43
Santiago Silva Ferreira ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA EMPRESA PRODUTORA DE CELULOSE Centro Universitário Toledo Araçatuba-SP 2017

ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

Santiago Silva Ferreira

ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA

EMPRESA

PRODUTORA DE CELULOSE

Centro Universitário Toledo

Araçatuba-SP

2017

Page 2: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

Santiago Silva Ferreira

ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA

EMPRESA

PRODUTORA DE CELULOSE

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso

de Engenharia Mecânica da Instituição Centro

Universitário Toledo, como parte de requisitos.

Necessários para obtenção do título de

Engenheiro Mecânico.

Orientador: Lucas Mendes Scarpin

Centro Universitário Toledo

Araçatuba-SP

2017

Page 3: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por sempre ter me dado saúde, sabedoria e força para

continuar atrás do meu objetivo.

Aos meus pais, Aroldo e Suzana pelo carinho dedicação e incentivo no decorrer desses

cinco anos.

Aos meus amigos André Borreli, Thiago Silva, Thiago Veanholi, Rafael Dias,

Gustavo Silva, por sempre estarem ao meu lado, me incentivando e apoiando durante todo o

curso.

Ao meu orientador, Professor MS. Lucas Mendes Scarpin, pelos incentivos,

orientações no qual foram fundamentais para a execução desse trabalho.

Enfim, agradeço a toda minha família, meus amigos, e todos os professores que de

alguma forma contribuíram para que meu sonho tornasse realidade.

Page 4: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

“Faça o teu melhor, na condição que você tem,

enquanto você não tem condições melhores, para

fazer melhor ainda”

Mário Sérgio Cortella.

Page 5: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

RESUMO

A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma

planta térmica de uma empresa fabricante de celulose, localizada no extremo sul do estado do

Mato Grosso do Sul. A planta opera com todos os acionamentos eletrificados e equipamentos

modernos e eficientes para o ciclo de cogeração. A partir da análise, foi possível levantar as

potências, taxas de transferência de calor e taxas de geração de entropia para os

equipamentos, além dos rendimentos térmicos e rendimento de geração.

Palavras-chave: Análise termodinâmica; planta; cogeração.

Page 6: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Matriz energética Brasileira em 2015.....................................................................11

Figura 2 - Fluxo Energético - BEN 2016.................................................................................11

Figura 3 - Participação das Fontes na Expansão da Capacidade Instalada..............................12

Figura 4 - Oferta Interna de Energia........................................................................................13

Figura 5 – Energia da biomassa esquema de funcionamento..................................................14

Figura 6 – Esquemática do ciclo Rankine................................................................................15

Figura 7 - Diagrama T-s Ciclo Rankine...................................................................................16

Figura 8 - Ciclo Brayton..........................................................................................................17

Figura 9 - Ciclo Combinado....................................................................................................18

Figura 10 - Evolução da Balança Comercial de Papel e Celulose...........................................22

Figura 11 - Destino das Exportações de Papel e Celulose.......................................................22

Figura 12 - Produtividade das Florestas de Rápido Crescimento............................................23

Figura 13 - Ilustração do Processo de Fabricação de Celulose e Papel...................................25

Figura 14 - Ilustração de uma Máquina de Papel....................................................................26

Figura 15 - Representação do ciclo a vapor.............................................................................36

Page 7: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Faturamento anual em (em R$ mil)........................................................................20

Tabela 2 - Produção de Papel e Celulose (1.000 toneladas)....................................................20

Tabela 3 - Balança Comercial do Setor de Papel e Celulose no Brasil....................................21

Tabela 4 - Setor de Papel e Celulose Brasileiro em Termos Mundiais....................................24

Tabela 5- Propriedades termodinâmicas para cada estado do ciclo.........................................38

Tabela 6 - Potências para os equipamentos da planta..............................................................39

Tabela 7- Taxa de transferência de calor nos equipamentos da planta....................................39

Tabela 8 - Rendimentos da planta............................................................................................40

Page 8: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................10

1.1. Matriz energética brasileira................................................................................................10

1.2. Matriz elétrica brasileira....................................................................................................12

1.3. COGERAÇÃO DE ENERGIA.........................................................................................14

1.4. Ciclos para geração de energia...........................................................................................15

1.5. Ciclo de Rankine................................................................................................................15

1.6. Ciclo Brayton.....................................................................................................................16

1.7. Ciclo combinado................................................................................................................18

1.8. Segmento de papel e celulose no Brasil.............................................................................19

1.9. Processos de Produção.......................................................................................................24

2. OBJETIVO........................................................................................................................... 26

2.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA..................................................28

2.2. Fundamentos da Termodinâmica.......................................................................................28

2.3. Considerações que podem ser empregadas........................................................................28

2.4. Conservação da massa.......................................................................................................28

2.5. Primeira lei.........................................................................................................................29

2.6. Segunda lei.........................................................................................................................29

2.7. Equacionamentos por equipamento...................................................................................30

2.8. Caldeira I............................................................................................................................31

2.9. Caldeira II..........................................................................................................................31

3. Turbina a vapor de extração-condensação TGI....................................................................32

3.1. Turbina a vapor de extração-condensação TGII................................................................33

3.2. Condensador.......................................................................................................................33

3.3. Desaerador.........................................................................................................................34

3.4. Bomba de baixa pressão I..................................................................................................34

3.5. Bomba de baixa pressão II.................................................................................................35

3.6. Bomba de alta pressão........................................................................................................35

4. ESTUDO DO CASO............................................................................................................36

5. RESULTADOS.....................................................................................................................38

5.1. Resultados da análise termodinâmica................................................................................38

6. CONCLUSÃO......................................................................................................................40

Page 9: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

7. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................41

Page 10: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

10

1. INTRODUÇÃO

1.1. Matriz Energética Brasileira.

O Brasil possui a matriz energética mais renovável do mundo, com 45,3% de sua

produção proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias

eólica e solar. As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de mais de 75% da

eletricidade do País (MME, 2012).

O modelo energético brasileiro apresenta tem forte potencial de expansão, o que

resulta em uma série de oportunidades de investimento em longo prazo. A estimativa do

Ministério de Minas e Energia (MME) para o período de 2008 a 2017 indica aportes públicos

e privados da ordem de R$ 352 bilhões para a ampliação do parque energético nacional

(MME, 2012).

Os recursos públicos virão principalmente do Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC), iniciativa federal lançada em 2007 para promover a aceleração da expansão

econômica no País (MME, 2012).

Para a área hidrelétrica estão previstos cerca de R$ 83 bilhões. Hoje, apenas um terço

do potencial hidráulico nacional é utilizado. Usinas de grande porte a serem instaladas na

região amazônica constituem a nova fronteira hidrelétrica nacional e irão interferir não apenas

na dimensão do sistema de geração, mas também no perfil de distribuição de energia em todo

o País, abrindo novas possibilidades de desenvolvimento regional e nacional (MME, 2012).

Outros R$ 23 bilhões devem ser aplicados na expansão da produção e oferta de

biocombustíveis como etanol e biodiesel. O cenário internacional aponta o interesse de vários

Países em conhecer e adotar o uso dos biocombustíveis em suas frotas e para atendê-los o

Brasil é capaz de fornecer os produtos, os serviços e o conhecimento (MME, 2012).

A matriz Energética brasileira indica que a biomassa é responsável por 8% do total

nacional, o equivale a 140.019.781 KW. Das fontes de biomassa, o bagaço da cana-de-açúcar.

Representa 78,2% do total, com 11.008.69 KW. O setor florestal vem em segundo lugar nessa

lista com 20% do total, o que corresponde a 2.803.847 KW. Outras fontes de biomassa, como

resíduos animais, resíduos sólidos urbanos, biocombustíveis líquidos e outros agroindustriais

dividem os 11,8% restantes. A Figura 1 apresenta a matriz energética brasileira em 2015

(ANEEL, 2016).

Page 11: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

11

Figura 1 - Matriz energética Brasileira em 2015

Fonte: EPE (2016)

O Balanço Energético Nacional - 2016 referente à micro e mini geração distribuída de

energia elétrica, cujo crescimento vem sendo incentivado por recentes ações regulatórias,

como a que estabelece a possibilidade de compensação da energia excedente produzida por

sistemas de menor porte. Em 2015, a geração distribuída atingiu 34,9 GWh com uma potência

instalada de 16,5 MW, com destaque para a fonte solar fotovoltaica, com 20,0 GWh e 13,3

MW de geração e potência instalada respectivamente. A Figura 2 apresenta o fluxo energético

(BEN, 2016)

Figura 2 - Fluxo Energético - BEN 2016

Fonte: Ben (2016)

Page 12: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

12

1.2. Matriz elétrica brasileira

O Brasil dispõe de uma matriz elétrica de origem predominantemente renovável, com

destaque para a geração hidráulica que responde por 64,0% da oferta interna. As fontes

renováveis representam 75,5% da oferta interna de eletricidade no Brasil, que é a resultante da

soma dos montantes referentes à produção nacional mais as importações, que são

essencialmente de origem renovável. Do lado do consumo, houve uma queda total de 1,8%,

com destaque para o setor residencial que interrompeu uma tendência de crescimento,

recuando 0,7% (BEN, 2016).

O setor industrial registrou uma queda de 5,0% em relação ao ano anterior, apenas os

setores de papel e celulose, mineração e pelotização química apresentaram uma variação

positiva de 4,7%, 3,7% e 0,9% respectivamente. Os demais setores público, agropecuário,

comercial e transportes quando analisados em bloco apresentaram variação positiva de 0,6%

em relação ao ano anterior. O setor energético cresceu 2,4%. Em 2015, a capacidade total

instalada de geração de energia elétrica do Brasil (centrais de serviço público e

autoprodutoras) alcançou 140.858 MW, acréscimo de 6.945 MW. Na expansão da capacidade

instalada, as centrais hidráulicas contribuíram com 35,4%, enquanto as centrais térmicas

responderam por 25,0% da capacidade adicionada. Por fim, as usinas eólicas e solares foram

responsáveis pelos 39,5% restantes de aumento do grid nacional. A Figura 3 apresenta a

participação das fontes na Expansão da capacidade instalada (BEN, 2016).

Figura 3 - Participação das Fontes na Expansão da Capacidade Instalada

Fonte: BEN (2016).

Page 13: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

13

A energia proveniente da biomassa acabou tendo um potencial de crescimento no

mercado nacional e internacional, pois é considerada uma fonte de energia limpa e seu uso

promove a redução no consumo dos combustíveis fosseis. Através dessa fonte, é possível

obter biocombustíveis para aplicação em motores, além da geração de energia elétrica através

de plantas térmicas. A Figura 4 apresenta a oferta interna de Energia (BEN, 2016).

Figura 4 - Oferta Interna de Energia

Fonte: BEN (2016).

Simplificando pode-se dizer que são designados por biomassa algumas fontes de

energia com potencial energético considerável tais como: a madeira (e seus resíduos), os

resíduos agrícolas, os resíduos municipais sólidos, os resíduos dos animais, os resíduos da

produção alimentar, as plantas aquáticas, e as algas (Portal da energia, 2017).

Existem três classes de biomassa: sólida, liquida e gasosa. A biomassa sólida tem

como fonte os produtos e resíduos da agricultura, incluindo substâncias vegetais e animais, os

resíduos das florestas e a fração biodegradável dos resíduos industriais e urbanos (Portal da

energia, 2017).

A biomassa líquida existe em uma série de bicombustíveis com potencial de

utilização, todos com origem nas chamadas “culturas energéticas”. Como exemplo: biodiesel,

obtido a partir de óleos de canola ou girassol; o etanol, produzido com a fermentação de

Page 14: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

14

açúcar, amido e celulose; e o metanol, gerado pela síntese do gás natural (Portal da energia,

2017).

A biomassa gasosa é encontrada nos efluentes agropecuários provenientes da

agroindústria e do meio urbano. É encontrada também nos aterros de RSU (Resíduos Sólidos

Urbanos). Estes resíduos são resultado da degradação biológica anaeróbia da matéria

orgânica, e são constituídos por uma mistura de metano e gás carbónico. Esses materiais são

submetidos à combustão para a geração de energia. A Figura 5 apresenta a Energia da

biomassa esquema de funcionamento (Portal da energia, 2017).

Figura 5 – Energia da biomassa esquema de funcionamento

Fonte: PORTAL DA ENERGIA (2017)

1.3 COGERAÇÃO DE ENERGIA.

A cogeração é definida como a produção combinada e sequencial de duas formas de

energia, que pode ser energia térmica, energia elétrica ou mecânica, a partir da queima de um

só combustível, em qualquer que seja o ciclo termodinâmico. Formalmente, os ciclos mais

usados são o de Rankine, que empregam turbinas a vapor, e os ciclos Brayton, os quais

utilizam turbinas a gás (WALTER, 1994).

Estes sistemas de cogeração são os mais utilizados, pois apresentam eficiências de

primeira lei maiores do que as encontradas quando as formas de energia são produzidas em

ciclos independentes. Essas eficiências podem ser da ordem de 75 % a 90 % (WALTER,

1994).

Page 15: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

15

1.4 Ciclos para geração de energia

Os principais ciclos termodinâmicos para a cogeração de energia são:

Ciclo de Rankine

Ciclo Brayton

Ciclo combinado

1.5 Ciclo de Rankine

O ciclo térmico de Rankine, conforme ilustrado na Figura 6, é conhecido por usar

vapor d’água para o funcionamento do sistema. A pressão resultante da queima de

combustível da caldeira aciona uma turbina a vapor onde se tem um gerador de eletricidade

acoplado, energia está utilizada para o funcionamento dos depois equipamentos elétricos na

planta (SCARPIN, 2012).

Figura 6 – Esquemática do ciclo Rankine

Fonte: Scarpin (2012).

Baseado em um ciclo de quatro processos que correm em regime permanente, os

quais serão descritos para cada equipamento. Adicionalmente, a Figura 7 apresenta o

funcionamento do ciclo em um diagrama T-s de temperatura (T), entropia (s).

Page 16: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

16

Figura 7 - Diagrama T-s Ciclo Rankine

Fonte: GT2 Energia (2017).

1 → 2: Saída do líquido saturado do condensador e entrando na bomba de alta 15

pressão (1), a qual promove o deslocamento do fluido, levando-o até a entrada da

caldeira (2). Trata-se de um processo de bombeamento adiabático e reversível.

2 → 3: Entrada de líquido comprimido ou subresfriado na caldeira (2) e saída de vapor

superaquecido a alta pressão (3), vapor este proveniente da queima do combustível no

interior da caldeira. Processo de transferência de calor a pressão constante.

3 → 4: Entrada de vapor superaquecido no interior da turbina à vapor (3) e saída a

baixa pressão (4), acionando um gerador de energia acoplado ao mesmo. Processo de

expansão adiabática e reversível.

4 → 1: Entrada do fluido de trabalho a baixa pressão no condensador (4) e saída de

líquido saturado (1). Processo de transferência de calor a pressão constante.

1.6 Ciclo Brayton

Na atualidade, pelo aumento nas eficiências das turbinas e os preços mais em conta

para os combustíveis, à aplicação deste tipo de tecnologia na indústria tem sido beneficiado.

Com a facilidade em aproveitar os gases de exaustão deste tipo de ciclo, processos que se tem

uso de vapor estão acolhendo este tipo de tecnologia (BARREDA DEL CAMPO, 1999).

O ciclo Brayton, conforme ilustrado na Figura 8, demostra um ciclo de ar padrão de

uma turbina a gás simples, a qual é composta por compressor, câmara de combustão e

expansor (turbina a gás).

Page 17: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

17

Figura 8 - Ciclo Brayton

Fonte: Scarpin (2012)

Um dos parâmetros significativos do ciclo de turbinas a gás é a relação de pressão do

ciclo que é referido ao quociente da pressão de descarga e a pressão de entrada, sendo que em

turbinas modernas, um valor típico é próximo de 14. Já o outro parâmetro é a temperatura de

atuação do ciclo, onde a faixa de tempetura pode atingir 1.500 K, que é restringida por

problemas na utilização de terminados materiais e custos agregados (SCARPIN, 2012).

Porém turbinas com refrigeração nas pás podem atingir temperaturas maiores e são

divididas em dois tipos:

Aeroderivadas: mais utilizadas em propulsores de aeronaves, por ser compacta e ter

um baixo peso. E tem sem um rendimento próximo de 34%.

Industriais: tem maior resistência a ambientes agressivos por serem robustas e permite

o processo de combustível de baixa qualidade e a sua potência máxima é mais elevada

em comparação com as aeroderivativas. Sua eficiência está na faixa de 30 a 32%.

A três formas de aumentar a eficiência de um ciclo Brayton, são elas: regeneração,

resfriamento intermediário e reaquecimento, isto é, a combinação dessas três formas é

conhecida como ciclo composto (SCARPIN, 2012).

Ciclo com regeneração: Evidenciada por aproveitar parte da recuperação da energia

térmica dos gases de exaustão, antes da entrada na câmara de combustão. A eficiência do

ciclo é inversa à medida com que as pressões aumentam, quanto maior a pressão, menor

será sua eficiência. Por outro lado há um aumento da eficiência do ciclo quando a

temperatura do ar comprimido na linha de escape do compressor é próximo de 17

temperatura dos gases de exaustão da turbina, não indicado para a cogeração de energia, já

Page 18: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

18

que os gases provenientes da exaustão do ciclo são usados para alimentar determinados

processos como o acionamento de uma caldeira de recuperação e gerar vapor para o ciclo.

Ciclo com Resfriamento: com o resfriamento do ar comprimido no processo de

compressão oferece ao ciclo um aumento do trabalho líquido, mais em contrapartida

diminui a eficiência. Mas, acrescentando a regeneração em conjunto com o resfriamento

intermediário, tanto a eficiência quanto a regeneração são melhorados em comparação ao

ciclo simples.

Ciclo com Reaquecimento: necessita de um segundo combustor entre os estágios de

expansão, e resultam-nos mesmos efeitos de um resfriamento intermediário, porém menos

pronunciados.

Ciclo Composto: é um ciclo onde se alcança maior eficiência com pressões mais

elevadas, contudo exige uma quantidade adicional de equipamentos e sistemas de

controle.

1.7 Ciclo combinado.

O ciclo combinado é uma junção dos ciclos de turbina a vapor (Ciclo de Rankine) e do

ciclo a gás (Ciclo Brayton) conforme ilustrado abaixo na Figura 9. Este ciclo tem como

principal função o aproveitamento dos gases de exaustão que são expelidos pela câmara de

combustão resultante da queima do combustível para o aumento da eficiência do ciclo

combinado.

Figura 9 - Ciclo Combinado

Fonte: (Scarpin, 2012)

Page 19: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

19

O vapor originário do ciclo a gás passa por uma caldeira de recuperação, pelo qual tem

a função de transmitir de maneira mais eficiente o calor gerado para o ciclo a vapor, assim de

substituir a caldeira, reduzindo o consumo de combustível. Esta junção dos ciclos resulta em

uma elevada eficácia na utilização do combustível.

1.8. Segmento de papel e celulose no Brasil.

A indústria de papel e celulose no Brasil remonta ao início do século 19. Contudo,

esse setor no Brasil teve crescimento bastante tímido até o início da década de 1950. Como

bem aponta (Bracelpa, 2009).

O primeiro grande salto dessa indústria, ocorrido entre a década de 1950-1970. Nas

décadas de 1960 e 1970 foram de forte expansão da indústria de papel e celulose no Brasil,

com o surgimento de diversas empresas para atuar nesse setor e a consequente ampliação de

sua capacidade de produção (Bracelpa, 2009).

Nesse período, muitos desses projetos receberam incentivos por parte do governo, em

particular do BNDES, por meio de expressivos aportes de capitais. Além disso, data desse

período o início da utilização do eucalipto nas florestas de produção, espécie de crescimento

extremamente rápido quando comparado a outras árvores. Tal adoção representou uma

verdadeira revolução para a indústria de celulose brasileira, visto que as outras polpas não

resultavam em um papel de qualidade satisfatória para determinados fins (Bracelpa, 2009).

Já o período compreendido entre o final da década de 1980 e começo da década de

1990 marcou a consolidação dessa indústria. Nesse período, além do crescimento do setor,

viram se relevantes investimentos financeiros em modernização e em ganho de produtividade

das plantas industriais, bem como na profissionalização da gestão das empresas. Nesse

ínterim, o governo viabilizou diversos incentivos para esse setor, com destaque para duas

versões do Programa Nacional de Papel e Celulose (Bracelpa, 2009).

O setor de papel e celulose apresentou um faturamento de aproximadamente R$ 34

bilhões em 2010, de acordo com a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).

Frente a 2009, isso representou um crescimento de cerca de 23% em 2010. A Tabela 1

apresenta o faturamento Anual em (Bracelpa, 2009).

Tal crescimento foi alavancado principalmente por um considerável incremento no

faturamento do setor de celulose, que em relação ao ano de 2009 cresceu cerca de 42%. O

setor de papel e de artefatos compõe o restante do crescimento do faturamento desse setor,

com aumentos de 17% e 12% respectivamente. Ainda que o setor apresente dados de

Page 20: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

20

faturamento para 2009 e 2010, ele não apresenta os respectivos dados para o ano de

2011(Bracelpa, 2009).

Tabela 1 – Faturamento anual em (em R$ mil)

Fonte: (Bracelpa, 2009)

Em termos de toneladas, tanto em 2011 como em 2010, o segmento de papel exportou

cerca de 21% da sua produção, sendo que em relação a 2009, essa rubrica cresceu 3,3%

(Bracelpa, 2009).

Por outro lado, as importações para esse segmento industrial representam cerca de

15% do total produzido em 2011 e também em 2010. Em relação a 2009, elas cresceram

significativamente, atingindo um aumento de cerca de 39% em relação ao ano anterior. Em

dólares, as importações apresentaram um aumento de 41% e as exportações cresceram em

cerca de 19% de 2009 para 2010. De 2010 para 2011, as importações do setor de papel

cresceram 14% e as exportações foram incrementadas em 9%. A Tabela 2 apresenta a

produção de papel e celulose em (Bracelpa, 2009).

Tabela 2 - Produção de Papel e Celulose (1.000 toneladas)

Fonte: (Bracelpa, 2009)

Page 21: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

21

Já o segmento de celulose, com perfil bastante diferente, exportou cerca de 60% do

total produzido em 2011 e em 2010, sendo que em relação ao ano anterior, essa variável

cresceu cerca de 2%. Contudo, esse setor importou um equivalente a 3% da sua produção nos

anos de 2011 e também em 2010. Em dólares, as importações apresentaram um aumento de

49% e as exportações cresceram em cerca de 44% entre 2009 e 2010. Já do ano de 2010 para

2011, o aumento de valor das importações cresceu em 4% e das exportações em 5%

(Bracelpa, 2009).

Portanto, vê-se que o setor de papel tem um perfil bastante diferente do setor de

celulose, já que em termos relativos aquele setor importa cerca de três vezes mais e exporta

aproximadamente 34% a menos. Além disso, ao observar os dados de exportação da produção

em toneladas, percebe-se que o setor de papel e celulose, em que o mercado internacional tem

relevante importância, sofreu com a crise econômica mundial. A Tabela 3 apresenta balança

comercial do setor de papel e Celulose no Brasil (Bracelpa, 2009).

Tabela 3 - Balança Comercial do Setor de Papel e Celulose no Brasil

Fonte: (Bracelpa, 2009)

Ainda que o setor de papel e celulose tenha sofrido com a crise econômica mundial, a

forte demanda advinda de países em desenvolvimentos, tais como a China, a Índia e a

América Latina, como um todo, ajudaram a manter o ritmo de exportações do setor. Vale

destacar que entre 2008-2010, em que o mundo ainda sofria muito com as consequências da

crise econômica mundial, o setor de celulose brasileira foi o único no mundo que cresceu em

termos de produção. A Figura 10 apresenta Balança Comercial do Setor de Papel e Celulose

no Brasil (Bracelpa, 2009).

Page 22: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

22

Figura 10 - Evolução da Balança Comercial de Papel e Celulose

Fonte: (Bracelpa, 2009)

O setor de celulose tem um perfil distinto do setor de papel em termos de destino de

exportações. Enquanto o primeiro exporta prioritariamente para a China e para a Europa, as

exportações de papel estão voltadas principalmente para a América Latina e Europa. A Figura

12 apresenta destino das exportações de papel e celulose em janeiro e abril de 2012 (Bracelpa,

2009).

Figura 11 - Destino das Exportações de Papel e Celulose

Fonte: (Bracelpa, 2009)

Page 23: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

23

Além disso, a produtividade das florestas plantadas brasileiras de pinus e eucalipto são

bons em relação a seus pares internacionais, fazendo com que tais áreas agrossilvipastoris

tenham o menor ciclo de crescimento do mundo. No Brasil a produtividade do eucalipto é de

cerca de 41 m³/ha/ano e do pinus é de 38 m³/ha/ano (Bracelpa, 2011). Na figura 12, pode-se

observar que o Uruguai e o Chile, que também têm boas produtividades em relação a outros

países produtores, são inferiores das encontradas no Brasil. Contudo, o que mais chama

atenção é o grande potencial de melhoria da produtividade do eucalipto, poderia chegar a 70

m³ha/ano. A Figura 12 mostra a produtividade das florestas de rápido crescimento. (Bracelpa,

2009).

Figura 12 - Produtividade das Florestas de Rápido Crescimento

Fonte: (Bracelpa, 2009)

O Brasil é o quarto maior produtor de celulose do mundo em termos de toneladas,

produzindo cerca de 7,5% da produção mundial. Os EUA aparecem como os maiores

produtores, chegando a produzir cerca de 3,5% vezes mais do que o Brasil, e é seguido pela

China e Canadá (Bracelpa, 2009).

Além disso, o Brasil é o Decimo maior produtor de papel do mundo em termos de

toneladas ano, sendo responsável pela produção de cerca de 2,5% da produção mundial. A

China, país com maior produção de papel do mundo, produz 24% do total manufaturado,

sendo seguido por EUA, Japão, Alemanha e Canadá. A Tabela 4 apresenta Setor de Papel e

Celulose Brasileiro em Termos Mundiais (Bracelpa, 2009).

Page 24: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

24

Tabela 4 - Setor de Papel e Celulose Brasileiro em Termos Mundiais.

Fonte: (Bracelpa, 2009)

O setor de papel e celulose é composto por 222 empresas. Essas empresas são

detentoras de 31 plantas de produção de celulose, 226 plantas de papel, 44 plantas de

produção de pastas de alto rendimento e 51 plantas de produção de celulose e papel integradas

(Bracelpa, 2009).

Em 2009, os seis maiores produtores de celulose foram a Fibria, a Suzano, a Klabin, a

Celulose Nipo-Brasileira, a International Paper do Brasil e a Veracel, as quais juntas

representavam cerca de 85% do total produzido nesse ano. Em relação à produção de papel as

seis maiores empresas são Kablin, Suzano, International Paper do Brasil, Fibria, a Rigesa e a

Jari, as quais juntas representaram cerca de 50% da produção anual de papel desse mesmo

ano. Sendo assim, o setor apresenta concentração acentuada, com destaque particular para o

de celulose (Bracelpa, 2009).

1.9 Processos de Produção

A celulose, comumente conhecida como “fibras” da madeira, é um composto químico

natural presente nos vegetais, sendo um dos principais componentes de suas células. Já a

lignina é a substância química que atua como agente ligante permanente de fibras da madeira.

O processo de fabricação da celulose objetiva dissolver a lignina da madeira com o fim de

Page 25: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

25

liberar tais fibras com o mínimo de degradação dos carboidratos presentes nas paredes das

células, a celulose e a hemicelulose (FRACARO, 2012).

Existem diferentes processos que são utilizados para que se extraia a celulose das

células vegetais, sendo alguns mecânicos enquanto outros exclusivamente químicos. De todo

o processo mais utilizado no Brasil para produção da celulose é o Kraft, um processo químico

pelo qual se obtém a celulose de sulfato. Ainda que existam outros processos, este será objeto

de descrição nesse documento, exatamente por ser o mais utilizado no Brasil. O estado da arte

de tal processo é compreendido basicamente por três grandes áreas: a Linha de Fibras; a

Recuperação Química e Utilidades (FRACARO, 2012).

A Linha de Fibras é a etapa do processo produtivo que lida diretamente com a

madeira e com seus subprodutos diretos processados ao longo da fabricação, de forma que ele

se estende desde a preparação da madeira para a produção de celulose até o produto final, a

celulose branqueada. As etapas dessa parte do processo, que serão mais bem exploradas a

seguir, compreendem a preparação da madeira; o cozimento; a pré-lavagem e depuração; a

deslignificação com O2 e pós-lavagem; o branqueamento e secagem; e a embalagem da

celulose. A Figura 13 apresenta Ilustração do Processo de Fabricação de Celulose e Papel

(FRACARO, 2012).

Figura 13 - Ilustração do Processo de Fabricação de Celulose e Papel

Fonte: (FRACARO, 2012)

Page 26: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

26

De forma geral, o processo produtivo do papel é composto fundamentalmente de

quatro etapas: a preparação da massa, a prensagem, a secagem térmica e o acabamento

(FRACARO, 2012).

Durante a preparação da massa, água e outros sais importantes são adicionados à

celulose. Ainda na fase de preparação da massa celulósica, o composto passa por um processo

de refino, por meio do qual se confere maior resistência ao papel, e também pela depuração,

em que se adicionam substâncias químicas importantes para a massa, tal como o amido. Uma

vez limpa, tal massa é depositada na mesa plana através da caixa de entrada, em que a

gramatura do papel é definida de acordo com a quantidade de massa que é adicionada. Em

seguida, ela é pressionada entre rolos, para depois ser seca e uniformizada, através da

regularização da superfície obtida com o processo de calandragem. Em seguida, o rolo-mãe é

cortado e embalado para que sejam enviados aos clientes finais. A figura 14 mostra a

Ilustração de uma Máquina de Papel. (FRACARO, 2012).

Figura 14 - Ilustração de uma Máquina de Papel

Fonte: (FRACARO, 2012)

2. OBJETIVO

O trabalho desenvolvido tem como objetivo a análise termodinâmica da planta térmica

de uma empresa de celulose. O foco principal deste trabalho é a aplicação da termodinâmica

para a melhoria do rendimento e a viabilização de um aumento da lucratividade por meio de

um acréscimo na produção de energia elétrica.

O trabalho inicialmente apresenta uma planta de uma empresa de celulose, onde há

equipamentos com boa tecnologia capaz de suprir todas as demandas impostas. Para análise

do desempenho termodinâmico da planta, foram utilizadas a primeira e segunda lei da

Page 27: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

27

termodinâmica, além de alguns dados de entrada, utilizados como premissas para o

desenvolvimento dos cálculos. O open source Engineering Equation Solver® (EES)

(Engineering Equation Solver), desenvolvido por Klein e Alvarado (1995), que possibilita

realizar o equacionamento de forma inteligível, clara e eficaz.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLOGIA

3.1 Fundamentos da Termodinâmica.

O estudo das plantas onde tem como base o aquecimento de fluidos para a geração de

eletricidade é originaria de algumas aplicações, sendo elas:

Conservação da massa;

Conservação da energia (Primeira Lei da Termodinâmica);

Segunda Lei da Termodinâmica.

3.2 Considerações que podem ser empregadas

Para as análises, cada equipamento será considerado como um volume de controle

independente. Para considerações iniciais, todos os processos ocorrem em regime permanente.

Não serão considerados nas análises os processos em regime transiente, paradas ou qualquer

variação do sistema visto em função do tempo.

- RP

- Adiabático ( )

- Não possui eixo ( )

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

3.3 Conservação da massa

(

)

(1)

Page 28: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

28

Considerando que o equipamento opera em regime permanente (RP) e,

consequentemente, não ocorre a variação da quantidade de massa no interior do volume de

controle com relação ao tempo. Com isso, a Equação (1) pode ser reescrita como:

(2)

Sendo,

Vazão mássica que entra no volume de controle [kg/s]

: vazão mássica que sai do volume de controle [kg/s].

3.4 Primeira lei

A equação da conservação da energia, conhecida como primeira lei da

termodinâmica, em sua forma completa, considerando inclusive o termo transiente, é

representada pela equação (3), como segue:

(

)

(

) ∑

(

) (3)

Onde,

: Taxa de transferência de calor no volume de controle [KW];

: Taxa de transferência de trabalho no volume de controle [KW];

: Entalpia específica na entrada do volume de controle [kJ/kg];

: Entalpia específica na saída do volume de controle [kJ/kg];

: Velocidade de vazão mássica na entrada do volume de controle [m/s];

: Velocidade de vazão mássica na saída do volume de controle [m/s];

g: Aceleração gravitacional [m/s²];

: Cota da vazão mássica na entrada do volume de controle em relação a uma linha de

referência [m];

: Cota da vazão mássica na saída do volume de controle em relação a uma linha de

referência [m].

Page 29: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

29

Sendo adotadas além da hipótese de regime permanente, as hipóteses de que a

variação da energia cinética e energia potencial são pequenas e assim podem ser desprezadas.

Com isso a equação (3), pode ser reescrita como segue.

(3)

3.5 Segunda lei

As irreversibilidades num processo são quantificadas por meio da Segunda Lei da

Termodinâmica. Para um determinado volume de controle, o enunciado dessa Lei pode ser

expresso como apresentado através da equação (5) abaixo.

(

)

∑(

)

(4)

Considerando que o volume de controle opera em regime permanente, a equação (5)

pode ser rescrita como:

(

) (4)

Sendo,

: Entropia especifica na entrada do volume de controle [kJ/kgK];

: Entropia especifica na saída do volume de controle [kJ/kgK];

: Temperatura na superfície do volume de controle [K];

: Taxa de geração de entropia no volume de controle [kW/K]

3.6 Equacionamentos por equipamento

A tabela a seguir mostra as considerações à conservação da massa, primeira lei e

segunda lei para cada equipamento utilizado na planta térmica.

Equipamento Considerações C. M. Primeira lei Segunda lei

Page 30: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

30

Caldeira I

- R. P.

- Não possui eixo

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

( )

( )

Caldeira II

- R. P.

- Não troca calor

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

( )

( )

Turbina I

- R. P.

- Não troca calor

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

( )

( )

Turbina II

- R. P.

- Não troca calor

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

( )

( )

Condensador

- R. P.

- Não possui eixo

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

( )

( )

Desaerador

- R. P.

- Não possui eixo

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

Bomba

- R. P.

- Não troca calor

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

( )

( )

3.7 Caldeira I

i) Considerações

1- Regime permanente

2- Não possui eixo

3- ΔEC = 0

4- ΔEP = 0

5- Irreversível

Page 31: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

31

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

( ) (2)

iv) Segunda lei

( ) (3)

3.8 Caldeira II

i) Considerações

1- Regime permanente

2- Não possui eixo

3- ΔEC = 0

4- ΔEP = 0

5- Irreversível

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

( ) (2)

iv) Segunda lei

( ) (3)

3.9 Turbina a vapor de extração-condensação TGI

i) Considerações

- Regime permanente

- Não troca calor

- ΔEC = 0

Page 32: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

32

- ΔEP = 0

- Irreversível

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

( ) (2)

iv). Segunda lei

( ) (3)

4. Turbina a vapor de extração-condensação TGII

i) Considerações

- Regime permanente

- Não troca calor

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

( ) (2)

iv). Segunda lei

( ) (3)

Page 33: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

33

3.2 Condensador

i) Considerações

- Regime permanente

- Não possui eixo

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

( ) (2)

iv) Segunda lei

( ) (3)

3.3 Desaerador

i) Considerações

- Regime permanente

- Não possui eixo

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

∑ ∑ ∑ (2)

iv) Segunda lei

(3)

Page 34: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

34

3.4 Bomba de baixa pressão I

i) Considerações

- Regime permanente

- Não troca calor

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

( ) (2)

iv) Segunda lei

( ) (3)

3.5 Bomba de baixa pressão II

i) Considerações

- Regime permanente

- Não troca calor

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

( ) (2)

iv) Segunda lei

Page 35: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

35

( ) (3)

3.6 Bomba de alta pressão

i) Considerações

- Regime permanente

- Não troca calor

- ΔEC = 0

- ΔEP = 0

- Irreversível

ii) Conservação da massa

(1)

iii) Primeira lei

( ) (2)

iv) Segunda lei

( ) (3)

4. ESTUDO DO CASO

A Figura 15 mostra o diagrama de geração de energia elétrica da empresa em estudo,

sendo a mesma composta por duas caldeiras de recuperação química, com capacidade para

queimar 5.800 toneladas de biomassa líquida por dia com 82% de sólidos secos e gerar 822

toneladas de vapor com pressão de 86 bar e temperatura de 487ºC; uma caldeira auxiliar, com

capacidade para queimar 250 toneladas de biomassa sólida por dia, gerar 120 toneladas de

vapor com pressão de 86 bar e temperatura de 487ºC; um turbo gerador, denominado de TG1,

com tecnologia de extração-condensação e capacidade para gerar 81 MW de potência; um

turbo gerador, denominado de TG2, com tecnologia para extração-contra pressão e

Page 36: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

36

capacidade para gerar 81 MW de potência; dentre outros equipamentos. O programa utilizado

para execução da planta foi o AutoCAD software livre fornecido pela instituição unitoledo.

Figura 15-Representação do ciclo a vapor

Fonte: Próprio Autor.

Na turbina de extração-contrapressão, uma fração do fluxo é extraído 12,8 bar para o

acionamento do processo térmico de média pressão o desaerador e o restante para turbina de

Baixa pressão. Em seguida a turbina de extração-condensação TG2 tem uma fração do fluxo

extraído 4,6 bar para o acionamento do processo de baixa pressão e bomba de baixa pressão

B1 e 0,1 bar para o condensador e bomba de baixa pressão B2. O Ciclo a ser analisado é um

ciclo a vapor otimizado, composto por 27 processos.

Page 37: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

37

Em seguida, a Tabela 5 apresenta todos os estados termodinâmicos da planta, onde

engloba as seguintes propriedades: fluxo mássico ( ), pressão (p), temperatura (T), entalpia

(h) e entropia (s).

Tabela 5- Propriedades termodinâmicas para cada estado do ciclo

Pontos [kg/s] p [kPa] T [ºC] h [kJ/kg] s [kJ/kg.K]

1 262,00 1280,00 190,92 811,7 2,245

2 262,00 8600,00 192,5 822,1 2,249

3 131,00 8600,00 192,5 822,1 2,249

4 131,00 8600,00 192,5 822,1 2,249

5 131,00 8600,00 487,00 3358,0 6,641

6 131,00 8600,00 487,00 3358,0 6,641

7 262,00 8600,00 487,00 3358,0 6,641

8 166,00 8600,00 487,00 3358,0 6,641

9 59,44 1280,00 255,90 2945,0 6,819

10 106,6 460,00 160,03 2770,0 6,909

11 96,00 8600,00 487,00 3358,0 6,641

12 29,27 460,00 165,79 2783 2,249

13 66,73 10,0 45,79 2303 7,269

14 28,4 1280,00 255,90 628 6,819

15 28,4 1280,00 190,9 811,7 2,245

16 31,04 1280,00 255,90 2945,0 6,819

17 135,8 460 148,7 2773,0 6,915

18 135,8 460 148,7 626,8 1,829

19 135,8 1280,00 148,9 628,0 1,829

20 164,2 1280,00 156,25 659,8 1,904

21 66,73 10 45,79 191,7 0,6489

22 66,73 1280,00 45,93 193,4 0,6502

23 231,00 1280,00 124,82 525,0 1,579

A 166,00 1280,00 255,90 2944,64 6,8194

B 106,56 1280,00 255,90 2944,64 6,8194

C 96,00 460,00 165,79 2783,15 6,9383

D 66,73 460,00 165,8 2783,15 6,9383

5. RESULTADOS

O trabalho tem a realização de um estudo termodinâmico de uma planta térmica

localizada no Mato Grosso. Para o auxílio da resolução da planta, foi empregado o programa

EES® (Engineering Equation Solver), desenvolvido por Klein e Alvarado (1995), que

possibilita realizar o equacionamento de forma inteligível, clara e eficaz.

Page 38: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

38

Para início de resolução, foram respeitados as seguintes eficiências isoentrópicas para

os equipamentos:

80% para a bomba de alimentação da caldeira;

75% para bomba dos processos;

75% para a bomba de condensado;

88% para a turbina de extração-contra pressão;

88% para a turbina de extração-condensação.

92% para o redutor do turbo gerador;

98% para o gerador de energia elétrica;

92% para o motor I de acionamento da bomba B2 do processo;

92% para o motor II de acionamento da bomba B2 do condensador;

96% para os motor VI de acionamento da bomba B3 para acionamento da caldeira;

Perda de carga de 10% na caldeira

5.1. Resultados da análise termodinâmica.

As potências geradas e consumidas pelos equipamentos da planta seguem apresentadas

na Tabela 6. O sinal negativo representa os equipamentos que requerem energia para seu

acionamento, como no caso da bomba de condensado a bomba de alimentação da caldeira e

bomba do processo.

Tabela 6- Potências para os equipamentos da planta

Equipamento PO Potência [kW]

Turbina de contrapressão 87.267,61

Turbina de extração-condensação 87.267,61

Bomba de alimentação da caldeira - 2733,44

Bomba de condensado -161,76

Bomba do processo -114,13

Em seguida, na Tabela 7, são apresentadas as taxas de transferências de calor dos

equipamentos da planta. O sinal “negativo” anterior à taxa de transferência de calor representa

que o equipamento dissipa calor para o meio onde está implantado, como o condensador e os

processos de média e baixa pressão.

Page 39: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

39

Tabela 7- Taxa de transferência de calor nos equipamentos da planta

Equipamento Taxa [kW]

Caldeira a vapor I 332.264,13

Caldeira a vapor II 332.264,13

Condensador -140887,55

Processo de media pressão -60576,22

Processo de baixa pressão -291538,59

Para que resulte no rendimento térmico é necessário que a potência de eixo total

gerada pelas turbinas, menos o que foi consumido pelas bombas de alta e de baixa pressão,

dividido pela taxa de transferência de calor das caldeiras. A Equação 1 mostra a fórmula para

se calcular o rendimento térmico.

| |

(1)

Para o rendimento termelétrico é necessário a potencia de eixo total gerado pelas

turbinas, multiplicado pelo rendimento do redutor e do gerador menos a potência de eixo total

consumido pelas bombas divido pelo rendimento mecânico, dividido pela taxa de

transferência de calor das caldeiras. A Equação 2 mostra a formula para se calcular o

rendimento termelétrico.

|

|

(2)

Para o rendimento de cogeração é necessário a potencia de eixo total gerada pelas

turbinas, mais as taxas de transferência de calor do processo 1 e 2, menos a potência de eixo

total consumido pelas bombas, dividido pela taxa de transferência de calor das caldeiras. A

Equação 3 mostra a formula para se calcular o rendimento de cogeração.

Page 40: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

40

| | | |

(3)

Os rendimentos térmicos, termelétricos e de cogeração resultantes do ciclo estão

apresentados na tabela 8.

Tabela 8 - Rendimentos da planta

Rendimento [%]

25,81

22,27

78,8

As tabelas apresentadas no estudo do caso mostram resultado desenvolvido no

algoritmo que necessita de certo conhecimento em programação, a maior dificuldade é

levantar os dados da planta em seguida programação no algoritmo.

Foi também calculado a eficiência de cogeração, que é o um processo de combinação

de calor e eletricidade do ciclo e onde se pode medir o nível de aproveitamento do sistema.

6. CONCLUSÃO

No decorrer deste trabalho, foi realizada uma análise termodinâmica de uma planta

térmica de uma empresa de celulose. Com isso, revelou os valores de pressão e temperatura e

quantidade de tonelada queimadas por dia nas caldeiras.

Na análise termodinâmica também obteve as potências, as taxa de transferência de

calor, geração de entropia e entalpia, a caldeira e as turbinas apresentaram uma maior geração

de entropia em relação aos outros equipamentos.

O rendimento térmico ficou na faixa de 25,81% e o termelétrico do ciclo 22,27% e o

rendimento da cogeração chegaram aos 77,8%, conseguindo gerar 81 MW de potência de eixo

em cada uma das turbinas.

Na análise foi comprovado que o aumento de 10% na temperatura de saída da caldeira

alcançou um rendimento térmico de 26,53%. E com aumento de 10% da pressão o rendimento

térmico ficou na faixa de 26,22%.

Page 41: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

41

Entretanto foi possível levantar um bom rendimento dessa planta, pois num ciclo de

Rankine consegue alcançar um rendimento térmico em torno de 25%, nesse caso, o clico a

vapor otimizado apresentada 27 processos e obteve um rendimento térmico de 25,81%. Sendo

assim obtendo um ótimo resultado.

Page 42: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

42

7. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEEL (2016) Agência Nacional de Energia elétrica. Disponível em:<

http://www.aneel.gov.br/>. Acesso em 25 Nov.2017.

BEN (2016) Balanço Energético Nacional. Disponível em;

<https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2014.pdf>. Acesso em 25Out.2017.

FRACARO, Guilherme de Paula Moreira. Eficiência energética e intensidade de emissões

no setor de papel e celulose brasileiro Cascavel, PR: UNIOESTE, 2012. 90 p.

LUISA Maria; MACHADO Campos; ABDI Leal; NAVES Carla; MARX Cássio; COSTA

Maria; FERREIRA Carla; NAVES Wightman; MONZONI Joana; GROSS Mario Alexandre.

Nova técnica para papel e celulose. Subsídios para elaboração para uma estratégia

industrial brasileira para economia de baixo carbono.

MME, ministério de minas e energia, matriz energética brasileira. Disponível em: <

http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2010/11/matriz-energetica. Acesso em 28 Nov.2017.

NOVA CANA (2016) Revista online do mercado sucroalcoleiro Disponível em:

<https://www.novacana.com/n/cogeracao/biomassa-representa-8-8-matriz-eletrica-brasil-

250716/>. Acesso em 25 Nov. 2017.

Portal da energia, Vantagens e desvantagens da energia por biomassa. Disponível em:

<https://www.portal-energia.com/vantagens-e-desvantagens-da-energia-biomassa/>. Acesso

em 22 Set.2017.

Portal da energia, O que é a energia por biomassa. Disponível em: < https://www.portal-

energia.com/o-que-e-energia-biomassa/>.Acesso em 22 Set.2017.

SCARPIN, Lucas Mendes. Análise termodinâmica, termoeconômica e econômica do

aproveitamento energético do palhiço da cana-de-açúcar através da gaseificação, dentro

de uma nova concepção de projeto de uma usina sucroalcooleira. 2012. Trabalho de

Graduação, UNESP, Ilha Solteira, Brasil, 2013.

WALTER, Arnaldo C.S., Viabilidade e Perspectivas da cogeração e da geração

termoelétrica junto ao setor Sucro-Alcooleiro. Tese de doutorado. UNICAMP/FEM, 1994.

Page 43: ANÁLISE TERMODINÂMICA DO CICLO A VAPOR DE UMA … · A proposta principal deste trabalho é desenvolver uma análise termodinâmica de uma planta térmica de uma empresa fabricante

43