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Português 2 Professor Paulo Ricardo

SUMÁRIO

Classes de Palavras 03 Testes 10 Gabarito 16 Análise de Textos 17 Testes 19 Gabarito 24 Seqüência Linear 25 Testes 27 Gabarito 31 Denotação e Conotação 32 Testes 33 Gabarito 38 Acentuação Gráfica 39 Testes 42 Gabarito 45 O porquê 46 Testes 47 Gabarito 50 Parônimos 51 Padrões Frasais 53 Pronomes Oblíquos 56 Testes 60 Gabarito 61 Transformação Passiva 62 Testes 66 Gabarito 70 Verbos 73 Testes 79 Gabarito 89 Concordância Verbal 90 Testes 94 Gabarito 105 Paralelismo 106 Testes 109 Gabarito 110 Regência Verbal 111 Testes 116 Gabarito 128 Crase 129 Testes 133 Gabarito 148 Concordância Nominal 149 Testes 153 Gabarito 154 Pontuação 155 Testes 161 Gabarito 186 Discurso Direto e Indireto 187 Testes 190 Gabarito 195 Os Articuladores 196 Testes 199 Gabarito 207

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Radicais – Prefixos – Sufixos 208 Testes 212 Gabarito 223

CLASSES DE PALAVRAS

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CLASSES DE PALAVRAS SUBSTANTIVOS ADJETIVOS ARTIGOS VERBOS

PRONOMES NUMERAIS

ADVÉRBIOS PREPOSIÇÕES INTERJEIÇÕES CONJUNÇÕES

Através da esquematização acima, podemos, por eliminação, determinar a classe gramatical de muitas palavras.

Exemplos: O SUBSTANTIVO:

Exemplos: CONCLUSÃO UM: O mesmo vocábulo poderá pertencer a diferentes classes gramaticais. CONCLUSÃO DOIS: Somente a frase pode precisar a classe gramatical de uma palavra. DIFERENÇA ENTRE SUBSTANTIVO CONCRETO E ABSTRATO:

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O ADJETIVO

Exemplos: A SUBSTANTIVAÇÃO DO ADJETIVO: A ADJETIVAÇÃO DO SUBSTANTIVO: OS PRONOMES

Primeiramente podemos diferenciar os pronomes em substantivos e adjetivos. Vejamos alguns exemplos: Os pronomes adjetivos acompanham o substantivo. Os pronomes substantivos substituem o substantivo.

Vamos também relembrar aqui três espécies de pronomes:

A) POSSESSIVOS – meu, teu, seu, nosso...

B) DEMONSTRATIVOS – este, isto, aquele, aquilo, tal ( tal atitude, tal processo), mesmo, próprio...

C) INDEFINIDOS – alguém, ninguém, algo, nada, tudo, algum, nenhum, muito, pouco, bastante, todo, todos, vários, cada, certo, qualquer

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OBS.: São locuções pronominais indefinidas cada qual, cada um, qualquer um, qualquer outro, quem quer (que).

ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES: EXERCÍCIOS DE AULA: A) Aponte a classe gramatical das palavras sublinhadas nas frases abaixo. 1) O menino lobo virou personagem de vários filmes. 2) O lobo é um dos animais mais temidos pelas

crianças. 3) O vinho estava gelado. 4) O vinho descia gelado. 5) Todos eram responsáveis. 6) Vai anoitecer logo. 7) O anoitecer era esperado por todos. 8) Não vou mais falar sobre isso. 9) Sairemos à noite. 10) Sairemos ao anoitecer. 11) Beba mais um pouco de água.

12) Pouca gente compareceu à festa. 13) Muita coisa foi dita por eles. 14) As pessoas falavam, com incrível respeito, das

atitudes coerentes daquele profissional. 15) A compra constante do produto mencionado

dificulta o controle de nossa economia. 16) O nível de compreensão de todos parecia baixo. 17) Os gordos normalmente se movem com mais

dificuldade que os magros. 18) Carne gorda faz mal à saúde; já a magra não faz. 19) Sua enorme inteligência musical propiciava que o

menino cantor superasse os renomados concorrentes, com naturalidade. .

O ADVÉRBIO Exemplos:

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CUIDADO! ADJETIVOS X ADVÉRBIOS

ARTIGOS X NUMERAIS

a) Semelhanças b) Diferenças OBSERVAÇÃO : Um (artigo) e Um (numeral) ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES

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TESTES:

01) “Mais” e “menos” são palavras tradicionalmente classificadas como advérbios, já que comumente modificam

um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. Em qual dos casos abaixo “menos” ou “mais” não pode ser classificado como advérbio, por não corresponderem às características dessa classe gramatical?

A) mais atraentes B) mais seguros C) menos arriscados D) mais elevadas E) menos esforços

A notícia saiu no “The Wall Street Journal”: a “ansiedade superou a depressão como problema de saúde 1

mental predominante nos EUA”. Para justificar o absurdo, o autor da matéria recorre a um psicoterapeuta e a um 2 sociólogo. O primeiro descreve “ansiedade como condição dos privilegiados” que, livres de ameaças reais, se dão 3 ao luxo de “olhar para dentro” e criar medos irracionais; o segundo diz que “vivemos na era mais segura da 4 humanidade” e, no entanto, “desperdiçamos bilhões de dólares em medos bem mais ampliados do que seria 5 justificável”. Sem meias palavras, os peritos dizem algo mais ou menos assim: os americanos estão nadando em 6 riqueza e, como não têm do que se queixar, adquiriram o costume neurótico de desentocar medos irracionais para 7 projetá-los no admirável mundo novo ao redor. 8

A explicação impressiona pela ingenuidade ou pela má-fé. Ninguém contrai o “mau hábito” de olhar para 9 dentro de si do dia para noite. A obsessão consigo não é um efeito colateral do modo de vida atual; é um dos seus 10 mais indispensáveis ingredientes. O crescimento exagerado do interesse pelo “mundo interno” e pelo corpo é a 11 contrapartida do desinteresse ou hostilidade pelo “mundo externo” e pelos outros. Diz o catecismo: só confie em 12 seu corpo e sua mente. O resto é concorrente; o resto está sempre cobiçando e disputando seu emprego, seu 13 sucesso, seu patrimônio e sua saúde. Sentir medo e ansiedade, em condições semelhantes, é um estado 14 emocional perfeitamente racional e inteligível. 15

Em bom português, sentir-se condenado a jamais ter repouso físico ou mental, sob pena de perder a saúde, 16 a longevidade, a forma física, o desempenho sexual, o emprego, a casa, a segurança na velhice, pode ser um 17 inferno em vida para os pobres ou para os ricos. Os candidatos à ansiedade são, assim, bem mais numerosos e 18 bem menos ociosos do que pensam o psicoterapeuta e o sociólogo. 19

02) Considere as seguintes afirmações acerca do uso de artigos.

I. Caso tivéssemos uma condição em vez de condição (l. 3 ), não haveria alteração no sentido global da frase.

II. O artigo indefinido uns poderia substituir o definido os na linha 6, sem que houvesse alteração no sentido da frase em questão.

III. As duas ocorrências do artigo definido o anteposto às palavras psicoterapeuta e sociólogo (l.19) poderiam ser substituídas por um indefinido sem mudar o sentido da frase.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

03) Assinale a única alternativa em que a expressão dos parênteses define corretamente a classe gramatical, na

frase, da palavra sublinhada.

A) No ritmo atual da destruição, uma (artigo indefinido) espécie se extingue a cada 20 minutos. B) Há muito para ser feito, mas o tempo é curto (advérbio de modo). C) Mostrar uma área da Mata Atlântica que tenha se (conjunção subordinativa condicional) regenerado. D) Se quiser convencer alguém (pronome pessoal oblíquo) da importância da biodiversidade... E) ...sendo a nossa melhor (adjetivo) arma.

Limpando a barra

A Mata Atlântica brasileira parece uma fonte inesgotável de notícias ruins. Restam hoje 8% do território de 1 1,3 milhão de quilômetros quadrados coberto por esse tipo de vegetação na época do descobrimento. Mas no 2 maior trecho de mata contínua dessas reservas apareceu finalmente uma boa novidade. Empresas estão 3 associando-se a organizações não-governamentais para fundar reservas na região de Guaraqueçaba, no Paraná, 4 onde ainda sobrevivem 3.100 quilômetros quadrados de mata, duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Ali, 5 é possível encontrar fauna e flora há muito desaparecidas de outros pontos. Uma parte desse tesouro está 6 protegida por reservas do Ibama, como o Parque Nacional do Superagüi, mas, fora dessas regiões, empresas 7 como a indústria de perfumes O Boticário e a gigante do setor elétrico americano American Electric Power já 8

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Português 11 Professor Paulo Ricardo

adquiriram áreas para mantê-las intocadas. A General Motors deve escolher até novembro o naco de terra que 9 pretende comprar. 10

Trata-se, para algumas companhias, de apenas mais um negócio. A American Electric Power, por exemplo, 11 compromete-se a preservar 7.000 hectares porque tem de compensar a poluição que suas termelétricas 12 provocam. A GM, maior empresa privada do mundo, estuda investimento com o mesmo propósito. A base desse 13 acerto é um acordo assinado na Conferência de Kioto, em 1997, pelo qual os países se comprometeram a diminuir 14 em 5,2% ao ano a emissão de dióxido de carbono. A preservação de matas que absorvem o carbono é um dos 15 caminhos que as companhias acreditam possíveis para cumprir sua cota. 16

A história de proteção em Guaraqueçaba começou há dez anos, quando a Fundação Oasi Maria 17 Santíssima, uma ONG italiana, comprou 1.500 hectares de uma área com 8 quilômetros de costa. Com a ajuda do 18 Instituto Smithsonian, essa porção está sendo ampliada. No futuro, o potencial de seqüestro de carbono será 19 negociado com empresas interessadas. Três anos depois da chegada dos italianos, a Fundação O Boticário 20 comprou uma reserva, dotou-a de infra-estrutura para turistas e iniciou um projeto para convencer as famílias da 21 região a trocar a extração de palmitato pela produção de artesanato. Em 1997, houve a venda do Bamerindus ao 22 HSBC e a tutela, pelo Banco Central, de sua fazenda na área, hoje na mira do Ibama. 23

04) Indique a opção em que uma das palavras não pertence à mesma classe gramatical das outras três.

A) cumprir (l.16), há (l.6), Limpando (título), será (l.19) B) seqüestro (l.19), hectares (l.18), ampliada (l.19), costa (l.18) C) de (primeiro da l.1), por (l.2), a (l.12), com (l.13) D) esse (l.2), sua (l.16), outros (l.6), -las (l.9) E) brasileira (l.1), inesgotável (l.1), contínua (l.3), quadrados (l.5)

O Brasil tem uma das menores populações negras do mundo, para o IBGE. “Se continuar como está, o 1

censo demográfico ainda irá mostrar que o Brasil tem menos negros do que a França”, _______ Wania Sant’Anna, 2 historiadora e pesquisadora. Com a segunda maior população negra do mundo, conforme relatório do Programa 3 das Nações Unidas para o Desenvolvimento, publicado em 1997, o Brasil possuiria, para o IBGE, a pouco 4 expressiva porcentagem de 5% de negros em sua população, segundo o censo demográfico de 1991. Para o 5 IBGE, também fazem parte do caldeirão racial brasileiro 45% de pardos e 50% de brancos. 6

Na mira dos ativistas negros, a categoria “pardos”, no questionário do censo do IBGE, é vista como 7 “inconsistente”. Segundo eles, esse é um balaio-de-gatos que dificilmente é alcançado por políticas sociais. “Um 8 diálogo franco e aberto entre os brasileiros pode levar a população parda a se declarar negra. Não queremos 9 colocar camisa-de-força em ninguém. Gostaríamos que os pardos fossem mais livres para dizer: “Eu tenho esta 10 origem e não tenho problemas com relação a isso”,______ Ivanir das Santos, secretário executivo do Centro de 11 Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP). 12

A solução apontada pelo IBGE para a demanda do movimento negro é incluir no questionário do ano 13 2000, além da habitual pergunta sobre cor e raça, uma questão sobre a origem. “Acho pertinente, porque nunca 14 investigamos no Censo as origens do povo brasileiro. De antemão, através de nossos testes, já sabemos que 15 poucas pessoas pardas se dizem afrodescendentes”,_______ Simon Schwartzman, presidente do IBGE. 16

05) Adjetivos podem funcionar como substantivos no contexto da frase em que se encontram. Observe os contextos em que ocorrem os adjetivos abaixo.

1. negras (l. 1) 2. negros (l. 2) 3. brasileiros (l. 9) 4. parda (l. 9) 5. pardos (l. 10) 6. brasileiro (l. 15)

Os que funcionam como substantivos são apenas os de números

A) 1, 2 e 3. B) 2, 3 e 5. C) 3, 4 e 6. D) 4, 5 e 6. E) 1, 2, 3 e 4.

...Faço algumas referências ao período depois de 1964, porque pertinentes, acredito, ao evento, mas o que me interessa é o antes e o durante.(...)

06) Observe as seguintes afirmações sobre o trecho acima.

I. O uso do artigo indica que as palavras antes e durante funcionam como substantivos na oração em que ocorrem.

II. O trecho indica o recorte específico que o autor fará ao formular sua versão dos eventos históricos relacionados a 1964.

III. O uso de me indica que os fatos a serem relatados interessam exclusivamente ao autor.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

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B) Apenas II. C) Apenas I e II. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

É visível a cisão entre a música de “alto repertório”, composta hoje ou recentemente, e a música popular, no 1 caso atual a música de mercado. Elas atuam em faixas sociais diferentes: falam a segmentos de público 2 completamente desiguais e vão em direção ....... experiências de tempo opostas. A música de concerto 3 contemporânea explorou conscientemente dimensões do tempo que contestam a escuta linear, negam ..... 4 repetição e questionam o pulso rítmico. A música das massas marca o pulso rítmico e a repetição e apela ..... 5 escuta linear. Uma contesta o tom e o pulso, outra repete o tom e o pulso, gerando a polarização entre a música 6 que convida à “dança do intelecto” e a música que se limita à “dança hipnótica dos quadris”. 7

07) Há palavras que, dependendo do contexto em que ocorrem, pertencem ora a uma classe gramatical, ora a outra. Esse não é o caso de

A) popular (l. 1) B) vão (l. 3) C) escuta (l. 4) D) massas (l. 5) E) entre (l. 6)

...A arquiteta devia entender que com um “por fora” a avaliação da dívida seria irrisória.

08) Considere as seguintes afirmações sobre o uso de por fora no trecho acima.

I. A presença do artigo que a precede indica que a expressão está sendo usada com valor de substantivo. II. A expressão aparece entre aspas para indicar que o autor está utilizando uma expressão de difícil

compreensão. III. A expressão refere-se ao pagamento de propina e, devido ao seu significado original, deixa expressa a

ilegalidade desse tipo de gratificação.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e II. D) Apenas I e III. E) I, II e III. 09) Assinale a alternativa que indica a classe gramatical correta das palavras destacadas.

“Como é fácil observar, cada um desses grupos traz consigo a cultura de origem, transplantando-a para a convivência com as outras”.

A) pronome – substantivo – pronome B) artigo – substantivo – adjetivo C) artigo – substantivo – pronome D) pronome – verbo – advérbio E) artigo – verbo – adjetivo Observe o fragmento:

“(...) quando perde o controle e libera seus instintos animais primitivos.”

10) Identifique o período em que as palavras sublinhadas têm, respectivamente, a mesma classe de “controle” e “animais” do fragmento proposto.

A) É preciso que você controle os animais. B) Ele conseguiu manter o controle de suas inclinações animais. C) O controle dos animais não deve ser descuidado. D) Há necessidade de que ele controle os impulsos animais. E) Não há controle dos animais primitivos.

11) O período a seguir apresenta cinco segmentos sublinhados, um dos quais NÃO faz parte da classe dos substantivos. Identifique-o, assinalando a letra correspondente.

“Numa aparente contradição à famosa lei da oferta e da procura, o livro no Brasil é caro porque o brasileiro não lê”.

A) contradição B) oferta C) procura D) caro E) brasileiro

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Português 13 Professor Paulo Ricardo

12) Em “Vencer esse suposto paradoxo alfabetizando a população e incentivando-a a ler cada vez mais”, as palavras sublinhadas classificam-se, respectivamente, como

A) preposição, pronome oblíquo, artigo B) pronome oblíquo, preposição, artigo C) artigo, pronome oblíquo, preposição

D) preposição, artigo, pronome oblíquo E) artigo, artigo, preposição

Estudos demográficos vêm afirmando, cada vez mais, o crescimento do contingente de idosos em todo o 1 mundo. À medida que as sociedades se desenvolvem, cresce também a idade de suas populações, pois a 2 longevidade é uma conquista do desenvolvimento e isso é um processo irreversível. 3

A cada década multiplica-se o número de idosos, por um esforço das ciências criadas pelos homens; mas, o 4 que não parece certo é essa extraordinária conquista seja amiúde acompanhada de circunstâncias tão 5 inadequadas que acabam por transformar o viver em um pesado fardo, tomando os homens receosos de 6 ingressarem nesse tempo de vida. 7

A fonte da juventude ainda é uma conquista utópica; porém, em contrapartida, a fonte da vida vem sendo 8 descoberta e entregue aos homens que dela se apossam sem que, todavia, criem condições para utilizá-la de 9 forma adequada. É um contra-senso tanto esforço por um prolongamento da vida se o que se oferece é um estado 10 quase sem vida. 11

A moral social parece ter, durante muitos anos, se descuidado desse grupo etário, pois todas as grandes 12 disposição em qualquer sociedade estão sempre mais voltadas ao atendimento prioritário dos jovens, e, muito 13 embora não existam formalmente diferenças de direito entre jovens e idosos, a política desenvolvimentista está 14 sempre mais atenta para os primeiros. (...) O mesmo acontece com as medidas sociais, que deveriam ter por 15 escopo atender os grupos socialmente desfavorecidos, dentre os quais se inclui o dos idosos, face a toda uma 16 gama de dificuldades de acesso a bens de riqueza de uma coletividade. Ao contrário, o que se vê é a criação, 17 cada vez maior, de injustas imagens sobre esse grupo, fazendo com que todas as manifestações advindas dos 18 idosos sejam motivo de verdadeiro escândalo, face ao total desconhecimento de suas capacidades e 19 expectativas. 20

Interessante é ver que estamos criando na juventude um mundo que, fatalmente, nos rejeitará no tempo da 21 velhice; e, dessa forma, parece absurdo se trabalhar tanto por um futuro no qual não existirá um espaço social 22 para aqueles que o construíram. 23

As sociedades precisam, urgentemente, reformular suas idéias sobre a velhice, eliminando as posturas 24 preconceituosas que tanto aviltam a dignidade que, durante milênios de evolução, a espécie humana tem lutado 25 para conquistar. É necessário que se prolonguem ou se criem oportunidades novas para os que envelhecem, 26 mantendo-os ativos e participantes segundo suas condições psicofísicas para, com isso, devolver-lhes sua total 27 dimensão. 28 13) Assinale o item em que, no texto, os vocábulos pertencem à mesma classe gramatical.

A) isso (l. 3) – que (l. 6) – que (l. 15) B) pois (l. 2) – mas (l. 4) – para (l. 26) C) o (primeiro da l. 1) – a (l. 4) – a (l. 8) D) por (l. 4) – ainda (l. 8) – se (l. 10) E) conquista (l. 3) – jovens (l. 14) – idosos (l. 14)

Inúmeras invenções já foram projetadas para economizar tempo. Entretanto, dois séculos de incrível avanço 1 tecnológico nos induziram a um estilo de vida em que o tempo parece estar desaparecendo. Vivemos numa 2 cultura que nos prende a uma armadilha: fazemos muitas coisas, assumindo muitas responsabilidades e dizemos 3 sim a muitas oportunidades. Segundo Jeremy Rifkin, somos “esmagados por planos que não podem ser 4 executados, compromissos que não podem ser honrados, agendas e prazos que não podem ser cumpridos”. Esta 5 é a nova pobreza: fazemos parte de uma sociedade rica materialmente, mas pobre em relação ao tempo. A 6 qualidade do tempo dedicado ao convívio humano simplesmente desapareceu de nossas vidas. 7

Ao questionar a falta de tempo, nossa cultura está, de fato, lidando com a eterna questão sobre o 8 significado da vida humana. O que, a princípio, pode parecer um problema exclusivo da nossa era é, na verdade, 9 a nossa versão de uma indagação presente no âmago da própria natureza humana. 10

Nossas vidas refletem a relação com nossa mente. A mente agitada não vive o momento presente. Apesar 11 de todas as vantagens que a tecnologia nos promete, ela também nos seduz com o pensamento daquilo que não 12 faz momento presente. A tecnologia exige tão pouco do nosso corpo ou da nossa sensibilidade emocional, que 13 perdemos a noção da nossa existência presente. Somos inclinados a nos identificar somente com nosso 14 pensamento. Com isso, esquecemos que a verdadeira experiência humana envolve a participação da mente, do 15 coração e do corpo. 16

Podemos reconquistar o tempo e, conseqüentemente, o poder para viver no presente. Isso é possível se 17 agirmos de forma dinâmica e criativa no novo mundo que se apresenta à nossa frente. 18 14) Estabeleça a relação correta entre as palavras extraídas do texto, na coluna da direita, e a classe gramatical a

que pertencem, na coluna da esquerda. 1. substantivo 2. adjetivo 3. advérbio 4. verbo

( ) parecer (l. 9) ( ) era (l. 9) ( ) não (l. 11) ( ) presente (l. 13)

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Português 14 Professor Paulo Ricardo

( ) poder (l. 17) ( ) presente (l. 17) A seqüência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é

A) 4 – 4 – 3 – 2 – 1 – 1. B) 4 – 1 – 3 – 2 – 1 – 2. C) 4 – 4 – 3 – 1 – 4 – 2.

D) 1 – 1 – 2 – 2 - 4 – 3. E) 4 – 1 – 3 – 2 – 1 – 1.

No nosso tão complexo mundo moderno, ou pós-moderno, a necessidade imperiosa de princípios 1 normativos – por uma deontologia – se faz notar em todas as áreas do conhecimento humano. Fala-se de uma 2 bioética, como se fala de ética dos negócios, de éticas do dinheiro, de moral pública, de moral política e até de 3 uma “internética”, que seria possibilidade de uma regulamentação ou controle da mais onipresente tecnologia 4 moderna de comunicação escrita. 5

A cada dia, um novo setor, uma nova tecnologia, uma descoberta genética ou uma invenção científica 6 tornam indispensáveis novas regras de conduta profissional. Entre as novidades boas e más trazidas pela 7 globalização está a certeza de que, do ponto de vista de seu destino, não há mundos estanques para o homem 8 pós-moderno. O seu futuro sobre a “aldeia global” dependerá da capacidade de estabelecer prescrições e 9 interdições para conter a destruição e o mal que ele próprio criou, voluntariamente ou não, por meio de seu 10 engenho e arte: como controlar o uso da energia nuclear, como preservar o meio ambiente, como conter os 11 experimentos genéticos que suscitam fantasias insanas de eugenia, superioridade racial, limpeza étnica, super-12 homem? 13

Além disso, o fim das ideologias, ou pelo menos das certezas ideológicas, o desvirtuamento das utopias, o 14 desaparecimento das referências, o declínio dos valores tradicionais, a emergência de um individualismo 15 autoconcentrado e narcísico, as vertiginosas transformações tecnológicas, todo esse mal-estar “fin-de-siècle” 16 atordoou e desorientou o homem, ruindo as bases de sua confiança e criando o chamado “vazio moral”. 17

Talvez para fugir desse vazio é que esteja uma forte demanda por princípios, uma espécie de renascimento 18 ético, no Brasil e no mundo. Assim, uma das descobertas positivas deste tumultuado fim de milênio é a 19 consciência de que, sem princípios normativos, instaura-se o reino da entropia e do caos, a civilização dá lugar à 20 barbárie. A ética não é, portanto, uma abstração acadêmica, mas uma das maneiras de ajudar a preservação não 21 só das profissões, como da espécie. 22 15) Relacione as palavras da coluna da direita a sua respectiva classe gramatical, considerando seu emprego no

texto. 1. Substantivo 2. Adjetivo 3. Advérbio

( ) moral (l. 3) ( ) mal (l. 10) ( ) moral (l. 17) ( ) talvez (l. 18) ( ) vazio (l. 18)

A seqüência correta, de cima para baixo, é

A) 1 – 3 – 2 – 3 – 1. B) 2 – 1 – 2 – 3 – 1. C) 2 – 2 – 1 – 2 – 3. D) 1 – 1 – 2 – 3 – 1. E) 1 – 3 – 1 – 2 – 2. 16) A palavra sublinhada é diferente das demais pelo seu uso na frase da alternativa

A) Dedicado a problemas de saúde da população, Oswaldo Cruz tornou-se um grande nome da medicina. B) A febre amarela é uma doença tropical a que muitos ainda estão sujeitos. C) A poucos passos do seu final, a pesquisa já evidenciava resultados alentadores. D) A campanha de vacinação contra a paralisia infantil do ano passado foi a mais bem sucedida dos últimos

anos. E) Boatos estranhos começaram a circular no Rio de Janeiro do início do século.

Observe-se uma cidade brasileira. Nela, há um nítido movimento rotineiro. Do trabalho para casa, de casa 1 para o trabalho. A casa e a rua interagem e se complementam um ciclo que é cumprido diariamente por homens e 2 mulheres, velhos e crianças. Pelos que ganham razoavelmente e até mesmo pelos que ganham muito bem. Uns 3 fazem o percurso casa-rua-casa a pé; outros seguem de bicicleta. Muitos andam de trens, ônibus e automóveis, 4 mas todos fazem e refazem essa viagem que constitui, de certo modo, o esqueleto da nossa rotina diária. Há uma 5 divisão clara entre dois espaços sociais fundamentais que dividem a vida social brasileira: o mundo da casa e o da 6 rua - onde estão, teoricamente, o trabalho, o movimento, a surpresa e a tentação. 7

É claro que a rua serve também como espaço típico do lazer. Mas ela, como conceito inclusivo e básico da 8 vida social – como “rua” - , é o lugar do movimento, em contraste com a calma e a tranqüilidade da casa, o lar e a 9 morada. 10

17) A palavra sublinhada serve para generalizar a expressão à qual se relaciona em

A) “uma cidade brasileira” (l. 1) B) “um nítido movimento” (l. 1) C) “essa viagem” (l. 5) D) “uma divisão clara” (l.5 e 6)

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Português 15 Professor Paulo Ricardo

E) “dois espaços sociais fundamentais” (l. 6)

Para alguns milhares de adolescentes brasileiros férias de julho são sinônimo de pegar um avião rumo ao 1 mundo mágico da Disney. No ano passado, porém, um grupo de 70 garotos paulistanos, entre 11 e 16 anos, optou 2 por conhecer a dura realidade brasileira, atendendo a chamado de uma das várias escolas que vêem hoje nesse 3 tipo de projeto as mais eficientes aulas de cidadania. Abdicando do conforto de seus luxuosos apartamentos, 4 conviveram durante uma semana com colonos sem-terra no interior do Paraná. “Aprendi a ver o mundo com olhos 5 diferentes, e percebi que tem muita coisa que posso fazer”, afirma um dos jovens, que ao retornar engajou-se em 6 outro projeto social da escola, dando aulas de reforço para meninos de uma favela adjacente. “Foi uma 7 experiência marcante, e quero ajudar outros a entender que a realidade é muito maior do que as festas e o 8 shopping que curto”, revela outro adolescente, que este ano volta ao projeto como monitora. 9 .10

18) Considerando o uso de elementos relacionadores no texto, só não existe equivalência entre os termos grifados na alternativa

A) “de 70 garotos paulistanos” (l. 2) composto por 70 garotos paulistanos

B) “entre 11 e 16 anos” (l. 2) de 11 a 16 anos

C) “das várias escolas” (l. 3) dentre as várias escolas

D) “durante uma semana” (l. 5) por uma semana

E) “a entender (l. 8) para entender

...As teses vão desde a crença no caráter pernicioso e decisivo para a deformação infantil da programação 1

“cheia de sexo e violência” da tevê, até a afirmação da mais absoluta neutralidade do meio quanto ao processo de 2 construção da personalidade humana. Umas dizem que as crianças bombardeadas por horas diárias de televisão 3 violenta e pornográfica formam-se à sua imagem e semelhança e por isso são bandidas, insubordinadas e 4 avessas ao estudo, em escala realmente crescente.(...) 5 19) A classe morfológica a que pertence a palavra “Umas” (l. 3) é

A) pronome relativo B) pronome adjetivo C) numeral D) pronome indefinido E) artigo indefinido

...O “hominus brasiliensis” não é páreo mais nem pro tiranossaurus rex.(...) 20) A contração .......... e ............ forma a palavra “pro” que é usualmente da fala popular. A) do pronome – da preposição B) do artigo – do pronome C) do pronome – do artigo D) da preposição – do pronome E) da preposição – do artigo

...Atemporal, o sonho renova-se, prova da extraordinária capacidade de projeção da população.(...) 21) O termo “Atemporal” pertence à mesma classe que A) lentos B) Marx C) justiça D) país E) trem

No dia 20 de julho de 1969, dois homens pisaram pela primeira vez na lua. Passados vinte anos do evento literalmente mais espetacular da história humana documentada, que esgotou o estoque da melhor retórica da espécie, a conquista do cosmo parece menos próxima... 22) “Literalmente” (l. 2) é um advérbio que, no texto, está modificando A) a forma verbal “Passados”

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Português 16 Professor Paulo Ricardo

B) o substantivo “evento” C) o advérbio “mais” D) o adjetivo “espetacular” E) a expressão adjetiva “mais espetacular”

GORBACHEV BUSCA CRÉDITO E PACIÊNCIA. 23) As manchetes podem apresentar estruturas peculiares, como as abaixo relacionadas. I. Utilização de frases nominais, sem verbo. II. Exclusão de qualquer tipo de adjetivação. III. Exclusão de indicação de circunstâncias. Quais estão presentes na manchete acima? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

Salmam Rushdie era para ser a estrela da terceira Festa Literária Internacional de Parati e foi. Só se 1 decepcionou quem esperava que ele se comportasse como estrela. É um homem ................ e afável, e sua 2 participação foi um dos pontos altos de um acontecimento que de tantos pontos altos pareceu uma cordilheira. A 3 começar pelo começo, uma bela homenagem a Clarice Lispector, seguida de um magnífico show de Paulinho da 4 Viola que acabou com todo .............. sambando – até, não duvido, o Salman Rushdie. 5

Outro pico do evento foi a palestra do Ariano Suassuna, cujo tema era para ser “Brasil, arquipélago de 6 culturas”, mas no fim foi o espetáculo de Ariano Suassuna sendo Ariano Suassuna, outro show inesquecível. Das 7 outras mesas (que eu vi, esqueci a ubiqüidade em casa e não pude ir a tudo), destaque para o israelense David 8 Grossman e o Sri-landês, se é assim que se diz, Michael Ondaatje falando sobre suas obras, a crítica Argentina 9 Beatriz Sarlo e o Roberto Schwartz – na mesa em que foi servida a iguaria intelectual mais fina da festa -, Jô 10 Soares e Isabel Lustosa falando de humor com muito humor, o rapper e sociólogo espontâneo MV Bill, com Luiz 11 Eduardo Soares e Arnaldo Jabor, no que foi certamente a .............. mais emocional e emocionante de todas, e o 12 americano John Lee Anderson e o português Pedro Rosa Mendes falando de suas experiências como repórteres 13 de guerra no Iraque e em Angola, respectivamente. 14

Eu falei para um grande grupo de crianças na Filipinha, um programa paralelo dirigido a escolares da região, e 15 uma das perguntas que vieram da platéia foi: “O senhor sabe ler?” Pergunta básica e perfeita e mais importante do 16 que imaginava a pequena autora. Ela checava as minhas credenciais para ser escritor e estar ali mandando todos 17 lerem. Saber ler não significa apenas ser alfabetizado ou interpretar um texto como faz o Salmam Rushdie, que lê 18 como o ator frustrado que confessou ser. Também significa saber ler a realidade à sua volta, como fazem David 19 Grossman, que vive em Jerusalém e tenta se manter racional e humano em meio aos ódios dos dois lados, ou MV 20 Bill, que nasceu na Cidade de Deus e sobreviveu e hoje faz a leitura mais certa do que é ser negro e pobre no 21 Brasil. E aprender a ler também significa descobrir escritores, como se faz na Flip. Saí de Parati decidido a ler tudo 22 que encontrar do Grossman e da Beatriz Sarlo, por exemplo. Poderia ter respondido à menina que não, ainda não 23 sabia ler como deveria, mas que chegaria lá. 24

24) Considere as seguintes afirmações sobre o uso as preposição de. I – Em de tantos pontos altos (l. 03), a preposição de poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido, por

graças a. II – Em seguida de um magnífico show (l. 04) e falando de suas experiências (l.13), a preposição de

estabelece idêntica relação semântica entre os elementos que liga. III- Em show de Paulinho (l. 04), a preposição de exprime autoria, como em tudo [...] do Grossman (l. 22 e 23).

Quais estão corretas?

A) Apenas II. B) Apenas III. C) Apenas I e II. D) Apenas I e III. E) Apenas II e III. GABARITO: 01-E, 02-A, 03-E, 04-B, 05-B, 06-C, 07-D, 08-D, 09-A, 10-B, 11-D, 12-C, 13-E, 14-E, 15-D, 16-D,

17-A, 18-E, 19-E, 20-E, 21-A, 22-E, 23-D, 24-D

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ANÁLISE DE TEXTOS

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A questão tradicional de análise de texto

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Português 19 Professor Paulo Ricardo

ANÁLISE DE TEXTOS ERROS BÁSICOS DE INTERPRETAÇÃO

C →

I →

A →

ATENÇÃO: Nas alternativas de resposta, o uso dos adjuntos adverbiais, muitas vezes, objetiva IDÉIA PRINCIPAL X IDÉIA (idéias) SECUNDÁRIA (secundárias): Para saber diferenciá-las, quando se tratar de textos grandes, é importante conhecer a estruturação tradicional deles. TESTES:

Está na última moda dizer que algo ou alguém que se destaque da multidão por suas qualidades

extraordinárias é diferenciado. De repente todo mundo quer ser diferenciado, embora, curiosamente, ninguém queira ser diferente. Diferenciar diferente e diferenciado tornou-se uma habilidade social básica, que a maioria de nós exerce de forma intuitiva, sem pensar. Se formos refletir, porém, vamos descobrir que a diferença entre diferente e diferenciado pressupõe valores que boa parte de nós teria vergonha de assumir.

Ninguém tem dúvida quando se anuncia que o atendimento prometido pelo gerente daquele banco é diferenciado: quer dizer que não se confunde com o tratamento-padrão dispensado ........... massa dos cliente otários. Inclui cafezinho, água gelada e, quem sabe, dicas de investimento vazadas diretamente da mesa de operações do Banco Central. O privilégio parece natural porque também nós somos, a nossos próprios olhos, diferenciados. Aliás, diferenciadíssimos.

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Português 20 Professor Paulo Ricardo

Já diferente, bem, é uma história inteiramente diferente. Desde que os primeiros hominídeos se juntaram numa tribo e decretaram que míopes e carecas não entravam, a diferença é tudo aquilo que grupos sociais hegemônicos vêm usando para excluir ou subjugar minorias – e ao mesmo tempo reforçar sua identidade. Localizado no corpo ou na alma, real ou imaginário, o anátema da diferença justifica lógicas de dominação e até de extermínio. Ser diferente é ter negado o direito ............. humanidade ou pelo menos .......... humanidade plena.

A trama se adensa quando nos damos conta de um paradoxo: ao mesmo tempo que queremos ser iguais, esmagando o diferente sem dó sob ............. sola aerada de nossos Nikes Shox, valorizamos a individualidade, o único, o que nos eleve acima da massa ignara e mal paga. Contradição insolúvel? É aí que entra o diferenciado. O diferenciado é o melhor dos iguais, o diferente que deu certo – o diferente que, sendo um de nós, ganha mais dinheiro do que nós. Ninguém seria louco de dizer que a bicha do quinto andar é um cara diferenciado. Mas, se se mudar para Paris, virar estilista da Chanel e arrasar com uma coleção prêt-à-porter, na próxima vez que vier ao Brasil vai ter convite para as melhores festas, desfilará entre queixos caídos: “Que talento diferenciado!”, dirão. Faz a maior diferença.

01) De acordo com o texto,

A) ser diferente não é tão excludente quanto ser diferenciado. B) o que nos iguala aos outros é sempre mais importante do que nossas idiossincrasias. C) ser diferente pressupõe os mesmos valores que ser diferenciado. D) ser diferente não basta para alguém ser aceito por grupos sociais dominantes. E) ser diferente é mais valorizado socialmente do que ser diferenciado.

02) No texto, é estabelecido um contraste entre diferente e diferenciado. A coluna abaixo apresenta palavras e expressões usadas no texto que se referem a um ou a outro desses campos semânticos.

Associe adequadamente as duas colunas.

1. diferente. 2. diferenciado

( ) dicas de investimento (l.8) ( ) míopes e carecas (l.12) ( ) minorias (l.13) ( ) o único (l.17 e 18)

A seqüência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é

A) 1 – 2 – 1 – 2. B) 2 – 1 – 2 – 2. C) 1 – 2 – 2 – 1. D) 2 – 1 – 1 – 2. E) 1 – 2 – 1 – 1.

03) O segundo parágrafo, predominantemente,

A) caracteriza as futilidades que tomam o tempo das pessoas mais ocupadas. B) descreve o tratamento cerimonioso dispensado aos clientes em geral. C) enumera vantagens que nos concedem quando somos tratados privilegiadamente. D) revela as reações de clientes a um tratamento diferenciado. E) demonstra ser ilusório o domínio que o homem diferenciado exerce sobre o mundo.

Consta que ao iniciar uma das palestras, durante sua mítica visita ao Brasil, Jean-Paul Sartre encarou a 1

platéia, vasculhou o recinto com os olhos incertos e disparou a pergunta: Onde estão os negros? O Brasil não era 2 um país de ampla população negra? Não se tratava, além disso, de uma das raras democracias raciais do planeta? 3 Sendo assim, onde estavam os negros? Sartre vasculhava o recinto e não via nenhum. Por que haviam faltado 4 naquele dia? 5

Tal visita é mítica porque constitui um marco, como os mitos, e também porque, como os mitos, deixou atrás de 6 si uma zona de penumbra. Teria ele feito mesmo aquela pergunta à platéia, ou fora ela inventada por outrem e 7 atribuída a ele como a indagação perfeita que a um filósofo perfeito cabia naquela hora e local? Não importa. O que 8 se quer dizer aqui é que o grande Sartre fez a pergunta errada. Ou melhor: fez a pergunta certa, mas no local 9 errado. Deveria tê-la feito mais adiante, quando ........... jantar, no restaurante. 10

Explique-se. Não surpreende que os negros não estivessem na conferência. Eles não tinham, e continuam não 11 tendo, acesso à boa educação. Então como agora, só uns raros chegavam à universidade. Ir à conferência de 12 Sartre significaria superar uma série de obstáculos, começando pelo lar pobre e continuando com a escola precária, 13 o cansaço produzido por pesadas tarefas, o tempo perdido em intermináveis deslocamentos de ida e volta a 14 distantes periferias. Já no restaurante, ele perceberia, com muito mais surpresa, que igualmente não .................. 15 negros – e não entre os clientes, nisso não haveria nada de surpreendente, mas entre o próprio pessoal do serviço, 16 ou seja, entre os garçons. Ora, o ofício de garçom é relativamente simples. ................. pés resistentes, para andar 17

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Português 21 Professor Paulo Ricardo

de cá para lá a noite toda, e habilidade para segurar uma bandeja. Não precisa chegar à universidade. Tudo o que 18 se precisa ler é o cardápio. E no entanto, salvo exceções, não há negros entre os garçons no Brasil. Eis a 19 discriminação no seu ponto mais cruel. 20

04) Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto.

A) Segundo a crença oficial, há uma correlação entre a existência de uma significativa população negra e uma suposta democracia racial.

B) A ausência de negros na conferência de Sartre demonstra que o Brasil não tem uma política eficaz contra o racismo.

C) O filósofo Sartre não esperava encontrar uma numerosa população negra no Brasil. D) O autor não tem certeza de que Sartre tenha realizado a mítica visita. E) O autor acredita que o Brasil é um país racista, mas que luta para integrar sua sociedade.

05) O último período do texto encerra

A) uma conclusão que prescinde da argumentação anterior. B) uma constatação que traz novos argumentos à tese defendida pelo autor. C) uma declaração que refuta as afirmações anteriores. D) uma confirmação enfática da opinião do autor. E) uma dedução contrária à tese apresentada pelo autor.

A expressão “ídolo de toda uma geração” não faz mais sentido. No passado, as gerações se definiam pelos 1

ícones que as representavam. James Dean era o inspirador da “juventude transviada” dos anos 50. Os Beatles e os 2 Rolling Stones, da turma do roque. E a geração atual? Pode-se dizer que ela não cola um pôster na parede. Cola 3 vários. O adolescente hoje é infiel por natureza. Isso pode chocar os mais velhos, que se acostumaram a passar a 4 adolescência orando para um único roqueiro no altar do quarto. “Eu era fã de Roberto Carlos e adorava os Beatles 5 com a certeza de que seria para sempre”, diz a bancária paulista Laís Soares, de 47 anos. “Minha filha não pode 6 dizer o mesmo em relação a ninguém.” A filha de Laís é a estudante Flávia, de 16 anos. Ela coleciona pôsteres de 7 ídolos como as inglesas Spice Girls ou o ator Leonardo DiCaprio. Quando a onda passa, guarda tudo na gaveta e 8 começa outra coleção. 9

Dizer que se trata de uma geração volúvel não passa de simplificação. O que ocorreu, na verdade, é que 10 mudou a relação do jovem com seu ídolo. Eleger modelos é próprio da idade. A diferença é que, no passado, os 11 ídolos serviam para definir grupos e posavam de guardiães de determinados valores. Quem era fã dos Beatles, que 12 representavam rebeldia, não podia ser fã dos Rolling Stones, que representavam uma rebeldia ainda maior. No 13 Brasil, quem curtia a jovem guarda não freqüentava shows dos tropicalistas e vice-versa. Hoje, a identificação é 14 muito menor que há dez ou vinte anos. De seus ídolos, os adolescentes querem apenas diversão. Guardar 15 pôsteres. Comprar roupas parecidas. Urrar de paixão nos shows. E depois ir para casa dormir, pensando que 16 amanhã será outro dia. Talvez com um ídolo novo. 17

06) Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.

A) Apenas nas gerações passadas, os ídolos eram eleitos como modelos pelas gerações mais jovens. B) O fato de guardar lembranças do ídolo e urrar durante suas apresentações diferencia a geração de hoje das

gerações passadas. C) A diversão, mais do que a identificação com um conjunto de valores representado pelo artista, é o ponto central na

escolha dos ídolos pelos jovens de hoje. D) James Dean, Os Beatles e os Rolling Stones são exemplos de ídolos das gerações mais jovens ainda hoje. E) Os mais velhos ficam chocados porque os jovens não se identificam com idéias, apenas com pessoas.

Em 1826, o pintor francês Jean-Baptiste Debret, em uma das mais expressivas obras que pintou no Rio de 1

Janeiro, O escravo do naturalista, registrou a participação dos escravos e auxiliares locais no trabalho de campo dos 2 naturalistas estrangeiros que, a partir do início do século 19, percorreram várias partes do Brasil. 3

A contribuição das culturas nativas para o conhecimento científico adquirido ou construído pelos naturalistas 4 quase sempre tem sido desconsiderada pelos historiadores da ciência. A atenção destes é dirigida para as 5 observações e teorias daqueles , seus instrumentos e métodos de trabalho e para as influências políticas, filosóficas 6 e econômicas em suas obras. Com freqüência, eles descrevem as populações locais como iletradas e ignorantes; 7 porém, delas dependia, em boa medida, o êxito das expedições dos naturalistas. 8

Em muitos trechos de seus relatos, cientistas como Alfred Wallace, Henry Bates e Louis Agassiz descrevem 9 como os habitantes locais contribuíram com conhecimentos para o seu trabalho. Havia, é claro, o previsível apoio 10 logístico e de infra-estrutura, tais como o fornecimento de alimentos, meios de transporte e outros recursos materiais, 11 bem como sua presença como guias, carregadores, intérpretes e companhia pessoal. Muitas vezes, porém – e é 12 esse ponto que nos interessa -, verificava-se também, por parte de indivíduos e comunidades locais, a transmissão 13 de conhecimentos obtidos com a longa experiência na floresta. Esses conteúdos viriam a ser sistematizados pelos 14 naturalistas, depurados dentro da visão científica predominante e incorporados ao cabedal científico universal. 15

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Português 22 Professor Paulo Ricardo

07) Considere as seguintes afirmações.

I – O texto questiona a imagem do naturalista como um herói desbravador que descobriu, sozinho, grande quantidade de espécies novas de animais e plantas.

II– Os historiadores da ciência não têm conhecimento dos relatos dos naturalistas, por isso desconhecem a importância dos nativos para o sucesso dos empreendimentos científicos.

III –O texto afirma que o nativo foi espoliado pelo cientista estrangeiro. Quais estão de acordo com o texto? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III.

Os mais antigos homens modernos

Agora, parece que foi mesmo na África que a espécie humana assim como a conhecemos surgiu – e dali se 1

espalhou para o restante do mundo. Foi no leste do continente africano, precisamente no deserto de Awash, na 2 porção central da Etiópia, que uma equipe de pesquisadores norte-americanos e etíopes........ os fósseis mais antigos 3 do homem moderno( Homo sapiens ). São três crânios – dois de adultos e um de uma criança de aproximadamente 7 4 anos – e mais alguns dentes de outros sete indivíduos, encontrados entre ossos de hipopótamos e antílopes e 5 ferramentas de pedra. Com cerca de 160 mil anos, segundo a datação com argônio, os crânios guardam 6 semelhanças com o do homem moderno: face mais achatada e caixa craniana em forma de globo. No entanto, traços 7 mais primitivos, como os olhos mais........ um do outro, levaram os pesquisadores a classificar os crânios como sendo 8 de Homo sapiens idaltu, uma espécie do H. sapiens......... em conjunto, essas características colocam esses 9 homonídeos nas raízes da árvore evolutiva humana e são um reforço às evidências genéticas de que o homem 10 moderno surgiu na África – ainda não se sabe se em apenas uma ou em mais regiões – e depois migrou para os 11 outros continentes, o oposto do que........ as teorias que sugerem que as primeiras características do H. sapiens 12 apareceram quase ao mesmo tempo em diferentes pontos do planeta. 13

08) Assinale a alternativa que encontra suporte no texto. A) Os recentes achados arqueológicos sugerem que o berço ancestral do homem moderno esteja situado no

continente africano. B) Até a recente descoberta, as evidências genéticas apontavam para o surgimento do homem moderno em

diferentes pontos do planeta. C) Os fragmentos de fósseis encontrados constituem-se em respostas definitivas para a pergunta sobre onde teria

surgido o Homo sapiens. D) Os artefatos de pedra encontrados no sítio arqueológico no deserto de Awash são um indício seguro de que os

hominídeos encontrados pertencem à linhagem do homem moderno. E) As teorias concorrentes propunham que o homem moderno tivesse surgido em outras partes do planeta e depois

se deslocado para o continente africano. 09) Considere as afirmações abaixo.

I – Ao iniciar o texto com o advérbio Agora (l.01), o autor busca dar destaque ao momento exato da descoberta dos

crânios. II – O emprego de mesmo na linha 13 tem a função de expressar igualdade, que é também a desempenhada pela

palavra mesmo na linha 01. III – Ao iniciar a segunda frase com foi no leste do continente africano [...] que [...] (l.02 e 03), o autor está

enfatizando a questão da localização da gênese do homem moderno.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III.

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Português 23 Professor Paulo Ricardo

A crítica religiosa de Erasmo tinha grandes afinidades com a que Lutero começou a dirigir contra Roma, a

partir de 1517: denúncia das indulgências, defesa de um Cristianismo depurado de idolatrias e superstições, volta .......... Bíblia, etc. Por isso, Lutero tentou incansavelmente obter a adesão de Erasmo, mas este repondia com evasões, até que, pressionado pelos católicos para que definisse sua posição, escreveu contra Lutero, em 1524, um texto em que se colocava frontalmente contra um dos pontos centrais da Reforma: De Libero Arbítrio. Nesse texto, Erasmo defendia a tese da vontade livre, consumando, assim, sua ruptura pública com o protestantismo, que, pelo menos em sua versão luterana, era radicalmente determinista.

Lutero respondeu ......... um texto intitulado De Servo Arbítrio, em que se defendia a tese de que a mera hipótese de uma ação livre do homem, independente de Deus ou em cooperação com Ele, já constituía uma limitação da liberdade de Deus e uma afronta às Escrituras, que mostravam que a queda condenava o homem a um saber necessariamente imperfeito e a uma razão necessariamente heterônoma. Para Erasmo, como para os humanistas em geral, essa doutrina era inaceitável tanto por razões puramente religiosas – pois, sem o pressuposto da liberdade, caem por terra todos os preceitos morais, dirigidos a uma vontade que pode ou não aceitá-los – quanto por razões humanas. A Renascença havia instalado o homem no centro da história, e Erasmo não estava disposto a abrir mão dessa conquista, a mais valiosa dos novos tempos. Ele não aceitava a idéia agostiniana de natura deleta, da depravação congênita do homem, em conseqüência do pecado original. Para Erasmo, o homem é por natureza dotado de razão, e ela o impele à concórdia e à solidariedade. A violência, a guerra, a brutalidade são contrárias ........ natureza razoável do homem. 10) De acordo com o texto, pode-se afirmar que o autor A) conduz o leitor à certeza de que existem fatos históricos que devem ser repensados à luz de idéias iluministas. B) argumenta a favor da idéia de que Erasmo e Lutero criticavam toda e qualquer religião, a despeito de suas

próprias crenças religiosas. C) apresenta as razões pelas quais Erasmo, na obra intitulada De libero Arbítrio, criticou os pontos centrais da

Reforma protestante. D) contesta a idéia de que Lutero era contra a liberdade de pensamento do homem. E) critica o ponto de vista de Erasmo sobre a Reforma protestante.

Sendo a palavra escrita um produto da cultura, nisto, como em tudo mais, o indivíduo tem o direito de adoptar a que quiser – a que lhe parecer melhor ou mais conveniente. Isso quer dizer que, tecnicamente, ................ haver tantas ortografias quantos escritores. Terá isso o inconveniente de, se um escritor optar por uma ortografia antipática ao público, o público o não ler? Seja: o inconveniente é para ele, não para o público. Praticou um acto: sofreu-lhe ele mesmo, só ele, as conseqüências intelectuais e morais.

.................cuidadosamente entre o dever cultural e o dever social. O meu dever cultural é pensar por mim, sem obediência a outrem; o meu dever cultural é registrar pela palavra escrita, grafando como entendo que devo, o que pensei. Assim se cria a cultura e portanto a civilização. Cessa aqui, porém, o que é puramente o meu dever cultural. Com a publicação do meu escrito, estou já, simultaneamente, em duas esferas – a cultural e a social: na cultural, pelo conteúdo do meu escrito; na social, pela acção actual ou possível, sobre o ambiente. O meu escrito contém elementos prejudiciais à sociedade? Se legitimamente e por mim o pensei, continuo cumprindo meu dever cultural; meu dever social é que, consciente ou inconscientemente, não cumpri. São fenômenos distintos, dependentes, um, da minha contingência; outro, da minha consciência moral, se a tiver.

Ora, a ortografia é um fenômeno puramente cultural: não tem aspecto social algum, porque não tem aspecto social o que não contém um elemento moral ( ou imoral). O único efeito presumidamente prejudicial que estas divergências ortográficas podem ter é o de estabelecer confusão no público. Isso, porém, é da essência da cultura, que consiste precisamente em “estabelecer confusão” intelectual – em obrigar a pensar por meio do conflito de doutrinas religiosas, filosóficas, políticas, literárias e outras. Onde essas divergências ortográficas produziriam já um efeito prejudicial, e portanto imoral, é se o Estado admitisse essa divergência em seus documentos e publicações, e, derivadamente, a consentisse nas escolas. 11) Considere as seguintes afirmações. I – Ao escolher a forma ortográfica que mais lhe convém, o escritor provoca mudanças nas convenções

ortográficas do idioma. II – O Estado deve evitar a multiplicidade de formas ortográficas para uma mesma palavra em textos que o

representem. III – A variedade de ortografias é prejudicial à cultura, pois dificulta a difusão de idéias. Quais estão de acordo com o texto? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III.

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Português 24 Professor Paulo Ricardo

12) No texto, é estabelecido um contraste entre dois planos: o cultural e o social.

Verifique a que plano dizem respeito as seguintes expressões usadas no texto, identificando-as com o número 1(plano cultural) ou com o número 2 (plano social).

( ) conseqüências intelectuais (l.5) ( ) sem obediência a outrem (l.7) ( ) elementos prejudiciais (l.11) ( ) consciência moral (l.13)

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) 1 – 2 – 1 – 2. B) 2 – 1 – 2 – 1. C) 2 – 1 – 2 – 2. D) 1 – 2 – 1 – 1. E) 1 – 1 – 2 – 2.

GABARITO: 01-D, 02-D, 03-C, 04-B, 05-D, 06-C, 07-A, 08-A, 09-C, 10-C, 11-B, 12-E

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SEQÜÊNCIA LINEAR

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Português 26 Professor Paulo Ricardo

A seqüência linear é simplesmente a posição que uma unidade ocupa em relação às outras unidades da frase. Em muitos casos, a posição pode variar, dentro de certos limites estabelecidos pela gramática, o que não altera o significado da frase. Um exemplo disso é a posição de todos nas frases seguintes :

A) Todos os motoristas entraram em greve. B) Os motoristas todos entraram em greve. C) Os motoristas entraram todos em greve.

(O significado, nas três frases, é o mesmo.)

D) Jorge viu o jogo. E) O jogo, Jorge viu.

(O significado, nas duas frases, é igual.)

F) O aluno fez o trabalho rapidamente. G) Rapidamente, o aluno fez o trabalho. H) O aluno fez, rapidamente, o trabalho.

(O significado é, nas três frases, o mesmo.)

I) Os alunos trouxeram a maçã para a professora. J) Para a professora, os alunos trouxeram a maçã. L) Os alunos trouxeram, para a professora, a maçã.

(O significado é o mesmo em todas.) Outros casos há (e não são poucos) em que a alteração da posição implica mudança do significado original da frase.

M) Jorge fez as primeiras dez questões apenas. N) Jorge, apenas, fez as primeiras dez questões.

(O significado não é o mesmo.)

O) O texto foi digitado fácil. P) O texto fácil foi digitado.

(O significado é diferente.)

O ADVÉRBIO – definição tradicional e suas falhas A definição tradicional diz que o advérbio “modifica” determinadas classes (entre as quais o próprio advérbio). Por exemplo :

Q) Os operários trabalharam rapidamente. R) Os operários estavam bastante motivados. S) Os operários atuaram muito discretamente.

Contudo, é preciso dizer que, em muitos casos, palavras tradicionalmente classificadas como advérbios não se enquadram na definição acima:

T) Apenas Jorge trabalhou hoje. U) Geralmente, homens gostam de sair com mulheres. V) Jorge, somente, trabalhou hoje.

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Português 27 Professor Paulo Ricardo

TESTES:

...Não foi, porém, apenas no terreno da imaginação que o homem procurou dominar ou retardar a morte. Principalmente na ciência, os esforços empreendidos no passado e no presente merecem destaque especial, porquanto, se ainda nem podemos cogitar, a não ser na ficção, de superar o fato do desaparecimento físico, é evidente que já conseguimos retardá-lo, através de processos por vezes sensacionais. 1) Considere as seguintes afirmações acerca de possibilidades de mudança de posição da palavra principalmente

(l.2).

I. A palavra em questão poderia aparecer entre vírgulas depois de no passado (l.2). II. Principalmente poderia ser deslocada para imediatamente antes da 1a vírgula (l.2). III. A palavra em questão poderia ser situada entre esforços (l.2) e empreendidos (l.2).

Quais modificações não acarretariam mudança no significado global da sentença?

(A) Apenas I (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III.

...De tal modo esse novo estado de disposição coletiva era sensível, que os paulistanos em geral, surpresos consigo mesmos, e os seus porta-vozes informais em particular, os cronistas, se puseram a especular sobre ele. 2) O trecho que inicia em “De tal modo” (l. 1) e vai até “sensível” (l. 1) pode ser reescrito de várias maneiras.

Assinale aquela em que há alteração do significado original.

(A) Era de tal modo sensível esse novo estado de disposição coletiva (B) De tal modo era sensível esse novo estado de disposição coletiva (C) Esse novo estado de disposição coletiva era de tal modo sensível (D) Esse novo estado de disposição coletiva de tal modo era sensível (E) De tal modo sensível esse novo estado era de disposição coletiva 3) A afirmativa que difere das demais pelo sentido é

(A) O candidato responde às questões da prova com muita calma, confiante em seus conhecimentos. (B) O candidato confiante em seus conhecimentos responde às questões da prova com muita calma. (C) Confiante em seus conhecimentos, o candidato responde às questões da prova com muita calma. (D) O candidato, confiante em seus conhecimentos, responde às questões da prova com muita calma. (E) O candidato responde às questões da prova, confiante em seus conhecimentos, com muita calma. Por que cargas d’água o futebol não tem na literatura brasileira a correspondência de sua verdadeira dimensão na 1 nossa sociedade? Na verdade, pode-se..........essa questão para todas as demais manifestações artísticas – 2 música, cinema, teatro e artes plásticas. De..........muito, o futebol se infiltrou de tal forma no tecido social brasileiro 3 que está presente no nosso dia-a-dia de maneira sufocante. Respiramos futebol e falamos de futebol, quer 4 gostemos ou não de futebol. Ele já faz parte da própria natureza do brasileiro. Mas isso não está devidamente 5 expresso na poesia ou na prosa, nem impresso nas obras espalhadas pelas galerias de arte, tampouco projetado 6 nas telas de cinema, representado devidamente nos palcos ou capturado em seu rico gestual pelas coreografias 7 de balé. 8

Talvez a resposta esteja com o professor, ensaísta, poeta, escritor e gênio em geral, Décio Pignatari, que, 9 a propósito, me disse certa vez: “É que o futebol é muito maior do que a criação artística” 10

O que o mestre queria dizer, se entendi, é que o futebol incorpora a graça do balé, a dinâmica do cinema, 11 a expressão do ser e dos movimentos das artes plásticas; ele cria os mais inverossímeis personagens, tece as 12 tramas mais insólitas que a ficção possa conceber e nos derrama um belo verso, ao menos,..........cada partida. 13 Assim, criou sua própria semântica, uma linguagem que dispensa as demais. 14 (Adaptado de: HELENA JR., Alberto. O futebol é muito maior do que a criação artística. Folha de São Paulo, 03 de 15 setembro, 1997, p. 12, 3º caderno.) 16 4) Assinale a alternativa correta. (A) A expressão Na verdade (l. 2) poderia aparecer entre vírgulas depois de pode-se (l.2), sem acarretar

alteração de significado. (B) A expressão de tal forma poderia aparecer depois de social (l. 3), sem acarretar alteração de significado. (C) A expressão devidamente (l. 5) poderia aparecer depois de expresso (l. 6), sem acarretar alteração no

significado da frase. (D) A conjunção Assim (l. 14) poderia ser substituída por Em virtude disso, sem acarretar alteração no significado

da frase. (E) A expressão ao menos poderia aparecer entre a conjunção e e nos derrama (l. 13), sem acarretar alteração

de significado.

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Português 28 Professor Paulo Ricardo

Ter cem nos, ser centenária Porto Alegre está ficando assim, quando e onde menos se espera aparece um centenário.[...] Bem, nós 1

sabemos que uma cidade centenária é muito mais do que uma cidade de cem anos, uma cidade onde meramente 2 vivem figuras e cenários de cem anos. Esta, basta deixar vagar ao sabor do calendário que mal ou bem corre; 3 aquela, porém, precisa muito mais. Precisa, por exemplo, da vibração que só acomete os dispostos a segurar o 4 tempo pelos cabelos e impor-lhe um ritmo, para fazer história, consistência, com a matéria-prima trivial, dispersão. 5

Com seus mais de duzentos anos de existência, Porto Alegre se candidata agora à honraria de ser 6 centenária. Coisas, ambientes, filhos ilustres, artistas, instituições, ruas porto-alegrenses estão fazendo acontecer, 7 ao longo dos anos, a cidade – este silencioso depósito de sucessivas camadas de heroísmo, covardia, ousadia, 8 destempero, fracasso, vitórias, esperanças, desinteresses, contrariedades e desejos, em combinações díspares, 9 humanas. 10

5) As alternativas abaixo apresentam algumas possibilidades de alteração na posição das expressões adverbiais só (l. 4), agora (l. 6) e ao longo dos anos (l. 8).

Assinale a única alternativa em que a reordenação causaria mudança no significado da frase em questão.

(A) Só poderia aparecer entre acomete e os dispostos (l. 4). (B) Só poderia aparecer entre segurar e o tempo (l. 4 e 5). (C) Agora poderia aparecer entre Porto Alegre e se candidata (l. 6). (D) Agora poderia aparecer antes de Porto Alegre (l. 6). (E) Ao longo dos anos poderia aparecer antes de coisas (l. 7).

6) Considere as seguintes variações do trecho “E só a esperança o fará reagir”.

I. E a esperança, só, o fará reagir. II. E a esperança o fará reagir só. III. E só o fará reagir a esperança.

Em quais o deslocamento de só mantém o sentido original do trecho?

(A) Apenas em I. (B) Apenas em II. (C) Apenas em I e II. (D) Apenas em I e III. (E) Em I, II e III.

...As universidades americanas não realizam exames vestibulares. Mas o estudante sabe, desde que dominou as primeiras letras, que só terá acesso às melhores faculdades se for um excelente estudante durante toda a sua formação básica e enriquecer seu currículo com atividades extraclasse que aprimorem o seu desempenho. É a partir desse enfoque que o ensino brasileiro precisa ser revisto.

7) A palavra do último parágrafo que, ao ser deslocada, altera o sentido da frase é

(A) só (l. 2) (B) melhores (l. 2) (C) excelente (l. 2) (D) toda (l. 2) (E) É (l. 3)

8) A mudança na ordem dos termos altera substancialmente o sentido da frase na alternativa

(A) Engolfa-se nessa preocupação cotidianamente. Engolfa-se cotidianamente nessa preocupação.

(B) O homem é manipulado diariamente pelo mundo da consumocracia. O homem é diariamente manipulado pelo mundo da consumocracia.

(C) Segue tranqüilamente o canto da sereia da moderna sofisticação. Tranqüilamente segue o canto da sereia da moderna sofisticação.

(D) O ter é somente a moldura para o ser. O ter é a moldura somente para o ser.

(E) Essas duas faces da vida do homem dependem fundamentalmente de seus valores. Essas duas faces da vida do homem fundamentalmente dependem de seus valores.

9) A frase que difere das demais pelo sentido é

(A) O aluno acompanha as explicações da professora de matemática com atenção, consciente de que precisa aprender.

(B) Consciente de que precisa aprender, o aluno acompanha as explicações da professora de matemática com atenção.

(C) O aluno, consciente de que precisa aprender, acompanha as explicações da professora de matemática com atenção.

(D) Com atenção, o aluno consciente de que precisa aprender acompanha as explicações da professora de matemática.

(E) Com atenção, o aluno acompanha as explicações da professora de matemática, consciente de que precisa aprender.

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Português 29 Professor Paulo Ricardo

10) A frase que equivale, em sentido, a “Apenas neste século as mulheres passaram a ter a oportunidade de agir

mais diretamente na construção da cidadania” é

(A) Neste século, apenas as mulheres passaram a ter a oportunidade de agir mais diretamente na construção da cidadania.

(B) As mulheres passaram a ter, neste século, apenas a oportunidade de agir mais diretamente na construção da cidadania.

(C) Neste século, as mulheres passaram a ter a oportunidade de apenas agir mais diretamente na construção da cidadania.

(D) Neste século apenas, as mulheres passaram a ter a oportunidade de agir mais diretamente na construção da cidadania.

(E) As mulheres passaram a ter, neste século, a oportunidade de agir mais diretamente apenas na construção da cidadania.

11) A frase que equivale em sentido a “A casa e a rua interagem e se complementam num ciclo que é cumprido

diariamente por homens e mulheres, velhos e crianças” é

(A) Diariamente a casa e a rua cumprem um ciclo onde interagem e se complementam homens e mulheres, velhos e crianças.

(B) Homens e mulheres, velhos e crianças cumprem diariamente um ciclo em que a casa e a rua interagem e se complementam.

(C) Diariamente, homens e mulheres, velhos e crianças cumprem e complementam o ciclo em que a casa e a rua interagem.

(D) Cumpre-se diariamente um ciclo em que a casa e a rua se complementam e interagem com homens e mulheres, velhos e crianças.

(E) Homens e mulheres, velhos e crianças interagem e se complementam num ciclo que é cumprido diariamente em casa e na rua.

12) A frase que não mantém o mesmo sentido de “Mas não foram só os nativos os beneficiados.” É

(A) Mas os beneficiados não foram somente os nativos. (B) Mas só não foram beneficiados os nativos. (C) Mas houve outros beneficiados além dos nativos. (D) Mas não apenas os nativos foram os beneficiados. (E) Mas os nativos não foram os únicos beneficiados.

Em 1826, o pintor francês Jean-Baptiste Debret, em uma das mais expressivas obras que pintou no Rio 1

de Janeiro, O escravo do naturalista, registrou a participação dos escravos e auxiliares locais no trabalho de 2 campo dos naturalistas estrangeiros que, a partir do início do século 19, percorreram várias partes do Brasil. 3

A contribuição das culturas nativas para o conhecimento científico adquirido ou construído pelos 4 naturalistas quase sempre tem sido desconsiderada pelos historiadores da ciência. A atenção destes é dirigida 5 para as observações e teorias daqueles , seus instrumentos e métodos de trabalho e para as influências políticas, 6 filosóficas e econômicas em suas obras. Com freqüência, eles descrevem as populações locais como iletradas e 7 ignorantes; porém, delas dependia, em boa medida, o êxito das expedições dos naturalistas. 8

Em muitos trechos de seus relatos, cientistas como Alfred Wallace, Henry Bates e Louis Agassiz 9 descrevem como os habitantes locais contribuíram com conhecimentos para o seu trabalho. Havia, é claro, o 10 previsível apoio logístico e de infra-estrutura, tais como o fornecimento de alimentos, meios de transporte e outros 11 recursos materiais, bem como sua presença como guias, carregadores, intérpretes e companhia pessoal. Muitas 12 vezes, porém – e é esse ponto que nos interessa -, verificava-se também, por parte de indivíduos e comunidades 13 locais, a transmissão de conhecimentos obtidos com a longa experiência na floresta. Esses conteúdos viriam a 14 ser sistematizados pelos naturalistas, depurados dentro da visão científica predominante e incorporados ao 15 cabedal científico universal. 16

13) Observe as seguintes sugestões de modificação no texto, desconsiderando o uso de vírgulas e de iniciais maiúsculas.

I – Substituição do segundo e da linha 6 por bem como. II – Deslocamento de é claro (l. 10) para depois do e (primeiro da l. 11). III – Deslocamento de Muitas vezes (l. 12 e 13) para depois de conhecimentos (l.14).

Quais manteriam a correção e o significado da frase original?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III.

14) As afirmações abaixo referem-se à pergunta Será que está apenas na abundância de bugiganga?

I – O deslocamento da palavra apenas para o final da frase acarretaria mudança de significado. II – A palavra apenas introduz na frase a idéia de que há uma certa força de sedução na abundância de

bugiganga. III - A substituição da seqüência Será que está por Estaria não acarretaria mudança de significado.

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Português 30 Professor Paulo Ricardo

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. 15) Considere o seguinte segmento do texto: Ainda antes mesmo de se candidatar, dera-lhe a oposição udenista,

em meados de 1950, através do jornalista Carlos Lacerda, um recado claro e desafiador .

As alternativas abaixo apresentam reformulações corretas, e equivalentes em termos de significado, do trecho acima, À EXCEÇÃO DE

(A) Ainda antes mesmo de se candidatar, um recado claro e desafiador lhe tinha sido dado pela oposição udenista, em meados de 1950, através do jornalista Carlos Lacerda.

(B) Ainda em meados de 1950, antes mesmo de se candidatar, o jornalista Carlos Lacerda lhe dera um recado claro e desafiador, através da oposição udenista.

(C) Ainda mesmo antes de se candidatar, a oposição udenista tinha lhe dado, em meados de 1950, um recado claro e desafiador através do jornalista Carlos Lacerda.

(D) Em meados de 1950, ainda antes mesmo de se candidatar, um recado claro e desafiador lhe fora dado pela oposição udenista através do jornalista Carlos Lacerda.

(E) Um recado claro e desafiador lhe dera, em meados de 1950, através do jornalista Carlos Lacerda, a oposição udenista, ainda antes mesmo de ele se candidatar.

...O mítico evento qüinqüenal jamais havia incluído um cozinheiro. Entende-se. A crítica cultural considera a 1

gastronomia uma “estética sem linguagem”: não reconhece nela verdadeira arte. 2 Este inquieto catalão não se limita a fazer boa comida. Ele revoluciona sistematicamente a gastronomia 3

desde o dia em que assistiu a uma conferência do físico-químico Hervé This. O cientista fundou a disciplina 4 “cozinha molecular”, que propõe a cooperação entre as ciências e os cozinheiros. De comum entre ambos, restou 5 a consciência de que no centro da inovação gastronômica atual está o laboratório. Adrià mantém uma oficina de 6 pesquisa em que elabora novos conceitos e técnicas aos quais os cozinheiros do seu restaurante El Bulli aliam 7 sensibilidade e criatividade. 8

Antes, os restaurantes pareciam parados no tempo. A partir de Adrià, a renovação parece não ter fim, e a 9 gastronomia virou isso que alguns julgam “arte” e outros não sabem dizer o que é. O próprio chef está surpreso 10 com tanto impacto. Ele acha que apenas sociólogos, antropólogos, jornalistas e críticos poderão compreender 11 essa revolução que se passa no domínio do gosto na sociedade moderna. 12

16) Considere as seguintes propostas de deslocamento de advérbios do texto, desconsiderando o uso de iniciais minúsculas e maiúsculas.

1 – Deslocar jamais (L.01) para o início da frase. 2 – Deslocar sistematicamente (L.03) para o início da frase. 3 – Deslocar apenas (L.11) para imediatamente antes de acha (L.11)

Quais manteriam o significado da frase do texto?

(A) Apenas 1. (B) Apenas 2. (C) Apenas 3. (D) Apenas 1 e 2. (E) Apenas 2 e 3.

A crítica religiosa de Erasmo tinha grandes afinidades com a que Lutero começou a dirigir contra Roma, a partir de 1517: denúncia das indulgências, defesa de um Cristianismo depurado de idolatrias e superstições, volta .......... Bíblia, etc. Por isso, Lutero tentou incansavelmente obter a adesão de Erasmo, mas este repondia com evasões, até que, pressionado pelos católicos para que definisse sua posição, escreveu contra Lutero, em 1524, um texto em que se colocava frontalmente contra um dos pontos centrais da Reforma: De Libero Arbítrio. Nesse texto, Erasmo defendia a tese da vontade livre, consumando, assim, sua ruptura pública com o protestantismo, que, pelo menos em sua versão luterana, era radicalmente determinista.

Lutero respondeu ......... um texto intitulado De Servo Arbítrio, em que se defendia a tese de que a mera hipótese de uma ação livre do homem, independente de Deus ou em cooperação com Ele, já constituía uma limitação da liberdade de Deus e uma afronta às Escrituras, que mostravam que a queda condenava o homem a um saber necessariamente imperfeito e a uma razão necessariamente heterônoma. Para Erasmo, como para os humanistas em geral, essa doutrina era inaceitável tanto por razões puramente religiosas – pois, sem o pressuposto da liberdade, caem por terra todos os preceitos morais, dirigidos a uma vontade que pode ou não aceitá-los – quanto por razões humanas. A Renascença havia instalado o homem no centro da história, e Erasmo não estava disposto a abrir mão dessa conquista, a mais valiosa dos novos tempos. Ele não aceitava a idéia agostiniana de natura deleta, da depravação congênita do homem, em conseqüência do pecado original. Para Erasmo, o homem é por natureza dotado de razão, e ela o impele à concórdia e à solidariedade. A violência, a guerra, a brutalidade são contrárias ........ natureza razoável do homem.

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Português 31 Professor Paulo Ricardo

17) Considere as propostas de reescrita do seguinte período do texto.

Para Erasmo, o homem é por natureza dotado de razão, e ela o impele à concórdia e à solidariedade.

I –De acordo com Erasmo, o homem é racional por natureza, e ela o leva à busca da concórdia e da solidariedade. II –Segundo Erasmo, por natureza, o homem é racional, e isso o leva à busca da concórdia e da solidariedade. III–O homem, segundo Erasmo, tem natureza racional, o que o leva a buscar a concórdia e a solidariedade. Quais as propostas de reescrita mantêm a correção e o sentido do texto original?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas II e III.

Sendo a palavra escrita um produto da cultura, nisto, como em tudo mais, o indivíduo tem o direito de adoptar a que quiser – a que lhe parecer melhor ou mais conveniente. Isso quer dizer que, tecnicamente, ................ haver tantas ortografias quantos escritores. Terá isso o inconveniente de, se um escritor optar por uma ortografia antipática ao público, o público o não ler? Seja: o inconveniente é para ele, não para o público. Praticou um acto: sofreu-lhe ele mesmo, só ele, as conseqüências intelectuais e morais.

..............cuidadosamente entre o dever cultural e o dever social. O meu dever cultural é pensar por mim, sem obediência a outrem; o meu dever cultural é registrar pela palavra escrita, grafando como entendo que devo, o que pensei. Assim se cria a cultura e portanto a civilização. Cessa aqui, porém, o que é puramente o meu dever cultural. Com a publicação do meu escrito, estou já, simultaneamente, em duas esferas – a cultural e a social: na cultural, pelo conteúdo do meu escrito; na social, pela acção actual ou possível, sobre o ambiente. O meu escrito contém elementos prejudiciais à sociedade? Se legitimamente e por mim o pensei, continuo cumprindo meu dever cultural; meu dever social é que, consciente ou inconscientemente, não cumpri. São fenômenos distintos, dependentes, um, da minha contingência; outro, da minha consciência moral, se a tiver.

Ora, a ortografia é um fenômeno puramente cultural: não tem aspecto social algum, porque não tem aspecto social o que não contém um elemento moral ( ou imoral). O único efeito presumidamente prejudicial que estas divergências ortográficas podem ter é o de estabelecer confusão no público. Isso, porém, é da essência da cultura, que consiste precisamente em “estabelecer confusão” intelectual – em obrigar a pensar por meio do conflito de doutrinas religiosas, filosóficas, políticas, literárias e outras. Onde essas divergências ortográficas produziriam já um efeito prejudicial, e portanto imoral, é se o Estado admitisse essa divergência em seus documentos e publicações, e, derivadamente, a consentisse nas escolas. 18) Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta acerca do emprego, no texto, de advérbios

formados pelo sufixo –mente.

A) Assim como cuidadosamente (l. 6) significa ‘com cuidado’, também puramente (l. 8) significa ‘com pureza’. B) O advérbio legitimamente (l. 11) poderia ser substituído por realmente, mantidos o sentido e a correção da

frase. C) Embora o sufixo –mente apareça apenas na palavra inconscientemente (l. 12), ele poderia também ser

acrescentado à palavra consciente (l. 12), sem alteração do sentido contextual. D) O advérbio presumidamente (l. 15) poderia ser substituído pelo segmento que presumo ser, mantida a

correção e o sentido da frase. E) O advérbio precisamente (l. 17) poderia ser deslocado para o início do período, sem alteração do sentido

contextual. GABARITO: 01-B, 02-E, 03-B, 04-A, 05-B, 06-D, 07-A, 08-D, 09-D, 10-D, 11-B, 12-B, 13-A, 14-D, 15-B, 16-D,

17-E, 18-C

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DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

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Português 33 Professor Paulo Ricardo

APONTAMENTOS TEÓRICOS TESTES:

O Brasil jovem está curtindo o vestibular. Páginas inteiras dos jornais acompanham a operação nacional. 1 Onde houver um garotão ou um brotinho debruçado sobre a folha de papal, aí estará o fotógrafo para registrar a 2 cena. E a cena é está: o garotão tirou os sapatos para descontrair-se até o dedão, e está mais deitado do que 3 sentado; assim as idéias lhe chegam melhor. O brotinho se enroscou todo, no antúrio pensante. Quem se 4 lembraria de fotografar esses dois no ato de fazer prova, se estivéssemos no Brasil de 1940? Hoje, vestibular é 5 notícia. E a imagem do jovem tem uma importância jornalística concedida a imperadores em tempo de guerra. O 6 particular tornou-se geral. Conseguir vaga em escola de nível superior ficou sendo briga de foice, acompanhada, 7 golpe a golpe, pela multidão dos pais. 8 1) A expressão que explica adequadamente a passagem “assim as idéias lhe chegam melhor” (linha 4) é A) desse modo, ele tem mais inspiração. B) nessa posição, ele consegue raciocinar mais facilmente. C) dessa forma, suas idéias se tornam originais. D) com essa atitude, seu pensamento é mais correto. E) com essa descontração, suas idéias são adequadas.

2) As expressões “imperadores em tempo de guerra” (linha 6), “briga de foice” (linha 7) e “golpe a golpe” (linha 8)

têm em comum a idéia de A) glória B) disposição C) luta D) desespero E) inconformidade

O Brasil ficou mais moderno, de uns anos para cá nos municípios que estão gastando, em média, quase 1 30% de sua receita em salas de aula. Em Santa Rita do Sapucaí (MG) 7343 alunos das escolas públicas 2 aprendem a usar computador. “Aqui não tem problema de dinheiro, aqui não há crise”, explica o prefeito. Ex-3 motorista de praça, ele circula pela cidade ao volante de seu carro particular – um Volkswagen 1983. Uma 4 carroça, mas muito moderna e confortável quando não se tem do lado de fora uma legião de meninos de rua. Por 5 falar nisso: os 85 encontrados em Santa Rita vão bem, obrigado. Comem e estudam em semi-internato. 6

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Português 34 Professor Paulo Ricardo

3) A frase que expressa devidamente a idéia contida em “uma carroça, mas muito moderna e confortável quando não se tem do lado de fora uma legião de meninos de rua.” ( linhas 4 e 5) é

A) Volkswagen 1983 está superado, mas, em Santa Rita do Sapucaí, ainda continua sendo utilizado B) A inexistência de meninos de rua no município facilita a circulação de um carro antigo, tornando-o confortável. C) Mesmo sendo uma carroça, o Volkswagen 1983 é para o prefeito um carro moderno e confortável. D) O Volkswagen 1983 pode ser considerado obsoleto para muitos, no entanto oferece conforto ao prefeito que

se preocupa com os meninos de rua. E) Embora o Volkswagen 1983 seja considerado superado, torna-se moderno e confortável, por circular em uma

cidade em que não há meninos de rua perambulando.

Em pleno centro da maior cidade de nosso Estado, meninos, meninas e adolescentes dormem ao relento, 1 sob o ilusório cobertor das drogas que deformam o cérebro e destroem os valores morais. Nos seus dias sem 2 futuro, as camas improvisadas da madrugada se transformam em bancos de uma escola de trágica eficiência, 3 que aplica a pedagogia da delinqüência sob a palmatória da necessidade. Quem não aprende, não sobrevive. E 4 quem aprende também tem vida curta, abreviada pelo amadurecimento precoce, pela autofagia da própria 5 marginalidade ou pela reação repressiva de uma sociedade permanente ameaçada pela violência. 6 4) A expressão “ilusório cobertor” (linha 2) significa

A) agasalho vão B) aconchego imaginário C) proteção passageira D) conforto enganoso E) abrigo inexistente 5) A expressão “nos seus dias sem futuro” (linhas 2 e 3) sugere que os meninos de rua

A) não viverão muito tempo e não têm perspectivas de sair daquela vida. B) não têm meios de sobrevivência e não acreditam em nada. C) não ficarão ali para sempre e não conseguirão auxílio. D) não se importam com o futuro e não superarão suas deficiências. E) não sairão dali e não receberão atendimento.

É no mínimo desafiador pisar a ponte que conduz à segunda metade da vida: neste ponto da trajetória somos 1

obrigados a encarar o fato de que não seremos jovens para sempre e, em conseqüência, a repensar nossas 2 circunstâncias e a reavaliar nossos projetos. 3

É saudável, nesse momento, considerar que o envelhecimento não está necessariamente ligado ao número 4 de anos vividos. Envelhecemos quando deixamos de nos divertir no jogo da vida, no balanço dos sonhos; quando 5 abrimos espaço para o medo da solidão, da perda dos afetos; quando renunciamos aos ideais, às alegrias, à 6 dignidade. 7

Entretanto, enquanto celebrarmos a riqueza interior, acreditarmos em nossas potencialidades, ouvirmos, a 8 voz do coração, a idade será incidental. Nessa perspectiva, um século é pouco para viver, mas é suficiente para 9 aprender que o amor – por nós e pelos outros – é a essência, o fio condutor que percorre e ilumina a vida, do 10 berço à morte. 11 6) A expressão que não está sendo usada figuradamente no texto é

A) “pisar a ponte.” (linha 1) B) “reavaliar nossos projetos.” (linha 3) C) “celebrarmos a riqueza interior.” (linha 8) D) “ouvirmos a voz do coração.” (linhas 8 e 9) E) “do berço à morte.” (linha 10 e 11)

O mês de novembro assinalou o 90º aniversário de um dos episódios mais trágicos – e mais patéticos – da 1

história brasileira: a Revolta da Vacina. Durante vários dias, as ruas do Rio de Janeiro foram cenários de 2 verdadeiras batalhas entre população e tropas federais. O pivô do conflito era um jovem médico chamado 3 Oswaldo Cruz. Filho de sanitarista, Oswaldo, verdadeira vocação para a microbiologia, estava voltando de Paris, 4 onde cumprira brilhante estágio no famoso Instituto Pasteur. A sua fama começava a se espalhar e o presidente 5 Rodrigues Alves convidou-o a assumir o cargo de Diretor de Saúde Pública, equivalente ao de ministro de hoje. 6

Era uma época difícil, em todos os sentidos. Pestilências – febre amarela, peste, tuberculose – grassavam 7 no país. Os navios estrangeiros recusavam-se a apontar no Rio. Com razão, porque tripulações inteiras eram 8 dizimadas. O café, principal produto de exportação, não podia ser embarcado. As divisas não entravam, a dívida 9 externa crescia. A missão de Oswaldo Cruz não tinha a ver só com saúde. Tinha a ver com a sobrevivência do 10 país. 11

Desta missão, Oswaldo Cruz se desincumbia com grande competência e não menor autoritarismo. Sua 12 estratégia consistia em atacar as doenças uma a uma, dentro do conceito de campanha, que popularizou. Para 13 combater a febre amarela, por exemplo, formou brigadas de mata-mosquitos que, fardadas, entravam nas casas 14 em busca de focos das insetos. Essas medidas enfrentavam oposição inclusive por parte dos médicos e até de 15 professores da faculdade de Medicina. A esta altura ainda havia controvérsia sobre a causa de tais doenças. 16 Muitos achavam que a febre amarela era transmitida por alimentos, não por mosquitos. 17

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Português 35 Professor Paulo Ricardo

A população assistia à polêmica entre irritada e divertida, mas tudo mudou quando foi lançada a campanha 18 de vacinação antivariólica. Histórias estranhas começaram a circular: dizia-se, por exemplo, que a vacina era feita 19 com sangue de rato. E que Oswaldo Cruz tivera a idéia de combater a peste bubônica comprando os ratos 20 caçados pelas pessoas.(...) 21

Oswaldo Cruz não contava com recursos de comunicação e não teve a habilidade suficiente para convencer 22 o povo da necessidade da vacina. O episódio custou-lhe o cargo. Sua vida política declinou e ele encontrou 23 consolo refugiando-se no instituto que fundou e que leva seu nome. Um testemunho de sua visão de cientista – e 24 de sua inabalável coerência. 25

7) A frase que está sendo utilizada conotativamente no texto, é A) Era uma época difícil, em todos os sentidos (linha 7). B) Os navios estrangeiros recusavam-se a aportar no Rio (linha 8). C) As divisas não entram, a dívida externa crescia (linhas 9 e 10). D) (...) ainda havia controvérsia sobre a causa de tais doenças (linha 16). E) (...) a vacina era feita com sangue de rato (linhas 19 e 20).

Um recente debate entre a feminista americana Betty Friedan e a escritora francesa Elizabeth Badinter 1

levantou uma questão que vai dar muito no que falar: o futuro relacionamento entre homens e mulheres no século 2 21. Segundo as duas autoridades no assunto, daqui para a frente veremos o fortalecimento da androginia, 3 presente em ambos os sexos. Ou seja, os homens assumirão seu lado feminino e as mulheres seu lado 4 masculino, num encontro harmonioso e definitivo.(...) 5

Homem não deveria temer sutilezas, contradições, lágrimas. Não deveria sentir vergonha de beijar seu pai, 6 seus irmãos, seus amigos, e muito menos olhar com cara feia para quem desconhece as regras do futebol ou usa 7 lenço no pescoço. Neste aspecto, os europeus estão a milhas de distância dos brasileiros: falam de maneira mais 8 suave, vestem-se com mais charme e criatividade e, quando suas mulheres têm uma situação profissional mais 9 bem encaminhada, não titubeiam em desfrutar a licença-paternidade. Não são menos homens que os nossos. São 10 só mais seguros.(...) 11

Jô Soares com sua afetividade, Regina Casé com sua doçura, Denise Frossard com sua coragem, só para 12 citar alguns nomes, são pessoas que assimilaram novos papéis sem abrir mão de sua natureza. São os 13 andróginos do próximo milênio. Destacam-se porque, além de competentes, souberam somar as vantagens de 14 ambos os sexos, tornando-se mais completos. Conseguem transitar em diversos círculos, são compreendidos em 15 qualquer lugar e se fazem notar neste mundo onde todos se parecem. Os que continuam achando que a força 16 deve permanecer de um lado do ringue e a ternura do outro desperdiçam seu tempo vestindo Yamamoto ou 17 plugando-se à Internet. Serão sempre do século passado. 18 8) A frase em que não há expressão usada conotativamente é A) “estão a milhas de distância dos brasileiros” (linha 8). B) “São só mais seguros” (linha 11). C) “sem abrir mão de sua natureza” (linha 13). D) “a força deve permanecer de um lado do ringue” (linhas 16 e 17). E) “Serão sempre do século passado” (linha 18).

Deus é brasileiro, diz o ditado popular. Se assim for, depois de criar os céus e a terra, e nela instalar o 1 homem, Deus foi descansar na fronteira da Bahia com Sergipe. O paraíso, chamado Mangue Seco – aquele das 2 dunas maravilhosas, cenário de Tieta do Agreste – está localizado ao final da Linha Verde (primeira via ecológica 3 do país) em uma área de proteção ambiental que abrange cinco municípios, num total de 1.348 quilômetros 4 quadrados de muito verde e treze praias de incrível beleza. 5

Esse espaço privilegiado foi criado com a idéia de conservar um patrimônio natural e paisagístico composto 6 por diversos ecossistemas, como manguezais, dunas, restingas, cerrados, lagos e remanescentes da mata 7 Atlântica. Por outro lado, a Linha Verde, que inicia na Praia do Forte, a 50 quilômetros do aeroporto de Salvador, 8 amplia as possibilidades de lazer dos turistas, ao permitir o acesso a mais de uma dezena de praias. 9

Para você chegar até o Mangue Seco existem duas maneiras: pela praia – o que exige conhecimento das 10 marés – ou pelos rios que circundam o local, possivelmente a bordo de um “tototó”, acunhado barco de madeira 11 típico da região, ou de uma veloz lancha que em apenas 15 minutos irá depositá-lo num improvisado porto, não 12 distante dos altos coqueiros e imensas dunas que se movem ao sabor do vento. 13

Desfrutando de tanta beleza, curtindo as águas cristalinas de temperaturas agradáveis e o sol forte o ano 14 todo, em uma região agreste na qual o homem ousou até agora somente pequenas intervenções, é possível que 15 você conclua: se Deus não é brasileiro, pelo menos gosta muito daqui. 16 9) De acordo com o sentido que os segmentos abaixo têm no texto, não ocorre uma expressão conotativa em A) depois de criar os céus e a terra (linha 1) B) Deus foi descansar na fronteira da Bahia com Sergipe (linha 2) C) irá depositá-lo num improvisado porto (linha 12) D) curtindo as águas cristalinas (linha 14) E) é possível que você conclua (linhas 15 e 16)

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Português 36 Professor Paulo Ricardo

No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras. Houve tempo em que, romântica, ela batia à 1 nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava por uma roupinha velha. Conhecíamos os 2 nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Eram parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vesti-los, 3 aliviávamos nossas consciências. Dormíamos o sono dos justos. 4

A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um 5 elemento da paisagem. Algo para ser visto pala janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora 6 refugiada sob o viaduto. 7

A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, 8 esfarrapada, no vidro de nosso carro. Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a 9 exercitar nossa infinita bondade pingando esmola em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos 10 travesseiros. 11

Com o tempo a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a 12 docilidade. A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica. Os telejornais passaram a despejar 13 violência sobre o tapete da sala, aos pés de nossos sofás. Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema 14 de miséria encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o botão da 15 TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía. Vivia-se nesta fase, a utopia da cesta básica. Tentava-se 16 remediar anos de omissão com programas oficiais paternalistas. 17

Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede: exige. Ela já não suplica; toma. A miséria não 18 bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro; arranca os relógios dos braços 19 distraídos. 20 10) Um dos recursos utilizados pelo autor na construção do texto é o emprego de expressões em sentido figurado.

A referência feita às caras de miséria ilustra tal emprego, já que – compreendida literalmente – a miséria não tem cara. As expressões abaixo são exemplos desse emprego, à exceção de

A) de bem com nossos travesseiros (linhas 10 e 11) B) elemento da paisagem (linha 6) C) braços distraídos (linhas 19 e 20) D) eficiente sistema de miséria encanada (linhas 14 e 15) E) despejar violência sobre o tapete da sala (linhas 13 e 14)

A deterioração dos centros urbanos tomou conta dos noticiários. A cidade é a demência. A cidade é a selva. 1 Mas a televisão sempre oferece compensações e, para aliviar o show do caos urbano, ela exibe o idílio da vida 2 campestre. É assim que, na ficção e na publicidade, reina o videobucolismo, esse gênero de fantasia em que a 3 grama não tem formiga, as cobras não têm veneno e as mulheres não têm vergonha. Chinelos, cigarros, 4 margarinas e cartões de crédito buscam os cenários de praias vazias, fazendas inocentes e montanhas íngremes 5 para aumentar sua promessa de gozo. E há também caminhonetes enormes, as tais off-road, que se anunciam 6 rodando sobre escarpas, pântanos e rochas cortantes. A felicidade mora longe do asfalto. 7

Mas é curioso: essa mesma fabricação imaginária que santifica a natureza contribui para agravar ainda mais 8 a selvageria nas cidades. Basta observar. Transeuntes se trajam como quem vai enfrentar o mato, os bichos, o 9 desconhecido. Relógios de mergulhadores são ostentados por garotos que mal sabem ver as horas; botas de 10 vaqueiros, próprias para pisar currais, freqüentam cerimônias de casamentos; fardas militares de guerrilheiros 11 amazônicos passeiam pelos shoppings. No trânsito, jipes brucutus viraram a última moda. Com pneus gigantescos 12 e agressivos do lado de fora, e estofamento de couro do lado de dentro, são uma versão sobre quatro rodas dos 13 condomínios fechados. Em breve, começarão a circular com pára-choques de arame farpado. 14

A distância entre um motorista de vidros lacrados e o mendigo que pede esmola no sinal vermelho é maior do 15 que a distância entre aquele e as trilhas agrestes das novelas e dos comerciais. Nas ruas esburacadas das 16 metrópoles, ele talvez se sinta escalando falésias. No coração desses dois homens, que se olham sem se ver 17 através dessa estranha televisão que é o vidro de um carro, a cidade embrutecida é a pior de todas as selvas. 18 (Fonte: BUCCI, Eugênio, cidades dementes. Veja 2 de julho, 1997 p 17.) 19 11) De acordo com o sentido que as expressões têm no texto, NÃO ocorre uso de linguagem figurada em

A) o show do caos urbano (linha 2) B) fazendas inocentes (linha 5) C) A felicidade mora longe do asfalto (linha 7) D) Botas de vaqueiro, próprias para pisar currais (linhas 10 e 11) E) Um motorista de vidros lacrados (linha 15)

Por que cargas d’água o futebol não tem na literatura brasileira a correspondência de sua verdadeira 1 dimensão na nossa sociedade? Na verdade, pode-se..........essa questão para todas as demais manifestações 2 artísticas – música, cinema, teatro e artes plásticas. De..........muito, o futebol se infiltrou de tal forma no tecido 3 social brasileiro que está presente no nosso dia-a-dia de maneira sufocante. Respiramos futebol e falamos de 4 futebol, quer gostemos ou não de futebol. Ele já faz parte da própria natureza do brasileiro. Mas isso não está 5 devidamente expresso na poesia ou na prosa, nem impresso nas obras espalhadas pelas galerias de arte, 6 tampouco projetado nas telas de cinema, representado devidamente nos palcos ou capturado em seu rico gestual 7 pelas coreografias de balé. 8

Talvez a resposta esteja com o professor, ensaísta, poeta, escritor e gênio em geral, Décio Pignatari, que, a 9 propósito, me disse certa vez: “É que o futebol é muito maior do que a criação artística” 10

O que o mestre queria dizer, se entendi, é que o futebol incorpora a graça do balé, a dinâmica do cinema, a 11 expressão do ser e dos movimentos das artes plásticas; ele cria os mais inverossímeis personagens, tece as 12

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tramas mais insólitas que a ficção possa conceber e nos derrama um belo verso, ao menos,..........cada partida. 13 Assim, criou sua própria semântica, uma linguagem que dispensa as demais. 14 12) Em muitas passagens do texto, o autor explora um uso mais abstrato de palavras que têm um significado mais

concreto em outro contexto. Um exemplo disso é a utilização do verbo esmagar para dizer que um time esmagou outro, significando que venceu o outro com larga vantagem; nesse caso, o verbo não tem o significado concreto de destruição ou pressão física sobre um objeto. Este fenômeno ocorre com todas as palavras listadas abaixo, à exceção de

A) se infiltrou (linha 3) B) tecido (linha 3) C) capturado (linha 7) D) entendi (linha 11) E) derrama (linha 13)

Walt Disney, um dos pais do desenho animado comercial, o homem que povoou a fantasia de milhões de 1

crianças e adultos nos quatro cantos do planeta com personagens como Mickey e Pato Donald, flertou com o 2 nazismo e colaborou com o FBI, a polícia federal americana. Quem garante é o escritor americano Marc Eliot, no 3 livro Walt Disney: o príncipe oculto de Hollywood, que já provoca controvérsia antes mesmo de ser lançado. 4 Durante 25 anos. Disney, segundo Eliot, municiou o ex-diretor do FBI J. Edgar Hoove com informação sobre 5 comunistas em HollyWood e, na década de 30, participou de reuniões de nazistas americanos. “Trata-se de uma 6 tentativa suja de conseguir dinheiro e manchar a imagem de um grande homem”, contra-atacou o porta-voz da 7 Disney, John Dreyer. “Disney, certamente, era anticomunista, mas nunca encontrei indícios de que era 8 informante”, argumentou Richard Greene, autor do best- seller O homem por trás da magia. Mas o diário The New 9 York Times, que garante ter provas da ligação de Disney com o FBI, sentenciou: “Não há dúvida de que o material 10 apresentado pelo senhor Eliot é autêntico.” 11 13) Um dos conjuntos abaixo é formado apenas por palavras que, no texto em referência, têm sentido conotativo,

constituindo figuras de linguagem. Assinale esse conjunto

A) pais (l. 1), povoou (l. 1), cantos (l. 2), flertou (l. 2). B) polícia (l.3), escritor (l. 3), príncipe (l. 4), controvérsia (l. 4). C) municiou (l.5), informação (l. 5), suja (l. 7), dinheiro (l. 7). D) manchar (l. 7), grande (l. 7), porta-voz (l. 7), encontrei (l. 8). E) provas (l. 10), sentenciou (l. 10), dúvida (l. 10), autêntico (l. 11).

Está na moda anunciar o fim. Profetas do caos já diagnosticaram, na literatura, o fim do romance. 1 Historiadores falam até mesmo no fim da história. Após o surgimento da televisão, multiplicaram-se os que 2 pressentiam o fim do jornal impresso. Mais motivos têm agora, com a proliferação espantosa de novos meios 3 eletrônicos de comunicação, para falar da morte do nosso jornal de todo dia. Mas os jornais seguem em frente. 4

Não estamos diante do fim, sem dúvida, mas ninguém discorda de que o jornalismo impresso vive tempos 5 difíceis. 6

Reconhecido isso, eu gostaria de tratar de uma questão que me parece estar ligada em tudo ao problema da 7 queda do índice de leitura. No afã de aproximar-se mais da televisão, o jornal encheu-se de fotos coloridas. E, 8 num apelo, provavelmente dirigido aos jovens – forjados na cultura da TV - , encurtou e simplificou ao máximo 9 seus textos. Até que ponto esta superposição, ou seja, jornal parecido com televisão, também teve culpa na perda 10 dos leitores? Será que os leitores nos obrigam a simplificar o jornal ou será que nós próprios, jornalistas, 11 desidratamos os jornais para tentar cativar os nossos leitores? Estamos diante do velho e insolúvel dilema da 12 primazia – a galinha ou o ovo? 13 14) Assinale a alternativa que apresenta uma palavra utilizada no texto em sentido conotativo.

A) impresso (linha 3) B) eletrônicos (linha 4) C) questão (linha 7) D) desidratamos (linha 12) E) primazia (linha 13)

Estudos demográficos vêm afirmando, cada vez mais, o crescimento do contigente de idosos em todo o mundo. À medida que as sociedades se desenvolvem, cresce também a idade de suas populações, pois a longevidade é uma conquista do desenvolvimento e isso é um processo irreversível.

A cada década multiplica-se o número de idosos, por um esforço das ciências criadas pelos homens; mas, o que não parece certo é essa extraordinária conquista seja amiúde acompanhada de circunstâncias tão inadequadas que acabam por transformar o viver em um pesado fardo, tomando os homens receosos de ingressarem nesse tempo de vida.

A fonte da juventude ainda é uma conquista utópica; porém, em contrapartida, a fonte da vida vem sendo descoberta e entregue aos homens que dela se apossam sem que, todavia, criem condições para utilizá-la de forma adequada. É um contra-senso tanto esforço por um prolongamento da vida se o que se oferece é um estado quase sem vida.

A moral social parece ter, durante muitos anos, se descuidado desse grupo etário, pois todas as grandes disposição em qualquer sociedade estão sempre mais voltadas ao atendimento prioritário dos jovens, e, muito embora não existam formalmente diferenças de direito entre jovens e idosos, a política desenvolvimentista está

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sempre mais atenta para os primeiros. (...) O mesmo acontece com as medidas sociais, que deveriam ter por escopo atender os grupos socialmente desfavorecidos, dentre os quais se inclui o dos idosos, face a toda uma gama de dificuldades de acesso a bens de riqueza de uma coletividade. Ao contrário, o que se vê é a criação, cada vez maior, de injustas imagens sobre esse grupo, fazendo com que todas as manifestações advindas dos idosos sejam motivo de verdadeiro escândalo, face ao total desconhecimento de suas capacidades e expectativas.

Interessante é ver que estamos criando na juventude um mundo que, fatalmente, nos rejeitará no tempo da velhice; e, dessa forma, parece absurdo se trabalhar tanto por um futuro no qual não existirá um espaço social para aqueles que o construíram.

As sociedades precisam, urgentemente, reformular suas idéias sobre a velhice, eliminando as posturas preconceituosas que tanto aviltam a dignidade que, durante milênios de evolução, a espécie humana tem lutado para conquistar. É necessário que se prolonguem ou se criem oportunidades novas para os que envelhecem, mantendo-os ativos e participantes segundo suas condições psicofísicas para, com isso, devolver-lhes sua total dimensão. (SALGADO, Marcelo)

Mas há uma beleza interior, de dentro para fora, a transluzir de certas avozinhas trêmulas, de certos

velhos nodosos e graves como troncos. De que será ela feita, que nem notamos como a erosão dos anos os terá transformado? Deviam ser caricaturas mas não fazem rir, uns aleijões mas não causam pena. O mesmo não acontece ante o penoso espetáculo de um animal velho. Eu gostaria de acreditar que essa inexplicável beleza dos velhos talvez fosse uma prova da existência da alma. (QUINTANA, Mário)

A questão de numero 15 refere-se aos dois textos acima.

15) Assinale V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas.

( ) O texto 1, por ser informativo, faz uso de uma linguagem essencialmente denotativa, não permitindo, por isso, múltiplas interpretações.

( ) A linguagem conotativa, no texto 2, de Quintana, exige do leitor um modo sensível de decodificação e de apreensão.

( ) Embora o texto 1 seja dissertativo-argumentativo, recria um fato do mundo real. ( ) O conteúdo do texto 2 não pertence à realidade objetiva, uma vez que é fruto da imaginação e da criatividade

do autor.

A seqüência correta, de cima para baixo, é:

A) V – V – F – V B) V – V – V – F C) F – V – F – V D) F – V – V – F E) V – V – F – F GABARITO: 01-B, 02-C, 03-E, 04-D, 05-A, 06-B, 07-B, 08-B, 09-E, 10-B, 11-D, 12-D, 13-A, 14-D, 15-A

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Português 39 Professor Paulo Ricardo

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

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Português 40 Professor Paulo Ricardo

ACENTUAÇÃO GRÁFICA REGRA DO TREMA E REGRA DO U ACENTUADO :

Observação:

Acentos Diferenciais

Acentua-se... para diferenciar de pára (verbo) para (preposição) pôr (verbo)( por (preposição) pôde (verbo poder no pretérito perfeito do indicativo) pode / ó / (verbo poder no presente do indicativo) côa (s) (verbo coar no presente do indicativo) co’a (s) (arcaica contração de com + a(s) ) pêra (substantivo / fruta) pera (arcaica contração de per + a) pólo (substantivo) polo (arcaica contração de por + o) pélo, pélas, péla (verbo pelar no presente do indicativo)

pelo, pelas, pela (preposição)

pêlo, pêlos (substantivo) pelo, pelos (preposição) ter e vir (verbos) na terceira pessoa do plural: eles têm, eles vêm.

ter e vir (verbos) na terceira pessoa do singular: ele tem, ele vem.

Acentos por Fenômenos Ditongos Abertos ÉI, ÉU E ÓI Acentua-se a primeira vogal dos ditongos abertos éi, éu e ói, quando for tônica e aberta. Exemplos: Hiatos tônicos com as letras U e I: Acentuam-se I e U, nos hiatos tônicos, quando precedidos de vogal e formando sílaba sozinho ou com S. Exemplos: Hiatos OO e EE Acentua-se a primeira vogal dos hiatos oo e ee quando for tônica e fechada. Exemplos: Acentos por Terminação Proparoxítonas – Todas são acentuadas.

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Português 41 Professor Paulo Ricardo

Oxítonas e Paroxítonas

Terminações A(S), E(S), O(S), EM, ENS O resto Oxítonas

Paroxítonas

Exemplos:

Observações Palavras que causam dúvida de pronúncia:

01) fenix 02) latex 03) xerox 04) cortex 05) gratuito 06) intuito 07) fortuito 08) intuito 09) o fluido

10) pudico 11) acrobata 12) rubrica 13) cateter 14) ureter 15) interim 16) ibero 17) avaro 18) filantropo

EXERCÍCIOS DE AULA:

A) COLOQUE V (VERDADEIRO) OU F (FALSO). 01. ( ) Uma mesma regra determina o uso de

acento em místico e éreis. 02. ( ) As palavras Lívia e relógio são

acentuadas por razões diferentes. 03. ( ) A palavra amável recebe o acento gráfico

pela mesma regra que justifica o uso do acento em ânsia.

04. ( ) As palavras harém e pólen são acentuadas pela mesma regra.

05. ( ) A palavra louváveis manteria o acento gráfico caso fosse passada para o singular.

06. ( ) Realizá-lo e vatapá são acentuados pela mesma regra.

07. ( ) A palavra caráter mantém o acento gráfico em sua forma plural.

08. ( ) Possíveis e difíceis recebem acento gráfico por regras diferentes.

09. ( ) A mesma regra justifica o uso do acento nas palavras júri e suéter.

10. ( ) O acento gráfico nas palavras consciência e Márcio é determinado pela mesma regra.

11. ( ) As palavras vê, pôs e vá são acentuadas pela mesma razão.

12. ( ) A mesma regra justifica o uso do acento em máximo e bíceps.

13. ( ) Lúcia e ócio se acentuam pela mesma razão. 14. ( ) Se fosse retirado o acento gráfico das

palavras várias, pública a está, esta alteração provocaria o surgimento de outras palavras da Língua Portuguesa.

15. ( ) Se retirássemos o acento de hábito e sabiá, surgiriam outras palavras equivalentes na Língua Portuguesa, sem acento gráfico.

B) FAÇA O MESMO NESTE EXERCÍCIO.

01. ( ) As palavras carnaúba e restituí-lo são

acentuadas pela mesma razão. 02. ( ) As palavras aí e baú são acentuadas pela

mesma regra. 03. ( ) As palavras heróicos e coronéis são

acentuadas, respectivamente, pelas regras das paroxítonas e das oxítonas.

04. ( ) As palavras período e Luís permanecem acentuadas no plural.

05. ( ) As palavras constrói, versátil e elétron seguem acentuadas no plural.

06. ( ) Acentuam-se corruptível e íamos pela mesma razão.

07. ( ) Saúde e açaí são acentuadas por razões diferentes.

08. ( ) Nas palavras maçã e órfã, o til assinala a tonicidade dos vocábulos.

09. ( ) As palavras vocês e merecê-los se acentuam pela mesma regra.

10. ( ) Conforme a sílaba tônica, a palavra “sabia” pode apresentar três classes gramaticais diferentes, mas uma delas, apenas, leva acento.

11. ( ) As palavras saí, lá e céu se acentuam pela mesma regra.

12. ( ) Se fosse retirado o acento da palavra “referência”, isso provocaria mudanças na sua pronúncia, mas não alteraria a classe gramatical da palavra.

13. ( ) Se a palavra “juiz” fosse passada para o plural, seria acentuada pela mesma razão pela qual se acentua Taís.

14. ( ) As palavras zoólogos e zôo se acentuam pela mesma razão.

15. ( ) A palavra “saí” é acentuada pela mesma regra que justifica o acento de “pé”.

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Português Professor Paulo Ricardo 42

TESTES: 1) A alternativa em que falta um acento numa

palavra é

(A) raiz – canoa – nuvem (B) abençoe – bauru – item (C) saiste – rainha – arcaico (D) abençoa – sozinho – hifens (E) colibri – reveses – juiz

2)Todos os carros ..........forçosamente ..........ponto, porque as obras da estrada........... a passagem.

(A) param – naquele – obstruíram (B) param – naquêle – obstruíram (C) páram – naquele – obstruíram (D) páram – naquêle – obstruíram (E) páram – naquele – obstruiram 3) Todas as palavras devem receber acento

gráfico na alternativa

(A) substituiamos – substituisses – substituiremos (B) substituimos – substituiste – substituiram (C) substituirão – substituissemos –

substituiriamos (D) substituia – substituirmos – substituido (E) substituiria – substituisse – substituiu 4) O conjunto de palavras que deve ser

acentuado pela mesma razão é

(A) Bolivar – Portinari (B) capitulo – substantivar (C) Raul – Esau (D) voce – mante-los (E) heroi – boi 5) O conjunto de palavras acentuadas

incorretamente é

(A) incrível – saíste – ficarás (B) abençôe – baurú – ítem (C) ótimo – helicóptero – hábito (D) edifício – aéreo – sério (E) francês – maringá – o pó 6) A úncica palavra que não deve ser acentuada

graficamente é

(A) mistica (B) moços (C) misseis (D) martir (E) sensivel 7) Há erro de acentuação em

(A) egoísmo (B) têxtil (C) sózinho (D) mês (E) órgão 8) O conjunto de palavras que leva acento gráfico

é

(A) tatu, hifens e nuvens (B) rubrica, fel e avaro (C) tainha, sutil e austero (D) aorta, juiz e ruim (E) para-raios, oasis e voo

9) A palavra que obedece à mesma regra de acentuação de “cápsula” é

(A) água (B) álbum (C) revólver (D) íntimo (E) miserável 10) O conjunto de palavras que obedece à mesma

regra de acentuação é

(A) alguém – princípio (B) acessível – formidável (C) próprio – saíste (D) pás – céu (E) ônibus – táxis 11) Há erro de acentuação gráfica em

(A) benção (B) jóquei (C) cortês (D) pálido (E) gratuito

12) A razão do emprego do acento gráfico é a mesma em

(A) existência – légua (B) água – zoológico (C) silêncio – miosótis (D) irredutível – caído (E) lá – café

13) A palavra que deve ser acentuada é

(A) satisfez-me (B) caiu (C) mante-lo (D) perdoa (E) aprecio

14) A retirada de um acento de uma palavra geralmente provoca mudança na sua pronúncia, numa leitura em voz alta, por exemplo. Esse é o caso de todas as palavras abaixo, à exceção de

(A) média (B) distância (C) é (D) têm (E) árvores

15) A grafia dos nomes próprios nem sempre segue as regras ortográficas da língua portuguesa. O nome Lívia, de acordo com o que ocorre usualmente, deveria receber acento gráfico. A regra que determina o uso do acento neste caso é a mesma responsável pelo acento gráfico em

(A) episódios (B) aí (C) reúne (D) estréia (E) nós

16) Para qual dos vocábulos abaixo, retirados do texto, a formação do plural implica o deslocamento da tonicidade de uma sílaba para outra?

(A) caráter (B) português (C) corrupção (D) nasal (E) tese

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Português Professor Paulo Ricardo 43

17)Todas as palavras a seguir têm um equivalente em língua portuguesa, sem acento gráfico, à exceção de

(A) agência (B) é (C) às (D) acúmulo (E) hábitos 18) Se, por um lapso de datilografia, todos os

acentos das palavras sublinhadas abaixo não fossem grafados e se alguém fosse lê-las contando apenas com o aspecto gráfico, o resultado seria a leitura

(A) da palavra aristocrática como oxítona. (B) do monossílabo só com pronúncia aberta do

o. (C) da palavra inevitável com pronúncia nasal no

ta. (D) da palavra econômico como paroxítona. (E) da palavra vários como proparoxítona. 19)Considere as seguintes afirmações sobre

acentuação gráfica : I. A palavra zoólogos recebe acento gráfico

devido à presença de hiato. II. Caso raiz aparecesse no plural, seriam

criadas as mesmas condições de acentuação da palavra babuíno.

III. A ausência do acento gráfico em dúvida provocaria mudança na sua pronúncia.

(A) apenas I. (B) apenas II. (C) apenas I e II. (D) apenas II e III. (E) I, II e III 20) Assinale a alternativa cujas palavras NÃO têm

a mesma classificação quanto à tonicidade.

(A) polícia, controvérsia, indícios, diário (B) é, já, trás, há (C) príncipe, década, dúvida, autêntico (D) nova, aponta, anticomunista, colaborou (E) até, escritor, informações, manchar 21) Assinale a alternativa em que as palavras,

respectivamente, enquadram-se na mesma regra de acentuação de “dá”, “você” e “caíram”.

(A) vê – idéia – usufruíram (B) mês – após – balaústre (C) têm – babá – saíste (D) véu – café – ímã (E) pá – chapéu – saúva 22)Pela mesma razão que se acentuam as

palavras “Até” e “Aí”, acentuam-se, respectivamente,

(A) sofá – saúde (B) após – pé (C) freguês – vêm (D) têm – saída (E) país – baú 23)Assinale a única alternativa em que há erro na

acentuação da forma verbal destacada.

(A) Quantas verdades CONTÉM essa frase! (B) Esses mapas, você poderá CONSEGUÍ-LOS na

prefeitura. (C) Na eleição passada, você não PÔDE votar! (D) Os meteorologistas PREVÊEM muito frio neste

inverno. (E) Peço que AVERIGÚEM as condições das estradas. 24)No segundo parágrafo do texto, a única palavra

graficamente acentuada por ser uma monossílaba tônica é

(A) país (B) à (C) é (D) têm (E) não 25)O vocábulo “mendicância” é acentuado pela

mesma razão que

(A) libertá-los (B) dá-se (C) perpétua (D) miserável (E) após 26) A palavra “extraordinária” recebe o acento gráfico

por ser proparoxítona ou

(A) oxítona (B) paroxítona terminada em a. (C) proparoxítona terminada em ditongo. (D) paroxítona com tonicidade em “á”. (E) paroxítona terminada em ditongo crescente.

27) A palavra miséria recebe o acento gráfico por ser

proparoxítona ou

(A) paroxítona terminada em ditongo crescente. (B) paroxítona terminada em ditongo decrescente. (C) paroxítona terminada em “a”. (D) proparoxítona terminada em ditongo. (E) paroxítona com tonicidade em “e”. 28) Nos verbos de todas as frases deve ser utilizado um

acento agudo, exceto no da alternativa

(A) O desejo de progresso reune os indivíduos no trabalho cooperativo.

(B) Todos apoiam os esforços pela harmonia social. (C) O homem evolui graças a sucessivos acordos com

seus semelhantes. (D) Inúmeros atos de boa vontade influiram na

transformação das relações sociais. (E) Só se constroi a paz com a participação de todos

os homens. 29) Todas as palavras recebem acento gráfico na

alternativa

(A) instituia – instituiram – instituisse (B) proibimos – proibe – proibia (C) saimos – saiu – sairam (D) contribuirão – contribuiram – contribuiste (E) influiu – influiamos – influirem 30) Em todas as frases deve ser utilizado um acento

circunflexo, exceto na alternativa

(A) O Japão mantem-se na vanguarda tecnológica. (B) Os países do Primeiro Mundo retem a supremacia

econômica. (C) O atraso e a miséria detem o progresso nos países

do Terceiro Mundo.

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(D) Todos preveem uma internacionalização acelerada do Mundo.

(E) Muitos países do Terceiro Mundo reveem sua política educacional.

31) A frase que apresenta erro de acentuação é

(A) As espécies animais sacrificadas em experiências científicas devem, conforme o caso, ser repostas.

(B) Os chamados autotransplantes mantêm freqüentemente a vida do indivíduo.

(C) Fiéis a suas posições, cientistas sairam às ruas em protesto contra o corte de verbas para pesquisa.

(D) Para o estudo do funcionamento dos órgãos, foram utilizados protótipos.

(E) É bastante provável que hipóteses científicas hoje consideradas meros vôos da fantasia sejam amanhã defendidas com veemência.

32) Todas as palavras devem receber acento gráfico em

(A) possuirmos – violencia – virus – sensiveis (B) proibem – gas – juri – abdomen (C) egoismo – bisturi – carater – espontaneo (D) superfluo – itens – fluor – paranoico (E) nausea – gratuito – assembleia – orgão

33) Qual das seguintes palavras perderia o acento gráfico se fosse passada para o singular?

(A) cenários. (B) raízes. (C) automóveis. (D) indústrias. (E) países.

34) A frase em que duas palavras devem ser acentuadas é

(A) Devido ao ruido constante, ao ritmo acelerado da vida, torna-se importante cultivarmos momentos de calma.

(B) Acordes harmoniosos fluiam em nossa direção, vindos da sala de concerto.

(C) Muitas emoções humanas tem sido manifestadas atraves das composições musicais.

(D) Defendem alguns a ideia de que determinados sons provocam reações inusitadas nos seres humanos.

(E) Um album com quatro Cds importados pode custar uma pequena fortuna.

35) A única palavra que deve receber acento gráfico é

(A) itens (B) bisturi (C) juiz (D) proibe (E) possuirmos

36) Assinale a opção em que todas as palavras seguem a mesma regra de acentuação gráfica de ordinários.

(A) consciência – constrói – alternância (B) negócio – interferência – mínimo (C) agrícola – ausência – alternância (D) infância – área – sacrifício (E) memória – tecnológico – razoável

37)Assinale a alternativa em que a acentuação das palavras ocorre por motivo idêntico ao da seqüência ANANÁS, INCRÍVEL E INFLUÍ-LO.

(A) contê-lo, saudável, prejuízo (B) enfrentá-la, geográfica, raízes (C) até, equilíbrio, científico (D) crêem, provável, maníaco (E) revê-la, ciência, juízo

38) Quanto ao acento tônico, um dos conjuntos abaixo

é formado de palavras com a mesma classificação. Assinale-o.

(A) tênis, importância, trágico, Fábio (B) até, marginal, convém, poderá (C) já, par, lhes, uma (D) modesto, pensasse, primeira, alimentar (E) símbolo, públicas, responsáveis, advertências 39) Assinale a alternativa em que a acentuação das

palavras justifica-se, respectivamente, da mesma forma que na ordem: retém, angústia, cardíaca.

(A) porém, ânsia, nódoa (B) mantém, planície, supérflua (C) detém, glória, carícia (D) entretém, rústica, pública (E) armazém, gêmea, dúvida 40) As palavras daí, pronúncia e arco-íris são

acentuadas segundo as mesmas regras que levam a acentuar, respectivamente

(A) beduíno, idôneo, idéia (B) país, celulóide, lápis (C) lingüística, renúncia, cútis (D) jesuíta, Cláudio, oásis (E) víbora, circunstância, Aloísio 41) Considere as seguintes afirmações sobre a

acentuação gráfica no texto. I. A palavra risível recebe o acento gráfico pela

mesma regra que preceitua o uso do acento em ridículo.

II. A palavra possuído recebe o acento gráfico pela mesma regra de aí.

III. Se fosse retirado o acento gráfico das palavras várias, pública e está, esta alteração provocaria o surgimento de outras palavras da Língua Portuguesa.

Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. 42) Em uma das opções, nem todas as palavras são

acentuadas pela mesma razão. Qual? A) possível – mantê-las – contínua – países B) será – mantê-la – Paraná – está C) há – é – já – três D) negócio – notícias – território – possíveis E) Atlântica – quilômetros – época – elétrico

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43) Os vocábulos preferível, idéias e destruída são acentuados, respectivamente, pelo mesmo motivo que

(A) hífen, jóias, viúva (B) revólver, Lísias, Taís (C) solúvel, miosótis, enjôo (D) móveis, alcalóide, eles vêem (E) Vênus, rapé, argúis 44) Considere as seguintes afirmações acerca de

acentuação.

I – A mesma regra determina a acentuação gráfica das palavras Laís (l. 8) e ninguém (l. 10).

II -O emprego do acento gráfico em adolescência (l. 6) e próprio (l. 15) decorre da mesma regra.

III – A palavra pôsteres (l. 11) recebe acento gráfico em virtude de ser o plural de uma palavra acentuada.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. 45) A regra que determina o uso de acento em

contribuíram é a mesma que prescreve seu uso na palavra

(A) freqüência (B) previsível (C) indivíduos (D) conteúdos (E) científico 46) Assinale a alternativa que apresenta uma

palavra que não recebe acento gráfico quando na sua forma singular.

(A) etíopes (B) fósseis (C) indivíduos (D) características

(E) raízes 47) Considere as seguintes afirmações sobre a

acentuação gráfica no texto.

I – A palavra risível recebe o acento gráfico pela mesma regra que preceitua o uso do acento em ridículo.

II - A palavra possuído recebe o acento gráfico pela mesma regra de aí.

III– Se fosse retirado o acento gráfico das palavras várias, pública e está, esta alteração provocaria o surgimento de outras palavras da Língua Portuguesa.

Quais estão corretas ?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III.

48) Considere as seguintes afirmações sobre

acentuação gráfica. I – A palavra magnífico recebe acento gráfico pela

mesma regra que preceitua o uso do acento em básica.

II– A retirada do acento das palavras crítica e experiência provocaria o aparecimento de outras duas palavras da língua portuguesa.

III- A palavra português é acentuada pela mesma regra quem exige o uso do acento em Saí.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III.

GABARITO: 01-C, 02-A, 03-B, 04-D, 05-B, 06-B, 07-C, 08-E, 09-D, 10-B, 11-A, 12-A, 13-C, 14-D, 15-A, 16-A,

17-E, 18-D, 19-D, 20-D, 21-B, 22-A, 23-B, 24-C, 25-C, 26-E, 27-A, 28-C, 29-A, 30-A,31-C, 32-B, 33-B, 34-C, 35-D, 36-D, 37-A, 38-B, 39-E, 40-D, 41-D, 42-A, 43-A, 44-B, 45-D, 46-E, 47-D, 48-D

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O PORQUÊ

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Quadro geral do emprego de POR QUE, POR QUÊ, PORQUE e PORQUE

GRAFIA EMPREGO EXEMPLO

porquê a) substantivo b) aceita plural

Não aceito esse porquê.

porque a) inicia uma justificativa. Porque estava mal, ficou em casa. Vai demiti-lo apenas porque ele se atrasou? ou porque ele mentiu?

por quê a) no sentido de “ por que razão” b) fim de frase ou oração

Não saíste ontem, por quê? Não sei por quê, mas ele mentiu.

por que nos demais casos, Por que não saíste? Quero saber por que não saíste. São as causas por que luto. A mulher por que me apaixonei é ela.

Observação sobre por que Anotações:

EXERCÍCIOS DE AULA: Nas frases abaixo, complete com por que,por quê, porquê ou porque: 01.De onde viera, como viera, _______ viera,

poucos o saberiam dizer. 02.Era um cientista emérito, ______ muito

estudioso; poucos sabiam, entretanto, o ______ de sua frustração.

03.______ era surdo, todos se impacientavam com ele.

04.Sua atitude era elogiável, ______ sincera. 05.Elas não chegaram ainda ______? 06.Eis ______ ela não vence o medo.

07.O caminho ______ passei foi íngreme. 08.Gostaria de saber o motivo ______ não vieste à

reunião. 09.______ amamos o mar? ______ nos amedronta? 10.Ela não estuda ______ não quer. 11.______ algumas mulheres, mesmo não sendo

bonitas, são tão encantadoras? 12.As coisas ______ me interesso hoje não são as

mesmas ______ te interessavas no passado.

TESTES: 1) Estude os trechos abaixo.

I. Gostei do livro, mas não saberia explicar por quê.

II. “Eu canto porque o instante existe E a minha vida está completa. Não sou alegre, não sou triste: sou poeta” (Cecília Meireles)

III. Não posso avaliar o porque de suas dúvidas.

Assinale a opção correta, considerando as expressões sublinhadas.

(A) I e III estão corretos. (B) I, II e III estão corretos. (C) Apenas I está correto. (D) Apenas I e II estão corretos. (E) Nenhum dos trechos está correto.

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Astucioso, egoísta, alerta às chances de burlar os cidadãos e o Estado, espantoso desrespeito pelo bem comum e pelas leis – esta a imagem que se tem do corrupto, o mais notório personagem da realidade política atual, no Brasil, e, pode-se dizer, no mundo. “Mas quem, afinal, são os corruptos?”, provoca o psicanalista Manoel Tosta Berlinck, de São Paulo. Aqueles que trabalham para o governo e se apropriam de bens públicos? Os profissionais liberais que não declaram integralmente seu imposto de renda? O chefe de compras que aceita propina para escolher o fornecedor da empresa onde trabalha? Toda população, enfim, ..................não exige nota fiscal ao fazer suas compras e facilita aos comerciantes lesar o fisco?

Um efeito dessa natureza ampla do fenômeno corrupção, que Berlinck enfatiza, é o da arquiteta Mathilde Caetano, de São Paulo. Em 1990, ............saída da faculdade, ela abriu um pequeno escritório e contratou um contador. Meses depois, apareceu um fiscal da prefeitura, que descobriu um imposto atrasado. “Há grande espaço de avaliação nas perdas de prazo”, sinalizou o funcionário, já de olho numa propina. A arquiteta devia entender que com um “por fora” a avaliação da dívida seria ............. .

2) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto.

(A) por que – mal – irrisória (B) por que – mau – irrizória (C) porque – mal – irrisória (D) porque – mal – irrizória (E) porque – mau – irrisória 3) Assinale a alternativa em que o segmento sublinhado

está empregado INADEQUADAMENTE. (A) O aplicado aluno não percebeu o absurdo. Por

quê? (B) O aluno tem seus porquês para confiar nas

fórmulas. (C) Não sei o porquê de a escola exigir apenas

resultados. (D) Ele confia demais nas fórmulas, por que a escola

não exige espírito crítico. (E) É de se perguntar por que a escola exige

resultados.

4) Do ponto de vista ortográfico, o e-mail apresenta

algumas infrações. Para corrigi-las, por exemplo, I. a forma porque (l. 6) deve ser substituída pela

forma por que. II. a expressão se não (l. 7) deve ser substituída

por senão. III. a forma por que (l. 7) deve ser substituída pela

forma porque.

Com base nas afirmações acima, é certo concluir que (A) apenas a I está correta. (B) apenas a II está correta (C) apenas a III está correta (D) apenas a I e a III estão corretas (E) a I, a II e a III estão correta.

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5) Assinale o item que apresenta erro quanto ao emprego do porquê.

(A) Não sei por que não vieste ontem./ Não vim

porque estava doente. (B) Por que não voltaste cedo? / Não sei por que

estou nervosa. (C) Eis a razão porque me empenho tanto. / Ele

está intranqüilo sem saber por quê. (D) Não vais, por quê? / Desconheço o porquê de

semelhante atitude. (E) Não é fácil o emprego do porquê. / O teu porquê

me aborrece. 6) Preencha as lacunas, fazendo a numeração

correspondente: 1. porque 2. porquê 3. por que 4. por quê ( ) Em vão indaga-se o ........ de tanta confusão. ( ) Ninguém viajou ........ choveu demais. ( ) É difícil saber os aspectos ........ passei. ( ) Você não veio ontem ........? ( ) Os ideais ........ lutamos devem ser respeitados. A seqüência correta de números na coluna II, de cima para baixo, é: (A) 4 – 1 – 1 –2 – 3 (B) 1 – 3 – 1 – 1 – 4 (C) 2 – 1 – 3 – 4 – 1 (D) 3 – 4 – 4 – 3 – 1 (E) 2 – 1 – 3 – 4 – 3 7) Assinale a frase em que o porquê foi mal grafado.

(A) Não posso entender por que ele não estuda mais.

(B) Não viemos ontem, porque aconteceu um imprevisto.

(C) Quero saber por que Eufrosina chora tanto. (D) O método científico estuda os porquês das

questões. (E) Por quê você não tem maior rendimento na

aula? 8) “Como a mãe não se voltasse para vê-lo, deu

uma corridinha em direção de seu quarto.” A palavra em destaque, sem prejuízo da ortografia, poderia ser substituída por

(A) por que (B) por quê (C) porquê (D) porque (E) pois 9) A primeira expressão colocada nos parênteses

completa a lacuna em todas as alternativas, exceto em uma delas. Assinale-a.

(A) ...........o homem faz tantas viagens espaciais? (

por que / por quê ) (B) Você trabalha tanto ...........? ( por quê / porque ) (C) Trabalho muito ............preciso sustentar minha

família. ( por que / porque) (D) Certa feita perguntou-me ............eu amava tanto

os livros. ( por que / porque)

(E) Os caminhos ............passamos são tortuosos e acidentados. ( por que / porquê)

10)“Protestei contra a voz, mandando que se

calasse................eu não admitia impertinência.” O elemento capaz de estabelecer a ligação adequada entre as duas afirmativas é

(A) porque (B) por que (C) por isso (D) portanto (E) entretanto 11) Combine as lacunas: ( ) ..........você fez isso, companheiro? ( ) Foram muitas as dificuldades ...........passei. ( ) Não ficamos sabendo o ..........da questão. ( ) Ficamos felizes .............você venceu. 1. por que 2. porque 3. porquê 4. por quê

A seqüência encontrada foi : (A) 1- 1 – 1 – 1 (B) 4 – 1 – 4 – 2 (C) 2 – 2 – 4 – 2 (D) 1 – 4 – 3 – 4 (E) 1 – 1 – 3 – 2

A democratização da cultura tem como precondição a idéia de que os bens culturais são direito de todos e não privilégio de alguns. Democracia cultural significa direito de acesso e de fruição das obras culturais, direito à informação e à formação culturais, direito à produção cultural. Ora, a indústria cultural acarreta o resultado oposto, ao massificar a Cultura. ...........?

Em primeiro lugar, porque separa os bens culturais pelo seu suposto valor de mercado: há obras “caras” e “raras”, destinadas aos privilegiados que podem pagar por elas, formando uma elite cultural; e há obras “baratas” e “comuns”, destinadas à massa.

Em segundo lugar, porque cria a ilusão de que todos .............. acesso aos mesmos bens culturais, cada um escolhendo livremente o que deseja, como faz o consumidor num supermercado. No entanto, basta darmos atenção aos horários dos programas de rádio e televisão ou ao que é vendido nas bancas de jornais e revistas para vermos que, através dos preços, as empresas de divulgação cultural já selecionaram de antemão o que cada grupo social pode e deve ouvir, ver ou ler.

Em terceiro lugar, porque inventa as figuras chamadas “espectador médio”, “ouvinte médio”, às quais são atribuídas certas capacidades mentais “médias”, certos conhecimentos “médios” e certos gostos “médios”, oferecendo-lhes produtos culturais “médios”. Que significa isso? A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que o perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. A “média” é o ............... comum

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cristalizado que a indústria cultural devolve com cara de coisa nova. 12) Assinale a alternativa que preenche correta e

respectivamente as lacunas das linhas 8, 16 e 36 do texto.

(A) Por quê – têm – senso (B) Porque – tem – censo (C) Por que – têm – senso (D) Por quê – tem – censo (E) Porquê – tem – senso

GABARITO: 01-D, 02-C, 03-D, 04-B, 05-C, 06-E, 07-E, 08-D, 09-C, 10-A, 11-E, 12-A

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PARÔNIMOS

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PARÔNIMOS – São palavras parecidas na escrita e na pronúncia. Acender: pôr fogo Ascender: subir

Acento: sinal gráfico Assento: local para se sentar

Acerca de: a respeito de, sobre A cerca de: a aproximadamente Há cerca de: faz aproximadamente Acidente: desgraça Incidente: episódio

Afim: semelhante A fim de: para, com intuito de

Ao encontro de: favorável De encontro a: contra

À-toa: sem-vergonha À toa: sem rumo

Caçar: perseguir Cassar: anular

Casual: por acaso Causal: que expressa causa

Cavaleiro: homem a cavalo Cavalheiro: homem gentil

Censo: contagem Senso: juízo

Cessão: cedência Seção ou secção: parte de um todo Sessão: reunião de pessoas

Concerto: sessão musical Conserto: ato de arrumar

Comprimento: medida Cumprimento: saudação

Coser: costurar Cozer: cozinhar

Delatar: denunciar Dilatar: ampliar

Descrição: ato de descrever Discrição: modéstia

Descriminar: inocentar Discriminar: separar, segregar, discernir, Emergir: vir à tona Imergir: afundar

Eminente: elevado, célebre Iminente: próximo

Emigrar: sair da pátria Imigrar: entrar em país estranho

Estada: permanência de pessoa

Estadia: permanência paga de um navio no porto Flagrante: evidência Fragrante: aromático

Florescente: florido Fluorescente: luminoso

Incipiente: iniciante Insipiente: ignorante

Infligir: aplicar pena Infringir: transgredir

Mandado: ordem judicial Mandato: delegação de poder

Prescrever: ordenar, regular, determinar, estabelecer, preceituar Proscrever: abolir, extinguir, proibir Ratificar: confirmar Retificar: corrigir

Sustar: suspender Suster: manter

Tachar: Acusar de defeito, censurar Taxar: regular o preço

Tráfego: movimentação de veículos Tráfico: negócio ilícito

Observações: A) A / Há B) Se não / Senão C) Mal / Mau D) Todo / Todo o E) Em vez de / Ao invés de Exercícios: 01.Para efetivar o ______ da tarefa, você necessita de

dois ______ de busca. (comprimento ou cumprimento/mandado ou mandato)

02.Jamais falei mal ______ de tão delicado assunto. ( acerca/a cerca/há cerca)

03.Ele fez uma palestra ______ de cem pessoas. (acerca/a cerca/há cerca)

04.Saímos de lá ______ de três horas. (acerca/ a cerca/ há cerca)

05.Sempre nos entendemos muito bem. Meus pensamentos costumam ir ______ dos dele. ( ao encontro dos/de encontro aos)

06.O perigo era ______; por isso, o ______ cientista reuniu seus pares. (iminente/eminente)

07.Será que o uso de drogas vai um dia ser ______? (descriminado/discriminado)

08.Aqui não ______ nenhuma pessoa de bem. (descriminado/discriminado)

09.O deputado teve seus direitos de parlamentar ______ . (caçados/cassados)

10.Aprovei a idéia. ______ - a.(Ratifico/Retifico) 11.Odiei isso. ______ - o.(Ratifique/Retifique) 12.Nós não costumamos ______ a lei. (infringir/infligir) 13.Neste horário, o ______ de veículos é intenso.

(tráfego/tráfico) 14.Sou discreto. Sempre ajo com ______.

(descrição/discreção/discrição) 15.Jamais concordamos com ele. Suas idéias sempre

vão ______ nossas. (de encontro às/ao encontro das)

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PADRÕES FRASAIS

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PADRÕES FRASAIS 1. A idéia de frase básica PI - S - V PII - S - V - O.D. PIII - S - V - O.I. PIV - S - V - O.D. - O.I. PV - S - V.LIG. - PREDICATIVO

A frase simples é composta de sujeito e predicado. O predicado, como você sabe, sempre se estrutura a partir de um verbo.

Há verbos que necessitam de um complemento que integre (ou complete) sua significação (transitivos) e verbos que dispensam qualquer complemento (intransitivos). Essa necessidade (ou não) de o verbo ter um complemento e o tipo de complemento que o verbo exige leva-nos a estabelecer cinco padrões básicos de frase simples do Português, ou por outra: cinco tipos de predicado.

1.1 – Padrão I VERBOS QUE NÃO EXIGEM COMPLEMENTO

São os tradicionalmente denominados INTRANSITIVOS: O trem partiu. A testemunha berrava no pátio. Muito e pátio, nos exemplos acima, não devem ser tomados por complementos. São ADJUNTOS

ADVERBIAIS (elemento que indica, na frase, circunstâncias de tempo, lugar, modo, causa, etc.). 1.2 – Padrão II VERBOS QUE EXIGEM COMPLEMENTO NÃO LIGADO POR PREPOSIÇÃO

Você os conhece como os TRANSITIVOS DIRETOS. Seu complemento é o OBJETO DIRETO. O condenado perdeu a cabeça. Ninguém viu minha peruca. A valsa animou o baile.

1.3 – Padrão III VERBOS QUE EXIGEM COMPLEMENTO INTRODUZIDO POR PREPOSIÇÃO OBRIGATÓRIA

Você os conhece sob a denominação de TRANSITIVOS INDIRETOS. Seu complemento é o OBJETO INDIRETO.

A cidade resistiu ao bombardeio. Nossa sorte depende da cavalaria. O menino zombava da avó. As preposições que comumente introduzem o OBJETO INDIRETO são DE, COM, POR, EM ,A.

1.4 – Padrão IV VERBOS QUE EXIGEM, AO MESMO TEMPO, OBJETO DIRETO E INDIRETO

O mordomo mostrou o caminho ao conde. A mãe enviou dinheiro ao filho. Eu tirei o doce da criança.

1.5 – Padrão V VERBOS DE LIGAÇÃO

São verbos que diferem totalmente dos quatro tipos anteriores. Servem para ligar o SUJEITO ao PREDICATIVO (elemento que indica qualidade, estado ou condição do sujeito).

Mariazinha é uma aluna brilhante. O dia estava nublado. O churrasco ficou salgado. Os verbos de ligação principais são SER (indica estado normal, habitual); ESTAR, ANDAR, ACHAR-SE

(estado passageiro, transitório); FICAR, TORNAR-SE (mudança de estado): CONTINUAR, PERMANECER (duração de estado).

OBSERVAÇÃO: Muitos verbos podem pertencer a mais de um padrão. Tudo depende da frase em que se encontram.

Ele bebeu querosene. (P II) Ele bebe. (P I) A chuva parou. (P I) Ele parou o carro na esquina. (P II)

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Anotações: EXERCÍCIOS DE AULA: A) Classifique os verbos sublinhados quanto à predicação, bem como os objetos e adjuntos adverbias que

existirem. 1) Proponho algumas alterações no projeto.

2) Proponho um trato a você.

3) Dessa discussão advém nosso ponto de vista.

4) Saí de casa às oito.

5) Trago boas notícias a todos.

6) Eles nos viraram a cara.

7) Eles viraram a cara.

8) Eles viraram à direita.

9) Eles viraram homens.

10) Nós contivemos sua fúria.

11) O diretor nos enviou os documentos.

12) Jamais se refira a essas questões.

13) Jamais se refira às questões.

14) Jamais refira essas questões.

15) Banqueiros são homens de dinheiro.

16) Banqueiros têm muito dinheiro.

17) Banqueiros gostam de dinheiro.

18) Os estudantes chegaram ao museu.

19) Naquela porta, bastava um guarda.

20) Surgiu, ontem, no céu, um objeto estranho.

21) Ninguém estava em casa.

22) Ninguém estava cansado.

23) Pedi a ele que esperasse.

24) Pedi que esperasse.

25) Não fume cigarros aqui.

26) Não fume neste local.

27) Envie-me o material por e-mail.

28) No local, apareceu apenas uma pessoa.

29) Levaram o doente ao hospital.

30) Vai à festa hoje?

31) Esta criança precisa de mais atenção.

32) Olhe ao seu redor.

33) Olhe o seu boletim.

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PRONOMES OBLÍQUOS

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OS PRONOMES OBLÍQUOS Para que servem? TIPOS DE PRONOMES OBLÍQUOS: EXEMPLOS DE AULA: EXERCÍCIOS DE AULA: A) Entre os pronomes oblíquos nos parênteses, escolha o adequado para preencher as lacunas das frases abaixo

e os classifique sintaticamente. 33) Sabes o que quero; por isso, faz o que

........digo. (o, lhe, te) 34) Sabe o que quero; por isso, faça o que

........digo. (o, lhe, te) 35) Dê-...... o livro, pois preciso deste material.

(lhe, me) 36) Informei-......do acontecido. (o, lhe) 37) Informei-......o acontecido. (o, lhe) 38) Mandaste o dinheiro às crianças? Sim, mandei-

......o dinheiro. (o, lhe, as) 39) Mandaste o dinheiro às crianças? Sim, mandei-

......às crianças. (o, lhe, as) 40) Você levou o documento ao setor de viagens?

Sim, levei-......ao setor. (o, lhe, te) 41) Compraste o material que......pedi? (o, lhe, te) 42) Você obedeceu ao sinal combinado? É claro

que...... obedeci............ . (o, te, lhe ou nenhum destes)

43) Você me ama, mas eu não ......amo. (o, lhe, te) 44) Tu me amas, mas eu não......amo. (o, lhe, te) 45) Se não viste, eu .......mostro. (o, lhe, te) 46) Se não viu, eu ......mostro. (o, lhe, te) 47) Só ......mostro o que você pode ver. (o, lhe, te) 48) Só ......mostro o que tu podes ver. (o, lhe, te) 49) Quanto ao dinheiro, mostre-.....ao gerente. (o, lhe, te) 50) Quanto aos jurados, ofereça-....o dinheiro. (o, os, lhe,

lhes, te) 51) Tua mãe é estranha; eu não......entendo. (o, a, te, lhe) 52) Tu és estranho; eu não......entendo. (o, a, te, lhe) 53) Você é estranho; eu não......entendo.(o, a, te, lhe) 54) Informei-....que tudo estava pronto. (o, lhe) 55) Informei-....de que tudo estava pronto. (o, lhe) 56) Informei-....de que não havia mais vagas.(o, lhe) 57) Informei-....que não havia mais vagas.(o, lhe)

OBSERVAÇÃO SOBRE O LHE ADJUNTO ADNOMINAL: 1.O termo sublinhado desempenha o mesmo papel em “ O episódio custou-lhe o cargo.” e em

(A) O Presidente pediu-lhe que indicasse um nome para o cargo. (B) Assustada, a população não lhe atendia os pedidos. (C) A gravidade da situação não lhe permitia fazer concessões. (D) A pestilência deu-lhe preocupações. (E) A reação das tripulações certamente lhe trouxe empecilhos.

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“ Qual a invenção que lhe deixa mais perplexo, aquela que foge à sua compreensão?” 2. O uso do pronome “lhe” no texto, como complemento do verbo “deixa”, embora aceitável na linguagem informal,

contraria a língua culta formal. Situação semelhante ocorre com o uso desse pronome em (A) Queremos cumprimentar-lhe por sua campanha em favor da ética na pesquisa genética. (B) Nada lhe assegurava que estava sendo observado. (C) As recentes descobertas indicam-lhe que sua linha de raciocínio está correta. (D) Os repórteres lhe fizeram muitas perguntas acerca de seus estudos? (E) A liberação do fundo de financiamento permitiu-lhe prosseguir em suas pesquisas. OBSERVAÇÃO SOBRE OS PRONOMES OBLÍQUOS APÓS OS VERBOS (ÊNCLISE) EXERCÍCIOS DE AULA:

B) Escolha, entre os pronomes nos parênteses, aquele que preenche adequadamente as lacunas das frases abaixo e escreva-o, fazendo as acomodações ortográficas necessárias.

03) Aceitaram os cargos? Sim, aceitaram-....... . (o,

lhe) 04)Informaram o acontecimento à professora? Sim,

informaram-.....o acontecimento. (o, a, lhe) 05)Informaram o acontecimento à professora? Sim,

informaram-......à professora. (o, a, lhe) 06)Vais fazer a prova? Sim, vou fazer-....... .( o, a,

lhe) 07)Você fez o teste? Sim, eu fiz-...... . (o, lhe) 08)Vocês informaram os resultados aos diretores?

Sim, nós informamos-......os resultados. (o, os, lhe, lhes)

09)Vocês informaram os resultados aos diretores? Sim, nós informamos-..... aos diretores. (o, os, lhe, lhes)

10)Eles viram a novela? Viram-.... . (o, a , os, as, lhe, lhes)

11)Os alunos mandaram o presente ao paraninfo? Os alunos mandaram-...... o presente. (o, os, lhe, lhes)

12)Os alunos mandaram o presente ao paraninfo? Os alunos mandaram-...... ao paraninfo. (o, os, lhe, lhes)

13)Vocês deram a revista ao examinador? Demos- ....... ao examinador. (o, a , lhe)

14)Vocês deram a revista ao examinador? Demos-........ a revista. (o, a , lhe)

Agora, parece que foi mesmo na África que a espécie humana assim como a conhecemos surgiu – e 1

dali se espalhou para o restante do mundo. Foi no leste do continente africano, precisamente no deserto de 2 Awash, na porção central da Etiópia, que uma equipe de pesquisadores norte-americanos e etíopes........ os 3 fósseis mais antigos do homem moderno ( Homo sapiens ). São três crânios – dois de adultos e um de uma 4 criança de aproximadamente 7 anos – e mais alguns dentes de outros sete indivíduos, encontrados entre ossos 5 de hipopótamos e antílopes e ferramentas de pedra. Com cerca de 160 mil anos, segundo a datação com argônio, 6 os crânios guardam semelhanças com o do homem moderno: face mais achatada e caixa craniana em forma de 7 globo. No entanto, traços mais primitivos, como os olhos mais........ um do outro, levaram os pesquisadores a 8 classificar os crânios como sendo de Homo sapiens idaltu, uma espécie do H. sapiens......... em conjunto, essas 9 características colocam esses homonídeos nas raízes da árvore evolutiva humana e são um reforço às evidências 10 genéticas de que o homem moderno surgiu na África – ainda não se sabe se em apenas uma ou em mais regiões 11 – e depois migrou para os outros continentes, o oposto do que........ as teorias que sugerem que as primeiras 12 características do H. sapiens apareceram quase ao mesmo tempo em diferentes pontos do planeta. 13

15) Considere as seguintes sugestões de reescrita, destinadas a evitar a repetição de os crânios na frase levaram os pesquisadores a classificar os crânios (l.8 e 9).

I – Substituir os crânios pelo pronome eles. II – Substituir os crânios pelo pronome lhes, colocando-o antes do verbo classificar. III –Substituir os crânios pela forma los, adaptando a forma do infinitivo classificar. IV –Substituir os crânios pela expressão os exemplares.

Quais são corretas de acordo com o padrão culto da língua?

(A) Apenas I e II. (B) Apenas II e III. (C) Apenas II e IV. (D) Apenas III e IV. (E) Apenas II, III e IV.

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Sendo a palavra escrita um produto da cultura, nisto, como em tudo mais, o indivíduo tem o direito de adoptar

a que quiser – a que lhe parecer melhor ou mais conveniente. Isso quer dizer que, tecnicamente, ................ haver tantas ortografias quantos escritores. Terá isso o inconveniente de, se um escritor optar por uma ortografia antipática ao público, o público o não ler? Seja: o inconveniente é para ele, não para o público. Praticou um acto: sofreu-lhe ele mesmo, só ele, as conseqüências intelectuais e morais.

cuidadosamente entre o dever cultural e o dever social. O meu dever cultural é pensar por mim, sem obediência a outrem; o meu dever cultural é registrar pela palavra escrita, grafando como entendo que devo, o que pensei. Assim se cria a cultura e portanto a civilização. Cessa aqui, porém, o que é puramente o meu dever cultural. Com a publicação do meu escrito, estou já, simultaneamente, em duas esferas – a cultural e a social: na cultural, pelo conteúdo do meu escrito; na social, pela acção actual ou possível, sobre o ambiente. O meu escrito contém elementos prejudiciais à sociedade? Se legitimamente e por mim o pensei, continuo cumprindo meu dever cultural; meu dever social é que, consciente ou inconscientemente, não cumpri. São fenômenos distintos, dependentes, um, da minha contingência; outro, da minha consciência moral, se a tiver.

Ora, a ortografia é um fenômeno puramente cultural: não tem aspecto social algum, porque não tem aspecto social o que não contém um elemento moral ( ou imoral). O único efeito presumidamente prejudicial que estas divergências ortográficas podem ter é o de estabelecer confusão no público. Isso, porém, é da essência da cultura, que consiste precisamente em “estabelecer confusão” intelectual – em obrigar a pensar por meio do conflito de doutrinas religiosas, filosóficas, políticas, literárias e outras. Onde essas divergências ortográficas produziriam já um efeito prejudicial, e portanto imoral, é se o Estado admitisse essa divergência em seus documentos e publicações, e, derivadamente, a consentisse nas escolas. 16) Considere as seguintes afirmações sobre o uso da forma pronominal lhe no texto.

I - O pronome lhe (l.02) poderia ser substituído pelo segmento a ele, sem prejuízo da correção da frase. II –O pronome lhe (l.05) poderia ser substituído pelo possessivo suas, a ser inserido antes da palavra

conseqüências (l.05), sem prejuízo do sentido e da correção da frase. III –A forma pronominal lhe (l.05) seria substituída pela forma direta o, se a forma verbal sofreu (l.05) fosse

substituída por suportou.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ( COLOCAÇÃO PRONOMINAL)

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EXERCÍCIOS DE AULA: C) Coloque o pronome entre parênteses na posição adequada. 17)Apresentaram-se duas pessoas que ___

identificaram ___ imediatamente. (se) 18) Poucos ___ recusaram ___ a voltar ao trabalho.

(se) 19) Aqui ___ trabalha ___; lá ___ divertem ___.(se) 20) Aqui, ___ trabalha ___; lá, ___ divertem ___. (se) 21) Às dez horas, ___ reúnam ___ no auditório. (se) 22) Recusei a proposta que ___ fizeram ___. (me) 23) Quanta honra ___ dá ___ com a sua visita! (nos) 24) ___ chame ___ às oito horas. (nos) 25) Espero que todos ___ compenetrem ___ de suas

responsabilidades. (se) 26) João, ___ ponha ___ no meu lugar. (se) 27) Se ___ apresentar ___ a conta (lhe), ___ faça ___

discretamente. (o)

28) Este que ___ fala ___ nunca proferiu mentiras. (lhes)

29) Aquilo ___ preocupava ___ seriamente. (me) 30) Inegavelmente ___ auxiliou ___ muito. (me) 31) Quando ___ encontrou ___ (me), ___ disse ___ a

verdade. (me) 32) Tudo ___ fez ___ para evitar o acidente. (se) 33) Alguém ___ falou ___ a seu respeito. (nos) 34) ___ foi ___ enviado ___ o material. (me) 35) ___ estou ___ enviando ___ o material. (te) 36) Devo ___ enviar ___ o material. (te) 37) ___ vou prender ___. (o) 38) Assim que ele aparecer, ___ questionarei ___. (o) 39) Não ___ vamos ___ receber ___. (o) 40) Nunca ___ pedimos ___ isso. (lhe) .

EMPREGO DE MIM E TI :

EXERCÍCIOS:

D) Preencha as lacunas das frases abaixo com o pronome adequado. 41) Para ___ tomar uma decisão dessas, preciso de

tempo. (eu, mim) 42) Deve haver um diálogo franco entre ___ e teus

colegas. (ti, tu) 43) Esta mesa serve para ___ elaborar meus gráficos.

(eu, mim) 44) Entre ___ e eles deve ter-se dado uma troca de

simpatia. (eu, mim) 45) É complicado para ___ ir até aí hoje. (eu, mim) 46) Todos foram revistados, até ___. (eu, mim)

47) Ele chegou até ___. (eu, mim) 48) Perante ___, não falou nada. (eu, mim) 49) Após ___, não há mais condições de alguém

administrar o clube. (eu, mim) 50) Após ___ entrar, fechem todas as portas. (eu,

mim) 51) Se é para ___ dizer o que penso, creio que a

escolha se dará entre ___ e a Laura. (eu, mim / tu, ti)

TESTES: Nas questões abaixo, assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da frase.

01) Confio em .......; por isso, para .........estar tranqüilo, basta-me sua presença.

(A) ti – mim (B) si – mim (C) você – mim (D) você – eu (E) ti – eu 02) Ele está perdido e sabe que eu não .......aceitarei

no grupo. A esta altura, entre ...... e a lei, por qual ele vai optar?

(A) lhe – eu (B) lhe – mim

(C) o – eu (D) o – mim (E) te – eu 03) Sobre ....... e ele pesam sérias acusações. Sem .....,

é muito difícil refutá-las.

A) mim – mim B) mim – eu C) eu – eu D) eu – mim E) ti – tu

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04) Talvez não ........ receber-me; entre ...... e ela ...... abismos intransponíveis.

(A) quisesse – mim – havia (B) quizesse – eu – haviam (C) quisesse – eu – haviam (D) quizesse – mim – havia (E) quisesse – mim – haviam 05) O tempo não será suficiente para ........

datilografar o relatório. Pedirei ao chefe que divida a tarefa entre ........... .

(A) eu – eu e ti (B) mim – eu e tu (C) mim – mim e tu (D) eu – mim e ti

06) A única frase que se caracteriza por obedecer à norma culta do idioma é

(A) “Se você pertencesse a uma minoria estigmatizada,

tua opinião talvez fosse diferente”, disse a jovem, indignada.

(B) Representantes do Movimento Negro garantem que elas mesmo irão resolver a questão pendente.

(C) Se aprende a conviver com as diferenças a medida que vai se exercitando a tolerância.

(D) É difícil para mim aceitar tantas injustiças em nome da origem e da cor.

(E) Ainda fico meia triste diante do abandono sofrido pelos indígenas, declarou a jovem. .

(E) mim – mim e ti GABARITO: 01-D, 02-D, 03-A, 04-A, 05-D, 06-D

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TRANSFORMAÇÃO PASSIVA

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A TRANSFORMAÇÃO DA PASSIVA

Enquanto todos os verbos têm voz ativa, apenas alguns deles podem passar para a VOZ PASSIVA: os que possuírem OBJETO DIRETO.

- Sem objeto direto, a frase não vai para a passiva. - Se a frase já estiver na passiva, isso indica que o seu verbo deve ser transitivo direto. Essas duas afirmações ficam evidenciadas ao examinarmos detalhadamente a TRANSFORMAÇÃO

PASSIVA:

ATIVA: O advogado perdeu os documentos.

PASSIVA: Os documentos foram perdidos pelo advogado. INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA A TRANSFORMAÇÃO PASSIVA 1) Só pode haver voz passiva, se – na ativa – houver objeto direto. 2) A voz passiva tem sempre um verbo a mais que a voz ativa: é o verbo ser,que entra antes do último verbo

da voz ativa, no tempo e na forma do último verbo da voz ativa.

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VOZ PASSIVA SINTÉTICA

A segunda – e menos usada – maneira de formar a voz passiva é com a partícula SE. Esta forma de passiva só pode ser usada com FRASES QUE, NA VOZ ATIVA, TENHAM O SUJEITO INDETERMINADO.

ATIVA: Procuram um substituto. PASSIVA ANALÍTICA: Um substituto é procurado. PASSIVA SINTÉTICA: Procura-se um substituto. ATIVA: Compraram calçados. PASSIVA ANALÍTICA: Calçados foram comprados. PASIVA SINTÉTICA: Compraram-se calçados.

Anotações:

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EXERCÍCIOS DE AULA A) Passe os verbos das frases abaixo para a voz passiva analítica. 1) O atleta venceu a prova. 2) Naquela ocasião, à noite, em minha casa, as

pessoas que convidei fizeram uma festa incrível.

3) Os trabalhadores iam realizando todas as

tarefas. 4) Os farmacêuticos devem, neste momento,

estar analisando as fórmulas mencionadas. 5) Os executivos deviam continuar a negociar o

contrato. 6) Eu posso acabar não comandando esse

debate.

7) Jamais tu poderias ver-me. 8) Jamais eu poderia vê-la. 9) Tu jamais poderias continuar a ajudá-lo. 10) Realizaram a tarefa. 11) Compram casas. 12) Realizavam a tarefa. 13) Quem realizou a tarefa? 14) Alguém realizará a tarefa? 15) Ele entrega o documento ao policial..

B) Passe os verbos das frases abaixo para a voz ativa. 16) Os ratos não eram vistos pelo gato. 17) Aquela criança seria educada por quem? 18) A flor foi arrancada pela criança. 19) A flor é arrancada pela criança. 20) Os dois livros serão vendidos por mim. 21) O rapaz foi sacrificado. 22) O rapaz será sacrificado. 23) O rapaz seria sacrificado por alguém.

24) A amiga, porém, nem sequer foi recebida por Sônia.

25) Eu estava sendo examinado por ti. 26) As propostas de mudança seriam apresentadas

por um dos diretores da empresa. 27) Tal fato já foi cientificamente comprovado. 28) Os pratos eram cuidadosamente colocados na

prateleira. 29) Já tinha sido anunciada a decisão do tribunal. 30) Tu já tinhas sido levado por mim ao local

combinado. C) Passe os verbos das frases abaixo para a voz passiva sintética. 31) Alugam bicicleta. 32) Alugam bicicletas. 33) Os jogadores foram vistos. 34) O jogador foi visto. 35) Os jogadores são vistos.

36) O jogador é visto. 37) Sua beleza é cantada em prosa e verso. 38) É preciso que sejam realizadas as tarefas. 39) É importante que os livros sejam lidos. 40) Machado de Assis era estudado com gosto.

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TESTES: 1) A alternativa que apresenta a voz ativa

correspondente a “A reportagem que está sendo gravada lembra livros que foram escritos por Jorge Amado” é

A) A reportagem que estão gravando lembra livros

que Jorge Amado escreveu. B) A reportagem que gravaram lembra livros que

Jorge Amado escrevia. C) A reportagem que gravam lembra livros que

Jorge Amado escrevia. D) A reportagem que gravavam lembra livros que

Jorge Amado escrevia. E) A reportagem que está gravada lembra livros

escritos por Jorge Amado. 2) “Se as blugatides olvassem trúnfides apocolinas,

então groncemente predimaríamos os xinfolanes de frelhões.” Se a primeira oração da frase for passada para a voz passiva, a forma verbal resultante será

A) “se olvasse” B) “fossem olvadas” C) “sejam olvadas” D) “são olvadas” E) “foram olvadas” 3) Assinale a forma passiva correta da frase

“Freud declarou a inutilidade de ambos os procedimentos interpretativos populares.”

A)Freud declarou inúteis ambos os

procedimentos interpretativos populares. B) Foram declarados inúteis, por Freud ambos os

procedimentos interpretativos populares. C)Ambos os procedimentos interpretativos

populares foram declarados por Freud inúteis. D)A inutilidade de ambos os procedimentos

interpretativos populares foi declarada por Freud.

E)Declarou-se a inutilidade de ambos os procedimentos interpretativos populares por Freud.

4) Assinale a alternativa que traz a forma passiva

correta da seguinte frase do texto: “Em 1801, Destut de Tracy apresenta este novo ‘estudo de idéias’ como uma parte da zoologia.”

A) Como uma parte da zoologia, Destut de Tracy

apresenta, em 1801, este novo estudo das ‘idéias’.

B) Este novo ‘estudo das idéias’ é apresentado por Destut de Tracy, em 1801, como parte da zoologia.

C) Foi apresentado, como uma parte da zoologia, em 1801, por Destut de Tracy, este novo ‘estudo das idéias’.

D) Como uma parte da zoologia, apresentou-se, por Destut de Tracy, em 1801, este novo ‘estudo das idéias’.

E) Sendo este novo ‘estudo das idéias’ uma parte da zoologia, Destut de Tracy apresentou-a, em 1801.

5) A passagem correta para a voz ativa de “fui cercada por um grupo de alunos” é :

A) um grupo de alunos me cercou. B) um grupo de alunos a cercou. C) um grupo de alunos a cercavam. D) um grupo de alunos me cercavam. E) Um grupo de alunos a tinham cercado. 6) A oração “O alarma tinha sido disparado” está na

voz passiva. Assinale a alternativa que apresenta a forma verbal ativa correspondente.

A) disparara. B) disparar-se-ia. C) fora disparado. D) tinham disparado. E) tinha disparado. 7) Observe as sentenças abaixo, retiradas ou

adaptadas do texto. I. Desta permanente preocupação decorre a sua

presença em todas as nossas manifestações artísticas.

II. A morte está presente na música, na escultura, nas múltiplas modalidades da arte literária.

III. O homem imaginou lendas inacreditáveis.

Quais delas apresentam condições para serem passadas para a voz passiva?

A) Apenas II. B) Apenas III. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III. 8) Assinale a forma passiva correta da oração “de que

não os encontrariam na volta”. A) de que não os seriam encontrados na volta. B) de que não seriam-nos encontrados na volta. C) de que eles não seriam encontrados na volta. D) de que eles não os encontrariam na volta. E) de que não encontrá-los-iam na volta. 9) Considere as orações abaixo:

I. É visível a cisão entre a música de “alto

repertório” e a música de mercado. II. Os dois tipos de música falam a tipos de público

completamente desiguais. III. A música das massas marca o pulso rítmico e a

repetição. IV. Novas dimensões de tempo instauradas com a

música de concerto contestam a escuta linear. Quais delas podem ser passadas para a voz passiva?

A) Apenas I e III. B) Apenas II e IV. C) Apenas III e IV. D) Apenas I, III e IV. E) Apenas II, III e IV.

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Português Professor Paulo Ricardo 67

- Mas pra você não é uma pouca vergonha, é? – ela disse, secando as lágrimas. Voltava ao desafio.

- Eu sou homem, ou você não entende isto? - Não entendo. O Dr. Paranhos quedou-se quieto por um

tempo marcado em séculos no relógio da agonia. Seus olhos baixaram para a mesa e assim ficaram, enquanto sua inteligência buscava uma forma clara de ilustrar a madrinha. Por fim, suspirou e disse:

- Eu tenho um argumento que você vai entender.

Levantou-se com certa dificuldade e ausentou-se da cozinha, onde ficamos suspensos por um fio em pleno abismo. Logo, porém, ele retornou com o argumento na mão. Girou o tambor do argumento. Depois, com um gesto calmo, solene, botou o argumento na cintura. Sentou-se novamente e disse, pausadamente:

- Tem uma coisinha, Dirce: ou este tal de feminismo acaba hoje, ou o que acaba é a tua mesada, se não acabar minha paciência antes. Certo? Agora vamos jantar.

10) Considere as afirmativas seguintes, sobre voz

passiva.

I. O trecho um tempo marcado em séculos no relógio da agonia (l.6 A 8) é o agente da passiva da frase em que está inserido.

II. Se a oração subordinada da frase Eu tenho um argumento que você vai entender (l.11) fosse passada para a voz passiva, o resultado seria Eu tenho um argumento que vai ser entendido por você.

III. A frase Girou o tambor do argumento (l.17 e 18 e 19) pode ser passada para a voz passiva.

Quais são corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

(...) Um desses trambiqueiros é um jovem babuíno do sul da África, batizado de Paul pelos primatologistas ingleses R. Byrne e A.Whiten, que o flagraram várias vezes passando o seguinte conto do vigário: quando notou que uma fêmea arrancava uma suculenta raiz da terra, Paul pôs-se a gritar como se estivesse apanhando. Imediatamente, sua mãe apareceu e, pensando que a fêmea tivesse atacado seu filhote, expulsou-a. O esperto babuíno aproveitou para roubar e saborear o alimento.

11) Considere as seguintes afirmações sobre voz passiva.

I. A voz passiva poderia ter sido usada na oração iniciada por que (l. 3), caso em que a mesma assumiria a seguinte forma : ...que uma suculenta raiz era arrancada da terra por uma fêmea.

II. A oração em que o verbo expulsar (l.10) aparece poderia ser passada para a voz

passiva sem que se fizessem alterações na estrutura do período em que ocorre.

III. A oração em que o verbo aparecer (l. 8) ocorre poderia ser passada para a voz passiva sem prejuízo do seu significado.

Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III.

(...) Os governos de todo o mundo – presumivelmente, todos democráticos – poderão incentivar as pessoas à reprodução. E será melhor que o façam com as melhores pessoas. 12) Assinale a alternativa que apresenta a forma

passiva correta da frase que começa em Os governos...

A) As pessoas poderão ser incentivadas à reprodução pelos governos de todo o mundo – presumivelmente todos democráticos.

B) A reprodução será incentivada pelos governos de todo o mundo – presumivelmente todos democráticos.

C) A reprodução das pessoas poderá ser incentivada pelos governos de todo o mundo – presumivelmente todos democráticos.

D) As pessoas serão incentivadas à reprodução pelos governos de todo o mundo – presumivelmente todos democráticos.

E) O incentivo à reprodução será dado às pessoas pelos governos de todo o mundo – presumivelmente todos democráticos.

13) Assinale a alternativa que indica a forma passiva correta da oração “quem o está agarrando”.

A) por quem ele foi agarrado B) quem está sendo agarrado C) por quem ele está sendo agarrado D) quem está agarrando ele E) por quem se está agarrando 14) Assinale a alternativa que apresenta a voz passiva

da oração ...e novas tecnologias de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças, prolongaram o tempo médio de vida.

A) e o tempo médio de vida, novas tecnologias de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças, prolongaram.

B) e o tempo médio de vida fora prolongado por novas tecnologias de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças.

C) e o tempo médio de vida seria prolongado por novas tecnologias de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças.

D) e o tempo médio de vida foi prolongado por novas

tecnologias de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças.

E) e a vida, em seu tempo médio, foi prolongada por tecnologias de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças.

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Português Professor Paulo Ricardo 68

15) A transformação correta da voz ativa para a voz passiva está na alternativa

A) Páginas inteiras dos jornais acompanham a

operação nacional. A operação nacional é acompanhada pelos

jornais em páginas inteiras. B) O fotógrafo está registrando a cena. A cena é registrada pelo fotógrafo. C) Os pais acompanharam a luta do filho por uma

vaga. A luta do filho por uma vaga era acompanhada

pelos pais. D) O garotão tinha tirado os sapatos. Os sapatos tinham sido tirados pelo garotão. E) Os jornais vão publicar os resultados do

vestibular. Os resultados do vestibular serão publicados

pelos jornais.

(...) Existem 2,8 milhões de garotos, entre 10 e 14 anos, que trabalham – o que é proibido por um desses artigos pomposos da Constituição Federal que a realidade da miséria revogou. 16) A transformação correta de “que a realidade

da miséria revogou” é A) que foi revogado pela realidade da miséria. B) que foram revogados pela realidade da

miséria. C) que revogou a realidade da miséria. D) que pela realidade da miséria foram

revogados. E) que revogaram a realidade da miséria. 17) A frase que apresenta condições de ser

transformada em voz passiva é A) Apesar de ainda serem discriminadas, as

mulheres já têm acesso fácil a muitas áreas de trabalho.

B) Segundo estatísticas da ONU, a mulher é responsável por 64% da mão-de-obra formal e informal em todo o mundo.

C) Apenas ocupar vagas não parece suficiente, pois é necessário reconhecimento e salário compatível.

D) Cada vez mais a mulher se empenha em crescer pessoal e profissionalmente.

E) As mulheres têm conquistado gradativamente novos espaços no mercado de trabalho.

18) Ocorre correspondência de sentido entre as

frases na alternativa A) A roda não teria sido inventada se não

houvesse pesquisas. Não teriam inventado a roda se não houvesse

pesquisas. B) Opiniões polêmicas eram defendidas pelos

cientistas. O cientista defendeu opiniões polêmicas.

C) As normas devem ser transformadas em lei. As normas devem transformar as leis. D) A ciência pode investigar todos os campos. Todos os campos podem investigar a ciência. E) A ética deve disciplinar as ações. As ações deveriam disciplinar a ética. 19) Passando para a voz passiva a frase “É exatamente

a solução que as outras pessoas estão dando para suas vidas.”, obtém-se a forma correta

A) É exatamente a solução que será dada pelas outras

pessoas para suas vidas. B) É exatamente a solução que estão dando para suas

vidas as outras pessoas. C) É exatamente a solução que tem sido dada para

suas vidas pelas outras pessoas. D) É exatamente a solução que está sendo dada pelas

outras pessoas para suas vidas. E) É exatamente a solução que estará sendo dada

pelas outras pessoas para suas vidas. 20) A alternativa que melhor corresponde a “Compram-

se coisas de determinado desenho e estilo porque elas são produzidas pela indústria e não porque as pessoas passam a exigi-las.”

A) Coisas de determinado desenho e estilo são

compradas não porque passaram a ser exigidas pelas pessoas, mas porque a indústria as produziu.

B) Coisas de determinado desenho e estilo são compradas porque a indústria as produz e não porque elas passam a ser exigidas pelas pessoas.

C) Coisas de determinado desenho e estilo serão compradas porque a indústria as produz e não porque elas serão exigidas pelas pessoas.

D) Compram coisas de determinado desenho e estilo porque a indústria as produziu e não porque são exigidas pelas pessoas.

E) Compram coisas de determinado desenho e estilo porque a indústria as tem produzido e não porque elas passam a ser exigidas pelas pessoas.

21) A transformação correta de “a forma definida de

uma geração parece ter sido invertida de um dia para outro” para a voz ativa está na alternativa

A) parece que inverteram, de um dia para outro, a forma

definida de uma geração. B) parece terem invertido, de um dia para outro, a forma

definida de uma geração. C) parecem inverter, de um dia para outro, a forma

definida de uma geração. D) parece que uma geração inverteu, de um dia para

outro, sua forma definida. E) parece ter-se invertido, de um dia para outro, a forma

definida de uma geração. 22) A forma da voz ativa que corresponde corretamente

a “ urgentes providências deviam ser tomadas” é

A) Tomavam urgentes providências. B) Deviam tomar urgentes providências. C) Devem tomar urgentes providências. D) Tomariam urgentes providências. E) Deveriam tomar urgentes providências.

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Português Professor Paulo Ricardo 69

23) A transformação correta de “ O caminho de volta ao ensino tradicional tem sido incentivado pelos pais dos alunos” para a voz ativa está na alternativa

A) Os pais dos alunos estão incentivando o

caminho de volta ao ensino tradicional. B) Os pais dos alunos têm incentivado o caminho

de volta ao ensino tradicional. C) Os pais dos alunos incentivam o caminho de

volta ao ensino tradicional. D) Os pais dos alunos têm sido os incentivadores

do caminho de volta ao ensino tradicional. E) Os pais dos alunos vêm incentivando o

caminho de volta ao ensino tradicional. 24) A alternativa que melhor corresponde à

passagem “que esperamos se desencadeiem mediante nossos esforços” é

A) que esperamos sejam desencadeados através de nossos esforços.

B) que se espera desencadear pelos esforços. C) que esperamos serem desencadeadas com os

nossos esforços. D) que esperamos fossem desencadeados por

intermédio dos nossos esforços. E) que os nossos esforços esperaram

desencadear. 25) Sem alteração de sentido, como ficaria o

trecho “... que se desenvolveram até a metade deste século.” na voz passiva ?

A) ... sejam desenvolvidas... B) ... forem desenvolvidas... C) ... foram desenvolvidas... D) ... são desenvolvidos... E) ... serão desenvolvidos... 26) A forma passiva correta da oração “... a fuga

para as maiores cidades criou um quadro de miséria urbana sem precedentes.” é

A) Um quadro de miséria urbana foi criado pela fuga sem precedentes para as maiores cidades.

B) Um quadro de miséria urbana sem precedentes foi criado pela fuga para as maiores cidades.

C) Foram criados, pela fuga para as maiores cidades, precedentes de miséria urbana.

D) Criaram-se precedentes de miséria urbana a partir da fuga das grandes cidades.

E) Criou-se um quadro de miséria urbana pelos precedentes de fuga para as grandes cidades.

27) Os clubes de futebol alugam estádios está

na voz ativa. O verbo dessa oração, na voz passiva, fica :

A) são alugados B) têm sido alugados C) serão alugados D) foram alugados E) seriam alugados 28) A partir do período O congresso apressou a

votação do projeto que desarma a população, aponte a versão correta da voz ativa para a voz passiva.

A) O projeto que desarma a população foi apressado pela votação do Congresso.

B) A votação do projeto que desarma a população foi apressada pelo Congresso.

C) Foi apressada, no Congresso, a votação do projeto que desarma a população.

D) A votação do projeto que desarma a população será apressada no Congresso.

E) A votação do projeto foi apressada pelo Congresso, que desarma a população.

29) A alternativa que substitui a expressão destacada

em: É necessário que se criem oportunidades novas para os que envelhecem, é

A) tivessem sido criadas oportunidades novas B) seriam criadas oportunidades novas C) sejam criadas oportunidades novas D) fossem criadas oportunidades novas E) tenham sido criadas oportunidades novas 30) A frase Obviamente, os problemas relacionados

ao mau uso da água já deviam estar sendo equacionados há muito tempo está na voz passiva. Reescrevendo-a na voz ativa correspondente, temos:

A) Obviamente, já deviam ser equacionados há muito

tempo os problemas relacionados ao mau uso da água.

B) Obviamente, já equacionaram há muito tempo os problemas relacionados ao mau uso da água.

C) Obviamente, já deviam ter equacionado há muito tempo os problemas relacionados ao mau uso da água.

D) Obviamente, já deviam estar equacionando há muito tempo os problemas relacionados ao mau uso da água.

E) Obviamente, já poderiam ter equacionado há muito tempo os problemas relacionados ao mau uso da água.

31) Em “ Após o surgimento da televisão, multiplicaram-

se os que pressentiam o fim do jornal impresso”, a forma verbal sublinhada apresenta equivalência de tempo com a forma

A) foram multiplicados B) são multiplicados C) eram multiplicados D) teriam sido multiplicados E) seriam multiplicados 32) “É realmente engraçado que o riso seja, quase

sempre, provocado pelo ridículo (...) Passando a frase sublinhada para a voz ativa, a versão correta é a seguinte: A) que o riso provoque, quase sempre, o ridículo. B) que o ridículo esteja sendo, quase sempre,

provocado pelo riso. C) que o riso tenha provocado, quase sempre, o

ridículo. D) que o ridículo é provocado, quase sempre, pelo riso. E) que o ridículo provoque, quase sempre, o riso.

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Português Professor Paulo Ricardo 70

33) A frase “Na maior parte, o conhecimento dessas situações era restringido pelos limites das tecnologias de comunicação”, em voz passiva, tem como correspondente em voz ativa a frase

A) Na maior parte, o conhecimento dessas

situações restringia os limites das tecnologias de comunicação.

B) O conhecimento dessas situações, na maior parte, era restringido pelos limites das tecnologias de comunicação.

C) Na maior parte, os limites das tecnologias de comunicação restringiam o conhecimento dessas situações.

D) Na maior parte, os limites das tecnologias de comunicação eram restringidos pelo conhecimento dessas situações.

E) O que estava restringindo o conhecimento dessas situações eram os limites das tecnologias de comunicação.

34) As afirmações abaixo referem-se às vozes

verbais utilizadas no texto.

I – A frase Ele conseguiu inventariar mais de cem constelações (l.12 e 13) poderia ser alterada da seguinte forma, continuando semanticamente equivalente à original: Mais de cem constelações tinham sido inventariadas por ele.

II –A frase O resultado da pesquisa será apresentado hoje (l.15) poderia ser reescrita corretamente da seguinte forma, mantendo-se a voz passiva: Apresentar-se-á hoje o resultado da pesquisa.

III –A frase Affonso falará na conferência “Contribuições Nativas para o Conhecimento”(l.15 e 16) não pode ser passada para a voz passiva.

IV – A frase Nele, o europeu citava constelações conhecidas pelos tupinambás do Maranhão (l.19) poderia ser reescrita como Nele, eram citadas pelo europeu constelações conhecidas pelos tupinambás do Maranhão, sem prejuízo do sentido e da correção.

Quais estão corretas? A)Apenas I. B)Apenas I e III. C)Apenas II e III. D)Apenas II e IV. E)Apenas II, III e IV.

35) Considere os trechos abaixo e as propostas de sua reescritura apresentadas a seguir.

1 – [ ...] um achado divulgado anteontem por

pesquisadores do Reino Unido poderá mudar a história da ocupação humana da América .

2 – O pesquisador já chegou a estudar os antigos mexicanos junto com a arqueóloga .

3 – Uma data de 40 mil anos não necessariamente leva a modelos alternativos de povoamento .

I – Trecho 1 = [...] a história da ocupação humana na

América poderá ser mudada por um achado divulgado anteontem por pesquisadores do Reino Unido.

II -Trecho 2 = Os antigos mexicanos, junto com a arqueóloga, já chegaram a ser estudados pelo pesquisador.

III-Trecho 3 = Modelos alternativos de povoamento não são levados necessariamente a uma data de 40 mil anos.

Quais propostas são transposições corretas dos respectivos trechos para a voz passiva?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas II e III. 36)A frase Dessa forma, a Igreja permitia a

continuidade da cultura e a sobrevivência da filosofia antiga – e pagã pode ser passada para a voz passiva, caso em que todos os segmentos abaixo estariam presentes, à exceção de um . Assinale-o.

A) pela B) foram C) sobrevivência D) continuidade E) permitidas 37) Assinale a alternativa que apresenta uma

transposição gramaticalmente correta da voz passiva para a voz ativa da frase Eles tinham sido pegados com boca na botija.

A) Uma pessoa os teria pegado com a boca na botija. B) Pessoas lhes tinham pegado com a boca na botija. C) Alguém os tinha pegado com a boca na botija. D) O povo pegou-os com a boca na botija. E) Tinham pegado eles com a boca na botija.

GABARITO: 01-A, 02-B, 03-D, 04-B, 05-A, 06-D, 07-B, 08-C, 09-C, 10-D, 11-A, 12-A, 13-C, 14-D, 15-D, 16-B,

17-E, 18-A, 19-D, 20-B, 21-B, 22-B, 23-B, 24-A, 25-C, 26-B, 27-A, 28-B, 29-C, 30-D, 31-A, 32-E, 33-C, 34-D, 35-A, 36-B, 37-C

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Português 73 Professor Paulo Ricardo

VERBOS

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Português Professor Paulo Ricardo 74

VERBOS - MODOS E TEMPOS MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO

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Português Professor Paulo Ricardo 75

O FUTURO DO SUBJUNTIVO 1) Reconhecimento do futuro do subjuntivo 2) Futuro do subjuntivo X Infinitivo Pessoal 3) Conjugação do futuro do subjuntivo CORRELAÇÕES VERBAIS

1) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo X Futuro do Pretérito do Indicativo 2) Futuro do Subjuntivo X Futuro do Presente do Indicativo

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Português Professor Paulo Ricardo 76

EXERCÍCIOS A) Complete as lacunas com os verbos nos parênteses ao lado. 1) Caso eu ..............de tudo, teria tomado outra atitude. (saber) 2) Assim que .......... o teu professor, mostra a questão que me mostraste. (ver) 3) Se ele .......... amanhã, vou dar-lhe o presente. (vir) 4) Teríamos mais condições de concluir a obra com rapidez, se esta escada ......... naquele espaço. (caber) 5) O vendedor liberará o carro, se ele ......... o dinheiro. (ter) 6) O vendedor liberaria o carro, se ele ........ o dinheiro. (ter) 7) Se eu .......... o dinheiro no lugar, você me desculpará? (pôr) 8) Caso eu .......... o dinheiro no lugar, você me desculpará? (pôr) 9) Se Maria ......... aqui, e você a ........., daria mesmo meu recado? (vir – ver) 10) Se eu .......... o dinheiro no lugar, você me desculparia? (pôr) 11) Caso eu ......... o dinheiro no lugar, você me desculparia? (pôr) 12) Jamais aceitaríamos que ele ............ tal trabalho. (fazer) 13) Jamais aceitaremos que ele ............ tal trabalho. (fazer) 14) Depois que o sol se ............ , se Maria .......... aqui, e você a .............., diga-lhe que preciso falar com ela. (pôr

– vir – ver) 15) Tu vais entender melhor o que digo, quando ........ mais vezes minha casa. (ver) 16) Tu vais entender melhor o que digo quando ......... mais vezes à minha casa. (vir) 17) Tu entenderias melhor o que digo se .......... mais vezes a minha casa. (ver) 18) Tu entenderias melhor o que digo se .......... mais vezes à minha casa. (vir) 19) Quando nós retornamos, ela ainda não .......... . (chegar) 20) Eu já havia feito o trabalho, mas meu irmão ainda não o ............ . (fazer) 21) Quando cheguei, percebi que a empregada já ............. os pratos. (lavar) 22) Quando .......... meu primeiro caso amoroso, Luisão já ...........oito. (ter – ter) 23) Quando era pequeno, .......... ir àquela praça. (costumar) 24) Naquela época, eu não ......... essas coisas! (fazer) 25) Naquele dia, eu não........ essas coisas. (fazer) ANOTAÇÕES:

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Português Professor Paulo Ricardo 77

IMPERATIVO DO VERBO 1) Reconhecimento do Imperativo 2) Conjugação do Imperativo EXERCÍCIOS B) Preencha as lacunas das frases abaixo com os verbos entre parênteses. 26) Tu não me ouviste? ............ e ............! (levantar e andar) 27) Você não me ouviu? ........... e ............! (levantar e andar) 28) ............agora o livro que te pedi. (trazer) 29) ............agora o livro que lhe pedi. (trazer) 30) ............da sala e não voltes mais. (sair) 31) ............da sala e não volte mais. (sair) 32) ............ tuas coisas e ........... –as no armário. (pegar e trancar) 33) Só vou dizer-te mais uma vez: .......... e ........... ao telefone ! (levantar e atender) 34) Só vou-lhe dizer mais uma vez: ........ e ........... ao telefone ! (levantar e atender) 35) ........... o rádio e ........... –te para ouvir más notícias. (ligar e preparar-se) 36) Feche a porta e não .......... ninguém entrar. (deixar) 37) Fecha a porta e não .......... ninguém entrar. (deixar) 38) Não .......... bobagens e ............ teu trabalho. (dizer e prosseguir) 39) Não .......... bobagens e ............ seu trabalho. (dizer e prosseguir) 40) Paga o motorista, mas não ......... com o troco. (ficar) 41) ........ o motorista, mas não fique com o troco. (pagar) 42) .......... teu irmão menor à escola e ......... esse recado à professora. (levar e dar) 43) .......... seu irmão menor à escola e ......... esse recado à professora. (levar e dar) 44) .......... a sala antes de sair. (limpar) 45) .......... a sala antes de saíres. (limpar) 46) Não ........ teu carro. (vender) 47) Não ........ seu carro. (vender) 48) Não ....... teus olhos à realidade. (vendar) 49) Não ....... seus olhos à realidade. (vendar) 50) Embora ......... esforçado, não conseguirás aprovação. (ser) 51) Embora ......... esforçado, não conseguirá aprovação. (ser) 52) Se quiseres vencer o jogo, ........... bem. (preparar-se) 53) Faça o que lhe recomendamos e não ............. (arrepender-se) 54) Não ........... e diga a verdade. (titubear) 55) Não ........... e diz a verdade. (titubear) 56) Quando puder, ....... à minha casa. (vir) 57) Quando puderes, ......... à minha casa. (vir) 58) Não ........ mais nada; ........ para sua casa e ........... um aviso meu. (dizer, voltar e aguardar) 59) Não ........ mais nada; .......... para tua casa e ............ um aviso meu. (dizer, voltar e aguardar) 60) Não ............. os amigos que tem nesta cidade. (esquecer)

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Português Professor Paulo Ricardo 78

VERBOS DERIVADOS

1) O que são verbos derivados? 2) Como se conjugam os verbos derivados? 3) Quais os verbos derivados “perigosos” quanto à conjugação? EXERCÍCIOS C) Preencha as lacunas com os verbos entre parênteses. 61) Haverá entendimento, quando ele .......... sua raiva. (conter) 62) Haveria entendimento, se ele .......... sua raiva. (conter) 63) As crianças estavam ................ com os brinquedos. (entreter) 64) Se as crianças se ............... com os brinquedo, poderíamos até sair. (entreter) 65) Se vocês se ............. calmos, tudo teria dado certo.( manter) 66) Se vocês se ............. calmos, tudo dará certo. (manter) 67) Se eu .............. de tempo, irei ao cinema. (dispor) 68) Ninguém ontem ............ naquela briga. (intervir) 69) Os jogadores, na partida de ontem, .............. na briga dos técnicos. ( intervir) 70) Os atletas ............. durante o jogo de Domingo passado. (desavir-se) 71) Tudo deve ocorrer conforme nós ............. . (prever) 72) Com este documento, eu , neste momento, ................ meu afastamento. (requerer) 73) Naquele dia, nós não .............. nenhuma resposta. (obter) 74) Durante a excursão que fizemos, ................. alguns acidentes. (sobrevir) 75) Na festa de ontem, ela ............. sua auto-estima. (reaver) 76) Na última eleição, eles se ............. de votar. (abster-se) 77) Na briga de ontem, ele se ............... muito bem dos perigos. (precaver-se) 78) Quando os funcionários ............. o dinheiro, serão liberados. (reaver) 79) Quando ............ meu carro, mudarás de opinião.(rever) 80) Tudo acabará se ele ............. o que disse. (desdizer) 81) Se a proposta me ..........., realizaremos o negócio. (convir) 82) Assim que os políticos ............ a votação do Projeto, serão aplaudidos. (propor) 83) Se os candidatos .............. todas as condições, seriam contratados. (satisfazer) 84) Ainda bem que tu ......... a tempo. (intervir) 85) Se ela ........... o dinheiro, fará o negócio. (reaver) 86) Se ela ........... o dinheiro, faria o negócio. (reaver) 87) Quando os alunos ........... os exercícios, descobrirão o motivo dos erros. (refazer) 88) Quando os alunos ........... os exercícios, descobririam o motivo dos erros. (refazer) 89) Se não te ........, concluiremos a transação. (opor) 90) Se não te ........, concluiríamos a transação. (opor)

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Português Professor Paulo Ricardo 79

TESTES: 01) A LIMPAMUNDI não é uma empresa que desrespeita a ecologia. Experimentem nossos serviços. Chame

nossos profissionais sem compromisso. Considere as afirmações seguintes:

I. Há uma ambigüidade indesejável no final do texto. II. A primeira frase pode ser reescrita mais claramente sem as duas negações existentes. III. As flexões verbais de duas das frases são incompatíveis entre si.

Quais são as corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III. 02) Considere as seguintes afirmativas sobre alterações possíveis para o segmento “se é que voltariam”, na frase:

“Os banhistas fugiam apressados, deixando seus pertences, já certos de que não os encontrariam na volta – se é que voltariam”.

I. Se substituíssemos a expressão “é que” por “tivessem de”, a forma verbal “voltariam” precisaria ser

substituída pela forma “voltar”. II. Se suprimíssemos a expressão “é que” e substituíssemos “se” por “contanto que”, o verbo deveria sofrer

alteração na flexão de tempo e modo. III. Se suprimíssemos a expressão “é que” e substituíssemos “se” por “no caso de”, o verbo voltar não precisaria

sofrer alterações na flexão de tempo.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III.

Se, em 1991, o garoto Fábio Comune não ____________, hoje ___________ de dezessete a dezoito anos. Entretanto, ele _________ por um marginal, quando ainda não _________ sua vida adulta.

03) Assinale as formas verbais que MELHOR preenchem as lacunas:

A) morresse, tinha, foi assassinado, iniciou B) houvesse morrido, tinha, era assassinado, iniciado C) teria morrido, fora assassinado, iniciara D) tivesse morrido, teria, foi assassinado, iniciara E) havia morrido, tinha, era assassinado, tinha iniciado 04) No segmento “..., será obrigado a ...”, o verbo destacado está no Futuro do Presente do Modo Indicativo.

Mudando-o para o Pretérito Imperfeito do Modo Subjuntivo, teremos:

A) é B) fosse C) foi D) era E) seria

“Talvez seja a hora, então, de abrir o debate, no Brasil, sobre as tentativas mais econômicas e

democráticas de ensino. Isso significaria pensar no papel das novas tecnologias como forma de ampliação e barateamento dos serviços educativos.” 05) O verbo significar (l.2) é empregado no futuro do pretérito para indicar

A) fato futuro dependente de certa condição. B) incerteza sobre fatos passados. C) fato futuro improvável. D) desejo expresso de forma polida. E) fato virtual do passado.

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Português Professor Paulo Ricardo 80

06) A forma verbal sublinhada está corretamente conjugada em : A) Quando virem a peça, prestem atenção a este bilhete. B) Talvez cabessem, nesta sala, dois armários. C) Se as autoridades não intervirem, haverá abuso nos preços. D) Se o homem prevessem o futuro, agiria de modo diferente. E) Os soldados deteram a ação dos marginais. 07) Assinale a alternativa que recupera a elipse do verbo chorar nos espaços em branco do trecho abaixo.

“Provavelmente_____ pela própria adolescência sem perspectivas numa rígida sociedade patriarcal. Talvez _____ pelo seu país(...). Ou, quem sabe, _____ pela mesma razão por que choram todas as crianças do mundo (...).”

A) chora; chorasse; chore B) chore; chore; chore C) chore; chora; chore D) chora; chore; chora E) chore; chorasse; chora

São necessárias obras de saneamento, urbanização, conservação e limpeza de favelas e praças, com a

participação dos moradores e dos órgãos públicos, para que eles se sintam bem onde vivem. 08) Caso alterássemos o tempo verbal do verbo ser do Presente para o Futuro do Pretérito do Modo Indicativo, o

verbo sentir deveria ser flexionado da seguinte maneira: A) sentissem B) sentirão C) sentirem D) sentiriam E) tivessem se sentido

De tempos em tempos, o assunto entra na pauta da mídia, e a discussão se espraia para as mais diversas

e antagônicas teses, defendidas ardorosamente por psicólogos, sociólogos, antropólogos, comunicólogos e outros “logos” que não vale a pena elencar.

09) Substituindo a expressão “De tempos em tempos” por “antigamente”, obteríamos, respectivamente, forma verbais

A) ... entrara ... se espraiou ... B) ... entrou ... se espraiou ... C) ... entrava ... se espraiava ... D) ... entrava ... se espraiara ... E) ... entrara ... se espraiara ... 10) Uma frase completando o texto abaixo poderia ter a seguinte redação:

Este guia permite que... A) viajemos mais, passeemos bastante e durmamos melhor. B) viajamos mais, passeamos bastante e durmamos melhor. C) viajamos mais, passeamos bastante e durmimos melhor. D) viagemos mais, passeiemos bastante e dormamos melhor. E) Viajemos mais, passeiemos bastante e dormamos melhor. 11) Observe a flexão dos verbos destacados.

I. Vendo a filha no palco, a mãe não se conteve de alegria. II. É preciso que repetimos com freqüência essas verdades. III. Se entrevíssemos alguma chance, não teríamos desistido.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas I e III.

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Português Professor Paulo Ricardo 81

(...) Saiam da atmosfera qualidade-total-controlada de um prédio da Paulista com pouso de helicóptero no terraço e enfrentem ônibus, boteco de vila e desmoronamentos. Verão que, entre elites e povo, a experiência básica de vida mal se sobrepõe.

( ) Se o autor tivesse preferido o tratamento “tu”, as formas verbais corretas seriam, respectivamente, “Sai”, “enfrente” e “verás”.

( ) Se a pessoa verbal escolhida fosse “nós”, as formas verbais corretas seriam “Saiamos”, “enfrentamos” e “veremos”.

( ) Os verbos “Saiam” e “enfrentem”, usados no imperativo afirmativo, transmitem uma sugestão. ( ) Se as formas de imperativo “Saiam” e “enfrentem” fossem substituídas por “Se vocês saírem” e “enfrentarem”,

o sentido permaneceria, mas haveria necessidade de alterar também o tempo da forma verbal “Verão”(l.02).

12) A alternativa que contém a seqüência correta é :

A) V – F – V – F. B) V – V – F – F . C) F – V – F – V. D) F – F – V – F. E) V – F – F – V.

13) Uma das formas abaixo foi usada no pretérito imperfeito do modo indicativo. Indique-a.

A) merecem B) propunha C) seja D) celebre E) terá

Por favor, segue o conselho dos médicos.

14) Se mudasse, na oração acima, o imperativo afirmativo para o negativo, sem alterar a pessoa gramatical, o verbo tomaria a forma:

A) não siga B) não segue C) não segues D) não sigas E) não sigam 15) Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE as três frases abaixo:

I. Este é um lugar onde alguém ______ saúde. II. Este é um lugar onde alguém se _______ com banalidades. III. De algum lugar _______ estas idéias.

A) tem – entretém – provêm B) tem – entretêm – provém C) têm – entretém – provém D) tem – entretêm – provêm E) têm – entretêm – provêm 16) Assinale a única alternativa INCORRETA, quanto ao emprego de verbos.

A) Os administradores detiveram a evolução da crise. B) Os deputados da oposição abstiveram-se de votar. C) Entreteram-se no clube até altas horas da noite. D) O manual continha todas as informações necessárias. E) Farás o que te convier. 17) Na tira abaixo, Miguelito trata Mafalda, repetindo as palavras dos adultos, por VOCÊ. Se o pronome fosse

trocado por TU, os verbos ficariam nas seguintes formas, no imperativo negativo:

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A) corras – pules – arrastes B) corre – pula – arrasta C) corra – pula – arraste D) corres – pulas – arrastas E) corras – pulas – arrastas 18) Em qual dos slogans abaixo, encontra-se um erro de grafia?

A) Previna-se! Viaje sempre em boa companhia. B) Adquira aqui seu novo guia de viagem. C) Estenda sua capacidade de atuar. D) Nossa assistência técnica é uma extensão de sua garantia. E) Chegou a sua vez! Participe dos movimentos contextatórios.

(...) Um desses trambiqueiros é um jovem babuíno do sul da África, batizado de Paul pelos primatologistas ingleses R. Byrne e A. Whiten, que o flagraram várias vezes passando o seguinte conto do vigário: quando notou que uma fêmea arrancava uma suculenta raiz da terra, Paul pôs-se a gritar como se estivesse apanhando. Imediatamente, sua mãe apareceu e, pensando que a fêmea tivesse atacado seu filhote, expulsou-a. O esperto babuíno aproveitou para roubar e saborear o alimento. 19) A parte do texto que segue os dois pontos na linha 3 apresenta inconsistências no uso dos tempos

verbais, se considerarmos a afirmação que a precede. Para corrigir essas inconsistências, deveríamos usar, da linha 3 à 5, as formas verbais

A) tivesse notado ... tinha arrancado ... ter-se-ia posto ... estivesse apanhando B) notar ... tiver arrancado ... pôr-se-á ... estiver apanhando C) notava ... arrancava ... punha-se ... estivesse apanhando D) notara ... arrancara ... pusera-se ... estivera apanhando E) nota ... arranca ... põe-se ... esteja apanhando

Astucioso, egoísta, alerta às chances de burlar os cidadãos e o Estado, espantoso desrespeito pelo 1

bem comum e pelas leis – esta é a imagem que se tem do corrupto, o mais notório personagem da 2 realidade política atual, no Brasil e, pode-se dizer, no mundo. 3

“Mas quem, afinal, são os corruptos?”, provoca o psicanalista Manoel Tosta Berlinck, de São 4 Paulo. Aqueles que trabalham para o governo e se apropriam de bens públicos? Os profissionais liberais 5 que não declaram integralmente seu imposto de renda? O chefe de compras que aceita propina para 6 escolher o fornecedor da empresa onde trabalha? Toda a população, enfim, porque não exige nota fiscal ao 7 fazer suas compras e facilita aos comerciantes lesar o fisco? 8

Um efeito dessa natureza ampla do fenômeno corrupção, que Berlinck enfatiza, é o da arquiteta 9 Mathilde Caetano, de São Paulo. Em 1990, mal saída da faculdade, ela abriu um pequeno escritório e 10 contratou um contador. Meses depois, apareceu um fiscal da prefeitura, que descobriu um imposto 11 atrasado. “Há grande espaço de avaliação nas perdas de prazo”, sinalizou o funcionário, já de olho numa 12 propina. A arquiteta devia entender que com um “por fora” a avaliação da dívida seria irrisória. 13

20) Há muitas diferenças entre a fala coloquial e os registros mais formais do português. Coloquialmente, por

exemplo, usa-se com muita freqüência, em vez do futuro do pretérito – para indicar um fato que seria conseqüência certa e imediata de outro, mas que não ocorreu ou de cuja ocorrência não se tem certeza – outro tempo verbal. Esse é precisamente o caso do emprego da forma verbal

A) pode-se dizer (l. 03) B) se apropriam (l. 05) C) declaram (l. 06) D) apareceu (l. 11) E) devia (l. 13)

(...) O “Sharp” pretende “converter” os neonazistas e viver em paz com o restante dos adeptos do

movimento. Isso não significa que não usarão a violência até para defender “vítimas” de neonazistas.

21) Caso quisesse evitar a seqüência não [...] não (l.02), preservando o significado da sentença e a articulação estabelecida por isso, (l.02), com a sentença anterior, o autor poderia

I. simplesmente suprimir as duas negações. II. suprimir as duas negações e acrescentar poderão depois de que (l.02), caso em que deverá haver

modificação na flexão do verbo usar. III. substituir a seqüência isso não significa que não por ainda assim, eles poderão, caso em que deverá

haver modificação na flexão do verbo usar.

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Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

(...) Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas. 22) Dentre as sugestões de substituição da forma verbal retivessem (l.02), assinale a que acarretaria mudança

no significado da frase original. A) retiveram B) teriam retido C) pudessem reter D) permitiriam reter E) reteriam

O Brasil tem uma das menores populações negras do mundo, para o IBGE. “Se continuar como está,

o censo demográfico ainda irá mostrar que o Brasil tem menos negros do que a França”, _______ Wania Sant’Anna, historiadora e pesquisadora. Com a segunda maior população negra do mundo, conforme relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, publicado em 1997, o Brasil possuiria, para o IBGE, a pouco expressiva porcentagem de 5% de negros em sua população, segundo o censo demográfico de 1991. Para o IBGE, também fazem parte do caldeirão racial brasileiro 45% dos pardos e 50% de brancos.

23) Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I. fato de a expressão para o IBGE (l. 01) estar isolada por vírgula serve para enfatizar que não é do

autor a afirmação feita na primeira frase do texto. II. Na linha 4, o uso do verbo possuir no futuro do pretérito em vez de no presente indica que, no texto, a

informação publicada pelo IBGE é posta em dúvida. III. Se a palavra pouco fosse retirada da expressão a pouco expressiva porcentagem de 5% de negros

(l. 05), a locução ficaria com sentido oposto ao que tem no texto. Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III.

24) Considerando parte das falas de Calvin, a frase que melhor completa a idéia sublinhada a seguir, mantendo o sentido e a norma culta do idioma é

Calvin disse à mãe que não A) irá mais na escola, por decidir tornar-se primitivo. B) mais iria à escola, já que decidia ficar primitivo. C) iria mais à escola, porque haveria decidido ser um primitivo . D) iria mais à escola, uma vez que tinha decidido ser um primitivo. E) ia mais na escola uma vez que decidiu ser um primitivo.

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25) Se tiveres alguma dificuldade, não te ________ ; ________ auxílio a teus amigos. A) constranjas – pede; B) constrange – pede; C) constranjas – peças; D) constranja – peça; E) constranges – pede. 26) Um engenheiro da firma XYZ S.A. manda o seguinte telegrama para o chefe de manutenção, que está

em férias.

LIGAR URGENTE. DESTRUIÇÃO PAVILHÃO ANTIGO E PARTE DO NOVO. SE FALHA NO SISTEMA ELÉTRICO, TU TAMBÉM RESPONSÁVEL. MÁQUINAS PAVILHÃO NOVO APENAS REPAROS. As alternativas abaixo reproduzem o conteúdo do telegrama; qual delas está de acordo com a norma culta? A) Liga-me urgentemente. Não só o pavilhão antigo, mas também parte do novo foi destruído. Se for

constatado alguma falha no sistema elétrico, tu serás corresponsabilizado. Felizmente, as máquinas do pavilhão novo parecem necessitar de apenas alguns reparos.

B) Liga-me urgentemente. Não só o pavilhão antigo, mas também parte do novo foram destruídos. Se for constatada alguma falha no sistema elétrico, tu serás corresponsabilizado. Felizmente, as máquinas do pavilhão novo parecem necessitarem de apenas alguns reparos.

C) Ligue-me urgentemente. Não só o pavilhão antigo, mas parte do novo foram destruídos. Se for constatada alguma falha no sistema elétrico, tu serás co-responsabilizado. Felizmente, as máquinas do pavilhão novo parecem necessitar de apenas alguns reparos.

D) Liga-me urgentemente. Não só o pavilhão antigo, mas também parte do novo foram destruídos. Se for constatada alguma falha no sistema elétrico, tu serás co-responsabilizado. Felizmente, as máquinas do pavilhão novo parecem necessitar de apenas alguns reparos.

E) Ligue-me urgentemente. Não só o pavilhão antigo, mas também parte do novo foi destruído. Se for constatada alguma falha no sistema elétrico, tu serás corresponsabilizado. Felizmente, as máquinas do pavilhão novo parece necessitarem de apenas alguns reparos.

27) Uniformidade de tratamento é a norma segundo a qual os pronomes e verbos de um texto dirigido a um

interlocutor devem estar na mesma pessoa gramatical. Assinale a única alternativa que desrespeita essa regra.

A) Hoje, O Guarani, de Carlos Gomes – Não perca. Traga seus amigos. B) Tu, só tu, ó meu Deus, podes me ajudar. Vinde em meu socorro. Ouve minha prece. C) A loja Mil Couros tem o sapato que não aperta seu pé e o crediário que respeita seu orçamento. Visite-

nos e comprove. D) Torta de amendoim: bata três ovos com uma xícara de açúcar, misture duas xícaras de amendoim,

farinha de rosca e margarina a seu gosto; asse e deixe esfriar. Pronto. Pode servir. E) Vem cá, meu filho. Sabes lidar com isso? Senta aqui. Eu te ensino. 28) Considere as frases que seguem, com relação à conjugação dos verbos.

I. Tuas reclamações não remedeiam a situação. II. Se convir a vocês, não desistam. III. Já requereste inscrição no concurso?

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III. Coluna A ( )Enquanto _______ o progresso de seua cidade, discutiam bastante. ( )Nos últimos tempos, ______ freqüentemente o progresso de sua

cidade. ( ) Alguém chegou quando _______ o progresso de sua cidade. ( ) Naquele dia _______ o progresso de sua cidade. ( )Já ______ o progresso de sua cidade quando alguém lhes sugeriu que

o fizessem.

Coluna B 1- avaliavam 2- avaliaram 3- têm avaliado 4- tinham avaliado

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29) A numeração correta da coluna A é

A) 1, 2, 3, 4, 2. B) 2, 3, 1, 4, 2. C) 1, 3, 1, 2, 4. D) 2, 4, 2, 3, 4. E) 2, 4, 3, 1, 4. 30) A forma verbal indicada entre parênteses está correta e adequada à frase na alternativa

A) Nos últimos tempos, ________ muitos meninos de rua. (tem sucumbido) B) No passado, as crianças não ________ ao relento. (tinham dormido) C) Nos dias atuais, muitos _________ seus valores morais destruídos pelas drogas. (vêem) D) Naquela época, freqüentemente, o problema dos meninos desassistidos _______ resolvido. (fora) E) Certamente a sociedade ________ uma solução para o problema dos meninos de rua. (encontra) 31) Um motorista insensível, porém atento às regras de concordância da linguagem culta, deveria dizer à

criança que o abordou na esquina: A) – Afasta, menina. Tu não vês que a sinaleira já abriu? B) – Afaste-se, menina. Tu não vês que a sinaleira já abriu? C) – Afasta, menina. Você não vê que a sinaleira já abriu? D) – Afaste, menina. Tu não vê que a sinaleira já abriu? E) – Se afasta, menina. Você não vê que a sinaleira já abriu?

A chegada do frio na única faixa de clima temperado no tropicaliente território brasileiro é garantia de 1 uma infinidade de opções de lazer que pedem temperaturas baixas e ambientes aconchegantes. Para 2 competir com outros destinos gelados do continente – como Bariloche, na Argentina, e Valle Nevado, no 3 Chile –, os empresários do setor de turismo da Região das Hortênsias, na Serra gaúcha, rezam por uma 4 ajuda extra de temperatura, e o governo do Estado lança uma campanha nacional com o lema “O inverno 5 mais quente do Brasil”. “Estamos agora vendendo em todo o país um produto turístico diferente, que inclui 6 uma lareira, mesa farta, paisagens românticas e um clima europeu sem precisar ir além das fronteiras do 7 Brasil”, diz o secretário estadual de turismo. 8

Colonizada por alemães e italianos, a região mescla influências dos dois povos na gastronomia e na 9 arquitetura. Uma viagem pelas sinuosas estradas reserva prazeres como degustar bons vinhos ou deleitar-10 se com uma mesa farta e variada, que oferece desde o tradicional café colonial (uma prova de resistência 11 mesmo para os mais gulosos) até pratos da sofisticada culinária suíça. Valorizando o cenário, as casas em 12 estilo enxaimel, típicas da Bavária, em Nova Petrópolis; a imponente catedral gótica, em Canela; por toda 13 parte, o estilo colonial “de Gramado”, já tão difundido pelo Brasil. 14

Se o visitante for propenso a aventuras, não ficará decepcionado: quem procura um inverno mais 15 radical, movido a muita adrenalina, pode fazer escaladas ou percorrer trilhas no cânion do Itaimbezinho, no 16 Parque Nacional dos Aparados da Serra, em Cambará do Sul, em meio a cascatas de água gelada e 17 cristalina e silenciosas matas nativas. 18

Com sorte, uns e outros terão um privilégio extraordinário: a visão da neve embranquecendo lenta e 19 suavemente a paisagem, no mais esperado fenômeno do inverno gaúcho. E talvez esqueçam por breves 20 momentos que moram num país tropical. .21 I. “ estamos agora vendendo” (linha 06) indica ação continuada. II. “ Colonizada” (linha 09) indica ação iniciada no passado e continuada no presente. III. “ for” (linha 15) indica possibilidade. IV. “ não ficará” (linha 15) indica mudança de estado. 32) Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa

A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) III e IV. E) I, III e IV.

Um recente debate entre a feminista americana Betty Friedan e a escritora francesa Elizabeth 1 Badinter levantou uma questão que vai dar muito no que falar: o futuro relacionamento entre homens e 2 mulheres no século 21. Segundo as duas autoridades no assunto, daqui para a frente veremos o 3 fortalecimento da androginia, presente em ambos os sexos. Ou seja, os homens assumirão seu lado 4 feminino e as mulheres seu lado masculino, num encontro harmonioso e definitivo.(...) 5

Homem não deveria temer sutilezas, contradições, lágrimas. Não deveria sentir vergonha de beijar 6 seu pai, seus irmãos, seus amigos, e muito menos olhar com cara feia para quem desconhece as regras do 7

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futebol ou usa lenço no pescoço. Neste aspecto, os europeus estão a milhares de distância dos brasileiros: 8 falam de maneira mais suave, vestem-se com mais charme e criatividade e, quando suas mulheres têm 9 uma situação profissional mais bem encaminhada, não titubeiam em desfrutar a licença-paternidade. Não 10 são menos homens que os nossos. São só mais seguros.(...) 11

Jô Soares com sua afetividade, Regina Casé com sua doçura, Denise Frossard com sua coragem, só 12 para citar alguns nomes, não são pessoas que assimilaram novos papéis sem abrir mão de sua natureza. 13 São os andróginos do próximo milênio. Destacam-se porque, além de competentes, souberam somar as 14 vantagens de ambos os sexos, tornando-se mais completos. Conseguem transitar em diversos círculos, são 15 compreendidos em qualquer lugar e se fazem notar neste mundo onde todos se parecem. Os que 16 continuam achando que a força deve permanecer de um lado do ringue e a ternura do outro desperdiçam 17 seu tempo vestindo Yamamoto ou plugando-se à Internet. Serão sempre do século passado. 18 Martha Medeiros (adaptado) 19 33) Considerando o emprego dos verbos no texto, é correto afirmar que A) “deveria” (linha 6) apresenta a idéia de condição. B) “estão”(linha 8) indica a localização dos europeus no espaço geográfico. C) “são” (linha 11) expressa uma ação habitual dos europeus. D) “fazem notar” (linha 16) equivale, em sentido, a “notam”. E) “continuam” (linha 17) reforça a idéia de resistência a mudanças.

Há uma experiência clássica em psicologia. Bebês macacos, separados precocemente de suas 1 mães, são colocados em contato com uma espécie de mãe artificial: uma armação de arame, revestida de 2 trapos, na qual é encaixada uma mamadeira com leite morno. Pois os macacos se apegam a esse 3 simulacro como se apegariam a uma criatura viva. Muitos achariam esta experiência de gosto no mínimo 4 duvidoso, mas os cientistas dizem que ela comprova o papel desempenhado pelo contato sensorial na 5 relação entre filho e mãe. 6

Deve ser verdade. Mas existe também um aspecto alegórico nesta experiência. O leite, obviamente, é 7 o próprio símbolo da maternidade. E os trapos? Bem, os trapos também encerram uma metáfora. Quantas 8 mais não dizem, depois de um dia lidando com os seus rebentos, “estou em trapos”? Os psicólogos 9 enfatizam que o revestimento deve ser assim, e não de um tecido liso, para que o bebê tenha como se 10 agarrar à “mãe”, a preensão sendo uma forma instintiva de relação com o mundo material. Como se vê, 11 aquela história de que ser mãe é desdobrar fibra por fibra, como quer o poeta, pode não ser uma mera 12 figura de retórica. 13

E o arame? Ah, sim, o arame. Sobre ele nada falam os psicólogos, talvez porque seu papel seja 14 aparentemente secundário nesta experiência. Mas será que é secundário mesmo? (...) 15

34) Sobre o uso dos verbos no texto, é incorreto afirmar que A) “se apegariam (linha 04) refere-se a uma situação hipotética. B) “achariam” (linha 04) poderia ser substituído por “talvez achem”. C) “quer” (linha 12), embora utilizado no presente, não marca um momento definido no tempo. D) “será” (linha 15) não indica tempo futuro. E) “Deve” (linha 07) e “deve” (linha 10) poderiam ser substituídos por “pode” sem alteração de significado.

(...) De quem é a culpa? Talvez nossa mesmo.

35) A forma verbal omitida em “Talvez nossa mesmo.” é A) foi. B) seria. C) seja. D) tenha sido. E) era.

(...) Ninguém é contra o progresso ou contra a técnica. O que devemos é reagir contra a massificação. Deixar aquela posição passiva, que nos tem transformado em presas fáceis dos mais gananciosos, nesta desumana sociedade de consumo.

36) A forma verbal “tem transformado” (linha 02) indica que o processo A) já acabou. B) ainda está em desenvolvimento. C) acaba de ser iniciado. D) está em vias de ser completado. E) está totalmente localizado no passado.

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A idéia de que a interdependência é uma condição incontornável para a sobrevivência do ser 1

humano tem avançado, mesmo que de forma lenta, na maioria das nações contemporâneas. A presença de 2 diversos países nos estudos e expedições que estão sendo realizados na Antártida é uma prova concreta 3 dessa nova disposição de comportamento. Os brasileiros, que sempre foram considerados por excelência 4 um povo de características exclusivamente tropicais, estão também tomando parte no reconhecimento e na 5 conquista dos territórios antárticos. 6

Esse participar, essa condição de conviver redimensiona o relacionamento internacional, sendo de 7 tanta importância como todos os dados científicos, geográficos e políticos que possam ser alcançados pela 8 presença dessa ou daquela nação no ato de ocupação do território da Antártica. 9

Em períodos anteriores, marcados pelo espírito da conquista colonialista, cada país lutava para 10 excluir os demais das terras, culturas e riquezas que viessem a descobrir. Hoje os governos já 11 compreendem melhor a íntima relação existente entre todos os povos. A Antártida é um bom exemplo.12 I. As formas verbais “tem avançado” (linha 02) e “lutava” (linha 10) indicam que as ações iniciadas no passado

têm continuidade no presente. II. A forma verbal da expressão “estão também tomando parte” (linha 05) indica que o processo ainda está em

desenvolvimento. III. Ao determinar o agente da ação em “Esse participar, essa condição de conviver” (linha 07), a autor generaliza

a idéia apresentada. IV. A forma verbal “viessem a descobrir” (linha 11) indica que as futuras descobertas são hipotéticas. 37) Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as da alternativa A) I e II. B) I e III. C) II e IV. D) I, II e III. E) II, III e IV.

Já esteve em voga a idéia de que a miséria poderia ser muito útil para a economia (desde que 1

confinada no bolso alheio). Dizia-se que a soma da abundância de matérias-primas e grandes massas de 2 trabalhadores dispostas a ganhar pouco poderia funcionar como uma grande alavanca para o 3 desenvolvimento – um grande economista, sir Arthur Lewis, até ganhou um Prêmio Nobel com essa teoria. 4 Mas os últimos anos marcaram importantes mudanças nessa questão. Tanto as matérias-primas como a 5 mão-de-obra barata têm perdido peso, dramaticamente, em face da necessidade de maior educação e 6 qualificação para descobrir e explorar novas tecnologias. Neste final de século, o trabalhador sem qualquer 7 estudo, retratado por Charles Chaplin em tempos modernos, é uma outra pessoa, como assalariado e como 8 cidadão. Hoje, governos e empresas investem pesado no preparo dos empregados – com sucesso. Não foi 9 por acaso que o Japão e a Coréia do Sul por exemplo, países miseráveis em matérias-primas mas 10 milionários em índices educacionais, tornaram-se grandes fenômenos nesse período. Não foi por acaso que 11 a Alemanha, um dos países com mão-de-obra mais cara de todo o planeta, mas obcecado pela qualificação 12 profissional de seus trabalhadores, transformou-se na economia número 1 da Europa.13

38) A relação correta entre a forma verbal e o que ela expressa no texto é

A) dizia-se (linha 02) – ação mais recente em relação a outra anterior. B) poderia funcionar (linha 03) – ação garantida no futuro. C) ganhou (linha 04) – ação anterior a outra ação passada. D) têm perdido (linha 06) – ação iniciada no passado e que se prolonga no presente. E) investem (linha 09) – ação interrompida no presente. 39) A versão que mantém unidade de tratamento é a seguinte: A) Se a gente fosse para a escola, poderíamos ter conversas literárias. B) A gente poderia ter conversas literárias se fôssemos para a escola. C) A gente poderá ter conversas literárias se formos para a escola. D) A gente poderia ter conversas literárias se fosse para a escola. E) Se a gente for para a escola, poderemos ter conversas literárias. 40) Se fosse empregado o padrão culto da língua, a alternativa correta seria a seguinte: A) Espere aí. Ontem eu te vi... B) Espera aí. Ontem eu vi tu... C) Esperes aí. Ontem eu vi você... D) Espera aí. Ontem eu te vi... E) Espere aí. Ontem eu lhe vi...

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...a diferença é tudo aquilo que grupos sociais vêm usando para excluir ou subjugar minorias – e ao mesmo tempo reforçar sua identidade.

41) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da afirmação abaixo.

A idéia de processo .............., presente na forma verbal vêm usando (l. 01), seria mantida caso esta fosse substituída por .............. .

A) anterior – tinham usado. B) concluído – usaram. C) descontínuo – usavam. D) não-concluído – têm usado. E) repetitivo – teriam usado. Para seduzi-lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que o perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez.

42) A forma verbal que poderia substituir perturbem (l. 02) corretamente, considerando-se o contexto, é

A) perturbarem. B) perturbariam. C) tenham perturbado. D) perturbavam. E) haviam perturbado.

Ao tomarem Cunduz, no Afeganistão, os homens da Aliança do Norte encontraram um soldado do 1 Taleban, Abdul Hadid, sentado na calçada, baleado, tremendo de choque, com as roupas .......... de sangue. 2 No pequeno grupo hostil e ....... que se formou ao seu redor, Abdul percebeu que havia dois jornalistas 3 ocidentais, as únicas caras, provavelmente, a mostrarem compaixão. Endereçou a eles seu único ( e 4 último?) pedido de ajuda da seguinte maneira: “Tenho um amigo na Alemanha”. Depois disso, foi levado 5 embora – oficialmente, para um hospital. 6

É como se Abdul dissesse aos que podiam entendê-lo, ou seja, aos ocidentais presentes: não sou 7 “todo daqui, minha tribo não resume inteiramente minha humanidade. Na hora de morrer por causa de uma 8 diferença étnica, ele invocou um mundo em que, em princípio, tribos e crenças não seriam condições de 9 cidadania. 10

Não acredito que a frase de Abdul fosse uma ........... oportunista. É mais provável que ela 11 manifestasse uma dolorosa contradição de fundo. Por um lado, há a vontade de defender o que, desde 12 sempre, constitui uma espécie de essência: a devoção, a fidelidade exclusiva à tribo; por outro, há a 13 sedução da Alemanha, para onde já fora o amigo. Qual é a força dessa sedução? Será que está apenas na 14 abundância de bugiganga? 15 Ultimamente, tem-se levantado o ............. da retomada do conflito entre o Islã e a cristandade. 16

17

43) Entre as substituições propostas abaixo, assinale a que acarretaria mudança de significado na frase respectiva.

A) dissesse (l.7) por estivesse dizendo B) fosse (l. 11) por tenha sido C) constitui (l. 13) por tem constituído D) fora (l. 14) por tinha ido E) tem-se levantado (última linha) por levantara-se

Uma vez chegado como imigrante .......... Porto Alegre, começou para mim – em meio ......melhores circunstâncias humanas e materiais imagináveis – uma escola de vida, dura e inesquecível. O Brasil havia participado da fase final da guerra, do outro lado, naturalmente (este “naturalmente” eu tive de aprender a entender). Alguns de meus colegas no Ginásio Metodista (naquele momento, não havia mais nenhuma escola que fosse alemã) submetiam-me a fortes pressões de legitimação e, em primeira instância, de informação, na medida em que me chamavam de “quinta-coluna”.

Durante meses, os pneus da minha bicicleta foram sistematicamente esvaziados no pátio da escola. Mais tarde, eu acabei sendo o porta-voz da classe. Esta seqüência de experiências é certamente muito comum. No meu caso, pelo menos, ela sempre acompanhou e marcou .......... minha vida.

44) As afirmações abaixo referem-se a verbos ou a locuções verbais utilizados no segundo parágrafo do texto.

I - A forma verbal foram (l.07 poderia ser substituída por iam sendo, sem comprometer o sentido da frase.

II - A locução verbal acabei sendo (l.08 poderia ser substituída por me tornei, preservando o sentido da frase.

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III – A seqüência acompanhou e marcou (l.09 poderia ser substituída por tinha acompanhado e marcado, preservando o sentido que ela tem no texto.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III.

Assim como as outras ciências, a Medicina não escapou ao mito da estagnação medieval. Nas 1 obras que ainda alimentam esse clichê, lê-se que a Medicina passou quase mil anos num sono profundo, 2 entre a Antigüidade e o Renascimento. Os indícios que sustentam essa conclusão convergem em alguns 3 aspectos: a ausência de invenções espetaculares e de médicos excepcionais, a feitiçaria onipresente e a 4 influência da Igreja sobre as ciências. A Medicina era domínio de monges, filósofos e charlatães. 5

Ainda hoje, nossa visão da Idade Média permanece impregnada dessas idéias, que se baseiam, 6 no entanto, num ponto de vista moderno: em vez de serem colocadas na perspectiva da época, as 7 ciências são avaliadas tomando como parâmetro os critérios atuais. Assim a crítica segundo a qual a 8 Igreja teria exercido uma dominação aniquiladora do progresso é típica de uma sociedade laica. Para os 9 cristãos da Idade Média, ao contrário, não existia alternativa: eles acreditavam que os judeus, os pagãos 10 e os hereges estavam condenados às penas do inferno. A Medicina medieval era praticada na base de 11 uma fé jamais colocada em questão e encontrava seu lugar numa visão de mundo inteiramente religiosa. 12 A Medicina era mais uma filosofia da Natureza que uma ciência da Natureza, no sentido moderno do 13 termo. 14

Ora, sem as bibliotecas monásticas, o trabalho dos monges copistas e o interesse que os eruditos 15 eclesiásticos demonstravam pela terapêutica, os escritos antigos de famosos médicos romanos, gregos 16 ou árabes estariam perdidos. Depois da queda do Império Romano, apenas os religiosos sabiam ler e 17 escrever e dominavam a língua erudita européia, o latim. Dessa forma, a Igreja permitia a continuidade 18 da cultura e a sobrevivência da filosofia antiga – e pagã. 19

Para o cristão devoto, a saúde e a salvação estavam alegoricamente ligadas: a Medicina cuidava 20 do corpo que perecia, e a religião, da alma imortal. O médico tinha de reconhecer as doenças e buscar 21 tratá-las pelos meios terrestres. Só se ele atingisse seus limites é que deveria ceder lugar_______ajuda 22 religiosa. 23

45) Todas as formas verbais arroladas abaixo estão relacionadas à expressão de uma hipótese no texto, à

exceção de A) serem colocadas (l. 07) B) teria exercido (l.09) C) acreditavam (l. 10) D) estariam perdidos (l. 17) E) atingisse (l. 22) GABARITO: 01-E, 02-D, 03-D, 04-B, 05-A, 06-A, 07-B, 08-A, 09-C, 10-A, 11-E, 12-D, 13-B, 14-D, 15-A,

16-C, 17-A, 18-E, 19-C, 20-E, 21-D, 22-A, 23-E, 24-D, 25-A, 26-D, 27-B, 28-D, 29-C, 30-C, 31-A, 32-E, 33-E, 34-E, 35-C, 36-B, 37-E, 38-D, 39-D, 40-D, 41-D, 42-B, 43-E, 44-C, 45-A

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Português 90 Professor Paulo Ricardo

CONCORDÂNCIA VERBAL

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Português 91 Professor Paulo Ricardo

SUJEITO SUBENTENDIDO SUJEITO INDETERMINADO SUJEITO INEXISTENTE SUJEITO SUBENTENDIDO SUJEITO INDETERMINADO SUJEITO INEXISTENTE RECONHECIMENTO DE SUJEITO (PRINCÍPIO GERAL)

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Português 92 Professor Paulo Ricardo

EXERCÍCIOS DE AULA: A) Reconheça o sujeito dos verbos nas frases abaixo: 1) Ninguém o compreende naquela casa. 2) Recuperar o dinheiro é seu principal objetivo. 3) Convém que venças a partida. 4) Quem está aí? 5) João e Pedro saíram. Levaram os cheques. 6) Levaram os cheques. 7) Os namorados foram à boate. Dançaram a noite inteira. 8) Roubaram os livros. 9) Não se atendia aos meus pedidos. 10) Não se atendia às reivindicações feitas. 11) Come-se bem neste restaurante. 12) Procura-se uma namorada fiel. 13) Vive-se com dignidade neste país. 14) Necessita-se de amigos. 15) Viam-se pessoas lá embaixo. 16) Chove muito neste período do ano. 17) Ontem choveram canivetes. 18) Neste mês andou nevando em Caxias. 19) Sobraram copos e pratos pelo chão. 20) Treme-se de frio. 21) Falta um dia para o evento. 22) Aqui acontecem coisas estranhas. 23) O número de clientes satisfeitos aumentou consideravelmente. 24) O quociente de inteligência dos alunos era medido a todo instante. 25) Enfim acontecerá a festa. Será amanhã. ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES

CONCORDÂNCIA VERBAL PRINCÍPIO GERAL:

EXS.:

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Português 93 Professor Paulo Ricardo

CONCORDÂNCIA VERBAL CASOS ESPECIAIS:

1) As expressões CHEGAR DE, PASSAR DE, BASTAR DE e TRATAR(-SE) DE:

CUIDADO:

2) Os verbos HAVER e FAZER: A) HAVER: ATENÇÃO: Nem sempre o verbo HAVER é empregado no sentido de EXISTIR.

EXS.: B) FAZER:

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Português 94 Professor Paulo Ricardo

CONSIDERAÇÕES FINAIS: 1. Concordância com a expressão UM DOS QUE: 1.a. Concordância com a expressão NEM UM, NEM OUTRO 2. Concordância com os pronomes QUE e QUEM: 3. Concordância com as EXPRESSÕES DE TRATAMENTO:

TESTES: 01) Utilizando a norma culta da língua, a opção correta será a seguinte:

A) Não entendi. Houveram modificações em seu comportamento. B) Não entendi. Verificou-se modificações em seu comportamento. C) Não entendi. Existiu modificações em seu comportamento. D) Não entendi. Ocorreram modificações em seu comportamento. E) Não entendi. Aconteceu modificações em seu comportamento.

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Português 95 Professor Paulo Ricardo

Para o psicanalista Miguel Calmon, “na medida em que as instituições sociais, que têm por função produzir um certo bem-estar, fracassam, o que se destaca na prática social e individual é a busca do bem-estar a qualquer preço”.

02) Caso colocássemos a palavra “instituições” (l. 1) no singular, quantas outras do parágrafo em questão sofreriam, obrigatoriamente, ajuste de concordância?

A) Duas. B) Três. C) Quatro. D) Cinco. E) Seis.

Com sorte, a pessoa podia apaixonar-se depois de casada.

03) Se substituíssemos a palavra pessoa por noivos, quantas outras palavras sofreriam ajustes de concordância?

A) Uma. B) Duas. C) Três. D) Quatro. E) Cinco. 04) .............. tempos em que ......... aos pais ...........os olhos, e os filhos os entendiam.

A) Houve – bastava – levantar. B) Houve – bastava – levantarem. C) Houve – bastavam – levantarem. D) Houveram – bastava – levantarem. E) Houveram – bastavam – levantar.

O homem do mundo contemporâneo vive uma preocupação crônica: a busca desenfreada do ter.

05) Se a palavra “homem” (l. 1) fosse substituída por homens, teriam de passar obrigatoriamente para o plural mais ......... palavras.

A) Sete. B) Seis. C) Cinco. D) Quatro. E) Duas.

Disse que competência não era uma coisa tão relativa assim, que seriam as mesmas, para ele e para mim, as expectativas sobre competência que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que nos estivesse a implantar uma ponte de safena. A coisa ficou por aí. Mas é dessa maneira que se sedimenta um ambiente onde a idéia de competência, entre outras, toma conotação relativística, e a escola de segundo grau vai, hoje, apresentando a sua contribuição para, democraticamente, formar futuras guildas de incompetentes profissionais.

06) Se substituíssemos “as expectativas”, na linha 2, por “a expectativa”, quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente de ajuste para fins de concordância?

A) Uma. B) Duas. C) Três. D) Quatro. E) Cinco.

Paradoxal e infelizmente, os benefícios decorrentes desse progresso limitam-se a uns poucos, enquanto as grandes massas não vêem sequer suas mais básicas angústias atendidas.

07) Se o termo “massas” fosse substituído por “massa”, o número de palavras que teriam de ser modificadas obrigatoriamente seria

A) Dois. B) Três. C) Quatro. D) Sete. E) Oito.

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Português 96 Professor Paulo Ricardo

Lá pelos 12-14 anos de idade das moças e rapazes, começa a surgir uma forte vontade de se ligar a outra pessoa e recriar aquela sensação de paz e aconchego que a gente sentiu um dia no colo da mãe.

08) Se a expressão “das moças e rapazes” fosse substituída por “as moças e os rapazes”,

I. “começa a surgir” deveria ser substituído por outra expressão, como “começam a sentir”. II. A vírgula após “rapazes” permaneceria. III. “uma forte vontade” passaria a exercer outra função dentro da estrutura do período. IV. “a outra pessoa” deveria ser obrigatoriamente substituído por “às outras pessoas”.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa

A) I e II. B) II e III. C) I e III. D) I, II e III. E) III e IV.

Tanto as matérias primas como a mão-de-obra barata têm perdido peso, dramaticamente, em face da necessidade de maior educação e qualificação para descobrir e explorar novas tecnologias.

09) Havendo substituição de “... para descobrir e explorar novas tecnologias” , não seria aceita pela norma culta da língua a construção

A) a fim de que descubram e explorem novas tecnologias. B) para que novas tecnologias sejam descobertas e exploradas. C) para a descoberta e exploração de novas tecnologias. D) para descobrirem e explorarem novas tecnologias. E) a fim de que se descubra e explore novas tecnologias.

A ciência tem direito de realizar quaisquer investigações na busca de novos conhecimentos. A opinião foi manifestada pelo cientista Osvaldo Frota Pessoa, professor da USP, ao participar de recente painel sobre Ética na Genética. Ele é favorável, entretanto, a um controle ético sobre a metodologia das pesquisas e suas aplicações. “ A Ética deve disciplinar as ações da ciência, sem interferir no seu avanço”, disse o cientista.

O homem tem o dever de conhecer, enfatizou Pessoa. “ Se não houvesse pesquisa, a roda não teria sido inventada” . Para ele, a ciência precisa ser investigada em todas as áreas. 10) Sobre a concordância entre os termos do texto, é correto afirmar que

A) se a palavra “ciência” (l. 1) estivesse no plural, “tem” permaneceria sem alteração. B) “investigações” (l. 1) poderia ser substituído por “investigação”, sem alteração no restante da frase. C) seria possível usar “ações das ciências” (l. 4) em lugar de “ações da ciência”, mas isso acarretaria o plural de

“no seu avanço”. D) a substituição de “pesquisa” (l. 6) por “pesquisas” não acarretaria alteração no respectivo verbo. E) Se “ciência” (l. 7) fosse substituído por “ciências”, “precisa” e “ser” deveriam ir para o plural.

...Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas. Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuques e calundus. [ ...]

11) Se substituíssemos Os negros (l. 3) por O povo africano, quantas outras palavras da frase deveriam ser modificadas para fins de concordância?

A) Nenhuma. B) Uma. C) Duas. D) Três. E) Quatro.

... No primeiro caso, Luciana freqüentemente não entende certas insinuações dos pais, enquanto estes ficam perplexos diante de reações ou perguntas da filha. Já nas “conversas” com seus amigos de quarto, a narradora expõe seu estranhamento, desabafa, chora, faz planos e, ao mesmo tempo, revela indireta e inconscientemente a dificuldade de captar o significado dos eventos que ela mesma narra, significado que nós, leitores presumivelmente maduros, enxergamos logo de cara.

12) Caso a expressão a narradora (l. 3) fosse substituída por o narrador, quantas outras palavras daquela mesma frase deveriam sofrer modificações devidas à concordância?

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A) Nenhuma. B) Uma. C) Duas. D) Três. E) Cinco.

... Passaram-se poucos segundos entre os primeiros palavrões e uma pancadaria infernal que durou meia hora, em meio aos gritos de ameaça dos combatentes e o pânico dos banhistas, que fugiam apressados, deixando para trás seus pertences, já certos de que não os encontrariam na volta – se é que voltariam.

13) Assinale o termo com o qual concordam as palavras “fugiam” (l.2), “certos” (l.3) e “encontrariam” (l.3).

A) segundo (l. 1) B) palavrões (l. 1) C) gritos (l. 2) D) combatentes (l. 2) E) banhistas (l. 2)

Quando tratavam de maneiras à mesa, os manuais de civilidade medievais – ou talvez devamos dizer

“ manuais de cortesia”, tendo em vista a época – condenavam as manifestações de gula, a agitação, a sujeira, a falta de consideração pelos outros convivas. Tudo isso persiste nos séculos XVII e XVIII, porém novas prescrições se acrescentam ....... antigas. Em geral, elas desenvolvem ....... idéia de limpeza – já presente na Idade Média -, ordenando que se usem os novos utensílios de mesa: pratos, copos, facas, colheres e garfos individuais.

14) Assinale a alternativa que identifica corretamente os núcleos dos sujeitos de, respectivamente, condenavam (l. 2), se acrescentam (l. 4), se usem (l. 5).

A) maneiras (l. 1) – isso (l. 3) – utensílios (l. 5) B) maneiras (l. 1) – prescrições (l. 4) – novos (l. 5) C) manuais (l. 2) – antigas (l. 4) – utensílios (l. 5) D) manuais (l. 2) – isso (l. 3) – novos (l. 5) E) manuais (l. 2) – prescrições (l. 4) – utensílios (l. 5)

Apesar de não termos ilusões quanto ao caráter das nossas elites, existia uma certa resistência a essa 1 espécie de niilismo a que o Brasil nos leva. Os escândalos na área financeira estão acabando até com isso. Fica 2 cada vez mais difícil espantar os burgueses. Os burgueses não se espantam com mais nada. Alguns talvez se 3 surpreendam quando ouvem um filho pequeno ou um neto repetindo uma letra dos Mamonas, mas nestes casos o 4 espanto é divertido, ou pelo menos resignado. A necessidade de se ser absolutamente claro sobre que tipos de 5 atividades sexual causam AIDS e como fazer para preveni-la acabou com qualquer preocupação da imprensa e 6 da propaganda com o pundonor (grande palavra) alheio, embora ainda façam alguns rodeios. A linguagem ficou 7 mais leve, ficamos menos hipócritas. Burgueses epatáveis ainda existem, mas o acúmulo de agressões a seus 8 ouvidos e pruridos os insensibilizou e hoje, se reagem, não é em público. 9 15) Observe as seguintes afirmações sobre concordância.

I. Caso a palavra alguns (l. 3) fosse substituída por alguém, apenas dois verbos deveriam sofrer ajustes para fins de concordância.

II. Caso tivéssemos O burguês ao invés de Burgueses na linha 3, quatro outras palavras deveriam sofrer ajustes para fins de concordância.

III. Caso a seqüência da imprensa e da propaganda (l.6 e 7) fosse substituída por da mídia, o verbo façam (l. 7) deveria sofrer ajuste para fins de concordância.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas I e II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

“Desde que o Imperador Dom Pedro I outorgou a primeira Constituição brasileira, em 1829, o direito de voto tem se ampliado, pouco a pouco, nas cartas seguintes. Naquela época, só podiam votar os homens maiores de 25 anos e era exigida uma renda anual superior a cem mil réis.” (...)

16) Se, na linha 2, substituíssemos a palavra homens por homem, essa substituição implicaria mudanças em

mais

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Português 98 Professor Paulo Ricardo

A) uma palavra. B) duas palavras. C) três palavras. D) quatro palavras. E) cinco palavras.

...Perguntei a amigos sobre nomes, ocorrências e alguns dados de que me sentia incerto. Faço algumas referências ao período depois de 1964, porque pertinentes, acredito, ao evento, mas o que me interessa é o antes e o durante.

17) Caso referências (l. 2) aparecesse no singular, quantas outras palavras deveriam sofrer ajustes para fins de concordância na frase em questão?

A) Uma. B) Duas. C) Três. D) Quatro. E) Cinco.

O Rio, nos primeiros anos 30, sabia onde eram os cafés dos sambistas, dos músicos, dos turistas e dos boêmios. Noel Rosa, não sei por que razão, evitava o ponto do samba – o Café Nice – e preferia a Lapa, onde vivia o pessoal da madrugada, bons bebedores, alguns cafetões, várias meretrizes, que se portavam com dignidade nas horas de folga, e gente solitária; ignorávamos de que vivia ,e nenhuma pergunta era endereçada a ele, esse amigo de todos, Noel da Lapa. Bebendo muito e se alimentando pouco, Noel se tornou presa fácil de tuberculose. Naquele tempo, a doença era meia morte.

18) Se, na primeira frase do texto, substituíssemos “Os cafés” (l. 1) por “ O café”, quantas outras palavras

precisariam obrigatoriamente de ajuste na concordância?

A) Nenhuma. B) Uma. C) Duas. D) Três. E) Quatro.

... Algumas dessas línguas são estruturalmente bastante sofisticadas: o Kamaiurá possui declinações, como o latim, para marcar a função da palavra na frase (sujeito, objeto direto, etc.). Também se expressa através de um sistema de declinações o grau de certeza do falante quanto ao assunto de que fala. Se ele tem certeza, usa um sufixo; se ouviu de terceiros, usa outro.(...)

19) Quando lemos um texto, intuitivamente vamos identificando os sujeitos das frases que o compõem. Assim, para compreendermos o período que se inicia na linha 2, deveremos identificar como núcleo do sujeito de “ se expressa”

A) Kamaiurá B) sistema C) grau D) certeza E) assunto

Até o início do século, nenhum investigador havia considerado os sonhos possíveis de uma interpretação 1 séria; apenas a “ opinião leiga” e as massas incultas entendiam que os sonhos constituem mensagens legíveis. Os 2 sonhos são de fato mensagens, concordava Freud, mas não as esperadas pelo público em geral. Não revelam 3 seu sentido pelo método corrente de atribuir......... cada detalhe do sonho uma significação simbólica, única e 4 definida, nem é possível lê-los como um criptograma a ser decifrado por meio de uma chave ingênua. Freud 5 declarou a inutilidade de ambos os procedimentos interpretativos populares. .......... deles, ele recomendava o 6 método catártico: o sonhador deve empregar a associação livre, renunciando a sua costumeira crítica racional 7 aos meandros mentais, para reconhecer o sonho ....... ele é – um sintoma. 8

20) Assinale a alternativa que identifica corretamente os sujeitos de “revelam” (l.3), “renunciando” (l. 7) e “reconhecer” (l. 8), respectivamente.

A) os sonhos – o sonhador – o sonhador B) mensagens – o sonhador – sua costumeira crítica racional C) os sonhos – a associação livre – sua costumeira crítica racional D) mensagens – a associação livre – o sonhador E) os sonhos – o sonhador – sua costumeira crítica racional

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Português 99 Professor Paulo Ricardo

21) Ao compararmos as construções “transmissão da imagem de um Cristo” e “ o fato de a conjuração de que participou ter alcançado a ação concreta.”, observamos que, na primeira ocorreu a contração do de com o artigo e, na segunda isso não ocorreu. Sobre essa diferença são feitas três afirmações.

I. A não-contração da preposição com o artigo poderia ter ocorrido no primeiro caso, a exemplo do segundo,

sem causar nenhuma estranheza ao falante da língua. II. A contração da preposição com o artigo poderia ter ocorrido no segundo caso, seguindo o uso coloquial da

língua. III. A discrepância entre os dois casos se deve à diferença de estrutura dos elementos regidos pelo de.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas III. C) Apenas I e II. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

Não existe nada que o homem mais tema do que ser tocado pelo desconhecido. Ele quer saber quem o está agarrando; ele o quer reconhecer ou, pelo menos, classificar. O homem sempre evita o contato com o estranho. De noite ou em locais escuros o terror diante de um contato inesperado pode converter-se em pânico. 22) Se na primeira frase do texto substituíssemos “o homem” (l. 1) por “a criatura humana”, quantas

palavras da segunda frase do texto precisariam obrigatoriamente de ajuste para fins de concordância?

A) Uma. B) Duas. C) Três. D) Quatro. E) Cinco.

A deterioração dos centros urbanos tomou conta dos noticiários. A cidade é a demência. A cidade é a 1 selva. Mas a televisão sempre oferece compensações e, para aliviar o show do caos urbano, ela exibe o idílio da 2 vida campestre. É assim que, na ficção e na publicidade, reina o videobucolismo, esse gênero de fantasia em que 3 a grama não tem formiga, as cobras não têm veneno e as mulheres não têm vergonha. Chinelos, cigarros, 4 margarinas e cartões de crédito buscam os cenários de praias vazias, fazendas inocentes e montanhas íngremes 5 para aumentar sua promessa de gozo. E há também caminhonetes enormes, as tais off-road, que se anunciam 6 rodando sobre escarpas, pântanos e rochas cortantes. A felicidade mora longe do asfalto. 7

Mas é curioso: essa mesma fabricação imaginária que santifica a natureza contribui para agravar ainda 8 mais a selvageria nas cidades. Basta observar. Transeuntes se trajam como quem vai enfrentar o mato, os bichos, 9 o desconhecido. Relógios de mergulhadores são ostentados por garotos que mal sabem ver as horas; botas de 10 vaqueiros, próprias para pisar currais, freqüentam cerimônias de casamentos; fardas militares de guerrilheiros 11 amazônicos passeiam pelos shoppings. No trânsito, jipes brucutus viraram a última moda. Com pneus gigantescos 12 e agressivos do lado de fora, e estofamento de couro do lado de dentro, são uma versão sobre quatro rodas dos 13 condomínios fechados. Em breve, começarão a circular com pára-choques de arame farpado. 14

A distância entre um motorista de vidros lacrados e o mendigo que pede esmola no sinal vermelho é maior 15 do que a distância entre aquele e as trilhas agrestes das novelas e dos comerciais. Nas ruas esburacadas das 16 metrópoles, ele talvez se sinta escalando falésias. No coração desses dois homens, que se olham sem se ver 17 através dessa estranha televisão que é o vidro de um carro, a cidade embrutecida é a pior de todas as selvas. 18

(Fonte: BUCCI, Eugênio, cidades dementes. Veja 2 de julho, 1997 p 17.)19

23) Considere as seguintes sugestões de substituição de palavras do texto. I. Substituição da palavra fardas (l. 11) por uniforme. II. Substituição da expressão fabricação imaginária (l. 08) por mitos fabricados. Tais substituições acarretariam ajustes de concordância nas frases em que ocorressem. Assinale a alternativa que apresenta o número de outras palavras do texto que deveriam ser obrigatoriamente modificadas nos casos I e II, respectivamente. A) 1 – 2 B) 1 – 3 C) 2 – 3 D) 2 – 4 E) 4 – 4

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Português 100 Professor Paulo Ricardo

24) A frase em que há um erro de concordância devido à grafia é

A) São valorizados os que expõem suas idéias com clareza. B) São elogiadas as pessoas que se expressam com elegância. C) São considerados independentes os que não repetem idéias prontas. D) São livres aqueles que não utilizam frases feitas. E) São muitas as pessoas que tem um bom estilo. 25) Comumente _________reações distintas a notícia e análise dos fatos, embora nem uma nem outra

________a realidade a que ambas se _________ .

A) geram – desvirtue – referem B) gera – desvirtuem – referem C) gera – desvirtue – refere D) geram – desvirtuem – referem E) geram – desvirtuem – refere 26) De acordo com a regra do português culto, o verbo deve passar para o plural na alternativa

A) Nas metrópoles se decide os rumos da modernidade. B) Incorre-se em erros ao avaliar o progresso. C) Às vezes se carece de critérios confiáveis. D) Acerta-se muitas vezes. E) Vive-se bem em cidades bem estruturadas.

27) Às vezes ________problemas, e nem um, nem outro técnico _________elaborar uma programação que

__________pessoa exigentes.

A) surgem – consegue – interesse B) surge – conseguem – interessem C) surge – conseguem – interesse D) surgem – consegue – interessem E) surge – consegue – interessem 28) A pluralização da expressão em destaque não acarretaria alteração na forma verbal na frase

A) Seria necessário um dia de viagem para chegar ao litoral nordestino. B) No seminário sobre ecoturismo, abordou-se um tema controvertido. C) Infelizmente, havia-se esgotado o prazo para a compra de passagens aéreas com desconto. D) Seguindo pela linha Verde, não haveria qualquer dificuldade para chegar ao mangue seco. E) Ao chegar ao hotel, o turista constatou, desolado, que só tinha sobrado o apartamento do fundo.

O mito da escola aberta, que atravessou a década de 70 com força crescente, começa a fechar suas portas no Brasil dois anos depois de se ver seriamente contestado exatamente onde nasceu, os estabelecimentos de ensino da França e Inglaterra. A maré conservadora começa a bater em muitos colégios do país que se fizeram conhecidos por manter uma política educacional frouxa em que os alunos tinham raras obrigações, podiam ir às aulas sem uniforme, impunham os currículos de algumas disciplinas e até mesmo se auto-avaliavam. Da mesma forma que o movimento de descompressão da década passada, o caminho de volta ao ensino tradicional com doses de autoridade está sendo incentivado pelos pais dos alunos. Longe de significar simplesmente uma volta ao ensino do passado, a onda moderada que ressurge em alguns colégios é um sinal alentador de mudanças e racionalidade.

29) Se a palavra mito (l. 1) fosse passada para o plural, ___________outras palavras do primeiro período do texto deveriam acompanhar essa transformação.

A) duas B) três C) quatro D) cinco E) seis

Para alguns milhares de adolescentes brasileiros férias de julho são sinônimo de pegar um avião rumo ao 1

mundo mágico da Disney. No ano passado, porém, um grupo de 70 garotos paulistas, entre 11 e 16 anos, optou 2 por conhecer a dura realidade brasileira, atendendo a chamado de uma das várias escolas que vêem hoje nesse 3 tipo de projeto as mais eficientes aulas de cidadania. Abdicando do conforto de seus luxuosos apartamentos, 4 conviveram durante uma semana com colonos sem-terra no interior do Paraná. “Aprendi a ver o mundo com olhos 5 diferentes, e percebi que tem muita coisa que posso fazer”, afirma um dos jovens, que ao retornar engajou-se em 6 outro projeto social da escola, dando aulas de reforço para meninos de uma favela adjacente. “Foi uma 7 experiência marcante, e quero ajudar outros a entender que a realidade é muito maior do que as festas e o 8 shopping que curto”, revela outro adolescente, que este ano volta ao projeto como monitora. 9

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Português 101 Professor Paulo Ricardo

30) Se a expressão “um dos jovens” (l. 6) fosse substituída por “alguns jovens”, seria necessário passar para o plural pelo menos mais ____palavras.

A) oito B) sete C) cinco D) quatro E) três

Um recente debate entre a feminista americana Betty Friedan e a escritora francesa Elizabeth Badinter 1 levantou uma questão que vai dar muito no que falar: o futuro relacionamento entre homens e mulheres no século 2 21. Segundo as duas autoridades no assunto, daqui para a frente veremos o fortalecimento da androginia, 3 presente em ambos os sexos. Ou seja, os homens assumirão seu lado feminino e as mulheres seu lado 4 masculino, num encontro harmonioso e definitivo.(...) 5

Homem não deveria temer sutilezas, contradições, lágrimas. Não deveria sentir vergonha de beijar seu 6 pai, seus irmãos, seus amigos, e muito menos olhar com cara feia para quem desconhece as regras do futebol ou 7 usa lenço no pescoço. Neste aspecto, os europeus estão a milhares de distância dos brasileiros: falam de 8 maneira mais suave, vestem-se com mais charme e criatividade e, quando suas mulheres têm uma situação 9 profissional mais bem encaminhada, não titubeiam em desfrutar a licença-paternidade. Não são menos homens 10 que os nossos. São só mais seguros.(...) 11

Jô Soares com sua afetividade, Regina Casé com sua doçura, Denise Frossard com sua coragem, só para 12 citar alguns nomes, não são pessoas que assimilaram novos papéis sem abrir mão de sua natureza. São os 13 andróginos do próximo milênio. Destacam-se porque, além de competentes, souberam somar as vantagens de 14 ambos os sexos, tornando-se mais completos. Conseguem transitar em diversos círculos, são compreendidos em 15 qualquer lugar e se fazem notar neste mundo onde todos se parecem. Os que continuam achando que a força 16 deve permanecer de um lado do ringue e a ternura do outro desperdiçam seu tempo vestindo Yamamoto ou 17 plugando-se à Internet. Serão sempre do século passado. . 18

Considere as seguintes afirmativas.

I. Se “Um recente debate” (l. 1) fosse substituído por “Recentes debates”, apenas uma palavra da frase deveria ser alterada.

II. Se “Homem” (l. 6) fosse substituído por “Homens”, mais seis palavras deveriam ser obrigatoriamente alteradas entre as linhas 6 e 8.

III. Se a expressão “os europeus” (l. 8) fosse substituída por “o europeu”, não só os verbos mas também outras expressões deveriam ser alteradas até o final do parágrafo.

IV. Se a expressão “Os que” (l. 16) fosse substituída por “Quem”, três verbos deveriam sofrer alterações até o final do parágrafo.

31) Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa

A) I e II B) I e IV C) II e III D) I , III e IV E) II, III e IV

“Come-gato, gambazinho, cabritinho, muitos dos meninos de rua da Candelária, no Rio usavam 1 codinomes de bichos. Vivendo como viviam, ironizavam, nos apelidos, o próprio destino insólito. Mas essa ironia é 2 um desrespeito aos bichos: nenhum animal executa seus semelhantes como vêm fazendo alguns brasileiros, da 3 espécie humana. São linchamentos, massacres, flagelos de uma sociedade flagelada pela miséria, pela violência 4 e pela fome. Quem duvida que exista mais solidariedade entre os animais selvagens? O “hominus brasiliensis” 5 não é páreo mais nem pro tiranossaurus rex. Nem ele, o mais cruel e sanguinário dos dinossauros, era capaz de 6 exterminar os filhotes de sua própria espécie. Que os bichos protejam nossas crianças!” 7

32) Se no período “nem ele,...” (l. 6) substituíssemos o pronome “ele” por “eles”, quantas palavras além dessa precisariam de ajuste na concordância?

A) seis B) sete C) oito D) dez E) onze

33) A ação registrada em “executa” (l. 3), apresenta-se na forma da 3a pessoa do singular para estar de acordo com

A) um desrespeito aos bichos (l. 3). B) animal (l. 3). C) seus semelhantes (l. 3). D) alguns brasileiros (l. 3). E) espécie humana (l. 4).

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Português 102 Professor Paulo Ricardo

34) No período “Essa civilização baseia-se num modo de produção que violenta o meio ambiente e aliena o indivíduo.”, quantas palavras, obrigatoriamente, mudariam se colocássemos CIVILIZAÇÃO no plural?

A) Duas. B) Quatro. C) Três. D) Cinco. E) Seis.

Foi-se o tempo em que os grandes agitos culturais dos estudantes do 2º grau eram o jornalzinho do 1 grêmio e os shows no auditório da escola. Em São Paulo, uma turma de jovens resolveu pensar em cultura 2 como gente grande e está colhendo bons resultados. Eles fazem parte da União Municipal dos Estudantes 3 Secundaristas, Umes. A entidade, reconhecida pelos órgãos públicos, representa 2,5 milhões de estudantes 4 paulistanos, mesmo aqueles que ainda estão no 1º grau ou abaixo dele. Por intermédio dela pode-se, por 5 exemplo, tirar a carteirinha que dá abatimento no ingresso do cinema. Há três anos, o departamento cultural, 6 da Umes, batizado de Centro Popular de Cultura, CPC, decidiu patrocinar a gravação de três CDs de artistas 7 desconhecidos da MPB. A iniciativa deu tão certo que acabou gerando o selo CPC – Umes, hoje com 35 discos 8 em catálogo e média de três lançamentos por mês. 9

A sigla CPC, naturalmente, remete à entidade homônima que, nos anos 60, ligada à União Nacional 10 dos Estudantes, agitou o país ao colocar idéias artísticas radicais a serviço do combate à ditadura. O CPC da 11 Umes é bem mais suave. Em comum com o primeiro, nutre apenas o nacionalismo explícito. Os artistas que 12 gravam em seu selo não querem saber de fundir maracatu com merengue. Preferem o samba e o choro em 13 estado puro. “Achamos necessário que a música nacional mais autêntica esteja presente na formação dos 14 jovens, mas eles não têm acesso a ela nos shows e na TV”, explica Pedro de Campos Pereira, 19 anos, 15 presidente da Umes e candidato à faculdade de economia. Ao lado de Pedro, à frente da entidade estão a vice-16 presidente Tatiana Chaves (20 anos, aspirante a psicóloga) e a diretora cultural Laura de Lucena (17 anos, que 17 pretende cursar artes cênicas). 18

Todo esse discurso pró-MPB seria vazio se vários dos CDs lançados pelo CPC-Umes não 19 fossem muito bons. Como o do grupo Bambu, que tem uma original formação de baixo, harpa, gaita e voz. 20 Ou A Luz do Vencedor, em que Luiz Carlos da Vila interpreta as composições do lendário sambista Candeia. 21 Para selecionar os artistas e comandar as gravações o CPC contratou o produtor Marcus Vinícius de Andrade, 22 50 anos, ex-diretor da gravadora Marcus Pereira. Sob sua batuta, nos anos 70, a Marcus Pereira realizou um 23 extenso mapeamento musical do Brasil e foi a primeira a lançar artistas como Cartola. “Hoje, todas as grandes 24 gravadoras estão atrás dos mesmos segmentos”, comenta Vinícius. “Na CPC-Umes não pretendo fazer 25 etnografia, apenas gravar artistas de qualidade”, ele completa, para gáudio de seus patrõezinhos. 26

35) No trecho “Todo esse discurso pró-MPB seria vazio se vários dos CDs lançados pelo CPC-Umes não fossem muito bons.”, se colocarmos no plural o substantivo “discurso” (l. 19), quantas outras palavras teriam que adequar sua concordância?

A) Três. B) Quatro. C) Duas. D) Cinco. E) Seis.

36) Outro verbo impessoal que poderia substituir a forma “Há”, no trecho “Há três anos, o departamento cultural da Umes, ...” (l.6 e 7) sem alterar o sentido do texto é

A) Faz. B) São. C) Tem. D) Fazem. E) É

“Há anos que acompanho o debate que se trava na sociedade sobre a influência da televisão na educação 1 das crianças. De tempos em tempos, o assunto entra na pauta da mídia e a discussão se espraia para as mais 2 diversas e antagônicas teses, defendidas ardorosamente por psicólogos, sociólogos, antropólogos, comunicólogos 3 e outros “logos” que não vale a pena elencar. 4

As teses vão desde a crença no caráter pernicioso e decisivo para a deformação infantil da programação 5 “cheia de sexo e violência” da tevê, até a afirmação da mais absoluta neutralidade do meio quanto ao processo de 6 construção da personalidade humana. Umas dizem que as crianças bombardeadas por horas diárias de televisão 7 violenta e pornográfica formam-se à sua imagem e semelhança e por isso são bandidas, insubordinadas e 8 avessas ao estudo, em escala realmente crescente. Outras, tão doutas quanto aquelas, asseguram que a 9 televisão não influi negativamente e que, ao contrário, dá ao menor uma consciência do errado num nível de 10 informação que o torna um ser privilegiado diante das crianças que se desenvolveram até a metade deste século.” 11

37) No trecho “... as crianças ... crescente”, se substituíssemos “as crianças (l. 7) por “o adolescente”, quantas outras palavras sofreriam ajustes de concordância?

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Português 103 Professor Paulo Ricardo

A) Cinco. B) Seis. C) Quatro. D) Sete. E) Oito.

38) Indique a alternativa que completa, respectivamente, as lacunas dos quadrinhos. A) de – vêem – haviam B) de – vêm – havia C) que – vêm – existia D) de – vem – havia E) que – vem – existiam

...Não importa. O que se quer dizer aqui é que o grande Sartre fez a pergunta errada. Ou melhor: fez a 1 pergunta certa, mas no local errado. Deveria tê-la feito mais adiante, quando ........... jantar, no restaurante. 2

Explique-se. Não surpreende que os negros não estivessem na conferência. Eles não tinham, e 3 continuam não tendo, acesso à boa educação. Então como agora, só uns raros chegavam à universidade. Ir à 4 conferência de Sartre significaria superar uma série de obstáculos, começando pelo lar pobre e continuando 5 com a escola precária, o cansaço produzido por pesadas tarefas, o tempo perdido em intermináveis 6 deslocamentos de ida e volta a distantes periferias. Já no restaurante, ele perceberia, com muito mais 7 surpresa, que igualmente não .................. negros – e não entre os clientes, nisso não haveria nada de 8 surpreendente, mas entre o próprio pessoal do serviço, ou seja, entre os garçons. Ora, o ofício de garçom é 9 relativamente simples. ................. pés resistentes, para andar de cá para lá a noite toda, e habilidade para 10 segurar uma bandeja. 11

39) A alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 02, 08 e 10 é

A) foi – havia – É exigido. B) iria – haviam – São exigidos. C) isse – tinham – Exige-se. D) fora – haviam – Exigem-se. E) fosse – havia – Exige.

A expressão “ídolo de toda uma geração” não faz mais sentido. No passado, as gerações se definiam pelos ícones que as representavam. James Dean era o inspirador da “juventude transviada” dos anos 50. Os Beatles e os Rolling Stones, da turma do roque.

40) Caso o segmento as gerações (l. 01) fosse substituído por cada geração, quantas outras palavras da mesma frase deveriam ser necessariamente alteradas para fins de concordância?

A) Uma. B) Duas. C) Três. D) Quatro. E) Cinco Com freqüência, eles descrevem as populações locais como iletradas e ignorantes; porém, delas dependia, em boa medida, o êxito das expedições dos naturalistas.

41) Se substituíssemos as populações locais (l. 01) por a população local, quantas outras palavras da frase deveriam ser modificadas para fins de concordância?

A) Nenhuma. B) Uma. C) Duas. D) Três. E) Quatro.

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Português 104 Professor Paulo Ricardo

Em 1826, o pintor francês Jean-Baptiste Debret, em uma das mais expressivas obras que pintou no 1 Rio de Janeiro, O escravo do naturalista, registrou a participação dos escravos e auxiliares locais no trabalho 2 de campo dos naturalistas estrangeiros que, a partir do início do século 19, percorreram várias partes do Brasil. 3

A contribuição das culturas nativas para o conhecimento científico adquirido ou construído pelos 4 naturalistas quase sempre tem sido desconsiderada pelos historiadores da ciência. A atenção destes é dirigida 5 para as observações e teorias daqueles , seus instrumentos e métodos de trabalho e para as influências 6 políticas, filosóficas e econômicas em suas obras. Com freqüência, eles descrevem as populações locais como 7 iletradas e ignorantes; porém, delas dependia, em boa medida, o êxito das expedições dos naturalistas. 8

Em muitos trechos de seus relatos, cientistas como Alfred Wallace, Henry Bates e Louis Agassiz 9 descrevem como os habitantes locais contribuíram com conhecimentos para o seu trabalho. Havia, é claro, o 10 previsível apoio logístico e de infra-estrutura, tais como o fornecimento de alimentos, meios de transporte e 11 outros recursos materiais, bem como sua presença como guias, carregadores, intérpretes e companhia 12 pessoal. 13

42) Considere as seguintes afirmações.

I - A substituição de percorreram (l. 3) por pamilharam não implicaria necessariamente alteração adicional na

estrutura da frase. II – A troca de contribuíram (l. 10) por ajudaram tornaria obrigatória a substituição da preposição com (l. 12) III – A substituição de Havia (l. 10) por Existia manteria a frase correta.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III.

Agora, parece que foi mesmo na África que a espécie humana assim como a conhecemos surgiu – e 1 dali se espalhou para o restante do mundo. Foi no leste do continente africano, precisamente no deserto de 2 Awash, na porção central da Etiópia, que uma equipe de pesquisadores norte-americanos e etíopes........ os 3 fósseis mais antigos do homem moderno ( Homo sapiens ). São três crânios – dois de adultos e um de uma 4 criança de aproximadamente 7 anos – e mais alguns dentes de outros sete indivíduos, encontrados entre 5 ossos de hipopótamos e antílopes e ferramentas de pedra. Com cerca de 160 mil anos, segundo a datação 6 com argônio, os crânios guardam semelhanças com o do homem moderno: face mais achatada e caixa 7 craniana em forma de globo. No entanto, traços mais primitivos, como os olhos mais........ um do outro, levaram 8 os pesquisadores a classificar os crânios como sendo de Homo sapiens idaltu, uma espécie do H. 9 sapiens......... em conjunto, essas características colocam esses homonídeos nas raízes da árvore evolutiva 10 humana e são um reforço às evidências genéticas de que o homem moderno surgiu na África – ainda não se 11 sabe se em apenas uma ou em mais regiões – e depois migrou para os outros continentes, o oposto do 12 que........ as teorias que sugerem que as primeiras características do H. sapiens apareceram quase ao mesmo 13 tempo em diferentes pontos do planeta. 14

As questões 43e 44 referem-se ao texto acima. 43) Assinale a alternativa que preenche correta e respetivamente as lacunas das linhas 03, 08, 10 e 13.

(A) descobriram – afastado – Analisadas – prevêm (B) descobriu – afastados – Analisadas – prevêem (C) descobriu – afastados – Analisada – preveem (D) descobriu – afastado – Analisada – prevêem (E) descobriram – afastados – Analisadas – prevêm 44) Se a expressão a espécie humana (l.01) fosse substituída por os seres humanos, quantas outras alterações

seriam necessárias na frase em questão?

(A) Uma. (B) Duas. (C) Três. (D) Quatro. (E) Cinco

Ainda hoje, nossa visão da Idade Média permanece impregnada dessas idéias, que se baseiam, no 1 entanto, num ponto de vista moderno: em vez de serem colocadas na perspectiva da época, as ciências são 2 avaliadas tomando como parâmetro os critérios atuais. Assim a crítica segundo a qual a Igreja teria exercido 3 uma dominação aniquiladora do progresso é típica de uma sociedade laica. Para os cristãos da Idade Média, 4

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Português 105 Professor Paulo Ricardo

ao contrário, não existia alternativa: eles acreditavam que os judeus, os pagãos e os hereges estavam 5 condenados às penas do inferno. A Medicina medieval era praticada na base de uma fé jamais colocada em 6 questão e encontrava seu lugar numa visão de mundo inteiramente religiosa. A Medicina era mais uma filosofia 7 da Natureza que uma ciência da Natureza, no sentido moderno do termo. 8

45) Caso o segmento as ciências (l. 02) fosse para o singular, quantas outras palavras da frase deveriam sofrer

ajuste para fins de concordância?

A) Duas B) Três C) Quatro D) Cinco E) Seis

O Salmam Rushdie era para ser a estrela da terceira Festa Literária Internacional de Parati e foi. Só se 1 decepcionou quem esperava que ele se comportasse como estrela. É um homem ................ e afável, e sua 2 participação foi um dos pontos altos de um acontecimento que de tantos pontos altos pareceu uma cordilheira. 3 A começar pelo começo, uma bela homenagem a Clarice Lispector, seguida de um magnífico show de 4 Paulinho da Viola que acabou com todo .............. sambando – até, não duvido, o Salman Rushdie. 5

Outro pico do evento foi a palestra do Ariano Suassuna, cujo tema era para ser “Brasil, arquipélago de 6 culturas”, mas no fim foi o espetáculo de Ariano Suassuna sendo Ariano Suassuna, outro show inesquecível. 7 Das outras mesas (que eu vi, esqueci a ubiqüidade em casa e não pude ir a tudo), destaque para o israelense 8 David Grossman e o Sri-landês, se é assim que se diz, Michael Ondaatje falando sobre suas obras, a crítica 9 Argentina Beatriz Sarlo e o Roberto Schwartz – na mesa em que foi servida a iguaria intelectual mais fina da 10 festa -, Jô Soares e Isabel Lustosa falando de humor com muito humor, o rapper e sociólogo espontâneo MV 11 Bill, com Luiz Eduardo Soares e Arnaldo Jabor, no que foi certamente a .............. mais emocional e 12 emocionante de todas, e o americano John Lee Anderson e o português Pedro Rosa Mendes falando de suas 13 experiências como repórteres de guerra no Iraque e em Angola, respectivamente. 14 Eu falei para um grande grupo de crianças na Filipinha, um programa paralelo dirigido a escolares da região, e 15 uma das perguntas que vieram da platéia foi: “O senhor sabe ler?” Pergunta básica e perfeita e mais 16 importante do que imaginava a pequena autora. Ela checava as minhas credenciais para ser escritor e estar ali 17 mandando todos lerem. Saber ler não significa apenas ser alfabetizado ou interpretar um texto como faz o 18 Salmam Rushdie, que lê como o ator frustrado que confessou ser. Também significa saber ler a realidade à 19 sua volta, como fazem David Grossman, que vive em Jerusalém e tenta se manter racional e humano em meio 20 aos ódios dos dois lados, ou MV Bill, que nasceu na Cidade de Deus e sobreviveu e hoje faz a leitura mais 21 certa do que é ser negro e pobre no Brasil. E aprender a ler também significa descobrir escritores, como se faz 22 na Flip 23

46) Considere o enunciado abaixo e as quatro propostas para completá-lo.

Sem prejuízo da correção gramatical, seria possível substituir

1 – suas obras (l. 09) por a sua obra 2 – vieram (l. 16) por veio 3 – lerem (l. 18) por ler 4 – aos ódios (l. 21) por ao ódio

Quais propostas estão corretas?

A) Apenas 1 e 2. B) Apenas 1 e 3. C) Apenas 3 e 4. D) Apenas 2, 3 e 4. E) 1, 2, 3 e 4. GABARITO: 01-D, 02-C, 03-C,04-B 05-E, 06-C, 07-B, 08-C, 09-E, 10-D, 11-C, 12-C, 13-E, 14-E, 15-E, 16-C, 17-

B, 18-B, 19-C, 20-A, 21-D, 22-C, 23-D, 24-E, 25-A, 26-A, 27-A, 28-D, 29-E, 30-C, 31-D, 32-C, 33-B, 34-A, 35-B, 36-A, 37-B, 38-B, 39-E, 40-B, 41-D, 42-D, 43-B, 44-C, 45-A, 46-E

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Português 106 Professor Paulo Ricardo

PARALELISMO

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Português 107 Professor Paulo Ricardo

ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES: O PARALELISMO SINTÁTICO

O paralelismo consiste na apresentação de idéias similares numa forma gramatical idêntica. Observe, a seguir, exemplos de frases com falta de paralelismo. Abaixo de cada uma delas, aparece uma ou duas propostas de correção.

Meu desejo é tua vitória e que sejas feliz. Meu desejo é tua vitória e (tua) felicidade.

Meu desejo é que sejas vencedor e (que sejas) feliz. O gerente pediu ao funcionário mais empenho no trabalho e que fosse mais pontual. O gerente pediu ao funcionário mais empenho e pontualidade no trabalho. O gerente pediu ao funcionário que se empenhasse mais no trabalho e (que) fosse mais

pontual. Demonstrava carinho aos irmãos, aos filhos e para os amigos dos filhos. Demonstrava carinho aos irmãos, aos filhos e aos amigos dos filhos. Fora de casa, Jorge aparenta meiguice, ser alegre, confiança em seus ideais e não ser covarde. Fora de casa, Jorge aparenta meiguice, alegria, confiança em seus ideais e coragem. Fora de casa, Jorge aparenta ser meigo, alegre, confiante em seus ideais e corajoso. O aluno não foi à aula porque estava cansado e por não ter conseguido carona. O aluno não foi à aula porque estava cansado e ( porque)não conseguiu carona. O aluno não foi à aula por estar cansado e (por) não ter conseguido carona.

CASOS ESPECIAIS DE PARALELISMO : A) Paralelismo do “e que”:

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Português 108 Professor Paulo Ricardo

B) paralelismo nas expressões correlativas de adição, comparação, conseqüência e alternância :

EXERCÍCIOS : A) Corrija os erros de paralelismo nas frases abaixo.

1) Tanto na sala de aula quanto ao brincar no

recreio, Alberto está sempre implicando com algum colega.

2) Ao romper da aurora e quando os pássaros

começam a cantar, é que a natureza se mostra mais aprazível.

3) Embora todos o conheçam e apesar de

conviverem com ele há longo tempo, ninguém sabe se é casado.

4) Passei alguns dias com minha família e revendo

velhos amigos de infância. 5) Depois da descoberta do avião, o mundo nos dá

a impressão de ter ficado menor, não no sentido próprio, mas sim que as distâncias são mais rapidamente vencidas.

6) Dispondo de poucos produtos de exportação e

como os preços das matérias-primas no mercado internacional são muito baixos, os países subdesenvolvidos estão sempre carentes de meios para elevar seu padrão de vida.

7) No futebol, a habilidade de Jorge é maior que

Pedro. 8) Os componentes eletrônicos usados nas

máquinas mais sofisticadas custam, às vezes, o mesmo que as máquinas mais antigas.

9) O gosto desta bebida é diferente do vinho. 10) A atitude de um gato em relação a seu dono

não se compara a um cachorro. 11) O valor dos carros usados está crescendo mais

do que os carros novos. 12) O aluno nem fez o exercício em sala de aula,

nem em casa. 13) Jorge não só quer a classificação, mas também

o primeiro lugar. 14) O rapaz não apenas bebeu, como passou mal. 15) Não só seu trabalho estava incompleto, mas

também inadequado às circunstâncias. 16) Vamos tratar tanto do técnico e dos jogadores. 17) Não devemos julgá-lo pelo fato de ele ser

médico, mas por ser dentista. 18) Minha atitude propiciou a união entre eles e que

o grupo ficasse mais à vontade. 19) Jorge assistirá ao jogo, quer das

arquibancadas, ou das gerais. 20) Naquele dia, tive problemas com a rede elétrica,

com a torneira do banheiro e entupimento na pia da cozinha.

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Português 109 Professor Paulo Ricardo

TESTES:

1) A conjunção “e” liga elementos de construção semelhante na alternativa

(A) A sociedade se defende porque os meninos se tornam sempre mais agressivos e por ter medo. (B) Os meninos de rua praticam crimes para se defender e para que não recebam castigos. (C) As drogas prejudicam irremediavelmente os meninos, deformando o seu cérebro e quando destroem os

seus valores morais. (D) A sobrevivência não está garantida se os meninos reagirem e não se submeterem à pedagogia da

delinqüência. (E) O menino tem vida curta, mesmo aprendendo na escola da delinqüência e apesar de iniciar-se no crime.

2) A substituição inadequada para as estruturas sublinhadas em “Basta o assalto da realidade que é o rosto de uma criança pedindo esmolas ou vendendo alguma coisa”, por não respeitar o paralelismo entre elementos de mesmo valor sintático, é

(A) “esmolando ou vendendo alguma coisa”. (B) “a pedir esmolas ou a vender alguma coisa”. (C) “que pede esmolas ou vende alguma coisa”. (D) “pedindo esmolas ou que vende alguma coisa”. (E) “pedinte ou vendedora ambulante”.

3) A conjunção “e” liga elementos de construção semelhante na alternativa

(A) O jornal destina-se à divulgação dos fatos e a comentá-los. (B) O comentário ou análise dos fatos buscam ser imparciais e que não permaneçam dúvidas no público. (C) Todos esperam que a informação seja completa e a análise criteriosa dos fatos (D) A análise dos fatos serve para orientar os indivíduos e formar a opinião pública. (E) O público quer os informes do jornal e poder confiar neles.

4) A conjunção “e” liga elementos de construção semelhante na alternativa

(A) A Antártida é um continente muito rico e que oferece múltiplas possibilidades de exploração. (B) A cooperação é necessária para desenvolver as pesquisas científicas e para que os exploradores sobrevivam

no ambiente inóspito. (C) Embora fiquem distantes uns dos outros e apesar das diferenças de idioma, os cientistas das mais variadas

nacionalidades estão em permanente comunicação. (D) Quando os homens mostram-se decididos e o bom senso prevalece, não há barreiras para a solidariedade

internacional. (E) Só progrediremos se os governantes tiverem boa vontade e desenvolvendo as relações entre todos os povos.

(...) Possivelmente o motivo central da escolha do mineiro foi o fato de a conjuração de que participou

jamais ter alcançado....... ação concreta, poupando ao país violência e derramamento de sangue e rendendo-lhe a aura de mártir imaculado. 5) No último período do texto, encontramos várias construções que exercem funções paralelas entre si. Abaixo

são apresentados três pares de construções.

I. poupando – rendendo II. ao país – lhe III. violência e derramamento de sangue – a aura de mártir imaculado

Em quais dos pares as expressões exercem funções paralelas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) I, II e III.

(...) Os indivíduos surpreendidos em flagrante no ato de dizer mentiras descaradas não apenas ficam desacreditados durante a interação específica, mas podem ter sua própria dignidade destruída de forma duradoura.

6) Considere as afirmações sobre o uso do nexo “ não apenas...mas” usado no período acima.

I. Estabelece o paralelismo sintático entre “ficam desacreditados” e “podem ter sua dignidade destruída”. II. Introduz uma idéia de gradação entre “ficam desacreditados” e “podem ter sua dignidade destruída”. III. Poderia ser completado com também, sem prejuízo do significado original do período.

Quais estão corretas?

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Português 110 Professor Paulo Ricardo

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III.

7) Na fala de Hagar dos quadrinhos 4, 5 e 6, há uma coordenação sintática marcada por um nexo. Qual a alternativa que indica o único verbo, dentre os transcritos abaixo, que NÃO está coordenado com os demais?

(A) apará-la (q. 4) (B) cantar (q. 5) (C) parar (q. 5) (D) pular (q. 6) (E) jorrar (q. 6)

(...) O emprego dos dedos é cada vez mais proscrito, bem como a transferência dos alimentos diretamente

da travessa comum para a boca.

8) Considere as possibilidades seguintes de reescrita da frase acima.

I. Não se aceita o emprego nem dos dedos, nem a transferência dos alimentos diretamente da travessa comum para a boca.

II. Não se aceita nem o emprego dos dedos, nem a transferência dos alimentos diretamente da travessa comum para a boca.

III. Não se aceita o emprego dos dedos, nem a transferência dos alimentos diretamente da travessa comum para a boca.

Quais são corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas III. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III.

(...) As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos,

que causavam pavor aos agentes da Coroa – e, de resto, aos proprietários de escravos em geral -, quer reprimindo os batuques e os calundos promovidos pelos negros.

9) Considere as seguintes afirmações acerca do nexo quer...quer...

I. Seu uso estabelece paralelismo sintático entre os segmentos introduzidos pelas ocorrências de quer. II. Ele poderia ser substituído por seja...seja..., sem acarretar alteração no significado da frase em questão. III. Ele indica que os portugueses não só destruíram os quilombos, mas também reprimiam os batuques e os

calundus.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. GABARITO: 01-D, 02-D, 03-D, 04-D, 05-E, 06-E, 07-C, 08-D, 09-E

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Português 111 Professor Paulo Ricardo

REGÊNCIA VERBAL

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Português 112 Professor Paulo Ricardo

OS PRONOMES RELATIVOS EXERCÍCIOS DE AULA: A) Preencha as lacunas usando o pronome relativo adequado. 31) Era difícil a situação ........ ela se encontrava. 32) Vou-te mostrar a empresa .......... trabalhei. 33) As notícias .......... eles se valem são mentirosas. 34) O filme........... me referi é ótimo. 35) Não é este o livro .............. preciso. 36) Lembrei lugares............... vivi momentos

incríveis. 37) Os ideais .............falamos são inalcançáveis. 38) Os ideais .............lutamos são louváveis. 39) Os fatos .............ele era portador eram

aterrorizadores. 40) As questões ...........te referes são as mesmas

..........fiz referência. 41) As investigações .............a polícia deu

andamento são rigorosamente necessárias.

42) Eles são pessoas ........se pode confiar. 43) Eles são pessoas.........se pode duvidar. 44) Este é o professor .........recorremos nos

momentos difíceis. 45) A menina ............nós nos apaixonamos gostava

de outra menina. 46) As cartas..........recebemos traziam péssimas

notícias. 47) Esta é a obra .........a crítica faz elogios. 48) As reclamações .........estamos sujeitos apenas

nos incentivam a melhorar. 49) Assisto a todos os programas ..........você fez

alusão.

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Português 113 Professor Paulo Ricardo

O PRONOME RELATIVO CUJO : B) Idem ao exercício anterior. 50) Ela é a menina ........roupa Jorginho precisa. 51) Fomos à pracinha ...........balanços andávamos

quando crianças. 52) É este o livro .............páginas nós retiramos tais

idéias. 53) João é a pessoa...........palavra posso acreditar. 54) João é a pessoa ..........apoio posso contar. 55) Ontem falamos com o professor ............casa

estivemos hospedados nas férias.

56) Aquele homem é o chefe............ordens devemos cumprir.

57) Essas são as pessoas ..........lealdade mais confiamos.

58) As pessoas ..............críticas estamos sujeitos são muito agressivas.

59) Era ela a menina ..........cujo amor lutei a minha vida inteirinha.

A QUESTÃO ENVOLVENDO O PROCESSO DE SUBORDINAÇÃO ATRAVÉS DOS PRONOMES RELATIVOS :

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Português 114 Professor Paulo Ricardo

REGÊNCIA VERBAL É o modo através do qual o verbo se relaciona com seu complemento. VERBOS QUE APRESENTAM PROBLEMAS DE REGÊNCIA : 1. Morar, Residir, Situar-se Ele mora, reside ou se situa ______ tal bairro. 2. Chegar Ele chegou ______ clube. Ele chegará cedo ______ reunião 3. Ir e Voltar

Movimento passageiro - Fomos ____ uma festa. (a) - Iremos ____ reunião.

- Voltei ____meu município de origem.

Movimento duradouro - Fomos para casa. (para) - Voltamos para nossa cidade finalmente.

4. Preferir Preferir X a Y Prefiro sair a ficar em casa. Prefiro coca a pepsi. CUIDADO: Prefiro mais isto. (ERRO) Prefiro antes isto. (ERRO) 5. Implicar – no sentido de “resultar”, é transitivo direto. Tal atitude implicou forte polêmica. Isso implicará a saída dela. 6. Constar •Com a preposição de, significa ser composto de: Esse livro consta de duzentas páginas. •Com a preposição em, significa estar incluído: Nosso nome não consta em sua lista? 7. Pedir Quem pede, pede alguma coisa. ou OD Quem pede, pede alguma coisa a / para alguém. OD OI Pedi o livro ontem. Pedi o livro ao professor Pedimos que o professor nos emprestasse o livro. Pedimos ao professor (ou para o professor) que nos emprestasse o livro. CUIDADO UM: Pedi para o professor nos emprestar o livro. (ERRADO)

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Português 115 Professor Paulo Ricardo

CUIDADO DOIS: Pedir + para

V Licença

O aluno pediu para sair antes. (CORRETO) (licença) 8. Esquecer e Lembrar (VTD) Esquecer-se e Lembrar-se (VTI – de ) Esqueci o livro. Preciso do livro que esqueci. Eu me lembrei do livro. Preciso do livro de que me lembrei. 9. Suceder = substituir O filho sucedeu ______ pai na empresa. 10. Ter que – Você tem que me ajudar! ≠

Ter de - Tenho mesmo de tomar esse remédio? (necessidade) 11. Namorar – VTD O menino a namora. João namora minha prima. ANOTAÇÕES:

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Português 116 Professor Paulo Ricardo

EXERCÍCIOS DE AULA : C) Substitua o verbo grifado pelo que estiver indicado entre parênteses, alterando a regência conforme a

necessidade. 60) Ele não deseja este cargo. ( aspirar) 61) Troco a fama pela paz. ( preferir) 62) Todos amam esta menina. ( querer) 63) O caçador mirou o pássaro. ( visar) 64) Todos os alunos viram esta peça teatral. (assistir) 65) O enfermeiro socorreu a criança. 66) Ele não acatou as ordens do chefe. (obedecer) 67) O médico tratou dos ferimentos do rapaz. pensar) 68) O professor solicitou que o aluno entregasse a prova. ( pedir) 69) Meu nome fazia parte da lista de convidados. ( constar) 70) O devedor acertou o débito que tinha comigo. ( pagar) 71) O devedor acertou com o credor. ( pagar) 72) O juiz já realizou o julgamento. ( proceder) 73) O aluno não deu resposta à questão. (responder) 74) A empregada tirava o pó do recinto.( aspirar) 75) O funcionário desejava o cargo do chefe. (aspirar) D) Corrija as frases abaixo levando em conta a regência verbal, caso seja necessário. 76) Jamais esqueça do nosso acordo. 77) Jamais se esqueça do nosso acordo. 78) A pergunta que esqueci não é importante. 79) A pergunta que me esqueci não é importante. 80) Meu pai sabe que eu o quero muito bem. 81) As cenas que assistimos foram hilárias. 82) Quanto a esta cena, a qual assisti, não tenho mais nada a declarar. 83) Ela nunca o desobedeceu. 84) Quanto a este filme, já lhe assisti. 85) Com licença. Tenho que sair agora. 86) Tal obra consta de duzentas páginas. 87) Prefiro estudar mais que trabalhar por pouco dinheiro. 88) Não moro mais à rua João Correa; resido agora na rua Olinda.

TESTES:

No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma 1 mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros. Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e 2 as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que 3 retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas. Os negros, porém, ao 4 longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando 5 fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização 6 de batuques e calundus.[...] 7

As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os 8 quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa – e, de resto, aos proprietários de escravos em geral - 9 , quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam 10 gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o juízo Eclesiástico e, com 11 menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu _____. 12

Porém, alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal 13 necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns ______ 14 aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no ______. Outras 15 pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África – como Matias Moreira, residente em 16 Angola no final do Quinhentos - , devem igualmente ter se familiarizado com as línguas dos negros. 17

01) Considere as seguintes afirmações sobre regência. I. A substituição de agentes da Coroa (l. 09) por Coroa criaria, no contexto da frase em questão, as condições

para a crase. II. A substituição de destruindo (l. 08) e reprimindo (l. 10) por, respectivamente, pela destruição e pela

repressão exigiria o uso de preposição após essas expressões.

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Português 117 Professor Paulo Ricardo

III. Na substituição de necessário (l. 14) por indispensável, poderia ser mantida a crase, pois não haveria mudança com relação à exigência de preposição.

IV. A substituição de se familiarizado (l.17) por conhecido implicaria a manutenção da preposição com. Quais estão corretas?

A) Apenas I e II. B) Apenas II e III. C) Apenas I, II e III. D) Apenas II, III e IV. E) I, II, III e IV. 02) Assinale a alternativa que apresenta uma frase inteiramente de acordo com as normas gramaticais do padrão

culto. A) O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que foi publicado um relatório em 1997, indica que

o Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo. B) O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, no contexto do qual se publicou um relatório em

1997, indica que o Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo. C) O Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo indica o Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento, cujo relatório do programa foi publicado em 1997. D) Um relatório foi publicado em 1997, cujo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, indica que

o Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo. E) O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, onde um relatório foi publicado em 1997, indica

que o Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo.

03) Todas as frases abaixo são reformulações corretas, e equivalentes em termos de significado, do texto original

da tira, à exceção de A) São interessantes as palavras que inventamos... B) Sintaxe, vamos inventar agora! C) As palavras são interessantes que inventamos... D) As palavras que inventamos são interessantes... E) Agora, vamos inventar a sintaxe!

Este livro é um relato pessoal de 1964. Participei como jornalista e conheci algumas pessoas que tiveram 1 bastante a ver com aquele desfecho que influiu (quanto?) na nossa história. Perguntei a amigos sobre nomes, 2 ocorrências e alguns dados de que me sentia incerto. Faço algumas referências ao período depois de 1964, 3 porque pertinentes, acredito, ao evento, mas o que me interessa é o antes e o durante. 4

Há muitas versões sobre 1964, além de fabulação, quer dizer: de um dado real são construídas fantasias 5 do tamanho da paranóia de quem nos conta. Todos somos de certa forma ficcionistas. É praticamente impossível 6 não colorir com nossa personalidade o que narramos. A memória sempre nos trai. 7 04) O uso da preposição de linha 3 é exigido por A) perguntei (l.2) B) dados(l. 3) C) que (l. 3) D) sentia (l. 3) E) incerto (l. 3)

Apesar de não termos ilusões quanto ao caráter das nossas elites, existia uma certa resistência a essa 1 espécie de niilismo a que o Brasil nos leva. Os escândalos na área financeira estão acabando até com isso. Fica 2 cada vez mais difícil espantar os burgueses. Os burgueses não se espantam com mais nada. Alguns talvez se 3 surpreendam quando ouvem um filho pequeno ou um neto repetindo uma letra dos Mamonas, mas nestes casos o 4

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Português 118 Professor Paulo Ricardo

espanto é divertido, ou pelo menos resignado. A necessidade de se ser absolutamente claro sobre que tipos de 5 atividade sexual causam AIDS e como fazer para preveni-la acabou com qualquer preocupação da imprensa e da 6 propaganda com o pundonor (grande palavra) alheio, embora ainda façam alguns rodeios. A linguagem ficou 7 mais leve, ficamos menos hipócritas. Burgueses epatáveis ainda existem, mas o acúmulo de agressões a seus 8 ouvidos e pruridos os insensibilizou e hoje, se reagem, não é em público. 9 05) Assinale a alternativa que apresenta as palavras que exigem, respectivamente, as duas ocorrências da

preposição a nas linhas 1 e 2. A) existia (l. 1), niilismo (l. 2) B) resistência (l. 1), leva (l. 2) C) existia (l. 1), espécie (l. 2) D) resistência (l. 1), niilismo (l. 2) E) espécie (l. 2), leva (l. 2)

Alguém poderia imaginar que aquele pacato subgerente do banco deixa todos os dias sua agência para 1

se transformar num temeroso lutador de luta-livre? Ou que seu formal e discreto advogado reforça o orçamento 2 tocando bateria numa banda de rock ou encarnando um personagem na polêmica peça Calígula? Ser um 3 biprofissional é hoje uma solução comum para driblar os baixos salários e a impossibilidade de depender de uma 4 só carreira – às vezes aquela da qual mais se gosta -, nem sempre em sintonia com as tendências do mercado. 5

Preconceitos e dificuldades à parte, cada vez mais o acúmulo de duas profissões ganha novos adeptos, 6 dispostos a enfrentar a versatilidade que a condição de biprofissional exige. Afinal, é preciso estar sempre 7 preparado para mudar repentinamente de hábitos, roupas e ambientes de trabalhos. 8 06) As preposições sublinhadas na seqüência “a impossibilidade de depender de uma só carreira – às vezes

aquela da qual mais se gosta” (l.4 e 5 ) são exigidas, respectivamente, por A) impossibilidade e aquela B) depender e gosta C) impossibilidade e gosta D) depender e carreira E) depender e aquela

De todos os seres vivos, o homem sempre foi o que mais temeu a idéia da morte, porque a 1

conscientizou, recorrendo a incontáveis eufemismos para evitar a ela qualquer referência direta. Desta 2 permanente preocupação decorre a sua presença em todas as nossas manifestações artísticas. A morte está 3 presente na música, na escultura, nas múltiplas modalidades da arte literária. Na desesperada tentativa de fugir-4 lhe, o homem fantasiou, mistificou, imaginou lendas inacreditáveis, buscando pelo mundo a fora, com fé e vontade 5 inabaláveis, as fontes encantadas que lhe garantiriam a imortalidade. Não foi, porém, apenas no terreno da 6 imaginação que o homem procurou dominar ou retardar a morte. Principalmente na ciência, os esforços 7 empreendidos no passado e no presente merecem destaque especial, porquanto, se ainda nem podemos cogitar, 8 a não ser na ficção, de superar o fato do desaparecimento físico, é evidente que já conseguimos retardá-la, 9 através de processos por vezes sensacionais. 10 07) As alternativas abaixo apresentam formas verbais que poderiam substituir decorre (l. 3), sem que isso

provocasse qualquer mudança na estrutura da frase. Assinale a alternativa cuja forma verbal não se enquadra nesta possibilidade.

A) surge B) se insere C) provém D) resulta E) se origina

Pais e adultos em geral são incompetentes para entender o que vai pela cabeça das crianças; estas por 1 sua vez, são incapazes de detectar o que se esconde sob os gestos e as frases dos mais velhos. Na zona 2 cinzenta que reúne essas duas conhecidas limitações, reside o objeto de “Quarto de Menina”, estréia literária da 3 psicanalista carioca Livia Garcia Roza. 4

Luciana, oito anos, filha única de pais separados, é inteligente, sapeca, sem papas na língua e mora com 5 o pai, intelectual pacato, caladão, professor de filosofia. É ela a narradora do livro. Ao longo de 180 páginas, relata 6 o seu cotidiano, que se limita, aqui, ao próprio quarto, à biblioteca do pai, à sala e à casa da mãe.[...] 7

Apesar disso, não se trata de uma obra para crianças. A construção híbrida da narrativa descarta 8 episódios mais banais ou preocupações que seriam em tese mais comuns às crianças, dando destaque para os 9 diálogos, seja entre Luciana e os pais, seja entre a garota e suas bonecas. 10

No primeiro caso, Luciana freqüentemente não entende certas insinuações dos pais, enquanto estes ficam 11 perplexos diante de reações ou perguntas da filha. Já nas “conversas” com seus amigos de quarto, a narradora 12 expõe seu estranhamento, desabafa, chora, faz planos e, ao mesmo tempo, revela indireta e inconscientemente a 13

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Português 119 Professor Paulo Ricardo

dificuldade de captar o significado dos eventos que ela mesma narra, significado que nós, leitores 14 presumivelmente maduros, enxergamos logo de cara. 15

Nessa capacidade de explicitar ao mesmo tempo uma história e a não-compreensão dessa mesma 16 história pelo seu próprio narrador, aí está um dos pontos mais interessantes de “Quarto de Menina”.[...] 17

08) Considere as seguintes propostas de substituições de expressões do texto.

I. Substituir a palavra o (l. 1) por aquilo. II. Substituir a expressão o que (l. 2) por o qual. III. Substituir a palavra que (l. 7) por o qual.

Quais delas poderiam ser realizadas sem acarretar erro?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e III E) I, II e III

Dos anais da república: - O senhor não tem medo de nada, presidente? - Nada. - Nem de barata? Pausa de segundos. Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano?[...] Não. Melhor ser curto e sincero. - Nem de barata.

09) Assinale a alternativa que apresenta a palavra que exige a preposição de (l.7).

A) medo (l. 2) B) tem (l. 2) C) nada (l. 3) D) pausa (l. 5) E) nem (l. 7) 10) Em alguns casos, é possível mudar a regência de um verbo ou nome sem que haja alteração básica do

significado da construção. Entre os segmentos abaixo transcritos, assinale a alternativa em que isso ocorre.

A) ... o Imperador Dom Pedro I outorgou a primeira Constituição ... / ... o Imperador Dom Pedro I outorgou à primeira Constituição ...

B) ... os homens maiores de 25 anos ... / ... os homens maiores com 25 anos ... C) ... baixou para 22 anos ... / ... baixou em 22 anos ... D) ... superior a cem mil réis ... / ... superior em cem mil réis ... E) ... participar das eleições ... / ... participar nas eleições ... 11) Só a retomada dos valores ______ o homem se afastou poderá auxiliá-lo a reencontrar a paz de espírito

_______ tanto sonha.

A) que de que B) a que por que C) que para que D) de que com que E) que que

12) A frase em que falta uma preposição é a da alternativa

A) O problema educacional que muitos examinam com seriedade deve ser solucionado. B) O ensino pouco exigente que muitos discordam ainda está em vigor em várias escolas. C) O ensino exigente que muitos preconizam traz muitas vantagens ao aluno. D) A questão das exigências que os mestres revisam merece a sua atenção. E) A tolerância excessiva que muitos condenam acabará sendo abandonada. 13) A frase em que falta uma preposição é

A) Os meninos de rua são uma preocupação que aflige as autoridades. B) A educação merece investimentos que muitos não pretendem fazer. C) Alguns municípios estão gastando as verbas que conta a educação. D) Os alunos das escolas públicas usam o computador que os técnicos recomendam. E) O prefeito sente orgulho da cidade que ele administra.

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Português 120 Professor Paulo Ricardo

14) A frase em que falta a palavra “de” é

A) É inegável o mérito que tem um bom escritor. B) É notável o esforço que alguém é capaz para escrever bem. C) É compreensível a hesitação que a busca da palavra adequada envolve. D) É válida a reflexão que o ato de escrever impõe. E) É desejável a dedicação que o exercício da escrita exige. 15) Numerando a primeira coluna de acordo com a segunda, para indicar o emprego adequado dos pronomes

relativos.

( ) O estágio de destruição ______ a Terra se encontra é extremamente preocupante. ( ) A posição _______ as mulheres de hoje aspiram é de conciliação entre família e trabalho ( ) O futuro ______ sonhamos depende apenas de nós mesmos. ( ) As primeiras feministas, _________ muitas críticas foram feitas, tiveram papel histórico. ( ) As portas do terceiro milênio, ________ nos dirigimos, são um desafio e uma esperança.

1. com que 2. em que 3. a que 4. a quem 5. na qual

6. para qual 7. que 8. com o qual 9. onde

Está correta a numeração da alternativa

A) 3 – 2 – 7 – 4 – 1 B) 2 – 7 – 8 – 3 – 8 C) 5 – 1 – 1 – 7 – 4 D) 9 – 2 – 2 – 3 – 9 E) 2 – 3 – 1 – 4 – 6 16) Observar o emprego adequado dos pronomes relativos, numerando os parênteses da coluna A de acordo

com a coluna B.

Coluna A

( ) As crises ______ passamos são oportunidades de crescimento. ( ) Ter amigos _______ confiar é indispensável. ( ) São inúmeras as experiências ______ ensinamentos podemos nos valer. ( ) O amor é a lente _____ podemos ver a vida com alegria. ( ) Nas situações _____ os rumos parecem incertos, é importante manter a serenidade. Coluna B

1. que 2. por que 3. em quem 4. através da qual 5. em que 6. de cujos 7. nos quais

A ordem numérica correta da coluna A é

A) 2 – 3 – 6 – 4 – 5 B) 1 – 4 – 1 – 4 – 5 C) 3 – 2 – 5 – 5 – 7 D) 2 – 7 – 1 – 5 – 6 E) 4 – 3 – 7 – 4 – 7

... Os boiadeiros urbanos capricham na indumentária (chegam a importá-la) e vivem uma fantasia que só fica a dever ao Carnaval carioca em termos de público e opulência. No carnaval, reis e princesas sonham até a Quarta-Feira de Cinzas. Em Barretos, imagina-se domar perigosos touros e potros ariscos. 17) Em “Os boiadeiros urbanos capricham na indumentária (chegam a importá-la)” (l. 1) , o pronome

sublinhado substitui “a indumentária”, evitando-se, assim, a repetição de termos na frase. A alternativa que não se usa o pronome de acordo com as exigências da norma culta da língua é

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Português 121 Professor Paulo Ricardo

A) A música country não pára de tocar nas emissoras locais porque os boiadeiros urbanos a preferem a qualquer outro ritmo nacional.

B) Um ônibus repleto de turistas cariocas parou na frente do melhor hotel da cidade, mas, antes mesmo do desembarque, o porteiro informou-lhes de que não havia mais vagas.

C) Os camelôs invadem Barretos nessa época do ano; podemos encontrá-los em todas as ruas movimentadas do centro.

D) Neste ano, os criadores de cavalos aproveitaram a cobertura da imprensa para protestar contra os altos juros bancários, mas o governo não lhes perdoou as dívidas.

E) “A costela está ótima!” – anunciou o garçon ao turista gaúcho – “O senhor vai querê-la com chantilly ou creme de leite?”

Foi-se o tempo em que os grandes agitos culturais dos estudantes do 2º grau eram o jornalzinho do 1

grêmio e os shows no auditório da escola. Em São Paulo, uma turma de jovens resolveu pensar em cultura 2 como gente grande e está colhendo bons resultados. Eles fazem parte da União Municipal dos Estudantes 3 Secundaristas, Umes. A entidade, reconhecida pelos órgãos públicos, representa 2,5 milhões de estudantes 4 paulistanos, mesmo aqueles que ainda estão no 1º grau ou abaixo dele. Por intermédio dela pode-se, por 5 exemplo, tirar a carteirinha que dá abatimento no ingresso do cinema. Há três anos, o departamento cultural, 6 da Umes, batizado de Centro Popular de Cultura, CPC, decidiu patrocinar a gravação de três CDs de artistas 7 desconhecidos da MPB. A iniciativa deu tão certo que acabou gerando o selo CPC – Umes, hoje com 35 discos 8 em catálogo e média de três lançamentos por mês. 9

A sigla CPC, naturalmente, remete à entidade homônima que, nos anos 60, ligada à União Nacional 10 dos Estudantes, agitou o país ao colocar idéias artísticas radicais a serviço do combate à ditadura. O CPC da 11 Umes é bem mais suave. Em comum com o primeiro, nutre apenas o nacionalismo explícito. Os artistas que 12 gravam em seu selo não querem saber de fundir maracatu com merengue. Preferem o samba e o choro em 13 estado puro. “Achamos necessário que a música nacional mais autêntica esteja presente na formação dos 14 jovens, mas eles não têm acesso a ela nos shows e na TV”, explica Pedro de Campos Pereira, 19 anos, 15 presidente da Umes e candidato à faculdade de economia. Ao lado de Pedro, à frente da entidade estão a vice-16 presidente Tatiana Chaves (20 anos, aspirante a psicóloga) e a diretora cultural Laura de Lucena (17 anos, que 17 pretende cursar artes cênicas). 18

Todo esse discurso pró-MPB seria vazio se vários dos CDs lançados pelo CPC-Umes não fossem 19 muito bons. Como o do grupo Bambu, que tem uma original formação de baixo, harpa, gaita e voz. Ou A Luz 20 do Vencedor, em que Luiz Carlos da Vila interpreta as composições do lendário sambista Candeia. Para 21 selecionar os artistas e comandar as gravações o CPC contratou o produtor Marcus Vinícius de Andrade, 50 22 anos, ex-diretor da gravadora Marcus Pereira. Sob sua batuta, nos anos 70, a Marcus Pereira realizou um 23 extenso mapeamento musical do Brasil e foi a primeira a lançar artistas como Cartola. “Hoje, todas as grandes 24 gravadoras estão atrás dos mesmos segmentos”, comenta Vinícius. “Na CPC-Umes não pretendo fazer 25 etnografia, apenas gravar artistas de qualidade”, ele completa, para gáudio de seus patrõezinhos. 26

18) A relação entre o verbo e a respectiva regência, no texto, está correta em apenas uma opção. Indique-a.

A) representa (l. 4) verbo transitivo indireto B) remete (l. 10) verbo transitivo direto C) agitou (l. 11) verbo transitivo direto e indireto D) interpreta (l. 21) verbo transitivo direto E) têm (l. 15) verbo intransitivo

19) Indique a alternativa que completa, respectivamente, as lacunas dos quadrinhos.

A) de – vêem – haviam B) de – vêm – havia C) que – vêm – existia D) de – vem – havia E) que – vem – existiam

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Português 122 Professor Paulo Ricardo

20) Os transeuntes olhavam o pobre mendigo com indiferença.

Se se substituir, na oração acima, a expressão sublinhada por pronome pessoal, tem-se a construção correta em:

A) olhavam ele; B) olhavam-lhe; C) olhavam-o; D) olhavam-lo; E) olhavam-no. 21) Dadas as orações

I. A criminalidade saiu da periferia das grandes cidades e atingiu a classe média. II. A causa da criminalidade é a miséria que assola as classes menos favorecidas.

Subordinando a 2ª à 1ª e empregando o pronome relativo adequado, o período resultante será:

A) A criminalidade, que saiu da periferia das grandes cidades e atingiu a classe média, é causada pela miséria que assola as classes menos favorecidas.

B) A criminalidade, que é causada pela miséria que assola as classes menos favorecidas, saiu da periferia das grandes cidades e atingiu a classe média.

C) A causa da criminalidade, que saiu da periferia das grandes cidades e atingiu a classe média, é a miséria que assola as classes menos favorecidas.

D) A criminalidade, cuja causa é a miséria que assola as classes menos favorecidas, saiu da periferia das grandes cidades e atingiu a classe média.

E) A causa da criminalidade, que é a miséria que assola as classes menos favorecidas, saiu da periferia das grandes cidades e atingiu a classe média.

OS EXCLUÍDOS DA TERRA

A fome é, certamente, uma das mais graves manifestações do estado de miséria a que parcela não-1 desprezível da população brasileira está submetida. Entre outras resultantes dessa pobreza extrema, a 2 precariedade das condições de saúde e a falta de acesso à educação formam um contigente de não-cidadãos 3 que, excluídos pela ausência de direitos e pela impossibilidade de exercer uma ação política transformadora, 4 encontram-se em um círculo vicioso de produção e reprodução incessante de miséria. 5

Romper esse círculo requer mais do que a simples satisfação de suas necessidades biológicas, embora 6 isso também seja essencial. É preciso que se assuma a miséria e a fome como uma questão política, construída a 7 partir de determinada opção por um modelo de desenvolvimento que contempla, de forma radical, determinados 8 interesses em detrimento de outros. 9

No caso do Brasil, a fome não existe por conta de uma incapacidade em produzir e comercializar os 10 alimentos, como ocorre em países conflagrados por guerras ou atingidos por catástrofes naturais. Ela resulta das 11 condições de acesso da população aos alimentos produzidos, a partir de uma distribuição extremamente desigual 12 da riqueza, determinada pelos níveis de renda (emprego e salário), no meio urbano, e pelas condições de 13 reprodução das famílias de pequenos produtores, no meio rural. 14 22) A preposição “a” (l. 1) é exigida pela seguinte palavra:

A) miséria B) que C) fome D) submetida E) parcela 23) Considere as orações:

I. O indivíduo deve se sentir responsável pela preservação dos recursos hídricos. II. As ações do indivíduo podem afetar os demais integrantes da sociedade.

Subordinando a segunda oração à primeira e empregando o pronome relativo adequado, o período resultante será:

A) As ações do indivíduo podem afetar os demais integrantes da sociedade, o qual deve se sentir responsável pela preservação dos recursos hídricos.

B) O indivíduo, cuja as ações podem afetar os demais integrantes da sociedade, deve se sentir responsável pela preservação dos recursos hídricos.

C) O indivíduo que as ações podem afetar os demais integrantes da sociedade deve se sentir responsável pela preservação dos recursos hídricos.

D) As ações do indivíduo, que deve se sentir responsável pela preservação dos recursos hídricos, podem afetar os demais integrantes da sociedade.

E) O indivíduo, cujas ações podem afetar os demais integrantes da sociedade, deve se sentir responsável pela preservação dos recursos hídricos.

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Português 123 Professor Paulo Ricardo

A violência contemporânea tem dois anabolizantes: a impunidade do menor delinqüente e os conflitos 1 de interesses no negócio milionário da produção e comercialização de alucinógenos. 2

Conforme Francis Fukuyama, “a mesma sociedade que não admite limites em sua inovação 3 tecnológica também não percebe os limites em muitas formas de comportamento pessoal, e as conseqüências 4 são o aumento do crime, famílias desfeitas, o malogro dos pais em exigir obrigações dos filhos, a recusa do 5 vizinho de ter responsabilidade pelo outro e a retirada dos cidadãos da vida pública”. 6

Ao contrario do que se narra nos contos de fadas, a infância, na vida real, é um festival de brutalidade. 7 Agredidas em casa pelos parentes, nas ruas pelos colegas e nos reformatórios por agentes do Estado que lhes 8 ensinam a linguagem do porrete, as crianças com quem deparamos nas calçadas são protagonistas de filmes 9 de terror. Sem a intermediação inteligente dos pais, em casa, e dos professores na escola, a inocência infantil 10 é um perigo: faltando ao ser humano em formação vivência para ser iniciado nos mecanismos da razão, ele se 11 torna escravo de instintos. 12

24) A preposição com (l. 09) é exigida pela seguinte palavra:

A) linguagem B) crianças C) quem D) deparamos E) protagonistas

Na carta mais extensa sobre a terra, a fauna e a flora do Brasil, datada de 1560, ele [Anchieta] atende 1

a um pedido do padre geral dos jesuítas para “escrevermos acerca do que seja digno de admiração ou 2 desconhecido nessa parte do mundo”. 3

Assunto é o que não faltava. A natureza do Novo Mundo era um assombro, com seus bichos exóticos, 4 cobras formidáveis, insetos jamais vistos pelos europeus. Era para eles que o sábio Anchieta escrevia, daí o 5 acento no exotismo, mas com a vantagem de uma conveniência íntima, ditada pela sobrevivência no dia-a-dia. 6 Quando fala nos animais, por exemplo, ele freqüentemente acrescenta detalhes pragmáticos – “as onças são 7 “boas para se comerem”, a carne de macaco faz bem aos doentes e a dos papagaios embora também 8 recomendada, em alguns casos provoca prisão de ventre”. “A divisão das estações do ano é totalmente oposta 9 à maneira por que aí se compreende: quando lá é primavera, aqui é inverso, e vice-versa”, explica Anchieta 10 aos interlocutores d’além-mar. “Ambas, porém, são de tal modo temperadas, que não faltam no tempo de 11 inverno os calores do sol para contrabalançar o rigor do frio, nem no estio, para tornar agradável os 12 sentimentos, as brandas aragens e os úmidos chuveiros.” Na fauna fluvial, o que mais merece atenção é “um 13 certo peixe, a que chamamos boi marinho, os índios os denominam iguaraguá, freqüentemente na capitania do 14 Espírito Santo e em outras localidades para o Norte”. Alimentam-se de ervas, amamentam os filhotes e 15 excedem o boi na corpulência. 16

25) Considere os seguintes enunciados:

I. Modificando as formas verbais do período situado entre as linhas 7 a 09 para o Pretérito Imperfeito do indicativo, teremos: falava – acrescentava– fazia – provocava.

II. O jesuíta não só foi um dos que mais se entusiasmaram com a fauna brasileira como um dos que a ela se referiram com mais ênfase.

III. Por vezes, Anchieta não lembrava do nome de muitos animais; confundia-os, simplesmente.

De acordo com a norma culta:

A) somente I e II estão corretos. B) somente I e III estão corretos. C) somente II e III estão corretos. D) todos estão corretos. E) todos estão incorretos.

26) Considere as orações:

I. Anchieta fala, com pragmatismo, das estranhezas do Brasil na época do descobrimento. II. Nos relatos de Anchieta, encontramos um retrato bastante precioso da fauna e da flora brasileira

do século XVI.

Subordinando a segunda à primeira e empregando o pronome relativo adequado, o período resultante será:

A) Nos relatos de Anchieta, que fala, com pragmatismo, das estranhezas do Brasil na época do descobrimento, encontramos um retrato bastante precioso da fauna e da flora brasileira do século XVI.

B) Anchieta, cujos relatos retratam de forma bastante preciosa a fauna e a flora brasileira do século XVI, fala, com pragmatismo, das estranhezas do Brasil na época do descobrimento.

C) Anchieta, a quem se atribui um relato bastante precioso da fauna e da flora brasileira do século XVI, fala, com pragmatismo, das estranhezas do Brasil na época do descobrimento.

D) Anchieta, para quem a fauna e a flora brasileira são bastante estranhas, fala, com pragmatismo, do Brasil do século XVI.

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Português 124 Professor Paulo Ricardo

E) Anchieta, em cujos relatos encontramos um retrato bastante preciso da fauna e da flora brasileira do século XVI, fala, com pragmatismo, das estranhezas do Brasil na época do descobrimento.

Quando o mundo assiste, estarrecido, ao assassinato, em Timor Leste, de milhares de pessoas, que 1

pagam pelo “crime” de ter uma outra religião (91% de católicos) e de falar uma outra língua (o português), uma 2 saudável epidemia toma conta da imprensa brasileira: os jornais publicam seções de valorização da língua 3 portuguesa. Em relação a Timor Leste, o Brasil tem grande responsabilidade, não só pelo seu interesse 4 estratégico na Ásia, mas, principalmente, em virtude de ser o maior guardião dos tesouros culturais 5 representados pela língua portuguesa. 6

A preocupação com a nossa língua talvez se deva ao fato de que nunca se escreveu e falou tão mal o 7 idioma de Rui Barbosa. Culpa, quem sabe, da deterioração do nosso sistema de educação básica ou do pouco 8 apreço que devotamos ao gosto pela leitura. Nosso índice “per capita” mal alcança dois livros por habitantes; 9 na França, por exemplo, oscila em torno de oito. 10

Além disso, os meios televisivos – salvo as exceções de praxe, como os programas gerados pela TV 11 Cultura de São Paulo – prestam um magistral desserviço à educação brasileira. Comunicadores falam mal, 12 atores não se expressam adequadamente, dublagens são feitas de forma chula, programas infantis 13 deseducam. 14

O que se pode esperar desse triste universo? Novas formas de regência, concordância e flexão verbal 15 são adotadas, contrariando as normas da língua padrão. Para que estudar verbos irregulares, se é mais fácil 16 dizer “interviu” ou “manteu” ? E o triste “houveram”? 17

27) Substitua

1. o substantivo assassinato (l. 1) por morte; 2. a expressão Timor Leste (l. 1) por esse país; 3. o verbo contrariando (l. 16) por desobedecendo.

Considerando-se a modalidade de língua culta, as formas obtidas, no período em que se encontram, serão, respectivamente,

A) à morte – a esse país – as normas da língua padrão. B) à morte – a esse país – às normas da língua padrão. C) a morte – a esse país – as normas da língua padrão. D) a morte – à esse país – às normas da língua padrão. E) à morte – à esse país – às normas da língua padrão.

Segunda – A senhora Alexandra Xandra guardava, com amor, ____ mais de dez anos, um amuleto que 1

seu marido lhe dera ao falecer. Quando em casa, ela o colocava sobre sua mesinha-de-cabeceira. Durante as 2 férias, nunca se esquecia de _____na mala. Na rua, no táxi, no ônibus, a senhora Xandra sempre levava consigo 3 seu amuleto. Hoje, depois de dez anos de fidelidade e luto, enquanto se preparava para assistir ao desfile das 4 escolas, a senhora Xandra resolveu, por pura curiosidade, puxar a argolinha que enfeitava a cabeça do amuleto. 5 Foi só então que percebeu, tardiamente, que _____ de uma granada. O enterro será na Quarta-Feira de Cinzas, 6 nos lotes 122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129 e 130. 7 28) Assinale a alternativa que preenche, de acordo com o padrão culto da língua, as lacunas do texto nas linhas 1,

3 e 6, respectivamente. A) há – guardá-lo – tratava-se B) a – guardá-lo – se tratava C) à – guardar-lhe – tratava-se D) há – guardá-lo – se tratava E) a – guardar-lhe – se tratava 29) “(...) a senhora Xandra resolveu, por pura curiosidade, puxar a argolinha (...)” (l. 5) Assinale a alternativa cujo verbo apresenta, no texto, a mesma regência do verbo sublinhado no fragmento. A) guardava (l. 1) B) dera (l. 2) C) falecer (l. 2) D) assistir (l. 4) E) será (l. 6)

Walt Disney, um dos pais do desenho animado comercial, o homem que povoou a fantasia de milhões 1

de crianças e adultos nos quatro cantos do planeta com personagens como Mickey e Pato Donald, flertou com 2 o nazismo e colaborou com o FBI, a polícia federal americana. Quem garante é o escritor americano Marc Eliot, 3

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Português 125 Professor Paulo Ricardo

no livro Walt Disney: o príncipe oculto de HollyWood, que já provoca controvérsia antes mesmo de ser lançado. 4 Durante 25 anos. Disney, segundo Eliot, municiou o ex-diretor do FBI J. Edgar Hoove com informação sobre 5 comunistas em HollyWood e, na década de 30, participou de reuniões de nazistas americanos. “Trata-se de 6 uma tentativa suja de conseguir dinheiro e manchar a imagem de um grande homem”, contra-atacou o porta-7 voz da Disney, John Dreyer. “Disney, certamente, era anticomunista, mas nunca encontrei indícios de que era 8 informante”, argumentou Richard Greene, autor do best seller O homem por trás da magia. Mas o diário The 9 New York Times, que garante ter provas da ligação de Disney com o FBI, sentenciou: “Não há dúvida de que o 10 material apresentado pelo senhor Eliot é autêntico.” 11

30) Indique a asserção INCORRETA quando à regência verbal. A) “povoou” (l. 1) está para “a fantasia” (l. 1) assim como “provoca” (l. 4) está para “controvérsia” (l. 4). B) “flertou” (l. 2) está para “nazismo” (l. 3) assim como “colaborou” (l. 3) está para “FBI” (l. 3). C) “municiou” (l. 5) está para “ex-diretor” (l. 5) assim como “encontrei” (l.8) está para “indícios” (l. 8). D) “conseguir” (l. 7) está para “dinheiro” (l. 7) assim como “manchar” (l. 7) está para “a imagem” (l. 7). E) “há” (l. 10) está para “dúvida” (l. 10) assim como “é” (l. 11) está para “autêntico” (l. 11).

Está na moda anunciar o fim. Profetas do caos já diagnosticaram, na literatura, o fim do romance. 1

Historiadores falam até mesmo no fim da história. Após o surgimento da televisão, multiplicaram-se os que 2 pressentiam o fim do jornal impresso. Mais motivos têm agora, com a proliferação espantosa de novos meios 3 eletrônicos de comunicação, para falar da morte do nosso jornal de todo dia. Mas os jornais seguem em frente. 4

Não estamos diante do fim, sem duvida, mas ninguém discorda de que o jornalismo impresso vive tempos 5 difíceis. 6

Reconhecido isso, eu gostaria de tratar de uma questão que me parece estar ligada em tudo ao problema 7 da queda do índice de leitura. No afã de aproximar-se mais da televisão, o jornal encheu-se de fotos coloridas. E, 8 num apelo, provavelmente dirigido aos jovens – forjados na cultura da TV - , encurtou e simplificou ao máximo 9 seus textos. Até que ponto esta superposição, ou seja, jornal parecido com televisão, também teve culpa na perda 10 dos leitores? Será que os leitores nos obrigam a simplificar o jornal ou será que nós próprios, jornalistas, 11 desidratamos os jornais para tentar cativar os nossos leitores? Estamos diante do velho e insolúvel dilema da 12 primazia – a galinha ou o ovo? 13

31) Em relação à regência, analise os verbos sublinhados. I. “Profetas do caos já diagnosticaram, na literatura, o fim do romance” (l.1). II. “...o jornalismo impresso vive tempos difíceis” (l.5 e 6). III. “...eu gostaria de tratar de uma questão...” (l. 7). Os verbos sublinhados classificam-se, respectivamente, como

A) intransitivo, transitivo indireto, transitivo direto. B) intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto. C) transitivo indireto, intransitivo, intransitivo. D) transitivo direto, transitivo indireto, intransitivo. E) transitivo direto, transitivo direto, transitivo indireto. Responder à questão 32 considerando as frases 1 a 5, abaixo. 1. Os responsáveis pelo grupo de universitários conheciam os locais que seriam visitados detalhadamente. 2. A jovem recebeu os bilhetes para a viagem aérea antecipadamente. 3. Agradecido, o prefeito homenageou os responsáveis pela reforma da estação rodoviária. 4. Para o êxito de sua tarefa, os estudantes obedecem aos preceitos básicos do trabalho em grupo. 5. O coordenador do programa divulgou os prazos de inscrição para o próximo evento. 32) De acordo com o nível culto do idioma, os pronomes que poderiam substituir os termos grifados nas frases

acima se encontram, pela ordem, na alternativa A) os – nos – os – a eles – os B) nos – os – os – a eles – os C) lhes – os – a eles – nos – lhes D) a eles – a eles – lhes – nos – nos E) nos – os – lhes – nos – os

Assim que a seleção francesa foi desclassificada, tirando da competição a supostamente invencível 1 Marselhesa, The Guardian anunciou: “O Brasil agora possui o melhor hino nacional da Copa Mundial de 2002”. 2 E não apareceu ninguém para desmentir ..... jornal inglês. 3

Para The Guardian, o nosso hino nacional é “o mais alegre, o mais animado, o mais melodioso e o 4 mais encantador do planeta”. A despeito da secular pinimba dos britânicos com os franceses, não me pareceu 5 forçada ...... restrição que fizeram ...... Marselhesa e seus “belicosos apelos às armas”, desfavoravelmente 6

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Português 126 Professor Paulo Ricardo

comparados ao estímulo aos sentimentos nacionais e às belezas naturais do florão da América contido nos 7 versos que Joaquim Osório Duque Estrada escreveu para a música de Francisco Manuel da Silva. 8

Cânticos de louvor ..... nações e seus povos, os hinos pouco se diferenciam: são quase sempre 9 hipérboles patrióticas, não raro jingoístas, demasiado apegadas a glórias passadas e inclinadas a exortar a 10 alma guerreira que em muitos de nós dormita. Entretanto, comparado aos hinos dos países que nós 11 derrotamos nas três fases da Copa, o nosso ganha fácil em beleza melódica e expressividade poética. “É como 12 se tivesse vindo pronto, já composto, de uma casa de ópera”, bajulou The Guardian. 13

Quase um século nos separa da concepção da letra do Hino Nacional Brasileiro. Ela é antiga, solene, 14 inflamada, alambicada, anacrônica, como todas de sua espécie. Custamos a nos acostumar com ela. Suas 15 anástrofes e seus cacófatos até hoje aturdem as crianças. Passei um bom tempo de minha infância sem atinar 16 para o sentido de alguns versos e acreditando que a nossa terra era “margarida”, e não “mais garrida”. Por uma 17 deformação mental qualquer – ou, quem sabe, condicionado por outros hinos e por fatos de nossa nada 18 incruenta história -, vivia a cantar “paz no futuro e guerra (em vez de glória ) no passado”. 19

Encontrei uma versão em que tiraram do berço o gigante eternamente deitado: “Erguido virilmente em 20 solo esplêndido / Entre as ondas do mar e o céu profundo”. Prefiro os versos originais. Não por convicções 21 ideológicas, mas por uma questão de métrica, de eufonia – e um pouco por desconfiar que sempre vivemos 22 deitados em berço esplêndido, dormindo mais do que deveríamos. 23

33) Assinale com V (verdadeiro) as ocorrências em que a palavra que substitui uma palavra ou expressão

anteriormente explicitada no texto e com F (falso) as ocorrências da palavra que em que isso NÃO ocorre.

( ) que a seleção francesa foi desclassificada (l.01) ( ) que Joaquim Osório Duque Estrada escreveu (l. 08 ) ( ) que nós derrotamos nas três fases da Copa (l. 11 e 12 ) ( ) que a nossa terra era “margarida”(l. 17) ( ) que sempre vivemos deitados em berço esplêndido ( l.22 e 23)

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) V – F – F – V – V B) F – V – V – F – F C) F – V – V – V – F D) F – F – F – F – V E) V – V – F – F – F

Ao tomarem Cunduz, no Afeganistão, os homens da Aliança do Norte encontraram um soldado do 1 Taleban, Abdul Hadid, sentado na calçada, baleado, tremendo de choque, com as roupas .......... de sangue. No 2 pequeno grupo hostil e ....... que se formou ao seu redor, Abdul percebeu que havia dois jornalistas ocidentais, 3 as únicas caras, provavelmente, a mostrarem compaixão. Endereçou a eles seu único ( e último?) pedido de 4 ajuda da seguinte maneira: “Tenho um amigo na Alemanha”. Depois disso, foi levado embora – oficialmente, 5 para um hospital. 6

É como se Abdul dissesse aos que podiam entendê-lo, ou seja, aos ocidentais presentes: não sou “todo 7 daqui, minha tribo não resume inteiramente minha humanidade. Na hora de morrer por causa de uma diferença 8 étnica, ele invocou um mundo em que, em princípio, tribos e crenças não seriam condições de cidadania. 9

Não acredito que a frase de Abdul fosse uma ........... oportunista. É mais provável que ela manifestasse 10 uma dolorosa contradição de fundo. Por um lado, há a vontade de defender o que, desde sempre, constitui uma 11 espécie de essência: a devoção, a fidelidade exclusiva à tribo; por outro, há a sedução da Alemanha, para onde 12 já fora o amigo. Qual é a força dessa sedução? Será que está apenas na abundância de bugiganga? 13

34) Em relação a construções pronominais no texto, são feitas algumas propostas de alteração. Assinale a

alteração que, se realizada, seria INCORRETA.

A) Substituir a eles (l.4 ) por lhes. B) Substituir aos (l. 7) por aqueles. C) Suprimir o pronome ele (l. 9). D) Substituir em que (l. 9) por onde. E) Substituir o (l. 11) por aquilo.

Se escapar do bombardeio ........ está sendo submetido, um achado divulgado anteontem por 1 pesquisadores do Reino Unido poderá mudar a história da ocupação humana da América. Segundo eles, 2 pegadas de pessoas descobertas no centro do México teriam 40 mil anos – embora os registros mais antigos da 3 presença humana no continente não ultrapassem ......... 13 mil anos. 4

A equipe, liderada pela geoarqueóloga mexicana Sílvia Gonzalez, achos os rastros na beira de um antigo 5 lago assolado por chuvas de cinza vulcânica. Imagina-se que, depois de um desses episódios, um grupo de 6 pessoas (entre as quais crianças, ajulgar pelas dimensões das pegadas) teria caminhado sobre a cinza, 7 deixando sua marca. 8

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Usando uma série de métodos diferentes, o grupo britânico datou fósseis de animais no mesmo nível da 9 pegada, assim como sedimentos em volta da própria, chegando à data de por volta de 40 mil anos antes do 10 presente. Hoje, o sítio arqueológico das Américas mais antigo cujas datas são aceitas pelos cientistas é Monte 11 Verde, no extremo sul do Chile, com seus 12,5 mil anos. Poucos pesquisadores põem em dúvida a idéia de que 12 os primeiros americanos cruzaram o estreito de Bering, vindos do extremo nordeste da Ásia, para chegar ao 13 Novo Mundo. 14

“Novas rotas de migração ..... expliquem a existência desses sítios muito mais antigos precisam ser 15 consideradas. Nossos achados reforçam a teoria ...... esses primeiros colonos tenham vindo pela água, usando a 16 rota da costa do Pacífico”, disse González em comunicado. 17

35) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 01, 04, 15 e 16. A) ao qual – os – que – de que B) que – aos – que – em que C) no qual – a – nas quais – de que D) a que – os – em que – de acordo com a qual E) que – aos – em que – de acordo com a qual

Bom aí é ..... a senhora e .... eu não tenho queixa dos meus alunos nunca precisei assim de ralhar um aluno .... 1 mas no tempo que eu era guria havia muito respeito agora o que eu vejo que as minhas colegas contam ..... eu 2 fico horrorizada né? .... eles não têm mesmo respeito eu acho que .... se não têm é porque eu acho que os 3 professores é que não .... que não sabem exigir ou também é proibido passar aquele castigo alguma coisa 4 assim que no tempo da gente tinha né? ...... a gente recebia o seu castiguinho ...... copiar a mesma lição uma 5 porção de vezes ..... quer dizer que aquilo botava o pessoal na linha ...... agora hoje em dia não não o 6 professor não pode dizer nada ele ..... os alunos parece que tomam conta ..... dos professores .... ao menos é o 7 que eu ouço contar,né? ..... a gente ouve dizer por aí né? Não que eu esteja vendo porque eu não estou 8 estudando agora não sei ... só sei que ... a gente ouve dizer por aí ... me desculpe se falei demais. 9

36) Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-lo- Neste texto, seria possível, sem alterar o sentido contextual, substituir

1 – mesmo (l. 03) por realmente. 2 – tinha (l. 05) por existia. 3 – só (l. 09) por apenas. Quais propostas estão corretas? A) Apenas 1. B) Apenas 3. C) Apenas 1 e 2. D) Apenas 2 e 3. E) 1, 2 e 3. 37) No bloco superior, abaixo, estão trancritos três segmentos da entrevista com marcas de oralidade; no bloco

inferior, são feitas afirmações sobre aspectos formais dessas marcas. Associe adequadamente o bloco superior ao inferior.

( ) no tempo que eu era guria (l. 02) ( ) aquilo botava o pessoal na linha (l.06) ( ) me desculpe se falei demais (l. 09)

1 – Contém omissão de marca de concordância obrigatória na língua culta. 2 – Contém apagamento de palavra de uso obrigatório na construção sintática da língua culta. 3 – Contém emprego de ordem sintática usual na língua falada, mas inadequada na língua culta. 4 – Contém expressão usual na língua falada, mas inadequada na língua culta. A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) 2, 4 e 1. B) 2, 4 e 3. C) 3, 2 e 4. D) 4, 1 e 2. E) 4, 3 e 1.

Assim como as outras ciências, a Medicina não escapou ao mito da estagnação medieval. Nas obras que 1 ainda alimentam esse clichê, lê-se que a Medicina passou quase mil anos num sono profundo, entre a 2

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Português 128 Professor Paulo Ricardo

Antigüidade e o Renascimento. Os indícios que sustentam essa conclusão convergem em alguns aspectos: a 3 ausência de invenções espetaculares e de médicos excepcionais, a feitiçaria onipresente e a influência da 4 Igreja sobre as ciências. A Medicina era domínio de monges, filósofos e charlatães. 5

Ainda hoje, nossa visão da Idade Média permanece impregnada dessas idéias, que se baseiam, no 6 entanto, num ponto de vista moderno: em vez de serem colocadas na perspectiva da época, as ciências são 7 avaliadas tomando como parâmetro os critérios atuais. Assim a crítica segundo a qual a Igreja teria exercido 8 uma dominação aniquiladora do progresso é típica de uma sociedade laica. Para os cristãos da Idade Média, 9 ao contrário, não existia alternativa: eles acreditavam que os judeus, os pagãos e os hereges estavam 10 condenados às penas do inferno. A Medicina medieval era praticada na base de uma fé jamais colocada em 11 questão e encontrava seu lugar numa visão de mundo inteiramente religiosa. A Medicina era mais uma filosofia 12 da Natureza que uma ciência da Natureza, no sentido moderno do termo. 13

Ora, sem as bibliotecas monásticas, o trabalho dos monges copistas e o interesse que os eruditos 14 eclesiásticos demonstravam pela terapêutica, os escritos antigos de famosos médicos romanos, gregos ou 15 árabes estariam perdidos. Depois da queda do Império Romano, apenas os religiosos sabiam ler e escrever e 16 dominavam a língua erudita européia, o latim. Dessa forma, a Igreja permitia a continuidade da cultura e a 17 sobrevivência da filosofia antiga – e pagã. 18

Para o cristão devoto, a saúde e a salvação estavam alegoricamente ligadas: a Medicina cuidava do 19 corpo que perecia, e a religião, da alma imortal. O médico tinha de reconhecer as doenças e buscar tratá-las 20 pelos meios terrestres. Só se ele atingisse seus limites é que deveria ceder lugar _______ ajuda religiosa. 21

38) Assinale a preposição ou a combinação de preposição com artigo que, no texto, é regida por uma forma

verbal. A) de (o primeiro da l. 04) B) sobre (l. 05) C) do (l. 09) D) pela (l. 15) E) da (l. 20) GABARITO: 01-C, 02-B, 03-C, 04-E, 05-B, 06-B, 07-B, 08-D, 09-A, 10-E, 11-D, 12-B, 13-C, 14-B, 15-E,

16-A, 17-B, 18-D, 19-B, 20-E, 21-D, 22-D, 23-E, 24-D, 25-A, 26-E, 27-B, 28-D, 29-A, 30-E, 31-E, 32-B, 33-B, 34-B, 35-A, 36-E, 37-B, 38-D

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Português 129 Professor Paulo Ricardo

CRASE

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Português 130 Professor Paulo Ricardo

CASOS ESPECIAIS DE CRASE:

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Português 131 Professor Paulo Ricardo

CRASE – PRINCÍPIO GERAL

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Português 132 Professor Paulo Ricardo

OBSERVAÇÕES FINAIS:

EXERCÍCIOS DE AULA: A) Corrija o a quando for preciso. 1) Confiei a tarefa a Vossa Senhoria. 2) A noite exerce grande fascínio nas pessoas. Por

isso, os namorados gostam de sair a noite. 3) A aluna se candidatou a líder da turma. 4) Não pôde entregar-se as suas ilusões. 5) Daí a meia hora após tomar o remédio vieram de

novo os vômitos. 6) A muito, por combinação entre as partes, nenhum

deles trazia mulher a casa a tarde. 7) Vinha chegando a ele a grande batalha que Deus

lhe reservara a vinte anos. 8) Por favor, não fique em frente a televisão. 9) Combinamos para as quatro horas da tarde a

festa.

10) Todos já tinham ido embora as seis da tarde. 11) Voltamos a Maceió nas férias. 12) Cheguei a conclusão de que estudara pouco. 13) Por que foges a palavra dele? 14) Viajamos a terra de minha namorada. 15) Os marinheiros, após meses no mar, chegaram a

terra. 16) Vá a casa da Márcia e entregue a ela meu livro. 17) No feriado iremos a Cruz Alta de Érico Veríssimo. 18) O rapaz foi a Farrapos e conheceu seu primeiro

amor. 19) Fique a distância. 20) Ele vai a outra cidade que ainda não sabemos

qual é.

B) Idem ao exercício anterior. 21) Já estavam a poucos metros da clareira, aonde

chegaram por um atalho aberto a foice. 22) A seu lado, a menina observava-o

disfarçadamente. 23) Bento deu um passo a frente, pediu a palavra e

ficou cara a cara com seu oponente. 24) O atleta concedeu entrevista a Imprensa. 25) Disse o que não devia as pessoas erradas. 26) Disse o que não devia a pessoas erradas. 27) Essa atitude não reflete a capacidade que tens. 28) Quanto a estudar, vou pensar no caso. 29) Quanto a conta, já vou pagá-la. 30) No que se refere as considerações que fizemos,

penso que não devemos arrepender-nos. 31) Ficamos frente a situação, e não nos intimidamos. 32) Refiro-me a dificuldades insuperáveis. 33) Fiz alusão as dificuldades por que passamos. 34) Não mandaste a Márcia a revista que comprei.

35) Disse a verdade a nossas irmãs. 36) Disse a verdade as nossas irmãs. 37) Disse a verdade a nossa irmã. 38) Seu amigo falou o que não devia a suas colegas. 39) Seu amigo falou o que não devia as suas colegas. 40) Seu amigo falou o que não devia a sua colega. 41) Fomos até a sala do diretor. 42) As vezes ela se faz de boba. 43) A criança fazia as vezes de pai. 44) Ele perdeu todas as vezes em que jogou. 45) Amanhã iremos até a praia. 46) Isso não corresponde a verdade. 47) A verdade não correspondeu a teus anseios? 48) A verdade veio a tona. 49) O homem matou o bandido a bala. 50) A propósito, como estou hoje? 51) Não fiz referência a mulher nenhuma. 52) Isso não vale a pena.

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Português 133 Professor Paulo Ricardo

TESTES:

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o aumento da expectativa de vida no Brasil pode ser um dado 1 negativo, pois, em 25 anos, o país será o quinto mais populoso do mundo. Em 1950, os brasileiros morriam aos 43 2 anos, em média; no ano 2000, morrerão com 70. Estima-se que 14% da população brasileira serão compostos por 3 idosos na virada do século, que vão chegar _____ essa idade sem condições dignas de vida, doentes e 4 desamparados. 5

Ao contrário dos países ricos, como a França, onde a expectativa de vida cresceu devido _____ melhoria 6 da qualidade de vida, no Brasil o fenômeno se deu porque ____ mortalidade infantil diminuiu e novas tecnologias 7 de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças, prolongaram o tempo médio de vida. Hoje, 8 nosso país tem 6,8 milhões de idosos. 9 01) Qual das alternativas preenche corretamente as lacunas do texto (linhas 4, 6 e 7). A) à – à – a B) à – a – à C) à – a – a D) a – a – à E) a – à – a

Este livro é um relato pessoal de 1964. Participei como jornalista e conheci algumas pessoas que tiveram 1

bastante a ver com aquele desfecho que influiu (quanto?) na nossa história. Perguntei a amigos sobre nomes, 2 ocorrências e alguns dados de que me sentia incerto. Faço algumas referências ao período depois de 1964, 3 porque pertinentes, acredito, ao evento, mas o que me interessa é o antes e o durante. 4

Há muitas versões sobre 1964, além de fabulação, quer dizer: de um dado real são construídas fantasias 5 do tamanho da paranóia de quem nos conta. Todos somos de certa forma ficcionistas. É praticamente impossível 6 não colorir com nossa personalidade o que narramos. A memória sempre nos trai. 7 02) Leia as seguintes sugestões de mudanças em passagens do texto. I. Substituição de aquele desfecho (linha 2), por a condução do conflito. II. Substituição de amigos (linha 2) por amigas. III. Substituição de evento (linha 4) por questão. Caso estas mudanças ocorressem, quais delas implicariam o emprego obrigatório da crase no contexto indicado?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e III E) I, II e III

Em relação_____ uma simples lista, uma receita acrescenta novos elementos, uma vez que compreende dois aspectos: a lista das instruções e dos ingredientes mais a ação. Quanto às instruções, verificamos que umas são relativas____ preparação e outras ao consumo. O primeiro caso é característico da culinária; o segundo, da medicina. O modo de preparação pode ser deliberadamente ocultado ao mundo exterior, seja por sua escrita cifrada, seja através de instruções muito genéricas que apenas as pessoas do mesmo ofício entenderão. Este secretismo também pode ser observado ocasionalmente na culinária. A omissão de indicações das quantidades dos ingredientes nas receitas pode ter sido um expediente intencionalmente adotado para preservar os segredos profissionais, pois as receitas surgem freqüentemente ligadas_____ ofícios que exigem uma aprendizagem específica. 03) Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do texto. A) à – à – à B) à – à – a C) a – a – a D) a – à – a E) à – a – à

No Parque do Xingu, os habitantes caçam, jogam e criam seus filhos. Por trás dessa aparência de 1 harmonia, se esconde uma babel: lá são faladas 17 línguas, com média de 200 falantes cada uma. O interessante 2 é que a distância entre elas é maior do que, por exemplo, a que existe entre espanhol e português, de tal forma 3 que os índios do parque não entendem a língua dos povos vizinhos. Algumas dessas línguas são estruturalmente 4 bastante sofisticadas: o kamaiurá possui declinações, como o latim, para marcar a ........... da palavra na frase 5 (sujeito, objeto direto, etc.). Também se expressa através de um sistema de declinações o grau de certeza do 6 .......... quanto ao assunto de que fala. Se ele tem certeza, usa um sufixo; se ouviu de terceiros, usa outro. No 7

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Português 134 Professor Paulo Ricardo

português, isso é indicado por expressões como “eu acho” , “eu ouvi falar”, ou pela colocação de verbos no......... 8 Em relação ao vocabulário, o kamaiurá tem, por enquanto, cerca de 2.000 palavras já catalogadas. Seus falantes 9 têm centenas de palavras para árvores e, claro, nenhuma equivalente a “chip” ou “laser”. 10 04) Em relação ao segmento “a que” (l. 3), são feitas três afirmações. I. Entre “a” e “que” poderia ser inserido, sem prejuízo do significado original da frase, um substantivo que já

apareceu no mesmo período. II. O segmento “a que” constitui uma expressão de ênfase, equivalente a “é que”, em frases como “A distância é

que nos une sempre.” III. O “a” não recebe acento indicado de crase por ser apenas uma preposição. Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas III C) Apenas I e III D) Apenas II e III E) I, II e III

Além do óbvio apelo............ tradição cristã do povo, que facilitava............ transmissão da imagem de um Cristo cívico, poder-se-ia perguntar por outras razões do êxito de Tiradentes como herói republicano, porque não foi sem resistência que ele atingiu tal posição. Tiradentes tinha competidores históricos ao título de herói do novo regime instalado em 1889, entre os quais Frei Caneca, mártir das causas liberais no Nordeste, que acabou fuzilado. Possivelmente o motivo central da escolha do mineiro foi o fato de a conjuração de que participou jamais ter alcançado........... ação concreta, poupando ao país violência e derramamento de sangue e rendendo-lhe a aura de mártir imaculado. 05) Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do texto. A) à – a – a B) à – a – à C) à – à – à D) a – à – a E) a – a – a

Noutro dia, numa reunião de professores, eu dizia aos demais que o meu trabalho como professor de 1 segundo grau, em última análise, visava, nuclearmente, a contribuir com a formação de pessoas competentes 2 para a vida. Um colega mais jovem indagou-me o que eu entendia por competência, que a seu juízo esta era 3 uma idéia muitíssimo relativa, que o que era competência para mim podia não corresponder à noção que ele 4 fazia de competência, que, assim sendo, eu tivesse a gentileza de dizer o que era, a meu ver, competência. 5 _____, sem saber se me encontrava diante de uma indagação eivada da maior profundidade ou de uma 6 redonda _____, procurei uma resposta que seguisse, digamos, uma linha mais _____: disse que competência 7 não era uma coisa tão relativa assim, que seria as mesmas, para ele e para mim, as expectativas sobre a 8 competência que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que nos estivesse a ______uma ponte de 9 safena. A coisa ficou por aí. Mas é dessa maneira que se sedimenta um ambiente onde a idéia de 10 competência, entre outras, toma conotação relativística, e a escola de segundo grau vai, hoje, apresentando a 11 sua contribuição para, democraticamente, formar futuras guildas de incompetentes profissionais. 12

06) Considere as seguintes afirmativas. I. Se substituíssemos corresponder (l. 4) por refletir, seriam mantidas, no contexto da frase, as condições para

o emprego da crase. II. Se substituíssemos sobre (l. 8) por quanto, ocorreriam, no contexto da frase, as condições para o emprego da

crase. III. Se substituíssemos a expressão diante de (l. 6) por frente a, ocorreriam, no contexto da frase, as condições

para o emprego da crase. Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas II e III E) I, II e III

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Português 135 Professor Paulo Ricardo

No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras. Houve tempo em que, romântica, ela batia à 1 nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava por uma roupinha velha. Conhecíamos 2 os nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Eram parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vesti-3 los, aliviávamos nossas consciências. Dormíamos o sono dos justos. 4

A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um elemento 5 da paisagem. Algo para ser visto pala janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o 6 viaduto. 7

A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, 8 esfarrapada, no vidro de nosso carro. Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a 9 exercitar nossa infinita bondade pingando esmola em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos 10 travesseiros. 11

Com o tempo a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a 12 docilidade. A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica. Os telejornais passaram a despejar 13 violência sobre o tapete da sala, aos pés de nossos sofás. Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema 14 de miséria encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o botão da 15 TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía. Vivia-se nesta fase, a utopia da cesta básica. Tentava-se 16 remediar anos de omissão com programas oficiais paternalistas. 17

Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede: exige. Ela já não suplica; toma. A miséria não 18 bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro; arranca os relógios dos braços 19 distraídos. 20

07) Considere as seguintes afirmações acerca do uso de crase no texto: I. Caso substituíssemos nos (l. 2) por todas as pessoas, seriam criadas as condições necessárias para o uso

da crase. II. Caso substituíssemos eram parte por pertenciam (l. 3), seriam criadas as condições para o emprego da

crase. III. Caso substituíssemos dar por emprestar (l. 5) seriam mantidas no contexto da frase as condições para o

emprego da crase. Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e III D) Apenas II e III E) I, II e III

Astucioso, egoísta, alerta às chances de burlar os cidadãos e o Estado, espantoso desrespeito pelo bem

comum e pelas leis – esta a imagem que se tem do corrupto, o mais notório personagem da realidade política atual, no Brasil, e, pode-se dizer, no mundo. “Mas quem, afinal, são os corruptos?”, provoca o psicanalista Manoel Tosta Berlinck, de São Paulo. Aqueles que trabalham para o governo e se apropriam de bens públicos? Os profissionais liberais que não declaram integralmente seu imposto de renda? O chefe de compras que aceita propina para escolher o fornecedor da empresa onde trabalha? Toda população, enfim, ..................não exige nota fiscal ao fazer suas compras e facilita aos comerciantes lesar o fisco? 08) Considere as seguintes afirmativas sobre o primeiro período do texto (linhas 1 a 3). I. Em termos de continuidade, teríamos um aperfeiçoamento na construção do período e uma maior clareza se,

ao invés de astucioso, egoísta e alerta tivéssemos astúcia, egoísmo e atenção. II. Se substituíssemos alerta por atenção, as condições para o emprego da crase, no período, não seriam

mantidas. III. Se substituíssemos desrespeito por descuido, a preposição que dá continuidade ao período poderia ser

mantida.

Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e II E) I, II e III

Pais e adultos em geral são incompetentes para entender o que vai pela cabeça das crianças; estas 1 por sua vez, são incapazes de detectar o que se esconde sob os gestos e as frases dos mais velhos. Na zona 2 cinzenta que reúne essas duas conhecidas limitações, reside o objeto de “Quarto de Menina”, estréia literária 3 da psicanalista carioca Livia Garcia Roza. 4

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Português 136 Professor Paulo Ricardo

Luciana, oito anos, filha única de pais separados, é inteligente, sapeca, sem papas na língua e mora 5 com o pai, intelectual pacato, caladão, professor de filosofia. É ela a narradora do livro. Ao longo de 180 6 páginas, relata o seu cotidiano, que se limita, aqui, ao próprio quarto, à biblioteca do pai, à sala e à casa da 7 mãe.[...] 8

09) A seguir são apresentadas cinco possibilidades de substituição da expressão se limita (linha 7). Qual delas

manteria as crases das linhas 7 e 8? A) consiste B) se constitui C) compreende D) não ultrapassa E) se restringe

Quando tratavam de maneiras..........mesa, os manuais de civilidade medievais – ou talvez devamos dizer “manuais de cortesia”, tendo em vista a época – condenavam as manifestações de gula, a agitação, a sujeira, a falta de consideração pelos outros convivas. Tudo isso persiste nos séculos XVII e XVIII, porém novas prescrições se acrescentam........antigas. Em geral, elas desenvolvem.......idéia de limpeza – já presente na Idade Média – , ordenando que se usem os novos utensílios de mesa: pratos, copos, facas, colheres e garfos individuais. O emprego dos dedos é cada vez mais proscrito, bem como a transferência dos alimentos diretamente da travessa comum para a boca.

Isso evidencia não só uma obsessão pela limpeza, como ainda um progresso do individualismo: o prato, o copo, a faca, a colher e o garfo individuais na verdade erguem paredes invisíveis entre os comensais. Na idade Média, levava-se a mão ao prato comum, duas ou três pessoas tomavam a sopa numa só escudela, todos comiam a carne na mesma travessa e bebiam de uma única taça que circulava pela mesa; facas e colheres, ainda inadequadas, passavam de um conviva a outro; e cada qual mergulhava seu pedaço de pão ou de carne em seleiros e molheiras comuns. No séculos XVII e XVIII, ao contrário, cada comensal é dono de um prato, um copo, uma faca, uma colher, um garfo, um guardanapo e um pedaço de pão. Tudo que é retirado das travessas, molheiras e saleiros comuns deve ser pego com os utensílios adequados e depositado no prato antes de ser tocado com os próprios talheres e levado...........boca. Cada conviva é encerrado numa espécie de gaiola imaterial. Por que tais precauções, dois séculos antes de Pasteur descobrir a existência dos micróbios? O que vem a ser essa sujeira que tanto se teme? Não será principalmente o medo do contato com o outro? 10) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto na ordem em que aparecem. A) à – às – à – a B) a – a – à – a C) à – as – a – à D) à – às – a – à E) a – as – à – à

Por que cargas d’água o futebol não tem na literatura brasileira a correspondência de sua verdadeira 1 dimensão na nossa sociedade? Na verdade, pode-se..........essa questão para todas as demais manifestações 2 artísticas – música, cinema, teatro e artes plásticas. De..........muito, o futebol se infiltrou de tal forma no tecido 3 social brasileiro que está presente no nosso dia-a-dia de maneira sufocante. Respiramos futebol e falamos de 4 futebol, quer gostemos ou não de futebol. Ele já faz parte da própria natureza do brasileiro. Mas isso não está 5 devidamente expresso na poesia ou na prosa, nem impresso nas obras espalhadas pelas galerias de arte, 6 tampouco projetado nas telas de cinema, representado devidamente nos palcos ou capturado em seu rico 7 gestual pelas coreografias de balé. 8

Talvez a resposta esteja com o professor, ensaísta, poeta, escritor e gênio em geral, Décio Pignatari, que, 9 a propósito, me disse certa vez: “É que o futebol é muito maior do que a criação artística” 10

O que o mestre queria dizer, se entendi, é que o futebol incorpora a graça do balé, a dinâmica do cinema, 11 a expressão do ser e dos movimentos das artes plásticas; ele cria os mais inverossímeis personagens, tece as 12 tramas mais insólitas que a ficção possa conceber e nos derrama um belo verso, ao menos,..........cada partida. 13 Assim, criou sua própria semântica, uma linguagem que dispensa as demais. 14

11) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto, na seqüência em que elas aparecem

(linhas 2, 3 e 13). A) espandir – a – à B) expandir – a – a C) expandir – a – à D) espandir – há – à E) expandir – há – a

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Português 137 Professor Paulo Ricardo

12) Considere as seguintes afirmações sobre o uso da crase. I. Caso substituíssemos a expressão faz parte (linha 5) pelo verbo compõe, seriam criadas, no contexto da

oração, as condições para o uso de crase. II. Caso substituíssemos a forma verbal incorpora (linha 11) por remete, seriam criadas, no contexto da oração,

as condições para o uso de crase. III. Caso substituíssemos a forma verbal criou (linha 14) por fixou, seriam criadas, no contexto da oração, as

condições para o uso de crase. Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e III E) I, II e III

13) A frase em que não deve ser utilizado o acento indicativo de crase é A) Quanto a população brasileira, muito ainda deve ser conseguido em termos educacionais. B) Milhões de jovens estão condenados a falta de conhecimentos básicos. C) Impõe certas exigências de formação escolar a procura de um emprego. D) Em relação a Austrália, o Brasil mostra uma grande deficiência na área educacional. E) A Constituição Federal são feitas algumas críticas. 14) Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas da frase a seguir. Muita informação chega ______ pessoas que ______ela não tinham acesso, graças ______ televisão. A) à – a – a B) à – à – a C) a – a – à D) a – à – à E) a – à – a 15) A frase em que falta o acento indicativo de crase é A) Aquela jornalista é surpreendida pela repercussão da notícia. B) Aquele jornalista é atribuída a melhor versão do fato. C) Aquele jornalista é auxiliado pela comunidade. D) Aquela jornalista é elogiada por seu trabalho. E) Aquele jornalista é destacado por sua imparcialidade. 16) A frase em que deve ser utilizado o acento indicativo de crase é A) O vestibulando deve dar valor a manifestações culturais. B) O estudante dedica-se a uma leitura informativa. C) O candidato a uma vaga na Universidade estuda a toda hora. D) O vestibulando destina longo tempo a revisão de seus conhecimentos. E) O estudante solicita esclarecimento a pessoas versadas no assunto em questão. 17) A construção em que deve ser usado o acento indicativo de crase é a da alternativa A) Os jovens analisam as propostas de união com os mais velhos. B) Certamente os mais jovens vão corresponder as expectativas dos mais velhos C) Os mais velhos devem conhecer as aspirações da juventude. D) Os mais velhos esforçam-se para compreender as críticas dos jovens. E) Jovens e velhos avaliam as dificuldades de uma convivência harmoniosa. 18) A frase em que não deve ser empregado o acento de crase é da alternativa A) O texto faz referência a França e a Inglaterra. B) A década de 90 não será igual a de 70 nas escolas brasileiras. C) Entre nós, a oposição a regras disciplinares já não é tão intensa. D) Alguns estudantes mostram-se favoráveis a volta do ensino mais exigente. E) O incentivo a participação dos alunos deve ser mantida.

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Português 138 Professor Paulo Ricardo

Uma casa é muito pouco para um homem; sua verdadeira casa é a cidade. E os homens não amam as 1 cidades que os humilham e sufocam, mas aquelas que aparecem moldadas às suas necessidades e desejos, 2 humanizadas e oferecidas - uma cidade deve ter a medida do homem. É possível que, pouco a pouco, os 3 lugares cordiais da cidade estejam desaparecendo, desfigurados pelo progresso e pela técnica, tornados 4 monstruosos pela conspiração dos elementos que obrigam as criaturas a viver como se estivessem lutando, 5 jungidas a um certo número de rituais que as impedem de parar no meio de uma calçada para ver uma criança 6 ou as levam a atravessar uma rua como se estivessem fugindo da morte. Em cidades assim, a criatura humana 7 pouco ou nada vale, porque não existe entre ela e a paisagem a harmonia necessária, que torna a vida uma 8 coisa digna. E o habitante, escravizado pelo monstro, vai se repetindo diariamente, correndo para as filas 9 dos alimentos, dos transportes, do trabalho e das diversões, proibido de fazer algo que lhe dê a certeza da 10 própria existência. 11

19) Considerando as afirmativas:

I. Se o verbo “amar” (linha 1) fosse substituído por “ter amor”, seria necessário colocar acento indicativo de crase em “as cidades” (linhas 1 e 2) e “aquelas” (linha 2).

II. O acento indicativo de crase em “amoldadas às suas necessidades e desejos” (linha 2) poderia ser retirado. III. Se o verbo “ter” (linha 3) fosse substituído por “assumir”, não ocorreria crase em “a medida do homem”(linha 3). IV. A substituição de “um certo número de rituais” (linha 6) por “muitas convenções” acarretaria um acento

indicativo de crase em “jungidas a” (linha 6).

Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as da alternativa

A) I e II B) I e III C) II e III D) I, III e IV E) II, III e IV

20) A alternativa em que ocorre erro, por falta ou excesso, no uso de acento indicativo de crase é

A) A moda a que os jovens aderem varia de grupo para grupo. B) Alguns jovens dão preferência a roupas mais conservadoras. C) O desejo de identificar-se com seu grupo pode levar o jovem à condição de escravo da moda. D) O consumo dos jovens não obedece às exigências do conforto, mas às que os identificam com seu grupo. E) A indústria explora as últimas conseqüências os modismos ditados pelos adolescentes. 21) A frase em que deve ser utilizado o acento indicativo de crase é

A) A jovem estudante pede a toda pessoa influente uma oportunidade de emprego. B) O professor atribui a pouca atenção dos alunos os maus resultados nos exames. C) A moça confia a suas melhores amigas o medo de ser reprovada e perder o emprego. D) Um candidato a esta vaga de office-boy preencheu a lápis o formulário de inscrição. E) A balconista adolescente atende a várias freguesas enquanto pensa na prova de matemática. 22) A frase em que deve ser utilizado o acento indicativo de crase é

A) O mundo assiste a modificações no relacionamento entre os homens. B) Todos se opõem a uma volta do espírito colonialista. C) Os homens devem aderir a esta corrente de solidariedade. D) Parece que finalmente dedicaremos nossos esforços a conquista da paz. E) Os governantes precisam ajudar a promover esta mudança. 23) O uso do acento indicativo de crase depende do sentido que se quer dar à frase em

A) Não entendíamos a situação a qual se referia o jovem. B) A medida que crescia, o bebê exigia menos a presença da mãe. C) Apresentamos a paciente a psicóloga. D) A força que induz o ser humano a satisfação pessoal é imponderável. E) O medo a liberdade é sabidamente um dos empecilhos para a busca de novas alternativas de vida.

O mês de novembro assinalou o 90º aniversário de um dos episódios mais trágicos – e mais patéticos 1 – da história brasileira: a Revolta da Vacina. Durante vários dias, as ruas do Rio de Janeiro foram cenários de 2 verdadeiras batalhas entre população e tropas federais. O pivô do conflito era um jovem médico chamado 3 Oswaldo Cruz. Filho de sanitarista, Oswaldo, verdadeira vocação para a microbiologia, estava voltando de 4 Paris, onde cumprira brilhante estágio no famoso Instituto Pasteur. A sua fama começava a se espalhar e o 5 presidente Rodrigues Alves convidou-o a assumir o cargo de Diretor de Saúde Pública, equivalente ao de 6 ministro de hoje. 7

Era uma época difícil, em todos os sentidos. Pestilências – febre amarela, peste, tuberculose – 8 grassavam no país. Os navios estrangeiros recusavam-se a apontar no Rio. Com razão, porque tripulações 9

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Português 139 Professor Paulo Ricardo

inteiras eram dizimadas. O café, principal produto de exportação, não podia ser embarcado. As divisas não 10 entravam, a dívida externa crescia. A missão de Oswaldo Cruz não tinha a ver só com saúde. Tinha a ver com 11 a sobrevivência do país. 12

Desta missão, Oswaldo Cruz se desincumbia com grande competência e não menor autoritarismo. Sua 13 estratégia consistia em atacar as doenças uma a uma, dentro do conceito de campanha, que popularizou. 14 Para combater a febre amarela, por exemplo, formou brigadas de mata-mosquitos que, fardadas, entravam 15 nas casas em busca de focos das insetos. Essas medidas enfrentavam oposição inclusive por parte dos 16 médicos e até de professores da faculdade de Medicina. A esta altura ainda havia controvérsia sobre a causa 17 de tais doenças. Muitos achavam que a febre amarela era transmitida por alimentos, não por mosquitos. 18

A população assistia à polêmica entre irritada e divertida, mas tudo mudou quando foi lançada a 19 campanha de vacinação antivariólica. Histórias estranhas começaram a circular: dizia-se, por exemplo, que a 20 vacina era feita com sangue de rato. E que Oswaldo Cruz tivera a idéia de combater a peste bubônica 21 comprando os ratos caçados pelas pessoas.(...) 22

24) A frase em que a substituição de um termo do texto por outro acarretaria o uso do acento indicativo de crase é:

A) “recusavam-se a” (linha 9) – estavam recusando-se a. B) “consistia em” (linha 14) – reduzia-se a. C) “combater a” (linha 15) – fazer frente a. D) “lançada a” (linha 19) – promovida a. E) “tivera a” (linha 21) – concebera a.

25) A frase em que devem ser colocados dois acentos indicativos de crase obrigatoriamente é

A) A visão extraordinária de Oswaldo Cruz é modelar para a medicina social. B) A medida que os boatos circulavam, o temor estendia-se as várias camadas da população. C) A coerência do grande cientista conferia credibilidade as idéias que adotava. D) Aos poucos, a população foi orientada a aderir as causas defendidas pela ciência. E) No caso de Oswaldo Cruz, a dimensão de médico deve ser acrescentada a de cientista.

Neste século, a expansão do ensino e a democratização da ciência têm permitido à mulher a mais 1 fundamental das conquistas: o saber. Freqüentando escolas, aprendendo a ler e a pensar, ela rompeu os 2 grilhões da ignorância que a mantinham reclusa ao universo doméstico, e passiva ao mando masculino. 3

Mesmo assim, o poder concentra-se ainda nas mãos do homem, em parte graças a uma crescente 4 valorização de atributos culturalmente masculinos, como a agressividade. O acesso ao conhecimento, embora 5 indispensável, não garante tudo. Isso porque, historicamente, a educação dos meninos predispõe-nos desde 6 cedo à competição, à luta pelo poder. Entre os 25 e 35 anos, os jovens investem tudo em suas carreiras. Ao 7 contrário, as jovens, inclinadas na infância à fluidez e à mansidão, dedicam-se a organizar novas famílias, 8 sendo obrigadas, quando profissionais, a duplas e até triplas jornadas. 9

Além da difícil conciliação do trabalho com suas funções de matriz da espécie humana, a mulher ainda 10 se debate com inibições próprias, medos herdados de milênios de existência como satélite do homem, que a 11 fazem por vezes recuar diante de desafios que exigem audácia, afirmação de si e liberdade. Uma tendência, 12 entretanto, parece inquestionável: a busca da mulher, hoje, não é o vencer por vencer, e sim o livre arbítrio na 13 sua realização como profissional e como mulher, com resultados positivos para seus filhos sejam homens, 14 sejam mulheres. 15

26) Considerando as afirmativas referentes a certas expressões do texto.

I. Se “permitido” (linha 1) fosse substituído por “levado”, o acento indicativo de crase poderia permanecer, mas o sentido da frase ficaria alterado.

II. Se o verbo “ler” (linha 2) fosse substituído por “leitura”, seria obrigatório o uso de sinal indicativo de crase. III. Se a palavra “uma” (linha 4) fosse retirada do texto, seria obrigatório o uso do sinal indicativo de crase no “a”

que a precede. IV. Se a expressão “a duplas e até triplas jornadas” (linha 9) fosse passada para o singular, o uso do sinal

indicativo da crase seria obrigatório.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa

A) I e II B) I e III C) II e III D) II e IV E) III e IV

27) A construção em que deve ser usado um acento indicativo de crase é

A) Aquela cidade foi surpreendida pelo crescimento dos índices de violência. B) Aquele povo foi atribuído um temperamento ordeiro e pacífico. C) Aquele prefeito foi elogiado por sua atuação na área de segurança pública. D) Aquela população foi mobilizada pelos meios de comunicação. E) Aquele governante foi auxiliado pela comunidade na campanha contra o porte ilegal de armas.

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Português 140 Professor Paulo Ricardo

28) A frase que exige acento indicativo de crase é

A) Os jovens têm-se dedicado a outras atividades, além das escolares. B) A adesão a uma atividade alternativa durante as férias é privilégio de poucos. C) Muitos compreendem melhor o mundo em que vivem a medida que conhecem outras realidades. D) O adolescente referiu-se a sua viagem com entusiasmo. E) A experiência anterior levou a jovem a voltar ao projeto como monitora. 29) O período em que devem ser utilizados dois acentos indicativos de crase é

A) Os responsáveis pela Linha Verde referiram-se as vantagens de facilitar o acesso a regiões mais remotas. B) A proporção que se aproxima do Mangue Seco, o turista encanta-se com a extraordinária beleza da região. C) A poucas horas de distância de Salvador, próximo a fronteira, existe um paraíso ecológico ainda quase

desconhecido. D) O turista instalado a beira do mar, no Mangue Seco, diz adeus momentaneamente as preocupações. E) As agências de turismo das diversas regiões do país cabe a responsabilidade de divulgar nossas belezas

naturais a visitantes estrangeiros.

“Há anos que acompanho o debate que se trava na sociedade sobre a influência da televisão na 1 educação das crianças. De tempos em tempos, o assunto entra na pauta da mídia e a discussão se espraia 2 para as mais diversas e antagônicas teses, defendidas ardorosamente por psicólogos, sociólogos, 3 antropólogos, comunicólogos e outros “logos” que não vale a pena elencar. 4

As teses vão desde a crença no caráter pernicioso e decisivo para a deformação infantil da 5 programação “cheia de sexo e violência” da tevê, à afirmação da mais absoluta neutralidade do meio quanto ao 6 processo de construção da personalidade humana. Umas dizem que as crianças bombardeadas por horas 7 diárias de televisão violenta e pornográfica formam-se à sua imagem e semelhança e por isso são bandidas, 8 insubordinadas e avessas ao estudo, em escala realmente crescente. Outras, tão doutas quanto aquelas, 9 asseguram que a televisão não influi negativamente e que, ao contrário, dá ao menor uma consciência do 10 errado num nível de informação que o torna um ser privilegiado diante das crianças que se desenvolveram até 11 a metade deste século.” 12

30) Considere as seguintes afirmações acerca do uso da crase no texto

I. Caso substituíssemos “sobre” (linha 1) por “referente”, seriam criadas as condições necessárias para o uso da crase.

II. Caso suprimíssemos a palavra “para” (linha 3), seriam criadas as condições necessárias para o uso da crase. III. Caso substituíssemos “estudo” (linha 9) por “tarefas”, seriam criadas as condições necessárias para o uso da

crase.

Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e II D) Apenas II e III E) I, II e III

“Manter sob controle as emoções que nos afligem é fundamental para o bem-estar; os extremos - emoções que vêm de forma intensa e que permanecem por muito tempo - minam nossa ______ . É claro que não devemos sentir apenas um tipo de emoção: ser feliz o tempo todo de certa forma sugere a insipidez daqueles adesivos com rostos ____ que foram moda nos anos setenta. Os altos e baixos dão tempero à vida, mas precisam ser vividos de forma equilibrada. As pessoas conseguem obter uma sensação de bem-estar se têm, para ______ os episódios de raiva e depressão, um conjunto de momentos igualmente alegres ou felizes. 31) Identifique a alternativa cujo verbo, ao substituir “sugere” (linha 3), determinaria crase na linha 3. A) determina B) lembra C) insinua D) reflete E) leva

32) Quais são as formas que completam, pela ordem, as frases abaixo? ______ meses não vejo meus parentes. Assistimos ______ cerimônia de formatura do nosso amigo. Informem _______ ela: sábado não atenderemos ______ encomendas. “Viu um banco vazio, e confiou o corpo ______ nádegas”.

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Português 141 Professor Paulo Ricardo

A) A – à – à – a – às; B) Há – a – à – a – as; C) Há – à – a – a – às; D) À – à – a – à – às; E) A – à – à – a – as;

Sair da faculdade com emprego garantido é um sonho distante para muitos estudantes, não para os 1 engenheiros de telecomunicações. Pelo menos neste momento de transformações no setor, esses jovens 2 estão com o futuro garantido. Desde a quebra do monopólio estatal, marcado pelo fim do sistema Telebrás, em 3 1998, as empresas de telecomunicações têm avançado com voracidade sobre os novos talentos que saem das 4 faculdades. A estratégia se assemelha às utilizadas pelas companhias em relação aos formandos de grandes 5 centros americanos como a Universidade Harvard ou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Um 6 mês antes da formatura, as empresas do setor pedem as listas dos alunos que estão prestes a se formar. 7 Ninguém fica na mão. Só neste ano, apenas cinco grandes empresas de telefonia – Embratel, Intelig, ATL, 8 Telefonia celular e Vésper – estão abrindo vaga para mais 5.000 funcionários. 9

33) Considerando-se que o uso da crase é uma questão de regência, é correto afirmar que “às” (linha 5) tem sinal de crase porque:

A) o verbo assemelhar-se rege preposição a; B) encontra-se logo após um verbo transitivo direto; C) assemelhar-se é um verbo intransitivo que rege preposição a; D) estratégia é um substantivo que não admite artigo; E) utilizadas exige artigo a.

Alguns pais passam anos tentando convencer os filhos a disputar uma vaga na faculdade que eles, mais 1 velhos e experientes, consideram a melhor, sem ligar a mínima para os sonhos dos garotos. É uma 2 contradição: deseja-se que o rebento seja feliz – mesmo que para isso tenha de sofrer muito. Um dos 3 resultados dessa maneira de encarar as coisas é a transformação dos estudantes em autômatos que, na 4 batalha por uma vaga na universidade – quase nunca a que eles realmente gastariam de cursar -, tornam-se 5 totalmente dependentes da indústria do treinamento para os vestibulares. Esta faz dos moleques ótimos, 6 incríveis executores de regras, porém sem o menor senso crítico. 7

Quer ver como? Há alguns anos, eu ajudava um colega a corrigir provas de alunos do curso de 8 engenharia civil. A questão pedia o dimensionamento da tubulação de uma casa popular. Um dos alunos, bem 9 informado, pois conhecia toda a seqüência de cálculos, não colocou adequadamente a vírgula de um dos 10 dados do problema, transformando 4 polegadas em 400. Até aí tudo bem. Pode acontecer a qualquer um. Só 11 que ele chegou à conclusão de que o tal cano deveria ter 10 metros de diâmetros. Assim, com a maior 12 naturalidade. Nem notou que pela sua tubulação poderia, com folga, passar a casa toda. Por que será que o 13 aplicado aluno não percebeu o absurdo? Talvez porque a escola exija resultados e não espírito crítico. E 14 porque ele confia demais nas fórmulas. 15

Estou exagerando? Acho que não. Algo de quase perverso realmente ocorre com nosso sistema de 16 ensino. (...) 17

34) Indique V (verdadeira) ou F (falsa) em cada uma das afirmações a seguir.

( ) Em “A questão pedia o dimensionamento da tubulação” (linha 9), a substituição de o dimensionamento por a medida provoca um caso de crase.

( ) Em “Pode acontecer a qualquer um” (linha 11), a substituição de qualquer um por você provoca um caso de crase.

( ) Em “ele chegou à conclusão” (linha 12), se o termo conclusão fosse expandido para uma surpreendente conclusão, a crase seria mantida.

A seqüência correta é

A) V – V – V B) F – F – F- C) F – V – F D) V – F – V E) V – F – F

35) Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas da frase a seguir.

Senhor Governador, informamos_____ Vossa Excelência que os agricultores consideram ___ ________ decisão muito importante.

A) a – a – sua B) à – à – vossa C) à – a – vossa D) a – à – sua E) a – a – vossa

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Português 142 Professor Paulo Ricardo

36) Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro de colocação do pronome oblíquo e de emprego de crase. A) Jane Goodall, uma das primeiras a observar os chimpanzés, escreveu um livro que se refere a trinta anos

de experiência na selva. B) Jane Goodall, uma das primeiras à observar os chimpanzés, escreveu um livro que refere-se à trinta anos

de experiência na selva. C) Jane Goodall, uma das primeiras à observar os chimpanzés, escreveu um livro que se refere a trinta anos

de experiência na selva. D) Jane Goodall, uma das primeiras a observar os chimpanzés, escreveu um livro que refere-se a trinta anos

de experiência na selva. E) Jane Goodall, uma das primeiras a observar os chimpanzés, escreveu um livro que refere-se à trinta anos

de experiência na selva.

Pararam diante de uma capelinha coberta de alto a baixo por uma trepadeira selvagem, que a envolvia 1 num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta rangeu quando ele a abriu de par em par. A luz invadiu 2 um cubículo de paredes enegrecidas, cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um altar 3 meio desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira a cor do tempo. Dois vasos de desbotada opalina 4 ladeavam um tosco crucifixo de madeira. Entre os braços da cruz, uma aranha tecera dois triângulos de teias já 5 rompidas, pendendo como farrapos de um manto que alguém colocara sobre os ombros do Cristo. Na parede 6 lateral, à direita da porta, uma portinhola de ferro dando acesso para uma escada de pedra, descendo em 7 caracol para a catacumba. 8

37) Considere as seguintes afirmativas: I. A expressão diante de (linha 1) poderia ser substituída por perante à. II. Retirando a crase da locução adverbial à direita (linha 7), ocorre uma alteração de sentido. III. Em ... descendo em caracol para a catacumba (l.7 e 8), se substituirmos a preposição para por a, ocorrerá

crase, porque se trata da fusão de preposição a com a conjunção a.

Das afirmações acima,

A) apenas I está correta. B) apenas II está correta. C) apenas III está correta. D) apenas I e II estão corretas. E) apenas II e III estão corretas.

Quando o mundo assiste, estarrecido, ao assassinato, em Timor Leste, de milhares de pessoas, que pagam 1 pelo “crime” de ter uma outra religião (91% de católicos) e de falar uma outra língua (o português), uma saudável 2 epidemia toma conta da imprensa brasileira: os jornais publicam seções de valorização da língua portuguesa. 3 Em relação a Timor Leste, o Brasil tem grande responsabilidade, não só pelo seu interesse estratégico na Ásia, 4 mas, principalmente, em virtude de ser o maior guardião dos tesouros culturais representados pela língua 5 portuguesa. 6

A preocupação com a nossa língua talvez se deva ao fato de que nunca se escreveu e falou tão mal o idioma 7 de Rui Barbosa. Culpa, quem sabe, da deterioração do nosso sistema de educação básica ou do pouco apreço 8 que devotamos ao gosto pela leitura. Nosso índice “per capita” mal alcança dois livros por habitantes; na França, 9 por exemplo, oscila em torno de oito. 10

Além disso, os meios televisivos – salvo as exceções de praxe, como os programas gerados pela TV Cultura 11 de São Paulo – prestam um magistral desserviço à educação brasileira. Comunicadores falam mal, atores não 12 se expressam adequadamente, dublagens são feitas de forma chula, programas infantis deseducam. 13

O que se pode esperar desse triste universo? Novas formas de regência, concordância e flexão verbal são 14 adotadas, contrariando as normas da língua padrão. Para que estudar verbos irregulares, se é mais fácil dizer 15 “interviu” ou “manteu” ? E o triste “houveram”? 16

38) Substitua:

1 – o substantivo assassinato (linha 1) por morte; 2 – a expressão Timor Leste (linha 4) por esse país; 3 – o verbo contrariando (linha 15) por desobedecendo.

Considerando-se a modalidade de língua culta, as formas obtidas, no período em que se encontram, serão respectivamente,

A) à morte – a esse país – as normas da língua padrão. B) à morte – a esse país – às normas da língua padrão. C) a morte – a esse país – as normas da língua padrão. D) a morte – à esse país – às normas da língua padrão. E) à morte – à esse país – às normas da língua padrão.

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Português 143 Professor Paulo Ricardo

A preocupação com a crise da água é mais do que um simples modismo ou uma previsão para o futuro. Se 1 esse tema vem ganhando cada vez mais espaço nos fóruns de discussão, embora ainda não tenha atingido o 2 grande público, é porque já é uma situação real em vários locais do planeta. Obviamente, os problemas 3 relacionados ao mau uso da água já deviam estar sendo equacionados há muito tempo. Não se trata mais de 4 tomar medidas no futuro, mas para o futuro. 5

A princípio, a aplicação de uma legislação ambiental justa e eficiente garantiria a diminuição dos impactos 6 sobre os ecossistemas aquáticos. Essa medida, porém, só é válida para as atividades impactantes cujo 7 responsável pode ser identificado com facilidade, como indústrias, sistemas agrícolas e prefeituras. No caso de 8 ações individuais, esse controle é praticamente impossível. É muito mais fácil punir uma indústria que lança 9 efluentes sem controle em um rio do que uma pessoa que despeja seu lixo doméstico no mesmo.(...) 10

39) Substitua: 1 – o substantivo uso (linha 4) por utilização; 2 – o verbo garantiria (linha 6) por acarretaria; 3 – a expressão no caso de (linha 8) por em relação a.

Considerando-se a modalidade de língua culta, as formas obtidas, no período em que se encontram, serão respectivamente,

A) à má utilização – acarretaria a – em relação a. B) a má utilização – acarretaria a – em relação a. C) à má utilização – acarretaria a – em relação à. D) a má utilização – acarretaria à – em relação à. E) à má utilização – acarretaria na – em relação a. 40) Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas da frase a seguir.

O médico explicava______pessoas______muitas doenças______da subnutrição.

A) às – porque – provêm; B) às – por que – provêm; C) às – por que – provém; D) as – porque – provém E) as – por que – provêm. 41) Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas da frase a seguir.

Foi difícil explicar______esta gente ________se________medidas tão drásticas.

A) à – por que – tomou; B) a – porque – tomaram; C) a – por que – tomaram; D) a – porque – tomou; E) à – porque – tomou. 42) Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas. Com relação ______cidades, ______muito tempo não se tem dado importância ______infra-estrutura básica. A) às – há – à B) as – há – a C) às – a – à D) as – à – à E) às – há – a 43) Assinale a alternativa em que o uso do acento indicativo de crase é obrigatório. A) Pediu informações a minha secretária. B) Fez referências elogiosas a Juliana. C) Nem sempre se sobrevive a violência. D) Foi até a praia. E) Abriu a porta a chave.

Futebol e carnaval são os eventos que motivam as relações interétnicas mais igualitárias da cultura 1

brasileira. 2 Comecemos pelo mais popular dos esportes – o futebol. O igualitarismo não é apenas social, mas também 3

étnico. Os ricos e os pobres, os brancos e os não brancos (expressão que abrange a grande policromia 4 pigmentária dos que não são puramente brancos) irmanam-se sem reservas na torcida por um dos dois times 5 em campo. Na composição dos times, o igualitarismo étnico é ainda mais completo. Um time de futebol é a 6

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Português 144 Professor Paulo Ricardo

meritocracia por excelência. A única exigência feita ao jogador é que seja competente, não se dando a mínima 7 importância à cor da pele. No passado, já houve discriminação racial, mas isso desapareceu há muito tempo. Se 8 for um jogador brilhante, o negro será generosamente recompensado, tanto nos louros como nos dinheiros. Não 9 por acaso, o futebol nasceu na Inglaterra, berço do liberalismo. A competitividade é a regra; o desfecho produz 10 winners ou losers **. 11

Segue-se o caso do carnaval. No público dos desfiles das escolas de samba, não há discriminação étnica. 12 Na composição das escolas, predominam numericamente os não-brancos, sobretudo negros. Talvez nada 13 alimente tanto a convicção brasileira e, também, de estudiosos europeus e americanos da inexistência de 14 preconceito racial no Brasil do que o igualitarismo reinante nos desfiles carnavalescos.(...) 15

** winners: ganhadores losers: perdedores 16 44) Identifique as alternativas em que as alterações efetuadas em relação às frases do texto têm como resultado

estruturas corretas.

– A única exigência feita a jogadora é que seja competente,... (linha 7) – ... não se dando a mínima importância à etnias. (linhas 7 e 8) – ... mas isso desaparecerá daqui a muito tempo. (linha 8) – Segue-se a ocorrência do carnaval. (linha 12) Assinale a alternativa correta.

A) Todas estão corretas B) Apenas I, II, III estão corretas C) Apenas II, III estão corretas D) Apenas III, IV estão corretas E) Apenas I, IV estão corretas

A despeito do que os cínicos e os pessimistas nos querem fazer acreditar, a situação moral do mundo não 1 está mais ou menos frágil do que outrora. A diferença entre a segunda metade do século XX, particularmente as 2 duas últimas décadas, e todos os períodos anteriores da história é que, atualmente, quando os padrões éticos ou 3 morais são feridos em qualquer lugar, todos ficam sabendo. 4

As comunicações instantâneas globais abriram para todos nós uma janela para o mundo, através da qual 5 podemos observar tanto as coisas maravilhosas como aquelas que nos espantam. No decorrer da história, 6 alguns trilharam a estrada do elevado padrão moral e outros desafiaram os padrões morais até os últimos 7 limites. Perseguições, “limpezas étnicas”, corrupção, escândalos e falcatruas não são monopólio do século 8 atual. 9

Entretanto, no passado, quando uma conduta contrária à ética era revelada, os cidadãos da comunidade 10 afetada impunham sanções e instituíam sistemas para dissuadir terceiros de cometer ações similares. Na maior 11 parte, o conhecimento dessas situações era restringido pelos limites das tecnologias de comunicação. A 12 ignorância era uma ventura ou ao menos uma desculpa viável para a ausência de ação. Em meados do século 13 XX, as notícias dos eventos em todo o mundo passaram a atingir os nossos lares em questão de dias. Hoje, 14 assistimos ao desenrolar dos eventos em tempo real. Tornou-se bem mais difícil ignorar situações conhecidas 15 de desrespeito aos padrões éticos ou morais. 16

45) Levando-se em conta os aspectos de regência e crase, os segmentos do texto “assistimos ao desenrolar dos

eventos” (linha 15) e “desrespeito aos padrões éticos ou morais” (linha 16) podem ter a seguinte versão: A) assistimos fatos estranhos – desrespeito a certos padrões. B) assistimos a fatos estranhos – desrespeito à certos padrões. C) assistimos o desenrolar de fatos estranhos – desrespeito as normas. D) assistimos à cenas reais – desrespeito a certas normas. E) assistimos a cenas reais – desrespeito a certas normas. 46) Observe a indicação da crase. I. A praça encontra-se a duas quadras daqui. II. A fazenda fica à duas horas daqui. III. Esta farmácia está a sua disposição dia e noite. Quais estão certas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e II E) Apenas I e III

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Português 145 Professor Paulo Ricardo

Tiraram a sorte grande os alunos de economia da PUC no Rio de Janeiro. Não é todo dia que entra na sala 1 de aula, como aconteceu diante deles na terça-feira passada, um professor como Gustavo Franco, treinado na 2 presidência do Banco Central, onde até dois meses atrás gastou quase 45 bilhões de dólares em apostas 3 contra a desestabilização do real. 4

No governo, ele perdeu. Mas, no retorno____ universidade, reencarna na melhor versão a do economista 5 que, polêmico como sempre, mas sem o excesso de valentia que a rotina de escaramuças lhe exigia na vida 6 pública, pode aplicar em debates mais úteis o natural atrevimento. Foi numa dessas que, anos atrás, declarou 7 numa mesa de economistas que seu livro predileto era obra de um certo Charles Mackay. Trata-se de um 8 escocês do século XIX, doutor em ciências jurídicas, que a Enciclopédia Britânica ignora. 9

Incrível a pontaria do professor Gustavo Franco. Tendo mais de 5000 livros em casa, pôs o dedo nesse 10 formidável catálogo da insensatez humana, que Mackay ataca por todos os flancos. Do movimento das 11 cruzadas na Idade Média ____caça____ feiticeiras na Alemanha, da moda européia de duelos_____ busca da 12 pedra filosofal dos alquimistas, miragem que levou Isaac Newton a malbaratar seus últimos anos de estudos 13 com a fórmula para transformar qualquer metal em ouro. Há um capítulo para a “tulipomania”, que, na Holanda 14 do século XVII, fez comerciantes torrarem metade de seus patrimônios na compra dessa flor superfaturada.(...) 15

47) Considere as preposições: I. A lacuna da linha 5 pode ser preenchida por à. II. As duas primeiras lacunas da linha 12 podem ser preenchidas por à. III. A última lacuna da linha 12 pode ser preenchida por à. É correto afirmar que A) apenas a I está correta. B) apenas a II está correta. C) apenas a III está correta. D) apenas a I e a III estão corretas. E) apenas a II e a III estão corretas.

O barco de Hagar se comporta exatamente como um personagem da tira. Pelo menos provoca tantas

risadas como qualquer outro. O barco quebra o regulamento, reage ao perigo e desobedece_____ ordens dadas com a mesma falta de disciplina e bravura que os membros da tripulação. A vida no mar é dura, particularmente com Hagar de capitão. Ele acredita piamente que o mundo é um cubo perfeito com lados gotejantes e nada abaixo. Apesar da ciência nos dizer que isso não é verdade, temos que nos lembrar____ o mundo não tem a mesma forma que tinha_____ mil anos. Tudo se inflou, inclusive o cubo. 48) Assinale a seqüência que preenche adequadamente as lacunas das linhas 2, 5 e 6 do texto. A) às – de que – há B) às – de que – a C) às – que – há D) as – que – a E) as – que – há

Ninguém tem dúvida quando se anuncia que o atendimento prometido pelo gerente daquele banco é diferenciado: quer dizer que não se confunde com o tratamento-padrão dispensado ........... massa dos cliente otários. Inclui cafezinho, água gelada e, quem sabe, dicas de investimento vazadas diretamente da mesa de operações do Banco Central. O privilégio parece natural porque também nós somos, a nossos próprios olhos, diferenciados. Aliás, diferenciadíssimos.

Já diferente, bem, é uma história inteiramente diferente. Desde que os primeiros hominídeos se juntaram numa tribo e decretaram que míopes e carecas não entravam, a diferença é tudo aquilo que grupos sociais hegemônicos vêm usando para excluir ou subjugar minorias – e ao mesmo tempo reforçar sua identidade. Localizado no corpo ou na alma, real ou imaginário, o anátema da diferença justifica lógicas de dominação e até de extermínio. Ser diferente é ter negado o direito ............. humanidade ou pelo menos .......... humanidade plena.

A trama se adensa quando nos damos conta de um paradoxo: ao mesmo tempo que queremos ser iguais, esmagando o diferente sem dó sob ............. sola aerada de nossos Nikes Shox, valorizamos a individualidade, o único, o que nos eleve acima da massa ignara e mal paga. 49) A alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas do texto é

A) à – a – à - a.. B) à – a – a – à. C) a – à – à - a. D) a – a - a – à. E) à – à – à - a.

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Português 146 Professor Paulo Ricardo

Assim que a seleção francesa foi desclassificada, tirando da competição a supostamente invencível Marselhesa, The Guardian anunciou: “O Brasil agora possui o melhor hino nacional da Copa Mundial de 2002”. E não apareceu ninguém para desmentir ..... jornal inglês.

Para The Guardian, o nosso hino nacional é “o mais alegre, o mais animado, o mais melodioso e o mais encantador do planeta”. A despeito da secular pinimba dos britânicos com os franceses, não me pareceu forçada ...... restrição que fizeram ...... Marselhesa e seus “belicosos apelos às armas”, desfavoravelmente comparados ao estímulo aos sentimentos nacionais e às belezas naturais do florão da América contido nos versos que Joaquim Osório Duque Estrada escreveu para a música de Francisco Manuel da Silva. Cânticos de louvor ..... nações e seus povos, os hinos pouco se diferenciam: são quase sempre hipérboles patrióticas, não raro jingoístas, demasiado apegadas a glórias passadas e inclinadas a exortar a alma guerreira que em muitos de nós dormita.

50) 1) Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do texto, na ordem em que aparecem.

A) o – a – à – a B) ao – à – a – à C) o – à – para a – a D) o – a – para a – à E) ao – a – à – a

Agora, parece que foi mesmo na África que a espécie humana assim como a conhecemos surgiu – e dali 1 se espalhou para o restante do mundo. Foi no leste do continente africano, precisamente no deserto de Awash, 2 na porção central da Etiópia, que uma equipe de pesquisadores norte-americanos e etíopes........ os fósseis mais 3 antigos do homem moderno ( Homo sapiens ). São três crânios – dois de adultos e um de uma criança de 4 aproximadamente 7 anos – e mais alguns dentes de outros sete indivíduos, encontrados entre ossos de 5 hipopótamos e antílopes e ferramentas de pedra. Com cerca de 160 mil anos, segundo a datação com argônio, 6 os crânios guardam semelhanças com o do homem moderno: face mais achatada e caixa craniana em forma de 7 globo. No entanto, traços mais primitivos, como os olhos mais........ um do outro, levaram os pesquisadores a 8 classificar os crânios como sendo de Homo sapiens idaltu, uma espécie do H. sapiens......... em conjunto, essas 9 características colocam esses homonídeos nas raízes da árvore evolutiva humana e são um reforço às 10 evidências genéticas de que o homem moderno surgiu na África – ainda não se sabe se em apenas uma ou em 11 mais regiões – e depois migrou para os outros continentes, o oposto do que........ as teorias que sugerem que as 12 primeiras características do H. sapiens apareceram quase ao mesmo tempo em diferentes pontos do planeta. 13

51) Considere as seguintes afirmações sobre regência.

I - A substituição de levaram (l.08) por permitiram não implicaria necessariamente alteração adicional na estrutura da frase.

II – A substituição de colocam (l.10) por situam não implicaria alteração adicional na estrutura da frase. III – Em caso de substituição de são um reforço (l.10) por reforçam, não se manteriam as condições para

crase.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II (E) Apenas II e III

Uma vez chegado como imigrante .......... Porto Alegre, começou para mim – em meio ......melhores circunstâncias humanas e materiais imagináveis – uma escola de vida, dura e inesquecível. O Brasil havia participado da fase final da guerra, do outro lado, naturalmente (este “naturalmente” eu tive de aprender a entender). Alguns de meus colegas no Ginásio Metodista (naquele momento, não havia mais nenhuma escola que fosse alemã) submetiam-me a fortes pressões de legitimação e, em primeira instância, de informação, na medida em que me chamavam de “quinta-coluna”.

Durante meses, os pneus da minha bicicleta foram sistematicamente esvaziados no pátio da escola. Mais tarde, eu acabei sendo o porta-voz da classe. Esta seqüência de experiências é certamente muito comum. No meu caso, pelo menos, ela sempre acompanhou e marcou .......... minha vida. Aliás, há pouco tempo ouvi com grande comoção estes versos de Gottfried Benn: “Depois de termos sofrido / é bom?”.

As promessas de felicidade que o novo país oferecia: “Se você não for feliz aqui, a culpa é toda sua”. Era assim que eu via as coisas, e também aprendi como é possível ser feliz. Não pela pertença total. Aprendi perfeitamente o português, tinha muitos amigos brasileiros – mas será que eu me sentia como pertencendo a esse país? Não, certamente não. Não ao Brasil, como mais tarde também não à Alemanha nem à França. Isso eu chamo de “boa apatridia”. Eu .........adquiri irrevogavelmente no Brasil. A experiência fundamental nisto era que não há alternativas claras para a sua vida e sua normalidade. A postura fundamental ao agir era ligar-se inteiramente ao ambiente que a gente mesmo escolheu e nunca perder a certeza de que também dá de outro jeito. Também dá noutro lugar...

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Português 147 Professor Paulo Ricardo

52) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas do texto.

(A) a – às – a – à. (B) à – às – a – à. (C) à – as – à – a (D) a – às – a – a (E) a – as – à – à

Para o cristão devoto, a saúde e a salvação estavam alegoricamente ligadas: a Medicina cuidava do corpo que perecia, e a religião, da alma imortal. O médico tinha de reconhecer as doenças e buscar tratá-las pelos meios terrestres. Só se ele atingisse seus limites é que deveria ceder lugar _______ ajuda religiosa.

Os autores religiosos davam, assim, um grande valor ________ saúde do corpo, pois a “carne fraca” do ditado era particularmente vulnerável à influência do Maligno. A representação mais popular do Cristo médico mostra as curas milagrosas do Novo Testamento e legitima assim a intervenção dos médicos em caso de doença (quando ela não era um ato divino irreversível). A existência de plantas medicinais provava, ao crente, que o Criador tinha previsto sua utilização para o alívio e a cura. Ao contrário de um preconceito bastante difundido, uma fé inabalável não impedia que se adotasse ima conduta ativa e pragmática para resolver os problemas que surgiam: como hoje, os homens da Idade Média tentavam fazer tudo o que estava _____ seu alcance para facilitar a vida aqui na Terra e preservar a saúde. 53) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas.

A) a – à – à B) à – à – a C) à – a – a D) à – a – à E) a – a – à

Antes de desdenhar a terapêutica medieval, é importante lembrar que o homem “moderno” ama 1 recorrer a antigos modelos explicativos. Quem já fez tratamento de purificação de toxinas, técnica de 2 medicina suave, dá a entender que ainda acredita nas patologias humorais e outros acúmulos prejudiciais em 3 nosso corpo, mesmo que o êxito da purificação se deva talvez a uma alimentação mais equilibrada e a uma 4 maior atenção ao corpo. Muitos são os que, nostálgicos das analogias medievais entre macrocosmo e 5 microcosmo, _______ no horóscopo e suas advertências em relação à saúde. 6 O estudo da Medicina medieval deveria nos tornar mais humildes em relação à nossa própria Medicina. 7 _________ não muito tempo, consideravam-se ultrapassados os medicamentos à base de plantas. Hoje, 8 vemos que princípios ativos de numerosas espécies vegetais e a fitoterapia voltam à tona. O médico da Idade 9 Média acreditava firmemente na realidade dos quatro humores, assim como o homem moderno crê no 10 poder dos genes. Os conceitos médicos são sempre originários do contexto de seu tempo. Quem sabe, talvez 11 daqui a algumas centenas de anos, os médicos do futuro não sorrirão contemplando nossos modelos 12 anatômicos e dizendo: “_______ !” 13

54) Considere as assertivas abaixo sobre crase. I – Caso o segmento em relação (l. 06) fosse substituído por relativas, as condições para o emprego do sinal

indicativo de crase seriam alteradas nesta frase. II – O sinal indicativo de crase poderia ser omitido na linha 08, sem acarretar erro. III- A substituição do segmento acreditava firmemente (linha 10) por referia-se constantemente criaria as

condições para o emprego do sinal de crase na oração.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas I e II. C) Apenas I e III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

Se escapar do bombardeio ........ está sendo submetido, um achado divulgado anteontem por 1 pesquisadores do Reino Unido poderá mudar a história da ocupação humana da América. Segundo eles, 2 pegadas de pessoas descobertas no centro do México teriam 40 mil anos – embora os registros mais antigos 3 da presença humana no continente não ultrapassem ......... 13 mil anos. 4

A equipe, liderada pela geoarqueóloga mexicana Sílvia Gonzalez, achos os rastros na beira de um antigo 5 lago assolado por chuvas de cinza vulcânica. Imagina-se que, depois de um desses episódios, um grupo de 6 pessoas (entre as quais crianças, a julgar pelas dimensões das pegadas) teria caminhado sobre a cinza, 7 deixando sua marca. 8

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Português 148 Professor Paulo Ricardo

Usando uma série de métodos diferentes, o grupo britânico datou fósseis de animais no mesmo nível da 9 pegada, assim como sedimentos em volta da própria, chegando à data de por volta de 40 mil anos antes do 10 presente. Hoje, o sítio arqueológico das Américas mais antigo cujas datas são aceitas pelos cientistas é Monte 11 Verde, no extremo sul do Chile, com seus 12,5 mil anos. Poucos pesquisadores põem em dúvida a idéia de 12 que os primeiros americanos cruzaram o estreito de Bering, vindos do extremo nordeste da Ásia, para chegar 13 ao Novo Mundo. 14

55) Considere as seguintes afirmações sobre crase. I – No trecho na beira de um antigo lago (l.05 e 06), seria possível substituir na por à, sem prejuízo do sentido e

da correção da frase. II - No trecho em volta da própria (l. 10), seria possível substituir em por à, sem prejuízo do sentido e da correção

da frase. III- No trecho põem em dúvida a idéia (l. 12), a substituição de põem em dúvida por contestam exigiria a

alteração de a para à.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas I e III.

Um dia desses, recebi um telefonema surpreendente de Bernd Eichinger. Ele queria muito que eu visse 1 seu novo filme A Queda, antes .......... em circuito. Uma oportunidade maravilhosa. Eu sabia que o filme de 2 Eichinger tinha desencadeado uma grande discussão na Alemanha. A caminho do cinema, foram me passando 3 pela cabeça alguns argumentos aventados nesse debate. 4

Na Inglaterra, eu tinha lido muito pouco sobre o filme até então. Os poucos comentários mencionavam 5 apenas que a Alemanha estava quebrando pela primeira vez um tabu com esta apresentação cinematográfica 6 de Hitler. Não só em conversas com amigos e historiadores alemães, mas também na imprensa do país, este 7 parecia ser realmente um aspecto importante. As pessoas me perguntavam se a Alemanha estaria preparada 8 para um filme desses ou não. Se mostrar o ser humano Hitler não implicaria o risco de perder de vista ser 9 caráter maligno, monstruoso e demoníaco, podendo até despertar simpatia por ele. Será que um filme desses 10 não poderia ter o efeito indesejado de transformar o bunker do Führer num- a desagradável atração turística, 11 para muitos até mesmo em lugar de peregrinação? 12 Sei o quanto os alemães são sensíveis em relação ....... época de Hitler, mas, do ponto de vista inglês, isso 13 parecia um caso típico de medo – compreensivo, mas exagerado – do passado nazista e de seu 14 desdobramento histórico. Eu achava perfeitamente legítimo fazer um filme desses; para mim, era só uma 15 questão de tempo. ......... alguns anos, um projeto desses teria sido ousado demais, uma provocação muito 16 grande, uma monstruosidade. Mas um filme desses faz parte de um processo contínuo e inevitável de passar a 17 enxergar e considerar ....... época de Hitler como história. Não significa que o passado nazista deva ser 18 contemplado sem emoção, sem consternação. O julgamento do Terceiro Reich também não precisa se 19 drasticamente revidado, seus terríveis crimes não precisam ser relativizados. 20

56) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 02, 13, 16 e 18. A) de ele entrar – à – Há - a B) dele entrar – a – A – à C) de que ele entrasse – à – A – à D) que ele entrasse – à - Há – à E) dele entrar – a – Há – a GABARITO: 01-E, 02-C, 03-D, 04-A, 05-A, 06-B, 07-D, 08-A, 09-E, 10-D, 11-E, 12-B, 13-C, 14-C,

15-B, 16-D,17-B, 18-C, 19-B, 20-E, 21-B, 22-D, 23-C, 24-C, 25-B, 26-B, 27-B, 28-C, 29-D, 30-E, 31-E, 32-C, 33-A, 34-B, 35-A, 36-A, 37-B, 38-B, 39-A, 40-B, 41-C, 42-A, 43-C, 44-D, 45-E, 46-E, 47-D, 48-A, 49-E, 50-A, 51-E, 52-D, 53-B, 54-D, 55-D, 56-A

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Português 149 Professor Paulo Ricardo

CONCORDÂNCIA NOMINAL

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Português 150 Professor Paulo Ricardo

ASPECTOS TEÓRICOS:

PRINCÍPIO GERAL ADJETIVO - ADVÉRBIO - EXEMPLOS:

EXERCÍCIOS DE AULA: A) Complete as frases com os adjetivos entre parênteses. 1) Remeteu-nos ..................as informações

solicitadas. (anexo) 2) Remeteu-nos ..................às informações

solicitadas os dados do processo. (anexo) 3) Remeteu-nos os dados do processo

...................... . (em anexo) 4) As pessoas estavam ................. em casa. (só) 5) Tachou de .................. as afirmações do

oponente. (mentiroso) 6) Sugiro que torne .................., imediatamente, as

cartas que você recebeu. (público) 7) Não considero, contudo, ..................essas

acusações. (inverídico) 8) Estas acusações não são ................. para

prendê-lo. (suficiente) 9) Acertamos que ficaria ...................ao aluno,

conforme previsão de todos, a possibilidade de fazer nova prova. (assegurado)

10) A derrota de nossa equipe tornou ................ os problemas do time. (saliente)

11) Precisamos de mais vitórias e ................ reclamações. (menos)

12) As funcionárias ....................tiraram a empresa da falência. (mesmo)

13) O colega pediu-me .................os livros ...................na prova de ontem. (emprestado e cobrado)

14) Diante da sugestão do rapaz, ela sorriu ........................ . (amarelo)

15) Eram rapazes ................ e vadios; os moradores do bairro consideravam-nos como ................... . (inútil e irrecuperável)

16) Vou comprar .................... gramas de queijo. (trezentos)

17) A candidata estava .................. nervosa. (meio) 18) Tenho amigos .................... para jamais me

sentir só. (bastante) 19) Elas estavam .................. irritadas com vocês.

(bastante) 20) Os alunos ..................... foram pesquisar o

assunto; depois, irão remeter-nos ................... ao relatório os dados estatísticos. (próprio e incluso)

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Português 151 Professor Paulo Ricardo

OBSERVAÇÕES:

A) a expressão tal qual B) as expressões É necessário, É proibido, É permitido

C) a expressão ALERTA D) as expressões O mais possível ; Os mais possíveis EXERCÍCIOS DE AULA: B) Complete as frases com os adjetivos entre parênteses. 21) Nossos jogadores estavam ................distribuídos que os adversários. (melhor) 22) As candidatas ficaram ente seis ...............classificadas. (pior) 23) .......... as testemunhas, o júri se reuniu. (ouvido) 24) Em situações desse tipo, é ................ cautela. (necessário) 25) É ................ a entrada de pessoas estranhas. (proibido) 26) É ................ entrada de pessoas estranhas. (proibido) 27) Essas crianças são ................... sua mãe. (tal qual) 28) As guarnições, em face da situação política, permaneceram................. .(alerta) 29) De fora do quartel, foram ouvidos três ......................... . (alerta) 30) Perseverança é ........................ para vencer na vida. (necessário) 31) É .......................... a esperança para vencer na vida. (necessário) PLURAL DOS COMPOSTOS:

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Português 152 Professor Paulo Ricardo

OBSERVAÇÕES FINAIS:

1) adjetivo ANTES de dois ou mais substantivos 2) adjetivo DEPOIS de dois ou mais substantivos EXERCÍCIOS DE AULA: C) Complete as frases com os adjetivos entre parênteses. 44) No estádio, as camisas ................ estavam por

toda parte. (azul-escuro) 45) Comprei duas blusas ..............que finalmente

combinavam com meu cinto............ . (azul-claro e violeta) 46) Suas luvas .......... eram altamente provocantes.

(creme) 47) Seus sapatos ........... pouco tinham a ver com a

festa. (cinza) 48) Odeio estas duas calças ............. . (marrom) 49) No banco de trás, estavam o cachorro e o

papagaio .............. . (falador) 50) Na região, ele encontrou ................caverna e um

lado. (desconhecido) 51) Encomendei dois ternos ................. . (azul-

marinho) 52) Aquela bela jovem tinha olhos ................. .

(verde-mar) 53) As discussões .................... iriam seguir por toda

a noite. (político-social) 54) Vestia meias............ e calças ............. . ( preto e

rosa-choque) 55) As questões .............. precisam ser............

analisadas. (russo-americano e melhor) 56) Os cavalos .................venceram a prova. Todos

sabiam que os ......................eram os favoritos. (puro-sangue e puro-sangue)

57) As crianças ................chegaram. Os .................. são mais sensíveis a esse tratamento. (surdo-mudo e surdo-mudo)

58) O ministro usava sapatos ........... na reunião que tratava de questões .................... . (pastel e econômico-financeiro)

59) Enviou-me dois cheques e uma fatura ............... . (manuscrito)

60) Manifestava repulsa, aversão e ódio .................. . (mortífero)

61) Terminamos um livro e uma revisão .................. . (fastidioso)

62) Fizeram uma pesquisa ............... para uma entidade ................ . (técnico-científico e ibero-americano)

63) Nos carros ................, aparecem muito pó. (azul-turquesa)

64) Nos filmes de faroeste, aparecem os índios ................... . (pele-vermelha)

65) Nos filmes de faroeste, aparecem os .................... . (pele-vermelha)

66) O escultor realizou belíssimos ..................... na entrada do edifício. (baixo-relevo)

67) Ele tinha três ................... para usar no comício. (alto-falante)

68) Seus ................ estavam velhos. (guarda-roupa) 69) Em nossa rua, há dois ....................... . (guarda-

noturno) 70) Reze duas .................. . (ave-maria) 71) O livro tinha ............... capa e texto. (belíssimo) 72) Ele recebeu, de presente, uma jóia e um relógio

............... . (automático) 73) Os fardamentos ................. que os soldados

usavam não combinavam com o moreno-mate de seus rostos. (verde-oliva)

74) As roupas têm tons ............ . (pastel) 75)As populações .................... são, geralmente,

muito extrovertidos. (latino-americano) 76) Ciências .................... é o nome de uma matéria

dada no segundo grau. (físico-biológico) 77) Ele já fez o primeiro e o segundo .......... . (grau)

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Português 153 Professor Paulo Ricardo

TESTES: 01) Na construção “...são estruturalmente bastante sofisticadas...”, encontramos dois advérbios. Sabendo-se que

os advérbios podem modificar um verbo, um adjetivo ou outro advérbio, selecione a alternativa que representa graficamente as relações entre os advérbios e as palavras que eles modificam.

A) são estruturalmente bastante sofisticadas. B) são estruturalmente bastante sofisticadas. C) são estruturalmente bastante sofisticadas. D) são estruturalmente bastante sofisticadas. E) são estruturalmente bastante sofisticadas. 02) “Nessas condições, o interesse e o ponto de vista particulares tendem a diferir dos sociais.”

O adjetivo “particulares” está no plural. O uso desse plural se justifica

A) porque o adjetivo se refere ao substantivo condições. B) porque o adjetivo se refere simultaneamente aos dois substantivos que o antecedem. C) porque os dois substantivos que precedem o adjetivo são empregados como sinônimos. D) pelo fato de o adjetivo em questão também poder ser usado como substantivo em outros contextos. E) pelo fato de o adjetivo vir precedido de um substantivo composto. 03) Considere as seguintes afirmações sobre as palavras balaio-de-gatos e camisa-de-força.

I. Elas são formadas a partir de palavras já existentes na língua portuguesa. II. Elas têm o significado do todo determinado pela soma do significado das partes. III. Elas fazem o plural pelo acréscimo de –s apenas ao último membro.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) I, II e III. 04) Passando para o plural os substantivos compostos “mesinha-de-cabeceira” e “quarta-feira”, a alternativa

correta é a seguinte:

A) mesinhas-de-cabeceira , quartas-feiras B) mesinha-de-cabeceiras, quarta-feiras C) mesinhas-de-cabeceira, quartas-feira D) mesinhas-de-cabeceiras, quartas-feiras E) mesinha-de-cabeceiras, quartas-feira 05) Observe o período: “Quando fala nos animais, por exemplo, ele freqüentemente acrescenta detalhes

pragmáticos.” O adjetivo pragmáticos concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. Aponte o período, elaborado a partir do texto, que encerra erro de concordância nominal:

A) Nada escapava às observações de Anchieta, que explicava razoavelmente bichos como as enormes sucuris e os desproporcionados tamanduás.

B) Existiam, de acordo com o jesuíta, bastantes variedades na fauna, chegando ele, por vezes, a confundir anta e alce veloz.

C) Anchieta deslumbrava-se com a exuberante natureza, pois seriam precisos muitos anos para se conhecer a fundo a terra recém-descoberta.

D) As informações de Anchieta sobre a flora e a fauna brasileiras seguiram anexo na correspondência levada ao rei de Portugal.

E) No relato, o Padre procurou ser tão objetivo quanto possível em suas minuciosas descrições e longos relatos.

06) Considere as frases que seguem com relação à concordância nominal.

I. A aplicação do dinheiro não foi bem explicado. II. Ainda hoje será divulgado pela rádio uma nota explicativa. III. Ao meio-dia e meia partirá a comitiva.

Quais estão certas?

A) Apenas I. B) Apenas II.

C) Apenas III. D) Apenas I e III.

E) I, II e III.

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Português 154 Professor Paulo Ricardo

07) Na formação do plural ou do feminino de substantivos compostos constituídos de substantivo mais substantivo ou de substantivo mais adjetivo, ambos os elementos se flexionam, ao passo que, no caso dos adjetivos compostos, só o último elemento varia. Assinale a alternativa ERRADA quanto ao plural dos compostos.

A) As águas-furtadas eram comuns nas casas da região. B) Os altares-mores daquelas antigas igrejas ainda ostentavam detalhes em ouro. C) Os barrigas-verdes orgulham-se de suas belas praias. D) As águas verde-claras convidavam para um banho refrescante. E) A situação econômica-financeira do país tende a estabilizar-se. 08) “Sabendo que os problemas devem ser analisados nos seus múltiplos aspectos, a questão ecológica precisa

ser examinada à luz de suas implicações tanto ....................... quanto ........................ .” A) ético-sociais – econômico-geográficas B) éticos-sociais – econômicos-geográficos C) ética-sociais – econômica-geográficas D) éticas-sociais – econômicas-geográficas E) éticas-social – econômicas-geográfica 09) Caro e barato, quando adjetivos, concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem; como

advérbios, permanecem invariáveis. Assinale a alternativa ERRADA quanto à concordância nominal.

A) Como são caros esses brinquedos! B) Achei muito barato esses livros. C) Acho que paguei muito caro por esses livros. D) Baratos eram os brinquedos que eu trouxe da viagem! E) Não pague caro por brinquedos que logo quebram 10) Assinale a única alternativa em que há incorreção gramatical ou ortográfica num dos termos destacados. A) Estamos aqui a fim de buscar soluções, por isso esperamos ser atendidos. B) Vocês, acaso, vêem algum empecilho para a viagem? C) Se ninguém propuser alterações, o anteprojeto irá para a redação definitiva. D) Remeta a todas as filiais informações a respeito das medidas anunciadas pela diretoria. E) Se não houverem motivos, certamente não virão novas restrições da área econômico-financeira. 11) A concordância nominal está incorreta em: A) O anel contém dois gramas de ouro. B) Ficou claro, na reunião, a necessidade de mudar os estatutos do clube. C) O tratamento será à base de raios infravermelhos. D) Anexa remetemos a documentação solicitada. E) A menina tem olhos verde-claros. 12) Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE as lacunas.

Ainda ................... decepcionada, embora com ................. indignação, continuou proferindo xingamentos ..................... para escandalizar o público.

A) meio – menos – bastante B) meia – menos – bastante C) meia – menos – bastantes D) meio – menos – bastantes E) meio – menas – bastantes 13) Apenas uma das alternativas abaixo apresenta ERRO de concordância nominal. Assinale-a. A) A cidade tem bosques e praças tranqüilas. B) A cidade tem praças e bosques tranqüilos. C) A cidade tem bosques e praças tranqüilos. D) É proibida entrada no parque após as vinte e duas horas. E) É proibida a entrada no parque após as vinte e duas horas. GABARITO: 01-E, 02-B, 03-A, 04-A, 05-D, 06-C, 07-E, 08-A, 09-B, 10-E, 11-B, 12-D, 13-D

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Português 155 Professor Paulo Ricardo

PONTUAÇÃO

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Português 156 Professor Paulo Ricardo

PRINCÍPIO GERAL DE PONTUAÇÃO

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Português 157 Professor Paulo Ricardo

REGRAS ESPECÍFICAS USO DA VÍRGULA:

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Português 158 Professor Paulo Ricardo

USO DA VÍRGULA (continuação):

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Português 159 Professor Paulo Ricardo

USO DO PONTO-E-VÍRGULA:

USO DO DOIS-PONTOS:

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Português 160 Professor Paulo Ricardo

EXERCÍCIOS DE AULA: A) Justifique a pontuação usada nos trechos abaixo. 1) Você já reparou, Maria, na roupa daquela garota? _______________________________________________ 2) Os pais estavam no trabalho. Os filhos, em casa. _______________________________________________ 3) Ela ficava a cantar, a rodar, a bater palmas. _______________________________________________ 4) Viajei a Recife, capital de Pernambuco. _______________________________________________ 5) Passam os anos, e as pessoas vão desaparecendo. _______________________________________________ 6) Goza, o ator, de grande popularidade. _______________________________________________ 7) Bem próximo a mim, algumas garotas falavam de

moda. _______________________________________________ 8) Ela tinha um encontro na Assembléia Legislativa, que

fica no centro de Porto Alegre.

_______________________________________________ 9) Aos noivos, desejamos felicidades. _______________________________________________ 10) Castro Alves, o “Poeta dos Escravos,” pertenceu à

escola romântica. _______________________________________________ 11) Criatura, por que não respondes? _______________________________________________ 12) Deus, que é onisciente, a tudo assiste. _______________________________________________ 13) Sou um pobre operário. Tu, um grande artista. _______________________________________________ 14) Ele conheceu Jorge Amado, cujos livros adorava. _______________________________________________ 15) O talento se forja na solidão. O caráter, na sociedade. _______________________________________________

B) Pontue, quando necessário, as frases abaixo. 16) Jogador que joga mal é criticado pela imprensa. 17) O Palmeiras que é o atual campeão da Copa dos

Campeões não é mais patrocinado pela Parmalat. 18) O gato que fez xixi na minha cama vai ser morto

amanhã. 19) O gato que é um animal mais independente que o

cachorro também merece o nosso carinho. 20) O cientista estava preocupado com as baleias que

estavam feridas. 21) As baleias que são mamíferos são animais segundo

os cientistas inofensivos. 22) A namorada de Jorge que mora em Viamão estuda

inglês. 23) No pampa onde vive o homem da campanha o cavalo

além de ser utilizado como meio de transporte é também instrumento de trabalho.

24) As praias de nudismo onde se dispensa completamente o uso de roupas permitem às pessoas um contato mais íntimo com a natureza.

25) Morria de pena das crianças que pediam esmola na sinaleira.

26) A criança que tem seus direitos nem sempre é respeitada.

27) Marta tem dois irmãos. O irmão que mora em São Paulo é o mais velho.

28) Marta tem dois irmãos. Os dois que são gêmeos estudam na UFRGS.

29) No Brasil come-se habitualmente carne de vaca que na Índia é um animal sagrado.

30) Nem tudo que reluz é ouro.

C) Pontue, se preciso for, as frases abaixo. 31) Dentro de casa a cena era triste tudo estava

destruído. 32) Ele não quis me ouvir mais tarde porém se

arrependerá. 33) Quando cheguei notei que tudo estava como eu havia

deixado os livros estavam sobre a cabeceira da cama os cadernos nos pés da cama.

34) Quase todos procediam da Prússia Oriental havia alguns porém que vinham das bandas do Reno.

35) A hora da prova era de conhecimento de todos alguns se atrasavam porém.

36) Todos conhecem o horário da prova não se atrasem! 37) Todos conhecem o horário da prova portanto não se

atrasem. 38) Estes alunos prepararam-se para o vestibular por isso

estão hoje na Universidade. 39) Muitas coisas eram ditas contudo nada era provado. 40) Muitas coisas eram ditas nada contudo era provado. 41) Jorge era bonito não tinha todavia sorte com as

mulheres.

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Português 161 Professor Paulo Ricardo

TESTES DE AULA: 42) É incorreta a justificativa para a(s) vírgula(s) na opção: A) O homem havia já limpado o bigode para emitir a sua conceituada opinião, mas teve de renunciar a essa

idéia. ( vírgula para separar oração coordenada iniciada por mas) B) À proporção que os dois se aproximavam da imponente pedreira, o terreno ia se tornando mais cascalhudo.

(vírgula para separar oração subordinada adverbial deslocada) C) Diga que espere, João! (vírgula para separar aposto) D) A magreza desnudara-lhe os ossos, e os alimentos faziam-lhe repugnância. (vírgula antes da conjunção

coordenativa E porque os sujeitos das orações são diferentes) E) Maradona, ídolo do futebol mundial, vive hoje um drama pessoal. (vírgulas para isolar um aposto) 43) Idem à questão anterior. A) Trabalhaste bastante. Deves, por isso, receber teu salário. (vírgulas indicando o deslocamento da conjunção) B) O Brasil, comentou o economista, não corre risco de hiperinflação. (vírgulas para separar oração intercalada) C) A Torre Eiffel, que fica em Paris, é usada como estação radioemissora. (vírgulas para separar oração adjetiva

explicativa) D) Os jovens buscam a felicidade na novidade; os velhos, nos hábitos. (vírgula para indicar supressão) E) Fomos a Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. (vírgula para separar vocativo) TESTES:

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o aumento da expectativa de vida no Brasil pode ser um dado 1 negativo, pois, em 25 anos, o país será o quinto mais populoso do mundo. Em 1950, os brasileiros morriam aos 2 43 anos, em média; no ano 2000, morrerão com 70. Estima-se que 14% da população brasileira serão compostos 3 por idosos na virada do século, que vão chegar _____ essa idade sem condições dignas de vida, doentes e 4 desamparados. 5

Ao contrário dos países ricos, como a França, onde a expectativa de vida cresceu devido _____ melhoria 6 da qualidade de vida, no Brasil o fenômeno se deu porque ____ mortalidade infantil diminuiu e novas tecnologias 7 de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças, prolongaram o tempo médio de vida. Hoje, 8 nosso país tem 6,8 milhões de idosos. 9 01) Em cada um dos itens abaixo vem transcrito um trecho do texto seguido por uma versão do mesmo, na qual

foi feita uma modificação de pontuação.

I. Em 1950, os brasileiros morriam aos 43 anos, em média; no ano 2000, morrerão com 70. (l. 2 – 3)

“Em 1950, os brasileiros morriam aos 43 anos, em média. No ano 2000, morrerão com 70.”

II. Em 1950, os brasileiros morriam aos 43 anos, em média; no ano 2000, morrerão com 70. (l. 2 – 3)

“Em 1950, os brasileiros, morriam aos 43 anos, em média; no ano 2000, morrerão com 70.” III. ... e novas tecnologias de saúde, como vacinas e outras formas de controle de doenças, prolongaram o tempo

médio de vida. (l. 7 – 8)

“... e novas tecnologias de saúde (como vacinas e outras formas de controle de doenças) prolongaram o tempo médio de vida.”

Em quais itens as modificações acarretam erro em relação à norma escrita ou alteração de significado original dos trechos? A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e II D) Apenas II e III E) I, II e III

Este livro é um relato pessoal de 1964. Participei como jornalista e conheci algumas pessoas que tiveram 1 bastante a ver com aquele desfecho que influiu (quanto?) na nossa história. Perguntei a amigos sobre nomes, 2 ocorrências e alguns dados de que me sentia incerto. Faço algumas referências ao período depois de 1964, 3 porque pertinentes, acredito, ao evento, mas o que me interessa é o antes e o durante. 4

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Português 162 Professor Paulo Ricardo

Há muitas versões sobre 1964, além de fabulação, quer dizer: de um dado real são construídas fantasias 5 do tamanho da paranóia de quem nos conta. Todos somos de certa forma ficcionistas. É praticamente impossível 6 não colorir com nossa personalidade o que narramos. A memória sempre nos trai. 7 02) Relacione a coluna de cima – que contém justificativas para o uso de marcas de pontuação – com a coluna

abaixo. 1. Isola adjunto adverbial deslocado. 2. Separa orações coordenadas. 3. Indica a intercalação de um comentário à margem do que é afirmado na frase. 4. Separa itens de uma série. 5. Isola um vocativo.

( ) Parênteses na linha 2 ( ) Vírgula na linha 2 ( ) Última vírgula da linha 4

A seqüência correta de cima para baixo, é A) 3, 4, 2 B) 5, 4, 2 C) 1, 2, 4 D) 1, 5, 2 E) 3, 4, 5

Os filmes de Hollywood não cansam de explorar o tema do xerife branco, bonito e machão, que investe 1 de autoridade o seu bando de homens bons para combaterem, em nome da lei, da justiça e da família, os 2 malfeitores, os especuladores de terras, bandidos e criminosos que, por sua vez, são machões também, mas 3 usam chapéus de cores escuras e possuem fisionomias menos atraentes. 4 03) As três afirmações seguintes referem-se à pontuação do texto. I. Não há vírgula depois de “Hollywood” (l. 01) porque entre o sujeito e seu predicado, regra geral, não se coloca

vírgula. II. A vírgula depois de “branco” (l. 01) deve-se à inexistência de conjunção entre duas palavras de mesma classe

e função referidas ao mesmo termo. III. A vírgula depois de “machão” (l. 01) sugere que todo xerife branco, bonito e machão retratado pelos filmes de

Hollywood procede da maneira descrita no texto. Quais são corretas? A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas II e III E) I, II e III

Em relação a uma simples lista, uma receita acrescenta novos elementos, uma vez que compreende dois 1 aspectos: a lista das instruções e dos ingredientes mais a ação. Quanto às instruções, verificamos que umas são 2 relativas à preparação e outras ao consumo. O primeiro caso é característico da culinária; o segundo, da medicina. 3 O modo de preparação pode ser deliberadamente ocultado ao mundo exterior, seja por sua escrita cifrada, seja 4 através de instruções muito genéricas que apenas as pessoas do mesmo ofício entenderão. Este secretismo 5 também pode ser observado ocasionalmente na culinária. A omissão de indicações das quantidades dos 6 ingredientes nas receitas pode ter sido um expediente intencionalmente adotado para preservar os segredos 7 profissionais, pois as receitas surgem freqüentemente ligadas a ofícios que exigem uma aprendizagem específica. 8

04) Quanto à pontuação do texto, são apresentadas abaixo três possibilidades de modificação. I. Substituição dos dois pontos, na linha 02, por travessão. II. Colocação de vírgula depois de “outras” (l. 03). III. Colocação de vírgula depois de “ofícios” (l. 08). Quais dessas alternativas representam possibilidades que não alteram o significado do trecho?

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Português 163 Professor Paulo Ricardo

A) Apenas I B) Apenas III C) Apenas I e II D) Apenas I e III E) I, II e III

O Rio, nos primeiros anos 30, sabia onde eram os cafés dos sambistas, dos músicos, dos turistas e dos 1

boêmios. Noel Rosa, não sei por que razão, evitava o ponto do samba – o Café Nice – e preferia a Lapa, onde 2 vivia o pessoal da madrugada, bons bebedores, alguns cafetões, várias meretrizes, que se portavam com 3 dignidade nas horas de folga, e gente solitária; ignorávamos de que vivia ,e nenhuma pergunta era endereçada a 4 ele, esse amigo de todos, Noel da Lapa. Bebendo muito e se alimentando pouco, Noel se tornou presa fácil de 5 tuberculose. Naquele tempo, a doença era meia morte. 6 05) As seguintes afirmações referem-se aos travessões da linha 2. I. Na frase, os travessões poderiam ser substituídos por vírgulas ou parênteses, sem prejuízo do sentido

contextual da mesma. II. Os travessões desempenham aqui a mesma função que exercem num diálogo escrito. III. No caso específico dessa frase, os travessões poderiam ser simplesmente abolidos, sem que isso resultasse

em erro.

Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e III D) Apenas II e III E) I, II e III

No Parque do Xingu, os habitantes caçam, jogam e criam seus filhos. Por trás dessa aparência de 1 harmonia, se esconde uma babel: lá são faladas 17 línguas, com média de 200 falantes cada uma. O interessante 2 é que a distância entre elas é maior do que, por exemplo, a que existe entre espanhol e português, de tal forma 3 que os índios do parque não entendem a língua dos povos vizinhos. Algumas dessas línguas são estruturalmente 4 bastante sofisticadas: o kamaiurá possui declinações, como o latim, para marcar a ........... da palavra na frase 5 (sujeito, objeto direto, etc.). Também se expressa através de um sistema de declinações o grau de certeza do 6 .......... quanto ao assunto de que fala. Se ele tem certeza, usa um sufixo; se ouviu de terceiros, usa outro. No 7 português, isso é indicado por expressões como “eu acho” , “eu ouvi falar”, ou pela colocação de verbos no......... 8 Em relação ao vocabulário, o kamaiurá tem, por enquanto, cerca de 2.000 palavras já catalogadas. Seus falantes 9 têm centenas de palavras para árvores e, claro, nenhuma equivalente a “chip” ou “laser”. 10 06) Assinale, dentre as alternativas de pontuação abaixo, aquela que resultaria numa frase gramaticalmente

correta e semanticamente equivalente à original.

A) Substituição de dois pontos (l. 2) por vírgula. B) Supressão das vírgulas antes e depois de “por exemplo” (l. 3). C) Substituição da vírgula de depois de “português” (l. 3) por dois-pontos. D) Inclusão de uma vírgula após “Algumas dessas línguas” (l. 4). E) Suspensão da vírgula depois de “No português” (l.7 e 8).

Até o início do século, nenhum investigador havia considerado os sonhos possíveis de uma interpretação 1 séria; apenas a “opinião leiga” e as massas incultas entendiam que os sonhos constituem mensagens legíveis. 2 Os sonhos são de fato mensagens, concordava Freud, mas não as esperadas pelo público em geral. Não 3 revelam seu sentido pelo método corrente de atribuir...........cada detalhe do sonho uma significação simbólica 4 única e definida, nem é possível lê-los como um criptograma a ser decifrado por meio de uma chave ingênua. 5 Freud declarou a inutilidade de ambos os procedimentos interpretativos populares. ...........deles, ele recomendava 6 o método catártico: o sonhador deve empregar a associação livre, renunciando à sua costumeira crítica racional 7 aos meandros mentais, para reconhecer o sonho ...........ele é um sintoma. 8

07) Assinale a alternativa que indica o papel que o trecho posterior aos dois-pontos (l. 7) desempenha em relação à frase que antecede o mesmo sinal.

A) enumeração B) explicitação C) intermediação D) realce E) citação

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Português 164 Professor Paulo Ricardo

Todos os dias milhões de brasileiros, freqüentadores de supermercados, farmácias e padarias, levam 1 para casa, além dos produtos escolhidos, a certeza de alguns aborrecimentos. O momento de consumir marca o 2 início de uma pequena batalha cotidiana contra as embalagens que envolvem uma série de produtos, porque 3 elas.......... a coordenação motora e, sem dúvida alguma, infernizam a paciência dos consumidores. Os mais 4 pessimistas perguntam como abrir aquele pote de margarina que insiste em resistir a .......... o seu conteúdo ou 5 aquele vidrinho de comida especial para bebês que afirma a inviolabilidade de sua tampa de metal. Se quiserem 6 garantir um........ digno de lembrança, os consumidores devem tentar remover as tampas aluminizadas dos copos 7 de água mineral e dos potinhos de manteiga: não há como escapar de um banho ou de dedos lambuzados. 8

08) Associe as justificativas gramaticais para o uso da vírgula (coluna de cima) às vírgulas apontadas (coluna abaixo).

(1) Separar as orações ou adjuntos adverbiais deslocados (2) Separar itens de uma série (3) Isolar opostos

( ) Primeira vírgula da linha 1 e a última vírgula da linha 1. ( ) Segunda vírgula da linha 1. ( ) Primeira e segunda vírgula da linha 4.

A seqüência correta das associações, de cima para baixo, da coluna da direita, é

A) 1 – 2 – 3 B) 3 – 2 – 1 C) 3 – 1 – 1 D) 2 – 1 – 3 E) 1 – 3 – 1

Um grupo de vinte adolescentes caminhava em passos quase marciais na direção das areias do 1 Arpoador, vindo da vizinha praia de Ipanema. Pareciam uniformizados– quase todos sem camisa e só de 2 bermuda. Falavam alto e gesticulavam muito. Estavam agitados. Uma zoeira. Os termômetros, naquele momento, 3 marcavam 35 graus em toda a orla marítima da Zona Sul do Rio de Janeiro. Em frente a um hotel, o grupo que 4 chegava se defrontou com um outro que ocupava uma faixa na areia. Houve provocações mútuas. Passaram-se 5 poucos segundos entre os primeiros palavrões e uma pancadaria infernal que durou meia hora, em meio aos 6 gritos de ameaça dos combatentes e o pânico dos banhistas, que fugiam apressados, deixando para trás seus 7 pertences, já certos de que não os encontrariam na volta – se é que voltariam. 8 09) Considere as seguintes afirmativas sobre a pontuação do texto.

I. O travessão da linha 2 poderia ser substituído por dois-pontos, mantendo o mesmo aspecto de anunciar um detalhamento da primeira parte da frase.

II. As vírgulas colocadas antes e depois da expressão “naquele momento” (linhas 3) indicam aquilo que a gramática considera deslocamento de um termo da oração.

III. A primeira vírgula da linha 7 poderia ser suprimida, sem implicar erro ou qualquer mudança no significado global da frase.

Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e II E) I, II e III

Desde os seus primeiros dias, o ano de 1919 trouxe uma inusitada excitação às ruas de São Paulo. Era 1 alguma coisa além da turbulência instintiva, que o calor um tanto tardio do verão quase tropical da cidade 2 naturalmente incitava nos seus habitantes. De tal modo esse novo estado de disposição coletiva era sensível, que 3 os paulistanos em geral, surpresos consigo mesmos, e os seus porta-vozes informais em particular, os cronistas, 4 se puseram a especular sobre ele. 5

Instrução: Os itens abaixo referem-se às questões 10 e 11 e versam sobre razões do uso de vírgula.

A) Marca de separação de adjunto adverbial deslocado B) Marca de separação de itens de uma série C) Marca de vocativo D) Marca de aposto E) Marca de separação de orações coordenadas 10) Assinale a alternativa que se refere à vírgula da linha 1

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Português 165 Professor Paulo Ricardo

11) Assinale a alternativa que se refere à terceira e quarta vírgula da linha 4

Alguém poderia imaginar que aquele pacato subgerente do banco deixa todos os dias sua agência para 1 se transformar num temeroso lutador de luta-livre? Ou que seu formal e discreto advogado reforça o orçamento 2 tocando bateria numa banda de rock ou encarnando um personagem na polêmica peça Calígula? Ser um 3 biprofissional é hoje uma solução comum para driblar os baixos salários e a impossibilidade de depender de uma 4 só carreira – às vezes aquela da qual mais se gosta – , nem sempre em sintonia com as tendências do mercado. 5

Preconceitos e dificuldades à parte, cada vez mais o acúmulo de duas profissões ganha novos adeptos, 6 dispostos a enfrentar a versatilidade que a condição de biprofissional exige. Afinal, é preciso estar sempre 7 preparado para mudar repentinamente de hábitos, roupas e ambientes de trabalhos. 8

12) Assinale dentre as alternativas que se seguem aquela que faz uma afirmação correta acerca da pontuação utilizada na linha 5.

A) Os travessões poderiam ser substituído por parênteses, caso em que o significado da sentença não se modificaria.

B) Os travessões poderiam ser simplesmente eliminados sem que isso resultasse em erro. C) Os travessões são utilizados devido à inserção de um fragmento de diálogo no texto. D) A substituição do primeiro travessão por vírgula e a eliminação do segundo implicariam mudança do

significado global da sentença. E) Os travessões são utilizados devido à inserção de um aposto que indica em que acepção a palavra carreira é

utilizada.

Pode ser uma surpresa para quem pensa que a desonestidade é uma característica exclusiva dos seres 1 humanos, mas para muitos zoólogos não há dúvida: eles afirmam que os animais usam a linguagem muito mais 2 para dissimular e mentir do que para trocar informações “honestas”. A natureza está repleta de bichos vigaristas, 3 cujo comportamento chega a ser quase humano, no pior sentido dessa expressão. Um desses trambiqueiros é 4 um jovem babuíno do sul da África, batizado de Paul pelos primatologistas ingleses R. Byrne e A. Whiten, que o 5 flagraram várias vezes passando o seguinte conto do vigário: quando notou que uma fêmea arrancava uma 6 suculenta raiz da terra, Paul pôs-se a gritar como se estivesse apanhando. Imediatamente, sua mãe apareceu e, 7 pensando que a fêmea tivesse atacado seu filhote, expulsou-a . O esperto babuíno aproveitou para roubar e 8 saborear o alimento. (Superinteressante, 10/1993, n 10, p 79) 9

13) Considere as seguintes afirmações sobre o uso da pontuação no texto.

I - A presença das vírgulas nas linhas 3 e 4 indica que a oração cujo comportamento chega a ser quase humano desempenha uma função restritiva à expressão bichos vigaristas.

II - Tanto na linha 2, quanto na linha 6, os dois-pontos poderiam ser substituídos por vírgulas sem prejuízo à correção ou ao significado da frase.

III - As vírgulas na linha 5 não poderiam ser substituídas por parênteses devido à presença da oração que segue a segunda vírgula.

Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas II e III E) I, II e III

Astucioso, egoísta, alerta às chances de burlar os cidadãos e o Estado, espantoso desrespeito pelo bem 1 comum e pelas leis – esta a imagem que se tem do corrupto, o mais notório personagem da realidade política 2 atual, no Brasil, e, pode-se dizer, no mundo. “Mas quem, afinal, são os corruptos?”, provoca o psicanalista Manoel 3 Tosta Berlinck, de São Paulo. Aqueles que trabalham para o governo e se apropriam de bens públicos? Os 4 profissionais liberais que não declaram integralmente seu imposto de renda? O chefe de compras que aceita 5 propina para escolher o fornecedor da empresa onde trabalha? Toda população, enfim, ..................não exige nota 6 fiscal ao fazer suas compras e facilita aos comerciantes lesar o fisco? 7

Um efeito dessa natureza ampla do fenômeno corrupção, que Berlinck enfatiza, é o da arquiteta Mathilde 8 Caetano, de São Paulo. Em 1990, ............saída da faculdade, ela abriu um pequeno escritório e contratou um 9 contador. Meses depois, apareceu um fiscal da prefeitura, que descobriu um imposto atrasado. “Há grande 10 espaço de avaliação nas perdas de prazo”, sinalizou o funcionário, já de olho numa propina. A arquiteta devia 11 entender que com um “por fora” a avaliação da dívida seria ............ . 12

14) Considere as seguintes afirmações sobre o uso da vírgula no texto.

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Português 166 Professor Paulo Ricardo

I. As vírgulas são utilizadas pela mesma razão depois de Em 1990 linha 9 e depois de Meses depois linha 10. II. A inserção de uma vírgula depois de profissionais liberais linha 5 seria possível e não causaria mudança de

significado. III. Caso afinal linha 3 aparecesse entre são e os corruptos, viria separado por vírgulas.

Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e II D) Apenas I e III E) I, II e III

Ter cem nos, ser centenária 1 Porto Alegre está ficando assim, quando e onde menos se espera aparece um centenário.[...] Bem, nós 2

sabemos que uma cidade centenária é muito mais do que uma cidade de cem anos, uma cidade onde meramente 3 vivem figuras e cenários de cem anos. Esta, basta deixar vagar ao sabor do calendário que mal ou bem corre; 4 aquela, porém, precisa muito mais. Precisa, por exemplo, da vibração que só acomete os dispostos a segurar o 5 tempo pelos cabelos e impor-lhe um ritmo, para fazer história, consistência, com a matéria-prima trivial, dispersão. 6

Com seus mais de duzentos anos de existência, Porto Alegre se candidata agora à honraria de ser 7 centenária. Coisas, ambientes, filhos ilustres, artistas, instituições, ruas porto-alegrenses estão fazendo 8 acontecer, ao longo dos anos, a cidade – este silencioso depósito de sucessivas camadas de heroísmo, covardia, 9 ousadia, destempero, fracasso, vitórias, esperanças, desinteresses, contrariedades e desejos, em combinações 10 díspares, humanas. 11 15) Observe as seguintes possibilidades de alteração do texto . I. Substituição do ponto-e-vírgula na linha 4 por ponto. II. Substituição do travessão na linha 9 por vírgula. III. Supressão da vírgula da última linha.

Quais delas acarretariam erro?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e II E) Apenas I e III

Quando tratavam de maneiras..........mesa, os manuais de civilidade medievais – ou talvez devamos dizer 1

“manuais de cortesia”, tendo em vista a época – condenavam as manifestações de gula, a agitação, a sujeira, a 2 falta de consideração pelos outros convivas. Tudo isso persiste nos séculos XVII e XVIII, porém novas 3 prescrições se acrescentam........antigas. Em geral, elas desenvolvem.......idéia de limpeza – já presente na Idade 4 Média – , ordenando que se usem os novos utensílios de mesa: pratos, copos, facas, colheres e garfos 5 individuais. O emprego dos dedos é cada vez mais proscrito, bem como a transferência dos alimentos 6 diretamente da travessa comum para a boca. 7

Isso evidencia não só uma obsessão pela limpeza, como ainda um progresso do individualismo: o prato, o 8 copo, a faca, a colher e o garfo individuais na verdade erguem paredes invisíveis entre os comensais. Na idade 9 Média, levava-se a mão ao prato comum, duas ou três pessoas tomavam a sopa numa só escudela, todos 10 comiam a carne na mesma travessa e bebiam de uma única taça que circulava pela mesa; facas e colheres, 11 ainda inadequadas, passavam de um conviva a outro; e cada qual mergulhava seu pedaço de pão ou de carne 12 em seleiros e molheiras comuns. No séculos XVII e XVIII, ao contrário, cada comensal é dono de um prato, um 13 copo, uma faca, uma colher, um garfo, um guardanapo e um pedaço de pão. Tudo que é retirado das travessas, 14 molheiras e saleiros comuns deve ser pego com os utensílios adequados e depositado no prato antes de ser 15 tocado com os próprios talheres e levado...........boca. Cada conviva é encerrado numa espécie de gaiola 16 imaterial. Por que tais precauções, dois séculos antes de Pasteur descobrir a existência dos micróbios? O que 17 vem a ser essa sujeira que tanto se teme? Não será principalmente o medo do contato com o outro? 18

16) Considere as afirmativas seguintes sobre a pontuação do texto.

I. As aspas da linha 2 indicam que se trata de palavra literais de outro autor, como se pode comprovar pela presença do verbo dizer introduzindo a citação.

II. Os travessões das linhas 4 e 5 poderiam ser substituídos por parênteses, sem que fosse alterado o sentido original da frase.

III. No contexto, o trecho Não será linha 18 poderia ser substituído por É, e a frase terminada com ponto final, uma vez que a última pergunta do texto é retórica e disfarça uma afirmação.

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Português 167 Professor Paulo Ricardo

Quais são corretas?

A) Apenas I B) Apenas III C) Apenas I e II D) Apenas II e III E) I, II e III 17) Levando em conta as regras de pontuação do português culto, considere as possibilidades seguintes de

substituição do dois-pontos da linha 8.

I. Ponto, seguido de maiúscula. II. Ponto-e-vírgula, seguido de minúscula. III. Vírgula, seguido de minúscula.

Quais são corretas?

A) Apenas I B) Apenas III C) Apenas I e II D) Apenas II e III E) I, II e III

Em 1592, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de 1 canibalismo de índios brasileiros. São documentos de alto valor histórico (...). Porém, não podem ser vistos como 2 retratos exatos: o artista, sob a influência do Renascimento, mitigou a violência antropofágica com imagens 3 idealizadas de índios, que ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias ficaram rechonchudas 4 como as divas sensuais do pintor holandês Rubens. 5

No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada 6 idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a 7 mesma coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua diversidade desconcertante. 8

Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental – jamais 9 alimentar. 10

Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos de seus mortos. Ainda hoje, os yanomamis 11 misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que, na 12 antropofagia que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma do 13 morto a alcançar o céu. A SUPER, ao contar toda a história para você, pretende superar os olhares 14 preconceituosos, ampliar o conhecimento que os brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas 15 indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é tão digno quanto a eucaristia para os católicos. É 16 sagrado. 17

18) Assinale a alternativa na qual se faz uma afirmativa incorreta sobre possíveis alterações na pontuação do

texto.

A) Os dois-pontos na linha 3 poderiam se substituídos por ponto-e-vírgula, sem acarretar erro. B) A primeira vírgula da linha 6 poderia ser substituída por dois-pontos, sem acarretar erro. C) Os dois-pontos da linha 8 poderiam ser substituídos por travessão, sem acarretar erro. D) O travessão na linha 9 poderia ser substituído por vírgula, sem acarretar erro. E) As vírgulas da linha 16 poderiam ser substituídas por travessão, sem acarretar erro.

O octogenário Francisco Julião faleceu quietamente no México, onde morava há muitos anos. As Ligas 1 Camponesas, por ele fundadas, são hoje uma lembrança histórica. Uma pergunta que se poderia fazer é: porque 2 o Movimento dos Sem-Terra, o MST, tem mais repercussão do que tiveram as Ligas Camponesas? Claro, as 3 circunstâncias são diferentes, mas quero me deter num detalhe: os nomes. 4

Liga camponesa é uma expressão que deve ter saído dos antigos manuais comunistas: “liga” não é um 5 termo muito usual; “camponesa” muito menos. Os bolcheviques falavam da união entre operários e camponeses, 6 mas um homem do campo, no Brasil, se autodenominaria “camponês”. 7

Movimento dos Sem-Terra é outra coisa. “Sem-Terra” como “sem-teto”, é uma expressão que fala por si. 8 Mas o importante, no meu modo de ver, é a palavra “movimento”. Exatamente por isto, porque diz que algo está 9 se movendo, que não está parado, que está rumando para um objetivo. 10

O movimento dá, aos seus membros, algo que é decisivo, sobretudo no mundo em que vivemos: o 11 sentido de pertencer (de “pertenença”, palavra que talvez não exista, mas que deveria existir), de compartilhar 12 ideais, de avançar, junto com outros, para um ideal. É claro que, sob essa denominação, pode-se ir desde a 13 extrema esquerda até a extrema direita. No clima social e econômico em que vivemos, com pessoas sentindo-se 14 cada vez mais marginalizadas, isoladas, abandonadas, o termo “movimento” adquire um significado 15 transcendente. É entendido com urgência, porque não entender, aí, significa tragédia social. 16

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Português 168 Professor Paulo Ricardo

19) Considere as afirmações sobre as seqüências colocadas entre colchetes nos trechos abaixo. 1. ... porque diz [que algo está se movendo, que não está parado, que está rumando para um objetivo] (l.9 e 10)

2. ... o sentido [de pertencer (...), de compartilhar ideais, de avançar] (l.12 e 13)

3. ... pessoas sentindo-se cada vez mais [marginalizadas, isoladas, abandonadas] (l.14 e 15)

I. Cada uma das seqüências apresenta elementos coordenados entre si. II. Os elementos ordenados nas seqüências são redundantes entre si em termos de significado. III. As vírgulas que separam os elementos entre si poderiam ser corretamente substituídas por ponto-e-vírgula.

Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e II D) Apenas II e III E) I, II e III

20) Assinale a afirmativa INCORRETA sobre o emprego de dois-pontos no texto.

A) Os dois-pontos da linha 2 poderiam ser suprimidos sem prejuízo da correção da frase, desde que o ponto-de-interrogação final (linha 3) fosse substituído por ponto.

B) Os dois-pontos da linha 4 poderiam ser substituídos por um travessão sem acarretar erro. C) Os dois-pontos da linha 5 poderiam ser substituídos por ponto, sem acarretar erro, desde que a palavra

seguinte começasse por letra maiúscula. D) A substituição do primeiro ponto da linha 8 por dois-pontos tornaria mais evidente a relação de explicação

existente entre as frases que ele separa. E) Os dois-pontos da linha 11 poderiam ser suprimidos sem qualquer mudança no significado da frase. 21) A frase em que não se pode utilizar vírgula é A) Com o auxílio da técnica a televisão incorpora as grandes multidões à história. B) Os meios de comunicação oferecem dados culturais ao grande público de todos os países. C) O jornal meio de comunicação escrita não é acessível a todos. D) Analfabetos e semiletrados durante muito tempo foram marginalizados em termos de comunicação. E) Os comunicadores conseguem pelo uso adequado dos meios à sua disposição atingir o grande público. 22) O período com pontuação correta é A) Conforme constata o autor do texto o rádio que é um meio de comunicação acessível à bolsa popular, vem

ganhando uma audiência sempre maior no meio rural. B) Conforme constata o autor do texto o rádio, que é um meio de comunicação acessível à bolsa popular, vem

ganhando uma audiência sempre maior no meio rural. C) Conforme constata o autor do texto, o rádio que é um meio de comunicação acessível à bolsa popular vem

ganhando uma audiência sempre maior no meio rural. D) Conforme constata o autor do texto, o rádio, que é um meio de comunicação acessível à bolsa popular, vem

ganhando uma audiência sempre maior no meio rural. E) Conforme constata o autor do texto, o rádio, que é um meio de comunicação acessível à bolsa popular vem

ganhando uma audiência, sempre maior, no meio rural. 23) A frase em que deve ser utilizada uma vírgula é A) A informação orienta o povo e aumenta a sua cultura. B) As pessoas lêem jornais e a informação as enriquece culturalmente. C) Os dados culturais são necessários e fortalecem a cultura geral. D) A crítica dos conhecimentos adquiridos é fundamental e sempre deve ser feita. E) Os valores humanos permanecem e são indispensáveis à vida em sociedade. 24) A frase em que devem ser empregadas duas vírgulas é A) A análise que é orientada conduz a conclusões válidas. B) O raciocínio que apresenta conclusões próprias é necessário ao escrever. C) A reflexão que é sempre necessária precede uma boa redação. D) A concentração que é profunda propicia o raciocínio. E) A crítica que revela ponderação é bem recebida.

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Português 169 Professor Paulo Ricardo

25) A frase em que devem ser utilizadas duas vírgulas é A) Espera-se que a reforma do ensino brasileiro seja realizada com êxito. B) Afirma-se que a Universidade brasileira terá um nível melhor no futuro. C) Deseja-se que a seleção dos melhores candidatos à Universidade seja feita com muito critério. D) Acredita-se que apesar dos inúmeros obstáculos a vencer a reforma será feita em breve. E) Comenta-se que a reforma do ensino brasileiro propiciará melhores oportunidades aos jovens bem dotados

intelectualmente. 26) A oração que deve ficar entre vírgulas encontra-se na alternativa A) Aqueles que manifestam suas idéias merecem apreço. B) Os jovens em geral que são idealistas por natureza merecem apreço. C) Os jovens brasileiros que lutam por seus ideais merecem apreço. D) As pessoas de mais idade que se comunicam com os jovens merecem apreço. E) As pessoas de mais idade que compreendem os jovens merecem apreço.

O mito da escola aberta, que atravessou a década de 70 com força crescente, começa a fechar suas 1 portas no Brasil dois anos depois de se ver seriamente contestado exatamente onde nasceu, os estabelecimentos 2 de ensino da França e Inglaterra. A maré conservadora começa a bater em muitos colégios do país que se 3 fizeram conhecidos por manter uma política educacional frouxa em que os alunos tinham raras obrigações, 4 podiam ir às aulas sem uniforme, impunham os currículos de algumas disciplinas e até mesmo se auto-avaliavam. 5 Da mesma forma que o movimento de descompressão da década passada, o caminho de volta ao ensino 6 tradicional com doses de autoridade está sendo incentivado pelos pais dos alunos. Longe de significar 7 simplesmente uma volta ao ensino do passado, a onda moderada que ressurge em alguns colégios é um sinal 8 alentador de mudanças e racionalidade. .9 27) Responder à questão com base nas afirmativas:

I. As vírgulas que separam a oração “que atravessou a década de 70 com força crescente” (linha 1) podem ser retiradas, pois trata-se de um elemento intercalado.

II. A vírgula que antecede a expressão “os estabelecimentos de ensino da França e da Inglaterra” (linhas 2 e 3) pode ser substituído por um travessão.

III. As vírgulas do segundo período do texto (linhas 3 a 5) separam elementos do mesmo valor sintático. IV. Na linha 6, a vírgula assinala o deslocamento de um elemento de valor adverbial para o início do período.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa

A) I e II B) II e III C) I e IV D) II, III e IV E) I, II e IV

O homem do mundo contemporâneo vive uma preocupação crônica: a busca desenfreada do ter. Engolfa-1 se nessa preocupação cotidianamente e constrói para si o vazio de sua existência. Manipulado diariamente e sob 2 múltiplas formas pelo mundo da consumocracia, segue tranqüilamente o canto da sereia da moderna sofisticação 3 e automação, transformando-se em algo coisificado e quantificado. Aos poucos desaparece o alguém para sobrar 4 o algo. Tudo isso, sob o império do ter. 5

Nessa turbulência, surge um clamor angustiante pela volta ao ser, pelo valor do ser. Importa ser e não 6 tanto ter. O ter é somente a moldura para o ser: antes de o homem dizer “eu tenho”, há a realidade do “eu sou”. 7 Para ser, é preciso ter. Essas duas faces da vida do homem fundamentalmente dependem dos valores do ter e 8 do ser, dispostos numa inteligente hierarquia. . 9

.

Instrução:Responda à questão 28 com base nas afirmativas a seguir, relativas à primeira parte do texto(linha 1).

I. Os dois-pontos poderiam ser substituídos, sem prejuízo da estrutura e do sentido da frase, por ponto-e-vírgula.

II. Os dois-pontos estabelecem uma relação de explicação entre “uma preocupação crônica” e “a busca desenfreada do ter”.

III. O uso da vírgula em lugar dos dois-pontos não alteraria o sentido da frase, mas tornaria a relação entre “uma preocupação crônica” e “a busca desenfreada do ter” menos enfática.

IV. Os dois-pontos poderiam ser substituídos por um travessão, sem prejuízo da estrutura e do sentido da frase.

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Português 170 Professor Paulo Ricardo

28) Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as alternativas

A) I e II B) I, II e III C) II, III e IV D) III e IV E) I, II, III e IV

O que denominamos sociedade é com efeito uma vasta rede de acordos mútuos. Concordamos em nos 1 abster de matar nossos concidadãos, e eles, por sua vez, concordam em se abster de nos matar; concordamos 2 em guiar na mão-direita da estrada, e outros concordam em fazer o mesmo; concordamos em entregar 3 mercadorias especificadas, e outros concordam em nos pagar por elas; concordam em observar os regulamentos 4 de uma organização, e a organização concorda em consentir que desfrutemos dos seus privilégios. Esta 5 complicada rede de acordos, onde se entretece cada pormenor de nossa vida, e na qual se baseiam as nossas 6 expectativas de existência, consiste essencialmente de declarações sobre acontecimentos futuros, que 7 esperamos se desencadeiem mediante os nossos esforços. Na ausência de tais acordos, não existiria coisa tal 8 como a sociedade. Estaríamos amontoados em cavernas miseráveis e isolados, sem nos atrevermos a confiar 9 uns nos outros. Inversamente, em presença de tais acordos, e pela vontade que tem uma grande maioria de 10 pessoas de viver segundo eles, o comportamento começa a se amoldar a padrões relativamente previsíveis; a 11 cooperação torna-se possível; reinam a paz e a liberdade. 12

Instrução: Responda à questão 29 com base nas afirmativas a seguir.

I. As vírgulas que antecedem a palavra “e” nas linhas 02, 03, 04, 05, poderiam ser supridas, já que o sujeito das orações por elas separadas é o mesmo.

II. No período compreendido entre as linhas 01 e 05, os pontos-e-vírgula fazem-se necessários para separar elementos de grande extensão já subdivididos por vírgulas.

III. Emprega-se a vírgula nas linhas 09 e 10 para destacar expressões de valor adverbial deslocadas na frase. IV. Se um dos pontos-e-vírgula empregados na linha 11 e 12 fosse substituído por um ponto final, o equilíbrio

estabelecido entre os três elementos por eles separados ficaria prejudicado.

29) Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as da alternativas

A) I e II B) II e III C) II e IV D) I, II e III E) II, III e IV

O distrito de Campo do Meio fica em Montenegro, município gaúcho situado a 89 quilômetros de Porto 1 Alegre. Ali, numa propriedade de 20 hectares, Geraldo Derlam, de 40 anos, à mulher, Cloreci Maria, de 38, e as 2 duas filhas – Joseane, de 12 anos, e Fabiane, de 14 – colhem 3000 caixas de laranjas e tangerinas por ano. 3 Todos trabalham. A mãe cuida da casa, enquanto o pai e as meninas passam o dia no campo. Geraldo colhe 4 vinte caixas por dia. As filhas, doze caixas cada uma. O trabalho das crianças representa, portanto, mais da 5 metade da produção da propriedade. Joseane, a mais nova, também dirige o trator da família. O fim das férias 6 escolares no Rio Grande do Sul fez a produção dos Derlam cair em um terço. As duas meninas voltaram a 7 estudar e agora só trabalham meio período. Mesmo assim, a família vive bem. Tem um carro e uma moto, 8 máquina de lavar, freezer, geladeira e uma televisão nova. “Aqui sempre foi assim”, conta Geraldo. “Meu pai 9 trabalhava no roça quando era criança, eu trabalhei e agora minhas filhas também trabalham. A ajuda delas é 10 fundamental.” 11

Instrução: Para responder à questão 30, observar o emprego da vírgula no texto e numerar a coluna A de acordo com a coluna B.

coluna A

( ) O distrito de Campo do Meio fica em Montenegro, município gaúcho situado a 89 km de Porto Alegre.(l.1 e 2) ( ) As filhas, doze caixas cada uma. (linha 5) ( ) O trabalho das crianças representa, portanto, mais da metade da produção da propriedade. (linha 5 e 6) ( ) Joseane, a mais nova, também dirige o trator da família. (linha 6) ( ) Mesmo assim, a família vive bem. (linhas 8)

coluna B

1. A vírgula separa elemento de valor explicativo. 2. A vírgula indica a supressão de um elemento. 3. A vírgula separa um elemento deslocado.

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Português 171 Professor Paulo Ricardo

30) Está correta a numeração da alternativa

A) 1 – 3 – 1 – 3 – 2 B) 1 – 2 – 3 – 1 – 3 C) 3 – 2 – 1 – 3 – 2 D) 2 – 2 – 3 – 1 – 3 E) 3 – 3 – 1 – 2 – 1

O mês de novembro assinalou o 90º aniversário de um dos episódios mais trágicos – e mais patéticos – 1 da história brasileira: a Revolta da Vacina. Durante vários dias, as ruas do Rio de Janeiro foram cenários de 2 verdadeiras batalhas entre população e tropas federais. O pivô do conflito era um jovem médico chamado 3 Oswaldo Cruz. Filho de sanitarista, Oswaldo, verdadeira vocação para a microbiologia, estava voltando de Paris, 4 onde cumprira brilhante estágio no famoso Instituto Pasteur. A sua fama começava a se espalhar e o presidente 5 Rodrigues Alves convidou-o a assumir o cargo de Diretor de Saúde Pública, equivalente ao de ministro de hoje. 6

Era uma época difícil, em todos os sentidos. Pestilências – febre amarela, peste, tuberculose – 7 grassavam no país. Os navios estrangeiros recusavam-se a apontar no Rio. Com razão, porque tripulações 8 inteiras eram dizimadas. O café, principal produto de exportação, não podia ser embarcado. As divisas não 9 entravam, a dívida externa crescia. A missão de Oswaldo Cruz não tinha a ver só com saúde. Tinha a ver com a 10 sobrevivência do país. 11

Desta missão, Oswaldo Cruz se desincumbia com grande competência e não menor autoritarismo. Sua 12 estratégia consistia em atacar as doenças uma a uma, dentro do conceito de campanha, que popularizou. Para 13 combater a febre amarela, por exemplo, formou brigadas de mata-mosquitos que, fardadas, entravam nas casas 14 em busca de focos das insetos. Essas medidas enfrentavam oposição inclusive por parte dos médicos e até de 15 professores da faculdade de Medicina. A esta altura ainda havia controvérsia sobre a causa de tais doenças. 16 Muitos achavam que a febre amarela era transmitida por alimentos, não por mosquitos. 17

A população assistia à polêmica entre irritada e divertida, mas tudo mudou quando foi lançada a 18 campanha de vacinação antivariólica. Histórias estranhas começaram a circular: dizia-se, por exemplo, que a 19 vacina era feita com sangue de rato. E que Oswaldo Cruz tivera a idéia de combater a peste bubônica comprando 20 os ratos caçados pelas pessoas.(...) 21

Oswaldo Cruz não contava com recursos de comunicação e não teve a habilidade suficiente para 22 convencer o povo da necessidade da vacina. O episódio custou-lhe o cargo. Sua vida política declinou e ele 23 encontrou consolo refugiando-se no instituto que fundou e que leva seu nome. Um testemunho de sua visão de 24 cientista – e de sua inabalável coerência. 25

31) Em relação à pontuação do texto, não seria correto

A) retirar os travessões da linha 1 B) colocar uma vírgula após “espalhar” (linha 5) C) substituir as vírgulas após “café” (linha 9) e “exportação” (linha 9) por travessões. D) Substituir o ponto após “autoritarismo” (linha 12) por dois-pontos. E) Retirar a vírgula após “alimentos” (linha 17)

Um recente debate entre a feminista americana Betty Friedan e a escritora francesa Elizabeth Badinter 1 levantou uma questão que vai dar muito no que falar: o futuro relacionamento entre homens e mulheres no século 2 21. Segundo as duas autoridades no assunto, daqui para a frente veremos o fortalecimento da androginia, 3 presente em ambos os sexos. Ou seja, os homens assumirão seu lado feminino e as mulheres seu lado 4 masculino, num encontro harmonioso e definitivo.(...) 5

Homem não deveria temer sutilezas, contradições, lágrimas. Não deveria sentir vergonha de beijar seu 6 pai, seus irmãos, seus amigos, e muito menos olhar com cara feia para quem desconhece as regras do futebol ou 7 usa lenço no pescoço. Neste aspecto, os europeus estão a milhas de distância dos brasileiros: falam de maneira 8 mais suave, vestem-se com mais charme e criatividade e, quando suas mulheres têm uma situação profissional 9 mais bem encaminhada, não titubeiam em desfrutar a licença-paternidade. Não são menos homens que os 10 nossos. São só mais seguros.(...) 11

Jô Soares com sua afetividade, Regina Casé com sua doçura, Denise Frossard com sua coragem, só 12 para citar alguns nomes, não são pessoas que assimilaram novos papéis sem abrir mão de sua natureza. São os 13 andróginos do próximo milênio. Destacam-se porque, além de competentes, souberam somar as vantagens de 14 ambos os sexos, tornando-se mais completos. Conseguem transitar em diversos círculos, são compreendidos em 15 qualquer lugar e se fazem notar neste mundo onde todos se parecem. Os que continuam achando que a força 16 deve permanecer de um lado do ringue e a ternura do outro desperdiçam seu tempo vestindo Yamamoto ou 17 plugando-se à Internet. Serão sempre do século passado. 18

32) Considerando a pontuação do texto, seria incorreto afirmar

A) A retirada da vírgula após “androginia” (linha 3) seria possível, mas anularia o caráter explicativo de “presente em ambos os sexos” (linha 4)

B) O ponto entre “lágrimas” (linha 6) e “Não deveria” (linha 6) poderia ser substituído, sem alteração básica na relação de sentido entre as frases, por ponto-e-vírgula.

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Português 172 Professor Paulo Ricardo

C) Os dois-pontos após “brasileiros” (linha 8) poderiam ser substituídos por vírgula seguida de “pois”, sem alteração básica na relação de sentido entre as frases.

D) A colocação de uma vírgula entre “titubeiam” e “em desfrutar a licença- paternidade” (linha 10) não alteraria a correção e o sentido da frase.

E) O ponto após “nossos” (linha 11) poderia ser substituído, sem alteração básica no significado, por vírgula, mas a última frase ficaria menos enfática.

Observe-se uma cidade brasileira. Nela, há um nítido movimento rotineiro. Do trabalho para casa, de casa 1

para o trabalho. A casa e a rua interagem e se complementam num ciclo que é cumprido diariamente por homens 2 e mulheres, velhos e crianças. Pelos que ganham razoavelmente e até mesmo pelos que ganham muito bem. 3 Uns fazem o percurso casa-rua-casa a pé; outros seguem de bicicleta. Muitos andam de trens, ônibus e 4 automóveis, mas todos fazem e refazem essa viagem que constitui, de certo modo, o esqueleto da nossa rotina 5 diária. Há uma divisão clara entre dois espaços sociais fundamentais que dividem a vida social brasileira: o 6 mundo da casa e o da rua - onde estão, teoricamente, o trabalho, o movimento, a surpresa e a tentação. 7

É claro que a rua serve também como espaço típico do lazer. Mas ela, como conceito inclusivo e básico da 8 vida social – como “rua” - , é o lugar do movimento, em contraste com a calma e a tranqüilidade da casa, o lar e a 9 morada. 10 33) A afirmativa incorreta sobre a pontuação do texto é

A) A primeira vírgula da linha 1 assinala o deslocamento de um termo. B) O ponto-e-vírgula da linha 4 poderia ser substituído por um ponto final. C) A segunda e a terceira vírgula da linha 5 isolam um elemento intercalado. D) Os dois pontos da linha 6 assinalam a relação de equivalência entre dois segmentos da frase. E) A primeira vírgula da linha 9 poderia ser suprimida. 34) A oração que deve necessariamente ficar entre vírgulas encontra-se na alternativa

A) O cidadão brasileiro que roda de automóvel não está livre da violência. B) Os assaltos à mão armada que resultam em homicídios tornam-se cada vez mais freqüentes. C) A população em geral que teme os assaltantes não hesita em se armar. D) O número de crianças que perambulam pelas ruas não pára de crescer. E) As autoridades que devem garantir a segurança dos cidadãos não dispõem de recursos suficientes.

A chegada do frio na única faixa de clima temperado no tropicaliente território brasileiro é garantia de uma 1 infinidade de opções de lazer que pedem temperaturas baixas e ambientes aconchegantes. Para competir com 2 outros destinos gelados do continente – como Bariloche, na Argentina, e Valle Nevado, no Chile –, os 3 empresários do setor de turismo da Região das Hortênsias, na Serra gaúcha, rezam por uma ajuda extra de 4 temperatura, e o governo do Estado lança uma campanha nacional com o lema “O inverno mais quente do 5 Brasil”. “Estamos agora vendendo em todo o país um produto turístico diferente, que inclui uma lareira, mesa 6 farta, paisagens românticas e um clima europeu sem precisar ir além das fronteiras do Brasil”, diz o secretário 7 estadual de turismo. 8

Colonizada por alemães e italianos, a região mescla influências dos dois povos na gastronomia e na 9 arquitetura. Uma viagem pelas sinuosas estradas reserva prazeres como degustar bons vinhos ou deleitar-se 10 com uma mesa farta e variada, que oferece desde o tradicional café colonial (uma prova de resistência mesmo 11 para os mais gulosos) até pratos da sofisticada culinária suíça. Valorizando o cenário, as casas em estilo 12 enxaimel, típicas da Bavária, em Nova Petrópolis; a imponente catedral gótica, em Canela; por toda parte, o estilo 13 colonial “de Gramado”, já tão difundido pelo Brasil. 14

Se o visitante for propenso a aventuras, não ficará decepcionado: quem procura um inverno mais radical, 15 movido a muita adrenalina, pode fazer escaladas ou percorrer trilhas no cânion do Itaimbezinho, no Parque 16 Nacional dos Aparados da Serra, em Cambará do Sul, em meio a cascatas de água gelada e cristalina e 17 silenciosas matas nativas. 18

Com sorte, uns e outros terão um privilégio extraordinário: a visão da neve embranquecendo lenta e 19 suavemente a paisagem, no mais esperado fenômeno do inverno gaúcho. E talvez esqueçam por breves 20 momentos que moram num país tropical. 21 35) A única alternativa incorreta quanto à pontuação do texto é

A) Os travessões da linha 3 enfatizam a expressão que delimitam. B) Os parênteses das linhas 11 e 12 assinalam o início e o fim de um comentário paralelo do autor. C) Os pontos-e-vírgula da linha 13, combinados com as vírgulas, tornam a leitura do período mais fácil. D) As vírgulas da linha 13 (da terceira em diante) são utilizadas com o objetivo de enfatizar a expressão “o estilo

colonial de Gramado”. E) Os dois-pontos após “decepcionado” (linha 15) introduzem uma explicação para a afirmação que os precede.

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Português 173 Professor Paulo Ricardo

Quantas vezes você sentiu vontade de ajudar alguém, mudar as coisas ao seu redor, melhorar as condições 1 do mundo, e ficou só na intenção ou não soube como fazê-lo? Algumas pessoas já encontraram o caminho: 2 dedicam-se gratuitamente à assistência a doentes ou deficientes, à defesa do meio-ambiente, à recuperação de 3 drogados, a campanhas comunitárias de educação e esclarecimento. 4

Mas ainda são relativamente poucas, essas pessoas. Segundo levantamento feito pelo professor Stephen 5 Kanitz, da faculdade de Economia de São Paulo, um em cada 340 brasileiros pratica atos filantrópicos ou 6 contribui para eles. Já nos Estados Unidos, a relação é de um para cada três americanos. Para muitos destes, 7 trabalho voluntário não tem a ver com caridade em relação ao próximo ou ocupação para as horas de tédio: faz 8 parte da realização pessoal, é um legítimo exercício de cidadania. 9

Algumas justificariam a diferença numérica apontada pela pesquisa com o pauperismo endêmico que nos 10 assola, e que consome toda a nossa energia na luta pela sobrevivência. Pode ser. Mas será só isso? 11 36) Sobre a pontuação do texto, é correto afirmar:

A) Se a primeira frase do segundo parágrafo fosse reescrita na ordem direta, haveria vírgula obrigatória entre “essas pessoas” e “ainda”.

B) Entre “brasileiros” e “pratica” linha 6 poderia ser colocada uma vírgula, sem alteração da correção e do significado da frase.

C) A expressão “para as horas de tédio” (linhas 8) poderia ser isolada por vírgula sem prejuízo para a correção e o significado da frase.

D) Os dois pontos da linha 8 poderiam ser substituídos pela expressão “isto é”, sem necessidade de outras alterações na pontuação da frase.

E) A vírgula antes do “e” da linha 11 poderia ser retirada sem prejuízo para o significado e a correção da frase.

Uma reflexão sobre o ensino de todo e qualquer conteúdo pode e deve ser feita de várias e diferentes 1 perspectivas: a perspectiva da própria ciência de que se recortou o conteúdo para constituir uma disciplina 2 curricular; uma perspectiva psicológica que considera os processos de aprendizagem de um conteúdo específico; 3 uma perspectiva política, que busca identificar os pressupostos ideológicos que levam a instituir um certo 4 conteúdo em disciplina curricular e que subjazem aos objetivos e procedimentos de ensinos dessa disciplina; uma 5 perspectiva social, que considera as condições sociais de produção de um determinado conhecimento, as 6 condições sociais daqueles a quem se destina o ensino e daqueles encarregados de ensinar, o papel e função 7 atribuídos pela sociedade à instituição em que ensino e aprendizagem ocorrem, isto é, a escola; uma perspectiva 8 cultural, que relaciona a disciplina e seu conteúdo com as características, as expectativas, as necessidades do 9 grupo cultural a que se destina seu ensino; uma perspectiva histórica, que reconstrói os processos por meio dos 10 quais um certo conhecimento vai-se configurando como saber escolar e, conseqüentemente, vai-se constituindo 11 em disciplina curricular, ao longo do tempo. 12

Instrução: Responder à questão 37 com base nas afirmativas abaixo, sobre a forma como as perspectivas são apresentadas.

I. A estrutura do parágrafo apresenta paralelismo, ou seja, estruturas de natureza semelhante. II. O uso do ponto-e-vírgula entre as diferentes perspectivas hierarquiza as informações, facilitando a leitura. III. Cada uma das perspectivas é caracterizada por uma ou mais orações adjetivas.

37) Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as da alternativa

A) I e II B) I e III C) I, II e III D) II e III E) III

“Maio é o mês para se lembrar que muito antes da televisão já existia um veículo que agia de maneira direta 1 sobre a vida de milhões de brasileiros. E para se entender a força do rádio no Brasil nos anos 30,40 e 50 é 2 preciso abstrair a existência da televisão. Só assim se compreende... dimensão e ... impacto que as ondas 3 médias e curtas causavam nos lares brasileiros. Os ídolos musicais formados em seus estúdios e toda uma 4 programação que se espalhava pelos quatro cantos do país influenciavam significativamente o comportamento. O 5 rádio imprimia modismos e propagava idéias. Este septuagenário, que terá praticamente... ano de 1993 para ser 6 reverenciado, sofreu um baque nas últimas décadas, mas ainda assim não foi derrubado pela sua mais 7 implacável inimiga: a televisão.” (jornal Zero Hora) 8

38) Assinale a alternativa que indica o papel que o trecho posterior aos dois pontos (linha 8) desempenha em relação à frase que antecede o mesmo sinal.

A) explicitação B) enumeração C) intermediação D) realce E) citação

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Português 174 Professor Paulo Ricardo

39) Sobre o emprego da vírgula depois de “décadas” (linha 7), diga-se que

A) está colocada antes de uma oração subordinada. B) está colocada antes de uma oração adversativa. C) enfatiza o ritmo frasal. D) separa um substantivo de uma conjunção. E) adiciona uma oração à outra.

40) Considere as afirmações sobre os sinais de pontuação utilizados no texto.

I. Os dois-pontos (linha 8), por serem sinais que marcam fundamentalmente pausa, poderiam ser substituídos por vírgula.

II. O elemento colocado após os dois-pontos (linha 8) funciona como citação da inimiga do rádio. III. Se colocássemos uma vírgula após “os ídolos musicais” (linha 4) não causaria problemas na pontuação do

período.

Pode se concluir que

A) apenas I está errada. B) apenas II está errada. C) I e II estão erradas. D) I e III estão erradas. E) I, II e III estão erradas.

“A cada eleição, céticos ou esperançosos, milhões de brasileiros se perguntam se o país abrirá a porta do 1 futuro ou será obrigado a engolir uma nova ilusão. Atemporal, o sonho renova-se, prova da extraordinária 2 capacidade de projeção da população. Ou o sonho não passa da única possibilidade? O Brasil avança a passos 3 lentos, como um “bêbado”, enquanto o salto significaria a incorporação de boa parte dos excluídos. O tempo das 4 revoluções morreu, talvez até porque elas também iludem – Tocqueville ultrapassou Marx -, mas a era das 5 reformas verdadeiras em nome da justiça nunca perderá o sentido. Estará o país do futuro, com muito atraso, 6 tomando finalmente o trem do presente?” 7

41) As duas primeiras vírgulas do texto se justificam porque marcam

A) um vocativo. B) uma oração intercalada. C) um aposto. D) um pleonasmo. E) um adjunto adverbial.

42) Considere as seguintes afirmativas sobre a pontuação do texto.

I. O travessão da linha 5 poderia ser substituído por dois-pontos, mantendo o mesmo aspecto de anunciar um detalhamento da primeira parte da frase.

II. As vírgulas colocadas antes e depois das palavras “céticos ou esperançosos” (linha 1) indicam aquilo que a gramática considera deslocamento de um termo da oração.

III. A vírgula colocada após a palavra “Atemporal” (linha 2) justifica-se por ser um adjetivo.

Quais estão erradas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III.

43) Em “... o homem branco, heterossexual, monogâmico, adulto...” justifica-se o uso das vírgulas por

A) utilizar expressões explicativas. B) separar orações coordenadas assindéticas. C) separar aposto. D) isolar adjunto adverbial deslocado. E) haver termos de mesma função sintática.

“Manter sob controle as emoções que nos afligem é fundamental para o bem-estar; os extremos – 1

emoções que vêm de forma intensa e que permanecem por muito tempo – minam nossa ________ . É claro que 2 não devemos sentir um tipo de emoção: ser feliz o tempo todo de certa forma sugere a insipidez daqueles 3 adesivos com rostos ________ que foram moda nos anos setenta. Os altos e baixos dão tempero à vida, mas 4 precisam ser vividos de forma equilibrada. As pessoas conseguem obter uma sensação de bem-estar se têm, 5 para ________ os episódios de raiva e depressão, um conjunto de momentos igualmente alegres ou felizes. 6

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Português 175 Professor Paulo Ricardo

44) Aponte outra possibilidade correta de pontuar o primeiro período do texto. A) Manter sob controle as emoções que nos afligem, é fundamental para o bem-estar, os extremos – emoções

que vêm de forma intensa e que permanecem por muito tempo – minam nossa... B) Manter sob controle as emoções, que nos afligem, é fundamental para o bem-estar; os extremos: emoções

que vêm de forma intensa e que permanecem por muito tempo minam nossa... C) Manter sob controle as emoções que nos afligem é fundamental para o bem-estar; os extremos, emoções

que vêm de forma intensa e que permanecem por muito tempo, minam nossa... D) Manter sob controle as emoções que nos afligem é fundamental para o bem-estar. Os extremos: emoções

que vêm de forma intensa, e que permanecem por muito tempo, minam nossa... E) Manter sob controle as emoções que nos afligem é fundamental, para o bem-estar, os extremos; emoções

que vêm de forma intensa e que permanecem, por muito tempo, minam nossa...

A Internet vem despertando um interesse incrível. Cada vez mais pessoas estão integrando essa 1 realidade ao seu cotidiano e, com o tempo, todos irão incluir seu endereço de correio eletrônico no cartão de 2 visita. Médicos, advogados, empresas - desde a maior até a menor – estão conectados. Nos Estados Unidos, 3 as pessoas já utilizam a Internet para acompanhar uma apuração de votos em tempo real ou, então, buscar 4 detalhes atualizados sobre a missão da sonda Pathfinder em Marte e os problemas da estação espacial Mir. 5 45) Considere as seguintes afirmações sobre os travessões da linha 3.

I. Eles poderiam ser substituídos por vírgulas ou parênteses, sem prejuízo de sentido. II. Eles poderiam ser abolidos, sem que isso fosse um erro. III. Eles desempenham aqui a mesma função que exercem em um diálogo escrito.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Nenhuma delas.

A depressão é o fim da esperança. Quando volta a esperança, cessa a depressão. 1 A depressão, considerada como a doença do século, dá-se quando a vida perde o sentido, quando o 2

homem desanima diante do embate contra a adversidade – e desiste. 3 A depressão nada mais é que a desistência. O grande poeta Baudelaire, da grande obra As Flores do 4

Mal, tem um poema em que diz que vai sair amanhã à noite e procurar um mendigo, que o encontrando o 5 esbofeteará e o espancará na esquina, até que ele reaja. Se o mendigo reagir, o poeta o abrigará em sua casa e 6 se tornará seu grande amigo, crivando-o de atenções e homenagens. 7

O que Baudelaire quer dizer é que todo mendigo se atira ao abismo da mendicância porque desistiu. É a 8 depressão que faz o homem desistir. E só a esperança o fará reagir. 9

Tudo se pode tirar de um homem, menos a esperança. Deve ser por isso que sabiamente a lei penal 10 brasileira recusa-se historicamente a instituir a pena de prisão perpétua. Os criminosos brasileiros podem ser 11 condenados a mais de cem anos de prisão, como muitos o são, mas o Estado instituiu o autodever de libertá-los 12 após 30 anos de pena cumprida. 13

Exatamente porque não se pode tirar do homem a esperança. Pode-se tirar do homem a liberdade, mas 14 não a esperança de voltar à liberdade. 15

Sonhar é o mais sagrado direito do homem. O miserável, o pobre, o marginalizado pode ser privado de 16 todos os seus direitos, menos o de sonhar, de ter esperança. 17

É por isso que sabiamente os médicos escondem dos doentes terminais a sua sentença de morte.18

46) Com relação à pontuação empregada no texto, é correto afirmar que

A) Os pontos após esperança (linha 1) desiste (linha 3) e desistência (linha 4) poderiam ser substituídos por vírgulas.

B) As vírgulas depois de “A depressão” (linha 2) e “reagir” (linha 6) foram empregadas por motivos diferentes. C) O uso de entre-vírgulas nas expressões “considerada como a doença do século” (linha 2) e “dá-se quando a

vida perde o sentido” (linha 2) obedece ao mesmo motivo. D) O texto obedece padrões da estrutura narrativa. E) O ponto final da linha 14 poderia ser substituído por um ponto de interrogação, se fosse retirado o vocábulo

“Exatamente” (linha 14).

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Português 176 Professor Paulo Ricardo

Foi-se o tempo em que os grandes agitos culturais dos estudantes do 2º grau eram o jornalzinho do 1 grêmio e os shows no auditório da escola. Em São Paulo, uma turma de jovens resolveu pensar em cultura como 2 gente grande e está colhendo bons resultados. Eles fazem parte da União Municipal dos Estudantes 3 Secundaristas, Umes. A entidade, reconhecida pelos órgãos públicos, representa 2,5 milhões de estudantes 4 paulistanos, mesmo aqueles que ainda estão no 1º grau ou abaixo dele. Por intermédio dela pode-se, por 5 exemplo, tirar a carteirinha que dá abatimento no ingresso do cinema. Há três anos, o departamento cultural, da 6 Umes, batizado de Centro Popular de Cultura, CPC, decidiu patrocinar a gravação de três CDs de artistas 7 desconhecidos da MPB. A iniciativa deu tão certo que acabou gerando o selo CPC – Umes, hoje com 35 discos 8 em catálogo e média de três lançamentos por mês. 9

A sigla CPC, naturalmente, remete à entidade homônima que, nos anos 60, ligada à União Nacional dos 10 Estudantes, agitou o país ao colocar idéias artísticas radicais a serviço do combate à ditadura. O CPC da Umes é 11 bem mais suave. Em comum com o primeiro, nutre apenas o nacionalismo explícito. Os artistas que gravam em 12 seu selo não querem saber de fundir maracatu com merengue. Preferem o samba e o choro em estado puro. 13 “Achamos necessário que a música nacional mais autêntica esteja presente na formação dos jovens, mas eles 14 não têm acesso a ela nos shows e na TV”, explica Pedro de Campos Pereira, 19 anos, presidente da Umes e 15 candidato à faculdade de economia. Ao lado de Pedro, à frente da entidade estão a vice-presidente Tatiana 16 Chaves (20 anos, aspirante a psicóloga) e a diretora cultural Laura de Lucena (17 anos, que pretende cursar artes 17 cênicas). 18

Todo esse discurso pró-MPB seria vazio se vários dos CDs lançados pelo CPC-Umes não fossem muito 19 bons. Como o do grupo Bambu, que tem uma original formação de baixo, harpa, gaita e voz. Ou A Luz do 20 Vencedor, em que Luiz Carlos da Vila interpreta as composições do lendário sambista Candeia. Para selecionar 21 os artistas e comandar as gravações o CPC contratou o produtor Marcus Vinícius de Andrade, 50 anos, ex-diretor 22 da gravadora Marcus Pereira. Sob sua batuta, nos anos 70, a Marcus Pereira realizou um extenso mapeamento 23 musical do Brasil e foi a primeira a lançar artistas como Cartola. “Hoje, todas as grandes gravadoras estão atrás 24 dos mesmos segmentos”, comenta Vinícius. “Na CPC-Umes não pretendo fazer etnografia, apenas gravar artistas 25 de qualidade”, ele completa, para gáudio de seus patrõezinhos. 26 47) A vírgula após a expressão “Em São Paulo” (linha 2), justifica-se por

A) separar termos coordenados assindéticos. B) separar um vocativo. C) marcar a omissão de um termo. D) indicar a presença de uma oração intercalada. E) marcar um adjunto adverbial deslocado.

Sair da faculdade com emprego garantido é um sonho distante para muitos estudantes, não para os 1

engenheiros de telecomunicações. Pelo menos neste momento de transformações no setor, esses jovens estão 2 com o futuro garantido. Desde a quebra do monopólio estatal, marcado pelo fim do sistema Telebrás, em 1998, 3 as empresas de telecomunicações têm avançado com voracidade sobre os novos talentos que saem das 4 faculdades. A estratégia se assemelha às utilizadas pelas companhias em relação aos formandos de grandes 5 centros americanos como a Universidade Harvard ou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Um mês 6 antes da formatura, as empresas do setor pedem as listas dos alunos que estão prestes a se formar. Ninguém 7 fica na mão. Só neste ano, apenas cinco grandes empresas de telefonia – Embraltel, Intelig, ATL, Telefonia 8 celular e Vésper – estão abrindo vaga para mais 5.000 funcionários. 9

Nos últimos anos, a infra-estrutura em telecomunicações tornou-se tão importante para um país quanto a 10 construção de estradas, empresas e aeroportos. O Brasil já assinalou essa filosofia. Em 2005, a previsão é de 11 que o número de celulares ultrapasse a barreira dos 58 milhões de aparelhos, quase quatro vezes o número 12 atual. Na telefonia fixa, a quantidade de linhas deve dobrar. As operadoras de televisão por assinaturas também 13 entram na estatística: a porcentagem de assinantes deverá quintuplicar até 2005. Só nos primeiros seis meses do 14 ano passado houve 26 operações de fusão e aquisição envolvendo empresas de telecomunicações no Brasil, 15 segundo pesquisa feita pela consultoria KPMG. Em breve, essa febre vai aumentar. A partir de 2002 o setor de 16 telecomunicações será totalmente liberado à concorrência, como ocorreu nos Estados Unidos em 1996 e na 17 Europa no ano passado. Estima-se que 64 bilhões de dólares serão despejados até 2006. Com tantos 18 investimentos as empresas vão precisar de ainda mais mão-de-obra. 19 48) Considere as vírgulas após as palavras formatura (linha 7), anos (linha 10), breve (linha 16) e concorrência

(linha 17). Em relação ao seu uso, é correto afirmar que:

A) as quatro justificam-se pela mesma norma de pontuação; B) as três primeiras apresentam justificativa igual; C) a quarta vírgula foi empregada para separar um adjunto adverbial deslocado; D) apenas duas das quatro justificam-se pela mesma razão; E) as duas primeiras foram utilizadas para separar um aposto.

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Português 177 Professor Paulo Ricardo

Walt Disney, um dos pais do desenho animado comercial, o homem que povoou a fantasia de milhões de 1 crianças e adultos nos quatro cantos do planeta com personagens como Mickey e Pato Donald, flertou com o 2 nazismo e colaborou com o FBI, a polícia federal americana. Quem garante é o escritor americano Marc Eliot, no 3 livro Walt Disney: o príncipe oculto de HollyWood, que já provoca controvérsia antes mesmo de ser lançado. 4 Durante 25 anos, Disney, segundo Eliot, municiou o ex-diretor do FBI J. Edgar Hoove com informação sobre 5 comunistas em HollyWood e, na década de 30, participou de reuniões de nazistas americanos. “Trata-se de uma 6 tentativa suja de conseguir dinheiro e manchar a imagem de um grande homem”, contra-atacou o porta-voz da 7 Disney, John Dreyer. “Disney, certamente, era anticomunista, mas nunca encontrei indícios de que era 8 informante”, argumentou Richard Greene, autor do best seller O homem por trás da magia. Mas o diário The New 9 York Times, que garante ter provas da ligação de Disney com o FBI, sentenciou: “Não há dúvida de que o 10 material apresentado pelo senhor Eliot é autêntico.” 11 49) Com base nas regras de pontuação, assinale a alternativa que justifica, corretamente, as vírgulas colocadas

no primeiro período do texto (L.1 a 3). A) A primeira vírgula separa o vocativo “Walt Disney” do restante da frase; as outras, elementos que exercem a

mesma função sintática. B) A primeira vírgula separa o vocativo “Walt Disney”; a segunda e a terceira, o sujeito do predicado; a última, o

oposto referente ao substantivo FBI. C) A primeira e a segunda vírgula isolam um aposto; a terceira, um vocativo; a quarta, o aposto referente ao FBI. D) Todo as vírgulas isolam o aposto. E) As três primeiras vírgulas separam apostos; a última, um complemento nominal vinculado ao substantivo FBI.

50) À frase A nova Placar empolga até os mais indiferentes ao esporte foram acrescentadas algumas

informações.

Analise cada frase e escolha a que está corretamente pontuada.

A) A nova Placar – um lançamento sofisticado, e atrevido; empolga até os mais indiferentes ao esporte. B) Com um projeto visual revolucionário e o maior formato da imprensa brasileira, a nova Placar empolga até os

mais indiferentes ao esporte. C) A nova Placar utilizando uma linguagem irreverente e corajosa, empolga até os mais indiferentes ao esporte. D) Assine já, a nova Placar; que empolga até os mais indiferentes ao esporte. E) A nova Placar, empolga os torcedores fanáticos, e até os mais indiferentes ao esporte.

51) Do ponto de vista da norma culta, há necessidade de colocar, no segundo quadrinho, vírgula depois de

A) imagine – greves B) greves – sabotagem C) se – sabotagem D) se – greves E) eles – sabotagem

Todo mundo ri das desgraças dos outros. Como diz a velha marchinha de carnaval, “pimenta nos olhos 1

do outro é refresco”. É realmente engraçado que o riso seja, quase sempre, provocado pelo ridículo, pela situação 2 incômoda, pelo grotesco, pela tristeza. Em épocas de paz (se as há) nunca se viu ninguém ridicularizando 3 ninguém. Nas outras – menos calmas, mais vigiadas – o humor burla a proibição com a irreverência, com a 4 ridicularização dos prepotentes e com a subversão dos costumes( nem tão comportados assim). 5 52) Observe as afirmativas a respeito do emprego da pontuação utilizada no texto.

I. As aspas (linhas 1 e 2) foram usadas para assinalar a citação. II. Os travessões (linha 4) foram usados para indicar a mudança de interlocutor. III. Os parênteses (linha 5) foram usados para encaixar um comentário paralelo com um tom de ironia.

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Português 178 Professor Paulo Ricardo

Está(ão) correta(s)

A) apenas I. B) apenas II. C) apenas I e II. D) apenas I e III. E) apenas II e III.

Segunda – A senhora Alexandra Xandra guardava, com amor, ____ mais de dez anos, um amuleto que 1 seu marido lhe dera ao falecer. Quando em casa, ela o colocava sobre sua mesinha-de-cabeceira. Durante as 2 férias, nunca se esquecia de _____na mala. Na rua, no táxi, no ônibus, a senhora Xandra sempre levava consigo 3 seu amuleto. Hoje, depois de dez anos de fidelidade e luto, enquanto se preparava para assistir ao desfile das 4 escolas, a senhora Xandra resolveu, por pura curiosidade, puxar a argolinha que enfeitava a cabeça do amuleto. 5 Foi só então que percebeu, tardiamente, que _____ de uma granada. O enterro será na Quarta-Feira de Cinzas, 6 nos lotes 122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129 e 130. 7

53) Observe as afirmativas a seguir sobre pontuação.

I. Na linha 3, as 3 últimas vírgulas foram empregadas para separar termos da mesma função sintática. II. Se fosse retirada a segunda vírgula da linha 5, não ocorreria erro de pontuação, pois, nesse caso, o emprego

da vírgula é facultativo. III. Na linha 6, depois de “será”, não há necessidade de vírgula, porque o adjunto adverbial que se segue está na

ordem direta.

Está(ão) correta(s)

A) apenas I. B) apenas II. C) apenas I e III. D) apenas II e III. E) I, II e III.

Além de sua grande flexibilidade, o conhecimento possui outras importantes características que o tornam 1 fundamentalmente diferente de fontes menores de poder no mundo de amanhã. 2

Assim, a força, para todos os sentidos práticos, é finita. Há um limite para a força que pode ser 3 empregada antes de destruirmos aquilo que queremos capturar ou defender. O mesmo é verdade quanto à 4 riqueza. O dinheiro não pode comprar tudo, e a determinada altura até mesmo uma carteira recheada fica vazia. 5

Em contraste, o conhecimento não se acaba. Podemos sempre gerar mais. 6 ............................................................................................................................................. 7

O conhecimento é, também, inerentemente diverso do músculo e do dinheiro porque, em geral, se eu uso 8 uma arma, você não pode simultaneamente usar a mesma arma. Se você usa um dólar, não poderei usar esse 9 dólar ao mesmo tempo. 10

Em contraste, nós dois podemos usar o mesmo conhecimento a favor ou contra cada um de nós – e 11 nesse exato processo podemos, até, produzir ainda mais conhecimento. Ao contrário de balas ou orçamento, o 12 conhecimento, em si, não se esgota. Só isso nos diz que as regras do jogo do poder pelo conhecimento são 13 nitidamente diferentes dos preceitos em que se apóiam aqueles que usam a força ou o dinheiro para conseguir o 14 que querem. 15

Mas uma última, mesmo mais crítica diferença separa a violência e a riqueza do conhecimento enquanto 16 entramos correndo no que tem sido chamado a era da informação: por definição, tanto a força como a riqueza 17 pertencem aos fortes e aos ricos. A verdadeira característica revolucionária do conhecimento é o fato de poder 18 ser adquirido também pelos fracos e pelos pobres. 19

O conhecimento é a mais democrática fonte de poder. 20 54) Considere as afirmativas quanto à pontuação do texto.

I. A vírgula após tudo (linha 5) justifica-se por segmentar duas orações com sujeito e predicado diferentes. II. O sintagma a determinada altura (linha 5) poderia figurar entre vírgulas por ser um adjunto adverbial

virgulável. III. O travessão após nós (linha 11) tem a mesma justificativa que a vírgula utilizada após tudo (linha 5).

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) I, II e III.

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Português 179 Professor Paulo Ricardo

Em principio, há consenso de que o projeto para o Brasil consiste na modernização; mas, na prática, 1 quando se cogita do modelo para chegar lá, o consenso míngua. 2

Não serve o modelo do socialismo de economia planificada e propriedade coletiva dos meios de 3 produção; jaz na lata de lixo da história. O socialismo liberal ou de mercado não passa ainda de teoria ou 4 hipótese. Descarte-se o charmoso welfare state2 da social-democracia: políticas redistributivas baseadas em 5 princípios de justiça supõem a preexistência de uma economia moderna em processo de expansão e hoje essas 6 economias se organizam de tal forma que seu crescimento só é possível se programas redistributivos forem 7 amputados. 8

A alternativa neoliberal – sacralização do mercado como instrumento único de regulação social – está em 9 refluxo. As construções neoliberais – eufemismo dumlaisser- faire3 bem próximo do anarquismo – desmoronam. 10 Um pouco em toda parte, esboça-se um “retorno ao Estado”, como constatou o neoliberal The Economist em 11 histórico editorial (Após o Mercado). Mas nada de retorno ao Estado do passado, nem qualquer coisa parecida 12 com o intervencionismo estatal brasileiro. 13

Numa sociedade como a brasileira, historicamente refratária a valores liberais e viciosamente organizada 14 para o máximo benefício possível dos mais privilegiados – a segunda distribuição de renda mais injusta do mundo 15 - , deve-se renunciar a um pacote liberal ortodoxo e completo. Nada mais antiliberal que tratar vítimas de 16 sociedades injustas como se vivessem em sociedades justas ou aproximadamente justas. Medidas que nestas 17 seriam com razão tidas como intoleráveis paternalismos ou populismos, em sociedades pobres não só podem ser 18 recusadas como são positivamente uma questão de justiça. O mercado se legitima primariamente como condição 19 necessária à liberdade individual ou à justiça social e só secundariamente como condição para a eficiência e a 20 prosperidade (John Rawls). 21

A revisão constitucional poderá ajudar na limpeza dos estábulos de Áugias e forjar algumas ferramentas 22 essenciais a uma modernização que poderá vir a ser a obra revolucionária do governo a emergir das urnas em 23 1994. 24

55) Analise as afirmações referentes à pontuação do texto.

I. Os travessões do 3° parágrafo, tanto na primeira como na segunda frase, servem para assinalar a introdução de apostos.

II. Os travessões do 4° parágrafo servem para assinalar a presença de uma oração explicativa. III. A vírgula das linhas 15 e 16 (mundo -,) está incorreta pois tem a mesma finalidade do travessão.

Quais estão certas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e III. E) Apenas II e III.

ESCOLHA O SEU MODELO

Tipo de lente Vida útil

Tempo de uso Para quem Preço do par

Vantagens e Desvantagens

RÍGIDA até 5 anos

12 horas por dia

Miopia 100 reais Mesmo quando as lentes são da

Acrílica Hipermetropia melhor qualidade, elas não permitem astigmatismo muita entrada de oxigênio.

RÍGIDA 1 a 2 anos

12 a 18 horas

Miopia de 140 a 160

É bastante permeável ao oxigênio.

Siliconada por dia Hipermetropia reais astigmatismo

RÍGIDA 1 a 2 anos

12 a 18 horas Miopia de 160 a 200

É bastante permeável ao oxigênio e

Fluorcarbonada por dia Hipermetropia reais acumula menos partículas de sujeira. astigmatismo

GELATINOSA até 1 ano

14 horas por dia Miopia de 80 a 120

É mais confortável, mas exige

de uso diário Hipermetropia reais manutenção diária e é menos Pouco astigmatismo permeável ao oxigênio.

GELATINOSA até 1 ano

Enquanto estiver

Miopia de 110 a 160

Confortável, pode ser usada o dia

de uso prolongado

acordado Hipermetropia reais inteiro. No entanto, a manutenção

Pouco astigmatismo deve ser diária.

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Português 180 Professor Paulo Ricardo

GELATINOSA 1 mês Enquanto estiver

Miopia de 15 a 20 É fina, prática e confortável.

de troca mensal acordado Hipermetropia reais A manutenção é mais simples. Pouco astigmatismo

GELATINOSA 15 dias

Enquanto estiver

Miopia de 10 a 15 Fácil de cuidar. Também é prática,

de troca quinzenal

acordado Hipermetropia reais fina e confortável.

Pouco astigmatismo GELATINOSA 7 dias Máximo de 6 Miopia de 10 a 15 Fina, oferece maior praticidade e de troca semanal

noites e 7 dias Hipermetropia reais manutenção simples.

Pouco astigmatismo GELATINOSA 1 dia Máximo 1 dia Miopia de 2 a 4 A maior vantagem do modelo é não de troca diária Hipermetropia reais precisar de manutenção.

Pouco astigmatismo

56) Qual(is) dos enunciados abaixo está(ão) semanticamente de acordo com as informações apresentadas no quadro, considerando-se a pontuação das orações adjetivas?

I. A lente, para a qual se estima uma vida útil de até cinco anos, é rígida acrílica. II. A lente gelatinosa de troca semanal, que tem uma vida útil de sete dias, é indicada para quem tem miopia,

hipermetropia e pouco astimatismo. III. A lente gelatinosa que tem uma vida útil de um mês custa de R$ 15,00 a R$ 20,00.

A) Apenas o I e o II. B) Apenas o I e o III. C) Apenas o II e o III. D) Todos. E) Nenhum.

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Português 181 Professor Paulo Ricardo

57) No que diz respeito à pontuação, é CORRETO afirmar que, no texto, A) deveria ter sido empregada uma vírgula depois do vocábulo ambiente (l. 1). B) a vírgula está inadequadamente empregada antes da conjunção e (l. 2). C) os dois pontos (l. 3) poderiam ser substituídos por uma vírgula. D) deveria ter sido empregada uma vírgula antes do articulador porque (l. 14). E) deveria ter sido empregada uma vírgula depois do vocábulo também (l. 14).

Estudos demográficos vêm afirmando, cada vez mais, o crescimento do contingente de idosos em todo o 1 mundo. À medida que as sociedades se desenvolvem, cresce também a idade de suas populações, pois a 2 longevidade é uma conquista do desenvolvimento e isso é um processo irreversível. 3

A cada década multiplica-se o número de idosos, por um esforço das ciências criadas pelos homens; 4 mas, o que não parece certo é que essa extraordinária conquista seja amiúde acompanhada de circunstâncias 5 tão inadequadas que acabam por transformar o viver em um pesado fardo, tornando os homens receosos de 6 ingressarem nesse tempo de vida. 7

A fonte da juventude ainda é uma conquista utópica; porém, em contrapartida, a fonte da vida vem sendo 8 descoberta e entregue aos homens que dela se apossam sem que, todavia, criem condições para utilizá-la de 9 forma adequada. É um contra-senso tanto esforço por um prolongamento de vida se o que se oferece é um 10 estado quase sem vida. 11

A moral social parece ter, durante muitos anos, se descuidado desse grupo etário, pois todas as grandes 12 disposições em qualquer sociedade estão sempre mais voltadas ao atendimento prioritário dos jovens, e, muito 13 embora não existam formalmente diferenças de direito entre os jovens e idosos, a política desenvolvimentista 14 está sempre mais atenta para os primeiros. (...) O mesmo acontece com as medidas sociais, que deveriam ter por 15 escopo atender os grupos socialmente desfavorecidos, dentre os quais se inclui o dos idosos, face a toda uma 16 gama de dificuldades de acesso a bens de riqueza de uma coletividade. Ao contrário, o que se vê é a criação, 17 cada vez maior, de injustas imagens sobre esse grupo, fazendo com que todas as manifestações advindas dos 18 idosos sejam motivo de verdadeiro escândalo, face ao total desconhecimento de suas capacidades e 19 expectativas. 20

Interessante é ver que estamos criando na juventude um mundo que, fatalmente, nos rejeitará no tempo 21 da velhice; e, dessa forma, parece absurdo se trabalhar tanto por um futuro no qual não existirá um espaço social 22 para aqueles que o construíram. 23

As sociedades precisam, urgentemente, reformular suas idéias sobre a velhice, eliminando as posturas 24 preconceituosas que tanto aviltam a dignidade que, durante milênios de evolução, a espécie humana tem lutado 25 para conquistar. É necessário que se prolonguem ou se criem oportunidades novas para os que envelhecem, 26 mantendo-os ativos e participantes segundo suas condições psicofísicas para, com isso, devolver-lhes sua total 27 dimensão. 28 (SALGADO, Marcelo. Velhice: uma nova questão social. 2. Ed. São Paulo: SESC-CETI, 1982.) 29

58) A razão do emprego das duas primeiras vírgulas, na primeira linha do último parágrafo, é a mesma

A) das vírgulas da linha 2. B) das vírgulas da linha 9. C) das duas primeiras vírgulas da linha 12. D) das vírgulas das linhas 13 e 14. E) das vírgulas das linhas 15 e 16.

A Universidade de Campinas, com a realização do seminário “Perspectivas de Mudanças do Padrão 1 Tecnológico da Agricultura”, trouxe valiosa colaboração para os que estudam as migrações demográficas em 2 nosso país. Ficou constatado que, na década de 80, a migração do campo para as cidades sofreu forte 3 aceleração. No período analisado, 2,6 milhões de pessoas deixaram o campo. Destas, 1,9 milhões saíram das 4 áreas agrícolas mais dinâmicas dos estados do sul, interior de São Paulo e da região dos Cerrados, em Goiás. 5 Basicamente o fenômeno se deve à modernização da lavoura, que reduz sensivelmente o número de empregos 6 permanentes e se deve à modernização da lavoura, que reduz sensivelmente o número de empregos 7 permanentes e sazonais no campo. Os pesquisadores concluíram, também, que, ao contrário do que se ouve 8 afirmar, notadamente por ocasião das campanhas políticas, a reforma agrária, nos moldes tradicionais, é inócua 9 para resolver os problemas de pobreza e fome no Brasil de hoje. Embora admitindo que o desequilíbrio na 10 questão fundiária deva ser enfrentado, outra conclusão a que chegaram os participantes do Seminário é de que a 11 solução passa por políticas urbanas. 12

Na verdade, o quadro da distribuição democrática aponta, irreversivelmente, para maior pressão sobre os 13 centros urbanos e, por mais aconselhável que seja aumentar o número de propriedades rurais, nada indica que 14 se possa promover uma migração populacional em sentido contrário, ou seja, das cidades para o campo. Daí o 15 acerto da conclusão de que a solução para o problema deve passar, necessariamente, por políticas urbanas. 16

O Brasil de hoje apresenta graves anomalias, decorrentes da pressão demográfica sobre os grandes 17 centros, deteriorando os padrões de vida e bem-estar que somente podem ser corrigidos se enfrentarmos com 18

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Português 182 Professor Paulo Ricardo

decisão a necessária desconcentração industrial. Regiões como, por exemplo, a da Grande São Paulo não 19 comportam mais a instalação de novas indústrias. Estimular a transferência de fábricas e incentivar a implantação 20 de indústrias em cidades de porte médio parece ser o caminho para aliviar a pressão demográfica sobre os 21 grandes centros. Aceitar como uma realidade a tendência de aumento crescente da população urbana e o 22 esvaziamento populacional do campo é premissa para um planejamento adequado que conduza, de fato, a uma 23 situação de aceitável bem-estar e melhora da condição de vida. A solução é redistribuir a população urbana, sem 24 sonhar com o impossível retorno em massa para o campo. 25

59) As afirmações abaixo referem-se ao emprego da vírgula no texto. Assinale V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas.

( ) A segunda vírgula da linha 3 sinaliza um adjunto adverbial deslocado. ( ) A vírgula da linha 6 marca a introdução de uma oração restritiva. ( ) As vírgulas da linha 15 delimitam uma expressão explicativa. ( ) As vírgulas da linha 23 marcam a presença de uma expressão intercalada entre o verbo e seu complemento.

A seqüência correta, de cima para baixo, é:

A) V – F – V – F B) F – V – V – V C) V – V – V – F D) V – V – F – V E) V – F – V – V

Aí estão dançando no forró. Foi ela quem me deu esta foto. O que pretendia, dando-me uma foto que a 1 mostrava dançando, radiante, com o seu namorado, o filho do zelador? Compartilhar comigo alegrias? 2 Homenagear, respeitosamente, o patrãozinho estudante? Provocar ciúmes? Talvez eu estivesse com ciúmes; 3 talvez desejasse, no fundo, ir ao forró com ela, dançar de rosto colado. Talvez preferisse ser um homem simples, 4 um operário. Talvez a amasse. Não sei. Não sabia bem, à época, o que era o amor, não estou seguro de que 5 agora já saiba. De qualquer modo, não podia me entregar a emoções juvenis; tinha um vestibular a fazer, montes 6 de matéria a estudar. Fiz o exame e passei. 7 60) Considere as seguintes afirmativas:

I. A ausência da vírgula antes da oração que a mostrava dançando, radiante, com o seu namorado, o filho do zelador? (linhas 1 e 2 ) indica que essa oração desempenha função explicativa em relação ao termo foto (linha 1).

II. Se trocarmos o pronome relativo quem (linha 1) por que, o verbo dar não se alterará, permanecendo na 3ª pessoa do singular.

III. O pronome oblíquo me (linha 6) está posicionado antes do verbo entregar por exigência do advérbio de negação que antecede a locução verbal.

Das afirmações acima,

A) apenas I está correta. B) apenas II está correta. C) apenas III está correta. D) I e II estão corretas. E) I, II e III estão corretas.

61) A expressão o filho do zelador (linha 2 ) deve ser necessariamente precedida de vírgula, por tratar-se de

A) aposto. B) objeto direto. C) complemento nominal. D) vocativo. E) adjunto adverbial.

O anúncio do primeiro experimento de clonagem bem-sucedido foi recebido pela sociedade com 1 indistingüível espanto. Logo começaram-se a conjeturar e articular correntes prós e contra as experimentações 2 com genes, muitas das quais sem qualquer embasamento científico ou reflexivo. A questão da manipulação 3 gênica não pode ser discutida sem que seja, primeiramente, examinada com toda a argúcia intelectual. Quais são 4 os interesses? A que se prestará? Quais serão as conseqüências? 5

É bem verdade que a ciência é um campo do conhecimento humano que paira nas águas tranqüilas da 6 razão, acima do bem e do mal. Isso significa, em última instância, que o saber científico não se presta, em 7 essência, ao bem ou ao mal; a intenção das pessoas que se utilizam desta poderosa ferramenta, esta sim, pode 8 ser enquadrada num desses extremos. Vide, por exemplo, as questões referentes à energia atômica: potencial 9

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Português 183 Professor Paulo Ricardo

fonte de energia, se bem utilizada; arma mortífera, de poder incomensurável, se destinada à fabricação de 10 bombas... 11

Disto, como saber científico, não fogem as experiências genéticas. Obviamente, dependendo dos 12 interesses, poderão ser “concebidas” criaturas abissais, em nada devedoras aos seriados de ficção científica. 13 Entretanto, a manipulação gênica pode constituir-se em um poderosíssimo método terapêutico para as mais 14 diferentes doenças. São inegáveis os ganhos a serem adquiridos com a engenharia genética, propiciando a cura 15 (e não apenas paliação) das mais diferentes enfermidades - muitas destas, na atualidade, sem tratamento eficaz. 16

A questão que forçosamente se impõe, neste momento, é a seguinte: valerá a pena suspender os 17 experimentos com genes (não apenas a clonagem, mas todos eles) para uma discussão mais profunda do 18 assunto? Ou, estas duas facetas (experimentação e reflexão) podem caminhar juntas? Sou partidário da segunda 19 opinião. Creio que, para um assunto tão sério, no qual estão implicadas a qualidade e perpetuação da vida de 20 tantas pessoas, não se podem tomar condutas irracionais e retrógradas como a simples suspensão das 21 experiências. Elas devem prosseguir, dentro de princípios morais e com rígida vigilância ética, voltada, 22 invariavelmente, para a redenção de vidas oprimidas pela doença. 23

De forma alguma é minha intenção fazer apologia da livre manipulação de genes. Mas, o conhecimento 24 dirigido de forma racional, visando o bem maior da espécie humana, este , por si só, é irrepreensível em termos 25 de possibilidades. É verdadeiramente sublime.(...) 26 62) As expressões “em essência” (linhas 7 e 8) e “por exemplo” (linha 9), aparecem entre vírgula porque

constituem, respectivamente:

A) palavras de mesma função sintática. B) aposto e adjunto adverbial enfatizado. C) adjunto adverbial deslocado e expressão interpositiva. D) enumeração. E) orações deslocadas que quebram a seqüência sintática.

Inúmeras invenções já foram projetadas para economizar tempo. Entretanto, dois séculos de incrível 1 avanço tecnológico nos induziram a um estilo de vida em que o tempo parece estar desaparecendo. Vivemos 2 numa cultura que nos prende a uma armadilha: fazemos muitas coisas, assumindo muitas responsabilidades e 3 dizemos sim a muitas oportunidades. Segundo Jeremy Rifkin, somos “esmagados por planos que não podem ser 4 executados, compromissos que não podem ser honrados, agendas e prazos que não podem ser cumpridos”. Esta 5 é a nova pobreza: fazemos parte de uma sociedade rica materialmente, mas pobre em relação ao tempo. A 6 qualidade do tempo dedicado ao convívio humano simplesmente desapareceu de nossas vidas. 7

Ao questionar a falta de tempo, nossa cultura está, de fato, lidando com a eterna questão sobre o 8 significado da vida humana. O que, a princípio, pode parecer um problema exclusivo da nossa era é, na verdade, 9 a nossa versão de uma indagação presente no âmago da própria natureza humana. 10

Nossas vidas refletem a relação com nossa mente. A mente agitada não vive o momento presente. 11 Apesar de todas as vantagens que a tecnologia nos promete, ela também nos seduz com o pensamento daquilo 12 que não faz momento presente. A tecnologia exige tão pouco do nosso corpo ou da nossa sensibilidade 13 emocional, que perdemos a noção da nossa existência presente. Somos inclinados a nos identificar somente com 14 nosso pensamento. Com isso, esquecemos que a verdadeira experiência humana envolve a participação da 15 mente, do coração e do corpo. 16

Podemos reconquistar o tempo e, conseqüentemente, o poder para viver no presente. Isso é possível se 17 agirmos de forma dinâmica e criativa no novo mundo que se apresenta à nossa frente. 18

63) As afirmações abaixo referem-se à pontuação empregada no texto. Atribua V às afirmações verdadeiras e F às falsas.

( ) Os dois pontos da linha 3 antecedem uma explicação. ( ) As aspas, empregadas nas linhas 4 e 5, assinalam uma citação. ( ) A oração dedicado ao convívio humano (linha 7) poderia ser separada por vírgulas, porque é uma

informação genérica sobre o referente o tempo (linha 7). ( ) A ausência de vírgula após a expressão Segundo Jeremy Rifkin (linha 4) e a oração Ao questionar a falta de

tempo (linha 8) seria considerada uma infração às regras de pontuação, pois são ambas circunstâncias deslocadas – de conformidade e de tempo, respectivamente.

A seqüência correta, de cima para baixo, é

A) V – V – V – V B) V – V – F – V C) F – V – F – V D) F – F – V – V E) V – V – F – F

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Português 184 Professor Paulo Ricardo

Quando o mundo assiste, estarrecido, ao assassinato, em Timor Leste, de milhares de pessoas, que 1 pagam pelo “crime” de ter uma outra religião (91% de católicos) e de falar uma outra língua (o português), uma 2 saudável epidemia toma conta da imprensa brasileira: os jornais publicam seções de valorização da língua 3 portuguesa. Em relação a Timor Leste, o Brasil tem grande responsabilidade, não só pelo seu interesse 4 estratégico na Ásia, mas, principalmente, em virtude de ser o maior guardião dos tesouros culturais 5 representados pela língua portuguesa. 6

A preocupação com a nossa língua talvez se deva ao fato de que nunca se escreveu e falou tão mal o 7 idioma de Rui Barbosa. Culpa, quem sabe, da deterioração do nosso sistema de educação básica ou do pouco 8 apreço que devotamos ao gosto pela leitura. Nosso índice “per capita” mal alcança dois livros por habitantes; na 9 França, por exemplo, oscila em torno de oito. 10

Além disso, os meios televisivos – salvo as exceções de praxe, como os programas gerados pela TV 11 Cultura de São Paulo – prestam um magistral desserviço à educação brasileira. Comunicadores falam mal, atores 12 não se expressam adequadamente, dublagens são feitas de forma chula, programas infantis deseducam. 13

O que se pode esperar desse triste universo? Novas formas de regência, concordância e flexão verbal 14 são adotadas, contrariando as normas da língua padrão. Para que estudar verbos irregulares, se é mais fácil dizer 15 “interviu” ou “manteu” ? E o triste “houveram”? 16

Os chamados anglicismos estão, entre nós, nacionalizados e incorporados ao dicionário. Também não se 17 ignoram a experiência tecnológica e científica e as relações comerciais, políticas e diplomáticas, que não 18 prescindem de expressões como blue ship, spread, prime rate, bit, software e muitas outras. Constituem um 19 jargão especializado que não interessa à população em geral, mais preocupada com o salário e os preços do 20 arroz e do feijão... 21

Deve-se cuidar dessa matéria de forma inteligente, sem patriotadas, mas com objetividade, no sentido de 22 valorizar o idioma de Machado de Assis e de Fernando Pessoa. Se a nossa pátria é a língua portuguesa, por que 23 não cuidar bem dela? 24

64) Em relação ao emprego dos sinais de pontuação no texto, assinale V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas.

( ) A justificativa para o emprego de aspas nas linhas 2, 9 e 16 é a mesma. ( ) Os dois pontos da linha 3 introduzem a explicação ou esclarecimento da idéia anteriormente enunciada. ( ) O ponto-e-vírgula (linha 9) poderia ser substituído, mantendo-se a mesma relação de sentido entre as

proposições, por enquanto. ( ) As vírgulas das linhas 12 e 13 têm a função de separar orações coordenadas aditivas.

A seqüência correta, de cima para baixo, é

A) F – V – V – F B) V – F – F – V C) F – V – V – V D) V – V – V – V E) F – F – V – V

No nosso tão complexo mundo moderno, ou pós-moderno, a necessidade imperiosa de princípios 1 normativos – por uma deontologia – se faz notar em todas as áreas do conhecimento humano. Fala-se de uma 2 bioética, como se fala de ética dos negócios, de éticas do dinheiro, de moral pública, de moral política e até de 3 uma “internética”, que seria possibilidade de uma regulamentação ou controle da mais onipresente tecnologia 4 moderna de comunicação escrita. 5

A cada dia, um novo setor, uma nova tecnologia, uma descoberta genética ou uma invenção científica 6 tornam indispensáveis novas regras de conduta profissional. Entre as novidades boas e más trazidas pela 7 globalização está a certeza de que, do ponto de vista de seu destino, não há mundos estanques para o homem 8 pós-moderno. O seu futuro sobre a “aldeia global” dependerá da capacidade de estabelecer prescrições e 9 interdições para conter a destruição e o mal que ele próprio criou, voluntariamente ou não, por meio de seu 10 engenho e arte: como controlar o uso da energia nuclear, como preservar o meio ambiente, como conter os 11 experimentos genéticos que suscitam fantasias insanas de eugenia, superioridade racial, limpeza étnica, super-12 homem? 13

Além disso, o fim das ideologias, ou pelo menos das certezas ideológicas, o desvirtuamento das utopias, 14 o desaparecimento das referências, o declínio dos valores tradicionais, a emergência de um individualismo 15 autoconcentrado e narcísico, as vertiginosas transformações tecnológicas, todo esse mal-estar “fin-de-siècle” 16 atordoou e desorientou o homem, ruindo as bases de sua confiança e criando o chamado “vazio moral”. 17

Talvez para fugir desse vazio é que esteja uma forte demanda por princípios, uma espécie de 18 renascimento ético, no Brasil e no mundo. Assim, uma das descobertas positivas deste tumultuado fim de milênio 19 é a consciência de que, sem princípios normativos, instaura-se o reino da entropia e do caos, a civilização dá 20 lugar à barbárie. A ética não é, portanto, uma abstração acadêmica, mas uma das maneiras de ajudar a 21 preservação não só das profissões, como da espécie. 22

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Português 185 Professor Paulo Ricardo

65) Leia as seguintes afirmações sobre os sinais de pontuação empregados no texto.

I. As aspas das linhas 4 e 16 destacam um neologismo e um estrangeirismo, respectivamente. II. A ausência de vírgula antes do pronome que (linha 10) marca a idéia pressuposta de que nem todos os

experimentos genéticos suscitam fantasias insanas de eugenia, superioridade racial, limpeza étnica, super-homem.

III. As vírgulas da linha 10, bem como a primeira vírgula da linha 20 e a segunda vírgula da linha 20 desempenham, nas suas ocorrências , a mesma função.

Em relação às afirmações acima, pode-se sustentar que

A) apenas I está correta. B) apenas II está correta. C) apenas I e II estão corretas. D) apenas I e III estão corretas. E) I, II e III estão corretas.

Assim que a seleção francesa foi desclassificada, tirando da competição a supostamente invencível 1

Marselhesa, The Guardian anunciou: “O Brasil agora possui o melhor hino nacional da Copa Mundial de 2002”. E 2 não apareceu ninguém para desmentir ..... jornal inglês. 3

Para The Guardian, o nosso hino nacional é “o mais alegre, o mais animado, o mais melodioso e o mais 4 encantador do planeta”. A despeito da secular pinimba dos britânicos com os franceses, não me pareceu forçada 5 ...... restrição que fizeram ...... Marselhesa e seus “belicosos apelos às armas”, desfavoravelmente comparados 6 ao estímulo aos sentimentos nacionais e às belezas naturais do florão da América contido nos versos que 7 Joaquim Osório Duque Estrada escreveu para a música de Francisco Manuel da Silva. 8

Cânticos de louvor ..... nações e seus povos, os hinos pouco se diferenciam: são quase sempre 9 hipérboles patrióticas, não raro jingoístas, demasiado apegadas a glórias passadas e inclinadas a exortar a alma 10 guerreira que em muitos de nós dormita. Entretanto, comparado aos hinos dos países que nós derrotamos nas 11 três fases da Copa, o nosso ganha fácil em beleza melódica e expressividade poética. “É como se tivesse vindo 12 pronto, já composto, de uma casa de ópera”, bajulou The Guardian. 13

Quase um século nos separa da concepção da letra do Hino Nacional Brasileiro. Ela é antiga, solene, 14 inflamada, alambicada, anacrônica, como todas de sua espécie. Custamos a nos acostumar com ela. Suas 15 anástrofes e seus cacófatos até hoje aturdem as crianças. Passei um bom tempo de minha infância sem atinar 16 para o sentido de alguns versos e acreditando que a nossa terra era “margarida”, e não “mais garrida”. Por uma 17 deformação mental qualquer – ou, quem sabe, condicionado por outros hinos e por fatos de nossa nada incruenta 18 história -, vivia a cantar “paz no futuro e guerra (em vez de glória ) no passado”. 19

Encontrei uma versão em que tiraram do berço o gigante eternamente deitado: “Erguido virilmente em 20 solo esplêndido / Entre as ondas do mar e o céu profundo”. Prefiro os versos originais. Não por convicções 21 ideológicas, mas por uma questão de métrica, de eufonia – e um pouco por desconfiar que sempre vivemos 22 deitados em berço esplêndido, dormindo mais do que deveríamos. 23 66) Muitos usos de vírgula são obrigatórios; outros são facultativos e variam de acordo com as preferências

estilísticas do autor.

Na coluna abaixo, sugerem-se modificações no uso de vírgulas no texto. Relacione-as com a coluna de cima.

1. Procedimento facultativo 2. Procedimento incorreto

( ) Acrescentar vírgulas antes e depois da palavra agora (l.02) ( ) Acrescentar vírgula depois da palavra versos (l. 07) ( ) Suprimir as vírgulas antes e depois do segmento não raro jingoístas (l. 10) ( ) Suprimir a vírgula depois de já composto (l. 13) ( ) Acrescentar vírgulas antes e depois do segmento um pouco (penúltima linha)

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) 1 – 2 – 2 – 2 – 1 B) 2 – 1 – 1 – 2 – 1 C) 1 – 1 – 2 – 1 – 2 D) 2 – 2 – 1 – 2 – 2 E) 1 – 2 – 1 – 1 – 2

Agora, parece que foi mesmo na África que a espécie humana assim como a conhecemos surgiu – e dali 1 se espalhou para o restante do mundo. Foi no leste do continente africano, precisamente no deserto de Awash, 2 na porção central da Etiópia, que uma equipe de pesquisadores norte-americanos e etíopes........ os fósseis mais 3 antigos do homem moderno ( Homo sapiens ). São três crânios – dois de adultos e um de uma criança de 4 aproximadamente 7 anos – e mais alguns dentes de outros sete indivíduos, encontrados entre ossos de 5

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Português 186 Professor Paulo Ricardo

hipopótamos e antílopes e ferramentas de pedra. Com cerca de 160 mil anos, segundo a datação com argônio, 6 os crânios guardam semelhanças com o do homem moderno: face mais achatada e caixa craniana em forma de 7 globo. No entanto, traços mais primitivos, como os olhos mais........ um do outro, levaram os pesquisadores a 8 classificar os crânios como sendo de Homo sapiens idaltu, uma espécie do H. sapiens......... em conjunto, essas 9 características colocam esses homonídeos nas raízes da árvore evolutiva humana e são um reforço às 10 evidências genéticas de que o homem moderno surgiu na África – ainda não se sabe se em apenas uma ou em 11 mais regiões – e depois migrou para os outros continentes, o oposto do que........ as teorias que sugerem que as 12 primeiras características do H. sapiens apareceram quase ao mesmo tempo em diferentes pontos do planeta. 13

67) Considere as seguintes afirmações sobre pontuação no texto.

I - A seqüência assim como a conhecemos (l.01) poderia ser colocada entre vírgulas, sem acarretar erro. II - Em lugar dos dois-pontos na linha 07, poderia ser usada, entre vírgulas, a expressão a saber. III - Em lugar da vírgula depois de continentes (l.12 ), poderia ser colocado um ponto final, iniciando-se a frase

seguinte por É Quais estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III.

Um pesquisador do Paraná passou os últimos dez anos, a expensas próprias, reconstituindo as constelações 1 conhecidas pelos povos indígenas do Brasil. O esforço começa a dar resultado agora, depois de sua 2 aposentadoria. 3

Germano Affonso, professor titular de física da UFPR e doutor pela Universidade de Paris 6, descobriu que 4 as principais constelações dos tupinambás, que habitavam a costa brasileira no século 16 e foram os primeiros a 5 ter contato com os europeus, são comuns a diversas outras etnias do Brasil. São elas: Ema, Anta, Homem Velho 6 e Veado. 7

As constelações indígenas, segundo ele, têm funções práticas semelhantes às das constelações ocidentais: 8 marcar a passagem do tempo e as estações do ano e servir como pontos de orientação. No entanto são maiores, 9 mais facilmente reconhecíveis e formadas não só a partir de estrelas, como de manchas existentes na Via-Láctea 10 (caminho de Anta ou caminho dos Espíritos, para os tupinambás). Ele conseguiu inventariar mais de cem 11 constelações, ao passo que existem hoje 88 constelações indígenas distintas registradas oficialmente. 12

O resultado da pesquisa será apresentado hoje, em Recife. Affonso falará na conferência “Contribuições 13 Nativas para o Conhecimento”, às 15h. 14

Segundo o físico da UFPR, a idéia de remontar o mapa do céu dos índios começou com um relato do 15 capuchinho francês Claude d`Abbeville, do século 17, que veio lhe cair nas mãos. Nele, o europeu citava 16 constelações conhecidas pelos tupinambás do Maranhão. Affonso chamou atenção o fato de os nomes dessas 17 constelações serem muitas vezes os mesmos que grupos indígenas do Paraná usavam para descrever o céu. 18 68) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes ao emprego de vírgula no texto.

( ) As vírgulas da linha 01 delimitam um vocativo. ( ) A vírgula da linha 02 separa dois adjuntos adverbiais de tempo. ( ) As vírgulas das linhas 04 e 05 isolam um adjunto adverbial. ( ) A primeira vírgula da linha 10 separa elementos coordenados entre si. ( ) A vírgula que segue Nele (l.16) sinaliza um adjunto adverbial deslocado.

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

(A) F – V – F – V – V. (B) F – V – V – F – F. (C) V – F – F – V – V. (D) V – F – V – F – F. (E) F – V – V – V – F. GABARITO: 01-B, 02-A, 03-E, 04-C, 05-A, 06-E, 07-B, 08-B, 09-D, 10-A, 11-D, 12-A, 13-C, 14-D, 15-C, 16-D, 17-C,

18-B, 19-A, 20-E, 21-B, 22-D, 23-B, 24-C, 25-D, 26-B, 27-D, 28-C, 29-E, 30-B, 31-E, 32-D, 33-E, 34-C, 35-D, 36-E, 37-C, 38-A, 39-B, 40-E, 41-C, 42-E, 43-E, 44-C, 45-A, 46-B, 47-E, 48-B, 49-D, 50-B, 51-D, 52-D, 53-C, 54-D, 55-A, 56-C, 57-C, 58-C, 59-E, 60-B, 61-A, 62-C, 63-B, 64-A, 65-E, 66-A, 67-E, 68-A

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Português 187 Professor Paulo Ricardo

DISCURSO DIRETO E INDIRETO

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Português 188 Professor Paulo Ricardo

APONTAMENTOS TEÓRICOS Aspectos Formais do Discurso Direto

Aspectos formais do Discurso Indireto

1) Os Pronomes nos Discursos Direto e Indireto

Discurso Direto Discurso Indireto

este, esta, isto aquele, aquela, aquilo Observação: Se o verbo que está fora da fala da personagem está no presente, os pronomes demonstrativos

continuam os mesmos. EX.: - Estou com preguiça este ano, disse. Disse que estava com preguiça naquele ano. EX.: - Estou com preguiça este ano, diz ele. Ele diz que está com preguiça este ano. Observação: Também os advérbios (aqui e agora) sofrem as necessárias acomodações, passando,

respectivamente, a lá e naquele momento. EX.:- Estou aqui, em casa, mas Disse que estava lá, em casa, mas

agora não posso recebê-lo, disse. que naquele momento não podia recebê-lo. Os Pronomes Possessivos, sejam quais forem no discurso direto, irão para a terceira pessoa no discurso indireto. EX.: - Chora no meu quarto, disse ela. Ela disse que chorasse no seu quarto (seu dela, referindo-se ao sujeito de disse). EX.: - Chora no teu quarto, disse ela. Ela disse que chorasse no seu quarto (seu dele, referindo-se ao sujeito de chorasse). 2) Os verbos nos Discursos Direto e Indireto

Discurso Direto Discurso Indireto

A) - Estou com preguiça este ano, disse-lhe Disse-lhe que estava com preguiça

verbo no PRETÉRITO PERFEITO Verbo da fala no PRETÉRITO e verbo da fala no PRESENTE IMPERFEITO

Observação: É mantido o PRESENTE no discurso indireto, se a ação declarada na fala perdura ainda no momento em que se fala ou quando expressa um juízo, uma opinião pessoal ou um provérbio.

EX.: - Dinheiro não traz felicidade, O filósofo disse que dinheiro não

disse o filósofo. traz felicidade. EX.: - A noite é boa conselheira, diz A sabedoria popular diz que a noite a sabedoria popular. é boa conselheira.

B) – Estou com preguiça, diz ele. Ele diz que está com preguiça Se ambos os verbos estão no presente do indicativo, continuam no mesmo tempo e modo no discurso indireto.

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Português 189 Professor Paulo Ricardo

Observação: Quando uma interrogação direta, com verbo no presente do indicativo, implica dúvida quanto a uma resposta afirmativa, no discurso indireto se usa o FUTURO DO PRETÉRITO ou o PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO.

EX.: O rapaz perguntou: “De que O rapaz perguntou de que lhe valia me vale esse testemunho?” (ou valeria) aquele testemunho. EX.: O rapaz perguntou: “Quem O rapaz perguntou quem tinha (ou tem certeza das revelações?” teria certeza das revelações. C) – Foi um motivo respeitável, Disse que fora (tinha sido) um

disse. motivo respeitável.

Verbo no PRETÉRITO PERFEITO Verbo da fala no PRETÉRITO e verbo da fala no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. PERFEITO também

Outros exemplos: O aluno afirmou: “Desta vez, O aluno afirmou que estudara (ou estudei bastante.” tinha estudado) bastante daquela vez. - O cinema vendeu a alma ao O diretor declarou que o cinema diabo, declarou o diretor. vendera (ou tinha vendido) a alma ao diabo. D) – Chora no meu peito – disse ela Ela disse comovida que (ele)

comovida. chorasse no seu peito. IMPERATIVO no verbo da fala PRETÉRITO IMPERFEITO

DO SUBJUNTIVO E) – Ia visitá-lo, disse. Disse que ia (iria) visitá-lo. O aluno afirmou: “ Eu O aluno afirmou que ia (ou iria) ia estudar.” estudar. O PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO pode ser substituído pelo FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO, embora o mais comum seja conservar-se como pretérito imperfeito. EXERCÍCIOS DE AULA: A) Transforme o DD (discurso direto) em DI (discurso indireto). 1) A estas horas, a senhora já saiu, disse o rapaz, olhando-a ternamente. 2) O marido perguntou: - Você promete que algum dia me fará feliz? 3) O diretor falou: - Preciso do dinheiro amanhã. 4) Aqui, sou Rafael, o milionário, disse alegremente. 5) Não achas melhor tirar esse poncho? – perguntou-lhe Rodrigo. 6) Ela esclareceu: - Não estou pronta ainda, nem banho tomei...

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Português 190 Professor Paulo Ricardo

7) Mariazinha exclamou: - “ Juntei as pontas das tranças, uni-as por um laço de fita, pintei os olhos e, agora, como já estou pronta, podemos ir à festa.”

8) Sacudiu a cabeça, lamentando: -“ Como a Corina é infeliz, trabalhando para essa gente!” 9) E ainda acrescentou: - Se eu for convidada para esta excursão, ficarei muito contente. 10) Como Paulinho estava impossível, a mãe lhe pediu: -“ Sossega, meu filho, porque eu já estou com dor de

cabeça! _________________________________________________________________________ TESTES:

01) Assinale a alternativa que descreve corretamente o questionamento feito no quadro 3. A) O personagem perguntou se o outro tinha percebido que todas as nossas alegrias acabavam em fontes

perversas. B) O personagem perguntou se o outro conhece as fontes perversas donde surgem todas as suas alegrias. C) O personagem perguntou se você percebera que todas as suas alegrias vinham de fontes perversas. D) O personagem perguntou se o outro percebe quando todas as suas alegrias surgem de fontes perversas. E) O personagem perguntou se o outro havia percebido que todas as suas alegrias vinham de fontes perversas.

Os clubes [de futebol] alugam estádios, cobram direitos de transmissão e vendem ingressos, auferindo

sempre uma renda considerável. Estão claros a natureza e o interesse privados do espetáculo. São empresas rentáveis que, pouco tributadas, movimentam milhões de reais. Por que o Estado tem de arcar com as despesas de segurança dos jogos? 02) Considere as seguintes afirmações:

I. Alterando o sujeito do primeiro período do texto para a terceira pessoa do singular, ocorrerão obrigatoriamente seis alterações nesse período.

II. Quanto à concordância nominal, o segundo período do texto poderia ser reescrito, sem alteração do seu sentido, da seguinte forma: Está clara a natureza e o interesse privado do espetáculo.

III. Transformando o último período do texto em discurso indireto, a grafia do por que não se altera.

Das afirmações acima,

A) apenas I está correta. B) apenas II está correta. C) apenas III está correta. D) apenas II e III estão corretas. E) I, II e III estão corretas.

Para alguns milhares de adolescentes brasileiros, férias de julho são sinônimo de pegar um avião rumo ao 1

mundo mágico da Disney. No ano passado, porém, um grupo de 70 garotos paulistas, entre 11 e 16 anos, optou por 2 conhecer a dura realidade brasileira, atendendo a chamado de uma das várias escolas que vêem hoje nesse tipo de 3 projeto as mais eficientes aulas de cidadania. Abdicando do conforto de seus luxuosos apartamentos, conviveram 4

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Português 191 Professor Paulo Ricardo

durante uma semana com colonos sem-terra no interior do Paraná. “Aprendi a ver o mundo com olhos diferentes, e 5 percebi que tem muita coisa que posso fazer”, afirma um dos jovens, que ao retornar engajou-se em outro projeto 6 social da escola, dando aulas de reforço para meninos de uma favela adjacente. “Foi uma experiência marcante, e 7 quero ajudar outros a entender que a realidade é muito maior do que as festas e o shopping que curto”, revela outro 8 adolescente, que este ano volta ao projeto como monitora. 9

03) A estrutura que melhor corresponde à fala da adolescente presente no texto (linhas 7 – 9), completando a frase abaixo, é

A adolescente relatou que

A) tinha sido uma experiência marcante, e que queria ajudar outros a entender que a realidade é muito maior do que as festas e o shopping que curte.

B) fora uma experiência marcante, e que estava querendo ajudar outros a entender que a realidade será muito maior do que as festas e o shopping que tinha curtido.

C) foi uma experiência marcante, e que queria ajudar outros a entender que a realidade seria muito maior do que as festas e o shopping que curtira.

D) era uma experiência marcante, e que quisera ajudar outros a entender que a realidade foi maior do que as festas e o shopping que estava curtindo.

E) tinha sido uma experiência marcante, e que quer ajudar outros a entender que a realidade fora muito maior do que as festas e o shopping que curtiu.

A chegada do frio na única faixa de clima temperado no tropicaliente território brasileiro é garantia de uma infinidade de opções de lazer que pedem temperaturas baixas e ambientes aconchegantes. Para competir com outros destinos gelados do continente – como Bariloche, na Argentina, e Valle Nevado, no Chile –, os empresários do setor de turismo da Região das Hortênsias, na Serra gaúcha, rezam por uma ajuda extra de temperatura, e o governo do Estado lança uma campanha nacional com o lema “O inverno mais quente do Brasil”. “Estamos agora vendendo em todo o país um produto turístico diferente, que inclui uma lareira, mesa farta, paisagens românticas e um clima europeu sem precisar ir além das fronteiras do Brasil”, diz o secretário estadual de turismo.

Colonizada por alemães e italianos, a região mescla influências dos dois povos na gastronomia e na arquitetura. Uma viagem pelas sinuosas estradas reserva prazeres como degustar bons vinhos ou deleitar-se com uma mesa farta e variada, que oferece desde o tradicional café colonial (uma prova de resistência mesmo para os mais gulosos) até pratos da sofisticada culinária suíça. Valorizando o cenário, as casas em estilo enxaimel, típicas da Bavária, em Nova Petrópolis; a imponente catedral gótica, em Canela; por toda parte, o estilo colonial “de Gramado”, já tão difundido pelo Brasil.

Se o visitante for propenso a aventuras, não ficará decepcionado: quem procura um inverno mais radical, movido a muita adrenalina, pode fazer escaladas ou percorrer trilhas no cânion do Itaimbezinho, no Parque Nacional dos Aparados da Serra, em Cambará do Sul, em meio a cascatas de água gelada e cristalina e silenciosas matas nativas.

Com sorte, uns e outros terão um privilégio extraordinário: a visão da neve embranquecendo lenta e suavemente a paisagem, no mais esperado fenômeno do inverno gaúcho. E talvez esqueçam por breves momentos que moram num país tropical.

04) A estrutura que completa a frase abaixo melhor reproduzindo parte da fala apresentada no final do primeiro parágrafo é

O secretário de Turismo disse que

A) então, estávamos vendendo, em todo o país, um produto turístico diferente, que incluíra uma lareira... B) estamos vendendo, a partir deste momento, em todo país, um produto turístico diferente, que incluíra uma

lareira... C) naquele momento, estavam vendendo, em todo o país, um produto turístico diferente, que incluía uma lareira... D) estão vendendo em todo o país, nesse momento, um produto turístico diferente, que inclua uma lareira... E) estaremos vendendo, então, em todo o país, um produto turístico diferente, que incluirá uma lareira... 05) A correspondência exata entre o discurso direto e o discurso indireto é a da alternativa

A) O jornalista pergunta: - Quando mudará a programação desta emissora? / O jornalista perguntou quando muda a programação desta emissora.

B) Alguém indaga: - O rádio mantém um bom índice de audiência nesta região? / Alguém indagou se o rádio mantinha um bom índice de audiência naquela região.

C) O público questiona: - Por que aumentou o preço de alguns receptores? / O público questionou por que aumentou o preço de alguns receptores.

D) Alguns perguntam: - Como se explica o sucesso do rádio? / Alguns perguntaram como se tinha explicado o sucesso do rádio.

E) Outros indagam: - Onde a audiência radiofônica é maior? / Outros indagaram onde a audiência radiofônica foi maior.

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Português 192 Professor Paulo Ricardo

06) A correspondência correta entre o discurso direto e o indireto é a da alternativa A) – Quem está curtindo o vestibular? – pergunta um jovem nervoso.

O jovem nervoso quer saber quem curte o vestibular. B) – Quantos jornalistas estiveram envolvidos na cobertura do vestibular? – indagou o leitor. O leitor indagou

quantos jornalistas tinha estado envolvidos na cobertura do vestibular. C) – Este jovem vai ser aprovado? – queria saber o jornalista.

O jornalista quis saber se aquele jovem seria aprovado. D) – Qual foi a prova mais difícil? – perguntou a mãe ao filho.

A mãe perguntou ao filho qual foi a prova mais difícil. E) - Nossos filhos terão sucesso neste vestibular? – queria saber os pais.

Os pais queriam saber se seus filhos terão sucesso neste vestibular. 07) A correspondência correta entre o discurso direto e o indireto é a da alternativa A) – Vocês aqui têm um programa bastante agressivo, do ponto de vista científico – assegurou o visitante

estrangeiro. O visitante estrangeiro assegurou que lá eles tinham um programa bastante agressivo, do ponto de vista científico.

B) – Ontem encontrei um fóssil raro a dois quilômetros deste local – informou a bióloga ao jornalista. A bióloga informou ao jornalista que na véspera encontrou um fóssil raro a dois quilômetros daquele local.

C) – Quantos pesquisadores permanecerão na estação no próximo inverno? – quis saber o jornalista. O jornalista quis saber quantas pesquisadores vão permanecer na estação no inverno seguinte.

D) – Se o tempo continuar estável, amanhã iremos visitar nossos vizinhos – garantiu o comandante da base. O comandante da base garantiu que, se o tempo permanecesse estável, visitaríamos os seus vizinhos no dia seguinte.

E) – Não brinquem com a natureza na Antártida! – recomendam os ecologistas. Os ecologistas recomendaram para não brincarem com a natureza na Antártida.

08) A frase que melhor corresponde a Dizem as especialistas: “Daqui para frente, veremos o fortalecimento da

androginia, que está presente em ambos os sexos.” é A) As especialistas disseram que, daquele momento em diante, veríamos o fortalecimento da androginia , que está

presente em ambos os sexos. B) As especialistas diziam que, desta situação em diante, veremos o fortalecimento da androginia que estaria

presente em ambos os sexos. C) As especialistas disseram que, daquele lugar para a frente, veríamos o fortalecimento da androginia, que estará

presente em ambos os sexos. D) As especialistas tinham dito que, desse dia para a frente, iríamos ver o fortalecimento da androginia, que tem

estado presente em ambos os sexos. E) As especialistas diziam que, a partir daquele dia, vamos ver o fortalecimento da androginia, que esteve presente

em ambos os sexos. Noutro dia, numa reunião de professores, eu dizia aos demais que o meu trabalho como professor de

segundo grau, em última análise, visava, nuclearmente, a contribuir com a formação de pessoas competentes para a vida. Um colega mais jovem indagou-me o que eu entendia por competência, que a seu juízo esta era uma idéia muitíssimo relativa, que o que era competência para mim podia não corresponder à noção que ele fazia de competência, que, assim sendo, eu tivesse a gentileza de dizer o que era, a meu ver, competência. _____, sem saber se me encontrava diante de uma indagação eivada da maior profundidade ou de uma redonda _____, procurei uma resposta que seguisse, digamos, uma linha mais _____: disse que competência não era uma coisa tão relativa assim, que seria as mesmas, para ele e para mim, as expectativas sobre a competência que deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que nos estivesse a ______uma ponte de safena. A coisa ficou por aí. Mas é dessa maneira que se sedimenta um ambiente onde a idéia de competência, entre outras, toma conotação relativística, e a escola de segundo grau vai, hoje, apresentando a sua contribuição para, democraticamente, formar futuras guildas de incompetentes profissionais. 09) Parte substancial deste texto descreve um diálogo entre duas pessoas. Assinale a alternativa que melhor reproduz a indagação e a solicitação presumivelmente feitas ao narrador pelo seu colega mais jovem (linhas 3-). A) – O que o senhor entendia por competência? A meu juízo, esta é uma idéia muitíssimo relativa. O que é

competência para o senhor pode não corresponder à idéia que eu faço de competência. Assim sendo, o senhor tenha a gentileza de dizer o que é, a seu ver, competência?

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Português 193 Professor Paulo Ricardo

B) – O que o senhor entende por competência? A seu juízo, esta é uma idéia muitíssimo relativa. O que é competência para mim pode não corresponder à idéia que o senhor faz de competência. Assim sendo, o senhor tenha a gentileza de dizer o que é, a seu ver, competência?

C) – O que o senhor entende por competência? A meu juízo, esta é uma idéia muitíssimo relativa. O que é competência para mim pode não corresponder à idéia que o senhor faz de competência. Assim sendo, o senhor tenha a gentileza de dizer o que é, a meu ver, competência?

D) – O que o senhor entende por competência? A meu juízo, esta é uma idéia muitíssimo relativa. O que é competência para o senhor pode não corresponder à idéia que eu faço de competência. Assim sendo, o senhor tenha a gentileza de dizer o que é, a seu ver, competência?

E) – O que o senhor entende por competência? A meu juízo, esta é uma idéia muitíssimo relativa. O que era competência para o senhor pode não corresponder à idéia que eu fazia de competência. Assim sendo, o senhor tenha a gentileza de dizer o que é, a seu ver, competência?

Dos anais da república: - O senhor não tem medo de nada, presidente? - Nada. - Nem de barata? Pausa de segundos. Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano?[...] Não. Melhor ser curto e sincero. - Nem de barata.

10) Assinale a alternativa que melhor reproduz a primeira fala do diálogo.

A) Alguém perguntou se o presidente não tinha medo de barata. B) Alguém perguntou se o senhor não tinha medo de nada, presidente. C) Perguntaram ao presidente se o senhor não tinha medo de barata. D) Perguntaram a alguém se o senhor, presidente, não tinha medo de nada. E) Alguém perguntou ao presidente se ele não tinha medo de nada.

- Mas pra você não é uma pouca vergonha, é? – ela disse, secando as lágrimas. Voltava ao desafio. 1 - Eu sou homem, ou você não entende isto? 2 - Não entendo. 3 O Dr. Paranhos quedou-se quieto por um tempo marcado em séculos no relógio da agonia. Seus olhos 4

baixaram para a mesa e assim ficaram, enquanto sua inteligência buscava uma forma clara de ilustrar a madrinha. 5 Por fim, suspirou e disse: 6

- Eu tenho um argumento que você vai entender. 7 Levantou-se com certa dificuldade e ausentou-se da cozinha, onde ficamos suspensos por um fio em pleno 8

abismo. Logo, porém, ele retornou com o argumento na mão. Girou o tambor do argumento. Depois, com um gesto 9 calmo, solene, botou o argumento na cintura. Sentou-se novamente e disse, pausadamente: 10

- Tem uma coisinha, Dirce: ou este tal de feminismo acaba hoje, ou o que acaba é a tua mesada, se não 11 acabar minha paciência antes. Certo? Agora vamos jantar. 12 11) Para substituir no texto o discurso direto pelo indireto, foram elaboradas as três reescritas seguintes, uma para

cada passagem do texto indicada entre parênteses.

I. Secando as lágrimas, ela perguntou que para ele não era uma pouca vergonha. (l. 1). II. Ele disse que tinha um argumento que ela iria entender. (l. 7). III. O Dr. Paranhos disse a Dirce uma coisinha: ou este tal de feminismo acabava neste dia, ou o que acabava era a

mesada dela, se não tivesse acabado a paciência dele antes. (l. 11-12)

Quais são corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e III D) Apenas II e III E) I, II e III O Brasil tem uma das menores populações negras do mundo, para o IBGE. “Se continuar como está, o censo 1 demográfico ainda irá mostrar que o Brasil tem menos negros do que a França”, _______ Wania Sant’Anna, 2 historiadora e pesquisadora. Com a segunda maior população negra do mundo, conforme relatório do Programa das 3 Nações Unidas para o Desenvolvimento, publicado em 1997, o Brasil possuiria, para o IBGE, a pouco expressiva 4 porcentagem de 5% de negros em sua população, segundo o censo demográfico de 1991. Para o IBGE, também 5 fazem parte do caldeirão racial brasileiro 45% dos pardos e 50% de brancos. 6 Na mira dos ativistas negros, a categoria “pardos”, no questionário do censo do IBGE, é vista como “inconsistente”. 7 Segundo eles, esse é um balaio-de-gatos que dificilmente é alcançado por políticas sociais. “Um diálogo franco e 8 aberto entre os brasileiros pode levar a população parda a se declarar negra. Não queremos colocar camisa-de-força 9

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Português 194 Professor Paulo Ricardo

em ninguém. Gostaríamos que os pardos fossem mais livres para dizer: “Eu tenho esta origem e não tenho 10 problemas com relação a isso”,______ Ivanir dos Santos, secretário executivo do Centro de Articulação de 11 Populações Marginalizadas (CEAP). 12 A solução apontada pelo IBGE para a demanda do movimento negro é incluir no questionário do ano 2000, além da 13 habitual pergunta sobre cor e raça, uma questão sobre a origem. “Acho pertinente, porque nunca investigamos no 14 Censo as origens do povo brasileiro. De antemão, através de nossos testes, já sabemos que poucas pessoas pardas 15 se dizem afrodescendentes”,_______ Simon Schwartzman, presidente do IBGE. 16 12) Considere as seguintes transformações, para o discurso indireto, de trechos do texto que aparecem entre as

linhas 10 e 12. I. Ivanir dos Santos disse que um diálogo franco e aberto entre os brasileiros pode levar a população parda a se

declarar negra e que não queriam colocar camisa-de-força em ninguém. II. Ivanir dos Santos disse que os ativistas negros gostariam que os pardos fossem mais livres para dizer que têm

esta origem e que não têm problemas com relação a isso. III. Ivanir dos Santos disse que os ativistas negros não quiseram colocar camisa-de-força em ninguém que gostaram

de os pardos terem sido mais livres para dizer que tinham essa origem e que não tinham problemas com relação a isso.

Quais delas mantêm o significado do trecho original a que correspondem no texto?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e II E) I, II e III 13) Leia, atentamente, os enunciados e assinale a alternativa correta. I. Eliot afirmou: “Disney municiou o ex-diretor do FBI com informações sobre comunistas e participou de reuniões

nazistas”. II. O porta-voz da Disney contra-atacou dizendo que se tratava de uma tentativa suja para conseguir dinheiro e

manchar a imagem de um grande homem. III. O diário “The New York Times” sentenciou: “Não há dúvida de que o material apresentado pelo Sr. Eliot é

autêntico”.

A) No enunciado I, foi empregado discurso indireto. B) No enunciado II, foi empregado discurso direto. C) No enunciado III, foi empregado discurso indireto. D) Nos enunciados I e II, foi empregado discurso indireto. E) Nos enunciados I e III, foi empregado discurso direto.

14) Assinale a alternativa que apresenta a correta transposição da fala de Hagar para o discurso indireto e a

adequada conexão de sentido entre as duas frases. A) Hagar disse que não queria brigar porque era do tipo quieto e sensível. B) Hagar disse que, embora fosse do tipo quieto e sensível, não queria brigar. C) Hagar disse que era do tipo quieto e sensível, mas não queria brigar. D) Hagar disse: “Não seria do tipo quieto e sensível se quisesse brigar”. E) Hagar disse: “Sou tão quieto e sensível que não posso brigar”.

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Português 195 Professor Paulo Ricardo

15) Considerando parte das falas de Calvin, a frase que melhor completa a idéia sublinhada a seguir, mantendo o sentido e a norma culta do idioma é

Calvin disse à mãe que não

A) irá mais na escola, por decidir tornar-se um primitivo. B) mais iria à escola, já que decidia ficar primitivo. C) iria mais à escola, porque haveria decidido ser um primitivo. D) iria mais à escola, uma vez que tinha decidido ser um primitivo. E) ia mais na escola uma vez que decidiu ser um primitivo. 16) Considere o seguinte segmento, adaptado do texto.

É como se Abdul dissesse: “Não sou todo daqui e minha tribo não resume inteiramente minha humanidade”.

Qual das alternativas abaixo apresenta uma reformulação correta, e equivalente em termos de significado, do trecho acima?

A) É como se Abdul dissesse que não era todo dali e que sua tribo não resumia inteiramente sua humanidade. B) É como se Abdul dissesse que não seria todo daqui e que sua tribo não resumiria inteiramente sua humanidade. C) É como se Abdul dissesse que não sou todo dali e minha tribo não resume inteiramente minha humanidade. D) É como se Abdul dissesse que não fora todo daí e que sua tribo não resume inteiramente minha humanidade. E) É como se Abdul dissesse que não é todo dali e que sua tribo não resumia inteiramente sua humanidade.

17) Observe os trechos de frases do texto, abaixo transcritos, e as propostas de sua transformação em discurso

indireto.

I – Alguns de meus colegas [...] submetiam-me a fortes pressões de legitimação Tilo Held confessou que alguns de seus colegas o submetiam a fortes pressões de legitimação.

II – [...] há pouco tempo ouvi com grande comoção estes versos de Gottfried Benn Tilo Held lembrou que havia pouco tempo ouviu com grande comoção estes versos de Gottfried Benn.

III – [...] também aprendi como é possível ser feliz Tilo Held revelou que também havia aprendido como era possível ser feliz.

Quais propostas de transformação em discurso indireto estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III.

GABARITO: 01-E, 02-C, 03-A, 04-C, 05-B, 06-B, 07-A, 08-A, 09-D, 10-E, 11-B, 12-B, 13-E, 14-A, 15-D, 16-A, 17-C

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Português 196 Professor Paulo Ricardo

OS ARTICULADORES

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Português 197 Professor Paulo Ricardo

OS ARTICULADORES São palavras ou locuções que unem, ligam, ordenam e costuram as partes que compõem o texto. Dentro

da gramática tradicional, as conjunções formam o grupo predominante de articuladores, justamente pelo seu papel de fazer a junção de algo com outro, de articular o que, sem elas, estaria desarticulado. Contudo, existem outros, e não poucos, que servem para flexibilizar a textualidade, para fazer o texto fluir e progredir, transmitindo claramente o pensamento e a intenção do autor. Expressões como “em primeiro lugar”, “por último”, “vale acrescentar”, “além disso”, “além do mais”, entre inúmeras outras, estabelecem a clareza, a ordem e a lógica, tornando qualquer material escrito acessível à compreensão.

Observe as relações de significado que as CONJUNÇÕES (nexos oracionais) estabelecem :

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

MODELO

SINÔNIMAS

1) ADITIVAS

E

bem como; não só...mas também; nem (e nem) que (entre verbos iguais)

2) ADVERSATIVAS

MAS

porém; contudo; entretanto; no entanto; todavia não obstante

3) ALTERNATIVAS

OU...OU

quer...quer; seja...seja; ora...ora

4) CONCLUSIVAS

PORTANTO

logo; pois ( posposto ao verbo); por isso; por conseguinte; destarte; por corolário

5) EXPLICATIVAS

PORQUE ; POIS

que

ANOTAÇÕES SOBRE O QUADRO DAS CONJUNÇÕES COORDENADAS:

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Português 198 Professor Paulo Ricardo

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

ANOTAÇÕES SOBRE O QUADRO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS :

MODELO

SINÔNIMAS

1) CAUSAIS

PORQUE; POIS

já que; visto que; uma vez que; na medida em que; porquanto; como

2) CONCESSIVAS

EMBORA

ainda que; mesmo que; posto que; em que pese; conquanto; a despeito de; por mais que

3) CONDICIONAIS

SE

caso; desde que; contanto que; a menos que; a não ser que

4) CONFORMATIVAS

CONFORME

como; consoante; segundo

5) COMPARATIVAS

COMO

mais... (do) que; menos...(do) que; tanto...quanto/como

6) CONSECUTIVAS

TÃO ou TANTO QUE

tal...que; tamanho...que; de modo...que; de maneira...que; de forma...que; de sorte...que

7) PROPORCIONAIS

À PROPORÇÃO QUE

à medida que; ao passo que; quanto mais... mais; quanto menos...menos

8) FINAIS

A FIM DE QUE

para que; para

9) TEMPORAIS

QUANDO

enquanto; antes que; depois que; assim que; mal ( = assim que)

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Português 199 Professor Paulo Ricardo

EXERCÍCIOS DE AULA 1) Numere os parênteses de acordo com o código a seguir, indicando a relação dos nexos :

(01) alternância (02) conclusão (03) oposição(adversidade) (04) oposição(concessão) (05) adição (06) explicação (07) causa

(08) conseqüência (09) temporalidade (10)finalidade (11)comparação (12)conformidade (13)condicionalidade

A.( ) Central do Brasil é um excelente filme, embora não tenha sido premiado com um Oscar. B.( ) Se Messias tivesse estrutura para trabalhar, os pescadores seriam presos; os barcos, confiscados, e os

cofres da união, robustecidos pelo pagamento de pesadas multas(...) C.( ) Os cofres da união seriam robustecidos pelo pagamento de pesadas multas, como prevê a lei. D.( ) “Sexo não é só prazer. Se bem feito, é um santo remédio.” E.( ) Você parece e se sente mais jovem do que realmente é? F.( ) Para que o sexo rejuvenesça, é necessário o envolvimento afetivo. G.( ) Jaqueline e Sandra ficaram juntas por cinco anos, porque a atração fatal pelo ouro olímpico as uniu. H.( ) É o dilema moral do intelectual contemporâneo: vulgarizar-se ou evitar qualquer contato com o mundo. I.( ) (...) os 750 quilômetros da costa gaúcha são ricos em cardumes – e, por isso, o alvo preferencial dos

pescadores clandestinos catarinenses. J.( ) A pesca de arrastão está ameaçando várias espécies. Cabe, portanto, enquadrá-la na lei.” 2) Construa períodos compostos, juntando as orações abaixo por meio de conjunções subordinativas, de

modo que a oração subordinada expresse a circunstância indicada entre parênteses.

A – Irei ao jogo. Jorge pagará o ingresso. (condição)

B – A tarefa foi difícil. O professor havia dito isso. (conformidade)

C – A brincadeira foi ótima. Os participantes não eram muito animados. (concessão)

D – O aluno não conseguiu a vaga no concurso. Ele se preparou mal. (causa)

E - Rafael joga muito bem. Seu primo joga melhor ainda. (comparação )

F – Luís comeu demais. Ele passou mal. (conseqüência)

G – Luís comeu demais. Ele passou mal. (causa) H – O atleta treinava. Ele melhorava seu desempenho. (proporção) TESTES: 1) A oração “se enfrentarmos com decisão a necessária desconcentração industrial” pode ser reescrita, sem

prejuízo ao sentido original, da seguinte forma : (A) por enfrentarmos com decisão a necessária desconcentração industrial. (B) conforme enfrentarmos com decisão a necessária desconcentração industrial. (C) ainda que enfrentemos com decisão a necessária desconcentração industrial. (D) para enfrentarmos com decisão a necessária desconcentração industrial. (E) caso enfrentemos com decisão necessária desconcentração industrial.

O Brasil avança a passos lentos, como um “bêbado”, enquanto o salto significaria a incorporação de boa parte dos excluídos. 2) O elemento sublinhado no segmento “..., enquanto o salto... (l. 1) indica

(A) conclusão. (B) tempo. (C) adição. (D) alternância. (E) contraste.

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Português 200 Professor Paulo Ricardo

O direito de acesso do público aos veículos de comunicação de massa será, por conseguinte, um aspecto importante da mudança social em curso. Uma vez que tenhamos conseguido reformar os veículos de comunicação de massa, poderemos então decidir o que precisa ser comunicado e como usar eficazmente esses veículos para construir nosso futuro.

3) A oração em que o nexo “uma vez que” (l. 2) ocorre poderia ser substituída, sem alteração de seu sentido, por:

(A) Embora tenhamos conseguido reformar os veículos de comunicação de massa. (B) Como conseguiremos reformar os veículos de comunicação de massa. (C) À medida que conseguirmos reformar os veículos de comunicação de massa. (D) Quando tivermos conseguido reformar os veículos de comunicação de massa. (E) Visto que conseguiremos reformar os veículos de comunicação de massa. 4) O articulador sublinhado no trecho “Vivemos sempre entre esses momentos, como passageiros...” indica

(A) contraste. (B) causalidade. (C) alternância. (D) comparação. (E) oposição. 5) O fragmento destacado na frase “De acordo com nossa própria vontade, ele considera provisório aquilo

que escrevemos” constitui uma articulação que traduz uma idéia de

(A) conformidade (B) conseqüência (C) concessão (D) finalidade (E) causa

Outro dia, conversando com um editor, fui devidamente catequizada : o livro como o conhecemos hoje,

feito de papel, está condenado. Abram alas para o livro digital !

6) O fragmento destacado do texto “...conversando com um editor (l. 1) constitui uma estrutura que expressa uma circunstância de

(A) finalidade (B) causa (C) concessão (D) condição (E) tempo 7) ____________Marc Eliot, Walt Disney colaborou com o FBI, tendo participado, __________de reuniões de

nazistas americanos; __________ , de acordo com essas acusações, _________um dedo-duro.

(A) Para , pois, no entanto, seria. (B) Consoante, logo que, mesmo assim, seria. (C) Segundo, também, por conseguinte, teria sido. (D) Conforme, além do mais, entretanto, teria sido. (E) Devido a, por isso, ainda assim, havia de ser. 8) “Será que não é tempo de pensar nos pivetes como crianças que querem exatamente o que outras

crianças querem, SÓ QUE sem a esperança de o conseguir?”

A relação estabelecida pela expressão destacada acima permanece a mesma, se essa expressão for substituída por

(A) já que (B) porquanto (C) portanto (D) entretanto (E) a não ser que

Parece necessário, assim, repensar a saúde do brasileiro a partir de dois pólos: a tecnologia de

vanguarda, que nos aproxima do Primeiro Mundo, e a desassistência à maioria da população, que nos reduz ao mais perverso dos mundos – o da miséria. 9) A palavra “assim” (l. 1) pode ser substituída, sem alterar o sentido da frase, por

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Português 201 Professor Paulo Ricardo

(A) também (B) porquanto (C) pois (D) todavia (E) porém

Bebendo muito e se alimentando pouco, Noel se tornou presa fácil da tuberculose. Naquele tempo, a doença era meia morte.

10) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase:

O trecho “Bebendo muito e se alimentando pouco” tem valor _________ em relação à afirmativa iniciada na palavra Noel, podendo ser substituído por orações desenvolvidas iniciadas por _________ou _________que haveria mudança na forma dos verbos beber e alimentar-se.

(A) causal – embora – porque (B) explicativo – embora – porém (C) causal – já que – porque (D) causal – quando – onde (E) explicativo – como – quando

Além do óbvio apelo à tradição cristã do povo, que facilitava a transmissão da imagem de um Cristo cívico, poder-se-ia perguntar por outras razões do êxito de Tiradentes como herói republicano, porque não foi sem resistência que ele atingiu tal posição.

11)Todos os nexos abaixo poderiam substituir, sem prejuízo do significado, o “porque” (l.2), à exceção de

(A) logo (B) pois (C) já que (D) visto que (E) uma vez que

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o aumento da expectativa de vida no Brasil pode ser um dado negativo, pois, em 25 anos, o país será o quinto mais populoso do mundo.

12) A palavra “pois” (l. 2) poderia ser substituída, sem alteração do significado da frase, por todas as expressões seguintes, exceto

(A) já que (B) porque (C) tendo em vista que (D) de modo que (E) haja vista que

A verdade, porém, é que toda escravidão é a mesma, e quanto à bondade dos senhores, esta não passa de resignação dos escravos.

13) Assinale a alternativa que contém um nexo que poderia substituir “porém” (l.1) na mesma posição em que tal conjunção ocorre, sem alterar o significado da frase.

(A) assim (B) apesar disso (C) portanto (D) contudo (E) aliás

Apesar disso, não se trata de uma obra para crianças. A construção híbrida da narrativa descarta episódios mais banais ou preocupações que seriam em tese mais comuns às crianças, dando destaque para diálogos, seja entre Luciana e os pais, seja entre a garota e suas bonecas.

14) As expressões abaixo poderiam substituir a expressão “Apesar disso” (l.1) sem causar alteração essencial no significado da frase, à exceção de

(A) Contudo. (B) No entanto. (C) Todavia. (D) Portanto. (E) Entretanto.

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Português 202 Professor Paulo Ricardo

15) A estrutura que poderia substituir “Embora as soluções de alta tecnologia sejam sedutoras...” sem alterar o sentido da frase é

(A) Portanto as soluções de alta tecnologia são sedutoras... (B) Como são sedutoras as soluções de alta tecnologia... (C) Mesmo sendo sedutoras as soluções de alta tecnologia... (D) Porém as soluções de alta tecnologia são sedutoras... (E) Ainda seriam sedutoras as soluções de alta tecnologia...

Embora violenta, a miséria ainda nos excluía. Vivia-se, nesta fase, a utopia da cesta básica. Tentava-se remediar anos de omissão com programas oficiais paternalistas.

16) A palavra “embora” (l. 1) poderia ser substituída por qualquer um dos nexos abaixo, à exceção de

(A) ainda que (B) apesar de (C) conquanto (D) mesmo (E) porque

Na desesperada tentativa de fugir, o homem fantasiou, mistificou, imaginou lendas inacreditáveis, buscando pelo mundo afora, com fé e vontade inabaláveis, as fontes encantadas que lhe garantiriam a imortalidade. Não foi, porém, apenas a imaginação que o homem procurou dominar ou retardar a morte. Principalmente na ciência, os esforços empreendidos no passado e no presente merecem destaque especial, porquanto, se ainda nem podemos cogitar, a não ser na ficção, de superar o fato do desaparecimento físico, é evidente que já conseguimos retardá-lo, através de processos por vezes sensacionais.

17) Considere as seguintes afirmações acerca dos nexos porém e porquanto:

I. Os nexos introduzem, respectivamente, uma idéia de oposição e uma idéia de concessão. II. Podem ser substituídos, respectivamente, por entretanto e visto que, sem alteração no significado global do

texto. III. Estão separados por vírgulas porque ambos estão deslocados nas orações em que aparecem.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III.

18) A frase em que é expressa claramente uma relação de causa-conseqüência é

(A) O povo tem um acesso mais fácil ao rádio, quando se desenvolve a indústria de aparelhos receptores. (B) O povo tem um acesso mais fácil ao rádio, à medida que se desenvolve a indústria de aparelhos receptores. (C) O povo tem um acesso mais fácil ao rádio, se a indústria de aparelhos receptores se desenvolve. (D) O povo tem um acesso mais fácil ao rádio, uma vez que se desenvolve a indústria de aparelhos receptores. (E) O povo tem um acesso mais fácil ao rádio, enquanto se desenvolve a indústria de aparelhos receptores.

19) A relação entre as idéias das orações é a mesma em “O exercício é útil ao escritor; ele deve, pois, redigir freqüentemente.” e na alternativa

(A) Alguns atrativos do ato de escrever foram apresentados durante aquela sessão de estudos, uma vez que o grupo andava desmotivado.

(B) Ele se expressa com propriedade, porque escolhe bem as palavras. (C) Ele realiza bons trabalhos, já que reflete antes da redação. (D) Ele analisa o tema, pois quer desenvolvê-lo adequadamente. (E) Ele planeja sua redação, portanto escreve bem.

20)

( ) Grande tem sido o progresso material,_______ a técnica tem evoluído muito. ( ) O progresso material pode prejudicar o homem, ________ lhe traga muitos benefícios. ( ) Todos desejam o progresso material,_______ conheçam alguns dos seus efeitos perniciosos. ( ) Alguns assumem uma posição crítica em relação à técnica,_______ podem avaliar devidamente a sua

contribuição para o bem-estar do homem. ( ) O homem deve reagir contra a massificação, _______deseje sacrificar a sua individualidade.

1 – uma vez que 2 – se bem que

3 – de modo que 4 – a menos que

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Português 203 Professor Paulo Ricardo

Está correta a numeração da alternativa

(A) 1, 2, 2, 3, 4. (B) 2, 1, 3, 4, 3. (C) 1, 2, 3, 3, 4. (D) 3, 1, 3, 3, 4. (E) 4, 3, 2, 1, 1. 21) As orações que podem ser relacionadas pela conjunção “portanto” são as da alternativa

(A) Muitos candidatos disputam uma vaga no vestibular. Alguns não convenientemente preparados. (B) Os candidatos se preparam com seriedade. Não conseguem atingir o seu objetivo. (C) Os vestibulandos estão bem preparados. Esperam, tranqüilos, a sua aprovação. (D) Deviam ser candidatos bem preparados. Foram aprovados no vestibular. (E) Os candidatos preparam-se cuidadosamente. Realizam as provas com atenção.

COLUNA A

( ) O candidato não consegue aprovação ________________. ( ) O candidato merece ser aprovado ___________________. ( ) O candidato busca um local sossegado ________________. ( ) O candidato terá sucesso ____________________. ( ) O candidato tem dificuldade em algumas matérias ______________.

COLUNA B

1. por mais que estude 2. uma vez que estudou 3. para que possa estudar 4. assim que estudar 22) Está correta a numeração da alternativa (A) 2, 3, 4, 2, 1. (B) 3, 4, 4, 1, 2. (C) 1, 2, 3, 4, 1. (D) 3, 2, 1, 4, 3. (E) 1, 3, 2, 1, 4. 23) O período em que a segunda oração apresenta uma idéia de condição é (A) Os artistas devem trabalhar na solidão, uma vez que desejem uma visão mais profunda dos fatos. (B) O jornalista tem de trabalhar dentro dos fatos, posto que tal cuidado acarrete dificuldades. (C) O jornalista pode bem informar, já que participa dos fatos. (D) Os artistas trabalham na solidão, até que consigam revelar o sentido profundo dos fatos. (E) O jornalista vive no meio dos acontecimentos, de modo que pode bem informar. 24) A lacuna que pode ser preenchida pela expressão “ainda que” é a da alternativa

(A) As notícias divulgadas pelos jornais contribuem para formar a opinião pública ____________sejam

fidedignas. (B) O comentário de um fato da atualidade orienta o público___________ for objetivo. (C) A análise dos fatos conduz à formulação de opiniões _________seja clara e compreensível. (D) A divulgação de alguns fatos é necessária _____________eles sejam chocantes. (E) A formulação de opiniões é fundamental na sociedade ____________ela for crítica. COLUNA A

( ) Os países do Terceiro Mundo lutam com dificuldades quase que insuperáveis____________________ . ( ) Os países do Terceiro Mundo precisam de estudantes qualificados ______________________ . ( ) Os países do Terceiro Mundo podem preparar-se para a internacionalização do mundo __________________ . ( ) Os países do Terceiro Mundo não dispõem de uma política educacional adequada _________________. ( ) Os países do Terceiro Mundo deverão superar o atraso e a miséria _____________________________ . COLUNA B

1 – ainda que seja primordial 2 – de modo que o progresso se torna muito lento 3 – para que os problemas sejam superados 4 – desde que o esforço seja intenso

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Português 204 Professor Paulo Ricardo

25) A ordem correta da coluna A é

(A) 1, 2, 3, 4, 2 (B) 3, 2, 3, 1, 4 (C) 1, 3, 4, 1, 2 (D) 2, 3, 4, 1, 4 (E) 3, 2, 1, 4, 3

Apesar de toda a inspiração, toda a vivacidade e imaginação que a nossa juventude nos tem proporcionado nos últimos anos, encontramo-nos agora profundamente perturbados por sua causa. A brecha entre gerações, sempre presente no passado, ampliou-se de súbito; as velhas pontes que sobre ela se estendiam estão ruindo. Vemos à nossa volta uma terrível alienação dos nossos melhores e mais corajosos jovens; até a forma definida de uma geração parece ter sido invertida de um dia para outro.

26) A conjunção que poderia ser utilizada para ligar o segundo período ao primeiro , sem alterar o sentido do texto, é

(A) portanto (B) pois (C) então (D) entretanto (E) por isso

27) A alternativa em que a palavra “porque” estabelece uma relação de idéias entre as orações diferente das demais é

(A) A brecha entre as gerações deve ser bastante profunda, porque preocupa os mais velhos. (B) Os jovens afastam-se dos mais velhos, porque não concordam com muitas de suas atitudes. (C) A juventude tem muitas desilusões, porque é idealista. (D) O futuro de uma nação depende do esforço de todos, porque cada geração contribui para o bem geral. (E) A tentativa de aproximação entre as gerações é válida, porque a brecha entre elas deve ser diminuída.

28) Haverá alteração evidente no sentido da frase “As duas meninas voltaram a estudar e agora só trabalham meio período” se a palavra destacada for substituída por

(A) de forma que (B) de modo que (C) desde que (D) de sorte que (E) de maneira que

29) Assinale a única alternativa em que a idéia introduzida pelo conetivo NÃO é de condição.

(A) Caso me apóies, serei candidato. (B) Como irás me apoiar, serei candidato. (C) Serei candidato, contanto que me apóies. (D) A menos que me apóies, não serei candidato. (E) Sem que me apóies, não serei candidato

30) O texto abaixo não apresenta explicitamente a relação entre “plantei” e “quero nota”. Isso permite ao leitor inferir relações de sentido entre as orações.

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Português 205 Professor Paulo Ricardo

Analise os períodos a seguir, considerando, além da correção gramatical, as relações de sentido autorizadas pelo contexto.

I. Plantei, por isso quero nota. II. Quero nota, porque plantei. III. Uma vez que plantei, quero nota.

Está (ão) adequado(s)

(A) apenas I. (B) apenas II. (C) apenas I e III. (D) apenas II e III. (E) I, II e III.

No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma 1 mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros. Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as 2 hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o 3 patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas. Os negros, porém, ao longo de todo o 4 período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas 5 mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuques e calundus.[...] 6

As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos, 7 que causavam pavor aos agentes da Coroa – e, de resto, aos proprietários de escravos em geral - , quer 8 reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma 9 consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o juízo Eclesiástico e, com menos 10 empenho, a Inquisição foram colocados em seu _____. 11

Porém, alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal 12 necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns ______ 13 aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no ______. Outras pessoas, 14 por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África – como Matias Moreira, residente em Angola no final 15 do Quinhentos - , devem igualmente ter se familiarizado com as línguas dos negros. 16

31) Assinale a alternativa em que se propõe uma alteração que acarretaria mudança no significado da respectiva frase no texto.

(A) Substituição de porém (l. 4) por contudo. (B) Inserção da expressão por sua vez, separada por vírgulas, depois de autoridades (l. 7) (C) Substituição de Por isso (l. 10) por Em vista disso. (D) Substituição de ainda (l. 13) por mais uma vez. (E) Substituição de como (L.14) por a exemplo de.

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Português 206 Professor Paulo Ricardo

32) No texto acima, algumas relações frasais não são explicitadas pelo uso de articuladores. Caso o publicitário

resolvesse utilizá-los, mantendo os sentidos do texto, as expressões mais adequadas para anteceder “Para os brasileiros...” (segundo parágrafo) e “Na sua próxima viagem...” (terceiro parágrafo) seriam, respectivamente,_______________ e ______________ .

(A) Portanto – Porém (B) Porque – Assim (C) Entretanto – Portanto (D) Por isso – Além disso (E) Uma vez que – De modo que

33) Assinale o período em que OCORRE a mesma relação significativa indicada pelos termos em negrito abaixo:

Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

(A) Ligue o aparelho como indicam as instruções. (B) Tal como o pai valoriza princípios democráticos, o filho também o faz. (C) Como o esparadrapo não gruda no machucado, não dói na hora de tirar. (D) Tudo foi feito como tinha sido combinado. (E) Como eles não aceitam nossas opiniões, ficaremos calados. A menos que surja um caso de proporções descomunais, como o escândalo da Câmara de São Paulo, os assuntos de política municipal são relegados às páginas internas, lá longe.

34) Na frase acima, a locução conjuntiva em destaque poderia ser substituída, sem a alteração do sentido que tem no texto, por :

(A) Embora. (B) Ainda que. (C) Mesmo que. (D) Uma vez que. (E) A não ser que. 35) O desemprego é um problema coletivo, _________ destrói as expectativas da população; faz-se, ________ ,

necessária uma nova política de emprego________ as tensões sociais sejam diminuídas.

(A) porque – logo – se (B) e – portanto – enquanto (C) à medida que – por conseguinte – desde que (D) pois – por isso – para que (E) visto que – contudo – a fim de que O Brasil tem uma das menores populações negras do mundo, para o IBGE. “Se continuar como está, o censo 1 demográfico ainda irá mostrar que o Brasil tem menos negros do que a França”, _______ Wania Sant’Anna, 2 historiadora e pesquisadora. Com a segunda maior população negra do mundo, conforme relatório do Programa 3 das Nações Unidas para o Desenvolvimento, publicado em 1997, o Brasil possuiria, para o IBGE, a pouco 4 expressiva porcentagem de 5% de negros em sua população, segundo o censo demográfico de 1991. Para o 5 IBGE, também fazem parte do caldeirão racial brasileiro 45% de pardos e 50% de brancos. 6 Na mira dos ativistas negros, a categoria “pardos”, no questionário do censo do IBGE, é vista como 7 “inconsistente”. Segundo eles, esse é um balaio-de-gatos que dificilmente é alcançado por políticas sociais. “Um 8 diálogo franco e aberto entre os brasileiros pode levar a população parda a se declarar negra. Não queremos 9 colocar camisa-de-força em ninguém. Gostaríamos que os pardos fossem mais livres para dizer: “Eu tenho esta 10 origem e não tenho problemas com relação a isso”,______ Ivanir das Santos, secretário executivo do Centro de 11 Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP). 12 A solução apontada pelo IBGE para a demanda do movimento negro é incluir no questionário do ano 2000, além 13 da habitual pergunta sobre cor e raça, uma questão sobre a origem. “Acho pertinente, porque nunca investigamos 14 no Censo as origens do povo brasileiro. De antemão, através de nossos testes, já sabemos que poucas pessoas 15 pardas se dizem afrodescendentes”,_______ Simon Schwartzman, presidente do IBGE. 16 36) Considerando a relação de significado que a última frase (l.15-16) mantém com o restante do texto, qualquer

uma das expressões abaixo poderia aparecer, entre vírgulas, depois de sabemos (l. 15), exceto

(A) mesmo assim (B) porém (C) todavia (D) pelo contrário (E) contudo

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Português 207 Professor Paulo Ricardo

O octogenário Francisco Julião faleceu quietamente no México, onde morava há muitos anos. As Ligas 1 Camponesas, por ele fundadas, são hoje uma lembrança histórica. Uma pergunta que se poderia fazer é: porque 2 o Movimento dos Sem-Terra, o MST, tem mais repercussão do que tiveram as Ligas Camponesas? Claro as 3 circunstâncias são diferentes, mas quero me deter num detalhe: os nomes. 4

Liga camponesa é uma expressão que deve ter saído dos antigos manuais comunistas: “liga” não é um 5 termo muito usual; “camponesa” muito menos. Os bolcheviques falavam da união entre operários e camponeses, 6 mas um homem do campo, no Brasil, jamais se autodenominaria “camponês”. 7 37) Trecho Claro, as circunstâncias são diferentes (l.3 e 4 ) expressa, no contexto em que ocorre, uma

(A) causa (B) condição (C) concessão (D) conseqüência (E) oposição

- Mas pra você não é uma pouca vergonha, é? – ela disse, secando as lágrimas. Voltava ao desafio. 1 - Eu sou homem, ou você não entende isto? 2 - Não entendo. 3 O Dr. Paranhos quedou-se quieto por um tempo marcado em séculos no relógio da agonia. Seus olhos 4

baixaram para a mesa e assim ficaram, enquanto sua inteligência buscava uma forma clara de ilustrar a 5 madrinha. Por fim, suspirou e disse: 6

- Eu tenho um argumento que você vai entender. 7 Levantou-se com certa dificuldade e ausentou-se da cozinha, onde ficamos suspensos por um fio em 8

pleno abismo. Logo, porém, ele retornou com o argumento na mão. Girou o tambor do argumento. Depois, com 9 um gesto calmo, solene, botou o argumento na cintura. Sentou-se novamente e disse, pausadamente: 10

- Tem uma coisinha, Dirce: ou este tal de feminismo acaba hoje, ou o que acaba é a tua mesada, se não 11 acabar minha paciência antes. Certo? Agora vamos jantar. 12

38) Dentre os marcadores de cronologia abaixo, o único que NÃO situa a ação que se lhe segue no texto como anterior ou posterior a alguma outra é

(A) enquanto (l. 5) (B) por fim (l. 6) (C) depois (l. 9) (D) antes (l. 12 ) (E) agora (l. 12) 39) Fiz-lhe sinal que se calasse. A oração destacada introduz uma idéia de

(A) finalidade (B) concessão (C) conseqüência (D) comparação (E) explicação

Outro engano, embora nada tenha a ver com calendários e contagens cronológicas, é aquele que diz respeito ao início da Era de Aquário.

40) O uso adequado de conectores ou articuladores contribui para a boa coesão textual. Cada articulador possui um sentido próprio, estabelecendo uma relação semântica específica. Pode-se, pois, afirmar que o articulador “embora” (l. 1) estabelece uma relação de

(A) alternância (B) concessão (C) comparação (D) adversidade (E) condicionalidade GABARITO: 01-E, 02-B, 03-D, 04-D, 05-A, 06-E, 07-C, 08-D, 09-C, 10-C, 11-B, 12-D, 13-D, 14-D, 15-C, 16-E,

17-B, 18-D, 19-E, 20-A

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Português 208 Professor Paulo Ricardo

Radicais, Prefixos, Sufixos

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Português 209 Professor Paulo Ricardo

OS RADICAIS:

OS AFIXOS:

OS PREFIXOS

OS SUFIXOS:

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Português 210 Professor Paulo Ricardo

Radicais Gregos e Latinos

GREGOS

AERO - ar

ANTROPO - homem ARQUIA - ordem AUTO – por si mesmo BIO - vida CALI - belo COSMO - mundo CRACIA - governo CROMO - cor CRONO - tempo DEMO - povo DERMA - pele DROMO – lugar onde se corre ETNO - raça FAGIA – ato de comer FILO - amigo FOBIA – medo; pavor FONO - som

FOTO - luz GAMO – que casa GEO - terra GRAFIA – escrita HEMO - sangue HETERO - diferente HIDRO - água HIPO - cavalo HOMO - igual LATRA – que ama LITO - pedra LOGO – que estuda MACRO - grande MICRO - pequeno MISO – que odeia MONO - um NEO - novo ORTO - correto

PAN - todo PATO - doença PIRO - fogo POLI - vários POTAMOS - rio PROTO - primeiro PSEUDO - falso PSIQUE – mente; alma SCOPIA – ato de ver TANATOS – mal; morte TECA – lugar onde se guarda; coleção TELE – longe; a distância TOPO - lugar TEO - deus TERAPIA - tratamento TERMO - calor ZOO-animal

LATINOS AGRI - campo

COR - coração

CIDA – que mata

COLA – que vive

DUCERE – que conduz

EQUI - igual

FUGO – que foge

HIPO – pouco

IGNI - fogo

MULTI - vários

OMNIS – tudo; todo

SEMI – não-totalidade; metade

SESQUI – um e meio

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Português 211 Professor Paulo Ricardo

O VALOR SEMÂNTICO DOS PREFIXOS: 1) ABS – separação; abscesso, abster-se 2) AMBI – dois, duplo; ambivalente, ambig 3) ANFI – dois; anfiteatro, anfíbio 4) AD – ao lado, junto de; advogado, adjunto 5) AUTO – por si mesmo; autoconfiança 6) CIS – do lado de cá ; cisandino, cisplatina 7) META e TRANS – mudança, ir além de;

metamorfose, metafísica, transmutação

8) ONI - tudo, todo; onipotente, onisciente 9) PERI – em volta de ; perímetro, periferia 10) PRIMO – primeiro ; primordial, primazia 11) PSEUDO – falso ; pseudônimo 12) UXORI (uxório) - esposa

Uxoricida – Parricida ? 13) TELE – a distância, de longe; telefonar, telegrafar

14) SEMI – não-totalidade, metade; seminu, semicírculo

OBSERVAÇÃO: Os prefixos A, DES, IN: O VALOR SEMÂNTICO DOS SUFIXOS: 1) EIRO 2) OR ou DOR 3) DOURO e TÓRIO – lugar; sangradouro, auditório 4) ICE – depreciação; tolice, breguice

5) ITE – inflamação; sinusite, dermatite 6) ADA 7) ULO – diminutivo; óvulo, célula, retículo

OBSERVAÇÂO:

O elemento FERO: que contém; aqüífero, sonífero Os sufixos de ação ÇÃO e MENTO: são sufixos de ação; realização, enganção, casamento, tratamento

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Português 212 Professor Paulo Ricardo

ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES:

TESTES:

Este livro é um relato pessoal de 1964. Participei como jornalista e conheci algumas pessoas que tiveram 1 bastante a ver com aquele desfecho que influiu (quanto?) na nossa história. Perguntei a amigos sobre nomes, 2 ocorrências e alguns dados de que me sentia incerto. Faço algumas referências ao período depois de 1964, porque 3 pertinentes, acredito, ao evento, mas o que me interessa é o antes e o durante. 4

Há muitas versões sobre 1964, além de fabulação, quer dizer: de um dado real são construídas fantasias do 5 tamanho da paranóia de quem nos conta. Todos somos de certa forma ficcionistas. É praticamente impossível não 6 colorir com nossa personalidade o que narramos. A memória sempre nos trai. 7

01) Assinale a alternativa em que a palavra retirada do texto não contém um sufixo.

A) jornalista (l. 1) B) fabulação (l. 5) C) paranóia (l. 6) D) praticamente (l. 6) E) personalidade (l. 7)

Em relação a uma simples lista, uma receita acrescenta novos elementos, uma vez que compreende dois 1 aspectos: a lista das instruções e dos ingredientes mais a ação. Quanto às instruções, verificamos que umas são 2 relativas à preparação e outras ao consumo. O primeiro caso é característico da culinária; o segundo, da medicina. O 3 modo de preparação pode ser deliberadamente ocultado ao mundo exterior, seja por sua escrita cifrada, seja através 4 de instruções muito genéricas que apenas as pessoas do mesmo ofício entenderão. Este secretismo também pode 5 ser observado ocasionalmente na culinária. A omissão de indicações das quantidades dos ingredientes nas receitas 6 pode ter sido um expediente intencionalmente adotado para preservar os segredos profissionais, pois as receitas 7 surgem freqüentemente ligadas a ofícios que exigem uma aprendizagem específica. 8 02) Relacionam-se, pela origem, a verbos existentes na Língua Portuguesa, todos os substantivos abaixo, à exceção

de

A) ingredientes (l. 2) B) ação (l. 2) C) instruções (l. 2) D) consumo (l. 3) E) omissão (l. 6)

“A última grande epidemia que assaltou a cidade de Porto Alegre foi a da chamada “gripe 1 espanhola”,...........de outubro de 1918. As repercussões foram tão fortes, em todos os campos, que o governo 2 estadual resolveu até..........censura à imprensa, ..........de diminuir o estado de alarma da população. Quanto ao 3 município, impôs tabelamento de gêneros de primeira necessidade, no propósito de ........a especulação. Em dado 4 momento, estando doentes os próprios coveiros do cemitério da Santa Casa, o governo estadual se permitiu escalar 5 sentenciados da Casa de Correção para trabalharem nas inumações.” 6

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Português 213 Professor Paulo Ricardo

03) Dentre as alternativas abaixo, assinale a única que não preenche adequadamente a lacuna da linha 4 do texto.

A) no intuito B) com o intento C) na intenção D) na intuição E) com o interesse

“Subverter as relações existentes, em um sentido ou outro, eis o objetivo das revoluções. Suas promessas são, 1 sem dúvida, mais atraentes para os grupos mais desfavorecidos, mas também apresentam riscos mais elevados. Em 2 primeiro lugar, pela incerteza quanto ao que virá depois; em segundo lugar, porque provocam intensos 3 enfrentamentos sociais nos quais, para conseguir algo mais, pode-se perder tudo. Nessas condições, o interesse e o 4 ponto de vista particulares tendem a diferir dos sociais. Da perspectiva individual, pode ser mais seguro, requerer 5 menos esforço, ser menos arriscado e apresentar mais probabilidades de êxito tentar mudar a própria sorte dentro 6 das relações sociais existentes que alterar estas para mudar a sorte de todos.” 7 4) Existem, em Língua Portuguesa, palavras que, embora pertencendo à mesma família, apresentam pequenas

diferenças no radical. É o caso de um dos substantivos abaixo, que, em relação a um adjetivo da mesma família, apresenta diferença em consoantes do seu radical. Qual é esse substantivo?

A) grupos (l. 2) B) incerteza (l. 3) C) esforço (l. 6) D) probabilidades (l. 6) E) êxito (l. 6)

O Rio, nos primeiros anos 30, sabia onde eram os cafés dos sambistas, dos músicos, dos turistas e dos 1 boêmios. Noel Rosa, não sei por que razão, evitava o ponto do samba – o Café Nice – e preferia a Lapa, onde vivia o 2 pessoal da madrugada, bons bebedores, alguns cafetões, várias meretrizes, que se portavam com dignidade nas 3 horas de folga, e gente solitária; ignorávamos de que vivia ,e nenhuma pergunta era endereçada a ele, esse amigo de 4 todos, Noel da Lapa. Bebendo muito e se alimentando pouco, Noel se tornou presa fácil de tuberculose. Naquele 5 tempo, a doença era meia morte. 6 5) A partir da palavra “Lapa” (l. 2), foram criadas as cinco palavras da coluna A, utilizando-se sufixos correntes na

Língua Portuguesa; na coluna B, foram listados três significados.

Coluna A Coluna B

1. lapófilo ( ) aquele que estuda a Lapa 2. lapólatra ( ) aquele que odeia a Lapa 3. lapético ( ) aquele que é amigo da Lapa 4. lapólogo 5. lapófobo

A numeração correta da coluna B, de cima para baixo, para associar as duas colunas, é

A) 4 – 5 – 1 B) 4 – 2 – 3 C) 1 – 5 – 2 D) 1 – 2 – 3 E) 3 – 1 – 4

Até o início do século, nenhum investigador havia considerado os sonhos passíveis de uma interpretação séria; 1 apenas a “opinião leiga” e as massas incultas entendiam que os sonhos constituem mensagens legíveis. Os sonhos 2 são de fato mensagens, concordava Freud, mas não as esperadas pelo público em geral. Não revelam seu sentido 3 pelo método corrente de atribuir...........cada detalhe do sonho uma significação simbólica única e definida, nem é 4 possível lê-los como um criptograma a ser decifrado por meio de uma chave ingênua. Freud declarou a inutilidade de 5 ambos os procedimentos interpretativos populares. ...........deles, ele recomendava o método catártico: o sonhador 6 deve empregar a associação livre, renunciando à sua costumeira crítica racional aos meandros mentais, para 7 reconhecer o sonho ...........ele é um sintoma. 8

6) Com o mesmo radical da palavra “passíveis” (l. 1) é formada a palavra

A) passado B) inultrapassável C) capacidade D) impassibilidade E) pacífico

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Português 214 Professor Paulo Ricardo

Todos os dias milhões de brasileiros, freqüentadores de supermercados, farmácias e padarias, levam para 1 casa, além dos produtos escolhidos, a certeza de alguns aborrecimentos. O momento de consumir marca o início de 2 uma pequena batalha cotidiana contra as embalagens que envolvem uma série de produtos, porque elas.......... a 3 coordenação motora e, sem dúvida alguma, infernizam a paciência dos consumidores. Os mais pessimistas 4 perguntam como abrir aquele pote de margarina que insiste em resistir a .......... o seu conteúdo ou aquele vidrinho de 5 comida especial para bebês que afirma a inviolabilidade de sua tampa de metal. Se quiserem garantir um........ digno 6 de lembrança, os consumidores devem tentar remover as tampas aluminizadas dos copos de água mineral e dos 7 potinhos de manteiga: não há como escapar de um banho ou de dedos lambuzados. 8

7) A flutuação entre as pronúncias de v e b, perceptível em palavras como vassoura e bassoura, vergamota e bergamota, esteve também presente na formação da Língua Portuguesa, de tal forma que, atualmente, palavras da mesma família podem apresentar uma ou outra letra na mesma posição. É o caso da família de palavras a que pertence

A) aborrecimentos (l. 2) B) embalagens (l. 3) C) envolvem (l. 3) D) inviolabilidade (l. 6) E) lambuzados (l. 8)

Alguém poderia imaginar que aquele pacato subgerente do banco deixa todos os dias sua agência para se 1

transformar num temeroso lutador de luta-livre? Ou que seu formal e discreto advogado reforça o orçamento tocando 2 bateria numa banda de rock ou encarnando um personagem na polêmica peça Calígula? Ser um biprofissional é hoje 3 uma solução comum para driblar os baixos salários e a impossibilidade de depender de uma só carreira – às vezes 4 aquela da qual mais se gosta – , nem sempre em sintonia com as tendências do mercado. 5

Preconceitos e dificuldades à parte, cada vez mais o acúmulo de duas profissões ganha novos adeptos, 6 dispostos a enfrentar a versatilidade que a condição de biprofissional exige. Afinal, é preciso estar sempre preparado 7 para mudar repentinamente de hábitos, roupas e ambientes de trabalhos. 8

8) Neste texto, o autor cria a palavra biprofissional para nomear o fenômeno a respeito do qual seu texto versará. Para tanto, ele utiliza um mecanismo produtivo de formação de palavras em língua portuguesa – a prefixação. Quanto à prefixação, é correto afirmar que

A) as palavras preconceitos (l. 6), impossibilidade (l. 4) e transformar (l. 2) são também resultado de sua aplicação.

B) as palavras reforça (l. 2), subgerente (l. 1) e repentinamente (l. 8) são também resultado de sua aplicação. C) as palavras sempre (l. 5) poderia ser tomada como base para sua aplicação, da mesma forma como o autor

tomou profissional, dando origem a um novo item no vocabulário da língua portuguesa. D) Sua aplicação às palavras polêmica (l. 3) e carreira (l. 4) exigiria alteração na pronúncia da palavra, deslocando

a tonicidade de uma sílaba para outra. E) Na adição de sub a agência (l. 1), o prefixo constituiria uma sílaba isolada, à semelhança de subalterno.

Pais e adultos em geral são incompetentes para entender o que vai pela cabeça das crianças; estas, por sua 1

vez, são incapazes de detectar o que se esconde sob os gestos e as frases dos mais velhos. Na zona cinzenta que 2 reúne essas duas conhecidas limitações, reside o objeto de “Quarto de Menina”, estréia literária da psicanalista 3 carioca Livia Garcia Roza. 4

Luciana, oito anos, filha única de pais separados, é inteligente, sapeca, sem papas na língua e mora com o 5 pai, intelectual pacato, caladão, professor de filosofia. É ela a narradora do livro. Ao longo de 180 páginas, relata o seu 6 cotidiano, que se limita, aqui, ao próprio quarto, à biblioteca do pai, à sala e à casa da mãe.[...] 7

Apesar disso, não se trata de uma obra para crianças. A construção híbrida da narrativa descarta episódios 8 mais banais ou preocupações que seriam em tese mais comuns às crianças, dando destaque para os diálogos, seja 9 entre Luciana e os pais, seja entre a garota e suas bonecas. 10

No primeiro caso, Luciana freqüentemente não entende certas insinuações dos pais, enquanto estes ficam 11 perplexos diante de reações ou perguntas da filha. Já nas “conversas” com seus amigos de quarto, a narradora expõe 12 seu estranhamento, desabafa, chora, faz planos e, ao mesmo tempo, revela indireta e inconscientemente a dificuldade 13 de captar o significado dos eventos que ela mesma narra, significado que nós, leitores presumivelmente maduros, 14 enxergamos logo de cara. 15

Nessa capacidade de explicitar ao mesmo tempo uma história e a não-compreensão dessa mesma história 16 pelo seu próprio narrador, aí está um dos pontos mais interessantes de “Quarto de Menina”.[...] 17

9) Todos as palavras abaixo possuem o mesmo prefixo, com exceção de

A) insinuações (l. 11) B) indireta (l. 13) C) incompetentes (l. 1) D) incapazes (l. 2) E) inconscientemente (l. 13)

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Português 215 Professor Paulo Ricardo

Porto Alegre está ficando assim, quando e onde menos se espera aparece um centenário.[...] Bem, nós 1

sabemos que uma cidade centenária é muito mais do que uma cidade de cem anos, uma cidade onde meramente 2 vivem figuras e cenários de cem anos. Esta, basta deixar vagar ao sabor do calendário que mal ou bem corre; aquela, 3 porém, precisa muito mais. Precisa, por exemplo, da vibração que só acomete os dispostos a segurar o tempo pelos 4 cabelos e impor-lhe um ritmo, para fazer história, consistência, com a matéria-prima trivial, dispersão. 5

Com seus mais de duzentos anos de existência, Porto Alegre se candidata agora à honraria de ser centenária. 6 Coisas, ambientes, filhos ilustres, artistas, instituições, ruas porto-alegrenses estão fazendo acontecer, ao longo dos 7 anos, a cidade – este silencioso depósito de sucessivas camadas de heroísmo, covardia, ousadia, destempero, 8 fracasso, vitórias, esperanças, desinteresses, contrariedades e desejos, em combinações díspares, humanas. 9

10) Com o mesmo radical da palavra díspares (l. 09) é formada a palavra

A) discreto B) ímpar C) disparar D) aparar E) disperso

Dos anais da república: - O senhor não tem medo de nada, presidente? - Nada. - Nem de barata? Pausa de segundos. Digo a verdade, ou minto para parecer mais humano?[...] Não. Melhor ser curto e sincero. - Nem de barata.

11) Assinale a alternativa que apresenta duas palavras que não sejam da mesma família. A) anais (l. 1) – bianual B) presidente (l. 2) – presidir C) senhor (l. 2) – senhorio D) minto (l. 5) – desmentido E) curto (l. 6) – curtir

Quando tratavam de maneiras..........mesa, os manuais de civilidade medievais – ou talvez devamos dizer 1 “manuais de cortesia”, tendo em vista a época – condenavam as manifestações de gula, a agitação, a sujeira, a falta 2 de consideração pelos outros convivas. Tudo isso persiste nos séculos XVII e XVIII, porém novas prescrições se 3 acrescentam........antigas. Em geral, elas desenvolvem.......idéia de limpeza – já presente na Idade Média – , 4 ordenando que se usem os novos utensílios de mesa: pratos, copos, facas, colheres e garfos individuais. O emprego 5 dos dedos é cada vez mais proscrito, bem como a transferência dos alimentos diretamente da travessa comum para 6 a boca. 7

Isso evidencia não só uma obsessão pela limpeza, como ainda um progresso do individualismo: o prato, o copo, 8 a faca, a colher e o garfo individuais na verdade erguem paredes invisíveis entre os comensais. Na idade Média, 9 levava-se a mão ao prato comum, duas ou três pessoas tomavam a sopa numa só escudela, todos comiam a carne 10 na mesma travessa e bebiam de uma única taça que circulava pela mesa; facas e colheres, ainda inadequadas, 11 passavam de um conviva a outro; e cada qual mergulhava seu pedaço de pão ou de carne em saleiros e molheiras 12 comuns. No séculos XVII e XVIII, ao contrário, cada comensal é dono de um prato, um copo, uma faca, uma colher, 13 um garfo, um guardanapo e um pedaço de pão. Tudo que é retirado das travessas, molheiras e saleiros comuns deve 14 ser pego com os utensílios adequados e depositado no prato antes de ser tocado com os próprios talheres e 15 levado...........boca. Cada conviva é encerrado numa espécie de gaiola imaterial. Por que tais precauções, dois séculos 16 antes de Pasteur descobrir a existência dos micróbios? O que vem a ser essa sujeira que tanto se teme? Não será 17 principalmente o medo do contato com o outro? 18

12) Assinale a alternativa em que foi corretamente utilizada a palavra da mesma família ou de prescrições (l. 3), ou de proscrito (l. 6).

A) Repousei, tomei os remédios que o médico proscreveu e logo minha obediência foi recompensada: recebi alta e pude voltar ao futebolzinho no quintal.

B) A lei prescreve a pena de morte para o delito de que eu o incriminei; espero que seja cumprida, pois assim me apossarei de toda a sua fortuna.

C) A volta do prescrito agitou a pequena cidadezinha do velho oeste; quereria ele vingar-se dos seus inimigos? D) A proscrição do padre confessor me apavorou: eu teria de rezar mil pais-nossos, mil ave-marias e quinhentos

credos, além de acender uma vela para cada vez que estivera com a vizinha. E) O casamento não está de todo prescrito de nossa tribo, mas é inegável que ele contraria o que ordena nosso

guru: “Amem fisicamente a todos que puderem”.

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Português 216 Professor Paulo Ricardo

13) As palavras molheira (l. 12), saleiro (l. 14) e sujeira (l. 2 e 17) são formadas pela adição de um mesmo sufixo ao radical. Assinale a alternativa que NÃO apresenta o mesmo sufixo

A) roupeiro B) queira C) mosqueteiro D) fofoqueira E) lixeira

Apesar de não termos ilusões quanto ao caráter das nossas elites, existia uma certa resistência a essa 1 espécie de niilismo a que o Brasil nos leva. Os escândalos na área financeira estão acabando até com isso. Fica cada 2 vez mais difícil espantar os burgueses. Os burgueses não se espantam com mais nada. Alguns talvez se 3 surpreendam quando ouvem um filho pequeno ou um neto repetindo uma letra dos Mamonas, mas nestes casos o 4 espanto é divertido, ou pelo menos resignado. A necessidade de se ser absolutamente claro sobre que tipos de 5 atividade sexual causam AIDS e como fazer para preveni-la acabou com qualquer preocupação da imprensa e da 6 propaganda com o pundonor (grande palavra) alheio, embora ainda façam alguns rodeios. A linguagem ficou mais 7 leve, ficamos menos hipócritas. Burgueses epatáveis ainda existem, mas o acúmulo de agressões a seus ouvidos e 8 pruridos os insensibilizou e hoje, se reagem, não é em público. 9 14) A palavra epatáveis (l. 8) foi criada por Veríssimo a partir do verbo épater, que no francês significa espantar. O

neologismo do autor segue as regras de derivação da língua portuguesa da seguinte forma: a partir do empréstimo da palavra francesa, obtém-se o verbo epatar; tomando tal verbo como radical é possível, então, a formação de epatáveis. Seguindo a sugestão do autor, foram criados os cinco neologismos que aparecem na coluna A; na coluna B, aparecem observações sobre a estrutura ou o significado de alguns desses neologismo.

Coluna A

1. epatados 2. epatabilidade 3. inepatáveis 4. epatador 5. epatadiço

Coluna B

( ) substantivo formando a partir do adjetivo epatável. ( ) substantivo que designa o agente de uma ação, significando aquele

que espanta. ( ) palavra formada pela adição de prefixo e sufixo.

Assinale a alternativa cuja numeração corresponde à associação correta entre a coluna A e a B, de cima para baixo.

A) 2 – 4 – 3 B) 1 – 4 – 3 C) 5 – 2 – 1 D) 1 – 5 – 2 E) 2 – 5 – 1

15) O único par de palavras cujos prefixos não apresentam o mesmo significado é

A) desvinculada – indispensável B) pressupõe – pré-requisito C) imobilistas – impune D) prepotência – antijornalística E) desrespeitando – imobilistas

Na carta mais extensa sobre a terra, a fauna e a flora do Brasil, datada de 1560, ele [Anchieta] atende a um 1 pedido do padre geral dos jesuítas para “escrevermos acerca do que seja digno de admiração ou desconhecido nessa 2 parte do mundo”. 3

Assunto é o que não faltava. A natureza do Novo Mundo era um assombro, com seus bichos exóticos, cobras 4 formidáveis, insetos jamais vistos pelos europeus. Era para eles que o sábio Anchieta escrevia, daí o acento no 5 exotismo, mas com a vantagem de uma conveniência íntima, ditada pela sobrevivência no dia-a-dia. Quando fala nos 6 animais, por exemplo, ele freqüentemente acrescenta detalhes pragmáticos – “as onças são “boas para se comerem”, 7 a carne de macaco faz bem aos doentes e a dos papagaios, embora também recomendada, em alguns casos provoca 8 prisão de ventre”. “A divisão das estações do ano é totalmente oposta à maneira por que aí se compreende: quando lá 9 é primavera, aqui é inverno, e vice-versa”, explica Anchieta aos interlocutores d’além-mar. “Ambas, porém, são de tal 10 modo temperadas, que não faltam no tempo de inverno os calores do sol para contrabalançar o rigor do frio, nem no 11 estio, para tornar agradáveis os sentimentos, as brandas aragens e os úmidos chuveiros.” Na fauna fluvial, o que mais 12 merece atenção é “um certo peixe, a que chamamos boi marinho, os índios os denominam iguaraguá, freqüentemente 13 na capitania do Espírito Santo e em outras localidades para o Norte”. Alimentam-se de ervas, amamentam os filhotes 14 e excedem o boi na corpulência. 15

Nada, porém, que se compare às sucuris. “Não é fácil acreditar-se na extraordinária corpulência destas 16 cobras”, acautela o padre, antevendo a incredulidade. “Engolem um veado inteiro e até animais maiores; isto tem sido 17 observado por todos; alguns dos nossos irmãos a viram espantados e até um deles, vendo uma serpente a nadar no 18

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Português 217 Professor Paulo Ricardo

rio, pensou que era o mastro de navio.” Os jacarés, “lagartos que vivem do mesmo modo em rio, cobertos de escamas 19 duríssimas e armados de agudíssimos dentes”, também são enormes, “de modo que podem engolir um homem.” 20

16) A formação do grau superlativo absoluto sintético dos adjetivos se dá pelo simples acréscimo do sufixo – íssimo ao radical moderno da palavra (escamas duríssimas, agudíssimos dentes – linha 20). Alguns adjetivos, entretanto, associam essa terminação ao radical erudito (primitiva forma latina). Este é o caso de quatro dos adjetivos abaixo, exceto de:

A) espantado B) agradável C) frio D) sábio E) antigo

17) Quanto à estrutura e ao processo de formação de palavra, é correto afirmar que

A) Os substantivos grandeza, beleza e riquezas são derivados de adjetivos, aos quais foi acrescido um sufixo B) Os vocábulos ilimitado, desiguais e descendentes apresentam prefixos que têm o sentido de negação. C) O sufixo – ção, presente nos substantivos tradição, frustração e nação, significa ação ou resultado de ação. D) Os prefixos das palavras internacional e autocrítica significam, respectivamente, posição interior e de si mesmo. E) O prefixo presente no substantivo preconceito tem o sentido de equívoco ou falsidade.

No nosso tão complexo mundo moderno, ou pós-moderno, a necessidade imperiosa de princípios normativos 1 – por uma deontologia – se faz notar em todas as áreas do conhecimento humano. Fala-se de uma bioética, como se 2 fala de ética dos negócios, de éticas do dinheiro, de moral pública, de moral política e até de uma “internética”, que 3 seria possibilidade de uma regulamentação ou controle da mais onipresente tecnologia moderna de comunicação 4 escrita. 5

A cada dia, um novo setor, uma nova tecnologia, uma descoberta genética ou uma invenção científica tornam 6 indispensáveis novas regras de conduta profissional. Entre as novidades boas e más trazidas pela globalização está a 7 certeza de que, do ponto de vista de seu destino, não há mundos estanques para o homem pós-moderno. O seu 8 futuro sobre a “aldeia global” dependerá da capacidade de estabelecer prescrições e interdições para conter a 9 destruição e o mal que ele próprio criou, voluntariamente ou não, por meio de seu engenho e arte: como controlar o 10 uso da energia nuclear, como preservar o meio ambiente, como conter os experimentos genéticos que suscitam 11 fantasias insanas de eugenia, superioridade racial, limpeza étnica, super-homem? 12

Além disso, o fim das ideologias, ou pelo menos das certezas ideológicas, o desvirtuamento das utopias, o 13 desaparecimento das referências, o declínio dos valores tradicionais, a emergência de um individualismo 14 autoconcentrado e narcísico, as vertiginosas transformações tecnológicas, todo esse mal-estar “fin-de-siècle” atordoou 15 e desorientou o homem, ruindo as bases de sua confiança e criando o chamado “vazio moral”. 16

Talvez para fugir desse vazio é que esteja uma forte demanda por princípios, uma espécie de renascimento 17 ético, no Brasil e no mundo. Assim, uma das descobertas positivas deste tumultuado fim de milênio é a consciência de 18 que, sem princípios normativos, instaura-se o reino da entropia e do caos, a civilização dá lugar à barbárie. A ética 19 não é, portanto, uma abstração acadêmica, mas uma das maneiras de ajudar a preservação não só das profissões, 20 como da espécie. 21

18) Na palavra deontologia (linha 2) e eugenia (linha 12), o radical e o prefixo sublinhados têm, respectivamente, o sentido de

A) estudo – excelência B) ciência – beleza C) palavra – superioridade D) norma – bondade E) conduta – grandiosidade 19) O prefixo tem o mesmo sentido na palavra analfabeto e na palavra

A) dependência B) análise C) desumanidade D) incorparação E) abuso

20) Os prefixos das palavras expressam idéias opostas, exceto na alternativa

A) intrínseco – extrínseco B) promover – regredir C) anteceder – pospor D) diálogo – transformação E) subestimar – superestimar

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Português 218 Professor Paulo Ricardo

21) A alternativa em que há correspondência de sentido entre os prefixos é

A) progredir – expor B) impor – refrear C) transmutar – metamorfosear D) abstrair – supor E) decair – apor

22) Observe o valor dos prefixos e preencha adequadamente os parênteses da coluna B de acordo com a coluna A Coluna A

1. repetição 2. anterioridade 3. reunião 4. negação

Coluna B

( ) descontentamento ( ) contribuir ( ) preocupação ( ) compartilhar ( ) revestir

Está correta a numeração da alternativa

A) 4, 3, 1, 3, 2 B) 2, 1, 3, 4, 1 C) 2, 3, 1, 3, 4 D) 4, 3, 2, 3, 1 E) 2, 2, 4, 3, 1

O homem do mundo contemporâneo vive uma preocupação crônica: a busca desenfreada do ter. Engolfa-se 1 nessa preocupação cotidianamente e constrói para si o vazio de sua existência. Manipulado diariamente e sob 2 múltiplas formas pelo mundo da consumocracia, segue tranqüilamente o canto da sereia da moderna sofisticação e 3 automação, transformando-se em algo coisificado e quantificado. Aos poucos desaparece o alguém para sobrar o 4 algo. Tudo isso, sob o império do ter. 5

Nessa turbulência, surge um clamor angustiante pela volta ao ser, pelo valor do ser. Importa ser e não tanto 6 ter. O ter é somente a moldura para o ser: antes de o homem dizer “eu tenho”, há a realidade do “eu sou”. Para ser, é 7 preciso ter. Essas duas faces da vida do homem fundamentalmente dependem dos valores do ter e do ser, dispostos 8 numa inteligente hierarquia. 9

23) Considerando os elementos formadores da palavra “consumocracia” (linha 3), é correto afirmar que ela significa

A) o poder do consumo B) o mal do consumo C) a influência do consumo D) o benefício do consumo E) a atualidade do consumo

O que denominamos sociedade é com efeito uma vasta rede de acordos mútuos. Concordamos em nos 1 abster de matar nossos concidadãos, e eles, por sua vez, concordam em se abster de nos matar; concordamos em 2 guiar na mão-direita da estrada, e outros concordam em fazer o mesmo; concordamos em entregar mercadorias 3 especificadas, e outros concordam em nos pagar por elas; concordamos em observar os regulamentos de uma 4 organização, e a organização concorda em consentir que desfrutemos dos seus privilégios. Esta complicada rede de 5 acordos, onde se entretece cada pormenor de nossa vida, e na qual se baseiam as nossas expectativas de existência, 6 consiste essencialmente de declarações sobre acontecimentos futuros, que esperamos se desencadeiem mediante os 7 nossos esforços. Na ausência de tais acordos, não existiria coisa tal como a sociedade. Estaríamos amontoados em 8 cavernas miseráveis e isolados, sem nos atrevermos a confiar uns nos outros. Inversamente, em presença de tais 9 acordos, e pela vontade que tem uma grande maioria de pessoas de viver segundo eles, o comportamento começa a 10 se amoldar a padrões relativamente previsíveis; a cooperação torna-se possível; reinam a paz e a liberdade. 11

24) Responda à questão 24 com base nas afirmativas a seguir.

I. A idéia de união está presente nos prefixos formadores das palavras “concidadãos” (L. 2) e “cooperação” (L. 11). II. Os sufixos formadores das palavras “organização” (L. 5) e “acontecimentos” (L. 7) indicam serem elas resultado de

uma ação. III. O núcleo de sentido comum às palavras “concordam” (L. 2) e “acordos” (L. 6) explica-se pelo fato de ambas

pertencerem à mesma família. IV. Os mesmos tipos de elementos que constituem a palavra “previsível” estão presentes na palavra “possível” (L. 11).

Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as alternativas

A) I e II B) II e III C) II e IV

D) I, II e III E) II, III e IV

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Português 219 Professor Paulo Ricardo

25) As palavras da Língua Portuguesa podem ser formadas pela combinação de três elementos básicos (prefixo,

radicais e sufixos). Selecione a alternativa que contém palavras estruturadas por uma só das seguintes formações: (a) prefixo + sufixo; (b) prefixo + radical; (c) radical + sufixo.

A) continuam – chegou – negociações B) comprar – chegou – desinteresse C) internacionais – declarando – imprópria D) chegou – internacionais – indiscutível E) chegou – discutir – refazer 26) Os prefixos das palavras desrespeito e reproduzem denotam, respectivamente.

A) aumento, intensidade. B) separação, movimento para trás. C) negação, repetição. D) intensidade, oposição. E) repetição, negação.

“Há anos que acompanho o debate que se trava na sociedade sobre a influência da televisão na educação 1 das crianças. De tempos em tempos, o assunto entra na pauta da mídia e a discussão se espraia para as mais 2 diversas e antagônicas teses, defendidas ardorosamente por psicólogos, sociólogos, antropólogos, comunicólogos e 3 outros “logos” que não vale a pena elencar. 4

As teses vão desde a crença no caráter pernicioso e decisivo para a deformação infantil da programação 5 “cheia de sexo e violência” da tevê, até a afirmação da mais absoluta neutralidade do meio quanto ao processo de 6 construção da personalidade humana. Umas dizem que as crianças bombardeadas por horas diárias de televisão 7 violenta e pornográfica formam-se à sua imagem e semelhança e por isso são bandidas, insubordinadas e avessas ao 8 estudo, em escala realmente crescente. Outras, tão doutas quanto aquelas, asseguram que a televisão não influi 9 negativamente e que, ao contrário, dá ao menor uma consciência do errado num nível de informação que o torna um 10 ser privilegiado diante das crianças que se desenvolveram até a metade deste século.” 11

27) Considere as seguintes afirmações sobre a formação de palavras do texto:

I. As palavras realmente (linha 9) e negativamente (linha 10) são formadas por sufixação. II. As palavras influência (linha 1) e insubordinadas (linha 8) apresentam prefixos de mesmos sentido. III. As palavras deformação (linha 5) e informação (linha 10) são formadas por aglutinação.

Quais estão corretas?

A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e II D) Apenas I e III E) Apenas II e III

Sair da faculdade com emprego garantido é um sonho distante para muitos estudantes, não para os 1

engenheiros de telecomunicações. Pelo menos neste momento de transformações no setor, esses jovens estão com o 2 futuro garantido. Desde a quebra do monopólio estatal, marcado pelo fim do sistema Telebrás, em 1998, as empresas 3 de telecomunicações têm avançado com voracidade sobre os novos talentos que saem das faculdades. A estratégia 4 se assemelha às utilizadas pelas companhias em relação aos formandos de grandes centros americanos como a 5 Universidade Harvard ou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Um mês antes da formatura, as empresas 6 do setor pedem as listas dos alunos que estão prestes a se formar. Ninguém fica na mão. Só neste ano, apenas cinco 7 grandes empresas de telefonia – Embratel, Intelig, ATL, Telefonia celular e Vésper – estão abrindo vaga para mais 8 5.000 funcionários. 9

Nos últimos anos, a infra-estrutura em telecomunicações tornou-se tão importante para um país quanto a 10 construção de estradas, empresas e aeroportos. O Brasil já assinalou essa filosofia. Em 2005, a previsão é de que o 11 número de celulares ultrapasse a barreira dos 58 milhões de aparelhos, quase quatro vezes o número atual. Na 12 telefonia fixa, a quantidade de linhas deve dobrar. As operadoras de televisão por assinaturas também entram na 13 estatística: a porcentagem de assinantes deverá quintuplicar até 2005. Só nos primeiros seis meses do ano passado 14 houve 26 operações de fusão e aquisição envolvendo empresas de telecomunicações no Brasil, segundo pesquisa 15 feita pela consultoria KPMG. Em breve, essa febre vai aumentar. A partir de 2002 o setor de telecomunicações será 16 totalmente liberado à concorrência, como ocorreu nos Estados Unidos em 1996 e na Europa no ano passado. Estima-17 se que 64 bilhões de dólares serão despejados até 2006. Com tantos investimentos as empresas vão precisar de 18 ainda mais mão-de-obra. 19

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Português 220 Professor Paulo Ricardo

28) Ainda com referência à palavra “voracidade” (linha 4), pode-se afirmar que há uma relação etimológica entre esta e o verbo:

A) comer; B) deglutir; C) mastigar; D) devorar; E) vomitar.

29) Em duas opções, todas as palavras possuem um sufixo. Assinale-a.

A) fabuloso, assinatura, engenharia; B) assinatura, telecomunicação, quem; C) telecomunicações, envolvendo, Desde; D) envolvendo, também, sistema; E) também, antes, importante.

30) Aponte a alternativa em que o prefixo das duas palavras NÃO apresenta o significado existente no prefixo de “irreverente”.

A) irromper – imoral B) apolítico – anormal C) infeliz – desumano D) inútil – ilegal E) impermeável – irrestrito

Alguns pais passam anos tentando convencer os filhos a disputar uma vaga na faculdade que eles, mais velhos 1 e experientes, consideram a melhor, sem ligar a mínima para os sonhos dos garotos. É uma contradição: deseja-se 2 que o rebento seja feliz – mesmo que para isso tenha de sofrer muito. Um dos resultados dessa maneira de encarar 3 as coisas é a transformação dos estudantes em autômatos que, na batalha por uma vaga na universidade – quase 4 nunca a que eles realmente gastariam de cursar -, tornam-se totalmente dependentes da indústria do treinamento 5 para os vestibulares. Esta faz dos moleques ótimos, incríveis executores de regras, porém sem o menor senso 6 crítico.(...) 7

31) As palavras “transformação” (linha 4) e “treinamento” (linha 5) apresentam, respectivamente, o mesmo processo de formação de

A) intolerância e jogador. B) microcosmo e universidade C) industrial e regras D) anteposição e aguardente E) passatempo e afastamento

Todo mundo ri das desgraças dos outros. Como diz a velha marchinha de carnaval, “pimenta nos olhos do 1 outro é refresco”. É realmente engraçado que o riso seja, quase sempre, provocado pelo ridículo, pela situação 2 incômoda, pelo grotesco, pela tristeza. Em épocas de paz (se as há) nunca se viu ninguém ridicularizando ninguém. 3 Nas outras – menos calmas, mais vigiadas – o humor burla a proibição com a irreverência, com a ridicularização dos 4 prepotentes e com a subversão dos costumes( nem tão comportados assim). 5

32) Assinale a única alternativa em que a primeira palavra apresenta prefixo e a segunda, sufixo.

A) desgraças (l. 1) – pimenta (l. 1) B) incômoda (l. 3) – realmente (l. 2) C) tristeza (l. 3) – calmas (l. 4) D) refresco (l. 2) – ninguém (l.3) E) ridículo (l. 2) – carnaval (l. 1)

33) Na redação de suas cartas, os leitores empregaram palavras formadas com o auxílio de afixos. Em qual delas há um sufixo que significa “de maneira”, “de modo”?

A) instigante B) comportamento C) compreensão D) rivalidade E) infinitamente

34) O prefixo acrescenta à palavra o mesmo sentido em “descontrair” e em

A) retirar B) conceder C) debruçar D) inviabilizar E) enroscar

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Português 221 Professor Paulo Ricardo

Entre nós se sucedem as manifestações de alunos reclamando da “qualidade do ensino”. Os jovens 1

ocidentais estão se dando conta de que a integração econômica está privilegiando certos países que têm assumido a 2 vanguarda tecnológica, como o Japão, por exemplo, e que nunca ouviram falar das nossas inovações pedagógicas. 3

A realidade nos obriga a constatar que a abolição do ensino exigente não trouxe nem desenvolvimento 4 econômico mais acelerado nem a autonomia tecnológica. Também teme a liberdade de questionar se este tipo de 5 educação é adequada aos países de terceiro Mundo que lutam com dificuldades quase que insuperáveis de atraso e 6 miséria e que precisam de estudantes qualificados e preparados para os desafios de uma internacionalização 7 acelerada do Mundo. Felizmente, aqui e acolá, educadores e professores têm se irmanado em rever o sistema de 8 avaliações e a tolerância excessiva na questão das exigências. A era das irresponsabilidades deve marchar para o 9 seu fim. 10

35) O prefixo re- tem o mesmo sentido em rever (linha 08) e na palavra

A) regredir B) refluir C) reingressar D) reagir E) reprovar

Podemos definir a mentira deslavada ou descarada como aquela..........é possível encontrar uma prova 1 irrefutável de que a pessoa que a disse sabe que está mentindo e o faz deliberadamente. Os indivíduos surpreendidos 2 em flagrante no ato de dizer mentiras descaradas não apenas ficam desacreditados durante a interação específica, 3 mas podem ter sua própria dignidade destruída de forma duradoura. Entretanto há muitas mentiras inocentes, ditas 4 por médicos, esteticistas e outros profissionais, provavelmente com a finalidade de resguardar os sentimentos do 5 público que é enganado, e tais formas de inverdades não são consideradas desabonadoras para quem as .......... 6 Além disso, na vida cotidiana, algumas técnicas de comunicação, tais como a insinuação, a ambigüidade e omissões 7 essenciais, permitem a qualquer pessoa aproveitar-se da mentira, sem, tecnicamente, dizer nenhuma. 8

36) todas as palavras abaixo têm prefixo, À EXCEÇÂO DE

A) deslavada (linha 1) B) desacreditados (linha 3) C) inverdades (linha 6) D) desabonadoras (linha 6) E) insinuação (linha 7)

No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras. Houve tempo em que, romântica, ela batia à 1 nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava por uma roupinha velha. Conhecíamos os 2 nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Eram parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vesti-los, 3 aliviávamos nossas consciências. Dormíamos o sono dos justos. 4

A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um elemento 5 da paisagem. Algo para ser visto pala janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o 6 viaduto. 7

A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, 8 esfarrapada, no vidro de nosso carro. Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar 9 nossa infinita bondade pingando esmola em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros. 10

Com o tempo a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a 11 docilidade. A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica. Os telejornais passaram a despejar 12 violência sobre o tapete da sala, aos pés de nossos sofás. Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de 13 miséria encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o botão da TV. 14 Embora violenta, a miséria ainda nos excluía. Vivia-se nesta fase, a utopia da cesta básica. Tentava-se remediar anos 15 de omissão com programas oficiais paternalistas. 16

Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede: exige. Ela já não suplica; toma. A miséria não bate 17 mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro; arranca os relógios dos braços distraídos. 18

37) Assinale a alternativa que faz uma afirmação correta sobre a estrutura de palavras do texto.

A) As palavras impessoalidade (linha 5) inesperada (linha 9) e infinita (linha 10) apresentam um mesmo prefixo. B) As palavras riqueza (linha 8) e docilidade (linha 12) são substantivos abstratos derivados de outros substantivos

da língua portuguesa. C) As palavras esparramada (linha 6) e esfarrapada (linha 9) são semelhantes por serem formadas através da adição

do mesmo prefixo e do mesmo sufixo. D) O sufixo –inho presente nas palavras roupinha (linha 2) janelinha (linha 6) acrescenta ao radical das mesmas

uma idéia das dimensões diminutas dos objetos referidos. E) As palavras vizinhanças (linha 3), bondade (linha 10) e relógios (linha 18) são formadas por sufixação.

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Português 222 Professor Paulo Ricardo

Quando a gente é pequeno, a velhice parece longe, mas tão longe, que até a lua, que está mesmo longe, 1 parece logo ali e fica brincando de cheia, nova, minguante e crescente. Mas quando a gente fica velho, dá a 2 impressão de que a infância foi ainda agorinha mesmo. 3

A noção relativa da idade fez com que a menininha dissesse: 4 - Não estou namorando ele, não. Então, eu, com cinco anos, vou namorar um velho de nove? 5 Velho é um cara que, quando se aposenta, parece não saber mais fazer coisa alguma do que fazia antes. O 6

engraçado é que fazia muitas coisas. E continua sabendo fazer. 7 Houve um tempo em que todas as idades viviam misturadas dentro da vida. 8 - Como é isso?! 9 - É, sim. De repente o mundo explodiu o átomo e surgiu tanta coisa complicada e cada um querendo o seu 10

que se pensou que era privilégio só de certa idade viver a vida em sua totalidade. Os velhos, hoje, estudam. Mas eu 11 queria que não fosse uma fuga de problemas e da solidão. Queria que fosse com alegria, sacou? 12

- Sei... 13 - Crianças, de hoje, é só futuro. 14 - E o velho? 15 - O velho fica com um futuro deste tamanhinho assim. Futurinho. Fica temeroso, preservando seu campo, que 16

parece ir se estreitando, cada vez mais, e tomando conta do pouco que ainda pode chamar de seu: - “meu banho, 17 meu almoço, meu remédio”. Tem pavor de ser criticado. Fica inseguro. No fundo sabe que é difícil mudar. Mas 18 ninguém quer que mude. Que viva! Por falar nisso – que idade tem um velho? 19

Aí é que está! Muita gente diz que tem a idade que sente. Mentira. Tem a idade que a gente lhe dá. A idade 20 que se lê nos olhos dos outros. “Não acredite em ninguém com mais de trinta anos”. Pois bem. Não se está 21 acreditando em ninguém com idade alguma. O homem meteu a carroça adiante dos bois, quer dizer, botou a 22 tecnologia adiante da vida. E, agora, xará? 23

“Homo sapiens”, uma ova! Não sabe de nada e não está com nada, pombas! 24

38) O emprego do sufixo –inho no vocábulo futurinho (linha 16)

A) Sugere afetividade em relação aos velhos. B) Indica que o texto se destina a um público infantil. C) Manifesta pejoratividade, pois nega a expectativa de um futuro ao idoso. D) Indica dimensão temporal, revelando que, para o idoso, existe pouca ou quase nenhuma expectativa em relação ao

futuro. E) Enfatiza a intenção do autor em inferiorizar os velhos.

39) Abaixo há palavras cuja formação ocorreu pelo acréscimo de um sufixo que transforma adjetivos em substantivos. Assinale a alternativa em que esse processo de formação pode ser identificado.

A) comportamento B) moradia C) homogeneidade D) organização E) tendências

40) Todas as palavras abaixo, que aparecem no texto, contém o mesmo sufixo. Assinale a alternativa em que a palavra contém, na sua estrutura, outro sufixo além do que é comum a todas.

A) explicação B) concepção C) formação D) conscientização E) percepção

41) Considere as seguintes afirmações acerca da estrutura de palavras do texto.

I – As palavras precondição e antemão são formadas pela adição de prefixos cujo significado está relacionado a prévio.

II – Os adjetivos cultural e artística são formados a partir de substantivos, por sufixação. III –Os verbos massificar e banalizar apresentam sufixos equivalentes em termos de significado.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas II e III. E) I, II e III.

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Português 223 Professor Paulo Ricardo

42) Considere as seguintes afirmações sobre a formação de palavras do texto.

I – O prefixo contido na palavra invencível é o mesmo que se encontra, em formas variantes, nas palavras inferir, irromper e irrigar.

II – A palavra hipérboles contém o mesmo prefixo que a palavra hipermercado. III– As palavras melodioso e melódica são adjetivos derivados de um mesmo substantivo, como o é também a palavra

melodista.

Quais estão corretas?

A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas II e III. 43) Assinale a palavra que contém o mesmo prefixo que inesquecível.

(A) imigrante. (B) imagináveis. (C) informação. (D) irrevogavelmente. (E) Inteiramente.

GABARITO: 01-C, 02-A, 03-D, 04-D, 05-A, 06-D, 07-C, 08-A, 09-A, 10-B, 11-E, 12-B, 13-B, 14-A, 15-D, 16-A, 17-A,

18-A, 19-C, 20-D, 21-C, 22-D, 23-A, 24-D, 25-A, 26-C, 27-A, 28-D, 29-A, 30-A, 31-A, 32-B, 33-E, 34-D, 35-C, 36-E, 37-A, 38-D, 39-C, 40-D, 41-E, 42-E, 43-D

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Português 224 Professor Paulo Ricardo