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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO
PROJETO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
ALINE BISSOLI SESSA
ANÁLISE DE TRÁFEGO TELEFÔNICO PARA CÁLCULO DE CANALIZAÇÃO VOIP ENTRE UNIDADES DA UFES
VITÓRIA 2007
ALINE BISSOLI SESSA
ANÁLISE DE TRÁFEGO TELEFÔNICO PARA CÁLCULO DE CANALIZAÇÃO VOIP ENTRE
UNIDADES DA UFES Projeto de Graduação apresentado ao
Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Espírito Santo como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheira Eletricista.
Orientador: Profº. Drº. Antonio Manoel
Ferreira Frasson.
VITÓRIA 2007
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Professor Antonio Frasson pela orientação deste trabalho.
Agradeço ao Professor Anilton e a meu amigo Thomaz pela ajuda na elaboração deste trabalho.
Agradeço aos meus pais, Paulo e Sandra, e aos meus irmãos, Leonardo, Celso
e Vicente, pelo apoio incondicional.
Agradeço a todos os professores do curso de Engenharia Elétrica pela contribuição em minha formação.
A todos, meu muito obrigado.
RESUMO
Devido ao alto valor da conta telefônica paga pela UFES, percebeu-se a
necessidade de implementar um novo Sistema de Comunicação de Voz que
permita a diminuição dos gastos, sem o prejuízo da qualidade do serviço.
Optou-se pela Comunicação de Voz via Rede de Dados (comunicação VoIP).
Para isso, foi feito um levantamento dos dados telefônicos da UFES no período
de março de 2006 a abril de 2007, com o objetivo de conhecer o número de
canais de voz necessários para o atendimento do tráfego.
Com os dados obtidos, foram construídos três cenários de estudo para o
cálculo do número de canais de voz: o primeiro levou em conta somente o
número real de ramais; o segundo priorizou o número de ligações simultâneas
em cada hora do dia; o terceiro refere-se ao cálculo dos canais a partir do
tráfego da Hora de Maior Movimento.
Como no primeiro cenário o tráfego e a porcentagem de bloqueio foram
estimados, o resultado foi um número excessivo de canais. Os outros dois
cenários resultaram em menor número de canais que o primeiro e semelhantes
entre si.
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 Comparação entre os Protocolos H.323 e SIP.......................... 38
Tabela 4.1 Dados para o Cálculo do Número de Canais de Voz................ 42
Tabela 4.2 Número de Canais de Voz por Campus.................................... 43
Tabela 4.3 Resumo das Ligações do Campus Goiabeiras.......................... 44
Tabela 4.4 Resumo das Ligações do Campus Alegre................................. 45
Tabela 4.5 Resumo das Ligações do Campus São Mateus........................ 46
Tabela 4.6 Distribuição de Tráfego em Número de Ligações...................... 50
Tabela 4.7 Distribuição de Tráfego em Horas de Ligações......................... 51
Tabela 4.8 Distribuição de Tráfego da HMM em Erlangs............................ 52
Tabela 4.9 Custo das Ligações Antes e Depois do Projeto para Campus Goiabeiras.................................................................................. 53
Tabela 4.10 Custo das Ligações Antes e Depois do Projeto para Campus Alegre......................................................................................... 54
Tabela 4.11 Custo das Ligações Antes e Depois do Projeto para Campus São Mateus................................................................................ 55
Tabela 4.12 Economia Total.......................................................................... 56
Tabela 5.1 Número de Canais Calculado com o Tráfego Real................... 57
Tabela 5.2 Distribuição de Tráfego em Erlangs........................................... 58
Tabela 5.3 Porcentagem Exata de Bloqueio............................................... 58
Tabela 5.4 Número de Canais Calculado com o Tráfego Real e 1% de Bloqueio..................................................................................... 59
Tabela A.1 Ligações Simultâneas na Entrada VOIP do Campus Alegre..... 64
Tabela A.2 Ligações Simultâneas na Saída VOIP do Campus Alegre........ 65
Tabela A.3 Ligações Simultâneas no Tronco de Saída Local do Campus Alegre......................................................................................... 66
Tabela A.4 Ligações Simultâneas no Tronco de Saída Interurbano do Campus Alegre..........................................................................
67
Tabela A.5 Ligações Simultâneas no Tronco de Celular do Campus Alegre......................................................................................... 68
Tabela A.6 Ligações Simultâneas na Entrada VOIP do Campus São Mateus....................................................................................... 70
Tabela A.7 Ligações Simultâneas na Saída VOIP do Campus São Mateus....................................................................................... 71
Tabela A.8 Ligações Simultâneas no Tronco de Saída Local do Campus São Mateus................................................................................ 72
Tabela A.9 Ligações Simultâneas no Tronco de Saída Interurbano do Campus São Mateus................................................................. 73
Tabela A.10 Ligações Simultâneas no Tronco de Celular do Campus São Mateus....................................................................................... 74
Tabela A.11 Ligações Simultâneas na Entrada VOIP do Campus Goiabeiras.................................................................................. 76
Tabela A.12 Ligações Simultâneas na Saída VOIP do Campus Goiabeiras.................................................................................. 77
Tabela A.13 Ligações Simultâneas no Tronco de Saída Local do Campus Goiabeiras.................................................................................. 78
Tabela A.14 Ligações Simultâneas no Tronco de Saída Interurbano do Campus Goiabeiras................................................................... 79
Tabela A.15 Ligações Simultâneas no Tronco de Celular do Campus Goiabeiras.................................................................................. 80
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 Rede de Barramento.................................................................. 25
Figura 3.2 Rede em Anel............................................................................ 26
Figura 3.3 Rede em Estrela........................................................................ 26
LISTA DE FÓRMULAS
Fórmula 2.1 Intensidade de Ocupação.......................................................... 17
Fórmula 2.2 Volume de Tráfego.................................................................... 18
Fórmula 2.3 Tempo Médio de Ocupação....................................................... 18
Fórmula 2.4 Tempo Médio de Ocupação Calculado de outra Maneira......... 18
Fórmula 2.5 Intensidade de Tráfego.............................................................. 19
Fórmula 2.6 Fórmula B de Erlang.................................................................. 20
Fórmula 2.7 Fómula C de Erlang................................................................... 21
Fórmula 2.8 Probabilidade de uma chamada esperar mais que um tempo t 21
Fórmula 2.9 Tráfego Oferecido...................................................................... 22
Fórmula 2.10 Tráfego Escoado........................................................................ 22
Fórmula 2.11 Relação entre Ao, Ac e B........................................................... 23
Fórmula 2.12 Utilização.................................................................................... 23
LISTA DE SIGLAS / ACRÔNIMOS
FDM – Multiplexação por Divisão de Freqüência
TDM – Multiplexação por Divisão de Tempo
WDM – Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda
Codec – Codificador/Decodificador
PCM – Modulação por Código de Pulso
HMM – Hora de Maior Movimento
LANs – Redes Locais
WANs – Redes Geograficamente Distribuídas
HTTP – Requisição e Transferência de Documentos pela Web
SMTP – Transferência de Mensagens de Correio Eletrônico
FTP – Transferência de Arquivos entre Dois Sistemas Finais
TCP – Transmition Control Protocol
UDP - User Datagram Protocol
IP – Internet Protocol
PPP – Protocolo Ponto-a-Ponto
VoIP – Voz sobre IP
MCU – Multipoint Control Unit
RTP – Real Time Protocol
PCM – Pulse Code Modulation
SIP – Session Iniciation Protocol
RTCP – Real Time Control Protocol
ADPCM – Adaptive Differencial Pulse Code Modulation
LPC – Linear Predictive Coding
CELP – Code Excited Linear Prediction
MP-MLQ – Multipulse-Multilevel Quantization
SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................. 11 1. Sistema Telefônico................................................................................ 13 1.1. Multiplexação por Divisão de Frequência............................................. 13 1.2. Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda.......................... 14 1.3. Multiplexação por Divisão de Tempo................................................... 14 1.4. Comutação de Circuitos....................................................................... 15 2. Teoria de Tráfego Telefônico............................................................... 16 2.1. Caracterização do Tráfego Telefônico................................................. 16 2.2. Conceitos.............................................................................................. 17 2.3. Métodos de Processamento do Tráfego.............................................. 19 2.3.1. Sistema de Perda......................................................................... 20 2.3.2. Sistema de Espera....................................................................... 20 2.4. Congestionamento............................................................................... 21 2.5. Eficiência ou Utilização......................................................................... 23 3. Redes...................................................................................................... 24 3.1. Tecnologias de Transmissão................................................................ 24 3.2. Redes Locais........................................................................................ 24 3.2.1. Rede de Barramento.................................................................... 25 3.2.2. Rede em Anel............................................................................... 25 3.2.3. Rede em Estrela........................................................................... 26 3.3. Redes Geograficamente Distribuídas................................................... 27 3.4. Comutação por Pacotes....................................................................... 27 3.5. Comutação de Circuitos vs Comutação por Pacotes........................... 27 3.6. Atrasos e Perdas em Redes de Comutação por Pacotes.................... 28 3.6.1. Atraso de Processamento............................................................ 28 3.6.2. Atraso de Fila............................................................................... 29 3.6.3. Atraso de Transmissão................................................................. 29 3.6.4. Atraso de Propagação.................................................................. 29 3.6.5. Perda de Pacote........................................................................... 29 3.7. Arquitetura de Camadas....................................................................... 29 3.7.1. Camada de Aplicação.................................................................. 30 3.7.2. Camada de Transporte................................................................. 30 3.7.3. Camada de Rede......................................................................... 30 3.7.4. Camada de Enlace....................................................................... 31 3.7.5. Camada Física............................................................................. 31 3.8. Dispositivos de Comutação.................................................................. 31 3.8.1. Repetidores.................................................................................. 31 3.8.2. Hubs............................................................................................. 32 3.8.3. Pontes.......................................................................................... 32 3.8.4. Switches....................................................................................... 32 3.8.5. Roteadores................................................................................... 32 3.8.6. Gateways de Transporte.............................................................. 32 3.8.7. Gateways de Aplicação................................................................ 33
3.9. Protocolo IP.......................................................................................... 33 3.10. Voz sobre IP (VoIP)............................................................................ 33 3.10.1. Protocolo H.323.......................................................................... 34 3.10.2. Protocolo SIP.............................................................................. 36 3.10.3. Comparação entre H.323 e SIP................................................. 38 3.10.4. Codificação de Voz..................................................................... 39 4. Estudo de Caso..................................................................................... 42 4.1. Cálculo do Número de Canais de Voz Usando-se a Fórmula B de Erlang.......................................................................................................... 42 4.2. Cálculo do Número de Canais de Voz Utilizando-se o Tráfego Real... 43 4.2.1. Cálculo da Distribuição de Tráfego.............................................. 47 4.2.1.1. Economia.............................................................................. 52 4.2.2. Cáculo do Número de Canais...................................................... 56 5. Resultados Obtidos............................................................................... 57 Conclusão.................................................................................................. 60 Referências Bibliográficas....................................................................... 61 Anexo.......................................................................................................... 62
INTRODUÇÃO A UFES possui quatro campi, sendo dois em Vitória (Goiabeiras e Maruípe),
um em São Mateus e um em Alegre.
O sistema de comunicação da UFES é composto por diversas centrais
telefônicas sem interconexão própria entre elas. O custo das ligações
telefônicas entre essas centrais, hoje, não é conhecido e nem controlado.
Há a necessidade de maior controle dessas ligações e da diminuição do seu
custo, visto que a conta telefônica da UFES possui alto valor.
Várias tecnologias de comunicação de voz estão disponíveis no mercado e, já
que há uma rede de comunicação de dados entre os diversos campi da UFES
que pode ser aproveitada, optou-se por implantar a comunicação de voz via
redes de dados (comunicação VOIP), usando-se o protocolo SIP.
Com o surgimento do protocolo SIP, criado especificamente para Internet, ficou
viável a implantação desse tipo de tecnologia, dada a sua compatibilidade entre
as diversas marcas e a sua confiabilidade na comunicação de voz sobre IP.
Para o projeto e implantação dessa rede de comunicação, deve-se levantar os
dados do tráfego telefônico entre os campi da UFES e calcular o número de
canais de comunicação de voz necessários ao atendimento do mesmo, com
bloqueio considerado.
O cálculo feito através da Teoria das Filas e do Modelo de Erlang resulta,
normalmente, em um superdimensionamento da rede, ou seja, um número
excessivo de canais de comunicação.
Como o custo da implantação dessa canalização não é baixo, devido ao preço
dos equipamentos e do link de dados, buscou-se otimizar o dimensionamento
da rede, através do cálculo exato do bloqueio e do número de canais, usando-
se os dados do tráfego telefônico da UFES.
1. SISTEMA TELEFÔNICO
Segundo Tanenbaum (2003), o Sistema Telefônico é composto por três partes
principais: loops locais (pares trançados analógicos indo para as residências e
para as empresas), troncos (fibra ótica digital conectando as estações de
comutação) e estações de comutação (onde as chamadas são transferidas de
um tronco para outro).
Os loops locais de dois fios vêm da estação final de uma companhia telefônica
até residências e pequenas empresas. Eles oferecem acesso ao sistema inteiro
por todas as pessoas, e, por isso, são críticos. A maioria ainda utiliza
sinalização analógica e, devido ao custo elevado da conversão para
sinalização digital, deve continuar assim por algum tempo.
O custo para instalar e manter um tronco de alta largura de banda é o mesmo
de um tronco de baixa largura de banda entre duas estações de comutação, ou
seja, os custos são decorrentes da instalação em si e não do uso de fios de
cobre ou de fibra ótica. Como conseqüência, foram desenvolvidos esquemas
elaborados para multiplexar muitas conversações em um único tronco físico.
São eles: FDM (multiplexação por divisão de freqüência) e TDM (multiplexação
por divisão de tempo). Na FDM, o espectro de freqüência é dividido em bandas
de freqüência, tendo cada usuário a posse exclusiva de alguma banda. Na
TDM, os usuários se revezam (em um esquema de rodízio), e cada um obtém
periodicamente a largura de banda inteira por um determinado período de
tempo.
1.1. Multiplexação por Divisão de Freqüência
Filtros limitam a largura de banda utilizável a cerca de 4000 Hz para cada canal
de voz. Assim, os canais podem ser combinados sem que haja canais
ocupando a mesma porção do espectro.
Os esquemas FDM utilizados em todo o mundo têm um certo grau de
padronização. Um padrão muito difundido tem 12 canais de voz de 4000 Hz
multiplexados na banda de 12 a 60 kHz. Essa unidade é chamada grupo. Cinco
grupos (60 canais de voz) podem ser multiplexados para formar um
supergrupo. A unidade seguinte é o grupo mestre, que tem cinco ou dez
supergrupos. Também existem outros padrões de até 230 mil canais de voz.
1.2. Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda
No caso de canais de fibra ótica, é usada a multiplexação por divisão de
comprimento de onda (WDM). Fibras chegam juntas a um combinador óptico,
cada um com sua energia presente em um comprimento de onda distinto. Os
feixes são combinados em uma única fibra compartilhada para transmissão a
um destino. No destino, o feixe é dividido no mesmo número de fibras que
havia no lado da entrada.
A tecnologia WDM tem progredido muito nos últimos anos. Ela foi criada por
volta de 1990. Os primeiros sistemas comerciais tinham 8 canais, com 2,5
Gbps por canal. Em 1998, os sistemas com 40 canais e 2,5 Gbps já estavam
no mercado. Em 2001, havia produtos com 96 canais de 10 Gbps, dando um
total de 960 Gbps. Em 2003, sistemas com 200 canais já estavam funcionando
em laboratório.
1.3. Multiplexação por Divisão de Tempo
O tempo é dividido em quadros de duração fixa, e cada quadro é dividido em
um número fixo de compartimentos. Quando se estabelece uma conexão por
meio de um enlace, a rede dedica à conexão um compartimento de tempo em
cada quadro. Esses compartimentos são reservados para o uso exclusivo
dessa conexão.
A TDM pode ser inteiramente manipulada por circuitos eletrônicos digitais. No
entanto, só pode ser usada para dados digitais. Como os loops locais
produzem sinais analógicos, uma conversão de analógico para digital se faz
necessária na estação final, onde todos os loops locais individuais chegam
para serem combinados em troncos de saída.
Os sinais analógicos são digitalizados na estação final por um dispositivo
chamado codec (codificador/decodificador), produzindo uma série de números
de 8 bits. O codec cria 8000 amostras por segundo (125 μs/amostra), pois o
teorema de Nyquist diz que é suficiente para captar todas as informações da
largura de banda do canal telefônico de 4 kHz. Essa técnica é chamada PCM
(modulação por código de pulso), que forma o núcleo do sistema telefônico
moderno.
1.4. Comutação de Circuitos
Segundo Kurose e Ross (2007), na comutação de circuitos, os recursos
necessários ao longo de um caminho para prover comunicação entre os
sistemas finais são reservados pelo período da sessão de comunicação.
Quando dois sistemas finais querem se comunicar, a rede estabelece uma
conexão fim a fim dedicada entre os dois sistemas finais.
Como conseqüência do caminho reservado entre o transmissor e o receptor da
chamada, uma vez estabelecida a configuração, o único atraso para a entrega
dos dados é o tempo de propagação do sinal eletromagnético, cerca de 5 ms
por 1000 km. Outra conseqüência é que, uma vez estabelecida a conexão, não
há perigo de congestionamento, pois a conexão fica dedicada aos dois
sistemas.
2. TEORIA DE TRÁFEGO TELEFÔNICO
A quantidade de equipamentos e órgãos de comutação é normalmente
dimensionada de modo que, durante as horas de maior movimento, apenas
uma porcentagem muito pequena de ligações solicitadas não são
estabelecidas. Isso permite a redução dos custos dos equipamentos de
comutação e o compartilhamento dos mesmos com um grande número de
usuários.
A teoria de tráfego telefônico baseia-se em conceitos estatísticos
especialmente desenvolvidos para tratar das quantidades de chamadas
telefônicas e de suas durações, relacionadas à quantidade de circuitos
disponíveis e ao grau de serviço do sistema.
Existem dois critérios de qualidade de serviço:
• o que leva em conta a probabilidade de perda de chamadas (sistema de
perda);
• o que leva em conta o tempo de espera no buffer (sistema de espera).
2.1. Caracterização do Tráfego Telefônico
Segundo Vieira (2007), a intensidade de tráfego (A) em um sistema telefônico
pode ser definida como a relação entre o somatório dos tempos das chamadas
telefônicas (ocupação dos canais telefônicos) e o tempo de observação
(normalmente de uma hora).
Erlang é uma unidade de medida de intensidade de tráfego telefônico para um
intervalo de tempo de observação. Ele determina a quantidade de horas de
ligação por hora, considerando-se vários circuitos simultaneamente.
Os assinantes originam suas chamadas de maneira aleatória e independente
uns dos outros, sendo que as chamadas possuem durações diferentes.
Portanto, a quantidade de órgãos (troncos) de saída ocupados será sempre
variável. No entanto, regularidades no comportamento do tráfego podem ser
observadas devido às estações do ano, dias da semana e horas do dia.
O sistema telefônico deve ser dimensionado para garantir um determinado grau
de serviço, inclusive nos períodos de maior carga de tráfego. É preciso
estabelecer o número médio de chamadas e a duração média de cada
chamada na Hora de Maior Movimento (HMM) de um dia normal da semana,
do período do ano de maior tráfego. Com estes dados pode-se calcular a
intensidade de tráfego para a qual o sistema será dimensionado. Uma vez
implantado, o desempenho do sistema pode ser acompanhado através de
medições periódicas.
2.2. Conceitos
Segundo Botelho (2006), o período de tempo durante o qual um circuito de
saída (ou órgão) está ocupado, sem interrupções, para fins determinados de
comutação, se chama tempo de ocupação. O tempo durante o qual os circuitos
de saída são utilizados, em média, para cada chamada é denominado tempo
médio de retenção (tmr).
Demanda de Tráfego: necessidade de um usuário se comunicar com o outro.
Intensidade de Ocupação: número de ocupações dos circuitos num
determinado tempo de observação.
TnI =
Fórmula 2.1 – Intensidade de Ocupação
onde, n é o número de ocupações, T é o Período de Observação e I é o número de ocupações por hora.
Volume de Tráfego: Soma dos tempos de cada chamada ocupa o circuito
durante um tempo de observação T.
∑=
=n
iitV
1
Fórmula 2.2 – Volume de Tráfego
onde, ti é o tempo de ocupação de cada chamada, n é o número de chamadas e V é dado em unidade de tempo.
Tempo Médio de Ocupação: Média de ocupação dos circuitos (duração das
chamadas).
∑=
=n
iitn
tm1
1
Fórmula 2.3 – Tempo Médio de Ocupação
onde, tm é dado em unidade de tempo, n é o número de chamadas e ti é o tempo de ocupação de cada chamada.
nVtm =
Fórmula 2.4 – Tempo Médio de Ocupação Calculado de outra Maneira
onde, tm é dado em unidade de tempo, n é o número de chamadas e
V é o volume de tráfego.
Hora de Maior Movimento (HMM): é o período contínuo de 60 minutos, no
qual a intensidade de tráfego de um grupo de órgãos atinge o seu valor
máximo ao longo do dia.
A intensidade de tráfego (A): é uma medida do fluxo de chamadas telefônicas
sobre um órgão ou grupo de órgãos, baseada na quantidade e duração das
chamadas. É geralmente representada pela unidade Erlang (Erl). Seu valor
numérico indica o número médio de chamadas efetuadas, simultaneamente,
isto é, o número médio de circuitos (ou órgãos) ocupados ao mesmo tempo.
A intensidade de tráfego pode ser determinada através da relação entre o
volume de tráfego (V) e o período de observação (T):
TVA =
Fórmula 2.5 – Intensidade de Tráfego
A é dado em Erlangs.
2.3. Métodos de Processamento do Tráfego
Segundo Vieira (2007), de acordo com a maneira pela qual um sistema de
comutação processa as demandas de ligações caso ocorram bloqueios,
distinguem-se as redes que operam como sistemas de perda, daquelas que
operam como sistemas de espera. Entende-se por bloqueio a situação em que
é impossível o estabelecimento de uma nova ligação, por estarem ocupadas
todas as linhas do feixe de saída.
2.3.1. Sistema de Perda
Num sistema de perda, uma chamada oferecida será rejeitada quando a
ligação desejada não pode ser estabelecida imediatamente, devido a um
bloqueio. Erlang usou a distribuição estatística de Poisson para chegar ao
cálculo da probabilidade de bloqueio. Um dos resultados de seus estudos é
sintetizado pela fórmula B de Erlang, ou fórmula de perda de Erlang:
Fórmula 2.6 – Fórmula B de Erlang
onde: A = intensidade de tráfego, N = número de circuitos de saída e B = probabilidade de perda de chamadas.
No sistema de perda, a quantidade de circuitos de saída de um órgão é
dimensionada levando-se em conta: para a rede pública de telefonia, a
quantidade de chamadas e suas durações e o grau de serviço (também
denominado de probabilidade de perda); para rede privada (PABX), a
quantidade de chamadas e suas durações, o grau de serviço e a quantidade de
ramais instalados.
2.3.2. Sistema de Espera
Num sistema de espera, por outro lado, uma chamada oferecida que não pode
ser processada imediatamente por causa de um bloqueio, aguardará até que a
conexão possa ser completada. Estes sistemas são conhecidos também como
sistemas de atraso. Neste caso, Erlang usou a teoria de filas para chegar a sua
segunda fórmula, que é conhecida como fórmula C de Erlang ou fórmula de
atraso de Erlang:
Fórmula 2.7 – Fómula C de Erlang
onde, P é a probabilidade de que uma chamada fique em espera, N é o número de circuitos de saída e A é a intensidade de tráfego.
A probabilidade que uma chamada fique em espera mais que um determinado
tempo t até se completar a ligação, emprega a fórmula C de Erlang, e é
prevista pela equação:
Fórmula 2.8 – Probabilidade de uma chamada esperar mais que um tempo t
onde, N é o número de circuitos de saída, A é a intensidade de tráfego e tm é o tempo médio de ocupação
2.4. Congestionamento
As razões para não completar uma chamada podem ser:
• O terminal chamado não atende à chamada;
• O terminal chamado está ocupado;
• O número discado não existe ou foi discado incorretamente;
• Congestionamento na rede.
A chamada pode não se completar, devido a congestionamento na rede, pelas
seguintes razões:
• Congestionamento numa das centrais;
• Congestionamento nos troncos que ligam uma central a outra.
As centrais são dimensionadas para suportar um número máximo de tentativas
de chamadas em um determinado período de tempo. Com centrais
adequadamente dimensionadas, o congestionamento num sistema telefônico
passa a depender basicamente do número de troncos entre as centrais.
Para calcular o valor da perda de chamada (B) num sistema telefônico, utiliza-
se a tabela de Erlang e é importante compreender os conceitos a seguir:
Tráfego Oferecido (Ao) – é a parte da demanda de tráfego que se apresenta
nas entradas do sistema. É determinado pela tabela de Erlang ou pela
equação:
TtmrNcoAo ×
=
Fórmula 2.9 – Tráfego Oferecido
onde, Nco é o número de chamadas oferecidas, tmr é o tempo médio de retenção e T é o Período de Observação.
Tráfego Cursado ou Escoado (Ac) – é a parte do tráfego oferecido às
entradas do sistema que é aceito e processado. É determinado pela equação:
TtmrNccAc ×
=
Fórmula 2.10 – Tráfego Escoado
onde, Ncc é o número de chamadas cursadas (completadas), tmr é o tempo médio de retenção e T é o Período de Observação.
A relação entre Ao, Ac e a perda B é:
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−×=100
1 BAoAc
Fórmula 2.11 – Relação entre Ao, Ac e B
onde, B é a perda, Ao é o tráfego oferecido e Ac é o tráfego escoado.
Tráfego Rejeitado (Ar) – é a parcela do tráfego oferecido que não pode ser
processada devido a congestionamento ou erros do usuário.
2.5. Eficiência ou Utilização
Para uma determinada perda B a quantidade de circuitos N não cresce
proporcionalmente ao tráfego, sendo mais econômico trabalhar com
intensidades de tráfego maiores. A utilização (U) de um circuito é determinada
tomando-se a relação entre o tráfego cursado e o número de circuitos de uma
rota.
NAcU =
Fórmula 2.12 - Utilização
onde, Ac é o tráfego escoado. N é a quantidade de circuitos.
3. REDES
Redes surgiram com o objetivo de compartilhar recursos, ou seja, tornar dados
e programas acessíveis a todas as pessoas conectados à rede, independente
de localização ou distância do recurso e do usuário.
Os dados são armazenados em poderosos computadores chamados
servidores que ficam conectados à rede. Os clientes, com máquinas mais
simples também conectadas à rede, conseguem acessar esses dados. Esse
modelo é chamado modelo cliente/servidor.
3.1. Tecnologias de Transmissão
Segundo Tanenbaum (2003), as redes de difusão (broadcasting) possuem
apenas um canal de comunicação, que é compartilhado por todas as máquinas
da rede. Pacotes enviados por uma máquina são recebidos por todas as
outras, sendo que o pacote possui o endereço da máquina destinatária. Um
pacote também pode ser endereçado a todas as máquinas da rede, bastando,
para isso, colocar um código especial no campo de endereço do pacote.
As redes ponto a ponto (unicasting) possuem várias conexões entre as
máquinas. Um pacote passa por uma ou mais máquinas intermediárias para
chegar a seu destino. Como geralmente há várias rotas entre origem e destino,
encontrar a melhor rota é importante.
Redes menores (locais) tendem a usar difusão, enquanto redes maiores são,
normalmente, ponto a ponto.
3.2. Redes Locais
Segundo Tanenbaum (2003), as redes locais, muitas vezes chamadas de
LANs, são redes privadas com até alguns quilômetros de extensão, contidas
em um único edifício, campus universitário ou campus empresarial. Elas
conectam computadores, permitindo o compartilhamento de recursos (por
exemplo, impressoras) e a troca de informações.
Como as LANs têm tamanho limitado, o pior tempo de transmissão é sabido
com antecedência e há baixa incidência de erro. Isso simplifica enormemente o
gerenciamento da rede. Sua tecnologia de transmissão consiste em um cabo
de cobre em que todas as máquinas estão conectadas. Diversas topologias
são admitidas, como as dos tipos barramento, anel e estrela.
3.2.1. Rede de Barramento
Segundo Frinhani (2005), a rede de barramento é formada por várias máquinas
conectadas a um cabo linear. Somente uma máquina de cada vez pode
transmitir pacotes e, enquanto faz isso, as outras são impedidas de fazer
qualquer tipo de transmissão, somente podendo receber o pacote. Para isso,
faz-se necessário um mecanismo de arbitragem para resolver conflitos que
ocorrem quando duas ou mais máquinas querem transmitir ao mesmo tempo.
Figura 3.1 – Rede de Barramento
3.2.2. Rede em Anel
Segundo Frinhani (2005), a rede em anel é formada por um cabo com as duas
pontas conectadas e máquinas ligadas a ele. Cada máquina tem um turno para
fazer a transmissão. O pacote de dados é transferido de um nó para o próximo
até que ele alcance o seu destino. Quando a máquina de destino recebe o
pacote, ela envia ao próximo nó um pacote de confirmação de recebimento,
que é repassado até chegar à máquina que originou a transmissão.
Figura 3.2 – Rede em Anel
3.2.3. Rede em Estrela
Segundo Frinhani (2005), na rede em estrela, cada máquina possui um cabo
exclusivo que a conecta a um ponto central, o switch. O switch é um dispositivo
eletrônico que recebe o pacote da máquina de origem e o transmite para o
destino apropriado. É a topologia mais utilizada.
Figura 3.3 – Rede em Estrela
3.3. Redes Geograficamente Distribuídas
Segundo Tanenbaum (2003), as redes geograficamente distribuídas, também
chamadas de WANs, abrangem uma grande área geográfica. As máquinas dos
usuários são conectadas a uma sub-rede de comunicação, que transporta
pacotes de uma máquina para outra. Essa sub-rede consiste em linhas de
transmissão e elementos de comutação. As linhas são cabos de cobre, fibra
ótica, etc., enquanto que os elementos de comutação são roteadores que ligam
três ou mais linhas.
3.4. Comutação por Pacotes
Segundo Kurose e Ross (2007), computadores podem trocar mensagens
através da rede. Essas mensagens, sendo longas, são fragmentadas em
pacotes. Entre origem e destino, cada um desses pacotes percorre enlaces de
comunicação e comutadores de pacotes. Esses comutadores armazenam e
reenviam os pacotes nas entradas dos enlaces. Assim, cada comutador
introduz um atraso de armazenamento, de reenvio e de espera na fila de saída.
Um pacote pode passar por vários comutadores ao longo de sua rota até o
destino. Então, o atraso total pode ser considerável. Além disso, como o
espaço na fila de saída é finito, um pacote pode encontrá-la completamente
cheia, ocasionando a perda desse pacote.
3.5. Comutação de Circuitos versus Comutação por Pacotes
Segundo Kurose e Ross (2007), é argumentado que comutação por pacotes,
devido aos atrasos variáveis e imprevisíveis durante o percurso, não seria
adequada para serviços de tempo real, como ligações telefônicas e
videoconferência. Mas, ao longo dos anos, novas tecnologias têm solucionado
esse problema. Na comutação de circuitos, como uma conexão dedicada é
estabelecida entre origem e destino, esse problema de atrasos praticamente
não existe.
A comutação por pacotes oferece um melhor compartilhamento da largura de
banda, já que a utilização do enlace é feita por demanda, ou seja, a capacidade
de transmissão do enlace será compartilhada somente entre usuários que
tenham pacotes que precisem ser transmitidos pelo enlace. Isso a diferencia da
comutação de circuitos, que aloca previamente a utilização do enlace de
transmissão independentemente de demanda, desperdiçando tempo de enlace
alocado e não utilizado.
Também deve-se destacar que a implementação de sistemas de comutação
por pacotes é mais simples, mais eficiente e mais barata do que a de sistemas
de comutação de circuitos.
3.6. Atrasos e Perdas em Redes de Comutação por Pacotes
Segundo Kurose e Ross (2007), um pacote começa em um sistema final
(origem), passa por uma série de roteadores e termina em outro sistema final
(destino). Quando um pacote viaja de um nó a outro, sofre, ao longo desse
caminho, diversos tipos de atraso, como o de processamento, o de fila, o de
transmissão e o de propagação.
Um roteador possui um enlace de saída que leva a outros roteadores. Esse
enlace é precedido de uma fila (buffer). Quando um pacote chega ao roteador,
este examina o cabeçalho do pacote para direcioná-lo ao enlace de saída
apropriado. Se já houver outro pacote sendo transmitido, o pacote atual entra
na fila de espera. Caso o buffer correspondente esteja cheio, esse pacote é
descartado.
3.6.1. Atraso de Processamento
Do atraso de processamento fazem parte o tempo requerido para examinar o
cabeçalho do pacote e determinar para onde direcioná-lo e o tempo necessário
para verificar os erros em bits existentes no pacote, ocorridos durante a
transmissão.
3.6.2. Atraso de Fila
Um pacote pode ter que esperar para ser transmitido no enlace. Esse atraso,
chamado de atraso de fila, depende da quantidade de pacotes que já estão na
fila aguardando transmissão e do processo de escalonamento dos pacotes.
3.6.3. Atraso de Transmissão
O atraso de transmissão, armazenamento ou reenvio é a quantidade de tempo
requerida para transmitir todos os bits do pacote para o enlace.
3.6.4. Atraso de Propagação
É o tempo necessário para propagar o bit de um nó a outro da rede. Esse
tempo depende da distância entre os nós e da velocidade de propagação do
enlace, que depende do meio físico (fibra ótica, par trançado, etc.).
3.6.5. Perda de Pacote
A capacidade da fila que precede um enlace é finita. Se um pacote chega e
encontra essa fila cheia, ele não pode ser armazenado e, então, é
simplesmente perdido. A fração de pacotes perdidos aumenta com o aumento
da intensidade do tráfego.
3.7. Arquitetura de Camadas
Segundo Kurose e Ross (2007), como o sistema de Internet é grande e
complexo, uma arquitetura de camadas traz considerável simplificação, pois
permite modularidade, o que facilita a modificação e implementação do serviço
prestado pela camada.
Protocolos foram organizados em camadas, assim como o hardware e software
de rede que os implementam.
3.7.1. Camada de Aplicação
É onde residem as aplicações de rede e seus protocolos. Ela inclui muitos
protocolos, tais como o HTTP (requisição e transferência de documentos pela
Web), o SMTP (transferência de mensagens de correio eletrônico) e o FTP
(transferência de arquivos entre dois sistemas finais).
3.7.2. Camada de Transporte
É ela que transporta as mensagens da camada de aplicação entre o cliente e o
servidor dessa aplicação. Há dois protocolos de transporte na Internet: TCP e
UDP. O TCP é orientado à conexão e provê a entrega garantida de mensagens
ao destino, a compatibilização das velocidades do remetente e do receptor,
mecanismo de controle de congestionamento e fragmentação de mensagens
longas em segmentos mais curtos. O protocolo UDP é não orientado à conexão
e apresenta um serviço sem garantias.
3.7.3. Camada de Rede
É responsável pela movimentação de pacotes de camada de rede, chamados
datagramas, de uma máquina para a outra. A camada de rede da Internet tem
dois componentes principais. Um deles é o protocolo IP, que define os campos
no datagrama e o modo como os sistemas finais e os roteadores agem nesses
campos. O outro é o protocolo de roteamento, que determina as rotas que os
datagramas seguem entre origem e destino.
3.7.4. Camada de Enlace
A camada de rede da Internet roteia um datagrama por meio de uma série de
comutadores (roteadores) entre origem e destino. Para levar um pacote de um
nó a outro, a camada de rede passa o datagrama para a camada de enlace,
que o entrega, ao longo da rota, ao nó seguinte. Nesse nó, o datagrama é
passado da camada de enlace de volta para a camada de rede. Exemplos de
protocolos de camada de enlace são o Ethernet e o Protocolo Ponto-a-Ponto
(PPP).
3.7.5. Camada Física
A camada física é responsável por transmitir os bits dos pacotes de um nó para
outro. Seus protocolos dependem do enlace e dos meios de transmissão. É ela
que define as interfaces mecânica, elétrica e de sincronização para a rede.
3.8. Dispositivos de Comutação
Há diversas maneiras de se tranferir quadros e pacotes de um segmento de
cabo para outro. São eles: repetidores, pontes, switches, hubs, roteadores e
gateways. Todos esses dispositivos são de uso comum, mas diferem em
alguns detalhes. Eles operam em camadas diferentes e esse fato é importante,
pois diferentes dispositivos utilizam fragmentos de informação diferentes para
decidir como realizar a comutação. Esses dispositivos são descritos a seguir.
3.8.1. Repetidores
Segundo Tanenbaum (2003), os repetidores são dispositivos analógicos da
camada física que ficam conectados a dois segmentos de cabos e amplificam
os sinais que chegam até ele.
3.8.2. Hubs
Hubs também são dispositivos de camada física e possuem várias linhas de
entrada que ele conecta eletricamente. Os quadros que chegam em quaisquer
dessas linhas são enviados a todas as outras.
3.8.3. Pontes
São dispositivos da camada de enlace que conectam duas ou mais LANs.
Quando um quadro chega, o software da ponte extrai o endereço de destino do
cabeçalho desse quadro e examina uma tabela, a fim de verificar para onde
deve enviar o quadro.
3.8.4. Switches
Também são dispositivos da camada de enlace e também baseiam o
roteamento em endereços de quadros. A diferença entre um switch e uma
ponte é que o switch conecta computadores individuais.
3.8.5. Roteadores
Os roteadores são dispositivos de camada de rede. Quando um pacote entra
em um roteador, o cabeçalho de quadro e a parte final são retirados e o
restante é repassado ao software de roteamento. Esse software utiliza o
cabeçalho de pacote para escolher uma linha de saída.
3.8.6. Gateways de Transporte
Dispositivos da camada de transporte, os gateways conectam dois dispositivos
que utilizam diferentes protocolos de transporte. Ele copia os pacotes de uma
conexão para outra, reformatando-os caso seja necessário.
3.8.7. Gateways de Aplicação
Os gateways de aplicação são dispositivos da camada de aplicação que
reconhecem o formato e o conteúdo dos dados e convertem mensagens de um
formato para outro.
3.9. Protocolo IP
Segundo Tanenbaum (2003), o protocolo IP é o elemento que mantém a
Internet unida. Ele foi projetado tendo como objetivo a interligação de redes.
Sua tarefa é fornecer a melhor forma possível de transportar datagramas da
origem para o destino, não importando se as máquinas estão na mesma rede
ou não.
3.10. Voz sobre IP (VoIP)
Segundo Tanenbaum (2003), o volume de tráfego de dados vem crescendo
exponencialmente, enquanto que o de voz permanece quase sempre no
mesmo nível. Percebe-se, então, que o volume de largura de banda adicional
exigida para voz é minúsculo, pois as redes de pacotes são dimensionadas
para o tráfego de dados. Com isso, muitas operadoras de redes de comutação
de pacotes interessaram-se em transportar voz sobre suas redes de dados,
pois poderiam ganhar dinheiro com a estrutura que já possuíam. Desse modo
nasceu a telefonia da Internet (também conhecida como voz sobre IP).
Alguns problemas foram encontrados ao se tentar transportar voz em rede de
dados, tais como:
A rede de pacotes pode ocasionar um atraso variável ao pacote de voz até
chegar ao seu destino. Por exemplo, se a rede de pacotes utiliza na camada
rede o protocolo IP, os pacotes podem tomar diferentes caminhos até chegar
ao seu destino, portanto, ocasionando atrasos distintos (jitter). Se a rede de
pacote introduz um longo atraso ao pacote transmitido, pode ocasionar a falsa
impressão de que o interlocutor deixou de responder, dificultando a
conversação. A conversação telefônica exige por parte da rede, um tratamento
dos pacotes em tempo quase real.
Um outro fator que agrava a conversação telefônica na rede de pacotes é a
perda de pacotes. Por exemplo, o IP não garante a entrega dos pacotes;
quando há overflow do buffer, os pacotes são descartados. A perda de pacotes
pode ocasionar falsos silêncios.
Quando os pacotes chegam ao destino, algumas providências devem ser
tomadas antes dos processos de desempacotamento e decodificação. Como
os atrasos são variáveis na rede, deve-se providenciar um buffer para
armazenar temporariamente os pacotes e retirá-los em intervalos regulares,
eliminando, assim, as variações de tempo.
Deve-se, também, reordenar os pacotes que chegam fora de ordem, de tal
modo que os quadros cheguem seqüencialmente para a decodificação.
3.10.1. Protocolo H.323
Segundo Tanenbaum (2003), em 1996, a ITU emitiu a recomendação H.323,
intitulada “Visual Telephone Systems and Equipment for Local Area Networks
Which Provide a Non-Guaranteed Quality of Service” (Sistemas e
Equipamentos de Telefonia Visual para Redes Locais que Oferecem uma
Qualidade de Serviço não Garantida). Essa recomendação foi revisada em
1998 e foi base para os primeiros sistemas amplamente difundidos de telefonia
da Internet.
A recomendação H.323 é mais uma avaliação da arquitetura de telefonia da
Internet do que um protocolo específico. Ela faz referência a um grande
número de protocolos específicos para codificação de voz, configuração de
chamadas, sinalização, transporte de dados, etc., de uma comunicação
multimídia (áudio em tempo real, vídeo e dados).
Segundo Dias (2005), todos os dispositivos que utilizam esse padrão devem
dar suporte ao tráfego de voz e, opcionalmente, a vídeo e a dados. Esses
dispositivos podem ser integrados a um PC (personal computer), através de um
software, ou implementados em equipamentos do tipo stand-alone, como, por
exemplo, um telefone IP. As conexões podem ser tanto ponto a ponto quanto
multiponto.
Segundo Motoyama (2007), o padrão H.323 especifica quatro tipos de
componentes que possibilitam comunicação multimídia ponto a ponto e
também ponto a multiponto. Os componentes são Terminais, Gateways,
Gatekeepers e Unidade de Controle Multiponto - MCU (Multipoint Control Unit).
Um terminal H.323 é um dispositivo que está no ponto-final da rede, equipado
com toda capacidade para comunicação multimídia. O gatekeeper é um
componente que controla toda uma conexão de chamada, verificando, por
exemplo, se o assinante que está querendo fazer a conexão está cadastrado. A
unidade de controle multiponto (MCU) possibilita uma conferência a três ou
mais terminais. O gateway tem a função de comunicar uma rede H.323 com
outras redes existentes.
Segundo Kurose e Ross (2007), o padrão H.323 inclui as seguintes
especificações:
• Uma especificação para o modo como os terminais negociam
codificações comuns de áudio/vídeo.
• Uma especificação para o modo como porções de áudio e vídeo são
encapsuladas e enviadas à rede. Ele impõe o RTP (Real Time Protocol).
• Uma especificação para o modo como terminais se comunicam com
seus respectivos gatekeepers.
• Uma especificação para o modo como telefones por Internet se
comunicam por meio de gateway com os telefones comuns da rede
pública de telefonia por comutação de circuitos.
No mínimo, cada terminal H.323 tem de suportar o padrão de compressão de
voz G.711. O G.711 usa PCM (Pulse Code Modulation) para gerar voz
digitalizada a 56 kbps ou 64 kbps. As capacidades de vídeo são opcionais.
Todavia, se um terminal suportar vídeo, então ele deverá suportar, no mínimo,
o padrão de vídeo QCIF H.261 (176 x 144 pixels).
3.10.2. O Protocolo SIP
Segundo Tanenbaum (2003), muitos consideram o protocolo H.323 complexo e
inflexível. Por causa disso, a IETF estabeleceu um comitê para projetar uma
forma mais simples e mais modular de utilizar voz sobre IP. O resultado foi o
SIP (Session Iniciation Protocol), descrito na RFC 3261. Esse protocolo
descreve como instalar chamadas telefônicas da Internet, videoconferências e
outras conexões de multimídia.
Diferente do H.323, que possui um conjunto de protocolos completo, o SIP é
um único módulo, mas foi projetado para interoperar bem com aplicações da
Internet existentes. Por exemplo, ele define números de telefones como URLs,
de forma que as páginas Web possam conter esses números, permitindo que
um clique em um link inicie uma ligação telefônica.
O SIP pode estabelecer sessões de duas partes, como as ligações telefônicas
comuns, sessões de várias partes, onde todos podem ouvir e falar, e sessões
de multidifusão, com um transmissor e muitos receptores. As sessões podem
conter áudio, vídeo ou dados. O SIP cuida apenas da configuração, do
gerenciamento e do encerramento de sessões. Outros protocolos, como
RTP/RTCP (Real Time Protocol/Real Time Control Protocol), são usados para
transporte de dados. O SIP é um protocolo da camada de aplicação e pode
funcionar sobre o UDP e o TCP. O SIP admite uma grande variedade de
serviços, como localização do chamado, determinação dos recursos do
chamado, tratamento do mecanismo de configuração e encerramento de
chamadas.
Segundo Kurose e Ross (2007), o SIP:
• Provê mecanismos para estabelecer chamadas entre dois interlocutores
por uma rede IP. Permite que quem chama avise ao que é chamado que
quer iniciar uma chamada. Permite que os participantes concordem com
a codificação da mídia. Também permite que encerrem as chamadas.
• Provê mecanismos que permitem a quem chama determinar o endereço
IP corrente de quem é chamado.
• Provê mecanismos para gerenciamento de chamadas, tais como
adicionar novas correntes de mídia, mudar a codificação, convidar
outros participantes, tudo durante a chamada, e ainda transferir e
segurar chamadas.
Algumas das características fundamentais do SIP são: é um protocolo fora da
banda, ou seja, as mensagens SIP são enviadas e recebidas em portas
diferentes das utilizadas para dados de mídia; suas mensagens podem ser
lidas em ASCII e são parecidas com mensagens HTTP; requer que todas as
mensagens sejam reconhecidas, podendo, portanto, executar sobre UDP e
TCP; os usuários podem usar diferentes codificações de áudio.
Segundo Tanenbaum (2003), os números de telefones SIP são representados
como URLs que utilizam o esquema sip, por exemplo,
sip:[email protected], para uma usuária chamada Ilse no host
especificado pelo nome DNS cs.university.edu. As URLs do SIP também
podem conter endereços IP ou números de telefones reais.
O protocolo SIP é um protocolo de texto modelado sobre o HTTP. Uma parte
envia uma mensagem em texto ASCII que consiste em um nome de método na
primeira linha, seguido por linhas adicionais contendo cabeçalhos para
passagem de parâmetros. Os métodos estão listados abaixo:
• INVITE: solicita a inicialização de uma sessão.
• ACK: confirma que uma sessão foi inicializada.
• BYE: solicita o término de uma sessão.
• OPTIONS: consulta um host sobre seus recursos.
• CANCEL: cancela uma solicitação pendente.
• REGISTER: informa a um servidor de redirecionamento a localização
atual do usuário.
O SIP tem uma grande variedade de outros recursos, inclusive a espera de
chamadas, triagem de chamadas, criptografia e autenticação. Ele também tem
a habilidade de efetuar chamadas de um computador para um telefone comum,
se houver um gateway apropriado disponível entre a Internet e o sistema de
telefonia.
3.10.3. Comparação entre H.323 e SIP
Segundo Tanenbaum (2003), o H.323 e o SIP têm semelhanças e diferenças,
que estão listadas na tabela abaixo:
Tabela 3.1 Comparação entre os Protocolos H.323 e SIP
Item H.323 SIP Projetado por ITU IETF Compatibilidade com PSTN Sim Ampla
Compatibilidade com a Internet Não Sim
Arquitetura Monolítica Modular
Completeza Pilha de protocolos completa
O SIP lida apenas com a configuração
Negociação de parâmetros Sim Sim
Sinalização de chamadas Q.931 sobre TCP SIP sobre TCP ou UDP
Formato de mensagens Binário ASCII Transporte de mídia RTP/RTCP RTP/RTCP Chamadas de vários participantes Sim Sim
Conferências de multimídia Sim Não
Endereçamento Número de host ou telefone URL
Término de chamadas Explícito ou encerramento por TCP Explícito ou por timeout
Transmissão de mensagens instantâneas
Não Sim
Criptografia Sim Sim
Tamanho do documento de padrões 1400 páginas 250 páginas
Implementação Complexa Moderada
Status Extensamente distribuído
Boas perspectivas de êxito
Embora as características sejam semelhantes, os dois protocolos diferem muito
em suas filosofias. O H.323 é um padrão pesado, típico da indústria de
telefonia, especificando a pilha de protocolos completa e definindo com
precisão o que é permitido e o que é proibido. Essa abordagem leva a
protocolos muito bem definidos em cada camada, facilitando a tarefa de
interoperabilidade. O preço pago é um padrão complexo e rígido, difícil de
adaptar a aplicações futuras.
Por outro lado, o SIP é um protocolo típico da Internet e funciona permutando
pequenas linhas de texto ASCII. É um módulo leve que interopera bem com
outros protocolos da Internet, mas não muito bem com os protocolos de
sinalização do sistema telefônico existente. Pelo fato de seu modelo de voz
sobre IP ser altamente modular, ele é flexível e pode ser adaptado com
facilidade a novas aplicações.
3.10.4. Codificação de Voz
Segundo Ferreira (2007), para reduzir a banda do canal necessária para a
transmissão de voz digitalizada são utilizadas técnicas de compressão de voz.
Isto deve acontecer em tempo real para possibilitar a comunicação e interação.
Estes algoritmos permitem reduzir a banda necessária para transmissão de voz
a fim de viabilizar sistemas de comunicação digital com taxas bastante
reduzidas e tendo como objetivo uma qualidade semelhante ao sistema público
de telefonia analógica.
A compressão de sinais é baseada em técnicas de processamento que retiram
informações redundantes, previsíveis ou inúteis. A compressão pode acontecer
com ou sem perda de informação. Tudo depende da degradação que se admite
para o sinal e do fator de compressão que se deseja atingir. As duas principais
técnicas são:
• Codificação da forma de onda (ou não-paramétrica): Esta classe de
métodos aborda o problema de codificação de voz de uma forma direta.
A idéia é codificar o sinal de voz de forma a se obter um sinal
reproduzido cuja forma de onda se assemelhe ao máximo à do sinal
original. A codificação da forma de onda é utilizada quando uma
qualidade elevada do sinal é exigida. Dentro dessa categoria, se
encontram os métodos mais simples de codificação digital de voz. São
exemplos o PCM (Pulse Code Modulation) e o ADPCM (Adaptive
Differencial Pulse Code Modulation).
• Codificação da fonte (ou paramétrica): Explora as características de
geração da fonte de voz. Envia somente informações paramétricas
sobre a excitação original de voz e o formato do trato vocal, o que requer
menos banda ao transmitir. São chamados de paramétricos, pois
modelam a fonte emissora de voz e transmitem seus parâmetros, e não
a voz propriamente dita. São exemplos o LPC (Linear Predictive
Coding), o CELP (Code Excited Linear Prediction) e o MP-MLQ
(Multipulse-Multilevel Quantization).
Segundo Dias (2005), a tecnologia de codificação/decodificação (codec) de voz
avançou muito nos últimos anos graças aos avanços nas arquiteturas dos
processadores digitais de sinal e às pesquisas do funcionamento da fala
humana. As codificações mais usadas são:
• GSM: Nesse algoritmo, amostra-se uma janela de 20 ms da voz, que é
dividida em 40 amostras. São feitas interações sucessivas até se obter
expressões que minimizem o erro em relação ao sinal original. Ao final
do processo obtém-se uma seqüência de parâmetros numa taxa de
13kbps.
• G.711: Descreve a codificação de voz PCM a 64 kbps. A voz codificada
com G.711 já é o formato digital de voz para entrega na rede pública de
telefones ou mesmo em PBXs.
• G.723.1: Aceita um bloco de 240 amostras (30 ms de voz) e utiliza a
codificação preditiva com o objetivo de reduzi-las a 24 ou 20 bytes. Esse
algoritmo oferece uma taxa de saída de 6,4 kbps ou 5,3 kbps,
respectivamente, com pequena perda na qualidade percebida.
• G.729: Descreve codificação CELP, permitindo que a voz seja codificada
na taxa de 8 kbps. A qualidade apresentada é boa.
Em testes, percebeu-se que quanto menor a taxa de bits, menor é a qualidade
do som ouvido.
4. ESTUDO DE CASO
O estudo do tráfego telefônico da UFES foi dividido em duas partes. Na
primeira, foi feito o cálculo do número de canais de comunicação de voz
necessários ao atendimento do tráfego através da teoria das filas de Erlang,
usando-se a fórmula B de Erlang. Na segunda parte, esse cálculo é feito
usando-se os dados do tráfego telefônico dos campi da UFES, com o auxílio do
software de banco de dados MySQL, do software SciLab e de um programa
computacional desenvolvido pelo aluno de mestrado Thomaz Rodrigues
Botelho e adaptado para o contexto deste trabalho, que calcula o bloqueio
exato e o número de canais de voz mais próximo do número ótimo, ou seja,
que atende ao tráfego sem superdimensionamento.
4.1. Cálculo do Número de Canais de Voz Usando-se a
Fórmula B de Erlang
O cálculo do número de canais de voz foi feito considerando o tráfego de cada
ramal da UFES como de 0,15 Erlang para outros campi e de 0,2 Erlang para
fora da UFES, com 1% de bloqueio. Na tabela 4.1, há os dados considerados
por unidade da UFES.
Tabela 4.1 Dados para o Cálculo do Número de Canais de Voz
Unidade Nº de ramais
Tráfego por ramal
(Erlang) para outros campi
da UFES
Tráfego por ramal
(Erlang) para fora da UFES
Bloqueio considerado
Campus Goiabeiras 1363 0,15 0,2 1%
Campus Maruípe 452 0,15 0,2 1%
Campus Alegre 120 0,15 0,2 1%
Campus São Mateus 98 0,15 0,2 1%
Foi feito um programa em SciLab que calcula o número de canais de voz,
dados o tráfego e a porcentagem de bloqueio, baseado na fórmula B de Erlang.
Esse programa é mostrado a seguir:
a=0.2; tráfego p=0.01; bloqueio x=1; for (n=1:1000) if ((a^n/factorial(n))/(x+(a^n/factorial(n))) <= p) then mprintf('%d',n); imprime na tela o número de canais necessários break; else x=x+(a^n/factorial(n)); n=n+1; end end
Com isso, calculou-se o número de canais de voz necessários para atender a
cada local da tabela acima. Os resultados são mostrados na tabela 4.2.
Tabela 4.2 Número de Canais de Voz por Campus
Unidade Número de canais para comunicação
entre campi
Número de canais para comunicação para fora
da UFES Campus Goiabeiras 171 171
Campus Maruípe 83 107 Campus Alegre 28 35
Campus São Mateus 24 30
4.2. Cálculo do Número de Canais de Voz Utilizando-se o
Tráfego Real
Os dados de todas as ligações feitas pelos campi Goiabeiras, Alegre e São
Mateus durante três, dois e quatro meses, respectivamente, foram
conseguidas. Então, uma análise mais detalhada pode ser feita.
A seguir, são apresentados os dados resumidos das ligações nas tabelas 4.3,
4.4 e 4.5.
Campus Goiabeiras:
Tabela 4.3 Resumo das Ligações do Campus Goiabeiras
Mês Abril de 2007 Setembro de 2006 Agosto de 2006
Total de ligações 193562 241321 190344
Total de horas de ligação 4020,89 4857,39 3830,48
Ligações locais 109292 144978 112737 % do total de
ligações 56,47% 60,08% 59,23%
Nº de horas de ligações locais 2456,71 3027,58 2389,62
% do total de horas 61,1% 62,33% 62,38%
Ligações interurbanas 15027 18415 15446
% do total de ligações 7,76% 7,63% 8,11%
Nº de horas de ligações
interurbanas 332,4 358,3 298,58
% do total de horas 8,27% 7,38% 7,79%
Ligações internacionais 178 780 395
% do total de ligações 0,09% 0,32% 0,21%
Nº de horas de ligações
internacionais 5,26 14,56 9,71
% do total de horas 0,13% 0,3% 0,25%
Ligações para celular 69065 77148 61766
% do total de ligações 35,68% 31,97% 32,45%
Nº de horas de ligações para
celular 1226,52 1456,95 1132,57
% do total de horas 30,5% 29,99% 29,58%
Campus Alegre:
Tabela 4.4 Resumo das Ligações do Campus Alegre
Mês Novembro de 2006 Agosto de 2006
Total de ligações 14254 10089
Total de horas de ligação 411,43 267,98
Ligações locais 4068 2816 % do total de
ligações 28,53% 27,92%
Nº de horas de ligações locais 97,51 71,32
% do total de horas 23,8% 26,6%
Ligações interurbanas 5175 3803
% do total de ligações 36,31% 37,69%
Nº de horas de ligações
interurbanas 174,23 121,02
% do total de horas 42,35% 45,19%
Ligações internacionais 1 0
% do total de ligações 0,01% 0%
Nº de horas de ligações
internacionais 0 0
% do total de horas 0% 0%
Ligações para celular 5010 3470
% do total de ligações 35,15% 34,39%
Nº de horas de ligações para
celular 139,69 75,64
% do total de horas 33,85% 28,21%
Campus São Mateus:
Tabela 4.5 Resumo das Ligações do Campus São Mateus
Mês Novembro de 2006 Maio de 2006 Abril de 2006 Março de
2006 Total de ligações 1556 1938 1651 1565
Total de horas de ligação 37,84 37,47 36,2 32,59
Ligações locais 431 498 466 354 % do total de
ligações 27,7% 25,7% 28,23% 22,62%
Nº de horas de ligações locais 8,14 8,63 9,94 10,33
% do total de horas 21,52% 23,03% 27,45% 31,7%
Ligações interurbanas 692 868 796 1071
% do total de ligações 44,47% 44,79% 48,21% 68,43%
Nº de horas de ligações
interurbanas 16,95 14,14 15,3 16,97
% do total de horas 44,79% 37,74% 42,27% 52,07%
Ligações internacionais 0 1 1 0
% do total de ligações 0% 0,05% 0,06% 0%
Nº de horas de ligações
internacionais 0 0 0 0
% do total de horas 0% 0% 0% 0%
Ligações para celular 433 571 388 140
% do total de ligações 27,83% 29,46% 23,5% 8,95%
Nº de horas de ligações para
celular 12,75 14,7 10,96 5,29
% do total de horas 33,69% 39,23% 30,28% 16,23%
Analisando-se esses dados, pode-se perceber que, no campus de Goiabeiras,
a maioria das ligações são feitas de fixo para celular e de fixo para fixo local.
No campus Alegre e São Mateus, esse perfil muda, sendo a maioria das
ligações feitas de fixo para fixo interurbano e fixo para celular.
4.2.1. Cálculo da Distribuição de Tráfego
Sendo possível a comunicação via rede de dados entre os campi da UFES, as
ligações entre eles que antes eram locais ou interurbanas sairão a custo zero,
ligações interurbanas para locais próximos a algum campus podem passar pela
rede de dados e sair na rede telefônica perto do telefone de destino, o que
transforma essas ligações em locais. Ligações para celulares interurbanas
próximos a algum campus da UFES podem passar pela rede de dados, saindo
no tronco de saída de celular próximo ao telefone de destino, transformando
essa ligação em local.
Com isso, percebe-se que pode haver uma grande economia no custo das
ligações. A análise a seguir mostra as ligações atualmente e como ficarão
depois da implantação do projeto.
Para isso, o pior caso, ou seja, o mês com mais horas de ligação de cada
campus foi escolhido: São mateus – Maio/2006, Goiabeiras – Setembro/2006 e
Alegre – Novembro/2006.
Goiabeiras – Setembro/2006:
144978 ligações locais (3027,58 horas) continuam sendo locais e saem pelo
tronco de saída local do campus de Goiabeiras.
992 ligações para celulares com DDD 28 (23,78 horas) passam pela rede de
dados e saem no tronco de saída de celular de área 28 (campus Alegre).
Então, essas ligações passam de interurbanas para locais.
73089 ligações para celulares com DDD 27 (1356,81 horas) continuam sendo
locais e saem pelo tronco de saída de celular do campus de Goiabeiras.
3067 ligações para celulares de outros estados (76,36 horas) continuam sendo
interurbanas e saem pelo tronco de saída de celular do campus de Goiabeiras.
780 ligações internacionais (14,56 horas) continuam sendo internacionais e
saem pelo tronco de saída interurbano do campus de Goiabeiras.
16009 ligações interurbanas (327,4 horas) são para municípios diferentes
daqueles que contém campi. Então, elas continuam sendo interurbanas e saem
pelo tronco de saída interurbano do campus de Goiabeiras.
1037 ligações (15,11 horas) para a UFES de Alegre passam pela rede de
dados, passando de interurbanas para custo zero.
55 ligações (0,8 hora) feitas para o município de Alegre passam pela rede de
dados e saem pelo tronco de saída local do campus de Alegre. Então, essas
ligações passam de interurbanas para locais.
1249 ligações (14,24 horas) para a UFES de São Mateus passam pela rede de
dados, passando de interurbanas para custo zero.
65 ligações (0,75 hora) feitas para o município de São Mateus passam pela
rede de dados e saem pelo tronco de saída local do campus de São Mateus.
Então, essas ligações passam de interurbanas para locais.
Alegre – Novembro/2006:
4068 ligações locais (97,51 horas) continuam sendo locais e saem pelo tronco
de saída local do campus de Alegre.
1186 ligações para celulares com DDD 27 (35,58 horas) passam pela rede de
dados e saem no tronco de saída de celular de área 27 (campus Goiabeiras).
Então, essas ligações passam de interurbanas para locais.
3372 ligações para celulares com DDD 28 (84,71 horas) continuam sendo
locais e saem pelo tronco de saída de celular do campus de Alegre.
452 ligações para celulares de outros estados (19,4 horas) continuam sendo
interurbanas e saem pelo tronco de saída de celular do campus de Alegre.
1 ligação internacional (0 hora) continua sendo internacional e sai pelo tronco
de saída interurbano do campus de Alegre.
3438 ligações interurbanas (117,75 horas) são para municípios diferentes
daqueles que contém campi. Então, elas continuam sendo interurbanas e saem
pelo tronco de saída interurbano do campus de Alegre.
1034 ligações (29,77 horas) para a UFES de Goiabeiras passam pela rede de
dados, passando de interurbanas para custo zero.
666 ligações (25,43 horas) feitas para o município de Vitória passam pela rede
de dados e saem pelo tronco de saída local do campus de Goiabeiras. Então,
essas ligações passam de interurbanas para locais.
37 ligações (1,28 hora) feitas para a UFES de São Mateus passam pela rede
de dados, passando de interurbanas para custo zero.
São Mateus – Maio/2006:
498 ligações locais (8,63 horas) continuam sendo locais e saem pelo tronco de
saída local do campus de São Mateus.
9 ligações para celulares com DDD 28 (0,1 hora) passam pela rede de dados e
saem no tronco de saída de celular de área 28 (campus Alegre). Então, essas
ligações passam de interurbanas para locais.
530 ligações para celulares com DDD 27 (13,5 horas) continuam sendo locais e
saem pelo tronco de saída de celular do campus de São Mateus.
32 ligações para celulares de outros estados (1,1 horas) continuam sendo
interurbanas e saem pelo tronco de saída de celular do campus de São
Mateus.
1 ligação internacional (0 hora) continua sendo internacional e sai pelo tronco
de saída interurbano do campus de São Mateus.
623 ligações (8,35 horas) para a UFES de Goiabeiras passam pela rede de
dados, passando de interurbanas para custo zero.
66 ligações (2,23 horas) feitas para o município de Vitória passam pela rede de
dados e saem pelo tronco de saída local do campus de Goiabeiras. Então,
essas ligações passam de interurbanas para locais.
179 ligações interurbanas (3,56 horas) são para municípios diferentes daqueles
que contém campus. Então, elas continuam sendo interurbanas e saem pelo
tronco de saída interurbano do campus de São Mateus.
Juntando esses dados em uma tabela, equivalendo a um mês, considerando
número de ligações, tem-se a tabela 4.6.
Tabela 4.6 Distribuição de Tráfego em Número de Ligações
Campus Goiabeiras Alegre São Mateus Nº de ligações que entram na rede de dados
3575 2093 1351
Nº de ligações que saem da
rede de dados 3398 2923 698
Nº de ligações que saem pelo tronco de saída
local 145710 4123 563
Nº de ligações que saem pelo tronco de saída
interurbano 16789 3439 180
Nº de ligações que saem pelo tronco de saída
de celular 77342 4825 562
Agora, considerando o número de horas de ligações, tem-se a tabela 4.7.
Tabela 4.7 Distribuição de Tráfego em Horas de Ligações
Campus Goiabeiras Alegre São Mateus Total de horas
de ligações que entram na rede
de dados 101,36 39,79 16,27
Total de horas de ligações que saem da rede de
dados 54,68 92,06 10,68
Total de horas de ligações que
saem pelo tronco de saída
local
3055,24 98,31 9,38
Total de horas de ligações que
saem pelo tronco de saída
interurbano
341,96 117,75 3,56
Total de horas de ligações que
saem pelo tronco de saída
de celular
1468,75 127,99 14,6
Calculando-se a hora de maior movimento (HMM) do mês, e somando as
durações das ligações dessa hora, tem-se o tráfego em Erlangs na tabela 4.8.
Tabela 4.8 Distribuição do Tráfego Total na HMM em Erlangs
Campus Goiabeiras Alegre São Mateus Tráfego
entrando na rede de dados
1,73 1,12 0,83
Tráfego saindo da rede de
dados 1,3 1,73 0,67
Tráfego saindo pelo tronco de
saída local 31,27 1,87 0,85
Tráfego saindo pelo tronco de
saída interurbano
5,73 1,92 0,52
Tráfego saindo pelo tronco de
saída de celular 13,1 2,08 0,63
4.2.1.1. Economia
O tarifador atual da UFES não forneceu corretamente os valores das ligações
feitas. Mas, o valor pago pela UFES pelo minuto de cada tipo de ligação foi
conseguido. Os valores encontram-se a seguir:
• Ligação fixo para fixo local – R$ 0,10
• Ligação fixo para fixo interurbano – R$ 0,45
• Ligação fixo para fixo internacional – R$ 1,68
• Ligação fixo para celular local – R$ 0,34
• Ligação fixo para celular interurbano – R$0,85
Com isso, pode-se fazer a comparação dos valores pagos antes e depois do
projeto. Essa comparação está feita nas tabelas 4.9, 4.10 e 4.11.
Goiabeiras:
Tabela 4.9 Custo das Ligações Antes e Depois do Projeto para Campus Goiabeiras
Tipos de ligações Antes % do total Depois % do total
Fixo para fixo local R$ 18165,48 29,26% R$ 18165,48 30,01%
Fixo para fixo interurbano
para o campus de Alegre
R$ 407,97 0,66% R$ 0,00 0%
Fixo para fixo interurbano
para o município de
Alegre
R$ 21,60 0,04% R$ 4,80 0,01%
Fixo para fixo interurbano
para o campus de São Mateus
R$ 384,48 0,62% R$ 0,00 0%
Fixo para fixo interurbano
para o município de São Mateus
R$ 20,25 0,03% R$ 4,50 0,01%
Fixo para fixo interurbano para outras localidades
R$ 8839,80 14,24% R$ 8839,80 14,60%
Fixo para fixo internacional R$ 1467,65 2,36% R$ 1467,65 2,42%
Fixo para celular área 27 R$ 27678,92 44,58% R$ 27678,92 45,72%
Fixo para celular área 28 R$ 1212,78 1,94% R$ 485,11 0,8%
Fixo para celular outras
áreas R$ 3894,36 6,27% R$ 3894,36 6,43%
Total R$ 62093,29 100% R$ 60540,62 100% Economia Economia de R$ 1552,67 = economia de 2,5%
Alegre:
Tabela 4.10 Custo das Ligações Antes e Depois do Projeto para Campus Alegre
Tipos de ligações Antes % do total Depois % do total
Fixo para fixo local R$ 585,06 6,40% R$ 585,06 8,11%
Fixo para fixo interurbano
para o campus de Goiabeiras
R$ 803,79 8,78% R$ 0,00 0%
Fixo para fixo interurbano
para o município de
Vitória
R$ 11,45 0,13% R$ 2,54 0,04%
Fixo para fixo interurbano
para o campus de São Mateus
R$ 34,56 0,38% R$ 0,00 0%
Fixo para fixo interurbano
para o município de São Mateus
R$ 0,00 0% R$ 0,00 0%
Fixo para fixo interurbano para outras localidades
R$ 3179,25 34,76% R$ 3179,25 44,09%
Fixo para fixo internacional R$ 0,00 0% R$ 0,00 0%
Fixo para celular área 27 R$ 1814,58 19,84% R$ 725,83 10,07%
Fixo para celular área 28 R$ 1728,08 18,89% R$ 1728,08 23,97%
Fixo para celular outras
áreas R$ 989,40 10,82% R$ 989,40 13,72%
Total R$ 9146,17 100% R$ 7210,16 100% Economia Economia de R$ 1936,01 = economia de 21,17%
São Mateus:
Tabela 4.11 Custo das Ligações Antes e Depois do Projeto para Campus São Mateus
Tipos de ligações Antes % do total Depois % do total
Fixo para fixo local R$ 51,78 6,73% R$ 51,78 10,46
Fixo para fixo interurbano
para o campus de Goiabeiras
R$ 225,45 29,27% R$ 0,00 0%
Fixo para fixo interurbano
para o município de
Vitória
R$ 60,21 7,82% R$ 13,38 2,7%
Fixo para fixo interurbano
para o campus de Alegre
R$ 0,00 0% R$ 0,00 0%
Fixo para fixo interurbano
para o município de
Alegre
R$ 0,00 0% R$ 0,00 0%
Fixo para fixo interurbano para outras localidades
R$ 96,12 12,48% R$ 96,12 19,43%
Fixo para fixo internacional R$ 0,00 0% R$ 0,00 0%
Fixo para celular área 27 R$ 275,40 35,76% R$ 275,40 55,66%
Fixo para celular área 28 R$ 5,10 0,66% R$ 2,04 0,41%
Fixo para celular outras
áreas R$ 56,10 7,28% R$ 56,10 11,34%
Total R$ 770,16 100% R$ 494,82 100% Economia Economia de R$ 275,34 = economia de 35,75%
Na Tabela 4.12 encontra-se a economia de cada campus e a economia total.
Tabela 4.12 Economia Total
Total pago antes do projeto
Total pago depois do
projeto Economia % de
economia
Campus Goiabeiras R$ 62093,29 R$ 60540,62 R$ 1552,67 2,5%
Campus Alegre R$ 9146,17 R$ 7210,16 R$ 1936,01 21,17%
Campus São Mateus R$ 770,16 R$ 494,82 R$ 275,34 35,75%
Total R$ 72009,62 R$ 68245,60 3764,02 5,23%
O projeto não proporciona a diminuição dos custos das ligações de fixo para
fixo local e de fixo para celular local. Como a maioria das ligações do campus
de Goiabeiras são desses tipos, a economia foi pequena.
Já a maioria das ligações do campus Alegre e do campus São Mateus são para
o campus Goiabeiras e para celulares de Vitória. Como o projeto diminui o
custo dessas ligações, a economia desses campus foi maior.
4.2.2. Cálculo do Número de Canais
Calculando-se o número de ligações simultâneas em cada minuto de cada hora
de cada dia do mês, e considerando o pior caso, pode-se determinar o número
de canais necessários para atender a tais ligações.
O resultado encontra-se nas tabelas do Anexo. As células em amarelo
mostram a porcentagem do tempo de uma hora em que há cada número de
ligações simultâneas.
5. RESULTADOS OBTIDOS
Na tabela 5.1, é mostrado o número de canais necessários para suprir a
demanda de ligações. Esses valores foram obtidos através das tabelas do
Anexo,com o número de ligações simultâneas ocorridas em cada hora do dia.
O número de canais tem que ser suficiente para atender a quase a totalidade
das ligações simultâneas.
Tabela 5.1 Número de Canais Calculado com o Tráfego Real
Campus Goiabeiras Campus Alegre Campus São
Mateus Nº de canais de entrada VOIP 6 canais 8 canais 5 canais
Nº de canais de saída VOIP 8 canais 7 canais 5 canais
Nº de canais do tronco de saída
local 50 canais 7 canais 5 canais
Nº de canais do tronco de saída
interurbano 13 canais 7 canais 3 canais
Nº de canais do tronco de celular 24 canais 8 canais 3 canais
Total 101 canais 37 canais 21 canais
Com o tráfego real em Erlangs e o número de canais exato, pode-se calcular
através da fórmula B de Erlang, a porcentagem de bloqueio exata. A tabela 5.2
mostra o tráfego real em Erlangs baseado na HMM.
Como os dados do campus de Maruípe não foram conseguidos, pode-se
estimá-los, considerando o tráfego por ramal desse campus igual ao tráfego
por ramal do campus de Goiabeiras.
Tabela 5.2 Distribuição de Tráfego Total em Erlangs na HMM
Goiabeiras Alegre
São Mateus
Maruípe Estimado
Tráfego de entrada VOIP 1,73 1,12 0,83 0,57
Tráfego de saída VOIP 1,3 1,73 0,67 0,43
Tráfego do tronco de
saída local 31,27 1,87 0,85 10,37
Tráfego do tronco de
saída interurbano
5,73 1,92 0,52 1,9
Tráfego do tronco de
celular 13,1 2,08 0,63 4,34
E a tabela 5.3 mostra a porcentagem de bloqueio exata calculada.
Tabela 5.3 Porcentagem Exata de Bloqueio
Campus Goiabeiras Campus Alegre Campus São
Mateus Porcentagem de
bloqueio da entrada VOIP
0,6615% 0,0020% 0,1432%
Porcentagem de bloqueio da saída VOIP
0,0055% 0,1632% 0,0576%
Porcentagem de bloqueio do
tronco de saída local
0,0493% 0,2447% 0,1581%
Porcentagem de bloqueio do
tronco de saída interurbano
0,3752% 0,2800% 1,3961%
Porcentagem de bloqueio do
tronco de celular0,2155% 0,1086% 2,2284%
Como as porcentagens de bloqueio exato são pequenas, somente umas
poucas ligações não serão completadas.
Uma outra análise pode ser feita. Usando-se o tráfego total da HMM e 1% de
bloqueio, pode-se calcular o número de canais necessários para atender ao
tráfego, utilizando-se a fórmula B de Erlang. O resultado encontra-se na tabela
5.4.
Tabela 5.4 Número de Canais Calculado com o Tráfego Real e 1% de Bloqueio
Campus Goiabeiras
Campus Alegre
Campus São Mateus
Campus Maruípe
Estimado Nº de canais de entrada
VOIP 6 canais 5 canais 4 canais 4 canais
Nº de canais de saída
VOIP 5 canais 6 canais 4 canais 3 canais
Nº de canais do tronco de saída local
43 canais 6 canais 4 canais 18 canais
Nº de canais do tronco de
saída interurbano
12 canais 7 canais 4 canais 6 canais
Nº de canais do tronco de
celular 22 canais 7 canais 4 canais 10 canais
Total 88 canais 31 canais 20 canais 41 canais
CONCLUSÃO
Percebe-se que o número de canais calculado baseado no tráfego real, nas
tabelas 5.1 e 5.4 é bem aquém ao número de canais calculado usando-se a
fórmula de Erlang na tabela 4.2. Isso ocorreu porque as considerações feitas
para cálculo através da fórmula de Erlang foram um pouco exageradas,
superdimensionando o resultado.
Os números de canais calculados nas tabelas 5.1 e 5.4 são bem semelhantes
entre si e condizem com a realidade. A diferença se dá, principalmente, devido
à porcentagem de bloqueio, que, no caso da tabela 5.4, é relativamente maior,
resultando em um número de canais um pouco menor.
Em trabalhos futuros, não será preciso fazer o cálculo dos canais de voz
através do número de ligações simultâneas, o que demanda muito trabalho e a
montagem de vários tabelas, pois o cálculo dos canais considerando-se a HMM
e 1% de bloqueio, usando-se a fórmula B de Erlang, demanda muito menos
esforço e chega a um resultado muito semelhante ao anterior.
Com o número de canais exato calculado, pode haver licitações junto às
empresas de telefonia para se obter um menor custo de ligação. E, com o
sistema implantado, além de economia no custo das ligações, também haverá
a possibilidade de fazer vídeo-conferências entre os campi, e mesmo entre
prédios de um campus, pois o protocolo SIP suporta esse tipo de tecnologia.
Para haver uma diminuição considerável no custo de ligações de fixo para
celular, pode-se implantar uma configuração baseada em operadoras.
Calculando-se o tráfego para cada operadora de celular na HMM, pode-se
obter o número de gateways de celular necessários para atender às ligações
para cada operadora. Como em ligações entre celulares de mesma operadora
o custo da ligação é menor, haverá uma grande economia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TANENBAUM, A. S. Redes de Computadores. Rio de Janeiro: Campus, 2003, 4 ed.
KUROSE, J. F. e ROSS, K. W. Redes de Computadores e a Internet: uma abordagem top-down. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2007, 3 ed.
BOTELHO, T. R. Teoria de Tráfego Telefônico. Vitória: Artigo, 2006.
FRINHANI, R. M. D. Projeto de Reestruturação do Gerenciamento e Otimização da Rede Computacional da Universidade Federal de Lavras. Lavras: Monografia de Graduação, 2005.
DIAS, A. M. Transmissão de Voz sobre IP com Taxas Variáveis. Rio de Janeiro: Projeto de Graduação, 2005.
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FERREIRA, A. P. Voz. Disponível em <http://www.dei.unicap.br/~almir>. Acesso em 27 de julho de 2007.
Anexo
As tabelas do Anexo encontram-se no arquivo Anexo.xls