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Ação Jan/Fev 2007 | 1 Impresso ANO XXII - N O 197 - JANEIRO/FEVEREIRO 2008 ANABB FAZ PESQUISA COM FUNCIONÁRIOS DE AGÊNCIAS Você já fez seu planejamento pessoal? Banco dos Bancários: Saudades do Banco e de Volta para o passado

ANO XXII - NO 197 - JANEIRO/FEVEREIRO 2008 · frases dos textos, eram transformados em placas, diagrama-das para compor cada uma das páginas do jornal. A minha tarefa era simples:

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Ação Jan/Fev 2007 | 1 Impresso

ANO XXII - NO 197 - JANEIRO/FEVEREIRO 2008

ANABB fAZPESQuiSA COmfuNCiONáriOSdE AgêNCiAS

Você já fez seuplanejamentopessoal?

Banco dos Bancários:Saudades do Bancoe de Volta parao passado

Você já fez seu

2 | Ação Jan/Fev 2007

CARTAS

RELAÇÃO COM CLIENTESPreocupa-me a relação atual do Banco do Brasil com seus clientes. Se não era tão boa antes da reestruturação, depois dela conso-lidou-se de forma veemente o aumento de clientes insatisfeitos com o péssimo atendi-mento dado. Nós, que estamos à frente de combate, percebemos e ouvimos no dia-a -dia as manifestações de repúdio dos clientes ao tumultuado sistema de atendimento do Banco e notamos que há uma debandada considerável de clientes potenciais para ou-tros bancos. Só que isso está ocorrendo de forma sutil e imperceptível. A tática de fuga consiste em manter a conta no Banco do Brasil, para segurar o tenro relacionamento, despejando o potencial de seus investimen-tos e movimentação em bancos concorren-tes. Não é à toa que trabalhamos iguais uns burros de carga e observamos resultados pífi os mesmo controlando as principais con-tas governamentais. José Jorge Reis de FreitasVitória - ES

REINTEGRAÇÃO DE PEDEVISTAS IQuero parabenizar a ANABB pelo excelente trabalho de assistência aos associados e acompanhamento aos interesses da classe, do Banco e das administrações das entida-des. Afi rmo conscientemente estar sendo assistido plenamente. Registro minha satis-fação da possibilidade de reintegração dos funcionários do Banco do Brasil demitidos. Quero agradecer a todas as pessoas, entida-des, deputados, representantes, bancários e funcionários envolvidos no assunto. Mes-mo não conseguindo o objetivo – que é sim-plesmente o reconhecimento das injustiças cometidas pelas administrações passadas em privar vários funcionários do seu direito de ter a sua estabilidade no emprego, sendo que não cometeram nenhuma falta grave em seu trabalho – já é um alento àqueles que fi caram desacreditados, até dentro da própria família. Muito obrigado!Edílson de Acipreste PereiraRio Casca - MG

REINTEGRAÇÃO DE PEDEVISTAS IIA respeito da matéria sobre projeto de lei que trata da reintegração de pedevistas nos qua-dros do Banco do Brasil (Ação n° 196), gosta-ria de externar minha opinião de que o tema

das demissões via PDV no BB não pode ser resumido à visão de que o Banco foi um vilão e que os pedevistas são pobres vítimas. Eu já fazia parte dos quadros do Banco à época e vi muitos colegas decidirem pela sua saída porque se ofuscaram pelo montante fi nan-ceiro dos benefícios que iriam receber. Agora é absurdo que o projeto preveja que o Banco tenha que readmitir esse pessoal no mesmo cargo ocupado anteriormente (ou equivalen-te), com garantia de progressão salarial e tal. Se quiserem ser readmitidos, tem que ser no posto efetivo, com o mesmo salário inicial que qualquer novo concursado.Tarcisio Maria RodriguesÁguas Claras - DF

“PARA QUEM NÃO QUER SER FELIZ”Li a carta do Camilo (Ação nº 196 ) e quero levar-lhe minha solidariedade. Realmente, a crítica gratuita, sem fundamento nos fatos, acaba irritando, em face da fl agrante injus-tiça. Infelizmente, temos colegas sempre insatisfeitos; vêem tudo nebuloso e tétrico. São adeptos do “quanto pior, melhor”.

A maioria, porém, dos associados têm plena consciência da importância da ANABB e do quanto a administração do Camilo tem sido efi caz, para proporcinar aos associados muitos benefícios e defender seus interes-ses mais prementes.

Lembro, como aposentado, que Cami-lo defendeu ardorosamente a proposta de reajustes para os aposentados, desvin-culados dos funcionários da ativa. Ela foi bem aceita e passamos a ter os reajustes anuais e obrigatórios (em caso de “su-peravit”), contratualmente garantidos, o que veio em boa hora, já que tempos de-pois o BB deixou de conceder, por quase 6 anos, reajustes aos seus funcionários. Tivéssemos ainda atrelados aos colegas da ativa, nossos proventos estariam, hoje, totalmente defasados.

A última conquista foi o oferecimento, pela ANABB, do Plano Odontológico, gra-tuito. Levando-se em conta o alto custo do tratamento dentário, é benefício conside-rável. Como Camilo disse: “fomos criados para sermos felizes”. Cabe a cada um lutar em busca da felicidade e não fi car aferrado no muro das lamentações.Francisco Antônio SallesCampo Grande - MS

Ação

ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected] Redação: Ana Cristina Padilha, Fabiana Castro, Priscila Mendes e Tatiane Lopes Anúncio: Fabiana CastroE-mail: [email protected] Edição: Juliana ValentimRevisão: Juliana Rodrigues e Juliana Valentim Editoração:Raido Propaganda Foto da Capa: Clausem BonifácioPerio dicidade: mensal Tiragem: 160 mil Banco de Imagem: AbleStock Impressão: Gráfi ca Positiva Fotolito: Colorpress

DIRETORIA-EXECUTIVA

CONSELHO DELIBERATIVO

VALMIR CAMILOPresidente

WILLIAM JOSÉ ALVES BENTODiretor Administrativo e Financeiro

DENISE LOPES VIANNADiretora de Comunicação e Desenvolvimento

GRAÇA MACHADODiretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência EMÍLIO S. RIBAS RODRIGUESDiretor de Relações Externas e Parlamentares

ANTONIO GONÇALVES (Presidente)Ana Lúcia LandinAntilhon Saraiva dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDouglas José ScortegagnaÉlcio da Motta Silveira BuenoGenildo Ferreira ReisInácio da Silva MafraIsa Musa de NoronhaJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé Bernardo de Medeiros NetoJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMércia Maria Nascimento PimentelNilton Brunelli de AzevedoRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo Gonçalves

CONSELHO FISCAL

HUMBERTO EUDES VIEIRA DINIZ (Presidente)Armando César Ferreira dos SantosSaul Mário MatteiAntônia Lopes dos SantosDorilene Moreira da CostaElaine Michel

DIRETORES ESTADUAIS

Paulo Crivano de Moraes (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Franz Milhomem de Siqueira (AP)Olivan de Souza Faustino (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Pedro Vilaça Neto(ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Solonel Drumond Júnior (MA)Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)Edson Trombine Leite (MS)José Humberto Paes Carvalho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Benedito Dias Simeão da Silva (PI)Moacir Finardi (PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)Robert Dagon da Silva (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Walcinyr Bragatto (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras enti-dades, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj.15 CEP: 70351-510 Brasília/DF

jornal

2 | Ação Jan/Fev 2007

Ação Jan/Fev 2007 | �

CARTA DO PRESIDENTE

Valmir CamiloPresidente da ANABB

A PALAVRA É QUE NOS APROXIMA

Tive a oportunidade de conhecer uma redação de jornal muito cedo. Tinha lá meus 14 anos de idade e já trabalhava como revi-sor de texto, transcrito pelo linotipista. Lá no interior, no final da década de setenta, o jornal da cidade era moderno, todo grava-do numa imensa e bela máquina Linotipo. Para os mais jovens, que não conhecem o equipamento, eu o descreveria como uma imensa máquina de escrever. Com um teclado igualmente grande que, ao invés de teclar as letras no papel, produzia uma letra de chumbo, que juntas formavam as palavras. E estas, as frases dos textos, eram transformados em placas, diagrama-das para compor cada uma das páginas do jornal.

A minha tarefa era simples: o jornalista escrevia a matéria no famoso papel de pão. Era chamado assim por ter a mes-ma cor do papel que as padarias usavam para embrulhar os pães. Acho até que era o mesmo. O linotipista gravava em chumbo o texto e fazia uma prova, usando tinta, papel e uma pequena prensa. Minha tarefa era conferir se o texto escrito pelo jornalista tinha sido fielmente transcrito pelo linotipis-ta. Ficava feliz só de saber que tinha lido o jornal antes de ser impresso. Com o tempo fui ficando atrevido e arriscava algumas correções. Copidesque nem pensar, só alguns acentos esqueci-dos pelo autor, uma vírgula aqui e um acerto de concordância ali e nada mais. Forma e conteúdo são muito pessoais.

Hoje, os editores de texto nos computadores resolvem quase a totalidade dos problemas. Sugerem vírgula, colocam acento, denunciam erros de concordância e muitas coisas mais. Sobra para os autores dos textos o conteúdo. Aqui é que mora o problema. São mais de oito horas da noite, quinta feira, últi-mo dia do mês de janeiro e o pessoal da redação lembrou que devo deixar a Carta do Presidente pronta, pois amanhã tenho

compromisso de trabalho fora de Brasília e o nosso Jornal Ação vai ser rodado durante o carnaval. A mesma turma que deu vinte e quatro horas para os associados fazerem uma pergun-ta ao presidente. Assim, tenho agora centenas de respostas para serem produzidas, que deverão ser publicadas no site da ANABB e, as selecionadas, nas páginas do Ação de março.

Não posso reclamar. A comunicação é a única chance que tenho de estar mais perto dos associados da ANABB. Somos apenas cinco diretores, trabalhando em Brasília, com associa-dos espalhados por todo o país. As obrigações estatutárias da ANABB definem tarefas próprias de executivos de empresas. Ao mesmo tempo, definem a responsabilidade política na de-fesa dos interesses dos nossos associados, do nosso Banco do Brasil e de suas entidades como Cassi e Previ. Portanto, o pouco tempo disponível e a distância inibem a presença física dos dirigentes da ANABB nas dependências do Banco, em nos-so país continental. Os meios de comunicação acabam sendo formas mais rápidas e mais baratas de aproximação.

Muitos dos associados que perguntaram ao presidente, feito os jornalistas do meu tempo de conferente de texto, ressalvaram que as perguntas, se publicadas, deveriam ser reproduzidas sem nenhuma edição. A ANABB vai respei-tar a vontade de todos. Peço um pouco de paciência, pois não vou delegar a tarefa de respondê-las. Quero responder pessoalmente todas elas. Acho que será a oportunidade de esclarecer dúvidas das centenas de associados que decidiram perguntar. Claro que seria melhor poder estar em cada canto do país, falando pessoalmente com cada um dos associados, mas custaria muito tempo e dinheiro. Espero que todos enten-dam que a palavra é que nos aproxima. Assim, vou continuar este diálogo franco através das páginas dos nossos informati-vos e do vídeo na tela do seu computador, nas páginas do site da ANABB. Hoje, como diria Richard Bach, mais do que nunca, longe é um lugar que não existe.

Alan

Mad

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OUVINDO OS FUNCIONÁRIOS DE AGÊNCIAS

A ANABB encomendou uma pesquisa para analisar as condições de trabalho dos funcio-nários lotados nas agências. O resultado será utilizado para identificar as principais deman-das, as fragilidades e a situação desses cole-gas nos diversos Estados.

A pesquisa foi realizada pela empresa Opinião Consultoria em duas etapas: uma

presencial, para identificar os principais pontos a serem abordados, e a outra realiza-da por telefone, com entrevista de funcioná-rios de agência em todo o País.

Os entrevistados foram selecionados a partir de sorteio aleatório e a amostra utilizada garantiu a representatividade da pesquisa.

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CAPA

Ação Jan/Fev 2007 | �

Até 1.000,00

de 4.000,01 a 5.000,00

Antes de 1998 de 1998 a 2007

1,9% 2,4%

10,1

%

30,2

%

19,0

%

11,4

%

11,1

%

12,8

%

1,1%

25,8

%

23,5

%

30,4

%

9,3%

2,4%

0,8%

0,8%

0,6%

de 1.000 a 1.500,000

de 5.000,01 a 7.000,00

de 1.500,01 a 2.000,00

mais de 7.000,00

de 2.000,01 a 3.000,00

recusa informar

de 3.000,01 a 4.000,00

6,4%

“O BB é o que paga o menor salário da categoria! A Caixa, que é um banco público, paga melhor que o BB! Os bancos privados pagam os maiores salários! Mas isso aconteceu agora, com essas ações estruturantes, pois antigamente o BB pagava bem”, desabafa um funcionário.

A principal queixa apontada pelos funcionários de agências que tomaram posse no Banco após 1998 são os bai-xos salários, a redução do quadro fun-cional e o acúmulo de funções.

Cerca de 67,1% do total de pes-soas entrevistadas ganham menos de R$ 3.000. A pesquisa identificou

que os maiores salários estão con-centrados entre os funcionários que tomaram posse antes de 98. Outro dado importante é o aumento signifi-cativo de pessoas que estão na faixa salarial de R$ 1.000 e R$ 1.500 e a redução das faixas salariais acima de R$ 3.000.

Ação Jan/Fev 2007 | �

A Questão Salarial

O Desenvolvimento do País aparece como missão do Banco do Brasil para quase metade dos entrevistados. Em segundo lugar vem a lucratividade.

6 | Ação Jan/Fev 2007

Outra insatisfação apresentada na pesquisa foi o acú-mulo de funções a que são submetidos os bancários. A saída de funcionários mais experientes e a falta de reposição de pessoal foram impactantes para o au-mento da carga de trabalho. Durante as entrevistas presenciais, os bancários queixaram-se principalmente do exercício de substituições, que signifi ca aumento de trabalho e responsabilidade, sem compensação fi nan-ceira. No entanto, na pesquisa quantitativa foi identi-fi cado um número elevado de pessoas que alegaram não ter exercido substituição.

Exercício de substituições

Percepção Sobre a missão do Banco

“O BB é o que paga o menor sa-lário da categoria! A Caixa, que é um banco público, paga melhor que o BB! Os bancos privados pa-gam os maiores salários! Mas isso aconteceu agora, com essas ações estruturantes, pois antigamenteo BB pagava bem”, desabafa um funcionário.”

Ação Jan/Fev 2007 | 7

O Sistema de ponto eletrônico foi aprovado pela maior parte dos entrevistados, no entanto, menos de 15% acham que os funcionários não precisam fa-zer horas extras.

Quando o assunto são metas, a pesquisa identifi cou um resultado alar-mante: mais de 40% dos entrevistados concordam com a frase: “Para atingir as metas estabelecidas, já vi colegas solicitarem produtos ou ser-viços do banco, sem a solicitação do cliente”. Além disso, mais de 50% dos entrevistados relataram insatisfação com as metas.

Ação Jan/Fev 2007 | 7

Ponto Eletrônico e horas Extras

O Sistema de ponto eletrônico foi aprovado pela maior parte dos entrevistados, no entanto, menos de 15% acham que os funcionários não precisam fa-zer horas extras.

Burlando o Cumprimento das metas10

,7

45,1

42,1

2,1

total

Muito insatisfeito

Insatisfeito

Satisfeito

Muito satisfeito

Satisfação com o sistema de metas

55,8%

Jan/Fev 2008 | 7Jan/Fev 2008 | 7

� | Ação Jan/Fev 2007

Dois terços dos entrevistados pretendem seguir carreira no Banco

Satisfação com a Carreira

Total

Verdadeiro

Falso

Não soube avaliar

67,9

%32

,0%

0,1%A maioria dos funcioná-

rios já pensou em sair da empresa. Destaque para a Região Norte, com 68,5%, e o Centro-Oeste, com 62,1%.

Sim Não Não soube avaliar

Já pensou em sair do Banco e procurar outro emprego?

Norte Nordeste Centro-Oeste Sul Sudeste Total

68,5

%

55,8

% 59,7

%

62,1

%

52,6

%

56,7

%

43,2

%

0,1

47,4

%

37,3 40

,344,2

%

31,5

%

0,0

0,0

0,0

0,0

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Em todas as regiões, predominam funcionários com nível superior. Existe também uma proporção expressiva com curso de pós-graduação. O maior destaque é a região Sul, com 25,1% de funcionários com pós-graduação.

Em relação ao ano de posse, quase 80% dos funcionários que tomaram posse após 1998 possuem curso superior.

Escolaridade do funcionalismo

com 25,1% de funcionários com pós-graduação.

Em relação ao ano de posse, quase 80% dos funcionários que tomaram posse após 1998 possuem curso superior.

Jan/Fev 2008 | 9Jan/Fev 2008 | 9

10 | Ação Jan/Fev 2007 10 | Ação Jan/Fev 2007

Aspectos Positivos

Aspectos Negativos

Ação Jan/Fev 2007 | 11

PASSOS dA ANABBCom base nessa pesquisa que identi-ficou as demandas, insatisfações e ex-pectativas dos funcionários, a ANABB vai articular melhorias para as condi-ções de trabalho dos funcionários das agências. De acordo com o presidente da Associação, Valmir Camilo, os re-sultados apontaram para a necessida-

de de intervir nas várias reclamações como sobrecarga de trabalho, metas inatingíveis, política salarial e buscar a satisfação dos funcionários, princi-palmente aqueles que entraram de-pois 1998. “Identificar os problemas e conhecer bem os funcionários é o pri-meiro passo para buscarmos alterna-

A pesquisa na íntegra:A pesquisa realizada pela ANABB possui mais de 50 gráficos. O jornal trouxe apenas uma pequena amostra da pesquisa realizada. O resultado na integra será disponibilizado no site da ANABB (www.anabb.org.br)

tivas para melhorar o trabalho dentro das agências do BB”, afirmou. “A partir de agora, analisaremos todas as pos-sibilidades para intervir em benefício desses funcionários, seja articulando no Congresso, seja marcando reuniões com a área de Gestão de Pessoas do Banco do Brasil”, completa.

Ação Jan/Fev 2007 | 11

Mesmo aprovando o sis-tema de ponto, os funcio-nários consideraram que existe mais trabalho do que tempo para executá-lo.

Jornada de Trabalho

“Identificar os proble-mas e conhecer bem os funcionários é o primeiro passo para buscarmos alternativas para melhorar o traba-lho dentro das agências do BB”– Valmir Camilo Presidente da ANABB

53,0

%

42,6

%

3,7%

0,7%

total

É sempre maior do que a jornada

É, às vezes, menos do que a jornada

É, às vezes, maior do que a jornada

É sempre menor do que a jornada

A carga de trabalho:

12 | Ação Jan/Fev 2007

FUTURO:PLANEJE O SEU

Todo começo de ano, as pessoas costumam planejar sonhos. No entanto, planejamento de vida é coisa

séria, deve se tornar um hábito e é o pontapé para se alcançar o sucesso pessoal e profi ssional

por Tatiane Lopes

COMPORTAMENTO

Ação Jan/Fev 2007 | 1�

Imagine a sua vida há cinco anos? Agora, faça um breve balanço sobre o atual momento... Se você não colocou em prática metade dos sonhos e objeti-vos traçados naquele período, é sinal de que é hora de planejar.

Diversos especialistas garantem que o planejamento pessoal é uma impor-tante ferramenta para se alcançar a prosperidade em todas as áreas da vida: saúde, estudos, trabalho, família, relacionamentos, emoções e espirituali-dade. “Baseando-se na experiência das pessoas que já tiveram a oportunida-de de fazer seu planejamento pessoal, sabemos que esse processo costuma ser uma espécie de divisor de águas. Ou seja, é a partir da realização do seu planejamento de vida que a pessoa toma contato com sua realidade atual e com a realidade desejada”, afi rma a administradora de empresas e personal planner, Nair Baranski.

Desde 2001, Nair dirige a própria empresa de consultoria e desenvolveu a ferramenta de auto-conhecimento “Per-sonal Planning (PP)”, destinada a ajudar as pessoas a atingirem o sucesso. Para ela, assim como nas empresas vencedo-ras, a condição para a sobrevivência está ligada à defi nição dos objetivos e do ca-minho que será traçado para atingi-los. Ganhar tempo, foco, defi nir prioridades, antecipar possíveis problemas futuros são alguns dos benefícios de um plane-jamento de vida. “Isso gera diminuição do medo do futuro, da ansiedade, e au-menta a auto-estima. Tudo que diz res-peito ao auto-conhecimento pessoal visa a uma melhoria na qualidade de vida”.

Para o pesquisador do departamento

de educação da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Flávio Testa, planejar é uma arte, principalmente porque requer atitude. “Planejar exige disciplina, inteli-gência emocional e espiritual. Esse é um ponto muito positivo, porque é possível planejar e construir uma existência ba-seada em sonhos e possibilidades, não apenas reagir aos acontecimentos”.

Mas antes de se desesperar em bus-

ca de um papel e uma caneta, saiba que não existe uma fórmula mágica para o planejamento. Como o próprio nome diz, ele é pessoal, depende de uma auto-análise, do reconhecimento de suas fraquezas, limitações e potenciais, da defi nição de objetivos e de ações que permitam alcançá-los.

Planejamento detalhadoDe acordo com o diretor da Arita

Treinamento e Consultoria, Yasushi Ari-ta, que há 18 anos trabalha na área, o planejamento é um documento escrito, detalhado, possível de ser visualizado e idealizado. Autor do livro “Olhe o que você está fazendo com a sua vida!”, Ari-ta explica que “deixar que o acaso dirija nossas vidas é o mesmo que deixar um jovem inexperiente, sem habilitação, diri-gir um automóvel. As chances de muitas coisas darem errado são imensas. Assim

é o que fazemos com nossa vida quando deixamos de dar a devida importância às metas e aos objetivos”.

Para quem não sabe por onde come-çar, Nair Baranski dá a dica. Segundo ela, as pessoas devem dividir didaticamente sua vida em seis grandes áreas e, para cada uma, seguir um roteiro com pergun-tas e respostas. São elas: a embalagem (corpo/saúde e beleza); profi ssional (in-

clui estudos); fi nanceiro (tudo a respeito de dinheiro e patri-mônio); relacionamentos (famí-lia e amor); social (amizades,hobbies, lazer, responsabilidade social) e eu interior (emoções/ espiritualidade) (Veja exemplo no quadro 2).

Tempo equilibradoA rotina pode se tornar uma barreira

para concretização das metas. Por isso, administrar o tempo também faz parte de um bom planejamento pessoal. “Nosso dia tem 24 horas, por isso costumo dizer que temos de reservar em média oito horas para o repouso, oito horas para o trabalho e as outras oito horas terão que dar conta de todo o resto (lazer, esportes, cuidados com a casa e a família, beleza, atividades sociais etc)”, recomenda Nair.

Outro fator importante é o equilíbrio entre compromissos e competências. Esse foi um dos motivos que levou o analista de sistemas e empresário, Jorge Proença, a escrever o livro “Planejamento Pessoal e Administração do Tempo”. “A minha vida sem administração do tempo era muito complicada, ou eu me depara-va fazendo poucas coisas bem feitas ou muitas coisas mal feitas. Quando coloquei

“deixar que o acaso dirija nossas vidas é o mesmo que deixar um jo-vem inexperiente, sem habilitação, dirigir um automóvel.”

FUTURO:PLANEJE O SEU

Ação Jan/Fev 2007 | 1�

em prática algumas técnicas, comecei a fazer várias atividades, todas com resul-tados importantes. Além disto, também consegui aproveitar o meu tempo com a família.”, argumenta Proença.

Atualmente, o escritor é gestor de 10 organizações sociais em diversas áreas, professor em três faculdades, palestrante, dono de uma empresa de consultoria em responsabilidade social e garante que sobra bastante tempo para a família e amigos.

Proença também revela que “a falta de tempo é pura ilusão. O que acontece é que temos normalmente mais opções e oportunidade do que tempo para rea-lizá-las e temos que priorizar sempre”.

QuAdrO 1: ETAPAS dO PlANEJAmENTO, SEguNdO YASuShi AriTA:

• Defi nir o que se deseja realizar. Ter convicção do seu desejo. • Traçar claramente o prazo que deseja alcançar a meta (isso signifi ca deter-

minar dia, mês e ano). Dentro do seu planejamento é indispensável você programar alguns planos para checar o grau de evolução.

• Escrever, com clareza e precisão, qual é a sua meta, quanto tempo levará para ser atingida, a data de início e o que você vai fazer para alcançá-la. O resultado que você obtiver será diretamente proporcional ao que você fi zer.

• Ler em voz alta o que escreveu duas vezes por dia no mínimo (manhã e noite). Sempre que fi zer a leitura das metas você deve ter o pensamento de que já concretizou. O ideal é ler 21 vezes por dia durante 21 dias para gravar no inconsciente e subconsciente.

• Ação. Esta é a etapa mais importante. Consiste em partir para a ação imedia-tamente! Talvez você esteja pensando que agora não é o momento oportuno, que ainda não está preparado e que a executará, em breve, se tudo correr bem. É necessário que você saiba que o sucesso não é algo oportuno e que mesmo as coisas inoportunas têm o seu devido valor. Portanto, comece hoje mesmo, pois se você não agir, nada acontece.

• Imaginar diariamente as suas ações como se sua meta já estivesse sido alcançada.

Segundo ele, as prioridades podem ser classifi cadas em baixa, média e alta, em que sempre a alta deve ser realizada pri-meiro, depois a média e, fi nalmente, a baixa. “Quando não utilizamos o método corretamente, a tendência é fazermosa tarefa mais fácil e o resultado é sempre a frustração e a infelicidade”.

A tendência é fazermosa tarefa mais fácil

e o resultado é sempre afrustração e a infelicidade

– Jorge Proença

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14 | Ação Jan/Fev 2007

Ação Jan/Fev 2007 | 1�

QuAdrO 2: O AuTO-CONhECimENTO é um dOS BENEfíCiOS dO SEu PlANEJA-mENTO. VEJA COmO VOCê ESTá NAS SEiS grANdES árEAS dA VidA.

1. Você está feliz com seu corpo, rosto? Quando foi a última vez que você fez um check-up?

2. Como você busca o progresso: planeja fazer um curso de inglês? Uma pós-graduação? Subir de nível na empresa? Você está “vendendo” uma imagem positiva ao mercado?

3. Você faz o orçamento financeiro dos seus gastos? Aplica sua renda de forma produtiva?

4. Qual a última vez que você disse que ama sua mãe, filho (a), marido, espo-sa? No trabalho, você tem uma situação mal resolvida com algum colega?

5. O que você mais gosta de fazer? Ir ao cinema, ler um livro, sair com os amigos?

6. É nessa parte que você lança um olhar para o seu interior. Você é uma pessoa feliz? Dedica um tempo para meditação, oração?

O resultado, segundo a “personal planner” Nair Baranski, é avaliar como estão os diversos setores da sua vida, incluindo notas para cada um deles. É claro que você não conseguirá dar 10 para todos. Também seria ótimo que nenhum setor fique com a nota zero. O ideal é em torno de 7. Para quem se interessar mais pelo tema, pode se cadastrar gratuitamente no site www.personalplanning.com.br para receber mensalmente as novidades da área.

“é a partir da realização do planejamento de vida que a pessoa toma contato com sua realidade atual e com a realidade desejada.”

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16 | Ação Jan/Fev 2007

foram 30 anos de aprendizado, de boa convivência, de luta, de alegrias e decepções, de vitórias e derrotas, sem dúvida, com saldo positivo

Tenho saudades do Banco do Brasil do passado. Não é saudosismo, mas memória viva, boas lembranças que po-deriam iluminar o presente. Dizia-se que o banco era uma mãe. Toda a trajetória de vida no Banco do Brasil começava na preparação para o concurso. Eram pelo menos quatro anos de estudo. Era um concurso difícil. Os candidatos tinham que estudar muito. Quem podia pagava cursinho, quem não podia, estudava so-zinho. Foram longos finais de semana e noites de estudo.

A aprovação no concurso era a realização de um sonho. Era, talvez, o melhor emprego do país. Emocio-navam-se o candidato, a família, os amigos. Lembro-me que meus pais es-palharam entre todos os seus amigos e parentes: “Nosso filho passou no concurso do Banco do Brasil!”.

No Banco, a emoção do primeiro dia de trabalho vinha acompanhada de um ambiente de boas vindas, com apre-sentações aos colegas mais antigos, o que favorecia a adaptação. Eram três salários de gratificação anual, mais o décimo terceiro e, às vezes, uma gratifi-cação extra. Havia licença-prêmio, o fun-

cionário tinha direito a se inscrever para adquirir o financiamento da casa própria pela Previ e um quadro de carreira regu-lar com promoções automáticas.

Além das vantagens financeiras e das boas condições de trabalho, o novo

funcionário encontrava no Banco do Brasil uma tradição de luta do funcio-nalismo em defesa dos seus direitos e do Banco. A Previ, a Cassi, entre outras organizações, são frutos dessa luta. Fo-ram muitos e, acho que ainda hoje são, os líderes surgidos entre o funcionalis-mo do Banco. Não foi por acaso que a repressão da ditadura militar agiu com tanta violência lá dentro.

Tomei posse em 1963 e me apo-sentei em 1987. Participei ativamen-te do movimento sindical. Foram 30 anos de vida bancária, com 24 anos no Banco do Brasil. Foi um tempo de

aprendizado, de boa convivência, de luta, de alegrias e decepções, de vitó-rias e derrotas, com saldo positivo. Va-leu a pena? Respondo como o poeta Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Não sei se os colegas que se aposentarão no fu-turo guardarão as mesmas saudades que guardo do passado, como funcionário daquela instituição. Mas acho que o funcionalismo de hoje deve lutar para que

a sua vida no Banco deixe saudades que sejam memórias para as futuras gerações. O Banco do Brasil sempre foi um celeiro de cidadãos e cidadãs cons-cientes, dedicados ao crescimento humano da sociedade e ao desenvolvi-mento do nosso país. Que assim seja.

Carlos (nome fictício) Aposentado do Banco do BrasilRio de Janeiro

SAUDADES DO BANCO DO BRASIL

BANCO DO BANCÁRIO

Tenho saudades do Banco do Brasil do passado. Não é saudosismo, mas memória viva, boas lembranças que poderiam iluminar o presente

Ação Jan/Fev 2007 | 17

Recentemente completei 50 anos de idade e de Banco do Brasil. Parece difícil entender. Eu também sou filho de funcionário do Banco e ser filho de ban-cário era participar dos expedientes, dos momentos difíceis e das alegrias. A cultura e a vida do Banco do Brasil não eram somente do funcionário. Per-meavam as células familiares dos que faziam aquela empresa.

Percebem que usei o verbo no tem-po passado? Falo especificamente do passado. Época em que a vida se de-senrolava em comunidade; em que os problemas eram compartilhados pelos companheiros; em que as alegrias eram comemoradas por todos e não somen-te por aquele que a vivenciava. Podia-se dizer, naquele tempo, que os que faziam o Banco do Brasil viviam em fa-mília. Hoje, os funcionários que dirigem a empresa esquecem que também são empregados. Agem como se estivessem acima do bem e do mal e de qualquer pobre mortal bancário. Acreditam que são detentores de todo o saber.

O que mais importa é a vitória? Para esses novos executivos a resposta certa-mente seria positiva, principalmente se essa vitória é a dele. Mas, se partirmos de uma visão solidária, afirmo que o em-

pate é mais importante, já que se consti-tui a vitória de todos. Talvez, esse fosse o grande segredo do Banco do Brasil.

O Banco do Brasil foi desfigurado nos últimos 20 anos. Destruíram o orgulho dos seus funcionários, jogaram por terra o respeito que os funcionários tinham pe-los clientes e fizeram-nos acreditar que o Banco do Brasil era igual as demais insti-tuições financeiras do mercado.

Vivi todas as etapas que o meu Banco do Brasil enfrentou. Vi o funcio-nário e Banco romperem suas relações produtivas e respeitosas e transforma-rem-se em inimigos. Nos tempos de an-tigamente, não se conheciam casos de funcionários que se aposentavam com sentimentos de mágoa. Era uma luta e um sofrimento deixar de trabalhar nessa empresa. Agora, a aposenta-doria é uma tábua de salvação, que todos optam com pressa e facilida-de. Todos querem antecipar a se-paração e, desta vez, com o ódio acalentado.

Alguém poderá dizer: “o mun-do mudou e o Banco do Brasil tem que seguir a direção que o mundo tomar”. E eu perguntaria: será que estamos no caminho certo e deve-mos acabar com os relaciona-

mentos humanos? Hoje, aposentado pela Previ (aderi ao recente PAA), sou um dos ex-funcionários que viu o amor que sentia pela empresa se transfor-mar em decepção e tristeza. Será que algum dia alguém entenderá que a “mágica” do Banco do Brasil era ser diferente dos demais? Espero que um dia apareça um iluminado com capaci-dade para perceber que é possível ser ético e lucrativo, na prática, e não so-mente no discurso.

Pedro (nome fictício) Aposentado do Banco do BrasilRio Grande do Norte

DE VOLTA PARA O PASSADO!hoje, os funcionários que dirigem a empresa esquecem que eles também são empregados. Agem como se estivessem acima do bem e do mal e de qualquer pobre mortal bancário

PArTiCiPE!Envie seu depoimento sobre sua relação com o BB. Envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF. O assunto deve ser Banco do Bancário.

BANCO DO BRASIL

rEiViNdiCAçõES ExAmiNAdAS Defesa do anuênio, do adicional de trabalho noturno, da reclassifi cação do Código 308 (falta não abonada, não autorizada), além da perma-nência das fi guras do delegado e dirigentes sindicais. Esses foram os principais pontos abordados no en-contro entre o presidente da ANABB, Valmir Camilo, e vários diretores do Banco do Brasil, que aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2000. A reunião também serviu para reforçar a preo-cupação da ANABB com as recentes decisões do banco de suspender conquistas do funcionalismo.

MEMÓRIA

Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde confi rmou que nos primeiros 23 dias de 2008, o Brasil registrou 18 casos de febre amarela. Esse número é maior do que o total de casos dos últimos quatro anos: 16 pessoas. Nes-se ano, nove pessoas morreram em virtude do vírus amarílico. Os postos de saúde em todo o país fi caram lota-dos. Em alguns locais, a vacinação foi suspensa por falta de medicamento, devido à procura desenfreada. Houve casos de pessoas que precisavam via-jar e não conseguiram se vacinar e ou-tras que tomaram três doses em me-nos de 72 horas. Uma coisa é certa: muita gente não acreditou que vacina é capaz de imunizar indivíduos por 10 anos. Fica a lição de que campanhas preventivas são o melhor remédio.

PARABÓLICA

ZERO E DEZ

EPidEmiA rESSurgidA

SAlTO imPOrTANTE

O relatório Situação Mundial da In-fância 2008, lançado em janeiro, pela Unicef, mostrou que o Brasil avançou nos indicadores sociais. O

país subiu 27 posições entre 1990 e 2006 no ranking que mede

a mortalidade de crian-ças de até 5 anos. Saiu

da 86° para a 113ª, em uma lista composta por 194 nações, na ordem decrescente do número de óbitos por mil nasci-dos vivos. O caminho para diminuir as de-sigualdades é longo, mas os números são animadores.

Balanço divulgado pelo Ministério da

O relatório Situação Mundial da In-

país subiu 27 posições

a mortalidade de crian-ças de até 5 anos. Saiu

da 86° para a 113ª, em uma lista composta por 194 nações, na ordem decrescente do número de óbitos por mil nasci-dos vivos. O caminho para diminuir as de-sigualdades é longo,

CrédiTO PArA APOSENTAdOSMaior pagador de benefícios da Previ-dência Social, o BB passou a oferecer um novo cartão de crédito para apo-sentados e pensionistas, que permiti-rá a contratação de operações de em-préstimo consignado dentro das novas regras do INSS. O BB, que pretende emitir 350 mil cartões em 2008, se movimenta nesse nicho de mercado com dois objetivos. Um deles é estrei-tar o relacionamento bancário com os cerca de 5,8 milhões de benefi ciários do INSS que recebem aposentadorias e pensões no Banco. Outro é defen-der sua base de clientes que, no caso do crédito consignado tradicional, foi agressivamente assediada por ban-cos pequenos e médios.Valor Econômico

mArCA dE PESOO Banco do Brasil está com uma nova investida para o ano do bicentenário. A instituição estuda como a marca pode ser usada para estampar ves-tuário, material escolar e demais produtos que não estão relacionados com serviços fi nanceiros.

Além de fortalecer o símbolo do BB, o projeto de licenciamento da marca é uma resposta à pirataria feita com o emblema do Banco.

De acordo com o gerente da divi-são de marca do BB, Lourivaldo Pau-la Lima Júnior, a receita da venda dos artigos com chancela do Banco do Brasil será revertida para projetos de sustentabilidade da instituição.

O lançamento da iniciativa está programado para outubro, quando o BB completa 200 anos, e a área de artigos esportivos deverá ser a primeira a ter a marca estampada em produtos.

Como publicou o jornal Valor Eco-nômico: “Banco do Brasil, uma grife não só fi nanceira”.Agência ANABB cominformações do jornal ValorEconômico, 29/01

O

BrASil dOS miliONáriOSMordomias de um país de primei-

ro mundo não faltam para os milioná-rios que ilustraram a reportagem da revista IstoÉ, do dia 20 de janeiro des-te ano. O verão em Angra dos Reis é movimentado. O local abriga mais de 300 ilhas e reúne pessoas com bolso cheio: uns podem pagar até R$ 400 mil pelo aluguel de 10 dias de um imóvel, outros vão ao supermercado de lancha, outros pousam de helicóp-tero na própria lancha, sem contar aqueles que são donos de ilhas. IstoÉ – 20/01

dE VOlTA PArA CASAApós seis anos mantidas em ca-

tiveiro, a liberação de Clara Rojas e de Consuelo González de Perdomo, ex-reféns das Forças Armadas Re-volucionárias da Colômbia (Farc), foi tema dos principais jornais e revistas em todo o mundo. Elas relataram aos jornalistas as condições inóspitas em que viviam e as tentativas frustradas

NO CRAVO E NA FERRADURA

de fuga que rendiam prisões e cor-rentes no pescoço. Os reféns tam-bém eram obrigados a caminhar por locais de risco para fugirem do exér-cito. Do relacionamento entre Clara Rojas e um guerrilheiro das Farc nasceu Emmanuel, hoje com 3 anos. Retirado dos braços da mãe ainda bebê, ele felizmente voltou para o colo materno.

PéSSimO ExEmPlONo Rio de Janeiro, uma mulher

foi detida acusada de injúria ra-cista contra a funcionária de uma lanchonete. A vítima contou para a polícia que estava trabalhando no balcão da lanchonete de um cine-ma, quando a mulher fez o pedido. Mas na hora do pagamento, o car-tão de Ana Cristina de Paiva não funcionou. “Ela falou para o geren-te ‘ah, porque essa negrinha da Ro-cinha é uma péssima funcionária’”, contou a moça. O tumulto chamou a atenção de outras pessoas. Um grupo de jovens desistiu de assistir ao filme e foi depor a favor da fun-cionária. “Quando o gerente falou para ela ‘esse tipo de conversa eu

não vou ter com a senhora porque eu não aceito discriminação’ ela respondeu ‘e daí? Você quer que eu fale o quê? Ela não é branca, ela é preta, ela é negra, uma negrinha mesmo’”, descreveu uma das tes-temunhas. Se condenada, ela pode pegar de um a três anos de prisão. Jornal Hoje – 24/01

rESTriçõES PArA TV E rádiOFoi aprovado pela Comissão de

Ciência e Tecnologia o projeto que proíbe as emissoras de rádio e TV de veicular, nos horários destina-dos ao público infanto-juvenil, publi-cidade de bebida alcoólica, tabaco, armas e munições, ou que desres-peite os valores éticos e sociais da pessoa e da família. O PL 29/99, do deputado Paulo Rocha (PT-PA), foi aprovado nos termos do subs-titutivo apresentado pela relatora, deputada Maria do Carmo Lara (PT-MG). O texto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Seguridade e Fa-mília e pela CCJ.Jornal da Câmara

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O BRASIL DOS MILIONÁRIOSMordomias de um país de primei-

ro mundo não faltam para os milioná-rios que ilustraram a reportagem da revista IstoÉ, do dia 20 de janeiro des-te ano. O verão em Angra dos Reis é movimentado. O local abriga mais de 300 ilhas e reúne pessoas com bolso cheio: uns podem pagar até R$ 400 mil pelo aluguel de 10 dias de um imóvel, outros vão ao supermercado de lancha, outros pousam de helicóp-tero na própria lancha, sem contar aqueles que são donos de ilhas. IstoÉ – 20/01

DE VOLTA PARA CASAApós seis anos mantidas em ca-

tiveiro, a liberação de Clara Rojas e de Consuelo González de Perdomo, ex-reféns das Forças Armadas Re-volucionárias da Colômbia (Farc), foi tema dos principais jornais e revistas em todo o mundo. Elas relataram aos jornalistas as condições inóspitas em que viviam e as tentativas frustradas

NO CRAVO E NA FERRADURA

de fuga que rendiam prisões e cor-rentes no pescoço. Os reféns tam-bém eram obrigados a caminhar por locais de risco para fugirem do exér-cito. Do relacionamento entre Clara Rojas e um guerrilheiro das Farc nasceu Emmanuel, hoje com 3 anos. Retirado dos braços da mãe ainda bebê, ele felizmente voltou para o colo materno.

PÉSSIMO EXEMPLONo Rio de Janeiro, uma mulher

foi detida acusada de injúria ra-cista contra a funcionária de uma lanchonete. A vítima contou para a polícia que estava trabalhando no balcão da lanchonete de um cine-ma, quando a mulher fez o pedido. Mas na hora do pagamento, o car-tão de Ana Cristina de Paiva não funcionou. “Ela falou para o geren-te ‘ah, porque essa negrinha da Ro-cinha é uma péssima funcionária’”, contou a moça. O tumulto chamou a atenção de outras pessoas. Um grupo de jovens desistiu de assistir ao filme e foi depor a favor da fun-cionária. “Quando o gerente falou para ela ‘esse tipo de conversa eu

não vou ter com a senhora porque eu não aceito discriminação’ ela respondeu ‘e daí? Você quer que eu fale o quê? Ela não é branca, ela é preta, ela é negra, uma negrinha mesmo’”, descreveu uma das tes-temunhas. Se condenada, ela pode pegar de um a três anos de prisão. Jornal Hoje – 24/01

RESTRIÇÕES PARA TV E RÁDIOFoi aprovado pela Comissão de

Ciência e Tecnologia o projeto que proíbe as emissoras de rádio e TV de veicular, nos horários destina-dos ao público infanto-juvenil, publi-cidade de bebida alcoólica, tabaco, armas e munições, ou que desres-peite os valores éticos e sociais da pessoa e da família. O PL 29/99, do deputado Paulo Rocha (PT-PA), foi aprovado nos termos do subs-titutivo apresentado pela relatora, deputada Maria do Carmo Lara (PT-MG). O texto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Seguridade e Fa-mília e pela CCJ.Jornal da Câmara

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CASSI

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DE OLHO NAGESTÃO DA CASSIOs gestores apoiados pela ANABB fi zeram mudanças estatutáriase estruturais e colocaram a Cassi novamente nos trilhos

Nos últimos dois anos, a Cassi foi alvo de consulta ao Corpo Social, pas-sando por modifi cações estatutárias e estruturais. Nunca se debateu tanto o as-sunto Cassi. O assunto esteve presente na agenda dos associados, do Banco e das entidades como prioridade máxima. A ANABB participou ativamente dessas mudanças e alterações. Ela indicou e apoiou gestores que hoje estão à frente da Cassi como Diretores, conselheiros deliberativos e conselheiros fi scais.

O objetivo da ANABB nas últimas eleições era poder cobrar dos gestores eleitos o reestabelecimento do equilíbrio fi nanceiro e estrutural da nossa Caixa de Assistência, considerada pelo funciona-lismo um dos melhores benefícios ofere-cidos pelo Banco.

Como as eleições para os dirigen-

tes da Cassi são de dois em dois anos, apenas em 2006 a ANABB conseguiu ocupar a maioria dos cargos eleitos. No entanto, para desencadear um proces-so de negociação com o Banco e com o Corpo Social, foi necessário buscar a unidade com diversos segmentos, en-tidades e sindicatos, garantindo uma representatividade expressiva dos As-sociados da Cassi.

Prestando contasDepois de muito trabalho e exaus-

tivos debates e consultas o resultado foi positivo. A Cassi encerrou o ano de 2007 com superávit, após 10 anos de défi cit operacional. Tudo isso, sem lan-çar mão de um só centavo do dinheiro aportado pelo Banco no fi nal de 2007. O grupo que esteve à frente da Cassi

uniu esforços e colocou a Cassi nova-mente nos trilhos.

A estrutura atual conta com três Diretorias e uma Presidência. A Direto-ria Financeira e a Presidência da Cassi são ocupadas por gestores indicados pelo Banco. Já os eleitos ocupam as Diretorias de Saúde e Relacionamento com Clientes e a Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento.

A Cassi encerrou o ano de 2007 com superávit, após 10 anos de défi cit opera-cional, sem lançar mão de um só centavo aportado pelo Banco

Atuais Diretores e Conselheiros da Cassi, indicados pela ANABB

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“Discutir políticas e superar o conflito de visões é por si só um desafio que exige diálogo e muita negociação entre eleitos e indicados pelo BB.”– José Antonio Diniz

Situação da Cassi: “Quando fui eleito Diretor, o resultado operacional da Cassi apre-sentava déficit de R$ 42,6 milhões. Até o Cassi Família estava em desequilíbrio. Os registros contábeis espelhavam uma entidade paralisada com planejamento e orçamento, sem aprovação pelo Conselho Deliberativo e Fiscal”.Gestão Compartilhada: “Discutir políticas e superar o conflito de visões é por si só um desafio que exige diálogo e muita negociação entre eleitos e indicados pelo BB.”Aumento de Receitas: “Procuramos ampliar as receitas da Cassi. As principais fontes foram as novas adesões ao Cassi Família e a efetivação de convênios com STF, SERPRO, BACEN, TST que agregaram mais de 70.000 vidas às comunida-des assistidas pela Cassi e ajudam na redução de despesas administrativas.”Processo Negocial: “Criamos gerência de relacionamento com o mercado de saúde em todas as unidades regionais, como forma de profissionalizar o processo negocial e garantir assistência médica e hospitalar com qualidade.”Central de Pagamento: “Criamos as Centrais de Pagamento e vocacionamos as uni-dades estaduais para gerenciar melhor a rede e atender os nossos participantes.Central de Atendimento: “Reestruturamos a central 0800 da Cassi que passava por problemas muito sérios de demora de atendimento. A central assumiu o canal de comunicação por internet (fale com a Cassi) e a central de aquisição de mate-riais de implante.”

Missão do Conselho Deliberativo: “Avaliar o custo e a efetividade do mo-delo assistencial da Cassi foi uma das primeiras missões que recebemos do Conselho Deliberativo.”Indicadores para os Serviços Próprios: “Realizamos um extenso levan-tamento da situação de todos os Serviços Próprios da Cassi. Consegui-mos definir importantes indicadores que vêm subsidiando a mensuração dos custos e a efetividade das Unidades.”Referenciamento de Profissionais: “Estamos identificando profissionais de saúde na rede credenciada para atender os participantes cadastrados na estratégia saúde da Família. Esse é um projeto chamado referencia-mento, que está baseado na excelência profissional, na confiança e na resolução dos problemas de saúde de maior complexibilidade.”Conselho de Usuários: “Temos estimulado a atuação dos Conselhos de usuários da Cassi. Mesmo com o contingenciamento do orçamento insti-tucional, foi possível a realização de diversas Conferências de Saúde.”

José Antonio Diniz Diretor de Planos de Saúde e Relacio-namento com clientes

“Conseguimos definir importantes indicadores que vêm subsidiando a mensuração dos custos e a efetividade das unidades”– Douglas Scortegagna

Douglas Scortegagna Diretor de Saúde e Rede de Atendimento

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Ação Dezembro2007 | 2�

“Realizamos muito no conselho deliberativo. A orientação da ANABB era abrir um canal de negociação com o Banco para resolver o proble-ma do déficit operacional que se arrastava desde 1999 sem solução”Acordo Cassi/BB: “Foram meses de negociação com o Banco do Brasil. Tivemos que ser despojados de paixões político-partidárias e focar nos interesses dos participantes para conseguir um acordo ideal e possível.”Alteração Estatutária: “A missão mais importante e também a mais difícil foi a alteração estatutária. Lutamos para minimizar ao máximo os impactos no bolso dos associados e conseguimos um aporte financei-ro do Banco de R$ 300 milhões, além de restabelecer a contribuição patronal sobre os funcionários pós 98.”Planejamento: “A reforma estatutária possibilitou à Cassi voltar a pla-nejar seu futuro e a executar os projetos necessários ao aprimoramen-to da sua atuação. O investimento de R$ 300 milhões nos serviços próprios deve reduzir a despesa assistencial no médio/longo prazo.”Autorização e Faturamento Eletrônico: “Outro projeto importante, aprovado pelo Conselho Deliberativo, que vai impactar diretamente as finanças da entidade, é a autorização e o faturamento eletrônico, que já está sendo implantado em todo o país e inibe substancial-mente fraudes e utilizações indevidas.”

Apoio da ANABB: “Contamos com o total apoio da ANABB para sanar as dificuldades financeiras que se agravavam progressivamente no Plano de Associados.”Unidade: “Um dos principais desafios era realizar um trabalho conjunto com a Dire-toria e o Conselho Deliberativo para solucionar o déficit do Plano de Associados”Economia: “Considero de vital importância para a Cassi a maximização da utilização dos recursos, para atingir seu objetivo principal que é a melhoria contínua do atendimento ao participante.”Resultado da Cassi: “Todo esforço realizado valeu a pena. O nosso maior orgulho foi fechar o balanço de 2007 com superávit. O valor aportado pelo Banco não foi ainda utilizado, ele recompôs as reservas técnicas e as provi-sões da Cassi. Saímos da gestão temerária. Essa foi a melhor demonstração de eficiência e trabalho do nosso grupo.“

Graça MachadoPresidente do Conselho Deliberativo da Cassi

Ana Lúcia LandinPresidente do Conselho Fiscal

“fomos alvo de muitas críticas, mas só quem faz e trabalha pode ser avaliado.”– Graça Machado, Presidente do Conselho Deliberativo da Cassi

“Todo o esforço valeu a pena. foi a melhor demonstração de eficiência do nosso grupo.”– Ana Lúcia Landin, Presidente do Conselho Fiscal

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De acordo com o balanço final divulgado pelo Banco do Brasil no dia 22 de janeiro, a oferta pública secundária de ações atraiu 115 mil investidores, pessoas físicas, que compraram 35,4% dos papéis vendidos. Cada ação foi negociada a R$ 29,25 e, no total, a operação movimentou R$ 3,443 bilhões. A maior parcela dos papéis foi para os investidores estrangei-ros que abocanharam 43,5% - número menor em relação ao que era levado em outras ofertas públicas. O BB é controlado pelo Tesouro Nacional, que passou a deter 65,3% do capital. A Previ tem 10,5% das ações e o BNDES Participações, 2,5%. Ainda não foi calculado o percentual obtido pelos investido-res estrangeiros, pessoas físicas e pessoas jurídicas.

OFERTA ATRAIU INVESTIDORES ESTRANGEIROS

É crescente a desconfiança da população nas autoridades brasileiras. Em 1993, 82% da população não acreditavam nos parlamentares e nas instituições do governo; em 1999, mais de 85% e em 2005, cerca de 87% não confiavam na classe política. Em 2005, mais de 70% não acreditavam no Senado e na Câmara. No ano passado, este número subiu para 80,7% e 83,1%, respectivamente. Os dados correspondem a duas pes-quisas: uma do Ibope, que aborda a evolução dos números, e outra realizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), com as informações de 2007. No entanto, cerca de 90% acham que a corrupção pode ser combatida, sendo a Polícia Federal (PF), o Ministério Público (MP) e a sociedade civil as institui-ções mais relevantes nesse combate. Contas Abertas

PAíS DOS DESCONFIADOS

A Brasilcap, empresa de capitalização do Banco do Brasil, encerrou o ano de 2007 com faturamento recorde de R$ 1,9 bi-lhão. O volume representa crescimento de 7,8% em relação ao ano anterior (R$ 1,76 bilhão). O avanço na receita se deve ao aumento das vendas. Em

AVANçO NA RECEITA

O processo Eleitoral 2008 na Previ foi aprovado pelo Conselho Deliberativo. Participantes e assistidos escolherão seus novos representantes em cargos de administração e fiscalização, bem como nos Conselhos Consultivos do Plano 1 e do Previ Futuro, com manda-tos até 31/05/2012. As inscrições das chapas vão começar no dia 11/2/2008 e se encerrarão no dia 29/2/2008, às

ELEIçÕES NA PREVI

NOTAS

2007, foram comercializados 1,6 mi-lhão de títulos. Os prêmios distribuídos ao longo do ano passado somaram R$ 62 milhões. O presidente da empresa, Márcio Lobão, arrisca uma previsão de crescimento forte para este ano. “Devemos manter pelo menos o mes-

mo crescimento do ano passado, mas podemos atingir entre 15% e 18%”, avalia. Líder do setor, a empresa res-ponde por 25% do faturamento global no país, segundo dados de novembro da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Valor Econômico – 28/01

18h (horário de Brasília). Somente será aceita inscrição de chapa cuja compo-sição apresente candidatos para todos os cargos eletivos, inclusive suplentes, e os candidatos deverão, obrigatoria-mente, atender aos pré-requisitos para cada cargo, descritos no Estatuto e no Regulamento de Consultas. A votação será iniciada às 9h do dia 16/5/2008 e encerrada às 18h do dia 28/5/2008

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CARTA DO DIRETOR

BANCÁRIO: PROFISSÃO?

Constitui missão da ANABB a defe-sa dos interesses dos funcionários do BB, do próprio Banco e da sociedade.Esses objetivos, em especial o primeirodeles, após mais um dissídio coletivo, noslevam a fazer uma refl exão sobre aprofi ssão de bancário.

Para Aurélio, em seu dicionário daLíngua Portuguesa, o termo “bancário” tem descrição sumaríssima: “funcionário de banco ou de casa bancária”. Na mes-ma obra o termo “profi ssão” signifi ca: “ati-vidade ou ocupação especializada, e que supõe determinado preparo: a profi ssão de engenho, a profi ssão de motorista.(...)”.

A despeito de defi nição assim tão sim-ples, sobre uma categoria que conta hoje com cerca 400 mil trabalhadores, mais outros tantos aposentados, a realidadevivida por esse contingente de pessoas nos induz a fazer algumas observações a res-peito de nossa profi ssão, senão vejamos.

A primeira questão a ser pontuada é a inexistência de mobilidade de funcioná-rios entre bancos. Por que os bancos não utilizam maciçamente o ex-bancário?

Quando o bancário é demitido, não há mobilidade de funcionários entre ban-cos, mesmo se ele mudar de região, salvo raríssimas exceções. Qual bancário tem a esperança de sair de um banco e ter a possibilidade ou mesmo expectativa de ser contratado por outro? Nos bancos públicos, que ainda oferecem algumas vantagens em relação ao setor privado, a regra de ingresso é por concurso público – alvo ina-cessível para a imensa maioria, quer pelas difi culdades da própria concorrência, quer pelo número de vagas oferecidas. A situa-

ção desejável seria o bancário iniciar e se aposentar na mesma instituição bancária.

Outro aspecto é a rotatividade de mão-de-obra. É visível, ao entrarmos em uma agência bancária, constatar que a maioria dos funcionários é formada por jovens. Pri-meiro porque os bancos consideram que os jovens sem vícios profi ssionais tem muita energia a ser explorada e aceitam trabalhar em troca de baixos salários. Segundo porque geralmente são solteiros, prática largamente

usada pelos bancos privados. Terceiro porque ainda não têm profi ssão defi -nida, tornando-se mais suscetíveis a suportar pressões por metas e resul-tados.

Outra questão é a dedicação desses trabalhadores. Como cidadãos, dedicam os melhores anos da vida à atividade e perdem o momento das melhores opor-tunidades profi ssionais. Assim, inicia-se bancário aos 18 anos de idade, édemitido (na maioria dos casos) ou sai do banco por volta dos 35 anos, quando difi cilmente conseguirá construir as ba-ses de outra profi ssão para sobreviver. Já casado, com fi lhos e compromissos de sustento da família, difi cilmente con-seguirá concluir uma faculdade, e aí?

Essas condições, extremamente vanta-josas para os bancos, são prejudiciais ao cidadão bancário, pois os anos mais impor-tantes para a defi nição da vida profi ssional, familiar e fi nanceira ocorrem nessa fase.

Por todos os fatos que a realidade nos impõe, questiono: bancário é re-almente uma profi ssão? E para o ex-bancário é? Se o conceito existe, pelas questões levantadas até aqui, opino que bancário é semiprofi ssão ou subprofi s-são ou quase profi ssão.

No caso particular do Banco do Bra-sil, uma sucessão de programas leva-dos a cabo pela empresa como NMOA, Novo Rosto e os fatídicos PDVs, impuse-ram saída em massa de funcionários e causaram um sem-número de males a esses colegas e às suas famílias. Eles foram para o mercado, na tentativa de suprir o salário perdido, mas o que con-seguiram foi abrir pequenos negócios como lojas em shopping, lanchonetes, restaurantes, postos de gasolina, açou-

gues e outros. Por inexperiência ou ou-tros motivos, que não cabe aqui apontar, a maioria foi à falência, perdeu tudo que recebeu na rescisão e enfrenta, hoje, si-tuações de muita difi culdade.

Paradoxalmente, a profi ssão exige perfi l de pessoa com múltiplos conhe-cimentos e formação. O bancário deve aprender ou dominar áreas de contabi-lidade, economia, fi nanças, logística, ad-ministração de empresas, direito, tecnolo-gia da informação, marketing, psicologia, entre outros. No caso do BB, fi ca evidente essa exigência quando se verifi ca os pré-requisitos das seleções para ocupar car-gos na empresa. Melhor exemplo: o cargo de Primeiro Gestor. Assim considerando, a profi ssão de bancário é uma espécie de superprofi ssão ou de multiprofi ssão.

Não é sem propósito que a imagem do bancário no mercado de trabalho é boa, pois é considerado trabalhador es-clarecido, de bom nível intelectual, foca-do, cumpridor de seus deveres e compe-tente, o chamado “bom de serviço”.

A despeito da situação salarial e das condições de trabalho não serem das melhores, este setor da economia é o que tem registrado as mais altas taxas de lucratividade do país. Apenas os cin-co maiores bancos do país lucraram no primeiro semestre deste ano aproxima-damente R$ 20 bilhões.

Essa condição tem um preço que os bancos se negam a reconhecer. Os bancários dedicam os melhores anos de sua vida, perdem a oportunidade de es-colher outros caminhos e quando mais esperam desta profi ssão, ela lhes falta. Quanto isso custa? 100, 200, 300, 500 mil, um milhão de reais? Certamente há um preço que deveria compor nosso contrato de trabalho ou dissídio coletivo, na forma de indenização reparatória.

A meu ver, essa demanda deveria ser ponto permanente da pauta de rei-vindicações nas negociações entre pa-trões e empregados. Não apenas em períodos de campanhas salariais, mas durante todo o ano. Sacramentada essa conquista, criam-se vínculos efetivos e duradouros com o trabalho, dentro do conceito de pertencimento. Nessas cir-cunstâncias, talvez surja resposta à in-dagação inicial e os bancários possam afi rmar altaneiros: sim, BANCÁRIO É PROFISSÃO e dela nos orgulhamos.

WILLIAM JOSÉ ALVES BENTO é diretor Administrativo e Financeiro da ANABB – diafi @anabb.org.br

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