-chave são classi�cados utilizando o modelo vetorial, em que a similaridade

é obtida pelo cálculo do cosseno do menor ângulo entre o vetor que representa a imagem

ou região de consulta e os vetores da base (associados aos quadros-chave do vídeo). Os

quadros obtidos como resposta são ordenados de acordo com tais valores de similaridade,

e assim são retornados.

Ao �nal deste processo, os quadros-chaves retornados são submetidos ao processo

de consistência espacial, no qual serão reordenados, com o intuito de que os quadros-chave

mais similares à imagem (ou região) da consulta obtenham melhor classi�cação e assim

serão retornados.

52

3.2.1 Consistência Espacial

Baseado na técnica de ordenação do resultado de consulta utilizada pelos sistemas

de recuperação de texto, Sivic e Zisserman (2009) apresentam uma técnica análoga para

classi�cação dos quadros no resultado da consulta. Em tal abordagem, após a recuperação

dos quadros do vídeo realizada utilizando o modelo vetorial descrito anteriormente, é

realizada uma nova classi�cação dos quadros do vídeo baseado na distribuição espacial

das regiões covariantes do quadro.

Esta abordagem baseia-se na escolha aleatória de uma palavra (região covariante)

da imagem de consulta e na busca desta mesma palavra no quadro do vídeo retornado da

base. Após encontrada a palavra correspondente, as palavras espacialmente mais próximas

da palavra selecionada são obtidas, tanto na imagem de consulta quanto no quadro do

vídeo retornado. Desta forma, é calculada a correspondência destas palavras da imagem

de consulta com o quadro da base, em que, a cada ocorrência um voto é computado para

à palavra do quadro da base, e somente uma única vez para cada palavra. Este processo

é realizado entre a imagem de consulta e todos os quadros do vídeo que têm alguma

similaridade no cálculo do modelo vetorial.

Desta forma, têm-se no �nal do processo, o somatório da quantidade de votos

que cada quadro da base recebeu. Assim, a nova classi�cação dos quadros é realizada,

somando-se a quantidade de votos com o valor da similaridade de cada documento na

base (calculado utilizando o modelo vetorial) em que os quadros com maior valor são

considerados os mais relevantes (SIVIC; ZISSERMAN, 2009).

Este processo heurístico para cálculo da consistência espacial, apresentado por Sivic

e Zisserman (2009) e utilizado neste trabalho para reclassi�cação dos quadros, pode ser

muito caro computacionalmente em termos de tempo, pelo fato de que deve ser realizado

para todas as palavras de todos os quadros retornados da base para cada palavra da

imagem de consulta.

Devido a este alto custo computacional (em relação ao tempo), neste trabalho

se propõe que parte do processo seja realizado no momento da indexação, assim para

cada quadro indexado do vídeo são calculados e armazenados, para cada palavra visual,

as palavras visuais mais próximas, utilizando uma Kd-tree como estrutura auxiliar na

descoberta das k palavras mais próximas.

Para cada uma das palavras é necessário armazenar em uma estrutura e�ciente

quais são as palavras espacialmente mais próximas. Sendo assim, um outro arquivo inver-

tido é utilizado, sendo que, o índice deste é composto por todas as palavras do quadro, e

cada palavra será associada a uma lista das palavras mais próximas do quadro em questão.

53

Este processo é realizado para cada quadro-chave indexado do vídeo, com o objetivo

de diminuir o tempo computacional no momento da busca. O algoritmo para o processo

de consistência espacial consiste dos seguintes passos (SIVIC; ZISSERMAN, 2009):

a) selecione uma palavra visual pc aleatoriamente na imagem de consulta;

b) pesquisar pela ocorrência da palavra visual pc no quadro da base. Caso não

encontre, repita o passo �a� e selecione outra palavra visual na imagem de

consulta, do contrário, execute passo �c�;

c) calcular a distância espacial das coordenadas da palavra visual pc para cada

uma das demais palavras visuais pci da imagem da consulta;

d) repita o passo �c� para o quadro da base;

e) ordene a lista de palavras visuais da imagem de consulta de forma ascendente

pela distância entre cada palavra visual pci e a palavra visual pc;

f) repita o passo ��e� para o quadro da base;

g) para cada uma das 15 primeiras palavras visuais pci da imagem da consulta,

pesquisar sua ocorrência nas 15 primeiras palavras visuais do quadro da base,

caso encontre, contabilize para a palavra visual pci da imagem da consulta e

também a palavra visual do quadro da base um voto, e as marque para que

não sejam mais votadas;

h) repita os passos de �a� até �g� para as demais palavras visuais da imagem de

consulta que não tenham sido votadas;

i) somar o total de votos que o quadro da base atual recebeu;

j) repita os passos de �a� até �i� para cada quadro da base retornado como res-

posta à consulta;

k) ordene o resultado pelos quadros da base mais votados.

A Figura 28 ilustra os passos do processo de consistência espacial descritor nos

passo do algoritmo apresentado.

Como descrito anteriormente, para diminuir o tempo de processamento para rea-

lização da consistência espacial, neste trabalho alguns passos do algoritmo são realizados

previamente, no momento da indexação dos quadros.

No momento da indexação de cada quadro do vídeo, utiliza-se uma Kd-Tree para

armazenar todas as palavras visuais do quadro em questão e então realiza uma busca, na

Kd-Tree para retornar as 15 palavras mais próximas de cada uma das palavras. Além

disso, um arquivo invertido é criado para cada quadro do vídeo indexado, em que cada

uma das palavras visuais será associada a uma lista com as 15 palavras visuais mais

próximas a ela, evitando que este processamento seja realizado no momento da busca.

54

Imagem de Consulta Quadro do Vídeo da Base

Busca por Abrangência r = 0

(a)

Imagem de Consulta Quadro do Vídeo da Base

(b)

Imagem de Consulta Quadro do Vídeo da Base

(c)

Imagem de Consulta Quadro do Vídeo da Base

(d)

Figura 28: Em (a) Passos 1 e 2 do processo de consistência espacial, em (b) seleção das palavrasespacialmente mais próximas do quadro da base e da imagem de consulta, em (c) e (d) passo 7dos processo de consistência espacial. Fonte: Adaptada de Sivic (2006).

Desta forma, para a execução do passo 4, apenas uma busca na lista da palavra é

realizada para retornar as 15 palavras visuais mais próximas, reduzindo assim, o tempo

para realização da consistência espacial.

3.3 Utilização de Estruturas Métricas de Indexação

O objetivo da utilização de um arquivo invertido se dá pelo fato da sua e�ciência

no processo de busca, apesar da desvantagem de ocupar muito espaço em disco.

A busca em um arquivo invertido é realizada no índice que, no contexto deste tra-

balho, é composto pelo vocabulário visual (palavras visuais). Cada palavra está associada

a uma lista contendo todos os quadros do vídeo em que ela está presente. Este processo

ocorre tanto no momento da indexação dos quadros-chave do vídeo, quanto no estágio de

busca e realização da consistência espacial, que é ilustrado na Figura 27.

Dependendo do tamanho do vocabulário, o processo de busca no índice do arquivo

invertido pode ser muito caro computacionalmente, em relação ao tempo, principalmente

se o resultado é obtido por meio de busca sequencial, em que todas as palavras do voca-

bulário são veri�cadas e o cálculo de distância para cada uma delas seja realizado.

Existem estruturas que podem se comportar de maneira mais e�ciente no processo

de busca, como as estruturas métricas apresentadas no capítulo anterior. Para avaliação

55

do processo de indexação e busca de vídeo, foram implementadas três outras estruturas

(além do acesso sequencial já utilizado) para acesso ao índice do aquivo invertido: a M-

Tree (CIACCIA; PATELLA; ZEZULA, 1997), a D-Index (DOHNAL et al., 2003) e a Slim-Tree

(TRAINA JR. et al., 2000), uma variação da M-Tree.

O processo utilizado para indexação e busca do vídeo se mantém o mesmo para

as diferentes estruturas, pois as estruturas são aplicadas apenas como mecanismo para

acesso/busca no índice do arquivo invertido.

As estruturas implementadas também são utilizadas para o processo de consistência

espacial, elas também constituem o índice dos arquivos invertidos que são criados para os

quadros-chaves indexados.

Mais adiante, no capítulo de experimentos, serão apresentados os resultados das

buscas, como também os números de acessos a disco e de cálculos de distância necessários

para cada estrutura utilizada.

3.4 Considerações Finais

Este capítulo apresentou o método utilizado para indexação e busca de vídeos

utilizado neste trabalho. Como descrito, o método baseia-se no processo de recuperação de

texto, apresentado por Sivic e Zisserman (2009), utilizando um vocabulário visual criado a

partir de uma amostra dos quadros do vídeo. Porém, diferentemente do trabalho de Sivic

e Zisserman (2009), este propõe a utilização de estruturas métricas de indexação para uso

tanto durante a busca dos quadros-chaves quanto durante o processo de classi�cação por

meio da consistência espacial.

56

4 ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE ESTRUTURAS MÉTRICAS NAINDEXAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE VÍDEOS

Neste capítulo serão apresentados os experimentos de indexação e recuperação de

vídeos realizados com as diferentes estruturas de indexação descritas anteriormente, com

o intuito de se obter uma avaliação destas estruturas em relação ao processo de criação do

índice e indexação dos quadros do vídeo, como também obter uma avaliação em relação

ao processo de busca, no qual, foram utilizadas métricas quantitativas para se medir os

resultados.

Para a indexação do vídeo foi utilizada a abordagem descrita anteriormente com

arquivo invertido, em que o índice do mesmo foi implementado de quatro formas diferen-

tes. Em um primeiro momento o índice foi implementado por meio de acesso sequencial ao

disco, sem utilizar nenhuma estruturas para otimizar o tempo de busca. Isso foi feito tanto

para avaliar o real impacto das estruturas de indexação, como também para se comparar

com os resultados de Sivic e Zisserman (2009). Além da abordagem sequencial foram

também implementadas e testadas as seguintes estruturas de indexação: M-Tree (CIAC-

CIA; PATELLA; ZEZULA, 1997), Slim-Tree (TRAINA JR. et al., 2000) e D-Index (DOHNAL et

al., 2003), todas utilizadas como estrutura de indexação do arquivo invertido usado para

as buscas como para os arquivos invertidos usados na realização de consistência espacial.

4.1 Parâmetros de Testes

Para realização dos experimentos, foi utilizado o vídeo de um dos capítulos da série

The Big Bang Theory da CBS (Columbia Broadcasting System). O vídeo contém 28682

quadros e possui duração de 19 minutos de 56 segundos. O vídeo possui 476 tomadas,

sendo que o tamanho médio das tomadas é de 59 quadros.

Toda a implementação para indexação e recuperação de vídeos, bem como as es-

truturas de indexação foram codi�cadas na linguagem de programação C#, por meio da

plataforma Microsoft Visual Studio 2008, sem auxílio de nenhuma biblioteca adicional.

As estruturas M-Tree e Slim-Tree foram testadas com tamanho de páginas de

tamanho igual a 100 e com chaves de 128 dimensões, que é o número de dimensões das

palavras visuais. Para cálculo de distância foi utilizado a norma Euclidiana. Para a D-

Index de�niu-se o número de níveis da estrutura igual a 9, o número de entradas de cada

bloco igual a 100, a distância usada para se de�nir a região de exclusão igual a 20 e os

57

pivots foram selecionados aleatoriamente (sendo 2 pivots para o primeiro nível e 1 pivot

para os demais). Como nas demais estruturas, também foi utilizado a norma Euclidiana

para cálculo da distância e chaves de 128 dimensões. Estes parâmetros foram escolhidos

por meio de análise realizada após a obtenção de alguns resultados experimentais.

4.2 Criação do Vocabulário Visual

Inicialmente, o vídeo foi segmentado de forma simples em que um quadro por

segundo foi extraído para compor a base de dados, totalizando 1146 quadros utilizados

para representar o vídeo. A partir destes quadros, uma amostra aleatória de 96 (≈ 8%

do total) quadros foi extraída para criação do vocabulário visual (proporção semelhante

a adotada por Sivic e Zisserman (2009)).

Conforme processo descrito anteriormente, sobre os quadros da amostra do vídeo

foram executados os detectores de regiões a�m covariantes Harris-A�ne e MSER separa-

damente, em seguida, aplicou-se o SIFT para descrever as regiões identi�cadas, gerando

assim um vetor de 128 dimensões para cada região de interesse dos quadros.

Foram gerados, no total, 61628 descritores a partir dos pontos detectados pelo

MSER e 86135 descritores a partir dos pontos detectados pelo Harris-A�ne. Para cons-

trução do vocabulário visual foi realizada a clusterização dos descritores utilizando o

algoritmo K-means de forma separada para cada tipo de detector, procurando-se manter

a proporção de 3:5 em relação ao número de descritores produzidos pelo Harris-A�ne e

MSER, respectivamente, em conformidade com Sivic e Zisserman (2009).

Para os experimentos, foram criados quatro tamanhos diferentes de vocabulários:

4000, 8000, 16000 e 32000, mantendo-se a proporção de 3:5, como pode ser visto na

Tabela 1. Cada um destes vocabulários foram indexados utilizando-se do arquivo inver-

tido, cujo índice foi implementado de quatros formas diferentes, utilizando as estruturas

mencionadas anteriormente.

Para avaliação da di�culdade relacionada aos dados utilizados, foi realizada a aná-

lise de di�culdade intrínseca dos vocabulários gerados. A Figura 29 apresenta os histo-

Tabela 1: Informações sobre vocabulários visuais utilizados. Fonte: Elaborada pelo autor.

Tamanho do Número de Palavras Di�culdade

Vocabulário Harris A�ne MSER Intrínseca

4000 1500 3500 0,27788000 3000 5000 0,274116000 6000 10000 0,274732000 12000 20000 0,2694

58

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

2

22

42

62

82

102

122

142

162

182

202

222

242

262

282

302

322

342

362

382

402

422

442

462

482

502

522

542

562

582

602

622

642

662

682

702

722

742

762

782

802

822

842

862

Fre

qu

ênci

a %

Distâncias

(a) Vocabulário de tamanho 4000

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

2

22

42

62

82

102

122

142

162

182

202

222

242

262

282

302

322

342

362

382

402

422

442

462

482

502

522

542

562

582

602

622

642

662

682

702

722

742

762

782

802

822

842

862

Fre

qu

ênci

a %

Distância

(b) Vocabulário de tamanho 8000

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

2

22

42

62

82

102

122

142

162

182

202

222

242

262

282

302

322

342

362

382

402

422

442

462

482

502

522

542

562

582

602

622

642

662

682

702

722

742

762

782

802

822

842

862

Fre

qu

ênci

a %

Distâncias

(c) Vocabulário de tamanho 16000

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

2

22

42

62

82

102

122

142

162

182

202

222

242

262

282

302

322

342

362

382

402

422

442

462

482

502

522

542

562

582

602

622

642

662

682

702

722

742

762

782

802

822

842

862

Fre

qu

ênci

a %

Distância

(d) Vocabulário de tamanho 32000

Figura 29: Histogramas da distribuição de distâncias dos vocabulários gerados. Fonte: Elabo-rada pelo autor.

gramas da distribuição de distâncias para cada um dos vocabulários visuais criados, em

que se pode constatar um padrão semelhante a distribuição normal.

A última coluna da Tabela 1 apresenta os valores de di�culdade intrínseca para

cada um dos vocabulários visuais utilizados. A di�culdade intrínseca é uma métrica,

proposta por Chavez et al. (2001) para avaliar o grau de di�culdade de busca em um

conjunto de dados, conforme apresentado na Equação 4.

D =M2

2× V(4)

em que, D é a di�culdade intrínseca, M e V representam, respectivamente, a média e a

variância das distâncias entre as palavras visuais do vocabulário.

4.3 Descrição do Groundtruth

Utilizando a amostragem de um quadro por segundo, todos os 1146 quadros foram

descritos (totalizando 1667684 descritores) e indexados para sua posterior utilização nos

testes.

Para realização das consultas de teste, 10 objetos distintos foram selecionados de

diferentes quadros do vídeo, que podem ser vistos na Figura 30. Foram selecionados

alguns objetos que aparecem com muita frequência, ao longo do vídeo, de diferentes

59

1 2 3 4 5

6 7 8 9 10

Figura 30: Quadros do vídeo utilizados para consultas. O retângulo na imagem representa aregião que será utilizada para consulta. Fonte: Elaborada pelo autor.

ângulos de câmera e, em alguns momentos, são parcialmente ocultos. Foram também

escolhidos objetos com pouca ocorrência no vídeo, com intuito de avaliar a busca em

diferentes situações, algumas delas buscando objetos muito frequentes no vídeo, e em

outras situações, buscando objetos pouco frequentes ao longo do mesmo.

Para análise dos resultados das consultas criou-se um groundtruth a partir da

contagem manual das ocorrências dos objetos das consultas nos quadros indexados. Na

Tabela 2 é apresentado, para cada objeto da consulta, a quantidade de quadros e tomadas

do vídeo que contêm o objeto, como também o número de regiões de interesse detectadas

no objeto da consulta.

4.4 Descrição dos Testes Realizados

As consultas foram então realizadas para os 4 diferentes tamanhos de vocabulário

e para as 4 diferentes estruturas de indexação, com o objetivo de se medir a quantidade de

acessos a disco e o número de cálculos de distância necessários para se realizar as buscas.

Tabela 2: Groundtruth das consultas. Fonte: Elaborada pelo autor.

Objeto Quadros Tomadas Regiões de Interesse

1 83 30 212 107 35 53 123 36 1094 210 74 1035 96 33 1416 104 26 497 17 8 1188 76 19 369 4 2 13910 147 45 55

60

Além disso, ainda foram medidas as taxas de precisão e revocação para as consultas

realizadas.

Na abordagem implementada, após se obter o resultado da busca, os quadros que

compõem o resultado são reordenados pelo cálculo da consistência espacial, conforme apre-

sentado anteriormente. Para a realização da consistência espacial, optou-se por limitar

o número de quadros que serão reordenados, devido ao alto custo computacional desta

etapa em relação ao tempo de processamento. Portanto, os testes foram realizados com 4

variações do número de quadros (∆) que deveria ser retornado pela busca e reclassi�cado

pela consistência espacial: 100, 150, 200 e 250 quadros.

No cálculo de taxas de precisão e revocação, apenas as consultas cujo número de

ocorrência for menor que o limite sobre o número de quadros retornados pela busca (∆)

serão consideradas. Algumas consultas têm números de ocorrência no vídeo maior do que

alguns valores de ∆ e, portanto, nestes casos não serão consideradas.

4.5 Avaliação dos Resultados da Indexação

Nos experimentos realizados, foi avaliado o comportamento de cada estrutura sele-

cionada, no processo de criação do índice e no processo de indexação dos quadros do vídeo.

Nesta seção será apresentada uma comparação entre as estruturas para as operações men-

cionadas. A avaliação das estruturas durante o processo de busca será apresentado mais

adiante neste capítulo.

A Figura 31(a) apresenta um grá�co do número total de acessos a disco que cada

estrutura realizou para criar o índice do arquivo invertido em função do tamanho do

vocabulário visual. Pode-se observar que para vocabulários visuais menores houve pouca

diferença no desempenho. A medida que o tamanho do vocabulário visual aumenta, o

comportamento das estruturas se altera de maneira mais acentuada, por exemplo, no

caso da D-Index, houve um aumento muito signi�cativo em relação as demais estruturas,

quando o tamanho do vocabulário visual aumentou de 16000 para 32000. A M-Tree

e a Slim-Tree mantiveram um comportamento muito semelhante com os vocabulários

visuais de diferentes tamanhos. A estrutura de acesso sequencial obteve um número muito

inferior de acessos a disco em relação as demais estruturas, justamente por simplesmente

armazenar os dados sem realizar nenhuma política de armazenamento e�ciente dos dados.

A Figura 31(b) apresenta um grá�co do número total de cálculos de distância que

cada estrutura realizou para criar o índice do arquivo invertido em função do tamanho do

vocabulário visual. Neste grá�co, a estrutura de acesso sequencial não é apresentada pois

não há cálculos de distância, para esta operação devido a estrutura não realizar nenhuma

61

0,00

500000,00

1000000,00

1500000,00

2000000,00

2500000,00

3000000,00

3500000,00

4000 8000 16000 32000

Ace

sso

s a

Dis

co

Vocabulário

D-Index

M-Tree

Slim-Tree

Sequencial

(a)

0,00

1000000,00

2000000,00

3000000,00

4000000,00

5000000,00

6000000,00

7000000,00

8000000,00

9000000,00

4000 8000 16000 32000

Cál

culo

s d

e D

istâ

nci

a

Vocabulário

D-Index

M-Tree

Slim-Tree

(b)

Figura 31: (a) Grá�co do número total de acessos a disco realizado por cada estrutura paracriar o índice do arquivo invertido em função do tamanho do vocabulário visual e (b) Grá�co donúmero total de cálculos de distância realizado por cada estrutura para criar o índice do arquivoinvertido em função do tamanho do vocabulário visual. Fonte: Elaborada pelo autor.

outra operação sobre os dados no momento em que eles são inseridos. A D-Index obteve

baixos valores para o número de cálculos de distância realizados, mantendo-se sempre

com melhor desempenho que as demais estruturas, mesmo com o aumento do tamanho

do vocabulário visual. A M-Tree apresentou um desempenho pior em relação a Slim-Tree,

que foi se acentuando para os vocabulários visuais de tamanhos maiores.

A Tabela 3 apresenta de forma detalhadas os valores totais de acessos a disco e

cálculos de distância para cada uma das estruturas analisadas e cada tamanho de voca-

bulário.

O processo de indexação dos quadros do vídeo, como descrito anteriormente, en-

volve primeiramente, operações de busca nas estruturas de indexação, pois nenhum novo

elemento é inserido nos índices, apenas nas listas do arquivo invertido.

A Figura 32(a) apresenta um grá�co do número total de acessos a disco que cada

estrutura realizou para indexação dos quadros do vídeo no arquivo invertido em função

do tamanho do vocabulário visual. Pode-se observar que o comportamento das quatro

estruturas analisadas ao longo dos diferentes tamanhos para o vocabulário visual são

muito semelhantes. Sendo que a estrutura de acesso sequencial apresentou pior resultado

neste critério, e a Slim-Tree teve melhor desempenho entre as demais. A D-Index e M-

Tree apresentaram desempenho muito semelhante, com uma tendência de que o número

de acessos a disco da M-Tree cresça mais acentuadamente em função do crescimento do

vocabulário visual do que a D-Index.

A Figura 32(b) apresenta um grá�co do número total de cálculos de distância que

cada estrutura realizou para indexação dos quadros do vídeo no arquivo invertido em

função do tamanho do vocabulário visual. Neste grá�co, a estrutura de acesso sequencial

mostrou ter um desempenho muito ruim em relação as demais estruturas, chegando a

obter um número de cálculos de distância quase 6 vezes maior que as demais.

62

Tabela 3: Valores totais de acessos a disco e cálculos de distância para cada uma das estruturasanalisadas e cada tamanho do vocabulário. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura Tamanho do Número Total de Número Total de

Vocabulário Acessos a Disco Cálculos de Distância

D-Index 4000 69780 161168000 215512 3222916000 560888 6429132000 2953874 127483

M-Tree 4000 65016 6123098000 156504 146272216000 341440 325347732000 713818 7743372

Slim-Tree 4000 65484 2881628000 130650 74202616000 298904 172364032000 652696 3747896

Sequencial 4000 8000 08000 15996 016000 31982 032000 63740 0

Este comportamento pode se dá pelo fato de que, nas estruturas métricas anali-

sada (D-Index, M-Tree e Slim-Tree), a operação de busca nesta etapa de indexação dos

quadros é sempre pelo elemento mais próximo (utilizando a busca pelos vizinhos mais

próximos). No caso da estrutura de acesso sequencial, esta busca é realizada comparando

o elemento da consulta com todos os elementos do índice, processo que se mostrou muito

menos e�ciente em relação ao que as demais estruturas oferecem.

A Tabela 4 apresenta de forma detalhadas os valores totais de acessos a disco

e cálculos de distâncias para cada uma das estruturas analisadas e cada tamanho de

vocabulário no processo de indexação dos quadros.

0,00

500000000,00

1000000000,00

1500000000,00

2000000000,00

2500000000,00

3000000000,00

3500000000,00

4000000000,00

4000 8000 16000 32000

Ace

sso

s a

Dis

co

Vocabulário

D-Index

M-Tree

Slim-Tree

Sequencial

(a)

0,00

10000000000,00

20000000000,00

30000000000,00

40000000000,00

50000000000,00

60000000000,00

4000 8000 16000 32000

Cál

culo

s d

e D

istâ

nci

a

Vocabulário

D-Index

M-Tree

Slim-Tree

Sequencial

(b)

Figura 32: (a) Grá�co do número total de acessos a disco realizado por cada estrutura paraindexação dos quadros do vídeo no arquivo invertido em função do tamanho do vocabuláriovisual, e (b) o grá�co do número total de cálculos de distância realizado por cada estruturapara indexação dos quadros do vídeo no arquivo invertido em função do tamanho do vocabuláriovisual. Fonte: Elaborada pelo autor.

63

Tabela 4: Valores totais de acessos a disco e cálculos de distâncias para cada estrutura e cadatamanho de vocabulário na indexação. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura Tamanho do Número Total de Número Total de

Vocabulário Acessos a Disco Cálculos de Distância

D-Index 4000 316066610 21405599568000 603602628 428777311116000 1147674820 701613379832000 2341860070 9488917676

M-Tree 4000 354676872 9946616028000 698080184 183023127716000 1374536962 319287468132000 3012278628 5746261338

Slim-Tree 4000 20131460 19359876588000 372583608 376235791816000 737934780 764690010932000 1436032740 10541090717

Sequencial 4000 517648756 66707360008000 1008445656 1334147200016000 1979646868 2668294400032000 3563549812 53365888000

4.6 Métricas para Avaliação dos Resultados das Consultas

Em todas as consultas realizadas foram utilizadas as taxas de precisão e revocação

para se mensurar quantitativamente os resultados.

As taxas de precisão e revocação, são dadas pelas Equações 5 e 6, respectivamente.

Precisão =vp

vp+ fp(5)

Revocação =vp

vp+ fn(6)

em que vp, fp e fn representam os números de resultados verdadeiros positivos, falsos

positivos e falsos negativos, respectivamente.

Para se avaliar conjuntamente as taxas de precisão e revocação, foi utilizada a

métrica F1-Score que é dada pela Equação 7.

F1 = 2× (Precisão× Revocação)

(Precisão + Revocação)(7)

64

20,00%

22,00%

24,00%

26,00%

28,00%

30,00%

32,00%

34,00%

36,00%

38,00%

100 150 200 250

F1-Score

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 33: Valores médios do F1-Score em função da quantidade de quadros retornados (∆), paracada uma das quatro estruturas analisadas, com vocabulário de tamanho 4000 e sem consistênciaespacial. Fonte: Elaborada pelo autor.

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

100 150 200 250

F1-Score

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 34: Valores médios do F1-Score em função da quantidade de quadros retornados (∆), apósa realização do processo de consistência espacial para vocabulário de tamanho 4000. Fonte:Elaborada pelo autor.

65

Tabela 5: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas realizadas, antesda realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 4000. Fonte: Elaboradapelo autor.

Estrutura ∆ Revocação Precisão F1-Score

D-Index 100 50,00% 27,60% 35,57%150 47,29% 26,52% 33,98%200 52,58% 22,11% 31,13%250 56,26% 21,76% 31,38%

M-Tree 100 50,00% 27,60% 35,57%150 48,22% 27,04% 34,65%200 52,58% 22,11% 31,13%250 57,39% 22,20% 32,02%

SliM-Tree 100 50,00% 27,60% 35,57%150 48,22% 27,04% 34,65%200 52,58% 22,11% 31,13%250 57,39% 22,20% 32,02%

Sequencial 100 39,49% 21,80% 28,09%150 39,89% 22,37% 28,67%200 47,69% 20,06% 28,24%250 52,64% 20,36% 29,36%

4.7 Avaliação dos Resultados das Consultas Obtidos em Função do Tamanhodo Vocabulário

4.7.1 Resultados para o Vocabulário de Tamanho 4000

O grá�co da Figura 33, apresenta os valores médios do F1-Score em função da

quantidade de quadros retornados (∆), para cada uma das quatro estruturas analisadas.

Neste grá�co, nota-se que as estruturas D-Index, M-Tree e Slim-Tree tiveram praticamente

os mesmos valores de F1-Score. Já a estrutura de acesso sequencial teve um desempenho

pouco inferior as demais. A Tabela 5 apresenta de forma detalhada os valores médios

de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas realizadas antes da realização da

consistência espacial.

O grá�co da Figura 34 apresenta os valores médios do F1-Score em função da

quantidade de quadros retornados (∆) pelas buscas, após a realização do processo de

consistência espacial. Neste grá�co, nota-se que as estruturas D-Index, M-Tree e Slim-

Tree apresentaram valores médios similares para o F1-Score. Já a estrutura de acesso

sequencial novamente obteve um desempenho inferior às demais estruturas. A Tabela 6

apresenta de forma detalhada os valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para

as consultas realizadas após a consistência espacial.

O grá�co da Figura 35 apresenta os valores médios de acessos a disco em função

da quantidade de quadros retornados (∆) pela busca. Neste grá�co, os valores associados

à estrutura de aceso sequencial não foram apresentados pois o número de acessos a disco

66

Tabela 6: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas realizadas após aconsistência espacial, para vocabulário de tamanho 4000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura ∆ Revocação Precisão F1-Score

D-Index 100 41,67% 43,40% 42,51%150 37,91% 34,25% 35,99%200 39,63% 29,56% 33,86%250 38,88% 27,93% 32,51%

M-Tree 100 43,48% 32,88% 37,44%150 38,04% 33,80% 35,80%200 34,87% 36,36% 35,60%250 41,57% 29,49% 34,51%

Slim-Tree 100 45,65% 34,62% 39,38%150 37,91% 34,96% 36,38%200 39,76% 29,71% 34,01%250 42,40% 30,08% 35,19%

Sequencial 100 38,04% 24,88% 30,09%150 33,69% 25,32% 28,91%200 39,63% 23,57% 29,56%250 42,61% 24,14% 30,82%

�cou 37 vezes superior a todas as demais estruturas analisadas, conforme valores médios

apresentados de forma detalhada na Tabela 7.

Observa-se que as estruturas D-Index e Slim-Tree mantiveram um comportamento

constante em relação ao número de acessos a disco independente do número de quadros

retornados (∆), sendo que a Slim-Tree obteve um número menor de acessos a disco.

O grá�co da Figura 36, apresenta os valores médios de cálculos de distância em

função da quantidade de quadros retornados pela busca, sem realização da consistência

espacial. As estruturas de acesso sequencial, Slim-Tree e D-Index tiveram um comporta-

mento semelhante, enquanto que a M-Tree obteve um melhor desempenho em relação as

demais.

0,00

2000,00

4000,00

6000,00

8000,00

10000,00

12000,00

14000,00

16000,00

18000,00

100 150 200 250

Número de Acesso a Disco

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Núm

ero

de A

cess

o a

Disc

o

Figura 35: Valores médios de acessos a disco em função da quantidade de quadros retornados(∆), para vocabulário de tamanho 4000. Fonte: Elaborada pelo autor.

67

0,00

50000,00

100000,00

150000,00

200000,00

250000,00

300000,00

350000,00

400000,00

100 150 200 250

Número de Cálculo de Distância

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

Núm

ero

de C

álcu

lo d

e Di

stân

cia

Figura 36: Valores médios de cálculos de distância em função da quantidade de quadros retor-nados, sem realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 4000. Fonte:Elaborada pelo autor.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

D-Index

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

M-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

Slim-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

Sequencial

Total

Cálc. Dist. Consistência

Cálc

ulo

de D

istân

cia

%Cá

lcul

o de

Dist

ânci

a %

Cálc

ulo

de D

istân

cia

%Cá

lcul

o de

Dist

ânci

a %

Figura 37: Percentual do número de cálculos de distância necessários para se realizar a consis-tência espacial em relação ao número total de cálculos de distância para cada valor de ∆ e paravocabulário de tamanho 4000. Fonte: Elaborada pelo autor.

A Tabela 7 apresenta os valores médios para o número de acessos a disco e cálculos

de distância das quatro estruturas sem realização da consistência espacial.

Os grá�cos da Figura 37, apresentam o percentual do número de cálculos de dis-

tância necessários para se realizar a consistência espacial em relação ao número total de

cálculos de distância para cada uma das quantidade de quadros retornados pela busca

(∆). A Tabela 8 apresenta os valores médios de cálculos de distância somente para reali-

zar a consistência espacial juntamente com os valores totais de cálculos de distâncias da

busca ao �nal do processo da consistência espacial.

Nota-se na utilização da D-Index o impacto da consistência espacial é menor que

20%, no pior caso analisado, do valor total de cálculos de distância para realização da

68

Tabela 7: Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância das estruturassem realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 4000. Fonte: Elaboradapelo autor.

Estrutura ∆ Número Médio de Número Médio de

Acessos a Disco Cálculos de Distância

D-Index 100 12006,00 308275,25150 11271,33 283228,11200 11231,78 280192,56250 11642,00 292392,90

M-Tree 100 15806,80 282841,60150 13045,56 223076,33200 8234,44 140931,56250 13554,00 228145,50

Slim-Tree 100 7545,20 336058,00150 6227,33 269601,11200 6227,33 269601,11250 6461,60 277781,30

Sequencial 100 718400,00 359200,00150 592888,89 296444,44200 592888,89 296444,44250 616000,00 308000,00

busca. Enquanto que na estrutura de acesso sequencial o impacto da consistência espacial

é aproximadamente 50% do número total de cálculos de distância da busca realizada. Nas

estruturas M-Tree e Slim-Tree, no pior caso analisado, o valor médio para os cálculos de

distância para consistência espacial não ultrapassou 40% do total da busca.

69

Tabela 8: Valores médios de cálculos de distância para realizar a consistência espacial e osvalores totais de cálculos de distâncias da busca ao �nal do processo da consistência espacial,para vocabulário de tamanho 4000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura ∆ Número Médio de Cálculos de Distâncias

Consistência Espacial Total

D-Index 100 34569,25 342844,5150 48571,56 331799,67200 64171,22 331799,67250 80840,1 373233

M-Tree 100 217474 500315,6150 268774,56 491850,89200 233661,78 374593,33250 450237,9 678383,4

Slim-Tree 100 116048,4 452106,4150 144337,67 413938,78200 191882,89 461484250 242771,4 520552,7

Sequencial 100 10472747,2 10831947,2150 12378475 12674919,44200 16615064,78 16911509,22250 20821580,5 21129580,5

70

Tabela 9: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas, antes da rea-lização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 8000. Fonte: Elaborada peloautor.

Estrutura ∆ Revocação Precisão F1-Score

D-Index 100 52,90% 29,20% 37,63%150 49,93% 28,00% 35,88%200 52,44% 22,06% 31,05%250 57,81% 22,36% 32,25%

M-Tree 100 52,90% 29,20% 37,63%150 49,93% 28,00% 35,88%200 54,82% 23,06% 32,46%250 58,84% 22,76% 32,82%

Slim-Tree 100 52,90% 29,20% 37,63%150 49,93% 28,00% 35,88%200 54,82% 23,06% 32,46%250 59,05% 22,84% 32,94%

Sequencial 100 51,45% 28,40% 36,60%150 45,31% 25,41% 32,56%200 51,12% 21,50% 30,27%250 56,36% 21,80% 31,44%

4.7.2 Resultados para o Vocabulário de Tamanho 8000

O grá�co da Figura 38 apresenta os valores médios do F1-Score em função da

quantidade de quadros retornados (∆), para cada uma das quatro estruturas analisa-

das. Neste grá�co, nota-se que as quatro estruturas apresentaram valores médios muito

similares, sendo que a D-Index e a estrutura com acesso sequencial apresentaram um de-

sempenho um pouco inferior. M-Tree e Slim-Tree apresentaram praticamente o mesmo

desempenho. A Tabela 9 apresenta os valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score

para as consultas realizadas. Já a Tabela 10 apresenta os valores médios de Revocação,

Precisão e F1-Score para as consultas realizadas após a realização da consistência espacial.

20,00%

22,00%

24,00%

26,00%

28,00%

30,00%

32,00%

34,00%

36,00%

38,00%

40,00%

100 150 200 250

F1-Score

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 38: Valores médios de F1-Score em função de ∆, para vocabulário de tamanho 8000.Fonte: Elaborada pelo autor.

71

Tabela 10: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas após a consis-tência espacial, para vocabulário de tamanho 8000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura ∆ Revocação Precisão F1-Score

D-Index 100 44,93% 35,23% 39,49%150 38,04% 38,15% 38,10%200 37,91% 31,50% 34,41%250 40,54% 31,87% 35,69%

M-Tree 100 44,57% 35,55% 39,55%150 37,65% 38,20% 37,92%200 40,55% 33,77% 36,85%250 41,37% 33,44% 36,99%

Slim-Tree 100 44,93% 35,33% 39,55%150 28,93% 33,85% 31,20%200 40,69% 33,55% 36,78%250 42,09% 33,20% 37,12%

Sequencial 100 35,87% 32,04% 33,85%150 31,31% 31,85% 31,58%200 33,16% 27,46% 30,04%250 34,75% 27,68% 30,81%

O grá�co da Figura 39 apresenta os valores médios de F1-Score em função da

quantidade de quadros retornados pelas buscas (∆), após a realização do processo de

consistência espacial. Observa-se que a M-Tree apresentou valores médios com poucas

variações, enquanto que a D-Index e a Slim-Tree apresentaram pequenas oscilações no

desempenho. A estrutura com acesso sequencial apresentou pior resultado para os casos

analisados.

O grá�co da Figura 40 apresenta o número médio de acessos a disco em função

quantidades de quadros retornados pela busca (∆). Neste grá�co, os valores médios da

estrutura de acesso sequencial não foram apresentados pois o número de acesso a disco

foi mais de 37 vezes superior a todas as demais estruturas analisadas.

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

100 150 200 250

F1-Score

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 39: Valores médios do F1-Score em função de ∆, após a realização do processo de con-sistência espacial, para vocabulário de tamanho 8000. Fonte: Elaborada pelo autor.

72

Tabela 11: Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância das estruturassem realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 8000. Fonte: Elaboradapelo autor.

Estrutura ∆ Número Médio de Número Médio de

Acessos a Disco Cálculos de Distância

D-Index 100 27036,00 704913,60150 22255,56 573302,33200 22234,44 573083,11250 23287,40 603126,40

M-Tree 100 31960,00 546596,00150 25731,11 433580,78200 25731,11 433580,78250 26452,00 442474,60

Slim-Tree 100 14549,60 662970,00150 10333,78 465935,00200 12008,00 534423,78250 12476,00 553146,70

Sequencial 100 1436440,80 718220,40150 1185481,33 592740,67200 1185481,33 592740,67250 1231692,00 615846,00

Observa-se que as estruturas D-Index e M-Tree mantiveram um comportamento

semelhante em relação ao número de acessos a disco independentemente do número de

quadros retornados pela busca, já a Slim-Tree obteve, em seu pior resultado, um valor de

acesso a disco quase 50% menor do que as demais estruturas.

O grá�co da Figura 41 apresenta o número médio de cálculos de distância em

em função da quantidade de quadros retornados pela busca (∆), sem a realização da

consistência espacial. As estruturas de acesso sequencial e a D-Index apresentaram um

comportamento muito semelhante, a Slim-Tree e M-Tree apresentaram um melhor desem-

0,00

5000,00

10000,00

15000,00

20000,00

25000,00

30000,00

35000,00

100 150 200 250

Número de Acesso a Disco

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Núm

ero

de A

cess

o a

Disc

o

Figura 40: Número médio de acessos a disco em função de ∆, para vocabulário de tamanho 8000.Fonte: Elaborada pelo autor.

73

0,00

100000,00

200000,00

300000,00

400000,00

500000,00

600000,00

700000,00

800000,00

100 150 200 250

Número de Cálculo de Distância

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

Núm

ero

de C

álcu

lo d

e Di

stân

cia

Figura 41: Valores médios de cálculos de distância em função de∆, sem realização da consistênciaespacial e para vocabulário de tamanho 8000. Fonte: Elaborada pelo autor.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

D-Index

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

M-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

Slim-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

Sequencial

Total

Cálc. Dist. Consistência

Cálc

ulo

de D

istân

cia

%Cá

lcul

o de

Dist

ânci

a %

Cálc

ulo

de D

istân

cia

%Cá

lcul

o de

Dist

ânci

a %

Figura 42: Percentual do número de cálculos de distância necessários para se realizar a consis-tência espacial em relação ao número total de cálculos de distância para cada valor de ∆ e paravocabulário de tamanho 8000. Fonte: Elaborada pelo autor.

penho, sendo que a M-Tree manteve-se sempre com menores valores médios de cálculos

de distância do que as demais estruturas.

A Tabela 11 apresenta de forma detalhada os valores médios para o número de

acessos a disco e número de cálculos de distância das quatro estruturas, sem a realização

da consistência espacial.

Os grá�cos da Figura 42 apresentam o percentual do número de cálculos de distân-

cia necessários para se realizar a consistência espacial em relação ao valor dos cálculos de

distância totais para cada uma das quantidade de quadros retornados (∆). A Tabela 12

apresenta os valores médios de cálculos de distância somente para se realizar a consistên-

cia espacial, e os valores médios totais de cálculos de distância ao �nal do processo da

consistência espacial.

74

Tabela 12: Valores médios de cálculos de distância para realizar a consistência espacial e osvalores totais de cálculos de distâncias da busca ao �nal do processo da consistência espacial,para vocabulário de tamanho 8000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura ∆ Número Médio de Cálculos de Distâncias

Consistência Espacial Total

D-Index 100 35886,60 740800,20150 43437,11 616739,44200 56600,88 629683,99250 72755,10 675881,50

M-Tree 100 203412,60 750008,60150 250367,00 683947,78200 331247,11 764827,89250 412031,70 854506,30

Slim-Tree 100 108448,20 771418,20150 108482,89 574417,89200 177035,89 711459,67250 221802,20 774948,90

Sequencial 100 9510376,00 10228596,40150 11787239,33 12379980,00200 15639910,00 16232650,67250 20040790,80 20656636,80

Nota-se, nos grá�cos que o comportamento das estruturas D-Index e de acesso se-

quencial foi muito semelhante ao apresentado na Figura 37 para o vocabulário de tamanho

igual a 4000. Contudo, para a D-Index, agora o impacto da realização da consistência

espacial foi menor que 10%, no pior caso analisado, do valor médio total dos cálculos

de distância para realização da busca. Na estrutura de acesso sequencial o impacto da

realização da consistência espacial é aproximadamente 50% do valores médios médio dos

cálculos de distância totais da busca realiazada. Nas estruturas M-Tree e Slim-Tree, no

pior caso analisado, o valores médios dos cálculos de distância para realização da consis-

tência espacial não passou de 35% do tatol da busca, com uma pequena vantagem para a

utilização da Slim-Tree.

75

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

100 150 200 250

F1-Score

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 43: Valores médios do F1-Score em função de ∆, após a realização do processo de con-sistência espacial, para vocabulário de tamanho 16000. Fonte: Elaborada pelo autor.

4.7.3 Resultados para o Vocabulário de Tamanho 16000

O grá�co da Figura 43 apresenta os valores médios de F1-Score em função da

quantidade de quadros retornados pela busca (∆). Pode-se observar no grá�co que as

quatro estruturas analisadas obtiveram valores médios muito similares, sendo que a es-

trutura com acesso sequencial apresentou um desempenho um pouco inferior em relação

as demais. A Tabela 13 apresenta de forma detalhada os valores médios de Revocação,

Precisão e F1-Score para as consultas realizadas.

O grá�co da Figura 44 apresenta os valores médios de F1-Score em função da quan-

tidade de quadros retornados pela busca (∆), após a realização do processo de consistência

espacial. É possível observar que todas as estruturas analisadas obtiverem desempenho

muito semelhante, porém com uma pequena vantagem da estrutura de acesso sequencial

em relação as demais, diferentemente do resultado com vocabulários de tamanho 4000 e

8000 em que a estrutura com acesso sequencial apresentou os piores resultados. A Ta-

bela 14 apresenta de forma detalhada os valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score

para as buscas após a realização da consistência espacial.

O grá�co da Figura 45 apresenta o número médio de acessos a disco em função da

quantidade de quadros retornados pela busca (∆). Neste grá�co, os valores associados

à estrutura de aceso sequencial não foram apresentados pois o número de acesso a disco

�cou mais de 37 vezes superior a todas as demais estruturas analisada.

É possível notar que o comportamento das estruturas D-Index e M-Tree se manteve

semelhante em relação ao número de acessos a disco independentemente do número de

quadros retornados pela busca, já a Slim-Tree obteve valores médios de acesso a disco

menores que as demais.

O grá�co da Figura 46 apresenta os valores médios de cálculos de distância em

76

Tabela 13: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas, antes da rea-lização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 16000. Fonte: Elaborada peloautor.

Estrutura ∆ Revocação Precisão F1-Score

D-Index 100 55,43% 30,60% 39,43%150 50,59% 28,37% 36,36%200 55,75% 23,44% 33,01%250 57,60% 22,28% 32,13%

M-Tree 100 55,43% 30,60% 39,43%150 51,12% 28,67% 36,73%200 54,95% 23,11% 32,54%250 57,08% 22,08% 31,84%

Slim-Tree 100 55,43% 30,60% 39,43%150 51,12% 28,67% 36,73%200 54,95% 23,11% 32,54%250 57,08% 22,08% 31,84%

Sequencial 100 48,55% 26,80% 34,54%150 46,63% 26,15% 33,51%200 52,97% 22,28% 31,36%250 55,33% 21,40% 30,86%

Tabela 14: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas após a consis-tência espacial, para vocabulário de tamanho 16000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura ∆ Revocação Precisão F1-Score

D-Index 100 34,78% 43,05% 38,48%150 26,82% 38,96% 31,77%200 28,80% 34,12% 31,23%250 27,82% 33,58% 30,43%

M-Tree 100 34,78% 42,29% 38,17%150 26,29% 40,12% 31,76%200 27,08% 34,98% 30,53%250 27,40% 33,72% 30,23%

Slim-Tree 100 34,78% 42,29% 38,17%150 26,42% 40,16% 31,87%200 27,21% 35,03% 30,63%250 27,51% 33,76% 30,31%

Sequencial 100 36,96% 43,22% 39,84%150 28,27% 40,07% 33,15%200 30,12% 37,19% 33,28%250 30,20% 37,29% 33,37%

77

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

100 150 200 250

F1-Score

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 44: Valores médios do F1-Score em função de ∆, após a realização do processo de con-sistência espacial, para vocabulário de tamanho 16000. Fonte: Elaborada pelo autor.

0,00

10000,00

20000,00

30000,00

40000,00

50000,00

60000,00

70000,00

100 150 200 250

Número de Acesso a Disco

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Núm

ero

de A

cess

o a

Disc

o

Figura 45: Número médio de acessos a disco em função de ∆, para vocabulário de tamanho16000. Fonte: Elaborada pelo autor.

em função da quantidade de quadros retornados pela busca (∆), sem a realização da

consistência espacial. A estrutura de acesso sequencial foi a que obteve pior resultado.

A D-Index e a Slim-Tree obtiveram valores médios muito semelhantes, enquanto que a

M-Tree obteve um melhor desempenho, mantendo-se sempre com menores números de

cálculos de distância do que as demais estruturas. A Tabela 15 apresenta os valores

médios de forma detalhada para os números de acessos a disco e cálculos de distância das

quatro estruturas, sem a realização da consistência espacial.

Os grá�cos da Figura 47, apresentam o percentual do número de cálculos de dis-

tância necessários para se realizar a consistência espacial em relação ao número total de

cálculos de distância total da busca, para cada uma das quantidade de quadros retornados

(∆). A Tabela 16 apresenta o número médio de cálculos de distância somente para se

realizar a consistência espacial juntamente com os valores médios totais de cálculos de

distância ao �nal do processo da consistência espacial.

78

0,00

200000,00

400000,00

600000,00

800000,00

1000000,00

1200000,00

1400000,00

1600000,00

100 150 200 250

Número de Cálculo de Distância

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

Núm

ero

de C

álcu

lo d

e Di

stân

cia

Figura 46: Valores médios de cálculos de distância em função de∆, sem realização da consistênciaespacial e para vocabulário de tamanho 16000. Fonte: Elaborada pelo autor.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

D-Index

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

M-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

Slim-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

Sequencial

Total

Cálc. Dist. Consistência

Cálc

ulo

de D

istân

cia

%Cá

lcul

o de

Dist

ânci

a %

Cálc

ulo

de D

istân

cia

%Cá

lcul

o de

Dist

ânci

a %

Figura 47: Percentual do número de cálculos de distância necessários para se realizar a consis-tência espacial em relação ao número total de cálculos de distância para cada valor de ∆ e paravocabulário de tamanho 16000. Fonte: Elaborada pelo autor.

É possível observar nos grá�cos que o comportamento das estruturas D-Index e de

acesso sequencial foram muito semelhantes ao apresentado nas Figuras 37 e 42 para os

vocabulários de tamanho 4000 e 8000, respectivamente. Contudo, com vocabulário igual

a 16000, o impacto da consistência espacial é cerca de apenas 5%, no pior caso analisado

da D-Index.

Na estrutura de acesso sequencial, o impacto da consistência espacial é pouco

menor que 50% do total de cálculos de distância da busca. Nas estruturas M-Tree e Slim-

Tree, no pior caso analisado, o número de cálculos de distância para consistência espacial

não passou de 25% do total da busca, sendo que a Slim-Tree continua a apresentar um

desempenho um pouco melhor.

79

Tabela 15: Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância das estruturassem realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 16000. Fonte: Elaboradapelo autor.

Estrutura ∆ Número Médio de Número Médio de

Acessos a Disco Cálculos de Distância

D-Index 100 51213,60 1332281,80150 42541,78 1062995,78200 42536,44 1075875,78250 43861,40 1128101,10

M-Tree 100 63994,40 1069764,40150 51250,89 853477,11200 51250,89 853477,11250 52856,20 878569,80

Slim-Tree 100 29788,80 1334519,20150 24582,44 1079503,11200 24582,44 1079503,11250 25534,20 1118792,70

Sequencial 100 2871983,60 1435991,80150 2370221,56 1185110,78200 2370221,56 1185110,78250 2462614,00 1231307,00

Tabela 16: Valores médios de cálculos de distância para realizar a consistência espacial e osvalores totais de cálculos de distâncias da busca ao �nal do processo da consistência espacial,para vocabulário de tamanho 16000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura ∆ Número Médio de Cálculos de Distâncias

Consistência Espacial Total

D-Index 100 31551,80 1363833,60150 38809,11 1101804,89200 51440,56 1127316,33250 64915,70 1193016,80

M-Tree 100 172491,20 1242255,60150 210683,67 1064160,78200 286863,11 1140340,22250 361592,60 1240162,40

Slim-Tree 100 91191,80 1425711,00150 112008,22 1191511,33200 151128,78 1230631,89250 190937,30 1309730,00

Sequencial 100 5177480,60 6613472,40150 6567195,78 7752306,56200 8840509,44 10025620,22250 11186150,20 12417457,20

80

20,00%

22,00%

24,00%

26,00%

28,00%

30,00%

32,00%

34,00%

36,00%

38,00%

100 150 200 250

F1-Score

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 48: Valores médios de F1-Score em função de ∆, para vocabulário de tamanho 32000.Fonte: Elaborada pelo autor.

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

50,00%

100 150 200 250

F1-Score

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 49: Valores médios do F1-Score em função de ∆, após a realização do processo de con-sistência espacial, para vocabulário de tamanho 32000. Fonte: Elaborada pelo autor.

4.7.4 Resultados para o Vocabulário de Tamanho 32000

O grá�co da Figura 48 apresenta os valores médios da F1-Score em função da

quantidade de quadros retornados pela busca (∆). É possível observar no grá�co que

as quatro estruturas analisadas obtiveram valores médios muito similares, com M-Tree e

Slim-Tree apresentando valores muito próximos. A Tabela 17 apresenta os valores médios

de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas realizadas.

Já o grá�co da Figura 49 apresenta os valores médios de F1-Score em função da

quantidade de quadros retornados pela busca (∆), após a realização do processo de consis-

tência espacial. É possível observar que todas as estruturas obtiverem desempenho muito

semelhante. A Tabela 18 apresenta detalhadamente os valores médios de Revocação,

Precisão e F1-Score para as consultas realizadas após a consistência espacial.

Por sua vez, o grá�co da Figura 50 apresenta o número médio de acessos a disco em

função da quantidade de quadros retornados pela busca (∆). Neste grá�co, a estrutura de

81

Tabela 17: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas, antes da rea-lização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 32000. Fonte: Elaborada peloautor.

Estrutura ∆ Revocação Precisão F1-Score

D-Index 100 51,09% 28,20% 36,34%150 44,52% 24,96% 31,99%200 49,01% 20,61% 29,02%250 55,43% 21,44% 30,92%

M-Tree 100 50,72% 28,00% 36,08%150 46,76% 26,22% 33,60%200 52,71% 22,17% 31,21%250 56,05% 21,68% 31,27%

Slim-Tree 100 50,72% 28,00% 36,08%150 46,76% 26,22% 33,60%200 52,71% 22,17% 31,21%250 56,05% 21,68% 31,27%

Sequencial 100 47,83% 26,40% 34,02%150 42,80% 24,88% 31,47%200 46,24% 20,56% 28,47%250 48,81% 20,07% 28,44%

Tabela 18: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas após a consis-tência espacial, para vocabulário de tamanho 32000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura ∆ Revocação Precisão F1-Score

D-Index 100 37,32% 48,82% 42,30%150 23,25% 49,03% 31,54%200 24,44% 43,94% 31,41%250 25,96% 46,92% 33,42%

M-Tree 100 36,96% 50,25% 42,59%150 24,57% 49,87% 32,92%200 25,63% 46,86% 33,13%250 26,89% 47,02% 34,21%

Slim-Tree 100 34,78% 48,73% 40,59%150 23,78% 49,05% 32,03%200 24,31% 52,42% 33,21%250 26,27% 46,44% 33,55%

Sequencial 100 37,68% 54,17% 44,44%150 24,57% 42,96% 31,26%200 25,76% 38,84% 30,98%250 24,20% 35,51% 28,78%

82

0,00

20000,00

40000,00

60000,00

80000,00

100000,00

120000,00

140000,00

160000,00

100 150 200 250

Número de Acesso a Disco

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Núm

ero

de A

cess

o a

Disc

o

Figura 50: Número médio de acessos a disco em função de ∆, para vocabulário de tamanho32000. Fonte: Elaborada pelo autor.

0,00

500000,00

1000000,00

1500000,00

2000000,00

2500000,00

3000000,00

3500000,00

100 150 200 250

Número de Cálculo de Distância

Número de Quadros Retornados Δ

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

Núm

ero

de C

álcu

lo d

e Di

stân

cia

Figura 51: Valores médios de cálculos de distância em função de∆, sem realização da consistênciaespacial e para vocabulário de tamanho 32000. Fonte: Elaborada pelo autor.

acesso sequencial não foi apresenta pois obteve número de acesso a disco mais de 35 vezes

superior a todas as demais estruturas analisada. É possível notar que o comportamento

da Slim-Tree foi muito superior, realizando menos da metade do número de acessos a disco

que a M-Tree.

O grá�co da Figura 51 apresenta o número médio de cálculos de distância em fun-

ção da quantidade de quadros retornados pela busca (∆), sem realização da consistência

espacial. As estruturas de acesso sequencial e D-Index apresentaram resultados semelhan-

tes e piores do que as demais, enquanto que a M-Tree obteve um melhor desempenho.

A Tabela 19 apresenta os valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de

distância das quatro estruturas, sem cálculo da consistência espacial.

Já os grá�cos da Figura 52 apresentam o percentual do número dos cálculos de

distância necessários para se realizar a consistência espacial em relação ao valor do cálculo

de distância total da busca, para cada uma das quantidade de quadros retornados (∆). A

83

Tabela 19: Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância das estruturassem realização da consistência espacial e para vocabulário de tamanho 32000. Fonte: Elaboradapelo autor.

Estrutura ∆ Número Médio de Número Médio de

Acessos a Disco Cálculos de Distância

D-Index 100 107332,40 2784084,80150 88645,33 2305153,22200 88627,78 2266906,89250 92016,60 2373801,80

M-Tree 100 136286,00 2021688,80150 111265,56 1650493,33200 111265,56 1650493,33250 115482,60 1710653,00

Slim-Tree 100 58448,00 2593080,80150 48269,56 2120492,11200 38447,56 1710887,67250 50162,80 2204197,70

Sequencial 100 5723852,00 2861926,00150 4723842,22 2361921,11200 4723842,22 2361921,11250 4907980,00 2453990,00

Tabela 20 apresenta os valores médios para cálculos de distância somente para se realizar

a consistência espacial juntamente com os valores médios totais de cálculos de distância

ao �nal do processo da consistência espacial.

O comportamento das estruturas foi muito semelhante ao apresentado para os

vocabulários analisados anteriormente. Contudo, agora o impacto da consistência espacial

para D-Index é menor que 5%, no pior caso analisado.

Na estrutura de acesso sequencial, o impacto da consistência espacial ainda se

mantém alto, porém é um pouco menor que 40% do total dos cálculos de distância da

busca. Nas estruturas M-Tree e Slim-Tree, no pior caso analisado, o cálculo de distância

para consistência espacial não passou desta vez de 20% para M-Tree e de 10% para Slim-

Tree.

84

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

D-Index

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

M-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

Slim-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

0%

20%

40%

60%

80%

100%

100 150 200 250

Cálculo Distância %

Número de Quadros Retornados Δ

Sequencial

Total

Cálc. Dist. Consistência

Cálc

ulo

de D

istân

cia

%Cá

lcul

o de

Dist

ânci

a %

Cálc

ulo

de D

istân

cia

%Cá

lcul

o de

Dist

ânci

a %

Figura 52: Percentual do número de cálculos de distância necessários para se realizar a consis-tência espacial em relação ao número total de cálculos de distância para cada valor de ∆ e paravocabulário de tamanho 32000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Tabela 20: Valores médios de cálculos de distância para realizar a consistência espacial e osvalores totais de cálculos de distâncias da busca ao �nal do processo da consistência espacial,para vocabulário de tamanho 32000. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura ∆ Número Médio de Cálculos de Distâncias

Consistência Espacial Total

D-Index 100 30757,60 2814842,40150 36793,11 2341946,33200 48816,22 2315723,11250 61865,20 2435667,00

M-Tree 100 172075,00 2193763,80150 212278,00 1862771,33200 281786,44 1932279,78250 356472,20 2067125,20

Slim-Tree 100 85941,60 2679022,40150 104069,44 2224561,56200 112703,00 1823590,67250 176309,90 2380507,60

Sequencial 100 2022866,00 4884792,00150 2511814,11 4873735,22200 3384125,33 5746046,44250 4398489,30 6852479,30

85

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

4000 8000 16000 32000

F1-Score

Vocabulário

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 53: Valores médios de F1-Score sem realização da consistência espacial, em função dotamanho do vocabulário visual utilizado. Fonte: Elaborada pelo autor.

4.7.5 Resultados Obtidos em Função da Variação do Tamanho do Vocabu-

lário Visual

Nos experimentos a seguir foram feitas avaliações da performance das estruturas

de indexação em função da variação do tamanho do vocabulário visual para o valor �xo

do número de quadros retornados pela busca ∆ = 100.

O grá�co da Figura 53 apresenta os valores médios de F1-Score sem realização

da consistência espacial em função do tamanho do vocabulário visual utilizado. Pode-se

observar no grá�co que as estruturas M-Tree, Slim-Tree e D-Index apresentam valores

praticamente idênticos, com um máximo de 39,43%. Já a estrutura de acesso sequencial

obteve resultado pior em relação as demais, com um máximo de 36,60%. A Tabela 21

apresenta os valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas realizadas

em diferentes vocabulários sem realização da consistência espacial.

O grá�co da Figura 54 apresenta os valores médios do F1-Score em função do ta-

manho do vocabulário visual, após a realização do processo de consistência espacial. É

possível observar que, desta vez, houve uma variação da qualidade das diferentes estru-

turas. Todas apresentaram resultados muito semelhantes para o vocabulário de tamanho

16000, porém, com vocabulários pequenos, a D-Index obteve resultados ligeiramente me-

lhores. Para vocabulários maiores, houve uma melhora muito acentuada da estrutura de

acesso sequencial. A Tabela 22 apresenta de forma detalhada os valores médios de Revo-

cação, Precisão e F1-Score para as consultas realizadas em diferentes vocabulários após a

consistência espacial.

O grá�co da Figura 55 apresenta o número médio de acessos a disco em função do

tamanho do vocabulário visual. Neste grá�co os dados referentes à estrutura de acesso

sequencial não foi apresentados pois o número de acessos a disco chegou a ser 45 vezes

86

Tabela 21: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas realizadas emdiferentes vocabulários sem realização da consistência espacial. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura Vocabulário Revocação Precisão F1-ScoreDindex 4000 50,00% 27,60% 35,57%

8000 52,90% 29,20% 37,63%16000 55,43% 30,60% 39,43%32000 51,09% 28,20% 36,34%

Mtree 4000 50,00% 27,60% 35,57%8000 52,90% 29,20% 37,63%16000 55,43% 30,60% 39,43%32000 50,72% 28,00% 36,08%

SlimTree 4000 50,00% 27,60% 35,57%8000 52,90% 29,20% 37,63%16000 55,43% 30,60% 39,43%32000 50,72% 28,00% 36,08%

Sequencial 4000 39,49% 21,80% 28,09%8000 51,45% 28,40% 36,60%16000 48,55% 26,80% 34,54%32000 47,83% 26,40% 34,02%

Tabela 22: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as consultas realizadas emdiferentes vocabulários após a consistência espacial. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura Vocabulário Revocação Precisão F1-ScoreDindex 4000 41,67% 43,40% 42,51%

8000 44,93% 35,23% 39,49%16000 34,78% 43,05% 38,48%32000 37,32% 48,82% 42,30%

Mtree 4000 43,48% 32,88% 37,44%8000 44,57% 35,55% 39,55%16000 34,78% 42,29% 38,17%32000 36,96% 50,25% 42,59%

SlimTree 4000 45,65% 34,62% 39,38%8000 44,93% 35,33% 39,55%16000 34,78% 42,29% 38,17%32000 34,78% 48,73% 40,59%

Sequencial 4000 38,04% 24,88% 30,09%8000 35,87% 32,04% 33,85%16000 36,96% 43,22% 39,84%32000 37,68% 54,17% 44,44%

87

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

50,00%

4000 8000 16000 32000

F1-Score

Vocabulário

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

F1-Score

Figura 54: Valores médios do F1-Score em função do tamanho do vocabulário visual, apósconsistência espacial. Fonte: Elaborada pelo autor.

0,00

20000,00

40000,00

60000,00

80000,00

100000,00

120000,00

140000,00

160000,00

4000 8000 16000 32000

Número de Acesso a Disco

Vocabulário

Dindex

Mtree

SlimTree

Núm

ero

de A

cess

o a

Disc

o

Figura 55: Número médio de acessos a disco em função do tamanho do vocabulário visual.Fonte: Elaborada pelo autor.

superior ao de todas as demais estruturas analisadas, conforme valores apresentados de

forma detalhada na Tabela 23.

É possível notar que a Slim-Tree foi a estrutura que teve seu comportamento menos

afetado com o aumento do vocabulário, apresentando sempre menor valor para o número

médio de acessos a disco que as demais.

O grá�co da Figura 56 apresenta o número médio de cálculos de distância em

função do tamanho do vocabulário visual, sem realização do cálculo da consistência espa-

cial. A estrutura M-Tree obteve um melhor desempenho, apesar de todas apresentarem

comportamento semelhante em relação a variação do vocabulário.

A Tabela 23 apresenta os valores médios para o número de acessos a disco e cálculos

de distância das quatro estruturas antes da realização da consistência espacial. Enquanto

que a Tabela 24 apresenta os valores médios para cálculos de distância somente para se

realizar a consistência espacial juntamente com os valores médios totais de cálculos de

88

0,00

500000,00

1000000,00

1500000,00

2000000,00

2500000,00

3000000,00

3500000,00

4000 8000 16000 32000

Número de Cálculo de Distância

Vocabulário

Dindex

Mtree

SlimTree

Sequencial

Núm

ero

de C

álcu

lo d

e Di

stân

cia

Figura 56: Número médio de cálculos de distância em função do tamanho do vocabulário visual.Fonte: Elaborada pelo autor.

distância ao �nal do processo da consistência espacial.

O grá�co da Figura 57(a) apresenta o percentual do número dos cálculos de dis-

tância necessários para se realizar a consistência espacial em relação ao valor do cálculo

de distância total da busca, para cada uma das quantidade de quadros retornados (∆).

É possível observar que, na D-Index, o baixo impacto do número dos cálculos de

distância para a realização da consistência espacial foi aproximadamente 10% dos cálculos

totais de distância de busca, no pior caso analisado.

Os grá�cos das Figuras 57(b) e 57(c) apresentam a mesma análise para a M-Tree

e Slim-Tree, respectivamente. Também é possível observar que o número dos cálculos de

distância para realização da consistência espacial têm baixo impacto no número total de

cálculos de distâncias, em ambas as estruturas, sendo que na Slim-tree, este impacto é

ainda menor, não ultrapassando do valor de 20%.

Já na Figura 57(d) a mesma análise é apresentada para a estrutura de acesso

sequencial, no qual, é possível observar que o número de cálculos de distâncias necessários

para realização da consistência espacial foi de aproximadamente 50% do número total de

cálculos de distâncias da busca. Além de que, há uma perceptível queda neste impacto

para as demais estruturas a medida que o tamanho do vocabulário aumenta, porém, para

a estrutura de acesso sequencial, esta queda no impacto no tempo total da busca é menos

acentuado.

89

Tabela 23: Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância das quatroestruturas. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura Tamanho do Número Médio de Número Médio de

Vocabulário Acessos a Disco Cálculos de Distância

D-Index 4000 12006,00 308275,258000 27036,00 704913,6016000 51213,60 1332281,8032000 107332,40 2784084,80

M-Tree 4000 15806,80 282841,608000 31960,00 546596,0016000 63994,40 1069764,4032000 136286,00 2021688,80

Slim-Tree 4000 7545,20 336058,008000 14549,60 662970,0016000 29788,80 1334519,2032000 58448,00 2593080,80

Sequencial 4000 718400,00 359200,008000 1436440,80 718220,4016000 2871983,60 1435991,8032000 5723852,00 2861926,00

Tabela 24: Valores médios para cálculos de distância para se realizar a consistência espacial evalores médios totais de cálculos de distância. Fonte: Elaborada pelo autor.

Estrutura Tamanho do Número Médio de Cálculos de Distância

Vocabulário Consistência Espacial Total

D-Index 4000 34569,25 342844,508000 35886,60 740800,2016000 31551,80 1363833,6032000 30757,60 2814842,40

M-Tree 4000 217474,00 500315,608000 203412,60 750008,6016000 172491,20 1242255,6032000 172075,00 2193763,80

Slim-Tree 4000 116048,40 452106,408000 108448,20 771418,2016000 91191,80 1425711,0032000 85941,60 2679022,40

Sequencial 4000 10472747,20 10831947,208000 9510376,00 10228596,4016000 5177480,60 6613472,4032000 4398489,30 7260415,30

90

0%

20%

40%

60%

80%

100%

4000 8000 16000 32000

Cál

culo

Dis

tân

cia

%

Vocabulário

D-Index

Total

Cálc. Dist. Consistência

(a)

0%

20%

40%

60%

80%

100%

4000 8000 16000 32000

Cál

culo

Dis

tân

cia

%

Vocabulário

M-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

(b)

0%

20%

40%

60%

80%

100%

4000 8000 16000 32000

Cál

culo

Dis

tân

cia

%

Vocabulário

Slim-Tree

Total

Cálc. Dist. Consistência

(c)

0%

20%

40%

60%

80%

100%

4000 8000 16000 32000

Cál

culo

Dis

tân

cia

%

Vocabulário

Sequencial

Total

Cálc. Dist. Consistência

(d)

Figura 57: Valores médios para o número de acessos a disco e cálculos de distância das quatroestruturas antes da realização da consistência espacial, (a) valores para D-Index, (b) valores paraM-Tree, (c) valores para Slim-Tree e (d) valores para estrutura de acesso sequencial. Fonte:Elaborada pelo autor.

91

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

D-Index M-Tree Slim-TreeF 1

-Sco

re

Estrutura de Indexação

Seg. por Amostragem

Seg. por Tomada

Figura 58: Valores médios de F1-Score sem a realização da consistência espacial em função dasestruturas de indexação e do tipo de segmentação realizada. Fonte: Elaborada pelo autor.

4.8 Resultados Obtidos Utilizando Segmentação por Detecção de Tomadas

De modo a se avaliar o impacto da segmentação de tomadas no método proposto

para indexação e recuperação de vídeos, o vídeo foi segmentado utilizando a abordagem

de identi�cação de tomadas de vídeos apresentado por Guimarães et al. (2009) e por

Patrocínio Jr. et al. (2010). Nesta abordagem, foram extraídos 312 quadros-chave do

vídeo, sendo um único quadro para cada tomada.

Para este experimento, apenas 312 quadros foram indexados. O vocabulário visual

utilizado foi o mesmo dos demais experimentos deste trabalho. Para o tamanho do voca-

bulário utilizou-se apenas tamanho 8000 e para (∆) igual a 250. Os demais parâmetros de

deste experimento são os mesmo do experimento anterior, no qual o vídeo foi segmentado

utilizando a seleção de quadros por simples amostragem.

O experimento anterior, tem como objetivo a avaliação de F1-Score a partir do

resultado da precisão e revocação das buscas realizadas de quadros do vídeo. Neste

experimento, as taxas de precisão e revocação devem ser calculadas por tomada.

No grá�co da Figura 58 é apresentado os valores médios de F1-Score sem a realiza-

ção da consistência espacial em função das estruturas de indexação utilizadas e do tipo de

segmentação realizada. Pode-se notar que o desempenho um pouco superior das buscas

realizadas com os quadros do vídeo segmentado por amostragem. Porém, na Tabela 25 é

possível perceber que os valores médios para as buscas realizadas no vídeo segmentado por

tomada obteve alta taxas de revocação, superior a 90%, porém baixas taxas de precisão,

o que interferiu no valor da F1-Score.

No grá�co da Figura 59(a) e no grá�co da Figura 59(b), apresenta-se o número

médio de acessos a disco e o número médio de cálculos de distância em função das es-

truturas utilizadas e do tipo de segmentação realizada, respectivamente. Pode-se notar

92

0,00

5000,00

10000,00

15000,00

20000,00

25000,00

30000,00

D-Index M-Tree Slim-Tree

Ace

sso

s a

Dis

co

Estrutura de Indexação

Seg. por Amostragem

Seg. por Tomada

(a)

0,00

100000,00

200000,00

300000,00

400000,00

500000,00

600000,00

700000,00

D-Index M-Tree Slim-Tree

Cál

culo

s d

e D

istâ

nci

a

Estrutura de Indexação

Seg. por Amostragem

Seg. por Tomada

(b)

Figura 59: (a) Grá�co do número médio de acessos a disco em função das estruturas e seg-mentação. (b) grá�co de número médio de cálculos de distância em função das estruturas esegmentação utilizadas. Fonte: Elaborada pelo autor.

que o houve uma redução do número médio, tanto de acessos a discos quanto de cálcu-

los de distâncias, ao se realizar as consultas utilizando a abordagem em que o vídeo foi

segmentado por detecção de tomadas.

No grá�co da Figura 60 é apresentado a taxa de F1-Score em função das estruturas

de indexação utilizadas. É possível observar que o resultado obtidos pelas duas abordagens

de segmentação é muito semelhante quando a consistência espacial é realizada. Porém

como o número de quadros-chave da segmentação por detecção de tomadas é menor os

tempos gastos na indexação e na recuperação também são menores.

Por �m, no grá�co da Figura 61 observa-se a relação entre os números de acessos

a disco no processo de criação das estruturas de indexação quando foi utilizado o método

de segmentação por detecção de tomadas e o método de segmentação por amostragem

dos quadros. Com a segmentação por detecção de tomadas, as estruturas apresentaram

números muito menores de acessos a disco, devido à menor quantidade de quadros do

vídeo a serem indexados, alcançando no máximo cerca de 30% do número total de acessos

a discos necessários quando foi utilizada a segmentação por amostragem.

Tabela 25: Valores médios de Revocação, Precisão e F1-Score para as buscas realizadas por tipode segmentação. Fonte: Elaborada pelo autor.

Segmentação Estrutura Revocação Precisão F1-Score

Seg. por Amostragem D-Index 57,81% 22,36% 32,25%M-Tree 58,84% 22,76% 32,82%Slim-Tree 59,05% 22,84% 32,94%

Seg. por Tomada D-Index 92,14% 11,75% 20,85%M-Tree 92,50% 11,80% 20,93%Slim-Tree 92,50% 11,80% 20,93%

93

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

D-Index M-Tree Slim-TreeF 1

-Sco

re

Estrutura de Indexação

Seg. por Amostragem

Seg. por Tomada

Figura 60: Taxa de F1-Score em função das estruturas de indexação utilizadas. Fonte: Elabo-rada pelo autor.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

D-Index M-Tree Slim-Tree

me

ro d

e A

cess

os

a d

isco

%

Estrutura de Indexação

Amostragem

Detecção de Tomadas

Figura 61: Número de acessos a disco para criação das estrutura de indexação por amostrageme por detecção de tomadas. Fonte: Elaborada pelo autor.

4.9 Análise Qualitativa dos Resultados

De modo a se avaliar de forma qualitativa os resultados, serão apresentados de

forma detalhada os resultados obtidos para as consultas 5 e 9 utilizando a estrutura

D-Index e o vocabulário de tamanho 8000. Nos resultados da consulta número 5, o

processo de consistência espacial não afetou de forma considerável o resultado da busca,

já o resultado da consulta 9, a realização do processo de consistência espacial impactou

diretamente no resultado.

A Figura 62 apresenta o resultado obtido, com os cinco primeiro quadros de res-

posta para a consulta número 5 (ver Figura 30), sem a realização da consistência espacial.

Já a Figura 63 apresenta o resultado para a mesma consulta, porém com a realização da

consistência espacial. Neste exemplo, observa-se que o processo de consistência espacial

não impactou na qualidade do resultado obtido.

Para o exemplo apresentado na Figura 64 observa-se o resultado da busca obtido,

com os cinco primeiro quadros de resposta para a consulta 9 (ver Figura 30), sem a reali-

94

Consulta 20250 20275

20400 20375 20425

Figura 62: Resultado da avaliação qualitativa sem processo de consistência espacial na consultanúmero 5. Fonte: Elaborada pelo autor.

zação da consistência espacial. Nota-se que os dois primeiros quadros do vídeo retornados

representam falsos positivos, já que estes dois quadros não contém a região selecionada

na imagem de busca.

A Figura 65 também apresenta o resultado para a consulta 9 porém com a reali-

zação da consistência espacial. Neste exemplo, observa-se que o processo de consistência

espacial foi determinante para uma melhor qualidade nos resultados, pois os únicos quatro

quadros do vídeo em que a região da consulta ocorre foram retornados como os quatro

primeiros resultados da busca.

4.10 Análise Global dos Resultados Obtidos nos Experimentos

O objetivo dos experimentos realizados foi analisar o comportamento das diferen-

tes estruturas de indexação implementadas neste trabalho para a recuperação de vídeo,

utilizando-se de vocabulário visual.

Em relação às taxas de Precisão e Revocação avaliadas, nota-se que todas as es-

truturas têm praticamente o mesmo desempenho para busca sem consistência espacial,

com poucas variações, valendo destacar uma pequena desvantagem para a abordagem

utilizando acesso sequencial.

Porém, quando a consistência espacial foi utilizada, nota-se um comportamento

crescente de desempenho da estrutura de acesso sequencial, enquanto que as demais es-

truturas mantiveram seus valores relativamente constantes. Sendo claro uma melhora na

qualidade quando são retornados apenas 100 quadros da consulta. A taxa de Precisão

tende a aumentar para um número menor de quadros de resposta.

95

Consulta 20250 20275

20400 21250 20425

Figura 63: Resultado da avaliação qualitativa com processo de consistência espacial na consultanúmero 5, no qual sua realização não impactou de forma considerável o resultado da busca.Fonte: Elaborada pelo autor.

Quanto ao comportamento das estrutura em relação ao número de acessos a disco

�cou evidenciado o desempenho ruim da estrutura de acesso sequencial, que teve um

valor muito elevado, chegando a ser 30 (ou mais) vezes maior que as demais estruturas.

Neste critério de avaliação, a Slim-Tree sempre se saiu melhor, realizando uma quantidade

menor de acessos a disco durante as consultas. Quanto ao número de cálculos de distân-

cia realizados pelas estruturas, a M-Tree apresentou sempre o melhor desempenho, pois

realiza uma quantidade menor de cálculos de distância em comparação com as demais

estruturas que mantiveram comportamento muito semelhante ao longo dos testes.

Uma vez que o tempo gasto para operações de acesso a disco tende a ser maior que

o gasto no cálculo de distância, o desempenho da Slim-Tree é, portanto, superior as demais

estruturas em relação ao tempo médio das buscas (mantendo a qualidade dos resultados

de F1-Score semelhante às demais). Porém deve-se destacar o maior tempo necessário

para se criar uma Slim-Tree. Quando a consistência espacial foi realizada, a estrutura

sequencial se mostrou não ser muito e�ciente para esta operação, pois somente a realização

da consistência espacial consumiu cerca de metade (na maioria dos experimentos) dos

cálculos de distância realizados, dobrando-se assim, o número de cálculos de distâncias

necessários para a busca. Deve-se, contudo, destacar que a realização da consistência

espacial, contribuiu para um aumento signi�cativo da precisão dos resultados obtidos.

Quanto ao comportamento das estruturas em relação a variação no tamanho do vo-

cabulário visual, as estruturas de indexação métricas obtiveram valores de F1-Score muito

semelhantes quando a consistência espacial não foi realizada, sendo que para o vocabulário

96

Consulta 4550 4650

28500 27400 28525

Figura 64: Resultado da avaliação qualitativa sem processo de consistência espacial na consultanúmero 9. Fonte: Elaborada pelo autor.

visual de tamanho igual a 16000 foram alcançados os melhores valores de F1-Score. Já a

estrutura de acesso sequencial teve o pior desempenho em relação aos valores de F1-Score

quando a consistência espacial não foi realizada. Entretanto, quando a consistência es-

pacial é realizada a estrutura de acesso sequencial apresentou uma crescente melhora dos

valores de F1-Score na medida que o vocabulário visual aumentou de tamanho, enquanto

que as demais estruturas praticamente não apresentaram variação signi�cativa dos valores

de F1-Score.

Entretanto, é importante ressaltar que, para a estrutura de acesso sequencial, ape-

sar da acentuada melhora na qualidade dos seus resultados quando a consistência espacial

é realizada, esta operação consome quase a metade do tempo total de busca que já é

elevado. Enquanto que nas demais estruturas, o tempo gasto com a realização da consis-

tência espacial foi menos signi�cativo.

Quanto aos valores médios para número de acessos a disco e cálculos de distância,

�cou mais uma vez evidenciado o bom desempenho da Slim-Tree, quando ocorre a va-

riação no tamanho do vocabulário visual. Como já era esperado, todas as estruturas de

indexação apresentaram um crescimento do número de acessos a disco e de cálculos de

distância, na medida que o vocabulário visual aumentou de tamanho. Porém, como todas

elas apresentaram um comportamento semelhante em relação ao número de cálculos de

distância, a Slim-Tree foi a estrutura que apresentou menor sensibilidade à variação do

tamanho do vocabulário em relação ao número de acessos a disco. A estrutura de acesso

sequencial apresentou novamente um baixo desempenho, tendo valores muito elevados

para número de acessos a disco em função do crescimento do vocabulário visual.

97

Consulta 28500 27400

28525 27375 10675

Figura 65: Resultado da avaliação qualitativa com processo de consistência espacial na consultanúmero 9, no qual sua realização impactou de forma considerável o resultado da busca. Fonte:Elaborada pelo autor.

Importante notar que, para o conjunto de dados utilizado neste trabalho, os valores

de F1-Score apresentaram diferenças entre as estruturas, esta diferença se dá pela fato

de que no processo de busca realiza-se a busca pelo vizinho mais próximo, 1-NN, e caso

exista vários elementos com a mesma distância até o elemento da consulta, a consulta

pelo vizinho mais próximo pode retornar valores diferentes para cada tipo de estrutura

utilizada.

Outro ponto importante a se destacar é que utilizando a segmentação por tomadas,

em que foi selecionado apenas um quadro-chave de cada tomada, o número de acessos a

disco para criação das estruturas foi, no pior caso, menos de 30% do valor para criação das

estruturas utilizando seleção de quadros por amostragem, sem afetar de forma considerável

os valores de F1-Score na busca. O que se deve pelo fato da menor quantidade de quadros-

chave selecionados no método de detecção de tomadas em relação a maior quantidade de

quadros selecionados no método de amostragem.

98

5 CONCLUSÕES

Conforme exposto neste trabalho, foi abordado todo o processo de indexação e

recuperação de vídeos. Foi descrito que, primeiramente, na etapa de indexação do vídeo,

é necessário segmentá-lo em um sequência de quadros. Sobre esta sequência, é realizada a

extração de quadros-chave, que foi feita de maneira aleatória e também utilizando detecção

de tomadas, conforme apresentado em Guimarães et al. (2009) e em Patrocínio Jr. et al.

(2010).

Posteriormente, uma amostragem dos quadros-chave foi obtida para criação do

vocabulário visual, que por sua vez, é constituído de palavras visuais obtidas pela cluste-

rização dos descritores de região de interesse extraídos da amostra dos quadros-chave do

vídeo. Este vocabulário visual constitui o índice do arquivo invertido, no qual os quadros-

chave do vídeo são indexados e representados por um histograma, chamado de bag of

feature.

Na recuperação do vídeo, realizada por meio de uma imagem de consulta ou mesmo

por uma região desta, foi utilizado o modelo vetorial para cálculo da similaridade entre os

bag of features, e posteriormente, este resultado é reordenador pelo processo de consistên-

cia espacial entre as palavras visuais do quadros-chave do vídeo e a imagem de consulta,

semelhante ao apresentado em Sivic (2006) e em Sivic e Zisserman (2009).

O índice do arquivo invertido foi o principal objeto de estudo deste trabalho, que

teve como objetivo apresentar uma análise comparativa de estruturas de indexação para

recuperação de vídeos utilizando vocabulário visual.

Para avaliação do processo de indexação e recuperação de vídeo, foram implemen-

tadas três estruturas métricas de indexação, além da estrutura de acesso sequencial, para

acesso ao índice do aquivo invertido: a M-Tree (CIACCIA; PATELLA; ZEZULA, 1997), a

D-Index (DOHNAL et al., 2003) e a Slim-Tree (TRAINA JR. et al., 2000), uma variação da

M-Tree.

O objetivo dos experimentos realizados foi analisar o comportamento destas estru-

turas de indexação para a recuperação de vídeo, utilizando o vocabulário visual.

Foram realizadas buscas nas estruturas com diferentes valores para o tamanho do

vocabulário visual, e com e sem a realização da consistência espacial, conforme apresentado

anteriormente. Foi possível avaliar que, em função do tamanho do vocabulário visual,

todas as estruturas têm praticamente o mesmo desempenho, para valores de F1-Score, na

99

busca sem consistência espacial, com uma pequena desvantagem para a estrutura de acesso

sequencial, que, por sua vez, obteve um comportamento crescente de desempenho quando

a consistência espacial foi utilizada. Enquanto que as demais estruturas mantiveram seus

valores relativamente constantes.

Houve também uma melhora na qualidade dos valores de F1-Score quando são

retornados apenas 100 quadros da consulta. A taxa de Precisão tende a aumentar para

um número menor de quadros de resposta.

A estrutura de acesso sequencial obteve um desempenho inferior quanto em relação

ao número de acessos a disco, chegando a ser 30 (ou mais) vezes maior que as demais

estruturas. Neste critério de avaliação, a Slim-Tree sempre se saiu melhor, realizando

uma quantidade menor de acessos a disco durante as consultas.

Quanto ao número de cálculos de distância realizados pelas estruturas, a M-Tree

apresentou sempre o melhor desempenho, pois realiza uma quantidade menor de cálculos

de distância em comparação com as demais estruturas que mantiveram comportamento

muito semelhante ao longo dos testes.

Uma vez que o tempo gasto para operações de acesso a disco tende a ser maior

que o gasto no cálculo de distância, o desempenho da Slim-Tree é, portanto, superior

as demais estruturas em relação ao tempo médio das buscas (mantendo a qualidade dos

resultados de F1-Score semelhante às demais). Porém deve-se destacar o maior tempo

necessário para se criar uma Slim-Tree.

Quando a consistência espacial foi realizada, de maneira geral sempre houve um

aumento nos valores de precisão dos resultados em relação às consultas em que a consis-

tência espacial não é realizada. Contudo, é importante ressaltar que, para a estrutura de

acesso sequencial, apesar da acentuada melhora na qualidade dos seus resultados quando

a consistência espacial é realizada, esta operação consome quase a metade do tempo total

de busca que já é elevado. Enquanto que nas demais estruturas, o tempo gasto com a

realização da consistência espacial foi menos signi�cativo.

Quanto aos valores médios para número de acessos a disco e cálculos de distância,

�cou mais uma vez evidenciado o bom desempenho da Slim-Tree, quando ocorre a va-

riação no tamanho do vocabulário visual. Como já era esperado, todas as estruturas de

indexação apresentaram um crescimento do número de acessos a disco e de cálculos de

distância, na medida que o vocabulário visual aumentou de tamanho. Porém, como todas

elas apresentaram um comportamento semelhante em relação ao número de cálculos de

distância, a Slim-Tree foi a estrutura que apresentou menor sensibilidade à variação do

tamanho do vocabulário em relação ao número de acessos a disco. A estrutura de acesso

100

sequencial apresentou novamente um baixo desempenho, tendo valores muito elevados

para número de acessos a disco em função do crescimento do vocabulário visual.

É importante destacar que, para o conjunto de dados utilizado neste trabalho, o

bom desempenho da estrutura D-Index no processo de consistência espacial se dá pelo fato

do seu melhor desempenho para realização de busca por abrangência em que o valor do

raio é zero, ou seja, quando se desejar encontrar o mesmo elemento da consulta. Processo

diferente da busca realizada sem a consistência em que apenas a busca pelo vizinho mais

próximos é realizada, e neste tipo de consulta, a estrutura Slim-Tree se mostrou mais

efetiva quanto a número de acesso a disco.

Como resultado deste trabalho, foi obtida uma publicação em relação ao método de

segmentação de vídeo por detecção de tomadas, utilizando análise de transições abruptas,

(GUIMARÃES et al., 2009). Mais recentemente, foi obtida uma publicação, também para

detecção de transições em um vídeo, mas com o objetivo de reconhecer transições abruptas

e graduais (PATROCÍNIO JR. et al., 2010).

Como contribuição principal do trabalho, vale destacar a análise do desempenho

das estruturas métricas de indexação tanto para busca quanto para o processo de classi�-

cação por meio da consistência espacial. Pelos resultados apresentados, pode-se concluir

que para o processo de busca sobre o conjunto de dados utilizado neste trabalho, a Slim-

Tree é a estrutura mais adequada por apresentar baixos valores de acesso a disco (fator

determinante para o tempo de busco sobre os dados utilizados). No entanto, para a reali-

zação da consistência espacial, a estrutura D-Index torna-se a mair adequada justamente

por apresentar melhor desempenho para buscas por abrangência com valor de raio zero.

5.1 Trabalhos Futuros

Baseado na análise dos resultados deste trabalho, pode-se sugerir as seguintes linhas

de investigação como trabalhos futuros:

a) Explorar outros algoritmos para construção do vocabulário visual, para me-

lhorar o desempenho, em relação a tempo de processamento do processo de

clusterização, ou mesmo, inserir todos os descritores dos quadros da amostra

como índice no arquivo invertido.

b) Explorar algoritmos para criação de forma e�ciente das estruturas de indexa-

ção, como por exemplo, a utilização dos algoritmos de Bulk Loading para carga

dos dados.

c) Analisar o impacto da política de escolha de pivots na D-Index, visto que pode

impactar diretamente no desempenho da estrutura.

101

d) Análise e teste da utilização dos outros detectores de regiões como também

de outros descritores, como por exemplos a utilização de descritores de cor de

imagens.

e) Técnicas de sumarização poderiam ser utilizadas para melhorar a escolha dos

quadros-chave do vídeo. Uma vez que as tomadas sejam identi�cadas, uma

análise de técnicas de sumarização poderia melhorar a escolha dos quadros-

chave mais relevantes do vídeo.

f) Avaliar outras estruturas métricas de indexação, tanto para memória primária

quanto para memória secundária.

g) Explorar possíveis melhorias no algoritmo de consistência espacial, com obje-

tivo de diminuir o custo computacional do mesmo.

102

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