137
Teologia

Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Teologia

Page 2: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

AEADEPAR - Associação Educacional das Assembléias dc Deus no Estado do Paraná

il^ ~ j f~̂ \ O L O G ' ^

IB A D E P - In s t i tu to B íb l ico das A ssem b lé ia s d e Deus no E s tado d o Paraná

Av. B rasil . S/N° - V ila E le t ro su l - C x .P o s ta l 248 8 5 9 8 0 -0 0 0 - G u a íra - PR

F o ne /F ax : (44 ) 642-2581 / 642-6961 / 642-5431 E-m ail: ibad ep @ ib ad ep .c o m

S ite : w w w .ib adep .co m

Digitalizado por

Page 3: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

A n j o s , H o m e m , P e c a d o e S a l v a ç ã o

Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná.

Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores

3a Edição - Setembro / 2004

Todos os direitos reservados ao IBADEP

Page 4: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Diretorias

CIEADEPPr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra

Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Israel Sodré - I o Vice-Presidente

Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário

Pr. Carlos Soares - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro

Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro

AEADEPAR - Conselho DeliberativoPr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator

Pr. Israel Sodré - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Carlos Soares - Membro Pr. Simão Bilek - Membro

Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro Pr. Daniel Sales Acioli - Membro

Pr. Jamerson Xavier de Souza - Membro

AEADEPAR - Conselho de Administração Pr. Perci Fontoura - Presidente

Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Ev. Gilmar Antonio de Andrade - I o Secretário

Ev. Jessé da Silva dos Santos - 2o Secretário Pr. José Polini - I o Tesoureiro

Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tesoureiro

IBADEPPr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro

Pr. Walmir Antonio dos Reis - Coord. Pedagógico

Page 5: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf
Page 6: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Cremos

Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justi ficação das almas recebidas gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na possibilidade que temos de viver em santidade mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; IPe 1.15). No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas,

Page 7: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade ( ICo 12.1-12). Na Segunda vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação. Segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos ( lT s 4.16,17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos comparecerão ante o tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). No juízo vindouro que recompensará os fiéis (Ap 20.11-15). E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).

Equipe Redatorial

Page 8: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Metodologia de Estudo

Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação.

Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na problemática atual, para que possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à igreja em que está inserido.

Consciente desta realidade, não apenas acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados:1. Devocional:

a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar-lhe a oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus;

b) Com a sua humildade e oração, Deus irá i luminar e direcionar suas faculdades mentais através do Espírito Santo, desvendando mistérios contidos em sua Palavra;

c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os conteúdos.

2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugarpróprio para estudar em casa. Ele deve ser:a) Bem arejado e com boa iluminação (de

preferência, que a luz venha da esquerda);b) Isolado da circulação de pessoas;c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.

3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança

Page 9: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da importância dos itens abaixo:a) Estabelecer um horário de estudo extradasse,

dividindo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que tiver maior dificuldade);

b) Reservar, diariamente, algum tempo para descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado de outras atividades;

c) Concentrar-se no que está fazendo;d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa,

tronco ereto), para evitar o cansaço físico;e) Não passar para outra lição antes de dominar bem

o que estiver estudando;f) Não abusar das capacidades físicas e mentais.

Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa para descansar.

4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplinaapresenta características próprias, envolvendo diferentes comportamentos: raciocínio, analogia,interpretação, aplicação ou simplesmente habilidades motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure:a) Colaborar para a manutenção da disciplina na

sala-de-aula;b) Participar ativamente das aulas, dando

colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro;

c) Anotar as observações complementares do monitor em caderno apropriado.

d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.5. Estudo Extradasse: Observando as dicas dos itens 1

e 2, você deve:

Page 10: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

a) Fazer diariamente as tarefas propostas;b) Rever os conteúdos do dia;c) Preparar as aulas da semana seguinte (constatando

alguma dúvida, anote-a para apresentá-la ao monitor na aula seguinte. Não deixe que suas dúvidas se acumulem).

d) Materiais que poderão ajudá-lo:* Mais que uma versão ou tradução da Bíblia

Sagrada;* Atlas Bíblico;* Dicionário Bíblico;* Enciclopédia Bíblica;* Livros de Histórias Gerais e Bíblicas;* Um bom dicionário de Português;* Livros e apostilas que tratem do mesmo

assunto.e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente:

* A necessidade de dar a sua colaboração pessoal;

* O direito de todos os integrantes opinarem.6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações:

a) Revise toda a matéria antes da avaliação;b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!);c) Concentre-se no que está fazendo;d) Não tenha pressa;e) Leia atentamente todas as questões;f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis;g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a

prova.

Bom Desempenho!

Page 11: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Currículo de Matérias

1. Educação Geral3 * História da Igreja c * Educação Cristã

* Geografia Bíblica

2. Ministério da Igreja* Ética Cristã / Teologia do Obreiro

o * Homilética / Hermenêutica* Família Cristã

a * Administração Eclesiástica

3. Teologia* Bibliologia

* * A Trindadec * Anjos, Homens, Pecado e Salvação.

* Heresiologia* Eclesiologia / Missiologia

4. Bíblia* Pentateuco* Livros Históricos* Livros Poéticos* Profetas Maiores

<s * Profetas Menores* * Os Evangelhos / Atos? * Epístolas Paulinas / Gerais

* Apocalipse / Escatologia

Page 12: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Abreviaturas

a.C. - antes de Cristo.ARA - Almeida Revista e Atualizada ARC - Almeida Revista e Corrida AT - Antigo Testamento BLH - Bíblia na Linguagem de Hojec. - Cerca de, aproximadamente, cap. - capítulo; caps. - capítulos, cf. - confere, compare.d.C. - depois de Cristo.e.g. - por exemplo, gr. - gregohb. - hebraicoi.e. - isto é.lit. - literal, li teralmente.LXX - Septuaginta (versão grega do AntigoTestamento)m - Símbolo de metro.MSS - manuscritosNT - Novo TestamentoNVI - Nova Versão Internacionalp. - página.ref. - referência; refs. - referênciasss. - e os seguintes (isto é, os versículos consecutivosde um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss,significa IPe 2.1-25).séc. - século (s).v. - versículo; vv. - versículos.ver - veja

Page 13: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf
Page 14: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

índice

Lição 1 - A C r ia ç ã o ............................................................15

Lição 2 - A Doutrina dos Anjos: Angelologia....39

Lição 3 - A doutrina do Homem: Antropologia..63

Lição 4 - A Doutrina do Pecado: Hamartiologia .... 87

Lição 5 - A Doutrina da Salvação: Soteriologia.111

Referências Bibl iográficas .............................................. 135

Page 15: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf
Page 16: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Lição 1A Criação

O ponto de partida de nossa fé é exatamente o tipo de crença esposado1 quanto à Pessoa de Deus (Hb 11.6).

A Bíblia identifica como louca a pessoa que nega a existência de Deus (SI 14.1), muito embora em nenhum dos seus 66 livros o Espírito Santo jamais estabeleceu qualquer argumento, de natureza filosófica ou racional tentando provar a existência de Deus. Aqueles que se dão ao estudo comparativo das religiões, são unânimes em afirmar que a crença na existência de Deus é de natureza praticamente universal. Essa crença acha-se arraigada até entre as nações e tribos mais remotas da terra. Contudo, isto não quer dizer que não existam aqui e ali indivíduos que negam completamente a existência de Deus, como revela a Escritura: um Ser supremo e pessoal, existente por si, consciente e de infinita perfeição, que faz todas as coisas de acordo com um plano predeterminado.

Declaramos que Deus trouxe à existência tudo o que há, sem o uso de nenhuma matéria preexistente. Tanto o primeiro versículo da Bíblia como a frase que abre o Credo Apostólico confessa Deus como Criador. O tema de Deus como Criador dos céus e da terra é

1 D e s p o s a d o , c as ad o .

15

Page 17: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

claramente ensinado nas Escrituras do princípio ao fim (Gn 1.1; Is 40.28; Mc 13.19; Ap 10.6). A Bíblia afirma que Deus é o Criador do homem e da mulher sem mediação (Gn 1.26-27; Mc 10.6), de Israel, povo da sua aliança (Is 43.15) e de todas as coisas (Cl 1.16; Ap4.11). Com as Escrituras sustentamos que a criação ocorreu pela Palavra de Deus (Gn 1.3; SI 33.6-9; 1 4 8 . 5 ) . ^ palavra que trouxe a criação à existência está relacionada de modo vital com o Verbo (Palavra) eterno que estava com Deus e que era Deus (Jo 1.1). De acordo com o Evangelho de João (Jo 1.3), todas as coisas foram feitas pelo Verbo e sem ele nada do que foi feito se fez. Esse Verbo era Jesus.

A criação é obra do Deus trinitário (Gn 1; Hb 11.3).Deus, o Pai, é a fonte da criação ( ICo 8.6), o

Filho é o agente da criação (Cl 1.16), e o Espírito de Deus pairava com amor sobre a obra da criação (Gn1.2). A criação deu-se pela sabedoria de Deus (Jr 10.12), pela vontade de Deus (Ap 4.11), e, conforme já observado, pela Palavra (Verbo) de Deus (SI 33.6-9). A criação revela Deus (SI 19.1) e traz-lhe glória (Is 43.7). Tudo na criação era originalmente bom (Gn 1.4,31), mas agora encontra-se imperfeito por causa da entrada e dos efeitos do pecado na criação (Gn 3.16-19). Todavia, essa imperfeição é apenas temporária (Rm8.19-22), pois ela será redimida na obra final de Deus, a nova criação (Is 65; Ap 21.1-5).

A doutrina bíblica da criação afirma Deus como Criador, Redentor e Soberano. O Deus Criador não é distinto do Deus que efetua nossa salvação em Jesus Cristo através do seu Espírito Santo. Deus é a fonte de todas coisas. Isso significa que Deus trouxe o mundo à existência a partir do nada através de um ato intencional de sua livre vontade. Assim afirmamos que

16

Page 18: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Deus é o soberano e onipotente Senhor de toda a existência. Tal afirmação rejeita toda forma de dualismo, que afirma que a matéria existe eternamente, sendo, portanto, má, visto que é o princípio oposto a Deus, fonte de todo o bem.

A doutrina da criação também afirma que Deus é distinto de sua criação e que todas as suas criaturas dele dependem e são boas. Sustenta também que Deus é um Deus que possui propósitos e que cria livremente. Na criação, e na provisão e preservação de Deus em favor da criação, ele efetua seus propósitos finais em favor da humanidade e do mundo. Portanto, a vida possui sentido, significado, inteligência e propósito. Isso afirma a plena unidade e inteligibilidade do universo. Nisso vemos a grandeza, a bondade e a sabedoria de Deus. O relato da criação encontra sua plena explicação em Jesus como Deus-homem, luz e vida do mundo que trará a criação sob seu domínio na consumação do mundo, para o louvor e a glória final do Deus Criador.

Preservação e Providência

Preservação.A obra de Deus de preservação inclui sua

intervenção nas questões da história. Tal afirmação bíblica sobre a preservação deve ser distinguida da visão deísta de um Deus distante e que não intervém. Todavia, a obra de Deus de sustentar e de proteger a existência do universo criado é realizada através da natureza de sua obra criadora e pelo seu cuidado providencial e por sua intervenção permanentes. Em Colossenses 1.16-17 a forma do verbo (perfeito) enfatiza o resultado permanente do fato de que em Deus “tudo subsiste” (veja Hb 1.3).

17

Page 19: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Providência.Intimamente relacionada, e até mais abrangente

em seu escopo1 é a obra divina da providência. A providência envolve a obra contínua do Deus trino e uno por meio da qual todas as coisas no universo são dirigidas e controladas, levando a efeito seguramente seu plano repleto de sabedoria (Rm 8.28). Isso ocorre, geralmente, pelo estabelecimento e pela execução de leis e princípios naturais que fazem parte da boa e sábia criação divina. Pode, no entanto, incluir também a intervenção singular, planejada e especial de Deus no processo natural de cumprir a sua vontade, o que chamamos de milagre. O milagre, enquanto aspecto da providência divina, deve ser visto em função de sua singularidade.1. A providência divina às vezes transcende os planos

humanos.Ao agir assim, Deus pode usar atos

intencionalmente maus para o bem (Gn 50.20). Tal atitude divina só pode provocar uma reação de louvor pela grandeza de Deus por parte dos crentes. Ao mesmo tempo, isso levanta uma das perguntas mais difíceis para a teologia cristã: por que o mal e o sofrimento persistem neste mundo?

Alguns propuseram que ou Deus não existe ou ele não é poderoso o suficiente para fazer alguma coisa com o mal ou ainda ele não é amoroso o suficiente para preocupar-se com o sofrimento. Em contraste com tal sugestão, queremos não somente confessar que Deus existe, mas também que ele é de fato infinitamente poderoso e plenamente amoroso. Todavia, não pretendemos negar nem o mal nem o sofrimento, pois são uma realidade obviamente presente à nossa volta.

1 Alvo , mira, intui to; in tenção .

Page 20: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Por fim, queremos responder a essa pergunta confessando que Deus tem um plano e um propósito e reúne todas as coisas em perspectiva (Ec 9.11). À luz disso, afirmamos que o mal ainda existe porque Satanás, uma criatura inteiramente má, ainda existe e opõe-se continuamente aos desígnios1 de Deus e procura frustrá-los. Também afirmamos que o mal existe para aprofundar e ampliar a revelação de Deus (SI 107.28). Sem o pecado, o mal e o sofrimento, e o amor, a misericórdia e a graça de Deus não são plenamente compreendidos. E possível que Deus use o sofrimento para exercer disciplina e punição de suas criaturas. Podemos afirmar que o mal existe no presente, mas esse é um período de provação. Deus, embora permita temporariamente o mal, redimirá todas as coisas em seu plano final.

Concluindo, devemos confessar nosso conhecimento limitado e dizer que o problema do mal permanece um mistério. Podemos, com base bíblica, estar certos de que Deus pode usar e usa o pecado, o mal, o fracasso e o sofrimento para o seu bem eterno. O exemplo máximo é a crucificação de Cristo, que mostra Cristo em estado de sofrimento por causa dos delitos e dos pecados da humanidade. Apesar disso, por meio do triunfo da ressurreição, o maior ato do mal (a crucificação do Deus-homem, Jesus Cristo) tornou-se o maior bem, a provisão do perdão do pecado e da salvação da humanidade. Tudo isso aponta para os desígnios sábios e maravilhosos de Deus para este mundo, parte dos quais nos foi revelado mas que, no final, são incompreensíveis em sua totalidade para as criaturas de Deus.

1 In ten to , i n t enção , p lano , p ro j e to , p rop ós i t o .

19

Page 21: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O Deus da Criação

Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a causa primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (SI 90.2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e independe dela ( lT m 6.16; Cl 1.16).

Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua imagem” (Gn 1.26,27). Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal.

Deus também se revela como um ser moral que criou todas as coisas boas e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era “muito bom” (Gn 1.31). Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (Gn 1.26). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).

A Pessoa do Criador

Existem diferentes fontes de revelação da Pessoa de Deus. As principais são: a Bíblia Sagrada e a Natureza (SI 19.1-4). A criação toda revela o Criador, Gênesis 1 e Salmo 104, mostram detalhadamente que Deus fez cada coisa para um fim determinado, colocando-a também no local ou espaço que convém. A

20

Page 22: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

natureza torna-se assim o espelho do Deus uno e soberano. Por isso, toda a natureza se constitui num hino de louvor a Deus (SI 104). Devemos louvar a Deus como Criador: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram cr iadas” (Ap 4.11).

O método bíblico da revelação de Deus é tão claro, intuitivo e conducente1 que todos os escritores simplesmente declaram os atos soberanos de Deus.

Deus é o Criador.Todos os seres vivos existentes no Universo,

além do universo de elementos inanimados, têm sua criação atribuída a Deus (Mc 13.19). Deus criou todas as coisas (At 17.24). A fé da Igreja em relação à criação do mundo se expressa no primeiro artigo do

oCredo dos Apóstolos, ou Confissão de fé Apostólica, que diz “Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra” . De acordo com esta declaração de fé, Deus, por meio do seu todo-suficiente poder, criou o Universo do nada. Em sentido estrito da palavra, “cr iação” pode ser definida como aquele ato livre de Deus, por meio do qual, segundo o conselho de Sua soberana vontade e para Sua própria glória, no princípio produziu todo o Universo visível e invisível, sem o uso de matéria preexistente e assim lhe deu existência distinta da sua própria existência.

Deus é Onipotente.Os remidos no céu celebrarão permanente e

eternamente o fato de que o Deus Onipotente reina (Ap19.6) Esse cântico ilustra e lembra dois dos mais

1 Qu e c o n d u z (a um f im) . Que tende (para um fim) ; t endente .2 E x p o s i ç ã o re sum id a dos a r t ig os de fé ace i tos por uma re l ig ião , ou de no m in a ç ã o .

21

Page 23: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

maravilhosos expressivos atributos de Deus: SuaOnipotência e Sua Soberania. Veja também Gênesis 17.1; 35.11; Apocalipse 21.22; Êxodo 15.18; lCrônicas 29.11,12; Salmos 93.1,2; Isaías 66.1.

A Onipotência divina nos atos da criação.Os dois primeiros capítulos da Bíblia

mencionam os detalhes da criação do mundo. Os profetas, por sua vez, declaram que Deus fez a terra por seu próprio poder (Is 40.21-28; 42.5; 45.12-18; Jr 10.12; 27.5; 51.15).

A Declaração Bíblica da Criação

O ponto de partida está na declaração de que todas as coisas criadas foram feitas “segundo o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1.11b). Portanto, o relato da obra da criação no livro de Gênesis se constitui como o princípio e a base de toda a revelação divina e, conseqüentemente, a base da relação do homem com Deus.

Quatro grandes verdades estabelecem os fundamentos da obra da criação.1 A obra da criação é autoria única do Deus Trino.

A Bíblia revela que o Deus Trino é o Autor da criação (Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). O apóstolo Paulo destaca a segunda Pessoa da Trindade, Jesus Cristo, na qualidade de criador, mas diz que “todas as coisas são de Deus, o Pai” (ICo 8.6; Jo 1.3; Cl 1.15- 17). A terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, participa da obra da criação em harmonia perfeita com o Pai e o Filho conforme indicam os textos de Gênesis 1.2; Jó 26.13; 33.4; Salmo 104.30; Isaías 40.12,13. Não

22

Page 24: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

há na Trindade Divina qualquer resquício1 de competição. As três Pessoas são distintas mas formam uma só essência divina indivisível.

2. A obra da Criação foi feita por um ato livre da parte do Criador.

A Bíblia deixa claro que Deus é auto- suficiente e não tem qualquer relação de dependência de nada e de ninguém (Jó 22.3,13; At 17.25). Ao realizar a obra da criação, Ele o fez não por necessidade, mas por sua soberana e livre vontade de fazer o que quer e o que lhe apraz. Ora, a única dependência divina é a de sua própria e soberana vontade. A Bíblia Sagrada refuta essa idéia e fortalece o fato de que “Deus fez todas as coisas segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1.11; Ap 4.11).

3. A obra da Criação teve um começo.A criação teve um princípio, um começo para

tudo, nas coisas visíveis e invisíveis. A prova irrefutável do ponto de vista bíblico está no primeiro livro da Bíblia: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). A expressão “no princípio” no hebraico é bereshith, que li teralmente significa “começo” . O sentido da palavra é indefinido e sugere que a criação teve um início, um começo (SI 90.2; 102.25). Por essas escrituras, entende-se que num momento específico, conforme sua soberana vontade, Deus criou a matéria e a substância que antes nunca existiram. Quanto à existência do mundo espiritual, o princípio é o mesmo estabelecido para a criação da matéria, pois Deus criou tudo do nada.

1 R e s í d u o , ves t ígio .2 Q u e não se pode re futa r ; ev id en te , i r r ec us áve l , inc on te s t áve l .

23

Page 25: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

'l^0/Yn/O ̂ OS"

A* A obra da criação foi produzida do “nada” . "V- ^ ? ÔEsta é uma doutrina que se choca

frontalmente com as teorias materialistas que acreditam na eternidade da matéria. Os que rejeitam essa verdade, dizem que é impossível “criar alguma coisa do nada” , mesmo para o Deus Onipotente, porque não tem elemento causante. Porém, a Bíblia declara que Deus criou todas as coisas pela Palavra do seu Poder (SI 33.6,9; 148.5). A Escritura mais forte para aceitar a idéia de que a criação foi feita do nada está em Hebreus 11.3 que diz: “Pela fé entendemos que os mundos, pela Palavra dé Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” . Ora, podemos entender de modo claro que pertence à natureza divina a capacidade de trazer à existência aquilo que não existe. Ele, somente Ele, pode criar qualquer coisa do nada, segundo o seu arbítrio.

O Processo da Obra da Criação

A criação dos anjos só será entendida plenamente depois de conhecermos os fundamentos da doutrina da criação. Há um processo ordenado na história da criação que se apresenta em três fases distintas como se segue:

A criação das coisas espirituais.Ao responder aos questionamentos do

patriarca Jó, o Criador disse-lhe, de modo enfát ico1 e poético que, quando este ainda nem havia nascido, nem o mundo material havia sido criado, os seus anjos, que são espíritos criados por Ele, já estavam presentes na

1 Que tem, ou em que há ênfase .

24

Page 26: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

criação do mundo material (Jó 38.1-7). Nesta escritura, Deus procura convencer a Jó que o Senhor é o Criador da terra e a rege com justiça e que, ao criar o mundo material, “as estrelas da alva alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”' (Jó 38.7). Na linguagem figurada da Bíblia, tanto “as estrelas da alva” quanto “os filhos de Deus” são figuras dos seres espirituais criados pelo Senhor.

A criação das coisas materiais.A base dessa declaração está na narrativa

bíblica dos primeiros capítulos de Gênesis. Entretanto, a criação material é imensa e abrange todo o sistema solar e outros sistemas existentes e descobertos pelo homem. A extensão dos corpos celestes espalhados no espaço sideral, fazendo parte da Via Láctea, com muitos sóis, planetas e satélites, nos dá uma visão limitada de toda a grandeza da criação material (Ne9.6).

A criação da vida sobre a terra.Na criação da terra, o Criador formou a vida

física numa combinação do imaterial com o material (Gn 1.11,20-22). Nesta ordem da criação, são incluídos os homens, os animais nas mais variadas espécies, além da vida vegetal. Há uma certa reciprocidade entre anjos e homens como seres espirituais. Porém, é preciso distinguir ambas as criações, porque os anjos são apenas seres espirituais e os homens são seres espirituais e materiais. A vida dos anjos é apenas espiritual. A vida dos homens é espiritual e física. A vida física foi criada para propagar-se, por isso, os homens procriam e geram outros homens. A vida dos anjos é única e eterna; não pode propagar-se, isto é, os anjos não procriam.

25

Page 27: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Questionário

• Assinale com “X ” as alternativas corretas

1. A palavra que trouxe a criação à existência está relacionada de modo vital com oa)l I Evangelhob)[y~l Verbo escrito em João 1.1c)l I Homemd)l I Livro Sagrado

2. Quanto à doutrina bíblica da criação é errado dizer quea)l I Afirma Deus como Criador, Redentor e

Soberanob)l I Deus trouxe o mundo à existência a partir do

nadac ) H Afirma que a matéria existe eternamente, visto

que é o princípio de Deusd)l I Deus é um Deus que possui propósitos e que

cria l ivremente

3. Uma das grandes verdades que estabelecem os fundamentos da obra da criaçãoa)| I A obra da criação é autoria única do Deus Paib)l I A obra da Criação foi feita por um ato

reservado da parte do Criadorc)l | A obra da Criação não teve um começod)f>~1 A obra da criação foi produzida do “n ada”

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

4. C Deus existiu eterna e infinitamente antes de criaro universo finito

5.|4: | Os anjos são apenas seres espirituais e materiais

26

Page 28: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O Método da Criação

A mente humana tem sido atingida por inúmeras teorias do aparecimento do Universo. Os evolucionistas, por exemplo, estão tentando ganhar terreno impondo suas especulações. No entanto, teorias, especulações e opiniões humanas têm qualquer valor diante das afirmações irrefutáveis1 da Bíblia Sagrada. A Bíblia Sagrada não é fruto de especulação. Ela é a revelação de Deus (2Pe 1.21; Jr 1.12).

Deus criou.Em Gênesis 1 e 2 são originalmente usados

três vocábulos para descrever os atos criativos de Deus, a saber: x.

• a Bara, que significa criar do nada, formar algo sem ldispor de matéria prima (Gn 1.1,21,27, etc.);

• Asah, que significa fazer;• Yatzar, que significa formar.

Estes dois últimos vocábulos significam construir algo a partir de matérias pré-existentes.

{^}Deus criou por sua Palavra.O relato insuspeito de Gênesis 1 nos afirma

que os atos criativos foram, via de regra precedida de sua palavra. A expressão textual é: “E disse Deus” (Gn 1.3,6,9,11,14,20,24 e etc). Na Escritura está demonstrado o grande poder de que se reveste a Palavra de Deus, sem esquecermos a relação que existe entre ela e o próprio Jesus, chamado de Verbo (logos), Palavra de Deus (Jo 1.1-3).

1 Que não se po de re fu ta r ; ev id ent e , i r r ecusáve l , i n cont e s t áve l .

27

Page 29: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Q) Deus criou por sua vontade (Ap 4.11).Estas palavras do Apocalipse reafirmam a

soberania de Deus. À vontade de Deus, ao contrário da humana, não está •sujeita a qualquer l imitação. Daí a importância da oração dominical: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus” (Mt 6.10).

) Deus criou por sua mão (Is 66.2).A mão sempre foi sírsempre foi símbolo de trabalho,

atividade, força, domínio, autoridade, proteção, etc. A expressão “mão de Deus” , tantas vezes encontrada na Bíblia, incorpora essa conotação. Nesse sentido está escrito que foi a mão de Deus (Seu poder, força e autoridade) que fez todas as coisas e sobre tudo exerce autoridade e domínio (Jo 10.29; IPe 5.6).

^1/ Deus sustenta o que criou (Hb 1.3).A Bíblia não apenas registra que Deus criou

todos os astros e planetas que povoam os céus; diz ainda que Deus os chama pelos seus nomes, não permitindo que nenhum deles venha a faltar (Is 40.26).

O Propósito e o Alvo da Criação

Deus tinha razões específicas para criar omundo.

As escrituras revelam algumas razões porque Deus consumou o processo da criação, dentre as quais destacam-se as seguintes:

Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder.

Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e os firmamentos anunciam a obra de suas mãos” (Is 43.7; 60.21; 61.3; Lc 2.14; SI 19.1). Ao olharmos a

28

Page 30: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

totalidade dos cosmos1 criados - desde a imensa expansão do universo, à beleza e a ordem da natureza - ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso criador.

Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas.

Todos os elementos da natureza - o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e neve, os rios e os córregos2, as colinas e as montanhas, os animais e as aves - rendem louvores ao Deus que os criou (SI 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus espera receber glória e louvor dos seres humanos!

Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos:

1. Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal como o ser por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão (Gn 2.7- 9; 3.8,9; ICo 1.9). O texto clássico e tradicional da criação (Gn 1.1), não menciona a criação do inferno.

Os céus e a terra ali mencionados envolvem apenas as áreas onde se manifesta a comunhão do Criador com a criatura. Desde o princípio de sua criação, o homem dispôs de condições muito especiais para uma relação de comunhão com o Criador (Gn 2.7- 9; 3.8,9; ICo 1.9).

1 Mundo, un iverso .2 Ribe i ro de peq u en o cauda l ; r i acho.

29

Page 31: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

2. Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das conseqüências do pecado (Gn 3.15). Daí Deus teria um povo para a sua própria possessão, cujo prazer estaria nele, que o glorificaria, e viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef1.11,12; IPe 2.9).

3. A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “ ...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).

4. Para Sua vontade, como encontramos em Efésios 1.5, 6,9; Apocalipse 4.11).

5. Para ser habitada, de acordo com Isaías 45.18. Tudo nos leva a pensar que Satanás (o querubim ungido), desfrutava da harmonia e beleza original da Terra, isto em período bem anterior à criação do homem, ocasião em que o mundo então existente fora atingido pelo juízo aplicado ao anjo rebelde, vindo a terra a tornar-se caótica1 (Is 14.12-14; Ez 28.12-15).

6. Para a honra pessoal de Jesus Cristo, conforme lemos em Hebreus 2.10; Colossenses 1.16. “O supremo propósito de Deus, na criação, em nada está fora de si mesmo, mas é sua própria glória, na revelação e através das criaturas da infinita perfeição do seu Ser” .

1 Que es tá em caos; c o nf uso , d e so rd e n a d o .

30

Page 32: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

A Atividade da Criação

Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (Gn 1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo “cr iar” (Hebraico “bara”) é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram (Gn 1.3).

A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (Gn1.2). Naquele tempo o universo não tinha forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (Gn 1.3-5), deu forma ao universo (Gn 1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (GnI.20-28). O método que Deus usou na criação foi o poder da sua Palavra. Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus.. .” (Gn 1.3,6,9,11,14,20,24,26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes das palavras criadora de Deus, eles não existiam (SI 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; HbII.3).

Toda a trindade, e não apenas o pai, desempenhou sua parte na criação.

O próprio filho é a Palavra (“verbo”) poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1). “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e

31

Page 33: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

invisíveis.. . tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl1.16). Finalmente, o autor do livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio de seu filho (Hb 1.2).

Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na criação. Ele é descrito como “pairando” (“se movia”) sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras e adicionais de Deus. A palavra hebraica traduzida por “Espíri to” (ruah) também pode ser traduzida por “vento” e “fôlego” . Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: “pela a Palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo os exércitos deles, pelo Espírito (ruah) da sua boca” (SI33.6).

Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; SI 104.30).

A Ordem dos Eventos da Criação Natural

No Livro de Gênesis, Moisés passa a descrever as diferentes fases da ação divina que se estendeu por seis dias, dos quais, três para a formação dos espaços habitáveis e outros três para a obra do povoamento. A ilustração dada a seguir mostra a disposição da semana da recriação e respectivos atos criadores de Deus.

Primeiro Dia.Criação da luz cósmica (Gn 1.3). Como bom

artista, Deus começou por i luminar o seu campo de ação. Não se trabalha no escuro porque, sem luz - condição fundamental de toda a obra (cientificamente provado) - tudo é confuso. No plano natural das coisas, a luz procede da vibração. O versículo 2 revela a

32

Page 34: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

relação entre o movimento do Espírito sobre a matéria iner te1 e a conversão operada no pecador por este mesmo Espírito.

Segundo Dia.Criação do Firmamento (Gn 1.6-8).

Firmamento ou expansão foi como Deus denominou o segundo elemento criado; foi a separação da matéria gasosa da qual surgira a luz. O que Deus chama de “expansão” ou “céus”, não significa simplesmente a atmosfera à volta da terra, mas a “grande câmara” universal onde o Sol, a Lua e as estrelas se localizam.

Terceiro Dia.Aparecimento da terra firme e da vegetação

(Gn 1.9-13). Neste, o movimento está ligado à gravitação, envolvendo tudo e todas as demais forças que começaram a concentrar a matéria debaixo do firmamento à volta dos inúmeros centros ou planetas, uns dos quais passa a ser o nosso globo. Para que a terra pudesse receber seus habitantes com suas inúmeras finalidades.

Quarto DiaOrganização do sistema solar (Gn 1.14-19).

Neste dia surgem o Sol, a Lua e as estrelas. A função dos dois astros reis - respectivamente. O Sol indica dias e anos; a Lua, semanas e meses; e as estrelas, as estações.

Quinto Dia.Surgimento da fauna marinha (Gn 1.20-23).

Neste dia surgem os pequenos e grandes peixes, com

1 Que tem inércia ; sem a t iv idade .

33

Page 35: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

também todas as variedades de aves. Os animais da água em geral, e do ar, têm muita semelhança. Há aves que vivem também nas águas.

Sexto Dia.*• Criação dos animais terrestres (Gn 1.24-31).

À semelhança dos demais animais, estes também foram criados por Deus. Esses animais nascem da terra e nela vivem. Dividem-se em três grupos distintos:1. Gado ou animais domésticos;2. Feras ou animais selvagens;3. Répteis, que se arrastam pelo solo.

Concluída toda a obra da Criação no sexto dia, Deus abençoou o dia sétimo, e o santificou (Gn2,3). Foi este um dia mui diferente dos demais descritos durante a obra da Criação. Foi um diasantificado. E os outros seis, não teriam também sido santificados? Claro que sim! Apenas o sétimo foi em especial, porque nele, o Senhor descansou, ou repousou de suas obras.

Lições Finais da Criação

O relato bíblico da criação é uma armacontra as terríveis heresias que atualmente enchem aterra. A criação do Universo por Deus:

Nega a eternidade da matéria, visto queafirma um princípio no qual todas as coisas foram efetivamente criadas. A harmonia da criação está a dizer-nos que antes dela houve um poder dinâmico que a gerou, e, portanto, esta coisa - o mundo - teve um princípio. O ser que a gerou, é o eterno Deus. Então Deus foi o princípio, a causa primária de tudo o que existe. Somente Deus é eterno (Gn 21.33; Ex 3.15; Dt 33.27; lCr 16.36; Ne 9.5; Jó 36.26; SI 90.1-4).

34

Page 36: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Nega o Ateísmo, pois afirma categoricamente que Deus criou os céus e a terra e tudo o que neles há. Tudo o que existe dentre de nós, em volta de nós em cima de nós, revela a maravilhosa existência de um Ser Criador.

Nega o Panteísmo. O panteísmo ensina que Deus e a natureza são o mesmo e estão inseparavelmente ligados. A Bíblia afirma, porém, que Deus não é parte do Universo, posto que este é obra das Suas mãos (SI 8).

Criação e Evolução

A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução.

1.*A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo.

Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimento que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apóiam a sua hipótese.

2. O ensino evolucionista não é realmente científico.Segundo o método científico, toda a

conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, or iundas1 de experiências que podem ser reproduzidas

1 O r i g in á r io , p rov eni en t e , p ro c e d e n te ; na tura l .

Page 37: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético “grande estrondo” , ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas. Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem “evidência” científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11.3).

3. É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes.

Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo1; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma evidência, nem se quer registro geológico, a apoiar a teoria de um tipo de ser vivente que já evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apóiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente “conforme a sua espécie” (Gn 1.21,24,25).

4. Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da chamada evolução teísta.

Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os verbos principais em Gênesis 1 têm Deus como seu

1 Fa ze r d e sa p a rece r .

36

Page 38: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

sujeito, a não ser em Gênesis 1.12 (que cumpre o mandamento de Deus no v .11) e a frase repetida “E foi à tarde e a manhã” . Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16).

37

Page 39: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Questionário

• Assinale com “X” as alternativas corretas

6. Vocábulo hebraico que significa criar do nada, formar algo sem dispor de matéria primaa ) 0 Barab)l I Yatzarc)| I Ruahd)l I Asah

7. Dia em que Deus criou os animais terrestresa)l I Primeiro diab ) D Terceiro diac)| | Sétimo diad ) H Sexto dia

8. Ensina que Deus e a natureza são o mesmo e estão inseparavelmente ligadosa)[g| Panteísmob)l I Ateísmoc)| | Eternidade da matériad)l I Evolucionismo

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

9.KJ O método que Deus usou na criação foi o poder da sua Palavra

10.[Ç] A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo

38

Page 40: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Lição 2A Doutrina dos Anjos: Angelologia

A criação de Deus vai muito além do que aquilo que conseguimos enxergar. O apóstolo Paulo, em Colossenses 1.16, nos diz que em Cristo, “foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis . . .” .

Dentre as coisas invisíveis, estão certamente os Santos Anjos de Deus e também os Demônios, que são anjos caídos e que pertencem, agora, aos exércitos de Satanás. A sociedade tem se tornado cada vez mais racionalista, acreditando somente no que pode ser lógico e cientificamente comprovado. Isso tem trazido conseqüências até mesmo para a Igreja de Cristo, onde muitas pessoas colocam sérias dúvidas em tudo que se apresente como “sobrenatural” , esquecendo-se que inúmeras vezes, Deus agiu sobrenaturalmente, na Bíblia.

Por todas as Escrituras, encontramos várias referências, tanto a Anjos como a Demônios. Assim sendo, aos que crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus, não há o que questionar sobre a sua existência. Há sim, muito que aprender com o seu estudo. Efésios 6.12, revela uma luta sendo travada entre os servos do Reino de Deus e os agentes do Reino das Trevas, que não são de “carne e sangue” , mas são forças espirituais da malignidade.

39

Page 41: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

A Realidade da Criação Espiritual

A experiência humana testemunha a existência de seres espirituais aos quais são dados os mais variados nomes: espíritos, deuses e semideuses, gênios, heróis, demônios e tantos outros nomes. Porém,

J , > é a Bíblia Sagrada que revela a verdade sobre o mundo espiritual. Independentemente das idéias e fantasias mitológicas das religiões do mundo, a revelação aceitável no mundo religioso se encontra na Bíblia.

Os anjos são reais.> O A palavra anjo no hebraico é malakh e no

grego é angelos que significam a mesma coisa: mensageiro, enviado. O termo anjo aplica-se a todas as ordens dos espíritos criados por Deus (Hb 1.14). Eles exercem atividades importantes no mundo espiritual, mas não são independentes nessas atividades, pois as fazem dentro dos limites a que foram criados. A Bíblia fala da manifestação dos anjos na obra da criação do mundo físico (Jó 38.6,7). Eles estavam presentes quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb2.2); no nascimento de Jesus (Lc 2.13); quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto da tentação (Mt4.11); na ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5); na ascensão de Cristo (At 1.10); etc. Sua manifestação é incorpórea1; eles são seres espirituais e morais, porque acima de tudo, são pessoas. A realidade dos anjos se comprova mediante os atributos de personalidade que eles demonstram falando, pensando, sentindo e decidindo. Muitas das suas manifestações são feitas através de formas materiais inexistentes. Entretanto, os demônios, que são anjos caídos da graça de Deus,

1 Que não tem corpo; imater ia l , im pa lp áv e l ; inc orpora i .

Page 42: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

tomam para se incorporarem corpos de pessoas vivas ou de animais, e por essas possessões materiais se manifestam. Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos.

rj • , • ,Existem anjos bons e maus.Na criação original dos anjos, não houve

essa classificação entre bons e maus. A Bíblia declara que os anjos foram criados no mesmo nível de justiça bondade e santidade (2Pe 2.4; Jd 6). O que define entre bons e maus é o fato de que foram criados como seres morais com livre-arbí trio, e daí, a l iberdade de escolha consciente entre o bem e o mal. A queda de Lúcifer deve-se a esta condição moral dos anjos (Is 14.12-16; Ez 28.12-19 ').

A Bíblia fala acerca dos anjos que pecaram contra o Criador e não guardaram a sua dignidade (2Pe 2.4; Jd 6; Jó 4.18-21). Aos anjos que não pecaram e não seguiram a Lúcifer, Deus os exaltou e os confirmou em sua posição celestial e para sempre estarão na sua presença ( lTm 5.21; Mt 18.10).

A habitação dos anjos.Ao estudarmos as várias classes angelicais,

entendemos que estas são distintas por várias atividades e se manifestam no vastíssimo espaço das “regiões celest iais” . A Bíblia declara ainda que os anjos de Deus são organizados em mil íc ias* espirituais que povoam os céus e são distribuídos em distintas ordens e graus (Lc 2.13; Mt 26.53). Trata-se, portanto, de uma habitação numa dimensão celestial.

1 Tr op as a ux i l i a r e s . 0

41

Page 43: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O número de anjos.A Bíblia não nos dá informação sobre o

número total dos anjos, mas diz claramente que eles formam um exército numeroso e poderoso. A quantidade existente de anjos é única e incontável, porque desde que foram criados não foram aumentados nem diminuídos. Eles não procriam e foram criados de uma vez pelo poder da Palavra de Deus. A Bíblia utiliza expressões variadas para designar: “milhares de milhares” ; “multidão dos exércitos celestiais” ; “muitos milhares de anjos” ; “mir íades1 de anjos” ; “legiões de anjos” (Ap 5.11; Dn 7.10; 'Dt 33.2; Hb 12.22; Mt 26.53; Lc 2.13).

A Natureza dos Anjos

Antes da criação do homem, Deus criou os anjos dando-lhes personalidade, inteligência e responsabilidade moral. Porém, a despeito da similaridade moral e espiritual com o homem, os anjos possuem algumas características peculiares. Ao estudarmos a natureza dos anjos, poderemos entender suas atividades.

Nem sempre, nos vários livros da Bíblia, os anjos foram chamados explicitamente de “Anjos” , mas também de “Santos” , “Poderosos”, “Heróis” , “Vigilantes” , “Filhos de Deus” , “Seres Celestiais” , “Estrelas”, etc. Há por volta de 300 passagens bíblicas envolvendo Anjos.

Anjos são seres criados por Deus.: No princípio de todas as coisas, antes da

criação do mundo físico, Deus criou os anjos (SI 148.2,

1 U m a mir í ade é igua l a 10 .000 anjos .

42

Page 44: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

5; Cl 1.16). Quando foi esta criação dos Anjos, a Bíblia não deixou claro. E impossível fixar o tempo em que foram criados os anjos, mas uma citação de Jó 38.4-7, parece indicar que os Anjos, aqui chamados, presenciaram ao' menos parte da Criação da terra.

Anjos são seres espirituais e incorpóreos (Ef 6.12).Os anjos são descritos espíritos, porque

diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, e movimentam-se com uma rapidez imperceptível sem usar meios naturais. Os corpos espirituais não possuem limitações físicas, por isso a “lei da gravidade” não exerce qualquer influência ou poder sobre coisas espirituais. Pela falta de gravidade de seus corpos espirituais, os anjos podem locomover-se de um lugar para outro com extrema rapidez. Por serem superiores à matéria, os anjos podem tomar formas humanas para se fazerem perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se houver necessidade. Várias aparições de anjos feitas a Abraão, Ló, Jacó, Josué, Pedro e Paulo são exemplos indiscutíveis da Bíblia (Gn 18.1-10; 28.10-22; etc). Ainda em nosso tempo, os anjos aparecem aos servos de Deus na terra. O autor de Hebreus nos diz que os anjos são “espíritos ministradores” (Hb 1.14), e os demônios, que são anjos caídos, também são constantemente chamados de “espír itos” (Mt 8.16; Mt 12.45; Lc 7.21; Lc 8.2). Jesus nos detalha que um espírito não tem carne nem osso (Lc 24.39). Através de suas passagens, sabemos que os anjos não se casam nem se dão em casamento (Mt 22.30; Mc 12.25). Estas passagens inviabilizam uma antiga interpretação de Gênesis 6.2, onde os “filhos de Deus” ali mencionados, seriam anjos que possuíram sexualmente mulheres. Uma interpretação mais viável é a de que “os filhos de

43

Page 45: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Deus” eram descendentes de Sete, que até aquele acontecimento, t inham um bom conceito da parte de Deus.

Em que os anjos diferem dos homens.\ $ A Bíblia nos diz que Deus fez o homem “umpouco abaixo dos anjos” (Hb 2.5-7). Entretanto, fala que os anjos são “espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb 1.13-14). É uma situação interessante: O homem é inferior aos anjos, mas através da redenção, os anjos nos servem. Chegaremos 'a té mesmo a ju lgar os anjos; evidentemente, aos que acompanharam a Satanás ( ICo6.3). Embora a superioridade dos anjos em relação aos homens seja notória de muitas maneiras, a Bíblia nos mostra que eles têm também suas limitações.

Não são herdeiros de Deus.Aqueles que têm a Jesus como Senhor de suas

vidas, experimentaram a redenção, devido à fé nEle. Por isso, são chamados “herdeiros de Deus” - “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, para que também com Ele sejamos glorificados” (Rm8.17). Os anjos que permaneceram fiéis, não compartilharam de nosso estado de pecado, nem da nossa necessidade de redenção. Os anjos, que não são co-herdeiros, deverão pôr-se de lado, quando os crentes receberem as suas recompensas eternas. Entretanto, os anjos de Deus jamais perderão sua magnif icência1 original, bem como manterão uma privilegiada posição na criação divina.

1 Q ua l i dade de m agn i f ic en t e ; g r a nd io s id ade , su n t uos i da de , pom pa, e s p l end or .

44

Page 46: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Não podem atestar a salvação.Os anjos não podem atestar a salvação pela

graça, através da fé. Justamente por não terem pecado, a salvação redentora não tem sentido para eles mesmos, embora eles se alegrem pela salvação dos homens (Lc15.10). Os anjos anseiam por compreender mais das coisas do Evangelho ( IPe 1.12). Eles não têm uma compreensão total, por não terem experimentado pessoalmente a salvação. Seria o mesmo que alguém falar sobre casamento não tendo experimentado pessoalmente a vida de casado.

Nada indica que o Espírito Santo habite em anjos.Quando alguém se converte pelo Evangelho de

Cristo, a Bíblia nos diz que ele é selado com a presença do Espírito Santo (Ef 1.13-14). Assim, uma vez que Deus os tenha declarado justos, Ele se empenha num processo de santificação, para que o testemunho do Evangelho naquela vida, seja cada vez mais eficaz. O Espírito Santo não apenas guia e orienta aos crentes, mas faz uma obra em seus corações, para que se tornem santos como Cristo. Os anjos não necessitam do auxílio do Espírito Santo, para tornarem-se santos, pois têm uma relação de obediência contínua a Ele, e, se não fossem santos, não conseguiriam conviver na presença de Deus.

Conhecimento, Poder e Tempo de Vida.Os anjos são seres pessoais, dotados de

inteligência e vontade. Em 2Samuel 14.20 é mencionada a “sabedoria de um anjo” e no v. 17 que o “anjo de Deus discerne1 entre o bem e o mal” . O conhecimento que eles têm é obviamente maior do que

1 E s ta b e le c e r d i f e re nça ; sepa rar , d i s t i ngu i r .

45

Page 47: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

1

o dos homens, pois convivem com o próprio Deus, armazenando conhecimento de centenas de anos, não só da terra, mas de todo o universo. Por mais vasto que seja o conhecimento, podemos estar certos de que não são oniscientes (o que é uma característica possuída apenas por Deus). Jesus, referindo-se à sua segunda vinda, disse que nem os anjos sabem (Mc 13.32). Pedro diz que o Evangelho e a Salvação são assuntos que os anjos “anelam perscrutar1” ( IPe 1.12). Entretanto, os anjos, provavelmente, sabem coisas a nosso respeito que não imaginaríamos que soubessem. Isso, devido à capacidade de não serem vistos, e de lutarem a nosso favor, contra o reino das trevas, nas regiões celestes. Os anjos desfrutam de um poder muito maior do que o dos homens, entretanto não são onipotentes. Paulo em 2Tessalonicenses 1.7, refere-se aos “poderosos anjos de Deus” . Em Pedro lemos: “Os anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas (autoridades), juízo infame, na presença do Senhor” (2Pe 2.11). Nos Salmos, são chamados “valorosos em poder” (SI 103.20). João nos diz em Apocalipse 20.1-3 que um anjo virá do céu com uma grande corrente na mão, amarrará a Satanás e o lançará no abismo. Qual ser humano teria tanta força e poder? Lucas nos diz que os anjos não morrem (Lc 20.36). Isto determina uma existência milenar, mas não eterna. O eterno, não tem princípio, nem fim; os anjos tiveram princípio, pois foram criados.

Visíveis ou Invisíveis.A Bíblia assinala que os anjos, mais comumente,

são invisíveis aos homens, pelo fato de serem espíritos (Hb 1.13-14). Entretanto, em muitas partes das

1 In v e s t i g a r m in u c io sam en te ; in d ag a r com esc rú pu lo ; perqui r i r .

46

Page 48: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Escrituras, encontramos anjos que se tornaram visíveis. Quando ocorre esta visibilidade, podem ter a aparência humana, por exemplo: anjos em Sodoma, foramconfundidos com homens (Gn 19.1-5); os anjos são chamados de “varões vestidos de branco” (At 1.10-11) - as vestes brancas são características de anjos, conforme João 20.12. Mas, quando os anjos estão visíveis, o normal é vermos que os homens ficam assombrados e aturdidos1 com a magnitude de suas feições angelicais, por vezes brilhantes como relâmpago (Mt 28.2-3). Daniel e João descrevem o esplendor dos anjos em passagens como Daniel 10.5-11 e Apocalipse 10.1. Nem sempre os anjos são descritos como portadores de asas, principalmente quando util izam uma aparência humana. Entretanto, tanto Serafins quanto Querubins são descritos com muitas asas (Is 6.2,6; Ez 10.20-21). Os anjos podem até mesmo comer (Gn 18.2,8; Gn 19.1-3).

É um exército e não uma raça.As Escrituras ensinam que o casamento não é da

ordem ou do plano de Deus para os anjos, portanto não se caracteriza uma raça. No Velho Testamento por cinco vezes os anjos são chamados de “filhos de Deus” , mas nunca lemos a respeito dos “filhos dos anjos” . Os anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade não tem sexo, não propagam sua espécie. Várias passagens das Escrituras indicam que há um número muito grande de anjos, e são repetidamente mencionados como exércitos do céu ou de Deus. No Getsêmani, Jesus disse a um discípulo que queria defendê-los dos que vieram prendê-lo: “Acaso pensas que não posso rogar ao meu pai, e ele me mandaria

1 Es t o n te ad o , p e r tu rbado , a to rd oa do . Atô ni to , pasm ado.

47

Page 49: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

neste momento mais de doze legiões de anjos” ? Portanto, seu criador e mestre é descrito como “Senhor dos Exércitos” . É evidente que eles são criaturas e portanto limitados e finitos. Apesar de terem mais livre

<3 relação com o espaço e o tempó do que os homens, não podem estar em dois ou mais lugares simultaneamente.

São seres racionais morais e imortais.Aos anjos são atribuídas características pessoais;

são inteligentes dotados de vontade e atividade. O fato de que são seres inteligentes parece inferir-se imediatamente do fato dé que são espíritos. Embora não sejam oniscientes, são superiores aos homens em conhecimento e por ter natureza moral estão sob obrigação moral; são recompensados pela obediência e punidos pela desobediência. A Bíblia fala dos anjos que permanecerem leais como “santos anjos” , e retrata os que caíram como mentirosos e pecadores. Os homens podem morrer, mas os anjos são espíritos imortais (Lc 20.34-36). Significa que eles não estão sujeitos à dissolução, ou putrefação1 orgânica, visto que seus corpos são imateriais. A imortalidade deriva da pura espiritualidade. A imortalidade dos anjos está l igada ao sentido de que os anjos bons não estão sujeitos a morte, além de serem dotados de poder formando o exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o que o Senhor mandar, enquanto que os anjos maus formam os exércitos de Satanás empenhados em destruir a obra do Senhor. Ilustrações do poder de um anjo são encontradas na libertação dos apóstolos da prisão (At12.7) e no rolar da pedra de mais de 4 toneladas que fechou o túmulo de Cristo.

1 Es ta d o de pu t re fa to ; apo dre c im e n to .

Page 50: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Os anjos são seres poderosos.O salmista os descreveu como “valorosos em

poder” que executam as ordens de Deus e Lhe obedecem (SI 103.20). Quando os pais de Sansão levantaram um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre as chamas do altar sem sofrer qualquer dano (Jz 13.19,20). Um só anjo matou 185 mil soldados do exército assírio (Is 37.36). Um só anjo destruiu com fogo as cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19.1-29). Um só anjo removeu a pedra do sepulcro onde Jesus foi sepultado, quando se exigia vários homens para remover aquela enorme pedra (Mt 28.2) Embora os anjos tenham poderes, eles são limitados (2Sm 24.16; Ap 18.1,21; Gn 19.13).

Os anjos são seres pessoais.Na experiência com os homens, os anjos

falam, orientam, ouvem e determinam. A Bíblia dá a entender que os anjos possuem uma inteligência superior à dos homens, mas não igual ou superior à de Deus (2Sm 14.20; IPe 1.12). Dotados de sentimentos, anjos podem experimentar emoções quando rendem cultos a Deus (SI 148.2). Eles conhecem suas limitações e se contentam com tudo o que fazem (Mt 24.36).

49

Page 51: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Questionário

• Assinale com “X ” as alternativas corretas

1. A palavra anjo no hebraico é malakh e no grego é angelos que têm o mesmo significadoa)[ I Príncipe da paz, conselheirob)| I Servo, pacificadorc ) 0 Mensageiro, enviadod)| I Guerreiro, soberano

2. Revela a verdade sobre o mundo espirituala ) 0 A Bíblia Sagradab)l I A experiência humanac)l I A mitologiad)l I As religiões

3. Quanto aos Anjos é errado dizer quea ) D São seres espirituais e incorpóreosb ) Q Foram criados por Deus após a criação do

homemc)| | Aparecem e desaparecem; movimentam-se com

rapidez imperceptível sem usar meios naturaisd)l I Por serem superiores à matéria, os anjos

podem tomar formas humanas

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

4.KrI A Bíblia nos diz que Deus fez os anjos “um pouco abaixo dos homens”

5-ífel Os Anjos têm relações com o espaço e o tempo, e podem estar em dois ou mais lugares simultaneamente

50

Page 52: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Característ icas Distintas dos Anjos

O Senhor deu aos anjos conhecimento, poder e mobilidade mais elevada do que aos homens. Por esses elementos descobrimos algumas características especiais capazes de fazer-nos compreender alguns aspectos da revelação bíblica e das relações pessoais com os homens.

Santidade.São identificados como santos. Isto implica

em que eles foram colocados em estados eternos de santidade (Ap 14.10). Outros textos das Escrituras os identificam como “santos” (Mt 25.31; Mc 8.38; At10.22) para os distinguir dos anjos caídos (Jo 8.44 e lJo 3.8-10).

Reverência.Uma das características principais das

atividades angelicais é o louvor e a adoração (SI 29.1,2; 89.7; 103.20; 148.2). Jesus declarou que os anjos de Deus sempre estão na presença do Pai e vêem a sua face (Mt 18.10). De modo geral, todos os anjos de Deus o louvam e o adoram, mas há uma classe específica das hostes angelicais cuja função principal é louvar e adorar a Deus; são os serafins. Reverência é respeito e veneração marcados pelo temor. Esse temor não é medo, mas significa reconhecimento do poder superior de Deus.

Serviço.São “espíritos ministradores” (Hb 1.14),

indicando que eles exercem serviços especiais aos interesses do Reino de Deus. Exemplos:

Page 53: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

1. Os anjos executam a vontade de Deus. O autor de Hebreus indica essa função angelical de serviço quando diz: “Ainda quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos e a seus ministros labaredas de fogo” (Hb 1.7). Os escritores sagrados os destacam como “ministros” para identificar o serviço que prestam a Deus em favor dos santos em Cristo.

2. Os anjos cuidam e protegem os fiéis (SI 34.7; lRs 19.5-7).

3. Os anjos punem os inimigos de Deus (2Rs 19.35; Mt 13.49,50).

A Classificação dos Anjos

A Bíblia dá a entender que os anjos de Deus se acham organizados de forma hierárquica, isto é, numa forma de graduação, de autoridade. A organização angelical abrange as várias categorias ou classes de anjos.

Uma hierarquia especial de anjos.1. Anjos.

São exércitos como seres a lados1 para nos favorecer. Desde a entrada do pecado no mundo, eles são enviados para dar assistência aos herdeiros da salvação. Eles se regozijam com a conversão de um pecador, exercem vigilância protetora sobre os crentes (SI 91.11), protegem os pequeninos, estão presentes na igreja, recebem aprendizagem das multiformes riquezas da graça de Deus e encaminham os crentes ao seio de Abraão. A idéia de que alguns deles servem de anjos da guarda de crentes individuais não tem apoio nas

1 Fig. Leve , aéreo, de l icado . G rac ios o , e legan te , a i roso .

52

Page 54: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Escrituras. Embora os anjos não constituam um organismo, evidentemente são organizados de algum modo. Isto ocorre do fato de que ao lado do nome geral “anjo” , a Bíblia emprega certos nomes específicos para indicar classe de anjos. O termo grego “angelos” (mensageiros) também e freqüentemente aplicado a homens. Não há nas Escrituras um nome geral, especificamente distintivo, para todos os seres espirituais. Eles são chamados filhos de Deus, espíritos, santos, vigilantes. Contudo, há nomes específicos que indicam diferentes classes de anjos. Ao que parece, a palavra “anjo” determina um termo geral, relativo aos seres celestiais. Entretanto, além deste termo geral, percebemos uma categoria chamada “anjos” , que em sua forma difere de outras categorias, como a dos Serafins e a dos Querubins (feição de rosto, asas, etc). O único anjo mencionado pelo nome é Gabriel (“homem de Deus” ou “Deus mostrou-se forte”). É um “Anjo Mensageiro” , destacado por Deus para “Assuntos Especiais” , em Daniel 8.15-17 revela o futuro ao interpretar uma visão (544 a.C.), em Daniel 9.21-22 dá entendimento e instrução a Daniel (523a.C.), em Lucas 1.13 e 19 anuncia o nascimento de João Batista e em Lucas 1.26-27 anuncia o nascimento de Jesus.

2. Querubins.Essa classe de anjos criados por Deus se

destaca pela l igação que eles têm com o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico “querub”, tem o sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gênesis 3.24 no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore da vida. O que

53

Page 55: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

aprendemos acerca dos querubins, que eles possuem uma posição elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus ( ISm 4.4; 2Rs 19.15; SI 80.1; 99.1; Is 37.16). As ligações dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso à presença de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou “Lugar Santíss imo” com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22). Como demonstração dos seus poderes de majestade, em Ezequiel 1 e Apocalipse 4 são representados simbolicamente como seres vivos em várias formas. Mais do qué outras criaturas, eles foram destinados a revelar o poder, a majestade e a glória de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no tabernáculo, no templo e na descida de Deus a terra. São protetores do trono de Deus (SI 80.1; SI 99.1; Is 37.16). São tão velozes como o vento (2Sm 22.11; Gn 3.24). Duas réplicas de querubins esculpidas em madeira foram colocadas na cobertura da Arca (Nm 7.89). Também adornavam o Tabernáculo (Êx 26.1). E tinham grande destaque no Templo de Salomão, com asas que se estendiam pela largura do santuário ( IRe 6.23-28). Estes “ornamentos” em forma de querubins, foram orientados por Deus e certamente indicam a importância destes anjos na proteção do Trono de Deus. A descrição de Ezequiel era de seres com vários rostos, cheias de olhos e várias asas e o trono de Deus está acima deles (Ez 1.5-14; 10.19-22).

3. Serafins.A palavra no hebraico, tem uma raiz

(,saraph) que quer dizer consumir com fogo, e significa ardente, refulgente1 ou brilhante, nobres ou

1 Que r e fu lg e ou r e sp la nde ce ; r e s p l and ecen te , re fu lg ido .

54

Page 56: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

afogueados1. Portanto, os Serafins são agentes de purificação pelo fogo. São zelosos pela santidade (Is 6.1-7). Localizam-se acima do Trono de Deus (Is 6.1-2). Parecem ter um ministério de adoração constante ao Senhor (Is 6.3), que abalava o lugar e o enchia de fumaça (Is 6.4). Diante da atitude de humilhação de Isaías (considerando-se impuro, Is 6.5), um dos Serafins o purifica com uma brasa do altar, retirando dele a iniqüidade e informando que o seu pecado estava perdoado (Is6.6-7). Esta classe de anjos aparece uma só vez na Bíblia em Isaías 6.1-7. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem, proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são representados como tendo seis asas. As asas de cada Serafim tinham funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de ter asas. As asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. E uma forma materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque, de fato, os anjos são incorpóreos.

4. Arcanjos.A palavra “arcanjo” representa a mais

elevada posição na hierarquia angelical. O prefixo “a r c ” , do grego “arch”, sugere tratar-se de um chefe,

1 S u b m e t id o a mui to fogo ou a mu i to calor . M ui to quen te ; ab ra sa do , a rdente .

55

Page 57: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

um príncipe, um primeiro-ministro. Na Bíblia, o único mencionado é Miguel (Jd 9). Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do arcanjo Miguel (Jd 9). Não é impossível que existem ouTros arcanjos, e que Gabriel seja um deles. Do que é declarado a respeito de Miguel, deduzimos que os arcanjos são principais príncipes do exército de Deus (Dn 10.13). Miguel (quem é como Deus)? É um “Anjo Guerreiro”, um campeão .dos exércitos de Deus (Dn 10.13,20-21), lutando contra os demônios da Pérsia e Grécia (Ap 12.7-8), lutando contra o dragão (Satanás) Judas 9, lutou com o diabo, pelo corpo de Moisés. O arcanjo Miguel se destaca biblicamente como uma espécie de administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel (Jd 9; Dn 12.1). Ele é denominado “príncipe dos filhos de Israel” porque é o guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e escatológica (futura) que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas, representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a Escritura não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos ares ( lTs 4.16).

A Queda dos Anjos

Os anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e como o homem dotado de livre escolha. Sob

56

Page 58: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu (Jd 6). O pecado, no qual eles e seu chefe caíram foi o orgulho. Segundo as Escrituras, os anjos maus passam o tempo no inferno e no mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam. Enganando os homens por meio do pecado, exercem grande poder sobre eles, este poder está aniquilado1 para aqueles que são fiéis a Cristo, pela redenção que ele consumou. Os anjos não são contemplados no plano da redenção, mas no inferno foi preparado o eterno castigo dos anjos maus. Os anjos maus são empregados na execução dos propósitos de Satanás, que são opostos aos propósitos de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.

A época de sua queda.Nas Escrituras não há referência de quando

ocorreu a queda dos anjos, mas deixa claro que se deu antes da queda do homem, já que Satanás entrou no jardim na forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gn3).

A causa de sua queda.A queda dos anjos se deu devido a sua

revolta del iberada2 e autodeterminada contra Deus. Grande prosperidade e beleza parecem ser apontadas como possíveis causas. Ambição desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa (Is14.13-14).

0 resultado de sua queda.• Todos eles perderam a sua santidade original e se

tornaram corruptos em natureza e conduta;

1 A r ru i nado , de s t r u íd o . Aba t id o , p ros t rado .2 Reso lv e r - se c o n s id e r a d a m en te ; dec id i r - s e , de te rm in a r - se .

57

Page 59: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

• Alguns deles foram lançados no inferno e estão acorrentados até o dia do julgamento;

• Alguns deles permanecem em liberdade e trabalham em definida oposição à obra dos anjos bons (Jd 9);

• Eles serão, no futuro, atirados para a terra, e após seu julgamento, no lago de fogo e enxofre (Jd 6).

Os Demônios

As Escrituras não descrevem a origem dos demônios. Essa questão parece ser parte do mistério que rodeia a origem do mal. Porém, as Escrituras dão claro testemunho da sua existência real e de sua posição.

Nos Evangelhos aparecem os espíritos maus desprovidos de corpos, que entram nas pessoas, das quais se diz que têm demônios. Os efeitos desta possessão conforme os exemplos dos textos bíblicos se evidenciam por loucura (Mc 5.1-20), epilepsia (Mt17.14-23) e outras enfermidades, associadas principalmente com o sistema mental e nervoso. O indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor de si mesmo; o espírito fala através de seus lábios ou emudece a sua vontade; leva-o aonde quer e geralmente o usa como instrumento, revestindo-o às vezes de uma força sobrenatural.

Quando examinam as Escrituras, algumas pessoas ficam em dúvida se os demônios devem ser classificados juntamente com os anjos ou não; mas não há dúvida de que na Bíblia, há ensino positivoconcernente a cada um dos dois grupos.

Ainda que alguns falem em “diabos” , comose houvesse muitos de sua espécie, tal expressão éincorreta. Há muitos “demônios”, mas existe um único “diabo” . Diabo é a transliteração do vocábulo grego

58

Page 60: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

“diabolos”, nome que significa “acusador” e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás. “Demônio” é a transliteração de “daimon” ou “daimonion” .

A natureza dos demônios.• São seres inteligentes, possuem características de

ações pessoais o que demonstra que possuem personalidade;

• São seres espirituais;• São reputados idênticos aos espíritos imundos no

Novo Testamento;• São seres numerosos de tal modo que tornam

Satanás praticamente ubíquo1 por meio desses seus representantes;

• São seres vis e perversos - baixos em conduta;• São servis e obsequiosos2. São seres de baixa

ordem moral, degenerados em sua condição, ignóbeis3 em suas ações, e sujeitos a Satanás.

As atividades dos demônios.• Apossam-se dos corpos dos seres humanos e dos

irracionais;• Afligem aos homens mentais e fisicamente;• Produzem impureza moral.

Satanás

Satanás aparece nas Escrituras como reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ele era originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o líder dos que se revoltaram

Que está ao m esm o t em po em toda a par te.' Que p re s ta obs éq u io s ; se rv iça l .

Que não tem n ob reza ; ba ixo , de sp re z ív e l , vil , abjeto.

Page 61: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

contra Deus e caíram. De acordo com as Escrituras, Satanás era originalmente Lucifer (“o que leva a luz”), o mais glorioso dos anjos. Mas ele orgulhosamente aspirou a ser “como o Altíss imo” e caiu “na condenação” .

O nome “Satanás” revela-o como “o adversário”, não do homem em primeiro lugar, mas de Deus. Ele investe contra Adão como a coroa da criação de Deus, forja1 a destruição, razão pela qual é chamado Apolion (destruidor), e ataca Jesus, quando Este empreende a obra de restauração. Depois da entrada do pecado no mundo ele se tornou “diabolos” (acusador), acusando continuamente o povo de Deus. Ele é apresentado nas Escrituras como o originador do pecado e aparece como reconhecido chefe dos que caíram. Ele continua sendo o líder das hostes angelicais que arrastou consigo em sua queda, e as emprega numa desesperada resistência a Cristo ao seu reino. E também chamado “príncipe deste mundo” e até mesmo “deus deste século” . Não significa que ele detém o controle do mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele deu toda autoridade a Cristo, mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo naquilo em que está separado de Deus.

Ele é mais que humano, mas não é divino; tem poder, mas não é onipotente; exerce influência em grande escala, mas restrita e está destinado a ser lançado no abismo.

Seu caráter.Presunçoso; orgulhoso; poderoso; maligno;

astuto; enganador; feroz e cruel.

1 In venta r , maqui na r , p lanear , ima gi na r , fo r j icar .

Page 62: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Suas atividades.1. A natureza das atividades. Perturbar a obra de Deus;

opor-se ao evangelho; dominar, cegar, enganar e laçar os ímpios; afligir e tentar os santos de Deus.

2. O motivo de suas atividades. Ele odeia até a natureza humana com a qual se revestiu o Filho de Deus. Intenta destruir a igreja porque ele sabe que uma vez perdendo o sal da terra o seu sabor, o homem torna-se vítima nas suas mãos inescrupulosas.

Sua atuação.Não limita suas operações aos ímpios e

depravados. Muitas vezes age nos círculos mais elevados como “um anjo de luz” . Deveras, até assiste às reuniões religiosas, o que é indicado pela sua presença no ajuntamento dos anjos, e pelo uso dos termos “doutrina de demônios” e “a sinagoga de Satanás” . Freqüentemente seus agentes se fazem passar como “ministros de jus t iça” .

Sua derrota.Deus decretou sua derrota. No princípio foi

expulso do céu; durante a grande tribulação será lançada da esfera celeste a terra (Ap 12.7-9); durante o milênio será aprisionado no abismo, e depois de mil anos será lançado no lago de fogo. Dessa maneira a Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal.

Questionário

• Assinale com “X ” as alternativas corretas

6. Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael,

61

Page 63: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamosa ) [ ] É o d o arcanjo Gabrielb)| I E o do arcanjo Rafaelc ) m É o do arcanjo Migueld)| I É o do arcanjo Remiel

7. Diabo é a transliteração do vocábulo grego “diabolos”, nome que significa “acusador” e é aplicado nas Escrituras exclusivamentea ) 0 A Satanásb)| I Aos demôniosc)| I As potestadesd)| I Aos príncipes das trevas

8. Quanto a Satanás, é errado afirmar quea ) D É mais que humano, mas não é divinob)l I Tem poder, mas não é onipotentec)| | Exerce influência em grande escala, mas

restrita e está destinado a ser lançado no abismod)[jT| É invisível, mas é onipresente

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

9.IZ1 Os anjos cuidam e protegem os fiéis10.U] De acordo com as Escrituras, Satanás era

originalmente Lucifer (“o que leva a luz”), o maisglorioso dos anjos

62

Page 64: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Lição 3A Doutrina do Homem: Antropologia

Toda religião gira em torno de dois pólos: Deus e o homem e suas relações mútuas. Por isto é importante conhecer o que a Bíblia ensina sobre Deus e sobre o homem. Somente Deus pode verdadeiramente revelar Deus. Esta revelação de si mesmo, tão necessário à salvação, encontra-se nas Escrituras. Da mesma fonte deriva a opinião de Deus sobre o homem, que é a opinião verdadeira, pois quem melhor pode conhecer o homem do que o seu Criador? Nestes dias, quando as falsas filosofias representam de modo errado a natureza humana, é de grande importância que conheçamos a verdade. Assim melhor poderemos compreender também as doutrinas sobre o pecado, o juízo e a salvação, as quais se baseiam no ponto de vista bíblica da natureza do homem.

Deus e a Origem do Homem

A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação especial, que significa que Deus fez cada criatura “segundo a sua espécie” . Ele criou as várias espécies e então as deixou para que se desenvolvessem e progredissem segundo as leis do seu ser. A distinção entre o homem e as criaturas inferiores, implica a declaração de que “Deus criou o homem à sua imagem”.

63

Page 65: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Em oposição à criação especial, surgiu a 0 teoria da evolução que ensina que todas as formas de

vida tiveram sua origem em uma só forma e que as espécies mais elevadas surgiram de uma forma inferior. Por exemplo, o que outrora era caramujo transformou- se em peixe; o que era peixe chegou a ser réptil; o que outrora era réptil tornou-se pássaro, e (para encurtar a história) o que outrora era macaco evoluiu e tornou-se ser humano. A teoria é a seguinte: em tempos muito remotos apareceram a matéria e a força - mas como e quando, a ciência não o sabe. Dentro da matéria e da força surgiu uma célula viva - mas de onde ela surgiu também ninguém sabe. Nessa célula havia uma centelha1 de vida, da qual se originaram todas as coisas vivas, desde o vegetal até o homem, sendo este desenvolvimento controlado por leis inerentes2. Essas leis, em conexão com o meio ambiente, explicam a origem das diversas espécies que têm existido e que existem incluindo o homem. De maneira que, segundo essa teoria, houve uma ascensão gradual e constante desde as formas inferiores de vida às formas mais elevadas até chegar ao homem.

A Bíblia afirma que Deus criou o homem. A Bíblia diz: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra” (Gn 2.7). Esta afirmativa soberana faz cair

* 3por terra, todas às teorias materialistas e panteístas que se baseiam em hipóteses e suposições infundadas4. O homem apareceu no cenário deste mundo pela poderosa Palavra de Deus. Jesus falou disto, dizendo:

1 Aq u i lo que br i lha m o m e n t a n e a m e n t e . I nsp i r ação , l am pejo .2 Que está p o r n a tu reza i n s e p a r a v e lm en te l igado a a lg u m a co isa ou pessoa .3 Te o r ia f i lo sóf ica , se g u n d o a qua l Deus é tudo e tud o é Deus .4 Que não tem fu n d a m e n to ou mot ivo ; sem razão de ser; de sm ot iv ado .

Page 66: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

“Aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez”(Mt 19.4), e falou ainda “ . ..desde o princípio da criação Deus os fez” (Mc 10.6). O homem tem, desta maneira,Deus como a sua origem, e não é descendente de algum macaco dos tempos passados. Quando a Bíblia fala da criação do homem, usa a palavra hebraica “Asah” que significa fazer de coisas que já existem (Gn 1.26; 2.7), porque fez o homem do pó da terra, e a mulher, da costela de Adão. Porém a Bíblia também usa a palavra “Bara” que significa fazer algo do nada (Gn 1.27), porque Ele também “criou” no homem espírito e alma (Gn 2.7). Em Isaías 43.7 encontramos estas duas expressões: “os criei {bara) para a minha glória, eu os , formei, eu os fiz (asah)”. <7)

OA Bíblia afirma que todos os homens I v procedem de Adão. Quando Deus criou Adão, “não havia homem para lavrar a terra” (Gn 2.5). Depois que Adão tinha sido criado, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Adão, portanto é, com razão, chamado “o primeiro homem” (ICo 15.45). Quando Eva tinha sido formada, foi considerada “a mãe de todos os viventes” (Gn 3.20). A Bíblia afirma ainda que Deus “de um só fez toda a geração dos homens”(At 17.26). Estas palavras, e outras, desfazem totalmente as teorias de que no princípio tenha havido homens de outras raças ou de outra procedência, os quais se espalharam sobre o mundo. Outros se confundem com a expressão “os filhos de Deus” (Gn6.2), julgando que aqui se trata de um tipo de homem de outra origem. Porém, nesta passagem fala-se simplesmente dos homens da linhagem de Sete, filho de Adão e Eva (Gn 4.26), os quais creram em Deus, motivo por que foram chamados “filhos de Deus” . Nós também somos “filhos de Deus” ( lJo 3.2). As diferenças que existem entre raças e povos na cor,

65

Page 67: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

forma dos rostos e cabelos, não evidenciam outras origens, pois fo ram produzidas por fatores climáticos e ambientais.

O Homem Foi Criado à Semelhança da Imagemde Deus

As Dimensões da Imago Dei (do latim - imagem de Deus) (Gn 9.6; ICo 11.7; Tg 3.9)

DimensãoRacional

O ser humano recebeu a responsabilidade de exercer domínio sobre a terra (Gn 1.26- 28; SI 8.4-9).Adão foi instituído a cuidar do jardim.Adão deu nome aos animais (Gn 2.19-20). Adão reconheceu que a mulher lhe era uma ajudadora idônea (Gn 2.22-24; ver 2.20).

DimensãoEspiritual

Adão e Eva tinham comunhão com Deus (Gn 3.8).Adão e Eva temeram a Deus após o seu pecado (Gn 3.10).

DimensãoMoral

Deus deu a Adão e Eva uma ordem moral (Gn 2.17).Adão e Eva possuíam um sentido de retidão de moral (Gn 2.25).Adão e Eva reconheceram-se culpados logo após a sua transgressão1 (Gn 3.7; Ec 7.20).

DimensãoSocial

Adão e Eva (presumivelmente) falavam um ao outro (Gn 2.18,23; 3.6-8; 4.1).

A Bíblia diz: “Façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança” (Gn 1.26,27). Uma coisa tão sublime não se diz a respeito de nenhuma outra criatura de Deus. Somente o homem foi criado à

■' In f r ação p r e m e d i t a d a e con sc ie n te de um prece i t o , ou pr inc íp i o .

66

Page 68: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

semelhança de Deus, e pode portanto ser considerado como a coroa da criação. Vejamos o que significa ser criado à semelhança da imagem de Deus.

Deus pôs a eternidade no coração do homem.Deus que é eterno (Jr 10.10) pôs a eternidade

no coração do homem (Ec 3.11 - tradução revisada). A Bíblia diz: “Deus soprou em seus narizes o fôlego de vida e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7). Assim somos da sua geração (At 17.28). Todo o homem é, portanto portador de eternidade dentro de si. A sua alma não pode morrer (Mt 10.28), e o seu espírito é incorruptível ( IPe 3.4). Somente o corpo do homem é mortal, porém ressuscitará (At 24.15; Jo 5.28,29).

Deus criou o homem com alma e espírito.Deus que é espírito (Jo 4.24), criou o homem

com parte espiritual, isto é, com alma e espírito. Esta parte espiritual é invisível e imaterial, e chama-se “o homem interior” , o qual habita no corpo, que é “o homem exterior” (2Co 4.16).

O homem é um ser tríplice.Deus que é trino, criou o homem como um

ser tríplice, isto é, ele é composto de espírito, alma e corpo. O Deus trino, isto é, Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo, deixou sua semelhança na formação do homem. Também Jesus, quando se fez homem, recebeu um corpo (Hb 10.5); uma alma (Mt 26.38), e um espírito (Lc 23.46). A Bíblia fala muito destas três partes do homem ( lT s 5.23).

Deus que é perfeito criou o homem perfeito.O Próprio Deus disse a respeito do homem:

“era muito bom” (Gn 1.31), e a Bíblia diz; “Deus fez o

67

Page 69: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

homem reto” (Ec 7.29). Paulo escreveu que o novo homem é criado por Deus em verdadeira justiça e santidade (Ef 4.23,24). Este “novo homem” é o crente salvo, que é “a imagem daquele que o cr iou” (Cl 3.10). O pecado havia desfigurado esta imagem. Porém Jesus veio para restaurá-la. Ele viveu aqui na terra, da maneira que Deus queria que os homens vivessem, e assim se tornou o nosso exemplo (Fp 2.5; IPe 2.21). Depois morreu por nós, para dar-nos poder para, por meio do novo nascimento, sermos feitos filhos de Deus (Jo 1.12,13).

O homem é um ser moral.Deus, a fonte da verdadeira moral, criou o

homem com sentimento moral. Ele disse: “Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal” (Gn 3.22). Esta ciência Deus colocou dentro do nosso espírito, num órgão que, dum modo especial, é o marco notável do Criador, a consciência (Rm 2.15), que declara incontestavelmente o veredicto sobre a maneira que o homem age.

Deus criou o homem um ser inteligente.Deus de entendimento infinito criou o

homem como um ser inteligente em condições de cooperar com o seu Criador. Assim o homem cooperou com Deus já no jardim do Éden (Gn 2.19). E ainda Deus quer que sejamos os seus cooperadores (ICo 3.9).

Deus criou o homem com livre arbítrio.Deus que criou o mundo conforme a sua

vontade (Ap 4.11), criou o homem com livre arbítrio. O homem possui assim liberdade de escolha, inclusive tem liberdade de obedecer ou não (Dt 30.19; Is 56.4; Lc 10.42).

68

Page 70: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O homem tem poder de domínio.Deus, o supremo governo, atribuiu ao homem

uma posição de domínio sobre a criação. Ele disse: “Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra e sujeitai- a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28,29). Depois que o mal havia entrado no mundo, Deus disse: “O pecado jaz à porta e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás” (Gn 4.7).

O Homem foi Criado como uma Triplicidade, Composta de Corpo, Alma e Espírito

“Quem é o homem?” (SI 8.4). Esta pergunta do salmista tem sido alvo de muitas pesquisas, através de todos os tempos, da parte de filósofos, cientistas, teólogos e outros. Quando o rei Davi meditou sobre este problema, disse: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado” (SI 139.14). E realmente um assunto interessante estudar o que a Bíblia ensina sobre o homem. Podemos definir e subdividir este assunto de várias maneiras: Como o tabernáculo no deserto era dividido em três partes, assim o homem também o é. O pátio do tabernáculo representa a parte externa e visível do homem, que é o seu corpo, enquanto o lugar santo, que não se podia ver de fora, representa a alma; e o lugar santíssimo, representa o espírito do homem. A Bíblia subdivide o homem em duas partes: “o homem exterior” , que é o seu corpo, e “o homem interior”, que é composto da alma e do espírito (2Co 4.16; Ef 3.16). A parte exterior do homem é visível material e mortal, enquanto a parte interior é imaterial, invisível e imortal.

Page 71: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O Corpo do Homem

Foi formado por Deus do pó da terra (Gn2.7), isto é, da mesma terra em que vivemos. Através de análise química, sabemos que o corpo humano consiste de vários compostos, como ferro, açúcar, sal, carbono, iodo, fósforo, cálcio, etc. Porém o valor real do corpo está na sua alta finalidade de ser a morada, o tabernáculo em que habitam a alma e o espírito do homem (2Pe 1.14,15; 2Co 5.1,4; Jó 14.22; 32.8; Zc 12.1). O corpo humano conserva a vida enquanto o espírito e alma nele permanecem. Quando o espírito (Ec 12.7; Tg 2.26; Lc 8.54,55) e a alma (At 20.9,10; lRs 17.20-22; Gn 35.18), deixam o seu corpo, ele morre. O corpo, por ser um produto da Palavra de Deus, feito à sua semelhança, não será aniquilado, mas ressuscitará (Jó 19.26). Outra afirmação de importância é que o corpo foi por Deus determinado para ser templo do Espírito Santo (ICo 6.19-20).

A Alma do Homem

A alma junto com o espírito formam o “homem interior” , a parte imaterial do homem. Embora a alma e o espírito estejam inseparavelmente unidos tanto dentro do corpo como fora dele, existe uma diferença entre eles. A Bíblia diz que “a Palavra de Deus é viva... e penetra até a divisão da alma e do espírito” (Hb 4.12).

0 A alma é o órgão que orienta a vida do corpo, e estabelece o contato com o mundo em redor, enquanto o espírito é o órgão do homem que lhe dá a possibilidade de ter relações com Deus.

A alma é a sede do sentimento. A Bíblia diz: “a minha alma tem sede de Deus” (SI 42.2); “A minha

70

Page 72: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

alma se alegra” (SI 35.9), “A minha alma está quebrantada de desejar” (SI 119.20). É com a alma que podemos amar a Deus (Mt 22.37). A alma também aborrece (2Sm 5.8; Jr 14.19; Gn 42.21), e fica triste e com amargura (2Rs 4.27).

A alma é a sede do intelecto com suas faculdades: pensamento, entendimento e saber (SI 139.14; Pv 19.2). A vontade tem também na alma a sua sede. E a alma que quer (Jó 23.13). A alma também é o centro do temperamento, pois nela está a índole. A alma pertence também os desejos e as paixões em relação à vida natural e física (Lc 12.19; Ap 18.14).

A alma do homem não é o sangue, Levítico 17.11, diz: “a alma da carne está no sangue” , a palavra “alma” está sendo usada como sinônimo de “vida” . Veja em Gênesis 9.4: “a carne, porém, com a sua vida, isto é, com o seu sangue, não comereis” . A idéia de que o sangue significa a alma do homem, abre a porta para muitas contradições. Vejamos em Apocalipse 6.9-11, a respeito “das almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus” , as quais clamavam: “Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue.. .” . Se a alma fosse a mesma coisa que o sangue, como então as almas, poderiam estar no Paraíso, debaixo do altar, quando tinham sido “derramadas sobre a terra”?! Está bem claro que o sangue faz parte do corpo, enquanto a alma é a parte imaterial e imortal.

A Bíblia fala da salvação da alma (Tg 5.20), e pergunta: “Que daria o homem pelo resgate da sua alma?” (Mc 8.37), ou “que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo, e perder a sua alma?” (Mc 8.36). Devemos, portanto, encomendar as nossas almas a Deus, como ao fiel Criador, fazendo o bem (IPe 4.19).

71

Page 73: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O Espírito do Homem

É a parte espiritual, invisível no homem, que, juntamente com a alma, compõem o homem interior. Ele é o órgão no homem que, como uma janela aberta para o céu, lhe dá condições de sentir a realidade de Deus e da sua Palavra ( ICo 2.10,12). Eis o que distingue o homem de qualquer outra criatura: só o homem, foi criado conforme a imagem de Deus. O espírito do homem é a sede das suas relações com Deus. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor” (Pv 20.27 - tradução revisada). Por isto a Bíblia muitas vezes usa “coração” (SI 51.10), como sinônimo de “espírito” . “Era um só o coração e a alma da multidão dos que criam” (At 4.32).

O espírito do homem não crente é morto, isto é, separado de Deus, inativo (Ef 2.15; Lc 15.24,32; Cl 2.13; lTm 5.6). Ele é dominado pelos seus pecados e concupiscência (Ef 4.17-22; Tt 1.15), sem possibilidade de ver a glória de Deus (2Co 4.4).

Na salvação o espírito do homem é vivificado (Ef 2.5; Cl 2.13). Um despertamento começará no seu espírito (Ed 1.1), quando o Espírito Santo o convencer do seu pecado, e da just iça e do juízo de Deus (Jo 16.8-10). Quando o homem aceita Jesus como Salvador, Ele que é a vida (Jo 14.6), lhe dá a vida eterna (Rm 6.23), e “o Espírito testifica com o nosso espírito de que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).

Agora “tudo se fez novo.. .” (2Co 5.17). O espírito do homem vivificado pode, agora, ver a glória de Deus, porque o véu que antes o impedia foi tirado (2Co 3.16). O seu coração se tornou limpo, e pode ver a Deus (Mt 5.8), o invisível (Hb 11.27). A luz resplandece em seu coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus. Agora ele pode provar

Page 74: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

que Deus é bom (SI 34.8), e com o seu espírito adorar a Deus (Jo 4.23), e orar (ICo 14.15,16), e o Todo- Poderoso dá ao espírito do novo crente a inspiração divina que o faz entendido (Jó 32.8). Assim podemos observar com clareza que “o espírito do homem” não significa “o Espírito Santo operando no homem”, mas que esse espírito é um órgão do seu “homem interior” , onde o Espírito Santo opera, fazendo-o ouvir Deus falar (At 2.7).

Uma das faculdades mais importante do espírito do homem é a sua consciência (Rm 2.15,16), que é uma janela no homem, pela qual Deus olha para o interior dele. A consciência é um “espião” de Deus que persegue o homem quando ele peca, mas que lhe fala com uma voz elogiosa quando faz o bem.

Questionário

• Assinale com “X” as alternativas corretas

1. Ensina que todas as formas de vida tiveram sua origem em uma só forma e que as espécies mais elevadas surgiram de uma forma inferiora)[ I A teoria da criaçãob ) 0 A teoria da evoluçãoc)l I A teoria da espécied)l I A teoria da genética

2. É o órgão que orienta a vida do corpo, e estabelece o contato com o mundo em redora)l I O espíritob)l I O cérebroc)| I O coraçãod ) 0 A alma

73

Page 75: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

3. É a sede das suas relações com Deusa)| I A alma do homemb)l I O corpo do homem 0)0-0 espírito do homemd ) 0 O consciência do homem

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

4.[Ü A Bíblia afirma que nem todos os homens procedem de Adão

5 . È Só o homem foi criado conforme a imagem de Deus

74

Page 76: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O Homem - Diante da Morte e da Eternidade

O materialismo não aceita a doutrina da Bíblia a respeito de uma vida após a morte. A Bíblia, porém, diz que é um prejuízo inest imável1, quando o homem não pensa no seu fim (Lm 1.9), e por isto nos ensina a orar: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios” (SI 90.12; Dt 32.29). Jesus veio para trazer “a luz, a vida e a incorrupção” (2Tm 1.10). Portanto, temos na Bíblia a única fonte que nos dá uma verdadeira luz sobre a vida após a morte. E bem verdade que muitas coisas sobre essa vida não estão reveladas. Porém, “as reveladas são para nós e para os nossos filhos para sempre” (Dt 29.29). Estas coisas reveladas sobre a vida além do véu é que vamos procurar conhecer.

“A morte entrou no mundo pelo pecado” (Rm 5.12).Conforme o que Deus antes havia dito (Gn

2.17). No momento em que Deus pronunciou a sentença sobre o pecado, disse: “até que tornes a terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19). A morte atingiu a todos os homens (Rm5.12). Uma única exceção a esta regra infalível, haverá na vinda de Jesus, para os que estiverem preparados eles serão transformados e arrebatados ( lT s 4.14), quando o mortal for revestido de imortalidade (ICo15.53). Deste acontecimento temos dois exemplos no Velho Testamento: Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5), e Elias© (2Rs 2.11), eles não viram a m orter''"'"^^

1 Que não se pode e s t im ar ou ava l ia r ; inca lcu l áve l , in apr ec i áve l .

75

Page 77: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

A certeza da morte faz a vida instável1 e passageira.A Bíblia usa várias figuras para mostrar a

instabilidade da vida. Exemplos: a vida é “como uma corrente de água”, “como um sono”, ou “como uma erva” (SI 90.5; 103.15; Is 40.6,7; Tg 1.10,11); como “um conto ligeiro” (SI 90.9), como “uma sombra” (SI 102.11; 144.4); como “navios veleiros2” ou “águia que se lança à comida” (Jó 9.26).

A morte significa sempre separação.A Bíblia fala de morte em vários sentidos,

mas sempre a separação é o significado principal:1. Morte no sentido espiritual é o estado duma pessoa

que vive sem Deus, cujo espírito está morto, isto é, separado de Deus (Ef 2.1).

2. A morte física não somente significa que a pessoa que morreu foi separada dos familiares, mas, principalmente, que o seu espírito e a sua alma deixaram o corpo que morreu (Tg 2.26).

3. Há também a “Segunda morte” (Ap 2.11; 20.6), que significa uma eterna separação de Deus.

Que acontece com o corpo na hora da morte?1. Com a saída da alma (At 20.9,10; lRs 17.21; Gn

35.18.19), do espírito (Tg 2.26; Lc 8.54,55; Ec 12.7), o corpo é morto e volta ao pó (Ec 12.7; Gn3.19), isto é, ele é sepultado, e encontra a corrupção. Porém, sendo o corpo uma obra de Deus, feita à sua semelhança (Gn 1.26), não será aniquilado, mas ressuscitará ( ICo 15.35,38), com forma imortal ( ICo15.53), e espiritual ( ICo 15.44,46).

1 Nã o e s tá ve l ; i ncons t an te , m u d áv e l , mutáve l . Vo lúve l , in c on s t an t e . M óv e l , movediço .2 N av io a vela.

76

Page 78: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

2.eQuando a Bíblia, ao falar da morte, usa a palavra “dormir” , refere-se ao corpo, e nunca à alma ou ao

' espírito (At 13.36; lTs 4.13,15; Mt 27.52; ICo11.30; 15.51; Dn 12.2). É o corpo que dorme o sono da morte, até à manhã da ressurreição, quando todos ouvirão a voz de Deus, e se levantarão dos seus sepulcros (Dn 12.2; Jo 5.28,29; At 24.15).

Que acontece com a alma e o espírito na hora da morte?1. Quando a Bíblia fala do espírito do homem, ou da

alma, jamais se refere ao fôlego (respiração) do homem que se extingue na morte, conforme algumas doutrinas materialistas querem afirmar. Com isto, eles querem “provar” a inexistência de uma vida real após a morte. Como uma “prova” desta sua afirmativa, dizem que a palavra “espírito” ou “alma” simplesmente quer dizer “fôlego” . A Bíblia mostra claramente que “espírito, e alma” do homem são coisas inteiramente distintas do seu fôlego. Diz: “Assim diz Deus, o Senhor que criou os céus... que dá a respiração ao povo que nele está e o seu espírito aos que nela andam” (Is 42.5), e ainda: “Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego.. .” (Jó 34.14). O ridículo da afirmativa que “espírito” , “alma” e “fôlego” na Bíblia significam a mesma coisa fica patente de modo palpável e drást ico1 se, na leitura das seguintes passagens, for substituída a palavra “alma” pela palavra “fôlego” . Leia e compare desta maneira as seguintes passagens: Atos 23.8;ICoríntios 5.5; Gálatas 6.18; 2Coríntios 7.1; Mateus 10.28; Lucas 12.19; Tiago 5.20).

1 Enérg ic o , r ig o ro so , ex t re mo .

Page 79: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

2. Alma e o espírito que deixam o corpo “voltam a Deus que os deu” (Ec 12.7), isto é, ficam à disposição de Deus para serem encaminhados ao lugar que corresponde à relação que tiveram com Deus na hora da morte (Ec 11.3), para ali aguardarem o dia da ressurreição. Existe uma “casa de ajuntamento” destinada a todos os viventes (Jó30.23); onde mais que em algum outro lugar, se vê “a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não serve” (Ml 3.18).

“Rendendo o homem o espírito, então onde está?” (Jó14.10).

1. O espírito-alma do justo irá para o paraíso (Lc 23.43; 2Co 5.8), onde gozarão descanso (Ap 14.13), consolação e felicidade (Lc 16.23,25). Por isto é preciosa à vista do Senhor, a morte dos seus santos (SI 116.15).

2. Os espíritos dos injustos irão para o hades, um lugar de tormentos1, onde guardarão a ressurreição para o julgamento final (Lc 16.22,23; Ap 20.11,12).

Como será o estado intermediário do espírito e da alma após a morte.1. Os espíritos dos mortos não serão aniquilados,

permanecerão imortais.Existe uma doutrina materialista que prega a

aniquilação dos que morreram, porém a Bíblia afirma, incontestavelmente, que coisa alguma será aniquilada no homem que foi criado à imagem de Deus. A alma (Mt 10.28) e o espírito ( IPe 3.4) jamais morrerão. Quanto ao corpo, que é mortal, pela morte, somente

1 Supl íc io , to rtura . An gú s t i a , a f l i ção . Desg raça , misér ia .

78

Page 80: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

r

passa para um outro estado, isto é, torna-se pó (Gn3.19), porém se levantará do pó na ressurreição, para viver eternamente (Dn 12.2).

2. Os espíritos dos mortos terão uma existência absolutamente real e consciente.

Existem doutrinas antibíblicas, que afirmam que os espíritos dos mortos se acham num estado inconsciente, num sono eterno. Porém a Bíblia mostra que o estado de inconsciência se refere só ao corpo, para a qual “na sepultura não há obra nem indústria” (Ec 9.10). E por isto que os mortos não sabem coisa nenhuma (Ec 9.5), isto é, os corpos deles, “que descem ao s ilêncio” (SI 115.17). Mas nós bendiremos ao Senhor desde agora para sempre, ou seja, eternamente (SI 115.18). As almas dos crentes louvarão ao Senhor no Paraíso. Contando a história do homem rico e Lázaro, Jesus provou que o espírito e a alma de crentes ou de descrentes têm uma existência consciente no estado intermediário entre a morte e a ressurreição (Lc 16.19-31). Convém salientar que esta história não é uma parábola, mas fato verídico que Jesus conhecia. Numa parábola, Ele não dava nome aos personagens. A história de Lázaro e do homem rico é verídica e levanta o véu sobre a existência depois da morte. Exemplos de alguns personagens da Bíblia sobre o estado consciente da alma-espírito após a morte:a) Abraão.

Deus disse a Abraão: “Irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado” (Gn 15.15). Quando Abraão morreu, o seu corpo foi sepultado na cova de Macpela (Gn 25.8-9). Ali não havia “pais” mas somente a esposa que fora sepultada anos antes (Gn23.19). Foi o seu espírito que entrou na eternidade. Deus disse 330 anos depois da morte de Abraão: “Eu

79

Page 81: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

sou Deus de Abraão” (Êx 3.15) e, 1500 anos depois, Jesus explicou estas mesmas palavras, acrescentando “Deus não é Deus de mortos, mas de vivos” (Lc 20.37- 38). Abraão ainda existia! Jesus disse que quando os crentes chegarem ao Céu, verão Abraão, Isaque e Jacó assentados à mesa do Senhor (Mt 8.11).

b) Moisés.Deus disse a Moisés: “Morre no monte e

recolhe-se aos teus povos” (Dt 32.50). No monte Nebo, onde Deus sepultou o corpo de Moisés, não havia “povos” aos quais ele se pudesse recolher. O seu corpo realmente foi sepultado, enquanto o seu espírito entrava na eternidade, numa existência tão real que 1500 anos depois, manifestou-se a Jesus no monte da transfiguração (Mt 17.3).

c) Davi.Davi disse quando seu filho morreu: “Eu irei

a ele, porém ele não voltará a mim” (2Sm 12.23). Davi tinha certeza duma vida após a morte.

d) PauloPaulo testificou: -“Desejamos deixar este

corpo para habitar com o Senhor (2Co 5.8), e acrescentou: “para estar com Cristo porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23).

3. Nenhum morto terá jamais missão a cumprir em favor dos que habitam na terra.

Sem exceção, todo o serviço a Deus é feito somente por meio do corpo (2Co 5.10). A Bíblia diz: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam” (Ap 14.13). Com a

80

Page 82: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

morte, vem a noite, quando ninguém mais pode trabalhar (Jo 9.4). Por isso o apóstolo Paulo julgava necessário “por amor de vós, ficar na carne”, “para proveito vosso e gozo da fé” (Fp 1.24,25). É somente pelo corpo que o crente pode glorificar a Cristo, seja pela vida ou pela morte (Fp 1.20; Jo 21.19). Os espíritos dos mortos são imateriais e não podem ter contato com a matéria. Eles não podem interceder ou orar pelos que vivem aqui na terra, porque no Céu há somente um mediador ( lT m 2.5), e é Ele que intercede por nós (Hb 7.25; Rm 8.34). Tampouco poderão ser portadores de recados, ou evangelizar os que vivem no mundo. O pedido do homem rico, de que fosse enviado Lázaro, não foi atendido, porque, disse Abraão: “Eles têm Moisés e os profetas” (Lc 16.29). A única missão que os mortos terão no Paraíso é louvar a Deus e atender aquilo que Deus lhe ordenar (Ap 5.10; 20.6).

4.. O estado espiritual do homem jamais poderá sofrer alterações após a morte.

Da maneira que o homem entrar naeternidade, permanecerá para sempre. Aquele que entrar como crente, jamais poderá cair, e quem não for crente, jamais poderá salvar-se. A Bíblia diz: “Caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em quecair, ali ficará (Ec 11.3). Por que não existepossibilidade para salvação após a morte? Vejamos:a) “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar” (Is

55.6), isto é, “no tempo em que se diz hoje” (Hb 3.13). E somente enquanto o homem ainda“acompanha com todos os vivos”, que há esperança (Ec 9.4). O Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (Mc 2.10) e, por isso, é somente aqui na terra, antes de o homem morrer, “o tempo aceitável” , “o dia da salvação” (2Co 6.2).

81

Page 83: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

b) “É dado aos homens morrerem uma vez, vindo depois o ju ízo” (Hb 9.27). Quando o pecador estiver no Hades, aguardando “a ressurreição para a condenação” (Lc 16.23; Jo 5.29), jamais poderá sair de lá, porque “está posto um grande abismo” (Lc 16.26) que o separa dos salvos.

c) A salvação do pecador, após a morte é também impossível porque o Espírito Santo, então, não mais entrará em ação. Para um' homem ser salvo nesta vida, é indispensável a operação do Espírito Santo (Jo 6.44,65), tanto na sua chamada (Ap 22.17), para convencê-lo (Jo 16.8,9) como na sua regeneração (Jo3.8). Quando o Espírito Santo não mais operar, após a morte, nenhum pecador sentirá desejo de salvação. Poderá sentir remorso pelo prejuízo terrível que o pecado lhe causou, porém não pedirá salvação. O homem rico, no H ades , não pediu perdão, mas somente água para refrescar a língua (Lc 16.24). Os perdidos, citados em Apocalipse 6.15,16 não pediram salvação, mas que montes e rochedos os escondessem do rosto daquele que estava sentado sobre o trono.

d) O ensino sobre um “purgatório” onde as almas não preparadas podem ser perdoadas através de sofrimentos, de castigos atrozes1 para expiar os pecados, não tem apoio na Bíblia. Como conseqüências desta doutrina, aparece uma outra prática, isto é, o esforço de procurar por meio de votos, missas, orações, e esmolas em favor dos mortos, aliviar as penas do pecador, mas o único

1 Que não tem p iedade ; d e su m ano , bá rb a ro , c rue l. Punge nte , in to le ráve l . E s p a n to s o , a sso mb ros o .

82

Page 84: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

“lucro” desta doutrina, é aquilo que entra nos cofres daqueles que a praticam. Para os pecadores, nenhum proveito tem. As duas passagens bíblicas que estão sendo usadas para “provar” tal doutrina, nada provam. A primeira está em ICoríntios 3.15, onde está escrito: “o tal será salvo, todavia como pelo fogo” . Esta frase se refere exclusivamente à prova de avaliação das obras que os crentes fizeram por meio do corpo (ICo 3.12-15; 2Co 5.10). A Segunda expressa em Lucas 12.59: “Não sairás dali, enquanto não pagares o derradeiro cei t i l1” . Aí se mostra a impossibilidade de sair “da prisão” se a reconciliação não tiver sido feita “no caminho” , pois a porta se fechou (Lc 13.24,25).

e) A profecia sobre a “restauração de tudo” , conforme Atos 3.21, tem sido interpretada por alguém como prova de que os pecadores também serão “restaurados” . Porém esta profecia fala “da restauração de tudo que Deus falou pela boca dos profetas” (At 3.21). E profeta nenhum falou de salvação de pecadores após a morte, pelo contrário, profetizaram sobre o castigo eterno deles.

f) A expressão “todo joelho se dobrará no Céu, na terra e debaixo da terra” (Fp 2.10), tem sido usada como uma “prova” de que há salvação após a morte para os que “estão debaixo da terra”, pois afirma que eles confessarão que Jesus é o Cristo. Porém na Bíblia há muitos exemplos de que um reconhecimento da glória de Deus não é sinal de salvação (Js 7.19; SI 106.12-16; Lc 5.25,26; 23.47; Jo 9.24).

1 Um a moe da que va l ia a d éc im a par te de um denár io .

83

Page 85: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

.A 5. E certo ter contato, daqui da Terra, com os espíritos \ — dos mortos?

As religiões pagãs têm procurado manter esta forma de contato, porém, a Bíblia a proíbe terminantemente (Êx 22.18; Lv 19.31; 20.6,7; Dt 18.10-12; Is 8.19; 19.3), por que todos os mortos estão sob a responsabilidade de Deus (Ec 12.7). Jesus tem a chave da morte e do inferno (Ap 1.18). Quando alguém procura contato com o espírito de mortos, é enganado pelo demônio, pois aí ele aparece como um espírito de mentira ( lRs 22.22), imitando aquele cujo espírito está sendo chamado, conforme a doutrina dos demônios ( lT m 4.1). Essas invocações constituem “as profundezas de Satanás” (Ap 2.24), e fazem com que os homens creiam na mentira (2Ts 2.11). Foi isto que aconteceu quando o rei Saul procurou a feiticeira, pedindo que ela chamasse o espírito de Samuel. O demônio o enganou, fazendo com que cresse que Samuel havia aparecido ( ISm 28.10-19), coisa que não era verdade. A Bíblia afirma que encantamento contra Israel não tem valor (Nm 23.23) e diz que “Saul não buscou ao Senhor” ( lC r 10.14). Se Samuel tivesse realmente aparecido, Saul teria buscado ao Senhor. E ele morreu por ter buscado a feiticeira ( lC r 10.13), e por não ter buscado ao Senhor ( lC r 10.14).

84

Page 86: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Questionário

• Assinale com “X” as alternativas corretas

6. É errado dizera)| I A morte entrou no mundo pelo pecadob ) D A certeza da morte faz a vida instável e

passageirac)l I A morte significa sempre separaçãod ) 0 A morte é unicamente física

7. Eles não viram a mortea) |x| Enoque e Eliasb)l I Enoque e Moisésc)l I Moisés e Eliasd)| I Enoque e Eliseu

8. Quando a Bíblia, ao falar da morte, usa a palavra “dormir”a)| | Refere -se a alma, e nunca ao corpo ou ao

espíritob )@ Refere-se ao corpo, e nunca à alma ou ao

espíritoc)l I Refere -se ao espírito, e nunca à alma ou ao

corpod)| | Refere -se ao cérebro (morte cerebral), e nunca

ao intelecto ou ao coração

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

9 . m Temos na Bíblia a única fonte que nos dá uma verdadeira luz sobre a vida após a morte

10.(6] E certo ter contato, daqui da Terra, com os espíritos dos mortos

85

Page 87: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf
Page 88: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Lição 4A Doutrina do Pecado: Hamartiologia

Está escrito que Deus ao completar a obra da criação, declarou que tudo era “muito bom” . Observando, mesmo ligeiramente, chegamos à convicção de que muitas coisas que agora existem não são boas - o mal, a impiedade, a opressão, a luta, a guerra, a morte e o sofrimento. E naturalmente surge a pergunta: como entrou o mal no mundo? - pergunta que têm deixado perplexos muitos pensadores. A Bíblia oferece a resposta de Deus; ainda mais, informa-nos o que o pecado realmente é; melhor ainda, apresenta-nos o remédio para o pecado.

As Escrituras declaram, a observação descobre e a experiência humana comprova que o pecado é um fato inconteste1. O pecado é um vírus, que atingiu toda a raça humana. E uma chapt universal. E um tormento coletivo. Somente Jesus pode libertar o homem de seus funestos2 efeitos.

O pecado é uma realidade que leva o homem a prática do mal e como conseqüência gera a opressão, a luta, a guerra, o sofrimento e por fim a morte.

Para melhor conhecimento da doutrina da salvação e da doutrina do homem, é necessário conhecer o que a Bíblia ensina sobre o pecado.

1 Que não é c o m p r o v a t i v o , que não é a f i rmat ivo .2 Que fere m o r t a lm en te ; fa tal , mor ta l .

87

Page 89: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

A Realidade do Pecado

Depois que o pecado entrou no mundo (Rm5.12), o ser humano vendeu-se ao pecado (Rm 7.14), e cada criatura passou a nascer em iniqüidade (SI 51.5); por isso é que Jesus, vindo a este mundo nos encontrou mortos nos nossos del i tos1 e pecados (Ef 2.1).

A Importância da Doutrina do Pecado

Pecado é todo tipo de transgressão contra Deus e contra o próximo. Ele leva o homem ao desequilíbrio, fazendo-o andar errado, cometendo falhas e desobediências. O pecado tira o homem da direção certa e o impede de ter uma noção correta do plano divino. Existem palavras no Antigo e Novo Testamento que mostram varias facetas do pecado. As línguas originais da Bíblia, o hebraico e o grego, nos dão vários significados a cerca do pecado. Pecado no hebraico é: “h a t ta ’th” e no grego é “hamartia”,palavras que dão a idéia de “um mal moral” , mas que essencialmente significam “errar o alvo” . Entende-se então, que o homem foi criado com um alvo específico: manter a comunhão com Deus, mas ao pecar, perdeu esse alvo.

O pecado é uma doutrina bíblica.A doutrina do pecado é uma das mais

importantes das Escrituras Sagradas. Embora as demais doutrinas da Bíblia fundamentadas no cristianismo, sejam relacionadas entre si, a do pecado é uma cujo conhecimento é de grande necessidade.

1 Fato que a lei dec l a r a puníve l ; c r ime. Culpa , fal ta; pecado.

88

Page 90: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

A restauração do homem.^ Ál )0 A queda do homem causou a depravação v l o t a l da raça humana, a ponto de ser destituída da

glória de Deus (Rm 3.23). O pecado passou a ser um tormento inseparável no homem. A partir daquele momento vemos Deus providenciando meios para alcançar o perdido pecador. A terrível situação do homem passou a ser do maior interesse do Seu Criador.Deus então promete o redentor (Gn 3.15). Daí por diante, encontra Deus envolvido em todas as ações do Velho Testamento, para resolver o problema do homem. Isso redundou na morte sacrificial de seu Filho. A morte de Jesus é sem sombra de dúvida, o ponto culminante e o assunto central das Escrituras. O seu alto sacrifício tornou possível a redenção do homem.

A doutrina sobre o pecado.A boa compreensão desta doutrina derrama

forte lampejo de luz sobre as demais, influindo sobre todas as outras doutrinas, tais como: A Doutrina de Deus (Teologia), Doutrina do Homem (Antropologia Bíblica), Doutrina da Salvação (Soteriologia), e assim ̂por diante.^Não compreender a doutrina sobre o pecado é não compreender a doutrina da salvação.®' Se aplicarmos o nosso coração em conhecer as doutrinas bíblicas, nos tornaremos sábios para a salvação, pela fé em Cristo Jesus (2Tm 3.15). Jesus é o único salvador.Fora dele não há salvação. “Em nenhum outro nome há dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos”(At 4.12). A salvação é tudo para o homem pecador. Só necessita de salvação aquele que está perdido. Daí a necessidade de aplicar o coração a estudar o assunto.

89

Page 91: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Dar importância à doutrina do Pecado é dar importância a doutrina da Salvação.

Estas duas grandes Doutrinas andam de mãos dadas. Foi o pecado que deu origem ao plano de Redenção no coração de Deus. A redenção é a única cura para o pecado. Onde o pecado é menosprezado. A redenção fica diminuída. “Um dos métodos mais eficientes de satanás é atacar a obra salvadora de Cristo e enfraquecer a voz que proclama caráter maligno e o efeito do pecado” .

As Escrituras e a redenção do pecado.O pecado revela-nos a necessidade de um

salvador. A Bíblia, em seus 66 livros, desenvolve único tema básico: A redenção do homem. Paul Hoff em seu livro, “O Pentateuco” , faz as seguintes divisões das Escrituras:1. No Antigo Testamento: A preparação do Redentor;2. Nos Evangelhos: A manifestação do Redentor;3. Nos Atos: A proclamação da mensagem do Redentor;4. Nas Epístolas: A explicação da obra Redentora;5. No Apocalipse: A consumação da obra do Redentor.

De acordo com as divisões das Escrituras apresentadas por Paul Hoff, conclui-se que, em Cristo foi consumada a obra perfeita da redenção para resolver o problema que j a z 1 de forma crônica no homem.

A redenção da alma sobre o pecado.A Bíblia nos declara que o pecado mudou o

relacionamento do homem com Deus e o homem era algo harmonioso, mas o pecado destruiu essa harmonia. Que podemos chamar de diálogo entre Deus e o

1 P e rm anece r , cont inuar .

90

Page 92: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

homem, não está totalmente acabada, mas interrompida por parte do próprio homem. Para que essa harmonia seja renovada, é necessário que o homem creia e aceite incondicionalmente o Filho de Deus. Só assim, o poder do pecado poderá ser quebrado e desfeito, e isto só ocorre através de um único Mediador e Redentor, que se chama Jesus Cristo ( lT m 2.5; Hb 9.15; Lc 2.11).

A realidade inegável do pecado.Desde o princípio vem trazendo

conseqüências funestas ao homem, ofendendo Deus na sua santidade (Gn 6.13; 18.20,21). Nenhum ser humano que nasce neste mundo fica livre do pecado com exceção de Jesus (SI 51.5; Hb 4.14,15).

A realidade da condenação.Quando o homem nasce, traz consigo a

natureza pecaminosa herdade de Adão, o primeiro homem, do qual todos nós somos descendentes. O homem já nasce na condição de condenado (Rm 5.18). Por esta razão, ele tem que nascer de novo, para que seja salvo e considerado filho de Deus (Jo 1.12,13;3.3).

O pecado tenta negar a Deus.Alguém disse: “Negue-se a existência de

Deus e o problema deixará de existir” . A negação da existência de Deus rouba-nos toda a esperança de encontrar uma base para a solução. Sem Deus, como explicar o bem, a consciência, o arrependimento e o sentimento do dever? O homem, ao negar a existência de Deus, nega a existência do pecado e vice-versa, transgredindo assim a lei de Deus, quando na realidade, o homem necessita urgentemente do perdão divino. Por interpretar erroneamente a ação do pecado, o homem

91

Page 93: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

incorre1 gravemente no erro. Mas graças a Deus que o Espírito Santo está a cada dia convencendo-nos da realidade do pecado (Jo 16.8,9) e impulsionando-nos a combatê-lo insistentemente, em nome do Senhor Jesus Cristo.

A Definição do Pecado à Luz da Queda do Homem

Existem diversos termos que são usados para definir o que vem a ser pecado. A expressão mais comum é errar o alvo, errar o caminho, ser achado em falta, ou então perversidade, tortuosidade, e também pode ser interpretado como mal, exprimindo o pensamento de violência; e ainda pode ser entendido por muitos outros vocábulos, de acordo com a esfera que se queira situá-lo, como vamos abordar.• Pecado é deixar de seguir a orientação divina (Ef

2.3);• É errar o alvo estabelecido ( lJo 3.4), ou seja, não

atingir os padrões Divinos;• O pecado começou com aquele que disse: “Eu serei!

Eu farei! Eu subirei! Eu exaltarei o meu trono! Eu me assentarei!” (Is 14.12-15);

• Pecado é: vivo como eu quero;• Santidade é: vivo como Deus quer.

Vemos em Lucas 15.18 que o filho pródigo quebrou os padrões da casa de seu pai. Quando Adão e sua mulher deram ouvidos a serpente (ou seja, a Satanás) comendo da árvore do jardim, quebraram os padrões ditados pôr Deus (Gn 2.17). Conforme lJoão 3.4 diz que pecado é iniqüidade, o homem deixa de obedecer a Deus para dar ouvidos a Satanás, mudou o

1 F ic a r inc lu ído , im pl i cado ou c o m p ro m e t i d o ; incidir .

92

Page 94: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

rumo das ordens de Deus. Romanos 5.12 fala que pôr um homem (Adão) entrou o pecado no mundo, pôr causa deste fato todos nascemos debaixo deste fardo ( ICo 15.21).

Nos nossos dias é muito comum brincar com o pecado: tudo agora pode, Deus somente quer o coração, não precisa temer a lei do homem, e outros fatores que vem se desenrolando em nossos dias que pode trazer grandes conseqüências ao povo de Deus, sendo que nós devemos estar sempre ligados para não pecar. O conhecimento do pecado tem que ser pelo cristão lido, relido e decorado.

O Significado de Pecado

Os diferentes nomes que a Bíblia usa a respeito de pecado expressam as principais definições sobre o que ele significa, as quais coincidem com o que aconteceu a Adão e Eva no dia da queda.

Transgressão da Lei (Hb 2.2; U o 3.4).Adão caiu em transgressão ( lT m 2.14; Rm

5.14), o que significa que ele violou as ordens de Deus, deixando de cumpri-las. Toda a transgressão desonra a Deus (Rm 2.23). Certamente é bom salientar1 que a palavra lei é profundamente abrangente no texto canônico. Lei pode significar os Dez Mandamentos, mas também pode significar todos os preceitos do Antigo Testamento, e ainda pode querer referir-se às leis morais que Deus estabeleceu no Universo que criou. De qualquer maneira a lei sempre existe para ser obedecida, respeitada e cumprida.

1 T o r n a r - s e sa l ien te ou notáve l ; ev id en c ia r - s e , d i s t i n g u i r - s e , so b re ssa i r .

93

Page 95: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Impiedade (Rm 1.18; Tt 2.12; 2Tm 2.16).j É o mesmo que falta de reverência. Significa

uma ação sem piedade, isto é, uma ação sem amor e devoção às coisas de Deus. Isso realmente caracterizou a atitude de Adão e Eva. Existem pessoas que não dão a menor importância às coisas que se relacionam ou se referem a Deus. Nada do que é divino produz nelas qualquer sentimento de reverência ou temor, por menor ou mais fraco que seja. Essas pessoas são consideradas como ímpias ou perversas (SI 1.5; 9.17; 36.1; 58.3). Deus não as aprova, e se não. chegarem humilhadas e arrependidas diante de Deus, sofrerão o castigo eterno.

Injustiça (Rm 1.18).Justiça é um procedimento de acordo com o

direito, isso falta, então se trata de injustiça.

Desobediência (Hb 2.2).Desobediência significa insubmissão ou

rebelião, coisa que, diante de Deus, é como feitiçaria ( ISm 15.2). Foi o que Adão e Eva cometeram (Rm 5.19). O apóstolo Paulo esclarece-nos em sua epístola escrita aos Romanos que a raiz do pecado dos nossos pais no jardim, foi à desobediência (Rm 5.12,19), como se pode comprovar facilmente lendo Gênesis 3.1-24. Ainda hoje, qualquer manifestação de desobediência continua a ser um pecado contra Deus. Uma das coisas que mais desagradam a Deus é justamente a desobediência do homem. Ela é uma característica própria de todo aquele que não quer viver em comunhão com Deus (Ef 2.2; Tt 1.6; 3.3).

Iniqüidade (Rm 2.8; lJo 5.17).Significa uma falta de eqüidade, de

reconhecimento do direito ou dos princípios imutáveis

94

Page 96: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

da justiça. É algo que promove desordem, e quanta desordem o pecado não causou na vida do homem! Quando Lúcifer se rebelou contra Deus, promoveu a eterna desordem. O anticristo é, por isso, chamado “o iníquo” (2Ts 2.8). Toda iniqüidade é uma ofensa, é uma injustiça contra Deus ( lJo 3.4; Is 61.8).

Errar o alvo.O certo é atirar sem errar o alvo (Jz 20.16).

Porém, quando alguém não faz o que é certo, errou o alvo - e isso expressa o que é pecado. Os homens procuravam “atirar” no alvo de se igualarem a Deus, mas erraram e ficaram sendo dominados por Satanás.

Além dos termos acima citados, o pecado ainda é descrito como dívida (Mt 6.12); queda (SI56.13); e ainda derrota; profanação; imundícia ou contaminação.

Realidade da Ação do Pecado

O pecado não é um mito ou uma invenção para amedrontar o ser humano, mas é uma realidade que opera na vida do homem.

Todo homem nasce em pecado (SI 51.5).Nenhum homem veio a este mundo sem

escapar da presença contaminadora do pecado à exceção do Senhor Jesus, que não conheceu pecado. O Salmista Davi foi o grande cantor de Israel, ungido por Deus, mas ele mesmo afirma: “em pecado me concebeu minha mãe” . Todos nós recebemos a herança terrível do pecado. Ele é inevitável a cada ser humano. As Escrituras afirmam que por um só homem (Adão) entrou o pecado no mundo e, conseqüentemente, a morte atingiu a todos (Rm 5.12), e como todos os

95

Page 97: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

homens são descendentes de Adão, dessa forma, toda a humanidade ficou contaminada, não escapando ninguém dessa terrível situação. O pecado age realmente na vida do homem e o domina de tal maneira que por si mesmo ninguém tem condições de livrar-se desse mal.

Deus visita a iniqüidade dos pais nos filhos (Êx 34.7).Deus é infinitamente misericordioso, porém

o homem muitas vezes sofre as conseqüências dos seus próprios pecados. Inúmeras pessoas contraem doenças resultantes dos seus maus procedimentos, e os filhos herdam tais mazelas1, vindo a sofrer muitas vezes, por toda a vida.

O pecado separa o homem de Deus (Is 59.2).O Diabo conseguiu o seu intento, que não era

outro senão o de destruir a comunhão maravilhosa que existia entre Deus e o homem (Gn 3.8). Desde aquela data em que Adão e Eva deram ouvidos à serpente que foi usada por Satanás, o homem perdeu, a sua condição privilegiada, ficando então privado da companhia do Criador. É, pois, a ação do pecado que se interpõe entre Deus e o homem, tornando-o separado e solitário espiritualmente.

O pecado é uma carga pesada demais (SI 38.4).O homem vive subjugado, aniquilado e

cansado sob o fardo pesado do pecado. Jesus conhecendo essa situação tão desagradável e aflitiva, convida: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados” (Mt 11.28).

1 E n c h e r de m az e l as ; fer ir , chagar , ma chu ca r ; amaze l a r .

96

Page 98: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O pecado é uma obra satânica.O Diabo peca desde o princípio ( l Jo 3.8), e

seu intento é fazer com que o homem permaneça no pecado até entrar perdido na eternidade, porque as esperanças de salvação se desvanecem com a morte. Ele veio para isso e usa todos os meios que lhe são disponíveis.

Estão todos carregados de iniqüidade (Is 1.4).Iniqüidade se traduz por perversidade,

injustiça em excesso, tudo o que é malévolo1, e também significa desordem.

1 Que tem má índole; mau, ma lé f ic o , malévo lo . Que tem má v o n ta de c o n t r a a lgué m; m a lq ue ren te .

97

Page 99: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Questionário

• Assinale com “X” as alternativas corretas

1. Não compreender a doutrina sobre o pecadoa ) D É nao compreender a doutrina dos anjosb ) D É não compreender a doutrina do homemc)[5(| É não compreender a doutrina da salvaçãod ) D É não compreender a doutrina das últimas

coisas

2. É o mesmo que falta de reverência. Significa uma ação sem piedade, isto é, uma ação sem amor e devoção às coisas de Deusa)| I Transgressãob)ÍXl Impiedadec)| I Injustiçad)l I Desobediência

3. Não é um termo usado para definir o pecadoa ) 0 É ser possuído por satanásb)l I Pecado é deixar de seguir a orientação divinac ) D É errar o alvo estabelecido, ou seja, não atingir

os padrões Divinosd)| I Pecado é: vivo como eu quero

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

4 - E A queda do homem causou a depravação total da raça humana, a ponto de ser destituída da glória de Deus

6 .\A Injustiça significa uma falta de eqüidade, de reconhecimento do direito ou dos princípios imutáveis da justiça

98

Page 100: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O Fato do Pecado

Não há necessidade de discutir a questão darealidade do pecado; a história e o próprio conhecimento íntimo do homem oferecem abundante testemunho do fato. Muitas teorias, porém, apareceram para negar, desculpar, ou diminuir a natureza do pecado.O ateísmo.

Ao negar a Deus, nega também o pecado, porque, estritamente falando, todo pecado é contra Deus; e se não há Deus, não há pecado. O homem pode ser culpado de pecar em relação a outros; pode pecar contra si mesmo, porém estas coisas constituem pecado unicamente em relação a Deus. Em fim, todo mal praticado é dirigido contra Deus, porque o mal é uma violação do direito, e o direito é a lei de Deus. “Pequei contra o céu e perante ti” , exclamou o pródigo. Portanto, o homem necessita do perdão baseado em uma provisão divina e expiação.

ilusão e não uma realidade. Nós imaginamos que somos livres para fazer nossa escolha, porém realmente nossas opções são ditadas por impulsos internos e circunstâncias que escaparam ao nosso domínio. A fumaça que sai pela chaminé parece estar livre, porém se esvai por leis inexoráveis1. Sendo assim - continua essa teoria - uma pessoa não pode deixar de atuar da maneira como o faz, e estritamente falando, não deve

1 Que não se move a rogos ; não e x o ráve l ; imp la cáve l , ina ba láve l . A u s te ro , reto, r ígido.

O determinismo.É a teoria que afirma ser o livre arbítrio uma

99

Page 101: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

ser louvado por ser boa nem culpada por ser má. O homem é simplesmente um escravo das circunstâncias. Mas as Escrituras afirmam invariavelmente que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal - uma liberdade implícita em todas os mandamentos e exortações. Longe de ser vítima da fatalidade e casualidade, declara-se que o homem é o árbitrp do seu próprio destino. Durante uma discussão sobre a questão do livre arbítrio, o Dr. Johnson, notável autor e erudito inglês, declarou: “Cavalheiros, sabemos que nossa vontade é livre, e isto é tudo que há no assunto!” Cada grama de bom senso excede em peso a uma tonelada de filosofia! Uma conseqüência prática do determinismo é tratar o pecado como se fosse uma enfermidade, por cuja causa o pecador merece dó ao invés de ser castigado. Porém, a voz da consciência que diz “eu devo” refuta essa teoria.

O hedonismo.(da palavra grega que significa “prazer”) é a

teoria que sustenta que a melhor ou mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga à dor; de modo que a primeira pergunta que se faz não é: “Isto é corre ta?” , mas: “Trará prazer?” Nem todos os hedonistas têm uma vida de vícios, mas a tendência geral do hedonista é desculpar o pecado e disfarçá-lo, qual pílula açucarada, com designações tais como estas: “é uma fraqueza inofensiva” ; “é pequeno o desvio” ; “é mania do prazer” ; “é fogo da juventude” . Eles desculpam o pecado com expressões como estas: “Errar é humano” ; “o que é natural é belo e o que é belo é direito” . É sobre essa teoria que se baseia o ensino moderno de “auto expressão” . Em linguagem técnica o homem deve “libertar suas inibições” ; em linguagem simples “ceder a tentação porque reprimi-la

100

Page 102: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

é prejudicial à saúde” . Naturalmente isso muitas vezes representa um intento para justificar a imoralidade. Mas esses mesmos teóricos não concordariam em que a pessoa desse liberdade às suas inibições de ira, ódio criminoso, inveja, embriaguez ou alguma outra tendência similar. No fundo dessa teoria está o desejo de diminuir a gravidade do pecado, e ofuscar a linha divisória entre o bem e o mal, o certo e o errado. Representa uma variação moderna da mentira antiga: “Certamente não morrerás” . E muitos descendentes de Adão têm engolido a amarga pílula do pecado, adoçada com a suposta suavizante segurança: “Isto não te fará dano algum”. O bem é simbolizado pela alvura1, e o pecado pela negrura, porém alguns querem misturá-los dando-lhes uma cor cinzenta neutra. A admoestação divina àqueles que procuram confundir as distinções morais é: “Ai daqueles que chamam o mal, bem, e o bem, mal” .

Ciência CristãEsta seita nega a realidade do pecado.

Declara que o pecado não é algo positivo, mas simplesmente a ausência do bem. Nega que o pecado tenha existência real e afirma que é apenas um “erro da mente moral” .

O homem pensa que o pecado é real, por conseguinte, seu pensamento necessita de correção. Mas, depois de examinar o pecado e a ruína que são mais do que reais no mundo, parece que esse tal “erro da mente mortal” é tão terrível como aquilo que toda gente conhece por “pecado” ! As Escrituras denunciam o pecado que merece castigo real num inferno real.

1 Q u a l i d a d e do que é a lvo; b r ancu ra . C a n d u r a , pur eza , ino cênc ia .

101

Page 103: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

A evolução .0Considera o pecado como herança do

animalismo do homem. Desse modo em lugar de exortar a gente a deixar o “homem velho” ou o “antigo Adão”, os proponentes1 dessa teoria deviam admoestá- los a que deixassem o “velho macaco” ou o “velho tigre” . Como já vimos, a teoria da evolução é antibíblica. Alem disso, os animais não pecam; eles vivem segundo sua natureza, e não experimentam nenhum sentido de culpa por seu comportamento. O Dr Leander Keyser comenta: “Se a luta egoísta e sangrenta pela existência no reino animal for o método de progresso que trouxe o homem à existência, por que deverá ser uma mão que o homem continue nessa rota sangrenta?” E certo que o homem tem uma natureza física, porém essa parte inferior de seu ser foi criação de Deus, e é plano de Deus que esteja sujeita a uma inteligência divinamente iluminada.

Ponto de vista popular.‘ O pecado é considerado um crime contra a

sociedade e nada mais. Pecadores são os jovens em seus excessos, prostituições, assassinatos e outros. Há quase um século, os japoneses ofenderam-se com a pregação de Paulo Konomori. Eles confundiam pecado com vício; não podiam distinguir entre pecado e crime. E certo que todos são pecadores, mas nem todos são viciados e criminosos. Há mulheres virtuosas, mas não são mulheres sem pecado. Há homens obedientes às leis, mas nem por isso estão isentos de pecado. Há crianças encantadoras, contudo procedem da mesma natureza pecaminosa (SI 51.5; 58.3; Ef 2.1-3).

1 Qu e ou q ue m propõe .

Page 104: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

A Origem do Pecado

Filósofos, psicólogos, teólogos, cientistas e muitos outros se têm ocupado com o mistério da origem do pecado. Os * resultados das suas pesquisas diferem muito entre si, mas a Bíblia nos dá uma definição correta!

O pecado teve a sua origem lá no céu com Satanás (Is 14.12-14). Mesmo Deus tendo falado figurado pelo profeta Isaías, pois ele tem sido chamado de dominador dos poderes universais: Medo-Persa, Babilônia, Tiro, Estrela Radiante (Ez 28.12-14). Deus é claro quando diz: “Tu eras” (Ez 28.14), fostes lançado (Ez 28.16), não adiantou a tua formosura (Ez 28.17). Quando Satanás pecou, ele simplesmente perdeu tudo, mais tudo mesmo o que Deus lhe tinha dado, foi o fim (Ez 28.19). A desobediência estava li teralmente iniciada, não na terra, mais lá no céu, morada de Deus: “E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu (Lc 10.18)” . Satanás estava em uma situação cômoda lá no céu (Ez 28.14), mais a soberba, as idéias maquinadas em seu coração fizeram ele pecar (Is14.13). Ele não estava contente em ser quem era, queria mais, queria ser semelhante a seu criador, ou seja: Deus (Is 14.14). Profanar o santuário de Deus é coisa séria! (Ez 28.18) Deus o havia destituído para sempre (Ez 28.19).A origem do pecado jamais pode ser de Deus.

Deus é santo ( IPe 1.16) “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” ( lJo 1.5); “Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tg 1.13).

A origem do pecado tampouco foi o homem.O homem foi criado à imagem de Deus: “E

criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus

103

Page 105: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

o cr iou” (Gn 1.27). Foi criado perfeito: “Viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). A Bíblia diz: “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29). Quando Adão e Eva foram criados, o mal já existia no Universo.

A origem do pecado foi Lúcifer, o diabo.Jesus revela a origem do pecado. Ele disse:

“Ele (Satanás) foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44), e também: “O diabo peca desde o princípio” (U o 3.8). O diabo era antes um “querubim ungido para proteger” (Ez 28.14). Diz a palavra de Deus: “No monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas” . Apesar de tudo isso, ele disse em seu coração: “Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. “Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.14). Assim nasceu o pecado, como um pensamento no coração de Lúcifer. E esse pensamento ele pôs em ação! Rebelou-se contra Deus, e foi lançado fora do céu (Ez 28.15,16). Jesus disse para os seus discípulos que havia visto Satanás, como raio, cair do céu (Lc 10.18). Desde então, o diabo tornou-se o adversário de Deus. Satanás (em hebraico, Satã) ou diabo (em grego, diabolos) significa em português: “adversário, acusador” . Ele era Lúcifer, isto é, “estrela da manhã, filha da alva” (Is 14.12). Mas degenerou-se, tornando-se o príncipe das trevas (Mt 12.24).

Por que Deus permitiu que Lúcifer caísse? Lúcifer possuía livre arbítrio, coisa que Deus sempre considera. Ele abusou dessa extrema liberdade e sofreu

104

Page 106: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

as conseqüências. Pertenceu aos céus, mas torcendo-se o antônimo do bem, o opositor de Deus.

O início do pecado na terra.Com a liberdade que Deus dera ao homem

sobre o domínio Deus estava dando a sua criação, um ser criado pelo próprio Deus, uma autoridade, depositando sobre a sua criação uma confiança, pois o próprio Criador tinha grande interesse no sucesso do homem. Para isto disse Deus: que iria fazer o homem a sua imagem, semelhança e para dominar (Gn 1.26). Quando Deus criou deu atribuições ao homem. Estas atribuições eram a confiança depositada pôr Deus ao homem. O homem não soube preservar a ordenança de seu Criador (Gn 2.17). Não comerás da árvore da ciência, Quando o homem comeu, transgrediu, desobedeceu, pecou. Com este pecado Adão não somente se tornou pecador, mais também um escravo do Pecado. O pecado tem sido o maior mal, a qual o homem tem se deparado, ele além das conseqüências, trágicas no que se refere à parte espiritual, ou seja separando o homem de Deus. Oséias 13.9 diz que tem trazido conseqüências sociais como guerras, imundícies, doenças, pragas etc. (Jr 30.12). O homem debaixo do pecado tem o seu semblante e sua fisionomia caída (Is 3.9). O pecador faz mal a si próprio (Gn 6.5).

Para o homem a vida estava sendo uma verdadeira maravilha:• A terra tinha ouro (Gn 2.11-12);• Sombra e água fresca, pois quatro rios banhavam o

Jardim (Gn 2.14);• Deus arrumou-lhe uma companheira (Gn 2.18);• O homem colocava o nome nos animais (Gn 2.20);• Tudo estava as mil maravilhas.

Page 107: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Mas existe uma tendência natural do ser humano em dar ouvidos as más línguas e Satanás que é astuto aproveitou o momento certo e enganou a mulher.

A natureza do pecadoApesar de estarmos falando do homem no

estado do pecado, convém falar que a origem do pecado se deu quando Satanás foi derribado do Céu conforme consta em Isaías 14.12-15.^0 pecado não se

j originou na terra, mas foram os moradores da terra1 (Adão e sua mulher Eva) que acolheram o pecado, pois ' j á era uma realidade. Mas ainda o pior foi o homem contaminado pôr este vírus tão voraz1 que tem atacado com tanto ímpeto2 a humanidade, quando lemos o trecho de Isaías que diz sobre a estrela da Manhã não podemos deixar de aplicar a Lúcifer, como a pessoa que quis se exaltar, mas que foi derribado pelo poder de Deus, quando Lúcifer disse: “Eu subirei” , o pecado tinha início porque brotava no seu coração o desejo de ser maior do que seu criador, desobedecendo, tentando mudar o sentido da Criação.

Assim como nos diz a Palavra de Deus “se hoje ouvires a voz do Espírito Santo não endureçais o seu coração” (Hb 3.7-8). Satanás tem de todas as formas procurado desviar os ouvidos do homem da voz de Deus, e dar ouvidos a sua voz, pôr isto temos que conhecer a voz do mestre (Jo 10.14) “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem” , conhecer a voz do Mestre e saber discernir para não ser enganado.

1 Que su b v e r te ou consom e, co r ró i , des t ró i ; des t ru idor , de s t r u t iv o .2 M a n i f e s t a ç ã o súbi ta e v iolenta ; impu lso , a taque , fúr ia.

106

Page 108: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Quando o homem foi contaminado pelo pecado, as conseqüências foram sentidas pôr toda a humanidade (Rm 3.23). O pecado quando contaminou o homem, a partir deste momento começou a se deteriorar (2Co 11.3; Rm 5.12).

Podemos falar que após o pecado de Adão todos os demais pecaram ficando todos contaminados (Rm 5.12). Sendo o seu salário a morte (Rm 6.23). Deixado o homem escravo, sujeito à destruição. Quando Ló viu Sodoma e Gomorra pela primeira vez, viu que era linda (Gn 13.10), quando conviveu nela teve de sair correndo (Gn 19.28), porque se não saísse, seria destruído com a cidade.O pecado traz vergonha perante Deus.

“Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça” (Is 59.2). A primeira atitude do homem após o pecado foi esconder (Gn 3.10). Deus é Santo e o pecado não pode se misturar com a santidade ( ICo 3.17). Quando a Bíblia chega a dizer que nossos pecados fazem separação (divisão) entre o homem e Deus, mostra a vergonha provocada pela desobediência ao seu Criador. Trazendo a vergonha o pecado também trás a culpabilidade diante de Deus.

O pecado interrompeu a comunhão entre Deus e o homem.

Deus convivia com o homem em comunhão e cooperação maravilhosa (Gn 2.18,19). Porém, quando Deus, após a queda, veio ao seu encontro, Adão e Eva esconderam-se entre as árvores do jardim (Gn 3.8). A pergunta de Deus: “onde estás” (Gn 3.9), mostra que a

As Conseqüências do Pecado

107

Page 109: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

atitude de Deus para com Adão era agora diferente. A Bíblia diz: “As vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus” (Is 59.2; Pv 15.29; Jr 5.25). Assim, devido ao seu pecado, foram expulsos do jardim (Gn 3.23,24).

O Pecado e a Morte

“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Deus falava para o homem sobre a morte espiritual, quando a serpente falou para Eva: “se comeres não morrereis” , ela usava a inversão da Palavra de Deus. Deus falava

^ de morte espiritual e a serpente de morte “natural” . ^ D e u s havia criado um ser infinito, com o pecado o

homem virou finito ou começou a se di lacerar1 até chegar ao estado da morte (Rm 3.23; 5.12).

Quando Adão pecou seria um fator muito fácil para Deus, que simplesmente o destruísse, Deus poderia optar pôr fazer ou criar outro casal, esquece o primeiro e ponto final. Só que o fracasso da parte do homem ou do casal continuaria, mais Deus queria a recuperação do homem (Is 53.5).

Pecado trás a morte natural.Saul morreu, pois não guardou a palavra de

Deus ( lC r 10.13). Se lembrarmos do rei Saul, o mesmo não sendo a pessoa a quem Deus tinha estabelecido como rei, mas Deus aceitou a decisão do povo, a infidelidade dele para com Deus abreviou a sua morte, muitas pessoas têm morrido jovens, até lamentamos: morreu na flor da sua juventude. Mas devemos analisar

1 A f l ig i r muito; tor turar , mor t i f icar .

108

Page 110: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

pelo ângulo da obediência a Deus. O rei Acazias não respeitou a Deus e Elias predisse sua morte (2Rs 1.16). Também temos o exemplo de Ananias e Safira (At 5.3- 5). “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes a terra, porque dela foste tomado porquanto és pó, e ao pó tornarás” (Gn 3.19), a palavra tornaras estava Deus dando a sentença de tempos de vida ao homem, ou seja, predestinava a sua criação a morrer. Deus fala do suar do teu rosto comerás, se o homem não comer simplesmente estará abreviando a sua morte. A maldade tem trazido o castigo para o homem, “Decerto o homem mau não ficará sem castigo” (Pv 11.21a), quando o escritor dizia do homem mau ele queria dizer homem pecador.

Pecado traz a morte espiritual.A morte espiritual é vista pôr vários aspectos

(Ef 2.1-5): nós estávamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1), andávamos segundo o curso deste mundo (G1 1.4), nosso guia era o mundo tendo Satanás como o pai deste mundo (2Co 2.10), fazendo a vontade da carne, não do espírito, éramos pôr natureza (não adquiridos), mas éramos herdeiros de uma contaminação pecaminosa gerada lá no jardim através de nossos pais primitivos “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23). A morte espiritual tem sido um mau maior, pois se estamos mortos espiritualmente devemos fazer como Jesus ensinou a Nicodemos, devemos nascer novamente.

109

Page 111: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Questionário

• Assinale com “X ” as alternativas corretas

6. É a teoria que afirma ser o livre arbítrio uma ilusão e não uma realidadea)F%1 O determinismob ) f1 O ateísmoc)| | O hedonismod)| I A evolução

7. Considera o pecado como herança do animalismo do homema) 1 1 O determinismob)| I O ateísmoc)| I O hedonismo d ifÃI A evolução

8. É considerado um crime contra a sociedade e nada maisa)[ | O pecado do ponto de vista religiosot> )0 O pecado do ponto de vista popularc) | | O pecado do ponto de vista do ateísmod)| I O pecado do ponto de vista do hedonismo

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

9.IC1 O pecado não se originou na terra, mas foram os moradores da terra (Adão e sua mulher Eva) que acolheu o pecado, pois já era uma realidade

10.ÜJ Deus havia criado um ser finito, com o pecado ohomem virou infinito

110

Page 112: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Lição 5A Doutrina da Salvação: Soteriologia

A salvação é recebida através do arrependimento dos pecados diante de Deus e da fé em Jesus Cristo. Pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo de Deus, o homem é just ificado pela graça, mediante a fé, tornando-se herdeiro de Deus, de conformidade com a vida eterna.

Deus e a Origem da Nossa Salvação

A Salvação preparada para o mundo perdido nasceu no coração de Deus. Por isto a multidão salva, vestida de vestes brancas, cantará nos céus: “Salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono” (Ap 7.10).

No dia da queda do homem, Deus prometeu enviar um Salvador, Ele disse a respeito da semente da mulher: “esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher (G1 4.4). A promessa se cumpriu literalmente, foi uma expressão do seu amor:• “Deus amou o mundo de tal maneira. . .” (Jo 3.16).• “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o

mundo” (2Co 5.19). Se a morte na cruz foi tremenda para Jesus, também o foi para Deus. Foi o seu

111

Page 113: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

grande amor que pagou o sacrifício, e foi a sua justiça que recebeu o preço de sangue pago por Jesus (Hb 9.24-26).

Na cruz foram provadas e mantidas quatro coisas importantes:1. O amor de Deus (Rm 5.8-10);2. A sabedoria de Deus que se revelou na cruz (ICo

I.18-25), com uma profundidade insondável (RmII.33-35);

3. O poder de Deus ( ICo 1.24-25);4. A justiça de Deus. Diante dos céus, do inferno e de

todo o mundo a sua Palavra foi cumprida!

O Significado da Salvação

De todas as palavras empregadas para definir a experiência transformadora que é o encontro do homem com Deus, “salvação” é a mais usada.

A palavra salvação significa, em primeiro lugar, Ysér t i rado~de um per igoj livrar-se, escapar. A Bíblia fala da salvação como a libertação do tremendo perigo de uma vida sem Deus (At 26.18; Cl 1.13). Tradução da palavra grega soterion, tem a significação de “tornar ao estado perfeito” , ou “restaurar o que a queda causou” . A salvação desfaz, assim, as obras do diabo ( lJo 3.8).

Seria difícil explicar o significado da salvação sem frisarmos1 o Antigo Testamento (SI 39.8), quando descobrirmos nas ações (Jz 3.9) e palavras Divinas (Is 43.11-12) a natureza redentora de Deus (Jr 17.14-18). Quando entendermos pelas palavras dos profetas as suas predições sobre aquEle que estava para

1 Ci ta r ou re fe r i r opo r tu n a e ap ro p r i a d a m en te . Sal ien ta r , pa ten tear , sub l in ha r .

112

Page 114: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

vir a fim de concluir o plano de Deus. Deus usou métodos tanto no passado, presente e usará no futuro. Deus sempre teve seus representantes para anunciar a Salvação. Mas os obstáculos eram tão grandes, que sempre carecia da ajuda do próprio Deus.

As naturezas de Deus e do homem.Uma das evidências anunciada pela Palavra

de Deus é que ela mostra um Deus Salvador e redentor (2Sm 22.3). Deus livrou o seu povo de todas as aflições não deixando de destacar os inimigos nacionais e individuais (SI 18.4).

Todas as pessoas precisam de um Salvador, pois o homem não pode salvar a si mesmo (Lc 17.33). E este Salvador é Jesus (Jo 12.47). Assim como Deus tem a natureza salvadora em Jesus, o homem discorre uma vida pecaminosa iniciando com o primeiro casal se cobrindo e escondendo de Deus (Gn 3), O homicida Caim (Gn 4), até os fatos do Apocalipse 20.

A natureza salvadora de Deus tem tido uma evidência na obra salvadora. No Diário de Anne Frank ela cita uma das palavras mais comuns ouvidas até nos dias de hoje: “A humanidade precisa de educação, e não de Salvação” . A humanidade precisa da Salvação, como:

í • Salvação da morte (Mt 8.25); 5 j • Das enfermidades (Mt 9.22); s.

• Da possessão demoníaca (Lc 8.26-33); 3• E principalmente da morte Espiritual ( ICo 1.21). 'iV,O Amor e a Santidade de Deus.

Deus é Santo, mas o homem é ímpio. Quimicamente falando é uma mistura heterogênea, seria impossível misturar o óleo e a água. Jesus morreu por nós sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Pelo amor

113

Page 115: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

de Deus entregamos nossos pecados a Jesus (Rm 4.25). A Santidade -de Deus abrange tanto o Novo quanto o Antigo Testamento (Js 24.19; Lc 1.49). Pelo seu grande amor Ele não justif ica o ímpio (Ex 23.7). Deus é imparcial na justificação (Pv 17.15).

O amor de Deus é algo imensurável, se lembrarmos dos sofrimentos de Jesus na cruz do calvário, e Deus ficou impassível aos fatos, tudo isso foi por amor ao homem (Jo 3.16). Diz a Palavra que Deus deu seu filho. Quando damos algo a alguém, essa pessoa tem o domínio sobre o bem adquirido, Deus deu seu filho em favor dos homens, por isso Deus ficou de mãos amarradas quanto aos sofrimentos de seu filho.

Jesus suportou a cruz, para a felicidade nossa. Por isso Ele julgará o mundo com eqüidade1 (SI 98.9). Não aceitará propinas, pois nada se iguala a sua morte de cruz (Dt 10.17).

A Bondade, A Graça, e a Misericórdia de Deus.A mensagem da Salvação deve ser encarada

pelo homem com santidade, retidão.1. A bondade de Deus:• Deus é Bom (SI 34.8; 100.5);• Deus é abençoador (SI 119.68);• Não quer que ninguém se perca (2Pe 3.9);• Deus é longânimo (2Pe 3.15).

2. Sua Graça:• Para os dons ( IPe 4.10);• A graça na revelação (IPe 1.13);• Graça de chegar ao trono (Hb 4.16);• A graça para a Salvação (Tt 2.11).

1 Igu a ld ade , re t idão , e q uani m id ade .

114

Page 116: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

3. Misericórdia:• Por Maria (Lc 1.48);• Para os que o temem (Lc 1.50);• Para a Salvação (Lc 1.72).

Sem estes fatores primordiais em hipótese alguma poderíamos ter a Salvação, Deus sendo onipotente pode dar ao homem o direito de ser salvo, mas através de Jesus temos o direito de ser chamados filhos, não só filhos mas também herdeiros (Rm 8.16- 17). A obra salvadora foi realizada por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas o decreto foi de Deus Pai.

O Propósito de Deus

Somente podemos entender os planos e métodos de Deus para a salvação (Rm 13.11) através de um estudo detalhado das Escrituras (2Tm 3.15). A salvação é a grande obra espiritual de Deus com relação ao homem (Fp 1.19). Através de sua presciência1, Deus tinha plena consciência de que o homem haveria de cair em pecado, antes mesmo da criação Deus já sabia. Mesmo assim Deus não mudou seus propósitos, fez o homem e deu-lhe responsabilidade e deveres (Ef 1.4). A onisciência de Deus seria uma arma poderosa para Ele simplesmente parar com o mundo; vejamos:1. Criou o homem, o homem pecou;2. Criou os anjos, os anjos foram lançados para baixo;3. Criou as nações, as mesmas estão se acabando

através das guerras;4. A natureza, a mesma está sendo consumida pelos

produtos químicos;

1 Q u a l i d a d e de presc ien te . Pr ev id ên c ia , p r ev is ão ; p r e ss e n t im e n to , p r e s ság i o .

115

Page 117: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

5. deu inteligência para o homem, o homem não sabe usar. Ora, vejamos bem, era só Deus não ter criado, tinha evitado dissabores. Pois Ele já de antemão sabia todos os resultados. Mais Deus é misericordioso e quer que o homem se salve.

O propósito de Deus na natureza humana.Quando o homem pecou, ocasionou a perda

de sua inocência e santidade (Jó 31.33) mas isso não o privou de todo conhecimento' espiritual ( lT m 2.14). Deus tem providenciado para que esse conhecimento nunca acabe (Rm 1.20). O propósito de Deus é que o homem chegue ao conhecimento da Salvação. Mais soínente pode entender e chegar ao conhecimento da Salvação quem conhecer e quer se l ivrar da escravidão do pecado. Note bem a história tanto secular como os fatos narrados pela Bíblia Sagrada mostram-nos que as m a i s diversas nações tinham seus deuses e praticavam sacrifícios para eles, mais em nenhuma vez mostra que os deuses tinham compaixão do povo. Os sacrifícios eram uma forma de apaziguarem os deuses. Mesmo nos nossos dias quantos sacrifícios em vão.

O propósito de Deus nas Escrituras.Sabendo que o Novo Testamento é o

comprimento do Antigo, temos que voltar ao Antigo para entender o propósito de Deus (Gn 3.15). E Deus quem determina as coisas, Ele espalha, Ele ajunta (Dt 30-3). Deus tem propósito somente com aquele que Ele ania (Gn 4.4). Caim trouxe uma oferta sem fundamento, pois ele irou-se profundamente. Quando Deus deu ao povo de Israel a tábua da lei era um propósito de fidelidade mútuo que ambos firmaram, mais Israel não cumpriu. Deus enviou os Profetas, os Sacerdotes, Reis, Juizes, e hoje temos a Igreja. Deus nunca deixou seu

116

Page 118: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

propósito cair por terra. Na fase in te r tes tam en ta r ia1 quando o povo ficou sem profeta durante aprox imadam ente 400 anos, não foi porque Deus havia deixado de olhar para a humanidade, mas era uma preparação para o recebimento do Messias, o povo estava sedento das coisas de Deus, mesmo assim Deus enviou João Bat ista pr imeiro (Mc 1.2), Ele veio como anjo do Senhor. A Igreja através dos irmãos lavados e remidos pelo Sangue de Cris to são Anjos de Deus a serviço da Salvação.

A extensão da obra da salvação.A Bíblia nos diz que todo que nEle crê não

pereça , mas tenha a vida eterna (Jo 3.15). Somente temos vida por Jesus (Jo 6.33,35). É uma promessa universal (At 2.21; 3.21). Por isso que defendemos que o sacrif íc io de Jesus foi genér ico (Jo 10.11), Jesus morreu por todos, mais todos que reconhecem o sacri f íc io de Jesus tem que se chegar a Ele (Rm 5.18). Não há dis t inção de pessoas, raças, ou posição social (Cl 3.11). É somente crer (Mc 16.15-16). A obra da salvação não pode ser res tr ingida a de terminada camada da sociedade, pois o sacrif ício vicário de Jesus foi para todos (At 14.27). Jesus fala: meu sangue que é por muitos derramados, s implesmente Ele es tava desvincu lando os que crêem e não crêem na obra salv í fica do Senhor ( l J o 2.1), este advogado é somente para quem o consti tuiu.

Os Métodos de Deus

Deus tem um só plano de Salvação, isso não quer d izer que Deus age de um só modo (Hb 1.1), ou

1 P e r íodo de tempo ent re o Velh o e o N o v o Tes tam en to .

117

Page 119: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

seja, Deus tem um só plano. Dentro deste plano existem vários métodos. Vejamos um exemplo: o cordeiro de Deus era conhecido com efeito antes da fundação do mundo, porem manifestado no fim dos tempos ( IPe 1.20). Para Eva a solução da separação do homem com Deus estava resolvida no nascimento de Caim, ela disse “Adquiri um varão do Senhor” (Gn4.1). Puro engano, Caim tornou-se mais tarde um assassino. Os métodos de Deus não poderiam vir imediatamente, quando lemos: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (G1 4.4). Os métodos não quer dizer único método. O plano é um só, mas os métodos são as estratégias de Deus. Não é o homem quem determina para Deus, mais é o inverso, Deus é quem determina para o homem. O aguardo do tempo de preparação tinha um tríplice objetivo, vejamos:• Revelar ao homem a verdadeira natureza do pecado

e a grande depravação em que a raça humana havia caído;

• Revelar a verdadeira incapacidade de preservar ou obter de novo um conhecimento adequado a Deus ou livrar-se do pecado através de filosofia e de arte;

• Ensinar que os verdadeiros perdões somente são possíveis através do ato substitutivo.

No passado.Deus não muda, mas seus métodos

freqüentemente os fazem. Deus colocou nossos pais, lá no jardim do Éden (Gn 2.15). Um lugar perfeito. Deus tomou todas as providências para a felicidade do homem. Mas ao submeter ao mais simples testes, o homem caiu. Como conseqüência, ambos: homem e mulher tornaram-se culpados perante Deus. Deus providenciou uma salvação ao homem caído. Foram

118

Page 120: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

dessa maneira as alianças (Aliança significa pacto, conserto; entre homem e homem ou entre homem e Deus). São oito as alianças, a saber: Edêmica (Gn2.16), Adâmica (Gn 3.15), Noética (Gn 9.16), Abraâmica (Gn 12.2), Mosaica (Êx 19.5), Palestiniana (Dt 30.3), Davídica (2Sm 7.16) e a Nova Aliança (Hb 8.8). E bom saber que Deus sempre agiu para a recuperação do homem caído, mais é bom entendermos que para cada época existiu um método apropriado. No período antediluviano, Deus deu a oportunidade para que o homem fosse levado de volta a Deus através de sua consciência. A Palavra de Deus nos diz que Caim foi um assassino, mas Deus teve piedade através da descendência de Sete, com o passar dos tempos casaram entre si e houve a mistificação. Trazendo desagrado a Deus. Em todos estes métodos ou épocas o homem sempre decepcionou a Deus.

No presente.Um método totalmente mudado teve por

conseqüência o presente ( ICo 1.30). O período da Igreja. Foi uma nova sistemática, ou seja, Deus usando seu filho como o Salvador. O método usado foi pela morte de Jesus. Foi expiado o pecado dos crentes do Velho Testamento (Hb 1 1.37-39). Bem como os crentes do Novo Testamento (Rm 3.21-26). Deus agora oferece Salvação através do seu Filho (Hb 11.40). Antes dessa época o plano da salvação era um plano obscuro. Mas hoje é um plano claro e evidente para qualquer pessoa que queira conhecê-lo. Somente é exigido que o pecador aceite o que Deus providenciou em Cristo. Se o homem aceitar pela fé a oferta da vida ele é nascido de novo (Jo 3.16). O Espírito Santo vai trabalhando na vida do homem de maneira que o seu trabalho provoque a regeneração no íntimo do homem. E o mesmo espírito

119

Page 121: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

aperfeiçoe a santidade na vida do crente. Isso não quer dizer que o homem responde prontamente ao convite da salvação. Muitas vezes demora muito tempo para entender o que Deus quer em nossa vida.

No futuro.Deus tem prometido uma melhor mudança

para o período do reino. Cristo deve reinar em todos as áreas nas quais o pecado entrou. Ele já veio uma vez, mas o povo não lhe deu ouvido (Jo 1.11). Mas Jesus virá novamente e desta vez vai assumir o controle de tudo (Ap 11.15), pela força. Israel será o centro desse reino. Esse período vai começar com um mundo convertido. Muitas pessoas vão nascer no milênio, mas nem todos serão convertidos. Não é o reinado que vai fazer o mundo ficar justo. Mas somente a graça de Deus pode fazer uma transformação no coração individualmente do homem. Vai haver salvação no futuro como ouve no passado e está havendo no presente, somente com a atuação de Deus tem tido métodos para cada momento.

No Armagedom o Senhor vai julgar as nações que vieram contra Ele, acorrentará a Satanás. Apenas os Salvos da terra serão deixados para irem ao reino. Todas as nações virão adorar no Monte Sião. Será uma época de muitas decisões mais nem todos serão verdadeiros crentes.

A Obra de Cristo na Salvação

A obra de Cristo é a coluna central do plano de Deus para a redenção. É o eixo central no qual gira todo o sistema. Ela não se restringe somente a oferta sacrificial de Jesus. A obra de Jesus aqui na terra é um fator tão bem detalhado que desde a escolha de seu

120

Page 122: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

nome tinha que ser um nome propício1 para tal (Mt 1.21). Mas isso já estava no plano de Deus (Is 49.6). A promessa de Deus era para que um só Deus pudesse ser o Salvador (Os 13.4). Jesus veio para buscar e Salvar os que havia perdidos (Lc 19.10). A obra salvadora é evidenciada em Jesus ( lT m 1.15). A obra de Cristo para a Salvação tem que passar pelo sacrifício. O escritor aos Hebreus nos fala de um melhor sacrifício (Hb 10.1-14), ou seja, o sacrifício perfeito. O sacrifício está presente em quase todas as culturas, mais o sacrifício perfeito somente está imbuído no verdadeiro cristão através de Jesus Cristo.

Desde os tempos passados o sacrifício jamais foi deixado de lado, mas sempre está presente. Isso não muda na vida do crente, Hebreus 9.22 diz que quase todas as coisas se purificam com o sangue. Mas sem sangue não há remissão de pecados. O sangue de Jesus Cristo vertido lá no calvário.

A humilhação.Jesus foi humilhado, primeiro ele teve de

renunciar (Fp 2.7-8). Renunciou a sua majestade sendo martirizado não recebendo o justo direito de nobreza superior, pois era nobre do céu. Uma das mais humilhantes formas foi Jesus se humanizar, pois o homem representava o fracasso, o pecado, mais Cristo se fez pecado por nós (2Co 5.21). Foi tentado por nós (Hb 4.15). Ele se tornou legalmente responsável por nossos pecados sujeitos a maldição da lei (G1 4.4). Deus o enviou. Quando Jesus foi crucificado passou uma dúvida cruel na cabeça dos seus seguidores, “se ele tem poder porque se sujeita a uma morte tão horrenda” .

1 Fav oráve l , f avor eced or . A d e q u a d o , a pr op r ia do , opor tun o .

121

Page 123: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

O sacrifício.É importante frisar a palavra: o sacrifício.

Vejamos no Antigo Testamento, Deus queria sacrifício de Israel (Êx 29.28). Na páscoa lembramos da figura do cordeiro (Êx 12.1-13). Quando no Antigo Testamento se colocavam as mãos no sacrifício significava (isso é meu sacrifício), isso é: ele esta sendo sacrificado em meu lugar. Hoje a conotação mudou, em João 1.29 Cristo é o cordeiro, Isaías 53.7 diz como um cordeiro. Jesus foi sacrificado por nós. O sacrifício de Jesus não é chamado sacrifício simplesmente porque ele foi morto em nosso lugar, mas vejamos alguns aspectos:• Morava nos lugares celestiais, teve que renunciar;• Era príncipe no céu, veio como um qualquer na

terra;• Vivia no paraíso, teve que trabalhar para se

sustentar;• Tinha vida (literalmente falando) eterna no céu,

teve que experimentar a morte, etc.Foi um sacrifício não só pela morte, mais

pela vida e pela existência.

A vitória.O profeta Isaias descreveu com uma

veracidade tremenda a vitória de Jesus (Is 53.11). Quando todos pensaram que Jesus havia se acabado, foi ai que ele cresceu (Mt 16.18). Jesus desceu ao hades (Ef 4.9) e venceu. Tinha a carne mortificada, mas o espírito vivificado (IPe 3.18), Pregou até aos espíritos em prisão ( IPe 3.19), Jesus foi conquistando vitória, e a maior vitória foi a salvação da humanidade. Em vida Jesus teve as maiores vitórias que um homem pode desejar, vejamos: contra o diabo, na tentação; na cura dos paralíticos, dos cegos; nas ressurreições; no

122

Page 124: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

endemoniado de Gadara e principalmente na morte de cruz e na ressurreição, Jesus é um eterno vencedor, a Igreja é vencedora.

A evidência interior da salvação é o testemunho direto do espírito (Rm 8.16) - “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” .

A evidência externa da salvação a todos os homens é uma vida de retidão e de verdadeira santidade (Ef 4.24) - “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” .

Questionário

• Assinale com “X ” as alternativas corretas

1. É recebida através do arrependimento dos pecados diante de Deus e da fé em Jesus Cristoa)| I A coroa da vidab ) D A ceia do Senhorc)l I A salvaçãod)| I A vida abundante

2. O p r o p ó s i to ___________ é que o homem chegue aoconhecimento da Salvação

a)| I Da religiãob ) f j De Deusc)l I Da teologiad)| I Da ciência

3. E errado afirmara)l I A obra de Cristo é a coluna central do plano de

Deus para Israelb)| I A obra de Cristo é o eixo central no qual gira

123

Page 125: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

todo o sistemac)| I A obra de Cristo não se restringe somente a

oferta sacrificial de Jesusd)| I A obra de Jesus aqui na terra é um fator tão

bem detalhado que desde a escolha de seu nome tinha que ser um nome propício para tal

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

4.1 I A obra da salvação pode ser restringida a determinada camada da sociedade, pois o sacrifício vicário de Jesus não foi para todos

5.1 I Deus tem um só plano de Salvação, isso não quer dizer que Deus age de um só modo

124

Page 126: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Aspectos da Salvação

Graça.E o poder dinâmico de Deus que provêm

imerecidamente para capacitar o homem a desejar e fazer a Sua vontade (Fp 2.13; ICo 1.4,5; 15.10; 2Tm 1.9; Tg 1.18; 2Co 3.5; Hb 13.21; Is 26.12; Jr 10.23; Pv 16.9; 20.24).

Predestinação.E o conselho ou decreto de Deus concernente

aos homens decaídos, incluindo a eleição soberana de uns e a justa reprovação dos restantes (Rm 8.29,30:9.1 1-24; Ef 1.5,11). Os dois aspectos da predestinação são:• Eleição: É o ato eterno de Deus pelo qual Ele, em

seu soberano beneplácito1, e sem levar em conta nenhum mérito previsto nos homens, escolhe um certo número deles para receberem a graça especial e a salvação eterna;

• Reprovação: E o decreto eterno de Deus pelo qual Ele determinou deixar de aplicar a um certo número de homens as operações de sua graça especial, e puni-los por seus pecados, para a manifestação da sua justiça. Os dois aspectos da reprovação são preterição2 e condenação.

Vocação.Vocação ou chamada é o ato de graça pelo

qual Deus convida os homens, através de Sua Palavra, a aceitarem pela fé a salvação providenciada por Cristo

1 C o n se n t i m e n to , l i cença , ap ro va ção , ap ra z i m en to .2 Ato ou e fe i to de pre te ri r : D eixa r de par te ; d e sp re za r ; re jei ta r .

125

Page 127: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

( ICo 1.9; 24,26; lTs 2.12; IPe 2.9; 5.10; Mt 11.28; Lc 5.32; Jo 7.37; At 2.39; Rm 8.30; G1 1.15; Ef 4.1; 4.4; 2Ts 2.14; 2Tm 1.9).

União.É a ligação íntima, vital e espiritual entre

Cristo e o Seu povo, em razão da qual Ele é a fonte da sua vida e poder, da sua bem-aventurança e salvação (Ef 5.32; Cl 1.27).

Regeneração.E o ato de Deus pelo qual o princípio de’uma

nova vida é implantado no homem, e a disposição dominante de sua alma é tornada santa. E a comunicação de vida divina à alma, que implica numa completa mudança de coração (Ez 11.19; 18.31; 36.26; Jr 24.7; Rm 6.4,11,13; Ef 2.6; Cl 2.12,13; Jo 5.21; Jo 10.10,28; lJo 5.11,12; Jo 1.12; 3.3,5).

Conversão.É o ato exterior, visível e prático da salvação

operada na vida do pecador regenerado (Lc 22.32). Os dois aspectos da conversão são:• Arrependimento: é o aspecto negativo da conversão,

porque implica no abandono do pecado e em dizer não para as coisas pecaminosas. E a mudança voluntária e consciente, produzida na vida do pecador, efetuada pelo Espírito Santo, a qual atinge sua mente, seus sentimentos e conduz o pecador ao abandono voluntário do pecado (Mt 21.28-30; 2Co 7.9,10).

• Fé: é o aspecto positivo da conversão, porque implica em voltar em direção a Deus e em dizer sim para a sua Palavra. E um firme e seguro conhecimento do favor de Deus, para conosco,

126

Page 128: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

fundado na verdade de uma promessa gratuita em Cristo, e revelada às nossas mentes e seladas em nossos corações pelo Espírito Santo (As Institutas,III, 2,7, Calvino).

Justificação.É um ato judicial de Deus, no qual Ele

declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que todas as reivindicações da lei estão satisfeitas a favor do pecador (At 13.39; Rm 5.1,9; 8.30-33; ICo 6.11; G1 2.16; 3.11). Na justificação estão incluídos o perdão, a adoção, a substituição vicária e a imputação. Os dois aspectos da justificação são:1. Adoção (aspecto positivo / o crédito é imputado).

E o resultado da ressurreição de Cristo e se dá por meio da imputação, na qual a justiça de Cristo, que dá o direito legal à adoção, é imputada ao crente. A regeneração opera uma filiação moral enquanto que a adoção opera uma filiação legal.2. Remissão ou Perdão.

É o aspecto negativo da justificação, pois quando Adão pecou, ele foi condenado pelo que fez de errado (iniqüidade), como também pelo que deixou de fazer de certo, errando o alvo (pecado). Adão, então pecou por ação (iniqüidade = pecado consciente, voluntário, transgressão) e omissão (pecado, leia lJo3.4). Cristo em sua obra vicária corrigiu os erros de Adão, obedecendo passiva e ativamente, negativa e positivamente os mandamentos de Deus, pois a lei inclui mandamentos negativos (não adulterarás, etc) e mandamentos positivos (amarás a Deus, etc). O perdão é, portanto o ato judicial de Deus pelo qual ele concede ao pecador, na cruz, os benefícios resultantes da obediência passiva de Cristo. O perdão é resultado da morte de Cristo enquanto que a adoção (o aspecto

127

Page 129: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

positivo da justificação) é resultado da ressurreição de Cristo (Rm 4.25). Na morte Cristo aniquilou1 o pecado, na ressurreição trouxe justiça. O perdão é operado mediante a substituição, a just iça é concedida por meio da imputação. O perdão é concedido na cruz. A justiça é imputada no tribunal de Deus (IPe 3.18).

Adoção.É o ato judicial de Deus, resultado prático da

regeneração, pelo qual Ele declara seus filhos emancipados e herdeiros da vida eterna (Tt 3.7). Adoção não deve ser confundida com regeneração, pois na adoção Deus coloca o pecador que já é seu filho regenerado na posição de filho adulto. Na adoção não há transformação interior (moral). A adoção não muda o interior do pecador, muda a sua posição perante Deus. Deus não adota pecadores não regenerados, Deus só adota aqueles que já são seus filhos.

Imputação.É o ato de Deus pelo qual Ele debita

meritoriamente2 na conta da humanidade o pecado de Adão, e judicialmente na conta de Cristo o pecado da humanidade, e gratuitamente na conta da humanidade a justiça de Cristo. Imputação significa “debitar” , “atribuir responsabilidade” ou “lançar na conta de alguém” . Paulo ensina esta doutrina quando assume a dívida de Onésimo(Fm 18,19). Do mesmo modo Jesus Cristo tomou a nossa dívida.

Substituição.É o ato judicial de Deus pelo qual Ele pune

os pecadores pelos seus pecados, provendo um

1 R e d u z i r a nada ; nu l i f icar , anular :2 Qu e me rece prêmio .

128

Page 130: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

substituto qualificado, sobre o qual recaiu todo o pecado e a culpa imputados à humanidade por causa do pecado de Adão (Is 53.4-7; ICo 5.7). Um substituto qualificado deveria possuir:• Perfeita Encarnação: deveria ter natureza humana

completa para poder representar adequadamente a humanidade (Hb 2.14-17; 5.1; Jo 1.14).

• Perfeita Identificação: deveria ter uma profunda identificação com o sofrimento humano (Hb 2.18; 4.15; 5.2,3). A nossa identificação com Cristo é tão perfeita que somos identificados com Ele na sua morte (Rm 6.3; Cl 2.12).

• Perfeita Santidade: Um homem comum não seria um bom representante da raça humana. O substituto deveria ser santo, inocente, sem mácula1, separado dos pecadores (Hb 7.23-27). Um mortal comum não poderia salvar ninguém, pois sendo mortal, não se salvaria nem a si mesmo.

Santificação.E a graciosa e contínua operação do Espírito

Santo pela qual Ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o capacita a praticar boas obras.

Perseverança.E a contínua operação do Espírito Santo no

crente, pela qual a obra da graça divina, iniciada no coração, tem prosseguimento e se completa, levando os salvos à permanecerem em Cristo e perseverarem firmes na fé. A perseverança representa o lado humano (Lc 8.15; Rm 2.7; Ef 6.18).

1 N ó d o a , ma ncha : D e s douro , de s lus t re , l abéu.

129

Page 131: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Segurança.É a garantia eterna e imutável da salvação,

iniciada e completada por Deus, no coração dosregenerados. A segurança representa o lado divino (SI 89.28-37).

Redenção.É o ato gracioso de Deus pelo qual Ele

liberta o pecador da escravidão da lei do pecado e da morte (Rm 8.1,2), mediante o pagamento de um resgate (Rm 6.20-22; ICo 6.19,20; IPe 1.18,19; Ap 1.5; 5.9; G1 4.1-7).1. A necessidade da redenção.

Todas as criaturas humanas da terra pertencem a Deus ( ICo 10.26; SI 50.12), mas não são todas de Cristo (Rm 8.9). O homem só se tornapropriedade exclusiva de Cristo mediante a obra da redenção (ICo 6.19,20; Hb 2.13-15). O mundo (sistema) é de Satanás (Lc 4.6; Uo 5.19) e as criaturas humanas que estão no mundo pertencem a ele (At 26.18; Mt 12.30; Mc 9.40), por isso era necessária a redenção, para que através de Cristo Deus resgatasse (comprasse) do mundo os que viriam a crer nele, para que através da redenção passassem a pertencer a Cristo (Jo 15.19; 17.14; 18.36; Cl 1.13). Se um homem ainda não foi redimido, embora sendo criatura de Deus, continua sendo filho do Diabo, do qual é ele escravo (Jo 8.44). Somente os filhos de Deus são verdadeiramente livres (G1 2.4; 5.1; Rm 8.21; 2Co3.17).2. A natureza do redentor.

Deveria ser parente próximo da vítima. Era ele, o redentor (goel no hebraico) quem deveria resgatar o sangue da vítima assassinada (Nm 35.19-34; Js 20.3-5); era ele quem deveria resgatar a possessão

130

Page 132: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

da família que fora vendido (Lv 25.24,26,51,52; 27.13,15,19,20,31; Jr 32.7); era ele quem deveria resgatar a pessoa cujo empobrecimento forçou-a a se vender a um não judeu (Lv 25.47-49). Em Ezequiel11.15 a expressão “os homens do teu parentesco” significa “os homens da tua redenção” . O redentor deveria preencher certos requisitos:• Deveria ter parentesco do escravo a ser resgatado

(Rt 2.20; 3.9,12; 4.1,3,6,14);• Deveria ter meios com que pagar o resgate (Rt 4.6;

SI 49.7-9);• Deveria querer efetuar o resgate (Rt 3.13; 4.4; Rm

5.7);• Deveria ser livre e não poderia ser um escravo, um

escravo não podia resgatar outro escravo.3. Cristo é o nosso Redentor.

Ele se fez nosso parente próximo (Hb 2.14,15; Fp 2.7); Ele pagou com seu sangue (At 20.28; IPe 1.18,19); Ele nos resgatou voluntariamente (Jo10.17,18); Ele não tinha pecado (2Co 5.21).

Reconciliação.É a operação graciosa de Deus pela qual Ele

reconcilia os pecadores consigo mesmo, por meio da morte de Jesus Cristo, removendo a inimizade (2Co5.18-21; Cl 1.20-22). O termo usado no antigo Testamento para reconciliação é expiação. Os dois aspectos da reconciliação são:1. Expiação.

A reconciliação (no grego: katallagê) tem seu aspecto negativo na expiação, que enfatiza a morte de Cristo para o perdão dos pecados em relação ao homem. (A justificação possui aspectos semelhantes a reconciliação. É negativa e positivamente considerada: (a) Perdão e (b) Adoção). A expiação é a remoção da

131

Page 133: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

causa da inimizade do homem (Rm 5.10). Na expiação a fraqueza, a impiedade e o pecado (mencionados em Rm 5.6-8), fatores causadores da inimizade são removidos. Portanto expiação é o cancelamento da fraqueza (Rm 5.6), da impiedade (Rm 5.6) eespecialmente do pecado (Rm 5.8; At 3.19). Na expiação a ação se dirige para aquilo que provocou o rompimento no relacionamento, e se ocupa com aanulação do ato ofensivo.2. Propiciação.

É a reconciliação em seu aspecto positivo, e por isso vai além da expiação, pois enfatiza a morte de Cristo em relação a Deus. Na propiciação a ação se dirige para Deus, a pessoa ofendida. O propósito da propiciação é alterar a atitude de Deus, da ira para a boa vontade e favor. Na propiciação é a ira que é removida (Rm 5.9,10) e a amizade de Deus érestaurada. Não é o caso de Deus mudar, mas sim deque sua ira é desviada (SI 78.38; 79.8). Em Êxodo 32.14 o termo arrepender é wayyinnahem, no hebraico, e hilaskomai, no grego, que significa “ser propício” . E também usado em Lamentações 3.42; Daniel 9.19; 2Reis 24.4.

É claro que se trata de linguagem poética, pois há passagens em que se diz que Deus se arrependeu de fazer o bem, como em Jeremias 18.10, como se o bem fosse causa para arrependimento. Na expiação Cristo ofereceu-se pelos os homens, na propiciação Ele ofereceu-se à Deus (Hb 9.13,14; IPe3.18).

A expiação extingue o pecado (a inimizade contra Deus), a propiciação extingue a penalidade do pecado (a ira de Deus) que é desviado para a cruz de Cristo (Rm 3.25).

132

Page 134: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Renovação.E a operação graciosa de Deus que inclui

todos aqueles processos de forças espirituais subseqüentes ao novo nascimento e decorrentes dele (SI 51.10; 103.5; Is 40.31; 41.1; Cl 3.10).

Glorificação ou Ressurreição.E a operação divina pela qual o crente

regenerado há de ressuscitar corporalmente, tendo seu corpo abatido, transformado à semelhança do corpo glorioso do Senhor Jesus (Fp 3.21; lTs 4.13-17; lJo3.2).

Questionário

• Assinale com “X” as alternativas corretas

6. É o ato exterior, visível e prático da salvação operada na vida do pecador regeneradoa)| I Apelob)| I Redençãoc)| I Conversãod)l I Oração

7. É a graciosa e contínua operação do Espírito Santo pela qual Ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o capacita a praticar boas obras.a)| I Santificaçãob)| I Justificaçãoc)| I Redençãod)| I Eleição

8. É a operação divina pela qual o crente regenerado há de ressuscitar corporalmente, tendo seu corpo

133

Page 135: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

abatido, transformado à semelhança do corpo glorioso do Senhor Jesusa)l I Renovaçãob)l I Perseverançac)| I Redençãod)[ZI Glorificação ou Ressurreição

• Marque “C” para Certo e “E” para Errado

9.T1 Graça é o poder dinâmico de Deus que provêm imerecidamente para capacitar o homem a desejar e fazer a Sua vontade

10.0 Os dois aspectos da conversão são: Batismo em águas e a Santa Ceia

134

Page 136: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

Anjos, Homens, Pecado e Salvação Referências Bibliográficas

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI. 3a Ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.

STAMPS, Donald C.; Bíblia de Estudo Pentecostal.Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.Pindamonhangaba: IBAD.

DOUGLAS, J. D.; O Novo Dicionário da Bíblia. 2 Ed.São Paulo: Edições Vida Nova, 2001.

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 6o Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.

CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e filosofia . 3a Ed. São Paulo: Editora Candeia, 1975.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. 6a Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.

OLIVEIRA, Raimundo de. As Grandes Doutrinas da Bíblia. 5a Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.

WILLIAM, W. Menzies. Doutrinas Bíblicas. 2a Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

BERGSTEN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. I a Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

135

Page 137: Anjos, homem, pecado e salvação - IBADEP.pdf

IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná Av. Brasil, S/N° - Cx,Postal 248 - Fone: (44) 642-2581

Vila Eletrosul - 85980-000 - Guaíra - PR Site: www.ibadep.com - E-mail: [email protected]