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março de 2008 Ano III - nº 14 Congresso Nacional recebe mostra ISTO É MINERAÇÃO The Group Comunicação/SP CBMM incrementa pesquisa de novas tecnologias Setor de carvão investe em responsabilidade social Mineradora faz plantio de 100 mil mudas

Ano III - nº 14 Congresso Nacional recebe mostra ISTO É ...Globe Metais 4 Indústria da Mineração Ano III - nº 14, março de 2008 Cem mil mudas de eucaliptos plantadas em menos

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Indústria da Mineração Ano III - nº 14, março de 20082

EXPEDIENTE Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração

DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César MancinCONSELHO DIRETOR: Presidente: Roberto Negrão de Lima / Vice-Presidente: César Weinschenck de Faria

Produção: Profissionais do Texto – [email protected] / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) Tiragem: 7 mil

Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br

IBRAM-Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PAFone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected]

IBRAM-CONIM: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected]

EDITORIAL

Uma das metas do IBRAM é difundir a imagem da indústria da mineração, sua importância para a população, bem como ao crescimento e desenvolvimento sustentável do Brasil. Com isso, o Instituto pretende despertar no público o reconhecimento de que o Brasil precisa contar com uma mineração robusta e estruturada para galgar novos patamares sócio-econômicos – à semelhança do que ocorre em relação à população australiana, por exemplo.

A mostra ISTO É MINERAÇÃO é uma das formas de o IBRAM atingir esse objetivo. É uma exposição inédita, interativa e itinerante. Os visitantes vão se surpreender com aspectos do setor que geralmente não são percebidos pelo cidadão comum, como a presença intensa de minérios nos objetos que fazem parte do dia-a-dia de todos; a preocupação da atividade minerária moderna com a sustentabilidade; a importante contribuição da mineração para manter o superávit da balança comercial, entre outros.

O Salão Negro do Congresso Nacional foi escolhido para inaugurar a mostra, de 10 a 17 de março. É uma forma de atingir nacionalmente formadores de opinião, especialmente as autoridades que decidem os rumos da Nação, bem como a população da Capital Federal. Após o período no Salão Negro, a mostra ISTO É MINERAÇÃO vai percorrer várias regiões, levando conhecimento técnico e geral sobre a indústria da mineração.

Outra frente para divulgar a mineração brasileira é a EXPOSIBRAM Amazônia e o I Congresso de Mineração da Amazônia, que serão realizados concomitantemente de 10 a 13 de novembro, em Belém (PA). O IBRAM começou a contatar patrocinadores interessados em apresentarem suas marcas, produtos e serviços nessas que serão duas das mais interessantes e importantes iniciativas da mineração em 2008. Leia mais nesta edição!

Comissão de Minas e Energia da Câmara tem

novo Presidente

O novo Presidente da Comissão de Minas e Ener-gia da Câmara dos Deputa-dos é Luiz Fernando Faria (PP/MG). Por indicação do Partido Popular, o deputado foi eleito e tomou posse no início de março. Ele sucede ao deputado José Otávio Germano (PP/RS), que deixa como marca registrada o excelente trabalho desenvolvido na área de energia e mineração.

Feira Sul Metal & Mineração abre credenciamentoPara evitar filas e agilizar o acesso

dos visitantes à Feira Nacional da In-dústria Metalmecânica e Mineração – Sul Metal & Mineração, entre os dias 10 e 13 de junho, em Criciú-ma (SC), os interessados já podem efetuar o credenciamento pelo site www.criciumafeiras.com.br.

O procedimento é simples. No site basta clicar em “como visitar” e em se-guida acessar “credencial” e preencher a ficha com os dados cadastrais. No dia da abertura da feira é só apresentar o número do CPF para que a credencial seja impressa no ato.

O evento destacará dois impor-tantes setores da região sul de Santa Catarina: o metalmecânico e a mi-neração, que movimentam quase R$ 1 bilhão por ano. Além disso, a Feira reunirá indústrias de todo o Brasil. Mais informações podem ser obtidas no site da Criciúma Feiras ou pelo telefone: (48) 3443 9193.

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Indústria da Mineração Ano III - nº 14, março de 2008 3

ARTIGO

Ameaças no caminho da mineraçãoPaulo Camillo Vargas Penna

Nos últimos anos o Brasil vem assistindo ao desenvolvimento, em escala crescente, da indústria da mineração em vários dos seus segmentos. Minerais ferrosos e não-ferrosos ocupam o centro dessa atividade que já emprega direta e indiretamente milhões de trabalhadores, que é responsável por mais de 5% do PIB e cerca de 40% do saldo da balança comercial brasileira.

Processos tecnológicos modernos são cada vez mais utilizados tanto na prospecção quan-to na exploração dos minérios, o que resulta numa curva ascendente de produtividade que beneficia as empresas e o País, além de contribuir para a progressiva redução dos impactos ambientais.

As perspectivas são extremamente positivas de que a mineração continue a melhorar seus indicadores e, consequentemente, suas im-portantes contribuições ao desenvolvimento do País, já que, apesar da crise nos mercados financeiros, há contratos de longo prazo para fornecimento de minérios a outros países – como China – e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que devem resguardar os negócios da atividade nesse pe-ríodo de turbulência.

Apesar disso, a mineração vislumbra um sombrio horizonte de graves ameaças internas, reunidas em um conjunto de projetos de lei que pregam a elevação da carga tributária do setor. É um triste reflexo da persistência de uma escassa consciência tanto em esferas governa-mentais quanto em setores da opinião pública sobre a enorme importância econômica e so-cial de que se reveste a indústria da mineração para um país como o Brasil, ávido por sanar suas mazelas econômicas e sociais.

Isso porque as empresas que operam na mineração mobilizam pesados investimentos de bilhões de dólares na execução de seus projetos em praticamente todo o território nacional. O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) tem recalculado a cada seis meses o volume total a ser investido – no Brasil – pela atividade minerária até 2011: desde o início de 2007 o valor projetado saltou de US$ 25 bilhões para expressivos US$ 32 bilhões em dezembro passado. E já há sinais de que este total vá crescer ainda mais.

As ameaças mencionadas, porém, podem interromper bruscamente esse processo de crescimento da atividade mineral brasileira. Basicamente, porque projetos em discussão no Congresso Nacional podem vir a aumen-tar ainda mais o peso tributário, que já onera fortemente a produção e a exportação de minérios.

O que esses projetos pretendem, em suma, é elevar os percentuais e a base de cálculo da CFEM (Compensação Financeira pela Explo-ração de Recursos Minerais). Ou seja, através de um expediente de gritante miopia fiscal, argumenta-se – sem qualquer estudo ou análise técnica que embase tais propostas legislativas – que os preços internacionais de muitos miné-rios, ocasionalmente elevados, compensariam as pesadas perdas da indústria da mineração com esse agravamento da carga tributária.

Para se ter uma idéia da verdadeira insa-nidade de tal postura basta citar a conclusão de um recente estudo técnico produzido pela Ernst & Young. A respeitada consultoria inter-nacional comparou a carga tributária brasileira com a de vinte países que concorrem com o Brasil na produção e venda de 12 minérios. O trabalho demonstra claramente que o Brasil cobra a maior carga entre os 21 países compa-rados em oito minérios (zinco, cobre, níquel, ferro, ouro, potássio, caulim, fosfato); ocupa o segundo lugar quanto a outros três (manganês, rochas ornamentais e carvão mineral) e é o terceiro em mais um (bauxita).

Convém anotar que o estudo da consultoria avaliou apenas os tributos cobrados e não ou-tras situações que, no Brasil, encarecem ainda mais a atividade empresarial, como a proibição de se utilizar créditos acumulados de ICMS, bem como, de transferi-los a terceiros, além da excessiva burocracia, dos elevados custos trabalhistas etc.

Mas as ameaças não param aí. Há poucas semanas, o ministro Mangabeira Unger, em viagem à Amazônia, declarou que o país de-veria aumentar impostos ou criar novo tributo para as empresas de mineração, quando “os metais lavrados não sejam transformados den-tro da Amazônia”. E ainda adiantou: “Leva-se o metal para fora e deixa-se o buraco na terra. Empregos, poucos. Dinheiro, longe.”

Esse pensamen-to, infelizmente, ain-da permeia alguns segmentos políticos, técnicos, sociais e econômicos no país. Afirmações como as feitas pelo minis-tro do Longo Prazo valem apenas para desprezar os vultosos investimentos que a indústria da minera-ção tem feito e os que já têm anunciados para o curto e longo prazo no Brasil. A maior parte desses investimentos concentra-se no território nacional. Ou seja, o dinheiro não vai para longe, fica aqui mesmo.

A insensatez tributária e a miopia fiscal, desgraçadamente, não se limitam apenas ao Brasil. Na vizinha Argentina, o governo Kirch-ner anunciou a criação de uma taxa adicional entre 5% e 10%, a ser cobrada a partir deste ano sobre as exportações, inicialmente de cobre e ouro, e posteriormente também sobre vários outros minérios.

Tal decisão é uma violência legal, pois ignora a legislação em vigor no país irmão, que asse-gura total respeito por trinta anos às condições contratuais estabelecidas com as empresas insta-ladas na Argentina antes de 2002. A justificativa do governo, para variar, é a mesma de sempre: aproveitar os altos preços das commodities para uma receita adicional de curto prazo que os técnicos estimam em torno de US$ 3 bilhões.

A reação das mineradoras tem sido vee-mente contra esse absurdo. Os investimentos de US$ 8,5 bilhões já anunciados para o setor nos próximos três anos na Argentina estão sob sério risco de não se concretizarem em conseqüência da insegurança que se instalou entre as empresas. E, por certo, esse clima nefasto tem tudo para se espalhar por outras áreas da economia.

Ora, se Brasil e Argentina seguem numa direção suicida em relação à política tributária da indústria da mineração, quem irá sofrer duro revés nas relações comerciais externas do continente é o Mercosul. Será que essa ver-dadeira “marcha da insensatez” é o caminho adequado para assegurarmos o desenvolvi-mento sustentado dos nossos países?

Paulo Camillo Vargas Penna é Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração

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Paulo Camillo: “graves ameaças internas na

mineração”

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Cem mil mudas de eucaliptos plantadas em menos de dois meses (foto). Este é o ob-jetivo da Globe Metais Indústria e Comércio S.A (associada ao IBRAM), empresa produ-tora de silício metálico em Breu Branco (PA) e proprietária da fazenda Reflorestamento Água Azull II (RAA II), área a ser beneficiada com o plantio. O projeto é parte do plano de recuperação da RAA II que nos últimos cinco anos foi alvo de dez invasões do chamado movimento dos “sem-tora”.

“As atividades de manejo florestal sustentá-vel e reflorestamento com eucaliptos estavam paralisadas na fazenda. Ao término da última invasão, que ocorreu no segundo semestre do ano passado, os estragos provocados por des-matamento e queimadas ilegais somaram mais de 600 hectares”, relembra Bruno Parreiras, Diretor Superintendente da Globe.

Por conta disso, a retomada das ativida-des de reflorestamento é uma das priorida-des da empresa no ano de 2008. De acordo com o Gerente Florestal da Globe, Alonso Costa Rosa, o plantio das mudas começará de imediato. “Nossa meta é terminar tudo até o final de fevereiro”, diz. “Estes euca-liptos são uma produção nossa, cultivados em outra área que mantemos para a nossa sustentabilidade”, complementa.

Apesar disso, o gerente lembra que a recuperação total da floresta não deve levar menos do que meio século. “Nossa previsão de recomposição da fazenda é para 2009. Mas para que tudo volte a ser como antes, levará pelo menos 50 anos, já que a floresta nativa foi destruída pelos invasores”, relata Alonso, acrescentando que, juntamente com a floresta, foi perdido boa parte do plano de manejo florestal da empresa. “Há locais que ainda não podem ser reflorestados porque estão ocupados por

Globe Metais começa plantio de 100 mil mudas de eucalipto em fazendaProjeto de reflorestamento será desenvolvido em área invadida

recentemente e que foi devastada com a derrubada ilegal de madeira

toras de madeira e lenhas e galhos oriundos do corte raso”, diz o gerente.

Segundo Bruno Parreiras, a empresa pre-tende comercializar as árvores derrubadas e utilizar as demais toras para produzir carvão vegetal, utilizado no processo de produção da empresa. “Já entramos com pedido na Secretaria de Meio Ambiente para podermos desenvolver essas atividades. Atualmente existem cerca de 10 mil metros cúbicos de madeira derrubada na RAA II. São toras der-rubadas clandestinamente, que não puderam ser removidas pelos invasores devido à opera-ção Ouro Verde, desencadeada pelas polícias Civil e Militar durante a invasão”, diz.

O objetivo, de acordo com o diretor, é usar os recursos arrecadados pela venda das toras no reflorestamento da área. “É uma atividade que gera emprego e renda para as comunidades que existem no entorno da fa-zenda. Atualmente existem 60 trabalhadores envolvidos nas atividades da RAA II, número este que pode aumentar para 300 no decorrer do ano. Pessoas que moram na cidade de Breu-Branco e nas comunidades ao redor da fazenda”, completa Bruno.

Sobre a Globe Metais

As áreas de reflorestamento Água Azul I (RAA I) e Água Azul II (RAA II) são importantes para a sustentabilidade do suprimento de ma-téria-prima vegetal para a fabricação do silício metálico em Breu Branco. Elas abastecem a fábrica com carvão vegetal e lenha para ca-vacos de madeira, que são fontes de carbono para a reação de redução do quartzo, que acontece nos fornos elétricos para obtenção do silício metálico.

A RAA I possui aproximadamente 34 mil hectares e a RAA II 11 mil ha, totalizando

45 mil hectares. Os projetos de manejo são executados em 80% dessas áreas. Na RAA I, o plantio de eucaliptos já está bem avança-do, em 6 mil hectares, próximos dos 20% da área permitida. A Globe depende das áreas ainda disponíveis na RAA II para ampliação da área plantada, e assim atingir 100% de capacidade de atendimento da fábrica com carvão e cavacos provenientes do eucalipto. Até lá, além de eucaliptos, a empresa utiliza galhadas e resíduos de serrarias provenientes dos projetos de manejo florestal.

A sustentabilidade é fundamental para assegurar que a operação da fábrica não traga danos ao meio ambiente e que a fonte de matéria-prima não irá se exaurir. Assim, depende da madeira a continuidade do ne-gócio como um todo, ou seja, as atividades da fazenda, a operação da fábrica, a geração de emprego e renda.

Os projetos de manejo floresta nas áreas da Globe Metais possuem certificação com o selo verde do Forest Stewardship Council (FSC), organização internacional que apóia o desenvolvimento de ações ambientais, so-ciais e econômicas sustentáveis nas florestas de todo o planeta.

A atividade de reflorestamento gerará emprego e renda para as comunidades que estão no entorno da fazenda

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Cotas de patrocínio já estão sendo comercializadas

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Começam as vendas de estandes para a Exposibram Amazônia 2008

De 10 a 13 de novembro, Belém (PA) vai sediar dois dos maiores e mais importantes eventos da mineração em 2008 na América Latina: a Exposição Internacional de Minera-ção da Amazônia – EXPOSIBRAM Amazônia 2008 e o I Congresso de Mineração da Amazônia. Promovidos pelo IBRAM, ambos vão reunir mais de 15 mil participantes do Brasil e de vários países.

Dois motivos levaram o IBRAM a escolher o Pará: o primeiro, porque se destaca pela sua produção mineral, tanto que deverá duplicá-la até 2010; o segundo porque, em razão desse excelente desempenho, comprova-se que a região amazônica pode abrigar projetos de mineração que assegu-ram o desenvolvimento sustentável.

Estarão reunidos na capital paraense os grandes produtores de minério da Amazô-nia, seus fornecedores, executivos, técnicos e pesquisadores da área, acadêmicos e autoridades públicas, estimulando, assim, o debate sobre o tema e, principalmente, as

Reserva de estandes

As empresas cadastradas no Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) da Fiepa (Federação das Indústrias do Pará) têm prioridade para comprar as primeiras unidades de estandes até o dia 31 de maio. Em seguida serão abertas as vendas para os associados ao IBRAM que não se enquadrem nesse critério e para as empresas e instituições que atuam em outros estados.

“Um dos objetivos do evento é aproximar as companhias nacionais e internacionais de mineração dos forne-cedores de máquinas, equipamentos e serviços da Região Norte com objetivo de fomentar negócios a curto, médio e longo prazo. Queremos nesta fase inicial que essas companhias participem como expositoras e patrocinadoras, já que são duas excelentes oportunidades para expor marcas, produtos e serviços a um público altamente qualificado”, explica o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna.

Outro objetivo do IBRAM ao realizar o Congresso e a EXPOSIBRAM Amazô-nia é apresentar e promover a evolução tecnológica da indústria da mineração. “A mineração é, reconhecidamente, por meio de inúmeros casos de sucesso, um dos setores que mais investe em susten-tabilidade. Sua atuação empresarial leva em conta a preservação/conservação do meio ambiente, a saúde e segurança de seus trabalhadores e a responsabilidade em promover o bem-estar social das comunidades com que se relaciona”, diz Paulo Camillo.

Cotas de patrocínio

A indústria da mineração é um dos setores que mais investem no Brasil. Até 2011 serão US$ 32 bilhões e a Região Norte é uma das beneficiadas desse aporte e, por isso, esses eventos serão importantes vitrines para se conhecer melhor os próximos passos da mine-ração. Será, igualmente, uma excelente oportunidade para que empresas patrocinadoras exponham suas marcas, produtos e serviços a um público qualificado.

Em razão disso, o IBRAM credenciou a empresa Temple Eventos para negociar proposta de aquisição das cotas de patrocínio.

Participe conosco desta nova fase de investimentos da indústria da mineração!

Os contatos da Temple Eventos são os seguintes:• Dalva Sousa: (91) 8121-3366 / [email protected]• Jamilly Rodrigues: (91) 8155-4527• Paula Costa: (91)8113-8043 / [email protected]

End. Av. Conselheiro Furtado, 2865Sala: 402 - Cep: 66.063-060Telefones: (91) 3229-6468 / 3269-5503O IBRAM Amazônia também está disponível para quaisquer esclarecimentos pelos telefones (91) 3230-4066/3269-5503.

oportunidades de negócios que irão surgir nas próximas décadas.

A Exposibram Amazônia e o I Congresso de Mineração da Amazônia serão realizados em um novo espaço em Belém, o Hangar – Centro de Feiras e Convenções, inaugu-rado em 2007.

Hangar – Centro de Convenções da Amazônia será palco da EXPOSIBRAM Amazônia

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O Congresso Nacional inaugura a programação da mostra ISTO É MINERAÇÃO, que o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) promo-verá em várias regiões do País. De 10 a 17 de março, esta exposição – inédita na história da mineração brasileira – oferecerá aos visitantes um panorama geral da moderna indústria da mineração. Serão evi-denciados aspectos sociais, econômicos, tecnológicos, ambientais e cotidianos relacionados a este setor.

Muitos vão se surpreender com alguns aspectos da mineração, que geralmente passam despercebidos pelo cidadão comum. “A Salas da exposição e as peças publicitárias retratam bem isso, ou seja, que sem haver abastecimento suficiente de minérios, nós não teríamos como produzir carros, celulares, TVs, creme dental, talheres, trans-

“ISTO É MINERAÇÃO” no Congresso NacionalMostra é itinerante e vai percorrer várias regiões do País

mitir energia elétrica enfim, objetos, instrumentos e insumos tão necessários em nosso dia-a-dia”, diz Paulo Camillo Vargas Penna, Presidente do Instituto.

Além de buscar maior aproximação entre os minérios e a sociedade, ao chamar a atenção do uso intenso de minerais no cotidiano – haverá até exposição de amostras de minérios em estado bruto –, a mostra ISTO É MINERAÇÃO destaca práticas responsáveis da indústria da mineração.

As Salas trazem painéis, maquetes, vídeos que evidenciam que a mi-neração moderna é um dos setores que mais preserva e conserva o meio ambiente nas áreas em que atua, mantendo, também, projetos ambientais em regiões externas às áreas mineradas.

As mineradoras, também, substituem ou atuam como parceiras do Estado ao financiarem ou promoverem programas de responsabilidade

social. “Há casos de sucesso em muitas regiões brasileiras: são projetos que alfabetizam jovens e adultos; que desenvol-

vem núcleos produtivos em pequenas comunidades; que promovem artesanato, atividades culturais,

esportivas e de preservação ambiental”, cita Paulo Camillo.

Na área econômica – que é a sala 7 – , trata da grande contribuição da indústria minerária para manter em alta o saldo positivo da balança comercial brasileira e o mercado interno abastecido, ou seja, toda a indústria de transformação que depende dos minérios para produzir os bens que usamos diariamente; para corrigir o solo e, assim, aumentar a produtividade agrícola e a qualidade dos alimentos produzidos no Brasil; para melhorar a ração animal; para purificar a água que consumimos; e para a geração de empregos. “A cada vaga aberta pela mineração,

outras 13 são geradas ao longo da cadeia produtiva. E como a mineração

está em um momento muito favorável de crescimento de sua produção, está

contratando profissionais de vários campos de atuação”, ressalta o dirigente do IBRAM.

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Veja a seguir o que cada Sala contém:

Sala 1 – Minerais no nosso dia-a-dia: análise de ambientes, com destaque para a presença de minérios em vários locais, como uma casa, banheiro, sala etc.

Sala 2 – Tecnologia e Logística: a indústria da mineração é um dos setores que mais in-veste em tecnologia. Neste espaço o visitante poderá ver o funcionamento de uma mina a céu aberto – disposta em uma maquete – e ainda conferir painéis fotográficos das fases da mineração.

Sala 3 – Responsabilidade Ambiental: mostra as conquistas importantes do setor na preservação ambiental, como também na gestão de recursos hídricos e ambiental, com forma de assegurar o futuro da população.

Sala 4 – Sociedade e Mineração: o assunto desta sala é a relação da mineração com o trabalhador. O que ela faz para garantir a saúde e segurança do trabalhador e a capa-citação dele frente ao setor.

Sala 5 - Desafios Produtivos: mineração em terra indígena, no mar e exploração de minerais radioativos pela iniciativa privada são assuntos desta sala, que estão dispostos em um túnel supermoderno.

Sala 6 – Responsabilidade Social: a mi-neração e a qualidade de vida como forma de valorização e resgate de cidadania é o objetivo deste espaço. Aqui se encontram painéis fotográficos com exemplos de ativi-dades realizadas junto à sociedade.

Sala 1 Sala 2

Sala 3

Sala 4 Sala 5 Sala 6

Imagens em 3D: The Group Comunicação/SP

Sala 7

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ENTREVISTA: FERNANDO MENDES VALVERDE – DIRETOR-EXECuTIVO DA ANEPAC

Há mais de 10 anos, o Diretor-Executivo da ANEPAC - Associação Nacional de Produ-tores de Agregados para Construção Civil, Fernando Mendes Valverde, acompanha a

realidade do setor de agregados para construção civil. Desde 1997 no cargo, o especialista fala sobre sua experiência e opina sobre a relação do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento com o setor de agregados.

Valverde é geólogo, graduado em 1972 pela Universidade de São Paulo, com especializa-ção em Economia Mineral pela Fundação Getúlio Vargas (RJ) e Mc Gill University (Canadá). Trabalhou 25 anos no Departamento Nacional de Produção Mineral, onde ocupou o cargo de Diretor do 2º Distrito em São Paulo. Desempenhou outras funções em diversos órgãos do setor mineral.

Os últimos dados oficiais, de acordo com a ANEPAC, revelam que, em 2006, foram pro-duzidos 358 milhões de toneladas de agregados contra 331 milhões de toneladas no ano anterior. Deste total, 146 milhões de toneladas são de pedra britada e 212 milhões de toneladas correspondem à areia. O Estado de São Paulo continua líder na produção com 39%, em 2006. Em seguida, estão Minas Gerais (11,5%), Rio de Janeiro (9,2%), Paraná (6,5%), Rio Grande do Sul (4,2%) e Santa Catarina (3,5%).

Qual a estimativa do setor de agregados para construção civil para 2008?

Acredito que 2008 deverá sofrer um aumento substancial de produção, entre 9% e 10%, em relação a 2007. O aumento é devido ao crescimento dos investimentos em geral, do significativo crescimento no volume de financiamentos imobiliários e no início de grandes obras (rodoanel em São Paulo, por exemplo).

Por que São Paulo é o Estado líder pro-dutor? O que falta para os outros Esta-dos produzirem mais areia e brita?

São Paulo tem a maior população e economia do País. Também é possuidora de renda per capita maior que a de outros Estados. Natu-ralmente, isto tudo se reflete no consumo e

produção de agregados. Demanda grande cria escala e as mineradoras fazem mais in-vestimentos em tecnologia e mão-de-obra, ganhando produtividade. Além disso, muitos investimentos privados são atraídos para São Paulo porque todos os fatores citados criaram uma infra-estrutura muito melhor que a de outros Estados. Investimentos criam novas necessidades como habitação, comércio, serviços, o que gera aumento de demanda. É um ciclo virtuoso, mesmo que ultimamen-te não tenha havido grandes investimentos governamentais.

É muito difícil dizer o que falta para outros estados. Basicamente, pode-se dizer que o crescimento econômico de uma região é o impulsionador do aumento da produção. Podemos citar o caso da Região Metropolitana

de Vitória como exemplo de crescimento e aumento do consumo e produção de agre-gados. Na década de 90, o consumo local atingiu níveis de consumo per capita com-paráveis a São Paulo. Aliás, a economia local foi impulsionada antes com a instalação da Siderúrgica de Tubarão e com as atividades da Vale que exporta minérios pelo Porto de Tuba-rão. Em seguida, veio a abertura da economia e a privatização dos portos que trouxeram mais investimentos e aumentaram a demanda não só dos agregados. Escritórios, shopping centers, muito investimento veio na esteira do crescimento econômico da região.

O que falta para o crescimento do setor de agregados para a construção civil?

Basicamente, crescimento da renda do brasileiro. Também, a recuperação da capa-cidade de investimentos dos governos e sua associação com capitais privados para obras de infra-estrutura. O aumento da renda gera demanda para a construção civil e a necessi-dade de infra-estrutura e serviços. Investimen-tos públicos atraem investimentos privados. Como comparação, quando o mundo passou

Fernando Valverde é especialista no setor de agregados para construção civil

“Pode-se dizer que crescimento econômico de uma região é o imPulsionador do aumento da Produção

no setor de agregados Para construção civil”

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a viver um ciclo de crescimento com aumen-to da demanda de muitas commodities, o Brasil passou a crescer também com base na exportação. Isso gerou renda e emprego para os brasileiros. Maior renda e mais pessoas trabalhando geram maior demanda para a economia como um todo e também para a construção civil. Então, para resumir, cresci-mento econômico é a resposta para tudo.

Qual a sua opinião na relação PAC X agregados para construção civil?

O PAC é importante porque sinaliza a volta dos investimentos governamentais. Todos sabem há muito tempo que o chamado “custo Brasil” tem inibido um crescimento econômico mais robusto da economia. O que é o “custo Brasil” senão o resultado de anos de administração calamitosa da economia brasileira? Inflação alta, falta da capacidade de investimentos dos governos devido à crise econômica, gerenciamento ineficaz, cor-rupção, isso tudo durante mais de dez anos resultou no “custo Brasil”. Começamos a sair disso em 1994 com o Plano Real, o único plano econômico que deu certo. Vieram as privatizações que tiraram da administração governamental, sabidamente ineficaz, setores importantes como siderurgia, comunicações e energia que, entregues à iniciativa privada, mostraram quanto tempo foi perdido e recur-sos gastos com a administração estatal para resultados absurdamente pífios.

Então, como o PAC significa investimentos em infra-estrutura, principalmente transportes, energia, habitação e saneamento básico, a construção civil deve puxar o crescimento econômico do país. Há que se observar que o setor da construção civil há muito tempo vem advogando a tese que investimentos li-gados à construção civil trariam o crescimento sustentado. Em 2006, todos os setores ligados à construção, representados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção-CBIC, apresentaram à sociedade brasileira um es-tudo fundamentado de como investimentos

na construção influenciam o crescimento econômico. Esse estudo foi contratado à Fundação Getúlio Vargas.

E em relação a morosidade dos licen-ciamentos ambientais? O sr. acha que isso pode mudar em breve?

Há dois aspectos na questão da morosidade dos licenciamentos ambientais. Quando se fala em grandes projetos – barragens, estradas, usinas de todos os tipos – há a necessidade de muitos estudos. Isso inegavelmente demanda tempo, tanto de levantamento das informa-ções, como de análise e apresentação das soluções adequadas. Pode se ganhar algum tempo com a diminuição da burocracia ou com a redução de instâncias de decisão. Hoje, há muitas formas de protelar e os opo-nentes das grandes obras usam isso de forma abusiva. Não sei a que ponto o Ibama pode contornar isso.

Quando se fala em licenciamento ambiental genérico, que tem influência para todos os demais projetos das empresas, o Ibama tem muito pouco a ver com isso. Aí atuam órgãos estaduais e até órgãos municipais de meio ambiente e os problemas variam. Para pequenos projetos, como são a maioria dos projetos do setor de agregados para construção, há de tudo: órgãos prepa-rados, despreparados; boa vontade, má vontade; muita burocracia, pouca burocracia; normas adequadas, normas ainda em construção e outras. Em cada caso, as as-sociações regionais dos produtores

“o Pac é imPortante Porque sinaliza a volta

dos investimentos governamentais”

tentam buscar as melhorias possíveis. Há também a atuação dos Ministérios Públicos estaduais e federal. A ação dos procuradores varia muitas vezes de local para local dentro do mesmo Estado. Até o órgão de meio ambiente estadual sofre com isso. Então, muitas vezes, a atitude da fiscalização é pautada pelos procuradores.

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Empresas mineradoras investem cada vez mais em pesquisa para garantir a com-petitividade no mercado. Nos últimos anos, os resultados têm sido positivos. De acordo com dados divulgados no ano passado pela Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec 2005), o percentual de empresas que promoveram inovações tecnológicas no Brasil registrou aumento de 8,4% em dois anos. Em 2003, eram 28.036. O número saltou para 32.795 em 2005.

Uma prova de inovação do setor são as pesquisas desenvolvidas pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – CBMM (associada ao IBRAM), empresa dedicada à extração, processamento, industrialização e comercialização de produtos derivados do nióbio. De acordo com o Diretor Supe-rintendente de Tecnologia da companhia, Tadeu Carneiro, a CBMM tem investido de maneira muito intensa no desenvolvimento de processos tecnológicos para a extração e fabricação dos produtos de nióbio.

“A companhia sempre teve no investimen-to em tecnologia um de seus pilares de gestão.

Nióbio: a arte da tecnologiaA excelência no aproveitamento de recursos minerais é um dos principais objetivos. Além disso, tivermos que intensificar o investimento em desenvolvimento tecnológico no parque industrial da CBMM para aproveitar a oportu-nidade recente de crescimento da demanda pelo nióbio”, revela Carneiro.

O continuado desenvolvimento tecnológi-co é o que proporciona os níveis de produti-vidade e recuperação alcançados pela CBMM simultaneamente às metas da empresa com relação à legislação ambiental, por exemplo. A tecnologia é fundamental para que se alcance o objetivo de desenvolvimento sus-tentável. Segundo o Diretor de Tecnologia, a mineradora foi a primeira companhia do mundo a obter certificação ISO 14001, em agosto de 1997, apenas seis meses após a publicação da norma.

Para o desenvolvimento de tecnologia, a empresa tem estabelecido parcerias com institutos e universidades tanto para o de-senvolvimento de processos quanto para o de produtos de nióbio. “O objetivo não é o de utilizar um centro único mas aproveitar

o que cada centro ou universidade tem de melhor para otimizar o resultado da parce-ria e os recursos brasileiros já instalados. A companhia financia trabalhos de pesquisa e desenvolvimento que podem estar associados a mestrados e doutoramentos em programas de seu interesse”, divulga Carneiro.

Competitividade

O reconhecimento da vantagem compe-titiva do nióbio pelo mercado fez com que o consumo de ferronióbio aumentasse a uma taxa média composta de 19% ao ano nos últimos cinco anos, quando o crescimento médio da produção de aço foi de 7% ao ano no mesmo período. Mesmo considerando os mercados onde a tecnologia siderúrgica já é avançada, a taxa de crescimento do consumo de ferronióbio foi de 15% ao ano nos últimos cinco anos com a produção side-rúrgica crescendo somente 2% ao ano.

“Dessa forma, o investimento na expan-são do parque industrial tem sido acom-panhado da contínua implementação de novos desenvolvimentos tecnológicos nas

Mina de nióbio da CBMM: a tecnologia é fundamental para que se alcance o objetivo de desenvolvimento sustentável

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áreas de extração e produção de nióbio”, complementa Carneiro.

Pesquisas

A implementação de inovações tecnoló-gicas consiste em vários estágios. O primeiro, por exemplo, é o do tratamento da água que resultou em novos ganhos ambientais e industriais. Um novo método de eliminação de resíduos de flúor aumenta a eficácia da Estação de Tratamento de Efluentes líquidos resultantes dos processos industriais. A novi-dade é o controle do teor residual de flúor via dosagem do alumínio solúvel e posterior controle do pH. A inovação proporcionou a elevação da pureza da água de processo devolvida à natureza após o tratamento e tornou possível elevar, quando necessário, o volume de água tratada na atual estação de tratamento de efluentes.

“A CBMM já recircula 85% de toda a água usada em seu processo industrial e continua investindo em tecnologia para aumentar a fração recirculada até conseguir fechar o circuito com a recirculação total da água utilizada em seus processos produtivos. O objetivo é atingir 95% nos próximos quatro anos”, comemora Carneiro.

Outro exemplo é o desenvolvimento de um processo inédito de recuperação da es-cória de alumínio formada na produção do ferronióbio, usado na fabricação de aços. A solução que foi desenvolvida permite reuti-lizar até 75% dos resíduos de alumínio que até então eram descartados na produção, gerando ganhos ambientais e comerciais e reafirmando o compromisso da empresa com a sustentabilidade de sua atividade. O processo consiste na dissolução da alumina encontrada na escória, que, após vários processos, converte-se em hidróxido de alumínio. Este por sua vez é processado até a obtenção do óxido de alumínio com espe-cificação e valor de mercado. Uma projeção inicial indica que o volume total de escória destinada às células de aterro da companhia irá diminuir pela metade proporcionando ganhos ambientais e espaço físico.

O terceiro exemplo está ligado à tarefa de recuperar o máximo do nióbio existente no recurso mineral. Com um avanço tec-nológico já implementado a companhia consegue recuperar nióbio que antes esta-vam em seu rejeito industrial. Mudanças no

processo de tratamento da lama de flotação permitem recuperar micropartículas de nióbio e podem levar ao aproveitamento de rejeitos acumulados. O marco inicial é representado pela produção inédita de 150 toneladas mensais de ferronióbio a partir das lamas de flotação antes descartadas como rejeitos. A tecnologia utilizada é inédita e totalmente desenvolvida dentro da CBMM incluindo a utilização de flotação em coluna e o desenvolvimento do primeiro e único condicionador de alta intensidade do mundo a operar em escala industrial.

Produção da CBMM

A produção total de ferronióbio equiva-lente foi de 59 mil toneladas em 2006, tendo aumentado para 72 mil toneladas em 2007. A estimativa para 2008 é de 88 mil toneladas de ferro-nióbio equivalente.

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Para o desenvolvimento de tecnologia, a empresa tem estabelecido parcerias com institutos e universidades.

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Os fabricantes de minério de ferro no Brasil devem investir US$ 14,13 bilhões até 2011. E a procura pelo produto continuará alta de acordo com o IBRAM.

Paulo Camillo Vargas Penna, Presidente do Instituto, afirma que o impacto dos investimentos na produção não será suficiente para atenuar a tendência de alta do preço do minério de ferro no mercado internacional. “O que se imagina é que, mesmo com esse investimento em minério de ferro, o quadro de oferta apertada e alta procura vai permanecer”.

O IBRAM informa que os investimentos na mineração brasileira entre 2007 e 2011 deverão totalizar US$ 32 bilhões, sendo US$ 14,13 bilhões destinados ao minério de ferro.

Além dos investimentos diretamente relacionados com a atividade de mineração, o valor inclui gastos em infra-estrutura para exportação, como a expansão da Estrada de Ferro Carajás, avaliada em US$ 700 milhões e custeada pela Vale. A companhia projeta aumento das ex-portações de minério de ferro em 321 milhões de toneladas este ano - um aumento de 8,5% em comparação com 2007. No ano passado, foram vendidas ao exterior 296 milhões de toneladas.

Também estão previstos investimentos no setor do minério de ferro bra-sileiro pelas companhias EBX, MHAG e London Mining, entre outras.

Paulo Camillo diz que esses recursos “vão repercutir fortemente no aumento da produção de minerais no Brasil, mas o crescimento da China vai continuar a absorver a matéria-prima, como acontece atualmente”. Hoje não existe disponibilidade de estoque [de minério de ferro] em lugar nenhum do mundo, não só pela procura chinesa, mas pela impossibilidade de as empresas investirem ainda mais na produção, de modo a responder a essa procura.

Procura por minério de ferro

continuará alta

Se confirmado, o valor dos investimentos na mineração de ferro previsto para o período entre 2007 e 2011 será 314% maior do que o aplicado entre 2002 e 2006 – US$ 3,41 bilhões, segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral.

Produção

Em 2006, o Brasil produziu 317 milhões de toneladas de minério de ferro, ocupando o segundo lugar na lista mundial, com 18,52 % do mercado. Em primeiro está a China. As projeções do IBRAM indicam que, em 2011, a produção brasileira deverá alcançar 581,3 milhões de toneladas – um aumento de 83,37 % em relação a 2006.

O Brasil é o terceiro maior fornecedor de minério de ferro à China, que é o maior consumidor mundial da matéria-prima, responsável por cerca de 40 % das importações globais.

Recentemente, o ministério chinês do Comércio anunciou que a exportação brasileira de ferro para a China aumentou 6% em 2007 e atingiu um recorde de 105 milhões de toneladas.

Segundo Paulo Camillo, nem um quadro de recessão na economia norte-americana conseguiria desacelerar o crescimento da procura por minério de ferro, já que “atores importantes da comunidade internacional, como a China, a Índia e até a Alemanha, devem continuar a crescer”.

“O que se espera é que haja uma compensação pelo crescimento dos outros países”, afirma Paulo Camillo, sublinhando que também no Brasil a tendência é de alta no consumo devido ao Programa de Aceleração do Crescimento, criado pelo Governo brasileiro.

Com informações da Macahub

O Brasil produziu 317 milhões de toneladas de minério de ferro em 2006, ocupando o segundo lugar na lista mundial

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Indústria da Mineração Ano III - nº 14, março de 2008 13

Indústria do carvão mantémassociação beneficente em SCA Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina

quer se transformar em centro de capacitação

A convite da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), o IBRAM, repre-sentado pelo seu Presidente, Paulo Camillo Vargas Penna, conheceu a Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC), no final de feve-reiro, em Criciúma (SC). O Presidente da ABCM, Fernando Zancan, apresentou todas as dependências.

De acordo com Paulo Camillo, a estru-tura é surpreendente e de grande impor-tância na formação de mão-de-obra para a região de Santa Catarina. Na ocasião, Zancan propôs ao IBRAM que a SATC se transforme em centro de capacitação para a indústria mineral brasileira, apta a realizar treinamentos na área.

“Vejo esta proposta com bastante otimismo, pois existe a possibilidade de incluir novos cursos e torná-lo um centro de mão-de-obra qualificada que atenda às demandas do setor”, avalia Paulo Camillo. Segundo ele, o IBRAM busca incentivar a formação educacional. “A idéia será divul-gada e colocada em debate. A Associação pode se tornar uma referência nacional para a indústria de mineração”, analisa.

Escassez de energia faz renascer carvão no Rio Grande do Sul

Com a oficialização do investimento da empresa MPX no município de Candiota (RS), será dada a largada da redescoberta do carvão mineral gaúcho, que teve como precursora a Fase C da usina Presidente Médici. No local, trabalham desde janeiro mais de 200 pessoas, número que deve chegar a 1,5 mil até agosto. A movimentação da cidade não assombra o Prefeito Marcelo Menezes Gregório (PMDB), que já esperava a oficialização de Seival II pela Governadora do RS, Yeda Crusius.

“Já estamos buscando capacitação, com cursos profissionalizantes, mas nem se qualifi-cássemos toda a população da cidade haveria gente suficiente”, observa Menezes.

No final de fevereiro, a Frente Parla-mentar do Carvão, formada por mais de 200 deputados e senadores, reuniu-se com o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Fernando Zancan, Presidente da ABCM, afirma que a principal reivindicação é tornar mais favoráveis a essa fonte térmica as regras dos próximos leilões de energia. Segundo ele, é preciso ampliar as condições para que os empreendedores apostem no carvão com mais segurança.

“Se olhar em volta, a situação (de abaste-cimento de energia) está muito complicada. Brasil e Argentina disputam o gás boliviano, e nesse cenário as reservas gaúchas estão muito bem posicionadas. O carvão impor-tado está com preço nas alturas, e o mundo disputa cada hidrocarboneto possível”, resume Zancan.

Antes de negociar a implantação de Seival II, a MPX já havia enveredado pela geração térmica a carvão: no final do ano passado, vendeu em leilão a energia de duas usinas no Nordeste que serão abastecidas com minério importado.

Com informações do Zero Hora - RS

Presidentes do IBRAM (esquerda) e da ABCM durante visita à SATC

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Indústria da Mineração Ano III - nº 14, março de 200814

A Votorantim Metais está implementando projeto de ampliação nas unidades de Va-zante e Três Marias, em

Minas Gerais. No total foram investidos R$ 763 milhões. Somados ao investimento de R$ 670 milhões do projeto Polimetálicos, anunciado em 2007, a empresa totalizará

A PEC – Proposta de Emenda Constitucional nº 171 que flexibiliza o monopólio da União na pesquisa e lavras de minérios e minerais nucleares estará na pauta da Câmara dos Depu-tados em março. Por enquanto, parlamentares estão avaliando a admissibilidade da PEC. O próprio relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Deputado Felipe Maia (DEM/RN) está otimista. E se tudo der certo, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, designará a criação de uma Comissão Especial para debater o assunto.

Toda essa iniciativa partiu do esforço do IBRAM e mineradoras brasileiras que, no ano passado, reuniram-se com o Presidente da Câmara, de quem obtiveram respaldo político para estimular o debate da matéria no Legislativo. Desde então, o tema avançou e está em discussão em uma subcomissão específica no âmbito da Comissão de Minas e Energia.

Para o Deputado Felipe Maia, a exemplo do que ocorreu com o petróleo, cujo monopólio rompeu-se em 1997, a flexibilização do monopólio de urânio gerará divisas para o País. “A economia brasileira cresce e empregos serão gerados. Há também o aumento da impostos e pagamento de royalties. Tudo isso é positivo”, afirma.

O parlamentar cita que, segundo especialistas, mineradoras teriam capacidade de produzir 100 mil toneladas de urânio por ano, num valor total de US$ 6 bilhões. As estimativas é que a mineração de urânio movimentaria US$ 12 bilhões no setor da mineração. “A União por si só teria condições restritas de explorar o território nacional. A colaboração das empresas privadas é de grande parceria”, afirma Felipe Maia.

Paulo Camillo Vargas Penna, Presidente do IBRAM, explica que até 2025 as fontes de ener-gia hidrelétrica estarão esgotadas, caso mantenha-se um ritmo de crescimento da economia de 5% ao ano. “Urânio é fonte de energia limpa e não contribui para o aquecimento global”, defende. Ele lembra também que o preço de minérios, como urânio, quase decuplicou em questão de três anos, o que é uma vantagem para os países produtores que, assim, têm chance de internalizar muito mais divisas com a exportação.

“Países produtores, concorrentes do Brasil, estão acelerando a mineração nesse segmento de produto. Mineradoras brasileiras estão investindo no exterior (caso da Austrália), onde não há o mesmo monopólio estatal que aqui para impedi-las de produzir recursos que poderiam ser aplicados no território nacional”, diz.

A aprovação da PEC 171 de 2007 é uma importante contribuição que os parlamentares podem oferecer para que o Brasil assegure fontes alternativas de energia limpa – essenciais para afastar risco de desabastecimento já alertado por muitos especialistas no assunto –, bem como, conquiste posição de influência no crescente mercado internacional de minérios e minerais nucleares.

O Brasil prospectou cerca de 1/4 de seu território em busca de jazidas dos minérios e minerais nucleares, isso na década de 80. Apesar disso, as reservas conhecidas situam o País na 6ª posição do ranking internacional dos principais detentores de tais reservas. O potencial brasileiro, portanto, é imenso.

O momento para estimular a mineração de minérios e minerais nucleares pela ini-ciativa privada é o mais propício. Diversas nações retomaram a corrida nuclear com o intuito de gerar energia para responder ao ritmo acelerado de crescimento mun-dial, com a preocupação correta sob os pontos de vista ambiental e econômico, de que esta geração seja “limpa”, carac-terística marcante da energia nuclear.

Flexibilização do monopólio de Urânio avança no Congresso NacionalA flexibilização do monopólio estatal é um grande passo, mas será

preciso, também, permitir a prospecção de 100% do território nacional para localizar jazidas de minérios e minerais nucleares

Por que o IBRAM apóia a aprovação da PEC 171/2007

Votorantim investe R$ 670 mi em projeto de ampliaçãoR$ 1,4 bilhão de investimentos em expansão das operações no estado.

No final do ano passado, a mineradora adquiriu junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais os direitos minerários para a exploração de reservas de zinco no município de Vazante. Para dar seqüência a esta inicia-tiva será ampliada a unidade de mineração

e beneficiamento de minério em Vazante e de metalurgia em Três Marias. O projeto permitirá o aumento de 30% na produção de zinco da empresa em Minas.

O projeto de ampliação contribuirá para a geração de 2,3 mil postos de trabalho tem-porários durante a construção e 700 diretos e indiretos após o início das operações.

Deputado Felipe Maia acredita que a União precisa do apoio da iniciativa privada na mineração de urânio.

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Indústria da Mineração Ano III - nº 14, março de 2008 15

CNI questiona no STF lei Poluidor PagadorDesde o ano passado, o IBRAM tem di-

recionado esforços no sentido de sensibilizar o Governo do Pará para não sancionar a lei conhecida como “Poluidor Pagador”, por entender que cria uma situação injusta para o setor de mineração. A lei cobra indenização prévia por danos ao meio ambiente para que sejam liberadas autorizações para exploração mineral, independente da necessidade real de reparar algum tipo de dano. Apesar dos apelos, a lei foi sancionada.

Diante disso, sem alternativas, o Instituto em parceria com a Federação de Indústrias do Pará levou à Confederação Nacional da Indústria – CNI um pedido de Ação Direta de Constitucionalidade, que foi prontamente aprovada pelo órgão.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 4031) contra a lei paraense 6986/2007 já chegou no Supremo Tribunal Federal (STF). A ação tem como relator o Ministro Gilmar Mendes. Segundo o texto da ADIN, ao exi-gir indenização para permitir a atividade de lavra, a lei questionada estaria considerando ilícita a atividade, ofendendo com isso o artigo 176 da Constituição Federal, que dis-ciplina a matéria. O artigo 225, parágrafo 2º da Constituição Federal, impõe às empresas exploradoras apenas a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado. O parágrafo 3º deste mesmo artigo, que determina a obri-gação de reparar os danos, se aplica apenas quando o explorador não cumpre as regras de recuperação, explica a confederação.

Para o Presidente do IBRAM, Paulo Ca-millo Vargas Penna, o fato dá a entender que a verdadeira intenção da lei seria a “mera arrecadação de recursos para o Estado”. A CNI e o Instituto pede ao Supremo que sus-penda, por meio de uma liminar, os efeitos da lei questionada, uma vez que as empresas mineradoras já estão sujeitas, desde julho do ano passado, ao pagamento do valor criado pela norma. E ao final, a ADI pede que o Supremo declare a inconstitucionalidade da Lei 6986/2007.

Paulo Camillo afirma também que o setor mineral está ingressando com ações (manda-dos de segurança) para evitar a autuação das empresas até que o Supremo se manifeste.

Ministro Edison Lobão diz que vai apoiar a mineração

Com a retomada das discussões sobre a Reforma Tributária, o Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, pretende apoiar a indústria da mineração em seu pleito pela redução da incidência tributária. O ministro, inclusive, solicitou à sua equipe que pro-duza estudo a respeito, tomando por base avaliação tributária do setor organizado pelo IBRAM, que compara a carga tributária da mineração em 21 países. Tal avaliação, con-duzida pela consultoria internacional Ernst & Young – publicada na edição nº 13 deste jornal e à disposição para consulta no site do IBRAM (www.ibram.org.br) –, revela que o Brasil cobra a maior carga tributária global sobre oito de doze minérios pesquisados, o que prejudica sua competitividade internacional.

Edison Lobão fez esta declaração diretamente ao Presidente do Instituto, Paulo Ca-millo Penna, durante audiência na sede do MME, em fevereiro. Segundo o dirigente, Lobão se mostrou sensível a outras reivindicações da mineração. “Ele se prontificou, por exemplo, a encaminhar ao Presidente da República uma grande preocupação das mineradoras que atuam em cavidades em busca de minérios essenciais. A legislação estabelece sérias restrições a este tipo de mineração e, se algo não for feito logo, pode haver escassez de cimento, calcário e ferro, além de inviabilizar novas plantas de mine-ração”, alerta o Presidente do IBRAM.

O ministro ainda se comprometeu a encaminhar para discussões com o Presidente da República a questão da Compensação Ambiental, já que está pendente o estabeleci-mento do teto de cobrança dessa contribuição, que só existe no Brasil e que compromete os investimentos das empresas de quase todos os segmentos. Por fim, Edison Lobão se manifestou favorável a outra bandeira do IBRAM, que é a de flexibilizar o monopólio da União na exploração dos minérios e minerais nucleares (leia mais à página 14). “Con-versamos sobre este assunto e relatei ao ministro que a indústria da mineração pode ser muito útil para o Brasil se transformar em um dos principais fornecedores mundiais desses minérios e, assim, conseguir recursos suficientes para sustentar seu programa nuclear, entre outros benefícios”, relata Paulo Camillo.

Ministro Edison Lobão diz que vai apoiar a mineração

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Indústria da Mineração Ano III - nº 14, março de 200816

O cenário favorável da mineração, devido ao crescente aquecimento do mercado e a ne-cessidade de absorver pessoal qualificado para o trabalho, estão gerando imensa oferta de em-pregos nesses últimos meses. Com o mercado extremamente aquecido, foram abertas vagas para diversos tipos de profissionais – e não só técnicos em mineração – tais como operado-res, laboratoristas, engenheiros e técnicos de manutenção, soldadores, entre outros.

Só na Samarco Mineração (associada ao IBRAM), por exemplo, mais de 400 pessoas foram contratadas desde janeiro de 2007. Agora, em 2008, ainda há mais de 20 vagas disponíveis que podem ser conferidas na página eletrônica da empresa (www.samarco.com.br). “A toda hora ofertas de emprego são abertas. Isso não quer dizer que só temos mais 20 vagas”, alerta Juliana Borges Souto, Gerente de Desenvolvimento de Pessoas da Samarco. Isso se deve ao projeto de terceira pelotização da empresa de minério de ferro.

Outro ponto positivo é que as empresas mineradoras estão contratando trabalhado-res de todos os níveis de qualificação, da mão-de-obra não especializada até os que têm curso técnico ou graduação. De acordo com Juliana Souto, a Samarco oferece cursos de especialização, independentemente do cargo a ser ocupado.

A Yamana Gold (associada ao IBRAM), empresa com atuação na prospecção e extração de ouro, também está com vagas abertas. Para o processo seletivo de estágio e traineé foram oferecidas 107 vagas. Com sede em Toronto, no Canadá, a empresa possui unidades na Bahia, Mato Grosso e Goiás. Os interessados devem cursar engenharia, geologia, administração, comércio exterior ou logística, serviço social e ciências contábeis, com conclusão prevista para 2009 ou 2010. Mais informações sobre as ofertas de vagas também podem ser obtidas no site www.yamana.com.br.

A Vale (associada ao IBRAM) também está otimista quanto à contratação de pessoal. Só no Pará, a empresa estima que sejam criadas 35.375 novas vagas, entre 2008 e

Escola técnica capacita trabalhadores

A Associação Comercial e Industrial do município (Acibb) inaugurou, em fevereiro, a primeira escola técnica de Breu Branco, no sudeste do Pará. A chamada Escola Técnica Soter promoverá cursos em Mineração, Me-talurgia, Meio Ambiente e Segurança no Trabalho.

“A expectativa, segundo algumas ins-tituições, é que exista, atualmente, uma defasagem de 20 mil profissio-nais de nível técnico e outros 600 de nível executivo no Pará. E isso é uma grande preocupação de todas as empresas que precisam dessa mão-de-obra”, disse o Presidente da Acibb, Alexandre Forman.

De acordo com Forman, os jovens que completam o segundo grau não procuram nenhuma especialização, com exceção dos que buscam alguns cursos superiores particulares em Tucuruí. “Mas mesmo assim o retor-no não é o mesmo, já que a grande demanda é por nível técnico, como mineração e metalurgia”, conta.

Com informações do Diário do Pará

Mineradoras contratam como nuncaAs oportunidades se devem ao aquecimento do mercado cada vez maior

Empresas mineradoras oferecem cursos de especialização para acompanhar o mercado crescente

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Rosa2012. Atualmente, 32.691 pessoas traba-

lham para a mineradora naquela região. Para atingir a meta está sendo executado um plano de investimento profissional que consiste na qualificação de mão-de-obra dos níveis técnico, operacional e superior. Nesse sentido, serão oferecidas 300 vagas do Programa de Especialização Profissional 2008 para pessoas formadas nos últimos três anos em Engenharia e Geologia, no Pará, Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo. Os selecionados receberão bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 3 mil.

Para os níveis técnico e operacional serão disponibilizadas 2 mil vagas com bolsa-auxílio de R$ 1,2 mil e R$ 800, respectivamente.

“O aumento dos postos de trabalho é reflexo do crescimento da indústria da mi-neração e da demanda do mercado externo, especialmente da Ásia. A perspectiva é de um aumento significativo para os próximos cinco anos”, afirma João Menezes, Gerente Geral de Recursos Humanos da Vale.

Engenheiros estão em alta no mercado de trabalho

O mercado de trabalho está de portas abertas para os profissionais que atendem as áreas de infra-estrutura, tais como engenhei-ros, arquitetos, urbanistas, geólogos e técni-cos. A economia aquecida e o crescimento da demanda por obras fazem com que esses trabalhadores ganhem o título de “os mais bem pagos” atualmente.

A Confederação Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Confea estima que faltam 3 mil profissionais especializados somente na área de engenharia. “São forma-dos 23 mil engenheiros por ano. Esse número devia ser três vezes maior para corresponder à necessidade atual”, contabiliza Marcos Túlio de Melo, Presidente da entidade.

As áreas em que mais faltam profissionais são: a naval, de petróleo e gás natural, siderúr-gica, mineração, construção civil, automotiva e tecnologia de informação. E a realidade é nota-da tanto no setor privado como no público.