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ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DE JUNHO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- 57. a SESSÃO DA t.a SESSÃO LEGISLATIVA DA. s.a LEGISLATURA, EM 10 DE JUNHO DE 1975 I- Abertura da Sessão II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior IH - Leitura do Expediente PROPOSTA DE EMENDAS CONSTITUCIONAIS - Do Sr. Gomes da Silva e outros. - Do Sr. Epitácio Cafeteira e outros. PROPOSIçõES ARQUIVADA.S - Do Sr. Presidente, determinando o arquivamento de proposições. CO.l\iUNICAÇAO - Do Sr. Humberto Bezerra, comunicando que assumiu Secretaria de Estado no Ceará. PROJETO A IMPRIMIR Projeto de Lei n.? 172-B, de 1975 (Do Poder Executivo) Mensagem n.? 96/75 - Revigora a Lei n.v 4.331, de 1.0 de junho de 1964, que dispõe sobre a aquisição de imóveis por Governos estrangeiros, no Distrito Federal; tendo pareceres: da Comissão ele Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e jurtdícídace, com Substitutivo; e, da Comissão de Relaçóes Exteriores, pela aprovação, contra os votos dos Srs. Ária Theodoro, João Cunha, Jairo Brum e, em separado, do Sr. Francisco Studart. Pareceres às Emendas de Plenário: da Comissão de Constituição e .rustica, pela constitucionalidade e jurídícídade da ele n.O I, com sube- menda e pela ínjurídícídade da de n.o 2; e, da Comissão de Relações Extarrores, pela aprovação, contra os votos dos srs. Antunes de Oliveira e, em separado, do Sr. Francisco Studart. PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei Complementar n. O 22, de 19'75 (Do Sr. Antônio BeIínati) - Introduz modificações na Lei Complementar n.> 11, de 25 de maio de 1971, que instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural. Projeto de Lei Complementar n.? 23. de 1975 (Do Sr. otávio oeceato: - Introduz modificações na legislação previdenciária destinada ao meio rural. Projeto de Lei Complementar n. O 24. de 1!175 (Do.Sr. Joaquim Bevítacqua) - Acrescenta dispositivo à Lei Complementar n.? 7, de 7 de setembro de 1970, que "institui o Programa de Inte- gração Social e outras providências". . Projeto de Resolução n. o 32, de 1975 (Do Sr. Wilmar Dalla- nhol) - Altera os artigos 23 e 28 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Projeto de Resolução n. O 33, de 1975 (Do Sr. Jorge Arbage) - Altera o Regimento Interno da Câmara dos Deputados para o fim de criar a Comissão Permanente dos Direitos e Interesses da Família. Projeto de Resolução n. o 34, de 1975 (Do Sr. Inocêncio Oli- veira) - Altera o Regimento Interno da Câmara dos Deputados criando a Comissão Permanente do Polígono das Secas. Projeto de Lei n,v 583, de 1975 (Do Sr. Edgar Martins) - Torna obrigatório o exame psicotécnico para os civis que portem armas por concessão da autoridade competente ou no exercício de profissão. Projeto de Lei n.> 585, de 1975 (Do Sr. Francisco Amaral) - Dispõe sobre a freqüência de Vereadores às aulas. Projeto de Lei n.O 586, de 1975 (Do Sr. Francisco Amaral) - Acrescenta parágrafo único ao artigo 465 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.> 5.452, de 1. 0 de maio de 1943. Projeto de Lei n. O 587, de 1975 (Do Sr. Humberto Lucena) - Altera a Lei n.? 4.319, de 16 de março de 1964, que cria o Conse- lho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (ODDPH). Projeto de Lei n.v 588, de 1975 (Do Sr. Iturival Nascimento) - Acrescenta parágrafo ao artigo 19, da Lei n.> 4.595, de 31 de dezembro de 1964, que dispõe sobre a política e as ínstítuícôes monetárias, bancárias e ercdrtícías e cria o Conselho Monetário Nacional. Projeto de Lei nO 539, de 1975 (Do Sr. João Arruda) - Altera a redação dos artigos 16 e 178, da Consolidação das Leis do Trabalho. aprovada pelo Decreto-lei n. O 5.452, de 1.0 de maio de 1943. Projeto de Lei n. O 604, de 1975 (Do Sr. Otávio Ceccato) Introduz modificações no Código Civil e no código de Processo Civil. Projeto de Lei n.? 605, de 1975 (Do Sr. Ricardo Fiúza) - Dispõe sobre a remuneração de Prefeitos Municipais. Projeto de Lei n. O 606, de 1975 (Do Sr. Antônio Belinatil - nova redação ao artigo 12 da Lei n.v 4.380, de 21 de agosto de 1964, dispondo sobre a forma de distribuição dos recursos aplieados pelas entidades privadas integrantes do siste- ma financeiro de habitação. Projeto de Lei n. o 607, de 1975 (Do Sr. Ig'O Losso) - Dispõe sobre a concessão de desconto no preço das passagens de trans- portes coletivos aos estudantes e outras providências. Projeto de Lei n.v 608, de 1975 (Do Sr. Juarez Batista) - nova redação ao artigo da Lei n.? 4.266, de 3 de outubro de 1963, estendendo o salário-família do trabalhador aos fi- lhos de até 18 anos esposa sem atividade remunerada. Projeto de Lei n.? 609, de 1975 (Do Sr. Jorge Paulo) Torna obrigatória a tradução e impressão para o Português das letras de gravações musicais estrangeiras. Projeto de Lei n. O 610, de 1975 (Do Sr. Léo Simões) - Atribui à Justiça do Trabalho a competência das eleições sindicais e dá outras providências.

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ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO I

QUARTA-J?EIRA, 11 DE JUNHO DE 1975

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1 - 57.a SESSÃO DA t.a SESSÃO LEGISLATIVA DA. s.aLEGISLATURA, EM 10 DE JUNHO DE 1975

I - Abertura da Sessão

II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

IH - Leitura do Expediente

PROPOSTA DE EMENDAS CONSTITUCIONAIS

- Do Sr. Gomes da Silva e outros.- Do Sr. Epitácio Cafeteira e outros.

PROPOSIçõES ARQUIVADA.S- Do Sr. Presidente, determinando o arquivamento de

proposições.CO.l\iUNICAÇAO

- Do Sr. Humberto Bezerra, comunicando que assumiuSecretaria de Estado no Ceará.

PROJETO A IMPRIMIR

Projeto de Lei n.? 172-B, de 1975 (Do Poder Executivo)Mensagem n.? 96/75 - Revigora a Lei n.v 4.331, de 1.0 de junhode 1964, que dispõe sobre a aquisição de imóveis por Governosestrangeiros, no Distrito Federal; tendo pareceres: da Comissãoele Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e jurtdícídace,com Substitutivo; e, da Comissão de Relaçóes Exteriores, pelaaprovação, contra os votos dos Srs. Ária Theodoro, João Cunha,Jairo Brum e, em separado, do Sr. Francisco Studart. Pareceresàs Emendas de Plenário: da Comissão de Constituição e .rustica,pela constitucionalidade e jurídícídade da ele n.O I, com sube­menda e pela ínjurídícídade da de n.o 2; e, da Comissão deRelações Extarrores, pela aprovação, contra os votos dos srs.Antunes de Oliveira e, em separado, do Sr. Francisco Studart.

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei Complementar n. O 22, de 19'75 (Do Sr. AntônioBeIínati) - Introduz modificações na Lei Complementar n.> 11,de 25 de maio de 1971, que instituiu o Programa de Assistênciaao Trabalhador Rural.

Projeto de Lei Complementar n.? 23. de 1975 (Do Sr. otáviooeceato: - Introduz modificações na legislação previdenciáriadestinada ao meio rural.

Projeto de Lei Complementar n. O 24. de 1!175 (Do.Sr. JoaquimBevítacqua) - Acrescenta dispositivo à Lei Complementar n.? 7,de 7 de setembro de 1970, que "institui o Programa de Inte-gração Social e dá outras providências". .

Projeto de Resolução n.o 32, de 1975 (Do Sr. Wilmar Dalla­nhol) - Altera os artigos 23 e 28 do Regimento Interno daCâmara dos Deputados.

Projeto de Resolução n. O 33, de 1975 (Do Sr. Jorge Arbage) ­Altera o Regimento Interno da Câmara dos Deputados parao fim de criar a Comissão Permanente dos Direitos e Interessesda Família.

Projeto de Resolução n. o 34, de 1975 (Do Sr. Inocêncio Oli­veira) - Altera o Regimento Interno da Câmara dos Deputadoscriando a Comissão Permanente do Polígono das Secas.

Projeto de Lei n,v 583, de 1975 (Do Sr. Edgar Martins) ­Torna obrigatório o exame psicotécnico para os civis que portemarmas por concessão da autoridade competente ou no exercíciode profissão.

Projeto de Lei n.> 585, de 1975 (Do Sr. Francisco Amaral) ­Dispõe sobre a freqüência de Vereadores às aulas.

Projeto de Lei n.O 586, de 1975 (Do Sr. Francisco Amaral) ­Acrescenta parágrafo único ao artigo 465 da Consolidação dasLeis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.> 5.452, de 1.0 demaio de 1943.

Projeto de Lei n. O 587, de 1975 (Do Sr. Humberto Lucena) ­Altera a Lei n.? 4.319, de 16 de março de 1964, que cria o Conse­lho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (ODDPH).

Projeto de Lei n.v 588, de 1975 (Do Sr. Iturival Nascimento)- Acrescenta parágrafo ao artigo 19, da Lei n.> 4.595, de 31 dedezembro de 1964, que dispõe sobre a política e as ínstítuícôesmonetárias, bancárias e ercdrtícías e cria o Conselho MonetárioNacional.

Projeto de Lei nO 539, de 1975 (Do Sr. João Arruda) ­Altera a redação dos artigos 16 e 178, da Consolidação das Leisdo Trabalho. aprovada pelo Decreto-lei n. O 5.452, de 1.0 demaio de 1943.

Projeto de Lei n. O 604, de 1975 (Do Sr. Otávio Ceccato)Introduz modificações no Código Civil e no código de ProcessoCivil.

Projeto de Lei n.? 605, de 1975 (Do Sr. Ricardo Fiúza) ­Dispõe sobre a remuneração de Prefeitos Municipais.

Projeto de Lei n. O 606, de 1975 (Do Sr. Antônio Belinatil

- Dá nova redação ao artigo 12 da Lei n.v 4.380, de 21 deagosto de 1964, dispondo sobre a forma de distribuição dosrecursos aplieados pelas entidades privadas integrantes do siste­ma financeiro de habitação.

Projeto de Lei n.o 607, de 1975 (Do Sr. Ig'O Losso) - Dispõesobre a concessão de desconto no preço das passagens de trans­portes coletivos aos estudantes e dá outras providências.

Projeto de Lei n.v 608, de 1975 (Do Sr. Juarez Batista) ­Dá nova redação ao artigo 2° da Lei n.? 4.266, de 3 de outubrode 1963, estendendo o salário-família do trabalhador aos fi­lhos de até 18 anos e à esposa sem atividade remunerada.

Projeto de Lei n.? 609, de 1975 (Do Sr. Jorge Paulo)Torna obrigatória a tradução e impressão para o Português dasletras de gravações musicais estrangeiras.

Projeto de Lei n. O 610, de 1975 (Do Sr. Léo Simões) - Atribuià Justiça do Trabalho a competência das eleições sindicais e dáoutras providências.

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3890 (~uarta-:feira 11 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 1975

Projeto de Lei n.o 611, de 1975 (Do Sr. Juarez Batista) ­Dispõe sobre o ingresso em Escolas de Nível Superior de porta­dores de diploma de curso superior.

Projeto de Lei n.o 612, de 1975 (Do Sr. Francisco Rocha) ­Atribui ao IPASE a competência para realizar, com exclusivi­dade, as operações de Seguro Obrigatório de ResponsabilidadeCivil de Proprietários de Veiculos Automotores de Vias Terres-tres, e dá outras providências. -

Projeto de Lei n,v 613, de 1975 (Do Sr. Wilmar Dallanhol) ­Altera a redação do eaput do artigo 1.0, do Decreto-lei n.s 1. 260,de ll6 de fevereiro de 1973, que "concede isenção do Imposto deRenda sobre lucros decorrentes de alienação de imóveis porpessoas [urídícas",

Projeto de Lei n. o 614, de 1975 (Do Sr. Magnus Guimarães) ­Erige em monumento nacional o túmulo de Getúlio DornellesVargas, na cidade de São Borja.

Projeto de Lei n. O 615, de 1975 (Do Sr. otávio Oeccato) ­Acrescenta parágrafo ao artigo 140, da Consolidação das Leisdo Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.0 demaio de 1943.

Projeto de Lei n.o 616, de 1975 (Do Sr. Walter Silva) - Alteraredação e acrescenta dispositivos à Lei n. o 5.764, de 16 de dezem­bro de 1971, que define a Política Nacional de COoperativismo.

IV - Pequeno Expediente

ULISSES POTIGUAR - Reescalonamento das dívidas ban­cárlas dos agricultores seridoenses.

PEIXOTO FILHO - Dificuldades do magistério oficial ativoe inativo do Estado do Rio de Janeiro.

VASCO AMARO - I Exposição Estadual de Novilhas emAlegrete, Rio Grande do Sul.

NOIDE CERQUEIRA - Reivindicações do Município deFeira de Santana, Bahia. Retomada, pela Habitação e Urbani­zação da Bahia S.A. - URBIS, de imóveis cujos mutuários este­jam em atraso no pagamento das mensalidades.

FREITAS NOBRE - Censura ao teatro brasileiro.

PEDRO LUOENA - O ensino público no Rio Grande doN01"te.

JORGE UEQUED - Pólo petroquímíco n~ Rio Grande do Sul.

VALÉRIO RODRIGUES - Dia da Artilll.aria.

ALVARO DIAS - Reivindicações do setor triticola.

GERALDO GUEDES _ Duplicação asfáltica da BR-232, emPernambuco.

ALDO FAGUNDES - Atuação da TFP - Tradição, Famíliae Propriedade.

JOÃO CUNHA - Acusações anônimas.

MILTON STEINBRUCH - Administração municipal de Nite­rói, Estado do Rio de .Janeiro.

IGO LOSSO - Duplicação da BR-277, no Paraná.

MONSENHOR FERREIRA LIMA - Complexo IndustrialPortuário de Suape, Pernambuco.

NELSON MARCHEZAN - Localização de pólo petroquimlcono Rio Grande do Sul.

RAIMUNDO PARENTE - Participação de representantesdos Três Poderes da República na Conferência da OrganizaçâoInternacional do Trabalho.

ALCEU COLLARES - Situação do Secretário Parlamentarda Câmara dos Deputados.

JOEL FERREIRA - Homenagem ao Instituto Internacionalde Pesquisas CancerológIcas, Taubaté, São Paulo.

MOACYR DALLA - Criação, pelo Municipio de Colatina,Espírito Santo, de fundação, observados os padrões de leisfederais e estaduais.

ODACIR KLEIN - Problemática da soja.

FRANCISCO ROCHA - Isenção de imposto para as empre­sas de transporte urbano de passageiros.

AURÉLIO CAMPOS - Ação policial na Capital de São Paulo.

CELSO BARROS - Emenda do Senador Franco Montoro,estendendo aos funcionários estaduais e municipais os benefíciosdo projeto de lei que dispõe sobre a contagem recíproca dotempo de serviço púbilco e privado, para efeito de aposentadoria.

JORGE ARBAGE - Demora na assinatura de convênio entreo INPS e o Hospital Nossa Senhora do Carmo, do Município deBenevides, Pará.

ALACID NUNES - Dia da Arma Artilharia.

FLORIM COUTINHO - Incêndio.

FABIO FONSECA - Homenagem à Artilharia.

ANTôNIO BRESOLIN - Fechamento de açougues e mata­douros no Rio Grande do Sul.

JúLIO VIVE.IROS - Mendicância em Belém, Pará.

LEUR LOMANTO - Reivindicações do Município de Jequié,Bahia.

CÉLIO MARQUES FERNANDES - Reincorporação de carro­leito na ferrovia que liga Brasília a Oampínas, São Paulo.

INOCll;NCIO OLIVEIRA - Salário-aula dos professores darede pública do Estado de Pernambuco.

FRANOISOO AMARAL - Surgimento do jornal O Alicerce,Campinas, são Paulo.

JOSÉ BONIFACIO NETO - O setor de saúde no Estado doRio de Janeiro.

PRESIDENTE - Comunicação sobre perda de inscrição,para o Pequeno Expediente, do Deputado ausente quando dachamada dos oradores.

V - Grande Expediente

ADHEMAR SANTILO - Eleição indireta de Governadores.Administrações de Goiás.

JOÃO GILBERTO - Organização do movimento estudantil.

VI - Ordem do Dia

PACHECO CHAVES, FRANCISCO AMARAL, JOSÉ CAMAR­GO, HENRIQUE EDUARDO ALVES, FREITAS NOBRE, OÉLIOMARQUES FERNANDES, PEIXOTO FILHO, PEDRO LAURO,JADER BARBALHO, FRANCISOO ROOHA, MAGNUS GUIMA­RAES, ADHEMAR SANTILO, OTAVIO CEOOATO, ISRAEL DIASNOVAES, GUAÇU pITERI - Apresentação de proposições.

AIRON RIOS, OÉLIO MARQUES FERNANDES, PEIXOTOFILHO, VASOO NETO - Discussão do projeto n.o 1. 718-A,de 1973.

DASO OOIMBRA - Discussão do Projeto n.v 973-B, de 1972.

AURÉLIO CAMPOS, SIQUEIRA CAMPOS - Discussão doProjeto n. O 75-A, de 1975.

Projeto n. O 1.71B-A, de 1973 - Aprovado.Projeto n.s 973-B, de 1972 - Aprovado.Projeto n. O 75-A, de 1975 - Emendado.

VIANA NETO - (Como Líder. Retirado pelo orador pararevisão.) O sistema de incentivos fisca.is e a economia nordestina.

OELSO BARROS - (Oomo Líder.) Momento político brasi­leiro.

VII - Comunicações das Lideranças

OARDOSO DE ALMEIDA - Problemas agropecuários.

AIRTON SOARES - (Retira.do pelo orador para revísão.)Greve estudantil na Escola de Oomnnícações da USP.

VIII - Designação da Ordem do Dia

IX - Encerramento

2 - MESA (Relação dos membros)

3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)

4 - COMISSõES (Relação dos membros das OomissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

5 - ATA DAS COMISSõES

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Ilmho de 1975,

DrARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quarta-feira 11 3891

EM 10 DE JUNHO DE 1975ATA DA 57.0 SESSÃO

PRESID~NCIA DOS SRS.:CÉLIO BORJA, PRESIDENTE;

HERBERT LEVY, 1.°-VICE-PRESIDENTE;ALENCAR FURTADO, 2.o-VICE-PRESIDENTE;

, ODULPHO DOMINGUES, 1.0 SECRETÁRIO;l-!ENRIQUE EDUARDO ALVES, 2.o-SECRETÁRIO;

E, UBALDO BAREM, SUPLENTE DE SECRETÁRIO.

J - As 13:30 horas comparecem os Se-nhores:

Célio BorjaHerbert LevyAlencar FuxtadoOdulfo DomínguesHenrique Eduardo AlvesPinheiro MachadoLéo SimõesJúlio ViveirosLauro RodriguesUbaldo BarémAntônio FlClrêncio

AcreNabor Júnior - MDB; Nosser Almeida­

~HENA; Ruy Lino - MDB.Amazonas

Joel Ferreira - MDB; Mário FrotaMDB; Raimundo Parente - ARENA.

ParáAlacid Nunes - ARENA; Jorge Arbage ­

ARENA; Newton :Barreira - ARENA.Maranhão

Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba­mar Machado - ARENA; Luís RochaARENA; Marão Filho - ARENA.

Piauí

Celso Barros - MDB; Hugo Napoleão ­ARENA; João Climaco - ARENA; MuriloRezende - ARENA. '

Ceará

Antonio Morais - MDB; Olaudíno Sales- ARENA; Ernesto Valente - ARENA; Fi­gueiredo Correia - MDB; Flávio Marcilio- ARENA; Furtado Leite - ARENA; Go­mes da Silva - ARENA; Marcelo Linhares- ARENA; Ossían Ararípe - ARENA; Paesde Andrade ~ M:lB; Parsifal BarrosoARENA; Paulo Sutda-rt - ARENA.

Rio Grande do NortePedro Lucena - MDB; Ulisses Potiguar

-;- ARENA.

ParaíbaHumberto Lucena - MDB; Janduhy Car­

neiro. - MDB; Marcondes Gadelha - MDB;Pernambuce

Airon Rios - ARENA; Carlos Wilson ­!AnENA; Geraldo Guedes - ARENA; Joa­quím Guerra - ARENA; Monsenhor Fer­reíra Lima.- ARENA; Ricardo Fiuza ­ARENA; Thales Ramalho - MDB; Valéria:Rodrlgue::; - ARENA.

AlagoasAntonio Ferreira - ARENA.

Sergipe

Celso Carvalho - ARENA; Francisco Rol­lemberg - ARENA; Passos Pôrto - ARENA.

Bahia

Antonio José - MDB; Henrique Cardoso,- 1\I.[O:B; Hildérico Oliveira - MD:B; Ma­MeI Novaes - ARENA; Nóide Cerqueira­MIm;, Prisco Vian'1. - ARENA; Rogério Rê­lro - ARENA; Vasco Neto - ARENA.

Espírito SantoGerson Camata - ARENA; Henrique

Pretti - ARENA; Mário Moreira - MD:B;Moacyr Dalla - LRENA.

Rio de JaneiroAbdon Gonçalves - MDB; Daso Coimbra

-- ARENA; Emanuel Waisman - MDB;Florim Coutinho - MDB; Hélio de Almeida- MDB; JG de z.raújo Jorge - MDB;José Haddad - ARENA; José Maria de Car­valho - MDB; Leônídas Sampaio - MDB;Luiz Braz - ARENA; Lygia Lessa Bastos ­ARENA; Oswaldo Lima - MD:B; Pedro Fa­ria - MDB; Peixoto Filho - MD:i3; RubemDourado - MDB.

Minas GeraisFábio Fonsêca - MD:B; Homero Santos

- ARENA; Humberto SOuto - ARENA;,José Bonifácio - ARENA; José Machado- ARENA; Manoel de Almeida - ARENA;'Nogueira de Rezende - ARENA; Padre No­bre - MDB; Paulino Cícero - ARENA;Tancredo Neves - MDB.

São PauloAntonio Morimoto - ARENA; Athiê Cou­

ry - MDB; Aurélio Campos - MD:B; FariaLima - ARENA; Freitas Nobre - MDB;.1000 Cunha - MDB; João Pedro - ARZ­Na; Líneoln Grillo - MD:B; Marcelo Gato-- MDB; octacürc Almeida - MDB; Ode­mír Furlan - MDB; otávío Oeccato -MDB; Roberto Carvalho MDB; SylvioVenturollí - ARENA. -'

GoiásAdhemar Santilo - MDB; Fernando

cunrra - MD:B; Helio Levy - ARENA; Itu­rival Nascimento - MD:B; Siqueira Cam­pos - ARENA.

Mato Grosso

Antonio Carlos - MD:B; Nunes Rocha ­ARENA; Walier de Castro - MD:B.

ParanáAdriano Valente - ARENA; Alvaro Dias

-- MIJB; Ari Kffuri - ARENA; ExpeditoZanotti - MDB; Gamaücl Galvão - MDB;Gomes do Amaral - MDB; Nelson Ma­culan - MD:R; Olívír Gabardo - MDB;Sebastião Rodrigues Júnior - MDB; WalberGuimarães - MDB.

Santa CataJ'inaErnesto de Mar"-O -. MD:B; Francisco Li­

bardoní - MDB; Jaison Barreto - MDB;José Thomé - MDB; Laerte Vieira - MDB;Luiz Herirlque - MDB; Valmar de Luca ­MDB.

Rio Grande cW SulAlberto Hoffmann - ARENA; Alceu Col~

lares - MDB; Alciç Fagundes - MDB;Amaury Müller - MDB; Antônio Bresolln- MD:B; Célio Marques Fernandes - ARE­NA; João Gilberto - MDB; Lídovíno Fan­ton - MDB; Nelson Marcheaan - ARENA;Nunes Leal ARENA; Vasco Amaro ­ARENA.

RoraimaHélio Campos - ARENA.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues)_. A lista de presença acusa o compareci­mente de 146 Senhores Deputados.

F.stá aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos

trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da

ata da sessão anterior.Il - O SR. PEIXOTO FILHO, servindo

como 25'-Secretário, procede à leitura daata da sessão antecedente, a qual é, semobservações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domlngues)- Passa-se à leitura do expediente.

O SR. ,JULIO VIVEIROS, Suplente de Se­cretário, servindo como 1.°-Secretário, pro­

, cede à leitura do seguinte.

III - EXPEDIENTE

PROPOSTAS DE EMENDASCONSTITUCIONAIS

PROPOSTA DE EMENDACONSTITUCIONAL N.O

Dá nova redação ao art. 104, daEmenda Constitucional n, ° 1, de 17 deoutubro de 1969.

As Mesas do Senado Federal e da Câ­mara dos Deputados, nos termos do art. 49,da Emenda COnstitucional n.? 1, de 17 deoutubro de -1969, promulgam a seguinte

Emenda ConstitucionalArtigo único. Suprimidos seus parágra­

ros, o art. 104, da Emenda Constitucionaln.O 1, de 17 de outubro_de 1969, passa a.vigorar com a seguinte redação:

"Art. 104. O funcionário público, in­vestido no exercício de mandato eletivo,fica afastado do cargo, na forma esta­belecida em lei complementar."

Justificação

A Constituição Federal vigente assegurao afastamento do exercício do cargo apenasao funcionário investido em mandato ele­tivo federal ou estadual. A contrário sensu,exercendo mandato municipal, seja Exe­cultivo seja Legislativo, o runeíonúrío, pelotexto constitucional, deve acumulá-lo como exercício do cargo de que é titular.

A discriminação é injustificável. O ímpe­dímento é imperativo de ordem democrá­tica e os seus pressupostos políticos são vá­lidos para todos os níveis de governo daFederação. De fato, a garantia do afasta­mento do cargo que ocupa foi consagradacomo mandamen~constitucional para tor­nar eficaz, para o funcionário, o direito departicipar, como cidadão. da vida políticada Nação, em sua plenitude, inclusive can­didatando-se e investindo-se em mandatoseletivos. Por outro lado, só desobrigado daAutoridade Administrativa a que estava su­bordinado, pode o detentor de um mandatoeletivo desempenhá-lo com a dignidade ea independência que lhe são inerentes, ob­servado o clássico princípio da separacàodos poderes. Essas considerações são perti··nentes à todas as modalidades de repre­sentação popular, desde a Presidência daRepública até a Vereança no menor oumais Iongínqüo Município do País, Pois, éóbvio que ° Vereador não pode bem desem­penhar o mandato que lhe foi outorgadopelo Povo, enquanto subordinado híerar­quicamente ao Prefeito, a quem deve fis­calizar e apreciar as contas.

Assim, o objetivo da presente proposiçãoé adequar o preceito constitucional ao prín­eíplo políttco que o inspira, elidindo a dís­crímínação atualmente existente aos man­datos municipais.

Embora o texto vigente não distinga en~

tre Mandatos Executivos e Legislativos, oúnico argumento lnvoeável em favor daatual redação do artigo 104 da Constituiçãoera a trremunerabtlídade dos Vereadores.Desaparecida esta, impõe-se a mudança dopreceito a.tual.

O afastamento do funcionário, na hipó­tese prevista, implica em diversas conse­qüêncías administrativas, tais como os efei­tos do tempo de serviço, a remuneração, odíreíto de opção, a vinculação previdenciá­ria e muitos outros, a exigirem regulamen­tação. E sssa, deve ser uniforme para todasas esferas administrativas, observando-se o

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3892 9uarta-feira h---- DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçl\o I) Junho de 1975

salutar princípio da Constituição de 1969segundo o qual as normas jurídicas sobrefuncionários são aplicáveis, igualmente, àUnião, aos Estados e aos Municípios (art.13, V, e art. 108). COmo o texto eonstítu->eícnal não comporta, pela sua natureza, so­Iueões casuísticas e para se assegurar auniformidade do díscíplínamento, a Emen­da prevê uma correspondente Lei Comple­mentar. CQm ela, desaparece a necessidadedos atuais parágrafos do artigo 104. Comefeito, o § 1.0, que trata dos efeitos do tem­po de serviço, pela sua natureza regula­mentar, não deve constar da Lei Funda­mental; o § 2.0 deve figurar na Lei Com­plementar; e o § 3.°, em vista do restabe­lecimento da remuneração universal aosVereadores, tornou-se letra morta.

Sala das Sessões, em - Gomes da Silva ­Paulo Btuâart - Furtado Leite - Figueire­do Correa - Raymundo Diniz - MauroBampaio - Lomanto Junior - InocêncioOliveira - Epitácio Cafeteira - NewtonBarreira - Jorge Arbaçe - Edison Bonrui ­Mário Mondino - João Climaco - Theobal­do Barbosa - Carlos Wilson - Pinheiro Ma­chado - Hugo Napoleão - Marcelo Linha­res - Parente Frota - Claudino Sqües ­Nortoti Macedo - Alberto taotnas - BZottaJunior - Leur Lomanto - Alvaro Gauâên»cio - Vingt Rosado - Murilo Rezende ­Antônio Morais - Lins e Silva - JoaquimCoutinho - Amaral Purlari - José Alves ­Nunarro Vieira - Nunes Rocha - RobertoCarvalho - Viana Netto - Rezende Mon­teiro - Jerônimo Santana - Januário Fei­tosa -- Francisco Rollemberg - AntônioGomes - Henrique Preiii - Moacyr DalZa- Luiz Rocha - Flávio Marcilio - JairoMagalhães - Cleversón Teixeira - ErnestoValente - Parsifal Barroso - ossuu: Ara­ripe -- Manoel Rodrigues - Celso Carvalho- Adhemar Pereira - Maurício Leite ­Ruy naeeiar - Menandro Minahim - Paesde Andrade _ Nasser Almeida - Ruy Lino- Nabor Junior - Odacyr Klein - WilsonBraga - Siqueira Campos - Djalma Bessa- Va7.mor de Luca - cua Furtado - AlcirPimenta - AUpio Carvalho - Amaral Netto- Milton Steínbruch - Aâalberto Camargo- Rubem Dourado - Monsenhor FerreiraLama - Marcondes Gadelha - Wilson Fal­cão -.'João Vargas - Correia Lima - Ubal­do Barem - Janduhy Carneiro - Nelscm.Marchezan -o- Theódulo Albuquerque - Joa­quim Guerra - Rosa Flores - José CarlosTeixeira - Walter Silva - Otiemir Eurlari- Gomes ao Amaral - t.mcotn. GrilZo ­Fernando Magalhães - João Gilberto - Rô­miüo Galvão - Jorge Ueçueâ - FredericoBranâão - Marcelo Gato - Airton Soares- Aloiso Santos - Francisco Studart ­Humberto Bezerra - Hermes Macedo ­Gerson Camata - Rajael Faraeo - tturi­na; Nascimento - Humberto Souto - Má­rio Mondino -:: Alexandre Machado - JoséMandelZi - Humberto Lucena - FrancelinoPereira - Henrique Britto - Theódulo AL­buquerque - Roberto Carvalho - IvahyrGarcia - Luiz Braz - Aluizio Paraguassu- Fernando Lyra - José Mauricio - LéoSimões - Rõmuio Galvão - Joel Ferreira

Benedito Caneüas - Vicente Vuolo.

PROPOSTA DE EMENDACONSTITUCIONAL N.o ,DE 1975

Dá nova redação ao item I do artigoli7 da ('~tituição.

As Me8as da Câmara dos Deputados e doSenado Federal, nos termos do artigo 49 daOonstãtuição Federal, promulgam a seguin­te Emenda no texto constitucional:

Artigo único. O item I do artigo 57 pas­sa a ter a seguinte redação:

'''I - disponham sobre matéria finan­ceira, salvo quando subscrito o projeto

por um terço da Câmara dos Deputadosou do sen~do Federal;" .

Justificação

Não se pretende a alteração do eaput doartigo 57 da Constituição, reconhecendo-se,implicitamente, a conveniência da iniciativaexclusivamente do Presidente da Repúbli­ca na elaboração de projetos de lei quecriem cargos, funções ou empregos públi­cos; aumentem vencimentos ou a despesapública; fixem ou modifiquem os efetivosdas forças armadas; disponham sobre orga­nização administrativa e judiciária, matériatributária e orçamentária, serviços públicose pessoal da Administração do Distrito Fe­deral, bem como sobre organização judiciá­ria, administrativa e matéría tributária dosTerritórios; disponham sobre servidorespúblicos da União, seu regime jurídico, pro­vimento de cargos públicos, estabilidade eaposentadoria de funcionários civis, refor­ma e transferência de militares para a ina­tividade ou concedam anistia relativa a cri­mes politicos, ouvido o Conselho de Segu­rança Nacional.

Permaneçam todas elas no texto consti­tucional, obedientes à doutrina francesa,transformada em norma positiva pelo Ge­neral De GauHe, do "renforcement du Po­voír Executif". Não podemos negar, prin­cipalmente no sistema bíeameral, uma cer­ta lentidão no processo legislativo, nem,muito menos, que determinadas matériaspodem receber melhor exame dos órgãostécnicos do EXecutivo, como as citadas nositens II a VI do art. 57 da Constituição.

2. O que pretendemos, no entanto, é de­volver ao Congresso Nacional uma peque­na parte da ínícíatívajegíslatíva, de refe­rência justamente à chamada "matéria fi­nanceira".

O primeiro reparo a ser feito consistejustamente nas dúvidas suscitadas entre ostratadistas sobre o que seja estritamente"matéria financeira". Uns acham. que nelanão se contém a matéria tributária, apre­sentando uma interpretação restritiva; ou­tros ampliam-lhe o conteúdo, passando aconsiderar que tudo quanto envolva recei­ta ou despesa, imposto, taxa, contribuiçãode melhoria e até as acharnadas contribui­ções para-fiscais se insere no universo da"matéria fmanceirá", E assim tem ocorrido

.drverso entendimento nas Comissões deConstituição e Justiça da Câmara e do Se­nado, na aprovação de pareceres sobre ma­térias pretensamente abrangidas pelo proi­bitivo do item I, do art. 57 da Constituição.

3. Foge ao nosso intuito devolver aoparlamento, singularmente, a competênciaque, nessa matéria, lhe era atribuída pelaConstituição de 1946. :li:: que a complexida­de da matéria financeira exige, cada diamais, um exame acurado, por equipes ca­pazes de enfocá-la sob os mais diversos ân­gulos. Se, em verdade, tal função é desem­penhada pelos órgãos técnicos das CasasLegislativas, seria de bom alvitre que a ela­boração de prnposíções dessa espécie mere­cesse a múltipla audíêncía prévia de vá­rios legisladores, cada qual contribuindocom a sua capacitação técnica especializada.

4. Cremos que a proposta arà apresen­tada não quebra a sistemática do textoconstitucional, nem conflita com o espírítodo eaput do art. 57; mas leva a convidarmaior participação das Casas do Parlamen­to em matéria de tal relevância, cujo domí­nio, teórico e prático, não pode ser reconhe­cido apenas aos quadros do Poder Executivo,sem desprímcr à própria cultura nacional.

Acontece uue o Parlamento brasileiro re­presenta um verdadeiro corte longitudinaldo nosso universo sociológico: nas suas Casas se representam todas as classes, todos

os títulos universitários, membros da lavou­ra, da índústrta; do comércio, patrões e as­salariados, todas as confissões religiosas,numa tradução perfeita do dogma demo­crático da representatividade popular.

Mais de uma vez o Executivo, para a com­posição do Ministério, tem apelado à con­vocação de Deputados e Senadores e, emnossa história política, legisladores comoArtur de Souza Costa e Horácio Lafer, parasó citar os casos mais recentes, foram cha­mados a ocupar a pasta da Fazenda, en­quanto muitos outros dirigiram os destinosdo Banco do Brasil.

Sempre houve, existe e haverá, na Câma­ra e no Senado, pelo influxo da escolha po­pular, eminentes financistas.

5. Assim, aprovada a nossa emenda,além da prestante colaboração direta detais luminares, que o Governo pode retirardo Congresso para o Ministério, contaria oPoder Executivo com a maior colaboraçãodo Legislativo nesse importantíssimo setor.

Quando um terço da representação -doSenado e da Câmara se reunisse; para eía­borar projeto sobre matéria financeira, es­taria representando não apenas uma par­cela da soberania popular, mas, ao mesmotempo, bom número de técnicos, capazes decolaborar nessa tarefa.

Além do mais se, em determinado caso,a proposição contrariasse a politica rínan­ceira do Poder Executivo, resbar-Jhe-ja-voapelo aos dois terços restantes, ou à maío­ria de uma das Casas do Congresso, parainvalidá-la. E, em última instância, ficar­lhe-ia o poder do veto, para rejeitá-la peloterço eongressual.

6. Diante" do exposto, esperamos, tantodos órgãos técnicos como do Plenário doCongresso Nacional, a necessária acolhidaa nossa emenda que visa, também, ao maíorprestígio das Casas oongrcssuaís, restabele­cendo, ao menos para o terço da represen­tação popular, uma prerrogativa individualdo parlamentar na história do Direito Cons­titucional Brasileiro.

Brasília, 6 de junho de 1965. - EpitácioCafeteira - Yasunori Kunigo - Ruy Cõdo- Otiemir Furtam. - Otavio ceecato - Air­ton Sandoval - Celso Barros - AntônioAnnibelli - Joel. Lima - HiZdérico Oliveira- Gotta Barbosa - José Mauricio - Héliode Almeida - Oswaldo Lima - Antônio Mo~

rois - Theodoro Mendes - Pedro Lauro ­Juarez Batista - Silvio Abreu Jr. - Gomesao Amaral - Ernesto de Marco - AlceuCoUares - Jairo Brum - Lauro Ro­drigues - Nabor Junior - Lidovino I!:an~

1;on - José Mandelli - Jarbas Yaeeoncelos- Padre Nobre - JG ,de Araújo JorRe ­Amaury Müller - Sebastião Rod1'igUf3$ ­Josias Leite - Paulo Marques - JorgeMoura - Marcelo Gato - Àbdon Gonç~ZVes- Humberto Lucena - Emanoel Waissmann- Rosa Flores - Frederico Brandão - An~

tonto José Fernando Cunha - Erlgar­Martins - Antônio Carlos - GenervinoFonseca - João Cunha - Adnemar san~

tüo - Fábio Fonseca - Jtuier Barbatho ­Alcir Pimenta - Mário Moreira - OlivirGabardo - Henrique Cardoso - Aloisio.Pa~

raguassu - Mário Frota - José Thomé ­Aldo Fagundes - Odacir Klein - Ga117ijalieZGalvão - Figueiredo Correia - PedrQ. Fa­ria - Ar~:J Theodoro - Athiê Coury - Fran­cisco Amaral - Magnus Guimarães - Vi~

tücius Oansanção - Francisco Rocha ­José Carlos Teixeira - Alvaro Dias - An~

tunes Oliveira - Marcos Tito - João Arruda- Lincoln GrilZo - lturival Nasetmento ­Joaquim Guerra - Marcondes Gadelha ~Francisco Libardoni - Ney Ferreira - ioeiFerreira - Fernando Gama - Renato Aze·redo - Henrique Eduardo Alves - Paes di

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Junho de 1'975 DIAnIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Qual"ta-feira 11 389S

DECRETO-LEI N.o 667DE 3 DE JUNHO DE 1969

aquisição, por Governos estrangeiros, noDistrito Federal, de imóveis necessários àresidência de membros das respectivas Mis­sões Diplomáticas.

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

Dispõe sobre a aquisição, por Gover­nos estrangeiros, no Distrito Federal,de imóveis necessários à residência dosagentes díplomátíeos das respectivasMissões Diplomáticas.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional de­creta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1.0 Consideram-se nas condições do§ 3.0 do art. 11 do Decreto-lei n,o 4.657,de 4 de setembro de 1942 - Lei de Intro­duçâo do Código Civil Brasileiro - os imó­veis adquiridos, pelos Governos estrangeiros,no Distrito Federal, para residência dos"Agentes Diplomáticos" e "Membros daMissão" das respectivas missões diplomá­ticas.

§ 1.0 A aquísíção de tais imóveis depen­derá sempre da autorização do Ministériodas Relaçóes Exteriores, que ajuizará, emcada caso, da necessidade da compra, de­vendo, para tanto, consultar a. Prefeiturado Distrito Federal e a Secretaria Geral doConselho de Segurança Nadonal.

§ 2.° Os imóveis adquiridos em virtudedessa autoríaação especial suúeitam-se, pa­ra os efeitos civis, ao mesmo regime jurídí­co da propriedade dos nacionais.

Art. 2.0 Esta Lei vigorará por cinco anos,a partir da data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições emcontrário.

~rasília, 1.0 de junho de 1964; 143.° daIndependência e 76.° da República. - H.CA8TELLO BRANCO - Vasco da Cunha­Milton Soares Campos - Octávio Gouveiade Bulhões.

LEI N.0 5.791DE 6 DE JULHO DE 1972

Revigora até 31 de dezembro de 1974o prazo a que se refere a Lei n.O 4.331,de 1.0 de junho de 1964 - alterada peloDecreto-lei n,? 607, de 3 de junho de1969 -, que dispõe sobre a aquisição,por Governos estrangeiros, no DistritoFederal. de imóveis necessários à resi­dência dos agentes diplomáticos dasrespectivas Missões Diplomáticas.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei;Art. 1.0 Ê revigorado até 31 de dezembro

de 1974 o prazo a que se refere a Lei n.?4.331, de 1.0 de junho de 1964 - alteradapelo Decreto-lei n.? 607, de 3 de junho de1969 -, que permite a aquisição, em Bra­sília, por parte de Governos estrangeiros, deimóveis para residência dos agentes diplo­máticos das respectivas Missões Diplomá­ticas.

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

Brasília, 6 de julho de 1972; 151.0 da In­dependência e 84.° da República. - EMíLIOG. M:fmICI - Alfredo Buzaid - MárioGibson Barbosa - Antônio Delfim Netto.

MENSAGEM N.o 96, DE 1975DO PODER EXECUTIVO

Excelentissimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vossas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do Senhor Mi­nistro de Estado das Relações Exteriores,o anexo projeto de lei que "revigora a Lein,v 4.331, de 1.0 de junho de 1964, que dis­põe sobre a aquisição de imóveis por Go­vernos estrangeiros, no Distrito Federal".

Brasília, em 11 de abril de 1975. - Er­nesto Geisel.Exposiçáo de Motivos n.o C/G/SG/DGA/

!088/921.O1(OO) (B46), de 4 de abril de1975, do Senhor Ministro de Estado dasRelações Exteriores.

A Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Exército Ernesto Geisel,Presidente da República.

Senhor presidente,Como é do conhecimento de Vossa Exce­

lência, expirou, no dia 31 de dezembro últi­mo, o prazo estipulado pela Lei n.o 5.791,de 6 de julho de 1972, que revigorou o prazofixado pela Lei n.v 4.331, de 1.° de junhode 1964 - alterada pelo Decreto-lei n.v 607,de 3 de junho de 1969 -, para a aquisição,por Governos estrangeiros. no Distrito Fe­deral, de imóveis necessários à residênciade membros das respectivas Missões Diplo­máticas.2. As disposições da referida Lei n.? 4.331têm contribuído de forma apreciável paraatenuar as dificuldades criadas pelo altocusto dos aluguéis de imóveis residenciaisno Distrito Federal, sobretudo em relaçãoaos agentes diplomáticos de menor catego­ria hierárquica e ao pessoal administrativodas Missões, cuja capacidade econômica émodesta.3. As Missões Diplomáticas. mormenteaquelas cujo pessoal é numeroso, têm-sevalido dessa prerrogativa com o propósitode facilitar a remoção para Brasília e apermanência prolongada na Capital de fun­cionários de melhor capacidade profissional.4. Finalmente, vale ressaltar a necessidadeatual de que a norma em apreço continueem vigor, tendo em vista principalmente o

de 1975.de

LEGISLAÇÃO CITADALEI N.o 4.331

DE 1.0 DE JUNHO DE 1964

Brasília, em

Prorroga o prazo de validade da Lein,? 4.331, de 1.0 de junho de 1964.

O Presidente da República, no uso dasatribuições que lhe confere o § 1.° do arti­go 2.° do Ato Institucional n,> 5, de 13 dedezembro de 1968, decreta:

. Art. 1.0 Fica prorrogado, por três anos, apartir de 1.0 de junho de 1969, o prazo aque se refere o artigo 2.° da Lei n.O 4.331,de 1.0 de junho de 1964, que dispõe sobrea aquísíção, por Governos estrangeiros, noDistrito Federal, de imóveis necessários àresidência dos agentes diplomáticos dasrespectivas Missões Diplomáticas.

Art. 2.0 Este Decreto-lei entrará em vigorna data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

Brasilía, 3 de junho de 1969; 148.0 da In­dependência e 81.° da República. - A. COS­TA E SILVA - Luís Antônio da Gama e Sil­va .- José de Magalhães Pinto - José Flá­vio Pécora,

P:fW-,JETÓ DE LEIN.o 172-B, de 1975

(Do Poder Executivo)

PROPOSIÇÕES ARQUIVADAS

O SR. PRESIDENTE (Oélío Borja) - Ar­quivem-se, nos termos do art. 204 do Regi­mento Interno, as seguintes proposições: .

PL n.o 733/72 - Dispõe sobre a contagemrecíproca. para efeito de aposentadoria, dostempos de servíco prestado pelos contri­buintes da Previdência Social, e dá outrasprovidências.

Anexos: 1.222/73 e 1.307/73.

PL n.> 1.222/73 - Assegura, para efeitode aposentadoria, a contagem reciproca detempos de serviço público e particular, e dáoutras providências.

Anexado ao: 733/72.

PL n,v 1.307/73 - Estabelece normas paracontagem de tempo de serviço público eparticular para efeito de aposentadoria.

Anexado ao: 733/72.

COMUNICAÇAO

Exmo. Sr. Deputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara dos Deputados:

Para os efeitos regimentais tenho a hon­ra de comunicar a Vossa Excelência que,nesta data, assumi o cargo de Secretário deEstado para Assuntos Municipais do Gover­no do E8tado do Ceará.

Fortaleza, 10 de junho de 1975. - Fran­cisco Humberto Bezerra.

MENSA'GEM N.o 96/75

Revigora aLei n.o 4.331, de 1.° de ju­nho de 1964, que dispõe sobre a aquísi«ção de imóveis por Governos estra.nget­ros, no Distrito Federal; tendo parece­res: da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade e juridici­iIade, com substitutivo; e, da Comissão

:fIe Relações Exteriores, pela aprovação,contra os votos dos 81'S. Ario Theodoro,1oão Cunha, Jairo Brum e, em separa­do, do Sr. Francisco Studart. Pareceresàs emendas de plenário: da Comissãode Constituição e Justiça, pela consti­tucionalidade e jutidicidade da de n.? 1,com subemenda e pela injuridicidadeda de n,? 2; e, da Comissão de RelaçõesExteriores, pela aprovação, contra osvotos dos Srs, Antunes de Oliveira e, emseparado, do Sr. Francisco Studart,

(Projeto de Lei n.v 172-A, de 1975,emendado em Plenário, a que se refe­

rem os pareceras.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ficam revigoradas até 30 de ju­nho de 1977 as disposições da Lei n. o 4.331,de 1.° de junho de 1964, que dispõe sobre a

Andrade - Sylvio Veniurolli - Adernar Pe­reira - Alvaro Gauâêncio - José RibanuirMachado - Parsifal Barroso - JerônimoSantana - Homero Santos - Carlos Wilson- Raimundo Parente - Nelson Marchezan- Nunes Rocha - Gerson Camata - NoideCeroueira - Alencar Furtado - GastãoMüller -'Francisco Rollemberg - Lyg·íaLessa Bastos '- Eloy Lerizi - Daso Coimbra- HydeTcel Freitas - Eduardo Galil - Ino­cêncio Oliveira - Murilo Rezende - RafaelFara.co - Alacid Nunes - Aloisio Santos ­AR. Cunha Bueno - Hugo Napoleão ­Paulo Siuâart - Luiz Rocha - Mauro Sam­paio - Brlçiâo Tinoco - João Climaco ­Ricardo Fiuza - Antonio sresoün - Theó­âuto Albuquerque -Celso Carvalho - Tha­les Ramalho - Humberto Souto.

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3894 Quarta-feira n DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Junho de 19'75

crescente número de Embaixadas que seestão instalando em Brasília, conseqüêncianatural do estabelecimento de relacões di·plornátãcas com novos países, em parte de­vido ao surgimento de novos Estados nocenárío político internacional.5. Considerando que a medida em apreço,tão oportunamente adotada continua a sefazer necessária, tenho a honra de subme­ter à alta apreciação de Vossa Excelênciao anexo projeto de lei que revigora o refe­zído prazo até 30 de junho de 1977.

Aproveito a oportunidade para renovara Vossa Excelência, Senhor Presidente. osprotestos do meu mais profundo respeito.- Azeredo da Silveira.

PARECER DA COMISSÃODE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I - RelatórioO Sr. Presidente da República, através

da Mensagem n.o 96, de 11 de abril de 1975enviou ao Congresso Nacional um proje~de lei que nesta Casa tomou o ri.? 172175.Objetiva o projeto revigorar disposições daLei n.O 4.331, de 1.° de junho de 1964, queregula a aquisição, por Governos estrangei­ros, de imóveis necessários à residência demembros das respectivas Missões Diplomá­ticas.

A Mensagem está acompanhada da res­pectiva Exposição de Motivos, assinada peloEX111." Sr. Ministro das Relações Exterioresonde, precipuamente, se põé em destaqueque os preceitos da Lei cujos termos se querrevigorar "têm contribuído de forma apre­ciável para atenuar as dificuldades criadaspelo alto custo dos aluguéis de imóveis re­sidenciais no Distrito Federal, sobretudo emrelação a agentes diplomáticos de menorcategoria hierárquica e ao pessoal adminis­trativo das Missões, cuja capacidade econô­mica é modesta".

.A Chancelaria brasileira, oportunamenteinforma e conclui, ainda, que "vale ressal:tar a necessidade atual de que a norma emapreço continue em vigor, tendo em vistaprincipalmente o crescente número de Em­baixadas que se estão instalando em Brasí­lia, conseqüência natural do estabelecimen­to de relações diplomáticas com novos paí­ses, em parte devido ao surgimento de novosEstados no cenário polítíeo internacional".

Este é o relatório.

n - Voto do RelatorNã,o há como negar a competência do

Poder Executivo para a formulação do pro­jeto em exame. Todavia, não nos pareceperfeita a forma sugerida, eis que ela nosoferece, desde logo, certa dúvida. em razãodo seu texto, até certo ponto não muitotécnico, se encarado só do ponto de vistajurídico. Ocorre que a Lei n.O 4.331, de 1.0de junho de 1964, se esgotava, no tempo,na mesma data, no ano de 1969. Tal nàoaconteceu, porém, porque o Poder Exe­cutívo, em junho de 1969, através do De­creto-lei n.o 607, prorrogou a sua validadepor três anos mais, ou seja, até 1.0 de ju­nho de 1972, e a Lei n.O 5.791, de 6 de julhode 1972, prorrogou sua vigência até 31 dedezembro de 1974.

A precitada Lei n.? 4.331, pois, já cum­priu todos os prazos de sua vigência, sejamos prazos originários, sejam os prazos ad­vindos da prorrogação da sua vigência.

Se é, assim, constitucional a iniciativa doPoder Legislativo, a clareza do texto deixaa desejar, desde quando fala em revigora­mento de uma lei que não mais está vi­gerido.

Mas, é preciso reconhecer a procedênciadas razões expostas pelo Ministério do Ex-

terior e admitir, muito naturalmente, queas medidas que se pretendem são da maiorjustiça social e do maior interesse para asboas relações internacionais, que caracte­rizam a política brasileira, e, assim, dar so­lução legal e legítima ao problema.

Cremos fácil a solução, desde que se quei­ra cooperar, oferecendo, como oferecemosaqui, um Substitutivo à Mensagem do Go­verno. Com isso se atendem às razões queimpõem a medida solicitada e se cumpremas exigências constitucionais e jurídicas queenvolvem o caso.

A nosso entender, a redação mais com­pativel com os objetivos do projeto será aque, sem falar em revígoramento do prazoque já não mais vige, atinge o mesmo fimpela simples referência à extensão dos fa­vores da legislação não revogada, mas cujosefeitos se exauriram no tempo, para res­suscitar os respectivos dispositivos.

Opinamos, pois, pela constitucionalidadee [uridícídade do projeto em análise, naforma do substitutivo que ora oferecemosem anexo.

Sala das Sessões, em 17 de abril de 1975.- Blotta Junior.

In - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, emreunião Plenária, realizada em 17 de abrilde 1975, opinou, unanimemente, pela cons­titucionalidade e [urídícídade do Projeton. o 172175, na forma do Substitutivo apre­sentado pelo Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados Luiz Braz - Presidente; Blotta Ju­nior - Relator; Alceu Collares, AntônioMariz, Cantídio Sampaio, Celso Barros,Claudino Sales, Cleverson Teixeira, DjaImaBessa, Erasmo Martins Pedro, Ernesto Va­lente, Gomes da Silva, Jairo Magalhães,João Gilberto, João Linhares, Jose Bonifá­cio Neto, José Mauricio, José Sally. LauroLeitão, Lidovino Fanton, Luiz Henrique,Miro Teixeira, Moacyr Dana, Ney Lopes,Nogueira da Gama, Noide Cerqueíra, NortonMacedo, Rubem Dourado, Sebastião Rodri­gues, 'I'arcísío Delgado e Theobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, 17 de abril de 1975. ­Luiz Braz, Presidente - Blotta Junior,Relator.

SUBSTITUTIVO ADOTADOPELA COMISSÃO

"Dispõe sobre a aquisição, por Gnver­nos estrangeiros, no Distrito Federal, deimóveis necessários à residência dosagentes diplomáticos das respectivasMissões Diplomáticas."

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Consideram-se nas condições do

~ 3.° do art. 11 do Decreto-lei n.O 4.657. de4 de setembro de 1942 - Lei de Introduçãoao Código Civil Brasileiro - os imóveis ad­quiridos, pelos Governos estrangeiros, noDistrito Federal, para residência dos "Agen­tes Diplomáticos" e "Membros da Missão",das respectivas missões diplomáticas.

§ 1.0 A aquisição de tais imóveis depen­derá sempre da autorização do Ministél'iodas Relações Exteriores, que ajuizará, emcada caso, da necessidade da compra, de­vendo, para tanto, consultar a Prefeiturado Distrito Federal e a Secretaria-Geral doConselho de Segurança Nacional.

§ 2.0 Os imóveis adquiridos em virtudedessa autorização especial sujeitam-se. pa­ra os efeitos civis, ao mesmo regime jurídicoda propriedade dos nacionais.

Art. 2.° Esta Lei vigorará por cincoanos, a partir da data de sua publicação.

Art. 3.° Os efeitos da presente lei esten­dem-se às aquisições realizadas, dentro deseus termos, de 1.0 de janeiro de 1975 atéa sua vigência.

Art. 4.° Revogam-se as disposições emcontrário.

Sala das Sessões, em 17 de abril de 1975.- Luiz Braz, Presidente - Blotta Junior,Relator.

PARECER DA COMISSãODE RELAÇÕES EXTERIORES

I - RelatórioCumprindo dispositivo constitucional e

fundamentado em Exposição de Motivos doSr. Ministro de Estado das Relacões Exte­riores, enviou o Poder Executivo à aprecia­ção do Congresso Nacional Projeto de Leique objetiva: "Revigora a Lei n,v 4.331. de1.° de junho de 1964, que dispõe sobre aaquisição de ímóveís por Governos estran­geiros no Distrito Federal".

A Exposição de Motivos n.O 088, de 4 deabril de 1975, explica que as disposições dareferida Lei n.o 4.331/64 "têm contrthuídode forma apreciável para atenuar as difi':'culdades criadas pelo alto custo dos alu­guéis de imóveis residenciais no DistritoFederal, sobretudo em relação aos agentesdiplomáticos de menor categoria hierár­quica e ao pessoal administrativo das Mis­sões, cuja capacidade econômica é medes­ta".

E mais, a referida Exposição de Motivosn.? 088/75, esclarece que "as Missões Diplo­mátícas, mormente aquelas cujo pessoal énumeroso, têm-se valido dessa prerrogativacom o propósito de facBitar a remoção paraBrasília e a permanência prolongada naCapital de funcionários de melhor capaci­dade profissional".

Finalmente, ressalta "a necessidade atualde que a norma em apreço continue emvigor, tendo em vista principalmente ocrescente número de Embaixadas que se es­tão instalando em Brasília, conseqüêncianatural do estabelecimento de relações di­plomáticas com novos países, em parte de­vido ao surgimento de novos Estados no ce­nário político internacional".

O projeto de lei em apreço, assim, comodito, apenas revigora dispositivo da LeiD.o 4.331, d~. 1.0 .de junho de 1964, que, porseu turno, la f01 prorrogado pelo Decreto­Lei n,v 607, de 3 de junho de 1969. e Lein.o 5.791, de 6 de julho de 1972, ocasião emque. por esta Comissão, foi exaustivamenteexaminado.

Nada há, portanto, que acrescentar ao di­to naquela oportunidade sobre o assunto.

Este o relatórío.

11 - Voto do RelatorO que se deseja no presente projeto de

lei, como consta do relatório é revigorardispositivo que deu aos imóvéis adquiridospelos Governos estrangeiros, no DistritoFederal, para residência dos "Agentes Di­plomáticos" e "Membros da Missão", dasrespectivas Missões Diplomáticas, as mes­mas condições do § 3." do art. 11 do .De­ereto-ler n.O 4.657, de 4 de setembro de1942 - Lei de Introdução ao Código CivilBrasileiro.

A proposição em apreço, além de repro­duzir norma já assente no Díreíto Brasilei­ro, consagra norma de Direito Internacionalaprovado pelas Conferências sobre trata­mento recíproco de Missões, a que o Brasiljá se incorporou.

Seus fundamentos já foram ríevídamen­te estudados quando da aprovação das leisanteriores e, no momento, o que vem apre-

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;Junho de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3895

sentado não fere a técnica legislativa econsulta aos interesses quer do Brasil, querdas nações que aqui se representam.

Ante o exposto, opinamos pela sua apro­vaeào.

Sala da Comissão, em de de 1975.- 1\1o.rcelo Linhares.

lU - Parecer da Comissão

A. OQm!~!'!ji.Q ç!e Re!;;s!jes Exteriores, emsua 6.a reunião' ~rdinária:' réalizada dia 24de abril de 1975, aprovou o projeto de Leiri.? 172/75, do Poder Executivo, que "revigo­ra a Lei n.? 4.331, de 1.0 de junho de 1964,que dispõe sobre a aquisição de imóveis porGovernos Estrangeiros, no Distrito Federal",nos termos do parecer do Relator, DeputadoMarcelo Linhares, contra os votos dos Se­nhores Deputados Francisco Studart, Ario7'heodoro e João Cunha, que votaram pelosubstitutivo proposto pelo Dep'ut.ado Fran­cisco Studart e o voto do Deputado JairoBrum pela rejeição do Projeto.

,Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: Flávio Marcílio, Presidente; JairoBrum e Joaquim Coutinho, Více-Presídentes:Hugo Napoleão, Raimundo Diniz, PauloMarques Yasunori Kunigo, Marcelo Linha­rss, Adalberto Camargo, Carlos Santos, JoãoCunha Passos Pôrto, Fernando Gama, .roãoVargas, Antonio Ueno, José Machado, No­gueira de Rezende, Padre Nobre. João Me­nezes, Rogério Rêgo, Ário Theodoro, SérgioMuríllo, Ulysses Guimarães, Faria Lima,Mac Dowell Leite de Castro, Bías FGrtes,qo~tf1 Barbosa, Dias Menezes, FranciscoStüdart e 'I'hales Ramalho.

Sala da Comissão, 24 de abril de 1975. ­Deputado Flávio Mareflío, PresidenteDeputado Marcelo Linhares, Relator.

VOTO EM SEPARADO DOSR. FRANCISCO STUDART

, O Projeto de Lei n.o 172/75, que se originada Mensagem Presidencial n.? 96, de 11 deabrfl de 1975, pretende revigorar a Lei n.o4.331, de 1964, prorrogada por sucessivos di­plomas até 31-12-74.

A Lei n.? 4.331 existiu em razão das pe­culiaridades e carências da nova capital doBrasil - Brasília - relativamente aos pro­blemas de habitação e objetivou ampltar apermissão do § 3.° do art. 11 da Lei da In­troducão ao Código Civil Brasileiro para ad­mitir: também, a aquisição de imóveis pararêsídôncía dos "Agentes Diplomáticos" e"Membros da Missão" das respectivas mís­sões diplomáticas.

A Mensagem n.? 96, e respectivo projetode lei, solicitam o "revigorarnento" até 30de junho de 1977 das disposições da .....ein.? 4.331. A pretensão governamental ne­nhuma outra providência de lei contém.Entretanto, na exposição de motivos do Sr.Ministro de Estado das Relações Exteriores,D, eminente chanceler Azeredo da Silveirapondera a necessidade de se manterem vi­gl;1hte as disposições da citada lei, "sobretu­do em relação aos agentes diplomáticos demenor categoria hierárquica e ao pessoaladministrativo das Missões, cuja capacidadeeçonômíca é modesta".

A .proposíção, em tramitação ordinária,foi distl'ibuida às Comissões de Constituiçãoe- Justiça e de Relações Exteriores. Entre­tanto, deu-se ao projeto um rito excepcionalda tramitação, a ponto de ouvir-se eonco­mitantemente as duas Comissões, procedi­mento que contraria o Regimento Interno,art. 70, § 2.°, in verbis:

c,"§ 2.° A remessa de processo distribuídoa mais de uma Comissão será feita direta­mente de uma a outra, na ordem em quetiverem de manifestar-se, registrada no pro­tocolo da Comissão e comunicada, imedia­tamente, ao serviço competente, salvo a de

]~rocesso em regime de urgência, enviadapela Comissão à Mesa (o grifo é nosso).

A verdade é que o Projeto de Lei n.? ....172/75, com parecer da Comissão de Cons­tituição e Justiça, aqui não chegou. Estandoa Comissão de Relações Exteriores de possede uma das vias do referido projeto, sobreele pretendeu pronunciar-se através do votodo nobre Deputado Marcelo Linhares, cujavotação foi adiada pelo pedido de vista si­ml,llt~!"!.~9. que formulamos, o eminenteDeputado Raimundo biniz ê nós,

l1l de salientar, por oportuno, que o Sr.Presidente da República não invocou a ur­gência que lhe defere a Constituição. Assim,a Presidência da Casa não poderia imprimirà proposição nenhuma das urgências de quetrata o art. 148 do Regimento Interno. Nãoa autorizava também a natureza da matériaque ela versa, de nenhuma urgência.

Diz o § 4.° do art. 48 do Regimento Inter­no, verbis:

"§ 4.0 Tratando-se de proposição em re­gime de urgência previsto no art. 148 e dis­tribuída a mais de uma Comissão, deveráser discutida e votada ao mesmo tempo emcada uma delas, desde que publicada com asproposições acessórias."

Mas, esse não é o caso, Ao contrário, essahipótese não pode ser. O rito é ordinário. Emais: a Comissão de Constituicão e Justicadeve opinar sobre a constitucionalidade, jú­r'idícídade f> técnica legislativa da proposi­ção. A matéria de mérito, essa é da Comis­sáo de Relações Exteriores nos estritostermos do Regimento Interno.

Tem mais. O art. 50 é taxativo no seu§ 6.°:

"§ 6.0 Somente será admitida apresenta­ção de substitutivo pela Comissão compe­tente para opinar sobre o mérito da propo­sição."

Ora, não pode a Comissão de Constitui­ção e Justiça exorbitar da sua competênciaregimental nem a Comissão de Relações Ex­teriores exonerar-se pode de suas atribui­ções específicas.

Esse o primeiro ponto.Emerge, pois, do exposto, a necessidade de

julgarmos o projeto e, ao mesmo tempo,conhecermos das intenções da Comissão deConstituição e Justiça que desejou, sem dú­vida, aprimorar a proposição, escoímá-Ja,embora que essas intenções não possamconstituir um substitutivo, por defeso regi­mental.

Impõe-se também, relevar os defeitos pro­cessuais dessa tramitação porque a nadaconduz de útil tal investigação, c, compleno conhecimento daquilo que estamos adar, oferecermos ao Governo um diplomade lei que não violente o espírito de nossasleis, a tradição do nosso Direito, ao contrá­rio, que façamos essa lei justa aos objetivosa que se propõe, à altura deste Parlamento edas responsabilidades desta Comissão deRelações Exteriores.

Os informes do Sr. Ministro das RelaeõesExteriores foram muito úteis. Verificamos,por exemplo, que se pretende que a lei a"revigorar" seja abrangente aos "agentesdiplomáticos" e "Membros da Missão" etambém, aos "Membros do Pessoal da Mis~são", que S. Ex. R considera, em nível de boatécnica, equiparados aos "Membros da Mís­são H

Aí estão nossa primeira dúvida e nossatímída discordância.

A Lei n.o 4.331 fala em "agentes diplomá­ticos" e "Membros da Missão". Face à Con­venção de Viena, "Membros da Missão" di­fere de "Membros do Pessoal da Missão".Estes últimos, segundo o Chanceler, "são osmembros do pessoal diplomático, do pessoal

administrativo e técnico e do pessoal deserviço da Missão". Amplia-se, portanto, oalcance da Lei n.> 4.331, visto que "Membrosda Missão" são coisa diversa.

Indagamos, ainda, "se o pessoal admi­nistrativo das missões diplomáticas se com­porta nas hipóteses e favores do referidodiploma". Diz o Sr. Ministro de Estado que"a resposta é positiva". E acrescenta: "nãoapenas o pessoal administrativo e técnico,..m~~ tam!!fm PI? m~mJH'9!j dI] !1~SI?O~ !le §~E·

viço, ou seja, os inembrô~ ãó pessoa] damissão empregados no servlco doméstico damesma Missão, entendendo-se, no caso, queo privilégio se restringe àqueles que não sãonacionais do Estado acreditado e nem neletenham residência permanente".

Assim, tão ampla, tão descuidada e tãoliberal, a nova lei, seja sob a forma inusita­da de "revigoramento" pois que a Lei n.? ..4.331/64 já não existe, originariamente ouprorrogada, seja sob a forma de uma novalei, derrogá, revoga e arromba o § 3,° doart. ~1 da Lei de Introdução do Código CivilBrasíleíro em flagrante atentado à hierar­quia das leis.

Há de considerar-se os institutos que re­gem as relações díplomáticaa entre os povos.Sendo os imóveis adquiridos propriedade degovernos estrangeiros a eles se estende ainviolabilidade decorrente do princípio daextraterritorialidade, alegando-se mquestto­navelmente que são uso e abrigo de "agen­tes diplomáticos", de "Membro da Missão"e de "Membro do Pessoal da Missão" - eisso é uma enorme caudal hierárquica quecomeca com o Chefe da Missão e termina nomais humilde empregado doméstico da Mis­são, desde que não-nacional.

Existe, data Vênia, risco à segurança na­cional.

As necessidades da lei, como formulada,podem ser notórias mas não podem preva­lecer ao dever que cabe a todos de prevenire evitar riscos à segurança nacional. Há dedistinguir-se entre a capacidade de discer­nir de um "Agente Diplomático" ou "Mem­bro da Missão' ',nos termos em que os definea Convenção de Viena, e um "Doméstico daMissão", não-nacional e, presumivelmente,de nacionalidade do país a que serve, masnão necessariamente nacional desse País.

Em conclusão.

Considerando o princípio doutrinário enormativo da não-retroatividade das Leis;

Considerando que o "revigoramento" daLei n.O 4.331/64, na conformidade do en­tendimento da Comissão de Constituicão eJustiça é inviável, pois que os dispositivosdesse diploma se exauriram em eficácia evigência a 31-12-74;

Considerando que o Governo, nos termosdo projeto, pretende conceder os favores quepropõe até 30 de junho de 1977, não ha­vendo razões nem solicitação ulterior paradilatar essa vigência por 5 anos, providênciaque, concedida, constitui concessão "ultrapetita";

Considerando os compromissos brasilei­ros implícitos na adesão brasileira à Con­venção de Viena, de 1961, convindo preser­var as definições que ali se contêm;

Considerando possíveis implicações ou di­fículdades que decorram da política de se­gurança interna e externa de nosso País;

Considerando, finalmente, a necessidadede tratamento reciproco por parte dos pai­ses que queiram beneficiar-se dos favoresconcedidos por esta lei, deferindo ao Brasilidénticas facilidades no que for cabível,

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3896 Quarta-feira 11

Propomos à Comissão de Relações Exte­riores o seguinte substitutivo:

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEIN.O 172/75

~ Do Deputado Francisco Studart)• "Dispõe sobre a aquisição, po~ Govér­nos estrangeíros, no Distrito Federal, deimóveis necessários à residência dosagentes diplomáticos das respectivasMiF)sões J>lpl!imáticafl."

O Congresso Nacional decreta:ArL 1,0 Consideram-se nas condições do

§ 3.0 do art. 11 do Decreto-lei n.o 4.657, de 4de setembro de 1942 - Lei de Introdução aoCódigo'.Civil Brasileiro - os imóveis adqui­ridos pelos Governos estrangeiros, no Dis­trito Federal, para residência dos "AgentesDiplomáticos" e "Membro da Missão" dasrespectivas missões diplomáticas, nos estri­tos termos da conceituação consagrada pelaConvenção de Viena aprovada pelo DecretoLegislativo n.o 203, de 1964.

§ 1.0 A aquisição de tais imóveis depen-'derá sempre da autorização do Ministériodas Relações Exteriores, que ajuizará, emcada caso, da necessidade da compra, de­vendo, para tanto, consultar a Secretaria doConselho de Segurança Nacional e o Gover­no do Distrito Federal.

§ 2.0 Os imóveis adquiridos em virtudedessa autorização especial sujeitam-se, pa­ra os efeitos civis, ao mesmo regime jurí­dico da propriedade dos nacionais.

Art. 2.° Os favores da presente Lei defe­rem-se tão-somente aos Governos estran­geiros que asseguram reciprocidade de tra­tamento ao Brasil.

Art. 3.° Esta Lei vigorará até 30 de ju­nho de 1977 e a partir de sua publicação,revogadas as disposições em contrário.

Sala das Sessões, em 24 de abril de 1975.-- Francisco Studart.

Em 22 de abril de 1975.UrgenteAROIG/C/DGA/12/300 (346)Requerimento do DeputadoFrancisco Studart.

Senhor presidente,Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Ex­

celência a fim de acusar recebimento doOfício n.o 19/75-CRE, de 17 do corrente,pelo qual me foi encaminhado o Requeri­mento do Senhor Deputado Francisco stu­dart, da mesma data, com o pedido de queinformasse a respeito.

2. Quanto ao primeiro dos quesitos apre­sentados (alcance dos conceitos de "AgenteDiplomático" e de "Membros da Missão" naaplicação da Lei n.o 4.331, de 19 de junhode 1964, que se pretende revigorar), tenho ainformar Vossa Excelência de que Ag-enteDiplomático é o Chefe da Missão ou ummembro do pessoal diplomático da Missão;Membros da Missão ou, de acordo com a boatécnica: Membros do Pessoal da Missão, sãoos membros do pessoal diplomático, do pes­soal administrativo e técnico e do pessoalde serviço da Missão. (Artigo 1.0. letras e ee da Convenção de Viena sobre RelaçõesDiplomáticas, promulgada pelo Decreton.? 56.435. de 8 de junho de 1965, após apro­vação pelo Decreto Legislativo n.o 103, de19(i4).

3. Quanto ao segundo e último dos que­sitos apresentados (se o pessoal adminis­trativo das missões diplomáticas se comportanas hipóteses e favores do referido diploma),tenho a informar V. Ex.a que a resposta é po­sitiva. Não apenas o pessoal administrativo etécnico, mas também os membros do pessoalde serviço, ou seja, Osmembros do pessoal da

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

mesma Missão, entendendo-se, no caso, queo privilégio se restringe àqueles que não sãonacionais do Estado acreditado (Brasil) enem nele tenham residência permanente.(Observação: o objetivo da Lei n.o 4.331,conforme é salientado na Exposição de Mo­tivq,s de Sua Excelência o Senhor Presidenteda República, foi e continuarta a ser a ex­tensão do prívífégio aos membros da Missãode menor categoria hierárquica e capacida­de econômica, aos quais se apUc@,:>ia ig\lal­mente o disposto no § 3.l) do art 11da Lei dêIntrodução ao Código Civil, que rege a aqui­ção de imóveis por governos estrangeirosquando destinados às sedes de suas MissõesDiplomáticas e Repartições Consulares, deque são parte a residência do Chefe da Mis­são ou do Chefe da Repartição Consular).

4. Em conclusão, somente as Missões Di­plomáticas acreditadas junto ao Governobrasileiro poderão adquirir imóveis na Ca­pital Federal, para uso do Chefe da Mis­são ou do seu pessoal diplomático, adminis­trativo e doméstico.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos da minha altaestima e mais distinta consideração. - a)Antônio F. Azeredo da Silveira.

EMENDAS OFERECIDAS EM PLENÁRION.O 1

Substitua-se pelo seguinte:"O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Consideram-se nas condições do

§ 3.° do art. 11 do Decreto-lei n,v .657, de4 de setembro de 1942 - Lei de Introduçãoao Código Civil Brasileiro - os imóveis ad­quiridos pelos Governos estrangeiros, noDistrito Federal, para residência dos "Agen­tes Diplomáticos" e "Membros da Missão"das respectivas missões diplomáticas, nosestritos termos da conceituação consagradapela Convenção de Viena aprovada peloDecreto Legislativo n.? 103, de 1964.

§ 1.0 A aquisição de tais imóveis depen­derá sempre da autorização do Ministériodas Relações Exteriores, que ajuizará, emcada caso, da necessidade da compra, de­vendo, para tanto, consultar a Secretariado Conselho de Segurança Nacional e aPrefeitura do Distrito Federal.

§ 2.° Os imóveis adquiridos em virtudedessa autorização especial sujeitam-se, paraos efeitos civis, ao mesmo regime jurídicoda propriedade dos nacionais.

Art. 2.° Os favores da presente lei de­ferem-se tão-somente aos Governos estran­geiros que assegurem reciprocidade de tra­tamento ao Brasil,

Art. 3.° Esta lei vigorará até 30 de junhode 1977 e a partir de sua publicação, revo­gadas as disposições em contrário.

Plenário, 28 de abril de 1975. - FranciscoStudart.

N.O 2

Acrescente-se ao substitutivo e ao Projetoo seguinte Art.:

"Art. Os favores da presente lei defe­rem-se tão-somente aos Governos es­trangeiros que assegurem reciprocidadedo tratamento ao Brasil."

Sala das Sessões, 28 de abril de 1975.Francisco Studart.

PARECER DA COMISSãO DECONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I - Relatório

Através da Mensagem n.o 96/75, o PoderExecutivo enviou à apreciação do Congres.soNacional Projeto de Lei (n.o 172/75), quetem por objetivo revigorar a Lei n.o 4.331,

Junho de 19'75

de 1.0 de junho de 1964, que dispõe sobre aaquisição de imóveis por Governos estran­geiros, no Distrito Federal.

Esta Comissão de Constituição e Justiçajá opinou, unanimemente, pela constitucio­nalidade e íurídicídade da proposição, nostermos de Substitutivo apresentado peloRelator.

A Comissão de Relações Exteriores, domesmo modo. ap:rgvot! o FrQjl}to d~ Lei ;g,O1'12/75, na forma do Parecer dó ttelator,Deputado Marcelo Linhares, contra os votosdos Senhores Deputados Francisco Studart,Ario Theodoro e João Cunha, que votarampelo substitutivo proposto pelo DeputadoFrancisco Studart, e o voto do DeputadoJairo Brum, pela rejeição do projeto.

Em plenário, o Projeto de lei em apreçorecebeu Emendas Substitutivas do DeputadoFrancisco Studart, suprimindo os artigos 2.0e 3.° do substitutivo aprovado pela Comis­são de Constituição e JUBtiça e acrescen­tando artigo com a seguinte redação: "Art.- Os favores da presente lei deferem-sesomente aos Governos estrangeiros queassegurem reciprocidade de tratamento aoBrasil".

É o relatório.

11 - Voto do RelatorQuatro são os pontos em que o subs­

titutivo oferecido pelo eminente DeputadoFrancisco Studart diverge, seja do Projetode Lei n.o 172/75, em sua forma origináriaencaminhada com a Mensaçem do SenhorPresidente da República, seja do substitu­tivo de autoria do signatário, como relator,e acolhido por esta Comissão.

Refere-se o primeiro ao acréscimo, aotexto do artigo 1.0 da Lei n.O 4.331, cujanorma se pretende renovar, de disposiçãoque, reportando-se à conceituação consa­grada pelo artigo 1.0 da Convenção de Vie­na, aprovada pelo Decreto Legislativo n.o203, de 1964, define o alcance a ser dado àexegese da expressão "Membro de Missão".

Dois outros pontos passíveis de exame secontêm no disposto no artigo 3.° do subs­titutivo, Parece-me não haver realmenterazão para que se dê, à vigência da' lei,maior prazo do que o solicitado com o pro­jeto originárIo do Poder Executivo, comorazão não há, também, que deva justificar aretratação de seus efeitos.

Do ponto de vista juridico nada há porconseguinte, a objetar-se relativamente àsmencionadas disposições do substitutivo.

Postos, mesmo, de parte, o interesse cir­cunstancial de estimular-se a aquisição,pelas representações diplomáticas, de imó­veis destinados à sua instalação, e as tradi­ções de nossa diplomacia, não é esse, con­tudo, data venia o caso do disposto no ar­tigo 2.°, desse substitutivo, que se nos afi­gura eivado de injuridicidade.

Efetivamente, assinando sem reservas eratificando a Convenção de Viena, norma­tiva das relações diplomáticas, obrigou-se oBraall, nos termos do artigo 41 dessa Con­venção a facilitar, ao Estado acreditado,a aquisição, em seu território, de acordocom suas leis, dos locais necessários à Mis­são, ou ajudá-lo a consegui-los de outramaneira. A Lei n.O 4.331, de 1.0 de junhode 1964, subordinou essa aquisição às con­dições previstas nos §§ 1.0 e 2.° de seu arti­go 1.0, que são de ordem interna e se afei­çoam, por isso, ao que dispôs o aludido arti­go 41. Não nos será lícito, porém, em nossoentendimento, ao renová-la agora, alterar oque foi pactuado para, em lugar de propor­cionar as facilidades que se procuraram,criar embaraços a que se efetivem as aqui­sições de imóveis, tanto mais em face do

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Junho de 1975

artigo 47, que veda discriminação, na apli­cação do convencionado, entre Estados, comressalva apenas das hipóteses previstas nasalíneas "a" e "b" do n.o 1, nenhuma dasquais tem relação com a questão em revista.l!l princípio geralmente reconhecido o deque a convenção multilateral é o resultadode -acordo livremente concluído sobre suascláusulas e que, por conseguinte, nenhumadas partes tem o direito de destruir ou com­prometer, por meio de decisões unilaterais,~ propósito e a razão de fiel' da mesma con­venção.

Adentrando, ainda e embora, por searaalheia, apenas porque ela se vincula à linhajurídica em que nos colocamos, permitimo­~os a licença de acentuar que a regra daobrigatoriedade dos tratados acarreta atémesmo a ab-rogação das leis internas, pe­rante disposição convencional contrária. Háque distinguir, com efeito, duas esferas ju­rídicas distintas: os tratados, na ordemexterna; as leis, na interna.

Ora, se o questionado artigo 2.0 do pro­[etc, criando restrição não estipulada, in­vade a ordem externa em que se situa aConvenção, não pode, parece-nos, prevale­cer do ponto de vista juridico.

Em conclusão, somos pela aprovação dosubstitutivo do ilustre Deputado FranciscoStudart, suprimido o preceito contido emseu artigo 2.0 , com relação aos aspectosconstitucionais e jurídicos, ficando o mé­rito para ser apreciado pela Comissão es­pecifica, na forma do Regimento Interno.

'. 'Sala da Comissão, 21 de maio de 1975. ­:Blotta Júnior, Relator.

1I1 - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, emreunião Plenária, realizada em 21-5-75,apreciando as Emendas de Plenário ao Pro­jeto n.o 172-A/75, opinou, unanimemente,pela constitucionalidade e [urídíeídade, comSubemenda, da Emenda n,v 1, e pela ínjurí­díeídade da de n.? 2, nos termos do parecerdo Relator. O Sr. Francisco Btudart abste­ve-se de votar.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: Luiz Braz, presidente; Blotta Júnior,Relator; Alceu Collares, Cantídio Sampaio,Celso Barros, Cleverson Teixeira, DjalmaBessa, Ernesto Valente, Francisco Studart,Igo Losso, Jairo Magalhães, João Gilberto,Jarbas Vasconcelos, João Línhares, JoséMauricio, Lidovino Fanton, Noíde Cerquei­ra, Osmar Leitão, Parente Frota, 'I'arcísioDelgado e 'I'heobaldo Barbosa.

Sala das Sessões, em 21 de maio de 1975.- Luiz Braz, Presidente - Blotta Júnior,Relator.

SUBEMENDA À EMENDA N.o 01,ADOTADA PELA COMISSÃO

Suprima-se o art. 2.0

Sala da Comissão, em 21 de maio de 1975.- Luiz Braz, Presidente - Blotta Júnior,Relator.

PARECER DA COMISSÃO DERELAÇÕES EXTERIORES

I - RelatórioCom o objetivo de revigorar a Lei n.o

4.331, de 1.0 de junho de 1964, que dispõe.sobre a aquisição de imóveis par Governosestrangeiros, no Distrito Federal, o poderExecutivo enviou ao Congresso Nacional,através da Mensagem n.o 96/75, o Projetode Lei n.o 172/75.

Tramitando a Mensagem pela Comissãode Relações Exteriores esta aprovou-a nostermos do parecer do Relator, contra os vo­tos do Deputado Jairo Brum, pela rejeiçãoe dos. Deputados Francisco Studart, Arto

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Theodoro e João Cunha, que votaram pelosubstitutivo proposto pelo Deputado Fran­cisco Studart.

Em plenário, o Projeto de Lei recebeuEmenda Sub,~titutiva, de autoria do Depu­tado Francisco Studart, reproduzindo o tex­to da Lei n.o 4.331, de 1.0 de junho de 1964,acrescentando-lhe um artigo, o de n.v 2,exigindo reciprocidade de tratamento \ ao ­Brasil pelas Nações que dela se tiverem deutilizar.

Ouvida a Comissão de Constituição e Jus­tiça, que apreciou as Emendas de Plenárioao Projeto n.v 172-A/75, opinou, unanime­mente, pela constitucionalidade e [urtdíci­dade, com Subemenda, da Emenda n. O 1, epela injuridicidade da de n.o 2, tendo seabstido de votar o Deputado Francisco stu­dart, tudo nos termos do Parecer do Rela­tor, o eminente Deputado Blotta Júnior,que conclui pela apreciação do mérito pelaComissão especifica, na forma do Regimen­to Interno da Câmara dos Deputados, nocaso a Comissão de Relações Exteriores.

l!l o relatório.II - Voto do Relator

Pelo artigo 21, da Convenção de Viena,obrigou-se o Brasil a:

"1. O Estado acreditado deverá faci­litar a aquisição em seu território, deacordo com as suas leis, pelo Estadoacredítante, dos locais necessários àMissão ou ajudá-lo a consegui-los deoutra maneira.2. Quando necessário, ajudará tam­bém as Missões a obterem alojamentoadequado para os seus membros."

Assinando, sem reservas, e ratlfícando di­ta Convenção, ficamos obrigados a facilitara aquisição de imóveis necessários aosmembros de Missões estrangeiras, fixadoscomo tal na forma da .aludida Convenção.

Não poderia o Brasil, portanto, em umadecisão unilateral, vincular' a reciprocidadede tratamento, invadindo a ordem externajá pactuada anteriormente.

Nos parece, entretanto, que a finalidadeprincipal da Emenda de Plenário é evitar orevígoramento da Lei n.o 4.331/64, segundoo seu autor, ímpossível de ser realizado.

Ora, não encontramos nenhuma normalegal vedando o revígoramento de leis e, poroutro lado, também não encontramos ne­nhuma decisão do Pretori Excelso que oproíba. Além disso, verificamos a existênciano Congresso de inúmeras leis anterioresassim procedendo.

Vejamos, dentre outras:Lei n. O 1.434/51 - (Brígida Tinoco): Re­

voga a Lei n,v 1.162, de 22 de julho de 1950,que estabelece normas para a aposentado­ria e pensão dos servidores das autarquiaspertencentes ao Patrimônio da União e re­vigora os Decretos-leis n.os 3.769, de 28 deoutubro de 1941, e 3.348, de 10 de dezembrode 1945, e as disposições da Lei n.v 593, de24 de dezembro de .. 1948, derrogadas pelaLei n.O 1.162, de 22 de julho de 1950 - Pro­jeto de Lei n. O 1.006/50.

Lei n.v 1.720/52 - (Senado Federal)Itevigora o prazo a que se refere o art. 4.0da Lei n. O 1.239-A, de 20 de novembro de1952. - Projeto de Lei n.o 2.064/52.

Lei n.o 1.732/52 (Aloysio de Castro) - Re­vigora o artigo 1.0 da Lei n,v 1.116, de 30de maio de 1950 - Projeto de Lei n. O 1.812,de 1952.

Lei n.o 1.982/53 - (Poder Executivo) ­Revigora, para todos os efeitos, OS decretosde 19-3-37, que melhoram as reformas dosGenerais Francisco Cabral da Silveira e Jo­sé Cândido da Silva Muricy. - Projeto deLel n.o 845/50.

Quarta-feira 11 3897

Lei n.o 2.054/53 - (Poder Executivo)Revigora a Lei n.> 1.486, de 6 de dezembrode 1951, que autorizou o Poder Executivo aabrir, pelo Ministério da Viação e ObrasPúblicas, o crédito especial de .Cr$ 17. 190.000,00, destinado ao pagamentodos servidores da Navegação da Amazôniae de Administração do Porto do Pará.Projeto de Lei n.v 3.116/53.

Lei n.o 2.904/56 - (Fernando Ferrali)Revigora por 30 dias o prazo concedido no§ 7.0 do art. 6.0 da Lei n.o 2.193, de 9-3-1954(dispõe sobre a execução dos serviços acargo da Superintendência das EmpresasIncorporadas ao Patrimônio Nacional).Projeto de Lei n. O 1.165/56.

Lei n. O 3.084/56 - (Poder Executivo)Revigora com alterações a Lei n. o 1.522, de26 de dezembro de 1951, que autoriza o Go­verno "Federal a intervi" no domínio eco­nômíco para assegurar a livre distribuiçãode produtos necessários ao consumo do po­vo. - Projeto de Lei n.? 1.431/56.

Lei n.o 3.186/57 - (Luiz Francisco) ­Revoga o Decreto-lei n.v 8.951, de 28 de ja­neiro de 1946 (dispõe sobre o depósito ju­dicial, e dá outras providências) e revigorao art. 945, do Código de Processo Civil.Projeto de Lei n. O 1.076/56.

Lei n.v 3.415/58 - (Armando Falcão)Revigora pelo prazo máxímo de um ano aLei n,v 1. 522, de 26-12-1951, com as altera­ções constantes .da Lei n.o 3.084, de 29 dedezembro de 1956, e prorrogada pela Lei n.?3.344, de 14-12-1957. - Projeto de Lei n.?4.134/58.

Lei n. o 3.640/59 - (Poder Executivo)Revigora o Decreto-lei n. O 8.778, de 22 dejaneiro de 1946 e lhe altera o alcance doart. 1.0 - Projeto de Lei n,? 2.065/56.

Lei n.O 3.862/61 - (Joaquim Ramos)Revigora, por dois exercícios, a autcrizaçàoconcedida pela Lei n.v 3. 317, de 18 de no­vembro de 1957, que abre crédito destinadoao prosseguimento de obra ferroviária noEsuado de Santa Catarina. - Projeto deLei n.O 1.187/59.

Lei n.v 4.752/65 - (Poder Executivo)Revigora o art. 40 da t.ei n.? 4.229, de 1.0"de junho de 1963, que autorizou o Poder Pú­büco a abrir, pelo Ministéno da Viação eObras Públicas, o crédito especial de ....•Cr$ 100.000.000,00 para o fim que menciona.- Projeto de Lei n. o 2 940/65.

Pelo demonstrado o instituto do revígo­ramento de Leis é bastante utiltaado, tendosido aplicado no Congresso não só em men­sagens do Executivo, como em Projetos ori­undos quer do Senado Federal, quer da Câ­mara dos Deputados.

Que não se venha a alegar que já estavacaduca a norma legal que se deseja revigo­rar pois, na lista retromencíonada, foramenumerados revígoramentos até de normasjá derrogadas por outras leis.

No tocante a este aspecto, nada mais aacrescentar.

Quanto aos fundamentos legais para oprocedimento por parte do Poder ExecutIvopara a consecução da norma proposta, jáo foram exaustivamente discutidos não sóquando da aprovação da Lei n.? 4.331, de1:° de junho de 1964, mas pela Exposiçãode Motivos do Decreto-lei n. O 607, de 3 dejunho de 1969, bem como quando da dis­cussão da Lei n.o 5.791, de 6 de julho de1972.

Quanto ao Projeto de Lei em apreço, nostermos constantes da Mensagem do PoderE.xecutivo ti.O 172/75, conforme já aprovadopor esta douta Comissão, quando de suatramitação, não fere a técnica legislativae consulta aos interesses do Brasil e das

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.Junho de 1975

Nações que aqui se representam, e nos fazcumprir norma de Convenção por nós pac­tuada.

Pelo exposto, e como o Mérito da propo­sição, na forma regimental, é competênciada Comissão de Relações Exteriores, opina­mos pela rejeição das Emendas apresenta­das em Plenário, com substitutivo da Co­missão de Constituição e Justiça e somospela aprovação do Projeto de Lei, nos pre­cisos termos da Mensagem do Poder Exe­cutivo.

Este n nosso Parecer.Sala da Comissão, de junho de 1975. -

Marcelo Linhares,' Relator.

m - Parecer da Comissão

A COmissão de Relações Exteriores, emsua 12.a Reunião ordinária, realizada nodia- 5 de junho de 1975, aprovou o Projetode Lei D. a 172-A/75, do Poder Executivo, que"Revigora a Lei n,o 4.331, de 1.0 de junhode 1964, que dispõe sobre a aquisição deimóveis por Governos Estrangeiros, no Dis­trito Federal", nos termos do parecer do Re­lator, Deputado Marcelo Unhares, contra OSvotos dos Senhores Deputados FranciscoStudart e Antunes de Oliveira, que votarampelo substitutivo proposto pelo DeputadoFrancisco Studart.. Estiveram presentes os Senhores Depu­

tados: Flávio Marc1l1ü, Presidente; JairoBrum e Joaquim Coutinho. Vice-Presiden­tes; Hugo Napoleão, Raimundo Diniz, PauloMarques, Yasunori Kunigo, Marcelo Linha­res, Adalberto Camargo, Carlos Santos, JoãiJCunha, Passos Porto, li'ernando Gama, JiJãoVargas, Antonio Ueno, José Machado, No­gueira de Rezende, Padre Nobre, João Me­nezes, Rogério Rego, Ario Theodoro, SérgioMurillo, Ulysses Guimarães, Faria Lima,Mae Dowell Leite de Castro, Bias Fürtes,Cotta Barbosa, Dias Menezes, FranciscoStudart e Antunes de Oliveira.

Sala da oomíssão, em 5 de junho de 1975.- Flávio Marcílio, Presidente; Marcelo Li­nhares, Relator.

VOTÔ EM SEPARADO DOSR. FRANCISCO STUDART

Emendado em Plenário, volta às Comis­sões Técnicas, de Constituição e Justiça ede Relações Exteriores o Projeto de Lein.o 172-AI75, de iniciat1ya do Poder Exe­cutivo, que pretende revigorar, até 30 de ju­nho de 1977, as disposições da Lei n.? 4.331,de 1964, objetivando "a aquisição, por Go­vemos estrangeiros, no Distrito Federal, deimóveis necessários à residência de mem­bros das respectivas Missões Diplomáticas".

A 1.ei n.v 4.331, de 1964, foi de iniciativado governo do Senhor Presidente João Gou­lart, fundada na necessidade imperiosa deexcepeíonar os rigores do art. 11, §§ 2.0 e 3.°da Lei de Introdução ao Código Civil Bra­sileiro, tendo em vista fato superveniente,não só relevante quanto histórico, a mudan­ça da capital do Brasil, da Cidade do Rio deJaneiro para o Planalto Central, onde inau­gurou-se, em 1960, Brasília, atual sede doGoverno da União. Sancionou-a, emendadapelo Congresso Nacional, o Senhor Presf­dente Humberto de Alencar Castello Branco.

O Ministro de EstadD à época, ChancelerJoão Augusto de Araújo castro, dadas as di­versas posições doutrtnárías que o assunto'dessa. lei suscitou, teve. a sabedoria desubmeter ao Presidente da República todosos pareceres, uns contrários, outros menoscontrários, emitidos pelos órgãos jurídicosdo Ministério das Relações Exteriores e daPrefeitura do Distrito Federal sobre o pro­blema da Iegabflídade, licitude, legitimida­de e conveniência dessas aquisições, masadvertiu ao então Presidente que, a perrní­til'-se tais aquisições,

"far-se-ia tal por meio de texto legalque consagrasse a possibilidade, porprazo determinado e a título excepcio­nal, provada a necessidade da aquisi­ção por Estados estrangeiros de imóveispara residência, no'Dístríto Federal, dosrespectivos diplomatas, mediante préviaautorização do Ministério das RelaçõesExteriores que solicitaria, se preciso, in­formações da Prefeitura do Distrito Fe­deral e da Secretaria Geral do Conse­lho de Segurança Nacional."

O Governo, em 1963, houve por bem, oupor mal, mandar o projeto, que tomou on,v 1.056/63, e com ele a exposição de moti­vos ministerial e todos os pareceres a que serefere: do Doutor oleníeío da Silva Duarte,Consultor JurídicD da Prefeitura do DistritoFederal; do Consultor Jurídico do Ministé­rio das Relações Exteriores, Doutor Augustode Rezende Rocha; do então Chefe do De­partamento de Assuntos JUlidicos do Ita­maratã, Embaixador J. de Souza GDmes, edo Professor Haroldo Valladão, este na du­pla condição de Consultor Jurídico daqueleMinistério e autor do projeto da nova Lei deIntrodução ao Có5ligo Civil.

Em resumo: o Governo, em 1963, curva­va-se a uma evidência material e premente.Via-se na contingência de abrigar os repre­sentantes das Missões Diplomáticas. O Pa­lácio Itamarati não fora construido, o Mi­nistro de Estadü permanecia no Rio de Ja­neiro. Ao lado desse quadro, alguns diplo­matas estrangeiros comissionados por seusEmbaixadores alojavam-se em hotéis pre­cariamente, uns com as famílias, outros sem

.elas, que permaneciam no Rio. Não havia,em Brasília, um mercado de imóveis paralocação. tudo difícil ou quase Impossível.Tais dificuldades foram todas Ievarrtadas eapreciadas em magistral parecer nesta Co­missão de Relaeôes Exteriores pelo Relatorda Lei n.o 4.331/64. Deputado Oscar corrêa,um parlamentar que muito ilustrou estaCasa.

A lei tornou-se possível, mas houve apreoeupacão de estabelecer que a exeecão sefizesse "em termos restritos, explíeítos,inamplíáveis":

1.°) apenas no Distrito Federal para osservidores acreditados em número exato, fi­xado pelo Itamaraty;

2.°) a aquisição de imóveis só poderiaocorrer até quando perdurasse a situaçãode carência de um mercado imobiliário delocação;

3.°) provada a necessidade, o caráter lo­cal e temporário.

Conclui o Relator, Deputado Oscar Cor­rêa:

"Isto porque, exceção, deve entender-se,restritivamente, execepcíonalmerite ."

A COIDisSM de Relações Exteriores, em16-10-63, acolhendo o' parecer do referidoparlamentar, aprovou a matéria com subs-tltutívo. '

Ê de notar que a Lei n.o 4.331164 deverater cunho de transitoriedade e excepciona­lidade. De pé contínuava, intangível, comonorma interpretativa da doutrina e do di­reito positivo brasileiros, o Decreto-lei n.O4.657, de 4-9-42. a Lei de Introdução ao Có­digo Civil Brasíleíro. Nü que respeita às dis­posições do art. 11, foram elas reforçadaspelo Decreto-lei 898, de 29-9-69 - a Lei deSegurança Nacional.

Ora. é ao Governo que compete fazer di­plomacia. No Congresso Nacional, julga-seo mérito dessa diplomacia e da política ex­terior (Ocnst , Fed. art. 44, 1).

Não devemos impressionar-nos, aqui, da­ta venía, das repercussões de um comporta-

menta que nos é inerente e soberano; nocaso, como iremos votar.

Temos, pessoalmente, a coragem e a al~.­

vez de discordar do "revigoramento", im­possível, da Lei n.? 4.331/64, posto que já $eexauriu em vigência e eficácia a 31-12-74.

Temos, ainda, a sensibilidade para carac­terizar que a pretensão do governo nesteprojeto, desejado pelo Itamaraty, é desa­conselhável por ensejar problemas e confli­tos entre o Brasil e GDverniJs estrangeiros.

Hão de pedir que explicitemos os nossosreceios. Ê fácil.

A Convenção de Viena sobre Relações Dí-. plomáttcas, a que aderimos e, portanto, seinsere na legislação brasileira, não conse­guiu adesão universal e, mesmo, referente­mente às Partes. há aquelas que a assina­ram "com reservas".

Rezl'1, o art. 22 da Convenção de Viena:

"1. Os locais da Missão são inviolá­veis. Os agentes do Estado aeredítadonão poderão neles penetrar sem o con­sentimento do Chefe da Missão.

"3. Os locais da Missão, seu mobiliá­rio e' demais bens neles situados, assimcomo os meios de transporte da MiSlilão,não poderão ser objeto de busca, requi­sição, embargo ou medida de execução."

Aí se insere o principio da inviolabilida­de e a figura do asylum corporis que tnspi­rou o instituto do asilo pníítíco, A razãomesma da rigidez do art. 11 e seus parágra­fos da Lei de Introdução ao Código Civil é asegurança naeíonal, A mesma SegurançaNacional que a Iegíslação brasileira vigentea tudo alcançou na universalidade das BURildisposições e no sujeito ativo e passivo daresponsabilidade: a pessoa natural e a pes-soa juridica. .

Se governos estrangeiros puderem adqui­rir imóveis para neles abrigar, indistinta­mente, o pessoal administrativo e técnico e,também, os membros do pessoal de serviço,ou seja, os membros do pessoal da míssâoempregados no serviço doméstico da mesmaMissão, afirmamos, com a responsabilidadede parlamentar, de homem público e de ci­dadão, que estaremos criando um sério 'pe­rigo ao Brasil e às nossas ínstatmícõea, operigo dos "pontos de encontro" da subver­são internacional e facilitando o, trabalhodas agências de espionagem.

Hão de dizer: mas invioláveis .são apenasas sedes das Missões Diplomáticas, e a resí­tiência do Chefe da Missao pelo principio daextensão, nos estritos termos da Convençãode Viena.

Muito bem. E os estados estrangeiros nãoobrigados pela Convenção de Viena? NadaGS impede de, por lei nacional (deles) de­clarar que os "imóveis de propriedade dogoverno (deles), noa Estados onde se acre­ditem são, por detíníção, residências do'Chefe da Missão" ( ... J,

Evidentemente, é uma ilustração, apenaspara caracterizar que há Estados estrangei­ros não alínhadoa no balizamento juridiCointernacional onde nos encontramos. Mas,quando não houvesse lugar para a hipótese,restaria a posalbllídade de problemas, defricções, de mal entendidos que. semprepossível, devemos prevenir ou contra elesnos precatar.

A razão da Lei n. O 4.331/64 foi uma. Elanão mais existe. Nem a motivação nem alei.

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Junho de 1975 lOIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quarta-feira 11 389~

Agora, o Governo, seguramente por nãoter mais bem examinado o problema, vempropor ressuscitar aquelas disposições ex­cepcionais, explicáveis apenas historica­mente pelas circunstâncias que fizeram deBrasília, em seu inicio, a metrópole da im­provisação. Para quê?

Diz o atual Ministro de Estado das Rela­ções Exteriores, em sua exposição de moti­vos:

"2. As disposições da referida Lei n,>

4.331, têm contribuido de forma apre­ciável para atenuar as dificuldadescriadas pelo alto custo dos aluguéis deimóveis residenciais no Distrito Federal,sobretudo em relação aos agentes di­plomáticos de menor categoria hierár­quica e ao pessoal administrativo dasMissões, cuja capacidade econômica émodesta."

Ora, em que pesem a admiração pessoale a estima intelectual que inspira a emi­nente figura do Chanceler Azeredo da Sil­veira a esta Comissão e a nós individual­mente, o Itamarati, não soube, desta vez,conjugar a boa diplomacia com os impe­rativos de Segurança Nacional.

A comunidade internacional está ameaça­da pelos processos mais sub-reptieíos da sub­versão.

Mais do que nunca convém distinguir.

No relacionamento internacional, impor­tante é não ter preconceitos. Necessário éque os homens e as sociedades se conhe­çam, sirvam-se rrn.tuamente, pactuem.i ne­gociem, comercializem, repartam entre sias conquistas da ciência e da tecnologia.Porém, Igualmente necessário, é defender anossa civilização e Cultura.

Um País que para fruir a paz se dispõea sofrer a guerra, na defesa também deprincípios absolutos como a Liberdade, nãopode admitir o perigo.

Para defender-nos de ideologias que pros­peram como os cogumelos, urge prevenirexatamente da forma como se previnem asepidemias. No caso, é a vacina antíperígo,Evitar o perigo hoje, amanhã e sempre.

Temos a esperança de que o CongressoNacional rejeite este projeto ou que o Go­verno, sinceramente advertido, haja porbem desistir da sua aprovação.

Nossas emendas, notadamente a emendasubstítutíva estabelecendo outras restriçõese a reciprocidade como condíção aos favo­res da lei não erradicam o vicio de origem,apenas ensejam uma aplicação menos am­pla dessa tentativa de arrombamento dospreceitos do art. 11 da Lei de Introdução aoCódigo Civil Brasileiro.

O legislador brasileiro, hoje, atente paraos argumentos de Azevedo Marques, AlfredoPinto, .:Jarlos de Oarvalho e Duarte de Aze­vedo, para não mencionar, por ocioso, o

'conhecido ponto de vista de Clóvis Bevila­qua, e a esses argumentos defira os cuida­dos que eles mereceram de Haroldo Valla­dão quando se pronunciou, antes da citada

, Lei n. o 4.331/64, na qualidade de ConsultorJuridico do Ministério das Relações Exte­riores, em 1963.

, Temos para nós havermos cumprido o de­ver. É uma posição rigorosamente fundadana inspiração de nossa consciência.

Sala das Sessões, em 5 de junho de 1975.- Francisco Studart, Deputado Federal.

JNFORMAÇAO ARC/DA/C/14/921. Dl (00)(B46), DE 6 DE MAIO DE 1975, DO MI­NISTÉRIO DAS RELAÇõES EXTERIO­RES

Aquisição de imóveis em Brasília pe­las Missões diplomáticas estrangeiras.PL-l72.

A Sua Excelência o Senhor Deputado CélioBorja,Presidente da Câmara dos Deputados.

Senhor Presidente,Como é do conhecimento de Vossa Exce­

lência, o PL-172, após debate, a 28 do cor­rente, no plenário da Câmara dos Depu­tados, foi devolvido às Comissões de Rela­ções Exteriores e de Constituição e JustlÇ!1para exame de duas emendas apresentadaspelo Deputado Francisco Studart.

2. Antes de entrar no mérito das duassugestões do nobre Deputado, desejo mani­festar o meu agradecimento ao Presidenteda ilustre Comissão de Constituiçào e Jus-tiça pela aprovação do substícutívo .(PL-172-A). Entretanto, como o artigo 3.°faz retroagir a vigência da nova Lei para1.0 de janeiro de 1975, prefere este Minis­tério manter o texto original encaminhadopela Exposiçào de Motivos n. O 88, de 4 docorrente, do Senhor Presidente da Repúbli­ca. Fica assim afastada qualquer suspeitade que se tenha realizado operação imobi­liária por Missão diplomática estrangeira,conforme hipótese levantada pelo Depu-,tado Studart, na ausência do permissivolegal.

3. Quanto às emendas do nobre Depu­Lado Studart, não é intenção do Governo,conforme alegou o citado Parlamentar, "queas Embaixadas tenham ai quarenta ou cin­qüenta imóveis desunados à residência defuncionários, un; agentes diplomáticos,como mordomos, "valets-de-chambre" cho­fer ete., todos gozando e fruindo do ínstítu-,to da imunidade diplomática e da inviolabi­lidade, em razão de se abrigarem em pró­prios de seu Governo".

4. O artigo 21 da Convenção de Viena ébem claro;

"1. O Estado acreditado deverá faci­litar a aquisição em seu território, deacordo com as suas leis, pelo EstadQaeredttante, dos iocais necessários àMissão ou ajudá-lo a consegui-los deoutra maneira.

2. Quando necessário, ajudará tam­bém as Missões a obterem alojamentoadequado para os seus membros."

Trata-se, portanto, de autorizar a com­pra de imóveis para funcionários de maiorcategoria. A lei que proponho revigorar visaproteger essa categoria de funcionários etambém àqueles representantes de paísesem desenvolvimento com menor poder aqui­sitívo. Tal medida tem .sido considerada co­mo útil pelas autoridades do Distrito' Fe­deral e vem estimulando as construções emBrasília com essa finalidade. De nenhumamaneira é pensamento do Governo esten­der aos membros do pessoal da Missão di­plomática, que não figuram oficialmente naLista Diplomática, os prívílégios de imuni­dade e inviolabilidade, exclusivos dos di­plomatas como tal acreditados e reconhe­cidos pelo Governo brasileiro.

5. Existe, portanto, um equivoco do no­bre Deputado Francisco Studart ao afirmarque "sendo os imóveis adquiridos proprie­dade de governos estrangeiros, a eles se es­tende a ínviolabtlldade decorrente do prín­cípío da extraterritorialidade, alegando-seInquestíonavelmente que são abrigo deagentes diplomáticos, de membros da Mis­são e de membros do pessoal da Missão, eíeso é um enorme caudal hierárquico quecomeça com o chefe da Missão e termina

no mais humilde empregado da Missão, des­de que não seja nacional."

6. Finalmente, no que se refere à segun­da emenda, no sentido de que "os favoresda presente lei deferem-se tão-somente aosGovernos estrangeiros que assegurem reci­procidade de tratamento ao Brasil", podehaver o Deputado Studart incorrido em ou­tro equivoco. Se o conceito da reciprocidadeé aconselhável em casos de doação de ter­renos ou imóveis à Governos estrangeiros,parece desnecessário aplicar esse principiocom motivo da simples solicitação, por par­te de uma Missão (;iplomátíca estrangeira,de autorização para adquirir um imóvel noDistrito Federal. O que o presente projetode Lei cogita é, uma vez ouvido o Conselhode Segurança Nacional, autorizar-se a com­J.=.ra desse imóvel. A aplicação da reciproci­dade só caberia em uma segunda etapa daoperação de aquisição, isto é, na concessãode isenção de impostos.

7. Nessas condições, venho solicitar aVossa Excelência a bondade de transmitiresses esclarecimentos aos membros das Co­missões de Rela<'ões Exteriores e de Cons­tituição e Justiça.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos da minha altaestima e mais distinta consideração. - Aze­redo da Silveira.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTARN.o 22, de 1975

(Do Sr. Antônio Belinati)Introduz modificações na Lei Comple­mentar n,o 11, de 25 de maio de 1971,que instituiu o Programa de Assistên­cia ao Trabalhador Rural.

(Às Comissões de Oonstituição e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação So­cial e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O artigo 4.0 da Lei Complemen­

tar n.v 11, de 25 de maio de 1971, passa avigorar com a seguinte redação;

"Art. 4.° A aposentadoria por velhiceeorresponderá a uma prestação mensalequivalente a 50% (cinqüenta por cen­to) do salário mínímo de maior valorno País, e será devida ao trabalhadorrural que tiver completado 60 (sessen­ta) anos de idade".

Art. 2.0 Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

Justificação

Tem a presente proposíçâo o objetivo demelhor equacionar a concessão da aposen­tadoria por velhice do trabalhador ruralcom a sua realidade, que, como sabemos épor demais sofrida, de tal modo que nãopermite que uma pessoa com 65 (sessentae cinco) anos de idade tenha condições deusufruir, em termos válidos, o benefício e,conseqüentemente, ter uma velhice maistranqüila. É que, na maioria das regiões doBrasil o homem do campo, quando lograchegar aos 65 (sessenta e cinco) anos deidade, não tem mais a lucidez, nem as for­ças necessárias para gozar o justo descan­so ao abrigo do beneficio previdenciário,mesmo sem embargo de seu pequeno valor.

Daí nossa proposição de diminuir de 5(cinco) anos o prazo para a concessão dobeneficio, pois, segundo cremos, virá fazerjustiça a uma situação de fato, existente,especialmente nas regiões Norte e Nordeste,onde o desgaste físico do trabalhador ru­ral, pelas próprias condições da região, sãode molde a não permitir, na prática, que otrabalhador alcance essa idade e, quandoo consegue, já está sem as mínimas con­dições de lucidez e hígídez,

Page 12: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd11jun1975.pdf · ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DEJUNHO 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO

39(}O Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Junho de 1975

Doutra parte, a proposição vem, também,de encontro a uma legítima reivindicaçãodo movimento sindical dos trabalhadoresrurais, que, sem embargo das dificuldadesdos sistemas e mesmo de ter aceito esse li­mite, nunca deixou de buscar a diminuiçãodo prazo, em razão dos motivos já expos­tos, de vez que a média de idade do traba­lbador brasileiro em geral j á não é a ideal,que se dirá, então, do trabalhador rural,pois suas condições de desempenho de ati­vidade no campo não o permite chegar aidades avançadas como seria ideal.

Sala das Sessões, - Antônio Be-linati.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI COMPLEMENTAR N.o 11,DE 25 DE MAIO DE 1971

Institui o Programa de Assistênciaao Trabalhador Rural, e dá outras pro­vidências.

' ~ .Art. 4.° A aposentadoria por velhice

corresponderá a uma prestação mensalequivalente a 50% (cinqüenta por cento)do salário mínimo de maior valor no País,e será devida ao trabalhador rural que ti­ver completado 65 (sessenta e cinco) anosde idade.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTARN.O 23, de 1975

(Do Sr. Otávio Ceccato)

Introduz modificações na legislaçãoprevidenciál'ia destinada ao meio rural.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação So­cial e de Finanças)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O artigo 2.° da Lei Complemen­

tar n.? 11, de 25 de maio de 1971, passa avigorar com a seguinte redação:

Art. 2.° O Programa de Assistência ao'Trabalhador Rural consistirá na prestaçãodos seguintes beneficios:

I - Aposentadoria por Velhice;TI - Aposentadoria por Invalidez;

UI -- Aposentadoria por Tempo de Ser-viço;

IV -- Auxílio Funeral;

V - Serviço de Saúde;VI - Serviço S<Jcial.

Art. 2.° A Aposentadoria por Tempo deServiço obedecerá os valores estabelecidospara as demais aposentadorias do traba­lhador rural e será concedida aos 25 (vintee cíneo) anos de atividade rural.

Art. 3.° A habilitação e qualificação detrabalhador rural será feita mediante oscritérios estabelecidos pela Lei Comple­mentar n.o 11, de 25 de maio de 1971.

Art. 4.0 Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dís­posições em contrário.

Justificação

Uma das maiores lacunas existentes nalegislação que regula o sistema previden­ciário destinado ao meio rural é, sem dú­vid-a, a não disposição sobre o direito doTrabalhador Rural à aposentadoria portempo de serviço, há muito tempo existentepara os segurados do sistema geral da pre­vidência social. Com efeito, são justamen­te esses brasileiros, produtores de alimen­tos para ° Brasil e até mesmo para muitasoutras partes do mundo, hoje desampara-

dos neste particular, que deveriam fazerjus à Aposentadoria por Tempo de Serviço,como forma de lhes minorar as agruras dasatividades agrícolas exercidas ao longo dotempo.

Doutra parte, a proposição busca fixaro tempo de atividade ou serviço em 25 (vin­te e cinco) anos, em decorrência da natu­reza mesma e condicões do trabalho exer­cido, quase sempre dê "sol a sol", isto é, semqualquer horário fixado e, ainda, em mui­tos casos, em condições de periculosidadeou serviços considerados penosos.

Poderíamos citar, a título exemplificati­vo, alguns grupos de trabalhadores ruraisque desempenham suas atividades nessascondições, como é o caso, por exemplo, dostrabalhadores rurais da juta, no Amazonas;do ramí, no Paraná; do sisal, na Bahia;do plantio, corte, canma e transporte dacana-de-açúcar, nos Estados do Rio de Ja­neiro, São Paulo e Pernambuco, para citarapenas alguns. Todos esses trabalhadoresrurais exercem suas atividades em condi­ções as mais diversas, sendo certo que nãolhes assiste outro recurso, a não ser espe­rar a velhice sem perspectiva de melhoresdias, ou esperar dos poderes constituidos oscuidados que lhes cabe ter.

Oabivel, também, salientar que além dodesempenho das atividades em condiçõespenosas ou adversas, como ficou dito, ostrabalhadores rurais não têm, de fato, ida­de limite para começar a trabalhar, sendode conhecimento público que muitos játrabalham em serviços pesados aos 7 (sete)anos de idade, É que as condições peculia­res do meio rural, sem embargo do limitefixado em 12 (doze) anos pela nossa Cons­tituição Federal, os menores começam atrabalbar a partir de idades bem mais bai­xas, resultando dai que um homem do cam­po aos 25 (vinte e cinco) anos de serviçojá não tem condições de continuar desem­penhando suas atividades rurais a conten­to, pois é patente o desgaste fisico conse­qüente de toda uma série de atividadesbraçais desempenhadas.

Demais disto, o reconhecimento de que,de acordo com a atividade desempenhadadeve ter o trabalhador direito a aposentar­se com períodos menores, está expresso nalegislação previdenciária destinada aostrabalhadores urbanos, que não somenteconcede o benefício aos 25 (vinte e cinco)anos, mas bem antes, isto é, a partir dos15 anos. Isto ocorre em atenção ao tipo deatividade desempenhada e respectiva gra­dação de periculosidade. É o que dispõe oartigo 9.°, da Lei n.> 5.889, de 8 de junhode 1973 in verbis:

"Art. 9.° A aposentadoria especial seráconcedida ao segurado, que contandono mínimo 5 (cinco) anos de contribui­ção, tenha trabalhado durante 15(quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cin­co) anos pelo menos, conforme a ati­vidade profissional, em serviços con­siderados penosos, insalubres ou peri­gosos, por decreto do Poder Executivo".

Destarte, se o sistema geral da previdên­cia social já aposenta seus segurados, pre­enchidas as exigências legais, aos 15 (quin­ze) anos, 20 (vinte) anos e 25 (vinte e cin­co) anos de serviço, como negar esse mes­mo direito aos trabalhadores rurais, cujasatividades, como estamos procurando de­monstrar, são no mínimo penosas, quandonão perigosas ou insalubres, como fixadonos exemplos apresentados?

Será, segi ndo cremos, uma forma de re­conhecimento, ainda que tardia, do quan­to carecem esses brasileiros de uma velhi­ce que somente é, de direito, reconhecidaa partir dos 65 (sessenta e cinco) anos deidade, quando geralmente já não tem mais

qualquer condição de vida proveitosa e pro­dutiva.

Sala das Sessões, 2 de junho de 1975. ­Otávio Ceccato.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI COMPLEMENTAR N.o 11,DE 25 DE MAIO DE 1971

Institui o Programa de Assistênciaao Trabalhador Rural, e dá outras pro­vidências.

Art. 2.° O Programa de Assistência aoTrabalhador Rural consistirá na prestaçãodos seguintes benefícios:

I - aposentadoria por velhice;Ir - aposentadoria por invalidez;In - pensão;IV - auxilio funeral;

V - serviço de saúde;VI - serviço social.

Art. 3.° São beneficiários do Programade Assistência instituído nesta Lei Com­plementar o trabalhador rural e seus de­pendentes;

§ 1.0 Considera-se trabalhador rural,para os efeitos desta Lei Complementar:

a) a pessoa física que presta serviços denatureza rural a empregador, mediante re­muneração de qualquer espécie;

b) o produtor, proprietário ou não, que,sem empregado, trabalha na atividade ru­ral, individualmente ou em regime de eco­nomia familiar, assim entendido o traba­lho dos membros da familia indispensávelà própria subsistência e exercida em con­dições de mútua dependência e colabora­ção.

PROJETO DE LEI COMPLEMENTARN.o 24, de 1975

(Do Sr. Joaquim Bevilacqua)Acrescenta dispositivo à Lei Comp'le.,

plementar n.? 7, de 7 de setembro de1970, quc "institui o Programa de Inte­gração Social e dá outras providências".

(ÀS Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Sociale de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° Acrescente-se ao art. 9.° da LeiComplementar n.O 7, de 7 de setembro de1970, o seguinte parágrafo 3.°:

"§ 3.° Os valores dos depósitos poderãoser utilizados pelo titular da conta,ainda, na aquisição de ações ou de quo­tas de capital da empresa em que o em­pregado trabalhar, na forma em quedispuser o regulamento da presentelei."

Art. 2.° Esta lei complementar entraráem vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, em ...........•..... ­Joaquim Bevilacqua.

Justificação

Ê óbvio que a intenção da Lei Comple­mentar n.O 7/70, ao tratar das possibilida­des de utilização dos valores depositadosem nome do empregado, foi a de restringirao máximo tais possibilidades.

Ê fato, outrossim, que, destinando-se oFundo de Participação, do Programa deIntegração Bocía.l, a Constituir um patri­mónio para o trabalhador, a lei não poderianem deveria mesmo permitir que os depó­sitos sejam movimentados, utilizados, por

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.'unho de 1975 DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3901

Art. 23

Parece que a designação proposta por serabrangente, melhor define a competênciada Comissão.

v - Comissão de Economia.

Art. 23.

Art. 9.° As importâncias creditadas aosempregados nas cadernetas de participaçãosão inalienáveis e impenhoráveis, destinan­do-se, primordialmente. à formação de pa­trimônio do trabalhador.

III - O item III do art. 31 passa a vigorarcom a seguinte redação:

"Art. 31. ...................•...••.•••

UI - para opinar sobre a valorizaçãoeconômica da Amazônia, do Vale do SãoFrancisco, da Região Sul e da RegiãoCentro Oeste, assim designadas:

a) Comissão da Amazônia;b) Comissão da Bacia do São Francisco;

c) Comissão do Desenvolvimento daRegião Sul;d) Comissão do Desenvolvimento daRegião Centro-Oeste."

Art. 2.° Esta Resolução entra em vigorna data de sua publicação.

Art. 3° Revogam-se as disposições emcontrário.

JustificaçãoOs problemas da Zona do Pnlígono das

Seca3 são grandes. não obstante as atençõesque vêm sendo dispensadas, àquela contur­bada área, pelas autoridades governamen­tais.

Em 28 de dezembro de 1945, através doDecreto-lei n.? 8.486, foi criado o Departa­mento Nacional de Obras contra a Seca ­DNOCS, como primeira etapa visando àsolução dos problemas daquela região.

Posteriormente, já equacionado o pro­blema do combate às freqüentes secas, foiínstítuída a Superintendência do Desenvol­vimento do Nordeste - SUDENE, com metasclaramente destinadas à industrialização daárea.

O nosso Regimento Interno, desde 1949,contempla a Comissão Especial do Polígonodas Secas como órgão técnico específicopara emitir pareceres sobre assuntos refe­rentes àquela região. Naquele diploma regi­mental (art. 29, § 3.°), dizia-se que a Comis­são subsistiria através das legislaturas. atéque a Câmara resolvesse extingui-la, porpreenchido o fim a que se destinava.

Ora, cerca de 25 anos j á são decorridosdesde o surgimento da mencionada oomís-

II - O art. 28 passa a viger acrescido demais um parágrafo, de n.v 17, com o subse­qüente texto:

"Art. 28. . .•...........•....•.....•.••

§ 17. Â Comissão do Polígono das Secascompete opinar sobre proposições quedigam respeito a: a) planejamento,obras e servícos de assistêncià econômi­ca e social, relacionados com o combateàs secas; b) auxílios às populações daárea. atingidas por calamidades; c)concessão de terras e abertura de viasde comunicação, naquela zona poligo­nal."

PROJETO DE RESOLUÇãON.o 34, de 1975

(Do Sr. Inocêncio Oliveira)

Altera o Regimento Interno da Câ­mara dos Deputados criando a ComissãoPermanente do Polígono das Secas.

(Â Mesa)

A Câmara dos Deputados resolve:Art. 1.0 A Resolução n.v 30, de 31 de

outubro de 1972, passa a vigorar com asseguintes alterações:

I - Ê acrescentado ao art. 23 mais umitem, de n.? XVII, com a seguinte redação:

"Art. 23. . ......•...................••

XVII - Comissão do Polígono das Se­cas."

PROJETO DE RESOLUÇãON.o 33, de 1975

(Do 81'. Jorge Arbage)

Altera o Regimento Interno da Câ­mara dos Deputados para o fim demiar a Comissão Permanente dos Di­reitos e Interesses da Família.

(Â Mesa.)

A Câmara dos Deputados Resolve:Art. 1.0 É acrescentado ao art. 23, do

Regimento Interno da Câmara dos Depu­tados, o seguinte inciso:

"Art. 23. . ..•............••..•...•.•.

.Justificação

O art. 175 da Constituição Federal prevêque:

"A família é constituida pelo casamen­to e terá direito à proteção dos po­deres publícos.'

No Brastl, ao que se saiba, não existenenhum organismo oficial dedicado ao es­tudo dos problemas da família, muito em­bora o preceito constitucional seja expressoem determinar a proteção desta pelos po­deres públíeos.

A criação de uma Comissão, integradaao elenco das de caráter permanente, con­forme prevê o art. 23 do Regimento Internoda Câmara dos Deputados, com a finali­dade específica de opinar em todos osassuntos e proposições que digam respeitoaos direitos e interesses da família, pare­ce-nos de salutar importância para a con­Juntura que o País está atravessando, tor­nando-se ainda de major valia nos objeti­vos que a inspiram, dada a circunstância dea iniciativa desses estudos ,e suas conclusõesficaram na incumbência de apuração pelopróprio legislador, o que virá facilitar aelaboração de legislação adequadamentepertinente.

Sob o ponto de vista constitucional, nãovemos nada que impeça a presente inicia­tiva, de vez que a proteção à família é umaperrogatíva imposta pela própria Consti­tuição brasileira, não importando ínvestí­gur-se de que forma possa ser essa proteçãoestabelecida, bastando, tão-somente, que elanão afronte o preceito constitucional, o que,cremos, não ocorre no presente caso.

Sala das Sessões, em ..•.............• ­Jorge Arhage,

§ 17. Â Comissão dos Direitos e Irrte­resses da Família compete opinar sobretodos os assuntos e proposições perti­nentes à instituição familiar, seus di­reitos e interesses no contexto jurídico,econômíeo e social."

Art. 3.° Esta Resolução entrará em vigorna data de sua publicação, providenciandoa Mesa da Câmara dos Deputados para queseus dispositivos sejam inseridos no texto doRegimento Interno, como determinado.

Sala das Sessões, em ...........•....rorge Arbage.

XVII - Comissão dos Direitos e Inte­resses da família."

Art. 2.° Ao art. 28, do Regimento rnternoda Câmara dos Deputados, acrescente-se oseguinte parágrafo:

"Art. 28. . ...........................•

Abril de 1975. -sala das Sessões,Wilmar Dallanhol.

qualquer "me dá ca essa palha", já que issoímpltcaria em frustar o gradativo cresci­mento do dito patrimônio.

Entretanto, o que se verifica é que o Go­verno - autor do projeto original, que foiaprovado quase na íntegra - restringiu emexcesso as possibilidades saque dos depósi­tos do PIS, talvez pretendendo que o nume­rário a eles correspondentes ficasse maistempo na disponibilidade da Caixa Econô­mica Federal, insuscetível de movimenta­ções corriqueiras e, pois, com maiores am­plitudes de aplicação por quem os retém.

Há, todavia, uma sugestão de permíssíbí­lidade de saque que, estribada na seriedade,competência e substanciosa argumentaçãode quem a sugeriu em primeiro lugar - oDeputado Daniel Faraco - talvez não de­vesse continuar sendo repelida pela lei.

Tal é .a que vai aqui agora novamentepreconizada.

Ê que a aquisição de ações ou quotas decapital da própria empresa onde o empre­gado trabalhe, constitui fórmula mais doque ajustada ao preceito constitucional queinspirou o PIS e que se consubstancía naintegração do trabalhador na vida e nodesenvolvimento da empresa (art. 165, inc.V, da Constituição Federal) .

Sala das Sessões, em 3-6-1975. - JoaquimBevtlacqua,

PROJETO DE RESOLUÇãON.o 32, de 1975

(Do Sr. Wilmar DallanhoI)

Altera os artigos 23 e 28 do Regimen­to Interno da Câmara dos Deputados.

(A Mesa.)

A Câmara dos Deputados resolve:Art 1.0 O Art. 23, item V passa a vigorar

com a seguinte redação:

§ 5.° A Comissão de Economia compe­te opinar, em geral, sobre assuntos re-lativos a .Art. 3.° Regovadas as disposições emcontrário, esta Resolução entrará emvigor na data de sua publicação.

Justificação

Pretende o Projeto de Uesolução alterara designação de "Comissão de Economia,rncústna e Comércio" para símplesmente"Comissão de Economia".

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSÕES

PERMANENTES

LEI COMPLEMENTAR N.o 7DE 7 DE SETEMBRO DE 1970

Institui o Programa de IntegraçãoSocial, e dá outras providências.

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3902 Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção l) Junho de 1975

são. As constantes atenções que o PoderLegislativo vem dispensando aos problemasda ZOna poligonal determinaram que a Co­missão subsistisse, através das legislaturas.E, aírrda hoje, poderosos motivos ditam a.sua permanência, como órgão especializado.

'Nada mais justo, pois, que seja esta Co­.míssâo Especial transformada em ComissãoPermanente, eis que ela já conquistou estedireito em um quarto de século de existên­cia.

Sala das Sessões, em 3 de junho de 1975.._ Inocêneío Oliveira.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSõES

PERMANENTES

RESOLUÇãO N.o 30DE 31 DE OUTUBRO DE 1972

Dispêe sobre o Regimento Interno.

TíTULO II

Dos órgãos da Câmara

CAPíTULO IIDas Comissões

SEÇãO III

Das Comissões Temporárias

Art. 31. As Comissões Especiais serãoconstituídas:

IH - para opinar sobre secas, bem comosobre a valorização econômica da Amazônia,do Vale do São Francisco, da Regíão Sule da Região Centro-Oeste, assim designa­das:

a) Comissão do Polígono das Secas;

b) Comissão da Amazônia;

c) Comissão da Bacia do São Francisco;

d) Comissão de Desenvolvimento da Re­gião Sul;

e) Comissão do Desenvolvimento daRegião Centro-Oeste;

PROJETO DE LEIN.o 583, de 1975

(Do Sr. Edgar Martins)Torna obrigatório o exame psícotée­

nteo para os civis que portem armas porconcessão da autoridade competente ouno exereícto de profissão.

<As Comissões de Constituição e Jus­tíça e de Saúde.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O porte de armas só será conce­dido aos civis que, submetidos ao examepsícotécníco, comprovem capacidade paraportarem e usarem armas.

Parágrafo único. O disposto neste artigose extende aos civis que portem armas por<concessão da autoridade competente ou noexereícío de proríseão que os obrigue.

Art. 2.° Os portes de armas dados porconcessão da autoridade competente, per­dem seu valor 120 (cento e vinte) dias apósa publicação desta Lei.

AI't. 3.° Os civis - com função de poli­ciar - vigilantes e vigias, que lidam dire­tamente com a segurança do público, debens e de valores, portando armas, ficamobrigados a se submeterem ao exame psíco­técnico, que se renovará a cada quatro anos.

Parágrafo único. OS CIVIS que portaremarmas por concessão da autoridade compe­tente ficam também obrigados a se subme­terem ao exame psicotécnico, que igualmen­te se renovará a cada quatro anos.

Art. 4.° O Poder Executivo regulamentaráa presente Lei, no prazo de 90 <noventa)dias, contado de sua publicação.

Art. 5.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogando-se disposiçõescontrárias.

Justíífcação

O presente projeto de Lei por si mesmose justifica. Com ele estamos introduzindono elenco de nossas leis, um dispositivolegal que se assemelha ao que obriga aosmotoristas profissionais e amadores a sesubmeterem ao exame psicotécnico, que lhesavalia as condições de momento para assu­mirem a responsabilidade de conduziremveículos automotores.

É o que se quer em relação aos que portame usam armas.

O índice de crímínalldade aumenta assus­tadoramente. Diariamente mais são os mar­ginais que se armam e, de um modo geral,estas armas usadas pelos inimigos da socie­dade, são subtraídas dos que as portam semcondições emocionais e técnicas para o fa­zerem.

Vigilantes. Vigias, etc ... muitas vezes, emconfronto pessoal com o marginal. perdemas suas armas. O mesmo, em maior escala,ocorre com os que portam armas legal ouIlegalmente, a titulo de defesa pessoal.

Colocando armas nas mãos dos que nãoestão suficientemente capacitados parausá-las, as autoridades estão transferindoestas mesmas armas, aos poucos, à margi­nalização. E as que são portadas como ins­trumento de defesa, se tornam, invariavel­mente, instrumentos de ataque e ameaça àsociedade.

Há uma negligência sentida, por parte demuitos que hoje portam armas. Estas sãoexpostas e mesmo deixadas ao alcance deterceiros, em pastas, porta-luvas de auto­móveis, gavetas e mesas, numa demonstra­ção evidente do despreparo dos que assimagem.

Outros portam armas com autênticos ges­tos de exibição, sem a discrição necessária.

E, neste rol de incompetentes para osgraves riscos e encargos de se ter uma arma,há os que não possuem o equrlibrío e amaturidade suficientes para tal comprome­timento.

Dai o projeto de lei. O porte de arma seráconcedido a qualquer pessoa, pela autori­dade competente que assim entender dedeferir, comprovada a capacidade do pre­tendente para portar armas, após o examepsicotécnico a que se submeterá obrigato­riamente.

A este exame estão todos obrigados, desdeque portem armas por concessão da auto­ridade competente ou em decorrência daprofissão que exercem.

Como conseqüéncia desta nova situaçãoproposta, todos os portes de armas ante­riormente concedidos por qualquer autori­dade, perdem o' seu valor com a aprovaçãodest", Lei.

O Poder Executivo é chamado a regula­mentar esta. Lei. Disporá, então, sobre asituação dos funcionários públicos que por­ventura portem armas em razão de cargoou função que exerçam. Cuidará da matérianas minudências de uma regulamentaçãoque discipline, inclusive, quanto a realizaçãodo exame psícotécníco.

Não estão incluídos nos dispositivos destaLei os militares, visto possuírem estes, regu­lamentos próprios que escapam aos limitesdeste projeto.

Sabendo que o assunto envolve complexi­dade, o estamos apresentando com o intuitode cooperar para maior segurança da socie­dade, evitando que armas sejam eonríadasa muitos que não gozam de condições míni­mas para conduzirem consigo uma arma ­que será mais de ataque que mesmo dedetesa sua e dos outros.

Esta a justificação.

Sala das Sessões, - Edgar Martins.

LEGISLAÇAO PERTINENTE ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 3.688DE 2 DE OUTUBRO DE 1941

Lei das Contravenções Penais.

PARTE ESPECIAL

CAPíTULO I

Das Contravenções Referentes à Pessoa

Art. 19. Trazer consigo arma fora de casaou de dependência desta, sem licença daautoridade:

Pena - prisão simples. de 15 dias a seismeses, ou multa, de Cr$ 200,00 <duzentoscruzeiros) a Cr$ 3 000,00 (três mil cruzeiros)ou ambas cumulativamente.

§ 1.0 A pena é aumentada de um tercoaté metade, se o agente já foi condenado emsentença Irrecorrível, por violência contrapessoa.

§ 2.° Incorre na pena de prisão simples,de 15 dias a três meses, multa, de Cr$ 200,00(duzentos cruzeiros) a Cr$ 1.000,00 (um milcruzeiros), quem, possuindo arma ou muni­ção:

a) deixa de fazer comunicação ou entregaà autoridade, quando a lei o determina;

b) permite que alienado, menor de 18 anosou pessoa inexperiente no manejo de armaa tenha consigo;

c) Omite as cautelas necessárias paraimpedir que dela se apodere facilmentealienado, menor de 18 anos ou pessoa inex­periente em manejá-la.

PROJETO DE LEIN.o 585, de 1975

(Do Sr. FrancisCo Amaral)

Dispõe sobre a freqüência de Verea­dores às aulas.

(Às Comissões de Constituição e Jus­tiça e de Educação e Oulbura) ,

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ficam isentos da obrigatorie­dade de freqüência às aulas, nos dias de ses­sões da Câmara Municipal a que pertençam,os estudantes que exerçam o mandato deVereador.

Parágrafo único. O abono de faltas de­vido na forma deste artigo só será obriga­tório diante de comunicação escrita feitapela Câmara Municipal.

Art. 2.0 A isenção de que trata o art. 1.0só atingirá o Vereador que não ultrapassaros seguintes limites de faltas. computando­se, inclusive, para efeito dos percentuais

Page 15: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd11jun1975.pdf · ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DEJUNHO 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO

.{unhp de 1975 lDIARIO DO CONG-,ESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3903

'abaixo díserímínados, as faltas abonadas naforma do art. 1.°;

I - 50% das aulas, para fins de presta­ção de exames em 1.lL época;

II - 75% das aulas, para efeito de pres­.tacão de provas em 2.lL época.

Art. 3.0 Esta Lei entra em vigor na da­ta de sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições em, contrário.

Sala das Sessões, em 26 de maio de 1975.- Francisco Amaral.

Justificação.' Em 7 de agosto de 1973. apresentamosProjeto de Lei que recebeu o n,o 1.434/73 eque tinha por objetivo a isenção da obri­gatoriedade de freqüência às aulas, nos diasde sessões da Câmara Municipal, dos Ve­readores que fossem estudantes de curso su­perior.

Logrou este projeto obter parecer favorá­vel quanto à constitucionalidade e [urídí­cidade na Comissão de Constituição e Jus­tiça e teve igualmente recomendada a suaaprovação pela Comissão de Educação eCultura, Em plenário recebeu emenda nosentido de ser suprimida a expressão "deeurso superior", ampliando o beneficio a to­dQ,S os vereadores estudantes.

No Senado não teve o projeto a mesmasorte que na Câmara dos Deputados, rece­rendo parecer contrário da Comissão deEducação e Cultura.

Atentando para o fato deque a matéria éde grande interesse para todos os munící­pios brasileiros consideramos oportuna asua reapresentação.

VlBa esta proposição, como as demais leisque regem o problema educacional no Pais,a estimular o.s servidores, no caso o Verea­dor, ao aprimoramento de seus conheci­mentos a fim de que eles possam dar maiorcontribuição à coletividade que represen­tam.

Embora o Conselho Federal de Educaçãotenha emitido d-iversos pareceres contráriosaos abonos de falta, existem exceções quejustificam nossa pretensão, como a do De­creto-lei nP 715, de 30-7-69, quanto aos es­tudantes matriculados em órgão de forma­ção de reserva, nos dias de manobra ouexercícios; a do Decreto n.o 69.053, de 11 deagosto de 1971, para estudantes credencia­dos para representar o Brasil em competi­ções artistícas e desportivas e congressosctentifícoa; e a do Parecer D.o 495/69, admi­tindo regíme especial de freqüência para osportadores de hemofilia ou outras doençashereditárias.

Aos que achem excessiva a concessão aque visa o projeto, lembramos a afirmacãode Lauro de Oliveira Lima, de que "a idéiade escola como recinto confinado é incom­patível com os meios de comunicação mo­demos". E complementamc-Ia cem o fatode ser ° exereicío de mandato popular ati­vidade das mais educativas, no sentido am­plo da palavra.

Sala das Sessões, em 26 de maio de 1975.-- Francisco Amáral. '

CAMARA MUNICIPAL DA ESTANCIADE BRAGANÇA PAULISTA

Bragança Paulista, 23 de agosto de 1974

Ofício n.? 278/74

Ao Exmo. Sr. Dr. FranciJ;co AmaralDD. Deputado FederalPraça dos Três Poderes - Brasília - DF.

Senhor Deputado

Através deste estamos levando ao seu 00­nhseímento que, de conformidade com o te­Iegrama encaminhado por V. Ex.a a este Le­gislativo, nesta data estamos remetendo ao

Líder do Governo no Senado Federal, solí­citando providências para a apreciação, emregime de urgência urgentissíma, do Projetode Lei n.o 56/74, de sua autoria. Tal decisãofoi tomada em votação feita pelo Plenáriodesta Câmara Municipal, após o endosso docitado telegrama por esta Presidência epelo nobre EdU Caetano Piccioni.

Nesta oportunidade, formulamos nossosprotestos de alta consideração e apreço. ­Luiz Matheus Netto, Presidente da Câmara.

CAMARA MUNICIPAL DE LIMEIRA

Estado de São Paulo

F.J.M. n.o 176174

Limeira, 20 de agosto de 1974.

Ao Exmo. Sr.Deputado FederalFranclBco AmaralBrasília DF.

A Mesa da Câmara Municipal de Limeiraencaminha em anexo cópia do requerimen­to de autoria do Vereador Célio Buck, apro­vado pelo Plenário deste Legislativo Muni­cipal em sessão ordinária realizada dia 19de agosto do corrente ano.

Aproveitamos o ensejo para apresentar osnossos protestos de alta estima e conside­ração. - Dr. Antonio de Gaspari, Presiden-te; Célio Buck, 1.o-Secretário. '

CAMARA MUNICIPAL DE LIMEIRAEs'tado de São Paulo

REQUERIMENTORequeiro na forma regimental e após ou­

vido o Plenário desta Casa para que sejamenviados ofícios ao Deputado FranciscoAmaral, cumprimentando-o pelo projetoque isenta da freqüência às aulas os Ve­readores estudantes quando das sessões dasCâmaras, e ao Líder .do Governo no Se­nado e Ministro Ney Braga, postulando aestes últimos a concessão de regime de ur­gência urgentíssima no estudo da matéria.

Sala das Sessões, 19 de agosto de 19""4. ­Vereador Célio Buek,

Justificação

O projeto do Deputado Francisco Amaralé dos mais felizes e importantes, porquevem ao encontro do interesse de inúmerosVereadores estudantes que atualmente sevêm prejudicados duplamente: nos seus es­tudos e nos seus trabalhos como Vereado­res dado que são obrígados a estarem nosdois lugares ao mesmo tempo. Esse projeto,se aprovado propiciará aos Vereadores es­tudantes condições de desempenharemmuito melhor sua função pública, em bene­fício da coletividade sem que venham a fi­car prejudicados no que diz respeito às suasfreqüências nas Escolas.

Sala das Sessões, 19-3-74, - VereadorCélio Buck.

CAMARA MUNICIPAL DE AVARÉEstado de São Paulo

Avaré, 27 de agosto de 1974,

or. n.o 269/74-S.r

Exroo, Sr.F'rariclseo AmaralDD, Deputado FederalBraailia - DF.

Senhor Deputado:Em atenção a solicitação constante de seu

telegrama de 12 do corrente, cumpre-mepraserosamente levar ao conhecimento deV. Ex.", que esta Câmara Municipal se di­rigiu ao Exroo. Sr. Ney Braga, DD. Minis­tro da Educação e Cultura e ao Líder do Go­verno no Senado Federal, reivindicando Mmedidas preconizadas em relação ao Proje-

to n.o 52/74 de sua autoria, que isenta defreqüência às aulas, quando das Sessões dasCâmaras, os Vereadores Estudantes.

Ao transmitir prazerosamente a deübera­ção deste Legislativo, valho-me do feliz en­sejo para apresentar a V. Ex." os protestosde minha mais alta estima e distinta con­sideração. - Dr, Sebastião Camargo Garcia,Presidente.

CAMARA MUNICIPAL DE SAO JOSl!:DOS CAMPOS

São José dos Campos, 23 de agosto de 1974Of. n.o 6662

Excelentíssimo SenhorDeputado Federal Francisco AmaralCongresso Nacional70000- Brasília

Excelentíssimo Senhor:

Unindo-me a milhares de brasileiros, ve­nho por meio deste, acusar e agradecer seuatencioso telegrama, comunicando-nos olouvável projeto de sua autoria, isentandode freqüência às aulas os Vereadores Es­tudantes, em ocasião de sessões da Edili­dade.

Como todos nós sabemos, são inúmeros osVereadores por esse Brasil afora, que sededicam aos estudos para melhor serviremsua Comunidade, ao mesmo tempo em queexercem seu mandato sem remuneração etem que trabalhar durante o dia para sesustentarem e sustentarem os seua, Nai'l.mais justo, portanto, a aprovação de refe­rido projeto, pois o Vereador estudante, porocasião da sessão da Câmara, fica no dí­lema, sem saber se falta à aula para asessão da edilidade ou se falta à sessão.para ir à aula, pois ambas as obrigações sãoprioritárias.

Em boa hora Vossa Excelência, apresen­tou o Projeto que isenta o Vereador estu­dante de freqüentar a aula em dia de ses­são, pois assim, sem deixar de cumprir suaobrigação príorttáría, ele cumpre seu devercívico e não deixa de servir sua Comuni­dade.

Em meu próprio nome e em nome da Edi­lídade que tenho a honra de presidir, apre­sento-lhe minhas congratulações e eomu­níco-Ihe que estou enviando, tanto ao líderdo Governo, com') ao Sr. Ministro da Edu·cação, telegramas de apoio e pedido de ma­téria urgente urgentíssima para a proposi­tura.

Sem mais, queira receber as cordiais sau­dações de seu eonrrade do MDB.

Atenciosamente, Francisco Eduardo Pin­to Neves.

cAMARA MUNICIPAL DE JUNDIAiS.P.

Gabinete do PresidenteEm 22 de agosto de 1974.

or. N.O DRP 8. 74.~9.

E:xmo.Sr.Francisco Amaral,DD. Deputado Federal,Brasilía-DF.

Em mãos a atenciosa TELECARTA de V.Ex.a comunicando-nos a respeito da apro­vação do Projeto que isenta de freqüência.às aulas os Vereadores estudantes.

Agradecendo a deferência, prevalecemo­nos da oportunidade para reiterar as ex­pressões de nossa estima e distinta consí­deraçâo.

Atenciosamente, Eng,O Henrique VíctóríoFranco, Presidente.

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3904 Quarta-feira 11

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉEstado de São Paulo - (Brasil)

Gabinete do PresidenteSantc André, 20 de setembro de 1974.

GP.406-09-74

Proc. 811174

Exrno. Sr.Francisco AmaralDD. Deputado FederalBrasília

Senhor Deputado:.Bervimo-nos deste para comunicar a V.

Ex." que o Plenário desta Casa, em sessãorealizada no dia 16 do corrente, resolveudar inteiro apoio à Proposíção n.o 56174

.de V. I~x." em tramítação no Senad-o Fe­deral.

Para tanto, oficiamos, nesta data, aosExrnos. srs. Ney Braga, DD. Ministro daEducação e Dr. Paulo Francisco Torres, DD.Presidente do Senado Federal, sobre o as­sunto.

Valemo-nos do ensejo para reiterar-lhe osnossos protestos de elevada estima e consi­deração. - Antonio Mada Fi:ho, Presiden­te

LEGlSLACiW PERTINENTE ANEXADAPELA COÓRDENAÇii.O DAS COMISSOES

PERMANENTESLEI N.o 5.692

DE 11 DE AGOSTO DE 1971

Frxa Diretrizes e Bases para o ensinode 1.0 e 2.° graus, e dá outras providên­cias.

CAPíTULO I

Do Ensino de 1.° e 2.° graus

Art. 14. A verificação do rendimento es­colar ficará, na forma regimental, a cargodos estabelecimentos compreendendo a ava­liação do aproveitamento e a apuração deassiduidade.

§ 3.'" Ter-se-á como aprovado quanto àassiduidade:

a) o aluno de freqüência igualou supe­rior a 75% (setenta e cinco por cento) narespectiva disciplina, área de 'estudo ou atí­vídade ;

b) o aluno de freqüência inferior a 75%que tenha tido aproveitamento superior a80% da escala de notas ou menções adota­das pelo estabelecimento;

c) o aluno que não se encontre na hipó­tese da alínea anterior, mas com freqüên­cia igualou superior ao mínimo estabele­cido em .cada sistema de ensino pelo res­pectivo Conselho de EDucação, e que de­monstre melhoria de aproveitamento apósestudos a título de recuperaçâc..

§ 4.° Verificadas as necessárías condi­ções, os sistemas de ensino poderão admitiradoção de critérios que permitam avançosprogressivos dos alunos pela conjugação doselementos de idade e aproveitamento.

LEI N.o 5.540DE 28 DE NOVEMBRO DE 1968Fixa normas de organização e funcio­

namento do ensino superior e sua ar­ticulação COID a escola média, e dá ou­tJrl's providências.

CAPíTULO IDo Ensino Superior

Art. 29. Será obrigatória, no ensino su­perior, a freqüência de professores e alunos,

DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

bem como a execução integral dos progra­mas de ensino.

§ 4.° Considerar-se-á reprovado o alu­no Q"ue deixar de comparecer a um mínimo,previsto em estatuto ou regimento, das ati­vidades programadas para cada disciplina.-

PROJETO DE LEIN.o 586, de 1975

(Do dr. Francisco Amaral)

Acrescenta parágrafo único ao artigo465 da Consolidação das Leis do Tra­balho, aprovada .pelo Decreto-lei n,? ..5.452, de 1.° de maio de 1943.

(As Comissões de oonstatuíção e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Boeiale de Finanças)

O Oongresso Nacional decreta:Árt, 1.0 O artigo 46E do Decreto-lei n.o

5 452, de 1.° de maio de 1943, fica acres­cido do seguinte parágrafo único:

Parágrafo único. É lícito o pagamentoefetuado através de cheque bancário, ga­rantindo-se ao empregado o direito de au­sentar-se no curso da jornada de trabalhopara descontá-lo. .

Art. 2.° Revogam-se as disposições emcontrário.

Art. 3.0 Esta 1e entra em vigor na datade sua publicação.

Sala das Sessões, em 2 de junho de 1975.- Francisco Amaral.

Justificação

O presente projeto nada mais do que arepresentação do projeto meu, arquivadopor dispositivo regimental, de n.O 1.629/73,apresentado em outubro de 1973.

Ele visa atender à própria dinâmica doI:agamento do saíárío ao empregado. Nin­guém desconhece as vantagens que o paga­mento através do cheque bancário oferece,'tanto às empresas quanto ao próprio em­pregado.

A disposição legal do art. 465 ainda é aoriginalmente formulada em 1943..- Os tem­pos evoluíram, mas a nossa lei permane­ceu estática, insensivel às modificações so­ciais verificadas.

A Conferência da Organização Interna­cional do Trabalho adotou, em 1.0 de julhode 1949, a Convenção n.o 95, para a pro­teção do salário. Aprovada pelo Decreto Le­gislativo n.o 24, do 29 de maio de 1956, foia Convenção promulgada entre nós peloDecreto n.O 41. 731, de 25 de junho de 1957,passando suas disposições a funcionar comonormas dísposítívas,

O número 2 do artigo 3.° da Convençãon.o 95, da OlT, assim dispõe:

"2. A autoridade competente poderápermitir ou prescrever o pagamento emcheque contra um banco ou em chequeou vale postal, quando esse modo depagamento for prática corrente ou ne­cessário em razão de circunstâncias es­peciais, quando uma convenção coleti­va ou uma sentença arbitral o determi­nar ou quando apesar de tais disposiçõeso trabalhador interessado consentir."

Ainda recentemente, o próprio Ministériodo Trabalho baixou portaria permitindo opagamento de saíáríos através de chequesbancários. A medida, bem íntencíonada semdúvida, todavia, não possui o condão de al­terar a letra do art. 465 da CLT. Torna-senecessária a alteração do texto legal, a fimde que os tribunais trabalhistas possam íe­gítímar aquilo que já se vem tornando pra-

.Junho de 1975

xe em nossas relações empregatícias: o na­gamento de salários através de chequesbancários.

Sala das Sessões, em 2 de junho de 1975.- Francisco Amaral.

CONSOLIDAÇAO DAS LEISDO TRABALHO

Aprovada pelo Decreto-Ieí n.O 5.452,de 1.° de maio dc 1943.

TíTULO IV

Do Contrato Individual de 'I'rabalho

CAPÍTULO Ir

Da Remuneração

Art. 463. A prestação em espécie do sa­lário será paga em moeda corrente do Pais.

p'arágrafo único. O pagamento do salá­rio realizado com inobservância deste arti­go, considera-se como não feito.

Art. 464. O pagamento do salário deveráser efetuado contra recibo, assinado peloempregado; em se tratando de analfabeto,mediante sus, impressão digital, ou não sen-do esta possível, a seu rogo. .

Art. 466. O pagamento dos salários seráefetuado em dia útil e no local do trabalho,dentro do horário do serviço ou ímedíata­mente após o encerramento deste.

PROJETO DE LEIN.O 587, de 1975

(Do Sr. Humberto Lucena)

AlteJ:a a Lei n." 4.319, de 16 de mar­ço de 1964, que cria o Conselho de De­fesa dos Direitos da Pessoa Humana(C.D.D.P.H.).

(As Comissões de Constltuiçâo e Jus­tiça e de Finanças.)

O oongreseo Nacional decreta:

Art. 1.0 Os arts. 1.0, 2.° e 3.° da Lei n.o4.319, de 16 de março de 1964, passam avigorar com a seguinte redação:

"Art. 1.° Fic.a criado o Conselho deDefesa dos Direitos da Pessoa Humana(C.D.D.P.H.), órgão de deliberação cole­tiva, com sede na Capital da Repúbliea,vinculado ao Ministério da Justiça."·

"Art. 2.° O C.D.D.P.H. será integradopelos segnmtes membros: Ministro daj[ustiça, Presidente do Conselho Federalda Ordem dos Advogados, Presidenteda Conferência Nacional dos Bispos doBrasil, Professor Catedrático de DireitoPenal de uma das Faculdades Federais,Presidente da Associação Brasileira de

. Imprensa, Líderes da Maioria e da Mi­noria, na Câmara dos Deputados e noSenado Federal, Representante dasIgrejas Evangélicas do Brasil, um Mi­nistro aposentado do Supremo TribunalFederal, um Ministro aposentado 'doSuperior Tribunal Militar e um OficialGeneral indicado pela Chefia do Esta­do-Maior das Forças Armadas.§ 1.0 O Professor Catedrático de Di­reito Penal e o Representante das Igre­jas Evangélicas eleger-se-ao pelo votode 2/3 (dois terços) do C.D.D.P.H.,para mandato de 2 (dois). anos.§ 2.° Os Min:istros do Supremo Tribu­nal Federa.l e do Superior Tribunal :Mí-

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Junho de 1975 !DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quartll-feira 11 11911ã.

lítar serão os aposentados, em datamais recente, devendo o seu mandato,bem como o do Oficial General indi­cado pela Chefia do EMFA, perdurartambém por 2 (dois) anos.§ 3.° A Presidência do Conselho ca­berá ao Ministro da Justiça e o Vice­Presidente será eleito, anualmente,pela maioria dos seus membros."

"Art. 3.° Os membros do C.D.D.P.H. eo Secretário que for designado peloMinistro da Justiç,a, receberão o "jeton"de presença de Cr$ 60,00 (sessenta cru­zeiros), por sessão, até o máximo dequatro sessões mensais."

Art. 2° O C.D.D.P.H. reunir-se-á, ordi­nariamente, duas vezes por mês, na pri­meira e terceira quartas-feiras e, extraor­dinariamente, sempre que convocado peloPresidente ou por iniciativa de 3 (três) deseus membros, e com a indicação da rele­vância da matéria a ser incluída na Ordemdo Dia.

Parágrafo único. O período de sessõesordinárias será de 1.0 de fevereiro a 1.0 dedezembro de cada ano, podendo o Conse­lho reunir-se, extraordinariamente, duran­te o período de recesso, para tratar de ma­térias urgentes.

Art. 3.0 salvo decisão contrária em cadacaso, as deliberações do Conselho serão to­madas em sessão pública e' divulgadas noórgão oficial da União e dos Estados ondetenham domicilio as partes envolvidas noprocesso,

Parágrafo único. As diligências, investi­gações e inquéritos relacionados com víola­ções dos direitos mnnanoa poderão ter cará­ter sigiloso, a critério do C.D.D.P.H.

Art. 4.° Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 5.° Revogam-se as disposições emcontrário.

.Justificação

O presente projeto de lei é o fruto de umaexperiência pessoal e poIitica. Como Líderdo MDB e, portanto, da Minoria, na Câ­mara dos Deputados, participei, durantequase 2 (dois) anos, das reuniões do Con­selho de Defesa dos Direitos da Pessoa Hu­mana, sob a Presidência do então Ministroda Justiça.

O ideal seria que o Conselho fosse umaentidade autônoma, sem qualquer depen­dência do Poder Executivo ou do Poder Le­gislativo. Ficasse assim como um órgãoauxilíár do Poder Judiciário. Isso porque amim me parece que o grande e alto objetivoque todos visamos, ao luta!" pela preserva­ção dos díreítos do homem, é confiar a suatutela a um colegiado insuspeito de qual­quer partidarismo. O que importa, no anda­mento dos processos relacionados com aviolação desses direitos, em qualquer área,seja federal, estadual ou municipal, é aapuração das denúncias formuladas e aexemplar punição dos que porventura fo­rem ímplicados, em cada caso concreto.Não nos animam, nesse transcendentalassunto, inspiração de caráter político-par­tidário. O que desejamos, apenas, é que oBrasil cumpra os compromissos que assu­mIU, na ONU, como nação democrática, aoassinar a Declaração Universal dos Direitosdo Homem. E acreditamos, inclusive, nãoserem outros os nobres propósitos do Sr.Presidente da República.

Não nos move, por outro lado, qualquersentimento de solidariedade com acões deli­tuosas, de natureza comum, polítíca ou co­nexa. A luta do MDB é aberta e leal, poistem os limites da lei e da Constituição.

Não queremos atingir o poder, a não serpelo voto que é a arma. que, a nosso ver,pode e deve ser usada, num regime que sepretenda democrático. E, justamente, porsermos democratas autênticos, como nosparece ser, por igual, a imensa maioria dosbrasileiros, é que achamos que, desde o mo­mento em que a pessoa é entregue à custó­dia do Estado, pela prática de qualquer atolesivo à sociedade, deve ser respeitada, naplenitude de sua integridade física, psíquícae moral.

Entretanto, por mais que refletíssemos,não encontramos um meio de desvincular oConselho de Defesa dos Direitos da PessoaHumana do Ministério da .lusttça. O que, decerto, lhe dará maior prestígio e autoridadeserá uma nova e melhor estrutura.

Por isso mesmo, modincamoe a sua com­posição, incluindo alguns membros e ex­cluindo outros que, atualmente, ali figuramsem qualquer exphcacâo razoável. O critérioque nos orientou nessa alteraeão foi o daabsoluta isenção dos seus membros. Dai,por exemplo, a nossa preocupação em co­loca!" no Conselho um Ministro aposentadodo Supremo Tribunal Federal e do Supe­rior Tribunal Militar, além de representan­tes da Igreja Católica e das Igrejas Evan­gélíoas e do EMFA.

De outra parte, exigimos um quorum qua­lificado de 2/3 (dois terços)" para a eleíçâodo titular da cátedra de Direito Constitu­cional e dos representantes das IgrejasEvangélicas do Brasil, que deverão integraro Conselho, para assegurar uma escolha querepresente um consenso, senão geral, pelomenos mais amplo, dos que ficarem com aresponsabilidade de selecioná-los, entre de­zenas de professores universitários e demembros de confissões relígíosas,

Afinal, estabelecemos, copiando o projetoNelson Carneiro, no Senado, antes da LeiRuy Santos, normas disciplinando a convo­cação ordinária e extraordinária das sessõese estabelecendo o caráter público de suasdeliberações, como regra geral. Mas, tam­bém, dispomos que as deligêncíaa, investi­gações e inquéritos do C.D.D.P.H. poderãoser realizadas, sigilosamente, pois, o que nosinteressa é zelar pelos direitos da pessoahumana, no senítdo de punir, dentro dalei, os responsáveis pela sua violação. Nãotemos outros intuitos. Não pretendemos es­candalizar a opinião pública do Brasil e domundo, com denúncias levianas ou dema­gógicas. Não seríamos nós da Oposição, jus­tamente na hora em que tivemos uma cori­sagradora vitória eleitoral, que daríamospretextos para novas crises que, a esta al­tura do processo de distensão política íru­cíado pelo Presidente Ernesto Geisel, só ser­viriam para alimentar o radicalismo dosque não se conformam com um projeto denormalização de nossa vida institucional,numa linha democrática, mesmo que o novojl5stado de Direito venha a inserir, no seutexto constitucional, a conciliação indis­pensável dos princípios de liberdade e jus­tiça social com os interesses da segurançanacional, para o resguardo de nossas tradí­ções republícanas.

Daí, o nosso projeto que, se aprovado, po­derá conceder, na prática, ao nosso Go­verno, um eficaz e legitimo instrumento dedefesa dos sagrados direitos da pessoa hu­mana, sem preconceitos de ordem ideoló­gica, racial ou religiosa, abrindo caminhopara a volta dos líderes da Oposição aoConselho de Defesa dos Direitos da PessoaHumana (C.D.D.P.H.).

Sala das Sessões, em 23 de maio de 1975.-- Humberto Lucena.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAo DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI N.o 4.319DE 16 DE MARÇO DE 1964

Cria o Oorisefhn de Defesa dos Direi.tos da Pessoa Humana.

Art. 1.0 Fica criado no Ministério daJustiça e Negócios Interiores o Conselho deDefesa dos Direitos da Pessoa Humana.

Art. 2.° O C.D.D.P.H. será integrado pe­los seguintes membros; Ministro da Justicae Negócios Interiores, Presidente do Con­selho Federal da Ordem dos Advogados doBrasil, Professor Oa.tedrátaeo de DireitoConstitucional de uma das Faculdades Fe­derais, Presidente da Associação Brasileirade Imprensa, Presidente da Assocíacão Bra­sileira de Educaçào, Líderes da Maioria eda. Minoria na Câmara dos Deputados e noSenado.

§ 1.0 O Professor Catedrático de DireitoConstituicional será indicado pelos demaismembros do Conselho em sua primeira reu­nião.

§ 2.0 A presidência do Conselho caberáao Ministro da Justiça e Negócios Interiorese o Vice-Presidente será eleito pela maioriados membros do Conselho.

Art. 3.° Os membros do C.D.D.P.H. e osecretário que for designado pelo Ministroda Justiça, receberâo o jeton de presençade Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) porsessão, até o máximo de quatro sessõesmensais.

PROJETO DE LEIN.O 588, de 1975

(Do Sr. Iturival Nascimento)

ACl:escenta parágrafo ao artigo 19, daLei n,? 4.595, de 31 de dezembro de1964, que dispõe sobre a politica e asinstituições monetárias, bancárias ecreditícias e cria o Conselho MonetárioNacional.

(Às Comissões de Constituicão e Jus­tiça, de Agricultura e Política Rurale de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta;

Art. 1.0 Acrescente-se ao art. 19, da Lein.o· 4.595. de 31 de dezembro de 1964, o se­guinte § 6.0 ;

"Art. 19.

§ 6.0 Os financiamentos rurais pro­movidos pelo Banco do Brasil S.A. te­rão como prazo máximo de vencimen­to o mês de dezembro de cada ano,após a venda do produto."

Art. 2.0 O Poder Executivo regulamen­tará esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições emcontrário.

JustificaçãoEm conformidade com o disposto no art.

19, inciso X, da Lei n.> 4.595, de 31 de de­zembro de 1964, ao Banco do Brasil S.A.foi atribuída a competência especifica paraefetuar operações de financiamento às ati­vidades industriais e rurais.

Executando essa importante função, queé absolutamente essencial ao desenvolvi­mento das atividades agrícolas no Pais. oaludido estabelecimento oficial de crédito,entretanto. tem estabelecido. através de de­cisões administrativas e normativas, pra-

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3906 Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) lunho de 1975

zos muito exíguos de vencimento dos fi­nancíamentos.

Em virtude dessa situação, os produtoresrurais, muita vez, são obrigados a venderos produtos agrícolas a preço vil, benefi­ciando exclusivamente os intermediários,que se aproveitam do desespero dos agricul­tores em saldar seus débitos, adquirindo aprodução total desses empresários ruraisa preços substancialmente inferiores ao domercado.

Essa conjuntura, além de prejudicar aagricultura nacional, também apresentadesfavoráveis repercussões junto aos consu­midores, eis que os produtos agrícolas, apósessas operações, são vendidos ao público apreços mais altos, devido à especulação ve­rificada.

Em verdade, todos sabemos que rarossão os anos de boas safras e bons preços,pois, quando a safra é boa os preços caem,levando o produtor a logo negociar o re­sultado de sua colheita, a fim de cumprircom os compromissos assumidos funda­mentalmente com os tínaneíamentos pro­movidos através do Banco do Brasil S. A.

Assim, a nós nos parece que, para que asatividades agrícolas em nosso País sejamestimuladas e incrementadas, o produtornão deverá, como atualmente é obrigadoe afazer, vender imediatamente a sua colhei­ta, em virtude do sistema de crédito rural,passando a vender os produtos aos poucos,ensejando melhores preços, e elevando, emprazo relativamente curto, a produtividaderural.

Para esse objetivo, que eliminará os in­termediários e aproveitadores, benefician­do Inclusive o consumidor, que passará apagar preços mais baixos pelos produtosagrícolas, a sistemática de financiamentosagrícolas deve ser alterada, a fim de queo prazo máxírno de vencimento desses fi­nanciamentos seja efetivado no mês dedezembro de cada ano, sempre após a ven­da do produto.

Em verdade, temos convicção plena deque, com a adoção da medida alvitrada, oprodutor agrícola terá condições taritoeconômicas como psíquicas para dedicar­se ao aumento da produção, sem preo­cupar-se com a venda imediata da safrae com os inúteis intermediários, que nadaproduzem, aproveitando-se tão somente dasituação dramática atualmente vivida pelosagricultores.

Nessa conformidade, por consubstanciara medida em questão, que beneficiará tan­to o produtor rural como o aumento daprodução e o próprio consumidor, com re­percussões positivas no contexto de nossaeconomia, submetemos a proposição à con­sideração de nossos nobres pares, esperan­do sua indispensável aprovação.

Sala das Sessões, aoslturival Nascimento.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PEL"OOORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI N.O 4.595,DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964

Dispõe sobre a política e as institui­ções monetárias, bancárias e credití­cias, cria G Conselho Monetário Nacio­nal e dá outras providências.

CAPITULO II

Do Conselho Monetário Nacional

Art. 4.0 Compete privativamente aoConselho Monetário Nacional:

IX - Limitar, sempre que necessário, astaxas de juros, descontos, comissões equalquer outra forma de remuneração deoperações e serviços bancários ou finan­ceiros, inclusive os prestados pelo BancoCentral da República do Brasil, asseguran­do taxas favorecidas aos financiamentosque se destinem a promover:

- recuperação e fertilização do solo;- reflorestamento;- combate a epizootias e prag-as, nas

atividades rurais;- eletrificação rural;- mecanização;- irrigação;- investimentos indispensáveis às ati-

vidades agropecuárias.

CAPíTULO IVDas Instituições Financeiras

SEÇÃO IIDo Banco do Brasil S.A.

Art. 19. Ao Banco do Brasil S.A. com­petirá precipuamente, sob a supervisão doConselho Monetário Nacional e como ins­trumento de execução da politica credítí­cia e financeira do Governo Federal:

IX - financiar a aquisição e instalaçãoda pequena e média propriedade rural, nostermos da legislação que regular a matéria;

X - financiar as atividades industriaise rurais, estas com o favorecimento referi­do no art. 4.°, inciso IX. e art. 53 desta lei;

CAPíTULO VIDisposições Gerais

Art. 53. As operações de financiamentorural ou pecuário, de valor até 50 (cin­qüenta) vezes o maior salário mínimo vi­gente no Pais, ficam isentas de taxas, des­pesas de avaliação. imposto do selo e in­dependem de ri.gístro cartorárío.

PROJETO DE LEIN.o 589, de 1975

(Do Sr. João Arruda)Altera a redação dos arülgos 16 e 167,

da Consolidação das Leis do Tl'abalho,aprovada pelo Decreto-lei D.o 5.452, de1.° de maio de 1943.

(Às Comissões de Constituicáo e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Sociale de Fínanças.I

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Acrescente-se ao art. 16 da Con­

solidação das Leis do Trabalho, aprovadapelo Decreto-lei n," 5.452, de 1.0 de maiode 19'1,3, as atíneas f e g, passando a atualalínea f para alínea h:

"Art. 16. . ...........•....•..•••• o" o

Parágrafo único. . .

f) exame copro-parasitológico e abreu­grafia, salvo se na localidade não exis­tirem esses serviços;g) atestado de vacinação antívaríó­Iíca.;"

Art. 2.° O art. 167 e da Consolidação dasLeis do Trabalho aprovada pelo Decreto-lein.O 5.452. de 1.0 de maio de 1943 - e seusparágrafos, passam a ter a seguinte reda­ção:

"Art. 167. O Instituto Nacional daPrevidência Social colaborará, dentro

das possibilidades de seus serviços mé­dicos, na realização dos exames exigi­dos dos interessados na emissão ou re­novação das Carteiras de Trabalho ePrevidência Social, assim como em ou.,.tros exames destinados ao diagnósticode moléstias contagiosas ou transmis­síveis.

§ 1.0 Enquanto o Instituto Nacional daPrevidência Social não estiver em con­dições de realizar os exames em refe­rência, caber-lhe-á a fiscalização dosestabelecimentos particulares habilita­dos para fazê-los, exigindo que satisfa­çam requisitos a serem estabelecidosem regulamento, para a sua prestação.Caber-lhe-á, ainda, sempre que possí­vel, verificar, através de amostragem,a exatidão dos resultados dos examesfeitos nos aludidos estabelecimentos.§ 2.° Nas atividades e operações con­sideradas insalubres, será obrigatório oexame médico periódico dos emprega­dos, de seis em seis meses, cujas des­pesas correrão à conta do empregador."

Art. 3.° Revogadas as disposições emcontrário, esta Lei entrará em vigor 180dias após sua publicação.

Sala das Sessões, aos ... - João Arruda.

.Justificação

1. A Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo Decreto-lei n.O 5.452, de 1.0de maio de 1943, dispõe, no artigo 167:

"Será obrigatório e exame médico dosempregados por ocasião da admissão erenovado periodicamente. Nas localida­des onde houver serviço de abreugrafiadeverá ser utilizado este recurso, na ro­tina de exames, ao tempo da admissãoc todas as vezes em que o mesmo sefizer necessário, a critério médico."

O § 2.° deste artigo determina que:

"a Previdência Social colaborará, den­tro das possibilidades de seus serviçosmédicos, na realização dos exames pre­vistos neste artigo."

O Decreto-lei n.o 926, de 10 de outubro de1969, introduziu modificações na parte daCLT que tratava da emissão das antigasCarteiras de Trabalho.

Eln seu artigo 3.°, deu nova redação, en­tre outros, ao artigo 16 da CLT. estabele­cendo na letra e do parágrafo único, a exi­gência do fornecimento, pelo interessado naobtenção da Carteira de Trabalho e Previ­dência Social de

"atestado de capacidade física e men-tal." .

O Departamento Nacional de Mão-de­Obra, posteriormente, em 19 de janeiro de1970, baixou a Portaria n.O 1, sobre a emís­são de Carteiras de Trabalho e PrevidênciaSocial. No seu artigo 3.° enumerou os do­cumentos exigidos, suprimindo a exigênciado atestado de capacidade física e mental.

O artigo 16 da CLT, ao qual o Decreto-lein.? 926 dera nova redação, foi, novamente,modificado pelo artigo 2.0 da Lei n,> 5.686,de 3 de agosto de 1971, a qual omitiu a eXÍ­gêncía do atestado em referência por oca,':'sião da emissão da Carteira de Trabalho ePrevidência Social.

2. Objetiva o presente Projeto de Leisuprimir a exigência do "atestado de capa­cidade física e mental" por ocasião da ad­missão ao emprego, exigindo, porém, for­necimento além da abreugrafia de examecopro-parasítológíco na oportunidade 'daemissão da Carteira de Trabalho e Previ­dência Social, bem como. a submissão d~interessado, à vacinação antívaríólíca.

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,Junho de 1975 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3907

3. A exigência de atestado de saúde fí­sica e mental supõe consulta médica; re­quer, freqüentemente, exames especializa­dos. Tudo isso se traduz em custos que nemo indivíduo, nem o País estão aptos a aten­der.

O propósito de verificar a saúde física emental do empregado é excessivamente am­bicioso dentro das condições que vigoramem nosso Pais.

Moléstias há de difícil diagnóstico. ou-:tras há, de incidência rara. Ainda há as quenão são suscetíveis de tratamento ao al­cance da massa da população. Também háaquelas que, não sendo contagiosas outransmtssíveía, representam menor perí­culoaidade social.

Se, modesta e realisticamente, abríssemosmão de exigir a verificação da saúde físicae mental e nos contentássemos com a apu-­ração das "moléstias sociais" de mais fácildiagnóstico, então, e só então, poderíamospretender a concretização de exigência in­troduzida em lei.

4. Entre as moléstias que afligem o Po­~o Brasileiro, destacam-se pela sua inci­dência, o amarelão e a esquístossomose.

A primeira depaupera o homem; está re­tratada, por Monteiro Lobato, na figura doJeca-Tatu.

,A segunda, mais grave ainda, atinge maisde 8 milhões de brasileiros.

Trata-se de moléstias identificáveis porexame de laboratório de grande símpllcí­dade,

Sua terapêutica, na maioria dos casos,acha-se definida; não difere, de forma ra­dical, de um para outro paciente; não tornaindispensável o acompanhamento clínicoespecifico nos casos de impossibilidade deproporcioná-lo.

Bão, além disso, altamente transmíssívels.Tais características fazem do amarelão e

da esquístossomose, doenças tipicamentesociais e recomendam preferência no seucombate.

A gravidade social do amarelão e da es­quístossomose tem sido destacada pelos mé­dicos sanitaristas.

Anexamos publicações ilustrativas.5. Os serviços médicos prestados hoje

pelo INPS, se ressentem das mais gravesfalhas, como no passado os dos IAPs.

A responsabilidade não pode ser atribuídaa este ou aquele administrador.

As deficiências são víseeraís e resultam dedois motivos básicos: insuficiência de re­cursos financeiros e dificuldade da atuaçãodo Poder Público quando se estende aoatendtmento indivldual.

Conquanto a porcentagem de contribui­ção previdenciária seja elevada, ela é cal­culada sobre salários, reduzidos. Assim, nãopode haver dinheiro para dar assistênciamédica e a nível desejável.

Por outro lado, pode-se bem Imagínar asdificuldades de disciplinar hospitais, am­bulatórios, médicos e pessoal administrati­vo, espalhados pela imensa extensão do'território nacional.

O retrato que oferece o serviço médicoprestado pelo INPS é desolador.

Filas nos ambulatórios; consultas desig­nadas para meses após a apresentação dopaciente; exames perfunctórios pela faltade meios para procedimento diverso.

A solução de que, inúmeras vezes podelançar mão o funcionário que deve atenderos clientes é a prescrição de especialidade

farmacêutica de resultado paliativo e aconcessão ao empregado de alguns dias deinterrupção do trabalho para tratamentode saúde.

Aplaca-se, com tais medidas, a insatisfa­ção do trabalhador, salvo o caso de agrava­rem-se os seus padecimentos.

Não parece que, a curto prazo, se possapretender modificar as condições de aten­dimento médico individual proporcionadoaos trabalhadores brasileiros.

6. O que está ao alcance do Poder PÚ­blico é enfrentar, com a participação doINPS, moléstias de caráter social que atin­gem o nosso povo.

O presente Projeto não aumenta os en­cargos do INPS, mas visa a contribuir paraatenuá-los, através de medidas preventivas,nos casos de moléstias de fácil diagnóstico.e terapêutica.

Constatada a "moléstia social", objeto daexigência estabelecida no Projeto, ter-se-áa possibilidade de dar-lhe combate por ini­ciativa do próprio trabalhador ou mediantea cooperação que lhe prestará o INPS, atra­vés de serviços já existentes. Note-se queessa colaboração do INPS já está previstaem lei.

7. No caso de atividades e operações in­salubres, o projeto passa para a responsa­bilidade do empregador a realização de exa­me de saúde periódico dos empregados.

8. Longe estamos da possibilidade deprestar assistência médica completa ao nos­so Povo. O presente Projeto tem em vistacontribuir para enfrentar o problema dedoenças que, pelas suas características 80­

ci~is, exigem o esforço prioritário do PoderPublico.

Sala das Sessões, em .. , - João Arruda.

PROJETO DE LEIN.o 664, de 1975

(Do Sr. Otávio Ceccato)Introduz modificações no Código Civil

e no Código de Processo Civil.

(A Comissão de Constituição e Jus­tiça.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 1.594, caput, do Código

Civil (Lei n,v 3.071, de 1.0 de janeiro de1916), passa a vigorar com a seguinte reda­çâo :

"Art. 1.594. A declaração da vacânciada herança não prejudicará os herdei­ros que legalmente se habilitarem; mas,decorridos cinco anos da abertura dasucessão, os bens arrecadados passarãoao domiriío do Município no qual selocalizem.

Art. 2.° O art. 1.143 do Código de Pro­cesso Civil (Lei n,v 5.869, de 11 de janeirode 1973), passa a vigorar com a seguinteredação:

"Art. 1.143. A herança jacente ficarásob a guarda, conservação e administra­ção de um curador até a respectivaentrega ao sucessor legalmente habili­tado, ou até a declaração da vacância,caso em que será incorporada ao domi­nío do Municipio onde se encontrem osbens respectivos."

Art. 3.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

JustificaçãoO objetivo deste projeto de lei, como se

percebe facilmente, é modificar o mecanis­mo vigente de incorporação dominial dos

bens pertencentes às heranças jacentes,quando essas são declaradas vacantes.

No momento, por força do disposto noart. 1.594 do Código Civil (que teve modí­ficado. a sua redação original pelo Decreto­lei n," 8.20'7, de 22 de novembro de 1945),uma vez declarada a vacância da herançajacente e decorridos cinco anos dessa decla­ração, sem que se habilitem herdeiros, osbens respectivos passam para o domínio doEstado-membro ou do Distrito Federal,ou, ainda, para o domínio da União, se oautor da heranca residia em território aindanão constituído' em Estado.

Houve época em que os bens da herançavacante incorporavam-se tão-somente aodominio da União, mas o advento do CódigoCivil, em 1916, regulou definitivamente aquestão, determinando a solucão atrás men­cionada que vige até nossos dias.

Em verdade, os bens patrimoniais corres­pondentes às ditas heranças vacantes geral­mente não têm qualquer expressão econô­mica para os Estados-membros ou para oDistrito Federal, constituindo a disposiçãodo art. 1.594. do Código CIvil, apenas umasolução jurídíca destinada a impedir quereferidos bens se transformem em coisasabandonadas ou fora do comércio, o que. aísim, envolveria a lncoveníêncía de compro­meter a função social da propriedade.

Mas, se para os Estados ou o DistritoFederal, ou mesmo para a União, a eventualincorporação desses bens ao seu patrímôníonão tem grande signiflcação econômica,para os Municípios poderia representar mui­ta coisa, eis que essas entidades públicas, aocontrário dos Estados. vivem em perma­nente dificuldade econômico-financeira,aceitando de bom grado toda e qualquerpossibilidade de aumento de arrecadação.

A solução decorrente da nova redação queestamos dando ao art. 1. 594 do Código Civil- e, por conseqüência, ao art. 1.143, doCódigo de Processo Civil - é, pois, bem maisjusta do ponto de vista dos interesses daadministração pública e até mais compatí­vel com os objetivos sociais, eis que os muni­cípios, menos burocratizados e sempre maisnecessitados do que os Estados, estarão emmelhores eondícões de administrar tais bense fazê-los proporcionar novos e substancio­sos recursos para o seu erário, assim comonovos e importantes benefícios para a co­munidade.

Sala das Sessões, em 28 de maio de 1975.- Otávio Oeceato,

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENACÃO DAS COMISSÕES

PERMANENTESLEI N.o 3.071

DE 1.0 DE JANEmO DE 1916

Com as correções ordenadas pela Lein,v 3.725, de 15 de janeiro de 1919 edemais modificações posteriores.

CóDIGO CIVIL BRASILEIRO............................................:.............................................

LIVRO IVDo Direito das Sucessões

TíTULO IDa Sucessão em Geral

.......................................... , ..;CAPíTULO IV

Da Herança Jacente. ~

Art. 1.594. A declaracão da vacância daherança não prejudtcará os herdeiros quelegalmente se habilitarem; mas decorridoscinco anos da abertura da sucessão, os bensarrecadados passarão ao domínio do Estado

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3908 Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 1975

tempo de afastamento para todos os efeitos(e não apenas para fins de aposentadoria),permitirá às Prefeituras, mormente às depequeno e médio portes, dispor de elementosmelhormente qualírícadoe do ponto de vistada experiência, da capacidade administra­tiva e do nível intelectual.

O Jornal do Brasil, em significativo edito­rial de sua edição de 4 do corrente, sob otítulo "Municípios e Indicadores", chama aatenção para a necessidade de reescalonara ação política dos Partidos, a partir dosmuntcípíos, sendo o municipalismo a ban­deira que a Oposição desfralda e que com­porta sadia emulação por parte da ARENA.Destaca que "as administrações dos muni­cípios urbanos reclamam autonomia noplano das obras públicas em seu âmbito,como forma de sintonizarem-se socialmentee habilitarem-se à disputa eleitoral". Peloque, "o enquadramento na ótica social, apartir dos munícípíos, poderá vivificar a po­litica no seu mais legítimo sentido e, a curtoprazo, contribuir para dar ao Pais um lastrode estabilidade".

Com a apresentação do projeto não esta­mos procurando apenas cumprir. de formasadia e procedente, o nosso dever de inte­grante de um Partido, na busca de fórmu­las e caminhos válidos a serviço do interessecoletivo e da justa projeção popular dalegenda a que pertencemos, senão contri­buir, de forma conseqüente e prática, paraas metas do municipalismo e do dessnvol­

'vtrnento.

Não vemos porque deva ser esperado queum funcionário se aposente para poderocupar uma Prefeitura e dedicar-se a umacomunidade, sem sofrer dmínuícâo na re­muneracâo e sem causar maiores dissaborespecuniários à própria família.

O exercício do cargo de Prefeito pode edeve ser considerado como serviço públicorelevante, na medida em que diz respeitoao interesse e ao progresso de todo ummunicípio, pelo que nada impede que possaser compatibilizado como uma continuidade,por inteiro, do próprio servíeo público fe­deral, desde que considerado em toda suadimensão e pro] eção.

Se pequenos e médios municípios passama conta- com administradores de maior ca­r"-c'tação, se os funcionários à frente dasPrefeituras Municipais não sofrem decessofuncional ou financeiro. fica garantido umsalutar estágio de municipalismo.

Também os grandes municípios não dei­xarão de mobilizar servidores federais paradirigi-los, porquanto. mesmo que, como Pre­feitos, não sofram prejuízos quanto aosvenctmentos, terão assegurados todos osdireitos e vantagens do cargo efetivo, du­rante o afastamento para a administraçãomunicipal.

Não deve também ser esquecido - nahora mesma em que a administração fe­deral procura cumprir novas etapas deplanejamento global, de metas integradase de áreas metropolitanas - que muitostécnicos poderão ser nomeados ou eleítosPrefeitos com reais benefícios para dezenase dezenas de municípios.

Situando o nosso projeto acima de inte­resses partidários, reívindlcamos a sua apre­ciação como contribuição à causa do muni­cipalismo.

ou ao do Dístríto Federál, se o de cujus tiversido domiciliado nas respectivas circunscri­ções, ou se incorporarão ao domínio daUnião, se o domicílio tiver sido em territórioainda não constituído em Estado.

LEI N.D 5.869D'I!: 11 DE JANEIRO DE 1973Institui o Código de Processo Civil.

LIVRO IVDos Procedimentos Especiais

TíTULO nDos Procedimentos Especiais

de Jurisdição Voluntária

CAPÍTULO VDa Herança Jacente

Art. 1.143. A herança jacente ficará eoba guarda, conservação e administração deum curador até a respectiva entrega aosucessor legalmente habilitado, ou até adeclaracão de vacância; caso em que seráIncorporado ao domínio da União, do Estadoou do Distrito Federal.

PROJETO DE LEIN. o 605, de 1~75

(Do Sr. Ricardo Fiuza)Dispõe sobre a remuneração de Pre-

feitos Municipais.

<As Comissões de Constituição eJustiça, de Serviço Público e de Fi­nanças.)

O Congresso Nacional decreta:

A,·t. 1.0 Os servidores da administraçãopública federal, direta ou indireta, eleitosou nomeados Prefeitos Municipais poderãooptar pelos vencimentos e vantagens de seuscargos, sendo o afastamento consideradocomo de efetivo exercícío, para todos osereítos,

Art. 2,° Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 3.0 Revogam-se as disposições emcontrário.

.Justificação

Desde 20 de julho de 1968, o Estado dePernambuco, através da Lei n.O 6.123, esta­beleceu no art. 263. do Estatuto de seu fun­cionalismo, disposição que "ao funcionárioeíeíto ou nomeado Prefeito Municipal ficaassegurado o direito de optar pelo venci­mento e gratificação do seu cargo efetivo".

Estudando a evolução do municipalismonaquele Estado, mormente a partir da vi­gência da referida Lei. serão facilmenteconstatados os aspectos benéficos e positivosdaquele diploma legal, na medida em quepermrtíu, sem prejuízo de vencimentos evantagens, a mobilização de bons valores doserviço público estadual a serviço das pre­feitura".

O objetivo do presente projeto de lei éo de estender ao plano nacional a permíssí­bílidade para que servidores da adminis­tração pública federal, direta ou indireta,possam administrar municípios, sem a in­terrupção do tempo de serviço, consideran­do-se como de efetivo exercício, para todosos efr-ltos legais, o tempo que permaneceremà frente de Executivo Municipal.

O projeto, além de preservar os servidoresda interrupção da carreira, da contagem do

Sala das Sessões, em- Ricardo Fiuza.

de maio de 1975.

LEGISLAÇ/í.O PERTINENTE, ANEXADAPELA COORDF;NAÇ/í.O DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI N.o 1. 711DE 28 DE OUTUBRO DE 1952Dispõe sobre o Estatuto dos Funcioná­

rios Públicos Civis da União.

TíTULO InDos Direitos e Vantagens

CAPíTULO VDo Vencimento ou Remuneração

e das Vantagens

SEÇAO IIDo Vencimento ou Remuneração

Art. 121. Ressalvado o disposto no pa­rágrafo único deste artigo, perderá o venci­mento ou remuneração do cargo efetivo ofuncionário:

I - nomeado para cargo em comissão,salvo o direito de optar;

TI - quando no exercício de mandato ele­tivo remunerado, federal, estadual ou muni­cipal;

lIr - quando designado para servir emautarquia, sociedade de economia mista ouestabelecimento de serviço público.

Parágrafo único. Ao mncíonérío titularde cargo técnico ou científico quando àdisposição dos governos dos Estados, serálícito optar pelo vencímc-ito ou remunera­ção ...~ função federal, sem prejuízo de gra­tificação concedida pela administraçãoestadual.

PROJETO DE LEIN.o 606, de 1975

(Do Sr. Antonio Belinati)

Dá nova reãacão ao art. 12 da Lein,v '1.380, de 21 de agosto de 1964, dis­pondo sobre a forma de distribuição dosrecursos aplicados pelas entidades pri­vadas integrantes do sistema finan­ceiro de habitação.

(ÀS Comissões de Constituição e Jus­tica. de Economia. Indústria e oomér­ció e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 PaSSa a vigorar com a seguinteredação ao art. 12 da Lei n.o 4.380, de 21de agosto de 1964:

"Art 12. Os recursos aplicados pelasentidades integrantes do sistema finan­ceiro de habitação se distribuirão per­manentemente da seguinte forma:

I - 40% dos recursos deverão estaraplicados em habitacão de valor unitá­rio até Cr$ 50.000,00 (cinqüenta milcruzeiros) ;

II - 30% dos recursos deverão estaraplicados em habitações de valor uni­tário até Cr$ 80.000,00 (oitenta mil cru­zeiros) ;IH - 20% dos recursos deverão estaraplicados em habitações de valor unitá­rio até Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzei­ros);

IV - 10% dos recursos deverão estaraplicados em habitações de valor uni­tário até Cr$ 200.000,00 (duzentos milcruzeiros) .§ 1.0 Sempre que houver disponibili­dade de recursos financeiros para apli-

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lunho de 1975

cação em determinada categoria de va­lor unitário poderão ser eles aplicadosna categoria imediatamente inferior.§ 2.° Nas aplicações a que se refere oitem V, a parcela financiada do valordo imóvel não poderá ultrapassar de80 % do mesmo.

§ 3.° Os valores referidos nos itensdeste artigo serão reajustados na for­ma da Lei n,o 6.205, de 29 de abrí! de1975."

Art. 2.° En·t.rará esta Lei em vigor nadata de sua publicação.

Justificação

É a seguinte a redação atual do art. 12da Lei n.o 4.380, de 21 de agosto de 1964,em virtude da alteração que lhe foi introdu­zida pelo art. 4.0 da Lei n.? 4.864, de 29 dedezembro de 1965:

"Art. 12. Os recursos aplicados pelasentidades privadas integrantes do sis­tema financeiro de habitação se distri­buirão permanentemente da seguinte

, f6rma: .

I - no mínimo 60% (sessenta por cen,to) dos recursos deverão estar aplicadosem habitações de valor unitário infe­rior a 300 (trezentas) vezes o maior sa­lário mínimo mensal vigente no País;

II - no máximo 20% (vinte por cento)dos recursos poderão estar aplicados emhabitações de valor unitário superior a400 (quatrocentas) vezes o maior salá­rio mínimo vigente no PaÍS;

·TII - serão vedadas aplicações em ha­bitações de valor unitário superior a500 (quinhentas) vezes o maior saláriomínímo mensal vigente 'no País.

Parágrafo único. Nas aplicações a quese refere o inciso II, a parcela rínancía­da do valor do imóvel não poderá ultra­passar de 80 % do mesmo."

Em primeiro lugar o critério estabeteeí­do pelo art. 12 só é aplicável lu; entidadesprivadas que integram o Sistema Financei­ro de HalJitação, na forma do eaput doart. 12.

Nada justifica tal restrição, por isso que,entre outros entes públicos, fica a CaixaEconômica Federál exeluída da aplicação dareferida norma que, a nosso ver, deveabranger, indistintamente, todas as entida­des (públicas ou privadas) que fazem partedo Sistema Financeiro de Habitação.

Por outro lado, segundo a norma legalem exame, para construções de valor uni­tário até 300 vezes o maior salário mínimo,serão destinados, no mínimo, 60% das dis­ponibilidades financeiras.

Como se sabe, a Lei n.? 6.205, de 29 deabril deste ano descaracterizou o salário mí­nimo como fator de correção monetária,mandando adotar coeficientes a serem fixa­dos por ato do Poder Executivo. Este, atra­vés do Decreto n.? 75.704, de 8 de maio de1975, determinou que em lugar do valor domaior salário mínimo fosse aplicado o fatorde 1,33.

Assim sendo, 300 vezes o maior salário mí­nimo corresporide. presentemente, a 300 ve­zes Cr$ 501,00, ou seja, Cr$ 150.300,00.

. Ora, tal limite nos parece elevado se real­mente se deseja resolver o problema da ca­sa popular no Brasil. Para tanto o que seimpõe, evidentemente, é destinar maior per­centual de recursos financeiros em favor deconstruções habitacionais destinadas àsclasses menos favorecidas. '

li: precisa e exatamente o que faz a pro­posição.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Permitimo-nos, por derradeiro, assinalarque a presente proposição versa, nitidamen­te, sobre Direito Financeiro e não matériafinanceira. Dessa forma, sua iniciativa nãose inscreve entre as que cabem, com exclu­sividade, ao Presidente da República, naforma do art. 57 do texto constitucional,segundo o acatado ensinamento de Pontesde Miranda.

Sala das Sessões, - Antônio Beltnatt.

PROJETO DE LEIN.o 607, de 1975

<Do 6r. Igo Losso)

Dispõe sobre a concessão de descon­to no preço das passagens de transpor­tes coletivos aos estudantes e dá outrasprovidências.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Educação e Cultura e de Eco­nomia, tndústría e oomércío.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os estudantes, qualquer que seja

o grau de ensino e o curso.iterão direito a50% (cinqüenta por cento) de desconto nospreços das passagens dos transportes cole­tivos.

Art. 2.° Para gozar a vantagem previstano artigo anterior, os estudantes deverãoexibir, no ato da utilização do transportecoletivo ou da aquisição da passagem,documento comprobatório da condíção deestudante.

Parágrafo único. As carteiras de estu­dantes fornecidas pelas entidades estudan­tis devidamente regularizadas, constituemdocumento sufíciente para obtenção dodesconto, desde que atualizadas.

Art. 3.° As concessões para exploraçãode serviço de transporte coletivo que se fi­zerem a partir da vigência desta Lei, deve­rão incluir, entre as cláusulas contratuais,a obrigatoriedade do desconto no preço daspassagens aos estudantes, na forma previs­ta no art. 1.0

Art. 4.° Qualquer descumprimento aodisposto nesta lei sujeitará as empresasconcessionárias de transportes coletivos àpunição variável entre multa, a ser fixadapelo Poder Executivo, e cancelamento daconcessão.

Art. 5.° O Poder Executivo regulamenta­rá esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias,a contar de sua publicação.

Art. 6.° Esta Lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação.

JustificaçãoEste é um projeto de lei que prescinde de

qualquer justificação mais longa, bastandoler-lhe o texto para vislumbrar o alcancesocial da medida nele preconizada.

Em verdade, o estudante não é um privi­legiado a quem se oferecem algumas rega­lias (como a da meia entrada nos espetá­culos cinematográficos, teatrais, etc.) , se­não que a esperança da Nação, constituidageralmente de contingentes de jovens quenão têm qualquer rendimento ou salário,mas assím mesmo necessitam utilizar ostransportes coletivos para dirigir-se aos es­tabelecimentos de ensino e deles voltar.

O dinheiro que despendem com transpor­te, além de constituir acréscimo de encargoa seus pais ou responsáveis, pode, não raro,fazer falta para outras necessidades pre­mentes da família.

Além disso, se é justo considerar que oestudante precisa tia cultura proporciona­da pelo cinema e pelo teatro - razão dodesconto que ele já tem nos preços das en­tradas desses espetáculos - muito mais jus-

Quarta-feira 11 3909

to será proporcionar-lhe semelhante des­conto no preço das passagens dos coletivos,esta uma necessidade tão ou mais funda.mental do que aquela.

Lembro, finalmente, que os transportescoletivos são serviços públicos exercitadospor empresas privadas, mas sob o regime deconcessão. Assim, estão obrigadas tais em­presas a respeita e acatar' todas as deter­minações que lhes sejam impostas pelo po­der público.

Sala. das Sessões, em 27 de maio de 1975.- Jgo Losso.

PROJETO DE LEIN.o 60S, de 1975

(Do Sr. Juarez Batista)

Dá nova redação ao art. 2.° da Lein,v 11.266, de 3 de outubro de 1963, es­tendendo o salário família do traba­lhador aos filhos de até 18 anos e â.esposa sem atividade remunerada,

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Sociale de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Imprima-se ao art. 2.°, da Lei

n,v 4.266, de 3 de outubro de 1963, que ins­tituiu o salário família do trabalhador, aseguinte redação: .

"Art. 2.° O salário ramílía será pagosob a forma de uma cota percentual,calculada sobre o valor do salário mt­nímo local, arredondado este para omúltiplo de um cruzeiro, por filho me­nor de qualquer condição, até dezoitoanos de idade, e pela esposa que nãoexerça atividade remunerada".

Art. 2.° O encargo de que trata o artigoprecedente será atendido com as receitasprovenientes da taxa a que se refere o § 2.°,do ar-t. 35, da Lei n." 4.863. de 29 'de no­vembro de 1965, com a modificação deter­minada pelo art. 4.°, da Lei n.v 6.136, de7 de novembro de 1974.

Art. 3.° A presente Lei entrará em vigorà data de sua publicação.

Justificação

A Lei n.> 4 266, de 3 de outubro de 1963Inatttuídora do salário ramina do traba~lhador, estabeleceu no art. 2.°:

"O salário família será pago sob a for­ma de uma quota percentual, calcula­da sobre o valor do salário mínimo lo­cal, arredondado este para o múltiplode mil seguintes, por filho menor dequalquer condição, até 14 anos de ida­de".

Sobrevindo a Lei n.O 5.559, de 11 de de­zembro de 1968, que ampliou a área do di­reito ao salário familia do trabalhador,estatuiu logo no art. 1.0:

"Fica estendido aos filhos inválidos dequalquer idade o salário família insti­tuído pela Lei n.? 4.266, de 3 de outubrode 1963".

Nada justifica seja o salário família dotrabalhador devido apenas por filho até aidade de 14 anos, e lhe não seja pago pelaesposa quando não exerça atívrdade remu­nerada.

E por que a distinção entre o filho dotrabalhador e o do funcionário público?

A Lei n.O 1.711, de 28 de outubro de 1952,que dispõe sobre o Estatuto dos F'uncíoriá­rios Públicos Civis da União, ao cuídar-Ihesdo salário ramíüa, preceituou;

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3910 Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Junho de 19'15

............................. : .

§ 2.° As contribuições a que se refereeste artigo integrarão, com as contribui­ções de previdência, uma taxa única de28% (vinte e oito por cento) incidente,mensalmente sobre o salário de contribui­ção definido na legislação social e asstmdistríbuida ;

Art. 35. A partir da vigência da presen­te Lei as contribuições arrecadadas pelosInstitutos de Aposentadoria e Pensões dasempresas que lhe são vinculadas, e destina­das a outras entidades ou fundos, serãocalculadas sobre a mesma base utilizada.para o cálculo das contribuições de previ­dência, estarão sujeitas aos mesmos limi­tes, prazos, condições e sanções e goza'l'ãodos mesmos, prívtlégíos a elas atribuídos,

-inclusive no tocante à cobrança judicial, acargo do respectivo ínstítuto.

LEGISLACJJ.O CIT-ADA, ANEXADA PELACOO~Er:.1fjf~#::T~~MISS(jES

LEI N,0 4.863,DE 29 DE NOVEMBRO DE 1965

com a modificação introduzida pela L('li n.o6.136, de 7 de novembro de 1974.

Reajusta os vencimentos dos servi­dores civis e militares, altera as alí­quotas dos impostos de renda, impor­tação, consumo e selo e da quota deprevidência social, unifica eorrtrfbul-,ções baseadas nas folhas de salários, edá outras providências. '

dasEmpresas

1,0%

2,0%

0.4%1,2%

8,0% 19,7%27,7%

8,0% 8,0%1,2%4.0%1,4%0,5%

dosSegurados

.TustificaçãoO único objetivo da presente proposição,

segundo estabelece seu art. 1.0, é o de proí­PIr que as gravações de músicas com letrasestrangeiras sejam expostas à venda semas respectivas traduções em Português.

Tal medida, pela simplicidade e clare:z:fl"dispensa profundas explicações, poía.j á en­cerra sua própria justificação.

Cumpre lembrar, apenas, que outras má­nírestações artísticas estrangeiras, tais co­mo filmes e peças teatrais, passam pelo pro­CESSO de tradução para melhor aceitação etotal compreensão da maioria do público.

O mesmo não ocorre com relação à músi­ca estrangeira cuja letra, infelizmente, nãoé compreendida por g:J;ande parte _de seu,sadmíradores. -

A tradução de que se cogita virá, eerts­mente, trazer esclarecimentos necessáríeavara que o ouvínte pOSSA, realmente, com­preender aqtülo que ouve ou, pelo menos,saber a que se refere a letra.

Não se pode negar, pois, que o presenteprojeto, transformado em lei, será mais umacontribuição para o aprimoramento cl,acultura popular. -

Sala das Sessões, em ...-Jorge PanW.

I -- geral de previdência. .11 - 13.° salário , .

. UI - salário família .IV - salário-educação .V - Legião Brasileira de Assístêncía , .

VI - Servi<;Ãl Nacional de Aprendizagem Indus-trial (SENAI) ou Comercial (SENAC) .

VII - Serviço Social da Indústria (SESI) ou do Co-mércio (SEBC) .

vm - Instituto Nacional de, DesenvolvimentoAgrário (INDA) .

IX - Banco Nacional da Habitação .Total: ., ...................•..••..........

PROJETO DE LEIN.o 609, d'.\ 1975

(Do Sr. Jorge Paulo)Torna obrigatória a tradução e im­

pressão para >J Português das letras degravações musicais estrangeiras.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça e de Educação e Cultura.)

O Congresso Naf'ional decreta:Art, 1.0 As gravações musicais de qual­

quer espécie, com letras em idioma estran­geiro, somente poderão ser comercializadasquando acompanhadas das respectivas tra­duções em Português.

Art. 2.° A tradução de que trata esta lei,no caso dos discos fonográficos virá im­pressa na própria embalagem e, nos de­mais, em anexo.

Art. 3.° O Poder Executivo, no prazo denoventa (90) dias, regulamentará a presen­te lei dispondo, inclusive, sobre a fiscali­zação e multas aplicáveis aos infratores.

Art. 4.° Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 5.° Revogam-se as disposições emcontrárío.

Sala de sessões, emJorge Paulo, MDB-SP.

Cpntl'ibuições

mentando a faixa de idade para o recebi­mento do benefício, até o ponto de conse­guirmos alcançar a paridade. Paridade emvalor, em dependentes, e' na idade destes.

Se o salário família se destina à família,e a lei não distingue entre a do funcioná­rio e a família do trabalhador, não poderá oPoder Executivo insistir nessa distinção, ati­tude com a qual, sobre desestimular o tra­balhador, violenta a Constituição.

Com o Parlamento "'renovado c reenergí­zado, entendemos chegada a hora e ave:;;;de imprimirmos completo rejuvenescimentoe revítaüaaçâo nas leis braaíleíras, prima­cialmente na legislação trabalhista.

Urge se compense o trabalhador, que vemdecisivamente concorendo com esforço, comvontade, e com voto, para essa renovaçãogeral.

E, franca e sinceramente, dito assim aojeito montanhês, o que a transformação dopresente projeto em lei irá significar, emúltima análise, será um simples ato de jus­tiça para com o trabalhador brasileiro. Afi­nal, se nos é lícito reivindicar para nós aautoria do esboço, em verdade são os traba­lhadores os autênticos artífices da grandezanacional.

Confiamos, conseguintemente, venham ainteressar-se, pela aprovação desta propo­situra legislativa, quantos parlamentaresse encontrem empenhados em proporcionarmelhoria de vida ao trabalhador, os quais,em nossa prevísâo, constituem a maioriaesmagadora do Congresso Nacional.Juarez Batista.

"Art. 188. O salário família será con­cedido ao funcionário ativo ou ina­tivo:I - por filho me~or de 21 anos;n -- por filho inválido;lU - por filha solteira sem economiaprópria;IV .- por filho estudante, que freqüen­tar curso secundário ou superior, emestabelecimento de ensino oficial ouparticular, e que não exerça atividadelucrativa, até a idade de 24 anos.Parágrafo umco. Compreendem-seneste artigo os filhos de qualquer eon- 'díção, os enteados, os adotivos e o me­nor que, mediante autorização judicial,viver sob a guarda e sustento do fun­eíonário.

Art, 139. Quando pai e mãe forem fun­cionários ou inativos e viverem em co­mum, o salário família será concedidoao pai.

§l.o Se não viverem em comum, seráconcedído ao que tiver os dependentessob a sua guarda. .§ 2.° Se ambos os tiverem, será conce­dido a um e outro dos pais, de acordocom a distribuição dos dependentes.Art. 140. Ao pai e à mãe equiparam­se o padrasto, a madrasta e, na faltadestes, os representantes legais dos in­capazes.Art. 141. O salário família será pago,ainda, nos casos em que o funcionárioativo ou inativo deixar de perceber ven­cimento, remuneração ou provento.Art. 14~ O salário família não estásujeito a qualquer' imposto ou taxa, nemservirá de base para qualquer contri­buição, ainda que para fim de previ­dência social".

Essa discriminação é odiosa. O servidor,ativo ou, inativo, recebe o salário famíliapelo fllho até 21 anos: pela filha solteiraBem economia própria, com qualquer idade:e pelo filho sem atividade lucrativa, desdeque estudante, até aos 24 anos de idade.

Alncia com a transmutação do presenteprojeto em lei, essa díserímínaeão irá pre­valecer. Nossa proposição apenas a atenua,estendendo o salário família do trabalhadorao filho até 18 anos.

Atento o legislaooJ: à economia de am­bos -- à do funcionário e à do trabalhador- devia ínverter-lhes a situação, eis que osegundo é quase o que menos percebe mo-netariamente. '

Sobreleva acentuar, ainda, por proceden­te, que enquanto o salário família do ser­vidor público é de Cr$ 40,00, o-do trabalha­dor é de apenas Cr$ 20,80. E um litro deleite custa para um e para o outro o mesmopreço.

Não dispõe o Governo de argumentos pa­ra sustentar a perpetuação dessa gritantedisparidade.

O que se sabe, de positivo, a respeito, éque a receita destinada ao pagamento dosalário familia do trabalhador vem se re­velando plenamente suficiente para res­ponder pela melhoria do benefício.

É chegado o momento, por conseguinte,de o Governo elevar o salário família dotrabaJhador, enquanto, de nossa parte, noCongresso Nacional, tivemos vlablllzandop1,'(lvidências tais a deste projeto de lei, noIileutido do dilargamento do número de de­pellllentes do trabalhador a fazerem jus ao$a.1ârio família, e, concomitantemente, au-

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PROJETO DE LEIN.o 616, de 1975

(Do Sr. Léo Simões)

Atribui à Jllstiça do Trabalho a com­petência das eleições sindicais, e dá ou­tras providências.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça e de Trabalho e Legislação 60­

eial,)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 São da competência da Justi­

ça do Trabalho as eleições sindicais dequalquer grau.

Parágrafo único. A ela cabe-á convocá­Ias, presidi-las, apurá-las, decidir dos re­cursos interpostos pelos candidatos e diri­mir quaisquer dúvidas.

Art. 2.° No prazo de 90 (noventa) diasO Tribunal Superior do Trabalho regula­mentará esta lei para o seu perfeito cum­primento.

Art. 3.° Fica revogado o § 4.° do artigo531 da Consolidação das Leis do Trabalho,bem como todas as disposições em contrário.

Art. 4.° Esta lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação.

JustificaçãoTodo pleito, pelas paixões próprias da

disputa, gera controvérsias as mais gravespondo, não raras vezes, em risco a autori­dade do vencedor no exercício do seu man­dato, com graves prejuízos para o interesseda coletividade que representa.

Os pleitos sindicais são um exemplo vivoe marcante dessas contendas. Isso porquequem instrui as eleições e quem decide emgrau de recurso é um órgão do Poder Exe­cutivo - o Ministério do Trabalho ~ nemsempre com a isenção desejada, ao centrá­no das decisões do Poder JudiciárIO.

Esta é a razão pela qual estamos apre­sentando o presente Projeto de Lei à con­sideração do Congresso Nacional. Ademais,objetiva ele, também, ampliar cada vez maisa autonomia síndícal preceituada, no es­pírito e na letra, pela Convençáo de n.?87, da Organização Internacional do Tra­balho, relativa à liberdade sindical e àproteção do Direito Sindical.

Lamentavelmente, a Carta Magna vigen­te retirou do Poder Legislativo a. prerroga­tiva de legislar sobre matéria que envolvaou provoque aumento de despesas. Se talnão ocorresse, apresentaríamos proposiçãocriando a Justiça Eleitoral Sindical, órgãoespecífico para tratar das eleições nas en­tidades sindicais de qualquer grau. O de­senvolvimento do sindicalismo no Brasil, Jáhoje, comporta perreítamente um organis­mo próprio para tratar dos assuntos elei­torais.

Entendemos que muito embora a Justiçado Trabalho esteja enfrentando uma sériede problemas em razão do volume das pen­l'ências trabalhistas em curso, está ela, mes­mo assim, mais apta a desempenhar maiseste encargo ~ pela honorabílídade de seusmembros ~ do que os órgãos do Poder Exe­cutivo, também desaparelhados e com so­brecarga de serviço.

Não mais se justifica nos dias de hoje,com a dimensão que o movimento sindicalbrasileiro assumir, que o Ministério do Tra­balho detenha, ainda, em sua área de arbi­trio, todo o processamento das eleições din­cais, cujas implicações abrigam os mais va­riados interesses, muitos dos quais incon­fessáveis.

Junho de 1975

Sala das Sessões, emLéo Simões.

de de 1975.-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n

Não deve o Ministério do Trabalho - eaqui falamos de modo impessoal sem a in­tenção de atingir quaisquer dos seus ex­titulares ~ deter em suas mãos a autori­dade, através de uma simples Portaria, aqual poderá ser revogada a qualquer ins­tante ao sabor ÜJS acontecimentos, esta­belecer normas e disciplinar os pleitos elei­torais sindicais, além de ser também desua exclusiva competência as decisões, emgrau de recurso, da" impugnações e de to­das as controvérsias oriundas do pleito.

Passando para a órbita da Justiça do Tra­balho, as eleições sindicais ganharão maiorlegitimidade e, conseqüentemente, as en­tidades sindicais ficarãc com maior auten­ticidade, porque, aí, ninguém poderá du­vidar da lisura do pleito, o que não acon­tece hoje sob a tutela direta do Ministériodo Trabalho.

A transformação desta propositura em leicontribuirá significativamente para o pro­cesso de libertação das entidades sindicaisbrasileiras que vivem, por uma contingên­cia da própria Lei, ao sabor dos interessespolíticos dominantes, como no presente ecomo foi no passado desde a implantaçãodo sindicalismo no Brasil

A transferência das eleições sindicais pa­ra a Justiça do Trabalho além de outrosméritos tem o de cair essa responsabílída-:de em juizes capacitados, catogortaados eisentos da política sindical, os quais no seutrabalho anônimo, probo e honesto, fazemdo Poder Judiciário a honra desta Nação.

O Juiz, pela sua própria função e res­ponsabilidade no desempenho de [udícatu­ra, está, sem dúvida alguma, mais apto aJulgar, pois esta 6 a sua atribuição preeí­pua, do que um funcionário do Ministériodo Trabalho que, certamente, irá decidirsem que isso represente uma quebra de suadignidade funcional, de acordo com as eon­veníêncías polítãcas dominantes, sejamquais forem as tendências ideológicas.

Por outro lado, a Justiça está imune aqualquer tipo de pressão. O Juiz, na suasoberania, e por isso mesmo sem vinculaçãohierárquico como o Poder Executivo, não se­rá imposto ou obrigado por dever funcionala julgar senão em consonância com os di­tames de sua consciência em razão das pe­ças contidas nos autos.

Ninguém ignora neste País que a legis­lação sindical, ao ser formulada, teve umobjetivo singular: subordinar as ações domovimento sindical ao estrito controle doPoder Executivo. Tudo está previsto paraque a qualquer instante possa o Governemodulá-lo de acordo com as suas conve­ruêncías. Isso evidentemente retira do lídersindical toda e qualquer possibilidade deexercer uma militância autêntica, já quedispõe o Governo de meios legais para anu­lá-la, desde que contrarie os seus interessesimediatistas.

.As eleições sindicais, por tudo isso, deve­rão fícar sob a égide e a proteção da Justiça.Sairão, assim, da órbita do arbítrio para afaixa de segurança da Justiça.

Sala das Sessões, em de de 1975.-- Léu Simões.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISS6ES

PERMANENTESCONSOLIDAÇAO DAS LEIS DO TRABA­

LHO, aprovada pelo Decreto-lei n,v 5.452,de 1.0 de maio de 1943.

TíTULO VDa Organização Sindical

CAPíTULO IDa Instituição Sindical

Quarta-feira 11 3911

SEQAO IVDas Eleições Sindicais

Art. 531. Nas eleições para cargos dediretoria e do conselho fiscal serão consi­derados eleitos os candidatos que obtiveremmaioria absoluta de votos em relação aototal dos associados eleitores.

§ 4.° O Ministro do Trabalho e Previ­dência Social expedirá instruções regulandoo processo das eleições.

PROJETO DE LEIN.o 611, de 1975

(Do Sr. Juarez Batista)

Dispõe sobre o ingresso em Escolasde Nível Superior de portadores de di­ploma de curso superior.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça e de Educação e Cultura.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ficam os estabelecimentos deensino de nível superior obrigados a reser­var, anualmente, 5% rcinco por cento) dasvagas a portadores de diploma de cursosuperior, independentemente de vestibular.

Parágrafo único. Nas Faculdades deOdontologia e Farmácia terão acesso, aomesmo número de vagas, os práticos commais de 30 (trinta) anos de idade e 10(dez) de atividade profissional.

Art. 2.° Revogadas as disposições emcontrário, esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

Justifícação

O ingresso de portadores de diploma decurso de nível superior em estabelecimentosde ensino de nivel superior tem sido difi­cultado, através dos anos, sob alegação def~lta . de vagas. Entretanto, muitos proris­sionais, notadamente do ramo de ciênciassociais e ciências humanas, que poderiamter seus conhecimentos ampliados são obri­gados, na máíoría dos casos, a enfrentarvestibular, como se o diploma de nível su­perior não os habilitasse ao novo estágio.

No caso dos práticos de Farmácia e deOdontologia, teriam aqueles que realmenterevelam vocação, oportunidade de colargrau e sair da incômoda condicão de pra.tí­cante, como são comumente conhecidos.Dai, as razões da presente proposição.

Brasília, DF, em 28-5-75. - Juarez Batis­ta- MDB MG.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DAS COMISSúES

PERMANENTES

LEI N.o 5.540DE 28 DE NOVEMBRO DE 1968Fixa normas de organização e fun­

cionamento do ensino superior e suaarticulação com a escola média, e dáoutras providências.

CAPíTULO rDo Ensino Superior

Art. 17. Nas universidades e nos estabe­lecimentos isolados de ensino superior po­derão ser ministradas as seguintes modali­dades de cursos:

a) de graduação, abertos à matrícula decandidatos que hajam concluído o ciclo co­legial ou equivalente e tenham sido classi­ficados em concurso vestibular;

b) de pós-graduação, abertos à matrículade candidatos diplomados em curso de gra-

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3912 Quarta-feira 11 DIARÍO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 39"15

duação que preencham aos condições pres­critas em cada caso;

c) de especialização e aperfeiçoamento,abertos à matrícula de candidatos diplo­mados em cursos de graduação ou queapresentem títulos equivalentes;

Art. 21. 'O concurso vestibular, referidona letra "a" do art. 17, abrangerá os conhe­cimentos comuns às diversas formas deeducação do segundo grau, sem ultrapassareste nível de complexidade para avaliar aformação recebida pelos candidatos e suaaptíção intelectual para estudos superiores.

PROJETO DE LEIN.O 612, de 1975

(Do Sr. Francisco Rocha)Atribui ao ÍPASE a competência para

reaHzar, com exclusividade, as opera­ções de Seguro Obrigatório de Respon­sabilidade Civil de Proprietários deVeículos Automotores de Vias Terres­tres" e dá outras providências.

(As Comíssões de Constituição e J'us-,tíça, de Economia, Indústria e Co­mércio e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. :l.0 O Seguro Obrigatório de Res­

ponsabilidade Civil dos Proprietários deVeiculos de Vias Terrestres, a que se referea alínea "b" do art. 2{l do Decreto-lei n,v'13, de 21 de novembro de 1966 e leis per­tinentes posteriores, será realizado comexclusividade, a partir de 1.0 de janeiro de1971t, pelo Instituto de Previdência e Assis­tência dos Servidores do Estado (IPASE).

Art. 2.° As autorízacões às sociedades se­guradoras para eonstratarem o seguro aque se refere o artigo anterior cessarão, im­preterivelmente, a 31 de dezembro de 1975.

Art. 3.0 Nos Estados onde existam MSO­eíações regulares de ex-combatentes, oagenciamento, ou corretagem, do SeguroObrigatório de Responsabilidade Civil dosProprietários de Veículos Automotores deVias Terrestres somente poderá ser realí­zado por tais entidades.

Art. 4.° O Poder Executivo regulamenta­rá esta lei no prazo de sessenta (60) dias,contados de sua publicação.

Art. 5.0 Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

Sala das Sessões, em .Francisco Rocha.

JustificaçãoSe há uma falha que pode ser tranqüila­

mente apontada no sistema nacional deseguros implantado no Brasil a partir de1966 (Decreto-lei n.O 73, de 21 de novembrode 19f16), esta há de ser, justamente, nosetor do Seguro Obrigatório de Responsabi­lidade Civil de Proprietários de VeículosAutomotores de Vias Terrestres, que nuncafuncionou a contento porque, principal­mente, as empresas do âmbito privado nun­ca foram capazes de realizá-lo em confor­midade com os objetivos governamentais.

Assim, de uma efetiva garantia que o po­der público quis assegurar para os ínume­ros casos de acidentes automobilísticos re­gistrados em nossas vias públicas, o seguroObrigatório de Responsabilidade Civil aca­bou por transformar-se em um institutoinoperante, ineficaz, inconveniente e, so­bretudo, totalmente desacreditado pela ge­neralidade das pessoas, inclusive, parti­cularmente, por aquelas que continuamsendo obrigadas a fazê-lo.

E o motivo preponderante desta situaçãonão é outro senão o próprio comportamentodas sociedades seguradoras que operam noramo e que reiteradamente descumprem asdeterminações legais pertinentes, chegandoao desplante de se servirem do judiciáriopara agasalhar a sua contumácia e o seupouco caso para com os interesses de mi­lhares e milhares de pessoas que desejamreceber o que a lei lhes assegura, mas nãoo conseguem.

Assim, creio que o poder público - quejá editou tantas leis visando abreviar o pa­gamento das indenizações decorrentes detais seguros - não tem outra alternativasenão, agindo como fez no caso dos segurosde acidentes do trabalho, integrar o refe­rido Seguro Obrigatório de Responsabili­dade Civil numa instituição sobre a qualpossa ter melhores condições de fiscaliza­ção. E o IPASE é o escolhido, por já ter,dentre suas atribuições, uma que lhe per­mite atuar no ramo de seguro.

O projeto prevê, ainda, que nos Estadosonde existam associações de ex-combaten­tes, o agenciamento do Seguro Obrigatóriode RespOllSabilidade Civil de Proprietáriosde Veículos Automotores de Vias Terrestresserá feito exclusivamente por elas. Creioque a medida é justa e oportuna, assimcomo estou certo de que não haverá nin­guém que a ele se oponha, tanto mais sefor considerado que o agenciamento, nascondições propostas, contribuirá para pro­porcionar justos e merecidos benefíeios aosex-combatentes brasileiros, através de suasassociações.

Sala das Sessões, em -Francisco Rocha.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSõES

PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 73DE 21 DE NOVEMBRO DE 1966

Dispõe sobre o sistema nacional deseguros privados, regula as operaçõesde seguros e resseguros, e dá outrasprovidências.

CAPíTULO IHDisposições Especiais Aplicáveis ao

Sistema.........................................Art. 20. Sem prejuízo do disposto em leis

especiais, são obrígatórtos os seguros de:

b) responsabilidade civil do construtor deveículos automotores de vias terrestre, flu­vial, lacustre e marítima, de aeronaves edos transportes em geral;

DECRETO N.o 61 867DE 7 DE DEZEMBRO DE 1967Regulamenta os seguros obrigatórios

previstos no artigo 20 do Decreto-lei n.o73, de 21 de novembro de 1966, e dáoutras providências.

CAPíTULO H

Dos Seguros Obrigatórios de Responsabi­lidade Civil dos Proprietários de Veículos

Automotores de Via Terrestre.

Art. 5.° As pessoas físícas ou jurídicas,de direito público ou privado, proprietáriasde quaisquer veícuícs relacionados nos arti­gos- 52 e sa, da Lei número 5.108, de 21 desetembro de 19M, referente ao Código Na­cíonal de Trânsito, ficam obrigadas a se­gurá-los, quanto à responsabilidade civildecorrente de sua existência ou utilização.

DECRETO-LEI N.o 814DE 4 DE SETEMBRO DE 1969Dispõe sobre o Seguro Obrigatório de

Responsabilidade Civil dos Proprietá­rios de Veículos Automotores de ViasTerrestres, e dá outras providências.

Art. 1.0 A partir de 1.0 de outubro de1969, somente poderá operar em SeguroObrigatório de Responsabilidade Civil dosProprietários de Veículos Automotores deVias Terrestres, a que se refere o artigo 20,alínea "b", do Decreto-lei n.o 73, de 21 denovembro de 1966, a Sociedade Seguradoraque for expressamente autorizada pela Su­perintendência de Seguros Privados ....(SUSEP), de acordo com critérios previa­mente fixados pelo Conselho Nacional deSeguros Privados.

Art. 3. 0 O Seguro Obrigatório de Res­ponsabilidade Civil dos Proprietários deVeículos Automotores de Vias Terrestres,realizado nos termos do artigo 5.° do Decre­to n.? 61.867, de 7 de dezembro de 1967,garantirá, a partir de 1.0 de outubro de ~969a reparação dos danos causados por veICU­lo e pela carga transportada a pessoastransportadas ou não, excluída a coberturade danos materiais.

......................................................................PROJETO DE LEI

N.o 613, de 1975

(Do Sr. Wilmar DallanhoDAltera a redação do caput do artigo

1.°, do Decreto-lei n. a 1.260, de 26 defevereiro de 1973, que "concede isençãodo imposto de renda sobre lucros de­correntes da alienação de imóveis porpessoas jurídicas."

<Às Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Economia, Indústria e Co­mércio e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O caput do art. 1.0, do Decreto­

lei n,v 1.260, de 26 de fevereiro de 1973,passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1.° Serão excluídos do lucro realda pessoa jurídica, ou da empresa in­dividual, para os efeitos da tributaçãopelo imposto de renda, os resultadosdecorrentes da alienação de imóveis queintegram o ativo imobilizado, desde quesejam incorporados ao capital, no pra­zo máximo de 6 (seis) meses, contadoda data do balanço que seguir ao efe­tivo recebimento do preço de aliena­ção."

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na. data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as dísposíçôes emcontrário.

Sala das Sessões, em abril de 1975. -Wilmar Dallanhol.

Justificação

Em fevereiro de 1973, o Governo anterior,por inspiração do então Ministro da Fa­zenda, editava o Decreto-lei n. O 1.260, peloqual era concedida isenção do imposto derenda sobre lucros decorrentes da aliena­ção de imóveis por pessoas jurídicas.

Tal legislação trouxe, inegavelmente, ele­vados beneríeíos às empresas, fortalecencto­lhes a estrutura financeira e propiciando­lhes apreciáveis fontes de recursos.

Todavia, restou para as sociedade anôni­mas um pequeno problema decorrente daredação dada ao art. 1.°, do referido de­creto-lei, face à circunstância de que estasestão obrigadas a contar prazo de inca1'-

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,Junho de 1975

poracão (seis meses) da data do recebi­mento, quando na hipótese prevista no art.2.0 , do mesmo diploma, o prazo é contadoda data do primeiro balanço.

Tal situação pode e' deve ser corrlglda,dentro do mesmo espírito que norteou ainiciativa governamental, qual seja o defortalecer as empresas.

Esta a razão do projeto de lei que oraapresento à consideração da Casa e queespero seja aprovado. - Wilmar Dallanhol.

LEGISLAÇÃO CI'l'ADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSõES

PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 1.260DE 26 DE FEVEREIRO DE 1973

Concede isenção do imposto de rendasobre lucros decorrentes da atíenacãode imóveis por pessoas jurídicas. -

O Presidente da República no uso da atrí­bmção que lhe confere o artigo 55, item n,da Constituição, decreta:

Art. 1.0 Serão excluídos do lucro real dapessoa Jurídica ou da empresa índívídual,para os efeitos da tributação pelo impostode renda, os resultados decorrentes da alie­nação de imóveis que integram o ativo imo­bilizado, desde que sejaln incorporados aocapital, no prazo máximo de 6 (seis) me­ses, contado da data que se seguir ao efe­tivo recebimento do preço da alienação.

PROJETO DE LEIN.o 614, de 1975

(Do Sr. Magnus Guimarães)

Eríge em monumerito nacional o tú­Ululo de Getúlio Dornelles Vargas, nacidade de São Borja,

(Às Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Educação e Cultura e de Fi­nanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 1lJ erigido em monumento nacio­nal o túmulo de Getúlio Dornelles Vargas,na cidade de São Borja, Estado do RioGrande do Sul.

Art. 2.° O Instituto do Patrimônio His­tórico e Artístico Nacional providenciará,no prazo de cento e vinte dias, a contarda data da publicação, desta lei, a efeti­vação do tombamento.

Art. 3.0 Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 4.0 Revogam-se as disposições emcontrário.

Sala das Sessões, em 3 de junho de 1975.- Magnus Guimarães.

Justificação

O presente projeto de lei visa a erigir,em monumento histórico nacional, o túmu­lo daquele que foi o maior dos Presidentesbrasileiros: Getúlio Dornelles Vargas.

Os restos mortais do inesquecível políticosão objeto de constantes romarias, no ce­mitério de São Bcrj a, onde repousam. Mi­lhares e milhares de admiradores ali vãoprestar, comovidos, sinceras homenagensàquele que foi o protetor dos pobres e de­samparados, o amigo dos trabalhadores eo grande propulsor das conquistas sociais,em nosso País.

Poder-se-ia objetar que o tombamento demonumentos hístórícos seria da competên­cia do Poder Executivo, que o realizariamediante decreto. Tal, na realidade, é o quemais frequentemente acontece. Mas assimse faz porque, na grande maioria dos casos,

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

é necessário realizar-se uma desapropria­ção.

Na hipótese presente, nenhum ônus fi­nanceiro advírá com o tombamento. A pró­pria família do saudoso Presidente está deacordo com que o tombamento seja efetua­do, toda ela imbuída do desejo de que sepreserve o túmulo, como monumento his­tórico.

Existem precedentes legislativos para oque ora propomos à elevada consideraçãode nossos pares.

A Lei n.O 1.618-A, de 6 de junho de 1952,"considera monumentos históricos nacio­nais os edifícios e logradouros remanescen­tes das duas antigas vilas coloniais que,respectivamente, foram origem das atuaiscidades de São Vicente, no Estado de SãoPaulo e Porto Calvo, no Estado de Alagoas".

A Lei n. O 2.035, de 19 de outubro de 1953,"eríge em monumento nacional o conjuntoarquitetônico e urbanístico de Igarassu. noEstado de Pernambuco".

A Lei n.? 4.603, de 20 de março de 1965,"concede a denominacão de cidade monu­mento da história pátria à cidade de SãoVicente, no Estado de São Paulo".

É preceito constitucional a preservaçãode locais históricos, conforme o texto doparágrafo único do art. 180:

"Ficam sob a proteção especial do Po­der Público os documentos, as obras eos locais de valor histórico ou artístico,os monumentos e as paisagens natu­rais notáveis, bem como as jazidas ar­queológicas."

Acreditamos que o presente projeto delei merecerá o pleno apoio de todos os bra­sileiros, traduzindo a sua aprovação maisuma prova de reconhecimento do povo bra­sileiro ao grande estadista que foi GetúlioVargas.

Sala das Sessões, em 3 de junho de 1975.Magnus Guimarães.

CONSTITUIÇAO DA REPúBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

Art. 130. O amparo à cultura é dever doEstado.

Parágrafo uruco . Ficam sob a proteçãoespecial do Poder Público os documentos,as obras e os locais de valor histórico ouartístico, os monumentos e as paisagens na­turais notáveis, bem como as jazidas ar­queológicas.

LUX Jornal

Diário de São Paulo - São Paulo - 30mar. 75

GETúLIO: FAMíLIA ACEITA O TOM­BAMENTO DO TúMULO

Porto Alegre - A familia Vargas nadatem a opor à idéia proposta na Câmarade tombar o túmulo de Getúlio Vargasno Patrimônio Histórico Nacional, se­gundo os sobrinhos do ex-presidente.Serafim Vargas e Manoel NascimentoVargas Neto.

A proposta foi feita na semana passa­da pelo deputado Magnus Guimarães(MDB-RS), mas o primeiro a levantara idéia foi o então ministro da Eduea­ção, Senador Jarbas Passarinho. "Quan­do Passarinho esteve em São Borj a,quando ministro, conversou sobre o as­sunto comigo, a sós, em meu carro, efoi categórico: "O túmulo de Getúlio éum patrimônio nacional", recordou ogeneral Serafim Vargas.

Quando o general Manoel NascimentoVargas decidiu fazer o jazigo da familiae encomendou o mármore, encontrou

Quarta-feira 11 391!

a barreira da superstição gaúcha, se­gundo a qual "não presta" fazer umtúmulo por antecipação, porque acabamorrendo alguém da família. "Meu tio­Protásío, a quem foi encomendado ojazigo, acabou fazendo, e só depois de52 anos meu avô morreu e foi lá enter­rado", lembra o vice-presidente doComitê Olímpieo Brasileiro, ManoelNascímento Vargas Neto.

O primeiro a ocupar o jazigo foi mnneto do velho Manoel Vargas, Ari, quemorreu em acidente com pouco mais de20 anos. Hoje, estão no jazigo, os res­tos de Manoel Nascimento Vargas e suamulher, seu neto Ari e um bisneto, alémdo ex-Presidente. Embora concorde como tombamento do jazigo, a família nãoaceitará, todavia, a separação dos res­tos que lá estão, principalmente os dogeneral Manoel Nascimento Vargas,herói da guerra do Paraguai e da revo­lução de 1393. "Nós não gostaríamos detirar o vovô de lá, porque ele tambémé um vulto nacional", disseram os so­brinhos do ex-Presidente.

Lux Jornal - Diário de Brasília(Brasília - DF) _ 30 de marco de1975 .

FAMíLIA ACHA BOA IDÉIA TOMBARO TÚMULO DE VARGAS

PORTO ALEGRE - A família Vargasnada tem a opor à idéia proposta naCâmara de tombar o túmulo de GetúlioVargas, no Patrimônio Histórico Nacio­nal, segundo os sobrinhos do ex-Presi­dente, Serafim Vargas e Manoel Nas­cimento Vargas Neto.

A proposta foi feita na semana passa­da pelo Deputado Magnus Guimarães(MDB-RS), mas o primeiro a levantara ídéia foi o então Ministro da Edu­cação, Senador Jarbas Passarinho."Quando Passarinho esteve em SãoBorja, quando ministro, conversou so­bre o assunto comigo, a sós, em meucarro, foi categórico: "O túmulo de Ge­tulio é um patrimônio nacional" - re­cordou o General Serafim Vargas.

Quando o General Manoel NasonnentoVargas decidiu fazer o jazigo da fa­mília e encomendou o mármore, encon­trou a barreira da superstição gaúcha,segundo a qual, "não presta" fazer umtúmulo por antecipação, porque acabamorrendo alguém da família. "Meu tioProtásio, a quem foi encomendado ojazigo, acabou fazendo, e só depois de52 anos meu avô morreu e foi lá enter­rado" - lembra o vice-presidente doComitê Olímpico Brasileiro, Sr. ManoelNascimento Vargas Neto.

O primeiro a ocupar o jazigo foi umneto do velho Manoel Vargas, Arí, quemorreu em acidente com pouco maisde 20 anos. Hoje, estão no jazigo osrestos de Manoel Nascimento Vargas esua mulher. seu neto Ari e um bisne­to, além do ex-Presidente. Emboraconcorde com o tombamento do jazigo,a família não aceitará, todavia, a se­paração dos restos que lá estão, prin­cipalmente os do General Manoel Nas­cimento Vargas, herói da Guerra doParaguai e da Revolução de 1393. "Nósnão gostaríamos de tirar o vovô de lã,porque ele também é um vulto nacio­nal" - disseram os sobrinhos do ex­Presidente.

Lux Jornal - Correio do Povo (P. ARe­gre - R. G. do Sul) - 26 de marco de1975 -

TúMULO DE G. VARGAS

SÃO BORJA - (Do Correspondente)O Deputado Federal Magnus Guima-

Page 26: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd11jun1975.pdf · ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DEJUNHO 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO

3914 Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 1975

rães afirma que o túmulo de GetúlioVargas, situado à entrada do Cemité­rio Municipal de São Borja, "não estárecebendo os cuidados merecidos, sendoque há constantes depredações e senão houver providências no sentido deresguardar o túmulo acontecerá o mes­mo que ocorreu com as ruínas de SãoMiguel. Por isto é sua intenção, apoia­do por antigos petebistas, solicitar otombamento do túmulo, integrando-oao patrimônio histórico nacional.Lux Jornal - Diário do Paraná ­(Ourrtiba - Paraná) - 30 de marco de1975 .

TOMBAMENTO DO TúMULO DEVARGASPORTO ALEGRE (AJB-DP) - A famí­lia Vargas nada tem a opor à idéia pro­posta na Câmara de tombar o túmulode Getúlio Vargas no Patrimônio His­tórico Nacional, segundo os sobrinhosdo ex-Presidente, Serafim Vargas eManoel Nascimento, Vargas Neto.A proposta foi feita na semana passa­da pelo Deputado Magnus Guimarães(MDB-RSl, mas o primeiro a levantara idéia foi o então ministro da Edu­cação, Senador Jarbas Passarinho."Quando o Passarinho esteve em SãoBorja, quando ministro, conversou co­migo, a sós, em meu carro, e foi cate­górico: "o túmulo de Getúlio é um pa­trimônio nacional" - recordou o ge­neral Berafím Vargas,SuperstiçãoQuando o general Manoel NascimentoVargas decidiu fazer o jazigo da tami­lia e encaminhou o mármore. encon­trou a barreira da superstição' gaúcha,segundo a qual "não presta" fazer umtúmulo por antecipação, porque acabamorrendo alguém da família."Meu tio Protásio, a quem foi enco­mendado o jazigo, acabou razendo, e sódepois de 52 anos meu avô morreu e foilá enterrado" - lembra o vice-presi­dente do Comitê Olímpico Brasileiro,Sr. Manoel Nascimento Vargas Neto.

O primeiro a ocupar o jazigo foi umneto do velho Manoel Vargas, Ari, quemorreu em acidente com pouco maisde 20 anos. Hoje, estão no jazigo osrestos de Manoel Nascimento Vargas esua mulher, seu neto Ari e um bisneto,além do ex-Presidente. Embora con­corde com o tombamento do jazigo, afamília não aceitará todavia, a separa­ção dos restos que lá estão, principal­mente os do general Manoel Nascimen­to Vargas, herói da guerra do Para­guai e da revolução de 1930.Lux Jornal - Jornal de BI'asília(Brasília - DF) - 30 de marco de1975 •

PATRIMóNIOA família Vargas concorda em que otúmulo do ex-Presidente Getúlio sejatombado pelo Patrimônio HistóricoNacional. Os primeiros passos nessesentido foram dados pelo' então minis­tro Jarbas Passarinho.TúMULO DE GETÚLIO VAI SERTOMBADOA família Vargas nada tem a opor àidéia proposta na Câmara de tombar otúmulo de Getúlio Vargas no Patrimô­nio Histórico Nacional, segundo os so­brinhos do ex-Presidente, Serafim Var­gas e Manoel Nascimento Vargas Neto.A proposta foi feita na semana passa­da pelo Deputado Magnus Guimarães(MDB-RS), mas o primeiro a levantar aidéia foi o então ministro da Edu­cação, Senador Jarbas Passarinho.

"Quando Passarinho esteve em SãoBorja, quando ministro, conversou so­bre o assunto comigo, a sós, em meucarro, e foi categórico: "o túmulo deGetúlio é um patrimônio nacional"recordou o general Serafim Vargas.

SuperstiçãoQuando o general Manoel NascimentoVargas decidiu fazer o jazigo da fa­mílía e encomendou o mármore, en­controu a barreira da superstição gaú­cha, segundo a qual "não presta" fazerum túmulo por antecipação, porqueacaba morrendo alguém da família."Meu tio Protásio, a quem foi enco­mendado o jazigo, acabou fazendo, esó depois de 52 anos meu avô morreue foi lá enterrado" - lembra o vice­presidente do Comitê Olímpico Brasi­leiro, Manoel Nascimento Vargas Neto,O primeiro a ocupar o jazigo foi umneto do velho Manoel Vargas, Arí, quemorreu em acidente com pouco mais de20 anos. Hoje, estão no jazigo os restosde Manoel Nascimento Vargas e suamulher, seu neto Ari, e um bisneto,além do ex-Presidente. Embora concor­de com o tombamento do jazigo, a fa­mília não aceitará, todavia, a separa­ção dos restas que lá estão, principal­mente os do general Manael Nascimen­to Vargas, herói da Guerra do Para­guai e da Revolução de 1893. "Nós nãogostaríamos de tirar o vovô de lá, por­que ele também é um vulto nacional"- disseram os sobrinhos do ex-Presi­dente.

PROJETO DE LEIN.O 615, de 1975

(Do Sr. Otávio oeccatotAcrescenta parágrafo ao artigo 140,

da Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pclo Decreto-lei n.O 5.452, deL" de maio de 1943.

(As Comissões de Constituicão e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação So­

cial e de Finanças.)O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° Acrescente ao art. 140, do De­creto-Ieí n.> 5,452, de 1.0 de maio de 1943- Consolidação dás Leis do Trabalho -, oseguinte § 5.°:

"Art. 14C. , , . " .....•..•........•..•.

§ 5.° Quando o empregado tiver maisde 50 (cinqüenta anos) de idade, terádireito a um acréscimo da ordem de50% (cinqüenta par cento i, sobre suaremuneração normal."

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições emcontrário. .

Sala das Sessões, aos 3 de junho de 1975.

JustificaçãoComo é amplamente reconhecido pela

legislação social da unanimidade das na­ções, as férias anuais remuneradas consti­tuem um direito inalienável da classe tra­balhadora, conquistado após muita luta eesforços dos trabalhadores.

Uma das finalidades essenciais do insti­tuto das férias remuneradas é atender auma necessidade tanto psíquica como so­mática, pois, malgrado o repouso diário esemanal, o empregado não recupera nesselapso de tempo as energias gastas no tra­balho.

Como se sabe, no periodo das férias épossível ao trabalhador desenvolver formasde sociabilidade ou de cultivo às ciências eàs artes, e, após seu gozo, o empregado,

com as forças recuperadas, eleva o índicede produtividade do seu trabalho, o quebeneficia, economicamente, tanto a empresacomo a própria coletividade.

Ocorre, entretanto, que os trabalhadoresmais idosos, com idade acima de cinqüentaanos, necessitam de uma remuneração su­perior à que habitualmente percebem, quan­do em atividade, a fim de que possam efeti­vamente usufruir as férias com intensolazer, o que ensejará sua recuperação inte­gral ao trabalho.

Efetivamente, como já foi sobejamentedemonstrado pela Medicina do Trabalho, ostrabalhadores mais idosos necessitam, parase recuperar das energias gastas duranteonze meses de trabalho, da estada em locaiscom clima reparador, nas montanhas ou àbeiramar, onde haja tranqüilidade e re­pouso, além de atividades recreativas dese­jáveis.

Todavia, percebendo a mesma remune­ração paga quando do período normal detrabalho, o empregado com mais de cín­qüe.rta anos terá de contentar-se em per­manecer em sua própria casa, sem nenhum'repO'JSO reparador, voltando ao trabalho empiores condições psicossomáticas que antesdas férias, pois o numerário de que dispõemal dá para sua alimentação e manuten­ção, não possibílitando o gozo efetivo dasférias, .om recreação. tranqüilidade e lazer.

Assim, a alteração ora preconizada obíe­':va conceder aos trabalhadores com maisde cinqüenta anos de idade um acréscimoextra da ordem de 50% sobre sua remune­ração normal, o que lhes ensei ará, segura­mente, um gozo realmente reparador, parasua saúde, do período de férias.

Nessa conformidade, por consubstanciarmedida de alto alcance social, submetemoso Projeto de Lei à consíderacão de nossosnobres pares, esperando que mereça a indis­pensável aprovação.

Sala das Sessões, em 3 de junho de 1975.- Otávio Ceccato.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

CONSOLIDAÇãO DAS LEIS DO TRABALHO,APROVADA PELO DECRETO-LEI N.o 5.452

DE 1.0 DE MAIO DE 1943 •

TíTULO Ir

Das Normas Gerais de Tutel:do Trabalho

CAPíTULO IV

Das Férias

SEÇãO IV

Da Remuneração

Art. 140. O empregado em gozo de fériasterá direito à remuneração que perceberquando em serviço.

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Junho de 1975 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feb'a 11 3915",

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PBOJJ:TO DE LEIN.o 616, de 1975

(Do Sr. Wfl1ter Silva)Altera redação e acrescenta disposi­

tivos à Lei n.° 5.764, de 16 de dezembrode 1971, que define a Política Nacionalde Oooperatívísmo,

(As Comissões de Constítuíeâo e Jus­tiça, de Agricultura e Politãca Rurale de Economia, Indústria e Cornérelo.)

O Congresso Nacional decreta;

Art. 1.0 O inciso II do artigo 6.°, da Lein." 5.764, de 16 de dezembro de 1971, passaa vigorar com a seguinte redação:

"II - Cooperatdvas centrais ou fe­derações de cooperativas, as constituí­das de no mínimo três singulares,podendo, excepcionalmente, admitirassociados individuais em regiões oumunicípios onde não existirem coope-rativas singulares." .

Art. 2.0 No artigo 7.0, da Lei n.o 5.764, •de 16 de dezembro de 1971, acrescente-se oexpressão "quando associadas".

Art. 3.° Ao artigo 87 da Lei n. O 5.764,de 16 de dezembro de 1971, acrescente-se oseguinte parágrafo úníeo:

"Art. 87. . .......................• '"

Parágrafo único. Excetuam-se destasobrigações atos cooperatívcs,"

'Art. 4.° Ao artigo 93, da Lei n. o 5.764,de 16 de dezembro de 1971, acrescente-seo seguinte inciso V:

"V - Inobservância ao tabelamentooficial baixado por órgãos competentes."

Art. 5.0 Esta lei entrará em vigor na datade sua publícaçâo, revogadas as disposiçõesem contrário.

Justificaçã.o

As alterações que ora prapomos à legisla­ção referente à política nacional de coope­rativismo (Lei n,? 5.764, na 16 de dezembrode 1971) objétivam um fortalecimento dascooperativas regionais e, pois, do própriocooperativismo assim como estímulos à co­mercialização dos seus produtos.

Tais sugestões são da Cooperativa dosProdutores de Leite de Campos ."COOPERLEITE" Ltda., da cidade de Cam­pos, Estado do Rio e foram apresentadas ao"VI Congresso BrMíleiro de Cooperativis­mo", realizado recentemente na cidade .deFlorianópolis, com a seguinte jusüüeação:

"São notórios os exemplos de países evo­Iuídos, para cujo índice de desenvolvi­mento foi decisiva a participação deempresas cooperativas, como França,Inglaterra, Alemanha, Suécia, Noruega,Estados Unidos, Canadá e outros. .

A preocupação hoje existente, junto aamplas camadas da humanidade, antea excessiva pressão demográfíca sopre0$ nossos recursos naturais, dá ênfaseao sistema cooperativista, como ca­paz de solucionar esse angustioso pro­blema.Daí a necessidade de se impor ao mesmoum amplo sentído de racionalização.

Consideramos que uma das melhoresmaneiras de estímuíá-Io é através dacomercíaltsaçâo direta da produção doassociado. A eliminação gradativa detoda espécie de intermediação 'é, aliás,um dos fundamentos da doutrina.A modernização dos métodos de comér-'do, através transpor-te, embalagens,apresentação, vendas a dinheiro e pro-

teção ao produto oferecido, constituifórmula objetiva e inteligente de seconquistarem mercados e usufruir me­lhores' resultados para o produtor.

A pálida expressão do sistema coopera­tivista, resulta, muitas das vezes, daescassa ação encorajadora do poderpúblico, principalmente na fase compe­titiva com a empresa capitalista.

Em que pese esta situação, tem o movi­mento cooperativista dado significativacontribuição à agricultura e ao abaste­cimento público.

Sente-se, contudo, no momento, que"(ffiverno desperta para a força positivadesse sistema capaz de engajar a popu­lação rural nos frutos do desenvolvi­mento.

A elevação do nível sócio-econômico dohomem do campo, um dos grandes de­safios do momento, há de encontrar naracional implantação do sistema coope­rativista a sua melhor resposta.Consideramos que o fortalecimento dasCooperativas Regionais será uma dasmelhores metas a serem postas em prá­tica, para um amplo sucesso d>IJ sistema.O homem, evidentemente, só .se sentemotivado, seja qual for a camada a quepertença, quando participante de umorganismo em progresso; quando sente,afinal, que este organismo tem condi­ções de transpor ai! 'barreiras da estag­nação e vislumbra horizontes melhorespara a sua atividade, quando ele sente.enfim, a proximidade e seu engajamen­to a este organismo.

O desenvolvimento do Pais só se eonso-. liderá de vez na hora em que um amplo

mercado interno encontre uma recípro­ca; em que o progresso industrial, ali­mentado pela produção primária, en­contre não SÓ nos grandes centros, maa­também nos campos, o indispensávelpoder aquisitivo, em tal volume que nospermita ampla capacidade de exporta­ção. Essa fascinante conquista, estamoscertos, é uma das metas do governorevolucionário. Qualquer regime políticoseria utópico se não perseguisse esseobjetivo de consoüdação dos anseiospúblicos."

Entretanto pondera a mesma tese, a Lein," 5.764, de 16 de dezembro de 1971, quedefine a potitíca. nacional de cooperativismo,tem ainda algumas distorções que precisamser corrigtdas ou eliminadas, a fim de quesejam alcançados aqueles objetivos e aper­feiÇ4Jado o sístema em nosso Pais.

E as alterações aqui proposta têm exata­mente essa finalidade.

Sala das Sessões, 3 de junho de 1975. ­Walter Silva.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI N.o 5.764DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971Define a Polittca Naeional de Coope­

rativismo, institui o regime jurídico dassncíeda.des cooperativas e ilá outras pro­vidências.

CAPíTULo IIIDo Objetivo e Cla8sificaçã.o das

Sociedades Coopel'ativas

Art. 6.0 As sociedades coperatívas sãoconsíderadas:

li - cooperativas centrais ou federações'de eooperattvas, as eonstítuídas de, no míni­mo, 3 (três) singulares, podendo, excepeío­nalmente, admitir associados individuais;

Art. 7.0 As coperatívas singulares se ca­racterizam pela prestação direta de serviçosaos assoeíados.

CAPíTULO XIIDo Sistema Operacional das

Cooperativas.. " ~ ..'. - .

SEÇAOIIIDas Operações da Cooperativa

Art. 87. Os resultados das operações dascooperativas com não associados, mencio­nados nos arts. 85 e 86, serão levados àconta do "Fundo de Assistência Técnica,Educacional e Social" e serão oontabílízadosem separado, de molde a permitir cálculopara incidência de tributos.

CAPíTULO XIIIDa Fiscalização e Controle

................................. :-'~-'''': .Art. 93. O Poder Público, por intermédio

da administração central dDS órgãos exe­cutivos federais competentes, por iniciativaprópria Ou solicitação da Assembléia Geralou do oonselho Fiscal, intervirá nas coope­rativas quando ocorrer um dos seguintescasos:

O SR. PRESIDENTE (Odulio Domingues)- Está finda a leitura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o 81'. Ulisses Potlguar ,

O SR. ULISSES l'OTIGUAR - (ARENA- RN. Pronuncia o seguinte discurso) Sr.Presidente, 8rs. Deputados, a aflitiva situa­ção por que passam os agricultores da re­gião do Serídó, no Rio Grande do Norte, noque respeita aQS eompromtssos bancários as­sumidos com estabelecimentos oficiais decrédito, obriga-nos a vir a esta tribuna pa­ra, à guisa de explicação, formular apeloaos eminentes Presidentes do Banco doBrasil e do Banco do Nordeste, visando auma solução que se compatibilize com asreais condições do homem do campo naque­la unidade federativa.,

O povo do Nordeste brasileiro, em cujafaixa terrttoríal se encontra o Seridó, viveatualmente um período de angústias e in­certezas, em virtude da precariedade dosmeios de produção que se agravam de diapara dia.

Há um Verdadeiro desequilíbrio entre areceita e a despesa de um pequeno agricul­tor que cultiva M áridas terras do Seridó.A despesa supera a receita, a produção de­clina, o salário aumenta e o preço do pro­duto diminui.

Diante desse quadro e em cumprimentodo mandato que me foi outorgado pelo povodo meu Estado, incumbem-se o indeclináveldever de fazer chegar ao conhecimento dasautoridades competentes as conseqüênciasdesse desequilíbrio econômico-financeiro,procedendo, para tanto, a uma análise su­cinta e clara de nossa situação, examinandodistorções, mostrando nossas deficiências,expondo, sem rebuços, o quadro em que vi­vemos e sugerindo medidas condizentes coma nossa problemática geoeconômica.

Inicialmente, analisemos as nossas fon­tes de produção, a começar pela pecuária,

Page 28: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd11jun1975.pdf · ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DEJUNHO 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO

3916 QElarta-feira 11

que parece ser a que melhor rendimentoproporciona ao nosso rurícola,

"Em 1973, o Banco do Brasil financiava ao1)ecuarista a quantia de até 01'$ 3.000,00para aquisição de uma vaca leiteira; atual­mente, quando tudo evoluí, o preço desseanimal diminui assustadoramente de .Cr$ 3.000,00 para 01'$ 2.000,00 e até menos,-de que resulta um prejuízo de cr$ 1.000,00por unidade.

A exploração do leite é outro tator defi­citário, pois não dispõe a nossa região depastagens nativas suficientes para alimen­tar nossos rebanhos. O pecuarista terá decomplementar a ração, adquirindo resíduode caroço de algodão (torta) ao preço deCr$ 1.10 por quilo para vender o leite à ra­zão de Cr$ 0,35 o litro. Necessariamente, oanimal leiteiro necessita de um quilo de re­síduo para produzir UUl litro de leite, emmédia. o que onasíonará um prejuízo deCr$ 0,21i em cada litro de leite produzido,além das diárias dos trabalhadores que se-ocupam com a manutenção do rebanho.

O algodão, viga mestra da vida serídoen­se. é outro produto que a cada dia se tornamais deficitário Há dois anos, um quilo dealgodão fibra longa custava 01'$ 3,30 e umtrabalhador da zona rural percebia em mé­dia, um salário diário de Cr$ 7,00. Hoje, nãoobstante as desnesas para a aquisição deãmnlementos agrícolas terem duplicado eaté triplicado e um trabalhador rural per­ceber. em média. um salário diário de .....cd 15.00, o algodão baixou para Cr$ 3.00 oquilo, numa incompreensível disparidade.

Como sobreviver diante desta sítuacãojTudo parece confuso para o nosso homemdo campo NiUJ há condicões para saldar osseus débitos nos bancos oficiais que finan­ciaram a lavoura porque o produto não te­ve preço suficiente. A vida é mais difícil, otrabalho mais árduo

Tomando como princípio os dois pontosbásicos da economia serídoense, pois os ou­tros são acessórios que complementam a vi­da do sertanejo, compete-nos, nesta hora deaflícâo, expor a esta Casa e, por via de con­seqüência. aos responsáveis por esse setor,o verdadeiro quadro de um povo que apren­deu a sofrer durante longos anos até chegarao ponto enímínants da sítuacão indesejávelque hoje se nos apresenta, e sugerir medi­das que. depois de analisadas, poderão. notodo ou em parte. fornecer subsídios paraprogramas que beneficiarão a infra-estru­tura sertdoense.

Entre estas sugestões. encarecemos aoGoverno Federal. para sobrevivência ~de to­da. uma região a necessidade de serem rees­ealonadas as dívidas bancárias contraídaspelos agricultores. concedendo-lhes um pra­zo de 10 anos para Iírruldacão, sendo de 3anos a carência e 7 nara pagamento da di­vida, além de financiamento normal paranovos investimentos agropecuários.

Estll, no nosso entender, a única solucâocapaz de equacionar o problema, em razãodo Que alvitremos aos ilustríssimos Senho­res Presidentes do Banco do Brasil e doBanco do Nordeste a idéia com vistas a ummelhor exame da matéria.

Em nome dos agricultores do meu Esta­·tlo. particularmente dos da região do Seri­dó. transrerímôs às autoridades aqui men­cionadas o apelo que nos foi endereçado,certos de que alguma coisa de positivo seráfeita em favor desses sacrificados agricul­tores.

Era o que tínhamos a dizer.O aR. PEIXOTO FILHO - (MDB - RJ.

Pronuncia o seguinte discurso) Sr. Presi­dente, 81'S. Deputados, o magistério públicopermanece injustiçado, mercê da omissãodall autoridades responsáveís.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Classe da mais alta importância para onosso desenvolvimento e para a manuten­ção da paz social, o magistério, dividido empúblico e particular, sofreu alterações emseus valores numéricos no curso do últimodecênio, quando o profesaorado oficial pas­sou a gozar menos benefícios que o parti­cular, o que ocasionou uma inversão de va­lores, com reflexos no futuro, e, causou aqueda do padrão de qualidade registrado noensino oficial no decorrer dos tempos.

Acresce dizer que não se pode compreen­der que para tarefas iguais o tratamentoseja diverso, quer no día-a-día da atividade,quer no capítulo final do reconhecimento àidade avançada ou aos anos de efetivo exer­cício. quando a aposentadoria é concedida.

Ressalte-se, por tudo isso, que se há dedizer que se observa acentuado desestimuloao exercicio do magistério oficial, aindamais quando, por força da reforma do en­sino, os professores públicos, em quase to­dos os Estados braaílelros, afora os parcosvencimentos que lhes são atribuidos têmaumentada sua carga horária de trabalho,sem justa compensação. Eles são obrigadosa trabalhar em sistemas de rodízio de fé­rias, o que prejudica suas famílias. Subme­tem-se a cursos intensivos de reciclagem,em esforço de auto-aprimoramento, sem re­conhecimento econômico-financeiro. Part.i­eípam de seminários. conclaves, simpósios eoutras reuniões, onde tudo oferecem semnada receber em troca, a não ser o orgulhoe a satisfação de.. com sacrifícios inauditos.bem servirem à Pátria.

Sr. Presidente, o magistério público flu­minense tem sido o mais sacrificado, den­tre os demais do Pais, e o foi especialmenteno último governo imposto ao velho Estadodo Rio.

Os professores aposentados, por exemplo,estão passando sérias dificuldades finllncei­ras, que são refletidas na angústia e namiséria. pois percebem Cr$ 300.00, Cr$ 400.00e até Cri!; 200,00 mensais, quando têm a in­felicidade de contrai).' algum empréstimo.

Acresce dizer, ainda, que o último gover­no fluminense engavetou o Processo n.o20114. firmado pelo Professor Fernando Au­gusto Magno, em que solicita o enquadra­mento dos inativos. pelo que os professoresaposentados aguardam uma solução doatual Governo, que poderá ser formalizadaatravés do novo Estatuto do Magistério,atendendo-se, assim, a tão justa soücítaçãode uma classe já por si tão sacrificada.

Por outro lado, as professoras contrata­das e substitutas estão sem receber há cin­co meses, em face do que, para demanda­rem às escolas, são obrigadas a recorrer àcarona, por não possuírem dinheiro para acondução, além de passarem por outros sa­crifícios e humilhações que lhes são impos­tos, em virtude de tão aflitiva situação.

Sr. Presidente, se é verdade que o últimogoverno do velho Estado do Rio deixou paraseu sucessor um pesado legado, traduzidoem sérios problemas que estão a exigir so­Iucões objetivas e a curto prazo. como o domagistério oficial ativo e inativo, não émenos verdade que, pela decorrência detempo existente, o Governo da Fusão deve­ria se aperceber da gravidade da proble­mática, a fim de adotar as medidas queconduzam ao seu mais rápido equacíona­mento. li: o que pleiteio nesta oportunidade,certo de que o Governador Faria Lima esua diligente Secretária de Educação, Pro­fessora Mirtes Wenzell, tudo farão paraatender às justas reivindicações da laborio­sa classe, que, apesar das desilusões, per­manece esperançosa e confiante.

O SR. VASCO AMARO - (ARENA - RS.Sem revisão do orador) Sr. Presidente, Srs.

Junho de 1975

Deputados, sábado passado estíve lá na le­gendária Alegrete, na fronteira oeste domeu Rio Grande do Sul, lá nos confins me­ridionais do nosso Brasil Ali homenageá­vamos um ilustre filho da terra, o Dr , AssisAnhaia de Souza, Vice-Presidente do Bancodo Estado do- Rio Grande por indicação doeminente Governador Sinval Guazzelli. Foihomenageado na Fundação Educacional esaudado pelo Presidente do órgão, o dinâ­mico homem público que é O General ~YVargas Choniche, que tem dado tudo de sipelo ensino e pelo progresso daquela comu­na. A tarde inaugurávamos a I ExposiçãoEstadual de Novilhas, com a presença doeminente Secretário de Agricultura, o ex­Deputado estadual Júlio Marcoantônio, no­me que pronuncio sempre com estima eadmiração, porque moço da melhor quali­dade; presentes ainda o Presidente da Fe­deração de Agricultura, rir. Alamir VieiraGonçalves e aquela plêíade magnífica,aquela liderança extraordinária de Alegrete,representada pelos Srs. Joaquim FranciscoMilano, Mário Tadeu, Franquelin Jorge, osex-Presidentes do Sindicato Rural, srs. AryFaria Marimon, Dalmír Antunes da Silva eAdolfo Guerra Gomes, cuja trilha vem sen­do seguida de maneira exemplar pelo atualPresidente daquela entidade, nr, Fernan­do Jorge Mendes Gonçalves, homem que járepresentou o Estado de Mato Grosso combrilhantismo nesta Casa.

Sr. Presidente. a I Exposição foi um êxi­to absoluto e ao fazer este registro nos con­gratulamos com o ruralismo gaúcho pormaís esta demonstração de pujança e· deforca, onde ainda uma vez se evidencia oalto índice da zootecnia dos nossos reba­nhos.

Aquela gauchada magníríea da tronteiraoeste, àquela gauchada esplêndida e Maca­riuda do Rio Gran4e mando M minhas con­gratulações e os meus cumprimentos.

O SR. NOIDE CEJ1,QUEIRA - (MDB _BA. Pronuncia o seguinte díseurse.) Sr.Presidente, o Município de Feira de Santa­na estará, no próximo dia 16 do mês emcurso, comemorando o centésimo segundoaniversário da sua emancipação política. Osfundadores do lugarejo, inicialmente de­nominado Sant'Anna dos Olhos D'Água, fo­ram Domingos Barbosa de Araújo e AnaBranríoa, que ali estabeleceram um entre­posto comercial destinado à troca de mer­cadorias. Nascia, assim, Feira de Santana.

Atualmente, o Município conta com maisde duzentos e dezessete mil habitantes, con­forme certidão declaratória fornecida re­centemente à Câmara dos Vereadores peloI~GE, sendo, conaeqüantamerrta, a segundaCIdade do Es~ado depois da Capital, alémde ser o mais. importante entroncamentoro~oviário da Bahia, quiçá do País.

Acontece, porém, Sr. Presidente, que acomuna carece de obras de infra-estruturainadiáveis, as quais não obtiveram cuidadosnecessários das administrações anteriores.

A par de outras obras também priori­tárias, destacam-se: rede de esgotos sani­tários e pluviais, consolidação do CentroIndustrial do Subaé -'OIS - e Centro deAbastecimento, que não encontram resso­nância junto ao Governo Estadual. Se não,vejamos: o projeto para a implantação dosistema de rede de esgotos tornou-se obso­leto, em face do desinteresse e do descasodos governantes que sucederam o x-Pre­feito Francisco Pinto. A administração an­terior foi obrigada a elaborar novo projeto,efetuarido levantamento total, inclusiveae;rofotogramétrico; por fim, a atual admi­nistração o concluiu devidamente, já tendopercorrido ele todos os trâmites. Todavia,o Sr. Governador ainda não se manifestou,mas o Secretário W.alter -Banches, do Sa-

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Junho de 19'15 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 391'2

neamento e Recursos Hidricos, assim se ex­pressou:

"Desconheço a existência de outras ci­dades com rede de esgotos sanitáriosalém de Ilhéus, Itabuna e Jequié. Ain­da assim, os sistemas destas cidades,ora em funcionamento, podem ser clas­sificados como precários."(A Tarde - 25-3-1975.)

Urge providências enérgicas para que se­[am iniciadas, imediatamente, obras tãoimportantes, devendo, para tanto, o Sr. Go­vernador adotar medidas junto à EMBASA.

O Prefeito Municipal. Dr. José Falcão daSilva, tem feito o possível, como os órgãosrepresentativos do nosso "hinterland" po­derão atestar.

Sr. Presidente, o Executivo Estadual pre­cisa ajudar a consolidação do CIS, uma vezque o Município, às suas expensas, realizagigantesco trabalho de pavimentação deduas vias de acesso, cada uma com dois mile quinhentos metros de extensão.

Assim, esperamos que o Sr. Governadordespreze as questiúnculas políticas e corr­tríbua para o desenvolvimento da "GrandeFeíra11

Quanto ao Centro de Abastecimento, quevisa ao remanejamento da feira livre doCentro Comercial Um para o Centro Co­mercial Dois, aguarda-se tão-somente a pa­lavra do órgão financiador - Banco doNordeste do Brasil - pois a Câmara Muni- ,cipal já autorizou o Municipio a contrair oempréstimo, Vale dizer que o Estado, maisuma vez, se omitiu.

Finalmente, Sr. Presidente, voltamos adenunciar que a URBIS - Habitação e Ur­banízaeâo da Bahia 8.A. - insiste em reto­mar as casas populares cujos adquirentesse encontram com as mensalidades em atra­so, como faz certo o aviso que temos emmãe

Agora - e o que é mais grave - as casasretomadas estão sendo vendidas a pessoasabastadas, que as põem em nome de ter­ceiros, alugando-as, realizando, desta for­ma, negócio de alta rentabilidade, em de­trimento da finalidade a que se propunhao núcleo ali construído.

O BNH precisa investigar tal denúncia epunir os verdadeiros culpados.

O SR. FREITAS NOBRE - (MDB - SP.Pronuncia o seguinte, discurso.) Sr. Presí­c.ente, Srs. Deputados, os artistas, em SãoPaulo, fizeram' uma greve original. Os es­pectadores entravam nas salas de espetá­culo e, sem realizar as apresentações, osartistas se justiflcavam:

"Nós queremos agradecer a presença dopúblico, esta noite, em nosso teatro.Na verdade, nós consideramos vocês co­rn.i a extensão final do nosso trabalho.Mas hoje temos um comunicado a fazer.Há muito tempo que o teatro brasileirovem sofrendo toda sorte de pressões ede cerceamento à sua liberdade de ex­pressão, Apr-rxímadamente quatrocen­tas peças teatrais estão, no momento,proibidas pela Censura, 08 critérios uti­lizados pelos poderes constituídos esca­pam à nOSSa compreensão, ê o exces­sivo rigor que se utiliza contra nós im­pede, freqüentemente, que possamosapresentar um trabalho de maior pro­fundidade e que sejamos o espelho donosso tempo, como é da função da arteteatral.Os artistas de teatro do Brasil desejamum diálogo com as autoridades, e nãose furtaram jamais a quaisquer encon­tros destinados a se procurar um modusvivcndi que torne possível a coexistência

entre nós e o Governo. Nesse sentido,representantes da classe teatral se avis­taram, nos últimos meses, com váriosMinistros de Estado e com o próprioPresidente da República, General Er­nesto Geisel. A esperança que foi se­meada como resultado desses encontrosfez surgir, na inteligência e no coraçãode todos nós, a expectativa de ...m tem­po mais flexível e de maior compreen­são, principalmente com o abrandamen­to da Censura.

Essas esperanças, porém, estão se di­luindo no encontro com a realidade. Apeça premiada no concurso do ServiçoNacional de Teatro - órgão do Minis­tério da Educaçã-o - "Rasga Coração, deOduvaldo Vianna Filho, está proibida.O número de cortes efetuado na peçaUm Elefante no Caos, de Millor Fer­nandes, fez com que seus produtoresdesistissem de apresentá-la, tão des­figurada ela ficou com os cortes quelhe foram impostos E agora nos chegaa noticia da proibição da peça AbajurLilás, de Plinio Marcos.

O público compreenderá o quanto seexige de esforço e de recursos finan­ceiros aplicados na produção de umespetáculo teatral. No caso específicoda peça de Plfnío Marcos, além de umautor importante ser impedido de seexpressar, tal proibição também colo­ca repentinamente no desempregoaqueles nossos colegas que estavam en­volvioos nesse projeto, já que estavatudo pronto para ser estreado. Assim,em solidariedade a eles, resolvemos nãoapresentar nosso espetáculo, hoje à noi­te. Esta decisão foi tomada por todaclasse teatral de São Paulo, e nesteinstante este mesmo documento estásendo lido nas outras salas da Cidade.Nossa atitude não deve ser entendidacomo um gesto de provocação. Aindaesperamos que a luz volte a brilhar nospalcos de nosso País, mas hoje, sim­plesmente, não dispomos de condiçõesemocionais para executar nosso tra­balho."

Essa greve original vale por uma adver­tência ao Executivo' relativamente à situa­ção do nosso teatro, que não deseja fazerprovocação, mas que não quer ver desapa­recerem suas melhores tradições tragadaspela distorção de uma censura caolha.

Durante o discurso do Sr. Freitas Nobre,o Sr. adulto Dtnninçues, to-secretârto,deixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. Herbert Levy, 19-Vice­Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­Tem a palavra ° Sr. Pedro Lucena.

O SR. PEDRO LUCENA - CMDB-RN. Semrevísão do orador.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, o Rio Grande do Norte está so­frendo atualmente uma verdadeira calami­dade no que diz respeito ao setor de edu­cação, O próprio titular da pasta, em con­ferência que fez na Assembléia Legislativa00 Estado, há poucos dias, advertiu que100.000 críancas deixarão de estudar porfalta de lugares, por falta de acomodaçõesr-as escolas públicas.

Sabemos que o Rio Grande do Norte é umEstado pobre, que seu povo não tem condi­ções de freqúentar senão escolas públicas.

Esta advertência feita pelo Secretário égrave, e ele mesmo assegura que o acrés­címo de salas de aulas é de somente qua­tro centésimos ao ano, enquanto a deman­eia de novos alunos é, atualmente, de 4%.Ora, Sr. presidente, essa diferença vai cres­cendo anualmente, acentuando-se cada vezmais, e se hoje temos 100.000 alunos que

não podem estudar: nos próximos anos e.s~

se número sem dúvida aumentará.Deixo mel apelo ao Sr. Ministro dá Edu~

cação para que veja cona ur.n pouco de ca­rinho a situação do ensino no Rio Grandedo Norte e para que o Governo Federal crieescolas públicas no Rio Grande do Norte,principalmente técnicas, agrícolas e indus­triais. A situação vem-se agravando e ten­de a agravar-se cada vez mais, Sr. Prest­dente. Sabemos, por exemplo, que antes aEscola Industrial do Río Grande do Norteadmitia alunos do primeiro ciclo do antigogínasial ; hoje admite apenas os do segundoCIclo do ensino.

Deixo aqui uma sugestão e um pedido aoSr. Ministro da Eáucação, para que crie noRio Grande do Norte, repito, escolas tée­nícas, agrícolas e industriais e para que aEscola Industrial do Rio Grande do Nortetambém admita alunos do primeiro grau.Faço esse apelo porque dia a dia se agravaa situação do ensino no meu Estado.

O SR. .JORGE UEQUED - (MDB-RS _Pronuncia o seguinte díscurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, a instalação de pólopetroquímlco no Rio Grande do Sul é umaesperança de todo o povo gaúcho.

Esta semana, quando o Presidente daRepública visitar a cidade de Livramento,receberá em audiência uma comissão es­pecial da Assembléia Legislativa que vailevar-lhe a solicitação.

De tal relevância se reveste a implanta­ção do pólo petroquímíco, que na comíssãose encontra o Presidente do MDB, LíderPedro Simon, demonstrando que, quandoestá em jogo o interesse público, as diver­gências político partidárias desaparecem noRio Grande.

A localização do terceiro pólo petroquí­mico do Pais, no Rio Grande do Sul, já re­cebeu a manifestação favorável de todasas forças vivas do Estado, pois traria gran­de progresso à Região Sul, possibilitando odesenvolvimento homogêneo do País, o quevem ao encontro dos difundidos desejos go­vernamentais.

E não só pelo grande impulso que dariaà região, com o aumento do número deempregos, mas especialmente pela. proxi­midade que ficaria de dois grandes mer­cados, Uruguai e Argentina, que, índíscutí­velmente, absorverão boa parcela da pro­dução.

A grande maioria que o :MDB detém naAssembléia Legislativa do Rio Grande doSul destina-se a fazer oposição e não obs­trução à atividade governamental, por issoque as medidas de interesse público muitasvezes reúnem os adversários. Tal a impor­tância do pólo petroquímíco no Rio Grande,que na comissão está o Presidente regionaldo partido, Deputado Pedro Simon.

O SR. VALÉRIO RODRIGUES - (ARE­NA-PE - Pronuncia o seguinte discUl·SO.)Sr. Presidente, Srs. Deputados, o calendáriodas efemérides nacionais registra, neste 10de junho em que o Exército Brasileiro co­memora o "Dia da Artilharia", o trans­curso de mais uma data natalícia de EmílioLuiz Mallet, seu patrono.

A existência da Artilharia na esratéglade defesa de nossas Forcas Armadas da tados primórdios da nacíonalídade, quandoPedro Alvares Cabral aportou às costasbrasileiras em nobre missão de descobri­mento.

Os mesmos canhões que integravam aderesa das naus Santa Maria, Pinta e Ninacontinuaram a fazer parte do esquema bé~

Iico com que Martin Afonso de .souza che­gou a São Vicente, em apoio a uma das

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3918 Qllarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 1~75

mais belas páginas da nossa História. Elesderam força às tropas das "Entradas eBandeiras", ao vencerem o obstáculo físico.orerocído pela Serra do Mar.

E se perpetuaram em todos os efeitos quehonram as tradições de nossas gloriosasForças Armadas.

Como bem registra a história do Exército,"estiveram presentes no cerco do Recife enos Montes Guararapea, testemunhando onascimento da Nacão brasileira. Fixaram­se nos fortes e fortalezas, a balizar o itine­rário das conquistas, do litoral até o Prín­cipe da Beira, quando nossos antepassadosse rebelaram contra a fantasia que repre­sentava a Linha de Tordesilhas e avança­ram nossas fronteiras milhares de milhaspara o Deste. o canhão, o artilheiro e aArtilharia têm sido uma constante em todosos passos da nossa História".

Nos campos de batalha do Paraguai tive­ram eles um significado maior, aperfeiçoa­das que foram suas táticas pelo grandeComandante Emilio Luiz Mallet.

Hoje, com o avanço da ciência e da tec­nologia, vive a Artilharia sua grande fasede transição, que medeia entre os canhõesautopropulsados e os mísseis de impres­sionante eficiência, a mudar os rumos dasbatalhas modernas.

Quero, Sr .Presídente, neste registro, pres­tar minhas homenagens ao nosso Exército,na pessoa do Sr. Ministro Sílvio FL'ota, e,por extensão, a todos os artilheiros doBrasil.

O SR. ALVARO DIAS - (MDB-PRPronuncia o seguinte dlscurso.) Sr. Presi­dente, S1's. Deputados, sabe-se que, depoisdo petróleo, o trigo é o produto que ocupalugar de maior destaque no quadro das im­portações brasileiras.

O consumo nacional desse grão nobreatinge mais de quatro milhões de toneladasanuais, enquanto a nossa produção alcança,quando muito, dois milhões e meio de to­neladas.

Isso quer dizer, em outras palavras, quesofremos, todos os anos, grande sangria dedivisas com a compra de trigo externo, coma agravante de que o acentuado creseímentodemográríco brasileiro implica no aumentogeométrico da demanda desse produto.

Em razão da extraordinária importânciadesse produto para a economia nacional,cabe-nos formular ao Governo Federal,como meio de estimular maior produção, asseguintes reivindicações:

a) assistência técnica efetiva e perma­nente;

b) fornecimento de sementes sadias eselecionadas ;

e) facilidades na obtenção de adubos,inceticidas e sacaria por preços mais com­pensadores:

d) maiores facilidades credítícras, com osprazos de financiamento com 60 a 90 diasapós as safras;

e) estabelecimento do preço mmimoequiparado ao preço pelo qual é adquiridoo trigo estrangeiro;

f) aparelhamento governamental para amecanização da lavoura e custos mínimos;

g) ampliação e aperfeiçoamento da redede silos e armazéns nas zonas produtoras;

h) construção e manutenção de rodoviase ferrovias em condições ótimas de trá­fego sob qualquer tempo;

i) ampliação progressista das instalaçõesportuárias, com a construção de mais silose armazéns;

j) incentivos fiscais para a produção trl­bícola porque básica para a economia esegurança nacional;

k) reformulação da política de industria­lização do trigo, pelo aproveitamento maisacentuado dos moinhos colonias;

I) criação e multiplicação dos campos ex­perírnentaís de trigo, para a descoberta devariedade mais consentãneas com o clima,a topografia, etc. de cada Estado;

m) implantação do seguro agrícola, Emais;

n) imediata e racional reformulação dapolítica de quotas de trigo para moagem;

o) aproveitamento dos moinhos coloníasexistentes ou a serem implantados, após oaten .ímento das exigências emanadas dospoderes competentes;

p) facilidades crediticias aos moageíros,para capital de giro, para asseguraçâo daindustrialização e comercialização do trigoe seus derivados;

q) facilidades no acesso dos excedentesdas zonas produtoras aos centros de con­sumo do Estado e do Pais, numa sábia po­lítica de contenção da alta dos preços e noestabelecimento de uma política de efetiva,legitima e anelada nacionalização do trigo.

O SR. GERALDO GUEDES - (ARENA­PE - Sem revisão do orador.) Sr. Presi­dente, Brs, Deputados, venho fazer umapelo ao Departamento Nacional de Estra­das de Rodagem, no instante em que seprepara um novo plano rodoviário, para quecontemple a BR-232 com duplicação asfál­tica, o que será de grande importância paratodo o Nordeste e não SÓ para o Estado dePernambuco.

Trata-se, Sr. Presidente, de uma estradaque liga Recife aos demais pólos econô­micos do pais, passando pela região maisdesenvolvida e maior produtora do nossoEstado. A estrada, tal como se encontra.com asfaltamento de apenas uma faixa, jánão é suficiente para o escoamento fácilde todo o tráfego que por ali se processa.Na verdade, muitos carnirihôes, ôníbus, au­tomóveis e toda a sorte de veículos, estão apedir, hoje, melhores condições de infra­estrutura numa rodovia que precisa, detodas as maneiras, estar bem preparadapara tanto. Já se dizia no Brasil que "go­vernar é abrir estradas". Num país comessa tradição melhor ainda será o Governoque, além de construir estradas, as aper­feiçoe e conserve. Assim, Sr. Presidente, en­caminho este apelo ao Departamento Na­cional de Estradas de Rodagem. certo deque não cairá no vazio.

O SR. ALDO FAGUNDES - (MDB - RS.Pronuncia o seguínte díscurso.) Sr. Pre­sidente, movimento iniciado na AssembléiaLegislativa do Rio Grande do Sul, por ini­ciativa do jovem e brilhante Deputado AI­gir Lorenzon, da Bancada do MDB, desper­tou a opinião pública daquele Estado e doPais para a atuação de uma original orga­nização de esdrúxulos costumes, mensageirade teses reacionárias que pareciam sepul­tadas no tempo e na História, com o fimda Segunda Grande Guerra.

Refiro-me à TFP - Tradição, Familia ePropriedade. E as perguntas que têm sidoformuladas, hoje não apenas na Assembléiagaúcha, que. inclusive, instalou uma CPIpara tratar do assunto, são muitas e rele­vantes, mas não se ouve nenhuma respostados responsáveis. Por exemplo: de onde vema TFP? Como se mantém? Quais os recursosque manipula? Quais os recursos que ma­nipula? Quais os seus propósitos? Quem sãoos seus adversários? Contra quem luta? Ea soldo de quem se encontra?

O "Diário de Brasilía", em sua edição dedomingo último, informa que tambémDeputados paranaenses encaminharam umpedido de informações ao Sr. Ministro <;laJustiça, pedindo que "sejam investigadas asmanobras da TFP, porque ela exercita mis­sões manifestamente ilegais, que vão desdea aplicação de recursos de origem desco­nhecida até a pregação pela restauração daMonarquia ... "

O mesmo jornal presta sobre a TFP estasinformações que transcrevo como parte des­te pronunciamento:

"MAIS AGRESSIVOS

No decorrer de suas lutas, os templáriosde Plínio Corrêa de Oliveira foram setornando mais agressivos. Um de seus"slogans" retrata bem essa agressívída­de: USAR A FORÇA SE PRECISO. NÃODAR TREGUA AO INIMIGO. No Brasil,o contingente da TFP é calculado em15 mil moços. Dia a dia a Sociedadeaperfeiçoa o seu sistema de aliciamento,quase todo ele realizado no interior dopais. Os assessores de Plínio Corrêa deOliveira não têm encontrado dificulda­des para convencer familias pobres aconfiarem seus filhos aos cuidados deuma organização que se encarregará deseus estudos, saúde e acomodaçõesnuma cidade grande. Em troca, os mo­ços devem submeter-se a uma disciplinamuita rígida. Sexo é coisa proibida.

Aparentemente, os moços da TFP sãoinofensivos, mas se transformam, emleões rompantes quando cercados emsuas pregações ou comícios públicos. Aprova dessa agressívídade foi presen­ciada, recentemente, durante a com­panha antidivorcista, nas ruas das prin­cipais Cidades brasileiras. Além dosfamosos estandartes coloridos, dos me­gafones, motocicletas, camionetas e atéarmas camufladas, os templários dePlínio Corrêa de Oliveira desafiavam ospassantes COm gritos quase histéricos.Depois de cada passeata ou de cadacomício, os moços da TFP retugíavam­se no interior das indevassáveis casasde muros altos, onde se situam as sedesregionais da organização,"

Assim, Sr. Presidente, incluo-me entre osbrasileiros preocupados COm a TFP e quequerem saber até onde vai o desdobramentoda ação política dessa organização. A meuver. está na hora de um pronunciamentodo Governo. A TFP age como organizaçãoextremista, na sua mensagem e nos seusmétodos, e, portanto, incide nas disposi­ções da Lei de Segurança Nacional. E apregação monarquista, porventura, não ésubversiva? Enfim, sr. Presidente, há infor­mações que as autoridades devem prestar.

É o que se pede. E é o que se espera.

O SR. JOãO CUNHA - (llIDB-SP Pro­nuncia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, mais uma vez as forçasmais reacionárias, medievais e obscuran­tistas desta Nação se manifestam. E ofazem pela única maneira que encontrampara acobertar a covardia, a mediocridade,a insensatez e a maldade: o anonimato. E,mais que o anonimato, o uso indevido, so­lerte, de nome alheio para ocultação daprópria iniqüidade e desfaçatez.

Todos devem ter recebido a carta tidacomo de autoria do Padre José Oscar Beoz­zo, da cidade de Lins, no Estado de SãoPaulo, pela qual se lança sobre a dignida­de, honradez e independência do nobreCardeal de São Paulo, D. Paulo EvaristoArns, um montão de lama.

Certamente, 81'S. Deputados, Sr. Presiden­te, não me ocuparia do desmentido da

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Quarta-feira 11 391'

imputação, que por si só cai no vazio e noinacreditável. A dignidade, a honra e aconduta de S. Ex. a o Cardeal de São Paulopor si sós elidem quaisquer dúvidas.

Mas há que se denunciar à Nação, à eons­cíêncía nacional, às autoridades responsá­veis e dignas, a movímentacão indigna deforças retrógradas, anti-história, covardes emalditas que se atiram com a voracidadede piranhas contra as personalidades maisíntegras desta Nação. Urge desnudar peran­te o povo aqueles que. presos a privilêgiosodiosos, vinculados a interesses estranhosà consciência e vontade brasileiras, atrela­dos ao carro medieval da repressão, agempela solércia, atuam pelo anonimato, bata­lham nas sombras, fogem às responsabili­dades.

Recentemente tivemos o episódio de Alen­car Furtado. ameaçado por sua condutaindependente e honrada como Presidente daCPI das multmactonaís. Logo após. ma­nifesto anônimo percorreu esta Casa, pe­dindo aplicação de AI-5 contra Deputados daCâmara. A TFP, por seu lado, com todascores a ameaçar, freqüentemente agindo,como força quase paramilitar, ao arrepio dequalquer manifestação por parte das auto­ridades responsáveis.

Há que se colocar um paradeiro a esteestado de coisas. Impõe-se de imediato umareação de todos os homens de bem destePais.

Não pode D. Evaristo Arns, Cardeal deSão Paulo, ficar à mercê de bandidos co­vardes, fu.lsos, ralsídícos. faleseantes, refar­sádos, que tripudiam sobre a honra alheia.que pisam a dignidade do próximo. impu­nemente, sem nenhuma reação oficial.

Faço-me, hoje. Srs. Deputados, porta-vozda honra nacional, brasileiro que sou e re­presentante de 78 mil paulistas, para exigirdas autoridades brasileiras responsáveis. emnome da honra da Nação, que determinem,de imediato, investigação - e possuem to­dos os meios para isso. sendo o SNI exemploclaro - para pôr fim à onda de boatárí a.que deslustra o momento presente, desonraa consciência nacional. fere a dignidade degente ilustre e atuante e desserve qualquertenta tiva de distensão politica.

São - como diria Ruy - os magarefes decerta espécie de açougue, onde se corta nahonra dos homens independentes, na digni­dade dos espíritos úteis, e na fama doshomens valorosos o bife sangrento para seusapetites ferozes e inconfessáveis.

D. Paulo Evaristo Arns, Cardeal de SãoPaulo, tem minha solidariedade e a demilhões de brasileiros que o sabem digno,honrado. decente, incapaz de qualquer atoque não sirva ao progresso e à defesa dosdireitos do ser humano.

o SR. MíLTON STEINBRUCH - (MDB­lU - Pronuncia o seguinte discurso.) Sr.Presidente, Srs. Deputados, não é nossodesejo fazer crítica. mas, infelizmente, des­ta vez não vemos como nos furtar de fa­zê-Ia.

Além da face turística da atual Capitalde nosso E!:stado, aspecto constantementeressaltado, existem as mazelas, que são mui­tas.

Fala-se muito daquela cidade, que aomesmo tempo apresenta o mar e a monta­nha, o sol, o samba. o carnaval, o bomhumor do povo, mas só raramente se apre­senta a outra face. isto é, as favelas, a inse­gurança oriunda da violência que hojecampeia. () trânsito engarrafado, as inu­meráveis e lentas obras públicas, inclusiveo metrô, e muitos outros problemas ímpos­.siveis de aqui serem enumerados.

Com a fusão. volta a cidade a comportarum Executivo Municipal, ao qual cabe aresolução de todos esses problemas. Ocorre.no entanto, ao que nos parece, que essasquestões não estão prioritariamente equa­cíonadas para encontrar-se imediatamenteuma solução,

O recém-criado Poder Municipal aindacarece de instalaçôes para funcionamcntocondigno, mas consideramos inadequada amaneira suntuosa como pretendem instalá­lo,

Os jornais da terra comentam que estãoadiantados os entendimentos com o Pre­feito para a compra do prédio da ex-Em­baixada da Inglaterra, inclusive com finan­ciamento já garantido pelo Banco do Bra­sil, no valor total de 45 milhões de cruzeiros.

Consideramos justo, Sr. Presidente, sejaqualquer órgão da administração, de qual­quer esfera, instalado de forma condizentecom o poder que representa, mas quandohá pretensões a ostentações supérfluas.como é o caso, nos insurgimos contraria­mente.

Não nos parece justo para a cidade sejafeito gasto de tal monta para o ExecutivoMunicipal instalar-se longe dos seus proble­mas.

O prédio está situado em amplo terreno,magnificamente arborizado e ajardinado,em frente ao quartel da Polícia Militar. narua São Clemente. num dos mais beneficia­dos bairros da metrópole.

Ora, Sr. Presidente, essa localização, porsi só irá distanciar a autoridade, pura esimplesmente, da população. A via de aces­so, já congestionada, mais congestionadaficará.

Não, Sr. Presidente e Srs. Deputados, nãoé de luxo que a cidade do Rio de Janeiroprecisa para o seu mandatário municipal.

Deve o Poder ser instalado no centro dosproblemas. a fim de que. vividos de perto,possam ser resolvidos adequadamente.

Deve a Prefeitura ser instalada em lugarde fácil acesso para a população, Não sedeve procurar isolamento.

Deve o Prefeito também participar dasmesmas dificuldades por que passa a popu­lação, para que delas tome conhecimentopessoalmente, para que as decisões sejamtomadas de imediato. Deve buscar solucõespara as más condições de habitabilidaeÍe aque é submetida grande parcela dos habi­tantes, e não buscar luxo e suntuosidadepara instalar-se.

Dcve o mandatário continuar povo e nãopatrocinar o distanciamento ent.re o povo eo poder.

O SR. IGO LOSSO - (ARENA-PR. ­Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­dente, Bzs, Deputados, "É ímprescíndiveí aduplicação do eixo rodoviário da BR-277 apartir de Paranaguá para Curitiba" - ex­clamou, em recente ofício ao Ministro dosTransportes, Dyrceu Nogueira. o Sr. JoscyAntônio Silva. Presidente em exercício doEXPAR --- Centro de Comércio Exteriordo Paraná,

Na defesa dos interesses do Paraná. que­remos. desta tribuna, sublinhar com ve­emência as incisivas palavras da autoridadeque representa, no momento. os interessesde nosso Estado na área da exportação.

A vigência do Ir Plano Nacional de De­senvolvimento, Sr. Presidente, que vai ori­entar toda a politica desenvolvímentlsta doGoverno Federal nos próximos cinco anos,veio pôr em evidência as prioridades maisdo que necessárias para os transportes fer­roviários, visando ao reaparelhamento de

nossas ferrovias em uso e visando à cons­trução de novas ferrovias. Entre elas, está.incluida a Estrada de Ferro Central do Pa­raná, que ligará o Norte do Estado ao lito­ral, de Apucarana a Ponta Grossa, e dai aSão José dos Pinhais.

Será, sem dúvida alguma, Sr. Presidente,mais uma veia viva, por onde correrá maissangue de progresso, revigorando a vidaeconômico-financeira do Paraná. com ummovimento previsto de 25 mil toneladasdiárias de produtos agrícolas, Há muitosEstados brasileiros que desejariam podercontar com uma produção agrícola dessegabarito, que só uma região do Paraná ofe­rece ao desenvolvimento brasileiro.

Essa notícia, entretanto, Srs. Deputados,por mais auspiciosa que seja. traz em seubojo um inquietante problema. Essa cor­nucópia de riquezas diárias ajudará, emmuito, a aumentar o nó de estrangulamentoque já agora asfixia o autêntico funil emque vai, gradativamente. se transformandoa ala paranaense do maior "Corredor deExportação" do continente sul-americano,É que a BR-277, principal rodovia que ligaCuritiba a Paranaguá (que já agora é su­pcrccngcstionada. e o será mais ainda,quando estiver pronto o trecho que ligaRelógio a Irati, interligando-a com a ro­dovia que vem de Foz elo Iguaçu I, é de umapista só e só tem capacidade para escoar 7mil toneladas diárias de carregamentos;quando começar a receber as 25 mil tonela­das diárias que a Estrada de Ferro Centraldo Paraná vai despejar sobre ela, no fluxocontínuo de mais de 4.000 caminhôes mé­dios por dia, com retorno vazio, além dosoutros 5 a 6,000 veículos de passageiros ede carga que normalmente já transitamdiariamente por ela, nesse trecho. a BR-277vai ficar simplesmente intransitável.

Então, Sr. Presidente, avolumar-se-ao osproblemas já conhecidos: filas de cami­nhões parados; conservação Impossível doleito carroçável; milhares de motoristas pa­rados na rodovia dias e dias. semanas e se­manas, sem as menores condícões de vieladecente; milhares de quilos de cargas deprodutos agrícolas perecíveis deteriorando;tráfego impossibilitado; prejuízos incal­culáveis para o próprio porto de Paranaguá.Não tenho nem as palavras adequadas, Srs.Deputados, para antever as conseqüênciasdesastrosas, se não houver. já e já. umamedida preventiva. tanto possivel comoabsolutamente necessária.

Com a argúcia que lhes é comum. os Di­retores da Associacão Comercial do Paraná.com João Chalbaud Biscuia , representandoseus milhares de associados. querem fazersentir ao Sr. Ministro dos Transportes anecessidade urgente da duplicação da pistada BR-277, no trecho de Curitiba ao litorale de Curitiba a Campo Largo, antes que seavolumem os problemas que. rapidamente,descrevi em proporção infinitamente me­nor do que a realidade mostrará. Estou se­guramente informado, Sr. Presidente. deque o DNER já tem, em fase adiantada, asprovidências preliminares tomadas para olancamento da concorrência necessária.Não há o que demorar mais. Com o levan­tamento das prioridades para as ferrovias,pode ser que essa medida seja relegada li.

segundo plano, e o desastre será de tãograndes proporções que anulará, impetuo­samente, todos os inegáveis beneficios quea nova ferrovia trará para a economia doParaná. Diz o ditado popular que "é melhorprevenir. do que ter de remediar depois".

Era o que tinha a dizer.

O MONSENHOR FERREIRA LIM," ­(ARENA-PE - Pronuncia o seguinte dis­curso.) Sr. Presidente. Srs. Deputados. cum­pro, nesta tarde. o dever de trazer ao Ple-

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3920 Quarta-feira 11 . DURIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1> Junho de 1975

nárlo desta Casa uma apreciação rápidasobre o Complexo Portuário de Suape.

O assunto é da mais alta importânciapara o País e de modo especial para o Nor­deste. As grandes realizações despertam,

.naturalmente, críticas e aplausos, para queas idéias se sedimentem e se possa ver, nalente de um exame meticuloso, os seus vá­rios aspectos e sua alta importância eco­nômica e social.

Tenho, pois, a máxima satisfação, Srs.Deputados, de verificar que o projeto doPorto de Suape é perfeitamente viável so­cialmente, economicamente e industrial­mente. Tanto é assim que, não só o portomas todo o complexo industrial que a par­tir dele já está estruturado, tudo já estáprogramado meticulosamente, para exe­cução imediata.

Os estudos do Complexo Industrial-Por­tuário de Suape, Sr. Presidente, se desen­volveram de acordo com as seguíntes dire­trizes:

- Exame das tendências de desenvolvi­mento da indústria na interlândia do por­to, considerando as relações com o porto doRecife, a localização industrial do GrandeRecife e a demanda dos transportes hídro­viários dos Estados vizinhos no período de1975 a 1995;

- Tendo por base o Decreto n.? 2.845, de27 de junho de 1973, do GOverno Pernam­bucano, deííneamento do Plano Diretor doComplexo Porbuárto, Programa Funcionaldo Complexo Industrial, Pré-dimensiona­mento das áreas do COmplexo Industrial;adequação da área às exigências do Com­plexo; elaboração do Plano Físico do oom­plexo Industrral e do seu Porto; definiçãodos Sistemas de' Infra-estrutura; indicaçãodos Projetos Prioritários de Engenharia;análises econômico-financeiras para nego­ciações de financiamentos;

- Projetos de Engenharia; e- Plano de Supervisão de Obras.Antcvísando a possibilidade da implanta­

ção de mais um corredor de exportação, queteria seu escoamento natural através dosuperporto de Suape, Srs: Deputados, fo­ram executados estudos econômicos para­lelos para identificação dos setores indus­triais passíveis de serem implantados naárea a curto e médio prazos, permitindo aprolTIoção do interesse de grupos empresa­riais, o que, ooncomttantemente, forneceuos elementos indispensáveis à caracteriza­ção da estratégia de implantação do Com­plexo. Tal trabalho, que é dinâmico epermanente, permitiu a implementaçãopromocional do empreendimento, dernons­h-ando às autoridades governamentais e aosórgãos nacionais e internacionais de finan­ciamento, de uma só vez, que o NordesteSetentrional Oriental reencontrou, no Pro­jeto Suape, sua fórmula de retomada dodesenvolvimento econômico.

Adequando-se perfeitamente ao II PlanoNacional de Desenvolvimento, que deter­mina as diretrizes para a economia brasi­leira durante o qüinqüênio 1975/1979, oComplexo Industrial de Suape propiciaráo seguinte:

- Acelerar o crescimento da EconomiaRegional, mediante a implantação de in­dústrias de alto poder germinativo, as quaisservirão de apoio ao desenvolvimento daárea nordestina;

- Incrementar as relações comerciaiscom o exterior e com as outras regiões doPais, contribuindo para a viabilização deum modelo brasileiro calcado numa econo­mia aberta;

- Dar condicões de atracão aos investi­dores estrangeiros, aproveitándo a condição

altamente estratégica de proximidade dasrotas de navegação Atlántico Sul;

- Promover a integração das unidadesprodutoras regionais;

- Contribuir para uma maior demandada mão-de-obra regional, desencadeando,ao mesmo tempo, um processo de qualifi­cação dessa força de trabalho;

- Criar um forte mercado interno noNordeste Setentrional Oriental;

- Dar condícões de fácil escoamentoà produção regional, proporcionando-lhemaior poder de competição no mercadointernacional, pela diminuição dos custosde transPQrte; e

- Aumentar as exportações brasileiras,contribuindo consideravelmente para o for­talecimento da receita cambial do País.

Creio ser do conhecimento dos Srs. Depu­tados que o II PND estabelece, para o Nor­deste, como meta a ser rigorosamente atin­gida nos cinco anos que temos â frente, ocrescimento anual a taxas nunca inferioresa 10% ao ano. Essa taxa é admitida comoviável desde que o produto industrial sedesenvolva a 15% ao ano e o agrícola a fiou 7% ao ano. Sem o Complexo Industrialde Suape duvidamos que tal aconteça. Mascom Suape, sim.

a que se está buscando para o Nordeste,Srs. Deputados, é, nada mais, nada menos,do que uma nova feição para o nosso pro­cesso de desenvolvimento econômico, estru­turando um modelo básico para os próxi­mos trinta anos. Portanto, Suape não éapenas uma grande obra de infra-estrutu­ra, mas, sobretudo, uma proposição de umnovo sistema de valores e de ambições, queatende às necessidades e aspirações dacomunidade regional que, após a realizaçãodesse Complexo Industrial, deverá ter per­dido o complexo de pobreza que lhe rói asentranhas desde os tempos eoíomaís .

Deve ser acentuado que nunca, em ne­nhuma das fases até agora já ultrapassa­das, se perdeu de vista a preocupação coma integração industrial do Nordeste com orestante do PaÍS e com o exterior e de Per­nambuco com o Nordeste, bem como dasunidades industriais entre si, dentro do pró­prio Complexo.

Nesse intenso caminho de ida e volta doporto para os campos e fábricas, e destespara o porto - o resultado será mais em­prego, maior poder aquisitivo, melhor índicealimentar, mais educação, mais saúde,numa evolução constante, até que se che­gue à extinção das faixas de miséria aindaexistentes.

Quero valer-me aqui, Sr. Presidente, depalavras do Sr. Secretário de Indústria eComércio de Pernambuco, José de AnchietaMoreira Hélcías, que, numa explanação, pe­rante a Assembléia Legislativa pernam­bucana, recentemente, falando sobre oComplexo Industrial de Suape, asseverou,entre outras coisa, o seguinte:

"Já se falou, em certa época, que está­vamos copiando o modelo do Japão que,carente de matérias-primas, fez ao sis­tema de traansportes marítimos degrandes VOlumes o esteio do seu mode­lo econômico de importar insumos e ex­portar produtos acabados. Realmente,teremos, como não pôderia deixar deser, bastante desse processo em Suape.Também se dizia que copiávamos o mo­delo de Horig-Kong, que importa com­poncntes e exporta produtos acabadosa preços competitivos, com o aproveita­mento do sistema "draw-back", utili­zando mão-de-obra de baixo custo. Sim,tercmor também esse esquema em Sua­pe, principalmente para a área de in-

dústrías eletro-eletrônicas e metal-me­cânicas. Mas, Suape é tudo isso e bemmais: é um modelo voltado à otimiza­ção da produção de bens e insumos,capaz de permitir a produção em largaescala, voltado para impulsionar o mer­cado interno não apenas de Pernam­buco, mas o de toda a Região lideradapelo Estado, como, também, competi­tivo junto ao mercado Internacíonal,"

Parece que fica bastante claro, dessaspalavras, que o Complexo Industrial deSuape, sobre ser um projeto muito ambicio­so, é um projeto redentor, que visa a trans­formar, para sempre, a face do Nordeste.

Em seu trabalho, que foi um dos estudosbásicos para a viabilidade do Complexo In­dustrial de Suape, intitulado "Um NovoPorto para o Nordeste", o Almirante Paulode Castro Moreira da Silva a certa alturaescreveu;

"Conforme o estudo revela, o novo por­to do Nordeste figura apenas como umdos elementos essenciais e um projetoeconômico inspirado na necessidade deuma correção política a um processo dedesenvolvimento nacional talvez ine­vitável, mas que, não menos inevita­velmente - por ser o Nordeste vitimade seu passado - expõe o Nordeste aum processo de deterioração econômi­ca que o marginaliza em face da Nação.Seria mais uma ilusão construir esseporto avulsamente: ele é a conseqüên­cia lógica da decisão politica e do pro­jeto econômico de que é instrumento.Como elemento de um projeto político,sócio-econômico e de recuperação, temde ser um projeto dentro. de um proje­to sócio-econômico."

Ai está, pois, srs. Deputados, o Comple­xo Industrial de Suape. Não de corpo in­teiro, que não seria possível resumir nestesalinhaves um projeto de tão enormes pro­porções. Se eu posso resumir Suape em cín­CQ palavras, eí-Ias:

S - azonabilidade

U - nlfícacâo

A - perreíçoamento

P - raticabilidade

E - ntrosamentoEra o que, para o momento, eu tinha pa­

ra dizer, prometendo voltar, se a excelên­cia do assunto assim o exigir.

O SR. NELSON MARCHEZAN - (ARENA- RS. Pronuncia o seguinte díscursc.)Sr. Presidente, Srs. Deputados, a indústriapetroquímica é um ramo da indústria qUÍ­mica orgânica que utiliza gás natural ederivados, euoprodutos e o próprio petróleopara produzir produtos químicos.

Este ramo industrial é recente, deste sé­culo. e teve na América do Norte seu iníciopor volta de 1920 e forte aceleração CQm aSegunda Guerra Mundial.

Este ritmo de intensa utilização de pro­dutos petroquímíeos, desde então, vem cres­cendo de forma constante e elevada, emmédia de 10% a.a. e as estimativas indicamque' sua participação na utilização de hi­drocarbonetos aumentará para uma faixaentre 15% e 25%.

No Brasil os estudos iniciais datam dadécada de 50.

Com a entrada em funcionamento da Re­finaria Presidente Berriardes, em Oubatáo- SP, no ano de 1955, criaram-se as condi­ções iniciais para a instalação de unidadesfabris para produzir produtos petroquimt­cos, amparadas também por decisões do

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Junho de 1975 J[)IARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3921

Conselho Nacional do Petróleo, promulga­das em 1954 e 19fi7.

O que se poderia chamar de Segundo Pe­ríodo da Indústria Petroquimíca no País,de notória expansão, ocorre de 1964 a 1970,quando foram aprovadas 78' unidades in­dustriais, aumentando a capacidade produ­tiva de 130.000 toneladas para 4.583.300T/ano, ou seja, 35 vezes mais.

Dois marcos importantes assinalam esteperíodo: a criação do Grupo Executivo daIndústria Química - GEIQUIM - órgãodo Conselho de Desenvolvimento Industrial,do Ministério dá Indústria e Comércio,através do Decreto n.? (j3.975, de 19-6-1964,e a criação da Petrobrás Química S.A. ­PETROQUISA, em outubro de 1967.

Com a inauguração da PetroquímicaUnião S.A., em 15-6-'72, estava implantadoo primeiro pólo petroquímíco nacional, emCaçapava, no Estado de São Paulo, e neletambém se consagravam, a um só tempo,dois princípios norteadores da atividade go­vernamental no setor: a união do capitalpúblico - no caso a PETROBRAS - e a

criação de grandes centrais de produtos bá­sicos como forma de acionar' conveniente­mente este dinâmico ramo industrial.

O segundo pólo petroquímíeo foi locali­zado na Bahia, através de resolução doC.D.I., tomada em 1970, e aí também aPETROBRAS, objetivando dar seqüência àdecisão governamental, através da PETRO­QUISA, criou a Companhia Petroquímica doNordeste - COPENE.

Ainda que evidentes os esforços despen­didos e os magnifícos resultados já alcan­çados, é também evidente que o 'rápido pro­gresso brasileiro nos obriga a realizar nos­sos projetos no campo petroquímico, sobpena de graves prejuízos à Nação, eis quea projeção da demanda indica significati­vos deficits de ofertas.

Sobre isto vale a pena incluir o levanta­mento reíto pela Fundação de Ciência eTecnologia, do Rio Grande do Sul, em tra­balho magnífico que executou por determi­nação do então Governador Euclides Tri­ches e do qual, aliás, me socorro nesta in­tervenção.

Tabela 4, A - PRODlIJTOS PETROQUíMICOS BÁSICOS E INTERMEDIÁRIOS

BALANÇO OFERTA-DEMANDA - MIL TONELADAS - ANO 1980

Produto Produção Projeção P~evisão

Prevista de demanda,

1. ETILENO 731 1.059 - 328- Políetíleno 353 627 - 274-PVC 288 429 141-rr- Estireno 220 ~1O + 10- Acetato de vinila 87 53 + 34- óxido de eteno 70 60 + 10

2. PROPILENO 430 361 + 69

- Polipropileno 9G 107 17- Aorílonítrila 24 40 16- Octanol 24 43 19- óxido de propeno 45 69 24- Cumeno 120 95 + 25- Dodecilbenzeno 27 27

3. BUTADIENO 171 167 + 4

- SBR 150 184 34- Polibutadieno 28 28-ABS 13 31 18- Borracha nítrílíea 10 '7 ..L 30I

- Neopreno 25 16 + 9

4. 180BUTENO Nula 47 47

- Borracha butílica' Nula 19 19- Poli-íaopreno 30 22 + 8- Poli-ísobuteno Nula 3 3

5. BENZENO 330 430 100

- Estireno 220 210 + 10- Dodecílbenzeno 27 27- Cumeno 120 95 + 25- Caprolactama 35 49 14- Alcoil.-benzeno 47 77 30- Anidrido maleíco 14 5 + 9- Hexaclorobenzeno Nula. 8 8- Clorobenzeno Nula 14 14

6. TOLUENO 73 114 41- 'I'cluenodlisocíanalo 23 28 5

7. XILLNOS 191 195 4

- Anidrido rtáüeo 28 51 23- Fibras pollester 105 105

8. AMôNIA 576 1.917 -1341

- Fertilizantes nitrogenados 367 1.000 - 633- Uréia 371 998 627- Acrilonitrila 24 40 16- Resinas acrílicas Nula 19 19- Hezametilenodiamina 10 28 15- Toluenodiisocianato 2~ 28 5- Caprolactama 35 49 14

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3922 Qual'ta-feirà 11 DIARI,O DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) lunho de 1975

Tabela 4.B - PRODUTOS PETROQUíMICOS FINAIS

BALANÇO OFERTA-DEMANDA - MIL TONELADAS - ANO 1980

Produto Produção Projeção PrevisãoPrevista de Demanda

1. PLÁHTICOS 981 1.451 - 470-PVC 288 429 ,- 141- Polietileno AD 85 157 - 72- Poli etileno BD 268 470 - 202- Políestireno 128 134 6-PVA 87 53 + 34- Polípropíleno 90 107 17,- Plastíríeantes ftálicos 35 101 66

2. FmRAS 186 334 148- Nylon 6 22 45 23,- Nylon 66 32 45 13- Pclíester 105 105- Acrílicas 18 32 14

3. ELASTOMEROS 243 276 33-SBR 150 184 34- Políbutadíeno 28 28- Polí-Isopreno 30 22 + 8- Butí1ica Nula 19 19- Neopreno 25 16 + 9- Nitrilica 10 7 + 3

4. RÉSINAS 117 228 111- lPenólicas 11 47 36- Poliester 7 24 17-ABS 13 31 18- Alquídícae 20 39 19- Amínadas 66 87 21

5. DEcPERGENTES 74 104 30- Dodecilbenzeno 27 27- Alcoil-benzeno 4C

{ 77 30

Estes dados estão a evidenciar a pre­mente necessidade de se planejar um novopólo -petroquimtco capaz de suprir a claradiferença entre demanda e Oferta, sob penade aumentarmos nossa dependência doexterior.

Reduzir a dependência parece ser nossomelhor caminho e disto têm cuidado osórgãos governamentais nos estudos e pro­jeções que realizam.

:Mas onde localizar o novo pólo petro­químico?

Em estudos da Fundação de Ciência eTecnologia, constata-se que a região queengloba os Estados de São Paulo, MatoGrosso, Paraná, Santa Catarina e RioGrande do Sul deverá consumir, por voltade 1980, cerca de 56% dos produtos petro­químicos finais a serem absorvidos peloPais.

A hipótese de se ampliar o pólo de SãoPaulo contraria frontalmente a polítíca do·Gove,'no Federal, a de se criarem pólos in­dustríaís regionais que, além de acarreta­rem menores custos, operam um melhorequilíbrio no desenvolvimento do País, sobtodos os aspectos desejável.. De resto, SãoPaulo, que já representa, em termos eco­nômicos, quase a metade da Nação, nãosofrerá nenhum prejuízo, nem afetada fi­cará a sua admirável capacidade de produ:"ZÍr riquezas, mesmo porque aí já se loca­liza não só o maior parque fabril da Amé­rica Lataria, como também a PetroquímícaUniáó, suporte poderoso de suas necessida­des de produtos petroquímlccs.

Restam então os outros Estados: MatoGrusso, Paraná, Santa Catarina e RioGrande do Sul.

Aqui já foram arrolados argumentos emfavor do Estacio do Paraná, respeitáveis,sem dúvida, mas que não impedem, comotive oportunidade de dizer na ocasião, quese enumerem também os nossos argumen­tos e as nossas pretensões.

Pensamos, aliás, que nosso ponto de vistaé perfeitamente coincidente com os objeti­vos que norteiam as grandes linhas do Go­verno Federal no sentido de harmonizar odesenvolvimento, descentralizando pólos in­dustriais, na busca de um melhor nivela­mento regional.

Esta desejada integração nacional estásendo ob.dda por diversos instrumentos,mas será tanto mais efetiva quanto maisse utílízar de instrumentos decisivos e di­nâmicos como o é a indústria petroquímíca ,

No caso em tela, o Rio Grande do Sultem- matéría-príms - nafta e gasóleo ­através da Refinaria Alberto Pasqualiní .

A região oferece expressivo mercado con­sumidor, atingível com relativa facilidade,ao contrázío do que ocorreria se abastecidade qualquer outro' ponto.

Se é certo que a principal base do pólodeveria localizar-se na cidade de RioGrande, pelas excepcionais condições deseu Porto, de porte continental, não é me­nos verdade que a estas excelentes condi­ções aliam-se as comunicações rodoviárias,ferroviárias e fluviais de j á notória efi­ciência e ainda melhores perspectivas.

Merece também expressa referência ofato da posição geográfica do Rio Grandedo Sul com vistas ao mercado internacio­nal. Com eZeito, a proximidade dos paísesdo Prata (Argentina, Uruguai, Paraguai eparte do Chile), como igualmente os Es- ,tados de Santa Catarina, Paraná e partede São Paulo, fazem do Rio Grande umcentro de gravidade' de uma vasta regiãoque assumirá, seguramente, cada vez maiorimportância, se tivermos presente o írre­cusável caminho da Intensíríeação das re­lações comerciais.

É ainda a Fundação de Ciência e Tec­nologia, em seu trabalho prelímínar, quearrola as seguintes características como

fatores propícios às nossas pretensões desedíarmos o terceiro p610 petrcquimíco ;

a) existência de mercado eonsumídcr;

b) situação favorável ao recebimento dematérias-primas e distribuição dos produ­tos acabados;

c) elevada renda da população (rendaper capita de US$. 600,00, o que significa16% acima da média brasileira);

d) oferta e consumo diversificado e cres-cente de matérias-primas;

e) tradição industrial;f) espíríto empresarial;

g) mão-de-obra capacitada;h) relativo grau de escolaridade geral;i) bem montada infra-estrutura de ener­

gia, transportes e comunicações;j) posição geográfica excepcional ante o

mercado consurnídor da América Latina;I) crescimento global da economia de

19,2% ao ano;m) mercado consumidor de 7 milhões de

pessoas, crescendo à razão de 2,2% ao ano.Nesta intervenção não nos é possível en­

fatizar o desempenho da nossa agricultura,da indústria e dos serviços. Por certo te­remos oportunidade de voltar ao assuntopara nos ocuparmos destes' aspectos e tam­bém dos nossos sistemas de transporte,energia e comunicações.

Com estes dadós queríamos manifestar anossa confiança em que a decisão do Go:verno Federal poderá atender, a um sotempo, aos interesses do País e do RioGrande do Sul, que tem muito a dar, masque, inegavelmente, precisa do pólo petro­químico para ímpulsíonar o seu desenvol­vimento,

Manifestamos a nossa confiança em queo empenho do Governador Sinval Guazzellie da Assembléia Legislativa do Rio Grandedo Sul, em demonstrar as nossas condiçõesfavorâveís, com as quais estamos plsítean­do a indústria 'petroquimíca, encontraráguarida nos altos escalões do Governo e noExmo. Sr. Presidente da República, Gene­ral Ernesto Geisel.

O SR. RAIMUNDO PARENTE - (ARENA- AM. Pronuncia o seguinte díseurso.) Sr,presidente, srs. Deputados, a delegaçãobrasileira à Conferência da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, chefiada peloMinistro Arnaldo Prieto, compõe-se, nesteano, de assessores diretos do titular daPasta, de delegados das entidades sindicaisde empregadores e enrrpregados, de conse­lheiros especializados e de quatro observa­dores designados pelo Presidente da Re­pública. Esses observadores, numa atençãoque devemos destacar aos Poderes Legisla­tivo e Judiciário, seráo os Deputarios Wil­son Braga e Walter Silva, o Senador Mil­ton Cabral E o Ministro Aldílfo Tostés Mal-

'ta, do Tribunal Superior do Trabalho.Pela primeira vez, por Iníelatíva do Pre­

sidente Geisel, unem-se no Plenário daConferência da OIT os representantes dostrês Poderes do Brasil, numa colaboraçãoIntegrada, destinada ao estudo e aprimo­ramento das leis sociais e conseqüenteaplicação aos trabalhadores pátrios dasmais novas conquistas no campo da segu­rança e higiene do operárío de todo omundo,

Desejamos destacar essa atitude do Pre­sidente GeIsel, valorizando a participaçãodo Congresso Nacional e da Corte Superiorda Justiça do Trabalho na Conferência daOIT como o inicio de um processo de realunificação dos interesses técnicos e cientí­ficos das áreas independentes do Governo,harmomeamento estudando, no forum in-

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lunho de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3923

ternacíonal, todas as implicações da novaj ustlça social ao especifico caso brasileiro.

Concluo, Sr. Presidente, enaltecendo a.iniciativa do Presidente Geisel, que, supe­rando um simples ato de cortesia e con­sideração aos Poderes Legislativo e Judiciá­rio, tem o significado do verdadeiro propó­sito de umr as forças máximas da Nação,obj etívando os melhores resultados para otrabalhador brasileiro - finalidade últimade todos os esforços.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. ALCEU COLLARES - (MDB - RS.

Sem revisão do orador.) Sr. Presidente,81's. Deputados, encaminhei há dias reque­rimento à Mesa da Câmara dos Deputadospara, com base no Regimento Interno, so­licitar audiência da Comissão de Consti­tuição e Justiça, a fim de que se defina asituação do Secretário Parlamentar na Câ­mara dos Deputados.

O requerimento está assim redigido:"Senhor PresidenteAlceu de Deus Oollares, brasileiro, ca­sado, Deputado Federal, domiciliado eresidente à SQN 302, Bloco C, aparta­mento 302, vem, com o devido respeitoe acatamento, na forma do art. 128,inciso I, do Regimento Interno, expore requerer a V. Ex." o seguinte:1 - que pelo Ato da Mesa n. o 8, de21 d2 janeiro de 1972, foram criadas310 (trezentas e dez) funções deSecretário Parlamentar, denominadasfunções de natureza especial exercidasnos Gábinetes dos Deputados, perce­bendo gratificação de representação deGabinete;2 - que, inicialmente, a gratificaçãode representação de Gabinete era deCr$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos cru­zeíros) , em 1972 posteriormente, em ja­neiro de 1974, foi elevado seu valor paraCr$ 1.800,0{) (hum mil e oitocentos cru­zeiros), conforme Ata da Mesa n.? 37.",realizada em 6 de dezembro de 1973;

3 - que de janeiro de 1974 até maiode 1975, o valor dessa gratificação nãosofreu arteração, enquanto o saláriomínímo foi reajustado duas vezes, 1.0de maio de 1974 e 1.0 de maio de 1975,num percentual, em média de mais de75% (setenta e cinco por cento);

4 - que pela Resolução n.? 1, de 1975,ampliou o número de Secretários Parla­mentares para 364, sem qualquer alte­ração funcional ou modificação do res­pectivo vencimento, o que supõe plenaconcordância com a atual situação que,data venía, é manifestamente ilegal;

5 - que Assembléias Estaduais e Câ­maras Municipais têm, em seus qua­dros funcionais, Secretários Parlamen­tares, remunerando-os com vencimen­tos compatíveis com as responsabilida­des das funções exercidas, como é ocaso da Assembléia Legislativa do RioGrande do Sul, onde cada DeputadoEstadual dispõe de dois Secretários,percebendo, respectivamente, o 1.0 e2Y-Secretário Parlamentar Cr$ 3,470,00(três mil, quatrocentos e setenta cru­zeiros) e Cr$ 3.230,00 (três mil duzen­tos e trinta cruzeiros);

6 - que a situação funcional dessesSecretários Parlamentares, nas Assem­bléias Legislativas é perfeitamente de­fiuida, em alguns casos são funcioná­rios e em outros são contratados pelaCLT.

7 - Que os Secretários Parlamentarestêm como atribuições específicas: redi­gir correspondência pessoal do Parla­mentar; atender às pessoas que com ele

queiram avistar-se; executar trabalhosdatilográficos; realizar pesquisas e exe­cutar outras tarefas burocráticas e fi­chárías:8 - Que, além de não terem nos últi­mos doi, anos qualquer reajustamentono valor de sua remuneração, os Se­cretários Parlamentares da Câmara dosDeputados estão colocados à margemdos benefícios da. Legislação SOcial;9 - Que, nessa situação, não podem fi­liar-se à Previdência Social, nem mes­mo, como autônomos, embora sejamtrabalhadores no sentido da definiçãodo Direito Social;10 - Que o art. 3.° da "CLT consideraempregado toda pessoa física que' pres­tar serviços de natureza não eventuala empregador, sob a dependência destee mediante salário";

11 - Que os serviços prestados pelosSecretários Parlamentares da Câmarados Deputados não são esporádicos, oca­sionais, mas prestados com o caráter decontinuidade. Além disto, os SecretáriosParlamentares sujeitam-se à dependên­cia jurídica dos 81'S. Deputados; entran­do estes, na relação jurídica, como pre­postos da Câmara dos Deputados, enti­dade empregadora, porque dirige a pres­tação e paga salários;

12 - Que, no caso, a dependência ju­rídica caracteriza-se pela subordinaçãohíerárquíca, eis que o secretário Par­lamentar está sujeito às ordens doDeputado (preposto da Administração);

13 - Que não sendo considerados fun­cionários públicos não se beneficiamdos direitos e vantagens previstos noEstatuto do Funcionário Público Civil,ou seja, não têm direito à contagem dotempo de serviço, estabilidade, saláriode família, férias de 30 días, direito aoPASEP, reajustamentos anuais de ven­cimentos e, finalmente, à aposentado­ria;14 - Que não sendo considerados em­pregados, igualmente não têm direito àcontagem do tempo de serviço, estabili­dade ou Fundo de Garantia do Tempode Serviço, 13.0 salário, salário de fa­mília, PIS, acidente do trabalho e, co­mo já demonstramos acima, aos bene­fícios da Previdência 80cial;15 - Que, nessa Situação exdrúxula,não têm direito a NADA. Se 'adoecerem,ou seus dependentes, não têm qualquerespécie de assistência médico-hospita­lar e sequer direito aos vencimentos.Seu tempo de serviço não é consideradopara nenhum efeito, se passarem trintae cinco anos prestando serviços na con­dícão de Secretários Parlamentares nãotêm direito à aposentadoría:16 - Que, embora o Ato da Mesa n.> 42diga: "0 desempenho do encargo deSecretário Parlamentar não cria vín­culo empregaticio com a Câmara oucom o Deputado, nem assegura quais­quer vantagens, de ordem financeira ouassistencial, atríbuídas aos funcionáriosde seus Quadros. que não a prevista naResolucão n.O 25, de 1972", não há quenegar que os Secretários Parlamentarestêm com a Câmara dos Deputados umcontrato individual de trabalho, na con­ceituação da CLT que "considera con­trato individual de trabalho a conven­ção pela qual uma ou várias pessoasrísícas se obrigam, mediante remune­ração, a prestar serviços não eventuaisa outra pessoa, sob a direção desta";17 - Que há legislação proibindo qual­quer prestação mediante recibos;

18 - Que o contrato não há de ser obri­gatoriamente escrito e não se exige quetenha forma especial. Nem é fundamen­tal que haj a anotações em Carteira deTrabalho, porque o contrato está sub­metido às regras do direito comum esua prova poderá f.azer-se por todos osmeios em direito permitidos;19 - Que a Câmara dos Deputados nãodesejando criar cargos públicos paradefinir a situação funcional dos secre­tários Parlamentares, tem, agora, emface da legislação em vigor, condiçõespara contratá-los pelo regime da Con­solidação do Trabalho.

Ante o exposto, respeitosamente, requera V. Ex." que se digne de, na forma doart. 128, inc. I, do Regimento Interno,audiência da Comissão de Constituicãoe Justiça, com a finalidade de: -

a) examinar a situação funcional doSecretário Parlamentar, face à legis­lação trabalhista;

b) examinar a não concessão de rea­justamento nos vencimentos do Secre­tário Parlamentar, enquanto todas ascategorias de servidores públicos e tra­balhadores tiveram sua remuneracâomajorada; .

c) opinar sobre a aplicação, ou não, aoSecretário Parlamentar, dos direitos so­ciais previstos na Previdência Social,Plano de Integração SOcial e Fundo deGarantia do Tempo de Serviço;

d) contagem, ou não, do tempo de ser­viço anterior, a partir da data de ad­missão, para efeitos de recolhímen topela Câmara dos Deputados das con­tribuições à Previdência Social, Planode Integração Social e Fundo de Ga­rantia do Tempo de Serviço.

Termos em que pede deferimento.

Brasflía, 21 de maio de 1975."

O SR. 10EL FERREIRA - (MDB - AM.Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, oInstituto Internacional de Pesquisas can­cerológicas, com sede em Taubaté, SãoPaulo, é dirigido pelo Prof. José Luiz Cem­branelli, que tem dado as mais relevantesmanifestações de solidariedade, prestadoos mais insignes serviços e dispensado omais profunda e humano tratamento àque­les que sofrem de uma moléstia, que atéhoje a Medicina ainda não foi capaz devencer em seus múltiplos aspectos.

Sr. Presidente, esse instituto, seu Dire­tor e os que com ele colaboram vêm de re­ceber da Prefeitura Municipal de Taubatéhomenagem das mais justas.

Pela Lei n. o 1.510, de 10 de abril de 1975,foram concedidas medalhas e honrarias apersonalidades que têm prestado relevantesserviços à causa do câncer e ao IIPC.

Faço este registro para que a Nação to­me conhecimento de que há ainda orga­nismos como esse e pessoas que fazem jusa tal homenagem nessa área da Medicina,talvez a mais dífícll.

O SR. MOACYR DALLA - (ARENA ­ES. Pronuncia o seguiute díscurso.) Sr. Pre­sidente, assumo esta excelsa tribuna parafazer um apelo ao ilustre Procurador-Ger.aldo Estado do Espírito Santo. no sentido deimpedir a lesão do patrimônio cultural doMunicípio de Colatina.

Eis o fato. Cola tina possui duas Facul­dades, ambas autarquias municipais, quemantêm vários cursos, em número suttcíen­te para dar ensejo à criação de uma Uni.versldade ,

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3924 Qua'rta-feira 11

Como a Prefeitura lançou as mesmas atotal abandono financeiro, as duas Facul­dades conseguiram, ultimamente, equilibrarsuas situações financeiras, tornando-se pra­ticamente auto-suficientes.

Essa auto-suficiência talvez tenha con­tribuido para aumentar o interesse do Sr.Prefeito Municipal, que pretende, agora,através da criação de uma Fundação, apo­derar-se das Faculdades para o seu grupo,

Somos favorável à criação da Fundação,desde que eonstítuida dentro dos padrõesdas leis federal e estadual, que dispõem:

Art. 15, parágrafo único, da Lei n.o 5.540,de 28-11-68, com a redação dada pelo De­creto-lei n.v 646, de 11-2-69:

"Na composição do Conselho de Cura­dores. a ser regulada nos estatutos eregimentos, deverão incluir-se, além dosmembros pertencentes à própria ínstí­tuíçáo, representantes da comunidade edo Ministério da Educação e Cultura,em número correspondente a um terçodo total."

Art. 7.", parágrafo único, da Lei Esta-dual n.s 2.760, de 30-3-73.

"As entidades referidas neste artigo se­rão obrigatoriamente vinculadas aoPrefeito Municipal."

Este é o apelo que lançamos ao ilustreDr, Procurador-Geral do Estado do Espiri­to Santo: quando tiver de manifestar-se oMinistério Público, na forma dos arts. 1.199,seguintes, do Código de Processo Civil, queexija modificações na lei municipal e noEstatuto da Fundação, de maneira a quese ajustem aos comandos das leis federal eestadual ..

O SR. ODACIR KLEIN - (MDB - RS.Prununcía o seguinte díseurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, há quatro anos, re­cém-empossados os Governadores nos Esta­dos, lançavam-se campanhas publicitáriasVisando a aumentar a produção agrícola.

Diziam "Plante que o Governo Garante".No Rio Grande do Sul, onde temos per­

feito conhecimento de causa, os agriculto­rrs lançaram-se ao plantio, principalmen­te da soja, atendendo ao chamamento go­vernamental e na certeza de que o mesmomerecia credibilidade.

Mas o que pode, Sr. Presidente e Srs.Deputados, um governo garantir em termosde produção agricola?

Parece, em nosso entendimento, que ape­nas o seguinte:

a) - facilidades de transporte da produ-ção;

b) - armazenagem ec) - preço justo.No entanto, no Rio Grande do Sul, como

em alguns outros Estados, não vem sendogarantido o transporte fácil, nem a arma­zenagem e nem mesmo o preço justo, noque se refere à soja.

No ano passado, quando intenso era omovimento de veiculas carregados do pro­duto, em demanda ao Porto do Rio Grande,a ponte sobre o canal São Gonçalo não deucondições de travessia, o que determinouo uso do obsoleto e moroso processo de bal­sas, originando, para os transportadores,filas em que permanecia por dias segui­dos, para poderem transpor o pequeno tre­cho.

Este ano, paralisadas as vendas para oexterior, o porto do Rio Grande, como os deoutras unidades da Federação, não tem ca­pacidade de armazenagem para a produção,

DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

obrigando, novamente, aos transportado­res, a esperarem em filas para a descarga.

O Estado do Rio Grande do Sul, atravésda sua rede de silos e armazéns, não tempossibilidades, também, de estocagem dasafra de soja, e não fora a rede de arma­zenagem das cooperativas ou empresas par­ticulares, construída com recursos próprios

. e sem a colaboração do Estado, grave se­ria a situação do nosso plantador, no quediz respeito à armazenagem de sua produ­ção.

De outra parte, no que diz respeito aospreços, nenhuma garantia para o produtortem ocorrido.

Embora o Estatuto da Terra assegure aoprodutor a percepção mínima do custo daprodução, acrescida das despesas de trans­porte até o mercado mais próximo e maistrinta por cento de lucro, isto não vemocorrendo.

O custo de todos os elementos que en­tram no custeio da produção sofreu sensi­vel aumento. O preço do produto, porém,é o mesmo, ou até menor do que o recebidoem 1973.

A Subcomissão criada, na Comissão deAgricultura e Política Rural desta Casa,para estudar a problemática da soja, con­cluiu que o custo da produção, hoje, é deCr$ 73,00, sobre-o qual deveriam ser acres­cidos os valores do frete até o mercado maispróximo e os trinta por cento de lucro pre­visto no Estatuto da Terra. No entanto, oprodutor recebe hoje menos de Cr$ 70,00por saca de 60 quilos, ou seja, menos do queo custo da produção.

Desta forma, o Governo não garantiu fa­cilidades de transporte, não garantiu ar­mazenagem e nem preço justo.

Apenas usou um slogan: "Plante que oGoverno garante". para burlar a boa fé denosso produtor rural.

Não garantiu nada.Causou, no entanto, senos preJUlZOS ao

homem do meio rural, que acreditou napalavra governamental e agora vende suaprodução abaixo do custo.

E estes prejuízos, quem indenizará?Em âmbito do Direito Civil, aquele que

por ação ou omissão voluntária, negligên­cia ou imperícia causar prejuízo a outremé obrigado a indenizar o dano.

E estes prejuízos causados pela ação go­vernamental, serão indenizados?

É preciso mais seriedade.A administração pública não deve ser

feita de publicidade para ostentação, massim de atos de seriedade, no interesse dopovo,

O SR. FRANCISCO ROCHA - (MDB ­RN. Pronuncia o seguinte díseurse.) Sr.Presidente, 81'S. Deputados, apresentaremoshoje, à apreciação da Casa, projeto de leicomplementar intentando isentar, de im­postos federais, estaduais e municipais, asempresas que se dedicam ao transporte ur­bano de passageiros.

Na mesma ínícíatíva previmos o finan­ciamento, a juros de 6% ao ano, para reno­vação, equipamento e manutenção das fro­tas dessas empresas, por parte do Bancodo Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Quando ocorra relevante interesse socialou econômico, faculta a Constituição, noparágrafo segundo do artigo 19, que me­diante lei complementar - .1ara cuja apro­vação é exigida maioria absoluta de votosdos membros das duas Casas do Congresso

Junho de 1975

Nacional - poderá a União conceder isen­ções de impostos estaduais e municipais.

A exploração do transporte urbano depassageiros, Sr. Presidente, de há muitodeixou de constituir atividade rentável.Suas tarifas são fixadas, não pela empresa,mas pelas autoridades do setor, o que nãovem deixando margem compensadora delucro.

Seus empresários têm de possuir muitoespírito público para prosseguir no ramo,sujeitos, muitas vezes, até à incompreensãodos usuários de seus coletivos.

Os preços das passagens são fixados maisem razão da magra bolsa popular, do queem atenção aos interesses pecuniários da­queles empresários.

E esse fato, Sr. Presidente, não é setorial,observa-se em todas as comunas brasilei­ras beneficiadas pelo transporte urbano depassageiros.

Transformado o projeto em lei comple­mentar, teremos assegurado a essas empre­sas os meios de que necessitam para man­ter baixos os preços desse transporte, e pa­ra se livrarem das ameaças que sobre asmesmas pesam, de terem de abandonar oramo pela mingua de resultados compen­sadores.

Financiadas essas empresas pela CaixaEconômica Federal, e pelo Banco do Brasil,passarão a ter condições de manter seusveículos, em estado de bem corresponder aointeresse de quantos dos mesmos se utili­zam.

Reconhecidas as atuais dificuldades en­frentadas pelos transportadores, e em faceda relevância do transporte urbano - re­servado especialmente aos passageiros derecursos menores alentados - o Legisla­dor haverá de sair em campo em seu so­corro, tendo em vista mais o interesse po­pular do que o do empresário.

Não pode a coletividade urbana ser pri­vada de transporte barato, sem o que asatividades de cada comuna ficariam amea­çadas de paralisação. Esse fato inescondi­vel deixa patentes os interesses social eeconômico a incidirem sobre a matéria. Epara justificar a isenção - nos termosconstitucionais - bastaria apenas a com­provação do interesse social ou do econômi­co.

Por suas implicações, o transporte urba­no de passageiros devia ser executado pelopoder público. Desde quando continua aempresa particular a cuidar desse serviçode importância tão considerável, certaajuda haverá de ser-lhe conferida pelo po­der público.

Prevendo a Constituição, expressamente,a hipótese cumpre-nos apenas dar-lhe for­ma, crngidos aos termos do preceito.

Tendo assimilado na América do Norteos métodos mais modernos, no setor dostransportes, nos dois anos que lá perma­necemos com esse intuito, em seguida fo­mos aperfeiçoá-los na Europa. Somente de­pois desse acúmulo de conhecimentos in­gressamos no ramo, há dezoito anos.

Essa experiência nos habilita a discutiro assunto. E foi ela que nos impeliu à ela­boração desse projeto de lei complementar,que esperamos venha a ser recebido comelevado interesse por parte de quantos par­lamentares venham a ser convocados parasobre o mesmo se pronunciarem.

Para qualquer ponto que haja ficado obs­curo na propositura, ou em sua justifica­ção, encontrar-noe-ão os colegas prontos aprestar todo e qualquer esclarecimento.

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Jfunho de 1975 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3925

Releva acentuar que com a presente ini­ciativa tivemos em mira a necessidade po­pular do transporte urbano, ramo que ha­verá de entrar numa fase florescente, semo que poderemos, em futuro não remoto,ficar privados, senão de seu concurso to­tal, pelo menos de sua maior eficiência.

Com essa convicção, agradecemos, emnome de todos os milhões de usuários dotransporte coletivo urbano, no Brasil in­teiro, a atenção que a Câmara dos Depu­tados e o Senado Federal vierem a dispen­sar ao nosso projeto.

O SR. AURÉLIO CAMPOS - (MDB _sr. Pronuncia o seguinte díscurso.) S1'. Pre­sidente, 81's. Deputados, numa inquietanteconfiguração da violência dominante, vi,estampada no jornal O Estado de S. Paulo,a foto de uma criança que, visitando esta­belecimento militar norte-americano, brin­cava manejando' uma metralhadora dasrr.aís modernas e disparando balas de fes­tim.

Pensei, então, no menino morto pelos dis­paros feitos por um PM da força policialpaulista, nos três jovens ímpíedosamentemetralhados pela mesma polícia e no re­cente assassinato de um menino, que mor­reu sob a mira da arma de fogo de umsoldado do Exército.

Os fatos foram narrados minuciosamentepela imprensa diária. Soube-se que numapequenina embarcação, dois adultos e doismenores pescavam, placidamente, quandotiveram inicio os disparos, que mataram aflor desabrochada de uma geração que ain­da não participava do mundo da violência.Morreu esse futuro senador ou um gênioda pintura, um general ou um mestre uni­versitário. O pequenino morto era uma es­perança. O tiro certeiro matou aquela espe­rança, que se diluiu burocraticamente naspáginas impessoais de um inquérito poli­cial-militar.

Não vou rememorar os fatos ou procurarrazões, discutir circunstâncias ou apontarculpados. Desejo ir um pouco além, na in­dagação percuciente sobre a causa de tan­tos tiros, que são outras tantas explosõesdessa violência que preside os atos repressi­vos das autoridades armadas.

Pergunto-me, apreensivo, como e por quehomens dotados de cérebro e, conseqüente­mente, de raciocínio adquirem essa condutaagressiva e violenta, mais aterradora, por­que consciente.

Os comunicados oficiais apresentam co­mo argumento justificativo dos assassínios,a natureza da função. Então, se uma via­tura ronda as ruas, protegida pela sombrada madrugada, é da sua função metralharante a mais leve suspeita os ladrões, oucriminosos, ou subversivos, se a sentinelade um forte vê uma frágil embarcação ba­lançando sobre as ondas, nos limites deuma discutível "área de segurança", é dasua função metralhar e matar os tripu­lantes que empunhem caniços.

Estudos realizados pela UNESCO eviden­ciaram que a agressívidade do homem nãoé meramente ínstíntíva, sendo, por conse­qüência, herdada, estimulada, desenvolvi­da, dirigida contra um determinado inimi­go. É preciso que se rorneça um incentivopara a agressividade, para a violência.

O jornalista J. pereira, na sua análise dobomo brutatís, apoia-se em algumas consi­derações de Tarcísío Meirelles Fadilha, que,pesquisando a víolêncía, afirmou:

"Onde quer que se instale a injustiça,onde quer que se frustrem iniciativassalutares, onde quer que se restrínjamãíreítos naturais, onde quer que se in-

vada o recinto das consciência, ondequer que se manipule o poder contra ocidadão e não em benefício da comu­nidade, onde quer que se inoculem ger­mes ideológicos por processos sublími­nares ou de ostensiva violência, o ho­mem se desumaníza, o homem se es­tiola, fenecem as mais puras aspiraçõesda humanidade. Subreptícia ou decla­rada, a violência é a fonte de nossosmales, e representa um epílogo poucobrilhante de uma história sem grande­zas". No Brasil de hoje, sonegam-se in­formações, e o sigilo, aliado à impuni­dade, transforma-se em permanenteincentivo à víolêncía dos policiais e sol­dados armados. Por isso esse "culto àviolência" tem origem no próprio sis­tema que, minimizando a justiça e ape­quenando o Parlamento, procurou teras mãos livres para combater a sub­versão e sufocar o terrorismo..! como sea Justiça e o Parlamento nao fossemigualmente interessados e solidários nadestruição do inimigo comum."

O grupo repressivo, protegido pelo anoni­mato, acobertado pela crônica idiossincra­sia dos comunicados, na identificação dospossíveis culpados, sente-se espi.caçado aexercer de maneira exagerada seu "poderde polícia", e dai metralharem-se jovens, norepouso das madrugadas, ou meninos, aobalanço das ondas, no ato inofensivo depescar.

Não se pode legitimamente separar ocomportamento da autoridade repressivada análise da atitude social e política dosistema governativo. Existe um modelo decomportamento revolucionário que obrigaos governantes que chegam a absoluto mu­tismo em torno dos erros e desvios admi­nistrativos dos ocupantes do poder que seforam transformando em impuníveis quan­tos aconchegaram-se à confiança do sis­tema.

Como desalinhar dessa prática a auto­ridade armada, mesmo aquelas vinculadasaos escalões hierarquicamente inferiores?

A violência do policial ou do soldado éa explosão final de um processo em cadeia,pois nada mais fazem, um e outro, do quea ele se engajarem como meros alienatá­rios.

A violência anônima, impune, acobertadano laconismo dos comunicados oficiais é,em última análise, incompatível com o Es­tado de Direito, que reclamamos em nomeda liberdade, da paz e da tranqüilidade dafamília brasileira.

O SR. CELSO BARROS - (MDB - PIoPronuncia o seguinte diseurso.) Sr. Presi­dente, 81'S. Deputados, terá lugar, possivel­mente hoje, no Congresso Nacional, a vo­tação da Emenda Constitucional n.? 7, con­cernente à contagem recíproca do tempode serviço público e privado, para efeito deaposentadoria.

Todas as iniciativas do Movimento De­mocrático Brasileiro, no terreno legislativo,bem como o apoio a medidas governamen­tais, como a de que se trata, se ajustam aosinteresses das várias classes sociais e pro­fissionais, entre as quais se destaca a dosfuncionários públicos. Se, em relação aoaludido projeto, a iniciativa não partiu doMDB, por proibição constitucional, ele é oresultado de seu trabalho, da colocação emque tem posto as reivindicações dos funcio­nários e servidores públicos, daí por que es­tá merecendo e merecerá todo o seu apoio.

Ao projeto em referência ofereceu emen­da, que tomou o n. o 1, o Senador FrancoMontora, visando a incluir entre os bene­ficiários da medida oficial não apenas run-

elonáríos federais, mas também os esta­duais e municipais.

A iniciativa do nobre Senador do MDB édas mais justas e oportunas, e, uma vezaprovada, como esperamos, corrigirá umadiscriminação inaceitável contida na Emen­da do Poder Executivo, que contempla ape­nas os funcionários civis da União.

Ora, a distinção entre essas categoriasfuncionais é uma decorrência da forma deorganização do Estado brasileiro, com baseno princípio federativo. Assim, funcionáriosque trabalham na esfera federal, na esta­dual e municipal equiparam-se, numa uni­dade de relacões em funcão das atividadesdo Estado, quando se tem em vista que to­dos são integrantes da administração pú­blica. É indiscutível que, naquilo em que aadministração está dependente de peculia­ridades locais, pode ser dispensado ao fun­cionário tratamento desigual, sem ferir oprincipio constitucional da igualdade de to­dos perante a lei. A igualdade tem comopressuposto situações iguais. No caso, po­rém, da exclusão dos funcionários esta­duais e municipais dos benefícios da con­tagem recíproca de tempo de serviço, éuma discriminação que atenta contra aque­le princípio.

li: do seguinte teor a Emenda FrancoMontoro:

"0 tempo de serviço público federal,estadual ou municipal, bem assim oprestado em atividade vinculada à pre­vidência social, será computado inte­gralmente para os efeitos de aposenta­doria e disponibilidade, na forma dalei."

O alcance social do projeto não pode serfrustrado com a exclusão das classes fun­cionais indicadas. Nem se argumente queao Estado ou ao Município faltem recursossuficientes a atender aos encargos decor­rentes da lei. O Poder Público, que dispõede meios para movimentar sua máquinaarrecadadora, atingindo as atividades maislucrativas, no setor comercial e industrial,que dispõe, ainda, de meios para conter su­as despesas, não pode fugir a responsabili­dades sociais de tão alta monta. Urge, pois,atentar para o aspecto eminentemente so­cial e humano do problema. orientado,também, nesse domínio, a justa distribui­ção da renda nacional.

A justa distribuição colhe aí a sua me­lhor forma de realização, pelo que a emen­da há de merecer o apoio de quantos nãose mostrem insensíveis ao problema. Tantoos funcionários federais, como os estaduaise municipais de há muito vêm pleiteandoa contagem reciproca, e agora, quando elase objetiva, através do projeto do Governo,não se explica que se destine apenas a uns,deixando de lado a grande e laboriosa clas­se dos tuncíonáríos estaduais e municipais,que enfrentam dificuldades bem maiores,condições bem mais adversas e cuja exclu­são do benefício que o projeto tem em miraalcançar representa um tratamento desi­gual e desestímulante às suas atividades.

O SR. JORGE ARBAGE - (ARENA-PA.Pronuncia o seguinte díseurso.) Sr. Presi­dente, acabo de retornar do Pará, Estadoque tenho a honra de representar nesta au­gusta Casa, e desejo aproveitar a oportu­nidade para formalizar um apelo ao Ex.moSI' Ministro Nascirr_ento e 8ilva, da Previdên­cia. e Assistência Social, em favor de umaorganização hospitalar que se implantou noMunicípio de Benevides, situado à margemda Zona Bragantína, e ali, graças ao esforçode quatro médíeo.r altamente dedícados aoexercício de sua nobre profíssão, está aten­dendo às necessidades de uma populaçãoque soma perto de 20.000 habitantes.

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8926 Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Junho de 1975

Estou me reportando ao Hospital NossaSenhora do Carmo, que tem seu corpo cli­nico integrado pelos médicos Latilazan Pe­dro de Alcântara, Dilermano Rodrigues Fer­nandes e pelos acadêmicos - estagiáriosPedro Canuto de Souza e Odenor RodriguesFerreira.

Visitei as instalações dessa Casa de Saú­de, Sr. Presidente, e me empolguei com oQue constatei em termos de equipamentosos mais modernos para qualquer tipo decirurgia.

A sua capacidade de atendimento estálimitada a cinqüenta leitos, sendo trintae cinco para o internamento de adultos e15 para o de crianças.

Os profissionais que ali assistem dedicam­se às seguintes especialídadea: Cirurgia Ge­ral, Obstetrícia, Ginecologia, Pediatria, La­boratório e Clínica Geral. O número deatendimentos-dia alcança a média de qua­renta pacientes. Verificam-se, também emmédia, cerca de trinta partos normais eduas cesarianas, além de outras cirurgias,em média de quatorze.

Pois bem, Sr. Presidente: o Hospital Nos­sa Senhora do Carmo é fruto, até agora,do esforço da iniciativa particular, pois asua implantação, desde a construção até acompra do equipamento ultramoderno deque é dotado, foi feita através de recursospróprios, sem nenhuma contribuição do Po­der Público.

Todavia, Sr. Presidente, a implantaçãodesse empreendimento foi menos difícilpara seus proprietários do que mantê-lofuncionando em um Munícipto cuja popula­ção, na sua maioria, se enquadra no elencoda classe pobre.

Ao que verifiquei, o Município de Benevi­des possui cerca de quarenta indústrias comum total de aproximadamente 3.000 ope­rários, além do que pelo menos 600 outraspessoas são contribuintes permanentes dolNPS, o que não deixa de ser um índice re­lativamente satisfatório em relação ::.0número de habitantes.

O FUNRURAL, reconhecendo os méritosdesse Hospital, firmou com ele um convê­nio visando assistir os seus segurados, oque vem sendo feito com resultados satis­fatórios para os beneficiários.

No entanto, Sr. Presidente, os seguradosdo INPS que residem no Município de Be­nevides e adjacências não gozam desse pri­vilégio, e quando necessitam de assistênciamédico-hospitalar têm de se deslocar paraos Municípios vizinhos ou mesmo para aCapital, isto depois de longo período deespera, pois não há transporte adequadopara a condução de doentes, o que tornamais grave e difícil tais atendimentos, oque resulta, em alguns casos, na perda devidas.

Com o propósito de encontrar uma solu­ção para o grande número de segurados ne­cessitados, a direção do Hospital Nossa Se­nhora do Carmo, desde o ano de 1971, vemlutando para obter credenciamento juntoao Instituto Nacional da Previdência So­cial, mediante assinatura de convênio quepermita aos segurados do INPS receberemassistência médico-hospitalar, sem o sacri­fício que lhes é imposto atualmente.

Inobstante o esforço que a direção da­quele hospital vem empregando nesse sen­tido, até agora não alcançou o objetivodesejado.

Contudo, Sr. Presidente, o processo de re­ferência, n,o 6.004/72, fora desarquívado éposto em tramitação já sob o número67.965/74, recebendo pareceres favoráveisde todas as Chefias dos Setores assuntados,e desde 4 de março deste ano se acha pen-

dente de despacho final na Chefia da Co­ordenação de Convênios, subordinada ao Mi­nístérío da Previdência e Assistência Social,com sede no Estado do Rio de Janeiro.

Não temos dúvidas quanto à aprovaçãodesse. Convênio, uma vez que o Hospital:r-:ossa Senhora do Carmo, de Benevides,além de prencher todos os requisitos exigi­dos para os atos dessa natureza, possui,ainda, tradição e idoneidade no ramo hos­pitalar.

O que nos preocupa, no entanto, é a de­longa que vem marcando a tramitação des­se processo no Ministério da Previdência eAssistência Social, cujos resultados reconhe­ço altamente prejudtcíais à entidade e aospróprios interesses imediatos dos segura­dos que dele necessitam em caráter demaior urgência.

Isto posto, Sr. Presidente, trago o pro­blema ao conhecimento desta augusta Casacom dois objetivos distintos: primeiro, aler­tar o honrado e digno Mínistro da Previ­dência, Dr. Nascimento e Silva quanto àsdificuldades de tramitação que sofrem pro­cessos dessa importância, o que cremos sejado desconhecimento de S. Ex. a ; segundo,mostrar aos meus eminentes colegas o portedo ideário do homem na Amazônia, aliadoà sua coragem e arrojo na exploração deatividade profissional, o exemplo que doué dos mais típicos, e aqueles homens mera­cem o destaque que ora faço, porque, an­tes de servirem a si próprios, estão servin­do uma região carente de recursos.

Aqui fica o apelo, S1'. Presidente, e acerteza de que a nobre população do Mu­nicípio de Benevides há de merecer essagrande benesse do honrado Ministro daPrevidência e Assistência Social deste ex­traordinário País.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ALACID NUNES - (ARENA-PA.Pronuncia o seguinte díseurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, comemora hoje oExército Brasileiro o dia da Arma de Arti­lharia, cujo patrono é o inclito MarechalEmílio Luiz Mallet.

Em todas as unidades de Artilllaria o diade hoje é de festas, pois se reverencia afigura daquele bravo soldado que soube seconduzir com coragem e brilhantismo noscampos de batalha.

Francês de nascimento, natural de Dun­querque, onde nasceu em 10 de junho de1801, iniciou sua carreira militar na Escolade Saint-Cyr (França), em 1817, mas tevede interrompê-la no anc seguinte, em virtu­de da vinda da família para o Brasil.

Por especial concessão do Imperador D.Pedro I, sentou praça em 1822 como ca­dete na Academia Real Militar, iniciando,assim, no Brasil, sua brilhante carreira mi­litar, che.a de heroísmo, bravura e dedi­cação.

Sempre se houve com muito êxito emtodas as missões que empenhou, bastandolembrar que, na Guerra do Paraguai, a "ar­tilharia revólver de Mallet", assim denomi­nada pela rapidez e eficácia dos tiros desuas baterias, eontríbuíu poderosamente pa­ra o completo e glorioso triunfo de nossasarmas.

Pelo seu exemplo, pela sua coragem, san­gue frio inalterável, e pelos seus conheci­mentos militares, foi o grande chefe esco­lhido para Patrono da Arma de Artilharia,designando-se a data de seu nascimentocomo o Dia da Artilharia Brasileira.

Portanto, hoje reverenciamos o valor doartilheiro que, como todo soldado brasileiro,sempre se conduz com patríotlsmo, cora­gem e aptidão militar, como comprova a suaatuação nos campos de batalha.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, congratu­lamo-nos com o Ex.mo Sr. Ministro doExército, General Sylvio Couto Coelho daFrota, e com a Artilharia Brasileira, naspessoas dos seus oficiais e praças, pelo diade hoje, estimulando-os para, seguindo oexemplo dos nossos heróis antepassados,manter firmes o espírito patriótico e o de­sejo de defender os ideais democráticos denossa Pátria, a ,am de assegurar paz eprogresso do nosso querido Brasil.

O SR. FLORIM COUTINHO - (MDB-RJ.Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, há poucos dias, umincêndio num frigorífico da CIBRAZEM, noRio de Janeiro, destruiu grande estoque decarne congelada e causou a destruição qua­se total das suas instalações, que escapa­ram por pouco.

Felizmente não houve vítimas a lamen­tar.

O fogo foi debelado graças à ação dosbombeiros, eficiente como sempre, masnada restou do valioso estoque armazenado.

O que desejo focalizar não é apenas oincêndio, que foi mais um entre muitosoutros de triste lembrança e nem seráapenas mais um entre outros tantos queacontecerão.

O aslpecto a notar é a facilidade comque o fogo se propagou e incrementou gra­ças ao "material isolante" copioso nas ins­talações queimadas, o Isopor, materialisolante contra o frio e até mesmo o calor,mas não contra o fogo, pois é combustívelpor excelência.

O isopor, usado também como embala­gem, não é mais do que um produto f'abri­cada à custa. de gases residuais do pe­tróleo. Queíma com espantosa rapidez efacilidade, produzindo uma onda de fumaçanegra, tóxica e sufocante, de enorme pe­riculosidade.

Ele e outros materiais da mesma origemsão os responsáveis pela rápida propagaçãodo fogo, alimentando-o, dificultando ostrabalhos de extinção e causando grandenúmero de vitimas, que, cegas e sufocadas,perdem a capacidade de escapar e acabammorrendo queimadas.

Acho até que seria muito útil, nos locaisonde o ísopor é empregado, mostrar aosque neles trabalham ou aos que com elelidam essa enorme periculosidade.

Basta fazer uma demonstração, quei­mando para os assistentes um pequeno pe­daço de ísopor. Assim, ficarão bem cientesdos perigos que o isopor pode causar quandoatingido pelo fogo.

E, principalmente, que o ísopor isolacontra o frio mas não contra o fogo e que,se atingido por fogo, se transforma emperigo mortal.

No entanto, nada disso é feito, ao con­trário, esses materiais, vulgarmente co­nhecidos como plásticos, são cada vez maisusados nas construções para revestimentos,divisões e decorações internas. Até mesmo,e em grande escala, para binquedos decrianças, o que devia ser terminantementeproibido.

Não sou totalmente contra o uso e oemprego dos plásticos, mas sou contra oabuso deles.

A propósito, quero relembrar que, hátempos, apresentei à Câmara projeto de leiversando sobre medidas para evitar ou re­duzir os riscos e perigos resultantes dos in­cêndios, mormente os de grandes propor­ções.

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. Junho de 1975 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3927

Foi na época em que ocorreu o catastró­fico incêndio de> Edifício Joelm.a, em Sãol'Jlulo, de trágica lembrança.

Gomo sempre acontece; parece que aidéia de um projeto sobre essa incendiária

.matéría foi considerada contraproducente;impor restrições, obrigar a condições e

'nutras medidas na construção de edifícios,principalmente, deve ter desagradado enor­memente.

A fúria imobiliária não só não tomounenhum conhecimento como até parece quese irritou, e os novos "espigões" continua­ram a surgir sem qualquer preocupação emrelação aos riscos de incêndio ou aos peri­gos para os inovadores.

Ate os grandes hotéis, esses magnífteoshotéis do turismo, como o Hotel Nacional­Rio e outros, elevaram às alturas as suasmassas imponentes.

Massas que são, na verdade, monumen­tais assadeiras ou churrasqueiras huma­nas, de cimento, aço, vidro e, também, deplásticos.

Fi verdade 'que, pelos altos custos deocupação, são pouco habitados e servemmais para convenções, espetáculos, desfilesde modas e outras atividades mais ou me-

. nos turísticas.O que é bom, afinal, pois pior seria se

funêtonasaem realmente como hotéis, poisos riscos, em caso de incêndio, continuamos mesmos do Joelma" e outros. E vírão ,mais "espigões" e hotéis nacionais, não te­nno dúvidas.

Meu projeto foi arquivado, ao que pa­rece, e para iS50 deve ter contríbuído oparecet da ilustre Comissão de Constituiçãoe Justiça da época, que o julgou inconsti­tucional, "por ferir a autonomia dos Mu­nícípíos".

Não. entro no mérito da questão, mas de­eejo fazer, a respeito, as consideraçõesabaixo:

Temos, no Brasil, municípios que sãoautônomos, embora os prefeitos de mais de3 mil deles não saibam diB50, provavel­mente.

Desses municípios, mais de dois mil etantcs não têm esgotos, nem água tratadae carecem de assistência médico-sanitáriae ensino. Basta dizer, como exemplo, queGuarulhos, colado à magaíópole São Paulo,não tem esgotos, ma.'>, sim, fossa.

Mais de três mil e nM sei quantos des­l;CS munícípíos não possuem nem um sim­ples carro-bomba, nem uma guarnição debombeíros,

Se houver incêndio de grandes propor­ções. não há como combatê-los, a não serapelando para localidades vizinhas, se al­guma os tiver, ou para uma cadeia debaldes e latas d'água, como se vê nos fil-

, mes de bang-bang, com a população mo­bilizada pelos sinos das igrejas tocando arebate.

Na verdade, só as Capitais e mais algumas, cidades sedes dos munícípíos mais rico.'> e

·im.p rtantes possuem meios de combaterincêndios. Mas, em qualquer pequena ci­dade, perdida por este vasto Brasil a fora,pode surgir um "espigão". Basta um boatosobre turismo e até no interior do Píaui,em alguma localidade quase perdída, podeaparecer um noteí ' nacional.

Só que, se quiser se proteger contra ofogo, deve levar equipamento próprio epessoal para operá-lo. Porque, se pegar fogo,tem mesmo de apelar para o Parnaíba e oPotí, ou algum rio próximo, e olhe lá.

Toda cidade, mesmo pequena, não estálivre de ter seus "espigões" e até se orgu­lhar d'l possuí-los, mas estar preparadapara defendê-los contra incêndios, isto éoutra coisa, com que não se preocupa.

Por isso mesmo, as instalações índustríaíse outras que se localizam no interior tratamde se prevenir contra o.'> incêndios à suaprópria custa. com equipamento e pessoalpróprios.

Acredito que estas rápidas consideraçõessão bastantes para o entendimento do quedesejo focalizar.

Meu projeto, obrigando a medidas como:revestir os poços dos elevadores e suasinstalações, as escadas internas e as de­pendências de uso comum, de circulação,com material à prova de fogo; instalaçãode uma rede elétrica independente para oselevadores: instalação de escadas de incên­dio ou disposrtívos apropriados e outrasmedidas, visava apenas à segurança dosmoradores fixos ou os freqüentadores con­tra. os sinistros em geral e os incêndio.'> emparticular, nos edifícios de mais de 10pavimentos, uma vez que para esses osbombeiros não dispõem de recursos parao combate ao fogo.

O material refratário ao fogo existe ebasta usá-lo.

Também preconizava a instalação deexaustores' e outras medidas, tudo ob] ett­vando dar mais algumas chances aosocup-urtes dos "espígões", livrando-o.'> demorrerem torrados como no caso do Joelrnae do Andraus.

Sem falar na obrigação de hetíportos, oque aumenta o número de possibilidadespara a evacuação de pessoas em caso deincêndio. "

Isto, para mim, também é segurança, e,na Constituição em vigor, o n.O XIII doart. 8.°, Capo II, está escrito:

"organizar a defesa permanente con­tra a.'> calamidades públicas, especial­mente a seca e as ínundaçõea".

Ora, há outras calamidades públicas alémdas indicadas na Carta Magna, e eu nãopoderia citar todas.

Terremotos são calamidades, e da.'> piores,mas contra ele.'> não é possível organizaruma defesa permanente.

Incêndios de grandes proporções em áreasdensamente humanízadas são também ca­lamidades públicas, e para essas pode edeve ser organizada uma defesa perma­nente.

De acordo com a Constituiçãb, est~ or­ganização de defesa permanente "competeà União".

Não vejo, pois, como legislar sobre essamatéria pode ser consíderado inconstitu­cional por atentar contra a autonomia dosmuníeípíos.

Vamos ficar por aqui, mas uma coisaainda preciso dizer: "se deixarmos por con­ta dos municípios a organização da defesapermanente contra os incêndios de grandesproporções, muitos "espigões" e construçõesde grande vulto ainda vão ser queimadas, emuitos prejuízos, vultosos e lamentáveis,em bens e vidas, teremos a lamentar". •

Per quanto tempo, isto não possoprever...

Era o que tinha a dizer,O BR. FABIO FONSECA - (MDB - MG.

Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, junho é o mês daArtilharia e para falar em artilharia nãopodemos olvidar o patrono dessa Arma po-

derosa, que foi Emílio Luiz Mallet, que na.Guerra do Paraguai demonstrou a bravura.do povo brasileiro, especialmente da Arti­lharia, com seu.'> 100 canhões.

Hoje, 10 de junho, comemora-se noBrasil O' Dia da Artilharia, arma respon­sável pela destruição, à distância, dos obje­tivos inimigas em tempos de guerra, e umdos baluartes da Ordem e do Progresso, emtempos de paz.

No Brasil a artilharia chegou como umterço do Exército português, em 1549, como Governo Geral de Tomé de Souza, paradefender a costa brasileira da pirataria in­ternacional.

Em 1808, com a chegada da Família Real,foi criado o Corpo' de Artilharia a Cavalo,por D. João VI. Na Independência, D. Pe­dra I reajustou o Exército, dotando-o de12 corpos de artilharia, que, aumentadaem 1842, participou da ação contra Rosas eOríbe, com destacada atuação em MonteCaseros, em 1851.

Em 1865, na Guerra do Paraguai, as tro­pas de Emílio Mallet, patrono de nossa Ar­tilharia, cobriram-se de glórias, çom seus100 canhões. Após a Proclamação da Re­pública, fai novamente remodelado nossoExército, com a eríação de novas unidadesde Artilharia, em 1908, para conter a cobiçainternacional contra a jovem República,

Na campanha da Itália, o Exército bra­sileiro paztíeípou com 4 grupos de artilha­ria, cuja central de tira era comandada pelohoje General Araken de Olíveíra, Presiden­te da PETROBRáS, e cujos observadoresavançados eram o.'> olhos dos canhões, àfrente dos infantes, na sua cobertura se­gura e definitiva. A Artílharla Dlvísíoná­ria, que serviu na Itália, era comandadapelo bravo Marechal Cordeiro de Farias.

Seria difícil, entretanto, Sr. Presidente eSrs. Deputados, no curto espaço de umacomunicação de Pequeno Expediente, his­toriar todos os feitos desta Arma na Histó­ria do Brasil, desde as primeiras "bocas defogo" 110 Governo Geral, até as peças raia­das dos pirobalísticos da Independência,desde a ação contra a tirania rosísta e 50­Ianísta, contra o nazi-fascismo e contra to­das as formas ditatoriais e totalitárias.Nem é também possível descrever uma vi­são do futuro reservado a essa Arma, queinclui os teleguiados e as viagens inter­planetárias, bem como o domínío do átomo,para a garantia da paz. .

A Arma da Artilharia, que tantas glóriasjá semeou nos campos da honra, tem umcompromisso" tecnológico, educacional e po­lítico com o futuro, na marcha do progres­so, porque o progresso é um bem estraté­gico neste conflitado mundo moderno.

Por isto mesmo, Sr. Presidente e Srs.Deputados, ao homenagear hoje a Arma daArtilharia, quero pedir licença para fazê-lona figura do mais antigo artilheiro doBrasil, que com seus petardos de pequeno,médio e grosso- calibres patenteou sua fi­delidade ao nacionalismo brasíletro, seja nadefesa de nosso maior orgulho nacional ­a PETROBRÁS - seja como Presidente daRepública, na inauguração de um processode abertura política da Nação brasileira,assim como também a abertura de novasperspectivas no campo da tecnologia cien­tífica e industrial para nossas matérias­primas, o Presidente Ernesto Geisel.

Na abertura do comércio e das relaçõesculturais com todos os países do mundo,independentemente de suas fronteiras ideo­lógicas, na defesa de preço.'> mínimos paranossas matérias-primas, no diálogo francocom a Naçào, com os. operários e estudan­tes, a Arma da Artilharia está, mais uma

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3928 Quarta~feira 11

vez, presente na marcha pela afirmaçãonacional.

Era o que tinha a dizer.O SR. ANTONIO BRESOLIN - (MDB ­

RS. -Pronuneía o seguinte díseurso.) Sr. Pre­sidente e srs. Deputados, quando Presíden­'te da Comissão de Agricultura e PolíticaRural desta Casa, em face de denúnciafeita, no plenário, pelo Deputado FreitasNobre (MDB-SP), relacionada com a ven­da de carne em péssimas condições à po­pulação paulista, convoquei as autoridadesdo Ministério da Saúde e do Ministério daFazenda para tratar eo assunto. Após aca­loradas discussões, ficou deliberado que oMinistério da Agricultura executaria a le­gislação em vigor.

Tanto naquele tempo como hoje não soucontra a fiscalização. A saúde de povo deve

. ser protegida ao máximo. Desde que foiimplantada a fiscalizRc;ão federal, no en­tanto, vêm ocorrendo os maiores abusos,sobretudo no Rio Grande do Sul. Mais deduas centenas de matadouros e açouguesforam discricionariamente fechados. Acon­tece que a quase totalidade dos estabeleci­mentos rechados haviam sido autorizadosa Iuncíonar pelo ServIço de Saúde do Es~

tado , Entre alguns em precárias condições,muitos outros, sobretudo matadouros, ore­reciam todas as condições de funcionaremsem qualquer prejuízo para a saúde do con­sumidor. Diante dessa drástica e conde­nável medida, gerou-se grave problema so~eíal: milhares de pessoas ficaram sem oganha-pão de cada dia. Pior do que isto:milhares de famílías ficaram privadas decomer carne, e justamente no instante emque o pecuarista precisava vender seugado ,

Com a aplicação draconiana da lei, muí­tos Municípios - e entre os quais citoCampo Real, onde a injustiça constituivergonha nscíonaí - foram obrigados aabater gado em locais onde havia frigorífi­cos, nem sempre nas condições desejáveis.Não bastasse o exposto, em muitos lugaresos consumidores ficaram também privadosde comer carne de ovelha etc.

Repito:' sou favorável à fiscalização. Maspor que foram fechados os matadouros lí­cencíados pelo Bervíço de Saúde do Esta~

do? Por que não se concedeu aos matadou­ros prazo para melhorarem suas instala­ções? Por que se exigem frigoríficos quefogem da capacidade financeira da maio­ria dos Municípios? Por que, até neste par­ticular, o Governo está beneficiando osgrupos estrangeiros?

O negócio para os frigoríficos é tão bom- em prejuízo dos interesses dos consu­midores - que eles estão agora iniciandouma campanha para que essa vergonhosasituação seja mantida. E tanto isto é ver­dade que em poucos dias dois telegramasneste sentido chegaram à Comissão deAgricultura e Política Rural: um, do fri­gorífico de Languiru, Estrela, e outro de

, um frígor~fico de Ouritiba, Paraná.

Diante de tantas queixas e protestos, emface dos prejuízos que vêm sofrendo os con­sumidores e a economia do País, cumpreperguntar: até quando o Governo permi­tirá isto?

O BR. JúLIO VIVEIROS - (MDB - PA.",Prolluncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­

dente, Brs. Deputados, em recente .e opor­tuna reportagem intitulada "O Sindicatodos Mendigos", o jornalista e ex-Deputadoestadual Paulo Ronaldo, através do jornalparaense "O Liberal", de abril de 1975, dizem certos trechos:

"Ele é cego, mudo, surdo, aleijado etem 4 anos". Ê o texto contido êm umaplaca de alumínio colocada sobre umdesajeitado carro de mão em plena rua

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

João Alfredo, exatamente no coraçãodo comércio. Trata-se de um quadropouco convidativo: um menino cheiode deformações físicas, enrolado emtrapos miseráveis e assistido, de perto,por um rapaz não menos andrajoso eparalítico, expostos, os dois, à caridadepública. Eles fazem parte de um Ia­mentável elenco de quase mil e duzen­tos mendigos existentes nas ruas, quese debatem contra conseqüentes pro­blemas sociais e contra incríveis mapasartísticos. O aparecimento deles, em in­dices cada vez mais elevados, nas pra­ças, logradouros e escadarias de igre­jas, já não pode deixar de preocupar ,""Mantidos a uma considerável distân­cia pela Polícia, ajudados por atos es­parsos e recebendo no bojo de sua per­manência em todos os lugares, de apro­veítadores e gente de péssima índote, osmendigos estáo definitivamente crian­do um quadro profundamente alar­mante. Em meio a números surpreen­dentes, está a assistência possibilitadapelas instituições, cujas direções seconfessam atemorizadas ante a gran­deza do .problema que aumenta a ca­da dia: a mendicância. A verdade é quetodos, bem intencionados, têm procura­do fórmulas, meios e caminhos parapelo menos minorar a situação."

"Eles vêm de todos os lados, das bai­xadas, dos subúrbios, das favelas, dointerior e até de outros Estados. Elesaparecem de repente, do dia para anoite, aumentam em proporções bíblí­cas, mudam de tática no pedir, usamas mais variadas imagens para sensi­bilizar passantes, Choram, gritam, fa­zem discursos, contribuem decisiva­mente para o aumento da poluição so-. .nora que já não é pouca no comércio.Inventam males -de toda sorte, se uti­lizam de crianças magérrímas e sãocapazes até de provocar, com objetoscontundentes, ferimentos sangrentospara estimular a caridade pública.""Se -afastados pela ação de qualquercampanha policial - a última "hlitz"foi realizada há quase um ano - vol­tam em número bem maior e com no­vas fórmulas. Varam, então, a cidadede ponta a ponta, na tentativa de sen­sibilizar os mais piedosos, irritando osproprietários de lojas comerciais, cer­ceando o leito das calçadas e das ruase modificando o cartão postal de todauma cidade."

"NúMEROS EXISTENTESEla deve ser uma das mais antigasmendigas da cidade, e, talvez; a maisardilosa. No seqüencíamento que atéhoj e usou para conseguir a caridade dopovo, cometeu tropeços e deslizes que,à luz da razão, j amais serão explica­dos. Na verdade, ninguém se interessouem saber seu nome. Mas, no vaivémapressado do comércio, estimulou com­portamentos controvertidos que têmpassado desde a repulsa e indignidadedos mais lúcidos, até às copiosas lágri­mas de algumas beatas. Sua prímsíraprovidência ao chegar à esquina quedisputa com inusitada agressívtdade, édescobrir as pernas cheias de feridasque nem de leve pretende que cícatrí­zem. E, muito mais: a exibição revel­tante de três filhos de inacreditávelmagreza."

"Todavia, há quem diga que ja a viucom outros meninos, em estado de piorsaúde e que ela tem uma capacidadeimpressionante de renovar o esquemade esmolar. E, muito embora as esta-

Junho de 1975

tistícas não digam nada a respeito, ela:faz parte de uma estranha confraria,um pseudo-sindicato de mendigos quetem como norma básica a sistemáticarenovação da motivação. Tanto que elá,igualmente, na manhã de sábado pas­sado, não levou os meninos raquíticose sim um senhor de avançada idade,cego, mudo e aparentemente retarda­do. O comerciante do lado oposto darua, que se confessa desenganado pelafalta de providências que já tentouinúmeras vezes pelo telefone, evita aação do fotógrafo e garante que já viu,em oportunidades incontáveis, a arro­gante presença de um determinado ci­dadão travestido de mendigo, cuja mis­são é a' de recolher a participação dospedintes colocados nas melhores áreasdo comércio. Pelo observado, tal sujei­to é exatamente quem estipula os lo­cais de mendicância, cobrando taxaspelas melhores colocações, e, certamen­te, o responsável pela disciplina, eví­tando litígios entre os que diariamen­te procuram o centro da cidade parapedir esmolas. MeslIlo que não seja opresidente do "sindicato", sua ação det­xa antever que se trata de pelo menosum "fiscal".

"Verdade ou não, exagero ou não, estecomerciante observador parece atuar110 esquadrão dos que temem POl' diaspiores e mais amargos dentro e forada área comercial.""Bem mais antigo na Polícia, o escrivãoAlfredo reuniu os relatórios anteriorespara a confecção do atual' e conseguiuuma façanha de invejável feitura:apresentou uma estatística sem dadose sem números, inédita. Naturalmente,ambos não têm culpa de erros que re­ceberam como herança e para cujoproblema a Polícia não chega sequer ater uma delegacia especializada, mts­turando mendigos num liquidificadoronde entram ingredientes não muitosimpáticos, como maconheiros e vicia­dos em tóxicos. Para não falar noscomplicados "pais-de-santo" registra­dos aos milhares na mesma reparti­ção."

"Quadro mais chocante é o da Delega­cia de Entorpecentes, da Secretaria deSegurança, onde o titular, bacharelWaldemir Teixeira, pode apenas exi­bir relatórios dos três' últimos anos,nada mais que carbonos dos demais jáapresentados. Waldemir faz jogo aber­to e diz que não tem condições "de ope­rar contra ou a favor de mendigos, pornão dispor de um especializado mate­rial humano", e, corajosamente, confes­sa o fato de não se recordar de já ha­ver feito alguma coisa nesse sentido,além das advertências aos que se imis­cuem com intuitos desonestos. EsteS,ele prende por algumas horas, liberadepois de uma nebulosa advertência eos insere no circulo vicioso que se re­pete de vez em quando."

Sr. Presidente, Srs. Deputados, essa é,realmente, a situação de verdadeira cala­midade que ocorre em Belém do Pará. Nes­te momento dirigimos apelo a S. Ex.a o Go­vernador Aluisio Chaves, para que junteseus esforços aos de outras pessoas já mui­to preocupadas- com este problema e queconstituem um anônimo grupo de trabalho.Es.sas comissões, compostas de juristas,assistentes sociais, profissionais liberais einteressados em dar a tão relevante proble­ma uma solução prática e palpável, se nãoresolverem a questão, pelo menos poderãofazer algo de verdadeiramente produtivo.Inclusive, poderia ser convocada para essa

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Jnnhó de 1975 DURIO DO CONG~ESSO NACIONAL (Seção 1) Quarta-feira 11 3!J2t

'''eruzada de humanismo" a Fundação Pa­pa João XXIII, o Líons, o Rotary Club, aPolicia, Juízes de Menores, o Sr. Arcebispoe Pastores de todas as religiões, além deinstituições filantrópicas, todos, temos cer­teza, muito interessados em amenizar pro­blema tão sério e que envolve os que resi­dem na hospitaleira Belém do Pará.

Era o que tínhamos a dizer em nome doEstado do Pará.

O SR. LEUR LOMANTO - (ARENA-BA.Prorrurreia o seguinte díscurso.) Sr. Pre­sidente, srs. Deputados, queremos, da tri­buna da Câmara dos Deputados, assumirperante a população de Jequié o encargo derepresentar os interesses desse grande Mu­nícípio baiano e reivindicar dos Governos:[ederal, estadual e municipal as medidasnecessárias ao atendimento das decisões do"Seminário Caminho do Desenvolvimento",realizado recentemente sob o patrocínio daAssociação Comercial e Industrial de Jequié.

Este Seminário teve como objetivo des­pertar a atenção da comunidade para osinúmeros problemas que afligem o Municí­pio de Jequié.

Resultou dele a elaboração e aprovaçãode uma "Carta de Prrncípíos e Beívíndica­ções", redigida por ilustre comissão com­posta dos Srs. Luiz Carlos Amaral, EmersonPinto de Araújo e João Santana, pessoas damais alta representação da sociedade deJequié.

Publicada no ".TornaI da Bahia" de 1.0 de'maio deste ano, a "Carta de Princípios e: Reivindicações" é um apelo das forças vivas. e atuantes de Jequié, endereçado aos Pode-res Públicos, visando a solucionar problemasbásicos do Municípío, que envolvem me­lhor dinâmica admíníatrattva, um planourbanístico condizente com os padrões dedesenvolvimento do Estado, o planejamentodos sistemas de viação, transporte e comu­nicações.

Esperam todos em Jequié que os PoderesPúblicos elaborem um estudo do problemada produção, tendo em vista os potenciaisda região, promovendo o seu desenvolvimen­to e aperfeiçoamento por métodos racionaise dando especial atenção à necessidade doconsumo interno.

Recomendam, ainda os membros do "Se­minário Caminho do Desenvolvimento" queo Poder Público dê maior amparo à pecuáriae à a!Fricultura de Jequié, implantando alium pólo de caprinocultura. O pleno apro­veitamento das potencialidades da Barra­gem de Pedras, a instalação de uma Facul­dade de Educação, e exploração das rique­zas do subsolo da região, sem esquecer asjazidas de ferro nele existentes a arnnlía­çâo dos serviços de saúde e maior cocrde­nação entre os órgãos federais, estaduais emunicipais, mormente no setor da saúdepreventiva, são outras importantes reivin­dicações de Jequié, que nos propomos levar

'às autoridades competentes, na certeza deconseguir resultados satasratónos.

Sabemos, Sr. Presidente, que Jequié pos­sui status de centro regional, uma área deflorescente desenvolvimento. A instalacãode novos serviços dos Governos federal eestadual contribuirá sobremaneira para fi­xar esta liderança natural que o Municípiomantém, apesar de deficiências em sua es­trutura, que precisa ser revista, propugnan­do, neste sentido. as lideranças políticas epopulares nele radicadas.

Jequié reclama assistência financeiramaior, através dos organismos de créditomantidos pelo Poder Público, visando a in­centivar as classes produtoras e o aperfei­çoamento da produção. Jequié aguarda comansiedade o "Centro Industrial do Rio dasContas", solicitando seja acelerada sua ím-

plantação e divulgados seus objetivos, a fimde atrair capitais para plena industrializa­ção das matérias-primas regionais.

Saibam os habitantes de Jequié que leva"remos suas reivindicações e apelos aos Po­deres Executivos federal e estadual, semomitir uma sequer. Temos consciência dasresponsabilidades que assumimos com opovo de nossa terra natal. Representá-labem é um dever ao qual não nos escusamos,contando sempre com a colaboraçãode quantos aspiram pelo progresso de Jequiée a concretização dos ideais de desenvolvi­mento propugnados no recente "SeminárioCaminho do Desenvolvlmento", patrocinadopela Associação Comercial e Industrial deJequíé,

Era o que tinha a dizer.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES ­(ARENA-RS. Pronuncia o seguinte discur­so.) Sr. Presidente, Srs. Deputados, a ferro­via que liga a Capital da República à cidadede Campinas, no Estado de São Paulo, temprestado excelentes servtços à região, nofluxo de passageiros e transporte de carga.

Com a inauguração dessa estrada de fer­ro, no Governo Costa e Silva, ficou Brasíliadefinitivamente incorporada ao parque fer­roviário do Pais.

.A Capital brasileira foi sensivelmente be­neficiada com essa via férrea, consideran­do-se que o comércio local passou a ternela fator decisivo para o transporte demassa, a tarifas reduzidas.

Mas desejo abordar o aspecto tuísttco.para o qual a estrada de ferro Brasília ­Campinas pode prestar destacada colabo­ração.

Ora, Sr. Presidente, srs, Deputados, aanexação, ao trem que percorre essa linha,de um carro-leito de alto nível - como che­gou a existir na fase inicial - torna-se,mais do que nunca, indispensável, comoobjeto de incentivo ao turismo.

Por oferecer condições confortáveis. essecarro-leito - que fora retirado de tráfegosob a alegação de deficit - pode ser enca­rado como incremento essenclal ao turismona Capital da República.

Evidentemente, esse deficit financeiro se­ria coberto por naturais vantagens de or­dem socíal ,

Recordo-me de um artigo notável, do es­critor Plínio Salgado, divulgado pelo "Cor­reio Braziliense", em que relatava umaviagem que fizera a S. Paulo, através dessa.rerrovía, destacando a significação da viaférrea e as condíeões excepcionais ofereci­das pelo vagãc-Ieíto.

Quero, nesta oportunidade, formular umapelo ao ilustre Ministro dos 'I'ransportes,General Dyrceu Nogueira, no sentido de queautorize a estrada de ferro Brasília-campi­nas, através da Rede Forroviária Federal.a reincorporar o carro-leito ao tráfego nor­mal dessa via.

o -R. INOCÊNCIO OLIVEIRA- (ARENA­PE. Pronuncia o seguinte dísourso.) 81'. Pre­sidente, Srs. Deputados, os professores efeti­vos e contratados da Secretaria de Educa­ção e Cultura do Estadü de Pernambucoatravessam grave crise financeira, porque oEstado há aproximadamente 3 anos, man­tém congelado o salário-aula.

Em 1972 o salário-aula foi fixado em Cr$7,20, e desde essa época até a presente datanão teve qualquer majoração, quando sesabe que o salário-mínimo já teve 3 majo­rações: 20,64% em 1973, 23% em 1974 e41,46% em 1975.

Vale' ressaltar que, em 1972, quando oGoverno concedeu aumento ao funcionalis­mo, os mestres não receberam o benefício.

Há, em conseqüência do fato. flagrantesdificuldades para os professores da redepública do nosso Estado.

A rede do ensino privado paga até Cr$20,00 por aula, o que representa quase 300%mais que o Estado.

Aproveito a oportunidade para fazer,através da tribuna desta Casa, um apelo aoExm.O Sr. Governador de pernambuco, Dr..rosé Francisco de Moura Cavalcanti, a quemo problema no momento se encontra afeto,como um dos seus liderados, para que deter­mine ao Secretário de Educacão e Culturaverifique a possibilidade de estabelecer umaumento para o salário-aula

Neste ensejo, desejo ainda parabenizar oGovernador de Pernambuco pela revogaçãoda Portaria da SA n.v 246, de 14 de marçode 1975, que sustava, para os professoresbacharéis, o salário-aula na base de 3,5%do salário-mínimo regional, baseado talpagamento no Decreto Federal n.° 67.322/70da Presidência da República.

Já foi, portanto, um benefício proporcio­nado pelo atual Governador de Pernambucoà classe dos professores da rede pública es­tadual.

Aguardando uma solução positiva parao aumento do salário-aula dos professoresde licenciatura curta, por se tratar de me­dida justa, manifesto, ao final, minha soli­dariedade e o meu reconhecimento ao Dl'.Moura oavalcantí pela maneira como sevem conduzindo no desempenho do honrosocargo, o que vem ratificar as grandes qua­lidades de homem público e a capacidadeadministrativa já anteriormente demons­trada nos diversos cargos que ocupou. Valefrisar que o Governador de Pernambucoestá imbuído do espírito de servir os altos'interesses do nosso Estado, completamenteidentificado com o Ideárío preconizado peloPresidente Ernesto Geisel.

O SR. FRANCISCO AMARAL - (MDB­SP - Pronuncia o seguinte díseurso.) Sr.Presidente, Srs. Deputados, Campinas sem­pre se notabilizou pela sua dedicação à cul­tura e pelos excelentes órgãos de divulgacãoque possui. .

As entidades classistas, a par das ativida­des que desenvolvem no interesse de seusintegrantes e da comunidade campineíra,concorrem, também, Significativamente, pa­ra o fortalecimento da informação certa,precisa e escorreita.

llJ, pois, com a maior satisfação que regis­tro nesta Casa, com votos de congratula­ções, o surgimento de mais um jornal emminha cidade. Trata-se do jornal "O Ali­cerce", cujo nome não poderia ser maisapropriado e feliz, tratando-se do órgãooficial da Associação dos Comerciantes deMateriais de Construção de Campinas, quecongrega a totalidade dos comerciantes dosetor e representa uma forca viva e dinâ-mica no município. '

llJ grande a responsabilidade de se edi­tar um jornal, e "O Alicerce" surge como ocoroamento de êxitos acumulados pela As­sociação dos Comerciantes de Materiais deConstrução de Campinas em seus 10 anosde existência, nos quais inúmeros e rele­vantes serviços foram prestados a seus as­sociados e à população campineira.

Nenhum fato poderia ser mais marcantepara a ACMCC ao comemorar seu 10.° ani­versário que possuir seu próprio jornal, cujoprimeiro número, editado a 31 de março de1975, amplia a divulgação das atividadesda entidade que até então eram restritas

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3930 Quarta-feira 11

a<l seu quadro social através de circularesou de out.ros meios de comunicação interna.

Surge, assim, "O Alicerce" dentro dos.melhores princípios norteadores da ímpren­IDa, qual seja o de alcançar um maior núme­ro de leitores, divulgando "honestamentenosso trabalho pela nossa classe, seus fa­miliares, nossos empregados, nossos forne­cedores e nossa comunidade", conforme as­sinalou em sua mensagem o Presidente daAssociação e, também, Diretor-Presidentedo jornal, Sr. José Olavo Nogueira.

Quero felicitar toda a Diretoria daACMCC, cujo consenso unânime possibili­tou a concretização do surgimento do jor­nal, significando neste ato as minhas ho­menagens na pessoa de seu Presidente JoséOlavo Nogueira e na de Francelino S. Píati,Diretor responsável.

Era o registro que queria fazer, Sr. Pre­sidente, para mostrar que também as enti­dades representativas de classes têm o de­sejo inato e a vontade indomável de con­tribuir para a exatidão das informações,com embasamento na verdade, tendo emvista o interesse maior da coletividade emque vivem.

O SR. JOSÉ BONIFÁCIO NETO - (MOR_RJ -- Pronuncia o seguinte díseurse.) Sr.Presidente, 81'S. Deputados, é indispensávelque o Governo do Estado do Rio de Janeiropasse a dar maior atenção ao problema dasaúde.

Vejamos, por exemplo, a Região Metropo­litana. Criou-a lei federal. Os técnicos en­toaram hinos ao acontecimento. Houvepromessa. de recursos. Veio a. fusão. Váriasvantagens foram anunciadas.

Um simples relancear de olhos por essa.zona revela um quadro impressionante­mente triste, impressionantemente pobre,no setor.

Não há tratamento especializado em- áreas de extrema importância e notável in­cidência, como o são as da Cancerologia eda Neurologia. Nessa região, está NovaIguaçu, o oitavo município mais populosodo Bras li, está São João de Meriti, estáCaxias, está Nilópolis, está Magé. São cida­des de grande densidade populacional.

Mas, não fiquemos na parte especializada.A assistência hospitalar, por seu turno, sereduz ao índice alarmante de um leito porsetecentos habitantes.

Quanto à assistência sob a responsabili­dade das Prefeituras, é ainda mais derící­.ente. Levantamento procedido recentemen­te mostrou que em Mangaratiba não hásequer um médico mantido pela municipa­lidade.

Ora, o problema saúde é comum.. é pe­culiar a todos os membros da chamada Re­gião Metropolitana do Grande Rio. Taisorganismos - a Casa o sabe - foraminstituídos pela lei federal com o fito dereunir () estudo e a solução de situaçõessemelhantes em populações próximas.

Na prática, surgem os planejamentos, osgrupos de trabalho, as comissões, e os pro­blemas vão envelhecendo. Sempre foi sabi­do que inexistia, no campo da saúde, qual­quer coisa de positivo, qualquer coisa quefuncionasse nessa área. Ninguém pode ale­gar surpresa. Era do conhecimento geral ademanda de grande parte dos enfermos doantigo Eetado do Rio para os hospitais doantigo 'ffistado da Guanabara. Os registrosdos Hospitais Getúlio Vargas, na Penha,Carlos Chagas, em Marechal Hermes, Ro­cha Faria, em Campo Grande, são teste­munhas írrefutáveis e eloqüentes dessesfatos.

l1: preciso, pois, atacar de frente o mal.Somos, hoje, por força de lei federal, um

MARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

novo Estado. Dispõe o Governo Estadual desoma enorme de poderes, contando com aajuda e a simpatia do GOverno Central.

Por que então deixar de erigir assuntoscomo a saúde e a educação em metas priori­tárias? Planos existem - vários. O essen­cial é executá-los, arregaçando as mangas,desprezando as fórmulas burocráticas, poiso que acontece todos os dias nessa Região,ao lado do Rio, ao lado da Capital do Es­tado, coração de todo o País, não pode maisficar à espera de soluções. É calamidade,e como tal tem de ser tratada.

Tenho dito.O SR. PRESIDENTE - (Herherf Levy) ­

81'S. Deputados, a Mesa tem procurado sertolerante para com os inscritos no PequenoExpediente. Quando os 81'S, Deputados nãose acham no plenário no momento em quesão chamados, posteriormente, ao se en­contrarem no recinto, é-lhes facultada apalavra. Entretanto, em virtude de recla­mações chegadas à Mesa, apoiadas, indis­cutivelmente, no art. 85, do Regimento In­terno, § 2.0 , aqueles que não se encontra­rem presentes na ocasião em que foremchamados perderão, definitivamente, suainscrição em favor dos oradores subseqüen­tes. A Mesa não mais poderá transigir nes­te ponto, diante das reclamações recebidas.(Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (IIerbert Levy) ­V - Passa-se ao Grande Expediente.Tem a palavra o 81'. Adhemar 8antilo.O SR. ADIIEMAR SANTILO - (MDB-

GO - Sem revisão do orador.) 81'. Presiden­te e 81'S. Deputados, consta do programa doMovimento Democrático Brasileiro um itemque reputamos grande relevo para o regimedemocrático, em especial no que se refere àpromoção do desenvolvimento dos Estadose - por que não dizer - do Pais: a eleiçãodireta de Governadores.

Examinando a situação de vários Estadosbrasileiros, de 1970 para cá, constatamos,com a maior trtsteaa, o fracasso adminis­trativo em todas as unidades da Federa­ção. Não há dúvida de que a nomea­ção de Governadores, através da chamadaeleição indireta - como alguns pretendemCOnceituá-la - tem trazido as piores con­seqüências para a comunidade brasileira.

Para particularizar a situação, Sr. Presi­dente e 81'S. Deputados, vou apenas concei­tuar e, ao mesmo tempo situar problemasexistentes em meu Estado, Goiás, onde fra­cassou totalmente o sistema de nomeaçãode Governadores. Basta lembrarmos que asobras prioritárias, de real importância parao progresso e o engrandecimento do Estadode Goiás, nesses últimos anos, foram rele­gadas à situação de completo abandono,enquanto aquelas de infra-estrutura, ne­cessárias ao desenvolvimento global da re­gião, foram postas de lado.

O último Governador nomeado procurouapenas construir obras de superestrutura,faraônicas, que poderiam ser adiadas paraoutra oportunidade, principalmente numEstado pobre, carecedor de inúmeros servi­ços para seu pleno desenvolvimento.

Sr. Presidente, o próprio Sr. IrapuanCosta Júnior, atual GOvernador nomeadodaquele Estado, nas díretríaes gerais e se­toriais da ação de Governo, afirma que, nosetor escolar, em 1970, na faixa de 7 a 14anos, houve dcficit de 328.837 vagas nasescolas primárias, de acordo com levanta­mento do IBGE. Isto significa que quase50% da população infantil e juvenil donosso Estado, em idade escolar, não pude­ram freqüentar as aulas. em virtude dacarência de vagas nas escolas estaduais. Sóem Goiânia, Capital de Goiás, no ano de1974, 35.000 crianças ficaram sem matrí-

Junho de 1975

eulas na primeira série prímáría, de acordocom levantamento ali realizado.

Quanto ao setor de estradas, Sr. Presl­dente e 81's. Deputados, Goiás possui ape­nas 12.425 quilômetros de rodovias, perten­centes diretamente ao Estado; destes, so­mente 733 quilômetros são asfaltados, se,..gundo o próprio diagnóstico feito pelo Sr..Irapuan Costa Júnior. No entanto, enquan­to faltam escolas para mais da metade dapopulação infantil de Goiás, o Sr. Leoninodi Ramos Caiado, apenas visando à ínscrí­ção de seu nome na História, não se írn­portando, com isso, em sacrificar toda umacoletividade, construiu o Estádio SerraDourada, quando, de acordo com sua As­sessoria de Relações Públicas, com essamesma importância poderia ter construidoo equivalente a duas quadras e meia deedifícios, dessas mesmas que temos emBrasílía, Isso significa também que, como dinheiro aplicado na construção daquel-eestádio, o Sr. Leonino di Ramos Caiadopoderia construir dez centros administrati­vos, iguais àquele existente na Oapítalgoiana e que levou cerca de doze anos paraser concluído. A verba gasta na construcãodo Estádio Serra Dourada daria para queo GOverno goiano edificasse salas de aulaem número suficiente à demanda escolar,Mas, entre construir um estádio - em cujaentrada constaria enorme placa de bronzecom seu nome - e edificar escolas, prefe­riu o Governador Leonino di Ramos Caiadodeixar seu nome gravado para a posteri­dade, abandonando as crianças de Goiás,que se encontram em situação aflitiva.S. EX,a construiu ainda um autódromo in­ternacional, dos maiores do mundo, comcapacidade para cento e cinqüenta mil ex­pectadores ,

De acordo também com levantamentosfeitos, a verba ali aplicada daria para cons­truir e asfaltar quinhentos quilômetros deestradas, significando isso que ele duplica­ria o número de estradas existentes. O Es­tado de Goiás possui apenas 733 km deestradas asfaltadas, e, com os recursos em­pregados na construção do autódromo, elepoderia ter construido mais 500 km de es­tradas asfaltadas.

"Isso é ccísa do passado", poderão dizeralguns, Ocorre que não estamos enxergan­do, neste instante, qualquer melhoramentoou indicio de solução para o problema, porparte do atual Governador nomeado. ..

Inclusive o passado de S. Ex.a não nosfaz prever UlY. futuro certo: Diretor-Pre­sidente da CELG, fracassou à frente da­quela companhia de energia elétrica, comofracassou também como Interventor doMunicípio de Anápolis. Endividou a Prefei­tura anapolína, que hoje necessita de qua­tro vezes mais seu orçamento anual parapagar as dívidas que ali foram deixadas.A CELG, SI'. Presidente e 81'S. Deputados,que cobra a energia mais cara existente noBrasil, deve hoje a bagatela de 848 milhões423 mil e 33 cruzeiros. Isto significa qu~a empresa é altamente deficitária, e deve­mos saber que, até assumir a interventoriade Anápolis, ela era administrada pelo Sr.Irapuan Costa Júnior.

Acreditamos que a situação de endivida­mento do Estado de Goiás seja a mesmade todos os Estados brasileiros. O endiv1­damento no Estado de Goiás chega a círràsalarmantes. De acordo com ínrormacôesprestadas pelo Departamento de Finança,s,através da Comissão Superior de Audrto­ria, no dia 15 de março, quando o Sr. Ir\!.­puan Costa Júnior assumiu o Governogoiano, a dívida era de Cr$ 3.142.576.000,0.0.Isto significa quase três vezes o orçamentodo nosso Estado, Além do mais, ainda ago­ra o Governo goiano enviou, através demensagem, projeto à Assembléia Legislati­va para que o Estado fosse autorizado' a

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,Junho de 197á

contrair um empréstimo de .',Cr$ 800. 000 . 000,00 e mais outro de 100 ml­lhões de dólares. Contudo, Sr. Presidente eSrs. Deputados, tais empréstimos mal da­rão para pagar a divida que o Estado devesaldar até o final do corrente ano, porque,de acordo com dados da própria Secretariada Fazenda, ela alcança .'Cr$ 1. 098 .000.000,00.

I O Sr. Epitácio Cafeteira - Nobre Depu­.tado Adhemar Santilo, jamais coloquei emuúvída as palavras de V. Ex." Estou certode que V. Ex" expressa a verdade. Masquero registrar que, decorridos já quinzeminutos do inicio do pronunciamento deV. Ex", haveria tempo para que alguémaqui contestasse suas afirmativas, não tos­.sem elas a expressão da verdade. O sílêri­eío por parte daqueles que deveriam con­tradítar V. Ex.a - se V. Ex.a merecesse.realmente contestação - é a concordânciade todos. .

O SR. ADHEMAR SANTILO - Agradeçoa V. Ex. a o aparte, nobre Deputado Epitá­eío Cafeteira.

I Sr. Presidente, nas "Dlretrízes Gerais e·Setoriais da Ação do Governo Irapuan,Costa Júnior", há um trecho que diz o se­guinte:

"Na década de 60, a população contidana faixa etária da obrigatoriedade es­colar cresceu em torno dos 38,4%, en­quanto que a escolarização, ou seja, oatendimento da demanda potencialcresceu em 50,3%. Isto significa quea oferta de oportunidades escolares re­gistrou um crescimento maior do quese verificou em relação ao crescimentovegetativo da população escolarizável."

Isso significa que, em 1960 - quandohavia eleições diretas para Governador ­o Governo daquela época, com suas vistasvoltadas para a comunidade, deu ao povogoiano mais vagas do que aquelas de queas crianças necessitavam. E agora, comojá dissemos, 50% dessas crianças em idadeescolar estão ai sem condições de freqüen­tar as aulas, em vista da falta de vagasnos estabelecimentos oficiais.

O Sr. Antônio Belinati - Nobre Depu­tado Adhemar Santilo, quero congratular-

·me com V. Ex.a e dizer que nos associa­.mos às suas manífestacôes no sentido dedevolver-se ao povo brasileiro o direito deescolher livremente seus governantes. Re-

.presentante do Paraná, venho de um Es­tado, talvez o mais sacrificado do Brasil,em virtude do processo eleitoral ora vigente

'no País. Do dia 1.0 de janeiro de 1970 até,à data de hoje, seis cidadãos ocuparam oPalácio Iguaçu, na qualidade de Governa-dores do Paraná, que causou enorme pre­[uizo ao progresso daquele Estado, pois atéagora não temos nenhuma obra de ex­pressão que assinale o desenvolvimento da-

.quele Estado, apesar dos impostos e dagrande produção agrícola paranaense , La­mentavelmente, a população do Paranáaguarda que seu Estado encontre realmen-

.te o caminho do desenvolvimento. O pro­cesso de escolha indireta também deveriaser suprimido para a eleição de Prefeitosdas Capitais. O atual Prefeito de Curitiba,Eng.o Baul Raiz, aos 39 anos de idade jáestava aposentado, com 35 anos de serviçopúblico. Isso mostra as falhas do sistema

· de aposentadoria vigente no Pais e o re-· sultado daquelas célebres nomeações para

os Tribunais de Contas. Congratulamo-noscom V. Ex.a e esperamos que se devolva aopovo o direito de eleger não apenas os Go-

· vernadores, mas também os Prefeitos dascapitais., O SR. ADHEMAR SANTILO - Sr. Presí-

· dente, para provar a situação em que nosencontramos, desejamos, ainda, citar a obrado Sr. Irapuan da Costa Júnior, "Diretrizes

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Gerais e setoriais da Ação do Governo Ira­puan da Costa Júnior". No capitulo deno­minado "Proposições Politícas e Diretrizesde Ação", propõe S. Ex.a o seguinte:

"1 - Restaurar a confiança da popula­ção na eficiência e na regularidade dosserviços colocados à sua disposição peloGoverno.

2 - Restauração da confiança da po­pulação na capacidade do Governo degarantir a integridade fislca e a segu­rança dos cidadãos e de seu patrimô­nio, naquilo que não lhes compete.3 - Restaurar a confianca dos forne­cedores no Governo quanto à sua capa­cidade de assumir compromissos de for­ma responsável e saldá-los com pon­tualidade ou, sendo possível, ajustar re­escalonamentos aceitáveis.4 - Restabelecer ou fortalecer a con­fiança reciproca entre os contribuintesestaduais e o aparelho fiscal, como ba­se da compreensão dos problemas decada lado e de sua solução consensual.

fi - Garantir ao povo, através de seusrepresentantes políticos, a faculdade defiscalizar a administração pública, exi­gir explicações e manifestar sua insa­tisfação.6 - Restaurar ou fortalecer a confian­ça da população nos funcionários doGoverno.

7 - Restaurar a confiança das popu­lações do interior, inclusive da zona ru­ral.

11 - Restaurar a confiança da impren­sa, enquanto órgão da opinião pública,nos propósitos do Governo.

13 - Restaurar a confianca de todosna seriedade do processo de admissãoao serviço público.

16 - Restaurar a confiança da popu­lação na disposição do Governo de re­ceber e examinar as críticas, queixas,acusações e reclamações relativas aosserviços públicos e às necessidades dacomunidade ... "

Ora, Sr. Presidente, quando o próprioGovernador Irapuan Costa Júnior fala emrestaurar é porque reconhece que realmen­te ali já houve governos responsáveis, queexerceram seu mandato com a maior digni­dade possível. Ao final de seu programa,S. Ex." fala em restaurar, porque reconhecerealmente a caótica situação em que seencontra hoje o Estado de Goiás, em facedo problema relacionado com a nomeaçãode governadores.

O Sr. Genervino Fonseca - Nobre Depu­tado Adhemar Santilo, eu estava no meugabinete quando V. Ex." iniciou. com muitapropriedade, seu pronunciamento. Não po­deria eu deixar de dar-lhe minha colabora­ção, porque fuí eleito pelo extremo nortee extremo sul de meu Estado. Durante nos­sa campanha visitamos 76 municípios donorte, nordeste e sul de Goiás, e posso pres­tar-lhe, neste instante, o testemunho dodescalabro administrativo desses governa­dores nomeados. O Governador Leonino diRamos Caiado, nos seus quatro anos de Go­verno, segundo estatística que fiz pessoal­mente, não visitou 60% dessas cidades. Oatual Governador administra o Estado decostas para o povo. Existem ali, cidades semnenhuma condição de vida, sem escolas su­ficientes para as crianças, sem estradas,sem energia elétrica, sem água potável. Nãosei como aquele povo vive. Nós, do MDB,não podemos jamais aceitar eleições indi­retas para Governadores. Teremos de lu-

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tal' por eleições diretas. Que os candidatosvisitem o interior dos Estados, façam co­mícíos e pregações, para receberem os vo­tos diretos e, depois, governarem à alturado que o povo merece. Receba V. Ex. a meuscumprimentos no instante em que denunciaa este Congresso o que ocorre em nosso Es­tado.

O SR. ADHEMAR SANTILO - Agradeçoo aparte do Deputado Genervino Fonseca econcedo a palavra, com satisfação, ao no­bre Deputado Camata.

O Sr. Gerson Camata - Nobre DeputadoAdhemar Santilo, estou acompanhando comprofundo interesse o pronunciamento de V.Ex. a O problema não atinge somente o Es­tado de Goiás, mas resulta em graves con­seqüências para todo o Brasil. É impressio­nante - e V. Ex. a disse-o muito bem ­como de repente metas incrivelmente malu­cas se transformaram em objetivos quasenacionais, como a terrível coqueluche deconstrução de estádios portentosos, quandoao lado deles problemas sociais terríveis sedesenrolam aos olhos dos próprios gover­nantes que iam supervisionar a obra do su­pérfluo, os estádios. S. Ex. as não viam osgritantes problemas sociais. No EspiritoSanto, quando se projetou a construção deum estádio, tivemos um Governador de por­te que disse: "Primeiro o pão, depois os jo­gos", opondo-se a essa coqueluche nacio­nal, que agora está mudando. Os Governa­dores novos estão correndo ao Ministériodo Planejamento em busca de recursos fe­derais para cobrir as lacunas. Acredito quedeveria haver normas para aplicação dessedinheiro suado do contribuinte nacional. Acoqueluche de aeroportos portentosos é umnovo perigo que pode avassalar o Brasil.A cidade de Vitória, no Espírito Santo. nãotem sequer uma estação rodoviária. Fala-sena construção, alí, de um aeroporto magní­fico. Dado o preço atual do transporte aé­reo, será privilégio de poucos capixabas usaraquele aeroporto, a não ser os que lá irãover aviões pousarem. E deixam-se de ladoa construção de uma estação rodoviária,que a cidade merece, e tantas outras obrasde base. V. Ex." se refere a um assuntoque não é só de Goiás, mas se tornou na­cional. O Ministério do Planejamento. ago­ra socorrendo as combalidas finanças es­taduaís, deveria impor certas normas, demodo que esses problemas mais sérios emais graves saltassem aos oihos dos go­vernantes, que deveriam aplicar melhor osuado dinheiro do contribuinte.

O SR. ADHEMAR SANTILO - Agradeçoo aparte ao nobre Deputado. A coqueluchedo Governador do meu Estado não está nosetor de administração, na construção deobras de um ou de outro tipo, porque S.Ex." ainda não anunciou sequer os planosque pretende levar avante. Contudo, houve,no início da sua administração, uma duplí­cidade de funções, com a criação de novasSecretarias. Em Goiás existe a OSEGO, quetrata da política de assistência à saúde.S. Ex." deixou a OSEGO funcionando e cri.ou a Secretaria de Saúde. Em Goiás há oDERGO e o CRISA, responsáveis pelo setorda construção e conservação de estradas.O atual Governo deixou funcionando oDERGO, Departamento }];stadual de Estra­das de Rodagem, o CRISA, Consórcio Ro­doviário Intermunicipal S. A., e criou tam­bém a Secretaria dos Transportes. Em Goiásexistem a METAGO e a CELG para trata­rem do setor de minas e de energia elétrica,e S. Ex." criou também a Secretaria dasMinas e Energia.

Além disso, outras atitudes vêm sendotomadas pelo Governador Ir'apuan CostaJúnior: ampliou o número de vagas paraapaniguados políticos e, conseqüentemente,criou com isso maiores problemas para. os

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recursos, já tão insignificantes, do Estadode Goiás" cuja dívida sobe a mais de 3 bi­lhões de cruzeiros, dos quais o Estado teráde pagar, somente nesse ano, 1 bilhão, so­correndo-se de novos empréstimos a jurosaltíssimos, deixando - podemos dizer, co­mo herança para o MDB, em 1978, quandoeste concorrer ao Governo pelas eleições di­retas - um Estado arrasado, em face deatos administrativos írresponsáveís, comoos que vêm sendo postos em prática no nos­so Estado.

O Sr. Epitáeío Cafeteira - Permita-se,maís uma vez, nobre Deputado AdhemarSantilo. Ouvimos, aqui, apartes de Depu­tados da ARENA de Goiás e de Deputadosda ARENA do Espirito Santo. Não queriaque V.' Ex.a concluísse sua oração sem re­gistrar um fato que reputo da maior im­portância. A chamada classe política temsido violentamente atacada. Na realidade,não são os Governadores nomeados, ditosda classe política, que estão a cometer osdesmandos a que V. Ex." e o nosso colega doEspírito Santo fazem referência. Respeitoa dita classe política, os nossos companhei­ros da ARENA e do MDB. Por vocação, pre­tendemos trabalhar por nossa Pátria, nãoem bruma de nomeações. não para criar car­gos para afilhados políticos. Graças a Deus,esses desmandos não são cometidos pelosnossos companheiros da classe política, daARENA.

O SR. ADHEMAR SANTILO - DeputadoEpitácio Cafeteira, quando falamos em elei­ção direta, não estamos apenas defendendoa participação dos eleitores e simpatizantesdo MDB, mas, sim, toda a classe política.porque, na verdade, na nomeação, Partidoalgum tem influência, como aconteceu, in­clusive, em Goiás, quando da escolha doPrefeito da Capital: o Governador nomeouo Prefeito de Goiània sem ouvir a classepolitica, a sua revelia, acabando por pro­vocar a renúncia do próprio Presidente daARENA, em função da falta de diálogo queo Governador impôs .a todos os goianos.

O Sr. Airon Rios - Permita-se, nobreDeputado Adhemar Santilo. Havia sido fei­ta referência, por um dos companheiros deV. Ex." de bancada, ao problema das elei­ÇÕell. S. Ex." convocou todos nós para lu­tarmos, juntos, por eleições diretas em 78.Isso me pareceu um equívoco, com certotom de amargu saudosismo. Já está defini­do de maneira constitucional que as elei­ções serão diretas. Os episódios das elei­ções indiretas passaram. O que houve naFrança de De GauJle, numa fase difícil da­qnela grande Nação ...

O SR. ADHEMAR SANTILO - Mas osefeitos continuam.

O Sr. Airon Rios - '" também foi ultra­passado. Hoje, as eleições não são feitasmais por colégios eleitorais, mas pela ma­nifestação do povo. Aqui no Brasil também,pOIS trata-se de um País que não se pode­ria eximir das crises internacionais queavassalaram o mundo e vieram também,na verdade, confundir e tumultuar a vidainstitucional brasíleíra. De maneira que éuma referência que não entendo a de "lu­tar pelas eleições diretas", quando o corpoda Constituição a consagra de maneira ir­reversível e a Oposição, não toda ela, masalgumas áreas, não tendo mais motes, cha­vões, em repetições cansativas, fica se pren­dendo a etapas e degraus já ultrapassados,já vencidos. Felizmente, não é o que pre­domina na maíorla da Oposição. São seto­res que precisam atualizar-se. Era esta aeontrtnulçâo, porque V. Ex." se referiu àseleições de 78, com seu natural otimismo,que, evidentemente, deve tomar-lhe todo osentimento e sobretudo toda a sua dispo­sição para a luta, o mesmo otimismo que

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçãn I)

evidentemente deve existir dentro do Parti­do do Governo no respeitável Estado deGoíás ,

O SR. ADHEMAR SANTILO - NobreDeputado Airon Rios, se nós afirmamosque em 78 o MDB ganhará em Goiás, nãoserá por concessão do SI'. Presidente daRepública ou da ARENA, porque, quando aARENA teve oportunidade de se manifestarcontra a eleição direta, ela, com a maioriade 2/3 nesta Casa, tirou do povo o direitode escolher o Governador (Palmas) em 74.Se em 78 vamos ter eleições diretas, serágraças a uma conquista do povo, que nosdeu mais de 1/3 no Congresso Nacional.

O Sr. Airon Rios - Permite V. Ex."? Háum equívoco, porque, inclusive, é o que estáprevisto na Co~stituição de 67. Estã ..•

O SR. ADHEMAR SANTILO - Está pre­visto, mas de ano em ano a ARENA modi­fica.

O Sr. Airon Rios - ... nas "DisposiçõesTransitórias".

O SR. ADHEMAR SANTILO - Mas emduas oportunidades a ARENA modificou.

O Sr. Airon Rios - Será que tecnica­mente não se sabe o que sejam "DisposiçõesTransitórias"? Não acredito, a não ser pormera colocação politicamente demagógica.

O SR. ADHEMAR SANTILO - O textocontinua...

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)- Comunico a V. Ex.a que seu tempo estáesgotado.

O 81'. Airon Rios - Na Constituicão estáescrito que são diretas. Quem pôs 'isso foio Governo Revolucionário, não as Minorias.

O SR. ADHEMAR SANTILO - O Governopôs e tirou. Foi o povo quc nos deu as elei­ções diretas. Está no texto da oonstttuíeãode 67, mas de 67 para cá tivemos duaseleições, a de 70 e a de 74, e nas duasoportunidades a ARENA, usando da maío­ria, emendou a Constituição. Agora ela nãoemenda, porque não tem os 2/3. Dependedo MDB, e com isto o MDB não concorda,porque não faz parte da sua luta democrá­tica e de seu programa. A eleição em 78será direta porque o povo assim o quis,dando ao MDB mais de 1/3 do CongressoNacional. Do contrário, a ARENA tentariaemendar, mais uma vez.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)- Lembro a V. Ex. a que seu tempo estáesgotado.

O Sr. Antunes de Oliveira - ConcedeV. Ex." um pequenino aparte ao colegaAntunes de Oliveira?

O SR. ADHEMAR SANTILO NobreDeputado Antunes de Oliveira, é sempreum prazer ouvir V. Ex. a Se o Presidenteconcordar, nada tenho a objetar.

O Sr. Antunes de Oliveira - Em pri­meiro lugar, Sr. Deputado, estou extasiadoe contente porque V. Ex. a está falando quehaverá - como eu estou certo - eleicõesdiretas em 1978. O·que me faz ficar maiscontente é que V. Ex." está usando umprognóstico que usei, qual seja o de quenós iremos ter, no mínimo, 2/3 da vitóriapara Governador em 78, nas eleições diretas.Nós, a Oposição, esperamos tal vitória, queé vitória do povo, que vai compreendendoo programa do MDB, compreendendo quetemos que instalar o estado de direito, comum socialismo democrático, sem totalita­rismo de direita ou de esquerda. Somos,portanto. pelas eleições em 1978, que vãoser diretas, queiram ou não queiram. Estouinteressado em saber se V. Ex." está do-

Junho de 19'75

cumentado, fazendo um ataque de frente,direto, ao Governador de Goiás.

O SR. ADHEMAR SANTILO - V. Ex.­entenda a minha mensagem como quiser.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado _MDB-PR) - Rogo ao nobre orador quedesça da tribuna, porque há um colegaque precisa usar da palavra.

O Sr. Antunes de Oliveira - Irei pensarnos argumentos de V. Ex.", esperando-osdocumentados, verdadeiros e trrespondíveís.

O SR. ADHEMAR SANTILO - Agradeçoa deferência de V. Ex. a , Sr. Presidente.

Era só o que tinha a dizer. (Palmas. Oorador é cumprimentado.)

Durante o discurso do Sr. Adhemarsantüo, o Sr. Herberi Levy, 19-Vice­Presidente, deixa a cadeira da presidên»da, que é ocupada pelo Sr. Alencar Fur­tado, 29-Yice-Presiâen te.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)- Tem a palavra o Sr. João Gilberto.(Pausa.)

O SR. JOÃO GILBERTO - (MDB-RS.Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, uma vez mais, pro­curo no poente do passado histórico a ins­piração para as primeiras palavras de umpronunciamento nesta tribuna.

E vamos encontrar há cerca de trezentosanos o surgimento impetuoso de ideais li­bertáríos que farão testemunhos de sanguemas alcançarão um dia a Independênciabrasileira. Quem trouxe para o Brasil estesideais, na época, bandeiras de luta na Ve­lha Europa?

Foi o idealismo dos estudantes. Ou a ir­responsabilidade dos estudantes, como hojealguns querem caractertzar,

Jovens brasileiros que foram estudar naFrança, na Inglaterra, em Portugal ouna Espanha, íníciaram no seu retorno apregação liberal e Iíbertáría que conduízíríaao momento dramático do patíbulo de Ti­radentes e ao acontecimento do rompimentodos vínculos coloniais com Portugal.

Na História, indo adiante, encontraríamosmuitos outros exemplos das atividades es­tudantis nesta Pátria. Um Castro Alves,dizendo poesia revolucionária num eornícínsubversivo de estudantes que pretendiam,o pior perante a legalidade vigente daépoca, isto é, abolir a cruel escravidão.

A inquietação dos cadetes no períodoque precedeu a República e diante da pre­gação de Benjamin Constant.

Desnecessários testemunhos mais recen­tes, em que muitos de geração anterior àminha, inclusive alguns que se encontramnesta Casa, apanharam da repressão narua, só porque os estudantes alinhavam-sena patriótica e heróica luta pela implan­tação do monopólio estatal do petróleo.

É indiscutivel que os estudantes sempreforam fatores de transformação na His­tória brasileira e que realmente algumasetapas foram superadas com a participaçãojovem, ativa e até impaciente deles.

Duvidar, todavia, do valor de sua par­ticipação ou d-os méritos históricos dela, éinsurgir-se contra a Inconfidência Mineira,contra a Independência, contra o Treze deMaio, contra a República, contra muitasconquistas do povo brasílíco.

Hoje estou nesta tribuna para falar sobrea representacâo dos estudantes e o movi­mento estudantil em nosso País.

Faço-o com orgulho e convicção. Não fui,infelizmente, companheiro de governadores

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Junho de 1975 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira 11 3931

e deputados, assessores governamentais esecretários estaduais, que ao seu tempo mi­litaram ativamente na União Nacional dosEstudantes. Os acontecimentos de 1964colheram-me ainda estudante de grau mé­dio, o segundo grau de hoje, presidindoinclusive entidade municipal desses estu­dantes.

Tranqüila e serenamente, hoje, analisandoa minha vida, posso testemunhar de quetodas as jornadas de serviço à coletividadee, agora, de engajamento político-partidá­rio que tenho realizado, estão alícerçadasna experiência e no idealismo que adquiricomo líder estudantil àquela época.

Tenho repetido inclusive que o sucessona direção de organizações e na políticadeve-se integralmente à formação que tivena vida estudantil, plena de grandes ideais.

É, pois, um homem que testemunha porsua própria jornada existencial a realidadedo movimento estudantil, que vem analisá­lo à luz pálida e lânguida da legalidadeatual,

Dei minha assinatura de apoiamento àextraordinária iniciativa do DeputadoOdacir Klein de apresentar projeto de leirevogando o 477.

Desejo, todavia, dizer que este pronun­ciamento não vem pedir apenas essa revo­gação. Desejamos a revítalízação do Movi­.mento Estudantil, organizado e legalizado,com órgãos de representação funcionando.normalmente.

Alguma voz pode se erguer falando no'repetido argumento de que houve, um dia,nesta Pátria, alguma balbúrdia.

Contradito desde logo, para não entrarem debates estéreis, que alguns dos me­'Ihores dos chamados "governadores polí­ticos" destes quatro anos estiveram na UNE.E que muitos dos parlamentares desta Casavieram do movimento estudantil.

Portanto, não há melhor escola de for­mação política e de lideranças do que omovimento estudantil. Bitolá-lo violenta­mente é extirpar as chances do Pais ter nofuturo uma elite polítíca bem formada.

E, ademais, em tantas jornadas histó­ricas dos estudantes, não há que se tomaralguma distorção que porventura tenha

lilcontecido, ou algum argumento surgido do"temor das transformações sociais e culturais'que a juventude está sempre a incentivar,para simplesmente invalidar todo o movi­

.mento estudantil.

É de um homem ligado aos aconteci­mentos de 1964, se bem que depois tambémele marginalizado, a arírmatíva de que se'fecharam a UNE porque discordavam deseus dirigentes na época, tinham de terrechado o Brasil porque também não con­

-ecrdavam com os seus dirigentes, tanto queos depuseram. Por extensão, podemos in­terrogar: Por que dissol.ver-se o movimentoestudantil apenas por discordância com umde seus momentos ou com alguns dos seuslideres?

O Sr. Airon Rios - Devo dizer a V. Ex.a ,talvez até desnecessariamente, que o pro­blema da participação do estudante na vi­da pública brasileira tem sido motivo depermanente preocupação dos dirigentes da

,ARENA e, de igual maneira, com a mesmavigilância e interesse, da maioria governis­ta nesta Casa. Entretanto, para situar me­lhor a colocação que estamos fazendo, devo

'dizer-lhe que hoje à tarde, provavelmente,deve estar sendo entregue à Comissão Di­retora do Senado uma proposição que vemao encontrn'rdo que pretende V. Ex.a e to­dos nós, em busca dos canais naturais para

o desaguadouro das grandes aspirações dasclasses estudantis. Devemos confessar, Sr.Deputado, que os 'dois partidos têm cometi­do erros em relação aos estudantes. Fala­mos muito na participação dos estudantesna vida pública, porém não lhes damosoportunidade para disputar eleições. Ascúpulas partidária.'> negam-se a concederessa oportunidade, com receio alguns detransferir-lhes a própria liderança. Esseerro têm cometido o MDB e a ARENA. Di­go roca culpa, roca culpa, roea culpa. Mas,a partir de agora, haverá certa disciplina­cão, de modo que se crie o sitio apropria­do, dentro das estruturas partidárias, àcontribuição indispensável que os moçosprecisam continuar dando ao País, sobre­tudo em relação às suas instituições. Équanto a esta parte do seu discurso, em queV. Ex.a se dirige aos moços, concitando-os ase integrarem na vida pública brasileira,que tem V. Ex.a a minha solidariedade.

O SR. JOAO GILBERTO - Gostaria dedizer a V. Ex.a , nobre Vice-Lider da ARE­NA, que o meu discurso analisa, maisadiante, se o tempo permitir, exatamenteesse aspecto do problema. Assomei à tribu­na para falar sobre o movimento estudan­til e não a respeito da participação do es­tudante João, Pedro ou Paulo no partidopolítico. É um direito que a Constituiçãoreconhece. Aos 18 anos o estudante setransforma em eleitor e tem direito de in­gressar no partido político. O que estão di­zendo por aí é o óbvio. Mas o que nos in­teressa é o debate estudantil dentro dauniversidade, é a universidade servindo delaboratório para a vida política do Pais, éo estudante organizado em seus movimen­tos, é ver os diretórios estudantis funcio­nando, e não só nas universidades mastambém a nível estadual e nacional.

O Sr. Aurélio Campos - Permite V. Ex.a.um aparte?

O SR. JOAO GILBERTO - Se V. Ex.a forbreve, porque, se todos os apartes foremprolongados, como o do nobre Líder daARENA, não conseguirei concluir o meudiscurso.

O Sr. Aurélio Campos - Como compa­nheiro de V. Ex. a tenho o maior interesseem que ocupe a tribuna pelo maior tem­po possível. Sendo assim, serei breve, aten­dendo ao que determina estritamente onosso Regimento. Queria lembrar ao nobreDeputado João Gilberto que quem aparteiaé um ex-estudante da Faculdade de Direitodo Largo de São Francisco, de gloriosastradições na luta pela constitucionalizaçãodo País. Ao ouvir agora V. Ex.a , lembro-meforçosamente dos meus tempos de estudan­te, quando à frente dos companheiros saíapara enfrentar a polícia e a cavalaria doentão ditador Getúlio Vargas. Lembro-medesses movimentos libertários partidos daFaculdade do Largo de São Francisco, legi­timando assim o pronunciamento de V.Ex.a de que o estudante tem a formaçãoespiritual, moral e cultural indispensávelpara intervir no processo político destePaís.

O SR. JOAO GILBERTO - Obrigado aV. Ex.a

Agora muito se tem dito sobre problemascom a baixa qualidade do ensino superior.Autoridades têm deixado claro que estãopreocupadas.

De que teria resultado essa queda dequalidade?

Entre outros fatores, da impossibilidadedos estudantes de levantarem sua voz so­bre até os problemas internos de seus cur­sos,

Quantas vezes aconteceu de estudantesserem ameaçados com o 477 porque protes­taram pela ausência prolongada de profes­sores; pela desordem de seu curriculo esco­lar; pela falta de recursos técnicos na suaescola para desenvolverem a prática de seuestudo; e assim por diante?

O próprio Governo não pode ouvir os es­tudantes, porque estes estão calados, cons­trangidos pela legislação vigente e, em al­guns casos, pelo despotismo de autoridadesescolares que utilizam os argumentos da"subversão" ou da "desordem" apenas paraesconder a própria incapacidade ou o mauzelo pelas suas responsabilidades.

E a opinião pública e os próprios dirigen­tes da Nação ficam alheios a isto, por causados riscos' enormes que existem para umjovem estudante em denunciar qualquerfalha do sistema educacional ou qualquerabuso que venha ocorrendo na sua escola.

Não digo que não existam exceções. Mui­tos estudantes, desafiando toda a sorte deriscos, realmente têm assumido a consciên­cia critica de seu ensino e de seu tempo.E para alguns, quão caro tem custado.

Mas, façamos um retrospecto históricoda legislação sobre a representação estu­dantil, para estabelecer comparações.

Um dos dipJ.omas mais antigos é o Decre­to 19.851, de 11 de abril de 1931, que abor­da o ensino universitário. Sobre o corpodiscente diz que o estudante tem o direitode constituir assocíacão de classe para adefesa dos interesses gerais e para tornaragradável e educativa a vida da coletivida­de.

Como soa bem a gente ouvir "tem o di­reito de constituir associação de classe pa­ra a defesa dos interesses gerais".

Em 19 de julho de 1955, já sob novas leisreferentes ao ensino no Pais, o Decreto37.613 regulamentou a constituição dos ór­gãos de representação estudantil e ditoua obrigatoriedade de sua existência.

Em 9 de novembro de 1964, a Lei 4,464terminava com toda a organização do mo­vimento estudantil existente à época, mascriava uma outra, substituindo especial­mente os nomes, por causa do sentido quepoderiam ter no coração de gerações ex­pressões como "União Nacional dos Estu­dantes", "União Estadual dos Estudantes"etc.

Por esta Lei existiriam Diretórios Aca­dêmicos, Diretórios Centrais, Diretórios Es­taduais e um Diretório Nacional de Estu­dantes.

E sobre o DNE a lei falava que serviriacomo órgão de "aproximação entre os es­tudantes e o MEC".

A Lei ainda contemplava a existência defundações e entidades civis de estudantese os grêmios nas escolas de nível médio.

No Decreto 56.241, de 4 de maio de 1965,que regulamentou a Lei citada, está ditoque o Governo intervirá nas Universidadesque não cumprirem o diploma legal. Temosduas alternativas a contemplar: o Governointerviria nas Universidades que descum­prissem a Lei porque mantinham entidadesno modelo anterior; ou o Governo intervi­ria nas Universidades que não cumprissema obrigatoriedade até então existente e rea­firmada de serem constituidos os órgãos derepresentação estudantil.

Em 28 de fevereiro de 1967 veio o muitoconhecido Decreto-Lei 228. Reformuladaestava a representação estudantil.

E aqui, a grande quebra do movimentoestudantil: eliminados os diretórios esta-

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1134 Quarta-feira 11 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Junho de 19?5

duais e o diretório nacional. Proibidas en­tidades civis de estudantes fora das esco­las. Estabelecido o voto indireto, seguindoo que existia na ordem constitucional, pa­ra os diretórios centrais das Universidades,

Estava -- e atentem à data, fevereiro de1967 - sendo sepultado o movimento estu­dantil legal no Brasil. A História veio con­tar nif'ano de 1968 as conseqüências dramá­ticas de tal medida, que afastava da legali­dade a juventude ansiosa por organizar-see participar.

Este Decreto 228 criou a curiosa figurade uma Conferência Nacional do EstudanteUniversitário, que ainda existe no corpo dalei, embora sua realização anual obrigató­ria não venha sendo cumprida.

Em 28 de novembro de 1968 a Lei 5.540destruia o pouco que sobrava de um mo­vimento estudantil organizado e lega); estaLei, que se refere às normas de funciona­mento do ensino superior, no capítulo UIaborda o corpo discente e suspende a obri­gatoriedade de existir Diretório Acadêmiconas Faculdades.

Os diretores, coordenadores e reitorescompetentes continuaram respeitando arepresentação estudantil. Porém, aquelesque tinham muitas razões de incompetên­cia ou de fragilidade administrativa, ousimplesmente de má-vontade, para deseja­rem a inexistência da organização estudan­til, puderam impiedosamente opor obstá­culos.

O Parecer 62, do Conselho Federal deEducação, ao analisar a coexistência dosprincípios legais do 228 e da 5.540, enfati­za a ausência da obrigatoriedade de seremconstituídos os diretórios estudantis.

De lá para cá, toda a sorte de desmandos,de arbitrariedades, de restrições, foram co­metidas pelo interior do Brasil. Erravam,uma vez mais, certos maus intérpretes dosfatos sociais eda própria História: acredi­tavam que quanto maior rigidez houvesse,menores seriam as chances da juventudeter uma posição diante da realidade.

Erravam, disse. E reafirmo com base nosfatos. Esta rigidez favoreceu durante al­guns anos a formação de organizações sub­terrâneas que exerceram muita atração aosestudantes mais capacitados ou mais voca­clonados à liderança,

Erravam, ainda, porque a adesão emmassa da juventude universitária à Oposi­ção, no momento em que esta conseguiuser, ainda que tênue. uma alternativa le­gal, comprova a total insatisfação da gran­de massa estudantil.

Erravam, porque o surgimento de novosfatos está a indicar que nossa mocidadevem pressionando para readíquírtr os di­reitos de organização e representação e quecontinuar opondo tão duras barreiras seráhistoricamente um ato irresponsável e con­duzindo a acontecimento lamentáveis.

Em 26 de fevereiro de 1969 surgia o fa­migerado 477. O Decreto-Lei já foi ampla­mente analisado desta tribuna. Sua ínju­ridicidade e má técnica legislativa são evi­dentes. Não comína os crimes cometidospelo estudante, funcionário ou professor,nessa condição. Comína em geral os crimesque venham a ser cometidos por essas cate­gorias, dentro ou fora da escola.

Basta atentar para os itens III e IV doseu artigo primeiro, que caracteriza infra­ções:

"In - Pratique atos destinados à or­ganização de movimentos subversivos,passeatas, desfiles ou comicios não-au­torizados, ou dele partícipe:

IV - Conduza ou realize, confeccioneou imprima, tenha em depósito ou dis­tribua material subversivo de qualquernatureza."

Vejam, Srs. Deputados, a generalidadedas normas. Não há definição, por exemplo,para o que sejam "movimentos subversivos"ou o que seja "material subversivo".

Será que distribuir material da TFP estáenquadrado no 477?

Ou será que participar de reunião do se­tor jovem do MDB pode ser interpretado porum diretor como ato passível também dosrigores do Decreto-Lei?

A interpretação é muito ampla. Mas, opior, reafirmo, é que nestes itens UI e IVnão há a restrição para atos praticadosdentro da escola ou na condição de pro­fessor, estudante e funcionário. O ato forado âmbito escolar é também atingido.

E é ai que chegamos a um ponto dos de­bates atuais sobre o Decreto-Lei 477.

Andam atribuindo a autoridades destaRepública a declaração de que o Decreto­Lei 477 tem que existir para que o estudan­te, o professor ou o funcionário não sejamatingidos pelos rigores da Lei de SegurançaNacional. Isto é, o 477 seria um substituti­vo mais brando da Lei de Segurança noâmbito das escolas.

Que engano.Todo estudante que seja atingido por um

processo dentro da Lei de Segurança Na­cional é, de forma complementar, passíveldo inquérito dentro do, 477. Mesmo que se­jam atividades fora da escola as que ca­racterizem sua denúncia.

Tive oportunidade de acompanhar, comoadvogado, situação destas.

E nem precisava citar o exemplo pessoal;basta leI- textualmente o artigo primeiro,parágrafo único da portaria do MEC de 28de março de 1969, que regulamentou o 477.Ouçam com atenção, por obséquio:

"A remessa de autos de prisão' em fla­grante ou a comunicação do recebi­mento da denúncia criminal, feita porautoridade competente, determinaráobrigatoriamente a instauração deprocesso sumário, contra o paciente,pelo dirigente do estabelecimento deensino."

Ouviram, Srs. Deputados?

O diretor pode desconhecer qualquer ati­vidade ilegal do seu melhor aluno na esco­la, Mas, se ele for denunciado na JustiçaMilitar por infração à lei de Segurança Na­cional, por suposta atividade fora da es­cola, o diretor é obrigado a abrir o inqué­rito do 477 em cima deste estudante.

E, o que é pior: o sumaríssimo processopelo 477 termina antes do julgamento naAuditoria Militar. O estudante pode ser pu­nido pelo 477 por um suposto crime que,depois, a Justiça Militar declare inexistente.

Como podem acontecer enganos tão pro­fundos?

O 477 é um aditivo à Lei de SegurançaNacional. Um aditivo violento. E não umbrando substitutivo para que ela não sejaaplicada aos estudantes.

F.: preciso que sejam lidos os diplomaslegais e as portarias, antes de serem dadasao conhecimento público certas declaraçõesexplicativas.

Fica bem claro: Decreto-lei n.v 477 nãosubstítuí a Lei de Segurança Nacional. Pelocontrário, é mais um peso.

Um homem comum, que tenha praticadoato punido pela Lei de Segurariea Nacional,recebe uma pena da Auditoria Militar.

Um estudante que tenha cometido o mes­mo ato é punido duas vezes: a pena da Au­ditoria Militar e a pena do 477.

Ser estudante, neste caso, é agravanteperante a atual legislação nacional.

E vamos além, nesta análise:A citada portaria do MEC que regulamen­

tou o 477 estabelece que em caso de havera absolvição na primeira instância haverárecurso ex-officio obrigatório ao Ministrode Educação.

Em caso de absolvição, recurso obriga­tcrío ,

E não fala em caso de condenaçao , Istop um absurdo.

Mais tarde, outra portaria, esta com on.o 3.524, de 3 de outubro de 1970, sanouparcialmente a terrível heresia jurídica.abrindo uma porta acanhada para a possi­bilidade de recurso voluntário no caso decondenação.

Temos dois pesos, duas medidas:- Se o diretor, com base no inquérito,

despronuncia ou absolve o aluno, ele é obri­gado a recorrer ex C!.fficio para o MEC.

- Se o diretor condena, o recurso é vo­luntário. E mais, se o implicado recorrer.não tem efeito suspensivo da pena, segun­do o artigo 4.0 da mesma portaria.

Uma seqüência enorme de distorções exis­tem no seio da política oficial para com osestudantes ..

O Sr. Airon Rios - permite-me V. Ex.a

um aparte?O SR. JOAO GILBERTO - 3r. Presidente,

peço a V. Ex.Q para conceder o aparte aonobre líder Airon Rios.

O SR. PRESIDENTE ICélio Borja) - V.Ex.Q pode concedê-lo, mas impreterivelmen­te o tempo de V. Ex.Q terminará às 15:30horas.

O Sr. Airon Rios - Em trinta segundosme manifestarei, é apenas um decalhe. V.EX.Q fez uma referência ao recurso ex officioque não é inovação no processo. Na pró­pria legislação penal, quando alguém pra­tica o crime por estrito cumprimento dq

-dever, em legítima defesa ou em obediênciira determinação legal, em qualquer dessashipóteses a absolvição liminar em juízo de­termina um recurso ex officio. O tempo écurto e não quero tomar o resto do tempode V. Ex a que foi absolutamente atenciosopara comigo.

O SR. JOp..O GILBERTO - Só que na le­gislação penal o recurso suspende a penae no 477, no caso de condenação, o recursovoluntárío do implicado não suspende aapücacãc da pena.

Os estudantes, COJllO outras categorias, sãotratados como se fossem inimigos da nacio­nalidade.

Só para constar mais um exemplo doscuidados impostos ~ qualquer tipo de ati­vidade estudantil, convém citar a Portartan.v 25, de 17 de janeiro de 1968. Esta Por­taria disciplina a realização de reuniõescom fins administrativos, educacionais eculturais. No seu texto consta que paraqualquer realização dessa ordem na áreado MEC é necessária uma- autorizacão di­reta do Ministro com antecedência de no­venta dias.

Para qualquer curso, simpósio. conferên­cia, em todo o Brasil, numa Urrlversida.teou Escola Superior, é necessária esta auto­rização.

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Jlunho de 1975

Como todos conhecem a burocracia na­cional, podem imaginar os danos e as res­trições que advêm desta exigência.

Vários cursos, simpósios e outras promo­cões não têm sido realizados por impossi­bilidade de cumprir a tempo as exigênciasda Portaria.

8erá que um reitor de Universidade nãoestá capacitado para discernir sobre a con­veniência ou não da realização de um Cur­so dos estudantes na sua Universidade?

81'. Presidente, 81's. Deputados, desejo umavez mais enfatizar a necessidade urgentede que o movimento estudantil tenha suaIívre organização regulamentada por legis­lação adequada.

O Sr. Jorge Uequed - Só para lembrarque o Presidente da ARENA disse que quemacusa o Decreto-lei n.> 477 nunca o leu. Nãoo .eonhece quem o defende.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Otempo do orador está esgotado, peço queconclua.

O SR. JOÃO GILBERTO - Vou concluir,Sr. Presidente.

É necessário qU3 funcionem com salutarautonomia órgãos eficientes de representa­ção estudantil nas Faculdades, Universida­des e Escolas. E que seja permít.do aos es­tudantes organizarem-se em entidades deámbito nacional e estadual, realizarem osseus congressos, desenvolverem as suas ati­vidades.

Dizer-se que os estudantes podem fazerpolítica dentro dos partidos existentes, éaté pitoresco. Porque essa possibilidade naoadvém da sua condição de estudante, masdo direito universal de eleitor que se obtémaos dezoito anos .

Todavia, é necessário que o debate darealidade brasileira faça-se dentro das Uni­versídades, com a liberdade que permita aformulação de idéias e de posições.

A Escola e a Universidade são laborató­rios. E, no entanto, esses laboratórios estãoimpedidos de funcionar como pesquisa nocampo politico.

E a palavra política é tão global que "nãofazer política dentro da Universidade" vaisignificando para muita gente que 015 es­tudantes não podem debater a economia na­cional, a estrutura social e aSSIm por diante.

Essa interpretação é aplicada muitas ve­zes pelas autoridades responsáveis ao nívelescolar e vai constrangendo, manietando ealienando a nossa juventude.

Não se deve olhar para o estudante ape­nas como a potencialidade do futuro. Re­presentando uma parcela enorme da popu­lação e tendo uma situação culturalmenteprivilegiada, os jovens devem assumir umpapel imediato no quadro nacional.

Assumir na sua eondicão de estudante.Não apenas como eleitor:

A Universidade tem que ter cultura polí­tica, vida política, participação política. Eaqui vem um ponto importante; não deveé claro, confundir esta participação uni­versitária, com aquela dos partidos, por­que aí sim teríamos uma distorção.

Se a Universidade não debate ideologias,alternativas, modelos, quem haverá de fa­zê-lo?

Como propiciar ao estudante em formaçãoa escolha?

:11: que outra instituição daria a contribui­ção no campo do aprofundamento das te­ses e da busca de alternativas?

Negar à Escola e à Universidade a parti­cipação no momento político, social, cultu-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Tal e econômico é desvinculá-las da reali­dade e lançá-las num alheíamento pernici?­so à vida nacional, que delas precisa naosomente como órgão formadores de técní­eos mas, como constantes ílumtnadoras dareaÍidade global ia soeiedade brasileira.

A posição deste parlamentar fica clara:pelo desenvolvimento amplo das funç~es <!-aUniversidade e da Escola e pela orgamzaçaode um revitalizado movimento estudantilcom ordenamento legal que o garanta e dis- ,crplíne numa visão de participação no mo­mento histórico.

A juventude engendra tempos novos; atransformação acontece em todo o mundo,sob diferentes regimes ou ordens legais.O Brasil não será exceção.

Desejamos a participação do jovem paci­fica e legal, idealista e atualizada. Quemtenta marginalizá-lo é responsável pelasdistorções, pela revolta, pelo desencanto.

Muito se fala em tempos revoltos. Masse esquecem de se interrogar sobre a calmaque advém da passividade ou do medo, sen­do que estes às vezes escondem ódios edecepções. Nós queremos a paz social em­basada na participação de todos, na jus­tíca social, e na eqüidade. Os estudantestêm contribuicões enormes ao momento, quenão podem ser desconhecidas ou margina­lizadas.

Durante o discurso do Sr. João Gil­berto, o Sr. Alencar Furtado, 2Q-Vice­Presidente, deixa a cadeira da presi­dência, que é ocupada pelo Sr. Henri­que Eduardo Alves, 2o-Secretárío.

Durante o discurso do Sr. João Gil­berto, o Sr. Henrique Eduardo AZves 20 ­

Secretário, deixa a cadeira da presidên­cia, que é ocupada pelo Sr. Célio B01'­[a, Presidente,

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Es­tá findo o tempo destinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs.:

AmazonasAntunes de Oliveira - MDB.

Pará

Edison Bonna - ARENA; Gabriel Her­mes - ARENA; Jader Barbalho - MDB.

Maranhão

Eurico Ribeiro - ARENA; João Castelo- ARENA; Magno Bacelar - ARENA; Te­místocles Teixeira - ARENA; Vieira daSilva - ARENA.

PiauíDyrno Pires - ARENA.

Ceará

Januário Feitosa - ARENA; Manoel Ro-drigues ARENA; Mauro SampaioARENA.

Rio Grande d? Norte

Francisco Rocha - MDB; Ney LopesARENA; Vingt Rosado - ARENA; Wan­derley Mariz - ARENA.

ParaíbaAdemar Pereira - ARENA; Alvaro Gau­

dêncio - ARENA; Antônio Gomes - ARE­NA; Antônio Mariz - ARENA; MauricioLeite - ARENA; Petr6nio FigueiredoMDB; Teotônio Neto - ARENA.

PernambucoFernando Coelho - MDB; Gonzaga Vas­

concelos - ARENA: Inocêncio Oliveira ­ARENA; Jarbas Vasconcelos - MDB; Joa­quim Guerra - ARENA; Josias Leite ­ARENA; Lins e Silva - ARENA; Marco Ma­ciel - ARENA; Sérgio Murillo - MDB.

Quarta-feira 11 3935

Alagoas

Geraldo Bulhões - ARENA; José Alves- ARENA; José Costa - MDB; TheobaldoBarbosa - ARENA; Vinicius Cansanção ­MDB.

Sergipe

José Carlos Teixeira - MDB; RaimundoDiniz - ARENA.

Bahia

Fernando Magalhães - ARENA; HorácioMatos - ARENA; João Durval - ARENA;Jutahy Magalhães - ARENA; Leur Loman­to - ARENA; Lomanto Júnior - ARENA;Menandro Minahim - ARENA; Ney Fer­reira _ MDB; Rômulo Galvão - ARENA;Ruy Bacelar - ARENA; Theódulo Albu­querque - ARENA; Viana Neto - AR:!'lNA;Vieira Lima - ARENA; WIlson Falcao ­ARENA.

Espírito Santo

Parente Frota - ARENA.

Rio de .Janeiro

Alair Ferreira - ARENA; Alcir Pimenta- MDB· Alvaro Valle - ARENA; ÁrioTheodorC: - MDB; Brigido Tinoco - MDB;Daniel Silva - MDB; Eduardo Galil ­ARENA' Erasmo Martins Pedro - MDB;Flexa Ribeiro - ARENA; Francisco studart- MDB; Jorge Moura - MDB; José Boni­fácio Neto - MDB; José Maurício - MDB;José Sally - ARENA; Mac Dowell Leite deCastro - MDB· Marcelo Medeiros - MDB;Milton Steinbr~ch - MDB; Miro Teixeira- MDB' Moreira Franco - MDB; OsmarLeitão ~ ARENA; Rubem Medina - MDB.

Minas Gerais

Aécio Cunha - ARENA; Altair Chagas- ARENA' Bento Gonçalves - ARENA;Cotta Barb~sa - MDB; Francelino Pereira- ARENA; Francisco Bilac Pinto - AR:E­NA' Geraldo Freire - ARENA; IbrahlmAbi~Ackel - ARENA; Jairo Magal~ães ­ARENA· Jorge Ferraz - MDB; Luiz Fer­nando -'--- ARENA; Marcos Tito - MDB;Melo Freire - ARENA; Navarro VieiraARENA" Nelson Thibau - MDB; Raul Ber­nardo --'- ARENA; Renato Azeredo - MDB;Silvio Abreu Júnior - MDB; Sinval Boa­ventura ARENA: Tarcísio Delgado ­MDB.

São Paulo

A,H. Cunha Bueno - ARENA; AdalbertoCamargo - MDB; Airton Sandoval- MDB;Airton Soares - MDB; Amaral Furlan ­ARENA' BJotta Júnior - ARENA; CantidioSampaib - ARENA; Cardoso de Almeida-- ARENA: Díogo Nomura - ARENA;Edgar Martins .: MDB; Ferraz Egreja ­ARENA' Francisco Amaral - MDB; Fre­derico Brandão - MDB; Gioia JuniorARENA; Guaçu Piteri - MDB; Israel Dias­Novaes - MDB; Ivahir Garcia - ARENA;Joaquim Bevilácqua - MD'B; Jorge Paulo- MDB; José Camargo - MDB; PachecoChaves - MDB; Pedro Carolo - ARENA;Ruy Côdo - MDB; Salvador Julianelli ­ARENA" Santilli Sobrinho - MDB; Theo­doro M~ndes - MDB; Ulysses Guimarães- MDB; Yasunori Kunigo - MDB.

Goiás

Ary Valadão - ARENA; Genervino Fon­seca - MDB; Jarmund Nasser - ARENA;José de Assis - ARENA; Juarez Bernardes- MDB; Rezende Monteiro - ARENA.

Mato Grosso

Vicente Vuolo - ARENA.Paraná

Agostinho Rodrigues - ARENA; AlipioCarvalho - ARENA; Antônio Annibelli .MDB: Antonio Belinati - MDB; AntóníoUeno' -- ARENA; Braga Ramos - ARENA;Cleverson Teixeira - ARENA; Fernando

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3936 Quarta-feb'a 11

Gama -- MDB; Flávio Giovini - ARENA;Igo Losso - ARENA; ítalo Conti - ARE­NA; Joào Vargas - ARENA; Norton Macê­do - i\.RENA; Osvaldo Buskei - MDB;Paulo Marques - ~B; Pedro Lauro ­MDB; santos Filho - ARENA.

Santa CatarinaAroldo Carvalho - ARENA; Adhemar

Ghisi -o ARENA; João Linhares - ARENA;Nereu Guidi - ARENA; Wilmar Dallanhol- ARENA.

Rio Grande do Sul

Alexandre Machado - ARENA; AluizioParaguassu - MDB; Arlindo Kunzler ­AR.rl:NA; Augusto Trein - ARENA; CarlosSantos - MDB; Cid Furtado - ARENA;Eloy Lenzi - MDB; Fernando Gonçalves- ARENA; Harry Sauer - MDB; ;TairoBrum -- MDB; Jorge Uequed - MDB; JoséMandelli - MDB; Magnus Guimarães ­MDB; Nadyr Rossetti - MDB; NorbertoSchmidt - ARENA; Odacir Klein ~ MDB;Rosa Flores - MDB.

VI - ORDEM DO DIA

O SR.. PRESIDENTE <Célio Borja) - Alista de presença acusa o comparecimentode 313 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham pro­posições a apresentar poderão fazê-lo.

O 8R. CÉLIO MARQUES FERNANDES

- Requerimento de consignação nosAnais da Casa de voto de congratula­ções com a Assoclacãc Sulina de Cré­dito e Assistência Rural (ASCAR), doRio Grande do Sul, pela passagem do20.° aniversário de sua fundação.

-- Requerimento de consignação nosAnais da Casa de voto de congratula­ções com o Municipio de Viamão, RioGrande do Sul, pela passagem do 95.°aní versário de sua emancipação políti­ca.

-- Requerimento de consignação nosAnais da Casa de voto de congratula­ções com a Arma de Artilharia, do Exér­cítc Brasileiro, pela passagem, no diade hoj e, do aniversário do General Mal­let, patrono daquela arma.

O SR. FREITAS NOBRE - Projetode lei que proíbe a fabricação de brin­quedos reproduzindo armas de guerra,bem como quaisquer formas de exalta­çáo à violência.

-- Proj eto de lei que altera a redaçãodo art. 9.° da Lei n,v 3.307, de 26 deagosto de 1960.

-- Projeto de lei que regulamenta aatividade profisional do artista.

O SR. FRANCISCO AMARAL - Re­querimento de informações ao PoderExecutivo no sentido de que sejam pres­tados, através do Conselho Nacional deSeguros Privados, esclarecimentos so­bre questões atinentes ao Seguro Obri­gatório.

() SR. PACHECO CHAVES ~ Projetode lei que acrescenta o § 3.° ao art. 6.°da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973,que alterou a legislação da previdênciasocial.

() SR. ;TOSÉ CAMARGO - Projeto delei que obriga os revendedores de deri­vados de petróleo a declararem ao pú­blico a fonte refinadora dos produtos,na forma que especifica.

O SR. HENRIQUE ALVES - projetode lei que cria o Instituto Brasilelro doAlgodão,

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

o SR. GUAÇU PITERI - Projeto delei que institui o "Dia Nacional do Apo­sentado" a ser comemorado, anualmen­te, a 24 de janeiro.

O SR. FRANCISCO ROCHA - Proje­to de lei complementar que isenta deimpostos as empresas de transporte ur­bano de passageiros.

O SR. JADER BARBALHO - Propos­ta de Emenda Constitucional que alteraa redação do art. 55 da Constituição,dispondo sobre a expedição de decretos­leis pelo Presidente da República.

O SR. PEDRO LAURO ~ Projeto delei que dispõe sobre a proibição de uti­lizar música estrangeira como fundomusical de publicidade.

O SR. PEIXOTO FILHO - Projetode lei que revoga o inciso VIII do art.1.° da Lei n.? 5.449, de 4 de junho de1963, excluindo da relação dos munící­pIos declarados áreas de interesse dasegurança nacional o Município de Du­que de Caxias, no Estado do Rio de Ja­neiro.

- Projeto de lei que revoga o Decre­to-lei. n.O 1.273, de 29 de maio de 1973,excluindo da relação dos municípiosdeclarados áreas de interesse da segu­rança nacional o Municipio de Volta Re­donda, no Estado do Rio de Janeiro.

- Projeto de lei que revoga o Decre­to-lei n.O 672, de 3 de julho de 1969,excluindo da relação .dos municípiosdeclarados áreas de interesse da segu­rança nacional o Município de Angrados Reis, no Estado do Rio de Janeiro.

O SR. MAGNUS GUIMARAES - Pro­jeto de lei que exclui o Município de SãoNicolau, no Estado do Rio Grande doSul, da Lei n.? 5.449, de 4 de junho de1963, que declara de interesse da se­gurança nacional os municípios que es­pecifica.

- Projeto de lei que exclui o Muni­cípio de São Borj a, Rio Grande do Sul,da Lei n.O 5.449, de 4 de junho de 19&8,que declara de interesse da segurançanacional os municípios que especifica.

O SR. ADHEMAR 8ANTILO - Pro­jeto de lei que garante o direito às in­dústrias consumidoras de gás liquefeitode petróleo a se abastecerem diretamen­te na PETROBRAS.

O SR. OTAVIO CECCATO - Projetode lei que dá nova redaeão à letra ddo parágrafo único do art. 16 da CLT.

O SR. ISRAEL DIAS-NOVAES - Pro­jeto de lei que estabelece limite paraa remuneracão dos diretores de enti­dades paraestatais vinculadas à União.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) _Achando-se presente o Sr. Aroldo de Car­valho, representante da Aliança Renova.,dora Nacional pelo Estado de Santa Cata­rina, convido S. Ex." a prestar o compro­misso regimental, com o plenário e as ga­lerias de pé.

Comparece S. Ex." junto à Mesa, pres­ta o compromisso regimental, tomandoem seguida assento DO recinto.

O SR. PRESIDENTE (Célio Bora) - Vai­se passar à matéria constante da Ordemdo Dia.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Hásobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte:

REQUERIMENTOSenhor Presidente.

Transcorrendo no dia 25 de julho (quan­do a Câmara está em recesso) o Dia do

lunho de 1975

Colono, o Deputado que este subscreve re­quer, após ouvido o plenário, seja desig­nada a hora regimental do dia 26 do cor­rente para homenagear esta classe.

Sala das Sessões, 3 de junho de 1975. ­Antônio Bresolin.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OS81'S. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Nostermos do artigo 86, § 3.°, do Regimento In­terno, convoco a Câmara dos Deputados pa­ra uma Sesão Extraordinária Matutina,amanhã, às 10 horas, destinada a trabalhodas Comissões.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -Discussão única do Projeto n,v 1.713­

A, de 1973, que revoga a L-ei n.> 4.611,de 2 de abril de 1965, que modifica asnormas processuais dos crimes previs­tos nos artigos 121, § 3.°, e 129, § 6.0, doCódigo Penal; tendo parecer, da Co­missão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e, nomérito, pela aprovação. (Da ComissãoEspecial de Segurança de Veículos Au­tomotores e de Tráfego.) Relator; Sr.José Bonifácío Neto.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tema palavra o Sr. Aíron Rios, para discutir oprojeto.

O SR. AIRON RIOS - (ARENA - PE.Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, S1's.Deputados, como resultado do Simpósio rea­lizado pela Comissão Especial de Seguran­ça de Veiculos Automotores e de Tráfego,foi apresentado projeto de lei que tomouo n.s 1.718-A, de 1973, de autoria do Depu­tado Vasco Neto, que teve como Relator na­quele órgão nosso antigo companheiro Má­rio stamm. O projeto foi depois à Comissãode COnstituição e Justiça. Cabe-lhe, na hi­pótese sub jndice, não somente emitir pa­recer, analisando os aspectos formais daproposícào, mas também opinar sobre seumérito.

Com a propositura se pretende revogara Lei n.v 4.611, de 2 de abril de 1965, que,a partir da sua vigência, modifícou os dis­positivos contidos no Código de ProcessoPenal, relativos ao procedimento processualpertinente às infrações previstas nos arts.121, § 3.°, e 129, § 6.° Pelo Estat11to de 1941,a legislação processual que se aplicava pa­ra apurar a responsabilidade das pessoasdenunciadas como infratoras culposas dosarts. 121 ou 129 do Código Penal submetiaos indiciados ao chamado processo comum.Essa legislação, entretanto, subverteu pro­fundamente as normas do processo. Essesdelitos passaram a ser objeto de apreciação,através do chamado processo sumário, pre­visto no art. 531 do Código de Processo Pe­nal. Diga-se, de passagem, que fundamen­talmente, o processo penal brasileiro ofere­ce um painel que se diversifica em funçãodos próprios delitos. Basicamente, temos oprocesso ordinário, aquele que se aplicapraticamente às infrações de modo geral.Dentro desses procedimentos, estão os cha­mados processos especias, como aqueles quedizem respeito ao processo de falência, deresponsabilidade dos servidores públicos,dos crimes contra a honra e da proprie­dade imaterial. Ao lado desses, há os pro­cessos da competência do Júri, Inclusívefixada constitucionalmente, que disciplinaa apuração dos fatos considerados delituo­sos, referentemente ao homicídio doloso.Sucede que toda a Lei n.O 4.611 esteve vol­tada para a celeridade dos processos, emface, como é do conhecimento de todos, doenorme número de ações judiciais rclacío-

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Junho de 1975 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira 11 3931

nadas a delitos de trânsito e em conseqüên­cia da morosidade das soluções.

Entretanto, o rito sumário, inicialmentee de maneira tradicional aplicado às con­travenções penais, pela sua celeridade, mui­tas vezes, traz graves prejuízos àqueles queautuados por cometerem delitos de trânsito.

Esse delito, segundo a classificação penal,entre as ações criminais, está situado nocampo das ações culposas. Mas, ao contrá­rio das contravenções que envolvem a li­berdade humana, com apelação bem maiore mais rigorosa - sendo ínrraeões maiscomplexas, dependem de um sistema su­mário mais perfeito para fixação da res­ponsabilidade criminal - apurou-se, aolongo desses quase onze anos de existência,que a Lei n.? 4.611, na verdade, não é asolução mais indicada. Assim, institutos deadvogados, seções dos Estados, como o deSão Paulo, juízes e promotores têm, quasepela sua unanimidade, se manifestado con­trariamente à vigência desta lei, defen­dendo, ipso facto, a volta aos princípioscontidos no Código de Processo Penal, quevem desde 1941.

Estas razões, acolhidas pela ComissãoEspecial de Segurança de Veículos Automo­tores e de Tráfego, foram trazidas à dis­cussão pelo seu Presidente, o nobre Depu­toado Vasco Netto, e pelo nosso antigo com­panheiro, Mário Stamm, com grande ex­pressão na atividade parlamentar, com aapresentação do projeto ora submetido ao110SSO exame. Tem a propositura a aprova­ção da Maioria, porque está, tecnicamentee em termos da sua colocação no campodo Processo Penal, muito mais perto danossa realidade forense e da realidade daapuração criminal do que a Lei n.? 4.611.

:Ê verdade que, na exposição feita poraqueles que patrocinaram o projeto emdiscussão, há referência, talvez por equi­voco - um dos problemas criados seria oda grande discussão que se gera na fasedo inquérito policial - à questão da pre­sença ou não dos chamados assistentes daacusação. Parece-me incidir-se em erro detécnica processual, porque o assistenteda acusação, pela nossa norma, apenaspode habilitar-se, quando se trata de açãopenal pública, após a sua instauração, ouseja, em juízo. Não há qualquer cabimentodiscutir-se ou não a sua presença durante afase do inquérito, ou seja na primeira in­vestigação feita através das autoridadespoliciais nas delegacias de polícia regíõnaísou nas das cidades do interior ou das ca­pitais. Essa alusão não merece, portanto,maior ênfase nem grande preocupação,porque a colocação não teria cabimentopara justificar a revogação da Lei n.v 4.611.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, é doprincipio do Direito Constitucional - nãosomente fixado na Constituição, mas re­petido na norma ordínáría - que o pro­cesso é basicamente contraditório e a elese garante a mais absoluta defesa. Isso seencontra registrado nos parágrafos 15 e 16do art. 153 da Constituição e se repetena lei ordinária, admitindo-se amplamentea defesa, sob pena de cerceamento dela, eassim revogando a nulidade da ação penal.

E o contraditório? Ora, o contraditóriosignifica a passividade que tem a partesobre a qual se dirige a investigação, paraapurar-se a sua responsabilidade nos de­litos criminais; cabe-lhe, desde o início,na instauração do processo, que começapelo inquérito, o direito de participar domesmo para chegar-se à verdade, a fim deque, com ela, se possa aplicar a justiça. Ester comportamento natural, que vem sendoestritamente seguido através das nossas le­gislações ordinárias.

Com a modificação - convém que se re­pita, Srs. Deputados - teve-se a inten­ção de dar oelerídade ao processo criminalno campo do delito de trânsito. Porém, con­ferindo maior celeridade - muitas vezesmesmo esse objetivo não é alcançado ­pode haver prejuízo da apuração da res­ponsabilidade. Não há como hesitar entreessas duas colocações. Não seria admissívelque o processo tivesse maior celeridade,com comprometimento da responsabilidadecriminal. Por isso, a volta ao que está es­tabelecido nas normas do Processo Penalse nos afigura, na verdade, a melhor so­lução para o que se propõe no projeto.

Sr. Presidente e Brs. Deputados, em ra­zão disso, a Maioria se pronuncia favora­velmente à aprovação do Projeton.o 1.718-A,de 1973.

Durante o discurso do Sr. Airon Rios,o Sr. Célio Boria, Presidente, deixa acadeira da presidência, que é ocupadapelo Sr. oauito Domiruruee, Iv-seere­tário.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues)- Tem a palavra o Sr. Délio Marques Fer­nandes para discutir o projeto.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES ­(ARENA-RS. Sem revisão do orador.) Sr.Presidente, nobres Deputados, nnalmenteveremos, na tarde de hoje, resolvido um pro­blema cuj a solução desde 1965 vem sendoreclamada por juízes e advogados. Eu nempensava vir para esta Casa e como ad­vogado, já escrevia a vários amigos Depu­tados, solicitando a revogação da Lei n,v4.611, de 2 de abril de 1965. Se formos con­tar as reclamações, as reivindicações e ascartas encaminhadas a Deputados, pensoque sequer haveria um que não tivesse re­cebido uma solicitação para que fosse re­vogada a Lei n.o 4.611.

Mas encontramos a solucão. Constituída aComissão Especial de Segurança de VeículosAutomotores e de Tráfego, tivemos a ven­tura de ver como seu Presidente a figuradinâmica, atuante e capaz do nobre Depu­tado Vasco Neto, e como Relator e seuídealízador, o Deputado Mário Stamm, umadas grandes inteligências desta Casa, queinfelizmente para cá não retornou. Da Co­missão saiu o Simpósio, que tão bons re­sultados trouxe para o tráfego e o trânsitode todo o Brasil. Das teses apresentadas,uma é quase a razão de ser inclusive desteprojeto, apresentada pelo Estado de SãoPaulo, que viu seu trabalho unanimementeaprovado.

A Comissão reuniu-se posteriormente soba Presidência de Vasco Neto, tendo comoRelator, repito, o Deputado Mário Stammocasião em que, transformada aquela tes~em projeto, foi este unanimemente apro­vado.

Esta lei, Sr. Presidente - por cuja re­vogação lutávamos há muito tempo - ins­tituiu para os crímes de homicídio culposoe de lesão corporal culposa o rito sumário,previsto para os processos de contravençõespenaís. Apesar de decorridos 10 anos de suavigência - em 4 de abril deste ano essalei completou 10 anos de existência ­muitos problemas jurídicos ainda não foramsolucionados, como, por exemplo, o da ad­missão ou não de assistente de acusacãona fase policial. Sei de casos de pessoas queforam condenadas porque o assistente ­estudante de Direito, sem prática na vidaforense - não tinha condições para de­fendê-las, ao passo que outras pessoas, quedeveriam ser condenadas, foram absolvidas.Então, os juízes, os advogados, todos aquelesque trabalham no ofício reivindicaram,pediram a revogação da Leí 11.° 4.611. Sei

até de Comissões que vieram a esta Casacom tal finalidade, porque inúmeros pro­blemas foram criados para a administraçãoda justiça, com o advento dessa malfadalei. Assim, procedem inteiramente as crí­ticas partidas dos juizes com relação a essediploma legal. Críticas foram formuladaspor promotores, advogados, enfim. por es­pecialistas na matéria que ora debatemos.que modifica as normas processuais doscrimes previstos nos artigos 121, § 3.°, e129, § 6.°, do Código Penal.

Todas as minhas correspondências, de1971 até agora, àqueles que me solicitarama revogação desta lei são Válidas, pois eusempre informava, como informei à Ordemdos Advogados do Brasil, Secção do RioGrande do Sul, e ao Instituto dos Advo-.gados do meu Estado, que aguardassem umaoportunidade, porque sabíamos que, maisdia, menos dia, aquela lei seria revogada.

Felicito o Deputado Vasco Neto, Presi­dente da Comissão, por ver, na data dehoje, transformada em lei aquela que tal­vez seja a maior reivindicação juridica detodo o Brasil: a revogação da Lei ri.? 4.611,que apenas prejudicou e nada facilitou.

Em face dos inúmeros problemas surgi­dos com a aplicação da Lei n.? 4.611, sãoarquivados centenas de processos; porta­rias caem sob qualquer providência deordem jurídíca. Inclusive - pasmem V.Ex."" - chegou-se até a apelidá-la dehabeas corpus de ofício. Sempre o juiz acei­tava. :Ê de interpretação dificil a Lei núme­ro 4.611, que teria sido melhor não houvessesido transformada em lei. não existisse. Alegislação então em vigor, embora capenga,ainda era melhor do que a Lei ri.? 4.611,de 10 de abril de 1965. Nos processos regidospela referida lei, muitas vezes os acusadossão defendidos por pessoas incapazes, por­que a lei não previu quem poderia repre­sentar os acusados ou quem os poderiaacusar ou defender. Mas, graças a Deus,houve a constituição da Comissão Especíalde Segurança de Veículos Automotores ede Tráfego. E aqui fica um alerta aos mui­tos colegas que são contra as ComissõesEspeciais. Graças a essa Comissão, novalegislação vai surgir bem feita, ficando re­vogada a Lei n.> 4.611.

O SR. PRESIDENTE <Odulfo Domingues)- Tem a palavra o Sr. Peixoto Filho. paradiscutir o projeto.

O SR. PEIXOTO FILHO - (MDB - RJ.Sem revisão do orador.) Sr. presidente, Srs.Deputados a cada dia fico mais convencidoda nossa posição de Poder fiscalizador. AOposição cumpre o seu dever. Há 4 anosprecisamente que a Oposição cobra do GO­verno as promessas quase diariamente di­vulgadas pela imprensa: a remessa para oCongresso Nacional de trabalho origináriodo Departamento de Codificação do Minis­tério da Justiça - Código de Processo Pe­nal, Código Civil, Lei das ContravençõesPenais etc. Há quatro anos, portanto, estaCasa e o Senado Federal, o Congresso Na­cional, enfim, são mantidos em permanen­te expectativa. Torna-se o Código de Pro­cesso Penal uma colcha de retalhos? Não.Mas a Câmara fica obrigada a alterá-loquase diariamente, devido a omissões go­vernamentais, ao não cumprimento de rei­teradas promessas de serem atualizadas le­gislações específicas, principalmente o Có~

digo de Processo Penal.O ano passado, se não me engano, Sr.

Presidente, foi esse Código alterado cincoou seis vezes. Este ano, no inicio da legisla­tura, já foi alterado três vezes, duas vezespor iniciativa desta Comissão, que tem àsua frente o brilhante Colega Vasco Neto,a Comissão Especial de Segurança de Veí~

culos Automotores e de Tráfego.

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3938 (~uarta-felra 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 1975

Ora, Sr. Presidente, acompanhei, e re­gistrei desta tribuna, o trabalho elaboradopor aquela Comissão de alto nível, designa­da pelo ex-Ministro Alfredo Buzaid e pre­.sidic;.a pelo grande processualista FredericoMarques, onde constam várias modificaçõesinclusive na parte referente ao art. 295, dasprisões especiais, e na alteração - nãorevogação - da Lei n.o 4.611, de 2 de abrilde 1965. Estou de pleno acordo com o tra­balho elaborado por aquela Comissão, masnão posso deixar de oferecer a critica, dequem fiscalizou 4 anos seguidos a perma­nente promoção dos Ministros do Governopassado, entre os quais se destacaram doisgrandes vultos: Ministro Alfredo Buzaid, daJustiça, e o Ministro Júlio Barata, na Pastado Trabalho. Era só promoção, porque oatual Governo já mandou a esta Casa vá­rias proposições. revogando os grandes '~im­

pactos". O Ministro Alfredo Buzaid deIXOUo GOverno, e das 16 modificações de legis­lação brasileira prometidas somente três seconcretizaram.

Sr. Presidente, parabenizo o DeputadoVasco Neto e os brilhantes colegas que in­tegram esta Comissão, constitui verdadeirodesafio sensibilizar as autoridades respon­sáveis, porque, quando um Ministro de Es­tado fala, está falando em nome do Gover­no; e quando promete alguma coisa, oGoverno; e quando promete alguma coisa,o Governo assume a responsabilidade decumprir a promessa. Já modificamos quasetodo o Código de Processo Penal e não chegaa esta Casa o prometido Código com as al­terações divulgadas. Pois bem. Não é precisojustificar o por que da revogação solicitadapor esta Comissão, consubstancíada no art.1.°, nos seguintes termos:

"Fica revogada a Lei n.O 4.611, de 2 deabril de 1965, que modifica as normasprocessuais dos crimes previstos nosarts. 121, § 3.° e 129, § 6.0 do CódigoPenal". '

Mas 8r. Presidente, - justiça seja feita- qua:ndo se procedeu a essa alteração dasnormas processuais nos crimes previstos nosartigos 121, § 3.0, e 129, § 6.°, do CódigoPenal, havia necessidade da providência.Faca Iustíca ao Mlnlstro da época do Gover­no 'castenc Branco, o saudoso Senador Mil­ton Campos. O Código de Processo Penal ­Decreto-lei n.O 3.689, de 3 de outubrode 1941, previa processo sumaríssimo, quan­do, no seu art. 531, se referia às contraven­ções, "iniciando-se pelo auto de prisão emflagrante ou mediante portaria expedidapela autoridade policial ou pelo juiz, de ofi­cio, a requerimento do Ministério Público."A necessidade de alterações do Código deProcesso Penal não se resumem apenas àmodificação das normas processuais dos cri­mes previstos nos arts. 121, § 3.°, e art. 129.§ 6.0, do Código Penal. Há necessidade devárias outras. Assistimos aqui ao brilhanteProfessor de Direito Penal, Deputado NinaRibeiro deixar a tribuna constrangido,quado ~ma de suas emendas foi_re.íeita~apela liderança da ARENA, que nao permi­tiu, na época, nem à Oposição, nem aosilustres Deputados do partido do Governo,qualquer alteração no trabalho encaminha­do pelo Governo.

Sr. Presidente, vejo os Deputados da'ARENA, conscientes da missão que lhes foidelegada pelo povo brasileiro, ofereceremeste trabalho que considero um protestocontra a omissão governamental. Não estouculpando o atual Governo, mas ele já estáai há tempo suficiente para determinar queo atual Ministro da Justiça mande verificaro acervo, o legado deixado pelos seus ante­cessores que custou dinheiro ao Erário. OProf. FI:ederico Marques não trabalhou degraca na elaboração de um trabalho desseporte; o Departamento de codificação tam-

bém é dispendioso pois integrado pelas fi­gurae mais luminares das nossas letrasjurídicas. E tudo isto é jogado ao léu, Sr.Presidente?

Ninguém toma conhecímento de coisaalguma e os jornais apenas divulgam aspromessas governamentais, que nunca sãocumpridas. O Deputado Vasco Neto é umbaiano muito corajoso, mas não vou elogiareste projeto apenas pelo seu valor, pelosefeitos que ele produzirá em termos deaperfeiçoamento da instrução criminal,principalmente na área do inquérito poli­cial, não. Vou elogiar o trabalho porque sealia aos seguidos protestos que tenho for­malizado desta tribuna, concitando o Go­verno a cumprir as suas promessas. Por que,Sr. Presídente? Porque esta Casa foi tolhidaem suas principais prerrogativas. E' comgrande satisfação que a vemos despertar naatual Legislatura. Fico até emocionado,quando vejo o Líder do GOverno dizer: "aLíderanca votará favoravelmente". Já mehavia esquecido dessa frase. que soa comouma espécie de lenitivo. As coisas mudarampara melhor, e depositamos bastante espe­rança no futuro.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues)- Tem a palavra o Sr. Vasco Neto, paradiscutir o projeto.

O SR. VASCO NETO - (ARENA-BA. Semrevisão do orador.) Sr. Presidente, S1'8.Deputados, sej am minhas primeiras pala­vras de agradecimento aos Deputados AironRios e Célio Marques Fernandes, dinâmicosmembros da Comissão Especial de Segu­ranea de Veículos Automotores e de Trá­rego, e ao nobre Deputado Peixoto Filho,que, com a ênfase habitual, deu realcetalvez imerecido à modesta atuação desteseu colega.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, colhem-sehoje frutos do Simpósio Nacional de Trân­sito realizado em 1973. A época, aquelesimpósio constituiu fato marcante nestaCasa, não pela figura de seu Presidente, maspelos colegas que o abrilhantaram e pelonúmero de participantes - cerca de 600 ­oriundos de todos os rincões do País, repre­sentantes das mais diversas classes, numaesppcie de corte vertical na sociedade bra­sileira.

Aqui vieram dar a sua contribuição emprol do difícil problema da segurança detrânsito. Na justificação da Comissão Es­pecial, verifica-se exatamente o acolhimen­to que mereceu o simpósio por parte dopovo.

Dizíamos nós, da Comissão:"O presente projeto de lei resulta deproposição aprovada pelo Simpósio Na­cional de Trânsito, poromovido pelaComissão Especial de Segurança deVeículos Automotores e de Tráfego daCâmara dos Deputados. A referida pro­posição é uma das contribuições doEstado de São Paulo, através do seuDepartamento Estadual de Trânsito edo Departamento Regional de polícia daGrande São Paulo"

- destacando-se a oríentacâo do ilstreDiretor-Geral de Polícia do DETRAN, Dr,Celso Telles.

Sr. Presidente, o Simpósio teve orientaçãobastante. válida, ou seja, a de auscultar opovo, dele merecendo total confiança.Assim, o simpósio foi prestigiado pelo povo.

A presente propositura não pretende purae simplesmente a revogação de uma lei. Emsua brilhante justificativa, o Deputado JoséBonifácio Neto, Relator da matéria na Co­missão de Constituição e Justiça, diz tex-

tualmente, ao comentar a lei que se pre­tendia e se pretende derrogar:

"Até ai, já estão prejudicados doisimportantes príncípíos que devem sem­pre ser salvaguardados: o estabeleci­mento da verdade e o exercício amploda defesa."

Acredito que o ilustre Relator, em seuparecer, poderia parar neste período, pro­fundo como é, na concepção de vida quetodos almejamos, aquela de liberdade everdade.

O Sr. Airon Rios - Nobre Deputado, que­Lia destacar - o que não fiz por lamentá­vel omissão - o bem elaborado parecer doRelator, eminente Deputado José BonifácioNeto, que trouxe ao projeto contribuiçãoaltamente valiosa. Na verdade, como o as­sunto tem características absolutamentetécnicas, talvez alguns de seus ângulos pas­sem desapercebidos. É que, no procedimentosumário, previsto para as contravenções pe­nais muitas vezes o processo se instaurasímplesmente mediante portaria expedidavela autoridade policial. As pessoas ouvidasa respeito do fato delituoso constituem oauto da infração, que é remetido para oJuiz, após ouvir os elementos indicados pe­lo acusado, proferirá sua decisão. Na ver­dade, a preocupação maior do processo con­siste em se dar condições para aplicação dalei penal. A sumariedade do processo, nes­ses casos, não deveria remanescer, pois sub­trai o que há de essencial, que é o esclare­cimento da verdade para aplicação da jus­tiça. Dai por que nos pronunciamos fa­voravelmente à aprovação do projeto, quet!e deve à brilhante iniciativa de V. Ex.'\,que inspirou a seus companheiros, integran­tes da Comissão Especial promotora daquelesrmpóslo , Quand... o legislador toma a ini­ciativa de uma proposição como esta, daínão se pode deduzir que ele esteja querendocriticar a legislação, o Executivo ou seuspróprios colegas de Parlamento. A preo­cupação do legislador é prestar sua contri­buição àquela lei. Foi somente esse fato, nãohá dúvida alguma, que levou V. Ex." a .o­mar a iniciativa e a Maioria a aprová-la.A soma desses valores conduziu-nos ao exatoobjetivo que estamos perseguindo.

O SR. VASCO NETO - Deputado AironRios, agradeço a V. Ex. a a côntríbuíçâo téc­nica que traz à discussão do projeto. Esseposicionamento correto de V. Ex.a tem sidoseguido por vários de nossos colegas, quecolaboraram de maneira efetiva para oapertetçoamento da lei. Devo dizer, Sr.Deputado, que não está presente neste re­cinto no momento, uma das melhores fi­gura~ que nasceu da Comissão de Trans­portes. Refiro-me ao brilhante DeputadoMário Stamm que foi, realmente, um dína­mo nos trabalhos, quer da Comissão Es­pecial, quer do Simpósio. Desprendido, umtanto afoito - se se poderia chamar deafoiteza o entusiasmo pelo trabalho - eleo tinha a corrigi-la uma noção muito per­feita do ideal que procurava. V. Ex.a, Sr.Deputado Airon Rios, falou do nosso traba­lho em prol do aperfeiçoamento das leis como fito de darmos nossa contribuição para obem do povo, sem que tenhamos necessida­de de aplausos, ou de outros estímulos que,muitas vezes, se tornam necessários ao po­litico da ribalta. Não roi esse, nem é esseo caminho que sempre pretendemos seguir.Devemos trabalhar pelo povo, e para o po­vo, sem que jamais pensemos em recompen­sa, senão na utilidade daquilo que precom­zamos, Daí a crença, que sempre tivemosnos trabalhos desta Casa, reiteradas vezesrepetida desta tribuna. Digo a V. Ex.a e aosdemais Srs. Deputados que esta não é umalei de técnica de engenharia - matériaque me é sumamente familiar - mas .tratade Direito Penal, terreno que me e de­feso por minhas naturais limitações. Depu-

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Junho de 1975 DlARIO DO CONGRESSO NA(:IONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3939

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Vai-se passar à votação da matéria.

o SR. PRESIDENTE <Odulfo Domíngues)- Não havendo mais oradores inscritos,declaro encerrada a discussão.

11$ tentativas para solucionar o problemada poluição em nosso País, no CongressoNacional, têm a primazia - tenho a im­pressão, pois venho acompanhando os tra­balhos dos colegas - do Deputado FariaLima. Muitos têm cuidado do aãaunto. ODeputado Ounha Bueno acabou de propora criação de uma Comissão Especial paracuidar de alguns assuntos, entre os quaisa poluição. A poluição é um problema deeducação. Há dois anos as televisões, rá­dios e imprensa do Governo divulgavam oseguinte distico: "Povo limpo é povo de­senvolvido". Fazia-se um trabalho de edu­cação, a fim de evitar que ') ar das praias,as lagoas, os rios, o ambiente, através daeducação e da conscientização do povo, nãorossem poluidos .

Mas a poluição é um ônus do progressoe do desenvolvímerito . Não podemos pararo progresso por causa da poluição. Algunspaíses desenvolvidos queriam que os cha­mados subdesenvolvidos parassem a suaíndustrtaüzaçâo, para que o mundo nãofosse mais poluído, embora já estivessesendo muito poluído por eles. Era uma teseno sentido de que não tivéssemos, o Brasile outros países, desenvolvimento maior. Noentanto, a quantidade de lixo inorgânico,pela série de embalagens pláatícas hojeexistentes, encontrada no País' é muitogrande. Na própria justificação do proje­to o nobre Deputado Faria Lima declaraque cada pessoa diariamente joga fora, nolixo, quase um quilo - S Ex." precisou em800 gramas - de material inorgânico.

Ora, Sr. Presidente, no momento em queestamos discutindo este projeto - e tenhocerteza de que ele será aprovado - que­remos lembrar que uma indústria de bebi­das já anresentou interessante trabalho nosentido de utilizar out ãoors nas estradasbrasileiras, com o propósito de educar opovo a inutilizar as embalagens do pro­duto por els comercializado. Muito louvá­veL a medida do Deputado Faria Lima re­ceberá nossa aprovação, melhorada que foipelo substitutivo do Deputado Alceu Colla­res, que igualmente merecerá nosso votofavorável.

quele projeto, procurando dar-lhe melhorredação.

O substitutivo, ora em discussão nestaCasa e motivo de.rnossa presença na, tri­buna, é o seguinte:

"Art. 1.0 Ê obrigatória a impressão dedístico emulativo para eliminação das.embalagens de comercialização final,ínservíveís após sua utilização.Art. 2.0 Dentro do prazo de 90 dias. oPoder Executivo regulamentará a pre­sente lei."

PROJETON." 1.718-A, de 1973

O Congresso Nacional decreta;Art. 1." Fica revogada a Lei n.o 4.611,

de 2 de abril de 1965, que modifica as nor­mas processuais dos crimes previstos nosarts. 121, § 3." e 139, § 6.° do Código Penal.

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação. .

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues)- Os 81'S. que o aprovam queiram ficar co':mo estão. (Pausa.)

Aprovado.Vai à Redação Final.

O SR. PRESIDENTE (OduIfo Domíngues) -Segunda discussão do Projeto n."

973-B, de 1972, que prevê dístico emu­lativo da disposição higiênica nas em­balagens dos produtos de consumo ime­diato.

O SR. PRESIDENTl!: (Odulfo Domíngues)- Tem a palavra o Sr. Daso Coimbra, pa­ra discutir o projeto.

O SR. DABO OOIMBRA - (ARENA - RJ.Sem revisão do orador.) Sr. Presidente,81's. Deputados, há oito anos, em viagemaos Estados Unidos, visitei a organizaçãode um dos partidos americanos que haviapromovido uma pesquisa de opíníão sobreos assuntos que mais empolgavam o povonorbs-ameríeano , O resultado dessa pes­quisa, na época, foi o seguinte: L° - guer­ra do Vietnam; 2.° - problemas de tóxi­cos; 3.° - poluição; 4.° - problema do ne­gro; 5.° - delinqüência juvenil; 6.° - sis­tema penitenciário.

E prossegue a relação.Na ocasião - há 8 anos - a poluição já

ocupava o terceiro lugar em termos de pre­ferência nas discussões nos Estados Uni­dos, na imprensa, nos clubes de serviço,nas conferências e nos debates no Oongres­so americano.

Há três anos começou também a polui­ção a ocupar ponto de destaque no noticiá­rio brasileiro. Nesta Câmara, o DeputadoFaria Lima propôs a criação de uma Oomís- O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingueslsão Especial para cuidar dos problemas da _ Vou submeter a votos o seguintepoluição ambiental, que passou, então, afuncionar. Por aqui passaram várias auto- PROJETOrídades, nacionais e estrangeiras, expondo N." 973-B, de 1972O problema, apontando os erros e sugerín- O C N' 1 d ta:do soluções. ongresso aciona ecre a.

O Deputado Faria Lima houve por bem, ~ .A~t. 1.° Ê. obrigatória; ~ imyressão deem 1972, apresentar a esta ~Casa projeto dístíeo emulativo pll;ra. ellJ!unasao 'las en~Mde lei que previa, no art. 1.0, que todas as baIagens de C0ll}~rcla}izaçao fmal, mservi­embalagens de comercialização final _ tais veis apos sua utilízacão .como latas, plásticos, garrafas, pacotes, Art. 2.0 Dentro do prazo de 90 (noven­~ntr~ outros --::- de produtos de cons~mo ta) dias, o Poder Executivo regulamentaráímedíato, trariam obrígatoríamenta rm- a presente leipressa um dístico emulativo da díspósíçâo '. .higiênica. Art. 3." Esta lei entrará em vigor na

Analisado na Comissão de Justiça, houve data de sua publicação.por bem o :Relator, Deputado Alceu Colla- Art. 4.° Revogam-se as disposições emres, apresentar substitutivo ao art. 1.° da- contrário.

existiam. Foi a técnica que criou a dífícul­nade para o Iegíslador, mas foi a técnica quetrouxe mais um bem à humanidade parauso do homem. Quando vejo condenarem­se os técnicos, ponho-me um tanto arredioa essa posição. Técnico que sou, acho que sepode condenar o 'tecnocrata, mas, jamais, otécnico. Ao retirar-me da tribuna, mante­nho a posição de que a Casa é útil traba­lhando' na humildade em prol do povo.

O SR. 'PRI:SIDENTE :Ocrulfo Domíngues)- Não havendo mais oradores in critos, de­claro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues)

- Vou submeter a votos o seguinte:

tado Peixoto Filho, brilhante e entusiastacomo sempre, fala na promoção do Exe­eutívo que pcdería ter havido, e isso é real­mente uma constante nos regimes brasilei­ros de todos os tempos. Tem-nos cabido, éytrrdade, uma posição de menor proeminên­cia no noticiário, de modo geral, mas de­vemos ter a consciência -do que fazemose de que é na humildade que se cons­ttói com mais eficiência.

, O Sr. Aíron Rios - Permita-me, nobreDeputado, antes de V. Ex.a concluir. SabeV Ex.a que os códigos são leis construídaspara maior permanêneía, na disciplina, dosvalores da sociedade, seja o Oódigo Penal,o Oódigo de Processo, o Oódigo Comercial,o Oódigo Oivil, seja a legislação tributária.Em geral eles são feitos com bastante ama­durecimento, para que tenham permanên­cia e duração bem mais longa do que a le­gislação feita.- eu diria - a 'Varejo, comoocorre na atlVidaJe parlamentar. O pró­prio Oódigo Oivil Brasileiro, ainda vigente10i elaborado durante muitos anos e conto~com a participação de vários estudiosos oque garantau a sua durabilidade. O CódÍgOce Napoleão também, para citar uma Iegís­Iaçâo afim. Tenho uma noticia agradávelpara dar a V. Ex.a: esta semana, talvez atémesmo amanhã, o Governo remeterá à Câ­mara o Código de Processo Penal. Sobreesse _aspecto poder-se-ia, com isenção, ob­servar o descompasso dessa legislaçãoporque não pode haver Código Penal apli~eável sem as suas normas processuais. AIegíslaçâo penal veio trazendo .novas de­1i;oições, novos conceitos, dentro de nova;fj.losofia no campo do Díreíto Penal. Con­seqüentemente exigiria ::- como as suaspernas e suas maos - a eontríbuícão aomesmo passo, da chamada legislaç§.o' ad­jetiva. Essa tardou; e, porque tardou, 1'1:\­tardou a aplicação do Direito Penal. Pos­so fazer essa observação, independentemen­te de estar no Governo eu na Oposição,porque estamos tratando de problemas téc­nicos, e não políticos. Ê uma versão daqual não tenho de abdicar, nem tenho porque escondê-la, inclusive porque a mani­festei, quando pertencia, na legislatura pas­sada, à Comissão de Constituição e .Tusti"ada Câmara dos Deputados. Enfim a legis­lação está vindo, e eu débito esse atrasoà preocupação do Governo de trazer umanorma absorutamente modernízada, queatenda à SOCIedade atual, que não se podecomparar com a de 1941, quando foi elabo­]~ado o Código de Processo, nem com a de19)..6, época da publicação do Código Civil.A sociedade moderna, hoje dominada pelos

'processos da tecnologia, com novas facetase definições, novos concertos e modalidades'de crime, necessita de normas que condu­zam à maior celeridade dos julgamentos.;Essa obra não poderia ser feita às pressas,Bem a preocupação central de trazer umtrabalho de maior durabilidade, que não te­nha o caráter da eternidade, porque nemas constituições conseguem isso.

O SR. VASCO NETO - Muito obrigadomaís.uma ve.., Deputado. V. Ex.a me lembraHarold Lasky, um dos teóricos do trabalhís­mo inglês, quando disse que S€ não pensás­semos em evoluir - como quer V. Ex." queevoluam os códigos, notadamente o Código'Penal - estaríamos ainda nas leis das bir­remes fenícias e do eseravagísmo então vi­gente, naturalmente amparado por lei. Masa evolução realmente traz condições deadaptação à vida - como muito bem disseV Ex.a - que a tecnologia modifica. Pensogue a técnica trará muitas facilidades asccíalisação dos bens. POUCa gente antiga­mente );Jpssuia relógio de pulso. A produ­'ção em série socializou o uso, hoja tão co­'muro. Os veículos automotores, que criaramtantas dtfículdades e tantas leis de trânsito,:há questão d,e30, 50 anos, praticamente não

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3940 -Quarta-feira 11

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues)- Os srs. que o aprovam queiram ficarcomo estão. (Pausa.)

Aprovado.

Vai à redação final.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domín­gues) .-

Primeira discussão do Projeto n.a

75-A, de 1975, que acrescenta parágra­fo ao art. 822 da Lei n.> 5.869,' de 11 dejaneiro de 1973 (CÓdIgO de Processo Ci­vil) ; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitu­cionalidade, juridicidade e, no mérito,pela aprovação, com Substitutivo. (DoSr. Aurélio Campos.) Relator: Sr. Theo­baldo Barbosa.

O SR.. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues)- Tem a palavra o Sr. Aurélio Campos,para discutir o proj eto.

O SR. AURÉLIO CAMPOS _ (lHDB ­SP. Sem revisão do orador.) Sr. Presidentec Srs. Deputados. o Projeto n.o 75-A, de1975, que tive a honra de aprsentar a estadouta Casa. procura corrigir uma anomaliasocial que se nota especialmente nos gran­des centros i- a grilagem dos terrenos ven­didos, via de regra, a populações mais po­bres. Essas áreas ficam, em geral, nas ime­diações da periferia das grandes cidades.Quando ínícieí, há 8 anos, o meu segundomandato na Assembléia Legislativa do Es­tado de São Paulo, certa vez fui cercadopor uma multidão de quase 300 pessoas. Pe­la sua maneira humilde de vestir, percebia­se desde logo que se tratava de gente pobre,que vinha das cercanias da grande cidadede São Paulo. E entre o choro amargo dasmulheres e o grito desesperado dos homens,tomei conhecimento que aquela multidãoacabava de ser despejada das suas casas,residências pobres, construídas no mutirãodomingueiro, em que os vizinhos se auxilia­vam para que pudessem realizar o SOllLlOcom a casa própria. Acontece que o terrenoera grilado, pois havia sido vendido porquem não o -possuía de fato. Existe, hoje,só na cidade de São Paulo, cerca de 60.000famílias que estão em litígios judiciais, es­perando sua sentença de morte, ou seja, odespejo das casas construídas em' mutirão,com enorme sacrifício.

Durante 8 anos procurei soluções paraeste crucíní problema social Certa vez tivecontato com o eminente jurista Washingtonde Barros Monteírn, que me aconselhou ausar um recurso [udícíal, qual seja, se­questrar as áreas onde houvesse um lití­gio possessório. De tal forma o parecer des­te jurista me empolgou que comecei a tra­balhar, requerendo o seqüestro, de váriasáreas que estavam sub [uüiee, ou seja asquais havia um litígio possessório. E o pró­prio Governo do Estado de São Paulo, comolutava com idêntico problema no Vale doRibeira, aproveitou-se desse instituto jurídi­co para poder atender 'àquelas populações.A partir de então, nós nos valíamos, naAssembléia Legislativa do Estado de SãoPaulo -- e quando digo "nós" é porque ou­tros Deputados comigo lutavam com o mes­mo problema em defesa de humildes traba­lhadores - do seqüestro como a arma maislógica e adequada para sustar a grilagemnos arredores da cidade de São Paulo. Que­ro aqui fazer justiça ao nobre DeputadoFederal João Paulo de Arruda Filho, um dosbatalhadôres a que me referi, e ao atualPresidente da Assembléia Legíslatíva doEstado de São Paulo, o nobre DeputadoLeonel Júlio, que também se interessouprofundamente pelo problema, tendo re­querido vários seqüestros de áreas contes­tadas em litígios.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

81'. Presidente, depois de prolongados es­tudos, decidi corrigir esta distorção e apre­sentei um projeto que tornava obrigatórioo seqüestro quando dos loteamentos paravenda à prestação, ou que, em qualqueroutra alienação imobiliária, houver mais deum litigante disputando o domínio dosimóveis e houver manifesto interesse daUnião. dos EstadOS ou dos Municípios. Nes­te caso - diz o meu projeto - "o juiz de­terminará o depósito das prestações naCaíxa Econômica Federal, que renderá ju­ros e correção monetária, e que serão en­tregues ao proprietário legítimo, após sen­tença definitiva que puser termo à deman­da". O projeto foi à Comissão de Constitui­ção e Justiça, e o seu Relator, o nobreDeputado Theobaldo Barbosa, ilustre jurista,representante de Alagoas. pela ARENA, es­tudou-o e acabou por acolhê-lo, apresentan­do, todavia. um substitutivo. COm a devidavênia de S. Ex.a - aliás, tive consentimen­to Sr. do Relator para ocupar esta tribuna,a fim de contestar seu ponto de vista eapresentar a emenda qus.está em mãos daPresidência - se for acolhido o substitutivada Comissão de Constituição e Justiça, oprojeto perderá toda sua eficiência, porque,do art. 1.0 consta o seguinte:

"O Juiz, se entender necessário, poderátambém decretar os seqüestros quandodos loteamento de venda à prestação..."

Ora, se levarmos em conta a expressão"se entender necessário", não teremos, en­tão, a obrigatoriedade prevista no meuprojeto e objeto da emenda que acabo deapresentar ao substitutivo. Acontece que onobre Deputado Teobaldo Barbosa, que, di­ga-se de passagem, no substitutivo melho­rou consideravelmente a redação -do pro­jeto original por mim apresentado, ateve-semais ao fato de que ao juiz deve ser con­cedido o poder de formar livremente a suaconvícçâo quanto à verdade emergenteconstante dos autos. E cita. no seu doutoparecer, o art. 131, que diz o seguinte:

"O juiz apreciará lívremente a prova,atendendo aos fatos e circunstânciasconstantes dos autos. ainda que nãoalegados pelas partes, mas deverá in­dicar na sentença os motivos que lheformarem o convencimento".

O Sr. Celso Barros - Permite V Ex. aum aparte?

O SR. AURÉLIO CAMPOS - Pois não.

O Sr. Celso Bar-ros - O problema sociala que V. Ex.a se refere, embora seja agudoem São Paulo, também é constante nas de­mais cidades brasileiras. Trata-se do inso­lúvel problema da ocupação da terra. NoNordeste tem-se verificado casos seme­lhantes. Tenho também conhecimento dedramas como o referido por V. Ex. a , masainda não me ocorrera a solução legal queV. Ex. a aponta em seu projeto, o que nãopode absolutamente deixar de merecer osnossos aplausos.

O SR. AURÉLIO CAMPOS - Muito obri­gado.

O Sr. Celso Barros ..... Na cidade de Tere­sina, por. exemplo, toda propriedade urbanaé concedida através de aforamentos. Emtempos idos, a concessão da posse por en­fiteuse era geralmente feita à base de pres­tígio político, o que fez com que inúmerasfamílias ficassem com a propriedade de to­da a área da cidade. As famílias pobres nãotêm onde morar e vão, aos poucos, ocupan­do aquelas extensões de terras vazias, por­que não são aproveitadas pelos próprios en­fiteutas. Deste modo, o problema socialtem-se avolumado cada vez mais. Acreditoque, se esta medida for aprovada pela Câ­mara, surgirão dois efeitos imediatos: prí-

Junho de 1975 .

melro, os proprietários que não têm áreaocupada, sabendo dos efeitos do projeto,haverão de ocupá-las imediatamente e tor­ná-las produtivas; segundo, aqueles que ne'"las se encontram haverão de imediatamen­te usar os instrumentos legais. para man­terem sua posse. Quero, portanto, congra­tular-me com V. Ex.e. pela oportunidadedo projeto, que traduz realmente a soluçãopara um problema: que todos devemos decerta forma acolher.

O SR. AURÉIJIO CAMPOS - Agradeço aV. Ex.e. o aparte.

Cultor do Direito, Presidente da Ordemdos Advogados em sua terra natal, a expe­riência que V. Ex. a traz à minha manifesta­ção na tarde de hoe, em defesa do meuprojeto, só pode dar mais consistência àproposição que tivemos a honra de entre­gar à consideração desta Casa.

Mas dizia, Sr. Presidente, que o ilustreRelator se preocupou muito com a posiçãodo juiz. Acontece que a lide processual, nocaso, pela posse legítima do imóvel correparalelamente ao seqüestro, o qual ná~ in­terfere na lide judicial. Não é um elemen­to para julgamento da peça processual,porque, apenas decretado o seqüestro da­quela área, os adquirentes, em vez de paga­rem àquele que se julga o legítimo possui­dor - e às vezes, são dois ou três - depo­sita na Caixa Econômica, ou num estabe­lecimento de crédito federal, com todos osbenefícios da correção monetária e juros,portanto, sem prejuízos enquanto correr alide, até que haja um legítimo propríetárío.

O Sr. Celso Barros - Eu queria lembrara V. Ex.e. que o seqüestro, tanto no DireítoCivil, como no' Direito Penal, onde é larga­mente Usado, é uma medida preventiva oupreliminar, ...

O SR. AURÉLIO CAMPOS - Acautela­tória.

O Sr. Celso Barros - ... de tal formaque preside as medidas judiciais que visama assegurar, no caso, a propriedade ou aposse. Entáo, não há nenhuma interferên­cia na relação judiciária entre a medidado seqüestro e a ação própria adequada acada caso. Daí por que, em se tratando demedida preventiva, como também de medi­da que pode ser levada a juízo no curso dalide, de certa forma é uma medida que nãoprejudica o processo. seja quando ela pre­cede, seja quando ela é concomitante aoprocesso que versa a demanda ,em apreço.

O Sr. Airon Rios _ Permite-me V. Ex.aum aparte?

O SR. AURÉLIO CAMPOS - Pois não.Antes, porém, quero agradecer mais umavez ao Deputado Celso Barros o aparte quereforçou aquela argumentação, partindo detão eminente Jurista.

O Sr. Aíron Rios - Estou- "inteiramentede acordo quanto à referêneía. Apenas oseguinte: V. Ex.a está propondo que seacrescente ao art. 822 o parágrafo únicoque inicialmente leu. Sucede que o eaputdo art. 822 diz:

"O juiz. a requerimento da parte. podedecretar o seqüestro: de bens móveis,semoventes ou imóveis, quando lhes fordisputada a propriedade - é o caso, ­"ou a posse, havendo fundado receiode rixas ou danificações, ... "

Sem entrar no mérito, devo dizer a V.Ex.a , sem uma fixação ainda, mas receben­do com grande apreço e simpatia, a contri­buição de V. Ex.a, pela seriedade com quecolocou o seu projeto, que no momento ape­nas me preocupa a coexistência do dísposi­tivo na sua parte inicial e terminando pelo

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.Junho de 1975 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3941

parágrafo umeo, quando V. Ex." dá umcaráter de compulsoriedade na decretaçãodo seqüestro, o que, inclusive, ao ser obser­vado pela Comissão específica a de Consti­tuição e Justiça, ela preferiu' condícíonalí­zar, deixando a critério do juiz decretar ounão o seqüestro, e tecnicamente dividiu aproposição de V. Ex." em duas partes. Estaé a observação que estou fazendo no mo­mento. Porém, a sugestão tem, na verdade,bastante validade. Como estamos aprecian­do a matéria em primeira discussão, estoufazendo, en passarit, esta observação, paraque não haja, se mais tarde o ponto devista de V. Ex. a vier a ser vencedor, umcontüto, uma colídêncía entre o que estáposto no caput do artigo e seus itens, so­bretudo no primeiro e o que viria a se ulti­mar no parágrafo único proposto por V.Ex. a Veja V. EX,a que não estou aderindodefinitivamente nem tampouco estou fa­zendo restrição ao trabalho de V. Ex." demaneira definitiva.

O SR. AURÉLIO CAMPOS - Entendoperfeitamente o conteúdo do aparte de V.Ex a, nobre Deputado Aíron Rios mas de­sejaria dizer que, quando V. Ex.a Íeu o § 1.°do art. 822, viu, desde logo, que não havianenhuma referência ao loteamento exata­mente onde existe a grilagem, exatamenteonde se cria o problema social. O meu pro­jeto refere-se especificamente ao loteamen­to de terras, quando houver o litígio pos­sesaórío.

O Sr. Airon Rios - Permita-me V. Ex."Considero indissociável o loteamento, queé a espécie do problema do imóvel. O lotea­mento é um processo físico da ocupaçãoda terra. O loteamento poderia ser inseridono direito da posse, enquanto o aspecto dapropriedade envolve todo o bem móvel, oque não expele as normas que viessem, sobeses aspecto, a se preocupar com o proble­ma do loteamento. Entretanto, é tambémrnaís um detalhe que V. Ex.a trouxe para adiscussão que estamos desenvolvendo e quehaverá de ser desenvolvida com maiorpreocupação. Era somente essa a razão deminha intervenção.

O SR. AURÊLIO CAMPOS - Obrigado,nobre Deputado: É inegável a existênciadesse problema social, já acentuado notranscorrer do meu pronunciamento. Acre­dito que, uma vez aceita a emenda queproponho ao substitutivo da douta Comis­são de Constituição e Justiça, teremos sa­nado definitivamente esse verdadeiro can­cro social das grandes cidades, teremos ful­minado a possibilidade da grilagem perma­nente de terras e teremos aqueles cidadãosmais pobres, carentes de recursos, quecompram a sua terra de boa-fé e que, viade regra, são de lá expulsos porque há umlitígio possessório. Esse substitutivo acres­centado à emenda que proponho: certa­mente irá corrigir essa situação, protengen­do cidadãos humildes que vivem do saerí­fio do seu trabalho. (O orador é cumpri­mentado.)

Durante o discurso do Sr. Aurélio Cam­pos, o SI·. Odulfo Dorningues, Iv-Becre­tário, . deixa a cadeira da presidência,que e ocupada pelo SI'. Célio BorjaPresidente. '

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Tem a palavra o Sr. Siqueira Campos paradiscutir o projeto. '

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - (ARENA­GO - Sem revisão do orador.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, como dizia anterior­mente, venho a esta tribuna não para fa­zer um apelo, que seria pertinente, maspara oferecer uma colaboração à Casa e,dada a sua expressão, à Nacão brasileira. AComissão de Justiça, tem á sua competêri-

da delimitada no § 4.0 do artigo 28 que~: '

"À Comissão de Constituição e Justiçacompete opinar sobre o aspeto consti­tucional, legal, jurídico, ou de técnicalegislativa, das matérias que lhe foremdistribuídas, ... "

Acredito sinceramente que não se extin­gue aí a competência e, muito mais, não seextingue aí o dever da Comissão de Cons­tituição e Justiça e, muito especialmente,dos seus doutos membros para com a Casa,para com o Legislativo brasileiro e paracom o País, que está a viver tempos magní­ficos, porque orientados para um processode restauração da plenitude democrática.A responsabilidade de cada um de nósmeus ilustres pares, é muito maior agora:do que em qualquer outro período da vidabrasileira.

O proj eto que ofereceu à consideração daCasa o eminente Deputado Aurélio Camposhomem que não precisa de qualquer refe~rêneía, de qualquer um de nós, porque é~m dos mais ilustres políticos deste País,Deputado Estadual por várias legislaturasem São Paulo, conduzido a esta Casa comuma brilhante votação, homem atuante jáde conceito firmado como patriota, com; deelevado espíríto público, é, sem dúvida, umacontribuição das mais importantes.

O Sr. Aurélio Campos - Obrigado a V.'Ex.""

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Náo voudiscutír a matéria agora, meus Líderes doMDB, meus ilustres colegas, como fizeramos Deputados Airon Rios, Celso Barros eoutros eminentes colegas que apartearam oautor, sob o aspecto jurídico, porque não éda minha especialidade. Mas da minha es­pecialidade é o conhecimento da realidadebrasileira. Tem razão o Deputado AurélioCampos, e sou muito mais pelo seu projeto,que, na realidade, assegura a retencão da­quilo que estaria em jogo, no caso 'a pou­pança, a economia de famílias sem maioresproteções que vêem seus recursos ser rou­bados por esses habilidosos homens queestão nesse campo da grilagem no setorimobiliário. Por isso sou muito mais peloprojeto, que é rigoroso, que realmente as­segura a volta da poupança daquele pe­queno recurso aos seus donos reais.

No entanto, acredito ser o substitutivo umpasso a mais, porque no momento, pratica­mente, segundo as observacões do autor ede outros eminentes colegas, pouca coisa sepode assegurar a esses desafortunados dasorte que têm a infelicidade de adquirir lo­tes em áreas motivo de grilos, de trapaçasdocumentadas.

O Sr. Guaçu Piteri - Nobre Deputado,V. Ex.a me enseja a oportunidade de trazerdois testemunhos. Primeiro a extensão e agravidade desse problema 'na área metro­politana de São Paulo, onde vivo e portantoconheço. Lá temos tido inúmeros problemasde loteamentos inteiros, que afetam cente­nas de famílias, cada um deles nessas con­dições. E o segundo testemunho que querotraz~~ é em homenagem ao nobre DeputadoAurélío Campos, de quem tive a honra deser <;.ompanheiro na Assembléia Legislativade Sao Paulo pelo seu trabalho de oito anosao lado de outros Deputados Estaduais d~ambas as bancadas. Fui, inclusive, relatorde uma Comissão Parlamentar de Inquéritoconstituída para estudar o problema. Essaproposição do nobre Deputado Aurélio Cam­pos é, evidentemente, fruto de um prolon­gado estudo de vários pareceres de eminen­tes juristas; e acredito que venha a serrealmente a forma objetiva prática diretapara se buscar uma solução' para esse graveproblema. Como V. Ex. a, conheço a questãoe sei da sua extensão, da gravidade em

relação ao problema social que vem cau­sando em todas as grandes cidades, em to­das 3.S áreas metropolitanas e em inúmerasoutras regiões do nosso Pais.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Acolho sa­tisfeito, a contribuição que V. Ex."" traz aesta modesta oração com que discuto o pro­[eto do nobre Deputado Aurélio Campos, denumero 75-A, de 1975. E, ao incorporar oseu aparte ao meu pronunciamento, agra­deço_a oportunidade ensejada por esta dís­cussao, para que V. Ex., com meu plenoapoio, juntasse a sua contribuição a essehumilde orador.

O Sr. Aurélio Campos - Permite-me V.EX,R um aparte?

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Com muitoprazer ouço o nobre Deputado AurélioCampos.

O Sr. Aurélio Campos - Nobre DeputadoSiqueira Campos, citado nominalmente porV. Ex. R, com palavras elogiosas e encô­mios ...

O·SR. SIQUEIRA CAMPOS - Meu nobreDeputado Aurélio campos, interrompo V.Ex. R, para dizer algo mais que não disseantes: tive a sorte de ser eleitor de V.Ex.", porque morei quatro anos em SãoPaulo e dezesseis em Campinas. Não disseabsolutamente nada que o nobre colega de­vesse agradecer, pois V. Ex.a já prestourelevantes serviços a São Paulo e ao Pais.Foi um prazer ter acompanhado V. Ex.a eé um prazer continuar acompanhando-oagora como seu colega.

. O Sr. Aurélio Campos - Veja V. Ex.a comque satisfação agradeço, agora tambémmergulhado nesta surpresa de saber quetive a honra de merecer de V. Ex." o voto ..•

_O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Honra,nao; encargo.

O Sr. Aurélio Campos - ... consciente deum cídadáo consciente. De forma que mepermita extrapolar para a personalidade deV. Ex. R os encômios com que me cobriu,sobretudo generosos.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Não foramgenerosos.

O Sr. Aurélio Campos - Desejaria dizerao nobre Deputado Siqueira Campos, acres­centando também as eonsideracões do meunobre Líder Guaçu Piteri, que realmenteeste projeto é resultado de longo estudo deum fator social que desafia a argúcia dasautoridades. O seqüestro só começou a seraplicado em São Paulo, a pedido de Depu­tados da Assembléia Legislativa do Estadodepois daquele brilhante parecer do emi~nente jurista Washington de Barros Mon­teiro. E dizia eu na minha explanação,quando tíve a honra de ocupar a tribunaque o próprio Governador de São Paulo na:ocasião, se valera desse instituto jurídicopara proteger aqueles proprietários ou pre­tensos proprietários de áreas na região doVale do Ribeira. De forma que vê V. Ex."que a obrigatoriedade do seqüestro não in­cide na lide judicial, não interfere no lrtí­gio possessório. Trata-se apenas de umamedida acautelatória em favor daquelascriaturas humildes, daqueles trabalhadoresque vivem na periferia das grandes cidadese .que, num mutirão domingueiro, cons­troem suas casas. Muito obrigado.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Eu queagradeço a V. Ex.a pela contribuição ofere­cida ao meu modesto discurso, com os ele­mentos que nos trouxe, esclarecendo aindamais as razões por que apresentou esta pro­positura, razões de todos nós já conhecidase realmente relevantes. Tem V. Ex."" semprecolab?rado de forma extraordinária para asolução de graves problemas sociais, algunsagravados, sem dúvida, pela prática de grí-

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los e de trapaças no setor imobiliário, pra­ticados em prejuízo de milhares de brasi­leiros que vivem de baixa renda.

Ouço, com prazer, o meu Líder AironRios.

O Sr. AÍl"on Rios - Tenho muito prazerem associar-me à linha de colocação queV. Ex.a vem impondo ao seu discurso, noque concerne aos aspectos sociais do pro­jeto ora em discussão. Estamos inteiramen­te identificados para aplaudir a iniciativado nosso companheiro, Deputado AurélioCampos, que se habituou a conferir à suaatuação parlamentar a sobriedade e a se­riedade de sua conduta. Não sei se V. Ex.ase encontrava no plenário quanto tive ahonra ele apartear o nobre autor da propo­situra ocasião em que deixei à compreen­são d~ ilustre colega que não havia, ainda,uma definição da Maioria em relação aoseu projeto; que não tomasse S. Ex.a o pro­nunciamento da Maioria como uma restri­ção, tampouco como adesão.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Ouvi, Exce­lência.

O Sr. Airon Rios - Esse é o posiciona­mento da Maioria neste instante, em fun­ção da técnica legislativa, eis que se estápropondo - convém salientar - modifica­ção a um texto do Código de Processo Civil,o mais novo Código posto em vigência noPais. Por esse motivo, deve haver uma cer­ta cautela na colocação do problema, nãose confundindo essa cautela com embargoa qualquer Iniciativa da Câmara ou desteParlamento. Parabenizo V. Ex.a pelo des­taque que dá ao aspecto social .que pode­mos detectar na iniciativa do Ilustre co­lega.

O SR.. SIQUEIRA CAMPOS - Agradeçoa V. Ex.a pelos esclarecimentos. Mas, meunobre Líder Deputado Aíron Rios, há umproblema nesta Casa que gostaria de res­saltar. Há pouco alguém me fazia uma crí­tica ao comportamento de alguns colegasou mesmo às decisões de algumas das Co­missões Técnicas desta Casa. Por uma ques­tão de ética não revelarei o nome da pes­soa que fez acritica. No entanto, não sendoeu "caixa de segredos", sinto-me no deverde revelá-la, até mesmo por nao concordarcom ela. Dizia esse Deputado que algunscolegas nossos, por comodismo, outros paraobter rendimento com matéria de autoriaalheia - esse tipo de pessoa que gosta desubir pisando em alguém - ~1;1.itas vezesdeixavam perder-se uma boa ídéía ,

Pois bem, 81'S. Deputados, vim à tribunafazer um apelo exatamente em favor deum projeto ao qual foi apresentado substi­tutivo cujo Relator vem demonstrando nun­ca ter tomado atitudes desse tipo. Esse co­lega, depois de estudar a matéría, deu con­tribuição valiosa ao seu aperfeIçoamento.Muitos podem não achá-la válida. Eu, pes­soalmente considero-a melhor, não quantoao aspec~ jurídico ou de técnica legislati­va mas por questão de segurança, até mes­mo para não agravar problemas sociais.Precisamos dar a milhões de brasileiros asegurança de não serem levados a fazerum mau negócio nesse setor.

Dizia ainda o autor da crítica que algunsDeputados simplesmente mandavam asproposições à Assessoria com uma observa­ção no sentido de rejeitar a matéria, semmaiores cuidados. Pode ser que alguns te­nham tomado essa atitude. Afinal, esta Ca­sa é uma síntese do pensamento da Nação.Graças a Deus, aqui há representantes detodo o povo brasileiro. De modo que é bemprovável algum colega ter agido assim. Pes­soalmente não conheço nenhum que tenhatomado essa atitude.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

.Mas, tomando tal crítica em considera­ção, desejo fazer um apelo aos colegas nosentido de aproveitarem as boas idéias. Seum projeto não está posto em boa técnicalegislativa, que o Relator determine assimseja feito, mas aproveite a idéia, salve oprojeto. Isso permitirá ao Legislativo apro­var mais matérias, melhor conceituar-sediante da opinião pública e realmente co­mandar o processo democrático. Para queprincipalmente nós, da ARENA, possamosassumir o comando desse processo de dis­tensão e restauração da plenitude democrá­tica, é necessário ousar cada dia mais, tra­balhar e 'pesquisar com acuidade, com res­ponsabilidade, enfim.

Este o apelo que queria fazer à douta Co­missão de Constituição e Justiça, em espe­cial, e aos demais órgãos técnicos da casa,bem assim a cada um dos colegas. No en­tanto, devo ressaltar que não tenho queixade ninguém, não sou dos que pedem aos re­latores para aprovar ou rejeitar determina­do projeto. A nós cabe a iniciativa de lan­çar o tema, aos membros das Comissõescabe a responsabílídade de edificar sobre asproposições. E essa não é obra minha oude qualquer Deputado, mas do Legislativoe, em última análise, da própria Nação. Épara tanto que cada um de nós aqui está.Quando pedimos votos ao eleitor em praçapública, comprometemo-nos a trabalharnesse sentido. Sinceramente, gostaria de verdesfeita essa imagem a que já me referi,quanto ao descuido com que alguns colegastratam das proposições apresentadas à nos­sa consideracão. Diria mesmo ao autor des­sa critica que, pensando assim, ele demons­tra conhecer pouco o Legislativo, pois nãose pode afirmar a existência de ordens vin­das de cima no sentido de aprovar ou re­jeitar qualquer proposição.

Queria também dizer aos colegas que nãose deve extinguir na letra fria do § 4.° doart. 28 do Regimento Interno a competên­cia da Comissão de Constituição e Justiça.Suas atribuições, como as nossas, vão muitoalém de simplesmente sanar falhas e apri­morar proposições. Temos de aproveitar asidéias, de modo a que, no fím do ano, nabalança de aprovação de leis, possamosapresentar saldos mais favoráveis, que nosaproximem, pelo menos, do peso represen­tado pelas mensagens do Executivo apro­vadas nesta Casa.

Disse ainda o colega que fazia a crítica,que esta Casa apenas aprova as matériasoriundas do Executivo, nunca as melhora, anão ser naquilo que constitui pequena con­cessão, ponto de vista do qual também dis­cordo.

Ouço com prazer o colega Airon Rios.O Sr. Airon Rios - O fato de V. Ex.a re­

ferir-se cautelosamente ao autor das criti­cas, para não se transformar num incon­fidente ...

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Não fariaisso, mesmo que minha vida estivesse emjogo.

O Sr. Airon Rios - Evidente. Mas isso ea observação do colega bem demonstramque, na verdade, o acontecido não deixoude ser apenas um pequeno fato dentro dacomunidade político-parlamentar, talveztão isolado - e por isso mesmo tão singu­larizado - que não poderia ter qualquerressonância. Trata-se de comportamentomuito pessoal, muito próprio de quem as­sim agiu, quase um subterfúgio, de sorteque não pode ter maiores repercussões. Eaqui estou. para dizer que penso como V.Ex.a Não se pode manter uma conduta queinvalide a disposição ou o apetite parla­mentar, que deve ser o instrumento de emu­lação para o nosso trabalho, sobretudo

lunho de 19'15

quando se trata de alguém que tem muitoa dar em matéria de contribuição. Permi­to-me destacar neste caso, V. Ex.a, meu amí-'nente amigo e colega, Deputado SiqueirllCampos. "

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - V. Ex.a é,reconhecidamente, muito generoso, e agorao comprova, pois além de ser um homembrilhante, é um grande amigo. Agradeço aV. Ex.a as referências elogiosas.

O Sr. Aurélio Campos - Nobre DeputadoSiqueira Campos, entendo perfeitamente oseu ponto de vista. V. Ex.a quer se referirprecisamente ao esmagamento das mino­rias pelas determinações dos Executivos.Na Assembléia Legislativa de São Paulo,para exemplrücar, éramos uma oposição deapenas 15 homens do Movimento Democrá­tico Brasileiro, e sistematicamente te das asproposições do MDB eram rejeitadas. Nãose permitia uma emenda sequer a qualquerdos projetos enviados pelo Poder Executi..vo. Quero dizer a V. Ex.", nobre DeputadoSiqueira Campos, que a prática tem-meensinado que esta Casa goza de maior tn­dependência. Acredito que em projetos quenão impliquem natureza ou vinculação po­lítica esta Casa pode dar sua contríbutéãóefetiva, independente de maioria ou mino­ria, para aprimorar aquelas proposições quedigam respeito ao interesse público. En':'tendo perfeitamente o ponto de vista deV. Ex.a Desejável seria a completa inde­pendência do Poder Legislativo no sentidode votar com liberüade, dentro do pensa­mento e das convicções de cada um, as pro.posições que para aqui vierem.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Agradeçoa V. Ex.a, nobre Deputado. Permito-medar uma informação ao nobre colega, porjá ter um mandato a mais nesta Casa, oque não quer dizer que esses quatro anosme confiram mais experiência, pois V. Ex.",parece-me, é melhor observador do que eu.Refiro-me ao problema das proposições deautoria dos Parlamentares, nas quais nãoacredito esteja o Governo interessado. Po­de ser que eu esteja sendo injusto com al­guém, mas acho que nós é que queremosservir demais. Para alguns colegas isso pa­rece comodismo, para outros, descaso. As.,.sim sendo, a situação que se reflete é con­tra o Deputado, tanto da ARENA quantado MDB. lt o que dizem, e os fatos parecemconfirmar pelo menos em parte.

Sr. Presidente a mim, na qualidade derepresentante de uma pequena parcela daopinião pública, cabe fazer essa advertên­cia aos nobres colegas da douta Comissãode Constituição e Justiça. Só agindo assim,isto é, aproveitando, sempre que possível,as idéias apresentadas pelos colegas, tere­mos condição de crescer junt-o à opiniãopública e consolidar o regime democrático;

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Não havendo mais oradores inscritos, de.claro encerrada a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ~Tendo sido oferecida uma emenda ao Pro­jeto n.? 75-A, de 1975, em La discussão',volta o mesmo à Comissão de Constituiçàóe Justiça.

Dê-se a seguinte redação ao § 1,0 doart. 822, referido no substitutivo:'

"Art. 822, , .. "0

§ 1.0 O juiz decretará obrígatorta­'mente o seqüestro quando, nos lotea­mentos para venda a prestações, ou emqualquer outra alienação imobiliária,houver mais de um litigante dispu­tando o domínio do imóvel ou existirmanifesto interesse da União, dos Es.tados, ou Municipios. Nestes casos, Ojuiz determinará o depósito das pres­tações na Caixa Econômica Federal...·

Sala das Sessões, em 1,° de junho db1975. - AU1'élio Campos. .

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Junho de 1975 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3943

-:::.=====================~=~====-=,O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­

Nos termos do inciso II do art. 10 do Re­gimento Interno, concedo a palavra ao Sr.Viana Neto, na qualidade de Líder daAliança Renovadora Nacional.(DISCURSO DO SR. DEPUTADO VIANA

NETO, RETIRADO PELO ORADOR PARAHEVISAO.)

Durante o discurso do Sr. Viana Neto,o Sr. Célio Borja, Presidente, deixa acadeira da presidência, que é ocupadapelo Sr. Henrique Eduardo Alves, 2°_Secrettirui.

Durante o discurso do Sr. Viana Neto,o Sr. Henriçue Eduardo Alves, 20-Se­creiário, deixa a cadeira da presidên­cia, que é ocupada pelo Sr. Ubaldo Bti­rem, Suplente de Secretário.

, O SR. PR-'SIDENTE (Ubaldo Barem) _Nos termos do inciso II do art. 10 'do Re­gimento Interno, concedo a palavra ao Sr.Celso Barros, na qualidade de Líder do Mo­vimento Democrático Brasileiro.

O SR. CELSO BARROS - (MDB _ PIoComo Líder. Pronuncia o seguinte dís­eurso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados,recebi ontem, do nobre Líder Laerte Vieiraa incumbência de representar a lideranç~neste expediente, sendo, assim, antecipadade alguns dias a data que me fora ante­ríorments designada.

, ,Sem tempo suficiente sequer para- medi­tar sobre o tema de meu discurso, sintoo, peso da responsabilidade, sobretudoquando enxergamos no horizonte políticoque nos cerca nuvens cada vez mais den­sas, prenunci~doras não de tempestades,mas de estabíltdade, o que significa dizerde paralisação daquilo que, pela ordem na­tural das coisas, deve renovar-se e aperfei­çoar-se.

Ainda há poucos dias, o Líder do Governonesta Casa, o nobre Deputado José Bonifá­cio, re~ificando o noticiário da imprensa lo­cal, afírrnava, entre preocupado e reticen­te, .que o Sr. Presidente da República [a­mais falara, em qualquer ocasião em dis­tensão política, como a dizer que S. Ex.aab~lira tal ,:ocábulo do dicionário político,apos haver figurado em debates nesta Casae por fim integrar os demais verbetes queformam "1 dicionário cabalístico da atuali­dade.

Distensão, sim. É palavra que teve cursoforçado no País como moeda de valor in­significante, embora nunca tenha sido elacompreendida pelo povo, porque, em ver­dade, o povo por ela não se ínteressa .. ;O que interessa ao povo, como a todosros, ~eus representantes, não é o empregogratuito ou forçado das palavras, a afír­maçao ou negação de sua existência, maso que realrnerrts algumas palavras signifi­cam 'para nos. E uma delas é a traduçãodaquilo que está no pórtico de nossa Cons­tituição, como afirmação solene e grandío­sa de nossas conquistas: "Todo o poderemana do povo e em seu nome é exerci­po." Essa palavra é Democracia.

A expressão tem para nós um conteúdoQue deve ser preservado. E mais do quepreservado, vivido, porque ela constitui aessencia da democraeia. Daí não nos inte­ressar pelo destino do vocábulo distensãoou que seja ele riscado de uma hora pal·a:outra, conforme as conveniências do mo­mento, do texto do dicionário que substi­:tUl~, no altar de !l0ssa devoção política, odecálogo que contem os princípios plasma­dores de nos~a nacionaEdade, queria dizer,de nosso nacíonalísmo ,

De 1964 para cá, criou-se no País umamentalidade ufanista, pouco diferente da­!luela que domínou no começa do Século,através do livro riquíssimo de informação

e belo de expressão - "Porque Me Ufanodo Meu Pais", do Conde de Afonso Celso..I!:ra, não há negar, a euforia de uma épocaromântica, em, que a realidade passara aser buscada no mundo subjetivo, num pro­cesso de alienação que todos hoje em diadeploramos, mas que poucos, declslvamerrte,têm a coragem de enfrentar. Essa aliena­ção atingiu profundamente o sentido e asdiretrizes de nossa cultura.

Os padrões culturais e as táboas de va­lores que herdamos de outros países nosdão a exata medida de como plasmarameles a nossa mentalidade e os nossos des­tinos, criando hábitos culturais, conformis­mo político, desvios econômicos e insuces­sos administrativos de que só de certotempo a esta parte nos libertamos um pou­co, em face das conquistas inevitáveis domundo em que vivemos e cujo esforço dedesenvolvimento temos procurado acompa­nhar e compreender.

Os nossos historiadores, ensaístas, assimcomo os intérpretes dos fenômenos polí­ticos e sociais do nosso País. não foramalém, no seu trabalho de análise, daquiloque se qualificou de "crônica das institui­'ções políticas e sociais, das idéias, das r~­

formas, das guerras e das revoluções." Naose preocuparam, à falta de uma visãocrítica do problema e por uma formaçãocultural de todo voltada para fora de nos­sas fronteiras, com as causas do nossoatraso que nos está levando a pesados sa­crifícios.

Nesse sentido é bastante significativa aobservação feita por Raland Corbisier, apropósito do trabalho empreendido nocampo da História, da Política e da So­ciologia. Diz ele:

"Ao analisar as diversas tendências de"interpretacão" do Brasil, desde o livrofamoso do 'Conde de Afonso Celso atéos ensaios mais recentes, como "Re­trato do Brasil". de Paulo Prado."Psicologia da Revolução", de PlínioSalgado, "Raízes do Brasil", de SérgioBuarque de Holanda, "Introdução aoEstado da Realidade Brasileira" e"Conceito de Civilização Brasileira",de Afonso Arinos, e "Interpretação doBrasil", de Gilberto Freire, é fácil ve­rificar que os erros mais graves dessasinterpretações decorrem da falta deconsciência histórica, ou melhor, dafalta de consciência crítica da histó­ria".

Esse defeito de interpretação que denun­cia da parte de seus autores - os mais no­táveis de nossa grei intelectual - a sub­comissão a critérios apríorístícos, aleátícose por isso mesmo irredutíveis a uma verí­tícacão dos dados concretos de nossa realí­dadé histórica e social, mostra que o Brasilnão era visto e analisado como um todo,em função de nossas bases politicas, eco­nómicas e sociais, mas como um ente abs­trato, como um ser moral, um valor abso­luto a que se ajustavam muito bem con­ceitos e referências desvinculados do tempoe do espaço em que se projetava.

Um dos intérpretes de nossa "realidade",acima apontados - Sérgio Buarque de Ho­landa - no mencionado livro "Raízes doBrasil", consagra capítulo ao "Homem Cor­dial", a identificar com esse qualificativoum tipo de brasileiro. nascido das virtudese das graças de nOSSa formação cultural, naespontaneidade de elementos intrínsecos.

Partindo de uma afirmativa de RibeiroCouto, em carta dirigida a Alfonso Reyes,de que a COntribuição brasileira para a eí-

vítízação será de cordíalidade, aduz O mes­mo autor:

"A lhaneza no trato, a hospitalidade, agenerosidade, virtudes tão gabadas porestrangeiros que nos visitam, represen­tou, com efeito, um traço definido decaráter brasileiro, na medida, ao menosem que permanece ativa e fecunda ainfluência ancestral dos padrões deeonvívío humano, informados no meiorural e patriarcal".

O brasileiro, na visão utópica desses ob­servadores de nossa História, não era ohomem mal nutrido, analfabeto, o empre­gado que o trabalho mal pago escraviza ouo patrão que o capital híerarquiza, não erao fazendeiro, o sertanejo, o homem raquí­tico do litoral, como o vira Euclides daCunha, era, sim, o "homem cordial", o"homem hospitaleiro", o homem de requin­tadas virtudes cristãs e de acentuada vo­cação para as virtudes cívicas.

De tal "substância", comenta RalandCorbisier - arbitrariamente definida. deacordo com o temperamento e as vicissitu­des bíogrártcas dos autores, são extraídos,dedutivamente, os defeitos e as qualidadesdo povo brasileiro".

Faltava, em tal análise, o sentido do cir­cunstancial, do relativo, do histórico, quadroesse que, felizmente, de certo tempo a estaparte, se vai modificando, graças ao sen­tido crítico de que já se aperceberam al­guns dos estudiosos da História pátria, aosquais se impõe uma análise do homem bra­sileiro como membro de uma comunidade,produto de uma cultura, resultado de umprocesso histórico. sem que se encontremnele qualidades imanentes de um ser abs­trato, de uma "substância" que pudessejustificar aqueles inatos atributos morais,ou formas de comportamento social.

O brasileiro será "cordial" "preguicoso""indolente" "hospitaleiro". da medidá eu:.que se adapte círcunstancíalmente a certotipo de cultura. a determinado nível de de­senvolvimento ou de subdesenvolviemnto.

A medida que nos vamos distanciandocada dia do complexo colonial e vamos ad­quirindo consciência de nós mesmos, denossas potencialidades, a realidade brasi­leira adquire, para nós, contornos que jánão se contêm no enredo das elaboraçõesconceituais, mas se dimensionam pelo acer­vo das realizações concretas em que se tra­duzam as nossas conquistas culturais.

Há poucos dias ouvíamos, em um dosrecintos da Oãmara, o Ministro Mário Hen­rique Simonsen, que dissertou sobre o de­senvolvimento brasileiro e mostrou os as­pectos positivos e negativos de nossa or­ganização econômica. Vimos as dificuldadesem que se encontrou para justificar certasposições, a despeito dos indiscutíveis mé­ritos que ostentou e do malabarismo verbalde que se utilizou. De suas palavras pelomenos uma coisa podemos deduzir: há umapreocupação no presente para enriquecer oPais, embora tal preocupação não corres­panda ao mesmo desejo de enriquecer oseu povo. Pais rico e povo pobre. Eis ocontraste. Em termos de uma verificaçãocritica, podemos afirmar que, em matériade desenvolvimento, participamos da mes­ma euforia ufanista, realçada num quadroque seria totalmente alterado se o acareás­semos com a nossa realidade.

O mesmo podemos observar no campodo 'lnsino, mormente o universitário, ondeavulta "o primeiro grande desperdício denossas universidades: o do completo desa­juste entre a oferta de vagas e as neces­sidades do mercado de trabalho. Quadrodescrito pelo mesmo Sr. Mário Henl'ique

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394t! Qllartà-feira 11

Bimonsen, tomando por base a educação dealguns anos, não difere muito do atual e asua observação coloca bem o problema emface de nossa realidade. -Eis as suas pala­vras;

"Como explicar esse desajuste setorialentre a oferta e a procura? Em pri­meiro lugar pela proliferação das Uni­versidades-prestigio. Em várias regiõesmontar faculdades e, se possível, con­gregar cinco delas numa universidadeé um instrumento de poder para ospoliticos locais. Dada a escassez de re­cursos materiais e humanos, e a mo­tivação central de distribuição de di­plomas, a seleção das faculdades nãose faz pela avaliação das necessidadesdo mercado, mas pela lei do menor es­forço: criam-se as faculdades que po­dem ser instaladas com meia dúzia desalas de aula, giz e quadro-negro, eum corpo improvízado de professores,como as de Economia, Filosofia, Di­reLto etc. O resultado é que além dapéssima qualidade do ensino, o Brasilvai formando economistas onde há ne­cessidade de médicos, literatos onde seprecisa de administradores de empre­sas etc."

O crescimento vegetativo do País, querepresenta muito no período de dez anos,alterou, sem dúvida, esse quadro e talvezjá agora a função do economista não sejatão secundária em relação à do médico. Oque Importa é que o ensino seja um dosinstrumentos de promoção social, nos seusvários níveis ou graus, coroado com o aces­so' cID maior número possível à universidade,onde a cultura adquira os elementos defi­nidores de nossa autonomia cultural.

Verifica-se, da parte do Governo, um es­forço muito grande no sentido de aperfei­çoar os mecanismos fazendários, de criarmaior soma de riqueza para o Estado,através de incentivos à empresa privada,que esta é a política por ela traçada. "OGoverno tem de equilibrar o desejo de veras coisas acontecerem rapidamente, numpaís ainda com as deficiências caracterís­ticas do subdesenvolvimento, com o pro­pósito - econômico, social e polítaco - deque a empresa privada seja estimulada efortalecida". São palavras do Ministro Che­fe d.. Secretaria de Planejamento da Pre­sidência da República, João Paulo dos ReisVelloso.

Aí, como vemos, o que vale é a orien­tação liberal, convertida em- programa deGoverno, em ídeárío econômico da Revo­Ilução.

líl essa, sem dúvida, outra versão maisatualizada do nosso álheamento, em se­qüêneía ao aíneamento cultural, educa­cíonal. O alheamento econômico não deixade ser um desastre para a nOSSa contras­tante veríüeação de que num país ricomoureja e vegeta um povo pobre.

Esse quadro pode ser assim descrito, emsuas cores reais, em sua dramática reali­dade;

"No campo econômico, está sendo reali­zada a maior ofensiva de que se temnotícia na história brasileira em favorda penetração de capitais estrangeiros.No sentido de assegurar a rentabilidadedesejada pelos capitais que para cá sedeslocam, condições e garantias sãoansiosamente propiciadas pelo Gover­no. Não só a poupança pública vemsendo prodigamente aplicada na im­plantação da infra-estrutura econô­mica que abre caminho à conquista derecursos e mercados, como até os even­tuais riscos decorrentes de futuras mu­danças políticas foram afastados poracordos de garantia de investimentos

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J)

que, se contrariados, levarão o País àbarra de tribunais estrangeiros."O ímpeto com que a nova políticaeconômica passou da concepção à prá­tica permitiu que no espaço de poucosanos fossem gerados efeitos suposta­mente demonstrativos do seu valor in­trinseco. O Brasil passou a conhecer,a partir de 1968, taxas de crescimentodo seu Produto Interno Bruto, em tor­no de 10%. Em termos econômicos, apolítica adotada teria chegado a umasituação que vem sendo descrita demodo a creditar aos seus autores o be­neplácito de forças milagrosas.

"O "milagre brasileiro", despido, de umlado, da crença popular, da devoção eda esperança, resulta de outro lado nofavorecimento dos não necessitados,implicando num castigo aos que foramsacrificados, maldição para aqueles quenão o pediram"."No rastro do "milagre" ficou o empo­brecimento relativo e absoluto do povo.A concentração da renda alcançou ní­veis que exprimem melhor que nada overdadeiro sentido da polítíca econô­mica do Governo. Entre 1960 e 1970,20% da população brasileira, que cons­tituía a parcela de rendimentos maisaltos, aumentou sua participação narenda nacional de 54,4% para 64,1%,enquanto os 80% restantes tinham asua participação rebaixada de 45,5%para 36,8%. A concentração se revelaainda de modo mais gritante quandose considera que, no mesmo período,1% da populaçáo, constituindo o grupodos mais ricos, aumentou sua partici­pação na renda nacional de 11,7% para17,%, enquanto metade da populaçãobrasileira, constituida por pessoas derenda mais baixa, teve sua participa­ção reduzida de 17,6% para 13,7%_ Arelativa inversão de posições fez comque, em 1970, 1% de brasileiros pas­sasse a ganhar mais que metade dapopulação brasileira" t ín "Aspectos daDistribuição de renda no Brasil em1970", Duarte, João Carlos- Duarte eapud Documento dos Bispos e Superio­res Religiosos do Norte, 6 de maio de1973, pág. 18).

O milagre realmente existe para unspoucos, enquanto para a grande maioria dopovo, na SUa pobreza, no seu abandono, noseu analfabetismo, na afronta que lhe faza riqueza do Pais, o que se observa é umasituação de empobrecimento cada vez maior,mais crescente, responsável, só por si, pelafalta de confiança no futuro da Nação, queesta se cíndíu da realidade do próprioEstado. .

Estado e Nação, nos períodos normais desua história, deve formar um todo, aglu­tinar os valores que sedimentam os longoscaminhos de sua trajetória, realizando oque poderíamos chamar sem falso conteúdosemântico o milagre do seu povo, nas suaslutas, nas conquistas, nas suas aspiraçõescomuns. Ê a comunhão de todos na valori­zação do trabalho de cada um, é a con­fiança de que, identificando o presente noesforço da comunidade, em cujo seio seenriquece o pabrimômo do Estado e daPátria, quando marcham unidos em buscados mesmos valores - conquistaremos odesenvolvimento com justiça SOCIal e a pazcomo resultado desse desenvolvímento.

Do abstrativismo cultural, educacional eeconômico, que é fácil deduzir dos elemen­tos acima, com a ressalva de que o últimose mostra extremamente realísta quando seinclina a proteger e ajudar os grupos bene­ficiados, passemos ao abstrativismo poli-

Junho de 1975::=-

tico que constitui a tônica dominante emnosso dias e em nosso quadro institucional.

Temos uma Constituição e não temos asgarantias constitucionais nela mesma de­finidas. Temos uma Constituição formal­mente Válida, mas intrinsecamente inefi­caz. A Constituição que, teoricamente, é ver­tente das manifestações populares, apare­ce, em determinadas circunstâncias, e sem­pre que o Poder no Estado quer sobrepor­se às conquistas da Nação, como .ancila doAto Institucional.

Sr. Deputado Airon Rios, peço a V. Ex....que seja breve no seu aparte, porque eudispunha de 60 minutos e agora meu tem­po foi reduzida para 20 minutos.

O Sr. Airon Rios - Isso, na verdade, tor­na mais difícil uma comunicação. Mas V.Ex." consigne na sua erítaea construtiva queao se restabelecerem as eleições diretas oGoverno está dentro, exatamente, da óticada distensão. E no momento em que a im­prensa está praticamente com a sua cen­sura sobrestada, pela liberdade com que vemnoticiando, isso também há de ser consig­nado em favor do processo distensório. In­felizmente, outras observações não possofazer para não tomar o tempo de V. Ex."

o SR. CELSO BARROS - Nobre Depu­tado, não entendo que a eleição direta sejao resultado de um processo de distensão, Natradição democrática brasileira a eleição éuma conquista do próprio País, da própriaNação. E numa época em que as eleiçõesvenham a funcionar como um favor é quese compreende o que significa distensão .Significa que retrocedemos no tempo, na­turalmente por amor a muitas idéias pre­valentes no espaço e que não nos perten­cem.

O Sr. Airon Rios - Mas a colocação estáfeita. V. Ex.as criticavam o Governo pelofato de as eleições serem indiretas. Agorao Governo vai realizar eleições diretas, den­tro exatamente dos seus propósitos de dis­tensão. Não posso chegar a outra conclu­são. Do contrário, teríamos de fixar per­manentemente as eleições indiretas. Se as­sim fosse, estariam todos duvidando dospropósitos da distensão. Como o Governoadmitiu estar inteiramente identif-icadocom o processo de eleição direta, já V_ Ex."acha que isso é uma tradição da legislaçãobrasileira .

O SR. CELSO BARROS - A eleição di­reta, nobre Deputado, como dizia, é umaconquista e se nós a reclamávamos do Go­verno é porque ele nunca riscou do seu di­cionário a palavra democracia. Durante os'10 anos da Revolução as palavras talvezmais largamente usadas não foram outrassenão estas: abertura democrática, marchapara a democracia. En tão, se o Governoprometia a democracia que todos desejá­vamos, não poderíamos deixar de criticá­lo, quando adiava a data em que a demo­cracia haveria de ser para nós tsaduzídapelo menos através de um ato público: aeleição. .

O Sr. Luiz Rocha. - Deputado Celso Bar­ros, não quero tomar seu precioso tempo.Apenas desejo concordar com V. Ex.", nomomento em que diz que a eleição diretaé uma conquista do povo brasileiro e, con­seqüentemente, do País. Concordo plena­mente, mas, dentro dessa conquista de elei­ção direta, quando a realizamos, necessa­riamente estamos exercitando a democra­cia.

O SR. CELSO BARROS - Daí por que,nobre Deputado, haveremos de ser fiéisàqueles princípios que nortearam nossa for­mação política, no sentido de aprimorarnossas instituições democráticas_ E é jus­tamente por esta razão que não compreen-

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demos que sobrepaíre acima de todas as leis'a lei excepcional.

Prosseguindo, Sr. Presidente, este instru­mento - o Ato Institucional n.? li - quenão se subordina à Lei, mas à vontade, quediz sim quando a Constituição diz não, éum fator de contradição em nosos sistemapohtíco .

Toda Revolução tem o direito de criar °seu direito. SociologlCamente o fato é in­contestável e historicamente os exemplossão numerosos. E até justificamos, em prin­cipio, que a Revolu~ão de 1964 haja orga­nizado os seus mecanismos legais para ajus­tá-los aos interesses dominantes. Nunca seviu um poder vitorioso deixar de exercitaras suas formas de domínaçào, as suas leis,fazer valer os seus princípios. Se não o fazé bem curta a sua duração. A lição e os

'(lxemplos estão em Maquiavel.

Quando a Revólução não organiza o Po­der, perece o poder da Revolução. O queimporta considerar é se o poder da Revo­lução traduz o poder e a vontade do povo.elp cujo nome e em função de cujos inte­resses foi feita a Revolução. E poderíamos

.Ir mais adiante, afirmando que as Revolu­ções são instrumentos de civilização e deprogresso.

Gaston Bouthoul afirmou: "É provável.que o canhão tenha salvado a civilização..'1sso porque - acrescenta ele - parece quea Europa da Renascença pôde, graças a es­

'sa arma, rechaçar definitivamente as, ínva­sões mongóís ... Pode-se também argumen­·tflr pelo perigo que o armamento atômiconas mãos de Hitler teria sido para o mun­do ...

Há até mesmo uma apologia da guerra,que não difere em nada da apologia da

, revolução.E temos palavras de CharIes De Ga.ulle ;

"A França foi feita a golpes de espada. Aflor de lts, símbolo da unidade nacional, nãoé senão a imagem de um dardo de trêsIanças",

O Sr. Luiz Rocha - Comentando o AI-5,V. Ex.a faz reavivar às nossas memórias aafirmação do eminente Presidente De Gaul­18, quando .dísse que a França foi feita agolpes de espada. Parodiando, digo: o Bra­sil foi conquistado pela paz e a espada éreservada à manutenção desta conquista.

O SR. CELSO BARROS - Agradeço aV. Ex.a o aparte.

Continuo.Anatole France: ,"As virtudes militares

geraram toda a civilização ... "Montherland : ..S~ necessários ódios à

sociedade, uma vez que é pelas agitaçõesque ela progride, como a terra precisa serrevolvida para ser fértil". E poderíamosacrescentar com Raymond Domergue, o. f.m., a propósito de tal declaração: "Tudotem necessidade de ser sempre reprenaado,recolocado em questão: as guerras são boaspor isso ... "

Por cua vez, salienta Liautey: "Sim, essaguerra colonial, tão condenada e tão des­.conhecida, é por excelência uma guerraconstrutiva, uma obra de paz e de civili­zação ... H

Victor Cousin: "A guerra é o instrumentoterrível mas necessário da civilização ...Defato, não há uma grande guerra que se te­nha voltado contra a civilização". (V. Paze Terra, nP 7.)

Optníões tão diversas e até extravagan­tes refletem um estado de espírito que seopõe a outros tantos que prefereriam, comonós índístãntamente prerereríamos, que acivilização tivesse um curso tranqüilo como

os ríos de leitos uniformes. Os fatos, porém,não se subordinam à nossa vontade, mas,.na maioria de suas manifestações, aos in­ceresses conrlítantes que lavram na socie­dade em todos os tempos de sua históricaevolução. Daí por que a hístónaé feita decontrastes, não de confrontos.

Não podemos, a rigor, explicar uma Re­volução por um simples confronto com ou­tra Revoluçã:o. Podemos confrontar a Re­volução de 1964 com a Revolução de 1930.O que, porém, vai distinguir uma da outra,na sua essência e nos seus propósitos, nãoé o confronto que delas se fizer, mas o con­traste que apresentam. E um desses con­trastes que ressalta à primeira vista estáem que, enquanto a Revolução de 1930acompanhou mais de perto o ritmo da evo­lução social, descendo a uma análise maisprofunda de nossa realidade, a Revoluçãode 1964 ÜCQU' na superfície, orientando asua ação mais no sentido de firmar a po­sição da classe dirigente do que, propria­mente, em apresentar soluções em benerí-

. cio da classe dirigida.Elite e povo assumem numa e noutra pa­

péis característicos, guardadas as propor­ções que o tempo e as condições sociais re­ferentes a cada uma delas apresentam.

Inúmeros são os programas que o Gover­no Federal tem procurado lançar, para atin­gir as metas prioritárias que há dez anosse traçou.

Na primeira reunião ministerial realizadaa 19 de março de 1974, o Presidente Geiseldestacou nada menos de 13 indicações queconstituiriam a partir daquele momento aação prioritária do Governo.

Referem-se elas à necessidade da univer­salização do ensino de LO grau; da melho­ria, em qualidade, do ensino de 2.° grau;do ensino técnico e preparação de mão-de­obra qualificada; de uma reforma universi­tária que obetíve a instituição de uníver­sícades polívalentes e multifuncionais, bem:integradas na sociedade; de erradicaçãodefinitiva do analfabetismo de adultos, doapoio às atividades culturais, estimulandoa criatividade; da educação física e da prá­tica dos desportos; do saneamento básico eda medicina preventiva; do fortalecimentoda estrutura sindical tanto na cidade co­mo no campo; da ímplantacâo efetiva dasregiões metropolitanas; do at .ndímento ur­gente ao grave problema do menor aban­donado, do aperfeiçoamento do mecanismotécnico, administrativo e financeiro dosprogramas do Banco Nacional de Habita­ção e, por fim, da modernização' do arcaicoe desumano sistema penitenciário existen­te no País.

Tudo isso é parte de um programa queem tudo se assemelha com os primeirosprogramas apresentados pelo Governo daRevolução que vai assim, em cada nova fa­se de governo, correspondente a cada novasubstituição de governantes, falando em re­forma universitária, em combate ao analfa­betismo, fortalecimento da estrutura sin­dical, e muitos outros, sem que tais me­didas correspondam, realmente, na efetivapromoção social do homem.

O SE. PRESIDENTE (Ubaldo Harém) ­Lembro ao nobre orador que dispõe de doisminutos para concluir.

O SR. CELSO BARROS - Sr. Presidente,comecei meu pronunciamento com atrasode 5 minutos. Pediria que V. Ex.a os acres­centasse em meu tempo.

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Harém) ­Lamentavelmente, o Regimento Interno nosinforma que as Comunicações de Liderança,na Ordem do Dia, impreterivelmente se en­cerram às 18 horas.

O SR. CELSO BARROS - Portanto, aconcessão feita anteriormente' prejudica oorador.

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barém) ­Não fiz concessão alguma.

O SR. CELSO BARROS - O orador queme antecedeu falou durante 25 minutos.Mas acolho a determinação de V. Ex.a

Dois exemplos servem para caracterizaro alheamento da Revolução a proble­mas que se prendem, diretamente, à sortedo povo brasileiro. Dois exemplos tirados dopronunciamento presidencial. O que se re­fere ao grave problema do menor abando­nado e ao arcaico e desumano sistema pe­nitenciário.

Ora, quando há uma grave situação domenor abandonado, é que vai mal eeonomí­camente a família brasileira. O menorabandonado não constitui em si um proble­ma. É o efeito de um problema de muitomaior profundidade: a crise econômica dospais, o desemprego que reina em todas ascidades brasíleu-as; de forma dramática. Afalta de assistência social ao menor é aconseqüência natural da falta de condiçõeseconômicas da família a que pertence.

Quanto ao sistema penttencíárlo, é o Sr.Presidente da República que o tacha dearcaico e desumano. As várias tentativasde modificação desse sistema têm resultadoem vão. Para reformá-lo há que reformaro próprio sistema institucional da socieda­de. E debalde serão medidas superficiais,que funcionam como paliativos.

Os problemas fundamentais da estruturabrasileira, com reflexos profundos em suavida social, não foram objeto de considera­ção do novo Governo, nessa oportunidadeem que se traçam os rumos definitivos desua política econômico-social.

Meta que a Revolução não pode descurar,sob pena de pagar pesado tributo à sua in­diferença e desatenção, é a que concerne àreforma agrária. :E nesse terreno, afora assiglas criadas, numa tentativa malogradapara atacar o problema, o resultado é quasenulo.

O Jornal O Estado de São Paulo, em re­cente publicação (4-6-1975), sob o título"Nordeste e reforma agrária", mostra acompleta falta de assistência ao homem docampo, em decorrência de uma estruturaagrária que também poderíamos qualificarde arcaica e desumana. Esse trabalho, queé uma análise objetiva do problema agráriono Nordeste, aqui vai transcrito como parteintegrante deste pronunciamento:

"NORDESTE E A REFORMA AGRÁRIAPassam-se os-anos e o problema da re­forma agrária do Nordeste permanececomo uma equação insolúvel para osnossos técnicos, que se notabiliza naelaboração de planos bombásticos, osquais, na prática, estão fadados ao ma­logro. Foi o que ocorreu com o extintoInstituto Brasileiro de Reforma Agrária(lBRA) e, mais recentemente, com oInstituto Nacional de Colonização e Re­forma Agrária UNCRA), resultante dafusão daquele com o Instituto Nacionalde Desenvolvimento Agrário <INDA) eque, de acordo com os objetivos quenortearam sua criação, se propunha re­solver o problema agrário no País, es­pecialmente nas regiões mais pobres.Todavia, por uma série de razões apon­tadas diversas vezes por esta folha, oINCRA não foi capaz de levar a bomtermo os seus programas. No caso espe­cifico do Nordeste, falhou na execuçãodo Proterra, o que vale dizer que ascondições de miséria do homem docampo nordestino continuam e, o que épior, se agravam.

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19(6 .Quarta-Ieina 11 BURlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 1915

COIn<l mais uma tentativa de corrigir. erros decorrentes de programas mal ori­entados, chega agora a informação deque a Sudene proporá ao governo fe­deral a criação da Companhia Nordes­tina de Redistribuição de Terras (Oon­terra) com a incumbência de executara reforma agrária no Nordeste. Parajustificar a criação do novo organismo,alega-se justamente o fato de ter oINCRA malogrado nessa tarefa.

Ainda não se sabe como serã a estrutu­ra da Conterra, nem como funcionará,pois os estudos a esse respeito ainda sãode caráter reservado como a idéia desua criação será recebida no governofederal, embora o projeto tenha sidoelaborado a pedido do Ministro do In­teríor, Sabe-se que a criação da oon­terra não implicaria na extinção doINCRA; ao contrário, algumas de suasatividades seriam exercidas por dele­gação deste.

Ao justificar a criação da Conterra, ostécnicos da Sudene, com muita razão,alegam que nem os antigos IBRA eINDA e nem o atual INCRAconsegui­ram resolver o problema fundiário doNordeste e acrescentam que sem umareforma agrária efetiva "de nada adi­antarão os planos e projetos 'que já fo­ram destinados para a região, como oProterra, o Polonordeste, programas deirrigação, de agroindústria e tantos ou­tros, que reúnem grandes somas de di­nheiro .e no final quase nenhum resul­tado trazem para a agricultura ou parao trabalhador rural". Além da plura­lidade de tarefas que lhe foram outor­gadas, dizem os técllrcos da Sudene queaquele institutó não conseguiu até ago­ra executar coisas mais simples, como aaplicação do Decreto n.? 554, de 22 deabril de 1969, que lhe permite entrar naposse de terra desapropriada em 72 ho­ras, ou o Ato Institucional n,v 9, quemanda desapropriar terras com paga­mento em títulos da dívida agrária res­gatáveis em 20 anos. Não tem o INCRAutilizado sequer os instrumentos de'pressão contra os tatttundíáríos, comoa cobrança do imposto territorial rural.E, entre as distorções existentes, a pró­pria Sudene indica que o pequeno pro­prietário, em muitos casos, paga dezvezes mais imposto que o latifundiário,muitas vezes desrespeitando-se a Cons­tituição, que proíbe a cobrança a pro­prietário com 20 ou menos hectares deterra e que a explore.

O anteprojeto da oonterra, pelo que sesabe, engloba uma série de atividadesdiretamente ligadas ao problema agrá­rio, como abertura de estrada vtctnaís,eletrificação rural, criação e reorganí­zaçãode cooperativas, sindicatos e ou­tros órgãos de classe, etc. Não deixa deser alvissareira a iniciativa da Sudenenessa área, embora seja forçoso reco­nhecer que a autarquia não teve muitoêxito em outros de seus programas, es­pecialmente os relacionados com o de­senvolvimento agropecuário. Sem o gi­gantismo do INCRA e tendo limitada aárea geográfica de sua atuação, a Con­terra talvez possa melhor promover adistribuição da terra no Nordeste e - oque é fundamental - o maior aprovei- .tamento dessas terras.

O ceticismo quanto à criação dessenovo organismo decorre da expectativade que ele não passe de mais uma siglaentre as tantas que proliferam no Bra­sil, programando planos salvadores emirabôlantes, os quais, por não condi­zerém com a realidade nacional, quasesempre acabam malogrando. E a solu-

ção do problema agrário nordestino nãoé fácil, como provam as malfadadas ex­periências anteriores."

Esse quadro não é uma exceção. Tantoaí como em outros setores da atividade pú­blica, quando as medidas visam a atingiro homem na sua pobreza, no seu abandono,na sua marg.nauzação, o malogro é o mes­mo. Não é que falte boa-vontade por partetios detentores do Poder, não é que não es­tejam imbuídos de propósitos sinceros decontribuir para o ·bem da comunidade. Éque, para atingir a toda a comunidade commedidas de cunho social, há de se partirpara mudanças estruturais do Pais, e a po­lítica que em tal sentido se armar não con­vém a um sistema econômico que baseiaos seus princípios e a sua ação na defesada iniciativa privada e na proliferação in­terna do capital alíenigena ,

O mal há de ser cortado pela raiz. Poucoou nenhum efeito produzem as siglas "mi­lagrosas", através das quais vaio Governoamplianuo quantãtatlvamente as suas rea­nzacões nos campos social, cultural e eco­nômico, propriamente ditos.

Exige-se uma ação direta nesse terreno,uma política qualitativamente rendosa, às­saciando-se o elemento humano e as poten­cialidades naturais através do desenvolvi­mento integrado do País. Só através dessedesenvolvimento alcançaremos a almejadapaz social, como resultado do trabalho, dajusta distribuição dos bens, da confiançano poder da lei e da certeza de que a Cons­tituição só terá sobre ela o poder do pró­prio povo.

Não foi sem razão que o Papa Paulo VIafirmou, numa frase de advertência paraos nossos dias: "O caminho da paz passapelo desenvolvimento".

Muitos são os obstáculos a essa conquis­ta. Entre tantos outros, cumpre apontar: omedo, a opressão, o silêncio, privilégio degrupos resultante da concentração da ri­queza nas mãos de poucos.

As decisões políticas quando expressamas aspirações dessa minoria tornam o Es­tado comprometido com uma ordem opostaao desenvolvimento integrado. É necessário,pois, que o centro dessas decisões se deslo­que dos grupos minoritários para a co­munidade, e as leis sejam realmente ex­pressões legitimas da vontade de maioriasconscientes e não de minorias decadentes.

Quando atingirmos esse estágio social ­e espero que não estejamos longe de al­cançá-lo ~ não há mais clima para os atosde exceção, para as promessas vazias, poisa regra que se impõe a todos, num climade liberdade e afirmação consciente, ê atia supremacia da Constituição, gerada pelopoder que emane do povo. (Palmas.)

VII - O Sr. PRESIDENTE (Ubaldo Ba­rém) - Vai-se passar ao período destinadoàs Comunicações das Lideranças.

Tem a palavra o Sr. Cardoso de Almeida.O SR. CARDOSO DE ALMEIDA - (ARE­

NA - SP. Sem revisão do orador.) Sr. Pre­sídente, Srs. Deputados, as autoridades fe­derais, bem como o Governo do Estado deSão Paulo, têm recebido muito bem as su­gestões dos Deputados Federais que os pro­curam para solucionar problemas de inte­resse das respectivas regiões. Pelo menosna área da agricultura, posso dizer quemuita coisa tem sido conseguida. Querodeixar bem claro que as classes agrícolas,principalmente a dos cotonicuItores, encon­traram, no Ministro da Fazenda, ultima­mente grande compreensão diante as difi­culdades de exportação do produto. S. Ex."concedeu um prêmio de 7% à exportaçãodo algodão. O Governador do Estado de São

Paulo, Sr. Paulo Egydio Martins, atendendoinclusive a ponderações dos Secretários daFazenda e da Agricultura, concedeu a ísen­ção de 7% do IC~A: na exportação desse pro­duto. As cotações melhoraram ligeiramente,e a crise terrível por que passava o algodãofoi solucionada, pelo menos até agora .. S.Ex.a atendeu também às solicitaçôesdaarea da citricultura. Conseguimos que S.Ex.a , junto com o Sr. Secretário de Agri­cultura, Dr, Pedro Tassinari Filho, e o Pre­sidente do Banco do Estado, nr. Murilo Ma­cedo, executasse um plano de intervençãona fábrica Sariderscn, em Bebedouro.' Aparalisação dessa fábrica foi um dos moti­vos da grande crise da citricultura no anopassado. .Àquela época de eleições, nós,Deputados da região, fizemos vários apelose prometemos ínclusíve que o assunto seriasoluotonado , Há :XlUCas semanas, o Gover­nador Paulo Egydio Martins fez a interven­çao nessa fábrica, que está em vias de fun­cionar novamente. Conseguimos tambémsensibilizar o Governador Paulo Egydio,que incumbiu seu Secretário de Agriculturade atender ao apelo meu e dos DeputadosCantidio Sampaio, Ivahir Freitas Garcia eSalvador Julianelli. no sentido de reestudara ordem de fechamento de 476 matadourose pequenos frigorificos no interior do Esta­do de São Paulo. Com a vinda do Secretát~ode Agricultura a Brasília e graças a enten­dimentos mantidos com o Ministro da Agti­c~ltura, conseguimos suspender tempera­ríamente o fechamento desses pequenos trí­gorificos e matadouros municipais, o quedevia ocorrer até 28 de maio. Conseguimostambém que sejam reestudados todos oscasos, visando a adequar a inspeção federalIlOS açougues e frigoríficos às novas formasde enfoque da questão. Quanto a saúde dopovo e à higiene. as exigências serão absolu­tas. Mas, quanto à adequação empresariala federalização, o problema já está sendoobjeto de estudo, pois o Ministro AllysonPaulinelli constituiu uma comissão com es­te objetivo. Posso afirmar que nos poucosmeses desta legislatura já obtivemos algu­mas vitórias. Vemos que há possibilidade deos Deputados influirem numa área grandeda vida econômica do País, principalmenteno setor agrícola, Aproveitando o crédito deconfiança dado a essas autoridades, venhoainda solicitar a atencão do Ministro daFazenda para a urgente necessidade daadoção de uma polítíca mais consentâneacom a realidade cambial, que foi. em úl­tima análise. a base do sucesso da políticaeconômica revolucionária. Precisamos des­ta realidade cambial uma vez que produtoscomo o soja, o algodão - que agora jáconta com a ísencào - e mesmo o suc<J delaranja, café e a éarne bovina já estão sen­do considerados no momento como meiogravosos,

Ora, os produtos agropecuários contri­buem com 70% do valor das nossas exporta­ções. Assim não é possível continuar negan­do esta realidade cambial, porque se a car­ne, o suco de laranja, a soja e o milho nãosão exportados, incluindo-se também o café,que enfrenta grande 'dificuldade, verifica­mos que alguma coisa deve ser feita. a fimde que isso não mais aconteça. O Sr. Mi­nistro da Fazenda, em recente pronuncia­mento na Comissão de Financas, a uma in­dagação sobre questão cambial - se nãose deveria proceder a uma desvalorizaçãomais drástica do que essa míntdesvaloriza­çào - explicando o mecanismo dessas de­cisões, disse ao Deputado Que lhe pergun­tou - se não me engano o Deputado NélsonMaculan - que elas são tomadas por qua­tro pessoas, que se baseiam, entre outrascoisas, nos níveis de inflação dos países domundo e a do Brasil. Mas existe certasensibilidade, que o faz, na hora, proporC' quantum da desvalorização. Parece-meque, pelas mesmas razões, uma corrente

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Junho de 1975 J?IARIO no CONGRESSO NACIONAL, (Seção 1) Quarta-feira 11 39~"

ARENA; Mínoro

chefiada pelo Embaixador Delfim Netto epor ex-assessores de S. Ex.'" entende que asolução, no momento, para incrementar asexportações, sem que haja estagnação daprodução agropecuária e mesmo da exporta­ção de produtos manufaturados, é uma des­valorização mais drástica, mais violenta,porque não podemos produzir e não expor­tar, arcando com despesas com armazena­gem, com juros, o que ocasionaria maior ln­fiação interna.

É preciso estimular a agricultura, docontrário, daqui a pouco teremos inflaçãomesmo sem a venda de produtos.

]E ainda mais: correremos certo risco. Jána Europa, principalmente na Alemanha,foi vedada a entrada de maior parcela detecidos de algodão e fi(Js em virtude do quelá é considerado dumpíng nas vendas fei­tas no exterior, em vista dos estímulos fis­cais, ICM, IPI e outras vantagens que colo­cam o produto brasileiro nessa sttuacão . Seisso proliferar. ocorrerá perigosa decadên­cia nessas exportações.

Muito mais real é a moeda. A Argentinaacaba de desvalorizar sua moeda em 150%.É uma situação lamentável, dificílima, aque atravessa aquele pais. Mas parece queessa desvalorização é uma base para sua.reccnstrucão, uma vez que, restringindo aimportação, possibilita a exportação de seusprodutos. Por outro lado, aumentadas asexportações, criam-se condições de, no fu­turo, vencer o deficit de pagamentos noexterior. As importações, portanto, ficammais difíceis. Na realidade, o Ministro Si­monsen, corajosamente deve fazer não mí­nídesvalorízaçâo, mas um acerto da infla­ção brasileira quanto ao valor da sua moe­da, para possibilitar o escoamento da carne,da soja e de todos os demais produtos, au­mentando muito a exportacão brasileira ediminuindo as possibilidades de importa­ção. Assim teremos melhores condiçõespara vencer a atual crise.

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barém) ­Lembro a V. Ex." que dispõe de 2 minutos.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA - Narealidade, o que está impedindo o Sr. Mi­nistro da Fazenda de seguir a opinião dosque integravam a equipe - Ministro DelfimNetto e outros assessores que pensam destamaneira - talvez seja o endividamentofeito por firmas brasileiras no exterior. Ovalor de correção monetária sobre essadúvida fá-Ia-á crescer enormemente. Es­tamos diante de uma encruzilhada: alguémtem de ser sacrificado. Quem conseguiu di­nheiro no exterior com cláusula de desva­lorização cambial, e mais os agricultores,os pecuaristas e, amanhã, os industriaisque exportam, correm o risco de ver suasproduções amontoadas e estocadas, sem aexpansão de vendas no exterior. Se o con­sumo interno não aumenta, o excedente daprodução deve ser exportado. Precisamoster uma exportação de 10 a 12 bilhões dedólares. O aumento de 25% nas atuais ex­portações se destina a pagar juros e partedas dívidas externas. Jl: necessária umaatitude corajosa e firme. Ou se faz a des­valorização, ou se firma o valor do cruzeiro,que está muito valorizado artificialmente.Do contrário não poderemos vender os pro­dutos agrícolas nem negociar os produtosmanufaturados, que vão ser consideradosem regime de dumping e consumidos ape­nas internamente. O Sr. Ministro da Fa­zenda atendeu muito bem minhas reivin­dicações quanto ao algodão, e as autori­dades têm escutado a voz dos Deputados.Na área da agricultura tenho sido ouvido.Desejo dizer, entretanto, que tenho sensi­bilidade também para pensar, juntamentecom o ex-Ministro Delfim Netto e suaequipe, bem como com os líderes da livreempresa, que pretendem e prevêem umadesvalorização maior do que a mínídesva-

lorízação , O Sr. Ministro acha que é me­lhor a minídesvalorízação, mas vejamos seS. Ex." não terá de executar a medida.Não agindo agora, terá de fazê-lo, de modomais violento, em futuro próximo.

(DISCURSO DO SR. DEPUTADO AíRTONSOARES, RETIRADO PELO ORADORPARA REVISAO.)

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barêm) ­Nada mais havendo a tratar, vou levantara sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:

Pará

João Menezes - MDB; Juvêncio Dias ­ARENA; Ubaldo Corrêa - ARENA.

PiauíCorreia Lima - ARENA; Paulo Ferraz ­

ARENA.Ceará

Humberto Bezerra - ARENA.

ParaíbaWilson Braga - ARENA.

Pernambuco

Fernando Lyra - MDB.

BahiaDjalma Bessa - ARENA; Henrique Bri­

to - ARENA.

Espírito Santo

Aloísio Santos - MDB; Argilano Dario ­MDB; Oswaldo Zanello - ARENA.

Rio de Janeiro

Alberto Lavinas - MDB; Amaral Netto- ARENA; Darcilio Ayres - ARENA; Hy­dekel Freitas - ARENA; Lysâneas Maciel- MDB; Nina Ribeiro - ARENA; WalterSilva - MDB.

Minas Gerais

Batista Miranda ARENA; CarlosCotta - MDB; Genival Tourinho - MDB;.rorge Vargas - ARENA; Juarez Batista ­MDB: Murilo Badaró - ARENA; Nogueirada Gama - MDB.

São Paulo

Alcides Franciscato - ARENA: Dias Me­nezes - MDB; João Arruda - MDB.

Goiás

Elcival Caiado - ARENA; Hélio Mauro ­ARENA.

Mato Grosso

Benedito Canellas - ARENA; GastãoMüller - ARENA; Valdomiro Gonçalves ­ARENA.

Paraná

Hermes MacedoMiyamoto ARENA.

Santa Catarina

Abel Ávila - ARENA; Angelino Rosa ­ARENA; Heririuue Córdova - ARENA; Pe­dro Colin - ARENA.

Rio Grandc do Sul

Getúlio Dias =- MDB; Lauro LeitãoARENA; Mário Mondino - ARENA.

Amapá

Antônio Pontes - MDB.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDB.

VIII - O SR. PRESIDENTE <Ubaldo Ba­rém) - Levanto a sessão designando paraamanhã a seguinte:

ORDEM DO DIA

Sessão em 11 de junho de 1975(QUARTA-FEIRA)

1

REQUERIMENTO N.o 156, DE 1975Votação, em turno único, do Requerimento

n.v 156, de 1975. do Senhor Sendor FrancoMontoro, solicitando o desarquívamento doProjeto de Lei do Senado n.? 47, de 1973, desua autoria, que dispõe sobre o salário mini­mo profissional do Contador e do Técnicoem Contabilidade.

2

REQUERIMENTO N.O 198. DE 1975

Votação, em turno único, do Requerimenton.s 198, de 1975, do Senhor Senador VirgílioTávora, solicitando o desarquivamento doProjeto de Lei do Senado n.o 6. de 1972 desua autoria, que dá nova redação ao art.224 da Consolidação das Leis do Trabalho,aprova:da pelo Decreto-lei n.o 5.452, de 1.0de maio de 1943.

3

REQUERIMENTO N.o 208. DE 1975votação, em turno único, do Requerimen­

to n.? 208, de 1975, do Senhor Senador OtairBecker, solicitando a transcrição, nos Anaisdo Senado Federal. de artigos publicados noJornal A Notícia, de -Joinville, nos dias 24 e25 de abril de 1975. alusivos à cornemoracâodo 9[;.0 aniversário de fundacão da Cidadede Rio Negrinho, em Santa Catarina.

4

PROJETO DE LEI DO SENADON.O 136, DE 1973

Votacão, em primeiro turno. do Projetode Lei do Senado n.? 136, de 1973. de auto­ria do Sr. Senador Nelson Carneiro. quetorna obrigatória pubücaeão em bilhetes deapostas da Loteria Esportiva Federal, e dáoutras providências. tendo

PARECERES. sob n.Os 198. 199 200,388 e 389, de 1974. das Comissões:- de Constituição e Justiça _ 1.° pro­

nunciamento: favorável nos termosdo Substitutivo que oferece: 2.° pro­nunciamento: pela ccnstttucíonaü­ualídade e iuridicidade do Substitu­tivo da Comiosão de Educacão eCultura: 3.0 pronunciamento: 'favo­rável à subemenda de Plenário aoSubstitutivo anteriormente apresen­tado;

_ de Educacão e Cultura - 1.° pro­nunciamento: favorável. nos termosdo Substitutivo que oferece; 2.° pro­nunciamento: favorável à subemen­da de Plenário ao substttuttv» daComissão de Constituição e Justiça.

5Redação Final

PROJE.TO DE RESOLUÇÃO N.o 2. DE 1975Discussão. em turno único, da Redação

Final (oferecida pela Comissão de Rerlacão,em seu Parecer n.> 133. de 1975). do Projetode Resolução n,v 2 de 1975, dos SenhoresSenadores Petrânio Portella e Franco Mon­toro. que dá nova P.edacâo ao eaput do art.93 do Regimento Interno.

6

PROJETO DE LEI DO SENADON.o 22, DE 1975

Discussão, em primeiro turno (apreciaçãopreliminar da constitucionalidade. nos ter­mos do art. 296 do Regimento Interno), do

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3948 Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Junho de 1975

Pro]eto de Lei"do Senado n.o 22, de 1975,de autoria do Senhor Senador Nelson Car­neiro, que restabelece o critério de co?ta­gem em dobro de tempo de Iícença-prêmíopara aposentadoria pelo INPS, alterando aredacão do § 9.0 do art. 10 da Lei n.o 5.890,de 8 -de junho de 1973, tendo

PARECER, sob n.v 64, de 1975, daComissão:

de Constituição e Justiça, pela in­constitucionalidade, com voto ven­cido dos Senhores Senadores NelsonCarneiro e Dirceu Cardoso.

PROJETOS EM FASE DE RECEBIMENTODE EMENDAS NAS COMISSõES

1

_ de Constituição e Justiça:

PLC/41/75, que dispõe sobre a contagemreciproca de tempo de serviço público fe­deral e de atividade privada, para efeito deaposentadoria.

2

- de Serviço Público Civil:

PLC/39/75, que retifica a Lei ;'"1.0 6.142, de28 de novembro de 1974, a fim de corrigiromissão nos níveis de classificação dos car­gos do Grupo-Serviços de Transporte Oficiale Portaria do Quadro Permanente da Secre­taria do Tribunal Regional do Trabalho da5.a Reglão.

PLC/42175, que dispõe sobre a reversão depensão do Montepio Civil, e dá outras pro­vidências.

3

- de Edueação e Cultura:

PLC/40/75, que autoriza a doação, à Uni­Versidade de São Paulo, do dominio útil dosterrenos de marinha que menciona, situadosno Município de Ubatuba.

Prazo: até 13-6-75

CONGRESSO NACIONAL

MATÉRIAS EM TRAMITAÇãO

1

PROPOSTA DE EMENDA ACONSTITUIÇãO N.o 7, DE 1975-CN

"Manda contar integralmente o tempo deserviço público e privado para aposentado­ria. Eliminando desigualdades, estende opreceito aos funcionários em geral, dos Es­tados. dos Municípios, do Distrito Federale dos 'I'errrtórtos."

Comissão Mista

Presidente: Deputado Nelson MaculanVice-Presidente: Deputado Lauro LeitãoRelator: Senador Eurico Rezende

Prazo no Congresso Nacional: até 14-6-75.

2

PROPOSTA DE EMENDA ACONSTITUIÇãO N.O 09, DE 1975

"Imprime nova redação aos artigos 101,102, itens I e II; 103; adita parágrafo aoartigo 153; e modifica o texto do item XIXdo artigo 165 para reduzir o limite de idadepara efeito de aposentadoria, e estabelecera. intercomunicabilidade entre os tempos deserviços prestados no setor público e no pri­vado."

Comissão Mista

Presidente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Deputado Faria Lima.Relator: Senador Lenoir Vargas

Prazo no Congresso Nacional; até 29-6-75.

3

PROPOSTAS DE EMENDA ACONSTITUIÇãO N.os 8 e io, DE 1975

"Dá nova redação ao art. 25 eaput daConstituição da República Federativa. doBrasil."

Comissão Mista

Presidente: Senador Gilvan RochaVice-Presidente: Senador Saldanha DerziRelator: Deputado Rogério Rêgo

Prazo no Congresso Nacional: até 4-8-75.

4Veto Parcial

PROJETO DE LEI N.o 1, DE 1975-CN

"Estabelece a descaracterização do saláriominimo como fator de correção monetáriae acrescenta parágrafo único ao art. 1.0 daLei n.> 6.147, de 29 de novembro de 1974."

Comissão Mista

Presidente: Senador Franco MontoroVice-Presidente: Senador Henrique de La

RocqueRelator: Deputado Nelson Marchezan

Prazo no Congresso Nacional; até 20-6-75.

5

PROJETO DE LEI N.O 4, DE 1975-CN

"Estabelece critério e limites para fixaçãoda remuneração de Vereadores."

Comissão Mista

Presidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Saldanha DerziRelator: Deputado Raimundo Dímz

Prazo no Congresso Nacional: até 24-6-75.

6

PROJETO DE LEI N.o 5, DE 1975-CN

"Autoriza o Poder Eexecutivo a constituira empresa pública denominada Empresa dePortos do Brasil S.A. - PORTOBRÁS, dis­põe sobre a extinção do Departamento Na­cional de Portos e Vias Navegáveis ­DNPVN, e dá outras providências."

Comissão Mista

Presidente: Deputado Hélio de AlmeidaVice-Presidente: Deputado Marcelo Li­

nharesRelator: Senador Virgílio Távora

Prazo no Congresso Nacional: até 28-6-75

7

MENSAGEM N.o 41, DE 1975-CN

Submete à deliberação do Congresso Na­cional texto do Decreto-lei n.> 1.401, de 7de maio de 1975, que "dispõe sobre a isen­ção do imposto de renda das sociedades deinvestimento de cujo capital social partici­pem pessoas físicas ou jurídicas, residentesou domiciliadas no exterior, regula o regimefiscal dos rendimentos de aplicação emações dessas sociedades, e dá outras provi­dências".

Comissão !\lista

Presidente: Deputado Tancredo NevesVice-Presidente: Senador Lourival Bap­

tistaRelator: Deputado Dyrno Pires

Prazo no Congresso Nacional; até 8-8-75

8

Veto Parcial

PROJETO DE LEI DA CAMARAN.O 10, DE 1974

Modifica o artigo 130 do Decreto n,?

17. 943-A, de 12 de outubro de 1927. (Códigode Menores.)

Comissão Mista

Presidente: Senador José SarneyVice-Presidente: Senador Nelson CarneiroRelator: Deputado Cleverson Teixeira

CALENDARIO

Dia 6-6-75 - Reunião da Comissão paraapreciação do parecer do Relator, às 11:00horas, na Sala de Reuniões da Comlssâo noAuditório "Milton Campos".Prazo no Congresso Nacional: até 11-8-75

9

PROJETO DE LEI N.o 6, DE 1975-CN

"Autoriza o Poder Executivo a abrir aoFundo Nacional de Desenvolvimento, o cré­dito especial até o limite de Cr$ .........•146.826.000,00, para o fim que especifica."

Comissão Mista

Presidente: Deputado Fernando Maga­lhães

Vice-Presidente: Senador Roberto satur­nino

Relator: Senador Tarso Dutra

CALENDÁRIO

Até 14-6-75 - Apresentação das emendas,perante a Comissão.

Prazo no Congresso Nacional; até 12-8-75

10

PROPOSTAS DE EMENDA ACONSTITUIÇãO N.os 11 e 12, DE 1975

"Dão nova redação ao art. 36 da Cons­tituição."

Comissão Mista

Presidente: Jairo BrumVice-Presidente: Ruy SantosRelator: Parente Frota

CALENDÁRIO

Até 20-6-75 - Apresentação das emendas,perante a Comissão.

Dia 25-6-75 - Reunião da Comissão paraapreciacão do parecer do Relator, às 10:00horas na Sala de Reuniões da Comissão doAuditório do Senado Fedam!.Prazo no Congresso Na~ional: até 5-9-75

IX - Levanta-se a Sessão às 18horas e 30 minutos.

ATAS DE COMISSÕES

cosnssao DE FINANÇAS

DistribuiçãoEm 9-6-75

Ao 'Senhor Deputado Nelson Marchezan:

Projeto n.? 270/75, do Poder Executivo(Mensagem n,v 117/75), que "altera a de­nominação e a competência do DASP, criacargos em comissão, e dá outras providên­cias".

Ao Senhor Deputado Adriano Valente:

Projeto n.? 272/75, do Poder Executivo(Mensagem n.? 116/75), que "Autoriza oPoder Executivo a constituir uma empresapública denominada Indústria de MaterialBélico do Brasil - IMBEL, e dá outras pro­vidências".

COMISSãO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Termo de ReuniãoAos quatro dias do mês de junho de mil

novecentos e setenta e cinco, não se reuniua Comissão de Ciência e Tecnologia, emvirtude de reunião das' "Bancadas Partidá­rias". Compareceram os Senhores Depu­tados Brígido Tinoco - Presidente, Fernan­do Cunha e Jarmund Nasser, Vice-presi-

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Junho de 1975

dentes, Ary Valadão, Édison Bonna, An­tônio Florêncio, Janduhy Carneiro, Parsr­fal Barroso, Batista Miranda e Jorge Ue­quedo E, para constar, eu Maria GeraldaOrrico, Secretária, lavrei o presente Termode Reuniâo

Aos vinte e oito dias do mês de maio demil novecentos e setenta e cinco, não sereuniu a Comissão de Ciência e Tecnologia,em virtude de inexistência de matéria paraOrdem do Dia. Compareceram os SenhoresDeputados Brigido Tinoco - Presidente,Fernando Cunha e Jarmund Nasser, Vice­Presidentes, Parsifal Barroso, Ary Valadâo,Jorge Uequed, Alberto Lavínas, Édison Bon­na, Flávio Giovine, Janduhy Carneiro, An­tônio Florêncio e Batista Miranda. E, paraconstar. eu Maria Geralda orríco, Secre­tária, larei o presente Termo de Reunião.

Aos vinte e sete dias do mês de maio demil novecentos e setenta e cinco, não sereuniu a Comissão de Ciência e Tecnologia,em virtude de inexistência de matéria paraa Ordem do Dia. Compareceram os Senho­res Deputados Brígida Tinoco - Presiden­te, Fernando Cunha e Jarmund Nasser, Vi­ce-Presidentes, Antônio Florêncio, JorgeUequed, Parsífal Barroso, Janduhy Carnei­ro, Alberto Lavinas, Ary Valadão, ÉdisonBonna, Flávio Giovine. E, para constar, euMaria Geralda Orrfco, SecL'etária, lavrei opresente Termo de Reunião.

COMISSõES DE ECONOMIA, INDÚSTRIAE COMt!:RCIO E DE FINANÇAS

Ata da Reunião Conjunta

Aos cinco dias do mês de junho de milnovecentos e setenta e cinco, às dez horas,realizou-se uma reunião conjunta da Co­missão de Economia, Indústria e Comér­cio com a Comissão de Finanças, sob a pre­sidência dos Senhores Deputados Aldo Fa­gundes e Homero Santos. Compareceram osSenhores Deputados Santilli Sobrinho, Vi­ce-Presidente da Turma "A"; - José Had­dad, Vice-Presidente da Turma "B"; Tan­credo Neves, Marcondes Gadelha, RubemMedina, Vieira Lima, João Arruda, Gener­víno Fonseca, José Thomé, Henrique Cór­dova, Hany Bauer, Angelíno Rosa, Fernan­do Gonçalves, João Clímaco, Igo Losso,Amaral Furlan, Juarez Batista, AmaralNetto, Humberto Souto, Moreira Franco,Cardoso de Almeida, Viana Neto, NelsonMaculan e Cunha Bueno. A reunião tevepor finalidade ouvir o Senhor Ministro daFazenda, Professor Mário Henrique Simon­sen, que discorreu sobre "Aspectos atuaisda Economia Brasrleí.ra", Depois de intro­duzido no Plenário da Comissão de Finan­ças, onde a reunião foi realizada, o SenhorMinistro da Fazenda foi saudado pelo Pre­sidente da Comissão de Economia, Deputa­do Aldo Fagundes, que anunciou, na opor­tunidade, o propósito daquela autoridadede comparecer novamente à Câmara dosDeputados, desta vez especificamente à Co­missão de Economia, para falar sobre a Leide Comércio Americana (Trade Act), o queocorrerá provavelmente no mês de agostopróximo. A seguir, o Senhor Ministro daFazenda fez a exposição do tema já anun­ciado e, depois, respondeu às perguntas quelhe foram formuladas. Participaram da in­quirição ao Senhor Ministro da Fazenda osSenhores Deputados Tancredo Neves,

.Adríano Valente, Odacir Klein, Nelson Mar­chezan, Marcondes Gadelha, Amaral Netto,Milton Steimbruch, Fernando Magalhães,Athiê Ooury, Vasco Neto, Ruy Côdo, NelsonMaculan, Cardoso de Almeida, Epitácio Oa-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

feteira, Humberto Souto, Viana Neto, JoãoArruda, Adhemar Ghisi, Mário Frota eMarcos Tito. Encerrada a fase de interpela­ções, o Senhor Deputado Homero Santos,Presidente da Comissão de Finanças, agra­deceu a presença do Senhor Ministro daFazenda. A matéria foi gravada e, quandoimpressa, fará parte integrante desta Ata.Às quatorze horas e trinta minutos, o Se­nhor Presidente da Comissão de Finançasencerrou a reunião. E para constar, eu, Del­zuíte Macêdo de Avelar Víllas Boas, Secre­tária da Comissão de Economia, Indústriae Comércio, lavrei a presente Ata que, de­pois de lida e aprovada, será assinada peloSenhor Presidente e irá à publicação.

COMISSÃO DE ECONOMIA, INDÚSTRIA ECOMÉRCIO

Ata da s.a Reunião Ordinária Plena,realizada em 22 de maio de 1975

Aos vinte e dois dias do mês de maio demil novecentos e setenta e cinco, às dezhoras e cinqüenta minutos, realizou-se aoitava reunião ordinária plena da Comis­são de Economia, Indústria e Comércio,sob a Presidência do Senhor Deputado AldoFagundes. Compareceram os SenhoresDeputados Santilli Sobrinho, Vice-Presi­dente da Turma "A"; José Haddad, Vice­Presidente da Turma "B"; Angelina Rosa,José Thomé, João Clímaco, oenervíno Fon­seca, Tancredo Neves, Fernando Gonçalves,Augusto 'I'reín, Carlos Wilson, Igo Losso,João Arruda, Moreira Franco, Vieira Lima,Amaral Furlan, Antonio Carlos, FernandoGama, Marão Filho, Henrique Córdova eHarry Sauer. ATA. Foi lida e aprovada aata da reunião anterior. DISTRIBUIÇãO.Foi efetuada pelo Senhor Presidente a se­guinte Distribuição: ao Senhor DeputadoIgo Losso, o Projeto n,v 72175, que "dispõesobre a obrigatoriedade de indicadores nochamado Telefone Medido"; ao SenhorDeputado Marão Filil0, o Projeto n.? 119175,que "estende os benefícios da área daSUDENE à totalidade dos territórios jáparcialmente incluídos na zona do Polígonodas Secas". A seguir foi apreciado o Proje­to n,? 79175, que "torna obrigatório o usode fechos e tampas de segurança nas em­balagens de produtos considerados nocivosà saúde". Autor: Deputado Faria Lima. Re­lator: Deputado Henrique Córdova. Voto doRelator: Favorável. Aprovado, por unanimi­dade, com uma emenda apresentada peloDeputado Tancredo Neves. Vai à Coorde­nação de Comissões Permanentes. Nadamais havendo a tratar, o Senhor Presidenteencerra a reunião, às onze horas e quinzeminutos. Para constar, eu, Delzuite Macê­do de Avelar Villas Boas, Secretária, lavreia presente ata que, lida e aprovada, seráassinada pelo Senhor Presidente e enviadaà publicação.

Distribuição n.? 8175

(Efetuada pelo Senhor PresidenteDeputado Aldo Fagundes)

E:m 4-6-75

Ao Senhor Deputado Hugo Napoleão:

Projeto n. o 162175 - "Acrescenta pará­grafo ao art. 6.° da Lei n.o 5.768, de 20 dedezembro de 1971, que "àltera a legislaçãosobre dístríbuíção gratuita de prêmios, me­diante sorteio, vale-brinde ou concurso, atítulo de propaganda, estabelece normas deproteção à poupança popular, e dá outrasprovidências" .

Autor: Deputado José Camargo.Ao Senhor Deputado Henrique Córdova:

Projeto n.? 207175 - "Altera a redaçãodo § 2.° do art. 26 do Decreto-lei n.o 3.365,

Quarta-feira 11 3949

de 21 de junho de 1941, que "dispõe sobredesapropriações por utilidade pública".

Autor: Deputado Joaquim Bevllacqua,

COMISSÃO DE SERVIÇO púBLICO

Ata da 5.a Reunião Extraordinária,realizada em 5 de junho de 1975

Aos cinco dias do mês de junho de milnovecentos e setenta e cinco, às dez horas,na Sala n.O 12 do Anexo lI, reuniu-se, ex­traordinariamente, a Comissão de ServiçoPúblico, sob a Presidência do Senhor Depu­tado Paes de Andrade. Compareceram osSenhores Deputados Sérgio Murilo e RaulBernardo - Vice-Presidentes; Joel Ferrei­ra, Ary Kffuri, Ivahir Garcia, Ossíari Ara­ripe, Gamaliel Galvão, Wanderley Mariz,Fernando Coelho, Adhemar Santilo, VascoNeto, Geraldo Guedes, Humberto Bezerra,Francelino Pereira, Antônio Pontes, UbaldoBarem e Freitas Nobre, Abertos os traba­lhos, foi lida e aprovada a ata da reuniãoanterior. O Senhor Presidente deu conhe­cimento aos Senhores Deputados do oficiodo Senhor Presidente da Casa, comunican­do o deferimento do ofício deste órgão téc­nico, a respeito do comparecimento do Se­nhor Doutor Walter Borges Graciosa, Pre­sidente do Instituto de Previdência e AssÍS­têncía dos Servidores do Estado (lPASE),para prestar esclarecimentos sobre assun­tos afetos àquele Instituto. Em seguida,concedeu a palavra ao Senhor DeputadoIvahir Garcia que apresentou sugestões arespeito da pauta dos trabalhos, tendo o Se­nhor Deputado Freitas Nobre, em aparte,informado sobre a composição da pauta. OSenhor Presidente prestou os devidos es­clarecimentos e, em seguida, deu a palavraao Senhor Deputado Freitas Nobre, queofereceu parecer favorável ao Projeto n,o270/75, que "altera a denominação e acompetência do DASP, cria cargos em Co­missão, e dá outras providências", oriundodo Poder Executivo (Mensagem n.? 117/75).Em discussão, o parecer foi amplamentedebatido pelos Senhores Deputados GeraldoGuedes, Gamalíel Galvão e Ivahir Garcia,dele participando, para explicação, o Rela­tor. Em votação, foi aprovado unanime­mente o parecer do Relator. O projeto vaià Comissão de Finanças. A seguir, o Se­nhor Deputado Freitas Nobre apresentouparecer favorável ao Projeto n.o 52/75, que"altera o parágrafo único do art. 566 daConsolidacão das Leis do Trabalho, apro­vada pelo Decreto-lei D.O 5.452, de 1.0 demaio de 1943", de autoria do Senhor Depu­tado Laerte Vieira. Posta em discussão amatéria, usaram da palavra os SenhoresDeputados Geraldo Guedes e GamalielGalvão. Em votação, foi aprovado, porunanimidade, o parecer do Relator e o pro­jeto vai à Comissão de Trabalho e Legisla­ção Social. O Senhor Presidente leu paraconhecimento dos Senhores Deputados orequerimento de autoria do Senhor Depu­tado Sérgio Murílo, propondo convidar oPresidente da Empresa Brasileira de Cor­reios e Telégrafos, Senhor Coronel Adwal­do Botto de Barros, para prestar amplosesclarecimentos sobre a situação dos ser­vidores estatutários e contratados sob o re­gime jurídico da Consolidação das Leis doTrabalho, daquela empresa. Em discussão,nenhum dos presentes fez uso da palavra.Em votação, foi o requerimento aprovadounanimemente. Nada mais havendo a tra­tar, o Senhor Presidente encerrou a reu­nião às onze horas, E, para constar, eu,Hélio Alves Ribeiro, Secretário, lavrei a pre­sente Ata que, depois de lida e aprovada,será assinada pelo Senhor Presidente.

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3950 Quarta-feira 11 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Junho de 1975

MESA LIDERANÇAS

Presidente:Célio Borja - ARENA

1.0_Vice-Presidente:Herbert Levy - ARENA

2,°_ Vice-Presidente;Alencar Furtado - MDB

1.°-Secretário:Odulfo Domingues - ARENA

2,o-Secretário;Henrique Eduardo Alves _ MDB

3,o-Secretário:Pinheiro Machado - ARENA

4,o-Secretário:Léo Simões - MDB

SUPLENTES

Júlio Viveiros - MDBLauro Rodrigues - MDBUbaldo Barém - ARENAAntônio Florêncio - ARENA

ARENA - MAIORIA

Líder:

José Bonifácio

Vice-Líderes:

João LínharesAhpio CarvalhoJorge VargasJosé AlvesJairo MagalhãesParente FrotaAiron RiosBlotta JuniorMarcelo LinharesVasco NetoLuiz RochaParsifal BarrosoAdhemar GhisiCantidio SampaioLauro Leitão

MDB - MINORIA

Líder:

Laerte Vieira

Vice-Lideres:

Alceu CollaresFernando Lyra

Figueiredo Correia

Freitas Nobre

Getúlio DiasGuaçu Piteri

Israel Dias Novaes

João Menezes

Joel Ferreira

Marcondes Gadelha

Padre Nobre

Peixoto Filho

-_._---------------------------~--------------~

DEPARTAMENTO DE COMISSOES MDB 3) COMISSÃO DE COMUNICAÇÕES

SuplentesARENA

Presidente: Pael-eco Chaves - MDB

Turma "A"Vice-Presidente: Antônio Annibellí - MDB

COMISSÕES PERMANENTES

1) COMISSÁO DE AGRICULTURA E POLiTlCARURAL

Turma HB"

VICe-Presidente: Manoel Rodngues - ARENA

TitularesARENA

Freitas NobreJorge Freire

Edson BonnaJorge Arbage

Magnc BacalarMInoro MiyamotoOswaldo Zanello

Gerson GamataMaurícic Leite

Norberto SchmidtWaldúll ;.:-0 Gonça:vesVieira da Sílva

José CamargoJúlio Viveiros

Mário Frota

MDB

MDB

ARENA

REUNIõES

Dias MenezesGetúlio DiasJ cão GilbertoJoel Ferreira

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horesLocal: Auexo II - Sala 6 - Ramais: 653 e 654Secretária: lole Lazzarini

Suplentes

Aluízio ParaguassuAurélio CamposEloy Lnzí

ARENA

Titulares

Presidente: Humberto Lucena - MDB

Vice-Presi.:lente: JG de Araú]» Jorge - MDB

Vrce-Presidente ; Gíoia J=ior - ARENA

Abel AvilaAntônio FerreiraArnaldo BusatoAugusto TrinBiotta Junior

Alair FerreiraCorreia LimaDíb ChcremMonsenhor Ferreira

Lima

Turma B

Morerra FrancoOsvaldo BuskeiPedro LauroR.oberto Ca1:valhoSebastião RodrlgúCSYasunori Kunigo

MDB

Flávio GiovineNina! RíberroParslfal Barroso

Jaison BarretoMl!ton SteinbruchVago

MDB

Jorge UequedSílvío Abreu Júnior

Titulares

ARENA

SuplentesARENA

Gabriel HermcsJoaquim GuerraMurílo RezendeUbaldo Barém

I\.bdon GonçalvesDias MenezesFrancisco Amoo:alHélio de Almeida

PresIdente: Brígído Tinoco - MDB

Vree-Presidente r Fernando Cunha - MDBVice-Presidente: Jarmund NaSSC1' - ARENA

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal, Anexo TI - Sala 11 - Ramal 621secretária: Eni Machado Coelho

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Ramal: 766Secretária: Maria Geralda Orríco

Alberto LavinasExpedito ZanottiJanduhy Carneiro

Turma A

Eloy LenzíErnesto de MarcoIturrval NascamentoJosé MaurfcioJuarez bll!tistaMilton Steinbruch

llJ:y KffuriCélIo Marques

FernandesCorreia LImaDiogo Nomura

2) COMISSÁO DE CI~NCIA E TECNOLOGIA

Antônio FlorêncioAry ValadâoBatista MIranda

. Edison Bonna

Jorge VargasJosé de AssisMaur'ício LeíteMenandro MinahímPrisco VianaRuy BacelarSinvaJ Boaventura

Turma B

Celso CarvalhoEIClval OaiadoFerraz EgrejaGeraldo :BulhõesHenrique BritoMelo FreireVasco Amaro

José MandelliJuarez BernardesNelson MaculanRenato AzeredoVinicius Cansancão

MDB

Álvaro DiasAntônio BresolinFraneisco LibardoniGuaçu PíteríHenrique C8ll'doso

Alcides FranciscatoAntônio UenoBatista MirandaFlávio GiovineFranctseo Bílac PintoHorácio MatosInocêncio OliveiraJoaquim Coutinho

Paulo RochaLocal: Anexo TI - Ramal 661

Coordenação de Comissões PermanentesGeny Xavier Marques

Local: Anexo II - Telefones: 24-5179 e24-4805 - Ramais: 601 e 619

TUl'mlL A

Alexandre MachadoAntômo GomesBenedito CancllasCardoso de AlmeídaHumberto SoutoJoáo DurvalJuvêncio Dias

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1unho ile 1975 DIARlO DO CONGRESSO NAClONAL (Seção n Quarta-feira 11 3951

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

5) COMISSÃO DE ECONDMIA, INDllSTRIA ECOM~RCIO

MDBVagoVagoVagoVagoVago

Suplentes.hRENA

LaUrO LeitãoLomanto JúniorMarcelo LinnaresMário MondinoWanderley MarizWilsv:l FalcãoVago

MDBVagoVagoVagoVagoVago

TitularesARENA

Manoel NovaesMinoro MlyamotoNasser AlmeidaOswaldo ZanehoEicardo FiuzaTheódulo J.lbuquerque

MDBJúlio lTiveirosMagnus GuimarãesMarcelo MedeirosPeixoto FilhoWalber Guimarães

SuplentesARENA

Marão Filho'Melo FreireNelson MarchezanPedro CaroloPedro ColinRaimundo DinizWilson Braga

Aé'lio CunhaAlacid NunesAntônio FerreiraHélic. LevyHorácio MatosJoão PedroJutahy Magalhães

Epitácio :::!afet'liraJoaquim ilevilacquaJosé Carlos TeixeiraVagoVagoVago

Aécio CunhaAl','aro ValleDarcilio AyresFernando GonçalvesGeraldo FreireJoão CasteloIvahir Garcia

Airton <:land:.valDias 'N. ne..esErnesto de MarcoJader BarbalhoJosé Bonifácio Neto

9) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIAPresidente: Lysâneas Maciel - MDB

Vice-Presidente: JOsé Camargo - MDBVice-Presidente: Gonzaga Vasconcelos - ARENA

TitularesARENA

Marco MacielNewton BarreiraPaulíno CiceroPrisco VianaRafael FaracoUbaldo Corrêa

Arlindo KunzlerEurico RibeiroFurtado LeiteGabriel HermesJOrge ArbageJosia.s Leite

REUNIõESQuartas e Quintas-feiras, ..13 10:00 horasLocal: Anexo n - Sala 2 - Ramal 665Secretário: Wilson Ricardo Barbosa Vianna

All1.L· FerreiraAngelina RosaAntônio FlorêncioArlindo KunzlerCarlos Wilsoncelso CarvalhoJoão .:llímacoJosias Leite

B) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRAE TDMADA DE CONTAS

Presidente: Alberto Hoffrnann - ARENAVice-Presidente: Gastâo Müller - ARENAVice-Presidente: Walter Silva - MDB

Aluízio ParaguassuAntÔnio Carl~

Dias MenezesFlorim CoutinhoJOBé Bonlfácfo NeroMarcelo MedeirosOdemir Furlan

REUNIõES

QUartas e Quintas-feirr.s, às 10:00 horasLooal: Anexo II - salá 16 - Ramais 643 e 54:1secretário:, Paulo José Maestralli

MDBMilton SteinbruohOdacir KleinRoberto CarvalhoRuY oõdoTheodoro Men'les

MDBGenival TourinhoHíldérico OlíveíraJoão GilpertoJosé MarIa de Cl."l'valhoNadyr Rossetti

MDBJuarez BatistaNelson MaculanOtávio CeccatoRuy CôdoVinicius Cansanção

AlõENATurma B

Jorge VargasMário Mond!noMoacyr DallaNunes ROGhaRibamar MachadoTemJstocles Teixeira

Antônio JoséAthlê couryEmanuel WaissmannEpitácio CafeteiraGomes do AmaralJoão Mel1ezes

'!'urros. A

Adriano ValenteAntônio MorimotoDyrno PiresFernando MagalhãesFra.ncisco Bilac PintoHélio CamposJoão Vargas

Antônio Maril!Gomes da SilvaHydekel l'reitasJairo MagalhãesJutahy MagalhãesLuiz BrazNey LopesNoi,ton Ma(lCdo

Attton SoaresAleír PimentaAntônio Morai>.Daniel SilvaEdga:r MartinsFigueiredo Oorreís

SuplentesARENA

Nosser AlmeidaOssían ArarfpePaulo FerrazRafael ,Faraco8ylvio Venturolli -,Temistccles TeixeiraValério Rodrigues

AlvarO ValleBraga RamosDareílío AyresDaso CoimbraGeraldo FreireHélio MauroJoSé Alves

MDBAlvaro Dias Lauro RodriguesAntunes de Oliveira Lincoln GrilloArgilano Dario Magnus GuimarãesExpedito Zanotti Octacílío AlmeidaFrancisco Amaral Paulo MarquesJG de Araújo Jorge Theodoro Mer"des

REUNIõESQuartas-feiras, às 10 :00 norasLocal: Anexo TI - Sala 9 - Ramal 639.secretária: Marta Clélia Orrico

Turma ~'Bn

Vice-Presidente: Pedro Faria - MDB

Titula~es

7) COMISSÃO DE FINANÇASPresidente: Homero Santos - ARENA

REUNIõESQuartas e Quintas-Ieiras,.às 10:00 horas.Local: Anexo TI - Sala 4 - Ramal 631secrotãna: Delzuite Macedc. de Avelar Villas

BOM

Turma "'A"Vice-Presidente: João CastelO - ARENA

6) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURAPresidente: Flexa Ribeiro - ARENA

'vice-Presidente: Salvador Julianelli - ARENA'Vice-Presidente: Olivir Gabardo - MDB

TitularesArlENA

Leur LomantoLygia Lessa BastosMagn- BacelarManoel de AlmeidaMenandro MinahimRômulo Galvâo

Amaury MüllerAntônio Pontesl"ernando Gamal~rancisco AmaralJader BarbalhoJqrge Uequed

MDB

Jarbas Va.'lconeelosJoaquim BevUacquaLuiz HenriqueLidovino FantonMiro TeixeiraRubem Dourado

SuplentesARENA

Hugo NapoleãoHumberto SOutoJanuá.rio FeitosaPaulino CíceroRicardo FiuzaRogério Rêgomisses Potlguar

SuplentesARENA

Moa.cyr Dalla 'Nereu GuidiNogueira de RezendeOsrna, LeitãoParente FrotaRaimund.:J Parent~

Raul BernardáViana Neto

MDBJosé Bonifácio NetoJOI,é MauricioNadyr RossettiSérgio MurilloSílvio Abreu JúniorWalber GuimarãesWalter Sllva

REUNIõESTerças, Quartas e Quintas-feiras às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal: 626Secretária,: Silvia Barroso Martins

Presidente: Ald) Fagundes - MDBTunna. "A"

Vice-Presidente: Santilli SobrinhO - MDBTurma "B"

Vice-Presidente: José Haddad - ARENATitularesARENA

Turma. BAmaral FurlanAugusto TreinCarlos WilsonHenrique CórdovaJoão OlímaeoViana NetoVieira Lima

MDBGenervino FonsecaJoãfJ ArrucütMs,rcondes oadelhaRubem Medina

Tunna A.

A.a. ounha BuenoAmaral NettoAngelina RosaFernando GonçalvesIgo LossoMa.rão Filho

Antônío CarlosHarry SauerJosé ThoméMoreira FrancoTancredo Neves

Airon RiosAlexandre MachadoAltair ChagasCardoso de Almeida::::1E.verson Teb.eiraDl/l'DO PiresF'aria Lima.

Fernando CoelhoFigueiredo COrreiaFrll'l1cisco StudartHumberto LucenaJade; BarbalhoJoáa GilbertoJorge Uequed

&1tônio MorimotoDaso Coimbra.Edul>rdo GalilGonzaga Vooeonceloslie~l1'ique Cór!':)vaHenrique PrettiHomerO SantosIgo LossoJarmund Nasser

Alceu CollaresCelIK. BarrosErasmo Martins PedroNoide Cer,quêiraPetrônío FigueiredoSebastião RodriguesTIlJ'Císio Delgado

Turma AAltair ChagasAntônio MarizCantidio SampaioClaucm. SalesOleverson TeixeiraGomes da SilvaJairo M8,galhâesJoão Linhares

Presidente: Luiz Braz - ARENATur.rna "A"

Vice-Presidente: Djalma Bessa - ARENATurma t~"

Vice-Presidente; Nogueira da Gama - MDBTitularesARENA

Turma BB10ta JúniorErnesto ValenteJosé Sa1lyLauro LeitãoNey LopesNorton MacedoTheobaldo Barbosa

Page 64: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd11jun1975.pdf · ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DEJUNHO 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO

3952 Quarta-feira 11 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção n Junho de 19'15

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala 1 - Ramal 67'1secretária: Sylvia oun Kramer BenJamID do

Canto

MDB

VagoVagoVago

Suplentes

ÁRENA

Humbertc. Bezerra.Newton BarreiraRibamar Machado'Teotõnio NetoVieira Lima

Alacid NunesBaldacci FIlhoBento GonçalvesFlávio Marc:llioFrancisco Rollember~

Aldo FagundesAluizio ParaguaasuDias MenezesJG de Araújo Jorge

REUNIõES

Quartas e Quintas-fell'as, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 13 - Ramars 688 e 689Secretário: Wll!lter oouvea Costa

Presidente: Paes de Andrllode - MDBvíce-r'resioente: Sérgio Murillo - MDBVice-PresIdente: Raul Bernardo ARENA

14) COMISSÃO DE SERViÇO POBLlCO

José CamargoMagnus GurmarâesPaes de AndradePedro FarIaRoberto CarvalhoSérgio Murillo

Suplentes

ARENA

Hermes MaeêdoJoão VargasJuvêr.cio DiasLeur LomantoMarco MacielNorberto Sc!unidtPaulo StudartWaldomiro Gonçalves

MDB

Aldo FagundesAntunes de OliveiraAntônio MoraisDl.niel SilvaDias MenezesJoão Menezes

Adhemar GhisiAlvaro Ga.udênciol>.ry vaíadãoCunha BuenoFe,'nando Ma,oalhãC"sFlexa RibeiroGeraldo GuedesGerson Camata

José Carlos TeixeiraLauro RodriguesRubem DouradoSílvio de Abreu JúniorVago

MDB

Nelson Thibaupedro LauroWalmor de LUcaYasunori KumgO

José MachadoLins e SilvaLUiZ ROC.baSiqueira camposVingt RosadoWIlmar DallanholVago

MDÉ

Suplentes

AREN:4.

Isra.el Dias NovaesJerônuno SantanaJorge '[i'errazMarccm TitoMário Moreira

Alberto HoffmannAmaral NettoBenedito oanenasDjalma BessaFerraz EgreJaFrancclmo PereiraGastão Müller

Adhemar SantilloAirton SoaresDias MenezesFrederico BrandãoJoão ArrudaJorge MOura

Titulares

12) COMISSÃO DE SAODE

José CostaPedro LucenaThales RamalhoVago

Manoel de AlmeidaMauro SampalORómulo GaIvãoTheobaldo BarbosaVieira da Silva

MDB

Titulares

ARENA

Ossían ArarípePaulo FerrazUbaldo BarémVasco NetoWanderley MariZ

MDB

Gamahel GalvãoJoel B'erreiraLauro Redrigues

Suplentes

ARENA

Antônio AnnibelhDIas MenezesErasmo MartIns PedroFI'eltas Nobre

Ary KffuriFrancellno PereiraGeraldo GuedesHumberto BezerraIvahir Garcia

Agostinho RodriguesAmaral FurlanCid FurtadoOlaudmo SalesErnesto ValenteEurico Ríbeiro

Adhemar SantiloAntõmo PontesFernando coemo

MDB

Osvaldo BuskeiPedro LucenaWalter de Castro

ARENA

João AlvesMauro Sampaiovaíérro RoClnguesUlisses PotíguarWilson Falcão

Suplentes

ARENA

Manoel NovaesParSlfal BarrosoSalvador JUUanelli'I'heódulo AlbuquerqueVago

Addano Vr.lenteBrags, RamosHenrrque BntoDib oneremJoão DurvalJosé Alves

presidente: Fábio Fonseca - MDBVice-Presidente: Jalson Barreto - MDBVice-PreSIdente: Navarro Vieira - ARENA

Abdon GonçalvesLeônídas SampaiOOdemir Furlan

Adernar PereiraAiron .RiosDIOgO NomuraFranCISCO RollembergInocêncio Oliveira

ARENA

Prisco Viana Theobaldo Barbosa.Ribamar Machado

MDB

Alcir Pimenta Antônio Bresolin

ARENA

10) COMISSÃO DE REDAÇÃO

Presidente: Diogo Nomura - ARENAVice-PresIdente: Furtado Leite - ARENA

Titulares

REUNIóES

Suplentes

Altair Chagas

Quarta e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo n - Sala 7 - Ramal 660

secretário: Luiz de Oliveira Piato

MDB

Henrique Cardoso Vago

REUNIõES

11) COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES

Quartas-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal 6'73secretárIO: José Lyra Barroso de Ortegal

Presidente: Flávio Marcílio - ARENAVice-PreSIdente: Joaquim Coutinho - ARENAVice-Presidente: Jairo Brum - MDB

Titulares

Nereu GuldiOsmar LeitãoRaimundo parentesiqueIra CamposVicente VuoloWilmar Dallanho1

MDB

Jorze MouraJosé CostaJosé MaurícioMarcelo GatoOtávio CeccatoRosa Flores

Aloisio SantosCarlos ootta .Francisco AmaralFrederico BrandãoGetúlio Dias30el Lima

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 12 - Ramal 694

SecretárIO: Hélio Alves Ribeiro

Presidente: Wilson Braga - ARENAVice-Presidente: Vingt Rosado - ARlliNAVIce-PreSIdente: Argílanc Vario - MDB

Titulares

ARENA

Adhemar GhisiArvaro GaudenbioCid Ful'tadoEduardo GalilIbraam Abl! AckelJacob oeroíoLuIZ RochaNelson Marchezan

15) COMISSÃO. DE TRABALijO E LEGISLAÇÃOSOCiAL

Parente FrotaPaulo StudartSylvio venturolliSinval Boaventura

MDB

José Oark» TeixeiraLincoln GrllloNey Ferrerra

MDB

Lmeoln GrilloMarcondes GadelhaWalmor de LucaVago

Antõnio BelinattiAntunes de OliveiraFlol'im Coutinho

Athiê COUl"yCarlOS cortaJanduhy CarneiroJoaqUim Bevilácqua

13) COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

ARENA

Presidente: ítalo Conti - ARENAVice-Presidente: Cého Marques Fernandes

ARENAVice-Presidente: Ruy Lino - MDB

Titulares

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramal 682

Secretána: InÍ!. Fernandes Costa

Agostinho ROdriguesAhpío CarvalhoJanuárlO FeitosaNunes Leal

Murilo BadarôNogueira de R3ZendePassos PórtoPe:lrc oonnRaimundo DinizRogério RégoTeotônio Neto

MJ)B

João CunhaMac Jowel Leite

de CastroPadr NobrePaulo MarquesThales Ramalho

ARENA

Adalberto CamargoArio TheodoroCarlos Santosootta BarbosaFernando GamaFrancisco Studart

Antônio UenoFl\XIa LímaHugo NapoleãoJosé MachadoLins e SilvaLmz FernandoMarcelo Linhares

Page 65: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd11jun1975.pdf · ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DEJUNHO 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO

Junho de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 11 3953

16) COMISSAO DE TRANSPORUS

Gilda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo II - Ramais:

COORDENAÇÃO DE COMiSSÕESTEMPORARIAS

REUNIõES

Quartas e Quintas·feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Ramal 647'Secretário: Nelson Oliveira de Souza

Januário FeitosaJosé AlvesJutahy Magalháes

MD.dVagoVago

Titulares

ARENA

Manoel de AlmeidaRuy Bacelar

MDBGenival Tourinhovnncn,s oansenção

Suplentes

ARENA

Suplentes

ARENAHermes MacêdoVascc Amarownu.ar Dallanhol

MDBVagoVago

Titula,res

ARENA

Lauro LeitãoPedro Colin

:\flJB

Eloy LenziJaison Barreto

MDBJuarez Bernardes

Suplent~

ARENA

Siqueira CamposUbaldo BarémYic<en~e ~uolo

MDBVagoVago

José Costa~erna.ad~ Lyra

Fernando CoelhoJarbas VasconcelosJosé Carlos Teixeira

REUNIõES

Ernesto ValenteFrancelino Pereira

Fernando MagalhãesHumoerto SoutoInocê"cio Oliveira

Odacir KleinVagoVago

Adriano ValenteArhndo KunzlerHenrique Córdova

Antônio UenoJ oão Vargas

Aluizio ParaguassuAntônio Annibelli

5) COMISsAO DO POlíGONO DAS SECAS

Presidente: Abel Avila - ARENAVíce-Presidente: Norberto Schmidt - ARENAVice-Presidente: Dias Menezes - MDB

Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramal 695Secretário: José Salomão Jacobina Aires

4) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO S..Yl

Presidente: GeraldO Guedes - ARENAVice-Presidente: Dyrno Pires - ARENAVice-Presidente: Celso Barros - MDB

REUNIõES

Quintas·feiras, às 11:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 685Secretário: Romualdo Fernandes Arnaldo

REUNIÕES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 685Secretária: Allia Felicio Tobias

Adhemar SantilloOenervmo FonsecaVago

Antônio CadosFernando Cunha

Félio LevyJosé de Arsisl'!l,lnlil~ !:!:09ha.

Rezende MonteiroValdomiro Gonçalves

Ricardo FiuzaRogério Rêgo

Passos PôrtoPaulino ciceroPriSCO Viana

Jerônimo SantanaNabor Júnior

Juvêndc DiasRaimundo Parente

MDI!

Vimcius Cansanção

MDB

Ruy LinoVago

MDB

ARENA

Suplentes

ARENA

Suplentes

ARENA

Siqueira CamposTemistocles TeixeiraUbaldo Corrêa

ARENA

Benedito CanellasGastão MüllerJal'll1tõnd Nasser

Epitácio CafeteiraJosé Costa

Bento GonçalvesGeraldo BulhõesManoel Novaes

Jairo MagalhãesJ OSIaS Lei teMarco Maciel

J 001 Fel'l'eiraJúlio vrveírceMário Frota

Antunes de OliveiraEpitácio Cafeteira

Titulares

1) COMISSÃO DA AMAZõNIA

2) COMISSÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

COMISSÕES ESPECIAIS

REUNIÕES

Quintas-feiras, às la :00 ~,oras

Local: Anexo II - Sala 3 - Ramal 611

Secretál'la: Maria de Nazareth Raupp Ma-chado

REUNIõES

'I'erças·feiras, às 10:00 horasLocal: Anêxo n - Sala a-A - Rameís 605,

606 e 616Secretário: Jacy da Nova Amarante

3) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIAO CENTRO-OESTE

Presidente: Iturival Na~cimento - MDBVice·Presidente: Walter de Caetro - MDBVice-Presidente: Ary Valadâo - ARENA

Presidente: Ney Ferreira - MDBVice·Presldente: José Carlos Teixeira - MDBVice-Prcsidente: Francisco Rollemberg ­

ARENA

Gabriel HermesHélio Campos

MDB

Thales Ramalho VagoVago \agoVago

Edison BonnaElcival CaladoRafael FaI'aco

Titulares

Presidente: Alacid Nunes - ARENAVice-Presidente: Nasser de Almeida - ARENAVice-Presidente: Antônio Pontes ~ MDB

j'Itu!l1cre§

ARENA

José de AssisMurilo RezendeRezende MonteiroRuy BacelarSant{;s Filho

MDB

José MandelliMário MoreiraOdacir KleinPedro LauroRuy Côdo

MDBMário FrotaNabor Júnioroc.acííto AlmeidaOswaldo Lima

ARENA

Suplentes

ARENA

Nunes RochaPassos FôrtoDbaldo CorreaVasco AmaroVasco NetoVIcente Vuolo

Suplentes

ARENA

José HaddarlJosé SallyLygia Lessa BastosManoel Rodri~ues

Murilo Badarõ "Nina RibeiroRezende MonteiroS(l,ntÕs Filho

MDB

Sílvio de Abreu JúniorTarcísio DelgadoTheodoro MendesVagoVagoVago

Antônio CarlosDias MenezesErnesto de MarcoFrancisco LibardoniJairo Brum

F'ernl<lldo LyraFrancisco RochaHélio de AlmeidaIturival NascimentoJuarez Batista

Abel AvilaAlcides FranciscatoBento GonçalvesHenrique PrettiHydekel FreitasJoaquim Guerra

AJipio CllIl'valhoHé:io Campos1':é:lO LevyJoão LinharesJoão PedroNavarro VieiraNunes Leal

Presidente: Lomanto Júnior - ARENAVice-Presidente: Hermes Macêdo - ARENAVice-Pl'esidente: Amaury Müller - MDB

Titulares

Aurélio CamposJO'ernando CunhaGamaliel GalváoGenival TourinhoLuiz HenriquePeixoto FilhoRuy Côdo

Seçáo de Comissões Especiais

Chefe: StelJa Prata da Silva Lopeslooeal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 604

Seçáo de Comissões de Inquérito

Chefe: Jairo Terezinho Leal ViannaLOcaI: Anexo II - Ramal 612 - 23-3239 (Di­

reto)

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala 5 - Ramal 696Secretário: Carlos Brasil de Araújo

Adernar PereiraAntônio GomesElcival CaiadoPurtado LeiteGeraldo BulhõesGioia JuniorHélio Mauro~t~!e 00!!g

Page 66: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd11jun1975.pdf · ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DEJUNHO 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO

1954 Qnarta-felra 11 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) .Junho de 19~5

COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQU~RITO

1) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

PARA INVESTIGAR O COMPORTAMENTO E ASINFLU~NCIAS DAS EMPRESAS MULTlNAClo­NAIS E DO CAPITAL ESTRANGEIRO NOBRASIL

(REQUER1MENTO N.· 4(75)

(CPI)

Presidente: Alencar Furtado - MDBVice-Presidente: Moreira Franco - MDBRelator.: Herbert LevY - ARENA

TitularesARENA

João LinharesCardoso de Almeida.Raymundo ParenteJoão' Castelo

2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUtRITODESTINADA A PROCEDER AO LEVANTA·MENTO DA SITUAÇÃO PENITENCIÁRIA DOPAIS

REUNIõES

Terças-feiras, às 18:{){' horasQumtas-felras, às 8:00 horasLocal: Anexo lU - Ramal 497Secretário: Paulo Ernani Fonseca Aires

Noide oerqueíraJosé Mauricio

Walber Guimarães

José CostaLuiz Henrique

Odacir Kleín

Hugo Napoleão

Raymundo DinisVianna Neto

MDB

MDB

ARENA

;;:t ••_J",-,":i~ti3""' ....

Reuniões

Terças-feiras, às 16:30

Quartas-feiras, às 16:30

Quintas-feiras, às 16:30

Local: Anexo lU - Ramal 509

Secretário: Manoel Augusto campelo Neto

Peixoto FilhoJosé Bonifácio Neto

Theodoro Mendes

Mário FrotaTarcisio Delgado

Iturival Nascimento

Francelino PereiraAugusto TreinJosé Machado

Fernando GonçalvesNogueira de RezendeDjalma Bessa

Pacheco ChavesJal80n BarretoGenival TominhO

MDB

Adhemar GhisiBlotta JuniorIbrahim Abi-AckelGeraldo Guedes

(Requerimento n" 16175 - CPI,

Prazo: 20-5-75 a 17-10-75

Presidente: Deputado José Bonifácio NetoVice-Presidente: Deputado Theodoro Mendes

Relator: Ibrahim Abi-Ackel

TitularesARENA

Tancredo NevesMarcondes GadelhaJoão Menezes

Gabriel HermesGonzaga VasconcelosPassos Pôrto

MDB

Joaquim BevilacquaSebastião RodriguesJade! Barbalho

SuplentesARENA

Hugo NapoleãoPaulo StudartIgor Losso

J'.lencar FurtadoNadyr RossettlMoreira Franco

Herbert LevYGeraldo FreireArlinpo KunzlerTeotônio Neto

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.Jlliiho de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

DIRETRIZIES E BASES PARA O ENSINO]9 E 29·GRAUS

OBRA ELABORADA E REVISADA PELASUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL

Dois Volumes com 638 páginas

HISTÓRICO DA LEI N9 5.692, DE 1I DE AGOSTO DE 1971

PREÇO D:E VENDA DOS DOIS VOLUMES - CR$ 45,00

À VENDA NO SENADO FEDERAL, 11Q ANDAR

(lua.rta-feira 11 3955

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo 1,11 9 andar, Praça dos Três Poderes - 70000 - BRASíLIA - DF,.acompanhados de cheque nominal, visado. pagável em Brasília e emitido a favor do

. CENTRO GRAFICO DO SENADO FEDERALou pelo sistema de reembolso postal.

REFORMA AGRÁRIAEDIÇÃO DE 1969

OBRA ELABORADA E REVISADA PELASUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL.

Três volumes com 1.115 páginas

Legislação brasileira de reforma agrária, política agrícola 'e desenvolvimento regional,contendo:

- textos integrais dos diplomas legais, a partir da Lei i1'? 4.214/63 ("Estatuto- doTrabalhador Rural"):

- alterações, regulamentações e remissões da legislação transcrita; .- ementário da legislação correlata;- histórico das leis (tramitação completa e detalhada no Congresso Nacional);- marginália (pareceres, regimentos. portarias, etc.);A obra contém um índice cronológico da legislação e um índice por assunto de toda a maté­

ria, com a citação de artigos, parágrafos, itens e alíneas.

PREÇO DOS TRÊS VOLllMES - os 45,00OBRA IMPRESSA PELO CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

À VENDA NO SENADO FEDERAL, 11Ç ANDAR

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo I, I J9 andar, Praça dos Três Poderes - 70000 - BRASIuA - DF,acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERALou pelo sistema de reembolso postal.

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3956 Quarta-feira 11 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) ;Junho de 1975

REFORMA ADMINISTRATIVA(obra elaborada pela Subsecretaria de Edições Técnicas)

DECRETO-LEI N9 200/67 - redação atualizada

- legislação citada

- legislação alteradora-.- Legislação correlata

Edição -' setembro de 1974420 páginas

Preco: Cr$ 25,00,

À venda no SENADO FEDERAL, 119 andar.Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos à

SUBSECRETARIA DE EDIÇÓES TÉCNICAS do SENADO FEDERAL,Ed. Anexo I, 11 0 andar, Praça dos Três Poderes -70000 - BRASfLlA - DF,

acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor doCENTRO GRÁFICO do SENADO FEDERAL,ou pelo sistema de REEMBOLSO POSTAL.

-PREVIDENCIA SOCIALLegislação Atualizada

lei Orgânica da Previdência Social (Lei n9 3807/60) com redação atualizada.

Comparaçã-o com os textos anteriores. Notas explicativas e remissivas.

Jurisprudência administrativa.

Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social.

Regulamento da Previdência Social.

Regimento do INPS.

Edição: agosto de 1974- 318 páginas

PR ECO: CR$ 20,00,

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO·FEDERAl,

Ed. Anexo I, 11'1 andar, Praça dos Três Poderes - 70000 - BRÁsíLlA.,. DF,acompanhados ele cheque nominal, visado, pagável em Brasília eemitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERALaLI pelo sistema de reembolso postal.

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Junho de 19'75 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

CÓDIGO PENALQUADRO COMPARATIVO

Quarta-feira 11 395'1

O'NOVO CÓDIGO PENAL(DECRETO-LEI N91004/69, COM AS ALTERAÇÔES DA LEI N<;l6016/73)

COMPARADO AO CÓDIGO PENAL DE 194().

Notas

Alterações do Código Penal de 1940Legislação correlataTexto original ido Decreto-lei n91004/69

Subsídios

Exposição de Motivos do Código Penal de 1940Exposição de Motivos do. Código Penal de 1969Exposição d~ Motivos do Projeto que deu origem à Lei ~9 6016/73

 VENDA NO SENADO FEDERAL, 119 ANDAR,

PREÇO: CR$ 25~OO

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo 1,119 andar, Praça dos Três Poderes -70000 - BRAS1LIA - DF,. acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL,ou pelo sistema de reembolso postal.

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U5R Quarta-feira 11 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seçlo n

CONSTITUICAO DA REPÚBLICA. .

FEDERATIVA DO BRASIL

QUADRO COMPARATIVO

VOLUME COM 328 PÁGINAS - PREÇO: CR$ 15,00

CONJÉM, COMPARADAS EM TODOS OS,ARTIGOS:

Emenda Constitucional nl? 1, de 17 de outubro de 1969.

Constituição do Brasil de 24 de janeiro de 1967 (e as alterações introduzidas pelosAtos Institucionais de nl?s 5 a 17 e Ato Complementar n9 40/69, ratificado pelo art. 39 doAto Institucional nl? 6/69).

Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 18 de setembro de 1946 (com asEmendas Constitucionais e Atos Institucionais que a alteraram],

Em notas, além de outras observações, são destacadas as alterações aprovadaspelo Congresso Nacional, através de emendas, ao Projeto de Constituicão remetido ao I. . ,Congresso pelo Presidente Humberto de Alencar Castello Branco, em dezembro de 1966.

Trabalho organizado e revisado pela Subsecretaria de Edições Técnicase impresso pelo Centro Grãfiço do Senado Federal

À VENDA NO SENADO FEDERAL. 119 ANDAR

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo I, 119 andar, Praça dos Três Poderes - .70000 - BRASíLIA - DF,acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

ou pelo sistema de reembolso postal.

Page 71: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd11jun1975.pdf · ANO XXX - N" 059 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-J?EIRA, 11 DEJUNHO 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO

lunbo de 1975 DIARm DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

TRÂNSITOLegislação atualizada.

,Código Nacional de Trânsito e seu Regulamento -:- atualizados

Leqlslação especial e correlata.

Ilícitos penais do Trânsito.

Resoluções do CONTRAN.

Notas - Comparações - Remissões

Furto de uso.'"Revista de Informação Legislativa" n'" 38

,452 páginas

PREÇO: 25,00Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos à

SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo 1,11 9 andar, Praça dos Três Poderes-70000 - BRASíLlA- DF ,

acompanhados de cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor do

CUJTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

ou pelo sistema de reembolso postal.

CONSOLIDACÃO DAS•

LEIS DO TRABALHO

Quarta-feira 11 3959

Texto atualizado da CLT, comparado ao texto original de 1943 e a todas as' al­terações introduzidas durante mais de 30 anos de vigência.

Notas explicativas.

Legislação correlata.

616 páginasPREÇO: CR$ 35',00

ÀVEND~ NO SENADO FEDERAL, 11'" ANDAR'."'

Edição: agosto de 1974

Os pedidos de publicações deverão ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDI.ÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL,

Ed. Anexo I, 119 andar, Praça dos Três Poderes - 70000 - BRASíLIA - DF,

acompanhados de cheque nominal, visado, pagável om Brasília e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL

ou pelo sistema de reembolso postal.

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~ço DESTE EXEMPLAR: Cr$ 0,50

centro Gráfico do Senado FederalCaíxa Postal 1.203

Brasília - DF

EDIÇÃO DE HOJE: 72 PÁGINAS