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Análise Financeira Professor Eduardo Garcia 2013 / I

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Análise Financeira

Professor Eduardo Garcia2013 / I

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Introdução a finanças• Imagine uma empresa que não precisasse se preocupar com dinheiro. Seria uma

maravilha, não? Você conhece alguma empresa assim?

• Quem pensou em uma Instituição Pública passou perto de acertar mas, mesmo assim, errou. Até as Instituições Públicas precisam controlar o próprio dinheiro.

• Quando olhamos para nossa vida a situação fica mais clara ainda. Quem é que ainda não conheceu alguém que é descontrolado no uso do próprio dinheiro? Eu conheço um montão de pessoas assim.

• As operações financeiras são baseadas na soma, subtração, multiplicação e divisão, salvo raras exceções. Estou dizendo aqui que o controle da vida financeira é matematicamente simples. Assim mesmo, a maioria das pessoas e empresas não é capaz de controlar sua vida financeira. Isso parece incrível, mas não é. Nos anos que venho trabalhando na área gestão financeira, tanto para empresas, quanto para pessoas, tenho observado a dificuldade que muitos tem de lidar com o próprio dinheiro.

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1. Finanças, economia e contabilidade• Antes de entrar em temas específicos de finanças, faz-se

necessária uma reflexão. A maioria das pessoas confunde questões financeiras com questões econômicas ou contábeis.

• Uma empresa compra canetas especiais para quadros de sala de aula na China. Somados todos os gastos com a compra, importação, seguros, frete e impostos, o valor do custo é de R$ 0,80 por unidade. No mercado nacional estas canetas são vendidas por R$ 2,00 cada uma.

• Um cliente faz a seguinte proposta: comprar 1.000.000 (um milhão!!!) de canetas mensalmente.

• A grande questão é: este é um bom negócio?

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1. Finanças, economia e contabilidade

• Caso você olhe apenas pelo lado econômico da questão é um ótimo negócio! O lucro da operação é de 60% das vendas. Caso você venda 1.000.000 de canetas a R$ 2,00 cada uma, a sua receita (neste caso igual ao faturamento, temos que começar a nos acostumar com os termos corretos) será de R$ 2.000.000,00 e o custo (R$ 0,80 por unidade x 1.000.000 de unidades) será de R$ 800.000,00. O lucro é de R$ 1.200.000,00 na operação (mensalmente). É ou não é um bom negócio?

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1. Finanças, economia e contabilidade• Caso você tenha respondido afirmativamente, a sua resposta não é

completa. O que se espera como resposta de um gestor financeiro em uma situação como esta é um grande DEPENDE. Depende de quê? Dos prazos.

• Imaginemos o seguinte, o prazo de pagamento para os custos é de 0 dias (quer dizer, tudo à vista) e o prazo de recebimento das vendas é de 6 meses. Qual é o resultado desta operação?

• Durante os primeiros 6 meses você desembolsará 6 x R$ 800.000,00 = R$ 4.800.000,00.

• Após este período você começará a receber R$ 2.000.000,00 de reais ao mês e continuará gastando R$ 800.000,00 caso continue no negócio. Isso quer dizer que você demorará mais 4 meses para não ter nenhuma dívida.

• A tabela abaixo nos mostra os dados deste fluxo de dinheiro

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Mês Entradas de Caixa Saídas de Caixa Saldo Saldo Acumulado

00 R$ 0,00 R$ 800.000,00 (R$ 800.000,00) (R$ 800.000,00)

01 R$ 0,00 R$ 800.000,00 (R$ 800.000,00) (R$ 1.600.000,00)

02 R$ 0,00 R$ 800.000,00 (R$ 800.000,00) (R$ 2.400.000,00)

03 R$ 0,00 R$ 800.000,00 (R$ 800.000,00) (R$ 3.200.000,00)

04 R$ 0,00 R$ 800.000,00 (R$ 800.000,00) (R$ 4.000.000,00)

05 R$ 0,00 R$ 800.000,00 (R$ 800.000,00) (R$ 4.800.000,00)

06 R$ 2.000.000,00 R$ 800.000,00 R$ 1.200.000,00 (R$ 3.600.000,00)

07 R$ 2.000.000,00 R$ 800.000,00 R$ 1.200.000,00 (R$ 2.400.000,00)

08 R$ 2.000.000,00 R$ 800.000,00 R$ 1.200.000,00 (R$ 1.200.000,00)

09 R$ 2.000.000,00 R$ 800.000,00 R$ 1.200.000,00 R$ 0,00

10 R$ 2.000.000,00 R$ 800.000,00 R$ 1.200.000,00 R$ 1.200.000,00

11 R$ 2.000.000,00 R$ 800.000,00 R$ 1.200.000,00 R$ 2.400.000,00

12 R$ 2.000.000,00 R$ 800.000,00 R$ 1.200.000,00 R$ 3.600.000,00

Tabela 1: Fluxo de Caixa

Adaptado de Bressiani, Carlo Enrico Dr, 2007

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Importante !!

• Um negócio pode ser economicamente viável e financeiramente inviável. O contrário não é de modo algum verdadeiro. Um negócio economicamente inviável só será financeiramente viável por um curto período de tempo, após isso a falência é certa.

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1. Finanças, economia e contabilidade

• Porém você deve estar questionando, eles venderam 13 vezes (do mês 0 ao mês 12) com R$ 1.200.000,00 de lucro por mês. Portanto deveria existir os R$ 15.600.000,00 (13 x 1.200.000) no fim do período como dinheiro no caixa?

• A resposta justifica a importância do Balanço, e não apenas da DRE como demonstrativo financeiro. Como ficaria o balanço no mês 12?

ATIVO PASSIVO

Circulante Caixa R$ 3.600.000,00

Clientes à receber R$ 12.000.000,00

Patrimônio Líquido Lucros e Prejuízos Acumulados R$ 15.600.000,00

Fonte: O autor

Conforme você pode observar acima eles realmente “possuem” os R$ 15.600.000,00. R$ 3.600.000,00 estão em poder da empresa e R$ 12.000.000,00 são valores a receber do cliente.

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1. Finanças, economia e contabilidade

• Como você pode observar no exemplo, o comportamento do dinheiro no decorrer do tempo é de extrema importância para o bom andamento da empresa. O que nós tratamos neste exemplo não foi à inviabilidade do negócio e sim a necessidade de se conseguir o montante de R$ 4.800.000,00 no início do quinto mês para dar sustentação ao caixa. Caso a empresa tenha capacidade de financiar-se, seja com capital próprio ou de terceiros, e o custo deste financiamento seja menor que o lucro obtido na operação, o negócio é viável. Caso contrário, melhor nem começar.

• O estudo econômico é, portanto, o cálculo de tudo que se gasta e tudo que se ingressa em relação a um negócio, não importando os prazos nem a necessidade de financiamento.

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1. Finanças, economia e contabilidade

• O estudo financeiro é a tradução destas ações no decorrer do tempo, tentando antever os movimentos (sobras e falta de caixa) e buscar formas de financiamento (nos momentos que faltam recursos) e aplicações (nos momentos que sobram recursos) para que no fim do período o resultado econômico esperado seja alcançado.

• A análise econômica é imprescindível para a consecução de qualquer atividade, porém ela sempre deve ser acompanhada da análise financeira, isto é, dos prazos de pagamento, estoques e recebimentos, da possibilidade de inadimplência e da capacidade de encontrar recursos para cobrir os “furos de caixa”. Aqui citamos alguns dos fatores que devem ser controlados, porém há muitos outros que veremos no decorrer dos nossos encontros.

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Importante

• Capital próprio é todo o capital que os proprietários da empresa nela colocaram ou deixaram de retirar. Explico. As maneiras de colocar capital em uma empresa são na abertura dela, onde os sócios colocam o Capital Social, ou em algum outro momento, quando a empresa necessita de capital e os sócios injetam mais capital na empresa. Quando a empresa lucra e os sócios não retiram todos os lucros, na verdade, eles estão mantendo o capital, que por direito seria deles, na empresa. As reaplicações do lucro também fazem parte do capital próprio.

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Gestão Econômica x Gestão Financeira

Gestão Financeira # Gestão Econômica

A empresa Marte S/A. realizou as seguintes operações em 2007:

- Compra de mercadorias para a revenda por R$ 110.000, tendo pago, no decorrer do exercício, 90% do total.

- Vendas faturadas de produtos, no valor de R$ 200.000, com recebimento, no exercício, de 80% do total.

- Compra de matérias-primas financiadas, por R$ 120.000, tendo pago, no decorrer do exercício, 70% do

total.

- Venda de equipamentos, faturada, por R$ 60.000, a ser paga no decorrer do exercício seguinte.

O quadro abaixo, reflete as visões do contador e do gestor financeiro.

Demonstração de Resultados Demonstração de Resultados

(Visão do Contador) (Visão do Gestor Financeiro)

(+) Venda de Produtos 200.000 (+) Recebimento de Vendas de Produtos 160.000

(+) Venda de Equipamentos 60.000 (=) Total das Receitas 160.000

(=) Total de Vendas 260.000 (-) Pagamento compra de M.Primas 84.000

(-) Compras de Matérias-Primas 120.000 (-) Pagamento compra de Equipamentos 90.000

(-) Compra de Mercadorias 110.000 (=) Total das Despesas 174.000

(=) Custo Total 230.000

Lucro no período 30.000 Fluxo de Caixa Líquido (14.000)

Exemplo 2

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• Aqui você pode observar claramente a diferença entre a visão econômica e a visão financeira. Enquanto existe lucro na operação, olhando-se apenas sob uma das óticas, o caixa fica negativo pela outra.

Agora que já entendemos a diferença da face econômica e da face financeira da empresa, vamos trabalhar um pouco as questões contábeis.

• A área financeira de qualquer empresa faz uso intensivo das informações geradas pela área contábil. A contabilidade sempre trabalha tentando organizar a informação passada, enquanto os financeiros precisam, com base na informação disponível, tomar decisões para o futuro da empresa. A menor velocidade com que a informação contábil se consolida é consequência direta das implicações legais desta informação.

• As informações contábeis são, em maior ou menor grau, públicas, enquanto as informações financeiras, em geral, são internas à empresa.

1. Finanças, economia e contabilidade

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• Como você pode observar no exemplo das canetas, há uma grande diferença entre o regime de caixa e de competência. Para simplificar o aprendizado, dizemos que há diferença entre vender e receber pela venda (você já deve ter ouvido isso!!!). O regime de competência é a análise econômica. Dizendo de outra forma, o importante é saber a que se refere o gasto ou a receita, não importando o momento no tempo em que isso é pago ou recebido. Pelo regime de competência o resultado mensal do nosso primeiro exemplo é de R$ 1.200.000,00.

• Já pelo regime de caixa, o que se analisa é o momento em que o dinheiro entra ou sai do caixa. A descrição do regime de caixa do exemplo é a tabela 01. Em uma empresa, o regime de caixa dificilmente traduz, naquele momento, o resultado econômico. Há momentos que há sobra de caixa sem que haja resultado econômico positivo (lucro), como há momentos em que o caixa é negativo e o resultado econômico é positivo (vide nosso exemplo).

2. Regime de Caixa X Regime de Competência

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• Também pode ocorrer a coincidência dos dois positivamente (sonho de qualquer financeiro, trabalhar com lucro e dinheiro em caixa) ou dos dois negativos (pode ser hora de abandonar o negócio).

• A problemática associada ao trabalho de um gestor financeiro é o equilíbrio entre a face econômica (que deve ser sempre analisada) e a gestão dos pagamentos, recebimentos, cobranças, análises de créditos, financiamentos e empréstimos, ou seja, a face financeira.

2. Regime de Caixa X Regime de Competência

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Vamos a um exemplo:

• Quando realizamos uma venda no valor de R$ 10.000,00 em 2 vezes (30 e 60 dias) temos que lançar o faturamento (R$ 10.000,00) neste mês no regime de competência, isso é, como faturamento. Já no regime de caixa, devemos entrar uma previsão de entrada de R$ 5.000,00 daqui a um mês e mais R$ 5.000,00 daqui a 2 meses.

• É extremamente importante entender que existem ambos regimes e que os dois devem ser sempre utilizados. No fluxo de caixa devemos ter sempre os lançamentos pelo regime de caixa e nos demonstrativos de resultado devemos sempre lançar pelo regime de competência.

• Agora que já temos alguns conceitos bem fixados, daremos continuidade aos nossos estudos conhecendo as áreas de atuação das finanças empresariais. Caso você não se sinta seguro para seguir em frente, releia o material .

2. Regime de Caixa X Regime de Competência

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• As finanças são uma das partes mais importantes das empresas e instituições públicas. Tradicionalmente, os tópicos de finanças são agrupados em quatro principais áreas:

- Investimentos- Instituições Financeiras- Finanças Internacionais - Finanças Empresariais • Os temas específicos de Investimentos, Instituições

Financeiras e Finanças Internacionais não são objeto específico em nossos estudos. A área de Finanças Empresariais, também chamada Finanças Corporativas, é o cerne (bonita palavra) do nosso estudo.

3. Finanças Empresariais

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• Uma das questões mais importantes para qualquer empresa é a gestão financeira.

• Para sua sobrevivência ela precisa comprar ativos (imóveis, veículos, móveis, máquinas, etc), comprar matérias-primas, mercadorias, pagar salários, aluguéis, água, energia, e um infinito etc.

• A empresa também deve receber os valores das suas vendas e controlar para que os preços dos seus produtos sejam compatíveis com seus custos, despesas e necessidades de remuneração do capital nela empregado.

3. Finanças Empresariais

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• A empresa também necessita vender e receber por suas vendas. As decisões sobre o que se pode comprar, como se pode pagar (á vista, financiado, etc), para quem se pode vender (política de crédito), onde aplicar ou buscar o dinheiro são responsabilidades do gestor financeiro.

• Além do conhecimento teórico que estamos trabalhando agora, as subáreas de estudo das Finanças Empresariais são igualmente importantes, as decisões de financiamento (como comprar as coisas), a administração do capital de giro e as decisões de investimento (o que vale a pena comprar e dá retorno).

• As finanças empresariais são extremamente importantes porque trabalham as questões de crédito e cobrança, fluxo de caixa (contas a pagar e receber), custos, controle e decisões de investimentos. Para trabalhar na área de finanças o gestor deve ter algumas características muito específicas. Vamos a elas!

3. Finanças Empresariais

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• Imagine um gestor financeiro, o que vem à mente?

4. O Gestor Financeiro

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4. O Gestor Financeiro

Quase todos vocês imaginam uma pessoa séria e carrancuda. Por que esta imagem é associada ao Gestor Financeiro?

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• O gestor financeiro de qualquer empresa é visto como o homem (ou a mulher) que sempre diz NÃO. Será característica de um bom financeiro a negação de tudo e de todos?

• Para entendermos esta questão, necessitamos entender o regime de caixa e competência. Boa parte da humanidade nunca ouviu falar nele, fato que torna quase impossível a compreensão das decisões financeiras. Você viu que um negócio (como no exemplo das canetas) pode ser ótimo olhando apenas a análise econômica é inviável (dependendo da disposição de fundos da empresa) na análise financeira.

• O gestor financeiro sempre está observando estas duas coisas, entretanto ele normalmente tem dificuldade em explicar aos outros esta questão.

4. O Gestor Financeiro

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• O gestor financeiro sempre trabalha estas duas perspectivas, em grandes empresas elas se traduzem em cargos e/ou departamentos: a controladoria e a tesouraria. A Controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamentos de impostos e sistemas de informações gerenciais. Já a Tesouraria é responsável pela gestão do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas e receitas de capital.

• Dentro das empresas o gestor financeiro e seus auxiliares são responsáveis pela concessão de crédito aos clientes, pelas cobranças, pelos pagamentos, financiamentos e empréstimos, decisões de investimentos, além do controle das operações para que os que necessitem, tenham a informação de forma rápida e objetiva.

• O gestor financeiro sempre trabalha administrando restrições. Imagine você quantas pessoas vêem à sala de um financeiro pedir um aumento de salário, uma máquina nova, dinheiro para um projeto, etc.

4. O Gestor Financeiro

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• Em uma empresa sempre há mais demanda por gastos do que dinheiro disponível no caixa. Esse é o principal motivo para o gestor financeiro quase sempre negar as solicitações que lhe são feitas.

• As características principais de um bom gestor financeiro são a seriedade, a ética, a organização e muito equilíbrio emocional.

• Agora que já conhecemos o gestor financeiro e suas características, seguiremos nosso estudo delimitando os objetivos de uma boa administração financeira.

4. O Gestor Financeiro

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• Por mais eficiente que seja uma empresa, dificilmente ela terá chances de crescer e tornar-se competitiva se não se preocupar com um aspecto fundamental: a gestão financeira. Em um mercado em que a concorrência é cada vez mais acirrada, manter um controle financeiro rigoroso pode fazer toda a diferença. Uma gestão financeira adequada reforça a habilidade do empresário em fazer negócios, permitindo que o dinheiro gerado seja melhor utilizado.

• O objetivo claro do gestor financeiro é cuidar bem do dinheiro da empresa. Segundo RAMOS (2005) “O Administrador financeiro tem como objetivo maximizar a riqueza do acionista, o que difere muito de maximizar o lucro”. A maximização da riqueza pode ser compreendida como planejar e decidir baseando-se na sobrevivência da empresa no longo prazo.

5. Objetivos da Gestão Financeira

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• A maximização do lucro é também entendida como um objetivo da gestão financeira.

• Se não há lucro no curto prazo pode não haver a manutenção da saúde financeira da empresa no longo prazo. Já a maximização do valor da empresa (riqueza) pode ser entendida como um processo no qual o Gestor financeiro busca que cada dia a empresa valha mais, e não apenas ganhe mais dinheiro.

• O valor de uma empresa é uma das questões mais estudadas na área financeira. Este valor sempre será determinado em função das expectativas futuras em relação à ela, ou seja, da capacidade dela gerar lucros no futuro.

5. Objetivos da Gestão Financeira

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Importante !!

• Uma regra de ouro para qualquer gestor financeiro (mesmo que seja das finanças pessoais): Sempre o Risco deve ser proporcional ao Retorno. Quando emprestamos dinheiro a um amigo que temos certeza que pagará deveríamos cobrar menos juros (não esquecendo que os juros são o preço do dinheiro) se comparado ao empréstimo que faríamos a alguém que acreditamos poder não pagar-nos de volta. As instituições financeiras fazem a mesma coisa.

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• Para maximizar a riqueza do nosso acionista temos que entender que não basta dar lucro. Imaginemos uma empresa que lucra 100 milhões de reais por ano. Você acredita que este lucro é bom? Você investiria nesta empresa?

• A maioria das pessoas diria que sim, e que esta empresa é ótima. Isso não é totalmente verdadeiro. A rentabilidade, como medida de geração de riqueza, sempre deve ser calculada como um percentual sobre o patrimônio da empresa em questão. Esta frase é linda, mas o que ela quer dizer?

5. Objetivos da Gestão Financeira

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• Por exemplo, temos uma empresa que seu patrimônio é de 2 bilhões de reais. Caso ela lucre 100 milhões em um determinado ano, significa dizer que o lucro dela corresponde a 5% do patrimônio (100 milhões dividido por 2 bilhões vezes 100). Caso os donos desta empresa tivessem colocado o dinheiro (patrimônio) deles na caderneta de poupança, eles teriam ganho mais dinheiro que estes 100 milhões. Veja bem, não basta ter lucro, este lucro deve ser, obrigatoriamente, superior ao valor que os proprietários receberiam ao colocar seu dinheiro em uma instituição financeira, fazendo uma aplicação sem nenhum risco.

• Aqui também entra o componente risco. Quando aplicamos o nosso dinheiro na poupança, estamos escolhendo uma forma de aplicação financeira com risco nulo. Quando decidimos aplicar o nosso dinheiro em uma empresa, devemos ser remunerados bem acima do percentual que nos pagaria uma caderneta de poupança. Este é o cerne da administração financeira bem feita.

5. Objetivos da Gestão Financeira

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• A gestão financeira é um processo diário de organização da informação. Para tanto, devemos observar que ela é complexa, já que está em contato com todas as áreas da empresa, mas não precisa ser complicada. Dizemos que esta gestão é complexa porque ela depende de uma grande quantidade de dados de muitas fontes de informação diferentes. Todos estes dados devem ser coletados, organizados e analisados.

• Um sistema eficiente, e bem organizado, de gestão financeira permite à empresa ter sempre à mão informações estratégicas e manter sob controle sua real situação financeira, evitando ser surpreendida pelos altos e baixos do mercado. Assim, é possível traçar seu planejamento, construir metas e prioridades, sempre a partir de informações financeiras confiáveis. Este é o sonho de qualquer financeiro.

• Não há receita de bolo no controle financeiro. O que se busca é apresentar algumas ferramentas básicas que facilitem o exercício do dia a dia.

5. Objetivos da Gestão Financeira

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INTRODUÇÃO A CUSTOS• As empresas atualmente são pressionadas por

agressivos concorrentes nacionais e principalmente internacionais, com baixos preços e resposta rápida, ao mesmo tempo em que demandam melhor qualidade a um preço menor e um melhor nível de serviço.

• As organizações que não conseguem compreender claramente as fontes de lucratividade de seus produtos, linhas de produtos, clientes e mercados, podem ter sua sobrevivência ameaçada em ambiente de forte competitividade como o atual.

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INTRODUÇÃO A CUSTOS• Portanto, existe a necessidade de um modelo de Gestão de

Custos que considere os fatores que realmente causam as variações dos custos, tais como diversidade e complexidade de produtos e de clientes.

• A necessidade de classificarem-se os custos parte do princípio de que a empresa, para poder efetuar projeções com fins decisórios, deve fundamentalmente possuir uma correta classificação de seus custos. Afinal, dentre as decisões a serem tomadas, baseadas em dados dos custos, podemos citar:– Alterações nos componentes dos produtos;– Decisões destinadas à redução de custos;– Ampliar ou parar a produção de determinado produto.

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1 CUSTOS.• A área de custos possui termos próprios, que

precisam ser definidos para evitar possíveis distorções quanto ao uso de seus significados.

• Pretende-se com esse capítulo dar uma contribuição conceituando os termos básicos utilizados com mais frequência na contabilidade de custos, permitindo assim, melhor entendimento do assunto a ser estudado, principalmente na Gestão de Custos.

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1.1 Conceitos de Custos• A Gestão de custos está ganhando cada vez mais destaque

dentro das organizações, devido a suas diversas finalidades. • No entendimento de Leone (1997 p. 19-20): “A

contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões”.

• De acordo com o autor, a contabilidade de custos faz parte da ciência contábil e atende a necessidades gerenciais diferentes de uma entidade.

• Nessa luta constante por melhores resultados, reconhece-se a importância das informações.

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1.1 Conceitos de Custos• Referindo-se aos dados, são esses internos da

organização, que após o seu registro, são:• Organizados;• Analisados e; • Interpretados. • Em Resumo na Contabilidade ocorre o

agrupamento, a organização e o diferimento dos DADOS (Fatos Geradores).

• A gestão consiste em transformar esses DADOS em INFORMAÇÕES.