ANDERSON, P (1982) PRINCÍPIOS DE CARTOGRAFÍA BÁSICA.pdf

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    PRINCPIOS DECARTOGRAFA BSICA

    VOLUME No. 1 (Captulos 1 a 7) da SriePRINCPIOS DE CARTOGRAFA

    Editor Coordenador:

    Paul S. Anderson

    Incluindo Captulos Traduzidos do Livro Maps, Distortion andMeaning por Mark S. Monmonier

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    PRINCPIOS DE CARTOGRAFA BSICA

    VOLUME No. 1 (Capitulos 1 a 7) da SriePRINCPIOS DE CARTOGRAFA

    Editor Coordenador:

    Paul S. Anderson

    Professor de Cartografia e GeografiaIllinois State University

    Contribuintes de textos escritos:

    Paul S. AndersonMark S. MonmonierAntnio Jorge RibeiroAlcyone V. R. SalibaPhillip MuhrckeFernando Rodrigues de Carvalho

    Tradutores de Captulo 3 e vrios tens:

    Noeli Vettori AndersonPaulo Frederico Hald Madsen

    Orgos Cartogrficas que apoiam este livro com material grfico:

    DSG Diretoria de Servio GeogrficoFIBGE Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica

    Direitos ReservadosCopyright 1982 Paul S. Anderson

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    VOLUME UMPRINCPIOS DE CARTOGRAFIA BSICA

    Relaces dos Captulos

    Captulo 1A NATUREZA DA CARTOGRAFIA

    1.1 A QUESTO DA COMUNICAO E DA DISTORO1.2 DEFINIES1.2.1 Mapas E Cartas1.2.2 OS TRS ATRIBUTOS IMPRESCINDVEIS1.3 CARTOGRAFIA COMO CINCIA E ARTE1.4 OS GRANDES COMPONENTES DA CARTOGRAFIA.1.4.1 Viso Integrada e O Ensino de Cartografia.1.4.2 Histria da Cartografia. (Captulo 2)1.4.3 Escala. (Captulo 5)1.4.4 Projeo. (Captulo 4 e Volume Quatro)1.4.5 Simbolizao e Contedo de Mapas. Captulo 6 e Volumes Trs e Quatro)1.4.6 A Terceira Dimenso. (Captulos 8 e 9 Volume Dois)1.4.7 Topografia, Geodsica e Trabalho de Campo. (Captulos 10 e 11 Volume Dois)1.4.8 Fotogrametria e Imagens de Fotointerpretao Sensoriamente. (Captulo 11 Volume Dois)

    1.4.9 Tcnicas de desenho. (Volume Quatro)1.4.10 Composio de Mapas. (Volume Quatro)1.4.11 Reproduo e Imrresso. (Volume Quatro)1.4.12 Aspetos Financeiros e Administrativos. (Volume Quatro)1.4.13 Cartografia Automtica.1.4.14 Mapas Temticos. (Volume Trs)

    (Ver os mesmos comentrios de mapas especiais 1.4.15)1.4.15 Mapas Especiais.1.4.16 Leitura e Interpretao de Mapas.1.4.17 Assunto Especiais.

    Captulo 2HISTRIA DA CARTOGAFIA MUNDIAL E BRASILEIRA

    2.1 INTRODUO2.2 HISTRIA DA CARTOGRAFIA MUNDIAL2.3 OS PRINCIPAIS RGOS CARTOGRFICOS BRASILEIROS2.3.1 A Comisso de Cartografia (COCAR)2.3.2 Diretoria do Servio Geogrfico (DSG)2.3.3 A Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE)2.4 O PROCESSO DE PRODUO DE CARTAS TOPOGRFICAS2.5 DISPONIBILIDADE DE CARTAS TOPOGRFICAS NO BRASIL

    Captulo 3A COMUNICAO CARTOGRFICA

    3.1 INTRODUO3.1.1 Os Maiores Fatores da Comunicao Por Mapas3.2 TORIA DA INFORMAO3.3 UM MODELO DE COMUNICAO CARTOGRFICA3.3.1 Comunicao Na Confeo De Mapas3.3.2 Comunicao Na Interpretao De Mapas

    Captulo 4PROJEO E COORDENADAS

    4.1 INTRODUO4.2 SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRFICAS

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    4.2.1 As Bases do Sistema4.2.1.1 Determinao da Latitude4.2.1.2 Determinao da Longitude4.2.2 Clculo da Latitude4.2.3 Clculo da longitude4.3 NOES DE PROJEES4.4 A PROJEO UNIVERSAL TRANSVERSAL DE MERCATOR4.5 SISTEMAS DE SUBDIVISO E CODIFICAO DAS CARTAS TOPOGRFICAS BRASILEIRAS4.5.1 O Sistema de Cdigos UTM Atual4.5.2 O Sistema Antigo4.5.3 O Sistema MI4.5.4 O Sistema Micro-divises Para Escalas de 1:20.000 e maior4.7 COORDENADAS UTM4.7.1 As Bases das Coordenadas UTM4.7.2 Uma Rgua para Medir Coordenadas UTM4.7.3 Medidas de Distncias por Coordenadas UTM

    Captulo 5ESCALA, GENERALIZAO E MEDIES PLANIMTRICAS

    5.1 INTRODUO ESCALA5.2 OS TRS TIPOS DE ESCALAS QUANTITATIVAS5.3 ESCALAS QUALITATIVAS5.4 CLCULOS E TRANSFORMAES DE ESCALAS5.4.1 Os Clculos Bsicos5.4.2 As Principais Transformaes De Escalas5.5 GENERALIZAO5.6 MEDIO PLANIMTRICA5.6.1 Medidas Uni-Dimensionais5.6.2 Medidas Bi-Dimensionais (reas)5.6.2.1 A Natureza das reas5.6.2.2 Medidas de reas Com Formas Regulares5.6.2.3 Medidas de reas Formas Irregulares5.6.2.3.1 Planmetros5.6.2.3.2 Outros Mtodos5.7 REDUO E AMPLIAO DE MAPAS

    5.7.1 Fotocpia de Reduo5.7.2 Quadrados Semelhantes5.7.3 Cmara Clara5.7.4 Projeo ptica5.7.5 Pantgrafo5.7.6 Processos Fotogrficos

    Captulo 6SIMBOLIZAO, GENERALIZAO E AS CARACTERSTICAS BSICAS EMCARTAS TOPOGRFICAS

    6.1 SIMBOLIZAO6.2 CLASSIFICAO

    6.3 INSCRIES MARGINAIS DA CARTA TOPOGRFICA6.4 SINAIS CONVENCIONAIS DA CARTA TOPOGRFICA6.5 CONVENES E ESCALAS CARTOGRFICAS FORA DO BRASIL

    Captulo 7CONCLUSO DO VOLUME UM.

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    VOLUME UMPRINCPIOS DE CARTOGRAFIA BSICA

    Figuras Com Ttulos

    Figura 1.1 - Trs expresses distintas devido a diferentes combinaes de artes e cincias.Figura 1.2 - Esquema de 17grandes componentes da cartografia

    Figura 2.1 - Western Portion of the Mapamundi of Juan de la CostaFigura 2.2 - Isla Fuerte mapeada em 1500 e 1958Figura 2.3 - A Prancheta foi divulgada numa publicao Alem de 1614, Novum Instrumentum

    Geometricum, por Leonhard ZublerFigura 2.4 Arte nas mapas antigas.

    Figura 3.1 Modelo de sistemas do communicao generalizadaFigura 3.2 Modelo de Communicao CartogrficaFigura 3.3 M (a esquerda) e boa ( direita) diferenciao entre a figura e o fundo

    Figura 4.1 Meridianos e paralelos so linhas artificiaisFigura 4.2 Os planos perpendiculares linha dos polos cortam a esfera segundo crculos chamdos

    paralelosFigura 4.3 Graus de Latiude (e longitude) so medidas referentes ao ngulo no centro da esfera.

    Figura 4.4 Meridianos de LongitudeFigura 4.5 - Tabela das Dimenses Bsicas da Terra.Figura 4.6 - Tabela de comprimento de um grau de longitude em diversas latitudes.Figura 4.7 - Clculo de latitude entre duas linhas paralelas.Figura 4.8 - Clculo de longitude onde h convergncia dos meridianosFigura 4.9 Uma parte de uma carta topografica a escala 1:25.000 (Brasilia-NO)Figura 4.10 As aparncias de uma cabea esfrica segundo algumas projeesFigura 4.11a TangenteFigura 4.11b SecanteFigura 4.12 As distores aumentam nas reas afastadas do meridiano e anti-meridiano centrais na projeo

    UTM.Figura 4.13 Projeo UTM tem 60 fusas para cobrir o planeta.Figura 4.14 Um fuso de UTM a escala um por cem milhesFigura 4.15 Cada rea de 6 por 4 graus tem um cdigo nico na Carta nternacional ao Milionsimo (CIM).Figura 4.16 Classificao de Cartas Topograficas desde 1:1.000.000 at 1:500.Figura 4.17a Sistema antigo.Figura 4.17b Sistema UTM atual.Figuras 4.17 - Converso do sistema antigo ao sistema UTM para cartas na escala 1:100.000Figura 4.18 Mapa ndice (MI) para os sistemas de cdigos de UTM Atual e de Numerao Consecutiva-

    MI.Figura 4.19 Tabela de escalas, tamanhos, quantidade e cdigos das cartas topogrficas BrasileirasFigura 4.21 Um fuso de UTM exagerado dez vezes em largura para mostrar a relao entre UTM e

    coordenadas geograficas.Figura 4.22 A medio de coordenadas UTM numa carta topograficaFigura 4.23 Uma rgua com duas escalas para medio de coordenadas UTMFigura 4.24 Exemplo de medio de distancias por coordenadas UTM

    Figura 5.1 Tipos de Escalas GrficasFigura 5.2 Uso de Escala Grfica para medir distncias no terreno entre dois pontos num mapaFigura 5.2a Distncia em linha curvaFigura 5.2b - Distncia em linha retaFigura 5.3 Exemplo de uma carta a escala grande 1:2,000 (rea central da Universidade de Braslia)Figura 5.4a Tabela dos prefixos que se usa com as unidades no sistema metrico.Figura 5.4.b Principais fatores de converso entre medidas Britnicas e mt ricasFigura 5.5 Um Exemplo de GeneralizaoFigura 5.6 Exemplo de perda de detalhes em mapas de escalas menores.Figura 5.7 Um CurvmetroFigura 5.8 A relaco entre escala linear e areaFigura 5.9 - As reas destas formas geomtricas tambm podem ser medidas pelos mtodos explicativos no

    item seguinte.

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    Figura 5.10a Planmetros mecnicosFigura 5.10b Planmetro rolanteFigura 5.11 Exemplo de medio de rea num planmetro de pontos.Figura 5.12 Medio de uma rea for faixasFigura 5.13 - Tabela das redues de fotocpia pela mquina Xerox 7000.Figura 5.14 Exemplo de mudana de escala por quadrados semelhantesFigura 5.15 Cmara claraFigura 5.16 Pantgrafo

    Figura 5.17 Exemplos da qualidade de desenho com um pantgrafo. Notas: 1. As linhas podem sermelhoradas com rguas e curvas por um desnhista profissional. 2. Os dois mapas originais(1:25,000 e 1:100,000, Braslia) tem diferenas nas ruas e detalhes.

    Figura 6.1 Os smbolos so importantes na leitura de mapasFigura 6.2 Exemplos de smbolos cartogrficosFigura 6.3 O uso de smbolos e normas cartogrficasFigura 6.4 Representao dos principais elementos de uma carta topogrficaFigura 6.5 Informaes do rodap da carta topogrfica no. 2215 (Braslia)Figura 6.6 A margem superior da carta topogrfica no. 2215 (Braslia)Figura 6.7 O canto Sudoeste da carta topogrfica no. 2215 (Braslia)Figura 6.8a Especificaes se alguns smbolos para as cartas topogrficas Brasileiras 1:100,000Figura 6.8b Especificaes se alguns smbolos para as cartas topogrficas Brasileiras 1:100,000Figura 6.9 Smbolos aceitveis e no aceitveis na cartografia topogrfica

    Figura 6.12 Exemplo de cartografia topogrfica a escala 1:250,000 (Parte sudeste da carta de Goiansia,Gois, o que inclue a cidade de Tatuatinga, Distrito Federal.)

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    AGRADECIMENTOS

    Como Editor-Coordenador da presente obra, tive a imensa satisfao de trabalhar com umconjunto bem diverso de colaboradores. Trs deles so renomes internacionais daCartografia:

    1. Dr. Mark S. Monmonier, professor de Geografia e Cartografia da Universidade de

    Syracuse, N.Y., U.S.A., autor do livro Maps, Distortion, and Meaning, publicado pelaAssociation of American Geographers, AAG em 1967, completamente includo nesteobra.

    2. Dr. Phillip Muehrcke, professor da University of Wisconsin Madison, WI, E.U.A. autordo livro Map Use, pulicado pela JP Publications em 1979 e de Thematic Cartography,publicado pela Association of American Geographers AAG em 1972.

    3. A outra parte colaborada foi o Inter-American Geodetic Survey IAGS, orgo detreinamento e apoio do Governo dos Estados Unidos com representao em inmerospases latino-americanos.

    Agradeo a eles a s suas editoras a permisso de traduzir seus textos e adapt-los aocontexto brasileiro.

    Outro grupo tambm muito colaborou para que esta obra fosse concluida. Vrious tensdos diversos captulos foram elaborados por principiantes de Cartografia, meus alunos doDepartamento de Geografia e Cartografia da Universidade de Braslia UnB, que com muitoesforo e dedicao organizaram vrios tpicos de apostilas e palestras por mim realizadas.Desejo agradecer em especial o Mrio Csar Tompes, Pauolo Frederico Hald Madsen e aAlcyone Vasconcelos Rebouas Saliba. Tambm recebi crticas constructivas e pequenasrevises de outros alunos de boa vontade. Entre estes dois gruupos anteriores de colaboradoresesto o angenheiro agrimensor Oscar de Aguiar Rosa, professor de Topografia da Universidadede Braslia, e o engenheiro cartgrafo Antonio Jorge Ribeiro, possudo de muitos anos deexperincias no ensino de Cartografia e fotointerpretao no mbito do Exrcito Brasileiro.Suas contribuies escritas, seus comentrios e revises valorizaram notavelmente esta obra.

    Um agradecimento especial vai para a Diretoria de Servio Geogrfico do Exrcito DSG bem como para a Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica FIBGE,pela permisso e apoio na publicao de varias cartas e figures do texto. Como lderes daCartografia Topogrfica do Brasil, estas duas organizaes tm suas atividades destacadas noCaptulo 2.

    A minha esposa Noeli Vettori Anderson, que e brasileira, e que trabalhou arduamentenas vrias tradues indispesveis, a ela devo um agradecimento sem fim, porque sempre meencorajou a apoiou desde a fase preliminary at a publicao desde obra.

    Finalmente agredeo a todos que contriburam no meu treinamento cartogrfico. Entreeles esto os autores Arthur Robinson e Erwin Raizz, ao IAGS, e ao centro Interamericano deFotointerpretao (CIAF) em Bogot, Colmbia. Em especial agradeo ao Dr. EdwardHamming, meu primeiro professor universitrio de geografa e cartografia, em 1963 noAugustana College, Rock Island, Illinois, E.U.A., qeu atravs de sua personalidade vibrante eexploraes trasmite o valor e o amor s cartas e mapas aos seus discpulos. Este livro dedicado a ele e aos outros professors dinmicos de Cartografa.

    A lista a seguir especifica, em ordem de quantidade de colaboradores, os autoresprincipais de cada captulo, no contando as revises editoriais que foram feitas em todos os

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    textos para manter um padro linguagem. Alem deles, as DSG e A Fundao IBGEcontriburam commaterial cartogrfico em quase todos os captulos.

    Captulo Autores-Colaboradores:

    1. Anderson, Ribeiro e Mnmonier2. Ribeiro, Anderson, DSG e FIBGE3. Mnmonier4. Anderson, Ribeiro, Mnmonier e Carvalho5. Anderson, Saliba, Ribeiro e Mnmonier6. Anderson, Mnmonier e Muercke7. Anderson

    Mesmo que todos contruburam tanto para este livro texto e merecem enrme crdito,eu pessoalmente asusmo a responsibilidade pelas deficiencies e erros que enfelizmenteacontecam, especialmente numa primeiro edio. Todos ns esperamos a melhoria e ocrescimento deste texto em futuros volumes complimentares e revisados. Para tais fins, cadaleitor est convidada a expressar sua opinio, sugerir modificao pequenas e grandes, e/ou ser

    um dos colaboradores nas futures edies ou nos Guias de Estudos e Prticas.

    Braslia, 05 de Maio de 1981Paul S. Anderson

    a/c Departamento de Geografia e HistriaUniversidade de Braslia

    70910 Braslia, DF

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    HOMENAGEM EM MEMORIUM

    Edward Hamming (1915-1982)

    Poucas dias antes de sua morte, o Dr. Hamming ficou ciente de que este livro seriadedicado a ele. Com a humilidade que caracteriza as melhores pessoas, ele escreveu: Eu achoque h outros que mreecem essa honra mais que eu. Porm, quem teve a oportunidade de serseu aluno sabe que no houve helhor que ele.

    Nascido ha Holanda e imigrado aos Estados Unidos por causa da Segunda GeurraMundial, Edward Hamming se dedicou ao ensino da Geografia. Se Formou como professor(licenciado) em Geograifa e Histria em 1947 na St. Cloud State Teachers College emMinnesota, E.U.A. Dois anos depois fez mestrado (Master of Science) em Geografia naUniversidade de Chicago, e continuou l para obter seu doutorado (Ph.D.) em 1952. Sua tesefoi sobre O Porto de Milwaukee, um tpico da Geografia e Transportao.

    Em 19, o Dr. Hamming foi contratado pela Augustana Colloge, Rock Island, Illinois,uam instituio de nvel superior dedicado a excelncia no ensino. As aulas do Dr. Hamming

    sempre foram entre as mais populares. Apesar de ser exigente na quantidade e qualidade dosestudos, ele teve o jeito de explicar bem claro cada assunto. Ele transmitiu o conhecimento eentusiasmo ao mesmo tempo, com voz forte e gestos abundantes. Sendo magro e em altura dedois metros, o Professor Hamming dava suas aulas num anfiteatro armado com mapas nasparedes e uma rgua de um metro na mo. Muitas vezes nas explicaes comparando algo emdois mapas, ele apontava a um, e depois do outro, brandindo o metro como se fosse umaespada. Todo mundo sempre ficava em alerta.

    Em reconhecimento, o Dr. Hamming foi eleito o Professor do Ano pelos alunos noprimeiro ano que foi dada esta honra na Augustana College. Tambm, ele foi o primeiro a sereleito a esta honra uma Segunda vez.

    Alm das suas qualidades como professor, o Dr. Hamming foi conhecido tambm porseu carater impecvel, seu sentimento religioso, seu amor pro seu famlia, e sua amizadeperptua.

    Com ele, a Cartografia e a Geografia viviam para seus alunos. Agora esperamos que adedicao deste livro a ele faa com que a memria dele viva com a Cartografia.

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    VOLUME UM

    PRINCPIOS DE CARTOGRAFIA BSICA

    Os sete captulos que compem esteprimeiro volume da srie intitulada Princpios deCartografia tratam de assuntos bsicos de interessepara todos os diversos ramos da cartografia. Todosos cartgrafos conhecem e aplicam as bases decartografia, porm s vezes, devido ao entusiasmopor suas especializaes, eles esquecem de destacarque essas bases esto relacionadas grandeza globale a todos os componentes da cincia cartogrfica.Elas so as seguintes:

    a. A cartografia , ao mesmo tempo, arte ecincia;

    b. A cartografia pode ser subdividida em pelomenos dezasete grandes componentes (ver aFigura 1.2), que so interligados, pormdistintos, e podem ser estudados em separadopor cada uma das especializaes cartogrficas;

    c. A histria da cartografia mostra suas basesculturais, cientficas e sua importnciaeconmica;

    d. A comunicao um dos grandes objetivos dacartografia; um outro a anlise espacialcartogrfica;

    e. Todos os mapas tm distores; contudo,geralmente elas so controladas, conhecidas eaceitveis, desde que os usurios as entendam;

    f. Existem trs atributos imprescindveis dequalquer carta ou mapa; um a projeo , quepermite a representao em papel plano dascoordenadas geogrficas e de outrascaractersticas da Terra esfrica.

    g. Outro atributo a escala, que determinaobrigatoriamente a generalizao da realidade;

    h. O terceiro atributo inevitvel a simbolizao,frequentemente associado classificao parasimplificar o processo de comunicao atravsde smbolos.

    As bases apresentadas neste Volume Um,tm muita ligao com os outros tpicos quepertencem principalmente, mas no exclusivamente,

    ao grande ramo cartogrfico chamado CartografiaTopogrfica, o qual est tratado nos captulos 8 a14 que compem o Volume Dois. Os terceiro equarto volumes tratam dos assuntos CartografiaTemtica (Captulos 15 a 21), e CartografiaEspecial (Captulos 22 a 28). Porm todos estesramos da cartografia so intimamente interligadosatravs das bases aqui apresentadas.

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    Captulo 1

    A NATUREZA DA CARTOGRAFIA

    Autores contribuintes:Paul S. AndersonAntnio Jorge RibeiroMark S. Monmonier

    1.1 A QUESTO DA COMUNICAO E DADISTORO

    Se tivssemos que definir o que aCartografia em somente duas palavras, diramos queCartografia comunicao e anlise.

    Cartografia como anlise mais ligada aCartografia Geogrfica, que concentra no estudoespacial dos fenmenos a serem mapeados. Assim,antecede o mapa, ou utiliza cartas para determinar ocontedo de outras cartas novas. Este aspeto de

    anlise recebe maior ateno nos Volumes Trs eQuatro da srie.

    Cartografia como comunicaoconcentra mais na carta existente: como foi feita ecomo pode ser lida e interpretada. No a nicaforma de comunicao. uma forma especializadaque d nfase ao visual (Existem tambm outrasformas de comunicao visual, tais como atravs defotografia, diagramas e grficos, filmes ou mesmogesticulao com as mos tal como na linguagem desinais usadas pelas pessoas mudas).

    Certamente alguns cartgrafos no

    concordam com uma definio to enfatizada de quecartografia seja somente comunicao.Provavelmente, se o cartgrafo for um desenhistamuito bem treinado, ele vai dizer que cartografiatambm desenho. Mas, ento, ela simultaneamente topografia, fotogrametria,psicologia, etc. Porm estamos ainda dando maisnfase comunicao, porque todos estes tens soapenas os componentes que contribuem para acomunicabilidade da cartografia. Mais tarde, nestecaptulo, estaro enumerados os grandescomponentes da cartografia, e todo o Captulo Trsdestaca a comunicao cartogrfica. Entretanto, aquesto de comunicao permeia toda a cartografia.

    Uma outra questo da cartografia a deque todos os mapas destorcem a realidade. Asramificaes desta afirmao so importantes paracartgrafos, gegrafos e todos os elaboradores demapas (isto , para as pessoas que podem e devemmodelar a distoro do mapa de uma maneiraconveniente s suas mensagens e audincias).Tambm essencial que o usurio leigo de mapasesteja ciente da presena de distores.

    Quase a totalidade das pessoas dos pasesdesenvolvidos so usurios de mapas em uma formaou outra. Contudo, todas essas pessoas recebempouco treino formal sobre a leitura dos mapas.Assim, tais como consumidores de produtosalimentcios e bens durveis precisam conheceresses produtos, o leitor de mapas deve entender ouso e as limitaes do produto cartgrafo final.

    No possvel usar mapas sem esforo.Muitos mapas (especialmente os topogrficos) nopodem, nem devem, ser simplificados attornarem-se folhas de papel para pessoaspreguiosas no uso de material grfico. Ainformao mapeada alcana um significadosomente quando o usurio capaz e deseja estudaro mapa. Mesmo que o elaborador de mapas primepela pureza da comunicao, sua meta deve ser ade informar- no a de seduzir. Ambos, o leitor e oautor do mapa, exercem papis ativos na

    comunicao cartogrfica; devem tentar entender oprocesso da comunicao; devem lutar para fazeristo efetivamente.

    1.2DEFINIES

    1.2.1Mapas E Cartas

    No existe uma diferena rgida entre osconceitos de mapa e carta. , portanto, difcilestabelecer uma separao definitiva entre osignificados dessas designaes.

    A palavra mapa teve origem na IdadeMdia, quando era empregada exclusivamente paradesignar as representaes terrestres. Depois dosculo XIV, os mapas martimos passaram a serdenominadas cartas, como, por exemplo, aschamadas cartas de marear dos Portugueses.

    Posteriormente, o uso da palavra cartageneralizou-se e passou a designar no s ascartas martimas, mas tambm, uma srie deoutras modalidades de representao dasuperfcie da Terra, causando uma certaconfuso.

    Neste texto, a distino entre mapa e carta um tanto convencional e subordinada ideia daescala, notando-se, entretanto, certa preferncia pelouso da palavra mapa. Na realidade, o mapa apenasuma representao ilustrativa e pode perfeitamenteincluir o caso particular da carta, dentre os povos delngua inglesa. Entretanto, entre os engenheiroscartgrafos brasileiros observa-se o contrrio, isto ,o predomnio do emprego da palavra carta. Apesardessas diferenas, quase todos concordam com asdefinies formais existentes:

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    MAPA

    Definio Simples: Representao dosaspetos geogrficos -naturais ou artificiais da Terradestinada a fins culturais, ilustrativos ou cientficos.

    Definio do Dicionrio Cartogrfico

    (Oliveira, 1980, pag 233) Mapa 1.

    Representao grfica, em geral uma superfcieplana e numa determinada escala, com arepresentao de acidentes fsicos e culturais da

    superfcie da Terra, ou de um planeta ou satlite. Asposies dos acidentes devem ser precisas, deacordo, geralmente, com um sistema decoordenadas. Serve igualmente para denominar

    parte ou toda a superfcie da esfera celeste.

    O mapa, portanto, pode ou no ter cartercientfico especializado e frequentemente,construdo em escala pequena, cobrindo um

    territrio mais ou menos extenso.

    CARTA

    Definio Simples: Representao precisada Terra, permitindo a medio de distncias,direes e a localizao de pontos.

    Definio do Dicionrio Cartogrfico :(Oliveira, 1980, pag 57): Carta. Representao dosaspetos naturais e artificiais da Terra, destinada afins prticos da atividade humana, pri ncipalmente aavaliao precisa das distncias, direes e alocalizao geogrfica de pontos, reas e detalhes;

    representao plana, geralmente em mdia ougrande escala, de uma superfcie da Terra,subdividida em folhas, de forma sistemtica,obedecendo um plano nacional ou internacional.Nome tradicionalmente empregado na designaodo documento cartogrfico de mbito naval. empregado no Brasil, tambm como sinnimo demapa em muitos casos.

    Assim, a carta comumente consideradacomo uma representao similar ao mapa, mas decarter especializado construdo com uma finalidadeespecfica e geralmente em escala mdia ou grande;De 1:1.000.000 ou maior.

    A definio de carta como mapa de altapreciso chama a ateno para diferena entrepreciso cartogrfica e contedo cartogrfico. Apreciso depende das normas de posioplanimtrica e altimtrica que determinam ondecada acidente est localizado na carta. Desta forma,ela reflete o controle aplicado na confeo de mapase cartas e no depende da qualidade de detalhes domapa, o que faz parte do contedo. O contedo estaltamente condicionado pela escala e pela poca da

    confeo. Alis, uma carta topogrfica com apenastrs pequenas ilhas tem muita preciso e poucocontedo, enquanto um mapa de uma rea urbanafeita por foto-interpretao no restituda pode terpouca preciso (portanto no uma carta) e muitocontedo. O tema tambm tem influncia. Porexemplo, uma rua, construda depois da confeo dacarta topogrfica no diminui a preciso dessa, mas

    afeta o seu contedo, que fica um poucodesatualizado.

    1.2.2Os Trs Atributos Imprescindveis

    O que um mapa ? no uma perguntatrivial. As caractersticas que distinguem mapas deoutras representaes como grficos de desenhos,aquarelas, e fotografias no so evidentes nossinnimos comuns: planta, grfico e diagrama. Asplantas de construes no necessitam mostrarlocalidade relativa a outras construes e notomam conta da curvatura do planeta. Os grficostem dois eixos no geogrficos, como os desenhos

    para ilustrar tendncias Econmicas. E os diagramasque no precisam de uma base geogrfica, podemincluir os desenhos feitos para assessorar paisatordoados na montagem de brinquedos. Portanto, oque distingue um mapa de outros grficos? Os trsatributos imprescindveis de todos os mapas so (1)escala, (2) projeo e (3) simbolizao. Todas asvantagens e limitaes dos mapas derivam do graupelo qual os mapas (1) reduzem e generalizam arealidade, (2) comprimem ou expandem formas edistncias por projeo e (3) apresentam fenmenosseleccionados atravs de sinais que, semnecessariamente possurem semelhanas com arealidade, comunicam as caractersticas visveis ou

    invisveis da paisagem.

    Estes trs imprescindveis atributos sointerdependentes. A escala influencia na quantidadede detalhes que pode se mostrada, e tambmdeterminase um tipo particular de smbolo efetivamente visvel ou no.

    Escala varia de ponto para ponto no mapa eo grau desta variao (as vezes no notvel)depende da projeo empregada. A expressogrfica da projeo, por sua vez, controlada porsmbolos usados para representar linhas costeiras,meridianos e paralelos, divises polticas, e traos

    que ajudam o usurio como referencial para alocalizao. Porm, a respeito destainterdependncia, o elaborador de mapas tem umaliberdade considervel na escolha de uma projeo,de uma escala e de um jogo de smbolos. Cada umdestes trs atributos requer uma deciso separada. Eainda mais, cada deciso, se no for bem feita,poder causar um menor uso do mapa. Esses trsatributos esto apresentados nos Captulos 4, 5 e 6com maiores detalhes. Por enquanto, o nosso

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    interesse com os aspetos mais gerais dacartografia.

    MAPAS (CARTAS) SISTEMTICAS,TOPOGRFICAS, TEM TICAS E ESPECIAIS

    Existem muitas classificaes esubdivises dos produtos cartogrficos, sejam eles

    cartas ou mapas. Uma delas a que os divide emespeciais e sistemticos. Os especiais so mapasavulsos ou de uma pequena srie, como os de umatlas, e, geralmente, de escalas pequenas. Ossistemticos so os que, de forma sria e organizada,cobrem um pas ou uma regio atravs de dezenasou at milhares de cartas produzidas. Os mapasespeciais (como os pontilhados, os coroplticos, ouos com crculos proporcionais) fazem parte dumtpico do Volume Quatro Princpios deCartografia Especial .

    As cartas sistemticas podem sersubdivididas em topogrficas e temticas. As

    topogrficas, como a da Figura 4.5, so as maisconhecidas e usadas, e recebem ateno exclusivanos Captulos 8 a 14 do Volume Dois, Princpios deCartografia Topogrfica.

    Os mapas temticos apresentam temascomo a geologia, as rotas de navegao, avegetao, etc., de uma forma sistematizada,frequentemente atravs do uso das cartastopogrficas como a base cartogrfica. Este tipo demapa est discutido do Volume Trs, Captulos 15 a21, intitulados Princpios de CartografiaTemtica.

    Contudo, essa classificao no aceite portodos, da, existe muita confuso. Por exemplo, nospases aonde se fala a lngua inglesa, a palavratemtica usada no lugar de especial. Para ospovos desses pases, as cartas esto divididas emtopogrficas, sistemticas, e temticas. No Brasil, adiviso mais comum em cartas topogrficas,temticas e especiais; porm, a AssociaoBrasileira de Normas Tcnicas (ABNT) elaborou aseguinte listagem que utiliza um outro critrio declassificao.

    -Obs :No consta nesta lista da ABNT umaclassificao para mapas coroplticos, pontilhados,

    etc., os quais so considerados, neste livro, como osespeciais. Portanto, os tipos (b) at (e) da listaabaixo seriam os temticos, enquanto o tipo (a)constitui os topogrficos. verdade que no existeainda um consenso final desta terminologia.(Sistema usado neste livro-texto)

    1. Cartas Geogrficas : (topogrficas eplanimtricas)

    2. Topogrficas:

    So aquelas confeccionadas mediante umlevantamento topogrfico regular ou compiladas decartas topogrficas existentes e que incluem osacidentes naturais e artificiais, permit indofacilmente a determinao de altitudes.

    3. Planimtricas (temtica em produosistemtica)

    a. o mesmo que cartas topogrficas,entretanto no faz parte das suas caractersticasfundamentais a representao das altitudes,podendo at omiti -las.

    b. Cadastrais: (temtica)So aquelas, geralmente de escala grande,

    usadas para mostrar limites verdadeiros e usosdas propriedades, podendo omitir elevaes edetalhes naturais ou artificiais desnecessrios.

    c. Aeronuticas: (temtica)So aquelas que representam a superfcie

    da Terra em seus aspetos culturais de relevo, de

    maneira a satisfazer, especificamente asnecessidades da navegao area.

    d. Cartas nuticas: (temtica)So aquelas que resultam dos

    levantamentos dos mares, rios, canais e lagoasnavegveis e que se destinam segurana danavegao.

    e. Cartas especiais: ( temtica)So as cartas, os mapas ou as plantas que

    em qualquer escala so geralmente preparadaspara fins especficos:

    4. Cartas geolgicas :(temtica)So aquelas que representam ascaractersticas e a distribuio geogrfica doscomponentes e da estrutura da crosta terrestre.

    5. Cartas geomorfolgicas :(temtica)So aquelas que representam as formas do

    relevo terrestre.

    6. Cartas Meteorolgicas : (temtica)So aquelas que mostram: (a) as

    classificaes climticas, (b) os dadosmeteorolgicos observados atravs de mediescontnuas, dirias e sistemticas, e (c) as alteraes

    progressivas nas condies de tempo.

    7.Cartas de solo:(temtica)So aquelas que identificam e classificam

    os diversos tipos de solo e a sua distribuiogeogrfica.

    8. Cartas de vegetao : (temtica)So aquelas que representam as

    caractersticas e a distribuio da cobertura vegetal.

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    9. Cartas de uso da Terra:(temtica)So aquelas que representam a

    classificao e distribuio geogrfica dos diversosusos a que est sujeita a superfcie da Terra.

    10. Cartas Geofsicas (temtica)So aquelas que representam a

    classificao e distribuio geogrfica dos

    fenmenos geofsicos que ocorrem na Terra.

    11. Globos (especial) a representao da superfcie da Terra

    numa esfera de tamanho reduzido.

    12. Mapa - MundiA carta geogrfica quando representa todas

    as superfcies da Terra denominada mapa mundiou planisfrio.

    1.3CARTOGRAFIA COMO CINCIA E ARTE(especial, tambm inclui mapas de dados

    estatsticos, cartogramas, etc.)

    A cartografia , ao mesmo tempo, cincia earte. A arte evidente nos mapas de alta qualidade,especialmente em velhos mapas histricos, nosquais o desenhista preenchia os oceanos comFiguras de drages, velhos barcos a vela, e outrostipos de desenhos. A arte na cartografia inclui olay-out ou esquema de desenho, que influi naaparncia esttica do mapa como um todo. Tambminclui o desenho tcnico de cada linha e cada pontoque, em conjunto formaro a mensagem para oleitor. Este aspeto da cartografia como arte degrande interesse para ns.

    No obrigatrio que todos os cartgrafosou estudantes sejam artistas. Mas, os cartgrafosdevem ter um certo conhecimento de arte, para que

    ao esboarem o plano dos seus mapas, possamproduzir uma atrao esttica. Esta atrao esttica a mesma que o escritor deseja quando ele tem o seulivro datilografado e impresso: deve ser apresentadocom letras ntidas e legveis. A atrao estticatambm pode existir numa bandeja de comida sobrea mesa, onde a qualidade do alimento ressaltadaainda mais pela organizao do prato, por exemplo,

    com pedacinhos de verduras, etc., dando cor ebeleza a comida, mesmo que essa seja bem simples.Igualmente cartgrafos devem sempre estar cientesde uma aparncia apropriada para os seus mapasfinais.

    A cartografia como cincia vem doconhecimento de como comunicar, com quaisinstrumentos e tcnicas, para que a realidaderepresentada fique bem mais exata. oconhecimento de quais smbolos colocar no mapa equais itens omitir. o conhecimento da projeousada no mapa e de como os mapas so produzidos.Tambm, a cincia na cartografia permite o uso de

    tcnicas avanadas que proporcionam a produo demapas atravs de computadores, de imagens desatlites, ou fotografias areas. Esta cartografiaavanada um ramo bem complexo, o qual s vezesenvolve muita matemtica.

    A maestria da cincia e da arte cartogrfica a verdadeira marca do cartgrafo completo. importante entender e lembrar dessas duas faces todistintas, porm interligadas. Por exemplo na Figura1.1 trs homens esto observando a mesmapaisagem e cada qual est aproveitando suasprprias combinaes da arte e da cincia. O escritorprecisa saber as normas (a cincia) de sintaxe e

    gramtica, sua arte esta na seleo das palavras paraa expresso verbal do que se v.

    Figura 1.1 - Trs expresses distintas devido a diferentes combinaes de artes e cincias.

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    O pintor altamente artista, porm,provavelmente ele estudou por vrios anos nasescolas de arte os aspetos cientficos das tintas,corantes, percepo etc. Se sua pintura no fosse toabstrata, seu entendimento das cincias ambientais(incluindo a geomorfologia e a geografia) ajudariano realismo da pintura. Por exemplo, as obras deMichelanglo mostram seu profundo embasamento

    cientfico. E se o artista estudar algo de cartografia, possvel que algumas das Figuras sejam comodiagramas em bloco (ver Segundo Volume) oucomo mapas.

    O terceiro Homem da Figura 1.1 pode serum topgrafo, cartgrafo, gegrafo ou outromapeador. Para ele, as medies soimportantssimas, e ele um verdadeiro cientista.Contudo ele est aproveitando seu senso de estticae tambm as normas artsticas cartogrficasdesenvolvidas na longa tradio da disciplina.Assim, ele produzir uma carta ou mapa que, semdvida, ser simultaneamente um resultado artstico

    e cientfico.

    A cartografia como arte e cincia esta bemilustrada pelas vidas de dois cartgrafosimportantes: Erwin Raisz e Arthur Robinson. Pormeio de seus livros, eles tiveram mais influncia noensino da cartografia que, talvez, quaisquer outroscartgrafos. Isto ajuda a explicar porque muitasmatrias universitrias introdut rias cartografiaso geralmente similares em contedo.

    Erwin Raiz foi professor de cartografia naUniversidade de Harvard, uma das melhores dosEstados Unidos e uma das primeiras daquele pas a

    ensinar cartografia no sentido amplo. autor dedois livros intitulados General cartography ePrinciples of Cartography. O primeiro foipublicado inicialmente em 1938, reformuloualgumas vezes e foi traduzido para o portugus. Osegundo foi escrito mais tarde (1962) e, segundo oprprio Rasiz, foi a reformulao ou reviso dasinformaes adquiridas por ele depois de trsdcadas de experincia no ensino da cartografia.Alguns captulos e outros trechos do segundo livroforam includos na traduo para o portugus deCartografia Geral em 1969.

    Arthur Robinson da Universidade de

    Wisconsin nos E.U.A., autor do livro Elements ofCartography, editado em 1953. Sua quarta ediosaiu em 1978 com a co-autoria de Randall Sale eJoel Marrison.

    A interpretao da cartografia de cada umdesses cartgrafos ilustrativa. Primeiramente,Raisz evidentemente um artista, no sentido de queele pode fazer com facilidade um desenho de umapaisagem. Alis, em seu livro ele descreve comofazer esse tipo de desenho. Sua abordagem bem

    ligada arte na cartografia, porm com uma basecientfica. Alguns de seus desenhos podem serinclusive encontrados no livro de Robinson.

    As tendncias de Robinson so maisquantitativas, pois esto muito ligadas a clculos depropores, cifras e valores para serem colocados nomapa. Ele desenvolve e ensina tcnicas de

    mapeamento desse tipo de informao. Sendo deuma gerao mais nova a de Raisz, Robinsonapresenta no seu livro algumas tcnicas maismodernas. Contudo, de se esperar que, comograndes cartgrafos, eles no sejam limitados a ums caminho da cartografia. Eles mesmos destacam aimportncia tanto da arte quanto da cincia nacartografia, enquanto so habilitados em todos ostrs principais ramos: topogrficos, temticos, eespeciais.

    Muito mais pessoas se dedicam a apenasum ramo ou at somente a alguns sub-ramos. Porexemplo, os engenheiros cartgrafos trabalham

    principalmente na elaborao de mapastopogrficos, que so produzidos para grandes reasde um pas e publicados em sries de vrias escalas.Um pas grande necessita de pelo menos 30 anospara realizar estes levantamentos com fotogrametriae topografia. Hoje em dia, muitas das tarefascartogrficas so desenvolvidas por cartgrafos-topgrafos, que exercem grande influncia nacartografia. H arte na cartografia topogrfica,porm bastante padronizada e a parte cientficadomina nos esforos dos engenheiros.

    Os cartgrafos que trabalham nacartografia especial (mapas em escalas pequenas,

    mapas estatsticos e mapas avulsos de tpicosespecficos) tm mais oportunidade paracriatividade artstica e arte livre, mas tm grandesdesafios na parte cientfica, geogrfica e estatsticapara a anlise e apresentao de vrios dados.

    A cartografia temtica est entre atopografia e a especial em liberdade estatstica,sendo ainda na fase de estabelecimento dos padrespara as vrias sries, como das cartas da vegetao,solos, etc. A cartografia temtica est crescendorapidamente e vai gerar muitos empregos oscartgrafos-gegrafos, cartgrafos-topgrafos edemais pessoas que estudam cartografia para

    relacion-la com outras disciplinas.

    Tambm existe o cartgrafo-desenhista,que enfatiza a parte grfica da comunicao visualde mapas. Esse profissional no qualquerdesenhist a que fez mapas de acordo com o interessee instrues de outros. Ao contrrio, ele pode termuita influncia na construo e elaborao dascartas ou mapas. Ele mostra a ligao firme entre aarte e a cincia na cartografia.

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    Enfim, como toda a cincia, a cartografiapossui um ncleo fundamental e vriasespecializaes, as quais geralmente exisgemconhecimentos em diversas reas. Assim, oprofissional que trabalha com cartografiaautomatizada deve ter conhecimento tanto a respeitodos princpios da cartografia, tais como linhas,sombreamentos, etc., quando de programao de

    computadores. Visto isso, fcil perceber que osaspetos cientficos e artsticos so justamenteaqueles enfatizados por Robinson e Raisz,respetivamente, pois ambos so cartgrafos de visoampla que valorizam e percebem a arte e a cincia, agrandeza da cartografia. Essa amplitude dacartografia est muito bem ilustrada pelos GrandesComponentes da Cartografia.

    1.4 OS GRANDES COMPONENTES DACARTOGRAFIA.

    A cartografia pode ser subdividida de

    muitas maneiras. Uma subdiviso entre acartografiabsica, temtica, e especial e por ns usada nestasrie de livros. Porm, a lista seguinte dos 17principais componentes da cartografia (Figura 1.2)transcende aquela diviso e abrange todos aspetosincludos na maioria dos livros - texto decartografia. Esses componentes so tambm os maisimportantes aspetos que o cartgrafo precisa deentender e aprender. No so mutuamenteexclusivos, isto , eles se sobrepem de muitasmaneiras. Por exemplo, a sobreposio muitocomum onde tcnicas, tal como desenho tcnico,so usados em conjunto com aspetos mais tericos,como a simbolizao e contedo de mapas.

    O iniciante na cartografia, devefamiliarizar-se com esses componentes principaisnum sentido bem geral, pois isto permite ao alunode cartografia um melhor entendimento natotalidade do processo cartogrfico.

    1.4.1 Viso Integrada e O Ensino de Cartografia.

    Este elemento o primeiro passo do estudodo processo cartogrfico completo, sem o qualningum pode considerar-se um cartgrafo. Visa oentendimento da cartografia como disciplinaunificada, porm com subdivises. A viso

    integrada est intimamente ligado ao ensino dacartografia, que deve ser amplamente variado paraservir os diversos fins de vrios cursos e nveis deensino.

    1.4.2 Histria da Cartografia. (Captulo 2)

    A histria da cartografia um aspeto quenos ajuda a entender como cincia e a arte sedesenvolveram na cartografia e porque ela existecom a atual estrutura. A histria tambm nos ajuda a

    entender que direo poder tomar a cartografia.Ligada a histria cartografia est a cartografiahistrica, no qual os velhos mapas e as cartas soestudados para que se possa entender melhor opassado.

    1.4.3Escala. (Captulo 5)

    A representao de uma rea em um mapa feita num tamanho reduzido. Esta reduo deescala para um tamanho adequado, de acordo comas finalidades do mapa, a base de muitos usosqualitativos das cartas. Assim, a escala tofundamental que considerada um dos trs atributosimprescindveis de um mapa ou carta juntamentecom a projeo e simbolizao.

    1.4.4 Projeo. (Captulo 4 e Volume Quatro)

    Um aspeto fundamental da cartografia deentender e tentar corrigir os problemas relacionadoscom a transformao da superfcie esfrica (a Terra)

    uma superfcie plana (o papel). Isto chamado deprojeo. Existem uma variedade de maneirasdiferentes de representar uma esfera num pedao depapel, porm deve-se ter conhecimento desde oincio do que uma esfera pode somente serproduzida sem deformaes numa out ra esfera.Sendo assim, todas as projees tem deformaes,imperfeies e problemas. Acomodar estesproblemas um dos afazeres do cartgrafo e umadas melhores maneiras de distinguir um cartografode um desenhista tcnico.

    1.4.5 Simbolizao e Contedo de Mapas.Captulo 6 e Volumes Trs e Quatro)

    O cartgrafo est constantementepreocupado com o contedo dos seus mapas. Ummapa no pode mostrar tudo que existe numaqualquer realidade. Tampouco pode conter todos osdetalhes que existem numa fotografia area. Mas omapa difere de uma fotografia no sentido que elepode ser seletivo e fazer sobressair dois ou trstemas, os quais sejam o seu objetivo. Um mapapode ainda mostrar coisas que no so visveis emfotografias, tais como divises polticas, densidadedemogrficas, ou formaes geolgicassubterrneas. Por entender o que deve aparecer nomapa, isto , o contedo do mapa, o cartgrafo se

    dispe a seleccionar os smbolos necessrios parafazer a sua mensagem to comunicativa quanto forpossvel. Exi stem quatro tipos principais desmbolos e quatro diferentes nveis de smbolos quepodem ser aplicados a cada tipo de trabalhocartogrfico.

    1.4.6 A Terceira Dimenso. (Captulos 8 e 9 Volume Dois)

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    O mais comum tipo de mapa aquelechamado topogrfico. Esse mostra a terceiradimenso no contexto espacial, isto , mostra orelevo e a altitude bem como as direes leste-oestee norte-sul. A tcnica mais em uso a derepresentao de curvas de nvel, mas h umavariedade de outros mtodos para represent ar aterceira dimenso. A terceira dimenso tambm

    usada em algumas outras formas de representaode mapas especializados, como diagramas em bloco,mapas de tendncia de superfcie (trend surface), emapas de presso baromtrica

    1.4.7 Topografia, Geodsica e Trabalho deCampo. (Captulos 10 e 11 Volume Dois)

    A topografia , frequentemente ensinadaseparadamente das matrias de cartografia bsica. sobre uma base topogrfica que muitos dos mapasbsicos so feitos. A topografia um elementomuito importante, porque uma medida de campo,isto , uma medida da realidade fsica que

    representada na carta. Quando so includos tpicoscomo curvatura do planeta, o magnetismo terrestre,etc., trata-se de geodesia.

    1.4.8 Fotogrametria e Imagens deFotoi nterpretao Sensoriamente .(Captulo 11 Volume Dois)

    O uso das fotografias areas de satlitestem contribudo imensamente com a cartografia.Com instrumentos apropriados, possvel desenharmapas com uma qualidade excepcional baseados emfotografias tiradas de avies voando a vriasmilhares de metros acima da superfcie da terra.

    Fotogrametria e fotoimterpretao so tambmfrequentemente ensinadas separadamente. (Ver olivro Fundamentos para Fotointerpretao) Contudo,h somente um captulo destinado eles nes ta srie delivros.

    1.4.9 Tcnicas de desenho. (Volume Quatro)

    O produto final do trabalho cartogrfico (omapa) uma obra de arte, feita num certo padro dedesenho. O cartgrafo deve saber trabalhar comcomputadores (Ver 1.4.13) com caneta e tinta sobreo papel vegetal, plstico ou noutro material, e usaroutras tcnicas como a gravao, letras r tonalidades

    auto-colantes. Assim, o cartgrafo pode produzirmapas ou supervisionar um desenho tcnico.

    1.4.10 Composio de Mapas. (Volume Quatro)

    O plano e esboo de composio de ummapa mais do que simplesmente desenho tcnico.Envolve balano de cores e tonalidades, atraoesttica visual, e o conhecimento dos padresestabelecidos num certo sentido. A escolhaadequada de cores, tons e sombreamento uma

    chave para a comunicao efetiva atravs dosmapas. A cartografia verdadeiramente uma cinciacom arte que segue certas escolas de pensamento. Oestudo detalhado do planejamento de mapas exigecerta compreenso de psicologia e tambm umentendimento da percepo daqueles que iro ler eusar estes mapas.

    1.4.11 Reproduo e Imrresso. (Volume Quatro)

    Uma vez que um mapa original tenha sidofeito, frequentemente necessrio produzir vriasou, s vezes, milhares de cpias atravs de tcnicasfotogrficas ou impresso. O cartgrafo precisaentender estes mtodos, suas possibilidades elimitaes, para estar apto a fazer uso ou provarerros.

    1.4.12 Aspetos Financeiros e Administrativos.(Volume Quatro)

    Um tpico muito poucas vezes discutido

    em livros textos o do aspeto econmico-financeiro da cartografia. Isto importante, dadoque a cartografia como negcio financeiramentevivel atravs de lucro auferido com a venda ouconcesso de mapas, ou ainda atravs dos subsdiosgovernamentais. Este aspeto est, naturalmente, anvel muito avanado e de interesse somente deminoria seleccionada de indivduos. Contudo,alguma informao bsica e fatos de interesse geralesto apresentados no volume quatro.

    1.4.13 Cartografia Automtica.

    A cartografia esta-se avanando

    rapidamente usando computadores para produzirmapas, isto elimina muita perda de tempo e muitotrabalho montono. Um dos grandes futuros dacartografia automatizao. Contudo, isto no querdizer que o estudante de cartografia no precisaentender os vrios tpicos e estgios da produocartogrfica. Ele precisa de entender de tpicos decomposio, smbolos, mapas temticos, maneirasde representar relevo, projees, etc.. Todos estestpicos so importantes e a cartografia automatizadano elimina a necessidade que o cartgrafo tem deentende-los. A cartografia automatizada especialmente aplicvel a trabalhos cartogrficosmuito repetitivos, incluindo quando os mapas so de

    srie. A cartografia automatizada est associada computao. O cartgrafo que leva seu trabalho asrio deve considerar um treinamento em uso decomputadores.

    1.4.14 Mapas Temticos. (Volume Trs)(Ver os mesmos comentrios de mapas

    especiais 1.4.15)

    1.4.15 Mapas Especiais.

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    A variedade de mapas especiais e temticos virtualmente ilimitada.

    Um mapa pode ser feito para representarquase qualquer tipo de fenmeno que tenha umelemento especial ou de distribuio. Estes tipos decartografia envolve todos os grandes componentesapresentados e mais especialmente as tcnicas de

    desenho, composio de mapas, smbolos, econtedos dos mapas. A elaborao de mapastemticas e especiais uma das principais reas decrescimento da cartografia.

    1.4.16Leitura e Interpretao de Mapas.

    O objetivo fundamental da cartografia comunicar atravs dos mapas. Para ajudar o leitor aentender o que apresenta o mapa, alguns padrescartogrficos tm sido estabelecidos por vriossculos. A leitura dos mapas uma habilidadebsica da comunicao e utilizada por pessoas demuitas disciplinas, no somente da cartografia. Por

    isso, importante que o cartgrafo entenda daleitura dos mapas, para com isto estar capacitado amostrar e comunicar as informaes que ele desejater nos mapas por ele produzidos, os quais poderoter leitores de outras disciplinas.

    1.4.17 Assunto Especiais.

    Como todas as disciplinas, a cartografiacontinua crescendo, e alguns assuntos especiaispodem se transformar em novos grandescomponentes da cartografia. Tambm existempequenos itens, tais como: coleo de mapas,mtodos de preservao de mapas, bibliografiasconcernente a cartografia, comentrios referentes cobertura de mapas em vrias partes do mundo, e

    quaisquer outros tpicos que sejam dignos demeno, pelo menos em um pargrafo curto.Tambm incluem os apndices que soessencialmente constitudos de tabelas e itensmenores quais so de grande uso pelo cartgrafo.

    Obviamente, os princpais aspetos dacartografia acima mencionados se sobrepem. Porexemplo, precisamos entender algumas coisas sobreprojees para ler os mapas. Precisamos saber ler osmapas topogrficos antes de tentar produzi-los.Tudo isto leva-nos concluso de que para oestudante de cartografia no possvel nemaconselhvel comear com qualquer um dos

    elementos principais, estudando-o nos seus maiscompletos detalhe, antes de continuar adianteestudando as bases principais dos outroscomponentes principais. Isto , o estudante decartografia deve primeiro ter uma viso global eentender o bsico de vrios componentes e s depoisdisso procura estudar separadamente com maisprofundidade um ou outro componente.

    Figura 1.2 - Esquema de 17grandes componentes da cartografia

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    Captulo 2

    HISTRIA DA CARTOGAFIA MUNDIAL EBRASILEIRA

    Autores contribuintes:Antnio Jorge RibeiroPaul S. Anderson

    Diretoria dos Servios de GeografiaFundao IBGE

    2.1 INTRODUO

    Neste captulo ser abordada a importnciada cartografia, tanto no mbito mundial quanto nonacional.

    A ordem de apresentao a cronolgica,com maior destacamento para os fatos mais atuais.Aps um curto resumo da histria da cartografiasero apresentados os principais rgos brasileirosde cartografia e as etapas do processo cartogrfico.

    2.2 HISTRIA DA CARTOGRAFIAMUNDIAL

    O desenvolvimento da Cartografia, desdepocas remotas at os dias atuais tem acompanhadoo prprio progresso da civilizao. A cartografiaapareceu no seu estgio mais elementar sob a formade mapas itinerrios feitos pelas populaesnmadas da antiguidade.

    Posteriormente, com o advento docomrcio entre os pases (h mais de 4000 anosatrs) e com o consequente aparecimento dos

    primeiros exploradores e navegadores quedescobriram novas terras e novas riquezas eampliaram o horizonte geogrfico conhecido, ohomem sentiu necessidade de se localizar sobre asuperfcie da Terra. Estabeleceu-se, portanto, omarco inicial da cartografia como cincia.

    A evoluo da cartografia foi incrementadapelas guerras, pelas descobertas cientficas, pelodesenvolvimento das artes e cincias, e plosmovimentos histricos que possibilitaram eexigiram maior preciso na representao grfica dasuperfcie da Terra.

    Na Grcia Antiga os primeirosfundamentos da cincia cartogrfica foram lanadosquando Hiparco (160-120 A.C.) utilizou, pelaprimeira vez, mtodos astronmicos para adeterminao de posies na superfcie da Terra edeu a primeira soluo ao problema relativo aodesenvolvimento da superfcie da Terra sobre umplano, idealizando a projeo, cnica.

    Os gregos legaram tambm as concepesda esfericidade da Terra, dos plos, equador e

    trpicos, que foram as primeiras medidasgeomtricas, a idealizao do primeiros sistemas deprojeo, e a introduo das noes de longitude elatitude.

    Todo o conhecimento geogrfico ecartogrfico da Grcia Antiga est idealizado naobra Geografia do astrnomo, gegrafo ecartgrafo grego Cludio Ptolomeu de Alexandria(90-168 D.C.). sua extraordinria obra, em oitovolumes, ensina os princpios da CartografiaMatemtica, das projees e os mtodos deobservao astronmica. Essa monumentalcontribuio da Grcia Antiga a cincia cartogrficafoi, no entanto, ignorada durante toda a IdadeMdia, somente aparecendo no sculo XV, quandoento exerceu grande influncia sobre o pensamentogeogrfico da poca, com o chamado Renascimentode Ptolomeu.

    Durante o longo perodo entre acontribuio original de Ptolomeu e o surgimento desua obra e aproveitamento do seu saber, acartografia atravessou fases de estagnao e, svezes, de retrocesso.

    Enquanto a cartografia romana noaproveitou os conhecimentos matemticos dosgregos, os quais foram absorvidos plos rabes.Estes aperfeioaram tais conhecimentos, calcularamo valor do comprimento do grau, construramesferas celestes, estudaram os sistemas de projeo eorganizaram tbuas de latitudes, e longitudes.

    Surgiu no sculo XII, a obra do gegraforabe Abdallah El-Edrisi, que um resumo preciosodos conhecimentos geogrficos dos muulmanos.

    Enquanto os rabes conservavam estesantecedentes cientficos, a civilizao latino -germnica cultuava na Idade Mdia um misticismoreligioso que causou o desaparecimento dosconhecimentos geogrficos gregos.

    Por essa poca, os contatos verificadosentre as civilizaes crist e rabe ocorrem atravsdas cruzadas, da expanso rabe na pennsulaIbrica e principalmente, do comrcio entre os

    povos mediterrneos. Houve um intercmbio deconhecimentos, o que de certa forma, resultou emprogresso para a cartografia. Mas este progresso nose realizou no campo matemtico tericopropriamente dito, porm em instrumentos.

    Para atender as exigncias nuticas,motivadas pelo desenvolvimento da navegao coma introduo da agulha magntica, a cartografiaassumiu um aspeto funcional.

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    As cartas Portulanas, que apareceram noincio do sculo XIV, procederam o ressurgimento ea expanso da obra de Ptolomeu. Foram constitudasinicialmente plos navegadores de Gnova, deacordo com os levantamentos efetuados porexploradores da poca. Elas no obedeceramnenhum critrio de projeo, eram reservados aosnavegantes, e j possuam o traado das

    loxodromias (rumos) e o delineamento das costasdos pases mediterrneos.

    A extraordinria revoluo na Cartografiacomeou no sculo XV: o advento da agulhamagntica permitiu a explorao dos mares,intensificou-se o comrcio para Leste, teve incio aepopia dos descobrimentos portugueses; ressurgiua obra de Ptolomeu Gutemberg inventou aimprensa e foi fundada a Escola de Sagres emPortugal.

    A influncia de Ptolomeu foi reinstalada nacartografia e sua obra sofreu correes e adaptaes.

    A gravao ou a impresso possibilitaram umaproduo cartogrfica abundante, substituindo osmanuscritos dispendioso. A navegao foi estudadaatravs de mtodos racionais na Escola de Sagres. Oesprito aventureiro portugus a servio dessaEscola dilatou o Mundo.

    As cartas de marear, modalidadeportuguesa das cartas portulanas, sofreram a

    influncia do progresso renascentista e adquiriramum aspeto cartogrfico mais cientfico.

    No sculo XVI verifico-se uma grandeproduo cartogrfica, destacando-se os trabalhosdos cartgrafos portugueses, espanhis e italianoscom Ferno Vaz Dourado, Toscaneli, Cantino ePedro Nunes.

    Um ptimo exemplo (Figura 2.1) o mapa-mndi do ano 1500 de Juan de la Cosa, o navegadorde Cristvo Colombo. Considerando que algumasreas foram vistas apenas uma vez e localizadas pornavegao rstica, os detalhes so surpreendentes.Um exemplo excepcional o caso da Isla Fuerte(ver Figura 2.2).

    Uns poucos anos mais tarde no sculo XVI,e sucedendo cartografia mediterrnea, aparecia acartografia holandesa, representada principalmentepor Mercator e Ortelius. Em 1569 apareceu oprimeiro mapa do Mercator, nome latino de

    Guerhard Kramer, cuja projeo na qual osmeridianos eram linhas retas e paralelas, e queformavam ngulos retos com os paralelos, estestambm representados por linhas retas e paralelas.Para manter a conformidade das reas, a separaoentre duas paralelas aumenta na direo de cadaplo ou em proporo direta com o afastamento dosparalelos em relao ao equador.

    Figura 2.1

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    Figura 2.2

    Nessa projeo as loxodromias eramrepresentadas por linhas retas, o que facilitava anavegao.

    Em 1570 foi publicado o Theatrum OrbisTerrarum, considerado o primeiro atlas moderno doMundo, de Abraham Ortelius, eminentecartogrfico, amigo e contemporneo de Mercator.Vrios cartgrafos ilustres sucederam a Mercator,atingido a Escola Holandesa o mximo deprodutividade e prestgio ai destacando-se ostrabalhos de Iodocus Hondius (1546-1611) genro esucessor de Mercator, e os de Willen JanezoonBladu (1571-1638), homem dotado de grandesconhecimentos cientficos e aluno de Tycho Brae, ogrande astrnomo dinamarqus.

    No sculo XVII, sucedendo CartografiaHolandesa, aparecia a Escola Francesa com umasrie de nomes ilustres. Destacando-se a CasaSanson D`Abbeville, com uma srie de mapasconstrudas por Nicolas Sanson em projeoperspetiva. Em 1639, A.H. Jaillot apresentou LeNeptune Franais, a mais importante obrageogrfica da poca, que foi auxiliado por JeanDominique Cassini, eminente astrnomo francs.Ao mesmo tempo houve progressos na topografia ena cartografia em escalas grandes, como se v naFigura 2.3.

    Figura 2.3 - A Prancheta foi divulgada numapublicao Alem de 1614, Novum InstrumentumGeometricum, por Leonhard Zubler (Na prtica

    usava-a horizontalmente para medir distncias, masno alturas.)

    No sculo XVIII, a Academia de Cinciasde Paris influenciou a cartografia francesa. Odesenvolvimento das cincias, particularmente daMatemtica, da Geodesia, e da Astronomia,possibilitou cartografia maior solidez cientifica.Ao mesmo tempo, a utilizao de novosinstrumentos, como sextantes, teodolitos,cronmetros, etc., nas observaes necessrias aos

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    levantamentos permitiu uma determinao maisprecisa dos elementos da superfcie da Terra.

    Como consequncia desse progresso, acartografia se liberto em definitivo da influncia dePtolomeu.

    Com o aperfeioamento dos mtodos de

    levantamento e os estudos dos sistemas de projeo,a representao cartogrfica tambm evoluiu. Oprocesso da cartografia como cincia fez declinarsua era como arte. No mais foi permitida aliberdade de improvisar composies ornamentais(Figura 2.4) pelos estampadores e decoradores doperodo clssico de Ortelius e seus contemporneos,as quais, muitas vezes serviam de ementa paradisfarar a insuficincia de conhecimentosgeogrficos. Foi idealizada a apresentaoaltimtrica por meio de curvas de nvel e toda asimbologia cartogrfica adquiriu um sentido maisobjetivo.

    Figura 2.4 Arte nas mapas antigas.

    Como exemplo do grande progressocartogrfico e geodsico deste sculo destaca-se ogrande trabalho de Cesar Franois Cassini e seufilho Jacques Dominique, intitulado CarteGomtrique de la France, elaborando em 182folhas na escala de 1:86.400 e que foi concludadurante a revoluo Francesa, 45 anos depois decomeado (1744-1789). Cassini e o seu filhocobriram a Frana com uma rede de 2000 tringuloe mediram 18 bases. Apareceram tambm, nessesculo, as projees de Bonne, Lambert e Euler e,no fim do sculo a Academia de Cincias de Parisestabeleceu o Sistema Mtrico Decimal.

    O sculo XIX caracterizado pelodesenvolvimento dos servios geogrficosnacionais. Em quase todos os pases da Europaforam iniciados levantamentos topogrficos. Asnecessidades da navegao obrigaram as potnciasmartimas a efetuarem levantamentos costeiros detodas as partes do Mundo. Os sistemas de projeotambm foram estudados detalhadamente. Em 1805

    surgem as projees de Mollweide e de Albers. Em1812 foi concludo o mapa da Franca pelo Estado -Maior Francs, na projeo de Bonne e em 1882apareceu a de Gauss. O descobrimento, em 1820 dalitografia e mais tarde, entre 1860 e 1870, dafotografia foi de importncia para as tcnicas deconstruo das cartas e dos mapas.

    O sculo XIX merece destaque especial nahistria da cartografia Nutica do Brasil, porquenesse sculo teve incio o levantamento hidrogrficodo Litoral Brasileiro. Hidrgrafos franceses comoRoussin, Barral, Tardy de Montravel eprincipalmente Mouchez (Amd Erest Barthlemy)efetuaram o levantamento da costa do Brasil,possibilitando a construo de cartas nuticas detodo o litoral brasileiro. Neste mesmo sculo, em1857, Manoel Antnio Vital de Oliveira (1829-1867), no comando do iate Paraibano, marcou oincio das Campanhas Hidrogrficas da Marinha doBrasil, levantando no perodo de 1857 a 1859, otrecho do litoral desde a foz do Rio Mossor, no Rio

    Grande do Norte, at a foz do Rio So Francisco, nolimite sul de Alagoas.

    No sculo XX, a grande revoluo dacartografia determinada, principalmente, peloemprego da aerofotometria e pela introduo daEletrnica no instrumental necessrio aoslevantamentos.

    Hoje, a Cartografia Contempornea,procurando atender ao surto de progresso verificadoem todos os ramos da atividade humana,caracterstica principal do sculo atual, tem porobjetivo uma produo em massa, no menor tempo

    possvel e com preciso cada vez maior.

    2.3 OS PRINCIPAIS RGOSCARTOGRFICOS BRASILEIROS

    No Brasil existem um grande nmero dergos, empresas e sociedades envolvidas nasatividades cartogrficas.

    Alguns so especializados, porm poucosso os que realizam todo o processo cartogrfico.Na rea da Cartografia topogrfica, existem trsentidades muito destacadas, contudo existem vriosoutros rgos, empresas, etc., que participam da

    obra cartogrfica brasileira. (ver lista parcial naFigura 2.5 e os volume trs sobre CartografiaTemtica).

    2.3.1 A Comisso de Cartografia (COCAR)

    Sediada em Braslia a COCAR no produzo nenhuma carta; entretanto, ela responsvel pelacoordenao de toda a cartografia topogrfica doBrasil.

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    Nesse papel de coordenao, a COCAR amelhor fonte de informao sobre a disponibilidadede cartas de qualquer parte do Brasil, seja dequalquer origem, ano, escala, tema sistemtico emtodo de reproduo (impressas, heliogrficas, ouainda inditas quanto confeo). A COCARtambm est encarregada de implementar edistribuir os recursos financeiros cartogrficos

    fornecidos pela Secretaria de Planeamento(SEPLAN), incluindo os dos programas no grandeplano de dinamizao.

    O grande programa de dinamizao dacartografia visa a duplicao ou triplicao doesforo, a fim de estabelecer uma programaodestinada a completar o mapeamento topogrfico doBrasil numa data mais prxima possvel. Dessaforma, foram aprovados os programas Especiais deDinamizao das Cartografias Terrestres, Nutica eAeronutica, com a meta de concluir omapeamento topogrfico sistemtico do Brasil naescala 1:100.000 (e/ou 1:250.000 na Amaznia),

    bem como obter um nvel de produo cartogrficacompatvel com as necessidades da navegaomartima e area. Isto tudo deve ser concludo porapenas 8 anos, ou seja, at 1985.

    A comisso de cartografia, encarregada dacoordenao e avaliao desses programas,estabeleceu estratgias que incluem (1) a introduoprogressiva de novas tecnologias, bem como areaparelhao dos rgos do governo executores demapas, mobilizando ainda mais as empresasprivadas do ramo; e (2) a implantao de mtodosmodernos de gesto empresarial, inclusive relativos estimativa de custos em todas as fases da atividade

    de mapeamento e os referentes ao acompanhamentode sua execuo.

    A poltica desses programas apoiar, comcartas topogrficas, todas as reas da polamazoniado polocentro ainda desprovidas dessas cartas, egarantir a segurana do trfego martimo e areo,atravs de cartas atualizadas e de acordo com oscompromissos internacionais assumidos pelo Brasil.O grande programa foi estruturada para a execuoem 8 anos, com dispndio global estimado de Cr$1.370, 6 milhes numa mdia de Cr$ 171,3 milhespor ano, a preos de 1976. (Cr$ 14,00 = US$ 1,00).Em 1978 foram alocados Cr$ 258,0 milhes e em

    1979 Cr$ 200 milhes. Os dois rgos maisenvolvidos no programa de mapeamentos terrestresso a DSG e a Fundao IBGE.

    2.3.2 Diretoria do Servio Geogrfico (DSG)

    A DSG, rgo do ministrio do Exrcito,pioneiro da cartografia no Brasil, vem realizando aolongo de noventa anos atividades.

    O mapeamento do imenso territrionacional. Desde a sua criao, em 31 de maio de1980 passou por profundas transformaes, tanto nasua estrutura organizacional como nos mtodos detrabalho, utilizando-se dos mais modernosequipamentos cartogrficos existentes no mercadomundial.

    Denominada, inicialmente, de ServiosGeogrfico, apresentou como primeiro e histricotrabalho de mapeamento, atravs da comisso dacarta Geral do Brasil criada em 1903, a execuo doprojeto de triangulao do brasil, cobrindo,inicialmente, todo o Estado do Rio Grande do Sul.

    A partir de 1913 passou a denominar-seServio Geogrfico Militar, tendo sido, nessemesmo perodo, organizada a pioneira seo deestereofotogrametria, como primeiro passo naevoluo das tcnicas cartogrficas daquela poca.

    Em outubro de 1920, chegou ao Brasil a

    Misso Cartogrfica Austraca que iria introduzir astcnicas de levantamentos topogrfico usadas naEuropa, a impresso de Cartas off-set e os modernosmtodos fotogramtricos, surgidos aps a 1 Guerramundial.

    A Misso Austraca coube, ainda o estudodo sistema de projeo mais adequado para omapeamento do nosso territrio e a criao daescola de engenheiros Gegrafos Militares, marcoda evoluo cartogrfica brasileira.

    Em 1932 o Servio geogrfico Militarpassou a denominao de Servio Geogrfico do

    Exrcito, tendo a comisso da Carta Geral sidotransformada na atual 1 diviso de levantamento,com sede em porto Alegre.

    At 1935 eram utilizados, ainda os mtodosde levantamento com emprego da prancheta, porm,com o auxlio de fotografias areas que lheproporcionavam efetiva melhoria na qualidade doproduto final, a carta topogrfica a partir do anoseguinte os mtodos aerofotogramtricos foramefetivamente adoptados pelo servio cartogrfico,proporcionando um grande impulso na evoluo domapeamento.

    Com a criao da segunda diviso delevantamento em ponta Grossa -PR, passou oservio geogrfico a contar com maior capacidadede trabalho acelerando-se a atividade cartogrficaem prol do desenvolvimento da nao.

    O DSG adoptou em 1951 em continuao asua constante evoluo tcnica, o Multiplex,aparelho destinado a restituio fotogramtrica, omais moderno da poca e que reduziu em grandeparte as dificuldades dos t rabalhos de campo.

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    Apartir de 1956 a DSG ingressou na era daeletrnica adoptando modernos equipamentosdestinados medio de distncias e a execuo dasaerotringules coadjuvados para a crescentecapacidade dos computadores. Isto permitiu umaumento substncial da produtividade da diretoria, apar de um acentuado apropriamento da tcnica deconfeo de suas cartas, compatvel com o

    desenvolvimento do pas.

    A terceira diviso de levantamentos, foicriada em 1968 com sede em Olinda -PE afim deatender as necessidades cartogrficas do nordeste.

    A DSG foi instalada em Braslia em 1973,tendo sido criado em suas antigas instalaes no Riode Janeiro, no ano anterior o centro de operaescartogrficas (COC), agora a quinta DL.

    A diretoria, com a quarta DL, em 6 dejulho de 1978, em Manaus, e a transferncia dasegunda DL para Braslia em 1981 passou a contar,

    em sua estrutura, com uma diviso de levantamentosem cada uma das 5 grandes regies.

    A DSG, que apartir de 1976 vemdesenpenhando a funo de mapear grande parte daregio amaznica, onde as condies da naturezano permitem o emprego dos mtodos clssicos delevantamentos, adoptou a moderna tcnica doposicionamento atravs de rastreamento de satlitesgeodsicos.

    PRINCIPAIS RGOS MILITARES EEMPRESAS CIVIS AUTORIZADOS A

    REALIZAR AEROLEVANTAMENTOS NOBRASIL

    A legislao brasileira prev que somenteorganizaes de governos estudantes e nacionaisprivadas, com direo confiada a brasileiros edevidamente autorizados e inscritas no E.M.F.A.,podem executar aerolevantamentos no territrioNacional.

    I FOTOGRAFIAS CONVENCIONAIS

    a. Organizaes Militares

    1) Centro de Operaes Cartogrficas-(COC). Rua Major Daemon, 75,Fotaleza da Conceio, RJ

    2) 1/6 Grupo de Aviao. Base area doRecife, Recife-PE

    b. Organizaes civis

    1) Aeroma Brasil S/A

    2) Aerosul. Av. Republica Argentina3741, Curitiba-PR

    3) Companhia de Pesquisa e RecursosMinerais. Av. Pasteur, Rio de Janeiro-RJ

    4) Geofoto. Rua Pinheiro Machado 60,

    Rio de Janeiro-RJ

    5) LASA, Engenharia e Prospees S/A.Av. Pasteur 429, Rio de Janeiro- RJ

    6) PROSPEC S/A. Rua das Parmeiras 52,Rio de Janeiro -RJ

    7) Servios AerofotogramtricosCruzeiro do Sul- SACS. Av. AlmiranteFrontin 381, Rio de Janeiro -RJ

    8) TERRAFPTO Aerofotogrametria. RuaNova York 833, Brooklin Paulista, So

    Paulo-S/P

    II IMAGENS DE RADAR

    a. Projeto RADAM. Av. Portugal 54, Rio deJaneiro-RJ

    b. Imagens de ERTS; LANDSAT. Instituto dePesquisas Espaciais- INPE. Av. DosAstronautas, Caixa Postal 503- So Josdos Campos-SP

    III AS PRINCIPAIS ATIVIDADES DA DGSSO:

    a. Estabelecimento de normas tcnicas para acartografia brasileira, nas escalas de1/25.000 e maiores.

    b. Mapeamentos Sistemtico do Brasil nasescalas 1/25.000 a 1/250.000,compreendendo:

    - Determinao de apoio sup lementarpelos mtodos clssicos atravs desatlite

    - Aerotriangulao e Restituio

    - Gravao e Impresso

    - Mosaicos

    - Mapa ndice

    c. Trabalhos Especficos para o Exrcito:

    - Levantamentos topogrfico de reaspatrimoniais e campos de instruo

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    - Suprimento de cartas topogrficas nombito do Ministrio do Exrcito

    - Utilizao de imagem de Radar eLandsat para a confeo de mosaicos ecartas

    - Cartas de orientao

    - Cartas Temticas

    - Cartas Especiais

    - Ortofotocartas

    - Cartas de Relevo

    d. Tarefas Especiais:

    - Controle do Cadastro e Licenas deAerolevantamentos.

    - Arquivo das fotografias do vo AST-10

    - Confeo de Carta-imagem Radar-Preliminares e Completas- ProjetoRadam.

    - Determinao de pontos geodsicos, asatlite, na Barreira do Inferno-Programa Geosat

    - Levant amentos topogrficos de reasurbanas, rurais, bacias hidrogrficaspara construo de hidreltricas, etc.

    - Servios geodsicos, locao enivelamento dos pilares da ponte Rio-Niteri

    - Levantamento topogrfico paraimplantao de oleodutos e ferrovias

    - Atendimento a outros rgos porconvnios

    - SUDEN, SUDAM, SUDESUL,DNPM, SUVALE, DNER,PETROBRS, ITC, IGA, etc.

    2.3.3 A Fundao Instituto Brasileiro deGeografia e Estatstica (IBGE)

    A fundao IBGE tem como objetivobsico assegurar a produo de informaoestatstica, geogrficas, cartogrficas, geodsicas,demogrficas, scio- econmicas, de recursosnaturais e de condies de meio ambiente, inclusive

    poluio, necessrias ao conhecimento da realidadefsica, econmica e social do Pas, em seus aspetosconsiderados essenciais ao planeamento econmicoe social e a segurana nacional.

    As atividades tcnicas de pesquisas, anlisee estudos geodsicos e cartogrficos e oslevantamentos geodsicos e topogrficos,

    mapeamento e outras atividades cartogrficas soexecutadas pelas Superintendncias de Geodesia eCartografia, rgos integrantes da Diretoria deGeodesia e Cartografia.

    Assim, a coleo, a transformao, geraoe dessiminao abrange desde os levantamentosgeodsicos at os produtos cartogrficos ajustadosao nvel de tecnologia e programas nacionais.

    A SUPERINTENDENCIA DE GEODESIA(SUDEG),

    Tem como atribuio bsica o

    estabelecimento do Sistema Geodsico Plano-Altimtrico de Apoio Fundamental bem como arealizao do Apoio Suplementar necessrios aomapeamento.

    Em 1939, com a criao do ConselhoNacional de Geografia, o IBGE iniciou suasatividades cartogrficas no pas.

    Naquela ocasio esse rgo recebeu dogoverno a atribuio especficas de estabelecer aRede Geodsica de Apoio Fundamental, cujosprimeiros vrtices foram estabelecidos em 1945.

    A partir de ento, num trabalho de notvelenvergadura, essa rede vem sendoextraordinariamente densificada, principalmente nasregies economicamente importantes do Brasil. Opas j dispe de uma vasta rede geodsica cobrindomais de 4.6 milhes de Km de rea do nossoterritrio, estendendo-se do Par ao Rio Grande doSul e, no sentido Leste- Oeste, at a fronteira com aArgentina, Paraguai e Bolvia, interligando-se redegeodsica continental.

    Existem conexes geodsicas com oParaguai atravs do paralelo de 25, com aArgentina em Uruguaiana, Porto Xavier e Foz do

    Iguau, com o Uruguai por triangulao e denivelamento e com as Guianas e Venezuela atravsda Rede HIRAM e de nivelamento.

    A rede altimtrica implantada coloca oBrasil em tereiro lugar no Mundo, imediatamenteaps os EEUU e o Canad, e em primeiro emextenso norte- sul.

    A SUPERINTENDENCIA DE CARTOGRFIA(SUCAR)

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    Tem como atribuio a elaborao decartas e temticos de pequena escala(ou seja, emescala grfica, aquela que d viso mais ampladestacando-se as cartas Aeronuticas, Temticas,Mapas do Brasil, Regionais, das Unidades Federaise a parte brasileira da Carta Internacional do Mundona escala um por um milho.

    A primeira edio da Carta do Brasil aoMilionsimo em 46 folhas foi concluda em 1960.Ela foi baseada, principalmente, em levantamentosareos trimetrogom e expeditos planimtricos, ecompletada por documentos informativos de rgosoficiais. A 2 edio, concluda em 1971/1972, foiexecutada com elementos mais precisos, tais comoas cartas topogrficas e as imagens de radar,obedecendo s normas e especificaes estabelecidas pela Conferncia Tcnica das Naes Unidas,Bonn no ano de 1962. Essa edio vem sendoperiodicamente atualizada .

    A Superintendncia de Cartografia incluitambm em suas atividades a elaborao de Cartas eMapas Gerias e Especiais, destacando-se as Cartasao Milionsimo: Aeronutica, Temtica, Mapas doBrasil, Regionais e das Unidades Federais.

    Quanto aos trabalhos de mapeamentotopogrfico, as primeiras folhas foram publicadasem 1965.

    At junho de 1979 foram publicadas 652folhas na escala de 1:50.000 e 205 na de 1:100.000,cobrindo uma rea de 1.104.000Kmaproximadamente, cerca de 13% do territrio

    nacional. Outros trabalhos, como Ortofotomapas,Fotocartas e Mosaicos, so lanados sob formasconvencionais de pictomapas e de relevosombreado.

    As imagens obtidas atravs de satlites, derecente utilizao no Brasil, abrem um vasto campopara o mapeamento temtico. O IBGE elabora basescartogrficas sobre as quais so lanados os temasespecficos que permitem, aps estudos e anlises, oestabelecimento de padres para avaliao dosrecursos naturais. O aprimoramento das equipestcnicas encarregadas de executar os trabalhosgeodsicos e cartogrficos, a tecnologia mais

    moderna e objetiva, os equipamentos sofisticados dealta preciso, tm concorrido para um aumentosubstancial da produo. Resta, todavia, umgigantesco trabalho de mapeamento para atender asnecessidades do Pas, cuja realizao s serpossvel atravs de da conjugao de esforos comoutros rgos e entidades cartogrficas brasileiras.

    2.4 O PROCESSO DE PRODUO DECARTAS TOPOGRFICAS

    Para que todo o processo de produo deuma carta topogrfica seja concluda so necessrioscerca de dois anos e enormes gastos.

    Equipes de pessoal especializado trabalhamem uma sequncia de etapas interligadas, em quecada uma depende dos resultados alcanados pelasanteriores. Algumas dessas etapas podem ocorrer

    simultaneamente, porm na maioria das vezes considerada a seguinte ordem:

    (Obs.: Ilustrao deste processo esto na publicaoda DGS ASSIM SE MAPEIA O BRASIL e nasvrias Figuras deste livro).

    1. Colocao de marcos de concreto campo, empontos de coordenadas geogrficas exatasconhecidas atravs de calculo astronmicos.Essas posies de controle so denominadas depontos astronmicos.

    2. Estabelecimento, atravs da geodesia de uma

    rede de pontos de apoio bsico no campo,construda entre os pontos astronmicos. Umarede de triangulao feita e as distncias entreos pontos so medidas com o geodmetro,aparelho cujo erro mximo da ordem de ummilmetro para cada quilomtro.

    3. Determinao, atravs de geodesia, daaltimetria dos pontos dessa rede. Essas medidasso feitas a partir de um ponto de uma redeanterior que tem sua altimetria comprovada.

    4. Tomada de fotografias areas da rea a sercartografada. Para a confeo de uma carta

    topogrfica so utilizadas aproximadamente 60fotos na escala 1:60.000.

    5. Revelao, copias das fotos, e verificao daqualidade das mesmas.Obs.: Se for constatada falta de fotos oudeficincia (por exemplo, nuvens) em algumas,dever ser realizada novo voo.

    6. Confeo de um foto- ndice e, se necessrio,uma foto-carta para aquelas reas que nopossuam ainda mapas adequados.

    7. Exame estereoscpico das fotos, com

    observao de todas as dvidas que devem seresclarecidas na reambulao (no campo).

    8. Reambulao da rea, com anotao de todos osnomes dos acidentes(rios fazendas, etc.). Aanotao tambm das condies das estradas ecaminhos, bem como de outras informaes queno so visveis nas fotos.

    9. No campo, identificao precisa das posiesexatas dos pontos astronmicos e de apoio

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    bs ico. Identificao tambm de outros pontosvisveis nas fotos e, por geodesia, calculo desuas coordenadas (com preciso).

    10. Retorno da base; uso da aerotriangulacobaseada nos pontos e de apoio bsico geodsicopara escolha e clculo das coordenadas depontos suplementar. Para cada foto deve-se ter,

    pelo menos, nove pontos, que tambm precisamaparecer nas fotografias do seu recobrimento.Utilizao de um computador para o clculo dascoordenadas UTM de cada ponto.

    11. Uso de um aparelho denominadocoordenatgrafo para fazer a marcao de todosem uma folha de plstico estvel, que possui amesma escala final da carta. As folhas e todosos trabalhos subsequentes tm um tamanhoigual a aproximadamente 1,20 por 1,20 metros.

    12. Colocao de um par de fotos num aparelhodenominado restituidor fotogramtrico, e

    orientao deste modelo estereoscpico comfinalidade de eliminar as inclinaes devidasaos movimentos do avio no instante da tomadade cada fotografia.

    13. Percurso, por todo o modelo, de uma marcaflutuante, que dever ficar em contato com asuperfcie do modelo estereoscpico. Assimtodos os acidentes, como rios, estradas, curvasde nveis, casas etc,, so gravados atravs deum pantgrafo, sobre duas folhas de plsticoindeformavel, uma para a planimetria e outrapara a altimetria. Estes plsticos com desenhosfeitos somente na cor preta so chamados de

    originais fotogramtricos.

    14. Com muito cuidado, trs calcos cotendo nomes,hidrografia e pontos de controle so coladosdiretamente sobre os originais fotogramtricos .

    15. Os originais fotogramtricos so levados para olaboratrio e deles se obtm negativos namesma escala, dos negativos so obtidas cincocpias por uma camada de cor alaranjada. Umafolha deste tipo feita para as linhas de cadauma das cores finais da carta.

    16. Pelo processo de gravao, a camada alaranjada

    que est sobre o plstico recortada na formade linhas que ficam transparentes.

    17. Todos os nomes so preparados no tamanhoadequado em calcos tipo Decadry e coladosnos devidos lugares em folhas transparentes. preciso uma folha para cada cor de impressodas palavras.

    18. Fotograficamente so combinadas as folhas delinhas de mesma cor, resultando em cinco

    negativos, um para cada cor: azul, preto,vermelho, verde e spia (Marrom).

    19. As cpias provas reveladas so revisadasdetalhadamente, tanto para a deteno de errosde desenho, como tambm para erros derestituio e de campos. Os acidenteslocalizados nas margens da folha devem

    coincidir com os das folhas vizinhas. Depois detudo revisto, novos negativos so feitos.

    20. Um negativo para cada cor revelado em chapasque, em seguida entram na impressora.Geralmente de 2000 a 3000 cpias soimpressas de cada carta topogrfica.

    2.5 DISPONIBILIDADE DE CARTASTOPOGRFICAS NO BRASIL

    Apesar de que somente a metade do Brasilestava topograficamente mapeada at 1980 a maiorparte do que falta esta principalmente na Amaznia.

    Assim, mais que 95% da populao Brasileira moraem reas j mapeadas nas escalas 1:100.000 ou1:50.000.

    As notas abaixo explicam como uma podeconseguir (quando possvel) uma carta topogrficada rea onde vive.

    a- restrita a venda de cartas de algumas reas.Essas reas so principalmente, as de fronteirasou aquelas que incluem portos ocenicos oubases militares. Apesar de restries, algumasvezes o EMFA (Estado Maior das ForasArmadas localizado na Esplanada dos

    Ministrios em Braslia) libera a venda emcasos bem justificados.

    b- No existe um local central izado para venda dascartas. Cada rgo mapeador vende-asindependentemente.

    c- fcil seleccionar as cartas de interesse quandose tem um mapa ndice ou se conhece ascoordenadas geogrficas todos os postos devenda tm o mapa ndice, o qual atualizado acada ano pela DGS. Ver Item 4.5 sobre cdigose a Figura 4.18.

    d- As cartas so contguas (margem a margem) ese recobrimento. Portanto, se hs interesse emuma rea que est no canto de um mapa, preciso comprar quatro (4) cartas para abrange -la totalmente. Neste caso, talvez seja necessrioadquirir cartas de dois ou trs rgosmapeadores diferentes.

    e- Os preos de cada unidade so baixos(aproximadamente Cr$300,00 em 1981, ou seja,

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    aproximadamente trs dlares (US$3.00) porcarta.

    f- Em cada casos de cartas de edio esgotada,uma cpia pode ser consultada na sede daentidade mapeadora ou na DGS em Braslia.Uma vez encontrada, possvel pedirfotografias da zona de interesse da carta.

    g- Como cada carta de 1:100.000 recobre uma reade, aproximadamente, 50 por 55 Km, possvel, num automvel atravessar essa reano tempo de uma hora (ou, se a escala 1:50.000). portanto as pessoas que estejamassim movimentando-se, as quais desejemcartas para orientar passeios, camping, etc.,provavelmente precisam comprar dez ou maiscartas da regio (ou regies) de interesse.

    h- Quando uma pessoa quer adquirir cartas pelocorreio, preciso que ela especifique se quer osmapas dobrados em um envelope ou se pagar o

    custo extra para receb-lo num rolo protetor.

    CONCLUSO.

    Neste capitulo foi visto que muito rpida esuperficialmente a longa histria da cartografia e asituao contempornea no Brasil. Depois doscaptulos bsicos deste Volume Um, os outrosvolumes constantemente apresentam aspetos dacartografia contempornea, baseados na histria dacincia cartogrfica.

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    Captulo 3

    A COMUNICAO CARTOGRFICA

    Autor:Mark S. Monmonier

    3.1 INTRODUO

    O mapeamento, que consiste dosprocessos de desenho, compilao e impresso demapas, pode ser destinguido da cartografia que oestudo de mtodos de mapeamento e comunicaoatravs dos mapas. Esta diferenciao entre atecnologia (que se refer ao mapeamento) e e a artee cincia dos mapas (que cartografia) no implicanuma separao inerente aos papis quedesempenham. Mapeadores que tambem tomamdecises sobre os mtodos e objetivos socartgrafos, mesmo que os cartgrafos nonecessriamente desenhem um mapa. Noobstante, isto indica que o conhecimento sobre a

    produo de mapas e o seu uso requer mais que ahabilidade mecnica e artistica necessaria parades enhar uma representao padronizada de umapaisagem.

    3.1.1 Os Maiores Fatores da ComunicaoPor Mapas

    O principal tema da cartografia oprocesso da comunicao cartogrfica. O mapa emsi apenas uma das consideraes numa correnteque comea numa imagem da realidade quealgum deseja transmitir e culmina com os efeitos

    inteletuais ou fisicos do usurio do mapa. Osgrandes fatores desta corrente so:

    1) o autor do mapa2) a inteno da mensagem do mapa3) a tcnica de mapeamento4) o leitor do mapa5) a mensagem recebida pelo leitor do

    mapa

    Os quatros primeiros componentes tminfluncia diferenciada na eficcia da comunicaocartogfica, que est refletida no quinto fator.

    1) Os autores dos mapas podem serescritores, propagandistas, editores de atlas,estudantes, educadores, decisores do governo,empresrios de informaes geogrficas ou qualqueroutra pessoa que tentar comunicar algumaimformao geogrfica. Eles no preciso sercartografos e nem sempre um cartgrafo esttrabalhando com eles. Como ponto de partida decomunicao cartogrfica, os autores devem saberno somente o que eles querem que os seus mapasmostrem, mas tambm os limites da tecnologia de

    mapeamento e as necessidades e capacidades deleitura de mapasde seus leitores. Uma deficincia doautor em qualquer destas reas pode conduzir a umainterpretao incorreta do mapa pelos seus usarios,ou ento o mapa pode ser ignorado, fato muito maiscomun do que imaginam os cartgrafos. Umexemplo frequente de no uso de mapas o dailustrao em livros -textos, a qual solicita poucomais que uma rpida olhada o estudante que v osmapas como se fossem pginas a menos para ler.

    2) A mensagem pretendida pelo mapa podeser simples ou complexa. O importante que elaprecisa estar clara na mente do autor; cas o contrrio,o mapa ser prvavelmente deficiente. Alguns dosmapas menos efetivos ou aproveitveis so aquelesincludos em artigos profissionais, livro-textos einformes oficiais, os quais so unicamente enfeitescolocados simplesmente porque outros autores demateria semelhante tambm usam mapas. Alm

    disso, mesmo se um mapa apropiado, a falha doautor em identificar precisamente o que o mapa querdizer frequentemente conduz incluso de detalhesalheios que servem somente para obscurecer amensagem. Da mesma forma, se a mensagem for narealidade duas ou mais mensagens, maisapropriado fazer um mapa individual para cada umadelas. Esta separao evita que se force a habilidadedo leitor em discernir as vrias mensagens de ummapa complexo.

    3) A tcnica de mapeamento importantepor vrias razes bvias. Algumas projees, algunsmtodos de simbolizao e graus de generalizao

    so mais apropiados que outros em se tratando defacilitar a comunicao cartogrfica. Morrison(1971: 1-8), em um estudo de diferentes mtodospara delimitao de isolinhas (linhas que unempontos de igual valor) interpoladas entre pontosespalhados, mostra que existem vrias fontes deerros possiveis: na coleta, gravao e manipulaodos 1) dados 2) no desenho e na reproduo 3) naleitura e anlise de mapas. Os erros produzidospelos mtodos podem ocorrer em qualquer estgioentre a coleta e o ajuste de dados originais e oposicionamento do primeiro ponto do desenho final.Em mapas de isolinhas, por exemplo a inexatidopode resultar da seleo do tamanho da amostra,

    tipo da amostra e do modelo de interpolao usadopara estimar valores da superficie (em curvas denvel) quando eles no tenham sido fornecidos nosdados originais (morrison 1971:12-13). Pelo fato dealguns mtodos de mapeamentos serem maiscomplexos e com maior possibilidades de absorvererros que outros, a seleo de um procedimentoespecifico para generalizao, classificao esimbolizao outro fator na produo de errosdevidos aos mtodos cartograficos. A deciso depreparar um mapa ponti lhado, que envolve o

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    posicionamento de muitos pontos no desenho final,aumenta a probabilidade de produo de erros pelomtodo. Alm disso, erros de desenhos associados asimbolizao inapropriados podem combinar comerros de uma m escolha da projeo ou um lay-out desagradvel do mapa, legenda e ttulo,impedindo a trasmisso de mensagem pretendida.

    4) As proprias caracteristicas do leitorfornecem um outro possivel obstculo acomunicao cartografica efetiva. Por exemplo podesurgir dificuldade do siste