XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba

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ANÁLISE DE VO 2máx ATRAVÉS DO PROTOCOLO DE TESTE WELTMAN NO

FUTEBOL FEMININO PROFISSIONAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPO S - SP Luciano Dias Pires1, Jefferson Martins Vilela de Oliveira1, Rodolfo Almeida da Cruz1,

Luiz Carlos Laureano da Rosa2, Fabiano de Barros Souza3

1,3UNIVAP/Faculdade de Educação e Artes - FEA, Av. Shishima Hifumi, 2911, 12244-000, São José dos Campos, SP. 2UNIVAP/Faculdade de Ciências da Saúde - FCS, Av. Shishima Hifumi, 2911, 12244-000, São José dos Campos, SP. lpires@vivo.com.br, jeffersonmvo@hotmail.com, rodolfocruz66@ig.com.br, laureanodarosa@gmail.com, fabiano@univap.br

Resumo- O futebol feminino atual caracteriza-se por atividades intermitentes e de longa duração, onde há intercalação entre esforços de elevada intensidade e períodos de recuperação. As vias metabólicas energéticas envolvidas são: aeróbia, anaeróbia alática e anaeróbia lática. O esporte atual está muito competitivo e vários métodos de avaliação e medição são utilizados para diminuir os atrasos e prejuízos no desenvolvimento profissional. O teste Weltman de 3.200m desenvolvido para avaliar o VO2máx não necessita de grandes recursos financeiros e estruturais. A média de idade das dezessete jogadoras de futebol da FADENP de São José dos Campos-SP avaliadas neste estudo foi de 24,1 ± 4,7 anos, com peso de 57,0 ± 8,3 kg e estatura de 161,9 ± 5,8 cm. O resultado de VO2máx foi de 41,2 ± 3,5 ml/kg/min. O protocolo de Weltman fornece informações adequadas para caracterizar o consumo máximo de oxigênio (VO2máx), sendo que este parâmetro direciona e orienta a otimização dos treinamentos promovendo a melhoria do rendimento físico. Palavras-chave: protocolo Weltman, VO2máx, futebol feminino. Área do Conhecimento: IV - Ciências da Saúde Introdução

Os principais fatores e preconceitos que dificultam o desenvolvimento e a massificacão do futebol feminino são a ausência de patrocínio, Sugimoto (apud MOREIRA, 2008), segundo Ballariny (apud FARIA JR, 1995) o temor da masculinização da mulher e conforme Lenskyj (apud ADELMAN, 2003) a suposta perda da “superioridade” dos homens sobre as mulheres.

A distância percorrida pelas jogadoras de futebol fica em torno de 8.500m por partida. A frequência cardíaca média gira em torno de 80-85% da FC máxima, sendo superior durante 2/3 do tempo do jogo, com intensidade média aproximada de 70-80% do VO2máx. O sistema aeróbio corresponde 80-90% da demanda energética durante uma partida de futebol. Portanto, é extremamente necessário torná-los mais eficientes através do aperfeiçoamento do treinamento (AOKI, 2002; DAROS, 2008; SILVA et al., 1998).

O objetivo deste estudo foi caracterizar o consumo máximo de oxigênio no futebol feminino. O teste dos 3.200m (Dr. Art Weltman) foi desenvolvido em 1989, sendo usado para verificar o VO2máx por uma via indireta e existe uma correlação com o limiar anaeróbio, otimizando o treino aeróbio.

Desenvolver pesquisas de parâmetros fisiológicos no esporte são importantes para fornecer dados científicos que promovam a melhoria dos rendimentos físicos e técnicos, orientando e especificando os métodos de treinamento. Segundo Silva et al. (2002) as avaliações realizadas com o acompanhamento periódico do treinamento da atleta fornecem os elementos necessários para sua evolução física, de acordo com as exigências da modalidade esportiva por ela praticada. Metodologia

Antes de iniciar os testes as voluntárias receberam um termo de consentimento livre e esclarecido no qual foi assinado autorizando a participação no estudo, conforme as determinações das resoluções nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, do que diz respeito aos aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos nesta instituição.

Foram avaliadas dezessete jogadoras de futebol da FADENP de São José dos Campos-SP e mensuradas ao início e final do teste a temperatura ambiente em graus Celsius e o percentual da umidade relativa do ar, registrando suas variações através do relógio Termo-

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Higrômetro da marca Minipa MT-242 (ver Tabela 2).

Foi aferida a medida de estatura com a atleta em pé, posição ortostática (PO) e descalço com o estadiômetro fixo Welmy com precisão de 0,1cm. Para mensurar a massa corporal a atleta colocou-se em posição estática, em pé e trajando apenas top e calção, utilizando a balança Welmy W200 com graduação de 100g.

Para avaliar o VO2máx foi escolhido um local plano, campo de futebol, e demarcado os 3.200m com a trena de 50m da marca Lufkin, e os cones. Realizou aquecimento prévio através de alongamento e corrida leve e a atleta iniciou o teste na posição em pé e respondeu ao comando "preparar" "vai", percorrendo a distância no menor tempo possível, usando tênis como calçado. Registrou o tempo em minutos e fração decimal (tempo corrigido) com cronômetro da marca Technos. Em seguida foi realizada a recuperação ativa.

O VO2máx é estimado por (AVALIAÇÃO FÍSICA ON-LINE, 2009): VO2máx (ml/kg/min)=118,4–4,774 (T) T=tempo em minutos e fração decimal dos 3.200m (tempo corrigido). Há uma correlação entre este teste e o limiar anaeróbio.

Os resultados da média e desvio padrão (DP) foram processados pelo software MS-Excel. O coeficiente de variação foi obtido pelo desvio padrão dividido pela média e multiplicado por 100, expresso em porcentagem: CV(%) = DP/Média x 100 baixa dispersão: CV ≤ 15% média dispersão: 15% < CV < 30% alta dispersão: CV ≥ 30% (FONSECA & MARTINS, p.120-148, 1992) (ver Tabela 3).

O nível de aptidão da American Heart Association-AHA referente aos valores de VO2máx (ml/kg/min) podem ser encontrados na Tabela 1, para mulheres entre 20 e 69 anos.

Tabela 1 - VO2máx (ml/kg/min) para Mulheres.

Nível/Idade 20~29 30~39 40~49 50~59 60~69

Excelente >49 >45 >42 >38 >35 Boa 38~48 34~44 31~41 28~37 24~34 Regular 31~37 28~33 24~30 21~27 18~23 Fraca 24~30 20~27 17~23 15~20 13~17 Muito Fraca <24 <20 <17 <15 <13

Fonte: ACSM (2003)

Resultados

O teste foi aplicado no período da tarde e a variação de temperatura ambiente e percentual da umidade relativa do ar registrado na Tabela 2.

Tabela 2 - Temperatura Ambiente e Umidade do Ar.

Temperatura (ºC) 24,8 ~ 25,9 ºC

Umidade (%) 69,0 ~ 75,0 %

A Tabela 3 apresenta os resultados do teste Weltman de 3.200m em dezessete jogadoras de futebol com valores de idade, peso, estatura e VO2máx, expressos em média ± desvio padrão e coeficiente de variação, visando avaliar a resistência aeróbia do grupo. Tabela 3 - Teste de VO2máx através do protocolo Weltman de 3.200m no futebol feminino.

Variável N Média/DP CV(%)

Idade (anos) 17 24,1 ± 4,7 20,6 Peso (kg) 17 57,0 ± 8,3 14,6 Estatura (cm) 17 161,9 ± 5,8 3,6 VO2máx (ml/kg/min) 17 41,2 ± 3,5 8,5

Os resultados da Tabela 3 referente ao

VO2máx foi 41,2 ± 3,5 ml/kg/min e estão dentro do conceito bom comparados com a Tabela 1.

Os valores obtidos devem ser sempre comparados com os anteriores, visando determinar se o programa de treinamento planejado está atingindo os resultados desejados. Discussão

Poucos trabalhos foram encontrados relacionados ao futebol feminino. Estudos que relatam o VO2máx para o gênero desta modalidade ainda são escassos, acarretando prejuízos e atrasos no seu desenvolvimento profissional e competitivo.

Os valores de VO2máx foram comparados com outros protocolos, pois não foi encontrado estudo referente ao teste Weltman (3.200m) no futebol feminino.

A média de idade das dezessete jogadoras de futebol avaliadas foi de 24,1 ± 4,7 anos, com peso de 57,0 ± 8,3 kg e estatura de 161,9 ± 5,8 cm.

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Trabalhos como o de Silva et al. (1998) mostra valores de 47,4 ± 4,1 ml/kg/min para o VO2máx nas jogadoras campeãs do II campeonato paulista de futebol de 1998. Resultados semelhantes são de Stuhr et al. (2004) na seleção feminina de futebol dos EUA onde o VO2máx foi de 46,0 ± 5,4 ml/kg/min. Os números anteriores estão relativamente melhores se comparados com este estudo, pois o VO2máx foi de 41,2 ± 3,5 ml/kg/min. O coeficiente de variação foi 8,5%, portanto o grupo teve um comportamento bem homogêneo. Conclusão

O futebol feminino atual exige excelente condicionamento físico. Para um alto rendimento das atletas é necessário um planejamento de metodologia do treinamento, sendo importante determinar as características fisiológicas específicas de resistência aeróbia.

O protocolo de Weltman fornece informações adequadas para caracterizar o VO2máx, sendo que este parâmetro direciona e orienta a otimização dos treinamentos promovendo a melhoria do rendimento físico. Agradecimentos

Ao preparador físico Osmar, técnico Márcio e jogadoras da FADENP pela colaboração nos testes executados. Referências - ACSM. American College of Sports Medicine. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição . 6ª.ed. Rio de Janeiro, editora: Guanabara-Koogan, 2003. - ADELMAN, M. Mulheres atletas: re-significações da corporalidade feminina. Revista Estudos Feministas , Florianópolis, v.11, n.2, p.445-465, jul-dez. 2003. - AOKI, M.S. Fisiologia, Treinamento e Nutrição aplicados ao Futebol . 1ª.ed. São Paulo, editora: Fontoura, 2002. - AVALIAÇÃO FÍSICA ON-LINE. Disponível em: http://www.avaliacaofisica.com.br/si/site/021210-24k. Acesso em 09 mar. 2009. - DAROS, L.B. Proposta de Teste de Potência Aeróbia Máxima para Atletas de Futebol . Tese (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008. - FARIA JR, A.G. Futebol, questões de gênero e co-educação: algumas considerações didáticas

sob enfoque multicultural. Revista de Campo , São Paulo, v.2, n.12, p.17-39, dez. 1995. - FONSECA, J.S. da; MARTINS, G. de A. Curso de Estatística . 6ª.ed. São Paulo, editora: Atlas, 1992. - MOREIRA, R.M. A mulher no futebol brasileiro: uma ampla visão. Revista Digital, Buenos Aires, ano 13, n.120, mai. 2008. - SILVA, P.R.S. et al. Perfil de limiares ventilatórios durante o exercício e o consumo de oxigênio de pico verificado em jogadoras de futebol. Revista Acta Fisiátrica , p.121-127, 1998. - SILVA, P.R.S. et al. Aspectos descritivos da avaliação funcional de jogadores de futebol. Revista Brasileira Ortopédica , v.37, n.6, p.205-210, jun. 2002. - STUHR, R. M. et al. Physical and Physiological Profile of Elite Female Soccer Players. Medicine and Science in Sports and Exercise , v.36(5), p.S37, may. 2004.