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Andanças do Senhor Fortes

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As Andanças do Senhor FortesO senhor Fortes era um comerciante que vendia coisas finas e delicadas e

transportava-as na sua grande mala castanha.

Ele vivia numa cidade, na qual as pessoas andavam numa grande agitação e não

reparavam nele, nem nos objetos que vendia, chegando a pisá-los.

Desanimado com a sua vida, por não conseguir vender nada, decidiu abandonar

a grande cidade e partir para uma aldeia, a fim de tentar melhorar o seu negócio.

Tendo chegado à aldeia de Loivos, reparou que as pessoas o observavam e ficou

contente. O senhor Fortes tinha o hábito de falar com a sua mala como se fosse um

elemento da sua família, e comentou com esta que havia tomado a decisão certa ao

deixar a cidade e tentar a sua sorte naquela aldeia.

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Entretanto, um barulho desconhecido chamou-o à atenção, eram os chocalhos do

rebanho que se aproximava. Enquanto o rebanho passava, Fortes apercebeu-se que este

não se encontrava acompanhado por um cão e mais curioso ficou, ao notar que havia

uma cabrinha que se mantinha afastada do rebanho, porém não se separava do pastor.

Depois do rebanho já se encontrar longe, Fortes ganhou coragem e foi atrás do

pastor para tirar as suas dúvidas. Ainda teve de andar um pouco para chegar junto do

pastor. Já na sua presença, pediu para falar com este. O pastor convidou Fortes

acompanhá-lo.

Quando chegaram à casa do rebanho, o pastor encaminhou as ovelhas e as

cabras. O senhor Fortes ajudou-o, mas apercebeu-se que a cabrinha não entrara na

casinha do rebanho e esforçou-se por encaminhá-la. Nesse momento, o pastor informou

Fortes que aquela cabrinha não dormia junto do gado, mas sim na casa do pastor. O

senhor Fortes ficou ainda mais curioso com esta constatação.

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O pastor convida o senhor Fortes a entrar na sua pequena casa iluminada por

uma candeia a petróleo e oferece-lhe jantar e dormida. Terminada a refeição, os dois

conversaram um pouco sobre as suas vidas.

O pastor Arnaldo perguntou ao senhor Fortes o que trazia na sua mala. Muito

contente, Fortes respondeu-lhe que transportava coisas finas e delicadas e abriu a sua

mala para que este as pudesse apreciar. Na sua mala trazia perfumes de Paris, chávenas,

lenços de seda, pulseiras entre outros artigos. Arnaldo contemplava os artigos, todavia

não os podia comprar pois, tinha pouco dinheiro, e para que lhe serviam com o seu

modo de vida enquanto pastor? Terminada a demonstração das suas relíquias, o pastor

decidiu mostrar as habilidades da sua cabrinha Ricardina, a qual dançou ao toque da

flauta de sabugueiro, construída pelo Arnaldo.

Maravilhado com aquela atuação, pois nunca vira uma cabra a dançar com tal

proeza, Fortes aplaudiu. Foi à sua mala, pegou num lenço vermelho e colocou-o ao

pescoço da cabra Ricardina para dar mais enfase às suas atuações. Após a atuação e

bastante cansados foram dormir.

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Fortes reparou na foto do pastor abraçado a um cão e com curiosidade

perguntou que cão era aquele, pois ainda não o tinha visto, Arnaldo dissera-lhe que no

dia seguinte lhe contaria a história do seu cão.

No dia seguinte, os dois amigos levantaram-se muito cedo. Depois de tomar o

pequeno-almoço, Fortes e Arnaldo levaram o gado a pastar. Era a primeira vez que

Fortes dava um passeio sem a sua mala castanha.

No cimo do monte, Fortes contemplou a serra e comparou o campo ao mar, o

qual, o pastor nunca tinha visto. Falaram de várias coisas.

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Depois de um dia de trabalho regressaram à casa do pastor. Após o jantar, surgiu

a oportunidade para obter as respostas para todas as dúvidas de Fortes. Arnaldo contou

então a história do cão Tejo. O Tejo era o seu fiel e melhor amigo e todas aquelas

ovelhas e cabras que o pastor guardava eram das pessoas da aldeia, apenas a cabra

Laranja era sua, a qual todos os anos lhe dava dois cabritinhos, que depois de criados os

vendia e com o dinheiro da venda, o pastor comprava bens de que mais necessitava.

Certo dia, Arnaldo como era costume, foi levar o gado a pastar. De repente

apareceu um lobo, mas como estava muito nevoeiro tornou-se difícil notar a presença

dele todavia, o seu cão persentiu o perigo e estava agitado. Quando o cão se apercebeu,

para proteger os animais, atirou-se ao lobo, mas este já tinha atacado a mãe da cabrinha

Ricardina, a cabra Laranja. O Tejo acabou por morrer mesmo com as tentativas falhadas

do pastor. Como a Ricardina ainda era muito pequena e deixara de ter a sua mãe, o

pastor decidiu levá-la para sua pequena casa e criá-la junto de si, uma vez que perdera o

seu melhor amigo.

Num domingo, depois de uma ida à missa, Fortes tentou vender os seus artigos.

Porém, ninguém lhe comprou nada, pois acharam os artigos muito caros. Desanimado

por verificar que também, ali não fazia negócio, foram para casa e o seu amigo

ofereceu-lhe umas castanholas para o animar.

Todos os dias o senhor Fortes conversava imenso com o pastor, dia após dia este

tornara-se menos conversador. Tentando ajudar, o pastor perguntou o que se passava

com ele. Este respondeu-lhe que sentia saudades da sua cidade e de ver muitas pessoas.

O pastor ficou triste pois, tinha arranjado um amigo e não queria perdê-lo.

Apercebendo-se que o pastor não queria ficar sozinho, Fortes sugeriu que os três

construíssem uma nova carreira numa cidade. Arnaldo dissera-lhe que tinha de pensar

no assunto.

No dia seguinte o pastor decidiu aceitar o convite.

Certa manhã, os três amigos partiram muito apressados para apanharem a

camioneta, acabando por ter boleia de um camionista. Depois de este lhes perguntar

para onde iam, Fortes pediu ao motorista para lhes indicar uma localidade onde

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houvesse uma grande festa, a fim de atuarem como verdadeiros artistas e alcançarem

sucesso.

Quando chegaram à Vila dos Carvalhos Velhos, fixaram-se no largo, onde

começaram o espetáculo. As pessoas gostaram e aplaudiram. Deram algumas moedas

aos novos artistas, mas como era gratuito o público passou a assistir às suas atuações,

deixando de frequentar o circo mundial.

Numa tarde, o dono do circo que esperava que as bancadas estivessem cheias

ficou intrigado por ter poucas pessoas. Tentando perceber o que se passava, dirigiu-se

ao largo, onde encontrou os três artistas a fazerem o seu número, Arnaldo tocava flauta,

Fortes tocava castanholas e a cabra Ricardina dançava. Após esta atuação, Fortes

aproveitou e abriu a sua mala e vendeu os seus artigos. Para sorte deles, os últimos

artigos (espelhos) foram comprados pelo dono do circo, o senhor Benjamim, que os

contratou, pois tinha gostado imenso da atuação.

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A partir desse dia, passaram a conhecer novas localidades.

E certa noite, Benjamim informou que iriam atuar em Vila do Conde. Chegara,

finalmente, a oportunidade de Arnaldo conhecer o mar. Fortes ficou muito contente pelo

facto do seu amigo concretizar o sonho.

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Trabalho coletivo do 4ºG