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Ano 13 Ed 151 Dez 2012

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Jornal de Umbanda Sagrada

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  • Pgina -2 Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012

    Diretor Responsvel: Alexandre Cumino - Tel.: (11) 5072-2112E-Mail: [email protected]: Av. Irer, 292 - Apto 13 -Planalto Paulista So Paulo - SP

    Diagramao, Editorao e Arte: Laura Carreta - Tel.: (11) 8820-7972

    Diretor Fundador: Rodrigo Queirz Tel.: (14) 3019-4155 E-mail: [email protected]

    Consultora Jurdica: Dra. Mirian Soares de Lima Tel.: (11) 2796-9059

    Jornalistas Responsveis:Marcio Pugliesi - MTB: 33888Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Alessandro S. de Andrade - MTB: 37401

    expediente:

    uma obra filantrpica, cuja misso contribuir para o engrandecimento da religio, divulgando material teo l gico e unificando a comunidade Umbandista.

    Os artigos assinados so de in teira res ponsabilidade dos auto res, no refletindo necessaria mente a opi-nio deste jornal.

    As matrias e artigos deste jor nal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veculo de comunicao. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.).

    Pai de Santo, Me de Santo, Pai no Santo, Me no Santo, Pai Espiritual, Me Espiritual, Padrinho, Madri nha, Cacique, Cacica, Mestre, Mestra, Co-mandante, Comandanta, Chefe, Che-fa, Orientador, Orientadora, Mi nistro, Ministra ou Dirigente? So varia das as formas de identificao do Sacer dote ou Sacerdotisa de Umbanda.

    Mas quem o sacerdote de Umbanda? O que o sacerdcio umbandista?

    Perante o astral, o mundo espi-ritual, o sacerdote de umbanda um mdium que encarnou com esta misso, o que confirmado por seus guias espi-rituais. Suas entidades lhe comunicam a vontade de comandar um trabalho de umbanda e, com o tempo, formar seu prprio grupo de mdiuns.

    Perante uma comunidade, o sacerdote aquele lder religioso que toma a frente do grupo com orientao religiosa e espiritual. Geralmente, este lder responsvel por um templo, no qual se pratica a religio.

    Pe ran te o Estado, que laico, sacerdote o lder religioso (de qualquer seguimento) re conhecido oficialmente por uma comuni dade, em atas e estatu-tos registrados em cartrio, como o seu ministro religioso.

    Perante as religies institudas e organizadas, existem os cursos de formao sacerdotal em que pessoas com o dom da oratria, ou vocao sacerdotal, passam meses, ou at anos, dependendo do segmento, se preparan-do, estudando e praticando o sacerdcio.

    Uma tradio de investidura sacer-dotal vai se formando, em que o mais velho vai passando seus conhecimentos ao mais novo e assim sucessivamente. O conceito manter um padro de quali-dade, ou exigncia de requisitos, e pro-fundidade naquele que vai representar a religio e assumir a responsabilidade

    de conduzir e orientar seres humanos (diga-se de passagem que em nada tem a ver com ovelhas).

    O sacerdote um representante da religio, algum que deve ter a autoridade de falar sobre a sua reli-gio, mesmo que no seja um orador. Independente de ser reconhecido pelo astral, pela comunidade e pelo Estado, devemos ressaltar que ele no apenas um dirigente espiritual, no apenas um pastor com suas ovelhas. Mesmo que no represente todos os segmentos dentro de sua religio, o sacerdote deve saber apresentar de forma clara os fun-damentos de sua religio. Todo sacerdote um formador de opinio e deve ter conscincia deste seu papel e assumir a responsabilidade dos valores e conceitos que transmite. Muitas vezes, sua simples opinio sobre algo tomado como lei por seu grupo, o que pode ser um poder efmero e imposto, ou uma autoridade a ser seguida. Para tal, preciso equilbrio emocional, humildade e maturidade, o que pode e deve ser trabalhado ao longo dos anos.

    Podemos falar em investidura sacer-dotal vertical ou horizontal. A investidura esta outorga sacerdotal perante a co-munidade e a divindade. H, na histria da humanidade, uma forma de investi-dura vertical que vem do contato direto com a divindade e a horizontal, em que sacerdotes encarnados preparam outros encarnados como sacerdotes para dar continuidade religio.

    A religio mais antiga que se co-nhece o xamanismo e, nele, podemos verificar aqueles que se tornaram xams pelo contato direto com o sagrado, o mis-trio tremendo e fascinante, e aqueles que se tornaram xams por terem sido preparados por outros xams.

    Grandes lideres religiosos tiveram este contato direto com a deidade como Abrao, Moiss, Cristo e Mohamed (Ma-om) para falar dos idealizadores das trs grandes religies autodeclaradas

    monotestas. Melquisedec um exemplo de sacerdcio divino recebido direto do alto, para muitos, ele considerado um anjo manifesto.

    Quando o sacerdcio horizontal foi institudo no judasmo, os homens que tinham um contato direto com o mistrio sagrado passaram a se identificar como profetas. Cristo podia ser reconhecido como profeta, mas foi identificado como sacerdote da linhagem de Melquisedec por aqueles que perpetuaram a tradi-o sacerdotal crist, conforme se l na bblia.

    Mohamed se declara o ltimo pro-feta por meio de contato direto com o Arcanjo Gabriel, quem lhe ditou o Alcoro (Coro).

    Os vedas do hindusmo foram dita-dos e escritos por divindades. Ganesha, filho de Shiva, em pessoa, escreveu parte dos vedas, homens santos (rishis) e inspirados escreveram outras partes. E assim tem sido em todas as tradies religiosas, que surgem do encontro mstico com o sagrado, do qual nasce uma doutrina, filosofia, mitologia, ritual, liturgia ou seja onde nasce uma religio.

    Este contato com a divindade ou a espiritualidade foi definido como mediunidade por Allan Kardec e, deste contato de forma organizada com um grupo de mdiuns respondendo a um questionamento sistematizado por uma rgida metodologia, surgiu o espiritismo.

    O contato com espritos sempre hou ve na humanidade, o que nasce de novo o cdigo esprita, a obra organi-zada por Kardec. Por meio desta obra, muitos outros se prepararam para uma misso espiritual, para um sacerdcio vocacional, mesmo que no tenha as formalidades ritualsticas, tem o ideal filosfico que anima a misso sacerdotal.

    Dentro do espiritismo, grandes m diuns como Chico Xavier tiveram a oportunidade deste contato direto com seus mentores e por eles foram lapidados durante uma vida de atividade medinica, recebendo e transmitindo orientaes, conduzindo toda uma comunidade.

    Podemos citar Zlio de Moraes co mo algum que recebeu outorga e investidura sacerdotal vertical, por meio do contato direto com a espiritualidade, representada por seus guias espirituais. A partir do momento em que incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas e este idealizou o ritual e a doutrina da nova religio, Zlio se torna sacerdote e fundador da religio, recm criada, anunciada ou trazida do astral.

    Com o tempo, Zlio de Moraes pas-sou a preparar novos sacerdotes para a Umbanda, que foram tambm tomando a frente de outros templos ou tendas de Umbanda. Da nasceram as primeiras tendas de Umbanda que se tem notcia. De forma direta ou indireta, Zlio ajudou centenas de mdiuns a assumirem sua misso como sacerdotes de Umbanda.

    Benjamim Figueiredo, desenvolvido

    na Umbanda por Zlio, fundador da Tenda Esprita Mirim, 1924, e criador do Primado de Umbanda, 1952, tambm criou e orga nizou uma metodologia de formao me dinica e sacerdotal para seus m diuns e filiados.

    Pai Ronaldo Linares ao que nos cons-ta, o criador do primeiro curso, aberto, de sacerdotes na Umbanda, onde formou j mi lhares de sacerdotes. Pai Ronaldo tambm conviveu com Zlio de Moraes e encon trou nele o apoio necessrio para a criao deste modelo de preparao sacer dotal umbandista.

    Rubens Saraceni, preparado por Ro-nal do Linares, tambm recebeu de seus men tores de forma direta uma enorme quantidade de infor maes teolgicas de Um banda e foi orientado para organizar este conhecimento e pass-lo adiante. Rubens idealizou cursos de Desenvolvi-mento Medinico Umbandista, Teologia de Umbanda Sagrada e Sacerdcio de Umbanda Sagrada. Preparou sacerdo-tes aptos e com condio e outorga de prepararem outros sacerdotes.

    Sabemos que ningum faz do outro um sacerdote antes deste ter mis so para tal, que a outorga espiritual. No entanto, mesmo antes de ter ideia sobre esta misso, j vamos sendo preparados por nossos guias e, se tiver sorte, o mdium vai sendo preparado dentro do terreiro em que frequenta, por seu sacerdote e pelos guias espirituais que comandam a tenda em que frequenta. Este se tornou um preparo tradicional dentro da Umbanda, no qual cada um d o que recebeu de seu antecessor. A ideia de um curso sacerdotal unir o conheci-mento de muitos, mais o conhecimento do astral, para se alcanar o mximo de recursos em um perodo relativamente curto de preparo sacerdotal.

    A questo que nem tudo se passa to tranqui la mente para mdiuns umbandistas em ge ral e para os que tem a misso espe-cfica de sacerdcio em particular.

    Muitos umbandistas tm a mediu-nidade aflorada do dia para a noite, al guns sem ter partici pa do de nenhuma corrente medinica e, ain da assim, incor poram Guias de Um banda que lhe pedem pa ra tomar a frente de um trabalho es piritual, explicando que uma mis so. Ou tros, que se de sen-volveram em um tem plo, incor poram seus guias que traba lham mui to bem e, em deter minado mo mento, tam bm lhe esclarecem so bre sua misso: tomar a frente de um tra balho que se fundamen-ta ne les, os men tores, sem ter recebido nenhum amparo ou orientao de quem os desenvolveu mediunicamente. Muitos comeam dentro de casa, num quarto, sala, garagem ou quintal e, na maioria das vezes, o trabalho cresce e junto tambm aumentam as dvidas e os questionamentos, internos e exter nos.

    Afinal, no so poucos os que se

    en con tram nesta mesma condio: pos suem o dom medinico, tm misso sacerdotal e sentem que falta algo em sua formao. Quase sempre, falta um amadurecimento, reflexo ou, ainda, a orienta o prtica/terica que lhe d seguran a e lhe responda algu mas de suas dvidas. Alm disso, possvel aprender ainda muitos recursos, tcni-cas e ferramentas que venham a somar para sua misso. E por isso que foram criadas as formaes Sacerdotais.

    Todo mdium um sacerdote em potencial, cada um de ns um templo vivo da religio, como disse Pai Bene-dito de Aruanda, por meio de Rubens Saraceni.

    O preparo sacerdotal no se destina apenas para mdiuns que tm a misso sacerdotal de comandar um grupo.

    O preparo sacerdotal se destina a todos os mdiuns de umbanda que de-sejam conhecer mais sobre sua religio, se destina a todos os mdiuns de incor-porao que desejam ter mais recursos para ajudar ao prximo, se destina a todos os mdiuns de incorporao que pretendem passar por consagraes e iniciaes que vo ajud-lo em sua caminhada e misso medinica.

    Um curso de sacerdcio se destina a todos aqueles mdiuns de incorporao que desejam ver o trabalho espiritual sob a tica do dirigente espiritual, a todos que querem entender o quanto delicado tomar a frente de um grupo e qual a responsabilidade de tal tarefa. Um curso de sacerdcio est voltado a passar mais cultura, conhecimento, pre-paro e fundamentao prtica e terica tanto para quem tem a misso, como para quem no tem, ou ainda no sabe se tem a misso de assumir a liderana de um grupo. A preparao sacerdotal o preparo de um lder para conduzir um grupo ou aprender a conduzir a si prprio.

    a estas pessoas se destina o que chamamos de CURSO DE SACERDCIO, e no encontramos definio melhor pa ra identificar um modelo de ensino que envolve contedo terico/prtico, me to dologia e reconhecimento da comuni dade que o acolheu.

    O sacerdcio umbandista no brincadeira e no nos propomos a preparar quem possa vir a banalizar a religio. Logo, um estudo voltado para os mdiuns que amam a religio e colocam sua misso medinica como uma prioridade em sua vida.

    Todas as religies institudas tm o co nhe cimento da necessria e bem vinda instruo e formao sacerdotal, que nos seus primrdios, era passado de Mestre para discpulo. J no mun do antigo, foram criadas escolas de pre pa ro sacerdotal coletivo, onde seus mis trios so compartilhados pelo grupo. Com a Umbanda no seria dife rente...

  • Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012 Pgina -3

    va isso e no aceita calmamente as reaes que provoca. preciso que o homem saiba que os seus semelhantes s so seus iguais nas virtudes, mas no na forma de vislumbr-las. Seno, vejamos isso, Simo Beir:

    Um Juiz virtuoso. A lei uma virtude.Um sacerdote um virtuoso. A F uma virtude.Um mestre um virtuoso. O conhecimento uma virtude.Um sbio um virtuoso. A sabedoria uma virtude.Um mdico um virtuoso. A vida uma virtude.Um pensador um virtuoso. A razo uma virtude.Um ser amoroso um virtuoso. O amor uma virtude.

    Mas veja isso de uma outra forma:Um juiz que aplica as leis pode no faz-lo

    por amor criao (vida), mas sim por gostar de punir a quem atenta contra essa mesma criao (leis da vida).

    Logo, um ser movido pelo amor agiria de outra forma que o juiz punidor.

    Mas, como nem sempre a lei alcana seus objetivos s com a punio dura, nem sempre o amor alcana seus objetivos com sua pureza, compreenso e delicadeza.

    Logo, para cada ao consumada (verdade absoluta), que se pense vrias reaes at encontrar a mais adequada para torn-la uma ao positiva (verdade absoluta virtuosa).

    E assim tens nas sete virtudes originais as formas particulares que cada ser humano tem sua disposio para externar sua natureza ntima e mpar em meio a tantos semelhantes, mas no iguais.

    Na sua origem (Deus) no havia dor ou ofensa. Logo, tudo o que no havia na origem (Deus) ser vibrao ativadora do seu emocional, que reagiria de imediato.

    Se a dor est sendo causada pelo ferro de uma abelha, arrancas o ferro, ou matas a abelha. Se for por uma farpa de madeira, tambm isso far para que cesse a dor. Aps arranc-los, a causa da dor cessar e teu emocional ainda vibrar os efeitos (ferimento) causado pelo ferro ou a farpa.

    J no caso da ofensa, a reao imediata, pois na sua origem as ofensas no existiam. Logo, reagirs de acordo com os meios que foste dotado na sua origem para repelires todas as vibraes em desarmonia com sua vibrao original.

    Com sua viso enviars energias ao ofensor ou desviars tua viso, pois ele se tornar desagradvel aos teus olhos.

    Com teu tato (mos) baters nele, ou com outra parte (ps), dele se afastars ou o chutars, etc.

    Sua audio ressonar tal ofensa intensamente at que o ofensor se desculpe. Caso contrrio, no re-tornar ao seu equilbrio vibratrio, pois a ofensa (vibrao negativa) o desequilibrou.

    E assim todos os seus sentidos reagiro contra a ofensa, pois na origem no existiam ofensas, portanto, eles no a aceitaro.

    Isso se deve ao do campo emocional ativado pelo todo mental para que bloqueasse tal vibrao, pois ela est em desacordo com o interior (mental) virtuoso.

    A, a reao unicamente emocional uma verdade relativa. Ela s se tornar uma ao (verdade absoluta) se subjugares o ofensor ao seu modo de ser, falar e agir. S assim a sua reao lhe trar paz (equilbrio) no emocional.

    Mas isso s ser conseguido se tiver um corpo de luta (fora fsica) para subjug-lo, pois talvez a ao dele tenha razes numa ao sua anterior, pois cada verdade abso-luta (ao) tem sua origem noutra verdade absoluta (ao).

    A verdade absoluta dele pode ter sido despertada por uma reao negativa sua a um pedido (positivo ou negativo) dele.

    Caso tenhas dito no a um pedido, rea-giste com uma verdade absoluta (no = ao negativa) que despertou nele uma reao emocional. Caso ele se calasse, o emocional dele ficaria pulsando at que algo o amorte-cesse. Mas nunca ele eliminaria essa vibrao negativa at que a descarregasse de forma violenta. E foi o que ele fez, pois reagiu com uma ofensa.

    S assim o emocional volta a vibrar em harmonia com o todo, pois os sentidos (per-cepcional) voltam a enviar ao mental (interior) vibraes que dizem que tudo voltou ao nor-mal no exterior.

    Mas, como toda reao emocional s pro-voca outra mais intensa, logo, o desequilbrio volta e tudo no exterior piora.

    Ento tens que acalmar suas vibraes emocionais com aes humanas racionais.

    Deus dotou-o de uma faculdade chamada memria. Ela lhe permite raciocinar em cima

    de fatos j consumados ou prximos de acon-tecer, pois algo que est por vir sempre pode ser associado a algo j vivenciado. Por com-parao, vislumbras o que ainda no visvel.

    Assim, por meio da memria ativas uma faculdade dela, o raciocnio, e meditas antes de reagires a uma ofensa.

    Para meditar, tens que ter domnio sobre a tua razo e os limites dela. S ento isso fars.

    Depois de meditares, ento dirs: eu dis-se algo que o decepcionou ou o magoou ou o ofendeu! Eu sou a causa das minhas vibraes emocionais negativas. Logo, eu mesmo, com meu sentido de conscincia racional, a elimino do meu emocional e tambm a eliminarei do emocional dele.

    Caso no consiga elimin-la do emocional do ofensor, ao menos o seu mental est em harmonia, pois a sua reao foi de ordem positiva (virtuosa) e conseguiste, com uma vibrao interior intensa (meditao), anular as vibraes exteriores.

    S com vibraes (aes) interiores in-tensas anulas as vibraes exteriores. Uma vibrao exterior (emocional) no anula outra vibrao exterior. Ela s substitui um tipo de vi-brao negativa por outra mais nociva ao todo.

    Em geral, o homem mais sbio com as outras espcies que com os de sua espcie. No caso da abelha, ele sabe que foi picado porque se aproximou demais dela ou a provocou.

    Mas com seus semelhantes ele no obser-

    Texto extrado do livro Domnio dos Sentidos da Vida - A preparao de Scrates,

    publicado pela Madras Editora.

  • Pgina -4 Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012

    No ltimo dia 12 de novembro de 2012, mais uma vez a Umbanda se fez representar na Cmara dos Deputados, em Braslia.

    A iniciativa foi do Deputado Federal Vicentinho - PT/SP, em comemorao a promulgao da lei 12.644, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, em maio de 2012, que instituiu o dia 15 de novembro como o Dia Nacional da Um-banda, a nica religio genuinamente brasileira.

    A convite do deputado compuseram a mesa da Sesso Solene, Viridiano Custdio de Brito (secretrio de Promo-o da Igualdade Racional do Governo do Distrito Federal), Jefferson Cars Guedes (vice-presidente jurdico da Em-presa Brasileira de Correios e Telgrafos - ECT), Silvany Euclnio (secretria de Comunidades Tradicionais da Secretaria de Polticas de Promoo da Igualdade Racial SEPPIR/PR), Sandra Santos (presidente da Associao Umbandista e Espiritualista do Estado de So Paulo - AUEESP), pai Cssio Ribeiro (presidente da Federao de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros de Diadema - FUCA-BRAD), pai Ronaldo Linares (presidente do Santurio Nacional da Umbanda e da Federao Umbandista do Grande ABC), me Vera (representante da Federao Brasiliense e Entorno de Umbanda e Candombl), e a deputada rika Kokay (PT/DF e presidenta da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos de Terreiros).

    Em seu discurso, o deputado Vicen-tinho ressaltou a importncia da criao do Dia Nacional da Umbanda, conside-rado por ele uma grande vitria e que precisa ser comemorado. Lembrou que a religio sofre muito preconceito, at dentro do Congresso Nacional. A Cons-tituio prev direitos iguais e respeito s religies, mas a gente percebe que existe discriminao na Cmara, no Se-nado, disse o parlamentar. Ele avaliou a iniciativa da presidenta Dilma como uma demonstrao de respeito religio.

    O deputado informou ainda que outro projeto de lei j est em anda-mento, para que a Umbanda se torne patrimnio imaterial, visando com isso o seu reconhecimento, a reduo

    Sesso Solene do Dia Nacional da Umbanda

    da intolerncia religiosa, e a liberdade de crena e cultos religiosos, tentando evitar que a religio continue em cons-tante ameaa.

    Em seguida a deputada rika disse que a aprovao da Lei 12.644, pela presidenta Dilma Rousseff, repre-senta um marco importante na luta pelo fim do precon-ceito contra as religies de matriz africana. Com o estabelecimento do Dia Nacional da Umbanda, o Brasil reconhece a im-portncia desta religio brasileira, que mistura os santos africanos e catlicos com os espritos indgenas, e que tanto foi perseguida e

    discriminada em nosso pas. O pre-conceito com as religies de matriz africana precisa acabar!

    O vice-presidente jurdico dos Correios, Jefferson Cars Guedes, conduziu o momento solene de obliterao, quando um carimbo que traz a figura de Zlio Fernandino de Moraes foi lanado oficialmen-te. Para os Correios, o evento em comemorao ao Dia Nacional da Umbanda teve um significado im-portante, pois ocorreu logo aps o II

    Frum dos Direitos Humanos, refletindo o seu engajamento em aes destinadas valorizao das diferenas. No ato, as lideranas religiosas que compunham a mesa ganharam uma pasta com o primeiro carimbo emitido pelos Correios.

    Os deputados Amauri Teixeira e Jean Wyllys, tambm estiveram no Plenrio, e usaram a palavra para parabenizar todos os umbandistas.

    Para o presidente da FUCABRAD, Cssio Ribeiro, a instituio da data comemorativa trar mais fora religio e ajudar a reduzir o preconceito sofrido pelos umbandistas. Afirmou que eles no pedem 10% de salrio, exigem apenas 100% de f, de amor, de pratica de caridade.

    Pai Ronaldo Linares, decano pau-lista, deu um depoimento de como conheceu Zlio Fernandino de Moraes e o Caboclo das 7 Encruzilhadas, contou histrias que emocionaram e fizeram rir o pblico presente, mostrou a guia que

    recebeu de presente do fundador da Umbanda, e comemorou

    com todos os umbandistas os 104 anos da religio.

    Sandra Santos, presi-dente da AUEESP, agra-deceu ao deputado Vi-centinho pelo trabalho e empenho para que acon-tecesse o Dia Nacional da

    Umbanda, e j solicitou que ele encabeasse um

    grupo com a deputada rika Kokay, deputado Walter Ihoshi e outros parlamentares, com o objetivo de enca-minhar projetos de lei, para que as orga-nizaes religiosas no sejam tratadas como comrcio, o que vem dificultando o trabalho de muitos umbandistas.

    Citou tambm a delegao de So Paulo, representada por me Apare-cida Nalssio, presidente do Primado do Brasil, Ogan Juvenal, membro da Unio de Tendas, pai Engels, presidente da Escola Aldeia de Caboclos, Josa Queiroz, vereador e vice-presidente da FUCABRAD, babalorix Nelson de Yemanj, Regiane Perine, do Instituto Otarpe, pai Evandro Otoni do Ncleo Tup que compareceu um grande n-mero de mdiuns, e destacou nomes de lideranas religiosas com um grande trabalho em prol da religio entre eles pai Rubens Saraceni de So Paulo, Ftima Damas e Pedro Miranda, do Rio de Janeiro, Paulo Tharcicio Motta Vieira e Marco Boeing de Curitiba, e a fora jovem de Michael Laiso Felix, no Distrito Federal. Amigos do Ministrio da Cultura tambm se fizeram presen-tes. Encerrou convidando o ogan Luiz Alves de Braslia, a trazer os atabaques ao Plenrio para que todos entoassem o Hino da Umbanda.

    Comemoramos o dia da Umbanda, porque ela uma religio brasileira que foi fundada no dia 15 de Novembro de 1908 por Zlio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Esta informao o mnimo e faz parte do bsico que todos os umban-distas devem saber. Quanto aqueles que no concordam, devem estudar um pouco mais, ou apresentar fatos que digam o contrrio. Uma religio nasce no momento em que idealizado seu ritual e aquele que o realiza o seu fundador.

    Dia da Umbanda Por ALEXANDRE CUMINO

    No dia 14/11, o senador Edu-ardo Suplicy (PT-SP) tambm falou sobre o Dia Nacional da Umbanda, comemorado em 15 de novembro, segundo a Lei 12.644/12.

    O senador ressaltou a impor-tncia da religio, que nasceu aps a abolio da escravatura, numa poca em que cultos de origem africana eram tratados como caso de polcia.

    A Umbanda resistiu e absorveu elementos do catolicismo e do espiritismo; cresceu, diversificou-se e to plural quanto a alma brasileira, disse o senador.

    Suplicy saudou umbandistas de todo o pas e salientou que muitos valores catlicos so tambm encontrados naqueles que praticam a umbanda, princi-palmente o respeito pelo prximo.

    Suplicy celebra em Plenrioo Dia Nacional da Umbanda

    So Paulo e a Sesso Solene

    Dia 13 de novembro, a Cmara Municipal de So Paulo realizou mais uma sesso solene em homenagem ao Dia Municipal da Umbanda e do Umbandista, parte da 3 Semana de Umbanda da Cidade de So Paulo, reunindo diversos lderes religiosos.

    Segundo pai Engels Xenoktistakis, a Sesso Solene teve como enfoque o combate ao preconceito religioso e serve para quebrar um tabu. O Dia da Umbanda foi uma promessa de 40 anos e era algo necessrio para mudar a intolerncia que sofremos por muito tempo. Muitos seguidores da Umbanda tambm frequentam templos de outras religies, e somos uma religio de adeso, no de converso.

    Para o vereador Quito Formiga (PR), autor da lei que instituiu o Dia Municipal da Umbanda e do Umbandista, a situao da religio frente a outras crenas j est mudando. Muitos hoje j sabem que a Umbanda prega o amor ao prximo, alm de ser tipicamente brasileira, e que vrias cidades instauraram o Dia Municipal da Umbanda e, em maio de 2012, foi criada uma data nacional.

    Ogan Juvenal, membro da Unio de Tendas explicou que a Umbanda foi fundada h 104 anos, por Zlio Fernandino de Moraes, e uma religio estri-tamente brasileira, que rene elementos da cultura do pas, como o caboclo e o preto velho, os orixs do candombl e os santos do catolicismo.

  • Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012 Pgina -5

    Dia 12 de novembro, a Cmara Munici-pal, atravs do ve-reador Dr. Gilberto Frana - PMDB, realizou sesso solene para comemorar o Dia da Umbanda. O evento foi prestigiado por autoridades como a Sra. Eliana Garcia, assessora para o segmento religioso na cidade de So Bernar-

    do, Adriano Camargo, dirigente do Templo Ventos de Aruanda, pai Engels, Ogan Juvenal, Sandra Santos e Alexandre do Umbanda eu Curto.

    Foram executados os hinos Nacional, de So Bernardo e o da Umbanda, inter-pretado por Engels de Xang, presidente da Escola de Curimba Aldeia de Caboclos.

    Esta data est oficializada na Cmara e no calendrio da cidade. Podemos comemorar essa conquista com festa, disse o vereador Gilberto Frana, autor da resoluo que institui o Dia da Umbanda em So Bernardo.

    A 3a. Semana da Umbanda na Cidade de So Paulo, comemorou os 104 anos, da nica religio genuinamente brasileira, a Umbanda.Lideranas religiosas como pai Rubens Saraceni, presidente do Colgio de Umbanda Sagrada, Ogan Juvenal, da Unio de Tendas, me Maria Aparecida Nalssio, presidente do Primado do Brasil, pai Edson dos Anjos, presidente da Associao Paulista de Umbanda, Sandra Santos, presidente da Associao Um-bandista e Espiritualistas do Estado de So Paulo, pai Silvio Mattos, presidente da APEU, pai Adriano Camargo, me Regiane Perine, pai Marcelo Nascimento, se fizeram presentes em um momento de grande confraternizao.

    Vrios templos umbandistas participaram da engira com orao e benos dos Caboclos, expressando uma alegria contagiante.

    O vereador Quito Formiga falou da felicidade em mais uma vez, estar junto a comunidade umbandista, partilhando de momentos de f e amor, e agradecendo a colhida que sempre teve do povo.

    As lideranas ressaltaram o trabalho que o vereador teve, viabilizando atravs do seu projeto de lei, a semana em homenagem a Umbanda.

    Muito feliz, o deputado federal Vicentinho do PT, compareceu e fez um resumo do que aconteceu na Sesso Solene pelo Dia Nacional da Umbanda, realizada na Cmara Federal, em Braslia. Mostrou a todos, a pasta que a direo dos Correios entregou, com um carimbo que traz a figura de Zlio Fernandino de Moraes, e que ser aposto em todos os selos nos prximos dias.

    Membros do Frum Inter religioso se fizeram representar atravs dos irmos Cris Gimenez e Emerson Caparelli, bem como a Comisso de Liberdade Religiosa da OAB, atravs do Dr. Jder.

    S nos resta mais uma vez agradecer a toda famlia Aldeia de Caboclos, atravs do irmo Engels, pelo belssimo evento. A energia foi maravilhosa, a festa foi nota 1.000. Que todos os nossos Pais e Mes Orixs, abenoem a todos.

    So Bernardo comemora o Dia da Umbanda

    Parque da Mooca

    Brasileira, jovem, encanta dora e enigmtica, assim a Umbanda.Por um lado ela no,s encanta com tantos mistrios ocultos e por outro, necessita de todo um cuidado especial.Ela tem muito a nos ensinar com sua natureza divina e no entanto, requer que no profa nemos sua beleza sagrada.Ela est pronta no astral e no entanto, carece de nossos cuidados na matria.Esta a Umbanda, que nos guarda e protege espiritual mente. Cabe a ns guard-la e proteg-la na matria.Muito ns temos recebido dela, muito ns devemos retribuir-lhe, em AMOR e DEDICAO.

    Esta a Umbanda Por ALEXANDRE CUMINO

    Qual o significado de Amm? Pes-quisando iremos descobrir que o termo vem do Hebraico e, se ten-tarmos traduzir, significaria algo como Assim seja, ou Verdadeiramente, ou Eu acredito. Podemos tambm tradu-zir como Eu concordo, ou Eu aceito, que considero uma tima representao do tipo de religio que costuma usar amm no final das oraes. Costumo classific-las como religies passivas, de aceitao e resignao. Entendam, eu no tenho nada contra este molde religioso, nada contra, nem nada a fa-vor. Mas importante salientar que este modelo religioso muito diferente, oposto ao da Umbanda e das demais re-ligies magsticas, que so religies de aprendizado, pois nelas se contempla o desconhecido diariamente.

    Nessas outras doutrinas, no ne-cessrio (na maioria das vezes, nem ao menos desejvel) que se compreenda nada, basta literalmente aceitar, concor-dar, se resignar. Pois basta o praticante se submeter a uma autoridade, seja um

    Assobio que ecoa pelas rvores da densa e mida floresta dos mais altos montes. Assobio que vem do corao dos caboclos do mundo. de Aruanda que vem magia, de Aruanda que os sons ecoam. de l sim, onde reina a paz, donde sai amor para todos os filhos de nosso Senhor.

    L tem criana de sorriso solto, que pula e brinca de roda. Menino negrinho que corre e sobe no topo dourado das rvores frondosas, im-

    pulsionado pelo gosto do saber, ou pelo simples gosto de sapecar. Corre, corre o menininho, encontra menininhas para tambm brincar. Brincam de bola, pega-pega e pique-esconde. Criana singela que encanta terreiro, divertindo a todos para tambm brincar. Corre, corre me-nininhos e menininhas, para pegar seus brinquedos e comer seus doces. Corre, corre crianada, nas graas do nosso Senhor. de Aruanda, de Aruanda que vem alegria de criana tambm.

    L morada de f, de respeito. morada de amor de irmo para ir-mo. L tem sabedoria de velho, tem compreenso de vov e vov. Santas almas, adorei. Sentam no banquinho para saldar filhos de f, vovs e vovs, na f em Oxal. de Aruanda, de Aruanda que vem a humildade. de Aruanda que vem a importante cari-dade. reino de luz, sagrado ninho de irmos, grande bero do saber, bandeira branca de Deus.

    papa, um padre, pastor, uma literatura, instituio, etc., e dizendo amm, acei-tando, ele obedece, se torna submisso e salvo. Novamente, no se trata de crticas, mas constataes, pelo que vejo em inmeros religiosos, para os quais esses moldes passivos agradam.

    E quanto ao sarav? Deturpaes, supersties e preconceitos parte, savar significa simplesmente Salve. Conta-se que teve origem com o povo Bantu (o mesmo do qual se originaram as primeiras manifestaes de cabo-clos em mdiuns), que devido ao seu sotaque no conseguiam pronunciar a palavra Salve, pronunciando algo como Salave, o que posteriormente acabou virando o atual Sarav.

    Sarav nada mais que uma saudao com sotaque Bantu (povo africano profundamente envolvido com o surgimento da Umbanda). Ele repre-senta perfeitamente uma das principais caractersticas de nossa religio: o respeito, respeito aos seres humanos, independente de nvel social ou etnia,

    respeito com o mundo divino, aos seres espirituais, etc.

    A prtica da Umbanda uma con-tnua confraternizao com diversos seres, tanto humanos quanto os do mundo invisvel. Ns os saudamos, com eles compartilhamos, e portanto comungamos.

    uma postura muito diferente de acatar a autoridade. Na Umbanda, as autoridades so os guias espirituais, que se manifestam em inmeros m-diuns. No h um comando central (a no ser no mundo espiritual, claro).

    Ns no dizemos amm, ns sau-damos dizendo Sarav, um termo tanto de origem diferente, quanto de signi-ficado contrastante, ao que a grande maioria costuma dizer, relacionado s nossas origens e histria (e no uma palavra qualquer importada).

    Espero que fique claro ao Umban-dista porque ele deve ter orgulho de dizer Sarav, no precisando se escon-der para fazer isso, e muito menos ficar com vergonha ou acanhado. Sarav!

    Nossa religio regrada de rituais sagrados e podemos tirar deles muito conhecimento para nossas vidas. Devemos estar sempre nos atualizando, pois s o conhecimento profundo do que vivemos que nos faz fiis sbios.

    H um fato que nos aflige ainda em nossa amada Umbanda: fofoca. Ir-mos, paremos com essa prtica sem propsito, que abala nossa unio, abala o nosso proposto que o de servir aos sagrados Orixs, s queridas entidades e aos consulentes que vem aos templos em busca de melhoria espiritual.

    Ao passo que damos margem fofoca, diminumos nosso grau evolutivo e deixamos de nos harmonizar, causando dores e descontentamento para aque-les que realmente esto em busca de firmar-se na religio, podendo assim at se afastar dos trabalhos espirituais, sejam irmos de f ou Consulentes.

    No percamos tempo com fofocas, usemos nosso tempo para socorrer um irmo, para fazer uma prece a um necessitado! Vamos ajudar nossa amada religio a prosperar, a ser reconhecida como uma religio com prin-cpios, com moral e tica. E assim podemos ter o devido respeito das demais religies. Salve a Umbanda!

  • Pgina -6 Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012

    H milnios, a prtica do jejum considerada sagrada entre os mais diversos povos. Jejuar considerado um ato de conexo com Deus e suas Divindades. Jejuar dar ao corpo tempo para processar toda a informao recebida no nosso dia a dia desequilibrado. Jejuar purificar nosso corpo e nossos sentidos.

    Na ndia, h mais de trs mil anos, os sbios, chamados de Rishis, iam para a natureza e praticavam o jejum como forma de se conectar com o sagrado e receber, ou intuir, informaes sutis. Nos Vedas, os livros sagrados daquele povo, a prtica do jejum recomendada para a purificao do corpo e como caminho para a iluminao. Se abster da comida seria uma forma de abdicar do mundo material e deixar o corpo limpo; deixar de gastar energia com digesto, para colocar todo o foco no controle dos sentidos, na medi-tao e na abertura dos canais prnicos.

    Na Bblia, o jejum citado nos trs evangelhos sinticos, Mateus, Marcos e Lucas. Em Mateus, 4-1, Tentao no deserto, est escrito: Ento Jesus foi levado pelo esprito ao deserto para ser tentado pelo diabo. Por 40 dia e 40 noites esteve jejuando (...). Este foi o ltimo preparo a que Jesus se submeteu a fim de vencer as tentaes do mundo figuradas na imagem do diabo antes de

    se apresentar pregando a boa nova. No Isl, o jejum durante o ms

    do Ramadan um dos cinco pilares de sustentao da religio. Durante

    todo o ms, desde o nascer at o pr do sol, proibido comer,

    beber, fumar e ter relaes sexuais. Ramadan, o ms de jejum, foi o ms em que Maom teve sua pri-meira revelao, que foi a apario do Anjo Gabriel para revelar-lhe o Alcoro.

    O jejum simboliza o retiro que cada mulumano

    deveria fazer, como fez Maom.

    Em muitas ou-tras religies mais recentes,

    a prtica do jejum tambm foi incor-porada, seja como forma de expiar os pecados, de aproximar o religioso de Deus, de desenvolver autocontrole, buscar bnos, refinar o esprito, ou para conseguir desprendimento dos desejos mundanos e egostas.

    Na medicina ocidental, o jejum muitas vezes recomendado nas dietas

    ps-cirrgicas. Mas em situaes bem mais simples, muitas vezes sentimos a necessidade de diminuir a quantidade de comida ingerida, seja numa gripe comum, num caso de intoxicao alim-en tar, ou mesmo de m digesto. Jeju-ar abre espao e tempo para o corpo trabalhar e curar o que seja necessrio.

    Essa viso compartilhada no oriente e no ocidente. No site de uma organizao internacional fundada na ndia, a Ananda Marga, o jejum justificado da seguinte forma: Jejuar periodicamente muito benfico para o corpo por mltiplas razes. Uma das funes do tecido sanguneo trans portar substncias nutritivas do intestino delgado para as clulas dos diversos tecidos e, inversamente, acar-rear os desperdcios das clulas para que sejam eliminados atravs dos rins. Quando, devido ao jejum, o sangue no leva alimentos s clulas, estas podem acarrear os desperdcios, ou seja, d-se um processo de purificao fsica. Podemos dizer que o intestino, estmago e os rgos internos agra-decem esse tempo para poderem dar

    uma relaxada e, ao mesmo tempo, sendo um grande remdio para cura de muitas enfermidades.

    Segundo o Ayurveda, a tradicional medicina indiana, o jejum uma das melhores formas de tratar indigesto e de desintoxicar o corpo. Tambm indicado para o tratamento do dia-betes, excesso de umidade no corpo, febres inflamatrias, rigidez articular, artrites e reumatismos, resfriados, doenas de pele, herpes, obesidade, sensao de peso, nuseas constantes, entre outros.

    Mas para realizar um jejum necessrio observar alguns cuidados. Pessoas muito debilitadas, convales-centes, ou com baixa resistncia fsica ou mental, NO PODEM se submeter a jejuns. Tambm importante ressaltar que, para um tratamento com jejum, preciso uma entrada gradual, assim como um retorno lento alimentao habitual. Por isso, deve-se cortar por alguns dias os alimentos mais pesados, como carnes, ovos, massas, frituras, alimentos industrializados e acares, mantendo-se pelo menos por dois a

    trs dias com alimentos leves e diges-tivos. O intestino tambm precisa estar funcionando regularmente.

    O jejum no indicado apenas como tratamento, mas como uma rotina de vida saudvel. Qualquer pes-soa sem problemas graves de sade, inclusive as saudveis, devem realizar, uma vez por semana, um jejum con-sumindo apenas um litro a um litro e meio de gua morna (ou ch) por dia.

    Para quem no consegue ficar s na gua, segue uma receita de um jejum simples, de 36 horas, que tambm pode ser feito semanalmente. A preparao comea na noite ante-rior ao jejum (sugere-se que seja no domingo noite, para compensar os excessos do fim de semana). Deve-se fazer uma refeio leve, de preferncia uma sopa. No dia do jejum s so per-mitidos lquidos: leite, sucos de frutas ou verduras, iogurte batido com aveia e amndoas, sopas. gua pura ou chs de ervas vontade. O caf da manh do dia seguinte j est liberado, mas deve ser leve, atendendo real neces-sidade da fome da pessoa.

    No recomenda-se a prtica do jejum no dia do trabalho espiritual no terreiro. A incorporao exige que o mdium esteja forte, bem alimentado e se sentindo bem. O ideal, nestes dias, comer alimentos leves e saudveis, evitando carnes, frituras e lcool. Deixe o jejum para um dia mais tranquilo da sua semana. Mas seja como prtica de cura, ou de disciplina espiritual, o jejum sempre benfico para corpo, mente, emoo e esprito.

    No vemos catlicos que so judeus, no vemos muulma-nos pentecostais, no vemos budistas jainistas. No entanto, vemos umbandistas que so candomblecistas, umbandistas catlicos, umbandistas es-pritas, umbandistas evanglicos e etc. Muito curioso, praticar duas religies que tenham fundamentos totalmente diversos.

    Sou umbandista, apenas umbandis-ta, pois a Umbanda me basta em todos os sentidos e expectativas.

    Pertencer a uma religio ter seus valores como valores de sentido para nossa vida. Viver com valores disso-nantes ter uma vida com caminhos dissonantes. Cada religio tem uma egrgora de energia prpria. Nem sem-pre as egrgoras se complementam, muitas vezes se chocam, por conta de

    seus valores e convices diversos.Pertencer a muitas religies no

    como fazer muitos cursos e pendurar seus diplomas na parede. Cada religio chama, e algumas exigem, que seu adepto assuma seus valores em um carter confessional, ou seja, confisso de f, aceitao de que ali est a sua verdade. Fica a pergunta: onde est a sua verdade, onde est seu corao?

    Pertencer a muitas religies pode criar uma hipocrisia religiosa, quando num dia da semana voc nega os valo-res que prega no outro dia da semana. Mltipla pertena religiosa tem sido usado como rtulo para dizer que mais descolado, mais espiritualizado. O que no corresponde verdade. O mais es-piritualizado aquele que vai mais fundo dentro de si mesmo para vencer suas dores e dificuldades e logo se torna um

    bem para todos, por se tornar algum melhor, mais bacana, mais agradvel.

    Usamos palavras como humildade, pacincia e desprendimento para rotular quem mais espiritualizado. Assim, os interessados em serem mais espiritua-lizados vo forjando uma imagem de si mesmos, forjando uma mscara social de mocinhos e mocinhas da luz. Este o ego espiritualizado, uma hipocrisia espiritual.

    Ser espiritualizado ser voc mes-mo antes de tudo e tomar conscincia da vida material, espiritual, mental e emocional, tudo junto. Mesmo porque, querer ser espiritual, negando o corpo e a mente, um erro cometido por religies repressoras que prometem o cu a quem nega-se tudo o qu existe no mundo.

    Mesmo nos dedicando muito a uma nica religio, ainda assim, no fcil ter um aprofundamento da mesma em nossa alma e esprito. O que dir pra-ticando muitas. No se consegue ter profundidade em nenhuma, fica sendo algo superficial. Nos enchemos de coisas e elementos externos para tentar tapar um buraco existencial, nossos medos e fraquezas.

    Existem muitas religies, porque existem muitas formas diferentes de entrar em contato com o sagrado, com o divino, e cada grupo de pessoas se

    identifica de uma forma, ou cria uma nova forma de sentir e expressar sua espiritualidade.

    A Umbanda, por se tratar de uma religio nova, que nasceu no mundo moderno e se desenvolve no mundo ps-moderno e contemporneo, muito moderna, inovadora, aberta, evolucionista e inclusiva. A Umbanda nos oferece uma quantidade infinita e inesgotvel de recursos. A incorporao e o passe medinico so apenas dois dos inesgotveis recursos da religio.

    O fato que subestimamos a Umbanda e muitos, na primeira dificul-dade, procuram uma outra religio ou o sacerdote de outra religio para lhe orientar, e este vai lhe cuidar segundo os fundamentos de outra religio. O correto seria ter pacincia e confiar em seus guias de Umbanda. Se aprofundar e buscar respostas no lugar onde mora a sua verdade. Descobrir que a Umbanda tem fundamentos e recursos que vo se abrindo e se apresentando de acordo com nossas necessidades. Ao longo de muitos anos, vrios recursos vo se abrindo dentro da religio, muitos mistrios se descortinam, mas primeiro preciso aprender o bsico.

    O que Umbanda?Qual a minha religio?Quais seus fundamentos bsicos?Qual o por qu de cada gesto ritual,

    de sua liturgia?Qual a sua magia, por que tantos

    elementos?Dentro da umbanda, existe um

    ambiente mais interno de iniciaes na fora dos Orixs, existe uma apresenta-o formal de muitas linhas de trabalho (caboclos, pretos velhos, etc.) que se apresentam a quem queira se aprofun-dar no conhecimento sacerdotal. Por isso e muito mais, estudamos Teologia de Umbanda Sagrada e Sacerdcio de Umbanda Sagrada. Porque queremos mais, muito mais, da NOSSA RELIGIO, da religio de UMBANDA.

    Queremos muito, mas muito mais mesmo, que apenas ir ao terreiro uma vez por semana fazer nossa obrigao, ou fazer a caridade. Tudo rotulado, bonitinho, mecanicamente autmato. Estamos e continuamos comprando um pedao do cu agora chamado Aruanda.

    Muitos continuam catlicos, no inconsciente, continuam espritas, continuam com velhos paradigmas, e perdem a oportunidade de ir mais fundo na Umbanda. Esto presos na margem, na superfcie, no raso. Vamos fundo na Umbanda, com a Umbanda e para a Umbanda.

    EU SOU... UMBANDISTA.ALEXANDRE CUMINO.

  • Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012 Pgina -7

  • Pgina -8 Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012

    Jos Maria, iniciando-se no de-senvolvimento dentro da Um-banda, de pronto, se v cheio de dvidas e medos, mas com uma grande e bonita mediunidade.

    Ele sente a presena de seu guia e, intuitivamente, sente a necessidade de estudar e entender sobre sua religio. No astral, seu guia, aquele com mais afinidades com Z Maria, silenciosa-mente influencia suas aes em prol do conhecimento.

    Z Maria decide visitar um dia de aula num curso que se inicia sobre a religio. Ao chegar porta, acometido por um bom sentimento e adentra com um sorriso tmido na face. No astral seu guia est porta esperando seu pupilo. O Caboclo, um puro representante do reino de Oxssi, sorri largamente pondo suas mos na coroa de seu protegido abenoando esta sua ao.

    Z Maria ouve atentamente as explanaes e se sente confortvel, pois v que as suas dvidas e medos no so exclusivas. Percebe que o professor algum muito bem preparado, fala com desenvoltura sobre todas as religies, diz de cabea passagens bblicas para explicar coisas que Ele nunca havia pensado, nem questionado, e princi-palmente fala sobre a vida como um

    Gostaria de compartilhar a minha histria e a minha experincia com a Umbanda. Conheci a Umbanda h apenas dois anos e posso dizer que, neste tempo, o amor que tenho por essa religio (re)nasceu e s aumenta a cada dia.

    Minha famlia catlica, eu fui batizada, fiz primeira comunho, cris-ma, mas sempre quis saber algo a mais. Meu esprito ansiava por mais. Frequentei tambm o espiritismo kar-decista por seis anos. Neste tempo, fiz a escola, onde estudei a obra de Kardec. Mas meu esprito continuava na busca pelo mais, ou algo que eu no sabia o que era. Havia um vazio que me incomodava.

    Foi quando uma amiga me cha-mou para ir num terreiro, tomar um passe, era uma festa de Ogum, se-gundo ela. Num primeiro momento, me assustei! Assim como a maioria dos leigos, eu tinha preconceito. Logo pensei: nossa, eu no vou nisso, no! macumba! Matam animais! Aqueles pensamentos que hoje me envergonho de um dia ter tido. Ela me explicou

    A Umbanda e eualgumas coisas, disse que no era nada disso, que eu iria gostar, etc. Resolvi criar coragem e fui.

    No caminho para o centro, estava agoniada, pensando e criando um mun-do em minha mente! Pensava que che-garia e iria encontrar um lugar escuro, com sangue, animais, essas coisas.

    Para minha surpresa, assim que pisei no terreiro, todo esse universo equivocado que criei no tinha mais sentido algum. Vi pessoas educadas, muito receptivas, o ambiente era extre-mamente acolhedor, com velas acesas, um cheiro de ervas, flores, plantas. Na mesma hora, aquilo tudo me encantou. Encantamento, esse a palavra!

    Nesse momento tambm, ali, na hora, aquele vazio que tinha em mim desapareceu. Eu sentia que fazia parte daquilo. Tinha certeza de j ter partici-pado daquilo antes, mesmo sem nunca ter pisado em um terreiro.

    Bom, a gira comeou e, a cada ato que acontecia, eu me encantava mais. Sai dali cheia de alegria, de esperana, e com vontade de saber TUDO sobre aquela religio. Cheguei em casa,

    entrei no Google e comecei minha pesquisa. A cada descoberta, uma sensao de remember, no fundo, eu sentia que j sabia aquilo, mas havia esquecido.

    Depois disso, continuei a partici-par das giras, comprei muitos livros e, neste ano, estou finalizando um curso de Teologia de Umbanda. Foi o melhor curso que j fiz at hoje.

    Aprendi MUITO e quero continuar aprendendo. O que mais me encanta que uma religio cheia de funda-mentos. Tudo, simplesmente TUDO, tem um sentido, uma explicao.

    Ainda no trabalho em nenhum terreiro e no sou mdium. No ano de 2013, quero fazer um curso de desenvolvimento medinico. No vejo a hora de comear!

    Enquanto isso, continuo me en-cantando e amando essa linda religio, que cultua a natureza, prega o respei-to, cura nosso esprito, entre outras coisas boas! Somente coisas boas!

    Bom, essa a minha histria! Hoje o vazio j no existe mais e tenho certeza: Eu AMO a Umbanda!

    sbio. Z olha sua volta e v uma propulso de livros, se sente realmente mergulhado e inundado com cultura e conhecimento, vindo deste lugar mgico e de seu dirigente.

    No astral, o caboclo se afasta um pouco para que Z Maria possa refletir sozinho sobre os ensinamentos que est recebendo, tanto no plano material, quanto no espiritual. Em dado momento

    o professor explica sobre as mensali-dades, os livros e apostilas diversas, necessrios ao estudo, Z Maria olha pelos quatro cantos e pensa:

    - Caramba pagar mensalidade, comprar livros, apostilas, tudo isto no deveria ser de graa, estamos falando de UMBANDA! T errado. Na UMBANDA no h cobrana. Na UMBANDA tudo de graa!

    - Este cara cobrando para ensinar, deve estar vivendo disto, e vivendo muito bem, a casa est cheia pensa Z Maria j um tanto irritado.

    - Estes livros todos para ler, ele deve ganhar um bom dinheiro vendendo.

    No astral, o caboclo se aproxima novamente, mas agora com a cabea baixa. Apoia suas mos carinhosamente na fronte de Z Maria, mas respeita seu livre arbtrio. E apenas o abenoa e tenta minimizar seus pensamentos

    tortos com sua compaixo. Z Maria sente a presena de seu guia e pensa:

    - O caboclo est aqui perto de mim acho que ele concorda comigo, vou embora deste lugar.

    De volta pra casa, Z, angustiado e cercado de dvidas antigas e novas, vai dormir e acorda com aquele peso de quem no dormiu com a conscincia tranquila, mesmo assim reluta e pensa: deve ser por causa daquele lugar que estive ontem (na verdade, a falta das mos do caboclo em sua aura).

    No astral, o caboclo observa e aguarda uma nova oportunidade em que o orgulho e a presuno de Z Maria baixem de vibrao e ele possa novamente se aproximar.

    Mas, curiosamente, Z Maria que dono de uma pequeno escritrio de contabilidade recebe um cliente que quer rever seus servios e valores, quer pagar menos que o pedido por nosso amigo Z Maria. Relutante, Z Maria no aceita trabalhar por menos. Ao se despedir do ex-cliente, pensa furiosamente: catso! Eu estudei, fiz cursos, faculdade, me preparei, abri meu escritrio com dificuldades, con-tando apenas com a ajuda de meu caboclo, e agora me vem este folgado achando que eu devo trabalhar de graa para ele.

    - Fala, CABOCLO, no demais?!?

    Por GLAUCIA REGINA NOGUEIRA - Contato: [email protected]

  • Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012 Pgina -9

    TAMBOR DE ORIXCom Severino Sena, h 14 anoS formando ogS e inStrutoreS.

    CuRsO DE ATABAquE (CuRIMBA) TOquE E CAnTO

    NOvAS TURMAS! hOMENS E MUlhERES!!! Esta a sua oportunidade de aprender canto e to-que na Umbanda, para Guias e Orixs!!!SEM TAxA DE MATRCUlA: Toques: Nag, Ijex, Angola, Congo e Barra Vento

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    magia divina daS Sete ervaS SagradaSSBADO: Das 10h00 s 12h00

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    ABERTAS:

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    RAIOS

    MAGIADOS

    GNIOS

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    O JORNAL DE UMBANDA SAGRADAno vende anncios ou assinaturas

    Salve sagrada turminha das ervas! En-fim, mais um ano que passa, mais um trecho da tarefa cumprido... Ento...ser? Est cumprido mesmo?

    Faa a si mesmo essa pergunta e avalie como voc chega at aqui, aparentemente um final de ano como todos os outros da sua vida, ou mais uma oportunidade que o tempo cronolgico d a cada um de ns para virarmos a pgina, como se o captulo fosse outro mesmo, para avaliarmos e co-mearmos de novo.

    Essa impresso que temos que tudo pode comear de novo nos ajuda muito quando acreditamos realmente que pos-svel. Colocar metas, sair verdadeiramente do ostracismo, trabalhar para si mesmo, no sentido de colocar em prtica coisas boas que traro resultados relevantes so primor-diais para um ano de sucesso e realizaes.

    As metas, objetivos que colocamos to-dos os anos, quando descumpridos voltam com mais fora a fora da frustrao!

    Muito cuidado com isso. Alie-se a quem pode te ajudar. Cobranas so muito bem vindas quando no nos colocam para baixo. Um bom amigo ou amiga que te lembre de vez em quando das suas metas vai muito bem, ou seja, vlido compartilhar os ob-jetivos com algum de confiana, de forma mtua tambm.

    Existem metas espirituais? Claro que sim!

    No imagino ns, mdiuns de Umbanda, colocando metas de quantos atendimentos vou fazer nesse ano... No disso que esta-mos falando. Mas por que no decidir nesse ano aprender mais sobre as ERVAS? Ou fazer aquele curso de Teologia de Umbanda que vem adiando a tanto tempo porque acredito que muito longo? Ou mesmo, a coragem e determinao para entrar, cumprir e se formar num Sacerdcio de Umbanda? Vrios cursos bacanas de Magia Divina, cursos pela internet. Oportunidades no faltam.

    Independente da regncia astrolgica, do Orix regente do ano, da cor que usei na virada, se consegui ver os fogos na praia, independente de tudo isso todos os anos so bons pra quem trabalha direito, se mantm fiel aos seus princpios, com conscincia prspera e confiana em si mesmo, em Pai Criador, nos Sagrados Orixs, em Me Natureza.

    Mesmo os anos difceis, onde parece que os problemas no vo acabar, esses passam e do lugar a momentos felizes e de compensao. Tudo passa, tudo fica bem.

    Enxergar um osis no meio do deserto depende mais de convico do que inteli-gncia. Viajar o mundo todo sentado aqui no to difcil, principalmente na telinha do computador. Mas viajar para dentro de si mesmo nosso desafio.

    Tente lembrar do que te inspirou em 2012. O que te fez feliz, o que trouxe para voc paz de esprito. Faa dessas pequenas lembranas um conjunto poderoso e capaz de alimentar seus momentos difceis. Repita melhor o que deu certo e corrija o que no foi bacana.

    Para quem tem dificuldade de listar metas e colocar foco nelas, dou aqui alguns exemplos. um pequeno resumo de mais

    de uma centena de coisas que so possveis fazer sem a necessidade de pedir ajuda para ningum. Coisas que qualquer um pode fazer para mudar o seu dia e os resultados para melhor.

    1. Andar mais a p.2. Comida rpida (fast food) somente

    em ltimo caso.3. Fazer com que sua renda seja su-

    ficiente para manter seu custo de vida, aumentado-a ou diminuindo os gastos.

    4. Cumprir as tarefas do dia nas pri-meiras horas.

    5. Parar de beber lcool e fumar, ou pelo menos diminuir muito.

    6. Falar olhando nos olhos.7. Falar a verdade.8. Amenizar as palavras, mesmo que

    seja a verdade absoluta, quando perceber que magoar algum. Isso generosidade.

    9. Fazer exerccios regulares.10. Nunca, mas nunca mesmo, falar de

    algum pelas costas.11. Nunca julgar algum com peso

    maior do que julgaria a si mesmo. Isso generosidade tambm.

    12. Mantenha sua palavra e suas pro-messas, principalmente para as crianas.

    13. Defina metas com prazos.14. Seja voluntrio.15. Questione os seus prprios valores

    e crenas.16. Evite lugares que voc tem que ficar

    esperando.17. Fotografe-se sorrindo.18. Faa seus amigos se sentirem bem.19. Elogie mais.20. Elogie mais ainda.21.0 Finja apenas ser a pessoa que

    deseja ser e nunca a pessoa que voc no .22. Perdoe, vai doer, mas mesmo assim,

    perdoe.23. Seja grato, vai ser

    muito bom, ento seja mais grato ainda. Generosidade consigo mesmo.

    24. No fale dos seus talentos, coloque-os a servio do bem.

    25. Levante mais cedo, durma mais cedo tambm.

    26. Quando, e se disser eu te amo, que seja sem es-perar que o outro diga primei-ro, ou mesmo que responda.

    27. No gastar mais do que ganha.

    28. Pagar dzimo para voc mesmo. Isso apenas guardar seus 10% para uma causa pessoal.

    29. Economizar gua.30. Economizar energia

    eltrica.31. Sorrir mais. 32. Sorrir mais para pes-

    soas estranhas.33. Presentear-se.34. Responder todos os

    seus emails e mensagens nas redes sociais.

    35. Aprender a fazer algo muito diferente do rotineiro.

    36. Doar o que voc no

    usa.37. Descartar o que no precisa, livre-se

    da baguna de coisas antigas guardadas.38. Aconselhar um amigo.39. Receber calado um conselho de

    um amigo. Ouvir mais as idias de outras pessoas.

    40. Ler, reler e praticar com o livro Rituais com Ervas banhos, defumaes e benzimentos

    41. Ligar para algum apenas para perguntar se est bem.

    42. Multiplicar boas notcias, pessoal-mente e pelas redes sociais.

    43. Livrar-se de sentimentos negativos. Generosidade e beno para si mesmo.

    44. Levar caf na cama para algum, vale esposa, marido, filhos, etc.

    45. Divertir-se com alguma bobagem, rir mais de piadas, mesmo sem graa.

    46. Elogiar mais, sem esperar nada em troca.

    47. Viver. Viver muito. Viver bastante.48. Cantar bem alto um ponto de um

    Orix ou um guia que voc goste muito.49. Abraar uma rvore, abraar vrias

    rvores, perceber que elas tambm te abraam.

    50. Ser feliz. Nossa maior obrigao e retribuio ao dom da vida.

    Aqui listei cinquenta dicas, anote as suas tambm. Boa sorte, sucesso, sade e muita alegria a todos.

    2013 ser o melhor ano de todas as nossas vidas. Bnos de pai Criador e Mame Natureza em nossas vidas.

    Muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado!

    Adriano Camargo O Erveiro da [email protected] www.erveiro.com.br

  • Pgina -10 Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012

  • Jornal de Umbanda Sagrada - Dezembro/2012 Pgina -11

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    Sob nova

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    Com a proximidade da data consagrada Iemanj, inmeras questes so levantadas por quem conhece e, principalmente, por quem no conhece a Umbanda, o Candombl e at mesmo outras religies de origem afro ou no.

    Cabe aqui dizer que os rituais religiosos no so criados aleatoriamente como fruto de um nico religioso de planto, em uma determinada data. Os rituais de toda e qualquer religio surgem de circunstncias ou eventos que marcam, de forma histrica, um determinado acontecimento que faa parte da cultura de um povo.

    O ritual religioso, em qualquer religio sempre um fato que lembra algo muito importante ou sagrado, que tenha ficado no passado, e, por isso, transformou-se em tradio.

    Pois bem, a tradio umbandista mestia co-mo nosso povo e no representa uma nica raa. No tem uma nica origem, mas trs: a negra africana, a branca europeia e a chamada cultura vermelha ou indgena (que aqui j existia quando os dois primeiros aqui chegaram.

    Das crenas desses trs povos no perodo co-lonial brasileiro, fundiram-se os elementos bsicos que resultariam no astral superior dos agrupa-mentos de espritos que constituram a Umbanda e, como consequncia, seus rituais litrgicos, incluindo o das oferendas aos diferentes Orixs.

    Como comeou?

    Falando especificamente do Orix Iemanj (Rainha das Ondas, Sereia do Mar como cantada nos pontos de Umbanda) o hbito de fazer oferenda em barquinhos surgiu quando comeou a interiorizao do nosso povo (chama-dos jocosamente de povo caranguejo, porque s se estabeleciam no litoral.) j que era at onde chegavam as embarcaes que vinham do velho mundo a Europa.

    Com o distanciamento do mar, os escravos que tinham a necessidade de manter seus valores e costumes ntegros (pois sonhavam com a liberdade para retornar, um dia, sua terra natal a me frica) foram adaptando-se s circunstncias e, para poder render suas homenagens a seus mortos (os escravos que morriam durante a travessia do oceano eram lanados ao mar da o mar receber o nome de Calunga Grande: o imenso cemitrio lquido entre os dois continentes) e tambm para agradar Iemanj (me da vida e de todos os Orixs, cujo reino so as guas salgadas) e sabendo que todos os rios correm para o mar, passaram a fazer pequenas canoas onde depositavam oferendas aos mortos e me da vida, na esperana de que a corrente das guas levasse at o mar as oferendas com seus pedidos de ajuda, bnos ou perdo.

    Estas canoas transportando comidas, flores

    http://www.santuariodaumbanda.com.br

    e quase sempre um pouco de bebida (surrupiada do patro) para serem ofertadas ao Orix, com o tempo passaram a fazer parte integrante do ritual afro-brasileiro.

    No eram apenas oferendas que essas canoas transportavam, era principalmente a esperana de um destino melhor, a esperana da liberdade com o fim da escravido. Posteriormente, quando na calada da noite os lderes do povo eram levados aos reinos da natureza para cumprirem suas obriga-es, a fim de tornarem-se babs e babalas (at mesmo ogans) era-lhes recomendado que tambm fizessem seus barquinhos com suas oferendas Iemanj. Isto passou a ser parte integrante da sua formao sacerdotal.

    Por isso que ningum deve condenar o uso de barquinhos nas oferendas ou obrigaes Iemanj. Essa prtica j parte da tradio Um-bandista, em particular e, de forma geral, tambm das tradies afro-brasileiras.

    Uma tradio no se modifica ou deixa de ser tradio. Uma tradio o passado es-pelhado no presente e religio tradio.

    A bblia judaico-crist baseada na histria do povo judeu e no pode ser alterada. Nunca ser trocado o som do shofar (chifre de carneiro usado como instrumento musical sagrado entre os judeus) pelo som de um clarim ou trompete porque isso faz parte da tradio religiosa. Da mesma forma que no trocaremos nossos atabaques por uma bateria eletrnica. Nossa tradio tem pouco mais de um sculo, mas nossa tradio e deve ser mantida. Fica ento uma pergunta:

    Seremos sempre chamados de porcalhes?

    No! claro que no!No passado os barquinhos de madeira eram es-

    cavados em galhos de rvores e para se desfazerem demoravam muito tempo, sendo sempre devolvidos pelo mar s praias e, quando encontrados por cai-aras, transformavam-se em brinquedos para seus filhos e, at mesmo, adornos ou enfeites para suas casas. Ainda hoje comum encontrarmos velhos caiaras que garantem o sustento do final de suas vidas vendendo canoinhas para turistas.

    O surgimento de materiais sintticos, como o isopor (leves, de preo baixo e de fcil confec-o) rapidamente foi utilizado na confeco dos barquinhos, que so muito frgeis e quebram com facilidade. Porm, por serem muito leves aca bam sujando as praias e no so reciclados pela natureza, tornando-se necessrio retir-los pos teriormente. Esse trabalho geralmente rea-lizado pela municipalidade que, ao cobrar pela autorizao do uso da orla, j prev este custo denominado taxa de limpeza.

    Mas, h muito tempo, este no o principal

    problema. Alm dos barquinhos, precisamos ter o cuidado de limpar os espinhos dos caules que sustentam as rosas, pois ningum vai praia cal-ado e estes espinhos podem ferir os ps descalos dos que por l circulam. Um pouco de bom senso ajuda muito. Por exemplo:

    Nunca quebrar ou jogar garrafas (seja de bebida ou perfume) no mar. Elas quebram e podem ferir algum;

    O ideal jogar no mar aquilo que o peixe come, mas isso no parte do nosso ritual e nem pode ser chamado de oferenda.

    Flores sem espinhos; bebidas e perfumes devem ser utilizados em pequenas quantidades e s devem ser depositados no tapete lquido de Iemanj sem os vasilhames;

    Nunca deixar vasilhames ou outros objetos que no se deteriorem rapidamente.

    Quanto s velas, restos dos barquinhos e flores, a soluo ainda a limpeza da praia no dia seguinte obrigao ou oferenda, assim como fazemos com as obrigaes e oferendas no SAN-TURIO NACIONAL DA UMBANDA.

    Essa a nossa tradio e assim deve ser at que um congresso umbandista decida por outra forma de reverenciar a Rainha das Ondas.

    Lembro que bem mais grave era a obrigao a Exu, que no passado deixava pelo menos duas aves mortas e um rio de sangue, mas cuja pr-tica foi abolida no 2 CONGRESSO PAULISTA DE UMBANDA.

    A tese contrria aos sacrifcios animais na Umbanda foi defendida por mim, Babala Ronal-do Antonio Linares presidente da FEDERAO UMBANDISTA DO GRANDE ABC, e aceita pelos participantes do congresso. Assim sendo, consegui extinguir da Umbanda essa prtica cruel que tanto enxovalhava o nome da nossa amada religio.

    Um homem sozinho no pode mudar um ritual, mas a vontade soberana de um congresso sim. para isso que servem os congressos: para definirem como devem ser as leis e para muda-rem o necessrio. Sem a defesa de uma tese e a aceitao da maioria no parte da lei religiosa, mas sim palpite (s vezes bem intencionados), mas s palpite. Se cada pessoa quiser improvisar um ritual prprio, s estar fazendo com que cada vez mais nos afastemos da uma unidade de codificao da religio.

    lEMBRE-SE: a Umbanda de paz e amor

    necessita dessas leis para se consolidar como religio exemplar.

    iMPORTANTE: indispensvel dizer que, uma vez chancelada uma lei, imprescindvel que seus seguidores a cumpram, pois a Umbanda, bem como o Brasil, espera que cada um cumpra

    Em todos os lugares, vemos o obreiro sem f, espalhando inquietao e desnimo.

    Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandona-o, de incio, murmuran-do: - Para qu? O mundo no presta.

    Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistncia, se faz demis-sionrio de obrigaes edificantes, alegando: No nasci para o servilismo desonroso.

    Aproxima-se da f religiosa, para desfrutar-lhe os benefcios, entretanto, logo aps, relega-a ao esquecimento, asseverando: Tudo isso mentira e complicao.

    Se convidado a posio de evidncia, re-pete o velho estribilho: No mereo! Sou indigno!...

    Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta: Quem me ofende assim?

    E transita de situao em situao, entre a lamria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado.

    Em toda parte, o trabalhador que no termina o servio por que se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem jamais aprender a lio.

    No te concentres na f sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, no te consagres ao, sem f no Poder Divino e em teu prprio esforo.

    O servidor que confia na Lei da Vida reco-nhece que todos os patrimnios e glrias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ao no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se s criaes de que ter sido venturoso instrumento.

    Revelemos a nossa f, atravs das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferir nossa vida o indefinvel acrscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.

    Contato:[email protected]

    Emmanuel. Psicografado por Francisco Cndido xavier.

    Extrado do livro Fonte viva. Edio: FEB. Enviado por Marcelo Zibini

    Contato: [email protected]

    Reproduo da obra His Eyes on the Sparrow (Seus Olhos sobre o pardal) de Lester Kerncom cores editadas livremente no photoshop por Laura Carreta

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