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©Instituto de Geociências Prof. Alfonso Schrank Anfibólios Os anfibólios são silicatos em cadeia (inossilicatos). Possuem fórmula geral [Si 4-x Al x O 11 OH] 2 R 14 + 2x X é compreendido entre 0 e 1. R 14 + 2x representa 14 + 2x valências saturáveis pelos cátions: Na, (K) Ca, Fe 2+ , Mg, (Ti) Al, Fe 3+ Sob vários aspectos esses minerais são comparáveis aos piroxênios. São ortorrômbicos e monoclínicos, são caracterizados por duas clivagens m (110), fazendo porém entre elas um ângulo de 55 a 56 0 e não mais 87 0 . Além disso, as clivagens dos anfibólios são muito mais finas e regulares que as dos piroxênios.

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Anfibólios

Os anfibólios são silicatos em cadeia (inossilicatos). Possuem fórmula geral [Si4-xAlxO11 OH]2 R14 + 2x

X é compreendido entre 0 e 1. R14 + 2x representa 14 + 2x valências saturáveis pelos cátions:

Na, (K)Ca, Fe2+, Mg, (Ti)

Al, Fe3+

Sob vários aspectos esses minerais são comparáveis aos piroxênios. São ortorrômbicos e monoclínicos, são

caracterizados por duas clivagens m (110), fazendo porém entre elas um ângulo de 55 a 560 e não mais

870. Além disso, as clivagens dos anfibólios são muito mais finas e regulares que as dos piroxênios.

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Clivagens e estrutura interna

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Anfibólios ortorrômbicosAs espécies mais importantes são a antofilita e a gedrita.

Antofilita [Si4O11 OH]2 (Mg, Fe)7 . O Fe substitui o Mg até 40%. Acima disso a simetria torna-se monoclínica e passa-se à cumingtonita.Gedrita : variedade aluminosa da antofilita. Tem composição bastante variável:

[Si3 - 3,5 Al1 – 0,5 O11 OH]2 Al1 – 2 (Mg, Fe)6 - 5

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Cristalizam em prismas, baguetes, fibras mais ou menos aciculares. Todas são formas alongadas segundo c.Posição da indicatriz : Ng segundo c, Nm segundo b, Np segundo a. Plano dos eixos óticos g1 (010).LN – Refringência média N ~ 1,60 à 1,70.- Seções normais ao alongamento mostram duas clivagens losangulares m (110) à 560.- Seções paralelas à c – zona mm (hk0) – muito alongadas, com freqüência fibrosas, à clivagem aparentemente única.- Incolores à fracamente coloridas. LP – Birrefringência média. Tintas de polarização do fim da 1ª. O, início da 2ª.- Seções da zona mm (hk0) à extinção reta, alongamento positivo.LC – Biaxiais, 2 V grande.

Características em comum

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Antofilita

LN – Refringência crescente com o teor em Fe. Ng = 1, 623 à 1,664 – Nm = 1,616 à 1,651 – Np = 1,598 à 1,647.- Incolor.LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,026 à 0,017 (fim da 1ª. O).LC – Biaxial negativo ou positivo, 2 VNp = 58 à 1150.Ocorrência : Nos xistos cristalinos com anfibólios monoclínicos. Igualmente nos peridotitos e serpentinitos.Alterações : freqüente para talco.

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Antofilita substituindo ortopiroxênioA antofilita é um orto-anfibólio incolor que pode resultar da substituição de orto-piroxênios (hiperstênio, enstatita) no retro-metamorfismo de rochas ultramáficas (piroxenitos, peridotitos), como neste exemplar.

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Gedrita

LN – Refringência crescente com o teor em Fe. Ng = 1, 658 à 1,691 – Nm = 1,651 à 1,676 – Np = 1,642 à 1,669.- Incolor à fracamente colorida com pleocroísmo pouco nítido :

Ng : marrom amarelado à cinzaNp : marrom amarelado claro à incolor

LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,016 à 0,022 (fim da 1ª. O).LC – Biaxial negativo ou positivo, 2 VNp = 70 à 1000.Ocorrência : Nos anfibolitos, eclogitos, gnaisses à cordierita e granada.

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A gedrita apresenta pleocroismo em tons de marrom amarelado-incolor-cinza e tintas de interferência mais baixas (1ª. O) que os anfibólios monoclínicos.

LN LP

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Gedrita em cordierita-gneissSendo um anfibólio ortorrômbico possui extinção paralela ao alongamento dos cristais (extinção reta). Se associa a minerais aluminosos (cordierita, granada, estaurolita,...) e outros anfibólios. A antofilita é um ortoanfibólio menos aluminoso separado da gedrita por um vazio de miscibilidadade definido pelos conteúdos de Al e Na.

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Anfibólios monoclínicosclassificação 1

A composição química dos anfibólios permite dividí-los em 3 grupos (*).

1. Anfibólios cálcicos e ferromagnesianosSérie da Cumingtonita [Si4O11 OH]2 (Fe, Mg)7 tem como extremos:

Kupferita [Si4O11 OH]2 Mg7 (apenas para lembrança)Grunerita [Si4O11 OH]2 Fe7

Série da Actinolita [Si4O11 OH]2 Ca2 (Fe, Mg)5 tem como extremos:Tremolita [Si4O11 OH]2 Ca2 Mg5

Ferroactinolita [Si4O11 OH]2 Ca2 Fe5

(*) Em razão do número e extensão das soluções sólidas, com freqüência bastante complexas, existentes nesta família, esta classificação é consequentemente um pouco arbitrária. Entretanto, ela tem além de lógica, um interesse prático indiscutível.

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Anfibólios monoclínicosclassificação 2

2. Anfibólios intermediários (Hornblendas)Hornblenda Comum ou H. Verde [(Si, Al)4 O11 OH]2 Na0 – 1 Ca2 (Mg, Fe)3 – 5 Al0 – 2

Variedades cuja composição química é bem determinada:

Edenita [Si7 AlO22 (OH)2] NaCa2Mg5

Pargasita [Si6 Al2O22 (OH)2] NaCa2Mg4 AlTchermaquita [Si6 Al2O22 (OH)2] Ca2Mg3Al2

Hornblenda basáltica ou OxihornblendaDifere composicionalmente das anteriores pela presença de O-2 e Fe3+ em substituição de (OH) 2- e

Al.Série da Barquevicita [Si6 Al2O22 (OH)2] Na Ca2 (Fe, Mg)4 (Fe3+, Al) tendo como

extremos :Magnesiohastingsita [Si6 Al2O22 (OH)2] Na Ca2 Mg4 (Al, Fe3+)Hastingsita [Si6 Al2O22 (OH)2] Na Ca2 Fe4 (Fe3+, Al)

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Anfibólios monoclínicosclassificação 33. Anfibólios sódicos

Richterita [Si4O11 OH]2 Na2 Ca (Fe, Mg)7

Variedade sódica da actinolita.Série do Glaucofano [Si4O11 OH]2 Na2 (Mg, Fe)3 (Al, Fe3+)2 tem como extremos:

Glaucofano [Si4O11 OH]2 Na2 (Mg, Fe)3 Al2Bababudanita [Si4O11 OH]2 Na2 (Mg, Fe)3 Fe3+

2

A crossita é uma variedade intermediária.

Riebequita [Si4O11 OH]2 Na2 (Fe, Mg)3 Fe3+2

A imerita é uma variedade potássica e cálcica. A crocidolita é uma variedade asbestiforme(fibras longas e delicadas à extinção reta), encontrada em certos xistos cristalinos. A osanitadifere da riebequita apenas pela polição do plano dos eixos óticos, normal à g1 (010) (Ng segundo b).

Série da Arfedsonita [Si4O11 OH]2 Na3 (Mg, Fe)4 (Fe3+ , Al)2 tem como extremos:Eckermanita [Si4O11 OH]2 Na3 Mg4 AlArfvedsonita [Si4O11 OH]2 Na3 Fe2+

4Fe3+

A fluotaramita é uma espécie intermediária.

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Prismas alongados segundo c, de formas geralmente mais esticadas que as dos piroxênios, seguidamente aciculares ou mesmo fibrosas, apresentando as faces m (110), g1 (010), mais raramente h1 (100).- Clivagens constantes m(110) à 560.- Posição da indicatriz : Nm segundo b, em conseqüência o plano dos eixos óticos : g1 (010), salvo raras exceções. Os dois outros índices ocupam dentro de g1 (010) uma posição qualquer à priori.- Macla frequente h1 (100), por hemitropia normal.LN – Seções normais ao alongamento de aspecto hexagonal, mostram duas clivagens losangulares m (110) à 560 finas e bastante regulares.- Seções paralelas ao eixo c – zona mm (hk0) – seguidamente alongadas, mostrando o traço único das clivagens m (110).LP – Seções da zona mm (hk0) à extinção geralmente oblíqua em relação ao traço em comum das clivagens m (110) (há não ser, evidendemente, pela seção h1

(100) que tem extinção reta). O ângulo máximo de extinção dessas seções é característico de cada espécie. Da mesma maneira que para os piroxênios, o ângulo será simbolizado por Ng ^ c ou Np ^ c (ângulo agudo de Ng ou de Np com c).- Seções da zona mm (hk0) tem alongamento positivo, salvo para riebequita e arfvedsonita.

Características em comum

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Características em comum 2- Macla h1 (100) frequente, simples, repetida um pequeno número de vezes, ou polissintética.LC – Biaxiais negativos, salvo pela cumingtonita, pargasita e, por vezes, pela riebequita.

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I - Anfibólios cálcicos e ferromagnesianos

Série da cumingtonitaEm cristais prismáticos alongados, quase fibrosos, seguidamente agrupados em agregados paralelos e radiados.LN – Refringência forte, crescente com o teor em Fe. Ng = 1, 66 à 1,73 – Nm = 1,64 à 1,71 – Np = 1,63 à 1,69.- Geralmente incolores. Os termos muito ferríferos (grunerita) são fracamente coloridos, com pleocroísmo pouco nítido :

Ng : esverdeado, amarelo amarronado claro.Nm : amarronado muito claro à incolor.Np : amarelo muito claro à incolor

LP – Birrefringência muito forte : Ng – Np = 0,028 à 0,043 (2ª. O e início da 3ª. O).- Ng ^ c = 10 à 200. Alongamento positivo.- Macla h1 (100) muito frequente, seguidamente polissintética fina.LC – Biaxial de sinal variável, 2 V entre 80 e 900.Ocorrência : Em corneanas, xistos pouco metamórficos, micaxistos. A grunerita é um anfibólio característico de certos minérios de ferro.

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Cumingtonita – pleocroismo (tons de verde e marrom) em LN e tintas do início da 2ª. O em LP. Neste anfibolito ela desenvolveu-se em cristais prismáticos, alongados segundo c.

LN LP

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Cumingtonita com lamelas de exsoluçãoOs anfibólios também podem desenvolver lamelas de exsolução. Neste caso, num detalhe do diapositivo anterior, a cumingtonitaapresenta lamelas de hornblenda paralelos e subortogonais à clivagem mm (hk0). (LN)

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Série da actinolitaEm prismas muito alongados, aciculares, seguidamente fibrosos (quando são os amiantos).LN – Refringência mediana a forte : Ng = 1, 624 à 1,704 – Nm = 1,613 à 1,699 – Np = 1,600 à 1,688.- A tremolita é incolor. A actinolita é mais ou menos colorida com pleocroísmo nítido :

Ng : verde azulado bastante claro.Nm : verde claro.Np : verde amarelado claro a incolor.

LP – Birrefringência bastante forte : Ng – Np = 0,016 à 0,024. Polarizam na 2ª. metade da 1ª. O e início da 2ª.- Ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) : Ng ^ c = 11 à 170. Alongamento positivo.- Macla h1 (100) frequente, repetida. Por vezes macla p (001) polissintética fina.LC – Biaxial negativo, 2 V = 74 e 850.Ocorrência : Xistos cristalinos e corneanas cálcicas com quartzo, albita, clorita, epidoto, calcita. Meta-basaltos (actinolita) e meta-komatiítos (tremolita). As actinolitasestão entre os produtos de uralitização mais frequentes.Alteração : Em clorita, epidoto, calcita, talco, etc.

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Actinolita. Pleocroismo verde muito pálido em LN e tintas de 2ª. O em LP. Substituiu fenocristais de piroxênio em um meta-basalto.

LN LP

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Série da actinolita (cont.)Confusões possíveis :

- anfibólios ortorrômbicos : Extinção reta- cumingtonita, grunerita : Birrefringência mais elevada.- Cloritas, micas duras, hornblenda verde : ver hornblenda verde.- Wolastonita : Extinção sub-reta das seções alongadas, 2 V menor (2 V = 35 à 400).

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II - Anfibólios intermediáriosHornblenda comum ou hornblenda verdeEm cristais prismáticos alongados segundo c, por vezes aciculares.LN – Refringência crescente com o teor em Fe : Ng = 1, 64 à 1,71 – Nm = 1,63 à 1,70 – Np = 1,63 à 1,68.- Seções normais ao alongamento mostram duas clivagens losangulares m (110) à 560.- Coloração mais ou menos intensa em tons de verde com pleocroísmo nítido :

Ng : verde oliva, verde azul, verde amarronado.Nm : verde amarelado, verde franco, verde oliva.Np : verde amarelo claro, amarelo claro, amarelo amarronado claro.

LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,014 à 0,026. Polariza a partir do amarelo de 1ª. O até o azul de 2ª. - Ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) : Ng ^ c = 15 à 270. Alongamento positivo.- Macla h1 (100) frequente, seguidamente repetida um pequeno número de vezes.LC – Biaxial negativo, 2 V entre 63 e 870. (40 à 800 segundo alguns autores)

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Hornblenda comum em luz naturalNotar as clivagens típicas dos anfibólios nas seções basais e as variações de cores marrons, amarelo e verde oliva, dependendo da orientação.

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As cores de pleocroísmo são, neste caso, variações em tons de verde e verde amarronado. As tintas de polarização variam do amarelo de 1ª. ao azul de 2ª. Ordem.

LN LP

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Hornblenda comum ou hornblenda verde (cont.)

Ocorrência : A hornblenda verde é um constituinte ferromagnesiano muito comum em rochas eruptivas. É bem característica de teores em Ca importantes e H2O: granitos calcio-alcalinos, sienitos, dioritos e seus equivalentes vulcânicos.Mineral característico dos epidioritos onde resulta da uralitização dos piroxênios (a uralita é uma mistura de hornblenda verde e actinolita resultante da alteração de piroxênios).Em determinados lamprófiros.Por vezes mineral essencial de certas rochas metamórficas (anfibolitos, corneanas à anfibólio, etc.)

Alterações : Em clorita, epidoto, calcita, etc.

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Hornblenda comum ou hornblenda verde (cont.)

Confusões possíveis :- Cloritas : Uma só clivagem p (001), extinção reta/sub-reta mais ou menos completa.

Birrefringência mais baixa. Quase uniaxiais.- Micas duras : Uma só clivagem. Extinção reta/sub-reta salvo o cloritóide, mas este tem alongamento positivo.- Aegerina : Clivagens grosseiras (110) sub-ortogonais. Refringência e birrefringência mais elevadas. Ângulo máximo de extinção das seções (hk0) menor. Alongamento negativo. Ocorrências distintas.- Actinolita : Existem todos os intermediários entre actinolita e hornblenda verde e assim não é possível uma determinação segura, há não ser na microssondaeletrônica. Em primeira aproximação, considerações sobre o fácies metamórfico, a cor (sempre mais pálida na actinolita) e o ângulo máximo de extinção (menor para a actinolita) podem levar a uma estimativa aceitável.- Pargasita : Biaxial positivo.- Cumingtonita : Birrefringência mais elevada.- Gedrita : Extinção reta.

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Pargasita

LN – Refringência média. Ng = 1, 63 à 1,66 – Nm = 1,62 à 1,65 – Np = 1,61 à 1,64.- Incolor à fracamente colorida com pleocroísmo pouco nítido :

Ng : verde azuladoNp : verde claro

LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,019 à 0,025 (fim da 1ª. O e início da 2ª. O). Ng ^ c = 25 à 280. Alongamento positivo.LC – Biaxial positivo, 2 V = 50 à 650.Ocorrência : Em certos paragnaisses e lherzolitos do manto. Também em calcários metamórficos com wolastonita, granada, condrodita. A pargasita é o anfibólio estável em paragêneses acima de 3 GPa (giga-pascais), condições de pressão existentes no manto. Juntamente com a flogopita permite a existência de H2O estrutural em condições mantélicas.

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Pargasita lherzolitoA pargasita é um mineral relativamente raro. Pode encontrar-se associada com piroxênios e granada em exposições de rochas do manto que podem conter rubís. Aqui em LP mostra tintas claras de 2ª. Ordem associada à granada e plagioclásios.

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LN – Refringência forte : Ng = 1, 70 à 1,75 – Np = 1,66 à 1,70.- Fortemente colorida com pleocroísmo intenso nos tons amarronados, análogos à biotita:

Ng : marrom escuro, marrom avermelhado, marrom esverdeado escuro.Nm : marrom, marrom avermelhado.Np : marrom amarelo claro, amarelado.

LP – Birrefringência elevada : Ng – Np = 0,030 à 0,050 podendo atingir 0,075. Tintas das 2ª. e 3ª. Ordens sempre escurecidas pela cor própria do mineral.- Ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) : Ng ^ c = 0 à 100. Alongamento positivo.- Macla h1 (100) frequente.LC – Biaxial negativo, 2 V grande = 60 - 800.Ocorrência : Rochas vulcânicas: andesitos, basaltos, tefritos. Apresenta-se em cristais frequentemente envolvidos por uma borda opaca de óxidos de Fe ou Ti, análoga à observada, nas mesmas condições, em torno da biotita. Também em gabros e rochas ultrabásicas.Confusões possíveis : Biotita = Uma só clivagem. Extinção reta. Jamais maclada. Praticamente uniaxial.Barquevicita : Birrefringência mais baixa. Ângulo de extinção maior.

Hornblenda marrom

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Hornblenda marrom em andesitoMais típica das rochas ígneas, o pleocroísmo varia em tons de marrom escuro a marrom amarelado. Nas rochas vulcânicas, como acima, os fenocristais seguidamente exibem bordos ornados por minerais opacos. As tintas de birrefringência de 2ª. e 3ª. Ordens são escurecidas pela cor do mineral.

LN LP

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Hornblenda marrom em hornblenda gabroNovamente o pleocroísmo varia em tons de marrom escuro a amarelo amarronado. Em rochas intrusivas como neste gabro não ocorrem bordos de opacos. As tintas de birrefringência até azul de 2ª. Ordem não alcançam a birrefringência máxima (3ª. O). A clivagem grosseira e as fraturas impedem confusão com a biotita.

LN LP

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Hornblenda titanífera (Kaersutita)

É praticamente impossível distinguir da hornblenda marrom, da qual é uma variedade apenas, com mesmas ocorrências.LN – Ng ~ 1,70 – Nm ~ 1,69 – Np ~ 1,67 à 1,68.- Coloração e pleocroísmo como na hornblenda marromLP – Birrefringência forte : Ng – Np = 0,020 à 0,035. Ng ^ c = 5 à 100. LC – Biaxial negativo, 2 V = 79 à 830.

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Barquevicita - HastingsitaOs números em negrito correspondem à barquevicita, único termo importante da série.

LN – Refringência forte. Ng = 1, 65 – 1,69 – 1,71 – 1,72 - Np = 1,64 – 1,67 – 1,69 – 1,70.- Clivagem suplementar pouco nítida g1 (010).- A barquevicita apresenta um pleocroísmo análogo ao da hornblenda marrom:

Ng : marrom-vermelho escuroNp : amarelo-marrom claro

- As hastingsitas são coloridas e pleocróicas nos tons de verde:Ng : verde, verde escuroNp : verde claro, marrom esverdeado claro

LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,016 - 0,020 – 0,022. Tintas do fim da 1ª. Ordem, mascaradas pela cor do mineral. - Ângulo max. de ext. : Ng ^ c = 15 – 18 – 27 - 440. Macla h1 (100) freq.LC – Biaxial negativo, 2 V = 24 – 40 – 53 - 680.Ocorrência : Sienitos nefelínicos.

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III - Anfibólios sódicosRichteritaVariedade sódica da actinolita, da qual difere pelas seguintes características:LN – IncolorLP – Ng ^ c = 17 à 190.LC – Biaxial negativo, 2 V = 66 e 700.Ocorrência : Mineral raro dos escarnitos, calcários e dolomitos metamórficos. Também em certas mineralizações de ferro e manganês com rodonita.

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Glaucofano –(crossita)

Prismas finos e alongados, por vezes aciculares.Na crossita Ng segundo b, Nm vizinho de c. Plano dos eixos óticos normal à g1 (010).

LN – Refringência crescente com o teor em Fe : Ng = 1, 63 à 1,67 – Np = 1,61 à 1,65.- Colorido e pleocróico em tons de azul e amarelo :

Ng : azul turquesa à violáceoNm : azul lavandaNp : incolor à amarelo pálido

LP – Birrefringência bastante baixa : Ng – Np = 0,013 à 0,021. Tintas de 1ª. O por vezes mascaradas pela cor do mineral.- ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) :Glaucofano : Ng ^ c = 5 à 70. Alongamento positivo.Crossita : Nm ^ c = 3 à 50. Alongamento de sinal variável.LC – Biaxial negativo, 2 V = 0 à 600.Ocorrência : Em rochas metamórficas muito particulares, de alta pressão e baixa temperatura – os chamados xistos azuis. Mais raramente nos eclogitos.

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Glaucofano em xisto azulO glaucofano é caracteristicamente pleocróico em tons de azul e violeta. Como a maioria dos clino-anfibólios a birrefringência máxima é da 2ª. Ordem (no caso do glaucofano, do início da 2ª. O).

LN LP

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RiebequitaCristais prismáticos. A crocidolita é uma variedade asbestiforme.LN – Refringência bastante elevada : Ng = 1, 689 à 1,699 – Nm = 1,687 à 1,697 –Np = 1,685 à 1,695.- Clivagem suplementar g1 (010) pouco nítida.- Forte coloração em tons de azul. Pleocroísmo direto (apesar do alongamento negativo) extremamente intenso :

Ng : azul muito escuro à opacoNm : azul claroNp : amarelo esverdeado

LP – Birrefringência muito baixa : Ng – Np = 0,004. Tintas de polarização inteiramente mascaradas pela cor do mineral.- Ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) : Ng ^ c = 0 à 80. Alongamento negativo.LC – Biaxial negativo (raramente positivo), 2 V = 80 à 900.Ocorrência : Como para aegerina e arfvedsonita com as quais seguidamente é associada. É um mineral característico de rochas sódicas : granitos hiper-sódicos, sienitos nefelínicos.Confusões possíveis : Arfvedsonita : Ângulo máximo de extinção em geral bem maior (Np ^ c = 6 à 400).

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Riebequita em xistos azuisTípica cor azulada destes anfibólios sódicos que podem ser encontrados junto ao glaucofano nos xistos azuis. Difere do glaucofano pelo sinal de alongamento que é negativo.

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Crocidolita envolvida por vidro vulcânicoVariedade asbestiforme da riebequita, exibe em luz natural as típicas cores azuladas destes anfibólios de rochas vulcânicas hiper-alcalinas. Crocidolita e riebequita também são chamados de anfibólios azuis.

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Arfvedsonita- Cristais prismáticos, por vezes agregados fibrosos. Clivagem suplementar g1 (010) muito imperfeita, não visível em lâmina delgada.- Posição da indicatriz : Ng segundo b. Plano dos eixos óticos normal a g1 (010). LN – Refringência crescente com o teor em Fe : Ng = 1, 68 à 1,70 – Np = 1,67 à 1,69.- Fortemente colorida e pleocróica em tons de azul e verde. Pleocroísmo direto (apesar do alongamento negativo) :

Ng : azul verde escuro, “azul de Berlim”Nm : amarelo esverdeado ou amarronadoNp : acinzentado, amarelado, esverdeado claro.

LP – Birrefringência baixa : Ng – Np = 0,005 à 0,011.- Ng ^ c = 6 à 400. Alongamento negativo.- Macla h1 (100) bastante rara.LC – Biaxial de sinal variável, 2 VNp = 50 à 1000.Ocorrência : Mineral de rochas sódicas (granitos hiper-sódicos, sienitos nefelínicos, às vezes rochas metamórficas).Confusões possíveis : Aegerina : Clivagens grosseiras (110) sub-ortogonais, cor em geral mais francamente verde. Birrefringência mais forte, Np ^ c em geral menor.Riebequita : Np ^ c em geral menor.

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Arfvedsonita em lujavritoSeções em luz natural permitem observar as diferentes cores de pleocroísmo (verde, verde azulado, amarelo e marrom) desta Mg-arfvedsonita de Lovozero (ITA). As seções basais mostram formas hexagonais e a típica clivagem losangular, bastante nítida, interrompida, em traços grossos, que caracteriza os anfibólios.

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AnfibolóidesOs anfibolóides, ou anfibólios triclínicos, representam em relação aos anfibólios, o mesmo papel que os piroxenóides em relação aos piroxênios. O único representante importante é a aenigmatita.

[Si4 O11] Ti O3 Na2 (Fe, Mg)2 (Fe3+ , Al)2 (aproximada)

Aenigmatita (Cossirita)- LN – Refringência muito forte : Nm ~ 1, 80.

- Forte colorida e pleocróica em tons de marrom :Ng : marrom escuro à opacoNp : marrom-vermelho claro.

LP – Birrefringência muito baixa : Ng – Np = 0,004 à 0,007.- Ng ^ c = 6 à 400. Alongamento negativo.- Macla h1 (100) bastante rara.LC – Biaxial positivo, 2 V = 320. Plano dos eixos óticos vizinho de (110).Ocorrência : Mineral raro de rochas hiper-alcalinas (granitos, sienitos, sienitos nefelínicos e foiaítos).

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Aenigmatita vermelhaAenigmatita associada com aegerina (verde) em sodalita foiaito da Groenlândia. Vista em LN mostra cor marrom escura, quase opaca, característica.